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APLICAÇÃO DE INJET ÁVEIS

1. RESOLUÇÕES

Resolução 239, de 25 de setembro de 1992:


Dispõe sobre a aplicação de injeções, em farmácias e drogarias.

Art. 1º - É permitida ao farmacêutico a aplicação de injeção nas farmácias e drogarias desde


que possuam local devidamente aparelhado, nos termos estabelecidos pelo órgão
competente da Secretaria de Saúde;

Art. 2º - As injeções realizadas nas farmácias ou drogarias, só poderão ser ministradas pelo
farmacêutico ou por profissional habilitado com autorização expr essa do farmacêutico
responsável técnico pela farmácia ou drogaria, preenchidas as exigências legais;

Art. 3º - A responsabilidade técnica referida no artigo anterior caracteriza -se, além da


aplicação de conhecimentos técnicos, por assistência técnica, completa autonomia técnico-
científica, conduta elevada que se enquadra dentro dos padrões éticos que norteiam a
profissão e atendimento, como parte diretamente responsável às autoridades sanitárias
profissionais;

Art. 4º - O farmacêutico responsável técnico deverá possuir um livro de receituário destinado


aos registros das injeções efetuadas;

Art. 5º - A inobservância de qualquer destes procedimentos constitui infração constante do


Art. 17 do Código de Ética da Profissão Farmacêutica.

Resolução nº 499 de 17 de dezembro de 2008.


Dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos, em farmácias e drogarias, e dá
outras providências.
Seção V
Da Aplicação de Medicamentos Injetáveis
Art. 21 – As aplicações de medicamentos injetáveis em farmácias ou drogar ias só poderão
ser feitas pelo farmacêutico ou por profissional habilitado, com autorização expressa do
farmacêutico diretor ou responsável técnico.
Parágrafo Único - A presença e/ou supervisão do farmacêutico é condição e requisito
essencial para aplicação de medicamentos injetáveis.

Art. 22 – Só poderão ser aplicados medicamentos injetáveis, quando não houver qualquer
dúvida em relação a sua qualidade.
Parágrafo Único - Caso o medicamento apresente características diferenciadas em sua cor
ou odor, ou contenha corpo estranho em seu interior, o mesmo não deverá ser administrado,
devendo o fato ser notificado aos serviços de Vigilância Sanitária.

Art. 23 - Os medicamentos injetáveis só deverão ser administrados mediante prescrição de


profissional habilitado, cabendo o preenchimento do anexo II.

Art. 24 - O farmacêutico deverá registrar, em livro próprio, as aplicações de medicamentos


injetáveis realizadas.

RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009:


Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de
serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Os serviços
clínicos farmacêuticos permitidos são: glicemia capilar, pressão arterial, perf uração do lóbulo
auricular, temperatura, pequenos curativos, aplicação de injetáveis.

Subseção III
Da Administração de Medicamentos
Art. 74. Fica permitida a administração de medicamentos nas farmácias e drogarias no
contexto do acompanhamento farmacoterapêutico.
Parágrafo único. É vedada a administração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar.
Art. 75. Os medicamentos para os quais é exigida a prescrição médica devem ser
administrados mediante apresentação de receita e após sua avaliação pelo farmacêutico.
§1º O farmacêutico deve entrar em contato com o profissional prescritor para esclarecer
eventuais problemas ou dúvidas que tenha detectado no momento da avaliação da receita.
§2º A data de validade do medicamento deve ser verificada antes da ad ministração.

Art. 76. Os medicamentos adquiridos no estabelecimento, a serem utilizados na prestação


de serviços de que trata esta seção, cujas embalagens permitam múltiplas doses, devem
ser entregues ao usuário após a administração, no caso de sobra.
§1º O usuário deve ser orientado quanto às condições de armazenamento necessárias à
preservação da qualidade do produto.
§2º É vedado o armazenamento em farmácias e drogarias de medicamentos cuja
embalagem primária tenha sido violada.

Art. 77. Para a administração de medicamentos deverão ser utilizados materiais, aparelhos
e acessórios que possuam registro, notificação, cadastro ou que sejam legalmente
dispensados de tais requisitos junto à Anvisa.
Parágrafo único. Devem ser mantidos registros das manutenções e calibrações periódicas
dos aparelhos, segundo regulamentação específica do órgão competente e instruções do
fabricante do equipamento.

Seção III
Da Declaração de Serviço Farmacêutico
Art. 81. Após a prestação do serviço farmacêutico deve ser entregue ao usuário a
Declaração de Serviço Farmacêutico.
§1º A Declaração de Serviço Farmacêutico deve ser elaborada em papel com identificação
do estabelecimento, contendo nome, endereço, telefone e CNPJ, assim como a
identificação do usuário ou de seu responsável legal, quando for o caso.
§2º A Declaração de Serviço Farmacêutico deve conter, conforme o serviço farmacêutico
prestado, no mínimo, as seguintes informações:
I - atenção farmacêutica:
a) medicamento prescrito e dados do prescritor (nome e inscrição no conselho profissional),
quando houver;
b) indicação de medicamento isento de prescrição e a respectiva posologia, quando houver;
c) valores dos parâmetros fisiológicos e bioquímico, quando houver, seguidos dos
respectivos valores considerados normais;
d) frase de alerta, quando houver medição de parâmetros fisiológicos e bioquímico: “ESTE
PROCEDIMENTO NÃO TEM FINALIDADE DE DIAGNÓSTICO E NÃO SUBSTITUI A
CONSULTA MÉDICA OU A REALIZAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS”;
e) dados do medicamento administrado, quando houver:
1. nome comercial, exceto para genéricos;
2. denominação comum brasileira;
3. concentração e forma farmacêutica;
4. via de administração;
5. número do lote; e
6. número de registro na Anvisa.
f) orientação farmacêutica;
g) plano de intervenção, quando houver; e
h) data, assinatura e carimbo com inscrição no Conselho Regional de Farmácia (CRF) do
farmacêutico responsável pelo serviço.

§3º É proibido utilizar a Declaração de Serviço Farmacêutico com finalidade de propaganda


ou publicidade ou para indicar o uso de medicamentos para os quais é exigida prescrição
médica ou de outro profissional legalmente habilitado.
§4º A Declaração de Serviço Farmacêutico deve ser emitida em duas vias, sendo que a
primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no
estabelecimento.

Art. 82. Os dados e informações obtidos em decorrência da prestação de serviços


farmacêuticos devem receber tratamento sigiloso, sendo vedada sua utilização para
finalidade diversa à prestação dos referidos serviços.

Art. 83. Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) relacionados devem conter


instruções sobre limpeza dos ambientes, uso e assepsia dos aparelhos e acessórios, uso e
descarte dos materiais perfurocortantes e anti-sepsia aplicada ao profissional e ao usuário.

Art. 84. A execução de qualquer serviço farmacêutico deve ser precedida da anti-sepsia das
mãos do profissional, independente do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Lei n° 13.021, de 08 de agosto de 2014:
Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas.

Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência


farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se
processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais,
farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos
farmacêuticos e correlatos.
 A Lei nº 13.021/2014 confirmou as farmácias e drogarias como estabelecimentos de
saúde e permitiu que no local sejam prestados serviços pelo farmacêutico, podendo
o farmacêutico também trabalhar com disponibilidade imediata de injetáveis.

Art. 7º Poderão as farmácias de qualquer natureza dispor, para atendimento imediato à


população, de medicamentos, vacinas e soros que atendam o perfil epidemiológico de sua
região demográfica.

Na sala de aplicação de injetáveis, deverá conter:


 Lavatório com água corrente.
 Toalha descartável.
 Álcool 70%.
 Sabonete líquido.
 Lixeira com pedal e tampa.
 EPIs necessários para a realização dos serviços farmacêuticos.
 Algodão.
 Gazes.
 Agulhas e seringas.
 Maca.
 Descartex.
 Fichas de cadastro.
 Declaração de Serviços Farmacêuticos.
2. BIOSSEGURANÇA
A biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) como “condição de segurança alcançada por um conjunto de
ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que
possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”.

a) Higienização das Mãos


Lavar as mãos frequentemente é, isoladamente, a ação mais importante para a
prevenção do risco de transmissão de microrganismos para clientes, pacientes e
profissionais de saúde. O método adequado para lavagem das mãos dep ende do tipo de
procedimento a ser realizado. As mãos devem ser lavadas:
 Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las.
 Ao início e término do turno de trabalho entre o atendimento a cada paciente.
 Antes de calçar luvas e após a remoção das mesmas.
 Quando as mãos forem contaminadas (manipulação de material biológico e/ou
químico) em caso de acidente.

b) Imunização
As imunizações reduzem o risco de infecção e, por conseguinte, protegem, não
apenas a saúde dos componentes da equipe, mas também a de seus clientes e familiares.
Para os profissionais da área da saúde, as seguintes vacinas deverão estar em dia: hepatite
A e B, difteria, tétano, coqueluche, varicela, influenza, meningocócica C e tríplice viral
(sarampo, caxumba e rubéola).

c) Acidentes com Perfurocortante


A exposição a material biológico (sangue ou outros líquidos orgânicos
potencialmente contaminados) pode resultar em infecção por patógenos como o vírus da
imunodeficiência humana e os vírus das hepatites B e C. Os acidentes ocorrem
habitualmente através de ferimentos com agulhas, material ou instrumentos cortantes
(acidentes percutâneos); ou a partir do contato direto da mucosa ocular, nasal, oral e pele
não íntegra com sangue ou materiais orgânicos contaminados. São, portanto,
potencialmente preveníveis. A melhor profilaxia para a exposição ocupacional com material
biológico é o respeito às normas de biossegurança. As exposições ocupacionais podem ser:
 Exposições percutâneas: Lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou
cortantes (agulhas, bisturi, vidrarias).
 Exposições em mucosas: Respingos em olhos, nariz, boca e genitália.
 Exposições em pele não-íntegra: Dermatites.

Fatores de risco para ocorrência de infecção:


 A patogenicidade do agente infeccioso.
 O volume e o material biológico envolvido.
 A carga viral/bacteriana da fonte de infecção.
 A forma de exposição.
 A susceptibilidade do profissional de saúde.

Cuidados ao manusear material perfurocortante e biológico:


 Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos.
 Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que
envolvam material perfurocortante.
 Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa.
 Não utilizar agulhas para fixar papéis.
 Descartar agulhas, scalps, lâminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estéreis, em
recipientes rígidos.
 Utilizar os EPIs próprios para o procedimento.
 Usar sapatos fechados de couro ou material sintético.

Procedimentos recomendados pós-exposição a material biológico:


 Após exposição em pele íntegra, lavar o local com água e sabão ou solução
antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com a
pele íntegra minimiza a situação de risco.
 Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução
salina fisiológica.
 Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou
solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina).
 Não fazer espremedura do local ferido, pois favorece um aumento da área exposta.
 Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como
cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, hipoclorito de sódio)
também está contra-indicada.

Avaliação do Acidente
Deve ocorrer imediatamente após o fato e, inicialmente, basear-se em uma
adequada anamnese, caracterização do paciente fonte, análise do risco, notificação do
acidente e orientação de manejo e medidas de cuidado com o local exposto. A exposição
ocupacional a material biológico deve ser avaliada quanto ao potencial de transmissão de
HIV, HBV e HCV com base nos seguintes critérios:
 Tipo de exposição.
 Tipo e quantidade de fluido e tecido.
 Situação sorológica da fonte.
 Situação sorológica do acidentado.
 Susceptibilidade do profissional exposto.
O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, Hepatite B e C, no
momento da ocorrência do acidente. Caso a fonte seja conhecida, mas sem informação de
seu status sorológico, é necessário a realização de exames diagnósticos. Caso haja recu sa
ou impossibilidade de realizar os testes, considerar o diagnóstico médico, sintomas e
história de situação de risco para aquisição de HIV, HBC e HCV. Já quando a fonte é
desconhecida, deve-se levar em consideração a probabilidade clínica e epidemiológica de
infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infecção naquela população, local onde o
material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise), procedimento ao
qual ele esteve associado, presença ou não de sangue, etc.
A exposição ocupacional ao vírus HIV deve ser tratada como emergência médica,
uma vez que a quimioprofilaxia deve ser iniciada o mais precocemente possível, quando
indicada, idealmente até duas horas após o acidente e, no máximo, até 72 horas.

Situação sorológica do acidentado


 Verificar realização de vacinação para hepatite B.
 Comprovar a imunidade através do Anti-HBs.
 Realizar sorologia do acidentado para HIV, HBV e HCV.
d) Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

GRUPO E
Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de
sua geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes rígidos,
resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, identificados com símbolo
internacional de risco biológico, acrescido da inscrição de “PERFUROCORTANTE”, sendo
expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento.
As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas. Os
recipientes devem ser descartados quando o preenchimento ating ir 2/3 de sua capacidade
ou o nível de preenchimento ficar a 5 cm de distância da abertura do recipiente.

Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde - PGRSS

Resolução RDC 222, de 28 de março de 2018


Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de
Saúde e dá outras providências.

Capítulo II
Do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
Art. 6º No PGRSS, o gerador de RSS deve:
I - estimar a quantidade dos RSS gerados por grupos, conforme a classificação do Anexo I
desta resolução;
II - descrever os procedimentos relacionados ao gerenciamento dos RSS quanto à geração,
à segregação, ao acondicionamento, à identificação, à coleta, ao armazenamento, ao
transporte, ao tratamento e à disposição final ambientalmente adequada;
III - estar em conformidade com as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do
meio ambiente;
IV - estar em conformidade com a regulamentação sanitária e ambiental, bem como com as
normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana;
V - quando aplicável, contemplar os procedimentos locais definidos pelo processo de
logística reversa para os diversos RSS;
VI - estar em conformidade com as rotinas e processos de higienização e limpeza vigentes
no serviço gerador de RSS;
VII - descrever as ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes
decorrentes do gerenciamento dos RSS;
VIII - descrever as medidas preventivas e corretivas de controle integrado de vetores e
pragas urbanas, incluindo a tecnologia utilizada e a periodicidade de sua implantação; IX -
descrever os programas de capacitação desenvolvidos e implantados pelo serviço gerador
abrangendo todas as unidades geradoras de RSS e o setor de limpeza e conservação;
X - apresentar documento comprobatório da capacitação e treinamento dos funcionários
envolvidos na prestação de serviço de limpeza e conservação que atuem no serviço,
próprios ou terceiros de todas as unidades geradoras;
XI - apresentar cópia do contrato de prestação de serviços e da licença ambiental das
empresas prestadoras de serviços para a destinação dos RSS; e
XII - apresentar documento comprobatório de operação de venda ou de doação dos RSS
destinados à recuperação, à reciclagem, à compostagem e à logística reversa. Parágrafo
único. Os documentos referidos nos incisos X e XII devem ser mantidos arquivados, em
meio físico ou eletrônico, por no mínimo cinco anos, para fins de inspeção sanitária, a
critério da autoridade sanitária competente.

Capítulo IV
Do Gerenciamento dos Grupos de Resíduos de Serviços de Saúde
Seção IX
Resíduos de Serviços de Saúde do Grupo E
Art. 86 Os materiais perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados,
rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento.

ANEXO I
Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas,
escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de
bisturi, lancetas; tubos capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas;
e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea
e placas de Petri) e outros similares.
ANEXO II
Identificação dos Grupos dos Resíduos de Serviços de Saúde
O grupo E é identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco,
desenho e contorno preto, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE OU
PERFUROCORTANTE.

Figura 1: Identificação de resíduo perfurocortante


https://www.trilhoambiental.org/post/2018/12/17/res-25c3-25adduos-perfurocortantes-de-sa-25c3-25bade-todo-cuidado-25c3-
25a9-pouco

e) Medidas para Controle de Infecções:


 Higiene das mãos.
 Uso correto do jaleco.
 Medidas gerais de higiene.

Lavar sempre as mãos:


 Após qualquer trabalho de limpeza.
 Ao verificar sujeira visível nas mãos.
 Antes e após utilizar o banheiro.
 Após tossir, espirrar ou assoar o nariz.
 Após o término do dia de trabalho.
 Usar álcool 70%.
 Evitar o uso de jóias: elas são possíveis fontes de microrganismos. Alguns estudos
têm demonstrado o crescimento persistente de bacilos gram-negativos na pele
subjacente aos anéis.
3. SERINGAS E AGULHAS

Seringas
As seringas são equipamentos utilizados rotineiramente por profissionais da saúde
para injetar ou aspirar substâncias pelas vias intramuscular, intradérmica, subcutânea,
intracardíaca, intratecal e intravenosa. As agulhas deverão ser selecionadas le vando-se em
consideração a via de administração e a idade ou biótipo do paciente, além do medicamento
a ser administrado.

Seringa de 1 ml
Ela é dividida em 100 partes iguais, que chamamos de unidades internacionais (UI).
Indicada para administrar medicamentos pela via intradérmica e subcutânea.

Seringa de 3 ml
É dividida em mm³, ou seja, de 0,5 em 0,5 ml e cada 0,5 ml é dividido em 0,1 ml.
Indicada para administrar medicamentos por via intramuscular e endovenosa.

Seringa de 5 ml
É dividida em mm³, ou seja, de 1 em 1 ml e cada 1 ml é dividido em 0,2 ml. Indicada
para administrar medicamentos por via intramuscular e endovenosa.

Seringa de 10 ml
É dividida em mm³, ou seja, de 1 em 1 ml e cada 1 ml é dividido em 0,2 ml. Indicada
para administrar medicamentos por via endovenosa.

Seringa de 20 ml
É dividida em mm³, sendo que é graduada de 1 em 1 ml do início ao fim. Indicada
para administrar medicamentos por via endovenosa e na alimentação enteral.

Seringa de 60 ml
Indicada para administração de grandes volumes, aspiração e dieta enteral. A sua
escala de graduação é de 1 em 1ml.
Seringa com bico Luer Slip
Tem um design reto que permite o encaixe facilitado da agulha e promove, durante a
manipulação, encaixe em cateteres, aplicações de vacina, coleta de sangue por agulha
ou cateteres periféricos, além de infusão de medicações líquidas e menos viscosas
assegurando uma conexão e desconexão mais fácil.

Seringa com bico Luer Lock


Apresenta em sua ponta uma rosca dupla dificultando o desprendimento da agulha e
proporcionando, assim, maior segurança durante a manipulação da agulha no corpo
humano, especialmente quando é utilizada com medicamentos oleosos, tanto em vias
subcutâneas, quanto musculares ou intravenosas.

Agulhas
A seleção da agulha a utilizar para preparação ou administração de um medicamento
deve considerar o seu comprimento, calibre e tipo de bisel. A escolha do comprimento da
agulha depende da via e local de administração, e ainda da condição física ou das
particularidades do indivíduo a quem vai fazer-se a administração. Por exemplo, a
administração intramuscular exige uma agulha mais longa que a administração subcutânea.
A definição da agulha deve levar em consideração que o tecido muscular será atingido e, ao
mesmo tempo, prevenir a lesão de estruturas vasculares, ósseas ou nervosas mais
profundas. Portanto, uma criança ou um adulto muito magr o requerem uma agulha mais
curta. Já a escolha do calibre da agulha depende das características do medicamento, em
particular da sua viscosidade. Soluções oleosas e suspensões aquosas ou oleosas exigem
agulhas de maior diâmetro (menor calibre), soluções aquosas requerem agulhas de menor
diâmetro (maior calibre).
Os componentes básicos de uma agulha são:
 Canhão: É a parte mais larga da agulha que encaixa na seringa.
 Haste: É a parte maior e mais fina.
 Bisel: É a ponta da agulha, aonde possui uma pequena abertura.

Figura 2: Parte de uma agulha.


https://enfermagemflorence.com.br/wp-content/uploads/2018/04/7.png
Para escolher a agulha certa, deve-se levar em consideração a via de administração,
o local, o volume e a viscosidade da medicação, também é necessário avaliar as condições
da pele e musculatura do paciente. As agulhas mais utilizadas são:

Agulha 40x12
Ela é utilizada na aspiração e no preparo das medicações, principalmente oleosas.

Figura 3: Agulha 40x12.


https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.cirurgicaestilo.com.br%2Fagulha -aspiracao-ponta-romba-
40x12-c-100-sol-millenium-
p14134%2F&psig=AOvVaw11A19X2rc6QJFSAWDNt_DE&ust=1613994148156000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxq
FwoTCICzo_fy-u4CFQAAAAAdAAAAABAD

Agulha 30x7
Utilizada para aplicação de medicação intravenosa em paciente adulto. É importante
avaliar a massa muscular antes da escolha do material.

Figura 4: Agulha 30x7


https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.cirurgicapaulista.com.br%2Fagulha -descartavel-bd-30x7-c-
100-un%2F&psig=AOvVaw3kDtCF8DPvnxVthA9rzmL-
&ust=1613994491199000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCNCEvLj0 -u4CFQAAAAAdAAAAABAD

Agulha 13x4,5
Ela é utilizada na administração de medicamentos nas vias intradérmica e
subcutânea.

Figura 5: Agulha 13x4.5


https://w1.ezcdn.com.br/cirurgicaestilo/fotos/grande/11009fg1/agulha -descartavel-13x0-45-13x4-5-26g-1-2-c-100-injex.jpg
Importante:
1 ml = 1 cm³ = 1 CC
1 U = 0,01 ml

Agulha 25x7
Muito utilizada para aplicar medicações intramuscular em paciente adulto, podendo
ser substituída por calibres menores em casos de idosos ou crianças.

Figura 6: Agulha 25x7


https://w1.ezcdn.com.br/cirurgicaestilo/fotos/grande/11015fg1/agulha -descartavel-25x0-70-25x7-22-g1-c-100-injex.jpg

4. MEDICAMENTOS INJETÁVEIS
Preparações injetáveis são soluções, emulsões ou suspensões estéreis, preparadas
por dissolução, emulsificação ou dispersão das substâncias ativas e dos adjuvantes, que
eventualmente sejam necessários, em água para preparações injetáveis, num líquido não
aquoso apropriado ou numa mistura destes dois líquidos. (Centro Tecnológico do
Medicamento, 2005).

A forma farmacêutica injetável difere das outras formas farmacêuticas por serem
introduzidas diretamente no organismo humano e por obedecer um rigoroso controle de
fabricação e qualidade, fazendo-se necessário também para a manipulação e administração
o cumprimento de higiene e assepsia com a finalidade de proteger o paciente de potenciais
contaminantes. As principais propriedades das preparações injetáveis são:
a) Esterilidade: São preparações livres de microrganismos. Essa propriedade é obtida
através dos processos de filtração, radiação ou calor.
b) Apirogenia: Corresponde á ausência de pirógenos, os quais são produtos de excreção ou
desagregação dos microrganismos que, quando injetados em elevada quantidade, dão
origem ao aparecimento de reações febris sendo os mais potentes as endotoxinas
bacterianas.
c) pH adequado e tonicidade compatível com o tecido no qual é administrado: Quanto mais
próximo do pH fisiológico (pH do sangue a 37°C é, aproximadamente, 7,35) estiver o pH da
solução injetável, menos dolorosa e nociva é a sua administração. Para as vias
intramuscular e subcutânea, considera-se aceitável um intervalo de pH compreendido entre
5,5 e 8.
d) Isenção de partículas visíveis
As preparações injetáveis são classificadas em função da sua natureza podendo
apresentar-se prontas para a administração ou para reconstituição:
a) Natureza Química: Analgésicos e antiinflamatórios.
b) Natureza Biológica: Vacinas.
EXEMPLOS DE PREPARAÇÕES INJET ÁVEIS
TIPO DE PREPARAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA EXEMPLOS
Implanon®
Pellets ou Implantes NXT®
Zoladex®
Lovenox®
Pronta para administrar Solução Injetável Voltaren®
Neurobion®
Celesdepot®
Suspensão Injetável Depomedrol®
Insulinas
Jaba B12®
Pó e Solvente para Rocephin®
solução injetável Floxapen®
Para Reconstruir Gonal F®
Solu Medrol®
Pó e Solvente para Lentocilin S 1200®
suspensão injetável Risperdal® Consta
Tabela 1: Exemplos de preparações injetáveis disponíveis em farmácias comunitárias.

Definições:

a) Solução:
Preparação líquida de fase única, obtida por dissolução de uma ou mais substâncias
ativas e adjuvantes num solvente constituído por um líquido ou por uma mistura de líquidos.
Quando examinadas em condições apropriadas de visibilidade, as soluções injetáveis
devem ser límpidas, transparentes e isentas de resíduos e cristais incolores (a não ser que o
próprio medicamento provoque mudança de cor).

b) Suspensão:
Preparação líquida, constituída por duas fases, na qual a fase externa (ou contínua)
é líquida ou semi-sólida e a fase interna (ou dispersa) é constituída por partículas sólidas
insolúveis no meio utilizado. As suspensões podem apresentar um sedimento, o qual deve
ser facilmente dispersível por agitação. Após reconstituição, a preparação deve manter-se
homogênea durante um intervalo de tempo suficiente para permitir a administração de uma
dose correta.

c) Emulsão:
Preparação líquida de aspeto leitoso, constituída por duas fases, na qual existem
gotículas de um líquido intimamente disperso no seio de outro líquido com o qual é imiscível,
por ação de um agente tensoativo. São classificadas em emulsão O/A ou A/O consoante a
natureza da fase dispersa seja água ou óleo/substância lipossolúvel. A emulsão pode
apresentar separação de fases, mas deve facilmente reconstituir-se por agitação. Após
reconstituição, a preparação deve manter-se homogênea durante um intervalo de tempo
suficiente para permitir a administração de uma dose correta.

d) Pellets ou Implantes:
Preparações sólidas estéreis, de tamanho e forma apropriados à implantação no
tecido corporal, que asseguram a liberação da(s) sua(s) substância(s) ativa(s) num período
prolongado de tempo. Os implantes são acondicionados individualmente em recipientes
estéreis e administrados por meio de um injetor adequado ou por incisão cirúrgica.

e) Pó para uso Parentérico:


Preparação sólida estéril, acondicionada em recipiente definitivo, no qual, após
dissolução ou dispersão no volume adequado de um líquido apropriado e igualmente estéril,
se obtém uma solução límpida e praticamente isenta de partículas ou uma suspensão
uniforme. As substâncias liofilizadas para uso parentérico são classificadas nesta categoria.
Nas preparações para reconstituir, em geral, o componente instável é o que se
apresenta na forma de pó. A reconstituição deve ser feita com solvente ou veículo
compatível, de acordo com as instruções do fabricante.
A água é o líquido mais abundante no corpo humano, a sua utilização como solvente
ou veículo é a melhor opção do ponto de vista fisiológico, se a substância ativa for
hidrossolúvel ou estável em meio aquoso. Portanto, algumas especificações devem ser
seguidas para a água:
 Deve ser obtida por destilação (bidestilada, tridestilada) ou purificada por osmose
inversa, de acordo com as especificações das respectivas farmacopéias.
 Deve ser estéril e apirogênica.
 Deve ser isenta de matéria orgânica e de metais.
 Deve possuir baixa concentração de CO 2 (pH próximo da neutralidade).

Os diferentes tipos de acondicionamento dos injetáveis são:


 Seringa pré-carregada.
 Ampola.
 Frasco para injetáveis.

Os recipientes são fabricados, sempre que possível, em material suficientemente


transparente para permitir a verificação visual do conteúdo. Para o acondicionamento,
prefere-se os recipientes de vidro que pode ser incolor ou corado (frequentemente âmbar),
consoante a preparação necessite ou não de ser protegida da ação da luz. Qualquer que
seja o material usado, deve-se garantir não só que ele é inativo, isto é, que não existem
cedências do recipiente à preparação nele acondicionada, mas também que não permite a
difusão dos constituintes da preparação no recipiente ou através dele, bem como a entrada
de substâncias estranhas.
5. PRÉ ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Sala de
Paciente Farmacêutico
Injetáveis:
chega á confere a Realiza os
prescrição e
farmácia registros
dispensa o
obrigatórios.
injetável

Higiene das Livro de Injetáveis:


Separa o
mãos. Nome Paciente
material:
Endereço
Injetável Medicamento
Checa a via de
administração Sering a Lote
Agulha Validade
Álcool 70% Médico prescritor
Gazes CRM
Data
Aplicador

Higiene do injetável.
Prepara a seringa.
Administra o
injetável.

Esquema 1: Pré administração de medicamentos.

Questionário pré administração de injetáveis:


1- Tem alergia a algum medicamento ou alimento?
 Se o paciente relatar alergia a qualquer constituinte do medicamento, a situação
deverá ser esclarecida com o prescritor.

2- Alguma vez teve reações à administração de injetáveis como desmaio, convulsão ou


ataque de pânico?
 Os episódios de desmaio, com ou sem movimentos convulsivos, correspondem a
uma reação vasovagal; são particularmente frequentes nos adolescentes.
 No caso de antecedentes desta reação, deve manter-se o indivíduo em vigilância
durante cerca de 30 minutos após a injeção, sentado ou deitado, para evitar
eventuais traumatismos por queda.

3- Tem algum problema de saúde?


 Em indivíduos com problemas de coagulação sanguínea, a injeção intramuscular tem
maior risco de hemorragia e pode levar a hematomas.
 A via subcutânea pode ser uma alternativa; o farmacêutico deve discutir a situação
com o médico assistente.
 Problemas de saúde relatados pelo paciente podem constituir contraindicação à
administração do injetável ou impor precaução especial (insuficiência renal ou
hepática).

4- Qual ou quais medicamento (s) utiliza habitualmente?


 Os medicamentos que o cliente utiliza podem apresentar interações clinicamente
relevantes com o medicamento a administrar.

5- Está grávida?
 Deve verificar-se a segurança do medicamento na gravidez.

6. SEGURANÇA NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS:


No balcão, durante a
1- Cliente certo Confirmar a prescrição dispensa do medicamento
prescrito, ou antes de
iniciar a preparação.
Confirmar se o Confirmar:
medicamento a ser Na receita e na
dispensado e administrado embalagem.
2- Medicamento certo é o que consta na No balcão, durante a
prescrição médica e se dispensa do medicamento.
este é adequado ao Antes de iniciar a
cliente. preparação.
Confirmar:
Verificar se a dose No balcão, durante a
3- Dose certa prescrita é adequada à dispensa do medicamento
idade, peso e outras prescrito.
condições do cliente. Durante o questionário de
avaliação.
Verificar se o horário
previsto para a
administração é adequado. Confirmar:
(injetáveis que envolvam No balcão, durante a
4- Horário certo múltiplas administrações e dispensa do medicamento
fármacos que interfiram prescrito.
com a capacidade de Durante o questionário de
conduzir ou operar avaliação.
máquinas).
Confirmar:
Verificar se a via de No balcão, durante a
5- Via de administração administração prescrita é dispensa do medicamento
certa adequada. prescrito.
Durante o questionário de
avaliação.
Tabela 2: Segurança na administração de medicamentos injetáveis.

Observação:
É consensual que o uso de luvas não é obrigatório na administração de
medicamentos injetáveis, exceto quando:
 Existe o risco de entrar em contato com o sangue do cliente ou outro fluido biológico
potencialmente contaminante.
 A pele do cliente não está íntegra, apresenta eczema, corte, queimadura ou
infecções da pele.
 A pele do profissional de saúde não está íntegra, apresenta eczema ou corte.
7- PRINCIPAIS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
INJETÁVEL ORAL CONSEQUÊNCIAS
Antibióticos: Reduz o efeito do
Ampicilina. contraceptivo.
Amoxilina. Gravidez ou irregularidade
Anticoncepcional: Tetraciclina. menstrual.
Corticosteróides: Aumenta o efeito dos
Mensais: Mesigyna, Diprospan corticosteróides.
Noregyna, Perlutan, Decadron Possibilidade de aumentar
Cyclofemina. Beta Trinta os efeitos adversos dos
corticosteróides.
Trimestral: Depoprovera. Anticonvulsivos: Reduz o efeito dos
Fenitoína contraceptivos.
Fenobarbital Aumenta o efeito dos
Primidona anticonvulsivantes.
Carbamazepina Gravidez ou irregularidade
menstrual.
Soluções contendo cálcio: Incompatibilidade química.
Cloreto de cálcio. Não usar junto,
Ceftriaxona: Aumenta a concentração
Triaxin plasmática de fenitoína
Rocefin Fenitoína livre.
Aumenta os efeitos
adversos da fenitoína.
Nimesulida Aumenta o risco de
Meloxicam hemorragias
Diclofenaco: gastrointestinais
Voltaren Fluoxetina Aumenta o risco de efeitos
adversos da fluoxetina.
Digoxina Aumenta a concentração
sérica da digoxina
Antiabéticos Orais Risco de hiperglicemia.
Reduz os efeitos dos
Heparina anticoagulantes e
Dexametasona: trombolíticos da heparina.
Decadron Reduz o efeito da
Hidroclorotiazida hidroclorotiazida e
aumenta o risco de
hipocalemia.
Amitriptilina Potencializa a depressão
Betametasona: mental.
Diprospan Medicamentos para Aumenta a pressão
Beta Trinta glaucoma intraocular por diminuir a
eficácia do antiglaucoma.
Metformina Aumenta o risco de
hiperglicemia.
Depressores do SNC: Potencialização dos
Álcool efeitos de ambos,
N-Butil Escopolamina Ansiolíticos resultando em sedação
Barbitúricos aditiva.

Podem elevar as
Anorexígenos, concentrações de glicose
estrogênios, hormônios sanguínea, aumentando a
Insulina tireoideanos, furosemida. possibilidade de
hiperglicemia.
AINES, captopril, Podem aumentar o efeito
tetraciclinas hipoglicêmico .
Tabela 3: Principais interações medicamentosas.

8. COMPLICAÇÕES
O desconforto, a dor ou a inflamação que por vezes ocorrem após a administração
de um injetável, ou nos momentos subsequentes ao mesmo, em geral não se devem à
picada, já que os tecidos atingidos (subcutâneo e muscular) são pouco inervados, mas sim
às características físico químicas do próprio fármaco ou da formulação. A administração na
forma injetável da ampicilina ou da vitamina B12 causa um incômodo doloroso no local
aplicado logo após a administração, e esse incômodo se deve ás propriedades do próprio
fármaco. Em algumas formulações, os efeitos indesejáveis são frequentemente atribuídos
às características dos veículos utilizados ou mesmo aos adjuvantes:
 O afastamento da neutralidade do pH (para 8) ou da isotonicidade em soluções
aquosas é uma das causas de irritação, inflamação e dor.
 As preparações com co-solventes, geralmente viscosas, em regra causam
desconforto, sendo tanto mais incômodas quanto menor porção de água estiver
presente na formulação.
 A administração de suspensões, seja aquosas ou oleosas pode ser mais dolorosa
que a administração de soluções, pois as suspensões são mais espessas.
 A viscosidade do óleo usado na solução oleosa é um fator a considerar. Quanto mais
fluida (menos viscosa) a preparação, melhor a tolerância local, logo menor a dor. A
absorção tecidual de preparações com solvente ou veículo oleoso é bastante lenta,
podendo mesmo, em certas circunstâncias, não ocorrer e conduzir à formação de
nódulos de corpo estranho, a que se dá o nome de oleomas, abcessos frios ou
abcessos assépticos.
Apesar de ser considerado um procedimento relativamente simples a aplicação de
injetáveis se for executada sem conhecimentos ou por profissional não capacitado poderá
causar algumas complicações no paciente, como:
 Anafilaxia.
 Formação de abscessos.
 Eritema.
 Infiltrações no tecido subcutâneo.
 Embolia.
 Lesões nervosas.
 Dor com irradiação ou não, imediatamente ou logo após a aplicação do injetável.
 Rubor.
 Hematomas.
 Nódulos.
 Parestesias.
 Paralisia.
 Necrose.
Anafilaxia
A anafilaxia pode ser definida como uma reação de hipersensibilidade sistêmica
aguda, potencialmente fatal, com mecanismos, apresentação clínica e gravidade variáveis,
que resulta da liberação súbita de mediadores dos mastócitos e basófilos. Na maioria dos
casos essas reações são imunológicas mediadas pelos anticorpos Ig E contra o agente
desencadeante. Essas reações podem também ser induzidas por mecanismos não
imunológicos, através da ativação direta dos mastócitos, incluindo fatores físicos como o
calor ou o frio e fármacos como os opióides e a vancomicina que induzem u ma
desgranulação direta daquelas células. A anafilaxia pode ocorrer também de forma
idiopática, quando não é possível identificar o agente desencadeante após investigação,
incluindo a determinação dos níveis séricos de IgE para alergenos suspeitos e ocultos e,
quando necessário, testes cutâneos e provas imunológicas. Alguns fármacos podem induzir
reações anafilátias através de vários mecanismos, como exemplo tem-se os AINEs,
anticorpos monoclonais, anestésicos, penicilinas, cefalosporinas, quinolonas, vacina s,
analgésicos opióides, vancomicina. Os principais sintomas relacionados ao choque
anafilático são:
 Edema na boca, olhos ou nariz.
 Sensação de bola na garganta.
 Aumento nos batimentos cardíacos.
 Dificuldade em respirar – com chiado.
 Dor abdominal, náuseas e vômitos.
Pele e mucosas Urticária, eritema, prurido.
(90% dos casos). Eritema conjuntival, lacrimejamento.
Edema dos lábios e da língua.
Rinite: congestão nasal, rinorreia aquosa,
Respiratório prurido nasal e espirros.
(70% dos casos) Rouquidão.
Tosse, aumento da frequência
respiratória, dispnéia.
Cardiovascular Hipotensão.
(45% dos casos) Taquicardia (pulso rápido e fraco).
Palpitações.
Dificuldade em deglutir.
Gosto metálico.
Gastrointestinal Náuseas, vômitos.
(45% dos casos) Diarreia.
Dor abdominal.
Agitação.
Sistema Nervoso central Alterações do comportamento.
(15% dos casos) Tonturas.
Cefaleia.
Sensação de morte iminente.
Tabela 4: Comparação das principais reações anafiláticas.
https://www.mastereditora.com.br/download-
527#:~:text=Os%20sinais%20s%C3%A3o%20f%C3%A1ceis%20de,v%C3%B4mitos%2C%20sudorese%20e%20dores%20abd
ominais.

Exemplos de fármacos utilizados no tratamento da anafilaxia:


 Adrenalina: É o único fármaco que previne ou reverte a obstrução das vias aéreas
superiores e inferiores e o colapso cardiovascular, sendo eficaz na generalidade das
manifestações clínicas da anafilaxia.

 Agonistas adrenérgicos beta-2: Salbutamol e a terbutalina podem ser úteis em


indivíduos que desenvolvam sibilos, tosse e dificuldade em respirar, em particular se
estas manifestações não responderem à adrenalina. Estes fármacos apenas aliviam
os sintomas do trato respiratório inferior, mas não previnem ou aliviam o edema da
laringe nem a obstrução das vias aéreas superiores.

 Anti-histamínicos H1 e H2: Não têm eficácia demonstrada no tratamento da


anafilaxia. Não aliviam os sintomas respiratórios potencialmente fatais, nem o
choque. Têm um início de ação mais lento que a adrenalina e podem ser úteis após
a administração deste fármaco, para controle das manifestações cutâneas (urticária,
eritema, angioedema). A combinação de anti-histamínicos sistêmicos H1 e H2 pode
ser benéfica no controle destas manifestações, em relação aos anti-histamínicos H1
isoladamente.

 Correção da volemia, preferencialmente com cloreto de sódio a 0,9%.


 Glucagon.

 Glicocorticóides: Não têm eficácia demonstrada no tratamento da anafilaxia, mas


podem prevenir a anafilaxia prolongada sendo muito utilizados no tratamento das
agudizações da asma. Por exemplo, o uso da budesonida em doses elevadas, por
nebulização.

 Em caso de falência da adrenalina, outros vasopressores (dopamina).

As principais complicações relacionadas á administração de injetáveis, podem


ocorrer através de erros durante o processo como:
 Trauma psicológico: Comum em crianças.

 Infecções: Ocorrem devido a assepsia de mãos e local da aplicação mal feita ou não
feita. Importante não pular etapas, lavar as mãos com água e sabão, passar álcool
70% após lavar e fazer a assepsia do local que será aplicado com álcool 70%.

 Abscessos: A falta de conhecimento da técnica e do local de aplicação pode gerar


essa complicação. Importante sempre estar atento ao tipo de medicamento ,
quantidade e melhor locar para fazer o injetável, respeitando sempre a área segura
para aplicação.

 Hematomas: Os hematomas ocorrem em decorrência do extravasamento do líquido


injetado no tecido, em decorrência principalmente, da inserção errada da agulh a.

 Necrose: Ocorre quando não se respeita a área segura para administração de


injetáveis, podendo causar infecções, necrose e até mesmo a perca do local.

 Embolia: É comum acontecer quando não retira-se o ar que fica na seringa. Ao fazer
o injetável, o mesmo entra na corrente sanguínea com ar e provoca embolia.

 Alergias: Pode aparecer imediatamente após a aplicação ou algumas horas depois


em pacientes sensibilizados a algum componente da fórmula ou ao próprio princípio
ativo. As manifestações mais comuns são edema nos olhos, boca e língua e
urticárias pelo corpo.

 Lesão Nervosa: Ocorre, principalmente quando um nervo é atingido pela agulha


podendo levar ao comprometimento de suas funções e das estruturas enervadas
pelos mesmos. O paciente poderá apresentar perda do movimento ou alteração de
sensibilidade. Uma lesão no nervo ciático, por exemplo, pode comprometer o
equilíbrio e a movimentação da perna, dos pés e dos dedos do lado atingido e, em
casos de crianças, afetar o crescimento da perna.

 Lipodistrofia: Situação comum quando aplica-se o injetável sempre no mesmo local.


Pacientes diabéticos usuários de insulina que se auto aplicam e não tem esse
conhecimento, apresentam essa complicação na barriga.

 Dor: A dor poderá ser referida como local ou irradiante. Alguns fármacos provocam a
dor no local aplicado que cede depois de um tempo, mas em casos de local errado
ou aplicação errada essa dor pode se tornar mais intensa.

 Aplicação em região articular: Deve-se ter atenção redobrada para injeções feitas no
deltóide, pois uma injeção mal feita nesse local poderá gerar dor e inflamação de
estruturas presentes no ombro.

9. TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
As áreas recomendadas para a administração de medicamentos estão ilustradas na
figura abaixo:

Figura 7: Locais seguros para administração de medicamentos.


1- Terço médio da porção superior dos braços.
2- Abdômen, entre os rebordos costais e as cristas ilíacas (com afastamento de 5 cm em
relação à cicatriz umbilical, devido à maior vascularização da zona).
3- Terço médio da coxa.
4- Região glútea e regiões superiores do dorso.

Via Subcutânea:
A administração pela via subcutânea provoca um ligeiro traumatismo tecidual no
local de inserção da agulha, porém o risco de lesão por atingir vasos sanguíneos de grande
calibre ou nervos é baixo. As injeções repetidas no mesmo local aumentam a reatividade,
tanto pela invasão mecânica constante da agulha, como pelas características e volume do
medicamento depositado, o que pode causar alterações na estrutura do tecido adiposo,
comprometendo desse modo o padrão de absorção do medicamento. Assim, para reduzir ou
eliminar o risco de aparecimento de complicações como a lipodistrofia e a excessiva
formação de tecido cicatricial, comum na insulinoterapia, recomenda -se fazer a rotatividade
do local de aplicação.
As possíveis complicações da via subcutânea são:
 Lesão local: dor, nódulos ou necrose de tecidos.
 Infeções inespecíficas ou abcesso.
 Lipodistrofia.
 Excessiva formação de tecido cicatricial por injeções repetidas no mesmo local.

Via Intramuscular:
A administração pela via intramuscular garante a deposição do medicamento
diretamente no tecido muscular profundo, pois o músculo estriado é dotado de elevada
vascularização, o que permite uma maior velocidade de absorção do medicamento
comparativamente com o tecido subcutâneo, conduzindo a uma ação sistêmica mais rápida.
Essa é via preferencial para administração de vacinas e medicamentos irritantes e viscosos,
uma vez que o músculo é pouco inervado por fibras sensoriais e, consequentemente , menos
sensível. Nessa via podem ser administrados medicamentos que se apresentem em solução
ou suspensão aquosa, ou que contêm um veículo não aquoso (preparações oleosas). A
administração de um volume superior ao recomendado, além de comprometer a adequada
difusão do fármaco, pode comprimir a estrutura neurovascular local, situação que pode
gerar mal estar ou dor, aumento da temperatura local, hiperemia, ou mesmo lesão local
mais grave, podendo causar alteração da sensibilidade e/ou mobilidade do membro e, em
casos mais graves, necrose. Os músculos identificados como os mais adequados e seguros
para a administração de medicamentos injetáveis são:
 Deltóide.
 Glúteo.
 Ântero-lateral da coxa (vasto lateral).

a) Músculo Deltóide:
 Vantagem: Músculo de fácil acesso.
 Desvantagens:
o Pequena massa muscular.
o Risco de dano neurovascular devido à proximidade dos nervos axial, radial e
braquial e da artéria braquial, que se encontram na parte superior do braço.
 Volume a administrar: 0,5 ml a 2 ml.
 Posição de administração: Sentado.
 Evitar essa região para administrações sucessivas e para substância mais irritantes,
dada a possibilidade de abcesso e necrose local.

Contra indicações para a região deltóidea:


 Antecedentes de AVC.
 Indivíduos com parestesias ou paresias dos braços.
 Indivíduos submetidos a mastectomia ou esvaziamento cervical.

b) Região Dorsoglútea:
 Músculo: Glúteo máximo.
 Vantagem: Grande massa muscular.
 Desvantagens:
o Camada de gordura subcutânea inconsistente (o que pode levar à deposição
errônea de medicamento fora do tecido muscular).
o Risco de dano do nervo ciático.
 Volume a administrar: 1 ml a 5 ml.
 Não indicado para crianças e pessoas com atrofia muscular local.
c) Região Ventroglútea:
 Músculo: Glúteo médio e mínimo.
 Vantagem: Grande massa muscular livre de estruturas anatômicas importantes,
como nervos e vasos de grande calibre.
 Desvantagem: Possibilidade do paciente observar o procedimento de inserção da
agulha, o que gera ansiedade.
 Volume a administrar: 1 ml a 5 ml.
 Local preferencial e mais seguro em qualquer faixa etária, sobretudo em indivíduos
muito magros ou com edema.
 Indicado para grandes volumes e para medicamentos mais viscosos e irritantes.

c) Região ântero-lateral da coxa


 Músculo: Vasto lateral.
 Vantagens:
o Área de aplicação extensa e segura, livre de vasos de grande calibre ou
nervos importantes.
o É o músculo mais bem desenvolvido nas crianças.
o Permite melhor controle em crianças agitadas.
o Pode ser usado em auto administração por adultos.
 Desvantagem: A presença de terminações nervosas causa mal-estar depois da
injeção.
 Volume a administrar:
o Adultos: 1 ml a 5 ml.
o Crianças: 1 ml a 3 ml.
o Posição de administração: Sentado.
 Recomendado para recém-nascidos e crianças com menos de 12 meses (podendo
ser usado em crianças mais velhas ou adultos).

Contra indicações de administração na região glútea:


 Indivíduos com atrofia na musculatura glútea, comum nos idosos.
 Indivíduos com parestesia ou paralisia de membros inferiores.
 Indivíduos com lesões vasculares de membros inferiores.
Quando um fármaco é administrado no músculo, a velocidade de absorção de uma
preparação aquosa depende do fluxo sanguíneo no local de injeção. Nos músculos deltóide
ou vasto lateral, a taxa de absorção é mais rápida, em comparação com a mesma
administração no glúteo, o que se atribui ao fato de no glúteo existir, em geral, mais gordura
subcutânea e desta região ser menos perfundida. A existência de diferenças na distribuição
de gordura subcutânea entre homens e mulheres pode justificar a menor velocidade de
absorção do medicamento nas mulheres, comparativamente aos homens, sobretudo quando
a administração é feita na região dorso glútea. Doentes muito obesos ou edemaciados
podem apresentar padrões de absorção diferentes.
As possíveis complicações da via intramuscular são:
 Administração intravascular por perfuração acidental de vaso, quando há
proximidade de vasos de grande calibre.
 Lesão de nervos, por trauma ou compressão acidental, com eventual paralisia
muscular - nervo ciático.
 Lesão inflamatória muscular, devida a administração de substância irritante ou de
grandes volumes.
 Lesão no osso durante a inserção da agulha.
 Aparecimento de infecções inespecíficas ou abcessos estéreis ou sépticos, nódulos,
fibroses ou hematomas.
 Administração do medicamento fora do tecido muscular, pela d imensão da camada
subcutânea.

O local no qual será administrado o injetável deverá apresentar:


 Superfície cutânea íntegra, sem escoriações, inflamações, infecções, lesões,
cicatrizes, edemas, hérnias, hematomas.
 Ausência de sinais de nascença ou tatuagens.
 Ausência de proeminências ósseas, nódulos, endurecimentos ou amolecimentos.

Procedimentos adotados para todas as preparações de medicamentos injetáveis:


a) Confirmar que o medicamento a ser administrar corresponde ao medicamento prescrito
na receita médica.
 A prescrição é a fonte legal e fiel que contém a informação do medicamento que
deve ser administrado ao cliente.
 A garantia de segurança na administração de injetável deverá ser feita cumprindo a
regra dos 5 certos:
1- Cliente certo.
2- Medicamento certo.
3- Dose certa.
4- Horário certo.
5- Via de administração certa.

b) Selecionar os dispositivos de injeção adequados, certificar que estão dentro do prazo de


validade, íntegros e estéreis e organizar sobre a bancada todo o material necessário.
 Rejeitar as embalagens fora de validade ou que se apresentem com sinais de
violação ou alteração.
 As embalagens das seringas e agulhas devem ser abertas na presença do cliente.

c) Inspecionar a integridade da embalagem exterior do medicamento, o prazo de validade


(em particular se trazido pelo cliente) e, se aplicável, verificar se não houve interrupção da
cadeia de frio.
 Certificar as condições de conservação e segurança de administração do
medicamento.

d) Retirar o acondicionamento primário da embalagem secundár ia e verificar os caracteres


organolépticos do medicamento: cor, presença ou ausência de partículas em suspensão ou
aderência do pó.
 A presença de características diferentes das descritas no rótulo, como
escurecimento, presença de precipitado, alteração de cor ou turvação, pode
significar medicamento alterado, o que exige a rejeição da embalagem.

e) Bater suave e rapidamente com o dedo no gargalo até o líquido descer totalmente para o
corpo da ampola. Utilizar o volume total do líquido, garantindo a administração
exata da dose pretendida.
 Identificar a zona de pressão para quebrar a ampola - ponto colorido e, com uma
compressa em torno da parte superior da ampola, fazer pressão rápida e firme em
direção oposta à do corpo.
 Descartar o topo da ampola para o descartex.
 Utilizando uma seringa e uma agulha estéreis, introduzir a agulha na ampola e
aspirar cuidadosamente o conteúdo total para a seringa, puxando suavemente o
êmbolo da seringa para fora. Deve ser utilizada uma agulha com comprimento
suficiente para chegar ao fundo da ampola; o bisel da agulha deve manter -se sempre
abaixo do nível do líquido. Se necessário inverter a ampola para trazer todo o líquido
para o alcance da agulha.
 Observação: Evitar a aspiração de ar e o desperdício de medicamento, garantindo a
administração exata da dose pretendida.
 Depois de todo o medicamento ter sido aspirado para a seringa, remover a agulha da
ampola e descartar o corpo da ampola no descartex.
 Posicionar a seringa com a agulha para cima. Puxar o êmbolo um pouco mais, e
depois pressioná-lo para expelir o ar excedente.
 Para eliminar eventuais bolhas de ar dentro da seringa:
o Segurar a seringa com a agulha para cima.
o Bater no corpo da seringa, para que as bolhas subam.
o Puxar o êmbolo para fora e, em seguida, empurrar para dentro, ejetando o ar
para o topo da seringa. Não ejetar líquido.

 Nas preparações em frasco, deve-se remover a capa metálica do frasco contendo o


pó e expor a cobertura de borracha. Limpar com compressa embebida em álcool a
70°.
 Com o frasco em superfície plana, inserir a agulha no centro da tampa de borracha e
injetar lentamente todo o veículo contra a parede interna do frasco, evitando a
descarga direta no pó promovendo assim, a reconstituição do medicamento.

Identificação do local de administração:


a) Músculo deltóide
 Posição recomendada: Sentada ou deitada, com o ombro e o terço superior do braço
expostos.
 Fletir o cotovelo e repousar o braço do cliente sobre o colo, orientando -o a manter o
músculo relaxado.
 Apalpar a integridade do local de aplicação e observar a pele.
 Colocar a ponta do dedo médio sobre o bordo do acrômio, deixando os dedos na
vertical sobre o deltóide.
 Afastar o dedo indicador e o dedo médio, formando um “V”.
 Colocar três dedos da outra mão, em posição transversal, a partir do bordo inferior
do acrômio, de modo a formar um triângulo.
 O local da administração situa-se cerca de 5 cm abaixo do acrômio, no centro do
triângulo.
 Obs: Não enrolar a manga da camisa para cima, em particular se for justa.

b) Glúteo máximo
 Posição recomendada: Decúbito ventral, com rotação dos pés para dentro e com a
região glútea exposta.
 Apalpar a integridade da zona de aplicação e observar a pele.
 Dividir a região glútea em quatro quadrantes, traçando uma linha imaginária em cruz
(horizontal a partir da região do cóccix e vertical na zona central do glúteo máximo).
 O local da administração corresponde ao quadrante superior externo (cerca de 5 cm
a 7 cm abaixo da crista ilíaca).

c) Glúteo médio e mínimo


 Posição recomendada: Decúbito dorsal ou lateral.
 Fletir o joelho da perna (do cliente) que se encontra no plano superior sobre a perna
que está em contato com a maca, deixando a coxa ligeiramente pendida para frente.
 Apalpar a integridade da zona de aplicação e observar a pele.
 Colocar a palma da mão sobre o grande trocânter na cabeça do fêmur e o dedo
indicador sobre a espinha ilíaca ântero-superior.
 Apontar o polegar para a região inguinal e os restantes dedos para a cabeça.
 Fazer deslizar o dedo médio ao longo da crista ilíaca ântero-superior em direção à
região glútea, formando um “V”.
 O local da administração é o centro do triângulo formado pelos dedos indicador e
médio e a crista ilíaca.

d) Vasto externo
 Posição recomendada: Deitado ou sentado com a coxa exposta.
 Apalpar a integridade da zona de aplicação e observar a pele.
 Dividir a área entre o joelho e o grande trocânter colocando uma mão transversa
acima do joelho e outra abaixo do grande trocânter.
 Identificar a linha média da face ântero-lateral da coxa.
 O local da administração será no interior do retângulo formado por estes limites.

Passo a passo para aplicação de injetáveis:


1- Conferir a prescrição e a via de administração.

2- Preparar o material: gazes, seringa, agulha, injetável.

3- Fazer de forma correta a assepsia das mãos.

4- Fazer a assepsia do injetável seja ele ampola ou frasco.

5- Aspirar o medicamento para a seringa.

6- Definir o local de aplicação e fazer a assepsia do mesmo com álcool 70% e gaze em um
movimento único.

7- Segurar uma compressa de gaze seca entre os dedos da mão não dominante.
 Ter uma gaze acessível facilita quando remove-se a agulha do tecido.
 Não é recomendado o uso de algodão, devido ao risco de partículas entrarem no
tecido durante a punção.

8- Retirar a agulha da capa protetora e segurar a seringa entre o polegar e os outros dedos
da mão dominante, como se fosse um dardo.
 Deve-se preparar a inserção, garantindo que o tecido pretendido seja atingido, sem
lesar as estruturas subjacentes.

9- Num movimento único, firme e rápido inserir a agulha no tecido muscular em um ângulo
de 90°.
 Esse processo garante a penetração da agulha no músculo, com o mínimo de mal
estar.

10- Segurar a seringa e puxar ligeiramente o êmbolo.


 Nesse momento, se verificar refluxo de sangue na seringa retirar a agulha e
descartar todo o sistema. Preparar outra seringa e recomeçar o procedimento.
 Obs: A conduta acima seria a forma mais consensual descrito em várias literaturas,
contudo, outras referências sugerem desviar o trajeto da agulha caso se verifique
retorno de sangue, sem descartar o medicamento.
 Se não aparecer sangue na seringa, injetar a medicação de modo lento e constante.
Uma aplicação lenta permite uma distensão gradual do tecido e a difusão do fármaco
com o mínimo de pressão local.
 Esse procedimento de aspirar, garante que a agulha não perfurou nenhum vaso.

11- Após a administração do medicamento, aguardar cerca de 10 segundos antes de retirar


a agulha do tecido; faça a contagem mentalmente.
 Esse tempo permite uma melhor difusão no tecido muscular.

12- Remover a agulha num movimento único e rápido, na mesma angulação com que foi
inserida, comprimindo de imediato o local da punção com a compressa seca que já está na
mão, sem massagear.
 Esse processo promove conforto e previne a lesão tecidual além de evitar
hemorragias, sem alterar o padrão de absorção.

13- Descartar imediatamente a seringa e agulha em local apropriado.


 Isso evita acidentes e promove o correto gerenciamento de resíduos.

14- Colocar um blood stop sobre o local.

15- Higienizar as mãos.

Técnica em Z
A administração intramuscular utilizando a técnica em Z é recomendada quando é
necessária a administração de medicamentos oleosos ou em idosos que apresentem pouca
massa muscular, pois essa técnica permite selar o medicamento no tecido muscular,
impedindo o seu refluxo para o tecido subcutâneo, de modo a minimizar irritação local ou o
aparecimento de nódulos por reação inflamatória.
 Esticar a pele no local a ser administrado o injetável.
 Num movimento único, rápido e firme inserir a agulha no tecido muscular no ângulo
de 90° em relação à superfície epidérmica. Manter a pele nessa posição durante
todo o procedimento.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Bruton, L. L., Lazo, J. S., & Parker, K. L. (2006). Goodman & Gilman: As bases
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Castellanos B. P. Injeções Modos e Métodos. São Paulo: Editora Ática, 1987.

Falcão A. J. (2006). Farmacocinética. In S. Guimarães, D. Moura & P. Silva (coords.).


Terapêutica medicamentosa e suas bases farmacológicas (5.ª ed). Lisboa: Porto Editora.

Prista, L. V. N., Morgado, R., Alves, A. (2003). Técnica farmacêutica e farmácia galênica (7.ª
ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

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farmacêuticos, em farmácias e drogarias, e dá outras providências.
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RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009: Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o
controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da
prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Os
serviços clínicos farmacêuticos permitidos são: glicemia capilar, pressão arterial, perfuração
do lóbulo auricular, temperatura, pequenos curativos, aplicação de injetáveis.
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-44-2009 Acesso em 05/02/2021.

Lei n° 13.021, de 08 de agosto de 2014: Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das


atividades farmacêuticas.
http://www.crfsp.org.br/documentos/materiaistecnicos/Lei_n_13.0212014_e_Valorizacao_Profissional.pdf
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Resolução RDC 222, de 28 de março de 2018: Regulamenta as Boas Práticas de
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