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E-Book Concessoes
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1.1 Introdução
Eu sou a Carol, analista ambiental do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Vamos iniciar o nosso
curso de Introdução às Concessões Florestais e para isso convidei representantes dos prin-
cipais setores que participam desta atividade. A professora Benedita (Dona Bené), represen-
tante da comunidade local, tem questionamentos sobre o uso das florestas públicas. Estarão
conosco também o servidor da prefeitura, Seu Paulo, Seu Fernando, que é concessionário do
SFB, e o Ubiraci (Bira), ex-aluno da Dona Bené, colaborador do Seu Fernando e que trabalha
como encarregado em uma concessão florestal.
CAROL PAULO
CAROL
A Amazônia legal está presente em nove estados (Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre, Rondônia,
Roraima, Amapá, parte do Tocantins e parte do Maranhão). Mas não é só em território que a Ama-
zônia é gigante.
Como vimos, as áreas florestais são enormes. A Amazônia é o maior bioma brasileiro, com um terri-
tório aproximado de 4,2 milhões de km².
IMPORTANTE
Em 2000, o governo federal instituiu a Lei nº 9.985/00, que estabelece
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). As
Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais onde seus re-
cursos ambientais possuem características naturais relevantes. Elas são
criadas pelo Poder Público com o objetivo de conservação.
As UCs podem ser federais, estaduais ou municipais.
A Segunda forma de gerir essas áreas é a destinação às comunidades locais: nesse modelo, o
governo destina a posse das florestas públicas para as comunidades locais, que pode ser feita de
diversas formas previstas em lei, como, por exemplo, por meio da criação de Projetos de Assenta-
mento Florestal (PAF) ou Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAE) e da criação de Uni-
dades de Conservação destinadas a estas comunidades, que são Reservas de Desenvolvimento
Sustentável (RDS) e Reservas Extrativistas (Resex).
Foto 1 - Reserva Extrativista (Resex) Foto 2 - Reserva de Desenvolvimento Foto 3 - Projeto de Assentamento Agroex-
Sustentável (RDS) trativista (PAE)
SAIBA MAIS
Projetos de Assentamento Florestal: consiste num conjunto de ações, em área destina-
da à reforma agrária, planejadas, de natureza interdisciplinar e multisetorial, integradas
ao desenvolvimento territorial e regional, definidas com base em diagnósticos precisos
acerca do público beneficiário e das áreas a serem trabalhadas, orientadas para utilização
racional dos espaços físicos e dos recursos naturais existentes, objetivando a implemen-
tação dos sistemas de vivência e produção sustentáveis, na perspectiva do cumprimento
da função social da terra e da promoção econômica, social e cultural do(a) trabalhador(a)
rural e de seus familiares.
Reserva Extrativista: área natural utilizada por populações extrativistas tradicionais onde
exercem suas atividades baseadas no extrativismo, na agricultura de subsistência e na
criação de animais de pequeno porte, assegurando o uso sustentável dos recursos natu-
rais existentes e a proteção dos meios de vida e da cultura dessas populações. Permite
visitação pública e pesquisa científica.
Foto: ICMBio
Foto: ICMBio
CAROL
As concessões são estabelecidas com base no Manejo Florestal Sustentável, onde os envolvidos
terão benefícios econômicos, sociais e ambientais. Devem ser respeitadas as legislações pertinen-
tes, incluindo monitoramento das áreas sob concessão, respeitando os mecanismos de sustentação
do ecossistema, objeto do manejo, a utilização de múltiplos produtos e subprodutos, bem como de
outros bens e serviços de natureza florestal.
Foto: SFB
O manejo da madeira, dos produtos não-madeireiros e dos serviços acontece com a manutenção da
floresta em pé e a conservação dos solos, dos rios, dos igarapés e do habitat dos animais. No caso
da madeira, apenas algumas árvores são retiradas em uma mesma área e existe um planejamento
da produção e do transporte para que ocorra o menor impacto ambiental possível. Além disso, uma
área só entrará em produção novamente após, pelo menos, 25 anos, o que permite a recuperação
da floresta.
Vamos falar um pouquinho mais sobre as florestas públicas. Elas podem ser
naturais ou plantadas e estão em diversos biomas brasileiros, em áreas de
domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das en-
tidades da administração indireta, sendo geridas por algum órgão do governo
federal, estadual ou municipal.
CAROL
MAPA
BRASIL
Legenda
Florestas Públicas
Limites Estaduais
Limites Internacionais
TABELA
Regiões
PAULO
Ou seja, quando existe uma concessão, o manejo da floresta ocorre de for- CAROL
Abertura
Foto: SFB. Foto: SFB.
de atividades e Concessão Extração ilegal
ramais/estradas florestal na de madeiras
Flona do na Flona
Jamari (RO). Jamari (RO).
Foto: Amazônia.
Curso IFT para Foto1: Tito
Derrubada Tomadores Nunes de
de Decisão - Castro. Foto2:
da árvore
Serviço Tarcisio
Florestal Schnaider de
Brasileiro. Oliveira.
Foto: AMATA
Brasil. Manejo de
Segurança baixo impacto
realizado pela Ilustração de
do trabalho AMATA na Flores- execução de
ta Nacional do atividade sem
Jamari (RO). EPI.
ENCERRAMENTO DO MÓDULO 1
2 Introdução
Como assim?
1 AP Estadual/(IEF)
IMPORTANTE
Segundo a Lei nº 11.284/2006, conhecida também como Lei de Gestão de Florestas Pú-
blicas (LGFP), a concessão florestal é uma delegação onerosa feita pelo poder concedente,
do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços
numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que
atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
Dois estados já possuem concessões florestais estaduais ativas ou em fase de licitação: O Ama-
pá, na Floresta Estadual do Amapá, e o Pará, no Conjunto de glebas Mamuru-Arapiuns e na Flo-
resta Estadual do Paru.
Mais informações sobre as concessões estaduais podem ser obtidas nos sítios dos seguintes
órgãos estaduais:
Bem, como foi apresentado aqui no curso, a maior parte das florestas bra-
sileiras é pública, não é mesmo? Por isso, é importante estabelecer regras
para garantir que o aproveitamento deste patrimônio seja sustentável.
PAULO
Como servidor da prefeitura, posso dizer que essa lei estabelece os mes-
mos procedimentos para a concessão florestal nos estados.
Bem lembrado! Como o Seu Paulo disse, foi esta lei que criou o SFB,
um dos órgãos responsáveis pela gestão de florestas públicas federais.
Criou, também, o Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP)** e
o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), que tem a fun-
ção de incentivar o desenvolvimento de atividades sustentáveis de base
florestal no Brasil e promover a inovação tecnológica do setor.
CAROL
CAROL
MMA IBAMA
SFB ICMBio
Missão Missão
Missão Missão
Como já falado anteriormente, a Lei de Gestão de Florestas Públicas foi criada para que o desenvol-
vimento de atividades sustentáveis na floresta seja estimulado, gerando benefícios sociais, econô-
micos e ambientais para toda a sociedade, especialmente para os municípios e estados nos quais
as Concessões Florestais estão localizadas.
Um dos principais resultados do desenvolvimento local propiciado pelas concessões florestais está
na geração de empregos diretos e indiretos na região das Unidades de Manejo Florestal.
Além das concessionárias que geram empregos diretos, outras empresas que utilizam a madeira
das concessões para fazer diversos outros produtos, que comercializam madeira, que geram ener-
gia com resíduos das concessões, transportadoras de madeira, de manutenção de máquinas e equi-
pamentos e muitos outros serviços locais que são impulsionados pelas concessões, como hotéis,
supermercados e restaurantes.
Empregos diretos: são aqueles diretamen- Empregos indiretos: são aqueles que
te ligados às empresas concessionárias surgem em outras empresas da região,
para execução de suas atividades produti- estimulados pela concessão florestal.
vas e administrativas.
Isso quer dizer que todas as suas técnicas são pensadas para que
haja o menor impacto possível na floresta e para que ela tenha con-
dições de se recuperar sozinha. É por isso que a legislação brasileira
estabelece limites máximos de corte por área, que variam de acordo
com o tempo que a floresta ficará em repouso para se recuperar.
IMPORTANTE
As regras para o Manejo Florestal Sustentável estão disciplinadas
pela Instrução Normativa n° 05/2006 do Ministério do Meio
Ambiente e na Resolução Conama nº 406/2009.
1ª ATIVIDADE 2ª ATIVIDADE
3ª ATIVIDADE
4ª ATIVIDADE
SAIBA MAIS
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=597
CAROL
OK, Carol. Vamos lá!
SAIBA MAIS
Com base nos dados do Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) e seus filtros, a
cada ano, temos a elaboração do PAOF. Neste documento, são excluídas as áreas que
possuem:
Pela aplicação do filtro, pode-se perceber que muitos critérios são necessários
para que uma floresta pública possa receber uma concessão florestal. No caso
de Unidades de Conservação, um dos principais é possuir Plano de Manejo da
Unidade de Conservação aprovado, pois é nele que se planeja o uso e as regras
de cada região da UC.
SAIBA MAIS
São realizados estudos para elaboração dos Planos de Manejo de Unidades de Conservação (PMUC),
além de outros complementares sobre flora, relevo, hidrografia, inventário florestal, condições de
infraestrutura e de mercado locais. Censos populacionais, diagnósticos fundiários e estudos socio-
econômicos da região também são realizados. Em alguns casos, visitas de campo e até sobrevoos
podem acontecer.
SAIBA MAIS
Plano de Manejo da Unidade de Conservação (PMUC)
Este documento técnico do ICMBio fundamenta os objetivos gerais de uma Unidade de Conservação
(UC) e estabelece as diretrizes de planejamento e uso do solo. Nele são previstos o zoneamento e
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais. O PMUC aprovado é
obrigatório para que uma floresta localizada dentro de uma UC seja submetida à concessão florestal.
Portanto, o PMUC dispõe as atividades que poderão ser desenvolvidas e geridas pela UC, en-
quanto o PMFS é um documento que apresenta o conjunto das etapas das atividades florestais
madeireiras para uso comercial.
Também é feito o estudo para definir o preço mínimo por metro cúbico de
madeira. O preço mínimo é calculado com base na pesquisa de mercado
local, nos custos de produção da região, nas estimativas de produção
da floresta e na distância entre as UMFs e os centros de processamento
industrial mais próximos.
Fonte: ICMBio
Fonte: SFB
CAROL
SAIBA MAIS
As Unidades de Manejo Florestal são definidas de acordo com critérios técnicos. Sempre
que possível, são utilizados limites naturais para sua delimitação, como rios, estradas, es-
carpas e divisores de águas. Além desses fatores, são levados em consideração o zonea-
mento da UC, a composição da floresta e as condições logísticas para acesso e escoamento
dos produtos madeireiros e não-madeireiros.
UPA 30
A principal ferramenta de consulta utilizada nesta fase são as audiências públicas, que são realiza-
das nos municípios onde serão localizadas as Unidades de Manejo Florestal (UMF) para concessão.
As audiências públicas são espaços de diálogo, que têm como objetivo a troca de informações e
sugestões sobre a proposta de edital de licitação para concessão florestal de determinada área.
ANTES
DURANTE
DEPOIS
São indicadas no Relatório as propostas incorporadas ao Edital, bem como justificadas aquelas que,
por alguma razão, não foram consideradas na versão final.
São registradas e respondidas todas as contribuições recebidas, seja durante audiência pública,
nas reuniões técnicas e do Conselho Consultivo da Flona e aquelas recebidas por meio da Ouvidoria
do SFB.
Durante toda a fase de consulta pública, dúvidas e sugestões podem ser enviadas por qualquer
cidadão para a Ouvidoria link: http://www.florestal.gov.br/ouvidoria do SFB e para o endereço de
e-mail concessao@florestal.gov.br.
2.11 Concorrência
CAROL
Para conduzir toda a licitação, é constituída uma Comissão Especial de Licitação (CEL), que é res-
ponsável pela análise dos documentos apresentados e julgamento das propostas de técnica e de
preço dos licitantes.
As propostas de preço são feitas partindo do preço mínimo por metro cúbico de madeira divulgado
no edital. Devem sempre ser maiores ou iguais ao preço mínimo para que sejam válidas, como em
um leilão. Por sua vez, a proposta de técnica abrange indicadores distribuídos em quatro critérios:
c) maior eficiência; e
PAULO
E o que é o SCC?
CAROL
CONSULTAR RASTREABILIDADE DA
MADEIRA - QR CODE
RELAÇÃO DE CONCESSIONÁRIOS
ATIVOS
O aplicativo possibilita:
Fonte: Amata
Dentre os principais itens monitorados estão a execução do Plano de Manejo Florestal Sustentável
(PMFS), a implantação do Plano de Proteção Florestal (PPF), as condições de trabalho dos em-
pregados (segurança, alimentação e alojamentos), condições da infraestrutura (estradas, pontes e
alojamentos) o impacto e a recuperação da floresta manejada, dentre outros.
Fonte: Analistas do SFB realizam monitoramento técnico da concessão florestal na Flona de Saracá-Taquera (PA). Foto: Tarcísio Schnaider, SFB.
Plano de proteção florestal (PPF): documento técnico que contém diretrizes para a proteção
da floresta contra incêndios, invasões, desmatamentos, explorações ilegais, garimpo, caça e
pesca e outros ilícitos ou ameaças à integridade das florestas públicas federais sob concessão
florestal.
Mais informações sobre o monitoramento técnico dos contratos de concessão podem ser consulta-
das no Relatório de Monitoramento dos Contratos de Concessão Florestal.
ENCERRAMENTO DO MÓDULO 2
Vamos conhecer melhor o conceito do Valor Mínimo Anual (VMA) e como ele
será calculado e estabelecido nos contratos das concessões:
CAROL
Após a quitação do VMA, todo o valor adicional arrecadado é classificado como “Demais Valores”.
Os “Demais Valores” são proporcionais à produção. Ou seja, quanto mais madeira o concessionário
produz, mais deve pagar ao Governo Federal. Como o VMA pode ser de até 30% da estimativa do
valor arrecadado, então estima-se que os “Demais Valores” equivalem a cerca de 70% do valor pago
anualmente pelo concessionário.
Estes recursos não ficam somente com o governo federal, pois a ideia é que as concessões florestais
contribuam com o desenvolvimento dos estados, municípios, da comunidade local e da sociedade
como um todo.
Quando a concessão ocorre em Florestas Nacionais, os “Demais Valores” são repartidos entre o
Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
(FNDF), os estados e os municípios onde a UMF está localizada.
DENTRO FORA
Se a Concessão
localizada DENTRO de uma FORA de
Floresta Nacional uma Floresta Nacional
Valor Mínimo Anual Valor Mínimo Anual
100% para o Serviço Florestal Brasileiro 70% para o Serviço Florestal Brasileiro
30% para o IBAMA
No caso das concessões de florestas públicas federais, a distribuição está definida na própria Lei de
Gestão de Florestas Públicas. Esta divisão é diferente caso a concessão esteja localizada dentro de
uma Floresta Nacional ou em outras áreas da União destinadas à concessão.
Se uma mesma área sob Concessão estiver no território de dois ou mais municípios, os recursos se-
rão divididos proporcionalmente entre eles, de acordo com a área do município abrangida pela UMF.
Vejamos um exemplo:
Em uma área de Flona disponibilizada para concessão, no estado do Pará, o SFB estimou uma pro-
dução de 20.000 m³ de madeira. A empresa vencedora da licitação propôs o valor de R$ 80,00 por
metro cúbico (m³).
Agora vamos calcular para o mesmo ano os “Demais Valores”, assumindo que, no Ano 2, a empresa
operou na UPA um total de 15.000 m³ com o mesmo valor de R$ 80,00.
Fórmula:
Assim, temos:
* Este valor será repartido entre o ICMBio (40%), FNDF (20%), estado (20%) e o muni-
cípio (20%).
Vale lembrar que, como se trata de uma concessão dentro de uma Floresta
Nacional, todo o VMA fica para o SFB, que deve utilizar esse recurso para a
execução de suas atividades.
CAROL
Se a concessão estivesse fora de uma Flona, 70% do VMA ficaria com o SFB
e os outros 30% com o Ibama, para atividades de controle e fiscalização am-
biental.
Para facilitar o entendimento, a simulação de valores acima não inclui o reajuste de preços flores-
tais, que ocorre uma vez por ano.
E agora, pegando o exemplo do ano 3 para os “Demais Valores”, temos a seguinte distribuição:
Utilizando como exemplo o valor arrecadado como “Demais Valores” no ano 3, de R$ 1.120.000,00,
temos a seguinte distribuição aos entes beneficiários:
Lembrando que se a Concessão Florestal fosse fora de uma Floresta Nacional, a divisão seria dife-
rente: 30% para os estados, 30% para os municípios e 40% para o Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento Florestal. O ICMBio não recebe recursos se a concessão for fora de uma Flona.
Utilizando a mesma tabela, vamos agora simular uma distribuição entre os municípios, considerando
duas situações diferentes:
1º) A UMF está em apenas um município - ele receberá o valor total referente àquele contrato;
2º) A UMF está em dois municípios - o valor será distribuído de acordo com a porcentagem de área
da UMF em cada município.
1 A 100% R$ 224.000,00
A 70% R$ 156.800,00
2
B 30% R$ 67.200,00
Vejamos agora os valores reais que foram arrecadados pelas Concessões Florestais Federais de
2015 a 2017.
recursos florestais”.
1
Atividades voltadas para a estruturação da gestão ambiental e dos órgãos de meio
ambiente, como Secretarias e Conselhos de Meio Ambiente
2
Incentivo ao manejo florestal sustentável, ao processamento e à comercialização
de produtos florestais (Ex. madeira, castanha, açaí e óleos), ao manejo de serviços
florestais (Ex. turismo, pesquisa e atividades educacionais) e a técnicas de produ-
ção agrícola que diminuam a pressão sobre os recursos florestais
3
Atividades voltadas para a conservação dos recursos florestais
Agora que entram os Conselhos de Meio Ambiente! Eles são essenciais para garantir
CAROL
PAULO
Dessa forma, entende-se que o dinheiro repassado pode ser aplicado em três grupos de ações
principais:
• Atividades voltadas para a conservação dos recursos florestais. Isso inclui, dentre outras pos-
sibilidades:
• Construção e/ou reforma de prédio para a Secretaria de Meio Ambiente e para o Conselho
de Meio Ambiente;
Por isso, o SFB incluiu, como um dos critérios de seleção, durante processo licitatório
e de obrigação para os futuros concessionários, a fixação de um valor anual a ser
investido em equipamentos sociais, bens e serviços para as comunidades locais.
IMPORTANTE
Alguns contratos estabelecem que as comunidades a serem beneficiadas devam estar den-
tro ou próximas das Florestas Nacionais nas quais as concessões florestais estão inseridas
e outros definem que as comunidades possam estar em qualquer lugar do município. A par-
tir do que está escrito no contrato, caberá ao Conselho Municipal de Meio Ambiente definir
quais comunidades serão beneficiadas pelos recursos.
O que precisa ficar claro é que esse recurso é diferente dos recursos financeiros relacionados aos
preços pagos pelos concessionários em função da produção florestal, e que já foram explicados antes.
Além disso, esse recurso é gerido localmente, com a participação da prefeitura, do Conselho Munici-
pal de Meio Ambiente e das comunidades locais, diferentemente dos recursos “Demais Valores”, em
que parte é distribuída também para os estados.
PAULO
Este recurso pode ser utilizado para investimentos em infraestrutura, bens e serviços para as co-
munidades locais. Alguns exemplos de investimentos possíveis são:
Vamos a um exemplo:
Como vimos, mais uma vez, cabe ao Conselho Municipal de Meio Am-
biente definir um Plano de aplicação dos recursos vindos do indicador
de investimento em infraestrutura e serviços para a comunidade local,
contando sempre com participação social. Também é importante que
seja informado às comunidades locais os valores que elas terão direito
no ano em questão.
PAULO
Em relação às suas funções, os conselhos podem ser deliberativos ou
consultivos. No primeiro caso, o conselho possui o poder de decidir
sobre determinados aspectos das políticas públicas, como a destina-
ção de recursos e a aprovação de contas. Já no segundo caso, pro-
põe ações e políticas para análise do Poder Executivo e Legislativo.
Como apresentado, a LGFP delegou aos conselhos de meio ambiente
um papel de grande importância: a aprovação do uso dos recursos
repassados aos estados e municípios e a prestação de contas de sua
aplicação.
Como as comunidades são beneficiadas com os recursos do repasse das concessões para os mu-
nicípios?
Tomando por exemplo um município com três comunidades locais que necessitam de investimentos
em infraestrutura e serviços. Vamos considerar que estamos no terceiro ano do contrato com a con-
cessionária e o valor disponível para investimento é de R$28.121,60. Uma das formas de aplicar os
recursos é dividi-los igualmente entre as comunidades beneficiárias, que neste caso teriam direito
a R$ 9.373,87.
O Conselho Municipal do Meio Ambiente, junto com as comunidades, elabora o plano de aplicação
de recursos e define a destinação e os valores para as ações.
Vamos analisar a tabela a seguir.
Aquisição de 6 Melhora na
computadores educação de crianças Associação
Comunidade A R$ 9.000,00
para a escola da e adolescentes da comunitária
comunidade comunidade
Facilitação
Construção de Secretaria
no transporte de
Comunidade B uma ponte sobre de Obras do R$ 9.373,87
pessoas e produtos
o iguapé Município
da comunidade
Capacitação de
10 produtores Aumento da produção
Associação
Comunidade C da comunidade de determinado R$ 9.100,00
comunitária
em técnicas de produto
manejo
Observamos que nem todas as comunidades utilizaram a totalidade do recurso que elas teriam dis-
ponível naquele ano. Sendo assim, esse valor restante ficará disponível para o próximo ano.
Outra forma de utilização pode ser a definição de uma infraestrutura ou serviço que irá beneficiar
todas as comunidades ao mesmo tempo, o que pode potencializar o impacto do uso dos recursos,
como no exemplo abaixo:
Melhora na
Comunidade Reforma do Posto Secretaria de
qualidade de saúde R$ 28.121,60
A, B e C de Saúde Obras
dos comunitários
Pelo município
Utilizando como referência a Lei de Gestão de Florestas Públicas, a prestação de contas do Indica-
dor Social deve ser avaliada e aprovada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, que posterior-
mente deve comunicar a aprovação ao SFB, utilizando os seguintes instrumentos:
• Prestação de contas dos investimentos realizados, por meio da apresentação dos proces-
sos licitatórios, contratos, notas fiscais, dentre outros;
• Atas de reuniões dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente dos municípios beneficiados;
• Verificação e medições in loco dos investimentos.
IMPORTANTE
Se o Conselho não analisar a prestação de contas dos proje-
tos, os recursos deixam de ser transferidos! Assim, é funda-
mental que o Conselho acompanhe de perto se os projetos
estão sendo bem executados.
A figura a seguir apresenta um resumo das etapas relacionadas à aprovação, ao uso e ao monitora-
mento dos recursos de investimento em infraestrutura e serviços para as comunidades locais:
SFB autoriza o
repasse dos recursos
Concessionário
Conselho avalia a repassa os recursos
pestação de contas e para a Prefeitura ou
a envia ao SFB Associação da
Comunidade
Prefeitura ou Prefeitura ou
Associação da Associação da
Comunidade presta Comunidade executa
conta dos recursos os recursos
O repasse e o uso dos recursos das concessões florestais devem acontecer com total
transparência, ou seja, de forma que todos os cidadãos possam ter acesso a essas in-
formações, que devem ser disponibilizadas pelos canais de comunicação da Prefeitura
Municipal e do Governo do Estado com frequência e em linguagem adequada. Essa é
uma etapa de grande importância, pois nela é apresentada para toda a população a
forma como os recursos das concessões florestais foram utilizados.
PAULO
IMPORTANTE
Lei de Acesso à Informação
Caso as informações sobre o uso dos recursos da concessão não estejam disponíveis no
Portal da Transparência de seu município ou estado, a Lei de Acesso à Informação determina
que sejam criados, por todos os órgãos públicos, locais específicos, os chamados Serviços
de Informação ao Cidadão e canais na internet, para que qualquer cidadão possa realizar um
pedido de informações de seu interesse. Para realizar o pedido, o cidadão deve identificar-se
e especificar a informação solicitada. Não é preciso apresentar o(s) motivo(s) da solicitação.
No caso do uso dos recursos da concessão florestal, qualquer cidadão pode solicitar à sua pre-
feitura ou ao seu governo estadual, por exemplo, os planos de aplicação de recursos, a pres-
tação de contas de uso dos mesmos, incluindo cópia de notas fiscais, contratos e licitações.
IMPORTANTE
Portais da Transparência
Os portais da transparência são sites na internet que todos os órgãos públicos são obri-
gados a criar para divulgarem à população informações e documentos de interesse da
sociedade.
Dentre as obrigações das prefeituras e dos governos estaduais, estão incluídas a disponi-
bilização das informações sobre recebimento de recursos públicos do governo federal, a
divulgação dos gastos detalhados e o repasse dos recursos a entidades da sociedade civil.
Dessa forma, todo recurso das concessões florestais repassados pelo governo federal e o
detalhamento do seu uso devem ser registrados nos portais da transparência.
Além disso, a transferência de recursos do governo federal aos estados e municípios pode
ser conferida no Portal da Transparência do governo federal:
www.portaltransparencia.gov.br
Outros mecanismos de prestação de contas podem ser utilizados, tais como divulgação de
boletim impresso, uso das rádios e jornais locais, fixação da prestação de contas em locais
de grande circulação, divulgação pelas redes sociais, dentre outros.
SAIBA MAIS
Para mais informações sobre a gestão e o repasse dos recursos oriundos das
concessões florestais, acesse a Cartilha “Concessões Florestais Federais: partici-
pação, transparência e efetividade no uso dos recursos dos estados, municípios e
comunidades locais”, disponível na Central de Conteúdos (Publicações) do site do
Serviço Florestal Brasileiro (www.florestal.gov.br).
Para qualquer dúvida, não deixe de entrar em contato com o Serviço Florestal Bra-
sileiro: www.florestal.gov.br
ENCERRAMENTO DO MÓDULO 3