AÉREAS DE TRANSMISSÃO
PAULO ROBERTO LABEGALINI
Professor Adjunto da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá
2� Edição
��
EDITORA EDCARD BLÜCHER LTDA
Prefácio da primeira edição
Livros, tratando especificamente dos.projetos mecânicos
das linhas aéreas de transmissão, têm sido publiCados em vários
países, principalmente na Europa. Certos aspectos do problema,
estretanto, aparecem somente em algumas publicações das .mais
variadas origens, nem sempre acessíveis a quem delas necessite.
Essa dificuldade ficou patente aos autores, ao receberem o encargo
de preparar um curso, em nível de graduação , -a ser ministrado aos
alunos da Escola Federal de En&enharia de Itajubá, visando.
especificamente ao preparo dos mesmos para essa área da técnica.
Tal fato, levou ao preparo de notas de aulas que servlssem de apoio
© 1992 Editora Edgard Blücher Ltda. aos alunos. Essas notas foram sendo ampliadas, através do enfoque
't, - graus
cadeia
lndice de fluência
Variação de uma grandeza: por ex.,
àt = variação de temperatura
t, mm/mm Elongação total de um cabo
bteq o( Variação de temperatura equivalente a
urna elongação
õ Diferencial
3
li kgf/m Peso específico de um material
Õp mm/mm Elongação de um cabo por mudança do mó
dulo de elasticidade
" mim Variação de comprimento de um cabo
" mm/mm Elongação devido à fluência
Tj Amplitude relativa de vibração
e o( Temperatura na fluência
À m lndice de esbeltez do perfil .metálico
À m Comprimento da onda de vibraç-ão
3
p kg/m Massa especifica do ar
:!: Somatório de uma grandeza: por ex.,
=
:I:F' somatório das.forças
Conteúdo
PREFÁCIO
PRINCIPAIS SÍMBOLOS EMPREGADOS
1. 1 GENERALIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ·7
1.2 TENSÕES DE TRANSMISSÃO - PADRONIZAÇÃO ................... 4
1.3 FORMAS ALTERNATIVAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .. 8
1.3.1 - Transmissão em corrente contínua em AI e TEE .......... g
1.3.1.1 Esquemas de transmissão a CC .. . . . . ·: . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3.1.2 - Vantagens e desvantagens ............................ ;:
1. 3.1.3 - Principais aplicações da tr..ansmissão em CC .......... '::
. /,
. - po l'f'
'� . 3. 2 - T ransm1ssao .
1 as1ca
.
d e or dem superior ............. . lo
1.4 - COMPONENTES DAS LINHAS ÁREAS DE TRANSMISSãO ............. 17
1. 4.1 - Condutores ............................................ J 9
1.4.1.1 - Padronização de dimensões de fios e cabos ........... 23
1. 4. 1. 2 -/J;ipos de cabos para condutores de linhas de
·· transmissão ......................................... 2-r
1.4. 1. 3 Cabos para pára-raios ............................... 32
1.4.1.4 - Capacidade térmica dos cabos - Ampacidade ........... 33
1.4.1.5 - Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões38
1.4.2 - Isoladores e ferragens ............................... . 42
1.4.2.1 - Tipos de isoladores ................................. ��
1.4.2.2 - Características dos isoladores de suspensão ......... n
1.4.2.2.1 - Número de isoladores em uma cadeia de suspensão ... �9
1.4.2.3 - Ferragens e acessórios . , ............................ 51
1. 4. 2.3. 1 - Cadeias de suspensão .............................. 52
1.4.2.3.2 - Cadeias de ancoragem .............................. 57
1.4.2.3.3 - .Emendas dos cabos ................................. 59
l.4.2.3.4 Dispositivos antivibrantes ......................... 67
1.4.2.3.5 Espaçadores para condutores múltiplos .·:':........... 62
1.4.2.3.6 Sinalizacão de advertência ........................ 63
1.4.3 - Estruturas da linhas ..................................64 CAPÍTULO 3 - Estudo do comportamento mecânico dos condutores
1.4.3.1 - Dimensões básicas de um suporte .....................65
1.4.3.1.1 Efeito dos cabos pára-raios ........................66 3. 1 - INTRODUÇÃO ............................................... 152
1.4.3.1.2 Altura das estruturas .......................... . 66 3.2 - COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS - VÃOS ISOLADOS ........ 753
1.4.3.1.3 Distâncias entre partes energizadas e partes 3.2.1 - Suportes a mesma altura ................... . . . . . . . . . . . . . 154
aterradas dos suportes ............................69 3.2.1.l - Equações dos cabos suspensos ................ ····159
1.4.3.1.4 Disposição dos condutores nas estruturas ......... . 72 3.2.2 - Suportes a diferentes alturas ......._ .................... 7 64
1.4.3.1.5 Classificação das estruturas em função das cargas 3.2.2.1 - Comprimentos dos cabos de vãos em desnível ........... )69
atuantes ......................................... . 74 3. 2.2.2 - Flechas em vãos inclinados ........................... 772
1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de 3.3 VÃOS CONTÍNUOS ........................................... 176
resistir .......................................... 77 3.4 EFEITO DAS MUDANÇAS DE DIREÇÃO ..... ...................... 791
1.4.3.1. 7 Materiais estruturais ............................ . 82 3.5 INFLUÊNCIA DE AGENTES EXTERNOS ........................... 793
1. 5 - BIBLIOGRAFIA ........................................... . 84 3.5.1 Efeito do vento sobre os condutores .................... 794
3.5.2 Efeito da variação da temperatura ......................200
3.5.2.1 - Equação da mudança de estado - vão isolado ........ . . . 201
3.5.3 Influência da variação simultânea da temperatura e da
CAPÍTULO 2 - Elementos básicos para os projetos das. linhas carga de vento - vão isolado ...........................206
aéreas de transmissão 3.5.4 Influência da variação das temperaturas e da carga de
vento sobre estruturas em ângulo ...................... . 210
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................8 7 3.5.5 Efeito da variação da temperatura sobre vãos isolados
2.2 - CONSIDERAÇÕES- SOBRE A SEGURANÇA . DAS LINHAS ..............89 desiguais ..................................' ............212
2.3 DETERMINAÇAO DOS ELEMENTOS SOLICITANTES .................92 3.5.5.1 - Efeito da variação da temperatura sobre vãos
2.3.1 Determinação das temperaturas necessárias aos projetos 93 adjacentes desiguais .................................275
2.3.1.1 - Método estatístico ..................................93 3.5.6 - Vãos contínuos - vão regulador ......................... 22 2
2.3.1.2 - Método direto ou gráfico .................e ......... ,96 3.5.7 - Efeito das sobrecargas de vento sobre vãos desiguais ... 227
2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto ....�7 3.6 - BIBLIOGRAFIA .............................................229
2.3.2.1 Efeito da rugosidade dos terrenos ............ . . . . . . 105
2.3.2.2 Velocidade básica de vento ......................... ,06
2.3.2.2.1 - Método estatístico .............................. . 107
2.3.2.2.2 - Método direto ou gráfico ....................... . . 110 CAPÍTULO 4 - Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
2.3.2.3 - Velocidade do vento de projeto ................... . . 111
2.3.2.4 - Velocidade básica com período de retorno qualquer . . 113 4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................. . 231
2.3.2.4.1 - Método estatístico .............................. . 113 4.2 - ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DOS SUPORTES ......................232
2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico ........................ . 113 4.2.1 - Trabalhos topográficos .................. , ............. . 232
2.3.3 - Determinação da pressão do vento .................... . 116 4.2.2 - Fatores que influenciam o projeto ......................236
' '
4 .2 . 2. 1 - Montagem
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO .................... . 117 dos cabos ...................................239
2.5 - FATORES QUE AFETAM AS FLEXAS MÁXIMAS DOS CABOS ....... . . 120 4 .3 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CABOS .....................253
2.5.1 - Temperatura máxima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 4. 3.1 - Elementos básicos ......... ............................ . 254
2.5.2 - Características elásticas dos cabos ............. . . . . . 121 4.3.1.1 Escolha da condição regente do projeto .............. 255
2. 5. 2. 1 Deformações plásticas e modificação no módulo de 4.3.1.2 Vão básico ou vão de projeto .........................260
elasticidade em fios metálicos ................... . . 122 4.3.1.3 Tratamento dos cabos durante a montagem ............ . . 264
2.5.2.2 Diagramas tensões - deformações em cabos .......... . 125 4.3.1.4 Cálculo da curva de locação e confecção do gabarito ..267
2.5.3 - A fluência metalõrgica ............................... 129 4.3.1.5 - Métodos de empregos dos gabaritos ................... . 27 3
2.5.4 � Cálculo dos alongamentos permanentes ...... : ......... . 134 4.3.1.6 - Projeto de distribuição ..............................210
2.5.4.1 - Método convencional ............................... . 135 ,.4 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ...............................
".
212
2.5.4.2 - Métodos recomendados pelo �G-22 do CIGRÉ ......... . . 141 4.4.1 - Enunciado específico ........................· .....': :··.. _,.__ 282
4.�.2 Determinação da velocidade de vento do projeto e forças
2.5.5 Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento
permanente ........................................ . . . 146 resu1. tantes da ação do vento ...........................215
4,4.3 - Dimensões básicas das estruturas .......................286
! S 6 Características térmicas e elásticas dos cabos ....... 749
!,_4_4 - Escolha do vão básico para cálculos .................... 289
4.4.5 - Hipóteses de cálculo e condição regente de projeto..... 290 6.1. 2. 2 - Galopping ou galope........................ ·....... · · 366
4.4.5.1 - Para os cabos condutores ............................. 290 6.1.2.3 - Oscilações de rotação................................ 367
4.4.5.2 - Para os cabos pára-raios................... : ......... 294 6.1.3 - Efeitos das vibrações................................ : .367
4.4.6 - Confecção do gabarito.................................. 296 6.2 - ESTUDO GENERALIZADO DAS OSCILAÇÕES EM LINHAS DE TANSMISS AO
4.4.6.1 - C álculo das flechas para o gabarito.................. 300 COMOVIBR AÇÕES AUTO�EXCITADAS .................... ........ 368
4.4.7 - Tabelas ou curvas de flechamento dos cabos condutores.. 304 1. 6.2.1 - Introdução ao problema......... ·,....................... 368
4.4.7.1 - Tabelas de trações em função das temperaturas ........ 305- 6.3 - ESTUDO DO FENÔMENO DAS VIBRAÇÕES POR,VÔRTICES ............ 374
4.4.7.2 - Tabelas de flechas em função das temperaturas e vãos. 306 6.3.1 - Descrição matemática.............. :............... ..... 374
4.4.8 - Tabelas de flechamento dos cabos pára-raios... ......... 308 6.3. 2 - Origem hidrodinâmica das vibrações eólic.as............. 376
4.5 - BIBLIOGRAFIA............................................. 31 O 6.3.3 - Desenvolvimento da vibração eólica em um vão de linha
de transmissão......................................... 380
6.4 - AUTO- . - CONDUTORES................. ........ 315
AMORTECIMENTOEM 383
CAPÍTULO 5 - Estruturas para linhas de transmissão 6.5 - INTENSIDADE DE VIBRAÇAO..................................
6.6 - CRITÉRIOS DE VIBRAÇÃO PERIGOS A ....................... .... 388
5.1 - INTRODUÇÃO............................................... 31 5 6.6.1 - Prognóstico do nível de vibração.............. ......... 388
5. 1. 1 - Classificação .......................................... 315 ó.6.2 - Critério de vibração perigosa........................... 389
5.1.2 - Materiais estruturais............................ ,..... 376 6.6.3 - Ruptura dos condutores.......':......................... 392
5.2 - ESTRUTURAS TRELIÇADAS EM AÇO GALV ANIZADO ............... .. 318 · 6. 7 - TENSÃO MECÂNICA E DISPOSITIVOS PARA FIXAÇÃO DOS CONDUTORES397
5.2. 1 - Elementos.............................................. 323 6.8 - AMORTECEDORES DEVIBRAÇÃO................. .'............. .401
5. 2. 1.1 - Membros..............................................323 6. 8.1 - Introdução.................................. · ......... ..401
5.2.1.2 - Conectores ou junções./............................. .325 6.8.2 - Tipos de amortecedores................................ . 402
5. 2. 2 - Normas e recomendações ;...................., ............ 3 2 7 6.9 � RESUMO PRÁTICO DE VIBRAÇÕES............................. . 413
5.2.2.1 - Índice de esbeltez ........................ ,........ .. 327 6.9.1 - Introdução............................. ................413
5.2. 2. 2 - Perfilados mínimos........................ :......... , 3 Z8 6.9.2 - Posição do amortecedor no vão.................. ........420
5.2.2.3 - Conectores.......................................... 328 6.9.3 - Modelo matemático de um amortecedor stockbridge ..... ...424
5.2.2.4 - Marcação............................................ 329 6.9.4 - Amortecedor tipo festão ................................ 427
5.2.2.5 - Parafusos .......................................... 329' 6.10 - PROTEÇÃO AO LONGO DE VÃOS DE TRAVESSIAS ................. 429
5.2.2.6 - Proteção â corrosão .................................. 3 29 i 6.11 - VIBRAÇÕES EM SUBVÃOS.................................. .. 430
5 . 2. 2. 7 - Compacidade..........................................3 3 O i 6.12 - RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE VIBRAÇÃO E DEFORMAÇÕES.......... . 432
5.2.2.8 - Esbeltez efetiva.................................... . 331 t 6.13- ESTUDOS SOBRE VIBRAÇÕES NAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
5.2.2.9 - Formulârio para compressão........................... 332 ! NO BRASIL .............................................. 436
5.2.2.10 - Ação do vento.......................................3331 6.1.; - BIBLIOGRAFIA.................................. ·. · · · · · · ·.439
5.2.2.11 - Análise dos esforços............................... . 334 f
5.3 - PROJETO.................................................. 335 f CAPÍTULO 7 -Fundações
5.3.1 - D�d�s prelimin�res................................ · ·... 335
5. 3.2 - H1poteses de calculo................................... 338 t.·
7. 1 - INTRODUÇÃO ...................................... ·... · · · · · 443
5. 3.3 - Cálculo dos esforços................................... 340
7.2 - ESFOR ÇOS NAS FUNDAÇÕES............................... .... 444
5.3.4 - Diagramas de carregamento............................. .341 �
7. 2. 1 - Compressão .................................... ·. · · · · · · 445
5.3.5 - Diagramas de utilização............................... . 343 ·
7.2.2 - Tracão ............................................ · · · · .445
5.3.6 - Roteiro para o projeto da estrutura metálica....... ....346
7.2.3 - Fle�ão ............................... ··················446
5. 4 - BIBLIOGRAFIA............................................ 363
7.2.4 - Torção ......................................... ······ ··446
7.2.S - Cisalhamento................................. · ·.. · · · · · ·446
7.2.6 - Empuxo..... : ......................................... · .447
CAPÍTULO 6 - Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 7· 3 - NOÇÕES DE GEOLOGIA............... :........... · · · · · · · · · · ·.449
7.3.1 - Tipos de terrenos de fundações.. .......................44 9
6.1 - INTRODUÇÃO............................................... 364 7.3.2 - Sondagem ........................................ ·.. · · · .45z
6.1. 1 - Comentários iniciais................................... 364 7.4 - MATERIAIS USADOS EM FUNDAÇÕES............................460
6.1.2 - Dimensões e causas das vibrações....................... 366 7.4.1 - Madeira................................................460
- _� ..., ·�-----
7.4.3 - Aço .................................................... 462
1
7.4.4 - Concreto ............................................... 465
7.5 - TIPOS ESTRUTURAIS DE FUNDAÇÕES ................... :........ 466
7.5. 1 Fundações simples ...................................... 46 7
7.5.2 Fundações fracionadas .................................. 467
7.5.3 Fundações de estaiamento ............................... 468
7. 5. 4 Fundações especiais .................................... 468
7.6 - TIPOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES .......................... 469
7.6.1 Plantio de postes ................·...................... 470 lntroducão à transmissão de
7. 6. 2
7.6. 3
Fundações em grelhas .................................... 4 7 3
Fundações em tubulão ................................... 4 7 5 energia elétrica por linhas
7.6.4
7.6.5
Fundações em sapatas de concreto ...................... . 476
Fundações estaqueadas ................................. 477
aéreas de transmissão
7. 6.6 Ancoragem em rocha ...................................... 4 7 9
7. 7 - EXECUÇÃO ................................................. 480
7. 7. 1 Locação ................................................ 4 8 J 1 . l - GENERAL IDADES
7.7.2 Preparação de terreno .................................. 4 8 J
7.7. 3 Execução ............................................... 482 As primeiras aplicações de caráter econômico de energia
7. 7. 4 Recomposição do terreno ................................ 486
7. 8 - MÉTODOS DE CÁLCULO ....................................... 4 8 7 elétrica datam de 1870, aproximadamente, época em que as máquinas
7.8.1 Método suíço ............... •............................. 490 elétricas (dínamos e motores de corrente contínua) atingiram o
7.8.2 Fundações tracionadas ....· ............................. ..496
7.8.3 Grelhas ................................................. 500 estágio que permitiu seu uso na geração e na utilização da energia
7.8.4 Tubulão .................................... , ........... 5 J 3 elétrica como força motriz em indústrias e nos transportes. A
7.8.5 Stub e cleats .......................................... 524 iluminação pública, com lâmpadas arco voltaico, apresentava-se como
7.9 - BIBLIOGRAFIA ............................................. 527
uma alternativa à iluminação pública a gás. ComR energia primária,
utilizava-se quase exclusivamente máquinas a vapor estacionárias,
ou locomóveis, queimando carvão ou lenha, em pontos próximos ao de
sua utilização.
Somente em 1882 é que foi constituida a primeira
empresa destinada a gerar e vender energia elétrica aos
interessaàos, agora mais facilmente utilizável, em virtude da
invenção da lâmpada incandescente por Thomas A. Edison. Foi o mesmo
Edison o autor do projeto e o responsável pela instalação da usina
da rua Pearl, em N. York, cujos dínamos eram acionados po� máquinas
a vapor. A rede de distribuição subterrânea abrangia uma área de
1600m de raio em torno da usina. A energia fornecida, em 110V de
corrente contínua era· para uso geral, abrangendo inicialmente a
iluminação pública e a residencial, além de umas poucas aplicações
de força motriz. A aceitação foi imediata e o sistema exigiu novas
adições. Isso ·só ·:·.era·.-;possi.vel ... ·,com,· a··-, cons·tr.uç_ão-<de. :· no:vas,:-··_centr,ais.•
2 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão introduçlio à transmissão de energia elétrica por li"nhas aérea s de transmissão
.
3
em virtude das limitações econômicas e técnicas impostas ao 1950 -entrada em serviço de uma linha de 1,000km de
transporte da energia elétrica a distâncias maiores. Esse fato , comprimento, 50Hz e 400kV, na Suécia;
!I ,por si só, constituía-se em importante limitação ao uso da energia 1953 -alcançada a tensão de 345kV nos Estados Unidos;
elétrica, sem atentar para o fato de que o potencial energético 1963 -energizada a primeira linha de SOOkV nos Estados
hidráulico estava fora do alcance, na maioria das vezes, como fonte Unidos;
de energia primária. 1965 -é energizada a primeira linha de 735kV no Canadá;
O emprego da corrente alternada foi desenvolvido na
França, com a invenção dos transformadores, permitindo o transporte A primeira linha de transmissão de que se tem registro
econômico da energia elétrica, em potências maiores e tensões no Brasil, foi construída por volta de 1883, na cidade de
mais elevadas a distâncias maiores, sem prejuízo da eficiência: no Diamantina, Minas Gerais. Tinha por fim transportar a energia
uso para fins de iluminação. Os direitos de uso desse sistema, nos produzida em uma usina hidrelétrica, constituída por duas rodas
·
Estados Unidos, foi adquirido por George Westinghouse em 1885 e d'água e dois dínamos Grame, a- uma distância de 2km,
que, já em início de 1886, instalou uma rede em CA para iluminação aproximadamente. A energia transportada acionava bombas hidráulicas
pública com 150 lâmpadas. em uma mina de diamantes. Consta que era a li�ha . mais longa do
Em maio de 1888, Nioo'la Tesla, na Europa, apresentou um mundo, na época [8].
artigo descrevendo motores de indução e motOres síncronos Uma rápida pesquisa na bibliografia disponível mostrou
bifásicos. o sistema trifásico seguiu-se, lo·go, com o ser difícil um levantamento geral das linhas construídas no Brasil,
desenvol virnento de· geradores síncronos e motores de indução. As suas datas e características, e, no relato que se segue, haverá,
vantagens sobre os sistemas de CC fizeram com que os sistemas de CA por certo, omissões.
passassem a ter um desenvolvimento mui to rápido. Inicialmente eram Em 1901, com a entrada em serviço da central
sistemas monofásicos e, em seguida, sistemas bi e trifásicos. hidrelétrica de Santana do Parnaiba, a então San Paulo Tramway
Líght and Power Co.. Ltd. co_nstruiu as primeiras linhas de seus
Registram-se:
sistemas de 40kV. Em 1914, com a entrada em serviço da usina
1886 -uma linha monofásica com 29,5km e capacidade de hidrelétrica de Itupararanga, a mesma empresa introduziu o padrão
transporte de 2.700HP, para Roma, Itália; 88kV, �ue até hoje mantém e que adotou também para subtransmissão.
1888 -uma linha trifásica, em 11.000V, com um comprimento de Esse padrão de tensão foi, em seguida, adotado pela Companhia
180km na Alemanha; Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana e,
1890 -primeira linha em CA, de 20km, monofásica no estado de através desta, pela USELPA, hoje integrado ao sistema CESP. Ehtr�
Oregon, nos EUA, operando em 3300V; 1945 e 1947, foi construída a primeira linha de 230kV no Brasil,
1907 -já era atingida a tensão de llOKV; com um comprimento aproximado de 330km, destinada a interligar os
1913 -foi construída uma linha em 150kV; sistemas Rio Light e São Paulo Light, operan·do inicialmente em
1923 -foram construídas linhas de 220kV; 170kV, passando em 1950, a operar com 230kV,
1926 -foram construídas linhas com 244kV; Foi também a primeira interligação de dois sistemas
°
1936 -a primeira linha de 287kV entrou em serviço; importantes realiza,do no Brasil [ 6].
5
4 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão elétrica por linhas aért; as de transmissão
Introdução à transmissão de energia
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Fig. 1.1 · Estruturas das LT de CC de ± 600kV, de Itaipu [7]
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Edison, ao escolher a tensão 110V para o seu sistema, ;
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de indução, por sua vez, além da vantagem acima, também _permitiam Instituiu-se em cada categoria as "classes de tensão".
partidas diretas, com elevado conjugado inicial. Havia ainda a Uma classe de tensão é constituída por um ou mais valores de
vantagem de que os sistemas mono ou bifásicos podiam ser derivados "TENSÃO NOMINAL" e um valor de "TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO EM REGIME
dos mesmos. Nos sistemas convencionais de energia elétrica, a PERMANENTE".
corrente alternada, adotou-se o sistema trifásico para as Para as altas tensões o caráter de padronização
indústrias, reservando-se os sistemas monofásicos para a nacional ainda prevalece, enquanto que para as tensões
distribuição residencial e mesmo rural. extra-elevadas a padronização internacional está estabelecida e
A crescente demanda da energia elétrica exigiu aceita.
constante ampliação das instalações, conseqüentemente a encomenda No Brasil são as seguintes as classes de altas tensões
pelas concessionárias e pelos usuários de novos e mais potente's e extra altas tenSões recomendadas pelo COBEI da ABNT, para
equipamentos, e que, por razões econômicas, deveriam operar com sistemas trifásicos, tensões fase-a-fase.
tensões mais altas, criava sérios problemas para os fabricantes
desse material. Isso fez com que mui to cedo se reconhecesse a TABELA 1.1 - CLASSES DE TENSÃO PARA USO NO BRASIL
necessidade de uma padronização das tensões de operação do
TENSÕES NOMINAIS TENSÕES MÁXIMAS CATEGORIA
equipamento e, conseqüentemente/ das instalações das empresas
concessionárias. A padronização das tensões não podia ser, 33 ou 34,SkV 38kV
altas
evidentemente, individual por fabricante. Adotaram-se j:iaàrões de 62 ou 69kV 72,SkV
tensões
caráter nacional, estendendo-se também a outros países. A 132 ou 138kV 145kV
experiência ditava os valores mais convenientes a cada caso, em 220 ou 230kV 242kV
geral fixados por considerações de ordem tecnológica e econômica. 330 ou 345kV 362kV
tensões
No Brasil, que não desenvolveu sua indústria de SOOkV 550kV e�tra
equipamentos, cada concessionária adotou os padrões dos países de elevadas
750kV 800kV
origem dos diversos fornecedores de equipamento ou das matrizes das
empresas concessionárias de energia elétrica. A unificação das
tensões é recente. A IEC ainda reconhece a classe 3 80 ou 400kV / 420kV, de
Convencionou-se que nos sistemas trifásicos as tensões uso nos sistemas nacionais interligados da Europa.
seriam especificadas por seus valores fase-a-fase, consideradas Estudos realizados na Europa e Estados Unidos (1)
suas tensões nominais. mostraram que, em um mesmo sistema, deve-se evitar a sobreposição
Um esforço em nível internacional, através da IEC de muitos níveis de tensões. Assim, nos Estados Unidos e Canadá, a
-!nternational Eletrotechnical Comission, levou a uma padronização classe de 34SkV foi desenvolvida para ser sobreposta ao sistema de
de te_nsõ_es, que foram agrupadas em três categorias: 138kV, enquanto que a classe de SQOkV foi desenvolvida para ser
Altas Tensões (AT) 600V < U < 300kV sobreposta ao sistema de 161kV e/ou 230kV. Por sua vez, à classe de
Tensões Extra-Elevadas (EAT) 300kV < U < 800kV 34SkV recomenda-se a sobreposição por sistemas de 7SOkV. na Europa,
Tensões Ultra-Elevadas (UAT) U > 800kV a classe de 400kV foi sobreposta aos sistemas de 230kV.
10 Projetos mecânicos das linhas aéreas de tfansmissão Introdução à transmissão de energia elétrica pai linhas aéreas de transmissão 11
condutores de mesma bitolas, necessita apenas 2/3 da do lado da CA, exigindo a instalação de filtros pa ra
quantidade de cabos e 213 do número de isoladores do que a evitar a sua propagação. Os capacitores usados nos filtros
de CA. Suas dimensões globais serão menores suprem parte da energia reativa aos conversores;
empregando
estruturas mais leves e simples e exigindo faixas de d - a ausência de disjuntores de AT e em EAT para CC limita a
servidão mais estreitas; possibilidade de se constiuir redes multiterminais em CC.
14 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transm;ssão de energia e/êtn"ca por linhas aéreas de transmissão 15
Isso, no estágio atual, restringe a operação das linhas de 1.3.2 - Transmissão polifásica de ordem superior
CC ao sistema ponto-a-ponto.
Já fora verificado, há algum tempo, que o emprego de
1.3.1.3 - Principais aplicações da transmissão em CC um número de fases m3.ior do que três na transmissão de energia
elétrica poderia ser bastante vantajoso em linhas aéreas de
As discussões anteriores, referentes às vantagens e
transmissão.
desvantagens da transmissão CC, sugerem os seguintes casos de
Estas, para serem construídas,·· extgem o estabelecimento
aplicação:
de áreas de segurança, constituídas pelas faixas de servidão, cuja
a - para as linhas em cabos subaquáticos com comprimentos largura é estabelecida pelas normas técnicas em função da classe de
maiores de 35km; tensão da linha e·de suas dimensões. Visa-se, com isso, resguardar
b - para a interligação de sistemas de CA com freqüências a segurança de pessoas e bens. Poder-se-ia dizer que uma 1 inha
diferentes ou quando for desejada uma interligação ocupa no espaço um volume de forma·· prismática de comprimento e
assíncrona; área de seção transversal variável a cada caso, para transmitir a
potência prevista em projeto. Nas linhas trifásiCas, a densidade de
e - para transmitir potênc_ias elevadas através de longas
potência por área de seção transversal da linha é, em geral,
distâncias por linhas aéreas. Isso faz com - que essas
relativamente baixa, o que leva à conclusão de que há um baixo
linhas sej�m associadas a usinas hidrelétricas de grande
fator de utilização das faixas de servidão em uso.
porte situadas em regiões remotas ou a usinas térmicas a
A medida em que a demanda de energia elétrica cresce,
carvão, do tipo boca de mina, quando o transporte de
novas linhas de capacidade de transporte cres_cente são exigidas,
energia elétrica é mais econômico do que o transporte do
levando a se empregar linhas com níveis de tensão mais altos,
combustível a longa distância, para sua geração próxima
conseqüentemente também com dimensões maiores, exigindo um número
aos centros de consumo;
maior de faixas de servidão, de largura maior. Estas se tornam
d - um dos maiores problemas com que se deírontam as mui to difíceis de serem obtidas, ·pelo seu custo elevado ou por
concessionárias em áreas urbanas, é o reforço do suprimen causa do impacto visual que as linhas representam na paisagem,
to de energia às suas áreas centrais, pois, em geral, no nem sempre bem aceitas pela população. Isso é
vas linhas aéreas estão excluídas, pela impossibilidade de especialmente verdadeiro em zonas suburbanas.
se obter as necessárias faixas de servidão, como também os A elevação da tensão de linhas existentes tem resolvido
cabos subterrâneos em CA sofrem limitação econômica pe o caso em algumas instâncias, como também a troca de uma linha a
las distâncias. Neste caso, alimentadores em CC subterrâ circuito simples por outra a circuito duplo na mesma faixa.
neos podem ser indicados; exemplo, em Londres. Para este A transmissão por ordem mais elevada de fases� seis,
tipo de aplicação, cabos "criogênicos" desempenharão no nove ou doze fases� oferece uma combinação de vantagens, o que a
futuro um importante papel, pois, pelas suas baixas perdas terna especialmente recomendada para linhas que devem ocupar
e quedas àe tensão em CC, poderão transmitir correntes faixas de servidão estreitas. Elas permitem maiores densidades de
elevadas com baixas tensões. potência· na sua seção transver.sal, menores gradientes de potencial
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão lnuo dução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas ue transmissão 17
••
1.4 - COMPONENTES DAS LINHAS AÉREAS DE TRANS�ISSÃO
Fig. 1.6 - Transformação trifasica-hexafasica O desempenho elétrico das linhas está diretamente
e
� lacionado com as características de seus componentes, como
também de sua configuração geométrica. Temos, de um lado, a.
A Fig. 1. 7 mostra a configuração de estruturas
.-: ., stzportabilidade elétrica de sua estrutura isolante e seu
propostas para linhas de transmissão a seis e a doze fases, ,... r•.
.:.. óesempenho i.écnico, e do outro lado, sua capacidade de suportar as
projetadas para mesmas tensões fase-terra (5].
18 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aére�s de transmissão 19
solicitações me:ânicas a que são submetidas, que devem ser Uma linha de transmissão se compõe das seguintes partes
consideradas corcomitantcmente. E, isso, sem d e scuidar �e um outro principais, que serão analisadas suscintamente (Fig. 1.8):
fator de igual importáncia, que é o econômico. O transporte de cabos condutores de energia e acessórios;
energia elétriCT pelas linhas de transmissão tem, dentro de um - estruturas isolantes;
sistema elétric:, o caráter de ''prestação de serviço". Deverá, - estruturas de ·suporte;
pois, ser efic�te, confiável e econômico. Para se transportar - fundações;
uma determinadc.. quantidade de energia elétrica a uma distância - cabos de guarda ou pára-raios;
preestabelecida há um número muito grande de soluçõe s possíveis, - aterramentos;
em função do g:�ande nú,nero de variáveis associadas a um linha, - acessórios diversos.
como:
- valor d� :ensão de transmissão;
PR
- número, :ipo e bilolas dos cabos condutores por fase;
- número e :ipo dos isoladores e distâncias de segurança;
CONDUTORES
- número a� circuilos trifásicos;
A
- materiair estruturais e t3:iforma dos suportes resistirem aos
esforçot
etc.
às correntes que deverão conduzir, concomitantemente com a escolha Na figura 1.9 é mostrado o diagrama das forças com que
de materiais com resistividade compatíveis. As côrrentes são estruturas de suporte das linhas absorvem os esforços
as
proporcionais às potências a serem transmitidas e inversamente transmitidos pelos condu�ores.
proporcionais aos níveis de tensão adotados. Já as manifestações T (newton) é a força axial d6.condutor. Ela possui duas
do efeito Carona, que dependem do gradiente de potencial nas componentes, uma força horizontal To [N], absorvida pela estrutura,
imediações dos condutores, aumentam com o nível das tensões e
e uma força vertical P = ªzP que é equilibrada pelo peso do
diminuem com o aumento nos diâmetros dos condutores. Este fator
faz com que, principalmente em níveis de tensões acima de 200kV, condutor na metade do vão "a" [m].
a escolha das dimensões dos condutores obedeça ao critério de
minimização das manifestações do efeito Carona, já que eXiste
consenso entre projetistas de linhas de q_ue não se consegue,
economicamente, sua total eliminação.
Os condutores, corno os demais materiais ernpregadoS em
engenharia, estão sujei tos a falhas. Estas são decorrentes dos
tipos e intensidades das solicitações a que são submetidos e
I .:li ·- -, - 1-z li "" 1 s'/.1.=:111.::: '.!..=:/.'/.= 1/ "'1=
também de sua capacidade de resistir às mesmas. Os condutores das
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Ãó
pressão, que se traduz também em aumento na tração axial. Quando a calculada pela equação abaixo [9], admitindo-se que a curva
tração resultante atingir valores maiores do que a resistência dós assumida pelos cabos seja uma parábola,
podem provocar a sua ruptura por fadiga junto aos seus pontos de na qual p, em newton por metro, representa o peso unitário do
fixação aos isoladores. Quanto maior for a taxa de trabalho à condutor.
tração nos condutores, maiores serão os problemas decorrentes das A menor distância do condutor ao solo é chamada
vibrações. Quanto menor a tração maior será a flecha resultante, •a1 tura de segurança", e é determinada em função da tensão da
como mostra a figura 1.9, exigindo, pois, estruturas mais altas ou linha e da natureza do terreno atravessado, da maneira prescrita
um maior número delas. Outro fator que pode influenciar a escolha ea normas d� pr9c�dimentos (no Brasil, vigora para esse fim a NR
dum tipo de condutor é sua capa�idade de operar com temperaturas 5422 [10]). Na figura 1.9 estâ representada por hs.
mais elevadas, sem perdas acentuadas de resistência mecânica, Os condutores empregados em linhas aéreas de
admitindo maiores densidades de corrente. transmissão são constituídos por cabo�. Estes são obtidos pelo
23
22 Projetos mecânicos das linhas ·aéreas de tranSmissão JntroduçãÜ à transmissão d e energia elétrica por linhas aé� eas d e transmissãO
uma
A unidade de área adotada para definir a secção Condutividade - O alumínio para condutores apresenta
do cobre usado em cabos, porém,
transversal dos condutores é o CM "Circulá.r Mil", que condutividade cerca de 61Y. daquela
condutividade do alumínio é
corresponde à área de um círculo cujo diâmetro é de um milésimo de devido ao seu baixo peso específico, a
3 2 dade de peso.
polegada, ou seja, 0,506707.10- [mm ]. Assim, o condutor 0000 tem mais do que" o dobro daquela do cobre por·,uni
a
uma secção transversal de 211. 600CM ou 211, 6kCM e o número 36, Resistência mecânica - A do all.Jmi!)-iO é praticamente
pode ser sanado com o
25CM. Para diâmetros maiores do que 0000, abandonou-se a lei' de metade daquela do cobre. Esse inconveniente
s de sua associação
formação da escala, escolhendo-se o tamanho seguinte com 250kCM e uso de condutores de liga de alumínio ou atravé
a partir desse valor, acréscimos constantes de 50 kCM permitiram com o aço, resultando nos cabos de alumínio com alma de aço. O
o-aço ou de
atingir cabos de diâmetros consideráveis. critério de escolha entre cabos de aluminio, alumini
mecânica, não é
Essa escala também foi adotada pelas normas ASTM liga de alumínio; em função de sua resistência
mesmo nas
(American Society for Testing Materials) e pelas da ABNT necessariamente decisivo, pois, na maioria das vezes,
mantidas
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) para fios e cabos de condições de solicitação máxima, as taXas de trabalho são
proteger os
alumínio e de ligas de alumínio, porém com a intercalação de baixas (fatores de segurança de 2,5 a 3), a fim. de
. A
secções transversais diferent7s daquelas da escala dos condutores cabos de ruptura por fadiga provocada pelas vibrações eólicas
de cobre {ver tabelas do Apêtídice no final do livro). ruptura dos cabos por excesso de tração é extremamente rara.
Resistência à corrosão - Tanto os fios de alumínio como os
de suas ligas, ao serem resfriados ao término dos processos de
1.4.1.2 - Tipos de cabos para condutores de linhas de
trefilação, sofrem um processo de oxidação que recobre os fios com
transmissão
um filme de pequena espessura. Este filme'; é bastante duro e
Metais empregados na fabricação de cabos para linhas
estável, protegendo o fio contra futuras agressões externas.
aéreas de transmissão:
Diversas ligas de alumínio são indicadas para ambientes de
COBRE - Apesar de sua elevada condutividade elétrica, menor atmosferas marítimas ou mesmo de atmosferas industriais bastante
apenas do que aquela da prata, o cobre vem sendo cada vez menos agressivas.
usado em linhas aéreas de transmissão, principalmente por razões de Baixo preço - Seu preço por unidade de peso é cerca da
ordem econômica. aetade .,.�b preço de igual quantidade de cobre, donde se conclui que
No Brasil, as normas referentes aos condutores de cobre o investimento necessário em cabos para transportar uma mesma
são NBR 5111, NBR 5159, NBR 5349. No final do livro encontram-se corrente, com o mesmo rendimento em condutor de alumínio, é cerca
as tabelas do apêndice com as caracteristicas de condutores nus, de um quarto daquela necessária à sua realização por condutor de
segundo especificações da ASTM. cobre.
ALUMÍNIO - O alumínio é hoje inteiramente dominante para a A - CABOS DE ALUMÍNIO - São confeccionados com fios de pureza
fabricação de condutores para linhas aéreas de transmissão, tanto .de 99,45% e têmpera dura. . Sua condutividade é de 61% IACS
em sua forma pura, como em liga com outros elementos, ou associados _ International Annealed Copper Standard = Padrão Internacional de
com o aço. As objeções históricas ao seu uso estão inteiramente Cobre Recczido = 100). Sua fabricação obedece no Brasil à norma NBR
superadas.
l.!-�J - Cabos de Alumínio (CA) e Cabos de Aluminio com Alma de Aço
26 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à tr ansmissão de energia elétrica pór linhas aéreas de transmissão 27
(CAA) para fins elétricos. Essa norma é similar às normas No Brasil, os cabos CAA devem ser especificados pela
2
norte-americanas ASTM que regem o assunto. área de sua secção transversal, e m mm e pela sua composição,
No Brasil estes cabos devem ser especificados pela isto é, pelo número de.fios de alumínio e o número de fios de aço
2
área de sua secção transversal em mm e pelo número de fios que os desejado.· Pode-se indi-car também o núrilero de kCM correspondente,
compõem. Pode se usar subsidiariamente o número correspondente à além da classe de galvanização da alma de_ aço. Para esses cabos,
área em CM, da norma ASTM, sem indicação de unidade. As indústrias no Brasil, vigora a NBR-293 já mencionada.
®
produtoras empregam uma palavra código para a sua identificação.
• tl3 •
Cada um dos cabos CA é designado pelo nome de uma flor no idioma
inglês.
®
6 AL.I 1 aço
@ @
7ALl1oço 8ALl1 aço
*
6AL./toço
ALPAC
�
12ALl7Aço
LILAC - cabo composto de 61 fios de alumínio com uma área de 6 AL.17 aço 3 ALl4 aço 4 AL I !, Aço
%9
795kCM ou 4 02,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26, 11mm.
e
ARBUSTUS - cabo composto" de 37 fios de alumínio com uma área
de 795kCH ou 402,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26, 07mm.
- TULIP - cabo composto de 19 fios de alumínio com urna área de
336,4kCM ou 170,46mm 2 . Diâmetro nominal de 16, 91mm .' @
-
26 ALl19Aço
• -
26ALl7 Aço
8ALl7Aco
\. -
!,QAL 17 Aço
42ALl7 Aç o
•
21 ALI !>7 Aço
fio ou um cabo constituído por 7, 19 ou mesmo mais fios de aço
galvanizados, são enroladas uma, duas ou mais camadas ou coroas
concêntricas de fios de alumínio do mesmo tipo usado nos cabos de
alumínio (CA). Nos catálogos dos fabricantes desses cabos
•
54 ALI 7 Aço
encontra-se uma variedade grande de composições, variando a
•
42ALl19Aço 16 AL li9Aço
e
relação entre as áreas das secções transversais do aço com relação
ao alumínio. A figura 1.11 mostra algumas das composições mais
comuns de cabos CAA.
A galvanização dos fios de aço ·que compõem a,.s �lmas 1_8 AL 119-Ã ço
!>O AL.l19Aço 34 ·ALI 19 Aço
desses cabos, pode ser especificada com 3 categorias de espessuras
de recobrimento pelo zinco: classes A, B e C. Os cabos de Fi g. 1 .• 11 - Composição de cabos alumínio-aço
fabricação normal apresentam espessuras A. (Alcan - Alumínio do Brasil S/A)
Projetos mecânicos das Hnhas aéreas de transmissão Introdução à transmissDo de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão -- 29
28
Nas normas ASTM. a palavra código que identifica cada Consegue-se um aumento de diâmetro da ordem de -.25 % a 30% sobre os
um dos cabos CAA, é o nome de uma ave, também em inglês. cabos convencionais (Fig. 1.17).
C - LIGAS DE ALUMÍNIO - A fim de aumentar a resistência
Êxemplos:
mecânica à ttação e a estabilidade química do alumínio, recorre-se
- PENGUIN - cabos CAA com 1 fio de aço e 6 de alumínio,
correspondente ao número OOOOAWG, com uma área de 125,09 mm 2 e à adição de diversos elementos de liga como\:ferro, cobre, silicio,
diâmetro nominal de 14,41mm. Tração nominal de ruptura 37,167kN. .
manganês, magnésio, zinco, '-.
etc. As suas cornpoSições, os processos
- KINGBIRD - cabo CAA com 1 fio de aço e 18 fios de alumínio, metalúrgicos para sua obtenção e trefilação, ·são normalmente
com uma área de 636kCM de aluminío e área total de 340,25mm 2 e
diâmetro nominal de 23,88mm, tração nominal de ruptura de 69,823 objetos de patentes e são por isso comercializados sob nomes
kN. registrados como ALDREY (Suíça), ALMEC (França), DUCTALEX
- ROOK - cabo CAA com 7 fios de aço e 24 fios de alumínio, com (Suécia), etc. Suas características são variáveis. Urna coisa têm
uma área de 636kCM de alumínio e área total de 340,25mm 2 . e
diâmetro de 24,81mm. Tração nominal de ruptura de 100,812kN. em comum: todos apresentam condutividades menores, de 57 a 59,5
- GROSBEAK - cabo CAA com 7 fios de aço e 26 fios de alumínio, IACS, o que não é de todo urna desvantangem, pois, nos cabos CAA,
com uma área de 636kCM de alumínio e área total de 374,79mm 2 . se considerarmos a área bruta de sua secção transversal ao invés
Tração nominal de ruptura de 135,136kN.
Nos cálculos elétricos, considera-se que os fios de aço apenas daquela do alumínio, sua condutividade é à.e apenas 53%
não participam da condução das ,·corrt;ntes elétricas. Sua função é lACS, conforme a sua composiÇão.
apenas mecânica. C.1 - CABOS DE LIGA DE ALUMÍNIO Empregam fios de liga
Em locais cuja atmosfera, por sua agfessividade, de alumínio, encordoados da forma convencional; designados no
desaconselha o uso do zinco como elemento de proteção do. aço das Brasil por CAL, e fabricados de acordo com as normas ASTM. São
almas do cabo; pode-se empregar fios aluminizados ou fios especificados pelo tipo de liga, sua área em kCM ou rnm2, número de
aço-alumínio ( "alumíníum clad"). No primeiro caso, a camada a fios e seu diâmetro nominal.
revestir o aço é muito fina enquanto que, no segundo, ,o C. 2 - CABOS DE ALUMÍNIO REFORÇADOS COM FIOS DE LIGA DE
revestimento do alumíní.o é espesso, perfazendo cerca de 25% da ALUMÍNIO - No Brasil são designados abreviadamente por CALA. Os
área total do fio. As normas ASTM designam estes cabos como fios de liga de alumínio são usados como alma para os cabos,
ACSR/AW. O isolamento da alma dos cabos do meio ambiente por meio constituindo um cabo central, sobre o qual são enrolados os fios
de graxas apropriadas, aplicadas durante o encordoamento dos de alumíJ;\:ilo. Na primeira camada sobre a alma pode haver fios de
cabos, é também usado para sua proteção. alumínio e de liga. Nas camadas mais externas, há apenas fios de
A fim de reduzir o gradiente de potencial nas _alumínio (Figura 1. 12), dependendo da relação entre o número de
imediações dos condutores das linhas, procura-se aumentar os fios de liga e o de alumínio; designados pela ASTM como cabos
diâmetros dos cabos, sem, no entanto, aumentar a quantidade ·de _ACAR. São especificados pela área total em kCM, diâmetro nominal,
metal condutor. Inicialmente, empregaram-se cabos "ocos 11 de cobre número de fios de alumínio e número de fios de liga.
ou bronze. Foram desenvolvidos em seguida os cabos designados por D - CABOS ESPECIAIS [12, 13, 14] - Conforme já foi mencionado,
ua deis fatores que podem comproineter a vida útil de uma linha é o
CAA expandidos, at� hoje ainda em uso. Neste tipo de cabo, sobre
problema c'1 bm as vibrações nos cabos pelo vento, o que impede o
sua alma de aço, são enroladas uma ou duas camadas de cordões de
fibra ou papel impregnado e, sobre este, as camadas de alumínio. �rego de lrações mais condizentes com a resistência mecânica dos
30 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 31
/nrroduç ão à transm;ssão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão
-VANTAGENS
- menores perdas de energia, pois sua condutibilidade é de
63% IACS;
- pode-se usar taxas de trabalho cerca de 50% mais elevadas
do que nos cabos. normais, reduzindo as flechas, pois a
energia das vibrações é dissipada por atrito entre os fios
frouxos sobre a alma de aço;
- ótimas propriedades térmicas, podendo operar com
°
temper aturas de até 200 C, sem perda de resistência mecânica
ou incremento nos alongamentos permanentes.
•
construídos com fios trape:Zoidais, como mostra a figura 1.13, em
torno de um cabo de aço ou de liga de a lumínio. São construídos
mantendo uma folga entre as camadas ou coroas. Sob a ação do
vento, as vibrações induzidas provocam movimentos relativos a
atritos entre elas, dissipando a energia das vibra ções.
Fig. 1. 12 - Cabos de alumínio com alma de 1 igas de a"lumínio [ 11]
• .. .. " •
1
1 [ 1 I 1
1 1 1 1 se distinguem por uma menor relação área de alumínio/área de aço.
I
: 1 : I 1 Próprios para uso em li-nhas com pára-rà:ios isolados, quando se
1 1 1 1 1
emprega sistema de ondas portadoras ligado aos para-raios.
C - CABOS AÇO-ALUMÍNIO (Aluminum clad ou Alumo-weld)
confeccionado com fios de aço extra-fortes revestidos ·cte espessa
Fig. 1. 14 - Cabo "par torcido"
camada de alumínio. Indicados para atmosferas agressivas ao aço
galvanizado e também quando se deseja usar os pára-raios com onda
1.4.1.3 - Cabos para pára-raios portadora.
modernamente, em "ESTUDOS DE OTIMIZAÇãO", pelos quais todos os Verificou-se que cerca de 13 fatores podem afetar a temperatura.de
componentes das linhas são escolhidos com os mesmos critérios. um cabo de linha aérea de transmissão. Alguns são denominantes,
Sob o ponto de vista técnico, deve-se considerar o outros de influência praticamente insignificante. A referência [16]
efeito de temperatura elevadas no comportamento mecânico dos é bastante elucidativa a respeito. Um método bastante divulgado é
condutores. De um modo geral, para cada tipo de cabo existe um um método simplificado usado em [11] para 'a,.. elaboração das curvas
de arnpacidade aí publicadas, e aqui transposto para o sistema SI. É
valor limite superior de temperatura para operar em regime
permanente sem que ha ja degradação de sua resistência mecânica, um método aceitável para a maioria das aplicações práticas.
Um cabo a tinge uma tempera lura em regime permanente
acompanhada de aumentos nas taxas de alongamentos permanentes. Por
quando houver equilíbrio entre calor ganho e calor perdido pelo
outro lado, temperaturas mais elevadas podem ser toleradas por
ca bo. Um cabo gânha calor, principalmente, pelo eíeito Joule
curtos intervalos de tempo em condições de emergências. 2
qJ = 1 • r [li/km] e pela radiação solar qs [11/m] e perde calor
As máximas temperaturas de cabos de CA, CAA, CAL, para
° por d ois mecanismos conhecidos: por ·trradiação qr [W/m] e por
operação segura em regime permanente, são fixados entre 70 e 85 C,
° convecção qc [W/m]. A equação do equilíbrio será:
podendo, em contingências curtas, operar com 1Q0 C [11].
A capacidade de con9"ução da corrente de um cabo é
( 1. 2)
denominada AMPACIDADE, e é fixáda como a corrente permissível no
mesmo para que, nas condições ambientais prefixadas, não ultapasse
Da qual obtemos:
e
J 8
M(nimo custo onual
_.::,�..,.--==-��_:::::::_:: [A] (1. 3)
VARIACÃO DO C,LJSTO
z
DA l N STAL ACAO Sendo r [ohm/km] a resistência do condutor à
� temperatura de equilibrio.
o
o
<
N
� Lembrando as leis de transmissão de calor, teremos:
� A
u
BITOLA MAIS CONVENIENTE T )
4 ( To )
4]
BITOLA DOS CONDUTORES
1000 - 1000 [11/m] ( 1. 4)
Grande é o número de trabalhos efetuados procurando e - emissividade - varia ·de 0,23 a ·o,90, conforme a cor do
equacionar corretamente o problema, originando outras tantas cabo. Para cabos de alumínio, e =::: 0, 5 é
metodologia apresentada se presta a esse fim, porém não há solução Fig. 1. 16 !. Determinação da temperatura do cabo em função
direta, podendo-se recorrer a processos iterativos . da corrente do exemplo 1.2.
38 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 39
1.4.1.5 - Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões cabos CAA convencionais de mesma resistência elétrica. A figura
1.17 mostra sua composição.
O aumento progressivo das tensões das linhas de Os condutore� CAA-expandidos têm sido usados com sucesso
transmissão de energia elétrica em CA foi uma decorrência natural em linhas de até 345kV. Seu custo, no entanto, aconselhou a busca de
da necesidade de se transportar economicamente, e também sob outras soluções.
condicões técnicas satisfatórias, potências cada vez maiores a
distâncias igualmente crescentes, principalmente quando a energia E F G
A B
primária disponível é hidráulica.
Para uma mesma potência a transmitir em tensões maiores,
resultam correntes menores, conseqüentemente em perdas meneies por
efeito Joule e, igualmente, numa melhor regulação das tensões. Esse
l'tif
AÇO
6FIÔS 12FIOS
DE
AÇO
DE
AÇO
! �g;oAõLEs \ �2F��!oi�s
DE PAPEL DE PAPEL
1 26F 105
DE AL. 1
32 FIOS
OE AL.
ENCHIMENTO' 1
aumento nos valores das tensões a partir de certo nível exígia, por
outro lado, um aumento no diâmetro dos condutores, afim de
minimizar as conseqüência do "Efeito Corona". O aumento dos
Fig. 1.17 Condutor CAA-expandido de 1187kCM. Diâmetro
diâmetros dos condutores pro'Voca um aumento em seus custos, como nominal de 0,0419m equivalente a um cabo
também daquele das estruturas das linhas que devem.suportá-los. Um CAA de 0,0330m de diâmetro.
/\
dos seriam de
a novas soluções que foram propostas [1). fabrica,ção normal existentes no mercado e mantido
s separados entre
Os cabos de alumínio de mesma resistência à CA exigiam Sl no'meio de vãos por espaçadores adequados.
O grau de redução de
uma área de secção transversal cerca de 38% maior do que a do cobre sua reatância indutiva, dependia, verificou
Thomas, do número de
equivalente. Seu diâmetro é cerca de 26% maior e seu peso S.Ubcondutores e do espaçamento entre. eles.
O feixe assim formado,
corresponde a apenas 48% daquele do cabo de cobre equivalente. �omportava-se como se fosse utilizado um
cabo de diâmetro mui to
O desenvolvimento dos cabos CAA, resolvendo o problema de ,.-;- <o, o que levou-o a conclui
r que os campos magnéticos individuais
baixa resistência mecânica do alumínio, fez aumentar, dos subcondutores se compunh
am para formar um único, semelhante
proporci.onalmente, ainda mais os diâmetros dos cabos de mesma àquele, devido � \lfil _cabo único de grande
diâmetro, suspenso no
resistência elétrica. A possibilidade de se aumentar ainda mais o �ntro e em lugar do feixe. O mesmo
acontece com os campos
diâmetro destes últimos cabos, resultou no desenvolvimento dos elétricos, resultando
num grande aumento na capacitância das linhas
cabos CAA-Expandidos, com diâmetro de até 30% acima daqueles dos . <l'1g. 1.°i8J .
tran�missão
41
gia elétrica por linhas aéreas de
40 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à trarismissão de ener
1.4.2 - Isoladores e ferragens respectivas ferragens. São as seguintes as normas aplicáveis aos
Os condutores das linhas de transmissão, devem ser isoladores das linhas aéreas: NBR 5032, NBR 5049 e NBR 7109
Nas linhas aéreas de transmissão são empregados
isolados eletricamente de seus suportes e do solo, o que nas linhas
aéreas é feito basicamente pelo ar que os envolve, auxiliado por isoladores cônfeccionados com:
porcelana vitrificada
elementos feitos de material dielétrico, denominados isoladores.
- vidro temperado
Dessa estrutura isolante, que é dimensionada em função das
so"lfcrt:âções elétricas a que são submetidas, depende as dimensões material sintético composto.
Além das solicitações elétricas, os isoladores são ta tratamento térmico que os torna mais resistentes, que porém cria
igualmente solicitados mecanicamente, podendo mesmo ser parte b. seu interior um estado de tensão- tal que, sob a ação de choques
integrante das estrú.turas como na linha ilustrada na figura 1. 45, &ecánicos mais fortes, estilhaça-os inteiramente, não admitindo
trincas. Os isoladores faltosos são fáceis de indentificar à
devendo apresentar, portanto, também resistências mecânicas
compatíveis com os esforços máximos esperados. A norma NBR 5422 dls-tância, por simples �n speção visual. Sua rigidez dielétrica é
· Jtator ào que daqueles de porcelana e sua resistência mecânica,
limita esses esforços a 40% d"a carga de ruptura dos isoladores e
lnuodução à transmissão de energia e/étdca pór linhas aéreas de transmísstio 45
44 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissãc,
"'
DIÂMETRO PASSO DIÂMETRO PASSO .
o t rn l PI rn :i D trn l P l rn l "'
' ':
0,1 <16
l • 6,.3S[ml 0.175 O, l<IO º· 2�<1
' (0,140)
I
resistência aos choques térmicos. /
�/
l
/
As solicitações elétricas podem comprometer a /
l--1--+.--I-..L-1-,4---f-+-1
-'- -'
:f p--+-+- --JL -t-+--t
1 200! �
Exemplo 1.3
> .60H:t EFICAZ Qual póderá ser o número de isoladores tipo disco,
:
1000
1 ' 1 SECO
,
::i �_i.._ __i._ �--';>.,,-!,"-t----, em uma cadeia ·de suspensão, sendo os isoladores de 0,254m de
800 � ; 1 , .1' !,:__/1--l---U'-1-+-I diâmetro nominal e o seu passo de 0,146m? A linha de transmissão e
•• da classe de 500/SSOkV, a ser operadà em região de ar limpo.
600
Solução:
Temos: d i = 30 cm de 2,3vm/kV
400
1
Umax = SSOkV
logo: 2,3
ni -24, 34 ou seja, 24 isoladores.
200 30
A decisão final sobre o número de isoladores deve
•
N' OE UNIDADES NA CADEIA
12 16 20
ser feita através de uma análise do níve� das sobretensões de
manobra e da suportabilidade da cadeia a esse tipo de solicítação.
Fig. 1.25 - Tensões disruptivas a 60Hz e de impulsos Também é usual efetuar-se a prevísão do número de falhas anuais do
em cadeias de isoladores. isolamento das linhas provocados por descargas atmosféricas, a fim
de confirmar a aceitabilídade do número de.isoladores escolhido.
Sendo:
elas e estas, às estruturas. No conjunto, a sua concepção
ni - número ;de isoladores de disco na cadeia de suspensão são de suma importância, mesmo em seus mínimos detalhes,
Urnax [kV] - a tensão máxima de operação da linha em regime afetar a durabilidade.dos cabos ou constítuir-se em fortes
de com a conseqüente radíoínterferência ou
permànente;
;:.._. .
�ere f erência em recepção de TV. Assim, as modernas ferragens e
de [cm/kV] a distância de escoamenteo específica,
ace ssórios são projetados de forma a não possuírem pontas,
sugerindo-se:
52 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétri�a por linhas aéreas de transmissão 53
'
"
OLHAL•BOLA SI PORTA ANEL
COHCH4-0LHAL C/PORTA ANEL
torno da primeira unidade e que podia se propagar à cadeia inteira.
Verificou-se que, se o primeiro isolador fosse
CONCHA-OLHAL $/PORTA ANEL
• GRAMPO OE SUSPENSÃO MULTI -
envolvido por .um anel metálico com 2 a 3 vezes o diâmetro dos
'
'
ARTICULADO
ANÉIS DE POTENCIAL isoladores, haveria uma melhor distribuição dos potenciais ao
VARETAS ANTI -VIBRANTES
7 VI ROLAS DAS VARETAS
longo das cadeias. Verificou-se tam�ém que, se na parte superior da
© ' ISOLADORES
cadeia fosse montado um anel idêntico, além da melhora da
1
DE DISCO
"ª1'1
distribuição das tensões, haveria também a possibilidade de
protegê-la dos arcos voltaicos que são iniciados pelas sobretensões
devido às descargas atmosféricas (Fig. 1.28)
Fig. 1.26 - Cadeia de suspensão convencional A melhoria da qualidade dos dielétricas e, no caso
dos isoladores de porcelana de seu revestiffiento vítreo, aliada a um
aperfeiçoamento em sua geometria, fizeram com gue esses anéis fossem
considerados dispensáveis para a maioria '·tias linhas, permitindo
inclusive, sem reduzir a distância disruptiva da cadeia necessária
a uma mesma classe de tensão, eliminar um isolador.
Com o advento das transmissões em EAT, foi observada
a formação de eflúvios de carona em pontos das ferragens das
ITEM ESPEC IFLCACÃO
GRAMPO DE SUSP.IARMAOOJ
cade}2í.s de isoladores. A solução imediata encontrada foi através do
CONCJ-U,-OLHAL
uso de "anéis de carona" ("Carona shields"), colocados lateralmente
ESTRIBO às ferragens de suspensão, como mostra a figura 1. 28. o
5 ISOLADORES
desenvolvimento de ferragens à prova de corona fez com que seu uso
aos poucos venha a ser abandonado, como no caso de linhas de
construção mais recente em 345, 500 o u 750kV
As cadeias de isoladores empregadas podem ser do
tipo reto (cadeira "I"), constituidas de uma coluna de isoladores e
aesmo ·duas, montadas· verticalmente (fig. 1.26). O segundo tipo,
conhecido por "cadeia em-:-,.V", é composto de duas colunas de
Fig. 1.27 - Grampo de suspensão armado
1soladore9 montadas de forma a manterem com a vertical um ângulo de
56 Projetos mecânicos das línhas aéreas de transmissão Introdução â transmissão de energia elétrica·porlinhas aéreas de tra�smissão 57
1 GRAMPOS DE SUSP. ARMADOS tubo de liga de aluminio terminado em um olhal para a sua fixação
às chapas multiplicadoras ou aos concectoresw de ligação com os
'
2 CHAPA MULTIPLICADORA
CONCHA OLHAL
4 MANILHA isoladores. São equipados com chapas de conexão elétrica. O tubo
s terá paredes de espessura suficiente para resistir ao esforço
•
PROLONGAOOR G ARFC BOLA
MANILHA
7 1 S0LA00RES »ecânico; o diâmetro interno do tubo será igual ao do diâmetro
nominal do cabo, com peque4na. tolerância para mais, permitindo que
Fig. 1. 29 - Cadeia em "V" Seja enfiado �obre o cabo. Empregando-se uma prensa hidráulica com
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhus aéreas de transmissão 59
58
\
alumínio A+
r-------; ,'li
A �/
. :,,- 111,-moJ•�
alumínio, aluminio-a;o ou liga:
7
a - Emenda do tipo torção - reservada a cabo:.;: de pequenos
cá§l���������§;'��i�\�\l="":,�,"'.",. m,
Sapato de diâmetros de até cerca de 15mm. Composta de'·' tubos de alumínio de
ligações Condutor porco olhal
secção transversal ovalizada, nos quais são introduzidas as
AGEM 00 AÇO extremidades dos cabos a serem emendados, como mostra a figura
A - PROFUNDIDADE DO FURO NA ANCOR
1. 31. Empregando-se um par de chaves apropriadas, afetua-se a
Condutor Ancoro em de oluminio torção das luvas juntamente com as extremidades dos cabos ..
1
\
Ancoro9em do aço t--�-��-·�V�
OL_AS����--<
�T
I
"l���-�·�V�OL
� T �·�·��-�-1
transversal anular (tubo), na qual são introduzidas as pontas dos 1.4.2.3.4 Dispositivos Antivibrantes
cabos. Empregando-se a pressão, comprime-se o conjunto, em geral
alterando a superfécie externa do tubo de circular para sextavada. Conforme já mencionado anteriormente, um dos
Empregando-se tubos de secção externa ovalizada e furo circular, fatores que limita a utilizaÇ�o dos cabos mecanicamente
estes assumem secção anular após sua compressão. é o fenômeno da fadiga de seu,s fios componentes sob
No caso de cabos CAA, prefere-se usar duas 1 uvas de efeito das vibrações induzidas pelo vento nos mesmos.
compressão, urna para a alma, em geral de aço e outra para o com o emprego de dispositivos capazes de dissipar a energia
alumínio. Ambas terão após a compressão, a mesma forma ou sextavada envolvida, pode-se reduzir substancialmente o perigo,
ou circular. A figura 1. 32 mostra uma luva de compressão e suas da ruptura dos cabos junto aos seus pontos de suspensão,
componentes. podendo-se "mesmo aumentar as trações nos mesmos, reduzindo
B B A+ A A r A+
B :
suas flechas.
1
-�--1-. __...,, � '"1 -----��.\ i Um razoável nümero'cte dispositivos foi inventado
� �*------:lr1 (: � ��
>-- I
. 1
e aplicado ao longo do tempo[9],com result�dos variáveis.
\ AL M A DE
/ . 1 LcoNDUTOR \__ Aç o CONDUTOR Há basicamente três tipos de proteção contra o efeito
LUVA DE ALUMINIO
A - MET�ÓE DO COMPRIMENTO DA LUVA DE AÇO
das vibrações.
B- METADE 00 COMPRIMENTO DA LUVA OE ALUMÍNIO
a) PARTES CONSTITUINTES
a Varetas Anti-Vibrantes ou Armadura s Anti
Vibrantes já descritas em item anterior,
representando reforços dos �abas junto aos pontos
de suspensão;.
VARETAS DE LIGA
DE ALUMi'NIO
----
B, Espaçamento entre subcondutores
fi9, ' s
Tipo Stockbr idge. '"---�
Fig. 1.33 Amortecedor
Tubo de alumínio'
ESPACAOOR DUPLO
·-: --·�----..!
0'e!ostõmero
i
Gorro de
\ 0/
\ /.
ESPAÇAMENTO QUÁDRUPLO
ESPACADOR TRIPLO
partes do próprio suporte e entre os condutores e nominais maiores do que 38 kV, e menores do que 800
e
kV. Os demais paiseS possuem seus próprios regulamentos
o solo.
,
a respeito.
As estruturas is olantes das linhas de transmissão
b - amarram, através de suas fundações , as linhas a o
s ão solicitadas, como foi visto (item 1. 4. 2 ) por três
terreno, ao qu a l transmitem as forças resultantes de todas
tipos de sobretensões, além das tensões normais de operação.
as solicitações a que são submetidos os elementos que
Através de seu dimensionamento adequado se procura
compõem o suporte.
reduzir os efeitos das sobretensões no s sistemas elétricos,
O seu dimensionamento deverá atentar, pois, para que podem provocar interrupções no fornecimento de energia,
os dois aspectos, o eiétrico e o mecânico. O dimencionamento cujo número e .durações devem ficar em níveis aceitáveis,
As so bretensões de origem atmos féricas são aquelas
elétrico é resp onsável pela fixação das dimensões mínimas
que podem a"presentar os valores mais elevados e sobre
da s distâncias de segurança, portanto das dimensões básicas
66 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t;ansmissão 67
f\'
v�lores a níveis razoáveis é em geral economicamente viável. e l,PR
/M
voltaico entre condutores e suporte, seguido de uma corrente em 1 AC i
1·'
B
A 1
H
1
li'
:
freqüência industrial para o solo, caracterizando um curto-circuito '
1' I'
:li \
1
f Mk:: 1' 1
de fase à terra. 1;1
l..-�·
1 1
111
,11
1 1 1 1
- •,!'i
••• 1 '
'
hs
1t
aumenta os custos das estruturas. O ângulo de cobertura é definido +40
pelo ângulo que faz um plano vertical que contém os pára-r aios, com < + 30
o plano inclinado que contém os cabos pára-raios e os cabos � + 20 �
condutores, como mostra a figura 1.36. A figura 1.37 mostra os /\ /\ Condutores \
?
o• e:i:ternos
valores mais adequados do ângulo em função das alturas das
estruturas. Normalmente, as flechas dos cabos pára-raios são o -10
menores do que aquelas dos cabos condutores, o que faz com que, no -20
,<
meio do vão-, os ângulos de cobertura sejam menores do que junto às
estruturas. 10 20 30 40 50 60
[
As alturas de segurança .,., hs, mostradas na figura 1.9 e a) 138kV - = 6,5 + 0,01 145
hs - 50 ) [m]
1.36, representam a menor distância admissível entre co_ndutores e o v'3
hs = 6,84m
solo em qualquer momento da vida da linha. São fixadas igualmente
[ ---
pela NBR 5422, em seu item n. 10.2.1.1. Dependedendo da classe de
)
0
l
/
suportes, pode-se empregar a seguinte expressão: portanto têm seus valores mínimos para cada classe de tensão
estabelecidas por normas. Recomenda a NBR 5422/1985:
Du "As distâncias mínimas do suporte devem ser, obrigatoriamente,
hs = a + 0, 01 ( 1. 8)
determinadas em função de estudos que levem em consideração as
para U > 87kV ou D a, para U � 87kV várias solici lações elétricas a que a linha de transmissão será
Sendo: submetida, devidamente coordenadas com as condições de vento que
ocorrem simultaneamente com cada uma das referidas solicitações."
u tensão máxima de operação da linha, valor eficaz, "Caso esteja ·previsto o uso de manutenção em linha viva, todos
fase-fase, em kV; os espaçamentos deverão ser verificados, de forma a garantir a
Du - distância, em metros, numéricamente igual a U; segurança dos el;tricistas envolvidos nessa atividade."
- - ---··
70 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transrpissão 71
362·2,2
= 15,33 isoladores
1-'3·30
Adotaremos 15. Pela Eq. 1.9 teremos:
D, = (15 - 1)·14,6 + 30 = 234,4cm
ou
Di ::: 2,35m
o; o;
1.4.3. 1.4 - Disposição dos condutores nas estruturas fig. 1.40 - Disposição vertical dos condutores
:1 :
'
o Poderão aindà ser solicitadas_ por ·componentes verticais
o
d
dos esforços horizontais (estruturas estaia,�as - item 1. 4. 3. 1. 6. b)
..
'' : ou decorrentes de cargas adicionais de montagem e manutenção .
.1. e : . :
, --""�-4'""��1-'"�:
�:--"-'-
· �-:�:r···
'
• !• A
· 1· 9,00 l 6.00 6.00 1 9,00
1
b - Forças horizontais - apresentam-se em direções diferentes,
o :- ,1
freqüentemente empregado, podendo haver em uma mesma linha modificada com relação às demais; a fim de assegurar as
suportes calculados para dois ou mais vãos básicos de distâncias de segurança necessárias. Uma "família" de
referência. São os suportes menos reforçados da linha. estruturas possui freqüentemente mais de um tipo delas;
1
s
�i
R
de três tipos: s
a.1 - Rígidas - aquelas que, mesmo sob a ação das maiores o
as
.• 1024
•
-%1%- 15.24 ;;
·eJt
A
4,50
••• �
4,50 1
1
responsabilidade de mantê-las em pé, pois são articuladas
com o maciço de sua fundação, o que exige de quatro a seis
tirantes por suporte, dependendo de seu tipo.
h
1,.:::- - - - 1=
servidão, exigem também terrenos de topografia favorável à As estruturas de aço devem ser protegidas contra a
implantação dos estais. Em terrenos irregulares prefere-se suportes oxidação e corrosão, empregando-se para esse fim vários métodos. O
auto-portantes, que também são preferidos como estruturas de mais freqüente é o uso de galvanização a fogo, através do qual o
ancoragem e terminais, levando na maioria das linhas às soluções aço recebe _.uma camada de· proteção de zinco_ por imersão das peças em
mistas. um banho de zinco fundido. Empregam-se igualmente aços passivados
Alega-se, contra os estais, sua maior vulnerabilidade a como o "COR-TEN" (U.S. STEEL) e o "NIOBRAS" (C.S.N .. ), nos quais a
de deta lhes constr utivos e de cujos elementos básicos s ão os cabos (condutores e pára-raios) e os
produzir desenho t rabalhos de pro
jeto
s
ç es e in s truç ões. Os ·suportes, que, através das fundações, devem propiciar sua amarração
ifi ca
respectivas espec visões ou fases:
õ
as per mit em que se considerem di ao terreno atravessado, ao qual devem ser adaptadas . Só esse fato
mecânico das linh
já seria suficiente para diferenciá-las da grande maioria de obras
obre os
e da dis tri b uição dos suportes s de Enge nharia, nas quais ocorre o inverso: o terreno é que é
cabos
a - projetos dos escolhido ou adaptado às finalidades pretendidas. Enquanto, na
nos;
perfis dos terre
maioria das obras, as dimensões dos el ementos estruturais são
b - projetos
àos suportes;
õe s. função do comportamento mecânico desejado, face às solicitações
. tos das f u ndaç
c - proJe previstas, o mesmo ocorre apenas parcialmente nas linhas aéreas de
transmissão: a escolha dos tipos e bitolas dos cabos condutores
. s for ças
c abo s con sta da determ1nação da obedece, normalmente, a critérios técnicos e econômicos [1] e,
o projeto dos . ue íicarao
b a aç ão da s solicita_ç ões a .q muito raramente, mecânicos. A escolha dos materiais para os
mos, so
atu antes nos mes co mo dos p�râmetros da
s curvas
em s erv iç o, bem suportes, sua configuração e dimensões básicas dependem tanto das
su bmetidos quando suportes, a fim
de permitir,
ndo usp ens os n os solicitaç ões mecânicas e elétricas, do terreno no qual devem ser
que assumirão qua adequados
s
se esc olh a os pontos maiS implantados, como também de considerações_-, de segurança geral. Esta
que
através destas, do comportamento
sup orte s na linha. o estudo implica, evidentemente, em assegurar um mínimo risco de falhas
implantação dos to no Capítulo 3,
ca bo s su spe ns o s, que será fei es mecânicas, que, além de comprometer a continuidade do transporte da
mecânico dos buição dos suport
ess ár io f err amen tal. A dis tri energia, poderá ameaçar vidas e propriedades.
fornecerá o nec 4. Os
rr enos é ob jetivo do Cápítu lo Na solução de quaisquer problemas de Engenharia de
dos te
0
sobre os perfis 5 e os das
se rão ab orda dos no Capitulo estruturas, projetistas devem iniciar pelas seguintes
tes 05
projetos dos supor
ítulo 7. prc:v\.dências básicas, que constituem as "Hipóteses de Cálculo":
fundações no Cap dest inado a apre
sentar as
n te cap it ulo
o prese dos fatores a - estabelecimento das chamadas hipóteses de carga, através
men dad as para a determinação
metodologias reco dos esforços devi
dos a pressão das quais se procuram fixar os valores das solicitações mecânicas,
ol ici ta çõ es, ou seJa,.
normais e anormais, que poderão incidir sobre as estruturas no
causadores das s nhas e daqueles
ele me nt os componentes das li decorrer de sua vida útil� principalmente daquelas que, por sua
do ·vento sobr e sive,
ão f e itas, inclu
05
var ia çõe s das temperaturas. 5er ento, aaior intensidade ou por sua maior duração, mais solícitam os
d evido às ll . nh as e o seu dimensionam
e a seg ura nç a da s
considerações sobr por tam ento elástico
dos cabos aateriais empregados;
d e fal h a". o com
"
admitindo -se ri. scos óngame ntos) que b - através do conhecimento do comportamento dos materiais a
o as def or ma çõ es permanentes (al -'-+--·serem empregados, face aos tipos de solicitações a que serão
cond utores, bem com e metodologias par
a
a 1 men t e di s cutidos,
igu submetidos, escolher as taxas de trabalho mais adequadas a cada
irão sofrer s erão
resentadas.
predeterminação ap
caso.
Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
90 Projetos mecâilicos das linhas aéreas de transmissão 91
Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes
fenômenos de
� de propriedades, o projetista é limitado, em seu arbítrio para a naturais, também não podem ser previstas com precisão e, para
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e�iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil 'aa obra.
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, urna tendê�cia natural de se superestimàrem as
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicilações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos dé levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e si_mples não o econômicas.
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquela de um de seus elementos estruturais aos esforços
um certo tipo de esforço,. e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
de carga de ruptura. Esse termo, no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como
ao pé da letra: às vezes ele, é.,.associado a valores de solicitações ensina a teoria da Probabilidade.
que provocam deformações permanentes em elementos 'da� estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa de distribuição das
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de uma estrutura pertencente a um lote de
também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas,
essa distribuição pode ser
técnicos usados em obras, aceitam-se tolerâncias de fabricação considerada normal, com um desvio padrão eiitre 5 e 10% [3]. Seja
tanto em suas dimensões físicas finais, quanto em suas fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas
características específicas (peso, resistência especifica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio· para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado,
grandeza e uma tolerância. Esta será tanto menor quanto mais na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:
J�
rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem R P(L) ·fo(L) dL [2. 1)
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de urna estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto posição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima estatística garantida L1", e é definida· pela carga de 90% das
atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
solicitação. Por outro lado, quanto maior for o fator de· -segurança, uma carga igual a L1.
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
custo. da carga L1 ser igualada ou excedida, ou pelo período de retorno T
90 Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 91
Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por · outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes de fenômenos
de ·propriedades, o projetista é lirni tado, em seu arbítrio para a
naturais, também não . podem ser previstas com precisão e, para
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e�iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil da, obra.
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, uma tendência natural de se superestimarem as
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicitações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos de levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e siffiples não o
econômicas.
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquelade um de seus elementos estruturais aos esforços
um certo tipo de esforço, e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
de carga de ruptura. Esse termo,. no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como
J�
rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem R P(L) ·fo(L) dL (2.1)
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de uma estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto P<>sição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima ·estatistica garantida L1", e é definida pela carga de 90% das
atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada ·estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
-- "'"��, .Uma carga igual a L1.
solicitação. Pot:'·outro lado, quanto· inaibr for o fator de segurança,
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
custo. carga L1 ser igualada ou excedida, ou pel� periodo de retorno T
92 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmiss ão aementos básicos para os proJetos das hnhas aéreas de transmissão 93
,, p observação
climáticas
meteorológicas na ou em regiões
própria
próximas e semelhantes. E é preciso que estas
região,
falhas sob a ação do vento sugere, respectivamente, os seguintes constantes do anexo A da NBR 5422 [2), que deverá, no entanto, usar
2 3 4 com prucifo�cia. Essas cartas, para facilidade de consulta, foram
riscos anuais 10- , 10- e 10- •
reproduzidas neste capitulo.
TABELA 2.1 DADOS METEOROLÓGICOS DE UM POSTO EM REGIÃO DE cálculo, nas diversas condições de solicitações das linhas, corno
IMPLEMENTAÇÃO DE LINHA
recomendam a NBR 5422 [2] e também a JEC [3]:
a - Para a condição de maior duração a temperatura é
Média das Média das Média das Vento em km/h,
ternperat. ternperat. temperat. 10m altura e definida pelo valor das médias plurianuais das temperaturas do ar
ANO mínimas médias máximas 2 segundos - t;
tmin [ •C] diárias tmax [ •C] Rugosidade
t [ •Cl B
b - Temperatura minima - é o menor .-valor de temperatura do ar
1950 +13,78 19,31 28,04 88,3 calculada com uma probabilidade de 2% de ser igualada ou ocorrer um
1951 +12,85 18,45 27,85 64, 1
1952 +15,32 20,32 26,80 76,7 valor menor. Corresponde a um período de retorno de 50 anos.
1953 +10,45 19,36 27,65 - - 60,3 Pode. ser determinada por:
1954 + 8,30 19,03 29,32 68,5
1955 +11,83 18,88 30,01 52,8 tSOmin = fmin - 2,59 O'min -.
1956 +12,45 22,47 26,78 78,0 (2. 2)
1957 +12,52 22,03 25,88 67,9.
1958 +11,45 20,50 26,03 66,5 onde:
1959 +10,22 20,85 26,83 72,9
1960 + 9,85 18, 09 .- 27,93 65,3 lmin - média das temperaturas minimas anuais [oC);
1961 +10,30 18, 98 29,03 75,3
1962 +10,90 17,98 28,88 87,3 Cmin - desvio padrão da distribuição de temperaturas mínimas
1963 + 8,36 16,53 28,03 95,6 anuais.
1964 +12,87 22,45 26,98 100,3
1965 +14,36 23,08 28, 93 78,8 e Temperatura máxima é a maior temperatura do ar,
1966 +15,85 22,88 27,85 66,8
27,08 99,0 deter�inada para uma probabilidade de 2� a ser igualada ou
1967 +12,89 19,97
1968 +11,56 19,45 29,02 76,5 excedida. Corresponde, igualmente a um período de retorno de 50
1969 +10,02 19,58 30,30 79,6
anos.
1970 + 9,95 18,89 30,20 84,7
É calculada por:
Médias lmin = 11,44 t = 19,96 lmax = 28,07 Vmax = 76,42
Desvio tsomax = Imax· + 2, 59 G'max (2. 3)
2,09 1, 74 1,31 12,69
padrão
onde: / \
lmax - média das temperaturas máximas anuais [ o C];
amax - desvio padrão da distribuição de temperaturas máxímas
a - Médías das temperaturas- mínimas diárias - tmin anuais.
b - Médias das temperaturas médias diárias - t
e - Médias das temperaturas máximas diárias - tmax
Exemplo 2.1
Foram calctilados, igualmente, as médias plurianuais e
os desvios padrão corresponde,ntes. Quais os valores, na região da linha para a qual foram
Essas temperaturas permitem que se determine as coletados os dados constantes da tabela 2.1, das temperaturas neces
Sárias à formulação das hipóteses de carga a serem usados em proje=
temperaturas de projeto, para a formulação das usuais hipóteses de to?
96 Projetos mecânicos das 'linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das Hnhas àéreas de transmissão
97
2.3.1.2 - Método direto ou gráfico 2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto
Com os dados meteorológicos coletados por todo o país, A determinação do efeito do vento sobre estruturas de
foi possível preparar cartas meteorológicas do Brasil, nas quais Engenharia, há muito vem preocupando os
proJe · t·istas dos diversos
fo ram ligados todos os �pontos de igual temperaturas, dando origem ramos e, apesar do grande número de trabal
hos de pesquisas
às curvas "isoter·mais". Essas cartas fo ram apresentadas no Anexo A realizadas ou. em andamento , a palavra ·
cone 1 us1va sobr.e a maneira
da NBR 5422/1985 [2], aqui repro duzidas para facilitar a consulta correta de considerar esse efe to ainda
� não foi dada. No caso das
· linhas de transmissão, em partic
dos leitores: ular nos últimos anos, razoáveis
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissâí, Elementos básicos para os projetos das linhaS aéreas de transmissão 99
98
,,.
!
"' " ,
1----+1,----i--•'
"
o•
O" ·-
•'·
,.
...
,,.
"' \
"' , ..
<O'
��· ...
,..
"'
!
,,. Fig. 2.3 - Temperatura máxima média [•C) (NBR 5422/1985)
-· ---1----
···---1--1------.k--,-:e
,.
"
to"- --20'
..
,,.
.,. ...
Fig. 2.5 - Temperatura máxima [,CJ (NBR 5422/1985)
Fig. 2.4 - Temperaturas mínimas [,C] (NBR 5422/1985)
Elementos básicos para os projetos das linhas aéieas de transmissão 103
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
102
progressos foram re·alizados, principalmente quando se passou das
pesquisas em túnel de vento para as pesquisas em linhas
especialmente construídas para esse fim em campo aberto.
Verificou-se. que, se certos aspectos relevantes sobre o
comportamento dos ventos forem devidamente ,,considerados, não só
substanciais econom_ias podem ser realizadas, pelo dimensionamento
mais realista das estruturas, como também maior segurança contra
falhas mecânicas podem ser conseguidas.
O trabalho realizado na instalação de Horningsgrinde,
Alemanha Ocidental {4], e pelos grupos de trabalho da Eletricité de
France, do Central Electricity Research Laboratories, da
Inglaterra, e do Centro Degli Ricerca Élettrica, da Itália [5], e
outros, têm contribuído decisivamente para o melhor entendimento
dos ventos em si e de seus efeitos sobre as linhas.
Este último trabalho serviu de base para a elaboração
da publicação "OVERHEAD LINE TOWER LOADING" - Recommendation for
Overhead Lines - do Comitê Técnico n° 11 da IEC ( Interna tional
Electrotechnical Comission) [3]. A NBR 5422/85 [2], por sua vez,
incorporou os procedimentos aí recomendados.
Esses estudos levaram ao reconhecimento de diversos
fatores de importância fundamental na escolha dos chamados ventos
de projeto, a partir dos dados disponíveis, dentre os quais deve-se
notar:
[:]
tempos de resposta diferentes à sua solicitação. Assim,
sobre um determinado elemento estrutural, ,ventos de
intensidades elevadas de curta duração podem ter efeitos
menores do que outros, menos intensos, porém de maior
-----
V4
duração.
TABELA 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TERRENOS DE ACORDO COM SUA convencional a lOm de altura sobre o solo de categoria B, com um
RUGOSIDADE. COEFICIÊNTES DE RUGOSIDADE [2,3].
período de integração de 10 minutos.
CATEGORIA COEFICIENTE Sua determinação obedece igualmente a dois processos:
DE CARACTERÍSTICA DO SOLO DE RUGOSIDADE um método estatístico, a partir de velocidades medidas no campo, e
RUGOSIDADE K,
um método a ser usado na impossibilidade de se,_ empregar o anterior.
Vastas extensões de água a sota Baseia-se nas cartas com curvas "isótacas" publicadas no anexo da
A vento; áreas costeiras planas; de 1, 08
sertos planos. NBR 5422/1985, reproduzidas na figura 2.8.
Terreno com obstáculos numero- Sejam Vima>: as n velocidades ��.áximas anuais dos ventos,
c SOS e pequenos, como cercas vi- 0,85 obtidas em posto meteorológico, em cada um dos n anos de
vas, árvores e edificações.
observação.
1 D
Areas urbanizadas; ;terrenos com
muitas árvores altas·
0,67 Empregando esses dados, é possível determinar o valor
da velocidade que poderá ser igualada ou excedida uma vez em T
anos, através da expressão [2,3):
Obs: - Linhas que cruzam áreas altamente urbanizadas, devem ser
consideradas localizadas em terrenos de categoria D, pois é
muito difícil a sua real avaliação. P(Y] = 1-exp[-exp[- rr (v-V+0, 45 ·oc,J]] (2.5)
2.3.2.2 - Velocidade básica de vento � aconselhável que esse método só seja empregado quando
se tenha um número grande de anos de observação: para V, no mínimo
Velocidade básica de vento é uma velocidade calculada 10 anos e, para o cálculo de av, seria aconselhável dispor de 20
para um periodo de retorno de 50 anos, medida de maneira anos de dados.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 109
108
Exemplo 2.3
A tabela 2.1 fornece os valores das velocidades máximas
anuais de vento càlhidas em um posto meteorológico por meio de ane
...
mômetro com 2s de resposta, a 10m de altura, em terreno de rugosi
�· ... dade B .
... Qual o valor da velocidade básica,de vento, ou seja, a
•'--··-1----t velociqade com um período de retorno de 50 anos?
solução:
,�- As velocidades de vento da tabela estão especificadas
em km/h, enquanto que a velocidade básica é em m/s. Poder-se-ia
--··
....
converter os n valo(es ou operar com km/h e fazer a conversão pos
terior, o que é menos trabalhoso.
Ternos:
1 = 0,02
P(V)
50
"
... - . v
<rv
76,42km/h
= 12,69km/h
Aplicando a equação 2.5 para obter o valor de V:
... To º P(V) 1 - e -e
X
to•... iÍ ·-
Temos:
X
= -e -e
... X
-e
1 - P(V) = e
tempo de integração da média: 10min
período de retorno: 50 anos e
X
P(V)]
a 10m de altura
= Ln[l
terreno dé categoria B X =
e Ln[l 0,02]
X
Fig. 2.8 - Velocidade básica do vento [mls1 e - 0,02020
X = 3,90194
T[
[V - 80,1305]
"6·12,69
Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das lint,as aéreas. de. tran�missão 111
,,o
Exemplo 2.4
Logo:
V= 120,378km/h = 33,358m/s Qual a velocidade básica do vento a ser usada na linha
especificada no exemplo 2.2?
A velocidade rnax1ma de ven t o sera,' pois 33 538m/s
um período de retorno de 50 anos e tempo de integração de� s�
Solução:
p �os Para obter seu valor com um tempo de integração de 10 m�n�
ar
�� d�vemos determinar na figura 2.9 o fator Kd para_p o ; ele ����� Para as coordenadas 12oS e 48°W, obtemos aproximadamen
dir' 0 valor acima encontrado. Para terreno de categoria , na 1 _ te 22,8�/s por estimativa entre as curvas de 22 e 24m/s.
seção da abscissa de 2s com a curva B, encontramos Kd = 1, 4 . Logo o
vento bâsico será de:
Vb = 23,956 = 24m/s 2.3.2.3 - Velocidade do vento de projeto
,,, CATEGORIA 00 1 li
1
TERRfNO
correções devidas aos seguintes fatores:
1 1
'·'
' 1
\
1 ' 1 1 1 a - quando a rugosidade do terreno for diferente de "B",
"' 1 _. ' 1 deve-se multiplicar a velocidade básica de vento pelo
,·1 1
'·' . 1 1 1 1 "coeficiente de rugosidade de Kr" referente ao terreno da
�I 1
'·' ii'i-L '-i}
....._ 1 i'-.!: 1 i "._ i \.i I t ! 1
i
1
. linha Kr e obtido da tabela 2.2;
e 10 9,5
2.3.2.4.1 - Método estatístico
D 8,5 8,0
Empregando-se a Equação 2. 5 com valor de P (V)
Portanto, a velocidade de vento de projeto será correspondente, pode-se determinar o vàlor da velocidade básica
determinada por: para o valor de T especificado, como foi mostrado no exemplo 2.3.
Repetindo os cálculos do exemplo com T = SOO anos,
(2.7) P(V) = 0, 002, a velocidade do vento de projeto será V= 132,19km/h
ou 36,72m/s.
Exemplo 2.5
Qual deve ser o valor do vento de projeto para a 2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico
determinação da forca resultante da pressão que o vento exerce
sobre os cabos de uma linha, cuja altura média sobre o so�o é de 18
m, estando a linha em terreno de categoria C. O vento bas1co de pr� Podemos
determinar Vb para um período àe retorno
jeto é de Vb = 20m/s. diferente de 50 anos pela Equação [2]:
Solução:
reção serão:
Devemos empregar a Equação 2.7. Os coeficientes de cor
,;t = � Ln[- Ln[!= -i-))
Kr = 0,85 - Tabela 2.2 para categoria C
"' (2.8)
- ...
··---o•
.o,..i /
...
...
__ ,..
o.u -- / o
0,0
... .,._
...
n•.
.� ...
.,.
per.iodo de integração da média: lOmin
período de integração da média: lOmin a 10m de altura
a 10m de altura terreno. com ruges.idade B .
terreno com grau de rugosidade B
sàõ))
Solução:
l'1,J,1 hfnu1ção (2. 8) teremos para a: 0,40 e�= 11: Temos que:
1 2 2
qo = p·Vp [N/m] (Eq. 2 .9)
Ln(- Ln[l - 2
'J 1 ,.. 11 - 0,40 e
Vp Kr·Ki·Kh·Vb [m/s] (Eq. 2.7)
'11 ..._ 26,53m/s sendo:
Kr = 0,85 - terreno cat. C
1 1 11t, 1 crminação da pressão do vento K• 1,30 - tempo de integração 30s - cat. e
15
5
]1/9,
(
--ro- = 1,0436
IJt!lermina-se o valor ,da pressão que o vento exerce
,, "
logo:
11111
•• I r.mento da linha, denominada "pressão ;dinâmica - de
1 tll 1,11,111 1.
,,. Vp = 0,85·1,30·1,0436·22,8 = 26,30m/s
)
11través da expressão:
1 2 2 (2.9) e,
[N/m ]
2 p·VP
�1_,�2_9_3��-
[
1600+64·19-350
p = �1+0,00367·19 1600+64·19+350
,.,, lr,111:
3
,, 1 kg/m ] - massa específica do ar.
Portanto:
A massa específica do ar pode ser determinada por:
'\
1qó z
1
0,94147· (26,3)
2
16000+64·t-ALT 3
" . ��"'"'"'"'=�
1,293
l +0,00367 · t
[ 16000+64·t+ALT ) [kg/m l (2.10)
qo = 325,60N/m
2
· 1 1 - a temperatura coincidente;
AI 1 1 1111
- a altitude média da implantação da linha.
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO
Exu11\\ilh
,.7
Como foi mencionado no item 2.2, as hipóteses de
A linha localizada a 12oS e 48o�, objeto dos vários e
Hlllcriores, apresentou uma velocidade básica de 22, Smfs. Cálculo se originam da associação de uma hipótese de carga com uma
,--
118 Projetos mecânicos das linhas aêreas de transmissão Elem entos básicos para os projetos das linhas aéreas de_ transmissão 119
restrição ao uso de materiais, para aquele tipo de solicitação. TABELA 2.4 - CARGAS MÁXIMAS RECOMENDADAS PARA CABOS NA CONDIÇÃO
DE TRABALHO DE MAIOR DURAÇÃO, SEM DISPOSITIVOS
Normas técnicas ou códigos de segurança impõem limites às DE PROTEÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO [2]
solicitações, porém a experiência do projetista é também essencial.
Para os projetos dos cabos, como também para os demais TIPOS DE CABOS % CARGA.DE RUPTURA
elementos das linhas, elas devem ser formuladas a partir das mesmas Aço AR 16'·.
solicitações. Aço EAR 14
Aço-Cobre 14
Na prática de projetos de linhas no Brasil é usual a Aço-Aluminio 14
formulação, no mínimo, das seguintes hipóteses de carga ou de CA 21
CAA 20
solicitação, as quais corresponderão às respectivas limitações de
CAL 18
solicitação: CALA 16
CAA-EF 16
1 Hipóteses de carga de maior duração a ela estão
associados os esforços atuantes quando a linha estiver sob ação de
uma temperatura do ar correspondente ao seu valor médio, t, sem Obs: Mesmo com o emprego de armaduras antivibrantes ou
estar sob o efeito de vento. grampos armados, os projetistas de linhas em EAT têm
limitado a tração nos cabos CAA a 18% da sua carga de
2 - Hipótese de carga de flecha mínima - conside·i-a-se a linha
ruptura, com muito bons resultados.
sujeita à menor temperatura que pode ocorrer, como vimos,
geralmente considerando o período de retorno de 50 anos, sem
considerar o efeito do vento. b - "Na hipótese de velocidade máxima de vento, o esforço de
tração axial nos cabos não pode ser superior a 50% da
3 � Hipótese de carga de vento máximo esta condição carga nominal de ruptura dos mesmos".
corresponde àquela que mais solicita os elementos da linha, pois Obs: Na prática, neste caso, limita-se o valor de tração a
considera a linha sob a ação dos ventos de máxima intensidade, com cerca de 35% de sua carga de ruptura.
a tempe·ratura coincidente, que, como vimos, corresponde à média das
c - '.'·�a condição de temperatura mínima, recomenda-se que 0
temperaturas mínimas. /'
esforço de tração axial nos cabos não ultrapasse 33% da
Para cada uma das hipóteses correspondem limitações nas
carga de ruptura dos mesmos".
taxas de trabalho dos materiais nos -diversos elementos das linhas.
Para os cabos condutores e pára-raios, a NBR 5422/1985
estabelece:
Exemplo 2.8
Admitamos que a linha a ser construída na regiao em que
a - "Na condição de trabalho de maior duração, caso não tenham for�m obtidos os dados meteorológicos da Tabela 2.1 deva ser cons
sido adotadas medidas de proteção contra os efeitos da !rui�a com um cab� CAA, de 26Al+.7Fe, cuja área de secção transver=
ale de 468, 5 1mm (Codigo Drake - de 795MCM) . Sua carga nominal
vibração, recomenda-se limitar o esforço de tração nos de rup tura e de 140.235N (14.300kgf).
cabos aos valores máximos indicados na tabela": Quais as hipóteses de ·cálculo?
Projetos mecãnicos das1inhas aéreas de transmissão, Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 121
120
alongamento permanente que irá sofrer com o decorrer de seu tempo .-'.?--:-· -�ios que seriam obtidos , em um número grande de medições
de uso, como será visto mais adiante. -��"[�-:;-realiza
das em lotes de amostras - de condutores, dev endo-se, pois,
Elementos básicos para os proje
122 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão tos das linhas "aéreas de tf'ôl'rS
missiio
123
com pela curva A"A, passando
esperar variações nesses valores, para mais ou menos, em seguida a descrever a cur
valores maiores que �A. a va AB para
tolerâncias especificadas em normas. Assim, por exemplo, as normas t'e � = �B. O comprimento da amo
essa tensão, acre sei· do d stra é, sob
'ASTM e as da ABNT [10) permitem urna tolerância no peso da ordem de e um valor proporcional a DB'
reduça_ o gradativa da tens - . Uma nova
± 2% e, no diâmetro, da ordem de ± 1%. Essas tolerâncias devem ser ao faz com esSe acréscimo dim
tornando-se proporcional inua também
estendidas às demais características físicas. a OB" ' quando a . t.ensa- o voltar
a ser nula.
Há, portanto, um aum.en.tn..
Os metais empregados na fabricação dos cabos usados nas .. na."-.deformação., ... perma.nente·
sofrida-. pela'
considerados amostra. No entanto, observ
linhas, que, em outras aplicações, podem ser a-se que as retas A.A'' e
paralelas. BB" são
perfeitamente elásticos, neste caso não o podem, pois, .em virtude
da elevada relação comprimento/secção, apresentam, após o seu
[ N/m'.l
primeiro tensionamento, alongamentos residuais de tal -- ordem, 'que I
/E
influenciam os valores das flechas, podendo, conseqüentemente /
comprometer as alturas de segurança das linhas. ;-
f = , t cri
for interrompido com valor inferior ao de seu limite elástico, a Fig. 2.11 - Diagrama tenso-
es x alongamentos
tração reduzida gradativamente até zero e os valores das tensões e
dos alongamentos igualmente registrados, o diagrama tomará o No plano (a-• e), retas inc
linadas representam os mód
aspecto da figura 2.11. Observamos inicialmente que a amostra, sob elasticidade dos materi ulos de
ai·s. Como demonstrou Hooke:
a ação da tensão, �A. estará com o seu comprimento aurnentadó em um
2'
valor proporcional OA'. Ao retornar ao estado de repouso, seu � = E·e [N/m J ou [Pa]
ou (2. 11)
comprimento terá sofrido um aumento proporcional a OA". O
alongamento A' A" é transitório, representando, portanto, uma E [N/m 2 l ou [Pa]
deformação elástica.
Se a mesma amostra for novamente tracionada, A curva OAB repr.esen ta
a variação do módulo de
elasticidade
verificaremos que, entre � = o e � = �A, ela obedecerá à lei dada quando o fio é tensionado
pe1 a .Primeira vez, sendo
(
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 125
124
constante para os valores baixos da tensão (a-1 < <rA), apresentando Se, ao invés de ter permanecido sob a tensão �A durante
um valor de E para cada valor de <r subseqüente. Ê denominada "curva o tempo t, tivesse ficado durante um intervalo de tempo 2t, 0 seu
inicial" e define os módulos no estado inicial. aumento de comprimento seria proporcional a OE".
representam os módulos de Fica, assim, evidenciado que esses alongamentos
As curvas AA" e BB"
adicionais não são linearmente dependén,tes do tempo. Dependem, além
onamento a determinados valores
elasticidade após o primeiro tensi
disso, do valor da tensão e da temperatura do material.
m o mesmo valor de módulo de
de a-. Como são paralelas, representa
de final, que é constante e Esse fenômeno é conhecido em Metalurgia por fluência,
elasticidade. É o módulo de elasticida
-
ou "creep" po de ser der·1n1."do assim: "fluência é o escoamento ou a
independente do valor máximo de <r.
deformação plástica 'do material, que ocorre com O tempo, sob carga,
Verifica-se que, quando um fio metálico é tracionado
após a deformação inicial, resultante da aplicação da carga".
pela primeira vez, ele sofre uma mudança em seu módulo de
elasticidade, devido ao fenomêno de "encruamento", ou seja, de
2.5.2.2 - Diagrama tensões-deformações em cabos
têmpera por trabalho a frio. Ele é acompanhado de um aumento em seu
comprimento. Esse alongamento depende da natureza do material e do
Se os ensaios forem efetuados em cabos compostos de
valor máximo da tensão a que foi submetido.
fios de mesmo material, os d1·agramas result ant es terão o aspecto
Se uma nova amostra for submetida a um ensaio até um
semelhante ao da figura 2.13.
valor de tensão correspondente a rrA e esta for' mantida constante
Se uma amostra de cabo de comprimento razoável (l >
durante um razoável intervalo de tempo t, observa-se, como mostra a
10m) for tensionado pela primeira vez a uma taxa de trabalho
fig.ura 2.12, que o seu comprimento original é acresciçio de um valor
proporcional a OC'. Se a tensão for reduzida a zero, o comprimento
do condutor terá sofrido um acréscimo proi,orcional a OC", portanto CABOS HOMOGÉNEOS
[ N/m 2 J I 1
cr /
1
/
1
w
� 1
,o�
..
1
/ z
e D E w 1
+----.-----;-;
1 I
1 I
I I
I I
•••
I
,..
[mtm]
e D"
correspondente a crA [MPa}, o cabo se alongará de um valor OA•. Se a c5 - alongamento proporcional ao valor máximo da tensão
tensão for reduzida em segunda a zero, o seu alongamento ficará aplicada, crB. É atribuído à "Acomodação Geométrica",
r�duzido a OA" = eSA' que é permanente. OA' é, pois, composto de composta de:
duas parcelas: uma primeira DA" = c A, que se tornou permanente e
5 a - acomodação dos fios e das caniadas de fios entre si;
urna segunda, A"A', que cessou com a tensão. É, pois, elástica. b os fios que compõem as várias 'camadas cruzam-se com
Se a mesma amostra for tracionada ·novamente, haverá um superfície de contacto mínimas, o que provoca
novo crescimento de A"A' até cr = crA, crescimento esse que se faz de esmagamentos nos pontos de contato;
acordo com a lei de Hooke e crA/Er, sendo Er o módulo de c - o efeito de encruamento dos fios componentes.
elasticidade representado por AA", Prosseguindo o tensionamento até
cc - é um alongamento proporcional ao valor da tensão aplicada
o valor de cr� ser atingido, o comprimento do cabo ficou__acrescido
crA e de duração da tensão crA em horas. Depende ainda de
de A' B' , atingindo o alongamento total o valor de OB' , A redução
outros fatores, igualmente importantes. É a componente
da tensão a zero faz com que o alongamento permanente seja
devido à "Fluência Metalúrgica".
OB"= e OB• terá, pois, as duas componentes c _, permanente, e 58
SB
e crs/Er, que é elástica. Os valores de c5A ou CSB é que são Os cabos não homogêneos, como também os cabos CAA
e
importantes para a determinação da· 'flecha máxima dos cabos. compostos de materiais muito diversos como o alumínio e o aço,
Se uma nova amostra do mesmo cabo fcir tensionada po_ssuem diagramas diferenciados, como mo·stram a figura 2.15 e a
inicialmente ao valor de crs e em seguida sua tensão reduzida a crA, figura 2.16.
como mostra a figura 2.14, e mantido :°esse valor por um det_erminado A curva de tensionamento inicial OA pouco se diferencia
intervalo de tempo de t horas, após o qual a tração será reduzida a daquela dos cabos homogêneos, porém a curva de âistensionamento ABC
zero, obter-se-á o diagrama indicado na referida figura. Observa-se é bastante diferente, pois, há uma nítida mudança no valor do
que O alongamento permanente e possui duas componentes: módulo E final do cabo, com tensões relativamente baixas crB. É a
a' região em que o alumínio e o aço dividem entre si as forças
Ei
I
/
I Ef
y
[m'm]
Fig. 2. 14 - Alongamentos permanentes totais em cabos
homogêneos mantidos sob tensão Fig. 1.15 - Diagrama tensões x alongamentos de cabos
Elementos básicos para os projetos das Hnhas aéreas de transmissão 129
128 Projetos mecânicos das /inhaS-aéreas de transmissão
.....
São bastante conhecidos os diagramas Tensões-Deforma
//
•• ções, obtidos através de ensaios padronizados em amostras de cabos
''
/
e / /
e ALONGAMENTOS no Brasil são preparados de acordo com a norma NBR 7302 de abril
D
,, ,, [mim] de 1982 [23]. Esses diagramas, como mostra a figura 2.17, contêm,
além das curvas correspondentes, também suas equações. Para cada
Fig. 2.16 - Alongamentos totais em cabos CAA composição _dos cabos é elaborado um -.diagrama com as respectivas
equações, com as quais se pode determinar c5. Contêm igualmente
solicitantes. A partir de certo valor da tensão (o-s) os fios de
curvas e equações para a determinação dos alongamentos por fluência
alumínio, que sofreram um alongamento permanente maior do que
cc para durações de tensionamento de 6, 12 e 120 meses. Os
aqueles de aço, deixam de parti-t.ipar na absorção da tração, que
diagramas publicados pela "The Aluminum Association" de N. York são .
fica inteiramente por conta do aço. Este, além do rna'is,_ deve ainda
considerados válidos para cabos fabricados de acordo com as normas
suportar uma sobrecarga devido ao peso do alumínio. O trecho BC
ASTM.
representa o módulo de elasticidade final do aço Ea multiplicado
Antes de se tentar a sua aplicação -?-ireta na solução do
pela relação entre as áreas das secções do aço e do alumínio.
problema da predeterminação dos alongamentos permanentes, convém
Nestes tipos de cabos a fluência se manifesta
fazer algumas considerações de ordem qualitativa referentes à
igualmente, como se verifica na figura 2.16.
fluência.
De uma forma genérica, os alongamentos permanentes
podem ser descritos por uma equação geral do tipo:
e
lol
= cs·(Tmax) + cc[T(t),t,"t} (2.13) 2.5.3 A·\.. Fluência metalúrgica
Valendo:
O fenômeno da fluência começou a preocupar mais
e alongamento permanente total;
lol seriamente os projetistas de linhas de transmissão após o advento
cs - alongamento por acomodação geométrica;
da transmissão em tensões extra-elevadas, devido ao emprego de
cc - alongamento por fluência metalúrgica;
condutores múltiplos, com um número crescente de subcondutores por
Tmax - valor máximo da tração à.xial nos cabosi
fase. Verificou-se que a falta de conhecimentos mais precisos sobre
T(t) - tração axial nos cabos;
o .. assunto poderia acarretar alongamentos desiguais nos diversos.
t - tempos de duração das diferentes trações axiais nos
SUbcondutores. comprometendo a, �onfiguração geométrica do feixe,
cabos
exigindo para seu restabelecimento operações custosas �pós sua
"t - temperatura.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de trànsmissão Elementos básicos para os projetps f}a_s linhàs aére_as de transmissão 131
130
co
: . l"k-1 ' :: til
.... ' alongamento obtido nesses ensaios em um cabo CAA de 726,39 mm ,
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• -�" '' Fig. 2.18 - Diagrama de alongamentos por mudança de
módulo e por fluência .[2, 14]
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1 '''
'' o ,, '
o
Projetos mecánicos das linhas aéreas de 'transmissão Elementos básicos para os projetos das linhàs ·aéreas de transmissão 133
132
submetido a uma tensão Experiências mostraram, outrossim, que a fluência total
Esse cabo foi i n icialment e
tido nas linhas a longo prazo , tende a ser igual aos valores calculados
ten são de ruptura e assim man
correspondente a 25% de sua para a chamada condição de temperatura média anual, sem vento. Nas
eduzi da a um valor corresp onden
te
-durante 16h, quando a tensão foi r te a trações usuais para essa condição, ·. os alongamentos t otais e
-se um alongament o corresponden
a 20% da carga de rup�ura. Mediu indepe ndem da "história" de carregame ni:.'O.. à qual o condutor foi
t ida até serem com
pletadas 2. 160
0,0130%. A nova te nsão foi man submetido. A figura 2.20 ilust ra bem esse fato, estando [14]
da a
O, 0150% foi medi d o. Em segui
horas. Um novo al ongamento de
en t e ate' at1· ng1· r 41
, 6% da tensão de represe ntadas na mesma a curva normal de um determinado cabo CAA,
tensão foi aumentada gradat 1vam
·
· utos , quando foi reduzida
m1n c om tração correspondente a 20 % de sua carga de ruptura, e as
ruptura e assim mantida por 15 da
para ser rete nsionado a 20% curvas referen te s ao me smo condutor submetido temporariamente a
lentamente a valores quase nu1 o s, de
no u um alongament o ··adicional- trações maiores, ·respectivamente 25 a 30% da mesrnà carga.
tensão de ruptura, 0 que ocasio
do foi de O, 038-9-%. Uma ou tra
o,009%. o alo ngamento total medi :
al. o, 1·nvertendo -se as ope rações
amostra foi subme t i da a um e ns 15
· a' traça-o máxima de 41, 6% p o r
ini�iou-se p o r submete r o cabo da
ida a tração para o s mesmos 20%
minutos, reduzind o-se, em segu O
m pel o mesmo intervalo de tempo.
carga de ruptura, mantendo-a assi r
de 0,0410%. A diferença .-em valo
alongamento total medido foi
o que veio a démonstrar uma
absoluto é de cerca de 5%,
a e
ntos por acomodação g�ométric
inte rdependência entre os alongame os
foi e videnciado também em o utr
aqueles devido à fluência, o que
ensaios (fig, 2.19).
.1 • 1.
�A,.,,
Tenslio móiumo ptt1vlsto
Tensõo mox1mo prev,sto
,, /l
u
Fig. 2.20 - Efeito da variação de solicitação sobre a fluência [14]
,, ,,
,, ,,
! /
, .7.
' ! /, Verifica-se que, durante o perí odo de uma hora, em que
maiores f oram mantidas,:·· as taxas de var lação dos
1.
Ten,Óo N:;>rmol
o
,.
e (le fluêne.ic(ED/
• B
alongamentos f o ram co rrespo ndentemen te maiores. Após esse período,
�
trações nas duas amo stras· foram reduzidas a 20% da carga de
/ Alon9omento to1i;i1
Essa redução provocou não só uma redução na taxa de
dos alongamentos, co mo praticamente estabilizou os cabos
r um periodo razoável: 3h na _amostra que f o i__ submet ida ·ª 25%. da
1/ Al,.ONBAWENTO
'
ALONG.1.MENTO
de ruptura e 12,Sh na a�ostra submetida a 30%. Neste último
verificou-se, inclusive·,· uma "fluência negativa" durante as
das tensões aplicadas
F,1g. 2 . 19 - Influência da seqüência
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 135
s de transmissão
Projetos inecánicos das linhas aéreá
134
muito divu lgado o p rocesso gráfico desenvol vide por Varney [15].
período de relativa estabilidade,
três primeiras horas. Após esse Outros -autores como JORDAN [l6], desenvolveram métodos
aumentaram novamente, passando os
as taxa s de variação semi-analíticos simplificando ou mesmo linearizando as curvas de
, cerca de 40h após o seu
alongàmentos, nessas duas amostras tensão-deformação. O desenvolvimento de equações a partir das
rama da amostra que foi
primeiro tensionamento acompanhar o diag mesmas, permitiu determinar tanto cs como cc -,P!?r meio de cálculo.
tura.
tensionada a 20% de sua carga de rup Mais recentemente, corno conseqüência dos trabalhos descri tos em
a 25"/. da sua carga
Urna quarta amostra, deixada por 16h [14], novos métodos de cálculo foram desenvolvi· dos e divulgados
de rel a tiva estabilidade por 44
de ruptura, apresentou um período [181. [19] e [20]. Dois métodos serão, pois, descritos e
ém pôde ser observada. Sua
h, em que a "fluência negativa" tamb ilustrados.
1.000h.
curva encontrou as demais após cerca de
Esses estudos permitiram identificar os principais
nto permanente dos cabos das 2.5.4.1 - Método convencional
fatores que infuenciam o alongame
de quantifica-los. Podem ser
linhas de transmissão e a maneira
Determinam-se os alongam�ntos permanentes dos diagramas
classificados em dois grupos:
e da Tabela 2.5. Por conveniência, serão usadas em sua forma
a - Fatores externos original, ou seja, as tensões especificadas em PSI (libras por
se
São parâmetrosindependentes dos condutores e polegadas quadradas) e os a 1 ongamentos em por cento.
cteristicas construtivas e do
originam, no ambiente externo, de cara
a - Alongamento por acomodação geométrica
uso da linha, corno:
Seja, na figura 2.21, a curva inicial �ide um cabo CAA
Tensão mecânica;
e Er sua curva final. Seja �A a tensão na cond1·ça-o de tração máxima.
- Temperatura;
ionamento.
Maquinário e procedimentos de tens
b - Fatores internos O"
.
136 Projetos mec8n1cos das linhas aéreas de· transmissão Elementos básicos
para os projetos
das linhas aéreas
de transmissão
137
Através da equação
correspondente à
determinar o valor de curva DA pode-se
TABELA 2. 5 � EQUAÇÕES DOS ALONGAMENTOS [22] OC = OB + BC e por
pode-se determinar meio da equação de AB
o valor de BC. Porta
OB = e, será obtido nto o alo ngamento permanente
por OB = OC + BC.
pode-se prescindir da Sen do dado o valor de Er,
COMPOSIÇÃO EQUAÇÕES equação corresponde
Al + Fe nt� pois Led
Exemplo 2.9
6 + 1
x, = 3,62E-3 + l,02E-5·Y - 6,52E-ll·Y2 + 4,97E-15 ·Y 3
Xr 8,7245E 6·Y A tração
CAA de 546,04mm 2 de na condição de rnax1mo carregamento
x, _ 3,88E-3 + 1,45E-5·Y - 2,64E-10·Y 2
+ -
l,59E-14·Y
3
+ 7 Fe (Código Car área de secção transversal, compos em um cabo
din to
18 + 1 Xr = 10,135E-6·Y Qual o valor do al?n al 954 MCM) é igual a 49.676N (5.de 54 Al
gamento .Permanente po 066
- r acomodação geométri kgf).
26 + 7
x, = 4,07E 3 + l,28E-5·Y - 1, 18E-10·Y2 + 5,64E 15·Y
3
Solução:
ca?
Xr _ 9,298E-6·Y
2 As equações vál
3_0 + 7
x, _ 2,30E-3 l,12E-5·Y - 6, 54E-ll ·Y + 3 08E-15·Y
3
a - para a curva idas são:
inicial (figura 2.1
Xr = 8,817E-6·Y Xi= 6, 85E-4 7)
+ l, 56E-5·Y - 2,7E..:1
0:y2 + l,14E-14·Y3
2 b para a curva final
1,77E-'S·Y- 4,80E-10·Y + 2,16E-14·Y
3
Xi = 7,03E 4 (figura 2.17), deslo
45 + 7 Xr 10,695E-6·Y O, cada para a origem
- Xr = 10,273E-6·Y
54 + 7
x, - 6,85E-4 + l,56E-5·Y - 2,70E-10·Y2 + 1,14E-14·Y3 Para:
Xf - 10,273E-6·Y 5066
2
� = 546104 = 9,278kgf/mm
54 + 19
x, = -4,76E-4 + 1,34E-5·Y - 1,5E-10·Y 2 + 8,90E-15·Y 3 ou
Xr _ 9,891E-6·Y � = 13. 196PSJ Y
logo:
Alumínio x, = -6,54E-3 + 1,87E-5·Y - 7,69E-10·Y2 + 5,26E-14·Y3
7 fios Xr 18,893E-6·Y x, = 6, 85 -10-• + 1, 56·10-s · (13. 196)
- 2,7-10- 10 ·
Alumínio x, =- -5,60E-3 + 1, 83E-5 · Y 7,22E lO·Y2 + 5,35E 14·Y3 · (13.196) 2 + l,14·
19 fios Xr ll,27E-6·Y X1 O, 1 8571% 10- 11, (13.196)3
138
Projetos mecânicos das linha§ aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 139
e
b _ Alongamento por fluência A tabela ·2.6 apr esenta as constantes a serem empregadas e
-
Os diagramas tensões-deformaçoes apresentam também três nas equações para o câlculo de OB', que são do tipo para os cabos e
ret9-s, e suas respectivas
equações, destinadas ao cálculo da de uso mais freqüent e : (
fluência. São equações do tipo Y = a· X que portanto, não Ct ::::; K·o- (2,14) e
representam o crescimento exponencial
e
�1
TIPOS COMPOSIÇÃO 6 MESES 12 MESES 120 MESES
6
18
+ 1
+ 1
13,676 14,286 15,625 e
\
20,202 ' 21,277 24,691
CAA 26 + 7 15,444 16,502 18,709 (
30
45
+ 7
+ 7
13,953
19, 157
14,424 15,463
e
e
20,619 25,413
54 + 7 16,878 17,762 20,794
e
54 + 19 16,644 17,331 19,716
1
1
1
7 23,095 24,631 30,211
19 23,585 25,510 32,051 (
e
1 •• CA
,,
o�r_���--t;:---fE:_----j�����, 37 23,641 26,178 32,680
'
61 25,316 27,473 34,483
e
. - fluência
1 As tensões a- na equação 2. 14 devem ser usà·das em PSI.
alongamentos serão dados em%.
2 - Multiplicar os valores da tabela por'l0- .
6
Os
e
Fig. 2.22 - Determ1naçao do alongamento por (
3 - Origem, "STRESS - STRAIN - CREEP CURVES" - THE ALUMINUM
ASSOC!ATION, e
Seja -o
a tensa para a qual a fluência em um período
e
e
<J"A
e
Exemplo 2. 10, \
rado, pois, sob ação
figura 2.14, represen ta O alongamento cc procu
/ '
cs devido à
Qual o valor do alongamento por fluência do cabo do e
onent e
de <J"A, o alongamento total e possui comp xemplo anterior, considerando-o operando durante 10 anos com uma (
também tensão correspondente a 18%· de sua tensão de ruptura, ou seja,
,
acomodação geometr1· ca e cc devido à fluência. Verifica-se
.:l•-'C:f''''-10SMPa (2.763kfg/mm 2 ) à temperatura de maior duração? (_
p e la figura, que cc = A''B" = A'B'. Porta
nto, para a sua
e
determinação numérica o procedimento é simples:
El e � = ��. e
a - por meio da equaça- o da curva inicial
determina-se o valpr dê.DA ;
?
Devemos calcular inicialmente o alongamento OA' (figura
seguida OB' p e la equação da fluência.
Para 27.105MPa, temos 145,038-27-105 = 3.931PSLUsando
e
... · a correspondente ao temp (_
o
b - empregando a equação da fl uenc1
e
na e quação da·· curva inicial t emo�:.
t3, determina-se OB; X1 = 6,85E-4+1,56E-5·3931-2,70E�10·(393l}L+l,14E-14·(3931)�
e - 0 alongamento por fluência procu
rado será cc = OB' x, 0,058529% l
(_;
(;'.'
�1 f-
--------- ----
e 0
� ·
alongamento por fluenc1a, em 10
anos, será:
29 = 0, 02315%
Bradbury · e outros [17), Harvey e Larson [18]. propondo novas
1
TABELA 2.7 � COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.15. CABOS CAA [19]
1
coeficientes
Laminação a.quente 1, l 0,018 2,16 0,34 0,21
7 ,71 para a obtenção K e
54 7 Extrusão o\.i
1,6 0,017 1,42 0,38 0,19
Propérzzi
1 dos fios
N• de fios do <::Ondutor "' µ (
Laminação a quente 3,0 0,010 1,89 0, 17 0,11 7 (
19 37 61
48 7 11,37 Extrusão ou
Properzzi e
e
Laminação a quente 0,27 0,28 0 ,26 0,25 .. 1,4 1, 3 o, 16
Extrusão ou
º· 16
'"
Laminação a quente
Properzzi 0, 18 0, 18 0,15 1, 4 1,3
30 7 4,28 Extrusão ou 2,2 0,011 1, 38 0, 18 0,037 0,16 e
Prop_erzzi
Laminação a quente
e
26 7 6, 16 Extrusão ou (
1, 9 0,024 1,38 0,23 0,030
Properzzi � COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.16. (
Laminação a quente 1, 6 0,024 1,88 º· 19 0,077 1 CONDUTORES CALA [19] (
24 7 7,74 Extrusão ou e
e
Properzzi
Processo industrial
Valores dos coeficientes
18 1 18
Laminação a qu�nte
Extrusão ou
par.a a obtenção
dos fios e
e
1, 2 0,023 1,50 0,33 0,13 K· </>
Properzzi µ
º· 16
Laminação a quente
Laminação a quente ,66 0,012 1,88 0,27 e
12 7 1,71 Extrusão ou
Properzzi
Extrusão ou
Properzzi 0,04 + 0,24 1, 4 1,3 0, 16 e
m*
área de alurninio m = área de alumínio e
área de aço área de liga de alum1n10 (
(
(
(
(
-��-
T
( 144 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
( 145
TABELA 2.11 COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.17.
•
.. ,
(
CONDUTORES CAA [19] E• fitr1,tl
(
. e•ticr2 ,tJ
( Processo
industrial
para a K
Valores dos
4>
coeficientes
"'
.,,, E•ff�.tl
E • f ( 0"4, t 1
obtenção e
" "
'
( "'
(
dos fios m :S13 m � 13 m
Laminação
13 m � 13 m 13 m � 13 m 13 m � 13
,,
(. a quente
2,4 0,24 o 1 1, 3 1 O, 16 o, 16
j
('. Extrusão
1
'
(. ou 1, 4 0,24 o 1 1, 3 1 O, -16 0,16
1 .,,
- - DURAC.ÃO DA FLUENCIA HORAS
Properzzi
(
área total do cabo 1eq 3
e m área do aço
( Fig. 2.23 - Variação dos alonga
Informações obtidas junto aos fabricantes de cabos de mentos com
( com a tensão. Redução da flua duração e
alumínio indicaram que no Brasil os vergalhões ("wire-bars") de ência pela
fluência
í alumínio ou de suas ligas são obtidos através do proceSso conhecido
e por "PROPERZZT". Essa informação é importante para a determinação
( das constantes de fluência nas tabelas. Seja a-1 a tensão com que
um cab o foi ancorado em uma
linha. Aplicando-se, por ex
( Um exame das expressões apresentadas mostra uma emplo a Eq. 2. 15 a esse caso, obt
1
curva e em-se a
( variação exponencial de e no tempo. Assim, para cada valor de f( cri• t) da figura 2. 23' par
a um grande . número de
e tensão a- há uma curva e f{t), como mostra a figura 2.23.
Nas linhas de transmissão os cabos são ancorados em
intervalos de tempo 4t. Admita
intervalo 4t. O alongamento
mos que o valor de a-1 atue dur
provocado será c1. Este fará com
ante um
tração seja reduzida, cor que a
suas extremidades por suportes fixos. A tração nos mesmos é respondente a uma nova tensão
curva é e = f (cr2, t) · 0'2' cuja
constante, a menos que ocorram alterações em seus comprimentos. O alongamento c1, na tensão cr2,
alcançado em\ um tempo maio . só seria
Estas podem ter causas externas, como alterações meteorológicas, ou r do que ti.t, ou seja, em teq1
'· de novo intervalo 4t ou . Ao final
internas, como aquelas causadas pelos alongamnetos permanentes. ' seja ao fim de teq1 + 't, o
a 1 ongamento
L.l
Neste caso há uma continuada redução na tensão dos cabos devido ao alcançado será ....... 2. Esse
novo alongamento (c2 _ ..."'l) faz
e continuado aumento em seu comprimento. Essa redução na tensão tens ão se reduza para cr3
e ao final de um novo interv
com que a
Cil,
esse fato em devida consideração, sendo, pois, necessário Tivéssemos aplicado a �quação com
\. t = 24t e
desenvolver uma metodologia, como foi proposto em [ 18, 20 e 2ll. encontraríamos um alonga
mento total de C3' que,
l como mostra a
e.
para a solução do problema. figura, é maior do que c3.
'-·
L
---i -
146 Projetos mecánicos das linhas aéreas de.·t,ansmissão Elementos b_ásicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
147 (
Esse método é bastante trabalhoso. pois o número de
(
Bt = «t· (t2 - ti) = «vbt (2. 18)
intervalos de tempo a serem usados para o cálculo da fluência a 1
e
na qual o:;tf [ °C)- é o coeficiente de expansão térmica do cabo no
longo prazo é muito grande. o valor de �t. que no inicio deve ser (
estado final.
da ordem de uma ou duas horas devido à elevada taxa de (
Para qualquer valor de al<?ngamento permanente e é
alongamentos, pode ser aumentado gradualmente à medida que o
possível encontrar um valor de variação ''de temperatura 6.teq, de
e
cálculo avança. (
forma que se tenha:
o uso de computador digital ·é aconselhável. Incluímos,
(
no final do Capítulo 4, um programa de cálculo em linguagem "Basic" ót = a.tr·ateq = e
(
para computadores pessoais. Nesse capí tule são apresentadas portanto
e
igualmente
alongamentos.
as hipóteses a serem usadas nos cálculos ,dos
bteq = ·�«tf'
-"� [cC] (2.19) e
e
Exemplo 2.12
cálculos
Essa constatação indica ser possível representar nos
das trações e flechas o efeito dos alongamentos e
Qual é O valor do alongamento permanente de um_cabo CAA t
e
de 546, 04mm2, 54Al_ + 7Fe (CDDIGO _.CARDINAL), que permane�era dur� n permanentes, na forma de um acréscimo de temperatura à temperatura
te 30 anos (262.800 horas) sob cOndições médias (de maior duraçao) máxima de projeto dos cabos.
de 20oC e tração inicial de 3070kgf?
Exemplo 2.13 e
Solução: {
Admitindo-se que a prev1sao de temperatura máxima dos
Será usada a Eq. 2.15 no programa de computa9or já refe
condutores da linha do Exemplo 2.11, feita da maneira vista no Capí {
rido. Completam os dados de entrada:
tule 1,,. é de 57°C, qual será o valor da temper·atura a ser utiliza=
módulo de elasticidade inicial Et = 5203kgf/mm
2
da para o cálculo da flecha máxima da linha n�· fim de 30 anos?
coeficiente de expansão linear at = 18, 18 .10-6 ºe (
- coeficientes de fluência da tabela 2.7: Solução:
K = 1,6; • = 0,017; « = 1,42; µ = 0, 38 e B = 1, 9 (
Para o cálculo da flecha utiliza-se valor àa
e= 727,25mm/km empregando 663
o resultado obtido foi
o
.(
e
intervalos de tempo que crescem de acordo com a lei: temperatura final. Para
e= 727,25·10-6m/m calculado em 2.12,
bt = INT (1,25 ** 0,8·1)
sabenda/ �ue e
e
na qual I e o número de ordem do calculo anterior.
Se a equação tivesse sido aplicada diretamente, o resul = 19,44·10- 6 como mostra tabela
e
ixtr ºe, a 2.12,
tado seria e= 799 ,534mm/km para as mesmas 262.800 horas, cerca d€ tem-se:
10% maior.
t30 = lmax + 6.teq
(
727,25·10-6 (
2.5.5 - Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento t30 = 57,0 +
19,44·10- 6 ,-�---
permanente
Um aumento da temperatura de um cabo de t1 ° C a t2 ° C
tso = 57,0 + 37,4•C
t30 94,4oC
e
provoca um aumento em seu comprimento, que pode ser calculado pela {_
Portanto, ao final dos ·30 anos, quando a temperatura
expressão: for de 57°C a flecha nos cabos'--será aquela que o cabo teria a 94,4 (
DC se hão tivesse havido fluência.
(
·C.
:,; >\ -�r-� �
.
-· ·-
--�--
1 ·,
- --- --
Projeros mecânicos das linhas aéreas de trBnsmissão
148 Elementos básicos para os profe
t
T
tas das linhas aéreas de
de
(
Tipo compo- Inicial Final
1
elasticidade
/ -
inclinação
do ----
Inicial Final .10-6 1/•C .10-6 1/•C
da curva O-A A
E kgf/mm 2
inicial
;i� ,
s1ção
cabo
kgf/mm
2
�-lí- 1 7031
crA kgf/mni2
2.3,04
Alumi- 7 5343 6180 2.3,04
19 5060 6080 2.3,04
duro 37 492.0 5970 2.3,04
nio
1
Aço 7 19330 11. 52.
("':
19 18980 11 , 52.
nizact,, 37 18280 11,52.
galvn.-
nlo 4922
I
com 1 20/7
II e dados característi
1,
5484
usados em transmiss cos de cabos
I ão. Os módulos de
5484
I earizados, como mos
tra a figura 2.24
2.812
a de Estado", que
1
I desenvolvidas no Cap serão
4148
Os dados desta tab cabos.
l ela permitem, igualm
4148
entes por acomodaçã
o geométrica, da
em [24], empregando maneira
II as curvas lineariza
cob..' ,. 1'
dur,, 1 3
12
outros
9840
9840
10190
11950
11950
11950
16,92
16,92
16,92
Cobr< 9840 11240 16,92
meio outros 9840 10890 16,92
1
Al�a 6/1 2728 2865 11,52 11,52
duro 1 - f'UCHs, R.D. - Tra
nsmissão de Energia
de aço 1 27/7 2612 2714 11,52 11,52
Elétrica em Linhas Aér
- 2� Ed., Livros Téc eas
bo CAA\
Editora S.A. - Rio
de ca de J aneiro, 198
? AllNT, NBR 5422 - Projeto de Linh as Aér
0.
derado
Rio de Janeiro,
Energia Elétrica
1985.
- Associa.ção Brasil
eira de Normas Técnic
as,
r
150 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
e
e
sementas básicos para os projetos das linhas aéfeas de transmissão 151
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e
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e
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e
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e
(
e
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e
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das Linhas
e
Técnicas. Rio de Janeiro. A�\eas de Transmissão" - ED. Edgard Blücher Ltda - Ed. EFEI
1
11 - ABNT, NBR 6756 - "Fios de Aço Zincados para Alma de Cabos de .! 1ª Edição - São Paulo, 1982.
e
J
1
(
( bastante rígidas que devem ser observadas nos projetos e durante a
( construção das línhas aéreas de transmissão, a fim de assegurar
(
altos índices de segurança. Essas normas têm, em geral, força de
lei, e estabelecem critérios -mínimos que devem ser observados pelo
(
projetista, sem eximi-lo de responsabilidade',,. pela sua adoção
(
to
e Estudo do comportamen s
indiscriminada, sem maiores preocupações com sua aplicabilidade ao
e rep res Estados Unidos, vigora o NESC (National Electric Safety Code); na
campos elét:icos e
[1]' servem de guias aos
teoria eletromagnética Alemanha, as normas DIN e VDE; na Itália, as normas UNI, etc.
e magnéticos, agentes do
transporte de energia; e
uma parte passiva,
uras, que assegura
Sendo os cabos condutores os elementos ativos no
res, ferragens e estrut
( constituída pe 1 os 1. selado Possuem as linhas, transporte da energia e que são mantidos sob teiÍsões elevadas,
e o afastamento dos condu
tores do solo e entre si.
0·entre os quais
devemos mencionar todos os demais elementos da linha de transmissão devem ser
e outros sim , ele men tos acess or10
• · 5
e aterramentos, des
tinados a interceptar e
dimensionados em função dessas tensões, como também em função das
e os cab os pár a-r
descarregar ao solo as
aio s
ondas ôe sobretensão de
origem atmosférica,
solicitações mecânicas que estes transmitem às estruturas. Por essa
razão, é de toda conveniência começarmos o estudo do comportamento
ngiriam os condutores,
provocando falhas
que, de outra forma, ati mecânico dos �pndutores.
ão do serviço.
( üentemen t e, a interrupç
nos isolamentos e, conseq
1
ão
uma 1,inha aérea de transmiss
/
( O projeto mecânico àe
os seus elementos,
dimensionament o de todos
e cuida, pois, não só do solicitações de 3,2 - COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS - VÃOS ISOLADOS
( ma a ass egu rar seu bom funcionamento face às
de for também de sua
mec ânic a a que são submetidos, como
e ) nat ure za Dos nossos cursos de Mecânica Racional, lembramos que
atravessa.
e amarração ao terreno que por urna corrente de elos iguais, ao ser estendida entre dois pontos
ssão de energia elétrica
Uma vez que a transmi suficientemente elevados para que não se apóie sobre o solo,
e. as - desde
·etnti, rego de tensões . elevad
( linhas aéreas se faz com o e que adquire uma forma característica, e que, por. isso mesmo, recebe o
as de milhares de volts
centenas de volts até centen nome de catenária [do latim catena. (corrente)]. Lembramos, por
a para os seres vivos e para
a
representam real perigo de vid a outro lado, que essa corrente poderá ser substituída por um fio,
( des, existem regras e norm s
integridade fisica de proprieda
1
1
(_
(
l" -·- ;; ,
---- -·---:----i_
154 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutàres
155
•
e
sem que se altere a forma da curva, se esse fio for bastante A flecha, como veremos, depende do (
vão, da temperatura
flexível e inelástico, possuindo, outrossim, o mesmo peso por metro e do valor da tração aplicada ao cabo
quando de sua fixação em A e !'
B. A altura hs, denominada altura de (
linear que a corrente. Os condutores das linhas áereas de seguranca, é estabelecida por
transmissão, normalmente constituídos por cabos, podem , ser
normas, em função da class_é de tens
a-o da 1·nh
1 · a, do tipo de terrenos
,1
e
considerados suficientemente flexíveis quando os pontos de
e dos acidentes atravessados pelas linh
as. e
suspensão estiverem razoavelmente afastados entre si, de forma a Temos então que:
e
descreverem, quando suspensos, curvas semelhantes a catenárias.
Os pontos de suspensão dos condutores de uma linha
P [kgf/m] é o peso unitário do condutor, e
L [mJ o seu comprimento desenvolvido
, sendo:
e
L > A. (
aérea podem estar a uma mesma altura ou, como ocorre mais
C,
freqüentemente, a alturas diferentes. Estudaremos os dois casos
Consideremos os eixos OX e
OY, aos quais iremos e-·
e
separadamente. relacionar a equação de equilíbrio.
Seja M um ponto qualquer da
3.2.1 - Suportes� mesma altura
curva limitando um comprimento de
condutor OM = s. Esse segmento de
e
e·
condutor estará em equ1·1·b
1 rio
· sob a ação das forças atuantes sobr
e
Consideremos a figura .3·: 1, que representa um condutor ele. Essas forças são representada
s pelo peso ao condutor ps, a
suspenso em dois suportes rígidos, A e B, separados entre si por tração no ponto O, des1gna
· da por To e cuja direção é tangente
à
uma distância A. Essa distância comumente recebe o nome de vão. curva em O, ou seja, horizontal, e
a tração T, cuja direção é a da (
tangente à curva em M, fazendo com
e
Como os pontos A e B estão a uma mesma altura, a curva descri ta a horizontal um ângulo o::•.
pelo condutor será simétrica, e seu ponto mais baixo, o vértice O, Projetando essas forças sobre o e1·xo
e
.OY , teremos:
encontra-se sobre um eixo que passa a meia-distância entre A e B. T · seno::• p . s
[3.1)
A distância OF = f recebe o nome de flecha. Nas linhas (
de transmissão, as alturas de suspensão (H) dos condutores estão
e, sobre o eixo OX,
e
diretamente relacionadas com o valor das flechas e com as T • coso::• = To
e
e
[3. 2)
distâncias dos vértices das curvas ao solo (hs). Se, ao invés de considerarmos um
e
comprimentp\ s da curva, consider segmento de
y armos todo um ramo OB = L/2, o
1-----. -- _µ_ .
'
e
ponto M se deslocará para o pont
o B e a força T passará a ser
tangente à curva em B. Nessas condições,
� ------------- �-------------Is T
tornam (ver fig. 3.2):
as eqs. 3.1 e 3. 2 se
(
F
e
e
f P�
T·seno:: =
1 [3.3)
e
HÍ o
T.•coso:: = To
(3.4)
Uma vez que a força T equilibra as demai
s, ela é
(
representada pela reaça-o da e_s (
trutura ao sistema de forças
Fig. 3. 1 - Condutor suspenso em dois suportes de mesma altura
atuantes: e
l
(_
e
'
,, Estudo do comportamento mecánico dos condutores 157
1
smissão
Unhas aéreas de tran
Projetos mecânicos das
�: 156
Sendo T a força de tração axial no cabo, sua taxa de
e'
T
trabalho (a-) também varia, desde um mínimo,_ junto ao vértice da
curva, a um máximo, junto aos pontos de suspensão.
Por questões de segurança, as diversas normas
�� To estabelecem limitações quanto aos máX:il!los 'esforços de tração
e
( 1
1
"' admissíveis nos cabos condutores. Algumas normas, como a NBR
1 7 5422/85, estabelecem essas limitações em função da carga de ruptura
e
1 ,
1 /
1 ,
dos cabos:
e ---
i/_ ____ _
e
T Tmax = k·Trup (3.9)
e
onde k representa um coeficiente de redução, variável para as
\
e
diversas condições de funcionamento., e que será discutido em
. uantes
F 1g . 3 . 2 _ Forças at detalhes mais adiante.
e ver t'
ica 1 V= T·s
b urna força u compr1·mento A variação de T em linhas usuais é bastante pequena,
vão, referente ao se
e peso do C ondu tor no,.· serni
principalmente quando os suporte� estão no mesmo nível e os vãos
real. têm valores usuais, pois os ângulos a também são pequenos. Nos
( Da eq. 3. 1, obtemos:
e (3.5)
cálculos despreza-se, então, essa variação.
e T=
To
�
os:
( 3 1 pela 3.2, terem
se dividirmos a eq. Exemplo 3.1
e (3.6)
Uma linha de transmissão de 138kV deverá ser construída
( com cabÓS de alumínio com alma de aço (CAA), composto de 30 fios
ou de al\lmínio e 7 fios de aço galvanizado, possuindo uma secção de
e ps (3.7) 210,3mm 2 (Especificado nos catálogos de fabricantes norte-ame
( cc =- arctg To ricanos e canadenses sob o código Oriole, bitola 336400CM; ver o
e ostram que, sendo To
constante, 0
Apêndice e a ref. [S]). Sua carga de ruptura é igual a 7735kgf e
seu peso 0,7816kgf/m. Admitindo o condutor tensionado por uma tra
e; E ssas exp res sões m
ria ao longo da cur
va, em função da
ção To = 1545kgf, calcular o valor da tração T, nos pontos de sus
e,
mesmo não oco rre com
catenária. Ela será
s, do pon to con sid erado ao vértice da
distância T = To. Será máxima Solução:
nto O)' quando então
\C mínima par a IX' = O (no -po
Devemos empregar as eqs. 3.5 e 3.8, admitindo, para e
t
l, '
em A ou B, quando: feito Coffiparativo, L = A.
\ j pL (3.8) a - Para o vão de 350m:
·-�
_, . <
r a• = ,x = arctg 210
i!
. .1
f
('
que:
Consideremos novamente o sistema da fig. 3.1: vimos e,
Analisando os resultados assim obtidos, (
ver if icarnos que, no primeiro caso, o
perfeitamente desprezível, enquanto que, no segundo caso, já merece
aumento de t,ração é
tgo::• ps
(3.6)
c1
(
sendo
um pouco mais de atenção. Um vão de 350m poderia ser considerado (1
normal em linhas com essa classe de tensão, enquanto que o vão de tga· = dy = z
cix (3.10) (,
1.0D0m seria excepcional em qualquer linha.
e
e
e podemos escrever
Exemplo 3.2 Z - ps
Admitindo que o comprimento desenvolvido dos cabos seja \. -To (3. 11) (
e
/
aproximadamente igual aos vãos horizontais, com que valor de vão o Diferenciando, encontraremos:
e
condutor da .1 inha do exemplo anterior se romperá nos suportes?
dZ = ia ds = io /dx 2 + dy 2
Solução: e
Pela eq. 3.5:
ou
e
To = T · Cosa. :. coso::
To
-T-
dZ p
To dx
(3.12) e
e·
2'
+ 2
para
To= 1.545kgf e T = 7.735kgf(tensão de ruptura do cabo) Integrando a eq 3.12, teremos
(
coso::
1.545
7.735
= 0,199741 ... "= 78,4782• log (± 2 + /1 + z 2 ' ).= ± p
To X (3.13)
e/
rc..:
e
C\
/
(
f----
-
'C '
Projetos mecánicos das linhás aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
( 160 161
e + z + Vl + z· = A
e
X =2
,---,, e{pno)x
-(p/To)x
y = f
2+� = e .!
= C1 , [cosh _A_ - 1] (3,16b)
Subtraindo membro a membro 2cL
f
z
( /T O )X
e P - e
-(p/To)x
= senh
( X
l To/p
)
(3,14)
\ Para a parábola, usando o mesmo raciocínio, temos:
(3,18b)
Como Z = dY/dx, Obtemos, por integração
\. Exemplo 3. 3
To cosh·í� ) + e
� To/p Verificar a convergência da série calcular as flechas
da linha descrita no Ex. 3.1.
y e
p
= C1 · [cosh 2d
X
y 4!Ct 384CÍ 46.0SOd
0 termo cosh x/C1 Para efeito comparativo entre os vãos de 350 e 1.00Dm,
encontrar�mos os valores indicados na tabéla, que mostra a rápida
pode ser desenvolvido em série, ficando�·
--+
X -+-X
X +-- +--- (3, 17) convergê�C\a da série. Mostra, outrossim, que o erro que cometemos
= 1 +--
6 n
. ao empregar a equação da parábola do invés da equação da catenária
2 4 X
2d 6!C1
X
4!d
-is-
para calcular a flecha é insignificante: 5,1mm nos vãos de 350m e
cosh
n!cr
Vãos
como mos t ra o
primeiro termos To A
série seja rapl, damente convergente'
170E-6
x px
63,5741 63,2363
- =
o
que é a equação de uma parábola.
(
(
Projetos mecânicos das
linhas aéreas de transmi
ssão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 163
e
162 Exemplo 3.4 e
Cálculo do comprimento dos
cabos
de uma curva ,·qualquer,
de Quais os valores dos comprimentos dos cabos da linha
descrita no Ex. 3.1, nos vãos de 350m e 1 000m, calcula�os através
e
O comprimento desenvolvido do processo exato, do processo aproximado.
. • e-pe la equaçao da pará- (
lítica, é dado por [61:
acordo com a Geometria Ana bola?
(
(3.19) Solução:
a - Cálculo pelo processo exato. Do Ex. 3.2, C
e 1j
1.976,7144; (' 1,
logo:
r�
De acordo com a Eq 3.14
e
\
A
L = 2C1·senh _ _ (3.21)
· 2C1
e
1
X
dy =
C1
e
dx senh
L = 2 ··1.976, 7144 · senh --ac��Ac,.___
2·1.976,7144
\
e
Como
a1 - Para A 350m, L3so = 350,4573m
e
2 a2 - Para A l.OOOm, L1000 1.010,6977m
cosh �1 = / 1 + senh �1 =
Integrando, encontraremo
s seu comprimento entre o b - Cálculo,pelo processo aproximado:
e
vértice e um ponto de abs
cissa·x: 8f
2
.
(
e
L = A + (3.24)
3f.:"""
.
(3.20)
Lx = C1•senh �
e, Do Ex. 3.3, f3so = 7,7464 e f1000 63, 2363; logo
(
eira, no vão A tere,mos, 8(7, 7464)
2
Considerando a curva int /b1 - L = 35 0 +
(
e
3.350
(3.21)
2
A
2·C1·senh � [m) L3so = 350,4572m
L =
:J 12
2
" 8f
2 ( 3 .24)
Na Eq. 3.19:
e
L A + 3A [m)
desenvo lvida em
L = 2
[ 1 +
(�]2]
C1
1/ 2
dx e
mento de uma parábola,
que é a equação do compri (
rtura.
função da flecha e d e sua abe (.;
·�1
Estudo do comportamento mecânico dos condutores
164 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão 165
( Resolvendo:
(
2 2
L = e, [ 2�, ./(2�1] + 1 + ln [./(2�1] � 1 + 2�,]
A
A,
( e, - L3SO = 350,4567m
i. e·
;:
';
To I
c2 - L1000 = 1.010,5635m
I 1
' 1
O que mostra, que os processos de cálculo aproximado em
h=e
vãos nivelados são plenamente satisfatórios, mesmo porque na mon 1 ,/
tagem mecânica não se tem esta precisão. Ve ---
'1 Te
1
( 1
e
-- ---L--
1
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA VÃO NIVELADO To
1
1 fo
1
p.L (3.8) fig. 3.3 - Cabo suspenso entre suportes com alturas diferentes
para: a: are t g �
2
b - Flecha: f p.A (3. 18b)
J que pode ser transformada em
h = 2C1·senh
2�1 . senh �; (3.25)
3.2.2 - Suportes a diferentes alturas 2
�,
A' h h
- = �·cosech A
rígidos.cujas alturas A e B são diferentes entre si, sendo o vão serf\- c1
. 2 = -2C1 . ___l'-�
A � (3.26)
medido na horizontal igual a A. Seja h a diferença de alturas entre senh
(
2C1
r'
( A e B.
Se prolongarmos a curva AB até um ponto B', situado a Resolvendo essa equação, obteremos A'' e,
\;
Da série do seno,
ou
3
h C1· (cosh
Xl
- cosh --
X2) senh x = X + 3J
X
+ -- +
X
5!
C1
(
e
e
Estudo do·comportamento mecânico dos condutores 167
transmissão
das fi�has aéreas de
Projetos mecânicos
166 Quando A' < Ae/2:
e
então: VB = ( �e - A'lp [kgf]
A'
senh zc,
A' + ...
r·
·Quando A' > Ae/2:
(
co-secante:
Usando a Se'ri·e de
3 VB = V - �e lp [kgf] e
1
cosech x = X -6 + 360
7x +
e
To é constante em qualquer ponto da curva, mas a tração e
então
A 1 A + ,,, axial nos cabos não o será. Seu valor poderá ser encontrado pela e
cosech zc, = A/CH� 12C1
das séries, e
soma vetorial de To com as componentes VA e Vs. Podemos fazer a e
primeiros termos
r r
Os seguinte demonstração:
Usando somen t e (
i,
adas as funções
3.26, teremos elimin
l �-�
Eq.
substituindo na
f
trigonométr icas:
ri= r8 +· vX ou
[ i� =
1
+
(
(
e
j, (3,28)
Zh Então
A' = -A- C1
TA e
e o vão equivalent
e será To e
ZhC1
Ae = A + � [ml Desenvolvendo essa expressão em série binomial, obtemos
e
e
l
�
ou aproximad ament
e
(3,29)
y
1 -�·-
1 + �-
2 ( To
2 - 1
(
VA '
] + e
Ae A +
ZhTo [m]
2-4 To
e
----;.:p
de suspensão,, A,
Tomando os dois primeiro termos, temos que e
A carga Vertical
no ponto superior
1 + _1_ (Y.!.__l VA 2 e
(trecho AD) 2 To
2 ou TA= To+
e
e
será
1
1 ( 2hTo \p [kgfl
z
1 Ae·p
= z( + Ap J
Note que, da Eq 3.30,
VA
Aep e
ou (3,30)
VA = - -
2 e
Ap hTO
VA = -Z- + ---i::-
[kgf]
Portanto e
, ,
No ponto inferior B •
teremos {trecho
OB)
2 2
e
ri.
VB = lZAe - A
,'\ ;P =r�+
l2
�, _ !h -c,)p Ae p
(
e 1
ou
finalmente, para o ponto mais alto
e 1
VB
Ap hTO
-y--�
[kgf]
(3,31) TA = To + fe·p (3,32)
e
L/
e
r Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 169
l
168
Na eq 3.27:
mais baixo,
Da mesma maneira, para o ponto de suspensão Ae =A+ A' = 800,2568 m
chegamos a Devido a esta pequena alteração na seqüência deste
(3.33)
TB =To+ (fe - h)p exerc1c10, será considerado o resultado obtido pela equação simpli
ficada 3.29.
e em que
( b .- Forças ax1a1s no cabo
fe = b1 - no suporte superior [Eq 3.32]
\, Ae.
é a flecha correspondente ao vão equidistante, TA= To+ fep
(
onde
( Exemplo 3.5 Aep
2
(801,8204 ) 2 · (O, 7816)
no Ex. 3.1, f, = 40,65m
( Dois suportes da linha de 138kV descrita a, num·vão B. To- 8·1.545
ença de altur
estão em alturas diferentes, sendo sua difer as v- e - r tica is e axi \ TA 1.545 + 40,65 .0,7816 = l.576,772kgf.
1 cu 1 ar as forç
( horizontal de 350m, igual a 40m. Ca . alto.
e s A e B, sendo A o ponto mais
ais atuantes nos ponto Uma outra opção de cálculo set"ia usar o teorema de Pitá
goras para calcular a resultante no ponto A:
e so·1uçã o:
TÍ: T� + vi: . ·. TA = I (1545) 2
+ (313,35) 2
C· Dos exemplos anteriores temos
0,7816kgf/m TA l.576,46kgf (valor exato)
To= l.545kgf, e, = 1.976, 7144 e P
( b2 - No suporte inferior [Eq. 3.33):
Teremos:
( TB = To+(fe-h)p = 1.545+(40,65 - 40)·0,7816 1.545,508kgf
a - Forças verticais
a1 - Suporte superior [Eq. 3.30]: ou ainda
hTo 350·0,7816 + 40·1.545 313,3514kgf
VA = Ap t8
e 350 T� = + V� 2
�-2- + �-A� 2 TB = V(l. 545) 2 + (-39, 79 ) = 1545, 5lkgf
e-
Verifica-se que, junto ao suporte superior, a tração_ no
a2 - Suporte inferior [Eq. 3.31]: cabo é cerca de 1,95% maior ào que To, ou seja, da tração no verti
e, A hTo _ 350·0, 7816
Va _- -2p- - -A- - 2
40·1.545 = -39, 7914kgf
350
ce da catenária equivalente. Em casos de desníveis muito acentua
dos, esse fato deverá ser levado em consideração nos cálculos pois
pode redundar em taxas de trabalho acima daquelas estabelecidas
VB é dirigi
(___ Esse sinal nega t.1vo s1·gn1·r1·ca que a tração pelas normas.
da de baixo para cima e que A< Ae/2.
/\
e
Vejamos, então:
2hTo (3.29)
Ae =A+� 3.2.2.1 Comprimento dos cabos de vãos em des nível
(i
2·40· 1545 801,8204 m
e Ae = 35 o +
e logo,
350·0,7816
i
Consideremos o vão em desnível na Fi_g. 3. 4. Sua equação
( z
Ae /'l referida ao eixo D1X1Y1 pode ser derivada da Eq. 3.16a:
1.,
A= 350 <
e Façamos o cá.leulo exato de Aê: y1 = C1 cosh·��
e,
x,
(,
e A' 2C1 ·arcsenh(
2�1
cosech
2�1 ]
(3.26) Sejam xo e yo as coordenadas do ponto A nesse sistema.
Façamos uma mudança de eixos de coordenadas, de forma que sua
{. A' 450,2568
(
. ·"'< - .·
(.
.,y'
(
e
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
170 171
e
;\2 -
'L B2 = 2d[-1 + 1 + --- +
Seja ds um co�primento elementar do condutor. Teremos A A
e
2d 24CÍ
ds cosh
X - XO
L2 - B2
e, (
e.
e, conseqüentem�nte
r L = /B
2
+ A [1 +
2
_j:{_J (3.39) e
�1
A 12d
L=J O
A - xo
ds = C1 (senh
e,
+ senh
e,
(3.36) (
Para essa equação, empregamos somente dois termos da (
Resolvendo simul t aneamente, 3 . 35 e
(
e b - a flexa fo, medida entre uma linha horizontal que passa
e
Calcular o comprimento do condutor- para a situação pelo apoio inferior e o ponto mais baixo da curva do cabo; há
descrita no Ex.3.5, empregando as Eqs. 3.38 e 3.39. situações em que ela é importante, pois define o afastamento dos
e cabos a obstáculos que a linha cruza nesse ponto.
e
Solução:
Ve,.rernos a seguir a forma de deter"'3Tl.iná-las.
São dados: e
e
1.976,7144, A 350m e B = 40m
a - Pela Eq. 3.38:
e
Caso (a)
2 2
e L = / (40)2 + 4(1.976, 7144) ·senh -2-(-1-_9-;-�-�-7-1-44�) O cálculo rigoroso da flecha" fs é muito mais trabalhoso
e
b - Pela Eq. 3.39: d:esenvol vimento em série do segundo membro da Eq, 3.34, da qual
e L = I 2 2
(40) + (350) 1 +
l (350)
2 ) empregaremos apenas os dois primeiros termos. Teremos:
e
12(1.976,7144)
2
portanto
(x - xo)2 _ � = � _ �
e
Y = Ci [
2C12 ZC12J 2C1 C1 (3.40)
L 352,73225m (aproximado)
e Para o ponto B, com a mesma aproximação, y B· logo,
e B
2C1
A
2
Axo
(3.41)
e Vemos que, também nesse caso, ambas a,s equações dão
#
e
resultados inteiramente dentro das tolerâncias normais de problemas
Eliminando xo das Eqs. 3.40 e 3.41, �ncontraremos
e
práticos de engenharia. No caso, a relação B/A é relativamente
'--·
pequena,
relações
porém
B/A
típica de
elevadas, o
linhas
erro
reais.
pode ser
No entanto,
de ordem
em casos de
tal a afetar
-+) (3.42)
�-- _ ____.,-----,
( significantemente os valores das flechas. que é a equação-da-parábo·lã. em üesnível, com origem nas coordenadas
A' -
I
fs' = fs cos!p (3.50) \
r- r e
b - pela Eq. 3.49
e, simplificando, obtemos
e
�-
40
fo = fs ( 1
__B
7,7464(1 -
fs (3.46)
fo 0,6556m
4fs 4·7,7464
e
e .·
equação que, como vemos, é idêntica à Eq. 3.18b. Isso nos permite
e
concluir que o valor da flecha máxima em um vão desnivelado tem o
' Observa�:
mesmo valor que a flecha em um vão igual, nivelado.
Como complemento, analisando o cálculo da flecha pela e
Caso (b)
Da fig. 3.4, temos que
catenária, da Eq. 3.34
x-xg xo
e
y = C1 ( cosh -e -,- - cosh ---)
C1 (
(
..,
�fo = f e - B = - B (3.47) com y B para x = A, podemos obter:
(
Porém, da Eq. 3.29
/
xo -z-
A - C1 argsenh e
Ae =A+ 2hTo e
�
e
que, substituída na anterior, nos dá, levando em conta a Eq. 3.46
=
Usando os valores numéricos:
=-
A 350m, B = 40m e
e
fo fs + T6fs""" - 2
h . h )
(3.48) r
C1 1.976,7144m, chega-se a xo 50,1284m.
Através da equação simplificada (3.41}, xo = - 50,9102m. e
-� C,
Desta forma, fonclui-se que, devido a aproximação dos
e, finalmente, (
resultados, o desenvolvimento feito a partir da Eq. 3.42 é
l
(3.49) satisfatório.
(
l fi
f"
,· -·-�-
as aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condútores 1n
( Projetos mecânicos das linh
176
( lntercalamos n suportes de mesma altura, resultando em n-1 vãos d e
= A/(n+l), como mostra a fig. 3.5. Admitamos ainda
O PARA VÃO DESNIVELADO
comprimento a
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CAB que os suportes intermediários sejam rígidos e que o cabo possa
superio �:
a - Força axial no suporte deslizar 1-ivremente sobre esses suportes intermediários. Nessas
(
2
Ae·p
2 (3.32) condições, ele/tomará, em cada um dos vãos �ntermediários, a mesma
( TA= To+ 8To forma, isto é, descreverá curvas .iguais ..
e sendo:
2hTo (3.29)
Ae ;:; A+� T T T
T
( � V V
�
erior:
V
b - Força axial no suporte inf
A 8
r
V
To •o To To
V
pl �tp - hj
V
(3.33)
ll + �
\
( TB = To + V
/
º
r 1
()
Fig. 3.5 - Efeito da subdivisão de um vão por n apoios
d - Flecha: intermediári o s igualmente espaçados
li -
(:i.49)
1
fo = fs 4�s
1
fs verticais e também das forças axiais T. As forças verticais nos
apoios podem ser calculadas por
(1 VA VB pl
-2- " -zpa- (3.51)
em To
vamente pouGo freqüentes
"-
:r
(3.52)
isoladamente, p ois os pontos ponto dei,
'
- independentes sob O
s sao
admitirnos e nem os condutore
\_'
{I�ú
vista mecânic o . Os esforços s. forças verticais, uma vez que as comp?nentes horizontais To. das
derar essa -sucessão de vão
Daí a necessidade de se consi trações anulam-se. As forças serão, então,
..
s iguais
Primeiro caso: vãos e altura
imaginemos que, no vã o A, V= pl "pa (3.53)
Retornemos à f.1g. 3 1 e
.....----·· ------- �- --·-(_;.!
[:
Solução:
Dos exemplos anteriores para o vão d� �-�OOm, a �ração
a2 - Forças axiais:
e
horizontal era To= 1545kgf. Depois da subd1v1sao, precisamos TA TB To'
cos ex e
calcular o novo To da linha. Para isso, podemos usar o raciocínio
que segue. p-a
e
Eq 3.24:
Para O vão isolado, o comprimento do cabo é dado pela \ a= are
tg 2To,
are tg o, 7816.200=
2.1545
14,194º ,
e
5
e
L = A + donde e�
depois de subdividido, teremos A' = A/5 e L' L/5; logo Ta= 1.545/5
= 318, 72kgf e
e
TA
0,9695
L 8 (f' ) b - Estruturas intermediárias
2
A í
A
+
5 b1 - Forças verticais
e
5
35
V= ap 0,7816·200 = 156,32kgf
11:
ou
L
8[25f' )
2 �
b2-Forças ax1a1s
e
A +
3A
As mesmas que nas estruturas terminais. Comparando esses
l
resultados com aqueles obtidos no Ex. 3.1, verificamos que a
i e, portanto, f
2
25f' 2 , donde (
f'
f
subdivisão do vão trouxe não só uma redução nas cargµs verticais,
como era de se esperar, mas também nas cargas axiais, ou seja, da
solicitação nos cabos.
e
5 (
As flechas, por sua vez, ficarão bastante reduzidas,
Para o vão isolado, a flecha do cabó é dada pela Eq. pois ter,emos, nesse caso e
e
\
3.18b: I ,
f' f
pA
f = 8To
2 5
e
= = AIS;
Segundo caso: mesma altur� com vãos desiguais
e
logo,
Depois de subdividido, teremos f' f/5 e A' Vejamos- ·O que- ·ocorre quando. o, vão,. -A é· subdivid.ido-·,·por
estruturas desigualmente espaçadas. Para facilidade de raciocínio e
r consideremo-las, ainda, todas com as mesmas alturas, como mostra a e
fil --. fig. 3. 6._ e
e
f
5 8To
z
As forças horizontais To são constantes e iguais em
ou
pA 2
todas as estruturas e são
', absorvidas pelas estruturas terminais,
enquanto que, nas estruturas intermediárias,. elas anulam-se. As
e{
1 f 8(5To')
1
Projetos mecânicos das linhas aérea
s de transmissão
"· \,
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 181
. -,
180
Exemplo 3.9
T, T,
Calcular as forças verticais e ax1a1s nos condutores
v, junto ao ponto de suspensão de uma estrutura que é ladeada de vãos
a1 = 300m e a2 = 500m e cujas estruturas adjacentes estejam na
To
mesma altura. O cabo é o· mesmo dos exemplo� anteriores e a tração
horizontal é de �.545kgf. Obter também as fl�chas.
e
ó'/_-//-"'77..::-/�;'/...-/,:::,,1t=' - /.='/-=-:-;,ê"//.:::;:,',.t:;l/.=-1- .,:
Solução:
( /,(: !:;'/..:;//.-7','-7/-=:7,"!::""/,
a - Pela Eq. 3.54, temos
l
º' a2 0
V = p = 0,7816 ( 3 0;500 J = 312,64kgf
( _____A
1 ( .ª1 ;
·-·de�iguais b - Forças axiais, lado do vão menor (T1)
( Fig. 3.6 - EfeiLo da Subdl. -visão de um vão por n vãos \
e T1 =
To
coso::
are tg 0,.7816 • 300
"
2•1.545 4,3395•
�logo,
proporcionais aos
verticais nas estruturas terminais são
1. 545
forças Ti = 1.549,44kgf
0,9971
semivãos vizinhos
Lado do vão maior (T2)
VA
ª' P e VB
a3
P "= are tg 0,7816·500 = 7,2081•
- 2- - 2- 2· 1. 545
(
enquanto que as verticais que atuam sobre as estruturas
forças
logo, .-,
dos pesos dos cabos dos dois T2 = 1.557,3073kgf
intermediárias são igua is à soma
e - Flechas:
( semivãos vizinhos
V c = V2 + V3 P
la2 a3 �
-2- + -2-J
f1
8To
2
pa1 0,7816·(300)
8 · 1.545
2
5,6913m
2
, f2 = paz 0,7816· (500) 2 = 15,809m
ou genericamente '\
I
8To 8·1.545
Pelos resultados de (b), vemos que os cabos dos lados
(3.54) dos vãos maiores são os mais solicitados junto às estruturas de
V [kgf] suspensão.
Terceiro caso: vãos.� e._ aLt.ur.as. .de.s..iguais. .. _
axiais Ti e TJ serão também diferentes,
As trações
Finalmente, cu mpre-nos analisar o caso mais geral e
maiores.
sendo maiores nos cabos dos lados dos vãos r
também o mais freqüente nas linhas de transmissão; urna sucessão de
buir -se-ão na raz ãi dos
As flechas, por Su a Vez' dl·stri vãos desi�ais e cabos suspensos em alturas diferentes. A fig. 3.7
maiores, ou seja:
quadrados dos vãos. Serão maiores Ilos vãos mostra um trecho tipice de linha de transmissão que atravessa um
terreno acidentado
no qual essa situação normalmente poderia
(3.55)
2
f 1 = fJ
( :� )
""\ caso.
ocorrer. Examinemos caso por-
(
T1
r
182
. tos meca·n,·cos das·;inh
ProJe
as aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos cbndutores 183
e
de suspensão dos condutores. Portanto, não colabora com a (
Estrutura terminal A
horizontal To e·a uma
força de
componente da força vertical atuando-sobre a estrutura. Logo: e
t submetida a Uma tração = = (
valor pode ser VE VEr pne [kgf]
ssã o vertical, de cima para baixo, cujo
compre ores: (
Para cada um dos condut As forças axiais no cabo
'· são TED To e TEF,
calculado pela Eq. 3 31
respectivamenÍe, no lado dos vãos ªot e ªor· e
Vao = na·p
culada com o
A essa altura, cabe aqui a introdução de dois conceitos (
(TA) pode ser cal
:\ A força de tração no Cabo bastante importantes para os projetos das linhas: vão médio e vão (
\
auxílio da Eq 3.33 e Oa
é o vértice da catenária
equivalente.
gravante de uma estrutura. e
Estrutura intermediária B
vertic . VBA e Vsc. Como Ae/2 > ªse' 0
ais
- Vão médio de uma estrutura e
Atu am as for ças \
(
e B; logo, É igual à semi-soma dos-vãos adjacentes a ela.
vértice da cat ená ria equ ivalen te está "atrás" do suport
e
e
or:
atuante será, por conC a1 + aJ
Vsc < O. A força vertical am 2
[m] (3.56)
transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutor&s 185
da;· linhas aéreas de
Projetos mecânicos
( 184
e
(
A
1 J
•,'
11
1,
(
(
-
( \ 1
(
! tj
º1
®
.?1 \ Fig. 3.8 - Situação de arrancamento
( ,i-
"w
e
,, forças verticais, VaA e ·vec dirigidas de baixo para cima,
"'�
m
e.
tendendo a ?U�ndê-la:
.,�
e\ "'
•
Vs = - (VBA + Vac)
..
m
(
'>o"' necessidade. Ocorre, no entanto, em linhas primárias rurais, não
"•
sendo raro observar-se um ou mais isoladores arrancados de seus
.1
e
o
(
-� -- i '"'o acima da cruzeta da estrutura.
e •o·
Exemplo 3.10
e
(. �- 1
b() t aAB 234m;
ase= 175m;
hAB = 15,4�m_;
hsc = 25,30m;
na = 31m;
nb 95m;
mb = 203m.
me = 276m.
:��
j, '
�(
e
e
Projetos mecânicos das 1fnhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecánico dos cof1dutores 187
186
e
b2 - estrutura B
ac = mb - nb = 203 - 95 =·108m;
e
2 2
feBC pAeBC 0,7816·(552,34)
b3 - estrutura C 8To 8· 1. 020 29,22m
aG = me + nc = 276 + 197 = 473m; logo,
e
b4 - estrutura D
ac = md + nd = 290 + 152 = 442m;
r
TBC To + (feBC - hBc)p = 1.020 + (29,22-25,30)·0,7816
e
bs - estrutura E
ac =O + ne =O+ 2 14 = 214m.
TBC 1.023,07kgf
e
\. d2 - estrutura C - tração no cabo no vão C-B (3.32} l
ll
c - Cargas verticais Sobre as estr
c1 - estrutura A
uturas - por condutor: TCB =To + feBC·p f 1.020 + 29,22·0,7816 = l.042,82kgf
tração no cabo no vão �-D
/ .,. e
i: VA. = paG = 0,7816·31 = 24, 22kgf l_; 1
·\
(
'----" >'2/ 1
.
:r7.J - < · --------- �---- -f=--::::�, .·::--
'i
'
/-
Estudo do comportamento mecânico dos condutores
189
'
\ mecânic os das .linh
as aéreas de trans
miss ão
Projetos
188 a - Condição de flecha máx ima:
2· 14, 75· l. 200 = 556,88m
L 2hcd·To 476 + 47 6.0,78 16 197•0,7816 22, 8 ·1020 = - 41,06kgf
1 AeCD acd + acdp VeA· = 2 197
2 154·0,7816 19,6•1020 = - 69,63kgf
2 (556, 88)
0 ,7 8 1 6 · = 29,70m Vsc = 154
pAeco 2
feCD 8To
8· l. 020 logo,
VB no,69kgf
logo, 14, 75) : 0 , 7816
1. 020 + (29, 70 -
min
(fe cD - hc d)p =
+ dos
TCD =To ou seja, a est rut ura dev erá absorver em .cada ponto_ de fixação
b de
TCD = l.031, 68kgf cabos , uma força vertical, dirigida de aixo para cima, no total
110,69kgf.
ação no vão D-C
d4 - estrutura D: tr 1043,21kgf
( 020 + 29, 70 ·0, 781
6
b - Condição de flecha mínima:
TDC =To+ f e CO'P = 1.
e tração no vão D-E,
\
VBA
197·0,7816
2
22,8·2120
197·
- 16 8,37kgf
('
'".J
2hde ·TO
2· 8 ,30·1.020 292,80m
= 152 + 152.7 8 16 154·0,7816 29,6·2120 = - 209,63kgf
AeDE = ade +
ade'P Vsc = 2 154
�
logo,
p·Aede
2 0,7 8 1.6· (292, 8 / 8 ,20 m
feDE .·8 · 1.020 VB - 378kgf
8To max
logo, ,
= 1020 kg f ; A condição de fl echa m1n1ma e, como veremos mais
1020+(B,20-B, 20 )p . 1m da
T + (f.,.-h,.)P = adiante, aquela que ocorre sob tempertturas ambientes m1n as
·.' l nessas ,.co dições que o
região atravessada ....E...e as linhas.
0
1026,4 kgf'.
n
( , 81 6 •8, 2:Ó
ºp= 1020 +0 7
arrancamento é ;máxim�
Tm:: = T0 + f.a.-f-ede
( 1 , ., , i\
2. Forças axiais nos condutores
\ Para se u cál cu 1 o_, empre garemos a Eq.. 3 .33. Para
Exemplo 3.11 apresentam "uma
rtes de uma li nha, A, B, e C, condiç ão aplica' - 1a , devemos calcular os vãos e fl e chas equivale ntes ,
( Três supo na Fig. 3. 8 . Na
o a mo st ra da gf e, na empregando as Eqs. 3. 29 e 3.18b:
condição de arrancamento o horizontal nos cabos é de 1.0ZOklcular as
com
( çã
de flecha máxima,a tra ima, a tração é de 2.120kgf.
Ca
e , nas duas 2he.b·To 2hbc·To
condição de flecha mín x1a1s ncs cabos São dados ,•('eAB = aab + e AeBC abc +
e tra ções a aab·p abc'P
forças de arrancamento s anteriores. /·
mesmo dos exemplo
( condições. O cabo é o
(obtidos graficamente ): a - Condição de flecha máxima:
197m; hab = 22. sm ;
( 2·22,8·1 0 20
aab AeAB = 197 + = 499, 07m
( .
abc 154m; hbc = 19, 6m .
197·0,7 816
2·19, 60 ·1020
(
'l AeBC = 154 + 154•0,7816
486,19m
Solução:
1. Forças verticai.s
tical tr ansmitida indivi
dualmente r b - Condição de flecha mínima
2·22,8·2120 = 824, 84m
A força axial ver = VeA + vec, AeAB 197 + .
ura B é dad a na Eq:'· 3. 57 por Ve 1 97·0,7816,
pelos cabos à estrut o da Eq. 3.31
sendo VBA e Vsc calculáveis por mei 2·19,6i/2120 8 44, 43m
AeBC = 154 +
abc'P 15 4 •0,7816
aab·p hab•To e Vec = 2
2 aab
\
190 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
_ y, ..
191
', !
Flechas nos vãos equivalentes
a - Condição de flecha máxima: RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA
.-� -· VÃOS CONTÍNUOS
O, 7816· (499,07)
2
p(AeAB)
2
23,86m
feAB =
8To 8·1.020 1 - Alturas iguais:
1 1.a - Força vertical num apoio: (
o,7816· (486,19)
1 2
p(AeBC)
2
22,64m V = .P ( ai
; aJ
(
ÍeBC
8To 8·1,� J [3.54)
(
b - Condição de flecha mínima:
1.b - Força axial no lado do vão
To
i:
e
feAB
p(AeAB)
8To
2
0,7816· (824,84)
8·2.120
2
31, 35m
Ti
coso.: " = arctg (�
pai J (3.52) e
1.c - Flecha no vão i: (
!· p(AeBC)
2
0,7816· (844,84)
2
32,86m
f1 p.a1
8To (3.18b)
e
• 8To 8·2.120
feBC
I (
i
t
1
i as máximas, pelo�
2 - Alturas desiguais:
e
e
Obs: as flechas mínimas são maiores do que 2.a - Força vertical num apoio:
f
l.
!"
'
i1
fato de serem as "equivalent�s"
1
!
i e
Tac To+ (feBC - hBC)p 1.020 + (22,64 - 19,6)·0,7816
2.c - Força axial no suporte infe
2
TAB =To+ p ( Ae ·p
8To
rior (A): (
(
Tac = l,022,38kgf
- hAB]
(