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Serviços farmacêuticos

Conceito: É o ato profissional farmacêutico de proporcionar medicamentos e


outros produtos a um paciente, geralmente em resposta a apresentação de
uma receita elaborada por um profissional autorizado.
Quem pode realizar os serviços farmacêuticos?
O Art. 1º da Resolução CFF nº 499/2008 estabelece que somente o
farmacêutico inscrito no CRF de sua jurisdição poderá prestar serviços
farmacêuticos em farmácias e drogarias.
Quais serviços farmacêuticos que podem ser
prestados nas farmácias?
• Venda e orientação sobre o uso de medicamentos

Vender medicamentos é a principal função das farmácias e drogarias,


mediante apresentação de receita médica. Além disso, o farmacêutico é o
profissional apto para informações e orientações sobre o uso dos remédios,
suas indicações, contraindicações e efeitos colaterais, mas não para
prescrevê-los.

• Aplicação de medicamentos

Farmácias e drogarias contam com especialistas aptos a prestarem auxílio ao


paciente que tem dificuldade de administrar o medicamento sozinho. Esse
suporte pode ser dado tanto na aplicação, injeção ou inalação (nebulização) do
produto, incluindo os de uso oral, para mais conforto do cliente.

• Aplicação de vacinas
Farmácias de todo o Brasil podem aplicar vacinas. Mas, para isso, esses
estabelecimentos de saúde devem obedecer algumas exigências, como estar
inscritos no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES),
disponibilizar o calendário nacional de vacinação e os tipos de medicamentos
disponíveis aos clientes. Em cada local é obrigatória a designação de um
responsável técnico e a contratação de profissionais habilitados para aplicar
vacinas. As instalações precisam ser adequadas e seguir parâmetros
estabelecidos nas normas do setor, como ambiente refrigerado para armazenar
as vacinas e cuidados no transporte dos materiais para não prejudicar a
qualidade. Também é obrigatório o registro das informações nos cartões de
vacinação e de erros ou problemas no sistema da agência e liberdade para
emitir Certificados Internacionais de Vacinação.
Requisitos para o funcionamento do serviço de vacinação
1 – Possuir licença para a prestação do serviço de vacinação emitida pela autoridade
sanitária municipal competente.

2 – O estabelecimento deve estar inscrito e manter seus dados atualizados no


Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é um documento público
e sistema de informação oficial de cadastramento de informações acerca de todos os
estabelecimentos de saúde do país, independentemente de sua natureza jurídica ou
integração com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Para que uma farmácia possa oferecer o serviço de vacinação é necessário um código
CNES específico, conforme determina a Portaria MS nº 1.646/15.
Tipo de estabelecimento = “43 farmácia”.
3 – Afixar, em local visível ao usuário, o Calendário Nacional de Vacinação do SUS,
com a indicação das vacinas disponibilizadas neste calendário.
4 – O estabelecimento deverá possuir Farmacêutico Responsável Técnico e contar
com farmacêutico presente para desenvolver as atividades de vacinação durante todo
o período em que o serviço for oferecido.
O farmacêutico deverá afixar no local de prestação do serviço de vacinação,
declaração emitida pelo Conselho Regional de Farmácia da sua jurisdição que ateste
sua identificação e aptidão.
5 – Os profissionais envolvidos nos processos de vacinação devem ser
periodicamente capacitados.
A capacitação deve ocorrer em relação aos seguintes temas relacionados à vacina:
I- Conceitos básicos de vacinação;
II- Conservação, armazenamento e transporte;
III- Preparo e administração segura;
IV- Gerenciamento de resíduos;
V- Registros relacionados à vacinação;
VI- Processo para investigação e notificação de eventos adversos pós-
vacinação e erros de vacinação;
VII- Calendário Nacional de Vacinação do SUS vigente;
VIII- A higienização das mãos; e
IX- Conduta a ser adotada frente às possíveis intercorrências relacionadas à
vacinação.
As capacitações devem ser registradas contendo data, horário, carga horária,
conteúdo ministrado, nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos
profissionais envolvidos nos processos de vacinação.
6 – O estabelecimento deve possuir instalações físicas adequadas conforme
normatizado pela RDC nº 50/02 e itens obrigatórios preconizados pela RDC nº 197/17.

Infraestrutura deve contar com, no mínimo:

I- Área de recepção dimensionada de acordo com a demanda e separada da


sala de vacinação;
II- Sanitário; e
III- Sala de vacinação, que deve conter, no mínimo:
a) pia de lavagem;
b) bancada;
c) mesa;
d) cadeira;
e) caixa térmica de fácil higienização;
f) equipamento de refrigeração exclusivo para guarda e conservação de vacinas, com
termômetro de momento com máxima e mínima. O equipamento de refrigeração deve
estar regularizado perante a Anvisa (registrados como produtos para saúde).
g) local para a guarda dos materiais para administração das vacinas;
h) recipientes para descarte de materiais perfurocortantes e de resíduos biológicos;
i) maca; e
j) termômetro de momento, com máxima e mínima, com cabos extensores para as
caixas térmicas.
Em situações de urgência, emergência e em caso de necessidade, a aplicação de
vacinas pode ser realizada no ponto de assistência ao paciente. Ressalta-se que o
serviço de vacinação deve adotar procedimentos para preservar a qualidade e a
integridade das vacinas quando houver necessidade de transportá-las.
Conforme a RDC nº 50/02 a sala de imunização deve possuir dimensão mínima de
6m2.
7 – O serviço de vacinação deve realizar o gerenciamento de suas tecnologias e
processos conforme as atividades desenvolvidas.
De acordo com o, item II do artigo 4º da RDC nº 63/11, que dispõe sobre os requisitos
de Boas Práticas para o Funcionamento de Serviços de Saúde, o gerenciamento de
tecnologias é definido como procedimentos de gestão, planejados e implementados a
partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de garantir a
rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade, segurança e em alguns casos o
desempenho das tecnologias de saúde utilizadas na prestação de serviços de saúde,
abrangendo cada etapa do gerenciamento, desde o planejamento e entrada das
tecnologias no estabelecimento de saúde até seu descarte, visando à proteção dos
trabalhadores, a preservação da saúde pública e do meio ambiente e a segurança do
paciente.
8 – Os serviços de vacinação devem garantir atendimento imediato às possíveis
intercorrências relacionadas à vacinação. Deve haver a garantia de encaminhamento
a um serviço de saúde de maior complexidade para a continuidade da atenção, caso
necessário.
9 – O estabelecimento deve registrar as informações referentes às vacinas aplicadas e
realizar notificações que envolvem a vacinação. As vacinações realizadas pelas
farmácias e drogarias serão consideradas válidas para fins legais em todo o território
nacional.

Compete aos serviços de vacinação:


I- Registrar as informações referentes às vacinas aplicadas no cartão de
vacinação e no sistema de informação definido pelo Ministério da Saúde;
II- Manter prontuário individual, com registro de todas as vacinas aplicadas,
acessível aos usuários e autoridades sanitárias;
III- Manter no serviço, acessíveis à autoridade sanitária, documentos que
comprovem a origem das vacinas utilizadas;
IV- Notificar a ocorrência de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) conforme
determinações do Ministério da Saúde;
V- Notificar a ocorrência de erros de vacinação no sistema de notificação da
Anvisa; e
VI- Investigar incidentes e falhas em seus processos que podem ter contribuído
para a ocorrência de erros de vacinação.
No cartão de vacinação deverão constar, de forma legível, no mínimo as seguintes
informações:
I- Dados do vacinado (nome completo, documento de identificação, data de
nascimento);
II- Nome da vacina;

III- Dose aplicada;

IV- Data da vacinação;

V- Número do lote da vacina;

VI- Nome do fabricante;

VII- Identificação do estabelecimento;

VIII- Identificação do vacinador; e

IX- Data da próxima dose, quando aplicável.

A administração de vacinas em estabelecimentos privados e que não estejam


contempladas no Calendário Nacional de Vacinação do SUS somente serão realizadas
mediante prescrição médica.

• Aplicação de Injetáveis
Esse serviço farmacêutico exige a apresentação da receita prescrita pelo seu médico.
Os estabelecimentos que o realizam devem seguir uma série de normas que garantem
a segurança da população no momento do atendimento. Confira quais são elas:

Normas e Resoluções para Aplicação de Injetáveis em farmácias


Em 1973 foi publicada a Lei nª 5.991, que permite a aplicação de injetáveis em
farmácias do Brasil. Porém, os estabelecimentos que oferecem esse serviço precisam
atender a inúmeros critérios presentes nas Resoluções do Conselho Federal de
Farmácia e Resoluções da Diretoria Colegiada da ANVISA, as RDC’s, como:

• 499/2008
• 654/2018
• 585/2013
• 574/2013
• RDC 197/2017
• RDC 44/2009

A RDC 197/2017 permite que os estabelecimentos realizem a aplicação de vacinas,


ampliando suas habilidades técnicas para atuar no segmento de imunização, também.

O que precisa para realizar a aplicação de medicamentos injetáveis nas farmácias?

A farmácia que oferece esse serviço precisa dispor de um ambiente adequado para o
atendimento. É preciso garantir conforto e privacidade para o paciente, oferecendo
este atendimento em um local afastado da movimentação de pessoas. Além disso,
este espaço precisa ser calmo, tranquilo e silencioso.

A sala deve conter:

Lavatório com água corrente;


Sabonete líquido;

Gel bactericida;

Álcool 70%;

Toalhas descartáveis de uso individual;

Lixeira com tampa;

Caixa especial para a coleta de material perfurocortante.

Vias de administração do injetáveis na farmácia

Para realizar a aplicação de injetáveis, a farmácia precisa contar com farmacêuticos


aptos para a prestação do serviço, pois a forma como o medicamento é manipulado
pode interferir em sua eficácia.

As vias mais comuns de administração são:

Subcutânea (SC);

Intramuscular (IM);

Intravenosa (IV);

Intradérmica (ID).

Segundo a RDC 44/2009, não há restrições quanto às vias de administração destes


medicamentos em farmácias, porém, as mais comuns são: a intramuscular (IM) e a
subcutânea (SC).

• Medição e monitoramento de pressão arterial e glicemia capilar


Quem precisa controlar a pressão arterial e tem dificuldade de realizar o
monitoramento sozinho ou não possui o aparelho também pode contar com a ajuda do
farmacêutico na aferição. Pacientes com diabetes que têm dificuldade em monitorar a
glicemia capilar em casa podem procurar a farmácia para fazer o teste glicêmico. O
farmacêutico não está apto, contudo, para fazer diagnóstico ou indicar medicação
adequada ao paciente. Neste caso, o mais recomendado é procurar a orientação
médica.

• Monitoramento de temperatura
Nas farmácias também é possível fazer o monitoramento da temperatura corporal de
pessoas de todas as idades. Trata-se de um serviço útil, especialmente para pessoas
que não possuem termômetro.
• Realização de curativos

Nas farmácias, também é possível fazer pequenos curativos para fechar pontos
cirúrgicos ou interromper pequenas lesões. O farmacêutico está apto a realizar
este tipo de procedimento com segurança.

• Perfuração de lóbulo auricular

O procedimento de perfuração de lóbulo auricular para piercings e brincos,


entre outros, também é permitido em farmácias e drogarias. Este serviço é
realizado com pistola e brincos regularizados junto à Anvisa.

• Teste rápido para COVID -19


Os testes rápidos encontrados em farmácias são chamados de testes de
antígeno e podem ser realizados pelo farmacêutico ou pelo próprio paciente,
em casa. Eles são mais simples que os testes de laboratório e por isso têm
mais chances de dar um falso negativo.
“O teste rápido detecta um pedaço do coronavírus, uma proteína, e não o
material genético, como no PCR”, explica Carolina dos Santos Lázari,
infectologista do Fleury Medicina e Saúde.
A mucosa nasal do paciente é colhida por meio de um swab nasal – uma
espécie de cotonete longo – e colocada em um cartucho de plástico junto com
um líquido reagente. Dentro do cartucho, há uma fita capaz de identificar a
presença da proteína do coronavírus.
É preciso aguardar 15 minutos até a confirmação do resultado do teste de
antígeno. Se apenas um traço vermelho aparecer no visor do cartucho, o
resultado é negativo. Se forem dois traços vermelhos, o resultado é positivo.
Caso nenhum traço vermelho apareça, é sinal de que a reação química do
teste não aconteceu como deveria. Por isso, será necessário realizar um novo
teste.
O teste antígeno tem uma assertividade de 96% entre o primeiro e o quinto dia
de sintomas, diz a especialista do Fleury. Ele detecta a proteína do vírus
quando a carga viral está alta e é transmissível. Depois desse período, as
chances de um falso negativo são maiores.
• Acompanhamento do paciente

Farmacêuticos também podem acompanhar pacientes, internados ou não, em


estabelecimentos hospitalares ou ambulatoriais, de natureza pública ou
privada. Para isso, porém, devem garantir a presença de um profissional
substituto na farmácia.
• Rastreamento em saúde
Segundo o CFF o Rastreamento em Saúde visa a identificação provável de
doença ou condição de saúde não identificada, pela aplicação de testes,
exames ou outros procedimentos que possam ser realizados rapidamente, com
subsequente orientação e encaminhamento do paciente aos serviços de saúde
para diagnóstico e tratamento. O diabetes mellitus, a hipertensão arterial
sistêmica e a dislipidemia são exemplos de condições que podem ser
rastreadas.

Como prover o rastreamento em saúde na farmácia?


Para muitas doenças um teste reagente/positivo é o primeiro passo para
auxiliar no diagnóstico médico. Estima-se que 40% da população brasileira
possui pelo menos uma doença crônica não transmissível, segundo dados da
última Pesquisa Nacional de Saúde. Para fazer o rastreamento da Hipertensão
Arterial Sistêmica você deverá possuir um aparelho digital validado para medir
a pressão arterial (braço). Já para o rastreamento das dislipidemias e do DM2,
o ideal é utilizar procedimentos de baixo custo, de fácil utilização e pouco
invasivos, como os Testes Laboratoriais Remotos. Assim, a aceitabilidade do
paciente será muito maior.

Como deve ser a infraestrutura de uma farmácia?


As instalações devem possuir superfícies internas (piso, paredes e teto) lisas e
impermeáveis, em perfeitas condições, resistentes aos agentes sanitizantes e
facilmente laváveis. As condições de ventilação e iluminação têm de ser
compatíveis com as atividades desenvolvidas em cada ambiente.

O que a vigilância sanitária exige para a farmácia?

Uma farmácia não pode iniciar suas atividades sem que tenha previamente
registro junto ao CRF/RS, sem que tenha licença sanitária junto á vigilância
sanitária e AFE/AE junto á Anvisa.O estabelecimento deve manter a licença ou
alvará sanitário e a certidão de regularidade técnica afixados em um local
visível ao público.

Entrevista com farmacêutico.


Kit este de covid
Sala de procedimentos

Integrantes do grupo:
Adriana Torres de Lima-02
Evaneide Ferreira de Carvalho-10
Fernando Tarley Ramos de Sousa Junior-12
Priscila Cintra Guimarães-28
Viviane Menezes Oleriano -39

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