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da Construção Civil
Saúde ocupacional
Introdução
As doenças profissionais na construção civil
A alimentação do trabalhador
O álcool
Índice
Saúde ocupacional
1. Introdução............................................................................................................................. 3
2. As doenças profissionais na construção civil........................................................................4
2.1. Causas das doenças profissionais.................................................................................4
2.2. Profissões susceptíveis de contraírem doenças profissionais........................................5
2.3. Afecções cancerosas..................................................................................................... 9
2.4. Doenças de pele profissionais......................................................................................14
2.5. Afecções profissionais no aparelho locomotor.............................................................21
2.6. Afecções bronco-pulmonares de origem profissional...................................................27
2.7. Educação sanitária geral..............................................................................................33
3. A alimentação do trabalhador.............................................................................................34
3.1. Erros mais frequentes.................................................................................................. 34
3.2. Pormenores dos erros alimentares...............................................................................35
3.3. As 10 regras de ouro da alimentação...........................................................................35
4. O álcool............................................................................................................................... 37
4.1. As bebidas alcoólicas – seu lugar na alimentação do homem.....................................37
4.2. O álcool – causa de doença no homem.......................................................................39
4.3. Falsos conceitos e virtudes do álcool...........................................................................40
4.4. Alcoolismo crónico – alguns dos seus múltiplos efeitos...............................................43
Bibliografia.............................................................................................................................. 45
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Capítulo 13
1. Introdução
A
indústria da construção civil apresenta características muito especiais. O corpo de
trabalhadores é muito numeroso e diversificado: trolhas, pedreiros, carpinteiros,
pintores, electricistas, serralheiros, etc.
É no mesmo estaleiro, ou “obra”, que todos eles se encontram reunidos e aí trabalham; mas,
por vezes, o local de trabalho é móvel, em vários sítios diferentes, o que exige uma
organização especial dos cuidados médicos.
Esta é uma indústria de mão-de-obra, com postos muito diversificados em que as técnicas
vão evoluindo no sentido de uma mecanização cada vez maior. Mesmo as pequenas
empresas utilizam engenhos mecânicos: gruas, betoneiras, etc. Por outro lado, o emprego de
materiais pré-fabricados generaliza-se, acarretando o trabalho com peças pesadas,
delicadas e por vezes com manuseamento perigoso. Aparecem também sem cessar novos
produtos para a construção (materiais plásticos, vernizes, tintas, isolantes, etc.), acerca dos
quais é preciso estar alerta para potenciais efeitos tóxicos. Convém também referir a
“dureza” e a “violência” de certos postos de trabalho, o que, somado aos erros de higiene
alimentar, por vezes más condições atmosféricas, etc., transforma estes trabalhadores em
alvos de muitos acidentes e doenças.
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A
s doenças profissionais são consequência de uma exposição mais ou menos
prolongada a um factor de risco, nem sempre facilmente identificável e cujo
resultado (lesão ou doença) não é facilmente reconhecido, quer por se manifestar
através de queixas em tudo sobreponíveis a outras doenças não profissionais, quer por se
manifestar, num grande número de casos, muitos anos após a cessação da exposição.
As doenças profissionais são as doenças que, por serem consequência directa do trabalho,
conferem direito a reparação específica.
a) O agente causa, que pode ser físico (ruído, vibrações, radiações ionizantes),
infeccioso ou tóxico.
b) Defeito de higiene, seja ela geral (defeito de evacuação dos vapores ou poeiras
nocivas, ausência de desinfecções, etc.) ou individual (não lavar as mãos, não mudar
de roupa, tomar as refeições num local poluído, etc.). É importantíssimo o papel
educativo do médico do trabalho.
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É sobretudo com os tóxicos (como agentes causais) que é preciso ter cuidado, no sentido de
prevenir as intoxicações com os produtos usados na indústria, tão frequentemente
associados às doenças profissionais.
É o fígado que desempenha o principal papel anti-tóxico. Uma das consequências disto é a
toxicidade geralmente maior dos venenos absorvidos por via respiratória: eles penetram
imediatamente na circulação geral e podem lesar vários órgãos antes de chegar ao fígado,
onde são transformados (nalguns casos totalmente, noutros em percentagens variáveis) em
produtos inócuos, prontos a serem eliminados pelos rins ou pulmões. Como facilmente se
depreenderá do exposto, as deficiências do fígado aumentam o risco de intoxicação.
A eliminação dos tóxicos faz-se pelos pulmões, mas sobretudo pelos rins, quer se trate do
tóxico propriamente dito, quer dos produtos resultantes da transformação daquele pelo
fígado. O aparelho urinário pode ser lesado aquando da intoxicação, mas a eliminação dos
tóxicos fica sobretudo comprometida se os rins forem deficientes.
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A preparação das superfícies também pode ser perigosa devido, por exemplo, ao uso de
abrasivos.
Por outro lado, estes trabalhadores estão igualmente sujeitos a lesões devido às próprias
madeiras utilizadas, exóticas ou não, e que se traduzem essencialmente por reacções
alérgicas aquando da manipulação das mesmas, por vezes agravadas pelas poeiras
associadas a este tipo de trabalho.
Como consequência, poderá ser observada irritação na pele, nos olhos ou nos brônquios e
pulmões; recentemente, tem-se insistido na frequência relativa dos cancros do etmóide nos
trabalhadores da madeira.
Os produtos de protecção utilizados nas madeiras para evitar que estas sejam atacadas por
insectos, fungos, organismos marinhos e condições meteorológicas também podem ser
tóxicos para o trabalhador; estes produtos são numerosíssimos e podem ser de vários tipos,
entre os quais óleos líquidos, compostos metálicos e compostos orgânicos, ocasionando por
vezes doenças que podem atingir os mais variados órgãos ou aparelhos do corpo humano.
Por último, é de referir que podem igualmente ser causa de doença as colas, vernizes,
pinturas, lacas e tinturas utilizadas em certos trabalhos da madeira.
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Os pedreiros, trolhas, ferreiros, trabalhadores dos poços, trabalhadores que lidam com
cimento ou mineiros utilizam diversos materiais, como elementos pré-fabricados (em betão,
barro, argila, materiais arenosos, cascalho), elementos de ligação (cimento, cal, granito,
areia), materiais de revestimento (com grande variedade de materiais sintéticos), materiais
para o betão armado (cimento, gravilha, pedra, ferro) e também materiais para as cofragens
e fundações (armações com barras de aço, fio de ferro, arame, pranchas).
Entre os produtos que podem estar em contacto com os trabalhadores há um certo número
que envolve risco profissional. Os mais importantes são:
os cimentos;
o crómio e os seus sais;
o monóxido de carbono;
a sílica livre ou o quartzo cristalino.
Como é lógico, tanto para estes trabalhadores como para outros, somente o estudo do posto
ou local de trabalho pode permitir o perfeito conhecimento dos riscos que lhe estão
associados.
Além disso, hoje em dia os pintores industriais utilizam frequentemente os jactos de areia
para fazerem a limpeza a seco das superfícies a pintar, o que vem juntar a silicose aos já
numerosos riscos profissionais.
Os óleos antracénicos utilizados pelos asfaltadores têm uma acção fotodinâmica real,
causando dermatites de fotossensibilização, equivalentes a microqueimaduras.
Há um grande número de doenças que podem ser observadas nestes operários, tais como
conjuntivite, perturbações digestivas e pulmonares, fadiga, insónia e dores de cabeça, bem
como um risco aumentado de silicose.
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Este tipo de cancros ocorre normalmente no seguimento de lesões da pele provocadas pelo
contacto, ao longo dos anos, com certo tipo de substâncias cancerígenas. Um aspecto com
importância é o longo período de “latência”, isto é, o tempo que o cancro demora a
manifestar-se desde que começam os contactos com a substância cancerígena: este período
é da ordem dos 15 a 20 anos, por vezes mais.
Seguidamente enumeram-se alguns produtos que estão implicados nos cancros da pele:
Estes cancros são precedidos, na grande maioria das vezes, por alterações na pele
perfeitamente visíveis, que podem tomar várias formas, e que logicamente devem ser objecto
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de uma consulta médica, no sentido de despistar qualquer lesão que possa eventualmente
vir a tornar-se maligna.
Estes cancros normalmente não apresentam diferenças em relação aos cancros das vias
respiratórias não atribuíveis ao meio profissional. No caso dos cancros bronco-pulmonares, a
acção do fumo do tabaco (indiscutível causa de cancro) faz com que, para alguns autores, no
caso de pessoas que fumam, a relação entre certos cancros e o meio profissional seja
discutível.
Apesar de o agente causal não ter sido identificado, todos os autores estão de acordo em
que se deve reduzir o mais possível o empoeiramento.
O papel cancerígeno do amianto está mais directamente ligado ao amianto puro, e não a
compostos que o contenham.
Traumatismos mecânicos
evolução maligna duma zona continuamente irritada: assim, poderá ter havido
contacto continuado com algum agente químico cancerígeno, e que tenha passado
despercebido, ou, por outro lado, poderá existir nessa zona uma predisposição
especial, como seja, por exemplo, a existência de uma verruga.
3. Existem, certamente, outros cancros que são revelados por um traumatismo, como
seja o caso das fracturas nas pessoas que têm os ossos descalcificados por alguma
doença maligna, problema este que, logicamente, é completamente diferente dos
precedentes.
Traumatismos térmicos
Por outro lado, existem queimaduras insignificantes, que aconteceram há muito tempo, e que
são por vezes invocadas como estando na origem de um cancro da pele; este problema é
diferente e, com efeito, é a sua repetição continuada, ocasionada pelo tipo de trabalho, que
poderá provocar alterações nos tecidos e levar posteriormente à sua transformação maligna.
Os cancros térmicos nos operários expostos ao calor dos fornos de fundições, por exemplo,
são excepcionais, apenas sendo detectados esporadicamente.
Luz solar
Hoje em dia, ninguém põe em dúvida que o cancro da pele seja favorecido pela exposição
intensa e continuada às radiações solares, pelo que nunca é demais alertar para a protecção
adequada, com chapéu e vestuário, de todos os trabalhadores que trabalham sob a acção de
intensa luz solar.
Os raios ultravioletas artificiais, que seriam originados, por exemplo, na soldadura com arco
poderiam ter um efeito comparável, mas isto nunca chegou a ser provado.
A noção de uma predisposição local parece evidente. Na maior parte dos casos, sobretudo
para a pele, o cancro declara-se em algum tecido patológico: grande cicatriz, calosidade
exagerada, verruga, sinal, calo ósseo, corpo estranho alojado sob a pele, etc.
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2.3.4. Prevenção
Quando isto for possível, deve substituir-se o produto perigoso por outro que não apresente
riscos.
É igualmente preciso que se verifique o teor de poluentes na atmosfera (por exemplo, o teor
de fibras de amianto).
dermatoses ortoérgicas,
e
dermatoses eczemáticas, proposta há alguns anos por um autor francês, continua
válida para uma primeira aproximação, pois tem o mérito da clareza e da
simplicidade.
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As dermatoses ortoérgicas são definidas por um aspecto particular na pele doente, pela
localização no ponto de aplicação da agressão, pelo seu carácter colectivo (em princípio,
atingem todos os indivíduos expostos aos mesmos riscos), o que implica a não existência de
alguma predisposição particular. Estas dermatoses curam mais ou menos rapidamente
quando se suprime a causa. Devido aos progressos registados pela prevenção, este tipo de
dermatoses tem vindo a tornar-se cada vez mais raro.
piodermite;
impetigo;
foliculite;
furunculose;
antrax.
Outra situação frequente consiste nas onixis microbianas, ou seja, nas infecções microbianas
da unha e dos tecidos que a rodeiam; estas infecções localizam-se em um ou vários dedos e
caracterizam-se por um deslocamento da unha, que aparece com fissuras, ao mesmo tempo
que se desenvolve à volta dela dor, inchaço, vermelhidão e finalmente a saída do pus – o
vulgar panarício. Estas infecções, assim como as precedentes, devem ser tratadas
precocemente, para que não haja complicações.
Existem igualmente dermatoses infecciosas provocadas por fungos e não por bactérias;
estas dermatoses são as vulgares tinhas, que devem ser eficazmente tratadas porque são
muito contagiosas.
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As ulcerações da pele podem ser provocadas pela manipulação de certos produtos caústicos
ou agressivos.
Existem numerosos agentes capazes de provocar lesões na pele, e o mesmo agente pode
ser o responsável por dermatoses ortoérgicas ou dermatoses eczemáticas. Alguns desses
agentes químicos irão ser descritos a seguir:
Ácidos
Os ácidos minerais podem provocar queimaduras, geralmente limitadas e secas, mas que
demoram a curar. O ácido sulfúrico, por exemplo, além destas queimaduras pode provocar
uma coloração amarelo-acastanhada nas mãos, com acentuação das rugas da pele.
Bases
As bases, por exemplo a lixívia, provocam igualmente queimaduras da pele, mas mais
profundas e húmidas do que aquelas provocadas pelos ácidos.
Amianto
Além de outras lesões já estudadas, o amianto, que serve, por exemplo, para fabricar telhas
e revestimentos incombustíveis, pode provocar verrugas originadas por inclusão de
pequenos fragmentos na pele. Estas verrugas ficam normalmente curadas quando se
extraem esses pequenos fragmentos de amianto.
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Cal viva
Os eczemas aparecem muitas vezes com lesões primitivas, mas podem suceder às
dermatoses ortoérgicas, modificando o seu aspecto primitivo; assim, um operário que lide
com o cobre e que apresente os reflexos esverdeados da pele, característicos deste produto,
pode ser vítima de um eczema provocado igualmente pelo cobre, e que modifica
completamente os banais reflexos esverdeados, dando outro aspecto à lesão.
Estes eczemas profissionais aparecem alguns meses após o início do contacto com o agente
agressivo.
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Convém sublinhar que estas dermatoses são extremamente frequentes e podem revestir-se
de características muito diversas, ao contrário das dematoses ortoérgicas, em que
normalmente os agentes químicos provocam na pele lesões características e pouco
variadas.
A consequência prática desta faceta das dermatoses eczemáticas é que, quando aparece
um eczema em algum trabalhador, pode ser muito difícil para o médico descobrir o agente
químico implicado, devido à variedade e inconstância dos vários tipos de eczema que
qualquer produto pode originar.
Condições de aparecimento
Esta doença parece ser facilitada por certos estados anómalos da pele: assim, a secura, a
maceração (resultante do suor durante os meses quentes), os microtraumatismos repetidos
ocasionados pelos grãos de cimento, uma doença de pele preexistente (com realce para as
micoses), são tudo condições anómalas que tendem a favorecer o aparecimento do eczema
do cimento.
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Aspectos clínicos
Esta doença começa geralmente pelos dedos, podendo ficar localizada na face dorsal do
indicador e do dedo médio e à volta das unhas, sendo acompanhada de comichão. Neste
estádio, é possível a cura através do repouso, sobretudo se a pele reagir bem,
“acostumando-se” ao contacto com esse material estranho que é o cimento.
Na fase seguinte, que acontece invariavelmente, esta pele tão alterada acaba por se infectar
secundariamente; neste estádio, também ainda é possível curar estas lesões, mas o facto é
que isso se torna bastante mais problemático.
Esta dermatose agrava-se por vezes devido ao uso de luvas, que favorecem a maceração da
pele, especialmente em tempo quente, e agrava-se também com o uso de certos detergentes
cáusticos utilizados na higiene após o trabalho.
À medida que o tempo passa e as lesões vão evoluindo, o eczema do cimento torna-se
crónico, atingindo o estádio de dermatose residual: nesta fase, nem a suspensão do trabalho
permite esperar a cura da doença, tornando-se o operário num verdadeiro “doente da pele”.
Causas de aparecimento
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O tratamento das dermatoses eczemáticas, como é evidente, é do foro médico; o que não
poderá deixar de se fazer é alertar as pessoas para o facto de que é preciso subtrair o
doente ao contacto com o produto que provoca o eczema, o que, na prática, normalmente
implica a suspensão do trabalho.
A prevenção das dermatoses profissionais constitui uma das tarefas essenciais do médico do
trabalho e deve ser uma preocupação constante deste.
Esta prevenção deve exercer-se desde que o trabalhador inicia as suas funções e prosseguir
durante o tempo em que o trabalhador estiver no activo.
1º As pessoas que já têm problemas alérgicos (por exemplo, asura) estarão predispostas
às dermatoses profissionais?
Esta pergunta tem respostas contraditórias conforme a opinião de vários autores; parece,
no entanto, mais prudente recusar-lhes certas tarefas que os ponham em contacto com
numerosos produtos susceptíveis de provocar reacções alérgicas.
2º Será sempre preciso efectuar testes cutâneos aos trabalhadores, quando estes
iniciam o seu trabalho na empresa, com os produtos que serão ulteriormente
manipulados?
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lado, a existência de testes negativos não constitui qualquer prova irrefutável de que a
pessoa não venha a sofrer uma dermatose eczemática.
A substituição dos produtos que podem provocar alergias por produtos inofensivos, no
caso de ser tecnicamente possível, é com certeza uma medida eficaz.
Os agentes químicos (flúor, cádmio, chumbo, fósforo, cloreto de vinilo) podem provocar
alterações várias ao nível dos ossos e articulações, o mesmo sucedendo com os agentes
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Dores de postura
Estas traduzem-se por um fenómeno doloroso ritmado, que não existe quando o operário
inicia as suas funções, mas que começa a aparecer após alguns meses, por vezes um ou
dois anos. Estas dores fazem sentir-se então no final da manhã de trabalho, aumentam
progressivamente durante a tarde e desaparecem quando o operário se deita, à noite, não
havendo normalmente qualquer episódio doloroso nocturno; por vezes, este ritmo da dor é
menos nítido e ela faz-se sentir durante a noite ou ao levantar.
A evolução deste tipo de dores de postura é variável e vai desde a habituação até à
incapacidade passível de implicar a suspensão do trabalho.
por exemplo, um trabalho em que o antebraço esteja flectido a 90% sobre o braço,
não apoiado, necessita de uma tensão estática contínua por parte de uma série de
músculos, que vão desde o antebraço até ao pescoço e região dorsal. É este tipo de
trabalho estático que é susceptível de se tornar doloroso a longo prazo.
por outro lado, a circulação sanguínea, aquando de uma contracção estática
permanente, não é estimulada como acontece com os movimentos dinâmicos, o que
resulta numa pior irrigação dos músculos, o que também contribui para o
aparecimento da dor.
Estas dores de postura podem localizar-se em qualquer grupo muscular solicitado por um
esforço anormal. É sabido que os músculos são constituídos por três tipos de fibras com
funcionamento, respectivamente, rápido, médio e lento, o que permite, através da sua
presença simultânea, a adaptação suave e sensível da contracção muscular ao gesto
efectuado. Mas, como estes tipos de fibras serão repartidos desigualmente, a fadiga e as
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Escoliose e cifose
A escoliose é um desvio patológico lateral das curvaturas normais da coluna vertebral, sendo
a cifose um exagero da curvatura normal da coluna dorsal – a vulgar “marreca” ou
“corcunda”.
Tem-se insistido muito na relação dos factores profissionais com estas deformidades da
coluna; sem dúvida que uma posição viciosa do trabalhador, ao longo do tempo, pode ter um
papel importante no seu aparecimento, mas tais deformidades são frequentemente de
aparecimento espontâneo e não deve ser exagerada a importância do factor profissional.
Em todos aqueles que praticam esforços violentos ou carregam cargas pesadas, as dores
vertebrais são frequentes; por vezes, o exame radiográfico não mostra nenhuma lesão, ou
então mostra apenas uma discreta escoliose. Estas dores podem ser devidas a posições
viciosas ou então pode tratar-se de pequenas entorses vertebrais, como quando aparece o
“lumbago” na sequência de um esforço particularmente violento ou mal executado.
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Afecções do ombro
Muitos trabalhadores braçais são afectados por dores do ombro, com limitação de certos
movimentos, que são consequência dos mecanismos descritos atrás. Por vezes, existe dor
no ombro associada a nevralgia do pescoço; outras vezes, o braço inteiro fica “sem acção”,
como se diz popularmente, o que, na maioria das vezes, corresponde a uma impotência
funcional de um dos músculos do ombro, o deltóide. Esta impotência acontece quando existe
um movimento brusco e violento do braço, que provoca uma distensão do músculo deltóide e
um estiramento da cápsula articular do ombro; esta afecção é conhecida também como
“braço caído” e, devido aos fenómenos de inflamação da articulação do ombro que acarreta,
necessita de tratamento médico.
Afecções do cotovelo
Outras afecções do cotovelo são conhecidas sempre que, por exemplo, os músculos do
antebraço sofrem uma sobrecarga excessiva, como acontece nos trabalhos em que é preciso
apertar e desapertar com força parafusos ou outro tipo de material. Nestes casos, a dor
aparece com os movimentos, cessa com o repouso, mas acaba por se tornar incapacitante.
Neste capítulo, a afecção mais importante também resulta do uso dos martelos pneumáticos,
que podem provocar lesões do semi-lunar e do escafóide, que são pequenos ossos da
articulação do punho.
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Todos os exercícios e trabalhos violentos podem lesar a articulação do joelho, com afecções
que vão desde o arrancamento da espinha tibial às entorses, artroses e artrites.
Lesões do pé
Quando existe marcha forçada, e nomeadamente quando esta se faz com pesos excessivos,
os músculos do pé fatigados deixam de produzir a normal curvatura do pé, que tende a ficar
plano e mais frágil às sobrecargas, o que, por vezes, ocasiona fracturas espontâneas de
certos ossos, mais frequentemente no segundo metacarpiano.
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os higromas, ou seja, a acumulação de líquido dentro das bolsas articulares, que são
devidos à inflamação ou hemorragia dessas mesmas bolsas articulares, causada por
traumatismos, por atrito ou pelo esforço “normal” causado pela profissão; os
higromas são frequentes nos joelhos das pessoas que trabalham ajoelhadas,
ocasionando acumulação de líquido nas bolsas articulares das rótulas;
a doença de Dupuytren, que consta de fibrose dos tendões do punho, levando à
deformidade conhecida como “mão em garra” e à perda de função dos dedos,
observando-se frequentemente nos operários que profissionalmente serram com
força materiais duros; as causas desta doença são desconhecidas, mas a sua
frequência em certos trabalhadores faz pensar que haja intervenção de um factor
profissional actuando em conjunto com outros factores mal conhecidos;
os calos profissionais são calosidades epidérmicas e, mais do que doenças, são
estigmas profissionais; por vezes, contêm uma serosidade que pode infectar, e se
não forem bem tratadas, podem propagar a infecção às bainhas dos tendões dos
dedos.
Por vezes, existem dificuldades de diagnóstico quando surgem acidentes de trabalho, tais
como “esforços” ou contusões, e quando não existe qualquer sinal nas radiografias que
confirme a realidade de uma lesão traumática; essas dificuldades advêm do facto de uma
pequena entorse, uma ligeira rotura muscular ou um derrame sanguíneo profundo poderem
provocar alterações nas articulações e nos ossos.
A interpretação das radiografias feitas logo após o acidente fica ainda mais difícil quando são
visíveis lesões indiscutivelmente antigas; neste caso, o problema que se põe é o saber se os
sintomas invocados se devem ao traumatismo recente ou se, pelo contrário, estão
relacionados com lesões antigas.
Convém saber que as lesões podem ficar muito tempo sem dar qualquer problema e ser
mesmo compatíveis com trabalhos violentos, até ao dia em que se lhes sobrepõe um
traumatismo que as pode tornar dolorosas.
Cada caso deverá ser estudado isoladamente; se o indivíduo exercia as suas funções
normalmente, nunca tinha sido tratado de “dores” antes do traumatismo, se os fenómenos
dolorosos aparecem logo após este se dar, então uma relação de causa-efeito deverá ser
admitida, por agravamento traumático de um estado anterior.
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2.5.2. Prevenção
Pondo de parte as agressões agudas devidas a vapores sufocantes, que são consideradas
acidentes de trabalho, as afecções bronco-pulmonares, ou seja, as afecções dos brônquios e
dos pulmões, repartem-se entre dois grandes grupos:
2.6.1. Pneumoconioses
A SILICOSE é uma doença dos pulmões resultante da inalação de poeiras de sílica livre
ou de dióxido de silício, e é de longe a mais importante das pneumoconioses.
Causas:
1ª Exposição ao risco - No que diz respeito à silicose, o risco está relacionado com certas
actividades profissionais. Existem três tipos de trabalhos que se expõem ao risco de silicose:
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Ao lado do trabalho nas minas, qualquer tarefa subterrânea, como seja a abertura de
túneis ou galerias, ou ainda a abertura de poços, expõem aos mesmos perigos de
silicose, proporcionais à quantidade de poeiras de sílica inaladas.
Os trabalhadores que projectam areia sobre peças a decapar estão muito expostos,
mas o risco tem vindo a diminuir à medida que, nas tarefas de decapagem, se vai
substituindo a areia por grenalha de aço.
b) a natureza química das poeiras - as poeiras poderão ser mistas, mas o mineral
que inegavelmente ocasiona a silicose é a sílica ou o dióxido de silício;
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3º Factor individual - Como todas as pessoas são diferentes, é inegável que a mesma
exposição ao risco de silicose provoca alterações e sobretudo evoluções muito diversas
conforme as pessoas atingidas. Todavia, sabe-se que em todas as pessoas as infecções,
sobretudo crónicas, dos brônquios e dos pulmões aumentam o risco nas pessoas expostas;
a tuberculose favorece os efeitos nefastos da sílica livre e, reciprocamente, a silicose
aumenta o risco de contrair a tuberculose.
Estudo clínico
O diagnóstico da silicose é feito com base nos antecedentes profissionais e nos exames
radiográficos; o interrogatório sobre os sintomas e o exame clínico são indispensáveis para
apreciar o prognóstico da doença (e a sua evolução).
1º Sintomas
2º Exame clínico
As lesões da silicose não dão nenhum sinal físico particular, havendo todavia os sinais
inerentes à dificuldade e insuficiência respiratórias.
A tuberculose nunca poderá ser despistada através da auscultação, mas sim através dos
seus sintomas próprios ou de alterações das imagens radiográficas.
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3º Complicações
Prevenção técnica
A difusão destas poeiras deve ser evitada, através de sistemas de captação e aspiração bem
estudados.
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Causas:
Contrariamente à sílica, que tem aplicações industriais bem conhecidas, o amianto é utilizado
numa quantidade de aplicações que, por vezes, é difícil de identificar. Por isso, o risco
profissional situa-se principalmente na extracção do mineral, na indústria têxtil, no fabrico de
placas, de lajes e condutas que contenham amianto, e nos trabalhos de isolamento,
calorificação e insonorização com materiais contendo este mineral.
Estudo clínico
atingimento pulmonar;
manifestações pleurais benignas;
tumores malignos.
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radiológico não é o mais seguro para fazer o diagnóstico, apesar de dar alguns sinais
que podem ajudar bastante.
Evolução e prognóstico
A duração da evolução desta pneumoconiose é variável, sendo por vezes muito longa.
As manifestações na pleura têm muitas vezes uma longa evolução, e um grande intervalo de
tempo separa o início da exposição ao risco do aparecimento dos tumores malignos nos
brônquios ou na pleura, que, quando aparecem, normalmente atingem os “velhos”
trabalhadores do amianto.
Este tipo de doenças acontece quando algum tipo de poeira, animal ou vegetal, provoca na
pessoa com que ela contacta determinado conjunto de reacções alérgicas que levam à
inflamação dos alvéolos pulmonares.
As afecções profissionais de origem alérgica são um conjunto vasto de doenças, com nomes
que geralmente indicam a profissão do indivíduo que delas sofre.
Exemplos:
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O principal papel do médico do trabalho, dentro das empresas, não é o de tratar doenças,
mas o de actuar fundamentalmente na prevenção das mesmas, contribuindo para a
educação sanitária dos trabalhadores. Assim, durante as suas conversas com os
trabalhadores, deverá explicar-lhes, por exemplo:
que as férias não devem ser um factor de cansaço mas pelo contrário devem servir,
fundamentalmente, para descansar;
a necessidade da higiene pessoal, compreendendo a lavagem dos dentes, a
alimentação conveniente, os perigos do álcool, os perigos do tabagismo e das
drogas em geral;
a necessidade de terem as vacinas do tétano em dia e, no caso de os trabalhadores
fazerem serviço noutros países ou continentes, elucidá-los acerca das vacinas que
terão de efectuar;
os comportamentos a evitar e os sintomas a ter em conta para a prevenção de certas
doenças graves, nomeadamente o cancro.
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3. A alimentação do trabalhador
A alimentação correcta é uma das formas de evitar que o desgaste físico e psíquico tenha
repercussões nefastas sobre a sua qualidade de vida.
Alguns erros alimentares são muito frequentes. A alimentação das cantinas ou dos
restaurantes peca por exageros e carências.
Sal:
O limite máximo admitido por dia é de 5g. A cozinha portuguesa habitual chega a utilizar 18g.
Gorduras:
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Outro problema é o facto de se usar, para fritar, margarina, manteiga, óleos não próprios,
óleos já velhos e queimados.
Açúcar:
Para além do açúcar utilizado para adoçar, deve incluir-se o açúcar utilizado na confecção
dos alimentos, tais como pão (pão para hambúrgueres, pão tipo “Panrico”), bolos, doces,
compotas, gelatinas, ketchup, maionese industrial, outros molhos, bebidas não light, sumos
produzidos com base em concentrados de frutas.
1) Ter um horário certo para as refeições, comendo devagar, com boa mastigação e em
tranquilidade.
2) Tomar sempre o pequeno-almoço e não fazer intervalos entre refeições superiores a
3,5 horas.
3) Fazer 6 refeições por dia: pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, lanche, jantar e
ceia.
4) Nunca comer de modo a sentir-se “cheio”.
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4. O álcool
P retende-se com este capítulo abordar um problema que afecta muitas pessoas ligadas
ao processo construtivo e que, muitas vezes, dá origem a acidentes graves.
A ingestão de vinho ou cerveja pode fazer parte dos hábitos normais do homem, quando ela
se der dentro das regras de moderação.
Uma vez ingerido, o álcool de qualquer bebida alcoólica vem a ser destruído, na sua quase
totalidade, pelo fígado.
Só uma pequeníssima porção (cerca de 3%) não é destruída, sendo eliminada pelos
pulmões (através da respiração), pelos rins (por meio da urina) e pela pele (através da
transpiração).
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O álcool é destruído ou “queimado”, na sua maior parte, pelo fígado, através de várias fases:
ÁLCOOL
ALDEÍDO ACÉTICO
ÁCIDO ACÉTICO
Regras da Sobriedade:
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Alcoolismo - o que é?
É uma doença causada pelo uso imoderado de bebidas alcoólicas, doença que faz sofrer
não só o indivíduo (física e mentalmente), mas também a sua família, os que com ele
trabalham e ainda as pessoas com quem convive ou com quem de algum modo possa estar
relacionado.
É o conjunto de perturbações físicas e mentais que um ser humano pode apresentar quando
bebe, ocasionalmente, uma dose excessiva de bebidas alcoólicas.
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No alcoolismo crónico há, pois, um permanente efeito tóxico sobre os órgãos do corpo
humano, produzindo no indivíduo alterações físicas (por exemplo, gastrite, polinevrite, cirrose
hepática) e mentais (por exemplo, delirium tremens, demência).
Alcoolémia - o que é?
Muitas vezes o homem cai no uso e abuso das bebidas alcoólicas pela influência que sobre
ele exercem os falsos conceitos e virtudes do álcool, e por ignorar as suas reais
propriedades e seus perigos.
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O Álcool aquece?
Quando se bebe uma bebida alcoólica, a sensação de frio na face, nas mãos ou na pele
diminui ou mesmo desaparece, substituída por um certo rubor, o que leva a afirmar que “o
álcool aquece”.
Ao beber-se álcool “para aquecer num dia de frio”, o que na realidade acontece é um
aumento da temperatura cutânea (por passar a haver maior circulação de sangue na pele) e,
simultaneamente, a perda de calor dos órgãos no interior do organismo (onde era essencial
haver calor), arrefecidos por um sangue que volta para o interior mais frio.
Como conclusão, o álcool não aquece o organismo, antes pelo contrário provoca-lhe perda
de calor.
Por isso, se em vez de se beber água ou qualquer bebida sem álcool, se ingerir uma bebida
alcoólica quando se tem sede, a sede vai-se agravando.
Logo, quanto mais álcool uma bebida contiver, menos capacidade terá de “matar a sede” a
quem a bebe.
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O Álcool dá força?
Os músculos do homem não trabalham com álcool, todos sabem como ele “corta as pernas”
dos desportistas.
É habitual dizer-se que o álcool ajuda a digestão, fazendo com que o indivíduo, depois de
uma refeição opípara, sinta o estômago “menos cheio”.
Trata-se, portanto, de um falso efeito digestivo do álcool que traz, como é evidente,
perturbações digestivas de vária ordem.
O álcool é um remédio?
Embora muitas das queixas que um doente apresenta (mal-estar, dores, etc.) sejam muitas
vezes “abafadas” pelo álcool, ele não funciona como remédio, pois estes efeitos estão
apenas relacionados com as suas propriedades euforizantes e anestésicas. Será, por
conseguinte, um “falso” e perigoso remédio, tanto mais que provoca também uma verdadeira
diminuição das defesas e resistências do homem, que se torna, assim, mais facilmente
vulnerável à doença (os resfriados, gripes, tuberculose, pneumonias, etc., são exemplos de
doenças mais frequentes nos alcoólicos que nos outros homens).
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Os efeitos da Doença Alcoólica podem ser encarados sob dois aspectos: nas suas
consequências individuais e nas suas consequências sociais.
Consequências individuais:
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Consequências sociais
Para além do sofrimento físico e psíquico que o alcoolismo causa ao próprio indivíduo,
também na família e no lar existem graves repercussões, desde as privações materiais de
toda a ordem, às incompreensões, discussões, maus-tratos, miséria, doença; existe mesmo
o que poderá chamar-se uma doença do lar alcoólico. Os filhos de alcoólicos são vítimas
directas do alcoolismo dos pais, quer durante a gravidez e amamentação por mães
alcoólicas, quer durante toda a sua infância e adolescência, com consequências muitas
vezes irreparáveis.
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Bibliografia
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