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INDICE
Introdução..................................................................................................................7
CONCLUSÃO ...................................................................................................................16
OBRA DE INSPIRAÇÃO
A arquitetura portuguesa não surge apenas do resultado de uma sobreposição das
arquiteturas herdadas de outras culturas, mas é dona de uma variante
arquitectónica própria, o Manuelino, surgida do gótico já em fase final e que abriga
uma série de importantes monumentos, aos quais enriquecem a história e cultura
do país, fazendo turistas do mundo inteiro sentirem-se num autêntico livro de
histórias.
ENQUADRAMENTO
Análise à Obra de Inspiração
A Casa dos Bicos foi construída por volta de 1523, por iniciativa de Brás de
Albuquerque, filho do vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque. Essa obra foi
“De planta rectangular, o edifício distingue-se pela sua invulgar fachada, em que o
aparelho de pontas de diamante de gosto renascentista - que originou a
designação popular de Casa dos Bicos - se conjuga com as janelas contemporâneas
inspiradas na linguagem decorativa manuelina, cuja distribuição irregular imprime
ritmo à fachada. No piso térreo foram abertas portas de moldura regular com
diferentes dimensões. A disposição original do espaço interior foi profundamente
alterada para poder albergar os núcleos de museologia.
Entre 1986 e 2002 o edifício albergou a extinta Comissão Nacional para as
Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Actualmente, é a sede da
Fundação José Saramago.” (OLIVEIRA, 2012).
A Casa dos Bicos possui reputação tal, que é utilizada como referência geográfica.
O nome popular e invulgar, instiga curiosidade aos turistas, que pela sua
popularidade deu origem a uma expressão "ora não se perca a Casa dos
Bicos" (BRAGA 1986), e que é “utilizada quando se pretende minimizar a perda de
alguma coisa, o que demonstra a Importância que lhe era atribuída no contexto
citadino.” (PAIVA, 2019).
1 Arte Mudéjar. Denomina-se arte mudéjar ao estilo artístico que se desenvolveu entre os séculos XII e XVI nos
reinos cristãos da Península Ibérica, que incorpora in uências, elementos ou materiais de estilo ibero-
muçulmano. (Fonte: Wikipédia)
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fl
O descuido para com os alinhamentos dos vãos, não pesou para conferir-lhe uma
popularidade única, apesar de não ser compreendido essa distribuição assimétrica
dos vãos na fachada, o que nos leva a um estilo com padrão duvidoso. Porém a
partir da pesquisa, pode-se notar que foram tendo intervenções adaptadas às
necessidades, como podemos verificar no texto descrito a seguir:
Essa pequena análise à obra, foi importante para poder construir o processo de
criação e possibilidades a seguir demonstrado com textos e esquissos.
PROCESSO DE CRIAÇÃO
Introdução
Observando a fachada da Casa dos Bicos, buscou-se construir sobre esta obra
inspiradora, pensar sobre uma nova arquitetura, explorando novas técnicas e
materiais para dar forma à estruturas mais leves e adaptadas as especificidades do
local escolhido e em função da necessidade sentida no local.
Debruçando-se ainda mais sobre a rica e imponente fachada da Casa dos Bicos, e
procurando aprender do passado, algumas ideias surgiram para apresentar algumas
ferramentas que podem direcionar essa nova arquitetura tomando como base o
nosso passado e conseguindo assim equilibrar a dicotomia novo/antigo em
primeiro lugar.
Qual elemento arquitetónico contemporâneo mais marcante que lembra a Casa dos
Bicos?
Como poderia ser representada essa estética a tal ponto, que num vislumbre, o
observador se lembraria da Casa dos Bicos?
Painel de Ideias
Para que se possa entender o propósito do processo criativo desse trabalho, foi
preciso participar de uma dinâmica de observação e comparação: Ao observar,
visualizar a fachada A Casa dos Bicos (Figura 3), nos remete a uma inovação
contemporânea, ou seja, nos faz lembrar painéis automatizados, como os do
edifício Al Bahr Towers by AHR, em Abu Dhabi, nos Emirados árabes, fixos em suas
fachadas envidraçadas inspirados no sistema tradicional de sombreamento islâmico,
Mashrabiya, proporcionando sombra e movimento. (Ver Figura 4); e que apesar da
ornamentação da Casa dos Bicos e do desenho dos painéis terem bases diferentes
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projecto NEST na EMPA, e para o projecto da Casa dos Recursos Naturais na ETH
Zurique (Figuras 5); ou o belíssimo exemplo contemporâneo que nos lembra muito
a nossa Casa dos Bicos é o edifício Leeds University Multi-Storey Car Park (Figura 6).
Escopo do Projeto
A partir da premissa descrita no briefing, surge a ideia de criar um “sombreiro” ou
“abrigo” com os famosos bicos, para piqueniques, leituras, descanso ou
contemplação, inspirado nos próprios “bicos” que revestem a fachada da Casa dos
Bicos e nas tecnologias revestidas com um sistema único de sombreamento
dinâmico. No caso da nova arquitetura a ser projetada, pensa-se em fazer os bicos,
tal e qual a fachada da obra de inspiração, brincando com a escala e trazendo
inovação, conseguindo assim equilibrar a dicotomia novo/antigo.
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Figura 8: SkatePark.
(Figura de Pedro Lemos. 2020. Adaptado Sul-Informacao )
Figura 9: Basquete.
(Figura de Pedro Lemos. 2020. Sul-Informacao )
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Estudos e Esboços
Os primeiros rabiscos foram pensados não só com foco no objetivo final, em que
busca-se equilibrar as dicotomias inerentes de novo/antigo, mas também entre o
aberto/fechado, temporário/permanente, visto ser um Sombreiro.
Optou-se por uma forma simples, desconstruída, visto que os bicos já ornamentam
suficientemente a forma. (Ver Rabiscos iniciais na Figura 8).
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A base maior do Sombreiro dos Bicos dentro das zonas no parque, deverá estar
direcionado no sentido Este/Oeste, para aproveitar o melhor horário do Sol, em
que ele é benéfico. E a base menor direcionada no sentido Norte/Sul -
proporcionando sombra à Sul nos horários mais quentes do dia. (Ver Figura 9)
No entanto, uma vez que esse trabalho tem como meta propor uma forma
arquitectónica contemporânea simples, com utilidade actual, focou-se na forma e
utilidade, negligenciando detalhes mais específicos do sistema de aberturas, mas
deixando ideias para melhoramentos e execução para um trabalho futuro. (Ver
Figura 10 a seguir).
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Sistemas possíveis:
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Resultado Final
Algo que não se nega e é muito procurado nos parques no Algarve é a sombra.
Temos 4 estações bem definidas.
No Outono e Inverno, as folhas caem para dar espaço ao Sol que nos aquece
nessas estações já frias; ainda assim, pessoas buscam abrigo a dada altura em que
já se torna desagradável estar diretamente ao Sol.
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Quanto a plástica, é inegável que o Sombreiro lembra a Casa dos Bicos, sendo
conseguido sucesso no resultado final. (Ver Figura 12)
CONCLUSÃO
Este trabalho foi um excelente exercício para conseguir exprimir o processo
transformador de uma inspiração.
Pode-se afirmar que o resultado final, ou seja, o desenho do Sombreiro dos Bicos,
conseguiu fundir e equilibrar delicadamente a dicotomia inerentes do novo/antigo,
onde manteve-se os famosos “bicos” relembrando uma história de transição do
Manuelino para o período Renascentista e os inovadores painéis automatizados da
atualidade.
Essa fusão do novo/antigo foi muito mais além e equilibrou-se também o aberto/
fechado sendo que as abas se abrem e se fecham, proporcionando dinamismo e
contrariando o estático nessa pequena obra e finalmente permanente/temporário,
onde é um lugar para estar e deixar.
Lemos, Pedro. 2020. “Parque Municipal de Loulé cresceu para dar mais «qualidade de
vida» a todos”. Sul Informação,14 de Julho de 2020. https://www.sulinformacao.pt/
2020/07/parque-municipal-de-loule-cresceu-para-dar-mais-qualidade-de-vida-a-todos/
Nagy, Z., et al. 2016. “The Adaptive Solar Facade: From concept to prototypes.” Frontiers
of Architectural Research. http://dx.doi.org/10.1016/j.foar.2016.03.002
Oliveira, Catarina. 2012. Casa de Brás de Albuquerque (casa dos Bicos), fachada. Lisboa:
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ã
Paiva, Pedro. 2019. “Bússola do Tempo”. Casa dos Bicos, Casa dos Diamantes ou das
Portas do Mar, como nunca viu…(blogue), 2 de maio de 2019. https://
bussoladetempo.blogspot.com/2019/05/casa-dos-bicos-casa-dos-diamantes-ou.html
Silva, João. 1992. Casa de Brás de Albuquerque / Casa dos Bicos. Forte de Sacavém: SIPA.
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-
patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70460
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