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° 145
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
ARTIGO 3.°
(Arrendamentos mistos)
assembleia nacional
1. Envolvendo o contrato unia parte urbana e uma parte
rústica, só se considera como urbano o arrendamento se a
Lei n.° 26/15 parte urbana for de valor superior à rústica.
de 23 de Outubro
0 Decreto n.° 43.525, de 7 de Março de 1961 e o Código 2. Para efeitos do número anterior, atende-se ao valor que
Civil que constituem as leis básicas que estabelecem o regime resulta da matriz predial ou, na falta ou deficiência desta, à
jurídico do arrendamento urbano em Angola, encontram-se renda que os contratantes tiverem atribuído a cada uma das
desactualizados e desajustados à realidade constitucional e partes e na falta de discriminação, procede-se a avaliação de
económico-social. acordo com o disposto no artigo 568.° e seguintes do Código
Há, por isso, necessidade de se actualizar os referidos
de Processo Civil.
Diplomas Legais e adequá-los à actual realidade constitucional
e económico e social e por esta via concretizar-se o direito à ARTIGO 4.°
(Finalidade do contrato)
habitação e à qualidade de vida enquanto direito programático;
Havendo necessidade de se repor o equilíbrio contratual 1. O arrendamento urbano pode ter como finalidade a
entre os contratantes e por esta via garantir um maior número habitação, a actividade comercial ou industrial, o exercício de
de alternativas no acesso à habitação; profissão liberal ou outro fim similar lícito do prédio.
Nestes termos, ao abrigo da alínea c) do n.° 1 do artigo 165.°
2. Quando nada se estipule, o inquilino só pode utilizar o
e da alínea d) do n.°2 do artigo 166.°, ambos da Constituição da
prédio para habitação.
República de Angola, a Assembleia Nacional aprova a seguinte:
ARTIGO 5.°
(Arrendamento com pluralidade de fins)
LEI DO ARRENDAMENTO URBANO
Quando um prédio urbano for arrendado para fins diferentes
sem subordinação de uns a outros, observar-se-á, relativamente
CAPÍTULO I
a cada um deles, o regime respectivo, podendo ser decretado
Arrendamento Urbano em Geral
o despejo de uma parte arrendada para determinado fim e
SECÇÀOI
manter-se o da parte destinada a outro fim, determinando-se
Disposições Gerais
o valor da parte subsistente do contrato de harmonia com os
ARTIGO l.° critérios estabelecidos norp.5 2 do artigo 3.° da presente Lei.
(Objecto e âmbito)
1. A presente Lei regula o regime jurídico do arrendamento ARTIGO 6.°
de prédios urbanos, sem prejuízo das disposições do Código (Alterações lícitas)
3. No caso previsto no n.° 1 do presente artigo, a inobser- 3. Salvo o disposto no artigo seguinte, a falta de algum ou
-vância da fornia escrita só pode ser suprida pela exibição alguns dos elementos referidos nos n.os 1 e 2 do presente artigo
do recibo de renda. não determina a invalidade ou a ineficácia do contrato, quando
4. No caso previsto na alínea a) do n.° 2 do presente artigo possam ser supridas nos termos gerais do Direito Civil e desde
que os motivos determinantes da forma se mostrem satisfeitos.
a falta de escritura pública ou de registo não impede que o
4. Deve ser anexado ao contrato e assinado pelas partes
contrato se considere validamente celebrado e plenamente
o regulamento da propriedade horizontal, se o houver, e um
eficaz desde que tenha sido observada a forma escrita. documento onde se descreva o estado de conservação do local
ARTIGO 9.° e suas dependências, bem como do prédio, de acordo com a
(Arrendamentos sujeitos a registo) tabela a ser aprovada aplicando-se, na sua falta ou em caso
Estão sujeitos a registo os arrendamentos por mais de de omissão ou dúvida, o disposto no n.° 2 do artigo 1.043.°
do Código Civil.
seis (6) anos, bem como as respectivas transmissões e subar
5. Aos contratos de arrendamento que, sem prévia negociação
rendamentos, quando permitidos. individual, os proponentes ou destinatários indeterminados
ARTIGO 10.° se limitem a subscrever ou a aceitar, bem como às cláusulas
(Conteúdo) inseridas em contratos individualizados cujo conteúdo,
1. Do contrato de arrendamento urbano deve constar: previamente elaborado, o destinatário não pode influenciar,
é ainda aplicável o disposto na Lei sobre as Cláusulas Gerais
a) A identidade dos contratantes, através da indicação dos Contratos.
do nome completo, estado civil, naturalidade,
ARTIGO 11.°
residência e Número de Identificação Fiscal; (Certificado dc Habitabilidade)
3748
ARTIGO 18.°
ARTIGO 13.’ (Depósito para obras)
(Duração máxima)
1. Se, depois de notificado pela autoridade administrativa
A duração máxima do arrendamento urbano é de trinta
(30) anos, considerando-se reduzido a este limite quando competente, o senhorio não iniciar, dentro do prazo fixado na
notificação, as obras de conservação ordinária que legalmente
estipulado prazo superior.
estejam a seu cargo, tem o inquilino direito de depositar, nos
SECÇÃO IV
Obras lermos do artigo 31.°, à ordem do senhorio, a parte da renda
ARTIGO 14.°
correspondente ao aumento de um duodécimo por mês, do
(Tipos de obras) produto resultante da aplicação da taxa da renda condicionada
Nos prédios urbanos, e para efeitos da aplicação do disposto ao custo total das obras.
na presente Lei, podem ter lugar obras de conservação ordinária,
2.0 depósito só pode ser levantado pelo senhorio mediante
obras de conservação extraordinária e obras de beneficiação.
a apresentação de documento no qual conste uma declaração
artigo 15." da autoridade administrativa competente que confirme a
(Obras de conservação ordinária)
1. Obras de conservação ordinária são aquelas que se des conclusão das obras.
tinam, a manter o prédio arrendado nas condições requeridas 3. Quando, nos termos do artigo 21.° ou do artigo 22.°,
pelo fim do contrato e existentes à data da sua celebração. as obras em falta sejam realizadas pelo próprio inquilino ou
2. São ainda obras de conservação ordinária, as seguintes: pela autoridade administrativa competente, o depósito reverte,
a) A reparação e limpeza geral do prédio arrendado e por conta das despesas, a favor de quem as tenha efectuado.
suas dependências; ARTIGO 19.°
b) As obras impostas pela Administração Pública nos (Execução dc obras pelo inquilino)
termos da lei aplicável, que visem conferir ao prédio 1. Se o senhorio não realizar, no prazo que tiver sido
arrendado as características apresentadas aquando
fixado pela autoridade administrativa competente, as obras
da concessão do Certificado de Habitabilidade;
de conservação ou beneficiação que estejam a seu cargo e
3. Ficam ressalvados todos os direitos que o senhorio e o
exigidas pelo fim ou fins a que o prédio arrendado se destina,
inquilino tenham perante terceiros.
4. A realização das obras referidas no n.° 1 deste artigo pode o inquilino fazê-la ou mandar fazê-las por conta daquele,
dá lugar à actualização das rendas regulada nos artigos 46.° sendo os custos das obras deduzidos das rendas.
e 47.° da presente Lei. 2. No caso previsto no número anterior, o inquilino deve
5. As obras de conservação ordinária estão a cargo do
obter previamente, junto da autoridade administrativa com
senhorio, sem prejuízo do disposto no artigo 1043.° do Código
petente, um orçamento do respectivo custo, a comunicar ao
Civil e no artigo 6.° da presente Lei.
senhorio, por escrito, e que representa o valor máximo pelo
ARTIGO 16.°
(Obras de conservação extraordinária) qual este é responsável.
1. As obras de conservação extraordinária são aquelas cuja 3. Havendo pluralidade de inquilinos, o disposto nos
execução se tome necessária para corrigir ou suprimir vício ou números anteriores, relativamente às partes comuns, depende
defeito de construção do prédio arrendado, bem como vício do consentimento, da maioria absoluta dos inquilinos, ficando
ou defeito provocado por caso fortuito ou de força maior.
os restantes vinculados.
2. As obras de conservação extraordinária e de beneficia
ção ficam a cargo do senhorio quando, nos termos das leis ARTIGO 20.°
(Reparações ou outras despesas urgentes)
administrativas em vigor, a sua execução lhe seja ordenada
1- Se o senhorio estiver em mora quanto à obrigação de
pela autoridade administrativa competente ou quando haja
acordo escrito das partes no sentido da sua realização, com fazer reparações ou outras despesas, e umas e outras, pela sua
discriminação das obras a efectuar. urgência, não se compadecerem com as delongas do proce
3. A realização das obras referidas no número anterior dimento judicial, tem o inquilino a possibilidade de fazê-las
dá lugar à actualização das rendas regulada nos artigos 46.°
ou mandá-las fazer extrajudicialmente, com direito ao seu
e 47.° da presente Lei.
reembolso pelos meios ordinários, ficando livre ao senhorio o
4. Ficam ressalvados todos os direitos que o senhorio e o
inquilino tenham perante terceiros. direito de discutir a necessidade, urgência e o custo das obras.
2. Quando a urgência, não consinta qualquer demora ou
ARTIGO 17.°
(Obras de beneficiação) iamenlo, o inquilino pode fazer as reparações ou despesas
São obras de beneficiação todas as que não estejam também com direito de reembolso, independentemente de
abrangidas nos artigos 15.° e 16.° da presente Lei. a do senhorio, contando que o avise imediatamente, p°r
a registada ou por correio electrónico, se possível.
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Quando o inquilino execute as obras ao abrigo dos artigos 19.° Na falta de convenção em contrário, se as rendas estiverem
e 20.° da presente Lei e enquanto não estiver integralmente em correspondência com os meses do calendário gregoriano,
reembolsado das despesas efectuadas e respectívos juros, a primeira vencer-se-á no momento da celebração do contrato
e cada uma das restantes no primeiro dia útil do mês imedia
acrescidos de 10% destinados a despesas de administração
tamente anterior àquele a que diga respeito.
de condomínio, apenas é obrigado a pagar ao senhorio 30%
ARTIGO 25.°
da renda vigente à data da notificação ao senhorio para a (Obrigação dc pagar as rendas ate à restituição do prédio)
execução das referidas obras. A renda, mesmo depois de findo ou resolvido o contrato,
ARTIGO 22.° é sempre devida pelo inquilino, ou por quem em seu lugar
(Execução administrativa)
ocupa o prédio, até à efectiva restituição deste ao senhorio.
1. As autoridades administrativas competentes podem ARTIGO 26.°
(Lugar do pagamento)
determinar a realização de obras coercivas, procedendo ao
despejo nos termos da lei, ocupando o prédio ou fogos, total O pagamento da renda deve ser efectuado no domicílio
do inquilino à data do vencimento, se os contratantes ou os
ou parcialmente, até ao período de um ano após a data da
usos não fixarem outro regime.
conclusão das obras.
ARTIGO 27.°
2. Sem prejuízo do disposto na presente Lei, a execução (Mora do inquilino)
administrativa de obras em prédios arrendados está sujeita à 1. Constituindo-se o inquilino em mora, o senhorio tem o
legislação em vigor. direito de exigir, além das rendas em atraso, uma indemnização
3. Enquanto estiverem a decorrer as obras o inquilino será igual ao juro legal em vigor.
realojado nos termos da legislação aplicável. 2. Cessa o direito à indemnização ou à resolução do
4. Durante a execução da obra, o contrato de arrendamento contrato, se o inquilino fizer cessar a mora no prazo de
oito (8) dias a contar do seu começo.
suspende-se até à sua conclusão.
3. Enquanto não forem cumpridas as obrigações a que o
5. Na falta de pagamento voluntário das c^espesas implicadas
n.° 1 deste artigo se refere, o senhorio tem o direito de recusar
pela execução administrativa referida do presente artigo, a o recebimento das rendas seguintes, as quais são consideradas
autoridade administrativa que haja realizado deve proceder em dívida para todos os efeitos.
à respectiva cobrança coerciva por via judicial. 4.0 recebimento de novas rendas não priva o senhorio do
6. Para efeitos do disposto no número anterior, tem força direito à resolução do contrato ou à indemnização referida,
de título executivo a certidão passada pelos serviços admi com base nas prestações em mora.
ARTIGO 28.°
nistrativos competentes de onde conste o quantitativo global
(Antecipação de renda)
das despesas em dívida.
1. É proibido aos contratantes estipularem antecipação de
7. Enquanto se mantiver o arrendamento, apenas respondem
renda superior à correspondente a três (3) meses, relativamente
pela dívida exequenda e respectívos juros as rendas vencidas ao início do período a que respeita, ficando reduzida a esses
desde a notificação prevista no n.° 1 do artigo 19.° até integral limites sempre que os exceda.
reembolso das rendas vincendas. 2. O mês computa-se pelo calendário gregoriano, quando
SECÇÃO v
as rendas estejam em correspondência com os meses do
Renda referido calendário, calculando-se, nas restantes hipóteses,
em trinta (30) dias.
SUBSECÇÃO I
Disposições Gerais
3. Na renovação ou prorrogação do contrato de arrenda
mento, o senhorio não pode exigir a antecipação de renda,
ARTIGO 23.°
superior a trinta (30) dias.
(Fixação do valor da renda cm Kwanzas)
SUBSECÇÃO II
1. O quantitativo da renda deve ser fixado em Kwanzas, Depósito de Rendas
sem prejuízo das actualizações anuais a efectuar, nos termos
ARTIGO 29.°
do disposto no artigo 39.° da presente Lei. (Depósito)
2. Sem prejuízo da validade do contrato, é nula a cláu O inquilino pode depositar a renda:
sula pela qual se convencione o pagamento da renda em a) Quando, sem culpa sua, não possa efectuar a prestação
moeda estrangeira. ou não possa fazê-lo com segurança por qualquer
3. Com a entrada em vigor da presente Lei todos os con motivo relativo à pessoa do senhorio ou quando
tratos devem cumprir com o disposto no n.° 1 deste artigo. este esteja em mora;
DIÁRIO DA REPÚBLICA
3750
ARTIGO 33.°
j. fazer cessar a mora, e
^da, nos termos
b) Quando lhe seja Per™ (Impugnação do depósito)
-^TX^^.^apresenteLei;
1. A impugnação do depósito deve ocorrer no prazo de
previstos no . ' fazer caducar o direito a quinze (15) dias contados da comunicação, seguindo-se
c) Quando lhe seja pe da Q que
depois, o disposto na lei de processo sobre a impugnação da
resolução por falta P= contestaçào da
consignação em depósito.
suce^e<'uand°o123^^u°dapQSj(eo valor devido
2. Quando o senhorio pretenda resolver o contrato por
2Ú—çà^vtsta no n.° 1 do artigo 27.”
não pagamento de renda, a impugnação deve, no entanto,
ser efectuada em acção de despejo a intentar no prazo de
dl dt d“7 d™d“ quinze (15) dias contados da comunicação do depósito ou,
o inquilino pagar ou depositar, na pendencia dessa
estando a acção já pendente, na resposta à contestação ou em
acção, as rendas veneidas nos termos gerais, sob articulado específico, apresentado no prazo de sete (7) dias
pena de despejo imediato. contados da comunicação em causa, sempre que esta ocorra
ARTIGO 30." depois da contestação.
(Termos do depósito)
3.0 processo de depósito é apensado ao da acção de despejo.
1.0 depósito é feito num Banco Comercial, perante um
ARTIGO 34.°
documento em dois exemplares, assinado pelo inquilino ou (Levantamento de depósito pelo senhorio)
por outrem, em seu nome, e do qual constem:
1. O senhorio pode levantar o depósito mediante escrito
a) A identidade do senhorio e do inquilino;
particular em que declare que não o impugnou nem o pre
b) A identificação e localização do prédio, ou parte de
tende impugnar.
prédio, arrendado; 2. O documento referido no número anterior deve ser
c) O quantitativo da renda; assinado pelo senhorio ou pelo seu representante, devendo a
d) O período de tempo a que a renda diz respeito, assinatura ser reconhecida por notário, quando não se apresente
e) O motivo por que se pede o depósito. o bilhete de identidade respectivo.
2. Um dos exemplares do documento referido no número
ARTIGO 35.°
anterior fica em poder dum Banco Comercial, cabendo o (Necessidade de decisão judicial)
outro ao depositante, com o lançamento de ter sido efectuado 1. O depósito impugnado pelo senhorio e o depósito
o depósito.
realizado condicionalmente pelo inquilino, nos termos do
3. O depósito fica à ordem do Tribunal competente da
artigo 1042.°, n.° 2 do Código Civil, só podem ser levantados
situação do prédio mesmo quando efectuado na pendência
após decisão judicial e de harmonia com ela.
da acção de despejo, do respectivo tribunal.
2. O depósito condicional de rendas e da indemnização
ARTIGO 31.° legal pode ser levantado na sua totalidade pelo senhorio, à custa
(Comunicação ao senhorio)
do inquilino, caso se prove a falta de pagamento de rendas.
1. A comunicação ao senhorio, do depósito da
é obrigatória. renda 3- Quando não seja feita a prova referida no número
anterior, o senhorio apenas tem direito às rendas, podendo o
2. A junção do duplicado ou duplicados das guias de
depósito à contestação da acção de despejo baseada na falta inquilino levantar o restante à custa daquele.
de pagamento nem de comunicação dos depósitos sucessivos. efeito, incorrendo o senhorio em multa equivalente ao dobro
da quantia depositada, sem prejuízo da responsabilidade penal
2. Os depósitos posteriores são considerados dependência
correspondente ao crime de falsas declarações.
e consequência do depósito inicial, valendo quanto a eles o
que for decidido em relação a este. SUBSECÇÃO III
3. Se o processo tiver subido em recurso, os documentos Actualização de Rendas
2. A nova renda considera-se aceite quando o inquilino 1. Nos meses imediatamente subsequentes à decisão
não discorde nos termos do artigo 43.° da presente Lei e no final, deve proceder-se aos eventuais acertos relativos às
rendas vencidas.
prazo nele fixado.
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ARTIGO 53.°
ARTIGO 50.°
(Princípio geral) j (Autorização do senhorio)
1. Os contratantes estipulam por escrito o regime dos Por escrit °nZa^ão ^ara subarrendar o prédio deve ser dada
encargos e despesas, aplicando-se, na falta de estipulação em Para o contrato™ eSC^tUra Publica, consoante a forma exigida
contrário, o disposto nos números seguintes.
endamento só é eficaz se for notificado ao senhorio.
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3.0 subarrendamento não autorizado considera-se, todavia, b) Na celebração de novo contrato de arrendamento,
ratificado pelo senhorio, se ele reconhecer o subarrendatário em caso de caducidade do seu contrato.
como tal. 2.0 direito previsto na alínea b) do número anterior existe
ARTIGO 54.° enquanto não for exigível a restituição do prédio, nos termos
(Limite da renda nos subarrendamentos)
do artigo 1053.° do Código Civil.
1. O inquilino não pode cobrar do subarrendatário renda ARTIGO 59.°
superior à devida por força do contrato de arrendamento, (Pluralidade de preferentes)
acrescida de 20 por cento no subarrendamento total e 10 por Sendo dois ou mais os preferentes, aplicar-se-á o disposto
cento no parcial. no artigo 419.° do Código Civil.
2.0 incumprimento do disposto no número anterior cons
ARTIGO 60.°
titui fundamento de resolução do contrato pelo senhorio, sem (Graduação)
prejuízo da responsabilidade penal do inquilino correspondente
O direito de preferência do inquilino é graduado imediata
ao crime de especulação.
mente acima do direito de preferência conferido ao proprietário
ARTIGO 55.°
(Comunicação)
do solo pelo artigo 1535.° do Código Civil.
2. Se o inquilino fizer prova documental do pagamento 4. O detentor deve requerer, no prazo de cinco (5) dias, a
das rendas vencidas na pendência da acção de despejo e confirmação da suspensão do despejo, sob pena de imediata
da respectiva indemnização, no prazo referido na alínea c) execução do mandado.
do número anterior, caduca o direito de o senhorio pedir o 5. Com o requerimento referido no n.° 4 do presente artigo
despejo imediato. devem ser apresentados os documentos disponíveis decidindo
3. Quando o incidente de despejo imediato seja suscitado o juiz, sumariamente, ouvido o senhorio, se a suspensão é
mantida ou o mandado é executado.
perante o Tribunal Superior, por motivo de recurso, deverá
ARTIGO 73.°
ser este tribunal a decidir da sua procedência.
(Suspensão por doença)
ARTIGO 71.°
(Mandado de despejo) 1.0 executor deve ainda sustar o despejo quando, tratando-
-se de arrendamento para habitação, se mostre, por atestado
1. O senhorio pode requerer que se passe mandado para
médico, que a diligência põe em risco de vida, por razões de
execução do despejo, quando o inquilino não entregue o prédio
doença aguda, da pessoa do inquilino ou seu cônjuge.
na data fixada na sentença.
2. O atestado referido no número anterior deve indicar de
2.0 requerente deve pôr à disposição do executor os meios
modo fundamentado o prazo durante o qual se deve sustar
necessários para a remoção, transporte e depósito dos móveis
o despejo.
e objectos que sejam encontrados no local.
3. No caso referido no n.° 1 deste artigo, aplica-se o disposto
3. Quando seja necessário arrombar as portas ou vencer
nos n.os 3, 4 e 5 do artigo 72.° da presente Lei.
qualquer resistência material, o funcionário encarregado 4. O senhorio pode requerer, à sua custa, o exame do
de executar o mandado deve requisitar imediatamente a doente por dois médicos nomeados pelo juiz, decidindo este
intervenção da força pública e a assistência da autoridade da suspensão, segundo a equidade, mas que em todo caso
administrativa competente, em cuja presença se efectuará o não poderá exceder os três meses para a desocupação do
despejo, lavrando-se auto da ocorrência. prédio arrendado.
ARTIGO 72.° SUBSECÇÃO II
(Casos cm que a execução do mandado é sustada) Cessação por Acordo das Partes
2. O executor deve sustar, porém, no despejo: 1. Os contratantes podem, a todo o tempo, revogar o
a) Quando o detentor não tenha sido citado para a contrato, mediante acordo.
acção e exibir: 2.0 acordo referido no número anterior deve ser celebrado
(í) Título de arrendamento ou de outro gozo legítimo por escrito, sempre que não seja imediatamente executado ou
do prédio, emanado do exequente; sempre que contenha cláusulas compensatórias ou quaisquer
(ii) Título de subarrendamento ou de cessão da outras cláusulas acessórias.
posição contratual, emanado do executado; 3. A revogação efectiva, materializada na entrega do prédio
(iii) Documento comprovativo de o senhorio ter arrendado ao senhorio, dispensa a redução a escrito.
especialmente autorizado o subarrendamento SUBSECÇÃO III
Resolução
ou a cessão, ou de o senhorio ter reconhecido
o subarrendatário ou cessionário como tal. ARTIGO 75.°
b) Quando, independentemente do fundamento, seja (Resolução pelo inquilino)
decretado o despejo de prédios ocupados pelo 1.0 inquilino pode resolver o contrato nos termos gerais
Estado, por outras pessoas colectivas públicas ou de direito, com base em incumprimento do senhorio.
por pessoas colectivas que se proponham a fins 2. A resolução do contrato fundada na falta de cumprimento
humanitários ou de beneficência, assistência ou por parte do inquilino tem de ser decretada pelo tribunal.
ARTIGO 76.°
educação, caso em que o juiz fixa na sentença um
(Casos dc resolução pelo senhorio)
prazo razoável, não excedente a seis meses, para
1. O senhorio só pode resolver o contrato se o inquilino:
a desocupação do prédio.
3. Deve ser lavrada certidão das ocorrências referidas a) Não pagar a renda no tempo e lugar próprios nem
fizer depósito liberatório;
na alínea a) do número anterior, juntando-se os documentos
exibidos e advertindo-se o detentor do ónus previsto no b) Usar ou consentir que outrem use o prédio arrendado
número seguinte, com imediato conhecimento ao senhorio para fim ou ramo de negócio diverso daquele ou
daqueles a que se destina;
ou ao seu representante.
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2 O prazo de caducidade previsto no número anterior,
c) Usar o prédio arrendado, reiterada ou habitualmente,
quando se trate de facto continuado ou duradouro, conta-se
para práticas ilícitas, imorais ou desonestas;
a partir da data em que o facto tiver cessado.
d) Fizer no prédio arrendado, sem consentimento escrito
3. A violação do contrato deve qualificar-se como ins
do senhorio, obras que alterem substancialmente
tantânea, quando a conduta violadora for uma só, realizada
a sua estrutura externa ou a disposição interna das
ou executada em dado momento temporal, embora os seus
suas divisões, ou praticar actos que nele causem
efeitos permaneçam ou se protraiam no tempo.
deteriorações consideráveis, igualmente não con
4. A violação do contrato só deve ter-se como continuada,
sentidas e que não possam justificar-se nos termos
quando o processo de violação do contrato se mantenha em
do artigo 1043.° do Código Civil ou do artigo 6.°
aberto, alimentado pela conduta persistente do inquilino.
da presente Lei;
SUBSECÇÃO rv
e) Subarrendar ou emprestar, total ou parcialmente,
Caducidade
o prédio arrendado, ou ceder a sua posição con
tratual, nos casos em que estes actos são ilícitos, ARTIGO 78.°
(Caducidade do arrendamento)
inválidos por falta de forma ou ineficazes em
relação ao senhorio, salvo o disposto no artigo 1. Sem prejuízo do disposto em regimes especiais, o
1049.° do Código Civil; arrendamento caduca nos casos fixados pelo artigo 1051.°
arrendado para comércio, indústria ou exercício termos do artigo 104.° da presente Lei.
de profissão liberal, salvo caso de força maior ou ARTIGO 79.°
(Caducidade por expropriação por utilidade pública)
ausência forçada do "inquilino que não se prolongue
por mais de dois anos; 1. A caducidade do contrato em consequência de expropria
h) Conservar o prédio desabitado por mais de um ano ção por utilidade pública obriga o expropriante a indemnizar
ou, sendo o prédio destinado à habitação, não tiver o inquilino.
nele residência permanente, habite ou não outra 2. O arrendamento para habitação e o arrendamento para
casa, própria ou alheia; comércio, indústria ou exercício de profissão liberal são con
i) Deixar de prestar ao senhorio os serviços que deter siderados encargos autónomos para efeito de indemnização
minam a ocupação do prédio. dos inquilinos.
2.0 disposto na alínea h) do número anterior não se aplica: 3. O inquilino habitacional obrigado a desocupar o fogo
a) Em caso de força maior ou de doença, devidamente em consequência de caducidade do arrendamento resultante de
soa que viva com o inquilino em união de facto, referen ' CS^eSaS re^advas à nova instalação, incluindo os
ainda que não reconhecida ou parente em linha resultant ° ’nclud^no irá pagar, e aos prejuízos
para a t $ c ^eríodo de Parafisação da actividade, necessária
recta do inquilino ou outros familiares dele, desde
erencia, calculada nos termos gerais de direito.
que, neste último caso, com ele convivam há mais
de um (1) ano. SUBSECÇÃO v
Denúncia
ARTIGO 77.°
(Caducidade do direito de pedir a resolução)
ARTIGO 80.°
1. A acção de resolução deve ser proposta dentro de um
I q. (Denúncia do contrato)
ano, a contar do conhecimento do facto que lhe serve de contrato nr P°dC ’mped^r a renovação automática do
fundamento, sob pena de caducidade.
do Código CivilCnd0 3 denÚncia regulada no artigo 1055.°
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3757
2. A denúncia do contrato pelo senhorio só é possível nos 2.0 senhorio que tiver diversos prédios arrendados só pode
casos previstos na lei e pela forma nela estabelecida. denunciar o contrato relativamente àquele que, satisfazendo as
ARTIGO 81.° necessidades de habitação própria ou de seus ascendentes ou
(Casos dc denúncia pelo senhorio)
descendentes em 1.° grau, esteja arrendado há menos tempo.
1. O senhorio pode denunciar o contrato para o termo do 3. O direito de denúncia para habitação do descendente
prazo ou da sua renovação nos casos seguintes: ou ascendente está sujeito à verificação do requisito exigido
a) Quando necessite do prédio para sua habitação ou na alínea b) do n.° 1 do presente artigo.
dos seus descendentes em 1.° grau ou ascenden
ARTIGO 84.°
tes, incluindo os do cônjuge ou do companheiro (Indemnização c reocupação do prédio)
de união de facto; 1. É devida ao inquilino, pela desocupação do prédio para
b) Quando necessite do prédio para nele construir habitação do senhorio, uma indemnização correspondente a
a sua residência ou dos seus descendentes em seis (6) meses de renda à data do despejo.
1.° grau ou ascendentes; 2. Se o senhorio, desocupado o prédio, não o for habitar
c) Quando se proponha ampliar o prédio ou construir dentro de noventa dias, ou o tiver devoluto durante mais de um
novos edifícios de modo a aumentar o número de (1) ano sem motivo de força maior, ou não permanecer nele
locais arrendáveis e disponha do respectivo plano durante dois (2) anos, e bem assim se ele não tiver iniciado,
de massas aprovado pela autoridade administra dentro desse mesmo prazo, a obra justificativa da denúncia,
tiva competente; o inquilino despedido tem direito, além de indemnização
d) Quando o prédio esteja degradado e não se mostre fixada no número anterior, à importância correspondente a
aconselhável, sob o aspecto técnico ou econó seis (6) meses de renda e pode reocupar o prédio, salvo, em
mico, a respectiva beneficiação ou reparação e qualquer dos casos mencionados, a ocorrência de morte ou
esteja aprovado pela autoridade administrativa deslocação forçada do senhorio não prevista à data do despejo.
competente o respectivo plano de massas. 3. O disposto no número anterior não se aplica nos casos
2.0 disposto no presente artigo não é aplicável às casas de que o inquilino despedido já tenha conseguido outro prédio
saúde, nem aos estabelecimentos de ensino oficial ou particular. para habitar, quer o tenha tomado de arrendamento, quer o
ARTIGO 82.° tenha adquirido em propriedade, compropriedade, usufruto,
(Forma dc denúncia)
uso e habitação ou direito de superfície.
1. A denúncia do senhorio deve ser feita em acção judicial,
ARTIGO 85.°
com a antecedência mínima de seis (6) meses relativamente (Denúncia para aumento de capacidade do prédio
ao fim do prazo do contrato ou da sua renovação, mas não ou por degradação do mesmo)
obriga ao despejo enquanto não decorrerem três (3) meses 1. A denúncia do contrato para aumento do número de
sobre a decisão definitiva. espaços arrendáveis é objecto de legislação especial.
2. A antecedência mínima de seis (6) meses exigida no 2. À denúncia do contrato prevista na alínea d) do n.° 1
número anterior é contada a partir da data da propositura da do artigo 81.° da presente Lei, aplica-se o regime referido no
número anterior.
acção de despejo.
3. A denúncia não é eficaz se acção de despejo for proposta CAPÍTULO II
com uma antecedência inferior a seis (6) meses. Arrendamento Urbano para Habitação
a) Todos os que fazem parte do seu agregado familiar, L Ficam sujeitos ao regime de renda condicionada os
numa adequada proporção em relação ao espaço arrendamentos constituídos por força do direito a novo
do prédio; arrendamento, nos termos do n.° 3 do artigo 79.° e 104.°,
b) Os hóspedes, salvo cláusula em contrário.
ambos da presente Lei.
2. Consideram-se sempre como vivendo com o inquilino,
“• O regime de renda condicionada é também obrigatório
os que fazem parte do seu agregado familiar e que com ele
nos arrendamentos:
residam em comunhão de mesa e habitação, ainda que paguem
a) De imóveis que, tendo sido construídos para fins
alguma tributação, e bem assim as pessoas relativamente às
quais, por força da lei ou de negócio jurídico que não respeite habitacionais pelo Estado e seus organismos
directamente à habitação, haja obrigação de convivência ou autónomos, institutos públicos e instituições de
de alimentos. previdência, tenham sido ou venham a ser ven
didos aos respectivos moradores;
SECÇÂO II
Regimes de Renda b) De imóveis construídos por cooperativas de habitação
no artigo 95.° da presente Lei. vinte ‘ krÍ£atOr’edade imposta no número anterior decorridos
3. No silêncio das partes presume-se que tenha sido esti co (25) anos contados da data da primeira transmissão
pulado o regime da renda condicionada, quando a isso não 0 Prédio, salvo disposição específica em contrário.
se oponha o montante da renda acordada.
ÍAet r artigo 95.°
Ua ,Zaçà0 até ao hmite da renda condicionada)
ARTIGO 91.°
(Renda livre)
contrato o P°de suscitar> para o termo do prazo do
1. No regime de renda livre, a renda inicial é estipulada
por livre negociação pelos contratantes. da renda / SUa renovaÇão, uma actualização obrigatória
2. Os contraentes podem convencionar, seja no próprio condicionad ° SeU Va^or em reg*me ren^a
contrato seja em documento posterior, o regime de actualização for pro ' .“o 0 inQuilino tenha outra residência ou
anual das rendas. desde que os na íocaí’dade em que resida, o
tacinnaío • esrnos possam satisfazer necessidades habí-
ldC,°nais imediatas.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3759
2. Na comunicação para efeitos da actualização obrigatória pelo juiz, por sentença que haja decretado o divórcio ou
da renda cabe ao senhorio identificar com rigor as residências pelo conservador do registo civil, consoante os casos,
ou imóveis que satisfaçam as exigências do número anterior. deve ser notificada oficialmente ao senhorio, no prazo
3. A actualização rege-se pelo artigo 41.° da presente Lei, de trinta (30) dias contados da decisão que decrete a
referida transferência.
com as adaptações seguintes:
a) A comunicação do senhorio é feita com a antece ARTIGO 99.°
(Transmissão por morte)
dência mínima de noventa (90) dias em relação ao
1. O arrendamento para habitação não caduca por morte
termo do prazo do contrato ou da sua renovação;
do primitivo inquilino ou daquele a quem tiver sido cedida a
b) A denúncia do inquilino é enviada por escrito no sua posição contratual, se lhe sobreviver:
prazo de quinze (15) dias após a recepção da
a) Cônjuge não separado de facto;
comunicação do senhorio, devendo o prédio ser
b) Pessoa que com ele coabitasse consecutivamente há
restituído devoluto até ao termo do prazo do con
mais de três (3) anos, em situação de união de facto;
trato ou da sua renovação.
c) Descendente com menos de um ano de idade ou
ARTIGO 96.°
(Renda apoiada)
que com ele convivesse há mais de um (1) ano;
SECÇÃOiv
o respectivo arrendamento;
Direito a Novo Arrendamento d) Queira o prédio para residência de parentes ou afins
em linha recta, desde que estes se encontrem nas
ARTIGO 104.°
(Direito a novo arrendamento) condições previstas nas alíneas b) ou c) do pre-
1. Quando o contrato de arrendamento para habitação sente artigo;
caduque por morte do inquilino, têm direito a novo arrenda Pretenda afectar o prédio a fim diferente da habitação
mento, sucessivamente: e °ktenha, para o efeito, a necessária licença da
a) As pessoas referidas na alínea a) do n.° 1 do artigo 89.° da autoridade administrativa competente;
presente Lei, desde que convivam com o inquilino retenda ampliar o prédio ou construir novo edifí
há mais de três (3) anos, com excepção das que cio, em termos de aumentar o número de espaços
arrendáveis.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3761
no artigo 108.° da presente Lei deve ser feita pelo senhorio 1. As pessoas referidas no artigo 104.° da presente Lei,
mediante comunicação escrito dirigida ao interessado ou sucessivamente e pela ordem nele estabelecida, têm direito
interessados e enviada no prazo de trinta (30) dias a contar de preferência na compra do prédio arrendado.
da comunicação referida no n.° 1 deste artigo. 2. O direito de preferência depende, no entanto, de elas
4. O não acatamento dos prazos referidos neste artigo terem pretendido, nos termos e prazos legais, exercer o direito
envolve a caducidade dos respectivos direitos. a novo arrendamento e de tal ter sido obstado pela invocação
ARTIGO 109.° referida na alínea a) do artigo 107.° da presente Lei.
(Novo contrato) 3. É aplicável ao direito de preferência previsto no pre
1.0 titular do direito ao novo arrendamento pode recorrer sente artigo, o disposto nos artigos 416.° a 418.° e 1410.° do
à execução específica prevista no artigo 830.° do Código Civil Código Civil.
com as necessárias adaptações. SECÇÃO VI
Cessação do Contrato
2. Os efeitos do novo contrato retroagem à data da cadu
SUBSECÇÃO I
cidade do anterior.
Contratos de Duração Limitada
3. A possibilidade de recurso à execução específica não
ARTIGO 112.°
preclude o recurso à acção de responsabilidade civil para (Estipulação de prazo efectivo)
ressarcimento dos danos causados pelo senhorio com a recusa
1. Os contratantes podem estipular um prazo para a duração
ilícita de celebrar novo arrendamento, sendo, para tal, neces
efectiva dos arrendamentos urbanos para habitação, desde que
sário, no entanto, que se verifiquem os restantes requisitos da
a respectiva cláusula seja inserida no texto escrito do contrato,
responsabilidade civil, previsto no Código Civil.
assinado pelos contratantes.
ARTIGO 110.°
2. O prazo referido no número anterior não pode, contudo,
(Indemnização c reocupação)
ser inferior a cinco (5) anos.
1. Se o senhorio ou as pessoas referidas na alínea d) do
ARTIGO 113.°
artigo 107.° da presente Lei, desocupado o imóvel, não o (Renovação automática, denúncia e revogação)
forem habitar a título permanente dentro de cento e oitenta
1. A denúncia efectuada pelo senhorio nos termos desta dispo
dias ou não permanecerem nele durante dois (2) anos ou sição não confere ao inquilino o direito a qualquer indemnização.
ainda quando não sejam feitas, dentro deste último prazo, 2. O inquilino pode denunciar nos termos referidos no
as obras que tenham justificado a recusa, pode a pessoa que número anterior, bem como revogar o contrato, a todo o
teria o direito ao novo arrendamento exigir uma indemnização tempo, mediante comunicação escrita a enviar ao senhorio,
correspondente a seis meses de renda, calculada nos termos com a antecedência mínima de noventa (90) dias sobre a data
do regime da renda condicionada anualmente actualizada e, em que se operam os seus efeitos.
ainda, requerer a reocupação do prédio, mediante a celebração ARTIGO 114.°
de novo contrato de arrendamento. (Execução forçada)
2. Os direitos conferidos pelo número anterior podem 1. Aos contratos de duração limitada são inaplicáveis as
igualmente ser exercidos nos casos em que, desocupado o regras relativas ao diferimento das desocupações, sendo, no
imóvel com fundamento nas alíneas a) e e) do artigo 108. da entanto, aplicável a suspensão do despejo por doença a que
presente Lei, o senhorio não realize a venda nos doze meses se refere o artigo 73.° da presente Lei.
seguintes ou não o afecte, no prazo de seis (6) meses, ao fim 2. Se o inquilino não restituir o prédio arrendado logo que
invocado para a desocupação. finde o contrato, é obrigado a pagar, a título de indemnização,
. 1
* *
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ARTIGO 116.°
No diferimento, decidido com base na alínea a) do
(Fundamentos)
artigo 116.° da presente Lei, pode o réu, a pedido do senhorio,
1. O diferimento referido no artigo anterior é decidido
ser obrigado a caucionar as rendas vincendas, sob pena de
de acordo com o prudente arbítrio do tribunal, quando se
perda de benefício.
demonstre alguma das seguintes circunstâncias:
a) Que a desocupação imediata do local causa ao réu CAPÍTULO III
Arrendamento para Comércio ou Indústria
um prejuízo muito superior à vantagem conferida
ao autor; ARTIGO 120.°
(Noção)
b) Que, tratando-se de resolução por não pagamento
1. E considerado arrendamento para comércio ou indústria
de rendas, a falta do mesmo se deve a carência
de meios do réu. o arrendamento de prédios ou partes de prédios urbanos ou
2. No juízo sobre o diferimento o tribunal deve ainda ter rústicos tomados para fins directamente relacionados com
em conta as exigências da boa-fé, a circunstância de o réu não uma actividade comercial ou industrial.
dispor imediatamente de outra habitação, o número de pessoas 2. As disposições do presente capítulo não se aplicam
que habitam com o réu, a sua idade, o seu estado de saúde e, aos contratos de instalação e uso de loja para exploração de
em geral, a situação económica e social das pessoas envolvidas. estabelecimento integrado em centro comercial.
ARTIGO 117.° ARTIGO 121.°
essão de exploração do estabelecimento comercial)
(Prazo)
1. O diferimento da desocupação por razões sociais não 1. Não é havido como arrendamento de prédio urbano ou
pode exceder o prazo máximo de três (3) meses a contar da tico o contrato pelo qual alguém transfere temporária e
data do trânsito em julgado da sentença que tenha decretado osamente para outrem, juntamente com o gozo do prédio,
o despejo. ploração de um estabelecimento comercial ou industrial
2.0 prazo referido no número anterior absorve quaisquer nele instalado.
outros diferimentos permitidos por leis gerais ou especiais. 2-^Se porém, ocorrer algumas das circunstâncias previstas
ARTIGO 118.° do artigo 125.° da presente Lei, o contrato passa a ser
(Processo) ^vido como arrendamento do prédio.
1.0 pedido de diferimento formulado pelo réu ou pelo essão de exploração do estabelecimento comercial
Ministério Público deve ser apresentado até ao momento da
nstar de documento escrito, sob pena de nulidade.
designação do dia para a audiência final.
ARTIGO 122.°
2. O autor é ouvido, podendo opor-se ao diferimento na (Morte do inquilino)
resposta à contestação ou no prazo de sete (7) dias, conforme °S suces en^anienl0 nã° caduca por morte do inquilino, mas
o pedido tenha sido formulado na própria contestação ou a r_ , S P°dem renunciar à transmissão, comunicando
depois dela.
nuncia ao senhono no prazo de trinta (30) dias.
3. Com o prédio e a resposta são logo ao çpnk • SS°r nã° renunciante deve comunicar, por escrito,
disponíveis e indicadas as testemunhas oferecidas as provas
limite de três por parte. a apresentar, até ao
(180) d‘ nica<?âo deve ser enviada nos cento e oitenta
,aS posteri°res à ocorrência e dela devem constar os
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3763
documentos autênticos ou autenticados que comprovem os 3. Sempre que, por contitularidade da posição do senhorio
seus direitos. ou pela existência, no estabelecimento trespassado, de mais
4. O sucessor não renunciante não pode prevalecer-se do de um arrendamento, haja dois ou mais preferentes, abre-se
não cumprimento dos deveres de comunicação estabelecidos licitação entre eles, revertendo o excesso para o alienante.
neste artigo e deve indemnizar o senhorio por todos os danos CAPÍTULO IV
derivados da omissão. Arrendamento para o Exercício de Profissões Liberais
ARTIGO 123.°
ARTIGO 127.°
(Cessação por denúncia do senhorio)
(Remissão)
1. Se o arrendamento cessar por motivo de denúncia do Aos arrendamentos para o exercício de profissões liberais,
senhorio, o inquilino tem direito a uma compensação em é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto na
dinheiro, sempre que, por facto seu, o prédio tenha aumentado alínea b) do n.° 2 do artigo 8.° e nos artigos 120.° a 126.°, da
de valor locativo. presente Lei.
tria ou quando, de um modo geral, lhe seja dado Enquanto não for aprovada a regulamentação das avaliações,
outro destino. mantêm-se em funções as comissões de avaliação previstas
3. O trespasse deve ser celebrado por escritura pública. no Decreto n.° 43.525, de 7 de Março de 1961.
ARTIGO 132.°
ARTIGO 126.°
(Revogação)
(Direitos do senhorio em caso de trespasse)
1. No trespasse por venda ou dação em cumprimento do São revogados, ressalvando-se o disposto no artigo anterior,
estabelecimento comercial, o senhorio do prédio arrendado o Decreto n.° 43.525, de 7 de Março de 1961, os artigos 1083.°
tem direito de preferência. a 1120.° do Código Civil, os artigos 964.° a 997.° do Código
2. É aplicável neste caso, com as necessárias adaptações, de Processo Civil e todas as disposições que contrariem o
0 disposto nos artigos 416.° a 418.° e 1410.° do Código Civil. disposto na presente Lei.
____________DIÁRIO da REPÚBLICA
3764 _____ _____________________________
ARTIGO 133.”
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
(Remissões)