Você está na página 1de 20

Sexta-feira, 23 de Outubro de 2015 I Série-N.

° 145

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Preço deste número - Kz: 220,00


Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário
Ano da República l.a e 2.a série é de Kz: 75.00 e para
da República», deve ser dirigida à Imprensa
As três séries ........... ............... Kz:611 799.50 a 3.a série Kz: 95.00, acrescido do respectivo
Nacional - E.P., em Luanda, Rua Henrique de
A 1.’ série ........... ............... Kz: 361 270.00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Carvalho n.° 2, Cidade Alta, Caixa Postal 1306,
www.imprensanacional.gov.ao - End. teleg.: A 2.a série ........... .............. Kz: 189 150.00 3.“ série de depósito prévio a efectuar na tesouraria
«Imprensa». A 3? série .......... ............. Kz: 150 111.00 da Imprensa Nacional - E. P.

IMPRENSA NACIONAL - E.P. 4. Aos preços mencionados no n.° 1 acrescer-se-á um


Rua Henrique de Carvalho n.° 2 valor adicional para portes de correio por via normal das
e-mail: imprensanacional@imprensanacional.gov.ao três séries, para todo o ano, no valor de Kz: 95.975,00 que
Caixa Postal N.° 1306 poderá sofrer eventuais alterações em função da flutuação
das taxas a praticar pela Empresa Nacional de Correios de
CIRCULAR Angola - E.P. no ano de 2016.
Excelentíssimos Senhores, 5. Os clientes que optarem pela recepção dos Diários da
Temos a honra de convidá-los a visitar a página da internet República através do correio deverão indicar o seu endereço
no site www.imprensanacional.gov.ao, onde poderá online ter completo, incluindo a Caixa Postal, a fim de se evitarem
acesso, entre outras informações, aos sumários dos conteúdos atrasos na sua entrega, devolução ou extravio.
do Diário da República nas três séries. Observações:
a) Estes preços poderão ser alterados se houver
Havendo necessidade de se evitarem os inconvenientes
uma desvalorização da moeda nacional, numa
que resultam para os nossos serviços do facto de as respec­
proporção superior à base que determinou o
tivas assinaturas no Diário da República nào serem feitas
seu cálculo ou outros factores que afectem
com a devida oportunidade;
consideravelmente a nossa estrutura de custos;
Para que não haja interrupção no fornecimento do Diáf io b) As assinaturas que forem feitas depois de 15 de
da República aos estimados clientes, temos a honra de infor­ Dezembro de 2015 sofrerão um acréscimo aos
má-los que até 15 de Dezembro de 2015 estarão abertas as preços em vigor de uma taxa correspondente a
respectivas assinaturas para o ano 2016, pelo que deverão 15% (quinze porcento).
providenciar a regularização dos seus pagamentos junto dos
nossos serviços.
1. Enquanto não for ajustada a nova tabela de preços a SUMÁRIO
cobrar pelas assinaturas para o fornecimento do Diário da
Assembleia Nacional
República para o ano de 2016, passam, a título provisório, a
ser cobrados os preços em vigor, acrescidos do Imposto de Lei n.° 26/15:
Lei do Arrendamento Urbano. — Revoga o Decreto n.° 43.525, de 7
Consumo de 2% (dois porcento):
de Março de 1961, ressalvando que enquanto não for aprovada a
As 3 séries...................................................... Kz: 611 799,50 regulamentação das avaliações, mantêm-se em funções as comissões
1. a série ........................ Kz: 361 270,00 de avaliação previstas no referido Decreto, os artigos 1083.° a 1120.°
do Código Civil, os artigos 964.° a 997.° do Código de Processo Civil
2. a série .................................................... 189 150,00 e todas as disposições que contrariem o disposto na presente Lei.
3 .“série......................................................... Kz: 150 111,00
Ministério da Agricultura
2. Tão logo seja publicado o preço definitivo os assinan
tes terão o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para liquidar Despacho n.° 334/15:
Aprova o funcionamento da Comissão de Avaliação das Propostas para
a diferença apurada, visando assegurar a continuidade do contratar uma empresa especializada para a elaboração do Estudo de
fornecimento durante o período em referência. Desenvolvimento Agrário Integrado da Província de Cabinda, acção
3. As assinaturas serão feitas apenas em regime anual. financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento.
DIÁRIO DA REPÚBLICa

ARTIGO 3.°
(Arrendamentos mistos)
assembleia nacional
1. Envolvendo o contrato unia parte urbana e uma parte
rústica, só se considera como urbano o arrendamento se a
Lei n.° 26/15 parte urbana for de valor superior à rústica.
de 23 de Outubro
0 Decreto n.° 43.525, de 7 de Março de 1961 e o Código 2. Para efeitos do número anterior, atende-se ao valor que
Civil que constituem as leis básicas que estabelecem o regime resulta da matriz predial ou, na falta ou deficiência desta, à
jurídico do arrendamento urbano em Angola, encontram-se renda que os contratantes tiverem atribuído a cada uma das
desactualizados e desajustados à realidade constitucional e partes e na falta de discriminação, procede-se a avaliação de
económico-social. acordo com o disposto no artigo 568.° e seguintes do Código
Há, por isso, necessidade de se actualizar os referidos
de Processo Civil.
Diplomas Legais e adequá-los à actual realidade constitucional
e económico e social e por esta via concretizar-se o direito à ARTIGO 4.°
(Finalidade do contrato)
habitação e à qualidade de vida enquanto direito programático;
Havendo necessidade de se repor o equilíbrio contratual 1. O arrendamento urbano pode ter como finalidade a
entre os contratantes e por esta via garantir um maior número habitação, a actividade comercial ou industrial, o exercício de
de alternativas no acesso à habitação; profissão liberal ou outro fim similar lícito do prédio.
Nestes termos, ao abrigo da alínea c) do n.° 1 do artigo 165.°
2. Quando nada se estipule, o inquilino só pode utilizar o
e da alínea d) do n.°2 do artigo 166.°, ambos da Constituição da
prédio para habitação.
República de Angola, a Assembleia Nacional aprova a seguinte:
ARTIGO 5.°
(Arrendamento com pluralidade de fins)
LEI DO ARRENDAMENTO URBANO
Quando um prédio urbano for arrendado para fins diferentes
sem subordinação de uns a outros, observar-se-á, relativamente
CAPÍTULO I
a cada um deles, o regime respectivo, podendo ser decretado
Arrendamento Urbano em Geral
o despejo de uma parte arrendada para determinado fim e
SECÇÀOI
manter-se o da parte destinada a outro fim, determinando-se
Disposições Gerais
o valor da parte subsistente do contrato de harmonia com os
ARTIGO l.° critérios estabelecidos norp.5 2 do artigo 3.° da presente Lei.
(Objecto e âmbito)
1. A presente Lei regula o regime jurídico do arrendamento ARTIGO 6.°
de prédios urbanos, sem prejuízo das disposições do Código (Alterações lícitas)

Civil e outras leis afins. 1. E lícito ao inquilino realizar pequenas alterações no


2. Sem prejuízo do disposto no artigo 3.°, artigo 4.°, artigo 6.°, prédio arrendado, quando elas se tomem necessárias para
artigo 23.°, artigo 25.°, artigo 29.°, artigo 53." a artigo 58.°’
assegurar o seu conforto ou comodidade.
artigo 86° a artigo 90°, artigo 98.° a artigo 100.°, artigo 103.°
2. As alterações referidas no número anterior devem, no
e artigo 104°, a presente Lei não se aplica:
«Mos arrendamentos para habitação não permanente entanto, ser reparadas pelo inquilino, repondo a situação em
que se encontrava no acto da entrega pelo senhorio, antes da
em praias, temas ou outros lugares de vilegiatura,
ou para outros fins especiais transitórios; restituição do prédio, salvo estipulação em contrário.
b) Aos arrendamentos de casa habitada pelo senhorio
ARTIGO 7.°
por penodo correspondente à ausência temporá- (Direito de representação das associações dc inquilinos)
na deste; F
As associações de inquilinos, constituídas nos termos da
Lei das Associações, quando expressamente autorizadas pelos
mw» a puDllc,dade’ armazenagem, parquea-
mento de viaturas ou outros fins limitados, espe­ interessados, gozam de legitimidade para assegurar a defesa
cificados no contrato, salvo quando realizados judicial dos seus membros em questões relativas à habitação.
em conjunto com arrendamentos de locaisípto
SECÇÃO II
ara ab.taçâo ou para o exercício do comZ
Formação do Contrato
d) Aos arrend °" eXerC’CÍ° Pr°fissào liberali ’
arrendamentos sujeitos a legislação especial. ARTIGO 8.°
(Forma)
ARTIGO 2’
(Noção)
1-0 contrato de arrendamento urbano deve ser celebrado
conXuslXXaZporci°MratO Pe'° Um d°S por escrito.
2. Devem ser reduzidos à escritura pública:
rário de um prédio urbano no ° g°Z0 lernpo_ a) Os arrendamentos sujeitos a registo;
a. no ” P«. medianie o
Os arrendamentos para comércio, indústria ou exer­
cício de profissão liberal.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015
3747

3. No caso previsto no n.° 1 do presente artigo, a inobser- 3. Salvo o disposto no artigo seguinte, a falta de algum ou
-vância da fornia escrita só pode ser suprida pela exibição alguns dos elementos referidos nos n.os 1 e 2 do presente artigo
do recibo de renda. não determina a invalidade ou a ineficácia do contrato, quando
4. No caso previsto na alínea a) do n.° 2 do presente artigo possam ser supridas nos termos gerais do Direito Civil e desde
que os motivos determinantes da forma se mostrem satisfeitos.
a falta de escritura pública ou de registo não impede que o
4. Deve ser anexado ao contrato e assinado pelas partes
contrato se considere validamente celebrado e plenamente
o regulamento da propriedade horizontal, se o houver, e um
eficaz desde que tenha sido observada a forma escrita. documento onde se descreva o estado de conservação do local
ARTIGO 9.° e suas dependências, bem como do prédio, de acordo com a
(Arrendamentos sujeitos a registo) tabela a ser aprovada aplicando-se, na sua falta ou em caso
Estão sujeitos a registo os arrendamentos por mais de de omissão ou dúvida, o disposto no n.° 2 do artigo 1.043.°
do Código Civil.
seis (6) anos, bem como as respectivas transmissões e subar­
5. Aos contratos de arrendamento que, sem prévia negociação
rendamentos, quando permitidos. individual, os proponentes ou destinatários indeterminados
ARTIGO 10.° se limitem a subscrever ou a aceitar, bem como às cláusulas
(Conteúdo) inseridas em contratos individualizados cujo conteúdo,
1. Do contrato de arrendamento urbano deve constar: previamente elaborado, o destinatário não pode influenciar,
é ainda aplicável o disposto na Lei sobre as Cláusulas Gerais
a) A identidade dos contratantes, através da indicação dos Contratos.
do nome completo, estado civil, naturalidade,
ARTIGO 11.°
residência e Número de Identificação Fiscal; (Certificado dc Habitabilidade)

b) A identificação e localização do prédio arrendado, 1. Só podem ser objecto de arrendamento urbano os


ou da sua parte, com referência à rua, número de edifícios ou suas fraeções cuja aptidão para o fim pretendido
polícia, bairro, comuna, município, província e pelo contrato seja atestado por Certificado de Habitabilidade,
emitido pela autoridade administrativa competente, mediante
número de artigo matricial;
vistoria realizada menos de seis anos antes da celebração
c) O fim a que se destina o arrendamento; do contrato.
d) O prazo do arrendamento; 2. Quando os contratantes aleguem urgência na celebração
e) O quantitativo da renda; do contrato, o certificado referido no número anterior pode
f) A data da celebração do contrato. ser substituído por documento comprovativo de o mesmo ter
2. O contrato de arrendamento urbano deve mencionar, sido requerido, em conformidade com o direito à utilização
do prédio nos termos legais e com antecedência mínima
também, quando o seu objecto ou o seu fim o impliquem:
requerida por lei.
a) A identificação dos locais de uso privativo do inqui­ 3. A mudança de finalidade no sentido de permitir arren­
lino e, se os houver, dos locais de uso comum damentos comerciais deve ser sempre previamente autorizada
a que ele tenha acesso e dos anexos que sejam pela autoridade administrativa competente, seja através de
arrendados com o objecto principal do contrato; novo certificado, seja por averbamento ao anterior.
b) A natureza do direito do senhorio, sempre que o 4. A existência de Certificado de Habitabilidade ou,
contrato seja celebrado com base num direito quando isso não seja possível, do documento comprovativo
do mesmo ter sido requerido deve ser referida no próprio texto
temporário ou em poderes de administração de
do contrato, nos termos da alínea c) do n.° 2 do artigo 10.° da
bens alheios; presente Lei, não podendo ser celebrado qualquer contrato
c) A existência do Certificado de Habitabilidade, o seu de arrendamento sem essa menção.
número, a data e a entidade emitente; 5. A inobservância do disposto nos n.os 1,2 ou 3 do presente
d) O número de inscrição na matriz predial ou a decla­ artigo, por causa imputável ao senhorio, determina a sujeição
do mesmo a uma multa não inferior a três (3) meses de renda,
ração de o prédio se encontrar omisso;
salvo quando a falta do Certificado de Habitabilidade se fique
e) O regime de renda; a dever a atraso que não lhe seja imputável.
f) Os elementos necessários para o cálculo do valor do SECÇÃO III
prédio, quando esse elemento seja exigido por lei Prazo do contrato

para a fixação da renda; ARTIGO 12.°


g) A existência de regulamento da propriedade hori­ (Prazo suplctivo)

zontal, se o houver; O prazo do arrendamento urbano é de dois (2) anos, se


h) Quaisquer outras cláusulas permitidas por lei ou outro não for determinado por lei, convencionado pelos
contratantes ou estabelecido pelos usos.
pretendidas pelos contratantes.
DIÁRIO DA REPÚBLICA

3748
ARTIGO 18.°
ARTIGO 13.’ (Depósito para obras)
(Duração máxima)
1. Se, depois de notificado pela autoridade administrativa
A duração máxima do arrendamento urbano é de trinta
(30) anos, considerando-se reduzido a este limite quando competente, o senhorio não iniciar, dentro do prazo fixado na
notificação, as obras de conservação ordinária que legalmente
estipulado prazo superior.
estejam a seu cargo, tem o inquilino direito de depositar, nos
SECÇÃO IV
Obras lermos do artigo 31.°, à ordem do senhorio, a parte da renda

ARTIGO 14.°
correspondente ao aumento de um duodécimo por mês, do
(Tipos de obras) produto resultante da aplicação da taxa da renda condicionada
Nos prédios urbanos, e para efeitos da aplicação do disposto ao custo total das obras.
na presente Lei, podem ter lugar obras de conservação ordinária,
2.0 depósito só pode ser levantado pelo senhorio mediante
obras de conservação extraordinária e obras de beneficiação.
a apresentação de documento no qual conste uma declaração
artigo 15." da autoridade administrativa competente que confirme a
(Obras de conservação ordinária)

1. Obras de conservação ordinária são aquelas que se des­ conclusão das obras.
tinam, a manter o prédio arrendado nas condições requeridas 3. Quando, nos termos do artigo 21.° ou do artigo 22.°,
pelo fim do contrato e existentes à data da sua celebração. as obras em falta sejam realizadas pelo próprio inquilino ou
2. São ainda obras de conservação ordinária, as seguintes: pela autoridade administrativa competente, o depósito reverte,
a) A reparação e limpeza geral do prédio arrendado e por conta das despesas, a favor de quem as tenha efectuado.
suas dependências; ARTIGO 19.°
b) As obras impostas pela Administração Pública nos (Execução dc obras pelo inquilino)
termos da lei aplicável, que visem conferir ao prédio 1. Se o senhorio não realizar, no prazo que tiver sido
arrendado as características apresentadas aquando
fixado pela autoridade administrativa competente, as obras
da concessão do Certificado de Habitabilidade;
de conservação ou beneficiação que estejam a seu cargo e
3. Ficam ressalvados todos os direitos que o senhorio e o
exigidas pelo fim ou fins a que o prédio arrendado se destina,
inquilino tenham perante terceiros.
4. A realização das obras referidas no n.° 1 deste artigo pode o inquilino fazê-la ou mandar fazê-las por conta daquele,
dá lugar à actualização das rendas regulada nos artigos 46.° sendo os custos das obras deduzidos das rendas.
e 47.° da presente Lei. 2. No caso previsto no número anterior, o inquilino deve
5. As obras de conservação ordinária estão a cargo do
obter previamente, junto da autoridade administrativa com­
senhorio, sem prejuízo do disposto no artigo 1043.° do Código
petente, um orçamento do respectivo custo, a comunicar ao
Civil e no artigo 6.° da presente Lei.
senhorio, por escrito, e que representa o valor máximo pelo
ARTIGO 16.°
(Obras de conservação extraordinária) qual este é responsável.
1. As obras de conservação extraordinária são aquelas cuja 3. Havendo pluralidade de inquilinos, o disposto nos
execução se tome necessária para corrigir ou suprimir vício ou números anteriores, relativamente às partes comuns, depende
defeito de construção do prédio arrendado, bem como vício do consentimento, da maioria absoluta dos inquilinos, ficando
ou defeito provocado por caso fortuito ou de força maior.
os restantes vinculados.
2. As obras de conservação extraordinária e de beneficia­
ção ficam a cargo do senhorio quando, nos termos das leis ARTIGO 20.°
(Reparações ou outras despesas urgentes)
administrativas em vigor, a sua execução lhe seja ordenada
1- Se o senhorio estiver em mora quanto à obrigação de
pela autoridade administrativa competente ou quando haja
acordo escrito das partes no sentido da sua realização, com fazer reparações ou outras despesas, e umas e outras, pela sua
discriminação das obras a efectuar. urgência, não se compadecerem com as delongas do proce­
3. A realização das obras referidas no número anterior dimento judicial, tem o inquilino a possibilidade de fazê-las
dá lugar à actualização das rendas regulada nos artigos 46.°
ou mandá-las fazer extrajudicialmente, com direito ao seu
e 47.° da presente Lei.
reembolso pelos meios ordinários, ficando livre ao senhorio o
4. Ficam ressalvados todos os direitos que o senhorio e o
inquilino tenham perante terceiros. direito de discutir a necessidade, urgência e o custo das obras.
2. Quando a urgência, não consinta qualquer demora ou
ARTIGO 17.°
(Obras de beneficiação) iamenlo, o inquilino pode fazer as reparações ou despesas
São obras de beneficiação todas as que não estejam também com direito de reembolso, independentemente de
abrangidas nos artigos 15.° e 16.° da presente Lei. a do senhorio, contando que o avise imediatamente, p°r
a registada ou por correio electrónico, se possível.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3749

ARTIGO 21.° ARTIGO 24.°


(Reembolso do inquilino) (Vencimento)

Quando o inquilino execute as obras ao abrigo dos artigos 19.° Na falta de convenção em contrário, se as rendas estiverem
e 20.° da presente Lei e enquanto não estiver integralmente em correspondência com os meses do calendário gregoriano,
reembolsado das despesas efectuadas e respectívos juros, a primeira vencer-se-á no momento da celebração do contrato
e cada uma das restantes no primeiro dia útil do mês imedia­
acrescidos de 10% destinados a despesas de administração
tamente anterior àquele a que diga respeito.
de condomínio, apenas é obrigado a pagar ao senhorio 30%
ARTIGO 25.°
da renda vigente à data da notificação ao senhorio para a (Obrigação dc pagar as rendas ate à restituição do prédio)
execução das referidas obras. A renda, mesmo depois de findo ou resolvido o contrato,
ARTIGO 22.° é sempre devida pelo inquilino, ou por quem em seu lugar
(Execução administrativa)
ocupa o prédio, até à efectiva restituição deste ao senhorio.
1. As autoridades administrativas competentes podem ARTIGO 26.°
(Lugar do pagamento)
determinar a realização de obras coercivas, procedendo ao
despejo nos termos da lei, ocupando o prédio ou fogos, total O pagamento da renda deve ser efectuado no domicílio
do inquilino à data do vencimento, se os contratantes ou os
ou parcialmente, até ao período de um ano após a data da
usos não fixarem outro regime.
conclusão das obras.
ARTIGO 27.°
2. Sem prejuízo do disposto na presente Lei, a execução (Mora do inquilino)
administrativa de obras em prédios arrendados está sujeita à 1. Constituindo-se o inquilino em mora, o senhorio tem o
legislação em vigor. direito de exigir, além das rendas em atraso, uma indemnização
3. Enquanto estiverem a decorrer as obras o inquilino será igual ao juro legal em vigor.
realojado nos termos da legislação aplicável. 2. Cessa o direito à indemnização ou à resolução do
4. Durante a execução da obra, o contrato de arrendamento contrato, se o inquilino fizer cessar a mora no prazo de
oito (8) dias a contar do seu começo.
suspende-se até à sua conclusão.
3. Enquanto não forem cumpridas as obrigações a que o
5. Na falta de pagamento voluntário das c^espesas implicadas
n.° 1 deste artigo se refere, o senhorio tem o direito de recusar
pela execução administrativa referida do presente artigo, a o recebimento das rendas seguintes, as quais são consideradas
autoridade administrativa que haja realizado deve proceder em dívida para todos os efeitos.
à respectiva cobrança coerciva por via judicial. 4.0 recebimento de novas rendas não priva o senhorio do
6. Para efeitos do disposto no número anterior, tem força direito à resolução do contrato ou à indemnização referida,
de título executivo a certidão passada pelos serviços admi­ com base nas prestações em mora.
ARTIGO 28.°
nistrativos competentes de onde conste o quantitativo global
(Antecipação de renda)
das despesas em dívida.
1. É proibido aos contratantes estipularem antecipação de
7. Enquanto se mantiver o arrendamento, apenas respondem
renda superior à correspondente a três (3) meses, relativamente
pela dívida exequenda e respectívos juros as rendas vencidas ao início do período a que respeita, ficando reduzida a esses
desde a notificação prevista no n.° 1 do artigo 19.° até integral limites sempre que os exceda.
reembolso das rendas vincendas. 2. O mês computa-se pelo calendário gregoriano, quando
SECÇÃO v
as rendas estejam em correspondência com os meses do
Renda referido calendário, calculando-se, nas restantes hipóteses,
em trinta (30) dias.
SUBSECÇÃO I
Disposições Gerais
3. Na renovação ou prorrogação do contrato de arrenda­
mento, o senhorio não pode exigir a antecipação de renda,
ARTIGO 23.°
superior a trinta (30) dias.
(Fixação do valor da renda cm Kwanzas)
SUBSECÇÃO II
1. O quantitativo da renda deve ser fixado em Kwanzas, Depósito de Rendas
sem prejuízo das actualizações anuais a efectuar, nos termos
ARTIGO 29.°
do disposto no artigo 39.° da presente Lei. (Depósito)

2. Sem prejuízo da validade do contrato, é nula a cláu­ O inquilino pode depositar a renda:
sula pela qual se convencione o pagamento da renda em a) Quando, sem culpa sua, não possa efectuar a prestação
moeda estrangeira. ou não possa fazê-lo com segurança por qualquer
3. Com a entrada em vigor da presente Lei todos os con­ motivo relativo à pessoa do senhorio ou quando
tratos devem cumprir com o disposto no n.° 1 deste artigo. este esteja em mora;
DIÁRIO DA REPÚBLICA
3750
ARTIGO 33.°
j. fazer cessar a mora, e
^da, nos termos
b) Quando lhe seja Per™ (Impugnação do depósito)
-^TX^^.^apresenteLei;
1. A impugnação do depósito deve ocorrer no prazo de
previstos no . ' fazer caducar o direito a quinze (15) dias contados da comunicação, seguindo-se
c) Quando lhe seja pe da Q que
depois, o disposto na lei de processo sobre a impugnação da
resolução por falta P= contestaçào da
consignação em depósito.
suce^e<'uand°o123^^u°dapQSj(eo valor devido
2. Quando o senhorio pretenda resolver o contrato por
2Ú—çà^vtsta no n.° 1 do artigo 27.”
não pagamento de renda, a impugnação deve, no entanto,
ser efectuada em acção de despejo a intentar no prazo de
dl dt d“7 d™d“ quinze (15) dias contados da comunicação do depósito ou,
o inquilino pagar ou depositar, na pendencia dessa
estando a acção já pendente, na resposta à contestação ou em
acção, as rendas veneidas nos termos gerais, sob articulado específico, apresentado no prazo de sete (7) dias
pena de despejo imediato. contados da comunicação em causa, sempre que esta ocorra
ARTIGO 30." depois da contestação.
(Termos do depósito)
3.0 processo de depósito é apensado ao da acção de despejo.
1.0 depósito é feito num Banco Comercial, perante um
ARTIGO 34.°
documento em dois exemplares, assinado pelo inquilino ou (Levantamento de depósito pelo senhorio)
por outrem, em seu nome, e do qual constem:
1. O senhorio pode levantar o depósito mediante escrito
a) A identidade do senhorio e do inquilino;
particular em que declare que não o impugnou nem o pre­
b) A identificação e localização do prédio, ou parte de
tende impugnar.
prédio, arrendado; 2. O documento referido no número anterior deve ser
c) O quantitativo da renda; assinado pelo senhorio ou pelo seu representante, devendo a
d) O período de tempo a que a renda diz respeito, assinatura ser reconhecida por notário, quando não se apresente
e) O motivo por que se pede o depósito. o bilhete de identidade respectivo.
2. Um dos exemplares do documento referido no número
ARTIGO 35.°
anterior fica em poder dum Banco Comercial, cabendo o (Necessidade de decisão judicial)
outro ao depositante, com o lançamento de ter sido efectuado 1. O depósito impugnado pelo senhorio e o depósito
o depósito.
realizado condicionalmente pelo inquilino, nos termos do
3. O depósito fica à ordem do Tribunal competente da
artigo 1042.°, n.° 2 do Código Civil, só podem ser levantados
situação do prédio mesmo quando efectuado na pendência
após decisão judicial e de harmonia com ela.
da acção de despejo, do respectivo tribunal.
2. O depósito condicional de rendas e da indemnização
ARTIGO 31.° legal pode ser levantado na sua totalidade pelo senhorio, à custa
(Comunicação ao senhorio)
do inquilino, caso se prove a falta de pagamento de rendas.
1. A comunicação ao senhorio, do depósito da
é obrigatória. renda 3- Quando não seja feita a prova referida no número
anterior, o senhorio apenas tem direito às rendas, podendo o
2. A junção do duplicado ou duplicados das guias de
depósito à contestação da acção de despejo baseada na falta inquilino levantar o restante à custa daquele.

de pagamento de renda produz os efeitos da comunicação. ARTIGO 36.°


(Falsidade da declaração do depósito)
ARTIGO 32.°
Se o senhorio declarar falsamente, por escrito, que não
(Depósitos posteriores)
impugnou o depósito nem o pretende impugnar, a fim de
1. Enquanto subsistir a causa do depósito, o inquilino pode
depositar as rendas posteriores, sem necessidade de nova oferta levantar as quantias depositadas, a impugnação fica sem

de pagamento nem de comunicação dos depósitos sucessivos. efeito, incorrendo o senhorio em multa equivalente ao dobro
da quantia depositada, sem prejuízo da responsabilidade penal
2. Os depósitos posteriores são considerados dependência
correspondente ao crime de falsas declarações.
e consequência do depósito inicial, valendo quanto a eles o
que for decidido em relação a este. SUBSECÇÃO III
3. Se o processo tiver subido em recurso, os documentos Actualização de Rendas

relativos ao depósito de rendas que entretanto se vençam podem ARTIGO 37.°


ser apresentados na primeira instância, se tiver ficado traslado. (Regra geral)
I • A actualização de rendas é permitida nos casos previstos
presente Lei e pela forma nela regulada.
I SÉRIE -N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015
3751

2. O disposto no número anterior não impede que os ARTIGO 41.°


(Periodicidade das actualizações)
contratantes, no decurso da vigência do contrato, estipulem
um novo montante de renda. 1. A primeira actualização pode ser exigida um ano após
ARTIGO 38.° a data do início da vigência do contrato e as seguintes, suces­
(Casos de actualização) sivamente, um ano após a actualização anterior.
1. As rendas podem sofrer actualizações nos seguintes casos: 2. A não actualização de rendas não pode dar lugar a posterior
a) Por aplicação dos coeficientes legais anualmente recuperação dos aumentos de renda não feitos, mas os coefi­
aprovados pelo Executivo para os diversos tipos cientes respectívos podem ser aplicados em anos posteriores,
de arrendamento, nos termos do artigo seguinte; desde que não tenham passado mais de dois (2) anos sobre a
b) Por convenção dos contratantes, nos contratos de data em que teria sido inicialmente possível a sua aplicação.
arrendamento para habitação celebrados sob o ARTIGO 42.°
(Não aceitação pelo inquilino)
regime de renda livre, bem como nos arrenda­
1. O inquilino pode recusar a nova renda indicada nos
mentos destinados ao comércio, indústria ou
termos do n.° 1 do artigo 40.° da presente Lei, com base em
exercício de profissão liberai em que tenha sido
erro nos factos relevantes ou na aplicação da lei.
estipulado um prazo de duração efectiva supe­
2. A recusa, acompanhada da respectiva fundamentação e
rior a cinco (5) anos ou quando não tenha sido
da indicação do montante que o inquilino considera correcto,
convencionado qualquer prazo;
deve ser comunicada ao senhorio por escrito, no prazo de quinze
c) Quando o senhorio tenha sido obrigado pela autori­
(15) dias contados da recepção da comunicação de aumento.
dade administrativa competente a realizar obras
3. O senhorio, no prazo de quinze (15) dias contados da
de conservação extraordinária ou de beneficiação;
recepção da comunicação de recusa, pode rejeitar o montante
d) Quando o inquilino seja proprietário de imóvel para indicado pelo inquilino através de comunicação escrita a
habitação no município em que reside.
este endereçada.
2. No caso previsto na alínea c) do número anterior, o
4. Se o senhorio não se pronunciar ou se o fizer preterindo
senhorio pode proceder a um aumento de renda correspon­
as formalidades legais, ter>se-á por aceite o montante indicado
dente, por mês.
pelo inquilino.
ARTIGO 39.°
ARTIGO 43.°
(Coeficientes de actualização)
(Denúncia do contrato por não aceitação do aumento de renda)
1. Os coeficientes de actualização de rendas dos diversos O inquilino que não concorde com a nova renda pode ainda
tipos de arrendamento são aprovados anualmente pelo Executivo denunciar o contrato desde que o faça até quinze (15) dias antes
e o referido diploma legal publicado em Diário da República de findar o primeiro mês de vigência da nova renda, mês esse
no mês de Outubro do ano anterior a que respeita. pelo qual apenas deve pagar a renda antiga.
2. Os coeficientes aprovados podem ser iguais ou diferentes ARTIGO 44.°
(Recurso a comissão especial)
para cada tipo de arrendamento ou regime de renda, devendo
ser fixados entre outros critérios, tendo em conta a variação 1. Quando o senhorio rejeite o montante indicado, nos
termos do n.° 3 do artigo 42.° da presente Lei o inquilino pode,
do índice de preços no consumidor, sem habitação e corres­
nos quinze dias subsequentes à recepção da comunicação de
pondente aos últimos doze (12) meses para os quais existam
rejeição, requerer a fixação definitiva do aumento devido a uma
valores disponíveis à data de 31 de Agosto, determinados pelo
comissão especial, cuja composição e forma de funcionamento
Instituto Nacional de Estatística.
são definidas por diploma legal complementar.
ARTIGO 40.° 2. À comissão referida no número anterior aplica-se o
(Nova renda)
regime previsto na legislação processual civil para o tribunal
1. O senhorio interessado na actualização anual da renda
arbitrai necessário.
deve comunicar por escrito ao inquilino, com a antecedência
3. A renda anterior mantém-se até à decisão final, sem
mínima de sessenta dias, o novo montante e os factores prejuízo do disposto no artigo seguinte.
relevantes utilizados no seu cálculo, designadamente o ARTIGO 45.°
coeficiente aplicado. (Ajustamento c pagamento de rendas)

2. A nova renda considera-se aceite quando o inquilino 1. Nos meses imediatamente subsequentes à decisão
não discorde nos termos do artigo 43.° da presente Lei e no final, deve proceder-se aos eventuais acertos relativos às
rendas vencidas.
prazo nele fixado.
DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Os encargos relativos ao prédio arrendado ficam a


2.0 pagamento dos acertos referidos no número anterior,
cargo do senhorio.
faz-se em prestações mensais, cujo montante não deve exceder
3. As despesas correntes respeitantes ao fornecimento
metade da renda mensal actualizada. de bens e serviços relativos ao prédio arrendado correm por
ARTIGO 46.° conta do inquilino.
(Actualização por obras)
4. No arrendamento de fraeção autónoma, as despesas
1. O senhorio que haja sido obrigado pela autoridade
referentes à administração, conservação e fruição de partes
administrativa competente a realizar obras de conservação
comuns do edifício e aos serviços de interesse comum, correm
ordinária ou extraordinária do prédio, pode exigir do inquilino
por conta do senhorio.
um aumento de renda correspondente, por mês. 5. Os encargos e despesas devem ser contratados em nome
2. A actualização referida no número anterior é exigível
de quem for responsável pelo seu pagamento.
no mês subsequente ao da conclusão das obras e incorpora-se 6. Sendo o inquilino responsável por um encargo ou des­
na renda para todos os efeitos, designadamente para o cálculo pesa contratado em nome do senhorio, deve este apresentar,
das actualizações anuais previstas no artigo 40.° e seguintes no prazo de um (1) mês, o comprovativo do pagamento feito.
da presente Lei. 7. No caso previsto no n.° 5 do presente artigo, a obrigação
3.0 disposto no presente artigo não impede a possibilidade do inquilino vence-se no prazo de oito (8) dias a contar da data
do acordo referido no artigo seguinte. da apresentação do comprovativo do pagamento feito, devendo
ARTIGO 47.° ser cumprida simultaneamente com a renda subsequente.
(Obras realizadas por acordo)
8. Se os contratantes acordarem uma quantia fixa mensal
1. Quando as obras sejam realizadas por acordo dos a pagar por conta dos encargos e despesas, os acertos são
contratantes, pode ser livremente estipulado entre eles um
feitos semestralmente.
aumento de renda compensatório.
ARTIGO 51.°
2. A nova renda acordada e uma referência às obras
(Requisitos do acordo)
realizadas, com indicação do seu custo, devem constar de
1. O acordo referido no n.° 1 do artigo anterior deve,
aditamento escrito ao contrato de arrendamento.
sob pena de nulidade, constar do texto escrito do contrato
SECÇÀO vi
Obrigações do Senhorio e do Inquilino de arrendamento ou de um aditamento, também escrito, e
assinado pelo inquilino.
ARTIGO 48.°
(Enumeração geral das obrigações) 2. Tratando-se de arrendamento de fraeção autónoma, o
Sem prejuízo das obrigações previstas na presente Lei e acordo deve ainda, sob pena de nulidade:
nos artigos 1031.° a 1046.° do Código Civil, o senhorio e o o) Reportar-se a edifícios cujas fraeções autónomas se
encontrem nas condições referidas no artigo 1415.°
inquilino respondem por todas as obrigações a que se sujeitaram
do Código Civil, devidamente constituídos em
no contraio e que não ofendem quaisquer disposições legais
de carácter imperativo. propriedade horizontal;
b) Especificar, dentro dos limites fixados no artigo 1424.° do
SECÇÃO vn
Encargos e Despesas
Código Civil, quais as despesas a cargo do inquilino.
3. A nulidade do acordo não prejudica a validade das res-
ARTIGO 49.°
(Noção de encargos e despesas) es cláusulas do contrato de arrendamento ou do aditamento.
1. Para os efeitos do disposto na presente secção, conside- Secção vin
ram-se encargos, entre outros, os impostos, designadamente Subarrendamento
o imposto predial urbano, os prémios de seguros, a taxa de
ÍPrnih’ - u ARTIGO 52.°
saneamento e as exigências administrativas relativas ao asseio ’Çao de cedência a outrem do gozo do prédio arrendado)
ou beleza do prédio arrendado.
outrem °^r^aÇao do inquilino não proporcionar a
2. As despesas referentes à administração, conservação e
de r11 ? ê°Z0 tOlaI ou Parcial prédio arrendado por meio
fruição de partes comuns do edifício e aos serviços de interesse
suba °i °nerosa ou Sratuita da sua posição contratual,
comum incluem, entre outros, a limpeza das escadas do prédio,
ou n amento ou c°modato, excepto se a lei o permitir
o serviço de manutenção de ascensores e a portaria, nos casos
de edifícios verticais fraccionados. ou o senhorio o autorizar.

ARTIGO 53.°
ARTIGO 50.°
(Princípio geral) j (Autorização do senhorio)

1. Os contratantes estipulam por escrito o regime dos Por escrit °nZa^ão ^ara subarrendar o prédio deve ser dada
encargos e despesas, aplicando-se, na falta de estipulação em Para o contrato™ eSC^tUra Publica, consoante a forma exigida
contrário, o disposto nos números seguintes.
endamento só é eficaz se for notificado ao senhorio.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3753

3.0 subarrendamento não autorizado considera-se, todavia, b) Na celebração de novo contrato de arrendamento,
ratificado pelo senhorio, se ele reconhecer o subarrendatário em caso de caducidade do seu contrato.
como tal. 2.0 direito previsto na alínea b) do número anterior existe
ARTIGO 54.° enquanto não for exigível a restituição do prédio, nos termos
(Limite da renda nos subarrendamentos)
do artigo 1053.° do Código Civil.
1. O inquilino não pode cobrar do subarrendatário renda ARTIGO 59.°
superior à devida por força do contrato de arrendamento, (Pluralidade de preferentes)
acrescida de 20 por cento no subarrendamento total e 10 por Sendo dois ou mais os preferentes, aplicar-se-á o disposto
cento no parcial. no artigo 419.° do Código Civil.
2.0 incumprimento do disposto no número anterior cons­
ARTIGO 60.°
titui fundamento de resolução do contrato pelo senhorio, sem (Graduação)
prejuízo da responsabilidade penal do inquilino correspondente
O direito de preferência do inquilino é graduado imediata­
ao crime de especulação.
mente acima do direito de preferência conferido ao proprietário
ARTIGO 55.°
(Comunicação)
do solo pelo artigo 1535.° do Código Civil.

1. Obtida a autorização de subarrendar o prédio, deve o ARTIGO 61.°


(Regime)
inquilino comunicar ao senhorio, no prazo de quinze (15) dias,
a celebração do subarrendamento autorizado. Ao direito de preferência do inquilino é aplicável, com as
2. A comunicação referida no número anterior deve ser necessárias adaptações, o disposto nos artigos 416.° a 418.° e
realizada por forma escrita. 1410.° do Código Civil.
3.0 senhorio não pode resolver o contrato de arrendamento SECÇÂO X
com fundamento em falta da comunicação da realização do Cessação do Contrato
subarrendamento, se ele reconhecer o subarrendatário enquanto
SUBSECÇÃO I
tal ou se a comunicação a que se refere o n.° 1 do presente
Disposições Comuns
artigo for feita por escrito pelo subarrendatário.
ARTIGO 56.° DIVISÃO I
(Caducidade) Normas Gerais

O subarrendamento caduca com a extinção, por qualquer ARTIGO 62.°


causa, do contrato de arrendamento, sem prejuízo da respon­ (Meios para a cessação do arrendamento)
sabilidade do sublocador para com o sublocatário, quando o O arrendamento urbano pode cessar por acordo dos con­
motivo da extinção lhe seja imputável. tratantes, resolução, caducidade, denúncia ou outras causas
ARTIGO 57.° previstas na lei.
(Direitos do senhorio em relação ao subarrendatário)
ARTIGO 63.°
1. Sendo total o subarrendamento, o senhorio pode (Meios para a comunicação da cessação do arrendamento)
substituir-se ao inquilino considerando-se resolvido o primitivo
Nos casos em que a lei não exija o recurso à via judicial
arrendamento e passando o subarrendatário a inquilino directo.
para fazer cessar o arrendamento, a cessação deste pode ser
2. A sub-rogação prevista no número anterior é realizada
efectuada por comunicação dirigida à contraparte, pela forma
mediante notificação judicial avulsa nos termos do artigo 261.°
do Código de Processo Civil, devendo ser dirigida ao inquilino prevista na lei.
e ao subarrendatário. DIVISÃO II
3. Considerando-se resolvido o arrendamento inicial e Comunicação
passando o subarrendatário a inquilino directo, são aplicáveis
ARTIGO 64.°
as cláusulas relativas ao arrendamento principal. (Comunicação)
4. Se o senhorio receber alguma renda do subarrendatário
1. Quando o senhorio ou o inquilino pretendam fazer cessar
e lhe passar recibo depois da extinção do arrendamento, é o
o arrendamento, nos casos em que a lei o permita, devem
subarrendatário havido como inquilino directo.
comunicar a contraparte nos termos previstos no artigo 96.°
SECÇÂO IX
Direito dc Preferencia do Inquilino
do Código do Processo Civil.
2. A interpelação pode ser realizada através das seguin­
ARTIGO 58.°
tes formas:
(Regra geral)
a) Por citação, quando seja exigida acção judicial;
1.0 inquilino de prédio urbano ou de sua fraeção autónoma,
b) Por notificação judicial avulsa, nomeadamente nos
quer se trate de arrendamento de duração indeterminada, quer
de arrendamento com prazo certo, tem direito de preferência. casos de denúncia pelo senhorio de um contrato

a) Na compra e venda ou na dação em cumprimento


de duração limitada;
c) Por comunicação escrita.
do prédio arrendado há mais de três (3) anos,
DIÁRIO DA REPÚBLIcA

d) Se for deduzida alguma excepção ou se o réu tiver


deduzido reconvenção, pode o autor, nos oito (8) dias
subsequentes à notificação do oferecimento da con­
testação ou ao momento em que ela se considera
efeitos da comunicação.
efectuada, responder o que se lhe oferecer;
ARTIGO 65.°
(Efeitos da comunicação) e) O despacho saneador, a especificação e o questionário
1 A comunicação feita pelo senhorio, quando efectuada devem ser elaborados dentro de cinco (5) dias a con­
na forma prevista pelalei, toma exigível, a partir do momento tar da data do oferecimento do último articulado;
legalmente fixado, a desocupação do prédio arrendado e a J) O prazo para reclamar contra a especificação e o
sua entrega com as reparações que incumbem ao inquilino. questionário é de dois (2) dias;
2. Com a comunicação, o senhorio pode colocar anúncios g) A audiência de discussão e julgamento deve ser
sobre a disponibilidade do imóvel para novo arrendamento
realizada no prazo de cinco (5) dias;
ou venda. h) A sentença é proferida dentro dos oito (8) dias sub­
3.0 inquilino deve, em qualquer caso, mostrar o prédio a
quem pretender tomá-lo de arrendamento, em horário acordado sequentes à realização da audiência de discussão
e julgamento.
com o senhorio.
4. Na falta do acordo referido no n.° 3, o inquilino deve ARTIGO 68.°
(Recursos)
mostrar o local nos dias úteis, das 17 horas e 30 minutos às
19 horas e 30 minutos e aos sábados e domingos, das 15 às 1. A acção de despejo admite sempre recurso para o Tribunal
19 horas, respectivamente. Superior ao que proferiu a sentença, independentemente do
5. A recusa do inquilino em mostrar o prédio arrendado valor da causa.
pode ser superada através da acção judicial para suprimento 2. A apelação interposta de sentença que decrete o despejo
do consentimento. tem efeito suspensivo.
DIVISÀO in ARTIGO 69.°
Acção de Despejo (Rendas vencidas na pendência da acção)

ARTIGO 66.° 1. Na pendência da acção de despejo, as rendas vencidas


(Finalidade)
devem ser pagas ou depositadas, nos termos gerais do pro­
1. A acção de despejo destina-se a desocupar efectivamente
cesso civil.
o prédio arrendado sempre que a lei imponha o recurso à
2.0 senhorio pode requerer o despejo imediato com base
via judicial.
no não cumprimento do disposto no número anterior, sendo
2. A acção de despejo é o meio processual idóneo para
efectivar a desocupação do prédio arrendado quando o inquilino ouvido o inquilino.
nao aceite desocupar voluntariamente o imóvel arrendado. 3. O direito a pedir o despejo imediato nos termos do
3. A acção de despejo não pode ser intentada no caso em número anterior caduca quando o inquilino, até ao termo do
que o senhorio pretenda invocar a nulidade ou anulabilidade prazo para a sua resposta, pague ou deposite as rendas em
do contrato de arrendamento, aplicando-se neste caso as mora, e a importância da indemnização devida, e disso faÇa
disposições gerais de direito.
prova, sendo, no entanto, condenado nas custas do incidente
ARTIGO 67.° e nas despesas de levantamento do depósito, que serão
(Forma do processo)
contadas a final.
de despejo, na sua fase declarativa, segue os termos
processo sumario, com as seguintes alterações- ARTIGO 70.°
(Incidente de despejo imediato)
Para a'ém d° de cessação do arrendamento
1 • O incidente de despejo imediato com fundamento na
da efectivaçào da cessação do mesmo, pode
falta de pagamento das rendas vencidas na pendência da
amda ser formulado na acção de despejo o pedido
de condenação do réu no pagamento de rendas acção de despejo, a que se refere o artigo 69.°, obedece a
^'das ou vmeendas, ou de indemnização; seguinte tramitação:

sob n 7araC°nteStarden*rOde 15<«)dias, o) Requerimento do senhorio ao tribunal;


sob pena de ser condenado no pedido- b) Notificação do inquilino para responder, querendo,
' P°de deduzir em reconvenção o c) Resposta do inquilino no prazo de cinco (5) dias a con
tar da notificação, podendo depositar, neste prazo,
as rendas em mora e a respectiva indemnização,
d) Decisão do juiz no prazo de três (3) dias úteis.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015
3755

2. Se o inquilino fizer prova documental do pagamento 4. O detentor deve requerer, no prazo de cinco (5) dias, a
das rendas vencidas na pendência da acção de despejo e confirmação da suspensão do despejo, sob pena de imediata
da respectiva indemnização, no prazo referido na alínea c) execução do mandado.
do número anterior, caduca o direito de o senhorio pedir o 5. Com o requerimento referido no n.° 4 do presente artigo
despejo imediato. devem ser apresentados os documentos disponíveis decidindo
3. Quando o incidente de despejo imediato seja suscitado o juiz, sumariamente, ouvido o senhorio, se a suspensão é
mantida ou o mandado é executado.
perante o Tribunal Superior, por motivo de recurso, deverá
ARTIGO 73.°
ser este tribunal a decidir da sua procedência.
(Suspensão por doença)
ARTIGO 71.°
(Mandado de despejo) 1.0 executor deve ainda sustar o despejo quando, tratando-
-se de arrendamento para habitação, se mostre, por atestado
1. O senhorio pode requerer que se passe mandado para
médico, que a diligência põe em risco de vida, por razões de
execução do despejo, quando o inquilino não entregue o prédio
doença aguda, da pessoa do inquilino ou seu cônjuge.
na data fixada na sentença.
2. O atestado referido no número anterior deve indicar de
2.0 requerente deve pôr à disposição do executor os meios
modo fundamentado o prazo durante o qual se deve sustar
necessários para a remoção, transporte e depósito dos móveis
o despejo.
e objectos que sejam encontrados no local.
3. No caso referido no n.° 1 deste artigo, aplica-se o disposto
3. Quando seja necessário arrombar as portas ou vencer
nos n.os 3, 4 e 5 do artigo 72.° da presente Lei.
qualquer resistência material, o funcionário encarregado 4. O senhorio pode requerer, à sua custa, o exame do
de executar o mandado deve requisitar imediatamente a doente por dois médicos nomeados pelo juiz, decidindo este
intervenção da força pública e a assistência da autoridade da suspensão, segundo a equidade, mas que em todo caso
administrativa competente, em cuja presença se efectuará o não poderá exceder os três meses para a desocupação do
despejo, lavrando-se auto da ocorrência. prédio arrendado.
ARTIGO 72.° SUBSECÇÃO II
(Casos cm que a execução do mandado é sustada) Cessação por Acordo das Partes

1. O mandado de despejo é executado seja quem for o ARTIGO 74.°


detentor do prédio arrendado. (Revogação)

2. O executor deve sustar, porém, no despejo: 1. Os contratantes podem, a todo o tempo, revogar o
a) Quando o detentor não tenha sido citado para a contrato, mediante acordo.
acção e exibir: 2.0 acordo referido no número anterior deve ser celebrado
(í) Título de arrendamento ou de outro gozo legítimo por escrito, sempre que não seja imediatamente executado ou
do prédio, emanado do exequente; sempre que contenha cláusulas compensatórias ou quaisquer
(ii) Título de subarrendamento ou de cessão da outras cláusulas acessórias.
posição contratual, emanado do executado; 3. A revogação efectiva, materializada na entrega do prédio
(iii) Documento comprovativo de o senhorio ter arrendado ao senhorio, dispensa a redução a escrito.
especialmente autorizado o subarrendamento SUBSECÇÃO III
Resolução
ou a cessão, ou de o senhorio ter reconhecido
o subarrendatário ou cessionário como tal. ARTIGO 75.°
b) Quando, independentemente do fundamento, seja (Resolução pelo inquilino)

decretado o despejo de prédios ocupados pelo 1.0 inquilino pode resolver o contrato nos termos gerais
Estado, por outras pessoas colectivas públicas ou de direito, com base em incumprimento do senhorio.
por pessoas colectivas que se proponham a fins 2. A resolução do contrato fundada na falta de cumprimento
humanitários ou de beneficência, assistência ou por parte do inquilino tem de ser decretada pelo tribunal.
ARTIGO 76.°
educação, caso em que o juiz fixa na sentença um
(Casos dc resolução pelo senhorio)
prazo razoável, não excedente a seis meses, para
1. O senhorio só pode resolver o contrato se o inquilino:
a desocupação do prédio.
3. Deve ser lavrada certidão das ocorrências referidas a) Não pagar a renda no tempo e lugar próprios nem
fizer depósito liberatório;
na alínea a) do número anterior, juntando-se os documentos
exibidos e advertindo-se o detentor do ónus previsto no b) Usar ou consentir que outrem use o prédio arrendado
número seguinte, com imediato conhecimento ao senhorio para fim ou ramo de negócio diverso daquele ou
daqueles a que se destina;
ou ao seu representante.
DIÁRIO DA REPÚBLICA
3756 ----------------------------
2 O prazo de caducidade previsto no número anterior,
c) Usar o prédio arrendado, reiterada ou habitualmente,
quando se trate de facto continuado ou duradouro, conta-se
para práticas ilícitas, imorais ou desonestas;
a partir da data em que o facto tiver cessado.
d) Fizer no prédio arrendado, sem consentimento escrito
3. A violação do contrato deve qualificar-se como ins­
do senhorio, obras que alterem substancialmente
tantânea, quando a conduta violadora for uma só, realizada
a sua estrutura externa ou a disposição interna das
ou executada em dado momento temporal, embora os seus
suas divisões, ou praticar actos que nele causem
efeitos permaneçam ou se protraiam no tempo.
deteriorações consideráveis, igualmente não con­
4. A violação do contrato só deve ter-se como continuada,
sentidas e que não possam justificar-se nos termos
quando o processo de violação do contrato se mantenha em
do artigo 1043.° do Código Civil ou do artigo 6.°
aberto, alimentado pela conduta persistente do inquilino.
da presente Lei;
SUBSECÇÃO rv
e) Subarrendar ou emprestar, total ou parcialmente,
Caducidade
o prédio arrendado, ou ceder a sua posição con­
tratual, nos casos em que estes actos são ilícitos, ARTIGO 78.°
(Caducidade do arrendamento)
inválidos por falta de forma ou ineficazes em
relação ao senhorio, salvo o disposto no artigo 1. Sem prejuízo do disposto em regimes especiais, o

1049.° do Código Civil; arrendamento caduca nos casos fixados pelo artigo 1051.°

f) Cobrar do subarrendatário renda superior à que é do Código Civil.


permitida nos termos do n.° 1 do artigo 55.° da 2. Quando o contrato de arrendamento para habitação
caduque por força da alínea c) do artigo 1051.° do Código
presente Lei;
g) Conservar encerrado, por mais de um ano, o prédio
Civil, o inquilino tem direito a um novo arrendamento nos

arrendado para comércio, indústria ou exercício termos do artigo 104.° da presente Lei.
de profissão liberal, salvo caso de força maior ou ARTIGO 79.°
(Caducidade por expropriação por utilidade pública)
ausência forçada do "inquilino que não se prolongue
por mais de dois anos; 1. A caducidade do contrato em consequência de expropria­
h) Conservar o prédio desabitado por mais de um ano ção por utilidade pública obriga o expropriante a indemnizar
ou, sendo o prédio destinado à habitação, não tiver o inquilino.
nele residência permanente, habite ou não outra 2. O arrendamento para habitação e o arrendamento para
casa, própria ou alheia; comércio, indústria ou exercício de profissão liberal são con­
i) Deixar de prestar ao senhorio os serviços que deter­ siderados encargos autónomos para efeito de indemnização
minam a ocupação do prédio. dos inquilinos.
2.0 disposto na alínea h) do número anterior não se aplica: 3. O inquilino habitacional obrigado a desocupar o fogo
a) Em caso de força maior ou de doença, devidamente em consequência de caducidade do arrendamento resultante de

comprovados; propriaçâo pode optar entre uma habitação cujas características,


b) Se o inquilino se ausentar por tempo não superior a gnadamente de localização e renda, sejam semelhantes
dois anos, em cumprimento de deveres militares, a anterior ou por indemnização satisfeita de uma só vez.

ou no exercício de outras funções públicas ou de Na fixação da indemnização a que se refere o número


or atender-se-á ao valor do fogo, ao valor das benfeitorias
serviço particular por conta de outrem, e bem
assim, sem dependência de prazo, se a ausência zadas pelo inquilino e à relação entre as rendas pagas por
resultar de comissão de serviço público, civil ou este e as praticadas no mercado.
militar por tempo determinado; com5* Na lndemni2^ão respeitante a arrendamento para
c) Se permanecer no prédio arrendado o cônjuge, pes­ -se-á ' lnddstr^a ou exercício de profissão liberal atender-

soa que viva com o inquilino em união de facto, referen ' CS^eSaS re^advas à nova instalação, incluindo os
ainda que não reconhecida ou parente em linha resultant ° ’nclud^no irá pagar, e aos prejuízos
para a t $ c ^eríodo de Parafisação da actividade, necessária
recta do inquilino ou outros familiares dele, desde
erencia, calculada nos termos gerais de direito.
que, neste último caso, com ele convivam há mais
de um (1) ano. SUBSECÇÃO v
Denúncia
ARTIGO 77.°
(Caducidade do direito de pedir a resolução)
ARTIGO 80.°
1. A acção de resolução deve ser proposta dentro de um
I q. (Denúncia do contrato)
ano, a contar do conhecimento do facto que lhe serve de contrato nr P°dC ’mped^r a renovação automática do
fundamento, sob pena de caducidade.
do Código CivilCnd0 3 denÚncia regulada no artigo 1055.°
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3757

2. A denúncia do contrato pelo senhorio só é possível nos 2.0 senhorio que tiver diversos prédios arrendados só pode
casos previstos na lei e pela forma nela estabelecida. denunciar o contrato relativamente àquele que, satisfazendo as
ARTIGO 81.° necessidades de habitação própria ou de seus ascendentes ou
(Casos dc denúncia pelo senhorio)
descendentes em 1.° grau, esteja arrendado há menos tempo.
1. O senhorio pode denunciar o contrato para o termo do 3. O direito de denúncia para habitação do descendente
prazo ou da sua renovação nos casos seguintes: ou ascendente está sujeito à verificação do requisito exigido
a) Quando necessite do prédio para sua habitação ou na alínea b) do n.° 1 do presente artigo.
dos seus descendentes em 1.° grau ou ascenden­
ARTIGO 84.°
tes, incluindo os do cônjuge ou do companheiro (Indemnização c reocupação do prédio)
de união de facto; 1. É devida ao inquilino, pela desocupação do prédio para
b) Quando necessite do prédio para nele construir habitação do senhorio, uma indemnização correspondente a
a sua residência ou dos seus descendentes em seis (6) meses de renda à data do despejo.
1.° grau ou ascendentes; 2. Se o senhorio, desocupado o prédio, não o for habitar
c) Quando se proponha ampliar o prédio ou construir dentro de noventa dias, ou o tiver devoluto durante mais de um
novos edifícios de modo a aumentar o número de (1) ano sem motivo de força maior, ou não permanecer nele
locais arrendáveis e disponha do respectivo plano durante dois (2) anos, e bem assim se ele não tiver iniciado,
de massas aprovado pela autoridade administra­ dentro desse mesmo prazo, a obra justificativa da denúncia,
tiva competente; o inquilino despedido tem direito, além de indemnização
d) Quando o prédio esteja degradado e não se mostre fixada no número anterior, à importância correspondente a
aconselhável, sob o aspecto técnico ou econó­ seis (6) meses de renda e pode reocupar o prédio, salvo, em
mico, a respectiva beneficiação ou reparação e qualquer dos casos mencionados, a ocorrência de morte ou
esteja aprovado pela autoridade administrativa deslocação forçada do senhorio não prevista à data do despejo.
competente o respectivo plano de massas. 3. O disposto no número anterior não se aplica nos casos
2.0 disposto no presente artigo não é aplicável às casas de que o inquilino despedido já tenha conseguido outro prédio
saúde, nem aos estabelecimentos de ensino oficial ou particular. para habitar, quer o tenha tomado de arrendamento, quer o
ARTIGO 82.° tenha adquirido em propriedade, compropriedade, usufruto,
(Forma dc denúncia)
uso e habitação ou direito de superfície.
1. A denúncia do senhorio deve ser feita em acção judicial,
ARTIGO 85.°
com a antecedência mínima de seis (6) meses relativamente (Denúncia para aumento de capacidade do prédio
ao fim do prazo do contrato ou da sua renovação, mas não ou por degradação do mesmo)

obriga ao despejo enquanto não decorrerem três (3) meses 1. A denúncia do contrato para aumento do número de
sobre a decisão definitiva. espaços arrendáveis é objecto de legislação especial.
2. A antecedência mínima de seis (6) meses exigida no 2. À denúncia do contrato prevista na alínea d) do n.° 1
número anterior é contada a partir da data da propositura da do artigo 81.° da presente Lei, aplica-se o regime referido no
número anterior.
acção de despejo.
3. A denúncia não é eficaz se acção de despejo for proposta CAPÍTULO II
com uma antecedência inferior a seis (6) meses. Arrendamento Urbano para Habitação

ARTIGO 83.° SECÇÃO I


(Denúncia para habitação) Disposição Gerais
1. O direito de denúncia para habitação do senhorio
ARTIGO 86.°
depende, em relação a ele, da verificação cumulativa dos (Casas mobiladas)

seguintes requisitos: Quando o arrendamento do prédio para habitação seja


a) Ser proprietário, comproprietário ou usufrutuário acompanhado do aluguer da respectiva mobília ao mesmo
do prédio arrendado há mais de cinco (5) anos, inquilino considera-se arrendamento urbano todo o contrato
ou independentemente deste prazo, se o tiver e renda todo o preço locativo.
adquirido por sucessão; ARTIGO 87.°
(Indústrias domésticas)
b) Não ter, há mais de um (1) ano, na localidade em
que reside, casa própria ou arrendada que satisfaça 1. No uso residencial de prédio arrendado inclui-se o
as necessidades de habitação própria ou dos seus exercício de qualquer indústria doméstica, permanente ou
ocasional, quer seja tributada ou não.
ascendentes ou descendentes em 1.° grau.
DIÁRIO DARepúr, ,^
3758

2. É indústria doméstica a explorada na sua residência ARTIGO 92.°


(Renda condicionada)
pelo inquilino ou pelos seus familiares, desde que não ocupe
1 No regime de renda condicionada, a renda inicial do
mais de três auxiliares assalariados.
3. Para efeitos do disposto no presente artigo, não cabe primeiro ou dos novos arrendamentos resulta da livre negocia­
no conceito de indústria doméstica o exercício de actividade ção, entre os contratantes, não podendo, no entanto, exceder
comercial ou similar. por mês o duodécimo do produto resultante da aplicação da
4. Consideram-se familiares do inquilino os que fazem parte taxa das rendas condicionadas ao valor actualizado do fogo,
do seu agregado familiar e que com ele residem habitualmente no ano da celebração do contrato.
em comunhão de mesa e habitação. 2. A taxa das rendas condicionadas é fixada por diploma
ARTIGO 88.° legal complementar.
(Desvio do fim habitacional)
ARTIGO 93.°
O arrendamento não habitacional de locais licenciados
(Valor actualizado dos imóveis)
apenas para a habitação é nulo, sem prejuízo da aplicação da
Para efeitos do disposto no n.° 1 do artigo anterior, o valor
sanção prevista no n.° 5 do artigo 11.° da presente Lei.
actualizado dos imóveis é o seu valor real, fixado pelas comissões
ARTIGO 89.°
(Pessoas que podem residir no prédio) de avaliação a que se refere o artigo 131,° da presente Lei.
1. Nos arrendamentos para habitação podem residir no ARTIGO 94.°
prédio, além do inquilino: (Regime obrigatório dc renda condicionada)

a) Todos os que fazem parte do seu agregado familiar, L Ficam sujeitos ao regime de renda condicionada os
numa adequada proporção em relação ao espaço arrendamentos constituídos por força do direito a novo
do prédio; arrendamento, nos termos do n.° 3 do artigo 79.° e 104.°,
b) Os hóspedes, salvo cláusula em contrário.
ambos da presente Lei.
2. Consideram-se sempre como vivendo com o inquilino,
“• O regime de renda condicionada é também obrigatório
os que fazem parte do seu agregado familiar e que com ele
nos arrendamentos:
residam em comunhão de mesa e habitação, ainda que paguem
a) De imóveis que, tendo sido construídos para fins
alguma tributação, e bem assim as pessoas relativamente às
quais, por força da lei ou de negócio jurídico que não respeite habitacionais pelo Estado e seus organismos
directamente à habitação, haja obrigação de convivência ou autónomos, institutos públicos e instituições de
de alimentos. previdência, tenham sido ou venham a ser ven­
didos aos respectivos moradores;
SECÇÂO II
Regimes de Renda b) De imóveis construídos por cooperativas de habitação

ARTIGO 90? económica, associações de moradores e cooperati­


(Regimes de renda para habitação)
vas de habitação e construção que tenham usufruído
1. Nos contratos de arrendamento para habitação pode
de subsídios ao financiamento ou à construção por
estabelecer-se regimes de renda livre, condicionada ou apoiada.
2. A opção entre os regimes de renda livre e de renda parte do Estado ou seus organismos autónomos e
condicionada, quando se trata de primeiro ou de novo arren­ institutos públicos;
damento, é feita por acordo dos contratantes, salvo o disposto ) Nos demais casos previstos em legislação especial,

no artigo 95.° da presente Lei. vinte ‘ krÍ£atOr’edade imposta no número anterior decorridos
3. No silêncio das partes presume-se que tenha sido esti­ co (25) anos contados da data da primeira transmissão
pulado o regime da renda condicionada, quando a isso não 0 Prédio, salvo disposição específica em contrário.
se oponha o montante da renda acordada.
ÍAet r artigo 95.°
Ua ,Zaçà0 até ao hmite da renda condicionada)
ARTIGO 91.°
(Renda livre)
contrato o P°de suscitar> para o termo do prazo do
1. No regime de renda livre, a renda inicial é estipulada
por livre negociação pelos contratantes. da renda / SUa renovaÇão, uma actualização obrigatória

2. Os contraentes podem convencionar, seja no próprio condicionad ° SeU Va^or em reg*me ren^a
contrato seja em documento posterior, o regime de actualização for pro ' .“o 0 inQuilino tenha outra residência ou
anual das rendas. desde que os na íocaí’dade em que resida, o
tacinnaío • esrnos possam satisfazer necessidades habí-
ldC,°nais imediatas.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3759

2. Na comunicação para efeitos da actualização obrigatória pelo juiz, por sentença que haja decretado o divórcio ou
da renda cabe ao senhorio identificar com rigor as residências pelo conservador do registo civil, consoante os casos,
ou imóveis que satisfaçam as exigências do número anterior. deve ser notificada oficialmente ao senhorio, no prazo
3. A actualização rege-se pelo artigo 41.° da presente Lei, de trinta (30) dias contados da decisão que decrete a
referida transferência.
com as adaptações seguintes:
a) A comunicação do senhorio é feita com a antece­ ARTIGO 99.°
(Transmissão por morte)
dência mínima de noventa (90) dias em relação ao
1. O arrendamento para habitação não caduca por morte
termo do prazo do contrato ou da sua renovação;
do primitivo inquilino ou daquele a quem tiver sido cedida a
b) A denúncia do inquilino é enviada por escrito no sua posição contratual, se lhe sobreviver:
prazo de quinze (15) dias após a recepção da
a) Cônjuge não separado de facto;
comunicação do senhorio, devendo o prédio ser
b) Pessoa que com ele coabitasse consecutivamente há
restituído devoluto até ao termo do prazo do con­
mais de três (3) anos, em situação de união de facto;
trato ou da sua renovação.
c) Descendente com menos de um ano de idade ou
ARTIGO 96.°
(Renda apoiada)
que com ele convivesse há mais de um (1) ano;

1. No regime de renda apoiada, o montante das rendas é


d) Ascendente que com ele convivesse há mais de um
(1) ano;
subsidiado, vigorando, ainda, regras específicas quanto à sua
determinação e actualização.
e) Afim na linha recta, nas condições referidas nas
alíneas b) e c) do presente artigo.
2. Ficam sujeitos ao regime referido no número anterior
2. Nos casos do número anterior, a posição do inquilino
os prédios construídos ou adquiridos para arrendamento habi­
transmite-se pela ordem nele estabelecido, às pessoas nele
tacional pelo Estado e seus organismos autónomos, institutos
referido, preferindo, em igualdade de condições, sucessiva­
públicos e pelas instituições particulares de solidariedade
mente, o parente ou afim mais próximo e mais idoso.
social com o apoio financeiro do Estado.
3. A transmissão a favor dos parentes ou afins também se
3.0 regime de renda apoiada fica sujeito a legislação própria.
verifica por morte do cônjuge sobrevivo quando, nos termos
SECÇÀOIII
Transmissão do Direito do Inquilino deste artigo, lhe tenha sido transmitido o direito ao arrendamento.
ARTIGO 100.°
ARTIGO 97.°
(Excepção)
(Comunicabilidadc do arrendamento)
O direito à transmissão previsto no artigo anterior, não se
1. Nos casos em que apenas um dos cônjuges outorgou o
verifica se o titular desse direito tiver residência na respectiva
contrato de arrendamento, seja qual for o regime matrimonial,
localidade, à data da morte do primitivo inquilino.
a posição do inquilino se comunica ao cônjuge ou companheiro
ARTIGO 101.°
de união de facto sobrevivo. (Regime de renda em caso de transmissão)
2.0 disposto no número anterior e nos artigos seguintes é
1. Aos contratos transmitidos para descendentes com mais
aplicável, com as devidas adaptações, às uniões de facto, ainda
de vinte e seis anos de idade e menos de sessenta e cinco (65),
que não reconhecidas, desde que devidamente comprovada,
para ascendentes com menos de sessenta e cinco (65) anos
podendo a prova ser feita por qualquer meio legalmente
e afins na linha recta, nas mesmas condições, é aplicável o
admissível, desde que se cumpra com as obrigações de
regime de renda condicionada.
pagamento de renda nas mesmas condições que o inquilino
2. Aos contratos transmitidos para descendentes ou afins
primário ou primitivo.
menores de vinte e seis (26) anos aplica-se o regime do número
ARTIGO 98.°
anterior quando estes completem aquela idade e desde que
(Transmissão por divórcio)
decorrido um ano sobre a morte do inquilino.
1 ■ Cabe ao tribunal decidir quem fica com a posição de
3. Para efeitos do disposto no número anterior, deve o
inquilino, tendo em conta as condições de vida dos cônjuges,
transmissário comunicar ao senhorio, por declaração escrita,
o interesse dos filhos do casal e as causas do divórcio.
a data em que completa vinte e seis (26) anos de idade, com
2. Estando o processo pendente no tribunal de primeira
antecedência mínima de trinta (30) dias.
instância ou em sede de recurso, cabe ao respectivo tribunal
4. A falta de comunicação pelo transmissário ao senhorio
a decisão, conforme a situação.
da data em que completa vinte e seis anos (26) de idade, com
3. A transferência do direito ao arrendamento para o
ex-cônjuge do inquilino, por efeito de acordo homologado a antecedência mínima de trinta (30) dias, deve ser sancionada
DIÁRIO DA REPÚBLICA
3760
habitem o prédio arrendado por força de negócio
com indemnização por todos os danos derivados da omissão,
jurídico que não respeite directamente a habitação-
que, no caso, correspondem à diferença entre o que o trans­
b) Os subarrendatários, quando a sublocação seja eficaz
missário pagou e o que deveria ter pago em consequência da
em relação ao senhorio, preferindo, entre vários
aplicação do regime de renda condicionada.
o mais antigo.
5. O disposto nos n.051 e 2 do presente artigo, não se
2. Havendo pluralidade de pessoas nas condições da
aplica quando;
a) O descendente for portador de deficiência a que alínea a) do número anterior, o direito a novo arrendamento
corresponda incapacidade superiora 60%; cabe às pessoas que convivam há mais tempo com o inquilino,
b) O descendente ou o ascendente se encontre em preferindo, em igualdade de condições, os parentes, por grau
situação de reforma por invalidez absoluta ou de parentesco, os afins, por grau de afinidade, e o mais idoso.
não beneficiando de pensão de invalidez, sofra
ARTIGO 105.°
de incapacidade total para o trabalho; (Excepção)
c) O afim na linha recta se encontre nas condições O direito a novo arrendamento previsto no artigo ante­
referidas nas alíneas anteriores. rior da presente Lei não se verifica se o titular desse direito
6. Da alteração do regime de renda prevista nos n.os 1
tiver residência na respectiva localidade, à data da morte do
e 2 deste artigo, não pode resultar a diminuição da renda
primitivo inquilino.
anteriormente praticada.
ARTIGO 106.°
ARTIGO 102.° (Duração limitada)
(Renúncia)
1. Aos contratos celebrados por força do exercício do
1.0 direito à transmissão é renunciável mediante comuni­
cação escrita feita ao senhorio nos trinta dias subsequentes à direito a novo arrendamento aplica-se o regime de duração
morte do inquilino, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte. limitada previsto e regulado nos artigos 113.° e seguintes da
2. Da renúncia do direito à transmissão resulta que este presente Lei, sendo o primeiro arrendamento sujeito ao regime
é deferido a outro eventual titular do direito, de acordo
de renda condicionada.
com a ordem de preferência estabelecida nos n.os 1 e 2 do
2. Os arrendamentos constituídos por força do direito a
artigo 99.° da presente Lei.
novo arrendamento não podem envolver diminuição de renda.
ARTIGO 103.°
(Comunicação ao senhorio) 3. Quando envolve diminuição de renda, o novo contrato
1. O transmissário não renunciante deve comunicar ao mantém à partida o valor da renda anterior, aplicando-se o
senhorio, por carta registada, a morte do primitivo inquilino regime previsto no n.° 1 do presente artigo.
ou do cônjuge sobrevivo, enviada nos cento e oitenta dias
ARTIGO 107.°
posteriores à ocorrência. (Exccpções)
2. A comunicação referida no número anterior deve ser O senhorio pode recusar o novo arrendamento quando:
acompanhada dos documentos autênticos ou autenticados a) Pretenda vender o prédio ou a fraeção arrendada,
que comprovem os direitos do transmissário, nomeadamente, b) Queira o prédio para sua residência ou para nele
certidão de óbito do inquilino falecido e certidão de casamento
construir a sua habitação e não tenha, na mesma
se o transmissário for o cônjuge ou certidão de nascimento se
o transmissário for descendente ou ascendente. localidade, casa própria ou arrendada;
c) Queira o local para sua residência ou para nele
3. A inobservância do disposto nos números anteriores
não prejudica a transmissão do contrato, mas obriga o trans­ construir a sua habitação e resida em casa que
missário faltoso a indemnizar o senhorio por todos os danos não satisfaça as necessidades de habitação pró­
derivados da omissão. pria da família ou em casa arrendada e denuncie

SECÇÃOiv
o respectivo arrendamento;
Direito a Novo Arrendamento d) Queira o prédio para residência de parentes ou afins
em linha recta, desde que estes se encontrem nas
ARTIGO 104.°
(Direito a novo arrendamento) condições previstas nas alíneas b) ou c) do pre-
1. Quando o contrato de arrendamento para habitação sente artigo;
caduque por morte do inquilino, têm direito a novo arrenda­ Pretenda afectar o prédio a fim diferente da habitação
mento, sucessivamente: e °ktenha, para o efeito, a necessária licença da
a) As pessoas referidas na alínea a) do n.° 1 do artigo 89.° da autoridade administrativa competente;
presente Lei, desde que convivam com o inquilino retenda ampliar o prédio ou construir novo edifí­
há mais de três (3) anos, com excepção das que cio, em termos de aumentar o número de espaços
arrendáveis.
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3761

ARTIGO 108.° 3. Os direitos à indemnização e à reocupação atribuídos


(Comunicações)
nos números anteriores não se constituem quando os factos de
1. O direito ao novo arrendamento deve ser exercido
que dependem ocorram por caso fortuito ou de força maior,
mediante declaração escrita enviada ao senhorio nos trinta
considerando-se como tal, nomeadamente, a dificuldade de
(30) dias subsequentes à caducidade do contrato anterior. constituição tempestiva, quando necessária, da propriedade
2. Havendo pluralidade, os interessados devem enviar, horizontal do prédio, por facto não imputável ao senhorio.
no prazo fixado, a comunicação referida no número anterior, SECÇÃO v
fazendo-se, depois, a sua graduação e escolha, segundo os Direito dc Preferência

critérios do n.° 2 do artigo 104.° da presente Lei. ARTIGO 111.°


3. A invocação de alguma das excepções estabelecidas (Direito de preferência)

no artigo 108.° da presente Lei deve ser feita pelo senhorio 1. As pessoas referidas no artigo 104.° da presente Lei,
mediante comunicação escrito dirigida ao interessado ou sucessivamente e pela ordem nele estabelecida, têm direito
interessados e enviada no prazo de trinta (30) dias a contar de preferência na compra do prédio arrendado.
da comunicação referida no n.° 1 deste artigo. 2. O direito de preferência depende, no entanto, de elas
4. O não acatamento dos prazos referidos neste artigo terem pretendido, nos termos e prazos legais, exercer o direito
envolve a caducidade dos respectivos direitos. a novo arrendamento e de tal ter sido obstado pela invocação
ARTIGO 109.° referida na alínea a) do artigo 107.° da presente Lei.
(Novo contrato) 3. É aplicável ao direito de preferência previsto no pre­
1.0 titular do direito ao novo arrendamento pode recorrer sente artigo, o disposto nos artigos 416.° a 418.° e 1410.° do
à execução específica prevista no artigo 830.° do Código Civil Código Civil.
com as necessárias adaptações. SECÇÃO VI
Cessação do Contrato
2. Os efeitos do novo contrato retroagem à data da cadu­
SUBSECÇÃO I
cidade do anterior.
Contratos de Duração Limitada
3. A possibilidade de recurso à execução específica não
ARTIGO 112.°
preclude o recurso à acção de responsabilidade civil para (Estipulação de prazo efectivo)
ressarcimento dos danos causados pelo senhorio com a recusa
1. Os contratantes podem estipular um prazo para a duração
ilícita de celebrar novo arrendamento, sendo, para tal, neces­
efectiva dos arrendamentos urbanos para habitação, desde que
sário, no entanto, que se verifiquem os restantes requisitos da
a respectiva cláusula seja inserida no texto escrito do contrato,
responsabilidade civil, previsto no Código Civil.
assinado pelos contratantes.
ARTIGO 110.°
2. O prazo referido no número anterior não pode, contudo,
(Indemnização c reocupação)
ser inferior a cinco (5) anos.
1. Se o senhorio ou as pessoas referidas na alínea d) do
ARTIGO 113.°
artigo 107.° da presente Lei, desocupado o imóvel, não o (Renovação automática, denúncia e revogação)
forem habitar a título permanente dentro de cento e oitenta
1. A denúncia efectuada pelo senhorio nos termos desta dispo­
dias ou não permanecerem nele durante dois (2) anos ou sição não confere ao inquilino o direito a qualquer indemnização.
ainda quando não sejam feitas, dentro deste último prazo, 2. O inquilino pode denunciar nos termos referidos no
as obras que tenham justificado a recusa, pode a pessoa que número anterior, bem como revogar o contrato, a todo o
teria o direito ao novo arrendamento exigir uma indemnização tempo, mediante comunicação escrita a enviar ao senhorio,
correspondente a seis meses de renda, calculada nos termos com a antecedência mínima de noventa (90) dias sobre a data
do regime da renda condicionada anualmente actualizada e, em que se operam os seus efeitos.
ainda, requerer a reocupação do prédio, mediante a celebração ARTIGO 114.°
de novo contrato de arrendamento. (Execução forçada)

2. Os direitos conferidos pelo número anterior podem 1. Aos contratos de duração limitada são inaplicáveis as
igualmente ser exercidos nos casos em que, desocupado o regras relativas ao diferimento das desocupações, sendo, no
imóvel com fundamento nas alíneas a) e e) do artigo 108. da entanto, aplicável a suspensão do despejo por doença a que
presente Lei, o senhorio não realize a venda nos doze meses se refere o artigo 73.° da presente Lei.
seguintes ou não o afecte, no prazo de seis (6) meses, ao fim 2. Se o inquilino não restituir o prédio arrendado logo que
invocado para a desocupação. finde o contrato, é obrigado a pagar, a título de indemnização,
. 1
* *
DIÁRIO DA REPÚBLICA

4 O tribunal, quando não se considere esclarecido, pode


até ao momento da restituição, uma quantia igual à da renda
devida, excepto se houver fundamento para consignar as
recolher os elementos ou informações que entender junto das
entidades públicas e privadas.
rendas em depósito.
5 Quando o diferimento da desocupação seja requerido por
SUBSECÇÃO II
Diferimento das Desocupações carência de meios, o réu adquire automaticamente o direito ao
benefício do apoio judiciário na forma de dispensa de custas,
ARTIGO 115.°
(Desocupação) que o juiz pode ou não manter ao indeferir o requerimento ou
1. A desocupação de um prédio arrendado para habitação, ao ordenar a cessão do diferimento.
motivada pela cessação do respectivo contrato, pode ser diferida 6. Durante o diferimento da desocupação não são exigidas
por razões sociais imperiosas, nos termos dos artigos seguintes.
quaisquer custas anteriormente contadas.
2.0 diferimento é decretado na decisão da acção de despejo
ARTIGO 119.°
que conduza à desocupação do prédio arrendado. (Rendas)

ARTIGO 116.°
No diferimento, decidido com base na alínea a) do
(Fundamentos)
artigo 116.° da presente Lei, pode o réu, a pedido do senhorio,
1. O diferimento referido no artigo anterior é decidido
ser obrigado a caucionar as rendas vincendas, sob pena de
de acordo com o prudente arbítrio do tribunal, quando se
perda de benefício.
demonstre alguma das seguintes circunstâncias:
a) Que a desocupação imediata do local causa ao réu CAPÍTULO III
Arrendamento para Comércio ou Indústria
um prejuízo muito superior à vantagem conferida
ao autor; ARTIGO 120.°
(Noção)
b) Que, tratando-se de resolução por não pagamento
1. E considerado arrendamento para comércio ou indústria
de rendas, a falta do mesmo se deve a carência
de meios do réu. o arrendamento de prédios ou partes de prédios urbanos ou
2. No juízo sobre o diferimento o tribunal deve ainda ter rústicos tomados para fins directamente relacionados com
em conta as exigências da boa-fé, a circunstância de o réu não uma actividade comercial ou industrial.
dispor imediatamente de outra habitação, o número de pessoas 2. As disposições do presente capítulo não se aplicam
que habitam com o réu, a sua idade, o seu estado de saúde e, aos contratos de instalação e uso de loja para exploração de

em geral, a situação económica e social das pessoas envolvidas. estabelecimento integrado em centro comercial.
ARTIGO 117.° ARTIGO 121.°
essão de exploração do estabelecimento comercial)
(Prazo)

1. O diferimento da desocupação por razões sociais não 1. Não é havido como arrendamento de prédio urbano ou
pode exceder o prazo máximo de três (3) meses a contar da tico o contrato pelo qual alguém transfere temporária e
data do trânsito em julgado da sentença que tenha decretado osamente para outrem, juntamente com o gozo do prédio,
o despejo. ploração de um estabelecimento comercial ou industrial
2.0 prazo referido no número anterior absorve quaisquer nele instalado.
outros diferimentos permitidos por leis gerais ou especiais. 2-^Se porém, ocorrer algumas das circunstâncias previstas
ARTIGO 118.° do artigo 125.° da presente Lei, o contrato passa a ser
(Processo) ^vido como arrendamento do prédio.
1.0 pedido de diferimento formulado pelo réu ou pelo essão de exploração do estabelecimento comercial
Ministério Público deve ser apresentado até ao momento da
nstar de documento escrito, sob pena de nulidade.
designação do dia para a audiência final.
ARTIGO 122.°
2. O autor é ouvido, podendo opor-se ao diferimento na (Morte do inquilino)

resposta à contestação ou no prazo de sete (7) dias, conforme °S suces en^anienl0 nã° caduca por morte do inquilino, mas
o pedido tenha sido formulado na própria contestação ou a r_ , S P°dem renunciar à transmissão, comunicando
depois dela.
nuncia ao senhono no prazo de trinta (30) dias.
3. Com o prédio e a resposta são logo ao çpnk • SS°r nã° renunciante deve comunicar, por escrito,
disponíveis e indicadas as testemunhas oferecidas as provas
limite de três por parte. a apresentar, até ao
(180) d‘ nica<?âo deve ser enviada nos cento e oitenta
,aS posteri°res à ocorrência e dela devem constar os
I SÉRIE - N.° 145 - DE 23 DE OUTUBRO DE 2015 3763

documentos autênticos ou autenticados que comprovem os 3. Sempre que, por contitularidade da posição do senhorio
seus direitos. ou pela existência, no estabelecimento trespassado, de mais
4. O sucessor não renunciante não pode prevalecer-se do de um arrendamento, haja dois ou mais preferentes, abre-se
não cumprimento dos deveres de comunicação estabelecidos licitação entre eles, revertendo o excesso para o alienante.
neste artigo e deve indemnizar o senhorio por todos os danos CAPÍTULO IV
derivados da omissão. Arrendamento para o Exercício de Profissões Liberais
ARTIGO 123.°
ARTIGO 127.°
(Cessação por denúncia do senhorio)
(Remissão)
1. Se o arrendamento cessar por motivo de denúncia do Aos arrendamentos para o exercício de profissões liberais,
senhorio, o inquilino tem direito a uma compensação em é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto na
dinheiro, sempre que, por facto seu, o prédio tenha aumentado alínea b) do n.° 2 do artigo 8.° e nos artigos 120.° a 126.°, da
de valor locativo. presente Lei.

2. A importância da compensação é fixada pelo tribunal, ARTIGO 128.°


(Cessão da posição de inquilino)
segundo juízos de equidade, mas não pode exceder duas vezes
1. A posição de inquilino é transmissível por acto inter
a renda anual.
vivos, sem autorização do senhorio, a pessoas que, no prédio
ARTIGO 124.° arrendado, continuem a exercer a mesma profissão.
(Desocupação do prédio)
2. A cessão deve ser celebrada por escritura pública.
1. Quando o arrendamento tiver durado um ou mais anos
CAPÍTULO V
e cessar por motivo de denúncia do senhorio, o inquilino só
Disposição Penal
é obrigado a desocupar o prédio decorrido um ano após o
ARTIGO 129.°
termo do contrato ou da sua renovação. (Especulação)
2. Se o arrendamento tiver durado dez ou mais anos, o Constitui crime de especulação, punível nos termos da
prazo para a desocupação é de dois (2) anos. legislação respectiva:
3. O inquilino deve pagar, tempestiva e pontualmente, a)A recusa pelo senhorio ou pelo inquilino sublocador
as rendas que se vencerem até à desocupação efectiva do da emissão do recibo da renda paga;
prédio arrendado. b) O facto de o senhorio ou o inquilino sublocador de
casa destinada a habitação receber do seu inqui­
ARTIGO 125.°
(Trespasse do estabelecimento comercial ou industrial) lino qualquer quantia que não seja a renda devida;

1. É permitida a transmissão por acto entre vivos da posição


c) O facto de o inquilino receber qualquer quantia que
não lhe seja devida, pela desocupação do prédio
do inquilino, sem dependência da autorização do senhorio, no
arrendado, quando haja cessado o arrendamento.
caso de trespasse do estabelecimento comercial ou industrial.
CAPÍTULO VI
2. Não há trespasse:
Disposições Finais e Transitórias
a) Quando a transmissão não seja acompanhada de trans­
ferência, em conjunto, das instalações, utensílios, ARTIGO 130.°
(Aplicação no tempo)
mercadorias ou outros elementos que integram o
O disposto na presente Lei aplica-se a todos os contratos de
estabelecimento; arrendamento urbano celebrados após a sua entrada em vigor.
b) Quando, transmitido o gozo do prédio, passe a ARTIGO 131.°
exercer-se nele outro ramo de comércio ou indús­ (Comissões de avaliação)

tria ou quando, de um modo geral, lhe seja dado Enquanto não for aprovada a regulamentação das avaliações,
outro destino. mantêm-se em funções as comissões de avaliação previstas
3. O trespasse deve ser celebrado por escritura pública. no Decreto n.° 43.525, de 7 de Março de 1961.
ARTIGO 132.°
ARTIGO 126.°
(Revogação)
(Direitos do senhorio em caso de trespasse)

1. No trespasse por venda ou dação em cumprimento do São revogados, ressalvando-se o disposto no artigo anterior,

estabelecimento comercial, o senhorio do prédio arrendado o Decreto n.° 43.525, de 7 de Março de 1961, os artigos 1083.°

tem direito de preferência. a 1120.° do Código Civil, os artigos 964.° a 997.° do Código

2. É aplicável neste caso, com as necessárias adaptações, de Processo Civil e todas as disposições que contrariem o

0 disposto nos artigos 416.° a 418.° e 1410.° do Código Civil. disposto na presente Lei.
____________DIÁRIO da REPÚBLICA
3764 _____ _____________________________

ARTIGO 133.”
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
(Remissões)

As remissões feitas para os preceitos revogados consideram- Despacho n.° 334/15


de 23 de Outubro
-se efectuadas para as correspondentes normas da Lei do
Considerando que se pretende contratar uma empresa
Arrendamento Urbano. especializada para a Elaboração do Estudo de Desenvolvimento
ARTIGO 134.° Agrário Integrado da Província de Cabinda, acção financiada
(Aplicação subsidiária)
pelo Banco Africano de Desenvolvimento, ao abrigo do acordo
Em tudo o que nào estiver regulado na presente Lei, com o Governo de Angola;
Em conformidade com os poderes delegados pelo Presidente
aplicam-se as normas do Código Civil relativas aos negócios
da República, nos termos do artigo 137.° da Constituição da
jurídicos, às obrigações em geral e ao contrato de locação e
República de Angola, e de acordo com o artigo 2.° do Decreto
demais legislação aplicável, com as devidas adaptações. Presidencial n.° 6/10, de 24 de Fevereiro, combinado com a
ARTIGO 135.°
alínea k) do artigo 5.° do Decreto Presidencial n.° 100/14,
(Dúvidas e omissões) de 9 de Maio, determino:
É aprovado o funcionamento da Comissão de Avaliação
As dúvidas e as omissões que resultarem da interpre­
das Propostas, com a seguinte composição:
tação e da aplicação a presente Lei são resolvidas pela 7) Alice Cateco Ginga, (Gab. Jurídico) — Presidente;
Assembleia Nacional. II) Pedro Valentim Dozi, (GEPE), Membro Efectivo
— Secretário;
ARTIGO 136.°
(Entrada em vigor)
III) Siete do Rosário, (IDA) — Membro Efectivo;
IV) Raúl Felizardo, (ISV) — Membro Efectivo;
A presente Lei entra em vigor noventa (90) dias após a V) Rodrigues Nanga, (IDF) — Membro Efectivo;
sua publicação. VI) Pedro Pereira, (DNHAER)—Membro Efectivo;
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, VII) Ana Maria Domingos Pina — DNAP
Membro Efectivo.
aos 12 de Agosto de 2015.
A Comissão ora criada deverá apresentar nos prazos
Publique-se. previstos de acordo com as normas do Banco Africano de
Desenvolvimento, os relatórios de apreciação e análise das
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
candidaturas e propostas apresentadas.
Piedade Dias dos Santos.
Publique-se.
Promulgada aos 2 de Outubro de 2015.
Luanda, aos 10 de Outubro de 2015.
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
O Ministro, Afonso Pedro Canga.

O- E. 999 - 10/145 - 650 cx. - I.N.-P P .

Você também pode gostar