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Preficio: Ophir Cavaleants DIREITO ELEITORAL E DEMOCRACIA Desafios e Perspectivas SAB ccitora BE aia “ope carane ie Pree ecu twininatho SS ge aps Coto Doron ‘onc en {Efe amen Cag ce Peri abo Maple ato Fear ito: A en rag onthe tive Steet ira Dural fli aos Net al Vas Que Mala edu Tea be Fes Line © nf Sie lemon Water Ae no PR A Mscad,Ren hl ate Ronen Felpe Suen Payee Aare Rk, Leon Accs i ec esge slo ale Pfs Norbert Lope Campa Mats Vics Pra Cathe ‘wlan {8 Cot Fee eager Snes ce Se Amore RS Cte arp aca ae Coe Aso gal dade Roto sg (isa Aaget Btn Lim 1958) Osion de Wnldse (sso) Atte Vague (9521950) ‘Anon nant oo 99 "Gera G"2000) Ordem dos Advogados do Brasil Conselho Federal DIREITO ELEITORAL E DEMOCRACIA Desafios e Perspectivas Sas Editora BE (© Ordem dos Advogndos do Bras ‘Conselo Federal, 2010 ‘Sword Autre Sul - Quadra 5, Lote, BlocoM ‘rails, DF -CEP 0070-939 | Eatorago dsribigdo Gstaia cde Relates ExteasBiblteea ones: (1) 2193-9663 «2193-9605 Fax (61 21939632 ‘msl: ibieen@oad ong ‘Tig: 500 examples Copa Serio Reade dh Cunt Frias Organist ‘Aline Macha Cota Tam Inpressdo ‘Nova Late ine Etra FICHACATALOGRAFICA, Dinito elitr © denccracia: detios © pempostias / Marcas "Vinics Farado Coto, Walber Ge Moura Aara coodeuadors) ~Brala: OAB,Conseto Federal, 2010. 6p ISBN 97885-7966.004. ‘OAB-CFIGREIBIBLIOTECA Sumirio PREFACIO... ‘A INFLEGIBILIDADE COMO CONSEQUENGIA PA REJEIGAO DAS CoNTAS ‘Adriano SentAna Pedra Anderson Santina Peden 9 ‘A ARENA INCLUSIVA COMO MODELO DE DEMOCRACIA ‘André Ramos Taare = sel enn? OPINIAO LEGAL (Carlos Miro de Siva Velloso “ AREPOBLICA BOS ICHAS SUAS jaa Pinto 78 INCLUSAO ELEITORAL DAS PESSOAS COM DEFICIENCIA bi Lima de Brito Darna Late Alberto Das Ara) nnn 98 [BREVES ANOTACOESSOBREO EXCESSO DE DOAGOESDE RECURSOS PARA CAMPANHAS ELEITORAIS Fernanda Neves 6 SV none a [A ORIGEM DO SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL, NO BRASIL Gberto Bercoviel — a POLITICA, SONEGACAO E FINANCIAMENTO DE CAMPANTIAS Halo Silvio Ourém Campos / Gustavo Pontes nnn 19 PARLAMENTARISMO B PRESIDENCIALISMO Ives Gandra daSilva Matis, se IE! COMPLEMENTAR N, 13 SUA ADEQUAGAO AO PRINCIEO CONSTITUCIONAL PRESUNGAO DE INOCENCIA Janine cil. REELEXOES DOUTRINARIAS & JURISPRUDENCIAIS SOBRE © ART. AA DALELN, 9508197 Jost Augusto Delgado. SUSPENSAO F PERDA DOS DIREITOS POLITICOS aie Viana Queiror. 7 sol 8 (© PROBLEMA DA (SUB)REPRESENTAGAO POLITICA DA MULHER: UM TEMA CENTRAL NA AGENDA POLITICA NACIONAL ‘Maris ChudiaBucchianei Pineiro (0S LIMITES DA PROPAGANDA ELEITORAL E SUA FUNGAO NA. DEMOCRACIA, Marcas Vink Furtada Coho. 22 en 08 FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLITICOS F DAS CAMPANHAS ELEITORAIS| Palhaes Morera Reis. FIDELIDADE PARTIDARIA Rica Lewandovtl cnn - INVESTIGAGAO JUDICIAL ELEITORAL POR ABUSO DE PODER. ECONOMICO OU ABUSO DE PODER POLITICO Silvio Romero Blt, LEIQDES210-FIGHA SUK" @ QUESTOESCONSTTTUCIONAS “Tales Tito Pontes Laz de Pia Cerquels 287 D6 CAPTAGAO ILICITA DE ARRECADAGAO F GASTOS. ANALISE DO ‘ART. 30°A DA LEI BLEITORAL ‘Walber de Moura Agr ~ 7 237 INFEDELIDADE PARTIDARIA: ATIVISMO JUDICIAL. EFEITOS {CONSEQUENCIAS PARA OS SUPLENTES ‘Walter de Agra Jinior 311 PREFACIO So imimerssascontibuigdes a que se reste & presente bra no contesto dos intensos debates acerca das mals recentestransormages polltiase sociais de nosso Pas, Com retetncias doutrnérias dos mais Fenomades formuladores do Direto Eleitoral contemporine, este fer, sem dvida, um importante instrumento para quem lida daria smente com demandas nessa ra, além de constr fonte permanente Ge pesquisa jut & comunidad ards, o que s6enaltece a inicitva ‘ke publicaglo do Conslho Federal da OAB, com o apoio da Escola Jiri do Tuna Superior Flitoral (TSE). Devese resillar que a escotha do tema em ano eltoral de uma das majors democracas do planeta, levando i urnas cerca de 150 mithoes de brasileiros, € pariclarmente oportuna, adotando- se, ne formulasso da conjunto da obra, uma zeéticaabrangente, dF rersfcad, sb o prima ecitico de advogados de intensa militant "guns dos quais com passager na atividadejulgadora do TSE, alm daqucles cujo tabalho é marco referencia entre 0s operadores de Dirsito, Quests teortcas de profunda importincia para compre: cetio da lglslagocletoral agu sio anaisdas com peculiar sabe- dloria por mestres como André Renos Tavares, 20 tatar da demo- ‘raci, res Ganda Martins, numa anise dos sistemas palamenta- Fata presdencialists Gilberto Bercovic, sobre a origem do sse- ‘ma proporcional de votos eda lara do Secretiro-Gerel de nossa cntidade, Marcus Vinicius Furtado Codtho, os limites da propaganda Cletoral esa fungdo para o postulado da igualdade democriic. Nio pdemos deer de rienconar, ainda, as preiosas reflexées do ex -inisto Carlos Miri Veloso acerca da possbldade de rele3o de «quem ocupa cargo de governador sels meses antes da eligi; a inves tiacto judicial eletoral, de Svio Romero;além do excesso de doasio sas campankas, do tarabém ex ministro Fernando Neves, Nese rol de ‘ontribaigdesinlui-te o atual presidente do TSB, ministo Ricardo Lewandoswsk ‘Desse modo, o trabalho se insee inevtevelmente no grande de- bate democrtico exjo envolvimento da sociedade orgenizada, num ‘movimento de baixo para cima, tem sido fundamental para dar mais transparéncia elegitimidade as cleigdes Sho exenipos notivesalegis- laglo que refteia 0 abuso do poder econdmico, a compra de votos, os «excessos da propaganda eleitoral, «, mais recente, a que desmascara os imalfeitores disfargados de politicos, apropriadamente batizada de Lei da Ficha Limp ‘Todasessas medidas resultaram de proposigdesdeiniciatvappopa- larencabegadasporentidadesrepresentativasdasociedsdecividentreas ‘gis, com sobeja honra, a Ordem das Advogados do Brasil ‘Com seguranga, pode-se afirmar que raras publiagdesresinems, ‘como esta, uma citedra tio diversificada de mestres do Direto camen: tando matérias consideradas essenciais a pleno exercicio da cidadania, a0 desenvolvimento de nossa democracia e 20 aprimoramento da ar” ‘abou juridico eletoral. Se apés sua leitara novos entendimentos se firmarem, respeitando-se as opinides divergentes, como é peculiar (¢ necessirio) nos embatesintelectuais democriticos, entia o abjetiva da obra tera sido alcangado, OPHIR CAVALCANTE JUNIOR Presidente do Conselho Federal da OAB A INELEGIBILIDADE COMO CONSEQUENCIA DA REJEIGAO, DAs CONTAS Adriano Sant Ana Pers Anerson Sane Pera? SUMARIO; 1 Introdugao; 2.4 eleghbilidade como diteito politica © a ‘oralidade administrativa; 3 Conceito e natureza da inelegibilidade;, 4 Inclegbilidade decorrente da rejegio das contas; 5, Requisitos configuradores da inelegibilidade previsa no art. 18,1, g da LC i 5.1 Rejeigdo das contas; 5.2 Decisio proferida por érgio competene: 5.3 Irvecorvibilidade da decisio; 5.4 Ireegularidade insandvel; 5.5 Prazo ‘quinguenal; 5.6 Inexisténcia de agao judicial questionando a rjeigio das conta 6 Consideragies finals; Referencias bibliogrficas, PALAVRA-CHAVE: direitos fundamentas; inelegibilidade; rejeigio decontas LINTRODUGAO, Aprosimando-se as eleigbes, 08 Tiibanais e Conselhos de Contas de todo o pais tem uma incurnbencia de extrema relevncia determina- da pelo art. 1, § 5%, da Lei n°9.504, de 30.09.1997, detornardisponivel 4 Justiga Eleitoral, até o dia 05 de jlo do ano em aye se realizam as eleigdes, a relagio daqueles que tiveram suas conias rlativas a0 exer: ciclo de cargos ov fungées publicasraoitadas por ieregulaidade ins nivel e por decisioirrecorrivel do drgio competente, ressalvados 08 «casos em que a questo estversendo submetida apreciago do Poder Iudicério, ou qu haja sentenga judicial favorivel ao imteressado, Pewee (© cumprimento deste comando visa informa stig tora 0 cidadios que esti com sua clgibilidade compeometida por forea dart 1g da Let Complementar 5° 6, de 1805.19 (LC 68). Con tudo, por mais que possa parecer claro este comand, vrios requlsitos ever ser analisados pra sus execgio até quea Justa Eleitoral con signe como inelegiel determinado candidat, Desa forma, sem a pretensio de exgoar o assunto, buscar se fazer uma abordagem do tema de acordo com a visio doutinéia ¢ Jurisprudence, analisendo os requists coniguradors da inelegibi- dade prevista no art. 1°, 1,g,d8 LC 64 De partid, dve-secclarecer que ni se est agula vista oar 37, $4" da Constuigobrastra de 1988 (CRFB), que pevé a suspensio dos Aircitos politicos caso ocoeaa pritica de atos de improbidade administra tia, uma vez qu ext dlspositvo trata de condenagdes em procestosjud- Chis cje deci dene da sano apiada art 12 etn 629152). -Afirma se isto pois, para algens, por forca dos ats. 15, Ve 37, § 4, da GRFB, uma conduta proba jé é requistoestenctl para a eep- bildade,nlo se podendo considera legivel um cidado que teve sas ‘coniasrejetadas pelo Org Legistive efon pelo Tribunal de Conts, ‘sirmpesmente porque ajsizou ago ordinria de anulagio (ou descons- tito) de prestagso de cons" 2. A ELEGIBILIDADE COMO DIREITO POLITICO E A MORALIDADE ADMINISTRATIVA 0s direitos politicos constituem o poder que os cidadosativos {8m de participa direta ou indietamente das decisbes do seu Estado. Os direitos politicos sio direitos piblico subjtivos que investem 0 in- dividuo no status ativae civitats, consituidos de instrumentos que vi- sam disciplina as formas de atuagio da soberania popu, permitindo 0 cexercci daliberdade de paticipagao nos negéci politicos do Estado, Na ligio de Pimenta Bueno, direitos politicos sio 3 Rei tas xs" esa pr ee Che Map ‘yhocsieLpaucas Cope seperate ede essed imesdect igor ose 4 EID et tt aint pti 8 Rd tees 2.9. ' i ecg, stteon Geslduin, on poder de {Rtrwcnio dried ates gavin pls ieee dicta om in at ou meow angl, segundo nese to gon des deo. Si 0 JE Cot on eon cc gv reerem ao Foe Pies que storm o alo no «para formacio'on ecco fu aerldde naa ret {tn de ote os dt odie dpa os Sela #acoper cargo policon cx relent oe Spies goermo db Eee Conforme preci Cons brass de 1988 em se 14s capt sbetania popular ser enecda plo suo untersal¢ pelts eet escro com vo gal pra odo hs termes da {ex mediante plist refered eine popular Nos ermos de Const brasil & pose! encar como iets pelicos od retodesfrag odie de vtaem ges, plebscose refrendos Tincva poplar «ago Pople ganas e pata de patios polis bem como egiiidae i dea & det sje pio que detém o cide Ao pare subteroseunome spelt dos seus nh postando 'desgngio pra un mandato politico no Leisativo ou no Excao tneianta sta poplr alg de ae Pint Feri, dgbtate pte de deta gute sep i Pc et Weare os Siias ate Cesk ache peer Cee a eee ere em atige taat A vericagio da leila de um eidado& conti sine qua on paca eftvacio de ua candatur endo neces and Comvnica pesado dado cdo puri palin so quale che fad, que deve submeté lo &convngi prt para ecthe doe seus candidates dvi, como no exstem dos absolutos a eibildade Bg Ry a pt ai do igi ee eR in ig de deco tr eo também nio 0 seri. A propria Constituigdo brasileira de 1988 prescre- vvea possibildade de serem estabelecidos eas de inelegibilidade a fim de proteger a probidade administativa ea moralidade para oexerccio do mandato (art. 14,5), Deve-seesclarecer que a hipétese de inelegibilidede pela rejeigio das contas nio ter por efsito a suspensio dos direitos politicos, Sto institutos com consequéncias totalmente diferentes. A suspensio dos Aireitos politicos é«privacto temporiia do diteito de volar ede ser vo- tado, enquanto que aineegibilidade & a sangao que impede a obtencio da cleibilidade(diteito de ser votado). ‘Assim, ndo hi superficie para se flar em suspensio dos dieitos politicos quando se trata de ejeigdo das contas nos termos doar. 1°, [.gda C64, sob pena de he aribuir efit juridico que ela é despida* Esse distinglo€ importante, pois arejeicio das contas em rao de ‘nregularidadesinsandveis no autoriza a perda do cargo ou mandsta, mas apenas asuspensio da paricipagio nas lelgbes nos cinco as seguintes. 3: CONCEITO E NATUREZA DA INELEGIBILIDADE. Nas palevras de Laz Pinto Ferrera, “a inelegibilidade ¢ 0 con trivio da elegibilidade™. A inelegbiidade" se configura pela inaptidio jutiica para receber voto, obstando, dessa forma, aexsténcia da can- Nl de Caste: ‘Nh granti individ! decdad to forte que se ‘ontaponha supremaca do interese pblco ed probidnde sdnsratva, Nio his em costaparida, ibe eles do eit io poder gue we ate do excl degra do cid” Pode-se,entéo, dizer que deve ser analisado cada caso conereto pata se definir se a “irregularidade insandve” seré configuradora da Inclegibilidad, endo necessirio que a Justia Eleitoral verifque se essa lnregularidade colocou em risco, de forma dolosa ou irresponsivel, 0 patriméno piblico, deta ou indiretamente, sob pena de se retinar do ‘Mb palates pismo 3c SD ‘Bendis wuts ede oi ennai ssp ct Hare eie tuned gree tne asc rmination 3h lesa tS a a 2 ae 0.204 1 7 Ext oct nga dso mp po a” «dado um direitofandamentl to caro, ainda de forma ofensiva 20 principio de proporcionlidade. ‘Assim, sendo as contasrejitades polo Tibunal de Contasou pelo Orgio Legislative, plo cometimento de “ieeglaidade inandves, Scaté.o agente pablico responsivelinclegiel nos teemos doar. .g da LC 64, ale que esta decisio sejarevisitada pela jstiga Comons, nos termos da pare final do dspositivo mencionado, ox eno quea justia Eleitoral nio coasidee a dcleracio de insanabiidade como motivo sufienteaensear a ineegibiidade ‘A delaraio a inlegibildade compete Justiga Beto, no po- endo tars deises dos Tribunals de Conta” ou do Orgio Legal ‘ode forma absouta e automata fim de consderrocidadoinelegive Nao se pode perder de vista que o art 2 da LC 6 pesreve que “compete ‘justi eletoal conhecere decid as aruigbes de nlegibiiade’ ‘Atitao de exemplo, cumpre raze colatoo entenimento do ‘Tibunal de Contas da Unto no sentido de que“ incluso de nomes de responsiveis em Istas serem envadas a0 Minisério Piblico Eetoral é ato meramente dedaratrio deste Tribunal, cabendo a asia Elelto- fala competéncia exclusiva de declararainelelblidade, nos molds da ‘mencionade Lei Complement" ‘Neste sentido je promunciou TSE a decide que hi “necess- dade de Justia Bletora avaiar eas iergularidades motivadors da ‘ejeigo de conta, por deci irecorivel do Tebunal de Conascom- petente, denotam insanabildade. Nio comprovado ese fit, ni hi ‘qe se falar em inlegibilidade’ O mesmo TSE, na Const n# 940- DDR, de 18.11.2003, assinlou que: "B) A rejeigio de contas pelo TCU pode sr causa de inelegibilidade (Lei Complementat 1° 6490, rt. 1,0 entano incluso do nome do adennistador pablo nalita remetida& Justga Eleitoral nio gerainelegibiidede, pos se trata de procedimento meramente informative? (0 STE também jé se posicionow no MS 22.087-DF ao afirmar ‘qu "2 jstga leitorl compete formula aio de valor a respeto das 1 iene 1.80410 he 2500048619 eno a Chat eeponn on cane fonts ha ane pt ng Sra tn trac en, ch ye 2 eguaridadesapontadas pelo tribunal de contas, vale der, seas ise- f laridadesconfguram ou ndo inelegibilidede’ odes assim dizer que a decsio pea iregularidade é apenas ‘um dos pressupostos da inclegibilidade, jé que, quando for decide so- fre oregisteo da candidatura, que JstcaHetoralanlisard sea ire- Jaridae ¢ insandvel ox ndo,considerando para tanto toda decsio do Tribunal de Contas ou do Orgio Legisativo. |) or fim, deve-se registrar que, caso 0 drgio julgedor(Thibunal de Contas ou Orgio Legilativo) que rejetow as conta nao tenhe aje tivado como insandvl(s) a(s) itreguaridade(s) enconteada(s) deveré enti a jstica Eleitoral vrificar se s vcios que conduziram a rejeigio + das contas si saniveis ou nao”, sendo imprescindive para essa analise '0Inteioteor da deciséo que rejetou as contas” a im de permit tal apeciagio pla Jstiga Eleitoral 5.5. PRAZO QUINQUENAL (© prazo decinco anos de inelegibilidade previstono art. 1% 1,g a 1.C 64 inicis-sea partir da publica do Acéndo irecortvel do Tribu ‘nal de Contas, ou da publicagio do Decreto Legsativo fica suspenso ‘enquanto estivertramitando a ago judicial anlatéria/desconstitutiva, ‘aso esta seja proposta , © prazo se reinicia quando a ago judicial transitar em julgado, ‘01 sj, 0 prazo, quando suspenso pela propositura de ago judicial que visa a anular/desconsttur 0 ato que rejitou as contas, recomega a cor or pelo tempo que fas, aps o trisito em julgado da sentenca que io acolher o pedido™ 36, INEXISTENCIA DE AGAO JUDICIAL QUESTIONANDO A REJEIGAO DAS CONTAS art. 1,1,g,infine, da LC 64 traz a ressalva de que, seo ato que considerou as contasreeitadasestiver submetido & apreciagio do Po- er judciri, a inelegibilidadefcaré suspenss £ sedutora,em uma anilise perfunctéra, a tese” de que a LC 64, ‘em seuart. 1", 1, seria inconsitucional no que concerne a restalva de cexclusio da inelegibilidade pela simples interposigto de agi judicial, ‘Tal tee tem como fundamento ofato de que ¢ lei complementar, neste particular, confer s ato particular e unilateral o eeito, por si 6 de sustar a eficicia de ato do Orgio Legsativo ou do Thibunal de Contas, usurpando a competéncia do Judicirio. Muito embora 2 competéncia dos érgios independentes (Po- er Judiciério, Poder Legslativo, Poder Executvo, Tibunal de Contas «© Ministévio Péblico)® tenham previsio constitucional, a efcécia © a abrangéncia das suas decisdes possuem outro bergo ~ a leislagio in fraconstitucional, Trilha a tose apresentada seria a mesma coisa que concluir que uma apelacio no juizo civel ndo poderia ter automsticamente efito suspensivo (art. $20, caput, do CPC), que um ato particulate una teral sustaria a eficéia de uma decsio do Poder Judicévio ~ 0 que nio seadmite! ‘A pura e simples interpretaco literal da parte final doar. 1°, 1 da LC 64, gerava situagiesesdrxalas, como salienta Djalma Pin to, no sentido de que era possivel que um candidato com improbids de caracterizada, documentalmente comprovada, eyes conta haviamn sido rjeitadas pelo Tribunal de Contas e/ou pelo Orgio Legslativa, {omnava-se clegive! simplesmente porque ingressou com agio judicial em que especifcava inclusive, seu propésito puro e simples de apenas afastar inclegbilidade.Eleto, diplomado e empossado, poderia voltar 8 praticar os mesmos saques ao erdrio que, no passado, motivaram a rejeigio de suas contas Durante um bom tempo, estou irelevente, para fins de ineleg- bilidade, sea agi fl ajizada até mesmo na véspera da impugnagio oa «se f0proposta logo apés adeciséo que rejeitou as contas. Esta questi fol objeto de andlise do Tribunal Superior Eleitoral, ‘que editou a Stimula n Propsta aio pra dscostr adel qu to eDiets sme opin a M 3 seve ia enter bv compote dame itura da agio desconstitutiva. Dessa forma, proiferavam-se nulatéras abusvas “suspendendo a inelegibilidade e devolven igestorpoblico, com uma simples pticio que sequer tinha seus ypostes de edmisibilidade analisados(mauito menos © mérito),a Jo de ser livremente votado”™, ‘Assim, era comum o ajulzamento da ac Bora com o propésito de buscar 0 manto do enunciado da Simul ‘do TSE. FC Até pouco tempo ates, prevalecia a interpreta Elis ou sj, exgia-se apenas a objetiva comprovagio de mera propo- Pra de agdo desconstittiva, fTodavia,o proprio TSE superou antiga interpretagdo que dava & Ja n° 1, que vigorava hé mais de 14 anos, para prvllegiar o inte- coletivo de preservar a moralidade e a probidade administrativ, Eito bem determina a Constituigio brasileira de 1988 (at. 14, §) {A este respite, lecionam Carlos Mario da Silva Veloso e Walber Be Moura Agra: anulatéria na undéci- literal deste si- Coruna super tor queaterormenescelana ue mera popcorn de ao aultria da deco Ge jae de cont spender «nelle ‘modi seu pstconameto paar espe ropostara dn ago anus, sem 4 oben de Fronent mia ttn eect so spend Tiseg ade Des ferme no bast tengo de ‘Conta a dsundo fod pars tpt eee SP ncepbhde,€ pe que a 0 eine A fm ow cate,» que epi que o pico Plead pode apesentr azoblldade fren. [pode decto dor Trib de Cons porguebasars Ss interpola de melissa pare poster Seon SP nSecto de conan Poser proidrveseo andanesio proce que Pema 93 35 rate ern seu manda ser ser aad Since ee [esse sentido, a mera propositura da ago enulatria, sem a ob- ou tutelaantecipada, no suspende a ine- ‘Afinel, 20 emprestar eficicia suspensiva automaticamente as gdes interpostas antes da impugnacio do registro da candidature, era «esvariado por completo o principio da moralidade, em detrimento do controle das conta pblics edesprezando a ponderagio entte os prin- ‘lpios consttucionas, ‘Agora isto mudou, Se ficarearacterizado que a propositura da agio demonstra a exstincia de manobra com intencio de burlar ll, cesta ndo deve ser acita para afastara inelegibilidade™ ‘Além disso, a ago a ser proposta pelo candidato deve objtivar a esconsttuigéo da decsio que teeitou as suas contas. Isto & deve ser sempre em pauta na piticeeleitoral brasileira, mormente na proxi dade do period cleliora, Matos candidats,principalmente aqules © que buscam a relegdo para cargos de chef do Poder Execativo,tém julgadas iereglares as contas sob sua responsabildade, podendo, em ‘ao dso, erm impugnada as suas candidatras em rerio da incle- | liidade prevstano at 1%, d8 LC 64 Est trabalho buscou langae lzes aos aspects polémicosenvol- [vendo a inclegibilidade decorrente da rejeiga das conta. Ness seati- consderages acerca ds reject das contas bem como ea incepbilidade dela decorrente Dentro de uma ponderagdo entte o diteto fundamental & ele- _bllidadee a necssidade de elo com ares publica, foram analisados ‘spectos controveridos envolvendo os requisites contiguradores da lnclegibilidade prevstano art. 11 ,d& LC 64, quis sejam, eeiao E cas conas,decisio proferida por érgéo competente, irecoribilidade f& deciso,iregularidade insandve,prevo quingucral,einexsténcia Ae agi judicial questionando a rejeigi das conta. ‘© que se almejou neste estud foi provocar um debate para a de + ingto de novas balizas quanto sands ds (tegularidades po pate | dos érpios com competéncia de controle das conta da Administasio blca~ Tribunais de Contas e Ono Legisltvo ~ eo reflexo das de- Sises deste drgios junto & Justia Hetoral acerca da (n}legibilidade Isto se faz necessrio para que, de ur lado, sejarespeitado 0 di- reito fundamental elegiblidade, e, de outro, sea vedado que pessoas {mprobas tenham a posibilidade de concorrerem a um cargo piblico e ‘ovamente usurparem o errio REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AGRA, Walber de Moura; CASTRO, Celso Luin Braga de; TAVARES, ‘André Ramos (coord.).Consttucionaliem: o destfios no teceiro mi. lenio, Belo Horizonte: Forum, 2008 BRITTO, Carlos Ayres, O Regime constitucional dos tribunais de con- tas, In: O novo tribunal de conta: érgio protetor dos diteitos funda ‘mentas. 3, ed. 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