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O livro “Vamos Comprar Um Poeta” onde Afonso Cruz cria uma sociedade imaginaria

criticada pelo seu materialismo, e onde todos falam de economia, da bolsa, de números e que
em vez de animais domésticos eram adquiridos artistas. A parte engraçada é que nesta
alternativa os números eram tão influentes que o nome das personagens eram números, e
algumas delas por serem mais pomposas acabavam por ter letras ou até mesmo decimas,
“...decidi tentar falar com uma das amigas da BB9,2, a N7468,1734, que tem um nome ainda
mais pomposo, depois da vírgula seguem-se quatro algarismos…” (página 18).
Nos primeiros dois capítulos introduz-nos em um mundo “exponencialmente parvo” e ao
irmão da personagem principal, de seguida a narrativa desenvolve-se maioritariamente na
personagem principal e no artista, neste caso o poeta, que tinha obtido com a ajuda de seu pai,
se bem que no início a mãe era contra essa compra “Nem pensar, fazem muita porcaria”
(página 8), apesar disso o pai realizou o desejo da sua filha. A menina e seu pai acabaram por
escolher o poeta mais barato da loja “uma escoliose
com uma curvatura oblonga. Trajava um colete de fazenda, setenta e cinco por cento lã,
sendo os restantes
vinte e cinco nylon, calças de bombazina castanhas, pantone setecentos e trinta e dois,
sapatos de couro já
muito usados.” (página 9).
Como antes referido, nesta história a menina torna-se mais profunda tornando-se
assim uma mulher poética e artística enaltecendo o valor da arte e da poesia.

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