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Ministerios Eclesiasticos-8
Ministerios Eclesiasticos-8
DISCIPLINA: MINISTÉRIOS
ECLESIÁSTICOS
MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS
INTRODUÇÃO
Alguns animais vivem totalmente isolados. Não se associam nem com outros da sua
própria espécie, exceto, com a mãe no primeiro período da vida e com a
companheira (o) durante o cio. O ser humano, ao contrário, é gregário. Vive em
grupos. Tal associação é necessária a fim de alcançar objetivos que,
individualmente, não seriam possíveis. Além disso, a própria natureza humana sente
necessidade do companheirismo e do amor. Depois de haver criado Adão, Deus
disse: "Não é bom que o homem esteja só." Quem insiste em se isolar luta contra o
bom senso e torna-se infeliz. Como disse Salomão, aquele que se separa insurge-se
contra a verdadeira sabedoria. (Pv.18:1).
Contudo, viver em grupo tem também seus problemas e cria novas necessidades. O
primeiro problema é a direção a ser tomada. Se forem muitos os componentes do
grupo, muitas são as cabeças e diversas as opiniões. Por isso, são necessários os
líderes. Não para fazer a sua própria vontade, mas para interpretar a vontade do
grupo e viabilizar sua execução. Esta é uma dura tarefa. Exige sabedoria e bom
senso, porque pode ser que o grupo esteja enganado quanto aos seus propósitos.
Por isso, o líder precisa ter capacidade e preparação superior a média do grupo, a
fim de poder conduzi-lo de modo eficaz. Outra necessidade que surge com o grupo é
divisão de tarefas. É preciso identificar habilidades, talentos e atribuir
responsabilidades.
Entre outras informações, o dicionário da língua portuguesa nos diz que ministério é
"trabalho ou serviço na igreja". Biblicamente, entendemos que todo serviço cristão
que se desempenha de modo contínuo é um ministério. Desde a liderança até
tarefas operacionais permanentes. Um trabalho eventual não pode ser assim
considerado. Eis aí um fator que serve até para diferenciar ministérios e dons
espirituais.
- huperetai (huperetai)
- leitourgos (leitourgos)
- sunergon (sunergon)
- diakonos (diakonos)
Paulo emprega quase que invariavelmente, diakonos. O termo aparece, nas quatro
formas, 25 vezes no Novo Testamento.
- Apóstolos
- Profetas
- Evangelistas
Os diáconos são apresentados como auxiliares. Eles não dirigem a igreja local, mas
são responsáveis por algumas áreas. (At.6).
Ministério é serviço. Logo, o ministro é um servo. Algumas vezes, o apóstolo Paulo
usou o termo doulo (doulos), que significa escravo. "Onde está pois a jactância?" O
Verdadeiro espírito do ministro, não deve ser a ambição carnal de mandar ou ser
servido, mas encarnar o que Jesus sempre fez no seu ministério terreno, que foi
"não ser servido, mas servir". (Mc.10:45).
Quando os discípulos disputavam entre si para saber quem era o maior, Jesus "os
chamou para junto de si e disse-lhes: sabeis que os que são considerados
governadores dos povos, têm-nos sob seu domínio, e sobre eles seus maiores
exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-
se grande entre vós, será esse o que vos sirva; quem quiser ser o primeiro entre
vós, será servo de todos." (Mc.10:41-44).
APÓSTOLOS
O maior de todos os apóstolos é o próprio Senhor Jesus, que foi enviado pelo Pai
para executar sua obra na terra. (Heb.3:1 Jo.4:34). Para que essa obra fosse
continuada após sua ascensão, Jesus escolheu doze homens. (Mt.10:1-2 Jo.20:21).
Um deles, Judas Iscariotes, o traiu e foi substituído por Matias. (At.1:16-26). Tais
homens foram equipados pelo Senhor com autoridade, poder para operar milagres,
ousadia para pregar, etc. Tudo isso, mediante a operação do Espírito Santo que lhes
fora dado (At.1:8). Toda essa "munição" tinha por objetivo capacitá-los a desbravar
todas as frentes por onde iam e aí estabelecerem a igreja de Jesus Cristo. Muitos
cristãos afirmam que o ministério apostólico não existe mais. Entretanto,
observamos que, além dos doze, o Senhor levantou outros apóstolos no período do
Novo Testamento, como, por exemplo, Paulo e Barnabé. (At.14:14). Por que ele não
o faria ainda hoje, quando muitos povos estão ainda por serem alcançados pelo
evangelho?
O apóstolo não é um cacique ou um papa. Donald Gee diz: "Esse ministério exigia
praticamente que um apóstolo reunisse quase todos os outros ministérios num só
homem. Assim, ele participava da inspiração do profeta, fazia a obra de um
evangelista, conhecia o pastoral "cuidado de todas as igrejas", devia ser apto para
ensinar, ao passo que, atendendo à administração de negócio, seguia o exemplo do
Senhor em não se esquivar dos deveres de um diácono, quando fosse necessário."
PROFETAS
EVANGELISTAS
PASTORES
Outros títulos utilizados para o pastor no Novo Testamento são: bispo e presbítero.
Bispo - vem do grego episcopos (episkopos). Indica, não ofício, mas função, o
trabalho específico de um pastor dotado de visão administrativa, um
superintendente. Ele não faz todo o trabalho, mas organiza, providencia tudo e
depois supervisiona. O termo episkopos era dado àquele que tinha a função de
vigiar, fiscalizar, principalmente as embarcações. Os gregos e os romanos usavam
este termo para designar superintendentes de obras profanas ou sagradas. O bispo
como pastor tem a responsabilidade de ver que o serviço seja bem feito. Não se
encontra no Novo Testamento o uso do vocábulo bispo no sentido de um oficial
eclesiástico que tem autoridade sobre os outros ministros do evangelho.
MESTRES
Deus disse: "O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento". (Os.4:6).
Essa afirmação nos mostra claramente a importância do ensino da Palavra de Deus.
O apóstolo Paulo disse que não queria que os coríntios fossem ignorantes a respeito
dos dons espirituais (I Cor.12:1). Certamente, Deus não quer que sejamos
ignorantes acerca de nenhuma das doutrinas bíblicas, pois isso poderia significar a
nossa destruição. Por esse motivo, ele estabeleceu mestres, ou doutores, na igreja.
Estes são pessoas que possuem o dom da palavra do conhecimento e da sabedoria.
(I Cor.12:8). Além disso, possuem capacidade intelectual e facilidade de
comunicação.
Atualmente, o nome que damos a quem exerce esta função é o de "professor".
Entretanto, o professor não é tratado com a mesma importância, honra e respeito
que o mestre recebia nos tempos bíblicos. Provavelmente, trata-se de um problema
ligado à conjuntura político-social do nosso tempo, ou, especificamente, da nossa
nação, onde a educação é relegada a último plano. A Bíblia valoriza o mestre, como
acontecia na comunidade judaica. Acima de tudo, vemos que Deus os valoriza e os
estabeleceu na igreja. Esse homens desempenham uma nobre função, carregam
uma grande responsabilidade (Tg.3:1), que só não é maior do que o galardão que os
aguarda na eternidade . (Dn.12:3).
DIÁCONOS
Outro ministério que figura no Novo Testamento é o dos diáconos. Sua primeira
menção se encontra em Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, quando, devido às
murmurações dos cristãos helenistas, foram escolhidos sete homens para a direção
do trabalho social da igreja de Jerusalém.
"Depois duma semana passada no Estado de Virgínia, onde falara numa reunião de
diáconos, recebi uma carta da esposa dum diácono que exercia esse ofício numa
igreja batista rural. Lera uma reportagem daquela escola de diáconos no jornal da
localidade e queria saber se ainda havia razão plausível para a continuação de tal
ofício. Haverá algum serviço particular que o diácono possa prestar numa igreja rural
com um número reduzido de membros? Dizia ela que o marido era fiel cristão no
serviço da igreja, mas que o ser ele diácono não significava coisa alguma. Na
resposta, assegurei-lhe que o ofício de diácono é escriturístico e, quando bem
compreendido, oferece uma oportunidade real de servir à igreja."
Que significa para a igreja o ofício de diácono? Em que afetaria o seu programa, se,
por deliberação geral e por amor à paz esse ofício fosse abolido? Em muitas igrejas
batistas a cessação desse ofício seria mera formalidade. E mui possivelmente,
algumas igrejas até recebessem com entusiasmo essa mudança. Bom número de
diáconos e pastores acham mesmo que nossas igrejas seriam melhor servidas por
outros oficiais e comissões eclesiásticas. E tais irmãos não são herejes, nem
reacionários; em sua maior parte, estão sinceramente procurando fazer progredir o
reino de Deus.
Temos, portanto, que pesar cuidadosamente as situações que vêm provocando esse
questionamento. E devemos dar-lhe uma resposta sincera, inteligente e
escriturística. Por isso, vamos analisar algumas questões que se formam sobre o
assunto:
- Segundo: O ofício do diácono tem sido mal interpretado. Em muitas igrejas está
mal definido e mal compreendido o ofício do diácono e o serviço que ele deve
prestar. Boa parte dos batistas têm uma idéia errônea acerca do que o diácono deve
fazer. Que significa para a igreja o ofício do diácono? Qual a responsabilidade do
diácono? Que função exerce ele? Se precisamos de diáconos em nossas igrejas
hoje, certamente precisamos também reestimar, reapreciar e reaprender o serviço
que eles devem prestar.
Existem igrejas cujos diáconos se apropriaram duma autoridade muito contrária aos
ensinos do Novo Testamento. Existe um complexo de "junta", e um pensamento
generalizado de que os diáconos é que são os "diretores" da igreja. Nada mais
distanciado da índole batista, e do esquema neo-testamentário que esta idéia. Onde
prevalecer este errôneo conceito, inevitavelmente surgirá aqueles que afirmam não
haver necessidade alguma de diáconos. Sim, a verdade é esta - não precisamos,
nas nossas igrejas, de tais diáconos, nem de juntas diaconais dessa espécie.
- Quarto: há muitos outros que servem na igreja. Nas nossas igrejas de hoje há
muita gente que ocupa posições de responsabilidade. São professores de Escola
Dominical, diretores de departamentos, presidentes de uniões, presidentes de
organizações missionárias, membros de corais, e outras atividades afins. Muitas
vezes essas pessoas dão muito mais tempo de serviço à igreja do que mesmo os
diáconos. Nas igrejas grandes das cidades, o número de irmãos eleitos excede, às
vezes, de quinhentos, ou mais, além dos eleitos por classe, ou unidades, e dos que
servem por nomeação. E nessas igrejas, o número de diáconos muitas vezes não
chega a cinqüenta.
De fato, as dificuldades são reais, e o problema não pode ser esquecido. Muita
gente está perguntando qual a necessidade desse ofício. O bem-estar espiritual da
igreja exige uma resposta. A maioria dos batistas sente que o diaconato é parte
inseparável da vida batista. Mas, as razões da sua existência devem ser claras,
concisas, escriturísticas e práticas.
PRECISAMOS AINDA DOS DIÁCONOS?
Será que admitimos o diaconato por mera tradição? Absolutamente, não. No estudo
deste ofício, três coisas são verdadeiras e mui significativas quanto à igreja neo-
testamentária. Primeira - aquela igreja estava fundada sobre uma relação íntima, a
de pecadores salvos, com um Deus santo, por meio de Jesus Cristo. Assim, a igreja
não é primeiramente um companheirismo, e sim uma afinidade, cuja pedra
fundamental é a confissão duma fé pessoal em Jesus. Em segundo lugar, a igreja é
uma organização que salienta a grande responsabilidade que temos para com Deus.
E, finalmente, a sua origem divina torna eternos tanto o seu significado como a sua
utilidade. Os programas, os planos e a estratégia de Deus nunca ficam fora de
tempo ou da moda.
No livro de Atos aqueles homens não recebem o nome de diáconos. São quase
sempre chamados de "os sete". Contudo, há acordo geral em que a eleição
daqueles sete varões qualificados significa realmente o início do diaconato como um
cargo na igreja. É no terceiro capítulo da primeira carta a Timóteo que aparecem
cuidadosamente esboçadas por Paulo as qualificações dos que deveriam servir à
igreja como diáconos. Também no início de sua carta aos Filipenses, lemos isto :
"Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que
estão em Filipos, com os bispos e diáconos". (Filipenses 1:1). Temos aqui forte base
escriturística para afirmar que, começando na igreja de Jerusalém, o ofício do
diaconato se desenvolvera com a aprovação e a bênção do Espírito Santo.
Deve-se distinguir entre a obra que o diácono realiza e o ofício em que é investido. O
esquecimento desta distinção tem acarretado muitos mal-entendidos acerca do
diaconato, porque não existe uma obra que seja feita exclusivamente pelos
diáconos, isto é, não há nenhum serviço que ele faça de que outros não possam
participar. Essa distinção entre a obra e a posição que ele ocupa origina-se do Novo
Testamento, onde encontramos a palavra grega "diakonos" empregada tanto para
significar "ministro" como para significar "servo". Tal palavra é usada na maior parte
das vezes não para determinar aquele que tem uma posição ou exerce um ofício na
igreja, ainda que vejamos claramente, pelas cartas paulinas, existir esse ofício.
(Fp.1:1 I Tm.3:8 e 3:12). O Novo Testamento emprega a mesma palavra para se
referir em geral a cristãos, como servos, e também a oficiais particularmente
separados para um determinado serviço. O diácono tem uma responsabilidade toda
especial para com o serviço, mas serve à igreja na mesma base em que são
chamados a servir todos os mais cristãos.
Dado que o ofício apareceu pela orientação da sabedoria de Deus, claro está que só
deve desaparecer quando dele nos vierem instruções bem claras. O que se faz
necessário é uma redescoberta do ofício, um novo estudo das Escrituras a esse
respeito, e uma reconsagração no sentido de melhor se avaliar esta criação da
vontade divina. O Novo Testamento, de fato, oferece a resposta certa à pergunta
sobre a necessidade de diáconos em nossos dias.
- Promover a paz na igreja ao preencher uma carência que estava gerando conflitos.
- Promover o bem-estar dos crentes que seriam beneficiados com o seu serviço.
CONCLUSÃO
Quem perde com tudo isso? A própria igreja. O que vemos em muitas delas? A
liderança está centralizada nas mãos de um homem - o pastor. A igreja torna-se
então um retrato desse líder. Se limita aos seus limites e se especializa em suas
especialidades e dons. Daí o fato de existirem igrejas "especializadas" em cura, ou
expulsão de demônios, ou profecias, ou libertação de viciados, etc. Isto não é ruim.
O mal está do outro lado da moeda. Uma igreja "especializada" em curas
normalmente é deficiente no ensino da Palavra de Deus. Aí começam os problemas
e surgem as heresias. Para evitar esse tipo de situação Deus estabeleceu
ministérios vários e distintos na igreja. Precisamos valorizar cada um deles. É
necessário descobrir aqueles que os possuem, investir na formação e na
remuneração desses ministros. A liderança deve ser praticada pela equipe
ministerial. A igreja que assim fizer, será equilibrada, crescerá naturalmente e terá
saúde espiritual.