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ee calcie—Anepdigi phate (atone dr Sut 20 isp ‘bona Rand 7504 Fa ar acon Capi ne Rtn "Cina tre asthe 3238 rn re tgs stn ance es ™ repre ache (lpn Mor anos agree tod see te Lop datas (itieci sin St teldeyaeconte eramouyecon ‘erm Teer prea ee eg “Aatengio eos problemas filosoios. de ontrinedoinanro com iii @EDICOES LOYOLA Sito Paulo, Brasil, 2016 i 1.Aatencao Estudo fenomenolégico da atencao e de suas conexées filoséficas' ios: atencdo e percepcso ivo desta comunicagao ¢ duplo: esbogar uma psicologia es- jente descritiva da atengio e mostrar as ineidencias do pro- atengio nas grandes questdes metaiscas como a verdade e a ja de uma psicologia mais preocupada em compreender © que iado do que em explicé-lo 6 hoje clissca. Fos introduzida por Husser estima que toda psicologia¢ flseada pelo uso de con- estados do mundo fisico e que importa apreender 0 que hi rho que évivenciado. tac proud emRene en 2 dete de 199 comite d Cece 12 wer Eman Leoan sca cde gd Buti st Coc de Our, bolt em qu fos peblcads ea conference Pugs i nimer 15 ata danco-marg de 180 A comunica pbliada ese aise dimeric Om Micon ncagka de Terie dara.datado ete deemvlvimentn, He nos hain ents ir de issn exten cara, eho pron ha Aleman, Nest Bice uc ut her nade decker n rca do geet oa edi absitarnent neon asi te ono toa ema clea en cade (Now do er anc) | ‘Uma descrigao pura da atengio prestupde que estejaresolvida uma _questao previa a dasrelagBes entre “prestaratencio” e"perceber’: Desde 1894, na Inglaterra, isto 6, fora do movimento fenomenolégico, Shand notava quanto os psicdlogos subestimam habitualmente uma carac ristcaessencial da tengo: atencio se expressa por um verbo:"prestar atengio a’, que exige um complemento, assim como escutar,cheirarolhar, ‘meditar.Osgrandes estudos de Husserl nos permitem interpretar plena- mente essa caracterstica que a atengio compartlha com todos 0s atos Psiquicos. Essa exigéncia da linguagem significa que referencia a outra| coisa além desi éessencil paraadescricao da ateneio: sua realidade est por intero nessa referencia. A atengao é um ato intencional. Serd preciso manter essa caracterstica no primeira plano da andlise. ‘ers preciso, sobretudo, nfo perder de vista que a referéncia de um atoa seu objeto — do olhar ao espeticulo —ndo é uma relagio como as ou tras, A caneta-tinteno esti a0 lado do tnteira 0 marceneiro € causa da ‘cadera: esas sto relagoes de objeto a objeto de coisa a coisa io relagdes intramundanas;nenhuma delas pode aproximar-nos da referénciade um atoaseu objeto, que évivenciado (enjoyed erlbt), mas jamais plenamen- te pensado— entendo por isso postado dante do espirito como um ob jeto ou uma relagto entre abjetos¢ situado numa tabela de categorias. Mais que isso, 0 ato e seu objeto no sto duas realidades, dois termos si :métricos concebiveis separadamente; assim, o ato da atengao nada € em ‘si mesmo sendo atengao a alguma coisa, © essa “alguma cosa” nada €s indo aquilo a que o ato se refer. ‘Ora,a que seprestaatengio? Um psicdlogo versado nalinguagem da psicologiaclisscaresponderi: a representagdes —entendendo por isso" ‘imagem que um objeto engendra em nossa consciencia”; acrescentai: “e mundo, na medida em que o conhecemos, se compe unicamente de nossa representagoes"s tanto é que o conjunto de nossasrepresentacOes constitui a um s6 tempo a conscigncia, na medida em que ela conhece, ‘© o mundo, na medida em que € conhecido. A atengio lento] js nto sendo uma operasio reflexiva, uma conscigncia em segundo reduplicagao da representacdo. E impossivel dizer quo falso ‘A representacao nao €0 objeto da atengao, por duasra- [porque a representagio é ela propria, um ato intencional, no ‘mental; (b) porque a atenga0 nao é numericamente distinta 0 que chamaremos doravante de percepsa0. 2 percepco€ intencional fenomenologia da atengio depende de uma fenomenologia Ora, esta tims € viciada em sua base pela nogao de “re- 0" Importa corrigir a noco de representacao tal como esti ‘entre a maior parte dos psicdlogos. no "ter uma representagao na consciéncia" nem "ter cons- de uma representaglo” Perceber € conhecer objetos, o mundo. ypercebo, no estou ocupado comigo, nao conheso a mim. Estou ‘mim. De nada serve dizer que, a identificar a representaca0 a 10 ou. a um modo da conscitncia (concebida de acordo com stico ou flutuante), nao se pretendia acentuar 0 aspecto re- ‘consciéncia, mas simplesmente sua interioridade Justamente, deixa 0 erro1em estado puro: passa-se ao largo do aspecto da percepsao:a apreensio intencional do Outro, do objeto ato-objeto (emprego deliberadamente um termo maisatenuado relaco); depois se imagina um ambito neutro aque oatodoeue conhecido, peripere eo perceptumn, vém de certa maneira deri ito neutro di-se nome de consciéncia; esa fina pelicula sobre vem colar-se 0 eu € 0 mundo ¢ tia por algo constitutive tanto do percebido quanto do eu que percebe. O qui eo quod, cagitae 0 am se Fundem em um monstro* 0 fendmeno de consciéncia, 0 et co, Essa degradacio da realidade do pensamento tem sua origem ‘motivo em um esforgo paraalinhar o quese denomina o objeto da como das cigncias naturais, em que nao ha intencionalidade. fendmenos psiquicos assim como [ha] fendmenos biol6gicos e, 3 pecifco da atento em um estudo sobre a imagem oriundo do mesmo ‘étodo que o desta comunicacio:adiferenca entre imagem ea percep- ‘lo, tal como &experimentada, repousa sobretudo nisto:0 que constitu a ‘imagem € 0 todo da imagem, ao passo que a percepeo nos dio existente ‘como algo que transborda a percepgio; 0 objeto ¢ inesgotivel, pode set indefinidamente vada de acordo com perspectivas de mtimero indefinido. ‘A totaldade da existencia é dada “em surdina” com o objeto particular ‘mente percebido. O que me parece importante €relacionar esse carster transbordante do objeto & experiéncia da atengio: 0 objeto transborda a percepsio porque a percepgio atentacoleta © percebido do campo total. Goleta pla atencio,transbordamento pelo objeto sio uma Unica emesma coisa, Longe de nos remeter a algum incognoscive, essa nogao de objeto transbordante, de perceptibilidade, faz parte da estrutura da perceps30 tual Essa nogio da perceptibilidade sera retomada adiante, de um pon mais metafisco, Nio quero dizer que tudo o que entendemos «do objeto sca esgotado pela “exsténcia em surdina™* no {da inatencio. Com efito, 0 campo da inatengio nos & dado de junto com oaxpecto percebido (mitgeschaut) ou, antes, junto jum dos esbogas”instantincos do objeto.Ora um objeto nunca de uma s6 ver. Como Husser sublinhou, é da esséncia do ob- 9s dado em uma multiplcidade de esbogos’ de "perspectvas ). Um objeto espacial sempre me é dado de um tnico lado cada lado, de acordo com uma infinidade de angloss mas me anuncia 0 cubo intero. Todo objeto é dado sucessivamen- 30 de um objeto é, portanto, um fendmeno dotado de uma de faces” O que isso significa para nds? A necessidade de fa- do objeto, de esperar como diz Bergson, que o agicar derreta resaltar que cada esboco nao € um signo subjtivo de uma coisa pprcepeio singular dessa corrente continua de percepso jt ‘da coisa”. A coisa nto ¢senao a unidade mais ou menos esses “esbogos” esta coisa, este cubo, endo, evidentemente, 0 género, Essa nogio do objeto percebido como unidade de iplicidade pode esclarecero paradoxo da atenga0, Hussee! no .que eu saa, essas duas ordens de consideragao. Eis como se Jo: Huser] observ, por um lado, que o objeto édadoerm uma de esbososs por outro, que cada percepcto e,portanto, ada esbo- jem dado momento um primeiro plano e um fundo; sso constitui do esbogo atento. Ora, quando presto atencio, mudo, de certa {0 acento do objeto; iro-o, a fim de vr seus lados; ou desenvol- ado para desdobrar seus miitiplos detalhes; ou apreendo-o eno interior de um conjunto maisamplo. Desa mancira mudo visto que a atenqao etd no tempo; o-que ha de notavel, porém,é soo, no caso da atenso, éextraido do anterior": um aspec- Huser. es deri pour ne phonoménaoi.op. it 1, 61-4; en aetoxao ext (Nota do eto ance) TAs Bicoer hava acrescenta, ete patents, emetendo a0 dieenes omiderados ma fase anterior: "quando no fe nada len der 9 Nota do er fants) TALI: P Sarr Structure inetionele de Fim, Reve de metphysiqtdem rae 41988 p 99-08. todo anterior, por mudanga de acento, por distribuigdo nova de planos. ‘Assim, a mudanga de aspecto do objeto na percepgio atenta € um caso particular de desvelamento progressivo do objeto: €o desvelamento que depend de uma simples mudanga em minha atengao, nae do proprio devi das coisas, A identidade do objeto nto € apreendida mais intima mente af, portanto, do que em uma série de apariges do objeto que nao ‘dependem de mim (0 dado que da volts). Nossa exploragio do mundo —e aexperiéncia da identidade ques atravessa— é uma misturaestreita ‘de mudangas de aspectos que conduzo mais ou menos voluntariamente ‘ede metamorfoses que nao dependem de mim. 'Noentanto, nossa anise nos levou a considerar atengao como um ato; as mudangas de aspectos que aparecem na atengao remetem-nos a ‘um movimento interior pelo qual fazemos o objeto gira, detalhamos 0 ‘objeto etc; em suma, remetem-nos a uma mudanga que fazemos aps recer.O que significa “azer aparecer”? Em que medida isso depende de ‘mim ou, antes, o que significa “depender de min”? IL © ato da atengao ‘Sequisermos agora cingir mas de pertoa naturezaexata da atividade

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