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Ementa
Relato
1. A Consulente, localizada no Rio Grande do Sul, tem como atividade principal o comércio
atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de
laboratórios (CNAE 46.45-1/01).
2. Cita o Decreto 65.718/2021 (que dispõe sobre a aplicação da isenção do ICMS nas
operações destinadas a entidades beneficentes e assistenciais hospitalares e fundações
privadas de apoio a hospitais públicos) e identifica, pelo CNPJ e razão social, um
adquirente de seus produtos neste Estado.
3. Indaga se, nas operações realizadas com o destinatário que identifica, deve considerar
a carga tributária prevista no citado decreto para fins de recolhimento do diferencial de
alíquotas – DIFAL (Emenda Constitucional nº 87/2015) para o Estado de São Paulo.
Interpretação
4.1. as mercadorias comercializadas são aquelas relacionadas nos artigos 2º, 14, 92, 150
e 154, todos do Anexo I do Regulamento do ICMS – RICMS/2000;
4.2. a Consulente preenche todos os requisitos para a fruição das isenções dispostas nos
artigos citados no subitem precedente;
4.3. o adquirente não realiza qualquer operação ou prestação sujeita ao ICMS, ou seja,
não é contribuinte do imposto.
5. Posto isso, no que diz respeito ao DIFAL previsto na EC 87/2015, o artigo 2º, inciso
XVII, § 5º e o artigo 56 do RICMS/2000 estabelecem:
“Artigo 2º - Ocorre o fato gerador do imposto (Lei 6.374/89, art. 2º, na redação da Lei
10.619/00, art. 1º, II, e Lei Complementar federal87/96, art. 12, XII, na redação da Lei
Complementar 102/00, art. 1º):
(...)
(...)
§ 5º - Nas hipóteses dos incisos VI, XIV, XVII e XVIII, será devido a este Estado o imposto
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a alíquota interestadual. (Redação
dada ao parágrafo pelo Decreto 61.744, de 23-12-2015, DOE 24-12-2015; produzindo
efeitos a partir de01-01-2016)”
I - a alíquota interna a ser utilizada será aquela que corresponda à carga tributária efetiva
incidente nas operações e prestações internas destinadas a consumidor final,
considerando eventuais isenções e reduções de base de cálculo vigentes;
II - a alíquota interestadual a ser utilizada será aquela fixada pelo Senado Federal, exceto
na hipótese do inciso III;
III - caso haja, no Estado de origem, incentivo ou benefício fiscal concedido em desacordo
com o disposto na alínea "g" do inciso XII do § 2º do artigo 155 da Constituição Federal, a
alíquota interestadual a ser utilizada será aquela que corresponda à carga tributária
efetivamente cobrada pelo Estado de origem.”
Decreto 65.718/2021:
“Artigo 1°- As isenções previstas nos artigos 2º, 14, 92, 150 e 154, todos do Anexo I do
Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -
RICMS, aprovado pelo Decreto nº 45.490, de 30 de novembro de 2000, aplicam-se,
também, às operações destinadas a entidades beneficentes e assistenciais hospitalares e
fundações privadas de apoio a hospitais públicos, desde que observado o disposto neste
decreto, sem prejuízo das demais disposições previstas na legislação.
§ 1º - As isenções aplicam-se:
2. sobre o montante equivalente:
a) a 60% (sessenta por cento) do valor da operação, quando não houver comprovação da
proporção de procedimentos hospitalares e ambulatoriais realizados em pacientes do
Sistema Único de Saúde - SUS;
(...)”
Parágrafo único - Na aplicação das isenções a que se refere o “caput”, deverão ser
atendidos os requisitos e condições previstos no artigo 3º do Decreto 65.718, de 21-05-
2021.
Artigo 2º - Para fins de determinação do percentual de aplicação das isenções nos termos
do § 2º do artigo 3º do Decreto 65.718, de 21-05-2021, as entidades beneficentes e
assistenciais hospitalares que, no exercício de 2020, tenham realizado em pacientes do
Sistema Único de Saúde - SUS mais de 60% dos seus procedimentos hospitalares e
ambulatoriais deverão apresentar pedido à Secretaria da Fazenda e Planejamento, por
meio do Sistema de Peticionamento Eletrônico - SIPET, instituído pela Portaria CAT 83/20,
de 23-09-2020, juntando os documentos comprobatórios que se fizerem necessários.
Artigo 3º - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos
desde 01-05-2021.
Anexo Único
(...)
(...)”
9. Caso a carga tributária incidente na operação interna deste Estado seja inferior à
alíquota interestadual aplicável à operação, não haverá montante a ser recolhido a este
Estado a título de DIFAL.
A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos termos da legislação vigente.
Deve-se atentar para eventuais alterações da legislação tributária.