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BREDBY THE

BILLIONAIRE
SÉRIE BREEDING SEASON LIVRO #01

SAM CRESCENT
STACEY ESPINO
SÉRIE
breeding season
SAM CRESCENT & STACEY ESPINO
LANÇAMENTO

EM BREVE
ADORA GARCIA não está interessada em gerar o filho
de algum bilionário arrogante. Ela tem planos para sua
vida e não incluem ficar grávida de um homem com o
dobro de sua idade.

Sua mãe solteira, limpa a suíte da cobertura de


Tobias, então quando adora recusa sua proposta
indecente, ele ameaça encontrar uma nova
empregada.

Tobias Bennett precisa de um herdeiro, mas ele não


está pronto para se estabelecer e certamente não está
interessado no amor. Ele não tem um plano até ver a
morena curvilínea de pé em seu condomínio. Tudo que
quer, ele consegue, e ele quer Adora.

O que Tobias não esperava era a onda de


possessividade que o tomou de assalto.

Adora abrirá mão de sua virgindade com o empresário


implacável?

Tobias pode abrir seu coração depois de mantê-lo


fechado por décadas?
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Capítulo um
— Onde está a porra do meu café? — Tobias Bennett
vasculhou os arquivos em sua mesa. Estava ficando velho demais
para essa merda – madrugadas no escritório e funcionários que
não conseguiam seguir instruções simples.

Nesse ponto de sua vida, se imaginou morando em uma ilha


particular, um mojito em uma das mãos e o jornal The Wall Street
na outra. Mas ainda estava administrando os negócios da família,
sem sinais de desaceleração.

Era considerado um perfeccionista e provavelmente muito


pior, mas acreditava fortemente que a riqueza era a medida do
sucesso.

Alguns minutos depois, uma das estagiárias colocou uma


caneca no canto de sua mesa. Ela saiu rápido de seu escritório,
quase começando a correr.

Ele era tão idiota?

Tobias esfregou as duas mãos no rosto. Sabia exatamente o


que o estava deixando louco ultimamente. Seus pais o estavam
perseguindo com afinco por um herdeiro, outro Bennett para dar
continuidade ao império da família.

O problema – ele não estava procurando uma esposa.

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Sua vida de solteiro lhe convinha muito bem e, mesmo aos
quarenta e cinco anos, não estava pronto para se estabelecer. Ele
teria dito a seus pais idosos para recuarem, mas eles tinham razão,
uma que não parava de inundar seus pensamentos.

Morgan olhou em seu escritório.

— Por que você ainda está aqui?

— Trabalhando.

— Vá para casa. É sexta-feira à noite, pelo amor de Deus.

Ele tinha ido para a universidade com Morgan e o contratou


para trabalhar na equipe jurídica da Bennett Corporation há mais
de uma década. Morgan era o único homem que se atrevia a falar
abertamente com ele.

— Tenho aquele grande lance na segunda-feira. Preciso estar


preparado — disse Tobias.

— Nós já cuidamos disso. Está tudo em ordem.

— Tem que ser perfeito.

Morgan exalou, então balançou a cabeça.

— Bem, estou saindo — em seguida, acrescentou:— Não se


esforce tanto.

— Vejo você segunda-feira.

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Tobias recostou-se na cadeira de couro e deu ao amigo uma
saudação simulada.

Mais uma vez sozinho, ponderou as palavras de Morgan.

Sim, ele se esforçava. Era a vida de um Bennett. Seus pais


esperavam perfeição desde o primeiro dia, e sempre entregou. A
empresa era forte, lucrativa e dominava o mercado de ações porque
ele não brincava.

Sempre colocava cem por cento de esforço em tudo que se


propunha a fazer e exigia o mesmo de sua equipe. Se um de seus
funcionários não conseguisse atingir a marca, não pensaria duas
vezes antes de mostrar a porta. Não tinha espaço para fraquezas.

Depois de mais algumas horas, empacotou sua papelada e


apagou as luzes de seu escritório na cobertura de canto. Enquanto
permanecia na escuridão, as luzes da cidade brilhavam com vida
além das janelas do chão ao teto.

Pegou sua pasta e caminhou até a janela, olhando para baixo


de um dos pontos mais altos. Era uma grande festa lá embaixo,
uma cidade que nunca dormia.

Ele colocou a Bennett Corporation no mapa, transformou o


negócio de seu pai em algo multinacional, mas o que aconteceria a
seguir?

O que aconteceria quando morresse?

O legado que construiu morreria junto com ele, todo o seu


trabalho duro e sacrifícios por nada. O negócio poderia continuar

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com o nome da família, mas sem o sangue de um Bennett, seria
um empreendimento sem alma, nada mais do que dólares e
centavos.

— Sr. Bennett?

Tobias saiu de seu devaneio, virando-se para ver uma silhueta


na porta de seu escritório escuro.

— Sim?

— Você gostaria de alguma companhia esta noite?

Ele estreitou os olhos enquanto caminhava para a porta.

— Você não é uma das novas analistas que acabamos de


contratar?

Tobias tinha milhares de funcionários, então não conseguia


lembrar de muitos nomes e rostos. Permitia apenas uma equipe
mínima no andar da cobertura de seu arranha-céu. Ele se lembrou
dessa mulher do novo tour da equipe ontem de manhã, e apenas
porque ela usava uma saia curta.

— Sim senhor.

— E por que você ainda está aqui?

— Queria oferecer minha companhia. — Ela correu o dedo ao


longo da gola baixa de sua blusa.

Ela estava realmente tentando seduzi-lo?

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— Tenho muitos conjuntos de habilidades além da análise e
pensei que você gostaria que eu lhe mostrasse alguns.

Ele zombou. — Você pensou errado, querida. Se você


realmente tivesse feito alguma escavação, saberia que nunca
misturo negócios com prazer.

— Mas...

— Fique no quinto andar. Não quero ver você aqui de novo.

Ela ficou amuada, claramente não esperando que ele a


rejeitasse.

Tobias não era duro. Ele tinha uma longa lista de mulheres
para quem poderia ligar para um encontro. Nenhuma delas
significava nada para ele. Estavam disponíveis para sexo, e é assim
que ele gostava – até agora.

Se quisesse um filho, teria que encontrar uma mulher decente


para ser a mãe. Infelizmente, a maioria das mulheres com quem
fodia eram garimpeiras e ele não queria nenhum drama de bebê.
Só queria o herdeiro, nada mais.

Já podia imaginar isso, uma vida semelhante à sua própria


infância. Seu filho seria criado por uma babá, iria para o internato
e seria treinado para ser o melhor em tudo. Sabia que a
paternidade não exigiria muito esforço de sua parte – ele raramente
tinha visto sua própria mãe e pai ao crescer.

Tobias desceu de elevador até o estacionamento, tentando


tirar os pensamentos de bebês e legados de sua cabeça. Essa

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responsabilidade não deveria ter recaído sobre seus malditos
ombros.

Era o irmão mais novo – até fazer dezesseis anos. Maximus


tinha dezenove anos quando morreu de overdose de heroína.

Claro, seus pais se certificaram de que a verdadeira causa não


chegasse à mídia, as aparências sendo mais importantes do que a
verdade. Tobias tinha visto isso chegando. Ele não fez nada.

Ao contrário dele, Maximus queria mais, queria o amor e o


calor que via em outras casas. O pai disse que ele era fraco, não
conseguia cortar e foi por isso que se matou. Ninguém nunca
mencionava Maximus. Era como se ele nunca tivesse existido.

O elevador chegou e Tobias saiu para a garagem segura. Tirou


as chaves do seu Mercedes do bolso, desligando o sistema de
alarme. Uma vez atrás do volante, jogou a pasta no banco do
passageiro e apertou o volante até que os nós dos dedos ficassem
brancos.

Refletir sobre um passado que não poderia ser desfeito era


inútil e, como seu pai lhe ensinou, emoções eram para maricas.
Ele precisava bloquear essa merda, esquecer o irmão tirado dele
muito cedo. Tentar imaginar uma realidade alternativa só
destruiria seu exterior cuidadosamente mantido.

Ligou o rádio, esperando que a música abafasse o barulho em


sua cabeça. Agora, gostaria de ter fodido aquela vadia loira sobre
sua mesa para liberar a tensão, mas se recusou a se envolver com

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mulheres no escritório. Nada valia a pena arriscar a reputação dos
negócios da família, certamente não, seria burrice.

Pisou no acelerador enquanto dirigia, as luzes da rua e a


sinalização brilhante disfarçando o fato de que o sol havia se posto
horas atrás. Pelo menos sair tarde o tráfego do centro da cidade
era menor. Sua casa ficava a apenas dez minutos do escritório, em
um dos condomínios à beira-mar de propriedade da Bennett
Corporation. Não havia muito que eles não tivessem em mãos.

Ele acenou com a cabeça para o porteiro enquanto caminhava


para o elevador. Normalmente, saía para tomar uma bebida às
sextas-feiras, talvez escolhesse quem gostaria de levar para casa à
noite. Hoje, só queria descansar. Se serviria de um uísque com gelo
e afogaria todas as inseguranças.

Sexta-feira significava que poderia dormir até amanhã, então


beberia o suficiente para manter todos os seus pesadelos
afastados.

Adora Garcia tinha três grandes atribuições nas próximas


duas semanas, então sua mesa e laptop seriam seus melhores
amigos por um tempo. Ela tinha estudado a manhã toda, xícaras
de café vazias e bolas de papel amassado escondendo seu celular.
Quando começou a tocar, se lembrou da promessa de pegar sua
mãe no trabalho enquanto seu carro estivesse na oficina.

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Dirigiu até a orla, onde sua mãe trabalhava na limpeza do
condomínio de Tobias Bennett três dias por semana e todos os
sábados.

Adora odiava dirigir no centro da cidade, mas era o mínimo


que podia fazer pela mulher que a criou sozinha, trabalhando seus
dedos até os ossos para fornecer o básico.

— Posso ajudar?

Adora estava vagando pelo enorme saguão do condomínio,


admirando a arquitetura moderna, o uso de vidro e os ângulos
difíceis.

O segurança aparentemente se cansou de sua presença.

Estava acostumada a ser questionada nas lojas quando


presumiam que estava roubando algo. Seu pai ausente era um
empresário branco de olhos azuis que usou e largou sua mãe há
vinte anos, deixando-a sozinha e grávida. Embora Adora não
tivesse a cor da pele de sua mãe, tinha muitas de suas
características latino-americanas, incluindo seu longo cabelo
escuro.

— Estou procurando Tobias Bennett — disse ela.

O segurança se aproximou com os polegares enfiados nos


bolsos. Ele a olhou de cima a baixo.

— Ele está esperando por você?

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Ela contaria a ele toda a história, mas decidiu mantê-la
simples.

— Sim.

Ele inclinou a cabeça.

— Você não é o tipo normal dele, mas quem sou eu para


julgar? Último andar.

Adora mordeu a língua e apertou o botão do elevador. Ela


pegaria sua mãe e daria o fora desse bairro caro. Já era difícil
sobreviver sem todos os olhares críticos e estereótipos.

Não era uma das prostitutas do Sr. Bennett.

Sua mãe tinha contado a ela tudo sobre as aventuras


semanais do velho bastardo. Não havia dinheiro suficiente em todo
o mundo que faria Adora dormir com ele – não que ele a quisesse.

Ela imaginava que um homem em sua posição poderia ter


quem quisesse. Ficava doente pensando em todas as belas jovens
que se entregavam a ele em troca de dinheiro ou status. Ela nunca
seria assim. Um diploma em arquitetura seria sua saída, uma
chance de construir uma vida real para si mesma.

Quando alcançou a suíte da cobertura, bateu suavemente na


porta. Como ninguém respondeu, girou a maçaneta e decidiu
entrar para encontrar sua mãe sozinha.

Se batesse muito forte, poderia acordar o Sr. Bennett.

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Adora estava acostumada a encontrar sua mãe trabalhando.
Quando era mais jovem, a ajudava a limpar os apartamentos e
escritórios para que elas pudessem chegar em casa mais cedo.

A cobertura era enorme, e não o que esperava. Ela sabia que


ele tinha dinheiro, mas nada assim. Adora girou em círculos lentos
enquanto admirava os tetos abobadados, as janelas enormes e a
coleção impressionante de obras de arte.

Ela nem conseguia se imaginar vivendo assim. Seria como


entrar em um conto de fadas., Ansiava, principalmente, pela
segurança que o dinheiro poderia oferecer, não pelos luxos.
Quando era criança, fingia viver nas casas que sua mãe limpava,
interpretando e fugindo para a sua imaginação.

Agora era adulta e sabia que a única maneira de progredir era


trabalhando pra caralho.

Ela observava as ruas abaixo da enorme janela do chão ao


teto, as pessoas e carros correndo como pequenas formigas,
quando uma garganta pigarrou atrás dela.

Adora empalideceu, virando-se lentamente para o som. Ela


jurou que seu coração parou quando viu um homem parado ali
vestindo um roupão aberto. Ele usava calça de pijama azul-
marinho por baixo e sem camisa, uma caneca de café vazia
pendurada em sua mão.

Não poderia ser Tobias Bennett.

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Ela já tinha imaginado exatamente como seria o chefe de sua
mãe, e não era nada parecido com o homem na frente dela.

Este homem não estava abatido, com as palmas das mãos


suadas e a cabeça careca. Seu peito era duro, com uma leve pitada
de cabelo escuro e abdômen esculpido. Uma trilha fina de cabelo
descia até sua cintura baixa... ela desviou os olhos.

Adora engoliu em seco, esperando a tempestade de merda. Ela


não queria que sua mãe fosse demitida porque não foi convidada
no a entrar na cobertura caríssima do Sr. Bennett.

Ele não disse uma palavra, apenas olhou para ela, como um
predador planejando seu ataque.

Ela deveria dizer algo? Pedir desculpas? Explicar a situação?

Nenhuma palavra saiu de sua boca, mesmo quando ele


começou a se aproximar.

— Você não é Maria.

Sua voz era profunda, uma pitada de provocação, mas sem


malícia.

— Eu só vim buscá-la. Me desculpe se te assustei.

Ele molhou o lábio inferior e se moveu para o lado para dar


uma olhada melhor nela. Ela se sentiu como se estivesse em um
leilão.

Este era exatamente o motivo pelo qual ela estava matriculada


na faculdade, então nunca estaria à mercê de um homem. Ela só

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podia imaginar os horrores que sua mãe teve que lidar ao longo de
sua vida, especialmente falando inglês com dificuldade.

— Você trabalha no prédio?

Ela manteve a cabeça baixa, mas se atreveu a olhar nos olhos


dele.

— Não. Sou filha dela.

Ele sorriu, compreensão suavizando seus traços. Seu cabelo


ainda estava úmido do banho, e seu cheiro almiscarado combinava
perfeitamente com ele.

— Sabe, Maria trabalha aqui a quê? Dez anos? Eu nunca


soube que ela tinha uma filha.

— Você perguntou?

— Meu espanhol não é dos melhores.

Ele estendeu a mão.

— Tobias.

Este era realmente Tobias Bennett? Um dos homens mais ricos


da cidade?

Ela não tinha certeza de como se sentia por ele agora que o
conheceu em carne e osso. Sua mãe tinha um emprego por causa
dele, mas Adora sempre associava dinheiro a tudo que era
degradado na sociedade. Pela experiência dela, quanto mais rica a
pessoa, mais alto ela espera que você salte.

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Ela apertou sua mão estendida.

— Adora Garcia.

Seu aperto era firme e ele não permitiu que se afastasse.

Ela olhou para a mão dele, e a dela era minúscula em seu


aperto. Seu corpo se enrolou com força, uma onda de necessidade
a pegou de surpresa. Quando olhou para cima para ver sua
intenção, sua respiração prendeu.

— Um nome tão bonito — disse ele.

Suas palavras foram lentas e deliberadas, hipnotizando-a.

Então ela pensou melhor. Ele era um playboy renomado, e ela


não tinha intenção de ser sua próxima vítima. Puxou a mão para
trás, o que só serviu para diverti-lo.

— Você viu minha mãe?

— Eu não sei o que faria sem ela. Ela sabe exatamente como
eu gosto das coisas, e na maioria das vezes eu nem sei que ela está
aqui.

Ele correu as costas dos dedos ao longo do comprimento de


seu cabelo. Ela saiu com tanta pressa que não o puxou de volta em
seu rabo de cavalo de costume.

— Eu posso vê-la em você.

Ela instintivamente se encolheu longe de seu toque.

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— Você tem medo de mim? — ele perguntou.

— Eu não te conheço.

Ele se moveu em direção a sua cozinha de conceito aberto,


colocando sua caneca no balcão.

Tobias ligou sua cafeteira e se inclinou sobre o balcão, usando


um dedo enrolado para chamá-la para mais perto.

Ela deu alguns passos hesitantes, certificando-se de ficar do


lado oposto da ilha de granito.

— Que tal mudarmos isso?

— Mudar o quê? — ela perguntou.

— Eu quero conhecer você, Adora. Posso te levar para jantar?

Ela estreitou os olhos. — Mesmo? Por que você quer me levar


para jantar?

— Por que não?

Ela zombou.

— Por onde eu começaria? Você não sabe nada sobre mim. E


se eu já estiver namorando alguém?

Tobias serviu seu café e o deixou de lado. Ele caminhou ao


redor da ilha até onde ela estava, apoiando uma das mãos em cada
lado do balcão, prendendo-a.

— E você está? — ele perguntou.

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Adora se esqueceu de como respirar. Ele era muito mais alto
do que ela, seus ombros bloqueando o resto da sala, fazendo-a se
sentir pequena e feminina. Ele tinha uma presença tão dominante,
e ela imaginou que ele tinha tudo o que queria.

— O gato comeu sua língua?

— Sim, tenho namorado — ela mentiu.

Por tudo que ela sabia, ele ainda tinha outro caso de uma
noite dormindo em sua cama. Adora decidiu que era melhor erguer
uma parede para se proteger deste tubarão. Se ela o rejeitasse
completamente, sua mãe poderia perder o emprego. Um namorado
era uma resposta segura, uma saída fácil.

Ele balançou a cabeça, seus olhos escuros desnudando-a


camada por camada.

— Você é uma péssima mentirosa, pequena.

Ele correu a ponta do polegar ao longo de seu lábio inferior,


fazendo-a saltar para trás, batendo no balcão. Tobias ainda não a
deixou escapar.

— Aposto todas as minhas ações da Bennett Corporation que


você também é virgem.

Ela engasgou.

Ele riu, um som profundo e estrondoso.

— Não cheguei tão longe por não ser capaz de ler as pessoas.

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— Onde está minha mãe? — ela repetiu, olhando de um lado
para o outro em busca de uma fuga.

Este estranho a desvendou em apenas alguns minutos. Ela se


sentiu tão exposta, tão deliciosamente violada.

Ele tinha que ter mais do dobro de sua idade, então por que a
afetava assim?

Ela não estava acostumada a ver todo o seu controle se esvair.

— Relaxe, menina. Estou apenas brincando.

Ele deu um passo para trás, passando a mão pelo cabelo


escuro, um pouco grisalho nas têmporas. Tudo nele era composto
e deliberado.

— Só estou pedindo um encontro.

— Não acho que eu seja o seu tipo — disse ela. — Não estou
interessada em bons momentos e não posso ser comprada.

Ela permaneceu firme em suas crenças. De jeito nenhum ela


seria usada e descartada. Nem por todo o dinheiro do mundo, não
importando quão tentador ele poderia ser.

Mas uma parte dela, no fundo até a medula, queria ser dele.
Queria ser levada e reivindicada.

Estava lidando com problemas como o dos pais?

Estaria doente por desejar um homem exalando poder e


controle?

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Tobias era tudo o que ela tentava evitar, mas estava
inexplicavelmente atraída por ele. Esse único toque a deixou
desesperada por mais, mas teve que resistir aos seus desejos
distorcidos. Adora estava convencida de que seu DNA estava contra
ela, levando-a a seguir os passos de sua mãe. Queria mais de um
homem, exigia mais de sua vida.

— Todo mundo tem um preço — disse ele.

Ela se afastou, finalmente capaz de respirar, uma vez que


colocou espaço entre eles. O cheiro dele era viciante, puxando-a
sob seu feitiço. Adora se virou uma vez a uma distância segura.

— Talvez em seu mundo. Não no meu.

— Então prove que estou errado. Um encontro.

Foi necessária toda a sua força de vontade para recusá-lo.

— Desculpe, não estou interessada.

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Capítulo dois
Em todos os seus quarenta e cinco anos, Tobias não
conseguia se lembrar de um momento em que uma mulher o
negasse. O nome Bennett dava a ele o que quisesse, e quando
desejasse.

Ele sabia que as mulheres o queriam, o desejavam. Como na


noite passada. Nem se lembrava do nome da estagiária, mas ela
estava pronta para dar tudo o que ele quisesse, e algo mais.

Adora era uma bela jovem, e ele sabia que nunca a viu antes.
Não seria capaz de esquecê-la. Ela não se parecia em nada com as
mulheres que ele geralmente trazia para casa.

Havia um ar inocente sobre ela – juventude e curvas


exuberantes. Ela não usava maquiagem, e foi revigorante ver como
uma mulher deveria se parecer. Ele nunca a deixaria ir sem pelo
menos saber o nome dela.

Ela lambeu os lábios e olhou por cima do ombro.

O sorriso repentino transformou seu rosto, uma beleza rara,


e ele olhou para ver Maria, sua mãe.

Elas começaram a conversar e ele não entendia uma palavra


em espanhol.

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— Posso levar minha mãe para casa? Ela terminou o dia —
Adora o informou.

— Claro.

Maria disse mais alguma coisa antes de ir guardar os


suprimentos. O olhar severo no rosto de Adora o fez se perguntar
exatamente o que sua mãe dissera. Maria tinha visto de tudo. O
bom, o ruim e o feio.

Encostado no balcão, ele pegou umas uvas na fruteira.

— O que será preciso? — ele perguntou, colocando-a na boca.

Ela balançou a cabeça. — Nada.

— Cada mulher tem seu preço. Qual é seu?

Claramente era a coisa errada a dizer quando ela cruzou os


braços e começou a encará-lo.

— Você está acostumado a estalar os dedos ou assinar um


cheque para conseguir o que deseja. Eu não estou à venda.

— Não sabia que estava te insultando.

Ela esfregou a têmpora e ele não queria nada mais do que


puxá-la para seus braços, para tirar os problemas dela.

Claro, se ele levasse seus problemas embora, isso significava


que ela estaria dando a ele toda a sua atenção.

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Adora não contestou que ele a insultou. Ele olhou para o
comprimento do corpo dela, desejando que não estivesse usando
tantas roupas. Normalmente se encontrava com mulheres com
seios falsos, ele até pagou por alguns deles, mas sabia que Adora
era totalmente natural.

Tudo sobre ela deixava seu pau duro.

Ela era jovem.

— Quantos anos você tem? — ele perguntou.

— Por quê?

— Estou curioso.

Ela revirou os olhos e, com os braços cruzados, ele viu como


ela estava na defensiva.

— Vinte.

Ele assentiu. Pegando a tigela de frutas, a estendeu para ela.

— Quer um pouco?

Ela balançou a cabeça.

— Eu não sou um homem mau. Só estou te oferecendo


algumas frutas.

— Sinto muito por invadir sua casa. Eu só queria encontrar


minha mãe.

— Seu inglês é impecável — disse.

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Ele tentou conversar com Maria, que acreditava ser um pouco
mais jovem do que ele.

— Eu não conhecia nada diferente. Minha mãe tentou fazer


aulas, mas não deu certo.

Ela encolheu os ombros.

— Eu não me importo. Sou fluente em ambos.

Ela tornava a conversa muito difícil e ele descobriu que ela o


intrigava. Geralmente nem se importava com o nome de uma
mulher.

Ela ficou olhando ao redor de seu apartamento enquanto


esperava, e ele viu a admiração dela em sua decoração, que a
achava interessante.

Ela não estava olhando para as coisas dele, mas para a


estrutura. De vez em quando, ela colocava o cabelo atrás da orelha,
mas ele não parava lá. Ela ficava nervosa perto dele.

Enquanto pegava outra uva, qualquer pensamento sobre as


mulheres que mantinha em seu livrinho preto escapou de sua
mente.

Ele pretendia ligar para alguma mulher da longa lista. Agora,


seu foco estava em Adora. Tinha que tê-la, a qualquer custo. Se
Tobias era alguma coisa, era persistente.

— Você limpa? — ele perguntou.

Ela voltou sua atenção para ele. — O que disse?

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— Sua mãe é uma faxineira. Eu queria saber se você limpa
também.

— Não, a menos que eu esteja ajudando-a a chegar em casa.


Devo esperar lá fora?

Ele balançou sua cabeça.

— Você está pouco... vestido e eu realmente deveria esperar


do lado de fora antes de dizer algo do qual me arrependerei.

— Novamente, você não precisa. — Ele deu um passo em sua


direção. — A menos que eu te deixe desconfortável.

Ela ficou tensa e lançou lhe um olhar furioso.

— Eu não estou desconfortável. Não gosto da maneira como


você tira conclusões precipitadas. — Ela levantou a manga e ele
viu um relógio preto simples, a tela quebrada e não gostou daquilo
no pulso dela. Fazendo uma nota para comprar outro para ela,
estendeu a mão e inclinou a cabeça dela para trás para olhar para
ele.

— Eu não quis ofender. Como não te conheço, nunca te vi


antes, e você está no meu lugar, foi uma suposição natural. Diga-
me agora, o que será necessário? — ele perguntou.

— Não estou interessada em sair com você, nem com


ninguém. Estou ocupada com a faculdade e colocando minha vida
nos trilhos.

— Você está na faculdade? — Ele foi surpreendido.

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— O quê? Você acha que a filha de uma faxineira não pode
querer uma educação?

— pelo contrário. O que você está estudando? — ele


perguntou.

Ela balançou a cabeça e ele admirou aquele fogo. Não estava


acostumado com relutância nas mulheres. Elas estavam sempre
prontas e dispostas. Era um tanto revigorante ter que fazer todo o
trabalho duro.

Só de olhar para ela o excitava.

Um dia ele possuiria cada parte dela.

Eu preciso de um herdeiro.

O pensamento persistente não o deixaria sozinho.

Esta mulher com fogo nos olhos e raiva, seria uma conquista
incrível. Ele mal podia esperar para colocá-la debaixo dele,
enchendo sua boceta virgem e apertada.

Ele soube que ela era inocente para os homens no momento


em que a tocou, e gostou da ideia de ser o único. Não resistiu em
colocar as mãos em sua barriga, imaginando seu filho crescendo
dentro dela.

Algo escuro e possessivo se acendeu dentro dele.

Ela agarrou seu pulso e fez menção de puxar sua mão para
longe de seu estômago.

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— Eu não sou uma prostituta que você pode comprar. Este é
meu corpo e minha vida.

Ela o empurrou e, antes que pudesse dizer ou fazer mais


alguma coisa, Maria apareceu.

Ele enervou Adora. Ele viu a excitação em seu olhar, embora


ela quisesse lutar contra ele.

Maria disse adeus a ele.

No caminho para a porta, ele ficou parado, observando-as.

— Arquitetura — disse ela. — É isso que estou estudando.

Ele deveria saber pela maneira como ela continuava


admirando seu lugar. As portas do elevador se fecharam e ele
voltou para sua casa e foi direto para o seu telefone celular. Sendo
o proprietário da Bennett Corporation, ele tinha uma infinidade de
pessoas e organizações ao seu alcance.

Tobias deu a um de seus melhores investigadores, um ex-


agente do FBI, o nome de Adora, a idade e até o que ela estava
estudando, e em uma hora ele teve todos os detalhes de sua vida
ao seu alcance.

Folheando os arquivos que foram enviados para ele, olhou


para várias fotos que também foram anexadas.

Ele viu a certidão de nascimento dela, que dizia “pai


desconhecido”.

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Recostando-se, ele pensou em Maria. Ela era uma mulher
quieta e ficava fora do caminho o tempo todo, raramente
aparecendo. Na maior parte do tempo, ele imaginava que ela era
algum tipo de fantasma.

Olhando para as finanças de Adora, no entanto, viu que ela


estava lutando, e não estava na faculdade há tanto tempo também.
A dívida não parava de aumentar e, mesmo que ela encontrasse
um emprego decente, ficaria pendurada em seu pescoço por um
longo tempo.

Ele precisava de um filho e ela de dinheiro.

Olhando algumas imagens, ele viu que ela era uma mulher
brilhante e inteligente. Uma de suas fotos de formatura até chegou
ao noticiário. Sua mãe estava lá, e as duas estavam se abraçando,
um vínculo claro entre elas.

Este era o tipo de vínculo que seu irmão tentou encontrar e


falhou.

— Não há como você querer esta vida, ou o que eles oferecem.


Eles são mentirosos do caralho e são frios como gelo! — Maximus
estava em outro ponto alto, cuspindo coisas que Tobias não estava
interessado em ouvir.

Ele queria manter a cabeça baixa e se concentrar apenas em


deixar seus pais orgulhosos. Não se importava com mais nada
então. Não estava mais cego por sua fumaça e espelhos.

31
Quando Maximus morreu, a culpa quase o derrubou, mas
mais uma vez seus pais estiveram lá, dizendo que ele era o forte,
que agora estava sobre seus ombros carregar o nome da família.

Algo parecia estranho para ele, então começou a investigar


sua família e descobriu coisas sobre seus pais que eram realmente
chocantes.

Antes de morrer, seu irmão o avisou para cuidar de suas


costas, então o fez.

Tobias não estava ficando mais jovem. Seu pai jogara esposas
atrás de esposas possíveis nele, e ele as negava a cada passo.
Odiava ter essa responsabilidade imposta a ele.

Agora sua cabeça estava em jogo. Ele queria Adora em sua


cama, para enchê-la com sua semente. Uma vez que ela cumprisse
seu dever, ela poderia fazer o que diabos quisesse com sua vida.
Ela seria a mulher perfeita para ser a mãe de seu filho.

Seus pais ficariam irritados por ele não escolher a mulher


idealizada por eles. Nunca aprovariam sua escolha – seu pai
desconhecido, sua mãe uma mera faxineira.

Seus dias fazendo o que eles diziam estavam começando a se


esgotar.

Era hora de construir sua própria vida, e não a dominada por


pais que não davam a mínima.

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Sentada debaixo de uma árvore, Adora olhou para seu livro
de curso, cheio de descrições da arquitetura moderna, e durante
todo o tempo, sua mente não estava nos estudos. Ela descansou a
cabeça contra a casca dura, fechando os olhos.

Uma de suas vizinhas deu à luz um novo bebê, e tudo que


Adora tinha ouvido nas últimas seis noites foi o bebê gritando. A
mãe estava fazendo tudo que podia, mas as paredes eram muito
finas.

Ela nunca foi capaz de dormir com barulho ao seu redor.

Algumas vezes, enquanto crescia, sua mãe não pagou o


aluguel a tempo e foram jogadas na rua. Abrigos, ônibus,
banheiros públicos foram seu quarto durante a noite, e com isso
todo um conjunto de pesadelos que ela nem queria lembrar.

Quando criança, tinha medo, mas como a maioria das


crianças, lidou com isso, segurando sua mãe enquanto chorava.
Nunca entendeu por que sua mãe chorava, mas então um dia
encontrou o diário que continha seus segredos e sua maior dor.

O pai de Adora foi o amor da vida de Maria. Pelo menos, Maria


pensava assim. Ele foi gentil, construindo sua confiança. O caso
durou alguns meses e, quando ela engravidou, ficou muito
animada.

33
Claro, essa empolgação se transformou em medo quando ele
destruiu cada um de seus sonhos, chamando-a de vadia, de
prostituta, e dizendo que se ela tentasse colocar o bebê nele, ele a
mataria.

Sua mãe partiu, criou Adora sozinha, e nenhuma vez a fez


sentir nada além de amor. Era parte do motivo pelo qual queria
realmente ter sucesso na escola. Ela tinha um plano. Obter seu
diploma, estágio em uma das cinco principais empresas para
jovens designers de arquitetura e construir sua carreira.

Um dia, esperava ter dinheiro suficiente para que sua mãe


não tivesse que limpar outra casa ou escritório novamente.

Havia um problema em seu plano – a maior empresa era


dirigida por seu verdadeiro pai. Ela nem pensava no nome dele.
Não poderia fazer isso. O homem não significava nada para ela. Ele
não quis nada com ela, e ela nunca desejaria ver pessoalmente seu
rosto nojento.

— Você é uma mulher difícil de rastrear.

Ela abriu os olhos e viu Tobias Bennett à sua frente. Olhando


ao redor do terreno do campus, ela viu que ele tinha recebido vários
olhares curiosos. Ele era bem conhecido e ela não queria esse tipo
de atenção. Ele se sentou, cruzando as pernas.

Esse não era o tipo de coisa que ela imaginava de um rico


empresário. Ele parecia deslocado em seu terno de grife impecável
enquanto se sentava na grama na frente dela.

34
— O que você está fazendo aqui?

— Bem, achei que o jantar pode ser um pouco cedo, então


pensei que você se sentiria mais confortável com o almoço ou café.
Estou inclinado a ter os dois, mas depende de você.

Ela fechou seus cadernos e começou a colocá-los em sua


grande bolsa, ficando de pé.

— Eu realmente apreciaria se você não continuasse me


perseguindo.

Ela passou por ele, mas ele a deteve com a mão em seu braço.

— Eu tenho uma proposta para você. Uma que eu acho que


você realmente desejará ouvir.

Ela puxou o braço dele e olhou ao redor para ver se alguém


viu isso.

— Eu não acho que há algo que eu queira ouvir você dizer.


Não nos conhecemos, não realmente.

Ele cruzou os braços e, satisfeita por ela o ter calado, ela foi
embora.

— Como sua mãe se sentiria se seu trabalho fosse dado a


outra pessoa?

Ela congelou no local e lentamente se virou para olhar para


ele.

— Não.

35
Tobias encolheu os ombros.

— Há muitas pessoas que precisam de um emprego.


Provavelmente mais qualificadas.

— Ela é boa no que faz.

— Muitas pessoas também.

— O que você quer? — ela perguntou.

— Um café.

— Você está me chantageando por um café?

— Eu tentei ser legal e você não quis acreditar, então estou


melhorando meu jogo.

Ela segurou a bolsa com força no ombro e respirou fundo


antes de voltar o olhar para ele.

— Excelente. Meu carro está esperando.

— Há um café perfeitamente bom lá — disse ela, apontando


para um perto do campus.

— Não acontecerá. Gosto de um bom café. Venha, vamos.

Ele foi atrás dela e colocou a mão em suas costas enquanto a


movia em direção a sua limusine. Ela se sentia especial de uma
forma distorcida.

Seu toque a afetava, e ela tentou se afastar de sua mão, mas


ele não permitiu. Seu controle, seu ultimato, seu toque – isso abriu

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aquela fenda dentro dela, aquele lugar escuro que ela desejava que
não existisse.

Ele abriu a porta para ela, e ela entrou. Quando ele começou
a segui-la, rapidamente se moveu para não ficar muito perto dele.
Ela precisava ser forte para resistir a ele. Ele só a queria em sua
cama.

Segurando a bolsa dela no colo, ele disse ao motorista onde ir


antes de colocar a divisória particular que os separava de seu
motorista. Estavam completamente sozinhos e ela não tinha ideia
do que dizer.

Ela não conseguia acreditar que ele a tinha chantageado


usando sua mãe.

— Não foi tão difícil, foi?

— Eu teria preferido que você não tivesse trazido minha mãe


para isso. Você sabe que ela é boa em seu trabalho.

— Eu sei que ela é. O que você tem contra passar algum tempo
comigo? — ele perguntou.

Ela respirou fundo.

— Estamos em situações completamente diferentes.

— Como somos tão diferentes? — ele perguntou.

— Você é um Bennett. Você dirige uma empresa de sucesso,


que vale milhões, senão bilhões, de dólares. Minha mãe é uma

37
faxineira que ganha menos do que o custo da maioria de suas
roupas.

Ela nunca teve medo de falar o que pensa. Sua mãe não
ganhava muito com a limpeza, embora trabalhasse para alguns dos
clientes mais ricos.

— E?

Balançando a cabeça, ela desistiu da luta e olhou pela janela.

Tobias era amigo de seu pai. Ela até tinha visto fotos online,
e em algumas daquelas revistas brilhantes que os mostravam rindo
juntos. Até ela conhecer Tobias pessoalmente, ela não percebera
que era ele.

— Que proposta você tem? — ela perguntou.

— Preciso de um certo tipo de pessoa e tenho algumas...


necessidades que precisam ser atendidas. Eu acho que você seria
perfeita para elas.

— Isso não é nada vago — disse ela, nem mesmo tentando


esconder o sarcasmo de sua voz.

— Sejamos claros, Adora. Você tem dívidas. Eu tenho


dinheiro, e posso te ajudar.

Simplesmente assim, ela sabia sem dúvida o que ele queria, e


simplesmente não queria saber.

— Não! — Ela se virou para ele. — Sexo. É isso que você quer,
certo? — Ela balançou a cabeça. — Eu quero sair do carro. —

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Puxou a maçaneta da porta e começou a ficar muito brava. Sua
mãe foi atraída por um homem rico e suas falsas promessas. Isso
não aconteceria com ela.

— Acalme-se.

— Não. Não me acalmarei. Abra a maldita porta agora. Eu


quero sair. Preciso sair!

Ela sentiu o ataque de ansiedade começar a crescer.

Passaram-se anos desde que sentiu aquele pânico obstrutivo


quando não conseguia respirar.

Se Acalme

Ele não está te machucando.

A limusine parou e a porta finalmente se abriu quando ela a


puxou maçaneta. Saindo da limusine, viu que pararam perto de
um beco. Desmoronando no chão, pressionou as palmas das mãos
no chão, sem se importar se estava sujo, pois sua mente começou
a ficar confusa. Seu estômago revirou e ela não conseguia colocar
a cabeça no lugar.

Tobias se ajoelhou ao lado dela e passou a mão em suas


costas.

— Você está bem? — ele perguntou.

— Não... toque... em mim.

39
Ela não esperava que ele a ouvisse, mas ele parou de tocá-la.
Mas não a deixou sozinha, ficando por perto. Minutos se passaram
e, lentamente, conseguiu controlar a respiração e, finalmente,
conseguiu se levantar e encará-lo. O constrangimento a oprimiu e
rapidamente desviou o olhar.

— Por favor, não tire o trabalho da minha mãe. Ela é muito


boa e adora trabalhar para você.

Ela não gostou de como era difícil não cair no choro.

— Eu não deixarei você aqui na calçada, Adora. Não te


machucarei, e sua mãe está segura. Apenas me escute.

— Eu não quero fazer sexo com você, ou estar com você de


qualquer forma.

Ela segurou sua bolsa como uma tábua de salvação. Tobias


era um homem sexy e bonito, e embora ele a tivesse chantageado,
ela realmente gostou de seu sorriso atrevido.

Desde o momento em que leu o diário de sua mãe, prometeu


a si mesma que teria uma vida diferente dela. Era por isso que,
mesmo aos vinte anos, ela era virgem. Meninos e homens não
tinham apelo.

Seus estudos eram importantes para ela.

Os planos que tinha eram nos quais se concentrara em toda


a sua vida.

40
— Eu não quero apenas foder você, Adora. Eu quero que você
seja a mãe do meu filho.

Ela o encarou, esperando que ele começasse a rir, mas não


aconteceu.

— Você está brincando?

— Não. Eu não estou. Quero que você seja a mãe do meu filho
e, por essa honra, pagarei todos os seus empréstimos estudantis e
prepararei você para o resto da vida. Você estará à minha
disposição quando e como eu quiser.

Por vários minutos, Adora olhou para ele, esperando que ele
dissesse algo mais. De jeito nenhum ela tinha acabado de ouvir
isso. Não depois que ele ameaçou sua mãe e tentou chantageá-la.

— O quê?

41
Capítulo três
Tobias esperava que isso fosse muito mais suave. Qualquer
mulher mataria para estar na posição de Adora, mas ela agiu como
se ele a tivesse forçado a descer o corredor da morte.

Seu plano inicial incluía apenas usá-la para ser mãe de seu
filho, mas passou o fim de semana incapaz de tirá-la de sua mente.
Ele sabia que não havia chance de soltá-la uma vez que
conseguisse o que queria, então a colocaria em um apartamento
para usar em seu lazer. Ela não teria que se preocupar com nada,
não via nenhum problema nisso. Sem a ajuda dele, ela acabaria
esfregando vasos sanitários como sua mãe.

— Não fique tão chocada — disse ele. — Tenho quarenta e


cinco anos e meus pais estão cansados de esperar por um herdeiro.
— Ele segurou a porta do carro aberta para ela e esperou que se
sentasse, então se juntou a ela.

— Você não deveria ter que pagar alguém para estar com você.
Por que não pode se apaixonar como todo mundo?

— Não é tão simples. Eu não amo — disse ele.

Durante toda a sua vida, aprendeu que amor e empatia eram


fraquezas. A única maneira de subir na escada do sucesso era com
um impulso comercial implacável e colocando o todo-poderoso
dólar acima de tudo.

42
— Então por que ter um bebê?

— Eu preciso de alguém para passar minha riqueza quando


eu for embora. É importante manter a linha de sangue viva. Caso
contrário, foi tudo por nada.

— Nem todo mundo quer filhos. Como eu, por exemplo, estou
interessada apenas na minha educação.

Ele se recostou no assento de couro e massageou as têmporas,


perguntando-se por que se torturava. De todas as mulheres da
cidade, a que ele queria não estava a bordo. Ele lidou com avaliação
de risco e previsão financeira durante toda a sua vida. Aceitar sua
oferta era do melhor interesse de Adora, ela apenas não percebeu
ainda.

— Você sabia que eu jogo golfe com o presidente da sua


faculdade todos os domingos?

Ela se contorceu na cadeira, seu rosto empalideceu.

— O que isto quer dizer?

Tobias se endireitou, inclinando-se em seu espaço pessoal.

— Use sua imaginação.

— Você não pode fazer isso — ela sussurrou. — Você não pode
me forçar a ficar com você. Por que você me quer?

— Não lute contra isso. Eu prometo que você não se


arrependerá de aceitar minha oferta.

43
Ela parecia tão inocente, os lábios carnudos, os olhos
arregalados de incerteza. Parte dele queria consolá-la, mas ele
sabia que não poderia recuar agora.

— Por que você não pode simplesmente me deixar em paz?

Lágrimas brotaram de seus olhos.

— Eu não sou ninguém. E você tem idade suficiente para ser


meu pai.

— A idade é tão importante para você?

Ela fez uma pausa.

— Não, mas a lealdade é. Eu não quero ser usada e


descartada. Eu mereço mais do que isso.

Ele nunca teve um desejo profundo por qualquer mulher,


jovem ou velha. Tobias sempre assumiu que ele era um sociopata
como seu pai, mas porra, ele queria Adora, independentemente de
sua idade.

Ela derrubou sua determinação, deixando-o fraco, fazendo-o


querer coisas com as quais nunca se importou. Ele segurou o lado
da cabeça dela, usando o polegar para enxugar uma lágrima.

— Tem que ser você, Adora.

Até que ele a viu pela primeira vez no sábado de manhã, a


ideia de um herdeiro era um fardo para ele. Mas no momento em
que a viu, tudo ficou claro, e tinha que seguir em frente com seu
plano – de criá-la, prendê-la a ele para toda a vida..

44
Tobias usou sua mão livre para soltar a mochila dela no chão
do carro. Ela tentou alcançá-la, mas ele balançou a cabeça. Pousou
a mão na coxa dela, fazendo-a estremecer. Isso era novo para ele.
Não estava acostumado com relutância ou pureza nas mulheres
que saía.

— O que você está fazendo? — Ela colocou a mão sobre a dele,


mas ele não se afastou.

— Você quer lealdade? Feito. Mas preciso saber tudo. Diga-


me que experiência você tem.

— Experiência?

— Com homens, Adora. Eu quero saber todos os detalhes.

Após um breve silêncio, ela respondeu.

— Não há nada para contar. Não tenho experiência.

Seu pau esticou em suas calças ao ouvir a confirmação.

Ele sabia que ela só o agradava respondendo com medo.

Ela não queria que Maria perdesse o emprego ou ser expulsa


da faculdade. Ele era um bastardo, sempre foi.

— E sobre beijar? Tocar?

Ela engoliu em seco, mexendo-se no assento.

45
Ele decidiu que gostava de sua timidez. Isso trouxe à tona
seus instintos de proteção, algo que apenas associava aos
negócios.

— Já te disse que não fiz nada com homens. Não sou uma
prostituta, então não sei por que você acha que concordarei com
isso.

— Porque você valoriza sua família e educação, certo?

Ela franziu a testa, mas parecia mais triste do que com raiva
agora.

— Então você me estuprará?

Ele deu uma risadinha.

— Acredite em mim, quando eu estiver pronto para deflorar


sua linda boceta, você me implorará para te foder.

Sua boca ficou boquiaberta. — Você está errado.

— O que você tem contra mim, Adora? Você não se sente


atraída por mim? O que é?

Ela o olhou nos olhos por um momento, mas ficou quieta.

— É a minha idade? — O pensamento de que ela desejasse


um homem de sua idade trouxe uma onda inesperada de
insegurança.

Ela exalou.

46
— As outras mulheres gostam de ser chantageadas por você?

— Nunca precisei. Não estou acostumado com as mulheres


jogando duro.

— Isso não é difícil de conseguir — disse ela. — Esta sou eu


me recusando a pular para a terceira base. Você não pode
simplesmente comprar pessoas. Bem, não eu, de qualquer
maneira.

Tobias sabia que ela não poderia ir embora por causa de sua
lealdade à mãe. Mas ele amava sua teimosia. Isso trazia o caçador
dentro dele, o fez se sentir dez anos mais jovem.

— Eu quero muito mais do que isso.

Ele moveu a mão mais alto em sua coxa. Ela tinha pernas
grossas, todas as curvas que ele queria nuas e embaixo dele.
Tobias ansiava por enchê-la com seu pau, fodendo-a todos os dias
e noites até que ela estivesse madura com seu filho. Quando
alcançou o ápice de suas coxas, ela gritou e apoiou as mãos em
seus ombros.

Eles estavam tão perto, apenas um fôlego de distância, então


ele se inclinou e roçou seus lábios contra os dela. O que mais o
surpreendeu foi que ela não se afastou.

— Boa menina — disse ele contra seus lábios. Ela cheirava a


protetor labial de morango. A beijou, suavemente, timidamente.
Isso aconteceria, e ele gostaria de apresentá-la a todo tipo de prazer
perverso. O beijo se aprofundou, ainda sem hesitação. Ele deslizou

47
sua língua ao longo da costura de seus lábios até que ambos
estavam saboreando, fundindo-se em um.

Ela gemeu quando ele deslizou o polegar entre suas pernas,


esfregando lentamente para cima e para baixo sobre sua meia-
calça, tão perto de sua boceta virgem.

Ela interrompeu o beijo, ofegando por ar, os olhos


semicerrados.

— Somos só eu e você — ele sussurrou.

Tobias deslizou a mão sob seu suéter, tomando seu seio na


palma da mão, acariciando seu mamilo duro através do sutiã. Ela
tinha seios grandes e suculentos, e ele mal podia esperar para
apreciá-los completamente. Nunca em sua vida uma mulher
conseguiu desfaze-lo como Adora. Ele mal conseguia se controlar
e se orgulhava de sua compostura.

— Você é tão gostosa, porra.

— Eles são muito grandes — disse ela. — Tudo é muito


grande.

— Você é maravilhosamente perfeita, querida. Linda e


perfeita.

Sua restrição estava vacilando.

— Tire sua camisa para mim, Adora.

Ela hesitou.

48
— Você não precisa ser tímida comigo.

— Mas...

Ele ergueu o queixo dela, olhando-a nos olhos.

— Por favor babe.

Ela o ajudou a puxar a camisa pela cabeça. Por baixo, ela


usava um sutiã de renda preta que mal continha o decote. Tobias
tirou uma das taças e lambeu seu mamilo antes de cobri-lo com a
boca. Ele chupou forte, provocando com a língua.

Ela jogou a cabeça para trás, os dedos penteando o cabelo


dele. Seus pequenos sons de choramingo o levaram à beira do
precipício.

Ele a abaixou de costas, esfregando a palma da mão na frente


de suas calças, segurando sua boceta enquanto chupava seu seio.

— Tobias... — Ela gemeu seu nome, seu corpo se tornando


flexível. Sua garota estava madura e fértil, e ele queria gozar dentro
dela. Nenhum outro homem a teria, só ele.

— Você é minha, Adora. Tudo isso é meu. Nunca esqueça isso.

A limusine parou completamente. Estavam no café, mas a


última coisa que ele queria agora era café.

49
Adora se sentiu desolada quando Tobias tirou seu corpo. O
homem não ganhou sua reputação de playboy por nada.

Com alguns beijos e seu toque muito habilidoso, ela se


apaixonou por ele.

Como pode um beijo assim não significar nada? Parecia que ele
estava devorando sua alma.

Parecia amor, mas ela sabia que era parte de sua sedução.

Seu terno cinza escuro abraçava todos aqueles músculos


rígidos da maneira certa. A barba em seu rosto e aqueles olhos
malignos fizeram seu corpo inteiro notar. Ele era masculinidade e
sofisticação combinados. Sim, ele era muito mais velho, mas sua
idade e experiência a faziam se sentir segura, especial. Aquela
necessidade profunda que ela queria ignorar continuava subindo
à superfície, um desejo pela segurança e atenção que faltava em
sua vida. Ela queria ser dele, ser estimada e possuída pelo
bilionário, mas suas fantasias eram apenas isso. Ele só queria usá-
la. O próprio Tobias disse que não amava.

Ele piscou para ela.

— Está na hora do nosso café.

Só então ela percebeu que tinha um aperto mortal em sua


lapela, puxando-o para ela. Ele pegou uma das mãos dela e beijou
seus nós dos dedos.

— Mais tarde.

50
Como ele pôde ficar tão imperturbável depois do que acabaram
de compartilhar?

Nenhum homem jamais a tocou do jeito que ele fez. Ela ainda
se sentia tonta, seu clitóris latejava e doía. Não se atreveu a confiar
em sua voz, então balançou a cabeça e o seguiu para fora da
limusine depois de vestir o suéter novamente.

Ele manteve a mão na parte inferior das costas dela enquanto


entravam na cafeteria ostentosa. Ela só podia comprar as coisas
baratas.

Seu toque possessivo a fez se sentir bem. Bem demais.

Vários olhos se voltaram para eles quando entraram, fazendo-


a se sentir constrangida. Por ser uma garota de tamanho grande
do lado pobre da cidade, ela se destacava nos bairros de luxo, e
não ajudava o fato de Tobias usar um terno completo e entrar como
se fosse o dono do lugar – talvez ele fosse.

Eles se sentaram em uma pequena mesa para três pessoas, a


tagarelice de várias conversas ao seu redor. O rico aroma de
chocolate e café baixou um pouco seus nervos.

— Você vem aqui frequentemente?

— De vez em quando. Você gosta disso? — ele perguntou.

Ela olhou ao redor. Mais uma vez, aquele sentimento de não


pertencer pesou e ela só queria ir para casa. Adora não queria ser
rude e não queria mentir, então deu de ombros.

51
— Hmm. — Ele colocou um pouco de cabelo atrás da orelha
dela. — Eu acho que você não gostou.

Aquele sorriso fofo demais apareceu em seus lábios.

— Estou apenas confusa com tudo.

Isso chamou sua atenção.

— É por isso que estamos aqui – para conversar.

Adora não estava mentindo. Nunca esteve mais confusa e em


conflito. Toda sua vida foi uma luta, e quando ela finalmente
conseguiu um empréstimo estudantil para cursar a faculdade,
Tobias apareceu querendo roubar todos os seus sonhos.

Sim, ele a tentava com suas promessas e beijos viciantes, mas


era tudo falsa devoção. Ele provavelmente se divertiria fodendo a
filha da empregada e então seguiria em frente sem olhar para trás.
Pela experiência dela, isso é o que os homens ricos faziam.

A oferta dele incluía um bebê, o que significava que ela teria


que desistir da faculdade, seus sonhos de deixar uma marca no
campo da arquitetura e sua independência.

Ela pensou em fugir – o emprego de sua mãe sempre poderia


ser substituído, mas Tobias Bennett tinha um dedo em tudo,
incluindo sua faculdade e provavelmente todas as empresas para
as quais ela gostaria de trabalhar.

— Você sabe, existem mães substitutas por aí. Você poderia


contratar uma.

52
Ele balançou sua cabeça. — Não se trata apenas do bebê.

Ela franziu o cenho.

— Achei que era disso que se tratava, você e seu precioso


herdeiro. Eu nem consigo dizer a palavra com uma cara séria.

Tobias sorriu, segurando uma de suas mãos sobre a mesa.


Ele brincou com os dedos dela, então alcançou sua manga para
segurar seu pulso. Seu calor, seu cheiro, seu foco – isso a puxou
para seu feitiço.

— A criança é importante, mas é você que eu quero. Tenho


mais dinheiro do que posso gastar, mas o que quero ter
aparentemente não está à venda.

— Se você está falando sobre mim, você não pode possuir uma
pessoa. Este é o século vinte e um, Tobias.

Ele molhou os lábios.

— Eu amo o jeito que você diz meu nome.

Ela exalou, tentando parecer exasperada quando tudo que ela


sentia era a mesma necessidade ardente que sentiu na limusine.

— Podemos nos concentrar, por favor?

— Claro.

— Você é um empresário, então farei uma contraoferta.

53
Ele acenou com a cabeça e endireitou-se, tentando esconder
o sorriso. — Sim, senhora. Deixe-me ouvir esta oferta.

— Estou na faculdade e não desistirei. Minha educação é


importante para mim.

— E?

Ela lutou por palavras. O que queria era seu amor, mas ela
duvidava que estivesse na mesa de negociação.

— Levamos as coisas devagar. Se você quer tanto o


relacionamento que me chantageou, podemos começar com o
namoro. Como pessoas normais.

As linhas de sua testa se enrugaram.

— Contra oferta. — Ele tirou o paletó, colocando-o com


cuidado na cadeira livre, depois afrouxou a gravata.

Ela tentou não olhar para seus ombros largos e bíceps


tonificados.

Deus, dê-me força. — Ok.

— Você receberá sua educação, não tenho nenhum problema


com isso, e podemos namorar, mas quero você na minha cama esta
noite.

Ela apertou as pernas.

54
— Você está colocando a carroça na frente dos bois — disse
ela. — Não sou como as mulheres que você traz para casa nas
noites de sexta-feira.

— Então Maria tem sido tagarela. Não foi inteligente.

A última coisa que ela queria era mais problemas para a mãe.

— Ok, contraoferta aceita— ela deixou escapar. — Só estou


dizendo que não tenho experiência. Esta noite parece muito cedo.

Ele pareceu satisfeito com a resposta dela.

— Ok, sexta à noite — disse ele. — Certifique-se de que


aqueles universitários mantenham distância enquanto isso. Eu
não quero ninguém tocando em você.

— E você? Você ainda sairá com outras mulheres?

Ela prendeu a respiração. Adora sabia a resposta, mas a


verdade destruiria sua fantasia de ser sua garota especial. Ela
quase se arrependeu de perguntar.

Os cantos dos olhos dele enrugaram.

— Por que eu sairia com outras mulheres se encontrei aquela


que estava procurando?

— Então você apenas continuará dormindo e não me contará


sobre isso? Eu não quero mentiras. Isso deve estar em nosso
acordo.

— Você quer a verdade?

55
Ele arrastou sua cadeira contra os ladrilhos para o lado da
dela. Colocou um braço ao redor dela, falando em seu ouvido, sua
voz profunda e áspera.

— A única mulher com quem foderei é você, menina. Tudo o


que posso pensar é em enterrar meu rosto nesses seios lindos e
encher você com meu pau. Levarei meu tempo com você,
reivindicarei cada centímetro de seu corpo.

Ela se concentrou em não gaguejar.

— Eu quero mais do que sexo — ela sussurrou.

— Confie em mim, as emoções são superestimadas.

Ele ergueu uma das mãos e um barista se aproximou. Tobias


pediu seus cafés.

— Eu te darei tudo o mais: lealdade, dinheiro, educação. Isso


tem que ser o suficiente.

Ela manteve a boca fechada, perguntando-se se ele era capaz


de amar. Mal se conheciam, então talvez as coisas mudassem. Ou
talvez ele partisse seu coração e a deixasse sozinha e grávida. Ela
não queria que a história se repetisse.

Adora tomou um gole de seu café assim que chegou. Tinha


gosto de céu, e ela poderia se acostumar a beber as coisas boas.

— Bom? — ele perguntou.

Ela sorriu.

56
— Acredito que é o melhor café que já tomei. Acho que me
apaixonei.

Ele deu uma risadinha.

— Você fica facilmente impressionada. Gosto disso.

— Você sabe que tudo isso é loucura, certo?

Mesmo que ela sentisse uma emoção junto com este plano
insano, tinha que se lembrar que ele a forçava a isso. Ela tinha que
manter sua guarda.

— É perfeito — disse ele.

— Quero que saiba que não sou tão inocente quanto pareço.

Só porque ele era muito mais velho e experiente, não


significava que ela era uma criança tola com quem ele pudesse
brincar. Ela viveu uma vida difícil e não era ingênua com o lado
mais sombrio da humanidade.

Ele entortou um dedo sob seu queixo para chamar sua


atenção.

— Mas você é inocente.

Seu rosto aqueceu, e sua pele clara provavelmente parecia


vermelho brilhante.

— Isso não foi o que eu quis dizer. Estou falando sobre a vida
real. A minha tem sido uma luta e não serei enganada.

57
— É uma pena, mas tudo muda agora — disse ele. — Você é
minha mulher. Eu cuido do que é meu. — Ele pegou o celular e
focou na tela por um tempo. Quando finalmente guardou o
telefone, ele continuou: — Uma oferta de boa-fé.

Ela estava confusa.

— Verifique suas contas. Seu empréstimo estudantil foi pago


cobri as mensalidades pelos próximos três anos. Você não está
sendo enganada.

Adora estava sem palavras.

— Acho que você deveria fazer o mesmo, então saberei que


você não é uma garimpeira.

— O quê? — ela quase gritou. — Isso foi ideia sua, não minha,
Sr. Bennett.

Ele sorriu, esfregando a mão sobre o sal e pimenta em seu


queixo. — Ainda assim, preciso de garantias.

— Quais?

Ele terminou seu café e se levantou. Tobias agarrou sua


jaqueta e ergueu o queixo para que ela o seguisse.

Adora deixou seu assento e se moveu entre as pessoas na fila,


seguindo-o para a parte de trás do café e para o banheiro.

— O banheiro? — Ela reclamaria, mas quando olhou ao redor,


percebeu que era mais agradável do que seu apartamento,

58
completo com sofás e obras de arte. — Uau, isso é bom para uma
cafeteria.

— Eu só gosto do melhor — disse ele. — Agora, para minha


garantia.

— Não tenho nada a oferecer.

— Oh, mas você tem, Adora. Você não tem ideia de como isso
é valioso para mim.

Ele a pressionou contra a parede, seu corpo forte prendendo-


a no lugar.

Ele se abaixou e beijou seu pescoço. Ela exalou, um pequeno


gemido escapando. Quando a mão dele deslizou pelo cós da calça
dela, ela ficou tensa, agarrando seu pulso.

— O que você está fazendo?

— Você é virgem. Eu quero ter certeza.

A mão dele desceu por seu estômago, sobre a cicatriz feia que
ela mantinha escondida. Quando as pontas dos dedos alcançaram
seus cachos púbicos escuros, ele rosnou.

Ele sugou seu ponto de pulso. Sua mão quente tocando sua
parte mais íntima fez seus joelhos fraquejarem. Ela segurou seus
braços para se manter de pé. Quando um de seus dedos se enrolou
em sua vagina, ela soltou uma série de suspiros.

— Porra, você está molhada, Adora.

59
Ele pressionou seu dedo mais profundamente, seu polegar
esfregando círculos lentos sobre seu clitóris.

— Você está ensopando meus dedos.

— Eu sinto muito.

Ele sorriu, roubando um beijo. Tobias continuou a provocar


sua boceta enquanto ela se perdia em um beijo para acabar com
todos os beijos.

Seu corpo rígido era como uma montanha imóvel, protegendo-


a da queda. Quando ele removeu lentamente os dedos, ela se sentiu
vazia e dolorida, querendo muito mais.

— Tobias — disse ela contra seus lábios. — Não pare.

Ele deu um passo para trás e verificou a hora em seu Rolex.

— Acho que é hora da minha garota voltar para a escola, não?

Que tipo de monstro ele era?

60
Capítulo quatro
Tobias observou enquanto Maria se movia em seu
apartamento. Ela estava trabalhando até tarde e ele voltou para
casa mais cedo.

Ele levaria a filha dela amanhã à noite, e não tinha estado em


contato com Adora desde a exploração de seu corpo na parte de
trás do café.

Ele se esforçara muito para não entrar em contato, para fazer


com que essa distância entre eles a afetasse.

Queria que Adora precisasse dele, o desejasse, ansiasse que


ele a levasse para sair na sexta à noite, que estivesse desesperada
e não discutisse com ele.

Ela não era como qualquer outra mulher que já havia


conhecido.

Tudo o que sempre teve que fazer no passado era dizer seu
nome, e as mulheres se aglomeravam em sua direção como
mariposas ao redor da chama. Na maioria das vezes, nem precisava
dizer seu nome: em seus círculos, todos sabiam quem era.

Estava acostumado a conseguir o que queria, sem perguntas,


e ainda assim Adora o desafiava. Ela o fazia pensar, e apenas
lembrar de sua boca inteligente o deixava de pau duro.

61
Quando ela começou a fazer ofertas e contraofertas, ele sabia
que ela seria uma ótima oponente numa sala de reuniões.
Pretendia jogar golfe com o professor dela neste mesmo fim de
semana na esperança de descobrir os pensamentos do outro
homem sobre Adora.

Ela já dominava grande parte de seus pensamentos. Não que


ele se importasse com isso. Adorava pensar em coisas bonitas, e
ela certamente se qualificava.

Ela queria namorar, tudo bem. Ele não tinha problemas para
namorar, desde que ela estivesse em sua cama. Ele também não
se importava que ela continuasse na faculdade.

Não haveria preservativos envolvidos. Apenas o pensamento


dela estar inchada, grávida de seu filho, o excitava, fazia seu pau
doer das formas mais deliciosas.

Já tinha escolhido o apartamento que pretendia que ela


ficasse, junto com os móveis. Ela não iria querer nada, e ele até
conseguiu um pequeno lugar para instalar Maria.

Adora amava sua mãe, ele viu isso, embora não descobrisse o
porquê. De certa forma, ele teria abandonado a própria mãe se seus
papéis fossem invertidos.

Só o amor faria alguém aceitar um acordo que claramente não


queria.

Pobre Adora.

62
Ela não queria ser possuída por ele, e ainda assim seu corpo
respondia a ele de maneiras que obviamente a confundiam.

Tobias sorriu, pensando em todas as maneiras que queria


para dar prazer a ela. Ele pretendia irritá-la para que não houvesse
mais ninguém no mundo em quem ela pudesse pensar. Olhando
para Maria, ele viu uma linda mulher. Ela não o atraía como sua
filha, mas agora, ele via algo... diferente.

Maria devia ser jovem quando teve Adora, e sem o nome do


pai na certidão de nascimento, isso despertou sua curiosidade.

Quem engravidou Maria?

De acordo com a papelada de Maria, quando ela engravidou,


trabalhava para uma empresa que a dispensou alguns meses após
o início da gravidez.

Ele não era um tolo.

Alguém a engravidou e, visto que a empresa para a qual ela


trabalhava apenas atendia clientes ricos, Tobias ficou curioso para
saber quem era o cara.

Ele o conhecia?

Ele tinha almoçado com um homem que renegou sua


reivindicação sobre seu filho?

Ele não tinha intenção de manter Adora como seu segredinho


sujo. Ela seria a mãe de seu filho e, uma vez que ela estivesse
grávida, tinha toda a intenção de fazer as coisas direito.

63
Ela não se encaixaria na ideia de seus pais quanto a uma
esposa perfeita, mas realmente não dava a mínima para isso de
uma forma ou de outra. Ela seria perfeita para ele. Era como se ele
acordasse uma manhã e só quisesse ter algo para si, para agradar
a si mesmo, não aos seus pais. Ele já tinha feito isso antes e eles
nunca foram felizes. Ele testemunhou a destruição de seu irmão
em suas mãos. Não havia como ele cair da mesma maneira. Eles
tinham um grande número de mulheres alinhadas para preencher
a posição de amamentar um futuro Bennett. Mulheres que vieram
da riqueza como ele.

Nenhuma delas disparou seu sangue da maneira que Adora


disparava.

Quando Maria terminou seu trabalho, ele notou que ela deu
uma volta em seu apartamento outra vez, apenas arrumando
coisas fora do lugar.

Ela era uma trabalhadora impecável.

A melhor mesmo.

Em alguns minutos, ela tinha suas coisas e estava saindo pela


porta.

— Obrigado, Maria — disse ele.

Ela se virou para ele e acenou com a cabeça.

Seu inglês não era bom, o que significava que quem quer que
fosse o pai de Adora, falava sua língua.

64
Tobias a observou sair, e ele não gostou da torção em seu
interior. Maria era uma mulher simpática, gentil e quieta.

Homens com dinheiro, com poder, com privilégios, teriam


visto Maria, pegado o que queriam e cuspido de volta.

Ele não gostava que alguém se esquivasse da


responsabilidade de criar um filho. Na verdade, isso o irritava. Se
o cara não conseguiu lidar com as consequências, por que não
ensacar essa merda?

Sentado atrás de sua mesa, entrou nas contas bancárias de


Adora e viu que ela não tocou em um centavo do dinheiro que lhe
deu.

Mulher teimosa! Se recusou a aceitar o que ele livremente deu


a ela. Os empréstimos foram todos pagos, e seu nome não estava
mais marcado por crédito ruim.

Sacudindo a caneta entre os dedos, sabia que teria que fazê-


la gastar algum dinheiro.

— Por que você é tão teimosa?

Abrindo os documentos de Maria, que também solicitara,


olhou seu histórico de serviços, vendo a empresa para a qual ela
trabalhava mais ou menos na época em que engravidou. Ele
reconheceu o nome, e anexado ao nome de Maria estava uma lista
de casas com as quais ela estava lidando.

Reconheceu todos os nomes da lista. Não havia como


diminuir, o que só serviu para irritá-lo ainda mais.

65
Seu celular começou a tocar, tirando-o de seu humor muito
irritado com o fato de que não poderia bancar o detetive, e quando
viu o nome de Julia e Andrew Bennett na tela, ele gemeu.

— Olá — disse ele.

— Já era hora de você responder, Tobias. Não gosto de ficar


esperando — disse Julia.

Essa era sua mãe. Uma verdadeira obra de arte.

Ele não conseguia se lembrar de uma época em que ela sequer


perguntou como ele estava.

— O que é? — Ele esfregou os olhos, realmente não querendo


falar com seus pais agora.

— É sexta-feira à noite e convidamos os Clarkes. Eles


trabalham em finanças, querido. Você provavelmente já ouviu falar
deles.

E suas três filhas.

— Estou ocupado.

— Você nunca está muito ocupado para seus pais.

Ele quase riu. Ela raramente se referia a si mesma como algo


parental.

Olhando para o tempo, percebeu que Adora estaria


terminando as aulas em breve, e queria estar lá para buscá-la.

66
— Eu não conseguirei. Aproveite a companhia dos Clarkes.
Tenho planos. — Ele desligou, colocando seu celular para vibrar ao
sair de seu apartamento.

Seus pais tinham um jeito de sugar toda a energia de uma


sala sem nem mesmo tentar. Ele não gostava deles, de jeito
nenhum. Na verdade, achava a presença deles um pé no saco.

Julia e Andrew gostavam de manter as aparências. Eles


sempre mencionaram como ele estava dividido com a morte de seu
irmão e, claro, como a família estava lidando com isso. Haveria
algumas lágrimas derramadas por causa das câmeras. Atrás de
portas fechadas, no entanto, sempre foi uma história diferente.

Seu pai ficou puto, com raiva porque seu irmão decidiu ser
fraco. Sempre implorando para ser amado, tentando encontrar o
amor em qualquer um que o tivesse. As drogas foram um alívio
bem-vindo do vazio.

Dirigindo-se para o campus, Tobias se lembrou de um dos


últimos dias com seu irmão. Como ele o encontrou em um prédio
abandonado, nu, tremendo com a merda com a qual encheu seu
corpo.

— É Tobias. Veio me resgatar novamente e me levar de volta


para casa.

— Por que você continua fazendo isso?

Seu irmão tossiu e riu ao mesmo tempo.

67
— Eu não posso acreditar que você não está fazendo isso.
Passa tanto tempo com a cabeça nos livros, acho que você
entenderia.

Maximus ergueu os olhos e a tristeza em seus olhos realmente


o atingiu.

— Mas você não entende. Você é tão frio quanto eles, não é,
Tobias? Você não precisa de amor ou de sentir.

Outra tosse, só que desta vez foi um gemido.

— O que você está tentando buscar te matará.

Maximus sorriu. — Então eu morrerei um homem feliz em vez


de apodrecer na biblioteca do meu pai tentando agradá-lo. Ele não
pode nem me renegar porque ele tenta manter todos os meus
segredos do mundo. Ele espera que eu mude, que me torne como ele.
Um bastardo sem coração e sem alma. Não esqueceremos a mamãe
e sua sede de poder. Ela fará de tudo por isso. Vá em frente, Tobias.
Seja como eles e apodreça como eles. Eles podem ser poderosos,
mas ninguém jamais os amará de verdade, e sinto muito por eles.

Saindo de seus pensamentos, Tobias percebeu que já havia


estacionado no campus. Ele não pensava em seu irmão há algum
tempo, e agora ele continuava aparecendo em suas memórias.

O amor era uma emoção superestimada.

Ele não tinha intenção de cair. Olhando ao redor do campus,


tinha um ponto de vista incrível, observando os alunos e
professores.

68
Viu Adora falando com um homem mais velho de sua idade, e
Tobias não gostou quando os dois riram.

Havia uma proximidade ali. Ele pretendia acabar com isso.

— Achei sua comparação interessante. Seu próprio prédio de


apartamentos para um apartamento de luxo – fascinante. Você tem
um olho para as diferenças, Adora. É muito raro. Normalmente,
meus alunos desejam falar sobre arquitetura moderna em edifícios
que foram erguidos para ocasiões especiais, não edifícios de uso
geral.

Adora sorriu. Ela gostava da aula do professor Feswick. Ele


não só falava sobre a arquitetura histórica e como ela evoluiu, mas
também ouvia tudo. De todos os seus professores, ela adorava a
aula dele. O professor tinha uma verdadeira paixão por isso, que
não morreu nos anos de ensino.

— Obrigada, eu realmente aprecio isso.

— Não tenho certeza se um examinador concordaria. Até


mesmo para você notar de materiais baratos entre eles. Além disso,
sabe que não pode comparar os dois, pois também investiguei isso
no meu horário de almoço, e os dois edifícios foram construídos
por empresas diferentes.

— Eu sei. Eu também investiguei. A empresa que construiu


meu prédio é conhecida por suas casas e apartamentos baratos

69
para as massas. Aquele em que minha mãe trabalha, são
conhecidos por construir apenas para os ricos e tendem a se
envolver apenas se o salário for alto o suficiente.

Ela não apenas gostava de trabalhar com arquitetura, mas


também adorava voltar aos detalhes básicos, e essa era a razão
pela qual Feswick era seu professor favorito.

— Quando você se formar, espero conseguir um aluno com


tanto entusiasmo quanto você. Você é um verdadeiro tesouro,
Adora. Não deixe nenhuma empresa com a qual decidir estagiar
tirar isso de você.

Antes que ela pudesse falar, alguém a puxou para seus


braços. No início, ela tentou se afastar, mas olhando para o olhar
zangado de Tobias, ela se viu congelada.

Era sexta-feira. Ela não tinha ideia de que ele pretendia


buscá-la no campus. Também não era tarde e, naquele momento,
não conseguia se lembrar se ele havia lhe dado um horário para
pegá-la.

O professor Feswick olhou para ela e depois para Tobias.

— Tobias Bennett — disse ele.

Ela não gostou da forma como seu estômago revirou.

— Professor Feswick.

Eles apertaram as mãos, e ela percebeu a maneira como


Tobias agarrou sua mão.

70
Saindo do aperto de Tobias, manteve seu próprio espaço, não
gostando da maneira como ele reivindicou a propriedade dela na
frente de seu professor.

Ela não era uma idiota. Ele claramente não gostava que ela
conversasse com outro homem.

Ela não era uma vagabunda.

Corria o boato de que alguns professores eram conhecidos por


oferecer boas notas em troca de favores retribuídos. Ela sempre fez
questão de evitá-los, já que não tinha intenção de ser esse tipo de
aluna.

— Eu estava apenas dizendo a Adora que ótima aluna ela é, e


quando ela se formar, espero que outro aluno seja tão fascinado
quanto ela.

— Sentirei falta das suas aulas, Sr. Feswick. Você é uma


inspiração para mim. — Ela falou antes que Tobias tivesse uma
chance.

— Eu esperava que a gente discutisse onde você gostaria de


estagiar nos próximos meses.

O estômago de Adora torceu mais uma vez. Seu diploma exigia


um certo nível de experiência profissional e acadêmica. Seu pai era
dono de uma das melhores empresas do país, conhecida em todo o
mundo.

— Que tipo de trabalho? — Tobias perguntou. — Eu tenho os


melhores interesses de Adora no coração.

71
— Acreditamos que nossos alunos precisam de um nível de
experiência prática para ver o verdadeiro potencial. Adora é uma
das melhores alunas da classe, e eu esperava poder colocá-la no
programa da Hamilton.

Ouvir o sobrenome do pai a encheu de ansiedade. Afastando


o pânico, ela balançou a cabeça.

— Não, não é para lá que espero ir — disse ela.

Ambos os homens se voltaram para ela.

Ela viu a confusão em seus rostos e não se importou.

— Adora, você está ciente do grande volume e respeito que


Hamilton traz? — perguntou Feswick.

— Estou ciente deles. — E do dono mentiroso, trapaceiro e


bastardo. — Eles são uma escolha tão óbvia. Não quero ser óbvia,
então esperava fazer parte do programa James & Co.

Eles eram os maiores rivais de Hamilton, e ela não tinha a


intenção de ajudar seu pai, jamais. Aquele bastardo tinha virado
as costas para sua mãe.

Depois de ler o diário de sua mãe e saber da dor que deve ter
passado, ela jurou nunca dar ao homem a hora do dia, e isso
incluía estagiar em sua empresa. Adora estava ciente de que seu
pai tinha esposa e filhos agora. A família que ele reconheceu.

— Isso certamente me surpreende, Adora. Eu sei que você só


deseja o melhor, mas é o seu futuro. Você gostaria que eu colocasse

72
seu nome para o caso? Hamilton é muito... específico, então você
mesma não poderia se qualificar.

— Ponha o nome dela. Pelo menos ela saberá — disse Tobias.

Ela cerrou os dentes e olhou para Feswick.

— Colocarei seu nome para ambos. — Feswick olhou para o


relógio. — Eu devo correr. Tenho que estar em casa para o chá.
Minha esposa tem planos. Aproveite o seu fim de semana.

Feswick adorava seus filhos e sua esposa. Ele estava sempre


contando pequenas histórias para a classe, e ela sabia que não era
a única que adorava seu professor.

— Ele é um homem interessante.

Ela se virou para o homem que a tinha dividido em muitas


direções diferentes. — Por que você insistiu em colocar meu nome?

— Por que você insistiu em não tê-lo apresentado? — ele


perguntou, olhando para ela.

A identidade de seu pai era um segredo. Ela pretendia manter


assim.

— Você esqueceu que tínhamos um jantar marcado? — ele


perguntou.

Ela balançou a cabeça. — Não. Não sabia que nosso encontro


seria tão cedo.

73
— Eu gosto de tirar o jantar do caminho. Temos coisas mais
importantes para fazer.

O brilho perverso em seus olhos a deixou saber exatamente


do que ele estava falando. Sexo. Ele tiraria sua virgindade esta
noite.

— Eu tenho que me trocar — disse ela, olhando para seu jeans


e camisa.

Ela tentou não pensar sobre seus nervos ou sua empolgação


com a noite que se aproximava.

— Você vai mais do que trocar.

— Isso não será aceito em um restaurante.

— Então vamos parar em uma das lojas. Te deixaremos mais


adequada. — Ele colocou a mão nas costas dela e a guiou em
direção ao carro. Uma vez na porta, ela parou e se virou para ele.

— Você estava com ciúmes.

— O quê?

— Você me viu conversando com meu professor e ficou com


ciúmes.

— Eu não acredito em ciúme, nunca acreditei. Você está


muito enganada.

— Você não suportou eu falando com ele.

74
Ela sorriu. O ciúme era uma coisa boa. Bem, não era
realmente uma coisa boa, mas significava que ele podia pelo menos
sentir alguma coisa.

— Não sou o tipo de mulher que se oferece aos professores


para conseguir notas.

Ele olhou para ela.

— Você está ciente de que existem mulheres que não se


sentem assim, certo?

— Claro que estou ciente. Já ouvi falar delas e tento evitar os


professores que gostam de fazer tal coisa. — Ela o encarou. — Você
deveria saber. Como disse, jogará golfe com alguns deles.

Ela entrou no carro, permitindo que a notícia fervesse dentro


dele. Ele fechou a porta e ela esperou enquanto Tobias contornava
o carro.

Tobias entrou e ela nem teve tempo de admirar. Não era como
a limusine que ele a levou para dentro no outro dia.

Ele tinha um carro novo para cada dia da semana?

— Algum dos seus professores fez alguma proposta para você?

— Não. Como disse, os evito. Eu ganhei minhas notas com


trabalho duro, não porque entreguei meu corpo.

Tobias passou a mão pelo rosto, e ela se perguntou o que ele


estava pensando, o que estava sentindo.

75
Ela finalmente o alcançou ou era apenas uma ilusão? Ele
estava dando um show para ela pensar que o estava afetando?

Ele a confundia o tempo todo.

Desde o primeiro toque em seu corpo, ela não conseguia se


livrar dos sentimentos que ele inspirava dentro dela, nem ela
queria.

Ele ligou a ignição do carro e eles se afastaram do campus da


faculdade, voltando para a cidade.

— Se algum professor tentar alguma coisa, qualquer coisa,


diga não a ele e me ligue imediatamente, entendeu? — ele
perguntou.

— Ok.

Ela o alcançou?

Ele não falou por vários momentos, apenas dirigindo seu


carro.

— Como foi seu dia? — ela perguntou.

— Longo.

Ela sorriu. Ele pode não gostar, mas ela esperava que
estivesse passando por baixo de sua pele assim como ele na dela.

Seria justo para os dois.

76
Ele parou em frente a uma butique de estilista muito cara, e
seus nervos a atingiram mais uma vez.

Ela não pertencia àquele lugar.

77
Capítulo cinco
Tobias mal podia esperar para gastar seu dinheiro com Adora.
A maioria das mulheres com quem saia só estava atrás de sua
carteira, então era revigorante passar um tempo com uma garota
doce.

Minha garota.

Ele a levou para a boutique, pronto para mimá-la antes do


encontro. Suas roupas eram baratas e ele queria vê-la usando as
melhores. À mãe de seu filho não faltaria nada.

— Você não precisa me comprar roupas, Tobias. Posso ir para


casa rapidamente para me trocar ou vestir o que estou usando —
disse ela, parando na entrada.

Ele balançou sua cabeça. — Não acontecerá.

Sua relutância era incrível. Ele praticamente teve que arrastá-


la para a loja. Assim que entraram, ela cravou os calcanhares e
olhou em volta com uma admiração infantil.

— Há lustres — disse ela, quase um sussurro.

Ela estava ficando sob sua pele.

Como ela poderia ser tão adorável e sexy ao mesmo tempo?

— Te disse. Só gosto do melhor.

78
Os pisos brancos polidos brilhavam com um acabamento
impecável. Isso o lembrou de uma pista de dança, as prateleiras de
roupas na periferia. Não havia outros compradores, mas a essa
hora de um dia de semana, e com esses preços, não esperava nada
diferente.

— Posso ajudar? — Uma loira alta e magra caminhou em


direção a eles, seus saltos clicando nos ladrilhos.

Adora segurou seu braço, mantendo-se perto. Ele amava que


ela buscasse nele um conforto. Ela era sua para proteger e cuidar
agora. A nova responsabilidade o aterrorizou.

— Estamos procurando um vestido de noite, algo que ela


possa usar em um bom jantar — disse Tobias.

A loira olhou Adora de cima a baixo. Ela parecia que tinha


acabado de chupar um limão e isso o irritou.

— Não sei se temos o... tamanho dela.

— Então chame a porra de um alfaiate aqui — disse ele — e


deixe-o pronto.

Sua boca ficou boquiaberta.

— Adora, dê uma olhada em alguns vestidos que você goste,


e então você pode experimentá-los.

Ela olhou para ele com olhos suplicantes.

As mulheres não gostam de fazer compras?

79
Ele a incitou a verificar as prateleiras de vestidos, finalmente
fazendo-a selecionar meia dúzia de vestidos e alguns saltos.

Entraram na área de provas na parte de trás da loja, uma


enorme sala circular com incontáveis espelhos e tetos abobadados.

Ele se sentou em um dos sofás, dando uma olhada rápida no


relógio. Eles tinham muito tempo.

A vendedora se aproximou dele, curvando-se para sussurrar:

— Nosso alfaiate não pode vir em curto prazo. Alterações


extensas requerem pelo menos um retorno de uma semana.

— Você sabe quem eu sou? — ele perguntou.

Ela balançou a cabeça.

Ele puxou sua carteira e entregou a ela um cartão.

— Tobias Bennett, Bennett Corporation. Ligue para minha


assistente. Ela terá um alfaiate aqui em quinze minutos.

— Sim senhor. Claro, senhor.

— Agora, quero esse vestiário fechado até terminarmos,


entendeu?

— Terei certeza de que ninguém entra. Se você precisar de


alguma coisa, por favor me avise.

80
Uma vez que a porta principal do vestiário se fechou, Tobias
sorriu para Adora. Ela estava parada por perto, olhando os vestidos
que havia selecionado.

— Tire a roupa — disse ele.

— O quê?

— Quero ver o que estou comprando — disse ele.

— Você a ouviu, Tobias. Estes vestidos são pequenos demais


para mim — disse Adora.

— Não se preocupe com o que ela disse. Ela não sabe de nada.
Consertaremos o que você mais gostar.

Ela cuidadosamente tirou o primeiro vestido do cabide e foi


em direção a um dos vestiários menores.

— Ah-ah — disse ele. — Bem ali, boneca. Eu quero ver tudo.

Ela parecia um cervo nos faróis, mas não discutiu.

Isso o surpreendeu.

Pendurou o vestido de volta no cabide e puxou o suéter pela


cabeça, o rabo de cavalo balançando nas costas depois de tirado.
Em seguida, tirou os sapatos e rebolou para fora das calças. Uma
vez que estava apenas de sutiã e calcinha, seu pau ficou mais duro
do que o chão de pedra. Ele passou a palma da mão na frente da
calça, tentando ficar confortável.

— E se alguém entrar?

81
— Eles não vão — ele garantiu. — Desamarre seu cabelo.

Ela puxou o elástico que o prendia, seu cabelo espesso se


espalhou uma vez que foi solto. Alcançava sua bunda, e ela parecia
um maldito anjo. Ele escolheu bem. Adora tinha quadris largos
para ter filhos e seios exuberantes para amamentar seu bebê. Só
de pensar em enchê-la com seu sêmen o fazia se sentir um
adolescente com tesão.

Adora colocou o primeiro vestido, um roxo profundo. Ela não


conseguia fechar o zíper lateral, mas abraçava todas as suas
curvas da maneira certa.

— Quão chique é este restaurante para o qual estamos indo?


— ela perguntou, olhando-se no espelho. Quando ela olhou para a
etiqueta pendurada no vestido, engasgou. — Tobias, você percebe
quanto custa esse vestido?

— Deixe que eu me preocupe com isso.

— Mas...

— Você vale a pena, Adora.

Demoraria um pouco para acostumá-la a ser mimada. E ele


não gostou da falta de confiança dela.

Ela experimentou mais alguns, apaixonando-se pelo quarto.


Era preto, justo, com um decote profundo. Seu decote era matador,
e ele sabia que todo homem estaria babando por ela esta noite. A
vendedora foi exageradamente dramática e o vestido só precisaria
de algumas pequenas alterações.

82
— Tem certeza que gostou? — ela perguntou.

— Venha aqui. — Ele deu um tapinha no joelho e ela se sentou


hesitantemente. Tobias segurou sua bochecha e a beijou uma vez
nos lábios. — Você é a mulher mais bonita que eu já vi.

— Não diga isso.

Ele rosnou de irritação.

— Eu posso ter qualquer mulher que eu quiser, Adora, mas


no segundo que te vi, sabia que tinha que ser você.

— Estou tão confusa — disse ela. — Deveria estar feliz. Quer


dizer, me sinto como a Cinderela agora. Mas quero mais.

— O que você quer?

— Não me importo com dinheiro. Quero me apaixonar por um


homem que me ame de volta, não aquele que me chantageia para
ter seu filho.

Ele não sabia o que dizer.

A única coisa que ela queria, ele não podia dar. Como poderia
oferecer amor a ela, algo que nunca fui apresentado ao crescer? Ele
foi ensinado a ser forte, a ser o melhor em tudo. O amor era uma
fraqueza. Foi treinado para engarrafar essa merda. Ele queria
Adora, mas não podia oferecer algo de que era incapaz.

— Você está certa, este não é um conto de fadas. É mais


complicado, é real, mas não significa que não estou dando tudo de
mim.

83
Ela mexeu na gravata dele.

— É só que meu pai nunca me quis, e doía saber disso – mais


do que você imagina. Tive que ver minha mãe lutar, viver minha
vida sentindo-me indigna. Sou adulta agora. Eu quero mais.

— Não sou seu pai, Adora. Ele foi um idiota por abandonar
sua mãe. Nem sou nada parecido com ele.

— Você é mais parecido com ele do que imagina — disse ela.

Parecia que Adora sabia a identidade de seu verdadeiro pai, e


era algo que ele estava em processo de estreitar.

Ele balançou sua cabeça. — Você nem me conhece.

Nem ele mesmo se conhecia. Foi programado para ter sucesso,


mas a que custo? Não podia deixar de lembrar por que seu irmão
tirou a própria vida. A maioria das pessoas precisava de mais do
que dólares e centavos, não é?

— Mas faremos sexo esta noite.

— Sim — ele concordou. — Isso é inegociável. — Ele passou a


mão pela coxa dela. — Teremos todo o tempo do mundo para nos
conhecer depois desta noite.

— E se eu disser que estou com medo?

Ele não pôde deixar de sorrir.

— Prometo que não te machucarei. Nós vamos bem e devagar.


Cuidarei bem de você. — Ele deu um pequeno aperto na perna dela.

84
— Não estou preocupada com meu corpo.

Tobias tinha muito a provar e era tudo um território


desconhecido. Mas se queria garantir seu legado, precisava de uma
mulher. Uma esposa. Quanto mais tempo passava com Adora,
mais sua atração física se transformava em afeto genuíno.

Isso o apavorava, essa nova vulnerabilidade. Sua primeira


reação foi lutar e erguer paredes.

Esperava que não tivesse estragando tudo.

— Uma coisa de cada vez — ele sugeriu. Tobias deslizou a mão


por seu vestido, segurando seu quadril enquanto beijava seu
ombro. — Não se preocupe mais.

— Eu não contei a minha mãe sobre nós. Sobre nosso


encontro.

— Você está fazendo isso de novo. Esta noite é sobre você e


eu. Estou ansioso por isso a semana toda.

Ele a beijou profundamente, segurando-a perto. Quando a


língua dela deslizou em sua boca, seus olhos reviraram. Nunca
uma mulher teve um efeito tão profundo sobre ele.

Na semana passada, Adora estava satisfeita com sua sorte na


vida. Ir para a faculdade não foi fácil, mas ela estava determinada

85
a fazer algo de sua vida. O estudo, o trabalho, a luta – tudo valeria
a pena um dia.

Em uma semana, tudo mudou.

Adora estava se apaixonando por um homem com o dobro de


sua idade, um cara aparentemente perfeito em todos os sentidos.
Ela sabia que era um erro concordar com tudo isso, mas não
conseguia convencer seu coração do contrário.

Suas palavras, seu afeto e a maneira como ele a defendia, tudo


continuava a puxá-la, e estava começando a mudar seus pontos de
vista rígidos. Talvez as coisas pudessem funcionar. Talvez ele
passasse a amá-la.

— Se não pararmos agora, te pegarei aqui mesmo no sofá. E


acho que você não gostaria disso.

Sua voz sempre soava áspera e profunda, tendo um efeito


direto em sua libido.

Ela queria dizer a ele que não se importava de uma forma ou


de outra. Havia algo em Tobias que exigia obediência, e ela era
impotente contra isso. Ela o queria, desejava que ele assumisse o
controle de seu corpo em todos os sentidos.

Estaria se vendendo?

Colocando seus medos acima de seus ideais?

Não queria admitir, mas mesmo sem a chantagem, ela não


seria capaz de recusar.

86
— Ainda digo que o vestido custa muito caro — disse ela.

Ele deu a ela aquele mesmo sorriso malicioso que fazia seu
corpo queimar.

— Você pode me agradecer esta noite.

Adora escorregou de seu colo e voltou a vestir suas roupas.


Tobias levou seu vestido para a frente da loja. Havia um homem
mais velho de terno esperando por eles, uma fita métrica macia em
volta do pescoço.

— Carlos, obrigado por ter vindo. Parece que temos uma


emergência.

Tobias piscou e jogou o vestido em seus braços à espera,


continuando para o balcão do caixa. Adora o seguiu, mas o alfaiate
a deteve.

— Algumas medidas, por favor.

Adora agradeceu enquanto ele rapidamente tirava todas as


suas medidas, então levou o bloco de notas para uma mesa
dobrável de madeira com tudo que um alfaiate poderia precisar.
Ela não podia acreditar o quanto Tobias Bennett conseguia. Ela se
sentiu especial por ele tê-la escolhido.

Quando ela se juntou a Tobias no balcão, ele apenas passou


seu cartão de crédito, colocando-o de volta em sua carteira. Ela não
conseguia nem imaginar como seria – comprar qualquer coisa que
ele quisesse, nunca se sentir inseguro financeiramente.

87
— Dê a ele alguns minutos, então você poderá vesti-lo. Está
com fome?

Ela acenou com a cabeça.

— Onde jantaremos? — ela perguntou.

— La Ballezza. Gosta de comida italiana?

Ele tirou um pouco de cabelo solto do rosto dela, e Adora


lembrou que não estava puxado para trás. A maneira como ele
olhou para ela a fez se sentir bonita, como a única mulher no
mundo.

— Eu adoro — ela respondeu.

Ele deve ter feito reservas no início da semana. La Ballezza era


um dos restaurantes mais caros do centro da cidade. Todas as
celebridades e grandes apostadores comiam lá. Ela nunca sonhou
que veria o interior ao vivo.

— Excelente. — Ele segurou seu rosto e a beijou. — Estou


ansioso para esta noite.

A senhora da loja estava a apenas alguns metros de distância


atrás do balcão, mas Tobias não ficava envergonhado ou tímido em
se expressar.

Ela gostava disso nele. Era confiante e não se importava com


o que os outros pensavam. Adora desejava ter uma fração de sua
autoconfiança.

88
Assim que o alfaiate terminou, Adora colocou seu vestido e
sapatos. O vestido caiu como uma luva, abraçando suas curvas
como uma segunda pele. Ela se sentiu estranha por ser tão formal,
e andar de salto não era tão fácil quanto parecia.

Antes que ela tivesse a chance de refletir e se fechar sobre si


mesma, Tobias colocou o braço em volta da cintura dela. Ele a
conduziu até seu carro, abrindo a porta do passageiro para ela
como um verdadeiro cavalheiro.

Ela queria odiá-lo, mas ele tornava isso tão difícil.

O interior do carro de Tobias era puro luxo. Ela afundou no


banco de couro exuberante e observou a paisagem urbana passar
pela janela do passageiro. O ronronar suave do motor era o único
som no carro, e isso a enervava.

— Conte-me algo sobre você — disse ela.

— Como o quê?

— Qualquer coisa. Sua família, coisas que você gosta de


fazer... Além do trabalho.

Sua mandíbula se contraiu, seus olhos focados na estrada à


frente.

— Não há muito o que contar. Eu só vejo meus pais de vez em


quando, quanto menos, melhor. Além do jogo estranho de golfe, é
basicamente o escritório.

— Você trabalha demais.

89
— Eu transformei o negócio no que ele é hoje. Gosto de ter
meu dedo no pulso.

— Deve haver mais do que negócios. Você não sonhava


quando era menino? — ela perguntou.

Ele zombou.

— Ser o melhor. Isso é tudo o que importa. Meus pais exigiram


e eu entreguei.

Tinha que haver mais para Tobias. Sua vida não poderia ter
sido tão fria.

— Irmãos?

— Não. — Ele pigarreou. — Agora conte-me sobre Adora. Eu


quero saber sobre a mãe do meu filho.

Ela não gostou do som disso. Parecia tão clínico, tão


desamoroso. Não queria ser sua criadora de bebês, queria ser tudo
para ele.

— Morei com minha mãe até o ano passado, quando me mudei


para ficar perto da faculdade. Sou filha única e você já sabe que
minha mãe me criou sozinha.

Pararam em frente ao restaurante. Os manobristas já estavam


entrando, mas não parecia dar a Tobias qualquer senso de
urgência. Ele se inclinou e ergueu o queixo dela, olhando-a
diretamente nos olhos.

90
— Tudo mudou agora, menina. Hoje é o primeiro dia de coisas
melhores.

Ela acenou com a cabeça antes de sua porta ser aberta para
ela. Parte de Adora queria discutir, dizer a ele que colocá-la em
uma cobertura enquanto ela assava seu pão no forno, não era uma
perspectiva atraente. Não se importava com dinheiro, nem mesmo
com segurança, se isso significasse uma vida sem amor.

Subiram os degraus até as enormes portas de vidro e dois


porteiros as abriram quando se aproximaram. Adora segurou o
braço de Tobias com medo de cair em seus pés.

— Sr. Bennett, bem-vindo ao La Ballezza — saudou a anfitriã.


— Você gostaria de uma mesa para dois esta noite?

— Algo privado.

— Sim senhor.

Seguiram até o restaurante, e Adora ficou fascinada com a


mistura do mundo antigo e da arquitetura e decoração modernas.
Seus olhos se adaptaram à luz fraca enquanto caminhavam. O
restaurante era tão impressionante quanto ela imaginava. A
anfitriã os conduziu a uma pequena cabine privada no fundo da
sala, com uma mesa e banco circulares. Uma vela cintilava na
mesa.

— Isso é realmente lindo — disse Adora enquanto se sentava


no assento acolchoado da cabine. Ela esperava que Tobias se

91
sentasse à sua frente, mas ele se sentou bem ao lado dela, suas
pernas se roçando.

— Não tão bonito como você.

Seu rosto estava tão vermelho quanto parecia? Ela engoliu em


seco, não acostumada a esse nível de atenção.

— Você tinha reservas?

— Eu não preciso de reservas.

Ele continuou a olhar para ela como se achasse divertido com


seu desconforto.

— Você sempre consegue o que quer?

— Sempre.

Ele molhou os lábios, e ela pôde imaginar as coisas más que


ele estava pensando.

Sua boceta formigou, a onda de necessidade a pegou de


surpresa.

— Quantos anos você tem mesmo? — Ela ficou tensa depois


de perguntar, pensando se havia cruzado os limites, mas ele disse
a ela da última vez que se viram. Ele tinha quarenta e cinco anos
e ela vinte.

— Isso é importante para você?

Ela encolheu os ombros.

92
— Acho que não. Só estou me perguntando por que você ainda
não está casado.

Ele sorriu, seus olhos enrugando nos cantos.

— Sou muito exigente.

— Então você me escolheu? — Ela quase engasgou com uma


risada. Adora não era cega e sabia que estava longe de ser uma
nota dez.

— Você é muito dura consigo mesma. Não tenho certeza do


porquê, mas precisa parar — disse ele. — Há algo sobre você,
Adora. Você traz à tona uma parte de mim que pensei que estava
morta. Talvez sua inocência, sua beleza – tudo que sei é que não a
deixarei ir.

— Então, sou sua prisioneira? — ela brincou.

Parecia certo aliviar o clima. Tobias a estava assustando com


sua intensidade. Sim, ela queria que ele fosse real, mas suas
próprias emoções eram uma bagunça.

— É tão ruim assim?

Ela não conseguiu responder. Até agora, ele apenas a


estragou, fazendo-a se sentir uma princesa. Ela desejou que ele
tivesse lidado com as coisas de forma diferente, talvez saído com
ela sem exigir um filho.

— Eu ainda não tenho certeza.

93
— É justo. Esta noite, mostrarei a você como as coisas podem
ser boas.

Ele descansou a palma da mão em sua coxa sob a mesa,


dando vida a cada célula de seu corpo.

Ela fechou os olhos brevemente, saboreando a onda de


necessidade passando por ela. Adora queria tocar Tobias, correr os
dedos sobre a barba por fazer em sua mandíbula, desabotoar sua
camisa extravagante e sentir aqueles músculos rígidos em primeira
mão. Talvez esta noite ela tivesse a coragem de receber o que queria
em troca.

O garçom parou, se apresentou e entregou os cardápios. Ela


estava examinando as opções quando sentiu o corpo de Tobias ficar
tenso ao lado do dela.

Ele se endireitou, olhando para o outro lado do restaurante.

Ela não conseguia ver o que ele estava olhando de sua posição
na cabine, mas esperava que não fosse outra mulher. Talvez fosse
uma ex amante. Adora queria bloquear todas as histórias que sua
mãe havia compartilhado ao longo dos anos.

Ela queria ser a única para ele, e o pensamento dele


mentalmente comparando-a com aquelas belezas não a agradava.

A nova onda de ciúme a surpreendeu, fazendo-a perceber


quão profundo ela havia se investido neste empreendimento.

94
Esse é o único nome que ela poderia dar ao relacionamento
deles, porque era completamente heterodoxo, mas ela sabia que
estava totalmente envolvida neste ponto.

95
Capítulo seis
Do outro lado do restaurante lotado, Tobias avistou não
apenas um de suas ex, mas também William Hamilton, dono da
empresa que dirigia o programa de Hamilton do qual Adora estava
determinada a não fazer parte.

William era um cão de caça conhecido. Ele fodia qualquer


coisa com uma boceta.

A ex de Tobias, Katerina, era bem conhecida por transar com


qualquer pessoa que pagasse pelo prazer. Ele costumava ser um
daqueles homens como William, não era mais.

Olhando para Adora, viu o frescor, a inocência, a beleza


interior.

Ele olhava para as outras mulheres, com seus vestidos caros,


as joias, e se perguntou quantas delas tinham uma vida difícil.
Algumas delas se preocupava em fazer uma refeição de um dia para
o outro?

Adora o ajudou a abrir seus olhos.

Ele leu o arquivo de Adora e o de sua mãe. Elas lutaram a


maior parte de suas vidas para sobreviver, e ele estava determinado
a fazer tudo isso parar.

— Está tudo bem? — ela perguntou.

96
— Está sim. — Ele se esticou sobre a mesa, pegando a mão
dela.

Pela primeira vez, ela ficou tensa quando ele a tocou, mas
lentamente relaxou, e ele deu um sorriso, não querendo pensar em
William ou em qualquer outra pessoa.

Esta noite era sobre cortejar sua mulher e colocar um bebê


dentro dela. Se ela não estivesse com fome, ele já teria começado a
fazer o bebê.

— Este é um lugar realmente chique.

— Então, com que frequência você fala com seu professor


sozinha? — ele perguntou, mudando abruptamente de assunto.

Ver Hamilton o lembrou da conversa que teve com seu


professor, e também o deixou curioso para saber exatamente
porque ela não queria ir para o programa número um.

— Mesmo? Você quer jogar a carta do ciúme novamente?


Achei que tivéssemos passado por cima disso.

— Por que você não quer fazer parte do programa de


Hamilton? — ele perguntou.

Ele a observou ficar tensa e puxar a mão dele. Sendo o


empresário astuto que era, sabia que algo estava acontecendo lá,
algo que não gostava, nem um pouco.

— Não gosto de fazer o que todos esperam de mim.

— Há algo mais acontecendo aí.

97
— Não, nada. — Ela pegou o menu, olhando para ele. — Você
já esteve aqui antes? Sabe o que é bom?

Ele sinalizou para o garçom e pediu alguns bifes, batatas e


legumes para os dois. Parecia simples, mas cada item era feito com
a quantidade perfeita de manteiga, alho e ervas, apenas os
melhores ingredientes. Ele adorava vir a este lugar.

Voltando sua atenção para sua mulher, viu que ela olhava
para seu colo. Mais uma vez, ficou impressionado com quão jovem
ela era. Não apenas sua idade, mas também sua insegurança
transparecia. Este mundo pegava mulheres como ela, mastigava e
cuspia de volta, e ele não queria isso.

— Você me lembra um pouco... Uma pessoa que conheci —


disse ele.

— Eu?

— Ele estava determinado a viver a vida à sua maneira. Por


muito tempo, ele teve essas crenças, em busca do amor, de algo
mais.

Ele não tinha contado a ela sobre seu irmão, evitando


propositalmente a pergunta. Pensando nele agora, Tobias foi
atingido por uma dor que retorceu seu peito.

— Você faz o amor parecer uma doença ou uma maldição.

— O amor é superestimado e, em sua busca por ele, meu


irmão se matou.

98
Seus lábios se abriram e ela olhou ao redor do restaurante.

— Por que você está me contando isso?

— O amor… Pode machucar muitas pessoas. Você não precisa


caçar. Ignore o que acha que o mundo espera de você. O que estou
oferecendo a você é um futuro que ninguém mais pode. Eu sou um
Bennett. Eu governo este mundo, e tudo o que você quiser, posso
dar a você.

Os olhos de Adora brilharam com um brilho de lágrimas.

— Eu quero amor, Tobias, e aparentemente isso é uma coisa


que você não pode me dar.

— Achei que era você.

Ambos foram puxados para fora da conversa pela presença de


William. Recostando-se, Tobias não permitiu que seu
aborrecimento aparecesse.

Os Bennett não precisavam de alguém como Hamilton, mas,


novamente, seus pais reclamariam dele se causasse uma cena.

Ele sempre teve que ser perfeito. Nunca houve qualquer


espaço de manobra.

— Hamilton, Katerina, que surpresa ver vocês dois — disse


ele.

— Não é uma grande surpresa, eu acredito. Este lugar é


adorável, como você bem sabe.

99
Com o canto do olho, ele viu que Adora queria estar em
qualquer lugar, menos na mesa. Se fosse possível, parecia que ela
estava tentando se encolher.

— Nós nos perguntamos se você e sua namorada se


importariam de se juntar a nós? — convidou Hamilton.

Adora olhou para ele e balançou a cabeça. Ele viu a súplica


em seus olhos.

— Eu a quero só para mim esta noite, Hamilton. Obrigado


pelo convite.

Hamilton finalmente olhou para ela.

— Maria?

Agora, isso fez Tobias ficar tenso quando Adora fechou os


olhos por alguns segundos e olhou para ele.

Ele não sabia o que era, mas de repente ele viu um pouco de
Hamilton em suas feições, e tudo fez sentido.

Maria estava limpando para ele aproximadamente na época


em que Adora foi concebida.

Além disso, sua determinação de não se juntar ao Programa


de Hamilton agora fazia sentido.

Olhando para o homem, depois para a garota, depois para o


homem novamente, Tobias sabia que estava olhando para o pai
dela. Não só isso, seu pai estava finalmente olhando para a garota
que ele claramente negou.

100
Adora se virou para ele.

— Preciso usar o banheiro. Tem algum aqui?

— Posso mostrar para você — disse Katerina.

Antes que ele tivesse a chance de contestar a saída das duas


mulheres, elas se foram. Sua raiva começou a crescer,
especialmente sabendo que ela estava prestes a ser a mãe de seu
filho e, por direito, deveria herdar parte da fortuna de Hamilton. O
próprio homem só tinha filhos.

Seus pais matariam para ter um pé na família, e agora, ele


estava cortejando uma dessas chances, visto que eles não tinham
uma filha para enviar em casamento.

Hamilton observou Adora partir.

O homem parecia positivamente pálido e tudo parecia ficar


claro para Tobias.

— Você é um idiota de merda, você sabe disso, certo? —


Tobias disse, olhando para o homem diante dele.

— O que quer dizer?

— Você sabe exatamente o que quero dizer. Você fode a


faxineira, a engravida e a despeja de bunda. — Ele bufou. — Eu
sempre soube que você não admitia todas as suas merdas, e Adora
é uma delas.

— Você não tem ideia do que está falando — disse Hamilton.

101
— Eu sei que esta é a primeira vez que você vê sua filha. —
Tobias riu. — Uau, você sabe o quê? Quero que você saia da minha
mesa agora porque, quando olho para aquela mulher e penso em
toda a merda que ela passou, não gosto do que sinto ou do que sou
tentado a fazer.

Ele olhou para o homem que uma vez respeitou. Claro,


Hamilton era um bastardo, mas agora, era flagrantemente óbvio
que o cara estava fodido, e em vez de lidar com isso, ele
simplesmente deixou de lado.

Ele pensou em Maria e sua falta de inglês, sua inocência


sendo explorada e lutando para criar uma filha sozinha.

Hamilton deixou a mesa e, segundos depois, Adora se juntou


a ele. Suas bochechas estavam vermelhas e ela olhou para ele.

— Você realmente sabe como escolher mulheres — disse ela.

— Katerina é uma ex. Ela é uma prostituta que dá favores aos


homens.

Ele tomou um gole de seu vinho, os nervos dela eram


palpáveis.

— E William Hamilton é seu pai, por isso você não quer


trabalhar para ele. Em sua certidão de nascimento, afirma que o
pai é desconhecido.

— Como você sabe disso?

102
— Você será a mãe do meu filho, não acha que eu aprenderia
tudo o que há para saber sobre você?

Ela lambeu os lábios e o garçom apareceu com a comida.


Agradecendo, ele manteve sua atenção em Adora.

— Minha mãe mantinha um diário. Ela falou muito sobre ele.


O tempo que passou com ele e como ela se apaixonou, como ele a
fazia pensar que era a mulher mais bonita do mundo. Era tudo
mentira.

Ela olhou para a mesa onde seu pai estava sentado.

— Nada era verdade. Ela se apaixonou por um mentiroso.


Quando ela descobriu que estava grávida, ele a expulsou. Disse a
ela para se livrar do bebê. Que ela não era nada mais do que uma
faxineira e uma prostituta garimpeira.

Ela fez uma pausa, enxugando sob os olhos.

— Ele partiu o coração dela. Não quero ter nada a ver com ele.

— Você tem direito à sua herança e a parte da fortuna de


Hamilton.

Ela riu.

— Prefiro limpar apartamentos e casas pelo resto da minha


vida do que aceitar qualquer coisa dele. Lamento que você não
entenda isso.

— Eu entendo. Não tem que ser assim. Não para você, e


certamente não para sua mãe.

103
— É por isso que estou aqui, certo? Você quer que eu desista
dos meus sonhos por um bebê. Diga-me, Tobias, em que você é
diferente do meu pai?

— Você não é nada especial. Homens como Tobias usam


mulheres e as cospem de volta. Nós somos apenas um pouco de
diversão para ele.

Adora esfregou seu peito sentindo-o aberto, exposta e


encurralada. A ansiedade ameaçou transbordar, e ela tomou um
gole de seu vinho para tentar apagar tudo. Seu pai estava aqui. Ele
disse o nome da mãe dela, e Tobias sabia a verdade suja.

As palavras de Katerina ainda ecoavam em sua mente, e agora


ela se perguntava como Tobias era diferente do homem que doava
esperma.

Ela não podia chamar William Hamilton de seu pai. Aquele


bastardo era tudo menos isso, e não daria a ele ou a qualquer outra
pessoa a satisfação de tentar fazê-lo assumir sua responsabilidade.
Ela não queria mais nada com ele. Simplesmente estar no mesmo
espaço para respirar já era demais.

Tudo o que queria fazer era enroscar-se com a mãe e esquecer


tudo.

— Não sou nada como ele — disse Tobias.

104
Ela cortou o bife, mas nem se incomodou em colocá-lo na
boca. Katerina era a ex de Tobias e parecia uma supermodelo. Os
poucos momentos que compartilharam no banheiro foram um
exagero. Desde o aviso sobre como eram meros brinquedos, até
falar sobre o comprimento do pau de Tobias, foi tudo demais.

— Eu preciso de um pouco de ar.

Sem esperar que ele dissesse nada, ela deixou a mesa, saindo
do restaurante e longe de qualquer olhar curioso.

Segurando a parede a vários metros do prédio, ela respirou


fundo. Em questão de dias, sofreu dois ataques de ansiedade.

Ela tinha que sair desse acordo com Tobias. Não conseguiria
lidar com isso. Ela nunca seria feita para esse tipo de vida. Ele não
a amava e tudo o que ela queria era alguém que a amasse.

— Não vá embora assim — disse Tobias.

Suas mãos acariciaram seus braços para cima e para baixo, e


ela manteve os olhos fechados, acolhendo seu toque reconfortante.

— Vamos, o carro está esperando.

— Não, não posso. Eu não posso fazer isso. — Ela se virou


para encará-lo, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Sinto muito,
mas preciso que você me deixe em paz.

Tobias se aproximou dela, invadindo seu espaço.

— Lembra como é bom ter minhas mãos em você?

105
Ela balançou a cabeça.

— Não! Eu não quero lembrar. Não quero continuar isso. Sua


ex estava bem ali. Meu próprio pai, que é casado e tem filhos,
estava bem ali. Eu não quero essa vida. Quando tiver um filho, será
com um homem por quem me apaixonei. Um homem que me
amará incondicionalmente e não se importará que eu seja filha de
uma faxineira.

Tobias agarrou seu braço e a puxou em direção ao carro que


esperava.

Ela começou a lutar com ele, então a puxou para que ela
caísse contra ele. Para quem assistisse, eles estariam se
abraçando.

— Se você não entrar neste carro, causarei uma cena da qual


você realmente se arrependerá — disse ele.

Ela odiava cenas, não que ela mesma tivesse criado algumas.

Adora preferia ficar longe dos olhos curiosos. Quando Tobias


abriu a porta, ela não discutiu. Entrando no carro, afivelou o cinto
de segurança, apoiando a cabeça na mão. Seu cotovelo apoiado na
moldura da porta.

Ela não disse nada, quando ele se sentou no banco do


motorista e saiu do restaurante. Seu encontro e refeição foram
arruinados.

Ele não a levou para casa, nem a levou para a casa de sua
mãe.

106
Ela não discutiu quando ele parou no estacionamento
privativo do condomínio onde morava. Abrindo a porta, o seguiu
até o elevador que os esperava. Nenhum deles falou enquanto
caminhavam para seu apartamento.

Tobias fechou e trancou a porta da frente enquanto ela se


movia em direção a sua grande janela, que dava para a cidade. Ele
tinha tanto poder que era quase assustador pensar nisso.

Ela viu seu reflexo na janela enquanto ele erguia dois copos
com um líquido âmbar escuro.

— Não sou nada como seu pai.

Ela pegou o copo dele com um agradecimento. Olhou para o


líquido, o cheiro de uísque fazendo seu nariz enrugar.

— Não é um sabor que você gostará, mas colocará um pouco


de fogo dentro de você.

Sorvendo o líquido escuro, ela tossiu quando atingiu sua


garganta.

— Obrigada.

— William Hamilton não é um amigo meu. Meus pais


adorariam que eu me casasse com alguém dessa família.

Ela riu.

— Uau. Ele só tem filhos.

107
Irmãos mais novos que ela nunca conheceu. Ela não sabia se
eram como seu pai ou não, nem se importou em descobrir.

— Eu nunca permitiria que uma mulher criasse meu filho


sozinha. Mesmo se não tivesse nada a ver com a criança, me
certificaria de que ela fosse cuidada. Tudo o que seus corações
desejassem seria deles.

Olhar para Tobias foi difícil. Suas palavras eram sempre tão
rudes que era impossível acreditar que ela estava se apaixonando
por ele. Ela queria amor. Ele se recusava a dar, e disse a ela
constantemente que nunca receberia isso dele.

— Foi difícil para você e sua mãe, não foi? — ele perguntou.

Por algum motivo, ela não achou que fosse uma pergunta que
precisasse de resposta.

— Vê-lo esta noite foi... difícil. — Ela terminou o uísque,


devolvendo-lhe o copo e, finalmente, olhando para ele.

— É a primeira vez que o vejo de perto. Mamãe nem sabe que


sei sobre ele. Li seu diário sem sua permissão. Não quero estar na
posição dela. Ela nunca encontrou mais ninguém. Seu amor
sempre foi por um homem que nunca a amaria de volta. Hoje à
noite, ele casado com outra pessoa, estava com outra mulher.

Tobias mais uma vez a puxou para seus braços, e ela não
lutou contra ele.

— Eu não sou como ele. Nunca te deixaria, e sempre cuidarei


de você e de nosso filho.

108
Ela agarrou as lapelas de sua jaqueta e pressionou o rosto
contra seu peito. Não era suficiente.

Tobias esfregou suas costas e, com o passar do tempo, ela


fechou os olhos, desfrutando de seu toque. Suas mãos eram tão
grandes e suaves. Não havia calosidades que a arranhasse quando
ele tocava sua pele. Lentamente, a tensão na sala mudou.

Ela percebeu o lindo vestido que usava. Como seus mamilos


se endureceram com a fricção do tecido contra eles.

Mordendo o lábio, ela olhou para ele, presa por seu olhar.

— Eu sei que você não é como ele — disse ela.

Ele acariciou sua bochecha, sua mão segurando seu rosto


enquanto seu polegar percorria seu lábio. Ela fechou os olhos,
ofegando quando ele pressionou o polegar dentro de sua boca.

Instintivamente, ela o chupou, amando seu gemido enquanto


o saboreava.

— Farei qualquer coisa por você, Adora. Tudo que quero é


você, seu corpo, e que você seja a mãe do meu filho.

Suas mãos se moveram ao redor de seu pescoço. Ele acariciou


o pulso antes de ir para as alças de seu vestido, empurrando-as
para baixo.

Sua vagina pulsou quando a excitação a atingiu.

Seu olhar era sempre tão intenso, tão focado que ela lutou
para se libertar dele, não que ela quisesse.

109
Amava seu olhar sobre ela, o fogo dirigido apenas para ela.

Tinha visto o aborrecimento em seus olhos quando Katerina


esteve perto. Ele não ficou feliz em ver sua ex.

Afastando os pensamentos das outras mulheres em sua vida,


seguiu sua direção, virando-se para que ele pudesse deslizar o
zíper para baixo.

Não houve palavras quando o vestido caiu no chão e ela saiu


dele.

— Você pode tirar os sapatos.

Com isso, ela perdeu alguns centímetros.

— Um dia ficarei olhando para você completamente nua,


apenas com saltos altos, mas não esta noite.

Ele a pegou no colo e ela colocou os braços em volta do


pescoço com um suspiro.

— Você é perfeita em meus braços. Eu não terei você de outra


maneira.

Ela não reclamou que era muito pesada enquanto ele a


carregava em direção ao seu quarto. O segurou com força, com
medo de que ele a largasse. Sua força era apenas mais uma
excitação.

A porta do quarto já estava aberta e ele a colocou no chão. Ela


observou enquanto ele tirava a jaqueta e percebeu que estava

110
diante dele apenas de calcinha. Ele a tinha visto antes, tocado seu
corpo, mas naquele momento ela se sentiu muito exposta.

Tobias parou na frente dela depois de jogar sua jaqueta em


uma cadeira. — Tire minha camisa.

Ela esfregou os braços e estendeu a mão, abrindo os botões,


hipnotizada por seu peito duro e musculoso enquanto abria sua
camisa.

— Agora tire isso.

Sua boca ficou seca. Deslizando as mãos de seu estômago


para cima, ela viu a camisa branca imaculada cair no chão.

Isso está realmente acontecendo.

Eu não posso acreditar.

Seu coração batia acelerado, ameaçando explodir em sua


caixa torácica.

Tobias a rodeou, uma de suas mãos indo para sua cintura,


traçando um círculo ao redor de seu corpo.

Ela não se afastou dele, não que ela quisesse. Longe dos olhos
curiosos das pessoas em seu mundo, perdeu qualquer razão para
negá-lo, negar isso. Ele a fez doer de uma forma que não conseguia
começar a pensar ou descrever. Não havia como se sentir assim
por outra pessoa.

Faz diferença que ele nunca me amará?

111
Eu posso viver sem amor.

Ela tem vivido assim há anos.

Os lábios dele percorrendo sua clavícula, fazendo-a doer de


todas as formas deliciosas.

Ele deu um passo atrás dela.

Seu toque fez sua pele arder.

Ela mal podia esperar que mais acontecesse.

112
Capítulo sete
Tobias supôs que isso era como qualquer outra transação
comercial. Ele fez a Adora uma oferta que ela não poderia recusar.
Tudo começou porque seus pais o importunaram por um herdeiro.
Em vez de permitir que o enganchassem com alguma cadela rica,
ele decidiu fazer um bebê sem apegos. Mas todos os seus planos
bem traçados foram pela janela no momento em que ele pôs os
olhos em Adora.

Ela era a doçura e a inocência personificadas.

Agora a beleza de cabelos escuros estava se tornando o centro


de seu universo, e não tinha certeza de como diabos isso poderia
ter acontecido no espaço de uma semana.

Sim, precisava do herdeiro, mas queria Adora ainda mais. Ela


não se importava com dinheiro ou fama, e era revigorante.

Tobias nunca tinha percebido quão superficial era sua vida, e


agora queria mais. Pela primeira vez, teve um vislumbre do
tormento de seu irmão. Ele não permitiria que seus pais
roubassem sua felicidade recém-descoberta.

— Sua pele é tão macia — sussurrou, deixando um beijo em


seu ombro nu.

113
Tobias tinha muita experiência atrás dele, mas se certificaria
de ir devagar na primeira vez de Adora. Agora que pensou nisso,
nunca teve uma virgem.

Em seu mundo acelerado, as mulheres eram tudo, menos


açúcar e especiarias.

Não sua Adora. Ela era seu prêmio, uma mulher só para ele.

Ele não tinha pensado em outra mulher desde que Adora


entrou em sua cobertura. E agora iria reivindicá-la, engravidá-la e
uni-los pelo resto da vida.

Ela respirou fundo quando ele passou a mão em seu estômago


por trás.

— Você está tremendo.

Ele ergueu o cabelo dela para o lado, inalando profundamente


em seu decote. Ela cheirava a morango e luz do sol, e ele já estava
viciado.

— Estou um pouco nervosa — disse ela. — Talvez muito


nervosa.

— Você está em boas mãos, Adora.

Ela se virou em seu aperto, apoiando os antebraços em seu


peito.

— Aquela mulher no restaurante. Ela me contou coisas sobre


você. Coisas privadas.

114
Ele fez uma careta, desejando ter ficado longe daquela
vagabunda todos aqueles anos atrás. Todo mundo que ele conhecia
tinha dado um passeio nela. Saber que seu breve relacionamento
tornava Adora insegura o irritava. Como ele poderia explicar que
Katerina não significava nada para ele?

— Como o quê?

Ela mordeu o lábio inferior, suas bochechas mudando para


um rosa bonito.

— Ela acha que você me usará e que depois desta noite nunca
mais terei notícias suas.

Ele teve que conter a onda de veneno que correu por suas
veias. Qualquer um que ameaçasse seu relacionamento com Adora
estava em sua lista de merda. Ela trazia à tona todos os seus
instintos protetores.

— Espero que você saiba que isso não é verdade. Admito que
sempre pensei nas mulheres como brinquedos, mas encontrei a
única mulher que pode me domar — disse ele. — Mas não é isso
que está incomodando você, é?

— Ela me contou coisas pessoais... Sobre o seu corpo.

Ele sorriu. — Você me deixou curioso, gostaria de ouvir isso.

Adora balançou a cabeça, sua respiração acelerando. — Só


que era grande e tinha uma marca de beleza.

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— Isto? — Ele pegou a mão dela e a pressionou contra a frente
da calça de seu terno. — Você quer dizer isso? Meu pau?

Adora tentou puxar sua mão como se estivesse queimando,


mas ele não permitiu. Ela poderia permanecer tímida, mas não com
ele. Ele estava prestes a abri-la para um mundo totalmente novo.

— Ouça-me, pequena. Isso é seu agora. Apenas seu. Eu não


me importo com o que uma velha aventura tinha a dizer, porque
ela não significou nada para mim — disse ele. — Você significa
tudo.

Seus dedos se contraíram.

— Vá em frente, Adora. Toque-me.

Ela apertou levemente, e ele cerrou a mandíbula com força. O


prazer de seus dedinhos envolvendo sua ereção era demais.

— É realmente duro.

— O que é duro?

Ele ergueu o queixo dela, olhando profundamente em seus


olhos escuros.

— Diga-me que você gosta do meu pau.

Ele pulsou em seu aperto tenro, seu sangue ingurgitando-o a


ponto de doer.

— Eu gosto disso. Eu gosto do seu pau.

116
Tobias rosnou no segundo em que a palavra escapou de seus
lábios. Ele estendeu a mão por trás dela e desabotoou seu sutiã,
seus grandes seios saindo de suas amarras.

— Diga-me que estes são meus.

Ele segurou sua cintura e se abaixou, sugando seu mamilo


antes de se empanturrar de sua carne macia. Ele estava fodendo o
paraíso – tudo real, e todo seu.

— Sim — ela gritou. — Eles são seus, Tobias.

Ele se levantou e soube que seus olhos estavam vidrados.

— Você me deixa louco quando diz meu nome. Mal posso


esperar até que você comece a gritar.

Quando ele começou a tirar sua calcinha, ela ficou tensa.

— Podemos desligar as luzes? — ela perguntou.

— Agora, por que eu faria isso?

— Por favor?

Não havia luz acesa em seu quarto, apenas o brilho suave da


sala de estar. Ele queria tirar essa calcinha de vovó dela. Ela
precisava fazer uma viagem à loja de lingerie para comprar
algumas peças sexys. Ele com certeza obteria um cartão de crédito
em nome dela.

— Você não se esconderá de mim, babe.

117
Ele começou a remover sua calcinha, e suas mãos bateram na
parte inferior do estômago.

— O que você está escondendo?

— Não quero que você veja.

Ele franziu a testa, forçando as mãos dela a se afastarem.


Uma cicatriz grande e grossa cobria a área abaixo de seu umbigo,
ligeiramente mais escura do que sua pele clara.

— O que aconteceu, Adora?

Ela cobriu o rosto com as mãos por um minuto, depois


respirou fundo, parecendo derrotada.

— É uma velha queimadura. Estava ajudando minha mãe


quando ela trabalhava em uma cozinha. Tive que fazer um enxerto
de pele, mas nunca parecerá normal.

— E você acha que tem que esconder isso de mim?

— É nojento.

Ele balançou sua cabeça.

— É uma queimadura. Se acha que isso muda alguma coisa,


você está errada.

Tobias se inclinou para trás para ter uma visão completa do


corpo nu de Adora. Ele amava seus quadris cheios e arredondados,
e todas aquelas curvas explosivas. Os cachos curtos e escuros

118
entre suas pernas escondiam sua boceta, e precisava conhecer
cada centímetro de sua mulher.

— Mas...

— Eu gosto de tudo que vejo, Adora.

Ele desafivelou o cinto, o metal tilintando quando abriu o zíper


da calça.

— Você me deixa louco.

Ele não queria que ela se sentisse insegura perto dele. Ela era
perfeita.

Tobias segurou seu rosto e a beijou, caminhando lentamente


de costas para a cama. Ela invocava tanta paixão nele. As mulheres
com quem ele costumava foder não significavam nada. Ele quase
se tornou insensível ao sexo, seguindo os movimentos, mas nunca
dando a mínima. Adora se encontrava cativa com um único beijo.

Quando a parte de trás das pernas dela bateu no colchão, ele


a abaixou até dominá-la. Ela segurou seus ombros nus, beijando-
o com uma fome que combinava com a dele. Seu pau doía, o zíper
abaixado apenas oferecendo um pouco de espaço.

Ele arrastou seus beijos para o pescoço dela, provocando suas


zonas erógenas com a língua. Ela era tão receptiva, seus pequenos
murmúrios e suspiros o incitando a tomar mais.

Tobias se levantou, apoiando um joelho na cama. Ele se


inclinou para frente e pressionou seus seios juntos, criando uma

119
montanha de decote. Sacudiu seus mamilos, lambendo e
chupando até que suas costas arquearam para fora da cama.

— Oh Deus.

Ela choramingou quando ele beijou mais abaixo,


concentrando-se em suas cicatrizes, sem perder um ponto.
Provaria a ela exatamente como se sentia sobre seu belo corpo
jovem. Tobias sempre foi um idiota superficial, mas Adora mudou
tudo isso.

— Abra suas pernas.

— Tobias, eu não posso.

— Seja uma boa menina para mim. — Ergueu as pernas dela


para que seus calcanhares estivessem na cama, então a abriu na
altura dos joelhos.

Ela lutou com ele, tentando manter as coxas juntas, mas ele
não deixaria. Sua boceta aberta parecia tão bonita. Ele lambeu o
dedo e o deslizou dentro dela, observando-o desaparecer
lentamente. Ela engasgou, fechando as pernas, prendendo seu
braço.

— Não feche essas pernas, porra. Me deixe jogar.

Ela se abriu para ele, seu peito subindo e descendo


rapidamente. Tobias teve que se lembrar que estava lidando com
uma virgem.

120
Ele beijou a pele macia e pálida de suas coxas, cada vez mais
alto até que pintou uma linha ao longo de sua fenda com esta
língua. Ela agarrou a cabeça dele, contorcendo-se na cama.

— Isso é meu, Adora. — Ele caiu de joelhos no chão,


deslizando as mãos sob a bunda dela para puxá-la para a beira da
cama, as pernas dela sobre seus ombros. — Quando eu quiser
comer essa boceta, não me pare.

Ele lambeu firmemente de seu pequeno cuzinho enrugado até


seu clitóris, uma e outra vez, até que ela gritou. Uma boceta virgem
tão deliciosa – toda dele.

A fodeu com a língua, saboreando o fato de que ele foi o


primeiro homem a apreciá-la, antes de chegar ao apertado feixe de
nervos. Chupou e rolou sua pequena pérola com a língua até que
ela se contorceu na cama, seus gritos ecoando em seu
apartamento. Sua compostura se desvaneceu, uma nova
necessidade feroz assumindo o controle.

— Goze para mim, babe. Em toda a minha língua.

Em segundos, ela arqueou as costas, os punhos agarrando o


edredom.

— Tobias! — Então ela gozou, sua boceta pulsando contra sua


boca enquanto ela gemia com cada onda.

Ele não a soltou até que o terremoto acalmou. Seus olhos


estavam semicerrados, sua boca aberta quando ele se levantou e

121
tirou a calça e a boxer. Ela se apoiou nos cotovelos, olhando para
o pau dele. Adora estava prestes a saber disso intimamente.

Ela poderia culpar a dose de uísque por sua falta de inibições,


mas sabia que não. Era Tobias e suas habilidades loucas. Nada
sobre ela parecia lhe causar repulsa, e ele comeu sua boceta com
entusiasmo, então não havia como duvidar que ele aproveitou cada
segundo.

Algo sobre ele a fez desejar se submeter, ceder à sua


dominação sexual. Seu corpo ainda zumbia, e a deliciosa sensação
de seu orgasmo lhe deu uma experiência fora do corpo. Estava
completamente à mercê de Tobias, desesperada por mais do que
ele poderia dar a ela.

Quando ele começou a tirar as calças, a curiosidade dela


aumentou. Katerina disse que Tobias tinha 20 centímetros de
espessura que a arruinaria para outros homens.

Adora não tinha planos de visitar a cama de outro homem, e


esperava que Tobias não estivesse mentindo quando disse que ela
seria a única. Sonhava com a eternidade e esperava não ser
ingênua ao acreditar que poderia domar um playboy.

O pau de Tobias era impressionante e intimidante,


projetando-se como uma flecha viril, grossa e carnuda. Só de

122
imaginar todos aqueles centímetros reivindicando sua virgindade a
deixou molhada de novo.

Quando ela tentou fechar as pernas, ele balançou a cabeça.

— Mantenha-as assim. Você está deixando meu pau duro


como pedra.

Tobias tinha o corpo de um deus, todo duro, músculos


esculpidos. Ela sabia que estava olhando, mas não conseguia
desviar o olhar. Os músculos em seus ombros ficaram tensos
enquanto ele acariciava brevemente sua ereção. Ele a encarava
como se ela fosse algo para comer, algo irresistível, e ela amava sua
atenção total.

Seus olhos escuros percorreram seu corpo, aquecendo-a de


dentro para fora. Ela estava pronta para implorar, tão desesperada
para sentir sua pele quente contra a dela, para provar seus lábios
e sentir seu pênis a enchendo.

— Hoje à noite, faço você minha, Adora. Pretendo foder você


todas as noites até que esteja grávida do meu filho.

Ele lambeu os lábios.

— Vou te encher com minha semente, esticar sua boceta com


meu pau.

Ela engoliu em seco, seus lábios de repente muito secos. Sua


vagina formigou em antecipação, a ligeira brisa de seus
movimentos eram uma bela tortura para seu clitóris supersensível.

123
Adora precisava dele, o queria, e rezou para que ela pudesse
mantê-lo.

Ele rastejou sobre ela, içando-a até o centro da cama. Ela não
conseguiu se conter, passando as mãos sobre os ombros dele, para
baixo em seus bíceps. Ele era tão gostoso, todo o poder masculino.

Uma vez sobre ela, ele separou suas pernas com sua coxa.
Seu pau pressionou contra sua vagina, a fricção a desvendando.
Depois de colocar os antebraços sob os ombros dela, segurando-a
perto, ele beijou sua testa.

— Eu não teria despedido sua mãe — ele sussurrou. — Eu só


quero que você saiba disso.

Parte dela sabia, mas não estava pronta para arriscar quando
ele fez a proposta. Agora, nem mesmo importava, porque ela
devotou seu coração a este caso.

— Então eu posso sair?

Ele riu, um som estrondoso profundo, antes de beijá-la com


força na boca.

— Isso não acontecerá, cordeirinho. Já deixei claro que não


há como voltar atrás.

— O que você fará comigo?

Tobias sorriu, sexo e pecado. — Em breve, você só pensará na


próxima vez que irei te foder.

124
Ele passou a língua na concha de sua orelha. O mundo parou,
apenas o calor e aspereza de sua respiração a mantendo com os
pés no chão.

— Vou gostar de tirar sua inocência, e então você será minha.


Só minha.

Ela queria ser dele, queria que Tobias Bennett fosse o único a
tirar sua virgindade. Depois de uma vida inteira se sentindo
rejeitada por seu pai, ela conquistou a atenção de Tobias.

Ele beijou e chupou suavemente os pontos de pulsação da


maneira certa, como se conhecesse todos os centros secretos de
prazer.

Ela estava perdida, cavalgando a onda de desejo e impotente


contra ela. Seus olhos estavam fechados, seu corpo flutuando para
longe.

Quando ele deslizou uma das mãos pelo lado dela, deslizando-
a entre suas pernas, ela piscou abrindo os olhos. Ele olhou para
ela enquanto deslizava dois dedos em sua boceta. Cada movimento
enviou uma onda de calor erótico subindo por seu corpo. Ela
segurou seus dedos, e ele os moveu com habilidade especializada,
atingindo seu ponto G oculto sem esforço.

Adora ofegou, segurando-o com força.

— Você não tem ideia do que tenho reservado para você —


disse ele. — Tenho orgulho de ser o melhor em tudo o que faço. —

125
E começou a fodê-la com os dedos, seu polegar provocando seu
clitóris.

O som de suas dobras molhadas era o único som no quarto


além de sua respiração pesada. Quando deslizou um de seus dedos
úmidos em seu traseiro, ela estremeceu, a explosão de sensações
a assustou.

— Por quanto tempo devo provocá-la?

— Pare — ela pediu. — Não aguento mais.

— Você está pronta para mim?

— Sim — ela praticamente gritou a palavra.

O homem era mau, provocando-a ao ponto da insanidade.


Quando ele mudou seu peso para um lado, agarrando a raiz de seu
pau, um pouco de sua bravura escapuliu. Ele era bem dotado e ela
nunca teve um homem.

Ele correu a cabeça lisa de seu pau ao longo de suas dobras,


mais e mais, batendo em seu clitóris sensível com cada passagem.
Quando ela começou a se contorcer, ele empurrou alguns
centímetros. Adora engasgou, mais de satisfação do que o choque
da plenitude. Ele beijou seus olhos fechados, suas bochechas,
então seus lábios. Em seguida, mais centímetros empurraram
dentro dela.

— Você é tão apertada, Adora — ele grunhiu, mostrando


exatamente quanta restrição estava usando. — Eu amo sua boceta.

126
— Mais — ela disse.

Tobias rosnou. Ele estava perdendo seu precioso controle e


não parou até que estivesse totalmente dentro, seu pau inteiro
esticando-a. O momento foi surreal, unificador, perfeito. Ela nunca
se sentiu tão cheia em toda sua vida, nenhuma célula deixada de
ser estimulada.

— Estou te machucando? — ele perguntou.

Ela balançou a cabeça, olhando para ele enquanto ele


penteava seu cabelo para trás.

Adora queria perguntar a ele como poderia separar o sexo do


amor, porque os dois se sentiam como um.

— Boa menina.

Ele lentamente puxou seus quadris para trás, seu grande pau
esfregando ao longo de suas paredes internas antes de empurrar
de volta. Ele continuou se movendo desacelerando, ritmicamente,
a pressão crescendo em direção a outra liberação. Era muito
melhor com Tobias dentro dela, reivindicando-a. Sua pele estava
quente, uma camada de suor cobrindo suas costas e seus
músculos rígidos ficaram tensos. Ela envolveu as pernas ao redor
dele, cutucando-o com os calcanhares, precisando de mais.

— Cuidado, babe. Estou tentando ir com calma.

— Eu quero você — ela mal conseguiu dizer. — Por favor.

127
Adora não se importou que estivesse implorando. Ela estava
além de qualquer pensamento racional.

Ele se apoiou em seus braços, seu pau ainda dentro dela.


Tobias olhou para ela.

— Se você quiser mais, darei a você. Basta pedir.

Ele abaixou a cabeça por um momento para beijar seus lábios.

— Eu amo ter você na minha cama. Na minha vida.

Por que ele não podia amá-la?

Tobias abaixou sua flexão até que estivessem pele com pele.
Ele começou a bombear seus quadris mais rápido, e a velocidade
aumentou o prazer dez vezes mais. Quanto mais tempo ele
bombeava em seu corpo, mais feral ele se tornava. Era uma fera na
cama, melhor do que a descrição de Katerina. Sua resistência era
irreal, a cama inteira balançando enquanto ele a fodia.

— Oh Deus — ela gritou, a bela pressão quase alcançando o


ponto de ruptura.

— Eu te encherei com meu esperma, babe. Fazer de você


minha.

Ela agarrou suas costas enquanto seu orgasmo atingia a linha


de chegada. Ele acelerou o ritmo e ela gozou. As ondas poderosas
balançaram seu corpo, sua boceta apertando o pau de Tobias. Ela
sentiu o momento em que ele gozou, seu esperma quente
enchendo-a.

128
Alguns momentos depois, seu peso caiu sobre ela brevemente,
antes de rolar para o lado.

— Você valeu a pena esperar, Adora.

Ele colocou um braço sobre a testa, o peito ainda arfando.

Sua felicidade orgástica não permitiria que ela se preocupasse


com nada além do momento perfeito em que estavam, mas este era
o momento que ela tinha medo.

Depois que ele conseguisse o que queria, tudo mudaria?

Ela tentou se sentar, mas ele foi rápido em segurá-la.

— O que você está fazendo?

— Você precisa ficar quieta por um tempo, deixe a natureza


fazer seu trabalho.

Certo. O bebê.

Não era assim que ela esperava que fosse ficar grávida.
Parecia mais um negócio ou experimento científico do que a família
feliz com que ela sonhava.

— Duvido que engravide apenas com uma noite. — Então ela


o testou. — Talvez você nem me engravide. — Se ela não pudesse
dar a ele um bebê, ela não teria nenhum propósito na vida dele.

— Isso é um desafio? — Ele estreitou os olhos de brincadeira.

— Prepare-se para muita prática.

129
Capítulo oito
Tobias olhou para sua linda mulher. Adora estava desmaiada
e não podia culpá-la.

Ele a tinha levado tantas vezes na noite anterior que ela devia
estar dolorida. Sua boceta era perfeita, tão apertada, tão molhada.

Tudo o que precisava fazer era tocá-la, e ela derretia em seus


braços. Ela era receptiva, ansiosa e revigorante.

Não havia dúvida em sua mente. Ele escolheu a mulher certa.


Tirando um pouco do cabelo de seu rosto, mal podia esperar para
vê-la grávida, tão cheia de seu filho.

Seu pau começou a endurecer novamente, mas em vez de


acordá-la, ignorou o desejo. Sua boceta não estava acostumada a
tomar um pau com tanta frequência, então ele não a estaria
fodendo hoje, mesmo que quisesse.

Estar dentro de Adora era como ir para o céu. Ele não queria
parar.

O que não queria fazer era machucá-la, e ela merecia atenção


hoje.

Ele puxou o lençol de seu corpo e segurou seu estômago. Ela


era uma mulher mais cheia de qualquer maneira, então já era

130
arredondado. Logo seria grande, seus seios maiores, se isso fosse
possível.

— O que você está fazendo? — ela perguntou, virando a


cabeça em direção a ele.

Havia um sorriso em seus lábios, e ela estendeu a mão para


segurar sua bochecha.

— Eu não me canso de você. Acho que isso está claro. Você é


como uma bruxa que colocou um feitiço em mim.

Ela deu uma risadinha.

— Eu não sou uma bruxa muito boa. Tentei evitar você,


lembra?

— Lembro.

Ele tomou posse de seus lábios, e ela gemeu quando ele


mergulhou a língua em sua boca. Quando ela se moveu, recuou
um pouco com um estremecimento.

— Eu, erm, eu não acho...

Ele pressionou um dedo nos lábios dela.

— Já está aí, babe. Não se preocupe. Não faremos mais nada


hoje. Teremos muito tempo para isso mais tarde.

— Oh, tudo bem. Eu deveria ir para casa então.

131
— Agora eu deveria ser o insultado — disse ele, rindo. — Não
quero que vá para casa. Você está me usando para sexo, eu
entendo. Você só quer meu corpo.

Ela revirou os olhos.

— Então, você não quer que eu vá para casa?

— De jeito nenhum. Não preciso estar no escritório hoje. Além


disso, é lento no sábado. Achei que poderíamos passar algum
tempo juntos. Compartilhar o café da manhã, talvez um almoço, e
você pode me contar tudo sobre você.

A mão dela estava em seu peito, e ele viu que ela estava
pensando. Ele se perguntou, não pela primeira vez, o que estava
acontecendo na cabeça dela.

— Você está me mantendo em suspense aqui — disse ele.

— Ok. Falarei sobre mim, mas você tem que falar sobre você
—ela argumentou. — E não me refiro às coisas que você dá nas
entrevistas também. Estou falando de verdade. Do coração. — Ela
deu um tapinha no peito dele. — A verdade.

— Você não pede muito, não é?

— Você sabe muito mais sobre mim do que qualquer outra


pessoa. Você sabe quem é meu pai e o quanto não suporto a ideia
de estar perto dele. Você conheceu minha mãe. Ela trabalha para
você.

Ela balançou a cabeça.

132
— Há tanto, e pensando nisso agora, como posso ser a mãe
do seu bebê, Tobias? Meu pai trepou com a faxineira.

Ele silenciou suas dúvidas com os lábios. Acariciando seu


lábio inferior com a língua, ele mais uma vez aprofundou o beijo e
saboreou seus gemidos quando a sentiu se virar em direção a ele.
Correndo a mão até a bunda dela, apertou a carne rechonchuda.

— Nunca duvide de quem você é ou do que significa para mim.


Eu não dou a mínima para quem seu pai é ou não.

Ele tinha visto Hamilton sob uma nova luz na noite passada,
e não era uma boa. Claro, sabia que Hamilton era um bastardo
infiel. Quem não sabia? A mulher com quem ele se casou tinha
tanta fome de dinheiro quanto ele. Eles só queriam ficar mais
fortes, ficar mais ricos, ter mais poder. Era com isso que ele estava
acostumado, o círculo faminto de poder de pessoas com quem ele
se misturava. Hamilton estando no topo assim como ele.

— Isso não muda nada.

— Eu sinto muito. Eu só... foi a primeira vez que o vi, e sei


que minha mãe ainda o ama, mas vê-lo com aquela outra mulher...
É só que... ela nunca mais será feliz. Ela ainda está ligada àquele
cara que partiu seu coração.

— Katerina não é nada especial. Ela é conhecida por abrir as


pernas para o próximo grande acontecimento. Se outra pessoa
chamar sua atenção, Hamilton será preterido.

Ela se afastou dele, sentando-se.

133
— Você acha que isso me faz sentir melhor? Você acabou de
me dizer que minha mãe está em uma longa fila de mulheres que
não significam nada.

Ele realmente não tinha a menor ideia de como fazer toda essa
porcaria de emoção. Estava acostumado com as pessoas sendo
frias, não dando a mínima.

Ela se levantou e ele observou enquanto ela colocava a mão


na barriga, estremecendo. Ficando de pé, ele a pegou nos braços e
a carregou até o banheiro. Ele já viu seu esperma pegajoso nas
coxas dela e não se importou.

Na verdade, esperava agora que seu esperma estivesse


fazendo seu trabalho. Quanto mais cedo ele tivesse um bebê dentro
de Adora, mais feliz seria. Especialmente enquanto ficava
colocando o maldito pé na boca e estragando tudo apenas por falar.

As mulheres que ele conhecia não precisavam de amor ou


palavras gentis. Elas queriam dinheiro, joias e estavam
acostumadas a ouvir essas merdas do jeito que eram.

Adora não era como elas.

Ele tinha que continuar se lembrando disso.

Preparando um banho para ela, se certificou de adicionar


alguns sais de banho calmantes, e quando a água estava certa, a
colocou nela, seguindo-a, enquanto a fazia se apoiar em seu peito.
Envolvendo os braços em volta da cintura dela, pegou as duas
mãos e entrelaçou os dedos.

134
— Você terá que me dar tempo para me acostumar com todas
essas mudanças — ele pediu.

— O que você quer dizer?

— Não estou acostumado a segurar minha língua.

— É como se você vivesse em um outro planeta, onde nada o


afeta.

— Não importa, babe. Essa é a questão. Não estou


acostumado a ter que prestar atenção no que digo. O amor
realmente não acontece no meu mundo.

— Não posso acreditar nisso. O amor é tudo, Tobias.


Provavelmente pareço inconstante, mas já vi. Eu vi como isso pode
unir as pessoas, e não estou falando apenas sobre sexo. O que é a
vida sem amor?

Mais uma vez, ele pensou em seu irmão, e a memória era


afiada. Desde que conheceu Adora, pensou mais sobre seu irmão
na semana passada, do que em todos os anos desde que Maximus
morrera. Tobias arquivou cada memória, como se fosse apenas
mais um contrato que escapou de sua mente.

— Meu irmão teria adorado você — disse ele.

Ela ficou tensa. — Você não disse que tinha irmãos.

— Não tenho nenhum vivo.

— Oh, sinto muito.

135
Ele segurou as mãos dela com mais força e fechou os olhos
por um segundo.

— O nome dele era Maximus e ele era meu irmão mais velho.

Ele riu.

— Eu era o herdeiro sobressalente.

— O quê?

— Você nunca ouviu falar disso? É o que eu acho que é


denominado como o herdeiro e o sobressalente. Famílias
poderosas, até mesmo a realeza, sempre foram aconselhadas a ter
um filho, e depois outro, caso algo acontecesse com o primeiro.

— Isso é bárbaro e desatualizado.

— Não na minha família. Eles acreditam muito nisso.

— Eu não gosto disso, Tobias.

— Meus pais acreditam nos negócios, na ordem, na estrutura


e no controle. Eles não acreditam em ficar pegajosos de emoção.
Tudo é limpo. Mais poder, mais influência, mais riqueza. Quando
você tem riqueza e conhecimento, você tem poder, e isso o mantém
no topo. Maximus era... defeituoso, de acordo com meus pais.

Ele a ouviu respirar fundo.

— Não queria as babás ou o dinheiro. Não acreditava em


poder, riqueza ou promoção da linhagem familiar.

136
— Em que ele acreditava?

— No amor. Isso é tudo que queria, tudo que procurava. Ele


acreditava que era a resposta para tudo de errado no mundo. Em
sua busca pelo amor, isso o matou.

Estava na ponta da língua para mentir. Aquela que seus pais


contaram ao mundo, mas não era verdade.

— Ninguém sabe disso, mas Maximus morreu de overdose de


heroína. Ele usou drogas para anestesiar a dor. Nossos pais não
lhe davam o que queria, então ele tentou encontrar sozinho. Eles o
consideravam uma vergonha e uma perda de tempo.

Ela se virou na banheira, segurando sua bochecha.

— Você o amava?

— Sim. Eu não tinha ideia do que ele estava procurando e não


pude ajudá-lo. Ele vivia me dizendo que a vida era mais do que
estudar, do que ser o filho perfeito, e eu o ignorei.

Ele riu sem humor.

— Eu disse a ele para crescer e parar de acreditar em contos


de fadas.

— Você se culpa?

— Se eu apenas o tivesse escutado, ele ainda poderia estar


vivo, não é?

— Você não pode se culpar.

137
Ele segurou sua bochecha, passando o polegar por seu lábio
inferior.

Ela era tão incrivelmente linda, tão quente, tão certa. Não a
merecia. Ele a chantageou para colocá-la em sua cama, e agora
estava pronto para engravidá-la.

— O que você fará quando ela ver através de você, Tobias?


Quando todas as suas esperanças e sonhos forem destruídos.

Era como se seu irmão estivesse falando com ele, mas isso
não era possível. Ninguém jamais seria bom o suficiente para
Adora. Só ele.

Beijando seus lábios, empurrou seus pensamentos para o


lado. Seus pais o criaram para ser forte e impiedoso, mas estava
começando a acreditar que criaram um monstro.

Quanto mais tempo passava com Adora, mais se ressentia de


sua educação. Ele só queria ficar longe de seu controle e de
qualquer poder que acreditassem ter sobre ele.

— Você ao menos assiste algum dos DVDs? — Adora


perguntou.

Devia haver cerca de trezentos tipos diferentes de filmes nas


prateleiras. Estavam todos escondidos atrás de uma parede, então
ninguém os via. Visto que ele não queria que ela saísse porque doía

138
muito andar, ele queria passar um tempo junto, assistindo alguns
filmes, fazendo coisas normais. Ela não sabia o que era normal ou
não.

Colocando o cabelo atrás das orelhas, ela caminhou em


direção à cozinha e franziu o nariz. O cheiro de ovo queimado
encheu a cozinha.

— Você sabe cozinhar?

— Você é totalmente sobre perguntas hoje — disse ele.

Ela observou enquanto ele raspava a frigideira e balançou a


cabeça.

— Para sua sorte, sei cozinhar e estou disposto a responder a


qualquer pergunta.

— Tudo bem, qual foi sua parte favorita sobre a noite


passada? — ele perguntou.

Adora viu o desafio em seus olhos, e ela rolou os dela para


uma boa medida. — Se você quer saber, gostei da sua boca em
mim.

— Onde? — ele perguntou.

Ela suspirou. — Eu gostei da sua boca na minha boceta, e


você sabe disso.

— Veja, não foi tão difícil — disse ele. — Diga-me, você sabe
cozinhar?

139
— Sei. Minha mãe me ensinou quando eu era jovem. Ela
sempre acreditou que uma mulher deve saber se cuidar. Foi como
seu curso intensivo ruim de viver sozinha na grande cidade.

Ela o moveu de lado e jogou a frigideira que ele segurava na


pia.

— Você pelo menos sabe como lavar os pratos, certo?

— Eu certamente posso dar uma chance.

Ela pegou suas mãos, colocando um beijo nelas.

— Elas são tão suaves, não parecem que fizeram um dia de


trabalho duro em sua vida.

Ele a puxou para si, inclinando-a para trás e batendo os lábios


nos dela. Ela não lutou com ele e se aconchegou contra seu calor.

Sua boceta queimava de todo o sexo que tinha feito na noite


anterior, e ele já disse a ela que não a tomaria novamente hoje,
mesmo se ela quisesse. Ela não se importava em esperar.

— Provarei que sei como é trabalhar duro.

Enquanto ele ficava preso nos pratos, ela serviu um café da


manhã com bacon, ovos e alguns tomates. Isso era algo que sua
mãe costumava cozinhar para ela. Era barato e fácil, e com um
pouco de pão. Isso, junto com macarrão e pratos de arroz,
constituíram a maior parte de sua dieta de infância.

Quando terminou o jantar, a louça estava lavada, mas Tobias


teve que trocar de camisa, pois estava uma bagunça. Ele voltou

140
sem camisa, o que era muito perturbador. O homem não tinha
gordura extra, apenas músculo magro.

Eles se sentaram à mesa, e ela descobriu que quando ele não


estava sendo tão mandão gostava de estar com ele. Era espirituoso,
inteligente, charmoso e engraçado.

O encontro deles na noite anterior foi horrível. Nunca


ganharia prêmios nem nada, mas depois disso, foi a perfeição. Ela
não poderia ter pensado em uma maneira melhor de perder a
virgindade. O que era péssimo, entretanto, era que ela sabia que
estava se apaixonando por ele, embora tivesse se passado apenas
uma semana.

Ela gostou que ele confiou nela o suficiente para falar sobre
seu irmão. Ao ouvi-lo, realmente acreditava que Tobias não teve
tempo para lamentar. Ele foi forçado a ser estoico desde jovem. Não
era saudável.

— Bem, eu tenho sorte de você saber cozinhar.

Ela terminou seus ovos enquanto Tobias enxugava o resto do


seu em seu prato.

— Mamãe adora cozinhar. Ela realmente acredita que a


cozinha é o coração da casa. — Ela sorriu.

— Não faltará nada para sua mãe.

— Minha mãe não quer isso. Ela gosta de ganhar a vida.

141
— Posso fazer com que todos os problemas dela desapareçam
— disse ele.

Era a isso que Tobias Bennett estava acostumado. Jogar


dinheiro em um problema em vez de lidar com ele.

— Você não precisa ficar gastando dinheiro. Minha mãe não é


gananciosa.

— Ela alguma vez pediu dinheiro ao seu pai?

— Não. Depois que ele a chutou para o meio-fio, ela nunca foi
implorar por ajuda. Minha mãe é uma mulher muito orgulhosa e
tudo o que ela não podia pagar, ficava sem. Seus pais me odiarão,
não vão?

Desde que ele contou a ela sobre seu irmão, ela sabia que seus
pais a desprezariam. Ela não era o que eles queriam para seu filho.

— Não importa o que eles pensam.

— Não importa? E quando eles me encontrarem? Você


realmente acha que será fácil para eles aceitarem que seu filho
esteja com a filha de uma faxineira?

— Não me importo. Você está me dando um herdeiro, Adora.


Eles não me disseram como fazer um, e não me controlarão de
qualquer maneira.

Ela acenou com a cabeça e tirou um pouco do cabelo dos


olhos.

142
— Eu nem mesmo os conheço e estou com medo de conhecê-
los.

— Não fique. Quando você conhecer meus pais, eu estarei lá.

Tomando um gole de seu café, ela tentou não deixar seus


nervos transparecerem. Ele também confirmou que logo ela
conheceria seus pais. Tobias parecia funcionar apenas em uma
velocidade, que era super rápida. Ela lutou para acompanhar.

— Sua mãe viu seu pai recentemente? — ele perguntou.

Eles ainda estavam fazendo perguntas um ao outro. As


perguntas eram boas.

— Não. Não que eu saiba. — Ela realmente acreditava que se


sua mãe visse Hamilton novamente, isso quebraria seu coração.

Ela queria se aprofundar, conhecer o homem sob a pele. Ele


pode não admitir, mas havia muito mais sobre Tobias Bennett.

— Você ama o seu trabalho? — ela perguntou.

— O que você quer dizer?

— Eu amo tudo sobre arquitetura. Os diferentes estados de


espírito de cada pessoa que desenhou um edifício. Como todos eles
parecem ter aquele elemento que é como a assinatura de um
artista. É uma paixão que eu acho que adquiri quando criança,
indo de diferentes prédios de apartamentos, casas chiques e, claro,
os apartamentos que eram feitos a preços baixos. Seu trabalho te
enche de entusiasmo, de paixão?

143
— Eu trabalho para a empresa familiar, Adora.

— Qual foi a sua paixão crescendo? O que você ama mais do


que qualquer outra coisa? — ela perguntou.

Ela viu que o havia confundido.

Ele sorriu. — Não sei se você chamaria de paixão, mas eu


adoro música.

— Você cantava?

— Eu gostava de ouvir diferentes tipos de música – soul,


country, rock, pop, seja o que for, eu queria. Foi uma fuga da
pressão.

— Por que você não insistiu nisso? A indústria da música tem


mais do que apenas cantores. Tem gente que administra, possui
empresas, distribui.

— Minha vida e o que eu faria foram definidos antes de eu


nascer, Adora. Música é algo que eu gostava.

Ela se recostou na cadeira e esfregou os braços, sentindo um


arrepio repentino. Eles teriam um bebê. Não havia dúvida em sua
mente de que sim. Não conseguia resistir a ele, e o homem não a
deixava resistir a ele.

O que ela não gostava era do medo de que ele fosse


exatamente como seus pais. Que ele esperava que seu filho ou filha
trabalhasse para a empresa da família. Para aprender todas as
cordas e nunca seguir sua própria paixão.

144
Ela não conseguia falar. Tanta raiva e medo a inundaram, que
ela agarrou seus pratos e se dirigiu para a cozinha.

— O que eu disse agora?

— Nada.

— Claramente, eu disse algo que te aborreceu, e fazer isso não


é minha intenção.

Ela colocou os pratos na pia e se virou para ele.

— Você realmente não vê, não é?

— Não vejo o quê?

Ela riu. — Eu nem conheci seus pais ainda, e sei que eles têm
um baita controle sobre você. Não é nem engraçado.

— Você não tem ideia do que está falando.

— Você é bom com números, ótimo nisso, aposto. Parece


saber quando encontrar um negócio incrível e um pouco duvidoso.
Tem toda a mecânica de um empresário fantástico. Você adotou o
nome Bennett cada vez mais.

— Você me pesquisou.

— Por que não? Você me perseguiu, me ameaçou. Eu tinha


que descobrir contra o que estava lutando, e o que descobri foi
exatamente isso. Mas seu trabalho não é exatamente emocionante
para você. Você não tem a adrenalina quando entra na sala de

145
reuniões, não é? Não há empolgação real com o que faz. Está
apenas indo de um movimento para outro.

Ele não disse uma palavra.

— E é isso que você quer para o nosso filho.

Ela colocou a mão em seu peito.

— Pense sobre isso. Pense no que você desejará para nosso


filho. Nosso filho acabará como Maximus?

Ele se afastou.

Antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa, o toque do


telefone a parou. Mordendo o lábio, viu quando ele saiu para
atender.

Terminando os pratos, os estava secando quando Tobias


entrou ali, parecendo realmente chateado.

Ela não tinha a intenção de causar um problema ou aborrecê-


lo. Nem estavam grávidos ainda, e ela já estava preocupada com o
futuro de seu filho. Não queria que crescessem odiando seus pais.
Sua mãe disse que amor e paixão eram a chave para aproveitar a
vida. Tobias disse a ela que eram emoções inúteis.

— O que é? — ela perguntou.

— Meus pais estão aqui. E estão subindo.

Oh ótimo!

146
Capítulo nove
No segundo em que sua mãe disse que estava entrando no
saguão com seu pai, as palavras de Adora ecoaram em sua cabeça.

Seus pais gostavam de controlá-lo; faziam desde que era


criança. Ele não era uma porra de tarefa simples, e não iria deixá-
los levá-lo ao ponto de ruptura. Eles o treinaram bem, muito bem
– ele ultrapassou a força de seu pai em sua indústria há mais de
uma década.

Tobias protegeu a si mesmo e seu investimento na Bennett


Corporation, então seus pais nunca poderiam foder com ele como
fizeram com Maximus. Ele foi treinado para ser o filho perfeito, mas
seus pais mostraram suas verdadeiras cores muitas vezes ao longo
dos anos. Sua lealdade havia começado a se fragmentar há muito
tempo.

— Porque estão aqui? Eles simplesmente aparecem? —


perguntou Adora.

Ela estava perturbada, tentando arrumar o cabelo e arrumar


a camisa. Na verdade, era a camisa dele, e ela parecia adorável
nela.

— Relaxe. Tenho certeza que não ficarão. Não somos


exatamente uma família unida.

147
Tobias decidiu que aquele era um momento tão bom quanto
qualquer outro para contar a notícia a seus pais. Adora seria a mãe
de seu filho e, ele esperava, também sua esposa. Tudo isso
aconteceu tão rapidamente que ainda não tinha certeza de como
tudo funcionaria. Ele sabia que precisava de um herdeiro, mas não
tinha um plano de ação até que viu Adora parada em sua janela.

Uma batida forte ecoou na sala. Ele só podia imaginar por que
estavam parando, mas não tinha um bom pressentimento sobre
isso.

Tobias garantiu que houvesse distância suficiente entre a sua


casa e a de seus pais, quando comprou a suíte na cobertura. Esse
foi um de seus principais fatores decisivos.

Ele abriu a porta.

— Tobias, isso é maneira de atender a porta? — perguntou


sua mãe.

Ele olhou para si mesmo, realmente não dando a mínima que


ele só estava usando calças de corrida.

— O que o protocolo social nos diz sobre aparecer sem ser


convidado?

Ela ignorou sua pergunta e passou por ele seguida por seu
pai e outra mulher.

— Tobias, esta é Gloria Ellen Palmer. Você se lembra dela, não


é?

148
— Eu devo?

— Não seja rude. Ela estava no torneio de golfe do country


club no ano passado — disse Julia, sua mãe é organizadora de
jogos.

Ele tinha quarenta e cinco anos, não vinte e cinco. Tobias não
precisava de ajuda para encontrar uma mulher, certamente não de
sua família.

— Julia, é sábado de manhã cedo e você apareceu sem ligar.


Não estou no clima.

— Eu tentei ligar, mas você nunca atende o telefone.

Seu pai, Andrew Bennett, estava lá com a mesma carranca


miserável permanentemente marcada em suas feições.

Ele foi um pai frio e exigente enquanto crescia, nunca


aceitando um grama de fraqueza dele. Tobias teve que lembrar a si
mesmo que ele não era mais uma criança indefesa, e o velho
bastardo não comandava mais sua vida.

— Sua mãe passou por muitos problemas para organizar a


visita de Gloria hoje. Eu acho que você deveria, pelo menos, ficar
grato — disse Andrew.

— Nunca pedi para ser configurado — disse ele. — Mas se isso


tem alguma coisa a ver com o herdeiro em que você insiste, eu
cuidei disso.

149
Sua mãe olhou para trás e para frente dele e para seu pai,
confusão em seu rosto. — Não entendi.

Tobias fechou a porta da frente e atravessou a grande sala


para a cozinha. Adora ainda estava de pé atrás do balcão onde ele
a deixou.

— Gostaria que vocês conhecessem Adora Garcia — disse ele,


acenando com a mão em sua direção.

— Adora, meus pais.

Ele se encolheu internamente. Este não era o primeiro cara a


cara que planejou. Era para incluir um bom jantar e uma grande
apresentação, todos se comportando da melhor maneira possível.

— É um prazer conhecê-los — disse Adora, sua voz doce e


tímida o fazendo sorrir.

Sua mãe nem mesmo a reconheceu, revirando os olhos menos


que discretamente.

— Agora, o que você estava dizendo sobre um herdeiro?

Ele rangeu os dentes. Ninguém testava sua paciência mais do


que sua própria família.

— Estou tentando apresentá-los à mãe do meu filho.

O queixo de Julia caiu.

— A empregada? Do que você está falando, Tobias? Explique-


se.

150
Isso estava ficando pior do que o jantar na noite anterior. Ele
continuou fodendo mais e mais, e quanto tempo até Adora ter tido
o suficiente?

— Por que você presumiria que ela é a porra da minha


empregada?

— Linguagem, Tobias.

— Sabe, pensei que você ficaria feliz. Entrei em todo esse


desafio de ‘manter o nome Bennett vivo’ por sua causa. Agora,
estou dizendo que haverá um bebê aqui em nove meses, e nem
mesmo um parabéns?

— Você engravidou essa garota? Não consigo nem contar o


número de mulheres elegíveis que apresentei a você. Você está
sendo desafiador de propósito?

— Se vocês acham que os deixarei escolherem minha esposa,


vocês não me conhecem. Eu controlo isso. Eu escolho minha
própria mulher, e Adora é quem escolhi.

Só então o som da porta da frente abrindo e fechando chamou


a atenção de todos. Maria dobrou a esquina com seu material de
limpeza nos braços para seu turno usual de sábado de manhã.
Tobias esfregou as duas mãos no rosto. Foda-me.

— E quem é esta agora? — perguntou Julia. — Outra


empregada?

— Essa é minha mãe — disse Adora.

151
Sua mãe bufou.

— Podemos conversar em particular? — perguntou Andrew.


— Você causará um colapso nervoso na sua mãe.

Sua mãe precisaria de emoções para ter um colapso. Ela


estava chateada por não conseguir o que queria. As aparências e
as pessoas certas significavam tudo para ela, então Adora seria
uma grande decepção.

Ele não estava desesperado por sua aprovação como estava


anos atrás, mas uma pequena parte dele esperava que seus pais
aceitassem Adora de braços abertos.

Ele não prenderia a respiração.

— Qualquer coisa que tem a dizer, pode dizer aqui mesmo.

Andrew ajustou sua jaqueta e ombros.

— Fui muito tolerante com você. Dei a você muita liberdade.


Porque envergonha o nome Bennett assim?

— Que vergonha? Porque não pularei na cama com a filha de


Rod Palmer? Você queria um bebê, eu consegui. Se você não pode
aceitar minha escolha, então sugiro que evite aparecer novamente.

Seu pai começou a levar sua mãe até a porta, voltando uma
vez.

— Falaremos sobre isso mais tarde.

152
— A menos que você esteja planejando um chá de bebê, não
temos nada para conversar.

Quando eles chegaram à porta, seu pai olhou para ele, apenas
alguns metros de distância. Tobias esperou por algum comentário
espertinho.

— Não posso acreditar que colocamos todas as nossas


esperanças em você. Que erro.

Tobias estendeu os braços ao longo do corpo.

— Bem, eu sou tudo que você tem. Ou esqueceu o que


aconteceu com seu primeiro filho?

Eles saíram sem dizer mais nada, e ele trancou a porta,


apoiando a mão na madeira enquanto se recompunha. A reação de
seus pais não o surpreendeu.

O que importava era o fato de Adora ter testemunhado o show


de horrores. Ele não queria que o comportamento deles a
impactasse, mas a baboseira deles era profundamente arraigada.

Maximus estava certo. Tobias perseguia o vento tentando


agradá-los. Nada jamais seria o suficiente, e eles o destruiriam se
ele continuasse lutando por sua versão de perfeição.

Ele respirou fundo e voltou para a cozinha. Adora estava no


mesmo lugar, nenhuma expressão em seu rosto. Ela estava
conversando com Maria, mas sua mãe saiu rapidamente da sala
quando ele entrou.

153
— Eu devo ir — ela disse.

— Não.

Seus olhos começaram a brilhar. — Eu não pertenço aqui.


Isso nunca funcionará entre nós e você sabe disso.

— Você pode ler minha mente agora? — ele perguntou.

— Aquela era Gloria Palmer, Tobias. Ela é uma modelo, pelo


amor de Deus. Seu pai é um magnata bilionário de hotéis. Até eu
sei disso.

— E?

— Ela queria você, provavelmente queria ter seu filho. Isso é


o que você devia querer.

— Porque meus pais dizem isso? Não é assim que isso


funciona, babe. Eu tomo as decisões por minha própria vida, não
eles — ele declarou.

— Eles nunca me aceitarão.

— Fodam-se eles.

Adora colocou o rosto nas palmas das mãos. Quando ela


finalmente olhou para cima novamente, ele odiou a insegurança
em seus olhos.

— Eu disse a minha mãe sobre nós. Não tive exatamente uma


escolha estando em pé na sua cozinha apenas com uma camiseta.

154
— O que ela disse?

Ela balançou a cabeça, contornando a ilha da cozinha.

— O que você acha que ela disse? Ela não aprova. Ela
esperava limpar depois de uma de suas noites esta manhã, e não
esperava me encontrar aqui. Minha mãe quer o melhor para mim.

Seus pais não entenderiam essa lógica. Para eles, melhor


significava mais rico, tendo mais poder e influência. No mundo de
Adora, isso significava felicidade.

Ela tentou contorná-lo para chegar ao quarto. Ele agarrou seu


braço, puxando-a contra seu peito.

Ela lutou, as lágrimas enchendo seus olhos.

Ele se recusou a soltá-la, deixando-a desabafar suas emoções.


Adora era uma coisinha tão sensível. Seria um trabalho em tempo
integral para garantir que a escuridão em seu mundo não a
destruísse. Ele tinha que protegê-la, certificar-se de que ela nunca
sentisse o mesmo desespero pelo qual Maximus sofreu.

— Pare — ele sussurrou, beijando-a no topo da cabeça.

— Nunca pertencerei a esse mundo — ela repetiu. — Somos


muito diferentes. Preciso sair daqui.

— Se você acha que acabou, você está errada — disse Tobias.


— Quando você pegou meu pau na noite passada, gritando meu
nome, você se inscreveu para o longo prazo, babe. Nunca planejei
deixar você ir. Não dou a mínima para o que meus pais pensam, o

155
que sua mãe pensa, ou o que o maldito mundo inteiro pensa. Isso
é entre você e eu. Você é minha mulher agora. Nada nem ninguém
mudará isso.

Ele a soltou.

Depois de recuar, ela o encarou por um momento.

— Tenha um pouco de fé em mim, Adora.

Ela foi embora.

O que eu estava pensando? Adora chamou um táxi no centro


da cidade. Ela só podia imaginar como seria com seu vestido de
noite preto e uma camiseta enorme jogada sobre ele. Seu cabelo
estava emaranhado e seus olhos estavam doloridos e inchados de
tanto chorar.

Ela não se incomodou em se despedir de sua mãe, não quando


ela era um caso emocional perdido.

Por que estava uma bagunça?

Porque estava apaixonada.

E isso nunca poderia funcionar.

Ele pode dizer que sua família não importava, mas com o
tempo, começaria a se ressentir dela. Ela sempre seria a ovelha

156
negra e seu bebê provavelmente nunca seria amado por sua
família.

Adora agarrou seu estômago enquanto o táxi ziguezagueava


pelo tráfego matinal.

Ela poderia estar grávida?

Se estivesse, a história estava prestes a se repetir.

Adora chegou em seu apartamento na parte de merda da


cidade, um nítido contraste de onde ela foi pega. Bateu a porta
atrás de si, jogou a bolsa e mergulhou no sofá puído em lágrimas.
Adora estava com raiva de si mesma por seguir o plano de Tobias,
por desistir de sua vida por ele. E agora por não querer mais nada.

Por que ela foi embora?

Deveria ter ficado e conversado sobre as coisas, permitindo


que ele afastasse seus medos. Mas sua família a fazia se sentir tão
pequena, e aquela mulher era além de bonita.

Adora estava de pé em sua cozinha em apenas uma velha


camiseta com cabelo matinal, e suas inseguranças levaram a
melhor sobre ela. Era difícil acreditar que Tobias pudesse querê-la
mais do que uma modelo.

Ela chorou até não haver mais lágrimas. Tudo o que queria
era Tobias, e que suas circunstâncias fossem diferentes.

Adora estava de luto, desejando tanto algo, mas sabendo que


estava para sempre fora de alcance. Tinha que ser forte, para tentar

157
fingir que nada desse redemoinho havia acontecido. A meia-noite
havia passado e sua fantasia de Cinderela acabara.

Pendurou seu vestido no armário e pulou no chuveiro.


Precisava lavar o cheiro distinto de Tobias de seu corpo, começar
de novo e se concentrar em seu dever de casa.

Sua mãe conseguiu seguir em frente após o desgosto, então


ela poderia fazer o mesmo.

Quando terminou de se trocar, ainda secando o cabelo com a


toalha, seu celular tocou.

Era ele.

Ela estendeu a mão para atender, mas se conteve. Seu estado


emocional estava muito frágil agora, e cairia facilmente em suas
palavras e promessas doces. Pelo resto do fim de semana, ela
precisava se concentrar em suas prioridades.

Quando chegou a manhã de segunda-feira, Tobias tinha


ligado mais de uma dúzia de vezes antes de ela finalmente desligar
o telefone.

Ele teria que desistir mais cedo ou mais tarde. Talvez um


pouco de tempo o ajudasse a perceber como era estúpido ficar com
a filha da empregada. Talvez sua mãe o ajudasse a ver as coisas
claramente.

Ela caminhou pelo terreno do campus para sua primeira aula


matinal, seus livros embalados em seus braços. Os pássaros

158
cantavam nos galhos acima dela, as visões e sons usuais a
acalmando.

Você pode fazer isso, se assegurou. Como em qualquer outra


segunda-feira.

Antes de chegar ao prédio, ouviu alguém correndo por trás.


Quando ela se virou para olhar, o homem parou ao seu lado,
andando no ritmo dela. Ele estava de terno e carregava uma pasta.
No início, ela presumiu que ser um professor... até que ele falou.

— Eu sou Jeff Langley. Represento o Sr. e a Sra. Bennett. Fui


autorizado a pagar uma quantia generosa em seu nome.

Ela parou de repente e o encarou. — E o que eu tenho que


fazer?

— É dinheiro grátis. Você só precisa manter distância do filho


deles, e não incluí-lo na certidão de nascimento do seu filho. Se
você não quiser continuar com a gravidez, o pagamento pode ser
ainda maior.

Adora fervia por dentro, uma mistura de choque e desgosto


torcendo seu âmago. Só porque ela era pobre, não significava que
se venderia por dinheiro. Os pais de Tobias eram demais, e ela se
perguntou se ele sabia o que eles estavam fazendo.

— Diga a eles para ficarem com o dinheiro. Não estou


interessada em nada disso.

159
Ela queria dizer muito mais, mas não se rebaixou ao nível
deles. Adora começou a subir o caminho em uma velocidade mais
rápida.

— Você está cometendo um erro se não aceitar a oferta deles.


Eles são uma família muito poderosa.

— Fique longe de mim!

Adora correu para dentro do prédio e pelo corredor em direção


a sua primeira aula. Lágrimas nublaram sua visão. Se Tobias foi
capaz de chantageá-la para ter seu filho, só podia imaginar do que
seus pais eram capazes. Ela não queria mais problemas em sua
vida, e certamente não na de sua mãe.

Antes que chegasse à sala de aula, dedos fortes a agarrou,


fazendo-a parar.

— Adora.

Ela olhou para o rosto de Tobias. Seus olhos estavam


estreitados, sua testa enrugada, mas o corpo dela ainda derreteu
em alívio. Ela tinha sonhado com ele todas as noites.

— Por que você está chorando?

Adora balançou a cabeça e bufou. — Você não sabe?

— Não, eu não sei.

— Seus pais querem pagar pelo meu aborto. Eu nem quero


imaginar o que farão quando seu advogado dizer que eu recusei.

160
Se ela pensava que ele parecia chateado um minuto atrás, ele
parecia absolutamente lívido agora, sua mandíbula cerrada e os
olhos vagos.

Ele a puxou pelo braço pelo corredor, longe de sua sala. Eles
chegaram a uma sala vazia na outra extremidade do prédio, e ele
a forçou a entrar antes de trancar a porta atrás de si.

— Em primeiro lugar, por que você não atendeu nenhuma das


minhas ligações? Eu mal dormi todo o fim de semana me
preocupando com você.

Ele passou a mão pelo cabelo e ela percebeu que ele parecia
mais cansado do que o normal.

— Eu deveria estar no escritório agora, mas estou aqui,


porque você é tudo em que penso.

Ela não teve resposta. Sua voz estava alta e zangada, mas
suas palavras continham muita paixão. Paixão que ela pensava
que ele fosse incapaz de sentir.

— Nada a dizer? Você acha que pode se afastar disso, Adora?

Ele passou o braço em volta da cintura dela e a puxou com


tanta força que o corpo dela se chocou contra o dele, os livros dela
caindo no chão.

— Eu nunca deixarei você ir.

— Você não ouviu o que eu disse sobre seus pais?

Ele zombou.

161
— Você acha que isso muda alguma coisa entre nós?

— Eles são seus pais, Tobias.

— Eu lidarei com eles, mas acredite em mim, nada do que


fazem pode me chocar. Você não tem ideia da merda que me
fizeram passar.

— Bem, eles têm um advogado caro atrás de mim, e não quero


que destruam minha vida quando não fiz nada de errado.

Ele segurou o rosto dela com as mãos, olhando para ela com
tanta intensidade que ela prendeu a respiração.

— Você acha que eu deixarei eles fazerem qualquer coisa com


você? Com o nosso bebê? Eles estão tentando controlar minha
vida, mas quando se trata de você, não haverá concessões. Eu
preciso que você entenda isso.

— O advogado me ameaçou, disse que eles eram poderosos.

Tobias riu, então exalou sua raiva.

— Sou o acionista majoritário da Bennett Corporation, não


meu pai. Eu sou o único a ser temido, Adora.

— Eu deveria ter medo de você?

— Estou dizendo que você não deve ter medo de ninguém ou


de nada... Não quando você me tem.

Ele colocou uma das mãos sob cada um de seus ombros e a


ergueu, sua força a surpreendendo. Tobias a prendeu contra a

162
parede, e ela colocou as pernas ao redor de seus quadris. Seu pau
duro pressionado contra seu núcleo.

Ele acariciou seu pescoço, o cheiro de sua colônia familiar


despertando-a sem esforço.

— Já se passaram três dias desde que você esteve na minha


cama.

— Não podemos fazer isso aqui — ela sussurrou, já sob seu


feitiço.

Ele a beijou na boca, sua língua exigindo entrada. Ela mudou


toda a sua resolução, tornando-se vítima dele novamente. Ela
precisava dele como precisava de ar para respirar. Eles se beijaram
como amantes se reencontrando, famintos e desesperados um pelo
outro.

— Quero ver você depois das aulas em meu escritório — disse


ele.

— Seu escritório? — Ela o segurou pelo pescoço, querendo


mais de seus beijos.

— Mandarei um carro para te buscar. Estou com uma carga


de trabalho pesada hoje, mas preciso ver você. Temos muitos
negócios inacabados para lidar.

Sua voz estava rouca e a respiração difícil.

— Você está certo sobre isso, Tobias?

163
Ela queria dizer a ele que ele havia roubado seu coração.
Queria ter certeza de que sua família não seria um problema,
embora não pudesse ver uma maneira de contornar isso.

— Nada mudou. Fizemos um acordo na cafeteria, lembra?


Uma noite na minha cama não é garantia suficiente de que você
está carregando meu bebê.

— É só por isso realmente, Tobias? Você quer procriar


comigo?

Seu rosnado, sua mão segurando sua bunda enquanto


empurrava contra ela, fazendo-a ofegar. Tobias passou a mão livre
em seu cabelo, protegendo sua cabeça.

— Não há outra mulher que eu queira — ele declarou.

Ele beliscou ao longo de sua mandíbula, antes de afagar sua


orelha com a língua.

— Eu te foderei até ter certeza de que você está grávida do


meu filho. Não me importo quanto tempo leve.

Ela gostou do som disso, seu corpo superaquecido desejando


seu corpo duro por todo o dela.

Seu corpo estava totalmente curado nos últimos dias, e tudo


o que ela desejava era mais do que Tobias poderia dar a ela.

Os sinos para o início das aulas soaram no corredor.

— Eu tenho que ir — ela disse.

164
Ele a colocou de pé, e todo o seu corpo doeu por ele quando
se afastou. Tobias olhou para o relógio.

— Três e meia, Adora. Esteja pronta para o meu motorista na


frente da escola.

— Tudo bem — disse ela.

Não podia e nem queria recusá-lo. Depois do pesadelo na


manhã de sábado com os pais dele, se convenceu de que um
relacionamento nunca sobreviveria. Mas cada vez que estava na
presença de Tobias, sua confiança e presença de comando fazia
todas as suas preocupações desaparecerem.

Ele ajeitou a gola e abriu a porta.

Tobias se virou para ela, seus olhos escuros focados apenas


nela.

— Nunca fuja de mim novamente.

165
Capítulo dez
— Essa é toda a informação que você tem? — Tobias
perguntou, olhando para o investigador particular.

Depois que Maximus se matou com uma overdose, algo em


seu interior dizia que ele precisaria de algum seguro no futuro. Em
seu cofre, tinha todas as evidências sujas que ligavam seus pais a
uma grande quantidade de vergonha e escândalo.

Garotas de programa, negociações clandestinas, subornando


as pessoas. Até mesmo o encobrimento da espiral de Maximus. Ele
também conseguiu obter uma filmagem de seus pais pagando a um
homem para bater em um funcionário que queria expô-los. A
mulher tinha ido embora, mas mancava permanentemente, o que
tornava difícil o emprego. Por muito tempo, ele vinha
acompanhando seus negócios, limpando sua bagunça e
certificando-se de que, se houvesse um tempo para voltar suas
ameaças contra eles, ele teria munição.

Passando a mão pelo rosto em uma tentativa de limpar a


névoa de sua mente, sabia que tinha que intervir. Pelo bem de
Adora, precisava pôr um fim nisso. Mantê-los em silêncio.

— Isso não é tudo, senhor. Fomos informados de que eles


estão falando com Hamilton.

— O quê?

166
— Você me ligou no fim de semana. Queria que eu incluísse
guias sobre Hamilton.

— Eu lembro.

O fim de semana não foi do jeito que ele esperava, e o irritou


que estava procurando uma maneira de estar com Adora. Ficar
sem ela não era uma opção. Ele quase perdeu a porra da cabeça
por não tê-la com ele. A única razão pela qual ficou longe foi para
dar a ela uma chance de lidar com suas inseguranças, mas isso foi
tudo.

Vendo-a hoje na faculdade, sentindo seu corpo contra o dele,


tudo ficou claro. Ele começou a entender o que seu irmão queria
dizer.

Nunca tinha entendido o que Maximus estava procurando –


por que entenderia?

O amor não fazia parte de sua vida, nunca tinha feito.

Ele amava Adora? Sabia que não poderia ficar sem ela e,
embora tivesse se passado apenas cerca de uma semana, não
importava para ele. Tinha experimentado quão bom era a sensação
de sua boceta enrolada em seu pau, e não viveria sem isso.

A maneira como seus pais a olharam, como se ela não fosse


nada além de sujeira, o deixara doente. Ele tinha visto o desprezo
que tinham por sua mãe, e odiava expor Adora a esse tipo de
merda.

167
— O que aconteceria se metade dessa merda fosse exposta?
— Tobias perguntou.

— Haveria uma investigação para alguns negócios de seu pai.


As ações da Bennett podem despencar, mas isso dependerá do
aspecto que eles controlam. Não há nada ligado a você.

— Há o suficiente aqui para mantê-los fora do meu negócio?


— Tobias perguntou.

Ele sabia que seu investigador particular não era um fã de


seus pais, ou de seus negócios.

— Sim.

— Excelente. Até eu dizer o contrário, isso fica entre nós.

Tobias observou o homem sair e recostou-se na cadeira,


olhando para o arquivo. Era a garantia que ele precisava. Seus pais
pensaram que poderiam pagar a faculdade, expulsar Adora dos
programas. Eles já estavam fazendo reivindicações de traição em
sua mulher, e haviam se passado apenas alguns dias desde que a
conheceram.

Eles cruzaram a linha, e ele faria tudo o que pudesse para


mantê-la segura, e se isso significasse enfrentar seus pais, ele o
faria.

Esperava não ter que derrubar a empresa que trabalhou duro


para construir, mas tinha a sensação de que suas ameaças teriam
impacto suficiente sobre elas.

168
O que ele queria saber era por que Hamilton foi contatado.

Adora não precisava lidar com esse tipo de merda, e ele se


certificaria de que ela não sofresse por causa de seus próprios
problemas familiares. Ele deveria ter lidado com eles há muito
tempo, mas como sempre, os deixou em paz e agora seus pais
estavam tomando medidas para se livrar da mulher que escolheu.
E nunca mais quis outra mulher.

Olhando para o relógio, se perguntou se Adora faria o que


pediu, ou se teria que ir e persegui-la.

Segundos se passaram e o som de seu assistente pessoal pelo


interfone veio.

— Senhor, sei que você disse para notificá-lo quando Adora


Garcia chegasse, mas, erm, eu tenho uma Maria Garcia aqui —
disse ela.

Tobias se sentou. — Tem certeza?

— Sim.

O que Maria estava fazendo aqui?

— Mande-a entrar.

Só havia uma maneira de descobrir.

Seu assistente abriu a porta do escritório, apresentando-a


novamente antes de sair, fechando a porta atrás dela.

169
Maria Garcia estava em seu escritório, as mãos entrelaçadas
e parecendo tão fora do lugar que era quase lamentável.

Ele se perguntou se deveria apenas esperar para falar com ela


quando sua filha chegasse. Eles nunca puderam conversar muito
e ele não queria que ninguém soubesse do seu negócio.

— Me desculpe por perturbá-lo. — Seu sotaque era muito


forte, mas seu inglês impecável. Ela falava um pouco mais devagar
e cada palavra era pronunciada como se não estivesse acostumada.

— Você fala inglês?

Maria suspirou. — Sim. Não é.... Tão bom quanto o de Adora,


mas eu tento.

— Adora sabe?

A tristeza nos olhos de Maria era clara.

— Não.

Ele se levantou da mesa, deu a volta e se empoleirou na ponta,


cruzando os braços.

— Por que você está aqui?

— Você machucará minha filha, como todos os homens


poderosos fazem.

Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e, pela


primeira vez, Tobias viu a mulher que Hamilton tinha machucado.
A tristeza, a dor, o medo – estava tudo ali.

170
— Não tenho intenção de machucar sua filha.

Ela balançou a cabeça em descrença. — Fui demitida do meu


posto hoje. O alcance de seus pais é... muito longe.

Ele se endireitou um pouco mais com isso.

Maria suspirou.

— Não gosto de interferir, mas sei que a educação da minha


filha significa muito para ela. Eu quero que ela tenha o que eu
nunca pude. Ela merece muito. Eles tirarão isso dela.

— Eu prometo a você, Maria, isso nunca acontecerá. Eu


gostaria de contratá-la em uma posição permanente.

Ele esticou o braço para trás, clicando no interfone.

— Arranja-me uma folha de emprego.

Ele se voltou para Maria.

— Eu estava tão ocupado pensando em como reconquistar


sua filha que não pensei em você. Esse é o meu problema e me
desculpe.

Seu assistente voltou segurando o que ele pediu. Ele


agradeceu e esperou que ela fosse embora.

— Eu não aceitarei isso.

— Olha, Adora será minha. Já tenho algo para você, onde


pode morar e não ter que se preocupar com outro Hamilton.

171
Ele a observou empalidecer.

— Você sabe disso?

— Adora sabe, Maria. Ela sabe quem é seu pai e o que ele fez
com você.

Maria desviou o olhar e ele viu lágrimas nos olhos dela.


Mesmo depois de todo esse tempo, ela sentiu uma dor imensa.

— Você o amava?

Ela se virou para ele, enxugando as poucas lágrimas que


escorreram por seu rosto.

— Por que não amaria?

— É que a maioria das mulheres...

— Você pensou que eu estava atrás do dinheiro dele? Eu


nunca estive. — Maria deu um sorriso triste. — Meu inglês não era
muito bom quando nos conhecemos e levei muito tempo para
aprender. Hamilton era o amor da minha vida, e ele quebrou meu
coração e cada promessa que me fez.

— Não sou como ele.

— Você gosta de Adora agora, mas com o tempo, ela não


encontrará seus padrões. Seus pais te dirão que ela é uma
vergonha. Você escolherá o dinheiro em vez dela.

A maneira como seus olhos ficaram vidrados, Tobias viu que


ela estava revivendo algum tipo de memória.

172
— Ele prometeu estar com você? — Tobias perguntou.

— Eu tinha um anel — disse ela. — Nós nos casaríamos, mas


ele escolheu riquezas e me jogou de lado como um lixo velho. Eu vi
a notícia de seu casamento chique. A dor era diferente de tudo no
mundo. Ele seguiu em frente. Eu não. Não quero esse tipo de dor
para minha filha. Sinto muito, mas você nunca amará minha filha
ou dará a ela o que ela merece. Se você é um homem de honra, de
palavra, você a deixará ir, para estar com alguém que a amará, não
importando o que aconteça.

Ela acenou com a cabeça e saiu por onde veio. Ele não tentou
impedi-la.

Ele ainda segurava o formulário de emprego em suas mãos.

Não havia nenhuma maneira que ele pudesse viver com Adora
estando com qualquer outra pessoa. Ela pertencia a ele, e apenas
a ele.

Tobias ponderou as palavras de Maria. Ela o conhecia há


anos, e até ela acreditava que ele era incapaz de amar.

Ele era tão bastardo?

O amor era superestimado, se convenceu disso.

Isso fazia as pessoas fazerem coisas estúpidas. Ele escorregou


para fora da mesa, colocando o formulário no chão, sabendo que
seus pais estavam lentamente arruinando qualquer chance que ele
tinha com Adora. Só porque ele não era capaz de sentir amor, não

173
significava que ele mesmo não queria que ela se apaixonasse por
ele.

Ele queria.

Eles estavam bagunçando seus planos e o tempo estava se


esgotando.

— Senhor, Adora Garcia está aqui para vê-lo.

Só de ouvir o nome dela fez seu coração pular uma batida.


Certificando-se de que seu terno estava impecável, ele avisou seu
assistente para mandá-la entrar, e então não permitir nenhuma
interrupção.

Adora entrou e deu ao assistente um sorriso doce. Ele foi até


a porta e a trancou antes de ficar na frente de sua mulher. Adora
era sua mulher. Ela era dele desde o momento em que ele tirou sua
virgindade e a fez gritar seu nome.

Nenhum deles falou por muito tempo. Apenas estar perto dela
tornava tudo melhor.

— Seus pais arruinarão minhas chances na faculdade — disse


ela. — Você não tem ideia de como foi difícil para eu fazer isso
acontecer.

— Eu não deixarei. Deixe-os comigo.

Ela lambeu os lábios e seu olhar pousou no chão aos pés dele.

— O que foi? — ele perguntou.

174
Finalmente, ela ergueu a cabeça.

— Eles estragarão tudo e eu não sei o que fazer.

Ele segurou seu rosto, enxugando suas lágrimas. Em um


rápido momento egoísta, se perguntou se ela estava grávida. Não
para irritar seus pais, mas porque queria reivindicá-la como sua.
Isso ia muito além da gravidez para um herdeiro. Ele a queria só
para ele e era egoísta o suficiente para conseguir o que queria.

Adora tinha debatido em vir ao escritório de Tobias. Ela sabia


o tipo de alcance que seus pais tinham.

O advogado a quem ela disse “não”, momentos antes de ver


Tobias pela manhã, estava esperando por ela quando saiu do
campus. Ele a deixou saber exatamente quão feios seus pais
poderiam ser, e o que fariam se ela não aceitasse o dinheiro. Ela
não pegou o dinheiro e ele disse a ela para pensar sobre isso. O
que ele disse... eles iriam destruí-la. Qualquer chance do futuro
que ela planejara seria completamente eliminada.

— O que você fará — disse Tobias, enxugando as lágrimas —


é me deixar cuidar deles.

Ela balançou a cabeça.

— Não, me escute, menina.

175
Ele a segurou com firmeza, e ela o encarou, sentindo-se mais
uma vez apaixonada por ele. Os sentimentos que ele evocava
dentro dela, muitas vezes a faziam se perguntar se estava louca.
Mal se conheciam, mas ele fazia o coração dela bater forte e
palpitar. Ela sentia um friozinho na barriga, só por estar perto dele.
Até mesmo seu cheiro a mantinha cativa.

— Eu conheço meus pais. Deixe-os pensar que podem vencer.


Eu tenho tudo o que preciso para eles ficarem longe de você. Você
não será abandonada. Estou bastante insultado que todos
pareçam pensar que é isso que farei.

Ela não se conteve. Ela riu e ele sorriu com ela.

— Eu não falei pelo meu irmão, Adora. Deixe-me falar por


você. Dê-me essa chance de acertar as coisas entre nós.

— Eu quero minha educação.

— Eles não tirarão isso — disse ele. — Já estou trabalhando


nisso. — Ele correu o polegar pelo lábio dela. — Eu nunca pedi a
confiança ou fé de ninguém em mim, Adora. Pedirei a sua. Confie
em mim para consertar isso.

A sinceridade em sua voz e a necessidade em seus olhos, ela


sabia que ele quis dizer cada palavra, e porque não queria
machucá-lo, acenou com a cabeça.

Ele bateu os lábios nos dela, e ela derreteu, sentindo-se


totalmente sem forças. As mãos em suas bochechas se moveram

176
para afundar em seu cabelo, segurando-a no lugar enquanto ele
devorava seus lábios.

Ela gemeu.

Agarrando seus braços, o segurou com força enquanto seus


mamilos cresciam e o calor inundava suas pernas. Ela o queria,
queria ser possuída por ele, reivindicada e escolhida.

Quando ele pegou a bolsa dela e a colocou no chão, não o


impediu. Nem quando ele começou a tirar o casaco dela, deslizando
os botões através de cada laço até que se abrisse. Ele o empurrou
para o chão e ela mexeu no único botão que mantinha o paletó
dele. Seu peito era duro como uma rocha, e ela provocantemente
correu os dedos por sua camisa, sentindo seu abdômen rasgado.

— Não deveríamos fazer isso aqui.

— Eu não me importo com o que não devemos ou devemos


fazer. Eu só sei o que quero, e agora, quero sentir meu pau bem no
fundo de você. Ouvir você gritar meu nome.

Rasgaram as roupas um do outro, e quando ambos estavam


apenas com suas roupas íntimas, Adora não se importou. Ele já
tinha visto tudo e não tinha ido embora.

Tobias a ergueu em seus braços, e engasgou quando ele


varreu o conteúdo de sua mesa, a desordem caindo no chão. Ele a
deixou cair no limite, uma necessidade feroz em seus olhos.

Agarrando as pontas de sua calcinha, ele a deslizou por suas


coxas e a jogou por cima do ombro.

177
Ele abriu suas pernas e ela gritou quando seus dedos
deslizaram profundamente dentro de sua vagina. Fechando os
olhos, ela empurrou para encontrar seu toque.

— Não, olhe para mim, babe. Eu quero que você veja quem
está te tocando, quem vai te foder e que colocará um bebê dentro
de você.

Ela abriu os olhos e gemeu quando viu dois de seus dedos


enfiando em sua boceta.

— A quem você pertence?

— Você — disse ela, sem hesitação.

Ele tirou os dedos de sua vagina e observou enquanto os


chupava de seu creme.

— Você tem um gosto tão bom pra caralho.

— Você é sujo — ela mal conseguiu dizer.

— Certo. — Ele foi para o joelho, e sua língua substituiu seus


dedos, provocando sua boceta, acariciando seu clitóris, então
mergulhando dentro dela. Não havia palavras para o prazer que ele
sentia. Ela se sentiu tão exposta com as enormes janelas que os
rodeavam. Em exposição para toda a cidade.

Ela era apenas sua para usar, e o prazer foi para o próximo
nível enquanto ele chupava seu clitóris. Ele usou os dentes,
criando o tipo certo de dor que a tornava quase insuportável e,
ainda assim, ela não queria que ele parasse.

178
— Uma boceta tão bonita — disse ele, murmurando as
palavras contra ela.

O prazer começou a crescer, seu corpo se sensibilizou e


sacudiu enquanto seu orgasmo se aproximava.

Ela sabia que explodiria e o avisou disso, incapaz de se conter


mesmo que tentasse.

Ele não lhe deu um alívio, e quando ela gozou, ele continuou
a lamber sua boceta até que ela implorou para ele parar.

Tobias deu um beijo em seu clitóris antes de ficar entre suas


coxas.

— Eu amo ver você gozar. Eu manteria você assim o dia todo


se pudesse.

Não houve palavras, enquanto o observava deslizar seu pau


duro como pedra ao longo de sua fenda. Seu creme revestia seu
comprimento enquanto ele brincava com ela, provocando
impiedosamente quando ela o queria dentro dela.

— Veja como você está molhada.

Ele se moveu em direção a sua entrada, e ela ofegou


lentamente, centímetro por centímetro, ele começou a enchê-la,
indo mais fundo. Suas mãos deslizaram por suas coxas,
descansando em seus quadris.

179
— Essa é uma visão que adoro ver. — Seu olhar se ergueu
para ela. — Sua boceta envolvendo meu pau, e me apertando,
Adora. Ela me quer dentro. Você quer que eu te foda?

— Sim.

Ele agarrou seus quadris e bateu a última polegada dentro


dela. Atingiu um ponto que a fez gritar seu nome, implorando por
mais. Ela estava tão cheia, tão consumida por tudo de Tobias.

A enorme escrivaninha de carvalho permaneceu no lugar


enquanto ele puxava para fora dela, apenas para penetrá-la
profundamente.

— Você é minha, Adora. Essa boceta é minha. Eu cuidarei de


você. Você, nosso bebê, todos.

Suas mãos acariciaram seu corpo, envolvendo seus seios.

— Em breve, eles estarão cheios do leite para o nosso bebê.


Eu quero te ver alimentando o nosso filho.

Ele continuou a balançar dentro dela, e havia algo em sua voz


quando ele disse a ela o que queria.

Ela ouviu a paixão, a necessidade e algo mais.

Suas mãos voltaram para seus quadris, e ela gritou quando


ele começou a fodê-la, bombeando seus quadris como uma
máquina.

Seu pau deslizando dentro e fora dela, batendo


profundamente. De repente, ele puxou e a virou de modo que ela

180
estava inclinada sobre a mesa. Seus dedos acariciaram sua bunda,
separando suas bochechas quando ele encontrou sua entrada mais
uma vez.

Ela sabia que estava molhada e ouviu a umidade quando ele


deslizou para dentro.

— Olhe para a cidade, Adora. Nenhuma outra mulher possui


o tipo de poder que você tem. — Ele empurrou um pouco de seu
cabelo de seu pescoço e sugou seu pulso. — Você me tem. Tudo de
mim.

Ela tinha?

Ela poderia ter conseguido seu amor mesmo que ele não
acreditasse nisso?

O olhar em seus olhos, a maneira como ele a segurava, a


sensação dele ao seu redor, quase podia se convencer de que era
tudo real.

Ela poderia se permitir ser atraída por essas promessas? Era


bom demais para acreditar, mas, por que não?

Ela agarrou a borda da mesa para se proteger e gemeu quando


ele começou a provocá-la mais uma vez, tocando sua boceta,
trabalhando seu clitóris, colocando-a em chamas com a
necessidade enquanto ele a fodia por trás. O prazer foi esmagador
quando ela gozou pela segunda vez.

181
— Porra, isso é tão bom. Eu amo que apenas meu pau tenha
estado dentro de sua boceta. Você é toda minha, Adora. Toda
minha, e ninguém tirará você de mim.

Ele a cavalgou com força, fodendo-a com uma paixão que não
havia mostrado antes que seus pais aparecessem. O prazer era
quase doloroso.

Seu pau estava duro como uma rocha enquanto a reclamava


repetidamente. O aperto que ele tinha em seus quadris deixaria
hematomas, ela sabia disso, e ainda assim, ela não se importava.

Ela gritou seu nome quando ele a levou a um terceiro orgasmo


que alterou sua a mente. Aquilo balançou seu corpo inteiro,
deixando-a em uma confusão convulsiva de felicidade pós-
orgástica. Desta vez, ela ouviu seu próprio gemido quando seu pau
pulsou dentro dela, a inundação de seu esperma, enchendo sua
boceta.

Os únicos sons que se ouviam no escritório eram a respiração


ofegante. Tobias beijou seu ombro.

— Quando estou com você, todo o resto desaparece, e somos


as únicas duas pessoas que sobraram, Adora.

Ele virou a cabeça dela, e ela viu aquela coisa novamente em


seus olhos.

Poderia ser amor?

Ela poderia confiar nisso?

182
Tobias a fazia sentir. Ele a fazia... ansiar por ele. Ela queria
seu amor mais do que qualquer outra coisa. Queria mostrar a ele
que o amor não era uma maldição ou uma doença, mas algo para
valorizar, ansiar e, certamente, não ter medo.

Quando ela se virou, a mão dele pousou em seu estômago.

— Eu cuidarei de você e de nosso bebê. Você não tem ideia de


como você é importante.

183
Capítulo onze
Algumas semanas se passaram e Tobias se perguntou se todo
o sexo que tiveram teve o resultado desejado. Ele queria sugerir
que Adora procurasse seu médico pessoal, mas não queria que ela
pensasse que ele só se importava com o bebê.

Parte dele esperava se cansar de sexo com uma só mulher,


mas só ficou mais e mais viciado. Ela havia se difundido em todas
as facetas de sua vida, e até mesmo o trabalho estava se tornando
mais agradável. Seu novo raio de sol tinha dado luz e foco para sua
vida unidimensional.

Não gostava do fato de Adora ainda morar em seu pequeno


apartamento de merda. Ela era sua princesa e ele queria que
tivesse o melhor. Algumas noites ela dormia na casa dele, e isso
lhe dava um gostinho da vida comprometida com uma mulher.

Ele só podia especular que sua mãe a convencera a desistir


de um relacionamento com ele. Mas nem todos os bilionários eram
iguais. Bem, ele mudou. A doçura de Adora o mudou.

Tobias ajustou a gravata enquanto caminhava pelo corredor


da joia da coroa de Hamilton. Era uma maravilha arquitetônica no
centro da cidade. Enquanto estudava todos os detalhes nos tetos
amplos, pensou em Adora e seus dons naturais. Ela amava seus
estudos, era apaixonada por arquitetura. Devia estar em seu
sangue.

184
Era aí que as semelhanças com seu pai terminaram. Aquele
idiota não era nada parecido com sua filha. Ela era a doçura e a
inocência personificadas, e Hamilton era tudo degradado no
mundo, tão semelhante aos próprios pais de Tobias.

Ele entrou no escritório principal e bateu os nós dos dedos na


mesa da recepção três vezes.

— Eu preciso ver William.

— Você tem um horário marcado?

— Não, diga a ele que é Tobias Bennett.

Ela pegou o telefone e em um minuto levou Tobias a um


escritório envidraçado no final do corredor.

Ele entrou, apreciando a vista.

— Muito bom — disse ele, caminhando ao redor do escritório


circular. Foi seu único comentário.

— Você gosta disso?

— Posso apreciar um bom design. Você trabalhou em alguns


dos meus edifícios, ou se esqueceu? — Tobias perguntou.

Hamilton recostou-se na cadeira da escrivaninha, com um


lápis nos lábios.

— Agradeço todos os negócios que sua família me deu. Sua


mãe, principalmente, tem um gosto excelente.

185
— E sua filha?

William gemeu, sentando-se ereto.

— O que você quer de mim, Tobias?

Eles tinham quase a mesma idade, ambos grandes jogadores


no mundo dos negócios. Seus caminhos provavelmente estavam na
mesma trajetória até que Adora mudou o de Tobias.

— Minha mãe esteve aqui algumas vezes nas últimas duas


semanas. Por quê?

Ele deu uma risadinha.

— Não é minha função discutir assuntos de negócios


privados.

Tobias massageou atrás do pescoço, olhando para a vista da


cidade.

— Não brinque comigo, Hamilton. Sua garotinha está


esquentando minha cama, e alguns sussurros em seu ouvido e
você estará diante de um processo de paternidade tão grande que
gostaria de nunca ter conhecido Maria Garcia.

William exalou.

— Não é o que você pensa. Eles nem sabem que ela é minha
filha. Fui eu que pedi o cara a cara.

— Por quê?

186
— Seus pais foram para o corpo docente e solicitaram que
Adora fosse cortada de todas as listas de elite. Eu coloquei dois e
dois juntos.

— Estou ouvindo.

— Olha, Adora não merece ser punida por sua causa... ou por
minha. Já fiz muita merda na minha vida e me arrependo, mas isso
não me torna um monstro — disse ele.

Tobias não estava acreditando.

— Você teve vinte anos para fazer as pazes, e aquela noite em


La Ballezza foi a primeira vez que ela o viu pessoalmente.

— Eu não sabia sobre ela.

— Besteira.

— Isso importa? Passado é passado. Não posso mudar isso —


ele falou. — Quando a faculdade me contatou, eu não estava
prestes a deixar seus pais arruinarem a carreira de Adora. Nós dois
sabemos como eles podem ser implacáveis.

— Não me diga que eles realmente ouviram você.

Ele zombou. — Não é provável. Eles mencionaram um bebê, e


desejando que Adora desaparecesse. Disseram que ela era uma
prostituta caçadora de ouro.

Tobias rangeu os dentes.

187
— Ela é sua filha. Você admitiu isso? O filho que eles querem
que vá é seu neto.

Hamilton não tinha bolas. Ele sempre se escondeu atrás de


suas mulheres e dinheiro. Tobias não o deixaria escapar tão
facilmente.

— Desde quando você quer se estabelecer, de qualquer


maneira, Tobias? Parece extraordinariamente cruel forçar Adora a
viver a mesma vida que sua mãe.

— Não me compare a você. Eu não fujo de minhas


responsabilidades. Estou com Adora porquê... quero estar com ela.
Eu quero o melhor para aquela garota.

Ele percebeu que estava prestes a usar a palavra “Amor”, mas


rapidamente se conteve.

— Então diga a ela para aceitar a oferta de seu professor de


aprendiz na minha empresa. Ela nem mesmo terá que me ver.

— Ela nunca concordará com isso. Ela te odeia com a


intensidade do sol, e não tenho certeza de que qualquer coisa que
você possa fazer isso mudar.

Tobias não estava no topo dos negócios por ser ingênuo. Ele
tinha a sensação de quando alguém estava ferrando com ele, e não
confiava em William.

— Seria do interesse dela.

188
— E quanto aos seus filhos? Você contará sobre a irmã deles?
Acha que eles gostarão da ideia de dividir a herança familiar em
quatro partes?

O rosto de William caiu.

— Quero fazer a coisa certa por Adora, mas não estou disposto
a derrubar minha própria família no processo.

— Claro que não.

— Olha, as pessoas cometem erros. Ninguém precisa saber de


nada disso, exceto você e eu. Me sinto mal pelo que aconteceu com
Maria. Não há necessidade de Adora sofrer.

Tobias estalou o pescoço para cada lado, as mãos cruzadas


atrás das costas quando chegou à borda do escritório. Ele observou
os carros passando lá embaixo de seu ponto de vista.

William Hamilton foi alimentado pela culpa, nada genuína.


Não era amor. Tobias não permitiria que ele machucasse Adora. Se
ela precisava de um emprego, Tobias poderia dar a ela.

— Deixe-me saber se meus pais entrarem em contato com


você sobre Adora novamente. Caso contrário, não perca o sono por
causa do seu segredinho sujo.

Tobias deixou o escritório, sentindo-se mal do estômago.

Ele cuidaria da responsabilidade de William.

189
Assim que voltou à sede da Bennett Corporate, pegou o
elevador até a cobertura. Enquanto caminhava em direção ao seu
escritório, sua secretária correu até ele.

— Senhor, sinto muito, estava prestes a chamar a segurança.

— O que é?

— Há uma mulher em seu escritório. Ela insistiu em se


trancar lá dentro.

Ele bateu na porta. — Adora?

A porta se abriu alguns centímetros. Ele sorriu porque sabia


que tinha que ser ela. Tobias se voltou para sua secretária.

— Adora Garcia tem acesso total ao meu escritório. No futuro,


não tente impedi-la.

— Sim senhor.

Ele entrou no escritório e trancou a porta atrás de si.

— Foi um almoço longo — disse ela.

— Eu tinha algumas coisas para fazer. Você está de folga mais


cedo?

Adora acenou com a cabeça.

— É a semana de leitura. Terei mais tempo livre para me


atualizar.

190
Ele não a tinha visto muito na última semana entre o trabalho
e a escola. Tiveram mais encontros noturnos, mas não havia tempo
suficiente juntos, em sua opinião.

— O que fez você decidir dar uma passada por aqui? — Ele
poderia dizer que algo estava em sua mente.

Adora encolheu os ombros.

— Você dormirá no meu apartamento esta noite?

— É melhor não.

Agora ele franziu a testa, tirando a jaqueta e colocando-a nas


costas da cadeira.

— Diga-me por que, por favor. Por que você insiste em manter
distância?

— É exatamente o que você está fazendo comigo, Tobias. —


Ela passou as mãos pelo peito dele, ficando na ponta dos pés para
envolver os ombros dele. — Você quer que eu desista de tudo, mas
ainda mantém todas essas paredes.

— Eu não tenho paredes, babe.

Ela ergueu uma sobrancelha. — Certo. — Adora se virou e


caminhou em direção às janelas.

Algo estava errado com ela, algo triste e incerto.

— Aconteceu alguma coisa? Não esconda nada de mim.

191
Na semana passada, Tobias enviou uma carta registrada para
seus pais, descrevendo algumas das informações incriminatórias
que ele tinha sobre eles. Foi o suficiente para fazê-los recuar. O
criaram para ser implacável, então não deveriam ficar surpresos.
Eles não esperavam que Tobias se voltasse contra eles. No
momento em que se aproximaram de Adora, selaram seu destino.

Ele se sentou em sua cadeira e deu um tapinha no colo.


Normalmente ela o obrigava, mas não agora.

O advogado de seus pais foi atrás dela de novo? Talvez ele


precisasse melhorar seu jogo.

— Não falamos sobre nós — disse ela.

— Do que você está falando? É tudo sobre o que sempre


falamos.

— Não, falamos sobre o bebê, engravidar, ver meu estômago


crescer.

Ela caminhou pelo escritório.

— Quer dizer, eu sei que esse era o acordo. Isso era tudo sobre
o grande herdeiro Bennett. Mas em algum lugar ao longo da linha,
eu me apaixonei.

Ele não sabia o que dizer. Quando ela olhou para ele com
aqueles grandes olhos escuros, todas as suas vulnerabilidades na
superfície, ficou sem palavras.

Ela era tão bonita. E jovem.

192
Ele tinha se aproveitado dela quando se conheceram porque
nunca esperou que ela quisesse alguma coisa com um homem de
45 anos. Ao ouvir sua declaração, uma multidão de emoções o
pegou de surpresa.

— Nada a dizer? — Ela exalou um pouco. — Está tudo bem,


Tobias. Foi minha culpa pensar que poderia mudar você.

Adora colocou um saco de papel marrom em sua mesa.

— Eu tenho que encontrar minha mãe para almoçar.

Ela foi embora. Ele a observou ir embora e, por algum motivo,


ficou enraizado no lugar, sem impedi-la. Suas palavras ainda
brincavam em sua cabeça. Tudo isso começou com sexo, usando
Adora para ser mãe de seu bebê sem apegos. Em algum lugar ao
longo da linha, tudo mudou.

Tobias abriu a bolsa e enfiou a mão dentro. Era uma vara


branca.

Um teste de gravidez.

E negativo.

Tudo estava indo tão bem, mas quanto mais tempo eles
ficavam juntos, mais frágil ela percebeu que seu relacionamento
era.

193
Por mais felizes que estivessem, o fato é que tudo começou
porque Tobias queria um bebê. Se ela não podia dar a ele o que ele
queria, quanto tempo até que ela consumisse sua utilidade?
Fizeram sexo como coelhos e nenhuma gravidez. Adora não era
ingênua. Ela sabia que poderia levar meses para fazer um bebê,
mas o teste negativo a fez pensar, se perguntar se Tobias a
permaneceria se ela não pudesse lhe dar um herdeiro.

Namoro, sexo e compatibilidade eram ótimos, mas precisava


de coisas para passar para o próximo nível. Ela precisava que
Tobias fosse real, se abrisse, se comprometesse emocionalmente.
E não tinha certeza se ele era capaz de lhe dar o que ela precisava.

Quando chegou a sexta-feira, sentia muita falta de Tobias. Ele


não ligou, e ela presumiu que ele havia perdido o interesse depois
de ver o teste.

Ela queria que ele pensasse, considerasse o que queria antes


que ficasse muito profundo. Funcionou, mas seu coração já estava
começando a quebrar no meio. Deveriam ir para a inauguração de
uma galeria esta noite para comemorar um dos mais novos
edifícios de escritórios da Bennett Corporation. Como ela não tinha
ouvido falar de Tobias, presumiu que o encontro estivesse
cancelado.

Adora estava deitada em sua cama de solteiro, lendo seu livro.

Desde que o viu no início da semana, queria beijá-lo, sentir


sua pele quente.

E se nunca mais o tivesse?

194
Como se sentiria se o visse com uma nova namorada? Talvez
uma modelo?

Imediatamente sentiu pena de sua mãe. Adora não conseguia


imaginar assistir Tobias se casar e ver isso estampado nas notícias.

Seu celular tocou e ela rolou para o lado para pegá-lo da mesa
de cabeceira. Era ele. Largou o livro e se sentou de repente. Seu
coração disparou, uma sensação de paz a enchendo por saber que
ele se lembrava dela.

— Alô?

— Você está pronta? — Aquela voz. Apenas o barítono a


deixou molhada.

— Eu não tinha certeza se ainda estávamos indo. Não ouvi


falar de você a semana toda — disse ela.

Houve silêncio na linha.

— Tobias?

— Terei um carro em seu apartamento dentro de uma hora.


Um vestido seria apropriado — disse ele. — E, Adora?—

— Sim?

— Mantenha o cabelo solto e não quero que você use calcinha.

Ele encerrou a ligação e ela ficou olhando para o telefone. O


homem estava frio como gelo. Ele estava pronto para continuar

195
normalmente sem falar, sem mudar. E ela estava muito
apaixonada para recusar.

Adora tomou banho e usou um vestido floral simples. Era a


coisa mais apropriada que possuía. Ela queria estar linda para
Tobias, ver o desejo em seus olhos. Já fazia um tempo desde que
ele reivindicou seu corpo, e sua boceta doía por ele. Quando faziam
sexo, para ela, parecia uma ligação... como amor. Mesmo se não
fosse real, pegaria o que pudesse.

A viagem até o centro da cidade foi tensa. Ela tinha uma


energia nervosa – empolgação em ver Tobias e ansiedade sobre o
evento chique. Não importa o quanto ele a tranquilizasse, sempre
se sentiu deslocada em seu mundo.

Ela saiu do carro e olhou para o prédio. O pôr do sol refletido


nas superfícies de vidro em ângulo, hipnotizando-a.

— Impressionante, não é? — Os braços de Tobias envolveram


sua cintura por trás. Ela nem o tinha visto.

— É, realmente.

Ela girou em seus braços e descansou a cabeça em seu peito,


respirando-o. Mesmo com o tráfego distante, ela podia ouvir seu
coração forte e isso a aterrou. Uma onda de emoção a pegou de
surpresa. Não conseguia imaginar sua vida sem Tobias, mas
estaria disposta a vender sua alma para o diabo?

— Você é tão bonita. — Ele alisou o cabelo dela com as mãos.


— Vamos, quero te mostrar uma coisa.

196
Ele pegou a mão dela e pareceu a coisa mais íntima do mundo
andar de mãos dadas com ele. As portas foram mantidas abertas
para eles, e mulheres com bandejas de champanhe dançaram ao
redor da multidão bem vestida no saguão. Todos queriam falar com
Tobias, mas ele dispensou todos e continuou conduzindo-a até a
porta logo à frente.

Uma vez dentro da sala, ele fechou a porta. Era um escritório,


mas não era do seu estilo usual.

— O que é isso? — ela perguntou.

Ele pegou um controle remoto da mesa e apertou um botão.


As persianas embutidas começaram a baixar em todas as janelas,
bloqueando as pessoas no saguão e a vista da rua do outro lado.

— Não importa. Eu só precisava ficar sozinho com você.

— Para foder?

Ele franziu a testa.

— Cuidado com a boca, garotinha. Não combina com você.

Tobias pressionou um dedo em seus lábios e jogou o controle


remoto em uma cadeira.

— Teremos tempo para isso mais tarde.

— Então por que estamos aqui?

— Nós precisamos conversar. Bem, eu preciso conversar —


ele declarou.

197
Ela gostou do som disso, mas não queria ter muitas
esperanças. Ele poderia estar dizendo a ela que não daria certo,
que ele encontraria uma mulher mais fértil para ser mãe de seu
herdeiro.

— Ok.

— Tenho pensado muito e sabe o que percebi?

Ela balançou a cabeça.

— Sou um idiota.

Seu queixo caiu.

— Não, Tobias. Não diga isso. — Ela correu as pontas dos


dedos ao longo de sua mandíbula, mas ele agarrou seu pulso e
beijou seu ponto de pulsação.

— É verdade. Eu só queria um bebê para manter minha


linhagem. Eu nem queria ser pai ou marido — ele explicou para
ela. — Planejava mandar o garoto para o colégio interno e talvez vê-
lo nos feriados. Quanto à mulher, não queria vê-la depois de saber
que ela estaria grávida.

Ela engoliu em seco.

— Tinha tudo que um homem poderia desejar – dinheiro,


poder, mulheres. Mas aprendi algo, Adora. Você sabe o que é isso?

— Não, Tobias.

198
Ele sorriu, segurando ambos os ombros dela, olhando para
ela.

— Nada disso importa. Não depois de encontrar a mulher que


você ama.

— Não entendo. E quanto ao teste?

— Bebê ou não, você é tudo que eu quero, Adora. Você me


mudou. Sinto-me infeliz sem você.

— O que isto significa?

— Isso significa que quero mais. Eu quero o que meu irmão


queria, só levei mais tempo para descobrir tudo.

Ele segurou seu rosto e beijou seus lábios uma vez.

— Eu te amo, Adora Garcia. Nada mudará isso.

Ele realmente disse isso, e ela acreditou nele. Não porque


queria que fosse verdade, mas porque ele estava sendo sincero.

— Eu também te amo.

— Isso não significa que não continuarei tentando por nosso


bebê, apenas que o plano de jogo mudou. Não quero repetir minha
infância fodida. Quero que tenhamos uma família de verdade,
Adora.

Ela não conseguiu evitar que as lágrimas escorressem por


suas bochechas. Isso era melhor do que um conto de fadas, e
Tobias era seu herói improvável.

199
Adora queria listar uma dúzia ou mais coisas que poderiam
colocar freios em seu momento, dos pais dele ao seu pai, mas ela
manteve a boca fechada. O amor pode conquistar tudo.

— Agora, você fez o que eu pedi?

Ela estreitou os olhos, sem perceber o que ele queria dizer.


Quando ambas as mãos apertaram sua bunda carnuda, se
lembrou da calcinha.

— Sim, estou nua por baixo do vestido.

— Mmmm, tão obediente. — Ele esfregou a frente da calça, e


ela viu sua ereção grossa. — Agora, enquanto meus acionistas
estão se misturando, quero batizar este prédio de maneira
adequada.

Depois do que ele acabou de dizer, ela estava pronta para


qualquer coisa que ele pudesse fazer.

— Faça o que quiser comigo.

— Eu planejo.

Ele abriu a gaveta de uma pequena mesa e tirou um tubo de


lubrificante.

Ele achava que ela precisava disso? Seus sucos já estavam


vazando pela parte interna de sua coxa, estava tão pronta para seu
pau. Ele tinha um brilho perverso nos olhos, uma promessa de
sexo e pecado.

Ele jogou a jaqueta no chão.

200
— Fique de joelhos, Adora.

Ela obedeceu, ficando de quatro em cima do paletó caro dele.


Ele ergueu o vestido dela por cima das costas, expondo sua bunda
nua para o ar. Ela não se moveu, mas podia sentir seus olhos
vagando por cada centímetro exposto.

— Você sentiu falta do meu pau, bebê?

— Sim.

— Deixará outro homem tocar este belo corpo?

Ele alisou as mãos sobre os globos de sua bunda, seus


polegares provocando sua entrada proibida.

— É tudo seu, Tobias.

Ele rosnou. — O que você fez comigo? — ele perguntou. — As


coisas mudarão agora. Eu preciso ver você mais do que algumas
vezes por semana.

Ela ouviu o jato de lubrificante, e seu dedo úmido entrou


lentamente em seu ânus.

— Da próxima vez que você visitar meu escritório, quero você


na minha mesa com as pernas abertas enquanto trabalho. Quero
usar você como porta-canetas.

Sua boca imunda combinada com seu toque proibido, a fez


gemer e se contorcer, um orgasmo bem na superfície.

— Fale comigo bebê. Me diga o que você quer.

201
— Eu só quero o seu amor — ela disse.

Ele riu, um som escuro e delicioso. — Adora, você já o tem.

202
Capítulo doze
Dois meses depois...
Os pais de Tobias finalmente concordaram em manter
distância. Ele não só tinha escrito, mas também os fez cientes de
que no momento em que chegassem perto de Adora, ele liberaria a
informação que tinha, e quando pensassem que sua vida não
poderia ficar pior, ele faria o mesmo, tudo de novo.

Eles não mais atrapalhariam sua vida. Arruinaram a curta


vida de seu irmão, mas o que ele tinha com Adora, valia a pena
lutar.

Seu pai, William, também concordou em manter distância.


Quando ele tentou arranjar um encontro com ela, Adora foi quem
o fechou. Ela não queria conhecer o homem e, pelo que ele sabia,
Maria também se recusou a vê-lo. Sua futura sogra também tinha
começado a namorar, o que era novidade. Adora estava muito
preocupada com sua mãe saindo com alguém.

Ele passou a noite inteira com ela, convencendo-a de que tudo


ficaria bem, e ficaria.

Nos últimos meses, ele mudou. Não queria ser o bastardo frio
que seus pais criaram.

203
Adora tinha mostrado a ele que não havia nada de errado em
se apaixonar, ou mostrar àquela mulher exatamente o quanto ela
era amada.

Sua mulher dizia isso a ele todos os dias. Se ela ficasse com
ele, ela acordava, beijava seus lábios e sussurrava seu amor em
seu ouvido. Se ela não passasse a noite, mandava uma mensagem
ou ligava para ele, deixando-o saber exatamente onde estava seu
coração.

Ele também provou a ela que podiam fazer isso funcionar. Que
ela poderia estudar e passar um tempo com ele. Ele a queria com
ele a cada minuto de cada hora, mas pegaria o que pudesse.

Por dois meses inteiros foi a perfeição, e o que começou como


uma procriação agora mudou para ele.

Seu amor por Adora só ficava mais forte a cada segundo que
passava. Nem queria que ela fizesse um teste de gravidez. Tudo o
que importava era ter Adora com ele, amá-la, e então poder cuidar
dela.

— Um centavo pelos seus pensamentos? — Adora perguntou.

Ele ficou em frente ao espelho do banheiro, lavando o rosto.


Ela usava uma das camisas dele, que ia até o meio da coxa,
exibindo uma grande quantidade de perna. Seu pau engrossou
instantaneamente, e queria estar dentro dela novamente.

Virando-se para ela, as bochechas de Adora aqueceram


quando avistou seu pau duro como pedra.

204
— Uau.

— Você realmente precisa que eu diga no que eu estava


pensando? — ele perguntou.

Ela deu uma risadinha.

— De jeito nenhum.

Ela se inclinou para trás, suas mãos tocando o batente da


porta. O ângulo em que ela estava empurrou seus seios para fora,
os pontos duros de seus mamilos claros para ver.

— Eu também tenho pensado em você.

Seu lado sedutor certamente havia crescido nas últimas


semanas. Não era mais ele iniciando o sexo. Adora tinha um jeito
que deixava seu pau duro sem nem mesmo tentar.

Encostado na pia, ele cruzou os braços, olhando para o


comprimento do corpo dela. Esta noite, ele pretendia propor.

No início, a levaria a um grande restaurante chique, mas


percebeu que ela não precisava de tudo isso. Tudo com que Adora
se importava eram seus sentimentos, fazendo-o feliz, e saber que
ela o fazia feliz.

Ele não conseguia acreditar às vezes que tinha deixado de ser


um bloco de gelo para um homem que compartilhava tudo. Ela não
teria de outra maneira, e ele gostou disso. Adorava compartilhar
tudo com ela.

— Abra a sua camisa.

205
Uma de suas mãos desceu e começou a abri-la. Ela não estava
usando calcinha, então ficou diante dele, completamente nua. Seu
lábio inferior sugou entre os dentes. Quando a camisa foi aberta,
ela colocou as mãos acima da cabeça novamente.

— Gosta do que está vendo? — ela perguntou.

Ele empurrou suas calças para baixo e agarrou seu pau


dolorido. A ponta já estava escorregadia com seu esperma. Ele
espalhou tudo na cabeça, deixando-se bem molhado.

— Abra as pernas.

Ela abriu as coxas e ele gemeu. O ângulo estava errado.

— Acho que devemos levar isso para o quarto — disse ela.

Tobias não contestou e a seguiu. Adora se deitou na cama e


abriu bem as pernas.

— Está melhor? — ela perguntou.

Os lábios de sua vagina estavam inchados, sua entrada era


agradável e lisa. Ele gemeu.

— Toque-se. Coloque os dedos na sua boceta.

Dois dedos deslizaram entre sua fenda, deslizando através de


seu clitóris, então descendo para mergulhar dentro. Ele não
conseguiu conter o gemido quando ela os empurrou até a junta
antes de puxá-los de volta. Trabalhando seu pau da raiz até a
ponta, ele a observou, sua excitação aumentando.

206
Ela puxou seus dedos e os acariciou sobre seu clitóris. Ele se
aproximou da cama, lançou seu pau e segurou seus dedos.
Tomando os dois em sua boca, ele lambeu o creme dela. Ela ainda
tinha um gosto incrível para ele.

Ele não conseguia superar o quanto amava essa mulher. O


quanto ela o fazia sofrer e o deixava louco de necessidade. Às vezes
ele se sentia possuído pelas emoções que ela despertava dentro
dele.

O resto do mundo poderia desaparecer no que dizia respeito


a ele, e tudo o que restava eram os dois.

— Dê-me mais — ele pediu.

Ela correu os dedos sobre sua vagina, deslizou os dedos para


dentro e os apresentou a ele mais uma vez.

Não era o suficiente.

Ele precisava de mais. Agarrando seus quadris, ele a puxou


para cima e deslizou a língua por sua fenda cremosa, mergulhando
dentro dela antes de puxar para fora, e girando em seu clitóris.

Ela gritou seu nome enquanto ele a fodia com sua língua.

Ele sentiu o aperto dentro de sua vagina quando ela o agarrou,


mas não era o suficiente. Quando se tratava de Adora, nada era
suficiente. Ele soltou seus quadris, agarrou seu pau, encontrou
sua entrada e observou enquanto sua vagina o engolia em seu calor
apertado.

207
Beliscando seu clitóris, ele a acariciou, sentindo cada
pequena vibração enquanto sua vagina apertava seu pau.

Tobias ficou perfeitamente imóvel, observando enquanto ela


tentava lutar com ele, mas ele queria sentir seu orgasmo e não a
deixaria ir.

— Por favor — disse ela.

— Porra, babe, eu amo te assistir — disse ele.

Ele parou de provocar e finalmente a levou ao orgasmo.

Levou cada grama de seu controle para não enchê-la com seu
esperma. Ela o deixava louco, selvagem até. Só quando ela desceu
de êxtase, segurou seus quadris e começou a fodê-la, indo um
pouco mais fundo. Quando o ângulo não funcionou e não
conseguiu se aprofundar o suficiente, saiu de seu calor e a virou,
colocando-a de joelhos e deslizando fundo. Sua bunda aninhada
contra ele enquanto a segurava com força, fodendo-a com mais
força do que antes.

Girando-a em direção ao espelho, a fez assistir enquanto a


fodia.

— Olhe para o seu rosto, babe. Você adora ter meu pau tão
profundo dentro de você? Você me ama te fodendo? Levando você.
Te fazendo minha tudo de novo?

— Sim, Tobias, eu sou sua. Sou toda sua.

208
Ele alcançou entre eles e provocou sua boceta novamente.
Queria outro orgasmo dela, para senti-la gozar em seu pau.

— E eu sou seu, babe, sempre serei seu.

Não havia nenhuma outra mulher que ele quisesse. Seu amor
por ela não tinha limites. Ele queria tudo. O amor, a família, o
futuro. Não queria acabar como seus pais, odiando a vida ou a
mulher com quem se casou. Ele queria ficar com ela.

Ela gozou uma segunda vez e ele a montou com força,


observando enquanto seus seios saltavam. Ele passou de olhar
para ela no espelho, para assistir seu pau liso enchendo-a.

O creme dela encharcou seu comprimento e ele gemeu. O


prazer começou a crescer, e seu aperto em seus quadris aumentou
a ponto dele saber que deixaria hematomas.

Tobias rosnou seu nome enquanto seu orgasmo se derramava


dele, enchendo sua apertada boceta. Ele não a deixou ir,
pressionando beijos em seu pescoço e ombro enquanto o prazer
continuava até que finalmente se dissipou, mas não a deixou ir.

Eles desabaram na cama, e ele se moveu para não machucá-


la, mas com seu pau ainda profundamente dentro dela.

— Eu nunca me canso de você fazer isso — ela disse, sua


bunda se contorcendo contra ele.

Ele deu uma risadinha.

209
Pegando suas mãos, beijou seu pescoço e não conseguia
pensar em um momento mais perfeito.

— Case comigo.

Ela ficou tensa e virou a cabeça de repente.

— O quê?

Ele olhou em seus lindos olhos e uma profunda calma o


envolveu. Ela era o amor de sua vida.

— Eu quero que você se case comigo. Eu sei que sou um


bastardo e não mereço você, mas eu te amo mais do que qualquer
outra coisa no mundo. Eu quero que você seja minha esposa.

— Mas... O herdeiro...

— Eu não dou a mínima para um herdeiro ou para engravidar


você.

Ele segurou o rosto dela.

— É você que eu amo. Não se trata de outra coisa senão deixar


o mundo saber que você é minha. Não quero te esconder como se
fosse algum segredo sujo. Eu te amo, Adora Garcia, filha de uma
faxineira, pai desconhecido.

Ele piscou para ela, o que a fez sorrir.

— Quero que o mundo saiba que você é minha esposa. Que


me escolheu e que um dia será a mãe dos meus filhos. Eu não te
machucarei, mas não posso garantir que não te irritarei.

210
— Você é um homem. Está no seu DNA.

Ele beijou seus lábios.

— Seus pais?

— Eles não importam. Somos apenas nós, babe. Você e eu.

Ele saiu de sua boceta e agarrou o anel que guardava em seu


quarto. Quando se virou para ela, viu seu esperma derramando
dos lábios de sua boceta.

Mantenha o foco.

Movendo-se para onde sua mão estava, ele deslizou o anel em


seu dedo. O ajuste perfeito.

— O que me diz? — ele perguntou.

O sorriso em seu rosto disse a ele tudo o que precisava saber.

Adora segurou seus livros perto de seu peito e não conseguiu


tirar o sorriso de seu rosto. Ela e Tobias se casariam e ela também
tinha as melhores notícias para ele.

Parada na beira do campus, respirou fundo e não conseguia


acreditar na sorte que tinha.

Sua mãe finalmente estava seguindo em frente e admitiu que


estava apaixonada por aquele novo homem.

211
Colocando um pouco de cabelo atrás da orelha, esperou que
Tobias viesse buscá-la.

— Adora?

Ela se virou para ouvir seu nome sendo chamado e ficou


chocada ao ver seu pai, seu verdadeiro pai, se aproximando dela.

Tobias disse que cuidou dele, mas ele continuou tentando


entrar em contato com ela. Virando-se para ele, ela observou
William Hamilton se aproximar.

— O que você quer? — ela perguntou.

— Eu... falei com sua mãe — disse ele.

— Minha mãe falou com você?

— Sim.

— Uau. — Ela tirou uma mecha de cabelo do rosto, sentindo-


se um pouco nervosa por estar perto dele. — O que ela disse?

— Ela me deu um pedaço de sua mente, que estava muito


atrasada. Ela também mudou.

— Você partiu o coração dela. Por que está aqui?

— Eu queria... você sabe que é mais fácil não saber do que


saber sobre você. Já que Tobias me fez uma visita, eu só... quero
acertar as coisas com você.

Ela olhou para William e não sentiu nada.

212
— Você não me deve nada. Eu não quero nada.

— Você está apaixonada por Tobias ou isso é outra coisa?

— Você está me perguntando se eu sou uma garimpeira? —


Ela bufou.

— Não, não. Os Bennetts...

— Não são da sua conta — disse Tobias.

Ela sentiu as mãos dele em seus ombros e fechou os olhos


enquanto o conforto de seu toque a envolvia.

— O que você está fazendo aqui? — Tobias perguntou. — Eu


disse para você ficar longe dela.

— Eu só estava me certificando...

— Eu não preciso que você finja cuidar de mim. Minha mãe


não quer você, e eu não quero você na minha vida.

— Você ouviu minha noiva, Hamilton. Esta é a última vez,


entendeu? Você chega perto dela, e certificarei de que todos saibam
o mentiroso, trapaceiro e bastardo que você realmente é.

William acenou com a cabeça, e ela observou enquanto ele


partia.

Virando-se nos braços de Tobias, ele segurou seu rosto e ela


o beijou de volta.

— Senti sua falta — disse ela.

213
Ele pegou os livros dela e caminharam de mãos dadas em
direção ao carro.

— Lamento o atraso. Uma reunião demorada.

Ela se encostou no carro e sorriu para ela.

— Não se preocupe com isso. — Ela girou o anel em seu dedo


e mordeu o lábio. — Há algo que eu quero dizer a você na verdade.

— Ok.

Ela ficou tentada a contar a ele agora, mas decidiu esperar.

— Eu te direi quando chegarmos em casa. — Ele tomou posse


de seus lábios e ela gemeu, quase desabando diante dele.

Sua boceta já molhada, desesperada por ele.

Entrando no carro, ela foi agarrar a fivela do cinto, mas ele a


deteve. — Essa é a primeira vez que você diz “em casa” — disse ele,
tomando seus lábios mais uma vez.

Pegando sua bochecha, ela acariciou sua pele com o polegar.

Ela foi morar com ele depois que ele a pediu em casamento.
Não havia como ela se casar com ele e ficar com seu apartamento.

— É a nossa casa.

— Isso mesmo.

Ele a beijou novamente, e ela riu enquanto ele gemia.

214
— Eu tenho que te levar para casa.

Assim que ele entrou no carro, ela se virou para ele e observou
enquanto entrava no trânsito.

Ele segurava a mão dela, entrelaçando os dedos. Ela olhou


para as mãos deles e ficou maravilhada com quão diferente sua
vida era agora.

— Não posso nem ter uma dica sobre o que você quer falar?
— ele perguntou.

— Não. Você me ama? — ela perguntou.

— Essa é fácil. Sim, eu te amo.

Ele olhou para ela e sua mulher sorriu.

— Mais do que tudo, Adora.

Ela sentiu a mudança dentro dele e sabia que Tobias dizia a


verdade. Ele fez tudo que pôde para fazê-la se sentir segura,
protegida, mantendo seus pais longe dela.

A viagem não demorou muito, e no que pareceu uma questão


de minutos eles estavam em sua suíte na cobertura.

Tirando a bolsa e a jaqueta, ela se virou para ele e respirou


fundo.

— Eu não queria me apaixonar por você.

— Ok, não é assim que eu esperava que isso fosse — disse ele.

215
— Achei que você fosse como meu pai. Um garoto rico que
costumava conseguir o que queria, e eu não queria ser apenas mais
uma pessoa que você poderia ter. Eu queria ser mais do que isso.
Tentei e falhei em lutar contra esses sentimentos que você inspirou
dentro de mim. Foi meio assustador às vezes.

Ela lambeu os lábios e respirou fundo.

Ele se moveu em direção a ela.

— Babe, o que está acontecendo?

Ele esfregou os ombros dela, e ela viu a preocupação em seus


olhos.

— Eu amo você. Fui um idiota no começo, sei disso. Eu não


sabia o que fazer. Só sabia que queria você.

Ela lambeu os lábios secos e se afastou de seus braços, indo


para sua bolsa.

— Passei mal a manhã toda depois que acordei.

Ela entregou-lhe o teste de gravidez.

— E então, depois que você me deixou hoje, decidi fazer uma


verificação.

Não falavam sobre a gravidez há algumas semanas, talvez até


mais. No entanto, ela sabia o que ele queria.

Ele olhou para o teste. — Eu não sei o que isso significa?

216
— Estou grávida, Tobias.

Ela respirou fundo novamente.

— Nós estamos grávidos.

Seu olhar se alargou e ele olhou de volta para a vara branca.

— Nós estamos grávidos?

— Sim.

O sorriso em seu rosto fez seu coração disparar. Ele a pegou


nos braços e a girou.

— Estamos grávidos, babe. — Ele a colocou no chão. Beijando


seus lábios, então se abaixou. — Isso significa que temos que ficar
de olho na mamãe agora, e temos que nos certificar de que ela
descanse e coma direito.

Lágrimas encheram seus olhos quando ele se levantou.

— Por que você está chorando? — ele perguntou.

— Eu não sabia se você ficaria feliz com isso. Tudo é diferente


agora.

Ele passou os braços em volta dela, segurando sua bunda e


apertando suas bochechas.

— Eu ainda quero você grávida, Adora. Sei que parecerei um


idiota, mas ter filhos tornará mais fácil para você ficar comigo.

— Você usará seus filhos como isca? — ela perguntou, rindo.

217
— Tenho a sensação de que não precisarei. — Ele esfregou
seu pau contra seu estômago. — Como eu tive tanta sorte?

O amor que ela viu em seu olhar aliviou o peso em seu peito.

Ele a amava. Ela não tinha dúvidas.

— Eu sou a sortuda — disse ela.

— Você sabe o que isso significa, certo?

Ela balançou a cabeça. — O que isso significa?

— Isso significa que temos que ir para Las Vegas e nos casar.
Então, temos que começar a procurar uma casa porque nenhum
filho meu nascerá em uma suíte de cobertura.

— Você quer uma mansão? — ela perguntou.

— Não. Um pequeno lugar no campo com jardim, piscina,


alguns quartos para todos os nossos filhos. Não se esqueça de que
você ainda precisa se formar na faculdade. Só porque terá meu
filho, não há razão para relaxar. Espero notas incríveis, resultados
impecáveis.

Ela começou a rir.

Tobias acreditava nela. Ele acreditava no futuro deles e no


potencial que ela tinha.

— Não esqueceremos a mesa de sinuca — disse ela,


lembrando-se de um de seus desejos de foder em uma mesa de
sinuca.

218
Ele gemeu.

— Já sei o que quero escolher.

— Você é insaciável.

— Você me deixa assim, Adora Bennett.

Ela fez uma pausa, olhando para ele. Esse seria o nome dela
em breve.

— Parece bom, não é? — ele perguntou.

— Parece... certo.

Ele agarrou sua bunda ainda mais forte e a ergueu em seus


braços.

— Você é uma pequena megera quando começa.

— Posso pedir um favor antes de você nos levar para Las


Vegas, e termos que começar a planejar para o bebê? — ela
perguntou.

— Você pode me pedir qualquer coisa. Diga o seu preço e eu


darei a você.

— Eu quero que você faça amor comigo esta noite em cada


cômodo deste lugar. Não quero que você vá a lugar nenhum sem
pensar em mim.

Ele afundou os dedos em seus cabelos, arrebatando seus


lábios, e ela colocou os braços em volta do pescoço.

219
— Já penso em você a cada segundo de cada dia, mas o que,
minha senhora, quiser, ela conseguirá.

Ela queria o coração de Tobias, e tinha isso. Ela o amava mais


do que tudo no mundo e sabia que este era o início de algo
incrivelmente especial.

Adora era agora uma verdadeira crente que os opostos podem


se atrair.

Fim!

220

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