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Resumo
Esse trabalho se justifica devido à falta de material publicado em língua portuguesa
e em linguagem acessível para profissionais recém-formados e pessoas interessadas
em aprender mais sobre o autismo e as intervenções em reforçamento diferencial. O
objetivo deste trabalho foi compilar um banco de dados e produzir um material
didático sobre Reforçamento diferencial de comportamentos alternativos (DRA) para
profissionais interessados em autismo e Análise do comportamento aplicada (ABA).
Para realizar a compilação de dados e produção de material didático, será utilizado
como base a revisão sistemática de McNaul e Neely (2017), na qual os autores
selecionaram 10 artigos sobre intervenções em DRA. Assim, pretende-se extrair
informações importantes e essenciais desses artigos e reescrevê-las de maneira mais
clara e didática, realizando também programas de ensino que orientem o
profissional, acompanhante terapêutico a realizar a intervenção.
Abstract
This work is justified due to the lack of material published in Portuguese and in
accessible language for newly graduated professionals and people interested in
learning more about autism and interventions in differential reinforcement. The
objective of this work is to compile a database and produce a teaching material on
Differential Reinforcement of Alternative Behaviors (DRA) for professionals
interested in autism and Applied Behavior Analysis (ABA). To carry out the
compilation of data and production of teaching material, the systematic review by
McNaul and Neely (2017) will be used as a basis, in which the authors selected 10
articles on interventions in ARD. Thus, it is intended to extract important and
essential information from these articles and rewrite them in a clearer and more
didactic way, also carrying out teaching programs that guide the professional,
therapeutic companion to carry out the intervention.
Sumário
Introdução ................................................................................................................................1
Procedimento ...................................................................................................................................21
Procedimento ...................................................................................................................................28
Procedimento ...................................................................................................................................38
fi
Procedimento ...................................................................................................................................44
Procedimento ...................................................................................................................................49
Procedimento ...................................................................................................................................55
Procedimento ...................................................................................................................................62
Procedimento ...................................................................................................................................66
Procedimento ...................................................................................................................................71
Procedimento ...................................................................................................................................77
Dessa forma, tanto a prevalência quanto a origem do autismo têm sido estudadas,
porém até hoje não houve completo êxito em encontrar a causa definida, porém,
sabe-se que as intervenções com base na Psicologia comportamental e
principalmente com base na Análise do Comportamento Aplicada têm demonstrado
melhora no desenvolvimento de crianças inseridas no espectro autista, promovendo
uma ampliação das habilidades sociais e de comportamentos mais adaptativos
(Camargo e Rispoli, 2013).
A dimensão aplicada
Um dos pontos importantes a serem esclarecidos é o fato de a diferença entre a
pesquisa básica e a aplicada não é o fato da aplicada ser apenas sobre o que se aplica,
e sim que a pesquisa aplicada é restrita a examinar variáveis que podem ser úteis e
eficazes na melhoria do comportamento em foco, além disso, os comportamentos
que são selecionados para estudo na pesquisa aplicada são comportamentos
relevantes na sociedade (Baer et al, 1968).
A dimensão comportamental
Essa dimensão explicita o fato de que os comportamentos-alvo devem ser bem
descritos e precisa haver mensuração precisa dos eventos físicos que os compõem,
uma vez que os registros e a observação são feitas por humanos é muito importante
que o profissional esteja atento para o fato da alteração de comportamento ter
acontecido no comportamento do participante ou dos observadores (Malavazzi, et
al, 2011).
A dimensão analítica
Essa dimensão diz respeito à análise e um comportamento só pode ser analisado se o
pesquisador exercer controle sobre ele, assim torna-se fundamental demonstrar a
relação entre os estímulos que estão sendo manipulados e a ocorrência de
determinadas respostas, para isso que são realizados procedimentos como a reversão
e a linha de base múltipla (Malavazzi, et al, 2011).
A dimensão tecnológica
Essa diz respeito ao fato de que todas as técnicas utilizadas em um procedimento
devem ser descritas para que ele possa ser caracterizado como tecnológico. É preciso
que um leitor treinado possa identificar apenas lendo a descrição os passos a serem
seguidos e consiga replicar o procedimento e conseguir resultados semelhantes.
(Malavazzi, et al, 2011).
A dimensão conceitual
Nessa dimensão afirma-se que as técnicas aplicadas nos procedimentos realizados
em ABA devem ser condizentes com os princípios básicos da Análise do
Comportamento (Malavazzi, et al, 2011). Dessa forma, é importante que se descreva
tecnologicamente como foi realizado o procedimento mas também que esse seja
embasado na análise do comportamento (Baer, et al , 1968).
A dimensão eficaz
Essa dimensão aborda o fato de que se as técnicas comportamentais não produzirem
efeitos significativos de valor prático pode não ser uma aplicação interessante. Uma
vez que a ABA preza pela importância que o procedimento tem para a sociedade na
prática e o critério essencial para uma boa intervenção é ser capaz de alterar
determinado comportamento (Baer, et al, 1968).
A dimensão da generalidade
É possível dizer que a mudança comportamental é generalizável caso ela se prove
durável ao longo do tempo, se aparecer em uma grande variedade de ambientes e se
for espalhada para uma grande variedade de comportamentos relacionados. Quanto
mais geral se mostra uma mudança comportamental melhor e mais eficaz ela se
torna. É interessante afirmar que é possível investir na generalidade, um
Dessa forma, Baer, Wolf & Risley (1968) buscaram através das sete dimensões
diferenciar uma ciência de pesquisas básicas de uma ciência com pesquisas
aplicadas, como é o caso da Análise do Comportamento Aplicada (Malavazzi, et al,
2011). Existem diversas técnicas e procedimentos derivados da ciência ABA que
foram testados e são utilizados para o manejo de comportamentos inadequados em
crianças atípicas, dentre eles um que possui bastante evidência de bons resultados é
o reforçamento diferencial.
Reforçamento diferencial
Um dos procedimentos muito utilizado em Análise do Comportamento,
especialmente em ABA, é o reforçamento diferencial. Esse se caracteriza por ser uma
alternativa não punitiva que auxilia na redução de frequência de um
comportamento. Ele consiste em reforçar respostas que obedecem a determinado
critério e não reforçar àquelas que não atendem ao critério (Moreira e Medeiros,
2019).
Com a intervenção realizada com a primeira participante Marcus & Vollmer (1996)
verificaram que o pacote NCR mais DRA na intervenção suprimiu quase
imediatamente os comportamentos autolesivos, uma vez que mudou de 5,8
respostas por minuto, nas condições de linha de base, para 0,16 respostas por minuto
na intervenção. O segundo participante descrito pelos autores também reduziu
consideravelmente os comportamentos agressivos, alterou de 1,8 respostas por
minuto para uma média de 0,4 por minuto na intervenção de NCR mais DRA. Na
intervenção com o terceiro participante os acessos de raiva apresentados por ele
diminuíram em 6,9% durante a intervenção.
Dessa forma, Marcus & Vollmer (1996) concluíram que a associação entre
reforçamento não contingente e DRA foi efetiva, uma vez que o NCR não impediu o
Uma revisão sistemática recente MacNaul & Neely (2017) realizou uma seleção de
artigos que passaram por um crivo detalhado. Dos 103 artigos que eles encontram,
apenas dez foram escolhidos por obedecerem os seguintes critérios: 1) incluíam pelo
menos um participante com diagnóstico de autismo; 2) foram revisados por pares e
publicados em inglês; 3) utilizaram uma intervenção de DRA com uma explicação de
como os pesquisadores determinaram as funções comportamentais; 4) mediram e
relataram pelo menos uma variável dependente relativa a comportamentos
desafiadores e; 5) indicaram que a extinção não foi utilizada.
Os dez estudos descritos por MacNaul & Neely (2017) incluíram um total de 29
participantes com intervalo de idade entre 4 e 31 anos e o diagnóstico mais comum
entre os participantes era o autismo. Quanto aos comportamentos-problema, o mais
comum era agressão, seguido de fuga, protestos vocais e destruição de propriedade.
Quanto à função dos comportamentos problema, as análises funcionais realizadas
nos artigos apontaram que a maioria dos comportamentos tinham a função de
atenção, seguido de função de fuga, seguido de aquisição de objeto tangível. O
comportamento alternativo foi definido nos artigos de acordo com cada caso, a
maioria deles era: troca de imagens, resposta vocal, troca de imagem seguido de
resposta vocal, sinal manual e conformidade.
Quanto aos resultados dos artigos descritos por MacNaul & Neely (2017) quatro dos
10 estudos reduziram com sucesso o comportamento problemático e aumentaram o
comportamento alternativo manipulando os horários de reforço, a intervenção mais
comum incluiu horários simultâneos de DRA+NCR (Reforçamento diferencial e
Reforçamento não contingente). Dessa forma, esses estudos indicam que DRA+NCR
pode ser uma alternativa eficaz em substituição ao DRA+ extinção. Os autores
destacam que os resultados de Marcus e Vollmer(1996) mostram que a adição de
DRA pode fortalecer o comportamento alternativo e ao mesmo tempo auxiliar na
limitação que o NCR apresenta.
Embora haja muita evidência científica que comprovam que esses procedimentos
científicos funcionam para aumentar a frequência de comportamentos desejados,
promovendo o desenvolvimento da criança , o profissional recém formado tem
ainda dificuldade de acessar esses materiais devido ao fato de estarem em outra
língua e pela linguagem que normalmente é predominantemente técnica e
excludente. Nesse sentido, produzir materiais na língua portuguesa e que compilem
as informações úteis de forma didática torna-se algo muito importante.
Cruz & Moreira (2021) fizeram um trabalho nessa área, no qual eles objetivaram
introduzir o leitor ao uso de esquemas de reforçamento não-contingente (NCR) para
a redução de comportamentos-problema. Para realizar a pesquisa, eles definiram
categorias: tipo de reforçamento não contingente, função dos comportamentos alvo,
consequências utilizadas durante o reforçamento não contingente, procedimentos
que são utilizados em combinação com o NCR e os tipos de comportamento
problema mais encontrados na literatura.
Após a definição das categorias, Cruz & Moreira (2021) selecionaram cinquenta e
quatro artigos a partir de uma metanálise. Desses cinquenta e quatro, apenas
dezesseis foram selecionados porque exemplicavam melhor os diferentes tipos de
NCR. Nesses dezesseis artigos os autores procuraram descrever as características dos
participantes, as habilidades deles, os comportamentos-problema frequentes de cada
um.
Desses casos descritos por Cruz & Moreira (2021) através dos artigos da revisão
sistemática, alguns deles eram crianças, mas também havia adultos. O primeiro a ser
descrito foi um menino de dez anos de idade, diagnosticado com retardo mental
leve, que apresentava comportamento agressivo, morder, arranhar, bater em seus
pais e em seu irmão, essa agressão era mantida por reforçamento positivo na forma
de atenção, nesse caso a intervenção foi realizada com 3 sessões diárias com duração
de 10 minutos cada na casa da família utilizando dois procedimentos para reduzir a
frequência dos comportamentos: extinção por omissão e reforçamento não
contingente. Assim, nos resultados, quando a extinção por omissão foi
implementada a agressão aumentou acima dos níveis iniciais e depois diminuiu
gradativamente para níveis próximos a zero na sessão 11, já nas sessões com
esquema de reforçamento não contingente a agressão ocorreu em menos de 10% dos
intervalos durante as três primeiras sessões e atingiu zero na quarta.
Outro caso descrito por Cruz & Moreira (2021) foi de um rapaz de 23 anos
diagnosticado com retardo mental grave e apresentava comportamento de birra: se
jogar no chão, essa birra era mantida pelo acesso a itens tangíveis, o item utilizado
nas sessões foi um balde contendo blocos de cores vivas. Foram realizadas sessões
diárias com duração de 5 minutos cada em um consultório de psicologia e foi
utilizado esquema de reforçamento não contingente de tempo fixo com intervalo de
quarenta e cinco segundos, a cada quarenta e cinco segundos o rapaz recebia o balde
e brincava com ele por 20 segundos, ele recebia independente de estar fazendo birra
ou não, mas atrasava em 10 segundos a entrega caso ele estivesse emitindo o
comportamento de birra e adiciona mais 10 e mais 10 caso ele continuasse. No
período de avaliação o rapaz apresentava birra 2 a 4 vezes por minuto, nas primeiras
três sessões com a introdução do intervalo de tempo fixo diminuíram para 2 vezes
por minuto e do quarto ao sétimo dia de intervenção a frequência foi próxima a zero.
Outro caso descrito por Cruz & Moreira (2021) foi uma mulher de 43 anos
diagnosticada com retardo mental grave e apresentava comportamentos de
autolesão, arranhar a pele, a autolesão era mantida pelo reforçamento positivo na
forma de atenção. Foram realizadas sessões diárias com duração de 10 minutos cada
em um consultório utilizando esquema de reforçamento de tempo fixo. No período
de avaliação ela apresentava 3,9 respostas de autolesão por minuto. Na intervenção o
psicólogo emitia uma reprimenda, como “não faça isso” a cada 15 segundos
independente do que estivesse fazendo e foi aumentando até 300 segundos. Essa
reprimenda era emitida porque foi identificada que a autolesão era mantida por
reforço positivo na forma de atenção. Após cada sessão de reforçamento não
contingente foi realizada uma sessão de extinção de 20 minutos. Após as sessões de
esquema de reforçamento de tempo fixo a frequência do comportamento diminui de
3,9 para 0,3 e nenhum aumento na frequência de comportamentos de autolesão da
participante foi observado durante as sessões de extinção.
Mais um caso por Cruz & Moreira (2021) foi um menino de 5 anos diagnosticado
com autismo, TDAH e retardo mental moderado, que apresentava comportamento
de pica, ingestão de itens não comestíveis. Na intervenção foram utilizados os
seguintes itens (papel, velas de aniversário, feijão, macarrão cru e palitos de arroz). A
frequência do comportamento era alta na condição de atenção social, em média 3,2
ocorrências por minuto, foram realizadas sessões diárias de 10 minutos cada em
uma sala e foi utilizado o esquema de acesso contínuo (CA), que consistia em
fornecer atenção contínua para Tadeu na forma de atenção verbal, dizendo “ bom
trabalho” ou na forma de atenção básica fazendo cócegas ou dando um tapinha nas
costas. Dessa forma, a criança recebia brinquedos e era orientada a brincar com eles e
a intervenção era realizada dando atenção para criança através de acesso contínuo.
Após iniciar a intervenção a frequência do comportamento problema diminuiu de
3,2 para 0,3 por minuto.
Outro caso descrito por Cruz & Moreira (2021) foi um menino de 10 anos de idade
diagnosticado com retardo mental moderado, autismo, TDAH e convulsão que
apresentava comportamento de fuga, costumava fugir do quarto e se envolver em
comportamentos perigosos, subir em móveis e tocar cabos elétricos. A mãe dele
havia relatado que ele fugia em situações variadas, como na escola, em casa, e
observou que ele fugia e tentava obter itens parecidos com cordas e geralmente
deixava ele brincar com eles após a fuga. Dessa forma,.as maiores taxas de fuga
ocorriam na condição de item tangível seguida da condição de atenção. Foram
10
realizadas sessões diárias com duração de 10 minutos em uma área composta por
duas salas e também na casa e na escola dele. O esquema utilizado foi o esquema de
acesso contínuo (CA) e como estímulos reforçadores foram utilizados itens
semelhantes a cordas. Durante a avaliação, uma corda foi colocada na sala B e ele foi
autorizado a brincar com ela por 2 minutos antes da sessão. Ao iniciar a sessão o
psicólogo o conduzia para a sala A, se ele fugisse era autorizado a brincar por 40
segundos e o comportamento foi emitido em média 1,5 vezes por minuto. Durante a
intervenção ele recebia acesso contínuo a itens semelhantes a cordas na mesa da sala
A e não podia levá-las para sala B, assim na intervenção o comportamento reduziu
de frequência de 1,5 para 0 a 0,5 vezes por minuto.
Dessa forma, pode-se observar acima cinco dos dezesseis casos descritos por Cruz &
Moreira (2021), nos quais os diferentes esquemas de reforçamento não contingente:
acesso contínuo e tempo fixo foram utilizados em casos onde os pacientes emitiam
comportamentos problemas variados: fuga, pica, autolesão, agressão e birra e em
todos os esquemas de reforçamento não-contingente se mostraram eficazes. Assim, a
intenção de Cruz & Moreira (2021) foi transformar uma revisão sistemática em um
material didático para profissionais interessados no autismo, mais especificamente
em esquemas de reforçamento não-contingente.
Dessa forma, é possível concluir que o trabalho de Cruz & Moreira (2021) mostrou-se
útil para divulgar conhecimento científico de ponta para um público mais amplo.
Além de Cruz & Moreira (2021) outros trabalhos voltados para a produção de
material didático sobre Análise do comportamento aplicada e autismo têm sido
realizados. Como exemplo deles pode-se citar Landim & Moreira (2021) que
consistiu em um livro cujo objetivo principal foi identificar as principais estratégias
analítico-comportamentais para o tratamento da seletividade alimentar e Silva &
Moreira (2021) que consistiu em um livro cujo objetivo consistiu em compilar
estratégias e diretrizes práticas para profissionais e cuidadores que são responsáveis
por crianças com autismo.
11
12
13
alvo foi medido, descrever um passo- a-passo para a aplicação dos procedimentos
descritos nos artigos e construir gráficos mais simples a partir dos gráficos
apresentados nos artigos.
Após a extração dos dados foi realizado o tratamento das informações, esse
tratamento consiste em adaptações do material para torná-lo mais didático para isso
são tomadas algumas medidas, como, ler atentamente os artigos, traduzi-los e
transformar a linguagem deles em uma linguagem mais simples para que pudessem
ser confeccionados os programas de ensino através das estratégias propostas nos
artigos.
Slocum & Vollmer (2015) realizaram com os participantes do estudo uma análise
funcional de multielementos, na qual avaliou-se a condição de não interação entre
participante e analista do comportamento, condição de atenção fornecida pelo
experimentador ao participante, condição em que era avaliado se o comportamento
era mantido por itens tangíveis e sessões em que avaliava-se a fuga através da
condição de demanda.
Slocum & Vollmer (2015) se inspiraram em Shirley & Iwata et al (1997) para realizar
a análise funcional. Shirley & Iwata et al (1997) realizaram a análise funcional dos
comportamentos de seus participantes através de 5 condições:Atenção, materiais,
demanda, sozinho e brincadeira. Na condição de atenção, o aplicador e o
14
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Idade, diagnóstico e histórico. Paulo era um menino de 12 anos que havia sido
diagnosticado com TEA, TDAH e retardo mental de leve a moderado. Ele havia sido
internado em unidade de internação para tratamento de agressão.
17
A avaliação de preferência indicou que o item mais preferido eram doces em forma
de copinhos de manteiga de amendoim (este item foi utilizado como reforçador
comestível nas intervenções realizadas com Paulo).
Utilize um cômodo livre de distrações que tenha um móvel para você sentar, uma
mesa e uma cadeira adequadas ao tamanho da criança na qual ela possa realizar
algumas tarefas acadêmicas com lápis e papel.
18
● Um lápis;
● Uma caneta;
● Uma revista;
19
Exemplo de tarefa acadêmica que pode ser utilizada como demanda para a criança:
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Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
Selecione um local para você ficar durante o procedimento (uma poltrona, por
exemplo) e coloque os itens comestíveis, uma revista, a folha para registro e
prancheta ao alcance de sua mão.
Aplicação
1. Sente-se no local selecionado por você e comece a folhear a revista (ou a fazer
algo que mostre que está distraído, sem olhar para a criança) e deixe o doce
(ou o item comestível selecionado) ao seu lado.
21
4. Se a criança lhe agredir, dê uma bronca, com expressão facial neutra e tom de
voz monotônico: ”não faça isso”. Esta atenção pode ser também outro
reforçador social como contato de olhar, contato físico, sorrir ou interações
verbais - é preciso identificar qual reforçador social está mantendo os
comportamentos agressivos da criança que receberá a intervenção.
22
Adelinis, J. D., Piazza, C. C., & Goh, H. L. (2001). Treatment of multiply controlled
destructive behavior with food reinforcement. Journal of Applied Behavior Analysis,
34(1), 97–100. https://doi.org/10.1901/jaba.2001.34-97
23
24
25
A pesquisa foi realizada com 7 crianças. Abaixo estão os dados de cada uma delas.
João (Justin)
Henrique (Henry)
Daniel (Corey)
Repertório verbal (comunicação). Pedido vocal (‘‘Posso pegar meu brinquedo, por
favor?’’)
Marcelo (Kenneth)
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Luana (Lana)
Jorge (George)
Carlos (Clark)
João, Daniel, Marcelo e Henrique. João se envolveu nas taxas mais altas de
comportamento problemático na condição de fuga. Daniel se envolveu nas maiores
taxas de comportamento problemático durante a condição tangível (recebimento de
itens tangíveis). Marcelo se envolveu nas mais altas taxas de agressão e perturbação
durante as condições de atenção e fuga. Henrique apresentou as maiores taxas de
agressão e interrupção na condição de fuga.
27
As salas de sessão (3m por 3m) foram equipadas com janela de observação
unidirecional e monitoramento sonoro. Algumas sessões foram conduzidas em uma
sala de aula em suas escolas primárias. As salas para todos os participantes
continham materiais necessários para uma sessão (por exemplo, brinquedos,
materiais para tarefas), e as salas de aula do ensino fundamental continham
materiais como pôsteres e mesas.
- Cronômetro
- Itens reforçadores
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
28
Aplicação
Estratégia 1
4º passo: Quando a criança emitir um comportamento adequado deixe ela ter acesso
ao reforçador mais potente por 30 segundos; caso ela emita um comportamento
inadequado só deixe ela ter acesso ao reforçador por 10 segundos.
29
2º estratégia
4º passo: Quando a criança emitir um comportamento adequado deixe que ela tenha
acesso ao reforçador mais potente por 30 segundos e, caso ela emita um
comportamento inadequado, deixe que ela tenha acesso ao reforçador de qualidade
inferior por 30 segundos.
3º estratégia
30
4º estratégia
Nesta última estratégia os autores a definem como a mais completa, pois ela une a
questão da qualidade do reforço, duração do acesso e atraso na entrega. Assim ela
busca avaliar se pode haver mudanças no comportamento da criança quando o
aplicador faz esses três métodos anteriores em conjunto.
31
Observações e Ressalvas
No artigo os autores relatam que a estratégia que produziu melhores resultados foi a
estratégia 4, uma vez que é uma junção das três anteriores e evidenciou mudanças
rápidas com relação à frequência de comportamentos problema.
32
33
34
Todd
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Mary
Idade, diagnóstico e histórico. Mary era uma menina de 8 anos com elegibilidade
para serviços de deficiência intelectual moderada, paralisia cerebral e distúrbio
alimentar.
Eli
Idade, diagnóstico e histórico. Eli era um menino de 18 anos com elegibilidade para
serviços de deficiência intelectual leve.
Tony
Idade, diagnóstico e histórico. Tony era um menino não vocal de 12 anos com
elegibilidade para serviços de deficiência intelectual grave e autismo.
36
Todd selecionava sua atividade preferida todos os dias. Sua rotina normal era pegar
um brinquedo de cores vivas todas as manhãs quando entrava na sala de aula e
continuar a brincar com ele pelo resto do dia.
A atividade preferida de Tony era o reforço sensorial. Seu professor relatou que um
item de brincadeira não prenderia sua atenção por tempo suficiente e que ele
poderia jogá-lo do outro lado da sala. O reforço sensorial foi entregue na forma de
jogos de mão e cócegas nas orelhas.
37
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
Aplicação
3) Chame a criança para a mesa de atividades e diga a ela que irá colocar o
cartão com a imagem de um dos lados da mesa e que quando ela quiser pode
pegá-lo e entregar a você.
38
7) Após cada intervalo de 30s devolva a tarefa do aluno à sua mesa e solicite que
ele retorne ao trabalho. Conduza a criança novamente para a mesa para
continuar as atividades.
11) Continue essa sequência até que o aluno emita cinco mandos independentes
consecutivos; então inicie a fase Treino de comunicação funcional durante a
qual apenas os mandos executados independentemente serão reforçados.
39
5) Após cada intervalo de 30s devolva a tarefa do aluno à sua mesa e solicite que
ele retorne ao trabalho. Conduza a criança novamente para a mesa para
continuar as atividades.
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42
Idade, diagnóstico e histórico. Manuela era uma menina de 8 anos que havia sido
internada em uma unidade de internação para avaliação e tratamento de problemas
graves de comportamento. Ela havia sido diagnosticada com autismo, paralisia
cerebral leve, retardo mental moderado e transtorno obsessivo-compulsivo.
43
autolesivo foi definido como bater ou tentar bater a cabeça em superfícies duras,
bater em si mesma com a mão ou um objeto e se morder.
Tarefas acadêmicas.
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
44
Separe as atividades selecionadas para realizar com a criança, que podem ser:
preencher as letras, preencher números, abotoar botões de uma camisa, entre outras.
Aplicação
45
46
47
Idade, diagnóstico e histórico. Ashby era um menino de 7 anos que havia sido
diagnosticado com retardo mental grave e autismo.
48
Sala com 9 a 30 metros quadrados com uma mesa, duas cadeiras e outros materiais
necessários (por exemplo, materiais de trabalho e brinquedos).
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
Antes do início de cada sessão, dê para a criança acesso a todos os seis itens por 2
minutos. Em seguida, coloque os cartões em uma mesa e coloque os itens
reforçadores em um local em que a criança não consiga alcançar.
Aplicação
2º passo: Chame a criança para a mesa de atividades e diga a ela que irá colocar o
cartão com a imagem de um dos lados da mesa e que quando ela quiser pode pegá-
lo e entregar a você.
49
3º passo: Aguarde cerca de 5 segundos para ver se a criança vai lhe entregar o
cartão, caso ela não entregue, coloque o cartão em sua mão e lhe dê acesso ao reforço
potente.
4º passo: Caso a criança emita um dos comportamentos definidos por você como
inadequado, ignore o comportamento.
5º passo: Repita esse procedimento até que a criança peça lhe entregando o cartão,
de forma independente, por pelo menos 9 vezes em 10 tentativas por 3 sessões
consecutivas.
Segunda parte
3º passo: Separe o cartão "Eu quero" e o cartão de imagem que representa o reforço
definido como potente para a criança, de forma mais geral, por exemplo,
brinquedos.
4º passo: Chame a criança para a mesa de atividades e diga a ela que irá colocar o
cartão com a imagem de um dos lados da mesa e que quando ela quiser pode pegá-
lo e entregar a você: a criança deve formar uma frase colocando o cartão "Eu quero"
na mesa, seguido do cartão que representa o item reforçador.
50
4º passo: Chame a criança para a mesa de atividades e diga a ela que irá colocar os
cartões de imagem de um dos lados da mesa e que quando ela quiser pode pegá-los
e entregar a você.
51
52
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54
Os resultados para Roger indicaram que sua agressividade era mantida pelo acesso a
itens tangíveis. Os resultados para Gary indicaram que sua agressão era mantida por
fuga de demandas. Os resultados para Jennifer indicaram que a interrupção era
mantida tanto pela fuga das demandas quanto pelo acesso à atenção.
Todas as sessões foram realizadas em salas não utilizadas nas escolas dos
participantes. As salas continham mesas, cadeiras e materiais relevantes para as
condições (veja abaixo).
- Mesa
- Cartões de comunicação
- Cronômetro
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
O toque no cartão (Gary e Jennifer) foi definido como o contato entre uma mão e um
cartão colocado próximo à mesa. As respostas de comunicação independentes foram
palmas ou toques de cartas que ocorreram sem a ajuda do terapeuta.
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Aplicação
3º passo: Separe o cartão de imagem que representa o reforço definido como potente
para a criança.
4º passo: Chame a criança para a mesa de atividades e diga a ela que irá colocar o
cartão com a imagem de um dos lados da mesa e que quando ela quiser pode pegá-
lo e entregar a você. Aguarde para ver se a criança vai lhe entregar o cartão. Se nem o
comportamento problemático nem o comportamento alternativo ocorrerem dentro
de 5s do início de uma sessão, incite fisicamente a criança a emitir o comportamento
alternativo (apresentar o sinal ou entregar o cartão com imagem para você) e então
entregue o reforço.
3º passo: Separe o cartão de imagem que representa o reforço definido como potente
para a criança.
4º passo: Chame a criança para a mesa de atividades e diga a ela que irá colocar o
cartão com a imagem de um dos lados da mesa e que quando ela quiser pode pegá-
lo e entregar a você.
56
5º passo: Quando a criança pegar o cartão que representa o reforçador e lhe entregar,
entregue o item a ela e permita o acesso por 30 segundos. Aguarde para ver se a
criança vai lhe entregar o cartão. Se o comportamento alternativo não ocorrer dentro
de 5s do início de uma sessão, incite fisicamente a criança a emitir o comportamento
alternativo (apresentar o sinal ou entregar o cartão com imagem para você) e então
entregue o reforço.
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58
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60
formas e grandes figuras e objetos. Sabrina era uma mulher de 24 anos diagnosticada
com transtorno de humor, transtorno do espectro autista, transtorno de estresse pós-
traumático, transtorno psicótico, transtorno de personalidade e traços paranoicos e
antissociais. Max era um menino de 10 anos diagnosticado com transtorno do
espectro do autismo.
61
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
Aplicação
62
Cabe ressaltar que o estímulo reforçador de alta qualidade foi definido como um
estímulo selecionado em mais de 80% das tentativas na avaliação de preferência
tangível. O estímulo reforçador de baixa qualidade foi definido como um estímulo
que foi selecionado em 10% a 30% das tentativas durante a avaliação de preferência
tangível. Os autores da pesquisa hipotetizaram que os estímulos que se enquadram
nessa faixa ainda funcionariam como reforçadores.
63
Kunnavatana, S., Bloom, S., Samaha, A., Slocum, T., & Clay, C. (2018). Manipulating
parameters of reinforcement to reduce problem behavior without extinction. Journal
of Applied Behavior Analysis, 52(2), 283-302. https://doi.org/10.1002/jaba.443
64
Idade, diagnóstico e histórico. Sally era uma menina de 5 anos que havia sido
previamente diagnosticada com síndrome de Down, atraso de linguagem e
dificuldades de articulação da fala. Sally frequentou uma pré-escola pública,
integrada e regular. Embora a descrição específica do funcionamento intelectual de
65
Sally não estivesse disponível, ela parecia funcionar na faixa moderada de retardo
mental. Ela tinha uma história de comportamento auto-lesivo, agressão e disruptura.
Os itens tangíveis usados na análise funcional foram selecionados com base nos
resultados de uma avaliação de escolha e nos relatos de pais e professores de que os
itens estavam correlacionados com o comportamento problemático.
- Cronômetro;
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
66
Caso a criança não saiba pedir de forma adequada um brinquedo, será necessário
realizar, antes da intervenção, um treino de mando: ensinar a dizer "brinquedo" (ou
"me dê o brinquedo") para obter o brinquedo. Na pesquisa base desta intervenção,
Sally foi ensinada a dizer "brinquedos" por meio de procedimentos de imitação e
reforço. O treinamento inicial foi concluído em uma sessão de prática com duração
de cerca de 15 minutos. O treinamento consistiu em modelar o mando e reforçar
imediatamente o comportamento imitativo com 20s de acesso aos brinquedos
preferidos. Os modelos fornecidos foram gradualmente atrasados para fornecer
oportunidades para respostas independentes. O treinamento foi concluído quando
Sally exibiu o mando de forma independente dentro de 30s após a retirada dos itens
preferidos por três tentativas consecutivas.
Cabe ressaltar que diferentes formas de mando podem ser ensinadas, a depender do
repertório atual da criança e dos reforçadores utilizados. Por exemplo, no artigo, o
mando de Sally foi definido como dizer a palavra "brinquedos"; para Rob, outra
criança que participou da pesquisa, era tocar a mão do terapeuta ou tocar um cartão
de resposta (27,7 cm por 20,5 cm) com as palavras "brinquedos, por favor" impressas
nele; para CJ, uma terceira criança que participou da pesquisa, era tocar a palma da
mão do terapeuta, assinando manualmente "música" ou dizendo vocalmente
"música".
Aplicação
1. A cada 120 segundos entregue um brinquedo para a criança e deixe que ela
fique com o brinquedo por 20 segundos;
2. Após 20 segundos, pegue o brinquedo de volta e o deixe fora do alcance da
criança;
3. Reinicie o cronômetro;
4. Repita os itens 1, 2 e 3 durante toda a sessão (esses itens constituem o
esquema de reforçamento não-contingente);
5. A qualquer momento, caso a criança diga "brinquedo" (ou peça o brinquedo
adequadamente de qualquer outra forma pré-definida), entregue um
brinquedo para a criança e deixe que ela fique com o brinquedo por 20
segundos;
6. Após 20 segundos, pegue o brinquedo de volta e o deixe fora do alcance da
criança.
67
Pesquisas têm mostrado que o reforço não contingente (NCR) pode ser um
procedimento de redução de comportamento eficaz quando baseado em uma análise
funcional. Os efeitos do NCR podem ser o resultado da eliminação da contingência
entre comportamento aberrante e consequências reforçadoras (extinção) ou acesso
frequente e livre a reforçadores que podem reduzir a motivação do participante para
se envolver em comportamentos aberrantes ou mandos. Se a motivação for
momentaneamente reduzida, comportamentos como os mandos podem não ser
sensíveis ao reforço positivo. Neste estudo, para 3 crianças com comportamento
aberrante mantido por reforço positivo tangível, esquemas de reforço diferencial de
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69
70
Não informado.
Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
71
Aplicação
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Observações:
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"O uso de reforço positivo para tratar o comportamento problemático mantido pela
fuga oferece benefícios potenciais (...). A entrega de reforçadores positivos para um
comportamento apropriado pode ser menos perturbadora para a sala de aula ou
para as rotinas diárias do que fornecer uma fuga para o comportamento apropriado.
Professores ou profissionais podem preferir entregar um pequeno item comestível
ou token para cumprimento em vez de uma pausa. É provável que o uso de
reforçadores positivos também influencie a operação de estabelecimento de fuga
durante a estimulação aversiva. Se os reforçadores positivos atenuam as qualidades
aversivas do contexto de demanda, o comportamento de fuga pode ser menos
provável de ocorrer" (Slocum & Vollmer, 2015, p. 565).
75
Idade, diagnóstico e histórico. Braiden era um menino de 4 anos que, com base nos
registros escolares, havia sido diagnosticado com um transtorno do espectro do
autista (TEA). Ali era uma menina de 7 anos que havia sido diagnosticada com TEA
por um avaliador credenciado usando o Autism Diagnostic Observation Schedule
(ADOS). Ela também havia sido diagnosticada com TEA, transtorno de déficit de
atenção e hiperatividade e transtorno desafiador opositivo por um médico pessoal.
Nicholas era um menino de 8 anos que havia sido diagnosticado com transtorno
invasivo do desenvolvimento, não especificado de outra forma, por um médico
pessoal e também por meio de uma avaliação ADOS realizada pelo avaliador
mencionado. Stephen era um menino de 7 anos que havia sido diagnosticado com
TEA por um médico pessoal. Milo era um menino de 4 anos que havia sido
diagnosticado com atraso no desenvolvimento com base em seus registros escolares.
Repertório verbal (comunicação). Ali falava em frases com várias palavras e seguia
instruções complexas de duas a três etapas. Braiden se comunicava com gestos e
algumas palavras modificadas. Braiden também seguia algumas instruções de passo
único. Nicholas falava em frases curtas e seguiu instruções de duas etapas. Stephen
não conseguia falar vocalmente, mas usava algumas aproximações de sinais para
comunicar suas necessidades. Stephen seguia algumas instruções de um passo. Milo
não tinha nenhuma comunicação funcional e não seguia instruções simples no início
desta avaliação.
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Procedimento
Duração e frequência das sessões de intervenção
6 a 8 sessões de 5 minutos por dia foram realizadas durante 5 dias por semana.
Durante as sessões, chame a criança para a mesa e peça que ela faça uma atividade,
pode ser uma atividade que envolva a aquisição de habilidades, por exemplo
instruções de imitação: “toque o nariz”, “aplauda”, “levante as mãos” e dê ajuda
verbal, se necessário. Utilize um procedimento de solicitação mínimo a máximo de
três etapas em que você deve dar a instrução verbal e se a criança der uma resposta
incorreta ou não responder forneça uma dica verbal para ajudá-la. Caso ela não
consiga responder mesmo com a dica verbal oriente-a fisicamente para realizar a
tarefa.
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Aplicação
Reforçamento positivo
Reforço negativo
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Discussão geral
O objetivo deste livro foi elaborar material didático útil e de fácil linguagem
semelhante ao produzido por Cruz & Moreira (2021), Silva & Moreira (2021) e
Landim & Moreira (2021), mas com o foco em reforçamento diferencial de
comportamentos alternativos direcionado a pais de crianças com autismo e
profissionais interessados na área. Dessa forma, foi possível concluir o objetivo
inicialmente proposto, uma vez que foram elaborados 10 programas de ensino
baseados nos artigos selecionados na revisão sistemática de MacNaul & Neely
(2017).
Desse modo, neste livro buscou-se levar em consideração os aspectos para trabalhos
futuros trazidos por Cruz & Moreira (2021) como por exemplo: Estudar de forma
mais aprofundada os procedimentos alternativos que são geralmente combinados
com o reforçamento não contingente, como é o caso do reforçamento diferencial de
comportamentos alternativos; descrever a duração das sessões realizadas pelos
autores; apresentar dados da Análise funcional; apresentar destaques da discussão
do artigo; e descrever um passo-a-passo para a aplicação do procedimento.
Durante o processo houve algumas dificuldades, como por exemplo: alguns artigos
eram bem curtos e traziam poucas informações, ou traziam as informações de forma
muito breve, apenas fazendo menção a outros estudos. Cruz & Moreira (2021)
também observaram a mesma dificuldade ao realizar a elaboração de material
didático.
Outra dificuldade foi a questão de transformar a linguagem dos artigos, uma vez
que geralmente eles tem uma linguagem mais rebuscada e para transformar em
planos de ensino foi preciso deixá-la mais simples e escrever em forma de passo-a-
passo para que o leitor se sentisse bem orientado para realizar a intervenção. Mais
uma dificuldade que nos acompanhou no processo foram os pré-requisitos que os
autores colocam, por exemplo, em muitas intervenções os autores costumavam
colocar como pré-requisito treino de mando espontâneo ou treino de economia de
fichas e precisávamos descrever esses pré-requisitos antes de descrever a intervenção
em si.
80
81
Referências bibliográficas
*Artigos utilizados para fazer os programas de ensino
Analysis,34,97-100. https://doi.org/10.1901/jaba.2001.34-97
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https://doi.org/10.1002/jaba.216
Vieira, L; Moreira, M (2021). TEA & ABA: estratégias para reduzir a seletividade
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