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Apostila: História dos Batistas

Introdução:
As igrejas batistas são uma das principais denominações cristãs protestantes, com uma rica história que
remonta ao século XVII. Essa apostila oferecerá uma visão geral da história dos batistas, destacando seus
principais eventos, líderes e princípios teológicos.

Capítulo 1: Raízes Históricas


1.1. Contexto do Século XVII
1.2. O Movimento Puritano e Separatista
1.3. Os Primeiros Batistas: John Smyth e Thomas Helwys
1.4. Perseguições e Desenvolvimento

Capítulo 2: Expansão e Diversificação


2.1. Imigração para a América do Norte
2.2. Batistas no Novo Mundo: Roger Williams e a Colônia de Rhode Island
2.3. Batistas do Sul dos Estados Unidos
2.4. Crescimento e Diferenças Teológicas

Capítulo 3: Abolição e Direitos Civis


3.1. Papel dos Batistas na Abolição da Escravatura
3.2. Líderes Batistas pelos Direitos Civis
3.3. Contribuições para a Justiça Social

Capítulo 4: O Movimento Missionário


4.1. William Carey e o Movimento Missionário Batista
4.2. Expansão Global das Igrejas Batistas
4.3. Trabalho Missionário Atual

Capítulo 5: Ramificações Teológicas


5.1. Batistas Primitivos vs. Batistas Reformados
5.2. Batistas do Livre Arbítrio vs. Batistas Reformados
5.3. Divergências Doutrinárias e Organizacionais

Capítulo 6: Batistas Modernos


6.1. Surgimento de Diferentes Convenções e Associações
6.2. Crescimento e Desafios Atuais
6.3. Envolvimento nas Questões Contemporâneas

Capítulo 7: Princípios e Crenças Batistas


7.1. A Autonomia da Igreja Local
7.2. Sacerdócio de Todos os Crentes
7.3. Crença no Batismo por Imersão
7.4. O Foco na Autoridade das Escrituras

Capítulo 8: Contribuições para a Cultura


8.1. Impacto da Música Gospel
8.2. Influência na Educação e Instituições de Ensino
8.3. Participação Política e Social

Capítulo 9: Desafios e Perspectivas Futuras


9.1. Mudanças na Sociedade e Cultura
9.2. Desafios Teológicos e Éticos
9.3. Unidade e Cooperação Ecumênica

Conclusão:
A história dos batistas é uma jornada fascinante de fé, coragem e compromisso com suas convicções
teológicas. Ao longo dos séculos, eles têm desempenhado um papel significativo na propagação do
evangelho, na promoção da justiça social e no fortalecimento da fé cristã em todo o mundo. Esperamos
que esta apostila tenha oferecido uma visão abrangente e informativa sobre a história dos batistas.

Introdução – este documento tem o desejo e pretensão de informar e instruir o leitor a conhecer e
entender a história do povo batista, pretendendo inspirar e encorajar para que possamos entender por que
somos batista e porque devemos permanecer congregando em uma igreja batista.

Do Nascimento de Jesus até a reforma Protestante – o cristianismo surge a partir do judaísmo, com o
nascimento de Jesus que é predito no Antigo Testamento e que dá início a igreja primitiva com a morte e
ressurreição de Jesus e sua volta aos céus e com a decida do Espírito Santo no dia de Pentecostes.

A Igreja Primitiva era a igreja do tempo dos apóstolos que teve início no dia de Pentecostes (Atos 2), ou
seja, a comunidade que viveu os primeiros anos da Igreja Cristã. A história da Igreja Primitiva se
desenvolveu desde a primeira metade do século I d.C. até o final do mesmo século ou o início do seguinte
quando provavelmente morreu João, o último apóstolo de Jesus. Inclusive, o período da Igreja Primitiva
faz parte de um período maior da história do Cristianismo chamado de “Igreja Antiga”. Esse período se
estende até os anos 600 d.C., quando teve início a Igreja Medieval.

Cristianismo religião oficial do império - "Durante o governo do imperador romano Nero, os cristãos
sofreram uma das maiores perseguições em Roma: foram torturados, empalados e hostilizados nas arenas
durante espetáculos públicos. No ano de 313, o imperador Constantino deu
liberdade de culto aos cristãos e, a partir de então, o cristianismo deixou de
sofrer perseguição, tornando-se a religião oficial do Império Romano em 390.

Vamos Falar sobre Constantino I ou Constantino, o Grande (272-337),


entrou para a história romana como o primeiro imperador romano a se converter
ao Cristianismo. Contudo fica em aberto a seguinte questão, será que ele teria
feito isso por pura devoção ou fora uma jogada política? Constantino antes de se
tornar cristão, era um homem devoto inicialmente ao
culto dos deuses romanos, ele próprio se comparava
como sendo descendente do herói Héracles (Hércules),
posteriormente em suas campanhas militares no
Oriente tivera contato com o culto do Deus Sol
Invictus, ligado ao Mitraísmo. Contudo sua aparente devoção ao deus dos
cristãos só viria no ano de 312, quando este estava prestes a travar uma dura
batalha contra o imperador Maxêncio. Constantino tivera um sonho no qual
aparecia uma cruz, e nesta estava grafado a seguinte frase: In hoc signo
vinces (sob este signo vencerás), com isso antes da batalha começar
Constantino ordenou que os seus soldados pintassem o tal símbolo cristão, o
lábaro em seus escudos, e de certa forma isso acabou lhe trazendo sorte, e eles
venceram a batalha. Outras versões dizem que não fora um sonho, mas sim uma
visão.
Depois desta vitória, Constantino se converter ao Cristianismo. Em 313,
Constantino juntamente com Lícinio o novo imperador do Oriente, assinaram o Édito de Milão, no qual
proibia-se a perseguição aos cristãos, e legaliza o culto do Cristianismo pelos povos do império. Contudo,
tanto Lícinio ainda se manteve ligado as antigas tradições e não enxergou com bons olhos tal lei.

O declínio da igreja como religião oficial do império – ao contrário do que podemos imaginar o fim da
perseguição ao cristianismo e o cristianismo tornando-se religião oficial do império não foi benefício,
pelo contrário algumas coisas aconteceram que distorceram a mensagem do evangelho nos próximos
séculos, algumas doutrinas foram sendo acrescentadas que afastaram cada vez mais a Igreja do verdadeiro
evangelho.

Evangelho de Cristo

REEFORMA
Desvio
d outrin
ári o

AN DOUTRINA INTRODUZIDAS TEXTOS BÍBLICOS QUE A


O REPROVAM
310 Reza pelos defuntos Hb 9.27; Hb2.1-3; Hb 3.15
320 Uso de velas Jo 4.24
375 Culto dos santos At 14.13-15; At 10.25-26; Êx 20.2
404 Instituição da missa como sacramento perpétuo de Hb 9.23-26
Cristo
431 Culto à virgem Maria Ap 22.9
500 Uso da roupa sacerdotal Cl 2.23
503 Doutrina do purgatório 1 Jo 1.7; Jo 15.3; Cl 2.15
600 Bonifácio III se declara bispo universal (Papa) Cl 1.1
606 Obrigação de beijar os pés do Papa Mt 24.5; Mt 23.9-10
754 Doutrina do poder temporal da Igreja Jo 18.36
783 Adoração de imagens de relíquias Êx 20; Sl 115; Sl 44.9-20
880 Uso da água benta Hb 13.9
890 Culto de São José (protodulia) Ap 22.9
993 Canonização dos santos Cl 1.2
1003 Instituição da festa dos fiéis defuntos Dt 18.9
1004 Celibato sacerdotal D1 Tm 4.2-5
1076 Dogma da Infalibilidade da Igreja Fp 3.12-13
1090 Invenção do rosário Mt 6.7-8
1184 Instituição da Santa inquisição Mt 5.21-22
1190 Vendas das indulgências (simonia) At 8.20
1200 Pão da comunhão substituído pela hóstia Mt 26.26
1215 Criada a confissão auricular 1Tm 2.5
1220 Adoração da hóstia/missa (idolatria) Êx 20
1230 Proibição da leitura da Bíblia Sl 19.7
1245 Uso da campainha na missa 1 Tm 6.3
1316 Instituição da reza "Ave Maria" Mt 4.1
1415 Eliminação do vinho da comunhão 1 Co 11.25-26
1517 Lutero prega suas 95 teses  
1546 Tradição equiparada a Bíblia Mt 15.6
1546 Introdução dos livros apócrifos Jr 23
1600 Invenção dos escapulários (bentinhos) Êx 20
1854 Imaculada Conceição de Maria Lc 1.47
1870 Infalibilidade Papal Rm 3.10,12
1908 Só o casamento religioso é valido Rm 7.1
1950 Ascensão de Maria Jo 13.13

Surgimento dos batistas – então em qual período surge os batistas? - Sobre a origem da denominação
Batista é interessante a gente já começar destacando que os batistas é uma denominação, ou seja, fazemos
parte da religião cristã. A sua origem é um tema bastante controverso porque ao contrário das outras
denominações que sempre tem a sua história bem definida, quem foi o fundador? Em que momento
surgiu? Quem foram as primeiras pessoas a organizarem suas doutrinas? Os batistas não têm uma
definição consensual temos pelo menos três Correntes da origem dos batistas e que ainda estão em
vigor, defendidas por muitos historiadores, são a J.J.J., a de que somos Anabatistas e a teoria dos
separatistas ingleses.

J.J.J. Jerusalém Jordão João

A primeira teoria que vamos conhecer é a J.J.J. Jerusalém Jordão João, também conhecida
como teoria do continuísmo ou da sucessão, é a partir dessa corrente de origem dos batistas que vamos ter
teóricos defendendo que os batistas têm suas raízes diretamente ligada ao próprio Jesus Cristo fundador
do cristianismo ou seja os batistas teriam se originado ainda na igreja primitiva lá com os discípulos de
João que passam a ser discípulos de Jesus, então essa teoria vai dizer o seguinte: Que João é o Batista
(porque batizava), João ele começa divulgar os ensinos e doutrinas do cristianismo e que diziam que
todos eram pecadores e deviam se arrepende e ser batizados ou seja mergulhadas na água do Rio Jordão e
ali se tornava discípulos de João, esse momento selaria o surgimento dos batistas no mundo e é por isso
que muitos batistas ainda hoje não gostam de ser chamado de protestante, justamente por conta dessa
teoria que eles acreditam que os batistas vieram antes da reforma protestante e preferem ser chamado
genericamente de cristão, o problema dessa teoria é que não existem fontes e comprovações históricas
para fundamentá-la então o que ocorre é que há uma ausência completa de fontes que possam associar os
primeiros discípulos de João aos batistas da atualidade.
Essa teoria foi difundida em todo o território dos Estados Unidos e chegou muito fortemente no
Brasil um dos países que aceitou muito essa teoria JJJ, porque os primeiros missionários batistas que
recebemos em solo brasileiro vieram com teoria como sendo a correta e transmitiram para os primeiros
cristãos batista. Essa teoria foi fortemente divulgada na década de 1950 com um livro rasto de sangue,
este livro fala que várias correntes cristãs preservaram a fé e as mesmas doutrinas que a gente defende até
hoje, veja alguns cristãos ao longo dos anos que preservaram a fé a revelia de tudo que acontecia na igreja
Católica Apostólica Romana.
Montanistas
Novacianos
Donatistas
Paulicianos
Bogomilos
Albigenses
Cátaros
Valdenses
Anabatistas
Claudio de Turim (Século VIII e IX)
Berengário de Tours (século IX)
Pedro de Bruys e Henrique de Lousonne (Século XII)
Pedro Valdo
João Wicliffe
João Huss
Essa teoria radical surgiu por volta de 1800 de uma intensa disputa denominacional, quando pessoas
acreditavam que a fé era algo que vinha delas mesmas e não que era um dom da graça de Deus. Muitos
pensavam que esse tipo de pensamento traria de volta a segurança perdida com o surgimento da sociedade
moderna.
Segundo alguns historiadores John Smyth e Thomas Helwis refutaram essa teoria:

“Nego toda sucessão, exceto a da verdade” e “Não existe continuísmo na igreja visível; toda sucessão
vem do céu”. John Smyth
“Nenhum homem nunca será capaz de provar isso [...] seja isso lançado fora, uma vez que não provêm
da Palavra de Deus, que ele ou eles foram os primeiros”. Thomas Helwys
Anabatistas
A segunda corrente é o parentesco espiritual com os Anabatista do século XVI, (lembrando que o
termo Anabatista é um termo genérico que é cunhado a qualquer grupo cristão que ao longo do século
rebatizava ou batizava de novo) no período da reforma protestante eles estão associados então a um grupo
que surge no período de 1517, nos anos seguinte após a reforma protestante ficaram conhecidos como
Anabatista, ANABATISTA é união de duas palavras gregas, Ana que significa novamente e Batista que
significa batizar ou seja aqueles que batizam novamente, essa é a ideia de Anabatista, então qualquer
grupo que romper com aquela ideia do pedobatismo ou seja o batismo infantil era considerado Anabatista,
eles só batizavam pessoas que tinham a consciência de expressar a sua fé pela razão e que eram
regeneradas que tinham a consciência do pecado e portanto desejavam o batismo, outra característica era
o batismo por imersão e não à fusão ou aspersão como muitos grupos protestantes fazem, outra coisa é
que outros grupos de protestantes batizavam crianças, por exemplo os nossos irmãos presbiterianos, os
anglicanos e os luteranos. Muitos acreditam que os batistas têm esse parentesco espiritual com os
anabatistas pelo batismo por imersão e por alguns princípios que mantemos até hoje como eleição de
pastores e oficiais pela congregação local, o governo congregacional onde cada congregação delibera e
toma suas decisões, além disso a separação entre igreja e estado e essa é uma grande marca dos batistas
do mundo e ainda poderíamos acrescentar que a ceia era vista com um memorial ou seja elemento pão e
vinho.

Separatistas Ingleses
Para tratarmos dessa teoria, teremos que nos aprofundar mais na Reforma Protestante, para falar sobre a
reforma protestante iremos oferecer o plano de fundo de como ocorreu a reforma protestante e para
oferecer um panorama claro da reforma protestante iremos explanar os antecedentes da reforma
protestante.

Antecedentes da Reforma Protestante – Fatores diversos enfraqueceram a Igreja Romana a partir do final
do século XIII, que é considerado o século áureo do Catolicismo Romano. Foi nele que a teologia
escolástica chegou ao seu auge, principalmente com o chamado príncipe dos escolásticos, Tomás de
Aquino (1225-1274), além de outros como Alexandre de Hales (1170-1245), Boaventura de Bagnoreggio
(1221- 1274) e Alberto Magno (1193-1280). Também foi em 1215 que houve o IV Concílio de Latrão,
quando foi cumprido o sonho demonstrado por Gregório VII (1073- 1085), ainda no século XI, de que os
poderes da Igreja de Roma iriam sobrepujar os poderes seculares. Na Idade Média prevaleceu o chamado
césaro-papismo, ou seja, a predominância do poder político sobre o religioso". No século XIII,
finalmente, o papa Inocêncio III (1198-1216) "exerceu mais poder do que qualquer de seus predecessores
e sucessores". Ele conseguiu que não só o imperador do Sacro Império Romano, como os demais
dominadores políticos do Ocidente e até o patriarca de Constantinopla representante máximo da Igreja no
mundo oriental, adotassem posições de submissão a Roma, curvando-se perante o papa. Contudo, para a
Igreja Romana estava reservado um dos períodos mais sombrios na sua história, com motivos mais
políticos do que religiosos, resultando no chamado Cativeiro Babilônico da Igreja e no cisma papal.
Assim, a sede do papado foi transferida em 1309 para Avinhão, na França, ficando ali "sob o domínio e
controle dos reis franceses até o ano de 13775 portanto, quase 70 anos, justificando o nome que foi dado
ao período. Logo depois, com a tentativa de voltar o papado para Roma, houve o cisma papal, com dois
papas rivais, chegando a ter três papas simultaneamente depois do Concílio de Pisa, em 1409. O cisma só
chegou ao final definitivo em 1429". Essa situação gerou o desejo de reforma da Igreja. Os chamados
concílios reformadores, ocorridos entre 1409 e 1449. Vale ressaltar neste contexto os humanistas que
desde o século XIV, criticaram fortemente alguns dos pontos importantes da teoria e da prática da Igreja
de Roma, outro ponto muito forte no período antes da Reforma foi o crescimento do que era chamado
"heresia". Nos séculos XIV e XV se destacaram os grandes pré-reformadores, João Wycliffe (1328?-
1384), na Inglaterra, e João Huss, (1369- 1415), na Boêmia.
Como estava o mundo quando aconteceu a reforma protestante? - No período da Reforma, a Espanha se
tornou o país mais importante do mundo, que era governada por Fernando de Aragão (1479-1516) e
Isabel de Castela (1474- 1504), cujo casamento ocorrido em 1469, unificou o país. No aspecto religioso, o
cardeal Francisco Ximenes de Cisneros (1436- 1517).

Os outros dois países que mais se destacaram na ocasião da Reforma foram França e Inglaterra. A França
se tornou adversária da Espanha, pelo que a Reforma surgiu em pleno andamento da guerra entre os dois
países. O rei francês no período era Francisco I (1515-1547), que apesar de ser também católico, por
motivos políticos contribuiu positivamente para que a Espanha não esmagasse o movimento reformador
de Lutero. A Inglaterra se caracterizou secularmente pelo seu sentimento nacionalista, gerando forte
reação contra a Igreja Romana da parte de Henrique VIII (1509-1547)", em cujo governo foi iniciada a
Reforma Anglicana. O último fator politico-militar, que também ajudou indireta-

mente a Reforma, foi o das invasões turcas, que constantemente ameaçavam o mundo ocidental, levando
adiante o ideal muçul- mano de conquistar o mundo. A Turquia era a grande potência maometana e suas
conquistas alarmavam a Europa. Já nos dias da Reforma, a Hungria foi derrotada pelos turcos, que
olhavam com avidez para a Alemanha e a Itália, tentando cumprir a promes- sa do sultão conquistador,
Bazajet I (1389-1402)2, de que o seu cavalo iria comer "aveia do altar de São Pedro em Roma". Em
dados momentos, quando as forças de Carlos V tentavam destruir os príncipes que defendiam a Reforma
de Lutero, ataques france- ses ou turcos levaram parte das forças armadas a se retirarem para deter o
avanço dos inimigos.

Quanto ao aspecto econômico e social, deve ser mencionado que houve uma transição nessa área que veio
afetar fortemente a vida no mundo ocidental no início da modernidade. O comércio com o Mediterrâneo
contribuiu para o surgimento de uma nova classe, os mercantilistas, que chegou a afetar o grande poder
dos nobres e do clero. Foi o mercantilismo que resultou no capitalis- mo, o qual iria dar uma nova feição
ao mundo, culminando com a queda dos privilegiados na Revolução Francesa, chamada tam- bém por
alguns de Revolução Burguesa. A descoberta do novo caminho Índia e de novas terras na América e em
outros para a continentes deu oportunidade para investimento de capital. Tudo isso coincidiu com a
descoberta e desenvolvimento de recursos

minerais na Alemanha, gerando o que acontece com os garim. pos ainda hoje, que é o abandono das
atividades agrícolas e a consequente crise de falta de alimentos e surgimento de inflação, que, por sua vez,
resulta em descontentamento de muitos". Es ses fatores contribuíram para a revolta dos camponeses, que
iria marcar fortemente o período da implantação da Reforma Protes- tante, principalmente a Luterana e a
Zwingliana. Como em outras partes do mundo, a Igreja possuía na Alemanha as melhores ter- ras
cultiváveis, quando já iniciava a transição do feudalismo para uma sociedade de lucros e salários. Isso
gerou inquietação, tanto da nobreza como dos camponeses, levando os dois grupos a se revoltarem,
embora de forma diferente, contra o poder da Igreja, que era vista como rica e opressora. Paralelamente, a
tirania se- cular contribuiu para que o povo abrisse os olhos para a "explora- ção" do poder de Roma.

O último item a ser considerado neste tópico é o fator intelec- tual, tendo em vista que o humanismo, já
referido anteriormen- te, ajudou a abrir a compreensão do povo, que se encontrava escravizado
mentalmente, sem direito a pesquisar e a expor os seus pensamentos. O contato com o mundo oriental,
através das cruzadas e das grandes navegações, propiciou a oportunidade de pessoas voltarem aos
clássicos gregos e romanos e buscarem o conhecimento diretamente nas Escrituras Sagradas, sem se pren-
derem apenas à teologia escolástica. Assim é que o humanismo ajudou a que houvesse o reconhecimento
do valor do homem, inclusive como imagem e semelhança de Deus. Alguns humanis- tas apresentaram
ideias muito avançadas para a época, que iriam mais tarde contribuir para os ganhos da modernidade.

No momento em que estourou a Reforma Protestante, o mun- do estava preparado para aquele
acontecimento. A transição para os dias modernos foi um processo lento e prolongado. Mas aquele era o
momento certo para eclodir uma revolução religio-
sa que iria trazer profundas transformações, especificamente no

mundo ocidental". Na compreensão de que Deus é o senhor da história, conclui-se que Ele permitiu
acontecimentos em áreas tão diversas para se chegar a um sonho de muitos e pesadelo de outros, mas que
iria influenciar o futuro do ser humano na mo- dernidade e nos dias contemporâneos. Independentemente
das interpretações positivas ou negativas do que aconteceu, já dizia o apóstolo Paulo: "Sabemos que Deus
faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam, dos que são chama- dos,
segundo o seu propósito" (Romanos 8.28)

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