Você está na página 1de 95

Ver

são2022

Cur
soPr
epar
atór
io
CNPIGl
obal
RESUMÃO
Est
aapost
il
aépar
tedoCur soPrepar
atóri
odaProEducacional
.
Es
teéum mater
ialcompl
ement arpar
aseuses
tudos
.

pr
oeducaci
onal
.
com
A Pro Educacional é uma plataforma de educação financeira, especializada em
certificações. Criada em 2016, oferece cursos preparatórios de alta qualidade e
com baixo custo para atender a demanda crescente por profissionais no mercado
financeiro. À frente dos nossos cursos estão professores certificados e com
vivência no mercado.

Em busca de uma experiência mais completa e eficiente, enviamos esta apostila


impressa (além da versão on-line), como material de apoio. Todos os cursos passam
por atualizações constantes a fim de acompanhar o conteúdo exigido nos
exames. Além disso, temos um canal aberto de suporte com especialistas para
auxiliar você em seus estudos em todos os momentos.

Esta apostila é parte integrante do Curso Preparatório CNPI da Pro


Educacional. Este é um material complementar para seus estudos. Você
pode conferir os exercícios de fixação, simulados e videoaulas na sua
biblioteca acessando

proeducacional.com
2
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Sumário
1. Resumo CNPI: Modelos de Avaliação de Ações .....................................................................................5
2. Resumo CNPI: Análise das Operações da Empresa ............................................................................13
3. Resumo CNPI: Análise Setorial .............................................................................................................16
4. Resumo CNPI: Fundamentos de Finanças Corporativas ......................................................................20
5. Resumo CNPI: Decisões Financeiras de Curto e Longo Prazo.............................................................25
6. Resumo CNPI: Estrutura de Capital e Política de Dividendos ...............................................................34
7. Resumo CNPI: Fusões e Aquisições.....................................................................................................38
8. Resumo: Finanças Corporativas Internacionais ....................................................................................43
9. Resumo CNPI: Demonstrações Contábeis ...........................................................................................45
10. Resumo CNPI: Elaboração de Relatórios ...........................................................................................55
11. Resumo CNPI: Estrutura Conceitual Básica .......................................................................................64
12. Resumo CNPI: Ativos, Exigíveis e Patrimônio Líquido ........................................................................69
13. Resumo CNPI: Conversão das Demonstrações Contábeis em Moeda Estrangeira ...........................82
14. Resumo CNPI: Relatórios Contábeis e Análise das Demonstrações Contábeis .................................86
15. Resumo CNPI: Instrumentos Analíticos para Estimar Retornos e Riscos ...........................................91

3
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
4
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
1. Resumo CNPI: Modelos de Avaliação de
Ações
Nesta aula, alguns dos principais tópicos abordados ao longo do capítulo são
retomados.
Valor Presente (VP) da perpetuidade:

Principais modelos de avaliação de ações


• Modelo de Dividendo Descontado (MDD): é um procedimento utilizado para
avaliar o preço de uma ação, descontados os dividendos previstos para o valor
presente. Se o valor obtido por esse modelo for superior ao preço atual de
negociação das ações, dizemos que a ação está subvalorizada. O valor de uma
ação é igual ao somatório de dividendos futuros dividido pela taxa de desconto:

Em que:
• a taxa de desconto (re) é o custo do capital próprio;
• D = valor do dividendo;
• P0 = valor da ação; e
• t = período.
• Modelo de perpetuidade: é uma série constante e infinita de fluxo de caixa.
Pressupõe-se um crescimento constante de dividendos ao longo do tempo.

• Modelo de Crescimento Constante (modelo de Gordon): é a aplicação do


cálculo da perpetuidade. Refere-se à avaliação do fluxo de caixa a ser auferido
pelos acionistas por meio do recebimento dos dividendos:

5
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Em que:
• DPS representa os dividendos esperados daqui a um ano;
• r é a taxa exigida de retorno do patrimônio líquido (ou custo do capital próprio =
taxa livre de risco + [prêmio]); e
• g é a taxa de crescimento perpétua para os dividendos.
• Modelo de crescimento de 2 estágios: possibilita a precificação de dois
estágios de crescimento da empresa em análise. Trata-se de uma fase inicial,
em que o crescimento não é dado a uma taxa constante, e de um período
subsequente de maturação, quando a empresa estabiliza o seu crescimento:

Em que:
• DPSt = Dividendos por ação esperados para o ano t;
• Ke = Custo de oportunidade (hg: high growth ou alto crescimento; st: stable
growth ou crescimento estável);
• Pn = Preço no final do ano n;
• g = Crescimento extraordinário para os anos iniciais; e
• gn = Crescimento constante até o infinito, após o ano n.

Conceitos de contabilidade
• Lucro bruto: é a receita líquida deduzida dos custos de produção. Possui o
objetivo de mostrar a lucratividade das operações da empresa, sem considerar
as despesas administrativas, comerciais e operacionais.
• Lucro operacional: mostra a capacidade de geração de resultados
provenientes das operações normais da empresa, ou seja, seu potencial de
gerar riqueza:
o Lucro antes de Impostos (LAIR);
o Lucro antes de Juros e Imposto de Renda (LAJIR ou EBIT);
o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA
ou EBITIDA).

6
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Lucro líquido: é o lucro operacional mais as receitas financeiras e menos as
seguintes contas:
o despesas financeiras;
o despesas não operacionais, extraordinários e não recorrentes;
o imposto de renda e contribuição social.

Tabela – Indicadores.
Indicador/Descrição Fórmula

• LPA: Lucro (Líquido) por Ação.

• P/L: Preço da ação dividido pelo


LPA.

• VPA: Patrimônio líquido por


ação.

• P/VP: Preço da ação dividido


pelo VPA.

• ROE: Retorno sobre o patrimônio


líquido.

• PSR: Relação entre preço e


vendas.

Fonte: Elaborada pela autora.

7
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Valor da Firma/EBITDA:

Capital Asset Pricing Model (CAPM)


Os riscos podem ser sistemáticos ou não sistemáticos. O risco sistemático também
é chamado de risco de mercado. Esse risco afeta grande parte dos investimentos. Um
exemplo são as incertezas econômicas. Já o risco não sistemático também é
conhecido como risco específico e, por sua vez, afeta apenas uma pequena parte dos
investimentos. Por exemplo, uma empresa que descobrir um novo poço de petróleo
será afetada juntamente com alguns clientes ou fornecedores próximos. Já se o preço
do petróleo sofrer um aumento, todos os envolvidos serão afetados.
O beta (β) mede a sensibilidade de um ativo em relação aos movimentos de mercado.
Ele pode assumir vários valores, como:
• Se β > 1, reflete um risco sistêmico mais alto que o mercado, sendo, por isso,
considerado um investimento agressivo; ou seja, a carteira de ativos oscila mais
que a carteira de mercado;
• Se β = 1, a carteira de ativos tem o mesmo risco que a carteira de mercado,
movimentando-se na mesma direção;
• Se 0 < β < 1, a carteira de ativos é menos arriscada do que a carteira de
mercado, e o ativo se caracteriza por ser mais defensivo;
• Se β < 0, o ativo move-se em direção oposta à do mercado;
• O coeficiente β é usado para medir o risco não diversificável.

O risco de um ativo é mensurado pelo beta, determinado pela inclinação da reta de


regressão linear entre o retorno do ativo e a taxa de retorno da carteira de
mercado.

8
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Figura – Risco e retorno.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na teoria, a melhor estimativa da taxa livre de risco seria o retorno sobre uma carteira
de beta igual a zero. A taxa de retorno requerida pelo investidor deve incluir a taxa
livre de risco da economia, mais um prêmio que remunere o risco sistemático
apresentado pelo ativo em avaliação, representado pelo beta.
O modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM) calcula justamente o retorno “justo” a
ser recebido dado o risco de um ativo, podendo ser interpretado como um meio de
cálculo de custo de capital. O CAPM é um modelo de formação de preços de ativos
que equaciona a relação básica entre risco e retorno, presente em todos os tipos de
decisões financeiras. Esse modelo permite estimar a taxa de retorno exigida pelos
investidores, ou seja, a taxa mínima de atratividade pelo capital próprio. Sua fórmula é
a seguinte:
EPL = Rf + βs*(Rm – Rf)
Em que:
• EPL é o retorno esperado do patrimônio líquido;
• Rf é o retorno esperado da taxa livre de risco;
• βs é a sensibilidade ao risco de mercado;
• Rm é o retorno histórico do mercado de ações; e
• (Rm – Rf) é o prêmio de risco dos ativos de mercado sobre os ativos livres de
risco.

9
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
WACC
O Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), também conhecido como Weighted
Average Cost of Capital (WACC), é calculado da seguinte maneira:

Em que:
• Ke é o custo de capital dos acionistas;
• Kd é o custo da dívida;
• E é o total do Patrimônio Líquido (equity);
• D é o total do endividamento com terceiros (debt).

Conceitos
• Return on Assets (ROA) ou Retorno Sobre Ativos (RSA) é um indicador
financeiro que demonstra a capacidade dos ativos da empresa de gerar
resultados.

• O Return On Capital (ROC) mede o lucro líquido de uma empresa em relação à


soma de sua dívida e valor patrimonial. Ou seja, é a quantidade de dinheiro que
uma empresa ganha acima do custo médio que ela paga por sua dívida e capital
próprio.

• Passivo Operacional (PO): compreende todos os financiamentos (recursos)


oferecidos pela própria operação. Já o capital de terceiros e o capital próprio são
os recursos obtidos fora da operação.
• Ativo Operacional Líquido (AOL): compreende a soma do capital de giro
líquido com o capital fixo.
• Capital de Terceiros (CT): as despesas financeiras desses financiamentos
estruturais representam o chamado custo do capital de terceiros. Deficits

10
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
temporários geram financiamentos de curtíssimo prazo, nitidamente associados
ao capital de giro e que podem ser assumidos como passivo operacional.
Ademais, as despesas financeiras desses financiamentos emergenciais deverão
ser tratadas como despesas operacionais.
• Custo do Capital de Terceiros (CCT): o CCT costumeiramente está
representado na figura do que chamamos juros ou despesas financeiras; logo, é
explícito e formal (documentado). A amortização do principal faz parte do serviço
da dívida, mas não é considerada parte do custo do financiamento.
Frequentemente, os juros do CT são devidos independentemente da capacidade
financeira do tomador, estando, na maioria dos casos, protegidos por garantias.
Portanto, quanto maior for o endividamento com terceiros, mais arriscada será a
dívida para a empresa.
• Custo do Capital Próprio (CCP): é a expectativa de retorno desejada pelos
acionistas em cima do seu capital investido no negócio (Patrimônio Líquido).
Sendo assim, é implícito e, em geral, não documentado. É representado pelo
desejo dos acionistas de receberem dividendos (dinheiro) mais a obtenção de
crescimento no valor de suas ações (ganho de capital associado a lucros
obtidos, mas não distribuídos, que ficam retidos para financiar projetos que
contribuirão para elevar dividendos futuros).

Avaliação do desempenho corporativo


Tanto o EVA quanto o MVA são medidas de avaliação de desempenho de um negócio.

EVA
O Economic Value Added (EVA) identifica o quanto foi efetivamente criado de valor
para os acionistas em um determinado período (mês, ano etc.) De modo simplificado,
criar valor significa “enriquecer o acionista”. Fica-se mais rico quando se compra um
ativo que, depois de um certo tempo, vale mais do que o capital investido.
EVA = Lucro Operacional após imposto – (Capital Total Investido x WACC)

MVA
O Market Value Added (MVA) objetiva elevar o valor da empresa para seus
acionistas, tornando-os mais ricos. O MVA é o impacto do EVA no valor da empresa,
mostrando o quanto o investidor ficou mais rico. Ou seja, o MVA é o EVA futuro trazido
a valor presente pela taxa de retorno mínima esperada pelos acionistas.
11
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
CFROI
O Cash Flow Return on Investment (CFROI) se trata do desempenho operacional
que a empresa alcançaria caso gerasse um fluxo de caixa operacional no mesmo
volume que alcançou no período de referência, sem investimentos adicionais ao longo
da vida do ativo circulante.
CFROI = FCOB / Capital Empregado
• FCOB = Fluxo de Caixa Operacional Bruto. É o fluxo de caixa antes de juros e
impostos.
• Capital Empregado = Ativos Operacionais – Capital Sem Juros

12
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
2. Resumo CNPI: Análise das Operações da
Empresa
Considere as seguintes definições:
• Passivo operacional, passivo espontâneo ou passivo de funcionamento
são exemplos de capitais que se originam dentro da operação e são fornecidos
pela própria dinâmica operacional. Os exemplos mais comuns são: salários e
encargos a pagar recolhidos entre o final e início do mês seguinte etc.
• Capital de bancos, operações assemelhadas e capitais do acionista são
exemplos de capitais que se originam fora da operação e representam todos os
financiamentos associados aos investimentos de curto e longo prazo. Trata-se
de financiamentos contratados junto ao BNDES e outros bancos ou instituições
de fomento ao desenvolvimento.
• A análise horizontal é uma técnica que parte da comparação do valor de cada
item do demonstrativo, em cada período, com o valor correspondente em um
determinado período anterior, considerado como base. Essa análise tem como
objetivo mostrar a evolução de cada conta (ou grupo de contas) quando
considerada de forma isolada.
• A análise vertical, considerada um dos principais instrumentos de análise de
estrutura patrimonial, consiste na determinação dos percentuais de cada conta
ou cada grupo de contas do balanço patrimonial em relação ao valor total do
ativo ou passivo.
• A análise vertical determina a proporcionalidade das contas do demonstrativo
de resultado em relação à receita líquida de vendas, considerada como sua
base. Em relação ao balanço patrimonial, ela procura sempre mostrar, de um
lado, a proporção de cada uma das fontes de recursos e, de outro, a expressão
percentual de cada uma das várias aplicações de recursos efetuadas pela
empresa.

Observe as seguintes equações possivelmente úteis: giro de estoque, PME, giro de


duplicatas a receber, PMR, giro do pagamento aos fornecedores, PMP, PCT, GE, ciclo
operacional e ciclo financeiro.

13
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Considere a seguinte equação para o retorno sobre investimento:

ROI = LL / (AC + ANC)

Em que:
• ROI é o retorno sobre investimento;
• LL representa o Lucro Líquido;
• AC representa o Ativo Circulante; e
• ANC é o Ativo Não Circulante.

O Ciclo Operacional (CO) pode ser representado através da seguinte fórmula:

CO = PME + PMR

A seguir, observe sua representação gráfica:

14
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Figura – Representação gráfica do Ciclo Operacional (CO).

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura – CO = PME + PMR.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O Ciclo Financeiro (CF) pode ser representado pela seguinte equação:

CF = CO – PMP

A seguir, observe a representação gráfica do CF:

Figura – Representação gráfica do CF.

Fonte: Elaborada pelo autor.

15
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
3. Resumo CNPI: Análise Setorial
Na relação entre preço e quantidade demandada, dois elementos definem
conjuntamente as mudanças nas quantidades demandadas devido às mudanças no
preço, os quais são: efeito substituição, que retrata o fato de que sempre trocaremos
bens caros por bens mais baratos, e o efeito renda, que demonstra que mudanças nos
preços alteram o poder de compra dos consumidores.
Considere a equação da elasticidade-preço da demanda (Ed):

Assuma a seguinte equação para a variação na quantidade demandada:

Considere a seguinte equação para a variação no percentual do preço:

Afirma-se que a demanda por um bem é elástica se a variação de 1% nos preços


causar uma variação percentual maior do que 1% na quantidade demandada (Ed _gt_
1). Por outro lado, uma demanda é inelástica quando, diante de uma variação de 1%
no preço (Ed _lt_ 1), a variação da quantidade é menor que 1%. Além disso, a
demanda possui uma elasticidade-preço igual à unidade (elasticidade unitária)
quando as variações percentuais no preço e na quantidade ocorrem na mesma
proporção.
Com base na experiência, é possível relacionar algumas regras relativas aos fatores
que influenciam a demanda:
• Necessidades versus supérfluos: os bens necessários tendem a ser menos
elásticos em relação ao preço. A demanda por um remédio de uso contínuo, por
exemplo, tende a ser menos elástica ao preço do que a demanda por sorvetes.
• Disponibilidades de substitutos próximos: bens que dispõem de substitutos
próximos tendem a apresentar uma demanda mais elástica.
• Horizonte temporal: em geral, a demanda é mais elástica ao preço quanto
maior for o horizonte temporal considerado. Isso ocorre porque, ao longo do
tempo, podemos adaptar nosso consumo ou pode surgir um maior número de

16
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
substitutos aos bens, de forma que a demanda tenderá a ser mais sensível às
elevações de preço.

Considere os seguintes conceitos:


• A elasticidade-renda da demanda é definida pela relação entre a variação
percentual da quantidade demandada e a variação percentual da renda.
• Gasto fixo: trata-se do custo ou despesa que permanece inalterado em função
do comportamento das vendas/produção, dentro de uma certa unidade de tempo
(um mês, por exemplo). Portanto, o gasto fixo não tem seu comportamento
ditado diretamente pelas vendas.
• Gasto semivariável: todo custo ou despesa que, em uma unidade de tempo
(um mês, por exemplo), se altera em função das vendas/produção, mas não na
mesma proporção destas. O gasto semivariável tem uma parcela fixa e outra
variável. Exemplos: energia, mão de obra etc.
• Margem de contribuição: a margem de contribuição de um produto é seu preço
de venda menos os gastos variáveis. Por exemplo, se o preço de uma refeição
for de $ 4,50 e o custo variável com gêneros alimentícios for de $ 3,00, a
margem de contribuição dessa refeição será de $ 1,50, valor com que a refeição
“contribui” para absorção dos gastos fixos.
• Custo marginal: é definido como o acréscimo dos custos totais de produção
quando se aumenta a quantidade produzida em uma unidade, isto é, trata-se do
custo de se adquirir uma unidade adicional desse item. Por exemplo, o custo
marginal da mão de obra é o custo de se acrescentar um outro trabalhador.
• Concorrência perfeita: em um mercado competitivo, o fator que determina o
preço de equilíbrio são as condições de oferta e demanda. Todos os vendedores
recebem o mesmo preço pela venda do produto (denominado preço de
mercado). Os compradores não adquirirão um produto mais caro se puderem
adquiri-lo a um preço menor.
• Monopólio: estrutura de mercado que ocorre no mercado vendedor quando há
as seguintes circunstâncias:
o presença de uma única empresa atuando;
o inexistência de substitutos próximos para os bens que o monopolista
produz; e
o existência de elevadas barreiras à entrada de novas empresas,
decorrentes dos seguintes fatores:
▪ controle de um insumo ou recurso escasso;
▪ domínio tecnológico; e

17
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
▪ economias de escala.
• Oligopólio: representa uma estrutura de mercado intermediária entre a
concorrência perfeita e o monopólio. É formado por poucos vendedores, os
quais competem entre si e, além disso, detêm algum poder de mercado, ou seja,
capacidade de afetar o preço por meio de ações individuais. Trata-se da única
estrutura de mercado em que as empresas consideram as ações dos
concorrentes na tomada de decisões.
• Coalizão: trata-se de um acordo entre produtores de uma mercadoria, visando a
restringir a concorrência e elevar os preços dos bens ou serviços.

Fusões e aquisições
Fusão é o processo através do qual ocorre a aquisição de uma companhia pela outra,
sendo que uma delas deixa de existir enquanto pessoa jurídica. Além disso, denomina-
se consolidação o evento em que duas empresas são dissolvidas de modo a formar
uma terceira entidade completamente nova. Ressalta-se que a aquisição pode
contemplar a compra de participação acionária.
Dependendo da estratégia a ser adotada, a fusão poderá ser classificada em:
• Horizontal: quando a aquisição ocorre entre empresas que possuem o mesmo
foco de atuação. Basicamente visa ao aumento de participação de mercado.
• Vertical: como o próprio nome designa, refere-se a uma aquisição ocorrida
entre empresas que se encontram em estágios distintos no processo produtivo.
Busca, sobretudo, ganho de competitividade.
• Congênere: as empresas envolvidas não atuam no mesmo ramo, porém pode
haver alguma complementaridade em suas linhas no médio e longo prazo (e.g.
empresa de produtos higiênicos que adquire uma companhia de papel visando a
uma linha de lenços descartáveis, fraldas etc.).
• Conglomerado: envolve a aquisição de participação em companhias cujos
focos de atividades são completamente diferentes, objetivando a diversificação
das atividades.

Diluição do risco: muitas empresas alegam que, através da diversificação de seus


negócios, potenciais riscos são diluídos, o que oferece maior segurança aos seus
acionistas.

Elementos de análise e formas de avaliação


Em um cenário cada vez mais competitivo, as empresas buscam associar-se a outras
companhias, com os seguintes objetivos:
18
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Ganhos de escala: no que se refere ao nível extra de produção, que é capaz de
promover uma diluição expressiva dos custos fixos da companhia;
• Economias operacionais: visando ao aproveitamento de centros de
distribuição, redução da estrutura administrativa, bem como maior poder de
barganha junto aos fornecedores;
• Economias financeiras: a nova companhia pode obter recursos de terceiros a
custos mais atrativos;
• Melhor gestão: proporciona melhor utilização dos recursos, fazendo com que a
companhia apresente bons níveis de rentabilidade; e
• Redução da competição: este item é considerável até determinado ponto, visto
que a maioria dos países possui órgãos que disciplinam tais negociações,
evitando a formação de monopólios.

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)


O CADE tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado. É a entidade
responsável, no âmbito do Poder Executivo, não só por investigar e decidir, em última
instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e disseminar a cultura
da livre concorrência. Essa entidade exerce três funções:
• Preventiva: analisar e, após isso, decidir sobre as fusões, aquisições de
controle, incorporações e outros atos de concentração econômica entre grandes
empresas que possam comprometer a livre concorrência;
• Repressiva: investigar, em todo o território nacional, e posteriormente julgar
cartéis e outras condutas que possam prejudicar a livre concorrência;
• Educacional ou pedagógica:
o instruir o público em geral sobre as diversas condutas que possam ser
nocivas à livre concorrência;
o incentivar e estimular estudos e pesquisas acadêmicas sobre o tema;
o realizar ou apoiar cursos, palestras, seminários e eventos referentes ao
assunto; e
o editar publicações.

19
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
4. Resumo CNPI: Fundamentos de Finanças
Corporativas
Objetivos de uma empresa e das finanças
O administrador financeiro deve ter três preocupações ao analisar um balanço
patrimonial:
• Liquidez: a liquidez contábil se refere à capacidade dos ativos de serem
convertidos em dinheiro. Quanto maior for a liquidez dos ativos da empresa,
menor será a possibilidade de ela ter dificuldades no cumprimento de obrigações
de curto prazo.
• Dívida vs. capital próprio: passivos são obrigações da empresa que requerem
pagamentos, que são chamados de serviços da dívida. O capital próprio dos
acionistas é chamado de patrimônio líquido e constitui um direito a uma parte
dos ativos.
• Valor vs. custo: o valor de mercado é o preço pelo qual vendedores e
compradores dos ativos estão dispostos a negociar. Já os números contábeis
em geral se baseiam no custo.

Também é preciso estar atento à:


• Tributação:
o Simples nacional: aplica-se a microempresas e empresas de pequeno
porte. É uma tributação percentual fixa sobre o faturamento, e os
percentuais são diferentes dependendo da atividade.
o Lucro presumido: presume-se que a empresa tenha um determinado
percentual de lucro sobre os valores que fatura. É sobre esse percentual
que incide a tributação sobre o lucro.
o Lucro real: lucro real significa o lucro apurado por meio de lançamentos
contábeis de receitas e despesas e sua confrontação. Ele depende da
realidade das operações da empresa e exige contabilidade apurada.
• Alíquota tributária:
o Média: é a porcentagem de lucro destinada aos impostos;
o Marginal: são os impostos que seriam pagos (em %) se fosse adicionado
um real aos lucros.
• Governança corporativa: é um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e
monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, o Conselho de
Administração, a Diretoria, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal. As
20
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da
sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.

O objetivo principal das finanças corporativas é a maximização de valor da sociedade.


Assim, é possível compreender as finanças corporativas por meio de três questões:
• Orçamento de capital: processo de realização e gestão de investimentos em
ativos de longo prazo;
• Estrutura de capital: proporções do financiamento da empresa em capital de
terceiros (curto e longo prazo) e capital próprio;
• Capital de giro líquido: diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante.

Os administradores, principalmente quando são remunerados em função do seu


desempenho, tendem a orientar as suas ações para resultados financeiros no curto
prazo. Os acionistas focam no investimento, esperando resultados sustentáveis no
longo prazo. Assim, temos que:
• Conflito de agência ou conflito de agente-principal: na circunstância em que
o proprietário (acionista) delega a um agente especializado (executivo) o poder
de decisão sobre sua propriedade, o conflito de agente-principal ocorre quando
os interesses do gestor não estão alinhados com os do proprietário; e
• O termo custo de agência se refere aos custos do conflito de interesses entre
acionistas e administradores, bem como controladores e não controladores, que
podem ser indiretos ou diretos.

Em geral, entende-se que o objetivo da empresa (e, portanto, de todos os seus


administradores e funcionários) é maximizar a riqueza de seus proprietários, em nome
dos quais ela é gerida. Assim, o objetivo básico do gestor financeiro é a maximização
da riqueza da empresa.
As regulamentações existentes ajudam na melhoria do mercado, principalmente ao
exigir a divulgação de informações relevantes para os investidores e,
consequentemente, minimizar conflitos de interesses. Por outro lado, elas impõem
custos às empresas.

Fluxo de caixa
O capital dos acionistas é determinado pela diferença entre os ativos menos os
passivos. A saúde do fluxo de caixa financeiro, exibida pela demonstração do fluxo
de caixa, ajuda a explicar a variação dos saldos de caixa e aplicações financeiras. O
fluxo de caixa recebido pelos ativos, FC(A), deve ser igual aos fluxos de caixa pagos
21
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
aos credores, FC(B), somado aos fluxos de caixa pagos aos acionistas, FC(S):

FC(A) = FC(B) + FC(S)

Por fim, o aspecto mais importante é que o lucro é determinado pela receita menos as
despesas.

Métodos de análise
• Payback simples: determina o tempo necessário para a recuperação do
investimento, sem considerar o valor do dinheiro no tempo. Sua fórmula é a
seguinte:

• Payback descontado: não serão utilizados valores nominais dos fluxos, como
no payback simples, mas serão utilizados os valores descontados para o
presente por meio de uma taxa de juros. Ou seja, cada fluxo é descontado por
uma taxa de juros.
• O Valor Presente Líquido (VPL) é representado pela seguinte equação:

• i é a taxa de desconto que, nesse caso, será a Taxa Mínima de Atratividade


(TMA);
• FC é o fluxo de caixa;
• n é o número de vezes; e
• t é o período utilizado.

22
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Considere que:
• Se VPL > 0, o retorno é positivo, pois seu benefício supera o custo; logo, o
investimento é viável economicamente;
• Se VPL < 0, o retorno é negativo, pois seu custo supera o benefício gerado;
logo, o investimento não é viável economicamente; e
• Se VPL = 0, o retorno é neutro, e o valor do benefício gerado é igual ao custo.
• Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa que iguala as despesas às receitas
futuras trazidas a valor presente.

Considere que:
• se a TIR _gt_ TMA, o investimento é viável economicamente, pois o retorno
gerado é maior que a taxa mínima de atratividade;
• se a TIR _lt_ TMA, o investimento não é viável economicamente, pois seu
retorno é menor que o mínimo desejado; e
• se a TIR = TMA, o investimento está em uma zona de indiferença de retorno,
mas ainda é viável, pois gera o mínimo desejado, que é a taxa mínima de
atratividade.
• Índice de lucratividade: é dado pelo somatório dos valores presentes dos
fluxos de caixa futuros, dividido pelo investimento inicial (fluxo de caixa negativo)
em módulo:

Considere que:
• Se o índice de lucratividade for maior que um, o investimento deve ser aceito,
pois as entradas serão maiores que as saídas de caixa em termos atuais;
• Se o índice for igual a um, significa que a soma dos fluxos de caixa produzidos,
já descontados, será pelo menos igual ao investimento realizado; esse
investimento, portanto, pode ser aceito;
• No entanto, se o IL for menor que um, o investimento deve ser rejeitado, pois
as entradas de caixa serão menores que as saídas.
• Custo Médio Ponderado de Capital (WACC): pode ser definido como a soma
do capital próprio (ações) com o capital líquido de terceiros (empréstimos,
23
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
financiamentos, debêntures e outras dívidas líquidas do imposto de renda). Sua
fórmula é a seguinte:

Em que:
• Ke = custo de capital dos acionistas;
• Kd = custo da dívida;
• E = total do patrimônio líquido (total de recursos advindos de capital próprio –
equity); e
• D = total da dívida (total de recursos advindos de capital de terceiros – debt).
• CAPM: mostra o retorno esperado de um ativo que resulta em equilíbrio no
mercado (também pode ser entendido que o custo de capital próprio (Ke) é a
taxa de retorno requerida pelos acionistas de uma empresa e é calculado por
meio do Modelo de Precificação de Ativos (CAPM):

Em que:
• Ke = custo de capital próprio;
• Rf = taxa livre de risco;
• Beta = medida do risco sistemático;
• Rm = rentabilidade oferecida pelo mercado;
• Rm – Rf = prêmio de risco.

24
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
5. Resumo CNPI: Decisões Financeiras de Curto
e Longo Prazo
Decisões financeiras de longo prazo
Recursos de longo prazo
Recursos de longo prazo são aqueles usados em projetos importantes da empresa,
responsáveis pelo seu crescimento e que não geram dívidas a serem quitadas no curto
prazo, ou seja, não são passivos circulantes. Suas fontes podem ser:
• Passivos não circulantes:
o debêntures; e
o empréstimos.
• Patrimônio líquido:
o recursos dos sócios da empresa.

Métodos mais utilizados na avaliação e decisão de investimento


• VPL:
o projetos com VPL positivo são aceitos;
o escolhe-se sempre o projeto de maior VPL quando se trata de projetos
mutuamente excludentes;
o apresenta armadilhas quando na presença de racionamento de capital;
o método que sempre funciona quando tomados os devidos cuidados;
o o maior VPL global geralmente será a melhor escolha.
• TIR:
o método simples, análise resumida a uma taxa;
o o projeto de maior taxa deve ser escolhido, e qualquer taxa menor que a
TMA deve rejeitar o projeto;
o apresenta problemas quando na presença de múltiplos fluxos de caixa
negativos ao longo do projeto;
o deve-se prestar atenção na magnitude do projeto, pois a TIR não revela o
retorno total do projeto.
• Payback:
o um dos métodos mais simples de avaliação;

25
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o sinaliza o tempo que levará para o investimento ser recuperado;
o sinaliza o risco do projeto, pois é preferível que um investimento seja
recuperado o quanto antes;
o como desvantagem, o método não considera os fluxos produzidos após a
recuperação do investimento.
• Índice de lucratividade:
o divide o VPL pelo investimento;
o ideal para ser utilizado na presença de racionamento de capital, caso em
que os projetos de maior IL devem ser escolhidos;
o pode falhar quando na presença de diferentes condições de racionamento
ao longo dos períodos dos projetos.
• CAPM:
o método usado pelos sócios ou sócios potenciais na avaliação dos ativos
da empresa;
o impacta a captação de recursos próprios.

Algumas armadilhas
Custo afundado (sunk cost)
Refere-se ao dinheiro que foi gasto em um projeto e nunca mais será recuperado. Pode
ser chamado de custo irrecuperável. Muitos gestores tendem a ter dificuldade em
abandonar um projeto devido ao fato de já terem custos afundados. Isso pode fazer
com que a empresa mantenha um projeto que poderia ter sido substituído por outro
melhor.

Depreciação
Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens sofrem devido
a uso, obsolescência ou desgaste natural. Muitas vezes, eles são desconsiderados na
análise de projetos. Por exemplo, veículos se desvalorizam ao longo do tempo, de
modo que a sua revenda após um projeto pode representar uma entrada de caixa
aquém da estimada no início desse projeto.

Liquidação e reorganização
O processo de falência e liquidação das empresas envolve diversos custos, os quais
causam impactos no valor da empresa e nas suas operações mesmo antes de sua
ocorrência, ainda que não ocorra de fato. A empresa precisa lidar com alguns desses
custos a partir do momento em que surgem problemas financeiros. São os chamados
26
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
custos do endividamento. Os principais estão listados abaixo.

• Custos diretos (legais e administrativos):


o Custos com advogados: a possibilidade de não recebimento (ou
recebimento parcial) faz com que os detentores de direitos contratem
advogados para negociação ou pedido de falência e liquidação da
empresa. Nesse caso, a empresa também precisará contratar advogados
para a sua defesa.
o Custos da administração e contabilidade: além dos advogados, há os
custos relativos a todos os profissionais e instituições envolvidos nos
processos.
o Custos com peritos: no caso de um julgamento, peritos podem ser
necessários no avanço e conclusão dos processos, podendo gerar altos
custos para a empresa.
• Custos indiretos:
o Perda de negócios e clientes: um risco de falência, ainda que não
termine em falência de fato, causa insegurança nos parceiros comerciais
da empresa, que passam a ter dúvidas a respeito da capacidade dos
seus gestores para conduzir o negócio. Mesmo que a empresa se
recupere, ainda pode haver manchas em sua reputação que são capazes
de afetar suas vendas.
o Redução do valor de títulos de dívida da empresa, como debêntures,
em decorrência do maior risco, o que reduz sua capacidade de captação
em novas emissões.
o Custos de agência: são os custos que surgem a partir do conflito de
interesses entre credores e acionistas, que serão mais detalhados abaixo.

Estratégias egoístas em situações de risco de falência


Estratégias egoístas geram os custos de agência, que prejudicam os credores das
empresas em risco de falência.
• Estratégia 1
o Incentivo à tomada de grandes riscos por parte dos sócios na eminência
de uma falência. Caso o projeto tenha sucesso, os sócios recebem mais,
mas os credores recebem apenas o que lhes é devido. Caso o projeto
fracasse, os credores recebem menos do que lhes é devido.
• Estratégia 2

27
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o Desincentivo ao investimento por parte dos sócios, dado que grande parte
do retorno será tomado pelos credores. Assim, os credores podem acabar
recebendo menos do que o valor de seus direitos, pois a empresa não
gerará caixa suficiente para isso.
• Estratégia 3
o Esvaziamento de capital. A empresa distribui seu capital em forma de
dividendos, ou transfere seu capital para outras empresas através de
contratos superfaturados, para que reste menos para ser distribuído aos
credores.

Decisões financeiras de curto prazo


Capital de giro
O capital de giro é a quantia de dinheiro necessária para custear os processos
necessários para manter as operações de uma empresa.
• A necessidade de capital de giro (NCG) representa a parte do ativo
operacional que não é financiada por passivos operacionais, devendo ser
financiada por passivos financeiros de curto prazo ou por passivos não
circulantes, o que seria mais adequado.
• Saldo em Tesouraria (ST) é a diferença entre o ativo circulante financeiro (não
cíclico/errático) e o passivo circulante financeiro (não cíclico/errático).
• Capital Circulante Líquido (CCL) é a diferença entre os recursos disponíveis
de curto prazo e as obrigações a pagar de curto prazo, ou seja, a diferença entre
o ativo circulante e o passivo circulante.
• É feita uma distinção entre o Capital de Giro (CDG) e o Capital Circulante
Líquido (CCL), apesar de que, na construção das contas do balanço, o valor do
CDG seja sempre igual ao valor do CCL.

Capital de giro = (Passivo não circulante + Patrimônio líquido) – Ativo não circulante

• Ativos circulantes são compostos pelo caixa e por outros ativos que se espera
que sejam convertidos em caixa durante o ano.
• Passivos circulantes são obrigações que exigem pagamento em dinheiro
dentro de um ano.

28
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Financiamento de curto prazo
De acordo com Ross et al. (1995), a política que uma empresa adota nas suas finanças
de curto prazo tende a ser composta por dois elementos importantes:
• Magnitude de seus investimentos em ativo circulante:
o Política financeira de curto prazo flexível: mantém um índice
relativamente alto entre ativos circulantes e vendas; e
o Política financeira de curto prazo restritiva: implica um índice baixo entre
ativos circulantes e vendas.
• Políticas alternativas de financiamento de ativos circulantes:
o Política financeira de curto prazo flexível: significa menos dívidas de curto
prazo e mais dívidas de longo prazo;
o Política financeira de curto prazo restritiva: significa uma alta proporção
de dívidas de curto prazo em relação ao financiamento de longo prazo.

Políticas financeiras flexíveis de curto prazo envolvem:


• saldos de caixa e títulos negociáveis;
• investimentos elevados em estoques; e
• concessão de crédito em condições liberais, resultando em um nível elevado de
contas a receber.

Políticas financeiras restritivas de curto prazo incluem:


• manutenção de saldos reduzidos de caixa e nenhum investimento em títulos
negociáveis;
• pequenos investimentos em estoques; e
• a não realização de vendas a prazo, ou seja, nenhum investimento em contas a
receber.

Empréstimos:
• Empréstimos de capital de giro com garantia de recebíveis: recebíveis são
títulos de crédito emitidos pelo vendedor (como duplicatas e letras de câmbio) ou
emitidos por adquirentes de bens e serviços em favor do vendedor (como
cheques e notas promissórias);
• Empréstimos de capital de giro sem garantia de recebíveis: as empresas
precisam de capital de giro para atender suas necessidades antes mesmo de
serem realizadas vendas. Se não houver vendas, não haverá recebíveis de
29
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
vendas. Nesse sentido, os bancos oferecem empréstimos de curto e curtíssimo
prazo não vinculados a vendas. Dessa forma, garantias reais são exigidas como
hipoteca e penhor, ou pessoais, como aval e fiança.

Custos das políticas financeiras a curto prazo:


• Custo de carregamento: são os custos que crescem com o nível de
investimento em ativos circulantes;
• Custo de falta: custos que são reduzidos com acréscimos do nível de
investimentos em ativo circulante, tais como:
o custos de negociação ou pedido, que são os custos de obtenção de
mais caixa ou estoque;
o custos relacionados a reservas de segurança, os quais são
relacionados às vendas perdidas, insatisfação de clientes e interrupção
da produção.

Ciclo de conversão de caixa


Esse ciclo demarca a gestão dos ativos e passivos circulantes. As principais
preocupações nas finanças empresariais de curto prazo são as atividades operacionais
e financeiras.
• Ciclo operacional: o ciclo operacional de uma empresa é o prazo do início do
processo de produção até o recebimento de caixa resultante da venda do
produto acabado. Esse ciclo envolve duas categorias básicas de ativos de curto
prazo: estoques e contas a receber.

Ciclo operacional = Prazo médio de estocagem + Prazo médio de recebimento


• Ciclo financeiro: o Ciclo Financeiro (CF) de uma empresa é o número de dias
decorridos até o recebimento do dinheiro pela venda, medido desde o momento
em que se pagou pelos estoques. Ele inicia-se com o pagamento da matéria-
prima aos fornecedores e termina com o recebimento das vendas pelos clientes.

Ciclo Financeiro = Ciclo operacional – Prazo médio de pagamento

Gestão do crédito e do caixa


O objetivo da administração de contas a receber consiste em dispor de contas com a
maior rapidez possível.

30
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Seleção e padrões de crédito: a seleção de crédito envolve a aplicação de
técnicas para determinar os clientes que merecem receber crédito.
• Score de crédito: a atribuição de scores de crédito é um método de seleção
utilizado quando há muitos pedidos de crédito de pequeno volume. Os scores de
crédito se baseiam em pesos, obtidos estatisticamente para características
financeiras e creditícias importantes, visando a prever se o cliente pagará o
crédito solicitado em dia.
• Monitoramento de crédito: trata-se da revisão contínua das contas a receber
para verificar se os clientes estão pagando de acordo com os prazos de créditos
estabelecidos.
• Prazo médio de recebimento: o prazo médio de recebimento é o número
médio de dias pelos quais as vendas a prazo permanecem a receber pela
empresa.
• Float: refere-se aos fundos enviados pelo pagante, mas ainda não disponíveis
para quem recebe o pagamento:
o Float de correspondência ou prazo de envio: é o tempo que transcorre
entre o momento no qual o pagamento é colocado no correio e o
momento em que é recebido.
o Float de processamento ou prazo de processamento: é o tempo entre
o recebimento do pagamento e seu depósito na conta da empresa;
o Float de compensação ou prazo de disponibilidade: é o tempo entre o
depósito do pagamento e a disponibilidade de fundos à empresa.
• Custo do float: o custo básico do float de uma empresa é o custo de
oportunidade de não conseguir usar o caixa.

Motivos para manter saldo em caixa


De acordo com o economista John Maynard Keynes, há três motivos para manter
liquidez na forma de caixa:
• Motivo especulação: necessidade de se manter saldo em caixa para aproveitar
possíveis oportunidades, como compras com desconto, taxas de juros atraentes,
flutuações do câmbio;
• Motivo precaução: necessidade de se manter saldo em caixa como reserva
financeira, para segurança; e
• Motivo transação: necessidade de se manter saldo em caixa para honrar os
compromissos, pagar as contas etc.

Nota: A empresa possui um custo de oportunidade ao deixar caixa além do mínimo


31
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
necessário.

É importante considerar que:


• O caixa ocioso pode ser aplicado a títulos negociáveis, que rendem juros, e
podem ser facilmente realizados;
• A concentração de caixa é o processo usado pela empresa para reunir o
sistema de caixas postais e outros depósitos em um único banco, geralmente
chamado de banco de concentração.
• O prazo médio de recebimento é o número médio de dias pelos quais as
vendas a prazo permanecem a receber pela empresa. O principal fator
determinante do prazo de recebimento é a política de crédito.

Análise da política de crédito:


• Efeitos sobre a receita: se a empresa conceder crédito:
o os fluxos de caixa da receita sofrerão um adiamento, pois alguns clientes
aproveitam e pagam mais tarde; ou
o talvez a empresa possa cobrar um preço mais alto e ainda aumentar a
quantidade vendida, de modo que a receita total aumenta.
• Efeitos do custo: se a empresa conceder crédito, os fluxos de caixa de suas
receitas poderão apresentar uma certa demora, mas os seus custos com vendas
não terão seus prazos alterados.
• Custo dos empréstimos: se a empresa conceder crédito, ela precisa ter
recursos para financiar as contas a receber. Dessa forma, o custo dos
empréstimos de curto prazo para a empresa deve ser um fator a ser
considerado.
• Probabilidade de não pagamento: se a empresa conceder crédito, há a
possibilidade de que uma porcentagem dos compradores a prazo não o pague.
Caso a empresa venda somente à vista, isso não ocorre.
• Desconto financeiro: ao oferecer um desconto, alguns clientes escolhem
antecipar o pagamento e usufruir do desconto, o que reduz a receita de vendas
parcialmente.

Tomando emprestado no curto prazo


Basicamente, as empresas obtêm empréstimos de curto prazo e sem garantias por
meio de duas fontes: bancos e emissão de notas promissórias comerciais. Ao contrário
das fontes espontâneas de financiamento não garantidas de curto prazo, os

32
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
empréstimos bancários e as notas promissórias comerciais são fontes negociadas e
resultam de iniciativas do administrador financeiro. Além disso, os empréstimos
bancários são mais comuns, pois estão disponíveis para empresas de todos os
tamanhos. Já as notas promissórias comerciais costumam estar disponíveis para as
grandes empresas.

Cobertura de Juros
O índice de cobertura de juros indica a capacidade de pagamento de juros por parte de
uma companhia. O cálculo deste índice se dá da seguinte forma:

33
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
6. Resumo CNPI: Estrutura de Capital e Política
de Dividendos
Lucro por Ação (LPA)
Representa o lucro obtido por ação ordinária no período, isto é, quanto cada ação
rendeu de lucro a seu detentor. Sua fórmula é a seguinte:

Sobre dividendos
• Os dividendos são a parcela do lucro da empresa que serão distribuídos aos
acionistas no exercício social após o anúncio do balanço. Sua frequência de
distribuição é variada, podendo ser mensal, ou trimestral, ou semestral, ou, às
vezes, anual. O importante é que conste no estatuto da empresa as datas
exatas em que serão realizados os pagamentos.
• O valor do dividendo a ser distribuído tem que ser dividido pelo número de
ações emitidas pela empresa na bolsa, assim, ficará garantida a
proporcionalidade na distribuição. Até o momento, a recepção de dividendos não
é tributada na fonte.
• O dividendo em caixa é o tipo mais comum de dividendos que é feito pelo
pagamento em dinheiro aos acionistas. O dividendo pago em ações é chamado
de bonificações:
o a bonificação aumenta o número de ações existente, reduzindo, assim, o
valor de cada ação;
o é expressa em porcentagem: por exemplo, em uma bonificação de 1%,
um acionista recebe uma nova ação para cada 100 ações que ele possua
atualmente;
o as bonificações geram uma incorporação de reserva aos seus acionistas
e geralmente são realizadas pelas empresas quando há necessidade de
distribuição de resultados da empresa aos seus acionistas.

Estrutura de capital e política de dividendos


• Proposição I de Modigliani e Miller: o valor da empresa alavancada é igual ao
da empresa não alavancada.
o Para Modigliani e Miller (1963), no teorema da irrelevância, a política de
dividendos é irrelevante quando são satisfeitas certas condições.
34
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Entretanto, alguns grupos podem preferir mais ou menos dividendos de
acordo com a faixa de imposto que encontram.
o A alteração na política de dividendos não afeta o valor de uma ação,
desde que todo fluxo de caixa passível de distribuição seja distribuído.
• Proposição II de Modigliani e Miller: o retorno esperado para os investidores
ou acionistas está positivamente relacionado ao grau de endividamento.
o O risco cresce com o endividamento, ou seja, o custo do capital próprio é
uma função linear do nível de endividamento da empresa.
• Teoria da sinalização: a empresa envia sinais positivos para o mercado quando
aumenta a distribuição de dividendos, proporcionando uma expectativa de
crescimento nos fluxos de caixa, o que causa uma valorização no preço da ação
e reduz o custo de capital.
o Mas pode ocorrer o contrário quando a empresa sinaliza que o aumento
de distribuição está relacionado a poucas oportunidades de investimentos
rentáveis.
• Teoria residual dos dividendos: a decisão de pagamento ou não de
dividendos depende da relação entre as necessidades de capital próprio para
financiar o crescimento da empresa e os lucros retidos.
o Os dividendos são vistos como resíduo, e a política de dividendos como
residual em relação às decisões sobre investimentos. Devem ser
distribuídos apenas os lucros que excedam o montante necessário para
financiar as oportunidades de investimento aceitáveis.

Custo de falência
Se a dificuldade para efetuar o pagamento for extrema, a empresa correrá o risco de
falência, em que a propriedade dos ativos da empresa é transferida dos acionistas para
os credores. Os custos de falência (ou os custos de dificuldades financeiras, nome
mais amplo) tendem a anular as vantagens da dívida. Esses custos são os seguintes:
• Custos legais/administrativos: custos com advogados, custos contábeis,
administrativos e peritos (em caso de ação judicial);
• Custos indiretos: capacidade reduzida (a recuperação judicial dificulta
negócios com clientes e fornecedores);
• Custo de agência: conflitos entre acionistas e credores podem existir,
principalmente quando uma empresa possui dívida, de forma que eles geram
custos de agência à empresa.

35
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Tópicos importantes
• Os juros sobre o capital próprio consideram as reservas de lucros, isto é, os
resultados de exercícios anteriores que foram seguros na empresa e, portanto,
não usam como base os resultados do período. Ademais:
o o pagamento dos juros sobre o capital próprio representa algumas
vantagens para as empresas, pois esse valor é descontado sob a forma
de despesa financeira;
o sobre os juros sobre o capital próprio incide uma tributação de 15%,
que é inferior ao que seria cobrado caso o montante tivesse caído na
conta lucro e fosse tributado via imposto de renda.
• O desdobramento, em contraparte, é a simples divisão de uma ação em outras
menores, cuja soma resulta no mesmo valor. Quando uma ação tem um valor
muito alto, a sua negociação no mercado se torna mais complicada, de forma
que o desdobramento é realizado.
• A subscrição representa um aumento de capital da empresa que é realizado via
lançamento, emissão e venda de novas ações. Considere alguns fatos sobre a
subscrição:
o a subscrição é um direito, não uma obrigação;
o os acionistas atuais recebem, de forma proporcional, uma quantidade de
direitos de subscrições proporcionais à quantidade possuída por cada um;
o no caso em que todos os acionistas exercem o direito de subscrição, as
proporções societárias mantêm-se inalteradas;
o contudo, caso o acionista não deseje aportar mais recursos na empresa
(o que significa que provocará uma redução de sua participação no
capital social desta), após o processo, ele terá uma fatia menor da
empresa.
• O desdobramento (ou split) é um método pelo qual a empresa aumenta a
quantidade de ações em circulação, sempre de forma proporcional, não
alterando o seu capital social. É importante considerar que:
o a intenção do split é provocar uma maior liquidez dos papéis, então seu
objetivo é aumentar a quantidade de ações em circulação, o que leva a
uma redução no preço das ações no mercado;
o quando uma empresa anuncia um desdobramento (split), ela aumenta o
número de ações existentes, e o preço da ação deve cair na mesma
proporção;
o por exemplo, se uma ação vale $ 180, porém teve um desdobramento de
3 por 1, o preço da ação deve cair para $ 60. Por conseguinte, a
quantidade de ações em posse do acionista aumenta de uma para três.
36
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• O grupamento (ou inplit) é o inverso da situação anterior, pois, através desse
mecanismo, a empresa reduz a quantidade de ações em circulação. O objetivo é
ajustar o valor das ações que podem estar em patamar muito baixo. Nesse
contexto, o inplit pode ser realizado pelo agrupamento de lotes de 1.000 ações,
ou outra quantidade qualquer, em uma única ação.
• Recompra dirigida: quando a recompra de ações é dirigida a um acionista ou
grupo de acionistas específicos.
• Recompra como investimento: nesse caso, as empresas recompram suas
ações no mercado quando acreditam que o seu preço está muito baixo.

Prós e contras do pagamento de dividendos


Prós:
• dividendos em dinheiro podem sublinhar bons resultados e reforçar o preço da
ação;
• dividendos podem atrair investidores institucionais que prefiram receber algum
rendimento;
• o preço da ação geralmente aumenta com o anúncio de um dividendo inicial ou
maior; e
• dividendos absorvem fluxo de caixa excedente e podem reduzir custos de
agência resultantes de conflitos entre administradores e acionistas.

Contras:
• dividendos são tributados como rendimento ordinário;
• dividendos podem reduzir a capacidade de financiamento interno; e
• uma vez iniciados os dividendos, é difícil reduzi-los sem afetar
desfavoravelmente o preço da ação da empresa.

37
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
7. Resumo CNPI: Fusões e Aquisições
Formas básicas de aquisição
Há formas básicas de aquisições:
• Incorporação: é a absorção de uma empresa por outra. A empresa que
procede a absorção preserva seu nome e identidade; adquire, além disso, os
ativos e passivos da empresa absorvida.
• Fusão: é similar a uma incorporação, exceto pelo fato de que cria uma empresa
totalmente nova.
• Aquisição de ações: outra forma de adquirir uma empresa ocorre através da
compra de suas ações com direito a voto, com pagamento em dinheiro, ações
ou títulos. Isso pode ser feito por uma oferta geral de compra, que é uma oferta
pública de compra de ações. Nesse contexto, a aquisição pode ser feita em sua
totalidade ou parcialmente.
• Aquisição de ativos: uma empresa pode adquirir outra através da compra de
todos os seus ativos. Exige-se, nesse caso, a aprovação formal dos acionistas
da empresa vendedora. Com esse método, evita-se o problema associado a
acionistas resistentes, comum no método de aquisição de ações.

Estratégias para o comprador


As estratégias de compra são divididas em estratégia agressiva ou negociada e
estratégia condicional ou incondicional.
• Timing: em fusões e aquisições, existe uma variável muito importante no
desempenho da transação e no valor acordado. Trata-se do momento em que
esse acordo é fechado, uma vez que o preço pago pode afetar diretamente o
retorno futuro do acionista da empresa adquirente. Esse fator é denominado
timing.
• Comitê de investimentos: tem por objetivo assessorar, em caráter consultivo, a
Diretoria Executiva nas decisões relacionadas à gestão dos ativos do plano
administrado pela entidade, observadas a segurança, rentabilidade, solvência e
liquidez dos investimentos a serem realizados, de acordo com a legislação
vigente e a Política de Investimentos da entidade.

Estratégias defensivas
• Proativas: conhecidas também como preventivas ou pré-proposta, são
utilizadas antes de uma proposta ser recebida pela empresa-alvo;

38
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Reativas: conhecidas também como ativas ou pós-proposta, são utilizadas pela
empresa-alvo após a recepção de uma oferta não solicitada ou quando se prevê
que seja alvo de uma proposta de takeover.

Estratégias proativas
• Estatuto (shark repellents): no estatuto são estabelecidas normas referentes à
constituição e gestão da empresa. Também estipula as condições de um
takeover. Dessa forma, é possível inserir emendas para dificultar aquisições,
como, por exemplo, a necessidade de aprovação de 3/4 dos acionistas para
uma fusão (geralmente são necessários 2/3).
• Defesa Blowfish: o objetivo dessa estratégia defensiva é não incentivar a
aquisição da empresa-alvo por parte da empresa adquirente, intimidando-a com
recursos limitados a apresentar uma proposta. Por sua vez, a empresa-alvo
adquire novos ativos com o propósito de forçar a empresa a crescer,
aumentando, assim, o seu valor enquanto os ativos líquidos diminuem.
• Pílula envenenada: envolve fazer com que as ações da companhia sejam
desinteressantes para outros investidores. Geralmente essa estratégia permite a
criação de títulos de direitos especiais, que permite que o detentor desses
direitos possa comprar ações a um preço baixo, aguardando uma proposta
takeover.

Estratégias reativas
• Acordos de recompra e limitação: outra forma de tentar retardar ou eliminar
um takeover é direcionar uma recompra de ações de um comprador em
potencial com um prêmio elevado. Os administradores também podem negociar
acordos de limitações, que são contratos que condicionam o comprador a limitar
sua participação acionária em outra organização.
• Auto-ofertas de compra excludentes: é o oposto da recompra direcionada.
Nesse caso, é realizada uma oferta pública de certa quantidade de ações,
excluindo os acionistas visados. Frequentemente, a oferta é oferecida com um
preço bem acima do valor de mercado, de forma que é transferida a riqueza dos
acionistas visados aos demais acionistas.
• Fechamento de capital e Leveraged Buyouts (LBOs): fechamento de capital
é quando um grupo de investidores adquirem ações públicas de uma companhia
com ações negociadas na bolsa de valores. Um mecanismo que pode ser
utilizado para adquirir essas ações é o Leveraged Buyouts (LBO). LBO é quando
o preço da oferta em dinheiro é financiado com grande volume de capital de
terceiros.

39
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Joias da coroa ou terra arrasada: nesse caso, as empresas geralmente
vendem ativos importantes quando ameaçadas de takeover.

Formas de aquisição
Sinergia
É chamado de sinergia produzida pela aquisição o valor final de mercado de uma
combinação (VAB) subtraído pela soma do valor de uma empresa VA ao valor da
empresa VB. É representado como:

Formas de sinergia:
• Aumento das receitas: o aumento da receita pode ocorrer através de ganhos
de marketing, benefícios estratégicos ou poder de mercado;
• Redução de custos: é possível ganhar maior eficiência operacional com uma
aquisição ou fusão, que pode ser economia de escala, economias de integração
vertical, recursos complementares e eliminação de administração ineficiente;
• Ganhos fiscais: com possibilidade de uso de prejuízos operacionais líquidos
para fins fiscais, uso de capacidade ociosa de endividamento e de fundos
excedentes;
• Custo de capital: o custo de capital pode ser frequentemente reduzido, pois os
custos de emissão de títulos estão sujeitos à economia de escala; e
• Diversificação: eliminação do risco não sistemático.

Formas de aquisição
Takeover é um termo que se refere à transferência de controle de uma empresa de um
grupo de acionistas a outra. Os takeovers podem acontecer por meio de aquisições,
disputas por procurações e operações de fechamento de capital. Já as tomadas de
controle podem ocorrer por aquisições, disputas por procurações e fechamento de
capital. Portanto, as tomadas de controle abrangem um conjunto mais amplo de
atividades que as aquisições.
• Aquisição autorizada: as fusões são geralmente iniciadas pela empresa
adquirente, e não pela adquirida. Desse modo, a adquirente precisa decidir
sobre questões que envolvem comprar outra empresa, selecionar as táticas para
efetuar a aquisição, determinar o preço mais alto que está disposta a pagar,
definir um preço inicial de lance e fazer contato com a empresa-alvo. É vista
como uma aquisição amigável.

40
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Creeping takeover: nem todas as aquisições são amigáveis. Nesse contexto, a
administração da empresa-alvo pode resistir à fusão, caso em que a adquirente
precisa decidir se deverá buscar a fusão e, em caso afirmativo, quais táticas
serão utilizadas.
• Eliminando direitos minoritários: uma empresa de capital aberto fecha o
capital quando um grupo privado compra as ações da empresa que estão em
circulação no mercado. Como consequência, as ações dessa empresa saem do
mercado, de forma que não são mais negociadas. Desse modo, em transações
de fechamento de capital, os acionistas de empresas com capital aberto são
forçados a aceitar dinheiro por suas ações.

No Brasil, no caso de certos tipos de aquisição, o proponente deve fazer uma Oferta
Pública de Aquisição (OPA), em que manifesta o seu compromisso de adquirir uma
quantidade específica de ações a um preço e prazo determinados, respeitando
algumas condições. As transações de fechamento de capital são frequentemente
aquisições alavancadas (Leveraged Buyout, ou LBOs, na sigla em inglês).
Tanto as OPAs obrigatórias quanto as voluntárias devem observar as normas
estabelecidas na Instrução CVM n° 361/02. Essa Instrução distingue as seguintes
modalidades de ofertas públicas de aquisição no Brasil:
I. OPA para cancelamento de registro: é a OPA obrigatória, realizada como
condição do cancelamento do registro para negociação de ações nos mercados
regulamentados de valores mobiliários;
II. OPA por aumento de participação: é a OPA obrigatória, realizada em
consequência do aumento da participação do acionista controlador no capital
social de companhia aberta;
III. OPA por alienação de controle: é a OPA obrigatória, realizada como condição
de eficácia de negócio jurídico de alienação de controle de companhia aberta;
IV. OPA voluntária: é a OPA que visa à aquisição de ações de emissão de
companhia aberta que não se deva realizar segundo os procedimentos
específicos estabelecidos para qualquer OPA obrigatória;
V. OPA para aquisição de controle de companhia aberta: é a OPA voluntária de
que trata o art. 257 da Lei n° 6.404/76; e
VI. OPA concorrente: é a OPA formulada por um terceiro, que não o ofertante ou
pessoa a ele vinculada, a qual tenha por objeto ações abrangidas por OPA já
apresentada para registro perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou
por OPA não sujeita a registro cujo edital já tenha sido publicado (CVM, 2002).

41
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Figura – Variedades de tomadas de controle.

Fonte: Retirada de Ross et al., 2015, p. 1064.

Referências
BRASIL. Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por
Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>.
Acesso em: 04 de out. de 2021.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Instrução CVM n° 361, de 5 de
março de 2002. Dispõe sobre o procedimento aplicável às ofertas públicas de
aquisição de ações de companhia aberta, o registro das ofertas públicas de aquisição
de ações para cancelamento de registro de companhia aberta […]. Disponível em:
<http://conteudo.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/inst361c
onsolidsemmarcas.pdf>. Acesso em: 1° de out. de 2021.
ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração
financeira. AMGH Editora, 2015.

42
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
8. Resumo: Finanças Corporativas
Internacionais
Orçamento de capital internacional para a empresa multinacional
Análise de risco político
O risco político se refere às variações no valor que surgem como consequência de
ações políticas, não se restringindo apenas a empresas com atuação internacional.
Consideram-se leis, regulamentos fiscais, benefícios temporários que beneficiem
determinadas empresas, políticas de governo etc. Desse modo, alguns países
possuem risco maior do que outros. Algumas medidas podem mitigar o risco político,
como:
• diversificação;
• análise e monitoramento; e
• estratégias de entrada e de saída.

Gestão de risco do capital estrangeiro


A gestão de risco do capital estrangeiro deve considerar especialmente o risco do tipo
sistemático, visto que as variáveis macroeconômicas do país em questão são
fundamentais para a tomada de decisões. É importante que se estruture uma operação
de gestão que traga envolvimento significativo da empresa controladora para o seu
funcionamento, minimizando os eventuais impactos dos possíveis riscos políticos.

Project Finance e gestão de ativos


Project Finance é uma forma de estruturação financeira em que o fluxo de caixa futuro
do projeto será a fonte de recursos majoritária (ou mesmo exclusiva) para o pagamento
do financiamento.
• Títulos com garantia real: são aqueles garantidos por bens móveis, ou
imóveis, ou direitos sobre frutos e rendimentos de bens imóveis.
• Leasing: também conhecido como arrendamento mercantil, trata-se de uma
operação na qual o cliente pode fazer o uso de um bem sem necessariamente
tê-lo comprado. No final do contrato, é possível que o cliente possa adquirir
definitivamente o bem arrendado mediante o pagamento de um valor residual
definido no contrato.
• Avaliação do projeto: a análise de um projeto se inicia a partir da avaliação dos
fluxos de caixa e das estimativas do Valor Presente Líquido (VPL), a qual pode
ser enganosa (risco de previsão). Também é importante considerar a análise de
43
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
possíveis cenários e de sensibilidade, que é uma ferramenta útil para identificar
quais variáveis são cruciais para o sucesso de um projeto e em quais pontos os
problemas de previsão podem causar os maiores danos.

44
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
9. Resumo CNPI: Demonstrações Contábeis
Demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição
patrimonial, seja da posição financeira da situação do saldo financeiro, seja do
desempenho da entidade em determinada data.
O objetivo das demonstrações contábeis é apresentar resultados dos deveres e
responsabilidades da entidade e gerar informação a respeito da posição patrimonial e
financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade de forma útil para os
usuários na tomada de decisões econômicas.
O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui demonstrações:
• do resultado do exercício, do resultado abrangente do exercício, das mutações
do patrimônio líquido do período;
• do valor adicionado do período e dos fluxos de caixa do período;
• inclui, além disso, o balanço patrimonial do início e do final do período, notas
explicativas e informações comparativas com o período anterior.

Algumas informações devem ser divulgadas de forma destacada/repetida sempre que


necessário para a devida compreensão das informações:
• o nome da entidade e/ou possíveis alterações na nomenclatura;
• se pertence a um grupo ou entidade individual;
• a moeda de apresentação;
• o nível de arredondamento usado nas demonstrações e data de encerramento
do período coberto, ou de reporte, ou notas explicativas.

A demonstração do resultado e demonstração do resultado abrangente devem


apresentar:
• total do resultado (do exercício);
• total de outros resultados abrangentes;
• resultado abrangente do período, sendo o total do resultado e de outros
resultados abrangentes.

Balanço patrimonial
Destina-se a evidenciar a posição patrimonial e financeira da empresa. Essa

45
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
demonstração classifica os dados entre ativos (direitos) e passivos (obrigações), além
de apresentar o patrimônio líquido. A ordenação dos dados segue uma regra de
liquidez.

Tabela – Ativos e passivos.


ATIVO (bens e direitos) PASSIVO (obrigações)
Ativo circulante: bens e direitos que podem ser Passivo circulante: obrigações que devem
convertidos em dinheiro no curto prazo (12 meses). ser pagas no curto prazo (até 12 meses).
Ativo não circulante: bens e direitos que só podem ser Passivo não circulante: obrigações que
convertidos em dinheiro no longo prazo (acima de 12 podem ser pagas no longo prazo (mais de 12
meses). meses).
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: valor que os sócios ou
acionistas têm na empresa.
Fonte: Elaborada pelo autor.

A estrutura típica de um BP é a seguinte:

Tabela – Balanço Patrimonial (BP).


Balanço Patrimonial
Nome da Empresa
Para período iniciando em XX/XX/XXX até yy/yy/yyyy
ATIVOS PASSIVOS
Dinheiro Notas promissórias
Recebíveis contábeis líquidos Débitos contábeis
Inventário Despesas acumuladas
Total de ativos correntes Dívidas de curto prazo
Imobilizado bruto Total de passivo circulante
Menos depreciação acumulada Dívidas de longo prazo
Imobilizado líquido Total de passivos
Total de ativos Ações preferencias
Ações ordinárias
Lucros acumulados
Total de passivos e patrimônio líquido

Fonte: Elaborada pelo autor.

46
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Em que:
Ativos = Passivo + Patrimônio Líquido

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)


A demonstração do resultado do exercício (período) deve, no mínimo, incluir as
seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais:
• Lucro bruto e receitas: ganhos e perdas decorrentes de baixa de ativos
financeiros mensurados pelo custo amortizado;
• Custos de financiamento e dos produtos, das mercadorias e dos serviços
vendidos;
• Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas
operacionais;
• Parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método
da equivalência patrimonial;
• Resultado líquido de operações descontinuadas, líquido do período, resultado
antes das receitas e despesas financeiras e resultado antes dos tributos sobre o
lucro;
• Tributos sobre o lucro;
• Resultado líquido do período.

A entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no


período em uma das seguintes formas:
• Demonstração do resultado abrangente; ou
• Em duas demonstrações: uma demonstração do resultado e outra começando
pelo lucro ou prejuízo seguido dos componentes do resultado abrangente.

É importante mencionar que:


• A demonstração do resultado abrangente única inclui:
o resultados de receitas;
o de despesas;
o resultado do período;
o itens de outros resultados abrangentes e resultado abrangente total.
• Quando há duas demonstrações, temos a demonstração do resultado, que
inclui receita, despesas, resultado do período, e a demonstração do resultado
47
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
abrangente, que inclui o resultado do período, itens de outros resultados
abrangentes e o resultado abrangente total.

Apresentação de despesas
A apresentação das despesas de uma firma pode ser feita de duas formas distintas:
• com base no método da natureza das despesas; e
• com base no método da função das despesas.

O método da natureza das despesas consiste em agregar as despesas na


demonstração do resultado de acordo com a sua natureza, tais como despesas com
transporte, consumo de matérias-primas e materiais, resultados antes dos tributos,
receitas, despesas com benefícios a empregados, total de despesas.
O método da função das despesas consiste em classificar as despesas de acordo
com a sua função, como, por exemplo, parte do custo dos produtos ou serviços
vendidos, despesas de distribuição ou das atividades administrativas, lucro bruto,
custos de produtos e serviços vendidos.

Demonstração de resultados – formato de apresentação típica


Em uma demonstração de resultados, tipicamente há os seguintes lançamentos:
• (+) Faturamento da empresa.
• Receita bruta, que inclui: (-) devoluções; (-) descontos concedidos; (-) impostos
incidentes sobre a mercadoria (ISS, ICMS, PIS/COFINS).
• Receita líquida, que abrange: (-) custo dos bens e/ou serviços vendidos (inclui
frete e seguros sobre compras de insumos).
• Lucro bruto, que trata das: (-) despesas com vendas; (-) despesas gerais
administrativa; (-) pesquisa e desenvolvimento; (-) outras despesas
operacionais; e (+) outras receitas operacionais.
• Lucro operacional, que inclui: (-) resultado de equivalência patrimonial; (-)
resultado não operacional.
• Lucro Antes dos Juros e dos Impostos (EBIT ou LAJIR), que abrange: (-)
despesas financeiras; e (+) receitas financeiras.
• Lucro Antes dos Impostos sobre o Lucro (LAIR), que trata de (-) impostos.
• E, por fim, o resultado do lucro líquido.

Acompanhe a definição de alguns conceitos supracitados na demonstração de


48
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
resultado:
• Lucro bruto: é a receita líquida deduzida dos custos de produção. O conceito
objetiva mostrar a lucratividade das operações da empresa, sem considerar
ainda as despesas administrativas, comerciais e operacionais.
• Lucro operacional: objetiva mostrar a capacidade de gerar riqueza em
decorrência de suas características operacionais, independentemente de suas
fontes de financiamento. Ressalta-se que o lucro operacional é um tipo de
“Lucro antes de Impostos” e pode ser apresentado como LAIR, LAJIR e
NOPLAT, como veremos adiante.
• Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA ou
EBITDA): o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
(LAJIDA) representa a geração operacional de caixa da companhia. Trata-se da
receita menos os custos e as despesas, sem levar em consideração ainda a
depreciação ou a amortização, o que o torna fortemente correlacionado com o
fluxo de caixa livre da empresa.
• Lucro Antes de Juros e Impostos (LAJIR ou EBIT): trata-se do lucro LAJIDA
menos a depreciação e a amortização. É um tipo de “Lucro antes de Impostos”,
porém, não considera os juros pagos a terceiros (despesas e receitas
financeiras).
• Lucro Antes de Impostos (LAIR): é o lucro antes de Imposto de Renda e
Contribuição Social.
• Lucro líquido: trata-se do lucro operacional mais as receitas financeiras,
menos:
o despesas financeiras (saldo das receitas financeiras menos as
despesas financeiras);
o despesas não operacionais (que ocorrem raramente e não participam
das atividades operacionais da empresa);
o imposto de renda; e
o contribuição social.

Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)


Evidencia as receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio líquido e
que, entretanto, não foram reconhecidas na Demonstração de Resultado do Exercício,
de acordo com o CPC 26. Assim, a DRA se trata do resultado apresentado na DRE,
mais as receitas e despesas que vão diretamente para o Patrimônio Líquido sem serem
discriminadas na DRE, chamadas de outros resultados abrangentes.
As demonstrações do resultado e de outros resultados abrangentes (demonstração

49
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
do resultado abrangente) devem apresentar:
• total do resultado (do exercício);
• total de outros resultados abrangentes; e
• resultado abrangente do período, que consiste no total do resultado e de outros
resultados abrangentes.

Os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados:


• Líquidos dos seus respectivos efeitos tributários (já deduzidos os tributos); ou
• Antes dos seus respectivos efeitos tributários (antes de deduzir os tributos), de
modo que o efeito tributário total relativo a esses componentes é apresentado
em montante único.

Tabela – Demonstração do resultado.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)


A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é uma
demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de todas
as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e
utilização das reservas não derivadas do lucro. A Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados (DLPA) pode ser incluída na DMPL.

50
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Alterações que afetam o total do patrimônio:
• As contas que formam o Patrimônio Líquido (PL) podem sofrer variações por
inúmeros motivos, tais como:
o acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
o redução por dividendos;
o acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores;
o acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição; e
o redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda.
• Para além, o patrimônio total pode ser alterado em casos de acréscimo por:
reavaliação de ativos (quando o resultado for credor); por doações e subvenções
para investimentos recebidos; por subscrição e integralização de capital; pelo
recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o
preço de emissão das ações sem valor nominal; por prêmio recebido na emissão
de debêntures.

Variações que não afetam o total do patrimônio:


• Dentre as variações que não afetam o total do patrimônio estão:
apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados
para formação de reservas, como reserva legal, reserva de lucros a realizar,
reservas para contingências e outras.
• Outras variações que mantêm o capital inalterado são: aumento de capital
com utilização de lucros e reservas, reversões de reservas patrimoniais para a
conta de Lucros ou Prejuízos acumulados e compensação de Prejuízos com
Reservas.
• A Lei n° 6.404/76 das Sociedades por Ações não define a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) como uma demonstração contábil
obrigatória.

Notas explicativas
As notas explicativas têm por finalidade apresentar informações sobre os
fundamentos da preparação das Demonstrações Financeiras (DF) e políticas
contábeis específicas. As notas divulgam informações adicionais que não constam em
qualquer outra peça das DF, mas que sejam relevantes à compreensão dessas
demonstrações. Elas deverão:
• Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações
financeiras e das práticas contábeis específicas, as quais são selecionadas e
51
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
aplicadas para negócios e eventos significativos;
• Divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil
que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações
financeiras;
• Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
• Indicar os principais critérios de avaliação, os investimentos em outras
sociedades, o aumento de valor de elementos do ativo, os ônus reais, a taxa de
juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo, o
número, espécies e classes das ações do capital social, as opções de compra
de ações, os ajustes de exercícios anteriores e os eventos subsequentes à data
de encerramento do exercício que tenham (ou possam vir a ter) efeito relevante
sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

O Pronunciamento Técnico CPC 26 dispõe que as notas explicativas devem:


• Apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações
contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas;
• Divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações
e Interpretações que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis;
e
• Prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas
demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.

Demonstração do Valor Adicionado


Informe contábil que mostra os valores correspondentes à formação da riqueza gerada
pela empresa em determinado exercício. Essa riqueza é calculada a partir da diferença
entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros que
foram utilizados no processo de produção da empresa. A utilização da demonstração
do valor adicionado pode ser resumida a seguir:
• Como índice de avaliação do desempenho na geração de riqueza, ao medir a
eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o
valor das saídas com o valor das entradas; e
• Como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na
distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do governo, dos
agentes financiadores ou dos acionistas.

A DVA é obrigatória para empresas de capital aberto desde 2008. Sua estrutura típica
52
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
é a seguinte:

Figura – DVA.
(+) Receitas
Receita de vendas (faturamento bruto)
Provisão para crédito de liquidação duvidosa
(-) Insumos adquiridos de terceiros
Matéria-prima
Materiais secundários
(=) Valor Adicionado Bruto
(-) Retenções
Custo de depreciação
Despesa de depreciação
(=) Valor adicionado líquido produzido pela entidade
(+) Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial
Receita financeira de juros
(=) Valor adicionado total a distribuir
(+) Receitas
Receita de vendas (faturamento bruto)
Provisão para crédito de liquidação duvidosa
(-) Insumos adquiridos de terceiros
Matéria-prima
Materiais secundários
(=) Valor adicionado bruto
(-) Retenções
Custo de depreciação
Despesa de depreciação
(=) Valor adicionado líquido produzido pela entidade
(+) Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial
Receita financeira de juros
(=) Valor adicionado total a distribuir
Fonte: Elaborada pelo autor.

53
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Outras demonstrações
• Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR): busca
evidenciar as origens de recursos que ampliam a folga financeira de curto prazo
(ou seja, o capital circulante líquido) e as aplicações de recursos que consomem
essa folga. Não é obrigatória.
• Demonstração dos Fluxo de Caixa (DFC): busca analisar as movimentações
de disponibilidades em determinado período. É obrigatória e divide os fluxos de
entrada e saída de caixa em grupos:
o derivados das atividades operacionais;
o derivados das atividades de investimento; e
o derivados das atividades de financiamento.
• Demonstrações comparativas: a análise de uma empresa é feita com vistas
no futuro; é necessário, sendo assim, averiguar a evolução passada, e não
apenas a situação em determinado momento. No caso de reclassificação de
itens nas demonstrações contábeis, devem ser apresentados, no mínimo, três
balanços patrimoniais relativos:
o ao término do período corrente;
o ao término do período anterior; e
o ao início do mais antigo período comparativo apresentado, se afetado.
• Demonstrações contábeis separadas: trata-se de um conjunto especial de
demonstrações quando há investimentos em controladas. Não são obrigatórias.

54
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
10. Resumo CNPI: Elaboração de Relatórios
Internacional Financial Reporting Standards (IFRS)
A sigla inglesa IFRS significa Normas Internacionais de Informação Financeira.
International Financial Reporting Standards (IFRS) são um conjunto de normas
internacionais de contabilidade, emitidas e revisadas pelo International Accounting
Standards Board (IASB) ou, em português, Conselho de Normas Internacionais de
Contabilidade.
As normas da IFRS objetivam uniformizar os procedimentos contábeis e as políticas
existentes entre os países, melhorando a estrutura conceitual e proporcionando a
mesma interpretação das demonstrações financeiras.
Para que a análise dos relatórios financeiros sustente interpretações uniformes de seus
usuários (os gestores, os investidores, os analistas e as instituições) é preciso que as
características qualitativas (clareza, confiabilidade, relevância e equilíbrio entre custo e
benefício na preparação das demonstrações financeiras) tenham os mesmos critérios.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)


O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado através da Resolução CFC
nº 1.055/05 com o objetivo de emitir Pronunciamentos Técnicos visando à
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais.

CPC 01 – Redução do Valor Recuperável de um Ativo


O objetivo é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar
que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus
valores de recuperação. Caso existam evidências claras de que ativos estão avaliados
por valor não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a
desvalorização por meio da constituição de provisão para perdas.

CPC 04 – Ativos Intangíveis


O objetivo é definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis que não são abrangidos
especificamente em outro Pronunciamento. O CPC 04 estabelece que uma entidade
deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados critérios especificados
neste Pronunciamento forem atendidos. O Pronunciamento também especifica como
mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações específicas sobre
esses ativos.

55
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
CPC 15 – Combinação de Negócios
O objetivo é aprimorar a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das
informações que a entidade fornece em suas demonstrações contábeis acerca de
combinação de negócios e sobre seus efeitos.

CPC 18 – Investimento em Coligada e Controlada


O objetivo é estabelecer a contabilização de investimentos em coligadas e controladas,
além de definir os requisitos para a aplicação do método da equivalência patrimonial no
momento da contabilização de investimentos em coligadas, em controladas e em
empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures).

CPC 22 – Informações por Segmento


Esse Pronunciamento tem por objetivo estabelecer diretrizes para a elaboração e
divulgação de informações separadas por segmentos.
• Segmento operacional: é um componente de entidade:
o que desenvolve atividades de negócio das quais pode obter receitas e
incorrer em despesas (incluindo receitas e despesas relacionadas a
transações com outros componentes da mesma entidade);
o cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo principal
gestor das operações da entidade para a tomada de decisões sobre
recursos a serem alocados ao segmento e para a avaliação do seu
desempenho; e
o para o qual haja informação financeira individualizada disponível.

As informações devem ser divulgadas conforme os diferentes segmentos


operacionais que a empresa possa ter, para que o usuário das demonstrações possa
saber a qual operação um determinado resultado ou acontecimento apresentado pode
ser atribuído.
Informações geográficas: a entidade precisa evidenciar as informações
geográficas, salvo se as informações necessárias não se encontrarem
disponíveis e o custo da sua elaboração for excessivo.
• Informações sobre os principais clientes: a entidade precisa fornecer
informações sobre seu grau de dependência em relação a seus principais
clientes. Se as receitas advindas das transações com um único cliente externo
representarem 10% ou mais das receitas totais da entidade, esta deve divulgar
tal fato, bem como o montante total das receitas provenientes de cada um

56
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
desses clientes e a identidade do segmento ou dos segmentos em que as
receitas são divulgadas.

CPC 25 – Provisões, Passivos e Ativos Contingentes


O CPC 25 tem por objetivo estabelecer critérios para o reconhecimento e divulgação de
provisões, passivos e ativos contingentes
• Provisão: provisão passiva de ter seu valor estimado com confiabilidade e com
chance maior que 50% de ocorrer e gerar saída de recursos (saída provável).
Provisões são reconhecidas e contabilizadas.
• Passivo contingente: tem existência condicionada a eventos futuros incertos e
não controlados pela empresa (e/ou quando não existe confiabilidade na
estimativa de valor). A saída de recursos não é provável, mas possível. Não
são contabilizados, apenas divulgados em notas explicativas.
• Ativo contingente: ativo que traz uma possibilidade de entrada futura de
recursos, a depender da ocorrência ou não de eventos futuros que fogem ao
controle da empresa. Não são contabilizados.

Tratamento contábil:
• Valor estimável e acontecimento provável – provisão – reconhecido e
contabilizado;
• Valor não estimável e acontecimento provável – contingência – nota explicativa;
• Acontecimento possível – contingência – nota explicativa;
• Acontecimento remoto – contingência – nada.

CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis (IAS 1)


Apresenta regras para a divulgação de demonstrações para fins gerais, com o objetivo
de garantir a comparabilidade entre diferentes entidades e diferentes períodos de uma
mesma entidade. Entre essas regras, incluem-se as seguintes orientações:
• As demonstrações contábeis devem ser identificadas claramente e distinguidas
de outras informações e demonstrações divulgadas no mesmo documento;
• As demonstrações contábeis devem ser apresentadas pelo menos anualmente e
devem apresentar apropriadamente a posição patrimonial e financeira, o
desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade;
• Um conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
o patrimonial;

57
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o demonstração do resultado;
o demonstração do resultado abrangente;
o demonstração das mutações do patrimônio líquido;
o demonstração dos fluxos de caixa;
o demonstração do valor adicionado quando exigida legalmente; e
o notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis
significativas e outras informações explanatórias.

Será necessário que apareçam nas demonstrações, no mínimo, as seguintes


informações:
• ativos;
• passivos;
• patrimônio líquido;
• receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
• contribuições dos sócios e distribuições a estes, na sua condição como tais;
• fluxos de caixa; e
• outras informações contidas nas notas explicativas.

CPC 27 – Ativo Imobilizado


Objetiva estabelecer o tratamento contábil para ativos imobilizados, de modo que
os usuários das demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o
investimento da entidade em seus ativos imobilizados, bem como suas mutações.
O ativo imobilizado é reconhecido por seu custo. O custo de um item de ativo
imobilizado deve ser reconhecido como ativo se, e apenas se:
• For provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para
a entidade; e
• O custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

Não são reconhecidos custos de manutenção como parte do ativo imobilizado, apenas
como parte do resultado quando ocorrem. Peças e itens de substituição que atendam
aos critérios citados devem ser reconhecidos como ativos imobilizados.
A depreciação se refere ao reconhecimento do consumo de benefícios econômicos do
ativo, devendo ser reconhecida como despesa no resultado. As diferentes formas de
reconhecer a depreciação são:
58
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Método linear: consiste na aplicação de taxas constantes durante o tempo de
vida útil estimado para o ativo. É o método mais comum. Também denominado
de método das quotas constantes.
• Método da soma dos algarismos dos anos: consiste em estipular taxas
variáveis crescentes ou decrescentes durante o tempo de vida útil do ativo. Para
tanto, utiliza-se o seguinte critério: somam-se os algarismos dos anos que
formam o tempo de vida útil do ativo, obtendo-se, assim, o denominador da
fração, que determinará a taxa de depreciação de cada ano.
• Método das unidades produzidas: o uso desse método resulta em despesa
baseada no uso ou produção esperados. Consiste em estipular a taxa de
depreciação tomando-se como base o número de unidades produzidas em cada
período. Para tanto, utiliza-se o seguinte critério: estima-se a quantidade de
unidades que o ativo produzirá durante o seu tempo de vida útil. A taxa de
depreciação do período será calculada proporcionalmente à quantidade de
unidades produzidas nesse respectivo período.
• Método das horas de trabalho: consiste em estipular a taxa de depreciação
tomando-se como base o número de horas trabalhadas em cada período. Para
tanto, utiliza-se o seguinte critério: estima-se em horas o tempo de vida útil do
ativo. A taxa de depreciação do período será calculada proporcionalmente ao
número de horas trabalhadas nesse respectivo período.

CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Introdução


Tem por objetivo complementar os princípios do CPC 48, estabelecendo critérios para
a apresentação de instrumentos financeiros como passivo ou patrimônio líquido e para
compensação de ativos financeiros e passivos financeiros.
• Instrumento financeiro: é um contrato que dá origem a um ativo financeiro, a
um passivo financeiro ou a um instrumento patrimonial.
• Ativo financeiro: caixa, instrumento patrimonial de outra entidade, direito
contratual.
• Passivo financeiro: obrigação contratual, contrato que será ou poderá ser
liquidado por instrumento patrimonial.
• Instrumento patrimonial: um instrumento financeiro que garante participação
nos ativos da entidade após dedução de todos os passivos.

CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação


O objetivo do CPC 40 é permitir que os usuários possam conhecer a importância de um
instrumento financeiro para a empresa e o risco ao qual ela está exposta a partir desse
instrumento. Esse Pronunciamento exige que a entidade divulgue nas suas
59
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
demonstrações contábeis aquilo que permita que os usuários avaliem:
• A significância do instrumento financeiro para a posição patrimonial e financeira,
bem como para o desempenho da entidade; e
• A natureza e a extensão dos riscos resultantes de instrumentos financeiros a
que a entidade está exposta durante o período e ao fim do período contábil, e
como a entidade administra esses riscos.

CPC 48 — Instrumentos Financeiros


Seu objetivo é estabelecer princípios para os relatórios financeiros de ativos e passivos
financeiros, que devem apresentar informações pertinentes e úteis aos usuários de
demonstrações contábeis para a sua avaliação dos valores, época e incerteza dos
fluxos de caixa futuros da entidade.
Reconhecimento inicial: o ativo deve ser reconhecido a partir do momento em que a
empresa puder auferir benefícios ou estiver exposta à valorização ou desvalorização
desse ativo.
O reconhecimento e a classificação dos ativos financeiros podem ser resumidos da
seguinte forma:
• Quando o ativo afetar a empresa segundo termos contratuais, através de
rendimentos previstos, será reconhecido como custo amortizado, entrando como
ativo no balanço pelo seu valor original e sendo atualizado pelos dispositivos do
contrato. Vale ressaltar que rendimentos provindos desse ativo afetarão a DRE,
ao entrarem como receita financeira.
• Quando o ativo afetar a empresa ao se valorizar ou desvalorizar, o que ocorre
quando a empresa pretende negociar esse ativo em um período futuro, ele será
reconhecido pelo seu valor justo. Aparecerá no balanço patrimonial da mesma
forma que no caso acima, segundo os termos contratuais. No entanto, nesse
caso, as variações no preço serão contabilizadas no balanço na parte de
patrimônio líquido e como ajuste de avaliação patrimonial em outros resultados
abrangentes. Variações no preço não afetam a DRE enquanto o ativo não for
vendido, pois não se trata do resultado.
• Quando ocorre a situação citada anteriormente e o ativo é de fato vendido, só
então será tratado como parte do resultado, sendo contabilizado na DRE.

A entidade deve classificar todos os passivos financeiros como mensurados


subsequentemente ao custo amortizado, exceto:
I. Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado: esses passivos,
incluindo derivativos que sejam passivos, devem ser mensurados
subsequentemente ao valor justo;
60
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
II. Passivos financeiros que surjam quando a transferência do ativo financeiro não
se qualificar para desreconhecimento ou quando a abordagem do envolvimento
contínuo for aplicável;
III. Contratos de garantia financeira: após o reconhecimento inicial, o emitente
desse contrato ((a) ou (b) for aplicável) deve mensurá-lo subsequentemente pelo
maior valor entre:
a. o valor da provisão para perdas; e
b. o valor inicialmente reconhecido menos, se apropriado, o valor acumulado
da receita reconhecido de acordo com os princípios do CPC 47.
IV. Compromissos de conceder empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado.
O emitente desse compromisso ((a) for aplicável) deve mensurá-lo
subsequentemente pelo maior valor entre:
a. o valor da provisão para perdas; e
b. o valor inicialmente reconhecido menos, se apropriado, o valor acumulado
da receita reconhecido de acordo com os princípios do CPC 47.
V. A contraprestação contingente reconhecida por adquirente em combinação de
negócios à qual deve ser aplicado o CPC 15. Essa contraprestação contingente
deve ser mensurada subsequentemente ao valor justo com as alterações
reconhecidas no resultado.

Definições e conceitos
• Valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior
valor entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor em uso.
• Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que
devem resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa.
• Valor líquido de venda é o valor a ser obtido pela venda de um ativo ou de uma
unidade geradora de caixa em transações em bases comutativas, entre partes
conhecedoras e interessadas, menos as despesas estimadas de venda.
• Despesas de venda ou de baixa são despesas incrementais diretamente
atribuíveis à venda ou à baixa de um ativo ou de uma unidade geradora de
caixa, excluindo as despesas financeiras e de impostos sobre o resultado
gerado.
• Perda por desvalorização é o valor pelo qual o valor contábil de um ativo ou de
uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.
• Valor contábil é o valor pelo qual um ativo está reconhecido no balanço depois
da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão
acumulada e provisão para perdas.
• Depreciação, amortização e exaustão é a alocação sistemática do valor
depreciável, amortizável e exaurível de ativos durante sua vida útil.
• Valor depreciável, amortizável e exaurível é o custo de um ativo, ou outra
base que substitua o custo nas demonstrações contábeis, menos seu valor
residual.
61
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Valor residual é o valor estimado que uma entidade obteria pela venda do ativo,
após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e
a condição esperadas para o fim de sua vida útil.
• Vida útil é o período no qual a entidade espera usar um ativo ou o número de
unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter
do ativo.
• Unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que gera as
entradas de caixa, que são em grande parte independentes das entradas de
caixa de outros ativos ou de grupos de ativos.
• Ativos corporativos são ativos, exceto ágio por expectativa de rentabilidade
futura (goodwill), que contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos de
caixa futuros, tanto da unidade geradora de caixa sob revisão quanto de outras
unidades geradoras de caixa.
• Mercado ativo é um mercado em que todas as seguintes condições existem:
o os itens transacionados no mercado são homogêneos;
o vendedores e compradores com disposição para negociar são
encontrados a qualquer momento para efetuar a transação; e
o os preços estão disponíveis para o público.
• Combinação de negócios: é quando o adquirente (comprador) obtém o
controle de um negócio;
• Controle: um investidor controla a investida quando está exposto a (ou tem
direitos sobre) retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a
investida, de modo que possui a capacidade de afetar esses retornos por meio
de seu poder sobre esta;
• Negócio: é o conjunto integrado de atividades e ativos capaz de ser conduzido e
gerenciado para gerar retorno (na forma de dividendos, redução de custos ou
outros benefícios econômicos) diretamente para seus investidores.
• Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa.
• Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo
econômico em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e
fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como
se fossem uma única entidade econômica.
• Método de equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do
qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é
ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor
sobre os ativos líquidos da investida. As receitas ou as despesas do investidor
incluem sua participação nos lucros ou prejuízos da investida, e os outros
resultados abrangentes do investidor incluem a sua participação em outros
resultados abrangentes da investida.
62
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle
conjunto.
• Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente convencionado, do
controle de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades
relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o
controle.
• Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um acordo
conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle em conjunto do
acordo contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo.
• Investidor conjunto (joint venturer) é uma parte de um empreendimento
controlado em conjunto (joint venture) que tem o controle conjunto desse
empreendimento.
• Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas
financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle
individual ou conjunto dessas políticas.

63
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
11. Resumo CNPI: Estrutura Conceitual Básica
Conceitos relevantes
• Administração do capital de giro ou do capital circulante: preocupa-se com
a forma com que é executada a gestão dos recebimentos e pagamentos da
empresa no que tange ao curto prazo.
• Estrutura de capital (ou estrutura financeira): trata da combinação das fontes
de recursos – seja de capital próprio, seja de terceiros – utilizadas pela empresa
para financiar suas operações.
• Orçamento de capital: voltado para o planejamento e a gestão dos
investimentos da empresa, considerando o longo prazo. Buscam-se
oportunidades de investimentos que oferecem bom custo-benefício na decisão
de longo prazo.
• Firma individual: é uma empresa com um único dono, ou seja, não há sócios.
Apesar de esta se apresentar como uma das formas menos burocráticas de se
abrir uma empresa, caso haja dívidas em aberto, os credores poderão recorrer
aos bens do proprietário a fim de receber o montante que lhes é devido.
• Sociedade por cotas: possui mais de um proprietário; os lucros e os prejuízos,
além disso, são divididos entre eles, de acordo com a participação de cada um
na sociedade. Nesse contexto, podem existir sócios gerais e sócios com
responsabilidade limitada.
• Sociedade por ações ou Sociedade Anônima (S.A.): possui personalidade
jurídica, permitindo à empresa contrair dívidas, firmar contratos, possuir ações
de outras S.A. ou adquirir bens. Uma S.A. deve possuir um estatuto social que
regulamente sua existência. Ademais, os gestores que administram a empresa
são escolhidos através de um conselho administrativo.
• Análise, planejamento e controle financeiro: coordenam, monitoram e
avaliam todas as atividades da empresa por meio de relatórios financeiros.
• Decisões de investimentos: consideram a adequação de risco e retorno ao
destinar os recursos financeiros para aplicação na empresa.
• Decisões de financiamentos: consideram a adequação dos financiamentos a
curto e longo prazos para captar recursos financeiros que financiarão os ativos
adquiridos pela empresa.

Estrutura conceitual básica


Estrutura conceitual é um conjunto de teorias que um órgão regulador, uma lei ou
quem tem poder para emitir normas escolhe, entre as teorias e/ou suas vertentes à

64
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
disposição, com o objetivo de ter uma base para emitir as normas contábeis. O
objetivo principal da estrutura conceitual escolhida é auxiliar o normatizador a seguir
determinada linha na emissão de suas normas, assim como ajudar os contadores a
entender e interpretar essas normas que serão aplicadas, auxiliando a interpretação
dos usuários das demonstrações contábeis.
A finalidade da estrutura conceitual pode ser subdividida em:
• Dar suporte ao desenvolvimento de novos pronunciamentos técnicos,
permitindo interpretações, orientações e revisão dos pronunciamentos
técnicos já existentes;
• Promoção da harmonia entre regulações, normas contábeis e procedimentos
relacionados às demonstrações contábeis, de modo que haja redução do
número de tratamentos contábeis alternativos que são permitidos;
• Dar suporte aos órgãos reguladores nacionais;
• Auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na
aplicação dos pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações e no
tratamento de assuntos que ainda não tenham sido objeto desses documentos;
• Auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade
das demonstrações contábeis com os pronunciamentos técnicos,
interpretações e orientações;
• Auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de
informações nelas contidas, elaboradas em conformidade com
pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações;
• Proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na
formulação dos pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações.

Princípios contábeis
• Princípio da entidade: evidencia o patrimônio como instrumento da
contabilidade e confirma a sua soberania. O patrimônio da empresa não se
mistura com o patrimônio dos sócios ou investidores, ou seja, a entidade contém
o patrimônio, mas a recíproca não é real.
• Princípio da continuidade: esse princípio supõe que a entidade perseverará no
futuro à medida que o patrimônio se fragmenta. Nesse princípio, as
demonstrações geralmente são organizadas segundo a hipótese de que a
entidade permanecerá em conta em um futuro próximo e que não possui o
plano nem tem o dever de entrar em liquidação.
• Princípio da oportunidade: o princípio trata do processo de medir e
demonstrar os fragmentos do patrimônio para gerar dados íntegros. A falta

65
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
de integridade na geração de dados contábeis pode gerar perda de sua
importância.
• Princípio do registro pelo valor original: esse princípio dispõe dos fragmentos
do patrimônio que inicialmente são registrados por valores de origem das
transações, os quais são explícitos em moeda nacional.
• Relevância: dados e informações de qualidade técnica e real devem ser
relevantes na tomada de decisões, colaborando na avaliação de ocorrências
passadas, presentes e até futuras, com vistas às correções de processos.
• Compreensibilidade: as informações devem ser compreensíveis àqueles que
as analisarão e devem estar à disposição de forma razoável ao entendimento,
não suprimindo a relevância ou omissão de dados.
• Verificabilidade: a verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a
informação represente fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe a
representar, o que permite que diferentes observadores independentes possam
verificar as informações e chegar, eventualmente, a um consenso.
• Confiabilidade ou representação fidedigna: para ser útil, a informação
contábil-financeira deve ser relevante e representar com fidedignidade o
fenômeno em questão. Para isso, a informação deve deter três atributos:
completa, neutra e livre de erros.
• Comparabilidade: os usuários devem ter condições de diferenciar as
demonstrações e realizar comparativos do desempenho da empresa em um
determinado período, a fim de apontar direções em sua estrutura de patrimônio
e em sua performance.
• Tempestividade: os tomadores de decisão devem ter a informação disponível a
tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Ainda que, em geral,
informações antigas tenham menos utilidade, é possível que algumas detenham
tempestividade prolongada, sendo útil para que o usuário identifique tendências.

Demonstrações contábeis suplementares e notas explicativas


As notas explicativas e demonstrações suplementares são quadros suplementares
e outras informações. Elas podem, por exemplo, conter informações adicionais e
relevantes às necessidades dos usuários sobre itens do balanço patrimonial e da
demonstração do resultado, assim como divulgações sobre os riscos e incertezas que
afetam a entidade e quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista
obrigatoriedade de reconhecimento no balanço patrimonial (tais como reservas
minerais). Além disso, informações sobre segmentos industriais ou geográficos e sobre
o efeito de mudanças de preços também podem ser apresentadas sob a forma de
informações suplementares.

66
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Limitações na relevância e na confiabilidade das informações
• Tempestividade: é preciso buscar o equilíbrio entre a relevância e a
confiabilidade da informação. É desejoso que a informação seja confiável, mas
ela precisa também ser publicada em tempo oportuno. A demora na divulgação
de uma informação pode torná-la mais confiável, mas, ao mesmo tempo, menos
útil para a tomada de decisão.
• Custos e benefícios: a criação e publicação de relatórios gera custos para a
empresa. A utilidade dos relatórios publicados precisa superar o custo de
produzi-los.

Mensuração dos elementos das demonstrações contábeis


• Custo histórico (ativos): são os valores originais das transações, por exemplo,
se um carro foi adquirido por R$ 35.000,00, esse valor será o custo histórico
desse ativo. Sendo assim, os ativos são registrados por qualquer um desses
valores: pagos, valores a serem pagos em caixa, equivalentes de caixa ou pelo
valor dos recursos que são entregues para adquirir esses ativos na data da
aquisição.
• Custo histórico (passivos): os passivos são registrados pelos valores dos
recursos que foram recebidos em troca da obrigação e pelos valores em caixa
ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso
normal das operações (e.g., imposto de renda).
• Custo corrente: é o valor na data das demonstrações contábeis, isto é, os
ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na
data do balanço (por exemplo, avaliação do estoque pelo valor de reposição se
este for menor do que o custo de aquisição).
• Valor realizável: é o valor praticado efetivamente pela empresa caso ela deseje
realizar uma transação no momento. Os ativos são mantidos pelos valores em
caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda em uma
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação,
isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa não descontados.
• Valor presente: os ativos são mantidos pelo valor presente descontado do fluxo
futuro de entrada líquida de caixa que se espera que seja gerado pelo item no
curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor
presente descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera que
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da
entidade.

67
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Usuários das informações contábeis
Usuários externos: não estão ligados à gestão da empresa nem trabalham nela, mas
possuem interesses por terem suas atividades de alguma forma ligadas à empresa.
• Bancos: bancos e outros credores utilizam a informação contábil para avaliar a
capacidade de pagamento da empresa, auxiliando a aprovação ou não de
crédito, a determinação de taxas de juros, de prazos de pagamento etc.
• Governo: são de interesse do governo as informações a respeito de custos e
lucros das empresas, para fins tributários e de levantamentos estatísticos a
respeito da economia do país. Essas informações podem ser utilizadas, por
exemplo, para a tomada de decisão ligada a políticas econômicas e ao
desenvolvimento de determinadas regiões ou setores da economia
• Sindicatos: é de interesse dos sindicatos conhecer a situação das empresas de
um determinado setor para a negociação, por exemplo, de reajustes salariais.
• Fornecedores: utilizam as informações para identificar possíveis clientes ou
potencial ampliação das vendas. Além disso, utilizam-nas para identificar
possíveis riscos e determinar prazos de pagamento.

Usuários internos: estão diretamente ligados à empresa, incluindo seus setores e


empregados.
• Funcionários: possuem interesse nas informações contábeis porque a empresa
é a sua fonte de renda.
• Administradores, gestores, sócios e investidores: necessitam das
informações para o planejamento e a tomada de decisão.

68
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
12. Resumo CNPI: Ativos, Exigíveis e
Patrimônio Líquido
CPC 25 – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes
O CPC 25 tem o objetivo de estabelecer que sejam aplicados critérios de
reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões e a passivos e
ativos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas explicativas
para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor.
• Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes
de gerar benefícios econômicos;
• Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não
formalizada que faça com que a entidade não apresente nenhuma alternativa
realista, exceto liquidar essa obrigação.
• Obrigação legal é uma obrigação que deriva de:
o contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);
o legislação; ou
o outra ação da lei.
• Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da
entidade em que:
o por via de padrão estabelecido por meio de práticas passadas, de
políticas publicadas ou de declaração atual suficientemente específica, a
entidade tenha indicado a outras partes que aceitará certas
responsabilidades; e
o em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras
partes de que cumprirá com essas responsabilidades (CPC, 2009).

CPC 27 – Ativo imobilizado


O CPC 27 tem o objetivo de estabelecer o tratamento contábil para ativos
imobilizados, de modo que os usuários das demonstrações contábeis possam
discernir a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos imobilizados,
bem como suas mutações. Os principais pontos a serem considerados na
contabilização do ativo imobilizado são o reconhecimento dos ativos, a determinação
dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e perdas por desvalorização a
serem reconhecidas em relação a eles.
O CPC 27 apresenta as seguintes definições
69
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da
depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas;
• Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de
qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou
construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando
inicialmente reconhecido de acordo com as disposições específicas de outros
Pronunciamentos, como, por exemplo, o Pronunciamento Técnico CPC 10 –
“Pagamento Baseado em Ações”.
• Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,
menos o seu valor residual;
• Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo
da sua vida útil;
• Valor específico para a entidade (valor em uso) é o valor presente dos fluxos
de caixa que a entidade espera:
o obter com o uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua
vida útil; ou
o incorrer para a liquidação de um passivo.
• Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração.
• Valor recuperável é o valor que seria obtido com a venda de um ativo pelo seu
valor justo, descontadas as despesas da venda. Há valor recuperável quando o
valor justo é maior que o valor em uso mais as despesas com a venda.
• Ativo imobilizado é o item tangível que:
o é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou
serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
o se espera utilizar por mais de um período (CPC, 2009).

CPC 04 – Ativos intangíveis


O CPC 04 tem o objetivo de definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis
que não são abrangidos especificamente em outro pronunciamento. Ele estabelece que
uma entidade deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados critérios
especificados no próprio Pronunciamento forem atendidos. O Pronunciamento CPC 04
também especifica como mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo
divulgações específicas sobre esses ativos.
• Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível
ao longo da sua vida útil.
70
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Ativo é um recurso:
o controlado pela entidade como resultado de eventos passados; e
o do qual se espera que resultem benefícios econômicos futuros para a
entidade.
• Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido no balanço
patrimonial após a dedução da amortização acumulada e da perda por
desvalorização.
• Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de
qualquer outra contraprestação dada para adquirir um ativo na data da sua
aquisição
• Valor amortizável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,
menos o seu valor residual.
• Desenvolvimento é a aplicação dos resultados da pesquisa ou de outros
conhecimentos em um plano ou projeto visando à produção de materiais,
dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou
substancialmente aprimorados, antes do início da sua produção comercial ou do
seu uso.
• Valor específico para a entidade é o valor presente dos fluxos de caixa que
uma entidade espera (i) obter com o uso contínuo de um ativo e com a alienação
ao final da sua vida útil ou (ii) incorrer para a liquidação de um passivo.
• Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração (ver CPC 46 – “Mensuração
do Valor Justo”).
• Perda por desvalorização é o valor pelo qual o valor contábil de um ativo ou de
uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável (Pronunciamento
Técnico CPC 01).
• Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física.
• Ativo monetário é aquele representado por dinheiro ou por direitos a serem
recebidos em uma quantia fixa ou determinável de dinheiro.
• Pesquisa é a investigação original e planejada realizada com a expectativa de
adquirir novo conhecimento e entendimento científico ou técnico.
• Valor residual de um ativo intangível é o valor estimado que uma entidade
obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda,
caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida
útil.
• Vida útil é:
71
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o o período no qual a entidade espera utilizar um ativo; ou
o o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a
entidade espera obter pela utilização do ativo.

CPC 16 – Estoques
O CPC 16 tem o objetivo de “determinar a forma de avaliação dos estoques
adquiridos para revenda, dos mantidos para consumo ou utilização industrial ou na
prestação de serviços, dos em processamento e dos produtos acabados prontos para a
venda” (CPC, 2009).

Estoques são ativos:


• mantidos para venda no curso normal dos negócios;
• em processo de produção para venda; ou
• na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no
processo de produção ou na prestação de serviços.

O CPC 16 traz as seguintes definições:


• Item 6:
o “Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal
dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos
gastos estimados necessários para se concretizar a venda”;
o “Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que
seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não
forçada entre participantes do mercado na data de mensuração” (CPC,
2009).

O item 7 do CPC 16 afirma que


O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera
realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor justo
reflete o preço pelo qual uma transação ordenada para a venda do mesmo
estoque no mercado principal (ou mais vantajoso) para esse estoque ocorreria
entre participantes do mercado na data de mensuração. O primeiro é um valor
específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor
realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo
deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda (CPC, 2009).

72
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Item 8: “Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda,
incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por varejista para revenda ou
terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem
produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade e
incluem matérias-primas e materiais, aguardando utilização no processo de
produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo” (CPC,
2009).

CPC 28 – Propriedade para investimento


O CPC 28 tem o objetivo de prescrever o tratamento contábil de propriedades
para investimento e respectivos requisitos de divulgação.
Conforme o item 2 do Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 28: “Propriedade
para investimento é o imóvel (terreno ou edifício – ou parte de um edifício – ou
ambos) mantido pelo proprietário (ou arrendatário) para obter rendas ou para
valorização do capital ou para ambas, e não para uso na produção ou fornecimento de
bens ou serviços, para finalidades administrativas ou para venda no curso ordinário do
negócio. A propriedade para investimento é classificada no Ativo Não Circulante,
subgrupo Investimentos” (CPC, 2009, grifo nosso).

CPC 18 e 19 – Investimento em coligada, em controlada e em empreendimento


controlado em conjunto
De acordo com o item 1 do Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 18, o CPC 18
tem o objetivo de “especificar como devem ser contabilizados os investimentos
em coligadas nas demonstrações contábeis individuais e consolidadas do investidor e
em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures) nas
demonstrações contábeis da controladora” (CPC, 2012, grifo nosso).
O CPC 18 traz as seguintes definições:
• Item 2:
o “Coligada é a entidade sobre a qual a investidora mantém influência
significativa. Influência significativa significa existência do poder de
participar nas decisões financeiras e operacionais da investida. É
presumido que exista influência significativa quando a entidade possui
20%, ou mais, das ações ou das quotas com direito a voto da investida. A
entidade perde a influência significativa sobre a investida quando ela
perde o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e
operacionais daquela investida” (CPC, 2012, grifo nosso).
• Item 3:

73
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o “Controlada é a entidade na qual a controladora, diretamente ou por
meio de outra controlada, tem poder para assegurar, de forma
permanente, preponderância em suas deliberações sociais e de eleger a
maioria de seus administradores” (CPC, 2012, grifo nosso).
• Item 4:
o “Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um
acordo conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle em
conjunto do acordo contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse
acordo” (CPC, 2012, grifo nosso).

O item 1 do resumo do CPC 19 afirma que o Pronunciamento tem o objetivo de


“estabelecer princípios para o reporte financeiro por entidades que tenham
interesses em negócios controlados em conjunto (negócios em conjunto). O
Pronunciamento define controle conjunto e exige que a entidade que seja parte
integrante de negócio em conjunto determine o tipo de negócio em conjunto com o qual
está envolvida por meio da avaliação de seus direitos e obrigações e contabilize esses
direitos e obrigações conforme esse tipo de negócio em conjunto” (CPC, 2012, grifo
nosso).
Conforme o item 3 do sumário do CPC 19: “Negócio em conjunto é um negócio do
qual duas ou mais partes têm o controle conjunto e nas quais as partes integrantes
estão vinculadas por acordo contratual que dá a duas ou mais dessas partes
integrantes o controle conjunto do negócio. Pode ser tanto uma operação em conjunto
(joint operation) quanto um empreendimento controlado em conjunto (joint venture)”
(CPC, 2012, grifo nosso).
O item 4 determina que: “Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente
convencionado, do controle de negócio, que existe somente quando decisões sobre as
atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o
controle” (CPC, 2012, grifo nosso).

CPC 39, 40 e 48 – Instrumentos financeiros


O CPC 39 tem o objetivo de estabelecer princípios para a apresentação de
instrumentos financeiros como passivo ou patrimônio líquido e para compensação de
ativos financeiros e passivos financeiros (CPC, 2009).
O item 1 afirma que o CPC 40 tem o objetivo de “exigir que a entidade divulgue
nas suas demonstrações contábeis aquilo que permita que os usuários avaliem: (a)
significância do instrumento financeiro para a posição patrimonial e financeira e para o
desempenho da entidade; e (b) a natureza e a extensão dos riscos resultantes de
instrumentos financeiros a que a entidade está exposta durante o período e ao fim do
período contábil, e como a entidade administra esses riscos” (CPC, 2012, grifo nosso).

74
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
O CPC 48 tem o objetivo de estabelecer princípios para os relatórios financeiros
de ativos e passivos financeiros que devem apresentar informações pertinentes e úteis
aos usuários de demonstrações contábeis para a sua avaliação dos valores, época e
incerteza dos fluxos de caixa futuros da entidade.

CPC 01 – Redução do valor recuperável de ativos


O CPC 01 tem o objetivo de estabelecer procedimentos que a entidade deve
aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por
valor que não exceda seus valores de recuperação. Caso existam evidências claras
de que ativos estão avaliados por valor não recuperável no futuro, a entidade deverá
imediatamente reconhecer a desvalorização por meio da constituição de provisão para
perdas (CPC, 2010).
Valor recuperável é definido como o maior valor entre o valor líquido de venda de um
ativo ou de unidade geradora de caixa e o seu valor em uso:
• A melhor evidência de um valor líquido de venda é um preço de um contrato de
venda firme em uma transação em bases comutativas, entre partes
conhecedoras e interessadas, ajustado por despesas adicionais que seriam
diretamente atribuíveis à venda do ativo.
• A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
o estimar futuras entradas e saídas de caixa decorrentes de uso contínuo
do ativo e de sua baixa final; e
o aplicar taxa de desconto adequada a esses fluxos de caixa futuros.
• A taxa (ou as taxas) de desconto deve(m) ser a taxa (ou as taxas) antes dos
impostos, que reflita(m) as avaliações atuais de mercado:
o do valor da moeda no tempo; e
o dos riscos específicos do ativo para os quais as futuras estimativas de
fluxos de caixa não foram ajustadas (CPC, 2010).

CPC 06 – Arrendamentos
O CPC 06 tem o objetivo de estabelecer os princípios para o reconhecimento, a
mensuração, apresentação e divulgação de arrendamentos. A sua finalidade é
garantir que arrendatários e arrendadores forneçam informações relevantes, de modo
que representem fielmente essas transações. Essas informações fornecem a base para
que usuários de demonstrações contábeis avaliem o efeito que os arrendamentos têm
sobre a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade
(CPC, 2017).

75
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Arrendador é a entidade que fornece o direito de usar o ativo subjacente por
determinado período em troca de contraprestação.
• Arrendamento é o contrato, ou parte do contrato, que transfere o direito de usar
um ativo (ativo subjacente) por um período em troca de contraprestação.
• Arrendamento de curto prazo é o arrendamento que, na data de início, possui
o prazo de arrendamento de 12 meses ou menos. O arrendamento que contém
opção de compra não é arrendamento de curto prazo
• Arrendamento financeiro é o arrendamento que transfere substancialmente
todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente.
• Arrendamento operacional é o arrendamento que não transfere
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo
subjacente.
• Arrendatário é a entidade que obtém o direito de usar o ativo subjacente por
determinado período em troca de contraprestação.
• Ativo de direito de uso é o ativo que representa o direito do arrendatário de
usar o ativo subjacente durante o prazo do arrendamento.
• Ativo subjacente é o ativo que é o objeto de arrendamento, para o qual o
direito de usar esse ativo foi fornecido pelo arrendador ao arrendatário.
• Custo direto inicial é o custo incremental de obtenção do arrendamento que
não teria sido incorrido se o arrendamento não tivesse sido obtido, exceto para
os custos incorridos por arrendador fabricante ou revendedor associados ao
arrendamento financeiro.

CPC 08 – Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores


mobiliários
O CPC 08 tem o objetivo de estabelecer o tratamento contábil aplicável ao
reconhecimento, mensuração e divulgação dos custos de transação incorridos e dos
prêmios recebidos no processo de captação de recursos por intermédio da emissão de
títulos patrimoniais e/ou de dívida (CPC, 2010).
• Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis
às atividades necessárias. São, por natureza, gastos incrementais, já que não
existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem.
Exemplos de custos de transação são:
o gastos com elaboração de prospectos e relatórios;
o remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados,
contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de
investimento, corretores etc.);

76
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-
shows);
o taxas e comissões;
o custos de transferência;
o custos de registro etc.
• Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e
valores mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou
custos de carregamento.
• Despesas financeiras são os custos ou as despesas que representam o ônus
pago ou a pagar como remuneração direta do recurso tomado emprestado do
financiador derivado dos fatores tempo, risco, inflação, câmbio, índice específico
de variação de preços e assemelhados; incluem, portanto, os juros, a
atualização monetária, a variação cambial etc., mas não incluem taxas,
descontos, prêmios, despesas administrativas, honorários etc.
• Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de
transação, prêmios, descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual
representa a diferença entre os valores recebidos e os valores pagos (ou a
pagar) a terceiros.
• Prêmio na emissão de debêntures ou de outros títulos e valores mobiliários é o
valor recebido que supera o de resgate desses títulos na data do próprio
recebimento ou o valor formalmente atribuído aos valores mobiliários.
• Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa efetiva de juros que iguala o valor
presente dos fluxos de entrada de recursos ao valor presente dos fluxos de
saída. Em outros termos, é a taxa efetiva de juros que faz com que, por
exemplo, o valor presente líquido dos fluxos de caixa de determinado título de
dívida ou empréstimo seja igual a zero, considerando-se, necessariamente, a
captação inicial líquida dos custos de transação (CPC, 2010).

CPC 29 – Ativo biológico e produto agrícola


O CPC 29 tem o objetivo de estabelecer o tratamento contábil e as respectivas
divulgações, pertinentes à avaliação dos estoques dos ativos biológicos e dos
produtos agrícolas, como parte do registro das atividades agrícolas.
• O produto agrícola é definido como o produto colhido ou, de alguma forma,
obtido a partir de um ativo biológico de uma entidade.
• O ativo biológico, por sua vez, refere-se a um animal ou a uma planta, vivos,
que produz produto agrícola.

77
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• A transformação biológica compreende o processo de crescimento,
degeneração, produção e procriação que causa mudança qualitativa e
quantitativa no ativo biológico. Assim, por exemplo, o gado para produção de
leite é ativo biológico que produz o produto agrícola “leite”, e está sujeito a
nascimento, crescimento, produção, degeneração, procriação; se os bezerros
machos que nascem são destinados à venda, eles são considerados
produto agrícola, e se as fêmeas se destinam à futura produção de leite, são
consideradas ativos biológicos. Em outros exemplos, o pé de café é o ativo
biológico que produz o produto agrícola “café”; o eucalipto é o ativo biológico
que produz o produto agrícola “madeira”, a ser utilizada como matéria-prima
para a obtenção da celulose etc.
• Ativos biológicos consumíveis são aqueles passíveis de serem colhidos como
produto agrícola ou vendidos como ativos biológicos. Exemplos de ativos
biológicos consumíveis são os rebanhos de animais mantidos para a produção
de carne, rebanhos mantidos para a venda, produção de peixe, plantações de
milho e trigo, produto de planta portadora e árvores para produção de madeira.
• Ativos biológicos para produção são os demais tipos, como, por exemplo:
rebanhos de animais para produção de leite; árvores frutíferas, das quais é
colhido o fruto. Ativos biológicos de produção (plantas portadoras) não são
produtos agrícolas, são, sim, mantidos para produzir produtos.
• Ativos biológicos podem ser classificados como maduros ou imaturos. Os
maduros são aqueles que alcançaram a condição para serem colhidos (ativos
biológicos consumíveis) ou estão aptos para sustentar colheitas regulares
(ativos biológicos de produção) (CPC, 2009).

CPC 32 – Tributos sobre o lucro


O CPC 32 tem o objetivo de “estabelecer o tratamento contábil para os tributos
sobre o lucro. A questão principal na contabilização dos tributos sobre o lucro é como
contabilizar os efeitos fiscais atuais e futuros de: (a) futura recuperação (liquidação) do
valor contábil dos ativos (passivos) que são reconhecidos no balanço patrimonial da
entidade; e (b) operações e outros eventos do período atual que são reconhecidos nas
demonstrações contábeis da entidade” (CPC, 2009).
O CPC 32 traz as seguintes definições:
• Lucro tributável (prejuízo fiscal) é o lucro (prejuízo) para um período,
determinado de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades
tributárias, sobre o qual os tributos sobre o lucro são devidos (recuperáveis);
• Despesa tributária (receita tributária) é o valor total incluído na determinação
do lucro ou prejuízo para o período relacionado com o tributo sobre o lucro
corrente ou diferido;

78
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Tributo corrente é o valor do tributo devido (recuperável) sobre o lucro
tributável (prejuízo fiscal) do período; e
• Passivo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro devido em período
futuro relacionado às diferenças temporárias tributáveis.

Conforme o CPC 32, ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro recuperável
em período futuro relacionado a:
I. diferenças temporárias dedutíveis;
II. compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados; e
III. compensação futura de créditos fiscais não utilizados.

De acordo com o item 5 do CPC 32


Diferença temporária é a diferença entre o valor contábil de ativo ou passivo
no balanço e sua base fiscal. As diferenças temporárias podem ser tanto: (a)
diferença temporária tributável: diferença temporária que resulta em valores
tributáveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos
futuros quando o valor contábil de ativo ou passivo é recuperado ou liquidado;
ou (b) diferença temporária dedutível, a qual é a diferença temporária que
resulta em valores que são dedutíveis para determinar o lucro tributável
(prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou passivo
é recuperado ou liquidado (CPC, 2009, grifo nosso).

O item 5 define que: “Base fiscal de ativo ou passivo é o valor atribuído àquele ativo
ou passivo para fins fiscais” (CPC, 2009).

Referências da aula
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Disponível
em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/304_CPC_25_rev%2019.pdf>. Acesso
em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 27 – Ativo Imobilizado. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/316_CPC_27_rev%2014.pdf>. Acesso em:
11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 04 – Ativos Intangíveis. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2014.pdf>. Acesso
em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 16 – Estoques. Disponível em:
79
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/243_CPC_16_R1_rev%2013.pdf>. Acesso
em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 28 – Propriedade para Investimento. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/320_CPC_28_rev%2014.pdf>. Acesso em:
11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Sumário do
Pronunciamento Técnico CPC 28 – Propriedade para Investimento. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/321_CPC%2028%20Sum%C3%A1rio.pdf>.
Acesso em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 18 – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento
Controlado
em Conjunto. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/458_CPC%2018%20R2%20Sumario.pdf>.
Acesso em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 19 – Negócios em Conjunto. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/274_CPC_19_%20R2_rev%2013.pdf>.
Acesso em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/410_CPC_39_rev%2013.pdf>. Acesso em:
11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/567_CPC_40_R1_rev%2017.pdf>. Acesso
em: 11 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 48 – Instrumentos Financeiros. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/530_CPC_48_rev_19.pdf>. Acesso em: 12
de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores
Mobiliários. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/171_CPC08_R1.pdf>. Acesso em: 12 de
nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/324_CPC_29_rev%2019.pdf>. Acesso em:
80
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
12 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 32 – Tributos sobre o Lucro. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/340_CPC_32_rev%2014.pdf>. Acesso em:
12 de nov. de 2021.

81
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
13. Resumo CNPI: Conversão das
Demonstrações Contábeis em Moeda
Estrangeira
Definições
• Taxa de fechamento é a taxa de câmbio à vista vigente ao término do período
de reporte.
• Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número
específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas
cambiais.
• Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.
• Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração.
• Moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da
entidade.
• Entidade no exterior é uma entidade que pode ser controlada, coligada,
empreendimento controlado em conjunto ou filial, sucursal ou agência de uma
entidade que reporta informação, por meio da qual são desenvolvidas atividades
que estão baseadas ou são conduzidas em um país ou em moeda diferente
daquelas da entidade que reporta a informação.
• Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a
entidade opera.
• Grupo econômico é uma entidade controladora e todas as suas controladas.
• Itens monetários são unidades de moeda mantidas em caixa e ativos e
passivos a serem recebidos ou pagos em um número fixo ou determinado de
unidades de moeda.
• Investimento líquido em entidade no exterior é o montante que representa o
interesse (participação na maior parte das vezes) da entidade que reporta a
informação nos ativos líquidos dessa entidade.
• Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são
apresentadas.
• Taxa de câmbio à vista é a taxa de câmbio normalmente utilizada para
liquidação imediata das operações de câmbio.

82
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Taxa de conversão
• Histórica: utilizada no momento da ocorrência. A compra de um equipamento
seria contabilizada pela taxa do dólar no momento da transação.
• Corrente: utilizada quando uma operação está sendo realizada. Todas as
operações de pagamentos e recebimentos são convertidas pela taxa corrente.
• Fechamento: taxa vigente na data de encerramento das demonstrações
contábeis. O caixa no encerramento do balanço será convertido pela taxa de
câmbio na data de fechamento.
• Média: média das taxas vigentes em determinado período. Normalmente
utilizada para a conversão de itens de demonstração do resultado (vendas,
custos etc.).
• Projetada: utilizada em economias com hiperinflação. Converte itens de
vencimento futuro.

Conforme o CPC 02, há três métodos de conversão de demonstrações contábeis:


• Taxa de câmbio de corrente: neste método, todos os itens são convertidos
pela taxa de câmbio vigente na data de encerramento das demonstrações
contábeis, isto é, pela taxa corrente. Normalmente o câmbio de fechamento é
utilizado onde a economia é estável e com baixa taxa de inflação.
• Monetário e não monetário: neste caso, os itens das demonstrações contábeis
são classificados em:
o Monetários: disponibilidades ou obrigações que serão realizadas ou
exigidas em dinheiro (caixa, duplicatas, PDD etc.) – itens convertidos pela
taxa corrente (veja mais adiante definição acerca de taxas de conversão);
e
o Não monetários: são os direitos e obrigações que serão exigidos em bens
ou serviços (estoques, adiantamentos a fornecedores, investimentos
permanentes, PL etc.) – itens convertidos pela taxa histórica.
• Temporal: os itens patrimoniais são classificados de acordo com a base de
valor adotada para avaliação, que pode ser: a valor passado, valor presente ou
valor futuro. Os itens patrimoniais são classificados em:
o Itens monetários prefixados: convertidos pela taxa já conhecida na
conversão (duplicatas etc.);
o Itens monetários pós-fixados: convertidos por uma taxa que ainda será
conhecida (contas a receber e a pagar, aplicações financeiras indexadas
etc.);

83
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o Itens não monetários realizáveis: taxas históricas (estoques, avaliados ao
custo histórico etc.); e
o Itens não monetários permanentes e Patrimônio Líquido (PL): taxas
históricas.

Moedas
• Moeda local: é a moeda do país onde a empresa se localiza; em nosso caso, é
o Real.
• Moeda funcional: é a moeda do principal sistema econômico em que o
conglomerado opera, que pode ser o dólar ou outra moeda estrangeira.
Ressalta-se que não se recomenda utilizar como moeda funcional moeda de
economias que tenham alta inflação.
• Moeda do relatório: é a moeda para a qual serão convertidos os
demonstrativos contábeis (dólar, por exemplo). O procedimento para a
conversão das demonstrações contábeis é o seguinte: converte-se o relatório de
moeda local para funcional e, em seguida, converte-se o relatório em moeda
funcional para moeda do relatório. Se a moeda do relatório e a funcional forem
as mesmas, nada se faz.

Conforme o CPC 02, uma transação em moeda estrangeira é a transação que é


fixada ou requer sua liquidação em moeda estrangeira, incluindo transações que são
originadas quando a entidade compra ou vende bens ou serviços, obtém ou concede
empréstimos, adquire ou desfaz-se de ativos fixados em moeda estrangeira (CPC,
2010).

CPC 02
O objetivo do CPC 02 é estabelecer como “registrar transações em moeda estrangeira
e operações no exterior nas demonstrações contábeis de uma entidade no Brasil,
registrar as variações cambiais dos ativos e passivos em moeda estrangeira e como
converter as demonstrações contábeis de uma entidade de uma moeda para outra”
(CPC, 2010).
• O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é normalmente
aquele em que principalmente ela gera e despende caixa. A entidade deve
considerar os seguintes fatores na determinação de sua moeda funcional:
o A moeda:
▪ que mais influencia os preços de venda de bens e serviços
(geralmente é a moeda na qual os preços de venda para seus
bens e serviços estão expressos e são liquidados); e
84
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
▪ do país cujas forças competitivas e regulações mais influenciam na
determinação dos preços de venda para seus bens e serviços.
o A moeda que mais influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e
outros custos para o fornecimento de bens ou serviços (geralmente é a
moeda na qual tais custos estão expressos e são liquidados).
• Os seguintes fatores também podem servir como evidências para
determinar a moeda funcional da entidade:
o a moeda por meio da qual são originados recursos das atividades de
financiamento (por exemplo, emissão de títulos de dívida ou ações);
o a moeda por meio da qual os recursos gerados pelas atividades
operacionais são usualmente acumulados (CPC, 2010).

Referência da aula
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento CPC 02
(R2) – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de
Demonstrações Contábeis. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/62_CPC_02_R2_rev%2013.pdf>. Acesso
em: 16 de nov. de 2021.

85
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
14. Resumo CNPI: Relatórios Contábeis e
Análise das Demonstrações Contábeis
Relatórios contábeis e análise das demonstrações contábeis
• Indicador de Preço/Lucro (P/L): é uma relação entre o preço do título e o lucro
total da empresa dividido por ação. Conforme esse indicador, quanto menor for a
relação, melhor, pois indica que o título está com cotação baixa em relação à
lucratividade da companhia.
• Relação Cash/Yield (C/Y): análogo ao indicador P/L, é a correlação entre o
preço do título e os dividendos distribuídos por ação. Quanto maior for a
quantidade de dividendos por ação, mais o investidor ganhará.
• Relação cotação/valor patrimonial: é a proporção do preço da ação em
relação ao valor do patrimônio líquido total da empresa por ação. Quanto menor
o índice, melhor, pois indica a distorção da cotação em relação ao real valor da
empresa: se a cotação estiver muito maior que o valor patrimonial, espera-se
que ela abaixe; já se estiver muito abaixo do valor patrimonial, espera-se que
aumente.
• Indicador de margem líquida: é a divisão do lucro líquido pelo faturamento
líquido. Reflete a importância dada pela empresa à distribuição do lucro para os
acionistas: quanto maior, melhor será o investimento de longo prazo nessa
empresa, pois é esperado que se distribua mais resultados no futuro.
• Indicador de liquidez corrente: é a proporção entre o ativo e o passivo
circulante. Essa relação demonstra a capacidade da empresa de honrar os
pagamentos no curto prazo.
• Indicador de rentabilidade do patrimônio: mede o pagamento de lucro líquido
em relação ao patrimônio líquido. Representa o retorno das aplicações dos
acionistas e o tempo necessário para o retorno do capital.
• Indicador de endividamento: semelhante ao indicador de liquidez corrente,
demonstra a relação entre o passivo circulante e o exigível de longo prazo. Essa
relação permite ao investidor a mensuração da necessidade de capital de
terceiros para o financiamento dos pagamentos.

Considere a seguinte equação para o índice de cobertura de juros:

86
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Assuma a seguinte equação para a margem bruta:

Observe a seguinte equação da margem operacional:

Considere a seguinte fórmula para o Retorno do Patrimônio Líquido (RPL):

Políticas contábeis, estimativas contábeis e erros


O objetivo do CPC 23 é “definir critérios para a seleção e a mudança de políticas
contábeis, juntamente com o tratamento contábil e divulgação de mudança nas
políticas contábeis, a mudança nas estimativas contábeis e a retificação de erro” (CPC,
2009, grifo nosso).
• Políticas contábeis: são os princípios, as bases, as convenções, as regras e as
práticas específicas aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação
de demonstrações contábeis.
• Mudança na estimativa contábil: é um ajuste nos saldos contábeis de ativo ou
de passivo, ou nos montantes relativos ao consumo periódico de ativo, que
decorre da avaliação da situação atual e das obrigações e dos benefícios futuros
esperados associados aos ativos e passivos. As alterações nas estimativas
contábeis decorrem de nova informação ou inovações e, portanto, não são
retificações de erros.
• Omissão/incorreção material: é a omissão ou a informação incorreta que pode
(individual ou coletivamente) influenciar as decisões econômicas que os
usuários das demonstrações contábeis tomam.
• Erros de períodos anteriores são omissões e incorreções nas demonstrações
contábeis da entidade de um ou mais períodos anteriores decorrentes da falta
de uso, ou uso incorreto, de informação confiável que:

87
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o estava disponível no momento da autorização para divulgação das
demonstrações contábeis desses períodos;
o pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada em consideração na
elaboração e na apresentação dessas demonstrações contábeis. Tais
erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de
políticas contábeis, descuidos ou interpretações incorretas de fatos e
fraudes.
• Aplicação retrospectiva: é a aplicação de nova política contábil a transações, a
outros eventos e a condições, como se essa política tivesse sido sempre
aplicada.
• Reapresentação retrospectiva: é a correção do reconhecimento, da
mensuração e da divulgação de valores de elementos das demonstrações
contábeis, como se um erro de períodos anteriores nunca houvesse ocorrido.
• Aplicação impraticável de requisito ocorre quando a entidade não pode aplicá-
lo após ter feito todos os esforços razoáveis nesse sentido.
• Conforme o item 5 do CPC 23: “Aplicação prospectiva de mudança em política
contábil e de reconhecimento do efeito de mudança em estimativa contábil
representa: (a) a aplicação da nova política contábil a transações, a outros
eventos e a condições que ocorram após a data em que a política é alterada; e
(b) o reconhecimento do efeito da mudança na estimativa contábil nos períodos
corrente e futuro afetados pela mudança” (CPC, 2009, grifo nosso).

Lucro vs. fluxo de caixa


Existe uma grande diferença entre a proposta do “lucro” e o saldo final do fluxo de
caixa. O lucro apurado na demonstração de resultados é auferido subtraindo as
receitas e despesas de um determinado período. Já o saldo final do fluxo de caixa
contemplará apenas as disponibilidades (caixa, bancos e aplicações).
O uso de fluxos de caixa como instrumento de predição de dividendos permite evitar as
distorções do lucro líquido publicado (exceto à medida que a distribuição de certos
recebimentos e pagamentos no tempo possa ser alterada pela administração da
empresa).

Resultado por ação


• O uso de estimativas é parte essencial da preparação de demonstrações
contábeis, não fazendo diminuir a sua confiabilidade.
• Antidiluição: é o aumento no lucro por ação ou a redução no prejuízo por ação,
em decorrência de:

88
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
o conversão de instrumentos conversíveis;
o exercício de opções ou os bônus de subscrição;
o emissão de ações.
• Diluição: é a redução no lucro por ação ou o aumento no prejuízo por ação
resultante de:
o conversão de instrumentos conversíveis;
o exercício de opções ou os bônus de subscrição;
o emissão de ações.
• Contrato de emissão contingente de ações (ou acordo de ações
contingente): é um acordo para emitir ações que depende da satisfação de
determinadas condições especificadas.
• Ações emissíveis sob condição (ou ações de emissão contingente): são
ações ordinárias emissíveis por pouco ou nenhum dinheiro (ou qualquer outra
contrapartida) após a satisfação das condições especificadas em contrato de
emissão contingente de ações.
• Opção, bônus de subscrição e seus equivalentes: são instrumentos
financeiros que concedem ao titular o direito de adquirir ações.
• Ação ordinária potencial: é o instrumento financeiro ou outro contrato que dá
ao seu titular o direito a ações ordinárias.
• Opções put sobre ações ordinárias: são contratos que dão ao seu titular o
direito de vender ações ordinárias a um preço especificado durante determinado
período.

Conforme o item 1 do Pronunciamento, o objetivo do CPC 41 é “estabelecer


princípios para a determinação e a apresentação do resultado por ação, a fim de
melhorar as comparações de desempenho entre diferentes companhias (sociedades
por ações) no mesmo período, bem como para a mesma companhia em períodos
diferentes” (CPC, 2010, grifo nosso).

Referências da aula
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.
Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/296_CPC_23_rev%2014.pdf>. Acesso em:
18 de nov. de 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico

89
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
CPC 41 – Resultado por Ação. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/430_CPC_41_rev%2012.pdf>. Acesso em:
18 de nov. de 2021.

90
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
15. Resumo CNPI: Instrumentos Analíticos
para Estimar Retornos e Riscos
Risco do negócio e risco financeiro
• Risco do negócio ou econômico: definido como grau de incerteza dos
retornos futuros sobre ativos (RSA), ele depende de uma série de fatores, como:
variabilidade da demanda, do preço de venda, dos preços dos insumos, do
montante dos custos fixos (alavancagem operacional). Além do mais, o conceito
está associado à projeção de retornos futuros dos ativos.
• Alguns exemplos de risco do negócio/econômico são retração da demanda do
produto (por exemplo, produtos de moda), escassez de matéria-prima (quebra
de safra, por exemplo), concorrência de produtos importados, obsolescência
tecnológica, impactos das ondas de fusões e aquisições.
• Risco financeiro: reflete o risco associado às decisões de financiamentos ou à
capacidade da empresa de liquidar os compromissos financeiros assumidos.
Logo, é afetado diretamente pela estrutura de capital da empresa e
caracterizado pela variação da taxa de juros.

Tipos de retornos
Estão expostos a seguir os tipos de retornos:
• Retorno esperado: trata-se da remuneração solicitada para que as aplicações
sejam mantidas;
• Retorno exigido: trata-se do retorno esperado só no caso de um mercado
eficiente; e
• Retorno real: trata-se do retorno efetivo obtido com o investimento.

91
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
Figura – Comportamento dos investidores em relação ao risco.

Fonte: Elaborada pelo autor.

• Conservadores: são investidores que desejam manter o seu patrimônio. Eles


buscam realizar investimentos de curto prazo que não sejam arriscados.
• Moderados: são os investidores que estão dispostos a correr risco, desde que
este não seja muito elevado. Eles possuem como objetivo auferir um retorno
mais elevado no médio prazo, que lhes permita aumentar o seu patrimônio e
realizar investimentos que considerem um período um pouco mais longo durante
o processo de maturação.
• Arrojados: esses clientes possuem um perfil mais agressivo. Eles desejam
obter retornos mais elevados e estão dispostos a adquirir ativos que apresentam
grandes oscilações em seus retornos e que podem resultar em perdas
consideráveis no curto prazo. Além disso, possuem um horizonte de
planejamento de longo prazo.
• Os riscos podem ser sistemáticos ou não sistemáticos. O risco sistemático
afeta muitos investimentos e, por esse motivo, também é chamado de risco de
mercado. Como exemplo, podemos citar as incertezas econômicas gerais que
afetam a economia como um todo
• O risco não sistemático afeta um único investimento, ou um número pequeno
de investimentos, e é conhecido também como risco específico. Por exemplo, se
uma empresa descobrir um novo poço de petróleo, serão afetados a firma, os
92
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
clientes e fornecedores próximos. Já se o preço do petróleo sofrer aumentos,
todos os envolvidos serão afetados.
• Para relacionar o risco ao retorno de todos os ativos, uma teoria básica utilizada
é o modelo de formação de preço de ativos, conhecido como modelo CAPM,
sigla do inglês Capital Asset Pricing Model. O CAPM relaciona o risco
diversificável ao retorno de qualquer ativo.

• Risco político: em geral, ocorre devido a questões legais que podem ser
premeditadamente restritivas, com o intuito de proteger a economia local, ou não
premeditadas, decorrentes de entraves devido a uma legislação ultrapassada ou
malformada.
• Risco extraordinário: é aquele de maior dificuldade de previsão, o qual está,
geralmente, ligado a eventos naturais, tais como terremotos, excesso de chuvas,
vulcões, furacões, epidemias, tsunamis, entre outros. Esse risco também está
ligado a acidentes de grandes proporções, como vazamentos de usinas
termonucleares, rompimento de uma barragem, entre outros.
• Risco comercial: refere-se ao risco de perdas geradas por escolhas comerciais
erradas, decorrentes da falta de conhecimento, e pode ser resultado do fracasso
da empresa, resultante de estratégias mal formuladas e processos mal
desenvolvidos ou falha moral.
• Risco econômico e financeiro: refere-se à possibilidade de que fatores de
mercado impactem os investimentos realizados. Também conhecido como risco
mercadológico, envolve agregados macroeconômicos, como a taxa de câmbio,
taxas de juros do mercado, balança comercial etc.
• Risco-país: é a junção de todos os riscos que envolvem um país em específico.
Logo, como o risco-país envolve uma série de riscos e especificidades próprias,
sua mensuração é difícil. Envolve o mercado como um todo e, portanto, são
riscos sistêmicos.
• Risco de variação das taxas de juros: o comportamento da taxa de juros
influencia o valor dos ativos em renda fixa. Quando a taxa de juros se eleva, a
instituição observa prejuízo se possuir um ativo e ganho se ela possuir um
passivo.
93
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6
• Os instrumentos utilizados para fazer a gestão do risco de taxa de juros são
derivativos: contratos futuros, swaps, opções.
• Risco de crédito: esse risco é observado quando a instituição financeira não
recebe os pagamentos prometidos por suas aplicações.
• Risco de mercado: esse risco decorre da variação observada no preço dos
ativos e pode ser formalmente definido como a probabilidade de uma instituição
financeira observar prejuízo em determinada transação, provocado por
comportamento inesperado da bolsa de valores, preço de commodities, inflação
etc.
• Risco operacional: esse risco mostra a probabilidade de a instituição financeira
registrar perdas oriundas de erros humanos, falhas em sistemas de informação,
computadores, eventos externos, fraudes etc. Ele decorre de uma gestão
inadequada dos riscos.
• Risco de variação cambial: encontra-se presente principalmente em países
que possuem moeda mais volátil, esse risco ocorre quando uma instituição
financeira realiza transações no exterior, converte os seus recursos para outra
moeda, mas ocorrem variações cambiais adversas que reduzem os ganhos
obtidos ou que lhe causam prejuízos.
• Risco soberano: esse risco também é observado quando as instituições
financeiras trabalham com ativos internacionais, que envolvem a transação com
diferentes moedas. Os países estrangeiros podem limitar (ou até dar o calote) o
fluxo de pagamentos externos, fazendo com que a instituição não consiga trazer
o dinheiro de volta.
• Risco de liquidez: esse risco evidencia a disponibilidade imediata de caixa das
entidades financeiras. Quando um banco mantém uma quantidade limitada de
recursos em caixa, existe o risco de muitos investidores realizarem saques ao
mesmo tempo, fazendo com que esses recursos não consigam cobrir todos os
saques.
• Risco legal: esse risco é observado quando a legislação vigente não
regulamenta as transações financeiras de modo eficiente. Ele também é
observado na presença de desconhecimento sobre todos os aspectos e
dispositivos jurídicos que envolvem a transação.
• Risco de compliance: o risco de compliance representa as sanções legais ou
regulatórias que podem ser aplicadas a uma instituição quando ela não segue as
leis, regulamentos e códigos de conduta.

94
© 2022 Pro Educacional – proeducacional.com
CNPJ: 27.052.736/0001-60
ISBN: 978-65-993836-5-6

Você também pode gostar