Comunidade Cristã Videira, que tem campus em Fortaleza, Natal, Recife e Brasília. É casado com Nenen Costa há 35anos. Eles têm dois filhos, Lucas e Andrea; e três netos, Zion, Brooklyn e Charlotte. Ele é contador, advogado e escritor. Entre os livros que escreveu estão “Amar e Servir: a cultura do voluntariado” e “Bem-vindo à casa”. Costa Neto inspira pessoas a viver o chamado de amar a Deus sobre todas as coisas e servir às pessoas, e tem se tornado uma referência na área de voluntariado e liderança. Eu acredito em um mundo melhor. Vejo que a mensagem do evangelho de Jesus é poderosa para transformar o ser humano e, somente assim, teremos uma sociedade transformada. Pelo que tenho observado, amar e servir às pessoas é refletir a natureza de Jesus de forma prática. Por isso, desejei compartilhar com você o que acredito ser algo revolucionário em qualquer organização e ouso dizer que é a base para transformar uma sociedade. Quando vejo, a cada semana, na nossa comunidade a cada semana um exército de voluntários servindo incansavelmente pelo simples fato de que as pessoas merecem ser tratadas com dignidade, percebo que era justamente o que Jesus vivia ao dizer que não veio para ser servido, e sim para servir. Sendo Senhor e Mestre, disse enfaticamente que deveríamos fazer o mesmo, e pela graça de Deus temos obedecido à sua voz. Por onde eu tenho andado, vejo uma transformação incrível acontecer pelo fato de as pessoas viverem o chamado de Jesus para servir. Um verdadeiro avivamento tem invadido igrejas inteiras, e elas passam a viver outro nível de evangelho. As pessoas se dão conta de que servir é bem melhor do que ficar no banco de reserva. Entrar em campo e servir às pessoas passa a fazer sentido para se viver. Caso você realmente queira dar sentido à sua vida, então permita que as páginas seguintes o levem a pôr em prática o que muitas instituições têm feito. Deixe que o Espírito Santo leve você para o time dos maiores no Reino de Deus, o time dos servos. Saia da arquibancada, não fique somente na torcida, entre em campo e sirva às pessoas ao seu redor, e você vai experimentar algo jamais vivido. E faça isso porque a natureza de Jesus está em você.
João registrou algo que marcou o ministério de
Jesus:
Faltava somente um dia para a Festa da
Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele sempre havia amado os seus que estavam neste mundo e os amou até o fim. Jesus e os seus discípulos estavam jantando. O Diabo já havia posto na cabeça de Judas, filho de Simão Iscariotes, a ideia de trair Jesus. Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o poder. E sabia também que tinha vindo de Deus e ia para Deus. Então se levantou, tirou a sua capa, pegou uma toalha e amarrou na cintura. Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. Quando chegou perto de Simão Pedro, este lhe perguntou: — Vai lavar os meus pés, Senhor? Jesus respondeu: — Agora você não entende o que estou fazendo, porém mais tarde vai entender! — O senhor nunca lavará os meus pés! — disse Pedro. — Se eu não lavar, você não será mais meu discípulo! — respondeu Jesus. — Então, Senhor, não lave somente os meus pés; lave também as minhas mãos e a minha cabeça! — pediu Simão Pedro. Aí Jesus disse: — Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês todos estão limpos, isto é, todos menos um. Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: “Todos menos um.”
Depois de lavar os pés dos seus discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra vez à mesa e perguntou: — Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me chamam de “Mestre” e de “Senhor” e têm razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem. (João 13:1-17) Imagine uma situação em que uma tarefa era feita por um escravo. Vamos para essa cena que João registra a respeito de Jesus e seus discípulos. Naquela época, lavar os pés era função de um escravo, que geralmente estava à porta e fazia esse serviço. Imagine cada discípulo entrando na sala sem que ninguém estivesse fazendo essa tarefa. Eles entram na sala, cada um senta-se no seu lugar e começam a esperar quem iria lavar os pés deles. Eles olham para a porta, a bacia e a toalha estão no lugar certo, mas nenhum escravo. Quem faria esse serviço?
“Os meus pés estão sujos! Cadê o escravo? Será que nossos pés ficarão sujos? Quem vai lavar nossos pés? Por que ninguém está fazendo? Ninguém? Eu também não vou! Isso não é um trabalho para mim!”
Eles esperam, os seus pés estão sujos e continuam falando. De repente, Jesus se levanta, pega a toalha e a bacia, e começa a lavar os pés dos discípulos. Eu imagino que o silêncio tomou conta daquela sala. Eles começaram a olhar uns para os outros e o barulho da mente começou a acontecer. Seus pensamentos começaram a dizer: “Como pode acontecer isso? Eu deveria ter tomado a iniciativa! Ele sempre nos ensinou a tomar a iniciativa! Que vergonha! Jesus lavar os meus pés? Era eu quem deveria ter lavado os pés dele, era eu quem deveria ter tomado a atitude, era eu quem deveria ter tomado esse lugar. Não! É ele que está lavando os meus pés. Jesus, o mestre, Senhor, está lavando os meus pés”.
Jesus lava os pés de Pedro, de Judas, de Tomé, de cada discípulo. Eles ficam ali paralisados com a atitude dele. Jesus tira a toalha, depois a bacia e começa a falar: “Vocês me chamam Mestre e Senhor, sim eu sou. Eu sendo Senhor e Mestre fiz isso a vocês. É isso que vocês devem fazer uns aos outros”.
Por que hoje em dia ainda temos pessoas lavando os pés uns dos outros? Por que donas de casa, pedreiros, gerentes, empresários, funcionários públicos, estudantes, homens, mulheres, crianças ainda lavam os pés das pessoas? Por que, mesmo tendo tantas ocupações no dia a dia, pessoas mantêm a alegria de servir na Casa de Deus e nela encontram o seu sentido de vida? Por que ainda sociedades são transformadas, igrejas são ativadas, pessoas mudam completamente a visão, pessoas começam a amar uns aos outros? Por causa do poder de servir, o poder de amar e enxergar pessoas, o poder do voluntariado.
Como Jesus, essas pessoas responderam as três perguntas do servir: Por que eu sirvo? Como eu sirvo? A quem eu sirvo? Por que servimos? Por que essas pessoas servem? Por que devemos servir? Nós devemos servir porque quem serve tem a natureza de Jesus. A natureza de Deus é servir. A natureza do Pai, do Filho e do Espírito Santo sempre foi servir! Não importava onde Jesus estivesse, com quem estivesse, na situação em que se encontrasse, sua atitude seria sempre servir.
É impossível servir se não for através da natureza de Jesus. Em Cristo, nossa natureza original foi resgatada. Temos em nós essa natureza! Com o passar do tempo, nossa mente foi “bombardeada” pelo “prazer” de ser servido. Porém, isso prejudica quem nós somos de fato. Pagamos, exercemos poder, vivemos a falsa sensação do “bem-estar” de ser servido. Mas, é justamente o contrário. Quanto mais servimos, mais voltamos ao nosso estado original. Qualquer trabalho que a gente faz pelo outro é por causa do que Ele fez por nós, porque Jesus Cristo primeiro fez por nós. Está registrada em Lucas, no capítulo 10, uma conversa que Jesus teve com um intérprete da lei, um perito da lei em outra tradução, uma pessoa que conhecia muito bem a Palavra de Deus. Ele chegou para Jesus e disse assim: “Jesus, como é que eu vou para o céu? Como é que tenho a vida eterna?” Jesus disse para ele: “Você é intérprete da lei. Você não sabe o que está escrito? Ele diz de uma forma correta o grande mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, de toda a tua força. Amarás o próximo como a ti mesmo”. Jesus diz assim para ele: “É verdade!”, mas lhe questionou. Jesus explicou-lhe quem é o próximo, pois ele não sabia quem era o próximo dele. Um intérprete da lei, uma pessoa que conhecia a Palavra, não sabia quem era o seu próximo.
Será que essa história não se repete hoje em dia? Será que nós não temos conhecimento demais e prática de menos? Será que nós não entendemos demais e fazemos pouco? Será que, como o intérprete da lei, a gente tem a Bíblia decorada, mas não tem a Bíblia no coração e nas mãos?
Por que servimos? Serve quem tem a natureza de Jesus, serve quem foi transformado pelo Espírito Santo, serve quem literalmente tem uma vida com Deus. Servimos porque servir é fruto do reflexo de Jesus na nossa vida. Se orar é normal na minha vida e na sua vida, que é um discípulo de Jesus; se seguir as Palavras de Jesus ou a Bíblia é algo natural na sua vida; se querer agradar a Deus, ou seja, buscar uma vida santa é algo natural na sua vida, na minha vida; servir deveria ser algo natural. Servir tem que ser algo natural. Servir é fruto de quem tem Jesus na vida. Não é algo imposto, não é algo colocado como regra. Não é por necessidade. Não servimos porque a igreja precisa, porque a sociedade precisa. Nós devemos servir porque isso é fruto da natureza de Jesus.
Servimos também porque “fé sem obras” é morta. Tiago, irmão de Jesus, falou uma coisa muito séria. Como é que eu posso apresentar fé se eu não tiver obras? Essa fé tem valor? Mostre- me as tuas obras sem fé. Como é que eu posso ter obras, resultado, sem fé?
Meus irmãos, que adianta alguém dizer que
tem fé se ela não vier acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo? Por exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. Se vocês não lhes dão o que eles precisam para viver, não adianta nada dizer: “Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem.” Portanto, a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta. Mas alguém poderá dizer: “Você tem fé, e eu tenho ações.” E eu respondo: “Então me mostre como é possível ter fé sem que ela seja acompanhada de ações. Eu vou lhe mostrar a minha fé por meio das minhas ações.” Como é que o nosso antepassado Abraão foi aceito por Deus? Foi pelo que fez quando ofereceu o seu filho Isaque sobre o altar. Veja como a sua fé e as suas ações agiram juntas. Por meio das suas ações, a sua fé se tornou completa. Assim aconteceu o que as Escrituras Sagradas dizem: “Abraão creu em Deus, e por isso Deus o aceitou.” E Abraão foi chamado de “amigo de Deus”. Assim, vocês veem que a pessoa é aceita por Deus por meio das suas ações e não somente pela fé. Foi o que aconteceu com a prostituta Raabe, quando hospedou os espiões israelitas e os ajudou a sair da cidade por outro caminho. Deus a aceitou pelo que ela fez. Portanto, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem ações está morta.
(Tiago 2:14-18, 21-26)
O que é fé? Certeza e convicção = Conhecimento
= Palavra = Jesus!
Ter fé é também servir. Fé e serviço andam juntos. Fé e obra, ou seja, acreditar em Deus, seguir Jesus, crer em Jesus precisa seguir com algo prático. Por que servimos? Porque servir é fruto da natureza de Deus, é fruto de quem tem Jesus.
Servimos também porque servir faz parte da minha natureza e da caminhada de fé. Faz parte do novo nascimento.
Porém alguns creram nele e o receberam, e
a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles.
(João 1:12-13)
Jesus disse: — Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. (João 3:5-7)
Quando Jesus chamou a atenção de Pedro, Ele
chamou atenção à natureza divina, ao novo nascimento, sem a qual não veremos a Deus, sem a qual não faremos parte do Reino de Deus! O ato de lavar os pés (servir) era da natureza de Jesus e, sem essa natureza, ele (Pedro) não faria parte do Reino.
Voluntário nem sempre é um servo, mas todo servo é um voluntário. Toda pessoa que teve um encontro real com Jesus, toda pessoa que um dia teve a experiência do novo nascimento é um servo. Servir, amar pessoas, ter um encontro com Jesus faz com que a gente enxergue “gente como gente”, faz com que a gente ame a Deus sobre todas as coisas e sirva às pessoas. Todo voluntário não é um servo, mas todo servo, ou seja, que teve um encontro com Jesus, serve, é um voluntário.
Servimos também porque temos um destino. No grande plano de Deus para a minha vida, eu tenho um lugar específico que contribuirá na vida de outras pessoas. Deus me fez com todos os dons e talentos necessários para que eu desempenhe minhas funções e, quando isso acontecer, vou descobrir que foi para isso que eu nasci! Eu estou vivendo o propósito de um filho de Deus?
Pois foi Deus quem nos fez o que somos
agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós. (Efésios 2:10)
Não se faz voluntariado por obrigação, se faz por
prazer. Voluntariado, ser voluntário, não é algo que a gente impõe, é algo de coração. Voluntariado não se faz com as mãos, voluntariado se faz com o coração. Voluntariado não é mão de obra de graça, voluntariado é uma mão de obra que nenhum dinheiro paga. Voluntariado é amar e servir. Esse é o jeito mais fácil de dizer para uma pessoa: “Deus te ama”!
Quando você amar vidas, quando você servir às pessoas, quando você amar a Deus e esse amor a Deus transformar o seu coração ao ponto de você enxergar “gente como gente”, ao ponto de você servir às pessoas, você está dizendo “Deus te ama, Deus se importa contigo”.
Por que nós servimos? Porque é o jeito de quem é um discípulo de Jesus, é fruto da natureza de Jesus na vida de uma pessoa. Um dia nós iremos prestar contas a Deus. Todas as vezes que fizermos algo por uma pessoa, pense se Jesus faria do mesmo jeito.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua
direita: “Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar.” — Então os bons perguntarão: “Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que vimos o senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo?” — Aí o Rei responderá: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram.” (Mateus 25:34-40)
Por que servimos? Porque temos a natureza de
Jesus! Se servir é fruto da natureza de Jesus, só tem uma maneira de servirmos: por amor. O combustível de servir é o amor. Essa é a grande motivação!
— Mestre, qual é o mais importante de todos
os mandamentos da Lei? Jesus respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente.” Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se baseiam nesses dois mandamentos. (Mateus 22:36-40)
Paulo também fala algo muito sério:
Eu poderia falar todas as línguas
que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada. (1 Coríntios 13:1-4)
Se não for motivado pelo amor, não adianta
de nada. Também não devemos servir por barganha, para “barganhar” com Deus. Ele não precisa. Eu não vou chamar a atenção de Deus com meu serviço. A única coisa que chamou a atenção de Deus foi a morte de Jesus na cruz. Eu não devo servir para barganhar com Deus, nem por sentimento de culpa e nem por sacrifício como autoflagelo. Também não devemos servir por necessidade e nem por pressão psicológica. Não devemos servir para ganhar um galardão ou por medo. Também não devemos servir por modismo, pela “onda” do “porque todo mundo serve, eu vou servir”. Sirva com um coração livre, sem culpa, sem pressão. Servir é viver, viver é servir!
A minha motivação em servir deve ser porque
eu amo, porque o amor de Deus está na minha vida, porque Deus está na minha vida, porque o amor de Deus me transformou. Porque o amor de Deus me transformou, eu sirvo.
O combustível do amor é o fundamento de servir. Quando eu sirvo com amor, eu vou enxergar “gente como gente”. Eu vou enxergar gente do ponto de vista de Deus. Eu vou enxergar gente sem julgar. Eu não vou condenar uma pessoa. Porque o combustível é o amor, o tempo não vai ser problema, o lugar não vai ser problema. Eu pago o custo, se é para ver uma pessoa salva. Se é para ver uma pessoa com esperança, se é para ver uma pessoa realmente livre, se é para ver crianças com um propósito, eu pago. Quando eu sirvo por amor, eu não quero troca, porque o combustível da minha vida é o amor, a motivação é o amor.
Somente quando servimos motivados pelo
amor, superamos as diferenças, suportamos as dificuldades, centralizamos em Cristo. Fazemos para Ele. Andamos a segunda milha, a terceira, a quarta. Pessoas comuns (ordinárias) fazem coisas extraordinárias. Temos início, meio e fim. Somos focados. Servimos com excelência e alegria. Servimos por gratidão!
Em tudo tenho mostrado a vocês que é
trabalhando assim que podemos ajudar os necessitados. Lembrem das palavras do Senhor Jesus: “É mais feliz quem dá do que quem recebe. (Atos 20:35)
Eu não necessito de “tapinha nas costas”. Eu não
preciso de reconhecimento, porque a natureza que eu possuo é a natureza de Jesus. Qualquer generosidade que eu faço e eu exijo alguma coisa em troca não é generosidade, é salário. Por isso que, mais uma vez, eu repito: voluntariado, ou seja, servir não é uma mão de obra de graça. Não é algo que nós fazemos porque queremos diminuir a folha de pagamento, porque nós queremos pessoas trabalhando de graça.
Por que servimos? Porque temos a natureza de Jesus. Como servimos? Com o combustível do amor. A quem servimos? Aqui está algo importantíssimo. Nós não honramos o que fazemos, nós honramos a quem nós servimos. Às vezes, as pessoas passam anos e anos e perdem muito tempo perguntando e orando: “Senhor, onde eu sirvo? Senhor, o que eu devo fazer? Senhor, me mostra o meu ministério. Me mostra o que eu preciso fazer. O quê? Onde? Em qual lugar?” As pessoas fazem e se cansam de fazer essa oração. Essa oração está errada.
A partir do momento em que você, com o coração aberto, abrir a sua boca e fizer a seguinte oração: “Senhor, a quem eu sirvo?”, você vai perceber que vai começar a servir dentro da sua casa. Sim, ao acordar, você pode começar servindo. Seja você uma mãe, uma esposa, um pai, um filho, sim, você pode servir em casa. Filhos arrumando seus quartos, mães fazendo a tarefa de casa com prazer, porque não é uma obrigação, mas porque estão servindo gente, servindo às pessoas. Esposos, pais fazendo além da sua obrigação. Ou seja, lavando prato, arrumando a casa, servindo gente.
Quando a gente serve às pessoas, a gente serve logo ao sair de casa. Você serve à sua secretária com um bom dia, é o tratamento que você dá para ela. Você serve à pessoa que está no seu condomínio, ao porteiro. Você pode servir às pessoas no trânsito, dentro de um ônibus, dentro do seu carro, na sua escola, na sua faculdade. Servimos porque temos a natureza de Deus, servimos com o combustível do amor.
A quem servimos? Pessoas, seres humanos! Quando nós temos a natureza e servimos com amor, servimos a qualquer tipo de pessoa. Não importa o seu passado, não importa o que ele está fazendo, importa que ele é ser humano. Sem distinção de cor, raça, credo, condição ou posição social. Precisamos servir a quem nos faz bem, a quem duvida de nós, a quem quer prova do nosso amor, a quem nos prejudica, a quem conhecemos, a quem não conhecemos, a quem nos ama, a quem nos odeia, a todos! Servir a Deus é servir pessoas!
Lucas escreveu no livro de Atos, no capítulo
10, que Pedro estava a caminho da casa de Cornélio. Ele recebeu uma palavra de Deus e uma visão, viu um lençol com animais impuros, imundos, mas a voz dizia “Pedro, pega, mata e come”. E ele: “Eu não como coisa impura”. E a voz disse: “O que Deus purificou não considere comum ou impuro”. Pedro tem a experiência de ir para a casa de Cornélio, em Cesareia Marítima, uma cidade construída por Herodes. Ali ele fazia suas festas, bacanais. Tudo que ele não poderia fazer em Jerusalém, ele fazia ali em Cesareia Marítima. Era a sua cidade noturna, de festa. Interessante que no meio daquela cidade pagã, que judeu não poderia entrar, que judeu não poderia pensar em estar lá, vivia Cornélio. E a Bíblia relata sobre Cornélio que ele era um homem justo, orava, dava esmolas e as suas orações subiam a Deus, mas ele não tinha um relacionamento com Jesus. Pedro vai nesse contexto falar ali. Então disse a todos: — Vocês sabem muito bem que a religião dos judeus não permite que eles façam amizade com não judeus ou entrem nas casas deles. Mas Deus me mostrou que eu não devo chamar ninguém de impuro ou de sujo. (Atos 10:28)
Deus disse para Pedro: “Não considere nenhum
ser humano impuro ou comum, ou alguém que a gente deve menosprezar”. Pedro realmente percebeu que Deus não faz acepção de pessoas. Se Deus não faz acepção de pessoas, quem sou eu e você?
Precisamos aprender a amar e a servir todo tipo de pessoa. Quem é que está entrando e sentando-se do seu lado? Não importa. É ser humano? Deus me chamou para amar e servir a essa pessoa. Se essa pessoa tem um passado ou tem um presente que o currículo não agrada, eu amo e devo servir a essa pessoa. Quando a gente amar e servir, ou seja, quando a gente fizer o que é mais fácil; sim, Deus nos chamou para fazermos o mais fácil: amar e servir; eu acredito que quando servirmos a qualquer tipo de pessoa, quando realmente amarmos todas as pessoas, literalmente, nós vamos viver o verdadeiro Evangelho de Jesus.
Quanto Jesus Cristo foi criticado ao perdoar aquela mulher que foi flagrada em adultério, o quanto foi criticado ao conversar com aquela mulher samaritana, por ter entrado na casa de Zaqueu, por ter escolhido Mateus, mas a sua natureza era de amar pessoas, era de servir às pessoas.
Você consegue imaginar, Jesus lavar os pés de alguém que iria traí-lo, de alguém que iria negá- lo? Jesus lavou os pés de alguém que iria duvidar dele. Ele está mostrando para mim e para você que quando a gente ama e serve às pessoas, elas estarão abertas a ouvir o que realmente Deus tem para cada uma delas. A quem servimos? Pessoas! A minha esperança é ver cada vez mais a sua vida amando e servindo às pessoas. Eu oro para ver igrejas se revolucionando com amar e servir às pessoas. Eu oro para que sociedades e cidades sejam completamente transformadas através de pessoas que amam e servem gente. Gente servindo gente, gente vendo “gente como gente”. Eu oro para que o poder do voluntariado realmente seja muito mais do que uma frase, mas uma revolução na vida de cada pessoa.
Quero deixar uma palavra final de encorajamento a você. Às vezes, em meio a tanta informação, você se vê tão pequeno, ou em uma igreja de poucas pessoas, ou participante de uma instituição que parece insignificante. Grave isto: a única coisa que nasce grande é monstro, e ele dá trabalho. Não despreze as coisas pequenas, os pequenos começos, um grupo pequeno, uma ação que, por vezes, beneficia poucas pessoas. Continue sendo fiel no pouco, dê o melhor e aprenda com as coisas pequenas. Deus promete que, quando somos fiéis no pouco, ele concederá muito.
O senhor respondeu: “Muito bem, servo bom
e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mateus 25.23)
Saber aprender com o pouco, fazendo tudo
bem feito e com o que temos à mão, nos capacita a realizar coisas maiores. Veja bem, o segredo é a capacitação, o preparo. Foi essa a excelente dica dada por Jesus:
A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem. Mateus 25.15).
Lembro-me muito bem de ter começado
nossa igreja com 20 pessoas; nunca imaginei chegar onde cheguei, nunca pensei que atingiríamos o que conquistamos até agora. Mas o melhor ainda está por vir. Naquela época, sempre escutava em meu coração as palavras de Jesus: fiel no pouco é entrar na fila para receber mais ainda. Portanto, o céu é o limite!
Nem todos estão preparados para ser grandes, mas quero encorajar você a se capacitar para receber mais e mais de Deus, pois quanto mais recebermos, mais seremos cobrados. Agora que você chegou no final desse e-book, eu espero que você queira fazer parte do time dos maiores no Reino de Deus, o time dos servos. Era justamente o que Jesus vivia, por isso disse que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
Servir foi a maior riqueza que Deus fez nascer e crescer na minha vida. Eu quero que essa riqueza nasça na sua vida também! Foi por isso que escrevi “Amar e Servir: a cultura do voluntariado”. Lá você encontra muito mais sobre como se tornar um servo e refletir a natureza de Jesus de forma prática.
Se a natureza de Jesus realmente entrar em nosso coração, passaremos a amar e servir com naturalidade. Na verdade, servir é a forma mais poderosa de demonstrar amor. A vida só faz sentido ser vivida quando viver para outros faz sentido.
Que Deus abençoe sua vida grandemente e que ele o use com poder. Eu o convido a fazer parte desse exército que fará da nossa sociedade um mundo melhor, porque existe poder no voluntariado.
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