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2022
MONOGRAFIA
USJT
2022
1
TRIBUTAÇÃO SOBRE CRIPTOATIVOS
2
RESUMO
3
ABSTRACT
The monograph "Taxation on Cryptoassets", separated into two parts (general part and
special part), aims to explain the most important points of the National Tax System, as well as
bring explanations about the taxation of cryptoassets and cryptocurrencies, in order to clarify
doubts regarding the incidence of taxes on cryptoassets, considering that in Brazil the
cryptoasset market is now being explored by individuals and legal entities, including companies
that have already started to accept payment with cryptocurrencies. Based on this, the study of
taxation on cryptoassets by the student and operator of tax law is essential, in order to resolve
doubts and guide investors who operate in this market, as well as companies that accept
payments with cryptocurrencies.
4
Sumário
PARTE GERAL
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 7
2 CONCEITO DE TRIBUTO ...................................................................................... 8
3 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS .................................................................... 11
3.1 TRIBUTOS EM ESPÉCIE ..................................................................................... 12
3.1.1 IMPOSTOS ............................................................................................................ 12
3.1.2 TAXAS................................................................................................................... 12
3.1.3 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA ................................................................... 13
3.1.4 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ........................................................................... 14
3.1.5 EMPRESTIMOS COMPULSÓRIO ...................................................................... 15
4 AS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR .................................................. 15
4.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIO ............................................ 16
4.1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA ................................................. 16
4.1.2 EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .............................................. 19
4.1.3 PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA ....................................................... 21
4.1.4 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA .................................... 22
4.1.5 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DE EXERCICIO E NONAGESIMAL
MINIMO ............................................................................................................................... 25
4.1.6 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO ..................................................... 28
4.1.7 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO A LIMITAÇÃO DO TRÁFEGO ........................... 29
4.2 IMUNIDADES AOS IMPOSTOS ........................................................................ 30
4.2.1 IMUNIDADE RECÍPROCA ................................................................................. 31
4.2.2 IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO ................................. 32
4.2.3 IMUNIDADE AOS PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS,
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM
FINS LUCRATIVOS ........................................................................................................... 33
4.2.4 IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL PARA SUA
IMPRESSÃO ........................................................................................................................ 35
4.2.5 IMUNIDADE DOS FONOGRAMAS E VIDEOFONOGRAMAS MUSICAIS
PRODUZIDOS NO BRASIL ............................................................................................... 36
4.2.6 IMUNIDADE DAS ENTIDADES BENEFICIENTES E ASSISTENCIAS
SOCIAS ÀS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL ......................................... 37
5 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO .............................................................................. 39
5.1 LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO .................................................................. 40
5
5.2 LANÇAMENTO DE OFÍCIO ................................................................................... 41
5.3 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO .............................................................. 41
6 DA INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE OS CRIPTOATIVOS E
CRIPTOMOEDAS ............................................................................................................... 43
6.1 DO IMPOSTO SOBRE A RENDA........................................................................... 43
6.2 CRITÉRIO DA GENERALIDADE .......................................................................... 44
6.3 CRITÉRIO DA UNIVERSALIDADE ...................................................................... 45
6.4 INCIDÊNCIA SOBRE CRIPTOATIVOS E CRIPTOMOEDAS ............................. 45
7 DA INCIDÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E
DOAÇÕES, DE BENS E DIREITOS (ITCMD) .................................................................. 46
8 DA INCONSTITUCIONALIDADE DA INCIDÊNCIA DE ISS, ICMS E IOF
SOBRE CRIPTOATIVOS E CRIPTOMOEDAS. ............................................................... 48
8.1 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISS) .................. 48
8.2 IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS DE
TRANSPORTE INTERESTADUAL, INTERMUNICIPAL E SERVIÇOS DE
COMUNICAÇÃO (ICMS) ................................................................................................... 50
8.3 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO, SEGURO OU
RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS – IOF ................................... 53
9 DO IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULO AUTOMOTOR (IPVA),
IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA (IPTU), IMPOSTO
SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) e IMPOSTO SOBRE
TRANSMISSÃO DE BENS IMOVEIS (ITBI).................................................................... 55
10 DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI), IMPOSTO
SOBRE IMPORTAÇÃO (II) E IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO (IE) ......................... 55
11 REGULAMENTAÇÃO DOS CRIPTOATIVOS ...................................................... 55
12 ANÁLISE DOS ARTIGOS. 5º AO 9º DA INSTRUÇÃO NORMATIVA DA
RECEITA FEDERAL DO BRASIL Nº 1.888/2019 ............................................................ 57
12.1 ANÁLISE DO ARTIGO 10 DA INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RECEITA
FEDERAL DO BRASIL Nº 1.888/2019 .............................................................................. 60
13 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 63
14 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 63
6
1 INTRODUÇÃO
A forma codificada do Direito Tributário, se faz necessário para impedir que o Estado
tribute em causa própria, ou seja, que o Estado tribute o que achar necessário e da forma que
quiser, conforme era feito em Estados Absolutistas, como a Inglaterra e a França durante a
Idade Média. Com a existência dos Estados Modernos, passou-se a codificar o Direito
Tributário, acabando assim com os abusos tributários.
O Direito, por se tratar de uma matéria de nobre importância na sociedade, deve sempre
se atualizar conforme a chegada de novas eras, sob pena de se tornar obsoleto. No Brasil com
a chegada da era digital, o Direito brasileiro dependendo da morosidade do Congresso Nacional
para atualizar as leis, demorou para que se editasse leis que regulassem a internet no Brasil,
vindo somente em 2014, criar a Lei nº 12.965 (Lei do Marco Civil da Internet), e em 2018 a
Lei nº 13.709 (Lei Geral de Proteção de Dados).
Vivemos atualmente na era da sociedade digital, cabendo a edição de leis para que
regulamente todas as formas digitais existente no Brasil. No que toca a tributação, o Brasil está
longe de chegar à um consenso sobre a tributação de criptoativos, tendo em vista que existem
controversas sobre a tributação de NTF’s, criptomoedas, tokens etc., e não há previsão de
resolver essas controversas, pois, alguns desses cripoativos até o momento não há a
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possibilidade de tributação, como exemplo temos o bitcoin, que é uma moeda digital guardada
dentro de uma blockchain com codificação por meio de token e segurança criptografada,
impossibilitando assim a fiscalizar e a tributação.
2 CONCEITO DE TRIBUTO
É toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
8
O destinatário do comando será a pessoa
física ou jurídica responsável pelo cumprimento
de tal dever.
A moeda corrente nacional (Real) é a moeda que seja usada para pagamento dos tributos
no Brasil, em caso de o produto ser importado ao chegar em solo brasileiro e passar pelo
desembaraço aduaneiro o fisco federal irá converter o valor da moeda estrangeira em valor do
Real, incidindo o tributo sobre o valor da moeda brasileira. Além disso, existe a possibilidade
de pagar o tributo com estampilha, vale postal, cheque, processo mecânico e papel selado, são
os meios em que se pode exprimir valor na moeda corrente nacional, disposição essa do art.
162 do CTN.
9
A obrigação principal constitui no pagamento do tributo ao fisco (dar), enquanto a
obrigação acessória constitui na colaboração do contribuinte com o fisco, a fim de facilitar a
fiscalização, tal colaboração ocorre de diversas formas, a seguir elencadas:
O tributo não pode constituir sanção de ato ilícito, com essa vedação o fisco fica
impedido de usar o tributo como forma de penalidade por ato ilícito cometido pelo contribuinte,
e quando falo em ato ilícito, não me refiro a crime, mas a todo o ato que estiver em desacordo
com o ordenamento jurídico.
O Tributo tem hipótese de incidência quando o contribuinte comete um ato lícito com o
ordenamento jurídico, o que não ocorre com a multa conforme já explicado acima. Com essa
distinção, fica claro que não se pode confundir tributo com multa, já que a natureza jurídica é
diversa. No mesmo entendimento segue o professor Leandro Paulsen:
10
discussão administrativa, inscrição em dívida
ativa e execução.
Em razão do princípio da legalidade (art. 150, I da CF/88), o fisco está vinculado a lei
tributária, não podendo instituir tributo que bem entender, devendo somente instituir tributos
previsto em lei. O Constituinte Originário, garantiu esse direito ao contribuinte para impedir
que o Poder Público tributasse em causa própria, exatamente como era feito na idade média.
O princípio da legalidade, bem como todos os princípios e direitos previsto no art. 150
da CF/88, são considerados direitos e garantias fundamentais, portanto não podendo ser alvo
de Emenda Constitucional que tende a abolir os direitos previsto no art. 150 da CF/88, abolição
é vedada pelo art. 60, §4º, IV da CF/88.
A cobrança do tributo, somente pode ser feita por meio de atividade administrativa
plenamente vinculada (Receita Federal, Secretária da Fazenda Estadual e Municipal), ou seja,
para atender a esse requisito do art. 3º, o ente federado que for competente para instituição do
tributo deve editar lei determinando quem será o órgão competente para cobrar, fiscalizar e
arrecadar o tributo. Como exemplo cito o caso do recolhimento das contribuições
previdenciárias que havia lei federal determinando o INSS como competente para arrecadar tais
contribuições, e posteriormente editou nova lei transferindo essa competência para a Receita
Federal do Brasil (RFB).
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3.1 TRIBUTOS EM ESPÉCIE
3.1.1 IMPOSTOS
A primeira espécie tributária são os impostos, estão previstos nos Art. 145, I; art. 153
(Impostos Federais); Art. 154 (Impostos Residuais); Art. 155 (Impostos Estaduais); art. 156
(Impostos Municipais). Os impostos possuem a finalidade de financiar a máquina pública, ou
seja, realizar o pagamento dos servidores públicos, investir na infraestrutura, segurança pública,
saúde, educação, saneamento básico, entre outros.
Impostos possuem caráter não vinculado a uma atividade do Estado para o contribuinte,
mas sim de uma ação do contribuinte (demonstração de riqueza), com a compra de um carro,
que é fato gerador do IPVA o contribuinte demonstra riqueza para o Estado. Com base nisso, o
contribuinte não pode esperar do Estado uma prestação de serviço após pagar o imposto, uso
como exemplo o IPVA, pois ao pagarmos o IPVA o Estado não irá asfaltar as ruas, já que o
IPVA se trata de um imposto e tem a finalidade e manter o Estado.
3.1.2 TAXAS
A próxima espécie tributária é a Taxa, tributo previsto no art. 145, II da CF/88, e nos
art. 77 ao 80 do Código Tributário Nacional (CTN), sendo ela dividida em duas espécies: Taxa
de Serviços e Taxa de Polícia Administrativa.
A taxa de serviço consisti no pagamento de um valor estipulado pelo Fisco por meio de
lei, para financiar um órgão que presta um serviço público divisível (que possa quantificar o
uso do serviço) e específico, exemplo: Coleta de lixo domiciliar.
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A taxa não pode a base de cálculo própria dos impostos, disposição do art. 145, §2º da
CF/88, ou seja, a taxa deve ter sua própria base de cálculo, por isso por exemplo que o serviço
público deve ser divisível e específico.
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em detrimento dos demais, pois o seu imóvel irá valorizar no mercado. Dessa forma, resta justo
que a pessoa seja obrigada a remunerar a obra realizada, permitindo ao Poder Público fazer
obras de melhoria em outros locais e evitando que o cidadão enriqueça sem causa à custa do
Estado, pois com a valorização do seu imóvel e do seu patrimônio sofre influência positiva.
A criação da contribuição de melhoria dar-se-á por meio de lei ordinária, depois que finalizar a
obra e ser constatado pelo Poder Público que houve a valorização dos imóveis, após essa
constatação, deverá o Poder Público abrir o custo da obra, ou seja, demonstrar quanto foi gasto,
devendo a contribuição de melhoria ser cobrada de uma única vez.
Vale destacar, que a contribuição de melhoria somente será instituída se houver a valorização
dos imóveis, caso contrário, ou seja, desvalorizar os imóveis por conta da obra realiza, não
haverá a instituição do tributo.
É mais uma da espécie tributária, e tem como finalidade financiar alguma calamidade
pública ou, guerra iminente ou declarada, investimento público de urgência e de interesse
nacional (Ex.: apagão em Rondônia). A União, deverá editar lei complementar para que institua
o empréstimo compulsório, conforme determina o art. 148 da CF/88, os empréstimos são feitos
com os contribuintes, ou seja, a lei deve determinar qual será a forma de arrecadação do
empréstimo (ex: pode bloquear contra do contribuinte, aumentar preço do combustível etc.) a
fim de usar em Calamidade Pública, Guerra ou investimento público de interesse Nacional,
tendo em vista que o dinheiro será devolvido ao contribuinte com correção, em prazo estipulado
em lei.
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que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
I - será opcional para o
contribuinte; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderão ser estabelecidas condições de
enquadramento diferenciadas por
Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
III - o recolhimento será unificado e
centralizado e a distribuição da parcela de recursos
pertencentes aos respectivos entes federados será
imediata, vedada qualquer retenção ou
condicionamento; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - a arrecadação, a fiscalização e a
cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes
federados, adotado cadastro nacional único de
contribuintes.
A medida provisória também pode ser usada para a criação de tributos, majoração,
extinção ou redução do tributo, sendo vedado a invasão de competência da Lei Complementar,
o que também é vedado pela lei ordinária. O entendimento de que a medida provisória pode
criar, majorar, extinguir e reduzir tributos é do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento
da ADI 1.417-MC da relatoria do ministro Octávio Gallotti, verbis:
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sendo possível que outra norma o fizesse. No
entanto, existe no Brasil uma espécie normativa
utilizada com muita habitualidade, que é a medida
provisória, precária e cabível somente em casos
de relevância e urgência. Com a EC 32/2001, a
Carta passou a prever expressamente a
possibilidade de utilização de medidas provisórias
em matéria tributária.
Além da previsão do art. 146 da Constituição Federal de 1988, os art. 148 (empréstimo
compulsório); 153, VII (Instituição do Imposto sobre Grande Fortunas) e 154, I (Exercício da
competência residual) da Carta Magna, também exigem a edição de lei complementar para
tratar sobre as disposições ali previstas.
No Brasil, todos os impostos previstos na Constituição devem ser criados por Lei
Complementar (LC), porém até temos apenas a LC nº 87/1996 (Lei Kandir – Regulamenta o
ICMS), LC nº 116/2003 (Regulamenta o ISS). Os outros impostos não possuem lei
complementar, porém existe uma Inconstitucionalidade por Omissão do Congresso Nacional,
já que a Constituição exige que todos os impostos sejam regulamentados por Lei
Complementar.
Citamos o exemplo do art. 34, §8º dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT), que determinou que 60 (sessenta) dias após a promulgação da Constituição Federal
não fosse editada lei complementar que instituísse o Imposto sobre Transmissão causa mortis
e doações, de quaisquer bens e direitos, os Estados e Distrito Federal poderiam criar norma para
regular o ITCMD em cada Estado e o Distrito Federal, essa regra também se aplica ao Imposto
sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA).
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4.1.2 EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Mas, o Presidente da República não tem liberdade para alterar a alíquota para qualquer
porcentagem, devendo ser observado o disposto de limite máximo e mínimo da alíquota na lei
que instituiu o imposto, nesse caso fica observado o princípio da legalidade, pois caso o decreto
ultrapasse o limite de alíquota previsto em lei, será tido como inconstitucional. Nesse sentido,
o professor Gabriel Quintanilha afirma:
A terceira exceção, está prevista no art. 155, §2º, IV da CF/88, e é regulamentado pela
LC nº 87/1996, se refere ao ICMS interestadual e sua alíquota, já que ela é exceção, pois a
alíquota máxima e mínima é definida pelas resoluções 22/1989 e 13/2012 ambas do Senado
Federal, e é assim para evitar a guerra fiscal, dessa forma ficou definido que a alíquota de ICMS
nas operações interestaduais dentro do território nacional serão de 7% de Estados ricos para
Estados considerados pobres pela resolução nº 22/1989, e de 12% de Estado pobres para
Estados Ricos, tendo em vista que o ICMS é recolhido pelo consumidor final, portanto o estado
rico suportaria a maior alíquota, enquanto o estado considerado pobre suportaria a menor
alíquota. Atualmente a resolução considera que os Estados ricos são os do sul e sudeste, com
exceção do Espírito Santo que é considerado pobre como os demais.
A quinta exceção é a atualização da base de cálculo dos tributos dentro dos índices
oficiais, tal possibilidade é previsto no art. 97, §2º do CTN, e na súmula 160 do STJ. Pode
ocorrer a atualização da base de cálculo dos tributos, por meio dos índices oficiais de correção
da moeda, sem a necessidade de lei em sentido estrito, já que nesse caso não se trata de
majoração do tributo, não necessitando em de lei, esse é o entendimento do STF:
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É inconstitucional a majoração do IPTU
sem edição de lei em sentido formal, vedada a
atualização, por ato do Poder Executivo, em
percentual superior aos índices oficiais (RE
648.245, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, j.
01.08.2013, DJE 24.02.2014, com repercussão
geral)
A sétima e última exceção se trata das obrigações tributárias acessórias, com previsão
no art. 113, §2º do CTN, essas obrigações não carecem de lei para serem criadas, basta a sua
previsão na legislação tributária (tratados, decretos e normas complementares tributárias).
O Poder Público é obrigado por força do art. 150, II da CF/88 a garantir a isonomia
(igualdade) entre contribuintes, esse princípio (isonomia) traz uma ideia justiça tributária. Veda
o tratamento desigual entre contribuinte de situação equivalente, sendo proibida qualquer
distinção em razão de profissão ou função exercida.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
Previsto no art. 150, III, “a” da CF/88, a irretroatividade tributária veda a retroatividade
de fato geradores que ocorreram no passado, quando editada lei posterior a esse fato gerador,
surtindo efeitos somente para o futuro, assegurando assim a segurança jurídica no ordenamento
jurídico. A ideia desse princípio, é evitar que o contribuinte seja pego de surpresa por uma carga
tributária que não havia se programado para pagar.
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A esse princípio existe algumas ressalvas prevista no Código Tributário Nacional, no
art. 106, I e II. No inciso I, está disposto que a lei tributária pode retroagir quando ela
expressamente interpretativa (que traz entendimento ou esclarecimento para a norma tributária),
tendo em vista que a norma interpretativa precisa retroagir sob pena de ser considerada uma
norma vazia, no caso do art. 106, I, não cabe a retroatividade de lei meramente inovadora, ou
seja, que traz nova regra de tributação. O STJ vem decidindo nesse sentido, verbis:
Na parte final do inciso I, é possível verificar que a lei tributária pode também retroagir
quando houver penalidade menos severa, ou que deixe de tratar a conduta do agente como
infração à norma tributária.
No caso de alíquota do tributo, não existe retroatividade, mesmo que seja mais benéfica
para o contribuinte, sendo apenas possível a retroatividade quando se tratar de lei expressamente
interpretativa, penalidade menos severa, quando a conduta do agente deixe de ser considerada
infração, e em caso de extinção da obrigação acessória, salvo quando comprovado dolo do
contribuinte. Nessa seara, afirma o professor Gabriel Quintanilha:
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retroatividade em caso de redução da punição, da
penalidade, de modo que a lei que reduz alíquota
do tributo não retroagirá, pois ao lançamento
deverá ser aplicada a lei vigente na data do fato
gerador da obrigação tributária, conforme art.
144, caput, do CTN.
A Constituição ainda obriga o Poder Público a cobrar tributo criado ou que teve sua
alíquota aumentada somente no próximo exercício financeiro (ano calendário), e preveniu
também que o Poder Público cobre o tributo de fato gerador anterior a criação da lei, essas
obrigações impostas ao Poder Público estão previstas no art. 150, III, alíneas a, b, c, CF/88,
25
contendo os princípios da irretroatividade, princípio da anterioridade e princípio nonagesimal
mínima, explicarei abaixo, cada um deles.
O Poder Público fica limitado a criar tributo ou majorar a alíquota de tributo já existente,
e cobrar no mesmo exercício financeiro (ano calendário), sendo garantido ao contribuinte tempo
para que possa se organizar para efetuar o pagamento desse tributo (princípio da anterioridade
– inciso III, alínea b do art. 150), e também é assegurado ao contribuinte o prazo mínimo de 90
dias (princípio nonagesimal mínimo – inciso III, alínea c do art. 150) o princípio nonagesimal
mínimo ou princípio da noventena foi criado pela Emenda Constitucional nº 42/2003, e obriga
o Poder Público a exigir o pagamento do tributo após decorridos noventa dias da promulgação
da lei que o instituiu o aumentou alíquota.
Imposto sobre Importação – Art. 153, I da CF/88, não se aplica nenhum dos dois
princípios, já que se trata de imposto extrafiscal;
Imposto sobre Exportação – Art. 153, II da CF/88, não se aplica nenhum dos dois
princípios, já que se trata de imposto extrafiscal;
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Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (Base de Cálculo) – Art. 155,
III, da CF/88, se aplica ao princípio da anterioridade, mas não se aplica o princípio
nonagesimal;
Imposto sobre Predial Territorial Urbano (base de cálculo) – Art. 156, I, da CF/88,
se aplica o princípio da anterioridade, mas não se aplica o princípio nonagesimal.
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mobiliários, ao imposto extraordinário de guerra
e à fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.
O Poder Público fica obrigado a não usar o tributo com efeito de confisco (art. 150, IV).
A ideia de confisco que traz esse inciso é que o Poder Público não pode instituir ou majorar
tributo de forma excessivamente onerosa, insuportável, não razoável. Com isso, o Poder
Público fica limitado a instituir tributo de forma razoável, e respeitando o princípio da
capacidade contribuitiva.
O STF vem decidindo sobre a incidência das multas, reconhecendo que os juros de mora
de 20% não violam o princípio do não confisco, mas a aplicação de multa de ofício superior a
100% sobre o tributo vencido, viola o princípio do não confisco. Nesse sentido, diz Leandro
Paulsen, verbis:
28
Nesse princípio especificamente, deve-se atentar para a classificação dos impostos, que
podem ser classificado como impostos progressivos, seletivos, proporcionais. Os impostos
proporcionais possuem alíquota fixa (IPVA, ITBI); impostos progressivos são aqueles que
alíquota aumenta de acordo com a base de cálculo (Imposto sobre a Renda), e os impostos
seletivos, são aqueles que possuem alíquota variável de acordo com o produto, prezando pela
essencialidade do produto (Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI).
Quero chamar a atenção do caro leitor, pois o princípio do não confisco, veda a
tributação exagerada e insuportável, porém no caso do IPI (Imposto seletivo) a alíquota maiores
podem ser aplicada em produtos não essenciais para vida humana, e que além disso causam
danos a saúde, como é o caso do cigarro (NCM - 2402.20.00) que tem alíquota de 300%
aplicada sobre 15% do valor de venda do cigarro, resultando uma alíquota de 45%, e 30% de
alíquota do ICMS (Imposto proporcional com base de cálculo variável), com o adicional de 2%
no Estado de São Paulo, resultado na alíquota final de 32% no Estado de São Paulo, conforme
determina o §2º do art. 1º c/c art. 2º, I, b da lei estadual nº 16.006/2015.
Existem casos em que a aplicação da alíquota será maior, e não atentará contra o
princípio do não confisco, já que visa o desincentivo do consumo de produtos que prejudicam
a saúde humana.
O Poder Público não pode também estabelecer limitações de pessoas ou bens, por meio
de tributos intermunicipais, ou interestaduais, sendo assegurado a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público (Inciso V do Art. 150).
Cabe aqui esclarecer, que o pedágio não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço
público (ou tarifa), por se tratar de um serviço público. Vale destacar que a manutenção de vias
é um serviço público que pode ser prestado diretamente pelo Estado, ou por concessionários ou
permissionárias, conforme determina o art. 175, caput, e inciso III da CF/88.
29
O Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na ADI 800 julgada em 2014, o seguinte:
No caso das imunidades, o fisco fica proibido de tributar determinada pessoa, objeto, ou
outra demonstração de riqueza, nesse caso, a competência tributária é negada ao fisco. Cabe
aqui explicar ao leitor, que a imunidade não se confunde com isenção, já que as imunidades
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derivam do texto Constitucional, enquanto a isenção deriva do texto de lei instituidora da
isenção.
Como se pode ver, a imunidade recíproca tem caráter pessoal, ou seja, ela considera a
imunidade sobre as pessoas jurídicas públicas de direito interno, bem como suas autarquias,
entidades, fundações, instituições e empresas públicas e sociedades de economia mista
especificas.
31
4.2.2 IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO
Cabe aqui salientar, que não é todo templo que é considerado religioso, como é o
exemplo da maçonaria, que o Supremo Tribunal Federal por meio do RE 562.351/RS, julgado
pela 1ª turma, entendeu não se estender a imunidade, já que não se trata de uma religião, tendo
em vista que a própria entidade não se considera uma religião.
32
que seriam a negação do preâmbulo do Texto
Superior.”
Cabe salientar, que os templos religiosos de qualquer culto somente serão beneficiados
pela imunidade, quando registrado devidamente por meio do estatuto de constituição no
Cartório de Pessoas Jurídicas, e passando a deter um CNPJ, somente assim o Poder Público
pode ter controle e saber se há ou não direito a imunidade.
Com previsão no art. 150, VI, c e §4º da CF/88, com disposição de vedação aos impostos
sobre a renda, serviços e patrimônio. Tal como na imunidade dos templos de qualquer culto, a
imunidade aqui trata torna imune as pessoas mencionadas na alínea c do inciso VI do art. 150,
com isso, existe requisitos a ser seguidos para que sejam beneficiadas com a imunidade.
33
A Constituição decidiu escolher essas pessoas, porque elas colaboram com o Estado, de
diferentes formas, para garantir o mínimo existencial. Os partidos políticos são fundamentais
para o exercício da democracia do Brasil, que tem como base o pluripartidarismo, a imunidade
sobre as rendas, serviços e patrimônio, ocorre justamente para que os partidos políticos possam
auferir receitas para cumprir com seu papel constitucional. As fundações criadas pelos partidos
políticos também são imunes aos impostos.
34
para ferir a concorrência. Não é vedado cobrar por serviços fornecidos para outra pessoa imune,
caso tenha resultado positivo na sua atividade, esses lucros devem ser investidos em sua
atividade-fim e não ser voltado para o mercado.
No art. 150, VI, d do CF/88, é garantida a imunidade para as Pessoas Jurídicas que
exerçam atividade voltada para confecção e vendas livros, jornais, e papéis destinados a
impressão destes, bem como os seus periódicos. Aqui podemos ver, que a imunidade incide
sobre a atividade da pessoa jurídica, e não mais sobre a própria pessoa, como é caso das
imunidades anteriores.
o Supremo Tribunal Federal entende que a imunidade abarca além dos jornais e livros,
os filmes e papéis fotográficos, verbis:
35
II – A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da
Lei Maior não abrange as operações financeiras
realizadas pela agravante.
A imunidade abarca também os livros e jornais digitais, e seus periódicos (ex: kindle),
bem como também os e-book são beneficiados pela imunidade. A ideia dessa imunidade, é
garantir o incentivo à leitura e educação dos brasileiros, garantindo assim a não incidência
tributária sobre os livros e jornais.
(...)
37
Como se pode ver, o §7º usa o termo “isenção”, porém o STF reconheceu na ADI 2.028,
que se trata de imunidade. No julgamento do RE 636.941, julgado em 2014, com relatoria do
ministro Luiz Fux, o STF decidiu que a isenção prevista no §7º do art. 195, tem conteúdo de
regra de supressão de competência tributária, encerrando verdadeira imunidade, verbis:
5 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
A obrigação tributária não é líquida, e para sua liquidação, deve ser praticado o
lançamento, que é o procedimento administrativo obrigatório, privativo da autoridade fiscal,
cujo objetivo é a constituição do crédito tributário. – Art. 142 do CTN. O lançamento tributário
é um dever do auditor fiscal, é obrigado a lançar sob pena de responsabilidade funcional e crime
de prevaricação – art. 319 do CP.
Uma vez pratica o lançamento, o crédito tributário está constituído, por tanto ele vai
retroagir até a data do fato gerador, e a lei que se aplica ao lançamento é a lei vigente na data
do fato gerador da obrigação tributária, ou seja, se houver uma nova lei vigente, a lei que o
39
auditor fiscal tem que verificar é a lei vigente na data do fato gerador da obrigação – nesse caso
o lançamento retroage.
O lançamento por declaração está previsto no art. 147 do CTN e consiste na modalidade em
que o contribuinte declara ao Fisco, ou seja, informa ao Fisco que praticou determinado fato
gerador e, por conseguinte, a autoridade fiscal irá calcular o valor do tributo devido e notificar
o contribuinte para o pagamento, como é o caso do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
(ITBI) e do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).
40
5.2 LANÇAMENTO DE OFÍCIO
O Fisco possui cinco anos contados da data em que ocorreu o fato gerador para conferir as
informações que os contribuintes fornecem nas declarações e lançar a diferença devida por meio
do lançamento de ofício. Caso o prazo de cinco anos para a homologação seja ultrapassado e o
Fisco não se manifeste sobre o lançamento, considera-se que houve a homologação tácita
daquele lançamento, conforme o § 4º do art. 150 do CTN e será extinto o crédito tributário, na
forma do art. 156, VII do CTN.
Imposto de Renda - IR
41
TÍTULO II – PARTE ESPECIAL
42
6 DA INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE OS CRIPTOATIVOS E
CRIPTOMOEDAS
Imposto sobre a Renda (IR) é um imposto federal previsto no art. 153, III da CF/88,
tendo como fato gerador os proventos de qualquer natureza que resultam em acréscimo
patrimonial, possuem o caráter da generalidade e universalidade, devendo o contribuinte
cumprir com a sua obrigação acessória de declarar a renda todos os anos em tempo oportuno
previsto em resolução da Receita Federal do Brasil (RFB). O IR tem sua regra geral estabelecida
pelos art. 43 a 45 do Código Tributário Nacional, a regulamentação do Imposto de Renda de
Pessoa Física (IRPF) se dá por meio das leis ordinárias nº 7.713/88, 9.250/1995 e a IN RFB nº
1.500/2014, e o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) por meio das leis ordinárias nº
8.981/1995 e 9.430/1996, e a IN RFB nº 1.700/2017, tendo ainda o Decreto nº 3.000/1999 que
regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração, tanto do IRPF, quanto do
IRPJ.
43
jurídica ainda tem que suportar a incidência da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
onde é estabelecido alíquotas de:
15% sobre parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de
reais);
17,5% sobre parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de
reais) e não ultrapassar R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
20% sobre parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais),
e não ultrapassar R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais);
22% sobre parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de
reais).
A generalidade a que se refere o inciso I do §2º do Art. 153 da CF/88, se trata da sujeição
passiva do tributo (contribuinte), a generalidade trata os contribuintes de forma igual, em
respeito ao princípio da isonomia tributária previsto no art. 150, II da CF/88, bem como dos
princípios da moralidade e impessoalidade, previstos no art. 37, caput da CF/88, assim não se
44
admite distinção entre classes, e nem tributação de forma especial, devendo todos serem
submetidos a mesma forma de tributação. Todos, indistintamente, são contribuintes do imposto.
O critério da universalidade não faz distinção entre a renda e os proventos que são
declarados pelo contribuinte, portanto não existe possibilidade de tratar de forma distinta os
criptoativos e as criptomoedas de outras rendas e proventos que o contribuinte declarou, além
disso, dar a oportunidade do contribuinte ter criptomoeda e criptoativos sem ter a incidência de
Imposto sobre a Renda, seria uma afronta ao critério da generalidade, já que não se pode tratar
contribuintes de forma diferente, em respeito ao princípio da igualdade previsto no art. 150, II
da CF/88.
45
Não vejo nenhuma hipótese de não incidência do imposto sobre a renda sobre as
criptomoedas, tendo em vista que as criptomoedas geram acréscimo patrimonial, mesmo que
estejam em uma Exchange, pois pertencem ao contribuinte, com isso, deve ele cumprir com sua
obrigação tributária acessória (art. 113 do CTN) e declarar essas criptomoedas, devendo na
declaração informar a quantidade delas, qual criptomoeda se trata (bitcoin, Etherium ou outras
existentes), e o valor em moeda corrente nacional (real). Não vejo também nenhum óbice de
incidência do Imposto sobre a Renda sobre os criptoativos, já que podem ser considerados como
bens ou direitos que pertencem ao contribuinte, tendo potencial para acrescer o patrimônio do
declarante.
Não vejo que incidência do Imposto sobre a Renda careça de lei para regulamentação,
conforme informado alhures, o Imposto sobre a Renda já dispõe de leis regulamentando a sua
incidência, tanto para as pessoas jurídicas, quanto para as pessoas físicas, e possui as Instruções
Normativas tratando sobre as alíquotas e declarações do Imposto sobre a Renda. Com a alta das
criptomoedas e dos criptoativos a Receita Federal do Brasil, decidiu editar a IN RFB nº
1.888/2019, onde prevê como deve ser feita a declaração dos criptoativos e criptomoedas, em
tópico específico tratarei dos pontos mais importantes dessa instrução normativa.
Aqui nós temos um caso de um imposto que deveria ser regulamentado por Lei
Complementar, porém tal lei não foi editada pelo Congresso Nacional, com isso seguindo a
disposição do art. 24, §§2º e 3º c/c art. 34, §§3º e 4º dos ADCT, o Estado de São Paulo editou
a lei nº 10.705/2000 para dispor sobre regras gerais do ITCMD.
O ITCMD incide sobre transmissão de qualquer bem ou direito, havido por sucessão
legitima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória, bem como por doação, ocorrendo
tantos fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros, legatários ou donatários.
46
A incidência do ITCMD pode ocorrer com bens corpóreos ou bens incorpóreos, ou seja,
podemos incluir os criptoativos ou criptomoedas deixadas pelo “de cujus”, como bens
incorpóreos já que assim são. A classificação de bens incorpóreos é genérica, podendo qualquer
bem que não seja tangível se enquadrar nessa classificação, portanto a existe a hipótese de
incidência na lei nº 10.705/2000, não havendo nesse caso infração ao princípio da legalidade,
cito abaixo a previsão da referida lei, verbis:
Para que os herdeiros tenham acesso a essas criptomoedas ou criptoativos, necessitam do token
ou chave de acesso, para que possam saber a quantidade deixada pelo “de cujus”, e assim
determinar um valor na moeda corrente nacional (Real) para que possa incidir o ITCMD,
também para que o inventariante tenha controle sobre os criptoativos e criptomoedas discutidas
no inventário.
1.02 – Programação.
Não vejo como possível a incidência de ISS sobre criptoativos e criptomoedas por
analogia ao número 1 do anexo à Llc nº 116/03, por mais que criptoativos e criptomoedas sejam
confeccionados em computadores. No caso do ISS, carece de atualização no anexo ao LC nº
116/03, para que se inclua os serviços de criação de criptoativos ou criptomoedas, para que
somente assim possa haver a incidência de tal imposto.
49
contribuinte somente poderá ser cobrado do pagamento do imposto quando houver previsão em
lei complementar.
Entendo, que para a incidência de ICMS, além do fato gerador (circulação de mercadoria
ou serviço), existem também alguns requisitos, tais como a possibilidade de tocar a
mercadorias, ou seja, a mercadoria deve ser tangível, corpóreo, com isso já se descarta a
possibilidade da incidência de ICMS sobre criptoativos e criptomoeda. Cabe salientar, que
criptoativo (exemplo: NFT) pode ser comercializado e vendido, podendo receber o pagamento
em criptomoeda ou moeda corrente nacional, porém estaria impedido de incidir ICMS
justamente por não ser um produto corpóreo e muito menos tangível. Seguindo por esse
entendimento, o Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direita de
Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.576/SP, julgado em 2021, onde era discutido uma lei do
Estado de São Paulo que cobrava ICMS sobre softwares, 10 ministro (incluindo o relator
Roberto Barroso) votaram pela inconstitucionalidade da lei, e somente o ex-ministro Marco
Aurelio votou contra. Abaixo cito a ementa do voto vencedor, verbis:
51
que as operações relativas ao licenciamento ou
cessão do direito de uso de software, seja ele
padronizado ou elaborado por encomenda,
devem sofrer a incidência do ISS, e não do ICMS.
Tais operações são mistas ou complexas, já que
envolvem um dar e um fazer humano na
concepção, desenvolvimento e manutenção dos
programas, além “[d]o help desk,
disponibilização de manuais, atualizações
tecnológicas e outras funcionalidades previstas
no contrato”. Nesse contexto, o legislador
complementar buscou dirimir o conflito de
competência tributária (art. 146, I, da CF), no
subitem 1.05 da lista de serviços tributáveis pelo
ISS anexa à Lei Complementar nº 116/2003,
prevendo o “licenciamento ou cessão de direito
de uso de programas de computação”. Com isso,
nos termos do entendimento atual desta Corte,
essas operações não são passíveis de tributação
pelo ICMS, independentemente do meio de
disponibilização do programa. 6. Pedido
conhecido em parte e, nessa parte, julgado
procedente, para dar interpretação conforme a
Constituição ao art. 2º da Lei Complementar nº
87/1996 e ao art. 1º da Lei do Estado de São Paulo
nº 6.374/1989, de modo a impedir a incidência do
ICMS sobre o licenciamento ou cessão do direito
de uso de programas de computador. 7.
Modulação dos efeitos desta decisão, para atribuir
eficácia ex nunc, a contar de 03.03.2021, data em
que publicada a ata de julgamento das ADIs 1.945
e 5.659, ressalvadas as seguintes situações: a) as
ações judiciais já ajuizadas e ainda em curso em
52
02.03.2021; b) as hipóteses de bitributação
relativas a fatos geradores ocorridos até
02.03.2021, nas quais será devida a restituição do
ICMS recolhido, respeitado o prazo prescricional,
independentemente da propositura de ação
judicial até aquela data; c) as hipóteses relativas
a fatos geradores ocorridos até 02.03.2021 em que
não houve o recolhimento do ISS ou do ICMS, nas
quais será devido o pagamento do imposto
municipal, respeitados os prazos decadencial e
prescricional. 8. Fixação da seguinte tese de
julgamento: “É inconstitucional a incidência do
ICMS sobre o licenciamento ou cessão do direito
de uso de programas de computador.”.
Usando do julgamento do STF, fica mais claro que a incidência de ICMS sobre
criptomoedas ou criptoativos é inconstitucional, observado a exceção de algum dia poder ser
comercializado por prateleira (digamos por meio de um software de prateleira), nesse caso
haveria a incidência do ICMS, em caso contrário, enquanto se tratar de coisa incorpórea a única
incidência é a ISS, e justamente por isso que se houver incidência de ICMS, haverá a
inconstitucionalidade por invasão de competência tributária.
O IOF tem como base de cálculo o seguinte: operações de crédito, operações de câmbio,
operação de seguro, operações relativas a títulos ou valores mobiliários, base de cálculo prevista
53
no art. 2º do Decreto nº 6.306/2007, bem como nos art. 63 e 64 do Código Tributário Nacional.
Com isso, já se percebe que o IOF não possui hipótese de incidência em criptoativos e
criptomoedas, justamente por não haver previsão no CTN, nem no Decreto nº 6.306/2007, e
caso tenha a incidência de IOF em criptomoedas e criptoativos sem tais previsões, haverá
infração ao princípio da Legalidade, logo a incidência e inconstitucional.
Além disso, resta claro que para haver a incidência de IOF, é necessário uma
regulamentação por algum órgão controlador de atividade financeira no país, no caso do Brasil
temos o Banco Central do Brasil (BACEN), e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo
que o primeiro regula a atividade bancária no Brasil, dispondo por meio de suas resoluções e
instruções normativas sobre as normas a serem seguidas pelos bancos, enquanto a CVM
regulamenta a atividade de investimentos no Brasil, tanto na Bolsa de Valores, quanto em
investimento mais conservadores (Renda Fixa, Tesouro Direto, Fundos de Investimentos e
Fundos de Investimentos Imobiliários).
54
9 DO IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULO AUTOMOTOR (IPVA),
IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA (IPTU), IMPOSTO
SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) e IMPOSTO SOBRE
TRANSMISSÃO DE BENS IMOVEIS (ITBI)
Cabe aqui fazer uma breve menção aos Impostos patrimoniais, sendo certo que não
existe em suas leis a hipótese de incidência em criptoativos e criptomoedas, já que o IPVA
incide sobre propriedade de veículos automotores, o IPTU incide sobre propriedade predial
urbana, e o ITR incide sobre propriedade rural, e o ITBI incide sobre a transferência de bens
imóveis entre vivos.
55
Cientes da ausência de regulamentação, o Congresso Nacional tem em processo
legislativo 6 (seis) projetos de lei (PL), e a Assembleia Legislativa de São Paulo possui 1 (um)
PL, todos trazem em seu texto a regulamentação dos criptoativos e algum a tentativa de
regulamentar a tributação sobre os criptoativos, explicarei abaixo todos os PL’s em tramite no
Congresso Nacional, especificarei os que já foram aprovados por cada Casa Legislativa:
PL nº 2.060/2019 – Prevê o regime jurídico dos criptoativos, prevendo sua definição como
unidades de valor, unidades virtuais representativas de bens, serviços ou diretos; e tokens
virtuais. Além disso, reconhece a emissão e circulação de criptoativos no Brasil e os exclui do
rol de valores mobiliários.
Estabelece que as exchenges devem prestar informações à RFB, assim como as pessoas físicas
ou jurídicas domiciliadas no Brasil que realizem operações com criptoativos em ambiente fora
das exchanges no país ou em exchanges no exterior.
56
PL nº 4.207/2020 – Dispõe sobre o conceito de ativos virtuais e sobre as pessoas jurídicas que
exerçam as atividades de intermediação, custódia, distribuição, liquidação, transação, emissão
ou gestão desses ativos virtuais, sobre crimes relacionados ao uso fraudulento de ativos virtuais,
bem como sobre o aumento de pena para o crime de “pirâmide financeira”.
PL nº 2.140/2021 – Prevê prazo de 180 dias para regulamentação das transações financeiras
que envolvam “bitcoins”, ‘criptomoedas”, e “demais valores virtuais ou não físicos” pelos
órgãos públicos da “área financeira, monetária e econômica do Poder Executivo.”
Dispõe ainda, que a tributação das “operações nacionais e internacionais devem seguir
o mesmo padrão dos Bancos Privados”. Ainda, “não poderá haver qualquer isenção de impostos
que não seja o mesmo praticado pelo sistema financeiro nacional.”
57
acesso a serviços, e que não constitui moeda de curso
legal; (grifei).
O art. 6º prevê também, que somente deverão prestar informações aqueles contribuintes
que realizaram operações com criptoativos acima de R$ 30.000,00, abaixo desse valor, o
contribuinte não precisar prestar informações sobre suas operações com criptoativos. O artigo
ainda traz no seu §2º quais são as informações sobre operações de criptoativos, que deverão ser
prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas.
O art. 6º, §2º, VIII da IN RFB nº 1.888/2019, dispõe que a emissão deve ser informada
na declaração da renda, e portanto também estará sujeira à tributação do Imposto sobre a Renda
de Pessoa Física ou Jurídica, porém, aqui abro divergência sobre a emissão ser tributada, tendo
58
em vista que o fato de ser emitido um criptoativo não torna o seu emissor mais rico, pois não é
um negócio jurídico, mas somente a emissão para que possa ser comercializado, auferindo
riqueza pelo seu emissor, já que o colocou no mercado e o vendeu.
O Art. 7º da IN da RFB, traz em seu texto as exigências que deverão constar nas
informações prestadas à Receita Federal a título de operações de criptoativos. O inciso I, dispõe
que nos casos previstos no inciso I e alínea “b” do inciso II do caput do art. 6º (I – Exchange
de criptoativos domiciliada para fins tributários no Brasil; II, “b” – operações não forem
realizadas em Exchange.), deverão constar a data de operação; o tipo da operação; conforme
o §2º do art. 6º (trata da obrigatoriedade de prestar informações de operações de criptoativos
realizadas por pessoas física ou jurídica, e determina quais são as operações), titulares da
operação; os criptoativos usados na operação; a quantidade de criptoativos negociados, em
unidades, até a décima casa decimal; o valor da operação, em reais, excluídas as taxas de
serviços cobradas para a execução de operações, quando houver.
O inciso II, dispõe que no caso previsto na alínea “a” do inciso II do art. 6º, deverão
constar as informações de identificação da Exchange; a data de operação; tipo de operação,
conforme o §2º do art. 6º; os criptoativos usados na operação; a quantidade de criptoativos
negociados, em unidades, até a décima casa decimal; o valor da operação, em reais, excluídas
as taxas de serviços cobradas para a execução da operação, quando houver; o valor das taxas
de serviços cobradas para a execução da operação, em reais, quando houver.
59
Em relação a Exchange de criptoativos, a Instrução Normativa em seu art. 9º, tratou de
requerer que os seus usuários prestem informações relativas a 31 de dezembro de cada ano, ou
seja, que seja informado o saldo em moeda fiduciária, em reais; o saldo de cada espécie de
criptoativos, em unidade dos respectivos criptoativos; e o custo, em reais, de obtenção de cada
espécie de criptoativo, declarado pelo usuário de seus serviços, se houver. No parágrafo único
do art. 9º da IN, dispõe que as informações de que trata o art. 9º deverão ser incluídas no
conjunto de informações prestadas nos termos do art. 7º da IN da RFB nº 1.888/2019.
O art. 10 trata das penalidades impostas para aqueles contribuinte, pessoa física ou
jurídica, que não cumprir com as determinações da Instrução Normativa. As penalidades no
Direito Tributário têm como finalidade aplicar sanção pecuniária ao contribuinte devedor do
tributo, para que desincentive novos descumprimentos à obrigação principal ou acessória.
As multas podem ser definidas em três tipos – multa moratória, multa de ofício e multa
isolada. A multa moratória constitui penalidades aplicadas por simples atraso no pagamento do
tributo. As multas de ofício são aplicadas pela própria autoridade através do auto de infração,
quando verificado que houve fraude ou omissão. As multas isoladas, por sua vez, serão
aplicadas quando houver o descumprimento de obrigação acessória ou por outras infrações que
independem de ser devido ou não o tributo.
(....)
60
Art. 57. O sujeito passivo que deixar de cumprir as
obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 16 da
Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, ou que as cumprir
com incorreções ou omissões será intimado para
cumpri-las ou para prestar esclarecimentos relativos a
elas nos prazos estipulados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil e sujeitar-se-á às seguintes multas:
(....)
Acontece que a Instrução Normativa traz em seu texto do art. 10, a aplicação de
penalidades aos contribuintes que deixarem de cumprir com as determinações impostas pela
IN, no que trata da prestação de informações sobre criptoativos (incluindo NFT’s), o que é
vedado pelo Código Tributário Nacional, já que as penalidades somente podem ser impostas
por lei, respeitando o princípio da legalidade tributária, previsto no Art. 150, I da CF/88, e a
exigência do art. 97, V do CTN.
61
TRIBUTÁRIO. RECURSO
ESPECIAL.PENALIDADE. PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE.
1. Inviável, por via de Instrução Normativa, ampliar o
conteúdo de objetivo punitivo tributário.
2. Qualquer multa por descumprimento de obrigação
acessória depende de ter previsão legal.
3. As penalidades previstas nos artigos 3º, II, e 4º do
INSRF 304, extrapolam dispositivos legais (art. 57, II,
da MP n. 2.158-35/2001, combinado com o art. 16 da lei
n. 9.779/1999 e com o art. 97, V, do CTN).
4. A INSRF 304, de 21.02.2003, que instituiu a
Declaração de Informações sobre Atividades
Imobiliárias (Dimob), não pode, em desacordo com a lei,
instituir hipótese de crime.
5. Afastamento da aplicação do art. 3º, II e art. 4º da IN
n. 304/03. Ilegalidade.
6. Recurso especial não-provido.
Diante do panorama descrito, afirmo posicionamento no
sentido de que o art. 535, II, do CPC não foi violado. O
acórdão enfrentou os fundamentos apresentados pelas
partes e, com base nos que entendeu necessários, deu
provimento à apelação interposta pela parte recorrida.
Quanto ao mérito, conforme já demonstrado, o acórdão
recorrido não negou vigência ao contido nos artigos 16
da Lei n. 9.771/1999, e 57, II, da MP n. 2.158-35/2001.
Na verdade, declarou, simplesmente, que o conteúdo do
artigo 3º, II, da INSRF 304 extrapolou o que dispõe o
art. 57, II, da MP n. 2.158-35/2001 em combinação com
o art. 16 da Lei n. 9.779 de 1999 e com o art. 97, V, do
CTN.
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes
as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira
Turma do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros
Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e
Denise Arruda votaram com o Sr. Ministro Relator.
62
Com a fundamentação alhures, fica cristalino que o art. 10 da Instrução Normativa da
Receita Federal do Brasil nº 1.888/2019, é ilegal à vista do art. 97 do CTN c/c art. 57, II da MP
nº 2.158-35/2001 e art. 16 da Lei nº 9.779/1999, bem como de acordo com a jurisprudência do
STJ.
13 CONCLUSÃO
Conclui-se com base no trabalho acima que, o contribuinte tem o dever (obrigação
acessória) de declarar ao fisco (órgãos tributários) os criptoativos e criptomoedas que
integrarem seu patrimônio. O trabalho tratou de esclarecer quais são os direitos do contribuinte
que estão previstos na Constituição Federal para poder se defender dos abusos de poder do
Poder Público.
14 BIBLIOGRAFIA
Paulsen, Leandro – Curso de direito tributário completo/ Leandro Paulsen. – 11. Ed. –
São Paulo : Saraiva Educação, 2020. Impresso. ISBN 978-85-536-1399-1
Pinheiro, Patrícia Peck. Direito Digital / Patrícia Peck Pinheiro. – 7. ed. São Paulo :
Saraiva Educação, 2021. Impresso. ISBN 978-65-5559-478-2
Vade Mecum JusPodivm. – 9. ed. rev., atual. e ampl. – Salvador: JusPodivm, 2021. –
Código Tributário Nacional pgs. 717 a 744. Impresso. ISBN 978-65-5680-253-4
64