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COMPETENCIAS ADMINISTRATIVAS NO COMBATE À PANDEMIA

DE CoVID-19: ENTRE
coOPERAÇÃOE COORDENAÇÃO
AoMINISTRATIVE JURISDICTION POWERS IN COMBATING THE CoviD-19
PANDEMIC: BETWEEN CO0PERATION AND
COORDINATION

RoDRIGO SANTOS NEVESs


Doutorando em Direitos e Garantias
Fundamentais pela FDV. Mestre em Direito
Universidade Candido Mendes RJ. Membro associado efetivo
- Empresarial pela
da Academia Brasileira de Direito Civil.
Ex-Vice-Presidente da Comissao de
Advogados Públicos da OAB-ES. Professor Adjunto de Direito
Püblico da Faceli. Procurador Municipal.
Advogado.
rodrigo.neves@faceli.edu.br

AREA DO DIREITO: Administrativo

RESUMO: ESte trabalho


investigará a
compatibi- ABsTRACT: This work will investigate the compat-
dade do federalismo brasileiro com o instituto ibility of Brazilian federalism with the institute
da
coordenação administrativa, partir de um
a of administrative coordination, based on a case
estudo de caso, qual seja, a decisäo do Supremo study, thatis, the decision of the Supreme Federal
Tribunal Federal na Medida Cautelar na ADI 6341. Court in the Precautionary Measure in ADI 6341.
Foi utilizadoo método
dedutivo, a partir de uma The deductive method was used, based on a bib-
pesquisa bibliográfica sobre o federalismo, coor liographic search on federalism, administrative
oenação administrativae decisão do STE. Ap0S
a coordination and the SIF decision. After the
study
oEsTudo, concluiu-se que a decisão do STF foi it was concluded that the STF decision was con-
constitucionalmente inadequada, pois tratou a stitutionally inadequate, as it treated the issue in
Questao de forma simplista e inviabilizou a ação a simplistic way and made the integrated action
integrada do Sistema Unico de Saúde para of the Unified Health System to combat the
08ter a pandemia.
com pan
demic unfeasible.
PALAVRAS-CHAVE: Covid-19 Coronavirus Com -
KerwoRDS: Covid-19 - Coronavirus Jurisdiction

pEtencias -Federalismo Autonomia-

Municipal Power-Federalism -

Municipal Autonomy.

UMARO:1. Colocação do tema. 2. As decisões do STF na ADI 6341. 2.1. Adecisão na medida
Cautelar
da ADI 6341. 2.2.0 referendo do Plenário STF
do aliminar na medida cautelar da
ADI
5341. 3.0 federalismo e a federação brasileira. 4. Coordenação administrativa no sistema
Juridico espanhol. 5. Acoordenação intergovernamental em saude publica: uma alternativa
COmbate å Pandemia da Covid-19. 6. Consideraçðes finais. 7. Rererëncias. Jurisprudência.

NeVES, Rodrigo Sant0s. Competencias administrativas


a pandemia de Covid-19: entre cooperaçao e coordenação
no combate
evista dos Tribunais. vol. 1040. ano 111. p. 53-68.
Sao
Paulo: td. RI, junho 2022.
54 REVISTA DOs TRIBUNAIS HI T040 JUNHO DE 2022

1. CoLoCAÇÃO DO TEMA
doença que se espalha por dilerentes continentes motivo de
é
O' surginento de nova

A pandemia provocada por uma cepa Coronavírus, denomina-


preocupaçåo para todos.
da Covid-19, colocou governos de todo o mundo em alerta.
Omundo globalizado se retraiu, fronteiras se fecharam, medidas restritivas foram es
tabelecidas para tentar conter a disseminação da doença. O resultado disso toi a retração

da economia, ruas vazias, portas de empresas fechadas, pessoas em quarentena, hospi

tais lotados.
O problema que se coloca é saber no arranjo lederativo nacional a competencia para
o estabelecimento de medidas sanitárias de enfrentamento de uma pandemia pertence

a quem?
A questão é relevante porque foi promulgada a Lei Federal 13.979/2020, que estabe
da Covid-19, matéria foi submetida
lece medidas para o enfrentamento da pandemia e a

da União estabelecer
à jurisdição constitucional, para questionar a legitimidade em as

diretrizes sobre o assunto e a imposição de medidas restritivas, em detrimento de outros

entes da federação.
A hipótese que se propõe é que a decisão do STF na Medida Cautelar da ADI 6341 foi
de políticas uniticadas para
equivocada, diante da necessidade de implementação
com-

bater a pandemia, bem como a falta de um critérlo hermenêutico capaz de demonstrar


que decisão em sentido contrário seria mais adequada.
Este trabalho investigará a compatibilidade do federalismo brasileiro com o instituto
da coordenação administrativa, a partir de um estudo de caso, qual seja, a decisão do Su

premo Tribunal Federal na Medida Cautelar na ADI 6341.

2. As DECISðES DO STF NA ADI 6341


2.1. A decisóo na medida coutelor da ADI 6341
Por iniciativa do Presidente da República, foi encaminhado no dia 04/02/2020 um
projeto de lei ordinária à Câmara dos Deputados (PL 23/2020), que tramitou em regime
de urgencia, sendo aprovado no mesmo dia e encaminhado ao Senado Federal no dia se
guinte, sendo aprovado no mesmo dia 05/02/2020, e sendo sancionada em 06/02/2020,
a Lei Federal 13. 979, de 06 de fevereiro de 2020.
A referida lei "Dispôe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saude
publica de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de
2019". Trata-se de lei temporária, com vigência enquanto durar a pandemia da
Covid-19

Artigo apresentado como requisito parcial de aprovação na disciplina "Transformaciones en la act


tua
1.
ción
dela Administración publica", ministrada Professor
pelo Visitante Dr. Juan Carlos Covilla Mar
nez, e Coordenado pelo Prot. Dr. Daniel Wunder Hachem, no PPGD-PUCPR EM 2020/2.

NevES, Rodrigo Santos. Competencias administrativas


no combate à pandemia de Covid-19: entre cooperação e
Revista dos Tribunais. vol. coordenação.
1040. ano 111. p. 53-68. Sao Paulo: Ed. RT, junho 2022.
AuMIuSTRATIVO 55

Foiajuizada Açao Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6341) no Supremo Tribunal


Foderal pelo Partido Democratico Trabalhisia (PDT). para questionar a constituciona
ldade dos seguintes dispositivos da relericla lei: artigo 3°, caput, incisos I, II e VI, e pa-
ragrafos &, 9, 10 e ll, da Lei lederal 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, sob diversos
fundamentos.
texto da lei fora
alterado (20/03/2020) pela Medida Provisória 926/2020, converti-
dana Lei l4035/2020,de modo a fazer ajustes necessários a adequações constitucionals.

do
A decislo liminar, de lavra
Ministro Marco Aurélio, reconheceu não haver transgres
so a preccito constitucional, pela redação dada ao art. 3°, da Lei sob análise. pela Medi-
da Provisoria 926/2020, tendo em vista que no art. 23, 11, da Constituição se estabelece
a competència comum entre os entes da federação, em matéria de saúde publica. Assim
assentou o Ministro:

assentando-se, no campo, há de ser reconhecido, simplesmente formal, que a discl-


plina decorrente da Medida Provisória 926/2020, no que imprimiu nova redação ao
artigo 3° da Lei federal9.868/1999, nåo alasta a tomada de providencias normativas e
administrativas pelos Estados, Distrito Federal e Munictplos."

Portanto, essa decisão tornou explícita a interpretação de que cada ente da federação
deverá tomar providências sobre o enfrentamento à Pandemia da Covid-19.

"Art. 3° Para enfrentamento da emergència de saude publica de importäncla internacional decorrente do


coronavirus, as autoridades poderao adotar, no Ambito de suas competèncias, dentre outras, as seguin-
tes medidas

- isolamento,

Il-quarentena
VI - restriçâo excepeional e temporária, conforme recomendaçâo técnica e fundamentada da Agència
Nacional de Vigilancia Sanitária, por rodovias, portos ou aeroportos de:
a) entrada e safda do País;
b) locomoçao interestadual e lntermunicipal,

8 A s medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardaro exercício e o funciona-
mento de serviços poblicos e atlvldades essencials.
99O Presidente da Republica disporA, medlante decreto, sobre os serviços publicos e atividades essen-
cials a que se
releremo88
0.As medidas a que se relerem os Incisos l, llevido caput, quando aletareii a execugdo de serviços
publicose atividades essenclais, inclusive as reguladas, concedidas ou autorizadas, somente poderao ser
adotadas em ato espectfico e desde que em articulaçao previa com o orgao regulaclor ou o Poder conce-
dente ou autorizador.
911.E vedada a restriçâo a cireulação de trabalhadores que possa aletar o luncionamento de serviços
p u b i c o s eatividades essenciats, delinidas nos terimos do disposto o s e c a r g a s de qualquer espécie

que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessarios a


populaçao
NEES, ROdr g0 Santos Competencias administrativas
no comt de Covid-19: entre co0perato ccooren3çao.
REVISto d0s Iribuno/5 vo. 1040. ano TtT p . 53-bB. Sao rauiO ta. R, junno 2022
56 REVISTA DOs TRIBUNAIS RI
1040 JUNHO DE 2022

2.2. Oreferendo do Plenário do STFå liminar na medida cautelar da ADI 6341

Esta decisto limiar concedidapelo Ministro Relaior, Marco Aurélio, foi referendada

pelo Plenario do STEem 15 de abril de 2020. Segundo o Plenário, não pode a União im.
de saude, tendo em vIsta a com-
edir que os demais cnles lederativos prestem serviços
peiencia comum de todos os emes nesta matéria (art. 23, I, CR/88).
Por ter entendido a Corte que se trata de competência comum, todos os entes tedera-
tvOs iem competência para atuar diretamente no combate à Pandemia, dando ao art. 3°,

diz: "as autoridades poderão adotar, no àmbito de


caput, da Lei 13.979/2020, quando
Siuas competêncías, entre outras, as seguintes medidas" interpretação contorme à Cons
federativos (União, estados, Distrito Federal
tituiçao. para reconhecer que todos os entes

medidas estabelecidas nesta leie mesmo legislar sobre o


eMunicipios) podem adotar as

referido tema.
Reconheceu-se que a hierarquização prevista no art. 198, da CR/88 sobre o Sistema

não se retere aos entes federativos, mas


a organizaçao e comando
Unico de Saúde (SUS)
ünico no SUS dentro de cada ente da lederação.
Outro argumento utilizado pela Corte toi a garantia da saúde pelos diversos entes

proteção Além da à li-


tederativos, na manutenção dos serviços essenciais à população.
nào outorgou uma discri-
berdade das pessoas. O acórdão reatirmou que a Pandemia
cionariedade amplae irrestrita, nem livre de controle ao Poder Püblico, mas o Estado
democrático de Direito exige uma racionalidade coletiva, com a coordenação de ações

de forma eliciente."
da competência da
Alegou-se, também, que as regras da Lei 13.979/2020 decorrem
união em legislar sobre vigilancia epidemiológica, nos termos dalei do SUS (Lei 8.080/90).
material dos demais entes da tederação prestação de
mas isso n o reduz a competëncia
serviços de saúde.

3. O FEDERALISMO E A FEDERAÇÃO BRASILEIRA

O Estado brasileiro, foi constituído como uma federação desde o Decreto 1, de


15.11.1989.juntamentecom a Proclamação da República, o que foi confirmado na Cons
distribuidos
tituição Republicana de 1891*. Dessa lorma, o seu território e o poder são

3. Cf. BRASIL.. Supremo Tribunal Federal. Referendo na medida cautclar na Açào Direta de Inconstitucionale
dade 6.341-DE. Relerendo em medida cautelar em açâo Direta de inconstitucionalidade. Direito Cons*

titucional. Dircito à saude. Emergência sanitária Internacional. Lei 13.979 de 2020. Competência dos
entes Federados para legislar e adotar medidas sanitárias de Combate à epidemia internacional. Hierar
Relator
quia do Sistema unico de saüde. Competència comum. Medida Cautelar parcialmente deferida.
Min. Marco Aurelio, 15 de abril de 2020. Disponível em: [http://redir.stl.jus.br/paginadorpub/pagina"
10.12.2020.
dor.jsp?docT P-TP&rdocID=75+372183|. Acesso em:
4. "Art. I°- A Naçao brasileira adota como lorma de Governo, sobo regime representativo, a Repubi

Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por uniao perpétua e indissolüvel das

suas antigas Provincias, em Estados Unidos do Brasil". Constituiçào de l891.

NeVES, Rodrigo Santos Competencias administrativas


no combate à pandemia de Covid-19: entre cooperação e coordenação.
Revista dos Tribunais vol. 1040 ano 111. p. 53-68. Sao Paulo: Ed. RT, junho 2022
ADMINISTRATIVO 57

e os entes lederalivOS, que Silo tuniclatles autónomas umas das outras, tanto
entre
ala organizacdo, qanto a sua aclministraçao e legislação
quantoa
A federaçao surgiu n mudo em 1787, (quando os Estados americanos transforma-
Tama sua conlederaç em un leueraçaO,'O1ermo federaçao vem do latim Joedus, que
igniticaaliança, acordo." MuitAs ialanças ja loran lorjadas entre naçoes, maso que torna
a federaçao dilerente de todas is outras? E evidente que cada Estado tem sua feição pró
pria', diante de sua realiciade sOcial, ccon0mica, cultural, pois se reconhece que o Estado
uma individualidale concreto-históricu." Apesar disso, podem-se enumerar algumas
semelhançAS que ocorrem em um Estado Federal.

Uma caracieristicia e que a uniao de estados membros lorma um único Estado, mais
forte do que aquelesseparadamente. Isso representa uma maior segurança para os
daos. tanto no Ambino externo, quanto no âmbito interno. Se a questão for analisada sob
cida
0 aspecto internacional. percebe-se que uma nação mais forte, mais poderosa, é capaz de
manter a paz, em virtude exatamente do seu poderio militar, além da possibilidade de se
ter um governo nacional mais moderado em relação às paixoes que podem tomar gover-
nos regionais." lgualmente no åmbito interno, um governo nacional, menos propenso a
se contagiar pelas paixÓes locais e regionais, pode gerenciar os conflitos de forma mais
moderada e, assim, evitar conlrontos desnecessários, para se manter a paz social.
Os aspectos econômico e social também são preservados com a instituição de uma
federação. Em cada país há regiöes que, em razäo de suas caracteristicas, desenvolvem
apudoes económicas em determinadas áreas, umas para o agronegócio, outras para a in-
dustria, outras para serviços.

Tais diterenças econðmicas nas várias regiðes criam umadiversidade de modos de vida
dos cidadãos e, além disso, uma desigualdade indesejável.1° Em razào disso, o Constituinte

. STRECK, Lenio Luiz; BOLZAN DE MORAIS, José Luis. Ciência poltica e teoria do Estado. 8. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2014. p. 175.
6. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 30. ed. Sâo Paulo: Saraiva, 2011.p. 252.

No mesmo sentido STRECK, Lenio Luiz; BOLZAN DE MORAIS, Jose Luis. Ciencia politicae teonia do
Estado. 8. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 201+. p. 175.
Para umn interessante estudo histórico da federação nas constituiçòes brasileiras veja HORTA, Raul Ma-
chado. Problemas do federalismo brasileiro. Revista da Jaculdade de direito da UFMG, Belo Horizonte
.9, p. 68-88, 1957.
. IHESSE, Konrad. Elementos de direito constitucional da Repablica Federal da Alemanha. Trad. Luts
Atonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1998. p. 179,
9C JAY. John. O Federalista n. 3. In: HAMILTON, Alexander; MADISON, James:JAY. John. O Federalis-
ta. Irad. Ricardo Rodrigues CGama, Campinas: Russel, 2003. p. +1-42. No mesmo sentido o autor fala da
e s s i d a d e de governo moderado para evitar a guera, com ao governo dos homens mais capazes do

J A Y , John. O Federalistan. 4. In: HAMILION,Alexander, MADISON, James;JAY. John. O Fede-

Rodrigues(Gama.Campinas: Russel, 2003. Jose


ralista. Irad. Ricardo p.
Ho-47.
Ao C 1Oal forjou a discrepâncla
tratar da centralização
no pertodo
politicae a desigualdade
existente imperial, Alonso
da Silva atirma: "A realida-
regionais e socLals que continuam ate hoje. por isso e
a o n s t i t u i ç a o de 1988 formula comno um dos objetivos tundaine ntais da Republica erradicar a po

reduzir desigualdades sociats e tegionais (Att. , p . S L V A , Jose Afonso


a ea
arginalizaçao e as

insitucional. Sao r'aulo: Malheuros, 2011. p. 96.


COnstitucionalismo brasileina evolução
NEVES, HOdrigo Santos Lompetencias dministrativas
racão e coordenação
no combate à pandemia de Covid c P
eVIsta dos Iribunais. vol 1040. ano 111 p 53-68 SJo Paulo ta. RI, junno 2022
58 REVISTA DOs TRIBUNAIS RI 1040 . JuNHO DE 2022

de 1988
estabeleceu entre as objetivos fundamentais
os da Repüblica "erradicar a pobrezae
a
marginalizagâo recduzir tlesigumldales soclais regionais" (ar1. 3°, I1, CR/88). Com
e

alederaçaoe possivel reunir essas regioes, de modo a que as deficiências em determinado


e

setr da ecomomia sejamn compensalas pelos pontos fortes de outras regióes.


E um
Estado granle extensao teritorial, é natural que haja uma variedade de
com
elementos
culuurais, que em um Eistado federalé possível a sua manutenção, diante dos
varios niveis de esleras de poder, que possibilitam que assurntos de interesse local ou re.
giomal recebam a atençao devida de entidades nacionais.
Oura característica interessante da federação é a manutenção da autonomia política
dos entes lederativos, embora a soberanla seja exercida por apenas um deles (a União).
Esta descentralização polftica possibilita que cada estado membro se organize por sua
propria constituição estadual, a partir de parâmetros determinados pela constituição fe.
deral, tenha as suas próprias leis e sua administração própria, além de jurisdição para so-
Tucionar os contlitos. Apesar dessa autonomia, caso seja necessário, o estado membro se
beneticia das vantagens da união com os outros estados membros.
Esta descentralização é importante tendo em vista a existência de interesses de ambi-
to nacional, como a manutenção da integridade do território e da soberania, a gestao de
recursos
minerais
e
energéticos, bem como de interesses regionais e locais. Tais
ses não se referem apenas a aspectos políticos e territoriais, mas também podem envolver
interes
a própria economia.2

A participação dos estados membros na produção legislativa federal é garantida pelo


Senado, que é constituído de representantes dos estados membros, em uma composição
legislativa de duas casas-uma delas de representantes do povo.
A federação possibilita um incremento democrático, pelas razôes que se seguem. Em
primeiro lugar, as diversas esferas políticas, nacional, estaduais e municipais (no caso
brasileiro) possibilitam uma maior proteção das minorias locais e regionais em relação
à maioria. A federaçao é a forma de governo
que parece ser mais propícia a compatibl
lizar a heterogeneidade de populaçðes, exatamente por causa da autonomia dos varios
entes federativos, que possibilita que minorias sejam ouvidas e suas diferenças respeita
das pelo Estado nacional. " E mais fácil uma minoria política ser ouvida no ambito local

11. As transferências
de recursos publícos realizadas, em especial, da Uniao
estadose determinados
de mu
a
nicipios sao uma lerramenta importante na recdução das desigualdades. para o desenvolvimento pro
jetos, com
fundamento no
prlnctplo da solidariedade. BERCOVIC1, G. A descentralizaçâo de
socialse o lederalismo cooperauvo brasileiro. Revista de Direlto Sanitdrio, v. 3, n. 1, mar. 2002. p. 1.
poliuca
12. "A repartiçâo nessas duas categorias esta ligada a um sistema de valores ao nível de desenvolvimento
economicoe socíal, bem como a respectiva evolução de seu
desenvolvimento.
flitos sociais, a multiplicação dos perfodos de crise,
O aparecimento de co
as
exigências do desenvolvimento
economico
crescimento dos investimentos publicos leva a várias meditaçðes, no que diz respeito à relação en
natureza do que se pode conligurar como interesses locais ou nacionais". BARACHO, José Altredo a
Oliveira. Descentralização do poder:
federaçãoe munictpio. Revista de informaçao legislativa, Bras
a. 22, n. 85, Jan /mar. 1985. p. 152.
13. Veja a respeito LZIERO, Leonam. Legitimaçâo do federalismo e vantagens da forma federal de
Estau
Revista
direlto publico, Brasilla, Fdiçâo especial, 2019. p. 235-237.

NevES, Rodrigo
SantOs. Compeencias administrativas
no
combate a pande mia de coOvId-I9. entre
Revista dos Tribunais. vol. 1040. ano 111. p. 53-68.cooperaçao e coordenaçao
Sao Paulo: Ed. RT, junho 2022.
ADMINISTRATIVO 59

al,1 O Estado
regional."O Estado deve promo
promover açoes sentido de
e
pleno d e s e n v o l v i m e n t o . '
n0
possibilitar às minoriaso seu

Em segundo lugar, as diverSas esters de


poder possibilitam
maoras rias que variam de tempos em lempos. A ideiae que
o acesso ao
poder de
partido políticoque
oposiçao em nivet lederal, ele podera ganhar as eleições estaduais
aaa
exerça
mesmo um

ou locais te-
portunidade de mOStrar o scu programa de governo em ação. Esta situação
e
TaOpO
promover a allernancia de oder. ajuda a

Em tenceiro lugar, o sistema bicameral do


Legislativo possibilita que os assuntos de
nteresses dos estacdos nmembros, Imesmo quc sejam tratados em legislação federal, haja a
narticipaçao ctetiva daquueles a lormação da vontade politica.
Noque se relere à promoçao de politicas públicas, a estrutura lederal também se apre-
senta tavoravel a democracia, porque, a
exemplo das competências comuns, há a
pos-
sibilidade de Uniâo, estados, Distrito lederal e Municípios promoverem
de determinados setores, como ocorre
ações em
prol
com a saude (art. 23, 1I, Constituição), proteger
meio ambiente (art. 23, VI, Constituição), em torma de colaboração e cooperação, de
modo a impedir a concentração de poder (e o seu abuso) por parte do poder nacional."
Essa divisào de poderes nível vertical
em
impede o
surgimento de um
poder nacional
onipotente.s
Dai é possivel se verificar que quanto maior for a descenralização política maiores
chances para a democracia ilorescer no
país. Em um governo autoritário, mesmo em um
Estado de federação, a descentralização
com o nome
política será menor, com uma con-
centração de poderes nas mãos da União."

. Ci. HESSE, Konrad. Elementos de direito constitucional da Republica Federal da Alemanha. Trad. Luis
Alonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1998. P. 189.

Sminorias devem ter a possibilidade de se desenvolverem de mancira autónoma e nao podem ser
aesconsideradamente oprimidas pela maioria. Os Estados têm a tarefa de criar as condiçðes para a in-
graçao de suas minorias". FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria geral do Estado. Trad. Marlene Hol
nausen. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 196.
nisso, é aberta para eles a possibilidade para prestação própria, eles não ficam restringidos a critica
E s oblem oportunidade de instruir seus condutores no exercício dos negócios estatais, de modo que,

ado eles, uma vez obliverem, na lederação, a maioria, disponham de pessoal político instruido sufi-
eeesteja garantía uma mudança sem atrito", Cl. HESSE, Konrad. Elementos de direito constitucional
u Kepublica Federal da Alemanha. Trad. Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1998.
P.. 185.
1SSE, Konrad. Elementos de direito costitucional da Repüblica Federal da Alemanha. Trad. Luis

50 Heck. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1998. p. 18o.

HESSE,
n1OnSo
Konrad. Flementos de direito constitucional da Federat da
Republica
Trad. Lus
Alemanha.
19.
Heck. Porto Alegre: Sergio Antoni F'abris, I9:P. io:
subordinaçao dentro do Estado fede-
e a supremacia da Uniao lara predominar relaçoes de
as

a, nquanto a tonica do equilsbrio conduzind a um razoavel capo para o desenvolvimento das rela-
Estad.peraçao, sem prejuízo do primado
da U1ao lederal de suas competëncias de
questoeslederalismo. nas

Revista de
S0berano". HORIA, Raul Machado. Organizaçao
constitueioal
do in-

4legislativa, Brasllia, a. 22, n. 87,. jul.-set. 1985. p. 7.OEstudo brustletro experimentou recente
fragilizauçao da
propru separaçao de poderes, sob a
que culminou
nia
CEnlralizaçâo política,

Competencias administrativas
NVES, Hodrigo Santos. entre cooperaçao e coordenação.
a panidemia de Covid-19:
D...
"VStd COmbate
doS Iribunais. vol. 1040. ano 111. p. 53-68. Sa0 Paulo: td. RI, junho 2022.
1040 JUNHO DE 2022
60 REVISTA DOs TRIBUNAIS R I

descentralização po
capaz de garantir
a
nâo é
A simples repartiçao de competências deve garantir que as esteras de
caracterizl a lederaçao
litica. A autonomia polstica, que e legisladores,20
os seus governantes
(estacduais) e locais possam eleger
poder regionais
constitusdo pela Uniäo, estados, Distrito Federal e
O Estado brasileiro, portanto, é foi data autonomia po.
Thata-se de uma lederação, com um
lllerencial, pois
municipios.
ltica, adninistrativae linanceira aos munictpios.
entre os entes de uma lederaçao. O que mais
Como se sabe, nào há uma hierarqula
Mas para que isso seja possível, sem
polítlca.
caracteriza a lederaç o é a descentralização
de competências
necessllade de u m a divisão
que haja uma confusâo institucional há a

entre os entes federativos.


exercício
de competèncias consiste
no
O lederalismo de coordenação na repartição entes federativos, de
entre os
de competências sobre determinadas matérlas
conjunto de abran
temas dentro de suas especificidades
modo que cada um deles trate daqueles
federativo decide de forma
estadual e municipal). Cada ente
genciaterritorial (nacional,
competëncias concorrentes, previstas
no
Eo que com as
autðnoma e isolada." acontece

art. 24 da CR/88.
as competências lixadas
constitucional-
No federalismo de cooperação, ao contrário,
de esforços
mente devem ser exercidas por
todos os entes federativos de modo a uniäo
comuns, previstas no
alcance o bem comum." E oque acontece com as competências
trata de uma opção dos entes
federados em cooperar, mas, sim, de
art. 23, CR/88." Não se

mecanismos de relacionamento democrático dos


ór
da Constituição anterior. "O desapreço pelos
égideestataís
gåos contribuiu para o sucesso das formas autocráticas e de opressåo. Esse comportamento, co
nas formas de centralização polftica e administrativa
ocorridas nos
mo não podia deixar de ser, refletiu
ultimos anos". BARACHO, José Alíredo de Oliveira. Descentralização do poder: federação e município.
Revista de informação legisiativa, Brasflia, a. 22, n. 85, jan.-mar. 1985. p. 151.
20. "Ela consiste na criação de centros de administração publica autðnomos, nos quais a escolha dos agen
tes provém do corpo eleitoral da circunscrição. Esse entendimento reconhece que a descentralização
devem dell
tem um valor democråtico, daí que os próprios interessados, por via de seus representantes,
ni-lo". BARACHO, José Alredo de Oliveira. Descentralização do poder: federaçâoe município. Revista
de informaçao legislativa, Brasflia, a. 22, n. 85, jan.-mar. 1985. p. 152.
21. "A vontade das partes e lIivre e igual, com a manutençto integral de suas competencias os entes ledei
dos sempre podem atuar de manelra isolada ou autónoma. A coordenação é um procedimento que bus
ca um resultado comumedointeresse de todos. A decisâo comum, tomada em escala federal, é adaptad
eexecutada autonomamente por ente federado, adaptando-a as suas peculiaridadese necesidades
BERCOVICI, G.A descentralização de polticas sociais e o federalismo cooperativo brasileiro. Revista "
Direlto Sanitario, v. 3, n. 1, mar. 2002. p. 15.
22. "A cooperaçao parte do pressuposto da estreita interdependencia que existe em inumeras mater
programas de interesse comum, oque dificulta (quando nao impede) a sua atribuição exclusiva ou
ponderante a um determinado ente, diferenciando, em termos de repartição de competências, 85 co
petencias comuns das competèncias concorrentes e exclusivas". BERCOVICI, G. A descentraliza
de polsticas sociais e o lederalismo cooperativo brasileiro. Revista de Direito Sanitdrio, . 3, n. 1,
2002. p. 17.
23. "Caberd a tais leis lixar as bases politicas e as normas operacionais disciplinadoras da lorma de exec
dos serviços e atividades cometidos concorrentemente a todas as entidades federadas, para asses

NeVES, Rodrigo Santos. Competencias


no administrativas
combate à pandemia de Covid-19: entre cooperaçao e coordenação.
Revista dos Tribunais. vol. 1040. ano
111. p. 53-68. São Paulo: Ed. RT, junho 2022.
ADMINISTRATIVO 61

aimposição constilucional."
ma Embora a Constituiçao remeta a
matéria à lei comple
menta-ntar, o Supremo Tribunal Federal ja se manilestou no sentido de
reconhecer validade
a ajuste contratual enire os entes lederados
para organizar a cooperação de
comum. competêncla
A saude é umbom
exemplodessa cooperação. Prevista no art. 23, II, da CR/88, a com-
petencia comum para cuidar
da Saude, entre Uniâo, estados, Distrito federal e munlct-
pios impoe uma combinaçao estorços, como se percebe do texto da Lei
de
n. 141/2012.que regulamenta a cooperação.
Complementar

4. CoORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA NO SISTEMA JURÍDICO ESPANHOL


Administração Pública, em um Estado democrático de Direito, deve ser
A atuaçao da
pautada na lei. Em outras palaVras, os agentes públicos só encontram a legitimidade de
suaatuaç o na lei ou na Constituiçào. Desta forma é possível
investigar se um determi-
nado ato administrativo é válido ou nãoa partir da verilicaç o se o
ato tem atribuição legal para faze-lo.
agente que praticou o
Em toda estrutura
organizacional há que se estabelecer regras de repartição de com-
petências, tendo em vista que vários såo os órgãos que desempenham as funçðes neces-
sárias para o bom funcionamento do todo. Assim, "(..) nada é mais perturbador para o

que no haja dispersão de esforcos. Asim dirao, por exemplo, oque cabe a cada esfera politica na pres.
acao dos mesmos serviços, levando-se em conta as reais possiblidades administrativas e orçamentarias
dos diversos parceiros, ou, ainda, especificar o quais os instrumentos de ação administrativa a utilizar,
para permitir o exercício mais vantajoso das competências comuns". ALMEIDA, Fernanda Dias Mene-
zesde. Comentário ao art. 23, parágrafo unico In: CANOTILHO,J.J. Gomes; MENDES, Gilmar E; SAAR-
LE, Ingo W, STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários àa Constituiçâo do Brasil. São Paulo: Saraiva/
Almedina, 2013. p. 1780.
47 art. 23 (..) Parágrafo unico. Leis complementares lixarao normas para a cooperaçao entre a Uniâoeos
Estados, o Distrito Federal e os Munictpios, tendo em vista o equiltbrio do desenvolvimento edo bem-
-estar em ambito nacional". Constituição da Republica (CR/B8).
O artigo 23,
reservoualeicomplementara disciplina da coo-
unico, da Constituição Federal
parágrafo
União, Estados, MunicipioseDistrito Federal
peraçao interlederativa, mas nao veda quesalutar recorram à u
lização de instrumentos negociais para a racionalização e coordenacão das atividades,
suas
Oniormidade com a perspectiva consensuale pragmatica da Administração Publica contemporanea em
em

30 ago. 2019, publicação DJe de 05.12.2019).


d. verlente gerencial" (ADI3.499, rel. min. Lulz Fux, j.
26 21.Os Estados e os Municípios que estabeleceren consórcios ou outras tormas legais de cooperati
saude e cumprimento da diretriz constitucional
,para execuçâo conjunta de açoes e serviços de
a

gionalização e hierarqulzaçao da rede de serviços, poderão remanejar


entre Si
parcelas dos recursos
undos de Saude derivadas tanto de receitas próprlas como
de
translerenclas obrigatórias, que se-
envolvidos.
modalidade gerencial pactuada pelos
entes
D nistradas segundo deverl estar em
galo ùnico. A modalidade gerencial relerida caput inscritos na
no consonancia19com os precel
d Direito Administrativo Publico,
com princlplos os Lel n"8.0B0, de de setembro
de 2005, comas
, n a Lei no 8.142, de 28 de dezembro de
1990, e Lei l1.107, de 6 de abril
na no

Nacional de
e

aprovadas pelo Conselho


pactuadas na comissao intergestores trlpartite
e
do SUS
Sa
13 de janelro de
201.
1el
complementar 141, de

administraivas
NEVES, Rodrigo Santos. Competencias
cooperaçao ccoorGenaçao2022.
combate â pandemia ano 111. p. entre
de Covid-19:
no 53-68. São Paulo: Ed. RT, junho
nevista dos Tribunais vol. 1040.
R I 1040 JUNHO DE 2022
REVISTA DOos TRIBUNAIS
62

do conlusão ou inditerenciação de
sisiema ceniralizado que
uncionamento de um
bom
competencia (...)".2 nem sempre as
a questa0 é complexa, porque
Ao conurario do que se posSA )arccer, anteriormente. O texto cons.
vill
exclusivaS ou privativas, como ja se
sao (art. 23)e compe.
compeiencias competencas
comuns

cstabelece expressamente
titucioal brasileiro
deliniraté que ponto
um ente da lederação pode
eodilícilé
(art. 24)
tênciasconcorremes invadir competência
alheia.
as suus atribuiçðes, sem
Cxener
principios que regem
a Ad.
1978 estabelece dentre
os

A Constituiçào Espanhola de relerido preceito signitica que "(...)


coordenação."O
ministraço Publica o princípio da alinhada e coeren.
públicas
buscarão que sua atuaçao seja
s orgàos e as administraçðcs m a t e r i a " . " O principio
da coor-
concorrentes sobre u m a
existam interesses
e quando jurídico em um ordenamento.
denaçdo tem as mesmas lunções que qualquer principio exercício do poder
Poder Executivo no
Ele inlorma a atividade legislativa, do Chefe do de coor
a criação de canais
c o m o um todo, ao impor
regulamentar e da Administração u m a tunçào hermenëutica, pois
entidades administrativas. Há
denação entre os órgdos e os objetivos dos
modo a que a lavorecer
nas normasjurídicas
devem ser interpretadas de
os aplicadores das nor-
enunciados. Além disso, há uma tunção supletiva,
para auxiliar
mas em caso de lacunas normativas.
Interadministrativa? Trata-se de uma de-
Mas o que e x a t a m e n t e seria a Coordenação
uma Administração Pública
de um nível terri-
cisão unilateral e vinculante, tomada por
local, que está limitada pela autonomia
torial superior, em relação a uma Administração
Estado brasileiro, que foi constituído sob a
local." O conceito pode soar estranho para o
desenvolvido para um estado unitá-
forma de federação. Esse conceito, em verdade, foi
rio, como a Espanha.

Constituição Espanhola reconheça a autonomia municipal,


como
Muito embora a
poder de autoadministração e autogoverno, nos termos do seu art. 140. Portanto, quan-
do se tala em coordenação administrativa a tareta dilícil é compatibilizá-la com a autono-

mia municipal, mesmo em um Estado unitário.

27. SÁNCHEZ MORON, M. Lacoordinación administrativa como concepto juridico.Documentación Admie


nistrativa, Madri, 230-231, abr.-set. 1992. p. 15.
25. "Artigo 103

1. A Administração Publica serve com objetividade os interesses geraise atua de acordo com os princ

pios de
elicdcia,
hierarquia, descentralização, desconcentração e coordenação,
Jei e ao Direito.
submetida a plenamente
2.Os orgaos da Adininistração do Estado são eriados, regidos e coordenados de acordo com a lei".
29. COVILLA MARTINEZ, Juan Carlos. La garantía de la
coordinación interadministrativa
autonomía local en el marco de las
decisiones
en
Espana. Iustituzioni del Federalismo, Bolonha, a. 39, n. 1,jan.-
2018. p. 79.
30. SANCHEZ MORON, M.
Ia coordinación administrativa cono concepto jurídico. Documentación Aa
nistrativa, Madri, n. 230-231, abr./set. 1992. p. 21.
31. COVILLA MARITINEZ, Juan Carlos.
La garantía de la autonomía local en el marco de las decisione
de

coordinación interadministrativa en Espana. Iustituzioni del


2018. p. 77.
Federalismo, Bolonha, a. 39, n.
1,jan.-*
NevES, Rodrigo Santos.
no Competencias acministrativas
combate a pandemia de covid-9. entre cooperaç o e coordenaçao.
Revista dos Iribunais. vol. 1040. ano 111.
p. 53-68. São Paulo: Ed.
RT, junho 2022
ADMINISTRATIVO 63

Ha que se falar em um
conteudo mínimo à
autonomia municipal e que não
desprezado pelas autoridades quue terâo a tarela de
coordenar a atividade
pode ser
que seria a) opoder administrativa,
mites
auto-organizaçào; b) a autonomia financeira do município; ec) li-
controle sobre
de
ao
município.2 o

Para Juan Carlos Covilla Martínez


autonomia municipal, como a
co, tem um carater
expansivo, autonomia ouorga poderes ao
a princípio juridi
nào expressos na Constituiçào e na
lei, com
Município, ainda que
objetivo garantia a sua existëncia." Já
de o
a
progressividade da autonomia municipal consiste em
impor um dever do ente local a
utilizar os instrumentos jurídicos de
que dispõe para reconhecer
autonomia." potencializar sua e a

Hauma garantia previa para se preservar a autonomia local, mesmo diante do institu-
to da Coordenação, que são os planos setoriais. Segundo dispöe a
denação se realizará por meio da definição concreta e
lei espanhola, "a
coor
em relação a uma matéria, serviço
ou
competëncia especifica de interesse
público ou comunitário, através de planos seto-
riais para lixação
a dos objetivos e determinação das prioridades de ação pública na ma-
teria correspondente".

Fica garantida a participação dos municíipios envolvidos nos órgãos criados para au-
xiliar na
coordenação (art. 58.2). O objetivo da
normaé se possibilitara
Os entes administrativos, na chamada cooperação voluntária. cooperação entre
E
pertinente uma sentença do Tribunal Constitucional Espanhol sobre a Coordena-
ção Administrativa em matéria de saúde
pública, o que interessa a este trabalho, em razão
da
pandemia da Covid-19 instalada no planeta: a coordenação
"deve ser entendida como a tixaçào de meios sistemas que tornem
e
possível a infor
mação reciproca, a homogeneidade técnica em determinados aspectos e a ação conjun-
a das autoridades sanitárias estatais e comunitárias no exercicio de suas
respectivas
competências, de tal modo que se logre a integraçào de atos parciais na globalidade do
SIstema sanitário."

.
COVILLA MARTINEZ, Juan Carlos. La garantía de la autonomía local en el marco de las decisiones de
00dinacioninteradministrativa en España. Instituzioni del Federalismo, Bolonha, a. 39, n. 1, jan.-mar.
2018. p. 8.
COVILLA MARTNEZ, Juan Carlos. La garantía de la autonomía local en el marco de las decisiones de
n a c l ó n interadministrativa en Espana. Instituziont del Federalismo, Bolonha, a. 39, n. 1.jan/mar.
2018. p. B6.
4
O A MARTINEZ, Juan Carlos. L.a garantia de la autonomau local en el marco de las decisiones de
d a c t ó n interadnuinistrativa cn ispana. mstituziont del Federalismo, BolonBha, a. 39, n. 1,jan /mar.
2018. p. B7.
CI. art. 59, Lei 7/1985-LRBRI.
AARDO SPINOLA, Luis Donmingo Antonio, La coordinacion de lus acdministraciones publicas. Revis-
u de estudios de la administracton local y aulonomica, Macdri, In. 299:20, Jul/dez. 1992. p. 745.

ibunal Constitucional lispanhol, Senteuça 3283, PI:REZZCALO, AIberto, Actuaciones de coopera


o n y coordinación entre el estado y las conunidades autonomis. Kevista de estudios de la administra-

1O local yautonomica, Madri, n. 235-236, jul,-dez. T98.p. */4-9

NEVES, ROdr go Santos. Competencias administrativas


a pandemia de Covid-19. entre c0prraao e coordenação.
no cormbate >3o Paui0: t a RI. junno 2022
evista dos Tribunais vol. 1040. ano 111,
p. 53-68.
64 REVISTA DOs TRIBUNAIS.RT 1040. JUNHO DE 2022

A questao da autonomia local e dos estados se torna mais sensível em um estado


ederal, como o brasileiro. E isto ocorre porque a autonomia local (ou municipal) e a
autonomia provincial (ou estadual) sâo características de uma lederação, pois se trata
de uma autonomia relorçada, como já loi dito neste trabalho. Em outras palavras, tra-
ta-se de autonomia política. Como em uma lecderaç o não há hierarquia entre os en-
tes tederados, os três níveis de Administração Püblica coexistem, no âmbito de suas

competências.

5. A cooRDENAÇÃO SAÚDE PÚBLICA:


INTERGOVERNAMENTAL EM UMA
ALTERNATIVA NO COMBATE À PANDEMIA DA CoVID-19
No ambito do Sistema Unico de Saúde (SUS) há mecanismos de coordenação admi
nistrativa, que vão além dos elementos financeiros, para a organização e implementação
das polticas de saude no Brasil. Ganharam relevancia instrumentos de natureza politica,
bem como gerencial, a lim de ampliar a cooperação entre os entes federativos, no desen-
volvimento das políticas pública de saúde.38
Apartir do ano de 2016 foi criado o Pacto pela Sattde, constitufdo por tres elementos:
a) o Pacto pela vida; b)o Pacto em Defesa do SUS; e c) o Pacto de Gestäo. Oprimeiro deles,
o Pacto pela Vida, teve por finalidade estabelecer compromissos sanitários, comobjeti
vos, metase indicadores, que deveriam se anualmente reconhecidos pelas très esteras de

poder (união, estados e municípios), a partir de seis prioridades: a) saúde do idoso;b)


re-

dução da mortalidade infantil e materna; c) controle do câncer do colo do úteroe da ma-


ma; d) fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com
enfase na dengue, hansenfase, tuberculose, malária e inífuenza; e) promoção da saude
eD fortalecimento da atençao básica"Ja em 2008 foram inclutdas outras prioridades:
g) saude do trabalhador: h) saude mental; i) fortalecimento da capacidade de resposta do
sistema de saude às pessoas com deficiencia; j) atenção integral às pessoas em situaçdo
ou risco de violência; e l) saúde do homem.
O Pacto em defesa do SUS tratou de questões financeiras, voladas à regulamentação
da Emenda Constitucional 29/2000, com a garantia de recursos mínimos para as polfti
cas de saúde.
Jáo Pacto de Gestão teve por foco a regionalização dos instrumentos, apartirdo pla-
nejamento, gestão do trabalho e educaçao na saúde. O Pacto pela saúde, como um todo,
buscou inovação na gestao do SUS, a partir do comprometimento dos gestores, eno lor
talecimento nas relações locais e regionais.

38. JACCOUD, Luciana; MENENES, Acrica. Coordenação e relações intergovernamentais no SUS-o p


to pelasaude eoseu legado. In: JACCOUD, Luciana. (Org.). Coordenaçaão e relaçoes intergovernamente
nas polticas sociais brasiletras. Brasflia: 1PEA, 2020. p. 215.
39. JACCOUD, Luciana; MENENES, Aerica. Coordenaçâo e relaçdes intergovernamentais no SUS-o p
to pela saude eoseu legado. In: JACCOUD, Luciana. (Org.). Coordenaçao e relaçoes intergovemamen
naspolttcas sociais brasileiras. Brasilia: IPEA, 2020. p. 221.
NeVES, Rodrigo Santos. Competèncias administrativas
no combate à pandemia de Covid-19: entre cooperação e coordenaçao.
Revista dos Tribunois. vol. 1040. ano 111. p. 53-68. São Paulo: Ed. RT, junho 2022.
ADMIISTRATVO b5

Embora complexia estruturaacdministrava tenha sido criada, em razão da autono-


csta
mia poltica dos entes lederaivOS, se nao houver um trabalho coordenado desses entes,
tcursos publicos seCTao perdidos por excesso de investimentos em determinadas áreas,
cnquanto que ao mesnno lempo, oulras årcas estarào sem cobertura de serviço.

Lei8.08O/90, que dispde sobre as condições para a promoção, proteçãoe


A
cao da saude, a organizaçao eoluncionamento dos serviços correspondentes e recupera
dá outras
providèncias, estabelece competencias sobre essa questão, que atribui a Direção nacio-
nal do Sistema Unico de Saúde delinire coordenar o sistemade vigilância
(art. 16, ll, c). E ainda coordenar e participar na execução das ações de vigilància epide-
epidemiológica
miologica (art. 16, VI, Lei 8.080/90).
A decisão do Supremo Tribunal Federal na ADI 6341, ao lixar uma
interpretação con
forme a Constituiç o de que tdos os entes federativos têm competência para o entren-
tamento à Pandemia, por estar inserido no art. 23, 11, da Constituiçàão (saúde), Iegitimou
a atuação de
governadores prefeitos agiremde
e a forma diversa, sem uma diretriz geral
sem uma coordenação, que deveria ser exercida pela Direção Nacional do Sistema Uni
co de Saúde.

O combate auma pandemia, como esta da Covid-19 não se trata apenas de um caso de
marcação de consultas ou o agendamento de cirurgias. lstoé uma questão em nível glo-
bal. A imposição das restrições previstas na Lei 13.979/2020, como quarentena da popu-
laçao,
isolamento social.
proibição de funcionamento de estabelecimentos empresariais
erestrição de horários leitos em uma determinada localidade podem não surtir efeito se
em um município vizinho o mesmo não ocorrer.

Não se advoga aqui a ideia de se restringir a aplicação da autonomia dos entes da lede-
Fação.No entanto, ao que parece, o assunto vai muito além
do interesse local, ou mesmo
estadual, e passa a ser um interesse de ambito nacional. E por essa razão, que as diretrizes
para o enfrentamento da Pandemia devem partir da União, de acordo com os dados ali-
mentados pelos estados e municipios nas unidades do Sistema Unico de Saude.
O argumento na decisäo do STF no sentido de que estados emunicípios estariam to
Ihidos de prestar serviços de saude é falacioso, tendo em vista que os serviços sempre fo-
am prestados de forma integrada nas trés csteras de governo.
Na verdade, a atuação desconectada prejudica o combate à pandemia e descumpre a
Ccompetencia de "delinirecoordenar os sistemas de vigilancia lepidlemiológica|l" da Dire
cão Nacional do Sistema Ünico de Saude (art. 16,111. c,Lei 8.080/90), assimcomo acom
pet 1 de "coordenar e participar na execuçào das açdes de vigilancia epidemiológica".

6. CoNSIDERAÇÕES FINAIS

da Covid-19 estabelecidas na Lei Federal


nedidas de enfrentamento à pandemia
3.970 constitucional, A decisao prolerida na Medi-
020 foram submetidas à jurisdiçâo
da nao reconheceu inconstitucio-
Federal,
nalid r na ADI 6341, no Supremo Tribunal realirmar
relerida lei, deu interpretaçao conlorime a Lonsttuiçao, para
ue na mas
do combate à pandemia.
todos os entes
Us e n t e s tederativos têm competência para
federativOS
tratar

aurninisträtivas
Competencias
NEVES, HOdrigo Santos. coordenação.
no combate a pandemia de Covid-19. entre cOOpe
53-68. S3o Paul0: ta. R, junho 2022.
ano 111. p.
n e v i s t a dos Tribunais, vol. 1040.
66 REVISTA DOs TRiBUNAIS RT 1040 JUNHO DE 2022

A
repartição de competeneiasé é questdo senstvel
uma estado federal. O
Estado
em um

mas garan
constiruido sob forma
a federal entes
aquele que reconhece a soberania Estado, ao
te autonomia polfticatodos
a os lederativos,
de com poder auto-organização, auto
legislação e autogoverno.
Ofederalismo brasileiro assume contornos do lederalismo de coordenação em alguns
momentos e ederalismo de cooperaçao em outros. O federalismo de coordenação na re
partição de competências consiste no exercício conjunto de competèncias sobre deter
minadas matérias entre os entes federativos, de modo que cada um deles trate daqueles
temas dentro de suas especificidades de abrangencia territorial (nacional, estadual e mu.
nicipal). Cada ente federativo decide de forma autonoma e isolada, como ocorre na com
petência concorrente, prevista no art. 24, da Constituição.
No federalismo de cooperação, ao contrário, as competências lixadas constitucional-
mente devem ser exercidas por todos os entes federativos de modo que a uniäo de esfor-
ços alcance o bem comum. E o que acontece com as competëncias comuns, previstas no
art. 23, da Constituição. Não se trata de uma
opção dos entes federados em cooperar, mas,
sim, de uma imposição constitucional.
Embora a Constituição remeta a matéria à lei complementar, o Supremo Tribunal
Federal já se manifestou no senido de reconhecer validade a ajuste contratual entre os
entes tederados para organizar a cooperação de competência comum, o que se insere a
competencia em Saúde.
A coordenação administrativa intergovernamental do Direito espanhol é um ato uni-
lateral e impositivo, tfpico de um Estado unitário. Nesses moldes o instituto nao é com-
patfvel como o sistema brasileiro, em virtude daautonomiapolítica dos entes federativos.
A decisão do Supremo Tribunal Federal simplesmente afirmou que o enfrentamento
à pandemia é uma questão de saúde pública e, portanto, de competência comuns dos en-
tes federativos: Uniao, estados, Distrito Federale municípios.
Nesse sentido, a referida decisão legitima uma atuação autônoma e fora de sincronia
de cada ente da federação com os outros. Uma pandemia não deve ser tratada como um
problema local, mas um problema de ambito nacional.
O Sistema Unico de Saude é um sistema
que busca organizar e gerir as políticas pubil
cas de saúde em todo o
país. atuação desconectada prejudica o combate à
A
pandemiae
descumpre competència de "delinir e coordenar os sistemas de vigilância lepidemiolo-
a

gical" da Direção Nacional do Sistema Unico de Saúde (art. 16, I11, c, Lei 8.080/90), as
sim comoa competência de "coordenar e
participar na execução das de ações vigilancia
epidemiológica".
Portanto, no sistema brasileiro existe a coordenaçao administrativa,
modelo de federalismo adotado na
consequente a
Constituição e aplicado ao Sistema Unico de Saude
de forma que esta atribuição pertence à União, meio por do da Direçaão Nacional su:
quem deveria estabelecer as diretrizes sobre as açðes de enfrentamento da pandemia da
Covid-19.

NEVES, HOdrigo Santos. Comperëncias administrativas


no combate a
pandemia de Covid-19: entre cooperação e coordenaça0.
Revisto dos
Tribunais vol. 1040. ano 111. p.
53-68. 5ao Paulo: Ed. RT, junho 2022
ADMINISTRATIVO 67

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PESQUISAS DO EDITORIAL

AREA DO DIREITO: Administrativo

Veja também Doutrina relacionada ao tema


Saude e contornos do federalismo brasileiro. Bases constitucionais para a solução de conflitos
relacionados à pandemia (Covid-19, coronavirus). Breves considerações, de Janaina de Castro
Marchi Medina e José Miguel Garcia Medina - Boletim Revisto dos Tribunais Online, S/349-357

Veja também Jurisprudência relacionada ao tema


Referendo em MC em ADIn 6.341.

NEVES, HOdrigo Santos. CompeteniCias administrativas


no combate à pandemia de Covid-19. entre cooperação e coordenação
Revista dos ribunais vol. 1040. ano 111. p. 53-68. São Paulo: Ed. RI, junho 2022

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