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GESTÃO E MODELAGEM DAS USINAS EÓLICAS E FOTOVOLTAICAS NO SIN SOB O PONTO DE

VISTA DA ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO

Anderson Rotay Gaspar (*) Alexandre Garcia Massaud André Della Rocca Medeiros
ONS ONS ONS
André N. C. de Albuquerque Marianna Nogueira Bacelar Vinícius Amante Pineschi
ONS ONS ONS

RESUMO

O aumento das fontes de geração eólicas e fotovoltaicas conectada no sistema de extra alta tensão no
Brasil é uma realidade, sendo sua representação nos programas de simulação imprescindível para a
realização de estudos elétricos. Porém, as representações detalhadas da rede de escoamento podem
elevar o tempo de processamento e suas análises.

O referido trabalho apresenta o processo de gestão pelo ONS da base de dados de curto-circuito, uma
metodologia e premissas para criação de equivalentes de rede de parques eólicos e fotovoltaicos. São
também apresentados resultados verificados com a criação de equivalentes dos parques eólicos da
região Sul do Brasil.

PALAVRAS-CHAVE

Usina Eólica, Usina Fotovoltaica, Base de Dados, Curto-Circuito, Equivalentes de Rede

1.0 - INTRODUÇÃO

O aumento significativo de empreendimentos de geração eólica na matriz energética do Brasil,


notadamente nas regiões Nordeste e Sul é uma realidade, constatada desde a criação do Programa de
Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA em 2004, e que se consolidou como uma
geração bastante competitiva nos leilões de energia nova, a partir do ano 2009. Atualmente o Sistema
Interligado Nacional – SIN dispõe de cerca de 9,33 GW (7,37 GW na região Nordeste, 1,80 GW na
Região Sul e 0,16 GW no restante do país) (1) de potência instalada de geração eólica e, até 2020, está
previsto um montante total instalado de aproximadamente 17,7 GW (2) no sistema de extra alta tensão.

Em relação aos empreendimentos de geração fotovoltaica, a conexão no sistema de extra alta tensão
ainda não está difundida, apresentando menos de 23 MW (1) de potência instalada. Contudo, o crescente
incentivo e disseminação da tecnologia para fabricação de placas fotovoltaicas, que reduz o custo de
implantação, fará com que, até 2020, esteja previsto um montante total instalado de aproximadamente
2,9 GW (2) no sistema de extra alta tensão.

A representação destas fontes nos programas de simulação é imprescindível para a realização dos
estudos elétricos, sendo um tema de relevância e recorrente nos seminários do setor elétrico. Destaca-se
que nas análises de curto-circuito a injeção de corrente de geradores de indução duplamente alimentados
ou até mesmo dos conversores de frequência não podem ser desprezadas pelos analistas.

Estes parques usualmente são compostos por inúmeras unidades geradoras as quais estão associadas a
uma extensa rede elétrica em baixos níveis de tensão (usualmente menor do que 69 kV). Assim sendo,
uma representação detalhada de cada parque, envolvendo a representação de diversas barras e
impedâncias elevadas da rede, implica em dificuldades para realizar simulações, tanto para a varredura
de cenários/configurações como de esforço computacional. Desta forma, torna-se essencial a geração de
equivalentes de rede visando otimizar o processamento e as análises das simulações.

(*) Rodovia José Carlos Daux (SC 401), n˚ 4756 – Bloco 02 – CEP 88032-005 Florianópolis, SC, – Brasil
Tel.: (+55 48) 3261-3938 – Fax: (+55 48) 3234-6589 – E-mail: andersonrg@ons.org.br
2

Dentro desta necessidade, este trabalho apresenta a metodologia utilizada pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico – ONS para representação dos sistemas equivalentes dos parques eólicos atualmente
instalados e considerações em relação a modelagem de usinas futuras, que ainda não definiram a
tecnologia a ser instalada (máquina de indução ou conexão por conversores de frequência), bem como
uma comparação dos resultados dos níveis de curto-circuito e tempo de simulação entre a rede completa
ou equivalente. A metodologia proposta foi utilizada para gerar equivalentes dos parques eólicos da
região Sul do Brasil, e os equivalentes criados foram testados na base de dados de curto-circuito do
sistema brasileiro.

2.0 - GESTÃO DA BASE DE DADOS DE CURTO-CIRCUITO DO SIN

Os Procedimentos de Rede do ONS (3), em seu submódulo 11.3, estabelecem as diretrizes básicas para
assuntos de proteção de sistemas elétricos, no que tange a estudos de curto-circuito do SIN e atribui ao
ONS a responsabilidade de coordenar a manutenção da base de dados com parâmetros de impedância
dos componentes disponíveis para a operação, bem como os casos de referência de planejamento, que
envolvam a Rede Básica e Demais Instalações da Transmissora – DIT.

Cumpre destacar que aos agentes cabe a responsabilidade de disponibilizar para o ONS as informações
dos parâmetros de impedâncias para novos componentes e as possíveis alterações nos mesmos, visando
garantir a fidelidade do caso base de curto-circuito.

Para representação dos equipamentos são utilizados, em um primeiro momento, os parâmetros definidos
nos projetos básicos e/ou nos estudos de solicitação de acesso, para os quais podem ser parâmetros
típicos. Posteriormente, nas avaliações pré-operacionais, são utilizados os parâmetros definitivos,
fornecidos pelos agentes para atualização da base de dados.

O banco de dados de curto-circuito é dividido em dois produtos e seu processo de atualização é


apresentado esquematicamente na Figura 1 (3) (4):
a. Base de dados: arquivo com horizonte trimestral onde são incluídos apenas os equipamentos
que efetivamente estejam disponíveis para operação.
b. Casos de Referência: arquivos com horizonte anual correspondentes ao mês do final do ano
vigente e dos próximos três anos à frente que são elaborados utilizando-se como ponto de
partida a base de dados trimestral. Nestes arquivos estão contidas todas as obras que integram
o Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo – PEL e no Plano de Ampliações e Reforços –
PAR.
Base de dados Base de dados
trimestral BR1603A.ANA + alt1606a.alt trimestral mais atual BR1609A.ANA + alt1612pp.alt
Março/2016

Caso de Planejamento NNE1712pz.alt

Base de dados Dez/2016 – PEL BR1612PZ.ANA + SECO1712pz.alt


SUL1712pz.alt
trimestral BR1606A.ANA + alt1609a.alt
Junho/2016
Caso de Planejamento NNE1812pz.alt

Dez/2017 – PAR BR1712PZ.ANA + SECO1812pz.alt


SUL1812pz.alt
Base de dados
trimestral
Setembro/2016
BR1609A.ANA + alt1612a.alt
Caso de Planejamento NNE1912pz.alt

Dez/2018 – PAR BR1812PZ.ANA + SECO1912pz.alt


SUL1912pz.alt

Base de dados
trimestral
Dezembro/2016
BR1612A.ANA . .. Caso de Planejamento
Dez/2019 – PAR BR1912PZ.ANA

FIGURA 1 – Sistemática de atualização da base de dados e dos casos de referência de curto-circuito

Conforme definido no submódulo 11.3 dos Procedimentos de Rede do ONS (3), é estabelecido como
ferramenta para análise de curto-circuito o programa Anafas, desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de
Energia Elétrica – CEPEL (5). Assim sendo, os dados enviados pelos agentes deverão estar no formato
padronizado pelo programa Anafas (5).

O ONS insere na base de dados ou nos casos de referência as informações recebidas, verifica sua
consistência e posteriormente disponibiliza para todos os agentes a nova versão para comentários. Após
validação dos agentes e a realização de eventuais correções é consolidada pelo ONS e divulgada em sua
página eletrônica na internet (4).
3

3.0 - INFLUÊNCIA DE USINAS EÓLICAS E FOTOVOLTAICAS NAS ANÁLISES DE CURTO-CIRCUITO

3.1 Geração Eólica

As tecnologias de geração movida a energia eólica podem ser separadas basicamente em quatro grupos
distintos, conforme ilustrado na Figura 2: (6)

Tipo 1: gerador de indução gaiola de esquilo;


Tipo 2: gerador de indução de rotor bobinado com resistência de rotor variável;
Tipo 3: gerador de indução duplamente alimentado (Doubly-Fed Induction Generators – DFIG) e;
Tipo 4: gerador síncrono com velocidade variável conectado à rede por conversor de frequência
CA/CC/CA (retificador/inversor) (Full Converter).

FIGURA 2 – Tecnologias de geração/conexão de Geradores Eólicos (6)

Os geradores de indução (Tipo 1, 2 e 3) podem ser representados nos programas de análise de curto-
circuito da mesma forma que os geradores convencionais, ou seja, através de uma fonte de tensão ideal
atrás de uma impedância. Os geradores DFIG também devem ser representados desta forma porque
apesar da presença do conversor que alimenta o rotor, a proteção de Crowbar geralmente interrompe
esta alimentação durante um curto-circuito, fazendo com que este tipo de máquina se comporte do
mesmo modo que o gerador de indução simples (6)(8)(9).

Os geradores do tipo full converter devem ter tratamento específico para representação nos programas de
simulação, e assim é feito pelo programa Anafas, visto que para o cálculo da contribuição de corrente
para o sistema deve-se levar em consideração que o acoplamento deste tipo de gerador à rede dá-se
apenas através do conversor. Os conversores de frequência têm como características próprias manter a
corrente de saída constante e limitada a um valor máximo, geralmente priorizada a injeção de corrente
reativa e com contribuição apenas de corrente de sequência positiva para todos os tipos de falta. Desta
forma, na representação desses geradores, adotam-se fontes de corrente controladas de sequência
positiva. O valor da corrente injetada pela fonte de corrente durante um curto-circuito dependerá da
tensão na barra terminal do gerador e dos parâmetros do conversor. Como a tensão terminal também
depende do valor de corrente injetada pelo aerogerador, torna-se necessário um processo iterativo para a
obtenção do valor das correntes injetadas por estes aerogeradores (7)(8).
4

3.2 Geração Fotovoltaica

A geração fotovoltaica apresenta a mesma forma de conexão dos geradores do tipo full converter, ou
seja, se conectam à rede através de conversores de frequência. Suas características são as mesmas e,
portanto para as análises de curto-circuito, também devem ser representados como fontes de corrente
controladas de sequência positiva (10)(11).

4.0 - DEFINIÇÃO DO SISTEMA EQUIVALENTE

Os parques eólicos e fotovoltaicos usualmente são compostos por inúmeras unidades geradoras, as quais
estão associadas a uma extensa rede elétrica em baixos níveis de tensão (usualmente menor do que
69 kV). Assim sendo, uma representação detalhada de cada parque, com diversas barras e ramos, muitas
vezes com impedâncias que se alternam entre valores elevados e reduzidos, implica em dificuldades para
realizar simulações, tanto no que diz respeito às questões de condicionamento numérico quanto aos
tempos de simulações. Desta forma, se faz necessária a criação de equivalentes para representar as
redes internas de baixa tensão dos parques eólicos e fotovoltaicos. Para padronizar a definição dos
equivalentes e sua inclusão na base de dados de curto-circuito é proposta a criação de uma topologia
padrão, conforme Figura 3.

Destaca-se que devem ser representados de forma detalhada todos os equipamentos do sistema de
conexão de extra alta tensão e média tensão (525 kV, 500 kV, 230 kV, 138 kV, 69 kV). Todo o sistema de
baixa tensão (12 kV, 34,5 kV), incluindo os transformadores elevadores de cada aerogerador, caso
existam, deve compor um único equivalente.

FIGURA 3: Representação equivalente do sistema do parque eólico ou fotovoltaico

As seguintes premissas devem ser consideradas a partir da representação mostrada na Figura 3:

- O transformador de conexão do parque ao sistema, representado entre as barras 2 e 3, as linhas de


média tensão do parque (69 kV ou 138 kV), entre as barras 3 e 4, e os transformadores da rede de
média tensão, entre as barras 4 e 5, devem ser representados de forma explícita.
- Req(parque) e Xeq(parque), entre as barras 5 e 6, são, respectivamente, a resistência e a reatância
equivalentes da representação do sistema de transmissão de baixa tensão do parque (12 kV ou
34,5 kV), incluindo os transformadores de conexão de cada aerogerador, caso existam.
- Elementos em derivação (shunts) utilizados para compensação de potência reativa ou filtragem de
harmônicos instalados na rede de média tensão (69 kV ou 138 kV), devem ser representados no
barramento exato ao qual estão conectados. Caso estejam instalados na rede de baixa tensão (12 kV ou
34,5 kV), devem ser representados na barra 5 ou, caso não haja rede de média tensão, na barra 3
(baixa do transformador).
- O equivalente criado deve conter somente geradores de mesma tecnologia, fabricante e modelo.

Na Figura 4 é apresentado o exemplo de um parque que se conecta a uma rede de 525 kV, através de
um ATR 525/138 kV. Este parque possui uma rede interna em 138 kV, transformadores de média tensão
138/34,5 kV e uma extensa rede de 34,5 kV onde os geradores são conectados através de
transformadores 34,5/0,69 kV. A rede equivalente que deverá ser representada é mostrada na Figura 5.
5

FIGURA 4: Sistema completo Exemplo 1 (parque com rede de média tensão)

FIGURA 5: Sistema equivalente Exemplo 1 (parque com rede de média tensão)

5.0 - METODOLOGIA PARA CRIAÇÃO DO SISTEMA EQUIVALENTE A SER UTILIZADA NA BASE DE


DADOS DE CURTO-CIRCUITO

Para criação dos equivalentes de rede dos parques eólicos e fotovoltaicos, se faz necessária,
inicialmente, a representação detalhada de todos os equipamentos do parque. A metodologia a ser
implementada foi separada para atender as duas formas de representação, ou seja, aerogeradores
representados como um gerador convencional ou fonte de corrente. Destaca-se que o resultado final deve
conter a representação do sistema de escoamento de baixa tensão separada da representação da
geração.

5.1 Geração eólica do tipo gerador de indução

Para a criação do equivalente de geração eólica do tipo gerador de indução, o qual é representada pelo
programa Anafas como um gerador comum, ou seja, fonte de tensão atrás de uma impedância, foi
utilizado o algoritmo convencional de cálculo de equivalentes do Anafas (5). Propõe-se neste trabalho que
sejam realizadas as seguintes etapas:

ETAPA 0: Representar o parque de forma ilhada com todo os alimentadores do sistema de baixa
tensão, inclusive os transformadores elevadores de cada aerogerador (p.ex.: 34,5/0,4kV,
etc), caso existam, e cada aerogerador em sua barra com sua respectiva impedância Z”dg;
ETAPA 1: Criar, via Anafas, o equivalente geral do parque, retendo somente a barra de conexão;
ETAPA 2: Calcular a impedância equivalente dos geradores, ou seja, Zeqvg = Z”dg/ng, onde Z”dg é a
impedância subtransitória de eixo direto e ng é o número total de geradores do equivalente;
ETAPA 3: A impedância equivalente do sistema de escoamento será a diferença entre a impedância
obtida na ETAPA 1 e a impedância obtida na ETAPA 2.

5.2 Geração eólica ou fotovoltaica conectada através de conversores de frequência

Para usinas fotovoltaicas ou eólicas conectadas através de conversores de frequência, as quais são
representadas pelo programa Anafas como uma fonte de corrente, foi utilizada a metodologia proposta no
artigo “Equivalente de Parques Eólicos para uso em Programas de Curto-Circuito" (9), devido à
impossibilidade da utilização de algoritmos convencionais nos quais as fontes de corrente seriam
desprezadas.
6

De uma forma resumida, conforme ilustra a Figura 6, esse método consiste na manipulação dos dados do
sistema, criando uma barra auxiliar, conectada às barras terminais de todos os conversores do parque,
que são eliminados (pelo programa quando do cálculo do equivalente ou pelo usuário previamente). A
impedância equivalente da rede de escoamento é obtida retendo-se a barra de entrada e a barra auxiliar
utilizando-se o algoritmo convencional de cálculo de equivalentes do Anafas (9).

FIGURA 6: Representação equivalente do sistema do parque eólico ou fotovoltaico (9)

O resultado final será uma impedância equivalente entre a barra de entrada até uma barra equivalente de
geração. Nas simulações a partir da rede equivalente, a barra de geração deverá conter a informação de
contribuição de corrente de curto-circuito máxima para um conversor de frequência do parque em
questão. Caso adotado uma tensão base da barra equivalente diferente da informada para corrente
máxima, esse valor de corrente deve ser convertido para nova tensão base. Também deve ser informado
o número total de geradores que formarão o equivalente.

6.0 - REPRESENTAÇÃO DE USINAS EÓLICAS FUTURAS

Em relação a modelagem de usinas eólica futuras, para as quais ainda não foi definida a tecnologia
(máquina de indução ou conexão por conversores de frequência), visando apresentar o cenário mais
pessimista, ou seja, maior injeção de corrente de curto-circuito, propõe-se neste artigo que sejam
representados como gerador de indução (DFIG). Deve-se representar explicitamente o transformador de
conexão (230/34,5 kV, 525/34,5 kV, etc) e na barra de baixa deste transformador, um único gerador
equivalente (sistema de transmissão de baixa tensão do parque, transformadores elevadores de cada
gerador), com impedância típica de 30% na base de potência do parque. Este valor proposto é adotado
com base em experiências obtidas de representações de parques eólicos instalados no Brasil.

7.0 - RESULTADOS

Para avaliar o desempenho da metodologia para criação de sistemas equivalentes proposta neste
trabalho, a mesma foi aplicada a todos os parques eólicos localizados na região Sul do Brasil.

A Tabela 1 apresenta a lista dos parques eólicos que foram objetos da criação dos equivalentes de rede.
Inicialmente foram realizadas simulações com os parques isolados, representados até a barra de baixa
tensão do transformador de conexão do parque. Nesta barra foi aplicado um curto-circuito trifásico e
então registradas as contribuições dos parques eólicos, tanto para a representação detalhada como para
o sistema equivalente, os quais também são apresentados na Tabela 1.
7

Tabela 1 – Parques Eólicos objetos de criação de equivalentes e comparação dos níveis de curto-circuito
Contribuição para um Curto-Circuito Trifásico
Parque Eólico N° Barras
na baixa do TR do Parque
Pot. Sist. Sist. Sist.Detalhado Sist.Equivalente Diferença
Nome Tipo
[MW] Detalhado Equivalente [A] [A] [%]
Atlantica 120,0 DFIG 45 2 27088 27089 0,0%
Capao do Inglês 10,0 DFIG 11 2 703 703 0,0%
Chui I a V e
144,0 DFIG 145 2 10695 10695 0,0%
Minuano I a II
Chui IX 18,0 DFIG 21 2 1249 1249 0,0%
Coxilha Seca 30,0 DFIG 31 2 2159 2159 0,0%
Galpões 8,0 DFIG 9 2 581 581 0,0%
Marmeleiro 2 A 96,0 DFIG 36 2 12249 12249 0,0%
Marmeleiro 2 B 48,0 DFIG 17 2 11371 11371 0,0%
Marmeleiro 2 C 63,0 DFIG 25 2 12050 12050 0,0%
Reb Cassino 64,0 DFIG 65 2 4691 4691 0,0%
Senandes 120,0 DFIG 81 2 6398 6398 0,0%
Verace 24 a 31 e
163,8 DFIG 183 2 11400 11400 0,0%
34 a 36
Verace I a V 126,0 DFIG 127 2 9271 9271 0,0%
Verace VI a X 132,0 DFIG 133 2 9907 9907 0,0%
Água Doce 130,4 Full Converter 187 2 2441 2441 0,0%
C.Chato IV e V e
30,0 Full Converter 55 2 706 706 0,0%
C.Trindade
Cerro Chato I 30,0 Full Converter 31 2 580 580 0,0%
Cerro Chato VI 24,0 Full Converter 44 2 560 560 0,0%
CGE Xangri-la 27,7 Full Converter 19 2 749 749 0,0%
Cidreira 71,3 Full Converter 63 2 1335 1335 0,0%
Ibirapuitã 25,2 Full Converter 44 2 492 492 0,0%
Indios 50,0 Full Converter 51 2 1273 1273 0,0%
Osorio 50,0 Full Converter 51 2 1273 1273 0,0%
Osorio 2 e 3 50,0 Full Converter 53 2 1129 1129 0,0%
Palmares 57,5 Full Converter 51 2 1071 1071 0,0%
Sangradouro 50,0 Full Converter 51 2 1273 1273 0,0%
Sangradouro 2 e 3 57,5 Full Converter 51 2 1071 1071 0,0%
Indios 2 e 3 52,9 Full Converter 50 2 983 983 0,0%
Cerro Chato III 30,0 Full Converter 31 2 580 580 0,0%
Cerro Chato II 30,0 Full Converter 31 2 580 580 0,0%
Total 1792 60 - - -
Nota: Considerado na representação do DEOL Vmin = 0 pu e Fpcc = 0,01 pu.

Verifica-se pela Tabela 1, que os resultados do sistema equivalente são idênticos aos do sistema
detalhado, quando comparada a contribuição para um curto-circuito na barra de conexão. Outro aspecto
bastante relevante a ser observado é a expressiva redução de 1732 barras necessárias para representar
os parques eólicos.

Para avaliar o impacto da representação de todos os equivalentes dos parques eólicos no SIN, foram
avaliados três cenários: o primeiro contendo apenas os aerogeradores do tipo gerador de indução (DFIG),
o segundo apenas os aerogeradores do tipo full converter, e o terceiro com todos os aerogeradores. Para
os três cenários foram simulados curtos-circuitos monofásicos e trifásicos em todas as barras do sistema,
sendo apresentados os resultados na Tabela 2.

Tabela 2 – Parques Eólicos objetos de criação de equivalentes e comparação dos níveis de curto-circuito
Variação dos níveis de Curto-Circuito
N° Barras de Parque Eólico Tempo
(Comparação Sist. Detalhado
Tipo da Região Sul Processamento
com Equivalente)
Sist. Detalhado Sist. Equivalente Sist. Detalhado Sist. Equivalente Trifásico Monofásico
Só DFIG 929 28 2,8s 2,6s 0% 0%
Só full converter 676 32 21m38s 3,6s <0,2% <0,1%
DFIG+full converter 1792 60 18m32s 3,4s <0,2% <0,1%
8

Verifica-se pela Tabela 2, que os resultados de variação dos níveis de curto-circuito obtidos com o
sistema equivalente são idênticos aos obtidos com o sistema detalhado quando só representados
parques com tecnologia DFIG e muito próximos quando inseridos os parques da tecnologia full converter.
Verifica-se ainda uma redução significativa no tempo de processamento do programa Anafas quando
comparado ao resultado com o sistema detalhado, notadamente quando da representação das eólicas full
converter.

8.0 - CONCLUSÃO

O referido trabalho apresentou aspectos essenciais da modelagem para usinas eólicas e fotovoltaicas na
base de dados de curto-circuito, sob gestão do ONS, reforçando a sua importância para as análises e a
necessidade da criação de equivalentes representativos da rede de baixa tensão de escoamento desses
parques, visando redução de complexidade na representação e melhoria no desempenho computacional
no programa de análise.

A metodologia e a definição da topologia proposta para criação do equivalente, apresentou resultados


muito positivos quando aplicados no sistema real dos parques eólicos da região Sul do Brasil, seja sob o
ponto de vista de contribuição de curto-circuito (diferenças inferiores a 0,2%) ou redução dos esforços
computacionais (redução de tempo de cerca de 20 minutos para 4 segundos).

9.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Banco de Informações de Geração


“http://www2.aneel.gov.br”. Acessado em 05/09/2016.

(2) ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Acompanhamento da Expansão da oferta de Geração
de Energia Elétrica “http://www.aneel.gov.br”. Acessado em 05/09/2016.

(3) ONS – OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELETRICO. Procedimentos de Rede – Submódulo


11.3 – Revisão 1.0. “http://www.ons.org.br”, acessado em 05/09/2016.

(4) ONS – OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELETRICO. Base de dados de Curto-Circuito e Casos
de Referencias. “http://www.ons.org.br/”, acessado em 05/09/2016.

(5) CEPEL – CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELETRICA. ANAFAS – Programa de Analise de


Faltas Simultâneas. “http://www.anafas.cepel.br”.

(6) REIS, J.M.V.S. Comportamento dos Geradores Eólicos Síncronos com Conversores diante de Curtos-
Circuitos no Sistema. Dissertação de Mestrado. UFRJ/COPPE/PEE. 2013. Brasil.

(7) ROMERO S.P., ROSSI J.I., AQUINO A.F.C., RANGEL R.D., LEVY L.N. Representação de Geradores
Eólicos Síncronos com Conversor de Frequência por Fontes de Corrente Controladas em um
Programa de Cálculo de Curtos-Circuitos. XI SEPOPE. 2009. Brasil.

(8) MULJADI, E; SAMAAN, N; GEVORGIAN, V; LI, J; PASUPULATI, S. "Short Circuit Corrente


Contribution for Different Wind Turbine Generator Types". IEEE, 2011

(9) ROMERO S.P., ROSSI J.I., ALMEIDA L.P. Equivalente de Parques Eólicos para Uso em Programas
de Curto-Circuito. XII STPC. 2014. Brasil.

(10) J. KELLER AND B. KROPOSKI. Understanding Fault Characteristics of Inverter-Based Distributed


Energy Resources. NREL/TP-550-46698, 2010. EUA.

(11) Tobias Neumann, István Erlich. Short Circuit Current Contribution of a Photovoltaic Power Plant.
Institute of Electrical Power Systems. University Duisburg Essen, 2012. Alemanha.
9

10.0 - DADOS BIOGRÁFICOS

Anderson Rotay Gaspar – Nascido no Rio de Janeiro/RJ em 11/08/1981. Graduado em


Engenharia Elétrica (2005) pela Universidade Federal Fluminense e especialista em
Proteção de Sistemas Elétricos (2007) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e
especialista em Sistemas de Energia Elétrica – CESE (2008) pela Universidade
Federal de Itajubá. Desde 2003 trabalha no Operador Nacional do Sistema Elétrico –
ONS como Engenheiro e atualmente atua na Gerência de Planejamento da Operação
Elétrica do Subsistema Sul e Mato Grosso do Sul do Núcleo Sul, em Florianópolis.

Alexandre Garcia Massaud – Nasceu no Rio de Janeiro, RJ – Brasil em 28/11/1947.


Graduou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual do Estado do Rio de
Janeiro – UERJ em 1971. Entre os anos de 1972 e 1973 trabalhou como engenheiro
eletricista na Light SESA. De 1974 a 1977 trabalhou na Eletrosul – Centrais Elétricas
do Sul do Brasil, com análise de sistemas elétricos. De 1978 a 1995 trabalhou na
Eletrobras – Centrais Elétricas Brasileiras, atuando em diversas atividades
relacionadas ao planejamento de sistemas elétricos. Desde então, trabalha no ONS –
Operador Nacional do Sistema Elétrico com análise de sistemas elétricos, proteção e
controle. Atualmente, é gerente da área de Proteção e Controle do ONS.
André Della Rocca Medeiros – Nascido em Lages/SC em 02/01/1969. Possui
Graduação (1991), Mestrado (1993) e Doutorado (2003) em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal de Santa Catarina e especialização em Administração
CAISE/MBA pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2009). Desde
2000 trabalha no Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS onde atualmente atua
como Gerente da Gerência de Planejamento da Operação Elétrica do Subsistema Sul
e Mato Grosso do Sul do Núcleo Sul, em Florianópolis.

André Nascimento Cavalcanti de Albuquerque – Nascido em Pato Branco/PR em


20/02/1987. Graduado em Engenharia Elétrica (2008) pela Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, e mestre em Engenharia Elétrica (2011) pela Universidade Federal
de Santa Catarina. Desde 2011 trabalha no Operador Nacional do Sistema Elétrico –
ONS como Engenheiro, e atualmente atua na Gerência de Planejamento da Operação
Elétrica do Subsistema Sul e Mato Grosso do Sul do Núcleo Sul do ONS, em
Florianópolis.

Marianna Nogueira Bacelar possui graduação em Engenharia Elétrica pela


Universidade Federal Fluminense (2010) e mestrado em sistemas de potência na
Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013). Trabalha no Operador Nacional do
Sistema Elétrico – ONS desde 2011, na Gerência de Engenharia de Instalações da
Transmissão.

Vinícius Amante Pineschi possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade


Federal Fluminense (2006). Trabalha no Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
desde 2012, na Gerência de Proteção e Controle.

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