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Educação e Os Cenários Da Diversidade
Educação e Os Cenários Da Diversidade
nários da diversidade
2ª edição
Curitiba
2012
Editora fael
Gerente Editorial William Marlos da Costa
Edição Silvia Milena Bernsdorf
Thaisa Socher
Revisão Jaqueline Nascimento
Projeto Gráfico e Capa Denise Pires Pierin
Ilustração da Capa Cristian Crescencio
Diagramação Ana Lúcia Ehler Rodrigues
Sandro Niemicz
Unidade 1
Questões de gênero
1 Gênero, conhecimento e cultura...............................................13
Unidade 2
Questões étnico-raciais
1 Relações étnico-raciais e diversidade na escola......................57
prefácio
A obra Práticas em educação: os cenários da diversidade traz uma
discussão acerca das relações de gênero e das questões étnicas, principal-
mente no cenário educacional. Apesar da ênfase no universo feminino,
tratamos o gênero em sua dimensão relacional; sendo assim, sua concep-
ção vincula-se à construção histórica da humanidade, que se faz nas rela-
ções sociais entre mulheres e homens, homens e homens, mulheres e mu-
lheres, que são iguais e diferentes entre si. Essa forma de pensar o gênero
desconstrói a lógica de oposição binária para trabalhar as relações entre 7
ambos. As reflexões aqui propostas aparecem profundamente ligadas ao
pensamento feminista, que questiona o conceito de “homem universal”,
bem como de “mulher universal”, para situá-los como pessoas sexuadas,
inseridas em um tempo histórico e espaço cultural determinados.
As análises presentes neste trabalho tornam evidente a necessida-
de de um novo olhar sobre as relações de gênero, levando em consi-
deração outras categorias, pois não somos vistas ou vistos apenas pelo
nosso gênero, somos também classificados(as) de acordo com a nossa
classe, a nossa raça, a nossa idade. As relações de classe, assim como
as de gênero, são estruturantes da sociedade. Essas relações se super-
põem, há uma reciprocidade entre ambas, são transversais, invadem e
organizam a totalidade das práticas sociais. No entanto, as educado-
ras e educadores não têm dado a devida importância ao gênero como
um dos elementos fundamentais, junto com classe, raça e idade, para
a compreensão das situações analisadas e dos conteúdos trabalhados.
Entender os processos de relações (de poder) desiguais entre os gêne-
ros poderá contribuir para que professoras e professores percebam o
quanto há de reprodução na sua prática em sala de aula, o quanto têm
sido instrumentos para a perpetuação das desigualdades.
unidade 1
Questões de gênero
11
Maria de Lourdes Mazza de Farias
1 Engels e Marx (1998, p. 22) apontam, em um manuscrito redigido em 1846, que “a primeira
divisão do trabalho é a que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos”.
Mais tarde, Engels, em A origem da família, da propriedade privada e do estado, acrescenta
que “o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o desenvol-
vimento do antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão
de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino” (ENGELS, 1984, p. 181).
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Sugestão de Leitura
No artigo “As duas Fridas: história e identidades transculturais” é feita uma
análise do filme Frida (2003), dirigido por Julie Taymor e protagonizado
por Salma Hayek, que tem como tema a relação amorosa entre o muralista
Diego Rivera e a pintora Frida Kahlo. Não se trata absolutamente de uma
biografia fílmica, a película enfoca apenas uma etapa da vida da pintora.
De um lado, são feitas algumas comparações com o filme mexicano Frida,
natureza viva (1983), de Paul Leduc, para contrastar as diferentes visões dos
acontecimentos de uma mesma vida, por exemplo, com relação à política
sexual. Por outro lado, explora-se até que ponto o polêmico filme de Taymor
é histórico, baseado na realidade, ou uma história contada pela imagem e 19
pelo som a partir de uma biografia escrita.
BARTRA, E.; MRAZ, J. As duas Fridas: história e identidades transculturais
Rev. Estud. Fem., v. 13, n. 1, 2005, p. 69-79.
Sugestão de Leitura
No livro O segundo sexo, Simone de Beauvoir (1970) afirma que
não era a natureza feminina que limitava as mulheres, tornando-as
seres inferiores, mas, sim, um conjunto de preconceitos, costumes e
leis arcaicas das quais elas eram mais ou menos cúmplices, e podemos
dizer que ainda o são em grande medida. As ideias feministas, em
que pesem suas várias interpretações, desencadeiam um processo de
crise no interior de partidos e organizações de esquerda, de questio-
namento e ruptura com as concepções vigentes acerca da separação
entre o político e o pessoal, o público e o privado, com as inevitáveis
consequências disso em nível da elaboração teórica, que se choca com
uma maneira tradicional de fazer política (autoritária, burocrática e
manipulatória).
FAEL
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Síntese
A intenção desta obra não é fazer uma exaustiva revisão bibliográ-
fica, tampouco um “estado da arte” das relações de gênero no Brasil,
mas refletir sobre essas relações entre nós, se há indicadores de novas
formas de relações, novas formas de pensar a política e definir espaços
de participação. Apesar da ênfase no universo feminino, tratamos o
24
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4 Sobre isso ler o texto de Guacira Lopes Louro, “Gênero, história e educação: construção e
desconstrução” da revista Educação e Realidade, v. 20, n. 2, Porto Alegre, 1995.
5 Sobre esse assunto, ver Sorj (1992a).
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outra classe, negras, brancas ou índias. O que significa dizer que as pessoas são atravessa-
das por várias e múltiplas identidades.
7 Louro destaca que “desconstruir a polaridade rígida dos gêneros significaria problematizar
tanto a oposição entre eles quanto a unidade interna de cada um. Implicaria observar que o
polo masculino contém o feminino (de modo desviado, postergado, reprimido) e vice-versa;
implicaria também perceber que cada um desses polos é internamente fragmentado e divi-
dido” (1997, p. 32).
8 Berman (1996, p. 23) questiona: “o que aconteceu, no século XX, ao modernismo do séc.
XIX? A modernidade é um vir a ser, uma aventura a que estamos predestinados desde o
início dos tempos?”. O pós-modernismo, para o autor, se esforça para cultivar a ignorância
da história e da cultura moderna e se manifesta como se todos os sentimentos humanos,
toda a expressividade, atividade, sexualidade, subjetividade, etc. acabassem de ser inven-
tados pelos(as) pós-modernos(as) – e fossem desconhecidos, ou mesmo inconcebíveis, até
a semana passada.
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Família
A família é um lugar fundamental de reprodução de relações se-
xistas. É no seio da família que os meninos e meninas recebem uma
educação diferenciada, aprendendo diferentes papéis. O menino apren-
de a ser agressivo, racional, seguro, independente, frio, forte e políga-
mo, características identificadas à masculinidade. A menina aprende a
ser dócil, emocional, insegura, dependente, frágil, bela e monógama,
símbolos da feminilidade. A divisão do trabalho entre os pais de acordo
com o sexo também reforça essa identificação, uma vez que os homens
não são socializados para a vida no lar. A questão do desemprego é um
exemplo interessante . A mulher pode, entre aspas, ficar desempregada
sem culpa, afinal, ela volta ao lar, onde é “o seu lugar”, e ainda pode
aproveitar para ter mais um filho.
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11 Sobre o assunto, ver: História social da criança e da família (ARIÈS, 1991). Nessa obra,
o autor desenvolve o quadro de transformação pelo qual foi passando a criança e a família.
Outra leitura fundamental, também sobre esse tema, é O sexo e o ocidente (FLANDRIN,
1988), especificamente o capítulo 3.
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Sugestão de Leitura
O texto “Corporalidade e desejo: tudo sobre minha mãe e o gênero na mar-
gem” analisa o filme Tudo sobre minha mãe, do cineasta espanhol Pedro Al-
modóvar, que enfoca a personagem travesti Agrado. Depois de uma compa-
ração com outros filmes que abordam o fenômeno transgênero, é feita uma
discussão em torno da noção de corporalidade e da construção do sujeito,
dialogando, sobretudo, com as teorias do corpo da etnologia ameríndia bra-
sileira. O ensaio busca propor alguns elementos para uma reflexão sobre a
importância da análise de experiências de margem na renovação teórica no
campo dos estudos feministas e de gênero. A experiência corporificada de
“tornar-se outro” dramatiza os mecanismos de construção da diferença e se
apresenta como um empreendimento anti-hierárquico desestabilizador de
políticas dominantes da subjetividade.
MALUF, S. W. Corporalidade e desejo: tudo sobre minha mãe e o gênero na
margem. Rev. Estud. Fem. [online], v. 10, n. 1, 2002, p. 143-153.
Sugestão de Leitura
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Essas diferenciações são tão evidentes que até pouco tempo se pre-
feria o nascimento do filho homem ao da filha mulher, ou pelo menos
a expectativa era bem maior na espera do bebê do sexo masculino. A
menina também é esperada, depois do menino. Ainda no útero, os
bebês já estão predestinados a seguir este ou aquele modelo, vale dizer
que essa separação entre masculino e feminino, do mundo público para
os meninos e do mundo privado para as meninas, já se determina antes
do nascimento.
Os meninos são esperados para grandes coisas, vencer na vida,
realizar descobertas, ajudar no sustento da família. A menina é espe-
rada para fazer companhia à mãe, ajudar nos afazeres domésticos. Nos
primeiros anos de vida, a educação em família é fortemente domesti-
cadora tanto para os meninos quanto para as meninas.
Em algumas sociedades, os homens já começam a dividir com suas
companheiras o trabalho doméstico, o cuidado com os filhos. No Bra-
sil, ainda são raros os homens que entendem como sua tarefa também
esse trabalho. Por que os homens, em sua maioria, não aceitam fazer
trabalhos domésticos? Porque não são socializados para isso. As me- 39
ninas são orientadas para brincadeiras que se referem a esse mundo
doméstico, brincando de casinha, de boneca e ajudando em pequenas
tarefas, e se elas se direcionarem para outro tipo de atividade, logo apa-
recerá alguém para protegê-las ou repreendê-las.
Sabemos que, cada vez mais, os meninos brincam de casinha e as
meninas chutam bola, mas os modelos continuam, tanto que podemos
perceber o quanto as meninas se sentem atraídas pelas “brincadeiras de
meninos”, mas eles quase nunca se sentem atraídos pelas “brincadeiras
de meninas”, obviamente pela carga cultural de valorização e de con-
formação que há em cada uma delas e, também, porque esse tipo de
trabalho ameaça a sua virilidade. Essas diferenciações ainda são muito
fortes e perpassam, de maneira sutil, todos os espaços da vida cotidiana.
Se formos a uma loja e pedirmos um presente para uma criança, ouvi-
remos, imediatamente, “menino ou menina?”.
Concordamos com Whitaker (1988) quando ela afirma:
Nada mais democrático do que o pluralismo – exaltação e
convivência entre os diferentes. O lado negativo da diferen-
ciação entre os seres humanos ocorre quando as diferenças são
Escola
Depois da família, a escola é o lugar mais importante de sociali-
zação da criança, é a primeira experiência de relações fora do círculo
familiar. Nenhuma outra instituição exerce tanta influência sobre a pes-
soa quanto a escola. Por isso, é importante compreendermos o papel
que ela desempenha no reforço ao sexismo, porque nela se transmitem
valores da cultura, da sociedade, pois o mesmo esquema hierárquico
(autoritário-burocrático) da sociedade é o que informa a escola.
40 O sexismo aparece logo que se faça uma análise, mesmo que super-
ficial, na conformação do espaço/tempo, no tipo de ensino, nos textos
e livros didáticos, nas atividades, na divisão do trabalho, nas relações de
trabalho, nas relações professor(a) e alunos(as), nos jogos.
Há uma resistência em relação às questões que dizem respeito à
sexuação, especialmente no ensino fundamental e na educação infantil,
em que a teia de representações de identidades de gênero na consti-
tuição da infância se estabelece, é duradoura e define valores, compor-
tamentos e atitudes na vida da pessoa. É na infância que o indivíduo
começa a incorporar as representações do que é ser homem e do que
é ser mulher. As representações exercem um papel fundamental na for-
ma de viver das pessoas, elas englobam valores, preconceitos, crenças
que as pessoas vão construindo nas relações sociais e determinam as
formas como se relacionam com a realidade. Na escola, se aprendem
e se constroem atitudes que muitas vezes fazem do espaço escolar, no
dia a dia, uma repetição de gestos e símbolos nem sempre libertadores;
ao contrário, mantêm aprisionados homens e mulheres. Mesmo com
o número crescente de pesquisas nessa área, essas discussões ainda não
chegaram ao cotidiano da escola, mostrando que ela ainda é uma das
principais instituições no reforço ao sexismo.
FAEL
[...] daí pinta o seguinte dentro da própria sala, você tem sem-
pre meninas que tem, entre aspas, uma postura considerada
masculina, elas são decididas, elas são educadas para vencer
seja lá de onde saia a família, mas elas tem esse ímpeto, e isso
atrapalha os meninos da sala, [...] ela atrapalha, ela é uma me-
nina que não se põe no seu lugar, os meninos tem essa ideia. E
o pior ainda, eu uma vez tive uma aluna que era líder, e ela me
enfrentava, foi um problema, até que eu me toquei que ela me
enfrentava porque eu era mulher, quando a gente dá espaço
para relações dentro da sala você consegue trabalhar inclusive
você. E eu fui percebendo que ela não me enfrentava, o que
me enfrentava era o ser dela desprendido, e ela dizia, eu não
soube fazer a lição o que você vai fazer comigo? Então essas
questões eu fui aprendendo a trabalhar dentro da própria sala,
e ao mesmo tempo fui me questionando, quando eu tinha essa
idade o que é que eu fazia? Bem eu calava a boca, mas por quê?
Porque eu era menina e menina tinha que ficar quieta, quando
você volta, você começa a entender o que está acontecendo.
Por isso você não pode esquecer que ao mesmo tempo que
você está trabalhando com conteúdos está trabalhando com
pessoas, e essa relação é entre homens, mulheres (crianças) e
eu que sou adulta, não é homogêneo, e se você não estiver
aberto para isso, [...] tudo se restringe a nota e ninguém cresce
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nada (Paule) (FARIAS, 1998, p. 37).
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Síntese
De que maneira abordar um campo que pretende conhecer, com-
preender e transformar as relações existentes entre homens e mulheres,
mulheres e mulheres homens e homens? É necessário, inicialmente,
criar ou reforçar nas instituições as instâncias que elaboram propostas
políticas de atuação sobre as relações de gênero. Esse é um instrumento
fundamental para que se possam criar bases sólidas de argumentação
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unidade 2
Questões étnico-raciais
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Claudemira Vieira Gusmão Lopes
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Indígenas
A denominação índio ou indígena, dada aos povos que habitavam
o Brasil desde a invasão dos europeus, persiste até a data de hoje. De
uma maneira geral, chamamos as diversas etnias indígenas de índios ou
simplesmente indígenas, como se fossem todas iguais. Entretanto, de
acordo com Luciano (2006, p. 28), “não existe nenhum povo, tribo ou
clã com a denominação de índio. Na verdade, cada ‘índio’ pertence a
um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria, ou
seja, a autodenominação, como o Guarani, o Yanomami etc.”
Entretanto, o processo histórico de discriminação e preconceito
contra as etnias indígenas foi tão intenso que até hoje o termo índio
ou indígena é carregado de significado pejorativo. Na visão de alguns
brasileiros, o termo pode assumir o significado de alguém sem cultura,
incapaz, selvagem, preguiçoso e tantos outros (LUCIANO, 2006). Para
outros, também costuma ser associado a algo que deu errado ou que
não saiu conforme o planejado. Quem entre nós nunca ouviu a expres-
são “isso é programa de índio” para se referir a um programa ruim?
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Reflita
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Entre os indígenas se pratica educação
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Reflita
Reflita
Reflita sobre o preconceito contra os povos ciganos assistindo aos ví-
deos a seguir:
ISSO é coisa do passado – Mestre Marcos Gytauna. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=PmMSZqO2wWA>. Acesso em:
13 jun. 2011.
EMBAIXADA cigana entrevista TV Gazeta. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=WHdowp_At5Q>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Reflita
Reflita
Ainda no que se refere à problemática da discriminação sofrida
pelos ciganos, Marsiglia (2008) argumenta que, em praticamente todos
os países da Europa, eles representam a minoria mais discriminada,
muito mais do que os judeus e os negros. Para Cipriano (2007), ne- 69
nhum povo sofreu tantas perseguições e discriminações quanto o povo
cigano e, mesmo assim, foram capazes de manter suas tradições, cultura
e ensinamentos.
No Brasil, o desconhecimento sobre a cultura dos povos ciganos tam-
bém tem feito com que sejam tratados, muitas vezes, com discriminação,
[...] como ladrões e vagabundos. Um dos exemplos do precon-
ceito está guardado no arquivo histórico do Senado Federal:
o Decreto n. 3.010, assinado pelo então presidente Getúlio
Vargas em 1938, um ano após instalação do Estado Novo. A
norma restringia a entrada de estrangeiros no país e impedia
que “indigentes, vagabundos, ciganos e congêneres” ingressas-
sem em território brasileiro (JINKINGS; CHAGAS, 2011b).
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Reflita
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Uma das formas de combater a discriminação e o preconceito contra
a etnia cigana é conhecendo um pouco mais sobre esse interessante
povo. Para tanto, sugerimos a leitura de algumas obras da escritora
Cristina da Costa Pereira:
Povo cigano, de 1986 (edição da autora); Os ciganos ainda estão na
estrada, da Editora Rocco, 2009; Sociologia. Introdução à ciência da
sociedade, da Editora Moderna, 2010; e o texto “Ciganos: a oralidade
como defesa de uma minoria étnica”, disponível no site: <http://www.
lacult.org/docc/oralidad_04_34-39-ciganos-a-oralidade.pdf>.
72 Outras obras interessantes sobre essa temática são:
VASCONCELLOS, V. M. R. de; SARMENTO, M. J. (Org.). Infância
(in)visível. São Paulo: Junqueira e Marin, 2007.
FERRARI, F. Palavra cigana. Seis contos nômades. São Paulo: Cosac
Naify Edições, 2005.
Reflita
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Os ciganos e a escola
Fernandes (apud VIEIRA, 2008) informa que a educação da crian-
ça cigana é tarefa da família. Assim, valores, crenças, comportamentos e
atitudes devem ser espelhados em quem se convive no cotidiano.
Pereira (2008) também é partidário da tese de Vieira (2008) e
afirma que a cultura cigana delega a tarefa da educação das crianças à
família, por considerá-la a unidade básica da organização social, econô-
mica e educativa, que possibilita vivências de experiências, necessárias à
incorporação dos saberes.
FAEL
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Reflita
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Ela poderá escolher a religião
“A pequena Ana Beatriz Simplício Luz
Renata Giannattasio.
pela Cia de Aruanda, no terreiro Ilê Axé Alá Koro Wo, em São João de
Meriti” (CRUZ, 2011).
Seria muito interessante se outras crianças pudessem ter a sorte da Ana
Beatriz, ou seja, poder exibir sua crença sem sofrer preconceito. Lem-
brando que a maneira como a Ana Beatriz se vê está diretamente rela-
cionada à construção de sua identidade. O trabalho desenvolvido nas
escolas por professores e pedagogos pode mudar essa atual situação de
discriminação e revertê-la para um processo de reetinização, como vem
acontecendo com os indígenas, cuja valorização da cultura e da identi-
dade tem despertado neles o orgulho de ser índio.
Um importante trabalho contra o preconceito e a discriminação está
sendo desenvolvido pela Cia de Aruanda em escolas do Rio de Janeiro. É
possível ler sobre o assunto acessando o link: <http://oglobo.globo.com/
rio/bairros/posts/2011/05/14/luta-contra-preconceito-380248.asp>.
Reflita
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78
Os negros, o racismo, o preconceito e a discriminação pre‑
sentes na sociedade brasileira
Embora se diga que no Brasil não há racismo, as relações de poder
envolvidas no fato de brasileiros(as) negros(as) ou seus descendentes,
ainda hoje, mais de cem anos depois da abolição, viverem em uma
sociedade assimétrica, violenta e desigual, desmentem essa afirmação.
Assim, apesar de o racismo, a discriminação e o preconceito praticados
no Brasil nem sempre serem explícitos, se tornam visíveis nos dados
estatísticos retirados de uma publicação de 2005, do Centro de Estu-
dos das Relações de Trabalho e Desigualdade (Ceert) (apud ROCHA,
2007, p. 15), intitulada Políticas de promoção da igualdade racial na
educação, que servem para comprovar a problemática da escolaridade
dos negros:
● [...] a taxa de analfabetismo funcional das pessoas com 15 ou
mais anos de idade representa 32,1% de negros contra 84%
de brancos;
● 75,3% de adultos negros não completaram o ensino funda-
mental contra 57% de brancos;
FAEL
Sugestão de Leitura
Fala-se sobre mito da democracia racial porque essa questão reforça a ideia
equivocada de que as relações estabelecidas entre brancos e negros, no Brasil,
se construíram historicamente de forma harmônica.
Leia A história da África na educação básica: almanaque pedagógico
– referenciais para uma proposta de trabalho, de Rosa Margarida de
Carvalho Rocha (2009), para refletir melhor sobre esse assunto.
Sugestão de Leitura
FAEL
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nesse espaço. Até porque, nosso sistema educacional também faz parte
dessa sociedade que discrimina e, por isso mesmo, tem se tornado pouco
atraente aos meninos e meninas afrodescendentes, indígenas, ciganos,
entre outros. A seguir, temos um exemplo de como a escola tem fechado
os olhos para a realidade e problemas típicos das crianças negras:
[...] i) entrada precoce no mercado de trabalho; ii) a baixa
qualidade do ensino público, no qual se concentra a maio-
ria dos estudantes afrodescendentes, que não contribui para
promover a construção do conhecimento; iii) imposição de
um conteúdo programático que não valoriza o universo dos
afrodescendentes e, portanto, não estimula a elevação de sua
autoestima; iv) a presença do racismo e do preconceito em
sala de aula e no ambiente escolar, o que reduz a continuidade
dos estudos; v) a falta relativa de bons exemplos no mercado
de trabalho que possam sinalizar melhores perspectivas de re-
torno profissional financeiro para aqueles que investem nos
estudos (PAIXÃO, 2006, p. 34).
Reflita
Reflita
Preconceito racial: conjunto de valores e crenças estereotipadas
que levam um indivíduo ou um grupo a alimentar opiniões nega-
tivas a respeito de outro, com base em informações incorretas, in-
completas ou em ideias preconcebidas. É a forma mais frequente
de racismo.
FAEL
FAEL
Reflita
Reflita
Para saber mais sobre as revoltas que apontam a resistência do índio
e do negro ao processo de escravização, os leitores podem aproveitar a
facilidade dos materiais disponibilizados na internet e localizar a página
do Ministério da Educação. Clicando no link “Publicações” e, em segui-
da, “Coleção Educação para Todos”, é possível encontrar 33 volumes que
FAEL
Síntese
A forma como os indígenas e os negros foram submetidos ao pro-
cesso de colonização pelo europeu deixou profundas sequelas na socie-
dade brasileira. Refletiu-se que o Brasil é formado pelas seguintes ma-
trizes culturais: indígena, europeia, árabe, judia e asiática. Entretanto, a
história tradicionalmente ensinada nas escolas não considera as contri-
buições desses povos, além de colocá-los em posições de subserviência
FAEL
93
1 Diz respeito aos termos preconceituosos ou negativos com os quais os alunos negros
são tratados por amigos ou professores, como: “neguinho”, “carvãozinho”, “a coisa está
preta”, entre outros. Infelizmente, apelidos e ironias servem para encobrir um preconceito
latente e também favorecer a disseminação de ideias preconceituosas e atitudes discrimi-
natórias (ROCHA, 2006).
FAEL
FAEL
Sugestão de Leitura
Para complementar este estudo, sugerimos algumas produções sobre os
pressupostos civilizatórios africanos.
Uma delas é o livro Modos de ver, volume 1 da coleção “Saberes e fazeres”,
que pode ser encontrado no site <http://www.acordacultura.org.br/sites/
default/files/Caderno1_ModosDeVer.pdf>.
Outras obras que têm muito a contribuir nesse campo fazem parte da co-
leção História Geral da África, disponibilizada em português pela Unesco
no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabeti-
zação e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC) e a Univer-
sidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
Essa coleção está disponível para download no site: <http://portal.mec.gov.
br/index.php?option=com_content&view=article&id=16146>.
Reflita
Reflita
A ancestralidade é uma força que anima
FAEL
Sug Reflita
Reflita
2 Ilê significa casa de santo (VOGEL; MELLO; BARROS, 2007). Ilê Axé Opô Afonjá trata-se de
uma famosa casa de santo na Bahia, cuja sacerdotisa é a mãe Stella de Xangô.
Com esses relatos, esperamos ter informado, “em que pese a sensi-
bilidade de alguns professores, que a criança da qual falamos é tratada,
via de regra, como alienígena do seu próprio comportamento de identi-
dade como pessoa” (MACHADO, 2002, p. 144). A autora ilustrou sua
fala dando o exemplo de uma supervisora que, na “Semana da criança”,
sugeriu a uma professora fazer um concurso de Xuxa, em uma escola na
qual as crianças eram, em sua maioria, negras.
Seria interessante que nossos leitores fizessem uma busca na literatura,
no sentido de buscar práticas exitosas, envolvendo uma diversidade de ou-
tras crianças, como as ciganas e as indígenas. A partir da reflexão, é possível
partir para a ação no sentido de encontrar uma pedagogia que faça a dife-
rença para as crianças negras, indígenas, ciganas e de outras etnias.
3 Ilê significa casa de santo e ayê é de origem yòrubá e designa o mundo, a terra, o tempo
de vida e, mais amplamente, a dimensão cosmológica da existência individualizada por opo-
sição a orùn, dimensão da existência genérica e mundo habitado pelos òrìsà, povoado ainda
pelos espíritos dos fiéis e seus ancestrais ilustres (VOGEL; MELLO; BARROS, 2007).
FAEL
Africanidades brasileiras
Pedagogia da diferença
Objetivando
104
Reconhecer Levar em
Valorizar e Promover o e respeitar consideração
respeitar as sin- aprendizado os valores e os sujeitos de
gularidades dos com as dife- as formas de aprendizagem
estudantes. renças. expressão do no processo
outro. educacional.
Por meio de
Articulação
Interação com dos conteúdos
Uso peda-
a comunidade, e disciplinas
Aprendizagem gógico das
exercitando acadêmicas,
cooperativa, experiências
o diálogo e referendando
em grupo. culturais dos
a aceitação as experiências
estudantes.
negociada. culturais dos
estudantes.
Levando a
• Implantação de uma cultura escolar mais inclusiva.
• Construção de um currículo de acordo com a realidade brasileira.
• Abordagem institucional e pedagógica das diferenças.
FAEL
Sugestão de Leitura
Há muitos autores que pesquisam formas de trabalhar os conteúdos de
maneira a promover a igualdade das relações étnico-raciais. Para saber mais
sobre o assunto, sugerimos as obras elencadas a seguir, todas de autoria de
Rosa Margarida de Carvalho Rocha.
Educação das relações étnico-raciais: pensando referências para orga-
nização da prática pedagógica, Belo Horizonte: Mazza, 2007.
Almanaque pedagógico afro-brasileiro: uma proposta de intervenção
pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar, Belo Hori- 105
zonte: Mazza, 2006.
A história da África na educação básica, Belo Horizonte: Nandyala,
2009.
Sugestão de Leitura
Síntese
Neste capítulo, nosso objetivo foi discutir as complicadas relações
raciais no cotidiano escolar. Para tanto, abordamos a contribuição da
escola para a formação da identidade, conceituamos identidade e cons-
tatamos que a escola, juntamente com outras instituições socializadoras,
é responsável por reproduzir o racismo e a discriminação no ambiente
escolar. Também apontamos que uma proposta pedagógica inovadora,
capaz de fazer a diferença, precisa levar em consideração os princípios e
valores civilizatórios de outras etnias que também ajudaram a formar o
povo brasileiro, caso dos indígenas e negros.
106
FAEL
FAEL
FAEL
FAEL
Diversidade religiosa
Roberto Luís Renner
Morte
Além da origem, outro aspecto da natureza dos seres vivos é a mor-
te, assunto que tem despertado a curiosidade de muitos ao longo da
história da humanidade. Povos e culturas procuram explicações sobre
a morte, e é por meio da religião que muitos buscam os mais diversos
esclarecimentos.
Por meio de seus rituais, culturas e religiões nos mostram o en-
tendimento de que existe vida após a morte. Hoje, tal concepção se
faz presente em alguns grupos religiosos, entretanto não é algo novo.
Como exemplo, temos os Vikings, que, em seus rituais, enterravam os
mortos com comidas e armas.
Outro questionamento relacionado a esse tema é sobre o que real
mente permanecerá vivo após a morte. Para alguns, é a alma, para ou-
tros, entretanto, é o espírito.
FAEL
Concepções de divindade
Ao longo da história – e ainda hoje – o ser humano manifesta sua
relação com o divino ou o transcendente de acordo com sua cultura e
entendimento; dessa maneira, temos uma diversidade de concepções
sobre o que seria essa divindade. A seguir, vamos observar algumas ma-
neiras pelas quais a religiosidade é manifestada.
Animismo
O animismo, do latim animus, que significa alma ou espírito,
compreende que a natureza (árvore, água, terra, etc.) é possuidora de
“espíritos” ou “almas”.
Essa concepção se faz presente em várias sociedades, visto que atri-
buem certa divindade à natureza ou a parte dela.
Atualmente, podemos perceber que tal entendimento hoje se faz
presente em algumas criaturas que, de certa maneira, estão ligadas a
forças naturais.
Monolatria
Conforme Hellern, Notaker e Gaarder (2000, p. 20), “A monolatria
é uma crença situada a meio caminho entre o politeísmo e monoteísmo.
Implica a adoração de único deus, sem negar a existência de outros”.
A monolatria difere do politeísmo, pois este acredita e reverencia
vários deuses, aquele, por sua vez, escolhe um deus, que é adorado e
reverenciado por todos.
Monoteísmo
Para o monoteísmo existe somente um deus, o qual deve ser reve-
renciado e visto como único; portanto, é chamado Deus, como uma
divindade soberana.
Essa compreensão prevalece em grande parte dos grandes grupos
religiosos, como no Judaísmo, no Cristianismo, no Islamismo, etc.
Politeísmo
118 A palavra poli vem do grego e significa muitos. Teísmo, também do
grego, significa deuses. Assim, politeísmo é a crença na pluralidade ou
diversidade de deuses. Politeísta é o sujeito que deposita sua crença ou
fé em vários deuses.
O politeísmo é uma característica de muitas religiões ao longo da
história, pois é comum cada um dos deuses possuir suas atribuições
específicas, como: deusa da fertilidade, deus do amor, deus da pesca,
deus da guerra, etc.
Algumas culturas têm uma grande diversidade de deuses. Um
exemplo clássico é a cultura grega, que, em sua mitologia, possuía os
deuses: Zeus, Apolo, Afrodite, Poseidon, etc.
No Hinduísmo, há o deus principal, Brahma, e os deuses Vixnu e
Shiva, que são a representação da força criadora do universo segundo o
entendimento hindu.
Na religiosidade egípcia, o politeísmo também se fazia presente.
Havia o deus que protegia as plantas, o deus da chuva, o deus das águas,
o deus dos pescadores e o deus da colheita. Rituais, oferendas e até mes-
mo sacrifícios eram oferecidos para a obtenção de uma benção.
FAEL
Panteísmo
A palavra grega pan significa todos e theos significa Deus. Assim,
no panteísmo, há o entendimento de que Deus ou o divino permeia e
está em tudo que existe no mundo. Para Abbagnano (2007, p. 864),
“É a doutrina segundo a qual é a natureza do mundo identificando a
causalidade divina com a causalidade natural”.
O panteísmo é diferente do politeísmo e do monoteísmo, pois
o politeísmo tem vários deuses, já o monoteísmo possui somente um
Deus, pois alguns confundem a “onipresença” de Deus, que significa
que Ele está presente em todos os lugares com o panteísmo.
Como, para o panteísta, uma árvore, um animal ou uma pessoa é
considerado Deus, tudo precisa ser respeitado como tal.
Concepção de religião
Dar uma definição ou concepção única para o termo “religião” não
é algo tão simples, pois tal entendimento permeia as mais variadas cul- 119
turas e épocas de nossa história. A ideia que um sujeito islâmico possui
sobre religião provavelmente é diferente em relação ao pensamento de
um budista, e isso se dá pela diversidade cultural de cada povo.
Outro aspecto que precisamos observar é a época em que deter-
minado sujeito se encontra. Por exemplo, o entendimento sobre Deus
para o cristão da Idade Média poderá ser diferente para um cristão do
século XXI.
A palavra latina religare significa a ligação do ser humano com o
divino. Como já vimos neste capítulo, cada grupo religioso possui uma
concepção sobre o que é divindade, bem como suas próprias formas
de adorar ou servir a ela. A religião, portanto, está ligada a crenças
manifestas em diferentes grupos, que perpetuam suas práticas através
dos rituais.
Diferentes religiões
Nesta seção, vamos abordar apenas algumas religiões, pois seria im-
possível escrever sobre todas. O critério utilizado para a escolha d
esses
Cristianismo
120 Os preceitos do Cristianismo são centrados em Jesus Cristo. Na
sociedade ocidental, é a filosofia de vida que mais está presente e en-
raizada, pois permeia a história a mais de dois mil anos, com fortes
expressões na literatura, na filosofia e na arquitetura. Dessa maneira,
conhecer o Cristianismo contribui para que possamos compreender,
também, a sociedade ocidental atual.
Para os cristãos, Jesus Cristo não é simplesmente uma pessoa com
características diferentes ou um mero líder religioso. Ele é o próprio
Deus, que tomou forma de homem e percorreu o mundo com o obje-
tivo de trazer salvação a todos aqueles que nele acreditam.
Os evangelhos de Mateus e Lucas descrevem o nascimento de
Jesus Cristo como algo extraordinário, pois ele nasceu de uma vir-
gem, Maria, que ficou grávida por obra do Espírito Santo. Esse fato
ocorreu na cidade de Belém, Cisjordânia, e a família em questão era
muito humilde.
Em seus ensinamentos, Jesus apresentou quem era Deus, o pai
celeste, e sua infinita bondade e discorreu sobre como seus seguidores
deveriam viver.
FAEL
Islã
O Islã (ou Islamismo), atualmente, é a segunda maior religião e,
por isso, possui adeptos por todo mundo. Entretanto, é amplamen-
te praticado em várias regiões da África e da Ásia. A religião islâmica
122 O Alcorão, portanto, não apresenta somente um Alá que irá julgar
o ser humano pelos atos, mas, sim, um Deus onipotente, repleto de
amor e de misericórdia. A expressão “Em nome de Alá, o misericor-
dioso, o compassivo”, presente no livro sagrado, revela um Deus que se
preocupa com o ser humano.
O Islã possui cinco pilares, que são as obrigações de cada seguidor.
1. Credo: é o ponto central da religião islâmica. O ato de fé, que
afirma que “não há outro Deus senão Alá e Maomé é seu pro-
feta” deve ser repetido pelos fiéis várias vezes ao dia em suas
orações.
2. Oração: é vista pelos muçulmanos como a maneira mais
próxima que se pode chegar a Deus e, por isso, o fiel deve
fazer suas preces pelo menos cinco vezes por dia. Isso ocorre
em horários fixos para a oração, portanto, os fieis são avi-
sados por meio das torres das mesquitas. Grande parte das
orações islâmicas consiste em fórmulas fixas, um ritual que
tem palavras e gestos bem claros e definidos, não se descon-
siderando a oração espontânea que o fiel também pode fazer
dirigindo‑se a Deus. Tais orações sempre são realizadas em
FAEL
Hinduísmo
Diferentemente dos outros grupos religiosos, o Hinduísmo
não tem um fundador, uma organização preestabelecida e nem um
credo.
REPRODUÇÃO
124
FAEL
Budismo
O Budismo é um sistema religioso que também é considerado um
sistema filosófico de vida. Seu principal fundador e orientador é o hindu
Sindrata Gautama (563‑483 a.C), que é conhecido por todos como Buda.
Existem algumas lendas a respeito de Buda, que, aos 29 anos, de-
cidiu abandonar todo tipo que riqueza que tinha para passar a ter uma
vida de completa renúncia. Segundo as tradições, ele buscava, por meio
da meditação da ioga, um estado espiritual, mas percebeu que isso não
o levava ao objetivo pretendido.
Judaísmo
O Judaísmo é a religião do povo Hebreu ou dos Israelitas. O termo
“judeu” tem sua derivação de Judeia, região localizada entre o Mediter-
râneo e o Mar Morto.
Para Hellern, Notaker e Gaarder (2000, p. 98), “O Estado de Israel
define o judeu como alguém cuja a mãe é judia e que não pratica nenhuma
outra fé”. Assim, com essa definição, percebemos que, para um sujeito ser
considerado judeu, deve ter essa ligação paterna e também o aspecto da
crença, caso contrário tal pessoa não poderá professar sua fé. O Judaísmo,
além de um grupo religioso, também é considerado um grupo étnico.
Escrito em hebraico e, em algumas partes, em aramaico, o livro sa-
grado utilizado é o Antigo Testamento, que aborda a aliança entre Deus
e seu povo. Conforme Hellern, Notaker e Gaarder (2000, p.104), “O
cânone judaico foi fixado por um concílio em Jabne, por volta do ano
100 d.C., sendo composto por 24 livros, divididos em três grupos”.
FAEL
Dica de Filme
Homens e deuses narra a história de massacre de monges católicos na Ar-
gélia. Inspirado em fatos reais, ocorridos em 1996, o filme, do diretor fran-
cês Xavier Beauvois, sustenta a tensão da crônica de uma morte anunciada.
O cineasta empenhou‑se tanto para aprofundar um perfil de seus perso-
nagens, monges católicos sitiados pelo fundamentalismo islâmico, que seu
filme tornou‑se um libelo pela tolerância.
HOMENS e deuses. Direção de Xavier Beauvois. França: Imovision, 2010. 1
filme (122 min), sonoro, legenda, color., 35 mm.
Dica de Filme
Práticas em Educação: os cenários da diversidade
Síntese
Neste capítulo, abordamos algumas das grandes religiões que fa-
128 zem parte da humanidade. Como dissemos anteriormente, seria im-
possível falar sobre todas, mas com essa breve explicação já pudemos
observar que existe uma diversidade religiosa muito grande em nosso
mundo, sendo que cada um desses grupos possui suas crenças, rituais e
características peculiares.
Além disso, outro aspecto importante que vimos foi o fato que o
ser humano está sempre em busca de algo que o auxilie a compreender
seu sua existência e sua relação com “sobrenatural”, o que justifica, por-
tanto, sua busca por atividades que possam suprir seus mais profundos
anseios da alma.
FAEL
Número de seguidores
Religião ou Crença
no Brasil
Igreja Católica Apostólica Romana 124.980.132
Igreja Católica Ortodoxa 38.060
Igreja Batista 3.162.691
Igreja Luterana 1.062.145
Igreja Presbiteriana 981.064
Igreja Metodista 340.963
Assembleia de Deus 8.418.140
Congregação Cristã do Brasil 2.489.113
Igreja Universal do Reino de Deus 2.101.887
Igreja do Evangelho Quadrangular 1.318.805
Número de seguidores
Religião ou Crença
no Brasil
Igreja Deus é Amor 774.830
Outros Pentecostais / Neopentecostais 2.514.532
Igreja Adventista do Sétimo Dia 1.209.842
Testemunhas de Jeová 1.104.886
Mórmons 199.645
Espiritismo 2.262.401
Umbanda 397.431
Budismo 214.873
Candomblé 127.582
Igreja Messiânica 109.310
Judaísmo 86.825
Tradições esotéricas 58.445
Islamismo 27.239
Crenças indígenas 17.088
Orientais (bahaísmo, hare krishna, hinduís-
130 52.507
mo, taoísmo, xintoísmo, seicho‑no‑iê)
Outras religiões 41.373
Sem declaração / não determinadas 741.601
Sem religião 12.492.403
Fonte: IBGE (apud SUA PESQUISA, 2012).
FAEL
FAEL
FAEL
Protestantismo no Brasil
O protestantismo faz parte da história brasileira e, mesmo sendo
um grupo com muitas ramificações, alguns de seus valores e princípios
são comuns. Criada em 1621 pelos holandeses, a Companhia das Ín-
dias Ocidentais tinha como objetivo colonizar e conquistar territórios
nas Américas que pertenciam à Espanha, e o Nordeste brasileiro des-
pertava muita atenção, pois era uma região muito rica e que possuía
boa produção de açúcar.
João Maurício de Nassau, considerado o maior líder holandês que
morou em solos brasileiros, governou o Nordeste entre 1637 e 1644,
período no qual as Igrejas Reformadas eram consideradas oficiais.
Sendo assim, foram criadas 22 igrejas locais e congregações, que eram
acompanhadas por mais de cinquenta pastores.
No Brasil, as Igreja Reformadas desenvolveram um trabalho em
conjunto com algumas aldeias de índios: além da evangelização das
diferentes tribos, também traduziram as Bíblias para o idioma indígena
e ordenaram alguns pastores das próprias comunidades. 135
Clássicos
No final do século XIX, existia, no Brasil, grande parte das de-
nominações que podemos considerar as clássicas do protestantismo,
como: luteranos, anglicanos ou episcopais; metodistas; presbiterianos;
136 batistas e congregacionalistas.
● Luteranos: em 1824, na cidade de Nova Friburgo, Rio de
Janeiro, surgiu a primeira comunidade luterana brasileira,
organizada pelo pastor Friedrich Osvald Sauerbronn. O lute-
ranismo chegou ao Brasil juntamente com os imigrantes ale-
mães, que, no início, concentraram‑se na região Sul. Atual-
mente, os luteranos estão presentes em grande parte do país.
● Presbiterianos: em 12 de agosto de 1859, com apenas 26 anos
de idade, desembarcou, no Rio de Janeiro, o reverendo Ashbel
Green Simonton (1833‑1867) natural de West Hanover, Pensil-
vânia. Em 1860, Simonton dirigiu seu primeiro culto em por-
tuguês, entretanto, somente em 1862, com a chegada de alguns
membros, foi fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.
Dois anos mais tarde, em 1864, foi fundado o jornal evangélico.
Pentecostais
Entre as igrejas pentecostais presentes hoje, no Brasil, as mais co-
nhecidas e maiores são:
● Congregação Cristã do Brasil, existente no país desde 1910;
FAEL
Neopentecostais
As igrejas neopentecostais que possuem maior representatividade
no Brasil são:
● Igreja de Nova Vida, fundada em 1960;
● Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, de 1976;
● Igreja Universal do Saiba mais
Reino de Deus, de Pentecostalismo: movimento de renovação
1977; dentro do Cristianismo que dá ênfase espe-
cial a uma experiência direta e pessoal de
● Igreja Internacional Deus por meio do Batismo no Espírito Santo
da Graça, de 1980; (PENTECOSTALISMO, 2012). 137
● Igreja Renascer em Neopentecostalismo: surgido em meados do
Cristo, de 1986. século XX, enfatiza o batismo com o Espírito
Santo e os dons espirituais, dinamizando o
método litúrgico e incluindo em sua teologia
Religiões não cristãs doutrinas rejeitadas pela fé apostólica e orto-
doxa (MARINHO, 2012).
Apesar de o Brasil ter so-
frido forte influência católica
no início de sua história, o que contribuiu muito para a formação religiosa
de seu povo, outros grupos também fizeram parte da construção dessa
religiosidade.
Antes de iniciarmos este capítulo, é preciso esclarecer que alguns
teóricos defendem que os grupos sobre os quais iremos abordar têm
suas raízes no cristianismo, contudo há também aqueles que pensam
de modo contrário.
Temos ciência de a diversidade de religiões não cristãs, no Brasil,
é enorme. Por isso, neste capítulo, limitaremo‑nos a apresentar apenas
dois desses grupos, os Kardecistas e os Mórmons, que possuem grande
representatividade em nosso país.
Kardecismo ou Espiritismo
Em 1804, nasceu na cidade de Lyon, França, Hippolyte León De-
nizard Rivail, filho de um advogado que mais tarde escolheu adotar o
pseudônimo de “Allan Kardec”, pois acreditava que ele era a reencarna-
ção de um poeta celta que tinha esse nome. Kardec afirmava ter rece-
bido a missão de divulgar ou propagar uma nova religião. Sendo assim,
publicou os seguintes livros: Livro dos espíritos (1857), Livro dos médiuns
(1861), Evangelho segundo o espiritismo (1864), Céu e Inferno (1865) e
Gênesis (1867). Além disso, também fundou a Revista Espírita (1858).
A ideia principal do Espiritismo Kardecista é baseada em um sis-
tema filosófico religioso que tem como eixo central a compreensão da
reencarnação, sendo que suas raízes são da doutrina hinduísta da trans-
missão das almas. Essa concepção possui duas vertentes: a concepção
hinduísta do carma e a comunicação com os mortos, realizada por pes-
soas dotadas para essa prática, denominada “transe mediúnico”.
O Espiritismo chegou ao Brasil no início do século XIX e, em
pouco tempo, já se fez presente nos estados do Rio de Janeiro, Pernam-
138 buco, Ceará e Bahia. Sua divulgação foi acentuada a partir da criação
de grupos de estudos que propagavam a ideia espírita, e um aspecto
interessante a se considerar é que essa nova religião foi difundida entre
as classes sociais mais instruídas de nosso país. No ano de 1884, foi
fundada a Federação Espírita Brasileira (FEB).
Segundo Hellern, Notaker e Gaarder (2000, p. 290), no Brasil, o
Kadercismo possui algumas peculiaridades. Desde sua chegada ao país,
o traço distintivo de sua proposta foi a terapia mediúnica por meio de
“passes” para combater todos os tipos de enfermidade e desconforto. O
passe é uma espécie leve de exorcismo que é dada individualmente por um
dirigente ou por um médium em transe durante a sessão espírita, com o
objetivo de afastar as influências negativas, as más vibrações, os “encostos”
e as “demandas” e transmitir energia espiritual positiva ao interessado.
De acordo com o que apresentaram Hellern, Notaker e Gaarder
(2000), podemos observar alguns aspectos interessantes. O primeiro é
a figura do dirigente, que possui um papel importante no que diz res-
peito à atividade mediúnica. O segundo aspecto a ser salientado é que,
no passe, o objetivo é a eliminação ou a redução da dor que o sujeito
está enfrentando. O livramento do sofrimento tanto do corpo quanto
FAEL
da alma é algo que se busca na maioria das religiões e, por isso, no es-
piritismo não é diferente.
O entendimento que os espíritas possuem sobre Deus é de que ele
é um ser e fim supremo, sendo a meta de todo os espíritos, pois nele
está a perfeição e a supremacia de tudo. Portanto, não têm a compreen-
são de querer ser Deus ou fazer‑se Deus, mas, sim, enxergam‑no como
inspiração.
Mormonismo
Joseph Smith Júnior, conhecido atualmente como o líder ou pro-
feta dos mórmons, nasceu em 23 de dezembro de 1805 em Sharon,
estado de Vermont, nos Estados Unidos. Conforme Hellern, Notaker
e Gaarder (2000, p. 214), em 1820, Joseph teve uma revelação do Pai
Celestial e de Jesus Cristo para que não entrasse para nenhuma das
igrejas já existentes na época.
Em pouco tempo, foi aceito como profeta por alguns seguidores
e fundou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Assim,
139
Joseph estabeleceu que essa seria a única e verdadeira igreja e que todos
os demais que não estavam com eles não seriam salvos, o que ficou
estabelecido como princípio doutrinário.
Muito da base doutrinária do Mormonismo foi desenvolvido por
meio das revelações que Joseph Smith recebia. Assim, estabeleceu‑se a
crença, que teria doze apóstolos para orientar o povo.
Após a morte de seu profeta e líder, o Mormonismo sofreu algu-
mas ramificações. A primeira foi liderada por Brigham Young, amigo
e discípulo fiel de Joseph. Outra divisão originou a Igreja de Cristo do
Lote do Tempo.
O Livro dos Mórmons é considerado a palavra de Deus revelada,
afirmação que tem sido duramente criticada por quem não concorda com
tal ideia. Composto por 15 livros, divididos em capítulos e em versículos,
da mesma maneira que a Bíblia, em sua totalidade o Livro dos Mórmons
soma 239 capítulos e 6.553 versículos. Nele, são e ncontrados alguns ca-
pítulos da Bíblia, entretanto, em sua maioria, encontramos revelações e
orientações estabelecidas pelos líderes mórmons. A primeira edição em
português foi publicada em 1938, e ainda hoje são lançadas muitas edições.
Religiões afro‑brasileiras
Os escravos africanos chegaram ao Brasil na metade do século XVI,
oficialmente no ano de 1559, quando Portugal permitiu o ingresso de
africanos em terras brasileiras. Entretanto, a maior entrada deles desen-
volveu‑se no século XVIII, sendo essa migração extinta no ano de 1850.
Devido à necessidade de mão de obra, buscou‑se trabalhadores
escravos por meio de expedições que foram organizadas para capturar
FAEL
Umbanda
A Umbanda é considerada uma religião que teve sua origem na
década de 20 do século XX, no Rio de Janeiro. Entretanto, recebeu in-
fluências católicas e da reencarnação, que que veio do Espiritismo. Esse
sincretismo religioso deu origem à concepção religiosa da Umbanda,
que, em pouco tempo, expandiu‑se nos diversos centros urbanos nas
classes sociais média e alta.
1 Região que corresponde, no continente africano, ao Sul do Deserto do Saara; sendo assim,
os países do Norte da África não fazem parte.
Candomblé
O Candomblé é uma das religiões afro‑braseileiras que mais tem
mantido e preservado suas origens africanas, esforçando‑se para que não
haja o sincretismo religioso, principalmente no que tange aos santos ca-
tólicos. Em regiões do Brasil, alguns caboclos, como o Preto‑Velho, são
venerados. A musicalidade do Camdomblé é muito rica, e a dança tem
um papel relevante nos rituais.
142 Macumba
Caracteriza‑se pelo uso de cantos, sendo muito presente o uso da
percussão com tambores. Um dos rituais que seus seguidores realizam
são os despachos, muitas vezes deixados nas encruzilhadas. O despacho
é uma espécie de oferenda à divindade, da qual se espera um favor. A
Macumba possui um sincretismo religioso bem acentuado, pois incor-
pora elementos católicos, espíritas e, também, das religiões indígenas.
FAEL
verse com os colegas sobre atividades que podem ser realizadas para que
não haja conflitos entre os integrantes dessa comunidade educacional
no que tange ao aspecto religioso.
Síntese
Neste capítulo, pudemos reconhecer a grande diversidade religiosa
que encontramos no Brasil atualmente. A visão panorâmica nos forne-
ceu um conhecimento, mesmo que breve, sobre como nosso país foi
influenciado pelas diferentes correntes religiosas ao longo dos anos de
sua colonização e, mais tarde, com a vinda de diferentes povos e suas
culturas.
No inicio da colonização, os jesuítas tiveram uma influência im-
portante no que diz respeito à catequização dos povos indígenas e, tam-
bém, dos colonos e seus familiares que se encontravam em solo brasi-
leiro. Assim, constatamos que, no começo de nossa história, a religião 143
predominante era Católica Apostólica Romana.
O Protestantismo chegou ao Brasil somente 57 anos após o des-
cobrimento, quando desembarcaram na Baía da Guanabara os pastores
Pierre Richier e Guillaume Charties, juntamente com um grupo de
reformados. O primeiro culto aqui celebrado aconteceu no dia 10 de
março de 1557.
A passividade religiosa nem sempre marcou o Brasil. Em 1810, foi
assinado o tratado de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação
entre Portugal e Inglaterra, no qual havia um artigo que determinava
que os imigrantes protestantes não podiam ser perseguidos, apresentan-
do, dessa maneira, certa tolerância religiosa.
Outro grupo que influenciou muito a formação religiosa brasi-
leira foram os escravos africanos, que trouxeram consigo a cultura dos
seus países e regiões de origem. Assim, são consideradas afro‑brasilei-
ras as religiões que tiveram sua origem nas crenças africanas, trazidas
para terras brasileiras pelos escravos. Esses traços podem ser observa-
dos nas músicas, nas religiões, na culinária, no folclore e nas ativida-
des festivas populares.
FAEL
FAEL
FAEL
Também afirma‑se que o ensino religioso não pode ser oneroso aos
cofres públicos, apesar de são ser apresentado nenhuma sugestão para a
resolução dessa questão.
Mais uma afirmação a se destacar é: “[...] de acordo com a opção
religiosa do aluno ou do seu responsável [...]”. Ou seja, cria‑se uma
lacuna, pois a LDB não define se é de acordo com a opção religiosa da
maioria dos alunos ou de cada um deles. Se for de acordo com cada
aluno, como devemos lidar com tal situação dentro de tamanha diver-
sidade religiosa que encontramos no Brasil?
O fato de a disciplina de religião puder ser ministrada “[...] por
professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas
respectivas igrejas ou entidades religiosas [...]” também deve ser consi-
derado, pois essas instituições irão preparar seus professores de acordo
com suas convicções religiosas e filosóficas. Por envolver ideologias, re-
fletir sobre essa questão é essencial para quem trabalha com a educação
e ensino religioso.
Pouco tempo depois da LDB de 1996, foi criada, ema 22 de julho
152 de 1997, a Lei n. 9.475, que dá a seguinte redação:
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte
integrante da formação básica do cidadão e constitui discipli-
na dos horários normais das escolas públicas de ensino funda-
mental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa
do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos
para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabe-
lecerão as normas para a habilitação e admissão dos profes-
sores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída
pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos
conteúdos do ensino religioso (BRASIL, 1997).
FAEL
FAEL
Sugestão de Leitura
Para que você amplie seu entendimento sobre temática deste texto, indica-
mos a leitura da entrevista que a antropóloga Debora Diniz concedeu à Revis-
ta Istoé, em abril de 2011, sobre a questão da liberdade religiosa no Brasil.
Disponível em: <http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/
134926_A+LIBERDADE+RELIGIOSA+ESTA+AMEACADA+NO+PAIS>.
Sugestão de Leitura
Dica de Filme
Assista aos vídeos indicados nos links a seguir, que abordam o ensino de
religião nas escolas públicas brasileiras.
• Fé na educação (Globo News) – o ensino religioso na rede pública do
Rio de Janeiro
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Wv3Yn4csvYI>.
• Fé na educação (Globo News) – o modelo paulista de ensino religioso
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=4A_XfsDLZsw>.
Dica de Filme
Síntese
Neste capítulo, fizemos uma pequena retrospectiva histórica da
educação brasileira com foco no que abordaram as diferentes constitui-
ções brasileiras sobre o ensino religioso. Também verificamos as LDB n.
FAEL
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