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A Reforma Protestante

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A Reforma Protestante

Reforma Protestante
A Esperança da História se repetir.

1ª Edição

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© 2009 – Geração Benjamim

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A Reforma Protestante

A Reforma Protestante
A esperança da história se repetir.

Termos que se deve conhecer:

• Reformadores:

o Este termo refere-se aos líderes da revolta contra o catolicismo.


Lutero, Zuínglio, Calvino, Knox, Bucer, Cranmer, e aos outros que
mereceriam esse título, assim como Anabatistas iguais a Menno
Simons.

• Protestantes

o Qualquer membro do grupo original que "protestou" contra a


Igreja Católica e de fato se separou dela, e qualquer membro
daquele primeiro grupo de igrejas ou dos seus descendentes
modernos.

o O termo foi primeiramente usado em 1529 quando um grupo de


nobres alemães "protestou" contra a Dieta de Speyer.

• Luterano

o Um membro das igrejas que descendem de seguidores originais


de Lutero.

• Reformado

o Um membro das igrejas que descendem dos Protestantes não-


luteranos como Knox, Calvino, Bucer.

• Reformadores Magisteriais

o Os Reformadores que acreditavam que o magistrado civil deve


forçar a religião correta.

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o Não houve nenhuma diferença, neste ponto, entre os


Reformadores magistrais e os Católicos Romanos.

• Anabatista

o Um membro "da Reforma radical" - aqueles que ultrapassaram os


reformadores magistrais e restringiram batismo a crentes adultos.

o Isso também conteve a idéia de que não se esperava que todo o


mundo se tornasse cristão.

o Por isso, o governo foi posto fora do quadro e não deveria ser
usado por Cristãos para impor a religião verdadeira a outros.

o Nem os Cristãos devem participar no governo civil.

I. Introdução

Durante muito tempo, os primeiros cristãos foram perseguidos e até


mortos por causa de Cristo. A situação mudou quando o imperador romano
Constantino, 313 d.C., institui uma série de benefícios ao Cristianismo, tais
como: isenção de impostos, terras, pagamento dos bispos e ajuda na
construção de templos. Poder e dinheiro passaram a influenciar a vida da
Igreja, que, em 392 d.C., se fundiu com o Estado, tornando-se a mesma
coisa.

Com isso, muitos passaram a fazer parte da “nova religião”, não por
convicção e fé, mas por favores e benefícios. Aquela vida comunitária,
aquele amor cristão, o partir o pão de casa em casa e o socorrer aos
necessitados viraram práticas do passado. O Cristianismo começou a decair
moralmente, e seus fiéis não corresponderam a Palavra e a vontade de
Deus.

Na Idade Média, quem mandava na Igreja era o Papa. Naquela época, ele
tinha plenos poderes para instituir e derrubar reis e reinos: A igreja passou
de perseguida a perseguidora, e muitos sofreram nas mãos dessa “Igreja
Cristã”. Foi criado o “clero”, que era uma liderança muito mais política que
espiritual, e mantinha uma distância enorme do povo. O clero não parecia
de forma alguma com o grupo dos apóstolos, que viviam em meio ao povo.

• Houve basicamente um total desvio da Palavra de Deus nesse período.

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1. A Falsa Autoridade da Igreja

a. A supremacia papal dizia que o pontífice romano, o


papa, era a representação de Deus na terra ou o
vigário de Cristo (aquele que assume o lugar de
Cristo). Sendo assim, as decisões papais feitas através
de decretos ou bulas tinham autoridade maior do que
a Escritura.

b. Salvação naquela época era o mesmo que obediência


ao papa. Sendo ele o soberano representante de Deus,
não só a Igreja estava sob seu comando, mas também
toda a lei civil.

c. O papa Gregório VII defendeu a idéia de que o papa “é


o único que deveria ter os pés beijados pelos
príncipes”, depor imperadores e absolver, ou não, os
súditos dos impérios de suas obrigações feudais.

d. O chefe da Igreja comandava também a vida comum e


a propriedade dos cidadãos de todo o império.

e. A bula papal, anunciada pelo papa Bonifácio VII em


1302, chamada de “Unam Sanctam”, dizia que, assim
“como houve uma única arca, guiada por apenas um
timoneiro, assim também havia uma única santa,
católica e apostólica igreja, presidida por um supremo
poder espiritual, o papa, que podia ser julgado apenas
por Deus, não pelos homens. Desta forma ele
concluiu: “Declaramos, estabelecemos, definimos e
pronunciamos que, para a salvação, é necessário que
toda criatura humana esteja sujeita ao Pontífice
Romano”.

f. O sistema sacramental era outra grande estratégia da


Igreja daquele tempo. Através desse sistema, os
sacerdotes recebiam poderes incríveis, como, por
exemplo, perdoar os pecados do povo e também de
conceder ou retirar a vida eterna.

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2. O Falso Poder da Igreja


a. O papa Inocêncio III organizou a força policial da
Igreja, que se chamava Inquisição.
i. Essa foi a mais terrível estratégia da Igreja.
ii. Qualquer divergência contra ela era tratada
como se fosse crime, cuja punição não estava
reservada apenas neste mundo, com prisões,
tortura e morte, mas também no mundo
vindouro, onde o insubmisso queimaria no
inferno.
b. O papa poderia também fazer uso do interdito, uma
espécie de intervenção da igreja nos reinados do
Império, quando o chefe da Igreja assumia o lugar do
rei, como aconteceu com o Rei João da Inglaterra em
1213.
c. Foram muitos os abusos e perseguições nesta época.
i. Seres humanos sem direitos, liberdade e sendo
terrivelmente explorados e censurados quanto a
sua liberdade de consciência.
ii. A Igreja se afastava das doutrinas e colocava em
seu lugar um falso poder, uma autoridade
mágica que passa longe dos princípios eternos
das Sagradas Escrituras.
3. A Falsa Santidade da Igreja
a. Nas últimas décadas antes da reforma de Martinho
Lutero e do Renascimento, houve uma aberta
demonstração da imoralidade entre os líderes da
Igreja. Aqueles que se diziam ocupar o lugar de Deus
na terra mergulharam de uma vez por todas na
corrupção e na prostituição. Houve quem comparasse
os papas dessa época aos terríveis imperadores
romanos que viveram próximos ao início da era cristã
e foram reconhecidos pela sensualidade e imoralidade.
b. Corrompido dessa forma, o poder foi usado para
favorecer os oficiais da Igreja e seus parentes. Papas
nomeavam sobrinhos e familiares próximos, alguns
deles na adolescência, para assumirem bispados e
arcebispados por todo o império. Ser líder da Igreja
era um grande negócio.

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c. A moralidade do clero naquele tempo: “Os cardeais


que residiam em Roma não procuravam resguardar as
amantes das vistas do público”.
d. A paixão do jogo os envolvia na perda e no ganho de
somas enormes, em uma só noitada.
e. Os papas assistiam a sujas comédias, representadas
no Vaticano.
f. Seus filhos se casavam nas próprias câmaras do
Vaticano e os cardeais se misturavam às senhoras que
acorriam, como convidadas, as brilhantes diversões
que os papas arranjavam.
4. Uma Igreja Enfraquecida
a. Todos esses atos de dominação, corrupção e
imoralidade acabaram enfraquecendo a igreja. O papa
acabou perdendo o respeito e o prestígio das ordens
leigas da igreja que estavam submetidas a ele.
b. Em 1309, o centro, ou sede, da Igreja deixou Roma
para se estabelecer em Avignon na França. Durante 68
anos a Cúpula da Igreja foi francesa. Depois, com
Gregório XI, a Igreja voltou a Roma. Mas alguns
cardeais franceses não se conformaram com a sede do
papado em Roma e elegeram um papa para si, que
governou a Igreja novamente de Avignon.
c. Esse foi o período da história que contou com a
existência de dois papas. Um em Roma, Clemente VII,
e outro em Avignon, Urbano VI, na França. Ambos se
diziam sucessores do apóstolo Pedro.
d. Esse poder dividido colaborou para o desgaste da
autoridade esperada pela Igreja Romana.
e. Com o declínio da autoridade, a Influência da Igreja no
mundo começa a diminuir.
f. Começam a surgir cidades/estados que se opõem
contra a pretensa soberania mundial do papa.
g. As nações que começaram como seara do “Santo
império Romano”, passaram a ser comandado por um
rei, que com seu exército, protegia seus súditos contra
a exploração da Igreja.

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h. A Inglaterra e a Boemia foram as primeiras regiões da


Europa a se manifestarem contra o domínio papal.
i. Surgiram a partir de então movimentos internos que
clamavam por reforma. Dentre esse, destacamos os
personagens de João Wycliff, na Inglaterra, e João
Huss na Boemia.
j. Esses acontecimentos sucessivos demonstram a
presença de Deus na história, abrindo espaço para
Reforma de Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico
Zuínglio.
k. O caminho para renascimento das artes, da ciência e
da religião começa a ser trilhado.
B. Os dois últimos séculos antes da Reforma formaram um
verdadeiro período de trevas. Deus, então, preparou homens e
mulheres para uma grande transformação de proporções
mundiais, cujos efeitos chegam até os nossos dias.
C. Tanta imoralidade e perversão acabaram por propiciar a entrada
desse novo movimento. O mundo necessitava de Deus, da sua
Palavra e de uma transformação que abrangesse não só a sua
vida espiritual, mas também a restauração da dignidade humana.

II. Condições do mundo antes da Reforma


A. A Nova Europa
1. A Europa estava se modificando. O que até agora
conhecíamos como os estados/nações foram resultado das
velhas monarquias feudais.
2. Os reis, recentemente poderosos em muitos países, estavam
testando os limites do poder da Igreja. Especialmente na
área de receitas, as nações tentaram vários modos de
limitar a capacidade do Papa de receber o dinheiro, e
também fizeram tentativas de interferir no governo da
Igreja, muitas vezes, de instituir reformas que o Papado
pareceu fraco a rebater.
B. A Peste Negra
1. A peste Bubônica apagou mais de um terço da população da
Europa nos anos de 1300, e quase no fim dos anos 1400 a
sociedade foi recuperada dos seus efeitos.

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2. A peste tinha aumentado a preocupação com a morte entre


todas as classes de pessoas, mas houve também um
otimismo renovado até o final dos anos 1400 através de
várias providências.
3. A classe média aumentava numa nova onda do comércio.
4. O dinheiro tinha tomado o seu lugar ao lado da terra como
uma forma da prosperidade.
C. Os Turcos
1. Os turcos tinham estendido o seu império na Europa e
sempre eram temidos.
2. A invasão de turcos muçulmanos passou pelos Bálcãs até
chegarem às portas da Viena, ameaçando a própria Áustria
durante o período da Reforma, causando uma diminuição na
perseguição dos hereges pelo Imperador Romano, cujos
líderes simpáticos ele precisava para ajudá-lo contra os
turcos.
D. Humanismo e a Renascença
1. Houve também uma grande entrada de escritas
humanísticas gregas pagãs (resultado da queda do Império
Bizantino). E isso levou a uma Renascença do pensamento
humanístico pagão.
2. A Renascença, na sua manifestação como arte, foi muito
amada pelos Papas debochados do período, que passaram
somas grandes de dinheiro para ter a nova arte em todo
lugar.
3. O exemplo principal foi a Basílica de São Pedro que era
financiada em parte pela venda da indulgência na Alemanha.
E. A Máquina de Impressão
1. A invenção da prensa de impressão e a impressão do
primeiro livro (a Bíblia) em 1456, por Johan Gutenberg, foi
um desenvolvimento muito positivo que permitiu a
disseminação rápida de doutrinas da Reforma.
2. Lutero teve um dos meios de comunicação em massa à sua
disposição.
F. Tudo isso veio com a Reforma do século 16.

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III. O que era a Reforma?


A. Hoje em dia, a moda é falar da necessidade de mudanças na
igreja, mas vemos poucas pessoas se mexendo e, menos ainda,
sabendo do que estão falando. “Nós precisamos reformar a igreja.
Nós precisamos de uma nova Reforma”. Lindo de falar, mas um
pouco errado no seu entendimento da Reforma Protestante.
B. A Reforma Protestante não era uma transformação da igreja, mas
uma saída da igreja da época.
C. Era uma reforma, voltando às crenças originais do Cristianismo.
D. O Cristianismo foi reformado, não a igreja.
E. A Reforma é o movimento na história, que começa em 1517, que
rompeu a unidade institucional da igreja na Europa Ocidental e
estabeleceu a terceira grande parte de Cristianismo, chamada
protestantismo, que foi e é centrada na autoridade absoluta e
suficiente da Bíblia e na justificação somente pela fé.
F. A Reforma na Europa durante o século 16 foi uma das épocas
mais importantes na história do mundo.
1. A Reforma nos deu a Bíblia - agora disponível em nossa
linguagem.
2. O princípio de liberdade religiosa era algo inimaginável antes
da Reforma.
3. Os Reformadores lutaram pelos princípios de que somente
as Escrituras são a nossa autoridade final, que somente
Cristo é a Cabeça da Igreja e a Justificação é pela graça de
Deus, com base no trabalho terminado de Cristo, recebido
somente pela fé.

IV. Os Pré-Reformadores
A. Os Valdenses
1. Os Valdenses foram um movimento dinâmico do Evangelho
que começou em 1177.
2. Peter Waldo, um comerciante rico, mandou traduzir os
Evangelhos para o francês e organizou uma Sociedade para
apresentar a verdade Bíblica.
3. Os Valdenses desejavam estudar as Escrituras e ser fiel aos
princípios Bíblicos em todas as áreas da vida.

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4. Eles queriam um caminhar mais consistente com o exemplo


de Cristo.
5. Esses "homens pobres do Lyons" saíram dois em dois e
corajosamente proclamaram a Palavra do Deus em todas as
partes da França do Sul, a Itália do Norte e da Suíça.
6. Depois que a Bíblia foi colocada no Índice de Livros
Proibidos pelo Conselho da Valência em 1229, o Papado
começou a perseguir continuamente os Valdenses. Milhares
foram assassinados.
7. Os sobreviventes fugiram para os Alpes do Sul, do
Piemontês ocidental, e cresceram por lá.
8. Debaixo do ataque implacável os Valdenses se tornaram
soldados adestrados e efetivamente resistiram à tirania.
9. A perseguição dos Valdenses só terminou antes do século 17
quando Oliver Cromwell, da Inglaterra, interveio
energicamente em seu nome.
10. Os Valdenses sobrevivem na Itália do Norte, até hoje.
11. É a igreja Protestante mais velha no mundo.
B. João Wycliff (1329-1384)
1. Nasceu em Hipswell, Yorkshire na Inglaterra, em 1329
quase 200 anos antes da Reforma.
2. As suas crenças e ensinos eram bem iguais aos de Lutero,
Calvino e outros reformadores.
3. Seus escritos e exemplo inspiraram Huss e Lutero.
4. Como um homem à frente do seu tempo, os historiadores
chamaram Wycliff de "a estrela da Manhã da Reforma".
5. O que marcou a vida desse homem foi sua erudição, o tanto
que ele conheceu, e sua dedicação ao estudo da teologia.
6. Foi estudar em Oxford e logo dominou a filosofia e os
ensinos de Agostinho (ensinos que mais tarde influenciariam
homens com Lutero e Calvino).
7. A peste negra levou Wycliff a buscar nas Escrituras e
descobrir a salvação achada em Cristo.
8. Por ser um grande teólogo, tornou-se capelão do Rei da
Inglaterra, Ricardo II. Nesta posição pôde fazer muito pela
reforma de sua Igreja.

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9. Wycliff defendeu a independência da Inglaterra do controle


Papal e apoiou a recusa do Rei Eduardo III em pagar
impostos ao Papa.
a. Esse foi só o primeiro passo para se negar a
supremacia política do Papa e questionar sua
supremacia espiritual.
10. O favor real que Wycliff ganhou depois dessa confrontação o
protegeu mais tarde na vida.
C. Ensinos Voltados para a Bíblia
1. Wycliff defendeu as seguintes idéias para obter a reforma da
sua igreja:
a. Sobre a Bíblia Wycliff ensinava que os concílios e a
liderança da Igreja deveriam ser provados pelas
Escrituras Sagradas.
i. A palavra do papa e a tradição da igreja não
poderiam ter uma autoridade de maior peso do
que a da Bíblia.
ii. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Ela é o
suficiente pra suprir as necessidades da alma
humana, sem que sejam necessárias as
intervenções da Igreja e as mágicas de seus
sacerdotes.
iii. Wycliff entendia também que as Escrituras
deveriam ser colocadas nas mãos do povo e não
ficarem limitadas ao clero (liderança da Igreja).
b. Sobre o Papa e seus sacerdotes, Wycliff ensinava que
os papas eram homens sujeitos ao erro e ao engano.
c. Assim como dentro da Igreja de Cristo havia joio e o
trigo, ser líder da igreja não era garantia de salvação,
muito menos de perfeição.
d. Ensinava que o oficio do papado era invenção do
homem, e não de Deus. E que o papa seria o anticristo
se não seguisse fielmente os ensinamentos de Cristo.
e. Censurou os monges quanto a preguiça e a ignorância
deles no que se dizia respeito do estudo das
Escrituras.
f. Ele atacou as corrupções, superstições e abusos dos
frades e monges.

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g. Ele declarou os mosteiros como anti-bíblicos e expôs


seu suposto poder para perdoar pecados como
fraudulento. "Quem pode perdoar pecado?" Wycliff
ensinou: "Somente Deus!"
h. Ele expôs a indulgência, o purgatório e
transubstanciação como heresia anti-bíblica.
D. Estando numa posição de grande destaque, Wycliff tinha acesso
ao Parlamento e traduziu a Vulgata (Bíblia em Latim) para o
Inglês. Essa tradução foi de fundamental importância, tanto para a
vida espiritual do povo, como também para o próprio inglês.
1. O Wycliff trabalhou na tradução do Novo Testamento para o
inglês enquanto um amigo, Nicholas de Hereford, traduzia o
Velho Testamento.
2. Nicholas foi excomungado e preso por causa do seu
trabalho.
3. A obra foi concluída em 1380.
E. As divisões dentro da Igreja Católica Romana e a eleição de dois
Papas rivais distraíram a atenção do trabalho da Reforma de
Wycliff.
F. Intimado a comparecer antes de um conselho, Wycliff repreendeu
os bispos por serem "os sacerdotes do Baal", vendendo blasfêmia,
indulgência e idolatria na missa. Ele então saiu da reunião e
recusou uma citação do Papa.
G. No dia 28 de dezembro de 1384, aos 55 anos, Wycliff sofreu um
derrame, falecendo 3 dias depois, no último dia do ano.
H. Frustrados por não terem o queimado vivo, os líderes da igreja, 44
anos depois da sua morte, pela ordem do Papa, desenterraram
seus ossos e os queimaram.
I. Influência que Atravessou Fronteiras
1. Os Lolardos
a. Para que o ensino bíblico fosse transmitido por toda
Inglaterra, Wycliff fundou um grupo de pregadores
leigos, os quais receberam o nome de Lolardos.
b. O trabalho de expansão deu certo, mas o papa não
gostou.
c. Em um decreto, a Igreja condenou os Lolardos à pena
de morte.

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d. Apesar disso, Deus não permitiu que nenhuns desses


pregadores fossem mortos.
2. Os Boêmios
a. Estudantes da região da Boemia, no centro da Europa,
foram para Oxford e lá tiveram contato com os
escritos de Wycliff e com alguns dos Lolardos.
b. Ao regressarem para a sua terra, os boêmios levaram
as novas informações e ensinos que acabaram
influenciando aquele que seria um outro grande
reformador, João Huss.
J. João Huss (1369-1415)
1. Semente da Reforma
2. Foi um homem de origem simples. Nasceu no vilarejo de
Hussinecz, sul da Boemia.
3. Seus pais eram camponeses. Sua mãe, muito religiosa, quis
que o filho fosse sacerdote.
4. Mais tarde, Huss admitiu ter iniciado a carreira religiosa pelo
dinheiro e prestigio que ela dava, mas seu interesse por
Deus veio quando ele começou a estudar mais
profundamente.
5. Huss não foi um aluno brilhante, mas parecia determinado a
estudar e crescer. Assim, formou-se na universidade,
tornou-se Mestre e dirigente da Capela de Belém, em Praga,
uma cidade importante em seu país.
6. Nessa Igreja, Huss pregava na língua do povo. Nas outras, o
serviço religioso era feito em latim.
7. Huss foi um pastor dedicado. Sua preocupação era agradar a
Deus com uma vida santa e prover sólida alimentação
espiritual ao povo.
8. Criticava duramente os líderes da Igreja por usarem seus
ofícios em beneficio próprio, vivendo no conforto e na
imoralidade.
9. Para Huss, a autoridade de um líder religioso vinha do seu
caráter e não da sua posição.
10. Huss insistia que o povo deveria viver em total dependência
de Deus, numa vida simples e consagrada ao trabalho.

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11. Ao tomar os primeiros contatos com os escritos de Wycliff,


Huss escreve na margem de seus papéis: “Wycliff, Wycliff,
você vai virar muitas cabeças”.
12. Huss, influenciado pelos escritos de João Wycliff, tornava-se
cada vez mais apaixonado pela reforma da Igreja de Jesus
Cristo. Começou então a andar em terreno perigoso.
13. Huss traduziu os trabalhos de Wycliff para Tcheco, expôs
superstições, "milagres" fraudulentos, e a venda das
indulgências.
14. Anos mais tarde, Huss teria sido acusado pela Igreja de
Wycliffismo.
15. Em 1405, declarou que a suposta aparição do sangue de
Cristo nos elementos da comunhão não passava de mentira.
16. Em seus sermões, condenava o pecado dos padres, bispos e
arcebispos. Declarava que os crentes tinham o mesmo
direito que os sacerdotes de participarem do cálice na ceia,
e não somente do pão.
17. Ridicularizava o pretenso poder dos sacerdotes de conceder
o Espírito Santo a uma pessoa ou mandarem-na para o
inferno.
18. Huss recebeu ordens do próprio papa para se calar, mas não
se calou.
19. Em 1412, o papa João XXIII proclamou uma cruzada contra
o rei Nápoles, que se tornara rebelde.
20. Para levantares fundos para a guerra, o papa institui a
venda de indulgências (perdão) em larga escala por todo o
império.
a. Huss ficou horrorizado com isso e declarou: “mesmo
que o fogo para queimar o meu corpo seja colocado
diante dos meus olhos, eu não obedecerei”. E ainda,
diante de grande pressão, declarou: “Ficarei em
silêncio? Deus não permita! Ai de mim, se me calar. É
melhor morrer, do que não me opor diante dessa
impiedade, o que me faria participante da culpa e do
inferno”.
21. Excomungado já quatro vezes, Huss resolveu exilar-se
voluntariamente, para que sua igreja não fosse privada das
ministrações.

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22. Foi para o sul da Boemia, onde escreveu livros e pregou em


alguns vilarejos.
23. Dois anos depois, um conselho geral da igreja foi convocado
em Constança (1414) para resolver a questão dos Papas
rivais e guerras Papais.
a. O Huss foi intimado para responder cargas da heresia
e concedeu a conduta segura.
24. Em 1415, ele foi condenado e queimado na estaca depois de
um escárnio de tribunal.
25. Na presença de homens, mulheres e crianças, Huss foi
amarrado numa estaca e lhe deram mais uma oportunidade
para rever seu ensino. Mas em um grito respondeu: “Deus é
minha testemunha de que a principal intenção foi tão
somente libertar os homens de seus pecados e, baseado na
verdade do Evangelho que preguei e ensinei, estou
realmente feliz em morrer hoje”. Com estas palavras um
sinal foi dado ao executor acendeu a fogueira. Por entre
chamas e fumaças, Huss entoou uma melodia “Jesus, Filho
do Deus vivo, tem misericórdia de mim”. Huss morreu
cantando.
26. Depois do martírio de Huss, os seus seguidores organizaram
uma resistência militar ao Império Romano.
27. Notavelmente esses Hussites, bem menor em número,
repeliram seis cruzadas contra eles.
a. Eles lutaram embaixo do lema de Huss: "a verdade
conquista".
b. Eles comprovaram que um homem pode encarar o
Império Romano - e sobreviver!
28. Os Hussites eram os predecessores dos Morávios.
K. O começa da Reforma:
1. Deus prepara um homem, coloca-o numa posição de
influência e autoridade e começa a trazer a Igreja de volta
para o seu noivo. João Wycliff envolve-se numa batalha de
fé pela Verdade das Escrituras, coloca a Bíblia nas mãos do
povo, ensina-a e tenta tirar esse povo das mãos daqueles
que exploravam suas vidas. Morre, mas deixa uma
mensagem viva, um exemplo de luta pelo Evangelho.

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2. Tanto Wycliff como Huss foram sementes semeadas a seu


tempo, que brotaram anos mais tarde, cujos frutos
colhemos ainda hoje.
3. Anos mais tarde os reformadores levantaram a bandeira da
“Sola Scriptura”, em favor da suficiência e autoridade
exclusiva da Palavra de Deus sobre qualquer dogma ou
direção humana.
4. A semente do ensino de Wycliff e Huss estava lá e, até hoje,
dá os seus frutos.
5. A presente lição serve como um alerta para a Igreja de hoje.
Os crentes devem viver uma vida santa e, ao mesmo tempo,
devem estar prontos para confrontar a igreja sempre que
ela se afastar do ensino bíblico.

V. Os Reformadores
A. Na hora da Reforma, temos uma igreja Católica que:
1. Acredita que a devoção diária e a leitura de Bíblia são
somente para os monges.
2. Acredita que a nossa aproximação ao Deus é cada vez mais
por santos, Maria, e "o milagre" da missa.
3. Acredita que a igreja deve ser uma instituição grande, rica e
mundial, tão poderosa como um imperador.
4. É ameaçada pelo novo "humanismo" da Renascença, pelo
menos em alguns pontos. Alguns líderes, inclusive bispos
poderosos e cardeais, estavam ansiosos para promover essa
nova aprendizagem.
5. Ainda assim, não houve nenhuma indicação clara de que
uma crise se aproximava, ou que os esforços atuais para
reformar a igreja por dentro não podiam continuar
pacificamente.
B. Martinho Lutero
1. É considerado o pai espiritual da Reforma Protestante.
2. O Começo da Vida
a. Lutero nasceu em 10 de Novembro de 1483, em
Eisleben, na Saxônia Prussiana.
b. Assim que Martinho cresceu, seus pais desejaram criá-
lo no temor do Senhor e na admoestação da virtude
cristã.

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c. Por isso o surravam ocasionalmente a ponto de


sangrar, acreditando que eles estavam o ajudando,
embora mais tarde, isso o tenha influenciado a ter
Deus como um ser cruel e não carinhoso com os
monges.
d. Seu pai não tinha sido treinado na escola, e, portanto,
desejou isso para seu filho, enfim, mandou ele à
escola para ser advogado.
e. Após a reforma começar, Lutero foi freqüentemente
difamado por seus oponentes católicos romanos. Em
particular, foi dito que a mãe de Lutero manteve
relações sexuais com o diabo e que Martinho era sua
prole!
f. Aos 18 anos de idade, ele entrou na Universidade de
Erfurt e recebeu seu Bacharelado em Artes em 1502 e
seu Mestrado em Artes no ano de 1505.
g. Seguindo os desejos de seu pai, ele se preparou para
a carreira em Direito. Contudo, dois eventos mudaram
o curso de sua vida.
i. Primeiro, ele foi abalado pela morte súbita de
um amigo íntimo.
ii. Segundo, logo após isso, em 2 de Julho de 1505,
ele foi pego por uma violenta tempestade com
trovões perto de Erfurt, e ficou tão aterrorizado
que caiu no chão e gritou: “Santa Ana, ajude-me
e me tornarei monge!” (Ana era a santa
padroeira dos mineiros e das pessoas em
perigos nas tempestades com trovões).
iii. Ele imediatamente se uniu ao convento
Agostiniano em Erfurt, para completo desgosto
de seu pai.
h. Dois irmãos de Lutero morreram vítimas da peste
bubônica (a peste negra), aproximadamente quando
ele entrou no monastério.
i. Outro irmão (James) sobreviveu e visitou Martinho em
Wittenberg, na década de 1530. Além disso,
conhecemos muito pouco sobre a sua família.

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3. Lutero como Monge


a. Lutero foi um piedoso católico romano e adorador da
Virgem Maria.
b. Ele tomou para si os mais servis e humilhantes
deveres, esperando subjugar o seu orgulho.
c. Ele mendigava nas ruas, lavava o chão, e sujeitava
seu corpo a um ascetismo rigoroso e a uma tortura
infligidora.
d. Ele estava obcecado para encontrar a paz da salvação,
mas repetidamente falhou (uma ansiedade severa da
alma a qual ele se referia como Anfechtungen).
e. Ele foi ordenado ao sacerdócio no dia 2 de Maio de
1507, quando ele realizou a sua primeira Missa.
i. Sendo instruído pelos seus professores que um
sacerdote realmente segurava “seu Deus” em
suas mãos e O oferecia aos outros, Lutero
duvidou de sua dignidade para realizar tal
tarefa. Ele tremeu no altar e teve que ser
socorrido para completar a cerimônia.
f. O padre confessor de Lutero, no monastério, era um
homem chamado Johannes Staupitz, ao qual Lutero
mais tarde atribuiu muito dos seus discernimentos
teológicos. Lutero freqüentemente ia a Staupitz para
confissão, até que ele o admoestou que parasse até
que tivesse algo realmente pecaminoso para
confessar!
4. Lutero, o Professor
a. Sua carreira de ensino começou em 1508, em
Wittenberg. Durante o inverno de 1510-1511, ele foi a
Roma, uma cidade então cheia de entusiasmo pela
Renascença, mas indiferente para com a religião.
b. Lutero ficou apavorado com a incredulidade e
imoralidade do papado, uma impressão que
indubitavelmente foi instrumental para sua conversão.
c. De acordo com o testemunho do seu filho, Paulo (que
alega ter ouvido isso de seu pai, em 1541), foi durante
sua visita a Roma que Lutero subiu de joelhos os 28
degraus da famosa Scala Santa (alegadamente os
degraus retirados do Corredor do Julgamento, em

GB Treinamento Ministerial 19
A Reforma Protestante

Jerusalém), beijando os lugares onde o sangue de


Cristo teria caído, tudo isso para assegurar para si
mesmo a indulgência adicionada a esta performance
ascética, desde os dias do Papa Leão IV, em 850.
Repentinamente, abatido pela futilidade de suas
ações, se levantou e retornou à Alemanha.
d. Ele recebeu seu doutorado em 1512 e começou a
ensinar a Bíblia. De 1513 a 1515, ele ensinou Salmos,
e de 1515 a 1517, ele ensinou Romanos, Gálatas e
Hebreus.
5. A Sua Conversão
a. Durante este período, seus sentimentos de extrema
imperfeição diante de Deus, foram intensificados. Ele
foi assombrado com a compreensão de que um Deus
de infinita justiça nunca poderia estar satisfeito com os
seus miseráveis esforços em busca da pureza.
b. Finalmente, ele entendeu que a justiça necessária não
era a justiça vinda do frustrante esforço humano, mas
sim, a justiça que ele concedeu ao homem pela graça,
a justiça de Jesus Cristo.
c. Ele entendeu que a fé era a chave. A fé não era uma
obra. Muito mais do que isso, era a mão vazia que
recebe o presente de Deus. A fé era completamente
oposta às obras. Nenhuma obra, nem os atos
sacramentais ordenados pela igreja podem
acrescentar algo ao presente gratuito de Deus. Por
essa razão, Lutero acrescentou a palavra SOZINHA à
sua tradução alemã de Romanos 3:28.
d. Não é necessário dizer que a descoberta de Lutero da
graça bíblica e a sua conversão pessoal alteraram
radicalmente sua visão sobre o papado Católico
Romano. O evangelho, Lutero argumentou, repudia “a
ímpia idéia do reinado inteiro do papa, o ensino de que
um cristão deve estar incerto sobre a graça de Deus
para com ele. Se esta opinião permanece, então,
Cristo é completamente inútil. Portanto, o papado é
uma verdadeira câmara de tortura de consciências e o
próprio reino do diabo” (LW 26:387).

GB Treinamento Ministerial 20
A Reforma Protestante

6. As Indulgências e as 95 Teses
a. A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo
temporal imputado a alguém por causa dos seus
pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia
comprar uma indulgência, para si mesmo, ou para um
parente já morto que estivesse no Purgatório.
b. Os Católicos falam de céu, inferno e de um terceiro
lugar chamado de purgatório. Purgatório foi teorizado
no pontificado do Papa Gregório I, em 593. É o lugar
para onde você vai se não foi mal o suficiente para ir
para o inferno ou bom suficiente para ir direto ao céu
e precisa ser purificado um pouco antes de entrar. No
purgatório, almas atingem o nível de santidade
necessário para entrar no céu.
c. Os oficias da igreja argumentavam que os sacerdotes
estavam fazendo bem mais “boas obras” que eram
necessário e assim, a sua “conta” com Deus tinha
mais crédito do que se precisava para pagar por seus
pecados. Então, por que não vender aqueles que
sobravam para pessoas precisando de uma ajuda? E
assim entrou a idéia de indulgências. Você poderia
comprar o crédito de boas obras feito por uma outra
pessoa da igreja.
d. Com a aprovação do papa, os bispos podiam vender
suas indulgências. A transação era feita através de um
papel representando a indulgência que certificava que
a boas obras do bispo tinham “pago” a dívida de boas
obras do indivíduo ou de um parente já morto que
estava ainda sofrendo no purgatório.
e. As indulgências foram criadas pela igreja por uma só
razão: gerar dinheiro.
f. Quem estava na liderança da venda de indulgências na
Alemanha era um monge Dominicano, bem conhecido
por sua imoralidade e bebedeira, seu nome era Johann
Tetzel.
a. Ele foi recrutado para viajar através dos territórios
episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia,
promovendo e vendendo indulgências com o objetivo
de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em
Roma e foi esse abuso que deixou Lutero revoltado.

GB Treinamento Ministerial 21
A Reforma Protestante

i. “Quando a moeda no cofre soar,


A alma do purgatório irá saltar”.
ii. Uma certa história diz que após Tetzel ajuntar
uma grande soma de dinheiro da venda de
indulgências em Leipzig, um homem se
aproximou dele e perguntou se ele poderia
comprar uma indulgência por um pecado futuro,
que ele estava planejando cometer. Tetzel disse
que sim, e eles ajustaram o preço. Após isso, o
homem atacou e roubou Tetzel, explicando que
este era o pecado futuro que ele tinha em
mente!
b. Lutero viu esse tráfico de indulgências como um abuso
que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar
apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão
e o arrependimento verdadeiro.
c. Dia 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95
Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg,
com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas
teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja
como um abuso, e pediam um debate teológico sobre
o que as Indulgências significavam.
d. Ainda que as teses fossem escritas em latim e só
destinadas para o debate acadêmico, elas tiveram o
efeito de dinamite para os outros, que começaram a
fazer cópias nas prensas de impressão, tanto em latim
como em alemão. Em vez de ser um debate de
eruditos, a povo alemão ficou interado do assunto.

As 95 Teses de Martinho Lutero


1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus
Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é,
da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a
penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de
mortificação da carne.

GB Treinamento Ministerial 22
A Reforma Protestante

4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo


(isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos
céus.
5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas
que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6. O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que
ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados
para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-
la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos
cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em
seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam
aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11. Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório
parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da
absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis
canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo
grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
15. Este temor e horror por si só já bastam (para não falar de outras coisas)
para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do
desespero.
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero,
o semidesespero e a segurança.
17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na
medida em que cresce o amor.
18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da
Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento
no amor.
19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam
certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de
nossa parte, tenhamos plena certeza.
20. Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende
simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

GB Treinamento Ministerial 23
A Reforma Protestante

21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é


absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que,
segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele,
certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por
essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer
bispo e cura têm em sua diocese e paróquia em particular.
26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves
(que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda
lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certos é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a
cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas?
Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver
conseguido plena remissão.
31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente
as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles
que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33. Deve se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do
papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é
reconciliada com Deus.
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de
satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35. Não pregam corretamente os que ensinam não ser necessária a contrição
àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de
pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em
todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de
indulgência.
38. Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem
ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.

GB Treinamento Ministerial 24
A Reforma Protestante

39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo
ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância
das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para
tanto.
41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para
que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras
do amor.
42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra
de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de
misericórdia.
43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao
necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna
melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas
apenas mais livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para
gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira
de Deus.
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância,
devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma
desperdiçar dinheiro com indulgência.
47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não
constitui obrigação.
48. Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim
como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu
favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.
49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não
depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o
temor de Deus por causa delas.
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos
pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a
edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever
- a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de
indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse
necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que
o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia
pelas mesmas.

GB Treinamento Ministerial 25
A Reforma Protestante

53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de
indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica
tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55. A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o
menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e
uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado
com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são
suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que
muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre
operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o
inferno do ser humano exterior.
59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma,
empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram
proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa
por si só é suficiente.
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça
de Deus.
63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que
os primeiros sejam os últimos.
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com
razão, pois faz dos últimos os primeiros.
65. Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se
pescavam homens possuidores de riquezas.
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se
pesca a riqueza dos homens.
67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças
realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.
68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com
a graça de Deus e a piedade na cruz.
69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os
comissários de indulgências apostólicas.

GB Treinamento Ministerial 26
A Reforma Protestante

70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e
atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os
seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
71. Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências
apostólicas.
72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade
das palavras de um pregador de indulgências.
73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma,
procuram defraudar o comércio de indulgências,
74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências,
procuram defraudar a santa caridade e verdade.
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de
poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus,
caso isso fosse possível, é loucura.
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular
sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
77. A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente,
poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78. Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem
graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc.,
como está escrito em 1 Co 12.
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignificantemente
erguida, equivale à cruz de Cristo.
80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que
semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem
para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou
perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
82. Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do
santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais
justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa
do vil dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão
insignificante?
83. Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos
falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as
doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos
redimidos?
84. Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do
dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de

GB Treinamento Ministerial 27
A Reforma Protestante

Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma


piedosa e dileta, por amor gratuito?
85. Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já
há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela
concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86. Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos
mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma
basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87. Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela
contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
88. Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do
que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse
essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do
que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já
concedidas, se são igualmente eficazes?
90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força,
sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à
zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o
espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente
respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92. Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz,
paz!" sem que haja paz!
93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!"
sem que haja cruz!
94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu
cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
95. e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas
tribulações do que pela segurança da paz.
e. As 95 Teses representaram coragem, desprendimento,
uma preocupação legítima com o estado decadente da
Igreja, e uma busca dos verdadeiros ensinamentos da
Palavra.
7. A Revolta de Lutero
a. A revolta de Lutero foi eminentemente espiritual
b. Não poderemos compreender a Reforma se acharmos
que Lutero foi movido por uma revolta contra pessoas,
contra padres corruptos, apenas.

GB Treinamento Ministerial 28
A Reforma Protestante

c. A ação de Lutero foi uma revolta contra uma estrutura


errada e uma doutrina errada de uma igreja que
distorcia a salvação.
d. Tetzel colocou a Reforma em movimento, ele foi a
gasolina que ajudou a incendiar a tocha de Lutero.
Pela sua exploração desavergonhada da indulgência,
ele abriu o caminho para a doutrina sólida avançar e
acabar com o absurdo da salvação alcançada por
merecimento.
e. A Reforma não foi um movimento sociológico; Lutero
não pretendia ensinar a salvação do homem pela
reforma da sociedade, embora compreendesse que a
sociedade era reformada pelas ações do homem
resgatado por Deus.
f. Na realidade, a Reforma do Século XVI foi um grande
reavivamento espiritual operado por Deus, que
começou com uma experiência pessoal de conversão.
8. Reações da Igreja e estado
a. Inicialmente, o Papa achava que era uma disputa
entre monges. Mas os oficiais das igrejas locais não
tinham tanta certeza. Eles queriam ação.
b. Três meses depois que as Teses apareceram, o Papa
Leo falou para a Ordem Agostiniana calar Lutero.
c. Em Abril de 1518 deu a Lutero a oportunidade de
defender o seu caso numa reunião dos Agostinianos.
Um dos seus ouvintes (e convertidos) foi o monge
dominicano Martinho Bucer, que depois se tornou um
grande Reformador.
d. No dia 7 de Agosto de 1518 deram a Lutero 60 dias
para parecer em Roma e retratar a sua heresia. Aqui
Frederico interveio no lado do seu professor de
universidade. Ele arranjou uma reunião com o legato
papal, Cajetan, na Alemanha. Depois que os
acontecimentos de três dias foram pior do que nunca.
Cajetan o ameaçou com todas as espécies da punição
papal, e não se alteraria em nenhum ponto.
e. Os próximos dois anos foram cheios de atividade.
Depois da rejeição de Roma, Lutero começou as suas
apelações de reforma de fato.

GB Treinamento Ministerial 29
A Reforma Protestante

f. Ele ainda não estava tentando criar uma nova igreja,


somente reformar a velha.
9. Exsurge Domine: a Bula de Excomunhão
a. 15 de Junho de 1520 - Esse decreto papal
excomungou Lutero, exigiu a queima de seus livros, e
condenou toda a Reforma.
b. Lutero disse, “Já sinto maior liberdade no meu
coração, pois finalmente sei que o Papa é o Anticristo,
e que o seu trono é aquele do próprio Satanás.”
c. No dia 4 de Novembro de 1520 Lutero escreveu um
tratado contra a bula chamado Contra a Bula do
Anticristo.
i. Aqui ele tentou fazer o leitor entender que ele só
desejava que eles aprendessem a Bíblia e que as
almas seriam salvas.
ii. Ele condenou o papado por queimar os seus
livros, e repetiu novamente a necessidade
absoluta da fé verdadeira que salva aqueles que
seguiriam Cristo.
d. Lutero respondeu jogando o documento no fogo (em
10 de Dezembro de 1520), quando ele disse estas
palavras: “Como tu, Papa, tem atormentado a Santa
Palavra do Senhor, possa o fogo eterno te
atormentar!”.
e. Um tremor se espalhou pela Europa quando se ficou
sabendo que um monge obscuro, um homem que não
tinha nada além de sua fé em Deus, queimou uma
bula papal. Foi o sinal ardente de emancipação. A
alma tinha descoberto seu verdadeiro valor.
f. Se a Reforma pode ser datada, esta data deve ser 10
de Dezembro de 1520. “Se eras podem ser datadas,
nossa era moderna começou às nove horas daquela
manhã” (Atkinson, 197).
10. A Dieta de Worms (1521)
a. Lutero apareceu diante da dieta no dia 17 de Abril, às
16:00h, onde ele esteve para se defender diante de
Charles V, Santo Imperador Romano (então, com
apenas 19 anos de idade).

GB Treinamento Ministerial 30
A Reforma Protestante

b. Charles disse: “É ridículo que um único monge possa


estar certo em sua opinião e toda a Cristandade em
erro por mil anos ou mais”.
c. Ele respondeu duas perguntas. Primeiro, ele
reconheceu que os livros sobre a mesa diante dele
eram seus. Em segundo lugar, foi lhe perguntado se
ele afirmaria ou retrataria o que tinha escrito.
d. Lutero pediu um tempo para refletir e orar antes de
responder, e foi lhe dado 24 horas.
e. Retornando no dia 18 de Abril, às 6:00h da manhã, ele
entregou esta agora famosa resposta: “A menos que
possa ser refutado e convencido pelo testemunho da
Escritura e por claros argumentos (visto que não creio
no Papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles
freqüentemente erram e se contradizem); estou
conquistado pela Santa Escritura citada por mim,
minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não
posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso
fazer algo contra a consciência. Esta é a minha
posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus
me ajude. Amém!”.
f. Lutero deixou Worms imediatamente, e no dia
seguinte foi denunciado pelo Imperador como “um
herético notório”, que devia ser silenciado. Lutero foi
chamado de criminoso que cometeu alta traição e,
conseqüentemente, recebeu uma sentença de morte.
g. Pelo o resto de sua vida, Lutero foi um proscrito com
um preço por sua cabeça. Foi protegido na Saxônia
pelo Príncipe Frederico, mas estava debaixo da
sentença de morte em qualquer outro lugar.
h. Nesse período Lutero trabalhou por quase um ano, e
traduziu o Novo Testamento do grego para o alemão -
a primeira tradução moderna do grego em uma língua
vernácula.
11. O Poder da Imprensa
a. A invenção da prensa de impressão foi muito
importante na mobilização da Reforma. Sem a
impressão, dificilmente teria havido uma Reforma
Protestante.

GB Treinamento Ministerial 31
A Reforma Protestante

b. Um século antes, Wycliff e Huss tinham inspirado


movimentos dedicados ao estudo da Bíblia e Reforma.
Mas a ausência da tecnologia de impressão adequada
limitou severamente a distribuição das suas escritas.
Por conseguinte, suas idéias não se estenderam tão
rápido ou longe que podia ser feito.
c. Os escritos de Lutero dominaram o mercado e sem
dúvida, eram os mais populares.
d. Martinho Lutero pode ser descrito como um pastor,
pregador, professor, teólogo, compositor e
Reformador. Mas possivelmente a sua maior realização
foi a Bíblia Alemã.
e. Quando o seu Novo Testamento em alemão foi
publicado no Setembro de 1522, ele criou uma
sensação. Cinco mil cópias foram vendidas nos
primeiros dois meses!
f. Foi a primeira vez que um meio de massa tinha
impactado a vida diária. E foi disponível – até ao
pobre. Quase todo o mundo na Alemanha leu a
tradução de Lutero, ou escutava-a sendo lida. Ele
formou um ponto da reunião lingüística da formação
da língua alemã moderna.
g. Roma tremeu ao ouvir as notícias de que esta
tradução cobria o país. Sua opressão sobre o povo
daria lugar à fé e às Sagradas Escrituras em vez de
manipulação e dominação por caprichos de homens.
h. A tradução da Bíblia de Lutero inspirava e guiava
traduções semelhantes da Bíblia em línguas locais na
Holanda, Suécia, Islândia, Dinamarca e Inglaterra.
i. Um dos muitos modos que Lutero deixou a sua marca
na história foi a ordem na qual ele colocou os livros da
Bíblia, a mesma que usamos até hoje. Antes de Lutero
não havia nenhum acordo uniforme.
j. As traduções de Lutero em particular guiaram William
Tyndale na sua tradução da Bíblia no inglês.
k. Martinho Lutero reconheceu o poder da impressão
para mobilizar suporte pela Reforma.

GB Treinamento Ministerial 32
A Reforma Protestante

l. Ele escreveu muito – mais de 400 títulos, inclusive


comentários, sermões e panfletos que atacavam
superstições e abusos Católicos e promoviam
doutrinas Bíblicas.
m. Nos primeiros três anos depois que Lutero pôs as suas
95 Teses em Wittenberg, de 1517 para 1520, ele
publicou 30 panfletos e inundou a Alemanha com
400.000 cópias.
n. Por volta de 1523, a metade de todos os trabalhos
impressos em Alemanha eram trabalhos de Lutero.
o. Até ao fim da sua vida, Martinho Lutero tinha escrito
mais de 60.000 páginas de trabalhos publicados.
Ainda sim, ele disse que preferiu que "todos os meus
livros desaparecessem e que as Sagradas Escrituras
sozinhas sejam lidas!"
p. Lutero foi às vezes descrito como o primeiro grande
jornalista do mundo.
q. Por que seus escritos tiveram sucesso e, mudaram a
história?
i. Primeiramente, ele escreveu na língua comum,
em vez de no latim escolar – que só era
entendido pela elite educada de sociedade.
ii. Em segundo lugar, Lutero dominou o uso de
panfletos, que eram baratos e fáceis de ler.
iii. Em terceiro lugar, ele usava algumas das
melhores ilustrações do seu tempo para fazer a
sua mensagem entendida até ao semi-
alfabetizado.

12. O Casamento de Lutero


a. Katherine Von Bora (1499-1552) escapou de um
monastério com várias outras freiras em Abril de
1523. Ela e Lutero casaram em 13 de Junho de 1525.
b. Lutero se tornou o pai de seis filhos, e as suas idéias
sobre matrimônio, como todas as outras, foram
ansiosamente devorado pelos seus estudantes e se
tornou a base do interesse Protestante em bons
matrimônios e famílias.

GB Treinamento Ministerial 33
A Reforma Protestante

c. Temos que lembrar que até este ponto, toda a


literatura religiosa era escrita por solteiros que
estavam embaixo de votos da castidade.
d. Foi o começo do pensamento cristão e a literatura
nesse ponto, e a casa de Lutero, como muitas vezes é
afirmada, se tornou o modelo "casa do pastor".
e. Mas Lutero não falou somente sobre matrimônio, ele o
viveu. Foi bem conhecido que ele era dedicado a sua
esposa e família.
13. Lutero e o Sistema da Igreja Protestante
a. Influenciado por Lutero e os Wittenbergers um
processo de construir um sistema de igreja realmente
Protestante começou.
b. Uma outra grande contribuição de Lutero foi a
introdução do canto congregacional, e a escrita
conseqüente de novos hinos Protestantes.
c. Como muitas outras inovações do período Reformado,
todos os Cristãos hoje não dão muito valor ao canto
congregacional, mas essa foi uma outra bênção que
tinha sido retida do povo até a Reforma.
14. A Reforma Estabelecida
a. Embora Lutero tivesse gostado de ver a unidade vir do
seu trabalho, o resultado foi o contrário.
b. Lutero esperou que os líderes da igreja e os eruditos
do dia se unissem com ele na diligência de derrubar a
impureza da doutrina.
c. Em vez disso, os assaltos vieram a ele de cada lado.
Mesmo a sua própria ordem Agostiniana veio contra
ele com a condenação.
d. Lutero deu a Reforma um começo, não um fim.
e. Quando ele morreu em 1546, a Reforma foi
estabelecida, mas os seus maiores frutos ainda
estavam por vir.
C. Ulrico Zuínglio (1484-1531)
1. O Começo
a. A Reforma, em sua expressão na suíça, tomou formas
diferentes das da Reforma Luterana Alemã.

GB Treinamento Ministerial 34
A Reforma Protestante

b. A Reforma Zuíngliana foi de grande impacto para o


povo alemão também, mas como veremos, o caminho
de Zuínglio para a reforma foi diferente do de Lutero.
c. Ulrico Zuínglio, nasceu no dia primeiro de Janeiro de
1484 em Wildhaus, Suíça.
d. Seu pai era um camponês livre e o magistrado.
e. Notáveis habilidades escolares o levaram a ser
enviado à escola, especialmente na Basiléia, onde
aprendeu a amar os clássicos.
f. Ele adotou os ensinamentos Humanistas que estavam
passando pela Europa.
g. Foi convidado a ser sacerdote em Glarus, no ano de
1506.
h. Ele aprendeu a amar as Escrituras, mas não foi um
grande exemplo de vida. Pois era conhecido por gostar
das mulheres.
i. Nessa época, ele começou a se incomodar com os
erros nas áreas militares de seu país, pois observava
diretamente como a prática suíça de treinar soldados
mercenários para poderes estrangeiros (inclusive o
papa) danificava as morais nacionais e matava os seus
homens jovens.
i. Ele começou a denunciar essa prática nas suas
pregações.
j. Em 1516, assumiu uma posição na cidade de
peregrinação de Einsiedeln, onde tinha uma grande
influência.
k. Sempre havia visitantes de outras cidades, e o
convento tinha uma biblioteca muito boa para a
continuação dos seus estudos.
l. Como um jovem padre Católico, Zuínglio começou a
estudar a Bíblia. Ele aprendeu sozinho hebraico,
grego, e decorou as epístolas de Paulo no Novo
Testamento em Grego.
m. Zuínglio foi pego de surpresa quando percebeu que
havia uma enorme diferença entre o ensino da Bíblia e
o ensino e a prática da igreja Católica romana.

GB Treinamento Ministerial 35
A Reforma Protestante

n. Nessa época ele ainda era um reformador moderado,


mostrando às pessoas a direção de Cristo e se
afastando dos abusos da Igreja. Mas ainda não era um
reformador Protestante.
2. Se tornando um Reformador
a. Em Glarus, Suíça, ele começou a ser notado por
muitos e em 1518 foi convidado para ir a Zurique se
tornar "o sacerdote do povo" na Grande Igreja
Monástica.
i. Ele chegou à cidade com o anúncio de que
começaria a pregar primeiramente pelo
Evangelho de Mateus.
ii. Essa foi a partida para a leitura fragmentária da
Sagrada Escritura que havia prevalecido na
Igreja medieval.
iii. Depois de Mateus ele pregou sermões de Atos e
logo virou sua atenção às epístolas de Paulo.
b. Em 1519, uma luta com a peste e a introdução dos
escritos de Lutero na Suíça levou Zuínglio a uma
compreensão mais clara da sua missão. Ele ficou mais
corajoso nas denuncias que fazia, não só sobre os
abusos, mas falsas práticas que ele sentia que eram
contrárias ao Cristianismo verdadeiro.
c. Zuínglio centrou a sua pregação em volta das
doutrinas: da graça de Deus em Cristo e da eleição do
povo de Deus no conselho decretado à Sua vontade
baseada no trabalho de Cristo.
i. Zuínglio comentou que se Lutero prega Jesus
Cristo, então “ele está fazendo o que estou
fazendo”.
ii. Na realização disso, a uniformidade dos dois
Reformadores só pode ser explicada pelo
verdadeiro reavivamento baseado na soberania
de Deus.
iii. Nunca dois homens, em um tempo tão escuro,
ao mesmo tempo, podiam ter decidido pregar
essas doutrinas se não pela graça de Jesus
Cristo e o trabalho do Espírito de Deus.

GB Treinamento Ministerial 36
A Reforma Protestante

d. Zuínglio não só pregou o Evangelho, mas também


começou a distinguir o que era ensino de homens e o
que era ensino da Bíblia.
i. A tradição humana não pode levantar-se contra
a autoridade da Palavra.
ii. Ele atacou os dias de jejum, dias de carne e
todas as maneiras da superstição que a Igreja
Católica tinha desenvolvido durante sua longa
tirania.
e. Lutero escreveu para Zuínglio e elogiou o trabalho que
ele realizava por causa do Evangelho.
f. Embora os encorajamentos viessem de irmãos da
mesma opinião, pelo menos nessa época, outros
planejavam o fim de Zuínglio. Certa vez, assassinos o
esperavam, e ele foi providencialmente avisado por
alguém para não cair na emboscada. Deus zelava por
Zuínglio.
3. Os Primeiros Casamentos no Ministério
a. Em 1522, oito ministros de Zurique tinham-se
dedicado ao bispo de Constance para receberem
permissão de casar-se. Ela foi negada, mas os
casamentos começaram.
b. Zuínglio decidiu se casar secretamente com Anna
Reinhardt naquele ano.
c. O seu segredo a este matrimônio parece fora do lugar
conhecendo a sua resolução em tantas outras áreas.
d. No dia 2 de Abril de 1524, Zuínglio anunciou o seu
matrimônio publicamente.
4. Reforma em Zurique
a. Em Outubro de 1523, o conselho aboliu relíquias,
imagens e também os órgãos e as músicas da igreja.
b. Zuínglio decidiu agir lentamente e deliberadamente,
sem motim sedicioso. Já havia estrondos naquela
direção. Mas, por exemplo, o conselho esperou oito
meses para retirar as imagens das igrejas.
c. Na Páscoa de 1525 a primeira Santa Ceia Protestante
aconteceu.

GB Treinamento Ministerial 37
A Reforma Protestante

5. Re-batismo
a. Em 1525, as dificuldades com os Cristãos que
desejavam se aprofundar mais na fé chegaram a um
ponto crucial.
b. Foi naquele ano que o primeiro "re-batismo" adulto se
realizou em Zurique.
c. Conrad Grebel, um antigo admirador de Zuínglio,
batizou o sacerdote George Blaurock. E o mesmo,
então, batizou o resto do pequeno grupo.
d. Em Março de 1526, re-batismo adulto foi declarado
como um crime capital em Zurique e quatro pessoas
foram mortos.
e. Os pais que não queriam que as suas crianças fossem
batizadas foram banidos do território.
6. Dificuldades Políticas
a. Por volta de 1530, as reformas de Zuínglio tinham-se
estendido pela Suíça e Alemanha do sul. Mas nem
toda da Suíça reuniu-se a ele.
b. Nesse período a reforma religiosa era uma questão
política, portanto os territórios Protestantes se
organizaram numa aliança.
c. Os territórios Católicos aliaram-se entre si com a
Áustria.
d. As armas e a diplomacia começaram a se infiltrar na
Reforma que rodeava Zuínglio.
e. Ele sentia que era importante não só lidar com
questões espirituais, mas também questões de Estado.
Então decidiu que era sua responsabilidade ajudar a
promover alianças e liberdade pelos estados
evangélicos.
f. Os Católicos Romanos desprezaram as alianças entre
estados.
g. Em oposição às alianças que foram feitas, a Áustria fez
negociações com alguns territórios para ajudá-los na
volta à monarquia alemã para suporte em vez dessas
alianças.

GB Treinamento Ministerial 38
A Reforma Protestante

h. Zurique manteve uma conferência para discutir a idéia


e enviou um representante aos territórios da
montanha para ajudar a suavizar a idéia.
i. Zuínglio quis dar-lhes um ultimato, mas Berna pensou
que provocaria a guerra civil.
j. Infelizmente a tensão aumentou, um pastor pego
viajando com a sua família foi detido e queimado vivo
pelos Católicos.
k. Zuínglio pregou contra isso e estimulou o povo à não
temer e se armar contra tal crueldade intolerável.
7. Guerra e a Morte de Zuínglio
a. Em 1531, Os Cinco Territórios que estavam contra a
Reforma decidiram fazer uma Dieta na Lucerna e
votaram a favor de guerra.
b. Enquanto Zurique estava dormindo, os Waldstettes
estavam planejando a guerra contra seus irmãos
patrióticos.
c. O rumor da guerra correu pela nação, e quando
chegou ao Zuínglio, ele não acreditou.
d. Mas em quatro dias o Zurique seria atacado por esses
territórios em uma guerra civil.
e. Zuínglio pregou no dia 8 de Outubro pela última vez.
f. Um mensageiro interrompeu o sermão e trouxe
notícias de que os Territórios de fato foram reunidos e
preparados para guerrear no dia seguinte.
g. Zurique e os seus aliados marcharam para a próxima
cidade e entraram nas igrejas abandonadas e
demoliram as imagens e ídolos, enquanto marchavam
para a batalha na Lucerna.
h. Alguns regimentos menores foram despachados
embaixo de vários líderes que esperavam encontrar o
inimigo vindo.
i. Parece que Cappel seria o lugar onde a batalha
aconteceria.
j. O Zuínglio se despediu de sua família sabendo que não
voltaria.

GB Treinamento Ministerial 39
A Reforma Protestante

k. E de fato ele havia pregado isso, muitos dias antes,


afirmando que toda essa miséria aconteceu para
realizar sua morte.
l. Não somente na casa de Zuínglio, mas em todas as
casa houve lamentação e choro.
m. Não se havia juntado homens o suficiente para lutar
efetivamente, aqueles que iam batalhar sabiam disso.
n. Eles deveriam ter conseguido quatro mil homens, mas
por enquanto, só setecentos haviam se reunido para
lutar no lugar crítico onde o inimigo mostraria a sua
cara.
o. Os homens mais eminentes de Zurique caíram um
após o outro enquanto o inimigo avançava.
p. O inimigo foi vitorioso em cada ocasião, e eles até
permitiam os homens que eles atacavam render-se
em certos pontos desde que as suas vitórias foram tão
completas.
q. Zuínglio ficou no seu posto, mas foi acertado na
cabeça por uma pedra lançada pelo inimigo. Ele subiu
novamente, mas foi acertado por mais duas nas
pernas que o tombaram.
r. “Eles podem matar o corpo, mas não podem matar a
alma”. Essas foram as últimas palavras de Zuínglio.
s. Dois soldados que avançaram pelo campo descobriram
Zuínglio. O capitão Fockinger o viu lá e ouviu suas
últimas palavras, reconhecendo que era Zuínglio.
Levantou sua espada e a enfiou através do pescoço
Zuínglio e matou-o gritando “Morra herege, morra”.
t. Zuínglio tinha quarenta e oito anos quando morreu no
campo de batalha. Em 11 de Outubro, 1531.
8. A Reforma Impedida
a. Muitos outros morreram em Cappel além de Zuínglio e
os soldados. Militarmente, a batalha foi um assunto
insignificante, mas, politicamente foi de máxima
importância. Pela primeira vez as perguntas incertas
da religião foram resolvidas no campo de batalha - um
evento triste que se repetiu muitas vezes durante o
próximo século.

GB Treinamento Ministerial 40
A Reforma Protestante

b. Em Cappel, os Protestantes tinham sido derrotados


nas mãos dos Católicos. E toda da Europa olhava ,
como espectadores. Quando a paz foi concluída, o
avanço da nova fé Protestante na Suíça teve uma
parada.
c. O protestantismo não teve de se retirar, mas foi
impedido a avançar além de onde estava, e assim
perdeu a possibilidade de estender a Reforma nas
outras partes da confederação suíça.
d. A Suíça foi dividida em dois campos religiosos. Isso
prenunciou o futuro, já que tal divisão seria o futuro
da Alemanha, e de fato da Europa.
e. A Reforma foi impedida em grande escala por tomar o
caminho da guerra em vez de lutar com as armas
espirituais da palavra e oração.
f. Deus interveio com aqueles que tentariam erigir um
reino espiritual por meios carnais.
g. O seu plano embora não era simplesmente derrotar a
Suíça, mas levantar outros que depois tomariam a
tocha da Reforma e a levariam além do que Zuínglio
tinha feito.
9. A Teologia e Influência de Zuínglio
a. A Ceia do Senhor
i. A sua doutrina da Ceia era diferente do que a de
Lutero.
ii. Zuínglio rejeitou não só a doutrina de
transubstanciação (o corpo de Cristo e sangue
substituírem a substância de pão e vinho), mas
também a Verdadeira Presença como mantida
por Lutero (o corpo físico de Cristo e o sangue
estão presentes em, com e embaixo do pão e
vinho, que permanece o pão e o vinho).
iii. Em vez disso, ele acreditava que a Ceia do
Senhor era uma lembrança da morte de Cristo
que aumentava a fé dos crentes.

GB Treinamento Ministerial 41
A Reforma Protestante

iv. Quando Jesus partiu o pão e disse, "Este é o


meu corpo", Zuínglio acreditava que era um
absurdo acreditar que o seu corpo estava
presente no pão, pois Jesus se sentou diante
deles vivo, como diziam as palavras.
v. Semelhantemente Jesus está fisicamente agora
no céu, tendo subido em pessoa, e enquanto ele
sempre enche a terra como Deus,o seu corpo
permanece um corpo humano e não é
onipresente.
vi. Esta diferença nunca foi resolvida, e enquanto
Calvino foi capaz de mover-se um pouco na
direção da posição Luterana, a diferença
permaneceu que Luteranos acreditavam na
Verdadeira Presença enquanto os Calvinistas
não.
b. Cristianismo “Reformado”
i. Embora o nome de Calvino sempre esteja unido
ao Cristianismo Reformado, Zuínglio que foi o
seu molde.
ii. Ele foi primeiro a negar publicamente a
Verdadeira Presença; o primeiro a trazer
influências "Puritanas" e uma reforma completa
de todas as cerimônias externas.
iii. O Luteranismo foi definido pela justificação pela
fé, que o limitou, mas o Cristianismo Reformado
foi definido pela aderência as Escrituras.
iv. O tipo de Cristianismo que Zuínglio descobriu na
Bíblia se tornou, embora com muita variedade, a
fé da maioria dos Protestantes.
v. Por Zuínglio e depois Calvino, a teologia
Reformada tornou-se a parte maior do
protestantismo, embora fragmentado em muitos
movimentos.
c. Zuínglio pôs as fundações da Reforma na Suíça.
D. Os Anabatistas
1. O nome Anabatista não foi tomado por eles. Ele é um termo
usado por seus agressores e significa "rebatizadorers".

GB Treinamento Ministerial 42
A Reforma Protestante

2. Naturalmente um Anabatista não pensaria no batismo do


crente como "rebatismo", só batismo propriamente dito,
administrado pela primeira vez.
3. Os Anabatistas, como movimento, é provavelmente mais
velho do que a Reforma, desde que eles personificam modos
de ver Cristo e a vida cristã que estiveram muito presentes
em grupos dissidentes medievais.
4. Eles são a versão Protestante das seitas medievais que
foram perseguidas por Roma, só que agora eles surgiram
em terras Protestantes.
5. Lembre-se de que os Reformadores dominantes e Roma
concordavam numa coisa: há só uma Igreja, e deve
encontrar a sua expressão como somente um corpo em
qualquer localidade.
6. Lutero, de fato, brigou pela liberdade da consciência, pois
pensou que o crente individual não deve estar embaixo do
poder de bispos romanos e do Papa quando lê a Bíblia, que
é a palavra de Deus.
7. Mas nem Lutero, Zuínglio ou Calvino, tiveram qualquer
intenção de ter mais de uma igreja em uma jurisdição local.
8. Na Paz de Augsburg em 1555, que ganhou a tolerância final
do Luteranismo no Império, o conceito de cuius regio, eius
religio ("cuja região, o seu a religião") foi feito o padrão
legal.
9. Cada parte do Império só podia ter uma religião, a Católica
Romana ou a Evangélica.
10. Pelo menos era afirmado que se uma pessoa não
concordasse com a religião de seu governante, deveria-se
permitir que ele emigrasse para uma região que praticava a
sua própria religião.
11. Novamente, havia só duas religiões legais, e em qualquer
região haveria só uma.
12. Isto sendo verdadeiro, só se podia haver uma resposta à
insurreição de um movimento Anabatista em uma região
Protestante (ou Católica).
a. Deveria ser eliminado.

GB Treinamento Ministerial 43
A Reforma Protestante

b. Algumas localidades decidiram forçar só a punição


"leve" do banimento, mas a maioria usava uma forma
da pena de morte.
c. Só apenas alguns lugares como Estrasburgo tentaram
encontrar uma solução mais humana para o problema.
13. Os Anabatistas, o povo mais perseguido da Reforma, foi
perseguido cruelmente pelos Católicos e Protestantes
igualmente, não tinham o luxo de registros escritos
extensos.
14. Eles foram conhecidos pela história durante séculos através
da maior parte dos escritos de seus inimigos, e os
Calvinistas estiveram entre os piores ofensores nesse
sentido.
15. A literatura Protestante histórica retrata-os como, grupos
escandalosos que sempre pregam a doutrina falsa e
desencaminham pessoas.
16. Fora de círculos Anabatistas, só desde o século 20, o resto
do mundo começou a dar ao movimento Anabatista o seu
devido lugar na história da igreja.
17. Os Anabatistas na história se levantaram e julgaram os
Reformadores e os seus seguidores.
18. Quem eram os Anabatistas?
a. Eles eram simplesmente a continuação de séculos de
Cristianismo subterrâneo.
b. Os Anabatistas foram uns dos vários grupos de
reformadores "Radicais" (reformadores que foram
além do que os Reformadores dominantes)
c. Os Anabatistas foram caracterizados geralmente pelo
batismo de crentes, a recusa de batismo infantil, uma
ênfase em piedade e bons trabalhos, tinham uma
aversão às igrejas estatais Católicas ou Protestantes,
uma política de não-violência e não-resistência,
acreditando que não era certo fazer juramentos, e
outras crenças.
d. Eles, na maior parte, seguiam uma crença que se
parecia com o protestantismo, com uma ênfase na
realidade do livre arbítrio e a necessidade de boas
obras acompanhadas pela a fé.

GB Treinamento Ministerial 44
A Reforma Protestante

19. A Teologia dos Anabatistas


a. Os Anabatistas não tiveram muitos momentos de paz
no seu ambiente que os dava tempo para escrever a
sua teologia.
b. A teologia Anabatista é basicamente Protestante, e é
mais fácil defini-la mostrando onde as diferenças
estiveram entre eles e os Reformadores dominantes.
c. Em 1529, Michael Sattler e os outros fizeram a
Confissão Schleitheim. Os seus pontos principais
foram:
i. Batismo devia ser administrado só a crentes.
Batismo infantil, "a maior e primeira abominação
do papa”, não deve ser praticada.
ii. "A proibição" deve ser observada por igrejas
locais contra aqueles que caem no pecado,
depois de um primeiro e segundo aviso privado.
iii. O pão e o vinho só devem ser repartidos com
crentes batizados, e ninguém mais.
iv. Os Cristãos Verdadeiros devem ser separados do
sistema mundial, inclusive "congregar na igreja",
juramentos, espada, etc.
v. Deve haver pastores entre o rebanho, que
pregam, etc., e serão sustentados pela igreja.
Se um pastor for levado do rebanho, um outro
deve ser ordenado no seu lugar.
vi. "A espada", isto é, a magistratura ou governo,
está fora da perfeição de Cristo e deve ser
deixada para o mundo para exercer. Os cristãos
não devem exercer a autodefesa nem ser
magistrados, nem usar a espada mundana
contra ofensas espirituais.
vii. Os cristãos não devem fazer juramento,
mas deixar o seu sim ser sim e o seu não ser
não.
d. Em 1524, quando as disputas no Zurique ainda eram
muito recentes, Balthasar Hubmaier (vivendo no
território Católico) publicou vários artigos
representando a sua teologia.

GB Treinamento Ministerial 45
A Reforma Protestante

i. Fé sozinha faz-nos santos perante Deus.


ii. Esta fé é o reconhecimento da misericórdia de
Deus que ele nos mostrou quando ofereceu seu
único filho. Isso exclui todos os falsos Cristãos,
que não têm nada mais do que uma fé histórica
em Deus.
iii. Tal fé não pode permanecer passiva, mas deve
se mostrar a Deus na ação de graças e à
humanidade em todas as espécies de obras de
amor fraternal. Daqui todos os atos religiosos
vãos, como velas, ramos de palma e água benta,
serão rejeitadas.
iv. Somente as obras que Deus nos ordenou a fazer
são boas e somente aquelas que ele proibiu são
más. Então se anularam as falsas idéias sobre
peixe, carne, capuzes de monge e tonsuras.
v. O pão não é um sacrifício, mas uma lembrança
da morte de Cristo. Então, não é uma oferta
pelos mortos nem os vivos...
vi. Cada vez que a ceia é celebrado a morte do
Senhor deveria ser pregado na língua do povo...
vii. Como cada cristão tem a crença pessoal e
é batizado, cada indivíduo deve ver e se julgar
pelas Escrituras se ele deve tomar a ceia
oferecida pelo pastor.
20. Perseguição
a. Os Anabatistas de Zurique originaram cerca do ano de
1520, em conseqüência dos ensinos de Zuínglio.
b. Eles foram os seus antigos discípulos, mas
acreditavam que Zuínglio não foi ao ponto que devia.
c. Então, George Blaurock, Conrad Grebel, e Felix Manz
começaram agir a favor da reforma realmente bíblica,
inclusive batismo de crente e uma igreja "reunida",
isto é, uma igreja onde os membros estivessem por
terem acreditado e sido batizados, não devido à
intervenção do estado ou presença obrigatória da
igreja.

GB Treinamento Ministerial 46
A Reforma Protestante

d. É importante observar que os Anabatistas foram


primeiro perseguidos pelos Protestantes embaixo de
Zuínglio.
e. Possivelmente ele temia que a existência de várias
versões rivais do Protestantismo prejudicasse
irreparavelmente as suas possibilidades de realizar
qualquer reforma.
f. Possivelmente, mas nada pode justificar as suas
ações. Ele teve a orelha do magistrado e esteve na
frente da Reforma. O conselho declarou que o
rebatismo foi um crime capital.
g. Felix Manz se tornou o primeiro mártir Anabatista em
1527, somente dez anos depois que Lutero tinha
pregado as suas teses. Ele foi afogado no rio bem no
meio do Zurique.
h. Outros Anabatistas foram espancados ou banidos.
Essas eram práticas padrão em territórios
Protestantes.
i. No dia 20 de Maio de 1527, Michael Sattler, o autor da
Confissão de Anabatista Schlietheim, foi executado por
autoridades Católicas.
j. Mesmo embora o Rei Católico Ferdinand tivesse
declarado o afogamento ("uma parte do batismo") o
melhor antídoto ao Anabatismo, Sattler foi condenado
a ter a sua língua cortada fora, a sua carne cortada
com ferros quentes, e depois ser queimado na estaca.
k. Os outros foram queimados ou afogados por
autoridades Católicas. Queimar parece ter sido uma
idéia favorecida por Católicos, menos por Protestantes.
21. Convidando o Ódio
a. Os Anabatistas não eram o estereótipo de um povo
tranqüilo que somente quis adorar Deus na maneira
certa e em privacidade.
b. No início, quando estabeleceram a sua reputação, eles
muitas vezes desafiavam os Reformadores
publicamente.
c. Usavam os nomes de sujos para os seus oponentes.

GB Treinamento Ministerial 47
A Reforma Protestante

d. Eles publicamente denunciaram os reformadores nas


suas pregações, tentando afastá-los da adoração
pública que estava sendo estabelecida e reformada.
e. Eles até interromperam cultos nas igrejas Reformadas.
f. Mas, quando comparamos as ações atuais de Felix
Manz à punição infligida nele, ou Michael Sattler, ou
qualquer outro Anabatista, somo obrigados a dizer
com a maior convicção que os Reformadores
estiveram errados e os Anabatistas tiveram razão.
22. Qual é a herança dos Anabatistas?
a. Menonitas, Huteritas, Irmãos, Amish
b. Devemos aos Anabatistas muitas coisas.
i. Eles foram o primeiro grande corpo de crentes a
proclamar que a igreja e o estado devem ser
separados.
ii. Manter sua posição, estar dispostos a morrer
pela sua fé, e continuar a fazer o mesmo
durante décadas e até séculos, eles
constantemente desafiavam a igreja Protestante
e até a igreja Católica para mover-se em direção
à tolerância de todos os tipos de Protestantes.
iii. Também não devemos esquecer da ênfase
bíblica que só os Anabatistas deixaram à
história.
i. Eles não estavam impressionados pela
insistência dos Reformadores que
reformavam a igreja na maneira certa.
Qualquer coisa que parecia contradizer a
Bíblia, eles rejeitavam, mas os
Reformadores pareciam estar procurando
desculpas para guardar certos aspectos da
igreja não encontrados nas Escrituras, por
exemplo, batismo infantil.
ii. Esta ênfase de “Somente a Bíblia” se
tornou uma marca das igrejas livres em
todo lugar

GB Treinamento Ministerial 48
A Reforma Protestante

iv. Apesar do estilo de vida mais atraente dos


Anabatistas, eles foram deficientes nas áreas da
salvação pela graça na sua insistência do livre
arbítrio.
c. Dizemos que os Reformadores perseguiram hereges
porque "essa era a forma como eles se referiam aos
que não conheciam bem”, o fato é que eles sabiam
bem. Somente não gostaram das conseqüências de
escolher o novo (ou Novo Testamento) caminho.
E. João Calvino (1509-1564)
1. Calvino nasceu 10 de Julho de 1509 em Noyon, na França,
perto de Compiègne.
2. Seu pai, Geraldo Calvino, era advogado e secretário do
bispado de Noyon (Igreja católica). Sua mãe, Jeanne Le
Franc, faleceu quando ele tinha três anos de idade.
3. A família Calvino tinha amizade com pessoas importantes. E
a convivência com essas famílias levou João Calvino a
aprender as maneiras educadas da elite daquela época.
4. Martinho Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando
Calvino tinha oito anos de idade.
5. Para muitos, Calvino terá sido para a língua francesa aquilo
que Lutero foi para a língua alemã - uma figura quase
paternal.
6. Lutero era dotado de uma retórica mais direta, por vezes
grosseira, enquanto que Calvino tinha um estilo de
pensamento mais refinado.
7. Em agosto de 1523, logo depois de ter completado 14 anos,
João Calvino ingressou na Universidade de Paris. Ali
completou seus estudos de pré-graduação no começo de
1528. A seguir foi para a Universidade de Orléans onde se
formou em Direito.
8. Após a morte do pai em 1531, Calvino estudou latim e grego
na universidade de Paris. Sua educação reflete a influência
do liberalismo e do humanismo do Renascimento.
9. Calvino foi inicialmente um humanista.
10. Ao contrário de vários líderes da Reforma, Calvino nunca foi
ordenado sacerdote.
11. Aproximadamente em 1533 Calvino se declarou protestante.

GB Treinamento Ministerial 49
A Reforma Protestante

12. Depois de seu afastamento da Igreja católica, esse


intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz
do movimento protestante, pregando em igrejas e acabando
sendo reconhecido por muitos como "padre".
13. Em 1534, deixou a França e estabeleceu-se em Basiléia, na
Suíça. Nessa cidade publicou a primeira edição de seu livro,
Instituição da Religião Cristã (conhecida como as Institutas
de Calvino, 1536).
a. As suas Institutas (que começou como uma carta ao
Rei da França) desenvolveram-se no livro mais
abrangente e influente da fé cristão já publicado.
b. O livro apresenta as idéias básicas de Calvino sobre
religião.
c. O livro provocou imediata admiração por Calvino.
d. Durante sua vida ele alterou a obra, aumentando-a.
14. Genebra
a. Em 1536, por causa da perseguição na França ele, por
causa do que pregava, foi obrigado a refugiar-se.
b. Calvino tinha somente 26 anos nessa época.
c. Julho de 1536 - Calvino chegou na Genebra, Suíça
"acidentalmente" - ele estava indo para o Estrasburgo
e teve de tomar um outro caminho por causa de
estradas fechadas pela guerra.
d. A cidade tinha se declarado oficialmente protestante
no dia 21 de maio daquele ano.
e. Guilherme Farel lutava para reorganizar a vida
religiosa da cidade.
f. Farel visitou Calvino quando ele passou pela cidade e
ficou convencido que Calvino era o homem que ele
precisava em Genebra para consolidar o movimento
Reformado novato lá. Ele ameaçou Calvino com o juízo
de Deus se ele ignorasse o chamado de Deus para
esse fim.
g. Calvino com relutância aceitou ficar.
h. Lá implantou as Ordenanças Eclesiásticas, leis rígidas
e intolerantes baseadas na sua crença.

GB Treinamento Ministerial 50
A Reforma Protestante

i. Esses artigos "propuseram uma disciplina


sistemática entre todos os cidadãos; uma
confissão da fé da parte de todos, porque só ‘os
membros dignos’ da igreja podem participar da
Ceia do Senhor; uma instrução completa nos
princípios da fé para preparar os jovens para a
confissão e para uma cidadania cristã útil; o
canto de Salmos como um embelezamento do
serviço divino; e o estabelecimento de uma
comissão civil para julgar questões matrimoniais
segundo a palavra do Deus".
i. Em 1538 os líderes de Genebra reagiram contra as
rígidas doutrinas dos pastores protestantes; Calvino e
vários outros clérigos foram banidos.
15. Estrasburgo
a. No mesmo ano, Calvino tornou-se pastor de uma
igreja protestante de refugiados franceses em
Estrasburgo, na Alemanha.
b. A teologia de Calvino não mudou em Estrasburgo, mas
ele aprendeu muitas coisas ao estar com as outras
figuras principais da Reforma, especialmente Martinho
Bucer.
c. Calvino adaptou as idéias de Bucer sobre o governo da
Igreja e o culto.
d. E conseguiu a vida de estudo que tanto desejava,
pastoreava, indo às conferências teológicas onde
encontrou gente como Melanchthon.
e. Ali viveu os dias mais felizes de sua vida.
f. Em Agosto de 1540 Calvino casou-se com uma viúva
holandesa, Idelette de Bure.
i. Seu primeiro marido havia sido Anabatista, mas
ela se converteu ao Cristianismo Reformado pela
persuasão de Calvino.
ii. Ela só viveu até o Março de 1549, e o único filho
deles morreu na infância.
g. A sua preocupação por Genebra continuou, e ele
acreditou que tinha um dever de voltar se possível.

GB Treinamento Ministerial 51
A Reforma Protestante

h. Ao mesmo tempo, Genebra ressentia-se da falta de


liderança política e religiosa.
i. O conselho da cidade de Genebra pediu a Calvino que
voltasse, o que ele fez em 1541.
16. A Volta para Genebra
a. A partir dessa época até sua morte, Calvino foi a
personalidade dominante em Genebra, embora fosse
apenas um pastor.
b. Ele estabeleceu uma ordem de igrejas na Genebra
durante os vinte próximos anos, não sem oposição
séria, especialmente durante os dez primeiros anos.
c. A sua igreja teve quatro ofícios:
i. Pastores (que pregam)
ii. Mestres (ensinam)
iii. Presbíteros (os mais velhos, que chamam à
ordem aqueles que pecaram)
iv. Diáconos (que cuidavam dos pobres e doentes
- mendigar era estritamente proibido)
d. A característica mais notória da igreja de Genebra,
pelo menos aos seus caluniadores modernos, foi o
conselho, composto por presbíteros e pastores. Este
corpo se encontrava uma vez por semana para tratar
questões de disciplina na igreja.
e. Em 1551, o conselho baniu Jerome Bolsec, que
atacava repetidamente a doutrina de Calvino da
predestinação.
f. Esta controvérsia levou Calvino a enfatizar a doutrina
mais do que costumava.
g. A doutrina foi a herança de todo o protestantismo
(Lutero foi mais Calvinístico do que Calvino nesta
matéria), mas as vozes dissidentes começavam a ser
ouvidas.
17. A Morte de Michael Servetus
a. Sem dúvida, o evento mais notório em todo do tempo
de Calvino em Genebra foi queimar Michael Servetus,
o anti-Trinitariano, na estaca.

GB Treinamento Ministerial 52
A Reforma Protestante

i. Ele já era condenado em terras Católicas, mas


tinha escapado.
ii. Ele conheceu Calvino há 20 anos atrás, e por
alguma razão foi a Genebra, embora Calvino
tivesse o avisado para não ir.
iii. Ele foi reconhecido, detido e ficou preso durante
algum tempo enquanto outros líderes
Protestantes eram consultados. Todos eles
aceitaram que ele deveria receber a sentença de
morte por causa dos seus escritos bem
conhecidos contra a Trindade.
iv. Calvino concordou, embora ele recomendasse
uma outra sentença além da ardência.
v. Servetus foi queimado no dia 26 de Outubro de
1553, uma das poucas ardências conduzidas por
Protestantes em toda a Reforma.
b. O efeito em Genebra foi aumentar dramaticamente o
prestígio e poder de Calvino.
c. A maioria da oposição política parou depois desse
período.
d. O efeito na história foi o contrário.
i. Muitas vozes, inclusive um antigo aluno de
Calvino, o liberal Sebastião Castellio, condenou
Calvino pela a Europa.
ii. Durante os próximos duzentos anos, o nome de
Calvino foi escurecido por este ato.
iii. Nada demonstrou mais a superioridade da
liberdade do que esta execução, que foi feita
para mostrar que até os Protestantes mais
esclarecidos não parariam em nada se
ganhassem o poder.
18. Grandes Realizações
a. A Reforma Inglesa
i. Quando Edward VI morreu e a Rainha Maria
tomou o trono da Inglaterra em 1553, os líderes
Protestantes ingleses tiveram de fugir do país ou
serem queimados.

GB Treinamento Ministerial 53
A Reforma Protestante

ii. Muitos dos melhores deles chegaram à Genebra,


onde durante os próximos cinco anos
produziram a Bíblia de Genebra, a primeira
versão inglesa realmente no padrão.
iii. Não somente a sua tradução da Bíblia ficou o
padrão durante 75 próximos anos, mas a sua
teologia foi cuidadosamente refinada embaixo
dos ensinos de Calvino.
iv. Quando os exilados voltaram a Inglaterra depois
do reinado de cinco anos de Maria, eles se
tornaram líderes em vários movimentos da
reforma na Inglaterra e Escócia.
v. João Knox, o pai de Presbiterianismo escocês, foi
um desses. O seu comentário na Genebra: "A
escola mais perfeita de Cristo desde os dias dos
Apóstolos”.
19. A Teologia de Calvino
a. A teologia de Calvino foi bem completa. Ela era muito
mais do que "os cinco pontos do Calvinismo" ou
qualquer outra frase de propaganda.
b. Ele foi, provavelmente, o maior teólogo Protestante,
pois foi muito usado na defesa das doutrinas bíblicas e
não só simplesmente em uma visão estreita da
predestinação.
c. De fato, ele foi um poderoso comentarista da Bíblia
tão quanto teólogo, se não mais.
i. Os seus comentários são uns dos poucos do
período pré-iluminista que os eruditos
modernos, o liberal e o conservador, ainda se
beneficiam.
d. Os Cinco Pontos do Calvinismo
i. Depravação Total
ii. Eleição Incondicional
iii. Expiação Limitada
iv. Graça Irresistível
v. Perseverança dos Santos

GB Treinamento Ministerial 54
A Reforma Protestante

e. Ao contrário do que muitos pensam, não foi João


Calvino quem escreveu “Os Cinco Pontos do
Calvinismo”.
f. Estes cinco pontos foram formulados pelo Sínodo de
Dort, Sínodo este convocado pelos estados Gerais (da
Holanda) e composto por um grupo de 84 Teólogos e
18 representantes seculares, entre esses estavam 27
delegados da Alemanha, Suíça, Inglaterra e outros
países da Europa reunidos em 154 Sessões, desde 13
de novembro de 16 e 18 até maio de 1619.
g. Este sistema doutrinário, se assim podemos chamá-lo,
foi elaborado somente 54 anos após a morte do
grande reformador (1509-1564).
h. Os Cinco Pontos do Calvinismo foram formulados em
resposta a um “documento que ficou conhecido na
história como ‘Remonstrance' ou o mesmo que
‘Protesto'”, apresentado ao Estado da Holanda pelos
discípulos do professor de um seminário holandês
chamado Jacob Hermann, cujo sobrenome latino era
Arminius (1560-1600).
i. Mesmo estando inserido na tradição reformada,
Armínio tinha sérias dúvidas quanto à graça soberana
de Deus, visto que era simpatizante aos ensinos de
Pelágio e Erasmo, no que se refere à livre arbítrio do
homem.
j. Este documento formulado pelos discípulos de Armínio
tinha como objetivo mudar os símbolos oficiais de
doutrinas das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e
Catecismo de Heidelberg), substituindo pelos ensinos
do seu mestre. “Os Cinco Pontos do Arminianismo”
k. Em resposta a este Cinco Pontos do Arminianismo, o
Sínodo de Dort elaborou também o que conhecemos
como “Os Cinco Pontos do Calvinismo” ao invés de
sete ou dez.
20. A Morte de Calvino
a. Nos seus últimos anos de vida, a saúde de Calvino
começou a vacilar. Sofrendo de enxaquecas,
hemorragia pulmonar, gota e pedras nos rins, foi por
varias vezes, levado carregado para o púlpito.

GB Treinamento Ministerial 55
A Reforma Protestante

b. No final de sua vida disse a seus amigos que estavam


preocupados com o seu regime diário de trabalho: "O
quê? Querem que o Senhor me encontre parado
quando ele chegar?"
c. João Calvino faleceu em Genebra a 27 de Maio, 1564.
d. Foi enterrado numa sepultura simples e não marcada,
conforme o seu próprio pedido.
e. Papa Pio IV, o pontífice romano, no momento da
morte de Calvino, disse a respeito do seu maior
inimigo: "A força desse herege (Calvino) consistiu
nisso, que o dinheiro nunca teve o menor charme para
ele. Se eu tivesse servos assim, meu domínio
estenderia um lado do mar até o outro lado".

VI. A Reforma Inglesa


A. As doutrinas de Lutero entraram na Inglaterra bem cedo. Mas a
tradição humanista tinha chegado lá há alguns anos, desde o final
do século XV.
B. As universidades da Inglaterra, Oxford e Cambridge, tiveram
pessoas pedindo reforma bem antes de Lutero.
C. O estudo do grego também tinha chegado na Inglaterra.
D. Havia homens como Thomas More, João Colet e outros que
estavam preparando o caminho para um renovado estudo das
Escrituras.
E. O jovem príncipe, coroado Henry VIII, era conhecido por ser um
amigo de aprendizagem, e Erasmus teve uma longa
correspondência com ele.
F. O Novo Testamento grego, publicado por Erasmus em 1516,
entrou na Inglaterra quase ao mesmo tempo, que as doutrinas
luteranas.
G. William Tyndale (1494 - 1536)
1. William Tyndale nasceu em torno de 1490-94.
2. Ele parece ter se convertido cedo às doutrinas Luteranas.
3. Em Cambridge no final dos anos de 1510 ou início de 1520,
ele estava espalhando princípios protestantes com um grupo
de estudantes e professores do mesmo pensamento que se
reuniram no White Horse Inn, especialmente Bilney Thomas
e João Frith.

GB Treinamento Ministerial 56
A Reforma Protestante

4. Ele deixou Cambridge para se tornar tutor para a família de


Sir João Walsh.
5. Na casa do Walsh ele tinha a idéia de traduzir a Bíblia
diretamente dos originais para Inglês.
6. Isso nunca havia sido feito; as outras versões existentes em
Inglês, incluindo a do Wycliff, tinha sido feita a partir da
Vulgata Latina.
7. Foi quando Tyndale teve a famosa conversa com o teólogo
católico que, frustrado pelos argumentos de Tyndale,
finalmente respondeu que seria melhor sem as leis de Deus
do que as do papa. Tyndale disse, "Se Deus poupar a minha
vida, vou fazer questão que um fazendeiro saiba mais das
Escrituras do que você".
8. As doutrinas de Lutero já estavam infectando o país com
"heresias".
9. Henry, com o seu orientador sem escrúpulos, o Cardeal
Wolsey, perseguiu e matou todos os protestantes que pôde.
10. Ele até escreveu seu próprio livro contra Lutero, que
recebeu o título especial "Defensor da Fé" do papa.
11. Tyndale tentou ser nomeado à equipe do Bispo de Londres
para fazer a tradução da Bíblia sob a autoridade do bispo.
Mas o bispo não quis.
12. Um amigo mercante, Humphrey de Monmouth, deu-lhe um
lugar para viver e trabalhar.
13. Ele começou a trabalhar com João Frith na tradução do Novo
Testamento.
14. Mas a Inglaterra se tornou perigosa para eles, então
partiram para o continente em 1524.
15. A Bíblia de Tyndale, a primeira Bíblia impressa em Inglês, foi
impressa a primeira vez na Colônia e a de Worms
(Alemanha) em 1525.
a. As duas edições foram enviadas para a Inglaterra a
partir de 1526.
b. Ele tinha essas (ilegais) Escrituras contrabandeadas na
Inglaterra, em fardos de algodão.
c. Estas edições foram apreendidas, queimadas, e
comprada pelas pessoas de Henry e Roma.

GB Treinamento Ministerial 57
A Reforma Protestante

16. Tyndale continuou revisando-a, e também trabalhou no


Antigo Testamento, até que foi traído e capturado em
Antuérpia.
17. Ele foi queimado na estaca em Vilvorde em 1536.
18. Suas últimas palavras foram: "Senhor, abre os olhos do
rei da Inglaterra".
a. Esta oração foi respondida numa maneira bem
incrível; a Rainha Anna converteu e estudou o livro de
Tyndale “A Obediência do Homem Cristão" e seu Novo
Testamento.
b. Um ano depois, as Bíblias estavam sendo vendidos
legalmente na Inglaterra.
c. Henry VIII mais tarde ordenou que as Bíblias em
Inglês fossem colocadas em cada igreja na Inglaterra.
H. A “Reforma” do Rei Henrique
1. Henrique VIII queria um divórcio.
a. Ninguém disse o porquê, mas era bastante perceptível
que a sua esposa, Catarina, não lhe dava herdeiros do
sexo masculino.
b. Só uma filha, após quase 20 anos de casamento.
2. Em 1527 Henry começou a perseguir um divórcio ou
anulação do seu casamento - um casamento que tinha de
ter uma dispensa papal para legalizar - a partir do papa.
3. O complicado era que Catarina era tia do imperador Carlos,
e o papa estava sob o poder de Carlos.
4. Em agosto de 1529 ele, Henrique, conheceu Thomas
Cranmer, um membro do círculo de Cambridge, que tinha
incluído Tyndale.
5. Cranmer sugeriu que a proposta de divórcio era legítima e
delineou diferentes maneiras de lidar com isso.
6. Henry o pressionou em serviço no caso de divórcio, e em
breve Cranmer era um assessor próximo.
7. Uma coisa levou à outra, e logo Henry estava negando o
papa, a quem ele chamou de mero "bispo de Roma", que
não tinha qualquer autoridade sobre a igreja Inglesa.

GB Treinamento Ministerial 58
A Reforma Protestante

8. Ele começou a derivar uma doutrina de igrejas nacionais que


continuaram católicas, mas independentes umas das outras
e especialmente do papa.
9. Os "Seis artigos" de Henrique, publicados em 1539,
resumiram a religião dele – nada tinha nada do
Protestantismo, mas sim, um catolicismo sem o papa.
a. Transubstanciação
b. Comunhão só de pão, nenhum vinho para leigos
c. Celibato sacerdotal
d. Votos monásticos
e. Missas privadas
f. Confissão
10. Uma coisa era certa - não há nada na religião de Henrique
que se pareça com protestantismo.
11. Ainda assim, protestantismo viveu à sua volta.
12. Cranmer, Latimer e outras pessoas dentro do círculo do
Henrique começaram a circular doutrinas protestantes,
especialmente após a morte dele em 1547.
13. A corte de Eduardo VI, que se tornou rei quando tinha
apenas 10 anos de idade, era controlada por protestantes no
sentido doutrinário.
14. As convicções religiosas dos verdadeiros reformadores como
Tyndale começaram a infiltrar-se através da Igreja inglesa.
I. O Reinado do Rei Eduardo (1547-1553)
1. Aquilo que se pode chamar de uma verdadeira Reforma
Protestante aconteceu na Inglaterra sob o reinado de
Eduardo VI.
2. Com apenas dez anos quando assumiu o trono, pareceu ter
sido pessoalmente dedicado às doutrinas protestantes.
3. Os seus assessores, que tinham mais poder do que ele,
estavam determinados a fazer da Igreja inglesa uma igreja
protestante.
4. Conselheiros e teólogos foram convidados do continente
para ajudar com a Reforma Inglesa.
5. O mais importante deles foi Martinho Bucer, reformador
alemão e amigo de Calvino.

GB Treinamento Ministerial 59
A Reforma Protestante

6. O protestantismo Inglês começou a tomar uma forma


definitiva, e essa forma era calvinista.
7. Cranmer lançou os Quarenta e Dois artigos da Igreja da
Inglaterra em 1553.
a. Estes mais tarde tornaram-se a Trinta e Nove artigos
sob a Rainha Isabel.
b. Eles eram bem Protestantes e permanecem em efeito
para as igrejas anglicanas até hoje, embora sejam
amplamente ignorados.
J. O Reinado da Rainha Maria
1. Infelizmente, Eduardo morreu prematuramente por causa da
tuberculose.
2. Sua meia irmã Maria, filha da original esposa, Catarina de
Aragão, assumiu o trono.
3. Ela odiava o protestantismo e a igreja Inglesa Reformada,
tanto que a expulsou. Determinou a inversão de tudo o que
tinha sido feito por Henrique e Eduardo.
4. Maria prendeu e queimou muito dos principais reformadores,
incluindo Cranmer, Latimer, Bradford, Ridley e Hooper.
5. O martírio do Cranmer foi interessante, porque sob pressão,
ele negou seu protestantismo. Mas no dia em que seria
queimado, ele pediu desculpas publicamente para a
retratação, e declarou que sua mão direita, que assinou a
retratação, sofreria primeiro. Colocou a mão no fogo até que
ela queimou-se.
6. Quando Latimer e Ridley foram queimados, Latimer falou a
famosa frase segundo Foxe, "Tenha bom ânimo, Mestre
Ridley, e faça sua parte como homem; nós, este dia,
acenderemos uma vela pela graça de Deus, na Inglaterra,
que eu creio que nunca será apagada".
K. O Reinado da Rainha Isabel
1. Isabel assumiu quando Maria morreu em 1558.
2. Ela se tornou Elizabeth I, "Boa Rainha Bess", e reinou até
1603.
3. Ela era uma protestante, embora as suas convicções
pessoais não sejam bem conhecidas.

GB Treinamento Ministerial 60
A Reforma Protestante

4. Ela parece ter acreditado na moderação em todas as coisas


religiosas.
5. Durante seu reinado, o Livro de Oração Comum (de
Eduardo) foi trazido de volta e um pouco revisto. Os 42
artigos de religião foram passados novamente para os 39
artigos.
6. Estes eram, na maior parte, calvinismo continental, mas a
Igreja que ela estabeleceu, que se tornou estável como a
Igreja da Inglaterra, foi um mosaico de diferentes doutrinas
e práticas.
7. Apenas o suficiente do catolicismo foi deixado na mistura
para encorajar anglo-católicos mais tarde (século 19) a
reinterpretarem, com algum sucesso, a igreja Inglesa como
simplesmente uma igreja católica separada do Papa.
8. Esse se tornou o movimento da Alta Igreja, ao contrário da
Baixa Igreja, ou seja, protestantes e anglicanos.
9. Muitos protestantes achavam que a reforma deveria ir mais
longe. Esses se tornaram o partido Puritano.
10. Os Puritanos foram perseguidos de várias formas, por
exemplo, foram proibidos de pregar e foram afastados de
suas posições oficiais.
11. Isabel matou, mas raramente queimou, agitadores Católicos
e missionários jesuítas durante o seu reinado.
12. Nesse ponto ela foi um pouco mais relevante do que alguns
líderes protestantes, pois sempre suspeitou que existiam
conspirações para tirá-la do trono e trazer a Inglaterra de
volta à obediência romana.
13. Todas estas conspirações vieram ao ponto máximo a partir
de 1580, quando a Rainha Maria dos Escoceses foi
executada por Elizabeth por conspirar contra ela.
14. Em 1588 Felipe, o Rei Católico de Espanha, atacou
Inglaterra com a sua armada, 130 navios e 24.000 homens
foram enviados, mas a Armada foi derrotada de maneira
espetacular com a ajuda providencial dos ventos, e assim, a
Espanha desistiu.
15. A Espanha começou um longo declínio, e o começo da
grandeza de Inglaterra coincidiu com ele.

GB Treinamento Ministerial 61
A Reforma Protestante

16. Com a ascensão da Inglaterra o protestantismo passou ao


poder, em todo o mundo.

VII. A Reforma Escocesa


A. Lembre-se que neste momento o governo da Escócia não estava
unido com a da Inglaterra. Pelo contrário, os reis escoceses eram
de uma linhagem separada, dominada pelos franceses.
B. Tiago V da Escócia, que havia perseguido alguns protestantes,
tinha morrido em 1542, deixando uma filha que ainda era criança,
Maria, e sua mãe, Maria de Guise, uma católica francesa, no
comando.
C. Embora Tiago VI da Escócia acabasse sendo o herdeiro do trono
Inglês, no período da Reforma, eram duas nações.
D. João Knox (1505-1572)
1. João Knox é considerado o maior reformador da história da
Escócia. O exato local e a data do seu nascimento não são
conhecidos, mas é geralmente aceito ter sido na cidade de
Giffordgate, 16 milhas a leste de Edimburgo, em 1513-1514.
2. Pouco se é conhecido sobre sua vida quando criança.
3. Em 1540 ele era um padre e até 1545 foi sócio de George
Wishart, um reformador original que pregou o
protestantismo em toda Escócia.
4. Após o cardeal Beaton, um governante poderoso, na
Escócia, havia queimado Wishart em 1546, os eventos
aceleraram. Enquanto Wishart morria, ele exortava os
espectadores a ensinar os bispos a palavra de Deus.
5. Mas os protestantes assassinaram Beaton e, em seguida, se
esconderam no Castelo de Santo André.
6. Knox foi a eles sob ordens de seu nobre empregador, cujos
filhos ele foi tutor.
7. Em 1547 ele tornou-se, relutantemente, o porta-voz do
movimento.
8. Em Junho de 1547 os exércitos da França chegaram ao
castelo de Santo André e, então, eles tiveram que se render.
9. Knox e outros líderes se tornaram escravos na frota
francesa. Knox foi libertado depois de 19 meses, pela
intervenção de Inglaterra, que era Protestante durante o
reinado de Eduardo VI e os seus ministros.

GB Treinamento Ministerial 62
A Reforma Protestante

10. Até 1553 Knox foi agente do protestantismo Inglês, como


tantos outros Reformadores iluminados que viveram na
Inglaterra durante este período.
11. Ele foi influente na insistência do segundo livro de oração
que não há a “Verdadeira Presença” na Ceia do Senhor.
12. De muitos modos ele se tornou o modelo que os Puritanos
Ingleses iriam seguir durante os próximos cem anos.
13. Mas em 1553 quando a Sangrenta Maria veio ao trono, Knox
abandonou a Inglaterra.
14. Ele passou a maior parte dos próximos 10 anos em
Genebra, aprendendo de João Calvino.
15. Em 1559 veio a sua última volta à Escócia. Ele pregava
agora uma doutrina da resistência a líderes Católicos -
armados se necessário.
16. A nobreza protestante na Escócia resistia Maria da Guise, a
mãe da Rainha Maria de escoceses, e os exércitos franceses
ameaçaram segurar a Escócia no catolicismo.
17. Isabel, da Inglaterra, finalmente decidiu que era melhor aos
seus interesses ajudar os Protestantes da Escócia, e em
1560 os seus exércitos foram o fator de decisão na
eliminação da ameaça francesa.
18. O Acordo de Edimburgo permitiu a um comitê de Senhores
governar a Escócia. Os Senhores se viraram para uma
direção Protestante.
19. Agora, sob da liderança de Knox, a autoridade papal foi
abolida e a Confissão dos escoceses foi adotada.
20. Bem no início dos seus trabalhos como o ministro de
Edimburgo, João Knox perdeu sua jovem esposa, muito
amada e útil. Ela deixou dois filhos.
21. A jovem Rainha Maria (Rainha dos escoceses, ou Maria
Stuart) chegou da França em 1561 e por muitos anos esteve
numa batalha real com Knox.
22. Ele era corajoso e regularmente confrontou Maria, Rainha da
Escócia, e transformou a Escócia Católica Romana em uma
nação completamente Reformada.
a. A Rainha Maria, tremendo e em lágrimas, declarou:
"Temo mais as orações de João Knox do que de um
exército de dez mil".

GB Treinamento Ministerial 63
A Reforma Protestante

23. A oração famosa de João Knox: "Dá-me a Escócia ou


morrerei!" Foi completamente respondida durante sua vida.
24. Ainda, Knox considerou o trabalho da Reforma incompleta
até que as leis da terra fossem trazidas na conformidade à
Palavra de Deus na Bíblia.
25. Em 1564 Knox se casou pela segunda vez, o que foi muito
comentado na época, porque a noiva era remotamente
ligada com a família real. Ainda mais por João Knox ter 50
anos, enquanto ela era uma moça de dezessete!
a. A moça foi Margarete Stewart, a filha de André, o
Senhor Stewart de Ochiltree.
b. Ela teve três filhas com Knox.
26. Em 1567, Mary abdicou-se (depois de ter um filho, o futuro
Tiago VI da Escócia e Tiago I de Inglaterra), e o
protestantismo conseqüentemente triunfou através de
muitas outras aflições.
27. João Knox morreu em 1572.
28. Escrito no lugar do seu último descanso é: "Aqui deita um
homem que na sua vida nunca temeu a face de homem
algum, que foi muitas vezes ameaçado com o punhal, mas
ainda assim terminou os seus dias em paz e honra".
29. Maria foi executada em 1587 na Inglaterra depois de ter
sido condenado da conspiração contra Isabel I.
30. Mais do que em outros países, pelos seus esforços, a
Reforma na Escócia foi realmente a insurreição do cidadão.
31. Na maior parte de outros países, o protestantismo foi
imposto pela conversão do soberano; na Escócia, foi imposto
pelo povo e os seus representantes contra a vontade dos
seus soberanos.
32. Se João Calvino foi o inventor do que agora conhecemos
como Presbiterianismo, foi sem nenhuma dúvida a Escócia
que lhe deu o seu caráter e acrescentou detalhes às suas
implicações.
33. Enquanto esbofeteado pela história durante os próximos
cem anos, ele gradualmente estabeleceu a forma mais pura
do protestantismo (doutrinariamente falando) que uma
igreja nacional realizou.

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34. Enfim, a expressão literária mais alta da fé dos


Presbiterianos escoceses foi um documento inglês, a
Confissão da Fé de Westminster (1646), e os seus
Catecismos.

VIII. O Progresso da Reforma (1517-1688)


A. França
1. Por volta de 1559 os Huguenotes, os Calvinistas franceses,
como eram conhecidos, tiveram a sua própria organização
nacional.
2. Em 1562, a guerra estourou entre eles e o rei Católico
francês.
3. Em 1570, protestantismo foi oficialmente reconhecido.
a. Neste período de tempo, se uns eventos tivessem
acontecido de maneira diferente como aconteceu na
Inglaterra, a França poderia ter se tornado um país
Protestante. Mas não era pra ser.
4. Catarina de Médici, a mãe da rainha, exerceu influência nas
maiores maldades que alguém poderia adivinhar.
a. Embaixo de sua influência, todos os líderes
Protestantes foram assassinados em um único dia, o
dia do São Bartolomeu, aproximadamente 20.000
pessoas.
5. Mas a desgraça nacional e internacional nessa conduta
enfraqueceu a monarquia francesa, e em 1576 foi concedida
aos Huguenotes a liberdade religiosa quase total
novamente.
6. Henrique de Navarro, que conseqüentemente se tornou o
herdeiro do trono, publicamente anunciou o seu
protestantismo e se tornou o líder dos Huguenotes.
7. Apesar de mais lutas e dificuldades, ele se tornou o rei em
1589.
8. Mas por causa da política internacional e a ameaça da
Espanha, Henrique achou conveniente se tornar um Católico
novamente, supostamente dizendo: "Paris merece uma
missa".

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9. Por esse passo ele ganhou o suporte da maioria do povo e


foi capaz de inflamar sentimentos contra a Espanha e até
ganhar o suporte do Papa.
10. Henrique lembrou-se dos seus antigos amigos e em 1598
emitiu o Édito do Nantes, que fez concessões a Huguenotes
e os concedeu a maior parte dos direitos e liberdades de
franceses.
11. Em 1685, Louis XIV revocou o Édito e novamente começou a
perseguir Huguenotes.
a. 400.000 ou mais dos melhores cidadãos da França
abandonaram o país.
12. O protestantismo foi exterminado.
13. Nenhum país, exceto possivelmente a Espanha, foi tão
antiprotestante, nos 200 anos depois da Reforma.
14. A influência da Espanha diminuiu e o século 18 da França foi
sob um regime brutal e incivilizado que foi trazido a um fim
sangrento e justificado na Revolução Francesa.
15. Hoje não há quase nenhum Cristão na França.
B. Os Países Baixos (Holanda)
1. Os Países Baixos tinham sido por muito tempo território
espanhol.
2. Embaixo da mão firme do ressurgimento Católico, William (o
Silencioso), o Príncipe da Laranja, se levantou
aproximadamente em 1559.
3. Como o protestantismo cresceu, Filipe II (da Espanha)
enviou o brutal Duque de Alva em 1567 para suprimir a
revolta.
4. Entre 6.000 e 8.000 "hereges" foram executados, e
centenas de milhares fugiram.
5. Mas através de uma revolta do povo comum, a nobreza
holandesa sob o comando de William da Laranja fez
retroceder Alva, até Católicos leais se viraram contra ele.
6. Todas as províncias dos Países Baixos uniram-se embaixo de
William.
7. Em 1580 na Porcelana de Delft, William publicamente
renunciou o seu reinado.

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A Reforma Protestante

8. Ele se tornou um herói e sobreviveu a uma tentativa de


assassinato, só morreu em 1584 nas mãos de um segundo
assassino. Mas o trabalho continuou.
9. Em 1596, França e Inglaterra reconheceram a
independência das Províncias Unidas, e em 1609 os
Espanhóis oficialmente terminaram a guerra na trégua dos
Doze Anos.
10. As Províncias tornaram-se um país Calvinista, produzindo
tais grandes artistas como Rembrandt e um pouco da
teologia mais perfeita.
11. Os Países Baixos também se tornaram a fonte dos piores
dos erros evangélicos.
a. Jacó Armínio no início dos anos 1600 ensinava o livre
arbítrio do homem e a graça condicional de Deus.
b. Os seus discípulos, chamados de Arminianos ou
Remonstrantes, emitiram cinco pontos da teologia.
12. Os Calvinistas responderam com um conselho Protestante
internacional, o Sínodo de Dordt (Dordrecht), que refutou o
Arminianos com seus próprios cinco pontos.
a. Esses ficaram conhecidos como os cinco pontos do
Calvinismo.
13. Mas o Arminianismo cresceu e cresceu até infeccionar a
Igreja da Inglaterra e depois se tornou a teologia dos
Wesleyanos.
C. A Guerra de “Trinta Anos” (1618-1648)
1. Esta guerra nos traz à conclusão da Reforma quando
falamos do continente da Europa.
2. Como a Guerra Civil Americana, ela foi o sinal do fim de uma
Era.
3. Começou como uma guerra religiosa no espírito da Reforma
e terminou como um conflito entre os novos estados/nações
da Europa.
4. Ela começou como uma discussão sobre os direitos do
Império Romano, e terminou com o Império sendo um
penhor entre os novos grandes poderes da Europa.

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5. Em 1618 os Protestantes de Boemia lançaram os regentes


imperiais Católicos fora da janela do castelo em um fosso 15
metros abaixo, a "defenestração (jogar da janela) de Praga".
6. Depois eles denominaram o Eleitor Frederico V do Palatinado
como o seu rei.
7. Isso garantiu que o imperador fizesse guerra contra Boemia.
8. Essa guerra foi próspera, e depois se seguiu uma supressão
cruel dos Protestantes, suas propriedades, universidade, etc.
9. Aproximadamente 30.000 Protestantes tiveram que deixar o
país, inclusive o pioneiro da educação Comenius.
10. Os Católicos depois seguiram o mesmo curso no Palatinado,
saqueando a Universidade de Heidelberg em 1623 e
roubando sua biblioteca para enviar ao Vaticano.
11. O rei da Dinamarca tentou contrariar os ganhos do
Imperador nos anos 1620, mas foi ineficaz.
12. Por volta de 1629, a força Católica de Hapsburg (lembre-se
de que a Espanha e o Império eram governados pelo mesmo
imperador de Hapsburg) foi vitoriosa em todo lugar, que
despertou o ciúme dos reis Católicos, não somente a
inimizade dos Protestantes.
13. Então, o rei Luterano Gustavo Adolfo, da Suécia, entrou em
cena, obtendo vitórias e tirando exércitos do campo.
14. Ele morreu batalhando, mas as suas vitórias foram o
bastante para fazer os Alemães deixarem de lutar uns com
os outros.
15. A Paz de Praga, 1635, terminou a parte religiosa da guerra.
16. A França Católica aliou-se com a Suécia Protestante contra a
Espanha Hapsburg e o Império.
17. Eles lutaram até a Paz de Westfalia, em 1648. A Europa
tinha sido mais devastada durante os trinta anos do que
nunca em uma guerra sem sentido.
18. Os resultados foram, na maior parte, negativos, mas houve
alguns pontos positivos.
a. A liberdade religiosa, ou pelo menos tolerância,
cresceu comparado ao século anterior.
b. Os Reformados foram reconhecidos como uma igreja
separada e legal, junto com os Luteranos no Império.

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IX. Os Cinco Solos da Reforma


A. Junto à Reforma Protestante se assentam quatro perguntas ou
doutrinas básicas, que segundo criam estes reformadores,
constituíam erro por parte da Igreja Católica Romana. Estas
quatro questões ou doutrinas são:
1. Como uma pessoa é salva?
2. Onde reside a autoridade religiosa?
3. O que é a igreja?
4. Qual a essência do viver cristão?
B. Respondendo a estas perguntas, os reformadores protestantes,
como Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio, João Calvino e João Knox
estabeleceram o que seria conhecido como as “Cinco Solas” (sola
é a palavra latina para única) da Reforma.
C. Estes cinco pontos da doutrina formam o coração da Reforma
Protestante, e era por estas cinco doutrinas bíblicas essenciais que
os reformadores protestantes afirmariam sua opinião contra a
Igreja Católica Romana, resistindo às exigências a eles feitas para
que voltassem atrás em seus ensinamentos, mesmo até a ponto
de morrer.
D. Estas cinco doutrinas essenciais da Reforma Protestante são:
1. Sola Scriptura (somente a Escritura):
a. Afirma a doutrina bíblica de que somente a Bíblia é a
única autoridade para todos os assuntos de fé e
prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o
padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas
da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero
tão eloqüentemente afirmou quando a ele foi pedido
para que voltasse atrás em seus ensinamentos:
“Portanto, a menos que eu seja convencido pelo
testemunho das Escrituras ou pelo mais claro
raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio
das passagens que citei; a menos que assim
submetam minha consciência pela Palavra de Deus,
não posso retratar-me e não me retratarei, pois é
perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui
permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira
ajudar-me. Amém".

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A Reforma Protestante

2. Sola Gratia (somente a graça - salvação somente pela


graça):
a. Afirma a doutrina bíblica de que a salvação é pela
graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de
Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em
Cristo não é meramente necessária, mas é a única
causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra
sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo
por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da
morte espiritual para a vida espiritual.
3. Sola Fide (somente a fé - salvação somente pela fé):
a. Afirma a doutrina bíblica de que a justificação é pela
graça somente, através da fé somente, por causa
somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça
é imputada a nós como a única satisfação possível da
perfeita justiça de Deus.
4. Solus Christus (somente Cristo):
a. Afirma a doutrina bíblica de que a salvação é
encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua
vida sem pecado e expiação substitutiva são
suficientes para nossa justificação e reconciliação com
Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra
substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo
e Sua obra não é proposta.
5. Soli Deo Gloria (a glória somente a Deus):
a. Afirma a doutrina bíblica de que a salvação é de Deus,
e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória. Isto
demonstra que como cristãos devemos glorificar
sempre a Ele, e devemos viver toda a nossa vida
perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e
somente para sua glória.
E. Estas cinco importantes e fundamentais doutrinas são a razão da
Reforma Protestante. Estão no coração do erro doutrinário da
Igreja Católica Romana, e por que a Reforma Protestante se fazia
necessária para fazer com que as igrejas através do mundo
voltassem às doutrinas e ensinamentos bíblicos corretos.
F. São tão importantes hoje em avaliar a igreja e seus ensinos
quanto eram no passado.

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G. De muitas formas, grande parte da cristandade protestante


precisa ser desafiada a retornar a essas doutrinas fundamentais
de fé, da mesma forma que os reformadores desafiaram a Igreja
Católica Romana no século XVI.

X. Uma Reforma Moderna


A. Restaurar a Primazia da Palavra de Deus
1. Acreditamos que as Escrituras sozinhas são a fonte suprema
da autoridade em matérias de fé e prática.
2. Temos de reconhecer que o fracasso de muitos líderes tanto
ensinar como estimular o estudo da Sagrada Escritura
causou a negligência de muitos aspectos importantes do
ensino bíblico que resulta em ignorância da verdade bíblica e
abandona os seus membros propensos à decepção.
B. Restaurar a Doutrina Bíblica de Salvação
1. A pregação do Evangelho deve incluir uma chamada clara ao
arrependimento e justificação pela fé sozinha, com um
reconhecimento que tal salvação nos livra do juízo eterno.
2. Estamos no perigo de usar uma mensagem superficial e
métodos que despojam a gente de um conhecimento
verdadeiro da salvação.
C. Restaurar Objetividade à nossa Fé
1. Muito do que é estimulado hoje é a experiência subjetiva e a
prática que não é testada na veracidade das Escrituras.
D. Restaurar Verdade em Vez de Erro
1. Parte do ensino em Igrejas Neo-Pentecostais foi baseado em
algo chamado de tal “ensinamento através de revelação”
(extra bíblico) ou até em profecias falsas.
2. Tem de haver uma ênfase fresca na verdade contida dentro
da palavra de Deus.
E. Restaurar Unidade Verdadeira.
1. Houve uma ênfase exagerada na unidade em detrimento da
verdade.
2. A unidade verdadeira só pode ser baseada na verdade.
3. Antes de Jesus orar que eles poderiam ser um, Ele orou
'Santificam-nos na verdade, Sua palavra é a verdade'.

GB Treinamento Ministerial 71
A Reforma Protestante

4. Essa é a ordem certa, já que a verdade leva à unidade


verdadeira!
5. Para buscar esta unidade verdadeira reconhecemos a
necessidade de maior transparência entre os que mantêm
pontos de vista diferentes.
6. Temos de buscar cada oportunidade de expressarmos
nossas diferenças e avaliá-los na luz da verdade bíblica.
F. Restaurar o Sentido da Santidade de Deus
1. Dentro do Movimento Neo-Pentecostal temos se tornado
casuais demais com Deus.
2. Embora Ele seja o nosso Pai, Ele é um Deus Santo.
3. Jesus muitas vezes se dirigia a Deus como “Pai Santo”.
4. Sem um sentido da grandeza de Deus, há pouco
desenvolvimento do caráter cristão verdadeiro e maduro.
G. Restaurar uma Compreensão Bíblica da Missão e o
Objetivo da Igreja.
1. Acreditamos que a doutrina de Segunda Vinda de Cristo
muitas vezes foi alterada ou negligenciada pela Igreja de
hoje que assim a deixa mal preparada e equipada para
últimos dias.
2. A Igreja tem de ocupar-se totalmente na sua missão de dar
uma proclamação clara da sua esperança eterna, e
preparar-se para ser a Noiva de Cristo.
H. Esta chamada não é uma chamada de voltar ao formalismo morto,
mas viver e ensinar a palavra de Deus no poder e a compreensão
do Espírito Santo.
I. Esta chamada não é para censurar o povo de Deus, mas estimular
todos nós a um amor de todo nosso coração ao Senhor na
obediência dos seus mandamentos e propósitos.
J. Esta chamada não é à introspecção interna, mas a uma expressão
externa vital e a testemunhar do amor e a misericórdia de Deus.
K. Esta chamada não é para invalidar nenhum mover passado de
Deus no Movimento Neo-Pentecostal, mas é uma nova chamada a
todos os crentes (no qual nos incluímos) para serem 'a Igreja do
Deus vivo, o pilar e a fundação da verdade' (1Tm 3.15).

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A Reforma Protestante

L. O Senhor Jesus enviou um aviso forte à Igreja em Sardes que


acreditamos é uma mensagem para nós hoje: "desperte e
fortaleça o que resta e que estava a ponto de morrer, já que não
encontrei suas obras perfeitas aos olhos do meu Deus" - Ap 3.2.

A Reforma Protestante foi marcada por homens que decidiram seguir


a Jesus, que fizeram de sua vida um testemunho do que Deus pode
fazer na vida de qualquer um de nós. Devemos estar dispostos a,
assim como aqueles homens, defender as principais doutrinas da
bíblia e proclamá-las em alto e bom som. Que Deus nos conceda
ousadia e coragem para anunciarmos a verdade de sua palavra
àqueles que estão em caminhos tortuosos.

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