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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS


HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: PRÁTICA COMUM CURRICULAR IV
DOCENTE: PROF. DR. MAURO CEZAR COELHO

RELATÓRIO ESCOLAR

MATHEUS DA SILVA NONATO (201979240004)

ALAN BATISTA

AYMÊ JILVANA

BRASIL

2022

RESUMO
Este relatório tem como objetivo explicitar as atividades realizadas pelos alunos
Matheus Nonato, Alan Batista e Aymê Jilvana com a orientação do Professor
Doutor Mauro Cezar Coelho, durante a atividade extracurricular da disciplina
Pratica Comum Curricular IV, efetivada na Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Barão de Igarapé Miri, localizado no bairro do Guamá e a
Escola de Ensino Fundamental e Médio Padre Francisco Berton, localizada no
bairro do Tapanã, as escolas tem como entidade mantenedora: Secretaria de
Estado e Educação (SEDUC) do Estado do Pará. A referida atividade
extracurricular teve uma carga horária de X, e a realização do mesmo nas
escolas foi do período de X a X. Essa atividade tem como escopo compreender
as exigências, dimensões e desafios da utilização e uso dos livros didáticos
dentro das salas de aula, a atividade foi realizada junto aos alunos do ensino
fundamental. A atividade tem como foco fundamental o contato entre os alunos
de licenciatura de História do ensino superior com a realidade educacional no
nível do ensino fundamental, assim como, as práticas docentes do professor
em exercício na rede pública relacionadas com a utilização dos livros didáticos
no contexto do ensino de história. A atividade extracurricular que foi feita na
escolar não foi apenas o momento de observação das práticas docentes e sua
associação com o uso do livro didático, mas também, a explicitação da
inseparabilidade da pratica com a teoria.

Palavras-chave: Livro Didático, Práticas Docentes, História.

Introdução
A atividade extracurricular teve início na própria universidade, com a
apresentação da proposta do curso, e das atividades a serem realizadas no
espaço escolar. Na Universidade foi passado, de forma didática e objetiva,
as dimensões que cercam o debate relacionado ao livro didático e seus
desafios dentro do ambiente escolar, que desde então só havíamos lido nas
obras literárias presentes na bibliografia obrigatória e complementar do
curso, que abordam o assunto em debate.
Depois das primeiras aulas executadas pelo professor, no qual foram
mostrados quais as discussões historiográficas do tema na academia, e
quais os melhores passos, que poderíamos realizar, pra fazer uma
observação mais ampla dentro da escola, sempre tendo como base obras
da bibliografia, que abordam esse universo que é a comunidade escolar e
os livros didáticos. Os ricos debates, e troca de experiências, realizados em
sala de aula, nos trouxeram um enorme aprendizado, com cada um
contando suas experiências na sala de aula.
A utilização e uso dos materiais didáticos dentro da sala de aula é um
assunto poucos debatido nos cursos de licenciatura da academia brasileira,
a formação inicial e continuada do educador é um fator extremamente
essencial para o processo ensino-aprendizagem dos alunos. A existência
de profissionais que tenham tido ampla participação nessa discussão é
importante no contexto da formação escolar do aluno.
Diante disso, os cursos de Licenciaturas, precisam cada vez mais oferecer,
além de conhecimentos científicos, atividades práticas de qualidade
relacionadas ao uso do livro didático, sob curso, como também, tem por
obrigação colocar em exercício a articulação entre a teoria e a prática.
Diante do exposto, este trabalho tem como foco refletir/discutir, sobre a
questão do livro didático dentro da sala de aulas através de observações e
a correlação teoria e prática.
A atividade de observação sobre o uso do livro didático, foi desenvolvida,
abordando as três dimensões propostas para a pesquisa etnográfica em
sala de aula. Segundo André, “Para que se possa entender o dinamismo
próprio da vida escolar, é preciso estuda - lá com base em pelo menos três
dimensões: Institucional ou organizacional, a instrucional ou pedagógica e a
sociopolítica cultura “. André (1995, p. 8). Desse modo, este relatório está
dividido levando em conta essas três dimensões:
1. Institucional e organizacional

Partindo da dimensão institucional, as escolas escolhidas para o curso de


Pratica Comum Curricular IV em História foram a Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Barão de Igarapé (Ver Figura 1 e 2) que estiveram como
observadores os alunos Matheus Nonato e Aymê Jilvana, e a Escola de Ensino
Fundamental e Médio Padre Francisco Berton que teve como observador o
aluno Alan Batista (Ver figura 3 e 4).
ESCOLA BARÃO DE IGARAPÉ MIRI:
Figura 1. Fonte: https://petgeografiaufpa.wixsite.com/forpet2016/blank-c1rzs

FIGURA 2. FONTE: https://agenciapara.com.br/noticia/28275/

ESCOLA PADRE FRANCISCO BERTON

FIGURA3 .FONTE:https://www.facebook.com/escolaberton/photos/a.103488274824891/103488914824827/ ,
FIGURA 4. FONTE: http://escolaberton.blogspot.com/2018/05/a-escola-francisco-berton-tem-o-prazer.html

Escola Barão de Igarapé Miri: possui um espaço considerávelmente grande


para as realizações das ações pedagógicas no ambiente escolar comparado a
outras escolas do municipio, com isso dando aos profissionais de educação e
ao corpo docente, boas condições de estudos. Quanto a estrutura física, a
escola Barão de Igarapé Miri conta com: 20 salas de aula, uma biblioteca, trés
banheirost Banheiros para os alunos, laboratório de informática, sala de vídeo,
sala de Direção, sala de secretaria, sala de Professores, banheiro para
Professores (as) e funcionários (as), cozinha, refeitório e quadra de esportes.
O colégio detém nota 3,2, no IDEB do ano de 2019, aumento considerável em
relação ao ano de 2017. Aproximadamente existem 1.000 alunos matriculados,
dos quais, 700, se encontram nos anos finais, 400 no Ensino Médio, 360 no
EJA.
Escola Padre Francisco Berto: A Escola possui nota 4, no IDEB de 2019, o que
mostra uma evolução comparada as pesquisas anteriores, que mostravam, por
exemplo, que em 2005, a nota era de 2,6. Com um total de 1.130 alunos
matriculados, dos quais, 528, se encontram nos anos finais, 602 no Ensino
Médio, 260 no EJA e 49 na educação especial. Sobre a estrutura física da
Escola; não conta com uma biblioteca para uso dos alunos, apenas uma sala
onde se encontram os livros didáticos, possui um bebedouro, sala dos
professores, sala de leitura, quadra de esportes, um auditório (onde a
permaneça é quase impossível por conta dos mosquitos e do calor), sala da
diretoria e sala de atendimento especial e salas de aulas,
Em relação as duas escolas, as salas de aula tem uma estrutura que dificulta
muito, de certa forma o aprendizado, por serem extremamente pequenas e
quentes. como mostra o desenho abaixo feito em uma das observações:
Imagem 2

Imagem 2
Na imagem 01, sala da turma do 7º ano, tarde, a distribuição das cadeiras é de
três fileiras com, 10 cadeiras em cada, sem janelas e com dois ventiladores,
um não estava funcionando.

Na imagem 02, Sala da Turma do 7º ano, tarde, as cadeiras são dispostas em


seis fileiras, sem janelas e com dois ventiladores.

2. Sociopolítica cultural

Sobre a região em que se encontra as duas escolas, a Escola Padre Francisco


Berton fica no bairro do Tapanã, antes conhecido como "Pouso do Tapanã", o
bairro que hoje tem o mesmo nome começou a ser ocupado no ciclo da
borracha. Era uma área inicialmente composta por grandes fazendas. Uma
propriedade em particular era muito conhecida: a hospedaria Tapanã, que ficou
conhecida como "Hospedaria do Diabo" ou "Hospedaria do Inferno". Isso
porque os "soldados da borracha", a maioria nordestinos, sofreram todo tipo de
maus-tratos naquele lugar. O colégio Barão de Igarapé Miri se localiza no
bairro do Guamá, o nome é em referência ao rio Guamá, é o bairro mais
populoso dos 48 bairros da cidade de Belém, o bairro possui um dos perfis
socioeconômicos mais carentes da capital.

Os bairros são conhecidos por serem um dos mais perigosos de Belém, é


também uma área com grandes lacunas no que diz respeito a políticas públicas
que ofereçam uma melhor condição de vida para os moradores locais. E isso
forma as características básicas dos discentes: provenientes de bairro
periférico, baixa renda, poucas opções de saída, acesso à internet dificultado,
tendo que trabalhar cedo para complementara renda da família, etc.

3. Institucional e Pedagógico.
Nesse ponto, o relato parte da linha de explanar a relação professor – aluno,
conhecimento e atividades realizadas, partindo do pressuposto de que, “A
Observação é entre outras coisas uma forma de estabelecer relação com o
empírico, sendo a escolha inicial a de alcançar uma inteligibilidade das práticas
de ensino tomando por base o que pode ser constatado em situação de ensino
aprendizagem”. Conte, Et al (2020). As atividades na escola Padre Francisco
Berton foram realizadas as terças feiras, no horário da manhã, das 7h30 às
12h15, nas turmas de 6º e 7º anos pelo aluno Alan Batista As observações em
sala de aula na escola Barão de Igarapé Miri foram realizadas em quatro
turmas do 7° Ano – do Ensino Fundamental no turno da tarde pelos discentes
Matheus Nonato e Aymê Jilvana. Observando assim 8 aulas de 45 minutos por
semana (Terça e Sexta) dadas pelo professor Rosário da Conçeição Pantoja
da Silva. As observações foram divididas em três pontos importantes, o
primeiro era quando chegava no colégio na sala dos professores, o segundo
em sala de aula com a professora e os alunos e o terceiro, com os alunos no
recreio, corpo docente e demais trabalhadores da escola.
Houve uma recepção amistosa da maioria dos funcionários da escola Barão de
Igarapé Miri, ao contrário de escolas que, quando se dão conta que são
estagiários ou alunos do ambiente acadêmico em atividades extracurriculares,
olham de certa forma preconceituosa para o discente acadêmico. No primeiro
dia, na sala dos professores, um professor, nos olhou com um olhar
desconfiado, chegou a fazer essas perguntas direcionadas ao discente
Matheus(ex aluno da escola), perguntando sobre o que ele está fazendo
naquele ambiente, falando que “A educação não tem jeito. Escolha outra
profissão.”
Falando do “antes da aula”, a sala dos professores, esse ponto é importante,
para entender como os professores se comportam fora da sala de aula, e como
eles veem a suas turmas, tanto pelas conversas que nos presenciamos, nas
discursões de sobre as dificuldades de trabalho, sobre a estrutura da escola, os
alunos, a diretora, o salário, etc., mas principalmente por eles não ligarem para
a nossa presença, pelo contrário, nos incluíam nas conversas e sempre
diziam frases como, “vai te acostumando”, etc.

Nessas observações, antes aula, o discente Alan Batista pode perceber muitas
coisas, pois ele estava acompanhando a professora em apenas duas turmas, e
a escola possuía muitas outras, a partir do relato dos professores ele tinha
sobre os acontecimentos que permeavam as outras turmas, relatos do tipo,
alunos usando drogas em sala de aula, vendo conteúdo pornográfico na frente
do professor, professores sendo ameaçados por pais de alunos, situações de
abuso sexual, e fome, principalmente a fome, eram corriqueiros na sala dos
professores
Observamos nas duas escolas professores cansados, sem saber o que fazer,
nas falas de alguns, era possível identificar, que eles eram interessados no seu
trabalho, não era só pelo salário, mas era perceptível que não tinham mais
interesse que nos primeiros anos de docência, talvez o processo os tenha feito
perder aquele gás, isso talvez se explique pelo choque da teoria com a pratica,
entre uma formação acadêmica e o trabalho em sala de aula como pontua
Cunha:

[...] Ocorre um descompasso entre a formação universitária e a prática da


docência, o que contribuiu para uma crise de identidade, e consequentemente
baixo estima. A formação inicial do educador contribui na (in)satisfação
profissional, principalmente na esfera formativa da pratica escolar e pela
dicotomia entre teoria e didática. (CUNHA, Et al, 2011, p. 156).
Sem dúvida as conversas na sala dos professores foram muito boas no sentido
de compreender um pouco mais a dinâmica do real e do imaginado.
A etapa de observação nos ajudou a refletir sobre a realidade escolar e a
relação Aluno – Professor – Livro didatíco, de como são as variáveis e as
dinamicas impostas pelo docente em detrimento do cotidiano da sala de aula.
Buscamos observar e identificar estratégias de ensino utilizados pelo professor,
os recursos utilizados e aplicados por ele, o tipo de avaliação utilizada por ele,
como ele utiliza o material didático, a relação e receptividade dos alunos em
relação a aula ministrada, e o relação cotidiana aluno-professor.
5.1 Observações nas escolas – Dentro da sala de aula.
- Escola Barão de Igarapé Miri(Aymê Jilvana, Matheus Nonato)
As salas que observamos na escola Barão de Igarapé Miri possuiam cerca de
30 alunos, numa faixa etária entre 12 e 14 anos aproximadente, maioria eram
alunos residente do bairro do Guamá. Durante as primeiras aulas, observamos
que o professor tinha um bom relacionamento com a turma, porém, ele não
detinha o dominio da classe, ficando a cargo de alguns alunos que estavam
prestando atenção na aula imporem “ordem” na sala de aula. Durante a
chamada da frequência, a maior parte dos alunos ficavam tirando selfies dentro
da sala de aula, ouvindo músicas, logo após de responderem a frequência
alguns alunos saiam de sala, além de ficaram escrevendo e desenhando
coisas parelas em relação ao assunto ministrado na aula e escrito na lousa
pelo professor.
O professor tinha como base a aula expositiva tradicional, no cotidiano escolar
enquanto o docente descorria sobre os assuntos da disciplina os alunos
tinham uma postura quase que totalmente passiva. As aulas, eram centradas
na questão transmissão-assimilação dos conteúdos e na figura do professor
como centro do processo transmissor. O professor não conseguia conduzir a
aula em muitos momentos, bem como a estrutura e dinâmica com os alunos
em sala de aula.
O docente ocupava 15 minutos da aula escrevendo no quadro textos do
capitulo do livro didático em que ele iria fazer a exposição e pedia para que os
alunos copiassem, frequentemente ele chegava a ditar trechos do texto (ele
nos dizia que fazia isso para ajudar na escrita dos alunos, como também,
acalmar a turma nos momentos de agitação). A exposição feita pelo professor
em sala ocupava a maior parte do tempo da aula e, muito raramente, ele era
interrompido pelos alunos para a promoção do diálogo a respeito do assunto
abordado. Quando encerrava a exposição, o professor solicitava que os alunos
resolvessem entre dois/três exercícios que o livro didático trazia sobre o
assunto, com o objetivo de fixá-lo. Algumas vezes, ele fazia a correção dos
exercícios junto com os alunos no final da aula, outras vezes ele deixava os
exercicios para serem feitos em casa.
O professor durante a reta final das observações(próximos das
avaliações/provas) começou a provocar a participação dos alunos por meio de
perguntas durante a leitura desses textos. O professor direcionava uma mesma
pergunta a vários alunos visando incentivar a produção de uma resposta mais
completa, mas também, proporcionar a ocorrência de diversas interpretações.
Em alguns momentos, deixavam espaço para que eles expusessem suas
dúvidas a respeito do assunto em questão. Essas perguntas tinham por
objetivo verificar se eles estavam entendendo o conteúdo em exposição,
porém, na maioria das tentativas o professor não teve sucesso.
O espaço de todas as salas de aula da escola se encontravam lotados em sua
capacidade máxima de alunos, os locais eram iluminados, porém os ar-
condicionados e ventiladores não funcionavam, recorrentemente os alunos
reclamavam do calor na sala de aula, alguns diziam que isso atrapalhava a
aprendizagem e a concentração da turma. As salas estavam equipadas com
mesas individuais para o professor, quador e carteira para os alunos. No
decorrer das observações nas aulas, constatou-se algumas dificuldades do
professor em administrar o tempo das atividades durante as aulas. O início das
aulas era sempre marcado por dois eventos principais: pedido de silêncio ou
chamada da lista de frequência. O tempo gasto pelo professor em cada um
desses eventos variava entre as séries e de uma aula para outra.
Durante a observação, verificou-se que embora os conteúdos fossem
diferentes as práticas de ensino do professor basicamente são inteiramente
baseados no uso de a linearidade do material didático. O professor nos afirmou
diversas vezes durante o semestre que a falta de tempo disponível tanto para
executar e planejar as atividades diversas levaram a um engessamento de sua
prática docente.
- Escola Padre Francisco Berton(Alan Batista)
Passando para o segundo ponto da observação, nas turmas 01 e 02 alunos do
6º e 7º anos, no primeiro momento me deparei com a situação, que pelo visto
era geral, a partir do que ouvi no colégio, e em aula dos meus colegas de
turma; não tinha livro didático para distribuição, pelo motivo de que precisavam
que os alunos dos anos anteriores devolvessem os livros que tinham usado
anteriormente, uma problemática que aparentemente deixava a professora
impotente, sempre pedindo para que os alunos devolvessem os livros, um
problema a meu ver, que é mais responsabilidade da escola do que dos
alunos, “sobre essa questão vale ressalta que o livro didático é um direito do
estudante, com distribuição universal e gratuita para todos os alunos da rede
pública.” (BRASIL, 2008).
Os alunos, não tinham o livro, mas a professora sim, e esse era o seu principal
instrumento de trabalho, isso é, de certa forma compreensível, partindo do
pondo de que, “o livro didático continua sendo o principal instrumento de
trabalho e produto cultural que a maioria dos professores e alunos tem acesso,
funcionando como suporte fundamental na relação de ensino-aprendizagem.”
(LISBÔA, Et al, 2015, p. 4), e ela utilizava para passar o conteúdo, durante
todas as observações que eu pude realizar, a maneira dela agir foi parecida,
apesar de que quando os livros foram distribuídos, finalmente para turma, isso
aconteceu na ultima semana de aula. Ela chegava na sala, cumprimentava os
alunos, e mandava abrir o livro no capítulo, quando eles ainda não tinham o
livro, ela copiava, quando eles já haviam recebido, ela mandava que eles
copiassem dele.
O conteúdo aparentemente não avançava, todas as aulas tinham uma
atividade para que fosse entregue na aula da semana seguinte, e poucos
alunos traziam a atividade pronta na outra semana, isso implicava que ela
mandava que eles resolvessem em sala de aula, coisa que atrasava o
conteúdo, quando a docente estava explicando o assunto havia pouca adesão
no sentido de participação no que estava sendo exposto, as aulas não
mudavam, em uma semana foi proposto um seminário para a turma do 7º ano,
poucos alunos conseguiram apresentar. A turma apresentava um
comportamento bem difícil, salve a estrutura da escola, era um entre e sai para
beber água, gente gritando, correndo, etc.,
Claramente o livro didático era um roteiro, inclusive no meu ultimo dia de
observação a professora perguntou se no outro semestre eu faria estágio, eu
respondi que sim, ela me pediu que voltasse para a mesma escola e
acrescentou “eu te dou os livros didáticos direitinho, e é só seguir o que tem lá.”
Dessa forma a partir do que foi sentido em sala de aula, o comportamento da
professora pode ser classificado nos três domínios, o domínio relacional,
domínio didático epistêmico, domínio pragmático (ALTET, 2009, apud ALTET,
2017, p. 5). Sobre o domínio relacional, a turma a respeitava, porém não se
sentia atraído pelo conteúdo que ela aplicava, sobre o domínio, didático
epistêmico e pragmático, ela claramente aparentava ter conhecimento do
conteúdo que aplicava, isso ficava claro nas suas explicações, porém, a
maneira que isso era repassado para turma era falha, falha por que os alunos
não respondiam ao que ela desejava, todas as vezes que eu conversei com
ela, em nenhuma demonstrou preocupação se eles estavam aprendendo algo,
todas as vezes os comentários eram sobre o comportamento deles. Ficou
claro a discrepância entre o que a docente faz, o que ela diz que faz e o que se
espera que ela faça, ficou mais calrp ainda com a entrevista.
Em uma aula o professor pediu que na próxima semana, quando estivéssemos
nas escolas, fossemos com o seguinte questionamento: “o que eu faria de
diferente?”, em relação ao comportamento do professor em sala de aula, eu
sinceramente, me perguntei muitas vezes sobre oque eu faria, e a resposta
nunca pareceu adequada, agora finalizando o relatório, e depois de todas as
aulas que tive, acredito que primeiramente, antes de qualquer coisa, o primeiro
a se fazer era entender minimamente o comportamento do aluno, entender
sobre o que a psicologia diz e também entender o meio social, familiar ele está
inserido, e muito disso só será possível através da conversa e do diálogo com
defende Freire:
[...]o diálogo é necessário para desalienar e(re)inventar o mundo, como um
elemento de poder pedagógico que ao transformar o mundo, transforma-se
reciprocamente. É o diálogo enquanto princípio norteador que nos oferece a
possibilidade para a utopia esperançosa, pois não há diálogo sem a esperança
de mudanças para os avanços e melhorias das vidas humanas. (FREIRE,
1980, p. 82 – 83 apud CONTE, Et al, 2020, p. 12)
Pois cada um tem uma realidade especifica, apesar de estar inserido em um
meio parecido, entender e não utilizar o livro didático como um roteiro, mas
como uma ferramenta de trabalho, uma ferramenta que poderá me auxiliar.
6. Análise do livro didático.
Este documento originou-se em São Paulo no ano de 2018 e esta é a sua 1ª
edição, a sua produtora é a editora Moderna. A primeira vista pode-se notar
que o documento analisado apresenta em sua capa uma imagem simbólica de
uma comunidade indigena. O material usado na construção da capa é de boa
qualidade.

Fonte: Matheus Nonato

6.1. Análise do livro didático – Organização


O livro didático analisado é organizado da seguinte maneira: 8 unidades com
21 capítulos inseridos e distribuídos em 240 páginas. Inicia-se com a unidade
reinos e povos da África, em sequência, a Europa moderna em formação,
Ámerica: Terra de muitos povos, a expansão maritima Europeia: a conquista e
a resistência na América, colonização da América, economia Açucareira,
expansão da América Portuguesa, a mineração no Brasil colonial.
6.2. Análise do livro didático - Biografia da editora chefe e elaboradores
originais.
Editora Chefe: Ana Claudia Fernandes
Formação: Bacharela em História e mestra em Ciências no programa de
História Social pela universidade de São Paulo
Elaboradores Originais:
Renata Isabel Chinelatto Consegliere: Bacharel em História pela Universidade
de São Paulo
Solange Freitas: Bacharel e licenciada em História pela Universidade de São
Paulo.
Joana Lopes Aculo: Bacharel e Licenciada em História pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, Mestre em História na área de
concentração História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo.
Maria Raquel Apolinário: Bacharel e licenciada em História pela Universidade
de São Paulo.
Pamela Shizue Goya: Bacharel em História pela Universidade de São Paulo.
Maria Lidia Vincentin Aguilar: Bacharel e licenciada em História pela
Universidade de São Paulo.
6.3 Análise do livro didático – Conteúdos abordardos
A temática relacioanada a abordagem cultural é uma preferência nos
conteúdos de História do Brasil no livro, essa abordagem volta a ser relevante
para o trabalho com o período do descobrimento e início da colonização
brasileira e as resist. Ao observar algumas imagens que destacam as
peculiaridades do monoteísmo ioruba, no que se revela em uma rica
experiência para os alunos frente à visão etnocêntrica estabelecida no
período.A abordagem político-administrativa é também bastante presente no
material didático, observamos logo na primeira unidade o autor passa a
trabalhar a organização de reinos na África .
O autor resalta na unidade sobra mineração no período colonial, uma narrativa
que busca demonstrar os efeitos políticos derivados da economia das minas.
Essaa abordagem política é reforçada –pelos temas: revoltas
emancipacionistas e o período imperial. Diante disso,vinevitavelmente o livro
didático destina-se a pela abordagem histórica político-administrativa.
Referencias
ANDRÉ, Marli Eliza D. A. de. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus,
1995, p. 27-34.

CONTE, Elaine; HABOWSKI, Adilson Cristiano; BRANCO, Lilian S. Alves;


RIOS, Míriam Benites. A observação do cotidiano escolar na práxis formativa.
Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, v. 14, p. 1-17, e2787032, jan./dez.
2020. Disponível em
http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/2787/914.

CUNHA, Jorge Luiz da; CARDOZO, Lisliane dos Santos. Ensino de História e
formação de professores: narrativas de educadores. Educar em Revista,
Curitiba, n. 42, p. 141-162, dez. 2011. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/er/n42/a10n42.pdf.

ALTET, Marguerite; MHEREB, Maria Teresa. A observação das práticas de


ensino efetivas em sala de aula: pesquisa e formação. Cadernos de Pesquisa
[online]. v.47 n.166 p.1196-1223 out./dez. 2017. Disponível
em:https://www.scielo.br/j/cp/a/Kw9Wt8FzG8NtDmcy9sYvDcQ/?format=html#

LISBÔA, Elaine R. Mendes; SILVA, Márcia A. Teixeira da; SOUSA, Thalisse


Ramos de. Velhos objetos x novos olhares: os usos do livro didático no ensino
de história. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v. 15, n. 65, p. 252–264,
2015. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8642709.

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