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SOBRE O

AUTOR

Costa Neto é fundador e pastor sênior da


Comunidade Cristã Videira, que tem campus
em Fortaleza, Natal, Recife e Brasília. É casado
com Nenen Costa há 35anos. Eles têm dois
filhos, Lucas e Andrea; e três netos, Zion, Brooklyn
e Charlotte. 
Ele é contador, advogado e escritor. Entre os livros
que escreveu estão “Amar e Servir: a cultura do
voluntariado” e “Bem-vindo à casa”. Costa Neto
inspira pessoas a viver o chamado de amar a
Deus sobre todas as coisas e servir às pessoas,
e tem se tornado uma referência na área de
voluntariado e liderança. 
Eu acredito em um mundo melhor. Vejo que a
mensagem do evangelho de Jesus é poderosa
para transformar o ser humano e, somente
assim, teremos uma sociedade transformada.
Pelo que tenho observado, amar e servir às
pessoas é refletir a natureza de Jesus de forma
prática. Por isso, desejei compartilhar com
você o que acredito ser algo revolucionário em
qualquer organização e ouso dizer que é a base
para transformar uma sociedade. 
Quando vejo, a cada semana, na nossa
comunidade a cada semana um exército de
voluntários servindo incansavelmente pelo
simples fato de que as pessoas merecem ser
tratadas com dignidade, percebo que era
justamente o que Jesus vivia ao dizer que não veio
para ser servido, e sim para servir. Sendo Senhor
e Mestre, disse enfaticamente que deveríamos
fazer o mesmo, e pela graça de Deus temos
obedecido à sua voz. Por onde eu tenho andado,
vejo uma transformação incrível acontecer pelo
fato de as pessoas viverem o chamado de Jesus
para servir. Um verdadeiro avivamento tem
invadido igrejas inteiras, e elas passam a viver
outro nível de evangelho. As pessoas se dão
conta de que servir é bem melhor do que ficar
no banco de reserva. Entrar em campo e servir
às pessoas passa a fazer sentido para se viver.
Caso você realmente queira dar sentido à sua
vida, então permita que as páginas seguintes o
levem a pôr em prática o que muitas instituições
têm feito. Deixe que o Espírito Santo leve você
para o time dos maiores no Reino de Deus, o time
dos servos. Saia da arquibancada, não fique
somente na torcida, entre em campo e sirva às
pessoas ao seu redor, e você vai experimentar
algo jamais vivido. E faça isso porque a natureza
de Jesus está em você.

João registrou algo que marcou o ministério de


Jesus: 

Faltava somente um dia para a Festa da


Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a
hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele
sempre havia amado os seus que estavam
neste mundo e os amou até o fim. 
Jesus e os seus discípulos estavam jantando.
O Diabo já havia posto na cabeça de Judas,
filho de Simão Iscariotes, a ideia de trair Jesus.
Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o
poder. E sabia também que tinha vindo de
Deus e ia para Deus. Então se levantou, tirou
a sua capa, pegou uma toalha e amarrou na
cintura. Em seguida pôs água numa bacia e
começou a lavar os pés dos discípulos e a
enxugá-los com a toalha. Quando chegou
perto de Simão Pedro, este lhe perguntou: 
— Vai lavar os meus pés, Senhor? 
Jesus respondeu: 
— Agora você não entende o que estou
fazendo, porém mais tarde vai entender! 
— O senhor nunca lavará os meus pés! —
disse Pedro. 
— Se eu não lavar, você não será mais meu
discípulo! — respondeu Jesus. 
— Então, Senhor, não lave somente os meus
pés; lave também as minhas mãos e a
minha cabeça! — pediu Simão Pedro. 
Aí Jesus disse: 
— Quem já tomou banho está completamente
limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês
todos estão limpos, isto é, todos menos um. 
Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso
que disse: “Todos menos um.” 
 
Depois de lavar os pés dos seus discípulos,
Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra
vez à mesa e perguntou: 
— Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me
chamam de “Mestre” e de “Senhor” e têm
razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e
o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês
devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu
dei o exemplo para que vocês façam o que
eu fiz. Eu afirmo a vocês que isto é verdade:
o empregado não é mais importante do
que o patrão, e o mensageiro não é mais
importante do que aquele que o enviou. Já
que vocês conhecem esta verdade, serão
felizes se a praticarem.  
(João 13:1-17)
Imagine uma situação em que uma tarefa era
feita por um escravo. Vamos para essa cena
que João registra a respeito de Jesus e seus
discípulos. Naquela época, lavar os pés era
função de um escravo, que geralmente estava à
porta e fazia esse serviço. Imagine cada discípulo
entrando na sala sem que ninguém estivesse
fazendo essa tarefa. Eles entram na sala, cada
um senta-se no seu lugar e começam a esperar
quem iria lavar os pés deles. Eles olham para a
porta, a bacia e a toalha estão no lugar certo,
mas nenhum escravo. Quem faria esse serviço? 
 
“Os meus pés estão sujos! Cadê o escravo? Será
que nossos pés ficarão sujos? Quem vai lavar
nossos pés? Por que ninguém está fazendo?
Ninguém? Eu também não vou! Isso não é um
trabalho para mim!” 
 
Eles esperam, os seus pés estão sujos e
continuam falando. De repente, Jesus se levanta,
pega a toalha e a bacia, e começa a lavar os pés
dos discípulos. Eu imagino que o silêncio tomou
conta daquela sala. Eles começaram a olhar uns
para os outros e o barulho da mente começou
a acontecer. Seus pensamentos começaram a
dizer: “Como pode acontecer isso? Eu deveria
ter tomado a iniciativa! Ele sempre nos ensinou
a tomar a iniciativa! Que vergonha! Jesus lavar
os meus pés? Era eu quem deveria ter lavado
os pés dele, era eu quem deveria ter tomado a
atitude, era eu quem deveria ter tomado esse
lugar. Não! É ele que está lavando os meus pés.
Jesus, o mestre, Senhor, está lavando os meus
pés”.  
 
Jesus lava os pés de Pedro, de Judas, de Tomé,
de cada discípulo. Eles ficam ali paralisados
com a atitude dele. Jesus tira a toalha, depois
a bacia e começa a falar: “Vocês me chamam
Mestre e Senhor, sim eu sou. Eu sendo Senhor e
Mestre fiz isso a vocês. É isso que vocês devem
fazer uns aos outros”. 
 
Por que hoje em dia ainda temos pessoas
lavando os pés uns dos outros?  
Por que donas de casa, pedreiros, gerentes,
empresários, funcionários públicos, estudantes,
homens, mulheres, crianças ainda lavam os
pés das pessoas? Por que, mesmo tendo tantas
ocupações no dia a dia, pessoas mantêm
a alegria de servir na Casa de Deus e nela
encontram o seu sentido de vida? 
Por que ainda sociedades são transformadas,
igrejas são ativadas, pessoas mudam
completamente a visão, pessoas começam a
amar uns aos outros? Por causa do poder de
servir, o poder de amar e enxergar pessoas, o
poder do voluntariado.  
 
Como Jesus, essas pessoas responderam as
três perguntas do servir:
Por que eu sirvo? 
Como eu sirvo? 
A quem eu sirvo?
Por que servimos? Por que essas pessoas
servem? Por que devemos servir?  
Nós devemos servir porque quem serve tem a
natureza de Jesus. A natureza de Deus é servir.
A natureza do Pai, do Filho e do Espírito Santo
sempre foi servir! Não importava onde Jesus
estivesse, com quem estivesse, na situação em
que se encontrasse, sua atitude seria sempre
servir. 
 
É impossível servir se não for através da
natureza de Jesus. Em Cristo, nossa natureza
original foi resgatada. Temos em nós essa
natureza! Com o passar do tempo, nossa mente
foi “bombardeada” pelo “prazer” de ser servido.
Porém, isso prejudica quem nós somos de fato.
Pagamos, exercemos poder, vivemos a falsa
sensação do “bem-estar” de ser servido. Mas, é
justamente o contrário. Quanto mais servimos,
mais voltamos ao nosso estado original.
Qualquer trabalho que a gente faz pelo outro é
por causa do que Ele fez por nós, porque Jesus
Cristo primeiro fez por nós.  
Está registrada em Lucas, no capítulo 10, uma
conversa que Jesus teve com um intérprete
da lei, um perito da lei em outra tradução, uma
pessoa que conhecia muito bem a Palavra de
Deus. Ele chegou para Jesus e disse assim: “Jesus,
como é que eu vou para o céu? Como é que
tenho a vida eterna?” Jesus disse para ele: “Você
é intérprete da lei. Você não sabe o que está
escrito? Ele diz de uma forma correta o grande
mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo
o teu entendimento, de toda a tua força. Amarás
o próximo como a ti mesmo”. Jesus diz assim
para ele: “É verdade!”, mas lhe questionou. Jesus
explicou-lhe quem é o próximo, pois ele não
sabia quem era o próximo dele. Um intérprete
da lei, uma pessoa que conhecia a Palavra, não
sabia quem era o seu próximo.  
 
Será que essa história não se repete hoje em
dia? Será que nós não temos conhecimento
demais e prática de menos? Será que nós não
entendemos demais e fazemos pouco? Será
que, como o intérprete da lei, a gente tem a Bíblia
decorada, mas não tem a Bíblia no coração e
nas mãos?  
 
Por que servimos? Serve quem tem a natureza
de Jesus, serve quem foi transformado pelo
Espírito Santo, serve quem literalmente tem
uma vida com Deus. Servimos porque servir é
fruto do reflexo de Jesus na nossa vida. Se orar
é normal na minha vida e na sua vida, que é
um discípulo de Jesus; se seguir as Palavras de
Jesus ou a Bíblia é algo natural na sua vida; se
querer agradar a Deus, ou seja, buscar uma
vida santa é algo natural na sua vida, na minha
vida; servir deveria ser algo natural. Servir tem
que ser algo natural. Servir é fruto de quem tem
Jesus na vida. Não é algo imposto, não é algo
colocado como regra. Não é por necessidade.
Não servimos porque a igreja precisa, porque a
sociedade precisa. Nós devemos servir porque
isso é fruto da natureza de Jesus.  
 
Servimos também porque “fé sem obras” é
morta. Tiago, irmão de Jesus, falou uma coisa
muito séria. Como é que eu posso apresentar fé
se eu não tiver obras? Essa fé tem valor? Mostre-
me as tuas obras sem fé. Como é que eu posso
ter obras, resultado, sem fé?

Meus irmãos, que adianta alguém dizer que


tem fé se ela não vier acompanhada de
ações? Será que essa fé pode salvá-lo? Por
exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que
precisam de roupa e que não têm nada
para comer. Se vocês não lhes dão o que eles
precisam para viver, não adianta nada dizer:
“Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos
e comam bem.” Portanto, a fé é assim: se
não vier acompanhada de ações, é coisa
morta. Mas alguém poderá dizer: “Você tem
fé, e eu tenho ações.” E eu respondo: “Então
me mostre como é possível ter fé sem que
ela seja acompanhada de ações. Eu vou lhe
mostrar a minha fé por meio das minhas
ações.” Como é que o nosso antepassado
Abraão foi aceito por Deus? Foi pelo que fez
quando ofereceu o seu filho Isaque sobre
o altar. Veja como a sua fé e as suas ações
agiram juntas. Por meio das suas ações, a
sua fé se tornou completa. Assim aconteceu
o que as Escrituras Sagradas dizem: “Abraão
creu em Deus, e por isso Deus o aceitou.” E
Abraão foi chamado de “amigo de Deus”.
Assim, vocês veem que a pessoa é aceita
por Deus por meio das suas ações e não
somente pela fé. Foi o que aconteceu com
a prostituta Raabe, quando hospedou os
espiões israelitas e os ajudou a sair da cidade
por outro caminho. Deus a aceitou pelo que
ela fez. Portanto, assim como o corpo sem o
espírito está morto, assim também a fé sem
ações está morta. 
 
(Tiago 2:14-18, 21-26)

O que é fé? Certeza e convicção = Conhecimento


= Palavra = Jesus! 
 
Ter fé é também servir. Fé e serviço andam
juntos. Fé e obra, ou seja, acreditar em Deus,
seguir Jesus, crer em Jesus precisa seguir com
algo prático. Por que servimos? Porque servir é
fruto da natureza de Deus, é fruto de quem tem
Jesus.  
 
Servimos também porque servir faz parte da
minha natureza e da caminhada de fé. Faz parte
do novo nascimento. 

Porém alguns creram nele e o receberam, e


a estes ele deu o direito de se tornarem filhos
de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus
pelos meios naturais, isto é, não nasceram
como nascem os filhos de um pai humano;
o próprio Deus é quem foi o Pai deles. 
 
(João 1:12-13) 
 
Jesus disse: — Eu afirmo ao senhor que isto é
verdade: ninguém pode entrar no Reino de
Deus se não nascer da água e do Espírito.
Quem nasce de pais humanos é um ser de
natureza humana; quem nasce do Espírito é
um ser de natureza espiritual. Por isso não
fique admirado porque eu disse que todos
vocês precisam nascer de novo. 
(João 3:5-7)

Quando Jesus chamou a atenção de Pedro, Ele


chamou atenção à natureza divina, ao novo
nascimento, sem a qual não veremos a Deus,
sem a qual não faremos parte do Reino de Deus!
O ato de lavar os pés (servir) era da natureza de
Jesus e, sem essa natureza, ele (Pedro) não faria
parte do Reino. 
 
Voluntário nem sempre é um servo, mas todo
servo é um voluntário. Toda pessoa que teve um
encontro real com Jesus, toda pessoa que um
dia teve a experiência do novo nascimento é
um servo. Servir, amar pessoas, ter um encontro
com Jesus faz com que a gente enxergue “gente
como gente”, faz com que a gente ame a Deus
sobre todas as coisas e sirva às pessoas. Todo
voluntário não é um servo, mas todo servo, ou
seja, que teve um encontro com Jesus, serve, é
um voluntário.  
 
Servimos também porque temos um destino.
No grande plano de Deus para a minha vida,
eu tenho um lugar específico que contribuirá
na vida de outras pessoas. Deus me fez com
todos os dons e talentos necessários para que
eu desempenhe minhas funções e, quando isso
acontecer, vou descobrir que foi para isso que
eu nasci! Eu estou vivendo o propósito de um
filho de Deus?

Pois foi Deus quem nos fez o que somos


agora; em nossa união com Cristo Jesus,
ele nos criou para que fizéssemos as boas
obras que ele já havia preparado para nós.
(Efésios 2:10)

Não se faz voluntariado por obrigação, se faz por


prazer. Voluntariado, ser voluntário, não é algo que
a gente impõe, é algo de coração. Voluntariado
não se faz com as mãos, voluntariado se faz com
o coração. Voluntariado não é mão de obra de
graça, voluntariado é uma mão de obra que
nenhum dinheiro paga. Voluntariado é amar e
servir. Esse é o jeito mais fácil de dizer para uma
pessoa: “Deus te ama”!  
 
Quando você amar vidas, quando você servir às
pessoas, quando você amar a Deus e esse amor
a Deus transformar o seu coração ao ponto de
você enxergar “gente como gente”, ao ponto de
você servir às pessoas, você está dizendo “Deus
te ama, Deus se importa contigo”.  
 
Por que nós servimos? Porque é o jeito de quem
é um discípulo de Jesus, é fruto da natureza
de Jesus na vida de uma pessoa. Um dia nós
iremos prestar contas a Deus. Todas as vezes
que fizermos algo por uma pessoa, pense se
Jesus faria do mesmo jeito.

Então o Rei dirá aos que estiverem à sua


direita: “Venham, vocês que são abençoados
pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino
que o meu Pai preparou para vocês desde a
criação do mundo. Pois eu estava com fome,
e vocês me deram comida; estava com
sede, e me deram água. Era estrangeiro,
e me receberam na sua casa. Estava sem
roupa, e me vestiram; estava doente, e
cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram
me visitar.” — Então os bons perguntarão:
“Senhor, quando foi que o vimos com fome e
lhe demos comida ou com sede e lhe demos
água? Quando foi que vimos o senhor como
estrangeiro e o recebemos na nossa casa
ou sem roupa e o vestimos? Quando foi
que vimos o senhor doente ou na cadeia e
fomos visitá-lo?” — Aí o Rei responderá: “Eu
afirmo a vocês que isto é verdade: quando
vocês fizeram isso ao mais humilde dos
meus irmãos, foi a mim que fizeram.” 
(Mateus 25:34-40) 

Por que servimos? Porque temos a natureza de


Jesus!
Se servir é fruto da natureza de Jesus, só tem uma
maneira de servirmos: por amor. O combustível
de servir é o amor. Essa é a grande motivação!

— Mestre, qual é o mais importante de todos


os mandamentos da Lei? Jesus respondeu:
— “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o
coração, com toda a alma e com toda a
mente.” Este é o maior mandamento e o mais
importante. E o segundo mais importante
é parecido com o primeiro: “Ame os outros
como você ama a você mesmo.” Toda a Lei
de Moisés e os ensinamentos dos Profetas
se baseiam nesses dois mandamentos. 
(Mateus 22:36-40)

Paulo também fala algo muito sério:

Eu poderia falar todas as línguas 


que são faladas na terra e até no céu, 
mas, se não tivesse amor, 
as minhas palavras seriam 
como o som de um gongo 
ou como o barulho de um sino. 
Poderia ter o dom de anunciar 
mensagens de Deus, 
ter todo o conhecimento, 
entender todos os segredos 
e ter tanta fé, que até poderia tirar 
as montanhas do seu lugar, 
mas, se não tivesse amor, 
eu não seria nada. 
Poderia dar tudo o que tenho 
e até mesmo entregar o meu corpo 
para ser queimado, 
mas, se eu não tivesse amor, 
isso não me adiantaria nada. 
(1 Coríntios 13:1-4)

Se não for motivado pelo amor, não adianta


de nada. Também não devemos servir por
barganha, para “barganhar” com Deus. Ele não
precisa. Eu não vou chamar a atenção de Deus
com meu serviço. A única coisa que chamou a
atenção de Deus foi a morte de Jesus na cruz.  
Eu não devo servir para barganhar com Deus,
nem por sentimento de culpa e nem por sacrifício
como autoflagelo. Também não devemos servir
por necessidade e nem por pressão psicológica.
Não devemos servir para ganhar um galardão
ou por medo. Também não devemos servir por
modismo, pela “onda” do “porque todo mundo
serve, eu vou servir”. Sirva com um coração livre,
sem culpa, sem pressão.  Servir é viver, viver é
servir!

A minha motivação em servir deve ser porque


eu amo, porque o amor de Deus está na minha
vida, porque Deus está na minha vida, porque o
amor de Deus me transformou. Porque o amor
de Deus me transformou, eu sirvo.  
 
O combustível do amor é o fundamento de servir.
Quando eu sirvo com amor, eu vou enxergar
“gente como gente”. Eu vou enxergar gente do
ponto de vista de Deus. Eu vou enxergar gente
sem julgar. Eu não vou condenar uma pessoa.
Porque o combustível é o amor, o tempo não vai
ser problema, o lugar não vai ser problema. Eu
pago o custo, se é para ver uma pessoa salva.
Se é para ver uma pessoa com esperança, se
é para ver uma pessoa realmente livre, se é
para ver crianças com um propósito, eu pago.
Quando eu sirvo por amor, eu não quero troca,
porque o combustível da minha vida é o amor, a
motivação é o amor.

Somente quando servimos motivados pelo


amor, superamos as diferenças, suportamos as
dificuldades, centralizamos em Cristo. Fazemos
para Ele. Andamos a segunda milha, a terceira,
a quarta. Pessoas comuns (ordinárias) fazem
coisas extraordinárias. Temos início, meio e fim.
Somos focados. Servimos com excelência e
alegria. Servimos por gratidão!

Em tudo tenho mostrado a vocês que é


trabalhando assim que podemos ajudar
os necessitados. Lembrem das palavras do
Senhor Jesus: “É mais feliz quem dá do que
quem recebe. 
(Atos 20:35) 

Eu não necessito de “tapinha nas costas”. Eu não


preciso de reconhecimento, porque a natureza
que eu possuo é a natureza de Jesus. Qualquer
generosidade que eu faço e eu exijo alguma
coisa em troca não é generosidade, é salário. Por
isso que, mais uma vez, eu repito: voluntariado,
ou seja, servir não é uma mão de obra de graça.
Não é algo que nós fazemos porque queremos
diminuir a folha de pagamento, porque nós
queremos pessoas trabalhando de graça.  
 
Por que servimos? Porque temos a natureza de
Jesus. Como servimos? Com o combustível do
amor.
A quem servimos? Aqui está algo
importantíssimo. Nós não honramos o que
fazemos, nós honramos a quem nós servimos.
Às vezes, as pessoas passam anos e anos e
perdem muito tempo perguntando e orando:
“Senhor, onde eu sirvo? Senhor, o que eu devo
fazer? Senhor, me mostra o meu ministério. Me
mostra o que eu preciso fazer. O quê? Onde? Em
qual lugar?” As pessoas fazem e se cansam de
fazer essa oração. Essa oração está errada.  
 
A partir do momento em que você, com o
coração aberto, abrir a sua boca e fizer a
seguinte oração: “Senhor, a quem eu sirvo?”, você
vai perceber que vai começar a servir dentro da
sua casa. Sim, ao acordar, você pode começar
servindo. Seja você uma mãe, uma esposa, um
pai, um filho, sim, você pode servir em casa.
Filhos arrumando seus quartos, mães fazendo a
tarefa de casa com prazer, porque não é uma
obrigação, mas porque estão servindo gente,
servindo às pessoas. Esposos, pais fazendo
além da sua obrigação. Ou seja, lavando prato,
arrumando a casa, servindo gente.  
 
Quando a gente serve às pessoas, a gente serve
logo ao sair de casa. Você serve à sua secretária
com um bom dia, é o tratamento que você dá
para ela. Você serve à pessoa que está no seu
condomínio, ao porteiro. Você pode servir às
pessoas no trânsito, dentro de um ônibus, dentro
do seu carro, na sua escola, na sua faculdade.
Servimos porque temos a natureza de Deus,
servimos com o combustível do amor.  
 
A quem servimos? Pessoas, seres humanos!
Quando nós temos a natureza e servimos com
amor, servimos a qualquer tipo de pessoa. Não
importa o seu passado, não importa o que ele
está fazendo, importa que ele é ser humano.
Sem distinção de cor, raça, credo, condição ou
posição social. Precisamos servir a quem nos
faz bem, a quem duvida de nós, a quem quer
prova do nosso amor, a quem nos prejudica, a
quem conhecemos, a quem não conhecemos,
a quem nos ama, a quem nos odeia, a todos! 
Servir a Deus é servir pessoas!

Lucas escreveu no livro de Atos, no capítulo


10, que Pedro estava a caminho da casa de
Cornélio. Ele recebeu uma palavra de Deus e
uma visão, viu um lençol com animais impuros,
imundos, mas a voz dizia “Pedro, pega, mata e
come”. E ele: “Eu não como coisa impura”. E a
voz disse: “O que Deus purificou não considere
comum ou impuro”. Pedro tem a experiência
de ir para a casa de Cornélio, em Cesareia
Marítima, uma cidade construída por Herodes.
Ali ele fazia suas festas, bacanais. Tudo que ele
não poderia fazer em Jerusalém, ele fazia ali em
Cesareia Marítima. Era a sua cidade noturna, de
festa. Interessante que no meio daquela cidade
pagã, que judeu não poderia entrar, que judeu
não poderia pensar em estar lá, vivia Cornélio.
E a Bíblia relata sobre Cornélio que ele era um
homem justo, orava, dava esmolas e as suas
orações subiam a Deus, mas ele não tinha um
relacionamento com Jesus. Pedro vai nesse
contexto falar ali.
Então disse a todos: — Vocês sabem muito
bem que a religião dos judeus não permite
que eles façam amizade com não judeus
ou entrem nas casas deles. Mas Deus me
mostrou que eu não devo chamar ninguém
de impuro ou de sujo. 
(Atos 10:28)

Deus disse para Pedro: “Não considere nenhum


ser humano impuro ou comum, ou alguém que
a gente deve menosprezar”. Pedro realmente
percebeu que Deus não faz acepção de pessoas.
Se Deus não faz acepção de pessoas, quem sou
eu e você?  
 
Precisamos aprender a amar e a servir todo
tipo de pessoa. Quem é que está entrando
e sentando-se do seu lado? Não importa. É ser
humano? Deus me chamou para amar e servir
a essa pessoa. Se essa pessoa tem um passado
ou tem um presente que o currículo não agrada,
eu amo e devo servir a essa pessoa. Quando a
gente amar e servir, ou seja, quando a gente
fizer o que é mais fácil; sim, Deus nos chamou
para fazermos o mais fácil: amar e servir; eu
acredito que quando servirmos a qualquer tipo
de pessoa, quando realmente amarmos todas
as pessoas, literalmente, nós vamos viver o
verdadeiro Evangelho de Jesus. 
 
Quanto Jesus Cristo foi criticado ao perdoar
aquela mulher que foi flagrada em adultério, o
quanto foi criticado ao conversar com aquela
mulher samaritana, por ter entrado na casa de
Zaqueu, por ter escolhido Mateus, mas a sua
natureza era de amar pessoas, era de servir às
pessoas.  
 
Você consegue imaginar, Jesus lavar os pés de
alguém que iria traí-lo, de alguém que iria negá-
lo? Jesus lavou os pés de alguém que iria duvidar
dele. Ele está mostrando para mim e para você
que quando a gente ama e serve às pessoas,
elas estarão abertas a ouvir o que realmente
Deus tem para cada uma delas.
A quem servimos? Pessoas!
A minha esperança é ver cada vez mais a
sua vida amando e servindo às pessoas. Eu
oro para ver igrejas se revolucionando com
amar e servir às pessoas. Eu oro para que
sociedades e cidades sejam completamente
transformadas através de pessoas que amam
e servem gente. Gente servindo gente, gente
vendo “gente como gente”. Eu oro para que o
poder do voluntariado realmente seja muito
mais do que uma frase, mas uma revolução
na vida de cada pessoa.  
 
Quero deixar uma palavra final de
encorajamento a você. Às vezes, em meio a
tanta informação, você se vê tão pequeno,
ou em uma igreja de poucas pessoas, ou
participante de uma instituição que parece
insignificante. Grave isto: a única coisa que
nasce grande é monstro, e ele dá trabalho. Não
despreze as coisas pequenas, os pequenos
começos, um grupo pequeno, uma ação que,
por vezes, beneficia poucas pessoas. Continue
sendo fiel no pouco, dê o melhor e aprenda
com as coisas pequenas. Deus promete que,
quando somos fiéis no pouco, ele concederá
muito. 

O senhor respondeu: “Muito bem, servo bom


e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre
o muito. Venha e participe da alegria do seu
senhor!” 
(Mateus 25.23) 

Saber aprender com o pouco, fazendo tudo


bem feito e com o que temos à mão, nos
capacita a realizar coisas maiores. Veja bem,
o segredo é a capacitação, o preparo. Foi essa
a excelente dica dada por Jesus:  
 
A um deu cinco talentos, a outro dois, e a
outro um; a cada um de acordo com a sua
capacidade. Em seguida partiu de viagem. 
Mateus 25.15). 

Lembro-me muito bem de ter começado


nossa igreja com 20 pessoas; nunca imaginei
chegar onde cheguei, nunca pensei que
atingiríamos o que conquistamos até agora.
Mas o melhor ainda está por vir. Naquela
época, sempre escutava em meu coração as
palavras de Jesus: fiel no pouco é entrar na fila
para receber mais ainda. Portanto, o céu é o
limite! 
 
Nem todos estão preparados para ser grandes,
mas quero encorajar você a se capacitar para
receber mais e mais de Deus, pois quanto mais
recebermos, mais seremos cobrados.
Agora que você chegou no final desse e-book,
eu espero que você queira fazer parte do time
dos maiores no Reino de Deus, o time dos servos.
Era justamente o que Jesus vivia, por isso disse
que “não veio para ser servido, mas para servir
e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus
20.28). 
 
Servir foi a maior riqueza que Deus fez nascer e
crescer na minha vida. Eu quero que essa riqueza
nasça na sua vida também! Foi por isso que
escrevi “Amar e Servir: a cultura do voluntariado”.
Lá você encontra muito mais sobre como se
tornar um servo e refletir a natureza de Jesus de
forma prática.  
 
Se a natureza de Jesus realmente entrar em
nosso coração, passaremos a amar e servir
com naturalidade. Na verdade, servir é a forma
mais poderosa de demonstrar amor. A vida só
faz sentido ser vivida quando viver para outros
faz sentido. 
 
Que Deus abençoe sua vida grandemente e que
ele o use com poder. Eu o convido a fazer parte
desse exército que fará da nossa sociedade
um mundo melhor, porque existe poder no
voluntariado. 
 
Elaboração: Costa Neto e Raquel Mendes

Revisão: Raquel Mendes e Jacqueline Taumaturgo

Projeto gráfico: Levi Leal

2020

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