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8.4 CoNFIGURACAO BASICA DE UMA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL Uma unidade de processamento de gas natural 6 composta basicamente por éreas distintas ¢ sistemas auxiliares ¢ de tratamento de produto (ver Figura 8.2). ‘Liquefagao ‘Fracionamento Especificagao GN Sistema a Sistema Sistema, de geragao 1e separagao_ de tratamento = de baixa de produtos| de produtos. | 4 temperatura H oe | a T i } 1 Produtos it gerados Processo termadinamico Sistemas ide auxilares Figura 8.2 _Esquema bésico de uma UPGN ") Area fria — Area responsavel pela liquefagao dos componentes mais pesados do gas natural, gerando uma fragao liquida de alto valor agregado. A drea fra de uma unidade de processamento de gis opera normalmente com baixas temperaturas ¢ altas pressdes, condigdes que favorecem a condensacao da riqueza do gas natural. “I Area quente - Area responsével pelo fracionamento do liquido de gés nate ral gerado na dea fria em produtos finais com especificaczio bem definida, Opera, em geral, com temperaturas mais altas e pressdes mais baixas do que a Grea fria. A alta temperatura ¢ baixa pressao favorecem a separacdlo das fragdes de hidrocarbonetos constituintes do liquido de gas natural obtido. “) Sistemas de tratamento de carga e produtos ~ Sistemas responsaveis pela garantia da qualidade dos produtos obtidos e também pela especificacao re- querida para a corrente de gés natural carga da unidade. Os principais sistemas de tratamento de carga e produtos sao os tratamentos dessulfurizantes, sefarn tradicionais, por lavagem céustica, ou patenteados & base de dxidos metilicos "Sistemas auviliares — Sistemas responsaveis pela geragho das facilidades necessérias para a perfeita operacao das areas fria e quente e pelos sistemas de tratamento dos produtos gerados. Os prineipais sistemas auxiliares sao: \ Sistema de aquecimento de dleo térmico — Normalmente, um forno aquece 0 éleo térmico ¢ este cede carga térmica para todos os refervedo- res da area quente da unidade. Em unidades com sistema de geragao de vapor d'égua, este fluido pode ser utilizado como fonte quente 1 Sistema de compressiio de propano ~ Utilizado como fonte fria (sozinho ou com a turbo-expansao) para obtencao da temperatura necessaria para a condensacao das fragdes pesadas do gis. \ Sistema de desidratagdo de gas natural — Responsdvel pela retirada da Agua do gis, visando evitar a formagdo de hidratos na unidade durante a etapa de resfriamento. Outros sistemas auxiliares podem ser adicionados ao projeto, visando a espe- cdo final de produtos, A geracdo de facilidades para consumo interno ou outros sstemas de apoio & operagao. 8.5 TIPOS DE UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL 0 ponto mais importante das unidades de processamento de gas natural é 0 sis- sma de geragdo de criogenia (baixas temperaturas), responsével pela liquefagao dos mponentes pesados do gas natural, O processo termodinamico escolhido para esse define 0 tipo de unidade a ser utilizado. Sao citados, a seguir, os processos atual- sente utilizados no mundo em projetos de aproveitamento de gas natural produzido: 7 efeito Joule-Thomson; “7 refrigeragao simples; 7) absorgao refrigerada; turbo-expans “) processos combinados. Como processo combinado podemos entender a utilizago em conjunto de mais am dos processos anteriormente citados. J4 0 processo absorcAo reftigerada, em- ra envolva duas operacdes unitdrias distintas da engenharia de processo (absorgao © refrigeracao), nao é considerado propriamente um processo combinado, pois nao existe unidade que opere apenas com a etapa de absorgao. 8.6 ESCOLHA DO PROCESSO TERMODINAMICO Basicamente, a escolha do processo a ser utilizado no projeto de uma nova uni- Sade de processamento de gas natural depende de fatores técnicos, ligados ao reser- rio, e também de fatores econdmicos de mercado. EEE SIDI SSIODONIMEAS GAS NATURAL Os fatores a seguir relacionados devem ser analisados e discutidos por um grupo multidisciplinar encarregado pelo desenvolvimento do estudo de viabilidade téenieo- econdmica (EVTE), o qual, normaimente, dé suporte A decisdo gerencial sobre a esco- Jha do processo a ser utilizado. Qualidade requerida do gis processado. T Curva de produgio do reservatério (duragao das reserve "| Vazio de gas natural disponivel, * Produtos requeridos (gas especificado, corrente de etano, GLP). “? Proximidade de centros consumidores. “I Porte ¢ tipo de consumidores (para todos os produtos). “I Condigao de mercado para Projeto © aquisicao das instalagdes (disponibili- dade de equipamentos, prazos de entrega) ‘Tempo de retorno do capital investido, A anilise desses fatores téenicos, vinculada ao estudo do reservatério de gis ¢ clo mercacio consumider, juntamente aos fatores estratégicos gerenciais da companhia detentora da concessio de produgao ir determinar 0 plano de exploracao ¢ comer. Cializacdo das reservas de gés do campo produtor, bem como orientar a escolha mais adequada do processo a ser utilizado no processamento do gas, As condigées de mercado sao bastante relevantes. A escolha de um determina- do processo pode ser fortemente influenciada pela disponibilidade ou falta de ura de. ferminado tipo de equipamento ou material no mercado. Prazos de entrega costumamn Ser © caminko critico para concluséo de um empreendimento e projetos na area de exploragao de gas natural nao fogem a essa regra. Muitas vezes, apenas um dos fatores apresentados define o tint ‘leve ser utilizado em determinada aplicacio. Se o objetivo de um projeto 6 produzir ctano puro para suprimento de um polo petroquimico, por exemplo, o processoj escolhido, pois apenas o processo turbo-expansdo'tem capacidade de gerar e especk ficar esse produto. A quantidade de gas disponivel também 6 muito importante nessa escolha. Com base na avaliacio financeira do empreendimento é mais dificil viailizar unidades que utilizar tecnologias mais complexas, como o processo turbo-expansio, 0 qual possui Daixa capacidade nominal (quantidade pequena de gas disponivel). A qualidade requetida do gés residual gerado também pode influenciar a utiliza- Gao ou nao de um processo, haja vista que processos de baixo investimento podem nao garantir 0 atendimento a especificagdes mais rigidas. Como exemplo, tem-se 0 efeito Joule-Thomson puro, 0 qual ndo 6 capaz: de ga- rantir 0 atendimento & Portaria da ANP n. 104 para qualquer composigao de gis rico, Dependendo da composigao do gas a ser tratado, podem ser necessérios alguns ajustes adicionais para garantir, principalmente, o atendimento ao valor da especificagaio do propano no gas de venda. 0 processo de refrigeracao simples, embora capaz de garantir essa especifica- 0, pode necessitar também de alguns ajustes adicionais em determinadas situagi especiais para permiitir essa garantia, A.composigtio do gis natural a ser tratado é certamente um dos itens mais relevan- tes na escolha do processo termodinamico a ser utilizado. Gases com baixo teor de propa- no € etano podem ser enquadrados com facilidade, apenas ajustando-se as fracoes mais pesadas, como butanos e pentanos. Esse ajuste é facilmente conseguido com qualquer um dos processos ja citados, inclusive 0 processo Joule-Thomson, 0 mais simples de todos. De uma forma geral, quanto maior rigor nas especificagdes dos produtos for requerido, maior deverd ser o investimento necess cessos de tecnologia mais refinada, com sistemas de controle mais comuplexos ¢ equi- pamentos mais eficientes, Certamente, essi rio, pois nos obriga a utilizar pro- processos de maior grau de tecnologia aplicada demandam maior tempo de desenvolvimento e construcao, além de custos mais altos. Projetos que requeiram curto prazo para entrar em operagao (por exemplo, projetos para antecipacao de produgao de gis) ndo permitem a utilizagao de equipa- mentos com longos prazos de entrega e, em geral, utilizam adaptagdes em projetos jé existentes para serem conchufdos mais rapidamente. 8.7 Processo JouLe-THOMSON 8.7.1. Introducdo Eo mais simples e barato dos processos, porém é também o de uso mais restri- to, devido as suas limitagies técr as, Como jé visto no topico anterior (Escolha do Processo Termodinamico), esse proceso nao garante a especificacéio para venda do gas processado para qualquer composigao de gas rico e ¢ normalmente utilizado apenas em projetos em que a com- posicao do gis natural a ser tratado j4 esta bem prOxima da especificacao pretendida, faltando apenas um ajust Basicamente, 6 um processo utilizado para acerto de ponto de orvalho de gis natural, objetivando sua adequagdo para movimentagao por gasodutos. Dessa forma, © proceso pode ser utilizado para separar fragdes pesadas do gas natural e permitir seu transporte em e se 0 risco de condensagdo no interior dos gasodutos de transporte) ¢ das fracbes mais pesadas, como butanos ¢ pentanos, ‘coamento monofasico de maior eficiéncia (eliming Em utilizagdes nas quais a garantia de qualidade do gas gerado 6 fundamental, como em contratos de venda de gas de longo prazo, conforme a especificagdo da Porta- ria n. 104, esse processo deve ser complementado com sistemas que garantam o valor ideal das variiveis de controle (pressdo ou temperatura) a montante do sistema de Separagao de fases fquido-gés. Esse sistema pode ser um compressor para a egurar certo nivel minimo de expansio, independentemente da pressiio de chegada do gés, ou um sistema de reftigeragao, para garantir um valor de temperatura, definido antes dda etapa de expansao. Um ou outro sistema permitem aumentar a garantia da quali- dade dos produtos gerados no processo, porém exigem a utilizacdo de equipamentos adicionais, 8.7.2 Fundamento termodinamico 0 fundamento termodinamico associado a esse proceso é a liquefacdo dos com- ponentes mais pesados do gas natural devido & queda de temperatura proporcionada pela expansao isentalpica em uma valvula de controle de pressio, 8.7.3 Principais caracteristicas As principais caracteristicas desse processo sao basicamente 0 baixo custo e, evidentemente, a sua baixa eficiéncia de performance na liquefagéio das fragies pesa- das do gas natural. Nesse contexto, apresenta-se suas caracteristicas mais relevantes: ‘9 expansio isentalpica (Ah = 0); CT baixa eficiéncia de performance; “Y baixo nivel de recuperacaio de propan baixo investimento; “J processo normalmente utilizado para acerto de ponto de orvalho de gas natural. 8.7.4 Descrigao basica do processo Pode ser utilizada prévia compresséo ou néio, a depender do nivel de pressio disponivel ¢ também do nivel de ajuste de ponto de orvalho, ao qual o gas deve ser submetido (ver Figura 8,3). 8.7.5 Esquema do processo Uma vélvula de controle dle pressio (PV) quebra a pressio da linha ¢ garante a estabilidade da pressdo de fornecimento de gas tratado. A varidvel temperatura, mo- Compresstio iniciat Pate | Separagao | ——_—_ Condensado Compressto opcional 477) GN ~ ae Um esiggio \ de equilrio Fragdes Gas Seco, pesadas Nota: TT = Transmissor de temperatura Figura 8.3 Esqueme Joule-Thomson nilorada no vaso de separagio de fases, estabelece o ponto de orvalho do gés, ou seja, define a qualidade atingida pelo gas processado 0 gas gerado possui um menor teor de fracdes pesadas do que o gis na entrada da unidade, porém nao 6 garantida a separacao total das fragoes mais pesadas. O ponto de corte 6 definido em fungao da temperatura minima que o gis atingiré durante o es- coamento até a entrega ao consumidor final. 0 projeto deve acertar o ponto de orvalho do gas, de forma que essa temperatura minima durante 0 escoamento nao gere mais condensagao no interior dos gasodutos. Nesse proceso, temos ainda que estabelecer 9 que fazer com o Ifquido gerado, uma vez que este possui uma alta pressao de vapor (valor usual proximo a 2,94 MPa ou 30 kgf/cm?) ¢ no pode ser descartado sem maiores cuidados. No caso de existéncia de unidades industriais que possam receber esse descarte, 0 problema é mais facil- mente resolvido. De outra forma, seré necessario projetar um sistema de estabilizagao do condensado. Para esse fim 6 possivel utilizar vasos separadores, como estagios de equilibrio (um ou dois estagios, dependendo das presses envolvidas) 8.7.6 Principais malhas de controle do processo A varidvel operacional mais importante do processo € a temperatura obtida no vaso separador de fases apés a expansio, O valor de projeto dessa varitivel 6 fancao direta do ponto de orvalho pretendido para o gas tratado. Essa varidvel 6 controlada indiretamente, por meio do controle da pressdo do vaso separador (numericamente, 0 valor da temperatura de operagiio do vaso separador deve ser igual ao valor desejado para 0 ponto de orvalho do gés tratado). A pressio do vaso separador é definida em funcao da presséio necessaria para Se escoar 0 gis processado até o seu ponto de destino, Uma vez que essa pressio ests definida pela necessidade de escoamento do giis, 0 grau da expansio conseguido na valvula de controle de pressio a montante do vaso separador é funcio da pressio de chegada clo gas. Se essa pressio diminui por problemas na producao ou presenga de liquido no duto, o grau de expansio também diminui, impactando negativamente a qualidade do gas tratado, Sistemas em que essa condicao de oscilagéio de pressio da carga € incompativel com a garantia da qualidade do gas tratado obrigam a instalacao de um compressor na entrada da unidade para que se possa efetivamente controlar a bressio de entrada e, consequentemente, o grau de expanstio do gi Outra variavel controlada da unidade € 0 nivel de fumdo do vaso separador, res- Ponsavel pela retirada do liquido condensado na etapa da expansio. Uma vilvula de controle de nivel (LV) pode manté-lo constante, evitando o ocasional arraste de partf- culas liquidas pelo gés. 8.8 PROCESSO REFRIGERACAO SIMPLES 88.1 Introdugao E considerado um processo simples e de médio investimento, podendo gerar gis especificado para venda, embora esse processo também possua algumas limitagdes téc- nicas, principalmente no que diz-respeito ao teor resiiual de propano (C;) no gis proces- sado. Se o objetivo do projeto for maximizar a producdo de GLP, deverd ser considernda @ possibilidade de utilizagao de um processo mais eficiente (e certamente mais caro). O sistema mais delicado de uma unidade que utiliza esse processo 6 0 ciclo de refrigeracdo, o qual utiliza compressores de propano como fonte de energia para lique- fagdo das fracdes mais pesadas do gis natural Normalmente, unidades que utilizam esse processo termodinémico sio dotipo DEP (ew point plant) ou unidade de acerto de ponto de orvalho de gas. Essas unidades tem como objetivo principal apenas especificar o gis processado, sem grandes compromissos com a especificacio do liquido gerado ou com a maximizagao dessa fragio liquida, 8.8.2 Fundamento termodinamico Nesse processo temos a liquefagio das fracdes mais pesadas do gis natural por meio da redugio de temperatura provocada pela troca térmica do gis com um fiuido refrigerante, Em geral, ¢ utilizado o propano como fluido refrigerante em um ciclo de refrige- radio convencional. Esse propano uilizado no ciclo é produzido a partir do proprio gas natural, por melo do fracionamento de uma porgao do LGN gerado na unidade. Devido & obtengao de baixas temperaturas, o gis natural precisa ser desidrata- do antes de ser submetido as trocas térmicas nos permutador enorgia e nos permutadores a propano. Basicamente, usa-se a injegio de monoctilenoglicol (MEG), que funciona como clo fechado. O MEG é regenerado em um sistema auailiar composto por una torre retificadora com refervedor que elimina o vapor é’agua absor- vido pelo MEG do gés natural s de aproveitamento de agente desidratante em um ci 8.8.3. Principais caracteristicas ") Exige desidratacao do gas natural. Atinge baixas temperaturas, Utilizagao de um ciclo de refrigeragao a propano. “) Processo simples ¢ robusto, lao nec ita de pressdes altas (nao opera com expansdo do gas). Considerado de médio investimento. 8.8.4. Descrigao basica do processo O gas natural 6 inicialmente separado do condensado e da agua livre em um vaso separador trifiisico. Apés essa primeira separacéo, o gas é desidratado pela utili- zagao de monoetilenoglicol (MEG) em um sistema de absorgao por contato fisico nos permutadores da unidade. 0 MEG € nebulizado por meio de bicos aspersores, direta- mente sobre os espelhos dos permutadores, de forma a entrar nos tubos do permuta- dor intimamente misturado ao gas escoado. Por similaridade quimica, o vapor d’égua presente no gas migra para a fase liquida da solugao de MEG. Apés a injecgao de MEG e absorcao da agua do gas, a solugio aquosa de MEG ¢ separada do gas e segue para o sistema de regeneracao de MEG. A solugio de MEG 6 regenerada por agaio de calor, com vaporizacao da dégua retirada do gas. Em seguida, esta, concentrada, retorna para novo contato com o gas de alimentacao da unidade, operando em um ciclo fechado. 0 Bis seco (desidratado) tem sua temperatura reduzida no sistema de refrigera- 20 da unidade por meio da utilizagdio de um ciclo a propano, causando a condensacao das fracoes mais pesadas do gis. O giis frio pobre remanescente troca calor com o gs natural, carga da unidade, para recuperar energia. Ein uma torre de desetanizagio, o excesso de etano incorporado ao liquido go- rado na etapa de refrigeracdo 6 vaporizado e separado do Mquido restante, Essa reti- rada de excesso de etano permite aleangar a especificacio da Pressio de Vapor Reid (PVR) do liquido gerado. 0 etano vaporizado gera um és residual que sai pelo topo torre. Pelo fundo, o liquido de gis natural (chamado simplesmente de LGN) Geixa a torre pata ser submetido & préxima etapa O LGN pode ser destilado em uma torre desbutanizadora ara produgao de GLP. © Gs" ou apenas ser misturado com a carga de uma outra unidade Para processamento Posterior, dess 8.8.5 Principais malhas de controle da unidade As prineipais malhas de controle operacional da unidade © 0s valores usualmen- te praticados na sua operacdo sao os sequintes: “ Vaziio de carga da wnidade— controla a entrada de gas na unidade, Os va- lores usuais dependem do porte da unidade. A faixa normal de capacidades nominais de projeto vai de 150 000 m 4d. a 5000 000 mia, alto teor de etano no propano refrigerante cansam alta pressdo da descarga do compressor, Valores usuais: em tomo de 1,18 MPaa 1,47 MPa (12 kgf/em? a 15 kgt/em?), Temperatura de regeneraciio do MEG ~ a baixa eficiéncia do sistema de Tegeneracdo pode ocasionar baixo teor de MEG na vazio circ uulante ©, conse- Ahentemente, formagao de hidratos na unidade, Valor usual: 120 °C, ! Vazdo de cireulagdo de MEG —aaixa vazao circulante de MEG pode causar formacao de hidratos. Valores usuais: em torno de 25 a 45 litros de solucao de MEG a 80% em volume por litro de dgua retirada do is. “1 Nivel do vaso senarador de MEG —o de: scontrole do nivel desse vaso pode Scasionar arraste de MEG pelo gas (nivel alto) ou Passagem de gas para o sistema de regeneracao de MEG (nivel baixo). Valores usuais: em torno de 50% a 70% do nivel maximo, "I Pressdo do vaso separador de condensado ~ a pressiio do vaso separador influencia diretamente 0 escoamento do sis Processado para as redes de distribulcao. Valores usuais: funcaio direta da pre Coamento do gis até a rede de distribuicao, 10 Necessiiria para 9 es- Nivel de fundo da torre desetanizadora — controla a retirada de produto Hquido da torre. Valores usuais: em toro de 50% 70% do nivel maximo, 8.8.6 Gas natural Injogio de MEG nos espelhos dos permutadores| Figura 8.4 Esquema do proceso refrigeracio | Pressdo da torre desetanizadora — controla 0 teor de etano do LGN produ- zido (6 responsdvel pela pressiio de vapor do liquido separado). Valores usuais: em torno de 0,98 MPa a 1,67 MPa (10 keffcm?a 17 kgtiem?). Temperatura de fundo da torre desetanizadora — com a pressio da torre controla 0 teor de etano residual no LGN produzido. Valores usuais: em tor no de 90 °Ca 100 °C. Temperatura de fundo da torre desbutanizadora —controla o nivel de corte entre os produtos de topo (GLP) e de fundo (G,*). Determina a Pressio de Vapor Reid (PYR) do produto de fundo, Valores usuais: em torno de 110°C a 125°C, Temperatura de topo da torre desbutanizadora - esta varidvel 6 controlada pela razio de refluxo. Valores usuais: em torno de 55°C a 70 °C. Nivel de fundo da torre desbutanizadora ~ controla a retirada de produto liquido da torre. Valores usuais: em torno de 50% a 70% do nivel maximo. Presséo da torre desbutanizadora ~ controlaa eficiéncia de separacio da torre. Valores usuais: em torno de 1,18 MPa a 1,67 MPa (12 kg/m? a 17 kaf/em®). Vaziio de refluxo da torre desbutanizadora — controla a qualidade do pro- duto de topo (GLP) gerado. Valores usuais: de 3:1 a 5:1 (em relacao a vazaio de produto de topo). Esquema do processo Fracionamonto ; izagtio jamento Separagdo Separacao Desetanizags Residents de MEG _de condensado Rocuperagao de energia ©. GN+ MEG 1 Ciclo de propano Ragenaragao | = oe LGN especiicado feat Nl Variagoes no esquema de recuperagao de energia podem ser utilizadas com o objetivo de otimizar o aproveitamento energético da unidade. De uma forma geral, 6im- Portante fazer as correntes frias trocarem calor com o gis natural de entrada da unidade Pata due 4 poténcia requerida e, logicamente, o tamanho e custo dos compressores de Propano sejam significativamente menores, A troca térmica com o liquido trio separado, 6m Geral, deve ser a iltima devido & maior capacidade de troca do liquido era relaco ao is. Essa disposi¢do das etapas de troca maximiza 0 aproveitamento de energia, 8.87 Principais problemas operacionais da unidade Formagao de hidrato Os principais fatores que podem ocasionar formagdo de hidratos em uma unida dle desse tipo estao relacionados a injegio de desidratante. Entupimento no bieo nebulizador ou baixa eficiéneia da bomba de cireulagao de MEG podem levar 2 formacao de hidrato. A baixa eficiéncia de regeneragio do MEG por falha na alimentagao do fuido auente do refervedor ou por geragio de caminhos preferenciais no leito do re. chelo da torre regeneradora sao os principais motivos da piora da qualidade da Soluedo de MEG, 0 que, certamente, pode acarretar a formagdo de hidrato, ra unidade, © aumento do teor de umidade no gis natural, acima dos valores previstos ‘No projeto original, também pode ocasionar formacéo de hidratos na unidade Gresse caso, a vazio circulante de MBG toma-se insuficiente para promover a desidratagao adequada do gis), “I Parada dos compressores de propano Por ser uma unidade criogénica, o ciclo de propano pode ser considerado o principal sistema desta, Problems relacionados & qualidade do propane refrigerante do ciclo poem scar ‘etar problemas operacionais nos compressores, conto pressio rite alta ou mn to baixa na descarga da méquina, o que poderia causar a parada destes, Nesse ‘mesmo sentido, problemas elétricos tammibém podem provocar o mesmo efit, 8.9 Processo ABSORCAO REFRIGERADA 89.1 Introdugao O proceso absorgao refrigerada possui alto rendimento na recuperacao de pro- Pano, sendo capaz de garantir a especificacao do gas Processado, conforme a Portaria n. 104 da ANP Esse processo, por ter um nivel maior de complexidade, possui um custo médio razoavelmente maior que os anteriores; assim, para garantir 0 retorno do in- vestimento realizado, precisa ser dimensionado para uma capacidade nominal de carga minima, Normalmente, plantas com capacidade nominal igual ou acima de 1 000 000 m°%d de gas natural tém retorno do investimento garantido em pouco tem- po de operagao. Entretanto, em caso de a carga apresentar alto teor de fracées de hidrocarbonetos pesados (C,,* da ordem de 10%), podem ser viabilizadas plantas com capacidades menores. 8.9.2 Fundamento termodinamico Nesse proceso, o fundamento termodi geracio com 0 efeito da absorcao de fra de um solvente adequado, nesse caso, uma fracao de petréleo na faixa da aguarrés Nessa etapa ocorre a liquefacao de parte das fragies mais pesadas do gés na- tural por meio da queda de temperatura proporcionada por um ciclo de propano ¢ nico utilizado é a combinagao da refri- 10 de pesados do natural por meio do uso parte pela absorcao provocada pela lavagem em contracorrente do gis natural com aguarras, Como sistemas principais, temos um ciclo de refrigeracéo a propano utilizado na etapa de refrigeracao e uma torre absorvedora utilizada na etapa de absorcdo. O gas natural obviamente precisa ser desidratado antes de ser resfriado para cvitar a formagao de hidratos que geram obstrugGes nas linhas da unidade, Nesse sen- tido, ¢ utilizado um sistema auxiliar de injecao e regeneragio de MEG para garantir a adequada desidratacao do gas natural. 8.9.3 Principais caracteristicas As principais caracteristicas do processo absorgao refrigerada sio as seguintes: Processo fisico e exotérmico Utilizagao de solvente (6leo de absor¢ao). Mecanismo de absorcdo - lavagem do gis em contracorrente. Varidveis de controle princip: temperatura; \ pressiio; vazao de solvente. " Aspecto critico ~ afinidade versus seletividade do solvente. Alta recuperagao de propano, Alto investimento. 8.9.4 Descrigao basica do processo A umidade € dividida em sistemas ba diversos processos unitarios que fazem parte da operagao de processamento do gis natural (ver Figura 8.5). icos ¢ auxiliares, nos quais ocorrem os 8.95 Esquema simplificado do processo GLP a pi 2 F a shir o A 8 « e > : : o| ee & i | LGN ° a ° u r “| [9% [2 i (Pease Beparade) | | § i 5 a de Lig, de MEG a a m a ° qT ‘ ¢ : 2 ; i ° Q Kou : : : 8 Hidrocarbonetos I pesados: Regeneragao. do wes * no Gis especticado i ‘Oleo de. o ansorgto Figura 8.5. Fluxograma simplifcado do processo absorgao refrigerada O gas natural ¢ previamente separado da fase Kquida e da Agua livre presente na corrente de hidrocarbonetos e recebe a injecdo de MBG, de forma idéntica ao ja descrito no processo refrigeragao simples. O gas praticamente isento de agua resfriado no sistema de refrigerac apro- pano quando ocorre, entao, aproximadamente metade da condensacao total obtida na unidade. A outra metade da condensacao ocorre na torre de absorgao por meio do contato do gas natural com um liquido de absorcao (solvente), que é injetado em contracorrente com o gas resfriado. A frag nao absorvida constitui-se no gas residual (asicamente metano ¢ etano) que sai pelo topo da torre de absoreao especificado para venda ao consumidor final. O Nquido condensado pelo resfriamento com propano sai do vaso separador de slicol ¢ entra pelo fundo da torre absorveciora, juntamente com o gis nao condensado, 0 gas sobe pela torre eo liquido sai pelo fundo desta com o solvente e 0 condensado formado nessa etapa de absorctio, sem participar do equilfbrio de fases que ocorre os estdgios dessa torre (para efeito de equilibrio termodindmico é como se o liquiddo gerado na etapa de refrigeragao nao entrasse na torre de absor¢ao). O produto de fundo da torre de absorgao (chamado de éleo rico) é constitufdo pelo leo de absorgio e pela fragao do gas condensacla nas ctapas de reftigeragao e absorvéo, Na etapa de absorgio, uma grande quantidade de etano é incorporada a0 6leo Tico. Dessa forma, parte desse componente é retirada do leo rico na torre de deseta- nizagao, localizada apés a torre de absor¢ (0, gerando um gas residual rico em etano no topo da desetanizadora ¢ um éleo rico desetanizado no fundo desta. A proxima etapa do processo ¢ a etapa de fracionamento do LGN gerado, Ein luma torre fracionadora, 0 dleo rico (aguarras + LGN) 6 separado em liquido de gés na- tural (LGN) que sai pelo topo da torre na fase vapor em 6leo de absoreao (aguarrés) isento de fragbes do LGN gerado no proceso. Esse Gleo de absorcao destilado 6 cha- mado de dleo pobre e sai pelo fundo da torre, O calor necessério para promover essa separacdo & proporcionado por um forno, que funciona, nesse caso, como o refervedor da torre de fracionamento. Parte do leo pobre que sai do fundo da fracionadora transfere energia térmica friada com agua e, final- jnente, com 6leo rico frio, Essa passagem por uma série de permutadores permite uma para os refervedores das torres de processo da unidade, € ri melhor otimizagéo energctica da unidade, pois ao mesmo tempo em que prové carga térmica para todos os consumidores da unidade, possibilita o resfriamento do éleo po- bre necessério para a etapa de absorcao. Ap6s o resfriamento, o 6leo pobre é novamente injetado nas torres de absorgao © desetanizacao em um ciclo fechado. O LGN separado que sai pelo topo da torre fracionadora alimenta a torre desbu- tanizactora para separacao em GLP, que sai pelo topo da torre, e gasolina natural, que sai pelo fundo. 0 GLP oriundo do topo da torre desbutanizadora segue para a etapa de tratamento final, onde ocorre a retirada de componentes que transmitem corrosividade 20 produto. Esta etapa pode ser realizada em uma unidade de tratamento céustico con- vencional ou em um sistema patenteado & base de Oxidos motélicos (Fe ou Zn) Uma vez tratado, 0 GLP segue para o sistema de odorizacdo, onde 6 injetado na corrente de GLP produzido um agente indicador de vazamento, por questiio de seguran- cade manuscio. Ap6s ser odorizado, o GLP é enviado para as esferas de armazenamento e, em. seguida, para o carregamento por carretas, enquanto a gasolina natural é enviada para os tanques de G,*, para posterior bombeio ao destino final.

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