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NOTA TÉCNICA Nº ASSUNTO: Investigação Hospitalar das Doenças de Notificação

021/CECISS/FVS-RCP Compulsória.
Data: 05/12/2023 OBJETIVO: Orientar os Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar
(NVEH) para a realização da investigação de Doenças de Notificação
Local: Amazonas Compulsória (DNC) em âmbito hospitalar.

1. Considerando a Portaria GM/MS nº 217, de 1º de Março de 2023, que versa sobre a Lista
Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos em saúde pública, nos
serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional;

2. Considerando a Portaria nº 079/DIPRE/FVS-RCP, de 17 de Maio de 2022, que em seu


Art. 3º §1º, estabelece que: Os Núcleos de Vigilância Hospitalar (NVH) são Unidades
Operacionais responsáveis pelo desenvolvimento de atividades de vigilância epidemiológica
em âmbito hospitalar, os quais têm como atribuição a detecção oportuna de doenças e
agravos de importância, bem como, identificação de alteração no padrão epidemiológico de
doenças e agravos; e,

3. Considerando a Portaria n° 1963/GM/MS, de 23 de julho de 2021, que institui a Vigilância


Epidemiológica Hospitalar (VEH) e versa sobre suas atribuições.

4. CONCEITOS UTILIZADOS (Portaria n° 204/GM/MS, de 17 de fevereiro de 2016, em seu 1


Art. 2°):
4.1 - Agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por
circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso
de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos
e lesão autoprovocada;
4.2 - Doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que
represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos;
4.3 - Evento de Saúde Pública: como situação que pode constituir potencial ameaça à
saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa
desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas,
considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a
transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de
desastres ou acidentes;
4.4 - Notificação compulsória (NC): Comunicação obrigatória à autoridade de saúde,
realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de
saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença,
agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal;
4.5 - Notificação Compulsória Imediata (NCi): NCi realizada até 24 horas, a partir do
conhecimento da ocorrência da doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio mais
rápido disponível;
4.6 - Notificação Compulsória Semanal (NCs): NCs realizada até 7 dias, a partir do
conhecimento da ocorrência ou agravo; e,
4.7 - Notificação Compulsória Negativa (NCn): Comunicação semanal realizada por
responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que, na
semana epidemiológica, não foram identificadas nenhuma doença, agravo ou evento de
saúde pública constante da Lista de Notificação compulsória.

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facebook.com/fvs.rcp Torquato Tapajós, 4010 - Colônia Santo
Antônio. Manaus-AM. CEP: 69093-018
Dra. Rosemary Costa Pinto
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CNPJ: 07.141.411/0001-46
NOTA TÉCNICA Nº ASSUNTO: Investigação Hospitalar das Doenças de Notificação
021/CECISS/FVS-RCP Compulsória.
Data: 05/12/2023 OBJETIVO: Orientar os Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar
(NVEH) para a realização da investigação de Doenças de Notificação
Local: Amazonas Compulsória (DNC) em âmbito hospitalar.

5. ATRIBUIÇÕES DO NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR


PERTINENTES À ATIVIDADE DE INVESTIGAÇÃO (Portaria n° 1963/GM/MS, de 23 de
julho de 2021, em seu Art. 335-U, incisos IX, X e XI)
5.1 – “IX – Notificar ao primeiro nível hierárquico superior da vigilância epidemiológica as
DNC detectadas no âmbito hospitalar, de acordo com os instrumentos e fluxos de
notificações definidos pelo Ministério da Saúde”;
5.2 – “X - Realizar a investigação epidemiológica hospitalar das doenças, agravos, eventos
constantes na lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória, detectados
no ambiente hospitalar, em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde e com a
Secretaria Estadual de Saúde, incluindo as atividades de interrupção da cadeia de
transmissão de casos e surtos, quando pertinentes, segundo as normas de procedimentos
estabelecidos pelo Ministério da Saúde”; e,
5.3 – “XI - Cooperar com a investigação hospitalar de surtos de Doenças de Notificação
Compulsória e Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)”.
2
6. OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR DAS DNC:
6.1 - Identificar e controlar as fontes de infecções;
6.2 - Implementar medidas de prevenção de acordo com o tipo de caso. Por exemplo:
isolamento de contato, isolamento respiratório por gotículas e isolamento respiratório por
aerossol;
6.2 - Prevenir surtos similares;
6.4 - Descrever novas doenças; e,
6.5 - Detectar agravos de causas desconhecidas.

7. ETAPAS QUE ANTECEDEM A INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR:


7.1 - CABE À EQUIPE ASSISTENCIAL:
7.1.1 - Estabelecer definição de caso: conjunto específico de critérios aos quais um
indivíduo deve atender para ser considerado um caso do agravo sob investigação. Esta
definição deve incluir critérios para pessoa, espaço, tempo, características clínicas,
laboratoriais e epidemiológicas;
7.1.2 - Notificar caso: Atentar para adequado preenchimento da ficha de notificação,
considerando não apenas os campos obrigatórios, mas todos aqueles essenciais para o
monitoramento do caso, atentando para o campo de observações;
7.1.3 - Implementar medidas de prevenção de acordo com o tipo de caso;
7.1.5 7.1.4 - Coletar e viabilizar amostras laboratoriais, conforme o agravo notificado; e,
7.1.5 - Comunicar a doença ou agravo oportunamente ao NVEH da unidade notificante.
7.2 - CABE À EQUIPE DO NVEH:
7.2.1 - Qualificação das informações constantes na ficha de notificação considerando não
apenas os campos obrigatórios, mas todos aqueles essenciais para o monitoramento do
caso, atentando para o campo de observações;

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Local: Amazonas Compulsória (DNC) em âmbito hospitalar.

7.2.2 - Apoiar a equipe assistencial na coleta e viabilização de amostras laboratoriais,


conforme o agravo notificado;
7.2.3 - Solicitar exames laboratoriais para diagnóstico diferencial (se necessário);
7.2.4 - Comunicar a doença ou agravo oportunamente aos níveis de vigilância e autoridades
de saúde; e,
7.2.5 - Inserir a notificação nos sistemas oficiais de informação.

8. ETAPAS DA INVESTIGAÇÃO HOSPITALAR


8.1 - Descrever Critérios clínicos: levam em consideração os sintomas e sinais da doença
mais frequentemente observados nos casos notificados, podem incluir a sequência com a
qual se apresentam e a duração média do mesmo;
8.2 - Descrever Critérios epidemiológicos: levam em consideração as características
relevantes da distribuição dos casos notificados em função do tempo, lugar e pessoa, assim
como do agente, hospedeiro e ambiente; podem considerar critérios de inclusão ou exclusão
em relação ao período de incubação, período provável de exposição, contato com casos 3
índice, casos secundários ou fonte comum, tipo de exposição e restrições sobre tempo e
área geográfica específicos;
8.3 - Descrever critérios laboratoriais e outros exames: levam em consideração a
evidência bioquímica, patológica ou microbiológica de infecção ou doença mais importante
para a confirmação etiológica da doença nos casos notificados;
8.4 - Definir contactantes: a depender do agravo/surto, se faz necessário o levantamento
de contatos diretos ao caso notificado no campo de observação da ficha de notificação,
considerando o risco de exposição no qual está inserido e a relação com o caso (contato
domiciliar, familiar (extradomiciliar, laboral, escolar, evento social ou outros);
8.5 - Comunicar os resultados da investigação por meio da ficha de notificação
compulsória preenchida com completitude, incluindo o campo observações;
8.6 - Em casos de surtos hospitalares, deve-se utilizar instrumentos de rastreio de pacientes.
Exemplo: planilha de DDA, planilha de intoxicação exógena, rastreio de contatos da ficha de
notificação SG suspeito de COVID-19; e,
8.7 - Encaminhar oportunamente os resultados da investigação epidemiológica
hospitalar para os níveis de vigilância e autoridades de saúde responsáveis pela realização
de medidas de prevenção e controle domiciliar, bem como, divulgar para os envolvidos no
surto, respeitando o anonimato dos pacientes que cederam os dados individualmente.

9. REALIZAR O PREENCHIMENTO INTEGRAL DA FICHA DE NOTIFICAÇÃO


COMPULSÓRIA.
9.1 - Para que haja uma boa avaliação e confiabilidade no documento é necessário a
completitude e consistência dos registros preenchidos, pois, cada campo existente na ficha
de notificação tem um objetivo específico;

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9.2 - Entende-se por consistência a coerência entre as categorias assinaladas em dois


campos relacionados;
9.3 - Entende-se por completitude dos registros o grau de preenchimento dos campos da
ficha de notificação; e,
9.4 - Ao preencher a ficha de notificação com completitude e consistência, utilizando o campo
“Observação” para inserir as informações de relevância epidemiológica, já estará realizando
os passos necessários para a investigação epidemiológica hospitalar.

10. IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR:


- A investigação epidemiológica hospitalar é uma ferramenta importante para a detecção
precoce de doenças transmissíveis e agravos à saúde em hospitais. Ela permite que as
autoridades de saúde monitorem a ocorrência de doenças em hospitais e ajuda a identificar
surtos de doenças infecciosas.

11. REFERÊNCIAS 4
11.1 - BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerência de Vigilância e
Monitoramento em Serviços de Saúde. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde.
Nota Técnica Nº 04/2020, de 25 de fevereiro de 2021. Orientações Para Serviços De Saúde:
Medidas De Prevenção E Controle Que Devem Ser Adotadas Durante A Assistência Aos
Casos Suspeitos Ou Confirmados De Infecção Pelo Novo Coronavírus (Sars Cov-2). Brasília:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2021.
11.2 - BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 217, de 1º de março
de 2023 - Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de
Saúde Pública. Diário Oficial, Brasília, DF, 2023 Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2023/prt0217_02_03_2023.html>
11.3 - BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 1.693, DE 23 DE
JULHO DE 2021 - Instituição e atribuição da Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH).
Diário Oficial, Brasília, DF, 2021. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2021/prt1693_26_07_2021.html>
11.4 - BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria N° 204, de 17 de fevereiro
de 2016 - Lista Nacional de Notificação compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de
Saúde Pública e seus termos. Diário Oficial, Brasília, DF, 2016. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html>
11.5 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral
de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf>
11.5 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção de Saúde - Brasília.
Roteiro para o uso do SINAN NET, Análise da Qualidade da Base de Dados e Cálculo de

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Indicadores Epidemiológicos e Operacionais. 2019. Disponível em:


<http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Violencia/CADERNO_ANALI
SE_SINAN_Marco_2019_V1.pdf>
11.6 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 64 p. : il.

TATYANA COSTA AMORIM Assinado de forma digital por TATYANA


COSTA AMORIM RAMOS:60053771249
RAMOS:60053771249 Dados: 2023.12.05 15:22:15 -04'00'

TATYANA COSTA AMORIM RAMOS,


Diretora Presidente da FVS-RCP.

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