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por tiros disparados por um jovem agressor em uma escola de Kazan, no sudoeste da
Rússia, conforme confirmou o presidente da região do Tartarstão, Rustam Minnikhanov.
Um indivíduo foi detido pelas forças especiais russas na escola 175 de Kazan, segundo os
serviços de emergência citados pela agência estatal Tass. Fontes policiais investigam se
havia um segundo atirador. Há mais de 20 feridos, seis deles em estado grave.
O atirador detido foi identificado como Ilnaz Galyaviev, de 18 anos, que se formou há
quatro anos no mesmo colégio. A arma utilizada estava registrada oficialmente. O autor do
massacre tinha recebido uma licença de uso em 28 de abril, informou o assessor-chefe da
guarda russa, Alexander Khinshtein, à imprensa local. Ao ser detido, Galyaviev disse que
tinha também colocado um artefato explosivo na escola.
Segundo noticia a imprensa local, Galyaviev entrou na escola, onde estudam alunos dos
seis aos 18 anos, portando uma arma automática. Começou a atirar já no saguão do
edifício, onde atingiu um funcionário da manutenção. A maioria dos mortos - quatro
meninos e três meninas - estava no terceiro andar e cursava o oitavo ano (14 a 15 anos).
É comum que autores de massacres em escolas tenham uma ligação com a instituição
que é atacada. Uma série de outros fatores, que incluem transtornos mentais, e que variam
em cada caso, também são considerados ao analisar o que leva alguém a entrar,
especificamente, em uma escola atirando. Segundo levantamento do ano passado feito pelo
canal americano CNN, dos 37 massacres com armas de fogo em que mais pessoas
morreram, nos Estados Unidos, 8 aconteceram em escolas e universidades.
Peter Langman é considerado um dos maiores especialistas sobre massacres em escolas.
“Geralmente, atiradores escolhem as escolas onde estudam ou já estudaram”, afirma, em
entrevista à NOVA ESCOLA. “É o local que ele conhece, fez parte da vida dele, é o que
está na memória. É lá também que pode ter surgido problemas ou conflitos com
professores, funcionários ou colegas”, afirma. Pelas análises, ele afirma que os atiradores
miram, geralmente, funcionários, mulheres, rivais ou colegas que invejavam, e buscam
algum tipo de revanche.
Segundo o psicólogo, não há um perfil específico para esses atiradores, mas todos são
diagnosticados com transtornos e doenças mentais. “Uma das categorias que criamos
analisa o assassino traumatizado. São pessoas com histórico familiar terrível e que já
sofreram eventos traumáticos, estresse crônico ou abuso”, diz.
O psiquiatra forense Guido Palomba, concorda: em tragédias como a de Suzano, os
autores do crime, geralmente, têm alguma ligação com a escola. “Eles têm alguma coisa,
podem ter sido expulsos, podem ter passado na porta e visto ou ouvido alguma coisa, não
se sabe qual é o motivo”, diz o médico. Guido, no entanto, diz que não há uma lógica por
trás ou que a escola pode ser culpada pelo acontecimento. “Não existe lógica. A escola não
é fator predisponente (que cria as condições), a causa do fato é a loucura”, diz o médico.
Um outro motivo que pode levar atiradores a escolher escolas é o chamado efeito
“copy-cat” (copiador, em inglês), termo criado por Peter. Ele afirma que vários assassinos
citam casos anteriores de massacres em escolas, como o de Columbine, em 1999, nos
Estados Unidos, como “inspiração” para agirem também nesses locais. Já que os casos de
tiroteios em massa ganham repercussão nacional, Langam afirma que a imprensa deve ter
cuidado ao fazer a cobertura jornalística desses fatos.
Uma investigação levou a Polícia Civil de Goiás a apreender um adolescente de 16 anos,
na quinta-feira (27/05/2021), suspeito de planejar um atentado a uma escola de Goiânia e
apoiar ações nazistas. A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente
(DPCA), Marcella Orçai, disse que o adolescente admitiu ser racista e que admira a
doutrina nazista.
Três adolescentes de 17 anos foram apreendidos pela Polícia Civil, nesta quarta-feira
(2/06/2021), suspeitos de planejar ataque a uma escola em Montividiu, no sudoeste de
Goiás. A polícia apreendeu facas e armas de fogo de alto calibre durante cumprimento de
mandados de busca e apreensão nas casas dos adolescentes. "Não existe informação sobre
ligação a grupos terroristas, racistas ou nazistas durante a investigação. Em algumas
mensagens, eles falam que estavam esperando as escolas reabrirem para executar o plano,
que estão fechadas por causa da pandemia", explica o delegado do caso.
Estudos sobre casos de tiroteio em escolas apontam para a relação entre rejeição social e
agressividade. Segundo dados, a rejeição real ou imaginada pode aumentar o nível de
agressividade consigo mesmo e com os demais. A rejeição pode ocorrer de três formas
principais: pela provocação, por exclusão e pela rejeição de natureza romântica. A rejeição
de natureza romântica se caracteriza tipicamente pelo amor não correspondido ou término
de um relacionamento amoroso, ambos bastante comuns na adolescência e que podem
provocar não somente a dor emocional, como também ressentimento e raiva.
O bullying – apontado como fator comum em 87% dos casos de atiradores que
dispararam contra alunos nas escolas – e que se enquadra nas duas primeiras categorias de
rejeição, faz com que a pessoa que sofre tal tipo de violência não se sinta aceita, valorizada
e apreciada, além de comumente envolver a humilhação pública. Além de sofrer bullying,
dados indicam que tais indivíduos responsáveis pelos ataques podem ser simplesmente
tímidos ou excêntricos, com características pessoais não valorizadas pelos outros.
Embora a rejeição social seja o fator de maior prevalência, estudos indicam que
atiradores que cometeram crimes em escolas apresentavam 3 principais fatores de risco:
problemas psicológicos, como depressão, hiperagressividade ou tendências sádicas,
interesse extremo em armas e explosivos, e fascínio com a morte e outros temas mórbidos.
Além desses fatores, estudos indicam que a facilidade de acesso a armas de fogo aumenta a
incidência de crimes como esse, e, inclusive, na grande maioria dos casos, as armas eram
provenientes da família dos atiradores.
] O problema do bullying
A palavra terrorismo deriva de terror, que por sua vez deriva do verbo em
latim terrere, cujo significado é: “fazer alguém tremer por meio de grande
medo”. Thomas Hobbes define que terror é o medo de uma morte violenta.
Jean-Jacques Rousseau por sua vez, alega que o terror é adotado “por mentes
pequenas”, a fim de se atingir certos objetivos em desrespeito à lei.
Já terrorismo é o uso ilegítimo da força para alcançar um objetivo político
alvejando pessoas inocentes. Pode ser ainda entendido como uma tática para
promover o medo dando ênfase na natureza do ato, não na sua motivação.
Três pontos principais definem o terrorismo: o uso da violência com o
objetivo de provocar ações emocionais, como ansiedade e medo; o uso
imprevisível e sistemático da violência geralmente contra alvos simbólicos; e
por fim, a violência entendida como transmissora de mensagens e ameaças
para fins de controle social.
“Muitos fatores precisam se cruzar para uma pessoa cometer um crime como esse”, diz
Peter Langman. Ele afirma que o bullying por si só não motivaria um assassinato em
massa. Afinal, a vasta maioria das vítimass não comete crimes como esse. “A escola pode,
no entanto, diagnosticar os sinais de alerta e fazer uma intervenção”, diz.
Antônio Zuin, professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de
São Carlos (Ufscar) reforça o papel da escola para mediar conflitos e prevenir futuros casos
de violência: “Quando um aluno xinga o outro e o professor vê e continua dando aula, essa
atitude estimula o preconceito e a reprodução de sentimentos ruins dentro do aluno
agredido”.
Para ele, o aluno que é agredido pode reprimir seus sentimentos de frustração. Em uma
sociedade que valoriza cada vez mais a cultura bélica, isso pode levá-lo a decidir os
conflitos pela violência. “O professor precisa interromper a aula e conversar sobre o que
aconteceu. Aí temos uma chance de a escola prevalecer sobre a bala”.
Pesquisadores apontam que esses massacres adquirem ainda mais dimensão por
violarem um ambiente-chave para a construção da cidadania “[A escola] deveria garantir a
segurança de centenas de crianças e jovens que ficam sob sua tutela”, aponta a antropóloga
Gilda de Castro Rodrigues, em artigo sobre a relação entre bullying e massacres em
instituições de ensino.
Segundo Gilda, a negligência da comunidade escolar ao lidar com bullying e a falta de
difusão de informações sobre saúde mental podem ser culpados pelos casos que culminam
em massacres. “Para que não haja outros massacres em escolas, é indispensável que os
alunos sejam receptivos ao diferente e os professores atentos à intimidação de colegas”.
Segundo a Lei de Combate ao Bullying (Lei 13.185/2015), o Programa de Combate à
intimidação Sistemática tem por objetivos:
I. prevenir e combater a prática da intimidação sistemática em toda a sociedade;
II. capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de
discussão, prevenção, orientação e solução do problema;
III. implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação;
IV. instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da
identificação de vítimas e agressores;
V. dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores;
VI. integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como
forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e
combatê-lo;
VII. promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de
uma cultura de paz e tolerância mútua;
VIII. evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e
instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança
de comportamento hostil;
IX. promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de
violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática, ou
constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros
profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.
Todas as crianças com seus tênis modernos / É melhor correrem, correrem mais
rápido que a minha bala
Ouça a música!
https://www.youtube.com/watch?v=SDTZ7iX4vTQ&ab_channel=fosterthepeopleVEVO
Depois do ataque a tiros que deixou 17 mortos em uma escola em Parkland, na Flórida,
em fevereiro de 2018, o presidente Donald Trump sugeriu armar e treinar professores para
que pudessem reagir a esses incidentes. A ideia foi recebida com resistência por associações
de professores, que argumentam que esses profissionais já têm uma carga enorme de
responsabilidades e, além disso, mesmo com treinamento, poderiam acabar ferindo
estudantes por acidente.
Apesar da resistência, em alguns estados americanos a prática de armar professores e
funcionários já é adotada por algumas escolas e distritos escolares, principalmente em
zonas rurais, onde a polícia levaria mais tempo até chegar ao local de um suposto ataque.
Segundo o especialista em violência em escolas e bullying Ron Avi Astor, o ideal é
garantir que as dependências escolares estejam livres de armas e educar os estudantes e
professores para reconhecer ameaças. "Apesar de medidas de segurança serem importantes,
o foco em simplesmente se preparar para um ataque não é suficiente", diz.
"A prevenção engloba mais do que medidas de segurança e começa bem antes de um
atirador chegar à escola. É preciso uma abordagem ampla de saúde pública para lidar com a
violência por armas, que seja baseada em evidência científica e livre de posições
partidárias."
Em 2018, o Serviço Secreto dos Estados Unidos também divulgou um relatório com
recomendações que incluem a criação de equipes de avaliação de riscos nas escolas,
compostas por profissionais de educação, saúde mental e policiais.
Segundo o Serviço Secreto, na maioria dos ataques em escolas do país, alguns
estudantes sabiam dos planos dos atiradores e haviam manifestado preocupação com seu
comportamento. A orientação é criar um clima positivo em que os estudantes sintam que
podem falar de suas preocupações e oferecer canais que facilitem o relato dessas ameaças,
seja pessoalmente, por telefone, aplicativo de celular ou online.
Mas também é necessário que professores e funcionários tenham orientações claras
sobre como reagir a esses relatos. Uma recomendação é que as escolas criem equipes
compostas por diretor, conselheiros, assistentes sociais, psicólogos e guardas escolares para
conversar com testemunhas e avaliar a gravidade da ameaça. Dependendo do grau da
ameaça, o indivíduo pode ser encaminhado a aconselhamento informal ou terapia. Em
casos mais graves, em que há risco iminente, a polícia pode ser envolvida.
Suzano, 2019
Um adolescente e um homem encapuzados atacaram a Escola Estadual Raul Brasil, em
Suzano (SP), em março de 2019 e mataram sete pessoas, sendo cinco alunos e duas
funcionárias do colégio. Em seguida, um dos assassinos atirou no comparsa e, então, se
suicidou. Pouco antes do massacre, a dupla havia matado o proprietário de uma loja da
região. Os assassinos – Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de
Castro, de 25 – eram ex-alunos do colégio.
Medianeira, 2018
Em setembro de 2018, um adolescente de 15 anos abriu fogo contra colegas de classe
no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, na cidade de Medianeira, no oeste do Paraná.
Não houve mortos, mas dois estudantes, de 15 e 18 anos, ficaram feridos. O atirador, que
foi acobertado por outro colega também de 15 anos, disse à polícia que sofria bullying na
escola. O ataque teria sido planejado por dois meses.
Goiânia, 2017
O Colégio Goyases, escola particular de ensino infantil e fundamental, na capital de
Goiás, foi palco de um ataque em outubro de 2017. Um aluno de 14 anos atirou contra
colegas dentro de uma sala de aula, matando dois meninos de 12 e 13 anos e ferindo outros
quatro, antes de ser impedido por alunos e professores quando tentava recarregar a arma.
O atirador é filho de policiais militares e usou uma pistola da mãe para cometer o ataque.
Ele alegou que o crime foi motivado por ser vítima de bullying de colegas.
Realengo, 2011
Em abril de 2011, um rapaz de 25 anos abriu fogo contra alunos em salas de aula lotadas
na Escola Municipal Tasso de Silveira, no bairro de Realengo, na zona oeste do Rio de
Janeiro, em um dos massacres mais sangrentos em instituições de ensino do Brasil. Ao
todo, 12 estudantes morreram e 13 ficaram feridos, todos com idades entre 12 e 14 anos. O
autor do ataque, Wellington Menezes de Oliveira, foi atingido por um policial e cometeu
suicídio. Ele usou dois revólveres, que recarregou várias vezes, e tinha muita munição. O
atirador era ex-aluno da escola e, em anotações encontradas em sua casa, havia escrito que
o massacre foi motivado por humilhações que enfrentou enquanto estudava.
Taiúva, 2003
A Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz, na cidade de Taiúva, no interior de São
Paulo, foi alvo de um ataque a tiros em janeiro de 2003, também cometido por um ex-
aluno. Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, abriu fogo contra alunos e funcionários e se
matou em seguida. Ele usava um revólver calibre 38, com o qual fez 15 disparos. As
investigações apontaram que o crime foi motivado por bullying. Além do atirador, ninguém
mais morreu, mas oito pessoas ficaram feridas, sendo cinco alunos, o caseiro, a zeladora e
uma professora da escola. Atingido por um tiro na coluna, um dos estudantes ficou
paraplégico.
Salvador, 2002
Um aluno de 17 anos matou a tiros duas colegas, ambas de 15 anos, dentro da sala de
aula do colégio Sigma, uma escola particular em Salvador. O crime ocorreu em outubro de
2002. Ele foi preso em flagrante ainda dentro da escola. Filho de um perito policial, o
atirador usava um revólver calibre 38 que pertencia ao pai, segundo apontaram as
investigações na época. Colegas relataram que o garoto havia prometido vingança às duas
vítimas, após desentendimentos durante uma gincana.
Documentário: A Torre
https://www.youtube.com/watch?v=WfAz5eYi5Nc
Tiros em Columbine
https://www.youtube.com/watch?v=X5QwnQUqZeA&ab_channel=DavidLopesMacedo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Valle_Silveira_Mello
https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2018/12/19/homem-e-condenado-a-41-anos-de-
prisao-por-crimes-como-racismo-terrorismo-e-divulgacao-de-pedofilia-na-internet.ghtml
https://globoplay.globo.com/v/6731702/
https://canaltech.com.br/comportamento/marcelo-mello-conhecido-por-disseminar-odio-na-
internet-e-preso-pela-pf-113608/
https://www.buzzfeed.com/br/tatianafarah/dogolachan-forum-dark-web-massacre-suzano
https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/12/22/quem-e-ricardo-wagner-arouxa-alvo-de-
um-grupo-de-odio-desde-2017.htm
https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2019/03/14/interna_nacional,1037879/site-
de-extremista-de-brasilia-deu-dicas-a-autores-de-massacre-em-suza.shtml
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade formal da língua
portuguesa sobre o tema “A problemática dos massacres nas escolas brasileiras”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.