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PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO QUE UTILIZAM


O UNIFIED POWER FLOW CONTROLLER

Marcelo Meneghetti Peres (*) Giovanni Manassero Junior


General Electric – Grid Automation Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

RESUMO

Este artigo propõe um algoritmo de proteção de distância para linhas de transmissão que utilizam Unified Power
Flow Controller – UPFC. Esse algoritmo baseia-se em medições de tensões e correntes, fornecidas por dispositivo
eletrônico inteligente conectado à barra onde o UPFC está instalado e compensa a proteção por meio da
representação do seu comportamento e de otimização numérica. O algoritmo foi elaborado em rotina computacional
no software MATLAB e foi submetido a testes por meio de simulações de um sistema de transmissão no ambiente
Simulink. Os resultados indicam que o algoritmo é capaz de compensar os efeitos do UPFC corretamente.

PALAVRAS-CHAVE

Linhas de transmissão, proteção de sistemas elétricos, flexible AC transmission systems.

1.0 - INTRODUÇÃO
Atualmente, a redução da disponibilidade física de novos corredores para a construção de linhas de transmissão,
em virtude de restrições técnicas e ambientais, aliada à necessidade de atendimento à crescente demanda por
energia e à redução da capacidade marginal de geração têm levado ao emprego de sistemas Flexible Alternating
Current Transmission Systems – FACTS, a fim de melhorar o desempenho dos sistemas elétricos de potência
existentes.
Os sistemas FACTS são baseados em aplicações de eletrônica de potência, ferramentas analíticas e controle
associados aos sistemas elétricos de potência, que produzem ganhos significativos no processo de transmissão de
energia, garantindo melhor confiabilidade aos sistemas elétricos de potência como um todo. Dentre as diversas
tecnologias FACTS (compensação shunt controlada por tiristores, compensação síncrona estática, compensação
série síncrona, compensação série controlada por tiristores, etc.) [1] uma que se destaca é o Unified Power Flow
Controller – UPFC [2]. De modo simplificado, esse sistema é baseado na compensação série, por meio de um
Static Synchronous Series Compensator – SSSC e paralela, por meio de um Static Synchronous Compensator –
STATCOM e apresenta melhores índices de eficiência no controle de reativos em linhas de transmissão quando
comparado com outras alternativas.
Em um sistema elétrico as linhas demandam uma atenção especial no que diz respeito à sua operação devido sua
elevada taxa de falha em relação a demais componentes conforme apresentado na Tabela 1 [3].
Tabela 1 – Taxa de ocorrências de defeitos nos componentes dos sistemas
Equipamento Defeito%
Linhas aéreas 70,7
Transformadores 14,4
Geradores 13,5
Compensadores síncronos 0,5
Compensadores estáticos 0,9

Ademais, a presença dos UPFC nos sistemas de transmissão interfere no comportamento dos curtos-circuitos
gerando assim mudanças consideráveis no comportamento da função de proteção de distância, tipicamente

(*) Rua Embaixador Macedo Soares, n°10001 – CEP 05069-010 São Paulo, SP – Brasil
Tel: (+55 11) 98221-9382 – Email: marcelomperes@gmail.com
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utilizada para a proteção de linhas de transmissão. Sendo o UPFC um equipamento de elevado custo e significativa
importância, faz-se de grande valia estudos que permitam que as proteções envolvidas garantam a confiabilidade
da transmissão e protejam a integridade desses dispositivos.
Nesse contexto, este trabalho pretende contribuir apresentando o comportamento de um UPFC em um sistema de
potência sob diversas situações de curto-circuito e propor métodos para compensar a proteção de distância de
forma eficaz.
1.1 Unified Power Flow Controller
O UPFC ilustrado na Figura 1 consiste em um Static Synchronous Series Compensator – SSSC e um Static
Synchronous Compensator – STATCOM ligados de tal maneira que eles compartilham um capacitor em comum. O
UPFC é capaz de controlar simultaneamente a impedância do sistema, a magnitude da tensão em uma barra e os
fluxos de potência ativa e reativa através dele, por meio do controle de injeção de tensão em série com o sistema
elétrico de potência e da compensação reativa shunt.

FIGURA 1 – Unified Power Flow Controller.


1.2 Proteção de distância na presenca de Unified Power Flow Controller
Em se tratando de elemento ativo nos sistemas elétricos de potência o UPFC causa variações consideráveis na
proteção de distância uma vez que interfere diretamente nos valores de tensões e correntes utilizados no cálculo
da impedância. A análise do impacto do UPFC depende da localização dos transformadores de instrumentação
(TCs e TPs), conforme apresentado na referência [4]. Há quatro configurações possiveis de instalação dos
transformadores de instrumentação: TC e TP a jusante do UPFC; TC a jusante e TP a montante do UPFC; TC a
montante TP a jusante do UPFC; e , por fim, TC e TP a montante do UPFC. Exceto pela configuração onde ambos
os transformadores de instrumentação ficam a jusanto do UPFC, as demais configurações são afetadas pelo seu
comportamento. A metodologia porposta neste artigo considera que ambos os transformadores de instrumentação
estão instalados a montante do UPFC.

2.0 - METODOLOGIA PROPOSTA


Para exemplificar a metodologia proposta, pode-se considerar o sistema de transmissão da Figura 2. Esse sistema
é representado em seus terminais (barras B1 e B3), pelos equivalentes de Thévenin e entre as barras B1 e B2 está
instalado o UPFC. Nesse exemplo os transformadores de instrumentação (transformadores de potencial e de
corrente) estão instalados na barra B1.

FIGURA 2 – Sistema de transmissão para exemplificar o algoritmo.


A metodologia para a proteção de distância proposta neste trabalho e ilustrada no diagrama de blocos apresentado
na Figura 3 consiste em efetuar a leitura das tensões e correntes para determinação dos fasores de falta na barra
onde o UPFC está conectado (barra B1). Em seguida, é possível determinar a contribuição do UPFC, no domínio
da frequência, para o curto-circuito em questão a partir desses fasores. Após a determinação da contribuição do
UPFC, é possível calcular os fasores de tensões e correntes na barra onde ele se conecta à linha de transmissão
(barra B2) para, posteriormente, calcular os elementos de terra e de fase da função de proteção de distância. Essas
etapas, ilustradas na Figura 3, estão descritas em detalhes nos itens 2.1 a 2.4.
2.1 Leitura das amostras e cálculo dos fasores na barra B1
Estas etapas são bastante triviais e estão presentes em todos os equipamentos de proteção digital disponíveis no
mercado. A etapa de leitura das amostras de tensões e correntes consiste no registro dessas amostras
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provenientes dos TCs e dos TPs conectados na barra B1 do sistema. A etapa posterior consiste no cálculo dos
fasores utilizando técnicas baseadas na Transformada Discreta de Fourier – TDF.

FIGURA 3 – Diagrama de blocos da metodologia proposta.


2.2 Estimação dos fasores na barra B2
A estimação dos fasores na barra B2, que serão utilizados pela função de distância no cálculo dos elementos de
fase e de terra, depende do modelo do UPFC no domínio da frequência. Este trabalho propõe a utilização de
quadripolos trifásicos para a representação desse modelo [5], conforme descrito no item 2.2.1.
No item 2.2.2 é apresentada a metodologia para obtenção dos parâmetros do quadripolo trifásico que representa o
UPFC em questão, a partir de ensaios com esse quadripolo instalado em um sistema de transmissão. Por fim, no
item 2.2.3 é apresentado o procedimento para obtenção dos parâmetros durante os eventos de curto-circuitom a
partir da caracterização do comportamento do UPFC proposta no item 2.2.2.
2.2.1 Modelo de quadripolo de transmissão do UPFC
Conforme apresentado em [5], a análise de um sistema elétrico sob falta pode ser efetuada por meio da
representação dos seus equipamentos em componentes de fase e, além disso, cada elemento pode ser
representado por meio de um quadripolo trifásico com seus parâmetros calculados para a freqüência fundamental.
Nesse contexo, o UPFC ilustrado na Figura 1 pode ser representado pelo quadripolo de tranmissão ilustrado na
Figura 4.

FIGURA 4 – Quadripolo de transmissão para representação do UPFC


As relações entre tensões e correntes na entrada e na saída do quadripolo de transmissão que representa o UPFC
são dadas pela equação (1).

VB1  A B  VB 2 
  =  ×  (1)
 IB1  C D   IB 2 
Onde: A, B, C e D são os parâmetros de transmissão do quadripolo que representa o UPFC.
Por outro lado, as relações entre tensões e correntes na saída e na entrada do quadripolo de transmissão podem
ser obtidas a partir da inversão da matriz de transmissão da equação (1), conforme a seguir.
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−1
VB 2   A B  VB1   A − B  VB1 
  =   ×  =  ×  (2)
 IB 2  C D   I B1  − C D   IB1 
2.2.2 Ensaios de tipo para obtenção dos parâmetros A, B, C e D
Admitindo que o UPFC pode ser representado por um modelo monofásico, que interage apenas com a fase em
questão, pode-se reescrever as equações (1) e (2) de modo a isolar os parâmetros de transmissão, conforme a
seguir.

     −1
VB1  = VB 2 IB 2   A  A V IB 2  V 
 ×   →   =  B2  ×  B1 
VB 2  VB1 − IB1  B  
B  VB1 − IB1  
VB 2 
 −1
(3)
 I   V I  C  C    
VB 2 I B 2   
I 
 B1  =  B 2 B2 ×
  → =   
×  B1 
IB1  D 
I B 2  − VB1 D  − VB1 I B1  IB 2 
As expressões apresentadas no sistema de equações (3) permitem determinar os parâmetros de transmissão do
quadripolo, a partir do levantamento minucioso do comportamento do UPFC em regime permanente e também sob
situações de curto-circuito. Para tanto, os valores dos fasores de tensões e correntes nas barras B1 e B2, em cada
situação analisada, podem fornecer o conjunto de parâmetros de transmissão que descreve o UPFC nessas
condições.
Sendo assim, este artigo propõe a elaboração ensaios de tipo prévios que possibilitem esse levantamento
minucioso, antes da instalação do UPFC em campo. Esses ensaios de tipo consistem em estudos de regime
permanente e curto-circuito para o sistema onde o UPFC será instalado, de modo a se obter os conjuntos de
valores dos quadripolos de transmissão para as diversas condições operativas a que ele estará submetido quando
em operação.
Após a obtenção desse conjunto de valores é possível determiná-los para quaisquer condições operativas, a partir
de interpolação dos dados obtidos com o ensaio de tipo, como função das tensões e correntes na barra B1. Isso
significa que cada parâmetro de transmissão pode ser calculado como função das tensões e correntes nessa barra.
2.2.3 Cálculo de A(k), B(k), C(k) e D(k)
Conforme mencionado no item 2.2.2, o cálculo dos parâmetros de transmissão para as condições operativas do
sistema elétrico depende dos dados desses parâmetros, que foram obtidos a partir dos ensaios de tipo. Para cada
nova amostra calcula-se os fasores de tensões e correntes na barra B1 e, a partir desses valores é possível
calcular os parâmetros de transmissão e, como consequência, os valores dos fasores na barra B2.

VB 2 (k )  A(k ) − B(k ) VB1(k )


 = ×  (4)
 I B 2 (k )  − C (k ) D(k )   I B1(k ) 
2.3 ANSI 21
A partir da determinação dos parâmetros de transmissão do UPFC para cada novo fasor calculado (para cada
amostra nova) é possível estimar corretamente as impedâncias calculadas pelos elementos de terra e de fase da
proteção de distância, de modo a reduzir o efeito do UPFC nessa função de proteção. O cálculo desses elementos
é feito da forma convencional.

3.0 - SIMULAÇÕES E RESULTADOS


Neste capítulo são apresentados o sistema de transmissão utilizado para a validação do algoritmo proposto, bem
como o impacto do UPFC na proteção de distância desse sistema de proteção. Além disso, são apresentados os
resultados detalhados de um caso de simulação de curto-circuito trifásico nesse sistema de transmissão e, por fim,
resultados estatísticos obtidos por meio das diversas simulaçòes de curto-circuito a que esse sistema foi
submetido.
3.1 Sistema de transmissão utilizado para validação do algoritmo proposto
O algoritmo proposto neste artigo foi submetido a testes por meio de resultados de simulações de curto-circuito em
um sistema de transmissão no toolbox Simulink, do software Matlab (MATrix LABoratory). Esse toolbox foi
empregado para a implementação de uma linha de transmissão que contem um UPFC conectado entre as barras
B1 e B2, conforme ilustrado nas Figuras 2 e 6. Essa é uma linha de transmissão de circuito simples que possui 181
[km] de comprimento e está montada sobre uma torre similar à ilustrada na Figura 5.
O modelo utilizado para a representação da linha de transmissão é o modelo de parâmetros distribuídos e esses
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parâmetros foram obtidos a partir da rotina powerline_param do Matlab, que é similar à rotina LINE CONSTANTS
do ATP. Nas fases foram empregados um bundle de três cabos CHUKAR por fase, tipo 84/19 (1781MCM), com
uma flecha de 11,4 [m] e nos cabos guarda foram empregados cabos Allumoweld 0.385”, com uma flecha de 6,3
[m]. As potências de curto-circuito trifásica (Scc 3ɸ) e fase-terra (Scc 1ɸ) de cada um dos terminais está
apresentada na Tabela 2.

FIGURA 5 – Torre de transmissão da linha de transmissão utilizada para testes.


Tabela 2 – Potências de curto-circuito para os equivalentes de Thévenin
Terminais Scc 3ɸ [MVA] Scc 1ɸ [MVA]
Local 23409∠87,04° 17381∠84,05°
Remoto 20802∠87,57° 20447∠86,83°

FIGURA 6 – Sistema de transmissão utilizado na validação da metodologia proposta.


Foram variados os parâmetros de curto-circuito para as simulações do Matlab, de modo que resultassem em
oitenta casos de simulação. Esses casos correspondem a curtos-circuitos trifásicos variando-se o local de
ocorrência da falta (de 15 [%] a 85 [%] do comprimento total da linha de transmissão, em intervalos de 5 [%]) e a
resistência de falta (de 0 [Ω] a 10 [Ω]). Em todas as simulações, os setpoints de potência ativa e reativa do UPFC
permaneceram em 1000 [MW] e 60 [MVAr].
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3.2 Impacto do UPFC na proteção de distância do sistema de transmissão


Para a avaliação do impacto do UPFC na proteção de distância do sistema de transmissão ilustrado na Figura 6
optou-se por apresentar o cálculo da resistência e da reatância para o elemento de fase (AB) para um curto-circuito
trifásico a 45,25 [km] da barra B2, com resistência da falta de 1 [Ω]. Pode-se notar, que ambos os cálculos são
afetados pela presença do UPFC (a linha verde indica o cálculo correto e a linha vermelha indica o cálculo
utilizando-se os valores medidos na barra B1 sem qualquer espécie de correção).

FIGURA 7 – Impacto do UPFC no cálculo da resistência e da reatância ao longo do tempo.


3.3 Caso exemplo
Este item apresenta um caso de simulação de curto-circuito trifásico, com resistência de falta de 1 [Ω] e distância
de 45,25 [km]. A Figura 8 ilustra os sinais de tensão e corrente nas barras B1 e B2, simultaneamente. Essas figuras
indicam que o UPFC permanece contribuindo positivamente para as correntes de curto-circuito, embora as tensões
no terminal B2 sejam inferiores às tensões no terminal B1.

FIGURA 8 – Tensões e correntes nos terminais do UPFC.

Tabela 3 – Resistência e reatância calculadas pelo elemento de fase AB


Posição dos TIs* R [Ω] X [Ω]
Antes do UPFC 2,53 19,83
Após o UPFC 1,84 14,12
Antes do UPFC com a correção proposta 2,31 16,45
(*)TIs: transformadores de Instrumentação
A Tabela 3 indica os valores de resistência e reatância calculados pelo elemento de fase (AB) considerando que os
TCs e TPs estão instalados na barra B1 (antes do UPFC) na barra B2 (após o UPFC) e antes do UPFC porém com
a correção proposta neste artigo. Pode-se notar que a correção proposta neste artigo contribui para aproximar o
valor estimado do valor correto, reduzindo o erro de cálculo do elemento de fase.
A Figura 9 apresenta outra comparação entre o cálculo do elemento de fase (AB) para medições na barra B1,
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medições na barra B2 e medições na barra B1, porém com a correção proposta neste artigo.

FIGURA 9 – Correção do impacto do UPFC no cálculo da impedância no plano R-X.


Pode-se notar que a correção proposta aproxima os valores da barra B1 aos valores da barra B2, corrigindo
adequadamente esses valores, por meio da modelagem proposta neste artigo.

FIGURA 10 – Correção do impacto do UPFC no cálculo da resistência e da reatância ao longo do tempo.


A Figura 10 apresenta o impacto da correção proposta neste artigo no cálculo da resistência e da reatância para o
elemento de fase (AB) para o curto-circuito em questão. Pode-se notar que a correção proposta aproxima o cálculo
efetuado a partir dos dados da barra B1 ao cálculo efetuado a partir dos dados da barra B2. (a linha vermelha indica
o cálculo correto e a linha verde indica o cálculo utilizando-se os valores medidos na barra B1 sem qualquer
espécie de correção). Pode-se notar que a linha verde apresenta algumas variações abruptas, que são decorrentes
do comportamento do UPFC, que afeta o processo de interpolação.
3.4 Análise estatística
A Tabela 4 apresenta o erro percentual no cálculo da resistência e da reatância no elemento de fase AB, quando
esse elemento utiliza os fasores de tensões e correntes na barra B1 e a correção proposta neste artigo, em
comparação com o mesmo elemento, quando esse utiliza os fasores de tensões e correntes na barra B2.
TABELA 4 – Erro no cálculo da resistência e reatância no elemento de fase AB
Erro %
Medição
Erro médio Desvio padrão Erro máximo Erro mínimo
Resistência 24,0 12,2 57,8 1,48
Reatância 12,3 7,1 35,6 3,7

Pode-se notar que há erros médios de 24 % e 12% nas resistências e reatâncias, respectivamente. Embora esses
erros não sejam pequenos, há que se ressaltar que os erros mínimos são bastante pequenos.
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4.0 - CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou a proposta de um algoritmo para proteção de distância de linhas de transmissão que
utilizam o Unified Power Flow Controller. Na seção de introdução foram apresentadas algumas considerações
acerca da importância da proteção em linhas de transmissão, bem como o benefício do uso de dispositivos FACTS
para os sistemas elétricos de potência, em especial o UPFC.
Na seção de metodologia foi apresentado o algoritmo proposto, que consiste no cálculo dos fasores de tensões e
correntes no início da linha de transmissão, a partir da estimativa do comportamento do UPFC por meio da
modelagem de quadripolos trifásicos.
Em seguida, foi apresentado o modelo do UPFC e da linha de transmissão que foram implantados no toolbox
Simulink do software Matlab para validação do algoritmo proposto. Esse sistema de transmissão foi implantado
utilizando-se dados reais de sistemas de transmissão brasileiros.
A partir dos dados apresentados na seção de resultados, pode-se notar que o algoritmo proposto possibilita
descrever, com um certo grau de precisão, o comportamento do UPFC em termos do seu respectivo quadripolo de
transmissão. A partir da descrição do seu comportamento é possível compensar os valores de tensões e correntes
obtidos na barra B1 (a montante do UPFC) e aproximá-los dos valores da barra B2 (a jusante do mesmo), de forma
a corrigir o valor da impedância calculada, aproximando-a do valor real , de modo a permitir a atuação correta da
proteção de distância.
Esse artigo apresenta parte do desenvolvimento da dissertação de mestrado de um dos autores e espera-se que o
desenvolvimento do tema produza algoritmos mais precisos para a compensação do UPFC.

5.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


[1] ENRIQUE, A. et al. FACTS: modelling and simulation in power networks. John Wiley & Sons, 2004.
[2] DASH, P. K., PRADHAN, A. K., PANDA, G., LIEW, A. C. Adaptive relay setting for flexible AC transmission systems
(FACTS), in IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 15, no. 1, pp. 38-43, Jan 2000.
[3] ONS/UFSC. Desenvolvimento de uma base de dados aplicada a estudos de confiabilidade para sistemas de geração
e transmissão (SISTEMA BDConf – Volume I – Indicadores de Desempenho Probabilístico de Componentes de
Geração e Transmissão do SIN). Julho de 2006.
[4] JAMALI, S., KALANTAR, M. SHATERI, H. Effects of instrument transformers location on measured impedance by
distance relay in presence of UPFC. 2006 IEEE Power India Conference. IEEE, 2006.
[5] ZEVALLOS, M. E., TAVARES, M. C. O uso de quadripolos trifásicos na obtenção da resposta sustentada de um
sistema elétrico desequilibrado. In: XVIII Congresso Brasileiro de Automática – 2010, Bonito – MS.
[6] FRONTIN, S. O. Equipamentos de alta tensão – Prospecção e hierarquização de inovações tecnológicas.
ANEEL/TAESA/BRASNORTE/FINATEC, Brasília 2013.

6.0 - DADOS BIOGRÁFICOS


Marcelo Meneghetti Peres possui graduação (2011) em engenharia Eletrotécnica pela Universidade São Judas
Tadeu (USJT) cursando atualmente o mestrado em Sistema de Potencias pela Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (EPUSP). Atualmente é engenheiro de propostas e aplicação na empresa General Eletric (GE) no
setor de Grid Solutions elaborando soluções e ofertas de sistema de proteção e controle para os setores
transmissão, distribuição, indústria e geração de energia.
Giovanni Manassero Junior possui graduação (1999), mestrado (2001) e doutorado (2006) em Engenharia
Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), com ênfase em Sistemas de Potência.
Atualmente é Professor Doutor da EPUSP, integra o Grupo de Pesquisa do Laboratório de Pesquisa em Proteção
de Sistemas Elétricos da EPUSP e desenvolve projetos de pesquisa na área de Proteção, Controle e Automação
de Sistemas Elétricos de Potência. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Medição,
Controle, Correção e Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, atuando principalmente nos seguintes temas:
proteção de sistemas elétricos de transmissão e redes de distribuição, localização de faltas em linhas de
transmissão, localização de faltas em redes de distribuição, faltas de alta-impedância, automação da distribuição e
redes elétricas inteligentes (smart grids).

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