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CAMPUS JATAÍ
CURSO DE PEDAGOGIA
Jataí
2013
ALINE EVANGELISTA DE CARVALHO
Jataí
2013
ALINE EVANGELISTA DE CARVALHO
E ainda:
Por isso que é essencial que pais e professores tenham um diálogo constante
sobre o desenvolvimento das crianças. Quando o pai ou a mãe deixa a criança na creche
desde muito bebê, acaba sendo o educador que vê seus primeiros passos, ouve sua
primeira palavra, ou seja, todo o desenvolvimento físico, intelectual é o professor que vê
e não os pais.
Assim, existe um ciúme ou até raiva entre pai e professor por causa disso. Na
relação entre pais e educadores deve existir espaço para expressar sentimentos,
facilitando a adaptação da criança na creche. As famílias se preocupam com o
funcionamento destas instituições, em questão da qualificação dos profissionais, da
qualidade dos alimentos, da higiene do local, etc.
De acordo com (Chaguri apud Rossett-Ferreira 2000, p. 39), “é preciso que
sejamos corajosos para lidar com estas emoções, pois existem medos, desconfianças,
mágoas e necessidade de aceitação.” Para que a criança se adapte bem a creche, ela
precisa se sentir em casa, ser bem cuidada e amada. Para isso, o educador precisa
conhecer suas manias, defeitos, gostos e desgostos. Assim, ele só descobre isto sobre a
criança, através dos pais, com muito diálogo, respeito e atenção.
Os professores devem organizar intencionalmente a vida da criança na escola
para provocar sua máxima aprendizagem, desenvolvimento e humanização. Para isso, a
creche precisa de rotina e para nos explicar melhor o conceito e importância da rotina,
Barbosa (2006) nos diz que:
A Teoria Interacionista representa outra visão da criança como ser que aprende
e se desenvolve, “ela deixa de ser um ser passivo, que aprende por meio de estímulos
viso-áudio-motores, e passa a ser reconhecida como ser pensante capaz de construir
hipóteses a partir da interação com outros sujeitos” (OLIVEIRA, 1996, p.31).
Diante do exposto, percebemos o quanto que o papel do professor da educação
infantil é de suma importância. Ele precisa ter o conhecimento do trabalho pedagógico
da creche para poder atender a todas às necessidades das crianças, valorizarem a
instância privada de cada aluno quanto conhecer sua realidade familiar. Assim, o
educador terá melhores condições para realizar um trabalho diferenciado em sua sala.
De acordo com o RCNEI (1998):
Deixar de ser criança no presente porque tem que ser algo no futuro, e sobre
isto vemos duas realidades infantis uma em que a criança fica atribuída a ter
muitas formações escolares (cursos) para prepará-la para o futuro na
sociedade; ou muitas atribuições (afazeres) para adquirir o perfil social que é
"ser ativo" atribuído de muitas tarefas o que acaba tirando o prazer da
infância, pois estas crianças passam a não ter tempo para o
brincar. (TEIXEIRA, 2009, p. 4)
A criança precisa aproveitar sua infância, inocência para no futuro, só ter boas
lembranças desta época. Estudar e brincar precisa estar presente no seu cotidiano, além
de ter uma família que a oriente e apoie em todas as suas decisões e atitudes. Acredito
que assim, esta criança terá um melhor desenvolvimento cognitivo, emocional, motor e
psicológico.
De acordo com o RCNEI (1998):
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte
de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma
determinada cultura, em um determinado momento histórico. É
profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também
o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência
fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece
com outras instituições sociais. (RCNEI, 1998, p. 21)
Voltaremos agora a nossa discussão para a criança de um a dois anos, que nesta
fase cursa o berçário II. Para isto, começarei citando os objetivos gerais da educação
infantil de acordo com o RCNEI (1998):
Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais
independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas
limitações; Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de
cuidado com a própria saúde e bem-estar; Estabelecer vínculos afetivos e de
troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima e ampliando
gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos
poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais,
respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se
cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio
ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e
necessidades; Utilizar diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral
e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de
forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos,
necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de
significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de
interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.
(RCNEI, 1998, p. 63)
Nessa fase, a criança está cheia de energia e entusiasmo. Aprende por meio
da exploração do ambiente, curiosidade, imitação e imaginação sem fim.
Quanto mais a criança é estimulada a falar, movimentar-se e descobrir, maior
será o desenvolvimento do seu cérebro e da coordenação fina dos seus
movimentos. Essas realizações ajudam a criança a se comportar com mais
competência e confiança. A criança, nessa fase, já pode engatinhar e andar e
se desloca pela casa. Abaixa-se, sem cair, para pegar objetos no chão.
(UNICEF, S/D)
As possibilidades são infinitas para crianças desta idade, elas não gostam de
ficar sentadas por muito tempo, nem ficar quietas ouvindo uma pessoa falar. Adoram
correr, pular, ter muitos brinquedos ao seu alcance, dançar, ouvir a mesma história
várias vezes entre tantas outras possibilidades.
Em relação ao desenvolvimento psicomotor, o autor Le Boulch(1982, pag. 58)
diz que “entre 11 e 12 meses, a criança pode deslocar-se de pé com ajuda, assegurando-
se de uma mão, podendo pegar um objeto”. Logo ela aprende a se locomover sem ajuda
e aí ninguém mais segura, ela vai explorar todos os lugares possíveis para sanar suas
curiosidades.
Neste aspecto da necessidade da exploração da criança nesta faixa etária, o
mesmo autor nos diz o seguinte:
Podemos perceber que a criança não tem a mesma noção de espaço como os
adultos, mas sim, se faz por mera intuição. Agora, o autor nos traz a questão do período
linguístico para estas crianças:
Deste modo, é de suma importância que haja uma cumplicidade entre a família
e as educadoras por meio de trocas de informações para não haver mal-entendidos.
Desta maneira, a criança terá um bom comportamento com limite e disciplina tanto em
casa como na escola.
A cerca da disciplina, a autora nos diz que na creche, por exemplo, as
educadoras precisam pensar bastante nas atividades propostas e na rotina, pois se não
souberem elaborá-las, só incentivará a falta de disciplina na criança, pois:
Desde cedo, o educador deve começar a introduzir algumas regras. Para isso,
montar atividades diárias como conversas de roda pode ser muito
interessante. Na roda é possível estabelecer, junto com as crianças, regras
necessárias em jogos e brincadeiras, bem como sobre a vez de cada um falar,
os momentos de sentar ou de levantar, etc. as regras podem ser registradas
conjuntamente com as crianças em quadros de avisos a serem dependurados
em locais de fácil acesso, lembrando sempre o combinado. (FRAZATTO
apud ROSSETTI-FERREIRA 2000, p.175).
Por isso, é preciso que o educador esteja muito atento aos fatores que poderiam
ter levado a criança a morder. É bom ter sempre muita variedade de brinquedos na sala
para que não haja disputa por algum, nunca dar mais atenção a uma criança do que para
outra para não haver ciúmes entre tantos outros fatores.
Assim como toda criança, a que está no berçário II precisa de muito carinho,
respeito, atenção, cuidados e muito amor principalmente nas fases citadas, das
mordidas, do choro e das birras assim como quando há a falta de limites e disciplina.
Estas são apenas fazes e é absolutamente normal todas as crianças passarem por elas.
Conforme elas vão crescendo e desenvolvendo a fala e a psicomotricidade, estas
atitudes vão desaparecendo.
4 METODOLOGIA
Coleta de dados
Por meio deste trabalho, pude perceber o quanto é importante o papel da creche
da vida das crianças. A instituição não é um lugar apenas para que a criança passe o dia
enquanto a família está trabalhando, não é apenas uma segunda opção. A creche é uma
segunda casa onde as crianças aprender a ter disciplina, cumprir regras e horários, a
dividir com o outro colega, a socializar com outras crianças e adultos, enfim, são tantas
as vantagens que se fosse para ficar em casa, às vezes elas não teriam toda esta
evolução.
Por outro lado, é triste deixar o filho em uma escola e saber que ele passa mais
tempo com os outros, do que com sua própria família. Acaba que você perde os
primeiros passos do filho, a primeira palavra que ele fala, a primeira vez que ele usou o
penico, enfim, a maioria das evoluções da criança, quem vê é as educadoras e não os
pais.
Será que vale a pena? Não seria melhor fazer um esforço e deixar a criança
com algum parente ou trabalhar meio período para ficar mais tempo com o filho? Por
outro lado, não tem como negar a diferença do desenvolvimento de um bebê que só fica
em casa com a família e de outro que fica o primeiro ano de vida na creche.
Eu já tive a oportunidade de ver uma menina de nove meses chegar à
instituição e não ter a coordenação motora do pescoço para sentar porque só ficava no
colo. Neste sentido, o papel da creche é de suma importância para o desenvolvimento
dos bebês, mas para isto, a família paga um preço muito alto, que é deixar o filho a
maior parte do dia na instituição.
Então, o que fazer? Com quem deixar a criança? Na creche ou em casa? Em
qualquer das opções, o desenvolvimento da criança será melhor ou pior? Penso que
ninguém terá esta resposta, às vezes a criança que fica em casa tem um ótimo
desenvolvimento e outra, começa a andar, por exemplo, depois de um ano e meio.
Creio que vai da necessidade de cada família deixar o filho ou não na creche,
apesar de que há muitas crianças em creche que as mães não trabalham e colocam os
filhos na instituição tirando a vaga de outra criança que não tem outra opção além de
ficar lá.
Todas as crianças tem o direito à educação como vimos na constituição federal,
art. 208: o dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: “iv -
educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(redação dada pela emenda constitucional nº 53, de 2006).
Quem pode dizer que a criança precisa ou não de estar na creche? Como
vimos, é um direito de toda criança até cinco anos estar na creche ou pré-escola. Apenas
a família sabe da necessidade de colocar o filho na creche. Penso que precisaria
melhorar o salário dos professores, haver mais respeito e menos preconceito com estes
profissionais.
O certo é que para essas mães a creche cumpre um papel importantíssimo, que
é dar segurança, afeto e proporcionar o desenvolvimento das crianças de maneira feliz.
As respostas das mães evidenciam isso, sem a menor dúvida. A creche pesquisada dá o
que a mães precisam.
Melhorar as condições de trabalho dos professores, haver apenas a quantidade
de crianças que a sala comporta para que haja um melhor desenvolvimento e interação
destas. Além disso, haver comunicação, respeito e colaboração entre a família e as
educadoras para que desta forma, facilite a adaptação da criança na creche.
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Anexo 01
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
CAMPUS JATAÍ