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Matemática

Financeira

Prof. Fernando Eduardo Cardoso

Indaial – 2022
2a Edição
Elaboração:
Prof. Fernando Eduardo Cardoso

Copyright © UNIASSELVI 2022

Revisão, Diagramação e Produção:


Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.


Núcleo de Educação a Distância. CARDOSO, Fernando Eduardo.

Matemática Financeira. Fernando Eduardo Cardoso. Indaial - SC: UNIASSELVI,


2022.

198p.

ISBN 978-85-515-0582-3
ISBN Digital 978-85-515-0576-2

“Graduação - EaD”.
1. Matemática 2. Financeira 3. Juros

Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 CDD 650.015

Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Esse livro está organizado em três unidades e seus respectivos tópicos. Na Unidade
1, abordaremos os princípios básicos da matemática financeira. A partir desse norte, vamos
estudar algumas terminologias, como: valor presente do capital (PV); taxa de juros (i);
número de períodos de capitalização (n); tempo (t); valor futuro do capital (VF). Na sequência,
analisaremos o diagrama das operações financeiras, estudando os fluxos de caixa, tanto na
visão do tomador de decisão, quanto do ponto de vista do cliente/consumidor.

Na Unidade 2, abordaremos inicialmente as taxas de juros, analisando o valor do


dinheiro no tempo, diferentes conceitos e tipos de juros e taxa proporcional. Em seguida,
abordaremos os juros simples, em que analisaremos juros simples ordinários, juros exatos
e montante com base nos juros exatos. Na sequência, falaremos acerca do cálculo do
montante, em que analisaremos conceitos de montante e diferentes formas de cálculos.

Na Unidade 3, abordaremos primeiramente juros compostos, inflação versus


deflação, taxas equivalentes nos juros compostos, cálculos e conceitos de juros
compostos. Em seguida, analisaremos serie de pagamentos, em que abordaremos
empréstimos parcelados, tipos de series de pagamentos, cálculo do antecipado e
cálculo do postecipado. Por fim, abordaremos os planos de amortização de empréstimos
e financiamentos, me que vamos ponderar conceitos de amortização, cronograma de
amortização, sistema de amortização e cálculo do sistema de amortização constante e
sistema de amortização francês.

Bons estudos!

Prof. Fernando Eduardo Cardoso


GIO
Olá, eu sou a Gio!

No livro didático, você encontrará blocos com informações


adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender
melhor o que são essas informações adicionais e por que você
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais
e outras fontes de conhecimento que complementam o
assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos


os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada
também digital, em que você pode acompanhar os recursos
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que
também contribui para diminuir a extração de árvores para
produção de folhas de papel, por exemplo.

Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,


apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Preparamos também um novo layout. Diante disso, você


verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.

QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!

LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conheci-


mento, construímos, além do livro que está em
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
por meio dela você terá contato com o vídeo
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de
auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que


preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA................................................... 1

TÓPICO 1 - FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA................................................3


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................3
2 MATEMÁTICA FINANCEIRA.................................................................................................3
2.1. APLICAÇÕES PARA MATEMÁTICA FINANCEIRA............................................................................. 4
2.2 USABILIDADE PARA MATEMÁTICA FINANCEIRA........................................................................... 6
3 TERMINOLOGIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA................................................................6
3.1 VALOR PRESENTE DO CAPITAL (PV) .................................................................................................7
3.2 TAXA DE JUROS (I) ................................................................................................................................7
3.3 NÚMERO DE PERÍODOS DE CAPITALIZAÇÃO (n) OU TEMPO (t) ................................................8
3.4 VALOR FUTURA DO CAPITAL (VF).....................................................................................................8
4 DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS....................................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1...........................................................................................................11
AUTOATIVIDADE................................................................................................................... 12

TÓPICO 2 - CALCULADORA FINANCEIRA HP12C............................................................... 15


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 15
2 FUNCIONALIDADES DA HP12C......................................................................................... 16
2.1 LIGAMENTO E DESLIGAMENTO DA CALCULADORA HP12C ......................................................17
2.2 TESTE DE FUNCIONAMENTO DE CIRCUITOS ...............................................................................17
2.3 TECLADO............................................................................................................................................... 18
2.4 INSERINDO NÚMEROS........................................................................................................................ 18
2.5 SEPARADORES DE DÍGITOS.............................................................................................................. 19
2.6 NÚMEROS NEGATIVOS....................................................................................................................... 19
2.7 AS TECLAS ”CLEAR” (APAGAR)........................................................................................................ 19
2.8 CONFIGURAÇÃO DE CASAS DECIMAIS..........................................................................................20
2.9 REGISTROS DE ARMAZENAMENTO..................................................................................................21
2.10 MODO DE OPERAÇÃO.......................................................................................................................22
2.11 ESTADO “C” – STO EEX......................................................................................................................23
2.12 MODO DE PAGAMENTO - BEG END..............................................................................................24
3 FUNÇÕES MATEMÁTICAS................................................................................................ 24
3.1 RADICIAÇÃO/ RECIPROCIDADE........................................................................................................24
3.2 RAIZ QUADRADA.................................................................................................................................24
3.3 LOGARITMO ..........................................................................................................................................25
3.4 POTENCIAÇÃO......................................................................................................................................25
RESUMO DO TÓPICO 2..........................................................................................................27
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 28

TÓPICO 3 - CÁLCULOS DE PORCENTAGEM E CALENDÁRIO............................................. 31


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 31
2 FUNÇÕES DE PORCENTAGEM........................................................................................... 31
2.1 PORCENTAGENS – %...........................................................................................................................32
2.2 DIFERENÇA PERCENTUAL – ∆%......................................................................................................33
2.3 PORCENTAGEM DO TOTAL – %T......................................................................................................34
3 FUNÇÕES DE CALENDÁRIO............................................................................................. 36
3.1 FORMATO DE DATA.............................................................................................................................. 37
3.2 DATAS FUTURAS OU PASSADAS - DATE......................................................................................39
3.3 NÚMERO DE DIAS ENTRE DATAS - ∆DYS...................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 45

TÓPICO 4 - INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES E COMPOSTO.......... 49


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 49
2 MÉTODO PARA INTERPRETAÇÃO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
DA MATEMÁTICA FINANCEIRA........................................................................................ 49
3 NOÇÕES DE JUROS SIMPLES........................................................................................... 51
4 NOÇÕES DE JUROS COMPOSTOS................................................................................... 53
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................. 58
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................... 64
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 65

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................67

UNIDADE 2 — SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES..................................................... 69

TÓPICO 1 — TAXA DE JUROS................................................................................................ 71


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 71
2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO...................................................................................... 71
3 JUROS................................................................................................................................73
4 TAXA PROPORCIONAL.......................................................................................................75
RESUMO DO TÓPICO 1..........................................................................................................79
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 80

TÓPICO 2 - JUROS SIMPLES............................................................................................... 83


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 83
2 JUROS SIMPLES ORDINÁRIOS (CALENDÁRIO COMERCIAL)........................................ 84
2.1 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES ORDINÁRIO PELAS FÓRMULAS .............................................86
2.2 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES PELA CALCULADORA HP12C.................................................87
2.3 EXEMPLOS E RESOLUÇÃO............................................................................................................... 88
3 JUROS EXATOS (CALENDÁRIO CIVIL) E MONTANTE COM BASE NO JUROS EXATOS......... 91
3.1 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES PELAS FÓRMULAS ....................................................................92
3.2 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES EXATOS PELA CALCULADORA HP12C.................................92
3.3 EXEMPLOS E RESOLUÇÃO................................................................................................................93
RESUMO DO TÓPICO 2..........................................................................................................96
AUTOATIVIDADE...................................................................................................................97

TÓPICO 3 - CÁLCULO DO MONTANTE.................................................................................99


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................99
2 MONTANTE.........................................................................................................................99
2.1 CÁLCULO DO MONTANTE PELAS FÓRMULAS..............................................................................99
2.2 CÁLCULO DO MONTANTE PELA CALCULADORA HP12C.........................................................100
2.3 EXERCICIO E RESOLUÇÃO..............................................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................105
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................106
TÓPICO 4 - OPERAÇÕES BANCÁRIAS...............................................................................109
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................109
2 OPERAÇÕES BANCÁRIAS...............................................................................................109
3 DESCONTO COMERCIAL OU BANCÁRIO......................................................................... 110
3.1 CÁLCULO DO DESCONTO COMERCIAL PELA FÓRMULA...........................................................114
3.2 CÁLCULO DO DESCONTO COMERCIAL PELA HP12C.................................................................115
3.3 EXERCÍCIOS.........................................................................................................................................115
4 ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS......................................................................................120
4.1. MÉDIA PONDERADA.......................................................................................................................... 123
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................126
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................132
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................133

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................136

UNIDADE 3 — SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA................................................139

TÓPICO 1 — JUROS COMPOSTOS....................................................................................... 141


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 141
2 INFLAÇÃO VS. DEFLAÇÃO...............................................................................................142
2.1 INFLAÇÃO............................................................................................................................................. 143
2.2 DEFLAÇÃO...........................................................................................................................................144
3 TAXAS EQUIVALENTES NOS JUROS COMPOSTOS...................................................... 144
3.1 CÁLCULO DE CAPITALIZAÇÃO........................................................................................................ 145
3.2 CÁLCULO DESCAPITALIZAÇÃO......................................................................................................146
4 JUROS COMPOSTOS....................................................................................................... 147
4.1 PERIODO DE JUROS COMPOSTOS.................................................................................................148
4.2 COMO OS JUROS COMPOSTOS SÃO CALCULADOS................................................................. 149
4.3 CÁLCULO DO VALOR FUTURO (FV) OU MONTANTE................................................................. 149
4.4 CÁLCULO DO VALOR PRESENTE (PV) OU CAPITAL INICIAL...................................................150
4.5 CÁLCULO DA TAXA (i)........................................................................................................................151
4.6 CÁLCULO DO TEMPO ( n )............................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................154
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................155

TÓPICO 2 - SÉRIE DE PAGAMENTO................................................................................... 157


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 157
2 EMPRÉSTIMOS PARCELADOS........................................................................................158
3 TIPOS DE SÉRIES DE PAGAMENTO.................................................................................160
4 CÁLCULO DO ANTECIPADO............................................................................................ 161
5 CÁLCULO DO POSTECIPADO..........................................................................................162
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................163
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................164

TÓPICO 3 - PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS........165


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................165
2 INTRODUÇÃO À AMORTIZAÇÃO......................................................................................166
2.1 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS................................................................................................. 166
2.2 AMORTIZAÇÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS......................................................................................167
2.3 A IMPORTANCIA DA AMORTIZAÇÃO...............................................................................................167
2.4 DIFERENÇA ENTRE AMORTIZAÇÃO E DEPRECIAÇÃO...............................................................167
3 CRONOGRAMA DE AMORTIZAÇÃO.................................................................................168
3.1 ENTENDENDO OS CRONOGRAMAS DE AMORTIZAÇÃO............................................................168
3.2 MÉTODOS PARA CRONOGRAMA DE AMORTIZAÇÃO................................................................ 169
4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO...........................................................................................170
4.1 SISTEMA DE PAGAMENTO ÚNICO................................................................................................... 171
4.2 SISTEMA DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS........................................................................................ 171
4.3 SISTEMA AMERICANO...................................................................................................................... 172
4.4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)....................................................................... 173
4.5 SISTEMA PRICE (SISTEMA FRANCÊS).......................................................................................... 174
4.6 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM).................................................................................. 174
4.7 SISTEMA ALEMÃO.............................................................................................................................. 175
5 CÁLCULO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC) E SISTEMA
DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (PRICE)........................................................................... 175
5.1 CÁLCULO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)...............................................176
5.2 CÁLCULO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (PRICE)...............................................181
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................188
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................194
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................195

REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 197
UNIDADE 1 -

INTRODUÇÃO À
MATEMÁTICA FINANCEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• entender conceitos, símbolos e terminologias da matemática financeira;

• compreender os regimes de juros simples e compostos;

• realizar cálculos na calculadora HP12C;

• conhecer as principais funções da HP12C;

PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA


TÓPICO 2 – CALCULADORA FINANCEIRA HP12C
TÓPICO 3 – CALCULOS DE PORCENTAGEM E CALENDÁRIO
TÓPICO 4 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES E COMPOSTO

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!

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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
FINANCEIRA

1 INTRODUÇÃO
A matemática financeira, de acordo com Jacques (2010), é uma área aplicada
da Matemática que estuda o comportamento de capitas no tempo. Em outras palavras,
como o valor do dinheiro de comporta no decorrer do tempo. Para o autor, essa área
estuda questões que fazem parte do dia a dia das pessoas, como, por exemplo, emprés-
timos, renegociação de débitos ou mesmo cálculo do valor de um desconto recebido,
por isso estudar matemática financeira é tão importante.

O conhecimento em matemática financeira, mesmo que seja básico, já é capaz


de auxiliar em alguma tomada de decisão que envolva finanças, tanto no que diz respeito
ao meio organizacional como familiar.

Neste capítulo, vamos iniciar estudando princípios básicos da matemática


financeira. A partir desse norte, vamos estudar algumas terminologias, como Valor
presente do capital (PV); Taxa de juros (i); Número de períodos de capitalização (n);
tempo (t); e Valor futuro do capital (VF). Na sequência, analisaremos o diagrama das
operações financeiras, estudando os fluxos de caixa tanto na visão do tomador de
decisão como do ponto de vista do cliente/consumidor.

2 MATEMÁTICA FINANCEIRA
A Matemática Financeira, conforme Wakamatsu (2012), é uma ferramenta
bastante utilizada no dia a dia das pessoas, seja em operações simples, como um
desconto em uma compra realizada, até em situações mais complexas, como na
aplicação de juros de um empréstimo bancário. Para o autor, em ambas as formas, um
mínimo de conhecimento já pode ser bastante útil, porém, quanto mais profundo for
o entendimento sobre as questões ligadas à matemática financeira, mais liberdade as
pessoas têm para operar, tanto em questões profissionais como em decisões pessoais.

Como vimos anteriormente, segundo Castanheira (2010), a matemática financeira


é uma área aplicada da matemática, sua abordagem é baseada em ferramentas como
estatística, probabilidade e economia. Algumas organizações atuam sob a ótica da
matemática financeira, como instituições de investimentos, comerciais, companhias de
seguros, agências reguladoras, dentre outras, as quais apoiam na matemática financeira
seus gerenciamentos de riscos, simulação de cenários e estruturação de portfólios.

3
Um exemplo disso, de acordo com Vannucci (2017), é que a análise quantitativa
trouxe eficiência e rigor aos mercados financeiros e ao processo de investimento, e está
se tornando cada vez mais importante em questões regulatórias. Sendo assim, de forma
simples, podemos dizer que a matemática financeira consiste em aplicar a matemática
para resolver problemas financeiros, tanto de modelagem de mercados, como em análise
de dados financeiros, tornando ela uma área importante da matemática (VANNUCCI, 2017).

2.1. APLICAÇÕES PARA MATEMÁTICA FINANCEIRA


Aprender matemática financeira, conforme Samanez (2010), normalmente
inclui a compreensão de fórmulas financeiras, funções, sistemas de equações, frações,
modelagem e outras habilidades matemáticas. Há algumas áreas que utilizam a
matemática financeira para análise de dados e resolução de problemas. A seguir, vamos
estudar como ela se aplica em outras áreas:

Gerenciamento de riscos
O uso da matemática financeira pode ajudar a identificar e gerenciar os riscos
financeiros. Os analistas financeiros costumam usar matemática financeira para analisar
dados de mercado, encontrar padrões em dados e prever riscos. Os riscos financeiros
podem ser classificados como:

• Risco de mercado: segundo Gimenes (2009), o risco de mercado refere-se aos


riscos financeiros no mercado-alvo da empresa, incluindo mudanças de mercado.
Para o autor, a matemática financeira pode ajudar as empresas a analisar seu
mercado-alvo e prever mudanças para reduzir riscos.
• Risco operacional: segundo Jacques (2010), o risco operacional inclui riscos que surgem
de fatores internos de uma empresa, incluindo processos e funcionários, bem como
eventos externos que afetam as operações. Para o autor, a matemática financeira pode
ajudar as empresas a analisar suas finanças para se preparar e mitigar o risco operacional.
• Risco de crédito: segundo Barros (2014), o risco de crédito refere-se aos riscos asso-
ciados a empréstimos e contratos, incluindo a incapacidade de pagar empréstimos ou
cumprir contratos. Para o autor, as empresas podem usar a matemática financeira para
tomar decisões inteligentes sobre empréstimos e contratos para reduzir o risco de crédito.
• Risco de liquidez: segundo Barros (2014), o risco de liquidez inclui riscos de financiamento
de curto e longo prazo que podem fazer com que uma empresa não consiga cumprir
os custos financeiros. Para o autor, ao analisar seus orçamentos e prever despesas, as
empresas podem usar a matemática financeira para ajudar a reduzir o risco de liquidez.

Mineração de dados
Para Jacques (2010), a mineração de dados é o processo de identificar padrões
e anomalias nos dados para fazer previsões. Há muitos usos para mineração de dados,
incluindo gerenciamento de riscos financeiros, redução de despesas e muito mais.
Conforme Barros (2014), a mineração de dados também é usada em vários setores,
incluindo seguros, manufatura, bancos, tecnologia, varejo e muitos outros

4
Negociação de ações
Para Vanucci (2017), a negociação de ações é a compra e venda de ações em
um esforço para capitalizar os mercados em mudança. Compreender a matemática
financeira pode ajudar os traders a analisar dados financeiros para fazer previsões e
escolher as ações certas para comprar e vender.

Econometria
A econometria envolve o uso de habilidades em matemática financeira e estatística
para ajudar a analisar e interpretar dados econômicos para prever tendências futuras do
mercado. A econometria pode ajudar as empresas a planejar seu futuro, incluindo como elas
determinam e alocam seus orçamentos (VANNUCCI, 2017). Normalmente, a econometria se
concentra nas relações entre dados financeiros e variáveis (BARROS, 2014).

Previsão
A previsão consiste em usar dados existentes para gerar previsões sobre eventos
futuros, incluindo vendas, demanda e outros fatores de mercado. Existem muitos tipos
de previsão, incluindo previsão qualitativa e quantitativa (JACQUES, 2010). De acordo
com Wakamatsu (2012), a previsão é uma forma de ajudar as empresas a tomar decisões
financeiras inteligentes que podem contribuir para seu sucesso geral.

Marketing
A matemática financeira também pode auxiliar nas estratégias de marketing de
uma organização. Ao prever a demanda do mercado, você pode determinar quando deve
lançar campanhas de marketing e quais produtos deve comercializar mais (GIMENES,
2009). Isso pode permitir que você crie estratégias de marketing eficazes que tenham o
maior impacto possível.

Gestão de inventário
A matemática financeira também é útil na gestão de estoques, isso porque a
previsão da demanda do mercado pode permitir que você determine quanto estoque
manter disponível e quando você precisa aumentar seu estoque. Existem muitos métodos
de gerenciamento de estoque, e a compreensão da matemática financeira pode ajudar
os gerentes de estoque a tomar decisões de negócios inteligentes (GIMENES, 2009).

Estratégias de investimento
A matemática financeira também pode ser aplicada a estratégias de investi-
mento, uma vez pode auxiliar na compreensão de como analisar dados e fazer pre-
visões, ajudando a fazer investimentos inteligentes. Muitas vezes, os banqueiros de
investimento usam matemática financeira para fazer investimentos inteligentes e ge-
renciar portfólios.

5
2.2 USABILIDADE PARA MATEMÁTICA FINANCEIRA
Como vimos, a matemática financeira está relacionada a diversas áreas, conse-
quentemente, pessoas em muitas funções e instituições utilizam dela em suas funções.
As instituições que usam matemática financeira podem incluir bancos comerciais e de
investimento, companhias de seguros e muito mais (BARROS, 2014). Pessoas em mui-
tas carreiras também usam matemática financeira, como (GIMENES, 2009):

• Analistas financeiros: segundo Jacques (2010), os analistas financeiros são


responsáveis ​​por analisar dados financeiros para identificar potenciais oportunidades
ou riscos financeiros. Para o autor, os analistas financeiros geralmente têm diplomas
em matemática ou finanças.
• Cientistas de dados: segundo Castanheira (2010), os cientistas de dados são res-
ponsáveis ​​por analisar uma variedade de dados para identificar padrões e tendên-
cias. Para o autor, os cientistas de dados geralmente são formados em matemática,
estatística, ciência da computação ou economia.
• Analistas de inteligência de negócios: segundo Vannucci (2017), um analista
de inteligência de negócios é um profissional financeiro que analisa dados para
preparar relatórios financeiros que podem ajudar as empresas a usar padrões
e tendências para tomar decisões. Para o autor, os analistas de inteligência de
negócios geralmente são formados em administração de empresas, ciência da
computação ou estatística.
• Banqueiros: segundo Samanez (2010), os banqueiros são responsáveis ​​por ajudar
os clientes a tomar decisões financeiras, incluindo poupança e investimento.
Para o autor, muitas vezes, os banqueiros têm diplomas em finanças, economia,
contabilidade ou outro grau relacionado a negócios.

3 TERMINOLOGIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA


Podemos entender como operação financeira a troca simultânea de capital
financeiro, que é acordada entre um credor e um tomador. Para isso, é utilizada de
uma equivalência na transação, entre um capital e outro. Dessa forma, toda e qualquer
operação financeira precisa estar estruturada em função do tempo e da taxa de juros, e
elas são compostas por quatro componentes, que são:

• Valor presente do capital – Representado por (PV).


• Taxa de juros - Representado por (i).
• Número de períodos de capitalização- Representado por (n).
• Valor futuro do capital - Representado por (VF).

É importante que você grave essas representações, pois é comum que nos
cálculos financeiros essas operações sejam indicadas apenas por meio do símbolo.

6
Caro acadêmico, a seguir, vamos abordar de forma detalhada cada um dos
componentes da operação financeira.

3.1 VALOR PRESENTE DO CAPITAL (PV)


O valor do dinheiro se altera com o tempo, como reflexo das condições do mercado.
Nesse sentido, para Gimenes (2009) o Valor presente (PV) se refere ao valor inicial de uma
operação, e está representado no instante “zero”. O valor presente também é chamado por
outros nomes, como: valor principal (P); capital (C); valor original (O). Nesse sentido, Wakamat-
su (2018) traz como exemplo o valor de uma quantia emprestado de um banco para financiar
um carro, o valor disponibilizado como empréstimo pelo banco seria o valor presente.

3.2 TAXA DE JUROS (I)


A taxa de juros periódica (I) vem do termo do inglês “interest rate”, cuja tradução
é “taxa de juros”, e corresponde ao montante aplicado em uma determinada quantia pelo
período de capitalização (GIMENES, 2010). Gimenes (2010) nos traz também que a forma
de incidência da taxa de juros pode ser diária, semanal, quinzenal, mensal, bimestral,
trimestral, quadrimestral, semestral, anual, dentre outras. A aplicação da taxa de juros é
expressa em forma de percentual, por exemplo, “7%” ou “24%”. Ainda, Wakamatsu (2018)
e Gimenes (2010) afirmam que letra “i” (minúscula) indica que a taxa “I” foi dividida por
cem, por exemplo 0,05 (“I” de 5% é mesmo que um “i” de 0,05).

DICA
Caro acadêmico, o objeto de aprendizagem trata de uma ferramenta
didática desenvolvida e utilizada com o intuito de apresentar ao acadêmico
um determinado tema e articular atividades relacionadas a ele, atendendo
ao princípio norteador da UNIASSELVI, de que “não basta saber, é preciso
saber fazer”. Dessa forma, nosso Objeto de Aprendizagem será composto
por duas etapas: uma contendo a apresentação do conteúdo, e a outra
contendo as atividades práticas relacionadas a ele.

Segue o link do objeto de aprendizagem:


- Taxa de juros: https://bit.ly/3qveyKz

Bons estudos!

7
3.3 NÚMERO DE PERÍODOS DE CAPITALIZAÇÃO (n) OU
TEMPO (t)
O número de período envolvido na operação (n) refere-se ao tempo, e ambos
devem estar no mesmo período que a taxa de juros (GIMENES, 2010). Para Wakamatsu
(2018) toda operação ocorre dentro de um determinado período (dias, semanas, meses,
anos etc.), sendo assim, o número de período (n) também pode ser chamado de tempo (t).

Vamos utilizar o exemplo trazido por Wakamatsu (2018) para compreender


o que seria número de período. Vejamos: imagine um financiamento de imóveis que
normalmente se estende por um período longo de 10 anos, 20 anos, 30 anos, dependendo
do contrato. Nesse caso, usamos “n” para nos referirmos à quantidade de tempo. No
entanto é válido reforçar que não existe uma regra dizendo se devemos utilizar dias,
semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres, quadrimestres, semestres, anos etc.
como unidade de medida, tudo vai depender do cálculo que desenvolvemos.

IMPORTANTE
Caro acadêmico, é importante ressaltar que, para cálculos de matemática
financeira, o tempo e a taxa devem sempre estar no mesmo período.
Exemplo: se a taxa estiver em meses, o tempo deverá estar em meses.
Se a taxa estiver em anos, o tempo deverá estar em anos também, ou
seja, sempre no mesmo período.

3.4 VALOR FUTURA DO CAPITAL (VF)


O valor futuro (VF) é o valor representado no instante “n”, sendo composto de
amortização mais juros. O valor futuro recebe outras denominações, como: valor de
resgate, montante (M) e saldo futuro (S) (GIMENES, 2010). Para Wakamatsu (2018), o
valor futuro refere-se ao resultado da ação dos juros sobre o valor presente (VP).

4 DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS


O diagrama das operações financeiras nada mais é do que uma representação
gráfica de uma operação simples que utiliza matemática financeira (GIMENES, 2010). No
diagrama das operações financeiras, a compreensão de uma situação que aborde valor
presente, tempo, taxa de juro, pode ser representada em forma de diagrama, chamado
de fluxo de caixa, e é composto por: linha de tempo, valor de entrada e valores de saída
(WAKAMATSU, 2018).

8
Os negócios que envolvem juros são compostos por uma “entrada” e por uma
“saída”, como no caso de um empréstimo bancários em que, de um lado, está o cliente e,
do outro lado, está a instituição financeira, que repassa o dinheiro (GIMENES, 2010). Para
Gimenes (2010), em ambos os lados (cliente, instituição financeira) o valor inicial e final
são os mesmos, o que se diferencia é o fluxo da quantia, se está entrando ou saindo.

Dentre os valores iniciais e finais, segundo Gimenes (2010) e Wakamatsu (2018),


existe o componente chamado tempo, que é um componente fundamental quando
falamos de juros, afinal o tempo envolvido é o que vai definir o tamanho da diferença entre
os valores presente e futuro, ou seja, entre os valores de entrada e saída. O diagrama das
operações financeiras aborda todos os conceitos de matemática financeira, e precisa
ser realizado sempre sob duas óticas, também chamadas de agentes: a do tomador e
do recebedor da operação.

Para Wakamatsu (2018), o tomador do empréstimo, que é o cliente, geralmente


recebe recursos no início do período, ou seja, no período (instante) “zero”. á o financiador,
que é a instituição financeira, concede o empréstimo para recebê-lo mais tarde, em um
período futuro, mediante o acréscimo dos juros.

Caro acadêmico, veremos, a seguir, uma ilustração para auxiliar na explicação


do diagrama, baseada em Gimenes (2010) e Wakamatsu (2018):

Um cliente pega R$ 1.000,00 emprestado de uma instituição financeira, devendo


pagar a importância de R$ 1.100,00 ao término do período, cujo tempo acordado para
devolução foi de 5 anos. A seguir, veremos o diagrama dessa operação na visão tomador/
cliente (Figura 1) e na visão da instituição financeira (Figura 2).

FIGURA 1 – VISÃO TOMADOR/CLIENTE

$ 1.000

1 2 3 4 5

$ 1.100

FONTE: o autor

9
Como podemos observar na Figura 1, o primeiro círculo (o da esquerda)
apresenta a seta apontando para cima, isso significa que ela se refere a uma entrada
de dinheiro. Nesse círculo, discriminamos o valor do início do processo, ou seja, valor
emprestado da instituição financeira para o cliente, que, no nosso exemplo, é de R$
1.000,00 (WAKAMATSU, 2018).

Em contrapartida, o outro círculo (o da direita) da Figura 1 apresenta a seta


apontando para baixo, e representa a saída de dinheiro, que no nosso exemplo
corresponde a R$ 1.100,00, valor este que o tomador precisará devolver no fim da
operação. Na saída de caixa, ao término do período estipulado, que no caso é 5 anos, o
tomador do empréstimo/ cliente deverá pagar o valor recebido acrescido dos juros, que
resultou no valor de R$ 1.100,00, e na visão do tomador de empréstimo é uma saída, ou
seja, negativo (GIMENES, 2010).

Entre os dois círculos, temos a linha do tempo, que marca zero na entrada
e cinco na saída, e é o período pelo qual foi aplicado os juros, ou seja, é o tempo que a
instituição financeira levará para receber seu dinheiro de volta (WAKAMATSU, 2018).

FIGURA 2 – FLUXO DE CAIXA (VISÃO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA)

$ 1.100

1 2 3 4 5

$ 1.000

FONTE: o autor

Agora, temos o mesmo exemplo anterior. Utilizando a visão da instituição


financeira, esse fluxo é uma versão espelhada do gráfico anterior (visão do tomador/
cliente), apresentando valores e tempo exatamente iguais. A diferença está na inversão
do sentido das setas dos dois círculos, ou seja, o que havia aparecido como entrada
vem agora como saída, e vice-versa (WAKAMATSU, 2018). Gimenes (2010) explica que a
instituição financeira está emprestando ao tomador do empréstimo/cliente a quantia de
R$ 1.000,00, então, para a instituição financeira, existe uma saída de caixa no instante
zero e uma entrada de R$ 1.100,00 depois de 5 anos.

10
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:

• As operações financeiras são compostas por quatro componentes: Valor presente


do capital (PV); Taxa de juros por período de capitalização (i); Número de períodos
de capitalização (n), ou tempo (t); Valor futuro do capital (VF).

• O Valor presente (PV) refere-se ao valor inicial de uma operação e está representado
no instante “zero”.

• A taxa de juros periódica (I) vem do termo do inglês interest rate – taxa de juros.

• O número de período envolvido na operação (n) refere-se ao tempo que deve estar
no mesmo período (em acordo) com a taxa de juros.

• Valor futuro (VF) é represento no instante n, sendo composto de amortização mais


juros.

• O valor futuro recebe outras denominações, como: valor de resgate, montante (M)
e saldo futuro (S).

• O diagrama das operações financeiras, nada mais é do que uma representação


gráfica de uma operação simples que utiliza matemática financeira.

11
AUTOATIVIDADE
1 No diagrama das operações financeiras, a compressão de uma situação que aborde
valor presente, tempo, taxa de juro pode ser representada em forma de diagrama,
chamado de fluxo de caixa, e é composto por: linha de tempo, valor de entrada e
valores de saída. Conceitue diagrama das operações financeiras.

2 O valor presente refere-se ao ponto de partida da operação. Como exemplo, podemos


citar o caso do dinheiro pego emprestado de um banco para financiar um carro ou
casa. Esse valor pego no banco seria o valor presente, também chamado de capital.
Conceitue valor presente.

3 Toda e qualquer operação financeira, precisa estar estruturada em função do tempo


e de da taxa de juros. Existem quatro componentes fundamentais nas operações
financeiras. Sobre os componentes das operações financeira, analise as sentenças a
seguir:

I- Valor presente do capital (PV).


II- Taxa de juros por período de capitalização (i).
III- Valor de inflação (VI).
IV- Número de períodos de capitalização (n), ou tempo (t).
V- Valor futuro do capital (VF).
IV- Taxa de desconto (TxD).

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As sentenças II, III e V estão corretas.


b) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças III, IV e V estão corretas.
d) ( ) As sentenças I, II, IV e V estão corretas.

4 Os negócios que envolvem juros são compostos por uma “entrada” e por uma “saída”,
como no caso de um empréstimo bancário, em que de um lado está o cliente e, do outro
lado, está a instituição financeira, que repassa o dinheiro. Com base nos componentes
das operações financeiras, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Valor presente do capital (PV).


II- Taxa de juros por período de capitalização (i).
III- Número de períodos de capitalização (n), ou tempo (t).
IV- Valor futuro do capital (VF).

12
( ) Vem do termo do inglês (interest rate), refere-se à taxa de juros cobrado por período
de capitalização.
( ) Refere-se ao valor inicial de uma operação, e está representado no instante “zero”.
( ) O valor futuro é representado no instante n, sendo composto de amortização mais
juros.
( ) Refere-se ao tempo que deve estar no mesmo período (em acordo) com a taxa de
juros.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) II – I – IV – III
b) ( ) III – IV – II – I
c) ( ) I – III – II – IV
d) ( ) IV – I – III – II

5 Toda e qualquer operação financeira precisa estar estruturada em função do tempo e


de da taxa de juros. As operações financeiras são compostas por quatro componentes:
Valor presente do capital (PV); Taxa de juros (i); Número de períodos de capitalização
(n), ou tempo (t); Valor futura do capital (VF). Relacionado ao valor futuro, ele recebe
outras denominações. Sobre as outras denominações do valor futuro, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Valor de resgate, montante (M), e saldo futuro (S).


b) ( ) Valor principal (P); capital (C); valor original (O).
c) ( ) Número de período (n); tempo (t).
d) ( ) “I” maiúsculo expressa a taxa em percentagem; “i” minúsculo expressa a taxa
decimais.

13
14
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
CALCULADORA FINANCEIRA HP12C

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, no decorrer deste tópico, você aprenderá a realizar cálculos por
meio da calculadora HP12C. De acordo com Gimenes (2010), a calculadora HP12C pode
ser de grande valia no dia a dia, auxiliando nos cálculos financeiros. Com a aprendizado
deste tópico, você será capaz de realizar cálculos, auxiliando no orçamento familiar, no
processo de tomada de decisão de compra e venda com relação à forma de pagamento,
bem como nas aplicações financeiras envolvendo empréstimos, investimentos etc.

Ao longo desses estudos, vamos abordar questões voltadas a cálculos finan-


ceiros, compreendo como ocorrem cálculos tanto com a aplicação de fórmulas quanto
utilizando a HP12C.

O Guia da HP12C (2004) foi elaborado com intuito de auxiliar no uso e aproveitar o má-
ximo possível das funções da calculadora financeira programável HP12C. O manual apresenta
16 seções. Para aprofundar ainda mais o uso da calculadora, recomendamos a leitura das se-
ções: Seção 1: Começando; Seção 2: Funções de percentagem e calendário; Seção 3: Funções
financeiras básicas; Seção 5: Características operacionais adicionais; Seção 7: Funções mate-
máticas e de alteração de números. São seções de base, cujos pontos abordaremos neste livro.

Acadêmico, neste Tópico 2, abordaremos funcionalidades da HP12C e estuda-


remos algumas funções, teclas, comandos e modos de operação como: ligamento e
desligamento da calculadora; teste de funcionamento de circuitos; teclado; entrando
números; separadores de dígitos; números negativos; a tecla ”clear” (apagar); configu-
ração de casas decimais; mudando de ponto para vírgula; registros de armazenamento;
modo de operação; e outras funções matemáticas.

DICA
Caro acadêmico, você pode baixar na internet o “guia do usuário da HP12C
calculadora financeira”, como também pode baixar o “Guia de inicialização
rápida da calculadora financeira HP12C”. Dessa forma, você conseguirá
aprofundar ainda mais o conhecimento e usabilidade da HP12C.

• Lins do Guia de inicialização rápida da calculadora financeira HP12C:


https://bit.ly/3DfTZcH. Acesso em: 18 ago. 2022.
• Lins do guia do usuário da HP12C calculadora financeira: https://bit.
ly/3U0B6Ay. Acesso em: 18 ago. 2022.

Bons estudos!

15
2 FUNCIONALIDADES DA HP12C
A calculadora HP12c é muito utilizada em operações que envolvem a matemática
financeira, pois apresenta uma série de funcionalidades, as quais, quando utilizadas de
forma correta, podem auxiliar nos cálculos financeiros. Nesse subtópico, aprenderemos
algumas das principais funções financeiras e de usabilidade da calculadora HP12C.

A calculadora HP12C pode ser um facilitador na hora de realizar cálculos


financeiros. Apesar de ser possível fazer os cálculos de forma manual com a aplicação
de fórmulas, a calculadora permite que eles sejam realizados de maneira confiável em
muito menos tempo. Caso você não possua uma HP12C, é possível utilizar o emulador
da calculadora financeira no link: https://stendec.io/ctb/rpn_fin.html.

Ao longo desses estudos, vamos aprender a utilizar duas versões diferentes da


calculadora HP12C: a “Golden” e a “Platinum”. Nesse primeiro momento, vamos estudar
os comandos básicos da calculadora, para que em nossos próximos capítulos, quando
estudarmos as fórmulas, você já tenha um pré-conhecimento de como ela funciona.

É importante dizer que a diferença entre as duas calculadoras se dá apenas


pela função algébrica (RPN): a Platinum dispõe, e a Golden, não. De toda forma, essa
diferença será mais bem exemplificada a seguir. Todos os demais comandos vistos aqui
funcionam de maneira igual nas duas.

Vamos iniciar pela Golden. A seguir, na Figura 3, está uma representação dela
que irá nos auxiliar nos próximo tópicos, onde vamos estudar seus comandos. Assim,
você pode utilizar a imagem para compreender como seria o comando na prática.

FIGURA 3 – EMULADOR DA CALCULADORA FINANCEIRA HP12C (GOLDEN)

FONTE: https://stendec.io/ctb/rpn_fin.html. Acesso em: 17 ago. 2022.

16
2.1 LIGAMENTO E DESLIGAMENTO DA CALCULADORA HP12C
Para iniciar manualmente o uso da HP12C, aperte a tecla ON . Para desligar a
calculadora, basta apertar novamente a tecla ON . Caso o usuário da calculadora não a
desligue manualmente, ela se desligará automaticamente entre 8 e 17 minutos depois
do último uso.

2.2 TESTE DE FUNCIONAMENTO DE CIRCUITOS


Um teste automático de circuitos indica se todas as funções e os circuitos da
calculadora HP12C estão em perfeito funcionamento, que também é uma opção para
quando se realiza a compra, buscando saber se o aparelho funciona normalmente
(GIMENES, 2010).

Para realizar o teste, siga os seguintes comandos: com a calculadora desligada,


aperte a tecla com sinal de multiplicação X , mantenha a tecla pressionada enquanto
liga a calculadora na tecla ON e, em seguida, solte a tecla X .

Se a calculadora estiver em perfeito funcionamento, aparecerá no visor da


calculadora a seguinte indicação (Figura 4):

FIGURA 4 – TESTE DE FUNCIONAMENTO DE CIRCUITOS

FONTE: Gimenes (2010, p. 55).

Se a calculadora apresentar problema, aparecerá no visor a mensagem “Erro 9”


ou não aparecerá nada.

Indicador de carga da bateria

O ícone da bateria que aparece no canto superior esquerdo do mostrador quando


a calculadora está ligada, significa que a bateria está fraca e é necessário substituí-la.

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2.3 TECLADO
A maioria das teclas da HP12C realizam duas ou até três funções. As funções
primárias das teclas são marcadas pelos caracteres impressos em branco na sua face
superior. A funções secundárias das teclas são indicadas pelos caracteres impressos em
letra dourada acima da tecla e em letra azul na sua face inferior. Essas funções secundárias
são ativadas pressionando a tecla de prefixo apropriada antes da tecla de função.

FIGURA 5 – TECLAS DE FUNÇÕES DA HP12C

• De forma a conseguir selecionar a função secundária impressa


em letra dourada acima de uma tecla, o usuário precisa apertar
a tecla de prefixo dourada f e, na sequência, a tecla de função.
• De forma a conseguir selecionar a função primária impressa em
letra branca na face superior de uma tecla, aperte somente a
tecla.
• De forma a conseguir selecionar a função secundária impressa em
azul na face inferior de uma tecla, aperte a tecla de prefixo azul g
e, na sequência, a tecla de função.

FONTE: adaptado do Guia HP12C (2004)

Caro acadêmico, caso você̂ pressione a tecla de prefixo f ou g por engano, é


possível cancelar o comando apertando f PREFIX. Essa combinação de teclas também
pode ser usada para cancelar as teclas STO, RCL, e GTO, que veremos mais adiante sobre
suas funcionalidades. As teclas f ou g são chamadas de prefixo, no sentido que outras
teclas precisam ser apertadas em seguida para executar a função correspondente.

Acionando a tecla de prefixo f ou g , o indicador de estado correspondente é


apresentado no mostrador. Os indicadores de estado são desligados em três situações:

• quando você̂ aperta uma tecla de função (executando a função secundária da tecla);
• uma outra tecla de prefixo ( f ou g ); ou
• f PREFIX.

2.4 INSERINDO NÚMEROS


Diferente das calculadoras comuns, a HP12C não tem um botão de virgula, e
ela insere sozinha o ponto quando forem números maiores que “1.000”, caso o número
seja menor e você queira utilizar centavos, por exemplo “R$ 100,50”, você deverá inserir
o ponto decimal antes dos centavos “100.50”. Para inserir número na hora de realizar os
cálculos, então, basta pressionar as teclas de 0 até 9, na sequência desejada, utilizando
o ponto decimal ( . ), se for o caso.

18
2.5 SEPARADORES DE DÍGITOS
Como já explicado, a função separadores de digito é representado pela tecla . .
Ao digitar um valor, a cada três números digitados, a calculadora insere automaticamente
um ponto decimal como separador. Caso você deseje, é possível configurar a calculadora
para inserir uma vírgula no lugar do ponto, apesar de não haver essa tecla disponível.

Para fazer essa inversão, basta desligar a calculadora, apertar e segurar a tecla
. e apertar e tecla ON simultaneamente. Para reverter, basta realizar essa operação
novamente, e a calculadora irá para voltar à configuração original de separador de
dígitos no mostrador.

2.6 NÚMEROS NEGATIVOS


A calculadora apresenta uma tecla para trocar o sinal do valor (se está positivo,
pode ser transformado para negativo ou vice-versa) no mostrador, que pode ser feito
tanto para um número que acabou de ser digitado, quanto para um número que resultou
de um cálculo realizado. Para fazer essa operação, basta pressionar a tecla CHS (do
inglês CHange the Sign, na tradução livre: “trocar o sinal”).

Sendo assim, quando o mostrador exibe um número negativo, ou seja, um


número precedido pelo sinal de menos (-), pressionando CHS será removido o sinal do
mostrador e o número se torna positivo.

2.7 AS TECLAS ”CLEAR” (APAGAR)


É importante dizer que a HP12C possui memória, ou seja, ela armazena os
cálculos realizados. Após realizar um cálculo, é possível zerar apenas o visor e depois
restaurar o cálculo anterior, como é possível também deletar da memória os cálculos
realizados. Existem diversas operações que apagam ou zeram registros na HP12C, todas
as operações se concentram nas teclas “clear”, como mostrado na Figura 6 a seguir.

19
FIGURA 6 – OPERAÇÕES QUE APAGAM OU ZERAM REGISTROS NA HP12C

FONTE: Guia HP12C (2004, p. 18)

NOTA
Caro acadêmico, neste livro, não iremos aprofundar o tema de estatística,
nem mesmo de programação, por ter uma disciplina específica para isso,
e iremos focar nas funções financeiras. Dessa forma, a função de apagar
ou zerar que iremos usar neste livro é f REG, pois trata-se da função
de zerando e apagando mais completa, zerando e apagando todos os
registros de armazenamento de dados, registros financeiros, registros da
pilha e LAXT X e mostrador.

2.8 CONFIGURAÇÃO DE CASAS DECIMAIS


A calculadora HP12C permite configurar quantas casas decimais você desejar.
Para realizar essa configuração, é preciso estar com a calculadora ligada e pressionar
a tecla f , e, em seguida, digitar uma tecla numérica com o número de casas que você
deseja trabalhar.

Exemplo 1
Para configurar a calculadora para duas casas decimais, pressione a tecla f e o
número 2. No visor, irá aparecer 0,00, ou seja, duas casa após a virgula.
f 2
Resposta do visor: 0,00

Exemplo 2
Para configurar a calculadora para 7 casas decimais, pressione a tecla f e o
número 7. No visor irá aparecer 0,0000000, ou seja, 7 casa pós a virgula.
f 7
Resposta do visor: 0,0000000

20
DICA
Caro acadêmico, para os cálculos deste livro, configure a calculadora para
nove casas decimais. Dessa forma, ela proporcionará a obtenção de valores
exatos dos cálculos.

DICA
No início de cada cálculo, habitue-se a zerar toda a memória da calculadora.
Tome isso como hábito, evitando, assim, que o resultado dos cálculos seja
prejudicado por considerar outros valores constantes na memória da
HP12C.

2.9 REGISTROS DE ARMAZENAMENTO


Os dados advindos de cálculos realizados na HP12C são armazenados em
memórias chamadas de “registros de armazenamento” ou, simplesmente, “registros”.
A calculadora HP12C disponibiliza até́ 20 registros para que podem ser armazenados
manualmente a escolha do usuário. Esses registros de armazenamento são designados
como “R0” até “R9” e “R.0” a “R.9“, observe que entre os símbolos um contém ponto e outro
não, e a soma de ambos resulta nos 20 registros permitidos.

Armazenamento e recuperação de números

Para poder memorizar o cálculo que aparece no mostrador e torná-lo um registro


de armazenamento de dados, é preciso seguir os seguintes comandos:

1. Aperte STO (armazenar, vem do inglês store).


2. Digite o número do registro: 0 a 9 para os registros de R0 a R9, ou . 0 a . 9 para os
registros de R.0 a R.9.

Do mesmo modo, para recuperar para um cálculo de um registro de


armazenamento, basta pressionar a tecla RCL (recuperar, do inglês to recover), e, em
seguida, digitar o número do registro onde salvou o valor salvo (Por exemplo “R0”). Esse
comando vai copiar para o mostrador o número armazenado no registro. O número
recuperado permanecerá inalterado no registro de armazenamento, até que se realize
alguma alteração, ou seja, deletado da memória.

21
2.10 MODO DE OPERAÇÃO
É comum que se tenha que realizar mais de uma operação sequencial para
realizar cálculos financeiros. Quando o cálculo envolve números em parênteses, que
exigem seu cálculo apartado dos demais da fórmula, a HP12C trabalha com o sistema
RPN (Reverse Polish Notation, em tradução livre: Notação Polenesa Reversa). Essa
função existe nas duas versões da HP12C (Golden e Platinum) (GIMENES, 2010).

Aqui está a diferença que comentamos anteriormente, isso porque a versão


platinum da HP12C apresenta a possibilidade de operações no sistema algébrico,
denominado de “ALG”, o qual está destacado na Figura 7, a seguir.

IMPORTANTE
Caro acadêmico, todos os cálculos deste livro são realizados no sistema
RPN. Pede-se que a calculadora seja ajustada para o sistema RPN. Isso é
feito pressionando a tecla f , seguida da tecla RPN. O visor da Platium deve
mostrar o RPN aceso.

FIGURA 7 – CALCULADORA HP12C PLATINUM

FONTE: https://bit.ly/3eKRF3s. Acesso em: 17 ago. 2022.

Diferença entre os modos ALG e RPN

O modelo platinum permite trabalhar no modo de operação tradicional


algébrico (ALG), desde que ele seja acionado, sendo que para acionar basta pressionar e
tecla F e ALG. Acionado esse modo, realizar uma operação básica funciona da seguinte
forma: número, sinal da operação, outro número, e pressionar a tecla enter (igual). Por
exemplo: 7 + 5 = 12 (GIMENES, 2010).

22
No modo de operação RPN, disponível nas duas versões, a principal
característica consiste em realizar uma operação básica da seguinte forma: número,
enter, número, e, por fim, sinal da operação (GIMENES, 2010).

A Figura 8 demostra como realizar operações básica em RPN e ALG.

FIGURA 8 – OPERAÇÕES BÁSICAS RPN E ALG

FONTE: Gimenes (2010, p. 57)

2.11 ESTADO “C” – STO EEX


A calculadora HP12C permite que os cálculos de i, n, PV, PMT e FV sejam
executados com juros simples ou juros compostos. Se o indicador de “estado C” no
mostrador não estiver presente, os juros simples são calculados, ou seja, para realizar
cálculos de juros simples, o estado C” não pode estar ativado.

Para realizar cálculos de juros compostos, é preciso ligar o indicador de “estado


C” pressionando as teclas STO EEX .

Caro acadêmico, o uso incorreto do estado C pode levar a erros no resultado dos
cálculos. Para evitar erros, lembre-se:

• Para cálculos de juros simples, desative o “Estado C”.


• Para cálculos de juros compostos, ative o “Estado C”.
• Pressionando STO EEX ., para ativar o “Estado C”, e repita o comendo para desativar
o “Estado C”.

DICA
Caro acadêmico, para realizar os cálculos deste livro, sugerimos configurar
a calculadora para nove casas após a virgula, de forma a obter o valor mais
exato possível para realização dos cálculos propostos ao longo do livro,
bem como para evitar erros nos cálculos envolvendo data, onde é exigida
uma configuração com um maior número de casas decimais.

23
2.12 MODO DE PAGAMENTO - BEG END
Pressione g BEG para estabelecer o modo de pagamento para problemas de
fluxo de caixa. Use o modo Início para pagamentos ocorridos no começo do período
composto. Observe que será́ exibido o indicador "begin" (GUIA HP12C, 2004). A função
g BEG deve ser ativada nos casos em que você irá iniciar o pagamento com um valor de
entrada (1+8 vezes).

Pressionar g END é usado para pagamentos ocorridos no final do período


composto, ou seja, esta função g END é usada nos casos em que você irá iniciar o
pagamento daqui a 30 dias, em um valor de entrada (0 + 9 vezes).

3 FUNÇÕES MATEMÁTICAS
Segundo o Guia da HP12C (2004), a calculadora apresenta diversas teclas
de funções matemáticas e de alteração de números, cuja função é realizar cálculos
financeiros específicos e para cálculos matemáticos em geral.

3.1 RADICIAÇÃO/ RECIPROCIDADE


Essa função é utilizada para calcular a reciprocidade do número exibido
no registro X. Pressionando a tecla 1/x , você irá dividir “1” pelo número que está no
mostrador. Vamos supor que o número do mostrador seja “50”. Nesse caso, a calculadora
fará o seguinte cálculo:

Exemplo:
/50 = 50 1/x = 0,02
1

Outros Exemplos:
61/2 = 6 ENTER 2 1/x YX = 2,4495
1,341/7 = 1,34 ENTER 7 1/x YX = 1,244

3.2 RAIZ QUADRADA


Para calcular a raiz quadrada, você deve inserir o número que deseja e, na
sequência, pressionar as teclas g . Vejamos um exemplo a seguir:

Exemplo
=5 g = 2,236067977
= 11 g = 3,316624790

24
3.3 LOGARITMO
Há duas formas de se calcular logaritmo, são elas: natural e comum. O logaritmo
natural (também chamado de neperiano), cujo símbolo matemático é (ln x), para ser
calculado, é preciso inserir o número que se pretende calcular e, em seguida, pressionar
as teclas g LN da HP12C.

Exemplo
ln50 = 50 g LN = 3,9120
ln3 = 3 g LN = 1,0986
ln10 = 10 g LN = 2,30258

Há, ainda, a forma de calcular o logaritmo comum cujo símbolo matemático


é (Log x). Também é necessário inserir o número que se pretende calcular, mas, na
sequência, devem ser acionadas as teclas 10 g LN .

Exemplo
ln50 = 50 g LN 10 g LN =1,6990
ln3 = 3 g LN 10 g LN = 0,4771
ln10 = 10 g LN 10 g LN = 1,0000

INTERESSANTE
No logaritmo com Base “e” Euller, o valor é de 2,7182818284590452353602874.
O número 𝑒 é um número irracional, ou seja, não é possível escrevê-lo em forma
de fração com numerador e denominador inteiros, portanto, ele possui infinitas
casas decimais não periódicas.

FONTE: https://bit.ly/3L8E69Y. Acesso em: 18 ago. 2022.

3.4 POTENCIAÇÃO
Cálculos relacionados a valores exponenciais podem ser realizados na HP12C
com ajuda da tecla YX. Quando fazemos essa ação, temos que ter o número que será
calculado (nesse caso, é o Y) e número ao qual se deseja elevar (nesse caso, é o x)
(GIMENES, 2010).

Para realizar o cálculo, segundo o Guia HP12C (2004), siga os seguintes


comandos:

1. Digite o número base (designado pelo “Y”).


2. Aperte ENTER para separar o segundo número (o expoente) do primeiro (a base).

25
3. Digite o expoente (designado pelo “x” na face da tecla).
4. Aperte YX para calcular a potência.

Exemplo
42,6 = 4 ENTER 2,6 YX = 36,76
4-2,6 = 4 ENTER 2,6 CHS YX = 0,0272
(-3)4 = 3 CHS ENTER 4 YX = 81,00

DICA
Caro acadêmico, o objeto de aprendizagem trata de uma ferramenta didática
desenvolvida e utilizada com o intuito de apresentar um determinado tema e
articular atividades relacionadas a ele, atendendo ao princípio norteador da
UNIASSELVI, de que “não basta saber, é preciso saber fazer”. Dessa
forma, nosso Objeto de Aprendizagem será composto por duas
etapas: uma contendo a apresentação do conteúdo e a outra contendo as
atividades práticas relacionadas a ele.
Segue o link dos objetos de aprendizagem:

Conhecendo novas funções da calculadora financeira HP12C:


https://static.asselvi.com.br/objetos/aprendhtml5/disc/4101/index.html

- Utilizando a calculadora HP12C:


https://static.asselvi.com.br/objetos/aprendhtml5/disc/4101/index.html

- Funções financeiras da HP12C:


https://static.asselvi.com.br/objetos/aprendhtml5/disc/216339/index.html

Bons estudos!

26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:

• Para iniciar manualmente o uso da HP12C, aperte a tecla ON. Para desligar a
calculadora, basta apertar novamente a tecla ON.

• Um teste de automático de circuitos indica se todas as funções e os circuitos da


calculadora HP12C estão em perfeito funcionamento.

• O ícone da bateria que aparece no canto superior esquerdo do mostrador, quando a


calculadora está ligada, significa que a bateria está fraca e é necessário substituí-la.

• A maioria das teclas da HP12C realizam duas ou até́ três funções. A função primária
de uma tecla é marcada pelos caracteres impressos em branco na sua face superior.
As funções secundárias de uma tecla são indicadas pelos caracteres impressos em
letra dourada acima da tecla e em letra azul na sua face inferior.

• A tecla CHS inverte o sinal da operação.

• Existem diversas operações que apagam ou zeram registros na HP12C. Todas as


operações concentram-se as teclas “clear”.

• A radiciação, pressionando 1/x, calcula o inverso do número no mostrador.

• Pressionando g LN, pode-se calcular o logaritmo natural ou neperiano (isto é, o


logaritmo com base e) do número no mostrador.

• A realização de cálculos relacionados a valores exponenciais pode ser feita na HP12C


com ajuda da tecla YX (GIMENES, 2010).

27
AUTOATIVIDADE
1 Calcule a radiciação e apresente o resultado com 4 casas após a virgula:

i) 1/13 =
ii) 201/2 =
iii) 2,611/5 =

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) i= 0,0769; ii= 4,4721; iii= 1,2115.


b) ( ) i= 1,254; ii= 7,8371; iii= 3,3351.
c) ( ) i= 0,0076; ii= 3,2023; iii= 1,9452.
d) ( ) i= 2,750; ii= 3,9931; iii= 0,5570.

2 Calcule a raiz quadrada e apresente o resultado com 4 casas após a virgula:

a) =
b) =
c) =

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) i= 1,254; ii= 7,8371; iii= 3,3351.


b) ( ) i= 0,0076; ii= 3,2023; iii= 1,9452.
c) ( ) i= 2,750; ii= 3,9931; iii= 0,5570.
d) ( ) i= 1,7321; ii= 5,000; iii= 2,8284

3 Calcule o logaritmo neperiano e apresenta o resultado com 4 casas após a virgula:

i) ln30 =
ii) ln7 =
iii) ln15 =

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) i= 1,254; ii= 7,8371; iii= 3,3351.


b) ( ) i= 3,4012; ii= 1,9459; iii= 2,7081.
c) ( ) i= 2,750; ii= 3,9931; iii= 0,5570.
d) ( ) i= 1,7321; ii= 5,000; iii= 2,8284

28
4 Calcule o logaritmo comum e apresente o resultado com 4 casas após a virgula:

i) Log (30) =
ii) Log (7) =
iii) Log (15) =

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) i= 1,254; ii= 7,8371; iii= 3,3351.


b) ( ) i= 3,4011; ii= 1,9459; iii= 2,7081.
c) ( ) i= 1,4771; ii= 0,8451; iii= 1,1761
d) ( ) i= 1,7321; ii= 5,000; iii= 2,8284

5 Calcule o logaritmo comum e apresente o resultado com 4 casas após a virgula:

i) 73,8 =
ii) 7-3,8 =
iii) (-5)6 =

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) i= 1,254; ii= 7,8371; iii= 3,3351.


b) ( ) i= 1.626,9438; ii= 0,0006; iii= 15.625,0000
c) ( ) i= 3.872,4011; ii= 1.9023,9459; iii= 22.450,5082.
d) ( ) i= 17.321,9788; ii= 0,0500; iii= 2.452,0001

6 Normalmente, é necessário realizar mais de uma operação sequencial para realizar


cálculos financeiros. De forma a facilitar os cálculos e desenvolvê-los sem o uso
dos parênteses, a HP12C trabalha com o sistema RPN (Reverse Polish Notation) ou
Notação Polenesa Reversa. Na versão Platium da HP12C, a calculadora apresenta a
possibilidade de operações no sistema algébrico, denominado de ALG. Descreva a
diferença entre os modos ALG e RPN.

7 Para realizar o teste de automático de circuitos, siga os seguintes comandos: com a


calculadora desligada, aperte a tecla com sinal de multiplicação X, mantenha a tecla
pressionada enquanto liga a calculadora na tecla ON e, em seguida, solte a tecla X.
Descreva para que serve o teste automático de circuitos.

29
30
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
CÁLCULOS DE PORCENTAGEM E CALENDÁRIO

1 INTRODUÇÃO
De acordo com Castanheira e Macedo (2020), uma porcentagem de 1% é
quando dividimos o inteiro em 100 partes iguais e levamos em consideração apenas
umas dessas partes. É possível representar essa análise da seguinte forma: 1/100,
que é chamado de razão centesimal ou de razão porcentual, e lemos “um por cento”.
Continuando com pensamento de Castanheira e Macedo (2020), é utilizado o símbolo %
de forma a simbolizar a porcentagem.

Com relação às funções da HP12C voltadas para o calendário, existem funções


que permitem o cálculo do número de dias entre duas datas, assim como outras funções
que proporcionam determinar a qual dia da semana está relacionada a determinada
data. Por exemplo, se você não sabe o dia da semana que nasceu, com a HP12C você
irá descobrir, e se já sabe o dia da semana que nasceu, poderá confirmar ou mesmo
calcular a data de quaisquer pessoas ou dado histórico.

Caro acadêmico, no Tópico 3, abordaremos primeiramente a porcentagem e


funções atribuídas a ela, por meio da tecla % da HP12C. Em seguida, analisaremos a
função diferença percentual, por meio da tecla ∆%, da HP12C. Por fim, estudaremos a
percentagem do total, por meio da tecla %T, da HP12C.

Com relação à função de calendário, analisaremos primeiramente o formato de


data e como configurar a calculadora, por meio da tecla DATE. Em seguida, estudaremos
datas futuras ou passadas. Por fim, abordaremos número de dias entre datas por meio
da tecla ∆DYS.

2 FUNÇÕES DE PORCENTAGEM
O termo “por cento” significa “em cem”. Na matemática, porcentagens são
usadas como frações, decimais e como forma de descrever partes de um todo. Quando
se está usando porcentagens, considera-se que o todo é composto por cem (SAMANEZ,
2010). O símbolo “%” é usado para mostrar que um número é uma porcentagem.

A porcentagem está em quase todos os lugares: em lojas, na internet, em


anúncios e na mídia. Compreender o que as porcentagens significam é uma habilidade
essencial que potencialmente economizará tempo e dinheiro (VANNUCCI, 2017).

31
Caro acadêmico, a calculadora HP12C disponibiliza essas três teclas para
solucionar problemas com percentagens: % , ∆%, e %T. Vamos ver a seguir como funciona
cada uma dessas funções.

2.1 PORCENTAGENS – %
Para sabermos o valor recebido ou descontado de uma quantia que tem um
desconto ou acréscimo com base em percentual, utilizamos a tecla %. A forma de calcu-
lar o valor recebido ou descontado pela aplicação do percentual na HP12C é a seguinte:

1. Digite o número base.


2. Aperte ENTER.
3. Digite a percentagem.
4. Aperte % .

Exemplo 1

a) Um cliente comprou uma camisa no valor de R$ 250,00 e irá ganhar 18% de desconto
pelo pagamento à vista. Qual o valor do desconto no pagamento à vista?

Resolução:
250 ENTER
18 %
Resposta no visor: 45,00 (ou seja, R$ 45,00 recebidos de desconto)

Exemplo 2

b) Um prestador de serviços prestou um serviço no valor de R$ 5.000 e precisa recolher


(pagar) o imposto de ISS (imposto do serviço) de 2,25%. Qual valor do ISS que ele
precisa recolher (pagar)?

Resolução:
5.000 ENTER
2,25 %
Resposta no visor: 112,5 (ou seja, R$ 112,50)

Exemplo 3

c) Um vendedor efetuou a venda de um terreno no valor de R$ 450.000,00 e receberá


6% de comissão sobre a venda. Qual o valor de comissão sobre esta venda?

32
Resolução:
450.000 ENTER
6%
Resposta no visor: 27.000,00 (ou seja, R$ 27.000,00)

2.2 DIFERENÇA PERCENTUAL – ∆%


A tecla ∆% é usada para mostrar em percentual a diferença entre dois números.
Na calculadora HP12C, a forma para se chegar nesse resultado é a seguinte:

1. Digite o número base.


2. Aperte ENTER para separar o outro número do número base.
3. Digite o outro número.
4. Aperte ∆%.

Interpretação:
Se o número for maior que o número base, a diferença percentual será positiva.
Se o número for menor que o número base, a diferença percentual será negativa.

Dessa forma, uma resposta positiva indica um aumento, enquanto uma resposta
negativa indica uma redução. Se você̂ estiver calculando a diferença percentual no
tempo, o número base é, normalmente, o valor que ocorre primeiro.

A tecla ∆% pode ser usada para saber o aumento do valor que um determinado
produto sofreu com o tempo em forma de percentual. Vejamos:

Exemplo 4

Ontem o valor das ações de um investidor caiu de R$ 70,60, para R$ 63,10. Qual
é a diferença percentual desses valores?

70,6 ENTER
63,10 ∆%
Resposta no visor: -10,62 (ou seja, uma queda de quase 11%)

Exemplo 5

Um produto no atacado custa R$ 115,00, e no varejo, o mesmo produto custa R$


210,00, qual a diferença percentual entre os valores?

115 ENTER
210 ∆%
Resposta no visor: 82,61 (ou seja, 82,61%)

33
2.3 PORCENTAGEM DO TOTAL – %T
A tecla porcentagem do total %T proporciona o cálculo para identificar qual é
a porcentagem da proporção de um número para outro. Deve-se seguir os seguintes
comandos:

1. Calcule o valor total somando os valores individuais, como em um cálculo aritmético


complexo.
2. Digite o número cujo equivalente em percentagem deseja achar.
3. Aperte %T .

Caro acadêmico, vamos praticar:

Exemplo 6
Quanto corresponde, em percentual, R$ 30,00 em relação a R$ 400,00?
Resposta:
400 ENTER
30 %T

Resposta no visor: 7,5 (ou seja, 7,5%).

Comentário: a calculadora considera o valor de R$ 400,00 como sendo o 100% e


verifica quanto o valor de R$ 30,00 representa em relação aos R$ 400,00 em percentual.

Exemplo 7

Um remédio que é vendido à vista por R$ 950,00 tem R$ 400,00 de impostos


embutidos no valor de venda. Quanto representam esses impostos em percentual sobre
o preço à vista do remédio?

Resposta:
950 ENTER
400 %T

Resposta no visor: 42,11 (ou seja, 42,11%).

Comentário: a calculadora considera o valor de R$ 950,00 como sendo o 100% e


verifica quanto o valor de R$ 400,00 representa em relação aos R$ 950,00 em percentual.

Exemplo 8

Em um determinado mês, sua organização teve vendas de R$ 4,74 milhões na


filial “A”; R$ 5,37 milhões na filial “B”, e R$ 7,82 milhões na filial “C”. Qual percentagem das
vendas totais ocorreram na filial “B”?

34
f REG
4,74 ENTER
5,37 +
7,82 +
5,37 %T
Resultado no visor: 29,95 (ou seja, quase 30%)

Como vimos anteriormente, a HP12C retém o valor calculado na memória. Dessa


forma, para calcular qual a porcentagem de outro valor:

1. Pressione CLX para zerar o mostrador.


2. Digite o outro valor.
3. Aperte %T novamente.

Por exemplo, para calcular qual percentagem das vendas totais no exemplo
anterior ocorreu na filial “A” e qual percentagem ocorreu na filial “C”:

Na filial “A”:
CLX 4,74 %T
Resposta no visor: 26,44 (ou seja, quase 27%).

Na filial “C”:
CLX 7,82 %T
Resposta no visor: 43,61 (ou seja, quase 44%).

Para calcular qual percentagem um número é de um total, quando você já sabe
o valor total, deve-se efetuar o seguinte comando:

1. Digite o valor total.


2. Aperte ENTER para separar o outro número do número total.
3. Digite o número cujo equivalente em percentagem deseja calcular.
4. Aperte %T .

Por exemplo, suponha que no exemplo anterior você já soubesse que as vendas
totais eram de R$ 17,93 milhões e desejasse descobrir qual percentagem do total ocorreu
na filial “B”:

f REG
17,93 ENTER
5,37 %T
Resultado no visor: 29,95 (ou seja, quase 30%)

35
3 FUNÇÕES DE CALENDÁRIO
A matemática financeira, de acordo com Samanez (2010), trabalha com duas
formas de calendário: ou com calendário comercial, também chamado de ano comercial,
ou com calendário civil, também chamado de ano civil. A seguir, vamos compreender
como funciona cada um deles e sua relevância na hora de realizar os cálculos.

Calendário comercial ou ano comercial

Um ano comercial é um período de 360 ​​dias, composto por 12 meses de 30


dias cada, e que é usado por algumas empresas e organizações sem fins lucrativos para
rastrear internamente as alterações nas contas. As diferenças no número de dias em
cada mês do calendário são ajustadas para que as comparações de vendas, despesas
etc. sejam mais fáceis de fazer (SAMANEZ, 2010).

Segundo Jacques (2010), cada ano civil vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro, e


alguns meses contêm mais dias do que outros. Essas variações podem ser problemáticas
para as empresas que desejam ou precisam acompanhar as operações ao longo do ano,
principalmente porque um mês de 31 dias não pode ser imediatamente comparado a
um de 28 dias.

Wakamatsu (2012) afirma que tais questões podem ser contornadas empregando
um modelo de ano comercial. Sob esse formato, cada mês do ano consiste em 30 dias,
e se torna muito mais fácil para as empresas compararem o desempenho e as despesas
mensais, assim como projetar números futuros e avaliar e gerenciar estoques (todos os
produtos acabados ou materiais usados ​​na produção que foram armazenados).

Conforme Castanheira (2012), embora seja verdade que uma análise de


incrementos de uma semana ou mesmo diários possa ser realizada para ajustar as
diferenças nos dias do mês, o período de 30 dias é o preferido porque suaviza o ruído
de curto prazo. Outro benefício do ano comercial é que ele não precisa seguir a data de
início e término do ano civil e pode ser modificado para melhor atender às necessidades
de uma empresa (CASTANHEIRA, 2012).

Calendário ou ano civil

Um ano civil é um período de um ano que começa em 1º de janeiro e termina em


31 de dezembro, também chamado de calendário gregoriano, que é comumente usado
(VANNUCCI, 2017). Samanez (2010) afirma que, para fins de tributação de pessoas físicas
e jurídicas, o ano civil geralmente coincide com o ano fiscal e, portanto, geralmente
compreende todas as informações financeiras do ano usadas para calcular o imposto
de renda a pagar. O ano civil contém 365 dias completos ou 366 para um ano bissexto.
É dividido em meses, semanas e dias. O calendário civil é o padrão internacional e é
usado na maior parte do mundo para organizar eventos religiosos, sociais, empresariais,
pessoais e administrativos (GIMENES, 2009).

36
Os calendários são úteis para indivíduos e empresas gerenciarem suas agendas,
planejarem eventos e atividades e marcarem ocasiões especiais no futuro. O advento
da tecnologia tornou o planejamento ainda mais fácil, pois os calendários agora são
facilmente acessíveis por meio de computadores, smartphones e outros dispositivos
pessoais (BARROS, 2014).

Algumas partes do mundo, de acordo com Vannucci (2017), usam o padrão,


bem como calendários religiosos. Por exemplo, o calendário gregoriano foi adotado na
Índia, em todo o país, quando os britânicos colonizaram o país. Embora a maior parte da
Índia urbana continue a usá-lo hoje, os hindus devotos nas partes mais rurais do país
podem continuar a usar um calendário religioso regional diferente, onde as datas de
início e fim do ano diferem.

Um ano civil para indivíduos e muitas empresas é usado como o ano fiscal, ou
o período de um ano no qual seus impostos a pagar são calculados (GIMENES, 2009).
Algumas empresas optam por declarar seus impostos com base em um ano fiscal
(GIMENES, 2009). De acordo com Castanheira (2012), na maioria dos casos, esse período
começa em 1º de abril e termina em 31 de março e se adapta melhor aos padrões de
sazonalidade ou outras preocupações contábeis aplicáveis ​​aos seus negócios.

Um ano civil sempre vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Um ano fiscal, por


outro lado, pode começar e terminar em qualquer ponto do ano, desde que inclua 12
meses completos (WAKAMATSU, 2012). Uma empresa que inicia seu ano fiscal em 1º
de janeiro e o encerra em 31 de dezembro opera com base no ano civil. O ano civil
representa o ano fiscal mais comum no mundo dos negócios (JACQUES, 2010).

Essas informações são importantes, pois podem impactar na realização de


cálculos financeiros, uma vez que muitas das funções são impactadas pelo período, a
exemplo dos juros. A seguir, vamos estudar as funções das HP12C que utilizam períodos.

3.1 FORMATO DE DATA


A HP12C fornece as funções de calendário nas teclas, DATE e ∆DYS, que
trabalham com datas entre 15 de outubro de 1582 e 25 de novembro de 4046. Qualquer
data fora desse período vai apresentar erro no resultado da calculadora HP12C.

Para todas as funções de calendário, a calculadora utiliza um desses dois


formatos de data:

• Mês-Dia-Ano; formato normalmente usado nos EUA.


• Dia-Mês-Ano; formato normalmente usado no Brasil.

O formato de data é utilizado tanto para interpretar datas quando são digitadas
quanto para exibi-las.

37
Quando os cálculos envolverem tempo, você precisará inserir a data no cálculo.
Isso pode ocorrer de duas formas, como vimos anteriormente, e a escolha desse
formato é indiferente, contudo, independentemente de qual for o escolhido, ele precisa
ser configurado, como veremos a seguir.

Quando tratar de Mês-Dia-Ano, para configurar o formato aperte g M.DY.


Vejamos a seguir como realizar isso na HP12C:

1. Digite o mês, com um ou dois dígitos.


2. Aperte a tecla do ponto decimal • .
3. Digite os dois dígitos do dia.
4. Digite os quatro dígitos do ano.

As datas são exibidas no mesmo formato. Por exemplo, para digitar 24 de maio
de 2022:
No visor ficará: 5,242022

Quando utilizar o formato de Dia-Mês-Ano, para configurar o formato aperte g


D.MY. Vejamos a seguir como realizar isso na HP12C:

1. Digite o dia, com um ou dois dígitos.


2. Aperte a tecla do ponto decimal • .
3. Digite o mês, com dois dígitos.
4. Digite os quatro dígitos do ano.

Por exemplo, para digitar 24 de maio de 2022:


No visor ficará: 24,052022

Quando o formato da data está configurado para dia-mês-ano, o indicador de


estado D.MY estará presente no mostrador. Se o indicador D.MY não estiver presente,
o formato da data será mês-dia-ano, ou seja:

• para usar formato dia-mês-ano, você deve apertar o comando g D.MY, e no visor irá
aparecer escrito D.MY;
• para usar o formato mês-dia-ano, você deve apertar o comando g M.DY, porém, no
visor, não irá aparecer nada escrito. Interpreta-se que a calculadora está configurada
para cálculos de datas de mês-dia-ano.

38
IMPORTANTE
Caro acadêmico, para todos os cálculos de data deste livro, iremos usar
o formato brasileiro de data, ou seja, dia-mês-ano. Dessa forma, deixe
sempre sua calculadora formatada para esse tipo de cálculo, da seguinte
forma: tecle g D.MY

3.2 DATAS FUTURAS OU PASSADAS - DATE


Para o cálculo das datas futuras ou passadas, usamos a tecla DATE,
proporcionando o cálculo para se identificar a data e dia da semana que é um certo
número de dias depois ou antes de uma data fornecida. Para tanto, deve-se utilizar o
seguinte comando:

1. Digite a data fornecida e aperte ENTER.


2. Digite o número de dias.
3. Se a outra data estiver no passado, aperte CHS.
4. Aperte g DATE.

A resposta calculada pela função DATE é exibida em um formato especial. Os


números do, dia, mês e ano (ou mês, dia e ano quando estiver formatado em M.DY) são
separados por separadores de dígitos, e o dígito ao lado direito da resposta no mostrador
indica o dia da semana, conforme o Quadro 1.

QUADRO 1 – FUNÇÃO DATE DIA DA SEMANA

Código. Dia da semana


1 Segunda-feira
2 Terça-feira
3 Quarta-feira
4 Quinta-feira
5 Sexta-feira
6 Sábado
7 Domingo
FONTE: o autor

39
INTERESSANTE
Caro acadêmico, o dia da semana indicado pela função DATE pode ser
diferente daquele registrado em textos históricos quando o calendário
juliano estava em uso. O calendário juliano era o padrão na Inglaterra
e em suas colônias até́ 14 de setembro de 1752, quando foi adotado o
calendário gregoriano. Outros países adotaram o calendário gregoriano
em momentos diferentes.

FONTE: Guia HP12C (2004, p. 30).

Exemplo 1

Queremos saber em que dia da semana caiu o dia 27/07/2022.

Resposta
g D.MY
27.072022 ENTER
0 g DATE

Resposta no visor: 27.07.2022 3 (conforme Quadro 1, refere-se a uma quarta-feira).

Caso alguém receba uma proposta para adquirir um terreno em 10 de fevereiro


de 2022, válida por 150 dias, qual seria a data de vencimento? Leve em consideração
que está sendo usado o formato de data dia-mês-ano. Vejamos a seguir como realizar
o cálculo:

g D.MY
10.022022 ENTER
150 g DATE

Resposta no visor: 10,07,2022 7 (a data de vencimento é 10 de julho de 2022,


e, conforme Quadro 1, refere-se a um domingo).

Exemplo 2

Qual a data e qual dia da semana será 478 dias após o dia 01/08/2022?
Resposta:
01.082022 ENTER
478 g DATE

Resposta no visor: 22.11.2023 3 (ou seja, 22 de novembro de 2023, e,


conforme o Quadro 1, refere-se a um quarta-feira).

40
Exemplo 3

O bebê Pedro está com apenas 100 dias de vida. Se hoje é dia 07/09/2022, qual
a data que Pedro nasceu, e em qual dia da semana.

Resposta:
07.092022 ENTER
100 CHS g DATE

Resposta no visor: 30.05.2022 1 (ou seja, 30 de maio de 2022, e, conforme


o Quadro 1, refere-se a um segunda-feira)

3.3 NÚMERO DE DIAS ENTRE DATAS - ∆DYS


A tecla ∆DYS proporciona o cálculo do número de dias entra datas. De forma
a conseguir calcular o número de dias entre duas datas, deve-se utilizar o seguinte
comando:

1. Digite a data mais antiga e aperte ENTER.


2. Digite a data mais recente e aperte g ∆DYS.

Calendário civil (Número exato de dias)

A resposta apresentada no mostrador é o número exato de dias entre as


duas datas (calendário civil), incluindo o ano bissexto onde tem o dia 29 de fevereiro,
se houver.

O calendário civil corresponde ao seguinte período:

• Ano = 12 meses, 365 ou 366 dias (ano bissexto)


• Mês = 28, 29, 30 ou 31, mudando conforme o mês ou conforme ano, se for bissexto.

Calendário comercial (Considera ano 360 dias e mês com 30 dias)

Adicionalmente, a HP12C também calcula o número de dias entre as duas


datas com base no calendário comercial (mês de 30 dias). Essa resposta é retida
na memória da calculadora; para mostrá-la, aperte x><y. Apertando-se x><y a resposta
original será novamente exibida no mostrador.

O calendário comercial corresponde ao seguinte período:

• Ano = considera-se de 360 dias


• Mês = considera-se 30 dias

41
INTERESSANTE
Ano comercial e ano civil
O ano comercial é imutável (360 dias), enquanto o ano civil é variável (365
ou 366 dias). O ano comercial é inferior ao ano civil, visto este ter 365
ou 366 dias (em anos bissextos). O ano civil começa em 1º de janeiro e
termina em 31 de dezembro.
O civil é alterado de quatro em quatro anos, baseando-se no movimento
da Terra, somando-se um dia a mais no mês de fevereiro, que passa a ter
29 dias, assim como o ano civil passa a ter 366 dias, e a ser chamado de
ano bissexto.

FONTE: https://www.economias.pt/ano-comercial/

Exemplo 1

Os cálculos de juros compostos podem ser feitos utilizando-se o número exato


de dias ou o número de dias com base no ano comercial. Realize o cálculo do número de
dias entre datas e apresenta qual seria o número de dias, contados das duas maneiras
(dias exatos e com base no ano comercial com mês de 30 dias), a ser utilizado para
calcular os juros acumulados de 2 de abril de 2022 a 17 de setembro de 2023, levando
em consideração a configuração da HP12C com uso do formato dia-mês-ano.

Resposta:
g D.MY
2,042022 ENTER
17,092023 g ∆DYS
Resposta no visor: 533 (número exato de dias)
x><y
Resposta no visor: 525 (número de dias baseado no calendário comercial.)

Exercício 2

Calcular número de dias exatos entre 14/07/2022 e 31/10/2022. Depois, calcule


o número de dias com base calendário comercial, ou seja, com mês de 30 dias, entre
14/07/2022 e 31/10/2022.

Resposta:
g D.MY
14.072022 ENTER
31.102022 g ∆DYS
Resposta no visor: 109 (número exato de dias)
x><y
Resposta no visor: 107 (número de dias baseado no calendário comercial.)

42
Exercício 3

Vamos calcular o número de dias exatos entre 05/02/1970 e 27/10/2054


considerando o calendário civil e, depois, vamos calcular o número de dias com base
calendário comercial.

Resposta:
g D.MY
05.071970 ENTER
27.102054 g ∆DYS
Resposta no visor: 30.795 (número exato de dias com base no calendário civil)
x><y
Resposta no visor: 30.352 (número de dias baseado no calendário comercial
– mês com 30 dias)

43
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:

• A calculadora HP12C disponibiliza três teclas para solucionar problemas com


porcentagens: %, ∆%, e %T .

• A tecla ∆% é usada para achar a diferença percentual entre dois números:

• A tecla percentagem do total %T proporciona o cálculo para identificar qual


percentagem um número é de um outro.

• A HP12C fornece as funções de calendário nas teclas, DATA e ∆DYS, que trabalham
com datas entre 15 de outubro de 1582 e 25 de novembro de 4046.

• Para configurar o formato para mês-dia-ano, deve-se pressionar g M.DY.

• Para configurar o formato para dia-mês-ano, deve-se pressionar g D.MY.

• Para o cálculo das datas futuras ou passadas, usamos a tecla DATE, proporcionando
o cálculo para se identificar a data e dia da semana, que é um certo número de dias
depois ou antes de uma data fornecida.

• A tecla ∆DYS proporciona o cálculo do número de dias entra datas.

44
AUTOATIVIDADE
1 A calculadora HP12C disponibiliza três teclas para solucionar problemas com
percentagens: % , ∆%, e %T . Com uso das teclas, não é preciso converter percentagens
nos equivalentes decimais; isso é feito automaticamente ao apertar qualquer uma
dessas teclas. Disserte sobre a funcionalidade das teclas ∆% e %T .

2 A HP12C fornece as funções de calendário nas teclas, DATA e ∆DYS, que trabalham
com datas entre 15 de outubro de 1582 e 25 de novembro de 4046. Qualquer data
fora desse período vai apresentar erro na calculadora HP12C. Disserte sobre a
funcionalidade das teclas DATE e ∆DYS .

3 Calcule o valor que corresponde à 4,78% do valor R$500,00. Assinale a alternativa


CORRETA:

a) ( ) R$ 31,70.
b) ( ) R$ 15,40.
c) ( ) R$ 23,90.
d) ( ) R$ 47,71.

4 Calcule o valor que corresponde a 20% do valor R$6.000,00. Assinale a alternativa


CORRETA:

a) ( ) R$ 800,00.
b) ( ) R$ 1.000,00.
c) ( ) R$ 1.200,00.
d) ( ) R$ 1.500,00.

5 Calcule o valor que corresponde a 66% do valor R$700,00. Assinale a alternativa


CORRETA:

a) ( ) R$ 392,00.
b) ( ) R$ 462,00.
c) ( ) R$ 528,00.
d) ( ) R$ 584,00.

6 Uma ação de investimentos caiu de R$ 32,47; para R$ 12,05. Qual é a diferença


percentual?

a) ( ) -10,11.
b) ( ) -62,89.

45
c) ( ) -88,67.
d) ( ) -13,10.

7 Um produto custa R$ 400,00 na loja “A”, e na loja “B”, o mesmo produto custa R$
500,00. Qual a diferença percentual entre os valores?

a) ( ) 15%.
b) ( ) 20%.
c) ( ) 25%.
d) ( ) 30%.

8 Quanto corresponde em percentual R$ 150,00 em relação a R$ 725,00?

a) ( ) 47,91%
b) ( ) 15,93%
c) ( ) 60,24%
d) ( ) 20,69%

9 Um automóvel que é vendido à vista por R$ 60.000,00 tem R$ 18.000,00 de impostos


embutidos no valor de venda. Quanto representam esses impostos em percentual
sobre o preço à vista do automóvel?

a) ( ) 10%
b) ( ) 20%
c) ( ) 30%
d) ( ) 40%

10 Qual a data e qual dia da semana que será 1058 dias após o dia 10/06/2022?

a) ( ) 03.05.2025 6 (sábado).
b) ( ) 10.10.2024 7 (domingo).
c) ( ) 18.08.2028 1 (segunda-feira).
d) ( ) 23.02.2026 3 (quarta-feira).

11 Se hoje é dia 22/05/2022, qual a data e qual dia da semana foi 200 dias antes de
22/05/2022?

a) ( ) 28.04.2020 2 (terça-feira).
b) ( ) 03.11.2021 3 (quarta-feira).
c) ( ) 12.02.2022 5 (sexta-feira).
d) ( ) 09.09.2021 4 (quinta-feira).

46
12 Calcule número de dias exatos entre 22/04/1600 e 01/08/2022. Depois, calcule o
número de dias com base calendário comercial, ou seja, com mês de 30 dias, entre
22/04/1500 e 01/08/2022.

a) ( ) 154.233 dias exatos e 152.019 dias no calendário comercial.


b) ( ) 44.350 dias exatos e 44.210 dias no calendário comercial.
c) ( ) 133.831 dias exatos e 130.903 dias no calendário comercial.
d) ( ) 88.591 dias exatos e 88.037 dias no calendário comercial.

13 Calcule o número de dias exatos entre 15/05/2022 e 11/12/2022. Depois, calcule o


número de dias com base calendário comercial, ou seja, com mês de 30 dias, entre
22/04/1500 e 01/08/2022.

a) ( ) 267 dias exatos e 255 dias no calendário comercial.


b) ( ) 190 dias exatos e 177 dias no calendário comercial.
c) ( ) 322 dias exatos e 317 dias no calendário comercial.
d) ( ) 210 dias exatos e 206 dias no calendário comercial.

47
48
UNIDADE 1 TÓPICO 4 -
INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO
SIMPLES E COMPOSTO

1 INTRODUÇÃO
Capitalização, de acordo com Castanheira e Macedo (2020), refere-se ao
processo de integração do juro ao capital que o gerou, sendo que o sistema de
capitalização está diretamente ligado a dois termos, “capital” e “juros”. Para os autores,
o capital refere-se ao valor expresso na moeda corrente de uma determinado país e
é disponível para operações financeiras, enquanto os juros nada mais são do que a
remuneração do capital.

O sistema de capitalização, segundo Castanheira e Serenato (2014), é que irá


definir a forma de acúmulo dos juros. O sistema de capitalização apresenta dois tipos: o
sistema de capitalização simples e o sistema de capitalização composto. Castanheira e
Serenato (2014) afirmam que, no sistema de capitalização simples, o juro incide somente
sobre o capital inicial, enquanto no sistema de juros compostos, o juro incide sobre o
capital mais o juro acumulado anteriormente.

Acadêmico, no Tópico 4 analisaremos, primeiramente, um método para facilitar


na interpretação e resolução de problemas da matemática financeira. Em seguida,
abordaremos noções de juros simples e noções de juros composto de forma a conseguir
identificar a lógica de cada um desses sistemas, seus conceitos e terminologias. Por fim,
estudaremos a diferença entre os dois sistemas de capitalização, simples e composto.

2 MÉTODO PARA INTERPRETAÇÃO E RESOLUÇÃO DE


PROBLEMAS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
Mesmo sabendo que a matemática financeira é uma disciplina da área de
ciências exatas, ela também depende da interpretação do leitor, como ocorre nas
ciências humanas. Isso porque é importante que o leitor, ao realizar a leitura dos dados
apresentados pela questão, faça a interpretação para que as informações sejam
extraídas e trabalhadas de forma correta (GIMENES, 2010).

Dessa forma, Gimenes (2010) apresenta um método de resolução de exercícios


que envolve essencialmente quatro etapas. A seguir, vamos apresentar as quatro etapas
descritas por Gimenes (2010) de forma detalhada.

49
Caro acadêmico, essas quatro etapas são muito úteis quando se está iniciando
o processo de aprendizado da matemática financeira, e à medida que você adquire a
prática, é possível encurtá-las ou mesmo deixar de realizá-las.

Normalmente, quando se adquire a prática da elaboração dos cálculos, costuma-


se utilizar apenas as etapas 2 e 4.

Etapa 1 e Etapa 2

• Etapa 1 – Coleta de dados: consiste na separação dos elementos centrais do


problema
• Etapa 2 – Terminologia: refere-se ao relacionar os elementos extraídos com as
nomenclaturas específicas da matemática financeira.

Dessa forma, primeiro você deve separar os elementos principais do problema e,


na sequência, relacionar aos elementos que são extraídos das nomenclaturas. A seguir,
na Figura 9, podemos verificar como ocorre a prática dessas etapas.

FIGURA 9 – COLETA DE DADOS E TERMINOLOGIA

FONTE: Gimenes (2010, p. 51)

Etapa 3

• Etapa 3 – Diagrama: é considerado um dos principais pontos a ser montado, pois é


um retrato de como o problema foi interpretado. Mostra a organização da situação,
quais os elementos envolvidos e aonde se quer chegar.

Após realizar a interpretação e separação dos dados, como vimos nas etapas
anteriores, agora é a hora de organizar o diagrama para retratar o problema, conforme
veremos no exemplo a seguir:

50
FIGURA 10 – DIAGRAMA

FONTE: Gimenes (2010, p. 51)

Etapa 4

• Etapa 4 – Cálculo: refere-se ao cálculo em si, ou seja, se o problema estiver


interpretado corretamente, o resultado encontrado concluirá o processo.

Com o diagrama organizado, é hora de realizar o cálculo propriamente, que trata


a resolução para o problema identificado. Vejamos o exemplo a seguir:

Fn = P x (1 + i) n
F5 = 1.000 x (1 + 0,10)5
F5 = 1.000 x (1,10)5
F5 = 1.610,51

3 NOÇÕES DE JUROS SIMPLES


Os juros simples, de acordo com Wakamatsu (2012), são um método para calcular
o valor dos juros cobrados de uma determinada taxa aplicada sobre uma quantia e por
um determinado período. Nos juros simples, o valor do principal é sempre o mesmo, ao
contrário dos juros compostos, onde somamos os juros do principal dos anos anteriores
para calcular os juros do ano seguinte.

Juros, de acordo com Samanez (2010), é a recompensa por emprestar o capital


a alguém por um período. Para o autor, existem vários métodos para calcular o interesse.
Como o nome indica, juros simples são fáceis de entender, e essa é a principal razão
pela qual falamos sobre isso aqui (WAKAMATSU, 2012). A ideia por trás dos juros simples
é que o valor dos juros é o produto de três quantidades: a taxa de juros, o principal e o
período (WAKAMATSU, 2012).

O regime de juros simples, segundo Horiguti e Donadel (2014), refere ao


sistema no qual a taxa de juros incide apenas sobre o valor principal, de forma que
não há incidência de juros sobre os juros gerados a cada período. O regime de juros
simples, conforme Wakamatsu (2018), refere-se ao regime em que os juros de cada

51
período são calculados sempre sobe o mesmo valor principal. Em outras palavras, em
um dado período de tempo, o cálculo dos juros incide sobre o valor inicial, e nunca sobre
o montante, que é o valor derivado da soma dos juros mais capital inicial.

Exemplo de cálculo de juros simples

Se uma pessoa realiza um empréstimo bancário no valor de R$ 1.000,00, para ser


pago daqui a 5 meses a uma taxa de 10% ao mês, adotando o sistema de capitalização
de juros simples, qual valor deve pagar ao banco?

QUADRO 2 – RESOLUÇÃO

Tempo (n) % Juro Valor Juro Montante


Capital
Mês 10% ou 0,1 (Capital * % Juro) (Capital + Juro)
1 R$ 1.000,00 10% R$ 100,00 (1.000,00 x 0,1) R$ 1.100,00
2 R$ 1.000,00 10% R$ 100,00 (1.000,00 x 0,1) R$ 1.200,00
3 R$ 1.000,00 10% R$ 100,00 (1.000,00 x 0,1) R$ 1.300,00
4 R$ 1.000,00 10% R$ 100,00 (1.000,00 x 0,1) R$ 1.400,00
5 R$ 1.000,00 10% R$ 100,00 (1.000,00 x 0,1) R$ 1.500,00
FONTE: o autor

Considerações:

• No primeiro mês, temos um capital inicial de R$ 1.000,00. Com uma taxa de juros
de 10%, obtemos um valor de juros do primeiro mês de R$ 100,00 (R$ 1.000,00 x 0,1).
O montante acumulado é de R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do
primeiro mês).
• No segundo mês, temos um capital inicial de R$ 1.000,00. Com uma taxa de juros
de 10%, obtemos um valor de juros do segundo mês de R$ 100,00 (R$ 1.000,00 x
0,1). O montante acumulado é de R$ 1.200,00 (R$ 1.000,00 capital + R$ 100,00 juros
do primeiro mês + R$ 100,00 juros do segundo mês).
• No Terceiro mês, temos um capital inicial de R$ 1.000,00. Com uma taxa de juros
de 10%, obtemos um valor de juros do terceiro mês de R$ 100,00 (R$ 1.000,00 x 0,1).
O montante acumulado é de R$ 1.300,00 (R$ 1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do
primeiro mês + R$ 100,00 juros do segundo mês + R$ 100,00 juros do terceiro mês).
• No quarto mês, temos um capital inicial de R$ 1.000,00. Com uma taxa de juros de
10%, obtemos um valor de juros do quarto mês de R$ 100,00 (R$ 1.000,00 x 0,1). O
montante acumulado é de R$ 1.400,00 (R$ 1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do
primeiro mês + R$ 100,00 juros do segundo mês + R$ 100,00 juros do terceiro mês
+ R$ 100,00 juros do quarto mês).

52
• No quinto mês, temos um capital inicial de R$ 1.000,00. Com uma taxa de juros de
10%, obtemos um valor de juros do quinto mês de R$ 100,00 (R$ 1.000,00 x 0,1). O
montante acumulado é de R$ 1.500,00 (R$ 1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do
primeiro mês + R$ 100,00 juros do segundo mês + R$ 100,00 juros do terceiro mês
+ R$ 100,00 juros do quarto mês + R$ 100,00 juros do quinto mês).

NOTA
Em capitalização simples, os juros são sempre calculados sobre o capital
inicial.

FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

FONTE: Gimenes (2010, p. 51)

4 NOÇÕES DE JUROS COMPOSTOS


Segundo Wakamatsu (2012), ao contrário dos juros simples, que rendem
juros apenas sobre o valor principal, os juros compostos rendem juros sobre os juros
ganhos anteriormente. Os juros são adicionados ao valor principal. Os juros compostos
são, simplesmente, juros sobre juros (WAKAMATSU, 2018). O juro composto tem o
potencial de obter mais retorno do que apenas os juros simples de um investimento. Os
investimentos crescem exponencialmente com juros compostos porque são baseados
no poder principal de capitalização (CASTANHEIRA, 2012).

De acordo com Jacques (2010), o banco ou instituição financeira, ou o credor,


decidem sobre a frequência de capitalização. Pode ser diário, mensal, trimestral,
semestral ou anual. Quanto maior a frequência de capitalização, maior será o valor de
acumulação de juros. Assim, os investidores se beneficiam mais dos juros compostos do
que os tomadores do empréstimo (mutuários) (GIMENES, 2009).

A maioria das instituições bancárias utiliza juros compostos. A ideia por trás dos
juros compostos é que, no segundo ano, você deve receber juros sobre os juros que
ganhou no primeiro ano (VANNUCCI, 2017). Em outras palavras, os juros que você ganha

53
no primeiro ano são combinados com o principal e, no segundo ano, você ganha juros
sobre a soma combinada (BARROS, 2014).

No regime de capitalização composta, segundo Horiguti et al. (2014), o valor


futuro é calculado sobre o capital do período anterior, e não sobre o valor do capital
inicial. O juro composto, conforme Wakamatsu (2018), também pode ser chamado de
juros sobre juros, ou seja, é o resultado obtido após a incidência dos juros e serve de
base para o cálculo do período seguinte.

Exemplo de cálculo de juros composto

Iremos usar o mesmo exemplo anterior, de forma a comparemos os valores.

Pedro realiza um empréstimo bancário no valor de R$ 1.000,00, para ser pago


daqui a 5 meses a uma taxa de 10% ao mês. Adotando o sistema de capitalização de
juros composto, qual valor Pedro deve pagar ao banco?

QUADRO 3 – RESOLUÇÃO DO CÁLCULO DE JUROS COMPOSTO

Capital ou Montante / Valor


Tempo (n) % Juro Valor Juro
Valor futuro
Mês 10% ou 0,1 (Capital * % Juro)
presente (Capital + Juro)
1 R$ 1.000,00 10% R$ 100,00 (1.000,00 x 0,1) R$ 1.100,00
2 R$ 1.100,00 10% R$ 110,00 (1.100,00 x 0,1) R$ 1.210,00
3 R$ 1.210,00 10% R$ 121,00 (1.210,00 x 0,1) R$ 1.331,00
4 R$ 1.331,00 10% R$ 133,10 (1.331,00 x 0,1) R$ 1.464,10
5 R$ 1.464,10 10% R$ 146,41 (1.464,10 x 0,1) R$ 1.610, 51
FONTE: o autor

Considerações

• No primeiro mês, temos um capital inicial de R$ 1.000,00 (referente ao empréstimo).


Com uma taxa de juros de 10%, obtemos um valor de juros do primeiro mês de R$
100,00 (R$ 1.000,00 x 0,1). O montante acumulado é de R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00
capital + R$ 100,00 juros do primeiro mês).
• No segundo mês, temos um capital inicial de R$ 1.100,00 (referente ao montante do
mês anterior). Com uma taxa de juros de 10%, obtemos um valor de juros do segundo
mês de R$ 110,00 (R$ 1.100,00 x 0,1). O montante acumulado é de R$ 1.210,00 (R$
1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do primeiro mês + R$ 110,00 juros do segundo mês).
• No terceiro mês, temos um capital inicial de R$ 1.210,00 (referente ao montante do
mês anterior). Com uma taxa de juros de 10% ,obtemos um valor de juros do terceiro
mês de R$ 121,00 (R$ 1.210,00 x 0,1). O montante acumulado é de R$ 1.331,00 (R$
1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do primeiro mês + R$ 110,00 juros do segundo
mês + R$ 121,00 juros do terceiro mês).
54
• No quarto mês, temos um capital inicial de R$ 1.331,00 (referente ao montante do
mês anterior). Com uma taxa de juros de 10%, obtemos um valor de juros do quarto
mês de R$ 133,10 (R$ 1.331,00 x 0,1). O montante acumulado é de R$ 1.464,10 (R$
1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do primeiro mês + R$ 110,00 juros do segundo
mês + R$ 121,00 juros do terceiro mês + R$ 133,10 juros do quarto mês).
• No quinto mês, temos um capital inicial de R$ 1.464,10 (referente ao montante do
mês anterior). Com uma taxa de juros de 10%, obtemos um valor de juros do quinto
mês de R$ 146,41 (R$ 1.464,10 x 0,1). O montante acumulado é de R$ 1.610,51 (R$
1.000,00 capital + R$ 100,00 juros do primeiro mês + R$ 110,00 juros do segundo
mês + R$ 121,00 juros do terceiro mês + R$ 133,10 juros do quarto mês + R$ 146,41
juros do quinto mês).

Diferença entre os sistemas de capitalização

Os juros simples são baseados no valor principal de um empréstimo ou


depósito. Em contraste, os juros compostos são baseados no valor do principal e nos
juros acumulados sobre ele em cada período (VANNUCCI, 2017). Para Samanez (2010),
os juros compostos geralmente são um fator em transações comerciais, investimentos
e produtos financeiros destinados a se estender por vários períodos ou anos. Os juros
simples são usados principalmente para cálculos simples: aqueles que normalmente
englobam um único período ou menos de um mês. Os juros simples também se aplicam
a situações em aberto, como saldos de cartão de crédito (GIMENES, 2009).

Eles são calculados apenas sobre o valor principal de um empréstimo ou


depósito, por isso é mais fácil determinar do que os juros compostos. Geralmente, os
juros simples pagos ou recebidos em um determinado período são uma porcentagem
fixa do valor principal que foi emprestado (GIMENES, 2009).

Os juros compostos são acrescidos aos juros acumulados de períodos anteriores,


isso, em outras palavras, inclui juros sobre juros. Ele é calculado multiplicando o valor do
principal por um mais a taxa de juros anual elevada ao número de períodos compostos
e, em seguida, menos a redução do principal para aquele ano (GIMENES, 2009). Com
juros compostos, o tomador do empréstimo deve pagar juros sobre os juros, bem como
o principal (BARROS, 2014).

O Quadro 4 mostra a diferença entre valores que são obtidos com juros simples
e com juros compostos. Observe que, com o passar dos meses, a diferença entre eles
vai aumentando.

55
QUADRO 4 – COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMA JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Juros Simples Juros compostos


Mês Capital Juros Montante Juros Montante
R$ 100,00 R$ 100,00
1 R$ 1.000,00 R$ 1.100,00 R$ 1.100,00
(1.000,00 x 0,1) (1.000,00 x 0,1)
R$ 100,00 R$ 110,00
2 R$ 1.100,00 R$ 1.200,00 R$ 1.210,00
(1.000,00 x 0,1) (1.100,00 x 0,1)
R$ 100,00 R$ 121,00
3 R$ 1.210,00 R$ 1.300,00 R$ 1.331,00
(1.000,00 x 0,1) (1.210,00 x 0,1)
R$ 100,00 R$ 133,10
4 R$ 1.331,00 R$ 1.400,00 R$ 1.464,10
(1.000,00 x 0,1) (1.331,00 x 0,1)
R$ 100,00 R$ 146,41
5 R$ 1.464,10 R$ 1.500,00 R$ 1.610, 51
(1.000,00 x 0,1) (1.464,10 x 0,1)
FONTE: o autor

Quando o período de capitalização for igual a 1, a capitalização de juros simples


será igual a capitalização de juros compostos. O único período (tempo) onde os dois
sistemas de capitalização apresentam o mesmo valor de juros é quando o período é
igual a “1”. Sempre que o período for maior que 1, o sistema de capitalização de juros
compostos irá apresentar um maior valor de capitalização.

Comparado aos juros compostos, conforme Barros (2014), os juros simples


são mais fáceis de calcular e mais fáceis de entender. Se você tem um empréstimo
temporário ou com juros que não são compostos, você só precisa se preocupar com os
juros adicionados ao saldo do principal pendente.

Quando se trata de investir, os juros compostos são melhores, pois permitem


que os fundos cresçam a uma taxa mais rápida do que em uma conta com uma taxa
de juros simples. Os juros compostos entram em jogo quando você está calculando
o rendimento percentual anual (SAMANEZ, 2010). Para Vannucci (2017), essa é a taxa
anual de retorno ou o custo anual do empréstimo de dinheiro. Nas próximas unidades,
aprofundaremos cada um dos tipos de juros.

DICA
Caro acadêmico, o objeto de aprendizagem trata de uma ferramenta didática desenvolvida
e utilizada com o intuito de apresentar ao acadêmico um determinado tema e articular
atividades relacionadas a ele, atendendo ao princípio norteador da UNIASSELVI, de que
“não basta saber, é preciso saber fazer”. Dessa forma, nosso Objeto de Aprendizagem
será composto por duas etapas: uma contendo a apresentação do conteúdo, e a outra
contendo as atividades práticas relacionadas a ele.

56
Segue o link dos objetos de aprendizagem:

- Regime de capitalização:
https://static.asselvi.com.br/objetos/aprendhtml5/disc/10049/index.html

- Capitalização simples e composta:


https://static.asselvi.com.br/objetos/aprendhtml5/cuni/153741/index.html

Bons estudos!

57
LEITURA
COMPLEMENTAR
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Renata de Moura Issa Vianna

1.2 - Regimes de Capitalização

Considere um capital que é aplicado a uma determinada taxa por período ou


por vários períodos. Quando queremos calcular qual é o valor de um montante, estamos
querendo saber o resultado da capitalização do valor atual. O montante pode ser
calculado de acordo com os seguintes critérios:

1. Regime de Capitalização Simples.


2. Regime de Capitalização Composta.
3. Regime de Capitalização Mista.

Analisemos cada uma das capitalizações.

1.2.1 - Regime de Capitalização Simples

No Regime de Capitalização Simples, a taxa de juros incide diretamente sobre


o valor do capital. Em cada período, o juro é obtido pelo produto do capital inicial pela
taxa unitária. Desta forma, os juros são iguais em cada período. É também chamado de
Juros Simples.

Exemplo: Um investidor aplica $1.000,00 por um prazo de 4 meses a uma taxa


mensal de 10%. Encontre o valor do saldo ao final de cada período usando o Regime de
Capitalização Simples.

Resolução:

Usando que M=C+J, calculamos o montante Mn ao final de cada mês n:


M1=1.000+1.000(0,1)=$1.100
M2=1.100+1.000(0,1)=$1.200
M3=1.200+1.000(0,1)=$1.300
M4=1.300+1.000(0,1)=$1.400

Observe que, a cada mês, o montante é acrescido de $100,00. Assim, podemos


afirmar que os montantes formam uma Progressão Aritmética de razão 100.

58
No caso geral, para um capital C aplicado a juros simples durante n períodos a uma
taxa unitária i referida nesse período, tem-se uma Progressão Aritmética cujo primeiro
termo é C+Ci e a razão é Ci. Assim, lembrando que a equação que relaciona um termo
qualquer an de uma Progressão Aritmética com o primeiro termo a1 e a razão r é dada por

an = a1 (n-1)r,

temos que o montante será dado por


M = (C+Ci) + (n-1)Ci
M = C+Ci + Cin-Ci
M = C + Cin
M = C (1+in)

Como M=C+J, temos que C+Cin=C+J. Logo,


J = Cin

Portanto, na Capitalização Simples, a cada período, aplicamos a taxa de juros


sobre o capital e obtemos o valor do juro daquele período. Quando há mais de um período
envolvido, basta somar todos os juros obtidos ou, de forma mais simples, multiplicar o
juro de um período pelo número de períodos da aplicação.

Vejamos alguns exemplos envolvendo juros simples.

Exemplo: Um artigo de preço à vista igual a $700,00 pode ser adquirido com
entrada de 20% mais um pagamento para 45 dias. Se o vendedor cobra juros simples de
8% ao mês, qual o valor do pagamento devido?

Resolução:

Exemplo: Um empréstimo foi efetuado a uma taxa linear de 1,8% ao mês e pago
um montante de $5.667,20 após 20 dias. Qual é o valor do empréstimo?

59
Resolução:

Exemplo: Um investidor aplicou $4.000,00 com capitalização simples à taxa


de 5% ao mês. O montante que ele irá receber será de $7.000,00. Determine o prazo de
aplicação.

Resolução:

1.2.2 - Regime de Capitalização Composta

No Regime de Capitalização Composta, a taxa de juros incide diretamente sobre


o valor do montante do período anterior. É também chamado de Juros Compostos.

Exemplo: Um investidor aplica $1.000,00 por um prazo de 4 meses a uma taxa


mensal de 10%. Encontre o valor do saldo ao final de cada período usando o Regime de
Capitalização Composta.

Resolução:
Calculando o montante Mn ao final de cada mês n, obtemos:
M1 = 1.000(0,1) + 1.000 = 1.100
M2 = 1.100(0,1) + 1.100 = 1.210
M3 = 1.210(0,1) + 1.210 = 1.331
M4 = 1.331(0,1) + 1.331 = 1.464,10

Note que, a cada mês, o montante é acrescido de 10% do seu valor. Assim,
podemos afirmar que os montantes formam uma Progressão Geométrica de razão 1,1.

60
De maneira geral, para um capital C, aplicado a juros compostos durante n
períodos a uma taxa unitária i referida nesse período, tem-se uma Progressão Geométrica
cujo primeiro termo é C(1+i) e a razão é (1+i). Portanto, lembrando que a equação que
relaciona um termo qualquer a_n de uma Progressão Geométrica com o primeiro termo
a1e a razão q é dada por

an = a1.q(n-1),

temos que o montante M será dado por

M = C(1+i)(1+i)(n-1)
M = C(1+i)n

Como podemos observar, o mesmo capital calculado sob as formas de ambos


os regimes produz um total de juros de $400,00, na capitalização simples, e $464,10,
na capitalização composta. Esta diferença entre as formas de cálculo é fruto da
remuneração de juros sobre juros dos juros compostos.

Essa diferença é exponencial, pois, com o transcurso do tempo, o coeficiente


angular dos juros compostos aumenta cada vez mais, enquanto o valor dos juros
simples permanece o mesmo até o final da operação. O gráfico traz um comparativo
entre ambos os sistemas de capitalização.

GRÁFICO 1: COMPARAÇÃO DAS CAPITALIZAÇÕES SIMPLES E COMPOSTA

Observa-se pelo gráfico que:

• Para n > 1: Capitalização Composta > Capitalização Simples;


• Para 0<n<1: Capitalização Composta < Capitalização Simples;
• Para n=1: Capitalização Composta = Capitalização Simples.

61
Exemplo: Uma aplicação especial rende 1,5% ao mês em regime de juros
compostos. Certa pessoa deseja aplicar a quantidade $620,00 durante 2 anos. Qual é o
montante gerado por essa aplicação?

Resolução:

Exemplo: Uma loja financia a venda de uma mercadoria no valor de $2.600,00


da seguinte forma:

Entrada: 10% de $2.600,00


Ao final de 8 meses: $3.270,00

Qual é a taxa exponencial mensal cobrada pela loja?

Resolução:

Exemplo: Determine o tempo necessário para o capital de $20.000,00 gerar um


montante de $28.142,00 quando aplicado à taxa composta de 5% ao mês.

Resolução:

62
FONTE: Adaptado de https://bit.ly/3DtK5o2. Acesso em: 28 mai. 2022.

63
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:

• Capitalização refere-se ao processo de integração do juro ao capital que o gerou.

• O capital refere-se ao valor expresso na moeda corrente de uma determinado país


e disponível para operações financeira denominada capital.

• Os juros nada mais são do que a remuneração do capital.

• O sistema de capitalização é que irá definir a forma de acúmulo do juros.

• O sistema de capitalização apresenta dois tipos: sistema de capitalização simples e


o sistema de capitalização compostos.

• No sistema de capitalização simples, o juro incide somente sobre o capital inicial.

• No sistema de juros compostos, os juros incidem sobre o capital mais o juro


acumulado anteriormente.

• As etapas do método para resolução de qualquer problema de matemática financeira


são: Coleta de dados; Terminologia; Diagrama; Cálculo.

• O regime de juros simples refere-se ao sistema no qual a taxa de juros incide apenas
sobre o valor principal, de forma que não há incidência de juros sobre os juros
gerados a cada período.

• O regime de juros simples, segundo Wakamatsu (2018), refere-se ao regime em que


os juros de cada período são calculados sempre sobe o mesmo valor principal.

• No regime de capitalização composta, segundo Horiguti et al. (2014), o valor futuro


é calculado sobre o capital do período anterior e não sobre o valor do capital inicial.

64
AUTOATIVIDADE
1 Mesmo considerando que a financeira seja uma disciplina da área de ciências
exatas, é comum ela depender bastante da interpretação do leitor. Nesses termos,
é importante que o leitor, ao realizar a leitura dos dados apresentados pela questão,
realize a leitura e a interpretação para que seus dados sejam extraídos e trabalhados
de forma correta. Dessa forma, a literatura apresenta um método de resolução de
exercícios que envolve, essencialmente, quatro etapas. Sobre as etapas do método
de resolução de exercícios, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Planejamento – execução - análise – feedback.


b) ( ) Coleta de dados – Terminologia – Diagrama – Cálculo.
c) ( ) Pesquisa – tabulação – análise – execução.
d) ( ) Controle – Gráfico – flexibilidade – métrica.

2 Capitalização refere-se ao processo de integração do juro ao capital que o gerou.


Com base no sistema de capitalização simples e composto, quando a capitalização
de juros simples será igual a capitalização de juros compostos?

a) ( ) Quando o período de capitalização for negativo.


b) ( ) Quando o período de capitalização for maior que 1.
c) ( ) Quando o período de capitalização for igual a 1.
d) ( ) Quando o período de capitalização for menor que 1.

3 O sistema de capitalização é que irá definir a forma de acúmulo dos juros. O sistema
de capitalização apresenta dois tipos: sistema de capitalização simples e o sistema
de capitalização composto. De acordo com os princípios do sistema de capitalização,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Capitalização refere-se ao processo de integração do juro ao capital que o gerou.


( ) O capital refere-se ao valor expresso na moeda corrente de uma determinado país
e disponível para operações financeira denominada capital.
( ) Juros nada mais é do que a remuneração do capital.
( ) No sistema de capitalização composto, o juro incide somente sobre o capital inicial.
( ) No sistema de juros simples, os juros incidem sobre o capital mais o juro acumulado
anteriormente.

65
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – V – F – V – F.
b) ( ) V – F – V – F – V.
c) ( ) F – V – V – V – V.
d) ( ) V – V – V – F – F.

4 No sistema de capitalização simples, o juro incide somente sobre o capital inicial.


Conceitue regime de juros simples.

5 No sistema de juros compostos, os juros incidem sobre o capital mais o juro acumulado
anteriormente. Conceitue regime de juros compostos.

66
REFERÊNCIAS
BARROS, D. M. Matemática Financeira. São Paulo: Rideel, 2014.

CASTANHEIRA, N. F.; MACEDO, L. R. D. Matemática financeira aplicada. 2ª Edição.


Curitiba: Intersaberes, 2020.

CASTANHEIRA, N. P.; LEITE, A. E. Geometria analítica em espaços de duas e três


dimensões. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2017.

CASTANHEIRA, N. P.; SERENATO, V. S. Matemática financeira e análise financeira


aplicada: para todos os níveis. Curitiba: Juruá, 2014.

CASTANHEIRA, N. HP-12c: Com utilizá-la com facilidade. Curitiba: IBEPEX, 2010.

FERREIRA, R. G. Matemática Financeira Aplicada: mercado de capitais, análise de


investimentos, finanças pessoais e tesouro direto. São Paulo: Atlas, 2014.

GIMENES, C. M. Matemática Financeira Com HP12C e Excel: uma abordagem


descomplicada. São Paulo: Pearson, 2009.

GUIA HP12C. Hp 12c calculadora financeira, guia do usuário. 4ª edição. SanDiego,


CA: HP invente, 2004.

HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática Financeira. São Paulo: Saraiva, 2014.

HORIGUTI, A. M.; DONADEL, J. Matemática Comercial e Financeira e Fundamentos


de Estatística. 1 ed. São Paulo: Érica, 2014.

JACQUES, I. Matemática para economia e administração. Tradução Regina Célia


Simille de Macedo. São Paulo: Prentice Hall, 2010.

NETO, A. A.; LIMA, F. G. Fundamentos de Administração Financeira. São Paulo:


Atlas, 2017.

SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicações à análise de investimentos. 5.ed.


São Paulo: Prentice Hall, 2010.

67
VANNUCCI, L. R. Matemática financeira e engenharia econômica princípios e
aplicações. 2ª Edição. São Paulo: Blucher, 2017.

WAKAMATSU, A. Matemática Financeira. 1ª Edição. São Paulo: Pearson, 2012.

WAKAMATSU, A. Matemática Financeira. 2ª Edição. São Paulo: Pearson, 2018.

68
UNIDADE 2 —

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO
SIMPLES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender o sistema de juros simples;

• elaborar cálculos de taxas proporcionais;

• realizar cálculos de juros simples;

• realizar cálculos de montante;

• realizar cálculos bancários.

PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – TAXA DE JUROS


TÓPICO 2 – JUROS SIMPLES
TÓPICO 3 – CÁLCULO DO MONTANTE
TÓPICO 4 – OPERAÇÕES BANCÁRIAS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

69
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!

Acesse o
QR Code abaixo:

70
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
TAXA DE JUROS

1 INTRODUÇÃO
Os juros simples são um método utilizado no cálculo dos juros cobrados em um
empréstimo (BARROS, 2014). São calculados multiplicando a taxa de juros diária pelo
principal pelo número de dias decorridos desde o último pagamento (BARROS, 2014).
Sempre que se efetua qualquer pagamento de um empréstimo a juros simples, o ajus-
tamento é efetuado primeiramente pelo montante dos juros e do capital remanescente.

Existem dois tipos: ordinário e exato. A única diferença é o uso do tempo em


ambas as categorias. Quando falamos de juros simples ordinários, usa-se 360 dias como
o número equivalente de dias em um ano enquanto. No caso dos juros simples exatos,
usa-se o número exato de dias de um ano, que é 365 ou 366 em um ano bissexto.

Acadêmico, neste tópico, abordaremos conceitos, principais terminologias e cál-


culos de juros simples. Juros simples referem-se aos juros que são calculados sobre o
capital inicial, ou seja, em juros simples não existe juros sobre juros. Dessa forma, o capital
cresce de forma linear (SAMANEZ, 2010). Uma característica importante de juros simples
é que ele pode ser convertido para qualquer outro prazo com a simples base de multipli-
cação ou divisões, sem prejudicar seu valor intrínseco, mantendo a sua proporcionalidade.
Normalmente, juros simples têm sua utilidade no curtíssimo prazo (SAMANEZ, 2010).

2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO


O valor do dinheiro no tempo é um conceito financeiro básico, que sustenta que
o dinheiro no presente vale mais do que a soma de dinheiro a ser recebida no futuro
(JACQUES, 2010). Isso é verdade porque o dinheiro que se tem agora pode ser investido
e gerar um retorno, criando, assim, uma quantidade maior de dinheiro no futuro
(JACQUES, 2010). Além disso, com dinheiro futuro, existe o risco adicional de que o
dinheiro nunca seja realmente recebido, por um motivo ou outro. O valor do dinheiro no
tempo, às vezes, é chamado de valor presente líquido (VPL) do dinheiro (BARROS, 2014).

O valor do dinheiro no tempo também está relacionado aos conceitos de


inflação e poder de compra (JACQUES, 2010). Ambos os fatores precisam ser levados
em consideração, juntamente com qualquer taxa de retorno que possa ser obtida com
o investimento do dinheiro.

71
O valor do dinheiro no tempo é o conceito de que uma soma de dinheiro vale mais
agora do que a mesma soma valerá em uma data futura devido ao seu potencial de ganhos
nesse ínterim. Esse é um princípio fundamental das finanças (SAMANEZ, 2010). Uma soma
de dinheiro na mão tem valor maior do que ela soma a ser paga no futuro. O valor do dinheiro
no tempo também é conhecido como valor presente descontado (JACQUES, 2010).

Os investidores preferem receber dinheiro hoje em vez de receber a mesma


quantia no futuro, porque uma quantia, uma vez investida, cresce com o tempo. Por
exemplo, o dinheiro depositado em uma conta poupança rende juros. Com o tempo,
os juros são adicionados ao principal, rendendo mais juros. Esse é o poder dos juros
compostos (VANNUCCI, 2017).

Se não for investido, o valor do dinheiro corrói com o tempo. Se você esconder
R$ 3.000 em um colchão por cinco anos, perderá o dinheiro adicional que poderia ter
ganho ao longo desse tempo se investido (BARROS, 2014). Ele terá ainda menos poder
de compra quando você o recuperar, pois a inflação reduziu seu valor.

Como outro exemplo, digamos que um investidor tenha a opção de receber R$


7.000 agora ou R$ 7.000 daqui a dois anos. Apesar do valor nominal igual, R$ 7.000, hoje,
tem mais valor e utilidade do que daqui a dois anos devido aos custos de oportunidade
associados ao atraso. Em outras palavras, um pagamento atrasado é uma oportunidade
perdida (VANNUCCI, 2017).

Valor do dinheiro no tempo X custo de oportunidade

O custo de oportunidade é a chave para o conceito do valor do dinheiro no


tempo. O dinheiro só pode crescer se for investido ao longo do tempo e tiver um retorno
positivo. O dinheiro que não é investido perde valor com o tempo (VANNUCCI, 2017).
Portanto, uma quantia que se espera que seja paga no futuro, por mais confiante que
seja, está perdendo valor nesse meio tempo (BARROS, 2014).

Importância do valor do dinheiro no tempo

O conceito do valor do dinheiro no tempo pode ajudar a orientar as decisões de


investimento. Vannucci (2014) apresenta o seguinte exemplo: suponha que um investi-
dor possa escolher entre dois projetos: Projeto A e Projeto B. Eles são idênticos, exceto
que o Projeto A promete um pagamento em dinheiro de R$ 1 milhão no ano um, enquan-
to o Projeto B oferece um pagamento em dinheiro de R$ 1 milhão no ano cinco. Os paga-
mentos não são iguais. O pagamento de R$ 1 milhão recebido após um ano tem um valor
presente maior do que o pagamento de R$ 1 milhão após cinco anos (BARROS, 2014).

72
Valor do dinheiro no tempo X finanças

Seria difícil encontrar uma única área de finanças onde o valor do dinheiro no
tempo não influenciasse o processo de tomada de decisão. O valor do dinheiro no tem-
po é o conceito central na análise de fluxo de caixa descontado, que é um dos méto-
dos mais populares e influentes para avaliar oportunidades de investimento (BARROS,
2014). É também parte integrante das atividades de planejamento financeiro e gestão
de risco. Gestores de fundos de pensão, por exemplo, consideram o valor do dinheiro no
tempo para garantir que seus correntistas receberão fundos adequados na aposenta-
doria (VANNUCCI, 2017).

3 JUROS
Juros são o encargo monetário pelo privilégio de pedir dinheiro emprestado,
normalmente expresso como uma taxa percentual anual. Eles são a quantidade
de dinheiro que um credor ou instituição financeira recebe por emprestar dinheiro
(WAKAMATSU, 2012).

Juros são a taxa paga sobre uma quantia, seja ela emprestada ou investida
(BARROS, 2014).

Os juros podem afetá-lo em vários aspectos financeiros (WAKAMATSU, 2012):

• Ao pedir dinheiro emprestado: é preciso reembolsar o valor emprestado e incluir


os pagamentos de juros, que representam o custo do empréstimo.
• Ao emprestar dinheiro: os credores geralmente definem uma taxa e obtêm receita
de juros em troca de disponibilizar dinheiro para outras pessoas.
• Ao depositar dinheiro: contas com juros, como contas de poupança, pagam juros
porque você está disponibilizando seu dinheiro ao banco para emprestar a outras
pessoas.

Dois tipos principais de juros podem ser aplicados a empréstimos, os juros


simples e os juros compostos. Juros simples são uma taxa fixa sobre o principal
originalmente emprestado ao mutuário que o mutuário tem que pagar pela capacidade
de usar o dinheiro. Os juros compostos são os juros sobre o principal e os juros
compostos pagos sobre esse empréstimo. O último dos dois tipos de juros é o mais
comum (BARROS, 2014).

Algumas das considerações que entram no cálculo do tipo de juros e do valor


que um credor cobrará de um mutuário incluem (WAKAMATSU, 2012):

• Custo de oportunidade ou o custo da incapacidade do credor de usar o dinheiro que


está emprestando.
• Valor da inflação esperada.

73
• O risco de que o credor não possa pagar o empréstimo devido à inadimplência.
• Período em que o dinheiro está sendo emprestado.
• Possibilidade de intervenção do governo nas taxas de juros.
• Liquidez do empréstimo.

Tipos de taxas

O sistema bancário apresenta alguns tipos de taxa como proporcional,


equivalente, nominal e efetiva (CASTANHEIRA, 2010). No decorrer desse livro iremos
aprofundar cada tipo de taxa, mas de forma introdutória, a seguir apresentamos conceito
dos tipos de taxas:

Taxa proporcional: segundo Samanez (2010), é calculada pela relação simples


entre a taxa considerada na operação (taxa nominal) e o número de vezes em que
ocorrem juros (quantidade de períodos de capitalização).

Taxa equivalente: na matemática financeira, conforme Samanez (2010),


intitulamos de equivalentes os capitais que apresentam o mesmo valor em uma
determinada data de avaliação. Para o autor, a equivalência é utilizada para renegociação
de dívidas, onde uma pessoa tem um débito com uma instituição financeira, tem
conhecimento de que não tem condições de quitá-lo no prazo e renegocia a dívida,
procurando uma nova data de pagamento. Nessa situação, de acordo Samanez (2010),
é necessário que o novo montante seja equivalente ao que seria pago se fossem
cumpridos dispositivos iniciais.

Taxa de juros nominal: é uma taxa referencial onde os juros são capitalizados
mais de uma vez no período a que a taxa se refere. Em outras palavras, a taxa nominal
é aquela calculada com base no valor nominal (SAMANEZ, 2010).

Taxa de juros efetiva: é a taxa calculada com base no valor efetivamente apli-
cado ou tomado emprestado, ou seja, com base no valor colocado à disposição do banco
ou do cliente na data da aplicação ou do contrato de financiamento (SAMANEZ, 2010).

Histórico das taxas de juros

O custo de pedir dinheiro emprestado é considerado comum hoje em dia,


no entanto, a ampla aceitação do interesse tornou-se comum apenas durante o
Renascimento (JACQUES, 2010). Os juros são uma prática antiga; no entanto, as
normas sociais das antigas civilizações do Oriente Médio, até os tempos medievais,
consideravam a cobrança de juros sobre empréstimos uma espécie de pecado. Isso se
deve, em parte, porque os empréstimos foram feitos para pessoas necessitadas e não
havia outro produto além do dinheiro sendo feito no ato de emprestar ativos com juros.

74
A dúvida moral de cobrar juros sobre empréstimos desapareceu durante o
Renascimento. As pessoas começaram a pedir dinheiro emprestado para expandir
negócios na tentativa de melhorar sua própria estação (JACQUES, 2010). Segundo
Barros (2014), mercados em crescimento e relativa mobilidade econômica tornaram os
empréstimos mais comuns e tornaram a cobrança de juros mais aceitável. Para o autor,
foi nessa época que o dinheiro começou a ser considerado uma mercadoria e o custo
de oportunidade de emprestá-lo passou a valer a pena cobrar.

Irã, Sudão e Paquistão usam sistemas bancários sem juros. O Irã é completamente
livre de juros, enquanto o Sudão e o Paquistão têm medidas parciais (JACQUES, 2010).
Essa tendência nos bancos islâmicos – recusar-se a receber juros sobre empréstimos
– tornou-se mais comum no final do século XX, independentemente das margens de
lucro (BARROS, 2014).

Hoje, as taxas de juros podem ser aplicadas a vários produtos financeiros,


incluindo hipotecas, cartões de crédito, empréstimos para carros e empréstimos
pessoais (JACQUES, 2010).

4 TAXA PROPORCIONAL
As taxas proporcionais são taxas de juros que se baseiam nas quantidades
de bens e serviços adquiridos. Normalmente, a proporção é uma porcentagem fixa
aplicada ao preço de compra dos itens adquiridos pelos compradores (GIMENES, 2009).
Essa abordagem é diferente de outras formas de classificação, como as abordagens
progressivas e regressivas que podem levar a uma mudança na taxa real com base
em fatores relevantes. Com uma taxa proporcional, os juros aplicados permanecem os
mesmos mesmo quando outros fatores mudam (CASTANHEIRA, 2010).

A ideia por trás de uma taxa proporcional é estabelecer um padrão que se


aplique a qualquer situação (GIMENES, 2009). Isso evita a necessidade de reconhecer
e analisar uma ampla gama de variáveis, uma tarefa que pode consumir muito tempo e
complicar significativamente o processo contábil.

A taxa proporcional, também chamada de taxa linear, refere-se às taxas


nominais de acordo com uma fração do tempo À qual elas correspondem (WAKAMATSU,
2012). Para realizar seu cálculo, basta dividir a taxa nominal de juros pela fração do
tempo que se quer calcular.

Caro acadêmico, use o Quadro 1 para ajudar no cálculo das taxas proporcionais.

75
TABELA 1 – TRANSFORMAÇÃO DAS TAXAS NO TEMPO

Ano Sem. Quad. Trim. Bim. Mês Dia


1 ano 1 2 3 4 6 12 360
1 semestre - 1 - 2 3 6 180
1 quadrimestre - - 1. - 2 4 120
1 trimestre - - - 1 - 3 90
1 bimestre - - - - 1 2 60
1 mês - - - - - 1 30
1 dia - - - - - - 1
FONTE: o autor

Podemos observar na Tabela 1 os diferentes tempos e sua relação com anos,


semestres, quadrimestre, trimestre, bimestres, mês e dias:

• 1 ano = 2 semestres = 3 quadrimestres = 6 bimestres = 12 meses = 360 dias


• 1 semestre = 2 trimestres = 3 bimestres = 6 meses = 180 dias
• 1 quadrimestre = 2 bimestres = 4 meses = 120 dias
• 1 trimestre = 3 meses = 90 dias
• 1 bimestre = 2 meses = 30 dias
• 1 mês = 30 dias

DICA
O objeto de aprendizagem trata de uma ferramenta didática desenvolvida e
utilizada com o intuito de apresentar ao acadêmico um determinado tema e
articular atividades relacionadas a ele, atendendo ao princípio norteador da
UNIASSELVI, de que “não basta saber, é preciso saber fazer”. Dessa forma,
nosso Objeto de Aprendizagem será composto por duas etapas: uma
contendo a apresentação do conteúdo e a outra contendo as atividades
práticas relacionadas a ele.

Segue o link do objeto de aprendizagem:

- Conversão de prazos: https://bit.ly/3S5kIgv

Bons estudos!

Exemplo 1a
Qual a taxa proporcional de 18,0% a.a. para ao mês?

Resolução:
18 / 12 = 1,5 (ou seja 1,5% a.m.)

76
Se temos uma taxa de 18,0% ao ano e queremos saber o quanto ela representa
a cada mês, basta dividir 18 por 12 e chegaremos a 1,5% de juros ao mês. O 12 representa
a quantidade de meses que tem em um ano, dessa forma, para descobrir a taxa de um
mês, basta dividir taxa de ano por 12.

Exemplo 1b
Qual a taxa proporcional de 1,5% a.m. para ao ano?

Resolução:
1,5 * 12 = 18,0 (ou seja 18,0% a.a.)
Se temos uma taxa de 1,5% ao mês e queremos saber o quanto ela representa
a cada ano, basta multiplicar 1,5 por 12 e chegaremos a 18,0% de juros ao ano. O 12
representa a quantidade de meses que tem em um ano, dessa forma, para descobrir a
taxa de um ano, basta multiplicar taxa de mês por 12.

Exemplo 2a
Qual a taxa proporcional de 2,0% a.m. para ao ano?

Resolução:
2,0 x 12 = 24 (ou seja 24,0% a.a.)
Se temos uma taxa de 2,0% ao mês e queremos saber o quanto ela representa a
cada ano, basta multiplicar 2 por 12 e chegaremos a 24% de juros ao ano. O 12 representa
a quantidade de meses que tem em um ano, dessa forma, para descobrir a taxa de um
mês, basta dividir taxa de ano por 12.

Exemplo 2b
Qual a taxa proporcional de 24,0% a.a. para ao mês?

Resolução:
24 / 12 = 2 (ou seja 2,0% a.m.)
Se temos uma taxa de 24,0% ao ano e queremos saber o quanto ela representa
a cada mês, basta dividirmos 24 por 12 e chegaremos a 2% de juros ao mês. O 12
representa a quantidade de meses que tem em um ano, dessa forma, para descobrir a
taxa de um ano, basta multiplicar taxa de mês por 12.

Exemplo 3a
Qual a taxa proporcional de 6,0% a.b. para ao semestre?

Resolução:
6 x 3 = 18 (ou seja 18,0% a.s.)
Se temos uma taxa de 6,0% ao bimestre e queremos saber o quanto ela representa
a cada semestre, basta multiplicar 6 por 3 e chegaremos a 18% de juros ao semestre.
O 3 representa a quantidade de bimestre que tem em um semestre, dessa forma, para
descobrir a taxa de um semestre, basta multiplicar taxa de semestre por 3 bimestres.

77
Exemplo 3b
Qual a taxa proporcional de 18,0% a.s. para ao bimestre?

Resolução:
18 / 3 = 6 (ou seja 6,0% a.b.)
Se temos uma taxa de 18,0% ao semestre e queremos saber o quanto ela
representa a cada semestre, basta dividir 18 por 3 e chegaremos a 6% de juros ao bimestre.
O 3 representa a quantidade de bimestre que tem em um semestre, dessa forma, para
descobrir a taxa de um bimestre, basta dividir taxa de semestre por 3 bimestres.

78
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:

• O cálculo de juros simples apresenta, basicamente, três passos.

• O primeiro passo do cálculo de juros simples é igualar os períodos.

• O segundo passo do cálculo de juros simples é transformar a taxa de percentual


para decimal.

• O terceiro passo do cálculo de juros simples é calcular pela fórmula.

• A taxa proporcional também é chamada de taxa linear.

• A taxa proporcional refere-se às taxas nominais de acordo com uma fração do


tempo ao qual elas se referem.

• Para realizar cálculo de taxa proporcional, basta dividir a taxa nominal de juros pela
fração do tempo que se quer calcular.

79
AUTOATIVIDADE
1 Normalmente, juros simples têm sua utilidade no curtíssimo prazo. O cálculo de juros
simples apresenta basicamente três passos: igualar os períodos; transformar a taxa
de percentual para decimal: calcular pela fórmula. Conceitue taxa proporcional.

2 Juros simples referem-se aos juros que são calculados sobre capital inicial, ou
seja, em juros simples não existe juros sobre juros, dessa forma, o capital cresce de
forma linear. A taxas podem ser apresentadas em diferentes períodos apresentado
diferentes simbologia para representar cada um dos períodos. Qual a simbologia de
cada período?

3 Uma característica importante de juros simples que é ele pode ser convertido para
qualquer outro prazo com a simples base de multiplicação ou divisões, sem prejudicar
seu valor intrínseco, mantendo a sua proporcionalidade. Quais são os diferentes
tempos e sua relação com anos, semestres, quadrimestre, trimestre, bimestres, mês
e dias?

4 As taxas proporcionais são taxas de juros que se baseiam nas quantidades de bens e
serviços adquiridos. Normalmente, a proporção é uma porcentagem fixa aplicada ao
preço de compra dos itens adquiridos pelos compradores. Qual a taxa proporcional de
6% a.s. para ao trimestre?

a) 1,5% a.m.
b) 2,7% a.m.
c) 1,0% a.m.
d) 0,5% a.m.

5 A ideia por trás de uma taxa proporcional é estabelecer um padrão que se aplique
a qualquer situação. Isso evita a necessidade de reconhecer e analisar uma ampla
gama de variáveis, uma tarefa que pode consumir muito tempo e complicar
significativamente o processo contábil. Qual a taxa proporcional de 6% a.a. para ao
quadrimestre?

a) 4,0% a.q.
b) 3,0% a.q.
c) 2,0% a.q.
d) 1,0% a.q.

80
6 A taxa proporcional, também chamada de taxa linear, refere-se às taxas nominais de
acordo com uma fração do tempo à qual elas correspondem. Para realizar seu cálculo,
basta dividir a taxa nominal de juros pela fração do tempo que se quer calcular. Qual
a taxa proporcional de 30% a.t. para ao mês?

a) 10,0% a.m.
b) 1,0% a.m.
c) 15,0% a.m.
d) 3,0% a.m.

7 Com uma taxa proporcional, os juros aplicados permanecem os mesmos, mesmo


quando outros fatores mudam. Qual a taxa proporcional de 11% a.b. para ao semestre?

a) 15,0% a.s.
b) 22,0% a.s.
c) 30,0% a.s.
d) 33,0% a.s.

8 A taxa proporcional é diferente de outras formas de classificação, como as abordagens


progressivas e regressivas que podem levar a uma mudança na taxa real com base
em fatores relevantes. Qual a taxa proporcional de 0,2% a.d. para ao mês?

Assinale a alternativa CORRETA:

a) 8,0% a.m.
b) 6,0% a.m.
c) 3,0% a.m.
d) 2,0% a.m.

81
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
JUROS SIMPLES

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, intitulado “Juros Simples”, abordaremos primeiramente
o conceito para entender as diferenças de juros simples ordinário e juros simples exato.
Em seguida, abordaremos os cálculos de juros simples pelas fórmulas, onde aprendere-
mos a principal fórmula de juros simples, bem como as suas derivadas. Posteriormente,
analisaremos os cálculos de juros simples pela calculadora HP12C, onde aprenderemos
os comandos para realizar os cálculos de juros simples ordinário.

Na sequência, abordaremos juros simples exato, bem como o montante com


base nos juros simples exato. Aprenderemos, também, o conceito de juros exatos e de
montante. Em seguida, estudaremos os cálculos de juros simples pelas fórmulas, onde
conheceremos a fórmula principal. Feito isso, estudaremos o cálculo de juros simples
exatos pela calculadora HP12C, aprendendo os comandos para realizar os cálculos. Por
fim, abordaremos os cálculos de montante com base na taxa de juro exato, analisando
os principais comandos na HP12C, bem como a resolução por meio da fórmula.

De uma forma geral, os conteúdos serão abordados teoricamente, e, posterior-


mente, com exemplos para facilitar na compreensão da prática. Por fim, com a resolução
comentada dos exercícios, proporcionaremos aprendizado teórico e prático da temática
de juros simples, explorando não só as fórmulas, mas também o uso da HP12C.

INTERESSANTE
Regras de arredondamento
A ABNT/NBR 5891 dispõe sobre as regras de arredondamento da numeração decimal.
• Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado
for inferior a 5, o último algarismo a ser conservado permanecerá sem modificação.
Exemplo: 1,333 3 arredondado à primeira decimal, temos: 1,3.
• Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado for
superior a 5, ou, sendo 5, for seguido de no mínimo um algarismo diferente de zero, o
último algarismo a ser conservado deverá ser aumentado de uma unidade.
Exemplo A: 1,666 6 arredondado à primeira decimal, temos: 1,7.
Exemplo B: 4,850 5 arredondados à primeira decimal, temos: 4,9.
• Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado
for 5 seguido de zeros, dever-se-á arredondar o algarismo a ser conservado para o
algarismo par mais próximo. Consequentemente, o último a ser retirado, se for ímpar,
aumentará uma unidade.
Exemplo: 4,550 0 arredondados à primeira decimal, temos: 4,6.

83
• Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último a ser conservado for 5 seguido
de zeros, se for par o algarismo a ser conservado, ele permanecerá sem modificação.
Exemplo: 4,850 0 arredondados à primeira decimal, temos: 4,8.

Nos exemplos a seguir, estamos aplicando a regra da ABNT arredondando para duas casas
decimais. Repare na tabela que 0 é considerado par.

FONTE: Adaptado de https://bit.ly/3BioVGz. Acesso em: 19 ago. 2022.

2 JUROS SIMPLES ORDINÁRIOS (CALENDÁRIO


COMERCIAL)
Juros simples é um método rápido e fácil de calcular juros sobre o dinheiro, no
método de juros simples, os juros sempre se aplicam ao valor do principal original, com
a mesma taxa de juros para cada ciclo de tempo. Quando investimos nosso dinheiro
em qualquer banco, o banco nos fornece juros sobre o nosso valor (GIMENES, 2009). Os
juros aplicados pelos bancos são de vários tipos, um deles é o juro simples (BARROS,
2014). Agora, antes de nos aprofundarmos no conceito de juros simples, vamos primeiro
entender o que é um empréstimo.

Um empréstimo é uma quantia que uma pessoa toma emprestado de um


banco ou de uma autoridade financeira para atender às suas necessidades. Existem
empréstimos para habitação, empréstimos para automóveis, empréstimos para
educação e empréstimos pessoais. O valor do empréstimo deve ser devolvido pela
pessoa às autoridades no prazo com um valor extra, que geralmente é o juro que você
paga pelo empréstimo (GIMENES, 2009).

Caro acadêmico, o cálculo de juros simples é realizado tanto por meio de


fórmulas manualmente, como em alguns casos é possível resolver a questão por meio
do uso da calculadora HP12C. Quando se tratar de juros simples, na HP12C só é possível
calcular os juros, o montante, o desconto e o valor líquido. A taxa, o tempo e o valor

84
presente (VP) não possuem uma programação na HP12C, para esses cálculos você terá
que utilizar as fórmulas. Nesse livro, mostraremos as duas formas de fazer o cálculo de
juros simples, ou seja, pela fórmula e pela HP12C.

Em juros simples, trabalhamos com dois tipos de juros, o juro ordinário e juro
exato. O juro ordinário utiliza o calendário comercial onde todos os anos têm 360 dias
e todos os meses têm 30 dias. Já o juro exato utiliza o calendário civil, onde o ano tem
365 ou 366 dias, quando for ano bissexto.

IMPORTANTE
Caro acadêmico, esse tema é tão importante que vale a pena reforçar.
Em juros simples, trabalhamos com dois tipos de juros, o juro ordinário e
juro exato:
- O juro ordinário, que utiliza o calendário comercial onde todos os anos
têm 360 dias e todos os meses têm 30 dias.
- Já o juro exato utiliza o calendário civil, onde o ano tem 365 ou 366 dias,
quando for ano bissexto.

O cálculo de juros simples apresenta, basicamente, três passos:

Primeiro, igualar os períodos:


Para cálculos de juros simples, utilizando a fórmula, sempre é preciso ajustar a
taxa e o tempo para o mesmo período (unidade de tempo). Desta forma, de um exercício
apresentar a taxa e o tempo em períodos divergentes, é preciso transformá-los em
períodos iguais. Por exemplo: se a taxa estiver em dias e tempo em meses, é preciso
ajustar ou a taxa para mês ou o tempo para dias. Se torna indiferente se optar por ajustar
a taxa ou o tempo, o importante é que eles estejam no mesmo período.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal:


Sempre que for realizar o cálculo de juros simples utilizando algumas das
fórmulas, lembre-se de que é obrigatório dividir a taxa (que está em porcentagem) por
cem (para transformar a taxa em números decimais).

Terceiro, calcular pela fórmula:


O cálculo de juros simples apresenta uma fórmula principal e outras três fór-
mulas derivadas, onde é possível realizar o cálculo de juros simples utilizando qualquer
umas das quatro fórmulas.

Com base nessa introdução de juros simples, iniciaremos estudando primeira-


mente a taxa proporcional para que você, acadêmico, consiga realizar o primeiro passo
de igualar os períodos, e só então veremos os cálculos de juros simples utilizando a
fórmula e a calculadora pela HP12C.

85
A taxas podem ser apresentadas em diferentes períodos apresentado a seguinte
simbologia para representar cada um dos períodos:

• taxa ao ano, simbolizada por a.a.;


• taxa ao semestre, simbolizada por a.s.;
• taxa ao quadrimestre, simbolizada por a.q.;
• taxa ao trimestre, simbolizada por a.t.;
• taxa ao mês, simbolizada por a.m.;
• taxa ao dia, simbolizada por a.d.

2.1 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES ORDINÁRIO PELAS


FÓRMULAS
A fórmula principal de juros simples ordinário é:

J=C*i*n

Onde:
• J = Juros simples
• C = Capital inicial ou capital principal, ou ainda valor presente (PV)
• I = taxa de juros (taxa de juros dividido por 100)

IMPORTANTE
Caro acadêmico, sempre que você for fazer cálculo de juros simples
utilizando algumas das fórmulas, lembre-se de que é obrigatório
dividir a taxa (que está em porcentagem) por cem (para transformar
a taxa em números decimais).

Para cálculos de juros simples utilizando a fórmula, sempre é preciso


ajustar a taxa e o tempo para o mesmo período (unidade de tempo).
Dessa forma, se um exercício apresentar a taxa e o tempo em períodos
divergentes, é preciso transformá-los em períodos iguais. Por exemplo: se
a taxa estiver em dias e tempo em meses, é preciso ajustar ou a taxa para
mês ou o tempo para dias. Se torna indiferente se optar por ajustar a taxa
ou o tempo, o importante é que eles estejam no mesmo período.

Por último, lembre-se de que, quando se busca a taxa como resposta, é


preciso multiplicar o resultado encontrado por 100, isso ocorre porque a
fórmula como padrão usa a taxa em números decimais e, ao multiplicar por
100, a taxa é transformada em percentual.

86
Existem outras fórmulas derivadas da principal:

2.2 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES PELA CALCULADORA


HP12C
Caro acadêmico, a HP12C automaticamente calcula juros simples ordinários
(utilizando o calendário comercial, um ano de 360 dias) e exatos (utilizando um ano
de 365 dias), simultaneamente. Além do cálculo dos juros, segundo o Guia da HP12C
(2005), com os juros acumulados no mostrador da HP12C, é possível calcular também o
valor total, ou seja, o valor principal mais juros acumulados.

Como vimos, na HP12C só é possível calcular os juros e o montante. Dessa for-


ma, para cálculos de juros simples na HP12C, você SEMPRE deve deixar a taxa em ano e
o tempo em dia. A seguir, vamos ver como calcular os juros simples utilizando a HP12C.

Comandos para realizar o cálculo de juros simples na HP12C:


1. Digite ou calcule o número de dias e aperte n .
2. Digite a taxa de juros anual e aperte i .
3. Digite o valor do principal e aperte CHS PV *
4. Aperte f INT para calcular e exibir os juros ordinários acumulados.

* Apertando-se a tecla PV , o valor do principal é registrado no registro PV, que então


conterá o valor presente do valor sobre o qual os juros acumularão. A tecla CHS é pres-
sionada primeiro para trocar o sinal do principal antes de armazená-lo no registro PV.
Isso é necessário devido à convenção para sinais de fluxos de caixa, que se aplica prin-
cipalmente a cálculos de juros compostos, mas vale também para juros simples (GUIA
HP12C, 2005).

IMPORTANTE
Caro acadêmico, para cálculos de juros simples na HP12C, SEMPRE se deve
deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

87
ATENÇÃO
Quando se tratar de juros simples, na HP12C, só é possível calcular os
juros, o montante e o desconto (desconto é um assunto que vermos ainda
nesta unidade). A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem uma
programação na HP12C. Para esses cálculos, você terá que utilizar as fórmulas.

2.3 EXEMPLOS E RESOLUÇÃO


Exemplo 1
Seu amigo precisa de um empréstimo para começar uma empresa e pediu R$
450 emprestados por 60 dias. Você empresta o dinheiro a juros simples ordinários de
7% a.a. Qual é o valor dos juros acumulados que ele lhe deverá após 60 dias? (GUIA DA
HP12C, 2005).

Resolução pela fórmula:

Primeiro, igualar os períodos


Optamos em igualar todos os períodos ao ano. A taxa já está ao ano, basta
transformar o tempo que está em dia para ano. Para isso, basta dividir tempo por 360,
pois um ano tem 360 dias no calendário comercial.

60 / 360 = 0,16666666667

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
7 / 100 = 0,07

Terceiro, basta calcular pela fórmula


J=C*i*n
J = 450 * 0,07 * 0,166666667
J = 5,25 (ou seja, o valor dos juros acumulados é R$ 5,25)

Resolução pela HP12C


60 n
7i
450 CHS PV
f INT
= 5,25 (ou seja, o valor dos juros acumulados é R$ 5,25)

Exemplo 2
Tomou-se emprestada uma quantia de R$ 2.500,00 pelo prazo de 3 anos e à
taxa de 15% ao ano. Qual o valor do juro simples ordinário a ser pago?
88
Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos.


Como a taxa e o tempo estão em ano, ou seja, no mesmo período, não precisa
ajustar.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
15 / 100 = 0,15

Terceiro, calcular pela fórmula


J=C*i*n
J = 2500 * 0,15 * 3
J = 1125,00 (ou seja, o valor dos juros acumulados é R$ 1,125,00)

Resolução pela HP12C


Ajuste do tempo: taxa sempre em ano; tempo sempre em dias
3 anos * 360 = 1080

>> Cálculo na HP12C


1080 n
15 i
2500 CHS PV
f INT
= 1.125,00 (ou seja, o valor dos juros acumulados é R$ 1,125,00)

Exemplo 3
Mario realizou uma aplicação de R$ 7.000,00 a uma taxa de 1,8% ao mês em
juros simples ordinário e gerou juros de R$ 800,00. Sabendo essas informações, calcule
por quantos meses o capital ficou aplicado.

Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Como a taxa está ao mês e a questão está pedindo o tempo ao mês, não precisa
ajustar.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
1,8 / 100 = 0,018

89
Terceiro, calcular pela fórmula
J=C*i*n
800 = 7000 * 0,018 * n
800 = 126 * n
800 / 126 = n
n = 6,35 (ou seja 6,35 meses)

Resolução pela HP12C

A calculadora HP12C só apresenta uma programação para cálculos de juros


simples ordinário quando se procura identificar a taxa ou o montante (valor futuro), para
identificar a taxa ou o tempo, só é possível identificar via fórmula.

Exemplo 4
Considerando que um capital de R$ 3.000,00 é aplicado durante 15 meses e
produz juros de R$ 1.000,00. Tendo conhecimento destes dados, calcule a taxa mensal
dessa aplicação.

Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Como a taxa está ao mês e o enunciado da questão está pedindo o tempo ao
mês, não precisa ajustar.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
A questão está justamente pedindo a taxa. Lembre-se de que, quando se busca
a taxa como resposta, é preciso multiplicar o resultado encontrado por 100, isso ocorre
porque a fórmula como padrão usa a taxa em números decimais e, ao multiplicar por
100, a taxa é transformada em percentual.

Terceiro, calcular pela fórmula


J=C*i*n
1000 = 3000 * i * 15
1000 = 45.000 * i
1000 / 45.000 = i
i = 0,0222 (em decimais)
i = 0,0222 * 100
i = 2,22 (em percentual ou seja 2,22% a.m.)

90
Resolução pela HP12C

A calculadora HP12C só apresenta uma programação para cálculos de juros


simples quando se procura identificar a taxa ou o montante (valor futuro), para identificar
a taxa ou o tempo, só é possível identificar via fórmula.

Exemplo 5
Um capital foi aplicado durante 60 meses e a uma taxa de 24% ao ano.
Sabendo que os juros simples ordinário do período foram R$ 3.000,00, calcule o capital
inicialmente aplicado.

Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos.


Optamos em igualar todos os períodos ao mês. O tempo já está ao mês, basta
apenas transformar a taxa que está em ano para mês. Para isso, basta dividir a taxa por
12, pois um ano tem 12 meses.
24 / 12 = 2% a.a.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
2 / 100 = 0,02

Terceiro, calcular pela fórmula


J=C*i*n
3.000 = C * 0,02 * 60
3.000 = C * 1,2
C = 3000 / 1,2
C = 2.500 (ou seja, R$ 2.500,00)

Resolução pela HP12C

A calculadora HP12C só apresenta uma programação para cálculos de juros


simples ordinário quando se procura identificar a taxa ou o montante (valor futuro), para
identificar a taxa ou o tempo, só é possível identificar via fórmula.

3 JUROS EXATOS (CALENDÁRIO CIVIL) E MONTANTE


COM BASE NO JUROS EXATOS
Juro exato é quando realizamos os cálculos de juros simples utilizando o
calendário civil com ano de 365 ou 366 dias, se for um ano bissexto. Assim como em
juros simples ordinários, em que é utilizado calendário comercial, em que o ano tem 360
dias, nos cálculos de juros exatos também é possível realizar por meio de fórmulas, bem
como uso da HP12C.

91
Quando se tratar de juros simples exatos, na HP12C, só é possível calcular os
juros, o montante e o desconto. A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem
uma programação na HP12C. Para esses cálculos você terá que utilizar as fórmulas.
Para cálculos de juros simples exatos, tanto no cálculo pela fórmula como no cálculo na
HP12C, SEMPRE deve deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

3.1 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES PELAS FÓRMULAS


A fórmula principal de juros simples exatos é:

Fórmula do montante exato:


M = C + J. exato
M = 450 + 5,18
M = 455,18

3.2 CÁLCULO DE JUROS SIMPLES EXATOS PELA


CALCULADORA HP12C
Caro acadêmico, a HP12C automaticamente calcula juros simples exatos
(utilizando o calendário civil, um ano de 365 ou 366 dias, se for ano bissexto). Além
do cálculo dos juros simples exatos, segundo Guia da HP12C (2005), com os juros
acumulados no mostrador da HP12C, é possível calcular a amortização (valor total), ou
seja, o valor principal mais juros acumulados.

Quando se tratar de juros simples exatos, na HP12C só é possível calcular os juros


e o montante. A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem uma programação
na HP12C, para esses cálculos você terá que utilizar as fórmulas. Por fim, para cálculos
de juros simples exatos na HP12C, SEMPRE deve deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

Comandos para realizar o cálculo de juros simples na HP12C:


1. Digite ou calcule o número de dias e aperte n.
2. Digite a taxa de juros anual e aperte i .
3. Digite o valor do principal e aperte CHS PV *
4. Aperte fÏ para calcular e exibir os juros ordinários acumulados.
5. Se você quiser exibir os juros exatos acumulados, aperte R↓ X><Y .
6. Aperte + para calcular o total do principal mais os juros acumulados exibidos
no mostrador.

92
IMPORTANTE
As quantidades n, i e PV podem ser informadas em qualquer ordem.

* Apertando-se a tecla PV , o valor do principal é registrado no registro PV, que então


conterá o valor presente do valor sobre o qual os juros acumularão. A tecla CHS é
pressionada primeiro para trocar o sinal do principal antes de armazená-lo no registro
PV. Isso é necessário devido à convenção para sinais de fluxos de caixa, que se aplica
principalmente a cálculos de juros compostos, mas vale também para juros simples
(GUIA HP12C, 2005).

IMPORTANTE
Caro acadêmico, este tema é tão importante que vale a pena reforçar.
Em juros simples trabalhamos com dois tipos de juros, o juro ordinário e juro
exato:
- O juro ordinário utiliza o calendário comercial em que todos os anos têm
360 dias e todos os meses têm 30 dias.
- Já o juro exato utiliza o calendário civil, em que o ano tem 365 ou 366 dias,
quando for ano bissexto.

3.3 EXEMPLOS E RESOLUÇÃO


Exemplo 1
Seu amigo precisa de um empréstimo para começar mais uma empresa e pediu
R$ 450 emprestados por 60 dias. Você empresta o dinheiro a juros simples exato de 7%.
Qual é o valor dos juros exato acumulados que ele lhe deverá após 60 dias e qual será o
montante calculado com juros exatos devido? (GUIA DA HP12C, 2005).

Resolução Pela fórmula:

Primeiro, igualar os períodos


Caro acadêmico, para cálculos de juros simples exatos, tanto no cálculo pela
fórmula como no cálculo na HP12C, SEMPRE deve deixar a taxa em ano e o tempo em
dia. O enunciado já apresentou os dados neste período.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
7 / 100 = 0,07

93
Terceiro, basta calcular pela fórmula
J = (C * i * n) / 365
J = (450 * 0,07 * 60) / 365
J = 1.890 / 365
J = 5,18 (ou seja, o valor dos juros acumulados é R$ 5,18)

M=C+J
M = 450 + 5,18
M = 455,18 (ou seja, montante com juros exatos de R$ 455,18)

Resolução pela HP12C


60 n
7i
450 CHS PV
f INT R↓ X><Y
= 5,18 (ou seja, o valor dos juros exatos acumulados é R$ 5,18)
+ 455,18 (ou seja, montante com juros exatos de R$ 455,18)

Exemplo 2

Tomou-se emprestada uma quantia de R$ 2.500,00 pelo prazo de 3 anos e à


taxa de juros exatos de 15% ao ano. Qual o valor do juro simples exato a ser pago e qual
o valor do montante com base no juro exato?

Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Caro acadêmico, para cálculos de juros simples exatos, tanto no cálculo pela
fórmula como no cálculo na HP12C, SEMPRE deve deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

3 anos * 365 dias = 1095 dias

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
15 / 100 = 0,15

Terceiro, calcular pela fórmula


J = (C * i * n) / 365
J = (2.500 * 0,15 * 1.095) / 365
J = 410.625 / 365
J = 1.125 (ou seja, o valor dos juros exatos acumulados é R$ 1.125,00)

M=C+J
M = 2500 + 1125
M = 3.625 (ou seja, montante de R$ 3.625,00)

94
Resolução pela HP12C
Ajuste do tempo: taxa sempre em ano; tempo sempre em dias
3 anos * 365 = 1.095 dias

>> Cálculo na HP12C


1.095 n
15 i
2.500 CHS PV
f INT R↓ X><Y
= 1.125 (ou seja, o valor dos juros exatos acumulados é R$ 1,125,00)
+ 3.625 (ou seja, montante de R$ 3.625,00)

95
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:

• O juro ordinário utiliza o calendário comercial, em que todos os anos têm 360 dias e
todos os meses têm 30 dias.

• O juro exato utiliza o calendário civil, em que o ano tem 365 ou 366 dias, quando for
ano bissexto.

• Sempre que for fazer cálculo de juros simples utilizando algumas das fórmulas,
lembre-se de que é obrigatório dividir a taxa (que está em porcentagem) por cem
(para transformar a taxa em números decimais).

• Para cálculos de juros simples utilizando a fórmula, sempre é preciso ajustar a taxa
e o tempo para o mesmo período (unidade de tempo).

• Quando se busca a taxa como resposta, é preciso multiplicar o resultado encontrado


por 100. Isso ocorre porque a fórmula como padrão usa a taxa em números decimais
e, ao multiplicar por 100, a taxa é transformada em percentual.

• Quando se tratar de juros simples, na HP12C, só é possível calcular os juros, o


montante e o desconto (desconto é um assunto que vermos ainda nesta unidade).

• A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem uma programação na HP12C

• Juro exato é quando realizamos os cálculos de juros simples utilizando o calendário


civil, com ano de 365 ou 366 dias, se for um ano bissexto.

• Em juros simples exatos, as quantidades n, i e PV podem ser informadas em qualquer


ordem.

• Para cálculos de juros simples exatos, tanto no cálculo pela fórmula como no cálculo
na HP12C, SEMPRE se deve deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

96
AUTOATIVIDADE
1 Um investido precisa de um empréstimo para começar mais uma empresa e pediu
R$ 5.000,00 emprestados por 180 dias. O banco empresta o dinheiro a juros simples
ordinários de 12% a.a. Qual é o valor dos juros acumulados que ele deverá após 180 dias?

a) R$ 300,00.
b) R$ 230,00.
c) R$ 450,00.
d) R$ 390,00.

2 Tomou-se emprestada uma quantia de R$ 34.000,00 pelo prazo de 2 anos e à taxa de


6% ao ano. Qual o valor dos juros simples ordinário a ser pago?

a) R$ 7,530,00.
b) R$ 3,390,00.
c) R$ 5,620,00.
d) R$ 4,080,00.

3 Mario realizou uma aplicação de R$ 43.000,00 a uma taxa de 0,9% ao mês em juros
simples ordinário e gerou juros de R$ 5.000,00. Sabendo essas informações, calcule
por quantos meses o capital ficou aplicado.

a) 6,59 meses.
b) 8,34 meses.
c) 10,11 meses.
d) 12,92 meses.

4 Considerando que um capital de R$ 39.000,00 é aplicado durante 44 meses e produz


juros ordinário de R$ 3.000,00. Tendo conhecimento desses dados, calcule a taxa
mensal dessa aplicação.

a) 0,11% a.m.
b) 0,17% a.m.
c) 0,48% a.m.
d) 0,9% a.m.

5 Um capital foi aplicado durante 120 meses e a uma taxa de 18% ao ano. Sabendo que
os juros simples ordinário do período foram R$ 6.000,00, calcule o capital inicialmente
aplicado.

97
a) R$ 3.333,33.
b) R$ 5.500,10.
c) R$ 7,616,16.
d) R$ 9.000,00.

Autoatividade juros exatos e montante com base nos juros exatos

6 Tomou-se emprestada uma quantia de R$ 30.000,00 pelo prazo de 7 anos e à taxa de


juros exatos de 17% ao ano. Qual o valor do juro simples exato a ser pago e qual o valor
do montante com base nos juros exatos?

a) Juros exatos: R$ 20.300,00; Montante: R$ 50.300,00


b) Juros exatos: R$ 35.700,00; Montante: R$ 65.700,00
c) Juros exatos: R$ 42.400,00; Montante: R$ 72.400,00
d) Juros exatos: R$ 51.200,00; Montante: R$ 81.200,00

7 Tomou-se emprestada uma quantia de R$ 13.000,00 pelo prazo de 500 dias e à taxa
de juros exatos de 6% ao ano. Qual o valor dos juros simples exatos a serem pagos e
qual o valor do montante com base nos juros exatos?

a) Juros exatos: R$ 800,00; Montante: R$ 13.800,00.


b) Juros exatos: R$ 1.120.32; Montante: R$ 14.068,49.
c) Juros exatos: R$ 1.068,49; Montante: R$ 14.068,49.
d) Juros exatos: R$ 1.120.32; Montante: R$ 2.560,00.

8 O valor do empréstimo deve ser devolvido pela pessoa às autoridades no prazo com
um valor extra, que geralmente é o juro que você paga pelo empréstimo. Disserte
sobre a diferença de juros ordinário e juros exatos.

9 Quando investimos nosso dinheiro em qualquer banco, o banco nos fornece juros
sobre o nosso valor. Os juros aplicados pelos bancos são de vários tipos, um deles é o
juro simples. Disserte sobre o conceito de juros simples.

98
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
CÁLCULO DO MONTANTE

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, intitulado “cálculo do montante” abordaremos inicial-
mente o conceito de montante e sua usabilidade no mercado financeiro. Em seguida,
analisaremos os cálculos do montante pelas fórmulas, estudando as duas fórmulas bá-
sicas de montante. Na sequência, abordaremos o cálculo do montante pela calculadora
HP12C, onde estudaremos os comandos para realizar os cálculos de juros simples.

O montante, segundo Castanheira e Macedo (2020), refere-se ao capital


envolvido em uma operação financeira, somado ao juro, ou seja, representa o valor total
de uma dívida ou valor futuro. Para Castanheira e Serenato (2014, p. 47), “é possível
obter o valor do montante calculado juros simples, o período de capitalização a período
de capitalização e incorporando-o ao capital inicial para o próximo período”.

A literatura apresenta o montante, que pode também ser chamado de valor


futuro, pois ele representa a soma do capita inicial, somados os juros de determinado
período. Ao longo desse tópico, aprofundaremos esse conceito, de forma a proporcionar
tanto domínio tanto teórico quanto prático das fórmulas, como da HP12C.

2 MONTANTE
O montante, segundo o Guia HP12C (2004), também chamado de valor total, é a
soma do valor principal mais juros acumulados. O montante refere-se à soma do capital
(valor presente) mais os juros referentes ao período de capitalização. Para cálculo do
montante, podemos usar basicamente duas fórmulas que veremos a seguir.

2.1 CÁLCULO DO MONTANTE PELAS FÓRMULAS


As fórmulas para cálculos do montante são basicamente duas, que são
apresentadas a seguir.

M=C+J

Onde:
• M = Montante
• C = Capital
• J = Juros

99
Outra fórmula é:

M = C * (1 + i * n)

A escolha de qual fórmula usar vai depender das informações apresentadas em


cada exercício.

2.2 CÁLCULO DO MONTANTE PELA CALCULADORA HP12C


Caro acadêmico, a HP12C automaticamente calcula juros simples ordinários
(utilizando o calendário comercial, um ano de 360 dias) e exatos (utilizando um ano de
365 dias), simultaneamente. Além do cálculo dos juros, segundo Guia da HP12C (2005),
com os juros acumulados no mostrador da HP12C, é possível calcular o valor total, ou
seja, o valor principal mais juros acumulados.

Quando se tratar de juros simples, na HP12C só é possível calcular os juros e o


montante. A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem uma programação na
HP12C, para esses cálculos você terá que utilizar as fórmulas. Por fim, para cálculos de
juros simples na HP12C, SEMPRE se deve deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

Comandos para realizar o cálculo de juros simples na HP12C:


1. Digite ou calcule o número de dias e aperte n .
2. Digite a taxa de juros anual e aperte i .
3. Digite o valor do principal e aperte CHS PV *
4. Aperte f INT para calcular e exibir os juros ordinários acumulados.
5. Aperte + para calcular o montante (total do principal mais os juros acumulados
exibidos no mostrador).

* Apertando-se a tecla PV , o valor do principal é registrado no registro PV, que então


conterá o valor presente do valor sobre o qual os juros acumularão. A tecla CHS é
pressionada primeiro para trocar o sinal do principal antes de armazená-lo no registro
PV. Isso é necessário devido à convenção para sinais de fluxos de caixa, que se aplica
principalmente a cálculos de juros compostos, mas vale também para juros simples
(GUIA HP12C, 2005).

2.3 EXERCICIO E RESOLUÇÃO


Exemplo 1

Qual o montante, de uma aplicação de R$ 50.000,00, durante 30 meses à taxa


de 18% ao ano em juros simples ordinário?

100
Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Optamos em igualar todos os períodos ao mês. O tempo já está ao mês, basta
transformar a taxa que está em ano para mês. Para isso, basta dividir a taxa por 12, pois
um ano tem 12 meses.

18 / 12 = 1,5% a.m.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal dividindo a taxa por 100
1,5 / 100 = 0,015

Terceiro, calcular pela fórmula


M = C * (1 + i * n)
M = 50.000 * (1 + 0,015 * 30)
M = 50.000 * (1 + 0,45)
M = 50.000 * 1,45
M = 72.500 (ou seja, R$ 72.500,00)

Resolução pela HP12C


Ajuste do tempo
30 meses * 30 dias = 900 (multiplica 30 meses por 30 dias que tem um mês no
calendário comercial).

>> Cálculo na HP12C


900 n
18 i
50.000 CHS PV
f INT
= 22.500 (ou seja, o valor dos juros acumulados é R$ 22.500,00).
+ **
= 72.500 (ou seja, o valor do montante é R$ 72.500,00)

** Observação: Aperte + para calcular o total do principal mais os juros acumulados


exibidos no mostrador.

Exemplo 2

Determine qual é o capital inicial necessário para obter um montante de R$


30.000,00, em um período de 900 dias, a uma taxa de 1% ao mês, no regime de juros
simples ordinário.

101
Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Optamos em igualar todos os períodos ao mês. A taxa já está em meses, basta
apenas transformar o tempo que está em dias para meses. Para isso, basta dividir o
tempo por 30, pois um ano comercial o mês tem 30 dias.

900 / 30 = 30 (ou seja, 30 meses)

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal dividindo a taxa por 100
1 / 100 = 0,01 (1% dividido por 100 igual a 0,01 decimais)

Terceiro, calcular pela fórmula


M = C * (1 + i * n)
30.000 = C * (1 + 0,01 * 30)
30.000 = C * (1 + 0,3)
30.000 = C * 1,3
30.000 / 1,3 = C
C = 23.076,92 (ou seja, capital de R$ 23.076,92)

Resolução pela HP12C

A calculadora HP12C só apresenta uma programação para cálculos de juros


simples quando se procura identificar a taxa ou o montante (valor futuro), para identificar
a taxa ou o tempo, só é possível identificar via fórmula.

Exemplo 3

Por quantos meses deve ser aplicado o capital de R$ 4.000,00 a uma taxa de
juros ordinário de 21,6% ao ano para obter um montante de R$ 4.576,00.

Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Optamos em igualar todos os períodos ao mês, pois a questão pede a resposta
em meses. Basta transformar a taxa que está em anos para meses. Para isso, é preciso
dividir a taxa por 12, pois um ano tem 12 meses.

21,6 / 12 = 1,8 (ou seja, 1,8% a.m.)

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal dividindo a taxa por 100
1,8 / 100 = 0,018

102
Terceiro, calcular pela fórmula
M = C * (1 + i * n)
4576 = 4.000 * (1 + 0,018 * n)
4576 / 4.000 = (1 + 0,018 * n)
1,144 = 1 + 0,018 * n
1,144 - 1 = 0,018 * n
0,144 = 0,018 * n
0,144 / 0,018 = n
n = 8 (ou seja, 8 meses)

Resolução pela HP12C

A calculadora HP12C só apresenta uma programação para cálculos de juros


simples quando se procura identificar a taxa ou o montante (valor futuro), para identificar
a taxa ou o tempo, só é possível identificar via fórmula.

Exemplo 4

Calcule a taxa mensal, em que deve ser aplicado um capital de R$ 20.000,00,


durante 12 meses (calendário comercial), para obter um montante de R$ 35.000,00.

Resolução pela fórmula

Primeiro, igualar os períodos


Como o exercício pede a taxa em meses e o tempo já está em meses, não é
preciso fazer ajustes no período.

Segundo, transformar a taxa de percentual para decimal dividindo a taxa por 100
A questão está justamente pedindo a taxa. Lembre-se de que, quando se busca
a taxa como resposta, é preciso multiplicar o resultado encontrado por 100, isso ocorre
porque a fórmula como padrão usa a taxa em números decimais e, ao multiplicar por
100, a taxa é transformada em percentual.

Terceiro, calcular pela fórmula


M = C * (1 + i * n)
35000 = 20.000 * (1 + i * 12)
35000 / 20.000 = (1 + i * 12)
1,75 = 1 + i * 12
1,75 - 1 = i * 12
0,75 = i * 12
0,75 / 12 = i
i = 0,0625 (em decimais)
i = 0,0625 * 100
i = 6,25 (em percentual ou seja 6,25% a.m.)

103
Resolução pela HP12C

A calculadora HP12C só apresenta uma programação para cálculos de juros


simples quando se procura identificar a taxa ou o montante (valor futuro), para identificar
a taxa ou o tempo, só é possível identificar via fórmula.

104
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:

• O montante, também chamado de valor total, é a soma do valor principal mais juros
acumulados.

• O montante refere-se à soma do capital (valor presente) mais os juros referentes ao


período de capitalização.

• O montante refere-se ao capital envolvido em uma operação financeira, somado ao


juro.

• O montante representa o valor total de uma dívida ou valor futuro.

• Para cálculo do montante podemos usar basicamente duas fórmulas: M = C + J e M


= C * (1 + i * n).

• Para cálculos de juros simples na HP12C, SEMPRE se deve deixar a taxa em ano e o
tempo em dia.

• A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem uma programação na HP12C.

105
AUTOATIVIDADE
1 A matemática financeira faz parte da sua vida. Quanto maior for a compreensão de
seus conceitos, melhor será o entendimento das possíveis oscilações nas finanças.
Na prática, esses conceitos serão incorporados a uma série de fórmulas que, por
sua vez, vão servir como poderosos instrumentos para a obtenção de informações
estratégicas. Conceitue montante.

2 Qual o montante, de uma aplicação de R$ 85.000,00, durante 80 meses à taxa de 15%


ao ano em juros simples ordinário?

a) R$ 100.000,00.
b) R$ 140.000,00.
c) R$ 170.000,00.
d) R$ 190.000,00.

3 Determine qual é o capital inicial necessário para obter um montante de R$ 27.000,00,


em um período de 500 dias, a uma taxa de 1,7% ao mês, no regime de juros simples
ordinário.

a) R$ 21.038,96.
b) R$ 33.560,10.
c) R$ 18.204,31.
d) R$ 40.790,53.

4 Por quantos meses deve ser aplicado o capital de R$ 68.000,00 a uma taxa de juros
ordinário de 19,4% ao ano para obter um montante de R$ 200.000,00?

a) 30 meses.
b) 60 meses.
c) 90 meses.
d) 120 meses.

5 Calcule a taxa de juros mensal ordinário, que deve ser aplicado um capital de R$
10.000,00, durante 18 meses, para obter um montante de R$ 20.000,00.

a) 7,80% a.m.
b) 4,29% a.m.
c) 5,56% a.m.
d) 11,13% a.m.

106
6 Um investidor precisa de um empréstimo para conectar mais uma empresa e pediu
R$ 5.000,00 emprestados por 180 dias. O banco empresta o dinheiro a juros simples
ordinário de 12% a.a. Qual é o valor do montante que ele deverá após 180 dias?

a) R$ 5.300,00.
b) R$ 5.230,00.
c) R$ 5.450,00.
d) R$ 5.390,00.

7 Tomou-se emprestada uma quantia de R$ 34.000,00 pelo prazo de 2 anos e à taxa de


juros simples ordinário de 6% ao ano. Qual o valor do montante a ser pago?

a) R$ 40,530,00
b) R$ 37,390,00..
c) R$ 39,620,00.
d) R$ 38,080,00.

8 O montante, também chamado de valor total, é a soma do valor principal mais juros
acumulados. O montante refere-se à soma do capital (valor presente) mais os juros
referentes ao período de capitalização. Disserte sobre montante.

9 Quando se tratar de juros simples, na HP12C só é possível calcular os juros e o


montante. A taxa, o tempo e o valor presente (VP) não possuem uma programação na
HP12C, para esses cálculos você terá que utilizar as fórmulas.

107
108
UNIDADE 2 TÓPICO 4 -
OPERAÇÕES BANCÁRIAS

1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 4, intitulado de “Operações Bancárias”, abordaremos
inicialmente os conceitos de desconto comercial ou bancário. Abordaremos os títulos
mais comuns que costumam sofrer operações de desconto. Abordaremos a função do
desconto no mercado comercial e bancário.

Posteriormente, abordaremos os cálculos do desconto comercial. Primeiramente


analisaremos os cálculos por meio das fórmulas. Basicamente, existe uma fórmula
principal, mas dela derivam outras três. Em seguida, analisaremos o cálculo do desconto
comercial por meio do uso da calculadora HP12C.

O aprendizado permite que o aluno saiba tanto a parte teórica como prática
dos cálculos do montante, não se limitando apenas aos cálculos via fórmula, mas
também com uso da HP12C. Os diversos exercícios apresentam resolução comentada
dos exercícios de forma a facilitar o entendimento nos estudos individuais, bem como
discussão em grupo das diversas formas de resolução de uma mesma questão.

2 OPERAÇÕES BANCÁRIAS
De acordo com Gimenes (2009), existem inúmeros tipos de bancos e instituições
financeiras atualmente operando no mundo. Para o autor, cada uma dessas instituições
busca fornecer um conjunto específico de serviços, não sendo incomum uma
organização adequar seus serviços a um determinado mercado ou tipo de investidor.

As operações bancárias, segundo Barros (2014), envolvem as práticas e


procedimentos que um banco usa para garantir que as transações dos clientes sejam
concluídas de forma precisa e adequada. O autor apresenta o exemplo: se um cliente
deseja comprar ações, o banco garante que o dinheiro e as ações estão prontos para
serem negociados. O banco supervisionará a transferência real das ações e dos fundos
e garantirá que todos os requisitos de relatórios relativos à transação sejam registrados
(GIMENES, 2009). Durante todo o processo, o banco se concentra em proteger sua
clientela e procurar possíveis ameaças às finanças do cliente.

Banco de varejo
Em geral, muitas pessoas estão mais familiarizadas com o banco de varejo. O
banco de varejo presta serviços ao público em geral, incluindo empréstimos, depósitos e
contas correntes (GIMENES, 2009). Como esses bancos atendem à população em geral,

109
o mercado é altamente competitivo. Para construir uma base de clientes, a maioria dos
bancos se concentra em fornecer serviços altamente convenientes e acessíveis à sua
clientela (BARROS, 2014). Uma vez que um cliente contrata um banco para fornecer
um determinado serviço, como uma conta corrente, o banco normalmente incentiva o
cliente a abrir uma conta poupança também. As operações bancárias internas em um
banco de varejo envolvem a abertura de novas contas, a transferência de dinheiro entre
contas e a assistência aos clientes no gerenciamento de depósitos (GIMENES, 2009).

Banco de negócios
O banco de negócios é outra operação bancária comum. Em geral, os bancos em-
presariais funcionam de forma muito semelhante aos bancos de varejo, exceto que sua
clientela consiste principalmente em empresas (GIMENES, 2009). As empresas exigem
uma ampla variedade de serviços bancários, incluindo empréstimos iniciais, cobrança de
depósitos e investimentos. Devido às complexidades de muitos negócios, o banco de
negócios é muitas vezes mais complexo e sofisticado do que o banco de varejo (BARROS,
2014). As empresas geralmente dependem de bancos para funções de tesouraria, incluin-
do o gerenciamento de contas a receber e a pagar da empresa (GIMENES, 2009).

Banco privado
O banco privado tornou-se menos comum nos últimos anos, em parte devido à
tendência recente de bancos maiores abrirem departamentos de banco privado. O banco
privado é adaptado para clientes ricos que normalmente têm um patrimônio líquido su-
perior a US$ 1 milhão (GIMENES, 2009). Os serviços bancários privados envolvem contas
correntes e de poupança padrão, além de muitos serviços de planejamento imobiliário.
Devido à grande quantidade de riqueza que seus clientes possuem, os bancos privados
ou departamentos de banco privado ajudam os indivíduos a estabelecer relações de con-
fiança e garantir que estejam cumprindo as leis fiscais aplicáveis (BARROS, 2014).

Banco de investimento
O banco de investimento é um tipo altamente sofisticado de operação bancária.
Essas entidades são especializadas na prestação de serviços de subscrição, incluindo
ações e dívidas, criação de mercados de títulos, negociação de ações e prestação de
serviços de consultoria para clientes corporativos (GIMENES, 2009). Os bancos de investi-
mento são altamente voláteis, mas podem levar a enormes ganhos financeiros (BARROS,
2014). Exemplos comuns de transações que são tratadas por meio de instituições ban-
cárias de investimento incluem fusões e aquisições, negociação e mercados e vendas
de capitais. Essas instituições são fortemente escrutinadas por agências reguladoras e
devem cumprir toda uma série de regulamentações bancárias (GIMENES, 2009).

3 DESCONTO COMERCIAL OU BANCÁRIO


Desconto comercial, tambem chamado de desconto bancário, segundo
Castanheira e Macedo (2020), é determinado aplicando-se uma taxa de desconto
(i), sobre o valor nominal (N), de um título de crédito, em outras palavras, desconto

110
comercial é calculado sobre o valor da dívida no dia do seu vencimento. Para o autor,
se torna importante salientar que no cálculo do desconto, “n” refere-se ao número de
período antes do vencimento, ou seja, é o tempo faltante para vencer a dívida.

O desconto acontece quando o possuidor de um título (de valor nominal - N)


resgata-o antes do vencimento em um agente financeiro. Os títulos mais comuns que
costumam sofrer operações de desconto são (GIMENES, 2009):

• Nota promissória.
• Letras de câmbio.
• Duplicatas.
• Cheques pré-datados.

Nota promissória
Uma nota promissória é um instrumento de dívida que contém uma promessa
escrita por uma parte (o emissor ou emitente da nota) de pagar à outra parte (o
beneficiário da nota) uma quantia definida de dinheiro, sob demanda ou em uma data
futura especificada. Uma nota promissória normalmente contém todos os termos
relativos ao endividamento, como valor principal, taxa de juros, data de vencimento,
data e local de emissão e assinatura do emissor (VANNUCCI, 2017).

Segundo Castanheira e Macedo (2020), embora as instituições financeiras


possam emiti-las, por exemplo, você pode ser obrigado a assinar uma nota promissória
para fazer um pequeno empréstimo pessoal, as notas promissórias geralmente
permitem que empresas e indivíduos obtenham financiamento de outra fonte que não
um banco. Para o autor, essa fonte pode ser um indivíduo ou uma empresa disposta a
carregar a nota (e fornecer o financiamento) nos termos acordados. Com efeito, as notas
promissórias podem permitir que qualquer pessoa seja um credor (VANNUCCI, 2017).

Uma nota promissória pode ser vantajosa quando uma entidade não consegue
encontrar um empréstimo de um credor tradicional, como um banco. No entanto, notas
promissórias podem ser muito mais arriscadas porque o credor não possui os meios e a
escala de recursos encontrados nas instituições financeiras (VANNUCCI, 2017). Segundo
Castanheira e Serenato (2014), ao mesmo tempo, questões legais podem surgir tanto
para o emissor quanto para o beneficiário em caso de inadimplência. Para o autor, por
isso, obter uma nota promissória com firma reconhecida pode ser importante.

Letras de câmbio
Uma letra de câmbio é uma ordem escrita usada principalmente no comércio
internacional, que obriga uma parte a pagar uma quantia fixa de dinheiro a outra parte
sob demanda ou em uma data predeterminada. As letras de câmbio são semelhantes
a cheques e notas promissórias, podem ser sacadas por pessoas físicas ou bancárias e
geralmente são transferíveis por endossos (VANNUCCI, 2017).

111
Uma transação de letra de câmbio pode envolver até três partes (BARROS, 2014).
O sacado é a parte que paga a quantia indicada pela letra de câmbio. O beneficiário é
quem recebe essa soma. O sacador é a parte que obriga o sacado a pagar ao sacado. O
sacador e o beneficiário são a mesma entidade, a menos que o sacador transfira a letra
de câmbio para um terceiro beneficiário.

Ao contrário de um cheque, no entanto, uma letra de câmbio é um documento


escrito que descreve a dívida de um devedor para com um credor. É frequentemente usa-
do no comércio internacional para pagar bens ou serviços. Embora uma letra de câmbio
não seja um contrato em si, as partes envolvidas podem usá-la para cumprir os termos
de um contrato. Ele pode especificar que o pagamento é devido sob demanda ou em uma
data futura especificada. Muitas vezes, é estendido com termos de crédito, como 90 dias.
Além disso, uma letra de câmbio deve ser aceita pelo sacado para ser válida.

As letras de câmbio, geralmente, não pagam juros, tornando-as essencialmente


cheques pré-datados. Eles podem acumular juros se não forem pagos em uma
determinada data, no entanto, nesse caso, a taxa deve ser especificada no instrumento.
Inversamente, podem ser transferidos com desconto antes da data indicada para
pagamento. Uma letra de câmbio deve detalhar claramente a quantia, a data e as partes
envolvidas, incluindo o sacador e o sacado.

Se uma letra de câmbio for emitida por um banco, ela pode ser chamada de
saque bancário. O banco emissor garante o pagamento da transação. Se as letras
de câmbio forem emitidas por pessoas físicas, elas podem ser chamadas de saques
comerciais. Se os fundos forem pagos imediatamente ou sob demanda, a letra de
câmbio é conhecida como saque à vista. No comércio internacional, um saque à vista
permite que um exportador detenha a propriedade das mercadorias exportadas até
que o importador receba a entrega e pague imediatamente por elas. No entanto, se os
fundos forem pagos em uma data definida no futuro, isso é conhecido como saque a
prazo. Um saque a prazo dá ao importador um curto período para pagar o exportador
pelas mercadorias após recebê-las.

As letras de câmbio são úteis no comércio internacional porque ajudam


compradores e vendedores a lidar com os riscos associados às flutuações das taxas de
câmbio e às diferenças nas jurisdições legais.

Se forma resumida, uma letra de câmbio é uma ordem escrita que obriga uma parte
a pagar uma quantia fixa de dinheiro a outra parte sob demanda ou em algum momento
no futuro. Uma letra de câmbio geralmente inclui três partes – o sacado é a parte que paga
a quantia, o beneficiário recebe essa quantia e o sacador é aquele que obriga o sacado a
pagar ao beneficiário. Uma letra de câmbio é usada no comércio internacional para ajudar
importadores e exportadores a realizar transações. Embora uma letra de câmbio não seja
um contrato em si, as partes envolvidas podem usá-la para especificar os termos de uma
transação, como os termos de crédito e a taxa de juros acumulados.

112
Duplicatas
Uma duplicata refere-se a um título de crédito que representa uma ordem de
pagamento, podendo ser emitido em duas situações específicas: na compra e venda de
produtos mercantis ou na prestação de serviços.

A lei que regulariza uma duplicata, é a Lei nº 5.474/1968, emitida pela empresa
cobradora para conseguir crédito e não para cobrar o pagamento. Ou seja, ela serve
como um adiantamento do valor.

De acordo com a Lei nº 5.474/1968, em seu artigo 2º, § 1º, uma duplicata deve
conter:

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número


de ordem;
II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata
à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da
obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como
aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente (BRASIL, 1968, s. p.).

Cheques pré-datados
Um cheque pós-datado é um cheque em que o emitente declarou uma data
posterior à data atual. É utilizado quando o emissor deseja adiar o pagamento ao
destinatário, enquanto o destinatário pode aceitá-lo simplesmente porque o cheque
representa uma data firme em que poderá depositar o cheque.

Essa situação representa um risco para o destinatário do cheque, uma vez que
a passagem do tempo pode fazer com que não haja mais dinheiro na conta bancária
do emitente para ser utilizado no pagamento do valor constante do cheque quando
este eventualmente for apresentado ao banco para pagamento. Um cheque pré-datado
também é usado quando o destinatário exige que o emissor entregue um conjunto de
cheques pré-datados para cobrir uma série de pagamentos futuros, que o destinatário
concorda em descontar nas datas especificadas. Essa abordagem é usada para melhorar
as chances de ser pago.

Para que se possa descontar um título, segundo Gimenes (2009), é necessário


conhecer:

• o seu valor nominal N ou de face;


• o tempo n para o vencimento;
• taxa de juros i que o agente financeiro vai cobrar.

113
Desconto comercial ou bancário é o tipo de desconto mais comum na
matemática financeira. Para realização do seu cálculo é necessário basicamente quatro
informações (dados):

• Valor nominal (N): também chamado de valor futuro ou de face, refere-se ao valor que
aparece no título, constituindo o valor que deve ser pago na data de seu vencimento.
• Valor líquido do título (VL): refere-se ao valor após o desconto aplicado pela
instituição financeira. O valor líquido é o valor pago pela instituição financeira ao
portador do título, após a operação de desconto. OU seja, é a diferença entre o valor
nominal menos o valor do desconto.
• Taxa de desconto (i): taxa cobrada pela instituição financeira, referente ao
desconto.
• Tempo (n): refere-se ao tempo faltante para cumprir o compromisso, ou tempo
faltante para vencimento do título.

3.1 CÁLCULO DO DESCONTO COMERCIAL PELA FÓRMULA


Fórmula do desconto
O cálculo do desconto comercial ou bancário, pode ser calculado por meio da
fórmula:

d=N*i*n

Onde:
• d = desconto
• N = valor nominal título (ou valor de face)
• n = tempo
• i = taxa de desconto

IMPORTANTE
Caro acadêmico, sempre que você for fazer cálculo de juros simples utilizando
algumas das fórmulas, lembre-se de que é obrigatório dividir a taxa (que está
em porcentagem) por cem (para transformar a taxa em números decimais).

114
Fórmula do valor líquido (VL)

O valor líquido é realizado pelo cálculo da diferença entre o valor nominal (N) e o
valor do desconto bancário (d):

VL = N – d

Ou por meio da fórmula a seguir, utilizado quando não sabemos o valor do


desconto.

VL = N • (1 – i • n)

3.2 CÁLCULO DO DESCONTO COMERCIAL PELA HP12C


O cálculo do desconto pode ser realizado com a HP12C, basta seguir os
comandos descritos a seguir.

Comandos para realizar o cálculo de desconto simples na HP12C:


1. Digite ou calcule o número de dias e aperte n.
2. Digite a taxa de desconto anual e aperte i .
3. Digite o valor nominal do título (N) e aperte CHS PV *
4. Aperte f INT para calcular e exibir os descontos acumulados.
5. Aperte - para calcular o valor líquido, ou seja, o valor nominal (N) menos os
descontos acumulados exibidos no mostrador.

3.3 EXERCÍCIOS
Exemplo 1 – exemplo de cálculo do desconto
A empresa Delta S.A. emitiu uma duplicata com valor nominal (N) de R$ 5.000,00
e com vencimento para 10 de dezembro de 2022. Porém, no dia 20 de outubro de 2022,
efetuou uma operação de desconto do título. A instituição financeira aplicou uma taxa de
3% ao mês de desconto bancário. Tendo conhecimento destas informações, determine
o valor do desconto (d). Depois determina qual valor líquido (VL).

Resolução pela fórmula


Cálculos dos dias que o título foi antecipado
Para resolução desta exercícios, teremos que calcular a quantidade de dias que
o título foi antecipado. Para tanto, será necessário calcular a quantidade de dias exatos
entre duas datas, assunto este já aprendido na unidade 1 deste livro, mesmo assim
vamos relembrar.

115
De forma a conseguir calcular o número de dias entre duas datas, deve-se
utilizar o seguinte comando:
1. Digite a data mais antiga e aperte ENTER.
2. Digite a data mais recente e aperte g ∆DYS.

g D.MY
20.102022 ENTER
10.122022 g ∆DYS
Resposta no visor: 51 (ou seja, exatos 51 dias)

Conversão da taxa
Como o tempo está em dias, é preciso converter a taxa que está em meses para dias.
3 / 30 = 0,1 (ou seja 0,1%) *
* (dividimos a taxa de 3% por 30 dias que tem um mês no calendário comercial)

Transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
0,1 / 100 = 0,001

Cálculo do desconto comercial


Agora que já identificamos a quantidade de dias que foi antecipado o título e
transformamos a taxa, basta cálculo o desconto.

d=N*i*n
d = 5.000 * 0,001 * 51
d = 255 (ou seja, R$ 255,00).
Antecipando o título em 51 dias, obtemos um desconto de R$ 255,00)

VL = N – d
VL = 5.000 – 255
VL = 4.745 (ou seja, valor líquido (VL) de R$ 4.734,00)

Resolução pela HP12C


Primeiro precisamos converter a taxa para ano. Lembre-se: para cálculos de
juros simples na HP12C, SEMPRE deve deixar a taxa em ano e o tempo em dia.

3%a.m * 12 (meses) = 36% a.a.

51 n
36 i
5000 CHS PV
f INT
= 255 (ou seja, o valor do desconto é R$ 255,00)
- **
= 4.745 (ou seja, valor líquido de R$ 4.734,00)

116
** Observação: Aperte - para calcular o valor líquido, ou seja, o valor nominal (N) menos
os descontos acumulados exibidos no mostrador.

Exemplo 2 – exemplo de cálculo do desconto


Um título com valor nominal de R$ 23.000,00 foi descontado em uma instituição
financeira, faltando 255 dias para o seu vencimento. Sabendo que a taxa de desconto
bancário ou comercial foi 11,7% ao ano, calcule o valor do desconto. Depois determina
qual valor líquido (VL).

Resolução pela fórmula


Cálculos dos dias que o título foi antecipado
O enunciado do exercício já forneceu que são 255 dias.

Conversão da taxa
Como o tempo está em dias, é preciso converter a taxa que está em anos para dias.
11,7 / 360 = 0,0325 (ou seja 0,0325%) *
* (dividimos a taxa de 11,7% por 360 dias que tem um ano no calendário comercial)

Transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
0,0325 / 100 = 0,000325

d=N*i*n
d = 23000 * 0,000325 * 255
d = 1906,13

VL = N – d
VL = 23.000 – 1.906,13
VL = 21.093,88 (ou seja, valor líquido de R$ 21.093,88)

Resolução pela HP12C


Como a taxa já está em ano e tempo já foi apresentado no enunciado da questão,
e está em dia, basta realizar o cálculo.
255 n
11,7 i
23000 CHS PV
f INT
= 1906,13 (ou seja, o valor do desconto R$ 1.906,13)
- **
= 21.093,88 (ou seja, valor líquido de R$ 21.093,88)

** Observação: Aperte - para calcular o valor líquido, ou seja, o valor nominal (N) menos
os descontos acumulados exibidos no mostrador.

117
Exemplo 3 – exemplo de cálculo do N (valor nominal)

Uma empresa emitiu uma duplicata com vencimento daqui a 125 dias. Porém
hoje, a empresa deseja descontar o título em uma instituição financeira, que cobra
uma taxa de 2% a.m. de desconto bancário ou comercial, cobrando um desconto de
R$500,00. Sabendo essas informações, calcule o valor nominal da duplicata.

Resolução
Cálculos dos dias que o título foi antecipado
O enunciado do exercício já forneceu que são 125 dias

Conversão da taxa
Como o tempo está em dias, é preciso converter a taxa que está em meses para dias.
2 / 30 = 0,0666667 (ou seja 0,0666667%) *
* (dividimos a taxa de 2% por 30 dias que tem um mês no calendário comercial)

Transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
0,0666667 / 100 = 0,000666667

d=N*i*n
500 = N * 0,000666667 * 125
500 = N * 0,08333333333
500 / 0,08333333333 = N
N = 6000 (ou seja, R$ 6.000).
O valor nominal da duplicata é de R$6.000,00

IMPORTANTE
Caro acadêmico, quando se tratar de cálculo de desconto bancário ou
comercial, na HP12C só é possível calcular os descontos. A taxa (i), o tempo
(n) e o valor nominal (N) não possuem uma programação na HP12C. Para
esses cálculos, você terá que utilizar as fórmulas.

Exemplo 4 – exemplo de cálculo do i (taxa)

Uma empresa emitiu uma duplicata com o valor nominal de R$ 9.000,00 e 52


dias para o seu vencimento. Sabendo que o valor do desconto foi R$ 936,00, calcule a
taxa diária dessa operação de desconto.

Resolução

118
Cálculos dos dias que o título foi antecipado
O enunciado do exercício já forneceu que são 100 dias

d=N*i*n
936 = 9000 * i * 52
936 = 468.000 * i
936 / 468.000 = i
i = 0,002 (decimais)
0,002 * 100 = 0,2% a.d.

Se o exercício pedisse a taxa ao ano, bastaria multiplicar a taxa a.d. por 360 dias
que tem no calendário comercial

0,2 x 360 = 72% a.a.

IMPORTANTE
Caro acadêmico, quando se tratar de cálculo de desconto bancário ou
comercial, na HP12C só é possível calcular os descontos. A taxa (i), o tempo
(n) e o valor nominal (N) não possuem uma programação na HP12C. Para
esses cálculos você terá que utilizar as fórmulas.

Exemplo 5 – exemplo de cálculo do n (tempo)

Uma empresa descontou um cheque com valor nominal de R$ 4.000,00 e o


valor do desconto foi R$ 40,20. Sabendo que a taxa de desconto cobrada foi 0,015% ao
dia, calcule quantos dias faltavam para o seu vencimento.

Resolução

Transformar a taxa de percentual para decimal


Para tanto, basta dividir a taxa por 100.
0,015 / 100 = 0,00015

d=N*i*n
40,20 = 4000 * 0,00015 * n
40,20 = 0,6 * n
40,20 / 0,6 = n
n = 67 (ou seja, 67 dias)

119
IMPORTANTE
Caro acadêmico, quando se tratar de cálculo de desconto bancário ou
comercial, na HP12C só é possível calcular os descontos. A taxa (i), o tempo
(n) e o valor nominal (N) não possuem uma programação na HP12C. Para
esses cálculos, você terá que utilizar as fórmulas.

4 ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS
A antecipação de recebíveis é uma alternativa de crédito por meio da qual
as empresas podem obter recursos financeiros para quitar dívidas ou até mesmo
realizar algum investimento no negócio (GONÇALVES; GOUVÊA; MANTOVANI, 2013). A
antecipação de recebíveis é uma oportunidade de melhorar o fluxo de caixa e ainda
evitar possíveis perdas de recursos (GONÇALVES; GOUVÊA; MANTOVANI, 2013).

Em suma, segundo Leite (2011), a antecipação de recebíveis é uma operação


financeira que permite que as empresas antecipem recursos aos quais já pertencem,
mas que só receberiam após um período, ou seja, é uma alternativa para que o caixa da
empresa possa ser suprido com dinheiro que só chegaria depois de meses.

Digamos que sua empresa forneça um serviço para clientes que, na maioria
das vezes, precisam de prazos maiores para efetuar seus pagamentos (CAPELLETTO,
CORRAR, 2008). É exatamente nesse caso que a antecipação de recebíveis pode ser
importante, ela permite que sua empresa receba valor por atender um cliente, mesmo
que o cliente não consiga pagar no momento da compra. Esse adiantamento de capital
permite que as empresas antecipem valores das parcelas que receberiam de seus
clientes (WOLF, 2008).

Um dos grandes desafios das empresas é conciliar o recebimento dos recursos


com a saída deles, alinhando assim a oferta de caixa com as despesas. Só assim o
negócio poderá prosperar, pois possibilita um planejamento mais estruturado para o
futuro da empresa (WOLF, 2008). Nesse sentido, as organizações conseguem gerenciar
sua situação financeira na hora de quitar dívidas e, consequentemente, evitar possíveis
complicações para obter crédito no futuro, e manter uma boa reputação junto aos
fornecedores (LEITE, 2011). Vale destacar que as vantagens da antecipação de recebíveis
em relação a outras formas de crédito são significativas, pois costumam ter juros mais
baixos e menos burocracia (LEITE, 2011).

De acordo com IASB (2014), existem duas modalidades principais de antecipação


de recebíveis:

120
• Venda de recebíveis: transfere substancialmente o risco do instrumento financeiro
para quem adquire o título. Nessa modalidade, ocorre a efetiva venda do título e sua
respectiva baixa contábil pelo vendedor.
• Cheques com desconto ou boletos de aceites comerciais: a holding assume
o risco de não pagamento do título, utilizando o instrumento financeiro como mera
garantia para sua captação junto aos bancos. Essa é a modalidade mais comum,
principalmente no âmbito de pequenas empresas. Para o autor, nessa situação,
apenas a transferência de fundos do banco (ou operador financeiro) para a empresa
garante as duplicatas ou os cheques a receber. O tratamento contábil do segundo
tipo de transação é o mesmo da contabilização de um empréstimo.

As taxas cobradas pelo banco ou instituição financeira fazem parte do custo


efetivo da operação e devem ser tratadas como tal, ou seja, devem ser incluídas no
custo efetivo do financiamento. A grande vantagem dessa modalidade em relação ao
empréstimo para capital de giro são as taxas cobradas, substancialmente inferiores às
dos empréstimos bancários (MACHADO; RIBEIRO, 2018).

Para angariar fundos com a antecipação de duplicatas ou cheques, uma


organização pode recorrer a um banco comercial ou a uma empresa de factoring. O
banco intermedia recursos financeiros, capta e empresta dinheiro da poupança popular.
Dessa forma, o capital é absorvido junto com os agentes superavitários e entregue aos
agentes deficitários (MACHADO; RIBEIRO, 2018).

A factoring já opera com recursos próprios, presta serviços de cobrança e adquire


os créditos diretos (direitos) de seus clientes (MACHADO; RIBEIRO, 2018). No desconto ban-
cário, o custo da operação de antecipação para o cliente é medido pela taxa efetiva que re-
presenta o risco de crédito, o spread bancário (diferença entre o custo de captação e a apli-
cação do valor de mercado), os impostos e a taxa que os encargos bancários da operação.

Em factorings, o custo de antecipação é medido pelo fator de compra. Esse


fator representa a taxa efetiva cobrada pelas empresas de factoring juntamente com
sua margem e seus custos totais diretos e indiretos (CAPELLETTO; CORRAR, 2008;
GONÇALVES; GOUVÊA; MANTOVANI, 2013; LEITE, 2011; WOLF, 2008).

Embora bancos e factoring formalmente tenham concepções distintas de ativi-


dades e formas de financiamento, nas operações de antecipação de recebíveis essen-
cialmente fazem a mesma coisa; emprestam recursos com base na garantia do título a
receber. As taxas cobradas pelo banco e o fator factoring, apesar de refletirem a situa-
ção e os custos particulares das operações de crédito, também representam o mesmo
para quem necessita de recursos, o custo real da operação (MACHADO; RIBEIRO, 2018).

Para calcular a antecipação de recebíveis, a instituição financeira calcula o


prazo médio dos títulos e posteriormente o desconto. Isso ocorre porque o empresário
pode descontar vários títulos de uma única vez, e a instituição, ao invés de calcular título
por título, calcula a média de todos os títulos para efetua o desconto, otimizando tempo.

121
Para se chegar ao valor do prazo médio, é preciso calcular a média ponderada
dos descontos por maior do prazo e valores nominais dos títulos (N) apresentados para
instituição financeira para aplicar o desconto.

Após identificar o prazo médio (ponderado), as instituições financeiras podem


calcular o desconto (d) em diversos títulos, simplificando assim o cálculo do desconto.
Em outras palavras, quando a instituição financeira tem o prazo médio ponderado, em
vez de calcular o desconto título por título, é possível cálculo o desconto para todos os
títulos de forma simultânea. A seguir, iremos aprender a calcular a média ponderada,
para saber calcular o prazo médio dos títulos.

INTERESSANTE
Caro acadêmico, aprenda a calcular média estatística uni e bivariada.

Média estatísticas uni e bivariadas

A HP12C pode executar cálculos estatísticos uni-variados e bivariados (GUIA HP12C, 2005).
Os dados são entrados na calculadora usando a tecla Σ+ , que automaticamente calcula e
armazena estatísticas dos dados nos registros de armazenamento R1 a R6. Antes de iniciar
os cálculos da média, é preciso zerar os registros estatísticos pressionando f SST.

Cálculos média estatísticos uni-variados

Em cálculos estatísticos uni-variados, para entrar cada dado, denominado “valor x”,
1. Digite o valor x
2. Aperte Σ+.
3. g *, (calcula a média aritmética dos valores x)

* (é o botão “0” da calculadora)

Exemplo 1
Qual a média dos valores R$ 100,00; 200,00; 300,00
Calcula no HP12C
100 Σ+
200 Σ+
300 Σ+
g
No visor: 200 (ou seja média de R$ 200,00)

Cálculos média estatísticos bivariados

Em cálculos estatísticos bivariados, para entrar cada par ordenado, denominados “os
valores x e y”:

1. Digite o valor y no mostrador.


2. Aperte ENTER.
3. Digite o valor x no mostrador.

122
4. Aperte Σ+.
5. Apertando g calcula as médias aritméticas dos valores x (x) e dos
valores y ( y ).
• A média dos valores x aparece no mostrador depois de pressionar g
• A média dos valores y, aperte X><Y .

4.1 MÉDIA PONDERADA


A média ponderada de um conjunto de números pode ser calculada desde que
se saiba os pesos correspondentes dos itens em questão (GUIA HP12C, 2005):

1. Aperte f Σ .
2. Digite o valor do item e aperte ENTER , depois digite seu peso e aperte Σ+. Digite o
valor do segundo item e aperte ENTER , depois digite o segundo peso e aperte Σ+.
Continue até́ entrar todos os valores dos itens e seus pesos correspondentes. A
regra para informar os dados é “item ENTER peso Σ+.”
3. Aperte g para calcular a média ponderada dos itens.

Exemplo 1 – é um Exemplo do Guia da HP12C (2005)

Suponha que você pare durante uma viagem de férias para comprar combustível
em quatro postos: 15 litros a R$1,16 por litro, 7 litros a R$1,24 por litro, 10 litros a R$1,20 por
litro e 17 litros a R$1,18 por litro. Você̂ quer calcular o custo médio por litro de combustível
comprado. Se você̂ tivesse comprado a mesma quantidade em cada posto, poderia usar
a média aritmética simples usando a tecla . Mas, como você sabe o valor do item
(combustível) e seu peso correspondente (número de litros comprados), utilize a tecla
para calcular a média ponderada (GUIA DA HP12C, 2005):

Resolução:

Teclas Mostrador
f Σ 0 Zera os registros estatísticos.
1,16 ENTER 15 Σ+ 1 Primeiro item e peso
1,24 ENTER 7 Σ+ 2 Segundo item e peso
1,20 ENTER 10 Σ+ 3 Terceiro item e peso
1,18 ENTER 17 Σ+ 4 Quarto item e peso
g 1,19 Ou seja, 1,19 litros

123
Exemplo 2

Calcule o prazo médio dos seguintes títulos, utilizando como peso de ponderação
os valores dos títulos:

- Título de R$ 7.000,00 com prazo de 22 dias.


- Título de R$ 3.000,00 com prazo de 42 dias.
- Título de R$ 55.000,00 com prazo de 85 dias.
- Título de R$ 42.000,00 com prazo de 12 dias.

Resolução:

Teclas Mostrador
f Σ 0 Zera os registros estatísticos.
22 ENTER 7.000 Σ+ 1 Primeiro item e peso
42 ENTER 3.000 Σ+ 2 Segundo item e peso
85 ENTER 55.000 Σ+ 3 Terceiro item e peso
12 ENTER 42.000 Σ+ 4 Terceiro item e peso
g 51 Ou seja, prazo médio de 51 dias

Exemplo 3

Calcule o prazo médio dos seguintes títulos, utilizando como peso de ponderação
os valores dos títulos:

- Título de R$ 30.000,00 com prazo de 255 dias.


- Título de R$ 15.000,00 com prazo de 179 dias.
- Título de R$ 39.000,00 com prazo de 47 dias.
- Título de R$ 3.000,00 com prazo de 8 dias.

Resolução

Teclas Mostrador
f Σ 0 Zera os registros estatísticos.
255 ENTER 30.000 Σ+ 1 Primeiro item e peso
179 ENTER 15.000 Σ+ 2 Segundo item e peso
47 ENTER 39.000 Σ+ 3 Terceiro item e peso
8 ENTER 3.000 Σ+ 4 Terceiro item e peso
g 140 Ou seja, prazo médio de 140 dias

124
IMPORTANTE
O objeto de aprendizagem trata de uma ferramenta didática desenvolvida
e utilizada com o intuito de apresentar ao acadêmico um determinado
tema e articular atividades relacionadas a ele, atendendo ao princípio
norteador da UNIASSELVI, de que “não basta saber, é preciso saber fazer”.
Dessa forma, nosso Objeto de Aprendizagem será composto por duas
etapas: uma contendo a apresentação do conteúdo e a outra contendo as
atividades práticas relacionadas a ele.

Segue o link do objeto de aprendizagem:

- Média: https://bit.ly/3LfWXzO

Bons estudos!

125
LEITURA
COMPLEMENTAR
A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NO COTIDIANO E NA
CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA

Lourdes Aparecida Nocette Miranda


Adriana Strieder Philippsen

RESUMO

A Matemática Financeira encontra-se muito presente em nosso cotidiano, quer seja


quando efetuamos o financiamento de um automóvel ou imóvel, ou até mesmo em
situações mais simples, como o desconto que recebemos ao fazermos uma compra
com pagamento à vista. Estes exemplos de aplicações financeiras são movimentados
sob o efeito de juros e, buscando contribuir para melhoria no ensino e aprendizagem
de Matemática Financeira, foram desenvolvidas atividades que contribuem para um
envolvimento em torno de uma contextualização com a realidade do aluno, empregando
como ferramenta metodológica a Resolução de Problemas. Foi desenvolvido um projeto
de intervenção no Colégio Estadual Alberico Marques da Silva – EFMP –, aplicado em uma
sala de aula com alunos de 9º ano, com o objetivo de propor aos educandos os conceitos
básicos da Matemática Financeira e como ela está́ relacionada e afeta nossa economia
familiar. Para atingir tal objetivo, foram propostos exemplos atuais e relacionados ao
nosso dia a dia e induzimos questões como, por exemplo, quando compramos um
eletrodoméstico. Quanto é cobrado de juros se efetuarmos a compra a prazo? E se
fizéssemos a mesma compra, quanto estaríamos economizando ao pagarmos à vista?
Ao final do trabalho, considerou-se de extrema importância a metodologia proposta,
pois houve um grande interesse, por parte dos educandos, em desenvolver e solucionar
as atividades propostas por se tratar de assuntos pertinentes ao seu cotidiano e que
contribuíram para a formação da cidadania e de uma melhor interação professor/aluno.

Palavras-chave: Matemática Financeira. Juros Simples e Compostos. Resolução de


Problemas.

1. INTRODUÇÃO

Vivemos numa época em que qualquer noticiário televisivo, jornalístico e


periódicos na internet apontam para a crise econômica que atravessa o mundo e,
principalmente, nosso país. Ao se falar em crise econômica, não há como deixar de
citar dívidas externa e interna do país e, entende-se por dívida: um aluguel de capital

126
em função do tempo em que determinado valor financeiro fica emprestado. A taxa de
juro é citada como a vilã principal atrelada a volta da inflação galopante e destruidora da
economia de um país e, principalmente alvo da oposição nos ataques ao governo. Isso
não é “privilégio” somente do Brasil.

Ao se falar em juros, porcentagens, inflação, alta de preços, déficit, superávit


etc., é preciso entender que estas expressões precisam fazer parte dos conteúdos
escolares no que tange a disciplina de matemática, desde os primeiros anos até as
séries finais do ensino fundamental, em especial no 9o ano quando do fechamento do
conteúdo estruturante tratamento de informação.

É certo que os alunos apresentam certa dificuldade e não conseguem assimilar


os conteúdos quando se envolve o ensino da Matemática, em especial, as porcentagens.
É sabido também que, quando se insere os conteúdos propostos com uma contextualiza-
ção que envolva problemas do cotidiano, o aluno se sente formador de seu próprio conhe-
cimento, razão pela qual se justifica a inserção do conteúdo de juros simples e compostos
mostrando a relevância deste conteúdo e a importância do mesmo para o exercício da
cidadania, vez que a atual conjuntura econômica mundial exige conhecimentos do gêne-
ro para se entender os rumos da economia, mesmo do mais simples, como a economia
doméstica ao mais complexo, como a oscilação das bolsas de valores.

Os conteúdos juros simples e compostos darão o pontapé inicial para este


jogo de interesses: do aluno em se situar na atual conjuntura e do professor na difícil
missão de atrair o aluno para o conhecimento e desenvolvimento do raciocínio lógico e
no protagonismo de seu próprio saber e entendimento. A educação não pode ter como
objetivo a simples transmissão de informações para o aluno.

Deve garantir-lhe autonomia de pensamentos, capacidade de tomar iniciativa e


de desenvolver o pensamento crítico, para viver em uma grande sociedade em constante
e acelerado processo de crescimento e transformação (GIOVANNI; GIOVANNI JR., 2006)

Segundo o construtivismo de Piaget, as estruturas lógico – matemáticas são


construídas pelas atividades que a criança realiza, pelas relações que essas atividades
proporcionam:

Para Piaget, inteligência é entendida como capacidade de adaptação do sujeito ao


seu meio. Nesse sentido, podemos afirmar que a inteligência é determinada por fatores am-
bientais e culturais, podendo, portanto, ser desenvolvido ao longo da vida, por meio das expe-
riências físicas e das lógicas matemáticas. Por conseguinte, o conhecimento, é construído de
interação da experiência sensorial e da razão, indissociáveis uma da outra. (Blumental, 2002).

Nas atividades de sala de aula é fundamental que se valorize o contexto do


educando à medida que for se deparando com a situação que ele enfrenta no dia a
dia, perceberá a importância do saber matematicamente elaborado para auxiliá-lo na

127
resolução deles, é preciso colocar o aluno em uma posição que exigirá dele o pensar, o
organizar de ideias e estratégias, o lançar mão de um leque de habilidades.

Considerando o aluno, agente da construção de sua aprendizagem, pretende-


se neste trabalho, mostrar que é possível, por meio de situações reais e atividades
desafiadoras, estimular o aluno a agir reflexivamente, possibilitando a ele a troca de
ideias com seus colegas, a fim de analisar e refletir sobre os diferentes caminhos que
se pode percorrer para resolver determinados problemas, não atendendo a uma forma
única. Isso propicia o desenvolvimento de habilidades, conceitos e estratégias que irão
refletir, e, talvez, ser agente transformador da sociedade em que vive.

2 DESENVOLVIMENTO

Devido às transformações ocorridas na sociedade ao longo dos séculos muitas


mudanças se fizeram necessárias na prática pedagógica do professor, pois novos
conhecimentos foram surgindo e assimilados onde a Matemática era utilizada somente
para contagem para uma era industrial. Hoje, é necessário que as pessoas possuam
conhecimento matemático, pois disso depende sua inserção no mundo do trabalho
numa sociedade cada vez mais dinâmica, competitiva e versátil.

Porém, a escola atual tem dado pouca ênfase a essas situações em detrimento
de conteúdos que exige aplicações de algoritmos e regras.

A oportunidade de usar conceitos matemáticos no seu dia a dia


favorece o desenvolvimento de uma atitude positiva do aluno em
relação à Matemática, não basta fazer mecanicamente as operações
de adição, subtração e divisão. È preciso saber como e quando
auxiliá-los convenientemente na resolução de situações problemas,
aprenderem a resolver problemas matemáticos deve ser o maior
objetivo da instrução matemática, certamente outros objetivos da
Matemática devem ser procurados mesmo para atingir o objetivo da
competência em resolução de problemas (DANTE, 1999, p.14).

Dante (1999) coloca que: para resolver problemas, precisamos desenvolver


determinadas estratégias que, em geral, se aplicam a um grande número de situações.
Tal estrutura ajuda na análise e na solução de situações problemas em que desejamos
determinar um ou mais elementos desconhecidos. A Matemática moderna é constituída
de exemplos reais que possibilitam uma melhor aprendizagem, porém isso não tem
garantido a formação plena do educando.

Por essa razão, o professor deve articular suas ações pedagógicas à visão de
mundo do aluno, auxiliá-los na construção de estratégias para resolução e formulação
de conceitos matemáticos, levá-los a fazer conexões matemáticas com seu mundo real,
isso exige, portanto, muita dedicação por parte do professor e estar apto a desenvolver-
se intelectual e profissionalmente, tornar-se um pesquisador no conhecimento acerca
dos conteúdos matemáticos, suas relações com outras áreas e com a prática social de
seus alunos e suas opções diante da vida, da história e do cotidiano.

128
E ainda, para a caracterização das concepções de Matemática Financeira dos
alunos, e, na tentativa de minimizar os efeitos da subjetividade, deve-se fundamentar
em Skemp (1976) apud Rezende (2002) que define em aprendizagem matemática
instrumental ou relacional.

Skemp (1976 apud REZENDE, 2002), indicam que as concepções dos alunos
podem influenciar na aprendizagem matemática e, isto não seria diferente com a
Matemática Financeira, para a qual adotar-se-á, neste trabalho porcentagem e juros
simples como ponto de partida, valendo-se da proposta da Modelagem Matemática que
consiste na arte de transformar problemas do cotidiano em problemas matemáticos,
apresentando soluções com linguagem do mundo real.

Neste artigo adotamos a mesma classificação de Rezende (2002) no que


diz respeito aos conceitos da Matemática Financeira: “partimos sempre daquilo
que interessa ao aluno, do que é presente no seu cotidiano, para depois introduzir o
conhecimento sistematizado”. Muitas das atividades apresentadas para os alunos são
propostas de modo que elas sejam desenvolvidas em grupos, para que possam discutir
e socializar os conceitos abordados em sala de aula, como por exemplo, questões que
envolvam problemas sobre porcentagem, juros simples e juros compostos.

A Matemática Financeira tem diversas aplicações no nosso cotidiano como, por


exemplo, no financiamento de um carro, de uma casa, no empréstimo de um dinheiro,
toda essa aplicação é movimentada por uma taxa de juros que é a remuneração do
capital empregado. Ao realizarmos um empréstimo a forma de pagamento é feita
através de prestações mensais somadas aos juros, isso quer dizer que, ao quitarmos
o valor do empréstimo este sempre será maior ao valor inicial do empréstimo. A essa
diferença damos o nome de juros.

Uma mudança que vem ocorrendo nos nossos dias é que, ao contrário do que
vinha se pensando, a Matemática Financeira não é de uso exclusivo de administradores,
contadores e economistas e dos que trabalham nessa área, apesar de servir
essencialmente a esse grupo. O certo é que, assim como a economia passou de uma
simples troca de mercadorias, para uma rede mundial de importações e compras, esse
sistema também precisou se reorganizar e ser aprimorado. As aplicações da matemática
financeira estão se tornando mais comuns no cotidiano de todos os profissionais em
todas as áreas de atuação.

Por tais razões exige do professor de matemática uma maior atenção no preparo
dos conteúdos relacionados com porcentagens, potência, raízes, funções, visando uma
melhor qualidade na apresentação dos conteúdos juros simples e compostos, bem
como uma melhor seleção das situações problemas primando por temas atuais e que
despertem no aluno a necessidade de interpretar, apreender e buscar o conhecimento
necessário para a solução das propostas apresentadas.

129
2.1 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Sabemos que a Resolução de Problemas contribui para a formação do pensa-


mento matemático. Porém percebe-se uma grande dificuldade dos alunos na interpreta-
ção dos textos destes problemas exigindo uma intervenção maior e constante por parte
do professor no sentido de abstrair o modelo matemático presente na situação proposta.

Contudo, tal intervenção se constitui em um desafio para o trabalho


pedagógico do professor, pois estes, geralmente, sentem dificuldades em desenvolver
essa metodologia, quer pela fragilidade de sua formação acadêmica ou formação
continuada, material pedagógico inadequado e, ainda, desinteresse dos educandos e
da sociedade em relação à Matemática e a educação em geral, além do despreparo para
o uso das calculadoras consideradas financeiras, ou científicas, face aos cálculos que
envolvem potência de números decimais, logaritmos, raízes enésimas – conteúdos não
trabalhados no ensino fundamental.

Foi neste pensando em contribuir para uma melhoria neste cenário que se de-
senvolveu este projeto usando a Resolução de Problemas como ferramenta metodoló-
gica na Matemática Financeira e introdução a função afim e exponencial, compreensão
e análise dos processos de organização das finanças a partir de problemas matemáticos
contextualizados, o que se exige a busca de novas metodologias, atividades e materiais
que contribuirão para o desenvolvimento do conhecimento matemático e para a cons-
trução da cidadania, conforme preceitua Onuchic (1999).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se trabalhar os conteúdos de Matemática Financeira, como juros, vinculados


a situações práticas do dia a dia do estudante, percebeu-se uma interação significativa
entre aluno e professor, pois o papel do professor deixou de ser simplesmente o de
transmitir conhecimento para mediador no processo de ensino- aprendizagem e o
papel do aluno, de ser apático e receptivo, para sujeito próprio de sua aprendizagem.
Atividades relacionadas ao cotidiano e os conceitos estudados na escola favoreceram
a aprendizagem de Matemática Financeira que, antes da aplicação do projeto, era um
assunto que os estudantes não dominavam, achavam que não era importante aprender
e apresentavam dificuldades, porém, com o desenvolver das atividades propostas,
demonstraram interesse nos conteúdos o que favoreceu a aprendizagem e possibilitou
formar um cidadão participativo e consciente.

Vale ressaltar que os alunos participaram efetivamente e se dedicaram ao


máximo durante o período de realização do projeto. Desempenharam o que foi proposto
com muito esforço e comprometimento, aplicando o conhecimento adquirido e devido a
isso podemos dizer que foram alcançados os objetivos propostos, pois pude presenciar
uma real, significativa e permanente mudança no comportamento dos alunos. Pudemos
mostrar a importância que a Matemática Financeira exerce, sendo necessária ao

130
exercício da cidadania e à economia familiar. Por isso, esperamos ter contribuído para
que os alunos tenham tido uma noção básica do conteúdo aplicado, que possa auxiliá-
los a melhorar as suas finanças: sabendo organizar, economizar e investir para cumprir
metas financeiras. Almejamos que possam levar essa aplicação em sua vida cotidiana e
induzi-los à busca de novos conhecimentos e solução de novos desafios.

FONTE: Disponível em: https://bit.ly/3RH9MWD. Acesso em: 24 jun. 2022.

131
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:

• Desconto comercial ou bancário é o tipo de desconto mais comum na matemática


financeira.

• Valor nominal (N), também chamado de valor futuro ou de face, refere-se ao valor
que aparece no título, constituindo o valor que deve ser pago na data de seu
vencimento.

• Valor líquido do título (VL) refere-se ao valor após o desconto aplicado pela instituição
financeira. O valor líquido é o valor pago pela instituição financeira ao portador do
título, após a operação de desconto, ou seja, é a diferença entre o valor nominal
menos o valor do desconto.

• Taxa de desconto (i) é taxa cobrada pela instituição financeira referente ao desconto.

• Tempo (n) refere-se ao tempo faltante para cumprir o compromisso, ou tempo


faltante para vencimento do título.

132
AUTOATIVIDADE
1 A prática demonstra que a operação de desconto é feita apenas em cima de títulos
de crédito, que por sua vez, representam soma líquida e certa, portanto de fácil
recuperação ao banco. De maneira análoga aos juros, os descontos são também
classificados em simples e composto, envolvendo cálculos lineares no caso do
desconto simples e exponencial no caso do desconto composto. Conceitue o termo
desconto.

2 Os Títulos Bancários são uma modalidade de investimento em Renda Fixa, que como
o nome já sugere, são emitidos por bancos. Sendo assim, os bancos captam recursos
provenientes de empréstimos realizados por investidores, ou seja, a instituição
financeira recolhe o dinheiro aplicado para oferecer a outras pessoas, que são os
seus credores. Quais são os títulos mais comum que costumam sofrer operações de
desconto?

3 Uma empresa emitiu uma duplicata com valor nominal de R$ 20.000,00 e com
vencimento para 25 de março de 2023. Porém, no dia 12 de setembro de 2022,
efetuou uma operação de desconto do título. A instituição financeira aplicou uma
taxa de 2% ao mês de desconto bancário. Tendo conhecimento destas informações,
determine o valor do desconto e determine qual valor líquido (VL).

a) Desconto: R$ 791,33; valor líquido: R$ 19.208,67.


b) Desconto: R$ 1.344,10; valor líquido: R$18.655,90.
c) Desconto: R$ 2.586,67; valor líquido: R$17.413,33.
d) Desconto: R$ 3.103,30; valor líquido: R$ 16.896,70.

4 Um título com valor nominal de R$ 6.000,00 foi descontado em uma instituição


financeira, faltando 96 dias para o seu vencimento. Sabendo que a taxa de desconto
bancário ou comercial foi 30% ao ano, calcule o valor do desconto e determine qual
valor líquido (VL).

a) Desconto: R$ 480,00; valor líquido: R$ 5.520,00.


b) Desconto: R$ 720,00; valor líquido: R$ 5.280,00.
c) Desconto: R$ 1.520,00; valor líquido: R$ 4.480,00.
d) Desconto: R$ 1.906,00; valor líquido: R$ 4.094,00.

5 Uma empresa emitiu uma duplicata com vencimento daqui a 300 dias. No entanto,
hoje, a empresa deseja descontar o título em uma instituição financeira, que cobra
uma taxa de 0,5% a.m. de desconto bancário ou comercial, cobrando um desconto de
R$2.000,00. Sabendo essas informações, calcule o valor nominal da duplicata.

133
a) R$ 15.000,00.
b) R$ 18.000,00.
c) R$ 40.000,00.
d) R$ 61.000,00.

6 Uma empresa emitiu uma duplicata com o valor nominal de R$ 45.000,00 e 77 dias
para o seu vencimento. Sabendo que o valor do desconto foi R$ 770,00, calcule a taxa
diária e qual é a taxa anual dessa operação de desconto.

a) Taxa diária: 0,0111% a.d; Taxa anual: 4% a.a.


b) Taxa diária: 0,022% a.d; Taxa anual: 8% a.a.
c) Taxa diária: 0,0361% a.d.; Taxa anual: 13% a.a.
d) Taxa diária: 0,0472% a.d.; Taxa anual: 17% a.a.

7 Uma empresa descontou um cheque com valor nominal de R$ 17.000,00 e o valor do


desconto foi R$ 187,00. Sabendo que a taxa de desconto cobrada foi 0,02% ao dia,
calcule quantos dias faltavam para o seu vencimento.

a) 37 dias.
b) 55 dias.
c) 70 dias.
d) 93 dias.

Autoatividade sobre prazo médio

8 Calcule o prazo médio dos seguintes títulos, utilizando como peso de ponderação os
valores:

- Título de R$ 100,00 com prazo de 30 dias.


- Título de R$ 200,00 com prazo de 60 dias.
- Título de R$ 300,00 com prazo de 90 dias.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) 55 dias.
b) 60 dias.
c) 65 dias.
d) 70 dias.

134
9 Calcule o prazo médio dos seguintes títulos, utilizando como peso de ponderação os
valores:

- Título de R$ 4.000,00 com prazo de 20 dias.


- Título de R$ 13.000,00 com prazo de 77 dias.
- Título de R$ 95.000,00 com prazo de 130 dias.
- Título de R$ 400,00 com prazo de 210 dias.
- Título de R$ 46.000,00 com prazo de 33 dias.
- Título de R$ 10.000,00 com prazo de 30 dias.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) 47 dias.
b) 91 dias.
c) 113 dias.
d) 139 dias.

135
REFERÊNCIAS
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CAPELLETTO, L. R. CORRAR, L. J. . Índices de risco sistêmico para o setor bancário.


Revista Contabilidade e Finanças, v. 19, n. 47, p. 6-18. 2008

CASTANHEIRA, N. F.; MACEDO, L. R. D. Matemática financeira aplicada. 2. Edição


(online Plataforma Pearson). Curitiba: Intersaberes, 2020.

CASTANHEIRA, N. HP-12c: Com utilizá-la com facilidade. Curitiba: IBEPEX, 2010.

CASTANHEIRA, N. P.; LEITE, Á. E. Geometria analítica em espaços de duas e três


dimensões:1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2017.

CASTANHEIRA, N. P.; SERENATO, V. S. Matemática financeira e análise financeira


aplicada: para todos os níveis. Curitiba: Juruá, 2014.

FERREIRA, R. G. Matemática Financeira Aplicada: mercado de capitais, análise de


investimentos, finanças pessoais e tesouro direto (Online Plataforma Minha Biblioteca).
São Paulo: Atlas, 2014.

GIMENES, C. M. Matemática Financeira Com HP12C E Excel: uma abordagem


descomplicada. São Paulo: Pearson, 2009.

GONÇALVES, E. B., GOUVÊA, M. A., MANTOVANI, D. M. N. . Análise de risco de crédito com


o uso de regressão logística. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 10, n. 20,
p. 139-160. 2013

GUIA USUÁRIO HP12C. Hp 12c calculadora financeira, guia do usuário, 4ª ed. San
Diego, CA: HP INVENTE, 2004

HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática Financeira. São Paulo: Saraiva, 2014.

HORIGUTI, A. M.; DONADEL, J. Matemática Comercial e Financeira e Fundamentos


de Estatística. 1 ed. São Paulo: Érica, 2014.

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD (IASB). International Financial


Reporting Standards 9. Financial Instruments, 2014. Disponível em: https://bit.
ly/3LgXTUY. Acesso em: 2 set. 2022.

JACQUES, I. Matemática para economia e administração. Tradução Regina Célia


Simille de Macedo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

136
LEITE, L. L. . Factoring no Brasil (12a ed., pp. 221-225). São Paulo: Atlas. 2011

NETO, A. A.; LIMA, F. G. Fundamentos De Administração. São Paulo: Atlas, 2017.

SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicações à análise de investimentos. 5.ed.


São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

VANNUCCI, L. R. Matemática financeira e engenharia econômica princípios e


aplicações. 2. Edição (online Plataforma Pearson). São Paulo: Blucher, 2017.

WAKAMATSU, A. Matemática Financeira. 1ª Edição. São Paulo: Pearson, 2012.

WAKAMATSU, A. Matemática Financeira. 2. Edição. São Paulo: Pearson, 2018.

WOLF, F. M. As práticas de análise para concessão de crédito numa empresa de


fomento mercantil (factoring). Graduação em Ciências Contábeis, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. 2008. Disponível em: https://bit.
ly/3qJ0a1n. Acesso em: 2 set. 2022.

137
138
UNIDADE 3 —

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO
COMPOSTA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender o sistema de juros compostos;

• realizar cálculos de juros compostos;

• realizar cálculos de série de pagamentos;

• elaborar planos de amortizações de empréstimos financeiros.

PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar
o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – JUROS COMPOSTOS


TÓPICO 2 – SÉRIE DE PAGAMENTO
TÓPICO 3 – PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

139
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!

Acesse o
QR Code abaixo:

140
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
JUROS COMPOSTOS

1 INTRODUÇÃO
Juros compostos são os juros de um depósito calculados com base no principal
inicial e nos juros acumulados de períodos anteriores, ou seja, juros compostos são juros
adquiridos sobre juros. Quanto maior o número de períodos compostos, maior o juro
composto (CASTANHEIRA; LEITE, 2017).

Hazzan e Pompeo (2014) fazem a seguinte analogia com os juros compostos:


pense nos juros compostos como uma bola de neve, em que quanto mais cedo um
investidor começar a economizar e quanto mais dinheiro o investidor adicionar a sua
bola de neve, mais ela crescerá. Agora, pense se o investidor empurrasse a bola de neve
por uma colina coberta de neve. Assim, a neve que o investidor já acumulou vai ficar, e
o investidor vai acumular mais neve (HAZZAN, POMPEO, 2014). Eventualmente, quando
sua bola de neve chegar ao fundo da colina, ela conterá a neve com a qual o investidor
começou, a neve que acumulou ao longo do caminho e ainda mais neve em cima disso.

Em outras palavras, o efeito juros sobre juros pode gerar retornos continuamente
crescentes com base no valor do seu investimento inicial. Assim, quanto mais
frequentemente o investidor economizar, e quanto maior o valor que economizar,
maiores serão os retornos de juros (BARROS, 2014).

Os juros compostos fazem com que sua riqueza cresça mais rapidamente, faz
uma soma de dinheiro crescer a uma taxa mais rápida do que os juros simples, porque
o investidor obterá retornos sobre o dinheiro investido, bem como sobre os retornos ao
final de cada período de capitalização (GIMENES, 2009). Isso significa que o investidor
não precisa guardar tanto dinheiro para alcançar seus objetivos!

A magia da composição pode ser um fator importante na construção de sua


riqueza, em que quanto mais cedo o investidor abrir uma conta com juros e começar a
estocar dinheiro, mais dinheiro ganhará em juros compostos. Também é fundamental
para ajudar a mitigar fatores de erosão da riqueza, como o aumento do custo de vida, a
inflação e a redução do poder de compra (NETO, 2017).

Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos primeiramente a inflação versus


deflação, seus conceitos e relação com juros compostos. Em seguida, analisaremos
taxas equivalentes nos juros compostos onde abordaremos os cálculos capitalização e
descapitalização. Após, estudaremos juros compostos, quando abordaremos o período
de juros compostos, e como os juros compostos são calculados.

141
2 INFLAÇÃO VS. DEFLAÇÃO
O quão rentável um investimento pode ser vai depender da inflação ou deflação
acumulada no período. Tanto a inflação como a deflação são calculadas sobre juros com-
postos, ou seja, juros sobre juros. O cálculo da inflação e da deflação são realizados por meio
dos juros compostos, proporcionando o cálculo perdas e ou ganhos ao longo do tempo.

A inflação ocorre quando os preços dos bens e serviços aumentam, enquanto a


deflação ocorre quando esses preços diminuem. O equilíbrio entre essas duas condições
econômicas, lados opostos da mesma moeda, é delicado e uma economia pode oscilar
rapidamente de uma condição para outra (SELEME, 2010). Os bancos centrais estão aten-
tos aos níveis de variação de preços e atuam para conter a deflação ou a inflação por meio
da condução da política monetária, como a fixação das taxas de juros (SILVA, 2009).

A inflação é uma medida quantitativa da rapidez com que o preço dos bens em
uma economia está aumentando, podendo ser causada quando bens e serviços estão
em alta demanda, criando assim uma queda na disponibilidade. Os suprimentos podem
diminuir por vários motivos, por exemplo, um desastre natural pode acabar com uma
safra de alimentos, ou, quem sabe, um boom imobiliário pode esgotar os suprimentos de
construção etc. (BARTEL, 2011). Seja qual for o motivo, os consumidores estão dispostos
a pagar mais pelos itens que desejam, fazendo com que fabricantes e prestadores de
serviços cobrem mais (HOJI, 2012).

A medida mais comum de inflação é a taxa de aumento do índice de preços


ao consumidor (IPC). O IPC é uma cesta teórica de bens, incluindo bens e serviços de
consumo, assistência médica e custos de transporte. O governo acompanha o preço
dos bens e serviços na cesta para entender o poder de compra (PADOVEZE, 2016).

A inflação pode ser boa ou ruim, dependendo das razões e do nível de inflação.
De fato, uma completa falta de inflação pode ser bastante ruim para a economia, como
veremos a seguir com a deflação (PUJATTI; ALMEIDA, 2007). Uma quantia modesta de
inflação pode encorajar gastos e investimentos, pois a inflação pode corroer lentamente
o poder de compra do dinheiro (PAULANI; BRAGA, 2020).

A deflação ocorre quando há muitos bens disponíveis ou quando não há


dinheiro suficiente circulando para comprar esses bens e, como resultado, o preço dos
bens e serviços cai (GITMAN, 2010).

Picardo (2022) apresenta o seguinte exemplo: se um determinado tipo de carro


se tornar muito popular, outros fabricantes começam a fabricar um veículo semelhante
para competir. Logo, as montadoras têm mais desse estilo de veículo do que podem
vender, então devem baixar o preço para vender os carros. As empresas que ficam
presas com muito estoque precisam cortar custos, o que geralmente leva a demissões.
Indivíduos desempregados não têm dinheiro suficiente disponível para comprar itens;
para persuadi-los a comprar, os preços baixam, o que continua a tendência.
142
A deflação pode levar a uma recessão econômica ou depressão, e os bancos
centrais geralmente trabalham para interromper a deflação assim que ela começa.
Quando os provedores de crédito detectam uma queda nos preços, geralmente
reduzem a quantidade de crédito que oferecem (HOJI, 2014). Para Gitman (2010), isso
cria uma crise de crédito em que os consumidores não podem acessar empréstimos
para comprar itens caros, deixando as empresas com estoques em excesso e causando
mais deflação. Períodos prolongados de deflação podem prejudicar o crescimento
econômico e aumentar o desemprego (GITMAN, 2010).

Assim como a hiperinflação descontrolada é ruim, quedas descontroladas de pre-


ços podem levar a danos em uma espiral deflacionária. Essa situação normalmente ocorre
durante períodos de crise econômica, como recessão ou depressão, à medida que a produ-
ção econômica diminui e a demanda por investimento e consumo seca (HOJI; LUZ, 2018).
Isso pode levar a um declínio geral nos preços dos ativos, pois os produtores são forçados a
liquidar os estoques que as pessoas não querem mais comprar (SELEME, 2010).

Consumidores e empresas começam a manter reservas de dinheiro líquido para


proteger contra perdas financeiras adicionais. Quanto mais dinheiro é economizado,
menos dinheiro é gasto, diminuindo ainda mais a demanda agregada (SILVA, 2009).
Nesse ponto, as expectativas das pessoas em relação à inflação futura também são
reduzidas e elas começam a acumular dinheiro. Os consumidores têm menos incentivo
para gastar dinheiro hoje quando podem razoavelmente esperar que seu dinheiro terá
mais poder de compra amanhã (HOJI; LUZ, 2018).

2.1 INFLAÇÃO
A inflação é um aumento dos preços, que pode ser traduzido como o declínio
do poder de compra ao longo do tempo. A taxa na qual o poder de compra cai pode ser
refletida no aumento do preço médio de uma cesta de bens e serviços selecionados
durante algum período (BARTEL, 2011). O aumento dos preços, que muitas vezes é
expresso em porcentagem, significa que uma unidade de moeda efetivamente compra
menos do que em períodos anteriores. A inflação pode ser contrastada com a deflação,
que ocorre quando os preços caem e o poder de compra aumenta (SELEME, 2010).

Embora seja fácil medir as mudanças de preço de produtos individuais ao


longo do tempo, as necessidades humanas vão além de apenas um ou dois produtos
(HOJI; LUZ, 2018). Para Bartel (2011), os indivíduos precisam de um conjunto grande
e diversificado de produtos, bem como de uma série de serviços para viver uma vida
confortável. Eles incluem commodities como grãos alimentícios, metal, combustível,
serviços públicos como eletricidade e transporte e serviços como assistência médica,
entretenimento e trabalho (BARTEL, 2011).

143
A inflação visa medir o impacto geral das mudanças de preços para um conjunto
diversificado de produtos e serviços, gerando uma representação de valor único do
aumento do nível de preços de bens e serviços em uma economia durante um período
(PADOVEZE, 2016).

De acordo com Paulani e Braga (2020), os preços aumentam, o que significa


que uma unidade de dinheiro compra menos bens e serviços. Essa perda de poder
de compra impacta o custo de vida do público comum, o que acaba levando a uma
desaceleração do crescimento econômico. Para os autores, a visão consensual entre
os economistas é que a inflação sustentada ocorre quando o crescimento da oferta
monetária de uma nação supera o crescimento econômico.

Para combater isso, a autoridade monetária (como o banco central) toma as medi-
das necessárias para gerenciar a oferta monetária e o crédito para manter a inflação dentro
dos limites permitidos e manter a economia funcionando sem problemas (HOJI; LUZ, 2018).

2.2 DEFLAÇÃO
A deflação é um declínio geral nos preços de bens e serviços, normalmente
associado a uma contração na oferta de moeda e crédito na economia. Durante a
deflação, o poder de compra da moeda aumenta ao longo do tempo (BARTEL, 2011).

A deflação faz com que os custos nominais de capital, trabalho, bens e serviços
caiam, embora seus preços relativos possam permanecer inalterados. A deflação tem
sido uma preocupação popular entre os economistas por décadas, em que à primeira
vista, a deflação beneficia os consumidores porque eles podem comprar mais bens e
serviços com a mesma renda nominal ao longo do tempo (PADOVEZE, 2016).

No entanto, nem todos ganham com preços mais baixos, e os economistas


muitas vezes se preocupam com as consequências da queda dos preços em vários
setores da economia, especialmente em questões financeiras. Em particular, a deflação
pode prejudicar os mutuários, que podem ser obrigados a pagar suas dívidas em dinheiro
que vale mais do que o dinheiro emprestado, bem como quaisquer participantes do
mercado financeiro que invistam ou especulem sobre a perspectiva de aumento dos
preços (PAULANI; BRAGA, 2020).

3 TAXAS EQUIVALENTES NOS JUROS COMPOSTOS


Na matemática financeira, intitulamos de equivalentes os capitais que
apresentam o mesmo valor em uma determinada data de avaliação. O cálculo da taxa
equivalente proporciona converter taxas que estão em um período para outro, de forma
a proporcionar a comparação de taxas e verificar qual o mais rentável (SAMANEZ, 2010).
Por exemplo, você pode ter um investimento que lhe rende 10% ao ano e pode ter outro

144
investimento que lhe rende 1,3% ao mês. A taxa equivalente proporciona converter as
taxas para o mesmo período e assim proporcionar a comparação de investimento e
decidir qual o mais rentável.

Em síntese, o cálculo da taxa equivalente apresenta duas funções principais:

• Para fazer comparações entre todos os seus investimentos.


• Para calcular a taxa de juros auferida sobre um determinado valor de juros que
recebeu em um ano para determinar o desempenho de seus investimentos.

O cálculo das taxas equivalentes é realizado quando se tem duas taxas com
período de capitalização diferentes. O cálculo proporciona colocar a taxa no mesmo
período e, assim, poder compará-las. O cálculo das taxas equivalentes é realizado
utilizando as fórmulas de capitalização e descapitalização.

• Capitalização de uma taxa refere-se ao processo realizado para identificar uma


taxa equivalente a um período MAIOR em relação à taxa que temos. Por exemplo,
converter uma taxa que está ao mês para ao ano.
• Descapitalização de uma taxa refere-se ao processo realizado para identificar uma
taxa equivalente a um período MENOR em relação à taxa que temos. Por exemplo,
converter uma taxa que está ao ano para ao mês.

3.1 CÁLCULO DE CAPITALIZAÇÃO


O cálculo de capitalização pode ser realizado tanto por meio de fórmula como
por meio da calculadora HP12C.

A fórmula da capitalização é:

Ic = {(1 + i)n – 1} • 100

O cálculo da taxa equivalente pode ser realizado pela HP12C, porém, como não é
informado o capital para que possamos calcular utilizando a calculadora, padronizamos
em utilizar SEMPRE um capital fictício no valor de R$ 100,00.

Comandos para realizar o cálculo da capitalização na HP12C:


1. Digite f REG para zerar a memória financeira da calculadora.
2. Digite o valor fictício de 100 e aperte CHS PV
3. Digite o valor da taxa de juros e aperte i
4. Digite o valor do tempo entre a taxa informada e a procurada e aperte n
5. Aperte FV para calcular e exibir os juros equivalente.
6. Digite 100 e aperte - .

145
Exemplo 1:
Calcule qual é a taxa anual equivalente a uma taxa de 1% ao mês.

Resolução pela fórmula:


Ic = {(1 + i)n – 1} * 100
Ic = {(1 + 0,01)12 – 1} * 100
Ic = {(1,01)12 – 1} * 100
Ic = {1,12682503 – 1} * 100
Ic = 0,12682503 * 100
Ic = 12,682503% ao ano (ou seja, em juros compostos 1% ao mês é equivalente
a 12,68% ao ano).

Observação: foi utilizado o expoente 12, pois um ano tem 12 meses, e como o
exemplo pedia para converter mês para ano, era necessário identificar quantos meses
tem no decorrer de um ano para colocar no expoente. Se em outro exemplo solicita-se
para converter mês para semestre, iremos usar o expoente 6, pois em um semestre
temos 6 meses.

Resolução pela HP12C:

f REG
100 CHS PV
1 i
12 n
FV
100 - .
No visor, irá aparecer: 12,682503 (ou seja, em juros compostos 1% ao mês é
equivalente a 12,68% ao ano).

3.2 CÁLCULO DESCAPITALIZAÇÃO


O cálculo de descapitalização pode ser realizado tanto por meio de fórmula
como por meio da calculadora HP12C.

A fórmula da descapitalização é:

Id = {(1 + i)1/n – 1} • 100

O cálculo da taxa equivalente pode ser realizado pela HP12C, porém, como não é
informado o capital, para que possamos calcular utilizando a calculadora, padronizamos
em utilizar SEMPRE um capital fictício no valor de R$ 100,00.

146
Comandos para realizar o cálculo da descapitalização na HP12C:
1. Digite f REG para zerar a memória financeira da calculadora.
2. Digite o valor fictício de 100 e aperte CHS PV .
3. Digite o valor da taxa de juros e aperte i .
4. Digite o valor do tempo entre a taxa informada e a procurada e aperte 1/x n.
5. Aperte FV para calcular e exibir os juros equivalente.
6. Digite 100 e aperte - .

Exemplo 3:
Calcule qual é a taxa mensal equivalente a uma taxa de 20% ao ano.

Resolução pela fórmula:


Id = {(1 + i)1/n – 1} * 100
Id = {(1 + 0,2)1/12 – 1} * 100
Id = {(1,2)0,083333333 – 1} * 100
Id = {1,01530947 – 1} * 100
Id = 0,01530947 * 100
Id = 1,530947% ao mês (ou seja, em juros compostos 20% ao ano é equivalente
a 1,53% ao mês).

Observação: foi utilizado o expoente 1/12, pois um ano tem 12 meses e, como o
exemplo pedia para converter ano para mês, era necessário identificar quantos meses
tem no decorrer de um ano para colocar no expoente. Se em outro exemplo solicita-se
para converter semestre para mês, iremos usar o expoente 1/6, pois em um semestre
temos 6 meses.

Resolução pela HP12C:

f REG
100 CHS PV
20 i
12 1/x n
FV
100 - .

No visor, irá aparecer: 1,530947% ao mês (ou seja, em juros compostos 20% ao
ano é equivalente a 1,53% ao mês).

4 JUROS COMPOSTOS
Juros compostos são os juros de um empréstimo ou depósito calculados com
base no valor principal (também chamado de capital inicial, valor emprestado) e nos
juros acumulados de períodos anteriores. Acredita-se que tenha se originado na Itália

147
do século XVII. Os juros compostos podem ser considerados como “juros sobre juros”
(SAMANEZ, 2010). Eles farão uma soma crescer a uma taxa mais rápida do que os juros
simples, que são calculados apenas sobre o valor principal.

4.1 PERIODO DE JUROS COMPOSTOS


Os juros podem ser compostos em qualquer período de frequência, de diário
a anual. Existem esquemas de frequência de composição padrão que geralmente são
aplicados a instrumentos financeiros (CASTANHEIRA; LEITE, 2017).

De acordo com Ferreira (2014), o período de composição é comumente usado


para contas de poupança nos bancos é diário. Segundo o autor, para um certificado de
depósito (CD), os tempos típicos de frequência de capitalização são diários, mensais ou
semestrais; para contas do mercado monetário, geralmente, é diário. Para empréstimos
imobiliários, empréstimos comerciais pessoais ou contas de cartão de crédito, o período
de composição mais comumente aplicado é mensal (SAMANEZ, 2010).

Pode haver variações no prazo em que os juros acumulados são efetivamente


creditados ao saldo existente. Os juros de uma conta podem ser compostos diariamente,
mas apenas creditados mensalmente. De acordo com Barros (2014), é somente quando
os juros são realmente creditados, ou adicionados ao saldo existente que ele começa a
render juros adicionais na conta.

Alguns bancos também oferecem algo chamado juro composto continuamente,


que adiciona juros ao principal a cada instante possível. Para fins práticos, não acumula
muito mais do que juros compostos diários, a menos que você queira colocar dinheiro
e retirá-lo no mesmo dia (CASTANHEIRA; LEITE, 2017). A composição mais frequente de
juros é benéfica para o investidor ou credor. Para um mutuário, o oposto é verdadeiro
(FERREIRA, 2014).

DICA
Um mutuário é a pessoa que recebe um empréstimo para adquirir um
bem. Nesses casos, o mutuário recebe o valor logo após firmar contrato
e se torna responsável por pagar o montante adquirido ao banco ou à
instituição financeira em questão. Um exemplo de mutuário são as
pessoas que participam do programa Minha Casa Minha Vida. Nesse caso,
o consumidor recebe o subsídio do Governo Federal para compra de uma
casa ou apartamento.

FONTE: https://bit.ly/3xpuL8d. Acesso em: 31 ago. 2022.

148
4.2 COMO OS JUROS COMPOSTOS SÃO CALCULADOS
Os juros compostos são calculados aplicando um fator de crescimento expo-
nencial à taxa de juros ou taxa de retorno que está usando (SAMANEZ, 2010). Para cal-
cular juros compostos é preciso conhecer alguns conceitos:

• Valor presente (PV): também chamado de valor do capital ou valor principal,


refere-se ao saldo inicial sobre o qual os juros estão sendo calculados.
• Taxa: refere-se à taxa de juros (ou taxa de retorno esperada no investimento),
expressa como um decimal.
• Período: também chamado de tempo, o período de composição refere-se à
frequência com que você adiciona juros ao principal.
• Valor futuro (FV): também chamado de montante, refere-se ao valor recebido ou
pago ao fim do período acrescido de juros calculado conforma a taxa estabelecida.
Ou seja, é a soma do valor principal mais os juros.
• Valor da Prestação (PMT): refere-se ao valor pago ou recebido periodicamente,
como o pagamento de uma compra mensalmente paga com um valor da prestação
até a quitação da compra.

4.3 CÁLCULO DO VALOR FUTURO (FV) OU MONTANTE


O cálculo do valor futuro (FV), também chamado de montante (capital + juros),
pode ser realizado por meio da fórmula:

FV = PV • (1 + i)n

Onde:
• FV = Montante ou Valor Futuro.
• PV = Capital inicial ou Valor Presente.
• i = taxa de juros.
• n = período(s) de capitalização(ões) ou tempo.

Exemplo 1
Calcule o valor futuro (FV) que será produzido se aplicarmos o capital inicial
de R$ 3.000,00 a uma taxa de 7% ao mês em Juros Compostos, durante o tempo de 3
meses.

Resolução pela fórmula


FV = PV * (1 + i)n
FV = 3.000 * (1 + 0,07)3
FV = 3.000 * 1,225043
FV = 3.675,13 (ou seja, o valor futuro é de R$ 3.675,13)

149
Resolução pela hp12c
f REG
3000 CHS PV
7i
3n
FV = 3.675,13 (ou seja, o valor futuro é de R$ 3.675,13)

Exemplo 2
Calcule o valor futuro (FV) que será produzido se aplicarmos o valor presente de
R$ 5.000,00 a uma taxa de 4% ao mês em juros compostos, durante o tempo de 2 ano.

Resolução
Se preferir pode usar a função capitalização e/ou descapitalização para calcular
a taxa equivalente para igualar a taxa ao tempo. Ou pode converter o tempo para mesmo
período da taxa.
Como a taxa está ao mês, optamos em transformar o tempo, que está em ano
para ao mês.

O tempo de 2 ano é igual a 24 meses (2 anos * 12 meses = 24 meses).

Resolução pela fórmula


FV = PV * (1 + i)n
FV = 5.000 * (1 + 0,04)24
FV = 5.000 * 2,563304165
FV = 12.816,52 (ou seja, o valor futuro é de R$ 12.816,52)

Resolução pela HP12C


f REG
5000 CHS PV
4i
24 n
FV = 12.816,52 (ou seja, o valor futuro é de R$ 12.816,52)

4.4 CÁLCULO DO VALOR PRESENTE (PV) OU CAPITAL INICIAL


Exemplo 3

Calcule o valor presente (PV) que, aplicado durante 12 meses e a uma taxa de
2% ao mês em juros compostos, produz o valor futuro (FV) de R$ 5.000,00.

Resolução pela fórmula


FV = PV • (1 + i)n
5000 = PV * (1 + 0,02)12
5000 = PV * 1,268241795

150
5000/ 1,268241795 = PV
PV = 3.942,47 (ou seja, o valor presente é de R$ 3.942,47)

Resolução pela HP12C


f REG
5000 CHS FV
2i
12 n
PV = 3.942,47 (ou seja, o valor presente é de R$ 3.942,47)

Exemplo 4
Calcule o valor presente (PV) que, aplicado durante 60 meses, a uma taxa de 8%
ao ano em juros compostos, produz o valor futuro (FV) de R$ 20.000,00.

Resolução
Se preferir, pode usar a função capitalização e/ou descapitalização para calcular
a taxa equivalente para igualar a taxa ao tempo. Ou pode converter o tempo para mesmo
período da taxa.

Como a taxa está ao ano, optamos em transformar o tempo, que está ao mês
para ao ano.

Como 1 ano tem 12 meses, então, dividimos 60 meses por 12 e obtemos que 60
meses é igual a 5 anos. (60 meses / 12 meses = 5 anos).

Resolução pela fórmula


FV = PV • (1 + i)n
20.000 = PV * (1 + 0,08)5
20.000 = PV * 1,469328077
20.000/ 1,469328077 = PV
PV = 13.611,66 (ou seja, o valor presente é de R$ 13.611,66)

Resolução pela HP12C


f REG
20.000 CHS FV
8i
5n
PV = 13.611,66 (ou seja, o valor presente é de R$ 13.611,66)

4.5 CÁLCULO DA TAXA (i)


Exemplo 5
O valor presente de R$ 2.000,00 produziu um valor futuro de R$ 3.000,00
durante 5 meses. Calcule a taxa de aplicação mensal em juros compostos.

151
Resolução pela fórmula

i = 0,084471771 * 100
i = 8,4471771 (ou seja, uma taxa de 8,45% ao mês)

Resolução pela HP12C


f REG
2000 CHS PV
3000 FV
5n
i = 8,4471771 (ou seja, uma taxa de 8,45% ao mês)

4.6 CÁLCULO DO TEMPO ( n )


Exemplo 6
Calcule em quantos meses um valor presente (PV) de R$ 5.000,00 produz um
valor futuro (FV) de R$ 9.000,00 se a taxa de juros for 3% ao mês, em juros compostos.

Resolução pela fórmula

n = 19,88533433 (ou seja, 19,89 meses)

Como calcular o In()


In(1,8) = 1,8 g LN
In(1,8) = 0,587786665

152
In (1,03) = 1,03 g LN
In (1,03) = 0,029558802

Resolução pela HP12C


f REG
5000 CHS PV
9000 FV
3i
n = 20,00 (ou seja, uma taxa de 20 meses) *

* Observação importante: a HP12C sempre arredonda a resposta para o


próximo período inteiro. Para ela, não existe tempo “quebrado” ou meses quebrados. No
exemplo, a resposta pela fórmula é 19,89 meses, mas, para a calculadora, será 20 meses.

153
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:

• A inflação é uma medida quantitativa da rapidez com que o preço dos bens em uma
economia está aumentando

• A deflação ocorre quando há muitos bens disponíveis ou quando não há dinheiro


suficiente circulando para comprar esses bens e, como resultado, o preço dos bens
e serviços cai.

• Capitalização de uma taxa refere-se ao processo realizado para identificar uma taxa
equivalente a um período MAIOR em relação à taxa que temos.

• Descapitalização de uma taxa refere-se ao processo realizado para identificar uma


taxa equivalente a um período MENOR em relação à taxa que temos.

• Juros compostos são os juros de um empréstimo ou depósito calculados com base


no valor principal e nos juros acumulados de períodos anteriores.

• Valor presente (PV), também chamado de valor do capital ou valor principal, refere-
se ao saldo inicial sobre o qual os juros estão sendo calculados.

• Taxa refere-se à taxa de juros (ou taxa de retorno esperada no investimento),


expressa como um decimal.

• Também chamado de tempo, o período de composição refere-se à frequência com


que você adiciona juros ao principal.

• Valor futuro (FV), também chamado de montante, refere-se ao valor recebido ou


pago, ao fim do período acrescido de juros calculado conforma a taxa estabelecida.
Ou seja, é a soma do valor principal mais os juros.

• Valor da Prestação (PMT) refere-se ao valor pago ou recebido periodicamente. Como


o pagamento de uma compra, onde mensalmente se paga um valor da prestação
até a quitação da compra.

154
AUTOATIVIDADE
1 Calcule qual é a taxa semestral equivalente a uma taxa de 2% ao mês.

a) ( ) 9,33% a.s.
b) ( ) 12,62% a.s.
c) ( ) 15,10% a.s.
d) ( ) 24,93% a.s.

2 Calcule qual é a taxa bimestre equivalente a uma taxa de 10% ao semestre.

a) ( ) 0,46% a.b.
b) ( ) 1,34% a.b.
c) ( ) 3,23% a.b.
d) ( ) 5,93% a.b.

3 Calcule o valor futuro (FV) que será produzido se aplicarmos o capital inicial de R$
8.000,00 a uma taxa de 4% ao mês em Juros Compostos, durante o tempo de 5
meses.

a) ( ) R$ 8.733,22.
b) ( ) R$ 4.190,52.
c) ( ) R$ 5.945,30.
d) ( ) R$ 6.274,91.

4 Calcule o valor futuro (FV) que será produzido se aplicarmos o valor presente (PV) de
R$ 600,00 a uma taxa de 1,8% ao mês em juros compostos, durante o tempo de 1
semestre.

a) ( ) R$ 679,15.
b) ( ) R$ 780,31.
c) ( ) R$ 961,10.
d) ( ) R$ 667,79.

5 Calcule o valor presente (PV) que, aplicado durante 18 meses e a uma taxa de 6% ao
mês em juros compostos, produz o valor futuro (FV) de R$ 6.500,00.

a) ( ) R$ 1.356,41.
b) ( ) R$ 2.789,73.
c) ( ) R$ 2.277,23.
d) ( ) R$ 3.738,44.

155
6 Calcule o valor presente (PV) que, aplicado durante 120 meses, a uma taxa de 9% ao
ano em juros compostos, produz o valor futuro (FV) de R$ 15.000,00.

a) ( ) R$ 3.900,61.
b) ( ) R$ 4.350,44.
c) ( ) R$ 6.336,16.
d) ( ) R$ 8.520,10.

7 O valor presente de R$ 1.000,00 produziu um valor futuro de R$ 2.000,00 durante 10


meses. Calcule a taxa de aplicação mensal em juros compostos.

a) ( ) 7,18% a.m.
b) ( ) 5,31% a.m.
c) ( ) 4,56% a.m.
d) ( ) 3,10% a.m.

8 Calcule em quantos meses um valor presente (PV) de R$ 3.000,00 produz um valor


futuro (FV) de R$ 4.000,00 se a taxa de juros for 6% ao mês, em juros compostos.

a) ( ) 8,32 meses
b) ( ) 6,12 meses
c) ( ) 2,82 meses
d) ( ) 4,94 meses

9 O cálculo das taxas equivalentes é realizado quando se tem duas taxas com período
de capitalização diferentes. O cálculo proporciona colocar a taxa no mesmo período
e assim poder compará-las. O cálculo das taxas equivalentes é realizado utilizando
as fórmulas de capitalização e descapitalização. Disserte sobre o sistema de
capitalização e de descapitalização.

10 O quão rentável um investimento pode ser, vai depender da inflação ou deflação


acumulado no período. Tanto a inflação como a deflação são calculados sobre
juros compostos, ou seja, juros sobre juros. O cálculo da inflação e da deflação são
realizados por meio dos jutos compostos, proporcionando o cálculo perdas e ou
ganhos ao longo do tempo. Conceitue inflação e deflação.

156
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
SÉRIE DE PAGAMENTO

1 INTRODUÇÃO
Um empréstimo parcelado é um tipo de acordo ou contrato envolvendo um
empréstimo que é pago ao longo do tempo com um número definido de pagamentos
programados. O prazo do empréstimo pode ser de apenas alguns meses ou mesmo
alguns anos (FERREIRA, 2014). Um empréstimo parcelado é uma quantia que o investidor
empresta e paga em pagamentos, ou parcelas, durante um período, geralmente meses
ou anos. Os empréstimos parcelados podem ser garantidos com garantias, como um
carro, ou não garantidos (SAMANEZ, 2010).

A solicitação de um empréstimo parcelado geralmente requer uma verificação


de crédito, o que pode diminuir temporariamente a pontuação de crédito em alguns
pontos. Além disso, os empréstimos parcelados podem fortalecer seu crédito se a
mutuário fizer pagamentos consistentes e pontuais (GIMENES, 2009).

O empréstimo tem sido praticado por muitos milhares de anos e manifestou


uma variedade de formas ao longo desse tempo. Contratos de empréstimo primitivos
da Mesopotâmia já no século X a. C. evidenciam o desenvolvimento de um sistema
rudimentar de crédito que incluía o conceito de juros e o conceito de pagamento de
juros em parcelas em intervalos regulares (BARROS, 2014).

O pagamento dos juros de empréstimos em prestações, segundo Hazzan e


Pompeo (2014), pode ser discernido já no século VI a. C. em contratos antigos como
o seguinte contrato de empréstimo de dinheiro, que é de 550 a. C., em que nenhuma
garantia foi dada ao credor, mas ele recebeu juros de vinte por cento e esses juros foram
pagos em parcelas em intervalos de um mês (supostamente lunar).

Caro acadêmico, no Tópico 2, abordaremos, primeiramente, os empréstimos


parcelados, e analisaremos os tipos comuns de empréstimos, as classificações dos
empréstimos parcelados, vantagens e desvantagens. Em seguida, analisaremos os
tipos de séries de pagamentos: o antecipado e o postecipado. Por fim, abordaremos os
cálculos das séries de pagamentos, primeiramente a de antecipado e, posteriormente,
a de postecipado.

157
2 EMPRÉSTIMOS PARCELADOS
Um empréstimo parcelado, segundo Hazzan e Pompeo (2014), é um termo
amplo e geral que se refere à esmagadora maioria dos empréstimos pessoais e
comerciais concedidos aos mutuários. Para os autores, os empréstimos parcelados
incluem qualquer empréstimo que seja reembolsado com pagamentos ou prestações
regulares. Um empréstimo parcelado fornece ao mutuário uma quantia que deve ser
reembolsada com pagamentos programados regularmente. Cada pagamento de uma
dívida parcelada inclui o pagamento de uma parte do valor principal emprestado e o
pagamento de juros sobre a dívida (PADOVEZE, 2016).

De acordo com Silva (2009), as principais variáveis ​​que determinam o valor


de cada pagamento de empréstimo programado regularmente incluem o valor do
empréstimo, a taxa de juros cobrada do mutuário e a duração ou prazo do empréstimo.
O valor do pagamento regular, normalmente devido mensalmente, permanece o mesmo
durante todo o prazo do empréstimo, tornando mais fácil para o mutuário fazer um
orçamento antecipado para fazer os pagamentos necessários (SILVA, 2009).

Os tipos comuns de empréstimos parcelados são:

• empréstimos para automóveis;


• empréstimos imobiliários;
• empréstimos pessoais.

Com exceção dos empréstimos imobiliários, que às vezes são empréstimos


com taxa variável em que a taxa de juros muda durante o prazo do empréstimo, quase
todos os empréstimos parcelados são com taxa fixa, o que significa que a taxa de juros
cobrada durante o prazo é fixada no momento de empréstimo (SILVA, 2009).

Os empréstimos parcelados podem ser classificados com relação à garantia de


duas formas, existe o parcelado garantido (com garantias) e/ou parcelado não garantido
(sem garantias) (PADOVEZE, 2016).

• Parcelados garantidos: ocorrem quando o mutuário apresenta um bem como


garantia de pagamento do empréstimo. Empréstimos imobiliários são garantidos
com a imóvel que o empréstimo está sendo usado para comprar, e a garantia
para um empréstimo de automóvel é o veículo que está sendo adquirido com o
empréstimo (PADOVEZE, 2016).
• Parcelados não garantidos: ocorrem quando o mutuário não apresenta nenhum
bem como garantia de pagamento do empréstimo. Alguns empréstimos parcelados
(geralmente chamados de empréstimos pessoais) são concedidos sem a
necessidade de garantias. Os empréstimos concedidos sem a exigência de garantias
são feitos com base na qualidade de crédito do mutuário, geralmente demonstrada
por meio de uma pontuação de crédito, e na capacidade de pagamento conforme
demonstrado pela renda e ativos do mutuário (PADOVEZE, 2016).
158
A taxa de juros cobrada em um empréstimo sem garantia é geralmente mais
alta do que a taxa que seria cobrada em um empréstimo com garantia comparável,
refletindo o maior risco de não pagamento que o credor aceita (SELEME, 2010).

Os empréstimos parcelados são flexíveis e podem ser facilmente adaptados às


necessidades específicas do mutuário em termos do montante do empréstimo e do
período que melhor corresponde à capacidade do mutuário de o reembolsar. Esses
empréstimos permitem que o mutuário obtenha financiamento a uma taxa de juros
substancialmente mais baixa do que o normalmente disponível com financiamento de
crédito rotativo, como cartões de crédito (HOJI; LUZ, 2018). Dessa forma, o mutuário
pode manter mais dinheiro disponível para usar para outros fins, em vez de fazer um
grande desembolso de dinheiro (SELEME, 2010).

Vantagens

• Capacidade de financiar grandes compras.


• O valor do pagamento geralmente permanece o mesmo durante todo o prazo do
empréstimo.
• Geralmente é possível economizar juros pagando o empréstimo antecipadamente.

Desvantagens

• As taxas de empréstimo podem ser altas.


• O crédito pode ser danificado devido a pagamentos atrasados ​​ou perdidos.
• Potencial para emprestar mais do que o necessário.

Para empréstimos de prazo mais longo, uma desvantagem é que o mutuário


pode estar pagando um empréstimo com juros fixos a uma taxa de juros mais alta do
que a taxa de mercado vigente. O mutuário pode refinanciar o empréstimo à taxa de
juros mais baixa vigente (SELEME, 2010).

A outra desvantagem principal de um empréstimo parcelado decorre do fato de


o mutuário estar preso a uma obrigação financeira de longo prazo. Em algum momento,
as circunstâncias podem tornar o mutuário incapaz de cumprir os pagamentos
programados, arriscando inadimplência e possível perda de qualquer garantia usada
para garantir o empréstimo (SILVA, 2009).

Pagar um empréstimo parcelado em dia é uma excelente maneira de construir


seu crédito. O histórico de pagamentos é um fator muito importante que contribui para
sua pontuação de crédito e um longo histórico de uso responsável de crédito é bom para
sua classificação de crédito (BARTEL, 2011). A pontuação de crédito pode ser afetada se
você não fizer os pagamentos em dia ou deixar de pagar o empréstimo, o que também
é uma bandeira vermelha aos olhos dos credores (GITMAN, 2010).

159
3 TIPOS DE SÉRIES DE PAGAMENTO
Caro acadêmico, as séries de pagamento podem ser tanto antecipadas como
potenciadas.

• Antecipadas: a série de pagamento antecipada ocorre quando o primeiro paga-


mento de uma negociação (compra) é pago no ato do negócio (compra). Antecipado
é a prestação que será paga no mesmo dia da concretização de um negócio ou
operação, ou seja, é chamado de forma de pagamento (1 + n), onde a negociação
(compra) envolve valor de entrada iniciando o pagamento no dia do fechamento do
negócio (GIMENES, 2009). Por exemplo, uma compra que será parcelada em 9 vezes
sem que o primeiro pagamento ocorra no dia da compra (1 + 8).

A fórmula para realizar o cálculo da prestação antecipada é:

• Postecipadas: a série de pagamento postecipado ocorre quando o primeiro paga-


mento de uma negociação (compra) é realizado 30 dias após a compra. Postecipada
é a prestação que será paga 30 dias após a concretização de um negócio ou opera-
ção, ou seja, é chamado de forma de pagamento (0 + n), onde a negociação (compra)
não envolve valor de entrada e o início da série de pagamento ocorre após 30 dias do
fechamento do negócio (GIMENES, 2009). Por exemplo, uma compra que será par-
celada em 9 vezes sem entrada e o primeiro pagamento será daqui a 30 dias (0 + 9).

A fórmula para realizar o cálculo da prestação postecipada é:

Uso da HP12C para séries de pagamento antecipada e postecipada

Para realizar o cálculo da prestação postecipada com uso da calculadora HP12C,


é preciso configurar a calculado ativando a função END para calcular série de pagamento
postecipada, e o BEGIN para calcular série de pagamento antecipado.

Para especificar o modo de vencimento:

• ANTECIPADA: aperte g BEG para pagamentos feitos no início dos períodos de


capitalização. Observe que no visor da calculadora irá aparecer “BEGIN”.
• POSTECIPADO: aperte g END para pagamentos feitos no final dos períodos de
capitalização. Observe que se não estiver aparecendo no visor da calculadora a
palavra BEGIN significa que a calculadora está trabalhando no modula END. Ou seja,
quando o END estiver ativado, ele não aparece no visor da calculadora.

160
4 CÁLCULO DO ANTECIPADO
Caro acadêmico, como vimos anteriormente, a série de pagamento antecipada
ocorre quando o pagamento é realizado no início da série de pagamento (1 + n). Também
vimos que para calcular com uso da calculadora hp12c é preciso ativar a função BEGIN da
calculadora, por meio dos comandos: aperte g BEG ). A fórmula da série de pagamento
antecipado é:

Chegou a hora de praticar.

Exemplo 1

Um apartamento que custa à vista R$ 250.000,00 pode ser adquirido em 120


prestações mensais e fixas, e a primeira prestação deve ser paga no ato do negócio.
Considerando que o parcelamento foi efetuado com uma taxa de 1% ao mês, calcule o
valor das prestações.

Resolução pela fórmula

250.000 / 70,39752725 = PMT


PMT => 3.551,26 (ou seja, as prestações são de R$ 3.551,26 mensais e fixas).

Resolução pela HP12C


Certifique-se de que o BEGIN está ativo ( g BEG )
f REG
250.000 CHS PV
120 n
1i
PMT => 3.551,26 (ou seja, as prestações são de R$ 3.551,26 mensais e fixas).

161
5 CÁLCULO DO POSTECIPADO
Caro acadêmico, como vimos, a série de pagamento postecipado ocorre quando
o pagamento é realizado 30 dias após o início da série de pagamento (0 + n). Também
vimos que para calcular com uso da calculadora hp12c é preciso ativar a função END da
calculadora, por meio dos comandos: aperte g BEG . A fórmula da série de pagamento
postecipado é:

Chegou a hora de praticar.

Exemplo 2

Um apartamento que custa à vista R$ 250.000,00 pode ser adquirido em 120


prestações mensais e fixas, e a primeira prestação deve ser paga 30 dias após o negócio.
Considerando que o parcelamento foi efetuado com uma taxa de 1% ao mês, calcule o
valor das prestações.

Resolução pela fórmula:

250.000 = PMT * 69,70052203


250.000 / 69,70052203 = PMT
PMT => 3.586,77 (ou seja, as prestações são de R$ 3.586,77 mensais e fixas)

Resolução pela HP12C


Certifique-se de que o END está ativo ( g END )
f REG
250.000 CHS PV
120 n
1i
PMT => 3.586,77 (ou seja, as prestações são de R$ 3.586,77 mensais e fixas)

162
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:

• Um empréstimo parcelado é um termo amplo e geral que se refere à esmagadora


maioria dos empréstimos pessoais e comerciais concedidos aos mutuários.

• Os tipos comuns de empréstimos parcelados são: empréstimos para automóveis,


empréstimos imobiliários e empréstimos pessoais.

• Parcelamento garantido ocorre quando o mutuário apresenta um bem como


garantia de pagamento do empréstimo.

• Parcelamento não garantido ocorre quando o mutuário não apresenta nenhum bem
como garantia de pagamento do empréstimo.

• A série de pagamento antecipada ocorre quando o primeiro pagamento de uma


negociação (compra) é pago no ato do negócio (compra).

• A série de pagamento postecipada ocorre quando o primeiro pagamento de uma


negociação (compra) é realizado 30 dias após a compra.

• Para especificar o modo de vencimento antecipada deve-se apertar g BEG para


pagamentos feitos no início dos períodos de capitalização.

• Para especificar o modo de vencimento postecipado deve-se apertar g END para


pagamentos feitos no final dos períodos de capitalização.

163
AUTOATIVIDADE
1 Um terreno que custa à vista R$ 100.000,00 pode ser adquirido em 90 prestações
mensais e fixas, e a primeira prestação deve ser paga no ato do negócio. Considerando
que o parcelamento foi efetuado com uma taxa de 1,5% ao mês, calcule o valor das
prestações.

a) ( ) R$ 2.080,34.
b) ( ) R$ 2.002,08.
c) ( ) R$ 2.032,11.
d) ( ) R$ 2.052,10.

2 Um terreno que custa à vista R$ 100.000,00 pode ser adquirido em 90 prestações


mensais e fixas, e a primeira prestação deve ser paga 30 dias após o negócio.
Considerando que o parcelamento foi efetuado com uma taxa de 1,5% ao mês, calcule
o valor das prestações.

a) ( ) R$ 2.080,34
b) ( ) R$ 2.002,08
c) ( ) R$ 2.032,11
d) ( ) R$ 2.052,10

3 Um empréstimo parcelado é um termo amplo e geral que se refere à esmagadora


maioria dos empréstimos pessoais e comerciais concedidos aos mutuários. Os
empréstimos parcelados incluem qualquer empréstimo que seja reembolsado
com pagamentos ou prestações regulares. Os empréstimos parcelados podem ser
classificados com relação à garantia de duas formas. Assinale a alternativa CORRETA
sobre os dois tipos de classificação:

a) ( ) Garantidos – não garantidos.


b) ( ) Capital próprio – capital terceiro.
c) ( ) Tangível – intangível.
d) ( ) Ativo – passivo.

4 Os empréstimos parcelados são flexíveis e podem ser facilmente adaptados às


necessidades específicas do mutuário em termos do montante do empréstimo
e do período que melhor corresponde à capacidade do mutuário de o reembolsar.
Conceitue série de pagamento antecipada.

5 Os empréstimos permitem que o mutuário obtenha financiamento a uma taxa de juros


substancialmente mais baixa do que o normalmente disponível com financiamento de
crédito rotativo, como cartões de crédito. Conceitue série de pagamento postecipada.

164
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PLANOS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
E FINANCIAMENTOS

1 INTRODUÇÃO
A amortização é a forma como os pagamentos de empréstimos são aplicados
a certos tipos de empréstimos. Normalmente, o pagamento mensal permanece o
mesmo e é dividido entre custos de juros (o que seu credor recebe pelo empréstimo),
redução do saldo do empréstimo (também conhecido como "pagamento do principal do
empréstimo") e outras despesas, como impostos sobre a propriedade (BARTEL, 2011).

Existem duas definições gerais de amortização. A primeira é o reembolso


sistemático de um empréstimo ao longo do tempo, já o segundo é usado no contexto
da contabilidade empresarial e é o ato de distribuir o custo de um item caro e de longa
duração por vários períodos (PUJATTI; ALMEIDA, 2007). Os dois são explicados em mais
detalhes nos tópicos a seguir.

Um cronograma de amortização (às vezes chamado de tabela de amortização) é


uma tabela que detalha cada pagamento periódico de um empréstimo amortizado. Cada
cálculo feito pela calculadora também virá com um cronograma de amortização anual
e mensal (SELEME, 2010). Cada pagamento de um empréstimo amortizado conterá um
pagamento de juros e um pagamento do saldo principal, que varia para cada período de
pagamento. Um cronograma de amortização ajuda a indicar o valor específico que será
pago para cada um, juntamente com os juros e o principal pagos até a data e o saldo do
principal restante após cada período de pagamento (SILVA, 2009).

Caro acadêmico, no Tópico 3, abordaremos primeiramente a introdução a


amortização onde abordaremos a amortização de empréstimos e de ativos intangíveis.
Em seguida, analisaremos a importância da amortização, a diferença entre amortização
e depreciação. Na sequência, analisaremos o cronograma de amortização onde
abordaremos a questão sobre o entendimento do cronograma de amortização, e os
métodos para cronograma de amortização. Posteriormente, abordaremos o sistema
de amortização analisando os principais sistemas. Por fim, abordaremos os cálculos do
sistema de amortização abordando o sistema de amortização constante bem como o
sistema de amortização francês.

165
2 INTRODUÇÃO À AMORTIZAÇÃO
A amortização é uma técnica usada para reduzir periodicamente o valor de um
empréstimo ou de um ativo intangível durante um determinado período. No caso de um
empréstimo, a amortização concentra-se em distribuir os pagamentos do empréstimo
ao longo do tempo (SELEME, 2010).

O termo “amortização” refere-se a duas situações de uso:

• Amortização de empréstimo: primeiro, a amortização é usada no processo de


pagamento da dívida por meio de pagamentos regulares de principal e juros ao
longo do tempo. Um cronograma de amortização é usado para reduzir o saldo atual
de um empréstimo (SELEME, 2010).
• Amortização de Ativos Intangíveis: em segundo lugar, a amortização também
pode se referir à prática de distribuir despesas de capital relacionadas a ativos
intangíveis ao longo de uma duração específica, geralmente durante a vida útil do
ativo, para fins contábeis e fiscais (SELEME, 2010).

2.1 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS


A amortização pode se referir ao processo de pagamento da dívida ao longo do
tempo em parcelas regulares de juros e principal suficientes para pagar o empréstimo
integralmente até a data de vencimento. Uma porcentagem maior do pagamento mensal
fixo vai para os juros no início do empréstimo, mas a cada pagamento subsequente,
uma porcentagem maior vai para o principal do empréstimo (HOJI; LUZ, 2018).

A amortização pode ser calculada usando as calculadoras financeiras mais


modernas (por exemplo, a hp12c), pacotes de software de planilha (por exemplo, o
Microsoft Excel) ou calculadoras de amortização online. Os cronogramas de amortização
começam com o saldo do empréstimo em aberto (PUJATTI; ALMEIDA, 2007). Para chegar
ao valor dos pagamentos mensais, o pagamento de juros é calculado multiplicando a
taxa de juros pelo saldo do empréstimo e dividindo por 12. O valor do principal devido em
um determinado mês é o pagamento mensal total (um valor fixo) menos o pagamento
de juros para aquele mês (HOJI; LUZ, 2018).

Para o mês seguinte, o saldo devedor do empréstimo é calculado como o saldo


devedor do mês anterior menos o pagamento do principal mais recente. O pagamento
de juros é novamente calculado a partir do novo saldo devedor, e o padrão continua até
que todos os pagamentos do principal tenham sido feitos, e o saldo do empréstimo seja
zero ao final do prazo do empréstimo (HOJI; LUZ, 2018).

166
2.2 AMORTIZAÇÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS
A amortização também pode se referir à amortização de intangíveis (BARTEL,
2011). Nesse caso, a amortização é o processo de despender o custo de um ativo
intangível ao longo da vida projetada do ativo, e mede o consumo do valor de um ativo
intangível, como fundo de comércio, patente, marca registrada ou direitos autorais
(SILVA, 2009).

A amortização é calculada de forma semelhante à depreciação, que é usada


para ativos tangíveis, como equipamentos, prédios, veículos e outros bens sujeitos
ao desgaste físico, e à depreciação, que é usada para recursos naturais. Quando as
empresas amortizam despesas ao longo do tempo, elas ajudam a vincular o custo de
uso de um ativo às receitas que ele gera no mesmo período contábil (SELEME, 2010).

2.3 A IMPORTANCIA DA AMORTIZAÇÃO


A amortização é importante porque ajuda organizações e investidores a entender
e prever seus custos ao longo do tempo. No contexto do pagamento do empréstimo,
os cronogramas de amortização fornecem clareza sobre qual parte do pagamento do
empréstimo consiste em juros versus principal (PADOVEZE, 2016). Isso pode ser útil para
fins como dedução de pagamentos de juros para fins fiscais.

A amortização de ativos intangíveis é importante porque pode reduzir o lucro


tributável de uma empresa e, portanto, sua responsabilidade fiscal, ao mesmo tempo em
que dá aos investidores uma melhor compreensão dos verdadeiros ganhos da empresa
(PAULANI; BRAGA, 2020).

2.4 DIFERENÇA ENTRE AMORTIZAÇÃO E DEPRECIAÇÃO


Amortização e depreciação são conceitos semelhantes, pois ambos tentam
capturar o custo de manter um ativo ao longo do tempo. A principal diferença entre eles,
no entanto, é que a amortização se refere aos ativos intangíveis, enquanto a depreciação
se refere aos ativos tangíveis (PAULANI; BRAGA, 2020). Exemplos de ativos intangíveis
incluem marcas e patentes. Os ativos tangíveis incluem equipamentos, prédios, veículos
e outros ativos sujeitos a desgaste físico (PAULANI, BRAGA, 2020).

167
3 CRONOGRAMA DE AMORTIZAÇÃO
Os empréstimos amortizados apresentam valores de pagamento nivelados ao
longo da vida do empréstimo, mas com proporções variadas de juros e principal que
compõem cada pagamento. Um cronograma de amortização é uma tabela que fornece
os detalhes dos pagamentos periódicos de um empréstimo amortizado (SILVA, 2009).
O principal de um empréstimo amortizado é pago ao longo da vida do empréstimo.
Normalmente, um valor igual de pagamento é feito a cada período (BARTEL, 2011).

Um cronograma de amortização de empréstimo representa a tabela completa


de pagamentos periódicos de empréstimo, mostrando o valor de principal e juros que
compõem cada nível de pagamento até que o empréstimo seja pago no final de seu
prazo. No início do cronograma, a maior parte de cada pagamento vai para juros; mais
adiante no cronograma, a maior parte de cada pagamento começa a cobrir o principal
remanescente do empréstimo (HOJI; LUZ, 2018).

Um cronograma de amortização pode ser gerado por uma calculadora de


amortização, com as entradas do valor, prazos periódicos e taxa de juros do empréstimo.
Por meio de cronogramas de amortização, os mutuários podem planejar e acompanhar
melhor quanto ainda devem e como serão pagos (GIMENES, 2009).

3.1 ENTENDENDO OS CRONOGRAMAS DE AMORTIZAÇÃO


Pagamentos periódicos são feitos para amortizar empréstimos, como um carro
ou hipoteca de casa. Cada pagamento consiste em dois componentes – cobrança de
juros e amortização do principal. A porcentagem de pagamento de juros ou principal
varia para diferentes empréstimos (GIMENES, 2009).

O valor dos juros cobrados para cada período depende da taxa de juros pré-
determinada e do saldo devedor do empréstimo. A parte restante do pagamento
periódico é aplicada para reembolsar o principal (FERREIRA, 2014). Apenas a parcela do
reembolso do principal reduz o saldo remanescente do empréstimo.

Com valor de empréstimo especificado, o número de períodos de pagamento e


a taxa de juros, um cronograma de amortização identifica o valor total do pagamento
periódico, as parcelas de juros, o pagamento do principal e o saldo restante do
empréstimo para cada período (FERREIRA, 2014).

Normalmente, o saldo remanescente de um empréstimo amortizado diminui


com o passar do tempo, com os principais reembolsados (GIMENES, 2009). Assim, o
valor dos juros para cada período também diminui ao longo do tempo, e a amortização
do principal aumenta gradualmente.

168
3.2 MÉTODOS PARA CRONOGRAMA DE AMORTIZAÇÃO
Existem vários métodos para amortizar um empréstimo. Diferentes métodos
levam a diferentes cronogramas de amortização. A seguir, veremos alguns métodos
para cronograma de amortização.

1. Linha reta

A amortização linha reta, também conhecida como amortização linear, é onde


o valor total dos juros é distribuído igualmente ao longo da vida de um empréstimo.
É um método normalmente usado devido a sua simplicidade. Com o pagamento total
periódico fixo e o valor dos juros, o reembolso do principal também é constante ao longo
da vida do empréstimo (HAZZAN, POMPEO, 2014).

2. Saldo decrescente

O método do saldo decrescente é um método acelerado de amortização em que o


pagamento periódico de juros diminui, mas o pagamento do principal aumenta com a ida-
de do empréstimo. Nesse método, cada pagamento periódico é maior que os juros cobra-
dos (taxa de juros vezes o saldo inicial do empréstimo do período); a parte restante paga
o principal e o saldo do empréstimo diminui. O saldo decrescente do empréstimo leva a
taxas de juros mais baixas e, portanto, acelera o pagamento do principal (NETO, 2017).

3. Anuidade

Um empréstimo amortizado no método de anuidade compreende uma série de


pagamentos efetuados entre intervalos de tempo iguais (NETO, 2017). Os pagamentos
também são normalmente feitos em quantidades iguais. Existem dois tipos de anuidade:

• anuidade ordinária, para a qual os pagamentos são feitos no final de cada período;
• anuidade vencida, para a qual os pagamentos são feitos no início de cada período.

Diferentes tipos de anuidades podem causar uma pequena diferença entre


seus cronogramas de amortização. Quanto maior a taxa de juros ou quanto maior a vida
do empréstimo, maior a diferença (NETO, 2017).

4. Bullet

Os empréstimos bullet normalmente não são amortizados ao longo da vida


dos empréstimos. Geralmente, os pagamentos periódicos de um empréstimo bullet
cobrem apenas os juros. Ele deixa uma grande quantidade do pagamento para o final no
vencimento do empréstimo, que reembolsa todo o principal. Portanto, o saldo devedor
de um empréstimo bullet permanece inalterado ao longo da vida do empréstimo e é
reduzido imediatamente para zero no vencimento (HAZZAN, POMPEO, 2014).

169
5. Balão

Um empréstimo de balão é semelhante a um empréstimo de bullet, que


geralmente paga todo o seu principal no vencimento. Ocasionalmente, é amortizado
com pequenas amortizações de principal, mas ainda deixa a maior parte paga no
vencimento. Nesse caso, o saldo devedor diminui ligeiramente ao longo da vida do
empréstimo e cai para zero no vencimento (HAZZAN, POMPEO, 2014).

6. Amortização negativa

No método de amortização negativa, o pagamento total de um período é inferior


aos juros cobrados naquele período. Isso significa que não resta nada do pagamento
periódico para reembolsar o principal, e os juros restantes se acumularão para aumentar
o saldo devedor do empréstimo. O saldo do empréstimo aumenta com o tempo e será
pago no vencimento (NETO, 2017).

4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO
A amortização é o processo financeiro pelo qual uma dívida é extinta gradativa-
mente por meio de pagamentos periódicos que podem ser de valores iguais ou diferen-
tes, ou seja, amortizar significa reembolsar gradualmente o capital de um empréstimo
ou de um crédito (SAMANEZ, 2010). O mais comum é que o pagamento dessas obriga-
ções seja feito por meio de desembolsos escalonados ao longo do tempo, embora tam-
bém possa ser acordado um único pagamento ao final do período (NETO, 2017).

Existem diversos sistemas de amortização que afetam o valor e a composição


das parcelas periódicas que o cliente terá que pagar, normalmente essas parcelas
compreendem tanto o capital quanto parte dos juros da dívida. Os principais sistemas
de amortização são (SOBRÉ, 2020):

• Sistema de Pagamento único: um único pagamento no final.


• Sistema de Pagamentos variáveis: vários pagamentos diferenciados.
• Sistema Americano: pagamento no final com juros calculados período a período.
• Sistema de Amortização Constante (SAC): a amortização da dívida é constante
e igual em cada período.
• Sistema Price ou Francês (PRICE): os pagamentos são iguais.
• Sistema de Amortização Misto (SAM): os pagamentos são as médias aritméticas
dos sistemas SAC e Price.
• Sistema Alemão: os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais, exceto
o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento da operação.

Em todos os sistemas de amortização, cada pagamento é a soma do valor


amortizado com os juros do saldo devedor (SOBRÉ, 2020). Para cálculo do pagamento
podemos usar a seguinte fórmula:

170
(Pagamento = Amortização + Juros)

Passamos a detalhar os principais sistemas de amortização.

4.1 SISTEMA DE PAGAMENTO ÚNICO


O devedor paga o empréstimo, em um único pagamento ao final do período,
podendo ser calculado pela fórmula: M = C (1 + i)n.

O sistema de pagamento único é normalmente usado em:

• Letras de câmbio.
• Títulos descontados em bancos.
• Certificados com prazo fixado para a renda final.

Exemplo de sistema de pagamento único

• Suponha um empréstimo de R$ 300.000,00.


• Taxa de juros: 4% ao mês.
• Tempo de pagamento: a empréstimo será pago ao final de 5 meses.

QUADRO 1 – EXEMPLO DE SISTEMA DE PAGAMENTO ÚNICO

FONTE: Sobré (2020, s. p.)

4.2 SISTEMA DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS


O devedor paga periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição
financeira e de acordo com a combinação realizada inicialmente, sendo que os juros do
Saldo devedor são pagos sempre ao final de cada período (SOBRÉ, 2020).

O sistema de pagamentos variáveis é normalmente usado no pagamento de


cartão de crédito (SOBRÉ, 2020).

171
Exemplo de sistema de pagamentos variáveis

• Suponha um empréstimo de R$ 300.000,00.


• Taxa de juros: 4% ao mês.
• Tempo de pagamento: a empréstimo será pago ao final de 5 meses.
• Dado: Supomos que foi combinado entre o devedor e o banco a seguinte forma de
pagamento:
º No final do 1o. mês: $30.000,00 + juros.
º No final do 2o. mês: $45.000,00 + juros.
º No final do 3o. mês: $60.000,00 + juros.
º No final do 4o. mês: $75.000,00 + juros.
º No final do 5o. mês: $90.000,00 + juros.

QUADRO 2 – SISTEMA DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS

FONTE: Sobré (2020, s. p.)

4.3 SISTEMA AMERICANO


A amortização pelo método americano caracteriza-se pelo pagamento
de apenas juros durante o período do empréstimo, todo o capital é pago ao final do
empréstimo. Em outras palavras, no sistema americano de amortização refere-se a um
estilo de pagamento de um empréstimo onde o valor principal é pago em uma única
parcela, porém os juros são pagos periodicamente (SOBRÉ, 2020).

Exemplo sistema Americano

• Suponha um empréstimo de R$ 300.000,00.


• Taxa de juros: 4% ao mês.
• Tempo de pagamento: a empréstimo será pago ao final de 5 meses.

172
QUADRO 3 – SISTEMA AMERICANO

FONTE: Sobré (2020, s. p.).

4.4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)


Um dos métodos mais usados no Brasil, e como o próprio nome de denota,
neste sistema é caracterizado por uma amortização constante, em contrapartida as
prestações são decrescentes (SOBRÉ, 2020).

O sistema de amortização constante (SAC) é normalmente usado no Sistema


Financeiro da Habitação (SOBRÉ, 2020).

Exemplo sistema de amortização constante (SAC)

• Suponha um empréstimo de R$ 300.000,00


• Taxa de juros: 4% ao mês
• Tempo de pagamento: a empréstimo será pago ao final de 5 meses.

QUADRO 4 – SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

FONTE: Sobré (2020, s. p.).

173
4.5 SISTEMA PRICE (SISTEMA FRANCÊS)
O sistema PRICE é caracterizado por uma prestação (pagamento) constante,
em contrapartida a amortização é crescente.

O sistema de amortização PRICE é normalmente usado em financiamentos em


geral de bens de consumo (SOBRÉ, 2020).

QUADRO 5 – SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO PRICE

FONTE: Sobré (2020, s. p.)

4.6 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM)


Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações respectivas
no Sistemas PRICE e no Sistema de Amortização Constante (SAC).

O sistema de amortização mista (SAM) é normalmente usado em financiamentos


do Sistema Financeiro da Habitação (SOBRÉ, 2020).

QUADRO 6 – CÁLCULO PRESTAÇÃO NO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTA (SAM)

FONTE: Sobré (2020, s. p.)

174
QUADRO 7 – SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTA (SAM)

FONTE: Sobré (2020, s. p.)

4.7 SISTEMA ALEMÃO


O sistema Alemão consiste em liquidar uma dívida onde os juros são pagos
antecipadamente com prestações iguais, exceto o primeiro pagamento que corresponde
aos juros cobrados no momento da operação financeira (SOBRÉ, 2020). Devemos
conhecer o valor de cada pagamento e os valores das amortizações.

O sistema de amortização Alemão é normalmente usado em alguns


financiamentos (SOBRÉ, 2020).

QUADRO 8 – SISTEMA ALEMÃO

FONTE: Sobré (2020, s. p.)

5 CÁLCULO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE


(SAC) E SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (PRICE)
Caro acadêmico, no Brasil, um dos sistemas de capitalização mais utilizados são
os sistemas de amortização constante SAC, e o sistema de amortização francês (PRICE).
Dessa forma, passaremos a detalhar os cálculos desses dois sistemas de amortização.

175
5.1 CÁLCULO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE
(SAC)
Exemplo 1

Carlos contratou um empréstimo no Banco Beta para a compra de um sítio.


Sabendo que o valor do empréstimo foi R$ 70.000,00, Carlos pagará 3 prestações
mensais, vencendo a primeira um mês após a liberação do crédito. Sabendo ainda que
o banco trabalha com uma taxa de 2% ao mês em seus empréstimos e que operou com
o Sistema de amortização constante (SAC). Elabore o cronograma do Sistema de
amortização constante (SAC)

QUADRO 9 – CRONOGRAMA DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0
1
2
3
Total
FONTE: o autor

Resolução

Etapa 1 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Valor do Empréstimo (PV) / número de meses (n)

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i

Etapa 3 – Cálculo das prestações


Fórmulas:
Prestação = J + Amort.

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.

176
QUADRO 10 – CRONOGRAMA DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Etapas: Etapa 3 Etapa 2 Etapa 1 Etapa 4


Fórmula: J + Amort. SD * i PV / n SD Anterior – Amort.
Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor
0 R$ 70.000,00
1 R$ 24.733,33 R$ 1.400,00 R$ 23.333,33 R$ 46.666,67
2 R$ 24.266,67 R$ 933,33 R$ 23.333,33 R$ 23.333,33
3 R$ 23.800,00 R$ 466,67 R$ 23.333,33 0
Total R$ 72.800,00 R$ 2.800,00 R$ 70.000,00
FONTE: o autor

Demonstração do cálculo do Cronograma do Sistema de amortização constante


(SAC):

PRAZO 1

Etapa 1 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Valor do Empréstimo (PV) / número de meses (n)
Amortização = 70.000 / 3
Amortização = 23.333,33 (ou seja, como a amortizado é constante, por isso em
TODOS os períodos a amortização será de R$ 23.333,33).

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 70.000 * 2%
Juro = 1.400,00 (ou seja, um juro de R$ 1.400,00)

Etapa 3 – Cálculo das prestações


Fórmulas:
Prestação = J + Amort.
Prestação = 1.400 + 23.333,33.
Prestação = 24.733,33 (ou seja, uma prestação de R$ 24.733,33)

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 70.000 – 23.333,33
SD = 46.666,67 (ou seja, saldo devedor de R$ 46.666,67)

177
PRAZO 2

Etapa 1 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Valor do Empréstimo (PV) / número de meses (n)
Amortização = 70.000 / 3
Amortização = 23.333,33 (ou seja, como a amortizado é constante, por isso em
TODOS os períodos a amortização será de R$ 23.333,33).

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 46.666,67 * 2%
Juro = 933,33 (ou seja, um juro de R$ 933,33)

Etapa 3 – Cálculo das prestações


Fórmulas:
Prestação = J + Amort.
Prestação = 933,33 + 23.333,33.
Prestação = 24.266,66 (ou seja, uma prestação de R$ 24.266,66)

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 46.666,67 – 23.333,33
SD = 23.333,33 (ou seja, saldo devedor de R$ 23.333,33)

PRAZO 3

Etapa 1 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Valor do Empréstimo (PV) / número de meses (n)
Amortização = 70.000 / 3
Amortização = 23.333,33 (ou seja, como a amortizado é constante, por isso em
TODOS os períodos a amortização será de R$ 23.333,33).

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 23.333,33 * 2%
Juro = 466,66 (ou seja, um juro de R$ 466,66)

178
Etapa 3 – Cálculo das prestações
Fórmulas:
Prestação = J + Amort.
Prestação = 466,66 + 23.333,33.
Prestação = 23.800,00 (ou seja, uma prestação de R$ 23.800,00)

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 23.333,33 – 23.333,33
SD = 0,00 (ou seja, saldo devedor de R$ 0,00)

Exemplo 2

Um Investidor contratou um empréstimo no Banco Safra para a compra de


um posto de combustível. Sabendo que o valor do empréstimo foi R$ 300.000,00, o
investidor pagará 5 prestações mensais, vencendo a primeira um mês após a liberação
do crédito. Sabendo ainda que o banco trabalha com uma taxa de 4% ao mês em seus
empréstimos e que operou com o Sistema de amortização constante (SAC). Elabore
o cronograma do Sistema de amortização constante (SAC).

Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0
1
2
3
4
5
Total

Resolução:

Etapa 1 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Valor do Empréstimo (PV) / número de meses (n)

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i

Etapa 3 – Cálculo das prestações


Fórmulas:
Prestação = J + Amort.

179
Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)
Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.

QUADRO 11 – CRONOGRAMA DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Etapas: Etapa 3 Etapa 2 Etapa 1 Etapa 4


Fórmula: J + Amort. SD * i PV / n SD Anterior – Amort.
Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor
0 R$ 300.000,00
1 R$ 72.000,00 R$ 12.000,00 R$ 60.000,00 R$ 240.000,00
2 R$ 69.600,00 R$ 9.600,00 R$ 60.000,00 R$ 180.000,00
3 R$ 67.200,00 R$ 7.200,00 R$ 60.000,00 R$ 120.000,00
4 R$ 64.800,00 R$ 4.800,00 R$ 60.000,00 R$ 60.000,00
5 R$ 62.400,00 R$ 2.400,00 R$ 60.000,00 R$ 0,00
Total R$ 336.000,00 R$ 36.000,00 R$ 300.000,00
FONTE: o autor

Demonstração do cálculo do Cronograma do Sistema de amortização constante


(SAC):

PRAZO 1

Etapa 1 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Valor do Empréstimo (PV) / número de meses (n)
Amortização = 300.000 / 5
Amortização = 60.000 (ou seja, como a amortizado é constante, por isso em
TODOS os períodos a amortização será de R$ 60.000,00).

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 300.000 * 4%
Juro = 12.000,00 (ou seja, um juro de R$ 12.000,00)

Etapa 3 – Cálculo das prestações


Fórmulas:
Prestação = J + Amort.
Prestação = 12.000 + 60.000.
Prestação = 72.000 (ou seja, uma prestação de R$ 72.000,00)

180
Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)
Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 300.000 – 60.000
SD = 240.000 (ou seja, saldo devedor de R$ 240.000,00)

E assim, sucessivamente, para todas os 5 prazos.

5.2 CÁLCULO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS


(PRICE)
Exemplo 3

Carlos contratou um empréstimo no Banco Beta para a compra de um sítio.


Sabendo que o valor do empréstimo foi R$ 70.000,00, Carlos pagará 3 prestações
mensais, vencendo a primeira um mês após a liberação do crédito. Sabendo ainda que
o banco trabalha com uma taxa de 2% ao mês em seus empréstimos e que operou
com o Sistema Francês de Amortização - PRICE. Elabore o cronograma do Sistema
Francês de Amortização – PRICE.

Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0
1
2
3
Total

Resolução:

Etapa 1 – Cálculo da Prestação


O primeiro passo para calcular o cronograma do Sistema Francês de Amortização
- PRICE é identificar o valor da prestação, tendo em vista que a prestação é m valor fixo
no sistema de amortização PRICE.

Fórmula para cálculo da prestação (PMT):

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i

181
Etapa 3 – Cálculo da amortização
Fórmulas:
Amortização = Prestação - J

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.

QUADRO 12 – CRONOGRAMA DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Etapas: Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4


Amortização = SD Anterior –
Fórmula: SD * i
Prestação - J Amort.
Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor
0 R$ 70.000,00
1 R$ 24.272,82 R$ 1.400,00 R$ 22.872,83 R$ 47.127,17
2 R$ 24.272,82 R$ 942,53 R$ 23.330,28 R$ 23.796,89
3 R$ 24.272,82 R$ 475,93 R$ 23.796,89 0
Total R$ 72.818,46 R$ 2.818,46 R$ 70.000,00
FONTE: o autor

Demonstração do cálculo do Cronograma do Sistema Francês de


Amortização - PRICE:
PRAZO 1
Etapa 1 – Cálculo da Prestação

Fórmula para cálculo da prestação (PMT):

70.000 = PMT * 2,883883250


70.000 / 2,883883250 = PMT

PMT = 24.272,83 (ou seja, uma prestação constante de R$ 24.272,83)


Obs.: O valor da prestação é igual para todos os períodos pois ela é constante (fixa)

182
Etapa 2 – Cálculo dos Juros
Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 70.000 * 2%
Juro = 1.400 (ou seja, juros de R$ 1.400,00)

Etapa 3 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Prestação - J
Amortização = 24.272,83 - 1.400,00
Amortização = 22.872,83 (ou seja, uma amortização de R$ 22.872,83)

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 70.000 – 22.872,83
SD = 47.127,17 (ou seja, um saldo devedor de R$ 47.127,17)

PRAZO 2

Etapa 1 – Cálculo da Prestação


Fórmula para cálculo da prestação (PMT):

70.000 = PMT * 2,883883250


70.000 / 2,883883250 = PMT

PMT = 24.272,83 (ou seja, uma prestação constante de R$ 24.272,83)


Obs.: o valor da prestação é igual para todos os períodos pois ela é constante (fixa).

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 47.127,17 * 2%
Juro = 942,54 (ou seja, juros de R$ 942,54)

183
Etapa 3 – Cálculo da amortização
Fórmulas:
Amortização = Prestação - J
Amortização = 24.272,83 - 942,54
Amortização = 23.330,28 (ou seja, uma amortização de R$ 23.330,28)

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 47.127,17 – 23.330,28
SD = 23.796,89 (ou seja, um saldo devedor de R$ 23.796,89)

PRAZO 3

Etapa 1 – Cálculo da Prestação


Fórmula para cálculo da prestação (PMT):

70.000 = PMT * 2,883883250


70.000 / 2,883883250 = PMT

PMT = 24.272,83 (ou seja, uma prestação constante de R$ 24.272,83)


Obs.: o valor da prestação é igual para todos os períodos pois ela é constante (fixa).

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 23.796,89 * 2%
Juro = 475,94 (ou seja, juros de R$ 475,94)

Etapa 3 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Prestação - J
Amortização = 24.272,83 - 475,94
Amortização = 23.796,89 (ou seja, uma amortização de R$ 23.796,89)

184
Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)
Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 23.796,89 – 23.796,89
SD = 0,00 (ou seja, um saldo devedor de R$ 0,00)

Exemplo 4

Um Investidor contratou um empréstimo no Banco Safra para a compra de


um posto de combustível. Sabendo que o valor do empréstimo foi R$ 300.000,00, o
investidor pagará 5 prestações mensais, vencendo a primeira um mês após a liberação
do crédito. Sabendo ainda que o banco trabalha com uma taxa de 4% ao mês em seus
empréstimos e que operou com o Sistema Francês de Amortização – PRICE. Elabore
o cronograma do Sistema Francês de Amortização – PRICE.

Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0
1
2
3
4
5
Total

Resolução:

Etapa 1 – Cálculo da Prestação


O primeiro passo para calcular o cronograma do Sistema Francês de Amortização
- PRICE.é identificar o valor da prestação, tendo em vista que a prestação é m valor fixo
no sistema de amortização PRICE.

Fórmula para cálculo da prestação (PMT):

Etapa 2 – Cálculo dos Juros


Fórmulas:
Juro = SD * i

Etapa 3 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Prestação - J

185
Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)
Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.

QUADRO 15 – CRONOGRAMA DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

Etapas: Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4


Amortização = SD Anterior –
Fórmula: SD * i
Prestação - J Amort.
Prazo Prestação Juros Amortização Saldo Devedor
0 R$ 300.000,00
1 R$ 67.388,13 R$ 12.000,00 R$ 55.388,13 R$ 244.611,87
2 R$ 67.388,13 R$ 9.784,47 R$ 57.603,66 R$ 187.008,21
3 R$ 67.388,13 R$ 7.480,01 R$ 59.907,81 R$ 127.100,40
4 R$ 67.388,13 R$ 5.084,01 R$ 62.304,12 R$ 64.796,28
5 R$ 67.388,13 R$ 2.591,85 R$ 64.796,28 R$ 0,00
Total R$ 336.940,65 R$ 36.940,65 R$ 300.000,00
FONTE: o autor

Demonstração do cálculo do Cronograma do Sistema Francês de


Amortização - PRICE:
PRAZO 1

Etapa 1 – Cálculo da Prestação


Fórmula para cálculo da prestação (PMT):

300.000 = PMT * 4,451822325


300.000 / 4,451822325 = PMT

PMT = 67.388,13 (ou seja, uma prestação constante de R$ 67.388,13)


Obs.: o valor da prestação é igual para todos os períodos pois ela é constante (fixa).

186
Etapa 2 – Cálculo dos Juros
Fórmulas:
Juro = SD * i
Juro = 300.000 * 4%
Juro = 12.000 (ou seja, juros de R$ 12.000,00)

Etapa 3 – Cálculo da amortização


Fórmulas:
Amortização = Prestação - J
Amortização = 67.388,13 – 12.000,00
Amortização = 55.388,13 (ou seja, uma amortização de R$ 55.388,13)

Etapa 4 – Cálculo do Saldo Devedor (SD)


Fórmulas:
SD = SD Anterior – Amort.
SD = 300.000 – 55.388,13
SD = 244.611,87 (ou seja, um saldo devedor de R$ 244.611,87)

Assim, sucessivamente, para todas os 5 prazos.

187
LEITURA
COMPLEMENTAR
PERÍCIA CONTÁBIL-FINANCEIRA E OS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO: SISTEMA
FRANCÊS VERSUS SISTEMA DE EQUIVALÊNCIA A JUROS SIMPLES

André Sekunda

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade constitui um sistema de informação destinado a melhorar o


processo de tomada de decisão (FIGUEIREDO; MOURA, 2001). O emprego da informação
contábil se dá nos mais diferentes contextos. É muito comum o emprego da informação
da contabilidade para tomada de decisões no âmbito das empresas, porém, há tempos
que em outros contextos, que não apenas nas organizações a informação contábil
subsidia o processo decisório.

Neste sentido, um ambiente em que a informação contábil ganha relevante


destaque e apoia decisões é no âmbito do Poder Judiciário. Em muitas espécies de pro-
cessos, a informação contábil, consubstanciada no laudo pericial, é fator determinante
para a decisão processual.

Quando o magistrado confia no trabalho e na informação contábil do perito,


somando- se a isso a isenção do profissional, a prova pericial contábil acaba por tornar-
se a mais importante dentro de um processo, de modo que, não raro, o juiz termina por
decidir as lides em função e de acordo com as conclusões expostas no laudo pericial
(NEVES JUNIOR; CERQUEIRA; GOTTARDO, 2013).

Ou seja, a informação contábil há tempos ultrapassou as fronteiras das


empresas e apoia o processo decisório em outras instâncias, como a judicial. No âmbito
do processo judicial, a informação contábil se manifesta por meio de um laudo pericial,
elaborado no bojo de uma perícia.

A perícia constitui uma espécie de prova no direito brasileiro, e é demandada


nas ações judiciais quando o juiz depende de conhecimentos técnicos ou científicos
para o julgamento da causa, nos termos do art. 156 do Código de Processo Civil – CPC
(BRASIL, 2015).

188
A perícia contábil é uma das espécies de perícias mais comuns em processos
judiciais de diferentes naturezas, visto que trata do patrimônio das pessoas físicas
e jurídicas. Portanto, é muito comum que em ações judiciais, arbitrais, e até mesmo
em conflitos extrajudiciais, seja demandada uma perícia de natureza contábil (NEVES
JUNIOR; BRITO, 2007).

Dada a amplitude do campo de atuação da contabilidade, a perícia contábil


pode incidir sobre diferentes relações jurídicas, como em processos trabalhistas para
realização da liquidação de sentenças em favor dos empregados, ações de natureza
previdenciária, com objetivo de apurar o valor dos benefícios previdenciários devidos
ao segurado, ações de natureza cível para atualização de valores e recálculos de
financiamentos à taxas de juros de mercado, demandas societárias, como para a
apuração de haveres de sócio, dentre tantas outras situações que envolvam o patrimônio
de pessoas físicas ou jurídicas (ZANNA, 2013).

Dentre todas as possibilidades de aplicação da perícia contábil, uma possui


grande destaque: a perícia contábil envolvendo planos e sistemas de amortização, em
especial em contratos amortizados pelo sistema francês de amortização (popularmente
conhecido, no Brasil, como “Tabela Price”).

Existem muitas razões que levam os litigantes a ajuizar demandas como essas
no Brasil, como a falta de segurança jurídica do sistema de contratos brasileiro, as falhas
nas redações dos contratos celebrados entre as partes, que empregam redações dúbias
e com diversas interpretações, a própria natureza belicosa do brasileiro em questões
processuais, mas certamente o motivo mais usado para fundamentar tais ações é a
alegada proibição da incidência de juros sobre juros no Brasil, prevista no Decreto no
22.626, de 7 de abril de 1933, também conhecido como a “Lei da Usura”.

Independentemente das razões que motivam tais ações, fato é que, de maneira
muito recorrente, são ajuizadas demandas judiciais visando discutir contratos que são
amortizados com base no sistema francês de amortização, e os pedidos nas ações são
igualmente diversos.

Existem ações visando afastar o sistema de amortização francês, substituindo-o


por algum outro à juros simples (como o sistema de amortização de Gauss, ou método
de amortização a juros simples – MAJS), visando o recálculo do financiamento à taxas
médias de mercado, visando afastar do capital financiado valores não contratados,
como taxas de abertura de crédito, enfim, a gama de demandas judiciais envolvendo a
questão é gigantesca e a atuação em processos dessas naturezas, faz parte do dia-a-
dia profissional do perito contador.

E os Tribunais, por sua vez, exaram as mais diferentes sentenças possíveis a


respeito do tema, não havendo absolutamente nenhuma uniformidade no tratamento
jurídico da questão.

189
Por conta disso, e tendo em vista todos os problemas empíricos que contratos
amortizados com base no sistema francês de amortização causam tanto aos litigantes,
quanto aos juízes, quanto, inclusive, aos peritos contadores, o presente estudo visa res-
ponder à seguinte questão de pesquisa: Qual a economia proporcionada ao mutuário pela
amortização de um contrato de financiamento pelo SEJS em detrimento da tabela Price?

Com isso, o objetivo do trabalho é analisar a economia proporcionada ao mutuário


que tem seu contrato de financiamento de veículo amortizado pelo sistema de equivalên-
cia a juros simples em detrimento da amortização pelo sistema francês de amortização
(tabela Price), mensurando a diferença dos fluxos de caixa gerada pela substituição do
sistema de amortização e seus efeitos no patrimônio pessoal do mutuário.

Para responder ao problema, far-se-á a análise de um contrato real de


financiamento de veículos, sub judice, originalmente amortizado pelo sistema francês
de amortização, oferecendo o recálculo do contrato à juros simples, com base nas
disposições previstas na sentença.

Embora o tema seja recorrente no dia a dia profissional, pouquíssimos estudos


aplicados, como propõe a presente pesquisa, são realizados. Diversos estudos na área
de perícia contábil são encontrados abordando questões, como a percepção de juízes
sobre a qualidade do laudo pericial, a percepção dos peritos sobre o mercado de trabalho,
a importância da perícia contábil para o Poder Judiciário, e outros, porém, estudos sobre
perícia contábil, com aplicações práticas e empíricas como ora se propõe, são escassos.

Nesse sentido, Sandrini (2007), em seu trabalho dissertativo sobre sistemas


de amortização e capitalização de juros, pontuou que um dos incentivos à realização
do trabalho, era o fato de que o tema era pouco contemplado por revistas científicas
nacionais e estrangeiras, o que se tornou um motivo a mais para a realização da pesquisa.

Com isso, acredita-se que o trabalho oferece sua parcela de contribuição tanto à
academia, propondo uma pesquisa sobre tema pouco explorado em periódicos e eventos
da área contábil, quanto aos profissionais, pois discute questões umbilicalmente ligadas
ao seu dia a dia profissional, sendo que pode servir de fonte de pesquisas futuras e
material, para fundamentação da sua atividade prática.

Além disso, acredita-se que o estudo contribui com a literatura acerca da


perícia, em especial da perícia ligada a contratos financeiros, ao realizar uma revisão
robusta dos sistemas de amortização contratual sob análise (Price e SEJS), discorrendo
sobre seu funcionamento, demonstrando como se dá sua aplicação, o funcionamento
de suas equações e analisando sua aplicação em um caso concreto. Com isso, outros
estudos podem se utilizar dos temas discutidos aqui para motivar futuras pesquisas.

Esses motivos justificam a realização da presente pesquisa, visto que pode


contribuir tanto com os profissionais que labutam na área, quanto com a academia,
oferecendo uma pesquisa com abordagem pouco explorada no meio acadêmico.

190
Por fim, o estudo possui a seguinte estruturação: esta seção introdutória, uma
seção de revisão de literatura, uma seção expondo os procedimentos metodológicos,
uma seção de análise dos resultados e, por fim, as considerações finais.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS, PROCESSUAIS E PROFISSIONAIS DA PERÍCIA


CONTÁBIL

A perícia contábil, em seu conceito clássico, refere-se a um trabalho de notória


especialização, feito com o objetivo de obter prova ou opinião que se destina a orientar
uma autoridade formal no julgamento de um fato (MAGALHÃES, 2017).

No caso da perícia contábil, as normas elementares que balizam a atuação


dos profissionais envolvidos na perícia são o Código de Processo Civil (CPC), aprovado
pela Lei 13.105/2015, e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), expedidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), relativas à perícia contábil. Atualmente, as
duas NBCs mais relevantes sobre a perícia são a NBC TP 01, que estabelece regras e
procedimentos técnicos a serem observados pelo perito, e a NBC PP 01, que estabelece
procedimentos inerentes à atuação do contador na condição de perito.

Nos termos do art. 156 do CPC, o juiz será assistido por perito quando a prova do
fato depender de conhecimento técnico ou científico (BRASIL, 2015). Ou seja, sempre que
o juiz se deparar com alguma situação envolvendo questões técnicas no processo, e que
isso de alguma forma dificulte seu trabalho de julgar a lide, será nomeado um perito para
a realização dos esclarecimentos de todos os aspectos técnicos ao juízo, de forma que o
processo possa seguir seu fluxo e ser julgado, dando fim à controvérsia judicial.

Na maioria dos processos em que se demanda a perícia (seja a contábil, seja a


de qualquer outra natureza), tem-se a atuação de duas figuras distintas: o perito do juízo
e o assistente técnico. No caso da perícia contábil, essas figuras são tratadas por perito-
contador (que pode ser nomeado, contratado ou escolhido) e por perito-contador assistente.

De acordo com a NBC PP 01 (CFC, 2015), o perito-contador nomeado é o


designado pelo juiz em perícia contábil judicial. Já o contratado é o que atua em perícia
contábil extrajudicial. Por fim, o escolhido é o que exerce sua função em perícia contábil
arbitral. Por sua vez, o perito-contador assistente é o contratado e indicado pela parte
em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral.

Para atuação com a perícia contábil, seja na função de perito-contador ou


de perito- contador assistente, os requisitos são, essencialmente, o registro ativo do
profissional em Conselho Regional de Contabilidade na categoria de contador (arts. 25,
“c” e 26 do Dec. Lei 9.295/1946 – BRASIL, 1946) e os conhecimentos técnicos acerca da
matéria objeto da perícia (BRASIL, 2015).

191
Saliente-se que nos termos da NBC PP 01 (CFC, 2015), o perito-assistente deve
declarar-se suspeito quando, após contratado, verificar a ocorrência de situações que
venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, dessa
maneira, comprometer o resultado do seu trabalho.

Embora não constitua uma exigência para atuação do perito, o CFC editou a
resolução 1.502/16 e alterações, instituindo o Cadastro Nacional de Peritos Contadores
(CNPC). O objetivo do cadastro, segundo o próprio CFC, é oferecer ao judiciário e à socie-
dade uma lista de profissionais qualificados e aptos a atuarem com perícias contábeis.

Atualmente, para compor o CNPC, os profissionais interessados devem ser


aprovados em Exame de Qualificação Técnica (EQT), bem como cumprir as demais
exigências realizadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

O CPC, em seu art. 465, dispõe que o juiz nomeará perito especializado no
objeto da perícia, evidenciando a necessidade de conhecimentos técnicos do perito
para atuação, visto que sem tais conhecimentos, não faria sequer sentido a atuação do
profissional em meio a questões técnicas especializadas (BRASIL, 2015).

Importante distinção entre o perito-contador e o perito-contador assistente


reside no fato de que, nos termos do art. 466 §1o do CPC, os assistentes técnicos não
estão sujeitos às causas de impedimento e suspeição, não possuindo, portanto, o dever
da imparcialidade, enquanto, ao perito, cabe o dever de obediência à imparcialidade da
sua atuação.

Essa norma possui um efeito prático importante nas atuações de ambos os


profissionais, pois enquanto o perito deverá balizar sua atuação pela neutralidade
e imparcialidade da apreciação, o assistente técnico pode atuar em defesa do seu
contratante, o que, via de regra, coloca peritos e assistentes técnicos em rota de colisão.

Isso porque uma das principais tarefas do assistente técnico, senão a principal,
é justamente contrapor os pontos prejudiciais ao seu cliente do laudo pericial emitido
pelo perito, em defesa dos interesses da parte que lhe contratou. Evidentemente que
se o laudo apresentar pontos favoráveis, o assistente técnico não precisará discordar do
ponto de vista do perito em relação a esses pontos.

No tocante ao laudo pericial contábil, este deve seguir a estrutura indicada na NBC
TP 01 (CFC, 2015), bem como as disposições constantes do art. 473 do CPC, em especial
no tocante a conter a exposição do objeto da perícia, a análise técnica ou científica
realizada pelo perito, a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando
ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se
originou e, por fim, a resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz,
pelas partes e pelo órgão do Ministério Público (BRASIL, 2015).

192
E engana-se quem pensa que o trabalho do perito se encerra com a apresentação
do laudo pericial, visto que podem ser demandados do perito esclarecimentos e quesitos
complementares ao laudo, nos termos do art. 477 do CPC (BRASIL, 2015).

Portanto, pelo exposto, verifica-se que a atuação profissional do perito e do


assistente técnico envolve a obediência a uma gama de normas, de procedimentos
especiais e de ritos previstos tanto pela legislação processual quanto pelas normas
de classe. Apresentados os principais elementos essenciais à atuação do perito, em
seguida, serão discutidos aspectos específicos da perícia contábil em matéria financeira,
em especial em contratos financeiros, que são aqueles que justamente possuem as
maiores discussões, sobre questões ligadas à sistemas de amortização.

FONTE: https://bit.ly/3qEhEfp. Acesso em: 30 jul. 2022.

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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:

• A amortização é uma técnica usada para reduzir periodicamente o valor de um


empréstimo ou de um ativo intangível durante um determinado período.

• Amortização de empréstimo: a amortização é usada no processo de pagamento da


dívida por meio de pagamentos regulares de principal e juros ao longo do tempo.

• A amortização também pode se referir à amortização de intangíveis.

• Um cronograma de amortização é uma tabela que fornece os detalhes dos


pagamentos periódicos de um empréstimo amortizado.

• A amortização linha reta, também conhecida como amortização linear, é onde o


valor total dos juros é distribuído igualmente ao longo da vida de um empréstimo.

• A amortização linha reta, também conhecida como amortização linear, é onde o


valor total dos juros é distribuído igualmente ao longo da vida de um empréstimo.

• O método do saldo decrescente é um método acelerado de amortização em que o


pagamento periódico de juros diminui, mas o pagamento do principal aumenta com
a idade do empréstimo

• Um empréstimo amortizado no método de anuidade compreende uma série de


pagamentos efetuados entre intervalos de tempo iguais.

• Os empréstimos bullet normalmente não são amortizados ao longo da vida dos


empréstimos.

• Um empréstimo de balão é semelhante a um empréstimo de bullet, que, geralmente,


paga todo o seu principal no vencimento.

• No método de amortização negativa, o pagamento total de um período é inferior aos


juros cobrados naquele período.

194
AUTOATIVIDADE
1 A amortização é uma técnica usada para reduzir periodicamente o valor de um
empréstimo ou de um ativo intangível durante um determinado período. No caso
de um empréstimo, a amortização concentra-se em distribuir os pagamentos do
empréstimo ao longo do tempo. O termo “amortização” refere-se a duas situações de
uso. Assinale a alternativa CORRETA sobre as duas situações de uso da amortização.

a) ( ) Tangível – Intangível.
b) ( ) Empréstimo – Ativos intangíveis.
c) ( ) Recursos – Bens.
d) ( ) Ativo – Positivo.

2 Os empréstimos amortizados apresentam valores de pagamento nivelados ao longo


da vida do empréstimo, mas com proporções variadas de juros e principal que
compõem cada pagamento. Um cronograma de amortização pode ser gerado por
uma calculadora de amortização, com as entradas do valor, prazos periódicos e taxa
de juros do empréstimo. Conceitue cronograma de amortização.

3 Um empréstimo amortizado no método de anuidade compreende uma série de


pagamentos efetuados entre intervalos de tempo iguais. Os pagamentos também são
normalmente feitos em quantidades iguais. Existem dois tipos de anuidade. Assinale
a alternativa CORRETA sobre os tipos de anuidades:

a) ( ) Especial – Padrão.
b) ( ) Própria – Terceiros.
c) ( ) Ordinária – Vencida.
d) ( ) Primária – Secundária.

4 A amortização é o processo financeiro pelo qual uma dívida é extinta gradativamente


por meio de pagamentos periódicos que podem ser de valores iguais ou diferentes.
Em todos os sistemas de amortização, cada pagamento é a soma do valor amortizado
com os juros do saldo devedor. Existem diversos sistemas de amortização. Conceitue
o sistema de amortização constante (SAC).

5 Existem diversos sistemas de amortização que afetam o valor e a composição


das parcelas periódicas que o cliente terá que pagar, normalmente essas parcelas
compreendem tanto o capital quanto parte dos juros da dívida. Um deles é
caracterizado por uma prestação (pagamento) constante, em contrapartida a
amortização é crescente. A qual sistema de amortização o conceito se refere?

195
a) ( ) Sistema Francês.
b) ( ) Sistema americano.
c) ( ) Sistema alemão.
d) ( ) Sistema de amortização constante.

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REFERÊNCIAS
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