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Análise de perturbações utilizando uma ferramenta WEB

para tratamento de registros oscilográficos


*
João Câncio Colares de Oliveira Salvatore Mantuano Filho Marco Antonio M. Rodrigues
CEPEL ONS CEPEL

Suelaine dos Santos Diniz André Luiz L. Miranda Douglas Canto Medeiros Marcelo Batalha
ONS CEPEL PUC/RJ CEPEL

RESUMO

O artigo apresenta uma análise de perturbação ocorrida no estado do Mato Grosso em fevereiro desse ano
utilizando os recursos do Sistema Integrado para Transmissão, Cadastro, Análise e Visualização de
Oscilografias - SPERT, a nova ferramenta computacional desenvolvida pelo ONS, com a participação do
CEPEL, que forneceu os módulos de tratamento de oscilografias desenvolvidos para o projeto SINAPE.

PALAVRAS-CHAVE

Análise de perturbações, oscilografia, SPERT, SINAPE, ONS.

1.0 - SISTEMA INTEGRADO PARA TRANSMISSÃO, CADASTRO, ANÁLISE E VISUALIZAÇÃO DE OSCILOGRAFIAS -


SPERT

1.1 Apresentação

O desenvolvimento do sistema SPERT foi um grande desafio para todas as equipes envolvidas, devido à
sua abrangência e ao grande volume de dados a ser considerado. Foi idealizado para dar suporte ao
ONS para atender aos requisitos do procedimento de rede referente à análise de perturbações (1). Para o
seu adequado funcionamento foi necessário implementar uma série de funcionalidades apresentadas em
(2) e resumidas a seguir:
 Recepção de arquivos de oscilografia enviados pelos agentes de transmissão: o SPERT
recepciona os arquivos dos agentes expedindo automaticamente, após a etapa de validação, um
certificado de recepção. Os agentes têm, de acordo com o procedimento de rede, a obrigação de
enviar as oscilografias dentro de 24 horas após uma ocorrência na rede básica para enviar as
oscilografias, de forma que é aconselhável que haja também algum automatismo do lado do
agente.
 Unificação da apresentação dos arquivos: o formato dos arquivos de oscilografia é descrito
pela norma IEEE C37.111 (ou IEC 60255-24 – COMTRADE)(3), que define de dois a 4 arquivos
(até a versão 1999 da norma) para representar cada oscilografia digital (configuração, dados,
cabeçalho e informações). Porém, sua apresentação pode se dar de diversas formas. No SPERT
foi adotada a compactação de cada conjunto de arquivos definindo uma oscilografia em um
único arquivo padrão PKZIP. Esse padrão é interno ao SPERT e os agentes não têm obrigação
de segui-lo. Assim pode enviar arquivos não compactados ou então vários oscilogramas
compactados em um único arquivo. Para facilitar o trabalho dos demais módulos do SPERT foi
necessário desenvolver um aplicativo que unifica a apresentação desses arquivos conforme
desejado.
 Validação dos arquivos: nessa etapa o arquivo é analisado para se garantir que o mesmo
representa um oscilograma que pode ser lido e interpretado corretamente. Além disso, é
necessário verificar se o arquivo contém um oscilograma de curta ou de longa duração, sendo
que esses últimos não são analisados pelo SPERT.

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CEPEL: Av. Horácio Macedo, 354 – CEP: 21.941-911 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil.
Tel: (+55 21) 2598-6081 - Fax: (+55 21) 2260-6211 - e-mail: cancio@cepel.br
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 Análise de quarentena (consistência da base de dados): permite verificar a recepção de


oscilogramas de registradores não cadastrados, detectar a alteração na configuração de algum
registrador ou detectar arquivos repetidos, casos em que os mesmos são colocados em
quarentena, ou seja, em uma lista de não conformidades, havendo então a necessidade da
intervenção humana para corrigir o problema.
 Normatização: nessa etapa o nome dos arquivos, o nome dos canais das oscilografias e o
nome das fases são alterados para ficarem em conformidade com um padrão pré-estabelecido
pelo ONS. Ao final desse processo os arquivos saem da área de quarentena e são escritos em
um repositório final.
 Pré-análise dos eventos registrados: nesse passo o sistema analisa os sinais registrados na
oscilografia referentes a perturbações em cada linha de transmissão e estabelece um
diagnóstico do evento registrado:
o sem anormalidade: indica que nenhuma perturbação relevante foi encontrada;
o linha desligada: indica que a linha em questão está sem corrente e/ou sem tensão
durante todo o registro;
o falta com desligamento: indica que houve uma falta seguida de desligamento da linha;
o falta sem desligamento: indica que houve uma perturbação relevante (e.g. aumento
significativo na corrente da linha) porém a mesma não foi desligada, sendo em geral o
diagnostico dos casos em que a falta ocorreu em um circuito adjacente;
o desligamento sem falta: nesse caso a linha foi desligada durante o tempo do registro
mas não se detectou falta, sendo em geral o diagnóstico dos casos em que a
oscilografia registrou uma manobra que sensibilizou o disparo do RDP;
o religamento: indica que houve, após o desligamento da linha de transmissão, a
tentativa de religamento, que pode ou não ser bem sucedida;
o energização: indica uma situação em que inicialmente a linhas constava como
desligada e durante o registro passou a apresentar corrente de carga.
 Interface gráfica baseada em ambiente WEB: componente WEB do sistema, desenvolvido em
HTML5 e cujo funcionamento será detalhado ao longo desse trabalho.

Com exceção da quarentena, nos casos em que é necessária a intervenção humana, assim como na
interface gráfica, todos os demais componentes trabalham de forma automática aliviando a equipe de
engenheiros de análise da proteção de tarefas que consomem muito tempo, permitindo-lhes focar na
análise dos eventos propriamente dita.

Como operador único num país com uma malha elétrica de dimensões continentais, o ONS recebe uma
quantidade enorme de oscilografias, lembrando que nem todos os agentes filtram aquelas referentes aos
distúrbios mais importantes. Isso quer dizer que são recebidos muitos arquivos provenientes de manobras
no sistema, testes do sistema de oscilografia e outros disparos espúrios.

Até o momento são mais de 50 agentes cadastrados, lembrando que, pelo procedimento de rede (4), as
tensões e/ou correntes em todos os componentes da rede básica precisam estar monitorados pela
oscilografia. Uma simples amostra, apresentada na Tabela 1, permite obter-se uma ideia do fluxo típico
de dados:
TABELA 1: Dados do SPERT de março de 2016.
MÊS ARQUIVOS MÉDIA PERTURBAÇÕES
RECEBIDOS DIÁRIA NA REDE BÁSICA
Março de 2016 36478 1177 286 (~9/dia)

Tais números apresentados na Tabela 1 justificam fartamente o esforço em desenvolver esses


automatismos, o que do contrário demandaria um enorme esforço humano.

1.2 Interface gráfica

No desenvolvimento do SPERT foi adotada interface gráfica do tipo WEB, baseada nos mais recentes
padrões tecnológicos (HTML 5, JavaScript e CSS). Além disso ela permite a interação com o código
legado em C++, utilizado pelo programa SINAPE e pelo sistema SINAPE.Net (5) para acesso a arquivos e
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processamento dos sinais provenientes das oscilografias. No desenvolvimento dessa interface foram
levados em conta os seguintes fatores:
 Facilidade de instalação e acesso: sendo um aplicativo WEB não é necessário instalar nada
na máquina do usuário local. Além do mais, esse padrão permite o acesso às interfaces em
diversas tecnologias, como PCs, tablets e celulares.
 Facilidade de utilização: a interface deve ser simples e prover características úteis ao usuário.
 Permitir a apresentação de gráficos de forma natural dentro das telas WEB, reduzindo a
necessidade de buscar e abrir um arquivo de oscilografia em aplicativos convencionais de
oscilografia.
 Integração com o ambiente e os procedimentos do ONS: a interface gráfica acessa
diretamente a base técnica do ONS, além de dar suporte aos processos de quarentena e de
análise das ocorrências. Nesse quesito está sendo desenvolvida uma conexão com o Sistema
Integrado de Cadastramento de Perturbações - SIPER (6), onde são anotadas todas as etapas
do processo de análise de ocorrências, inclusive a interação com os agentes. Essa conexão
permitirá localizar mais facilmente as várias oscilografias relacionadas ao evento.

2.0 - ANÁLISE DE UMA PERTURBAÇÃO

2.1 Descrição da perturbação

Para exemplificar a utilização do SPERT na execução de uma análise de perturbações, tomaremos o


evento ocorrido em 14/02/2016 que envolveu o sistema de Mato Grosso e causou a interrupção de 157
MW de carga nos municípios de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Claudia, Paranaíta, e
outros da região.

Figura 1 - Diagrama esquemático da área envolvida na perturbação.


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O distúrbio teve início com o desligamento automático, simultâneo das LT 230 kV Nobres – Nova Mutum
C1 e C2, decorrente da eliminação de um curto-circuito ocorrido no circuito 2, próximo à SE Nova Mutum.
Isso acarretou o estabelecimento de uma oscilação de potência na região e à desconexão das usinas
UHE Dardanelos, UHE Teles Pires e das PCH conectadas na SE Parecis. Nessa ocasião, estas usinas
permaneceram fora de sincronismo durante alguns segundos, até suas respectivas desconexões do SIN.
Como consequência, estabeleceu-se uma sobretensão na região que causou outros desligamentos que,
por sua vez, ocasionaram perda de alimentação para as subestações Nova Mutum, Lucas do Rio Verde,
Sorriso, Sinop, Claudia, Paranaíta. A região onde ocorreram os desligamentos é apresentada em detalhes
no diagrama unifilar da Figura 2.

FIGURA 2 - Diagrama unifilar da área envolvida na perturbação.

2.2 Processo de análise

O processo de análise de perturbações no ONS se inicia a partir do setor de operação em tempo real que
identifica, através das informações do sistema de supervisão e controle, integrante da Rede de
Gerenciamento de Energia (REGER), os desligamentos ocorridos na rede básica e complementar do SIN.
Uma vez identificada a perturbação, ela é registrada no Sistema Integrado de Cadastramento de
Perturbações - SIPER (6), com todos os desligamentos a ela associados. Na ocasião desta perturbação,
os seguintes desligamentos foram registrados:

 LT 230 kV Nobres / Nova Mutum C2;


 LT 230 kV Nobres / Nova Mutum C1;
 UG02 Dardanelos;
 LT 230 kV Dardanelos / Juína C1;
 LT 230 kV Dardanelos / Juína C2;
 UG01 Teles Pires;
 UG05 Dardanelos;
 UG01 Dardanelos;
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 TR01 230/138 kV Sinop;


 LT 230 kV Brasnorte / Parecis C1;
 LT 230 kV Nova mutum / sorriso C2;
 LT 230 kV Brasnorte / Nova Mutum C1;
 LT 230 kV Brasnorte / Nova Mutum C2;
 LT 230 kV Sinop / Sorriso c 2.

O primeiro passo da análise é estabelecer a sequência dos acontecimentos, de modo a determinar a


origem da perturbação e o consequente desdobramento da mesma. Para isso utiliza-se as seguintes
ferramentas:

 SOE – sequencial de eventos obtido no sistema supervisório do ONS.


 Registros de oscilografia recebidos no SPERT.
 Informações de registros do Sistema de Medição Fasorial (em implantação).

Com a primeira ferramenta (SOE), obtém-se a sequência aproximada, pela análise dos eventos de
proteção e estado de disjuntores associados aos equipamentos envolvidos na perturbação, que foram
reportados no SIPER, conforme mostrado na Tabela 2.

TABELA 2: Sequência preliminar de desligamentos (SOE).

Instante
Horário a partir Estado Descrição Nome do Equipamento
de T0
14:00:45.468 0,000 Atuou MTBN_230_LTMTNM_1_APOU
SE N. Mutum - LT 230 kV Nobres
14:00:45.488 0,020 DESLIGADO MTNM_230_DJ605_S
C2
14:00:45.506 0,038 Atuou MTNM_230_LTMTNB_1_APOU
SE Nobres – LT 230 kV N. Mutum
14:00:45.507 0,039 DESLIGADO MTNB_230_DJ604_S
C2
SE N. Mutum - LT 230 kV Nobres
14:00:45.554 0,086 DESLIGADO MTNM_230_DJ604_S
C1
14:00:46.936 1,468 Atuou MTLC_230_LTMTNM_1_APOU
14:00:47.000 1,532 DESLIGADO MTDA_230_DJ603_S UHE Dardanelos UG02
14:00:47.027 1,559 Atuou MTDA_230_LTMTJI_2_APOU
14:00:47.686 2,218 DESLIGADO MTUHTP_500_DJ52C2_S
14:00:48.000 2,532 Atuou MTDA_13P8_UG2_86R3
14:00:48.000 2,532 DESLIGADO MTDA_230_DJ602_S SE Dardanelos - LT 230 kV Juina C1
14:00:48.000 2,532 DESLIGADO MTDA_230_DJ604_S SE Dardanelos - LT 230 kV Juina C2
14:00:48.000 2,532 DESLIGADO MTDA_230_DJ609_S UHE Dardanelos UG05
14:00:48.000 2,532 Atuou MTDA_13P8_UG5_86R4
14:00:48.063 2,595 Atuou MTDA_13P8_UG1_81SF
14:00:49.000 3,532 DESLIGADO MTDA_230_DJ601_S UHE Dardanelos UG01
14:00:50.657 5,189 LIGADO MTNB_230_DJ604_S SE Nobres - LT 230 kV N Mutum C2
14:00:51.084 5,616 DESLIGADO MTSP_138_DJ507_S SE Sinop TR01
14:00:51.086 5,618 DESLIGADO MTSP_230_DJ607_S SE Sinop TR01
14:00:45.506 6,484 Atuou MTNM_230_LTMTNB_1_APOU
14:00:45.507 6,632 DESLIGADO MTNB_230_DJ604_S SE Nobres - LT 230 kV N Mutum C2
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Como segundo passo, para entendimento das causas elétricas dos desligamentos é necessária a análise
das oscilografias. Em casos de grandes distúrbios com múltiplos desligamentos, como este em análise,
efetua-se uma busca no SPERT pela data e hora do ocorrido. Como os RDP têm, normalmente, seu
relógio configurado para o horário local e considerando que podem haver erros de horário devido a
imprecisões relacionadas a problemas de sincronização por GPS ou relacionadas à configuração de
horário de verão, entre outras causas, é usual se iniciar uma busca dos eventos ocorridos dentro do
intervalo de duas horas antes e uma hora depois do momento da perturbação. Isso permite englobar
todos os registros, compensando os fusos horários e erros, conforme observa-se nas Figuras 3 e 4.

Nesse intervalo de tempo serão mostrados muitos registros que, em sua maior parte, não contribuem
para a análise. Para refinar a busca, utiliza-se inicialmente a ordenação por instalações, como na Figura
3. Esta prática permite uma visão “elétrica” do que ocorreu, já que a partida dos RDP indica o alcance da
perturbação. Em seguida, usa-se o filtro baseado no resultado da análise automática do SPERT, como na
Figura 4, que é um recurso de grande valia e precisão, conforme explicado no item 2.1. Normalmente se
utiliza a opção “Falta com desligamento” e, em seguida, “Falta sem desligamento” para se completar esta
visão geral. Na Figura 4, que apresenta a opção “Falta com desligamento”, observa-se a facilidade para
visualização do gráfico da oscilografia, bastando para isso apenas um clique do mouse.

FIGURA 3: Oscilografias diagnosticadas como falta sem desligamento da linha, ordenado por instalações.

Como a origem indica o envolvimento das LT 230 kV Nobres - Nova Mutum C1 e C2, inicialmente faz-se a
verificação da oscilografia para definir:

 instante exato do início da perturbação;


 tipo de falta;
 tempo de eliminação da falta;
 posição da falta (interna ou externa).
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Analisando-se a oscilografia relacionada à LT 230 kV Nobres - Nova Mutum C1, Figura 4, pode-se obter
facilmente o instante do início do distúrbio (14:00:45,452605), lembrando de corrigir o fuso horário do
RDP. O tempo de eliminação da falta (~48 ms) pode ser obtido posicionando-se o cursor sobre o trecho
de falta, como na Figura 5a. Como se observa na sequência da falta, Figura 5b, a linha desligou cerca de
30 ms após a eliminação da falta externa a esta linha. Com o recurso da análise fasorial, verifica-se que
foi uma falta externa à linha, vista como reversa pelo terminal de Nova Mutum (Figura 5c) e à frente pelo
telo terminal de Nobres (Figura 5d), o que confirma o que foi informado na análise automática.

FIGURA 4: Apresentação da oscilografia LT 230 kV Nobres - Nova Mutum C1.


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(a) (b)

(c) (d)
Figura 5: Detalhe da tela da interface mostrando (a) cursor indicando a duração da falta; (b) cursor
indicando o intervalo de tempo para a abertura do segundo terminal; desenho dos fasores da fase azul
indicando a direção da corrente de falta no terminal Nova Mutum (c) e Nobres (d).

No circuito 2 dessa linha, usando a mesma metodologia, se verifica ter ocorrido uma falta interna, como
se observa pelo gráfico de fasores mostrado na Figura 6, que mostra também uma outra funcionalidade
da interface do SPERT, a tela para visualização conjuntos de oscilogramas, nesse caso, um em cada
extremidade da linha.
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Figura 6: Oscilogramas da linha 230 kV Nobres / Nova Mutum C2 do lado de Nobre (acima) e Nova
Mutum (abaixo), com os respectivos diagramas fasoriais.

A partir destes desligamentos, percebe-se na listagem do SPERT (Figura 4) outros eventos associados a
faltas, como o caso dos dois últimos registros, referentes à LT 230 kV Brasnorte / Juina C2 e C1. Estes,
na verdade, são o resultado da oscilação de potência, conforme pode ser visto na Figura 7.

Figura 7: Oscilografia da LT 230 kV Brasnorte - Juína C2, no terminal de Brasnorte.

A análise da direção da corrente e da trajetória da impedância de falta também pode ser obtida com as
ferramentas da análise gráfica, conforme Figura 8, na qual se observa no detalhe, o valor da impedância
vista no terminal, que pode ser comparada com o ajuste da proteção para analisar sua operação.

Desta forma, os elementos necessários para o entendimento da perturbação com suas causas e
consequências, podem ser obtidos rapidamente, dentro de um mesmo ambiente computacional.
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Figura 8: Detalhe da tela da interface mostrando o gráfico fasorial da fase azul e trajetória da impedância
(para faltas azul-terra) na LT 230 kV Brasnorte - Juína C2, no terminal de Brasnorte.

3.0 - CONCLUSÃO

O artigo apresentou o Sistema Integrado para Transmissão, Cadastro, Análise e Visualização de


Oscilografias - SPERT, desenvolvido pelo ONS e tendo o CEPEL como parceiro. O sistema permite ao
ONS lidar com a enorme diversidade de oscilogramas provenientes dos agentes do sistema interligado
de forma automática, tendo como resultado um repositório e um banco de dados organizados de forma a
permitir fácil acesso e consulta dos engenheiros de proteção a esse material.

Em seguida foi apresentada uma perturbação no estado do Mato Grosso que foi analisada através da
interface gráfica do SPERT. Com o uso dessa interface, praticamente todo o trabalho envolvendo
oscilografia pode ser realizado via navegador, agilizando assim todo o processo. O artigo apresenta
vários resultados obtidos, tais como a sequência de desligamento, o tipo de falta, o instante do início do
distúrbio e sua duração.

O SPERT será enriquecido com várias melhorias, porém a infraestrutura disponibilizada já atende em
grande parte as necessidades do processo de análise de perturbações.

4.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Procedimento de Rede, submódulo 11.6:- Registro de perturbações

(2) Renan Giovanini, Marco Antonio Macciola Rodrigues, Rui Menezes de Moraes, João Câncio Colares
de Oliveira, David do Nascimento Gonçalves, André Luiz Lins Miranda, Suelaine dos Santos Diniz, Mônica
Valéria Ferreira Figueiredo, SPERT - Sistema Integrado para Análise de Perturbações, IX STPC, Belo
Horizonte, 2008

(3) IEC 60255-24 ed. 2.0, IEEE Std. C37.111, “Common format for transient data exchange (COMTRADE)
for power systems”.

(4) Procedimento de Rede, submódulo 2.6:

(5) MIRANDA, André Luiz Lins; RODRIGUES, M. A. M.; OLIVEIRA, J. C. C.; FIGUEIREDO, Mônica
Valéria Ferreira; RAMOS, Marco Antonio F.; ARAÚJO, Fábio Bicalho de; SILVA, Marcelo Batalha da;
MEDEIROS, Douglas Canto. “Novas Funcionalidades para Análise Oscilográfica de Perturbações”, XII
Seminário Técnico de Proteção e Controle, 2014, Rio de Janeiro - RJ.

(6) Procedimento de Rede, submódulo 18.2: Relação dos sistemas e modelos computacionais.
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5.0 - DADOS BIOGRÁFICOS

João Cancio Colares de Oliveira formou-se em Engenharia Eletrônica pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro em 1983, concluindo o mestrado (M.Sc.) em 1988 pela COPPE/UFRJ. Atualmente é
pesquisador no CEPEL, tendo-se envolvido no desenvolvimento de programas de computador para
apoiar a análise de perturbações e medições sincrofasoriais no sistema de potência.

Salvatore Mantuano Filho nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1956. Formou-se em Engenharia Elétrica
em 1978 pelo IME e cursou pós-graduação com foco em processamento de sinais digitais, na UFRJ, em
1988. Tem experiência nas áreas de estudos, projetos, manutenção e operação, todas relacionadas à
proteção de sistemas elétricos. Desenvolve suas atividades no ONS desde 2014.

Marco Antonio Macciola Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1964. Formou-se em Engenharia
Elétrica em 1986 pela UFRJ, concluindo seu doutorado (D.Sc.) em 1999 pela COPPE/UFRJ. Desenvolve
suas atividades no CEPEL desde 1987, nas áreas de automação e proteção de sistemas elétricos, projeto
e desenvolvimento de sistemas e algoritmos para análise de sinais medidos no sistema de potência e
projeto de sistemas de aquisição de dados. É senior member do IEEE onde colaborou na Seção Rio de
Janeiro, inclusive como presidente no período 2012-2013. É membro do Cigré atuando como coordenador
do Comitê de Estudos B5 desde 2016.

Suelaine dos Santos Diniz Possui mestrado em Engenharia Elétrica pelo IME/RJ (1997) e graduação em
Engenharia Eletrônica e Engenharia Telecomunicações pela Universidade Gama Filho (1994). Atualmente
é Engenheira de Sistema de Potência Plena - ONS. Tem experiência em consolidação das previsões de
carga para os estudos elétricos, em perturbação e oscilografia de curta duração, utilização e
implementação de redes neurais e técnicas de processamento de sinais. Especificação de requisitos e
regras de negócio utilizando técnicas como UML, em especial o uso da MDS do ONS e ferramentas como
o Power Designer.

André Luiz Lins Miranda nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1971. Formou-se em Engenharia Elétrica
em 1994 pela UERJ e concluiu seu mestrado na área de Processamento de Sinais em 2005 pela
COPPE/UFRJ. Desenvolve suas atividades no CEPEL desde 1997, nas áreas de automação e proteção
de sistemas elétricos, projeto e desenvolvimento de sistemas e algoritmos para análise de sinais medidos
no sistema de potência.
Douglas Canto Medeiros formou-se em Bacharelado em Ciência da Computação pelo Centro Universitário
Serra dos Órgãos em 2008, concluindo a pós-graduação em Engenharia de Software em 2011 pela
COPPE/UFRJ. Atualmente é analista de projeto na PUC-Rio e está envolvido no desenvolvimento de
programas de computador para apoiar a análise de perturbações e medições sincrofasoriais no sistema
de potência.

Marcelo Batalha da Silva formou-se em Bacharelado em Informática pela Universidade Federal


Fluminense e atua como Analista de Sistemas desde a década de 1990. Atualmente é Pesquisador do
CEPEL onde, entre outras funções, participa no desenvolvimento das atividades ligadas ao projeto
SINAPE, especialmente em interfaces gráficas georeferenciadas.

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