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PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS

AÉREAS DE TRANSMISSÃO
PAULO ROBERTO LABEGALINI
Professor Adjunto da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá

JOSÉ AYRTON LABEGALINI


Professor Auxiliar da
Escola Federal de Engenharia de lt�jubá

RUBENS DARIO FUCHS


M. Se., Professor Livre�Docente da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá

MÁRCIO TADEU DE ALMEIDA


M. Se., D. Eng., Professor Titular da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá

PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS


AÉREAS DE TRANSMISSÃO

2� Edição

��
EDITORA EDCARD BLÜCHER LTDA
Prefácio da primeira edição
Livros, tratando especificamente dos.projetos mecânicos
das linhas aéreas de transmissão, têm sido publiCados em vários
países, principalmente na Europa. Certos aspectos do problema,
estretanto, aparecem somente em algumas publicações das .mais
variadas origens, nem sempre acessíveis a quem delas necessite.
Essa dificuldade ficou patente aos autores, ao receberem o encargo
de preparar um curso, em nível de graduação , -a ser ministrado aos
alunos da Escola Federal de En&enharia de Itajubá, visando.
especificamente ao preparo dos mesmos para essa área da técnica.
Tal fato, levou ao preparo de notas de aulas que servlssem de apoio
© 1992 Editora Edgard Blücher Ltda. aos alunos. Essas notas foram sendo ampliadas, através do enfoque

É proibida a reprodução total ou parcial


de
. '·
novo!? tópicos considerados importantes. Foram igualmente
por quaisquer meios utilizados em cursos de especialização técnica para engenheiros
sem autorização prévia da editora promovidos pela FUPAI, Fundação de Pesquisa e Assessoramento à
Indústria, com larga aprovação de algumas centenas de
EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.
participantes. O presente texto é conseqüência da experiência
01061-970 - CAIXA POSTAL 5450
acumulada durante esse período de prova. Com ele, os autores
END. TELEGRÁFICO: BLÜCHERLIVRO
SÃO PAULO - SP - BRASIL esperam dar aos engenheiros brasileiros uma boa base para o
desenvolvimento de seus trabalhos no setor, tendo-se em vista que o
número e a quilometragem de linhas a serem projetadas e construídas
Impresso no Brasil Printed in Brazil deverão c.rescer exponencialmente, face ao tipo de energia primária
àe que devemos dispor preferencialmente.
Os autores reconhecem que, hoje, uma elevada
porcentagem de projetos de linha é feita inteiramente por meio de
computadores digitais. Isso não invalida o presente texto, pois
�tanto usuários de programas como analistas de projeto, ou
executores de linhas, têm necessidade - e mesmo obrigação de
conhecer os fundamentos que originam tais programas.
E, àqueles que se vêem obrigados a projetar linhas de
transmissão sem terem acesso às citadas máquinas, acreditamos estar
servindo ainda mais.
Prefácio da segunda edição
A presente publicação deve-se principalmente ao
entusiasmo do amigo e colega, engenheiro Amadeu C. Caminha, cujo Esgotada a primeira E:dição sua simples reimpressão
incentivo foi decisivo e a quem os autores apresentam seus c.eria sido o caminho mais fácil, tanto,.para os autores, como também
agradecimentos. para a Editora. Não atenderia, porém, aos interesses dos leitores e
nem aos propósitos dos autores em proporcionar um .texto atualizado
Itajubá, 1981 que abrangesse a evolução registrada nos últimos anos nessa área da
Engenh_aria Elétrica.
A aprovação e registro pela ABNT da norma NBR 5422/85,
em substituição à norma NB 182/72, exigiu substanciais alterações
no texto. Novos tipos de condutores e novos conceitos de
estrututras passaram às práticas construtivas. Isso levou os
autores a repensar-- na E>bra .em- todos os se�s aspectos., inclusive na
ordem da apresentação dos diversos assuntos, resultando numa nova
distribuição da matéria nos capítulos, em geral aplicada em seu
conteúdo.
A continuada experiência em cursos de graduação e de
especiai'ização (estes ministrados principalmente a engenheiros sem
formação específica em sistemas de energia elétrica), mostrou ser
desejável uma introdução conceituando os sistemas comerciais de
energia, corno também um detalhamento maior dos equipamentos e
materiais que constituem as l_inhas elétricas em altas tensões e em
extra-altas tensões. Disso resultou um Cap. 1 aparente�ente
extenso, .�a.s __ qu�, no entanto, contém apenas as informações que
foram consideradas úteis.
•O Cap. 2 aborda com bastante clareza a maneira de se
estimar as forças atuantes sobre as linhas e dá um tratamento mais
atual e objetivo ao cálculo das deformações elásticas e plásticas
dos condutores.
O Cap. 3 aborda a matéria anteriormente coberta pelo
Cap. 1, com alguns novo s enfoques.
No Cap. 4, co mo naquele da primeira edição, é
apresentado um roteiro para a realização de um projeto de cabos de
uma linha. Seus principais aspectos são discutidos, com ênfase para
os itens que exigem tomadas de decisão do s projetistas.
No Cap. 5, as estruturas de sustentação dos cabos são
es tudadas com maior abrangência.
Principais símbolos empregados
O Cap. 6, vibrações nos cabo s, foi completado e
atualizado.
Símbolo Unidade Significado
O Cap. 7 foi quase todo remodelado no estudo das
fundações de estrutruras. A m Vão isolado - distância entre duas es­
Como outra novidade, decidiu-se
apr�sentar alguns truturas genéricas
2 Arca dos perfis da estrutura exposta
A
programas de computadores digitais, para facilitar os,trabalhos de ao vento
cálculos dos projetistas. Optou-se po r uma linguagem compatível com Ae m Vão niv_elaào equivalente a um vão des-
nivelado
a maioria dos microcompútadores e das calculadoras progr·amáveis, o Ar m v:;,.o regulador
"Basic". a m v�o básico para cálc,ulo
a m Dimensão da Caixa da estrutura
Este trabalho teve a colaboração de mui tos, aos quais ª' J m Vão entre as.estruturas i e j de_ um vão
continuo
os aut o res aqui registram seus agradecimento s. Ao Pro f. Robson
acr m Vão crítico de uma linha
Celso Pires, pelo preparo dos programas para o cálcul o dos ac m Vão gravante ou vão de peso
alongamentos permanentes. A Srta. Ilse Mota, pela caprichosa am m VJo médio ou vão de vento
B m L�rgura da base da estrutura
datil o grafia de parte do texto. Ao aluno da EFEI, Robson Pimenta, e 1:/ \ m Dimensão da caixa da estrutura
à Srta. Carla Andréa de Lima Ribeiro pela digitação e a o desenhista t Coeficiente de forma da estrutura
e Constante de integração
Sr. Argemiro do Santo s pela preparação dos desenhos que ilustram o e m Parâmetro da catenária
livro. Ck Coeficiente de Karman
2 Coeficiente de solo
Ct kgf/cm
Itajubá, março de 1992 e m Dimensão da caíxa da estrutura
Do m Distância de· descarga
( 7 9 Q ano da fundação da EFEI) Du Distância igual à tensão nominal da LT
m
DT m Di stância disruptiva
d m Diâmetro nominal d o cabo
de cm/kV Distância dé ··e-scoamento específico
dpr m Distâ ncia do pára-raio ao condutor
E 2 Kódulo de elasticidade do cabo
kgf/mm
E1 2 K?dulo de elasticidade inicial
kgf/mm
Símbolo Unidade Significado Simbolo Unidade Significado
2
Er kgf/mm Módulo de elasticidade final Po kgf Peso da grelha
ep m Espessura do poste pi kgf Peso da cadeia._pe isoladores
F kgf Forças definidas em cada caso PT kgf Peso de terra ',,
FA kgf Força horizontal na estrutura devido P(V) Probabilidade de um vento de velocida­
à mudança de direção dos cabos de V ser igualado
Fv kgf Força de vento resultante transmitida pop, kgf/m Peso por metro linear de cabo
à estrutura (i = 1, 2, 3, 4, ... )
f Hz Freqüência de vibração pr kgf/m Peso virtual de um cabo sob a ação do
f m Flecha de um cabo suspenso vento
fe m Flecha de um vão equivalente qo kgf/m
2
Pressão do vento no cabo
fn Hz Freqüência natural de vibração de um 2
q kgf/m Pressão de vento na estrutura
cabo q Coeficiente de amplificação de vibra­
fs Hz Freqüência de vórtices de Strouhal ção no condutor
fv kgf/m Força do vento por unidade de compri­ q kgf/m Carga distribuída numa grelha
mento R Coeficiente de área líquida de uma gr�
H kgf•s/m Coeficiente de auto-amortecimento do lha
condutp·r Re Número de Reynolds
H m Altura da estrutura rk m Raio de giração do perfil usado na es­
hi J m Desnível ou diferença de_, nível entre trutura
2 2
os suportes i e j s m ou mm Área da seção transversal nominal do
hs m Altura de segurança cabo
I cm 4 Momento de inércia da seção reta do T kgf Tração axial num condutor-força de ci­
condutor salhamento no perfil da estrutura
K Coeficiente de segurança To, kgf Componen·te horizontál de tração axial
KHT; KR; KHc; KLR Fatores de correção para a determina­ num condutor (i = 1, 2, 3, ... )
ção do vento de projeto Tmsx kgf Valor máximo da tração admissível no
Ka Parâmetro de vibração perigosa cabo
K Constante de fluência Tr-up kgf Carga de ruptura
L m Comprimento do cabo Tv s Período de duração da vibração
1 m Comprimento do poste Te s Período de observação da vibração
lr m Comprimento de flambagem t m Profundidade do bloco da fundação
M kgf.m Momento de tombamento t\ s Tempo
Mt kgf.m Momento fletor 'ti oC Temperatura
Mt Momento de torção tmf)n ,e Média das temperaturas mínimas anuais
m kg/m Massa por unidade de comprimento V m/s Velocidade do vento
rn1. , mJ m Distâncias horizontais dos vértices Vmsx kV Tensão elétrica máxima
das curvas aos pontos de suspensão
mais altos Utr m/s Velocidade transversal da onda de vi­
N kgf Esforço normal no perfil da estrutura bração
N1 Número de isoladores V Componente vertical da força axial
n Número de cabos V Velocidade do vento
n1, nJ m Oistã.ncias horizontais dos yértices V Volume de material
das curvas aos pontos de suspensão v,o km/h Velocidade do vento normalizado a 10m
mais baixos de altura e tempo de resposta do anemô
p kgf Carga vertical na fundação metro de 2s
pc kgf Peso do condutor Vp km/h Velocidade do vento de projeto
Símbolo Unidade Significado Símbolo Unidade Significado

km/h Valor médio das velocidades máximas 2


O"l, 2, 3 kgf/cm Tensões no solo
anuais do vento 2
3 O'• kgf/cm Pressão média no solo
cm Módulo de resistência do perfil da es­ 2
O'c kgf/cm Tensão de compressão no solo
trutura 2
Tensão de flexão longitudinal
O'L kgf/cm
X m Distância horizontal de um ponto P 2
O"mSx kgf/cm Tensão máxima
qualquer a um ponto de suspensão de um 2
O'l kgf/mm Taxa de trabalho n�s cabos tensionados
cabo 2
O'R kgf/cm Tensão de ruptura do concreto
y m Amplitude de vibração 2
O't kgf/cm Tensão de flexão transversal
y m Distância vertical de um ponto P qua�
O'v Desvio-padrão para ventos de intensida
quer a um ponto de suspensão de um c�­
de máxima
bo 2
O's kgf/cm Pressão máxima admissível do solo
graus,rad Ângulo vertical entre a força de tra­ 2
O'sh kgf/cm Pressão máxima admissível horizontal
ção axial T com urna horizontal do solo
ex graus,rad Ângulo de vibração
T Período percentual de vibração
ex
ex
graus Ângulo de deflexão da linha
Coeficiente de efetividade do vento so
,. % 2
kgf/cm Tensão de aderência entre concreto-aço
Tt Desvio-padrão das terrtper.aturas mínimas
bre os -cabos plurianuais
1/oC Coefi·c::'iente de expansão térmica linear
'P Índice de fluência
inicial
extr
w rad/s Freqüência circular de vibração
Coeficiente de expansão térmica linear
final
/l lndice de fluência
/3 graus Ângulo de talude
r
' graus
Circulação
Ângulo que um cabo, sob a ação do ven­
to, faz com a vertical - bal_anço da

't, - graus
cadeia
lndice de fluência
Variação de uma grandeza: por ex.,
àt = variação de temperatura
t, mm/mm Elongação total de um cabo
bteq o( Variação de temperatura equivalente a
urna elongação
õ Diferencial
3
li kgf/m Peso específico de um material
Õp mm/mm Elongação de um cabo por mudança do mó
dulo de elasticidade
" mim Variação de comprimento de um cabo
" mm/mm Elongação devido à fluência
Tj Amplitude relativa de vibração
e o( Temperatura na fluência
À m lndice de esbeltez do perfil .metálico
À m Comprimento da onda de vibraç-ão
3
p kg/m Massa especifica do ar
:!: Somatório de uma grandeza: por ex.,
=
:I:F' somatório das.forças
Conteúdo
PREFÁCIO
PRINCIPAIS SÍMBOLOS EMPREGADOS

CAPÍTULO 1- Introdução à transmissão de energia elétrica


por linhas aéreas de transmissão

1. 1 GENERALIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ·7
1.2 TENSÕES DE TRANSMISSÃO - PADRONIZAÇÃO ................... 4
1.3 FORMAS ALTERNATIVAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .. 8
1.3.1 - Transmissão em corrente contínua em AI e TEE .......... g
1.3.1.1 Esquemas de transmissão a CC .. . . . . ·: . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3.1.2 - Vantagens e desvantagens ............................ ;:
1. 3.1.3 - Principais aplicações da tr..ansmissão em CC .......... '::
. /,

. - po l'f'
'� . 3. 2 - T ransm1ssao .
1 as1ca
.
d e or dem superior ............. . lo
1.4 - COMPONENTES DAS LINHAS ÁREAS DE TRANSMISSãO ............. 17
1. 4.1 - Condutores ............................................ J 9
1.4.1.1 - Padronização de dimensões de fios e cabos ........... 23
1. 4. 1. 2 -/J;ipos de cabos para condutores de linhas de
·· transmissão ......................................... 2-r
1.4. 1. 3 Cabos para pára-raios ............................... 32
1.4.1.4 - Capacidade térmica dos cabos - Ampacidade ........... 33
1.4.1.5 - Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões38
1.4.2 - Isoladores e ferragens ............................... . 42
1.4.2.1 - Tipos de isoladores ................................. ��
1.4.2.2 - Características dos isoladores de suspensão ......... n
1.4.2.2.1 - Número de isoladores em uma cadeia de suspensão ... �9
1.4.2.3 - Ferragens e acessórios . , ............................ 51
1. 4. 2.3. 1 - Cadeias de suspensão .............................. 52
1.4.2.3.2 - Cadeias de ancoragem .............................. 57
1.4.2.3.3 - .Emendas dos cabos ................................. 59
l.4.2.3.4 Dispositivos antivibrantes ......................... 67
1.4.2.3.5 Espaçadores para condutores múltiplos .·:':........... 62
1.4.2.3.6 Sinalizacão de advertência ........................ 63
1.4.3 - Estruturas da linhas ..................................64 CAPÍTULO 3 - Estudo do comportamento mecânico dos condutores
1.4.3.1 - Dimensões básicas de um suporte .....................65
1.4.3.1.1 Efeito dos cabos pára-raios ........................66 3. 1 - INTRODUÇÃO ............................................... 152
1.4.3.1.2 Altura das estruturas .......................... . 66 3.2 - COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS - VÃOS ISOLADOS ........ 753
1.4.3.1.3 Distâncias entre partes energizadas e partes 3.2.1 - Suportes a mesma altura ................... . . . . . . . . . . . . . 154
aterradas dos suportes ............................69 3.2.1.l - Equações dos cabos suspensos ................ ····159
1.4.3.1.4 Disposição dos condutores nas estruturas ......... . 72 3.2.2 - Suportes a diferentes alturas ......._ .................... 7 64
1.4.3.1.5 Classificação das estruturas em função das cargas 3.2.2.1 - Comprimentos dos cabos de vãos em desnível ........... )69
atuantes ......................................... . 74 3. 2.2.2 - Flechas em vãos inclinados ........................... 772
1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de 3.3 VÃOS CONTÍNUOS ........................................... 176
resistir .......................................... 77 3.4 EFEITO DAS MUDANÇAS DE DIREÇÃO ..... ...................... 791
1.4.3.1. 7 Materiais estruturais ............................ . 82 3.5 INFLUÊNCIA DE AGENTES EXTERNOS ........................... 793
1. 5 - BIBLIOGRAFIA ........................................... . 84 3.5.1 Efeito do vento sobre os condutores .................... 794
3.5.2 Efeito da variação da temperatura ......................200
3.5.2.1 - Equação da mudança de estado - vão isolado ........ . . . 201
3.5.3 Influência da variação simultânea da temperatura e da
CAPÍTULO 2 - Elementos básicos para os projetos das. linhas carga de vento - vão isolado ...........................206
aéreas de transmissão 3.5.4 Influência da variação das temperaturas e da carga de
vento sobre estruturas em ângulo ...................... . 210
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................8 7 3.5.5 Efeito da variação da temperatura sobre vãos isolados
2.2 - CONSIDERAÇÕES- SOBRE A SEGURANÇA . DAS LINHAS ..............89 desiguais ..................................' ............212
2.3 DETERMINAÇAO DOS ELEMENTOS SOLICITANTES .................92 3.5.5.1 - Efeito da variação da temperatura sobre vãos
2.3.1 Determinação das temperaturas necessárias aos projetos 93 adjacentes desiguais .................................275
2.3.1.1 - Método estatístico ..................................93 3.5.6 - Vãos contínuos - vão regulador ......................... 22 2
2.3.1.2 - Método direto ou gráfico .................e ......... ,96 3.5.7 - Efeito das sobrecargas de vento sobre vãos desiguais ... 227
2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto ....�7 3.6 - BIBLIOGRAFIA .............................................229
2.3.2.1 Efeito da rugosidade dos terrenos ............ . . . . . . 105
2.3.2.2 Velocidade básica de vento ......................... ,06
2.3.2.2.1 - Método estatístico .............................. . 107
2.3.2.2.2 - Método direto ou gráfico ....................... . . 110 CAPÍTULO 4 - Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
2.3.2.3 - Velocidade do vento de projeto ................... . . 111
2.3.2.4 - Velocidade básica com período de retorno qualquer . . 113 4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................. . 231
2.3.2.4.1 - Método estatístico .............................. . 113 4.2 - ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DOS SUPORTES ......................232
2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico ........................ . 113 4.2.1 - Trabalhos topográficos .................. , ............. . 232
2.3.3 - Determinação da pressão do vento .................... . 116 4.2.2 - Fatores que influenciam o projeto ......................236
' '
4 .2 . 2. 1 - Montagem
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO .................... . 117 dos cabos ...................................239
2.5 - FATORES QUE AFETAM AS FLEXAS MÁXIMAS DOS CABOS ....... . . 120 4 .3 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CABOS .....................253
2.5.1 - Temperatura máxima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 4. 3.1 - Elementos básicos ......... ............................ . 254
2.5.2 - Características elásticas dos cabos ............. . . . . . 121 4.3.1.1 Escolha da condição regente do projeto .............. 255
2. 5. 2. 1 Deformações plásticas e modificação no módulo de 4.3.1.2 Vão básico ou vão de projeto .........................260
elasticidade em fios metálicos ................... . . 122 4.3.1.3 Tratamento dos cabos durante a montagem ............ . . 264
2.5.2.2 Diagramas tensões - deformações em cabos .......... . 125 4.3.1.4 Cálculo da curva de locação e confecção do gabarito ..267
2.5.3 - A fluência metalõrgica ............................... 129 4.3.1.5 - Métodos de empregos dos gabaritos ................... . 27 3
2.5.4 � Cálculo dos alongamentos permanentes ...... : ......... . 134 4.3.1.6 - Projeto de distribuição ..............................210
2.5.4.1 - Método convencional ............................... . 135 ,.4 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ...............................
".
212
2.5.4.2 - Métodos recomendados pelo �G-22 do CIGRÉ ......... . . 141 4.4.1 - Enunciado específico ........................· .....': :··.. _,.__ 282
4.�.2 Determinação da velocidade de vento do projeto e forças
2.5.5 Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento
permanente ........................................ . . . 146 resu1. tantes da ação do vento ...........................215
4,4.3 - Dimensões básicas das estruturas .......................286
! S 6 Características térmicas e elásticas dos cabos ....... 749
!,_4_4 - Escolha do vão básico para cálculos .................... 289
4.4.5 - Hipóteses de cálculo e condição regente de projeto..... 290 6.1. 2. 2 - Galopping ou galope........................ ·....... · · 366
4.4.5.1 - Para os cabos condutores ............................. 290 6.1.2.3 - Oscilações de rotação................................ 367
4.4.5.2 - Para os cabos pára-raios................... : ......... 294 6.1.3 - Efeitos das vibrações................................ : .367
4.4.6 - Confecção do gabarito.................................. 296 6.2 - ESTUDO GENERALIZADO DAS OSCILAÇÕES EM LINHAS DE TANSMISS AO
4.4.6.1 - C álculo das flechas para o gabarito.................. 300 COMOVIBR AÇÕES AUTO�EXCITADAS .................... ........ 368
4.4.7 - Tabelas ou curvas de flechamento dos cabos condutores.. 304 1. 6.2.1 - Introdução ao problema......... ·,....................... 368
4.4.7.1 - Tabelas de trações em função das temperaturas ........ 305- 6.3 - ESTUDO DO FENÔMENO DAS VIBRAÇÕES POR,VÔRTICES ............ 374
4.4.7.2 - Tabelas de flechas em função das temperaturas e vãos. 306 6.3.1 - Descrição matemática.............. :............... ..... 374
4.4.8 - Tabelas de flechamento dos cabos pára-raios... ......... 308 6.3. 2 - Origem hidrodinâmica das vibrações eólic.as............. 376
4.5 - BIBLIOGRAFIA............................................. 31 O 6.3.3 - Desenvolvimento da vibração eólica em um vão de linha
de transmissão......................................... 380
6.4 - AUTO- . - CONDUTORES................. ........ 315
AMORTECIMENTOEM 383
CAPÍTULO 5 - Estruturas para linhas de transmissão 6.5 - INTENSIDADE DE VIBRAÇAO..................................
6.6 - CRITÉRIOS DE VIBRAÇÃO PERIGOS A ....................... .... 388
5.1 - INTRODUÇÃO............................................... 31 5 6.6.1 - Prognóstico do nível de vibração.............. ......... 388
5. 1. 1 - Classificação .......................................... 315 ó.6.2 - Critério de vibração perigosa........................... 389
5.1.2 - Materiais estruturais............................ ,..... 376 6.6.3 - Ruptura dos condutores.......':......................... 392
5.2 - ESTRUTURAS TRELIÇADAS EM AÇO GALV ANIZADO ............... .. 318 · 6. 7 - TENSÃO MECÂNICA E DISPOSITIVOS PARA FIXAÇÃO DOS CONDUTORES397
5.2. 1 - Elementos.............................................. 323 6.8 - AMORTECEDORES DEVIBRAÇÃO................. .'............. .401
5. 2. 1.1 - Membros..............................................323 6. 8.1 - Introdução.................................. · ......... ..401
5.2.1.2 - Conectores ou junções./............................. .325 6.8.2 - Tipos de amortecedores................................ . 402
5. 2. 2 - Normas e recomendações ;...................., ............ 3 2 7 6.9 � RESUMO PRÁTICO DE VIBRAÇÕES............................. . 413
5.2.2.1 - Índice de esbeltez ........................ ,........ .. 327 6.9.1 - Introdução............................. ................413
5.2. 2. 2 - Perfilados mínimos........................ :......... , 3 Z8 6.9.2 - Posição do amortecedor no vão.................. ........420
5.2.2.3 - Conectores.......................................... 328 6.9.3 - Modelo matemático de um amortecedor stockbridge ..... ...424
5.2.2.4 - Marcação............................................ 329 6.9.4 - Amortecedor tipo festão ................................ 427
5.2.2.5 - Parafusos .......................................... 329' 6.10 - PROTEÇÃO AO LONGO DE VÃOS DE TRAVESSIAS ................. 429
5.2.2.6 - Proteção â corrosão .................................. 3 29 i 6.11 - VIBRAÇÕES EM SUBVÃOS.................................. .. 430
5 . 2. 2. 7 - Compacidade..........................................3 3 O i 6.12 - RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE VIBRAÇÃO E DEFORMAÇÕES.......... . 432
5.2.2.8 - Esbeltez efetiva.................................... . 331 t 6.13- ESTUDOS SOBRE VIBRAÇÕES NAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
5.2.2.9 - Formulârio para compressão........................... 332 ! NO BRASIL .............................................. 436
5.2.2.10 - Ação do vento.......................................3331 6.1.; - BIBLIOGRAFIA.................................. ·. · · · · · · ·.439
5.2.2.11 - Análise dos esforços............................... . 334 f
5.3 - PROJETO.................................................. 335 f CAPÍTULO 7 -Fundações
5.3.1 - D�d�s prelimin�res................................ · ·... 335
5. 3.2 - H1poteses de calculo................................... 338 t.·
7. 1 - INTRODUÇÃO ...................................... ·... · · · · · 443
5. 3.3 - Cálculo dos esforços................................... 340
7.2 - ESFOR ÇOS NAS FUNDAÇÕES............................... .... 444
5.3.4 - Diagramas de carregamento............................. .341 �
7. 2. 1 - Compressão .................................... ·. · · · · · · 445
5.3.5 - Diagramas de utilização............................... . 343 ·
7.2.2 - Tracão ............................................ · · · · .445
5.3.6 - Roteiro para o projeto da estrutura metálica....... ....346
7.2.3 - Fle�ão ............................... ··················446
5. 4 - BIBLIOGRAFIA............................................ 363
7.2.4 - Torção ......................................... ······ ··446
7.2.S - Cisalhamento................................. · ·.. · · · · · ·446
7.2.6 - Empuxo..... : ......................................... · .447
CAPÍTULO 6 - Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 7· 3 - NOÇÕES DE GEOLOGIA............... :........... · · · · · · · · · · ·.449
7.3.1 - Tipos de terrenos de fundações.. .......................44 9
6.1 - INTRODUÇÃO............................................... 364 7.3.2 - Sondagem ........................................ ·.. · · · .45z
6.1. 1 - Comentários iniciais................................... 364 7.4 - MATERIAIS USADOS EM FUNDAÇÕES............................460
6.1.2 - Dimensões e causas das vibrações....................... 366 7.4.1 - Madeira................................................460
- _� ..., ·�-----
7.4.3 - Aço .................................................... 462

1
7.4.4 - Concreto ............................................... 465
7.5 - TIPOS ESTRUTURAIS DE FUNDAÇÕES ................... :........ 466
7.5. 1 Fundações simples ...................................... 46 7
7.5.2 Fundações fracionadas .................................. 467
7.5.3 Fundações de estaiamento ............................... 468
7. 5. 4 Fundações especiais .................................... 468
7.6 - TIPOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES .......................... 469
7.6.1 Plantio de postes ................·...................... 470 lntroducão à transmissão de
7. 6. 2
7.6. 3
Fundações em grelhas .................................... 4 7 3
Fundações em tubulão ................................... 4 7 5 energia elétrica por linhas
7.6.4
7.6.5
Fundações em sapatas de concreto ...................... . 476
Fundações estaqueadas ................................. 477
aéreas de transmissão
7. 6.6 Ancoragem em rocha ...................................... 4 7 9
7. 7 - EXECUÇÃO ................................................. 480
7. 7. 1 Locação ................................................ 4 8 J 1 . l - GENERAL IDADES
7.7.2 Preparação de terreno .................................. 4 8 J
7.7. 3 Execução ............................................... 482 As primeiras aplicações de caráter econômico de energia
7. 7. 4 Recomposição do terreno ................................ 486
7. 8 - MÉTODOS DE CÁLCULO ....................................... 4 8 7 elétrica datam de 1870, aproximadamente, época em que as máquinas
7.8.1 Método suíço ............... •............................. 490 elétricas (dínamos e motores de corrente contínua) atingiram o
7.8.2 Fundações tracionadas ....· ............................. ..496
7.8.3 Grelhas ................................................. 500 estágio que permitiu seu uso na geração e na utilização da energia
7.8.4 Tubulão .................................... , ........... 5 J 3 elétrica como força motriz em indústrias e nos transportes. A
7.8.5 Stub e cleats .......................................... 524 iluminação pública, com lâmpadas arco voltaico, apresentava-se como
7.9 - BIBLIOGRAFIA ............................................. 527
uma alternativa à iluminação pública a gás. ComR energia primária,
utilizava-se quase exclusivamente máquinas a vapor estacionárias,
ou locomóveis, queimando carvão ou lenha, em pontos próximos ao de
sua utilização.
Somente em 1882 é que foi constituida a primeira
empresa destinada a gerar e vender energia elétrica aos
interessaàos, agora mais facilmente utilizável, em virtude da
invenção da lâmpada incandescente por Thomas A. Edison. Foi o mesmo
Edison o autor do projeto e o responsável pela instalação da usina
da rua Pearl, em N. York, cujos dínamos eram acionados po� máquinas
a vapor. A rede de distribuição subterrânea abrangia uma área de
1600m de raio em torno da usina. A energia fornecida, em 110V de
corrente contínua era· para uso geral, abrangendo inicialmente a
iluminação pública e a residencial, além de umas poucas aplicações
de força motriz. A aceitação foi imediata e o sistema exigiu novas
adições. Isso ·só ·:·.era·.-;possi.vel ... ·,com,· a··-, cons·tr.uç_ão-<de. :· no:vas,:-··_centr,ais.•
2 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão introduçlio à transmissão de energia elétrica por li"nhas aérea s de transmissão
.
3

em virtude das limitações econômicas e técnicas impostas ao 1950 -entrada em serviço de uma linha de 1,000km de
transporte da energia elétrica a distâncias maiores. Esse fato , comprimento, 50Hz e 400kV, na Suécia;
!I ,por si só, constituía-se em importante limitação ao uso da energia 1953 -alcançada a tensão de 345kV nos Estados Unidos;
elétrica, sem atentar para o fato de que o potencial energético 1963 -energizada a primeira linha de SOOkV nos Estados
hidráulico estava fora do alcance, na maioria das vezes, como fonte Unidos;
de energia primária. 1965 -é energizada a primeira linha de 735kV no Canadá;
O emprego da corrente alternada foi desenvolvido na
França, com a invenção dos transformadores, permitindo o transporte A primeira linha de transmissão de que se tem registro
econômico da energia elétrica, em potências maiores e tensões no Brasil, foi construída por volta de 1883, na cidade de
mais elevadas a distâncias maiores, sem prejuízo da eficiência: no Diamantina, Minas Gerais. Tinha por fim transportar a energia
uso para fins de iluminação. Os direitos de uso desse sistema, nos produzida em uma usina hidrelétrica, constituída por duas rodas
·
Estados Unidos, foi adquirido por George Westinghouse em 1885 e d'água e dois dínamos Grame, a- uma distância de 2km,
que, já em início de 1886, instalou uma rede em CA para iluminação aproximadamente. A energia transportada acionava bombas hidráulicas
pública com 150 lâmpadas. em uma mina de diamantes. Consta que era a li�ha . mais longa do
Em maio de 1888, Nioo'la Tesla, na Europa, apresentou um mundo, na época [8].
artigo descrevendo motores de indução e motOres síncronos Uma rápida pesquisa na bibliografia disponível mostrou
bifásicos. o sistema trifásico seguiu-se, lo·go, com o ser difícil um levantamento geral das linhas construídas no Brasil,
desenvol virnento de· geradores síncronos e motores de indução. As suas datas e características, e, no relato que se segue, haverá,
vantagens sobre os sistemas de CC fizeram com que os sistemas de CA por certo, omissões.
passassem a ter um desenvolvimento mui to rápido. Inicialmente eram Em 1901, com a entrada em serviço da central
sistemas monofásicos e, em seguida, sistemas bi e trifásicos. hidrelétrica de Santana do Parnaiba, a então San Paulo Tramway
Líght and Power Co.. Ltd. co_nstruiu as primeiras linhas de seus
Registram-se:
sistemas de 40kV. Em 1914, com a entrada em serviço da usina
1886 -uma linha monofásica com 29,5km e capacidade de hidrelétrica de Itupararanga, a mesma empresa introduziu o padrão
transporte de 2.700HP, para Roma, Itália; 88kV, �ue até hoje mantém e que adotou também para subtransmissão.
1888 -uma linha trifásica, em 11.000V, com um comprimento de Esse padrão de tensão foi, em seguida, adotado pela Companhia
180km na Alemanha; Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana e,
1890 -primeira linha em CA, de 20km, monofásica no estado de através desta, pela USELPA, hoje integrado ao sistema CESP. Ehtr�
Oregon, nos EUA, operando em 3300V; 1945 e 1947, foi construída a primeira linha de 230kV no Brasil,
1907 -já era atingida a tensão de llOKV; com um comprimento aproximado de 330km, destinada a interligar os
1913 -foi construída uma linha em 150kV; sistemas Rio Light e São Paulo Light, operan·do inicialmente em
1923 -foram construídas linhas de 220kV; 170kV, passando em 1950, a operar com 230kV,
1926 -foram construídas linhas com 244kV; Foi também a primeira interligação de dois sistemas
°
1936 -a primeira linha de 287kV entrou em serviço; importantes realiza,do no Brasil [ 6].
5
4 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão elétrica por linhas aért; as de transmissão
Introdução à transmissão de energia

14.30 { MINl 14,30l MINI


Seguiram-se, a partir daí, em rápida sucessão, as
1
linhas de 345kV da CEMIG e FURNAS, 460kV da CESP, as linhas de
\
. SOOkV do sistema de FURNAS e 800kV do sistema de Itaipu.
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Fig. 1.1 · Estruturas das LT de CC de ± 600kV, de Itaipu [7]
:14

1.2 · TENSÕES DE TRANSMISSÃO - PADRONIZAÇÃO

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Edison, ao escolher a tensão 110V para o seu sistema, ;
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praticamente iniciou uma padronização das tensões de energia �o


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elétrica a nível de consumidor. Essa tensão, ainda hoje é usada em
numerosos sistemas rnonofásicos a dois ou três fios. -"�
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Desde logo ficou conhecida a supremacia dos sistemas < ESTAIADAS

polifásicos sobre os sistemas mono e bifásicos. Os geradores e os


motores síncronos são mais compactos do que os mono ou bifásicos,
pela melhor utilização do espaço disponível no induzido. Os motores Fig. 1. 2
6 Projetos mecânicos das linhâS àéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t�ansmissão 7

de indução, por sua vez, além da vantagem acima, também _permitiam Instituiu-se em cada categoria as "classes de tensão".
partidas diretas, com elevado conjugado inicial. Havia ainda a Uma classe de tensão é constituída por um ou mais valores de
vantagem de que os sistemas mono ou bifásicos podiam ser derivados "TENSÃO NOMINAL" e um valor de "TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO EM REGIME
dos mesmos. Nos sistemas convencionais de energia elétrica, a PERMANENTE".
corrente alternada, adotou-se o sistema trifásico para as Para as altas tensões o caráter de padronização
indústrias, reservando-se os sistemas monofásicos para a nacional ainda prevalece, enquanto que para as tensões
distribuição residencial e mesmo rural. extra-elevadas a padronização internacional está estabelecida e
A crescente demanda da energia elétrica exigiu aceita.
constante ampliação das instalações, conseqüentemente a encomenda No Brasil são as seguintes as classes de altas tensões
pelas concessionárias e pelos usuários de novos e mais potente's e extra altas tenSões recomendadas pelo COBEI da ABNT, para
equipamentos, e que, por razões econômicas, deveriam operar com sistemas trifásicos, tensões fase-a-fase.
tensões mais altas, criava sérios problemas para os fabricantes
desse material. Isso fez com que mui to cedo se reconhecesse a TABELA 1.1 - CLASSES DE TENSÃO PARA USO NO BRASIL
necessidade de uma padronização das tensões de operação do
TENSÕES NOMINAIS TENSÕES MÁXIMAS CATEGORIA
equipamento e, conseqüentemente/ das instalações das empresas
concessionárias. A padronização das tensões não podia ser, 33 ou 34,SkV 38kV
altas
evidentemente, individual por fabricante. Adotaram-se j:iaàrões de 62 ou 69kV 72,SkV
tensões
caráter nacional, estendendo-se também a outros países. A 132 ou 138kV 145kV
experiência ditava os valores mais convenientes a cada caso, em 220 ou 230kV 242kV
geral fixados por considerações de ordem tecnológica e econômica. 330 ou 345kV 362kV
tensões
No Brasil, que não desenvolveu sua indústria de SOOkV 550kV e�tra
equipamentos, cada concessionária adotou os padrões dos países de elevadas
750kV 800kV
origem dos diversos fornecedores de equipamento ou das matrizes das
empresas concessionárias de energia elétrica. A unificação das
tensões é recente. A IEC ainda reconhece a classe 3 80 ou 400kV / 420kV, de
Convencionou-se que nos sistemas trifásicos as tensões uso nos sistemas nacionais interligados da Europa.
seriam especificadas por seus valores fase-a-fase, consideradas Estudos realizados na Europa e Estados Unidos (1)
suas tensões nominais. mostraram que, em um mesmo sistema, deve-se evitar a sobreposição
Um esforço em nível internacional, através da IEC de muitos níveis de tensões. Assim, nos Estados Unidos e Canadá, a
-!nternational Eletrotechnical Comission, levou a uma padronização classe de 34SkV foi desenvolvida para ser sobreposta ao sistema de
de te_nsõ_es, que foram agrupadas em três categorias: 138kV, enquanto que a classe de SQOkV foi desenvolvida para ser
Altas Tensões (AT) 600V < U < 300kV sobreposta ao sistema de 161kV e/ou 230kV. Por sua vez, à classe de
Tensões Extra-Elevadas (EAT) 300kV < U < 800kV 34SkV recomenda-se a sobreposição por sistemas de 7SOkV. na Europa,
Tensões Ultra-Elevadas (UAT) U > 800kV a classe de 400kV foi sobreposta aos sistemas de 230kV.
10 Projetos mecânicos das linhas aéreas de tfansmissão Introdução à transmissão de energia elétrica pai linhas aéreas de transmissão 11

contínuas também em linhas aéreas, para transmitir grandes


-Transmissão bipolar
potências a longas distâncias, ou como linhas alimentadoras ou em
Emprega dois condutores métalicos, um para cada um dos
sobreposição aos sistemas de CA, dado seu efeito estabilizador. A
pólos. Em cada um dos seus terminais existem dois conversores
"bibliografia é bastante rica na descrição das instalações em CC
ligados em série no lado de corrente· contínua, e cujos pontos
existentes.
neutros podem ou não ser aterrados. Em casà'- de aterramente de ambos
No Brasil opera uma linha em ± 600kV, 315 0MW e
os neutros, cada um dos pólos pode operar. independentemente do
aproximadamente 800km de extensão, interligando o setor de SOHz de
outro, durante contigências, com aproximadamente metade da potência
Itaipu com o sistema interligado do Sudeste, que opera em 60Hz. Uma
total. Equivale em confiabilidade a uma linha de corrente alternada
linha idêntica e paralela a esta está prevista.
a circuito duplo (Fig. 1.4).
Por volta de 1970, as válvulas a vapor de mercúrio tipo
piscina passaram a ser substituídas por TIRISTORES. Trata-se de
Retificadores Controlados de Silício (SCR), que apresentam inúmeras
POLO l+I
vantagens sobre as válvulas a vapor de mercúrio.

1.3.1.1 - Esquemas de transmissão a CC

A transmissão em CC pode se processar de três modos, a


saber:

- Transmissão monopolar POLO 1-1

Representa a sua forma mais simples, possui apenas um


condutor metálico e emprega o solo como retorno. É também aquela
que requer o menor investimento para as linhas. Apresenta a mesma Fig. 1.4 - Esquema de transmissão a CC bipolar

confiabi 1 idade de uma 1 inha a corrente alternada a um circuito. o


condutor métalico pode ser de polaridade negativa ou positiva,
sendo preferida a polaridade negativa (Fig. 1. 3). - Transmissão rnomopolar

A linha é constituída de dois ou mais condutores de


polaridade, em geral negativa, empregando o solo como
RETIFICADORA POLO - COND. METÁLICO 1 NVE RSOR A
mesma
retorno. No caso de falta de um dos condutor.es, o conversor

inteiro fica ainda disponível para operar com mais da metade da


potência total. Não" havendo restrições quanto à permanência de
Pa.o+- RETO�O PELO sa.o
--�- correntes no solo, este esquema oferece alguma vantagem sobre o
a.'1terior, inclusive de rendimento, por serem menores as perdas
Fig. 1.3 - Esquema de transmissão monopolar
(Fig. 1.5).
12 Introdução à transmissão de energia elétrica porlinhas aéreas ,de transmissão 13
Projetos mecânicos das til1has aéreas de transmissão

d - o solo representa um ótimo condutor para a CC, com


POLO ( - l resistividade praticamente nula. Pode, economicamente,
substituir os condutores metálicos em regime normal ou
durante contigências;
e - a CC não conhece, em regime permanepte, a indutância e a
N capacitância. Destarte, uma mesma intensidade de corrente
POLO l+I
produz, em um condutor idêntico, uma queda de tensão menor
SOLO
do que urna corrente de CA de mesma intensidade. O
POLO(-) condutor possui, à CC, urna resistência-bem menor do que à
CA, pela ausência dos efeitos pelicular e de proximidade,
o que permite urna transmissão mais econômica,
Fig. 1.5 - Esquema de transmissão a CC homopolar
principalmente. a grandes distâncias;

f - a linha de CC somente transmite potências ativas.


1.3.1.2 - Vantagens e desvantagens da transmissão em CC Ocorrendo um curto-circuito em um dos sistemas de CA, a
linha de CC não contribui para aumentar as correntes de
São as seguintes as vantagens oferecidas pela curto circuito;
transmissão a corrente contínua:
g - o controle de fluxo da energia entre dois sistemas
a - torna econômica e tecnicamente viável a transrriissão, a interligados é relativamente fácil, através do controle do
distâncias relativamente grandes, de potências equipamento conversor.
consideráveis por cabos subterrâneos e submarinos, pela
Em contrapartida, há igualmente desvantagens,
ausência da corrente de carga;
citando-se principalmente:
·
b - trata-se de uma ligação ass1'ncrona en t re sis temas, podendo
a - os conversores são muito caros e seu controle tende a ser
portanto interligar sistemas de freqüências diferentes,
\sofisticado;
como também transferir energia de um para outro, sem
b - os conversores requerem muita energia reativa, exigindo a
problemas de estabilidade do sistema interligado, podendo
mesmo aumentá-la; instalação junto a eles de grandes bancos de capacitores
estáticos;
e - para urna mesma potência transferida, uma linha bipolar de
CC, com o mesmo nível de isolamento de uma linha de CA e e - os conversores geram harmônicos, tanto do lado da CC, como

condutores de mesma bitolas, necessita apenas 2/3 da do lado da CA, exigindo a instalação de filtros pa ra

quantidade de cabos e 213 do número de isoladores do que a evitar a sua propagação. Os capacitores usados nos filtros

de CA. Suas dimensões globais serão menores suprem parte da energia reativa aos conversores;
empregando
estruturas mais leves e simples e exigindo faixas de d - a ausência de disjuntores de AT e em EAT para CC limita a
servidão mais estreitas; possibilidade de se constiuir redes multiterminais em CC.
14 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transm;ssão de energia e/êtn"ca por linhas aéreas de transmissão 15

Isso, no estágio atual, restringe a operação das linhas de 1.3.2 - Transmissão polifásica de ordem superior
CC ao sistema ponto-a-ponto.
Já fora verificado, há algum tempo, que o emprego de
1.3.1.3 - Principais aplicações da transmissão em CC um número de fases m3.ior do que três na transmissão de energia
elétrica poderia ser bastante vantajoso em linhas aéreas de
As discussões anteriores, referentes às vantagens e
transmissão.
desvantagens da transmissão CC, sugerem os seguintes casos de
Estas, para serem construídas,·· extgem o estabelecimento
aplicação:
de áreas de segurança, constituídas pelas faixas de servidão, cuja
a - para as linhas em cabos subaquáticos com comprimentos largura é estabelecida pelas normas técnicas em função da classe de
maiores de 35km; tensão da linha e·de suas dimensões. Visa-se, com isso, resguardar
b - para a interligação de sistemas de CA com freqüências a segurança de pessoas e bens. Poder-se-ia dizer que uma 1 inha
diferentes ou quando for desejada uma interligação ocupa no espaço um volume de forma·· prismática de comprimento e
assíncrona; área de seção transversal variável a cada caso, para transmitir a
potência prevista em projeto. Nas linhas trifásiCas, a densidade de
e - para transmitir potênc_ias elevadas através de longas
potência por área de seção transversal da linha é, em geral,
distâncias por linhas aéreas. Isso faz com - que essas
relativamente baixa, o que leva à conclusão de que há um baixo
linhas sej�m associadas a usinas hidrelétricas de grande
fator de utilização das faixas de servidão em uso.
porte situadas em regiões remotas ou a usinas térmicas a
A medida em que a demanda de energia elétrica cresce,
carvão, do tipo boca de mina, quando o transporte de
novas linhas de capacidade de transporte cres_cente são exigidas,
energia elétrica é mais econômico do que o transporte do
levando a se empregar linhas com níveis de tensão mais altos,
combustível a longa distância, para sua geração próxima
conseqüentemente também com dimensões maiores, exigindo um número
aos centros de consumo;
maior de faixas de servidão, de largura maior. Estas se tornam
d - um dos maiores problemas com que se deírontam as mui to difíceis de serem obtidas, ·pelo seu custo elevado ou por
concessionárias em áreas urbanas, é o reforço do suprimen­ causa do impacto visual que as linhas representam na paisagem,
to de energia às suas áreas centrais, pois, em geral, no­ nem sempre bem aceitas pela população. Isso é
vas linhas aéreas estão excluídas, pela impossibilidade de especialmente verdadeiro em zonas suburbanas.
se obter as necessárias faixas de servidão, como também os A elevação da tensão de linhas existentes tem resolvido
cabos subterrâneos em CA sofrem limitação econômica pe­ o caso em algumas instâncias, como também a troca de uma linha a
las distâncias. Neste caso, alimentadores em CC subterrâ­ circuito simples por outra a circuito duplo na mesma faixa.
neos podem ser indicados; exemplo, em Londres. Para este A transmissão por ordem mais elevada de fases� seis,
tipo de aplicação, cabos "criogênicos" desempenharão no nove ou doze fases� oferece uma combinação de vantagens, o que a
futuro um importante papel, pois, pelas suas baixas perdas terna especialmente recomendada para linhas que devem ocupar
e quedas àe tensão em CC, poderão transmitir correntes faixas de servidão estreitas. Elas permitem maiores densidades de
elevadas com baixas tensões. potência· na sua seção transver.sal, menores gradientes de potencial
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão lnuo dução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas ue transmissão 17

nos condutores, portanto, menor atividàde de carona (perdas de


energia, ruídos sonoros e de radiointerferência). Suas· dimensões
�ais reduzidas permitem que sejam também mais estéticas.
As vantagens derivam do menor defasamento existente
entre fases. Por exemplo, num sistema de 345kV, a tensão
fase-terra corresponde a 199kV. Num sistema hexafásico (6 fases),
os mesmos 199kV representam igualmente as tensões fase-fase; no
sistema dodecafásico, aos 199kV fase-terra, teremos apenas 103kV
fase-a fase. O resultado disso é que uma linha menor pode ser
usada para transportar uma potência maior.
A transformação para o sistema hexa ou dodecafásico, a
partir de um sistema trifásico e vice-versa, é possível através de E: ='SEI=-'!:
12 FASES

transformadores. Tem sido usado para a alimentação de pontes


retificadoras industriais há muitos anos e é confiável. A figura Fig. 1.7 Estruturas propostas para linhas
de transmissão polifasicas
1.6 mostra um esquema de conexão/viável, com dois transformadores
trifásicos ou seis monofásicos para se obter· um sistema
hexafásico.
A viabilidade técnica da transmissão por linhas aéreas
de níveis mais elevados de ordem de fases, f;oi verificada em
• linhas experimentais. Já há linhas hexafásiCas operando nos
• Estados Unidos. Outras deverão se seguir, por transformação de
• linhas a circuito duplo trifásicas para o m�do de operação

hexafásica. Prevê-se que as linhas hexa ou dodecafásicas sejam

aceitas no futuro como alternativas para as linhas de tensões

o ultra-ele.vil.das.

••
1.4 - COMPONENTES DAS LINHAS AÉREAS DE TRANS�ISSÃO

Fig. 1.6 - Transformação trifasica-hexafasica O desempenho elétrico das linhas está diretamente
e
� lacionado com as características de seus componentes, como
também de sua configuração geométrica. Temos, de um lado, a.
A Fig. 1. 7 mostra a configuração de estruturas
.-: ., stzportabilidade elétrica de sua estrutura isolante e seu
propostas para linhas de transmissão a seis e a doze fases, ,... r•.
.:.. óesempenho i.écnico, e do outro lado, sua capacidade de suportar as
projetadas para mesmas tensões fase-terra (5].
18 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aére�s de transmissão 19

solicitações me:ânicas a que são submetidas, que devem ser Uma linha de transmissão se compõe das seguintes partes
consideradas corcomitantcmente. E, isso, sem d e scuidar �e um outro principais, que serão analisadas suscintamente (Fig. 1.8):
fator de igual importáncia, que é o econômico. O transporte de cabos condutores de energia e acessórios;
energia elétriCT pelas linhas de transmissão tem, dentro de um - estruturas isolantes;
sistema elétric:, o caráter de ''prestação de serviço". Deverá, - estruturas de ·suporte;
pois, ser efic�te, confiável e econômico. Para se transportar - fundações;
uma determinadc.. quantidade de energia elétrica a uma distância - cabos de guarda ou pára-raios;
preestabelecida há um número muito grande de soluçõe s possíveis, - aterramentos;
em função do g:�ande nú,nero de variáveis associadas a um linha, - acessórios diversos.
como:
- valor d� :ensão de transmissão;
PR
- número, :ipo e bilolas dos cabos condutores por fase;
- número e :ipo dos isoladores e distâncias de segurança;
CONDUTORES
- número a� circuilos trifásicos;
A
- materiair estruturais e t3:iforma dos suportes resistirem aos
esforçot
etc.

De :.:idas as soluções possíveis, apenas uma .,ou poucas ,,,,_ ""v,


I 'FUN DACÕES
satisfazem aos :-equisi los básicos do transporte da energia, ou
seja, o de ::ermitir o "transporte de lkWh na tj,_istância Fig. 1. 8 - Principais elementos das linhas de transmissão
_
especificada, �o menor custo, dentro de parâmetros técnicos
preestabelecidcs:, e com 0. confiabilidade necessária".
Ess� solução é encontrada através dos estudos de 1.4.1 - Condutores
"otimização". ��a tanto. para cada solução aceitável, são feitos
verdadeiros a:.:eprojelos eletromecânicos, que são avaliados A Teoria da Transmissão mostra que os agentes do
tecnicamente. '?ei tos os orçamentos de custos e de perdas de transporte da energia elétrica são os campos elétricos e os campos
energia, por ccmparação é encontrada a solução mais adequada. aag�éticos, para os quais os éondutores constituem ºguias". Sua
De um modo geral, para idênticos parâmetros de escolha e dimensionamento corretos são decisivos na limitação das
desempenho e c:.nfiabilidade, deve ser escolhida a solução para a J)erdas de energia (por efeito Joule ou por Carona), como também
qual a parcele.. .anual dos investimentos feitos, mais os custos de ·para controlar os níveis de radiointerferência.e ruídos acústicos.
manutenção e operação (aqui inçl1:].ídos os_ custos da energia Problemas de natureza mecânica podem igualmente ocorrer, em casos
anualmente perCida) sejam mínimos (ver item 1.4.2). de solicitações excessivas.
To.:::is os fatores intervenientes estão relacionados com As perdas por efeito Joule são controladas pela
os componentes :isicos das linhas. "�.f... Hcolha de condutores com áreas de seções transversais adequadas
20 Projetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão Jntroduç3o à transmissão de energia elétrica por tinhas aéreas,de transmissDo 21

às correntes que deverão conduzir, concomitantemente com a escolha Na figura 1.9 é mostrado o diagrama das forças com que
de materiais com resistividade compatíveis. As côrrentes são estruturas de suporte das linhas absorvem os esforços
as
proporcionais às potências a serem transmitidas e inversamente transmitidos pelos condu�ores.
proporcionais aos níveis de tensão adotados. Já as manifestações T (newton) é a força axial d6.condutor. Ela possui duas
do efeito Carona, que dependem do gradiente de potencial nas componentes, uma força horizontal To [N], absorvida pela estrutura,
imediações dos condutores, aumentam com o nível das tensões e
e uma força vertical P = ªzP que é equilibrada pelo peso do
diminuem com o aumento nos diâmetros dos condutores. Este fator
faz com que, principalmente em níveis de tensões acima de 200kV, condutor na metade do vão "a" [m].
a escolha das dimensões dos condutores obedeça ao critério de
minimização das manifestações do efeito Carona, já que eXiste
consenso entre projetistas de linhas de q_ue não se consegue,
economicamente, sua total eliminação.
Os condutores, corno os demais materiais ernpregadoS em
engenharia, estão sujei tos a falhas. Estas são decorrentes dos
tipos e intensidades das solicitações a que são submetidos e
I .:li ·- -, - 1-z li "" 1 s'/.1.=:111.::: '.!..=:/.'/.= 1/ "'1=
também de sua capacidade de resistir às mesmas. Os condutores das
� "--'���·�·-
�r-��-�-�� .. ���-----i·1
Ãó

linhas aéreas de transmissão, para se manterem suspênsos acima do


-
solo sã9 submetidos a forças axiais. Estas variam com a mudança
Fig. 1.9 - Vão de uma linha aérea de transmissão
das condições ambientais: abaixamentos de temperatura provocam
aumentos nas trações e vice-versa. O vento atmosférico, incidindo
sobre a superfície dos condutores, exerce sobre os mesmos urna A flecha do condutor no vão "a", f [m], pode ser

pressão, que se traduz também em aumento na tração axial. Quando a calculada pela equação abaixo [9], admitindo-se que a curva

tração resultante atingir valores maiores do que a resistência dós assumida pelos cabos seja uma parábola,

condutores à ruptura, esta poderá ocorrer. O vento, por outro = a .p


·' \ f
( 1. 1)
lado, induz nos condutores vibrações de freqüências elevadas, que 8To

podem provocar a sua ruptura por fadiga junto aos seus pontos de na qual p, em newton por metro, representa o peso unitário do
fixação aos isoladores. Quanto maior for a taxa de trabalho à condutor.
tração nos condutores, maiores serão os problemas decorrentes das A menor distância do condutor ao solo é chamada
vibrações. Quanto menor a tração maior será a flecha resultante, •a1 tura de segurança", e é determinada em função da tensão da
como mostra a figura 1.9, exigindo, pois, estruturas mais altas ou linha e da natureza do terreno atravessado, da maneira prescrita
um maior número delas. Outro fator que pode influenciar a escolha ea normas d� pr9c�dimentos (no Brasil, vigora para esse fim a NR
dum tipo de condutor é sua capa�idade de operar com temperaturas 5422 [10]). Na figura 1.9 estâ representada por hs.
mais elevadas, sem perdas acentuadas de resistência mecânica, Os condutores empregados em linhas aéreas de
admitindo maiores densidades de corrente. transmissão são constituídos por cabo�. Estes são obtidos pelo
23
22 Projetos mecânicos das linhas ·aéreas de tranSmissão JntroduçãÜ à transmissão d e energia elétrica por linhas aé� eas d e transmissãO

"encordoamento" de fios metálicos. Sobre um fio de secção


transversal circular são enrolados, em forma espirâl, outros fios
envolvendo-o, formando uma, duas ou mais camadas. - O sentido de
enrolamento de cada uma das camadas é sempre oposto ao da camada
anterior. A camada mais externa é torcida para a direita. Os fios
que compõem um cabo podem ser todos de um mesmo diâmetro, caso
Fig. 1.10 - Diâmetro nominal de um cabo com 3· camadas (37 fios)
mais comum, ou podem possuir diâmetros diferentes em camadas
diferentes. Podem ser de materiais diferentes, desde que

compatíveis eletrolíticamente entre si. 1.4.1.1 - Padronização de dimensões de fios e cabos


Os c·abos com fios de mesmo diâmetro são formados
a variedade de cabos
obedecendo à seguinte lei: O número de diâmetros de fios e
icamnte ilimitado. Logo, uma
2 que podem ser obtidos é prat
n = 3x + 3x + 1 ( 1. 2)
ões teve que ser estabelecida,
padronização de medidas e composiç
número econ�micamente e também
na qual: para restringir essa variedade a um
ação, no entanto, foi feita
n - representa o número,{otal de fios; tecnicamente aceitável. Essa padroniz
séries de dim·ensões. Un:i
x - representa o número de camadas ou capas. nacionalmente, estando em uso diversas
ativa de unificação, o que
Assim: esforço internacional prossegue na tent
- 1 camada, 7 fios já se consegue no âmbito do IEC para
fios e cabos de cobre. No
a p�r AWG (American Wire
Brasil foi adotada a escala hoje conhecid
- 2 camadas, 19 fios
- 3 camadas, 37 fios Gage), pela qual se estabeleceram
inicialrnénte 40 tamanhos
- 4 camadas, 61 fios, etc. padronizados de fios- de cobre, ordenado
s em ordem decrescente de
e entre os diâmetros de
Os cabos são especificados pelo seu diâmetro nominal, a diâmetro e mantendo uma relação constant
etro escolhido foi de
área de sua secção transversal nominal, o número de fios dois tamanhos sucessivos. O maior diâm
de 0000. O
0,01168 - (0,4600 ") e que recebeu a designação
componentes, e pelos metais ou ligas com que são confeccionados. . ' [ml
recebeu o número 3 6.
Diâmetro nominal do cabo é o diâmetro do círculo que menor diâmetro, com 0,000127 [m] - (0,005")
ados. Logo entre dois
tangencia a geratriz externa dos fios componentes da camada Entre 0000 e 36 existem 38 diâmetros padroniz
123 . A relação entre as
externa (Figura 1.10). números consecutivos a relação é igual a 1,
1, 261 . Por outro lado, a
- A área de secção transversal é determinada pela soma das áreas de duas secções transversais é de
o, cujo número de
áreas das secções transversais dos fios componentes. relação entre o diâmetro de um fio com o outr
as áreas de fios
São encontrados em manuais de Engenharia Elétrica e ordem for acrescido de 6, é 2 , e a relação entre
ém igual a 10. A
catálogos de fabricantes. A essas grandezas nominais devemos que diferem da ordem numérica de 10 é tamb
numeração sucessiva é 0000, 000, 00, O, l, 2, 35, 36. A
associar tolerâncias de fabricação e que também são normalizadas.
fios mais finos
Para os diâmetros a tolerância é de ± 1%, conseqüentemente, para as tabela.foi estendida posteriormente para acomodar
áreas de secções transversais, 2%. do que 36 e cabos maiores do que 0000.
po-r linhas aéreas �e transmissão 25
24 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transm;ssão Introdução à transmissão de energia elétrica

uma
A unidade de área adotada para definir a secção Condutividade - O alumínio para condutores apresenta
do cobre usado em cabos, porém,
transversal dos condutores é o CM "Circulá.r Mil", que condutividade cerca de 61Y. daquela
condutividade do alumínio é
corresponde à área de um círculo cujo diâmetro é de um milésimo de devido ao seu baixo peso específico, a
3 2 dade de peso.
polegada, ou seja, 0,506707.10- [mm ]. Assim, o condutor 0000 tem mais do que" o dobro daquela do cobre por·,uni
a
uma secção transversal de 211. 600CM ou 211, 6kCM e o número 36, Resistência mecânica - A do all.Jmi!)-iO é praticamente
pode ser sanado com o
25CM. Para diâmetros maiores do que 0000, abandonou-se a lei' de metade daquela do cobre. Esse inconveniente
s de sua associação
formação da escala, escolhendo-se o tamanho seguinte com 250kCM e uso de condutores de liga de alumínio ou atravé
a partir desse valor, acréscimos constantes de 50 kCM permitiram com o aço, resultando nos cabos de alumínio com alma de aço. O
o-aço ou de
atingir cabos de diâmetros consideráveis. critério de escolha entre cabos de aluminio, alumini
mecânica, não é
Essa escala também foi adotada pelas normas ASTM liga de alumínio; em função de sua resistência
mesmo nas
(American Society for Testing Materials) e pelas da ABNT necessariamente decisivo, pois, na maioria das vezes,
mantidas
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) para fios e cabos de condições de solicitação máxima, as taXas de trabalho são
proteger os
alumínio e de ligas de alumínio, porém com a intercalação de baixas (fatores de segurança de 2,5 a 3), a fim. de
. A
secções transversais diferent7s daquelas da escala dos condutores cabos de ruptura por fadiga provocada pelas vibrações eólicas

de cobre {ver tabelas do Apêtídice no final do livro). ruptura dos cabos por excesso de tração é extremamente rara.
Resistência à corrosão - Tanto os fios de alumínio como os
de suas ligas, ao serem resfriados ao término dos processos de
1.4.1.2 - Tipos de cabos para condutores de linhas de
trefilação, sofrem um processo de oxidação que recobre os fios com
transmissão
um filme de pequena espessura. Este filme'; é bastante duro e
Metais empregados na fabricação de cabos para linhas
estável, protegendo o fio contra futuras agressões externas.
aéreas de transmissão:
Diversas ligas de alumínio são indicadas para ambientes de
COBRE - Apesar de sua elevada condutividade elétrica, menor atmosferas marítimas ou mesmo de atmosferas industriais bastante
apenas do que aquela da prata, o cobre vem sendo cada vez menos agressivas.

usado em linhas aéreas de transmissão, principalmente por razões de Baixo preço - Seu preço por unidade de peso é cerca da

ordem econômica. aetade .,.�b preço de igual quantidade de cobre, donde se conclui que

No Brasil, as normas referentes aos condutores de cobre o investimento necessário em cabos para transportar uma mesma

são NBR 5111, NBR 5159, NBR 5349. No final do livro encontram-se corrente, com o mesmo rendimento em condutor de alumínio, é cerca

as tabelas do apêndice com as caracteristicas de condutores nus, de um quarto daquela necessária à sua realização por condutor de
segundo especificações da ASTM. cobre.

ALUMÍNIO - O alumínio é hoje inteiramente dominante para a A - CABOS DE ALUMÍNIO - São confeccionados com fios de pureza
fabricação de condutores para linhas aéreas de transmissão, tanto .de 99,45% e têmpera dura. . Sua condutividade é de 61% IACS

em sua forma pura, como em liga com outros elementos, ou associados _ International Annealed Copper Standard = Padrão Internacional de

com o aço. As objeções históricas ao seu uso estão inteiramente Cobre Recczido = 100). Sua fabricação obedece no Brasil à norma NBR

superadas.
l.!-�J - Cabos de Alumínio (CA) e Cabos de Aluminio com Alma de Aço
26 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à tr ansmissão de energia elétrica pór linhas aéreas de transmissão 27

(CAA) para fins elétricos. Essa norma é similar às normas No Brasil, os cabos CAA devem ser especificados pela
2
norte-americanas ASTM que regem o assunto. área de sua secção transversal, e m mm e pela sua composição,
No Brasil estes cabos devem ser especificados pela isto é, pelo número de.fios de alumínio e o número de fios de aço
2
área de sua secção transversal em mm e pelo número de fios que os desejado.· Pode-se indi-car também o núrilero de kCM correspondente,
compõem. Pode se usar subsidiariamente o número correspondente à além da classe de galvanização da alma de_ aço. Para esses cabos,
área em CM, da norma ASTM, sem indicação de unidade. As indústrias no Brasil, vigora a NBR-293 já mencionada.

®
produtoras empregam uma palavra código para a sua identificação.

• tl3 •
Cada um dos cabos CA é designado pelo nome de uma flor no idioma
inglês.
®
6 AL.I 1 aço
@ @
7ALl1oço 8ALl1 aço

*
6AL./toço
ALPAC

Exemplos: 54ALl19 Aço


12ALl7Aço
LILAC - cabo composto de 61 fios de alumínio com uma área de 6 AL.17 aço 3 ALl4 aço 4 AL I !, Aço

%9
795kCM ou 4 02,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26, 11mm.

e
ARBUSTUS - cabo composto" de 37 fios de alumínio com uma área
de 795kCH ou 402,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26, 07mm.
- TULIP - cabo composto de 19 fios de alumínio com urna área de
336,4kCM ou 170,46mm 2 . Diâmetro nominal de 16, 91mm .' @

-
26 ALl19Aço

• -
26ALl7 Aço
8ALl7Aco

B - CABOS DE ALUMÍNIO COM ALMA DE AÇO (CAA) - São cabos


idealizados para suprir a falta de resistência mecânica à tr�ção
dos cabos de alumínio. Em torno de uma "alma" constiluída por um

\. -
!,QAL 17 Aço
42ALl7 Aç o


21 ALI !>7 Aço
fio ou um cabo constituído por 7, 19 ou mesmo mais fios de aço
galvanizados, são enroladas uma, duas ou mais camadas ou coroas
concêntricas de fios de alumínio do mesmo tipo usado nos cabos de
alumínio (CA). Nos catálogos dos fabricantes desses cabos


54 ALI 7 Aço
encontra-se uma variedade grande de composições, variando a


42ALl19Aço 16 AL li9Aço

e
relação entre as áreas das secções transversais do aço com relação
ao alumínio. A figura 1.11 mostra algumas das composições mais
comuns de cabos CAA.
A galvanização dos fios de aço ·que compõem a,.s �lmas 1_8 AL 119-Ã ço
!>O AL.l19Aço 34 ·ALI 19 Aço
desses cabos, pode ser especificada com 3 categorias de espessuras
de recobrimento pelo zinco: classes A, B e C. Os cabos de Fi g. 1 .• 11 - Composição de cabos alumínio-aço
fabricação normal apresentam espessuras A. (Alcan - Alumínio do Brasil S/A)
Projetos mecânicos das Hnhas aéreas de transmissão Introdução à transmissDo de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão -- 29
28

Nas normas ASTM. a palavra código que identifica cada Consegue-se um aumento de diâmetro da ordem de -.25 % a 30% sobre os
um dos cabos CAA, é o nome de uma ave, também em inglês. cabos convencionais (Fig. 1.17).
C - LIGAS DE ALUMÍNIO - A fim de aumentar a resistência
Êxemplos:
mecânica à ttação e a estabilidade química do alumínio, recorre-se
- PENGUIN - cabos CAA com 1 fio de aço e 6 de alumínio,
correspondente ao número OOOOAWG, com uma área de 125,09 mm 2 e à adição de diversos elementos de liga como\:ferro, cobre, silicio,
diâmetro nominal de 14,41mm. Tração nominal de ruptura 37,167kN. .
manganês, magnésio, zinco, '-.
etc. As suas cornpoSições, os processos
- KINGBIRD - cabo CAA com 1 fio de aço e 18 fios de alumínio, metalúrgicos para sua obtenção e trefilação, ·são normalmente
com uma área de 636kCM de aluminío e área total de 340,25mm 2 e
diâmetro nominal de 23,88mm, tração nominal de ruptura de 69,823 objetos de patentes e são por isso comercializados sob nomes
kN. registrados como ALDREY (Suíça), ALMEC (França), DUCTALEX
- ROOK - cabo CAA com 7 fios de aço e 24 fios de alumínio, com (Suécia), etc. Suas características são variáveis. Urna coisa têm
uma área de 636kCM de alumínio e área total de 340,25mm 2 . e
diâmetro de 24,81mm. Tração nominal de ruptura de 100,812kN. em comum: todos apresentam condutividades menores, de 57 a 59,5
- GROSBEAK - cabo CAA com 7 fios de aço e 26 fios de alumínio, IACS, o que não é de todo urna desvantangem, pois, nos cabos CAA,
com uma área de 636kCM de alumínio e área total de 374,79mm 2 . se considerarmos a área bruta de sua secção transversal ao invés
Tração nominal de ruptura de 135,136kN.
Nos cálculos elétricos, considera-se que os fios de aço apenas daquela do alumínio, sua condutividade é à.e apenas 53%
não participam da condução das ,·corrt;ntes elétricas. Sua função é lACS, conforme a sua composiÇão.
apenas mecânica. C.1 - CABOS DE LIGA DE ALUMÍNIO Empregam fios de liga
Em locais cuja atmosfera, por sua agfessividade, de alumínio, encordoados da forma convencional; designados no
desaconselha o uso do zinco como elemento de proteção do. aço das Brasil por CAL, e fabricados de acordo com as normas ASTM. São
almas do cabo; pode-se empregar fios aluminizados ou fios especificados pelo tipo de liga, sua área em kCM ou rnm2, número de
aço-alumínio ( "alumíníum clad"). No primeiro caso, a camada a fios e seu diâmetro nominal.
revestir o aço é muito fina enquanto que, no segundo, ,o C. 2 - CABOS DE ALUMÍNIO REFORÇADOS COM FIOS DE LIGA DE
revestimento do alumíní.o é espesso, perfazendo cerca de 25% da ALUMÍNIO - No Brasil são designados abreviadamente por CALA. Os
área total do fio. As normas ASTM designam estes cabos como fios de liga de alumínio são usados como alma para os cabos,
ACSR/AW. O isolamento da alma dos cabos do meio ambiente por meio constituindo um cabo central, sobre o qual são enrolados os fios
de graxas apropriadas, aplicadas durante o encordoamento dos de alumíJ;\:ilo. Na primeira camada sobre a alma pode haver fios de
cabos, é também usado para sua proteção. alumínio e de liga. Nas camadas mais externas, há apenas fios de
A fim de reduzir o gradiente de potencial nas _alumínio (Figura 1. 12), dependendo da relação entre o número de
imediações dos condutores das linhas, procura-se aumentar os fios de liga e o de alumínio; designados pela ASTM como cabos

diâmetros dos cabos, sem, no entanto, aumentar a quantidade ·de _ACAR. São especificados pela área total em kCM, diâmetro nominal,
metal condutor. Inicialmente, empregaram-se cabos "ocos 11 de cobre número de fios de alumínio e número de fios de liga.
ou bronze. Foram desenvolvidos em seguida os cabos designados por D - CABOS ESPECIAIS [12, 13, 14] - Conforme já foi mencionado,
ua deis fatores que podem comproineter a vida útil de uma linha é o
CAA expandidos, at� hoje ainda em uso. Neste tipo de cabo, sobre
problema c'1 bm as vibrações nos cabos pelo vento, o que impede o
sua alma de aço, são enroladas uma ou duas camadas de cordões de
fibra ou papel impregnado e, sobre este, as camadas de alumínio. �rego de lrações mais condizentes com a resistência mecânica dos
30 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 31
/nrroduç ão à transm;ssão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão

-VANTAGENS
- menores perdas de energia, pois sua condutibilidade é de
63% IACS;
- pode-se usar taxas de trabalho cerca de 50% mais elevadas
do que nos cabos. normais, reduzindo as flechas, pois a
energia das vibrações é dissipada por atrito entre os fios
frouxos sobre a alma de aço;
- ótimas propriedades térmicas, podendo operar com
°
temper aturas de até 200 C, sem perda de resistência mecânica
ou incremento nos alongamentos permanentes.

D, 2 - CABOS AUTO-AMORTECIDOS - CAA - SD - São cabos


construídos com fios trape:Zoidais, como mostra a figura 1.13, em
torno de um cabo de aço ou de liga de a lumínio. São construídos
mantendo uma folga entre as camadas ou coroas. Sob a ação do
vento, as vibrações induzidas provocam movimentos relativos a
atritos entre elas, dissipando a energia das vibra ções.
Fig. 1. 12 - Cabos de alumínio com alma de 1 igas de a"lumínio [ 11]

cabos. A penalidade econômica decorrente é bastante elevada, pelo


maior investimento em estruturas. Procurando minimizar o problema,
um número grande de dispositivos foram inventados. Condutores com Fig. 1.13 - Cabos CAA - SD
desempenho mais adequado for&m igualmente desenvolvidos. Estes se
D.3 PAR TORCIDO (Twisted pairl Um condutor
baseiam na sua capacidade de auto-amortecimento das vibrações,
podendo-se, com isso, constru ido com dois cabos convencionais (CA, CAL, CAA, etc)
empregar trações bem mais elevadas,
reduzindo-se as flechas, podendo-se espaçar mais as estruturas, ou enrolados um sobre o outro em forma de espiral de passo longo (±
2,70m), como na figura 1.14, cr·i ando uma superfície irregular
reduzir as suas alturas.
Os principais tipos, em uso nos Estados Unidos há algum exposta no vento, apresentando as seguintes vantagens:
tempo, são: - menor balanço sob a ação do vento;
- menores vibrações e capacidade de dissipação dessa energia
D.1 - CONDUTORES DE ALUMÍNIO SUPORTADOS PELO AÇO - (SSAC por atrito entre os cabos compónentes. Logo, admite-se
- Steel Supported Aluminum Conductor) - De c�nstrução semelhante trações maiores, com flechas menores;
aos cabos CAA, porém empregando fios de alumínio de têmpera mole. - maior superfície de irradiaçãó de ca lor para uma mesma
Após o seu tensionamento, os fios de alumínio deixam de absorver secção transversal de condutor. Logo, maior ampacidade
esforços mecânicos, transferidos inteiramente para o cabo da alma. (ver item 1.4,1.4).
32 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas (le transmissão 33

B - CABOS CAA EXTRA-FORTES - quando se deseja cabos com


r menor atenuação, empregam-se cabos CAA extra-fortes, CAA-EF, que

• .. .. " •
1
1 [ 1 I 1
1 1 1 1 se distinguem por uma menor relação área de alumínio/área de aço.
I
: 1 : I 1 Próprios para uso em li-nhas com pára-rà:ios isolados, quando se
1 1 1 1 1
emprega sistema de ondas portadoras ligado aos para-raios.
C - CABOS AÇO-ALUMÍNIO (Aluminum clad ou Alumo-weld)
confeccionado com fios de aço extra-fortes revestidos ·cte espessa
Fig. 1. 14 - Cabo "par torcido"
camada de alumínio. Indicados para atmosferas agressivas ao aço
galvanizado e também quando se deseja usar os pára-raios com onda
1.4.1.3 - Cabos para pára-raios portadora.

A função principal dos cabos de guarda ou pára-raios


1.4.1.4 - Capacidade térmica dos cabos - AmPacidade
das linhas aéreas de transmissão, é a de interceptar as descargas
atmosféricas e evitar que atinjam os condutores, reduzindo assim
As correntes elétricas, ao percorrem os cabos das
as possibilidades de ocorrerem ,ihterrupções no fornecimento de
linhas aéreas de transmissão, provocam perdas de energia, como
energia pelas linhas. Subsidiáriamente, podem ser, usados como
conseqüência do efeito Joule. Essa energia se manifesta através da
condutores para sistemas de telernedição ou comunicação por onda
geração de calor, provocando o seu aquecimento, que será tanto
portadora. deverão ser isolados dos supor,tes por
Nesse caso,
maior quanto maior for a densidade de corrente nos cabos.
isoladores de baixa tensão disruptiva, e que perdem sua condição
Esse problema deverá ser encarado sÓb dois aspectos: o
isolante sob a ação das sobretensões atmosféricas, para permitir econômico e o técnico. Sob o ponto de vista econômico, é po·ssível
sua condução ao solo, sendo para tanto equipados com
iàentificar para cada linha de transmissão uma densidade de
centelhadores. corrente .que resulte não nas menores perdas e sim num valor
São os seguintes os tipos de cabos empregados, considerado o mais econômico. Para essa corrente, especifica-se as
igualmente eficientes em sua função principal: áreas das,_ secções transversais dos cabos condutores, conforme
. \
A - CORDOALHA DE FIOS DE AÇO, ZINCADA - fabricados e estabeleée\l a lei de Kelvin (1881): "a área de secção mais
especificados no Brasil pela NBR 5908, idêntica à normal ASTM econômica de um condutor para a transmissão de energia será
correspondente. São de dois tipos, distinguindo-se por sua encontrada, comparando-se o valor das perdas anuais de energia em
resistência mecânica forte, alta resistência AR (HS) e extra-forte cada condutor visado com a parcela anual de custo do investimento
EAR (EHS). a ser feito na aquisição dos condutores correspondentes. A solução
A zincagem, em geral a quente, é feita com 3 categorias mais econômica é aquela para a qual as duas parcelas de custos são
de espessura, A, B e C, sendo a primeira a mais comumente usada. iguais 11 [15] (figura 1. 15). Assim posto, o problema está
Sua especificação é feita pelo tipo, classe de simplificado em excesso, pois, a comparação deveria englobar
galvanização e diâmetro nominal - em polegadas ou seu equivalente outros custos além daquele dos condutores, como estruturas,
métrico. isolamentos, compensações etc, resultando, como é feito
Introdução à transm_issão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 35
34 Projetos mecânicos das "linhas àéreas de transmissão

modernamente, em "ESTUDOS DE OTIMIZAÇãO", pelos quais todos os Verificou-se que cerca de 13 fatores podem afetar a temperatura.de

componentes das linhas são escolhidos com os mesmos critérios. um cabo de linha aérea de transmissão. Alguns são denominantes,

Sob o ponto de vista técnico, deve-se considerar o outros de influência praticamente insignificante. A referência [16]

efeito de temperatura elevadas no comportamento mecânico dos é bastante elucidativa a respeito. Um método bastante divulgado é

condutores. De um modo geral, para cada tipo de cabo existe um um método simplificado usado em [11] para 'a,.. elaboração das curvas
de arnpacidade aí publicadas, e aqui transposto para o sistema SI. É
valor limite superior de temperatura para operar em regime
permanente sem que ha ja degradação de sua resistência mecânica, um método aceitável para a maioria das aplicações práticas.
Um cabo a tinge uma tempera lura em regime permanente
acompanhada de aumentos nas taxas de alongamentos permanentes. Por
quando houver equilíbrio entre calor ganho e calor perdido pelo
outro lado, temperaturas mais elevadas podem ser toleradas por
ca bo. Um cabo gânha calor, principalmente, pelo eíeito Joule
curtos intervalos de tempo em condições de emergências. 2
qJ = 1 • r [li/km] e pela radiação solar qs [11/m] e perde calor
As máximas temperaturas de cabos de CA, CAA, CAL, para
° por d ois mecanismos conhecidos: por ·trradiação qr [W/m] e por
operação segura em regime permanente, são fixados entre 70 e 85 C,
° convecção qc [W/m]. A equação do equilíbrio será:
podendo, em contingências curtas, operar com 1Q0 C [11].
A capacidade de con9"ução da corrente de um cabo é
( 1. 2)
denominada AMPACIDADE, e é fixáda como a corrente permissível no
mesmo para que, nas condições ambientais prefixadas, não ultapasse
Da qual obtemos:
e
J 8
M(nimo custo onual
_.::,�..,.--==-��_:::::::_:: [A] (1. 3)

VARIACÃO DO C,LJSTO

z
DA l N STAL ACAO Sendo r [ohm/km] a resistência do condutor à
� temperatura de equilibrio.
o
o
<
N
� Lembrando as leis de transmissão de calor, teremos:
� A
u
BITOLA MAIS CONVENIENTE T )
4 ( To )
4]
BITOLA DOS CONDUTORES
1000 - 1000 [11/m] ( 1. 4)

Fig. 1.15 - Variação do custo anual da perdas e dos


4 º 52
investimentos no transporte da energia q, = 945,6 t-t o )·10- ·[0,32+0,43(45946,8·d·V) ' ] [11/m] ( 1. 5)

o valor máximo de temperatura fixado para regime permanente. Para


qs = 204.d [W/m] Valor médio indicativo em climas
sua determinação, é necessário estabelecer alguns parâmetros temperados ( 1. 6)
ambientais de referência como temperatura do ar, insolação e
velocidade do vento. Nestas valem:

Grande é o número de trabalhos efetuados procurando e - emissividade - varia ·de 0,23 a ·o,90, conforme a cor do

equacionar corretamente o problema, originando outras tantas cabo. Para cabos de alumínio, e =::: 0, 5 é

publicações com os resultados e respectivas ·conclusões. recomendado [11].


36 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas, de transmissão

d [rn] - diâmetro nominal do cabo. Exemplo 1. 2


°
t [ C] - temperatura final do cabo. Uma linha de subtransmissão de 230kV supre de energia
º uma região urbana onde dominam comércio e os services, de forma que
to [ C] - temperatura do .meio ambiente.
a ponta de carga fica deslocada para os horários de maior calor, em
T = (273 + t) [K) - temperatura absoluta final do cabo. virtude do uso intenso da climatização·.- A demanda registrada no
To= (273 + to) [K) - temperatura absoluta do ambiente. receptor da linha, com tensão de 220kV, ê ?e 225MVA, cos�2 = 0, 88 ,
quando a temperatura ambiente é de 36gC, com sol. Observou-se uma
V [m/s) - velocidade do vento (em geral de 0, 6 a 1 , 0m/s) . brisa estimada em 0, 8m/s perpendicular aos cabos.
Qual a temperatura que os cabos GROSBEAK usados nesta
Exemplo 1.1 linha deverão atingir?
Qual a arnpacidade de um cabo CAA DRAKE, considerando-se solução:
to= 35 o C e t =
85 o C, vento de 0,67m/s, coeficiente de reflexão
e= 0,50 e e= 0,23 {cabo novo). A resistência do cabo e de 0', 09 Podemos resolver o problema admitindo três valores ar­
ohm/km. bitrários de temperatura máxima dos cabos e determinar as ampacida­
des correspondentes, que-levamos a um-. grãfico, obtendo a lei deva-
Solução: riação t=f ( I).
Por interpolação e valor da temperatura correspondente,
Fazendo as substituições teremos: a corrente da linha será achada.
Temos:
= 179, 2 ·10 3 ·0,5·0, 02814 [(
���0')'- (���o)'] =
1 8 ,76211/m to= 36oC; d 0, 0 25146m; V 0,8m/s
Admitamos:
4 0 52
= 945, 6 ·50·10- [0,32 + 0,43(45946 ,8·0,02814 ·0, 67 ) ' ) e = 0,5; ti = 40 °C; t2 = 50°C e t3 = 70oC
70,01 811/m R<o = 0,09277nlkm; Rso = 0,1005nlkm; R7o = 0,10455n/km.
204·0,02814 5 , 4056\1/m
Empregando o método usado no exemplo anterior,')._encontraremos res­
pectivamente:
Logo:
l•o = 137A; lso = 453A e l7o = 768A
1) para e= 0,50, com sol e com vento:
3 112 que permitem construir a curva da figura 1 .16. Entrando nesta com:
l = [10 (1 8 ,716 + 70,018 - 5,406)) = 962, 28A
12 225000
= 590A, encontraremos tcabo = 57 gC.
2) sem efeito do sol, com vento e e = 0, 50 : Y3 · 220
l = 993, 0A

Uma informação importante para a confecção dos projetos


da linhas é a temperatura máxima que um condutor pode atingir sob a
ação da corrente na linha em sobreposição às condições ambientais
existentes, pois desta temperatura dependerá o valor da flecha nos
cabos e, conseqüentemente a distância dos condutores ao solo. É,
pois, o problema inverso do anterior: dadas as condições ambientais
o 'ºº 500
e a corrente no cabo, determinar a temperatura que irá atingir. A 300 800 1000 lt A J

metodologia apresentada se presta a esse fim, porém não há solução Fig. 1. 16 !. Determinação da temperatura do cabo em função
direta, podendo-se recorrer a processos iterativos . da corrente do exemplo 1.2.
38 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 39

1.4.1.5 - Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões cabos CAA convencionais de mesma resistência elétrica. A figura
1.17 mostra sua composição.
O aumento progressivo das tensões das linhas de Os condutore� CAA-expandidos têm sido usados com sucesso
transmissão de energia elétrica em CA foi uma decorrência natural em linhas de até 345kV. Seu custo, no entanto, aconselhou a busca de
da necesidade de se transportar economicamente, e também sob outras soluções.
condicões técnicas satisfatórias, potências cada vez maiores a
distâncias igualmente crescentes, principalmente quando a energia E F G
A B
primária disponível é hidráulica.
Para uma mesma potência a transmitir em tensões maiores,
resultam correntes menores, conseqüentemente em perdas meneies por
efeito Joule e, igualmente, numa melhor regulação das tensões. Esse
l'tif
AÇO
6FIÔS 12FIOS
DE
AÇO
DE
AÇO
! �g;oAõLEs \ �2F��!oi�s
DE PAPEL DE PAPEL
1 26F 105
DE AL. 1
32 FIOS
OE AL.

ENCHIMENTO' 1
aumento nos valores das tensões a partir de certo nível exígia, por
outro lado, um aumento no diâmetro dos condutores, afim de
minimizar as conseqüência do "Efeito Corona". O aumento dos
Fig. 1.17 Condutor CAA-expandido de 1187kCM. Diâmetro
diâmetros dos condutores pro'Voca um aumento em seus custos, como nominal de 0,0419m equivalente a um cabo
também daquele das estruturas das linhas que devem.suportá-los. Um CAA de 0,0330m de diâmetro.

aumento do diâmetro dos cabos e sem um acréscimo.da área da secção


transversal útil dos cabos era, pois, desejável. Em 1908 foram apresentados dois trabalhos [18,19] ao AIEE
Em resposta, os fabricantes de condutores desenvolveram por P. H. Thomas, sugerindo o emprego de mais de um condutor por
os cabos ocos de diversas construções, verdadeiros tubos flexíveis fase, montados paralelamente entre si a pequenas distâncias.
Com
fabricados de cobre ou bronze. Seu custo era, no entanto, elevado, isso seria possível uma substancial redução da impedân
cia das
e a sua manipulação no campo durante a montagem das linhas era linhas, em especial de sua reatância, perinitindo uma
substancial
igualmente complexa e dispendiosa, pelo que caíram em desuso, face melhoria em sua regulação. Os condutores utiliza

/\
dos seriam de
a novas soluções que foram propostas [1). fabrica,ção normal existentes no mercado e mantido
s separados entre
Os cabos de alumínio de mesma resistência à CA exigiam Sl no'meio de vãos por espaçadores adequados.
O grau de redução de
uma área de secção transversal cerca de 38% maior do que a do cobre sua reatância indutiva, dependia, verificou
Thomas, do número de
equivalente. Seu diâmetro é cerca de 26% maior e seu peso S.Ubcondutores e do espaçamento entre. eles.
O feixe assim formado,
corresponde a apenas 48% daquele do cabo de cobre equivalente. �omportava-se como se fosse utilizado um
cabo de diâmetro mui to
O desenvolvimento dos cabos CAA, resolvendo o problema de ,.-;- &lto, o que levou-o a conclui
r que os campos magnéticos individuais
baixa resistência mecânica do alumínio, fez aumentar, dos subcondutores se compunh
am para formar um único, semelhante
proporci.onalmente, ainda mais os diâmetros dos cabos de mesma àquele, devido � \lfil _cabo único de grande
diâmetro, suspenso no
resistência elétrica. A possibilidade de se aumentar ainda mais o �ntro e em lugar do feixe. O mesmo
acontece com os campos
diâmetro destes últimos cabos, resultou no desenvolvimento dos elétricos, resultando
num grande aumento na capacitância das linhas
cabos CAA-Expandidos, com diâmetro de até 30% acima daqueles dos . <l'1g. 1.°i8J .
tran�missão
41
gia elétrica por linhas aéreas de
40 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à trarismissão de ener

fig. 1.19 - Condutores multiplos para linhas em EAT.

ia, caracteristica, que


conseqüentemente, a sua potênc _
operação de uma linha;
representa o ponto ideal de
utiva aumenta o limite de
e a redução da reatância ind
Fig. 1.18 - Campo elétrico de condutores multipl o s. dinâmica e transitória
transmissão com estabilidade
[2.20];
descargas
Por questões de estabilidade mecânica, os subcondutores d - os valores sobretensões provocadas por
das
das linhas sã o iguais ao
são montados igualmente espaçado s sobre a periferia de um círculo, atmosféricas nos condutores
propaga em cada uma das
como mostra a figura 1.19. Seu número é variável, desde 2 Por fase, produto da corrente que se
o
do ponto de impacto, pel
prevendo-se o empreg o de até 10 ou 12 nas futuras linhas em TUE direções da linha a partir
surtos ou impedânci a
(1.100 a 1.SOOkV). Devido à necessidade de padronização das valor de sua impedância de 1
culada por ( L/C) 2 cuj o
ferragens asso ciadas, o seu espaçamento entre si· é igualmente natural. Esta p�de ser cal
ndemente reduzido, pelos
padronizado, send o preferido para as linhas em EAT a dis tância de valor, corno se vê, é gra
ndo, portanto, também o
0,40 e 0,457m. Prevê-se o emprego de 0,61m nas linhas de UAT. A condutores múltiplos, reduzi
ensão.
figura 1. 19 mostra as configurações mais comumente usadas nas 1�\or das ondas de sobret
dependem de cabos de
linahs de EAT. os condutores múltiplos não
e empregar qualquer dos
Além da melhoria obtida na regulaçã o das linhas longas, fabricação especial, podendo-s
ricação normal, inclusive os
em virtude da redução do valor da impedância e o aumento das tipos já descritos, e de fab
na mais baratos. O seu
capacitâncias, os seguintes benefícios adicionais podem ser cabos expandidos, o que os tor
nte maior.
mencionados: custo de montagem é leveme
os múltiplos ocorreu a
a menores gradientes de potencial nas superfícies dos A generalização do uso de cab
ficando limitado ao uso
subcondutores, reduzindo com isso as atividades do EFEITO partir do inicio da década de 1950/60, não
linhas em 138 kV ou
CORONA; em linhas de •EAT, havendo grande .números de
lusive no Brasil.
b - redução da impedância característica da linha, aumentando, 220 kV effipregando mais de um cabo por fase, inc
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 43

1.4.2 - Isoladores e ferragens respectivas ferragens. São as seguintes as normas aplicáveis aos

Os condutores das linhas de transmissão, devem ser isoladores das linhas aéreas: NBR 5032, NBR 5049 e NBR 7109
Nas linhas aéreas de transmissão são empregados
isolados eletricamente de seus suportes e do solo, o que nas linhas
aéreas é feito basicamente pelo ar que os envolve, auxiliado por isoladores cônfeccionados com:
porcelana vitrificada
elementos feitos de material dielétrico, denominados isoladores.
- vidro temperado
Dessa estrutura isolante, que é dimensionada em função das
so"lfcrt:âções elétricas a que são submetidas, depende as dimensões material sintético composto.

da parte superior dos suportes. A fabricação de isoladores de porcelana exige urna


tecnologia bastante avançada, a fim de se obter corpos de
As solicitações elétricas das estruturas isolantes
composição homogênêa e compacta, isenta de bolhas de ar em seu
são de origem interna ou externa aos sistemas elétricos das linhas,
interior ou de impurezas que possam comprometer sua rigidez
e se caracterizam pelas sobretensões que podem ocorrer. Estas são
dielétrica. Não devem, por outro lado, ''sofrer deformações durante
classificadas como:
os processos de queima, pois sua eficiência depende grandemente de
a - sobretensões de impulso devidas às descargas atmosféricas;
sua geometria. A fim de tornar sua superfície iJTlper:meável, devem
b - sobretensões intern�s de tipo impulso, _conseqüência de uma
ser revestidos por uma camada de vidro. Ê com esse processo que
alteração brusca éÍ.o "estado do sistema". São des-ignadas
adquirem as cores desejadas. Tradicionalmente, a vitrificação em
sobretensões de manobras (ou chaveamento-);
�or marrom é a mais comum, porém, para torná-los menos visíveis nas
c - sobretensões senoidais de freqüência industrial.
1 inhas, emprega-se a cor cinza azulada, reduzindo o perigo de sua
As primeiras são aquelas que apresentam, de longe,
destruição por vandalismo.
os valores mais elevados, tendo, no entanto, curtíssima duração,
Seu desempenho elétrico é considerado bom. Seu maior
apenas urnas poucas dezenas de microssegundo. As do segundo grupo, f
inconveniente reside em seu preço, que é muito alto, comparado cpm
também de amplitude bastante elevada, tem uma duração bem maior,
o dos isoladores de vidro temperado. Outra objeção que se lhes faz
podendo atingir algumas centenas de microssegundos. As obretensões f

é a dificuldade na identificação de isoladores faltosos por simples
em freqüências industriais têm maior duração, porem a menor {
inspeção c3; distância, pois podem apresentar falhas, como trincas,
amplitude. .'
quase inVisíveis.
Corno a suportabilidade elétrica dos meios isolantes
Os isoladores de vidro temperado têm um custo de
depende não só da amplitude das solicitações,. mas fgualmente
!abricaça-o bem menor , ta nt o p e 1 o custo das mater1as
· · primas, como
de sua du ração, a estrutura isolante pode res istir a valores
muito mais altos de solicitações por descargas atmosféricas, las.bêm dos processos de fabricação. Após a sua formação eles sofrem

Além das solicitações elétricas, os isoladores são ta tratamento térmico que os torna mais resistentes, que porém cria

igualmente solicitados mecanicamente, podendo mesmo ser parte b. seu interior um estado de tensão- tal que, sob a ação de choques

integrante das estrú.turas como na linha ilustrada na figura 1. 45, &ecánicos mais fortes, estilhaça-os inteiramente, não admitindo
trincas. Os isoladores faltosos são fáceis de indentificar à
devendo apresentar, portanto, também resistências mecânicas
compatíveis com os esforços máximos esperados. A norma NBR 5422 dls-tância, por simples �n speção visual. Sua rigidez dielétrica é
· Jtator ào que daqueles de porcelana e sua resistência mecânica,
limita esses esforços a 40% d"a carga de ruptura dos isoladores e
lnuodução à transmissão de energia e/étdca pór linhas aéreas de transmísstio 45
44 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissãc,

igualmente. Suportam bem os choques térmicos a que ficam submetidos


em serviço. Devidos a essas razões. no Brasil, tem sido preferidos
aos de porcelana pela maioria das conc�ssionárias.
Estão sendo introduzidos isoladores sintéticos
compostos. Estes são construídos basicamente por uma peça de "'o
resistência, em geral feita de fibras de vidro ou de carbono,
ligadas por resina do tipo "epoxi", e que pode ser dimensionada para
resistir a esforços muitos elevados. Essa peça, em forma de haste
ou bastão, é revestida pelas "saias" do isolador, manufaturadas por
compostos poliméricos ou borrachas à base de silicone. Podem ser Fig. 1.20 - Isoladores a pino, linha até 69 kV.
manufaturados em uma única peça para as tensões máximas em uso,
sendo mais curtas que uma cadeia de isoladores para o mesmo nível
b - Isoladores tipo "Pilar" ou "Coluna" - são pouco usados no
de isolamentos e muito mais leves, facilitando seu trasnporte e
Brasil em iinhas de tranmissão. São constrUídos cte uµia única peça
montagem. São menos af-etados pelo vandalismo. Seu maior:
em porcelana vidrada e também em vidro temperado, como mostra a
inconveniente ainda residé em seu preço, muito elevado.
figura 1. 2 l.

1.4.2.1 - Tipos de isoladores

Em transmissão de energia elétrica são empregados


três tipos básicos de isoladores.
a - isoladores de pino;
b isoladores tipo pilar ou coluna;
c - isoladores de suspensão.

a - Isoladores de pinos - são fixados às estruturas, através


de um pino de aço. Para tanto, em seu interior possuem um fure
rosqueado, com rosca soberba de filetes redondos
(diâmetros nominais de 25,4 mm e 35,93 mm). Os pinos de aço forja
possuem em sua parte superior uma cabeça de chumbo
mesmo tipo de rosca e sobre a- qual se aparafusa o isolador. ;. 1
·,..". 1. 21 - Isoladores tipo pedestal

conjunto isolador-pino pode ser solicitado


São fabaricados tanto de vidro como de porcelana vidrada. Em sua parte inferior é cimentada uma base de ferro
emprego fica limitado a linhas de classe 66/75 kV, pois p galvanizada, com um furo rosqueado no centro, que serve
'"'
tensões maiores, tornam-se muito grandes- e volumosos. Para tens .,:e _-. sua fixação às estruturas. São igualmente disponíveis,
. •
maiores do que 25 kV, em geral são compostos de várias part .. lcados com materiais sintéticos compostos.

cimentadas entre si. corno mostra a figura 1.20.


46 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
, t••nsmíssão
- .,
/ntroduçao "'' de energia elétrica poi linhas aéreas de transmissão 47
Trabalham à compressão e à flexão, o que limita um
convenien te que O Sl-sterna de engate permita fácil manutenção (por
pouco as intensidades das cargas a que podem resistir.
exemplo, troca de isoladores com linha energizada). Os dois
e - Isoladores de suspensão - são empregados em dois tipos:
sistemas de enga t e em uso, Concha-bola e garfo-olhal, são hoje
- isoladores monocorpo;
padronizados em âmbito internacional"- pela IEC ( International
isoladores de disco.
Eletrotecnical Cornission}. O mesmo acontece-�com os seus diâmetros e
Os isoladores monocorpo são feitos de uma peça longa
0 seu passo, permitindo assim o -intercâmbio, numa· cadeia de
de porcelana ou vidro, com comprimento adequado ao nível de
isoladores, de unidades de diversos fabricantes, mesmo de países
isolamento desejado (até 220kV), podendo-se, para tensões mais
diferentes. A figura 1.23 mostra alguns tipos de isoladores a disco
altas, empregar duas ou mais peças ligadas em cascata, umas às
e as dimensões básicas padronizadas.
outras; de uso restrito a alguns países na Europa. Os isola�ores
compostos (sintéticos) são desse mesmo tipo, fabricados numa só
peça, para qualquer classe de tensão em uso. ,, " ,,
Com o uso de isoladores pendentes tipo monoc�rpo, CAMPÂNULA

que para um mesmo nível de solicitação elétrica são mais curtos do


que uma cadeia de isoladores a disco, há uma redução nas dimensões
globais da estrutura isolante das linhas, por:tanto, de seus
suportes; figura 1.22.

"'
DIÂMETRO PASSO DIÂMETRO PASSO .

o t rn l PI rn :i D trn l P l rn l "'
' ':
0,1 <16
l • 6,.3S[ml 0.175 O, l<IO º· 2�<1
' (0,140)

O• 0,1775[ml C,200 0.1 <10 • 0.2 60 o. 1<16


( º· l 70) '
Fig. 1.22 - Isoladores pendP.ntes monocorpo (Ohio-Brass)
Fig. 1,?i- Isoladores de disco e dimensões normalizadas

Os isoladores de disco são compostos de um corpo


isolante de porcelana ou de vidro, ao qual são cimentadas as
1.4.2.2 - Características dos isoladores de suspensão
ferragens necessárias à sua montagem, como mostra a figura 1.23.
Através dessas ferragens, unidades individuais de isoladores são
Os ísoladores, conforme vimos, são submetidos a
conectadas entre si, formando as cadeias de isoladores. Essas
so licitações por esforços mecânicos e também a solicitações devidas
ferragens são idealizadas a fim de permitir uma grande liberdade de aos intensos campos elétricos existentes nas linahs de TEE.
movimento relativo entre unidades, além de obrigar os isoladores a
As grandezas que_ defi'Il-ém sua capacídad"e de resistir
trabalhar sob tração sob quaisquer condições. Além do ·mais, é
aos esforços mecânicos e que devem ser especificadas pelo
48 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão i Introdução à transm;ssão de energia elétrica por linhas aéreas de transm;ssão 49

comprador, garantidas pelo fabricante, e verificados pelos ensaiosj


normalizados, são:
carga de ruptura;
resistência ao impacto; B
.45

I
resistência aos choques térmicos. /
�/

l
/
As solicitações elétricas podem comprometer a /

suportabilidade dos isoladores de duas maneiras: 1 A


>--' -- A 1
--1

- por perfuração do dielétrico;


- por disrupção superficial.

A perfuração do dielétrico nos isoladores causa sua '


inutilização. Acontece quando o gradiente de potencial transversal�
ultrapassa a rigidez dielétrica do material. Esta é função do tipo;
e da qualidade do material (po,rt:elana de 6 a 6, 5 kV/rnm e o vidro j Fig. 1.24 - Distância de arco e distância de escoamento
temperado em torno de 14 kV/mm) e do tipo do campo - constante oui A - Distância de arco a seco;
alternado. B Distância de arco sob chuva;
A disrupção superficial é função da distância dei C - Distância de escoamento.
escoamento do isolador (Fig. 1.24), ou seja, de sua geometria, dai
tensão aplicada e da condição na superficie dos isoladores seca� A figura 1.25 mostra como variam as tensões
i
l
ou molhada e da existência ou não de depósitos de material disruptivas de impulso e as de freqüência industrial em cadeias de
poluente. Quanto mais intensa a poluição atmosférica da região, isoladores de suspensão de até 20 isoladores.
maior deverá ser a sua distância de escoamento.
O usuário deveria especificar e o fabricante { '''
1·:4.2.2.1 - Número de isoladores em uma cadeia de suspensão
garantir valores mínimos, conforme consta das normas técnicas
correspondentes, podendo ser comprovados por ensaios normalizados, O número de isoladores em uma cadeia varia bastante
para: em linhas de mesma classe de tensão. O critério de escolha
tensões disruptivas a seco e sob chuva, com freqüência baseia-se, não só na tensão nominal das linhas como também no
industrial; nivel ceráunico (número de dias por ano nos quais se registram
descargas atmosféricas na região) · e grau de proteção desejado
- tensão disruptiva sob impulso (onda padrão IEC 1,2 X SOµs;
contra as descar�as.
nos Estados Unidos 1,5 x 40µs), com polaridade positiva e
Nas linhas .em EAT, hoje esse critério mudou
negativa;
ligeiramente e a escolha fez-se, em primeira aproximação, em função
- tensão de perfuração;
- tensão de carona e radiointerferência.
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas (fe transmissão 51
50 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

- sem poluição 2,0 a 2,3


- poluição ligeira 3,2
- poluição intensa 4,5
- 'poluição muito intensa 6,3
; ONDA 1 112
x40µs di [cm] - distâncía de escoamento ·qos ísoladores. Depende de
40C>l---i-- POSITIVA
seu desenho e é obtida dos catálogos de fabricantes.

l--1--+.--I-..L-1-,4---f-+-1
-'- -'
:f p--+-+- --JL -t-+--t
1 200! �
Exemplo 1.3
> .60H:t EFICAZ Qual póderá ser o número de isoladores tipo disco,
:
1000
1 ' 1 SECO
,

::i �_i.._ __i._ �--';>.,,-!,"-t----, em uma cadeia ·de suspensão, sendo os isoladores de 0,254m de
800 � ; 1 , .1' !,:__/1--l---U'-1-+-I diâmetro nominal e o seu passo de 0,146m? A linha de transmissão e
•• da classe de 500/SSOkV, a ser operadà em região de ar limpo.
600
Solução:
Temos: d i = 30 cm de 2,3vm/kV
400
1
Umax = SSOkV
logo: 2,3
ni -24, 34 ou seja, 24 isoladores.
200 30
A decisão final sobre o número de isoladores deve


N' OE UNIDADES NA CADEIA

12 16 20
ser feita através de uma análise do níve� das sobretensões de
manobra e da suportabilidade da cadeia a esse tipo de solicítação.
Fig. 1.25 - Tensões disruptivas a 60Hz e de impulsos Também é usual efetuar-se a prevísão do número de falhas anuais do
em cadeias de isoladores. isolamento das linhas provocados por descargas atmosféricas, a fim
de confirmar a aceitabilídade do número de.isoladores escolhido.

do desenho dos isoladores pela distância especificada de escoamento


1.·. i. 2. 3 - Ferragens e acessórios
e da máxima tensão em regime permanente da linha, em sua classe de
tensão, podendo-se empregar a seguinte equação:
As cadeias de isoladores são completadas por um
ni = ºc'.émcca;;X;;...._:__d=e de peças, que se destinam suportar os cabos e ser
./3 di a

Sendo:
elas e estas, às estruturas. No conjunto, a sua concepção
ni - número ;de isoladores de disco na cadeia de suspensão são de suma importância, mesmo em seus mínimos detalhes,
Urnax [kV] - a tensão máxima de operação da linha em regime afetar a durabilidade.dos cabos ou constítuir-se em fortes
de com a conseqüente radíoínterferência ou
permànente;
;:.._. .
�ere f erência em recepção de TV. Assim, as modernas ferragens e
de [cm/kV] a distância de escoamenteo específica,
ace ssórios são projetados de forma a não possuírem pontas,
sugerindo-se:
52 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétri�a por linhas aéreas de transmissão 53

angulosidades, irregularidades superficiais, nas quais poderão


Nas linhas com cabos de alumínio, é usual o emprego
ocorrer gradientes de potencial superiores aos gradientes
de varetas antivibrantes ou "armar rods" nos pontos de suspensão
iniciadores de eflúvios de carona. Por outro lado, os materiais que
como reforço dos cabos, evitando que seus fios sofram ruptura por
têm contato com os cabos de alumínio ou suas ligas devem ser
ação das vibrações eólicas. Estas constam de um jogo de 10 ou 12
compatíveis eletrolíticamente com os mesmos, para que não ocorra a
varetas de alumínio, cilíndricas àu afiladas em ambas as
sua corrosão galvânica.
extremidades (bicónicas) que são enroladas em forma de espiral em
torno do cabo, no mesmo sentido. que o enrolamento dos fios de sua
1.4.2.3.1 - Cadeias de suspensão
última camada. Com isso, o diâmetro do cabo junto ao grampo de
As cadeias de isoladores devem suportar os suspensão fica aumentado em cerca de 80 a 85%, nos casos das
condutores e transmitir aos suportes todos os esforços recebidos Seu
varetas bicônicas, e em cerca de 70% no caso das paralelas.
destes. Em sua parte superior possuem uma peça de ligação à
comprimento, após a sua aplicaç�o, atinge de 85 a 100 vezes o
estrutura, podendo ser usado um conjunto composto de um conector
diâmetro do cabo aumentado pelas varetas antivibrantes.
bola-gancho e uma manilha ou de um conector bola-garfo e a manilha.
São usadas varetas de dois tipos: as convencionais,
O conector poderá, ou não, p�ssuir facilidades para a montagem do
que para sua colocação exigem ferramentas especiais, cOm as quais é
anel de potencial ou Na parte inferior da cadeia de
nas
feita a torção no próprio local, e as varetas pré-formadas,
isoladores são fixados os cabos condutores, effipregando-se grampos
quais as héiices são moldadas na-fábrica. São fornecidas com 3 a 4
ou pinças de suspensão. Havendo apenas um cabo por fase, haverá uma
varetas cimentadas entre si e que podem ser aplicadas aos cabos com
única pinça, fixada ao isolador inferior da caadei� através de um
as mãos, sem o emprego de ferrametnas.
conector.
Os grampos de suspensão são, de dois tipo:
Havendo mais de um cabo por fase, será usada uma chapa
Convencionais, como mostra a figura 1.26, nos quais
multiplicadora, à qual serão fixadas tantos grampps ou pinças
os cabos, revestidos das varetas antivibrantes, são prensados na
quantos forem os cabos por fase. As chapas são presas às cadeias
calha por urna telha apropriada por meio de grampos. São fixados aos
de isoladores por meio de conectores.
isoladores através de ferragens adequadas.
Dispositivos especiais permitem a colocação dos
Armados, os grampos de suspensão armados são
anéis de potencial ou os anéis anticorona.
col1sti tuídos por um coxim de neoprene que abraça o cabo condutor.
O conjunto de solicitações que atuam sobre os cabos,
Um jogo de varetas antivibrantes pré-formadas é parte integrante do
sejam eles verticais ou horizontais, cria no condutor uma tensão
grampo, e é aplicado sobre o cabo e envolvendo o coxim. Esse
mecânica nos pontos de suspensão; em vir-tude do peso do cabo e da
conjunto é fixado, por duas sapatas de alumínio-liga abraçadas por
sua natural rigidez, aparecem esforços de flexão e cisalhamento
uma cinta com um parafuso de aperto, ao conector que o prende ao
bastante elevados. Ê, pois, necessário que a curvatura inferior da isolador ou placa multiplicadora (Figura 1.27).
calha da pinça se amolde perfeitamente à curvatura natural dos uffia cadeia de isoladores é submetida, em condiçães
cabos e que seu raio seja o mesmo dos cabos, para não ocorrer o de operação em regime permanente, à tensão U (kV) , de fase da
esmagamento dos fios que os compõem, pois sua superfície de apoio linh a. Havendo ni isolado��s. a cada isolador deveria corresponder
fica reduzida. U/ni [kVJ·, teoricamente. Isso não acontece em virtude dos
acoplamentos capacitivos entre ferragens dos isoladores (pinos e
54 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 55

campânulas) com os cabos e as estruturas, cabendo a maior parcela


aos isoladores mais próximos aos cabos, que são, portanto, os mais
solicitados eletricamente. Esse fato, no inícío da transmissão por
altas tensões, em virtude da tecnologia de fabricação de isoladores
ITEM ESPECIFICACÃO ainda incipiente, fazia com que ocorressem defeitos nesses
'
'
,,
ESTRIBO
OLHAL• BOLA C/ PORTA ANEL
isoladores, por perfuração do dielétrico ou a abertura de arco em

'
"
OLHAL•BOLA SI PORTA ANEL
COHCH4-0LHAL C/PORTA ANEL
torno da primeira unidade e que podia se propagar à cadeia inteira.
Verificou-se que, se o primeiro isolador fosse
CONCHA-OLHAL $/PORTA ANEL
• GRAMPO OE SUSPENSÃO MULTI -
envolvido por .um anel metálico com 2 a 3 vezes o diâmetro dos
'
'
ARTICULADO
ANÉIS DE POTENCIAL isoladores, haveria uma melhor distribuição dos potenciais ao
VARETAS ANTI -VIBRANTES
7 VI ROLAS DAS VARETAS
longo das cadeias. Verificou-se tam�ém que, se na parte superior da
© ' ISOLADORES
cadeia fosse montado um anel idêntico, além da melhora da
1
DE DISCO

"ª1'1
distribuição das tensões, haveria também a possibilidade de
protegê-la dos arcos voltaicos que são iniciados pelas sobretensões
devido às descargas atmosféricas (Fig. 1.28)
Fig. 1.26 - Cadeia de suspensão convencional A melhoria da qualidade dos dielétricas e, no caso
dos isoladores de porcelana de seu revestiffiento vítreo, aliada a um
aperfeiçoamento em sua geometria, fizeram com gue esses anéis fossem
considerados dispensáveis para a maioria '·tias linhas, permitindo
inclusive, sem reduzir a distância disruptiva da cadeia necessária
a uma mesma classe de tensão, eliminar um isolador.
Com o advento das transmissões em EAT, foi observada
a formação de eflúvios de carona em pontos das ferragens das
ITEM ESPEC IFLCACÃO
GRAMPO DE SUSP.IARMAOOJ
cade}2í.s de isoladores. A solução imediata encontrada foi através do
CONCJ-U,-OLHAL
uso de "anéis de carona" ("Carona shields"), colocados lateralmente
ESTRIBO às ferragens de suspensão, como mostra a figura 1. 28. o
5 ISOLADORES
desenvolvimento de ferragens à prova de corona fez com que seu uso
aos poucos venha a ser abandonado, como no caso de linhas de
construção mais recente em 345, 500 o u 750kV
As cadeias de isoladores empregadas podem ser do
tipo reto (cadeira "I"), constituidas de uma coluna de isoladores e
aesmo ·duas, montadas· verticalmente (fig. 1.26). O segundo tipo,
conhecido por "cadeia em-:-,.V", é composto de duas colunas de
Fig. 1.27 - Grampo de suspensão armado
1soladore9 montadas de forma a manterem com a vertical um ângulo de
56 Projetos mecânicos das línhas aéreas de transmissão Introdução â transmissão de energia elétrica·porlinhas aéreas de tra�smissão 57

450, aproximadamente, fixadas, em sua parte inferior, a uma chapa


7,0•�·�
2
--�, _
duplicadora que suporta os grampos de suspensão e, na sua parte
superior, cada coluna é fixada à estrutura (fig. 1. 29). Esse tipo
de cadeia · impede o efeito do balanço·. da cadeia de isoladores,
devido à pressão do vento lateralmente· '$Obre os cabos, o que
permite uma redução nas dimensões horizontais das . estruturas. O
�0.48
acréscimo no número de isoladores e das ferragens é compensado pela
. ·--:-
economia no custo dos suportes.

1.4.2.3.2 - Cadeias de ancoragem

São mais solicitadas rrie-canicamente, pois elas devem


suportar todos os esforços transmitidos axialmente pelos cabos em
quaisquer condições de solicitação. São também denominadas cadeias
de retenção. São montadas acompanhando a curvatura dos cabos, que,
Fig. 1.28 - Anéis de carona
junto às estruturas, ficam praticamente na posição horizontal.
Os cabos são presos às cadeias de isoladores
ataravés de grampos de tensão, dimensionados para resistir cerca de
110 a 150% da máxima tração de serviço. São �mpregados dois tipos
básicos de grampos de tensão, ilustrados na fig. 1. 30. Os grampos
de passagem, como o nome diz, permitem a passagem dos cabos neles
fixados, sem cortes dos mesmos. Devido ao sistema de fixação
empregado, não são considerados à prova de carona, portanto, pouco
empregados em linhas com tensão extra-elevadas. O segundo tipo, de
\
uso mais" geral, requer o corte dos cabos, que são fixados aos
mesmos por pressão.
Para cabos monometálicos, constam basicamente de um
ITEM ESPECIFICAÇAO

1 GRAMPOS DE SUSP. ARMADOS tubo de liga de aluminio terminado em um olhal para a sua fixação
às chapas multiplicadoras ou aos concectoresw de ligação com os
'
2 CHAPA MULTIPLICADORA
CONCHA OLHAL
4 MANILHA isoladores. São equipados com chapas de conexão elétrica. O tubo
s terá paredes de espessura suficiente para resistir ao esforço

PROLONGAOOR G ARFC BOLA
MANILHA
7 1 S0LA00RES »ecânico; o diâmetro interno do tubo será igual ao do diâmetro
nominal do cabo, com peque4na. tolerância para mais, permitindo que
Fig. 1. 29 - Cadeia em "V" Seja enfiado �obre o cabo. Empregando-se uma prensa hidráulica com
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhus aéreas de transmissão 59
58

e um ao outro, e uma de alumínio para a fixação dos fios de alumínio e para a


mordentes adequados. 0 conjunto luva-cabo amolda-s
condução (elétrica). Esta reveste a anterior. Ambas são aplicadas a
ficando o cabo retido.
cabos bimetálicos, o
dos grampo será pressão.
No caso
- alma do cabo
campos t o de duas Peças, uma de aço para a re tençao da
1.4.2.3.3 - Emendas dos cabos

Os cabos para as linhas de transmissão são


fornecidos normalmente acondicionados em carretéis (bobinas) de
dimensões padronizadas, adequados aos diversos tipos e bitolas de
cabos e ao seu manuseio no campo, durante a montagem das linhas.
Há, portanto, um limite no comprim�_nto dos cabos que podem ser
fornecidos, sempre inferior ao comprimento das linhas, exigindo
assim a realização de emendas dos mesmos. Essas emendas deverão
lo J assegurar continuidade elétrica ao circuito e também resistir aos
esforços de tração a que ficam submetidos os cabos.
Ancoragem
Ancoragem do do olmo Empregam-se três tipos de emendas para cabos de

\
alumínio A+

r-------; ,'li
A �/

. :,,- 111,-moJ•�
alumínio, aluminio-a;o ou liga:

7
a - Emenda do tipo torção - reservada a cabo:.;: de pequenos
cá§l���������§;'��i�\�\l="":,�,"'.",. m,
Sapato de diâmetros de até cerca de 15mm. Composta de'·' tubos de alumínio de
ligações Condutor porco olhal
secção transversal ovalizada, nos quais são introduzidas as

AGEM 00 AÇO extremidades dos cabos a serem emendados, como mostra a figura
A - PROFUNDIDADE DO FURO NA ANCOR
1. 31. Empregando-se um par de chaves apropriadas, afetua-se a
Condutor Ancoro em de oluminio torção das luvas juntamente com as extremidades dos cabos ..
1

\
Ancoro9em do aço t--�-��-·�V�
OL_AS����--<
�T
I
"l���-�·�V�OL
� T �·�·��-�-1

Conector Fig. 1.31 - Luva de emenda de torção

b - Emenda do tipo compressão - exigem para a sua aplicação um


·:)-'-· compressor mecânico ou hidráulico com capacidade superior a 50 Ton,
1 b)
",·:�;f�_-equipado com matrizes apropriadas. Para cabos de alumínio ou liga

Fig. 1.30 - Grampo de tensão


::z�t-de aluminio,. é empregada uma única luva de alumínio de secção
60 Projetos mectJnicos das linhas aéreas de transmissão /ntroduçá'o à transmissão de energia elétrica por línhas aéreas' de transmissão 61

transversal anular (tubo), na qual são introduzidas as pontas dos 1.4.2.3.4 Dispositivos Antivibrantes
cabos. Empregando-se a pressão, comprime-se o conjunto, em geral
alterando a superfécie externa do tubo de circular para sextavada. Conforme já mencionado anteriormente, um dos
Empregando-se tubos de secção externa ovalizada e furo circular, fatores que limita a utilizaÇ�o dos cabos mecanicamente
estes assumem secção anular após sua compressão. é o fenômeno da fadiga de seu,s fios componentes sob
No caso de cabos CAA, prefere-se usar duas 1 uvas de efeito das vibrações induzidas pelo vento nos mesmos.
compressão, urna para a alma, em geral de aço e outra para o com o emprego de dispositivos capazes de dissipar a energia
alumínio. Ambas terão após a compressão, a mesma forma ou sextavada envolvida, pode-se reduzir substancialmente o perigo,
ou circular. A figura 1. 32 mostra uma luva de compressão e suas da ruptura dos cabos junto aos seus pontos de suspensão,
componentes. podendo-se "mesmo aumentar as trações nos mesmos, reduzindo
B B A+ A A r A+
B :
suas flechas.
1
-�--1-. __...,, � '"1 -----��.\ i Um razoável nümero'cte dispositivos foi inventado

� �*------:lr1 (: � ��
>-- I

. 1
e aplicado ao longo do tempo[9],com result�dos variáveis.
\ AL M A DE
/ . 1 LcoNDUTOR \__ Aç o CONDUTOR Há basicamente três tipos de proteção contra o efeito
LUVA DE ALUMINIO
A - MET�ÓE DO COMPRIMENTO DA LUVA DE AÇO
das vibrações.
B- METADE 00 COMPRIMENTO DA LUVA OE ALUMÍNIO

a) PARTES CONSTITUINTES
a Varetas Anti-Vibrantes ou Armadura s Anti
Vibrantes já descritas em item anterior,
representando reforços dos �abas junto aos pontos
de suspensão;.

b - Amortecedores de Vibrações - há urna gama bastante


b) CONJUNTO COMPRIMI DO
grande de dispositivos conhecid os genericamente por
fig, 1.32 - Luva de emenda de compressão amortecedores de vibrações e que tem por finalidade
absorver e dissipar a energia das vibrações. O
c - Emendas tipo "pré-formados" - são constituídas por jogos tipo mais conhecido e usado é o tipo "STOCKBRIGE"
de varetas pré-formadas semelhantes às varetas antivibrantes. Para ilustrado na figura 1.33. suas dimensões depeàem
cabos CA ou CAL constituem-se por um único jogo de varetas dos diâmetros dos cabos. Seu posicionamento com
aplicadas sobre os cabos a serem emendados. Nos cabos CAA são relação ao grampo de suspensão depende do comprimento
usados três conjuntos de varetas: um conjunto para mendar ·a alma de das ondas das vibrações a serem amortecidas [ 9).
aço, interna, um conjunto para emendar a camada de alumínio,
e - Pontes Anti-Vibrantes ou Festões constituídas
externa, e um conjUnto de varetas para encher o vão entre a emenda
por alças confeccionadas com o próprio cabo e
do aço e aquela do alumínio. Sua résistência mecânica é de 100%
monta das em paralelo com o mesmo, corno mostra
daquela do cabo com o qual é usado. Resistem por aderência às
� figura 1.34.
extremidades dos cabos por elas unidos.
Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 63
Projetos mecánicos das Hnhas aéré"as de transmissão
62
COMPRIMENT APLICADO

VARETAS DE LIGA
DE ALUMi'NIO

----
B, Espaçamento entre subcondutores

fi9, ' s
Tipo Stockbr idge. '"---�
Fig. 1.33 Amortecedor
Tubo de alumínio'
ESPACAOOR DUPLO

·-: --·�----..!

0'e!ostõmero
i
Gorro de

\ 0/
\ /.

ESPAÇAMENTO QUÁDRUPLO

ESPACADOR TRIPLO

Fig. 1.35. Espaçadores para Condutores Múltiplos.

Fig. 1.34 Amortecedor Tipo Festã o. 1.4.2.3.6 Sinalização de Advertência

As linhas aéreas de transmissão devem ser equipadas


com dispositivos de sinalização afim de assegurar a sua
'\
segur.ança física e operacional da açã:o de terceiros como
1.4.2.3.5 Espaçaàores para C ondutores Múltiplos
também a segurança destes últimos.
e a capacitância Os critérios mínimos para essa sin a lização estão indicados
Afim de manter constantes a impedância
condições meteorológicas, na norma NBR 7276 de 1982 e constam basicamente de:
dos condutores múltiplos sob quaisquer
paralelos entre si ao a - sinalização de advertência a pedestres, na forma
é preciso que eles se mantenham duma placa afixada aos suportes, em 1 ocais de fácil acesso;
através de espaç adores
longo de toda a linha, Isso é obtido
ao longo dos vãos das
montados a intervalos regulares
material condutor ajudam b - em travessias sobre .yales prof.undos, quando os
linhas. Esses espaçadores, sendo de .cabos ma's
nciais os subcondutores • altos est'iverem a mais de 145m de altura
a dividir as correntes e os pote &obre o fundo dos mesmos, é requerido que nesses cabos
(Figura 1.35).
Projetos mecân;cos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 65
64
do suporte. Através do dimencionamento mecânico é que
sejam montadas esferas {na cor vermelha ou laranja) com
determinam os as dimensões adequadas a cada elemento do
diâtnetros mínimos de 500 mm, espaçadas de no mínimo 40
suporte afim de resi.stir aos esforços a que são submetidos.
metros, com a finalidade de advertir aeronaves que p ossam
A f orma 'final dos S·Uportes decorie da "arquitetura" mais
aí trafegar;
adequada aos materias estruturais empregados, escolhidos
com base em considerações de natureza operaci onal (confiabilidade
e - sinalizações sobre rodovias, ferrovias ou dutos.
em serviç o ) e de seu custo.
São empregados esfera s do mesmo tipo nos cabos mais altos,
no mínimo duas por travessia, colocadas nos pontos de
1.4.3,1 Dimensões Básicas de um Suporte
intersecção de linha com o eixo do limite da faixa de
servidão desses obstáculos;
São fixadas de modo assE:.:3urar segura nça e desempenho
aceitável face aos diversos tipos de sobretensões a que
d - sinalização de advertência de estais.
são submetid os. Suas estruturas isolantes def•inem essas
dimensões. Estas, como já mencionamos no Item 1, 4, 2, são

1,4.3 Estruturas das Lirihas constituídas por combinações adequadas de is o ladores e


distâncias de ar·, O número e tipo de isoladores para
Também designadas suportes, desempenham Uma dupla uma determinada classe de tensão, como também as distâncias
função nas linhas aéreas de transmissão: de isolamento são fixadas por critérios de vários. As
normas técnicas, que se preocupam com ,'.-.o fator segurança,
fixam valores mínimos para
distâncias de segurança.
as
a - proporcionam os pontos de fixação dos cabos condutores
·
através de sua estrutura isolante, garantindo as distâncias No Bras ...;l v'gora
... o que e' determinado pe 1 a n orma NBR 5422
de segurança entre condutores energizados, entre êstes de março de 1985 [10], aplicável a linhas com tensões

partes do próprio suporte e entre os condutores e nominais maiores do que 38 kV, e menores do que 800
e
kV. Os demais paiseS possuem seus próprios regulamentos
o solo.
,
a respeito.
As estruturas is olantes das linhas de transmissão
b - amarram, através de suas fundações , as linhas a o
s ão solicitadas, como foi visto (item 1. 4. 2 ) por três
terreno, ao qu a l transmitem as forças resultantes de todas
tipos de sobretensões, além das tensões normais de operação.
as solicitações a que são submetidos os elementos que
Através de seu dimensionamento adequado se procura
compõem o suporte.
reduzir os efeitos das sobretensões no s sistemas elétricos,

O seu dimensionamento deverá atentar, pois, para que podem provocar interrupções no fornecimento de energia,

os dois aspectos, o eiétrico e o mecânico. O dimencionamento cujo número e .durações devem ficar em níveis aceitáveis,
As so bretensões de origem atmos féricas são aquelas
elétrico é resp onsável pela fixação das dimensões mínimas
que podem a"presentar os valores mais elevados e sobre
da s distâncias de segurança, portanto das dimensões básicas
66 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t;ansmissão 67

as quais não se tem controle algum. Os outros dois


tipos são gerados no próprio sistema. A redução de seus , d PR

f\'
v�lores a níveis razoáveis é em geral economicamente viável. e l,PR

A proteção mais eficiênte das linhas contra as 1 '


b /1
descargas atmosféricas consiste em eyi tar que as mesmas atinjam ' 1 ' :
1
diretamente os cabos condutores, caso em que dificilmente a / 1
1 \
P, 1
\
t'i.rl
estrutura isolante resistirá, facilitando a abertura de um arco 1
' �

/M
voltaico entre condutores e suporte, seguido de uma corrente em 1 AC i
1·'
B
A 1
H
1

li'
:
freqüência industrial para o solo, caracterizando um curto-circuito '
1' I'

:li \
1
f Mk:: 1' 1
de fase à terra. 1;1

l..-�·
1 1

111
,11
1 1 1 1
- •,!'i
••• 1 '
'

1.4.3.1.1 - Efeito dos cabos pára-raios •se !

hs

O emprego de cabos pára�raios adequadamente localizados


com relação aos condutores, como ,já foi mencionado no item 1._4.1.3,
u=" " "'' _,, =
reduz sua exposição direta, evitando que a grande maioria dos raios Fig. 1.36 - Dimensões básicas de uma estrutura
que demandam a linha atinj a os condutores.
São suspensos, ordin ariamente, na parte mais , alta das
estruturas, e sua altura é determinada em função do "ângulo de
cobertura" por eles oferecido. Está comprovado que quanto menor for
esse ângulo, mais eficiente será a proteção, o que, no entanto, PR

1t
aumenta os custos das estruturas. O ângulo de cobertura é definido +40

pelo ângulo que faz um plano vertical que contém os pára-r aios, com < + 30
o plano inclinado que contém os cabos pára-raios e os cabos � + 20 �
condutores, como mostra a figura 1.36. A figura 1.37 mostra os /\ /\ Condutores \
?
o• e:i:ternos
valores mais adequados do ângulo em função das alturas das
estruturas. Normalmente, as flechas dos cabos pára-raios são o -10

menores do que aquelas dos cabos condutores, o que faz com que, no -20
,<
meio do vão-, os ângulos de cobertura sejam menores do que junto às
estruturas. 10 20 30 40 50 60

ALTURA 005 PÂRA- RAIOS EM [mJ

1.4.3.1.2· - Altura das e'strút'uras


Fig, 1.37 - Ângulos de cobertura propostos por Armstrong
Dependem do comprimento das cadeias de isoladores, do � Whitehead [21] para proteção efetiva
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 69
68 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

a - distância ,básica, em metros, obtida ·da Tabela n. º 5 da


valor das flechas máximas dos condutores e das alturas de segurança
referida norma. Para a presente finalidade, pode-se usar
necessárias. a = 6,Sm. Para fins de distribuição das estruturas
O comprimento da cadeia de isoladores (11 na figura
sobre os perfis (locação), as demais distâncias deverão
1.36) é função do tipo desta (I ou V), do número de isoladores e
ser observadas, face a cada tipo ·--�e obstáculo (Capítulo
das ferragens que as compõem. O número de isoladores pode ser
4).
determinado da maneira vista em 1.4.2.2.1. As dimensões dos
isoladores e ferragens são obtidas dos catálogos dos respectivos Exemplo 1.4
fabricantes. Qual a altura mínima admitida para os condutores de uma
As flechas máximas (fmax na fig. 1.36) são determinadas linha de 138/145kV sobre terreno agrículturável? E para uma linha
de 500/550kV?
em função do vão médio ao qual a estrutura se destina, pela Eq.
1. 1. A tração a ser usada deve ser calculada para a condição de
Solução:
máxima temperatura, como recomenda a NBR 5422 em seu item 5 2 2, e
Pela equação ( 1. 8) teremos:
como será visto no Capítulo 4.

[
As alturas de segurança .,., hs, mostradas na figura 1.9 e a) 138kV - = 6,5 + 0,01 145
hs - 50 ) [m]
1.36, representam a menor distância admissível entre co_ndutores e o v'3
hs = 6,84m
solo em qualquer momento da vida da linha. São fixadas igualmente

[ ---
pela NBR 5422, em seu item n. 10.2.1.1. Dependedendo da classe de
)
0

b) 550kV - 6,5 + 0,01 550 -


hs 50 1ml
tensão das linhas e da natureza do terreno ou dos obstácu'ios por v'3
ela cruzados, a referida norma apresenta dois métodos de cálculo hs = 9, 18m
dessas distâncias. Um método designado "Convencional" e um método
alternativo, que para sua aplicação depende de uma análise
1. 4. 3.1. 3 - Distância s entre partes energizadas e partes
probabilistica dos valores máximos das sobretensões a que as linhas
aterradas dos suportes
poderão ser submetidas.
Para efeito de dimensionamento da altura básica dos , Trata-se igualmente de distâncias de segurança,
\

l
/
suportes, pode-se empregar a seguinte expressão: portanto têm seus valores mínimos para cada classe de tensão
estabelecidas por normas. Recomenda a NBR 5422/1985:
Du "As distâncias mínimas do suporte devem ser, obrigatoriamente,
hs = a + 0, 01 ( 1. 8)
determinadas em função de estudos que levem em consideração as
para U > 87kV ou D a, para U � 87kV várias solici lações elétricas a que a linha de transmissão será
Sendo: submetida, devidamente coordenadas com as condições de vento que
ocorrem simultaneamente com cada uma das referidas solicitações."
u tensão máxima de operação da linha, valor eficaz, "Caso esteja ·previsto o uso de manutenção em linha viva, todos
fase-fase, em kV; os espaçamentos deverão ser verificados, de forma a garantir a
Du - distância, em metros, numéricamente igual a U; segurança dos el;tricistas envolvidos nessa atividade."
- - ---··

70 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transrpissão 71

referida norma ainda condiciona que todas Exemplo 1.5


as distáncias decorrentes desses estudos devem ser, no mínimo, Qual deverá ser o valor recomendado para a distância de
se gurança mínima num suporte àe uma linha de tensão nominal de 345
iguais àquelas determinadas da maneira exposta em seus itens 10.2.1 kV?
ou, alternativamente, no item 10.2.2.
A figura 1. 38 mostra o modo de se determinar essas
soluçãç:
distáncias em estrutura, empregando cadeia de isoladores pendentes
(tipo I), com liberdade de oscilar movidas pelo vento, no sentido A fim de empregarmos a Eq. 1.9, devembs escolher o tipo
de isolador, determinando o seu passo e a distância de escoamento.
transversal ao do eixo da linha. O cálculo do ângulo de balanço, �. Para saber o seu número, é necessário especificar a distância de
da cadeia de isoladores, será visto nos Capítulos 2 e 4. escoamento específica, d2 .. Admitindo-se ar limpo, pode-se usar
de 2,2cm/kV. Para isoladores tipo "standard", temos di = 30cm e
pi= 14,6cm.
O número de isoladores, pela Eq. 1.7, será:

362·2,2
= 15,33 isoladores
1-'3·30
Adotaremos 15. Pela Eq. 1.9 teremos:
D, = (15 - 1)·14,6 + 30 = 234,4cm
ou
Di ::: 2,35m

Essa distância deverá ser assegurada': estando a cadeia


na posição de balanço máximo. Ficarão, assim, definidas as
distâncias de segurança com a cadeia em repouso, li e Dmin, na
fig. 1.38.
Fig. 1.38 - Determinação da distância de seguranca mínima - Dmhn
O seu comportamento elétrico, face às sobretensões,
deverá se;_;·\verificado analiticamente e possivelmente por ensaio em
laboratório. Deverá ser analisada, igualmente, para efeito de
A distância D1 pode ser determinada, em primeira manutenção em linha viva.
aproximação, tornando-a igual à "distância disruptiva reta da De acordo com a norma citada, essa distância não poderá
cadeia". Designando por nt o número de isoladores na cadeia, Pt o ser menor do que aquela calculada pela expressão (Tab. 4):
seu passo e dt sua distância de escoamento (pi e d1 são obtidos dos D1 = 0,03 + O,OOSDu [m] ( 1. 10)
catálogos dos fabricantes), a distância disruptiva reta de uma
cadeia de isoladores será: Exemplo 1. 9'..
Verificação da aceitabilidade da distância calculada no
D1 (n1 - 1) pi + d1 [m] ( 1. 9) exemplo anterior:
72 73
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Jnrro ,dução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de tran'smissão

Solução: b - disposiç-ão em plano ou lençol vertical - nesta disposição


D1 = 0,03 + 0,005·362m os condutores se encontram em um mesmo plano vertical.
D1 = 1,84m Essa disposiç�o é reservada em linhas a circuitos
Verifica-se, pois, que a distância de 2,35m é aceitá­ simples, quando estas sofrem l'imitações das larguras das
vel, face a norma aplicável.
faixas de tipica�nte,
servidão. É, o caso quando as
linhas devem acompanhar vias públicas. São. empregadas
No caso de serem empregadas cadeias em "V", esta deverá principalmente em linha a dois circuitos trifásicos no
ser considerada em repouso. As distâncias de segurança são mesmo suporte, reduzindo, assim, as larguras das faixas de
estabelecidas pelos mesmos critérios (Fig. 1.39). servidão. Estas linhas são encontradas em todos os níveis
de tensões, até SOOkV. A figura 1.40 mostra esse tipo de
PROLONGAOOR DE
CADEIA disposição;

o; o;

Fig. 1.39 - Contorno mínimo de uma janela com cadeia em "V"


o) CIRCUITO SIMPLES bl CIRCUITO OUPl.0

1.4.3. 1.4 - Disposição dos condutores nas estruturas fig. 1.40 - Disposição vertical dos condutores

É um fator importante na definição das dimensões das


estruturas. São empregadas três disposições básicas dos condutores:
e - disposição triangular neste caso os condutores são
a - disposição em plano ou lençol horizontal - quando todos os dispostos segundo.os vértices ·de um triângulo. Esse tipo
condutores de fase de um mesmo circuito estão em um plano de disposição é encontrado em todos os niveis de tensões,
horizontal. Essa disposição é empregada em todos os níveis mesmo em EAT. em
Resulta alturas
estruturas de
de tensão, de preferência em linhas a circuito simples. É intermediárias entre as duas disposições anteriores. Os
a disposição ·q�e exige estruturas de menor altura, .sendo, �riângulos são normalmente isóceles, e são e�p�egadas tan­
portanto, preferida para linhas em TEE e TUE. As figuras to para linhas a circuitos simples corno para circuitos
1.1, 1.2 e 1.36 ilustfàm essa disposição; duplos� A figura 1.41 exemplifica alguns casos.
74 Projeros mecânicos das linhas aéreas de rransmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por lfnhas aéreas de tr�nsmissão 75

8.80 1 8,80 - peso dos cabos condutores e pára-raios;


pesos dos isoladores, ferragens e acessórios;
7.6� 7.63
o
,,;
peso próprio dos componentes do suporte.

:1 :
'
o Poderão aindà ser solicitadas_ por ·componentes verticais
o
d
dos esforços horizontais (estruturas estaia,�as - item 1. 4. 3. 1. 6. b)

..
'' : ou decorrentes de cargas adicionais de montagem e manutenção .
.1. e : . :
, --""�-4'""��1-'"�:
�:--"-'-
· �-:�:r···
'
• !• A
· 1· 9,00 l 6.00 6.00 1 9,00
1
b - Forças horizontais - apresentam-se em direções diferentes,
o :- ,1

o devido a causas variadas:


d
o,
'
2! b.1 - Forças horizontais em direção transversal aos eixos
das linhas - decorrem da força resultante da pressão
do vento sobre cabos e ,.isoladores, bem como sobre os
elementos dos suportes;
b.2 - Forças horizontais longitudinais - como se verá no
Capítulo 3, para que os cabos se ·mantenham
Fig. 1.41 - Linhas com disposição triangular
suspensos eles desenvolvem forças axiais de tração,
variáveis com as variações de temperatura e com a
pressão do vento e que devem ser suportadas pelas
1.4.3.1.5 - Classificação das estruturas em função das cargas estruturas da linha;
atuantes b.3 - Forças horizontais ao longo das bissetrizes dos
ângulos horizontais- são resultantes das forças de
Os elementos que compõem um suport� devem ser tração longitudinais dos cabos nos sentidos dos dois
dimensionados a fim de resistir, com segurança, às solicitações a alinhamentos que se interceptam.
que são _submetidos. Devem suportar os esforços necessários à
Os suportes podem ser classificados nos seguintes
manutenção dos cabos suspensos, as forças decorrentes da pressão do
tipos, 7\que normalmente integram uma "família de estruturas", ou
vento sobre os cabos e sobre seus próprios elementos, o peso dos
"série de estruturas", para uma linha:
cabos e de seus acessórios, como também as forças decorrentes das
a - tipo " suspensão" ou "alinhamento" são suportes
variações da temperatura desenvolvidas nos cabos e também de
dimensionados para, em condições normais de operação,
mudanças de direção no Seu traçado. Essas forças atuam em direções
resistir aos esforços verticais devido ao peso dos cabos,
diferentes, permitindo um tipo de "especialização" às estruturas,
isoladores e suas ferragens. Poderão, como veremos no
atribuindo-lhes funções específicas.
próximo item, ser solicitados igualmente no sentido
As forças podem ser classificadas em: vertical pelas forças decorrentes do estaiamento. Devem
a - Forças verticais - atuam normalmente no plano vertical e suportar igualmel1.te as forças horizonta1s transversais
são decorrentes de: decorrentes da pressãO·do vento sobre cabos, isoladores e
76 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de tran'smissão n
sobre seus próprios elementos. Excepcionalmente são d - para 11 ârigulos" são estruturas dimensionadas para
solicitados por forças verticais adicionais, como aquelas suportar, além dos esforços verticais e transversais,
decorrentes da montagem e de manutenção, como também por também as forças decorrentes da resultante das forças de
forças horizontais longitudinais decorrentes da ruptura de tração nos cabos nos dois al1nhamentos que se cruzam
um ou mais cabos. (Capítulo 3). Para ângulos menores. empregam cadeias de
Esse tipo de estruturas é, na maioria das linhas, o mais suspensão e· com·.. ângulos. maiores, de·,.-tensão.• Têm sua_ cabeça 1 ..

freqüentemente empregado, podendo haver em uma mesma linha modificada com relação às demais; a fim de assegurar as
suportes calculados para dois ou mais vãos básicos de distâncias de segurança necessárias. Uma "família" de
referência. São os suportes menos reforçados da linha. estruturas possui freqüentemente mais de um tipo delas;

e - para "transposição" ou "rotação de fases" a fim de se


b - tipo "terminal" ou "ancoragem total" constituem os
assegurar o equilíbrio eletr-9�agnético das linhas, e com
suportes utilizados no início e no fim das linhas,
isso a igualdade das quedas de tensão nas três fases,
cabendo-lhes a responsabilidade de manter os cabos·
efetua-se a transposição de fases [9], o •que exige
esticados. São solicitados unilateralmente pelas mesmas
estruturas especiais. Recomenda-se que em cada trecho de
forças que atuam nos suportes de suspensão e
linha haja pelo menos urna rotação completa, o que nos
adicionalmente pelas forças axiais longitudinais na
níveis mais baixoS de tehsão se consegue com o emprego de
condição de maior intensidade de vento. São os suportes
duas ou três estruturas especiais;
mais solicitados, sendo, portanto os mais reforçados. São
usados com cadeias de isoladores em tensão (de ancoragem), f - para "derivação" - freqüentemente se .efetuam sangrias nas
mesmo em linhas de tensões mais baixas que empregam linhas para alimentar um ramal, sem necessidade de algum
isoladores de pino ou pedestal; pátio de seccionamento e manobras. Nesses casos, uma
estrutura especialmente projetada para esse fim é
e - tipo "ancoragem intermediária" semelhantes ao tipo utilizada.
anterior, porém empregados no meio das linhas, com trações
longitudinais equilibradas à frente e à ré. São menos
reforçados que os anteriores, pois devem resistir 1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de
unilateralmente apenas aos esforços decorrentes do resistir
tensionamento dos cabos durante a montagem, ou após a
ruptura de alguns deles, supondo-se ausência de ventos de Os esforços a que os suportes ficam submetidos são
máxima intensidade. São igualmente empregados em pontos de transmitidos ao solo. Essa transferência é feita somente pelos
ângulo relativamente elevados. Muitos projetistas elementos dos suportes, ou por estes auxiliados por tirantes ou
recomendam o uso desse tipo de ,suporte a intervalos estais ancorados no solo. Esse fato serve de critério para
regulares ao longo das linhas, a fim de facilitar traba­ classificar as estruturas em dois grupos, ou seja, estruturas
lhos de retensionamento de cabos quando necessário; autoportante e �estruturas estaiadas.
78 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de tr{lnsmissão 79

a - Estruturas autoportantes são dimensionadas para '.21, 74

transmitir todos os esforços ao solo através de suas fundações. São

1
s
�i
R
de três tipos: s
a.1 - Rígidas - aquelas que, mesmo sob a ação das maiores o

solicitações, não apre�entam


perceptíveis em qualquer direção.
deformações
São, portanto,
e lásticas

as
.• 1024

-%1%- 15.24 ;;
·eJt
A

4,50
••• �
4,50 1

mais reforçadas e volumosas. As figuras 1.lb, 1.2b e


•o
.,,,
1.41b e e mostram estruturas deste tipo.
�l
a.2 - Flexíveis - são aquelas que, sob a ação das
ções de maior intensidade, apresentam deformações sen­
solicita­ º'
º'
.;,
NI -1
-i
síveis, que, por serem elásticas, desaparecem ao ce s­
sar a solicitação. Essas deformações ocorrem no senti­ -
do das forças solicitantes, na forma de flech�s em sua
-..=1-=- w
p arte superior. São t.ípicos deste tipo de suport es, os 7SO KV
138 KV.

postes e os pórticoS articul ados, independentemente do


mat erial com que são confeccionados. Atúam como vigas Fig. 1. 43 - Suportes em pórticos
engastadas no solo. A figura 1.42 mostr.a exemplos
tipicos de postes para diversos níveis de tensão e, a
a.3 - Suportes mistos ou s emi-rígidos são suportes que
figura 1.43, pórtico articulado.
apresentam rigidez em um a das dire'çõ.es principais. São
em ge ral, assimétricas, com dimensões maiores na
'
·oºo ')./ dir eção de sua rigidez, que é, em geral, na direção·
� transversal ao eixo da linha. Exemplos típicos estão
8 ....
' ' na figura 1.43, na forma de pórticos contraventados.
-�
b �\Estruturas estaiadas neste tipo de suportes são
'.v.''
empregados tirantes ou estais para absorver os esforços
horizontais transversais e longitudinais. O emprego de
tirantes é uma prática bastante antiga, principalmente em
23,16 distribuição e em linhas de tensões menores, constituídas
por postes engastados ou pórticos articulados engastados,
a fim de enrijecê-las. Com o advento das linhas em EAT
l 38 KV 345 KV
verificou-se que substancial economia de custo dos
suportes {ver figura �.45) é realizável através de seu
500 KV
Fig. 1.42 - Suportes flexív e is (postes} estaiamento. Ne stas; os estais assumem toda a
Introdução à transmissão de energia e/é,trica por linhas aéreas de traAsmissão 81
s aéreas de transmissão
Projetos mecânicos das linha
80

1
responsabilidade de mantê-las em pé, pois são articuladas
com o maciço de sua fundação, o que exige de quatro a seis
tirantes por suporte, dependendo de seu tipo.
h

RH - RESU"[. TANTE"" OE TODAS

'' AS FORÇAS HORIZONTAIS

'' b) ESTAIAOA CONVENCIONAL


'v 'r OI AUTO - PORTANTE
P = 1.00 p • 0,60

1,.:::- - - - 1=

Fig. 1.44 - Forças atuantes em suporte estaiado

e) SUSPENSÃO TRAPÉZIO dl SUSPENSÃO DELTA


p • 0,34 p • o, 36
um cabo de aço, no rmalmente
Os estais compõem-se de
de Fig. 1.45 - Estruturas estaí adas e com suspensão flexível.
ou EAR (extra-forte). Em locais
galvanizado, do tipo AR (forte) nio
Pesos relativos p(SOOkV) (Ohio-Brass)
empregam-se cabo s aç o -alumí
agressiva ao zinco
atmosfera
transferem ao
(" copperweld"). Os estais
(" alumoweld") ou aço-cobre
, componentes dàs resultantes
solo, através de âncoras adequadas
o mostra a ffgura 1.44.
As
equilibrar, com
horizontais que devem
adas no
as estruturas es t a i adas empreg
figuras 1.l a e 1.lb mostram
pu.
sistema de transmissão de Itai
te recente, que maiores
Verificou-se, em época bastan
adas com o emprego
de estruturas com
economias poderiam ser realiz 5, as
s, como mostra a figura 1.4
susp�nsão flexível, nas quai s
. A
ém suspensas, ,de cabos de aço
cadeias de isoladores são tamb H
o em detalhes.
figura 1.46 mostra essa suspensã
as tem si do boa, dada
A aceitação desse tipo de estrutur
mais, uma
a grande confiabilidade
apresentada, permitindo, além do
das estruturas. •• ••
maior compa ctação nas dimensões •• ••
de supo rte s estaiado
s é
As ma io·res objeções ao sistema Fig. 1.46 - Jogos
ço para os estais nas faixas
de de forças nas es truturas isolantes [221
que estes, além de requererem espa
82 Projetos mecânicos ·das linhas aéreàs de transmissão Introdução à transmissão de energia elérrica por linhas aéreas de rrànsmissão 83

servidão, exigem também terrenos de topografia favorável à As estruturas de aço devem ser protegidas contra a
implantação dos estais. Em terrenos irregulares prefere-se suportes oxidação e corrosão, empregando-se para esse fim vários métodos. O
auto-portantes, que também são preferidos como estruturas de mais freqüente é o uso de galvanização a fogo, através do qual o
ancoragem e terminais, levando na maioria das linhas às soluções aço recebe _.uma camada de· proteção de zinco_ por imersão das peças em
mistas. um banho de zinco fundido. Empregam-se igualmente aços passivados
Alega-se, contra os estais, sua maior vulnerabilidade a como o "COR-TEN" (U.S. STEEL) e o "NIOBRAS" (C.S.N .. ), nos quais a

vandalismos. primeira camada de óxido que se farma é estável, protegendo-o.


Isolamento por pintura é_ também empregado para esse fim, porém com
o inconveniente de exigir renovação periódica.
1.4.3.1.7 - Materiais estruturais
O concreto armado tem-se apresentado como ótima
alternativa para suportes de linhas, ç?m viabilidade econômica para
Em linhas aéreas de transmissão empregam-se, para a
linhas de até SOOkV. Podem ser executadas nas formas autoportante
fabricação de suportes, os seguintes materiais:
ou estaiadas, em forma de postes para os níveis mais· baixos de
a - Metais tensões, e como pórticos articulados ou contraventados em· todos os
a. 1 - aço carbono comum e ,.de alta resistência;
níveis. Pendentes os processos de fabricação, poderão ser obtidas
a.2 alumínio ou liga de alumínio, seções transversais quaisquer, sendo mui to divulgados no Brasil·
b - Concreto armado seções circulares ocas e seções em duplo TEE. Postes de seção
b.1 - com armadura convencional anular são fabricados por processos de centrifugação e por
b.1.1 - concreto vibrado; vibração, enquanto que os de seção qualquer,'· por vibração. Nos
b.1.2 - concreto centrifugado. catálogos dos fabricantes nacionais relacionam-se postes
b.2 - com armadura para pré-tensionamento. componentes das estruturas com comprimentos unitários de até 40m e
resistências nominais de até 5.000kgf. Há experiência acumulada de
c - Madeira
linhas até SOOkV.
c.1 madeira ao natural;
Dado seu grande peso e comprimento, seu uso, por razões
c.2 - madeira imunizada;
on
ec ômié.as, fica restrito, em geral, a locais de fácil acesso por
c.3 - laminados de madeira.
meios de transporte convencionais.
Os metais, particularmente os aços, é que permitem que A madeira é, talvez, o material estrutural mais
se obtenha a maior variedade de tipos e formas de estruturas, desde tradicional para estruturas de linhas, podendo ser empregada para
as treliçadas convencionais até as modernas estruturas tubulares de estruturas de até SOOkV. No Brasil o seu uso está restrito a linhas
chapas dobradas.· de 230kV, na forma de postes ou de pórticos.
As estruturas de aluminio ou de liga ainda sofrem As madeiras adequadas devem apresentar as seguintes
limitações de uso em _virtu_de de seu -cust_o elevado, ficando características:
restritas ao uso em locais em que o custo de transporte, devido ao - ser resistentes ao ataqu� de fungos da podridão;
seu menor peso, o justifique econômicamente. resist!r bem à exposição ao tempo;
84 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 85

- indeformabilidade com a idade; 7 - PEIXOTO, C.A. de O - Sistema de Transmissão de ITAIPÚ Rev.


resistência mecânica satisfatória. Energia Elétrica - Set. 1979 - págs. 24 a 50.
8 - SAVELLI, M.- Do Óleo de Peixe à Lâmpada Incandescente - Diário
Esses requisitos podem ser satisfeitos por madeiras
de São Paulo, 23/08/1960,
"in-natura" ou através de tratamento de imunização com impregnação
9 - FUCHS, R.D, e ALMEIDA M.T, Projet-Qs Mecânicos das Linhas
profunda da madeira em autoclaves com creosoto ou sais de cobre
Aérea de Transmi"ssão - Ed. EFEI /BLÜCHER 1982. - Itajubá/São
(sais de Wollmann). As madeiras que dispensam essa imunização são
Paulo.
hoje de obtenção muito difícil, pois, sendo de crescimento lento ,
10 - ABNT - NBR 5422 - Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão de
não são objeto de reflorestamento. São muito conhecidas as
Energia Elétrica - Mar. 1985
aroeiras, a massaranduba, o óleo vermelho e outras. Há registros de
11 - THE ALUMINÜM ASSOCIATION Aluminum Eletrical, Conductor
suportes de aroeira com mais de 50 anos de serviço.
Handbood - 1ª Ed. 1971 - N. York. Estados Unidos
A imunização se faz ·no Brasil com algumas das mui tas
12 - POFFENBERGER, J.C. e outros - Over Head Conductors in the
variedades de eucaliptos, bastante abundantes em virtude do
United States. Proc. Cigre Open Conference - Rio de Janeiro,
reflorestamento feito com essas essências. Sua vida útil gira em
Agosto 1983
torno de 20 a 25 anoS, dependendo, do local de emprego.
13 - EDITORES New Conductors offer Greater Transmission
Umas, como as ou trás, são empregadas �m suas formas
Efficienty - Transmission and Distribution - Vol. 35, n. 0 10
naturais, sem torneamento para retificação.
- pag. 12 - Outubro 1983 - Cos Cob, Ct - Estados Unidos.
14 - EDITORES - Controlling Conductor Vibration and Galloping
Transmission and Distribution - Vol 36·, n. 0 2 - pag. 16
1.5 - BIBLIOGRAFIA
Fevereiro 1984 - Cos Cob, Ct. Estados Unidos.
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Ed., Livros Técnicos e Científicos Ed. S.A. - Rio de Janeiro, Chapman and Hall Ltd, - 5• Ed, 1964 - Londres.
1979, 16 - STELLA, M.S. - Determinação da Capaci�ade qe Transporte de
2 - STEVENSON, William D. - Elementos da Análise de Sistemas de Corrente de Linhas Aéreas de Transmissão - ESCOLA FEDERAL DE
Potência - 2ª Ed. � Me Graw Hill São Paulo, SP, 1986. \
'ENGENHARIA DE ITAJUBÁ, 1984 - Dissertação de Mestrado,
3 - KIMBARK, Eduard W. - Direct Current Transmission Vol. 1 17 - TANGEM, K.O, e ANDERSON, J,G. EHV Transmission Line
�iley Interscience - N. York, 1971. Reference Book - Cap. 7 - Edison Electric lnstitute 1°
4 - BARNES, H.C, e BARTHOLD, LO, High Phase Order Power Ed, 1968 - N, York,
Transmission-Electra - n° 24, 1973 - pag.153 - Paris, França. 18 - THOMAS, P.H. - Output and Regulation in Long Distance Lines.
5 - STEWART, J. R. e GRANT, I.S. - High Phase Order - Ready for Transactions AIEE, Nova York, 1909 Vol. 28, Parte I,
Application - IEEE. Transactions, pag 101, n. 0 6 - Junho de pags, 615 a 640
1983 - N. York. 19_ - THOMAS, P.H. - Calculation of High Tension Lines - Id. ibid,
6 - SÃO PAUT�O LIGHT S.A. - Departamento Técnico A Interligação pags, 641 a 686,
São Paulo-Rio. Revista do Clube de Engenharia. Rio de 20 - CENTRAL ·STATION ENGINEERS Electrical Transmission and
Janeiro, Jan. 1960. N° 281 - págs. 1-7.
Profetas mecánicos das linhas aéreas de transmissão
86

Distribution Reference Book - Ed Westinghouse - 4ª Ed. 1950


- East Pittsburgh, PA. Estados Unidos.
. 21 - ARMS1RONG, H.R. e WHITEHEAD, E.R. Lightning Stroke
Pathfinder - JEEE Power Apparatus & Systems - Vol. 83, 1964
- Pag. 1223 - N. York, NY - Estados Unidos.
Publ · n• 2778-H -
Elementos básicos parêl os projetos
Tomorrow
22 - OHIO BRASS - Building for
Mansfield, Ohio - Estados Unidos.
das linhas aéreas de transmissão

2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para cada transmissão de energia elétrica entre dois


pontos existem numerosas soluções tecnicamente viáveis; porém,
apenas um número relativamente pequeno é capaz de assegurar um
serviço de padrão ótimo e, ao mesmo tempo, propiciar o transporte
do kWh a um custo mínimo. O estudo de otimização de uma transmissão
visa exatamente identificar essas soluções, e, dentre elas,
escolher aquela mais adequada ao caso parti01lar. Sob o ponto de
vista puramente econômico, a solução mais adequada é aqueia em que
a soma dos custos das perdas de energia, durante a vida útil da
linha mais o custo do investimento, é mínima. Decorre daí que todas
as alternativas possíveis, consideradas aceitáveis sob o ponto de
Vista técnico, devem ser examinadas e comparadas entre si.
A rigor, o trabalho de projeto mecânico se inicia
som.ente após os estudos de otimização, quando a escolha final já
tenha sido feita, com a definição da classe de tensão, tipos de
estrutur as, bitolas e composições dos cabos condutores e
:<;3:!�.,pára-raios, composição das cadeias de isoladores, etc. Para os
são feitos verdadeiros anteprojetos de cada
solução, em que os elementos básicos para os cálculos mecânicos e
�létric_os já são definidos, dada a influência que podem exercer
_
cada uma _das soluções. O projeto definitivo
então, aos parâmetros assim determinados.
nsmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 89
das linhas aéreas de tra
Projetos mecânicos
88 2.2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA DAS LINHAS
linha de
por pr oje to mecânico de uma
Entende-se ntes sobre os
naça - o de tod os os esforços atua Sob o ponto de vista da Engenharia, as linhas aéreas de
ermi
transmissão, a det o seu dimensionament
o adequado,
se co mp , ef e tua r transmissão constituem tipos parti'culares de estruturas físicas,
montagem e as
e
elementos de que
õ

de deta lhes constr utivos e de cujos elementos básicos s ão os cabos (condutores e pára-raios) e os
produzir desenho t rabalhos de pro
jeto
s

ç es e in s truç ões. Os ·suportes, que, através das fundações, devem propiciar sua amarração
ifi ca
respectivas espec visões ou fases:
õ

as per mit em que se considerem di ao terreno atravessado, ao qual devem ser adaptadas . Só esse fato
mecânico das linh
já seria suficiente para diferenciá-las da grande maioria de obras
obre os
e da dis tri b uição dos suportes s de Enge nharia, nas quais ocorre o inverso: o terreno é que é
cabos
a - projetos dos escolhido ou adaptado às finalidades pretendidas. Enquanto, na
nos;
perfis dos terre
maioria das obras, as dimensões dos el ementos estruturais são
b - projetos
àos suportes;
õe s. função do comportamento mecânico desejado, face às solicitações
. tos das f u ndaç
c - proJe previstas, o mesmo ocorre apenas parcialmente nas linhas aéreas de
transmissão: a escolha dos tipos e bitolas dos cabos condutores
. s for ças
c abo s con sta da determ1nação da obedece, normalmente, a critérios técnicos e econômicos [1] e,
o projeto dos . ue íicarao
b a aç ão da s solicita_ç ões a .q muito raramente, mecânicos. A escolha dos materiais para os
mos, so
atu antes nos mes co mo dos p�râmetros da
s curvas
em s erv iç o, bem suportes, sua configuração e dimensões básicas dependem tanto das
su bmetidos quando suportes, a fim
de permitir,
ndo usp ens os n os solicitaç ões mecânicas e elétricas, do terreno no qual devem ser
que assumirão qua adequados
s

se esc olh a os pontos maiS implantados, como também de considerações_-, de segurança geral. Esta
que
através destas, do comportamento
sup orte s na linha. o estudo implica, evidentemente, em assegurar um mínimo risco de falhas
implantação dos to no Capítulo 3,
ca bo s su spe ns o s, que será fei es mecânicas, que, além de comprometer a continuidade do transporte da
mecânico dos buição dos suport
ess ár io f err amen tal. A dis tri energia, poderá ameaçar vidas e propriedades.
fornecerá o nec 4. Os
rr enos é ob jetivo do Cápítu lo Na solução de quaisquer problemas de Engenharia de
dos te
0
sobre os perfis 5 e os das
se rão ab orda dos no Capitulo estruturas, projetistas devem iniciar pelas seguintes
tes 05
projetos dos supor
ítulo 7. prc:v\.dências básicas, que constituem as "Hipóteses de Cálculo":
fundações no Cap dest inado a apre
sentar as
n te cap it ulo
o prese dos fatores a - estabelecimento das chamadas hipóteses de carga, através
men dad as para a determinação
metodologias reco dos esforços devi
dos a pressão das quais se procuram fixar os valores das solicitações mecânicas,
ol ici ta çõ es, ou seJa,.
normais e anormais, que poderão incidir sobre as estruturas no
causadores das s nhas e daqueles
ele me nt os componentes das li decorrer de sua vida útil� principalmente daquelas que, por sua
do ·vento sobr e sive,
ão f e itas, inclu
05

var ia çõe s das temperaturas. 5er ento, aaior intensidade ou por sua maior duração, mais solícitam os
d evido às ll . nh as e o seu dimensionam
e a seg ura nç a da s
considerações sobr por tam ento elástico
dos cabos aateriais empregados;
d e fal h a". o com
"
admitindo -se ri. scos óngame ntos) que b - através do conhecimento do comportamento dos materiais a
o as def or ma çõ es permanentes (al -'-+--·serem empregados, face aos tipos de solicitações a que serão
cond utores, bem com e metodologias par
a
a 1 men t e di s cutidos,
igu submetidos, escolher as taxas de trabalho mais adequadas a cada
irão sofrer s erão
resentadas.
predeterminação ap
caso.
Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
90 Projetos mecâilicos das linhas aéreas de transmissão 91

Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes
fenômenos de
� de propriedades, o projetista é limitado, em seu arbítrio para a naturais, também não podem ser previstas com precisão e, para
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e�iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil 'aa obra.
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, urna tendê�cia natural de se superestimàrem as
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicilações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos dé levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e si_mples não o econômicas.
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquela de um de seus elementos estruturais aos esforços
um certo tipo de esforço,. e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
de carga de ruptura. Esse termo, no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como
ao pé da letra: às vezes ele, é.,.associado a valores de solicitações ensina a teoria da Probabilidade.
que provocam deformações permanentes em elementos 'da� estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa de distribuição das
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de uma estrutura pertencente a um lote de
também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas,
essa distribuição pode ser
técnicos usados em obras, aceitam-se tolerâncias de fabricação considerada normal, com um desvio padrão eiitre 5 e 10% [3]. Seja
tanto em suas dimensões físicas finais, quanto em suas fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas
características específicas (peso, resistência especifica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio· para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado,
grandeza e uma tolerância. Esta será tanto menor quanto mais na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:

J�
rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem R P(L) ·fo(L) dL [2. 1)
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de urna estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto posição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima estatística garantida L1", e é definida· pela carga de 90% das
atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
solicitação. Por outro lado, quanto maior for o fator de· -segurança, uma carga igual a L1.
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
custo. da carga L1 ser igualada ou excedida, ou pelo período de retorno T
90 Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 91

Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por · outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes de fenômenos
de ·propriedades, o projetista é lirni tado, em seu arbítrio para a
naturais, também não . podem ser previstas com precisão e, para
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e�iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil da, obra.
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, uma tendência natural de se superestimarem as
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicitações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos de levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e siffiples não o
econômicas.
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquelade um de seus elementos estruturais aos esforços
um certo tipo de esforço, e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
de carga de ruptura. Esse termo,. no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como

ao pé da letra: às vezes ele, � associado a valores de solicitações ensina a teoria da probabilidade.


que provocam deformações permanen.tes em elementos à.as estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa àe distribuição das
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de uma estrutura pertencente a um lote de
também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas, essa distribuição pode ser
técnicos usados em obras, aceitam-se tolerâncias de fabricação considerada normal, com um desvio padrão en'tre s e 10% [3]. Seja
tanto em suas dimensões físicas finais, quanto em suas fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas
características específicas (peso, resistência específica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado,
grandeza e uma tolerância. Esta será tanto menor quanto mais na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:

J�
rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem R P(L) ·fo(L) dL (2.1)
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de uma estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto P<>sição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima ·estatistica garantida L1", e é definida pela carga de 90% das

atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada ·estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
-- "'"��, .Uma carga igual a L1.
solicitação. Pot:'·outro lado, quanto· inaibr for o fator de segurança,
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
custo. carga L1 ser igualada ou excedida, ou pel� periodo de retorno T
92 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmiss ão aementos básicos para os proJetos das hnhas aéreas de transmissão 93

,, p observação
climáticas
meteorológicas na ou em regiões
própria
próximas e semelhantes. E é preciso que estas
região,

informações sejam confiáveis. Tratando-se de fenômenos naturais, os


f0 { L) eventos meteorológicos têm uma natureza completamente aleatória e,
conseqüentemente, só podem ser analisados e quantificados por
processos estatísticos e probabilísticos. Isso requer,
evidentemente, um número grande de registros, feitos também no
decorrer de um grande número de anos.
Para um trabalho seguro, a coleta de dados deveria ser
L
RISCO DE FALHA R
feita por aparelhos· registradores automáticos e contínuos, isenta,
Fig. 2.1 - Risco de falha de uma estrutura portanto, de falhas humanas.
São as seguintes as 'i-nformações meteorológicas
necessárias para o estabelecimento das hipóteses de carga:
de L1. T é igual ao inverso da prob.abilidade da ocorrência de uma
a - Temperaturas
carga L, maior ou igual a L1. Quantb mais fo(L) estiver afastada de
valores das máximas temperaturas anuais;
P(L), menor será o risco de falha.
valores das mínimas temperaturas anuais;
Para cargas de vento, um periodo de retorno de 50 anos,
valores das temperaturas médias anuais, obtidas por taxa
como recomendado pela NBR 5422, conduz a um risco teórico de falha
-2 horária de amostragem.
anual de uma estrutura de cerca de 10 , para um desvio padrão na
suportabilidade das estruturas de 7,5%. b - Velocidades máximas anuais de ventos

A IEC Na impossibilidade de se obterem esses dados nas


[3] sugere que se considere- "classes de
segurança" para as linhas e indica três classes para os riscos
condições desejáveis, como, por exemplo, número suficiente de .anos

teóricos de falha, dependendo de sua importância no sistema. Para


de registros, o projetista poderá recorrer às cartas meteorológicas

falhas sob a ação do vento sugere, respectivamente, os seguintes constantes do anexo A da NBR 5422 [2), que deverá, no entanto, usar
2 3 4 com prucifo�cia. Essas cartas, para facilidade de consulta, foram
riscos anuais 10- , 10- e 10- •
reproduzidas neste capitulo.

2.3.1 - Determinação das temperaturas necessárias aos projetos


2.3 - DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS SOLICITANTES
2.3.1.1 - Método estatístico
As solicitações mecânicas dos cabos das linhas aéreas
de transmissão e, conseqüentemente, também de suas estruturas e A tabela 2.1, anexa, apresenta dados meteorológicos
fundações são, como vimos, decorrentes -das ·variações das condições obtidos em uma estação próxima ao traçado de urna linha. Com os
atmosféricas nas regiões em que se encontram as linhas. Os dados dados registrados em cada um dos anos assinalados, foram
básicos de projeto deveriam, portanto, ser coletados em postos de calculadas:
94 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas ·aéreas de transmissão 95

TABELA 2.1 DADOS METEOROLÓGICOS DE UM POSTO EM REGIÃO DE cálculo, nas diversas condições de solicitações das linhas, corno
IMPLEMENTAÇÃO DE LINHA
recomendam a NBR 5422 [2] e também a JEC [3]:
a - Para a condição de maior duração a temperatura é
Média das Média das Média das Vento em km/h,
ternperat. ternperat. temperat. 10m altura e definida pelo valor das médias plurianuais das temperaturas do ar
ANO mínimas médias máximas 2 segundos - t;
tmin [ •C] diárias tmax [ •C] Rugosidade
t [ •Cl B
b - Temperatura minima - é o menor .-valor de temperatura do ar
1950 +13,78 19,31 28,04 88,3 calculada com uma probabilidade de 2% de ser igualada ou ocorrer um
1951 +12,85 18,45 27,85 64, 1
1952 +15,32 20,32 26,80 76,7 valor menor. Corresponde a um período de retorno de 50 anos.
1953 +10,45 19,36 27,65 - - 60,3 Pode. ser determinada por:
1954 + 8,30 19,03 29,32 68,5
1955 +11,83 18,88 30,01 52,8 tSOmin = fmin - 2,59 O'min -.
1956 +12,45 22,47 26,78 78,0 (2. 2)
1957 +12,52 22,03 25,88 67,9.
1958 +11,45 20,50 26,03 66,5 onde:
1959 +10,22 20,85 26,83 72,9
1960 + 9,85 18, 09 .- 27,93 65,3 lmin - média das temperaturas minimas anuais [oC);
1961 +10,30 18, 98 29,03 75,3
1962 +10,90 17,98 28,88 87,3 Cmin - desvio padrão da distribuição de temperaturas mínimas
1963 + 8,36 16,53 28,03 95,6 anuais.
1964 +12,87 22,45 26,98 100,3
1965 +14,36 23,08 28, 93 78,8 e Temperatura máxima é a maior temperatura do ar,
1966 +15,85 22,88 27,85 66,8
27,08 99,0 deter�inada para uma probabilidade de 2� a ser igualada ou
1967 +12,89 19,97
1968 +11,56 19,45 29,02 76,5 excedida. Corresponde, igualmente a um período de retorno de 50
1969 +10,02 19,58 30,30 79,6
anos.
1970 + 9,95 18,89 30,20 84,7
É calculada por:
Médias lmin = 11,44 t = 19,96 lmax = 28,07 Vmax = 76,42
Desvio tsomax = Imax· + 2, 59 G'max (2. 3)
2,09 1, 74 1,31 12,69
padrão
onde: / \
lmax - média das temperaturas máximas anuais [ o C];
amax - desvio padrão da distribuição de temperaturas máxímas
a - Médías das temperaturas- mínimas diárias - tmin anuais.
b - Médias das temperaturas médias diárias - t
e - Médias das temperaturas máximas diárias - tmax
Exemplo 2.1
Foram calctilados, igualmente, as médias plurianuais e
os desvios padrão corresponde,ntes. Quais os valores, na região da linha para a qual foram
Essas temperaturas permitem que se determine as coletados os dados constantes da tabela 2.1, das temperaturas neces
Sárias à formulação das hipóteses de carga a serem usados em proje=
temperaturas de projeto, para a formulação das usuais hipóteses de to?
96 Projetos mecânicos das 'linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das Hnhas àéreas de transmissão
97

Solução: Temperaturas médias - ilustradas na fig. 2.2;


a - Temperatura da condição de maior duração - e, como vimos, Temperaturas máximas médias - encontram-se na fig 2.3;
o valor da média das temperaturas médias anuais. Para n anos:
Temperaturas máximas - reproduzidas na fig. 2.5;
-- L
1 n
tanual (2.4) Média das temperaturas mínimas - estão na r·1g. 2. 6 .
n i Para o seu uso, deve-se loca'l-.izar a linha nos mapas
de acordo com a tabela: t 19,96•C ou t = 20•C
através de suas coordenadas, a fim de se obter das figuras o s
b Temperatura mínima do ar, com período de retorno de 50
valores das temperaturas correspondentes.
anos:
tSOmin = lmin 2, 59 cr-min (Eq. 2.2)

com os valores da tabela:


tsomin 11,44 - 2,59 · 2,09
Exemplo 2.2
tsomin = + S,97•C ou tsomin = + 6°C
Uma LT deverá ser construída em uma região cujas coorde
e - Temperatura máxima do ar, com período de retorno de 50 nadas aproximadas são 12°5 e 48°W. Quais as temperaturas do ar ne
anos: cessárias à elaboração do projeto?
tsomax 'tmax + 2,59 ,-·'O"max (Eq 2.3)

tsomax 28,07. + 2,59 · 1, 31 Solução:


tsomax 31, 46•C ou tsomax = 3z,,c
a - Temperatura média - da fig. 2.2 - l = 25oC
d - Temperatura coincidente - não havendo registros simultâne b - Temperatura máxima média - da fig. ?·3 - por interpolaç ão
os das temperaturas coincidentes com os ventos de máxima intensid� aproximada - tmax = 31,7oC
de e como n ão foi possível,ainda, estabelecer uma co rrelação entre c - Temperatura mínima - da fig. 2.4 - por interpolação aproxi_
essas duas grandezas para fins de projeto, deve-se usar [2, 3 ] a mada lmin = 9,ScC
temperatura media plurianual das mínimas anuais.
d - Temperatura máxima - da fig. 2.5 - tmax = 40oC
Da tabela:
tmin = 11,44°C OU tmin ll,S0°C e - Média das temperaturas mínimas diárias - da fig. 2.5 -
lmin 19°C
: \

2.3.1.2 - Método direto ou gráfico 2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto

Com os dados meteorológicos coletados por todo o país, A determinação do efeito do vento sobre estruturas de
foi possível preparar cartas meteorológicas do Brasil, nas quais Engenharia, há muito vem preocupando os
proJe · t·istas dos diversos
fo ram ligados todos os �pontos de igual temperaturas, dando origem ramos e, apesar do grande número de trabal
hos de pesquisas
às curvas "isoter·mais". Essas cartas fo ram apresentadas no Anexo A realizadas ou. em andamento , a palavra ·
cone 1 us1va sobr.e a maneira
da NBR 5422/1985 [2], aqui repro duzidas para facilitar a consulta correta de considerar esse efe to ainda
� não foi dada. No caso das
· linhas de transmissão, em partic
dos leitores: ular nos últimos anos, razoáveis
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissâí, Elementos básicos para os projetos das linhaS aéreas de transmissão 99
98

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,,. Fig. 2.3 - Temperatura máxima média [•C) (NBR 5422/1985)

Fig 2.2 - Temperatura média [,C] (NBR 5422/1985)


Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 101
Projetos 'rnecánicos das linhas aéreas de transmissão
100

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Fig. 2.5 - Temperatura máxima [,CJ (NBR 5422/1985)
Fig. 2.4 - Temperaturas mínimas [,C] (NBR 5422/1985)
Elementos básicos para os projetos das linhas aéieas de transmissão 103
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
102
progressos foram re·alizados, principalmente quando se passou das
pesquisas em túnel de vento para as pesquisas em linhas
especialmente construídas para esse fim em campo aberto.
Verificou-se. que, se certos aspectos relevantes sobre o
comportamento dos ventos forem devidamente ,,considerados, não só
substanciais econom_ias podem ser realizadas, pelo dimensionamento
mais realista das estruturas, como também maior segurança contra
falhas mecânicas podem ser conseguidas.
O trabalho realizado na instalação de Horningsgrinde,
Alemanha Ocidental {4], e pelos grupos de trabalho da Eletricité de
France, do Central Electricity Research Laboratories, da
Inglaterra, e do Centro Degli Ricerca Élettrica, da Itália [5], e
outros, têm contribuído decisivamente para o melhor entendimento
dos ventos em si e de seus efeitos sobre as linhas.
Este último trabalho serviu de base para a elaboração
da publicação "OVERHEAD LINE TOWER LOADING" - Recommendation for
Overhead Lines - do Comitê Técnico n° 11 da IEC ( Interna tional
Electrotechnical Comission) [3]. A NBR 5422/85 [2], por sua vez,
incorporou os procedimentos aí recomendados.
Esses estudos levaram ao reconhecimento de diversos
fatores de importância fundamental na escolha dos chamados ventos
de projeto, a partir dos dados disponíveis, dentre os quais deve-se
notar:

a - a 'i3-ção do vento depende da rugosidade do solo. Quanto


/
maior for essa rugosidade, maior será a turbulência do
vento e menor a sua velocidade;

b - devido à maior turbulência próxima à superfície do solo,


fig. 2.6 - Média d as temperatu ras ml'nimas diárias [°C1
(NBR 5422/1985) sua velocidade aumenta com a altura sobre o solo;

c - os ventos, em geral, apresentam-se na forma de rajadas,


cujas frentes são pouco extensas� apenas algumas cente­
nas de metros� extensão pela qual seus efeitos podem ser
sentidos simultâneamente;
Elementos básicos para os
104 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão projetos das linhas.aéreas
de transmissão
105
d - os diferente obstáculos que se opõem ao vento possuem
V

[:]
tempos de resposta diferentes à sua solicitação. Assim,
sobre um determinado elemento estrutural, ,ventos de
intensidades elevadas de curta duração podem ter efeitos
menores do que outros, menos intensos, porém de maior
-----
V4

duração.

Esses fatores, se devidamente considerados, permitem


maior segurança e economia no dimensionamento das estruturas das
linhas.
A determinação da velocidade dos ventos em determiI1ado
local é feita por aparelhos denominados anemômetros, que, através
de mecanismos vários, informam, continuamente, as velocidades dos
ventos. Os anemógrafos registram essas velocidades continuamehte
2 2
para posterior consulta. Há vár.ias construções de anemômetros, 2 1 2 I
sendo mais comuns as "de conéhas", cuja velocidade de giro é 10 [ ,J
proporcional à velocidade do vento medido.
Suas' i_ndicações ou
Fig. 2. 7 - Efeito dos tempos de integr
registros, por outro lado, apresentam um tempo de resposta às dos ventos aça-o nas ve 1 ocidades
flutuações na velocidade do vento, que é função dessa mesma
velocidade e de seu sistema de medidas. Anemômetros sensíveis têm
tempos de resposta de ordem tal, que indicam velocidades médias de igualmente ser corrig
idos, como também se dev
ventos integradas por períodos de 2s. A figura 2. 7 mostra um da velocidade do ven e ef e tuar a correção
to para os cabos e est
diagrama V = f(t) de uma frente de rajada de vento,. com as várias alturas maiores. ruturas situados a
velocidades e respectivos tempos de integração.
O efeito rugosidade sob
Na figura 2.7, V1, V2, V3, V4 e Vmax são os valores das re as velocidades médias
também s o:pre as veloci . como
, dad es de ventos nas linhas
velocidades parciais da rajada, obtidos por integração em destas t:"êm rugosidades quando os ter renos
diferentes, também requer
intervalos com instrumento cujo tempo de integração é, por exemp lo , em correções.
2s. À V10 correspondem 10s.
2.3.2.1 - Efeito da rugosi
Velocidades de vento são publicadas com diferentes dade dos terrenos
tempos de integração, daí a necessidade de se padronizar a forma de
fazê-lo. Felizmente os dados já obtidos e publicados não são Tanto a ABNT [2]' com
o a IEC [3], classific
terrenos em quatro am os
perdidos, pois é possíve1 convertê-los todos à mesma base de temp o , categorias de rugosidad
. 2.2, que s gue e, des cri tas na Tabela
como veremos. � . A caracterização de
. um terreno em uma des
.categorias e um tan sas
A altura de instalação dos anemôrnetros também foi to subjetiva e se preten
cap
- - az de reconh _ de que o pro jet ist a seJ·a
padronizada em 10m. Dados obtidos em alturas diferente p odeo __ .. ecê-la.
106 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transfl1issão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas .de transmissão 107

TABELA 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TERRENOS DE ACORDO COM SUA convencional a lOm de altura sobre o solo de categoria B, com um
RUGOSIDADE. COEFICIÊNTES DE RUGOSIDADE [2,3].
período de integração de 10 minutos.
CATEGORIA COEFICIENTE Sua determinação obedece igualmente a dois processos:
DE CARACTERÍSTICA DO SOLO DE RUGOSIDADE um método estatístico, a partir de velocidades medidas no campo, e
RUGOSIDADE K,
um método a ser usado na impossibilidade de se,_ empregar o anterior.
Vastas extensões de água a sota Baseia-se nas cartas com curvas "isótacas" publicadas no anexo da
A vento; áreas costeiras planas; de 1, 08
sertos planos. NBR 5422/1985, reproduzidas na figura 2.8.

Terreno aberto com poucos obst�


culos, com várzeas, glebas culti- 1,00
B
vadas com poucas árvores ou edifi 2.3.2.2.1 - Método estatístico
--
cações.
.

Terreno com obstáculos numero- Sejam Vima>: as n velocidades ��.áximas anuais dos ventos,
c SOS e pequenos, como cercas vi- 0,85 obtidas em posto meteorológico, em cada um dos n anos de
vas, árvores e edificações.
observação.

1 D
Areas urbanizadas; ;terrenos com
muitas árvores altas·
0,67 Empregando esses dados, é possível determinar o valor
da velocidade que poderá ser igualada ou excedida uma vez em T
anos, através da expressão [2,3):
Obs: - Linhas que cruzam áreas altamente urbanizadas, devem ser
consideradas localizadas em terrenos de categoria D, pois é
muito difícil a sua real avaliação. P(Y] = 1-exp[-exp[- rr (v-V+0, 45 ·oc,J]] (2.5)

- Em vales que possibilitem a canalização de vento em direção


na qual:
desfavorável para o efeito em questão, deve se adotar para
Kr uma categoria imediatamente anterior a que foi definida 1
P(Y] a probabilidade anual do vento
T é [m/s]
V a
com as características da tabela 2.1.
ser iglialado ou excedido;
- As mudanças previstas nas características da região - é o valor da velocidade do vento com uma
atravessada devem ser levadas em conta na escolha de Kr. probabilidade anual de P(Y);
- Os valores de Kr da tabela correspondem a uma velocidade V [m/s] - é o valor médio da distribuição das n
média sobre 10 minutos (período dé integração de lOmin). velocidades máximas observadas;
medida a 10m de altura sobre o solo. <rv - desvio padrão arnos_tral nas n velocidades.

2.3.2.2 - Velocidade básica de vento � aconselhável que esse método só seja empregado quando
se tenha um número grande de anos de observação: para V, no mínimo
Velocidade básica de vento é uma velocidade calculada 10 anos e, para o cálculo de av, seria aconselhável dispor de 20
para um periodo de retorno de 50 anos, medida de maneira anos de dados.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 109
108
Exemplo 2.3
A tabela 2.1 fornece os valores das velocidades máximas
anuais de vento càlhidas em um posto meteorológico por meio de ane­

...
mômetro com 2s de resposta, a 10m de altura, em terreno de rugosi­
�· ... dade B .
... Qual o valor da velocidade básica,de vento, ou seja, a
•'--··-1----t velociqade com um período de retorno de 50 anos?

solução:
,�- As velocidades de vento da tabela estão especificadas
em km/h, enquanto que a velocidade básica é em m/s. Poder-se-ia
--··
....
converter os n valo(es ou operar com km/h e fazer a conversão pos­
terior, o que é menos trabalhoso.
Ternos:
1 = 0,02
P(V)
50

"
... - . v
<rv
76,42km/h
= 12,69km/h
Aplicando a equação 2.5 para obter o valor de V:
... To º P(V) 1 - e -e
X

to•... iÍ ·-

... ... Sendo:


X
T[
(V - V+ 00 45 · <rv)
v'6 •<J'v

Temos:
X
= -e -e
... X
-e
1 - P(V) = e
tempo de integração da média: 10min
período de retorno: 50 anos e
X
P(V)]
a 10m de altura
= Ln[l
terreno dé categoria B X =
e Ln[l 0,02]
X
Fig. 2.8 - Velocidade básica do vento [mls1 e - 0,02020
X = 3,90194

T[
[V - 80,1305]
"6·12,69
Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das lint,as aéreas. de. tran�missão 111
,,o
Exemplo 2.4
Logo:
V= 120,378km/h = 33,358m/s Qual a velocidade básica do vento a ser usada na linha
especificada no exemplo 2.2?
A velocidade rnax1ma de ven t o sera,' pois 33 538m/s
um período de retorno de 50 anos e tempo de integração de� s�
Solução:
p �os Para obter seu valor com um tempo de integração de 10 m�n�­
ar

�� d�vemos determinar na figura 2.9 o fator Kd para_p o ; ele ����� Para as coordenadas 12oS e 48°W, obtemos aproximadamen­
dir' 0 valor acima encontrado. Para terreno de categoria , na 1 _ te 22,8�/s por estimativa entre as curvas de 22 e 24m/s.
seção da abscissa de 2s com a curva B, encontramos Kd = 1, 4 . Logo o
vento bâsico será de:
Vb = 23,956 = 24m/s 2.3.2.3 - Velocidade do vento de projeto

É a velocidade a ser usada na determinação das


'• '·'
1 1 1 1 1
11 1 1 1 i solicitações provocadas pelo · vento sobre os· elementos das linhas.
,., 1 i
1
1 1 1 1 Ela é calculada a partir da velocidade··básica de vento, com as
'
1\

,,, CATEGORIA 00 1 li
1
TERRfNO
correções devidas aos seguintes fatores:
1 1
'·'
' 1
\
1 ' 1 1 1 a - quando a rugosidade do terreno for diferente de "B",
"' 1 _. ' 1 deve-se multiplicar a velocidade básica de vento pelo
,·1 1
'·' . 1 1 1 1 "coeficiente de rugosidade de Kr" referente ao terreno da
�I 1
'·' ii'i-L '-i}
....._ 1 i'-.!: 1 i "._ i \.i I t ! 1
i
1
. linha Kr e obtido da tabela 2.2;

b - os diversos elementos da linha têm tempos de resposta


,., 1 1
! 1 ' diferentes à ação do vento. Assim, por :_exemplo, para a
'· ' i 1 1
! 1 "1-,....... 1 1 ação do vento nos suportes e nas cadeias de isoladores, o
! 1 1i 1 1 1
'· o ��-1 1 período de integração deve ser considerado igual a 2
' segundos, enquanto que sobre os cabos recomenda-se usar
1 I 1 1
o,
1 1
º· • 1 1 11 1 30s. Os coeficientes de conversão Kd são obtidos da figura
10 20 �o 1 2 s 10
2.9;
(__:,__
'�"r"--
, oo -,-��� 1'\
e - para obstáculos cuja altura sobre o solo seja difere
nte de
10 m, deve-se aplicar um fator de correção dado por:
fig, 2.9 - Fatores Kd para conversão de velocidades de
vento com tempos de integração diferentes
l
Kh=[�o] /n (2.6)
2.3.2.2.2 - Método direto ou gráfico na qual:
H(m) é a altura do obstáculo
o valor da velocidade básica do vento pode ser lida n é um fator que depende da rugosidade do terreno
da linha e
diretamente das curvas isótacas constant es da figura 2.8, da mesma do período de integração t, e que pode ser obtid
o da tabela
maneira Como são obtidas as temperaturas. 2,3.
112 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
113
TABELA 2.3 VALORES DE n PPRA A CORREÇÃO DA VELOCIDADE 2.3.2.4 - Velocidade básica com período de
retorno qualquer
DO VENTO EM FUNÇÃO DA ALTURA
O período de retorno de 50
é considerado anos
Categoria n geralmente
do �atisfatório. Desejando-se,
no entanto, aumentar a
terreno t = 2 s t = 30 s segurança da linha, pode-se aumentar o pér:-ío
do de retorno para
12 100, SOO ou mesmo 1000 anos, a critério ,,
A 13 dos proprietários das
linhas. Também neste caso há dois procedimen
11 tos.
B 12

e 10 9,5
2.3.2.4.1 - Método estatístico
D 8,5 8,0
Empregando-se a Equação 2. 5 com valor de P (V)
Portanto, a velocidade de vento de projeto será correspondente, pode-se determinar o vàlor da velocidade básica
determinada por: para o valor de T especificado, como foi mostrado no exemplo 2.3.
Repetindo os cálculos do exemplo com T = SOO anos,
(2.7) P(V) = 0, 002, a velocidade do vento de projeto será V= 132,19km/h
ou 36,72m/s.
Exemplo 2.5

Qual deve ser o valor do vento de projeto para a 2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico
determinação da forca resultante da pressão que o vento exerce
sobre os cabos de uma linha, cuja altura média sobre o so�o é de 18
m, estando a linha em terreno de categoria C. O vento bas1co de pr� Podemos
determinar Vb para um período àe retorno
jeto é de Vb = 20m/s. diferente de 50 anos pela Equação [2]:

Solução:

reção serão:
Devemos empregar a Equação 2.7. Os coeficientes de cor
,;t = � Ln[- Ln[!= -i-))
Kr = 0,85 - Tabela 2.2 para categoria C
"' (2.8)

Kd = 1,30 - t = 30s - Categoria C


na qual:
n = 9,5 - Tabela 2.3 - para t = 30s e categoria C
1/9,
lS
S

Kh = ( 10) = 1,06383 o:: - estimador do fator de escala da .distr�buig' de Gumbel,


que pode ser obtido da figura 2.10 ;
Portanto: f3 - esti}!1ador do fator de p��ição da distr
ibuiçãq _· de Gumbel,
Vp = 0,85·1,30:·1,06383·20m/s obtido da.figura 2.11;
Vp = 23,51m/s T - período de retorno em anos.
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas _de transmissão 115
Projetos mecânicos das linhasãéreas de transmiSSl.(_
114

... ... ... ... .. ..


... ... ... �· ... .
____L •.

- ...
··---o•

.o,..i /
...
...
__ ,..
o.u -- / o

0,0
... .,._

...
n•.

.� ...
.,.
per.iodo de integração da média: lOmin
período de integração da média: lOmin a 10m de altura
a 10m de altura terreno. com ruges.idade B .
terreno com grau de rugosidade B

Fig. 1.22 - Parâmetro . be t a d a d istribuição estatística


Fig 2.10 - Parâmetros alfa da distribuição estatística de Gurnbel. (rnls)
de Gurnbel (rn/sJ-1
Projetos mecânicos das /ii,haS aéieas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aérea·s de transmissão 117

Ela deverá ser implantada em terreno tipo C, com condutores em al­


tura média de 15m, em local de altitude média de 350m, cuja tempe­
Ih:! i· 1"1 localizada
fAH1/1J ''111t •111r- a velocidade de vento básico da linha
'
ratura coincidente é de 19oC,
1Jns 12oS e 40oW com um período de retorno de 500 anos Qual a pressão dinâmica que o vento irá exercer sobre
os seus cond�tores?

sàõ))
Solução:
l'1,J,1 hfnu1ção (2. 8) teremos para a: 0,40 e�= 11: Temos que:
1 2 2
qo = p·Vp [N/m] (Eq. 2 .9)
Ln(- Ln[l - 2
'J 1 ,.. 11 - 0,40 e
Vp Kr·Ki·Kh·Vb [m/s] (Eq. 2.7)
'11 ..._ 26,53m/s sendo:
Kr = 0,85 - terreno cat. C
1 1 11t, 1 crminação da pressão do vento K• 1,30 - tempo de integração 30s - cat. e
15
5
]1/9,
(
--ro- = 1,0436
IJt!lermina-se o valor ,da pressão que o vento exerce

,, "
logo:
11111
•• I r.mento da linha, denominada "pressão ;dinâmica - de
1 tll 1,11,111 1.
,,. Vp = 0,85·1,30·1,0436·22,8 = 26,30m/s

)
11través da expressão:

1 2 2 (2.9) e,
[N/m ]
2 p·VP
�1_,�2_9_3��-
[
1600+64·19-350
p = �1+0,00367·19 1600+64·19+350
,.,, lr,111:

V1, - lm/s] - velocidade do vento do projeto; p = 0,94147kg/m


3

3
,, 1 kg/m ] - massa específica do ar.
Portanto:
A massa específica do ar pode ser determinada por:
'\
1qó z
1
0,94147· (26,3)
2

16000+64·t-ALT 3
" . ��"'"'"'"'=�­
1,293
l +0,00367 · t
[ 16000+64·t+ALT ) [kg/m l (2.10)
qo = 325,60N/m
2

· 1 1 - a temperatura coincidente;
AI 1 1 1111
- a altitude média da implantação da linha.
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO
Exu11\\ilh
,.7
Como foi mencionado no item 2.2, as hipóteses de
A linha localizada a 12oS e 48o�, objeto dos vários e­
Hlllcriores, apresentou uma velocidade básica de 22, Smfs. Cálculo se originam da associação de uma hipótese de carga com uma
,--

118 Projetos mecânicos das linhas aêreas de transmissão Elem entos básicos para os projetos das linhas aéreas de_ transmissão 119

restrição ao uso de materiais, para aquele tipo de solicitação. TABELA 2.4 - CARGAS MÁXIMAS RECOMENDADAS PARA CABOS NA CONDIÇÃO
DE TRABALHO DE MAIOR DURAÇÃO, SEM DISPOSITIVOS
Normas técnicas ou códigos de segurança impõem limites às DE PROTEÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO [2]
solicitações, porém a experiência do projetista é também essencial.
Para os projetos dos cabos, como também para os demais TIPOS DE CABOS % CARGA.DE RUPTURA
elementos das linhas, elas devem ser formuladas a partir das mesmas Aço AR 16'·.
solicitações. Aço EAR 14
Aço-Cobre 14
Na prática de projetos de linhas no Brasil é usual a Aço-Aluminio 14
formulação, no mínimo, das seguintes hipóteses de carga ou de CA 21
CAA 20
solicitação, as quais corresponderão às respectivas limitações de
CAL 18
solicitação: CALA 16
CAA-EF 16
1 Hipóteses de carga de maior duração a ela estão
associados os esforços atuantes quando a linha estiver sob ação de
uma temperatura do ar correspondente ao seu valor médio, t, sem Obs: Mesmo com o emprego de armaduras antivibrantes ou
estar sob o efeito de vento. grampos armados, os projetistas de linhas em EAT têm
limitado a tração nos cabos CAA a 18% da sua carga de
2 - Hipótese de carga de flecha mínima - conside·i-a-se a linha
ruptura, com muito bons resultados.
sujeita à menor temperatura que pode ocorrer, como vimos,
geralmente considerando o período de retorno de 50 anos, sem
considerar o efeito do vento. b - "Na hipótese de velocidade máxima de vento, o esforço de
tração axial nos cabos não pode ser superior a 50% da
3 � Hipótese de carga de vento máximo esta condição carga nominal de ruptura dos mesmos".
corresponde àquela que mais solicita os elementos da linha, pois Obs: Na prática, neste caso, limita-se o valor de tração a
considera a linha sob a ação dos ventos de máxima intensidade, com cerca de 35% de sua carga de ruptura.
a tempe·ratura coincidente, que, como vimos, corresponde à média das
c - '.'·�a condição de temperatura mínima, recomenda-se que 0
temperaturas mínimas. /'
esforço de tração axial nos cabos não ultrapasse 33% da
Para cada uma das hipóteses correspondem limitações nas
carga de ruptura dos mesmos".
taxas de trabalho dos materiais nos -diversos elementos das linhas.
Para os cabos condutores e pára-raios, a NBR 5422/1985
estabelece:
Exemplo 2.8
Admitamos que a linha a ser construída na regiao em que
a - "Na condição de trabalho de maior duração, caso não tenham for�m obtidos os dados meteorológicos da Tabela 2.1 deva ser cons
sido adotadas medidas de proteção contra os efeitos da !rui�a com um cab� CAA, de 26Al+.7Fe, cuja área de secção transver=
ale de 468, 5 1mm (Codigo Drake - de 795MCM) . Sua carga nominal
vibração, recomenda-se limitar o esforço de tração nos de rup tura e de 140.235N (14.300kgf).
cabos aos valores máximos indicados na tabela": Quais as hipóteses de ·cálculo?
Projetos mecãnicos das1inhas aéreas de transmissão, Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 121
120

Solução: 2.5.1 - Temperatura máxima

a) Condição de maior duração:


condutores O valor da.temperatura máxima deverá ser determinado em
À temperatura de 20°C, a tração nos cabos
deverá ser de 25.251N (2.574kfg), sem efeito do vento. função dos seguintes fatores:
b) Condição de flecha mínima: a - temperatura máxima média do ar;
À temperatura de +6°C, sem o efeito de vento, a tração
b - efeito da corrente máxima coincidente com a temperatura
axial nos cabos nao deverá exceder 49.082N (5.00Skgf).
máxima do ar;
e) Condição de vento máximo:
A tração axial nos cabos, sob a ação do vento de proje- c - efeito da radiação solar por ocasião da temperatura máxima
to de 23,Slm/s, à temperatura coincidente de +20°C, não poderá do ar;
exceder 46.278N (4.719kgf).
d - admite-Se um fator de redução na forma de uma brisa de até
1,0m/s.
( ·.
2.5 - FATORES QUE AFETAM AS FLECHAS MÁXIMAS DOS CABOS No Capítulo 1, item 1.4.1.4, foi exposto um método que
permite, com precisão suficiênte para o projeto mêcanico,
determinar a temperatura dos cabos para a condição de flecha
o trabalho da dis,tribuição racional das estruturas das
máxima.
linhas sobre o terreno é feito a partir de um pr,ojeto, no qual as
Outros métodos mais ou menos sofisticados são
estruturas são locadas sobre a restituição do perfil longitudinal encontrados na literatura sobre linhas de transmissão [7, 8] e no
da faixa de servidão, desenhado a partir do , levantamento mercado de "software".
topográfico efetuado.
A localização de cada estrutura é feita, em função de
s de
sua própria altura, da topografia do terreno, das altura 2.5.2 - Características elásticas dos cabos
quando
segurança exigidas e da forma da curva que os cabos terão
o
estiverem com sua flecha máxima. Independentemente do process Os alongamentos permanentes que os cabos das linhas
uma
usado, convencional (manual) ou por computador, busca-se sempre podem 5:.ofrer, quando em serviço, decorrem de suas características
. \
ras e
distribuição otimizada e que redunde no menor custo em estrutu elásti:"cas. Seu conhecimento é importante para o cálculo de sua
magnitude.
fundações.
A flecha a ser usada para definir essa curva deverá ser Além de suas dimensões físicas, secção, diâmetro e peso
a maior flecha que poderá ocorrer durante a "vida útil" da linha, unitário, para o estudo do comportamento mecânico dos cabos, é
porém não maior, pois penalizaria o custo da linha. necessário que se conheçam sua carga de ruptura, seu coeficiênte de
O valor da flecha, como será visto,
depende do expansão térmica e seu módulo de elasticidade. Essas grandezas
comprimento desenvolvido do cabo quando suspenso. Este está sujeito .normalmente podem ser obtidas dos catálogos dos fabricantes de
a variações em função de sua , tempe'ratura e também devido ao cabos condutores. Os valo.res, aí indicados são, em geral, os valores
- �-:,-..
-

alongamento permanente que irá sofrer com o decorrer de seu tempo .-'.?--:-· -�ios que seriam obtidos , em um número grande de medições
de uso, como será visto mais adiante. -��"[�-:;-realiza
das em lotes de amostras - de condutores, dev endo-se, pois,
Elementos básicos para os proje
122 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão tos das linhas "aéreas de tf'ôl'rS
missiio
123
com pela curva A"A, passando
esperar variações nesses valores, para mais ou menos, em seguida a descrever a cur
valores maiores que �A. a va AB para
tolerâncias especificadas em normas. Assim, por exemplo, as normas t'e � = �B. O comprimento da amo
essa tensão, acre sei· do d stra é, sob
'ASTM e as da ABNT [10) permitem urna tolerância no peso da ordem de e um valor proporcional a DB'
reduça_ o gradativa da tens - . Uma nova
± 2% e, no diâmetro, da ordem de ± 1%. Essas tolerâncias devem ser ao faz com esSe acréscimo dim
tornando-se proporcional inua também
estendidas às demais características físicas. a OB" ' quando a . t.ensa- o voltar
a ser nula.
Há, portanto, um aum.en.tn..
Os metais empregados na fabricação dos cabos usados nas .. na."-.deformação., ... perma.nente·
sofrida-. pela'
considerados amostra. No entanto, observ
linhas, que, em outras aplicações, podem ser a-se que as retas A.A'' e
paralelas. BB" são
perfeitamente elásticos, neste caso não o podem, pois, .em virtude
da elevada relação comprimento/secção, apresentam, após o seu
[ N/m'.l
primeiro tensionamento, alongamentos residuais de tal -- ordem, 'que I
/E
influenciam os valores das flechas, podendo, conseqüentemente /
comprometer as alturas de segurança das linhas. ;-
f = , t cri

2. 5. 2. 1 - Deformações plást"icas e modificação no módulo de


elasticidade em ·fios metálicos

Os diagramas de tensões deformações obtidas em


ensaios de tração em laboratórios de resistência dos materiais, são
conhecidos dos estudantes de Engenharia. Nesses diagramas,
registram-se, em ordenadas, as tensões aplicadas às amostras de
fios e, em abcissas, os alongamentos unitários medidos. Nos
procedimentos normais, esse teste é conduzido até o limite de
escoamento, ou mesmo à ruptura da amostra. Se, no entanto, o ensaio ALONGAMENTOS ' [mimJ

for interrompido com valor inferior ao de seu limite elástico, a Fig. 2.11 - Diagrama tenso-
es x alongamentos
tração reduzida gradativamente até zero e os valores das tensões e
dos alongamentos igualmente registrados, o diagrama tomará o No plano (a-• e), retas inc
linadas representam os mód
aspecto da figura 2.11. Observamos inicialmente que a amostra, sob elasticidade dos materi ulos de
ai·s. Como demonstrou Hooke:
a ação da tensão, �A. estará com o seu comprimento aurnentadó em um
2'
valor proporcional OA'. Ao retornar ao estado de repouso, seu � = E·e [N/m J ou [Pa]
ou (2. 11)
comprimento terá sofrido um aumento proporcional a OA". O
alongamento A' A" é transitório, representando, portanto, uma E [N/m 2 l ou [Pa]
deformação elástica.
Se a mesma amostra for novamente tracionada, A curva OAB repr.esen ta
a variação do módulo de
elasticidade
verificaremos que, entre � = o e � = �A, ela obedecerá à lei dada quando o fio é tensionado
pe1 a .Primeira vez, sendo

(
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 125
124

constante para os valores baixos da tensão (a-1 < <rA), apresentando Se, ao invés de ter permanecido sob a tensão �A durante

um valor de E para cada valor de <r subseqüente. Ê denominada "curva o tempo t, tivesse ficado durante um intervalo de tempo 2t, 0 seu

inicial" e define os módulos no estado inicial. aumento de comprimento seria proporcional a OE".
representam os módulos de Fica, assim, evidenciado que esses alongamentos
As curvas AA" e BB"
adicionais não são linearmente dependén,tes do tempo. Dependem, além
onamento a determinados valores
elasticidade após o primeiro tensi
disso, do valor da tensão e da temperatura do material.
m o mesmo valor de módulo de
de a-. Como são paralelas, representa
de final, que é constante e Esse fenômeno é conhecido em Metalurgia por fluência,
elasticidade. É o módulo de elasticida
-
ou "creep" po de ser der·1n1."do assim: "fluência é o escoamento ou a
independente do valor máximo de <r.
deformação plástica 'do material, que ocorre com O tempo, sob carga,
Verifica-se que, quando um fio metálico é tracionado
após a deformação inicial, resultante da aplicação da carga".
pela primeira vez, ele sofre uma mudança em seu módulo de
elasticidade, devido ao fenomêno de "encruamento", ou seja, de
2.5.2.2 - Diagrama tensões-deformações em cabos
têmpera por trabalho a frio. Ele é acompanhado de um aumento em seu
comprimento. Esse alongamento depende da natureza do material e do
Se os ensaios forem efetuados em cabos compostos de
valor máximo da tensão a que foi submetido.
fios de mesmo material, os d1·agramas result ant es terão o aspecto
Se uma nova amostra for submetida a um ensaio até um
semelhante ao da figura 2.13.
valor de tensão correspondente a rrA e esta for' mantida constante
Se uma amostra de cabo de comprimento razoável (l >
durante um razoável intervalo de tempo t, observa-se, como mostra a
10m) for tensionado pela primeira vez a uma taxa de trabalho
fig.ura 2.12, que o seu comprimento original é acresciçio de um valor
proporcional a OC'. Se a tensão for reduzida a zero, o comprimento
do condutor terá sofrido um acréscimo proi,orcional a OC", portanto CABOS HOMOGÉNEOS

maior do que OA"; C'C" é igual a A'Ã". ------


,•
1

[ N/m 2 J I 1
cr /
1
/
1
w
� 1
,o�
..
1
/ z
e D E w 1
+----.-----;-;
1 I
1 I
I I
I I

•••
I

,..
[mtm]
e D"

Fig. 2.13 - Diagrama de tensões-alongamentos


Fig. 2.12 - Alongamentos por mudança de módulos de cabos monometálicos
de elasticidade e por fluência
126 Projetos mecânicos das linhas·aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 127

correspondente a crA [MPa}, o cabo se alongará de um valor OA•. Se a c5 - alongamento proporcional ao valor máximo da tensão
tensão for reduzida em segunda a zero, o seu alongamento ficará aplicada, crB. É atribuído à "Acomodação Geométrica",
r�duzido a OA" = eSA' que é permanente. OA' é, pois, composto de composta de:
duas parcelas: uma primeira DA" = c A, que se tornou permanente e
5 a - acomodação dos fios e das caniadas de fios entre si;
urna segunda, A"A', que cessou com a tensão. É, pois, elástica. b os fios que compõem as várias 'camadas cruzam-se com
Se a mesma amostra for tracionada ·novamente, haverá um superfície de contacto mínimas, o que provoca
novo crescimento de A"A' até cr = crA, crescimento esse que se faz de esmagamentos nos pontos de contato;
acordo com a lei de Hooke e crA/Er, sendo Er o módulo de c - o efeito de encruamento dos fios componentes.
elasticidade representado por AA", Prosseguindo o tensionamento até
cc - é um alongamento proporcional ao valor da tensão aplicada
o valor de cr� ser atingido, o comprimento do cabo ficou__acrescido
crA e de duração da tensão crA em horas. Depende ainda de
de A' B' , atingindo o alongamento total o valor de OB' , A redução
outros fatores, igualmente importantes. É a componente
da tensão a zero faz com que o alongamento permanente seja
devido à "Fluência Metalúrgica".
OB"= e OB• terá, pois, as duas componentes c _, permanente, e 58
SB
e crs/Er, que é elástica. Os valores de c5A ou CSB é que são Os cabos não homogêneos, como também os cabos CAA
e
importantes para a determinação da· 'flecha máxima dos cabos. compostos de materiais muito diversos como o alumínio e o aço,
Se uma nova amostra do mesmo cabo fcir tensionada po_ssuem diagramas diferenciados, como mo·stram a figura 2.15 e a
inicialmente ao valor de crs e em seguida sua tensão reduzida a crA, figura 2.16.
como mostra a figura 2.14, e mantido :°esse valor por um det_erminado A curva de tensionamento inicial OA pouco se diferencia
intervalo de tempo de t horas, após o qual a tração será reduzida a daquela dos cabos homogêneos, porém a curva de âistensionamento ABC
zero, obter-se-á o diagrama indicado na referida figura. Observa-se é bastante diferente, pois, há uma nítida mudança no valor do
que O alongamento permanente e possui duas componentes: módulo E final do cabo, com tensões relativamente baixas crB. É a
a' região em que o alumínio e o aço dividem entre si as forças

[MP,] 0'9 ____ --- B

Ei

I
/
I Ef
y

A' e' ALONGAMENTOS


[m I m J
'-..:.•.,_,_..,..___E-'''---1--'�_,
• ALONGAMENTOS

[m'm]
Fig. 2. 14 - Alongamentos permanentes totais em cabos
homogêneos mantidos sob tensão Fig. 1.15 - Diagrama tensões x alongamentos de cabos
Elementos básicos para os projetos das Hnhas aéreas de transmissão 129
128 Projetos mecânicos das /inhaS-aéreas de transmissão

Uma solução inteiramente matemática para o problema até


A o momento ainda não foi possível, dadas as peculiaridades dos
fenômenos causadores e o grande número de fatores que podem afetar
o resultado final. Daí a necessidade ·cte se recorrer a métodos
,o empíricos, baseados em extenso trabalho experimental, principal­
cro__ o'
f
mente para cabos do tipo CAA.

.....
São bastante conhecidos os diagramas Tensões-Deforma­
//
•• ções, obtidos através de ensaios padronizados em amostras de cabos
''
/
e / /
e ALONGAMENTOS no Brasil são preparados de acordo com a norma NBR 7302 de abril
D
,, ,, [mim] de 1982 [23]. Esses diagramas, como mostra a figura 2.17, contêm,
além das curvas correspondentes, também suas equações. Para cada
Fig. 2.16 - Alongamentos totais em cabos CAA composição _dos cabos é elaborado um -.diagrama com as respectivas
equações, com as quais se pode determinar c5. Contêm igualmente
solicitantes. A partir de certo valor da tensão (o-s) os fios de
curvas e equações para a determinação dos alongamentos por fluência
alumínio, que sofreram um alongamento permanente maior do que
cc para durações de tensionamento de 6, 12 e 120 meses. Os
aqueles de aço, deixam de parti-t.ipar na absorção da tração, que
diagramas publicados pela "The Aluminum Association" de N. York são .
fica inteiramente por conta do aço. Este, além do rna'is,_ deve ainda
considerados válidos para cabos fabricados de acordo com as normas
suportar uma sobrecarga devido ao peso do alumínio. O trecho BC
ASTM.
representa o módulo de elasticidade final do aço Ea multiplicado
Antes de se tentar a sua aplicação -?-ireta na solução do
pela relação entre as áreas das secções do aço e do alumínio.
problema da predeterminação dos alongamentos permanentes, convém
Nestes tipos de cabos a fluência se manifesta
fazer algumas considerações de ordem qualitativa referentes à
igualmente, como se verifica na figura 2.16.
fluência.
De uma forma genérica, os alongamentos permanentes
podem ser descritos por uma equação geral do tipo:

e
lol
= cs·(Tmax) + cc[T(t),t,"t} (2.13) 2.5.3 A·\.. Fluência metalúrgica

Valendo:
O fenômeno da fluência começou a preocupar mais
e alongamento permanente total;
lol seriamente os projetistas de linhas de transmissão após o advento
cs - alongamento por acomodação geométrica;
da transmissão em tensões extra-elevadas, devido ao emprego de
cc - alongamento por fluência metalúrgica;
condutores múltiplos, com um número crescente de subcondutores por
Tmax - valor máximo da tração à.xial nos cabosi
fase. Verificou-se que a falta de conhecimentos mais precisos sobre
T(t) - tração axial nos cabos;
o .. assunto poderia acarretar alongamentos desiguais nos diversos.
t - tempos de duração das diferentes trações axiais nos
SUbcondutores. comprometendo a, �onfiguração geométrica do feixe,
cabos
exigindo para seu restabelecimento operações custosas �pós sua
"t - temperatura.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de trànsmissão Elementos básicos para os projetps f}a_s linhàs aére_as de transmissão 131
130

ancoragem defint tiva. Processos empíricos eram usados para


o
compensar seus efeitos, com razoável sucesso em linhas com um cabo
por fase.
'
Em anos recentes, trabalhos experimentais de
'
, '' envergadura vêm sendo desenvolvidos, viSando-se, através de maior
experiência, formular leis empiricas sobre a fluência e que levem
, ''
,.,
''' ! ' 1
em consideração todos os fatores que a influenciam. Experiências de
' "'
,,, longa duração foram realizadas por diversas equipes de pesquisa,
'
: . , '
""
'
r-r destacando-se os trabalhos realizados na Universidade do Colorado
'
'li' "
''' ''
' [14], que vieram trazer grande contribuição ao entendimento do
'' ''''' ;.. 1 ! 1 í's'
fenômeno e para seu cálculo. A figura 2.18 apresenta um diagrama de
' '' 2

co
: . l"k-1 ' :: til
.... ' alongamento obtido nesses ensaios em um cabo CAA de 726,39 mm ,
' ' ,_

'' 54 x 19 (Código Pheasant).


'

'�
' '
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'

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E E "' ' ALON8ANEHTO EM PORCENTA8EN

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E
o
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õ �
• -�" '' Fig. 2.18 - Diagrama de alongamentos por mudança de
módulo e por fluência .[2, 14]

1 '''
'' o ,, '
o
Projetos mecánicos das linhas aéreas de 'transmissão Elementos básicos para os projetos das linhàs ·aéreas de transmissão 133
132
submetido a uma tensão Experiências mostraram, outrossim, que a fluência total
Esse cabo foi i n icialment e
tido nas linhas a longo prazo , tende a ser igual aos valores calculados
ten são de ruptura e assim man
correspondente a 25% de sua para a chamada condição de temperatura média anual, sem vento. Nas
eduzi da a um valor corresp onden
te
-durante 16h, quando a tensão foi r te a trações usuais para essa condição, ·. os alongamentos t otais e
-se um alongament o corresponden
a 20% da carga de rup�ura. Mediu indepe ndem da "história" de carregame ni:.'O.. à qual o condutor foi
t ida até serem com
pletadas 2. 160
0,0130%. A nova te nsão foi man submetido. A figura 2.20 ilust ra bem esse fato, estando [14]
da a
O, 0150% foi medi d o. Em segui
horas. Um novo al ongamento de
en t e ate' at1· ng1· r 41
, 6% da tensão de represe ntadas na mesma a curva normal de um determinado cabo CAA,
tensão foi aumentada gradat 1vam
·
· utos , quando foi reduzida
m1n c om tração correspondente a 20 % de sua carga de ruptura, e as
ruptura e assim mantida por 15 da
para ser rete nsionado a 20% curvas referen te s ao me smo condutor submetido temporariamente a
lentamente a valores quase nu1 o s, de
no u um alongament o ··adicional- trações maiores, ·respectivamente 25 a 30% da mesrnà carga.
tensão de ruptura, 0 que ocasio
do foi de O, 038-9-%. Uma ou tra
o,009%. o alo ngamento total medi :
al. o, 1·nvertendo -se as ope rações
amostra foi subme t i da a um e ns 15
· a' traça-o máxima de 41, 6% p o r
ini�iou-se p o r submete r o cabo da
ida a tração para o s mesmos 20%
minutos, reduzind o-se, em segu O
m pel o mesmo intervalo de tempo.
carga de ruptura, mantendo-a assi r
de 0,0410%. A diferença .-em valo
alongamento total medido foi
o que veio a démonstrar uma
absoluto é de cerca de 5%,
a e
ntos por acomodação g�ométric
inte rdependência entre os alongame os
foi e videnciado também em o utr
aqueles devido à fluência, o que
ensaios (fig, 2.19).

.1 • 1.

�A,.,,
Tenslio móiumo ptt1vlsto
Tensõo mox1mo prev,sto

,, /l

u
Fig. 2.20 - Efeito da variação de solicitação sobre a fluência [14]
,, ,,
,, ,,
! /

, .7.
' ! /, Verifica-se que, durante o perí odo de uma hora, em que
maiores f oram mantidas,:·· as taxas de var lação dos
1.
Ten,Óo N:;>rmol
o

,.
e (le fluêne.ic(ED/
• B
alongamentos f o ram co rrespo ndentemen te maiores. Após esse período,

trações nas duas amo stras· foram reduzidas a 20% da carga de
/ Alon9omento to1i;i1
Essa redução provocou não só uma redução na taxa de
dos alongamentos, co mo praticamente estabilizou os cabos
r um periodo razoável: 3h na _amostra que f o i__ submet ida ·ª 25%. da
1/ Al,.ONBAWENTO
'
ALONG.1.MENTO
de ruptura e 12,Sh na a�ostra submetida a 30%. Neste último
verificou-se, inclusive·,· uma "fluência negativa" durante as
das tensões aplicadas
F,1g. 2 . 19 - Influência da seqüência
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 135
s de transmissão
Projetos inecánicos das linhas aéreá
134
muito divu lgado o p rocesso gráfico desenvol vide por Varney [15].
período de relativa estabilidade,
três primeiras horas. Após esse Outros -autores como JORDAN [l6], desenvolveram métodos
aumentaram novamente, passando os
as taxa s de variação semi-analíticos simplificando ou mesmo linearizando as curvas de
, cerca de 40h após o seu
alongàmentos, nessas duas amostras tensão-deformação. O desenvolvimento de equações a partir das
rama da amostra que foi
primeiro tensionamento acompanhar o diag mesmas, permitiu determinar tanto cs como cc -,P!?r meio de cálculo.
tura.
tensionada a 20% de sua carga de rup Mais recentemente, corno conseqüência dos trabalhos descri tos em
a 25"/. da sua carga
Urna quarta amostra, deixada por 16h [14], novos métodos de cálculo foram desenvolvi· dos e divulgados
de rel a tiva estabilidade por 44
de ruptura, apresentou um período [181. [19] e [20]. Dois métodos serão, pois, descritos e
ém pôde ser observada. Sua
h, em que a "fluência negativa" tamb ilustrados.
1.000h.
curva encontrou as demais após cerca de
Esses estudos permitiram identificar os principais
nto permanente dos cabos das 2.5.4.1 - Método convencional
fatores que infuenciam o alongame
de quantifica-los. Podem ser
linhas de transmissão e a maneira
Determinam-se os alongam�ntos permanentes dos diagramas
classificados em dois grupos:
e da Tabela 2.5. Por conveniência, serão usadas em sua forma
a - Fatores externos original, ou seja, as tensões especificadas em PSI (libras por
se
São parâmetrosindependentes dos condutores e polegadas quadradas) e os a 1 ongamentos em por cento.
cteristicas construtivas e do
originam, no ambiente externo, de cara
a - Alongamento por acomodação geométrica
uso da linha, corno:
Seja, na figura 2.21, a curva inicial �ide um cabo CAA
Tensão mecânica;
e Er sua curva final. Seja �A a tensão na cond1·ça-o de tração máxima.
- Temperatura;
ionamento.
Maquinário e procedimentos de tens
b - Fatores internos O"

São fatores que·envolvem diretamente as


características
[•••] ------,----
O"A
Eel /
C' A

dos cabos, tais como: I •·


- Tipo do materi a l (composição química, estrutura micros- I '
O"• Ef.t. /
pica);
Tipo do condutor (formação· geométrica e
características); \/
I
/
Métodos de fabricação dos condutores. I 1
E•E,E-bl fl

2.5.4 - Cálculos.dos alongame�tos :permanentes •• ••• !?; �.


[ •,]

Alongamentos _vêm sendo- determinados,


permanen��s Fig. 2.21 - Determinação do alongamento permanente por
acomodação geométrica
ão-deformação, sendo
tradicionalmente, a partir dos diagramas·· tens ·,
z '(-----­

.
136 Projetos mec8n1cos das linhas aéreas de· transmissão Elementos básicos
para os projetos
das linhas aéreas
de transmissão
137
Através da equação
correspondente à
determinar o valor de curva DA pode-se
TABELA 2. 5 � EQUAÇÕES DOS ALONGAMENTOS [22] OC = OB + BC e por
pode-se determinar meio da equação de AB
o valor de BC. Porta
OB = e, será obtido nto o alo ngamento permanente
por OB = OC + BC.
pode-se prescindir da Sen do dado o valor de Er,
COMPOSIÇÃO EQUAÇÕES equação corresponde
Al + Fe nt� pois Led
Exemplo 2.9
6 + 1
x, = 3,62E-3 + l,02E-5·Y - 6,52E-ll·Y2 + 4,97E-15 ·Y 3
Xr 8,7245E 6·Y A tração
CAA de 546,04mm 2 de na condição de rnax1mo carregamento
x, _ 3,88E-3 + 1,45E-5·Y - 2,64E-10·Y 2
+ -
l,59E-14·Y
3
+ 7 Fe (Código Car área de secção transversal, compos em um cabo
din to
18 + 1 Xr = 10,135E-6·Y Qual o valor do al?n al 954 MCM) é igual a 49.676N (5.de 54 Al
gamento .Permanente po 066
- r acomodação geométri kgf).
26 + 7
x, = 4,07E 3 + l,28E-5·Y - 1, 18E-10·Y2 + 5,64E 15·Y
3
Solução:
ca?
Xr _ 9,298E-6·Y
2 As equações vál
3_0 + 7
x, _ 2,30E-3 l,12E-5·Y - 6, 54E-ll ·Y + 3 08E-15·Y
3
a - para a curva idas são:
inicial (figura 2.1
Xr = 8,817E-6·Y Xi= 6, 85E-4 7)
+ l, 56E-5·Y - 2,7E..:1
0:y2 + l,14E-14·Y3
2 b para a curva final
1,77E-'S·Y- 4,80E-10·Y + 2,16E-14·Y
3
Xi = 7,03E 4 (figura 2.17), deslo
45 + 7 Xr 10,695E-6·Y O, cada para a origem
- Xr = 10,273E-6·Y

54 + 7
x, - 6,85E-4 + l,56E-5·Y - 2,70E-10·Y2 + 1,14E-14·Y3 Para:
Xf - 10,273E-6·Y 5066
2
� = 546104 = 9,278kgf/mm
54 + 19
x, = -4,76E-4 + 1,34E-5·Y - 1,5E-10·Y 2 + 8,90E-15·Y 3 ou
Xr _ 9,891E-6·Y � = 13. 196PSJ Y
logo:
Alumínio x, = -6,54E-3 + 1,87E-5·Y - 7,69E-10·Y2 + 5,26E-14·Y3
7 fios Xr 18,893E-6·Y x, = 6, 85 -10-• + 1, 56·10-s · (13. 196)
- 2,7-10- 10 ·
Alumínio x, =- -5,60E-3 + 1, 83E-5 · Y 7,22E lO·Y2 + 5,35E 14·Y3 · (13.196) 2 + l,14·
19 fios Xr ll,27E-6·Y X1 O, 1 8571% 10- 11, (13.196)3

Alumínio x, _ -5,31E-3 + 1,-74E-5·Y - 6, 17E-10·Y2 + 5,05E-14·Y 3 �f 10,273· l0- 6 • 03.1


96)
Xr - 11, 74E 6·Y ·' Xr o, 13556%
37 fios
- Portanto, ·o alonga
Alumínio x, _ -3,99E-3 + l,8E-5·Y - 4,4E-10·Y 2 + 4,45E-14·Y3 e,= x, -
mento permanente s
erá igual a:
61 fios Xr ll,83E-6·Y Xr = 0,18571 � 0,1
e, = 0,05015% 3556

Origem das equações, STRESS - STRA!N - CREEP CURVES - T E ALUMIN


H como comurnente é
especificado:­
e, o,0005015m/m
ASSQCIATION
. As lensões Y são em PSI ( libras por polegada
quadrada) es = 501,Smm/km
_3
1 PSI= 6,89476·10 MPa_ NOTA, Para
. -3 _drada), multi transformar [kgf/mm 2J em PSI (libras
2
pl por polegada
= 0,703070·10 kgf/mm 11Pa devem· ser micar o valor dado em kgf/mm2 por 1.42
ultiplicados po-r 145 2,3. Valores
,038 para obtê�los
em PSI.
'( . '
e
.

138
Projetos mecânicos das linha§ aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 139
e
b _ Alongamento por fluência A tabela ·2.6 apr esenta as constantes a serem empregadas e
-
Os diagramas tensões-deformaçoes apresentam também três nas equações para o câlculo de OB', que são do tipo para os cabos e
ret9-s, e suas respectivas
equações, destinadas ao cálculo da de uso mais freqüent e : (
fluência. São equações do tipo Y = a· X que portanto, não Ct ::::; K·o- (2,14) e
representam o crescimento exponencial

devendo, portanto, ser interpretadas como "escalas..


dos alongamentos no
de t empo " ' corno
tempo'
e
TABELA 2.6 � CONSTANTES DE FLutNCIA PARA CABOS CAA E CA [21] (
mostra a figura 2.22.
1 e
e
CONDUTORES CONSTANTES "K"

e
�1
TIPOS COMPOSIÇÃO 6 MESES 12 MESES 120 MESES
6
18
+ 1
+ 1
13,676 14,286 15,625 e
\
20,202 ' 21,277 24,691
CAA 26 + 7 15,444 16,502 18,709 (
30
45
+ 7
+ 7
13,953
19, 157
14,424 15,463
e
e
20,619 25,413
54 + 7 16,878 17,762 20,794

e
54 + 19 16,644 17,331 19,716
1
1
1
7 23,095 24,631 30,211
19 23,585 25,510 32,051 (
e
1 •• CA
,,
o�r_���--t;:---fE:_----j�����, 37 23,641 26,178 32,680

'
61 25,316 27,473 34,483
e
. - fluência
1 As tensões a- na equação 2. 14 devem ser usà·das em PSI.
alongamentos serão dados em%.
2 - Multiplicar os valores da tabela por'l0- .
6
Os
e
Fig. 2.22 - Determ1naçao do alongamento por (
3 - Origem, "STRESS - STRAIN - CREEP CURVES" - THE ALUMINUM
ASSOC!ATION, e
Seja -o
a tensa para a qual a fluência em um período
e
e
<J"A

A linha AB, como foi definida na


de t3 horas deva ser Calculado.

e
Exemplo 2. 10, \
rado, pois, sob ação
figura 2.14, represen ta O alongamento cc procu
/ '

cs devido à
Qual o valor do alongamento por fluência do cabo do e­
onent e
de <J"A, o alongamento total e possui comp xemplo anterior, considerando-o operando durante 10 anos com uma (
também tensão correspondente a 18%· de sua tensão de ruptura, ou seja,
,
acomodação geometr1· ca e cc devido à fluência. Verifica-se
.:l•-'C:f''''-10SMPa (2.763kfg/mm 2 ) à temperatura de maior duração? (_
p e la figura, que cc = A''B" = A'B'. Porta
nto, para a sua
e
determinação numérica o procedimento é simples:
El e � = ��. e
a - por meio da equaça- o da curva inicial
determina-se o valpr dê.DA ;
?
Devemos calcular inicialmente o alongamento OA' (figura
seguida OB' p e la equação da fluência.
Para 27.105MPa, temos 145,038-27-105 = 3.931PSLUsando
e
... · a correspondente ao temp (_
o
b - empregando a equação da fl uenc1
e
na e quação da·· curva inicial t emo�:.
t3, determina-se OB; X1 = 6,85E-4+1,56E-5·3931-2,70E�10·(393l}L+l,14E-14·(3931)�
e - 0 alongamento por fluência procu
rado será cc = OB' x, 0,058529% l
(_;
(;'.'
�1 f-
--------- ----

Projetos mecánicos das linh


as aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linha$ aéreas de transmissão 141
140
emos calcular: 2.5.4.2 - Métodos recomendados pelo WG-22 do CIGRÉ
Com a equação da fluência pod
1
Xn = 20, 794E-6 , cr = 2 0,794E-6 · 393
Xn = 0,081746% Após a divulgação dos trabalhos de Wood e outros [141,

e 0
� ·
alongamento por fluenc1a, em 10
anos, será:
29 = 0, 02315%
Bradbury · e outros [17), Harvey e Larson [18]. propondo novas

EclO = 0,081746 - 0,0585


maneiras de calcular os alongamentos, Bugsdorf e outros (19] do
( WG-20 do Cigré, estudando os trabalhos anteriores, concluiram por
( ou
CclO = 0,0002315m/m 231, Smm/km
OU CclO = propor dois métodos de trabalho para o cálculo dos alongamentos
,
( ueles .ind·1c ados nas curvas
Para tempos diferentes daq permanentes e que se diferenciam na maneira de se efetuar os
el
( de cc Por interpolação em pap
pode-se determinar outros valores ensaios nos cabos para se obter os diversos parâmetros de fluência.
( Di-log, O primeiro método baseia-se no ensaio dos fios de alumínio ou de

( liga de alumínio com que são fabricados os cabos. O segundo método


c _ Alongamento total depende do ensaio do cabo inteiro. Pêlo primeiro método é possível
e
determinar cs e cc separadamente, enquanto que as equações do
e a interação dos dois
Deacordo com l 14] , dada segundo método só permitem determinar e= cs + cc, sem individua­
e -se a observar a seguinte reg
ra para
alongamentos cs e cc, aconsel� lizar as componentes.
(� a obtenção do alongamento total: Definido como:
e cc e Cs for TTlaior do que
2,
a _ quando a relação entre T - esforço de tração nos cabos [kgf];
e maior dos dois;
deve se cons1'derar O� i'gual ao Trup - carga de ruptura [kgf];
( menor do que dois,
b _ quando a relação entre cc e Cs for t - tempo de duração da tração [h];
da metade do valor do
toma-se o valor do menor, acrescido T - temperatura [oC];
e
e:
2
maior. � - taxa de trabalho à tração em [kgf/mm ];
K, a, �. µ e ó - coeficientes que dependem das caracaterísti­
(
e Exemplo 2.11 cas, dos processos de fabricação, do tipo dos
deve ser usado no
Qual O alongamento total e que cabos, etc.
do cabo cardinal dos Exs. 2.lO
/ \,
e 2.1 1?
Poderemos empregar as seguintes equações:
Solução: a - Para cabos CAA:
0,07058/0, 023212 = 3,041- Logo, de
Temos ·CS/CC = o:
com a recomendação acima, deve-se
adotar: e= Cs + Cc = Ke�·T cr • tµlerõ [mm/km] (2_ 15)

Os coeficientes de fluência, divulgados até o momento,


Ctot 0,07058%
( o relacionados na Tabela 2.7.
ou
( ecoe - 0,0007058m/m ,, b - Para cabos CA, CAL e CALA:
l ou
(2,16)
( ctot = 705,Srnm.lkm
e
(
'( '
142 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os proiet . _
- , os das l,.nhas· aéreas de transm1ssao
143 e.
Os coeficientes de fluência correspondentes a essa TABELA 2.8 � COEFICIENTES DA EQUAÇÃO 2.16. CONDUTORES CAL [19] e
equação estão nas Tabelas 2.8, 2.9 e 2.10. e.
Processo industrial (
e - Para cabos CAA: Valores dos coeficientes
para a obtenção (
e = c,+cc = K[ lOO<r ]\</> • t µ
O"rup
[mm/km] (T " 15 •C) (2. 17) d0s fios K </> "' µ e
e
'
Laminação a quente 0, 15 1, 4
A Tabela 2.11 contém os coeficientes de fluência a l, 3 0, 16
serem usados nesta equação. Extrusão ou Properzzi e
(

1
TABELA 2.7 � COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.15. CABOS CAA [19]

Valores dos -coeficientes


e
COMPOSIÇÃO/ Processo indus- e
trial para a
TABELA 2.9 � COEFICIENTES DA EQUAÇAO
NÚMERO DE 2.16. CONDUTORES CA [19]
FIOS m* obtenção dos e
fios K </> "' µ o
e
e
Al Fe Valores
Processo industrial dos

1
coeficientes
Laminação a.quente 1, l 0,018 2,16 0,34 0,21
7 ,71 para a obtenção K e
54 7 Extrusão o\.i
1,6 0,017 1,42 0,38 0,19
Propérzzi
1 dos fios
N• de fios do <::Ondutor "' µ (
Laminação a quente 3,0 0,010 1,89 0, 17 0,11 7 (
19 37 61
48 7 11,37 Extrusão ou
Properzzi e
e
Laminação a quente 0,27 0,28 0 ,26 0,25 .. 1,4 1, 3 o, 16
Extrusão ou
º· 16
'"
Laminação a quente
Properzzi 0, 18 0, 18 0,15 1, 4 1,3
30 7 4,28 Extrusão ou 2,2 0,011 1, 38 0, 18 0,037 0,16 e
Prop_erzzi

Laminação a quente
e
26 7 6, 16 Extrusão ou (
1, 9 0,024 1,38 0,23 0,030
Properzzi � COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.16. (
Laminação a quente 1, 6 0,024 1,88 º· 19 0,077 1 CONDUTORES CALA [19] (
24 7 7,74 Extrusão ou e
e
Properzzi
Processo industrial
Valores dos coeficientes

18 1 18
Laminação a qu�nte
Extrusão ou
par.a a obtenção
dos fios e
e
1, 2 0,023 1,50 0,33 0,13 K· </>
Properzzi µ

º· 16
Laminação a quente
Laminação a quente ,66 0,012 1,88 0,27 e
12 7 1,71 Extrusão ou
Properzzi
Extrusão ou
Properzzi 0,04 + 0,24 1, 4 1,3 0, 16 e
m*
área de alurninio m = área de alumínio e
área de aço área de liga de alum1n10 (
(
(
(
(
-��-­
T
( 144 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
( 145
TABELA 2.11 COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.17.

.. ,
(
CONDUTORES CAA [19] E• fitr1,tl
(
. e•ticr2 ,tJ
( Processo
industrial
para a K
Valores dos

4>
coeficientes

"'
.,,, E•ff�.tl
E • f ( 0"4, t 1

obtenção e
" "
'
( "'
(
dos fios m :S13 m � 13 m

Laminação
13 m � 13 m 13 m � 13 m 13 m � 13
,,
(. a quente
2,4 0,24 o 1 1, 3 1 O, 16 o, 16
j

('. Extrusão
1
'
(. ou 1, 4 0,24 o 1 1, 3 1 O, -16 0,16
1 .,,
- - DURAC.ÃO DA FLUENCIA HORAS
Properzzi
(
área total do cabo 1eq 3
e m área do aço
( Fig. 2.23 - Variação dos alonga
Informações obtidas junto aos fabricantes de cabos de mentos com
( com a tensão. Redução da flua duração e
alumínio indicaram que no Brasil os vergalhões ("wire-bars") de ência pela
fluência
í alumínio ou de suas ligas são obtidos através do proceSso conhecido
e por "PROPERZZT". Essa informação é importante para a determinação
( das constantes de fluência nas tabelas. Seja a-1 a tensão com que
um cab o foi ancorado em uma
linha. Aplicando-se, por ex
( Um exame das expressões apresentadas mostra uma emplo a Eq. 2. 15 a esse caso, obt

1
curva e em-se a
( variação exponencial de e no tempo. Assim, para cada valor de f( cri• t) da figura 2. 23' par
a um grande . número de
e tensão a- há uma curva e f{t), como mostra a figura 2.23.
Nas linhas de transmissão os cabos são ancorados em
intervalos de tempo 4t. Admita
intervalo 4t. O alongamento
mos que o valor de a-1 atue dur
provocado será c1. Este fará com
ante um
tração seja reduzida, cor que a
suas extremidades por suportes fixos. A tração nos mesmos é respondente a uma nova tensão
curva é e = f (cr2, t) · 0'2' cuja
constante, a menos que ocorram alterações em seus comprimentos. O alongamento c1, na tensão cr2,
alcançado em\ um tempo maio . só seria
Estas podem ter causas externas, como alterações meteorológicas, ou r do que ti.t, ou seja, em teq1
'· de novo intervalo 4t ou . Ao final
internas, como aquelas causadas pelos alongamnetos permanentes. ' seja ao fim de teq1 + 't, o
a 1 ongamento
L.l
Neste caso há uma continuada redução na tensão dos cabos devido ao alcançado será ....... 2. Esse
novo alongamento (c2 _ ..."'l) faz
e continuado aumento em seu comprimento. Essa redução na tensão tens ão se reduza para cr3
e ao final de um novo interv
com que a

e provoca, por sua vez, uma redução na taxa de alongamento. A própria


fluência provoca uma redução nas taxas de alongamentos por
llt, ou Seja em teq2 + ti.t,
Esse alongamento adicional
seja alcançado o alongamento
alo de tempo
total C3.
·I,1 (c3 - c2) provoca nova redução
da tensão
( 1 fluência. As equações para o cálculo dos alongamentos não tomam e aSsim sucessivamente.

Cil,
esse fato em devida consideração, sendo, pois, necessário Tivéssemos aplicado a �quação com
\. t = 24t e
desenvolver uma metodologia, como foi proposto em [ 18, 20 e 2ll. encontraríamos um alonga
mento total de C3' que,
l como mostra a
e.
para a solução do problema. figura, é maior do que c3.

'-·
L
---i -
146 Projetos mecánicos das linhas aéreas de.·t,ansmissão Elementos b_ásicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
147 (
Esse método é bastante trabalhoso. pois o número de
(
Bt = «t· (t2 - ti) = «vbt (2. 18)
intervalos de tempo a serem usados para o cálculo da fluência a 1
e
na qual o:;tf [ °C)- é o coeficiente de expansão térmica do cabo no
longo prazo é muito grande. o valor de �t. que no inicio deve ser (
estado final.
da ordem de uma ou duas horas devido à elevada taxa de (
Para qualquer valor de al<?ngamento permanente e é
alongamentos, pode ser aumentado gradualmente à medida que o
possível encontrar um valor de variação ''de temperatura 6.teq, de
e
cálculo avança. (
forma que se tenha:
o uso de computador digital ·é aconselhável. Incluímos,
(
no final do Capítulo 4, um programa de cálculo em linguagem "Basic" ót = a.tr·ateq = e
(
para computadores pessoais. Nesse capí tule são apresentadas portanto
e
igualmente
alongamentos.
as hipóteses a serem usadas nos cálculos ,dos
bteq = ·�«tf'
-"� [cC] (2.19) e
e
Exemplo 2.12
cálculos
Essa constatação indica ser possível representar nos
das trações e flechas o efeito dos alongamentos e
Qual é O valor do alongamento permanente de um_cabo CAA t
e
de 546, 04mm2, 54Al_ + 7Fe (CDDIGO _.CARDINAL), que permane�era dur� n­ permanentes, na forma de um acréscimo de temperatura à temperatura
te 30 anos (262.800 horas) sob cOndições médias (de maior duraçao) máxima de projeto dos cabos.
de 20oC e tração inicial de 3070kgf?
Exemplo 2.13 e
Solução: {
Admitindo-se que a prev1sao de temperatura máxima dos
Será usada a Eq. 2.15 no programa de computa9or já refe
condutores da linha do Exemplo 2.11, feita da maneira vista no Capí {
rido. Completam os dados de entrada:
tule 1,,. é de 57°C, qual será o valor da temper·atura a ser utiliza=
módulo de elasticidade inicial Et = 5203kgf/mm
2
da para o cálculo da flecha máxima da linha n�· fim de 30 anos?
coeficiente de expansão linear at = 18, 18 .10-6 ºe (
- coeficientes de fluência da tabela 2.7: Solução:
K = 1,6; • = 0,017; « = 1,42; µ = 0, 38 e B = 1, 9 (
Para o cálculo da flecha utiliza-se valor àa
e= 727,25mm/km empregando 663
o resultado obtido foi
o
.(
e
intervalos de tempo que crescem de acordo com a lei: temperatura final. Para
e= 727,25·10-6m/m calculado em 2.12,
bt = INT (1,25 ** 0,8·1)
sabenda/ �ue e
e
na qual I e o número de ordem do calculo anterior.
Se a equação tivesse sido aplicada diretamente, o resul = 19,44·10- 6 como mostra tabela
e
ixtr ºe, a 2.12,
tado seria e= 799 ,534mm/km para as mesmas 262.800 horas, cerca d€ tem-se:
10% maior.
t30 = lmax + 6.teq
(
727,25·10-6 (
2.5.5 - Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento t30 = 57,0 +
19,44·10- 6 ,-�---
permanente
Um aumento da temperatura de um cabo de t1 ° C a t2 ° C
tso = 57,0 + 37,4•C
t30 94,4oC
e
provoca um aumento em seu comprimento, que pode ser calculado pela {_
Portanto, ao final dos ·30 anos, quando a temperatura
expressão: for de 57°C a flecha nos cabos'--será aquela que o cabo teria a 94,4 (
DC se hão tivesse havido fluência.
(
·C.
:,; >\ -�r-� �
.
-· ·-
--�--
1 ·,
- --- --
Projeros mecânicos das linhas aéreas de trBnsmissão
148 Elementos básicos para os profe
t
T
tas das linhas aéreas de

TABELA 2. 12. � CARACTER1S ICAS ELÁSTICAS E 1ÉRMICAS DOS CABOS


transmissão
149
f
Módulo Coef. de exp. térmica
l
Mudança de
"A"

de
(
Tipo compo- Inicial Final
1
elasticidade
/ -
inclinação
do ----
Inicial Final .10-6 1/•C .10-6 1/•C
da curva O-A A

E kgf/mm 2
inicial
;i� ,
s1ção
cabo
kgf/mm
2

�-lí- 1 7031
crA kgf/mni2
2.3,04
Alumi- 7 5343 6180 2.3,04
19 5060 6080 2.3,04
duro 37 492.0 5970 2.3,04
nio

61 4710 5870 2.3,04


�,: Fig. 2.24 - Curvas tensão
deformação linearizadas
E

19680 11, 52.


lm m

1
Aço 7 19330 11. 52.
("':
19 18980 11 , 52.
nizact,, 37 18280 11,52.
galvn.-

2.5.6 - Características tér


6/1 6820 8075; 18,38 19, 10 11,601 micas e elásticas dos
cabos
4781
I
I 6117 7664 18,00 18,90 11,250
Alum1- 2ó/7
II

nlo 4922
I

6609 8086 16,7!;, 18,00 12,750


A tabela 2.12 fornec

com 1 20/7
II e dados característi
1,
5484
usados em transmiss cos de cabos
I ão. Os módulos de

30/19 6609 8086 16,75 18,00 12,750


elasticidade inicia
de
alm:\ II cabos CAA foram lin is dos

5484
I earizados, como mos
tra a figura 2.24

45/7 4500 6575 18, 10 19,00 11,250


empregados nas "Eq e serão
aço II uações de Mudanç

2.812
a de Estado", que

1
I desenvolvidas no Cap serão

54/7 5203 6890 18,18 19,44 9,843


II ítulo 3 e empregada
s nos projetos dos

4148
Os dados desta tab cabos.
l ela permitem, igualm

54/19 l 5203 6890 18, 18 19,44 9,843


Jl alongamento s perman ent e, calcular

4148
entes por acomodaçã
o geométrica, da
em [24], empregando maneira
II as curvas lineariza

, 1 10190 11950 16,92


das.

cob..' ,. 1'
dur,, 1 3
12
outros
9840
9840
10190
11950
11950
11950
16,92
16,92
16,92
Cobr< 9840 11240 16,92
meio outros 9840 10890 16,92
1
Al�a 6/1 2728 2865 11,52 11,52
duro 1 - f'UCHs, R.D. - Tra
nsmissão de Energia
de aço 1 27/7 2612 2714 11,52 11,52
Elétrica em Linhas Aér
- 2� Ed., Livros Téc eas

30/7 3328 3626 11, 52 11,52


nicos e Científicos,

bo CAA\
Editora S.A. - Rio
de ca de J aneiro, 198
? AllNT, NBR 5422 - Projeto de Linh as Aér
0.

54/7 2109 2243 11,52 11,52 eas nsmissão de de Tra


lo pon 54/ 19 2007 2165 11,52 11,52
HoJ:..:- ...,:-:_'·'

derado
Rio de Janeiro,
Energia Elétrica

1985.
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J

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e
\.
e
r-
,
.Estudo do comportamento mecánico dos condutores 153

1
(
( bastante rígidas que devem ser observadas nos projetos e durante a
( construção das línhas aéreas de transmissão, a fim de assegurar
(
altos índices de segurança. Essas normas têm, em geral, força de
lei, e estabelecem critérios -mínimos que devem ser observados pelo
(
projetista, sem eximi-lo de responsabilidade',,. pela sua adoção
(
to
e Estudo do comportamen s
indiscriminada, sem maiores preocupações com sua aplicabilidade ao

mecânico dos condutore


caso particular em estudo. E cada linha deve ser tratada como um
( caso particular. Essas normas especificam as máximas solicilações
( admissíveis nos elementos das linhas, os fatores mínimos de
( segurança, bem como, támbém, indicam quais os esforços solicitantes
( que devem ser considerados em projeto e a_ maneira de calculá-los.
( 3.1 - INTRODUÇÃO As distâncias m"Ínimas entre condutores, solo e estruturas são

e linhas aéreas de transmissão de energia elétrica igualmente especificadas.


No Brasil, os projetos de linhas aéreas de transmissão
s. Uma parte ativa,
As
e t a 1 men t e de duas partes., -distinta
e con sta m fun dam en e de linhas de distribuição estão regulamentados pela ABNT [2]. Nos
a
que, segundo nos ensina
ent ada pel os Cabos condutores;'·

e rep res Estados Unidos, vigora o NESC (National Electric Safety Code); na
campos elét:icos e
[1]' servem de guias aos
teoria eletromagnética Alemanha, as normas DIN e VDE; na Itália, as normas UNI, etc.
e magnéticos, agentes do
transporte de energia; e
uma parte passiva,
uras, que assegura
Sendo os cabos condutores os elementos ativos no
res, ferragens e estrut
( constituída pe 1 os 1. selado Possuem as linhas, transporte da energia e que são mantidos sob teiÍsões elevadas,
e o afastamento dos condu
tores do solo e entre si.
0·entre os quais
devemos mencionar todos os demais elementos da linha de transmissão devem ser
e outros sim , ele men tos acess or10
• · 5

e aterramentos, des
tinados a interceptar e
dimensionados em função dessas tensões, como também em função das
e os cab os pár a-r

descarregar ao solo as
aio s
ondas ôe sobretensão de
origem atmosférica,
solicitações mecânicas que estes transmitem às estruturas. Por essa
razão, é de toda conveniência começarmos o estudo do comportamento
ngiriam os condutores,
provocando falhas
que, de outra forma, ati mecânico dos �pndutores.
ão do serviço.
( üentemen t e, a interrupç
nos isolamentos e, conseq
1
ão
uma 1,inha aérea de transmiss
/

( O projeto mecânico àe
os seus elementos,
dimensionament o de todos
e cuida, pois, não só do solicitações de 3,2 - COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS - VÃOS ISOLADOS
( ma a ass egu rar seu bom funcionamento face às
de for também de sua
mec ânic a a que são submetidos, como
e ) nat ure za Dos nossos cursos de Mecânica Racional, lembramos que
atravessa.
e amarração ao terreno que por urna corrente de elos iguais, ao ser estendida entre dois pontos
ssão de energia elétrica
Uma vez que a transmi suficientemente elevados para que não se apóie sobre o solo,
e. as - desde
·etnti, rego de tensões . elevad
( linhas aéreas se faz com o e que adquire uma forma característica, e que, por. isso mesmo, recebe o
as de milhares de volts
centenas de volts até centen nome de catenária [do latim catena. (corrente)]. Lembramos, por
a para os seres vivos e para
a
representam real perigo de vid a outro lado, que essa corrente poderá ser substituída por um fio,
( des, existem regras e norm s
integridade fisica de proprieda
1
1

(_
(
l" -·- ;; ,
---- -·---:----i_
154 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutàres
155

e
sem que se altere a forma da curva, se esse fio for bastante A flecha, como veremos, depende do (
vão, da temperatura
flexível e inelástico, possuindo, outrossim, o mesmo peso por metro e do valor da tração aplicada ao cabo
quando de sua fixação em A e !'
B. A altura hs, denominada altura de (
linear que a corrente. Os condutores das linhas áereas de seguranca, é estabelecida por
transmissão, normalmente constituídos por cabos, podem , ser
normas, em função da class_é de tens
a-o da 1·nh
1 · a, do tipo de terrenos
,1
e
considerados suficientemente flexíveis quando os pontos de
e dos acidentes atravessados pelas linh
as. e
suspensão estiverem razoavelmente afastados entre si, de forma a Temos então que:
e
descreverem, quando suspensos, curvas semelhantes a catenárias.
Os pontos de suspensão dos condutores de uma linha
P [kgf/m] é o peso unitário do condutor, e
L [mJ o seu comprimento desenvolvido
, sendo:
e
L > A. (
aérea podem estar a uma mesma altura ou, como ocorre mais
C,
freqüentemente, a alturas diferentes. Estudaremos os dois casos
Consideremos os eixos OX e
OY, aos quais iremos e-·
e
separadamente. relacionar a equação de equilíbrio.
Seja M um ponto qualquer da
3.2.1 - Suportes� mesma altura
curva limitando um comprimento de
condutor OM = s. Esse segmento de
e

condutor estará em equ1·1·b
1 rio
· sob a ação das forças atuantes sobr
e
Consideremos a figura .3·: 1, que representa um condutor ele. Essas forças são representada
s pelo peso ao condutor ps, a
suspenso em dois suportes rígidos, A e B, separados entre si por tração no ponto O, des1gna
· da por To e cuja direção é tangente
à
uma distância A. Essa distância comumente recebe o nome de vão. curva em O, ou seja, horizontal, e
a tração T, cuja direção é a da (
tangente à curva em M, fazendo com
e
Como os pontos A e B estão a uma mesma altura, a curva descri ta a horizontal um ângulo o::•.
pelo condutor será simétrica, e seu ponto mais baixo, o vértice O, Projetando essas forças sobre o e1·xo
e
.OY , teremos:
encontra-se sobre um eixo que passa a meia-distância entre A e B. T · seno::• p . s
[3.1)
A distância OF = f recebe o nome de flecha. Nas linhas (
de transmissão, as alturas de suspensão (H) dos condutores estão
e, sobre o eixo OX,
e
diretamente relacionadas com o valor das flechas e com as T • coso::• = To
e
e
[3. 2)
distâncias dos vértices das curvas ao solo (hs). Se, ao invés de considerarmos um

e
comprimentp\ s da curva, consider segmento de
y armos todo um ramo OB = L/2, o

1-----. -- _µ_ .
'
e
ponto M se deslocará para o pont
o B e a força T passará a ser
tangente à curva em B. Nessas condições,
� ------------- �-------------Is T
tornam (ver fig. 3.2):
as eqs. 3.1 e 3. 2 se
(
F
e
e
f P�
T·seno:: =
1 [3.3)
e
HÍ o
T.•coso:: = To
(3.4)
Uma vez que a força T equilibra as demai
s, ela é
(
representada pela reaça-o da e_s (
trutura ao sistema de forças
Fig. 3. 1 - Condutor suspenso em dois suportes de mesma altura
atuantes: e
l
(_
e
'
,, Estudo do comportamento mecánico dos condutores 157
1
smissão
Unhas aéreas de tran
Projetos mecânicos das

�: 156
Sendo T a força de tração axial no cabo, sua taxa de

e'
T
trabalho (a-) também varia, desde um mínimo,_ junto ao vértice da
curva, a um máximo, junto aos pontos de suspensão.
Por questões de segurança, as diversas normas
�� To estabelecem limitações quanto aos máX:il!los 'esforços de tração

e
( 1
1
"' admissíveis nos cabos condutores. Algumas normas, como a NBR
1 7 5422/85, estabelecem essas limitações em função da carga de ruptura
e
1 ,
1 /
1 ,
dos cabos:

e ---
i/_ ____ _

e
T Tmax = k·Trup (3.9)

e
onde k representa um coeficiente de redução, variável para as
\

e
diversas condições de funcionamento., e que será discutido em
. uantes
F 1g . 3 . 2 _ Forças at detalhes mais adiante.

( Outras normas, como, por exemplo, as DIN, preferem


e a - uma força horizont
al e... const ante To -
Tcosa; estabelecer um valor máximo para as taxas de trabalho admissíveis
( ena = pL/2, por,at nto igual ao em cada típo de condutor [3,4].

e ver t'
ica 1 V= T·s
b urna força u compr1·mento A variação de T em linhas usuais é bastante pequena,
vão, referente ao se
e peso do C ondu tor no,.· serni
principalmente quando os suporte� estão no mesmo nível e os vãos
real. têm valores usuais, pois os ângulos a também são pequenos. Nos
( Da eq. 3. 1, obtemos:
e (3.5)
cálculos despreza-se, então, essa variação.

e T=
To

os:
( 3 1 pela 3.2, terem
se dividirmos a eq. Exemplo 3.1
e (3.6)
Uma linha de transmissão de 138kV deverá ser construída
( com cabÓS de alumínio com alma de aço (CAA), composto de 30 fios
ou de al\lmínio e 7 fios de aço galvanizado, possuindo uma secção de
e ps (3.7) 210,3mm 2 (Especificado nos catálogos de fabricantes norte-ame­
( cc =- arctg To ricanos e canadenses sob o código Oriole, bitola 336400CM; ver o
e ostram que, sendo To
constante, 0
Apêndice e a ref. [S]). Sua carga de ruptura é igual a 7735kgf e
seu peso 0,7816kgf/m. Admitindo o condutor tensionado por uma tra­
e; E ssas exp res sões m
ria ao longo da cur
va, em função da
ção To = 1545kgf, calcular o valor da tração T, nos pontos de sus­

e, T , que va pensão, em vãos de 350m e 1000m.

e,
mesmo não oco rre com
catenária. Ela será
s, do pon to con sid erado ao vértice da
distância T = To. Será máxima Solução:
nto O)' quando então
\C mínima par a IX' = O (no -po
Devemos empregar as eqs. 3.5 e 3.8, admitindo, para e­
t
l, '
em A ou B, quando: feito Coffiparativo, L = A.
\ j pL (3.8) a - Para o vão de 350m:
·-�
_, . <
r a• = ,x = arctg 210
i!
. .1
f
('

158 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Estudo do comportamento mecânico dos condutores
159
(\\
(1
pL 0,7816·350 pela eq. 3.8,
o:: = arctg arctg
2· 1545 í

tga PL 2To·tga
" 5,05925• 2To ' A (fazendo L" A) e
p
logo: logo (
T = _T_o_ = ___;1:.;·c:5:..;4::;5__ 1. 551, 0428kgf 2 · 1. 545 · tga e
coso:: cos 5,05925 A = 19.393,95m
o,7816
(
aumento de tração, �T 0,391% Portan�o, com um vão da ordem de 19.400m,
ça_ � To, Junto
. sem que e
ao vert1_ce da parábola, fosse superior a 1545k a tra
b - Para o vão de 1.000m: r gf oU [',
::i��ç�: �: �e 2�% �a :ração de :uptura, o cabo não resistiria 'aos

N = arctg

pL
= arctg
0,7816·1.000
2 · 1545
r�çao Jun o aos apoios, e ocorreria a ruptu
ment e sem cons1 de.rar sobrecargas.
ra, teorica C'
" = 14,19494•
\
e
(
T = ---=---e-�=�
To 1.545 1.593,6592kgf (
e,
cosa:. cos 14,19494 3.2.1.1 Equações dos cabos suspensos

aumento de tração, tT 3,1495%.


Cálculo das flechas (,

que:
Consideremos novamente o sistema da fig. 3.1: vimos e,
Analisando os resultados assim obtidos, (
ver if icarnos que, no primeiro caso, o
perfeitamente desprezível, enquanto que, no segundo caso, já merece
aumento de t,ração é
tgo::• ps
(3.6)
c1
(
sendo
um pouco mais de atenção. Um vão de 350m poderia ser considerado (1
normal em linhas com essa classe de tensão, enquanto que o vão de tga· = dy = z
cix (3.10) (,
1.0D0m seria excepcional em qualquer linha.
e
e
e podemos escrever
Exemplo 3.2 Z - ps
Admitindo que o comprimento desenvolvido dos cabos seja \. -To (3. 11) (
e
/

aproximadamente igual aos vãos horizontais, com que valor de vão o Diferenciando, encontraremos:

e
condutor da .1 inha do exemplo anterior se romperá nos suportes?
dZ = ia ds = io /dx 2 + dy 2
Solução: e
Pela eq. 3.5:
ou
e
To = T · Cosa. :. coso::
To
-T-
dZ p
To dx
(3.12) e

2'
+ 2
para
To= 1.545kgf e T = 7.735kgf(tensão de ruptura do cabo) Integrando a eq 3.12, teremos
(
coso::
1.545
7.735
= 0,199741 ... "= 78,4782• log (± 2 + /1 + z 2 ' ).= ± p
To X (3.13)
e/
rc..:
e

C\
/
(
f----
-

'C '

Projetos mecánicos das linhás aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
( 160 161

é nu l a, Pol's para x = O, Z = O. Da Calculemos agora as expressões para as flechas. Para a


cuja constante de integração
('

eq. J.13 podemos obter catenária, façamos, em 3.16a


(

e + z + Vl + z· = A
e
X =2
,---,, e{pno)x

-(p/To)x
y = f

2+� = e .!
= C1 , [cosh _A_ - 1] (3,16b)
Subtraindo membro a membro 2cL
f

z
( /T O )X
e P - e
-(p/To)x
= senh
( X
l To/p
)
(3,14)
\ Para a parábola, usando o mesmo raciocínio, temos:

(3,18b)
Como Z = dY/dx, Obtemos, por integração
\. Exemplo 3. 3
To cosh·í� ) + e
� To/p Verificar a convergência da série calcular as flechas
da linha descrita no Ex. 3.1.
y e
p

para x º· y = º· coshO = 1, logo, e= - To/p, Portanto solução:


Teremos
To (3,15)
y p
(cosh-
l T�/p J 11 e,
p
=� = 1,545
0,7816 1. 976, 7144

que é a equação da catenária. / Usando o maior valor de x na linha,.que é igual a A/2,


podemos calcular:
Designando Cl = To/p, teremos
X x A
(3, 16a)
2
---=--- 6
4 4

= C1 · [cosh 2d
X
y 4!Ct 384CÍ 46.0SOd

0 termo cosh x/C1 Para efeito comparativo entre os vãos de 350 e 1.00Dm,
encontrar�mos os valores indicados na tabéla, que mostra a rápida
pode ser desenvolvido em série, ficando�·

--+
X -+-X
X +-- +--- (3, 17) convergê�C\a da série. Mostra, outrossim, que o erro que cometemos
= 1 +--
6 n
. ao empregar a equação da parábola do invés da equação da catenária
2 4 X

2d 6!C1
X
4!d
-is-
para calcular a flecha é insignificante: 5,1mm nos vãos de 350m e
cosh
n!cr

o valor de C1 é sempre 337,8mm nos vãos de 1.000m, ou seja, respectivamente, 0,066% e


Nas linhas de transm1ssao 0,53"/. do valor calculado pela equação exata. São erros que podem
, -
reais,
o que faz com que essa ser perfeitamente tolerados em problemas práticos de transmissão.
Ex . 3 . 3 . Nessas
mui to grande' de or dem superior a 1. 000'

Vãos
como mos t ra o
primeiro termos To A
série seja rapl, damente convergente'

condições, é em geral suficiente empregar os d A =C1 A' A• Flechas [m]


2
---
[m]
ois

. - 0 na Eq 3.16a, obteremos: 8C 384d 46080d


da sérié. Fazendo essa sUbs t't
1 u1ça
Eq. 3, 16b Eq,3,18b
p 2

(3,18a) 350 1,976,7144 3919E-6 2,20-6 7,7515 7,7464


.

Y - "'zê,2To 1.000 1. 976, 7144 3.1990E-6


2
o
2

170E-6
x px
63,5741 63,2363
- =
o
que é a equação de uma parábola.
(
(
Projetos mecânicos das
linhas aéreas de transmi
ssão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 163
e
162 Exemplo 3.4 e
Cálculo do comprimento dos
cabos
de uma curva ,·qualquer,
de Quais os valores dos comprimentos dos cabos da linha
descrita no Ex. 3.1, nos vãos de 350m e 1 000m, calcula�os através
e
O comprimento desenvolvido do processo exato, do processo aproximado.
. • e-pe la equaçao da pará- (
lítica, é dado por [61:
acordo com a Geometria Ana bola?
(
(3.19) Solução:
a - Cálculo pelo processo exato. Do Ex. 3.2, C
e 1j
1.976,7144; (' 1,
logo:
r�
De acordo com a Eq 3.14
e
\
A
L = 2C1·senh _ _ (3.21)
· 2C1
e
1

X
dy =
C1
e
dx senh
L = 2 ··1.976, 7144 · senh --ac��Ac,.___
2·1.976,7144
\

e
Como
a1 - Para A 350m, L3so = 350,4573m

e
2 a2 - Para A l.OOOm, L1000 1.010,6977m
cosh �1 = / 1 + senh �1 =

Integrando, encontraremo
s seu comprimento entre o b - Cálculo,pelo processo aproximado:
e
vértice e um ponto de abs
cissa·x: 8f
2
.
(

e
L = A + (3.24)
3f.:"""
.

(3.20)
Lx = C1•senh �
e, Do Ex. 3.3, f3so = 7,7464 e f1000 63, 2363; logo
(
eira, no vão A tere,mos, 8(7, 7464)
2
Considerando a curva int /b1 - L = 35 0 +
(
e
3.350
(3.21)

2
A
2·C1·senh � [m) L3so = 350,4572m
L =

imento em série, obtemo


s: (
)n 1
Efetuando o seu desenvolv L 1.000 + 8(63, 2363 )
b2 - =
3·1.000 (
1 ( A
e
5
A
3
A (3.22)
1 ( ) L1000 = l.010, 6635m
= zcJ� + 3T 2c1 + sT 2c1 + · ·
1 ( ) · nT
e
+ 2c1
L
lZC1
mente . .
nte a uma série rapida Comparando os r esultados ' ": er1f1camos que, se calcular-
e
Mais uma vez estamos fre .\
mos os/comprimento - s ã :
s usando a equ ao
ap os ;ç 1mp�ificada, os erros ser o
e
os, basta considerarmos
enas
- vão de 350 m, e rr o de O ' OO m, ou seJa, 0,
Na maioria dos cas
0006%
convergente. - vão de 1.00 0m ' erro de o ,03420m, ou seja, 0, 00338%.
e
ando:
dois primeiros termos, fic
e - Analisando o comprimento d0 cabo pela equação da parábola
. 3
A A +
3
A p
2
(3.23) (3.18a), vem:
e
e
L A +
24 18
24CÍ x
2
dy
p
e
y =
8b), teremos: 2To dx
Como f = A p/8 To (Eq. 3.1

:J 12
2

" 8f
2 ( 3 .24)
Na Eq. 3.19:
e
L A + 3A [m)
desenvo lvida em
L = 2
[ 1 +
(�]2]
C1
1/ 2
dx e
mento de uma parábola,
que é a equação do compri (
rtura.
função da flecha e d e sua abe (.;
·�1
Estudo do comportamento mecânico dos condutores
164 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão 165

( Resolvendo:
(
2 2
L = e, [ 2�, ./(2�1] + 1 + ln [./(2�1] � 1 + 2�,]
A
A,

( e, - L3SO = 350,4567m
i. e·
;:
';
To I

c2 - L1000 = 1.010,5635m
I 1
' 1
O que mostra, que os processos de cálculo aproximado em
h=e
vãos nivelados são plenamente satisfatórios, mesmo porque na mon­ 1 ,/
tagem mecânica não se tem esta precisão. Ve ---
'1 Te
1

( 1

e
-- ---L--
1
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA VÃO NIVELADO To
1
1 fo
1

a - Tração nos apoios: T


To (3.5) •,
- - ·-+-·--
X
CDS CX:

p.L (3.8) fig. 3.3 - Cabo suspenso entre suportes com alturas diferentes
para: a: are t g �
2
b - Flecha: f p.A (3. 18b)
J que pode ser transformada em

e - Comprimento do cabo: L A + (3.24) X1 + X2


h = 2C1 · senh · senh X1 - X2
' 2c, 2c,
\
.i ou, de acordo com a Fig. 3.3

h = 2C1·senh
2�1 . senh �; (3.25)
3.2.2 - Suportes a diferentes alturas 2

Desta equação, podemos obter:


'\... i A Fig. 3.3 mostra um cabo estendido entre dois suportes

�,
A' h h
- = �·cosech A
rígidos.cujas alturas A e B são diferentes entre si, sendo o vão serf\- c1
. 2 = -2C1 . ___l'-�
A � (3.26)
medido na horizontal igual a A. Seja h a diferença de alturas entre senh
(
2C1

r'
( A e B.
Se prolongarmos a curva AB até um ponto B', situado a Resolvendo essa equação, obteremos A'' e,

e\ uma mesma altura que o ponto A, obteremos


chamado vão equivalente, e a catenária correspondente a esse vão.
um vão nivelado Ae, conseqüentemente, o vão equivalente, que, de acordo com a Fig. 3.3
será:
(
De acordo com a Eq. 3.16a, teremos:
(
h = y1 - Y2 = C1 · [ (cosh �� - 1) - (cosh X2 Ae = A + A' (3.27)

\;
Da série do seno,
ou
3

h C1· (cosh
Xl
- cosh --
X2) senh x = X + 3J
X
+ -- +
X
5!
C1
(

e
e
Estudo do·comportamento mecânico dos condutores 167
transmissão
das fi�has aéreas de
Projetos mecânicos
166 Quando A' < Ae/2:
e
então: VB = ( �e - A'lp [kgf]
A'
senh zc,
A' + ...

·Quando A' > Ae/2:
(
co-secante:
Usando a Se'ri·e de
3 VB = V - �e lp [kgf] e
1
cosech x = X -6 + 360
7x +
e
To é constante em qualquer ponto da curva, mas a tração e
então
A 1 A + ,,, axial nos cabos não o será. Seu valor poderá ser encontrado pela e
cosech zc, = A/CH� 12C1
das séries, e
soma vetorial de To com as componentes VA e Vs. Podemos fazer a e
primeiros termos

r r
Os seguinte demonstração:
Usando somen t e (
i,
adas as funções
3.26, teremos elimin

l �-�
Eq.
substituindo na
f
trigonométr icas:
ri= r8 +· vX ou
[ i� =
1
+
(
(
e
j, (3,28)
Zh Então
A' = -A- C1
TA e
e o vão equivalent
e será To e
ZhC1
Ae = A + � [ml Desenvolvendo essa expressão em série binomial, obtemos
e
e
l

ou aproximad ament
e
(3,29)
y
1 -�·-
1 + �-
2 ( To
2 - 1
(
VA '
] + e
Ae A +
ZhTo [m]
2-4 To
e
----;.:p
de suspensão,, A,
Tomando os dois primeiro termos, temos que e
A carga Vertical
no ponto superior

1 + _1_ (Y.!.__l VA 2 e
(trecho AD) 2 To
2 ou TA= To+
e
e
será

1
1 ( 2hTo \p [kgfl
z
1 Ae·p
= z( + Ap J
Note que, da Eq 3.30,
VA
Aep e
ou (3,30)
VA = - -
2 e
Ap hTO
VA = -Z- + ---i::-
[kgf]
Portanto e
, ,
No ponto inferior B •
teremos {trecho
OB)
2 2
e
ri.
VB = lZAe - A
,'\ ;P =r�+
l2
�, _ !h -c,)p Ae p
(
e 1
ou
finalmente, para o ponto mais alto
e 1
VB
Ap hTO
-y--�
[kgf]
(3,31) TA = To + fe·p (3,32)
e
L/
e
r Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 169
l
168
Na eq 3.27:
mais baixo,
Da mesma maneira, para o ponto de suspensão Ae =A+ A' = 800,2568 m
chegamos a Devido a esta pequena alteração na seqüência deste
(3.33)
TB =To+ (fe - h)p exerc1c10, será considerado o resultado obtido pela equação simpli­
ficada 3.29.
e em que
( b .- Forças ax1a1s no cabo
fe = b1 - no suporte superior [Eq 3.32]
\,­ Ae.
é a flecha correspondente ao vão equidistante, TA= To+ fep
(
onde
( Exemplo 3.5 Aep
2
(801,8204 ) 2 · (O, 7816)
no Ex. 3.1, f, = 40,65m
( Dois suportes da linha de 138kV descrita a, num·vão B. To- 8·1.545
ença de altur
estão em alturas diferentes, sendo sua difer as v- e - r tica is e axi \ TA 1.545 + 40,65 .0,7816 = l.576,772kgf.
1 cu 1 ar as forç
( horizontal de 350m, igual a 40m. Ca . alto.
e s A e B, sendo A o ponto mais
ais atuantes nos ponto Uma outra opção de cálculo set"ia usar o teorema de Pitá
goras para calcular a resultante no ponto A:
e so·1uçã o:
TÍ: T� + vi: . ·. TA = I (1545) 2
+ (313,35) 2
C· Dos exemplos anteriores temos
0,7816kgf/m TA l.576,46kgf (valor exato)
To= l.545kgf, e, = 1.976, 7144 e P
( b2 - No suporte inferior [Eq. 3.33):
Teremos:
( TB = To+(fe-h)p = 1.545+(40,65 - 40)·0,7816 1.545,508kgf
a - Forças verticais
a1 - Suporte superior [Eq. 3.30]: ou ainda
hTo 350·0,7816 + 40·1.545 313,3514kgf
VA = Ap t8
e 350 T� = + V� 2
�-2- + �-A� 2 TB = V(l. 545) 2 + (-39, 79 ) = 1545, 5lkgf

e-­
Verifica-se que, junto ao suporte superior, a tração_ no
a2 - Suporte inferior [Eq. 3.31]: cabo é cerca de 1,95% maior ào que To, ou seja, da tração no verti­
e, A hTo _ 350·0, 7816
Va _- -2p- - -A- - 2
40·1.545 = -39, 7914kgf
350
ce da catenária equivalente. Em casos de desníveis muito acentua­
dos, esse fato deverá ser levado em consideração nos cálculos pois
pode redundar em taxas de trabalho acima daquelas estabelecidas
VB é dirigi­
(___ Esse sinal nega t.1vo s1·gn1·r1·ca que a tração pelas normas.
da de baixo para cima e que A< Ae/2.
/\
e
Vejamos, então:
2hTo (3.29)
Ae =A+� 3.2.2.1 Comprimento dos cabos de vãos em des nível
(i
2·40· 1545 801,8204 m
e Ae = 35 o +
e logo,
350·0,7816
i
Consideremos o vão em desnível na Fi_g. 3. 4. Sua equação

( z
Ae /'l referida ao eixo D1X1Y1 pode ser derivada da Eq. 3.16a:

1.,
A= 350 <
e Façamos o cá.leulo exato de Aê: y1 = C1 cosh·��
e,
x,
(,
e A' 2C1 ·arcsenh(
2�1
cosech
2�1 ]
(3.26) Sejam xo e yo as coordenadas do ponto A nesse sistema.
Façamos uma mudança de eixos de coordenadas, de forma que sua
{. A' 450,2568

(
. ·"'< - .·
(.
.,y'
(
e
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
170 171

1Y B laçamos a diferença L2-B2 , lembrando, ainda, que cosh2x-senh2x = 1; (


'1
1 obtemos e
--t--1
' -8
B
2cí[- 1 +
A-xo
Cosh -- e--
,
xo
cosh � +
A-xo
senh -- e--
, senh C1
XO l (
(
-�-t-·_J_ L_x e
' 2
/
Podemos simplifiéar essa equação utilizando as
conhecidas fórmulas da adição e subtração dos arcos hiperbólicos. e
Obteremos, finalmente e
e
·--x., cosh A J

2 2
L B =. 2cf [- 1 +
C! (3.37)
-

Fig. 3.4 - Vão em desnível Porém er·


e
\,.
A
cosh 2x - 1 e cosh � - 1

origem coinc1· d a com A Teremos o sistema" Ay:{. Sejam x e Y as e


coordenadas de um ponto qua l quer da eU rVª, relativo ao novo sistema
logo
e
de coordenadas. e
A equação da curva que substitui a 3.16a será: e
e
�1
ou
,1
X - XO
- cosh e, (3.34)
y = C1 · (cosh
e, L=
/ (3.38) (
Consi d eremos o Ponto B (A , B).· para esse ponto, a
(;
e
l
equação será:
desenvolvermos em série
e
Se o termo hiperbólico da Eq.
A - xo xo (3.35) 3.37, teremos
B = C1 · (cosh - cosh --
e, C1
4 (
l
2

e
;\2 -
'L B2 = 2d[-1 + 1 + --- +
Seja ds um co�primento elementar do condutor. Teremos A A

e
2d 24CÍ

ds cosh
X - XO
L2 - B2
e, (
e.
e, conseqüentem�nte
r L = /B
2
+ A [1 +
2
_j:{_J (3.39) e
�1
A 12d
L=J O
A - xo
ds = C1 (senh
e,
+ senh
e,
(3.36) (
Para essa equação, empregamos somente dois termos da (
Resolvendo simul t aneamente, 3 . 35 e

elevemos ambas expressões ao quadrado e


3 · 36 , obteremos o s érie ,
parabólica.
e ela representa o comprimento do condutor em forma
e
,.,.-,,_ valor de L. Para tanto,
e; ..... l.
''!-�,� 0-�":-­ (_,
·,
-r­
r-·
e 172 Projetos mecánicoS dr1s linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 173

(
e b - a flexa fo, medida entre uma linha horizontal que passa

e
Calcular o comprimento do condutor- para a situação pelo apoio inferior e o ponto mais baixo da curva do cabo; há
descrita no Ex.3.5, empregando as Eqs. 3.38 e 3.39. situações em que ela é importante, pois define o afastamento dos
e cabos a obstáculos que a linha cruza nesse ponto.

e
Solução:
Ve,.rernos a seguir a forma de deter"'3Tl.iná-las.
São dados: e
e
1.976,7144, A 350m e B = 40m
a - Pela Eq. 3.38:

e
Caso (a)
2 2
e L = / (40)2 + 4(1.976, 7144) ·senh -2-(-1-_9-;-�-�-7-1-44�) O cálculo rigoroso da flecha" fs é muito mais trabalhoso

e logo e será analisado após o exemplo 3.7. Podemos simplificá-lo

e L = 352,73272m (exato) substituindo a catenária pela parábola. Para tanto, façamos o

e
b - Pela Eq. 3.39: d:esenvol vimento em série do segundo membro da Eq, 3.34, da qual

e L = I 2 2
(40) + (350) 1 +
l (350)
2 ) empregaremos apenas os dois primeiros termos. Teremos:

e
12(1.976,7144)
2

portanto
(x - xo)2 _ � = � _ �

e
Y = Ci [
2C12 ZC12J 2C1 C1 (3.40)
L 352,73225m (aproximado)
e Para o ponto B, com a mesma aproximação, y B· logo,

e B
2C1
A
2
Axo
(3.41)
e Vemos que, também nesse caso, ambas a,s equações dão
#
e
resultados inteiramente dentro das tolerâncias normais de problemas
Eliminando xo das Eqs. 3.40 e 3.41, �ncontraremos

e
práticos de engenharia. No caso, a relação B/A é relativamente

'--·
pequena,
relações
porém
B/A
típica de
elevadas, o
linhas
erro
reais.
pode ser
No entanto,
de ordem
em casos de
tal a afetar
-+) (3.42)

�-- _ ____.,-----,
( significantemente os valores das flechas. que é a equação-da-parábo·lã. em üesnível, com origem nas coordenadas

( em A. Com e.ssa equação podemos construir a curva por pontos.


1' \. O coeficiente angular da tangente em um ponto dessa

e 3.2.2.2 - Flecha$ em vãos inclinados parábola é obtido derivando a Eq. 3.42:

e No caso dos vãos inclinados, há duas formas diferentes


de medirmos as flechas, e que podem ser de interesse prático, como
�� = �l -[ 2�1 - !l (3.43)

mostram as figuras 3.3 ou 3.4.


r No. ponto P, correspondente a y = fs, a tangente é paralela à
a - a flecha fs, representada pela maior distância vertical re ta AB; _logo, seu coeficiente angular é igual a B/A. Igualando a
entre a linha que liga os pontos de apoio do cabo e um ponto da Eq. 3. 43 a B/A, obtemos
(__ curva; esta flecha é importante quando o perfil do terreno é mais
X
A
-( ou menos paralelo à linha entre apoios; 2
�'.\
174 Projetos mecânicos das' linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 175
(
Substituindo esse valor na Eq 3.42, obtemos Havendo interesse, da fig. 3.4:

A' -
I
fs' = fs cos!p (3.50) \

YP = [8C1 � ( 2�1 - ! )] (3.44)

Pela fig. 3.4, podemos verificar que


Exemplo 3.7
/
''
Determinar os valores
situação descrita no Ex. 3.5.
das flechas fs e fo para a
e
e
f, B
2 + YP (3.45)
Solução:
e
Como yp é negativa, temos
a - pelas Eqs: 3.18b ou 3.46, teremos e
fs =
+ -[ 8�: - ;( 2�1 - +)]
\
fs =
A2 p
8To
2
(350) ·0,7816 = 7,7464m
8 · 1. 545 e
(

r- r e
b - pela Eq. 3.49
e, simplificando, obtemos
e
�-
40
fo = fs ( 1
__B
7,7464(1 -
fs (3.46)
fo 0,6556m
4fs 4·7,7464
e
e .·
equação que, como vemos, é idêntica à Eq. 3.18b. Isso nos permite

e
concluir que o valor da flecha máxima em um vão desnivelado tem o
' Observa�:
mesmo valor que a flecha em um vão igual, nivelado.
Como complemento, analisando o cálculo da flecha pela e
Caso (b)
Da fig. 3.4, temos que
catenária, da Eq. 3.34
x-xg xo
e
y = C1 ( cosh -e -,- - cosh ---)
C1 (
(
..,
�fo = f e - B = - B (3.47) com y B para x = A, podemos obter:
(
Porém, da Eq. 3.29
/
xo -z-
A - C1 argsenh e
Ae =A+ 2hTo e

e
que, substituída na anterior, nos dá, levando em conta a Eq. 3.46
=
Usando os valores numéricos:
=-
A 350m, B = 40m e
e
fo fs + T6fs""" - 2
h . h )
(3.48) r
C1 1.976,7144m, chega-se a xo 50,1284m.
Através da equação simplificada (3.41}, xo = - 50,9102m. e
-� C,
Desta forma, fonclui-se que, devido a aproximação dos
e, finalmente, (
resultados, o desenvolvimento feito a partir da Eq. 3.42 é
l
(3.49) satisfatório.
(
l fi
f"
,· -·-�-
as aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condútores 1n
( Projetos mecânicos das linh
176
( lntercalamos n suportes de mesma altura, resultando em n-1 vãos d e
= A/(n+l), como mostra a fig. 3.5. Admitamos ainda
O PARA VÃO DESNIVELADO
comprimento a
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CAB que os suportes intermediários sejam rígidos e que o cabo possa
superio �:
a - Força axial no suporte deslizar 1-ivremente sobre esses suportes intermediários. Nessas
(
2
Ae·p
2 (3.32) condições, ele/tomará, em cada um dos vãos �ntermediários, a mesma
( TA= To+ 8To forma, isto é, descreverá curvas .iguais ..
e sendo:
2hTo (3.29)
Ae ;:; A+� T T T
T
( � V V

erior:
V
b - Força axial no suporte inf
A 8
r
V
To •o To To
V

pl �tp - hj
V
(3.33)

ll + �
\
( TB = To + V
/
º

c - Comprimento do condutor: /,L---:,',,c;:---,.�/=//-=/�//-- �...,;:/,<'.--//.://-=;;'l--,'/--//=-/.,<:-/,'.=-//--/-:.=-//=-;�-'.:C-//-=-//=//


(-
·" \. B2 + A2 \ (3.39) : "'-- o 1 a ! o o
12C\ j
L A

r 1
()
Fig. 3.5 - Efeito da subdivisão de um vão por n apoios
d - Flecha: intermediári o s igualmente espaçados
li -
(:i.49)

1
fo = fs 4�s

( sendo: divisão do vão afeta os ,Valores das forças


e (3.46)

1
fs verticais e também das forças axiais T. As forças verticais nos
apoios podem ser calculadas por

(1 VA VB pl
-2- " -zpa- (3.51)

e 3.3 _ Vãos contínuos


/ '\ As forças axiais serão, então

em To
vamente pouGo freqüentes
"-

e:.1 os vãos isolados Sa·o relati


TA TB
i
coso:.
tuídos de uma
na realidade, são consti
( linhas de transmissão , que, ser tratados para
1 .. ess ão de um gra nde núm ero de vãos e que não p ode�
suc
i\ de suspensão nao- são rígidos como pa
o:.=- arctg�

:r
(3.52)
isoladamente, p ois os pontos ponto dei,

'
- independentes sob O
s sao
admitirnos e nem os condutore
\_'

- para outro. Sobre cada estrutura intermediária atuarão apenas as


( são transmitidos de_ um vao

{I�ú
vista mecânic o . Os esforços s. forças verticais, uma vez que as comp?nentes horizontais To. das
derar essa -sucessão de vão
Daí a necessidade de se consi trações anulam-se. As forças serão, então,
..
s iguais
Primeiro caso: vãos e altura
imaginemos que, no vã o A, V= pl "pa (3.53)
Retornemos à f.1g. 3 1 e
.....----·· ------- �- --·-(_;.!

' . \ Estudo do comportamento mecânico dos condutores 179


e
178
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão e
e, portanto, To= STo', donde (
Exemplo 3.8 To
To' = -- (
Imaginemos que o vão isolado de 1.000m, cujas grandezas 5
5
foram calculadas nos exemplos anteriores, seja subdividido em a - Estruturas terminais (
os
vãos iguais de 200m, pelo acréscimo de 4 supartes intermediári a1 - Forças verticais: '·
as
de mesmas alturas que A e B. Quais os esforços que atuam -�o�re 7
estruturas terminais A e B e sobre as estruturas interme d1ar1as . ,_.,,,, p·a 0,7816·200 (
V= -2- 78, 16kgf
2
e

[:
Solução:
Dos exemplos anteriores para o vão d� �-�OOm, a �ração
a2 - Forças axiais:
e
horizontal era To= 1545kgf. Depois da subd1v1sao, precisamos TA TB To'
cos ex e
calcular o novo To da linha. Para isso, podemos usar o raciocínio
que segue. p-a
e
Eq 3.24:
Para O vão isolado, o comprimento do cabo é dado pela \ a= are
tg 2To,
are tg o, 7816.200=
2.1545
14,194º ,
e
5
e
L = A + donde e�
depois de subdividido, teremos A' = A/5 e L' L/5; logo Ta= 1.545/5
= 318, 72kgf e
e
TA
0,9695
L 8 (f' ) b - Estruturas intermediárias
2
A í
A
+
5 b1 - Forças verticais
e
5
35
V= ap 0,7816·200 = 156,32kgf

11:
ou
L
8[25f' )
2 �
b2-Forças ax1a1s
e
A +
3A
As mesmas que nas estruturas terminais. Comparando esses
l
resultados com aqueles obtidos no Ex. 3.1, verificamos que a
i e, portanto, f
2
25f' 2 , donde (

f'
f
subdivisão do vão trouxe não só uma redução nas cargµs verticais,
como era de se esperar, mas também nas cargas axiais, ou seja, da
solicitação nos cabos.
e
5 (
As flechas, por sua vez, ficarão bastante reduzidas,
Para o vão isolado, a flecha do cabó é dada pela Eq. pois ter,emos, nesse caso e
e
\
3.18b: I ,
f' f
pA
f = 8To
2 5
e
= = AIS;
Segundo caso: mesma altur� com vãos desiguais
e
logo,
Depois de subdividido, teremos f' f/5 e A' Vejamos- ·O que- ·ocorre quando. o, vão,. -A é· subdivid.ido-·,·por
estruturas desigualmente espaçadas. Para facilidade de raciocínio e
r consideremo-las, ainda, todas com as mesmas alturas, como mostra a e
fil --. fig. 3. 6._ e
e
f
5 8To

z
As forças horizontais To são constantes e iguais em
ou
pA 2
todas as estruturas e são
', absorvidas pelas estruturas terminais,
enquanto que, nas estruturas intermediárias,. elas anulam-se. As
e{
1 f 8(5To')

1
Projetos mecânicos das linhas aérea
s de transmissão
"· \,
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 181
. -,
180

Exemplo 3.9
T, T,
Calcular as forças verticais e ax1a1s nos condutores
v, junto ao ponto de suspensão de uma estrutura que é ladeada de vãos
a1 = 300m e a2 = 500m e cujas estruturas adjacentes estejam na
To
mesma altura. O cabo é o· mesmo dos exemplo� anteriores e a tração
horizontal é de �.545kgf. Obter também as fl�chas.

e
ó'/_-//-"'77..::-/�;'/...-/,:::,,1t=' - /.='/-=-:-;,ê"//.:::;:,',.t:;l/.=-1- .,:
Solução:
( /,(: !:;'/..:;//.-7','-7/-=:7,"!::""/,
a - Pela Eq. 3.54, temos

l
º' a2 0
V = p = 0,7816 ( 3 0;500 J = 312,64kgf
( _____A
1 ( .ª1 ;
·-·de�iguais b - Forças axiais, lado do vão menor (T1)
( Fig. 3.6 - EfeiLo da Subdl. -visão de um vão por n vãos \

e T1 =
To
coso::
are tg 0,.7816 • 300
"
2•1.545 4,3395•
�logo,
proporcionais aos
verticais nas estruturas terminais são
1. 545
forças Ti = 1.549,44kgf
0,9971
semivãos vizinhos
Lado do vão maior (T2)
VA
ª' P e VB
a3
P "= are tg 0,7816·500 = 7,2081•
- 2- - 2- 2· 1. 545
(
enquanto que as verticais que atuam sobre as estruturas
forças
logo, .-,
dos pesos dos cabos dos dois T2 = 1.557,3073kgf
intermediárias são igua is à soma
e - Flechas:
( semivãos vizinhos

V c = V2 + V3 P
la2 a3 �
-2- + -2-J
f1
8To
2
pa1 0,7816·(300)
8 · 1.545
2
5,6913m

2
, f2 = paz 0,7816· (500) 2 = 15,809m
ou genericamente '\
I
8To 8·1.545
Pelos resultados de (b), vemos que os cabos dos lados
(3.54) dos vãos maiores são os mais solicitados junto às estruturas de
V [kgf] suspensão.
Terceiro caso: vãos.� e._ aLt.ur.as. .de.s..iguais. .. _
axiais Ti e TJ serão também diferentes,
As trações
Finalmente, cu mpre-nos analisar o caso mais geral e
maiores.
sendo maiores nos cabos dos lados dos vãos r
também o mais freqüente nas linhas de transmissão; urna sucessão de
buir -se-ão na raz ãi dos
As flechas, por Su a Vez' dl·stri vãos desi�ais e cabos suspensos em alturas diferentes. A fig. 3.7
maiores, ou seja:
quadrados dos vãos. Serão maiores Ilos vãos mostra um trecho tipice de linha de transmissão que atravessa um
terreno acidentado
no qual essa situação normalmente poderia
(3.55)
2
f 1 = fJ
( :� )
""\ caso.
ocorrer. Examinemos caso por-
(
T1
r
182
. tos meca·n,·cos das·;inh
ProJe
as aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos cbndutores 183
e
de suspensão dos condutores. Portanto, não colabora com a (
Estrutura terminal A
horizontal To e·a uma
força de
componente da força vertical atuando-sobre a estrutura. Logo: e
t submetida a Uma tração = = (
valor pode ser VE VEr pne [kgf]
ssã o vertical, de cima para baixo, cujo
compre ores: (
Para cada um dos condut As forças axiais no cabo
'· são TED To e TEF,
calculado pela Eq. 3 31
respectivamenÍe, no lado dos vãos ªot e ªor· e
Vao = na·p
culada com o
A essa altura, cabe aqui a introdução de dois conceitos (
(TA) pode ser cal
:\ A força de tração no Cabo bastante importantes para os projetos das linhas: vão médio e vão (
\
auxílio da Eq 3.33 e Oa
é o vértice da catenária
equivalente.
gravante de uma estrutura. e
Estrutura intermediária B
vertic . VBA e Vsc. Como Ae/2 > ªse' 0
ais
- Vão médio de uma estrutura e
Atu am as for ças \
(
e B; logo, É igual à semi-soma dos-vãos adjacentes a ela.
vértice da cat ená ria equ ivalen te está "atrás" do suport
e
e
or:
atuante será, por conC a1 + aJ
Vsc < O. A força vertical am 2
[m] (3.56)

p(m_p· - nb) [kgfl Obs: Também denominado vão de vento (


VBA - VBC
e-
VB = =
em B,
tração'; na suspensão
Os cabos são solicitados por - Vão gravante de uma estrutura
sol ici ta os .cabos do laào do vão AB
ª e pela í
pela for ça TBA, que Ê um vão fictício (ac) que, multiplicado pelo peso
Podem ser (
, que sol ici ta os cabos do lado do vão ªBC
força Tsc unitário d��condutores, indica o valor da força vertical que um
(
e
ta.
calculadas da forma já vis cabo transmite à estrutura que o suporta. íâ.mbém denominado vão de
C
_ Estrutura intermediária ultante
peso.
a força vertical Vc, res (
Atua sobre a estrutura Assim, de acordo com a fig. 3. 7, teremos ·os seguintes
da soma de VcB e Vco, devida
s a cada um dos condutore
s:
e
e
vãos gravantes:
p(mc + nc) [kgf]
Vc = VcB + Vco ªe •
e
estrutura. A, na;
cabos são TBC Tco, -
s ,,eStrutura B, mb nh;
As forças axiais no
estrutura e,
ªca
me + nc; e
respec tivamente, nos vãos ªse e ªcn ·
e
ªcc
estrutura D, ªcn ma + nd = md +
ªoE;
Estrutura intermediária D estrutura E, ªcE = ne. (_
A força vertical sobre a
estrutura é, por condutor:
Um último caso de vãos desiguais com alturas desiguais, e
Vo Voe + VDE p(md + nd) [kgfl
propositalmente não incluído na análise anterior, é aquele e
e
=
cabos são TDCr e TOE,
ilustrado na fig. 3.8. É uma situação que deve ser evitada sempre
As axiais
forças n os
vãos ªcn e ªoE· que possível nas linhas reais, .principalmente na_s de tensões mais (
respectivamente, do lado dos
elevadas. Decorre, em gefal., de falhas na escol?-a do traçado e
, l
Estrutura intermediária E
o vértice da catenária no vão ªoE
coincide com o pontÕ
falta de prática e oTientação adequada dos topógrafos encarregados
e
(
-�-1 -�.-r��a i
_fj__ _

transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutor&s 185
da;· linhas aéreas de
Projetos mecânicos
( 184
e
(
A

1 J
•,'

11
1,

(
(
-

( \ 1
(
! tj
º1
®
.?1 \ Fig. 3.8 - Situação de arrancamento
( ,i-

e dos trabalhos de exploração,


fixam "pontos obrigatórios" da linha,
reconhecimento e
como, por exemplo,
levantamento, que
vértices
�m entre alinhamentos em locais inadequados.
(
;,
.�m A estrutura B será solicitada, nesse caso, por duas

"w
e
,, forças verticais, VaA e ·vec dirigidas de baixo para cima,

"'�
m
e.
tendendo a ?U�ndê-la:

.,�
e\ "'

Vs = - (VBA + Vac)

Essa situação é conhecida na prática como arrancamento


(3. 57)

( i �m ou e nforcamento. Ela é inadmissível em isoladores pendentes, que,


(1
i .�m sob sua ação, perdem em verticalidade. Com isoladores de pinos,
(
"• poder:\ ser tolerada em pequeno grau, em caso de absoluta
(

..
m
(
'>o"' necessidade. Ocorre, no entanto, em linhas primárias rurais, não

"•
sendo raro observar-se um ou mais isoladores arrancados de seus

.1
e
o

"' pinos e dependurados nos condutores a cerca de 0,5 ou mesmo l,Om

(
-� -- i '"'o acima da cruzeta da estrutura.

e •o·
Exemplo 3.10

�\\ No trecho de linha ilustrado na fig 3.7, foram


as seguintes distâncias:
medidas

e
(. �- 1
b() t aAB 234m;
ase= 175m;
hAB = 15,4�m_;
hsc = 25,30m;
na = 31m;
nb 95m;
mb = 203m.
me = 276m.
:��
j, '

�(
e
e
Projetos mecânicos das 1fnhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecánico dos cof1dutores 187
186

aco 476m; hCD = 14,75m; nc 197m; md = 290m.


Orn.
C2 - estrutura B
VB = paG = 0,7816·108 = 84,41kgf e
hDE 8,20m; nd 152m; m, (
aDE 152m; C3 - estrutura C
n, 214 m; Vc = paG = 0,7816·473 = 369.70kgf (
nos cabos na condição c4 - estrutura D (
A componente horizontal da tração er, Vo = pac = 0,7816·442 345,47Kgf
de 1.020k gf. Obt
de flecha máxima, sem vento, é (
cs - estrutura E
a - vãos médios;
b - vãos gravantes;
estruturas;
VE = paG = 0,7816·214 167,26kgf e
e - cargas verticais sobre as
s junto aos suportes . (
e
d - trações nos cabo
d - Trações nos cabos, junto aos suportes devemos empregar
S0lu9ão: as Eqs. (3.32) · para os suportes superiores e (3.33) para os
e
r.
1 ) ' \ suportes inferiores, calculando, primeiramente os vãos equivalentes
Eq (3.56), teremos:
a - Vãos médios - de acordo com a (3. 29) e as flechas correspondentes aos vãos equival.entes:
(
! '1'
e
1

' f ai - estrutura A d1 - estrutura A - vão equivalente:


aA.B + o = -z
e
234
am = 2
- 117m; 2hab·To
ÁeAB = aab + 2·15,45·1.020
e
aab·p 234 + 406,0üm
234·0,7816
- e strutura B
e
a2 flecha do vão equivalente (3.18b):
aA.B +aBC = 234 + 175 204,Sm;
e
am = 2 2 pAa
2
0,7816·(406)
2
feAB = 15,79m
8· 1. 020
a3 - estrutur a e log o, pela Eq. (3.33) 1
aBC + aCD = 175 + 476 = 325,5m;
am = 2 TA.B =';!!"o + (feA.B - hA.B)p 1.020 +,(15,79 - 15,45)·0,7816 (
e
2
TAB = 1.020,3kgf
a4 - estrutura D
476 + 152 d2 - estrutura B - tração no cabo no vão B-A (3.32) (
am
aco + aDE
2 2
= 314,0m.
TB< = To + fep = 1.020 + 15,79·0,7816 = l.032,34kgf e
b - Vãos gravantes - de acordo com a definiçã
o: tração no vão B-C (
bi - estrutura A
2hbcTo e
e
aG = na = 31m; AeBC abc + 175 + 2·25,30·1.020
abcp 175.0,7816 = 552,34m

e
b2 - estrutura B
ac = mb - nb = 203 - 95 =·108m;
e
2 2
feBC pAeBC 0,7816·(552,34)
b3 - estrutura C 8To 8· 1. 020 29,22m
aG = me + nc = 276 + 197 = 473m; logo,
e
b4 - estrutura D
ac = md + nd = 290 + 152 = 442m;
r
TBC To + (feBC - hBc)p = 1.020 + (29,22-25,30)·0,7816
e
bs - estrutura E
ac =O + ne =O+ 2 14 = 214m.
TBC 1.023,07kgf
e
\. d2 - estrutura C - tração no cabo no vão C-B (3.32} l
ll
c - Cargas verticais Sobre as estr
c1 - estrutura A
uturas - por condutor: TCB =To + feBC·p f 1.020 + 29,22·0,7816 = l.042,82kgf
tração no cabo no vão �-D
/ .,. e
i: VA. = paG = 0,7816·31 = 24, 22kgf l_; 1
·\
(
'----" >'2/ 1
.
:r7.J - < · --------- �---- -f=--::::�, .·::--
'i

'
/-
Estudo do comportamento mecânico dos condutores
189
'
\ mecânic os das .linh
as aéreas de trans
miss ão
Projetos
188 a - Condição de flecha máx ima:
2· 14, 75· l. 200 = 556,88m
L 2hcd·To 476 + 47 6.0,78 16 197•0,7816 22, 8 ·1020 = - 41,06kgf
1 AeCD acd + acdp VeA· = 2 197
2 154·0,7816 19,6•1020 = - 69,63kgf
2 (556, 88)
0 ,7 8 1 6 · = 29,70m Vsc = 154
pAeco 2
feCD 8To
8· l. 020 logo,
VB no,69kgf
logo, 14, 75) : 0 , 7816
1. 020 + (29, 70 -
min
(fe cD - hc d)p =
+ dos
TCD =To ou seja, a est rut ura dev erá absorver em .cada ponto_ de fixação
b de
TCD = l.031, 68kgf cabos , uma força vertical, dirigida de aixo para cima, no total
110,69kgf.
ação no vão D-C
d4 - estrutura D: tr 1043,21kgf
( 020 + 29, 70 ·0, 781
6
b - Condição de flecha mínima:
TDC =To+ f e CO'P = 1.
e tração no vão D-E,
\
VBA
197·0,7816
2
22,8·2120
197·
- 16 8,37kgf

('
'".J

2hde ·TO
2· 8 ,30·1.020 292,80m
= 152 + 152.7 8 16 154·0,7816 29,6·2120 = - 209,63kgf
AeDE = ade +
ade'P Vsc = 2 154

logo,
p·Aede
2 0,7 8 1.6· (292, 8 / 8 ,20 m
feDE .·8 · 1.020 VB - 378kgf
8To max

logo, ,
= 1020 kg f ; A condição de fl echa m1n1ma e, como veremos mais
1020+(B,20-B, 20 )p . 1m da
T + (f.,.-h,.)P = adiante, aquela que ocorre sob tempertturas ambientes m1n as
·.' l nessas ,.co dições que o
região atravessada ....E...e as linhas.
0

1026,4 kgf'.
n
( , 81 6 •8, 2:Ó
ºp= 1020 +0 7
arrancamento é ;máxim�
Tm:: = T0 + f.a.-f-ede
( 1 , ., , i\
2. Forças axiais nos condutores
\ Para se u cál cu 1 o_, empre garemos a Eq.. 3 .33. Para
Exemplo 3.11 apresentam "uma
rtes de uma li nha, A, B, e C, condiç ão aplica' - 1a , devemos calcular os vãos e fl e chas equivale ntes ,
( Três supo na Fig. 3. 8 . Na
o a mo st ra da gf e, na empregando as Eqs. 3. 29 e 3.18b:
condição de arrancamento o horizontal nos cabos é de 1.0ZOklcular as
com
( çã
de flecha máxima,a tra ima, a tração é de 2.120kgf.
Ca
e , nas duas 2he.b·To 2hbc·To
condição de flecha mín x1a1s ncs cabos São dados ,•('eAB = aab + e AeBC abc +
e tra ções a aab·p abc'P
forças de arrancamento s anteriores. /·
mesmo dos exemplo
( condições. O cabo é o
(obtidos graficamente ): a - Condição de flecha máxima:
197m; hab = 22. sm ;
( 2·22,8·1 0 20
aab AeAB = 197 + = 499, 07m
( .
abc 154m; hbc = 19, 6m .
197·0,7 816
2·19, 60 ·1020
(
'l AeBC = 154 + 154•0,7816
486,19m

Solução:
1. Forças verticai.s
tical tr ansmitida indivi
dualmente r b - Condição de flecha mínima
2·22,8·2120 = 824, 84m
A força axial ver = VeA + vec, AeAB 197 + .
ura B é dad a na Eq:'· 3. 57 por Ve 1 97·0,7816,
pelos cabos à estrut o da Eq. 3.31
sendo VBA e Vsc calculáveis por mei 2·19,6i/2120 8 44, 43m
AeBC = 154 +
abc'P 15 4 •0,7816
aab·p hab•To e Vec = 2
2 aab
\
190 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores

_ y, ..
191
', !
Flechas nos vãos equivalentes
a - Condição de flecha máxima: RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA
.-� -· VÃOS CONTÍNUOS
O, 7816· (499,07)
2
p(AeAB)
2
23,86m
feAB =
8To 8·1.020 1 - Alturas iguais:
1 1.a - Força vertical num apoio: (
o,7816· (486,19)
1 2
p(AeBC)
2
22,64m V = .P ( ai
; aJ
(
ÍeBC
8To 8·1,� J [3.54)
(
b - Condição de flecha mínima:
1.b - Força axial no lado do vão
To
i:
e
feAB
p(AeAB)
8To
2
0,7816· (824,84)
8·2.120
2
31, 35m
Ti
coso.: " = arctg (�
pai J (3.52) e
1.c - Flecha no vão i: (
!· p(AeBC)
2
0,7816· (844,84)
2
32,86m
f1 p.a1
8To (3.18b)
e
• 8To 8·2.120
feBC
I (
i

t
1
i as máximas, pelo�
2 - Alturas desiguais:
e
e
Obs: as flechas mínimas são maiores do que 2.a - Força vertical num apoio:
f
l.
!"
'
i1
fato de serem as "equivalent�s"

De posse dos valores acima, podemos.calcular as forças


V=± p(m1 ± nJ)
e
e
&..
axiais que atuam nos cabos, junto a estrutura B. Pela Eq. 3,33, 2.b - Força axial no suporte supe
rior (B):
teremos: 2· 2
TBA =To+ Ae p
a - Condição de flecha máxi_ma: 8To
sendo
TBA To+ (feBA - hBA)p = 1.020 + (23,86 - 22,8)•0,7816 2·hBA·To
(
TBA 1. 020, 83kgf aBA•p (

1
!
i e
Tac To+ (feBC - hBC)p 1.020 + (22,64 - 19,6)·0,7816
2.c - Força axial no suporte infe
2
TAB =To+ p ( Ae ·p
8To
rior (A): (
(
Tac = l,022,38kgf
- hAB]
(
e
1
sendo
Ae 2·hAB·To
b _ Condição de flecha mínima: .-'\ aAB•p
e
TBA =To+ (feBA - hBA)p = 2.120 + (31,35 - 22,8)·0,7816 ,C
TBA = 2.126,68kgf e
e
/
3.4 - EFEITO DAS MUDANÇAS DE DIREÇÃO
e
Tac =To+ (feBC - hBc)p 2.120 + (32,86 - 19,6)·0,7816, (
TBC 2.Í30,36kgf
As linhas de transmissão são semp
re projetadas para /
e
e
transportar a energia elét
rica entre doiS pontos bem definido
s de.Í
um siste�a. É de .toda a conveniê
Observamos que, nesse
arrancamento serem consideráveis,
caso, apesar das
as forças axiais
forças de
de tração
menor possível, sendo,
ncia que o seu comprimento seja o !
,;4"ois, o percurso ideal aquele que se faz l e
aumentaram relativamen_te pouco. segundo uma linha reta.- Na
prática, no entanto, isso raramente é// (
l..
,C
(
-3

(
11 ''t
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 193
: Projetos mecânicos das
Íinhas aéreas de transmi
ssão

192 solução:
,. com0 obstáculos
(

.
vi tu d de mui tos fat ores, tais As componentes horizontais da tração nos cabos são,
Possív e l, em é possi ve 1 ou mesmo
r e

, cuja r emoç�-0 não para as condições de flechas máximas e mínimas, respectivamente,


fe it os pe lo ho mem
natural·s ou orte de mater
ial e
de ma is . As dif iculdades de transp To = 1.020kgf
dispendio sa acesso das
min
_ º -�/facilidade de
e
du ra nte a o bra, bem com _ _ Tomax 2.120kgf
equl. pament do de uma
ente, afastar o traça
o

- , p dem , igu alm logo


equipes de manutensao devemos nos
o

id eal . Nessas condições, a - Condição de flecha máxima (pela Eq. 3.58):


linha de sua dir etr iz
c urta possível. Os
vértices dessa = 2Tosen
"
z 2·1.0ZO•senll• = 389,25kgf
pol igo nal mai s
contentar com a ha e nos quais
sti tue m po nto s Obrigatórios da lin
poligonal con sa estrutura ser
á b - Condição de flecha mínima:
haverá obr iga tór iam ent e u ma estrutura. Es
condutore s' FA rnax 2To rnax sen
" = 2·2.120·senll• = 809,0Jkgf
lme nt e , nos ponto
s de sus pensãQ_. dos T
so licitada , adi ci ona iz do
cu ja dir eçã o é ao long o da blsse tr Pelos valores acima, veffios que as forças horizontais
ont al
por uma força horiz · 1'da para o
elos doi s ali nha mentos, s endo d'1r1g transmitidas pelos c o ndutores às estruturas de ângulo, que devem
ângulo t3 definido P uláve 1 pe la absorvê-las, são consideráveis, e dependem das trações To nos cabos
mos tra a F.ig . 3 . 9 . Seu valor é calc e do valor da deflexão da linha.
seu interior, como
equação: (3.58)
FA = ZTo sen-;- [kgf]
da linha no 3.5 - INFLUÊNCIA DE AGENTES EXTERNOS
de deflexão do alinhamento do eixo
onde Ci é O ângulo
vértice considerado. Além d..,_.. esforços que acabamos �e analisar e que são de
natur e za permanent e , os condutores das linhas aéreas de transmissão
- To são solicitados por outros esforço s, de caráter transitório e que
também transmitem a seus suportes I que devem absorvê-los. Podemos
To
classificá-los em três tipos: aqueles que ocorrem freqüentemente
re'
- - - ·AÍi�h�mento de
durante toda a vida da linha, aqueles que ocorrem durante os
trabàthos de montage m e manutenção e aqueles que se espera que
nunca ocorram, mas cuja probabilidade de ocorrência, po r remota que
se ja, o projetista deve contar.
( No primeiro grupo, poderíamos classificar as cargas
es às estrutu ras
- For ças transmitidas p e l os co ndutor devidas a fatores meteoro lógicos, como a força resultante da
Fig. 3.9 o
por mudança de direçã /
pressão do vento sobre os condut ores e aquela decorrente da redução
da temperatura dos condutores abaixo daquela vigo rante durante o
Exemplo 3.12 3_ 8 0 alinhamen
to seu tensionamento. Nos países de invernos rigorosos, nes_se grupo,
rª . B da Fi g.
_ ':
e os qú
.
e na es tr ut or da f orç a
Admitám . Qual o val
s fra uma d e fl ex ão de 22° a d irei ta · na cond
· - o de
1ça dev�-se incluir, ainda, ª-J�pa de gelo que se forma em torno dos
da linha estrutura
co��u: or tr��::�·t e à ima? Use os valor e s_ do Exc'
( o

(�-
horizontal que cada a1çao d e a mín condutores em conseqüência da ·queda da neve. São solicitações do
fl echa máxima e na con
(_ -
3.11.
--,
e
Prójetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 1
194 Estudo do comportame
nto mecânico dos con
dÚtores

dada a ,sua 195


tipo que poderíamos classificar como normais, �atuando perpendiéul (
armente a direção
freqüência. exercendo uma pre dos eabos das l
ssã o qºcal culável pela inhas e (
Durante a fase de montagem e durante os serviços eguação(2.9),capítulo 2.
Sendo d o diâmetro
1
periódicos de manutenção, os cabos po.dem ser solicitados por forças
dos cabos, a força (
pressão do vento, resultante da
adicionais, como aquelas decorrentes de seu pré-tensionamento (veja será
Capítulo 4), e por cargas verticais concentradas, como aquelas (
fv = qD•d [kgf]
decorrentes dos carrinhos de linha, ocupados por operários, e que (
. (3. 59)
e
e
deslizam pelos condutores. São sobrecargas possíveis de ocorrer e
ou, trazendo a E
seus efeitos devem ser previstos. q. 2. 9:

Finalmente, no último grupo, encontramos as_ -�obre cargas


'
e
e
fv = 1· 2
excepcionais, ou acidentais. São constituídas por esforços de ' � pVp d [kgf/m]
(3.60)
tração unilaterais de grande intensidade, podendo submeter as Esta força se d istribu
f·. uniformemente ªº e
e
condutor e se exer longo do
estruturas a solicitações de tração. Ocorrem por ocasião da ruptura "-.. ce na horizontal,
em sentido t ransversal ao eixo
"'-...)ongi tudinal dos c
de um ou mais cabos. Se bem que bastante raras, devem ser previstas
do vento atuando,
abos. Se considerarm
0 ca bo pa. ssará a
os soment e o efe1·to da força e
nos projetos.
horizontal ' no cas
descrever uma cate
nar
, 1a no plano e
e
As normas dos diversos países são bastante precisas o de suportes de
dos condutores, a mesmas alturas O
. efe 1·to do peso
quanto à forma que esses esforços devem ser calculados e também tuando vertic . al e simultaneame
catenária f"ique, nte, fará com que a
quanto às solicitações máximas admissíveis nos condutore,s e peças na realidade, em um
plano inclinado em
í
ã, em rel aça- o ao· pl um âng ulo
estruturais, quando de sua ocorrência. ano vertical que
"SflF passa p. e los su or t (
mos tra a F.1g. 3. 1 _, p es, como
Ob. (
3.5.1 - Efeito do vento sobre os condutores e
e
O vento, soprando sobre os condutores, encontra uma e
resistência, que se manifesta em forma -de pressão. Esta é

�i
do vento e

I�
proporcional à velocidade do vento e sua resultante é uma força rv 1 (
perpendicular ao eixo longitudinal dos cabos e que é transferida '
1 e
pelos mesmos às estruturas.
' 1 e
As normas técnicas dos diversos países estabelecem a
p
1' 1
1 j B e.
e.
maneira de se calcular essa força e as fórmulas que devem ser
--------
e
empregadas para esse fim, em função da velocidade do vento a ser
Pr

e
usada no projeto_. E�tabelecem igualmente a forma de se determinar
o)
esta última. b)

No Brasil, esse tópico é r'e gulamentado pela NBR Fig. 3.)Q - Efei to 1,
da pressão cto
5422/85. De acordo com esse dispositivo, considera-se o vento de uma linha aérea "'Vento sobre os condutores (

e.
e
e
Estudo do componamento mecânico dos corrdutores 197
de transmissão
das linhas aéreas
Projetos mecânicos

da força do
196
multâ nea do peso próprio e
Sob a ação si que passa a
aume nto vir tua l em seu peso ,
um
vento, o cabo sofre a. De acordo com
a Fig. 3.10a,
cat ená ria de slo cad
atuar no plano da
peso virtua l vale
(3. 61l
[kgf/m]
Solução:
o voca um
aumento nas
vir tual n o peso pr ª- d= 0,001883m ( de cat'l
Esse aum ent o al a ogos de conduto res):
f o rça horizont
Sendo

c abos e o a par ecimento de uma fv qo·d = 43 ' 56·0 ,01883 = 0,8202kgf/m (3.59)
trações T e To nos us pen são, que a estrut
ura , de ve
de s
nos pontos mbém
transv ersal, Fvc, t e nária no
novo plano ta \ \
b - Uma estrutura de fim de -, l'nh
l a se comporta como uma
a máxima da ca
absorver. A flech estrutura de vão isolado·, Logo, pela Eq 3.63,
a ser
aumenta, passando Fv = ..!:_
2 fV
300
�2--·0,8202 = 123,03kgf
(3.62)
f' = p rA2 que é o valorºcta for a horizontal transversal qu e cada condutor
[ml
8To2 transmite à estrutur�
tração nos
te horizontal da Para a estru t ura intermediária ' a f orça transmitida será:
l
or da co mp on en c -
nov o val
na qual To2 é o
ai;aJ 2 20
(Fvl Fv =[ ...v = [ . 80+4
]r o' 8202 287' 07kgf (3.64)
zontal 2
resultante hori
cabos.
ad os, a força
Em vãos isol o
ela e xpressã Fv 287,07kgf por condutor
à es trut ura é ca lculada p
transmitida
(J.63) d - As flechas serão:
fv = :["" fv [kgf]
adjacent e s a
d. 1 - sem vento

ntínuos, se ai e aJ são os vãos a2 0,7816·(420)


2
co
e, no caso de vãos esma será f = p =ll,1549m (3. 18b)
diária, a for ça transmitida à m •\ 8To = 8·1.545
rme
uma estrutura int e
/
d.2 - com ventos ( Eq. 3.62)
; (J.64)
ai aJ 1 fv pr•a
2
Fv = L f' =
8To2
(
( como
/
ou seja,
(3. 65)
= /co,7816) 2 + (0,8202) 2 (3.61)
Fv = am·fv •
pr 1;133kgf/m
Exemplo 3.13
1
vento sobre 1, 133· (42oi .�
2
(_ ultante da ação do ura de fi• f' = =· 12,3095m
da força res 8•2.029,5
Qual o valor dmitindo um� estr
ut
(, c ondutores da linha do Ex. 3.17 A
os
(
(
198 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

e
Estudo do comportamento mec
ânico dos co�dutores

NOTA: A tração To2 == 2.029,Skgf sol? a ação do vent� foi calcu­


199
lada da forma que será exposta no item 3.5.3. Exemplo 3.14
e
11
Adm.i tamos que
esteja subme tido à açã o trechº d : 1.lnha ilustrado na Fig. 3_7 (
o
! Examinemos agora o caso de vãos desnivelados. Já vimos permanecendo as dema1·s co ºde- pressao de vento de 43 S6kgf/m2 (
que, sob a ação do peso, a curva descri ta pelo cabo pode ser nessas condições é de 2 nd lÇoes. A compon . en t e horizo
. nta
f Determinar ' para as l ' da tração
f
· 029 • 5 kg.
i; e B • as forças horizonta estruturas A
representada por um segmento da catenária de um vão nivelado maior, is transversais
. nos pontos
i: ", de suspensao.
11 que designamos vão equivalente Ae. Esta catenária se situa no plano
i
vertical, e a posição de seu vértice variável, dependendo da
Solução: e
e
é

Fi·
relação vão/desnível. Se considerarmos agora o condutor submetido Do Ex. 3.10 tem
hBC = 25 ' 30m,' do EX. 3. l3, os =aAB =·234rn , aB e
apenas à ação do vento, a catenária resultante será simétrica com fv 0,8202kgf/m.
175m, hAB 15,45 m e
relação aos suportes, e se situará em um plano incl"inã.-do de âllgulo As forças horizontais ser
ão: e
1/J com relação ao plano horizontal (Fig. 3.3). Nessas condições, o
e

li 11
\
Estrutura A (terminal
)
cabo transmite a cada um dos suportes a metade da força total
resultante da ação do vento, portanto, como no caso dos vãos
De acordo com a Eq, 3 ·
A
63, ·.teremos e
� FVA = �
2 fv � 2
= 234
0,8202 95,96kgf e
nivelados. Quando o desnívei for rnl.lito acentuado, o maior
e
tI \,
,'Í

i
pela Eq. 3.66, considera
comprimento do vão�inclinado deverá ser considerado. Teremos então, ndo o desnível
para vãos isolados ,i FvA = -cs:::-�
A
� v =
B f
234 e
" ' -
A sendo
2cosi/JA
"""
-s2�c�0-5�3�.�7�8�.� 0,8202 96,173kgf
e
'[
!.�
Fv =
2cosi/J
fv [kgfl (3,66)
i/lAB arctg 1 5 ,45
e

1
= 3,78•
=
e, para vãos ·contínuos .,.4 (
e
j[ Fv =
[ 2cosl/Jl
ª' + aJ
2cos\/lJ ] fv [kgfl (3,67)
- Estrutura B {intermed
iária)
Pela Eq. 3.64, sem des
nível e
A catenária resultante da ação simultânea do peso do Fvs = [ aAs ; ase ] f 2 4 +--C,
e
condutor e da força devida à ação do vento ficará em um novo plano, pela Eq.,3.67, com de
V = f-- 3_ -CS
2
j 7,:.:5
::._
, J 0,8202 = 167,7 kgf
3 e
fazendo simultaneamente .um ângulo� com a horizontal e um ângulo r
snível
e
;i
'' com a vertical. Seu vértice se situará em um ponto entre os
/ \

Fvs= [
ªAB
+
aBC
234 ] e
2coswec] fv =[2cos3,78• +
t 1

2COS�AB 175
1!"" vértices das catenárias decorrentes das ações individuais das 2cos8,23• 0, 8202 e
''
forças atuantes.
Conhecidos os novos valores To sob a ação do ,vento,
sendo
fvB 168,69kgf
e
(
podemos calcular os valores da tração axial T nessas condições, da 25 ,30
e
�-;·;.. /
l
\b•c = arctg
17 5 = 8,23•
,, forma vista.
Os esforços verticais atuantes nos pontos .de suspensão
- Observação. Co�p� rand
3.63 e 3 • 67 , . ver1f1cam o os resultados obtidos pelas expressões
e
ir
dos condutores ficam inalterados, isto é, são os mesmos calculados ·, ..i.:isignificantes •
· t-- os que as d'f l erenças nos valores e
,,,, .- Zlorma 1 mente atra - de forma qu_e essas f 0 rças pode m ser calcul são
I

vés adas
B/A bastante eleva de Eq. 3 6 4/
ii na ausência do vento. � : e�ervando-se a 3.67 pa
(
i das ' que ,.na pra ra relações
•{
tica, raram�nte ocorrem. (

e
(
( f.-- .
e . ·-.- -·�--:-,,
Estudo do componamento mecfinico dos condutores
( 200 Projetos mecánicos das linhaS aéreas de transmissão
201

1
3.5.2 - Efeito da variação da temperatura tempera lura. Por
outro lado, a tração To é inversamente

\. proporcional ao valor da flecha; portanto, o valor de To variará
t ambém com a variação da temperatura do condutor. Aumentará com a
(
Os condutores das linhas de transmissã'o estão sujeitos a
( variações de temperatura bastante acentuada�. Sua temperatura redução da temperatura e vice-versa.

j
depende, a cada instante, do equilíbrio entre o calor ganho e o A forma mais adequada de se cal.cular essa variação é

( calor cedido ao meio ambiente. O ganho de calor que experimentam através das chamadas equações da mudança de estado. Essas equações
deve-se principalmente ao Efeito Joule da corrente e também ao permitem igualmente concluir o efeito do vento sobre os condutores
(
aquecimento pelo calor solar. Eles perdem calor para o meio e a variaÇão simultânea das temperaturas e das forças do vento.
(
ambiente, por irradiação e por convecção. As perdas por.irradiação
(
dependem da diferença de temperatura do condutor e do ar ambiente, li
Equação da mudança de estado - vão isolado
(
3. 5. 2.1 -

t e as perdas por convecção dessa mesma diferença e também da \, \


i
velocidade do vento que os envolve. A determinação exata de sua ons1 eremos inicialmente um vão isolado de uma linha de
( tempe,ratura, para as diversas combinações de valores desses !!l e ·ct
�ansmissão, de comprimento A. Seja L1, o comprimento do
'
condutor a
elementos que podem ocorrer, é um tanto trabalhosa [1] e, a rigor, uma temperatura conhecida t1. Admitamos que o condutor esteja
apoiado
( só pode ser feita em termos estatísticos, com base em modelos
? meteorológicos, na corrente elétrica, .nos siStemas e na
entre as duas estruturas niveladas.
Se a temperatura variar, passando a um valor t2,
e probabilidade de ocorrências simultâneas.
Nos cálculos mecânicos dos condutores, ,é usual
comprimento do condutor variará igualmente, passando a
o

(l

ecr't
atribuir-se aos mesmos a temperatura do meio ambiente, com L2 L1 + L1·0:1(t2 - t1) [m] (3.68)
acréscimos no caso das temperaturas externas superiores, pois é
destas que dependem os valores das flechas máximas, que, em fase de sendo 0:.1 [1/oC] o coeficien�de dil?.tação térmica linear do
e condutor.
(1 projeto, servem para a escolha das posições das estruturas, visando
que a altura de segurança mínima fique assegurada, mesmo na Estando o cabo preso aos suportes, a variação de

e,fc r
condição de operação mais desfavorável: sol intenso e corrente comprimento que irá sofrer e· acampanhada de
uma variação no valor
da traçãd, ·\, que passará ao
elétrica elevada, com ausência de vento. va 1or T02. Um aumento de temperatura
Provoca um aumento no comprimento do cabo e, conseqüentemente, uma
� .. ' Os coeficientes de dilatação térmica linear dos

ct i
materiais
significativos,
com que os cabos são confeccionados
provocando contrações e dilatações consideráveis
têm valores redução na tração, e vice-versa.
Hooke: "as deformações elásticas
Essa variação obedece à lei de

c: são proporc_ionais às tensões


c_lfii sob variação de temperatura. Um aumento de temperatura provoca sua

c;e !\j, dilatação e uma redução de temperatura, sua contração. Essas Sendo E 1kgf/mm2] o módulo de elasticidade do condutor e

\li
variações de comprimento dos condutores são diretamente a área de sua· seção transversal, a deformação elástica em
-. Virtude da variação da
proporcionais aos seus coeficientes de dilatação térmica e à força de
variação da temperatura. Uma vez que a flecha do condutor depend e L1(To2 - To1)
do seu comprimento, esta variará de acordo com a variação da ES (3.69)

-,ti
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
,�-
' f -_·_-,_�-· :.. - --------------- -
--------
( 1
202 Estudo do comportamento mecânico dos_ condutores
(
Portanto, a variação da temperatura do condutor provoca 10 CLEAR:CLS:ANGLE 1
203

20 PRINT "Entrada de dados:"


(
uma variação total em Seu comprimento' igual ___a.., 30 PRINT "t2("; CHR$(223);"C)=": INPU e
40 PRINT "tl (";CHR$(223); "C)=": INPUT T2
50 PRINT "Alfa T(l/".;CHR$(223) T Tl
Li( To2 - To1) (3.70) ;"C)=":INPUT AF
Lz - L1 = L1·0:1(t2 - ti) +
(
ES 60 INPUT "TOl (kgf)=" ;A, "A(m)=" ;AA, .
70 INPUT "E(kgf/mm'2)=" ;EE, "S(m "P(K=kgf/m)=" ;P
m-2)=" ;S
(

Antes da variação da temperatura, comprimento do 80 CLS:PRINT"Calculando ..... " '-,


90 D=T2-Tl
(
e
0

condutor era, de acordo com a Eq. 3.21, 100 IF D<O THEN Al=A:B=2*A
110 IF D>O THEN B=A:A=A/2:Al=B
A 120 IF D=O THEN PRINT"ERRO: Var
L1 = ZC1·senh iacao de temperatura = O": END
(
-zc;- 130 X=A e
140 GOSUB 370
· nto será
e, após essa variação, o comprime 150 F=Y
·1·
(
' .
A
L2 = ZC2·senh � r,
l
160 X=B
170 GOSUB 370
180 G=Y
190 IF (F*G)<=O THEN GOTO 220
e
e
sendo, respectivamente, 200 PRINT"ERRO: Entrada de dad
!

.· 1 ·
os errada; nao ha raiz"
('
' 210 GOTO 20 e
C2 = 220 N=3
'

C1 = � e p
rt �
p 230 E=lO'(-N) e
T.02
y �.
240 X=(A+B)/2
,.' A variação de Comprimento será, então, 250 C=(B-A)/2 e
260 IF C>E THEN GOTO 310 e
L2 - = 2 [C2·sen·n A - C1 ·senh _A_l (3.71) 270 BEEP
,,; . \.
L1 2C2 2C1 j
280 PRINT"T02(kgf)=" ;X e
290 PRINT"Residuo = "; Y
Para O sistema em equilíbrio, obtemos, igualando 3.70 e 300 IF INKEY$="" THEN 300 ELS
E END
e
3. 71, 310 GOSUB 370 e
320 IF (f•Y)<=O THEN GOTO
3�
L1(To2 - To1) = 2[czsenh--A_ - c1senh 330 A=X
L1 -0:1 (t2-t1) + l (3. 72)
(
ES 2C2
_ 2�1 j 340 GOTO 240
350 B=X e,
e, transcendente e só pode ser resolvida 360 GOTO 240 C '
. 370 JSaAA*P/(2•x)
por processo iterativo, admitindo-se valores para To2. Podemos
Essa equação

380 'J=AA*P/(2*AI) C·

1-
simplificá-la, obtendo, após remanejamento, 390 K=HYPSIN (!)
400 L=HYPSIN (J) e
C2 senh*'
· 410 Y=(X*K)/(AI*L* F)-(1/AF)
420 RETURN
A -((X-A!)/(EE*S*AF))-D e.
l
1

t2 - t1 = _ ll _ 1 �s (To2 To1)} (3. 73) e


cx.t. C1 senh--
2C1 (1
Exemplo 3,15 e
o que não elimina a necessiqade de processos iterativos de solução. Um cabo Oriole foi estendid (
distancia dos entre si o entre dois suportes,
0 programa Basic (Casio PB 700/770) para a solução da tração horizontal de ·3som, a uma temperatura de 20 o C, com uma
- 3 73 encontra-se abaixo: 1.54Skgf. Qual será o valor da
equaçao cabo quando ocorrer um tração nesse
('
abaixamento de temperatura de
25°C? (

L
Projetos mecánicos dasJinhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 205
204

que , corno vemos, é uma equação incompleta do 3Q grau, cuja


Solução:
São os seguintes os dados do cabo
: solução também necessita de processos iterativos, porém de

p = 07816kgf/m realização mais fácil·. e rápida. Segue o programa Basic para sua

S = 210,3mm
2 solução:·
2
E= 8086kgf/mm
6
"t = 18.10- 1/•C 10 CLEAR:CLS
20 PRINT "Entre com os dados"
Resposta do programa: To2 = 1.779kgf 30 INPUT "E(kgf/MW2)=" ;E, "S(mm·2)=" ;S, "P(kgf/m)=" ;P, "A(m)=" ;A
35 INPUT "TOl(kgf)=";T
de
da 40 PRINT "Alfa T(l/";CHR$(223);"C)=":INPUT AT
Obs: Lembrando que o P O n to
partida foi a. equação
50 PRINT "T2(" ;GHR$(223); "C)=": INPUT T2
catenária, sem considerar vento. 60 PRINT "Tl(";CHR$(223);"C)=":INPUT T1
3. 21 os
\ \ 70 CLS: PRINT "Confira os dados:",GOSUB 110
calcularmos pela Eq. .
Se ao invés de 80 PRINT ''.E (kgf/rnm"Z }=";E, "S{mm "Z}=''';'S, "P (kgf/m)="; P, GOSUB 110
r garmos a Eq.
cabos, empe 90 PRINT "T01 (kgf)" ;T, "A(m)=" ;A, "Alfa T{l/" ;CHR${223);" )=" ;AT
comprimentos desenvo 1 v1· d os dos
3. 24 da
95 GOSUB 110
parábola, , 100 PRINT "T2(";CHR$(223);"C)=";T2,"Tl(' ;CHR$(223);"C)=";Tl
105 GOSUB 110
. •8[8Tõl
pA
2 12
110 IF INKEY$="" THEN 110
8f
2
A +
= A (1 + �P_2_A_2l 140 INPUT "Tudo certo (S/N)";X$
L1 A+� 3A ;24To1 150 IF X$="N" THEN 10
2

160 F=((E•s•p·2)/(24*T·2)+(E*S*AT*(T2-Tl)))-T
170 H=-(E*S*P·2·A*A/24)
180 F=F/3
;90 D=-(F.2)
200 M=H+2•r·3
210 C=4*D·3+M*M
a yariação de comprimento será, então, 220 JF' EXP(-8)>ABS C THEN 400 . .,. ._ ,
230 IF C>O THEN 310
p A 1 (3.74)
240 N=2*SQR(-D)
2 3

L2 - L1 = ---
2 (
4 To2 250 B=ACS(M/(Z*D*SQR(-D)))/3
2

260 D=ASN 1
270 G=N'.SIN(D-B)
que igualamos com a Eq. 3.70, para obter 280 G=G-F
290 BEEP: PRINT "TOl(kgf)="; G
L1 (To2 - To1) (3.75) 300 GOTO 430
L1"t(t 2 - t1) + ES 310 C=SQR(4*D. 3+M·2)
320 N=0.5*(C-M)
330 B=-0.5*(C+M)
do vão A e do / 340 C=l/3
a diferença entre os valores
Como 350 N=ABS N·c•SGN N
o pequena, podemos efetuar 360 B=ABS B·c•SGN B
a
comprimento do cabo L1 é muit
, que tomará a forma 370.C=O.S*SQR3
substituição de Lt por A na Eq. 3.75 380 BEEP:PRINT"TOl (kgf)="; N+B-F
.. 390 GOTO 430
2 ESpA
2 2
(3.76) 400 BEEP:JF EXP(-8)>ABS D THfJ/ PRINT"TOl(kgf)=";-F:GOTO 430
T 02 [ 410 N=-ABS(0.5*M)•(l/3)*SGN M.
3
Toz + 2
24101
f

1
(
Estudo do comportamento mecân.1co uos·
i (
t'" --,
'

,,
Projetos mecânicos das1inhas aéreas de transmissão ..., condutores
206 207
\
e deseja-se Conhecer a tração em
um novo "estado"' ist r-
420 PRINT "TOl (kgfl="; z•N-F vento ou com uma velocidade de
o é, sem
430 JF INKEY$=" " THEN 430 vento d iferente e em tem
peraturas ('
e
440 END quaisquer.
Para tan.to•
podemos faci1mente adaptar
as equações da
Exemplo 3.16 "mudança de estado", que acabamo ('
s de m�S.trar.
Calcular, usando a Eq. 3.76, a tração no cabo e nas Consideremos um condutor (
e
condições do exemplo anterior. de peso unitário p1 [k
gf/m l ,
sendo que p1 poderá ou n-ao

e
englobar o efei. t O do ven
to, a uma
temperatura t1 [ oC] ' conheci
1 da, estando submetido a

e
Solução: , uma força ro1,
tambem conhecida. EsSe é seu " es
t d 0 de referência" ª
e
Pelo programa: To2 = 1774kgf (pela parábola e sem
Seu comprimento, pelas Eqs. 3.21 e 3.24,

e
vento) será,
·! Comparando os resultados obtidos pelos dois processos,
\ respectivamente:
'i
verificamos que o erro é da ordem de O, 28%, ou seja, em valor L1 = 2 To1
senh� e
e
pl 2To1 e
absoluto, de Skgf. Esse erro é simplesmente insignificante em
termos práticos, enquanto que o tempo de cálculo é bem menor pelo Admitamos, agora, que dese
jamos determ1·nar· o valor d e
e
e
processo que emprega a equaçã'o da parábola. A diferença nos valores To2 em um n ovo " estado" 1 . t
15 o e,
, quando 0 peso do cabo,
sob a ação
à, 018m,
e
das flechas calculadas em ambos os cabos é de inferior a de um ven to ou não, for
.
igua l a p2 [kgf/m l , a uma
temperatura

e
0,03% da flecha total. Erros maiores que esse ocorrem durante o P re'f'lXada tz [ oC]. Nessas condiçõe
s, 0 seu comprimento passará a
nivelamento dos caboS (acerto da flecha para a temperatura do ser

e
momento) por ocasião da montagem. L2 To2
2 e L2
p2

e
r
3.5.3 - Influência da variaç ão simultânea da temperatura e da Escrevendo as equações para as diferenças· e
igualando-se à Eq. 3 .70,

e
carga de vento - v ão isolado obteremos:
a - Para a Eq. 3.73,

e
a pressão do vento sobre os
Vimos em 3.5.1 que

condutores é sentida por estes como


um aumento virtual em seu peso,
es nos cabos. Portanto, é
;t�t -ti = !, 2sen
-c_ _ _ _h::_::2;��2-_ - l - e
e,
2 ff J
refletindo-se em um aumento das traçõ C1senh-A� (3.77)
novos valores da traç ão quando ZC1
necessário que se possam calcular os devemos empregar
do vento, a partir de uma condição (,
e
se considera o efeito da pressão
cendo-se, por exemplo, a, tração
i
e
ou "estado" conhecido, isto é, conhe C1 To1
e C2 = To2
determinada temperatura, se'm pl p2 (3.78)
To1 dos condutores de uma linha, a uma 1
vento, e desejando-se conhecer a traçã
o Toz a essa mesma
b - Para a Eq. 3_76,
i e
e
encontraremos
entes, quando a linha estiver
temperatúra, ou a temperaturas difer
submetida à ação de um vento cuja
vice-versa: conhece-se a tração nós
velocidade é especificada. ou
cabos sob a ação do vento (To1),
To2 2 [
+ ES°'t (t2.· - ti) _ Toi]
(3.79)
i
e
�./
..

.e /
ssão . dos condutores
linhas aéreas de transmi Estudo do comportamento mecánico 209
Projetos mecánicos das
208
, tanto p 1 como
p2 420 PRINT "TOl (kgf)=". 2,N F
am bas as eq uações, 3. 77 e 3. 79 430 IF INKEY$= " " THEN '43o -
Em bém
condutor como t am ·440 END
en ta r so me nt e o peso p [kgf/m1 do
podem repr es
. Exemplo 3.17
• pr da Eq. 3.61
,_\ equação 3.79: - ·,
( Segue o programa da · Qual o valor da t raçao no cabo Oriole de uma linha que
ª
foi estendida a 20 ,c com um tração de 1 :s4Skgf ' com vão de 350 m
.
sem vento, quando es'se mesmo 2cab
- º,
est iver submetido a açao- de,
pressao de vento de 43' 56k f/m e a temper atura de lOoC · Calcular
10 CLEAR:CLS g
pelas Eqs. 3.77 e 3 · 79 e comparar os resul tados.
os dados:" f/m)="; Pl
20 PRINT"Entre com S(mm'2)="; S , "Pl (kg
m'2)=";E,"
30 !NPUT"E (kgf/m lCkgfl="; T
f /m) =" ;P2, "A(m)="; A, "TO Solução:
e 35 INPUT"PZ(kg =":INPÚT AT
l/";CHR$(223);"C)
40 PRINT"Alfa T( UT T2
a - Dados d� "estado de referência'':
( $ (223); "C)=": INP
50 'PRINT" T2("; CHR )=" :! NPU T Tl
To1 = 154Skgf
$(223);"C
60 PR!NT"Tl(";CHR t, = 20,c
e 70 CLS:PRINT"Confira
os dad os: "
(kgf /m) ="; Pl, GOSU
B 130 fv = Okgf/m
kg f/m m'2 )=" ; E, "S(mm'2)="; S, Pl U 130 pi = P = 0 ,7816kgf/m
( 80 PR INT "E(
"; P2, "A(m )="; A, "TO
l (kgfl=" ; T, GOS B

90 PRINT"P2 (kgf/m)= "C) ="; T2 A= 3 50m


CHR$ (22 3) ; "C) ="; AT, "T2 (" ; CHR$(223);
(�\
pl
' 100 PRI NT" Alf a T ( 1/" ;
b - Dados do " novo estado"
110 GOSUB 130 UB 130
('( $(223);"C)=";Tl, GOS To2 = (?)
120 PRINT"Tl(";CHR
(l:,--l( 130 IF INKEYS=" "
THE N 130 t2 = lO•C
to (S/N), ";X$:CLS fv = 0,8202kgf/m (ver -xemplo
� 3.13)
l. ;· 140 INPUT "Tudo cer
10 pr = l,133kgf/m ( ver Exemplo 3.13)
( / '.' 150 IF X$="N" THEN S*AT*(T2-Tl))-T
·2)/(24*T'2))+(E* A = 350m
160 F=((E•s•r1·2•A
A/24)
170 H=-(E*S*P2'2*A* e - solução pela Eq. 3.77. Temos:
180 F= F/ 3 To1
e, = 1. 545
190 D=-cr·2 l = 1.976,11
p1 0,7816
200 M=H+2*F'3
210 C=4•D'3+W2
·.·'$
To2
220 IF EXP(-8l>AB5
C THEN 400 C2 =
p2
To2
1,1 3 3
= 0,8826 To2
230 IF C>D THEN 310
240 N=2•sQRC-Dl
R(-D)))/3
250 B=ABS(M/(2*D*SQ
1] [ !º�3;.�i��; ) ] if
3 5 D
0,8826To2senh _,..,--,,; :;; .; ��
260 D=ASN 1 1. 7652To2
[[
270 G=N*SIN(D-Bl 35 0
1 . 97 6 , 11 senll -,;- ;; ;; ;:.-,_ - -
280 G=G-F 3.952,22
l (kgf) = "; G
290 BEEP: PRINT "TO
300 GOTO 430 Resolvendo para �t = 10 - 20 -10°C, obtemos
)
310 C=SQR(4*D'3+M'2 To2 = 2.121kgf
320 N=0 .5* (C- M) .,:''.
1'

d a Eq. 3. 7 9
330 B=-0.58*C+M) o
- So luçã pel
'.,.;c,á;,c,
340 C=l/3 Reso 1 vendo' obtemos (programa):
350 N=AB SN'C*SGN N
·. ·:o,:;:;"f; .
:.,,,., To2 = 2. 117kgf
360 B=ABSB'C*SGN B
370 C=0.5*SQR3
380 B EEP:PRINT"TOl
(kgfl = " ;N+B-F
. :-�t�:'f�;;.-� e - Compar and.0 os resultados vemos, mais uma vez que
?
?f. ·_pometid ·_.-com o emprego , : o erro
da equa,çao da parábola e, perfeitamente
430 ';i'4f -iif;;,_ ::___ •
390 GOTO 430 TOl(kgfl=";-F:GOTD ·;,,:.,;:--O-Prez1vel ' de forma aue
)>ABS D THEN PRINT" · . '. ·_.para a grande maioria dos casos
400 BEEP:IF EXP(-8 , ··-..·:,�·_Práti
·.· cos, a Eq. 3: 79 é suficie ntemente precisa.
l/3)*SGN M t
410 N=-ABS(0.5*M)'( · ; , '.
.·:;;:,'i
t; i?;:;i;;i.
.;;.·
-1- - -('.
as aéreas de transmí'ssão
Projetos mecânicos das tinh
Estudo do comporta men
f\,
e
to mecânico dos condutor
es
210 211
Além do mais, os condutor e s
nos vãos ad. Jacentes às
Exemplo 3.18 "estado de estruturas em ângulo, tra
hamos escolhido como nsm i tem a e 1 as
,
Admitamos agora que ten: diretamente, for
devidas à ação do vento ças
es condiç ões sobre os mesmos' e
referência" as seguint absorver. 5em pe rigo de
que elas também
deverão
incorrerrn�·s em grande
t1 = lO•C poderá ser calculado,
erro, e sse esforç
o
to
To1 = 2.117kgf, com ven 3. 13) considerando _·-., se o ve nto como
Ex. atuando na
p1 = 1, 133kgf/m (do cer a tração ª
direção d bissetriz -.
do ang
o qual desejamos conhe ulo intern_ o entre os
O "novo estado" para doí sa 1 inhamentos,
como mostra a F.
1g. 3.11, co.ns lderando-se • (
igualmente,
e
é o seguinte: adjacentes iguais ao vãos
vão méct1·0 atuante sob
tz = 60•C re a estrutura.
nto
p2: 0,7816kgf/m, sem ve (
Toz = (?)
(
e
Direção do vento

Solução:
3.79, ter
Empregando a equação
da mudança de estado � t (

l !' e
?e '
-

1
°
210;3•8.086(1,1 33/ ·( 35 0l + 1 8 ·1 0-··210 , 3 ·
Tõz + T5z 2 (
24·(2.117) • -

210,3·8:086(0,7816) ·
2
(350)
2
1
i
e
7] = 24
·8.086·(60-10) - 211 (
'' (
ou Om cos �
2
e
e
9
TÕ 2 + 1.899,ST�z = 5,30233·10
r·lg.
e
3.11 - Efeito das forças •Yf.�
do .vento sobre estrut
Resolvendo, encontr
amos uras de ângulo

Toz = 1.289kgf (60


% de To1) (' -

e
variação das temperat
uras e da carga de
Esse efeito poderá
ser caculado pela
equação e
e
4 - Inf lu ênc ia da
3.5. Fvc = fv•a m COS �
em ângulo
vento sobre estruturas 2 (3.80)
sendo fv [kg (·•·.
,-
Vimos, na seção 3.4,
que as estruturas em
ângulo em uma
los
f/m] defin1"do pela Eq.
3. 59.
e
e
tr ansmitidos pe A força total que i
ue lhes são as estruturas
er os esforços q
i
/ •bsorver em ângulo deverão
linha devem absorv 3. 58. A tração I To do5
será, então, por

cabos ,e que p�dem


ser calculado s pel a Eq .
ensidade da p!'essãt
·
cabo qu e suportam
e
condutores var ia com a tem pe ratura e com a int
s est?-.t�cos dess�
FAT = 2To
e
de vento sobre'--. os
cabos. Nos di

portanto, emprega
men si ona
r o máx
me nto
imo va lor de To que llendo To
Itlax a componente h�� i zontal
da tração nas
(3.81)
' e
estruturas, deve-se, �ent o máx
imo e t e mperatura candi ções de i (i/
correspondente
e ar
possa esp r . · ..•
'!e
.
Estudo do comportamento mecan,co dos condutores 213
de transmissão
dâs linh as aéreas
Projetos mecânic os
212

gulo de
Exemplo 3.19
olocad a em u m vértice de um ân ncontr a
Uma estrutura, c utores Oriole. Es sa linha se e 43, 56
três cabos cond sões de vento de
18•, supor ta
que podem ser espe rados pres Qual o valor
da
em uma 2região em tes com temperaturas de +lO•C. vãos adj acen tes
en
[kgf/m l coincid sobre essa estrutura, se os seus inda que , nessas
força que at uará te? S ab e- se a
30m, respectivamen a tração
forem de 300 e 4 nto e temperatura corre spondente,
ve
condições de 2. 117kgf.
cabo é de
horizontal no

e acordo com
solução:
ax1 m no s cabo s condutores é', d
A tração m a
médio atuante se

2.117kgf. O vão
\
os d ado s, igua l a

a1 + a2 300 + 430 = 365m


am = 2 2
do com o
dutores, de acor
..
o s obr e os con
A força do vent
Ex.3,13é
2s 35 40 50
[ºe]
fv = 0,8202kgf/m·
Fig.3.12-Efeito da variação das tra çoes
J
Logo
----Z--
18) - X temperatura,
18 + 0,8202·365•C05 para vãos constantes
fAT (
3 2·2.117·sen----z--
l
fAT z.874,092kgf
·r·
Analisando os resultados obtidos ' ve r1 icamos que:
a _ a variação da tração nos. ,.�
cabos será t antó maior
. quanto.
vãos isolados 111enores f orem os vãos para um mesmo cabo;
v aria ção da tempe ratura sobre
3.5.5 - Efeito da b - no caso de queda de temperatura, o aumento da tração nos
desí guais cabos · d os vaos
_ menores sera. maior do que nos vãos maiores.
,
uma 11nha
vãos isolados, de
J e. - no caso de elev açao - de temperatura ' a reduçao
- da tração
um sér ie d e
Con sideremos a
em crescen
te
acion ados em ord
- nos cabos de vãos menores ser.a maior . do que nos dos vãos maiores
, a3, .. . , an, rel
a1, a2 tração a uma
de transmissão, te horizontal da tem
To a co mp on en Esse fenômeno algumas implicações de natureza
de valor. Seja Admitamos que _a
a, ig ual em todos os vãos. ---\ P rática, como veremos mais
__, _ . adiante.
cid
tempe ratura conh para menos, em
torno d•
e
par a mais ou

1
a var i ar
( temperatura passe sência de ve\(tos.
ên c a to, e suponhamos au - " l'.xemplo 3.20
temp eratura de re fer -1:_ de estado, ''4'c •

ão da mudança

l
( ando a equ aç
Se, empreg t�mperatur •
tr açõe s - para cada val or de � l :ar as trações :m um cabo CAA Or 1· ole, - .tens1onado à
�;�peratura : �� c com uma tr

í
culo das
efetuarmos o cál os valores a uJ . açao- To = 1545kgf • sob as ternperatu-
ca da um d os vã os - levando ·c•:,:Tas
c,, •·c -SDC e SO•C • em vaos
_ de 250 • 450 • 900 e 1. 800m.
a
considerada e par
....

gráfico, obte remos as curvas mostradas


na fig. 3.12, -�i--
1
\
. s das linhas aéreas de transmissão
Proíetos meca-nico - ----�-�� ���-( \
214 Estudo do comportamento me'cánic
o dos condutores
215 \
Solução: 3.5.5.1 - Efeito da variação
da temperatura
\
sobre vãos
Empregaremos a equação da mudança de estado· (Eq.3.79). adjacentes desiguais (-
São parâmetros da linha: (
p = 0,7816k�/m Consideremos o caso reprodu,;:i (
r
s = 210,3mm6 do na Fig. 3.14 de uma
�t = 18·10- ll{•C] estrutura suportando vãos adj
acentes a1 e à2 desiguais. Com
e
E= 8.086kgf/mm o vimos,
sob a ação da variação da temper
atura, haverá valores diferente
e
Substituindo na equação e operando, encontraremos tração em cada um dos vãos. s de
2
1Õ2 + T 02 [O 01815a + 30,608(t2.­ 201 _ l.545) = 4,32843a
e�
2 2

Introduzindo pares de valores para a e tz, obtemos os


valores d a tabe 1 a abaixo ' representados graficamente na Fig. 3. 13. To22 To
e
To22 > To21 (
\ \

e
Trações To [kgf]
Vão [m) º' �T = To21 -To22
1
- 5•C + 50,C L>To(- 5 •C) L>To( 50 •C)
'-'-//::::-1'. 1=
- =/
2
=1 =-t - :::. = r
o= aumento do temperatura
='
3
=/r =t/=//=­
e
250 1.915 1.244 370 - 301
To21 To
e
e
450 1.693 1,.403 148 - 142
39 - 45
900 1. 584 .t. 500
1. 800 1.554 1. 533 9 - 12 To22 < To21
º' 1:... T= To21 -To22 .('
e
! 1 ·
2
, //-=1/c=.//=-/="/r= =r=.-'/..-r 3

1
=-.. ':::::c=r =r
t1 1
.
1 b= redução da temperatura
i i
=="//�
T0 [k�
1

1 ! e

1
o

\-Jc i
200
Fig. 3.14 - Efeito da var (
iação da temperatura em vãos
1
adjacentes desiguais

\l 1 !
'ªº o 1 (.
1 /
e
1�
'70 o
1 t (.

-
e

-t-�1+H
1 1
Essas diferenças de tração
1 i 1 1 1 1 devem ser absorvidas pela
'60 estrutura intermediár

e
ia, que será solicitada no sent
,.
+zd0 c 1 \ ido do eixo
longitud'irial da 1 inha,
1 no caso de vãos ancorados ou

.. /
isoladores rígidos (de
píno ou tipo pedestal).
no caso de
e
ºº Quando forem empregadas
cadeias de suspensão, a e
/.iwc resultante das for
ças horizontais fará com e
1
'ºº
e
que a cadeia de
isoladores se desvie
/ /
da vertical, pendendo Para
o lado do vão de
e
tração maior. É com

1
200 o se esse vão diminuísse de um

(_
comprimento igual
à Projeção horizonta
l da cadeia inclinada. Ao mes
mo tempo, o outro
l!OO 600

e
400 Vão sofre um aumento, em seu
comprimento, de igual valor.
.. de isoladores A cadeia
Fig. 3. 13 - Efeito da variação da temperatura sobre vãos de
e:
ficará então com. uma inclin
valores diferentes _ açã o tal a assegurar o
forças To (Fig. 3.15).
l· /
(
(,
){
. l - _·.'._. ___ . -

Projetos mecânicos das Hrihas aéreas de transmissão


216 Estudo do comportamento mecânico dos condútores
��· 217

A diferença de comprimento do condutor .õ.l = 11' - 11

: __provocará uma variação na tração, que, em primeira aproximação e


. �-1',:_:.admitindo que não houve. nova mudança de temperatura, vale (lei de
Hookel:

(3,84)
P1
' '
1 TÕ21
Tà22 ou, introduzindo as expressões 3.82 e 3.83, teremos
(
1 b To22 Cl

'1 ' To21


ª' ES
To21
(3,85)

C1 'l Pc f ,, \
se admitirmos que a1 :!: 11, comparançio essa equação com a
. 3.75,
(, ' ---------
tpi
Pc
podemos concluir que

(.\
e,\
R
Cl

'
Fig. 3.15 - Equilíbrio de cadeia de suspensão
entre vãos desigua�s·
ª' = O:t(t21 - t11) = o:t·.õ.t1
(3,86)
1
� :
' ri,
o que significa que a redução
( ' tração no mesmo, o efeito de
relativa do vão a1 tem, sobre a
um aumento de temperatura fictícia
( A determinação do desvio d a Cadeia de isoladores não é l>t1. Pela Fig, 3, 15,
tão simples como à primeira vista pode parecer' e o seu
"1 \
( equacionamento direto é um tanto complexo. Com grande aproximação, " = arctg ar
podemos proceder da forma que segue [9, 10 1. pc
+zp1 .,, (3,87)

e(' Seja li [ml O comprirnento do condutor no vão a1, com a

e:
, e = 11 · seno:
cadeia de isoladores em repouso. Apos o abaixamento da temperatura, (3,88)
considerando rígido o suporte, pela Eq. 3.23, teremos
O cabo no vão a2, por sua vez,
2 3 sofrerá um aumento
p ª' [m] (3, 82) aparent� �o vão, de mesm
o valor e. O aumento da tração
_:-r 11 = a1 + -"- --
24T821 corresponde, igualmente,
que sofrerá
l, ao aumento de tração que uma dimi
nuição de
(' A tração To21 no vão a1 (ainda consi derado isolado) temperatura (�t) acar
reta. Esse aumento de traç ão
restringe a

e� será maior do que a2 (a1 < a2) e a cadeia de isoladores se amplitude da oscilação da
cadeia de isoladores, no que é
auxiliado

el inclinará para esse lado. O comprimento do condutor, sob a ação da peso do cabo no vão gravante
.
nova força de tração, será, aproximadamente, / Teremos, então, para o vão a2 um
aumento relativo igual
l 2 3
p ª' (3, 83)
l 11' = (a1 - cl + �'---,--
24Tà�1
(m]
C2
= o:t(t22 - t12) = dt·f1t2

ri
a2 (3,89)
'..
sendo e [m] a projeção horizonta 1 da cadeia de isoladores após 0

i desvio. Empregando as Eqs, 3,85, 3,86 e 3,89, o problema


J
- _l
··\
.,
e
- �(

Projetos mecânicos das linhas


aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânic o. dos condutores 219
e
218 (-
pe = [ a 1 ª2 ) p = [-.:.2.:.
e
+ 0 • 4::5::
5 .:. 0:.__
semigráfica, como ) 0,7816 = 273, 56kgf
tentativas ou de forma 2 -,_..:
2
poderá ser resolvido por
1 1
mostra o Ex. 3.21. �pi = �80 40kgf ('

C<=tg-
1 AT e
e
' -1 "T
Exemplo 3.21 273,56 + 40 tg, -,,,�u"'"= � (3.87)
313,56
Dois vãos adjacentes a
uma estrutura de uma
amente, a1 = 250m e = 450m.
linha de
Os cabos e= 11 sen� = 2,SO·sena (3.88) e
e
a2
issão valem, respectiv s no . 3.20.
transm
nas condições especificada intermediária,
Ex
âT [kgf] e 1m l
Oriole foram tensionados
ante que atua na estrut ura
Determinar a força result de 30°C na temperatura e . uma queda de 10 0,079689 e
30
e
vação 0,238093
quando houver uma ele
dições:
25°C, para as seguintes con ' 50 0,393674
são intermediário é ríg
-ido:
e
l
70 0,544699
a - o ponto de suspen tuído por uma cadeia de, \!
é consti
b - o ponto de suspensão
isoladores de suspensão,
com 11 = 2,50m e pi
= 80kgf Para os cabos condutores, pelas Eqs. 3.86 e 3.89,
e
teremos:
= 250·18·10-•Ati = 4,5·10-3t, t1 e
Solução:
As trações nos .dois
vãos, considerados
isolados, foram
Cl

C2
a1C<tât1
a2a,t,t2 = -450·18·10-"Atz = -8,1·10-•ât2 e
calculadas no exemplo ant
erior, obtendo-se Atribuindo valores arb 1trar1os, . C·
e
º
a c1 e c2, podemos
To21 = 1244kgf a SOeC
cular a variação de t em cada um dos vãos, e e:�:
- para ª' = 25 0m: i )
e
provoca a mesma varia:;� �:
t
��: ;�t
To21 1915kgf a -5•C _ · organizemo
ç q u e aquela prov oca da pela varia-
ção nos vaos s a tabela. (
- para a2 = 450m: To22
To22
1403kgf a 50•C
1693kgf a -s�c r-- .. e
e
Vão a1 Vão a2
a - Suporte rígido ção da
4, no caso da eleva força
Como mostra a Fig. 3.1 uma
e 1ml M1 [•C] Tô21 [kgf] M2 r ·'tl,'"' Tô22 [kgf] âT [kgf)
por (_
rígído será solici t ado o
temperatura, o suporte o
e
0,000 1.915
horizontal em cada ponto de
suspensão igual a 0,005 1,11 1.896 - 0,62
1.693
1.697
222
198 !
AT = To22 - To21 = 1.403
- 1.244 = 159kgf
0,020
0,050
4,44
11, 11
1. 840 - 2,48 1. 709 13i
e
e
1.736 - 6, 17 1. 735 1
0,100 22,22 1.580 -12,35 1. 780 -200
no sentido de a2.
No caso de redução de tem
peratura, a solicitaç
ão por !
3 e
e
= Cl 10 c2·103
condutor será M, ât2
4,5 8, 1

AT = To21 - To22 = 1.915


- 1.693 = 222kgf Empregando novamente a equação da "mudança de estado" e
e
seja, de a1 para as variações de temperatura indicadas na tabela, determinamos
no se ntido do vão menor, ou - Tó21 Tô22 e �T. Teremos
b - Suspensão oscilante caso de um abaixamen
to de vão a1: (Tõ21) 3 + (Tô21 ) 2 · (-1 · 177 ,311 + 30,608't1)
u = 2,70527·10
9 e
Cadeia de isoladores, no igráfico. Par�anto, lance­
seguir é sem
temperatura: o processo a cartesianos as curvas e = f(bT) �para
e eix os
vão a2: (Tô22) 3 + (Tô22] 2 ·(3.058,032 + 30,608At2) = 8,76508·10 9
obtidas com
e
mos em um sistem a'd Para tanto,
os cabos (Fig. 3.16). (
e
de isoladore s e par a
a cadeia To21 = 1. 915kgf e To22 = 1.693kgf,
.
preparamos a tabela abaixo s, admitamos valores arb
itrá-
Para a cadeia de isoladore e 3.88, calculamos os valo­
rios para fiT [kgf) e, pel
lanç a
as Eqs. 3.87
emo s no gráfico da Fig. 3.16:
· -.-.. que s ão as trações para a'·t.emperatura
de. -S•C. e
res de e [m), que r
(
/
(r
(
220 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão ,_ ,___ - .,...=,;_�

i:
Estudo do comportamento mec
ánico dos condutores

Com os valores de bT assim obtidos, traçamos a curva 60 INPUT"Pi (kgf)="; IP


e = f(bT) para os cabos. Sua interseção com a curva e = f(bT) da Í 70 INPUT"Pc(kgf)=" ;PC
cadeia de isoladores nos dá o valor de e procurado e que define a 1
il :� ;:i�;::����-�'(';CHR$C223);"C)=":INPUT AT
23 ; "C)=": INP
redução do vão a1 e o aumento do vão a2, já que e = c1 = c2.
Pelo resultado gráfico (Fig. 3.16), t.T = 6, lkgf e f 100 PRINT"Tl(': CIIR$r· f223)l;"C)=",INPUT 12
UT 11.
110 CLS:PRINT"�on ira
os dados· "E(kgf/
115 PRINT"P(kgflm)=";P mm·2)=";E,"S(mm·2)=";
e = 0,0485m, verificamos que a cadeia de isoladores tem um efeito
:GOSUB 800, S
li

120 PRINT"Al(m)=" Al
notável na redução do efeito da desigialdade dos vãos. O
deslocamento da cadeia de isoladores de sua vertical é igualmente ; "A2( )-"· A2 .. ( g ,.
130 PRINT"li(m)="·L :'Pi(/f)-;, , TO k f)=":TO:GOSUB 800
pequeno, ou seja, da ordem de 1,11°.
140 PRINT"Alfa T( P' "Pc (kgf)=" PC: GO
i/,: . CIIR$r22; } )= ; SUB 800
Deixamos para o leitor, como exercício, a verificação 145 PRINT"Tl("·c=�1 ' :,: 'C ";AT,"T2(";CHR$(223)·"C "·T
223) ; "C)= ·Tl ·GOSUB ' )= ' 2
150 INPUT "Tudo certo
(S/N)"·Y$
' UI"\o;I>
800
160 IF Y$="N" THEN GO
( do efeito da cadeia de isoladores no caso da elevação da
TO 10
170 PRINT"Calculando
temperatura de 30 cuja resposta é E -0,06 [mJ.
1 ... "
°C, =
e
H 180 TT=T2-Tl
( ', \ 190 A3=Al
(! 200 GOSUB 520
210 Rl=R
�): \
l )i 220 A3=A2
!t \ i'3D GOSUB 520
( i 240 R2=R
(ff : 250 EE=O
260 51=1:DP=O:DN=O
e 270 Dl=EE/(Al*AT)
280 D2=-EE/(A2*AT)
e 290 A3=A1:T=R1:TT
300 GDSUB 520
=D1:T1=R
310 Ll=R
('
e 320 A3=A2:T=R2:T
T=D2:T2=R
330 GOSUB 520
C, 340 L2=R " �
e:
(
0,01 f.1.--+---+- 350 TL=Ll-L2
360 AF=ATN(TL/(
370 EL=L*SIN[AF'J
PC+(!P/2)))
380 DE=EL-EE

(;i
20 30 40 50 60 70 t>T[� 390 IF SJ=SGN[DE)
10
400 51=.sGN (DE) THEN 480
410 IF DE>O T
e
'--�
Fig. 3.16 - Determinação da inclinação da cadeia de isoladores
sob influência da variação de temperatura
420 IF DE<O THE
430 JF X>D.00
HEN X=ABS(DE-DP)
N y=ABS(ABS(DE)-AB
005 THEN GOTO 450
S(DN))
e, .. 431 PRINT"T02 ELSE lF Y>.00005 T
HEN GOTO 450
.•�

1(KGF)="·Tl
( ! 43� PRINT"
;/ T022(kgf)="'.T2
' 440 PR!NT"Epslon
Programa para obtenção de e (CASIO PB 700 e 770), ="; (El+EZ)/2:END
,,�. 450 IF DE<O THEN
(1
( '.
/ 460 El=EE:DP=D
47o E2=EE:
DN=
GOTO 470
E:GOTO 480
10 CLEAR: CLS . �o IF AB
20 PRINT 1 Entre com os dados: 11 S(DE)>0.005 THEN 49
( · 1 P RINT"T02 0
1

1 (kgf )=", T1
e 30 INPUT"E(kgf!mm·2)=" ;E: INPUT"S(mm·2)=" ;S: INPUT"P(kgf/m)=" ;P
40 INPUT"Allml=";Al
82 PRI NT"
T0
4483 l'RINT" 22(kgf)="'.T2
e 50 INPUT"A2(ml=" ;A2, INPUT"TO(kgf)=";T: INPUT"li(m)" ;L Epslon =";EE

e.
{

tif1flas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 223



Projetos mecânicos das (
222
equilibradas ou com pequenos desequilíbrios, e são geralmente (
484 END EE+0.01 dimensionadas para resistirem à tração unilateral de todos os (
490 IF DE>O THEN EE=
N EE=E E-(0.01/4) cabos, em condições menos severas que aquelas que devem suportar as (
500 IF DE<O THE
510 GOTO 270•
520 F=(E*S'P p * A3
- 2 )/24/T'2+E*S*AT*TT
24l
-T estruturas

resistentes que
terminais ·ou
estas
de
últimas.
fim de
Elas
linha. São,
rePr::esentam,
portanto,
para
menos
o sistema
_-:
e
530 H=-(E*S•P*P*A3'2/ (
mecânico dos cabos, uma descontinuidade·;''· pois não ·transmitem
e
540 F=F/3

f
550 D=-F*F
560 M=H+2*F'3
570 C=4*D'3+M'2
(C) THE N GOSUB 760
:RETURN
esforços mecânicos entre os vãos adjacentes.
que se processa o tensionamento
É nessas estruturas
dos ca bos durante a montagem ou
e
1 580 IF EXP(-8)>ABS (
670:RETURN consertos. A distância entre duas ancoragens consecutivas
1 590 lc C>O THEN GOSUB
600 N=2*SQR(-D ) denomina-se seção de tensionamento. Ela limita um determinado e
610 B= ACS(M/(2*D'SQR(
620 D=ASN(ll
-D)))/3
número de estruturas de suspens_�o. São, evidentemente, mais e
630 G=N*SIN(D-B) reforçadas que estas últimas e, portanto, mais dispendiosas. e
640 G=G-F
O comprimento das seções de tensionamento varia muito, e
e
650 R=G
660 RETURN �sendo menor nas linhas de menor classe de tensão e maior nas linhas
670 C=SQR(4•D'3+M'2)
680 N=0.5*(C-Ml
690 B=-o.5•(C+M)
de tensão mais elevadas. Constituía praxe nas linhas de até 230kV o
emprego de seções de tensionamento com comprimentos em torno de 5
e
70 0 C=l/3 (
710 N=ABS(N'C*SGN(N)
) km. Dado ao elevado custo ct'as estruturas especiais, esse
) (
e
SGN (B)
comprimento é bem maior nas linhas de maior tensão. Procura-se
?20 B=ABS(B' C•
730 C=0 .5* SQR(3)
�ocalizar estruturas de ancoragem intermediárias nos pontos ao
740 R=N+B-F
750 RETURN THEN R=-F:RETURN longo da linha nos quais há substanciais mwl.da1;ças da configuração e
760 If EXP(-8)>ABS (D)
770 N=-ABS(M/2)'(1/3)*
SGN(M) topográfica dos terrenos atravessados, de 1forma que os vãos de uma e
780 R=2 *N-F mesma seção de tensionamento sejam razoavelmente úniformes (Fig. e
790 RETU RN
800 ELSE RETURN
\
3. 17).
800 lF INKEY$='"' THEN e
\
Admitamos que, durante os trabalhos de tensionamneto
e
dos ca'.bos, estes possam deslizar livremente sobre os apoios
e
3.5.6 - Vãos contín
uos - vão regulador
e
Conf arm e já me nci ona mos anteriormente, nas
linhas reais
rela tivamen t e r ar
os
A B
e
e
- - -*'''l�f'O,.--__,,.
dos va- os e' cont,1 nua sendo
a maioria absoluta chos de comprtmen t o
s To
É u sua l' de trechos em tre º• o,
- o s 1· solados
o,
ciais, denominadas
de e
e
os va
es truturas espe
linhas
o de
que Iempr estam às
variáveis, o emp reg
nte rmediá ria ou de amarração, -
ancoragem i lhos de
,
almen t e os traba � (
. r r1'g1·ctez mecân_1·_c_ ª· facilitando igu nas .·
uma maio _ sendo interca l adas
ss s t ra (
a o
tens ionamento dos c b s. E : :::;: : :; t i longitudinais
e rizon a s 1_:: Fig. 3.17 - Seção de tensionamento de n vão s (.
ficam submet idas
linhas,
(_,

l
�-,- --·�

s aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecánico dos condutores


Projetos mecán,·cos d� linha

a Eq. 3.93 se transformará na Eq. 3.75,


224 225

Cap. 4 aproxima-se após sua divisão por A�


L1. É a equação da mudança da esta
' como veremos no
do de um vão de comprimento Ar
interme diários · Essa con<lição
. montagem, os
o s reais, pois,
. durante essa fase -da
bas tan te d os cas , · Nessas [ml isolado.
de atrito m1n1.mo ·
No caso presente,
os s bre rol dan as

admitir que a força


-
ara o apo iad

condições, po demos
cab os est o
da
T seja transmiti
o em B, como vimos
na
Ar= + an3
, se aplicada ao cab
igualmente de vão a vão
a2 + + ... an (3.95)
vão único,
se comportará como um
Sec. 3.3. A seçao - de tensionamento ·-+

(Ar recebe o nome de vão regulador de uma


a1 + a3

seção de tensionamento)
das trações.
para efeito do cálculo
É um vãO fictício, isolado,
uma seção de
equivalente à sucessão de
nto total do cabo em
A variação do comprime
é à dos . comprimentos dos
vãos contínuO"S contidos em uma seção
de tensionamento. As tensões
nto igual soma das variações
calculadas de acordo com esse vão
tension ame

são constantes em cad� um dos


põem:
vãos individuais que a com
vãos componentes da seção.
L2 - L1 = <'
L ( 12 - 11) A
an
medida que o número de vãos de
(3.90)
uma seção de
tansionamento aumenta, o valor do
ª'
vãos vão regulador tende a se
aproximado valor do vão médio da linh
dos
a, calc ulável pela expressão
cada
e
Eq. 3.74 a um
Se empregarmos .,a
a teremos
efetuarmos a som• an
2 an i:;
'
L2 - L1 = p24 L (-,
(3.91)
a,
l
To1
1 ) ª' 3 a1
a1 To2
- -2- Am
n (3.96)
O cálc u lo do vão regulador é -'um tanto trabalhoso, e
. analogamente, empreg
ando a Eq. 3.70,
somente pode ser feito após o estudo d e di.�tribuição das estruturas
sobre os perfis da linha (ver Cap. 4). Q vão médio pode, em geral,
E

Ta2 - Tal
L2 - L1 = Ê ES 1 ser estimado através do exame do perfil, com maior ou menor
n (3. 92)
ai[ a.t(t2 - t1) +

aproximação, dependendo da experiência do projetista.


ª'
Quando a distribuição é razoavelmente uniforme, às

l
vezes �refere-se calcular o vão regulador pela expressão
ou
an 3

21 1 a1 _ Ta2 - Ta1 Ar = lun + 2 (amax - Am )


(_ = 24\ T ES 3
i:: ª'
(3.97)
(3.93)
õ2 L
p -- ---
2

na qual a111ax [mJ é o maior vão


oct(t2 - t1) �
101
da seção de tensionamento.
ª'
(
ª'
- com desníveis (h1) o vão regulado
r é calculado pela
(
e Se fizermos Oc(f.""Pressão [ 11 J :
e I an
ª
e. ( 'i'b, 2 J
an
r
3 I
Ar = -"-"'-­
bt
i:: ª'
e A r2
al
(3.94) ª

i:; at
an an (3. 98)
an
i:: ª'
=
I ai
(_, ª' ª'
e ª'
e
-
e
�:,

e
Estudo do comportamento mecán,·co dos.con dutores
Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão 227
226
Calcular o vão regulador e as flechas para cada
o nde: 30°C, sendo:
vão a \
E= 8086kgf/m 2 s 312,4mm 2 (
P = 0,9759kgf/m '" 18·10-61/'c
(
e
To1 = 2215kgf

e
Exemplo 3.22 Solução:
Calcular o vão regulador da seção de tensionamento do
Ex. 3.21. Com esse vão regulador, calcular as trações nos cabos
Empregamos a Eq. 3.9S:
e
e
an an
para uma redução de 25oC na temperatura e um aumento de 30°C. L af 160.575.552 l: a, = 2.490
ª'
e
Adotar To= 1.545kgf
ª'
Solução:
a - Pela Eq. 3.95, teremos:
l
. \ Ar
Logo, o vão regupador será:

/ 160.575.552. = 253,95m
=
e
e
e
2.490 '-..
3 3 Na equação da mudança de estado (3.76):
"J ç
a1
3
+ a2
3 (250) + (450)
Ar + 250 + 450 2 2
TÕ2 + Tê2 ( ESp A + ESo:t (t2 - t 1 ) - To1
e
a1 a2

! 24To12 )
e
Ar = 390,51m
b - Empregaremos a equação da mudança de estado (3.76); com os Resolvendo, r 02 = z.ogskgf
mesmos dados do exemplo anterior e calculando uma·'queda de 25°C e As flechas serão ca].,.culadas pela Eq. 3.18b, onde:
(
e
um aumento de 30°C na temperatura, a equação será
- para 25,c, r, A.1 2 ·p
Tõ 2 + T82[1.220,2743 + 30,6087(t2 - t1)] 6, 6007789 · 10 9 8To1
= e
e
- para 30oC: fi A.l 2 ·p
e - Queda de 25°C na temperatura: 8To2 ,,

e
9
Tõ 2 + 455,0568T82 = 6,6007789·10 Em cada vão:
cujo resultado e To2 = 1.736kgf. Ai fi (25•C) [m] f (30•C) [ml
e
d - Elevação de 30oC na temperatura: 9
220
247
2,67
3,36
2,83
e
e
2
To2 + 2.138,5353To2 = 6,6007789·10
3 3,56
308 5,22 5,54

e
cujo resultado e To2 = 1.372kgf .,256 3,61 3,83
de 40m, o vão regu­ 208 2,38
Obs: Usando a equação 3.98 com desníveis 212 2,48
2,53
lador sofreria uma pequena variação: 2,63
257 (
e
3,64 3,86
Ar = 391,24m 262 3, 78 4,01
e
248 3,39 3,59
272 4,07
e
4,32
Exemplo 3.23
de uma linha
Uma seção de tensionamento de um trecho
lançada a 25•C e sem vento é composta dos {eguintes vãos: .
3 • 5 • 7 -Efe1· to das . sobrecargas de vento sobre vãos desiguais e
'
:
ª' 220m
a2 = 247m
a6 = 212m
a7 = 257m e
1 ªª 262m Consideremos urna linha, composta de uma sucessão de
e
�; .t-
J l·
a3 308m
.fi/. ª' 256m ao 248m vãos ancorados de valores diférentes,

tl ,i
,,
f-t"
,
as = 208m ª'º 272m submetida a uma sobrecarga de
l
(
e
r

(
�­
( t
('
228 Pr jetos mecânicos das linhas· aéreas de transmissão
o
Estudo do comportament
-- - --�-.---::::...
-
o mecânico dos con
duto,es

vento definida pela Eq. 3.60, a uma temperatura dada. Admitamos I


Solução:
( ainda que, em todos ·os vãos, os condutores tenham sido estendidos a
Empregaremos a equ
uma mesma temperatura e com um mesmo valor de tração ·horizontal, os para� metros usados ação 3 79 da mudanç
a de e stado,
no Ex · 3 · 20 e t1
. ' t2 com
sem vento. Empregando a equação da mudança de estado, calculamos os 20,c.
2
valores das trações em cada um dos vãos, com a linha sob a ação da tÕ2 + T82 [ ESp!A
r 24 To1
força do vento, à mesma temperatura. O gráfico resultante está sendo:
(
representado na Fig. 3.18.
E= 8.086kgf/mm 2
S = 210,3mm 2 To1 = 1. 545kgf
( P1 = 0,7816kgf/m
To [-.l - Cálculo de p2 (c
om vento}
( Na tabela do fabr ·

1
1cant
(l '"' 1 8 , 8 3mm. Na Eq ..3·59 • a força de e, o diâmetro nominal do cabo é
\ vento será
í fv = qo•d = 39,69
·0,01883 .

;•==-';'""----�
lt,00
e 474k gf/m
Í' / E o peso virtual na Eq. ; _.�/

- -
'l

·-
.! p2 = pv = / Pl 2 + p/
• 1700
'
Í"-. = 0,7816 2 + 0,74742
l,0814kgf/m

-
"' 1
- Na Eq. 3.79:

( I ""' = = �, "'' ""' = "'' •= ""' "'"' ,eoo [m�J


[
TÕ2 + To2 2 0,0181-A 2
_ 1.545
] 82.858,0000-A 2
( - Atribuindo val
e'
ores para o· vão:
Fig. 3.18 - Variação de To em cabos sob ação do vento, A [m] To2 [ kgf]
em função dos comprimentos dos vã�s, com 100 1. 663
temperatura constante 200 1.820
( 400 1. 990
800 2.089
( 1.200 2.114
1. 600
( Verifica-se, pela relação fiT/ba, que a tração nos cabos 2. 400
2.124
2.132
cresce com o aumento nos 'valores dos vãos, sendo esse crescimento
mui to rápido para vãos pequenos, tornando-se mais lento à medida
que os vãos crescem, para, praticamente, tornar-se constante a
3·6 - BIBLIOG
partir de certo valor. RAFIA

Exemplo 3.24 l - FUCHS, R · D · •


Transmissão de ene .
, rg1a elétrica em linha
Os condutores de uma linha de �8kV foram tensionados a aereas (2 vol s ) . L"ivr s
os Técnicos e Cie
20cC com uma tração horizontal de Tot == 1.545kgf .. Admitindo que a de Janeiro ' 1977. ntífic os Editora, Rio
2
linha seja submetida à pressão de vento de 33,27kgf/m , a essa 2 - ABNT' .
mesma temperatura, determinar a variação de To2 em função dos NBR 5422 "Projeto
de linhas aéreas
valores dos vãos da linha. Os condutores são constituídos por cabos energia elétrica" de transmissão de
CAA, Oriole. . Assoc1·aça-o Bras
"· ileira de Narmas Téc
Rio de Janeiro, 198 nicas,
5
_b. t\
\l" linhas aéreas de tran
smissão
e
Projetos mecánicos das (
1:
230
Verlag, Berlim, (
n.
Der Freileitungsba
Springer
3 - RIEGER, H., e
1960.
E· • Hochspannungs (
KON I GSHOFER
Die
4 - GIRKMANN, K. e
ed.). Spring er Ve
rlag, Viena, 1952

1
(
Freileitungen (2.
ALUMÍNIO DO BRASIL
º
5/A, "Cabos condutores" (dados técnicos)'
Roteiro dos projet0s mecânicos e
5 -
Ed. Alumínio do Brasi
l 5/A, São Paulo,
1965.
l and integral
dos condutores e
W. A.' El eme nts of the differencia
6 - GRANVILL E, (
calculus. Ginn & Co
mpany, Boston, 1934.
rd handbook f or e
lectrical engineer
s e
7 - KNOliLTON . A. E., Sta nda
w-Hill Book co.'
N. York, 1949. 4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
e
º ). Mc- Gra
' s table s. \Í \
8. ed.
lat io ns by the use of Martin (
5.' Sag ca lcu
8 - MARTIN, J. j
1 Glo ssp ort, Pa.' 1922. ; Os tipos, composição e áreas das secções transversais ç
Copperweld Stee Co. · e 5"'--- .\·j.
ttude et construct ion
des lig nes electr1qu
dos condutores das linhas de transmissão, bem como o número de e
1.
"-
9 - LAVANCHY, C. H.' s, Ed1 ·t eurs, Paris, 1952.
aeriennes. J. B. Bai
êre
lli . et Fil
teurs
, subcondutores por fase e o seu espaçamento, são def-inidos, como foi e
n des eff orts dus aux conduc
10 - BRANE, A. "De la
deter mrh atio
e
'.explicado no Capítulo
t"
1,
.através dos estudos de otimização (
Revue Générale d
- su r les app uis des lignes aêriennes " .
il, 1925.
técnico-econômica. Raramente condições particulares, traduzidas por e
' P.535, Paris, abr �\t solicitações de intensidade excepcionais ou por vãos de
L'Eletricité, T. XVI I has Aéreas de .
(
11 - JARDINI,
J. A. , Ca.1 cu 1 o Mecâ
nic o de Lin '- comprimentos muito grandes, influenciam es�a escolha, impondo o uso
e
Transmissao - , USP • 5-0 ª Paulo, 1977. de cabos de elevadas resistências mecânicâs. Na maioria dos casos,
e
os projetos mecânicos são executados �mptegando-se estruturas já em
uso, dispondo-se de "famílias" de estruturas com dimensões e
e
condições de utilização bem definidas. Quando novos níveis de e
tensão, ou suportes de nova concepção, devem ser introduzidos, é ('·
: ; nec;�sário que se definam os diversos tipos de suportes que irão e
compor as novas famílias, fixando-se duas dimensões elétricas (Cap. (
1), o seu carregamento mecânico (Cap. S), procedendo-se ao seu e
dimensionamento estático e à sua arquitetura estrutural, definindo e
as dimensões finais e as limitações de emprego impostas a cada tipo (
de estrutura, pela sua resistência ·e pelas distâncias de segurança.
Escolhidos os condutores, famílias de suportes e
e
traçado da linha, pode-se proceder ao projeto mecânico executivo,
(
que orientará as equipes de ffiontagem na implantação da linha. Esta
e
deverá ser uma reproduçãO-�-daquilo que foi idealizado no papel. O e
e
(
,- Roteiro dos projeto_s mecânicos dos condutores
. aéreas de rransmissão 233
ProJetos mecán,·cos das linhas
232
pontos inicial e final são fixados em função da locali
topográfico de sua zação das
projeto é desenvolvido a _subestações. O seu traçado, no entanto, poderá oferecer várias
feito O estudo da
sobr e cuja
das alternativas e sua escolha obedece a critérios vários,
A preparaçã o
destacando-se os aspectos econômicos e também aqueles de nature
za
ecológica, em geral conflitantes entre sL:

Busca-se, nesta fase, escolher percursos que sejam
convenientes sob o ponto de vista dos .custos de constr
ução e da
manutenção das linhas, como menores desenvolvimentos, a
inexistência de obstáculos intransponíveis, ou mesmo que
exijam
soluções demasiªdo custosas para transpô-los e facilidades
de
\ \ ·acesso para transportes e inspeção. Deve-se, sempre que possível,
evitar os percursos que exijam ·a desfiguração dos terreno
s
naturais, tais como faixas desmatadas excessivamente largas
e
, raspage ns do solo para o tráfeg o de veiculas de serviço. Uma linha
de transmissão pode ser considerada uma obra de arte, visual
mente
agradável para aqueles que as.projetam ou as operam, porém para a
das técnicas de ·.,,
como também população em geral pode representar poluição visual da paisagem,
pontos que podem influenciar portanto uma agressão. É aconselhável afastá-las conve
esses efeitos' quando nientemente
formas de neutralizar
projeto, indicando-se de áreas urbanizadas, rodovias e ferrovias, � principalmen
te, das
indicado. rotas turísticas. Deve-se evitar cruzamentos com essas v
' -"

\
ias, e m
ár eas florestais, com longos alinhamentos que mostrem a
extensão da
ÇÃO DOS SUPORTES destruição causada. Até mesmo o acabamento dos su
4.2 - ESTUDO DA DISTRIBUI portes deverá ser
reestudado: é preferível suportes protegidos por tintas
e m vista de
Tem por meta ª elaboração de desenh os anti-oxidantes de cores menos contrastantes com o
meio ambiente ao
esco lh'1 da
a, indicando a Posição zinco bfilhante da galvanização a fogo.
elevação em planimetría da 11·nt
e .: A própria solução
suportes. Para a
'

vas dos cabos en tre os estrutural deve conduzir a suportes menos obstru
para cada suporte e as cur ográfico em
sivos. Recomenda-se
o levantamento top a leitura dos artigos contidos na Ref. [1]
sua execução, e,necessário afetuar do presente Capítulo.
sua
se� vl.d�ao da linha e Os trabalhos de escolha do traçado ficam grandemente
metria da fa}xa de
altimetria e em plani_ , .
os
necessar10 e fetu ar facilitados, no Brasil, com o uso das cartas
uiç ão no pap e1 ' em escala. ;E. também geográficas publicadas
restit
cabos terão,
os qu irão d efi nir a forma da curva que 05 pelo IBGE a partir do levantamento aerofotogram
étrico em escala
Ca' lcul
� ·
e

s, com a qual esse estudo e' fe'to 1:50000, precisão ª· esse fim. Havendo
quando suspensos nos suporte suficiente
com
disponibilidade de fotografias aéreas tridim
ensionais das regiões
- de _interesse das linhas,
áficos � estas representam um auxilio incalculável
4.2.1 - Trabalhos topogr para as t omadas de decisão. Para cada uma
das soluções viabilizadas
ea de transmissão, seus
Ao se projetar uma linha aér
234 Projetos mecânicos das liqhas a�reas de transmissão
T''
'
)
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores

pode-se definir os pontos de passagem obrigatória da linha, elementos para o . proJ· e to


e especi ficação de
principalmente aqueles que deverão constituir os vértices da fundações para terre )
desnivelados. nos
� polig_onal a ser implantada. Uma inspeção local de cada traçado )
O custo da topografia
representa, em geral,
auxiliará na .escolha definitiva. E, uma vez decidida, os pontos ínfima do custo da linha. uma parcela J
Suas implicações eco
obrigatórios deverão ser assinalados no terreno por marcos nômicas no custo
f.1na 1 podem ser important )
es, pe 1 o que inVesti
' mentos adiciona·is pa
indeléveis e balizas de sinalização. fixando a .poligonal que Jlle lhorar sua qualidade ra
e detalhamento sao- '·.
largamente compensad
constituirá o eixo longitudinal da linha. trabalho do levantamento os. O
topográfico é comple
tado no escritório com
O levantamento topográfico propriamente dito poderá ser os cálculos das distân
cias e cotas das est j
acas 'da pol igonal e
executado por taqueometria que, com as tolerâncias habituais, pontos levantados, a dos
fim de permitir a ela )
boração dos desenh
apresenta precisão suficiente ao fim. Outras técnicas topográ �icas planta e perfil pas esc os em
alas apropriadas. 0s )
de precisãd'J equivalente podem igualmente ser usadas. É importante ca.1 culos necessários
à
\ -sua elaboração são ro t.ineiros, pod
que o topógrafo seja orientado adequadamente, a fim de que os computador�s. Cada pon
em, e O sa-o, mecani
zad os em
.J
to levantado ê., referi
elementos relevantes
i
ao projeto sejam registrados e anotados angu 1 os vertical e
A
do em distância e por )
horizontal à estaca
, a partir do qual
corretamente. Uma boa experiência prévia nesse tipo de serviço é ,medido. As estacas, por
sua vez, pon t os da
poligonal , amarram-s
foi
)
sempre desejável e importante., .. 'A caderneta de campo deverá conter, entre si da mesma man
eira d e �de a estaca
e )
. inic1· al ate· a final
com clareza, os registros ·das leituras efetua?,as, além de um linha. da )
"croquis" detalhado de cada trecho levantado. As estacas das )
É usual apresentar o
desenho topográfico
poligonais devem .Ser amarradas entre si por leituras de "vante" e corte longitudinal através de um
projetado no plano
vertical ' ao longo
)
de "ré". A visita do projetista ao local da linfia é também àa poligonal, onde dos eixos
aparecem todos os obs
táculos cortados por )
recomendável, principalmente para esclarecer dúvidas nos desenhos em elevação ( ver , ele,
Fig. 4. 20). Em planta )
ou mesmo estudar alternativas em trechos de solução difícil. O · b�i xa representa-se a
proJeç ão horizontal desse
eixo, no centro da fai )
ideal seria que participasse desde os trabalhos de reconhecimento. xa, e os obstáculos
aí existentes . Est
a, bem como o perfil
Os trabalhos de medição alti e planimétrica devem dar ênfase aquilo com o desenvolvimen
altimétr·ico, são des
enhados )
to retificado com
o se não houvesse .)
que existe ao longo dos eixos centrais das poligonais das linhas e horizontais, , deflexões
porem, os pontos em que
deverão também assinalar e medir os elementos existentes em toda a estas oco rrem e )
represe�úa m pontos que
ob rig
i
� . . atorios para imp
largura das faixas de servidão, como cercas, linhas, edificações, . lantação de estrutura
. s' são )
1.
devidamente assin
a 1ados• indicando-se
o valor da d efl exao
tipos de ·vegetação e lavouras, estradas e caminhos, divisas de sentiao D ('a dir . eita) ou e o seu ,)
' .. E (à esquerda) com
propriedades, natureza· dos terrénos como brejos, rochas, cursos al i· nhamento de rel açã o à dir eçã o do
f. ré (anterior) (Piq _)
uete n. º 8 do desenh
d'água, etc, enfim, tudo o que possa interferir com a linha. Quando 4.20). o da figura
')
o eixo da linha fica em meia encosta, com desníveis nos sentidos de
Os desenhos em alt .)
imetria e também
seus eixos transvers�is, o topógrafo deverá levantar mais dois Planimetria, são aqueles em
obtidos ligando-se .)
os pontos isolados lev
perfis de eixos auxiliares, um de cada lado e paralelos. ao eixo 'Calculados, lançad antados e
os no papel. Este tam
principal da poligonal, localizadas sob os eixos dos condutores · automatiza
bém é um trabalho que
já foi
'.J
do · em computador equipado com "pl ota ,)
externos da linha. Evitam-se assim erros de locação e fornecem-se Continuo. dor " gráfico
'.)
..J
',_)
)
l
Projetos mecânicos dás-linhas aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânic
os dos condutores

No método convencional, os pontos calculados por 237


distribuição resulta
nte seja a mais ad
qualquer meio são lançados sobre papel milimetrado, medindo-se as equada, sob o ponto
econômico, sem deixar de vista
de atender as
distâncias em escalas apropriadas e ligando-se os pontos por linhas 1 imitaÇX>es impost
segurança das l 1' nhas·. as pela
No primeiro caso,
contínuas. No caso do uso do computador, essas linhas são curvas o projetista dev
muito bem familiarizado, e estar
não só com·, a téc
matemáticas pré-programadas. A reprodução é feita normalmente em também com o comport nica a empregar, com o
amento mecânico dos
escalas bastante significativas, sendo as mais comuns 1; 2000 e linha. Experiência de v ár ios comp onentes da
- proJ. eto e se p ossív
1: 5. 000, para as distâncias horizontais, e 1:200 e 1:500, sao altamente deseJ'áv el tam bém de construção,
eis
. . Pac1e. nc1a e persist
respectivamente, para as distâncias verticais. As primeiras são indispensáveis. No ência são requisit
À •

caso da locação mec os


preferidas para linhas de maior porte e responsabilidade, e as anizada, além dos
bem estruturados ' e programas
. necessário que est
segundas para linhas de tensões mais baixas e de distribuiç�o. Um instruções .indispensáv es contenham tod
ei·s à obtenção de res as as
erro de �rafismo de ordem de 1mm nas cotas do terreno indicadas no . \ essencial uma boa ult ado s satisf atór·105. É
preparação dos
perfil, para quem está familiarizado com esse tipo de trabalho, é topográfico, dad os refe r entes ao perfii
com indicaçõ es

1-
a�eitável. No entanto representa, em realidade, 0,50m, quando _feito seguras dos
obrigatóri amente dev pontos onde
erão ser locadas as
em-escala vertical de 1:500, e 0,20m, em desenho na escala 1:200, _em que sua locação , estruturas e aqueles
e proibida . Rotina locais
Esses erros por si são, em ,linhas normais, muito maiores do que s de ot'1m1, zaçao do
suportes têm sido emprego dos
incluídas �O'S progra
aqueles que poderíamos atribuir ao uso da equação da parábola, bibliografia sobr e mas. Referimos o
o assunto [2,3}, par leitor à
conforme foi mostrado no Capítulo 3. a maiores informaçõ
es.

4.2.2 - Fatores que influenciam o projeto

1
,_ ,'----1·---.J_
! A. �'
O estudo da distribuição das estruturas sobre o perfil
. . ' B
... ...
destina-se a assegurar que os condutores, em época alguma da vida ! f MÁX 1
útil da linha, aproximem-se mais do solo, ou de obstáculos, do que
1 -·- - .
H

'o

1
o permitido pelas normas técnicas ou regulamentos de segurança.
Considerações de ordem -econômica, por outro lado, impõem que essas
,1/S,�1B1!
alturas não sejam excedidas, pois, isso exigiria um espaçamento
1
"' it ;;
menor ou alturas maiores que o.J suportes empregados, acarretando
_,, aumento de custos. o- aspecto topográfico do terreno atravessado , a - Corte tran
sversal
b - Corte longitud
�- �;
�s.
com morros e vales, também influencia a distribuição dos suportes e inal

rr.- pode contribuir para uma diminuição de custos através de seu

""�'
'-��
,) aproveitamento racional para uma redução em seu
número. A
ít 1-

1�·
''.,_., distribuição é feita, atualmente; por dois processos. O processo -,:c_:,:·.;6--
C_omo já foi menc
ll
"!.:-1',
convencional é gráfico, portanto manual. Computadores digitais são :-. -;;
,,;'-"·-de-
ionado, 0 método conven
cional do estudo
�r
iH t! igualmente usados para esse fim. Em ambos os casos, é preciso que a ':.;.-.,.�-· -
;;':�r
locação· dos suportes
esentaçao
- gráfica
é gráfic o. Para ta
· ·" nt o é necessária uma
f'',;
:��!�·
\!ik_
fiel dos cabos sus
pensos e dos suportes,
nas
�-
�)

)
J

Projetos mecânicos dasjjnhas _aéreas de transmissão


238 :��!latei ro dos projetos mécânicos dos condutores 239

mesmas escalas dos desenhos topográficos sobre os quais será ".de .u m número rá.zoável de imponderáveis. Estes são originados nos
efetuado o trabalho, como mostra a Fig. 4.1. Os suportes são ..111odelos matemáticos, nas características e propriedades dos
representados por segmentos, cujo comprimento representa, na escala ,�aateriais, nas técnicas de montagem e nos próprios processos de
)
-vertical do desenho topográfico, a altura H dos grampos de elaboração dos projetos.
)
suspensão dos cabos, sendo que a flecha fmax e altura de segurança
estão igualmente na mesma escala. A curva dos cabos deverá )
representar os cabos na condição de flecha máxima e determina, para
4.2.2.1 - Montagem dos cabos )
0 condutor escolhido, com o valor da componente horizontal da É durante a montagem dos cabos que fica assegurada a )
tração calculada para essa condição, a distância "a
11
, na escala fiel execução do projeto, que deverá ser baseado, não só nas )
horizontal dos desenhos, entre os suportes A e B. No Capítulo 3 foi condições teóricas já examinadas, corno também em seu cOmportamento J
a com
mostrado que
u
curva dos cabos, pode restrições, ser elástico, de díficil previsão.
Do �ratamente que os cabos recebem )
representada pela equação da parábola, pela qual, mantendo-se durante sua montagem vai depender o· seu comportamento futuro, em
J
a
constante tração, . as flechas se relacionam pelo quadrado da
relação dos vãos. Disso resulta uma forma de curva única para todos

virtude, principa'lmente, das alterações de suas características
J
�lásticas, que já se iniciam nessa fase. A familiaridade do
)
os vãos de mesma tração, como qcorre com os vãos de uma seção de projetista com as técnicas àe- trabalho no campo é, pois,
tensionamento, representável ·pelo "vão regulador_�. Foi mostrado fundamental, a fim de que possa incluir .seus efeitos nos cálculos,
)
igualmente que a curva é ainda a mesma quando os pontos de de forma realista.
)

1
suspensão são desnivelados. Portanto, a curva AOB da Fig. 4.1 é Independentemente das técnicas _de trabalho utilizadas, )
apenas um segmento de uma curva maior, válida para todos os vãos e que serão descri tas de forma suscinta_ a;) seguir, a fim de se )
contínuos de uma secção de tensionamento, nivelados ou não. Um obterem resultados satisfatórios, é importante durante a montagem )
dispositivo auxiliar de desenho, denominado "gabarito" é empregado observar os seguintes pontos: ,)

1
no trabalho gráfico de locação. Será construído especialmente para a - em uma mesma seção de tensionamento, todos· os condutores )
cada línha, com a forma de uma catenária ou de uma parábola, como é devem provir de um mesmo fabrica�te e, possivelmente, de um mesmo
)
mais comum, e cujos parâmetros são calculados em cada caso, pois é lote de fabricação, a fim de que, dentro das tolerâncias normais,
·\ )
necessário que a sua curva modele de forma mais fiel possível os lenham! 'também as mesmas características físicas,. mecânicas e
,)
cabos suspensos na linha. elásticas;
No caso da locação por computador, o gabarito não é ,)
b - Todos os cabos de uma mesma seção de tensionamento, e
empregado. A locação se faz com o uso./cia própria equação da curva. )
possivelmente em....toda ... a linha, deverão-receber··.o mesmo·· tratamento
Em mui tos projetos de Engenharia pode-se esperar um
no que diz respeito às trações a que são submetidos durante a
)
, )
lli\
elevado grau de concordância entre o projeto e o produto acabado,
montagem e suas durações antes de sua fixação definitiva, a fím de
pois os fatores intervenientes são bem definidos, modelos
provocar os mesmos alongamentos plásticos, observadas as instruções )
matemáticos razoavelmente precisos e as técnicas de fabricação ou do projetista a respeito. .J
construção não afetam os resul lados. O mesmo não acontece com os Os trabalhos de montagem podem ser considerados :J
projetos dos cabos das linhas de transmissão, devido à existência divididos em pelo menos quatro etapas, das quais as duas primeiras
J
.·,J
J
_)
•, res. 241
. ) S aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos conduto
Projetos mecánicos das JinhB
240
devem ser
o: desenrolamento tiveram de ser desenvolvidas. Nesse último caso, os cabos
em seu futuro comportament
têm influência marcante o; equipamento e desenr·olados de forma a ter contato somente com as ro
ldana s, cujas
o e flechamento; fixaçã
dos cabos; tensionament superfícies são revestidas de materiais mais moles
do que o
) acabamento. alu mínio, a fim de não m'arcá-lo .
")
() çamento dos cabos
a - Desenrolamento ou lan
j transferência dos cabos de suas

C) :t representado pela
a as estruturas das lin
has, nas quais
embalagens (bobinas) par tensionamento
,·)
'-- visoriamente, à espera de
REVESTI DA

deverão ficar suspensos pro


EM
NEOPRENE
e fixação definitiva. hos, ,, \
epe nde nte men te das téc nicas usadas nesses trabal
� Ind
de suspensão
é fundamental que o atr
ito dos cabos nos pontos
que irá facilitar seu des
enrolamento, bem l
prov:isória seja mínimo, o �
co mo �Sua dis tri bui ção nos div ers os vãos da seção
de tensionamento.
mesmas em que
l ·b - Para cabos múltiplos
altur s em que per man ece m sus�ensos devem ser as a - Para cabos simples
As a
to , roldanas
fix ado s def ini tiv ame nte. Empregam-se, para ,tan
ser ão
as roldanas são Fig. 4.2 - Roldanas para mo ntagem de cabos
cadeias àe isolado res. Ess
especiais, suspensas nas s [41 quanto a
ecificações ba stante rígida
construídas dentro de esp imento interno
ensões dos gornes, revest

\
seus diâmetros mínimos, dim tanto s gornes
seção de tensionamento tem,
Uma em geral, um
s. Cada roldana deverá ter
destes, e atrito no s mancai a cordoalha de
compriment o maior do que um lance o u tramo de cabo contido em cada
s por fase e mais um para
quanto s forem os condutore olamento dos bobina, de forma que será necessário desenrolar várias bobinas de
mos trá a Fig. 4. 2. Para o desenr
com cabos para completar a seção. Essas bo binas são, portanto,

1
tracio nam ent o, o
diferentes, dependendo
dua s técnicas
cabo s, são usa das
condutores por distribuídas estrategicamente ao longo da linha, de forma que a
de tensão e do número de
principalmente da classe ponta �d:s cabos de um lance encontre a extremidade do lance
condutores estão
pa dos trabalhos, os
fase. Durante essa eta o abrasão e seguinte, ao qual deverá ser emendada. Para seu desenrolamento, as
em suas superfícies, com

1
sujeitos a sofrer danos ncipalmente os bobinas são colocadas em cavaletes apropriados, com eixos de baixo
objetos /mais duros, pri
arranhões por atrito com em - tensões atrito, e equipados com algum tipo de freio, para que a quantidade
e ser evitado. Nas linhàs
cabos CA e CAA, o qué dev da podem ser de cabo que sai da bobina seja sempre igual à quantidade estendida.
) ._.,! 138kV), pequenos danos ain
relativamente baixas (até sões mais Nas linhas de até 138kV, o procedimento é relativamente
.) mes mo não acontece nas linhas em ten
tol era dos , mas o
normalmente um simples e, além das roldanas, pouco equipamento será necessário. A
efeito co rona constitui
.)
\! elevadas, nas quais o ponta do ca bo a ser desenrolado é amarrada a uma cordoalha de fibra
.) .i ,," problema, e quaisquer farpas
ou irregularidades nas sup
erfícies dos
para linhas vegetal ou náilon, tendo um comprimento no mínimo igual duas vezes
eflúvios de carona. Assim,
.) u cabos constituem fontes de de trabalho a altura da r o ldana mais alta; ''A ·essa cordoalha se aplica o esforço
técnicas mais rigorosas
.) de tensões extra-elevadas,
)
,_)
)
;'�·�-

-�:;!�!.{- deve
242 Projetos mecânicos des linhàs aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 243 )

1 de tração necessário ao seu desenrolamento, arrastando-a ao longo ser feito mantendo-se os cabos afastados do solo e de
)
)

rl
da linha até a primeira estrutura, onde a cordoalha será passada ,,,���; ��bstáculos, o que requer que sejam mantidos permanentemente
pela roldana, para guiar o cabo através dela. Feito isso, o ·�\�i::tracionados e que todos os cabos que compõem cada condutor múltiplo )
,,i 1 desenrolamento prossegue para as estruturas seguintes, onde é sejam desenrolados de uma só vez. -,Isso exige técnicas bem mais )
!
/ repetida toda a operação. A força necessária ao desenrolamento aprim oradas e equipamentos bem mais ·'C,�mplexos e sofisticados, a )
,1
I' começar pelas roldanas, que, como foi dito, devem ser de múltiplos
:,:...1!,1 poderá ser braçal ou fornecida por veículo capaz de trafegar na
faixa de servidão, ou mesmo por animais (bois, mulas etc). gornes.
)
!i )

'-i \
Durante essa fase, as precauções são as seguintes: Um cabo de aço ou de náilon de alta resistência,
.)
chamado cabo piloto, é desenrolado inicialmente, de forma
a - junto às bobinas, além do controle da quantidade de cabo )
convencional, · ao longo do trecho em que o lance de· cabos será
desenrolada, que não pode ser maior que o lance estendido, um j
estendido. Por meio de dispositivos especiais, em geral chamados
operário iaz um exame visual do cabo para verificar possíveis
meias para cabos, os condutores São fixados aos cabos pilotos. No J
defeitos. que assinalará, quando

""-;
ocorrerem, para posterior
caso de condutores múltiplos com o emprego de chapas )
c_orreção;
multiplicadoras (Fig. 4. 3). O cabo' ,.piloto será tracionado por meio )
b - como, nesse caso, os 1 Cabos nos vãos entre estruturas são
de um guincho especial, acionado por motores a gasolina ou diesel, )
arrastados sobre o solo, pr8cauções especiais sãq tomadas quando aí
conduzindo os cabos através das roldanas até o ponto previsto para )
existem obstáculos ou áreas mais duras (cercas, rnur-0s,' rochas etc),
que possam danificar suas superfícies. Empregam-se, geralmente para 'i sua ancoragem provisória. )
transpô-los, cavaletes de madeira sobre os quais deslizam os cabos.
)
CABO CONDUTOR
)
Terminado o desenrolamento do primeiro lance de todos
FREIO
J
os condutores, eles devem ser tensionados a um valor próximo BOBINA DE
CJ..BOS
DINAMOME°TR!CO

daquele com os quais serão ancorados, nas condições de temperatura )


existentes, empregando-se para isso ancoragens provisórias no solo. J
Evitam-se, assim, acidentes com os cabos deixados sobre o solo. )
Terminado o desenrolamento do segundo lance, efetuam-se as emendas -' \ )
DETALHE A
dos cabos e procede-se tensionamento desse segundo lance nas mesmas ,)
/
condições, usando-se novamente as ancoragens provisórias. A partir
CABO PILOTO
)
desse momento, a primeira ancoragem torna-se desnecessária, sendo ,._ ,_ )
os dois lances mantidos suspensos pela segunda. Procede-se assim, )
sucessivamente, até que a estrutura de ancoragem seja atingida e
)
mesmo ultrapassada. Uma ancoragem provisória levanta o último lance
! .)
e sustenta as demais, até seu tensionamento e ancoragem i
; )
definitivos, que podem ser iniciados em seguida.
Nas linhas em tensões extra-elevadas, o desenrolamento Fig. 4.3 - Desenrolamento de cabos por meio de cabo piloto
)
)

)
244 Projetos mecânicos das !lh'has ·Béréas de trarismíssão -Rote iro dos projetos mecánicos dos condutores 245

cilindros, cuja velocidade pode ser controlada por um sistema


Os cabos, ao sairem das bobinas, passam através de desempenho das linhas. Diversos fatores, fora do controle, tanto do

,hidráulico e equipado com dinamômetro, para controle da tração nos


projetista como do condutor, dificultam a obtenção de valores

mesmos, mantida constante e igual aos valores prefixados em fase de


:.-f0'?":reais, de flechas e trações, iguais aos previstos em cálculo.

projeto (correspondendo em geral a 50% da tração de flechamento), a


Citamos a.seguir alguns desses fatores '[S,6].

fim de assegurar a manutenção dos cabos a determinada altura sobre


As equações usadas para descre�er um cabo suspenso são

o solo. Ao término da cada lance, os cabos são ancorados


a catenária e a parábola. Em ambas admite-se que os cabos são

inelásticos e flexiveis. No caso da catenária, admite-se que a

lance seguinte, aos quais são emendados. A eliminação da ancoragem


provisoriamente ao solo, à espera das extremidades dos cabos do distribuição de seu peso é uniforme ao longo da curva do condutor,
enquanto que na par.ábola se considera o peso distribuído
provisória ocorre então mediante um tensionamento dos cabos· na uniformemente ao longo da projeção horizontal da curva. Ambas
ancoragem t/provisória seguinte, quando o excesso de cabos deixado \ � hipóteses são incorretas. Os condutores são elásticos, além de

r
para a emenda é recolhido, e os dois lances deixados com a mesma possuírem ··um certo grau de rigidez;-. o que faz com que haja um
tração. E assim sucessivamente. Nesse tensionamento, pode-se deixar efeito de viga nos pontos de suspen.sã.o, _principalmente quando forem
os cabos com as trações calculadas para a temperatura ambiente Usadas armaduras antivibrantes ou grampos armados (Fig. 4. 4). Em

l
vigorante, o que virá facilitar seu tensionamento definitivo, vãos ancorados, o efeito do peso dos isoladores das cadeias de
nivelamento e ancoragem. tensão afetám igualmente os valores das curvas (Fig. 4.5).
A inspeção dos cabos à saída das bobinas é importante, Os condutores são fabricados com uma tolerância de peso

q:,m!? também o é um eficiente sistema de telecomunicações entre os da ordem de± 2% e, em seu diâmetro, de± 1%, sendo que ambos têm

dive·rê,OS pontos onde os trabalhos se desenvolvem·, pois, na ausência influência direta nos valores das trações ..- Uma vez que essas

âe�ie, devido aos valores elevados de tração envolvidos, problemas, variações podem ocorrer ao longo de um mesmo vão ou vãos
adjacentes, pode-se esperar diferenças nos valores das flechas
por menores que sejam, poderão acarretar graves inconvenientes e
reais e das calculadas.
danos a equipamentos e estruturas das linhas e mesmo pessoais.

b - Tensionamento e flechamento
;\
Após o lançamento e seu; ténsionamento preliminar, já
descrito, o cabo deve ser tensionado definitivamente. Nessa
r--���-E���-----j-��t--�-+-���--'E'------��---il

! 1
operação, a tração nos Cabos é ajustada aos valores calculados para
a temperatura vigente no momento e constante das tabelas de
tensionamento. Em vãos isolados ou seções de tensionamento de uns
º
poucos vãos, essas trações podem ser medidas d-iretamente com
dinamômetros. Normalmente, no entanto, esse controle deve ser feito
···�������,

Fig. 4.4 - Armadura antivibrante de vergalhões paralelos


indiretamente, da forma que será exposta, através da medida das

1
flechas. É uma operação considet-ada critica para o futuro
'./
Projetos mecânicos das linhas aéreas de trans missão
246 ..-
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutOfes
247 )
Esses· termômetros são sempre localizados ao )

______
8 alcance dos
que efetuam a medição das flechas ou das trações
e não

-------<
•O A

?______ _
presentam, necessariamente, a temperatur:-a de todo o trecho que
está sendo nivelado, cujo comprimento ·pode ser muito grande, até
de 10km, no qual as condições de V�tilação e insolação
Curvo dos cobos sem o efeito dos code1os de ancoragem
dos
podem variar, afetando também sua temperatura. Por essa razão
também em virtude do atrito existente nas roldanas, é conven
iente
fig. · em tensa-o em vãos continues
4.5 - Efeito de cadeia que a regulação em seções de tensionamento muito longas se
faça em
aais pontos, espaçados no trecho, e com as temperaturas medidas
em )
Um dos problemas mais· cri· t1· cos e· representado , pela cada um deles.
� Os '_)
dificuldade na deterr.iinação das temperaturas dos cabos, tanto na gabaritos de locação das estruturas

'1
são
confeccionados com as curvas correspÔhdentes às máxim )
fase de projeto como também na hora de seu tensionamento. Para as flechas de
ef-eito de projeto, exceto para a
· ·o_ da flecha máxima,
determ1naça
projeto, decorrentes das temperaturas calculadas
da forma exposta )
_
como foi previsto no Cap1·tu 1 o 2 ., trabalha-se com temperaturas do ar
no Capitule 1, considerando-se a atuaÇão simultânea
do efeito da )
,
estimadas por processos probabilísticos a partir de séries de
cor,rente, do sol e do vento. )
Esses
valores são adotados, mesmo sabendo-se que )
valores medidos. Para o f 1 echament o dos Cabos· é . necessário um
melhor conhecimento das temperaturas dos mesmos, o que se consegue condições climatológicas mais desfavoráveis podem
ocorrer, >

·,
- inclusive coincidentemente com correntes maiores
através de mediçoes, cuJ·os valores são apenas aproximados (± 5 °C). do que as nomínais )
(ocasiões de contingências no sistema). Quai;p ·"- '
Para a sua medida empregam-se vários métodos, sendo usados no quer acréscimos nas

{
)
flechas prevístas são, então, absorvidos pelas altur
Brasil principalmente dois deles: as de
segurança. )
medida com termômetros de contato, que podem ser fixados aos _)
As
tabelas de tensionamento dos cbndutores são
l · de saPatas
cabos a serem nivelados por meio abraçadeiras
e preparadas considerando-se total ausência ,)

li
de vento. Este, no
de .mesmo materia
· 1 e que após determinado tempo, por entanto, não deixará de estar prese
nte, com maior ou menor )
condução, atingirão a sua t emPeratura que termômetro
o 1ntensid�de, nos diversos locais ao
longo de uma seção de )
indicará. o termômetro poderá ser convencional, com seu tensionamento, concorrendo para aumen
! tar ainda mais as divergências '>
bulbo inserido em alojamento feito em uma das sapatas; entre resultados do campo e dos proje
tos. . )
- a temperatura é rriedida por termômetro inserido no interior As técnicas desenvolvidas para os cálculos dos cabos
em .)
de uma amostra, de cerca de lm de comprimento do cabo� ser vãos contínuos e para seu tensionamen
to nesses vãos, partem da )

'..·, ;.i1·
nivelado, e da qual foram retirados alguns fios das camadas premissa que as roldanas, nas quais os
cabos permanecem durante o
�- seu tensionamento, possuem atrit J
internas para seu alojamento. Essa amostra de cabo será o nulo. Assim, as flechas nos

ij1 exposta às mesmas condições de sol e vento que os Cabos da diversos vãos da seção de tensi
onamento se distribuiriam de acordo
J
l linha, pelo tempo necessário para as temperaturas se COlll as relações dos quadrado� dos
vãos. Roldanas novas, de boa
)
í igualarem. qualidade, em perfeito estado de conser )
vação, aproximam-se bastante

�-
---- -- --
----- --
------ ----- - )
Projetos mecânicos das finhas_"aéreas. de transmissão flD(eÍrD dos projetos mecânico.s dos condutores- 249
248
uso e em decorrência do uma técnica de tensionamento através da qual
dessa condição; porém, após certo tempo de
em no campo, podem durante· a fase de montagem, provocar o máximo do
tratamento nem sempre delicado que receb
que a distribuição das previsto, deixando-se o restante para ocorrer
� apresentar atrito considerável, fazendo com
menores nos vãos do É a técnica que se ·convencionou denominar de
flechas nos diversos vãos seja irregular. Serão
roldanas defeituosas. pré-tensionamento dos cabos. '·
lado da tração e maiores do outro lado das
é fácil, deveriam ser O pré-tensionamento consiste em submeter os cabos,
Estas, sempre que localizadas, o que não
de seu flechamento e ancoragem, a trações maiores do que
substituídas.
Quando as linhas atravessam longos trechos em declive, foram calculadas para as temperaturas de flechamento, durante
tram nas roldanas, intervalos de tempo preestabelecidos, provocando alongamentos
após seu lançamento e enquanto os cabos se encon
lar nos vãos mais permanentes que ·não mais ocorrerão e que não precisarão ser
estes têm tendência a deslizar e a se acumu
o os vãos mais \ compensados nos projetos das linhas, resultando em flechas de
baixos, lfue apresentarão flechas maiores, ficand
ra é conseguida por locação menores. Também emprestará aàs cabos períodos de fluência
altos com flechas menores. Uma substancial melho
dos cabos nesses trechos, nula, quando destensionados, como foi v1sto no Capítu�o 2, o que
sucessivos tracionamentos e relaxamentos
de suspensão, cujas faci 1 i ta os trabalhos de flechamento. Os valores das trações de
na hora de fixação dos condutore.s aos grampos
inclinadas para o lado pré-tensionamento, como também suas durações, variam e devem ser
cadeias de isoladores devem sei levemente
especificados pelo projetista. Este também especificará as trações
mais baixo da linha [5,6] (veja também o Capítulo· 3·).
No Capítulo 2, foi exposto que o comportamento dos àe desenrolamento e espera, bem como a duração para essas
elás1ticas e da operações, pois· nesses intervalos também ocorre fluência e que
cabos das linhas depende de suas características
as mesmas. É nas t?mbém não precisa ser compensada.
influência que o seu t,.,.11sionamento exerce sobre
o que grande Bons resultados tem sido obtidos com pré-tensionarnento
primeiras horas em que os cabos permanecem sob traçã
Suas causas são com trações iguais àquelas qu_e foram calculadas ou especificadas
parte das deformações plásticas irá acontecer.
nas diversas para a condição de máximo carregamento, de curta duração.
devidas à acomodação geométrica dos filamentos
Enquanto que as Traciona-se os cabos das três fases ao valor da tração de máxima
camadas, ao encruamento, e aos efeitos da fluência.

1
trações, a última carga, valor que pode ser controlado por dinamômetros, deixando-os
duas primeiras dependem dos valores máximos das
que permanecem com esSê\valor de tração por cerca de meia hora. Reduzindo-se a
.�
depende tanto dos valores das trações, do tempo em

l
No exame feito, tração ao valor da tração de desenrolamento, repete-se a operação
.) sob tração, como das temperaturas dos cabos.
pondentes à anterior, efetuando-se o flechamento em seguida, ao ser reduzida a
mostrou-se seu relacionamento mútuo. As trações corres
�·
naturalmente na tensão. Esse modo de operar ajuda a distribuição dos cabos pelos
condição de máxima carga em uma linha não ocorrem
.) sua entrada em di�ersos vãos, compensando os atritos nas roldanas. Para o
montagem e dificilmente nos primeiros meses após
.) serviço, podendo mesmo não ocorrer durante sua vida útil,
caso em pré-tensionamento, é necessário o emprego de forças de tração
) da. Por outro relativamente elevadas, com emprego de equipamentos de capacidade
que a deformação prevista em projeto não seria atingi
.ências, a elevada. É, além do mais, consid_erada um_a operação perigosa, pelo
.J lado, é possível acelerar, como mostram as experi
.J deformação devida à fluência, conseguindo-se uma deformação que, e"m geral, só é feita em �abas de bitolas não muito grandes,

l
Essas considerações levaram empregando-se trações máximas· da ordem de 5.000 a 6.000kgf, com
.) posterior menos acentuada.
equipamentos portáteis .
.)
\CJ
Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão 'Yfoteiro dos projetos mecánicos dos condutores 251
250

�e-se a tração axial dos cabos. Deve-se, neste caso, ter


Em linhas com cabos múltiplos e diâmetros maiores, por·
0

este motivo, prefere-se empregar o pré-tensionamento


parcial, :_,cu:idado de se fazer a ancoragem provisória de tracionamento em um -)
e _·ponto distanciado da estrutura de ancoragem, em torno de meio vão
contentando-se em obter urna estabilização dos cabos durant urn )
suficiente para a realização das operações de regulador; ponto em que a tração corresponderá aproximadamente ao
período )
durante as valor da componente horizontal da tração'calculada. O dinamômetro
tensionamento. As trações a que os cabos são submetidos )
seguem, são, indicará a tração naquele ponto;·-Esta, não se,·.transmite--a todos os
operações de lançamento e os períodas de·espera que se )
em geral, suficientes para esse fim. Dependendo da capaci
dade dos vãos devido ao atrito inevitável das roldanas, sendo tanto menor
o e do quanto mais afastados estiverem do ponto de tracionamento. Este )
equipamentos disponíveis, pode-se, antes do tensionament
a valores método é aconselhado apenas para vãos isolados, ou, no. caso de vãos )
nivelamento, aumentar suas trações, por tempo limitado,
contínuos, a sec·ções de tensionamento de no máximo quatro a cinco )
mais altos, conseguindo-se uma maior parcela da deformação
,, \
permanente a�tes da ocorrência das máximas cargas.
vãos [6]. A capacidade máxima do dínamômetro não deverá exceder
',
)
Existem muitas objeções ao pré-tensionamento, pelo muito a tração a ser aplicada, para nã� dificultar a avaliação dos .)
uma valores entre as divisões das escalas. Os dinamômetros, quando
aumento no custo da montagem que envolve. Porém representa .)
eventual necessidade de ·'usados, devem ser aferidos periodicamente.
razoável segurança contra uma )
ão essa A medida das flechas por processos ópticos se processa
retensionamento dos cabos, em prazo maior ou menor, operaç )
com o uso de um teodolito ou taqueômetro. Não há propriamente
muito mais dispendiosa. )
As tabelas de tensionamento deverão ser calculadas limites quanto ao número da vãos que podem ser tensionados
simultaneamente por esse método, independentemente da natureza do
)
o
considerando-se o seu efeito, ,,a fim de que as flechas,\ durante
para terreno e do atríto nas roldanas, desde que 0' controle das flechas )
tensionamento e nivelamento, sejam menores apenas o suficiente
da linha. seja feito, simultaneamente, em diversos vãos de controle, )
poderem crescer até o valor final previsto para vida útil
Alguns projetistas e construtores preferem, no entanto, distribuídos no trecho, um a cada cinco ou seis vãos. Isso requer )
deixar de considerar as deformaçães que ocorrem durante o período
um eficiente sistema de comunicação e pessoal habilitado no uso de )

1
m instrumental topográfico. )
de lançamento dos cabos e durante o período de espera, e calcula
sido Os vãos que forem escolhidos para controle das
as deformações totais que o cabo sofreria se nunca tivesse )
o
/\
flechas devem ter valores mui to próximos ao do vão regulador da
submetido a um tensionamento. Nessas condições, as flechas no J
!

estado final serão, na realidad;, menores do que as calculadas e secção e, de preferência, pequenos desníveis. Havendo na secção que
)
usadas para a locação das estruturas. Aumentará a certeza de que as está sendo tensionada vãos muito pequenos ou muito grandes (menores
)
alturas de segurança serão · respeitadas-, porém haverá uma penalidade ou maiores do que respectivamente 50%---·ou· 150% do vão.,·regulador),
i ..
j
econômica, pois o custo das estruturas será maior. estes deverão merecer atenção especial e conforme as condições
,i locais, ancorados. )
O controle das trações e flechas nos cabos por ocasião
'

'1' )
\' da sua ancoragem pode ser feito por dois processos:
Foram desenvolvidos diversos métodos para o controle
- dinamômetro; das .flecha_s por processos ópticos. O método mais comumente usado é j
. -i

i1 medida das flechas por processos ópticos. aquele· que exporemos suscintamente, aplicável igualmente a vãos )
nivelados e desnivelados.

\1
No primeiro método, com o auxílio de um dinamômetro, )
'.)
)
de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 253
. . ·cos das Jinhàs aê�eas
ProJetos mecan1
252
figura operador verificar que os cabos tangenciam a linha visada, os
trole representado na
Consideremos o vão de con condutores estarão tensionados no valor desejado. O inconveniente
condições de
o va lor da flecha f' nas
4.6, p ara O qual conhecemos das flechas. desse método reside no fato de que o operador deverá se acomodar
momento do ajuste
temperatura vigorante
no
sobre a -estrutura, nem sempre em situação muito cômoda para um
eta com estádias,
trabalho, de uma lun
Necessita-se, para esSe er fixado às trabalho tranquilo.
men te hor izo nta is, e de um alvo que posSa S

1
principal 2 - A linha de visada é qualquer uma. Em geral, fixa-se ou a
estruturas da linha. conforme se distância da luneta ou a distância do alvo aos pontos de suspensão,
ser empregados,
Dois processos podem calculando-se a outra distância da luneta ou a distância do alvo
verifica pela figura 4.6. aos pontos de suspensão, calculando-se a outra em função do valor
· vertica l
· t�anc1a
a uma mesma d1s
a-s e o alv o e a lun eta da flecha deseja.da.
1 _ Fix , de forma
!'J de suspen são dos cab os na própria estrutura \ Demonstra-se que, com razoável aproximação, vale [5,6]
dos pontos da curva. Se
lin ha de vis ada sej a paralela à corda
que a cha f, quando o
ermos ess a distân cia igual ao valor da fle (4. 1)
escolh

-�!
-- -
B
da qual podemos obter, se medirmos o valor de E

T
2
D = (2v'f - vE) (4.2)
'�

\J Esta expressão poderá ser usada sempre que a relação

'l
f

.J entre as distâncias D e E não for maior do q�� dois.


1 ALVO

.J VISADA
Nesse caso, a luneta poderá ser montada a uma altura
que permita ao observador operar desde 6 solo, portanto em posição
'-.) Âc
mais cômoda e segura. Não cabem, no presente texto, maiores
�)
1
B
detalhes sobre as técnicas de operar, bem corno sobre a fórma de
,J a)

·�
compensar os erros inerentes, pelo que referimos o leitor à
.) A
-'
bibliog Í\afia indicada [6, 7], na qual se discute igualmente o
critério a ser usado na escolha dos vãos a serem escolhidos para o
_)
D
f controle das flechas.
-1)! ALVO

'ir.,
LUNETA.
LINHA DE VISADA 4.3 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CABOS
'-- .- , ·) ..

iniciais deste capítulo, foram

�· 1
·� :\;: Nas considerações
b) indicadas as partes de que se compõe o projeto mecânico dos cabos.
de flechas Atravé's de um exemplo �oncreto, que será desenvolvido,

l _}
,. Fig. 4.6 - Método de ajuste óptico a e 1 a à corda da curva
1

lj a _ Linha de
b - Lin ha de
vis
vis
ada
ada
par
qu
1
a lquer
procurar-se-á mostrar os procedimentos habituais à realização do
p ·
1!'

)
ssão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutóres
linhas aéreás de transmi
Projetos mecânicos das )
254
to, um b - escolher, entre as hipótes es de cálculo, aquela cpie
co nstituir, dentro
das limitações deste tex
trabal ho. Dev erá orientará os cálculos , conhecida como "condição regente·
s pontos em
tnfase será dada àquele
. 1
eir o par a a sua realização. do projeto ;
rot
ista s ão fundamentais.
que a s decis ões do projet os de e - estimar o vão básico para o cál.culo da curva que deveré.
a altura, que os projet
t oportuno lembrar, a est ser usada para a locação dos supô�te
de transmis são em ' s.
· · l e aqueles das linhas
engenharia em gera, procedimentos e
por normas técnicas de
particular, são regidos ticulares das 4.3.1.1 - Escolha da condição regente do projeto
vez e tam bém por normas ou padões par
muitas s
palmente em
)
eta · ria das li'nhas. Se forem conflitantes, princi
propri ecer. Ao Conforme foi visto nos capítulos anteriores, mr..:. )
ça , aquelas devem preval
s

stõ s rel aci ona das com a s eguran


que
do projeto, devendo
e
hipótese de carga define um "estado dos cabos", pois ela relacio:-,:. 1
jet ist cab e a res pon sabilidade pelo s ucesso '· \
pro
isso c om o seu bom valores de trações, temperaturas e _de carregamentos. dos cabos, e·.: )
a
� ões corretas . Conta para
estar apto a tornar decis seja, seus três parâmetros. Conhe c ido_ ou especifi ca do um "estadc···.
profissional. )
senso e a sua experiência pode-se determinar um novo "estado", des de que se especifiquer.: cio:.:: }
de s eus parâmetros. Para tanto podemos aplicar a "equação .'.:.:.
'

s
4.3.1 - Elementos básico mudança de estado", como foi exposto no capítulo 3. Nesse mestt.:
)
de capítulo mo s trou-se também como variam as trações nos cabos, e:.
o mecânico do s ,condutores
Antes de iniciar O projet
)
função dos vãos, calculadas para um novo "estado", defini do por
avés _ d e estudos e
g,,,:,:.

inidos e preparados, atr )


uma liriha, já for am def temperatura e carregamento a partir de um "estado inicial".
ensáveis ao seu
seguintes itens indisp )
trabalhos prévios, os Sejam, por exemplo, duas hipóteses de cálcu.:.�
desenvolvimento: aplicáveis a uma linha, que deverá ser construída com cabos CJ..A �· )
os condutores, por fase;
número e bitolas dos cab 2/0 AWG (6Al + lFe): )
dos cabos pára-raios;
- número, tipo e diâmetro das na 4756,2N .)
ruturas a serem emprega 1� hipótes e: - Tração máxima admissível: To1M
tipos e dimensões das est )
(TOlH = 485kgf)
linha; o das
neces sárias à formulaçã - Temperatura: t1 = 20°C, sem vento )
co ndições meteorológicas
- Peso do cabo: p1 = 2,6703N/m
el·ra vista na capítulo 2;
)
hipóteses de carga, da rnan pectivas
antas e perfis ) com as res (p1 = 0,2723kgf/rn) .)
desenho s de topogtI ar·ia (pl 7923,73N
2� hipótese: - Tração máxima admissível: To2H )
cadernetas de campo.
(To2H = 808kgf)
uintes decisões:
Cabem a o projetista, as seg Temperatura: t2 = 10°C, com vento
an do cada um
a - formulação das hipote · ses d e ca'l culo, associ .)
máxima - Peso do cabo e sobrecarga: p2 = 5,535N/m
dos a uma solicitação )
dos carregamentos consi dera (p2 = 0,4644kgf/rn)
ada com base na experiência, <J
aceitável. Esta é fix as ou
ecificado nas normas técnic Apliquemos. i nici�lmen te a equação da "mudança cie
res peitando O que está esp .1. .)
aplicáveis; estado" (Eq. 3. 79), usando n� ..seu primeiro membro os parâmetros da
regulamentos de segurança .)
,)
J
J

Roteiro dos projetos mecânfcos dos condutores


transmissão
das Hnhà; aé;�as de
Projetos meca• n ,·cos
deu origem à curva 4, a primeira hipótese foi escolhida "condição
para di versos
256
valores de To2
ese e calculemos segunda h i póte
se • regente" e no segundo, que deu origem à curva n. 3, a segunda
05
Prim eira hipót
e

t2 e pz da hipótese é que foi eleita regente. A figura 4.7 mostra, outrossim,


empregand o nto
valores de v
ãos'
cabos sob a ação do ve
o val or es das traç s dos
õe que para vãos menores do que 243,00m a ·primeira hipótese pode ser
encontran d
da figura 4.7.
05

ua is foi tr açada a curva 4 escolhida regenté, pois, quando a linha operar com o carregamento

�������::=-
co m os q
Ó S CK g f l "" AX IM D CA R R E G A M E N TO
C 2ló! HIPÓTESE\
especificado, não haverá trações maiores do que aquelas
.:�A�:�E�� ������2._'����
O D
'."_':'""�:��:_�������:�:���
D1CÃ
1a\Kgfl CON
26 0
Tmóx' 2s
CÂO REG
ENTE - \'i!' HIP
ciTE SE especificadas. Para vãos mai o res ocorrerá o contrári o , pois as
CONDI
VENTO_
2400
2 trações calculadas ultrapassasm em valor esse limite. Neste caso, a
segunda hipótese deverá· ser a "condição regente", pois as trações
22
. ,2'!HlPÓTESE
00.:1
A+ 20� C SEM VENTO - CONDlCÃO REGENTE
S.õ'-''----
2000\

1 ªºº"'1 �- .<e___llc-''.c'
'...-'"!''"'P'.(0'.'T�E.;, serão maiores, portanto inaceitáveis, para os vãos menores do que
D!CÂ'?__ OE M Al
� � � E!! �
AC AO
O
ouR
- ·'· - C
e Kg'· .E<s-
oR
5 4 7-'-
16004L---T�m�o�·,�·-' ���
N

CM - QR\OLE ,, \.243,00m. Esse vão recebe o nome de "VÃO CRÍTICO" da linha.


Q A ��6 4 00
CABO CA
l 4oJ\
Desenvolvendo o mesmo exemplo, nas mesmas condições
meteorológicas e de carregamento para um cabo de biteia e
1 200'\

\ !00·� 19 Hl pÓTESE
O RE GENTE
ººº c OM V E
NTO - co
NOlCÃ
2 11 H1PÓTE
5El cnmposições diferentes, como o cabo CAA (código ORIOLE) de 210,28
REGAM. (
1
MÁXIMO CAR
900�
CONOICÁO OE mm .(336,4kQ1) de 30Al + 7Fe, observa-se pelas curvas n. 0 1 e n ... 2
) soo;
da Figura 4. 7, que nenhum vão critico ficou definido. Porém, para
4
1 qualquer valor de vão, a tração na condição de carregamento máximo
7QO.J
SE l
QURACÃO l 19 HIPÓTE
3 D1CÃ0 OE MAIOR
485CK9fl - CON
600-\
() 500-l TRACÕES A 20ºC SEM VENl'O CONDICÃO REGENTE 2" HIPÜTESE nem mesmo atinge o valor de 25281,41N = 2578kgf quando a primeira
..) hi�ótese for regente. M6stra, outrossim, pela Curva n. 2 que, se a
:::1l
0

segunda hipótese for co nsiderada regente, para todos os vãos as


mJ
CRITIC O ·243t
') VÃO
N'l 210 AW G

trações serão maiores do que as máximas admitidas (15170,81 N =


;)
1547kgf) para as condições especificadas em primeira.hipótese. Não
<) 'º' 200 300
vãos
as tr ações
em função dos há, neste caso, um vão crítico e a primeira hipótese será regente.
:_) fig. 4. 7 -
Va r 1a
. -o
ça d
regen tes
e das condições trada de
O vão crítico pode ser determinado através de expressão analítica,
) cá lc ulos, invertendo a en derivactaiàa equação da mudança de estado.
Se repetirmos
·1 hipótese agora
os
p ar âm etr os da seg unda A equação da mudança de estado (Eq. 4. 3) tamb m pode
o' is1 é os
ros da primeira
dados na equaçã

:i,
é
Com os parâmet
'-'./ transformados em
To1, t1
, e pi,
s das trações d
os ser escrita para duas hipóteses de cálculo i e j, na forma:
de te rm in aremos os valore .
e de va os
2 2 2]
t2 PJ _ . pi
transformados em ersos va l ores
.p2,
(4.3)
ToJ - To1
ra os div - cn(tJ - ti)+
ES
_
24
a [
o do vento, pa sta 2 Toi:2
s em o ef eit figur a. · Ne - ToJ
cabos, va n. 3 da mesma
·: • em à cur º
_, i dando erig primeira
, \ considerados, mi tes m áxi mos de traç-ao em
igualll)ente os li da qual poderemo s tirar o valor do vão a se fixarmos valores para
figura 4. 7
�j estão indicados
(485kgf) e em se
gunda (808 k gf l hip ótese s. Um exame da
responde um úni
-
co vao de 243, 00
m, To1 e ToJ. Sejam To1 = T1M a tração máxima na primeir_a hipótese de

· j.
res co r
mostra que ª amb
valo cálculo, e ToJ = T JM a tração máxima na segunda hipótese, às quais
os e 3 cortam,
ssa em q as curvas 4
bs ci ue
e que correspondem os carregamentos p1 e pJ. respectivamente. O vão
definid o p ela a primeiro caso,
·- �'
as r et as de TolM e To2M, No
respectivamente
·;
' .1

\J
.r · · Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 259
1
Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão
258 1
encontrado será então o vão crítico, pois será o único vão para o Exemplo 4.1
qual as trações correspondem aos limites máximos admissíveis.
Te:::remos Verificar, pela Eq. 4.4, o valor do vão crítico das )
TJH - TIM linhas que empregam os cabos CAA que dera� origem as curvas 1, 2, 3 l
24 "t(tJ - t,) + e 4 da figura 4.7.

( �:. r
SE
acr (4.4)
)
)
Os vãos isolados ou reguladores menores do que acr
)
terão a condição correspondente a TiM como regente, e os vãos Solução:
)
maiores que acr terão TJH como regente. a - Linha c�m cabo CAA n, c 2/0 AWG - 6Al + 7Fe
Dados: Tração máxima na condição i: To1M = 485kgf )
Para que fique definido um vão crí tice, é necessário \ Peso unitário do cabo: pi = 0, 2 723kgf/m )
que a equação precedente forneça um valor real e positivo, caso Coeficiente de dilatação, térmica: cxt=is 38.1Q- 6 cC- 1
Módulo de elasticidade: E= 6.820kgf/mm 2 )
contrário não há vão crítico, como no caso do cabo Oriole. Tanto o Área da secção transversal: S = 78,63mm
2

numerador como o denominador da Eq. 4.4 podem ser positivos ou Peso unitário com sobrecarga: p1 = 0,5644kgf/m )
Tração máxima na condição j: ToJH = 808kgf )
· negativos. O vão crítico existirá s�· ambos tiverem o mesmo sinal.
Temperatura na condição i: t1 20cC
A Tab. 4.1 [8] mostra ,,como interpretar a Eq. 4.4,· para Temperatura na condição j: tJ = lQcC )
duas hipóteses de cálculo genéricas i e j:
Substituindo esses valores na Eq. 4.4, ter-se-a:
TABELA 4.1 - VERIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO VIGENTE PELA EQ. 4.4 )
808 - 485 )
SINAIS 24 18,38·10-•oo - 20) +··
VÃO CRÍTICO CONDIÇÃO REGENTE acr
78,63·6.820
DENOMINADOR 2 )
NUMERADOR 0, 2723
Para valores de vãos me- 485 ] )
nores do que acr, a con- )
dição regente é i

,
+ +
)
Para valores de vãos rnai
ores que acr, a condiçãO 10.044,57·10-6
/\
acr
6 243m )
regente é j + 0,17·10-
EXISTE
/

Para valores de vãos me-


nores do que acr, a con- )
dição regente é j
- - b - Linha com cabo CAA 336 400 CM - 30Al + 7Fe (Oriole) .)
Para valores de vãos mal Tração máxima na condição i: To1H = 1.547kgf
ores que acr, a condiçãO Peso unitário do cabo: p1 = 0,7845kg/m .)
regente é i 6
Coeficiente de dilatação térmica: cxt =16,75·10- 1/°C
Módulo de elasticidade: E= 6.609kgf/mm
2 )
Para qualquer valor de Área da secção transversal: S = 210,28mm2
+ - vão a condição regente é )
NÃO a condiç�o i Peso unitário com sobrecarga:· pj = 1, 135kgf/m
. Tração máxima·.na .-cond-ição j: ToJH = 2.578kgf )

1
EXISTE Para qualquer valor de Temperatura na condição i: t1 = 2QoC
- vão a condição regente é ,__ )
+ Temperatura na cOndição j: tJ = lOcC
a condição j
r;
260
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
-1 Roteiro dos projetos mecânicos dos condutor�s 261

Substituindo na Eq·. 4. 4 os valores acima, escolhido., gráfico ou computador • exige que a forma da cu rva dos
cabos fique bem definida. A Figura 4.7 mostra como as trações dos
cabos de uma linha, calculadas com a m�sma condição regente, variam
6 2.578 - 1.547
24 16,75·10- (10 - 20) + 210,28·6.609 de acordÔ com o valor dos vãos. As 'f�echas, por sua vez, sa- 0
ac, 2 2 ...,
1,135 ] - [ 0,7845 ] diretamente proporcionais aos quadrados dos valores dos vãos e
[ 2.578 1.547 inversamente proporcionais aos va 1 ores das trações. Portanto, para
um mesmo vão• com trações diversas, t erernos flechas diferentes,
conseqüentemente, curvas
. d e f armas diferentes, conforme se pode ver
6
+ 13.778,76·10- pela Figura 4.8a. eom t raçoes constantes, as flechas variarão entre
6
- 0,07·10- si, de acordo com o quadrado da relação entre os vãos. A curva no
\
entanto, será a mesma (Fig. 4.8b), co�o ocorre nos diversos vãos de
uma mesma secção de tensionarnento.
acordo
O resultado indica que não há vão crítico. De uer
de cálcu lo i será regen te para qualq
com a Tab. 4.1, a hipótese
valor de vão. k, além
Se for formulada mais uma hipótese de cálculo,
carga de maior -dura ção e a de carga max1m a, como
das hipóteses de qÚe se verif ique
por exemplo aquela-de flecha mínima, é neces sário
se faz· pelo mesmo
1
a possibilidade desta se tornar regente, o que
processo, comparando-sei e k e- j e k.
1

1,
condição
'Í if2!i 2
' 1
regente,
o vão crítico define a
1
1

I·,11
T
isolado ou de uma
independentemente do fato de se tratar de um vão
secção de tensionamento inteira, representada por seu vão

-------.,,-'-------,
ente valores muito
regulador. Pode ocorrer que wna linha apres 1·,

]1
'

es de tensionarnento,
diferentes de vãos reguladores de suas secçõ
então necessário que
maiores e menores to que o seu vão crítico. t
cada caso, como se
se adotem condições regentes diferentes em
os vãos crítícos,
linhas diferentes fossem. Vãos menores do que - ---��::...._
tensionamento, serão
ladeados de vãos grandes, de uma secção de
ambos os lados.
normalmente isolados por meio de ancoragem em a - Vão constante a b - Tração constante To1
trações variáveis vãos variáveis
To1 > To2 > To3 a1 < a2 < a3
4.3.1.2 - Vão básico ou vão de projeto

O estudo de locação das estruturas, bem como o preparo


Fig. 4.8 - Efeitos dos vãos e�das trações nas formas das
das tabelas de tensionamento dos cabos, qualquer que seja o método curvas dos cabos
1 . ·cos das !inha,s aére'as de tran
smissão Roteiro dos projetos mecánicos dos condutoreS 263
ProJetos meca• nt
262
uma Para o estudo de locação das estruturas, é necessário
básico admitido para

Seja a = 350m o vão


a a
definir a forma da curva dos cabos, portanto o seu vão básico. Para
O qual foi determinad
smissão e com o cálculo das flechas e trações de montagem (de tensionamento), é
Unha de tran com o condição
da m áxi ma te mperatura, tendo necessário determinar o valor do vão regulador, o que só pode ser
çã o sa tração for am
tração na condi duração. Com es
)
ão de mai or feito após a conclusão da distribuição -,das estruturas sobre o
regente a condiç · 5 valores de
vãos, )
fle cha s Cor r espo ndent es a diverso perfil.
Calcula das as cur va dos cabos )
1 da fig ura 4.9. Neste caso, a
dando origem à
cur va -
zao do qua
drado da
chas est ão na ra Podem ocorrer os seguintes casos: )
valores das fl.e
é única e os
- , como afigura
vaos
4.8b. )
relação entre os a - o vão r�gulador é menor do que o vão básico;
(4.5)
)
b - o vão regulador é igual ao vão básico;
fl ( ª' ) 2 \ )
rt- =la:zJ c - o vão regulador é maior do q�e o vão básico�
o cálculo for
repetido' emprega ndo-se :)
Se, no entanto, será obt-ido
bás ico s, pa ra cada um destes No primeiro caso, verifica-se pela curva 1 da Fig. 4.9, .)
s de V- aos
diferentes valore e, as formas
da s que as flechas empregadas na locação dos cabos são menores do que )
tra ção . -Conseqüentement
um valor difere
nte de
. • e evidenc iado
erão dife r entes,
, como na F 1g. 4 · 8a as flechas reais, calculadas para o tensionamento, como a curva 2. . )
curvas dos cabos s Neste caso pode-se prever falta de altura de segurança, corno rnostrà
. 4.9. .\
pela curva 2dafig a Fig. 4.10a, o que deve ser evitado.
)
O terceiro caso, quando o vão regulador for maior que o
vi1o básico, as flechas reais serão menores do que as flechas de J
FLECHAS USADAS
NA
locação, corno mostra a Fig. 10b. Não haverá problemas com as )
vAo sÃS ICO ESTli.lADO
COM
A • 35 O m alturas de segurança. Há, isso sim, uma má utilização das )
ADAS
estruturas, com o conseqüente awnento dos custos da linha. )
FLECHAS CALCUL
REGULADOR ES
Ambos os casos devem ser evitados, o que pode ser )
PARA os vAos

O !FERENTES
obtido através da escolha adequada do vão básico. Este é um dos .J
'\
f pontos 1 d0 projeto em que a experiência do projetista é de suma . \
__}
importância. Ele deverá avaliar o valor do vão básico através do
)
exame do perfil da linha. Esta, quando apresentar topografia muito
.)
di versificada, com secções de tensíonamento __ para..os quais se podem

• )
1

prever vãos reguladores muito diferentes, poderá exigir o emprego


de diferentes gabaritos para a locação, contruídos a partir dos
7
diferentes vãos básicos estimados. Cada uma das secções terá
6

400 450 soo viotml igual�ente tabelas de flechamento diferentes.


5
,oo >50
Cada trecho de linha então deverá ser tratado como uma
os básicos
9 - Efeito das .diferenças entre vã linha individual.
Fig. 4.
e vãos reguladores
)
Projetos mecânicos das li�h�S aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 265
264
tensionamento e após a sua ancoragem, por toda a vida da linha. Os
alongamentos que ocorrem 'antes da ancoragem não mais irão ocorrer,

------
podendo ser descontados dos alongamentos totais previstos.
O alongamento total será calculado estimando-se, não só
o período de tempo para o qual se pretende a compensação, como
curvo óos reol
também as condições de carga com que a linha irá operar durante

11 \
esse período, e calculando os alongamentos correspondentes. Da
o - VÃO REGULADOR MENOR OUE O BÃSICO mesma forma, deve-se planejar as operaçãeS a serem executadas antes
da ancoragem, como as ·trações usadas e a sua duração, inclusive de
º)
'�:, um eventual pré-tensionamento. Calculam-se os alongamentos delas

·.1·.
decorrentes, subtraindo-os dos alongamentos totais para se obter os
ll
Curvo�----
7
/
alongamentos a serem compensados.
', .... _______ -r?' --- -- - A vida de urna linha, para esse fim, é estimada, em
. !
Curva de tocooõo ..../ ' .... _geral, entre 20 e 30 qual se deve
anos, que é o período para o

j
l estudar a compensação dos alongamentos. Mui tos projetistas adotam
um período de 10 anos para o mesmo fim.
b - VÃO REGULADOR MAIOR OUE O BÁSICO Para o cálculo do alongamento total, pode-se adotar,
·,11 por estimativa, o número de horas previstas para a operação da
,_.-'l
Fig. 4.10 - Efeito da escolha inadequada do vão básico linha na condição àe temperatura máxima, o,':número de horas para
operação sob condições de carga máxima e no restante do tempo
deve-se
Feita a locação de uma secção de tensionamento, considera-se a línha submetida às condições de carga de maior
- resultar mui to diferente do
calcu 1 ar o seu vao regulador Se este duração.
convém tentar uma
básico (pode-se tolerar diferenças de -5% e. +10%) Os alongamentos "antes" da ancoragem são calculados a
nova locação com a mesma curva, ou mesmo calcular uma curva nova partir das especificações para a montagem dos cabos:
- de um/novo gabarito, evitando-se os
dissabores de ·\
para a conf ecçao I
- tração de desenrolamento e sua duração;
, pois nesta
encontrar condutores bal. xos ou excessivamente altos - tração de espera para nivelamento e sua duração;
,); fase a correção custa mul·to menos, tanto em tempo
como em dinheiro,
- tração de pré-tensionamento e sua duração.
_y do que no campo, após a construção da linha.
As durações estimadas devem corresponder à média dos
)
tempos normalmente empregados em tais operações. A Fig. 4.11
.. ) 4.3.1.3 - Tratamento dos cabos durante a montagem
apresenta um exemplo de diagrama de trações x tempos de duração,
..J que poderá ser especificado para o cálculo dos alongamentos
Os alongamento-s permanentes, tanto por acomodação
.) permanentes. Outros valores de tração com a sua duração respectiva
no Capitulo 2,
.J' geométrica Como devl.do à fluência, como foi exposto
podem ser adotados, como também sua seqüência alterada.
iniciam-se com o desenrolamento dos Cabos e prosseguem durante o
)
_)
'J
! T-- ---
de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos . dos condutor�s 267
das linhBs aéréas·
Projetos mecâni cos
266

To3
'
30
To4
Tos ---;---;-, -==:-::-�"""""--
- -: - - � - - - - - - - -

1
1
1 1 J
2
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�� �--l\ t[hcroSl

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���'�•--��
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�'�,���·-1--'�2i.+\���'�'
bl
1-- Fig. 4. 12 - Variação dos valor e s das tr ações nos cabos
ancorados com O temp o
p era ;
er a ções de de
senrolamento e es .)
t1 - dur ação das o p
ré-tensionarnento; xima;
t2 - duração do p eração' d a linha com te mp eratura má O alongamento to.tal em t horas será igua l à soma dos
t3 - dur ação da o p m c arga max1ma;
peração da linha co ão; al o ngamentos parciais c3, c4 e cs. A compensação das fl echas deverá
t4 - duração da o eração na condição de maror duraç
dur açã o da op ser feita para
ts o
a ser considerad
,!
t - Período total
� C3 + C4 + CS - Cl - C2 (4.6) )
ao cálculo
11 - T ens ões e tempos aplicáveis O progr ama de cálculo dos alongamentos, anexo este . _)
Fig. 4. erman entes a
dos alongamentos p )
eap1·t u 1 o' pod e ser usado para esse fim . Ele emprega a me todologia
descri ta no Capítulo 2. )
es da ancoragem dos cabos, )
t2 co nt am ant
Os tempos t1 e erval o de
c1 e c2, que ocorrem nesse int 4.3.1 4 - Cál cu 1 o d a curva de locação e confecção do gabarito
)
gamentos
portanto os alon er s ubtra í
do s do alongament
o
· ,
ão e d ver ão s _)
mais ocorr{r
e .t \
temp o , não
ra as t horas. Conforme já foi mencionado anteriormente' a curva de )
total previsto pa bos na co ndiçã o de mai
or duração
ra ção dos ca -- loc ação, com a qual se constrói o gabarito• deve repre sentar os )
Se T� é a t
ela s erá r eduzida
a mes m na hor a da ancor agem, cabos na condição de flecha máxima ' a longo prazo. Nb Capí tule 2
er a
do al o ng amento c3
e que admi t imo s s .
int r va lo de tempo t3, em virtude foi àpre s entada a maneira recomendada pe la NBR 5422 para o cálculo
p ar a To3 após o ra. A hip ótese de )
e
m a máx im a t empe r a t u
peraç ão co da máxima t ernperatura dos cabos. Foi visto, igualmente, que é
sofrido devido a o empo t• provoc a o
a longamento )
máxi ma car g a -no t possível representar os alongamento s permanentes através de
solicitação por To•, que é a traç
ão
ao fin l d e t4, s erá aumentos de te mpera turas equivalentes
ção a
podendo-se determinar
adicional c4. A tra provocará o alo
ng amento cs, J
rv l o ts e que a tração nos cabos ao final do p e ríodo de• compensação da fluência e
inicial do i nt e g.
a
camente a Fi ----
ção fin al Tos, co mo mostra esquemati ª flecha corres ponde nte. O procedfmento e, o seguinte: ,)
resultando na tra
)
4. 12.
)
t
Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos cQndutores
268 269

a - determina-se a condição regente de projeto, cálculo, ou até mais vezes, dependendo da topografia. A Eq.
4.9
especificando-se a tração [kgf], a temperatura t1 [°C] e o peso pode ser usada para esse fim.
virtual unitário dos cabos, p1 [kgf/m]; Urna segunda curva deve ser adicionada aos gabaritos. É
a chamada "curva fria". Ela é calculada para a condição de mínima
b estima-se o vão para cálculo, a [m];
temperatura, sem vento, no estado 'inicial, sem considerar
e - especificam-se as trações e respectivas durações, antes e
alongamentos permanentes. Com ela verifica-se qual a posição dos
após a ancoragem e calcula-se o alongamento a ser compensado, e
cabos com relação aos suportes nessa condição.
[m/m]; Seu cálculo é feito, tomando-se como referência a
d empregando-se\ a equação da mudança de estado (3. 79), condição regente e calculando-se a tração na condição de flecha
determina-se a tração To2 Tmin, para t2 tmax e p2 nessa mínima.
\
condição:r; Para a construção dos gabaritos, é necessário desenhar
°
2
as curvas (parábolas ou catenárias) por qualquer um dos métodos
3 Er·S·a-·p1 + Er·S·o:t[(t2-ti) + :t]- To,}
To2
2 usuais, sendo conveniente o método das tangentes ilustrado na Fig.
24To1
'4.13. Quanto maior o número de tangentes, melhor se definirá a
2 2
Eí·S•p2 ·a (4.7)
24
º2
2
S [mm ] - área da secção dos cabos
Er [kgf] - módulo de elasticidade final do cabo
e - a flecha nessa �ondição, para o vão básico "a" [m] será

calculada por

2
a •p2 (4.8)
f mâx = [m] f mO,:
8Tmin

Determina/a a flecha fmax para "a", a curva forma da


fica perfeitamente determinada, uma vez que para qualquer valor de
vão al pode-se determinar a flecha flmax, pela expressão

2
l
flmax = fmax ( : ) (4.9)

f mó,:
Os vãos das linhas raramente são iguais ao vão de
cálculo, podendo ser maiores ou menores. Tampouco são nivelados, o
que·, como foi visto (Cap. 3), desloca os vértices das -curvas para
perto dos suportes mais baixos, ficando a curva assimétrica com
relação ao meio do vão. t, pois, necessário confeccionar os
gabaritos para vãos bem maiores, em geral, de 3 a 4 vezes o vão de Fig. 4.13 - Construção da parábola pelo método das tangentes
r-- Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 271
. • ·cos das linhas aéreás de transmissão
ProJetos mecan1
270 esforço de flexão· ao longo dos mesmos, deixando um vazio em forma
deverá ser cuidadosa
mente desenhado com o de meia-lua, como na Fig. 4.14. Com lixa fina, alisa-se o corte
curva, cujo contorno
nas
em ser desenhados
sa. Os vãos ' a" dev para a eliminação das rebarbas.
1

o de cur va fra nce


auxíli
icos e as flechas,

mas esc a las hor izo nta is dos desenhos topográf É de suma · importância qu� as curvas no celulóide
mes sobre pape l e est e
ma esc ala ver tic al. Os desenhos são feitos acompanhem a parábola desenhada e que sejam simétricas com relação
',,
na mes
re esta. fixa-se o ao eixo que passa pelos seus vértices. Lembramos que um desvio de 1
sobre uma prancheta. Sob
será fixado firmemente ser transparente
gabarito. Este deverá mm na escala vertical pode representar um erro de 50cm na escala
material para confecção do
1 ' Omm, dependendo 1: 500 ou de 20cm na escala 1: 200. É um trabalh6 que não requer
ou acrílico)• com espessura de O ' 5 a
(celulóide as
também desenhadas especialista, mas sim capricho e senso de precisão.
o do gabarito. Sobre o pape 1 são
do tamanh
das na Fig. 4.14. É usual incluir no gabarito algumas linhas auxiliares,
curvas auxiliares mos tra )
curva francesa, risca-se
o
C�m o auxílio de uma \que são riscadas de leve e escurecidas com tinta para serem )
os contornos das cur
vas
te (ponta seca) facilmente visíveis (Fig. 4.14):
material-........_com um estile aprofundando o risco )
quentes frias, Cul.dadosamente, - sistema de eixo de referência - além do eixo de simetria, é
lo, fazendo-se leve )
suficiente para rompê-
progressivamente, o U'Sual marcar, nas laterais, eixos paralelos ao mesmo, bem como na
)
Furosde03
parte superior e inferior, eixos ortogonais ao mesmo, representando
o· "5 mm
o plano horizontal;
Linho do i::obo o 1min
- linha de terra - traça-se uma curva paralela à curva do
)
condutor a so�c, a uma distância d [mml, que, e m
, escala, representa

-------�. ----
Linho do coco o lmin.
/ a altura de segurança, hs [m}, estipulada parà·'· a linha. Essa curva
)
,.
/
-

é obtida deslocando-se a curva original pela distância nece�sária,


L \nho de
ao longo do eixo de simetria, paralelamente a si mesma. .)
. )
A linha de terra, muitas vezes, é usada juntamente ou
)
substituída por uma linha de pé. No primeiro caso, traçamos mais
uma par�bcla auxiliar, a urna distância equivalente H [m] do vértice
da original, enquanto que. no segundo caso, traçamos apenas uma, a
uma distância d = H - hs [m]. Veremos mais adiante, em um e outro
caso,como empregá-las. ·�)
H Convém, neste ponto, introduzir a forma pela qual são
fixadas algumas das grandezas intervenientes:

- altura de susp'ensão dos cabos - é a distância que vai desde o


eixo dos grampos de suspensão (ou de ancoragem) ao plano horizontal

Eixo de Simetria
que passa pelo pé da estrutura, no ponto em que esta aflora do solo,
corno mostra a Fig. 4.15;
- o do gabarito e linhas auxiliares
Fig. 4.14 - Construça
'
Projetos mecánicos das--lf nhas aéreas de transmissão -Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 273
272
1 .:
-
TABELA 4.2 - DISTÂNCIAS BÁSICAS

Natureza da região ou obstáculo Distância Ref, da NBR 5422


atravessado pela linha ou que "a" Figura
dela se aproxime Secção
[m] Anexo A
-Locais acessíveis apenas a pe­
destres 6,0 8
-Locais onde circulam máquinas
agrícolas 6, 5
-Rodovias, ruas e avenidas 8,0 9
-Ferrovias não eletrificadas 9,0 10
-Ferrovias eletrificadas ou com
't \
-

previsão de eletrificação 12,0

--
-Supor·te de linha pertencente à
ferrovia 4,0
-Águas navegáveis H + 2,0 10,3.1.4 11
-Aguas não navegáveis 6,0
Fig. 4. 15 - Dimensões de referência da estrutura -Linhas de energia elétrica 1, 2 10.3,1.5 12
-Linhas de telecomunicações 1, 8 12
'
,1
-Telhados e terraços 9,0 1 10.3.1.6 13
'
e, como foi exposto no ilem 1.4.3.1.2, -Paredes 3,0. 10.3.1.7 14
- altura de segurança -
. a para os condutores. Pode -Instalações transportadoras 3,0 15
a altura mínima acl ma do solo permitid
85, por -Veículos rodoviários e ferro-
ser calculada, de acordo com a NBR 5422/ viários 3,0 10.3,2.8 16

- 50) (Eq. 1.8)


hs =a+ 0,01�� Obs: hs deverá ser corrigido em função da altitude local.
Recomenda-se um aumento de 3% para cada 300m de altitude acima àe
1000�.\
·� sendo:
, , na tabel>a a seguir
a Im) - distância bas1ca, especi' fi' cada
4.3.1.5 - Métodos de empregos dos gabaritos
·� (para U < 87 kY, hs = a);
para
- distância numérica igual à tensão u (máxima a
h\ i Du lml Uma vez preparado o gabarito, pode-se proceder ao
,, ..
E!
,,, : classe de tensão) da linha, '· projeto de distribuição das estruturas sobre o perfil topográfico,
pi:�..
é obtido, este, em geral, desenhado sobre pápel milimetrado.
1�1,, comprimento da cadeia de isoladores, 1,
�·
.ti,;,
determinando-se o seu comprimentq. útil , acres cido dos .comprimentos Deve-se empregar, de preferência, o papel milimetrado
ât: útei s das ferragens a elas associadas
. Estes são obtidos dos opaco, sobre o qual o des�nh.iSta de topografia executa a lápis a
li
1·1
•j
reprodução do terreno.
,J catálogos dos fabricantes.
:li \

' �'�

\/
;, .
·-+ ·-··-- -
_)
274
�!
·,
Projetos mecânicos das linhas aér�as de transmissão
Roteiro dos projetos rriecánicos· dos condutores
275
t hábito das concessionárias exigirem que os topógrafos
· t·1vo (vegetal ou PVC), à tinta,
forneçam os desenhos em papel copia H [m], enquanto que a linha de terra deve tangenciar a linha do
1 t - copiados de desenhos feitos em _papel opaco, perfil, como mostra a Fig. 4.16. Deve-se ter o cuidado de manter os
que norma men e sao
para posterior entrega ao projetista da linha as cópias eixos do gabarito coincidentes com os eixos do papel milimetrado.
heliográficas dos mesmos dese nhos, para que o mesmo possa executar Com um lápis de ponta bem fina, traça-se a curva ao longo do

0 seu trabalho. Há alguns inconvenientes nessa prática: recorte para a flecha máxima. No ponto em"- ,que a curva estiver a uma
distância correspondente a H [m] da linha do solo, será marcada uma j
_ a transcrição do original para o papel copiativo, à tinta,
pode introduzir erros; nova estrutura. Uma parábola auxiliar no gabar:-ito, traçada a uma .)
_ as escalas nas cópias heliográficas normalmente encontram-se distância correspondente a H [m] da curva da flecha máxima e .)
- idêntica a esta, facilita a localização da nova estrutura, que )
alteradas, pela deformaçao que 0 papel de cópia sofre duran�e o
processo cop�ativo, o q':1e pode trazer surpresas desagradáveis na
estará no ponto em que esta corta a linha do solo. Daí seu nome de
J
hora da exé'cução do projeto.
linha de pé. ,.·-..,

As cadernetas de campo do levantamento topográfico


Linho do corw:lutor
devem ser postas à disposição do projetista, para permitir melhor
interpretação dos desenhos.
Linho de terra
Finalmente, trabalhos de topografia par-a linhas aéreas \
· 1 es, so' devem ser· confiados a
de transmissão, se bem que s1mp
H \
/
I
topógrafos especializados nesse tipo de trabalho.
/
/
'
', ' /
I
O proJe
· tista, antes de 1'niciar o seu trabalho, deveria /
/
/

percorrer a rota de linha, principalmente naqueles trechos em que /


/
/
/
/
:)
- esperadas e qu.e poderão ser por ele
· ldades sao
maiores dif 1cu
/ /
.�)
'""/­
'.)
---
/
previamente se 1 ec1· onados a parti· r dos elementos topográficos Linho de pé / /
H ·-h :s /.,. /
/
recebidos. - /
()
1 Inicialmente, dt:ve-se ter o cuidado de marcar, de forma ()
1 · t'or1os,
destacada, os chamados pontos obr1ga
forçosamente h
· isto é, os locais onde
avera' es truturas 1·n1'ciais e finais, estruturas
Fig. 4'. '16 - Locação de estruturas pela linha de terra <)
()
especiais para derivações, travessias importantes, etc.
l,__)
Há basicamente dois processos de trabalho com os
Locação pela linha de pé
gabaritos: locação pela linha de terra e locação pela linha de pé.
Como mostra a Fig. 4.17, nos eixos das estru
turas são )
marcadas alturas H' = H - hs [m]. Faz-s
Locação pela linha __ de terra e a ;Linha de recorte da
. j curva de flecha máxima tangenciar o
i Segura-se O gabarito de forma que a linha de corte ponto assim determinado e a
)
l ! linha d_o perfil. Com um lápis, traça-se então
tangencie um ponto marcado, em esca 1 a, sobre uma linha vertical que a curva do condutor.
'
!
No ponto em que a curva .assim traçad �-)
passa pelo eixo central da estrutura, a uma altura correspondente a a estiver a um altura
correspondente a H' da linha do solo,
será o local determinado para

l
/

Projetos mecânicos das linhas � éreas de transmissão Roteir o dos projetos mecânicos dos condutores 2n
276
o ponto obrigatório, como também uniformizar os vãos. Convém,
mui tas vezes, aumentar número de estruturas,
em uma o
conseguindo-se, além de maior uniformidade dos vãos, a coincidência
da última com o ponto obrigatório, mesmo ,que isso acarrete alturas
livres maiores que as alturas de segurança.
') ,,
É, pois, um trabalho feito por tentativas, e quanto
')
!) ' - maior a experiência do projetista, mais ·rápido e perfeito será.
/ Cada profissional desenvolve sua técnica particular de atacar o
'
I
) H -h I
.problema.
) Deve-se atentar para alguns pontos, que destacamos a

··-�,
' Seguir, a fim de se conseguir um trabalho que possa ser aceito como
bom, tendo-se, naturalmente, em vista �.as condições particulares do
Fig. 4.17 - Locação de estruturas pela linha de pé
:) �
terreno em cada caso.

1 Evitar, sempre que possível, o emprego de estruturas

·.J .,
a nova estrutura, que corresponde ao ponto em que a linha de pé,
traçada a H' do vértice da parábola recortada, corta a linha do i
especiais, procurando-se resolver os problemas com o emprego de
estruturas padronizadas.
) !
solo.
) - Procurar uniformizar a distribuição das estruturas, de forma
Ambos os processos são equivalentes, e sua escolha
_) a obter vãos mais ou menos de mesma ordem de grandeza. Procurar
depende exclusivamente da preferência pessoal do projetista. Quando
) evitar vãos adjacentes muito desiguais. Quando 'isso não é possível,
se dispõe de estruturas padronizadas de alturas de suspensão
) deve-se estudar cada caso em particular.
diferentes, pode-se empregar uma linha de pé para cada uma das
.J alturas. Evitar a ocorrência de situações de arrancamento,
forma indicada, desde a primeira principalmente quando ocorrerem temperaturas mínimas. Para isso,
,} Prossegue-se da
emprega-se a curva de temperatura mínima do gabarito, fazendo-se
:.._) estrutura da até o primeiro ponto obrigatório. Só
linha

· ao da estrutura que forçosamente deve com que ;S't:ta curva tangencie os pontos de suspensão vizinhos, como
,) excepcionalmente a pos1ç
o ponto determinado mostra a Fig. 4.18. Se a linha do cabo passar acima do ponto de
.) existir no ponto obrigatório, coincidirá com
trecho. Se esta cair suspensão da estrutura considerada, o arrancamento ocorrerá. Se a
através do gabarito para a última estrutura do
) procura-se, através de nova linha tangenciar o ponto de suspensão do cabo, à temperatura
além do ponto obrigatório,
) s vãos a altura do mínima, nenhuma força vertical atuará. Se passar abaixo do mesmo, a
--J'
.
distribuição, a coincidência, mesmo que em algun
condutor passe a ser um pouco maior do que a
altura de segurança força vertical de compressão atuará sobre a estrutura, sendo sua
rmizar ao máximo o intensidade tanto maior quanto maior for a distância. Se o
..� estibelecida. Nessa oportunidade procura-se unifo
,_1� comprimento dos vãos no lance. Se a última estru
tura cair pouco arrancamento não puder se·r evitado, pois pode ocorrer em ponto
tando a altura de obrigatório, procura-se fazer com que seja mínimo e empregam-se,
··-À
. 1
antes do ponto obrigatório, procura-se, aumen
r a última até nessa estrutura, cadeias de ·isoladores em tensão (ancoragem) .
J' suspensão em algumas estruturas, não só fazer avança
.j
'!
··--'
T
278 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
279

Cada estrutura é colocada para suportar as cargas


curvo de t � t �IN
\,
horizontais e verticais previstas em projeto, de
acordo com os vãos
de peso·e de vento adotados nos cálculos. Estruturas
de alinhamento
são em geral calculadas para resistirem aos esfor
ços normais
transmitidos pelos cabos em vão� gravantes máximos
preestabelecidos. Quando são usadas com vãos
gravantes ou vãos de
vento menores do que aqueles para as quais
foram calculadas, as
taxas de trabalho menores ocorrerão nas parte
s solicitadas, de )
forma que, muitas vezes, podem ser usadas
também em pequenos
âng..ilos. Estruturas de ângulo .admitem ângulos )
Fig. 4.18 - �erificação de "arrancamento" maiores ou menores,
1
' dependendo da relação vão médi"o/vão gravante.
Assim sendo, o
projetista deverá ter sempre à mão os diagr )
amas de utilização das
Quando a força vert.1ca l que age sobre a cadeia de isoladores for estruturas e ter o cuidado de não escolher
- tipos inadequados aos
relativamente pequena, a inc1.1naç�o da cadeia de isoladores sob a êiiversos casos. )
ação do vento pode se tornar ex�eSsiva, aproximando demasiadamente
- Nos casos em que a d eclividade do terr eno
a parte energizada de partes aterradas. Nesse caso, é usual o ao longo do
eixo transversal da linha foi considerad o
grande, tend o sido
emprego de lastros de chumbo ou ferro fundido, susperisos na parte
levantados os perfis laterais, o projetis
inferior dos grampos de suspensão, a fim de manter esse ângulo no ta deverá fazer a
locação de forma tal que a altura de segur
ança seja garantida
valor necessário. O valor da força vertical será calculado da forma
e�1tre o c ondutor mais externo do lad o mais
vista no Cap. 3. a-1 to solo (Fig. 4 .19) .
Iss o evitará surpresas e a necessid ade
de correção do t erreno
_ Todas as travessias de rodovias, ferrovias, hidrovias, etc, )
(por raspagem) após o nivelamento dos cabos
. O custo do trabalho
devem ser estudadas individualmente, adaptadas para atender ao que adicional de topografia para a obtenção dos )
perfis laterais

I'
prescreve a NBR 54z�i8S
"' e às exigências particulares das entidades representa uma parcela infima do cust o )
da linha, e muitas vezes
envolvidas. menor do que a raspagem de um trech o, sem )
\ mencionar o dano que
Quando forem utilizadas estruturas de ancoragem se caUsa ao próprio terreno pela elim .)
inação de sua camada

r-
intermediárias como pontos de tensionamento, escolher a sua superficial, dificultando a reconstituiç )
ão da vegetação. A
localização em pontos que. o trabalho de campo seja facilitado, )
i
evitando pontos mui·to bai·xos e locais de difícil acesso, mesmo que l )
isso leve a seções de tensionamento maiores do que as previstas. H )
Sendo empregadas transposições com ancoragens, procurar )
localizá-las em substituição a estruturas de ancoragem )
intermediárias, mesmo que as distâncias entre estruturas de PERFIL DO EIXO QA. FERFIL LAT_ERAL SUPERIOR .)
transposição resultem irregulares.
Fig. 4.19 - Locação em terrenos desnivelados )
280 Projetos mecânicos das linhás aéreas de transmissão
281

impressão que deixa, sob o ponto de vista estético, é também


negativa.

)
) brejos
- Evitar,
e muito
sempre que
próximas
possível,

à beira de
a locação
córregos e rios,
de estruturas
pois,
,,por
em

C) ocasião da construção das fundações, poderão surgir sérios

) inconvenientes.
)
- A proximidade de vossorocas (que o topógrafo deve assinalar)
)
também deve ser evitada, a menos que medidas corretivas sejam
) tomadas, Upois há. sempre o perigo de ocorrer a sua propagação por
) erosão do solo, atingindo a base das estruturas. Fundo de valas e
,) de�ressões devem igualmente ser evitados .
. , -;)
; - Rochas e lajes afloran,t�s constituem igualmente obstáculos
que devem ser evitados na locação das estruturas, se possível.
)
.)
J -
4.3.1.6 - Projeto de distribuição g -1 -9w".l,;:1S1 3
.) � '"'
.), .�
i
j
1
.�
�L_

)
O projeto de distribuição das estruturas ficará .�
completo com a indicação, no desenho, dos seguintes elementos, corno
) 1
mostra a Fig. 4.20, · e que constam da caderneta de locação (Figs. -o

4.21 e 4.27), correspondente:


w9·91+,;: ·.1s3:

a - tipo de cada estrutura e sua altura; .,,


b - número de ordem da estrutura;
\. c - distância progressiva de cada estrutura com relação à
o
primeira estrutura da linha ou pórtico de saída da
J

1
1 110\l'Xl\l'S

subestação;

d - vãos entre estruturas; o
..J
1
o
e - sua localização referida às estacas do leVantamento_ o
N
._) topográfico; .,;. 1
.J f - seções de tensionamento. "' 1
-)
- t.
282 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Roteiro dos proj'etos mecánicos dos condutores
283
';
·'; 5,40 S,40 )
Distância Estrutura 2,30
Estaca do progressiva Vão ')
Estrutura Vão Vão
levantamento desde a
[m] topográfico médio gravante )
estaca o Tipo Alt.
2.20
'
n. º 2,20
[m
[km] \ )
1 220
o o 110 102 T 18,0 )
2
131
3 + 16,6 0,220 175,05 207 s 22,0 )
3 5 + 12,5 0,351 109 128 A 18,0 \ )
87 \ . 20º
4
203
6 - 11,3 0,438 145 88 A 18,0 '-- - ! )
5 8 0,641 239 235 5" 22"0
)

t
\ \ ••
_E
)
fig. 4.21 - Exemplo de caderneta de locação
)
)
2ESTAIS
4.4 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO' 2 ESTAIS )
it
I o )

)
,j 4.4.1 - Enunciado especifico
)
s - 4,5
Efetuar o projeto dos cabos de uma linha de transmissão J
da classe 230/245kV, com um comprimento de 62km, para transportar s - 'io )
325,6MVA, desde uma Usina Hidrelétrica a UJna subestação abaixadora )
de uma indústria que :�,rabalha em ciclo continuo. Será construída
'· com estruturas metálicas estaiadas do tipo indicado na Fig. 4.22.
,+o
)
)

Os condutores, escolhidos através do estudo econômico, serão do N

2
)
tipo CAA, de 515,11mm de secção total, constituídos por 54 fios de Fig. - Dimensões básicas das estruturas de suspensão
normais da linha do exemplo j
Ale 7 fios de aço (código canary, 900kCM, da ASTM).
Os cabos pára-raios serão de aço galvanizado a 7 fios, )
tipo EAR, de diâmetro norriinal de 9,525mm (3/8"). )
Dados de projeto
A linha será localizada em uma região de coordenadas )
l8°S e 460\.1, não se dispondo de dados meteorológicos obtidos na a - dos cabos condutores - conforme catálogo da Albra: )
região, com altitude de 425m. - diâmetro nominal: d= 29,51mm l'
)
2
A topografia do terreno pode ser consideradà suave - secção nominal: S 511,11nun )
(levemente ondulada) e sua rugosidade corresponde à categoria B". 11
- carga de ruptura: R =.. 142.097,i\N (14.490kgf)
(__J
Pode-se estimar a média dos vãos em 310m. - peso unitá.rio: p = 16i913N/m (l,7247kgf/m)
')

)
284 Projetos mecãnicos das lin�as·aéreas de transmissão
f Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
285

módulo de elasticidade final: Er = 67.567, 47MPa lK = _N 325600


__ = 817,3A
2
(6.890kgf/mm l >'J·U >'3·230
módulo de elasticidade inicial: E1 = 51.041, 43MPa
2
estima-se que.na hora do calor máximo, a linha opere com
( 5.203kgf/m m l
·cerca de 85% da c arga de ponta .. Logo:
coeficiente de dilatação térmica linear final:
-6 I = 695A
"tr = 19,4 4 ·10 1/•C
- coeficiente de dilatação térmica linear inicial:
-6
"t' = 18,18·10 1/•C
4.4.2 - Determinação da velocidade de vento de projeto e forças
resultantes da ação do vento
b - dos cabos pára-raios
- dif:onetro nominal: d= 9, 525mm \ \
2
De conformidade com a NBR 5422, as velocidades de vento
secção nominal: S 55.42lmm
de projeto Vp são determinadas a partir das velocidades básicas de
- carga de ruptura: R = 68. 450N (6.980kgf)
vento Vb, corrigidas de modo a levar em conta o grau de rugosidade
peso unitário: p = 4,021N/m (0, 410k gf/m)
da região de implantação da linha, o intervalo de tempo necessário
módulo àe elasticidade f,ihal: Êr = 189.561, SMPa
2 para que o obstáculo responda à ação do vento, a altura do
(19.330kgf/mm )
obstáculoe o período de retorno adot ado:
coeficiente de dilatação térmica linear final:
-6
"tr = 12,56·10 1/•C (Eq. 2.7)

meteorológicas na ausência de dados Para a presente linha, pode-se'" manter o período de


c - condições
retorno de 50 anos adotado. Para terreno de rugosidade "B", teremos
específicos da região, devemos empregar aqueles constantes
kr = 1. O período de integração de 10 minutos, usado para
do Anexo A da NBR 5422. Para as coordenadas dadas: definir
-/ Vb =20rn/s, deve ser corrigido para 30 segundos, para se obter a
- temperatura média: t = Zl°C
pressão do vento sobre os cabos. Para tanto, da Fig. 2.9 obtemos
temperatura máxima média: lmax 28,S•C kd
= 1, 21� Para a correção de V em função
temperatura mínima: tmin = 4°C I p da altura dos cabos,
estimamos sua altura média em 11 metros. Será a dotado também
temperatura máxima : tmax = 38, 2 •C
média das temperaturas mínimas: lmin 1 5 °C n = 11, como indica a Tab. 2 da Norma. Assim,

- velocidade básica do vento: Vs = 20m/s


·.; Vp = 20·1,0·l,21 ( 11 1 )1/11
1 - qualidade do ar: muito boa 0
Vp 24,4lm!s
!1 d - altitude média da linha: h 425m R.N.M.
De posse da velocidade de projeto, pode-se determinar a

1
e - corrente na linha: a corrente na linha na hora da ponta de pressão dinâmica de referência qo, indicativa do efeito do vento
carga será sobre obstáculos:
Projetos mecânicos das linhas � éreas d(! transmissão
286 Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 287 )
l 2 )
qo = 2 p· Vp [N/m2] (Eq. 2.9) , isoladores. Com isoladores normais de passo de 146mm, a distância
reta de escoamento da cadeia será: )
e
D1 = (n - 1 )p + d1 [m] ')
(Eq. 1.9)
1,293
;..c: ;:: ;,c ;:: 16.000 + 64·t - ALT ) [kgf/m3] (Eq. 2.10) }
p = __+_ (
l O , O O 36�7�·�t- 16. 000 + 64 · t + LA T para n 12· isoladores na c;adeia:
:
D1 (12 - 1)0,146 + 0,305
sendo : )
p - massa específica do ar D1 1, 91 lm
)
t - temperatura coincidente do vento em °C
)
ALT - altitude média da linha Esta distância, se compatível com a NBR 5422/85, poderá
determinar o mínimo afastamento entre condutores e partes do ')
A massa específica do ar na região da linha em projeto: suporte. Conforme a norma, como foi visto no Capítulo 1: )
� \
16.000 + 64·15 - 425 De� 0,03 + O,OOS·Du )
(
1,293 ) (Eq. 1.10)
p = 1 + O, 003ó7 · 15 16.000 + 64·15 + 425
De� 0,03 + 0,005•245
J
p = 1,166kgf/m
3 )
De � 1, SOm )
e a pressão dinâmica:
)2 )
l
qo = 1,166·(24,41 Pode-se, pois, adotar o valor de 1,9m acima determinado .
2 )
2 Essa distância deverá ser verificada no suporte com a cadeia de
qo = 347,40N/m )
isoladores deslocada da vertical sob a ação do vento de pr ojeto,
como mostra a Fig. 4.22. O ângulo d€·' inclinação f3. é )
4.4.3 - Dimensões básicas das estruturas calculado pela expressã o )
)
Como fo i expot"to �o Cap. 1, as dimensões básicas de uma � = tg -1[K· ao·d
p(V/H) ] (4.10) ,)
estrutura são determinadas primordialmenté em função do desempenho
transcrita do item 10.1.4.3 da Norma NBR 5422/85. .)
de sua estrutura isolante, da qual a cadeia de isoladores é
\ ,)
fundamental. o número de isoladores, tipo disco "standard", poderá K /
parâmetro que deve ser lido da Fig. 4.23, em função de Vp;
)
ser: qo - pressão dinâmica de referência do vento calculada como
indicado; .)
Uma.x • de (245/vJ) · 2, 3 = 10,67
n1 = dl 30,5 )
p - peso unitário dos cabos em N/m;,,
V - vão de vento (ou médio) em rn; )
na qual Umax = 245kV é a máxima tensão de regime permanente; de = 2, 3
cm/kV é a distância de escoamento específica para região (ar H - vão de peso (ou gravante) em m. )
limpo); d1 = 30,5cm a distâ�cia de escoamento dos isoladores. )
A relação V/H depende da topografia do terreno. Será
Na ausência de dados concretos do ni vel ceraunico da unitária para terrenos planos, decrescendo com o aumento de sua
.J
região, adotaremos um valor um pouco mais conservador, ou seja, 12 ',)
irregularidade. Valor típico paiã terrenos ondulados é de 0, 70 .
)
y'
Projetos mecânicos das linhas àéreaS de transmissãÓ Roteiro dos projetos mecánicos dos condutores 289
288

K l,0
fmax - flecha má?(ima, na condição de máxima temperatura,
) incluindo o efeito da fluência (ver item 4.4.6)
0,9
fmax = 10,68m.
0,8
�) Portanto:
0,7
)
""-
2
�)
0,6 H= 6 ,5 + 0,01( ;: - so) + 10, 68 = 18, lOm

:-) 0,5
"'-...
)'-...._ A Fig. 4.24 representa o diagrama das cargas na
) 0,4
� condição de carga máxima na estrutura
vãos normais para
) 0,3
10 20 30 35 (V = H = 350m). ·A família de estruturas deverá incluir pelo
15 25
") Velocidade de vento de projeto
,, \
menos mais urna para vãos maiores, como, por exemplo V= H = 450m.
�) ! m Is l
I

�---
:) Fig. 4. 23 - Parâmetro ·"K" para a determinação do ângulo
de balanço (NBR 5422/85) v,
) j Hp v,

1
)
)
Substituindo os valores na equação 4.10: -+----41�----l�
1/2 Hc

18,21•

/
Com o valor do ângulo assim determinado, que para maior /
/

segurança será aumentado pa:rk 20°, mais as distâncias de segurança


5.920[N]
mínimas, determinam-se as dimensões da cabeça das estruturas, Vp 1.408(N]
fixando-se o ângulo de cobertura em 30°, como mostra a Fig. 4.22. H, 3.588[N]

,-
Hp 1. 425 [N] 45 º
A altura de suspensão normal será para a 1 inha em
terreno plano e um vão de 330m: ·\
Fig. 4.Í4 ·_ Diagrama da solicitação da estrutura na
H = hs + fmax [m] condição de carga máxima
sendo:

h, =D= a+ 0, 01 [ � - 50) [ml (Eq. 1.8)


4.4.4 - Escolha do vão básico para cálculos

altura de segurança conforme NBR 5422.


No item 4:4.1 foi dado um valor estimativo para a média
a - constante que depende do terreno cruzado pela linha no
dos vãos da linha igual a 310m. Em terrenos ondulados espera-se
presente caso; a= 6,Sm terreno agrícola mecanizável.
um número razoável de vãos maiores do que a média, tendo como
Du - distância em metros, numericamente igual a tensão máxima
conseqüência um valor de vão regulador levemente maior. Como os
de exercício da linha. Para a presente linha, Du = 245m.
'il11 #;
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 291 )
290 )
fv = qo·Cxc·o:·dN (4, 11)
-:.".
vãos básicos devem ter valore s próximos aos dos vãos reguladores, )
Cxc = 1 - Coeficiente de arrasto
convém, nest e caso, adotar um valor maior. Assim, adotaremos )
�;
inicialmente 330m de vão bás ico para a linha inteira. Ap ós a a= 0,89 - Fator de efetiveidade para a 330m (fig. 4-25) )
locação das estruturas verificaremos o acerto da escolha.
logo: )

,, fv = 347,40·1·0,89·0, 02951 = 9,124N (0, 930k gf) )
)
�1,i o peso vir tual dos cabos sob ação do vento será:
4.4.5 - Hipóteses de cálculo e condição reg ente de p ro j eto
i"';
)
2 2 2
Pv = /p1 2
+ fv = /(16,913) + (9,124) )
4.4.5.1 - Para os cabos condutores
1: '- \ Pv 19,21N/m (l,960kgf/m)
)
podemos f o rmular )
A partir das condições meteorológicas

--
r---------.
l' I
)
l,i,
as s e guin tes hipóteses de cálculo: '·o
a )
a - Hipótese de carga de maior duração
toteporio

r-----.�
- -·----
do
)
Apesar de estar pr,e\.'isto o uso dos
grampos de suspensão ---.:.. Terreno

------ -r--------
o
nesta condição a 20% da )
armados, 1 imitaremos a tração ·nos cabos '--- A

�o )
-------r----
carga de ruptura: .___
o,•
t--
'l - tração: T1 = 28419,SN (2898kgf) )
- temperatura: t1 = 21°C ---.:..· )

i ,,, o. )

-�
b - Hipótese de carga máxima: )
rga máxima, não
A tração nos cabos, na condição de ca D )
de rup tura a temp eratura
deverá exceder a 35% de sua carga
200 ,00 400 500 600 700 800
'il-
)
,.'-,
Vão ! m 1

i coi ncidente:
Fig_\. 25 - Fator de efetividade de a (NBR 5422)
)
49.734,16N (5_ 071, SOkgf)
ToTrnax
)
"'fmin = + 15cC )
A velocidade do vento será aquela determin
ada em 4.4.2, e - Hipótese de temperatura mínima: )
ou seja: Nesta condição, a tração máxima dos cabos, se m )
1.. considerar a ação do vento, deverá se r de 30% de sua carga de )
Vp = 24, 41m/s
ruptura na condição de tempe ratura mínima. Logo: )
·i E -a pressão dinâmica de referência:
ToTmin = 42,629,3N (4.691,4kgf) ,.J
2
qo = 347,40 N/m '._)
tmin = + 4oC
' cabo uma força calculável por:
que exerce por metr�. linear de '.,__)
·� :1 V
as. "aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
293
Projetos mecânicos das tinh
292

tura máxima: Para o presente caso, sendo


rer = 0,0736 Qlkm, encon-
d - Hipótese de tempera calo r
para a coincid ência de trames a t emperatura calculada para os condutores.
Deve ser determinada
considerando-se o
carga correspondente, tmax =
intenso e corrente de
,.
53, 31 oC
a de dados
vento de 0 , 6m/s. Na falt
efeito do sol, com incidên cia de
uição co mo 'í Adotaremos tmax
55oC
ção solar, p od e-se estimar a sua contrib '
sobre a r di A condição regente será determ1nada pela equação do vão
que em climas i
a a

qs = 244· [W/m), ou cerca de 10% a mais do


sendo de crítico (Eq. 4.4), comparando-se a condição de maior duração com a
1
d

t emperados.
A te mper a tura de ieferên
cia será a média das
máximas
i condição de maior carregamento.

Teremos:
tempe raturas da região:
= 28, 5 °C P1 16, 913N/m 19 ,21N/m
u P2
lmêdio
determinadaserá pelo
temperatura do cabo t1 21 ºC t2 ·15ºc
A
Em pregando-se a
ediment o des crit o no item 1.4.1. 4 do Cap. 1. TlM = 28419 , 5N T2M = 49.734,16N
pro c
dos cabos, pode-se�.
rmina ção da ampacidade
Eq. 1.3 para a dete correspondente a
o V?"lor da tempe r atura
determina r por tent ativas T2M - T1M
24 nt(t2 - ti) +
695 [A]. = S·E
aç ão : [ml (Eq. 4. 4)
perda de calor por irrad i
acr

Teremos, para e= 0, 50,


4
to �
3
q,=119,2-10 -o,5·0, f 273_ +
fLl
0295 1
1 000 J -
Substituindo os valores' teremo�·;
+t ' (Eq. 1. 4)
f 273 ) ] [11/ml
l l. 000
24 19,44·10-6(15 - 21) + 49 .734,16 - 28.419 5
ac, 515,11·67.567,47,
serão: 2
as perdas por convecção 19 , 21 2
( 49.734,15 ] - ( 16, 913 ]
28.419,5
qc = 945,6·10-'(t - to)[0, 32 +
/ \
6) '
º 52
1 [11/ml (Eq. 1.51
+ 0,43·(45.946,8·0,02951·0, ac, /--+ _:::11:.:,:.:8:.:9:.:8:___
! - 2,05•10-?
e o calor ganho pelo sol: i
,'
(Eq. 1.6) Portanto, o vão crítico nao existe. A condição de maior j
1
qs = 2 24·d [11/ml
'' duração sera, a condição regente para qualquer valor de vão.
um va lor para o
t nas Eqs. 1.4 e 1.5, devemos encontrar ' Repetindo a verificaç-ao, porém entre a condição de
v ari ando
qual I = 6 95A. maior duração e a condição de temperatura mínima, sem vento,

- qs )1 112 verific:3.remos a 1nex1


· . stenc1a
� . do vão cr,1 t.ico. Portanto a condição
= f_ 10 (qr + qc
3
69 5 regent e do projeto é a condição de ma1·or duração.
l Tef
Roteiro dos projetos mecánicos. dos condutore.s
295 1
os das linhas aéfea
s de transmissão 1
Projetos mecánic
Corrigindo a velocidade de projeto do vento para uma
)
aios altura média de aproximadamente 16, 35m: l
os cabos pára-r
4.4.5.2 - Para
Vp = 25,31m/s )
l
A presSão dinâmica de referênC� será
de op eração
x min adas p ara condiç ões �)
anto, ser e a
Elas deverão, no ent corridas p o
r 2

it , qua ndo poderão s er per qo = 373,47N/m )


-cir cu
sob condições de curto o a
o
a obedec e nd
v eri f ic açã o dev erá ser fe it e a força exercida sobre um metro de cabo: .)
ssa
l. correntes elevadas. E Dime nsionamento
de Cabos
)
! abr il de 198 4 fv = 373,47·0,89·0,009525 = 3, 166N /m (0,323kgf/m)
norma NBR 8449 de nerg ia Elétrica
El étr ic as de Tr ansmissão de E do )
Pára-Raios para Linhas O peso virtual dos cabos pára-raios sob a ação
\
)
- ProcedimefJto. dim ensionam
ento mec ânico, vento será:
suais para o
As hipóteses u J
são: p2 = / (4,021)
2
+ (3, 166)
2
)
. )

maior dur�ção % da carga de


p2 5,118N/m (0,523kgf/m)
a - Condição de corr e sponde a 1 4
)
ssa con dição
A tração ne a plur ianual. )
mp er a tura corr
espondent e à médi
ruptura, na t e e - Condição de temperatura mínima

To= 9583N (977,


Zkgfl A tração nos cabos pára-raios não dev e exceder

To= 20 .535N (977,5kgf)

xima carga
à temperatura
b - Condição de má s,
tração nos cabo
o de má xi mo carregamento, a
N a condiçã ruptura ,' sob a lmin = + SoC

1
exced r 30 % de sua ca rga de

pára-r a ios não deve
e

eratura coincidente.
ojeto, na temp /\
açã o do vento de pr d - A temperatura máxima dos cabos deve ser igual à
máxima
.,)
ToH = zo.535N (Z.094kgf ) temperatura do ambiente, desprezando-se os efeitos do
sol, do vento
,)
ou de eventuais correntes parasitas :)
ttH 15•C nessa
pára-raios s erá,
virtual dos cabos ,)
O peso tmax = 38,2oC

vão critico
condição:
Para os cabos pára-raios também não existe
ma, conforme se
u
para as condições de maior duração e de carga máxi
u
P0de verificar pela Eq. 4· 4· Logo, ª condi
ção· regente para os
· maior duração. '.J
para calcules dos cabos pára-raio-�- tamb'em é a condição de
(0, 410kgf/ml ,'-)
pt = 4,0Z1N/m

\
J
linh[!S aéreas de tran smissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 297
Projetos mecânicos das
296
a.3 - Pré-Tensionamento
gabarito
4.4.6 - Confecção do duração: 03 = 1 hora
cionado da maneir
a - tração ·constante: 13 4.210N (43Skgf)
cal cu lado e confec
0 gabarito será

J! descrita no item 4.3.1.3. O5 d dos ª


necessários

itens
já fora�_..
anteriores, exceto os
b - Após a ancoragem
)l especificados e determinados nos
cuja determinação b.l - Fluência a longo prazo
:__- l dos cabos condutores'
'.)! alongamen t os Permanentes s que segue, em
·) i fei ta, de acordo com o p 1 ano de traçõe - duração: D4 = 257.544 horas
ser á
i- programa anexo. - na Ref. [10] aconselha-se a empregar a temperatura
:J computador digital pe lo
es t1- mado para a 1 inha
é de 30 de maior duração, acrescida de S•C para compensar o
o periodo de vida u- t l- l
J qua l ser á det erm ina do o alongamento a ser com
pensado. êfeito do sol e da corrente. Portanto, o cálculo,
anos, para o durações
) icitações e respectivas será desenvolvido com-- t4 = 21 + 5 = 26•C
U Serão assumidas as sol
28.420N (2898kgf)
) stradas na Fig. 4.26. - tração no início do período: T4

3
abaixo indicadas e ilu
b.2 - Fluência sob condição de máxima carga

J
"1 . ..ÁNCORAGEl,I
�;: •,···
o·5
- duração: estimativa arbitrária: Ds = 2.628 horas
- tração inicial - valor da tração ao fim das 257.544

[:,] \ horas, calculada pelo programa

1\
,J: i! sobrecarga de vento de projeto: p2 19,210N/m

J (l,960kgf/m)

-1 - temperatura coincidente: ts = + 15°C

j_ º• b.3 - Fluência na condição de temperatura máxima


J - duração: estimativa arbitrária: D6 = 2.628 horas
:JÍ DURACÕES
tração inicial: valor da tração ao fim das-2.628
.J;t, das solic1·taçoes
- assumidas dos cabos horas de carregamento máximo, calculada pelo
Fig. 4.26 - Diagrama \
-l
/
programa.
/;<,,
igual a 21 oC, - temperatura dos cabos sem vento: t6
- Temperatura constante
a_ Antes da ancoragem
sem vento. Os resultados obtidos no cálculo efetuado no computador
) a. 1 Desenrolamento dos cab
os
digital pelo programa, são os seguintes:
duração: D1 = 1 hora
constante: T1
14.0lON {1.449kgf) a - Alongamentos antes da ancoragem
) "'! Tração<
a.1 - desenrolamento dos cabos - 1 hora: c1 = 9,931mmlkm
) elamento
a.Z _ Espera para Niv espera para nivelamento- 3 horas: c2 = 24,271mm/km
j '.
a.2
,) duração� 02 = 3 horas a.3 - pré-tensionamento' - 1 hora: c3 = 47,306mm/km
_) !
_,
tração constante: T2 =
21.015N (2, 174kgfl

.)
missão · Rote;,o dos projetos mecân;cos dos condutores- 299
• . os das linh as· aéreas· de trans
Projetos mecan1c )
298 total·. do cabo será no fim desse intervalo de tempo, à
)
gem:
ant es da ancor a
Alongamento total, temperatura de+ 15°C:
)
ca = 81,508mm/k
m
)
após a ancoragem
b - Alongamento d uração, com a )
men to n a con dição de maior es = 25,32145· (300.859,37) º ' 272,.
b.1 - a lo nga .544 horas
ae
. ( 2 1 + 5)•C,
e duração de 257
temp era tur a m/km
l: e•= 780, 849m cs = 782,715mm/km )
c ula do pe lo c omputador digita
- Cal )
b.3 - para a condição de temperatura máxima, ou seja , a
ição de ma ior
s as 257 .54 4 horas na cond SS°C, é necessário determinar, a tração no cabo· ao )
b.2 - decorrida -
ç ao na condiç
ão de carg a
rminou-se a tra final- das 260.172 horas, o início da contagem do tempo
duração ' dete .a
� ci
permanen
foi )
cuja
a 3. 009' 926kgf' ,, nessa condição. Lançando mão da "Equação da Mudança de
máxima igual nto tOt ª 1 • ao fina
l \ )

da e�,2 .62 8 h oras. o alon game Estado", podemos calcuia:r esse valor e encontrar
esti ma seguir.
2. 628 ho ra s, e, calculado a = 2.177kgf ou = 4,226kgf/mm 2 , considerando o
)
das 257.544 +
To6 �6
xa Corresponde
ndo )
sta n t e no in tervalo a t a efeito do alongamento produzido no cabo.
Admitindo con 2 equação
5, 843kgf /mm' p )
ela
926 /51 5.,l l = Repetindo agora os cálculos do item b.2, porém para
a O"S = 3.009, .
seria necess
ário
em os d et efm inar o tempo qu e �6 = 4,226 e
cs, encontramos teq6 66.996 + 2. 628 = '· )
2.15, Pod c 4, teqS: '
uzi r um alo ng amento igua l a· = 69.624 horas e, para t6 = 66,996 + 2,628 = 69.624 /
para prod
horas, encontramos finalmente o alongamento ao final )
�t o. µ/cr
ó . (Eq. 2.15)
C4 = K. e
'f' ,cr • teqS dos 30 anos: )
µ = 0,38 e
o. = 1,42; C6 = 791,438mm/km
6 ,p = 0,017; )
Sendo: X = 1 , ; cabos CAA 54Al
9 as con st ant es de fluência dos O alongamento a ser compensado será:
O= 0�1
para T = 15•C = = 791,438 - 81,508 )
+ ?F e , teremos O, 19
Cc C6 - Ca

1 42 0,38/(5, 843) )
0, 25 ' (5 ' 843) ' ·t
5 cc 709,930mm/km
780,849 1, 6· e
)
o,272 /\As etapas b.2 e b.3 de cálculo dos alongamentos estão
780, 8 49 = 25,32145·teq5 incluídas no programa anexo, considerando intervalos de tempo .ót )
1
logo: crescentes, de acordo com a lei DT = (0,8•!) '
25
. O resultado obtido )

t eq S = 298.231 horas pelo cálculo desenvolvido acima, de forma simplificada, é )


e· de 2.628
p rmanê nci a s ob tração máxima iguâ..lmente aceitável, dada a insignificância da difer ença entre
A duração da e
decorrent e pode ser
alo n ga men to de la este e aquel e que seria obtido pelo computador. )
horas. O do � constante
s � gra nd e erro, consideran O cálculo foi repetido, considerando-se a ancoragem dos )
calculadot e

go, cabos s em pré-tensionarnento. Para tanto, nos cálculos da fluência a


no interv alo. Lo )
longo prazo, empregou-se o módulo d e elasticidade inicial e
300.859,37 horas
o
)
ts = t e qS + 2. 628 to coeficiente de dilatação lineai também inicial, ao invés dessai:;
o alongamen i
açã o e c om cr = 5,843mm/km .>
Para essa dur
.)
Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 301
de transmis são
nicos das li;has aéreas
Projetos mecâ 2
3
u ltados To2 +To22[ E1•S·pÍ·a +S_E"trl t2-t1 )-To1] =
caso. Os res
300
2
no prime ir o 24To,
o e stad o final, com o
grandeza s n
s foram: em : ca' =
34,202mm/km Substituindo os valores, en centraremos' empregando como
_
� encontrado an t es da anco rag ,-
to total = 791, 438mmlk
m unidade okgf:
) 1 - Alongam en a an co ag em : cd'
to total após
r
4mmlkm
2 - Alongame n os: e'= 757, 2
2 9
+ Toz [5.709,25 + 4.898,62 - ·'2.898) = 47, 903 ·10
3

u d em 30 an To2
r compens a o

3 - Alo
ngamento a s e f ica-se q
ue o
'.) va l o e s de e, veri que, reso l vida por qualquer processo numerico, fornece :
os dois
r
Comparando-se ongam e nt
o a ser
:') ce rca de 4, 3% o a l
To2 =· 2. 199kgf (21. 563N)
ento reduz em
;) pré-tensionam
:) compensado.
Os acrésc im os e q u ivalente
de te mp
eratura se
rão: A fle�ha a ser espera da nova-o b'asice será

a ·p1
2
(330) ·1,7247
.)l 709, 93 - = 36,5•C
= ----"-'..:...
fmax
8To 2 8·2199 ·-
10,68m
am e nt o: b.t eq
') 1 - com pr
é-tension 19, 44 · 10-• O gabarito deve rá ser preparado com um vao _ de 3 a 5

:;) .! - se m pr é-tensiona
mento: _ti.teq
=
757,24 - = 39,ü•C
__:._�.cc:.:..
19,44· 10.6
, vezes vão b.as1c
O . o , depende ndo do tipo
1 inhas . Deverá ser tanto maior quanto
. de t errenos cruzados pelas
mais acidentados forem os
J 2
.):t rega do s
e ilustrados t errenos. Para o pre sente caso • um exame do perfil do eixo da linha
re g am entos emp
',

d os c ar vertido
(J A seqüência mente. Se
tivéssem os in sugere que se adote 3 x 330 = 990m.
ar bi trar ia os
'-1
.. � foi escolhida ca rga , te ríam A flecha da " curva qu ente" deverá ser executada com
na Fig. 4.25 u ela de máxima
-

ão co m aq
�: or duraç uma te mperatu
ra
as seqüê
ncias de m ai o rr sp dendo a
96,0m na escala vertica l do desenho. No cas�· • 1: 200. O vão deverá
,.
, 951mm!km, c
e on
nto e
e ncontra
do cc •;, 615 nh a com pré-tensioname se r medido na escala horizontal, ou seja , 1:2.000.
.) caso da li
de 31,7•C no de nosso
equivalente ada a imp
erfeição
e sm o. D
.)
as o da li
nha sem o m ximo p oderá o
u não b - Flecha mínima
34,12•C, no c amento má
:J oro lógico, po
is esse c e rre g
da d a li
nha, poderem
os
A flecha mínima é calculada para a mínima t emperatura,
modelo mete a vi
8 ocorrer em
várias ocasiõ
es du ran te
en t e a Ateq
= 37•C e conf
e cci onar sem considerar o efeito d0 vent o ' empregando-se a equação da
orre sp o nd
'.) lor médio, c rnudanç� ,,;Je estado" · No presente caso , l2 = lmin = + 4oC • 1 ogo:
aceitar um va
,J o gab arito p
ara tina:x = 92°C
.
2
To23 + To2 [5.709,25 - 1.172,91 - 2 · 898] = 47.903·10·


, .. !
o gabarit o cuja solução fornece:
C lc ul o d as flechas p ara
4.4.6.1 - á
To2 = 3.160kgf (30.987N)

xima ida como a A flecha na condição de temperatura minima será, então


a - Flecha má io r d ura çã o foi escolh
de m a
A condição To1 = 28.419,
SN
fmin = 7,43m
vão bá si c o de 330m e m l.
egente. Para
o
m (1, 7247kgf/
condição r 92, 0• C e p1 = 16,913N/ A "curva fria" do gabarit o terá uma flecha de
t1 = 21•C, t2
=
estad o , teremos
(2.898kgf),
equação
da muda nç a de 2
(3,0) ·7,43 = 66,9m.
a
empregando
echa máxima:
o valor da fl
302 Projetos mecânicos das linhas aéréas de transnli'ssão Roteiro dos projetos mecánicos dos condutores
303 )

1
Observando os resultados da tabela, concluímos: )
o g abarito foi executado de uma chapa de acrílico
cristal de 0,1cm de espessura e com cerca de 60 x 60 cm, da maneira
� exposta no l·tem 4 . 3 . 1 . 3. A Tab 4.3 ilustra parte da caderneta de
a - as diferenças entre o vão regulador e o vão
médio, corno í
também entre ·o vão regulador e o vão básico de
locação resultante, referente a uma seção de tensionamento. cálculo são )
p�quenas, principalmente no segurado caso
. O vão regulador )
' !

TABELA 4.3 - EXTRATO DA CADERNETA DE LOCAÇÃO. PRIMEIRA é, portanto, representativo da secção de tensionarne
nto e )
SECÇÃO DE TENSIONAMENTO pc d
· e ser usado no cálculo das tabelas de flechament
o. )
No caso em que o vão regulador de uma ·qualquer �ecçã
Supo� Estaca Distância Vãos [m] o de
Tipo tensionamento divergir muito do vão básico, principalm )
te
N•
levant. do
topogr. início
H ,...
V
V
H estr.
Obs.
se for. menor, a locação deverá ser refeita, procurando-s
ente
)
\ "a" de vento de peso e,
1i •. \ com o mesmo gabarito, resultados mais satisfatórios. )
01 100+0 0,0 105,0 235,0 2,24 AT Anco- Caso
ragern isso não seja alcançado, novo vão básico deverá ser )
usado
210,0 term- para confecção de um novo g abarito e novas locaçõ
minai es )
tentadas. Evita-se com isso dissabores com cabos
02 102-77,5 210,0 .309,0 225,0 0,73 SN baixos )
408,0 .· 1 ou altos demais;
03 103-27,3 618,0 376,0 250,0 0,69 SN )
345,0 360,0
04 108-11,8 963,0 356,5 1, 01 SG b - nas várias tentativas de locação efetuadas, procurou-se
168,0 297,0 1,33 SN
05 110+17,0 1.131,0 262,0 minimizar o peso de aço das estruturas, atendendo assim ao )
356,0 360,0 1,05
06 112+ 6,5 1.487,0 34 2,0 SG aspecto econômico; )
328,0 285,0 0,80 SN
07 114+42,5 1.843,0 356,0
405,0 c - todas as estruturas, menos a n. º 03 da secçã )
08 116+25,0 2.248,0 346,5 285,0 0,82 SN o, apresenta­
308,0 ram relações V/H maiores do que 0,70 usada no )
09 117+24,0 2.556,0 246,5 210,0 0,85 SN projeto,
assegurando ângulos de balanço menores do que
18,21°. O
.)
25 146+50,5 7.291,0 264,0 190,0 0,72 SN ângulo de balanço da estrutura n. º 03, com V/H 0,69, ,)
26 147+65,8 7.507,0
216,0 306,5 260,0 0,85 SN
deverá ser de 18,970, ainda bem abaixo dos 20c fixados. J
27 149+ 0,0 7.904,0
397,0
344,5 356,0 1,03 SN ,'\ Quando ocorrerem valores de /3 maiores do que o máximo )
28 150+44,0 8.186,0
292,0
341,0 294,0 0,862 SN i fixado, deve-se restringir o balanço das cadeias.
Para
29 152+29,0 8.586,0
390,0 363, 0 300,0 0,826 SG l tanto, podem ser usados "lastros" fixados aos gramp
os de ,)
30 154+00,0 8.922,0
336,0
299,5 235,0 0,785 SN
Anco-
1 suspensão ou mesmo cadeias de isoladores em
ancoragem, J
quando o peso dos lastros for considerado exces
ragem sivo, )
263,0 portanto, impraticável. O valor mínimo de V/H para
in- que �
308,0 267,0 0,867 A term. não seja maior do que 200, é 0,52. Se admitirmos )
31 156+41,0 9.185,0 . em uma
das estruturas da linha em projeto a relaçã
o V/H =
i:a = 9.185; na = 30; ã = 306,17m ')
137,6/320 = 0,43, encontraremos um ângulo de balanço igual
3 . ,'
a 23, 78° , que reduziria a distância D1.
i:a = 1. 027. 097. 562 :. AR = 334, 4m
'.)
.·.::..:. J /

:(
-r·---�-·
nicas das 7/nhaS aéreas de
transmissão
Roteiro dos projetos mecânicos dos condu�ores 305 1
Projetos mecâ .
As primeiras são válidas para todos os vãos de sua
304
ado em um a das
p do lastro a ser empreg secção de tensionamento e podem ser usadas para o nivelamento dos
SeJ·a Lo [N]
0 eso
pode ser
ut ur a a cim a.
A fig. 4. 11 cabos, quando se empregam dinamômetros, e para preparar as tabelas
es tr
uspensa- o da val or limite do
cadeia s de s seu efeito. Para o ou curvas das flechas.
ra incorp o r ar 0
modificada pa Essas tabelas, em geral, s·ão representadas para valores
s:
ângulo �.teremo
-i[ K·qo·d·H l (4. 12) de temperaturas crescentes de grau em grau ou de dois em dois
= tg
L
p. V + LG J graus, em uma faixa limitada pelas temperaturas ambientes, mínimas
e máximas, que p oderão ocorrer na região, na época da montagem das
donde: (4.13)
linhas.
K·qo·d·H - p·V
LG ::: tg �max. Su� elabo ração é bastante trabalhosa, sendo conveniente
aso da
alor s co rres pondentes ao c
v o emprego de calculadoras pr ogramáveis ou computadores digitais. As
Substituindo os
e

u c traremos:
on equações das parábolas podem ser usadas para a maio ria dos casos.
linha do pr oje to-exemp l o, en
·320 _ 1 6 ,913·137, 6
O 38·347,40·0,02951
LG tg 20 •
4.4.7.1 - Tabelas de trações em função das temperaturas

= 1. 097, 82N ( 112, Okgfl


Lo bloco de Esc o lhido o intervalo de temperaturas para o qual devem
ser o bt ido atrav...és de ·um
á
Esse peso Poder tura. Um f uro ce
ntral de ser preparadas, emprega-se uma equação da mudança de estado para
0, 16 m de al
de diâmetro p or
erragem que d e
ve rá calcular valor da tração To n os cabos para cada uma das
chumbo de 0,20
o
a fi xaç ão a uma f
ro permitir á su temperaturas, admitindo-se c omo "vão para cálculo" o próprio "vão
o,ozm de diâmet spensão.
r arti cu lada ao grampo de su regulador" e empregando a "condição iegente", anteriormente
se
condutores determinada e usada, como o "estado 1" do cabo. O "estado 2"
rva s de f le cha mento d os c abo s
s ou cu considera o cabo sem ação de vento, na temperatura c orrespondente à
4.4. 7 - Tabela
mento são
v as de fle cha mento ou niv ela tração desejada.
As tabel as ou cur a fim de
s ca b o S das linhas aéreas, N o caso da linha do projet o exemplo, teremos:
mo ntagem do condições de
empr e gadas na - es corretas, s ob quaisque r ·/ \Estado 1- Condição regente:
chas e traç o
assegurar . fle a vida útil,
q ua lq uer época de su são - E1 = 51.021N (5.202kgf) - módulo de elasticidade
carregamento' e em essas ta belas
s cçã o d e te nsionamento, inicial do cabo
Para ca da e
ue não impe
de, no
regulador, o q
-3 2 2
e s eu vão S = 0,51111·10 m (511,11mm) - área da secçã o
em função d , . es de
e laboradas
po s sa se rvir para varias s e cçõ
me sma tabel a transversal
entanto, que uma val or es
v os re gul ad ores te nham - a= Ar::: 334,4m - vão regulador
desde qu e seu s ã
tensionamento, - p1 = p2 = 1 6 ,913N/m (l,7247kgf/m) - peso unitá-
róxJmos. curvas para
a
razoavelmente p ab las e (ou) ri.o do cabo
t
São elaboradas
e

To1 = 28.419,SN (2.898kgf) - tração na condição


:
determinação de eraturas do s ca
bos;
regente
f unçã o das temp
a - tra çõe s em bos e dos vãos.
nção da s te mp eraturas d os ca
fu
b - fl echas em
J

de transmissão Rote iro dos projetos mecánicos dos condutores 307


das linhas aéreas
. os mecânico;·
ProJet
306 te Com as trações calculadas para cada temperatura da )
ndição regen
- te mp eratura na co maneira vista, empregando-se as equações das flechas (parábola ou /
t1 = 2l ºC
r
as especi-
ariá vel ) _ temperatur catenária), determina-se os valores das flechas.
it (v )
- t2 = t, ± No caso -de nosso exemPlo, escolheremos os vãos entre
as flechas o )
ficadas pa ra -6 coeficiente
de d il a taçã estruturas no 6 e 7, de 328m; entre 14 e 15, de 216m e entre
-
ri\_P
1/ oC )
ocU =1 8 ,18•10 n." 26 e 27; cotn,-"3-9'-1m-c-,r, obtendo os--:valores-- .constantes .da--, Tab., 4.·5·;
cial - )
térmica ini .,-,
remos, p ara TABELA 4.5 - TABELA DE FLECHAMENTO
udanç a de estado" te )
equação da m FLECHAS= f (TEMPERATURA, VÃOS)
Montando a " Cabos condutores )
\
102 em kgf: )
9
, 8567 ·10 FLECHAS [m]
48 , 3 46 (t2 - t1)l = 36
10!(1.490,5
38 +
remos as
\
a -··15 )
4. · 4. • enco nt ra 6 - 7 14 26 - 27 29 - 30
05 valore
s da tabela -)
Da nd o a tz
�l 328 [m] 206 (m] 397 [m] 336 [ml
tes. . )
esponden
trações Corr RAS
EMPERATU
� 15 7,80 3,08 11,43 8, 19 )
ME NT O - TR AÇ•OES _- f (T 17 7,87 3,10 11,53 8,26
TABELA DE FLECHA )
TABELA 4. 4 - 102
19 7,94 3, 13 11,63 8,33
21 8,00 3,16 11,72 8,40 )
102 23 8,07 3, 18 11,82 8,47
i t [ oC] (kgfl
(Nl 25 8,14 3,21 11,92 8,54 )
i t ( °C] [kgfl 8,20 3,24 12,02 8,61
(N] 2828 27
27731 29 8,27 3,26 ,, 12,11 8,68 )
27 2805
29143 2972 29 27506 31 8,33 3,28 12,21 8,75
15 2947 27290 278 3 8,81
.)
28898 31 33 8,40 3,31 12,30
17 2922 27084 2762 8,88
28653 33 35 8,46 3,34 12,40 .:)
19 289 8 2 6868 2740 8,95
2841 8 37 8,53 3,36 12,50
21
281 82 2874
35
37 26663 2719 �)
23 2851
25 27957 _)
As tabelas 4.4 e 4.5 foram calculadas, empregando-se os )
os módtllOs de elasticidade e coeficiente de expansão linear inici a is.
ratura s e vã -)
c h as e m f un ção das tempe Nessas condições, está se desprezando o efeito que o
belas de fle
4.4. 7 · 2 - Ta )
das te mpera t
uras ' · são pré-tensionarnento produz sobre essas grandezas e alterando
flechas em f un ça• o �)
As t ab el as de os os fl ech
am entós. Em igualrnent� os valores. das�trações.e flechas a serem medidas durante
ser ão fe it .)
s quais comprimento,
a os vãos no do do seu
as montagens. No presente exemplo, em vãos de cerca de 335m, as
elaborada s par mento, de pe nd e n
,)
de tensio na e preferir flechas das tabelas são cerca de 5 {cm] menores do que aquelas
cada se cç �ao os p ara ess e fim. Deve-s
rios - va
es. colhido s vá ao dos vãos calculadas corno módulos de elasticidade e coeficientes de expansão e )
deverão ser m co m pr im entos próximos
snivela dos e
co s em um dos lineares finais. Pode-se compensar esse fato, empregando-se flechas .)
va· os pouco de ém ve r if ic ar as fle cha
e ta mb
É convenient ec hament o foi - tempera turas dos cabos na hora d o
das tabelas, correspondentes as )
reguladores. no r es , A t écnica de fl
me
e em vãos 2.2,1,b).
flechamento, acrescidas de um grau centigrado. ·-)
vãos maiores ap1 · tulo (item 4.
de s te c
início
descri·ta no �)
. '
'l
) 308 Projetos mecânicos das lidhas ·aéreas de transmissão Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 309

) cabos pára-raios Refeita a verificação do vão crítico (Eq. 4. 4),


l 4.4.8 - Tabelas de flechamento dos
conclui-se que nesse caso e 1 e também não é definido. Portanto, a
) São calculadas de maneira idêntica às
anteriores condição de máxima duração é a regente.
) estipuladas pela NBR 5422 para
respeitando-se os limites de tração
,') 3 foi visto que as trações em TABELA 4.6 - TABELA DE FLECHAMENTO
o tipo de cabo empregado. No Cap.
j vãos grandes variam menos sob
a :--ião dt.
variação das cargas
1RAÇÕES = f (TEMPERATURA)
Cabos pára-raios EAR de 9,525mm
") externas do que em vãos
pequenos. Isto é tão mais verdadeiro
em

j cabos de pequenos diâmetros


e elevados módulos de elasticidade,
são menores. Nessas
t [ •Cl
To2
t l ,cJ
To2

alongamentos elásticos específicos [N] [kgf]


.····�
- ..}; pois [Nl [kgf]
de aço tipo EAR. pode-se
condições, para os cabos pára-raios
.]l � . - a 4% da carga de ruptura, entre \ 15 10.345 1.055 27 9.306 949
esperar uma var1açao da ordem de 3 17 9.777 997 29 9.218 940
ão e a de máximo carregamento, 19 9.679 987 ·31 9.139 932
a tração na condição de maior duraç
..
-1
) 21 9.580 977 33 9.051 923
conforme se pode verificar. 23 9.482 967
1!
,",} Sendo:
25 9.404 959
35
37
8.963
8.884
914
906
do cabo
); - p1 4,020N/m (0,410kgf1�) o peso unitário
)' - pz = 5,0207N/m (0,512kgf/m) o seu peso virtUa
l unitário sob Para os mesmos vãos de controle dos condutores, as
ação do vento de projeto flechas nos cabos pára-raios serão:
- t1 21°C a temperatura de maior duraç ão
- t2 1S°C a temperatura coincidente TABELA 4.7 - TABELA DE FLECHAMENTO
o máxima na condição de FLECHAS= f (TEMPERATURASÍ
- Tal = 9.582,42N (977,Zkgf) a traçã Cabos pára-raios EAR _ 9,SZSmm
ruptura, conforme a
maior duração (14% da carga nominal de
NBR 5422) FLECHAS [m]
2 2 a
- E= 189.550N/m (19.330kgf/mm ) 6 - 7 14 - 15 26 - 27 29 - 30
6
- ttt = 12,56·10- 1/°C
)
� 328 206 397 336
- d= 0,009225m o diâmetro do cabo
6 2 versal
- S = 55,421·10- m a área de sua secção trans 15 5,23 2,06 7,66 5,84
condição de máxima 17 5,53 2,18 8,10 5,80
To2 [N1 (ou kgf) é a tração no cabo na 19 5,59 2,20 8, 18 5,86
carga 21 5,64 2,23 8,27 5,92
de 23 5,70 2,25 8,35 5,98
Substituindo os valores na equação da "mudança 25 5,75 2,27 8,42 6,03
gamento, ter-se-á: 27
estado", para a condição de máximo carre 5,81 2,29 8,51 6,10
29 5,87 2,31 8,59 6, 16
..J'
31 5,92 2,33 8,67 6,21
33 5,97 2,36 8 1 75 6,26
.J 35 6,03 2,38 8,84 6,33
cuja soluçã o é 37 6,09 2,40 8,92 6,39
.)
To2max = 1. 203kgf
são
l
as 'aéreas· de transmis Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores 311
Projetos mecânicos das linh
310 )
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74, Part III, Pg. 402 a 416
)
- Trans. AIEE - PAS Vol. 115 INPUT "SECAO TRANSV. (mm·2)" '·S
120 INPUT "MOD ELASTIC · FINAL (kgf?mm·2)"; EE
)
York, 1955.
and Field 130 INPUT "COEF DI F IN:;L (1/G.C. )" ;AT )
6 - WIN KEKM ANN , P. F. "Sa g-Tension Computations
140 INPUT "VAO PARA\ii�ó ( m) ; VC
Trans.
Measurements of Bonnevill
e Power Administration 150 CLS )
N.
B - Pg. 1532 a 1547 160 PRINT "CONSTANTES DA FLUENCIA"
AIEE, PAS Vol. 78, Part III 170 PRINT
)
Iorque, 1959 180 INPUT · '(k = " . KK )
ico com Noções 190 INPU'f ,,.FI = :, ; FI
de e outros - "Curso Bás 200 INPUT "ALFA = » • AL
7 - OLIVEIRA NETO, J. I. de
)
Gerais de Lini"las de Transm
issão" - Fases de Construç
ão
210 INPUT "MU = ";MU
220 INPUT "DELTA = ".' DE
Centro )
Centrais Elétricas S/A -
LTS" - Módulo 6 - Furnas 230 CLS J
de Treinamento de Fiscais
de Linha - Rio de Janeiro. 240 REM DURAC - TEMPO DE DURACAO DO ESTUDO EM HORAS
Regente no Projet o 250 REM TEMP _ TEMPERATURA DO CABO EM GRAUS CELSIUS )
8 -FUCHS, R. D. e outr 260 REM TRAC AO INICIAL DE FLUENCIA EM kgf
o s - "Condição

270 REM PEVI = �; VIRTUAL DO CONDUTOR EM kgf/m


Pg. 21 a )
Mundo Elétrico - Nc 284,
Linhas de Transmissã o " -
280 REM DPIN - DURA RIME!RO INTERVALO DE TEMPO EM HORAS .
25, São Paulo, Maio de 1983. ���tl;�/
)
290 INPUT "NUM. DE ANTES DA ANCORAGEM" ; N
Vão Básico no

1
- "Considerações Sobre o 300 CLS �. )
9 - FUCHS, R. D. e outros 310 INPUT "NUM. DE ESTADOS DEPOIS DA ANCORAGEM"; M
Projeto das Linhas de Tra
nsmissão" - Mundo Elétrico
320 CLS
J
Set. 1981.
264, Pg. 47 a 51, São Paulo, ··.)
)
)
. ./

Roteiro dos projetos mecan,cos dos condutores


A 313
ânicos das lin
has a éreas de transmissão
\
870 IF I=N+l THEN C0-A - A
Pro jetos mec

312 \ 880 REM CALCULO DA V/\R!ACAO DA TENSAO x ALONGAMENTO


890 J=O.O
HEN 410 ·
330 If N=O T NTES DA ANCORAGEM" 900 J=J+l
' 340 PRINT
" A 910 CC=(BB*(P ( I)'2)/(R(l).• 2)
345 PRINT TO N
920 EP=(AA�ED)*lE-6
350 FOR I=l )";: INPU�D(ll 930 FF=EE'S*EP
T "D URAC ("; l;" :INPUT T(I), 940 GG=BB*P(I)'2
360 PRIN ";
TEM P (";l;") ;,-
370 PRI NT " AC (" ; I; " ) " ; : INPUT R ( 1) 950 LL=CC+FF-R(J)
380 PRINT " TR :INPUT P( l) 960 RR=R( !)
PEVl (";l;")";
390 PRIN T " 970 SS=3'(RR'2)+2* LL • RR
40 0 NEXT 1 HEN 610 980 R(I)= RR-(( , i;LL*(RR'2)-GG)/SS
410 IF M=ü T 990 IF ABS ( RR�ti * > 1.0 THEN 960
415 CLS AGEM" 1000 MM=KK' XP ((R(l) /S)'AL)
APOS A ANCOR E ;����g;�
420 PRIN T " \ 10 1 0 QQ=( (R(I)
425 PRINT 1020 TE=(AA/MM)'QQ
4 30 J=l � l TO N+M l
1030 DT=(O.B*J)'l 25
440 FOR J=N+ RAC (";!;")";:INPUT D(l 1040 TT=TE+INT DT.
0 PRJ N T "D U I NPU T T( l) 1050 TH=TH+!NT DT
45 ;:
EMP (";!;")"
460 PRINT "T N 475 1060 !F TH >- - D(!) THEN 1110
THE
465 JF J>l ;: INPUT Rll) 1070 EO=AA
RAC ("; J;" )"
470 PRJNT "T EVI (";l;")";:JNPUT p(l) N) 1080 ·.AA=MM* ( TT' ( 1. O/QQ))
475 PRINT "P N (";!;")";:I NPUT A(l- 1090 co- -CO+(AA-EQ)
PJ
480 P RINT "D 1100 _,GOTO 900
485 J= J+ l EM 1110 B(I-N)=J
l S DA ANCORAG
490 CLS:NEXT LO DO ALONGAMENTO ANTE NSTANTES 1120 BO=BO+CO
600 REM CAL
CU AMENTO CO 1130 CT=CT+ (I)
EM TE .� PER ATURA E ALONG 1140 G(J)=CO D
610 R
620 AO=O 1150 E(l-N)=R(I)
630 BO=O 1160 F(l-N)=TH
640 CT=ü 1170 CO=O
THEN 730 1180 REM CALC LO DA MUDANCA DE E STADO
650 JF N=O
TO N UHE
1190 !F I=Jl T N 1330
660 FOR J=l (FJ*T(J))•((R(l)/S)'AL)
670 MM=KK *E XP 120 (R(l)'2)
)/S)'DE)/MU �;:lil��)/ 1)-T(I))
680 QQ=((R(l J)'(l/QQ)) 121� ii=�� l+l)'2 1+
D(
690 AA=MM*( 1220 GG�B_B*P(
700 AO=AO+AA 1230 LLfCC+FF-R(I)
710 G( J)=AA ANCORAGEM
1240 R(I+l)=R(I)
720 NEXT J O DO AL ON GAMENTO APOS 1250 RR=R( J +l)
730 REM CALCUL VC'2))/24 1260 SS=3*(RR'2)+2*LL * RR
*( 2)-GG/SS
740 BB=(EE*S 1270 R(I+l)-RR
�� � =3)+LL*(RR'
=N + M -( � 1)) > 1.0 THEN 1250
750 Jl 1280 IF ABS
760 EO=O 1290 MM=KK*EXP(FI'T�l+l))*((R(I+l)/S)'AL)
770 TE= O I+l)/S)
HEN 1330 1300 QQ=((R( DE / U
780 JF M=O T 1310 TE=(AAIMM)'QQ ) M
790 J N 1320 GOTO 800
800 I=I+l
=

1330 AC=BO-AO
N)
810 TH=A(l-= ll 1500 REM sAIDA DE DADOS
820 C(I -N ) R( (l)/S)'AL) 1510 REM
MM = KK *E XP ( FI*T(I))*((R
830 /S)'DE) /MU
1520 CLS
840 QQ=((R(l) Nl
850 TT=TE+A(J- ( 1/QQ) l
'
860 AA=MM' l TT
. )

l '.__�t.·'·.·.
.11:f
de transmissão
. s da� lin. ha� aér
eas )
p,01etos meca• n,·co
314 )

LTADOS OBTIDOS"
530 PRINT "RESU" THEN 1550
�540 IF 1NKEY$="
1560 CLS HEN 1630
1570 IF N=O T TO N
1580 FOR I=l TADO"; I
1590 PRINT "ES NGAME NTO"; G(I)
Estruturas para linhas'de transmissão )
1600 PRINT "ALO "" THEN 1610 )
1610 IF INKEYS=I
1620 CLS:NEXT N 1890 )
1630 !F M=O THE )
1640 CLS A ANCORAGEM"
1650 PRINT "APOS " THEN 1660 5.1 - INTRODUÇÃO
)
1660 IF INKEY$=" UMERO D INTERACOES ST!illO ' \ )
N
1670 REM>iNITE - TRACAO ; INICIO DE c/illA ESTADO
1680 REM TIN I - DE CADA E
TRACA �O FINAL
missão de
CUL!illAS As estruturas de uma linha aérea de trans )
1690 REM TFIN -- NUMER� TOTAL DE HORAS CAL mecânica dos cabos
170 0 REM NHO R energia são os elementos de sustentação )
1710 CLS N+M (condutores e pára-raios}. São os elementos
da L. T. responsáveis
' )
1720 FOR I=N+l TO O"; I entre os cabos, das
1730 PR IN T "E S TAD pela manutenção das distâncias de segurança
NG."; G( !) )
1740 PRINT fALO " ;B(I-N) al1turas de segurança entre os cabos e
o solo ou obstáculos
1750 PRIN T " NITE )
THEN 1760
1760 !F INKEYS='"'
mínimos entre toda parte
transpostos e ainda dos distanciamentos
1770 CLS nho à mesma.
)
;C(I-Nl energizada da L.T. de qualquer elemento estra
1780 PRINT "TINI" ;E(I-Nl tores de urna .)
F IN"
1790 PRINT "T OR" ;F(I-N) Pode-se imaginar que o conjwito de condu
1800 PR!NT "NH " THEN 1810 L. T., envolto pelo espaço necessário ao isolam
ento de seu nível de )
1810 IF INKEYS=" ia. Desde que os cabos )
1820 CLS:NEXT I RAGEM" ;BD
tensão, constitui um prisma condutor de energ
183 CLS
O •
NGr, =
n�NT O TO TAL APOS A ANCO suportem às solicitações mecânicas a que são
submetidos, cabe às J
1840 PRINT " AL
" THEN 1850 sabilidade de manter a
1850 !F INKEY$=" EM"; AC;" (mm/km ) " estruturas {suportes da linha) a respon _)
1860 CLS P EM"; CT; "HORAS
'
S ER CDM vendo todos os esforços
ONG. A integridade desse prisma condutor, absor )
1870 PRINT "O AL ='"' THEN· 1880 / o, em todas as situações
1880 IF IN KE Y$ mecânicos gerados nos pontos de sustentaçã .)
1890 END de uso, ao longo de toda a vida da linha
e transmití-los com
)
sua vez implantarão a
segurança às estruturas de fundações, que por
.)
. L. T. no terreno,. -
.)
)
5.1.1 - Classificação
)
. '
as estruturas . .J
Vários critérios permitem classificar
j
de urna L. T., conforme vistô:·.no capí tule 1, ou seja:
)
)
)
r -­
f
. .!

Estruturas para linhas de transmissão 317


transmissão
ecânic . ·has· aéreas de
os das lm
eto s m
A grande vantagem do uso do eucalipto é que por ser
Proj

ão estrutural:
316
uma árvore de crescimento acelerado, o plantio de espécies
segundo a funç
Cla ssificação adequadas em condições ideais dão retorno relativamente rápido, e
suspensão peças retilíneas com até 20
Estrutu ras de com poss_ibilidade de se conseguir
de ancora�m �T
_ Estruturas metros de comprimento e diâmetros variados. Os troncos devem ser

para ângulos
- Estruturas descascados logo após abatidos, os extremos cintados com arame de
derivação
Es\ruturas de aço para evitar rachaduras longitudinais, e então tratados com
o de fases
de transposiçã
_ Estr uturas óleos especiais em autoclaves de alta temperatura e pressão.
ur as: o concreto armado ·usado como estrutura de L. T. tem a
1 das estrut
. t·r
ma de res1s
s eg undo a f ar grande vantagem- de permitir a prefabricação das peças próximo aos
Classificação
s locais de uso. No entanto, exige equipamentos especiais para o
autoportante
\

U - Estruturas transporte, manuseio e montagem, aiêm de ser extremamente pesado e


1 gidas (F
ig. 1. 2b)
_ Estruturas r· 1.42 ) frágil.
exívei. s (Fig.
Estruturas fl s (Fig. 1.43) Metais para o uso estrutural em L. T. devem ter alta
as mi st as ou . semi-rígida
- Estru tur resistência mecânica, alta resistência à corrosão, baixo peso
2a; Fig. \. 45)
ut ura s es taiadaS. (Fig. \.
- Estr especifico e baixo custo de produção. Atualmente, os mais usuais
. s estruturais: são os aços de alta resistência, os aços-carbono galvanizados a
cação Segu ndo o s materiai· fogo e as ligas de alumínio.
Classifi
Aços de alta resistência são �mpregados na confecção
de madeira
_ Estruturas do de postes cônicos ou tubulares de grandes comprimentos. Os
concr et o arma
Estruturas de perfilados de aço-carbono galvanizados, bem como os de alumínio,
metálicas
- Estruturas são ideais para os projetos de grandes estruturas treliçadas.
Além do baixo peso específico e alta resistência à
corrosão, os perfilados de alumínio têm a grande vantagem de serem
. estruturais
ais
S. 1_2 _ Materi estr�àdos. Fato que permite ter uma grande variedade de secções
tansversais de perfis, inclusive com características mecânicas mais
avantajadas que as convencionais cantoneiras laminadas de aço.
L. T. são: u ral Contrapesa para as estruturas de alumínio o seu elevado custo, a
ra uso estrut eni entemente
A madeira pa
de ir a n ão no bre, p orém conv facilidade de vandalismo e sua menor resistência mecânica.
1 a ou uma ma necessárias
ao
exemplo a ar oe ·r a ntir ce rta s qualidades Tanto a madeira, quanto o concreto armado e até mesmo
forma a gar es de
tratada de t al e xe mp 1 o algumas espéci os aços de alta resistência prestam-se à confecção de postes e à
opõe' p
a que se pr As caracterís
ticas
or

bom desempenho pticor n1 us alb a).. montagem de estruturas relativamente simples como estruturas H, T,
riodora, poli
j

ncia ao
k·! e
eucalipto (cl·t tura l sã o: dureza, resistê X e outras. Normalmente, o's ,fabricantes já têm à disposição do
tru
;;_.

madei . ra de uso es ataque por bact


érias e
.l necessárias à s, dif íci l mercado conjuntos de estruturas, denominadas de famílias, que
bras en tre
laçada
•J
e
.) ;i\\í intemperisrno, fi
..
) 'E' microorganismos
·.�,)
_ ___.;
)

1
missão
das linhas aéreas de trans Estruturas para linhas de transmissão 319
)
Projetos mecânicos
318
tensões e - Estrutura SD _ torre de suspensão simples - o º )
ta ções padrõ es de algumas classes de
atendem às solici Vão médio 430m • vão de peso 700m
filosofias de trans '
missões. Por exemp lo -�
:
)
duplo T para circuito - Estrutura S1D _ torre de suspensa-o reforç ada - o º
amí ia de est rut uras de concreto . }
- F l
Vão médio 530m, vãà,de peso 700m
)
duplo de 138kV. 69kV
tur as de madeira para )
- Família de estru o duplo de 69kV
- Estrutura SZD _ torre de suspensão para ângulo de até 3 º
de aço para circuit
- Família de postes ular para Vão médio 480m • vão de peso 900m )
de e strut ura s est aiadas de concreto tub
Família )
SOOkV - Estrutura. AD _ torre de ancoragem para ângul o de até 40 º
circuito simples de
·)

\
Vão médio 430m ' vão de peso 800m
çando-se mão .)
, só s ão viáveis lan
li
est rutu ras, porém
Grandes
pe rfis metálicos. - Estrutura A1D - torre de ancoragem para ângulo de até 10 º )
içadas construidas com
de estrutura s trel )
Vão médio 325m, vão de peso 1 . 200m
)
VANIZADO - Estrutura TR _ torre para transposição de fases - oº )
ELIÇADAS EM AÇO GAL
5.2 - ESTRUTURAS TR Vão médio 350m, vão de peso 700m
)
liçadas para a
sar estruturas tre
A opção de se u te
uma solução b astan Para casos especiais, impossíveis de serem resolvido s
do s up ortes de uma L.T., é )
!' construç ão s
de altura, disposição, com uma das estruturas padron izadas, parte-se�· para o projeto de uma
l, Pra tica men te qualquer problema são )
versáti ntos,
ciame nto , e tc, de cabos e equ ip ame estrutura espe cial que atenda às -solicitações e situações
carreg amento, dis ta n
ser usada, .)
lvido s e se mpr e uma estrutura pode específicas.
fáceis de sere m re so
ssão, com )
mo pro jet ada para a absorção e transmi No exempl o acima, parece a princípio que cont a mos com 6
modificada ou me s
suportar. tipos de estruturas padroni zadas na famílfa. No enta nto, cada .)
gas mecânicas que deve
segurança, das car as est ruturas estrutu\a tem 0 seu corpo projetado em mo'dulos' que podem ser
turas mais simples, )
Ass im como as estru os casos
/
d em acrescentados ou retirados da estrutura bás1ca, elevando assim de 6
tam bém co mpõ em famílias que aten ·•.)
tre liçadas são e filosofias de
eiro s de det er mina das classes de ten
s
para 48 o número de componentes desta fam·1·
1 ia. Acrescente-se ainda ')
corriqu ias, de arquitetura . -
a possibilidade de var1açoes dos -pés das estruturas (Fig. 5 . 4) '
o tal, existem muitas famil .)
tr ansmi são . Com e à--
por concessionárias que p erm1. tem o seu· assentamento em terreno de topografia inclinada:.
... )
s
d s, nor ma liz adas
definid as e projeta
a
Como a f am1, 1 ia
· de pés conta com 5 variedades • o número total de
ri can tes no mercado.
disposição pelos fab 460kV, )
l : p a ra a cons
trução de uma linha e l ementos na família das estruturas sobe para 240 t'1pos.
Por ex emp o )
ores "gros beak" É grande: o número de família s padronizadas por
em for maç ão tri an gular, quatro con dut
circuito duplo adroni zada a se
guinte fabricantes e norma lizadas por concessionária s . No entanto, é )
7x9AWG, a CESP tem p
p or fase, dois pár a-r ai os
eta da pela SAE e usadas de
acordo com as tota lmente livre 0 projeto s,de novas arquiteturas tanto para .J
str u tur as proj
familia de e famílias completas, quanto p ara soluções específicas . ' .J
5.1, 5.2 e 5.3:
tabel as das figuras ,)
)
r
missão Estruturas para linhas de transmissão 321
linhas aére as de trans
Projetos mecânicos das
320
G

o
o

\: \

BASE ± o.o

8ASE �o.o

K
p K
ESCALA 1,400
ESCALA 1:400

DlMEtSSÕES (m] - BASE :t 0, 0


-
1
Pt5
J
:!:. º· º
K
1
N RI \ R2 • • DIMENSÕES (o) BASE ± o.o PÊS :!:. o.o
I
!'

TORRES\ A
1
B
1
e D E F G H

10,85 S,60 2,35 7 ,74


20• - TORRE A B C I D E I F G
H ! 1 J
1
K M N Rl R2
l•
06 5,00 4,64 15,35
9,00 ! «
9,90 4.,40 20• -
42,60 4, 70 18, 4 10, 40 9, 0: 4. 64 18,30 13, 50 11,50 3,00 9,52 1, 70 9,60 4, 20 \ 4, 40 120· 120•
11, 35 9,55 2,50
5D 7,96
r 1
00 5,00 4, 64 16, 30 :\ 1
42,86 4.,70Íz3, 10 10, 4,20
• 15 •
42,80 4, 10\23, 10 10, 10, 90 4,20 4,40 20
AD
42,50 4, 70 18,45 10,30 9,05 '<.,64 17 , 50 12,50 10,70 3,00 9,52 0, 45 10,00 4.,20,4,40120·1 5.
S!D 13,25 12, 00 2,50 8,63 "'º\'·'° AID

52D 4,7 0 1 23, 5,00 4.,64 18, 70

1 "'" 1
10 30 10.10
4.3,
i A TU�;· S �;"���(���������������������J-
COM "ST\JB (kgf) TORRE f;;;;:::;�;;:;;::�;i-;iB � ;;E��c��O�\�-�"� ��
S c M k f
"
' º I BASE-6,0 BASE-3,0 BASE±O,O BASE+3,0 BA5E+6,0 BASE+9,0 BASE+12,00
PESO
TORRES \ BASE ..z4,c ! PÊS:!:.O

1
O
,J \sASE+lS, 0 BASE+18, �i E
B,1$[+9, O \sAS E+12, O
BASE-3,0 BASE:!:.0, O --
!816'
-- AD 25 120 27010 29570 31550 33560
BA5E+3,0 BASE+6, O
)5254
1332 4 1413' 1
f
PÊS:!:.0, O \BASE-6, O
12164. A1D 22190 23690 2 5690 27280 28830 ��::: �::::
so 1 17534
10474 11461', 18942 19627
9394
23234
16 671 15093 2-4414
13215 14201
18004
12190
16794
21974

1 15864.
SlD 11256 29714
14554
19324
S20
\ 13304 F"ig. 5.2 - Torre de �ncoragem - tipos AD e AlD
SD, S1D e 52D - Circuito duplo
Suspensão - Tipos
460kV
Fig. 5.1 - Torre de Circuito duplo
460kV -
1111:T
. /

,:: l
•• !
Estruturas para linhas de transmissão
,f transmissão 323 l
das ;inhaS �éreas de
. os mecânicos
1

Pro1et
322 )

H \1 )
í

. )

)
N
T )
N
D
)
":. \
)

Fig. 5.4 - Pés desnivelados )


�:
)

)
< 5.2.1 - Elementos )
,1

Todas as estruturas treliçadas, independentemente dos )


materiais utilizados em suas confecções, ::'ão projetadas peça a ' )
peça, tal como se fosse a especificação de um grande quebra-cabeça.
.)
Também independendo de tamanhos, finalidades e qualquer outrê
BASE .±. o.o .)
variável, as estruturas treliçadas compõem-se invariavelmente àe
)
:t º· o dois tipos de elementos, que são os membros e os nós. Os membros
)
são tracionados ou comprimidos e os nós denominados de conectores
)
ESCALA. 1: 400 ou jllI)c;ões.

Para efeitos de projetos, temos: )

t DJHENSOES ,., - BASE ' o.o Pts ' 0,0


"
Membros )

1
Rl R2
H Conectores ou junções
'
N
·._)
l 1
G )
C . D E
TORRE B \ 4,2 20•
2,5 8,63 13,0 '· 4
46,0 4.7\23, 3
13,0 5 ,0 4,64 20,0\11.0
(13, 5 )
---.----------;P"EºSS.00 CCOM "ST1JE" {kgf) 5.2.1.1 - Membros )
TORRE BASE +9, 0 BA5E+12, 0
3 ' O BASE+6,0 )
Pts:!:.0, 0 BASE-3,0 BASE:!:.0, 0 BASE+ i
20574 21834 !
17094 18184 l 19204 Nas torres treliçadas em aço galvanizado, os membros )
TR \ 15804
invariavelmente são construidos de cantoneiras de aço carbono e J
tipo TR &alvanizadas a fogo depois de furadas, cortadas e usinadas. .. )
de transposição - •
Fig. 5.3 - Torre _ circuito duplo
46DkV '.)
)
I .. 1
�) I Estruturas para linhas de transmissão 325
missão
reas de trans
. cá nicos das linha� ·a.é
--: Pro1eto s me
5.2.1.2 - Conectores ou junções
rras da
324 de p er nas ou ba
d os ação e
ta mbém chama e s forços: tr entre os
, e São os elementos responsáveis pela conexão
·�
b r os d
o mem a dois tip
s
d ade se
o

s u je i t os apenas a qu e a real i das cargas externas à


treliça, sã
o
sionados.
P ar
plicadas membros da .treliça, bem' como ancorage�
) 0 ta l são dimen d evem ser a dos pára-raios e conexã o
compress _
ao • co m
ót eses de
cálculos'
as c a r ga s
rã. o se�• cr
iados semp
re estutura: penca de isoladores, suportes ',
') aproxim e da s h.i p
s, logo os
n ós d e v e
dos cabos de estaiamentos (Fig. 5.6 e 5.7).
:) n os nó s das t reliça uma ba• • ra .
apena s nto,
s e si. tu ar no meio de op
, r io e açao de ve
ga e so pr
�) que uma car , as, de p
ribui.d o desprezad
os no
cargas dist s, qu e sa-
') os membro
es f or ço s de flexa·o n
) intr oduzem carre gamento

. oname nt o próprio. a si t ua ç ão de
dim ens1. que em um carga se
.) o membro' uaç ão de
ij Um mesm o u tr a s it
) , pode em ig. 5 . 51 .
c on tr a tracionado ca rregado, (f
se en d es
J ap resentar
.
comp r1m ido
bem co mo

)
··­,,··. 12emm

) Fig. 5.6 - Detalhe de fixaçã o de cadeias


.)
,) ruídos p or
Qualquer que seja a finalidade, são const
.J pedaços de cantoneiras ou chapas cortadas, conve
nientemente furadas
.J e conexÕ'es garantidas por parafusos e
porcas, igualmente
J galvanizados.
por pedaços
As cantoneiras dos montantes são emendadas
-f conectores, de tal
de cantoneiras convenientemente projetadas como
-( forma que todos os esforços mecânicos sejam
transmitid os com
-/: .
segurança, (Fig. 5.7).
ou entre estes e
As conexões entre os demais membros,
emente cortadas,
os montantes, são feitos com chapas convenient
tração - s transmissões de
esf o rço de mp ressa furadas e dimensionadas para as respectiva
esquer d a -7
de co
o
- Vento à ireita -7 esforç o esforços (Fig. 5.8).
à d
bª- Vento eli ça

l
os da tr
d o ve nt o nos membr
fig. 5. 5 - Ação
Estruturas para Hnhas de transmissão 327
transmissão
s,aéreas. de
s /.mha
eca• nicos da
Projet,os m
5.2.2 - Normas e recomendações
326

Embora as barras componentes da estrutura sejam


ANTE
DO MONT
dimensionads apenas aos ·esforços de tração e/ou compressão, )
desprezando-se o flexionamento devido ao peso próprio e esforço de í
'·.
vento, a flexão deve ser verificada nos elementos que servem de )
-+-- � pARA.F US0
suportes ao pessoal da montagem e da manutenção. Como tal, estes )
elementos devem ser verificados para resistirem uma carga de 100
)
kgf (980,665 N) dentro do. limite elástico do material e aplicada
-+' �' verticalmente na pos�ção mais desfavorável.
)
)
ij+ '
,f *
c oNEXÃO
O dimensionamento à tração considera apenas a área
líquida de seção (descontada a área corr,espondente à furação para )
i- os parafusos) e a tensão de escoamento do aço em uso. )
MEMBRO DO
MONTANT
E
O dimensionamento à compressão leva em conta a )
i
flambagem, que por sua vez considera o tipo de aço em uso, a )
esbeltez da peça, a compacidade da seção do perfil, o grau de )
fixação e a excentricidade na aplicação dos esforços. )
antes
-o de mont
Conexa
fi g. 5 .
7 - )
5.2.2.1 - Índice de esbeltez )
MONTANT
E )
Os índices de esbeltez máximos admissíveis são os .)
indicados na Tab. 5.1 )
)
,\ TABELA 5.1 - ÍNDICE DE ESBELTEZ J
)
Elementos Índice de esbeltez - À
)
Montante 150 )
Comprimido Braços 150 ,)
Diagonais 200 ... )
)
Tracionados 375
')
Redundantes não cale. 250
.J
ros
outros memb
en tre montante e
- Conexão )
fig. 5. 8
)
1
328
Estruturas para linhas de transmissão 329
Projetos mecânicos das /inhàs aéreas de transmissão

Onde:
5.2.2.2 - Perfilados mínimos
D= diâmetro do parafuso
construção de t = espessura do material puncionado
Os perfilados mínimos indicados para a
d' = diâmetro do furo
estruturas de torres de L. T. são:
L1 distância entre o centro do f,uro e a borda
Pernas ou montantes: L 2 11 x1/4"
L2 distância entre centros de furós
,,
Diagonais e outros : L 1 3/401 x3/16"
Quanto à espessura mínima dos perfis utilizados,
recomenda-se os da Tab. 5.2 abaixo: 5.2.2.4 - Marcação
TABELA 5.2 - ESPESSURA DOS ELEMENTOS

Elemento Espessura
' Cada elemento da estrutura deve ser marcado, de tal
forma a perrnit1·r que se 1n
· dentifiqu_e sua posição na estrutura e a
t
\..

Montante 4 mm (ea 3/16") estrutura a qual pertence.

Outros 3 mm ("' 1/8")

Chapas de lig'á.ção 4 mm ("' 3/16")


5;2.2.5 - Parafusos

Os parafusos devem ter um diâmetro mínimo de 12mm e um


diâmetro máximo compatível com a largura da aba do perfil em uso.
5.2.2.3 - Conectores
Os valores recomendados são os da Tab. 5.3.:,
Nos conectores, os parafusos devem ser dimensionados à
tração e ao cisalhamento, as chapas e perfis devem ser verificados
TABELA 5.3 - RECOMENDAÇÃO DOS PARAFUSOS EM FUNÇÃO
quanto ao esmagamento. Para vencer o cisalhamento, pode-se usar DA LARGURA DAS ABAS
chapas duplas, uma de cada lado dos perfis a serem conectados, nos
conectores. O espaçamento e posição da furação devem ter critérios Largura mín. da aba (mm) 35 40 45 50 60 65 75 80
.,
!

que minimizem os problemas de concentrações de esforços, ao mesmo Diartl.' máx. parafuso 12 14 16 19 22 25 28


32 1
(mm)
tempo que facilitem a fabricação e a montagem.
s em
Os furos de um membro normalmente são feito
nominais,_
conjunto pun'ciort.ados diretamente nos diâmetros
feitas:
definitivos. As seguintes relações devem ser satis 5.2.2.6 - Proteção à corrosão
d':s:D+l,6
A proteção contra a corrosão de todos os elementos da
t � d' + 1,6mm, onde
estrutura, deve ser feita pela galvanização a fogo. O consumo de
Ll � 1,2D - para borda laminada
zinco por metro quadrado de área ·-galvanizada deve satisfazer a
Ll � 1,4D - para borda cortada
valores mínimos. Veja Tab. 5.·4.
L2 a. 2,3D

.)
. de transmissão
das fi�-has aéreas Estruturas para lihhas de transmissão
331
Projetos mecán1cos
330 3
,nA DE ZINCO (g/cm) TABELA 5.5 - COMPACIDADE
4 - MA SS A DA C,u
""=
TABEL A 5.
Valor individual Aço comum
V alor médio das da cada peça
.i, Grupo Aço->
cre = 2500kp/crn2 cre
Aço AR
peças ensaiadas
= 3500kp/ Crn2
peças

'
305 1. Grupo
380 b/t "663/,lã'; 13 ',
11
rcas
pa rafu sos e po
550 2. Grupo )
f.l.S de espes. 610
Ch apa s e per
inferior a 5, 0mm
663/v'cre :s: b/t " 994/v'cre 13 - 20 11 - 20
)
610 3. Grupo
de espes, 700 )
Chapas e perfis
igual ou sup. a
s,omm 994/v'cre :s: b/t " 20 " 20 " 20 )
\ )

)
5.2.2.8 - Esbeltez efetiva
idade )
5.2. 2 , 7 _ compac � .

oneira a. relação Denomina-se esbeltez )


-s e co m p�c ida de de uma cant À, de uma haste perftlada e
Denomina uin te relação:. birrotulada à relação: )
e é válida a seg

\
a F ig. 5. 9, ond
b/t, como mostra /;\ = 1/r )
a = b + d + t
Onde: )
l
\l l = comprimento de flambagern do perfil
r = raio de giração da seção do perfil
J
)
Na realidade,
a grande rnaíoria dos membros de uma )
estrutura não são birrotulados, mas sim engastados, ,)
semi-engastados, etc. Logo, o comprimento real de ,)
cada perfil da
estrutura não é o valor 1 a ser considerado
no cálculo da )
flambag'em. O que se faz na prática é considerar o comprim
' ento real .)
' 1 e corrigir a esbeltez À para um novo valor
Àe, denominado de J
esbeltez efetiva, a ser considerada no cálculo
do perfil à
compressão. ;)
iguais . )
oneira de abas
fig. 5.9 - Cant Ligações com apenas um parafuso são consideradas
rotuladas. Quando a conexão é feita por )
mais de um parafuso, deve
da ca nto ne ira e da, ser considerad )
a parcia
- . da co mpacidáde (b/t) lmente engastada, porém com a ressalva de que
Em funçao.. · (cr e)' ·os per fis são; o elemento analisado esteja )
do aço ut111 · · za do sendo conectado a outro suficientemente
de escoamento ,., o de fla mbagem local' t rigido e o desenho da chapa
tensão mínima de conexão minimize a excentricidade do _)
a prevença
trê s grupos para 20 .
em a carr
mpacidade superior
separa do s egamento transmitido. •.)
e a Tab . 5 .5. Não se adm1·t e co
conf orm
)
':,..___ _
,)
)
332 Projetos mecânicos das linhas aéreas· de transmissão Estruturas para linhas de transm[ssão
333

Para as várias alternativas de carregamentos e uc = tensão limite de compressão (N/m )


2

conexões, os índices de esbeltez efetiva são os da Tab. 5.6. ué definido para os vários grupos de perfis:

TABELA 5.6 - !NDICE DE ESBELTEZ EFETIVA 1. grupo: a- a-e

Carregamento 2. grupo: O' O'e[l,8 + 0,0021· (b/t)·y'õÇ]


À Àe
Conexão
2
3. grupo: O' = 590.580/(b/t)
carregamento concêntrico nos À= Àe
cabos nos dois extremos

À " 120 Carga concêntrica em um extremo


Àe = 30 + 0,75;\ ' 5.2.2.10 - Ação do vento
e excêntrica no outro

�. · 1
vento não é considerad9 no cálculo de cada elemento
O
Carregamento excêntrico nos dois
extremos Àe = 60 + 0,50;\ (
da estrutura flexão), no entanto sua ação é levada em conta no
Elementos rotulados nos dois Àe = À dimensionamento dos montantes.
extremos (À,; 200) Os perfis da estrutura ficam sujeitos à pressão q
2 ';
(kgf/m) do vento, que por sua vez é função da velocidade V
Elementos parcialmente engastados Àe = 28,6 + O, 7 6 2À (m/s)
À > 120 (À" 225) do mesmo_;' segundo a relação:
', ' __) em um extremo e rotulado no outro
. í
Elemento parcialmente engastado Àe = 46,2 0,615À

:31
+
nos dois extremos (À" 250) q

O esforço do vento sobre a estrutura é calculado pela


..)' expressão:
:) 5.2.2.9 - Formulário para compressão
.) Fv = C· q·A
formulário para o dimensionamento de perfis sujeitos à
)
compressão: Onde: /\
..)
J; Fv = força sobre a estrutura devida ao vento
jl C = coeficiente de forma (2,0 a 2,6)
. .. � . q pressão do vento (kgf/m2 )
.)�.
............................para /1.e e
.} O'c :!:

-->.-
A= duas vezes a área projetada dos perfis que compõem a face
da estrutura exposta ao vento.
-)"

l
Onde:
·-,.. J · . No cálculo da ação do vento na estrutura,
.) e TCV 2E/�e - valor crítico da esbeltez efetiva considera-se que a incidência seja normal
. em apenas uma das faces e
) E módulo de elasticidade do aço (N/m2 ) Variável segundo a tabela 5.7.

.)
r-
,f- -

'')
,.
.-,- Projetos mecánicos-âas linhas aéreas de transmissão Estruturas para linhas de transmf'ssio 335 )
334

5.2.2.12 - Resolução das treliças )


-!:'" TABELA 5.7 - PRESSÃO DO VENTO x ALTURA SOBRE O TERRENO
'.l
Altura sobre Velocidade do vento Pressão do A resolução das treliças para determinação dos esforços ' )
o terreno vento - q nos elementos conta com vários métodos algébricos, gráficos e
(m) (km/h) (m/s) (kgflm')

100 27 ,8 48
computacionais.
Considerando a grande quantidade de elementos em uma
1
o - 40 110 30,6 60
estrutura, a distribuição espacial dos mesmos e a disponibilidade
120 33,5 70
de softers adequados, torna-se conveniente o uso computacional na )
40 - 100 135 38,0 90
resolução das treliças, que permite além de agilidade uma certa ')

1
100 150 150 43,0 115 otimização no dimensionamento dos perfis. :)
160 45,0 125 Depois de resolvida a treliça
dimensionados os e )
150 - 260
e lementos da mesma, parte-se para �a padronização dos perfis, de )
tal forma que garanta uma certa simetria da estrutura.
:)
:, )
5.2.2.11 - Análise dos e�forços
5.3 - PROJETO J
Todo o carregamento aplicado à estrutura é absorvido
No projeto mecânico de uma Linha
Transmissão,de
nos nós e transmitidos de nó a nó pelos membros até as fundações. 1 variáveis de naturezas ele'tr1·cas, geogra'f'1cas e c 1 imáticas permitem
)
Para a absorção dos vários esforços, as seguintes r�gras devem ser )
algumas definições características do projeto, tais como: sistema
assumidas:
de transmissão (CC ou CA), classe de tensãà·: número de circuitos, )
- Todas as forças transversais são absorvidas pelas faces
bitola dos condutores e pára-raios e número de condutores por fase, J
transversais da estrutura.
enfim, definição do projeto eletromecânico dos cabos. )
- Todas as forças longitudinais são absorvidas pelas faces
Com o levantamento planial timétrico da faixa de )
longitudinais da estrutura.
servidão e o perfil do eixo de implantação da L.T., parte-se para a )
- Todas as forças verticais são transmitidas pelos braços e
distrfO;uição e definição das estruturas de sustentação no terreno.
montantes {pernas) da estrutura. )
- Nos painéis compostos de membros cruzados tracionados, todos
Normalmente estudos técnico-econômicos predeterminam a
família de estruturas a ser usada na L.T. em projeto. Com a
,J
os cisalhamentos são resistidos pelos membros tracionados do )
definição das estruturas, o próximo passo é o projeto mecânico das
painel.
mesmas ou a verificação da resistência mecânica das estruturas
,J
- Em painéis Compostos de membros designados para _resistir
dispostas no mercado, para as condições do projeto. )
compressão ou tração, o cisalhamento é dividido igualmente entre·
)
eles.
)
Os momentos de torção resultantes de esforços horizontais 5.3.1 - Dados preliminares
)
assimétricos (rompimento ou montagem dos cabos), são resistidos
pelos reforços horizontais no nível onde o momerito é aplicado. São os dados, já"definidos, que permitem o projeto ou a j
,)

....:,.._ ______ ·)
)
!
336

verificação dos
Projetos mecânicos <Í(ls Íinhas aéreas de transmissão

esforços mecânicos que vão solicitar determinada


1 Estruturas para linhas de trans"!issão 337

7.50 7,50
estrutura da L.·T. 4.75 4,75

o
N
Exemplo 5.1
Verificar o dimensionamento mecânico da torre tipo S3R
da L.T. possuidora das seguintes características:
o
o
- Cabos: d
Três conutores ACSR, 636 MCM, 26/7

,L
Dois pára-raios de aço galvanizado, EHS 3/8", 7 fios

1
- Vento:

ijp�e==��
Velocidade máxima: 130km/h (ABNT) º·"
Velocidade reduzida: 72km/h (vento médio máximo)

11
l d m
•E

'!
2
�:��u�= ��! :�;o;!:! :�s torres: 58kgf/m o
- para cálculo do balanço das cadeias: 45,6kgf/m 2 "

f
Pressão para velocidade reduzida: "-...._ 'õ
2
- para cálculo do balanço das cadeias: 14,àlcgf/m
Esforço no condutor d�vido ao vento máximo: o
.;
- para cálculo dos esforços nas torres: l,46kgf/rn
- para cálculo do balanço das cadeias: l,148kgf/m
Esforço no condutor devido ao vento reduzido:
- para cálculo do balanço das cadeias: 0,352kgf/m
- para cálculo dos esforços nas torres: 0,448kgf/m
Esforço no pára-raios devido ao vento máximo:\ Fig. 5.10 - Esquema da estrutura S3R
- para cálculo dos esforços nas torres: 0,53kgf/m
Esforço no pára-raios devido ao vento reduzido:
- para cálculo dos esforços nas torres: 0,163kgf/m
- tensão máxima: 1.470kgf
Tensões: de acordo com as hipóteses de cálculo e a equação - ação do vento máximo: 0,53kgf/m
de mudança de estados:
Do condutor sob vento máximo: 3.150kgf a l0°C - Características da torre S3R
Do condutor·sob vento reduzido: 2.216kgf a 10°C - Vão médio: 450m, 305m
Do pára-raios sob vento máximo: 1.400kgf a lD°C - Ângulo: Ü•, 3•
� Vão gravente do condutor: max. 750m, min. O
- Estrutura 53R adotada: Mostrada na Fig. 5.10, onde as Vão gravante do pára-raios: max. 1.000m, min. 100m (em
dimensões foram definidas em função da altura de segurança, do suspensão) e Om (em tração)
ângulo de balanço das cadeias, do ângulo de cobertura do
- Peso da cadeia de isoladores: lOOkgf
pára-raios, etc. - Ação do vento nas cadeias de isoladores:
- para rajadas de 130km/h: 30kgf
- Características dos cabos:
Condutores: - para rajadas de 72km/h: lükgf
diâmetro: 25,15mm Considerações:
- peso unitário: l,300kgf/m Coeficiente para esforços transversais para cabo
- tensão máxima: 3.lSOkgf rompido: 0,80. Leva em consideração a carga de vento ou de peso
- ação do vento máximo: 1,46kgf/m sobre o vão do cabo intacto e sobre parte do cabo rompido.
Pára-raios: Coefic1énte para esforços longitudinai·s: O,70. Leva em
diâmetro: 9,15mm Consideração a redução de esforço devido ao deslocamento da cadeia
- peso unitário: 0,407kgf/m de suspensão do lado do cabo�intacto.

)
1

338 Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão ------Estwturas para linhas de transmissão 339

Sobrecarga vertical .de montagem: sobrecarga existente Várias hipóteses de cálculo são então formuladas para
apenas por ocasião da montagem dos cabos, de acordo com a Fig. que se verifique as máximas solicitações passiveis de cada elemento
5. 11.
constituinte de cada estrutura de sustentação da L.T.
T Desta forma, cada elemento , de cada estrutura é
dimensionado à maior solicitação de compressão possível de ocorrer
dentre todas as hipóteses de cálculo. Em seguida, suas dimensões
R
são verificadas para o maior esforço de tração pos�ível de ocorrer
dentre as mesmas hipóteses.
Fig 5.11 - Esforços de montagem Não existe uma normalização que indique o número de
hipóteses de cálculo que devem ser consideradas no dimensionamento
. \.
R
li
TEDS.cos a+ 0,75 agp + 400 (condutor), ou de uma estrutura. cada -..L. T., ou cada estrutura
Normalmente )
R TEos.cos o:+ 0,75 agp + 200 (pára-raios) especial, faz jus a um conjunto de considerações que definem o )
onde: conjunto de hipóteses de cálculo.
TEDS = tensão EDS Para o exemplo em desenvolvimento, as seguintes
o:= ângulo mínimo permitido para posicionamento do freio hipóteses de cálculo serão consideradas:
(cos o: <':: 0,316)
ag = vão gravante - Hipótese 1:
)
p = peso unitário do cabo - todos os cabos intactos,
400 = peso de 4 homens mais equipamentos ° )
200 = peso de 2 homens mais equipamentos - alinhamento reto ou ângulo de até 3
0,75 = coeficiente adotado pelo modelo - vento máximo
, ___ )

Esforço longitudianal para o cabo pára-raios intacto:


será admitido esse esforço devido ao desequilíbrio de tensões, em Hipótese 2:
vãos adjacentes desiguais, às temperaturas máximas e mínimas. - um cabo pára-raios rompido
Considerar a simultaneidade de vento médio máximo com a °
situação de cabo rompido. - alinhamento reto ou ângulo de até 3
- vento médio
\
- Hii::{ótese 3:
5.3.2 - Hipóteses de cálculo
um condutor rompido em qualquer pos1çao
- alinhamento reto ou ângulo de até 3
° ,)
Durante toda a vida útil da L. T., a mesma passa por
inúmeras siluações de carre&:amento mecânico. Quer seja em função vento médio (_)
das condições climáticas (variações de temperatura, velocidade de - Hipótese 4:
ventos, etc.), quer seja em função da taxa de utilização (potência - desbalanceamento vertical de montagem
transmitida), quer seja ainda em função de situações anormais - vento nulo
(montagem, rompimento de cabos, etc.);· as estruturas devem sofrer
- Hipótese 5:
deformações apenas no regime elástico de seus materiais
- carga vertical de montagem
constituintes e garantir a integridade da linha.
- vento nulo
./

340 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Fstruturas para linhas de transmissão 341

S.3.3 - Cálculo dos esforços Pára-raios rompido com vento reduzido:


F1 = (coef. carga)·(tensão vento reduzido)
O projetista das estruturas, de posse dos dados = 0,7·1.400 980kgf
preliminares da L. T., das hipóteses de cálculo e do pro jeto de
Pára-raios intacto com vento reduZido:
distribuição das estruturas no terreno, tem condições de determinar
F1 = 250kgf
os esforços atuantes em cada estrutura para cada hipótese de
cálculo considerada.
- Esforços verticais: devidos ao peso dos cabos e equipamentos
Os esforços atuante nas estruturas são subdivididos em
e ainda a esforços de montagem e manutenção.
três grupos, de acordo com as direções que solicitam as mesmas.
Condutor � vão gravante máximo:
Para o exemplo proposto:
'· \ Fv = Pc·agmax + Pisol = 1,3·750 + 100 1. lOOkgf

- Esforços horizontais transversais: devidos à ação de ventos Condutor - vão gravante mínimo:
laterais no s cabos e equipamentos e tracionam�!!.!2_/dos cabos em Fv = Pc•agmin = 1,3·0 = O
estruturas de ângulos. Esforço de montagem nas hipóteses 4 e 5:
Condutor intacto na hipótese 1: R = TEns· cosO:'. + O, 75·a9·p + 400 =
Ft = fv· (vão médio) + Fv1sol = 1,46·450 + 30 690kgf = 2.090·0,316 + 0,75·750·1,3 + 400 L 800kgf
Condutor intacto nas hipóteses 2 e 3: Pára-raios - vão gravante máximo:
Ft = fv · (vão médio) + FVisol = 0,448·450 + 10 210kgf Fv = pc·agmax = 0,407·1.000 = 410kgf
Condutor rompido na hipótese 3: Pára-raios - vão gravante mínimo:
Ft = fv · (vão médio)· (coef. carga) + Fvisol = Fv = pc·agmin = O, 407·0 = O
= 0,488·450·0,8 + 10 170kgf
Esforço de montagem nas hipóteses 4 e 5:
. )
'-' Pára-raios intacto na hipótese 1: R TEDS·coso:. + 0,75·ag•p + 200 =
Ft = fv· (vão médio}= 0,53·450 = 240kgf = 904·0,316 + 0,75·1.000·0,407 + 200 800kgf
/ \
Pára-raios intacto nas hipóteses 2 e 3:
Ft = fv ·(vão médio}= 0,163·450 = 70kgf 5.3.4 - Diagramas de carregamento
Pára-raios rompido na hipótese 2:
Com os esforços deterininados é conveniente traçar os
Ft = fv·(vão médio)· (coef. carga) 0,163·450·0,8 = 60kgf
diagramas de carregamento das estruturas. Consta na realidade de um
desenho esquemático da estrutura com o respectivo conjunto de
- Esforços horizontais longitudinais: devidos a trações
esforços para cada hipótese de cálculo.
Condutor ·roffipido com vento reduzido:
Pafa o exemplo em questão,
como temos apenas cinco
F1 = (coef. carga)·(tensão vento reduzido)
hipóteses de cálculo, ternos os ·seguintes diagramas de carregamento,
= 0,7·2.216 = 1.550kgf
aostrados na Fig. 5.12.
vr··· r--·
342 Projetos mecânicos das linhãs aéreas de transmissão l Estruturas para linhas de transmissão 343
)

·,
)
Os esforços determinados, ou as cargas dos diagramas de 1

'" '" '" carregamento, devem ser majorados de um fator de segurança, para
g
o -
o então serem usados nos cálculos e dimensionamentos das estruturas.
Os fatores de segurança são os da Tab. 5.'� e um novo conjunto de )
diagramas de carregamento, agora com esforço�'majorados, é obtido e
)
mostr-ado na Fig. 5.13.
)
.• )
-, - - '=­ TABELA 5.8 - COEFICIENTES DE SEGURANÇA
CONOICÃO 1
TOl>OSOS CABOS INTACTOS
COHOJCÃO 2
UM CABO PÁRA-RAIOS ROMBIOOS )
ALINHAMENTO RETO OU ALINHAMENTO RETO OU
AHGULO OE ATÉ J• Cargas Coef. Segurança )

1
AHGULO OE ATÉ J"
\EHTO MÁXIMO VENTO MÉDIO
\
Verticais 1, 27 )
)

.
Transversais 1,65
�·
l
i� )i Longitudinais 1, 25
)
170 "º o

o
o
)
,. \

\
.j
5.3.5 - Diagramas de utilização
)
As estruturas 53R foram projetadas para vão médios de )
°
CONDICÀO J
UM CONOUTOFI ROMBlOO
COH01cio 'I
OESBALAHCEAMEHTO VERTICAL
450 metros e instalação em alinhamento (ângulo 0 ). )
OE MONT.t.GEM
EM OUALOUER POSICÂO:
AL1HHAMEHTtl RETO OU
Os esforços laterais, devido à ação de ventos nos )
ÃHGULO OE f,.TÉ J•
VENTO MEOIO cabos, considera os valores dos vãos médios, logo, 450 metros. )
- Qualquer dfflexão no alinhamento da linha também introduz esforços
, \ _)
,--=- laterais has estruturas.
J
Para uma estrutura S3R sujeita a vãos adjacentes que
.)
impliquem em vão médio inferior a 450 metros, deixa tal estrutura
superdimensionada a esforços laterais se a mesma for usada em )
de alinhamento. Esta folga da estrutUra a esforços _)
pode ser reaproveitada, usando-se a estrutura para )
\
em pequenas deflexões da linha. Quanto menor o vão médio, j

::_-aaior será a deflexão perrni tida na linha, para a mesma estrutura )


CONDICÃO :1
CARGA VERTICAL DE MOHTAGé.M
VENTO NULO
.�R. Com este raciocinio e algun :, cálculos, é possível se chegar a )
=
Fig. 5.12 - Diagramas de carregamentos diagrama de utilização das estrutUras.
)
j
_)
)

') · -f;Stfuturas para linhas de transmissão


344 Projetos mecânicos das linhas àéreas de transmissão 345
- Esforços transversais: considerando uma pequena deflexão na

- r-
-"'2

l � !!9.,.
116
·11nha e ventos laterais normais a ambos os vãos, temos a seguinte

-i- +�ê
i;õ ' ;; 5
o- o- K��ção para definir a mai�r força transversal na estrutura:

�-i--
)
� �� i-�
1139 347 347

:) � o
!'! �
FT ; 2T0max�sen(<t/2) + fv•am + Fv·1,�ol
) Para o:= O, Fr será máximo:
:)
\Fr = fv·am + Fvtsol = 1,46·450 + 30 � 690.
) 1

) Para pequenos ângu'los sen(o::) = a. (radianos)


u HIP. 1 HIP.2 A equação acima escrita em radianos fica:
)
1) FT = TOmax•Tt/180 + fv·am + Fvi�'õ-1 = 690, ou

d Fr = 3150·n/180 + 1,46·am + 30 = 690,


J

11
'i
Que resulta a seguinte equação para am = f(�)

) am = 450 - 37,6a - vãos médios para os cabos condutores


·•. ) Analogamente:

f ""
)
2J.36,8K..i/Jf12 am = 450 - 48,4a - vãos médios para Os cabos pára-raios
)
.) Com esta análise feita, podemos concluir que quando uma
J HtP. 3 HIP. 4 estrutura S3R for usada como suspensão em pequenos ângulos, o vão
1 .) 111édio correspondente será determinado pela segunda equação, ou
) seja, pela equação definida pelo cabo pára-raios. Assim, para os
�) ângulos de O ,
/\o o
1 , 2
°
e 3
°
temos os respectivos valores de vãos
J médios definidos: 450, 402, 353 e 305 metros .
.J
'-) - Balanços de cadeias: os ângulos de balanço das cadeias de
) "'_isoladores são funções da relação entre os esforços horizontais
.. ) transversais e esforços verticais que atuam na penca de isoladores .
.. Conforme já analisado, os ângulos de balanço das cadeias (-rmax para
v
. ento máximo e 1°"' para vento re�uzido), podem ser calculados pela
HIP. 5
)i

Fig. 5.13 - Diagramas de carregamento com esforços majorados -seg uinte expressão:
)
) fv•am + 1/2·Fv1so·1 + 2To•sen(cx./2)
. ' tg(,) =
p·ag + 1/2·Pcadeia
.j
r
,1

1
346 Projetos mecânicos das linhas aéreaS de transmissão -,---�stwturas para Hnhas de transmissão 347
!i )

Estudos anteriores definiram os ângulos de 48o e 18°, )


VÃ.O ME010 1 mi
1,
respectivamente para ação de vento máximo e de vento reduzido. o 100 200 300 400 500
o
E�tes valores na equação acima, com ângulos tomados em graus,
temos: ,.
1

'
""
10
Para vento máximo:
-,
)
1

ag = 0,796am + 38,lo: - 30 20 o

)
E
'º "'-""'- � )

!"'-
Para vento reduzido: w
a
ag 0,834am + 91,7a - 29 )
• .
<
� �
40
� )
A segunda equação conduz a maiores valores de ag, ', \
� � )
dificultando com mais intensidade o balanço das cadeias. Logo é ••O 500

)
esta a equação predominante na análise dos vãos gravantes da linha
nas deflexões da mesma.
60
,. ,. 1• o• )
Variando-se os valores/de o:, leremos uma família de 70 o
)
retas paralelas que nos darão os v'alores de a 9. = f(am) __ . 305 353 402 450
)
Em- um sistema de coordenadas (vão gravante x vão
médio), traçando-se as famílias de retas correspondentes às
equações: Fig. 5.14 - Diagrama de utilização da estrutura �3R )
am = 450 - 48,4a
)
ag 0,834 am + 91,7a - 29 - Esquema da estrutura conforme a Fig. 5.10. )
Teremos o chamado Díagrama de utilízação da estrutura, - Características e quantidades de cabos: dois pára-raios em )
onde a família de retas àefín_ídas pela primeira equação indica os aço galvanizado EHS 3/8" e três condutores CAA 636 MCM, 26/7 )
Grosbeak.
valores dos vãos médios passiveis em função das deflexões da linha. ;1 .)
Já as intersecções das retas ·de ambas as famílias, relativas às - Detalhes das peças de conexão dos suportes dos cabos.
j
deflexões correspondentes, definem os vãos gravantes, Fig. 5.15. - Velocidades de ventos consideradas para as várias hipóteses
)
de cálculo.

l
)
5. 3.-6 - Roteiro para o projeto da estrutura metálica De posse destes dados, o projetista da estrutura tem
)
condições de treliçar o esquema da estrutura da Fig. 5.10 ao nível
Os seguintes dados são fornecidos ao projetista da de detalhes da Fig. 5.15,
_,
'

estrutura metálica: Com o treliçamento definido·, o projetista passa para o


- Diagrama de carregamento com esforços majorados, Fig. 5.13, pré-dimensionamento dos elementos da estrutura, que depende de seu
know-how, e chega ao nível de - detalhes das figuras 5.16, 5.17 e )
ou o diagrama de carregamento da Fig. 5.12 e os valores da Tab.
5.8. 5.18.
J
' l
.)
348 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão 349

noo I ma
1
7,.50 7,SO
'ºº
H

·"'·, .LI _.__,l:...''_,_1,, :...'' ·.,;: _' 1.:.
0
''•.!.:_;__.':c..,,�;�e":...-1.J....J
!SZl::::éoo
N VER aê:TALHE"B"
V
,. ' _-'
�,
.:. t/__. V CORTE MM

••
\

••
VISTA A.A
I'\
oi

PARAFUSO EN "U" OE 5/8"

'
A SER FORNECIDO A' FABRICANTE

o \
o
.;

g
�Ii
S3Rt--O
DETALHE "A"
.) NOOALIOADE OE PREENSÃO

�•.,
DOS GRAMPOS 00 CABO PÁRA- RAIOS

S3R+ 3

.)
.:_) S3R+E

)
o
.
N
ALETE OE 3/4" A SER
�I

)
S3R+9 O
NECIOO P/ FABRICANTE

.) DETALHE "B"

J
S3R+12 MOOAL10AOE DE PREENSÃO

o

\
DAS C�ElAS CE 1S0LA00RES
o
"
PÉ-2,0

PE o.o
PÊ-1,0
S3R+l5

.) PÉH.�
PE+2
:_)
�) "CLEATS"

Fig. 5.15 - Treliçamento da estrutura e detalhes das


_) conexões dos cabos
1 5700) PÉ +2.0
J
.2,i;3"CLEATS" L 3" 1; 1/4"

,)
Fig. 5.16 - Silhueta da estrutura

}
... '.L

l
Projetos mecânicos das linhas �éreas de transmissão Estruturas para linhas de transmissão
350 351
)
l

fl,
PÉ-2.0


VISTA - N L2 /12 "x 3/16"-3\t
o
o ----

7t
VISTA - l o
o � o
L2" x 3/16"
- '
o
o
o
o )
-
I -­ � �
--\....\ _
º
l 2 ' X 3/16'º
,./- , )

+\ 1í
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.....
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\
. . / li PÉ:t.OO
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)' I - \
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G
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1 )
CORTE-DO ! -'-
L \ 'f,
lsJR+s
CORTE· Ff
CORTE- HH )
H
)
PE + 1.0

L2"x 3/16"
SJ!l + 12
i_ \
)
L2" 1 ,:. 3116" )
)
"'( ,

'·+·',
'
.
/ /

l )
),

'
,J'., /
. .,t A )
'-

1
CORTE- EE
)
CORTE-GG
CORTE-KK
)
Fig. 5.18 - Detalhes da estrutura
)
)
;\ )
� Além dos diagramas de carregamento da Fig. 5.13, mais
dois conjuntos de esforços têm influências nos cálculos de
)
L E G E N DA
L 1 1/2" X\ /S" verificações dos perfis pré-dimensionados: forças devidas a ação do )
L 1 112· x· 3/16" '-vento na estrutura e peso próprio da mesma. )
L 1 3/4" X 1/ S"
Para o cálculo da ação do vento, a estrutura é dividida _)
L 1 3/4" X 3/16"
em módulos de alturas compatíveis com a geometria da torre. Para )
L 1 112" x 1/8"- A. S72

3/4" x 1/8 º'� A572


cada módulo as barras são contadas, medidas e suas áreas expostas )
L 1

calculadas. Calcula-se então os esforços acumulados e os braços de )


alavanca correspondentes aos seus :·pontos de aplicação na estrutura, .)
Fig. 5.17 - Detalhes da estrutura Conf orme a Fig. 5.19.
)
_)
1·---·---------�--- ------· )
--
352 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transm;ssão Estruturas para linhas de transmissão 353

Módulo z, (Fig. 5.20)

,, h MÓDULO
1
1

,,
h Mo'DULO 2
2

ª1
,,
\

a*
2

=t! ;=- / =/ ,7Tl'.3'571

.J Fig. 5.20 - Ação do vento no módulo 2

) hn MÓDULO n

)·'
- Área exposta do módulo 2: A2
Fig. 5.19 - Forças de vento nos módulos da estrutura - Área exposta acumulada: A2* = A1 + A2
- Força de vento no módulo: F2 = C·q·A2
Os cálculos podem seguir o mecanismo abaixo: - For7� de vento acumulada:
Módulo 1:
F2* = F1 + F2 = C·q· (A1 + A2)
- Área exposta do módulo 1: A1
Área exposta acumulada: A1* A1 - Braço de alavanca ou ponto de aplicação de F2:

- Força do vento no módulo 1: F1 = C·q·Al a2.. = h2/Z...


- Braço de alavanca ou ponto de aplicação de F2*:
- Força de vento acumulada: F1* = F1
- Braço de alavanca ou ponto de aplicação de F1: F1·(a1 + h2) + F2·a2
a2* =
(F1 + F2)
a1 = h1/Z
É prático fazer estes cálculos, e os sucessivos, até o
- Braço de alavanca ou ponto de aplicação de F1*: módulo "n", 5.10,
montando-se tabelas.�_ corno a Tab. 5. 9 e a Tab.
a1 * = a1 respectivamente para ventos de intensidade média e máxima .
.]
.)
·r- - )"'

)
1

1
Estruturas para linhas de transmissão 355
354
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transinissão )
TABELA 5.10 - FORÇA DE VENTO E BRAÇO DE ALAVANCA - VENTO MÁXIMO !
TABELA 5.9 - FORÇA DE VENTO E BRAÇO DE ALAVANCA - VENTO REDUZIDO
l
(Pressão de vento .,no torre = 2 sobre â.rea
projetada de uma face·,
2
2 120kgf/n. )<

(Pressão do vento.na torre= 2 x 36,8kgf/m sobre área

do Area Força Braço de


turalAltura Comp. exposta PressãO, total alavanca
projetada de uma face)

Secção Al
)
Largura perfil
Secção
Altu ra do perfil Comp.
Área 1 Forç Braço dei
[kgf/m, I [kgfl
total:I alavanca lml
[m),
)
[m2l
exposta
Pressao lkgf/m2 ]
.
[mi
1m l [mi lm.21 [kgfl. {.m].
1
[m] [m)
1
1 1 l, 86 0,044 \ 4,00


1 1.86 0,044 0,038 5,00
1 0,038
73,6 0,930
0,051 ' 8,00 0,074 240 186 o,930 )
0,051 2 10,00 0,076 20,00

)
2 10,00 0,076 0,064 16.601 )
0.064 5,50
0,044 55,00 )
0,038
73,6 362 '5,000 ' \
4,914 240 1179
1365
5,000
5,808
419 5,807
3 1,00 0,076 2,00
3 1, 00 0,076 0,051 2,90
0,051 0,300 240 72 0,500
73,6 22 0,500
1437 6,492
i 441 6,492
4 2,00 0,076 4,00
4 2,00 0,076 0,051 6,20
0,051 0,620 240 149 1,000
73,6 1 46 1,000
1586 7,788
487 7,784
5 2,00 0,076 4,00 )
5 2,00 0,076 4,00 0,051 6,70
0,051 6,701 0,646 240 155 1,000 )
0,646 73,6 48 1,000
1741 9,006

1
535 8,996
6 2,00 0,076 4,00 J
.)
6 2.00 0,076 4,00\ 0,051 7,30

1
0,051 7.30 1 0,676 240 162 1,000
1 73,6 50 1,000

1
1 0,676

1
10,142 f903 10,154
585
J
1
7 2,00 0,076 4,00
7 2,00 0,076 4, 00,

: ::1
0,064 7,90

j
0,064 1 0,810 240 l, 000
0,810 73,6 60 1,000
2b:�1 11,122 _)
645 11,106
8 1, ao 0,076 2,00
8 1.00 0,076 1
0,064 7,90 )
J
1 0,064 7,90 0,658 240 158 0,500
0,658 73,6 48 1 0,500
2255 11,308
693 1 11,302
J
1 9 3,00 0,076 6,00
3,oo\ 6,ool
9 O,076
0,064 10. 1ºº 0,064 10, 00

\ 1,522
I \ 0,038 11,20

1
0,038 il ,20
73,6 112 1,500 1,522 240 365
2620
1,500
12,523
.)
1 805 12,521
6, 00 '
10 3,00 0,076 6,00 )

1
10 3,00 o,076 0,064 7,40
0,064 7,401 0,051 12,30 )
1
0,051 12,JOI Q, 04.4. 2-,3Q

1
0,044 ·2 30' 0,038 4,40
0,038 4 ,. 40,1 1,825 240 438 1,500 )
1,825 73,6 134 1,500

l
��:�� i
33,520 3058 13,515
s,ooi 0,076 ! 1
939
11 5,00 0,076 10,00 )

1
11 0,064 10,50
0,064

1
0,038 13,30
0,038 ,, 13, 30 1,937 240 465 2,500
1,937 73,6 1.;.2 1 2,500
1081 i 16,416 3523 16,401 )
1 1 1
1

"
)
_)
Projetos mecânicos das linhas aér�as de transmissão .Estruturas para linhas de transmissão 357
356
jl
Tendo agora todo o conjunto de cargas atuantes, Os esforços nos mon-tantes podem ser determinados em uma

.) determina-se todas as forças nas barras da treliça e verifica-se os série de cortes transversais na estrutura, como mostra a Fig. 5.21.

) seus dimensionamentos à tração (limite de escoamento) ou à e os valores da Tab. 5.12.

) compressão (flambagem). Também aqui é conveniente trabalhar com


tabelas, onde os esforços devidos a diferentes hipóteses de cálculo
)
)
1
para uma mesma barra são anotados para mecanizar os cálculos.
Parte dos cálculos para o exemplo em questão estão mostrados na
').
:)
.) TABELA 5.11 - ESFORÇOS NAS BARRAS DA ESTRUTURA
.. ) u
) Es forço total-kgf Barra Hipótese Esforço total-kgf
Barra Hipótese \
1))
.
N. • . • N. •
N Compressão Tração N. Compressão Tração
Q

I) 1 6715
1732 6a
,. 1 1
2 1753 3 9642
e

la 1 1948 6a 1 10974·
2 2252 3 14897
2 6 5357 7a 3 1688 • Fig. 5.21 - Esforces nos montantes
2a 6 5075 7b 3 1693
j 6649 7c 3 1579
2b 1 3726
) 2c 1 2277 4046 7d 3 686
4206 7e 3 619 Onde:
J 3 1
3 9303 7f 3 573
J 3a 1
3
5142
8368
7g
7h
3
3
506
481
:ZF = soma das forças na mesma direção, na hipótese corres­

.·'··) 3b 1 5111 7i 3 437 pondente, inclusive força de vento.


3 7248 8 1 7888 h = ª}·\ura do ponto de aplicação da força. Para a força de
4 3614 3 6655
3c 1 5111 9 3 741 vento será�o braço de alavanca correspondente e já calculado.
3 6424 9a 3 685 :ZF·h = momento das forças com relação à seção em análise.
4 4970 9b 3 611
2530 9c 3 556 a-= largura da caixa da torre na seção em análise.
�J 3d 1
3 5055 9d 3 500 I:p = carga vertical total sobre a estrutura até a seção em
4 3601 10 1 3598 4151
.)· 7849
4 1 4874 11 1 análise, incluindo-se as cargas verticais da hipótese de cálculo
4a 1 3295 4708 3 6927 considerada.
2 2600 4013 12a 2 1715
4b 1 1977 13 1 823 1995
\
4c 1 1174 1977 12 5 1088 As forças normais nos montantes são distribuídas na
. _/
Sa 4 756 forma de um conjugado, acarreta�:;.º tração em dois montantes e
Se 4 824
Se 4 824 compr essão nos outros dois.
}""'

! !
�strutu'.as para linhas de transmíss_iio 359
358
Projetos mecânicos das linha$ ·aéreaS
de transmíssão 1
TABELA 5.13 - ESFORÇOS NAS FUNDAÇÕES )
os pelas seguintes
Os esfoi,,;os totais podem ser calcUlad

.
.

' .•,'
express?es:
.1
N = Fh + p
...
F h Fh 2a Fh/2a p P/4
LF · h + LP ' 2a - 4
Nc* = Nc + -4-
LP = 2a 4 '' [kgf] [m] [kgf•m] [m] [kgf] l�_gfl [kgf] [kgf]
' .

LF·h Lp ESFORÇOS NAS \FUNDAÇÕES


LP _- �
NT - -4- -4-
Torre mais baixa

1 2x396 13,86
2x313 13,?6
TABELA 5.12 - ESFORÇOS NOS MONTANTES 3x1139 12,00 )
... •,. ..
\ 1586 6,79
71428 4,705 151·81 7124 1781 16962
)
..
' .' F'h 2a Fh(2a p P/4
Fh p
N = 2a + 4 15181 1767' 442 . 14739 )
..
F h 3 2x116 13,86
' '
···�
[kgf [m] [kgf·m] [m] [kgfl kgf] [kgf] [kgf] 2x313 13,86 )
2x347 12,00 )
NOS .MONTANTES 281 12,00
' ESFORÇOS
1938 6,78
50151 4,075 rD659 7124 1781 12440
20 ·1 2x396 12,78 10659 1767 442 10217
2x313 12,78 . ...
·• 3x1139 10,92 Torre mais alta
1437 6,50 ·.
'
)
;
64778 4,324 14981 8308 2077 17058
1 2�3'96 32,86
21 1 2x396 16,79 )
:·. 2x313 32,86
' 2x313 16,79 3x1139 31,00
' 3x1139 14,93 )
3523 16,40
1741 9,01 -_:,:
17985 210301 11,400 18447 9850 2463 20910 )
90512 5,737 15777 8829 2208
18447 4314 1079 17368
22 1 2x396 23,25 3 2x116 32,86 )
2x313 23,25
3x1139 21,39
2x313 32,86 _)
z,.347 31 ,00
2620 10,93 281 31,00 )
134696 8,014 16808 9669 2418 19226
1938 31,00
23 . 1 2x396 27,86 1081 16,42 )
2x313 27,86
3xll39 26,00 136248 11,400 11952 9850 2463 14415 J
11952 4314 1079 10873
3058 13,52
169693 9,638 17607 10268 2567 20174 )
)
Determinados os esforços dOs monta�tes, verificam-se 05 )
valores pré�dirnensionados •na Fi�..: ?: 16. Os perfis co_rnprimidos são )
O mesmo raciocínio pode se prolongar até as fundações'.
verificados ·ã ·flambagem e os pe :r:fis tracionados são verificados à

i
Da mesma forma os resultados ficam mais visíveis se forem tabe1ados .. )
tensão de escoamento.
confOrme a Tab. 5.13. )
)
360 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transfnissão Estruturas para linhas de transmissão
361
#'
) Algumas treliças usuais são as mostrad as na Fig.
o próximo passo é a determinação dos esforços nas 5.22.
) O tipo mostrado em 5. 22(a)
treliças (barras de intertravamento) das faces. Usa-se o método das e' denom1· nado de treliça simples e 0
) seções e organiza-se a Tab. 5.14. Da mesma forma que os demais mostrado em 5.22{b) é denominado de treliça
cruzada.
�) elementos da estrutura, as barras do intertravamento, tendo seus
.) esforços determinados, são verificadas à flambagem se comprimidas e
) à tensão de escoamento se tracionadas.
F

)
F
As treliças são responsáveis pela transição dos

) esforços cortantes e momentos terçares aos montantes, a través de


esforços axiais transmitidos às conexões.
/)
) \

.) TABELA 5.14 ESFORÇOS NAS TRELIÇAS DE !NTERTRAVAMENTOS DAS FACES


)
.
' 'º'
'e ) B
a
r a b/1 2na·b/l ', F m Fm N = Fm "'
r
' 2na·b/l
.
) a 2n .[m] [kgf·m] [kgf] Fig. 5.22 - Esforços nas treli.ças
[m] [m] [ml ·1kgfl
N, • '
30 4 2,000 0,796 6,368 3 1938 0,238 461
1938 7,500 14535
14996 ',
O formulário que permite os cálculos dos
3 2x347 0,238 esforços nas
281 0,238 14767 treliças é o seguinte:
1938 7,500
'
441 1,032455
15222 2390
N = (F·a + Mt)
z!c
para treliça simples
31 4 2,352 0,839 7,893 3 14767
487 1,157 563 N = (F·a Mt)--1
+
4bc para treiç
1 as duplas ou cruzadas
15330 1943
32 4 2,705 0,872 9,435 3 14767
Onde:
535 1,296 693 /\
15460 1639
33 4 3,057 0,897 10,969 3 14767 N = Esforço axial da treliça considerada
(compressão o.u
585 1,446 845 t ração) (kgf)
15612 1423
34 4 3,410 0,916 12,494 3 14767 F =Força aplicada paralela à face considerada
(kgf)
645 1,629 1050 a = Distância entre os éixos baricêntricos dos
15817 1266 montantes na
cota de aplicação da força (m)
35 4 3,762 0,854 12,851 3 14767
805 2,084 1678 Mt = Momento de torção aplicado à seça-o
16445 1280 superior da treliça
.
considerada (kgm)
36 4 4,290 0,653 11,205 3 14767
939 2,437 2288 b = Distância entre eixos bar.1·ce"ntr1·cos (
17055 1522 linhas de centro) dos
•0ntantes •
no p1ano
� do no, super
· -
ior {m)
l� . ·····------- ------ - ·--- -�- - --

362 Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão


! )
"'
Estruturas para linhas de transmissão 363
J
5.4 - BIBLIOGRAFIA
e = Distância entre eixos baricêntricos dos montantes, no
1
)
plano do nó inferior (m)
)
1 = comprimento do perfil da treliça, medido entre nós (m) 1 1 - FUCHS, R. D., "Transmissão de energia elétrica. Linhas
O mesmo raciocínio usado para a determinação dos aéreas". Livros Técnicos e Científic.o s Editora, 22- Ed.,
-)
)
esforços nas treliças, pode ser estendido ao cálculo dos esforços Rio de Janeiro, 1980.
cortantes nos pórticos e nas fundações, conforme mostrado na Tab. 2 - ABNT - NB 182/72, " Projeto de\ linhas aéreas· de- transmissão de. )
5.15. energia elétrica". Associação Brasileira de N�rrnas Técnicas, )
Rio de Janeiro, 1972 )
TABELA 5.15 - ESFORÇOS CORTANTES NAS FUNDAÇÕES E NOS PÓRTICOS 3 - ELETROBRÁS S/A, Revista Brasileira de Energia Elétrica. Rio de )
Janeiro, ºº 14. set/dez de 1970. 1
B � h
i Fm ' \
a
2n a b/1 2na·b/l F m Fm N = 4 - PARIS, L. e OUTROS, "A study of _ the design parameters of
e
e p
2na·b/l )
ó
a
[m) [m) [m) t [kgfl [ml [kgf·m] [kgf] transmi'ssion lines above 1000 kV". Cigré, Paris, Vol. 2, n. º
N. • )
31-45, 242- sessão, 1972.
CORTANTES NOS PÓRTICOS 5 - CARNASCIALI, C. C., )
Estruturas metálicas na prática.
tf�fi§v McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1974. . )
I 2 2,176 1,000 4,352 3 15460 3552
6 - ANDERSON, \/. C., BENHAM, C. B. e OUTROS, "A guide t o the )
S3R+O 1t�git 14996 3446
face conceptual design of transmissions line structures". IEEE )
II 2 2,529 1,000 5,057 3 transv 15817 3128
1t�git 14996 2965 Committee Report C, 73378-7, 1973. )
III 2 3,057 1,000 6,114 3 S3R+6 ft 16445 2690 7 - PROJECT EHV, "EHV transmission line" _ Refetence book, Edson )
IV 2 3,586 1,000 7,171 3 S3R+9 ft 17055 2378
fi 14996 2091
1 Electric Institute, New York, 1968. )
ft
ºª\
V 2 4,114 1,000 8,228 3 S3R+12 14767 8 - NONHAST, R., El proyectista de estructuras metálicas. Editora
1081 2, 8 -3035 )
ft 17082 2164 do autor, Madrid, 1975.
)
fi 14996 1823 9 - ED\IIN, G. H. e CHARLES, G. N. , Structural engineering
VI 2 4,290 1,000 8,580 3 S3R+l5 fi 1 17802 2075 )
hand� ok. McGraw-Hill Book Co., New York, 1968.
; )
CORTANTES NAS FUNÇÕES /

.)
4 2,352 1,000 9,410 1 3x1139 0,238 813
1586 1,156 1833 ).
2646 T 281
3 15330 T1629 )
1 2x313 0,090 56 L 6 )
3 14996 L1594

1
Para fundações em gralhas metálicas, os cálculos são
)
prosseguidos como uma extensão dos cálculos da própria estrutura.
)
Detalhes no Capítulo referente às fundações.
_)

--,---·------·----·-------- .J
j

Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 365

6
Com o uso dos cabos de alumínio, especialmente com alma
i) de aço e com o emprego de maiores seções para a condução de maiores
potências, de estruturas mais pesadas, mais complexas, mais altas e
mais distarites, e de tensões mecânica� maiores, a vibração

Vibracões
· e tensões dinâmicas "
tornou-se um inimigo mais perig�, pois a r'Uptura dos cabos, fio a
fio, passou a ser muito mais precope, a ponto de se tornar a
nos cabos condição-limite nos projetos.
Nos últimos quarenta anos, o problema vem sendo
estudado em todas as partes do mundo, e as soluções mais variadas
vêm sendo examinadas. Isso tem permitido a ampliação das dimensões
\
6.1 - INTRODUÇÃO nos projetos e o prolongamento da vida. útil dos condutores. Não se
chegou até agora, porém, a um resultado completamente satisfatório
e talvez mesmo nunca se chegue, porque o homen é insaciável e,
6.�.1 - Comentários iniciais resolvido um problema, passa à etapa segUinte com novas exigências.
As soluções hoje existentes são de vários tipos, mas, quanto a
A importância da vibração nas linhas cte transmissão elas, não há acordo' completo entre os especialistas no assunto,
mui tas vezes é esquecida, levando-se em consideração nos cálculos algumas vezes devido a interferências dos interesses comerciais dos
apenas as tensões estáticas. Embora os esforços estáticos d� tração inventores e fabricantes - tentando provar que a sua é a melhor
.) nos condutores sejam muito maiores que os esforços dinâmicos, estes solução -, mas, na maioria das vezes, devido'' à complexidade do
.J podem ser altamente prejudiciais, em virtude de sua qualidade tema, à dificuldade de execução de experiências coerentes e
.) alternativa. completas e à diversidade de situações.
) Desde a construção das primeiras linhas de transmissão É tão importânte o problema das vibrações, que a norma
;) de energia elétrica, observa-se a ruptura dos fios e cabos, depois alemã para a construção de linhas de transmissão VDE 0210 diz, em
J de algum tempo de serviço, sem razão aparente. A linha projetada seu parág:i;-afo 7,
/1
item (e): "A experiência demonstrou que os

0 sem sobrecargas mecânicas ou elétricas em seus diversos elementos, condutores podem ser danificados principalmente em regiões planas e
portanto sem tensões anormais ou aquecimento exagerado dos expostas aos ventos. O perigo consiste na possibilidade de
.)
condutores, deveria ter durabilidade praticamente ilimitada. aparecerem, especialmente nos pontos de fixação, tensões alternadas
.)
Isso, no entanto, não acontece. Na procura das causas adicionais, as quais podem ocasionar a ruptura dos fios. Tal perigo
passiveis, observou-se que aparecem vibrações nos diversos pode ser evitado por medidas que reduzam a formação dessas
· ) elementos, principalmente nos condutores. Elas podem ser vistas do vibrações (por exemplo: redução da tensão máxima_ admissível) ou que
solo, ouvidas e medidas, fazendo tremer ferragens e estruturas. São eliminem os efeitos danosos das mesmas".
produzidas pela passagem do vento continuo através da linha. E As___--:n_o.rmas de diversos outros países, embora não se
chegou-se à conclusão de que elas são uma das grandes respon - refiram diretamente às vibraçõe�.' estabelecem cargas de trabalho
sáveis pela ruptura dos cabos. para os condutores, condizentes com a máxima redução desses fios.
)
.··J
)
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 367
Projetos mecânicos das linhas a-éreas de transmissão )
366
condutores e. suportes, capazes de destruir a linha. O galope ocorre )
6.1.2 - Dimensões e causas das vibrações
tão somente nos trechos de linhas com cadeia de suspensão. No vão )
o provoca ancorado. a oscilação lin:ii ta-se somente a este e geralmente não )
A ação do vento sobre as linhas de transmissã
forem amortecidas,
ocorrem maiores danos [4], )
quais, se não
"
oscilações dos condutores, as
com o rompimento dos )
poderão chegar a valores críticos, culminando
p e e 6.1.2.3 - Oscilações de rotação
cabos, seja pela fadiga, seja pelo efeito ·cte grande am litud , )
até a afetar seriamente os suportes. )
eólicas
As oscilações típicas observadas nas linhas são A oscilação rotativa ocorre na zona de ar rarefeito ou
)
rotação.
(de ressonância}, longitudinais (galopping) e de de vácuo parcial _formado por ventos de grande ve 1 ocidade (ou
)
, t�fões) na proximidade da 1 inha. Quando a rarefação do ar equivale
, )
ao peso do condutor, os esforços normalmente atuantes perdem a
6.1.2.1 - Vibrações eólicas provocadas por vórtices de Karman
componente vertical, ocorrendo assim, conforme a variação do vento, )
pelos ro�ações incontroláveis dos cabos. )
Essas oscilaçõe eólicas são originadas
Como o galope, as oscilações rotativas poderão provocar )
cq,ridutor - causando· as vibrações
redemoinhos de ar a sotavento do
momento em que SE; igualam as
curtos-circuitos e introduzir esforços mecânicos consideráveis, )
dos cabos no sentido vertical - no
essa razão,- entra em tanto sobre o condutor como sobre os suportes. )
freqüências do vento e do condutor, que, por
Dos três tipos de oscilações, a mais freqüente é a )
ressonância.
s de eólica, sendo habitualmente adotados os sis.temas prev.enti vos
Oscilações desse tipo ocorrem com os vento )
que se verificam em descritos mais adiantes.
velocidades constantes entre 2 e 35km/h, )
ipalmente ao amanhecer As oscilações galope e rotativas ainda não foram
terrenos planos ou levemente ondulados, princ J
assinaladas no Brasil. O controle da primeira está sendo estudado
ou ao entardecer [2, 3 ). )
de pequenas para 1 inhas com condutores múltiplos, por meio de distanciadores
Essas vibrações produzem flexões alternadas )
tor, causando esforças especiais, não existindo, no momento, proteção adequada para
amplitudes nos pontos de suspensão do condu )
pela fadiga. condutor 5r�ples. A prevenção de oscilações rotativas exigem um
alternativos que provocam a ruptura do cabo
estudo específico das condições climáticas de passagem da linha. )
)
6.1.2.2 - Galopping, ou galope
6.1.3 - Efeitos das vibrações )
)
O galope corresponde a uma oscilação de baixa
freqüência e de grande amplitude que provoca a movimentação do
São vár1· os, naturalmente, os ef e1· tos das v1·b raç·ões, )
ponto de suspensão no sentido longitudinal dos condutores, portanto
sendo o mais importante o prejuízo que trazem às ferragens, )
isoladores, estruturas e, especialmente, aos cabos condutores. )
uns contra os outros. Conforme o comprimento do vão, a amplitude de
Entre es tes, os mais afetados ., são os cabos ACSR, pela maior
oscilação vertical alcança vários metros, podendo dar origem a _)
fragilidade dos fios de· alumíni�: Ós fios isolados sofrem danos
curto-cicuito entre fases, e introduz perigosos esforços nos .J
J
-)
:r.


\
..

Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


r-· Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 369
368
) mais rápidos que os cabos . A ruptura dos condutores é por fadiga do
no Canadá, quando a temperatura gira em -torno de o •C, e quando

...
.) material de que são feitos os fios, seja ele o aço, o cobre
aluminio. Disso se ·tem prova cabal, pelo exame das regiões de
ou o sopra um vento transversal relativamente forte. Na maioria dos
casos, encontra-se gelo sobre o fio. Um cálculo grosseiro mostra
J fratura dos cabos rompidos. As fraturas localizam-se nos pontos de que a freqüêricia natural do vão é�m�·,,.ordem que a freqüência
observada. O fato de a perturbação, uma �z iil:iciada, ser bastante
) filie.ção dos cabos, exatamente onde uma seção vibra e a seguinte é
persistente, continuando as vezes por 24h com grande violência,
-) forçada, pela ferragem de fixação, a permanecer em posi ção rigida.
torna a explicação baseada na vibração "forçada º bastante
.) As ondas vibratórias refletem-se nesse ponto, retornando em sentido
improvável. Tal explicação implicaiia em rajadas de vento com
inverso [5, 6].
) freqüência igual à freqüência natural da 1 inha, em um grau de
) fr �cisão "milagroso"·. Por exemplo, considerando t = ls, se em 10
') u -
TRANSM!SSAO min não houvesse 600 sopros de vento igualmente espaçados, mas sim
LINHAS DE
6.2 - ESTUDO GENERALIZADO DAS OSCILAÇÕES EM
') 601, a vibração cresceria durante Srnin e seria destruida nos Smin
COMO VIBRAÇÕES AUTO-EXCITADAS
..
•) restantes. Para manter a linha vibrando por 2, seria necessário um
erro no sopro do vento menor que 1 parte em 7.200. Essa explicação
6.2.1 - IntroduÇã o ao problema
J pode, po rtanto, ser abandonada {8].
Temos um caso de vibração auto-excitada causada pelo
As linhas de transmissão elétrica de alta-tensão, sob vento que age so bre o fio, o qual, devido à acumulação de gelo, fo i
·, certas condições de tempo, vibram com grandes amplitudes e numa considerado de seção transversal não-circular. A explicação envolve
.) freqüência muito baixa. uma argumentação aerodinâmica elementar, dada em s·eguida.
) Um vão de linha vibrará com uma ou duas meias- o ndas
Quando o vento sopra sobre um cilindro circúlar (Fig.
(Fig. 6.1), com amplitude até 3m no centro e à razão de 1Hz ou
) 6.2 a), ele exerce uma força sobre o cilindro na mesma direção que
menos. Devido à sua característica, esse fenômeno dificilmente é
) descrito como vibração, sendo, em geral co nhecido como "galope" .
0 vento. Isso ocorre, evidentemente, pela simetria. Para uma barra
. ) de seção transversal não-circular (Fig. 6.2 (b)), isso em geral não
Não se tem observado tal fenômeno em climas quente, mas ele oco rre,
) é verdadeir!\• havendo um ângulo entre a direção do vento e a da
uma vez cada inverno, nos estados do nordeste dos Estados Unidos e /
força. Um exempl o bem conhecido é dado por uma asa de avião, em que
.)
a força é aproximadamente perpendicular à direção do vento (Fig.
j
6. 2 c).
)
.)
_},o,ç,o

,,
V�

.) y�-·�
)

. la)
) s de moviment o da
Fig. 6.1 � OS dois primeiros modos naturai ( w = frequência 'b)
.) vibração de um cabo unifo rme.
Fig 6.2 - As direções do vento e â�força decorrente incluem
natural; T = tensão no cabo; µ = dens idade linear ângulo para seções transversais assimétricas {7].
) do cabo [7].)

l. J
1

)
1-- . )

370 Projetos mecánicos das Hnhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos )
371
)
Visualizemos a linha de transmissão no processo por qualquerrazão, o fio adquire urna pequena veloc
idade )
vibratório e fixemos nossa atenção sobre ela, durante um curso ascendente, a ação do vento empurra-o ainda mais
para cima, até que )
descendente. Se não houver vento, o fio sentirá o ar vindo de a ação elástica ou de mola do fio pare o movimento.
Então essa
baixo, devido a seu próprio movimento para baixo. Se houver um força elástiCa move o fio para baixo, em cujo proces )
. o o vento ajuda
vento horizontal (de lado) de velocidade V, o fio, movendo-se para de novo, e pequenas vibrações transform�m-se )
rapidamente em
bai� com velocidade v, sentirá um vento soprando de grandes. )
•.
ângulo arctg (v/V), ligeiramente de baixo. Se o fio tiver urna seção O fenômeno discutido até o momento tem freqüência muito . )
circular, a força exercida pelo vento terá uma pequena componente baixa e grande amplitude na linha de transmissão. Esse caso, )
para cima (Fig. 6.3). fio se move para baixo, essa
Como o entretanto, não acontece no Brasil, onde não ocorre deposição de )
componente para cima (do vento) exerce uma força oposta à direção gelo e, em conseqüência, a seção do condutor permanece estável.
t )
do movimento do fio e, dessa forma, amortece-o. Entretanto, para O que acontece em nosso pats é uma vibração por alta )
uma seção não-circular, pode ocorrer que a força exercida pelo freqüência e ·pequena amplitude, que é mais comum, e cuja ocorrência
vento tenha uma componente para baixo e, desse modo, fornece
)
depende apenas da existência qe um vento lateral. A explicação ào
amortecimento negativo (Fig. 6. 2 b) ., )
fenômeno é encontrada no chamado trem de vórtices de Karman:
1 )
Vórtices de Karman: Quando um fluido escoa em torno de
)
um obstáculo cilindrice, a esteira atrás do obstáculo não é
V )
regular, apresentando vórtices de configuração distinta, como
)
mostra a Fig. 6.4.
)
J
)
fig. 6.3 - Um vento lateral horizontal parece vir de baixo se a
linha é movida numa direção para baixo )
)
Considerando as condições durante o curso ascendente da )
vibração, pode-se ver, de maneira semelhante, que o vento relativo )
Fig. 6.4 - Vórtices de Karman numa esteira
sentido pelo fio sopra obliquamente de cima, e a força provocada )
por ele sobre um fio circular tem uma componente para baixo que )
causa amortecimento. Para uma seção não-circular, pode ocorrer que Os vórtices, )
alternadamente no sentido horário e
a força tenha componente para cima e essa componente, sendo na anti-horário, originam-se no cilindro de uma maneira perfeitamente )
dlreção do movimento, age ·como um amortecimento negativo. regular e estão associados a uma força lateral alternada. Esse j
Se o gelo acumulado no fio adquire uma seç ão fenômeno foi estudado experimentalmente e verifico.u�-Se .que há uma )
transversal que exibe a relação entre as direções do vento e da relação definida com a freqüência_L(fs). o diâmetro do cilindro (D),
força (Fig. 6. 2 b), ternos um caso de instabilidade dinâmica. Se, )
e a velocidade da corrente (V), expressa pela fórmula

_)
372 Projetos mecânicos das linhaS aéreas de transmissão
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 373

fsD
-u - = 0,185 (6. 1) o vão é subdividido em várias meias-ondas senoidais, de ordem vinte
e trinta. Devido à alta freqüência e pequena amplitude desse
e o cilindro se move para a frente cerca de 4,5 diâmetros durante
movimento, verificou-se ser possivel e_ prático controlá-la por meio
um período de vibração. Vê-se que essa fração é adimensional e que
de absorvedores de vibração amortecida. ,A construção mais simples e
o valor o, 185 independe da escolha das unidades. Ele é conhecido
comum que se conhece é o "amortecedor' Stockbridge de cabo de
... como número de Strouhal. A formação alternada de vórtices nos lados
do cilindro provoca uma força harmonicamente variável sobre o
ponto", mostrado na Fig. 6.�

mesmo, na direção perpendicular à da corrente. A máxima intensidade


dessa força pode ser escrita na forma usual da maioria das forças
aerodinâmicas (tal como a sustentação e o arrasto), da seguinte
maneira: ti

1
FA = [CK
2

o índice K corresponde a Karman, ,sendo FK a força de Karman e CK o


coeficiente de força de Karman (adimensional). O valor _de Ci:: é
conhecido com. grande precisão; entretanto um valor satisfatório
para ele é Ci:: = 1 (bom para um� larga faixa de número de Reynolds,
2
de 10 a 10
7
). ou, em palvras, a intensidade da força alternada por Fig. 6.5 - Amortecedor para linha de transmissão
unidade de área projetada lateral é aproximadamente igual à pressão
de estagnação do escoamento. Uma peça de cabo de _aço, com pesos em suas
O mecanismo de formação de vórtices em um cilindro extremidades, é fixada à linha. O cabo age como uma mola e é
estacionário é auto-excitado porque não há propriedades alternadas ajustado grosseiramente pa�a a freqüência de vibração esperada.
na corrente de aproximação, e os vórtices são formados na Qualquer movimento da linha no ponto A provocará movimento relativo
freqüência natural de Strouhal. A vibração auto-excitada geralmente nas p7,as do cabo, e o atrito entre seus cordões dissipará energia.
é perigosa. Como regra, isso tem muitas conseqüências, quando a O ponto A de fixação é escolhido ao longo da linha, de forma tal a
freqüência auto-excitada de formação dos vórtices (Eq. 6.1) não coincidir com um nó do movimento, em cujo caso o amortecedor
coincide com a freqüência natural do cabo sobre a qual ela age. seria inútil. Esse dispositivo, embora primitivo, provou ser
Ocorre então, urna ressoriância que pode ser destrutiva. inteiramente eficierite na proteção das linhas contra avarias
Uma linha de transmissão de lpol de diâmetro, na provocadas pela vibração decorrentes dos vórtices de Karman.
presença de um vento de SOkm/h, tem freqüência de Strouhal (Eq. Uma tentativa de projeto desses amortecedores, para o
6.1) igual a 116Hz. A· vibração das linhas com essas elevadas caso de oscilações tipo galope (.caso discutido em 6. 1. 2. 2), onde a
freqüências e pequenas amplitudes·, foram observadas: -.,,no- Bras'il, freqüência é cem vezes menor e a ampli ttide: cem vezes maior,
havendo, repetidamente, terminado em falhas por fadiga. A
resultaria em um peso de ..Várias toneladas, o que é totalmente
ressonância, obviamente, ocorre num alto harmônico de linha, em que imprat.icável.
. -rl
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
374 Vibrai;ões·e rensões dinâmicas·nos cabos 375

6.3 - ES11Jll0 DO FENôMENO DAS VIBRAÇÕES POR VÓRTICES onde


w (= Zrrf) é a freqüência circular e

6.3.1 - Descrição matemática EI a rigidez flexional do condutor.


Pode-se observar que a velocidade transversal da onda aumenta com a
Uma
gr�pos, isoladores e torres,
linha aérea de transmissão, com seus
um sistema muito complexo. Ela não
condutores, rigidez flexional e com a freqüência.
/----------....,
é Para um condutor ACSR com 38mm de diâmetro (Parrot) e
2
é confiada a um modelo matemático que, realisticamente, preencha com uma tensão de, aproximadamente, 60N/mm , o aumento em Utr é da
todos os requisitos reais. É necessário fazer simplificações, que ordem de 0,5% em lOHz, e S% em 25Hz.
podem variar de acordo com o problema específico a ser estudado. O efeito do amortecimento do condutor é no sentido de
A .�ferramenta matemática necessária para estudar o ',reduzir a velocidade transversal da onda, sendo, porém, tão pequeno
fenômeno da vibração em um vão livre, é relativamente simples. Em que pode ser desprezado nos casos prátiCos. Além disso, a gravidade
uma primeira aproximação , usamos a equação da corda vibrante: modifica a velocidade de propagação da onda, pois a tensão varia ao
longo do vão. )
O, (6.3) A solução da equação da corda vibrante, ou -uma equação )
modificada, pode ser efetuada por diferentes métodos, todos )
onde equivalentes, resgu_ardadas suàs precisões. Dependendo do propósito )
m - é a massa por unidade de comprimento no condutor e da análise, um método pode ser usado ao invés do outro. Dois
T - a tensão no condutor. métodos são, talvez, os mais empregados:
)
- o método dos modos principais [9];
Um parâmetro fundamental, que pode ser derivado da .)
o método da propagação de ondas, incluindo o uso de
equação da corda, é a velocidade transversal da onda:
analogias eletromecânicas [10]. )

Fm As influências_ da rigidez, amortecimento e gravidade .)


Utr (6. 4) resultam em alterações nas freqüências naturais de um vão. Uma .)
expressãoJ�roximada para freqüências naturais é: .J
A equação diferencial pode ser refinada pela introdução
n .)
de termos, levando em conta a rigidez flexional e o amortecimento. fn e 2a Utr (6.6)
Esses dois parâmetros são, em condutores reais, contudo., de tal
.J
onde .)
natureza complexa, que os termos serão apenas aproximações. a - vão;
Aqui será mencionada somente a influência da rigidez
.)
Utc velocidade de propagação da onda correspondente à
flexional sobre a velocidade trasnversal da onda, como fornecida na )
componente horizontal da tensão no condutor;
Eq. 6.4,
.. )
n = 1, 2, 3,
)
u· tr Ut, (1 +
.,,2mEI
ZT 2 ) (6. 5)
Vamos calcular, com'L,.exemplo, a freqüência natural de
um vão normal de 400m, submetido a uma tensão normal, dando
u
,_)
Utr = 120m/s:
:.J
')
376 Projetos mecânicos das linhas aéieas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos

)
r,,--,--,-,--,-1 -,----,--r-,�-,--�1---�1-
-1
1
= ��� 120 e 0, 15Hz

----r--
Íl
2·400 0, 22 Z, O

l
/J...J.---i '--+-.l.1-L
............ / "'º
r-,-r
i--,----t"-,· c,._- ..-,=-+-c:!1,.f"'· "-=:-::.·=r=
1 K,
Uma freqüência normal de vibração em linhas, no Brasil,

)
está em torno de 10Hz. Nesse intervalo, podemos encontrar
0,20

1
1 / r-1-1-
1
1
·-=�;ccc-+-+-+--...l�=-!-= I
-tl .:-:r-:.:i
1 li
1, 0

t--"1'---11--+, -+1 +I -1/'-1-'''--�


1 ---+i- -+' ·-_- ·· -+1--+! -+--ri
.,i

freqüências ressonantes como:

i. 1 :
� 0, 18
) 1 -+
i
9,55; 9,70; 9,85; 10,00; 10,30; 10,45; ...
I

•')

I
i 1 1 1 o
t---+---'f---t---,'-1·+--f----+--''-+-.:-! ___il __+_J.,' ---'-1

1

� 0,16
I
1 li 1

-1 _I
1 Esse exemplo dá a ordem de grandeza das diferenças
J
i i
entre as freqüências acarretando modos vizinhos de vibração em um
)
Como 0, 1 4 --'-1
vão normal. será demonstrado posteriormente, é mui to ,

) desenvolvimento das vibrações, as i---t-1. --,1,--tf-,-+,--+---!r- -i-�!�--,---+--�..-!


importante, upara i
o que
1 ' 1 'i
/
.) freqüências naturais estejam tão próximas. 0,12 '---�lc...._..LI .L.c!_;,1 ....L: Lí
1
_·.c'_·.1_J_
:c-
_L__
i l __ 1_i __L_jl __:_1
i

10 4 6 8 10 4 6 8 10 3 4 6 8 IO
) ' 2
'J
2 q

6.3.2 - Origem hidrodinâmica das vibrações eólicas


! NUMERC DE REYNOLDS

Fig. 6.6 - Número de Strouhal em função do número de Reynolds.


curva obtida experimentalmente para escoamento
J Tem sido aceito, por um longo tempo, qUe � causa da sobre cilindros circulares.
) vibração eólica é a esteira de vórtices periódicos. Os nomes mais
_ _) freqüentemente associados com as pesquisas nesse campo são Strouhal
e Von Karman, daí serem, esses vórtices conhecidos por "vórtices de Quando o cilindro oscila livremente1, isto é, devido às
.)
Karman" [11,12] . forças resultantes da esteira de vórtices, duas observações
.) fundamentais geralmente são feitas conforme segue.
Strouhal encontrou a seguinte relação empírica para a
) Para freqüências de oscilações em um certo intervalo
freqüência do vórtice para um cilindro em um fluxo de fluido:
.J próximo (± 20%) da de Strouhal (fs), os vórtices não estão na maior
u
) fs = s D (6. 7) esteira em sintonia com a de Strouhal, porém são governaàos pela
J onde:
freqüênci-ê.\de oscilação.

.) S (Re) � 0,2, no intervalo real do número de Reynolds 1 - Como uma conseqüência, os vórtices não estão na maior
.) (400 < Re < 40.000, veja a Fig. 6.6); esteira para uma fase aleatória, porém tornam-se síncronos ao longo
U velocidade do fluido ( velocidade do vento) [m/s]; do cilindro, resultando em um movimento harmônico. Esse fenômeno é
D= diâmetro do cilindro [m]. freqüentemente citado como efeito de sincronização.
(
Essa relação tem sido largamente usada no caso de um cilindro fixo.
( A freqüência é relativamente estável, enquanto que a 2 - Se a freqüência de oscilação permanece no intervalo de
)'
amplitude das forças que agem sobre o cilindro tem um caráter sincronização, toma lugar .�a amplificação na força dinâmica de
)
j, aleatório, indicando que a diferença de fase entre os vórtices ao sustentação. Chegando-se a uma amplitude de saturação, também
1
longo do cilindro tem um caráter aleatório. apare_ce uma amplificação da amplitude de oscilação.
1
s de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 379
378 Projetos mecânicos das linhas aérea
í
pelos onde )
A esteira de vórtices pode também ser controlada
. sonoras de urna CK - é o coeficiente dinâmico de sustentação, isto é, o )
distúrbios periódicos. Tem Sl do mostrado que ondas
coeficiente de sustentação que é válido quando a freqüência
rreqüênc�a apropriada são capazes de governar
a freqüência do )
tem sido sugerido, síncrona, déscrita anteriormente, toma lugar, e í
vórtice e amplificar a resl·stência do vórtice, e ,......--...... '

uma freqüência predominante com um p - é a densidade do fluidô ·(ar). '\


também, que a turbulência contém )
efeito análogo [13,14,15]. É admitido que o efeito de sincronização entra em ação )
ro
A Fig. 6.7 ilustra a esteira de vórtices em um cilind se a amplitude de vibração chega a um nível considerado crítico. O
)
inâmicas de
submetido a um fluxo. A fig. 6.8 mostra as forças hidrod coeficiente de sustentação dinâmico é tomado como dependente dos
1 o efeito )
sustentação agindo sobre O cilindro. E pode ser visto que distúrbios do fluxo de ar, isto é, do nível de turbulência.
, e a força de )
é mui to semelh�pte ao t-ao co nhecl·cto efeito Magnus \ O fator de amplificação (q) origina-se da segunda
s ustentação pode ser escrita como observação referida anteriormente. O fàtor de amplificação pode ser
)
)
escrito, em princípio,
(6.8)
q(.,,,fl' )
como, porém, essa função não foi
definitivamente ainda )
----
��·
----· ---- estabelecida, Steirunan [16], contudo, propôs a função )
�-T )

--·---�
q � 1 + 0,77·7}
!h::::::t3D ___
onde: )
" 1

' TI é a amplitude relativa dupla (=Y/D) e Y:, a amplitude dupla )


1

(pico a pico)
)
� ;
_L r,J ---O--
- ��---=-�� L:----,.-5��
h -----·--\ Exemplo 6.1 )
Sobre um condutor, com diâmetro de 25,4mm e pesando
)
Fig.6.7 Geometria da esteira ào vértice de KARMAN 0,825kgf/m, sopra um vento de 36km/h. O cabo foi tensionado com .)
uma tração de 1.650kgf.
a - �1lcular a freqüência de Strouhal, em Hz. )
b - Sabendo que a densidade do ar nessas condições. é 1,29 )
kg/m3 e que a amplitude de vibração pico a pico nesse vão é de 0,5
u mm, determinar a expressão da força harmônica de Karman. . )
·c - Desprezando a rigidez (EI) do cabo, calcular uma série de
freqüências naturais do cabo para esse vão de 400m. J
)
Solução:
)
Linho de corrente ossimêtrico a - Da Eq 6.1, temos )
Faf'rU
Polenciol = linho de corrente + fsD 0, 185U j
+ circuloç;Õo -U- = O 185 ,. fs
--�--- _D j
Fig. 6.8 - Força de Karman so bre um c l"líndro
estacionário u 36km/s lOm/s e D= 0,0254m )
-)
"
.
·)
_)
-T .·
\
) 380 Projetos mecânicos das linhas aéieas de transmissão Vibraçijes e tensões dinâmicas nos cabos 381

pico de força de aproximadamente 2,5· 10-2N/m , para uma velocidade


Logo:
de vento de lm/s.
0,185·10 = 72,8Hz
fs = Está, portanto, claro que uma condição necessária para
0,0254
) o desenvolvimento de uma vibraçãà.'-.....é que ·-.as forças hidrodinâmicas
b - Das Eqs 6.2 e 6.8, temos
) trabalham em fase sobre uma parte sU�fnt� "-de comprimento de vão.
J 1 2
Fk = Ck 2 pU Dq sen wt. Uma" vez· que::· as··. forças· hidrodinâm.l·cas,,- ao_,.... longo,, do..-.. .vão.,;
são muito pequenas e distribuídas aleatoriamente, a vibração está
)
Tomemos Ck = 1 e w = 2rrf 2n·72,8 = 457, 4 rad/s; o iminente.

)
) fatori de amplificação, será
Por outro lado, como mencionado anteriormente, tão logo

) q = 1 + 0,27·�
u
y
1 + o,77 0 = 0,5
1 + 0,77 ���
25,4 -
1,02. a vibração comece, o efeito de sincronização entra em ação e
co"manda a esteira de vórtices, de tal maneira que as forças
) Logo, hidrodinâmicas sejam harmônicas e tenham uma componente suficiente
) 1
1----�- 102 -0,0254·1,02 sen (457, 4t) , em fase com a velocidade trasnversal do condutor vibrante.
2 9, 81
A transição do estado de vibração irregular para o
0,17 sen (457,4t)kgf/m. estado de vibração estável ou permanente, em que os vórtices são
regulares, deve, portanto, ser iniciada por um impulso de partida.
Note que o maior valor da força de sustentaçãó é 0, 17
kgf/m,' que representa somente 21% do peso do cabo. Diferentes fenômenos podem servir como impulso àe
partida. o mecanismo está ainda para ser investigado
e - Da Eq. 6.6, posteriormente. Contudo, pode ser dito que qualquer evento que
)
soo /
n n n 1.650·9,81 cause um movimento do condutor favorecerá o efeito de sincronização
Ut, =
) fn -
2a 2a A== 0,825 4
em alguma parte do vão e, então, inicia-se um processo para levar a
.) vibração a todo o vão.
fn � n·0, 175 (n 1, 2, 3, ... ).
.J Todo vão inclui torres, isoladores, grampos e,
J Se, na ressonância, fn = fs, eventualmente, amortecedores e espaçadores. t, portanto, um sistema
j 1
) 72,8 � n·0,175 • n = 416,
dinâmico que tem um grande número de freqüências naturais. Como, em
.) uma linha de transmissão normal, essas freqüências naturais sãc
O modo de vibração será de ordem 416.
) muito próximas, o efeito de sincronização pode facilmente ocorrer
em qualquer· ·uma·.· delas,.�· especialmente,... aque.las que apresentam,--um
6.3.3 - Desenvolvimento da vibração eólica em um vão de linha de baixo amortecimento.
transmissão A vibração de um vão em geral não começa de maneira
instantânea. Usualmente há um período de desenvolvimento, um
)
A força hidrodinâmica que age sobre um comprimento per iodo_ mais · ou menos de vibrações estacionárias .e, por fim, um
.) período curto de enfraquecimentp�
unitário de condutor é muito pequena. Por exemplo, um condutor de
50mm de diâmetro, de acordo com a Eq. 6. 8, pode estar su_jei to a um. Um período de desenvolvimento maior que o necessário
para alcançar o nível· aproprtacto··..._de···· energ'i·a. armazenada:, ·.pode\ ser
1
382 Projetos mecânicos das linhas aéreas de ti-ansmissão v;brações e tensões dinâmicas nos cabos 383
)

explicado, desde que suponhamos o vento mudando gradualmente de um 6.4 - AUTO-AMORTECIMENTO EM CONDUTORES )
estado de turbulência para uma corrente de ar mais ou menos capaz 1 )
de- gerar vibrações. Quando a frente da corrente de ar passa pelo
vão, haverá numerosas tentativas de início de vibração. Porém, pelo deformação na sua
Quando um
·,
condutor �sionado
condição estática normal,
.
é sujeito a
ele dissipará alguma
uma )
)
fato de a corrente de ar variar com o tempo, em vorticidade e energia. Tal dissipação de energia se rel\8.ci�na diretamente à forma
velocidade, vibrações instáveis ocorrerão até que a corrente de ar de deformação e, portanto, será relacionada aos parâmetros que )
se torne suficientemente laminar e com variações de velocidades descrevem a deformação.
)
dentro do intervalo critico em que o efeito de sincronização Como urna sim�lificação, as oscilações ou vibrações de
condutor podem ser admitidas como um harmônico e em ressonância. A )
ocorre.
A - vibração no período estacionário raramente está na distorção, então, pode ser expressa por uma função harmônica )
\
forma de ondas puras. Um batimento-padrão é a forma mais comumente simples, )
observada. Isso pode ser atribuído à geração de vibração por duas rr
y(xl �o sen ( ! x),
ou mais frentes com diferentes velocidades de vento [17]. Uma outra )
explicação afirma ser possível qu�,, a velocidade do vento esteja
onde Yo/2 é o deslocamento do antinó e À o comprimento de onda.
variando no tempo e no espaço, pçfém dentro do intervalo do efeito )
de sincronização. Isso não causaria qualquer variação significante O auto-amortecimento de um condutor sujeito a uma
)
na freqüência, porém a amplitude variaria com o tempo e a posição tração T é, portanto, definido pela energia por ciclo, ou a
no vão. Um registro tipico de vibração natural é mostrado 'na Fig. potência por unidade de comprimento, de um condutor vibrando em cada
6.9. Se as variações na velocidade do vento excedem um dos seus modos principais naturais, com um cÓmprimento de onda À
significativamente o efeito de sincronização, é provável que o e deslocamento do antinó Y (amplitude): )
estado de vibração estacionário cessará, e uma transição para o )
E= função (T,Ã,Y) (6.9) )
estado irregular não-vibratório tomará lugar.
)
Para condutores normais, essa pode ser expressa como
/ \ )

(6.10)
J
E
)
)
Corno a função não é linear, mas está dentro dos valores usuais de
)
T, À e Yo que podem ser encontrados nas linhas de transmissão, n e
m são encontrados nos intervalos de 3 a 3, 5 e de 2 a 2, 5 , )
respectivamente. A variação normal do parâmetro H com a tração pode )
ser vista na Fig. 6.10. )
As duas principái·s_ fontes de amortecimento em um )
Fig. 6.9. - Registro da vibração em urna linha de transmissão condutor normal tensionado são: .J
)
)
· }

)
)
1
384
Projetos mecânicos das linhas àéreas de transmissão l�--,-·--···-
porcentagens da resistência básica é válida somente para condutores
385

H 1 de geometria semelhantes e com os mesmos valores de resistência

l·,
)
básica por unidade de área de seção r�

.) J. Para uma dada geometria de condutor (diâmetro, seção reta,


'
) 1, número de fios), urna variação na tensão afetará a dissipação de
energia de duas maneiras. Primeiro, para uma dada freqüência, ou
) t
velocidade de vento, o comprimento de onda variará de acordo com a
'.)
!!! expressão simplificada para a ressonância
) '-- -�10"--2
b o-�3"0�-4"'o��T 010
)
Fig. 6.10 - �ariações típicas do parâmetro de amortecimento \
) í:i com a tração no condutor
)
Como um exemplo, um aumerito da carga para 1, 25 T causaria um
'.J - amortecimento material, isto é, a dissipação de energia na aumento no coinprimento de onda de 12% e diminuiria a energia em
30%. E segundo, urna variação em T modificará o parâmetro H, como
)
matéria sólida dentro do próprio c�pdutor;
atrito de Coulomb entre as superfícies de.sli zantes em mostra a Fig. 6. 10. Tomando o mesmo exemplo, uma variação na tensão
1
.) contato. de 20 a 25% de T causará uma redução em H de 20%, portanto
·•) têm indicado o conduzindo a 56% a redução total de energia.
Numerosas investigações
amortecimento material é pequeno, em comparação c�m o do atrito de Para um ACSR, um aumento do conteúdo de aço influirá
) deslizamento. Testes experimentais têm, de fato, mostrado que o essencialmente no comprimento de onda para uma dada freqüência,
) aumento do deslizamento entre os fios sempre leva a um aumento da podendo se presumir que a tensão nos fios de aluminio não variará

) dissipação de energia, em tal proporção que a influência do apreciavelmente.

) amortecimento material tem sido comprovadamente pequena. Existem diferentes métodos para as medidas de
Embora o verdadeiro mecanismo do amortecimento por auto-amortecimento em condutores, os quais podem ser encontrados
)
deslizamento ainda não seja claramente conhecido, ele está
.,
nas refef.êrlcias [18,19,20 e 21].
evidentemente relacionado com as deformações dinâmicas ocorridas
J

sobre os fios individualmente. Essas deformações dependem da


.)
1
deformação do cabo {parâmetros Yo e Ã), do atrito interfaces e da
) l
6 . 5 - INTENSIDADE. DA-.YlBRAÇÃCl ..
pressão entre os fios, que depende da geometria do cabos e da
_)' tensão (T). A intensidade da vibração depende essencialmente da
Se considerarmos esses fatos na prática da linha de tensão no condutor e do terreno onde a linha se encontra exposta
transmissão, as considerações que seguem serão importantes. [22].
) - Não há relação direta entre a resistência básica do condutor Testes sobre vibraç�es, usando excitação artificial em
instalações especiais e mediadas de vibrações naturais em vãos
) e o auto-amortecimento. Portanto, qualquer recomendação baseada em
)
',',-
j
386 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão ,�- - v;brações e tensões dinâmicas nos cab�� - ---- 387 )

)
experimentais, têm mostrado que vibrações com amplitudes notáveis
)
aparecem quando a tensão mecânica no condutor excede 4 ou 5
2 1
kgf/rnm . Com tensões menores, as perdas devido ao amortecimento
)
interno são tão altas que não se tornam perigosas {23, 241 .
\
As condições topográficas, ou seja, natureza do
terreno, presença de florestas e de construções nas vizinhanças da LL )

linha, têm influência nas caracteristicas ào vento, na camada )


adjacente à terra e, conseqüentemente, sobre a intensidade da )
vibração.
Os maiores danos ocorrem nas seções da linha em )
.� \
travessia plana. Montanhas rugosas e inclinadas, travessias em
)
vales, não têm sérias influências na intensidade de vibração e, TABELA 6.1
)
portanto, no dano resultante. Em linhas que atravessam montanhas,
)
-_

�.terrenos mui to rugosos e áreas flor)stais, são raros os danos no Máximo ângulo Duração relativa
Condições locais de vibração o:' de vibração -e(%)
condutor, e ocorrem somente depois'. de uma longa vida da linha. A J

presença, sobre a linha ou em volta dela, de ravinas,. diques, Travessias longas (800 a 1. 500m) 35-50 35-50 )

construções, jardins ou algumas árvores isoladas ou bosques quebra Terreno plano, aberto, vãos de )
300 a 500m 25-35 2 0-35
o fluxo lamelar do vento e possui uma considerável influência na )
Mesmo, vãos de 150 a 300m 25-30 20-25
vida dos condutores. Vibrações fortes aparecem, entretanto, em vãos )
Bosques com árvores escassas,
muito grandes, nas travessias de grandes rios, onde o vale do rio terreno muito rugoso, vãos de )
guia o fluxo de ar através da linha, e onde a alta suspensão do 150 a 300m 15-20 8-15
)
condutor sobre a área plana favorece um fluxo regular do vento. Áreas florestais onde os topos
das árvores são mais altos que )
Pelas medidas de vibrações em diferentes condutores, os pontos de suspensão dos
2-5 )
tem sido possível caracterizar a tendência à vibração como uma condutore? 5-10
\
)
função das condições locais, pelo seguinte número médio (Tab. 6.1):
)
Fig. 6.11 - Representação exagerada da vibração de um cabo
T = �•100 condutor. e�. ângulo de vibração; À, comprime� )
Te ( 6. 11) to de onda; LL, meio comprimento de onda:
)
onde: LL = _1_
Tv duração de vibrações (a> 5' );
2f /p
{Tg • )

sendo f a freqüencia [Hz), To tracionamento J


Te duração das observações (minimo de um mês); mecânico {kgf), p o peso do condutor por unida )
a = ângulo de vibração; representa o ângulo formado pela linha de de comprimento
2
[kgf/m) e g a aceleração dã
gravidade [m/s ].) )
da catenária (estática) e a linha do primeiro laço livre {LL),
)
medido na boca do grampo de fixação, em minutos {veja a Fig. 6.11).
)
.J
' . _)

'.)
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 389
388 Projetos mecânicos das linhas aé'reas de transmi ssão

1
6.6 - CRITÉRIO DE VIBRAÇÃO PERIGOSA

6.6.1 - Prognóstico do nível de vibração


)
l
) i
1 ,. 000 newtons
39<00
Se o amortecimento do sistema e a potência do vento
'J em um condutor vibrante são conhecidos, é possível calcular-se o
00 800
5S650
73700
) nível de vibração em estado permanente pelo conceito do balanço de
93300

.) energia. Aqui o problema se aproxima das condições ideais; mais

,) tarde, a importância de alguns pontos práticos será discutida.


0,1

J A� condições ideais aqui supostas são: \ 301Hzl


FREQÜÊNCIA
a - o vento é estável e uniforme sobre todo o comprimento do
) Fig. 6.12 - (a) Determinação da amplitude de vibração
condutor;
) (freqüência constante}. (b} Previsão do
b - a vibração é descrita como senoidal; nível de vibração para um condutor Parrot
e - toda energia dissipada tom�·lugar no próprio condutor. em diferentes valores de tensão.
) O auto-amortecimento do condutor é medido,, e admite-se
. )
a energia do vento descrita [25] pela função As suposições feitas raramente são correspondidas. Como
) 3 4 foi dito previamente, as vibrações são em geral formada_s por um
Pv = f D ·função (U)·função {n) (6. 12)
J batimento padrão. O mecanismo que governa a for:mação do batimento
onde:
.) não é completamente desconhecido. Algumas exPlicações têm sido
.J f - freqüência [Hz]; propostas por vários pesquisadores. Não é de todo surpreendente,
.) D - diâmetro do condutor [m]; contudo, que a Vibração-padrão seja irregular, quando se leva em
U - velocidade do vento [m/s]; conta a pequena probabilidade de o vento ser uniformemente
.)
n - amplitude dupla de variação [= Yo/D]. distribuído no tempo e no espaço.
.)
/\ o amortecimento nas extremidades, devido aos
) A Fig. 6.12 {a) mostra o princípio da determinação do amortecedores, tende a reduzir o nível de vibração real. É evidente
.) nível de vibração pelo método do balanço de energia. A interseção que, se os dispositivos especiais de amortecimento são aplicados ao
) entre a curva da energia do vento e a curva de auto-amort.ecimento, condutor, o sistema modifica-se. O amortecimento do novo sistema
)· dá a amplitude esperada para a freqüência particular considerada. deve ser avaliado e introduzido no cálculo do balanço das energias.
Para um dado condutor em uma dada tensão, as curvas dé
auto-amortecimento e energia do vento podem ser estabelecidas para
6.6.2 - Critério de vibração perigosa
valores diferentes de freqüência. Os pontos de interseção dão as
amplitudes esperadas como uma função da freqüência de vibração. A
Numa tentativa de restabelecer os valores de tensões
Fig. 6.12 (b) mostra o nível de vibração calculado dessa maneira
onde há perigo de danos por vibráções, testes de laboratório foram
para o condutor Parrot, para quatro valores diferentes de tensões.

)
-)
390 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 391
)
feitos em vários países, cobrindo diferentes condutores, sob vários a Para tomar como amplitude de vibração um parâmetro )
·valores de tensões mecânicas e de amplitudes de vibrações. adimensional, KA, igual à razão das amplitudes observadas para seus
1
En_tretanto, esse método tem dois sérios inconvenientes. Em primeiro valores máximos ou à razão do maior ângu-rõcíl)servado para seu valor
)
lugar, para se determinar esses valores com certeza, é necessário máximo:
)
realizar um grande número de testes, reduzindo paulatinamente a
tensão e a amplitude de vibração num condutor não-ferroso; este
(A/0,5•;\.) " (6.14) )
(A/0,S·t\)max O::max
pode suportar sem danos 100 a 200 milhões de ciclos de vibração. )
Para um condutor de aço, teríamos 10 milhões de ciclos sem que Onde: )
ocorressem danos. Obviamente, esse procedimento consome muito A - amplitude de vibração; )
tempo. O,S·À - meio Comprimento de onda de vibração; )
Em
.. Q segundo, as condições de laboratório jamais
\
a - ângulo de vibração.
)
reproduzem fielmente as condições a que uma linha em serviço está
)
sujeita. Os resultados das investigações em labotatório podem, b - Para expressar a variação do valor KA como função de um
')
portanto, ser relacionados às condições reais, e isso causa certas parâmetro (f·D), onde fé a freqüência de vibração e D o diâmetro
)
dificuldades. Dessa maneira, devernós coletar dados sobre danos nas do condutor.
)
própr1as linhas em serviço, em adição às inveStigações em
fd--120 )
laboratório. 1.0 KA i<,,.=::'
:::o.Olo6(fd·120)e·· 200
�ma,
As vibrações nos condutores aparecem para vel0cidades 0,8
)
de vento de 0,6-0,8 a lOm/s ou mais. Contudo, quando a velocidade 0,6 )
0.4
do vento e a freqüência de vibração aumentam, o número de NIVEL DAS )
0,2 AMPLITUDES PERIGOSAS
meia-ondas no vão aumenta, e também a perda (dissipação de )
i 200 400 600 800 1000 Hz• mm
energia), limitando o aumento da amplitude de vibração. Isso )
explica por que, com um aumento na freqüência de vibração, há um (t.'o), Fi'lixa Perigosa (t.0)2
)
decréscimo nas amplitudes de oscilações e deslocamento angular.
Fig. 6.1.!3\- Relação generalizada KA F (f·D) [26] )
Portanto, comumente as vibrações geradas pelas velocidades de
)
vento, excedendo S-6m/s, não alcançam níveis perigosos.
A fórmula que expressa a Eq. 6.13 torna-se: )
A análise dos resultados das medidas das ampli_tudes de
)
vibrações feitas em linhas, para várias freqüências, mostram que a -(t•D - 120)/200
KA = 0,0136 (f•D - 120) e )
relação entre a amplitude e a freqüência pode ser expressa por urna
fórmula empírica, do seguinte tipo: Um gráfico generalizado (Fig. 6.13), estabelecido desta )
maneira, ajuda na determinação dos lirni tes da faixa perigosa de )
(6.13)
frequência d<? vibrações. Por exemplo, se tomarmos como a menor )
Para ser capaz de generalizar os dados obtidos com
amplitude de vibração perigosa.z" = 0,15, que, para O'..max = 30-35'
condutores de diferentes diâmetros, para diferentes intensidades de �
corresponde a a de aproximadamente 5', os valores do número (f·D)
vibração, ela parece ser aplicável em dois casos, como segue. )
)
392 Projetos mecánicos das linha; aéTeas de transmissão
r- Vibrações e tensões dinámicas nos cabos 393

..----------.,
cobrem a faixa de (f·D)1 = 120 a {f·D)2 = 1.000Hz·mm, que permite a As rupturas dos cabos condutores localizam-se nos
.) determinação da faixa perigosa de freqüência, co nhecido o diâmetro pontos de fixação dos mesmos, exatamente onde uma seção vibra e a
dQ condutor. seguinte é forçada, pela ferragem de fixação, a ficar em p osi ção
) Esse procedimento simplifica consideravelmente a rígida (Fig� 6.14). Nessa condição, -fo'rma-se um po nto fixo de
) escolha dos parâmetros dos amortecedores e de suas posi ções flexão no condutor, l ocalizado na boca do grampo de suspensão, o nde

fá.talmente ocorrerá, a. fadiga -do,. mater-ial._·: (Fig ... _6.. 15.l.


) relativas aos grampos, quando suas características dinâmicas são
conhecidas
.)
) /
/

Exemplo 6.2
)
) :Êtn uma certa linha, foram observados ângulos de
\

) vibração de 8', para valores máxi mos de 40'. Sabendo que o diâmetro
do cabo nessa linha é de 18,52mm, determinar o nível das amplitudes
) perigosas, bem como o intervalo dessas frequências.

Solução:

)
O nível perigoso é dado por:
8
__) KA = 40 0,20
O:.max

J Para tirar o i ntervalo, usamos a Fig. 6.13, donde


J (f·D)1 = 130 e (f·D)2 = 900Hz·mm Fig. 6.14 - Região onde ocorre a ruptura dos cabos condutores
.) Portanto
) 130 900
fl 7,02Hz e f2 48,08Hz;
18,52 18,72
.)
J 7 <[perigosa < 48Hz

.)
.) 6.6.3 - Ruptura dos condutores \

1
Os danos resul lantes das vibrações eólicas podem ser

divididos em duas categorias, respectivamente fadiga e abrasão.


Ambos os tipos de avarias são. progressivos e podem ocorrer ao mesmo
tempo. A abrasão , entretanto, em geral, evidencia-se muito mais
Fig. 6.15 - Vista de um co ndutor após a remoção do grampo
rapidamente [27). de suspensão. A alma de aço ainda está intacta

j
.J--·-----
"-·-·
.,
394 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
l Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos

Testes de vibrações são executados com excitação artificial


395

em
)

O condutor ACSR (condutor de alumínio reforçado com )


alma de aço), é formado por camadas de fios, que agem, sob flexão, instalações especiais, e medições das vibrações naturais,

de um modo diferente de um cilindro sólido estático. A camada realizadas em vãos experimentais na URSS, mostraram que vibrações

exterior de fios, durante o movimento de flexão, tende a de magnitude perceptivel aparecem quando ·.o tensionamento mecânico
)
[26].
2
aproximar-se do centro, pressionando a camada imediatamente do condutor excede 4 a Skgf/mm
)
inferior, e a abrasão resultante do atrito entre os fios de camadas Com pequenas tensões de estiramento, as dissipações de

diferentes tende a formar entalhes nos mesmos. energia, através de atrito interno, entre os fios que formam os )
Assim, a camada inferior, embora não seja teoricamente cabos, são tão altas que a vibração não pode ser considerda )
a mais carregada, sob os efeitos adicionais dessas pressões e perigosa. )
entalhes (Fig. 6.16), torna-se a zona onde freqüentemente ocorrem A vibr"ação dos cabos ACSR aumenta também quando a )
\
os primeiros Pbmpimentos. temperatura desce, pelo aumento de tensão n0s fios de alumínio com )
relação aos fios de aço. Para as tensões ·e diâmetros de cabos
Esse pormenor elimina a possibilidade de se evitarem )
interrupções na operação da linhas de transmissão, por meio de usualmente adotados, encontramos velocidades dos ventos que
)

1
manutenção preventiva, já que os P.rimeiros fios rompidos, estando permitem o aparecimento do fenômeno àas vibrações eólicas.
)
cobertos pela camada externa de fi'Ós, não podem ser detectados. Uma Porém, em umas poucas regiões dos Estados Unidos, onde
)
inspeção visual revelará apenas as quebras que já atingir�m a quase são usados altos valores de tensionamento de cabos condutores e
onde são comuns ventos estáveis de altas velocidades, têm sido )
totalidade da seção do CDndutor.
A solução do problema reside, então, em cont,rolar as notadas vibrações em condutores sob velocidades de vento acima de )
vibrações, ou seus efeitos, de uma maneira preventiva, controlando SOkm/h [28, 29]. )
a intensidade das vibrações. Uma vez que já está comprovada a justificativa teórica )
A intensidade das vibrações depende essencialmente da que impõe ventos leves e estáveis como condição básica para o )
aparecimento de vibrações eólicas, um terreno plano e sem vegetação
tensão do condutor e das condições locais de cada vão da linha. )

1
será o mais apropriado para que o vento ocasione vibrações. J-.
)
mudança de direção dos ventos, devido a irregula.ridades do solo ou
)
presença I de árvores, modificará o fluxo laminar do vento,
constituindo uma proteção natural contra as vibrações eólicas. Os
.J
cabos fixados nos pontos mais altos da estrutura, para um mesmo )
valor de flecha, terão maiores possibilidades de vibrar, uma vez )
que essas proteções naturais não conseguirão alterar o fluxo )
laminar do vento nessa região. )
Uma vez conhecida a faixa das velocidades do vento .)
dentrp da .qual existe condição para oscilações eólicas, e os
)
diâmetros dos condutores normalmente usados nas linhas de
Fig. 6.16 - Entalhes na segunda camada de um condutor, )
causados por vibrações eólicas transmissão, podemos, por meio da Eq. 6. 7, determinar a gama da
.J
.J
_)
.�) ,�
1
396 Projetos mecânicos das linha$. aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 397

1
freqüências para essas oscilações. Considerando até 39, 24mm de que está perfeitamente de acordo com o valor-limite o: 5', adotado
diâmetro e as velocidades de vento já citadas, verificamos que as por Liberman [26).
O?cilações eólicas podem ocorrer entre 2 e 70Hz. A tendência para º de condutores de diâmetros
-�
) Edwards e Boyd, através de experiências de campo,
')
cada vez maiores e de vãos cada vez mais longos, implicando, muitas

:J
determinaram o limite crítico de defor mação dinâmica dos cabos vezes, aumento do tensionamento, tem como conseqüência facilitar o
ACSR, na boca do grampo de suspensão, como sendo de 150 aparecimento·· das vibrações·-,-. eólicas· --·e,·, embora,-·· ·as-, causas�s_,..,das·"'-'"- ·

·J microdeformações [30,31]. J. Pullen [31,32], num estudo teórico das


vibrações dos cabos condutores, partindo do limite estabelecido por
vibrações dos condutores já sejam bastante conhecidas, os cálculos
que permitiram trabalhar com altos valores de tensão dentro de uma
) Edwards e Boyd, e relacionando as amplitudes e as freqüências das faixa de segurança razoável demandam levantamentos minuciosos,
) oscilações com as deformações dos fios, estabeleceu a condição complexos e precisos das condições de cada vão. Devido à alta
.) básica paraij uma linha ser adequadamente amortecida em função do
\
frequência e pequena amplitude da os_� ilação eólica, verificou-se
) produto da amplitude pela freqüência. Esse valor não deve ser economtcamente viável controlá-la por meio de dispositivos
) ultrapassar 30,4Hz·mm. Sendo assim, são admissíveis oscilações de amortecedores.
até 15mm de amplitude e 2Hz de freqüência, porém de apenas 1mm de

) amplitude a 30Hz. Construindo-se, i'.im gráfico tendo por abcissa as


freqüências e por ordenada as amplitudes, obtemos' a hipérbole 6.7 - TENSÃO MECÂNICA E DISPOSITIVOS PARA A FIXAÇÃO DOS CONDUTORES
)
representando a 1 imi lação Af = 30, 4Hz · mm. Esse gráfico delimita
_)
duas zonas: a crítica, acima dessa curva, e a das �ibrações A vida de um condutor relaciona-se inversamente com o
' )
toleráveis, abaixo da mesma (Fig. 6.17). nível de esforços estáticos e dinâmicos. Quanto maiores forem os
J Sendo constante o valor máximo do produto Af, torna-se esforços estáticos, menores serão os valores dinâmicos permitidos
) constante inclusive o maior ângulo de vibração [30], o: = 0°05' 03", para evitar uma falha do material por fadiga [27] (Fig. 6.18).

.:l
)
.. J
, ..,
Esforços
) diniSmicos odmissiveis

J 20

1
j IS 1

.)
',
1
·t
10
•/

' 'º IS 20 25
H,
.)
1 Fig. 6.17 - Hipérbole; Af 30,4Hz·mm Fig. 6.18 - Diagrama de Goodman modificado

)
398 Projetos mecânicos das linhas'aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 399 í
As presilhas devem ser curvas, permitindo uma saída do
)
A tensão mecânica é considerada como um dos meios
cabo o mais tangencialmen�vel, reduzindo assim a tensão )
eficientes para prevenir o aparecimento de vibrações nos cabos. De
estática de flexionamento no cabo daqueles pontos críticos, visto .i
acordo com a Fig. 6.10, o aumento de tensão reduz o valor do
auto-amortecimento dos cabos , e por esse motivo a tensão deve ser que os esfor.ços de compressão devem ser o -.mais baixos possíveis. )
tão baixa quanto economicamente viável. Costuma-se capear os cabos com ',t�ras de alumínio junto )
As normas ABNT para projetos de linhas aéreas de às presilhas de suspensão, com o objetivo de reduzir e distribuir )
transmissão (P-NB 182) estabelecem: os esforços estáticos e dinâmicos do cabo, e protegê-lo de
)
"queimaduras" ocasionadas por descargas elétricas·. Esse capeamento
"13.2.1. Na pior condição, a carga atuante num cabo deve ser, )
aumenta a rigidez do cabo·, diminuindo, dentro de certos limites, a
no máximo, igual a 40% de sua carga de ruptura para cabos de )
amplitude de vibrac;ão. Uma sofisticação dessa técnica de capear o
alumínio, ACSR ou aço, e 50% para cabos de cobre." )
cabo \deu origem ao emprego de armaduras {em inglês, armour
"13. 2. 2. Na condição de trabalho de maior duração, a carga rods)(Fig. 6.20). )
atuante no cabo deve ser, no máximo, 25% de sua carga de ruptura." )
Observação: Esses 1 imites basearam-se no uso àe
o )
dispositivos especiais para evitar' falhas por fadiga e o desgaste )
ào cabo por atrito com os grampos. Quando tais práticas não são )
seguidas, tensões menores devem ser empregadas.

Uma boa norma de projeto é evitar transições àbrup tas , )


Fig. 6.20 - Grampo de suspensã.o tipo curto, com , armadura
,,
utilizando-se presilhas de suspensão e de ancoragem que possuem )
terminais de abertura suave e progressiva. Essas presilhas devem )
apresentar baixo momento de inércia e uma articulação que Atualmente os tipos de armaduras em maior uso são as )
acompanhe, o mais fielmente possível, os movimentos do cabo e cônicas e as pré-formadas (Figs. 6.21 e 6.22). J
reduza as solicitações nas seções próximas à fixação. O corpo das A diferença básica consiste no fato de as primeiras
)
presilhas deve ser longo para que as tensões introduzidas nas serem conS1,truídas de tiras retas, que são instaladas em volta do
extremidades dos dois vãos contínuos não se somem, e para permitir
/ )
um afrouxamento progressivo dos cabos nas suas extremidades
J
(Fig. 6.19). J
)
)
)
)
)
Fig.. 6. 19 - Grampo de suspensão tipo longo
Fig. 6.21 - Armadura cônica J
,)
J
��
) 402 Projetos mecânicos das linhas a.éreas de transmissão
Vibrações e tensões dinãmiças nos cabos

) estudiosos do assunto têm concentrado maior atenção, no sentido de


:·) reduzir os efeitos danosos das vibrações eólicas.
<) Essa tendência a se buscar a·mortecedores mais
:) eficientes, é justificada pela possibilidade de tais dispositivos

)
'.)
virem a ser adotados tanto em novos projetos como nas inúmeras
linhas já construídas e que apresentam problemas de vibrações.
L
.1
.J AmOrtecedores instalados em posições onde sua presença
não é necessária, além de ter um fator economicamente negativo,
Fig. 6.25 - Amortecedor Bretelle tipo I

.) implica em uma sobrecarga mecânica nos cabos, o que vem a reduzir a


,)
<=)
vida útil dos mesmos.
U Existe uma grande variedade de dispositivos
) amortecedores. Citaremos somente aqueles que tenham realmente se

�I
deStacado por sua eficácia ou tenham sido objeto de estudo de - 1--.
..,

trabalhos de pesquisa. Até o momento não foi desenvolvido um ��---·L13J_ ____ ---+-
amortecedor perfeito, na ..maioria dos casos, uma seleção
mas,
Fig. 6.26 - Amortecedor Bretelle tipo II
adequada dos mesmos proporciona uma solução sati·sfatória. Sua
função é suprimir as vibrações eólicas nas proxiffiidades das
fixações dos cabos.
A suspensão das vibrações reduz os níveis de esforços
dinâmicos no condutor e reduz também a quantidade de energia
transmitida para a estrutura ou para vãos adjacentes.
É de particular importância a magnitude das forças N
transmitidas pelo amortecedor ao condutor, bem como seu -----
L/2

engastamento ao mesmo. Quando não se atenta para esses detalhes, Fig. 6.27 - Amortecedor Bretelle tipo III
,J corre-se o risco de falhas por fadiga ocorrerem junto ao ponto de /\
engastamento de tais dispositivos.
')
'

6.8.2 - Tipos de amortecedores

Amortecedor tipo ponte (festões) ou Bretelle

Consiste num cabo de dos


material
condutores, com comprimento entre 3 a Sm, preso de cada lado do
· grampo de_suspensão, formando um laço (Figs. 6.25 a 6.28).
semelhante ao

Fig. 6.28 - Amortecedor Bretelle t"ipo IV


1
r�-·
j
I"""
. --·"� .

1
404 Projetos mecânicos das linhas·aéreas de transmissão
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 405
O princípio de funcionamento baseia-se nas propriedades
impacto .fixados ao��condutor (Fig. 6. 30). O impacto de ·uma
de dissipar energia por fricção que um cabo não-tensionado possui,
extremidade do b!""aço oscilante com o anel dissipa eriêrgia,
além de modificar as características de vibração entre os pontos
reduzindo as amplitudes de vibração.
onde está engastado.
Esse .dispositivo é de instalação mais demorada que os i
'·.
demais, não podendo ser instalado com linha viva. Sua eficiência é
discutível [33}.
Sua única vantagem consta ser a economia, pois pode ser
contruído com sobras de condutor. Porém, computando-se as
):
dificuldades de instalação, certamente seu custo supera 0 dos
)
outros tipG'S. Fig. 6�30 - Amortecedor de braço oscilante
Uma·variante desse dispositivo é conhecida como festão. )
É formado por vários laços de sobra do próprio condutor, conectados )
Amortecedor de impacto (massa-mola)
paralelamente ao mesmo (fig. 6.29). )
)
Uma massa suportada por uma mola desliza sobre uma
)
barra, com uma plataforma de impacto na extremidade inferior (Fig.
6.31). A barra vibra com o condutor e a massa oscila, comprimindo e
descomprimindo a mola alternadamente.
suficientemente grandes, entretanto, o impacto da massa contra a
Para amplitudes . ))
Fig. 6.29 - Amortecedor festão plataforma inferior provoca dissipação.de energia. )
J
)
O Comi tê de Estudos n. � 6 da CIGRE (Conference )
lnternationnale des Grands Réseaux Electriques a Haute Tension), I \ )
depois de efetuar um estudo comparativo com os diversos tipos de
J
_amortecedores, concluiu que "os amortecedores Bretelle, durante as
)'
;�ovas realizadas, foram. claramente menos eficientes que os outros
tipos".
y
J,
).
Amortecedores de braço oscilante
)

Foi um dos primeiros dispositivos adotados para reduzir i )


)
J
,J;
as oscilações eólicas. Consta de um braço oscilante e um anel de
Fig. 6.31 - Amortecedor de impacto (massa-mola) .t
., ..Ji�
·'
r' '

406 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Vibrações e tensões dinámicas nos cabos 407

Amortecedor Helgra

Esse amortecedor, mostrado foina Fig, 6.32,


desenvolvido pelos engenheiros de Swedish State Power Board, e tem
sido mui to usado na Península Escandinávia. Consiste em discos de
ferro e neoprene, com furos centrais, dispostos alternadamente
sobre uma haste cilíndrica articulada. O impacto entre as massas
provoca dissipação de energia.
A energia mecânica é transformada em calor pela Fig. 6.33 - Amortecedor Bouche
compressão das arruelas de neoprene,
calor é
na fricção interna desta·s. O
�issipado no ar circundante. Quando aplicado corretamente, 1-- Presentemente, tal dispositivo encontra-se em testes de campo em
absorve 90% das vibrações, reduzindo-as a valores sem perigo para
diversas localidades dos EUA.
os condutores. Não tem freqüência própria, não havendo, portanto, o
risco de introduzir vibração nos cabos. Não sofre fadiga, podendo
ter uso por tempo i 1 imitado. ,Nb Brasi 1, onde são fabricados sob Amortecedor torcional
licença, são usados em grande extensões de linhas'cte transmissão,
tendo, em algumas, mais de 10 anos de serviço. Um outro/• tipo de amortecedor é o haltere, ou
amortecedor torcional, que tem sido mui to usado no Canadá (Fig.
6.34). Um haltere, fixado a uma alavanca inc�inada, procura torcer
Amortecedor Bouche
-)'
'' 0 condutor, tendo seu movimento amortecido por discos de fricção. A
vibração torcional do condutor possibilita ao dispositivo
Fabricado pela Vibration Control
Co., Pasadena,
introduzir um amortecimento na direção da torção.
Califórnia, é essencialmente um sistema massa-mola. Consiste numa
, \
,_,) massa de concreto e duas molas helicoidais (Fig. 6. 33),
.)
.)
J
)
)

Fig. 6.32 - Amortecedor Helgra


Fig. 6.34 - Amortecedor torcional
! ;z
_) ;cj
"'--- ,) --�--j
'•.-}

)
408 Projetos mecânicos das linhas aêreas de rranimissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 409
()
Conclusões baseadas em ensaios experimentais realizados Amortecedor Stockbridge
no Canadá [34], afirmam que o uso de dois amortecedores torcionais
,./
por vão, fornece mais amortecimento que o necessário, Desenvolvrdô"em 1925 por George H. Stockbridge, é até o
possibilitando uma adequada proteção contra falhas por fadiga presente momento o amortecedor de mai-or aceitação mundial [35 e )
provinda de vibrações eólicas. 36]. Consiste numa cordoalha de aço com duas massas )
simétricas fixadas urna em cada extremidade; é conectado ao condutor
por uma presilha central (Fig. 6.36).
:)
Amortecedor linear )
)
Consiste num elemento de inércia com uma unidade
)
·----·-- ··---.---··
=====-==- --··-====:::::=
1
amortecedora,., central, acoplado ao condutor através de um elemento
)

l
articulado (Fig. 6. 35). A unidade amortecedora consiste numa mola
trabalhando dentro de sua faixa linear, e cilindro com pistão e '' )
fluido, proporcionando amortecimento viscoso. Esse amOrtecedor )
deixou de ser fabricado no Brasi,i, talvez por questões econômicas. )
Fig. 6.36 - Amortecedor Stockbridge ),
)
ELEMENTO PE
)
_ ACOPLAMENTO
Dissipa energia através do amot,tecirnento histerético, )
fornecido pelo mài.erial dos fios componentes da cordoalha, e )
coulombiano devido à fricção entre os fios quando as massas )
oscilam.
J
llNIOADE O amortecimento é obtido pela inércia gravitacional ao
AMORTECEDORA
)
--· ··-, movimento, podendo ser observadas três fases de um ciclo em
\ )
ELEMENTO
seqüêtlc'ia às vibrações (Fig. 6. 37):
--------.....
DE lNE.RC!A )
', - na primeira fase, o condutor é flexionado para baixo, porém )
o amortecedor mantém sua posição devido à inércia; )
- na segunda fase, o condutor é flexionado para cima e o )
amortecedor, sendo vencido pela inércia estática e adquirindo )
energia cinética, movimenta-se para baixo; )
- na terceira fase, o· condutor retorna à posição negativa, J
porém o amo�tecedor, devido·à energia cinética obtida do condutor, )
Fig. 6.35 - Amortecedor linear é flexionado para cima. )
J
"-'-".
e


..)
Projetos mecãnicos das linhas aéreas de transmissão
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 411
410
:�

.�
FASE l FASE 2 FASE 3

J
'. )
"' Fig. 6.37 - Fases de amortecimento
()
t Observa-se que o amortecedor trabalha em contrafase, em Fif. 6.38 - Amortecedor Dulmison ES-1
C) relação ao condutor. Ele possui duas freqüências ressonantes, nas
L
) quais é muito efetivo. Porém a sua eficiência diminui muito
/J Amortecedor Dulmison ES-2
)
ti rapidamente, fora da região entre essas freqüências. Isso implica a
\
(_)j, necessidade Wo conhecimento prévio das características de vibração Nesta outra versão ES da D.l!lmison, um segundo sanduíche

,•.,:)li
do condutor, de modo a coordená-las com as do amortecedor. Da de elastômero é introduzido entre o condutor e a armação
qualidade do material da cordoalha (cabo mensageiro) e do modo com pré-formada que substitui a presilha convencional. O dispositivo
que as massas são a ele conectadas, depende a vida útil do apresenta, em seus dois sanduíches, uma dissipação de energia
,{ dispositivo. O tipo de presilha ,uSado é outro detalhe importante, através de amortecimento viscoso, em adição aos amortecimentos
cuidando-se para não "ferir" o cabo condutor .
.. ) coulombíano e histerético, característicos do amortecedor
Stockbridge .
.. )
Amortecedor Dulmison ES-1 O uso de armaduras pré-formadas sobre uma camada de
')
neoprene inibe o aparecimento de falhas por':· fadiga do material
:�
··1

<i'·(
As letras ES, abreviatura de elastomer sandwich, junto ao ponto de fixação do Stckbridge (Fig. 6.39).
designam um novo arranjo para o amortecedor Stockbridge, que
consiste num completo envolvimento do cabo mensageiro com uma

1
·f camada de neoprene. Trata-se de uma nova técnica de isolamento e
'. ) absorção de vibrações. Segundo informações do fabricante, recentes
pesquisas realizadas pela DuPont mostraram que a amplitude de

.
'· vibração de uma placa pode ser dividida por 30, com a adição de uma
'-�! camada víscoelástica envolta por uma outra camada rn�tálíca de
." compressão. Foi também descoberto que a vida até a fadiga pode ser
'-� Fig. 6.39 - Amortecedor Dulmison ES-2
,\ aumentada em mais de cem vezes, substituindo-se a placa metálica
-,_ _., )
por um coxim composto, de igual peso, contendo uma camada de
material viscoelástico, numa forma de sanduíche. Amortecedor Varispond Dulmison
No caso do ES-1, a estrutu·ra ""Vlbí-ante é o condutor e a
presilha de fixação, a camada viscoelástica é a cobertura de Possui as mesmas características do modelo ES-2, porém
,) neoprene e a camada de compressão é a massa inercial (Fig. 6. 3.8) . duas' massas toroidais, ajustáveis sobre as massas principais,
.)
l .. :J
-
412 Projetos mecânicos das linhas aéreas de rransmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 413

proporcionam a obtenção de mais quatro freqüências de ressonância.


A grande vantagem desse dispositivo é a possibilidade de se
regularem as freqüências de ressonância de acordo com as
características de vibração da linha (Fig. 6.40).

)
�)
)
Fig. 6.42 - Amortecedor Vibless )
\ )

Amortecedor Haro )
)
Fig. 6.40 - Amortecedor Varispond
Desenvolvido na Finlândia, esse dispositivo é uma outra )
variante do Stockbridge. Consiste em três massas unidas por um cabo )
Amortecedor Salvi 4-R flexível conectado ao condutor por duas presilhas. Possui cinco
)
freqüêDcias de ressonância (Fig. 6.43).
")
Foi desenvolvido na Itália, e possuí diferentes \
.)
comprimentos de cabo mensageiro e massas de geometrias diferentes
em cada lado do grampo de suporte. Esse arranjo fornece quatro
)
frequências de ressonância (Fig. 6.41). )
)
Fig. 6.43 - Amortecedor Haro
_)
)
6.9 - RESJ:JfÍO PRÁTICO DE VIBRAÇÕES _)
J
6.9.1 - Introdução )
Fig. 6.41 - Amortecedor Salvi· 4-R )
A intensidade de vibração dos condutores depende J
Amortecedor Vibless essencialmente da tensão mecânica a que os mesmos estão sujeitos e )
das características topográficas das regiões atravessadas pela
Desenvolvido no Japão pela Furukawa Co. Ltd., Tóquio, é linha de transmissão.
um Stockbridge modificado. As massas inerciais são tubos Como dispositivos, -l"ecomendam-se, pela eficácia, os
cilíndricos curvados para baixo (Fig. 6.42). amortecedores Stockbridge e as pontes antivibratórias tipo festão.

e··_,-. _ _ . __ ._.
ee -/
415
414 Projetos mecânicos das linhas áéreas de trans missão -'."::ij,t,,ações e tensões d;námicaS nos cabos
)
',,
A Tab. 6.2 fornece a recomendação do número de Stockbridge A eficácia dos Stockbridges e das pontes tipo festão é
necessário, conforme o t1'po de te rr eno e a tensao
- dos cabos de máxima, quando fixados próximos ao centro do ventre de vibração

.J diferentes materiais, segundo a prática russa (Bolentim 2304, (Fig. 6.44).


sessão de 1968 da CIGRE). As dimensões dos Stockbridges variam com
')
o cabo.
)
-,
-)
) TABELA 6.2 - SELEÇÃO DE AMORTECEDORES STOCKBRIDGE

=
) Proteção recomendada para
) tensão média de serviço em:

.) u Condutor ACSR
")
-- Acima de
2
Entre
42 e
Menos de
2 Fig. 6.44 - Zona de fixação dos amortecedores
Condições da rota da 5kgf/mm 5kgf/mm 4kgf/mm
linha ( característica
Vãos
- Condutor de cobre ser afetaàas
do terreno) (m) As linhas aéreas de transmissão podem
de Entre 10 € Menos de topografia do terreno e
Acima 2
llkgf/mm ro kgf/mm diferentemente por vibrações, dependendo da j
l
2 2
) 1 lkgf/mm
ecedores Stockbridge,
da classe de tensões dos condutores. Os amort
Condutor de aço e cabo pár:-a-raio nte eficazes, quando
extensivamente usados no Brasi_l, têm sido basta
em Cacta terminal, para
Acima de Entre 18 e2
2
Men_os de
2
são colocados dois amortecedores por vão, um
) 22kgf/mm 22kgf/mm 18kgf/mm por Furnas mostraram
vãos em torno de 500m. As medidas efetuadas
zada em dez vezes e,
_) 2 amortece 1 amortece
- que a amplitude de vibração foi ameni
150-500 dores por dor por de vibração ficou abaixo
,._ _!
Terreno aberto, plano vão vão
conseqüuentemente, o ângulo característico
tores.
' \
•_J
ou levemente monta- de 5', proporcionando uma vida segura aos condu
nhoso 1 amortece 1 amortece a tendência de
/·\Contudo, para as seções de linhas onde
75-150 dor por dor por
não excedem 20', e
vão vão vibrações é pequena e os ângulos de vibração
) o dos limites, na
Terreno também onde a tensão no condutor permanece dentr
) acidentado,
vezes na amplitude é
áreas florestais com 1 amortece
- Tab. ·6.1, uma redução de três ou quatro
poucas árvores, ou 100-500 dor por danos para condutores.
áreas com árvores vão totalmente adequada para excluir o perigo de
gidas contra
baixas As seções de linhas completamente prote
ivamente baixas, não
Florestas maciças com ventos perigosos e submetidos a tensões relat
árvores cujas alturas Indepen- requerem qualquer proteção contra vibração.
de
excedem às dos ponto�. dent� .do Não necessitam de proteção Reêoffi"endamos que a necessidade de proteção
de suspensão dos con- vão instalados em vãos
dutores condutores e o mínimo de amortecedores a serem
normais se baseiem na Tab. 6.2.
416 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vlbrações e tensões dinâmicas nos cabos
417

Para proteção de vibrações


2
em condutores e cabos À=+ v Co·g . (6.16)
)
pára-raios com seções de 35 a 60Dmm , em vãos normais até 500m,
onde:
usam-se amortecedores Stockbridge pesando de 2 a 8kg.
i\ - comprimento de onda
Os amortecedores devem ser, na medida do possível,
f - frequência da onda.
posicionados de forma a atingir a máxima eficácia numa ampla faixa
)
de condições ambientais compreendendo diferentes freqüências,
comprimento de onda e velocidades de vento. )
Apresentamos a seguir um estudo simplificado. Seja o )
cabo tensionado no vão isolado da Fig. 6.45. )
)
)
Fig. 6.46 - Comprimento de onda
)
)
'-'mr Kg/ml
Vejamos o caso da formação de ondas estacionárias no
Fig. 6.45 - Vão isolado sujeito a vibração cabo, correspondentes aos seus modos naturais, Fig. 6.47.

�r�i _-:-=-_--__:::-_:=-_=:-_=- =-:-.-;·�- ----- ____j=r,,


Sabemos que a velocidade de propagação da onda
)
correspondente à componente horizontal da tensão no condutor é dada )
por: )
)
!º T ;·g '..__=__-_
-S
-_-_.ê,;;-'-.'.'...-
- .�-:--·
UTr =/ =/
J
)
onde:
---- ------ 1 ,,
To - tensão horizontal EDS no condutor /\ )
m - massa do condutor por unidade de comprimento )
p - peso unitário do condutor )
g - aceleração da gravidade J
Co - To/p = parâmetro da catenária.
J
Observando a Fig. 6.46, podemos escrever que:

ÜTr = i\•f ou À = -1
-·UTr (6.15)
J
f
J
Substituindo UTr na Eq. 6.15, teremos o comprimento de )
onda formado no cabo: Fig. 6.47 - Cabo em vibração natural em diversos modos .)
�1
)r
...
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos
418 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 419

Utilizando a Eq. 6.16 para o primeiro modo da Fig. 6.47 Já estudamos anteriormente que o fenômeno da
(a), podemos escrever que: ressonância acontece quando a freqüência de
excitação se iguala com
a natural. No nosso caso, a freqüência
de excitação é a de
2A = -rEo-g' Strouhal.

Temos então:
e a freqüência natural fundamental do cabo será:
fn = fs
(6. 19)
,. fn1 = ; -rEo-g' (6.17)
A Note que o cabo possui infinitas freqüências naturais,
)
Analogamente, para o modo de ordem n, Fig. 6.47 (n), e que também elas são muito próximas entre si. Portanto,
)
temos: provavelmente sempre haverá um vento (fs) que ressonará o cabo.
)
A ressonância perigosa será aquela correspondente ao
J n·À
-z - L vento de maior duração que ocorrerá durante a vida da linha; esse
) vento é tomado como o vento de brisa (baixa velocidade).
Usando a Eq. 6.16:
) Temos então da Eq. 6.7 que:
) 2L L ae A u
n fs e0,19
0
·.)
J ou seja: e da Eq. 6.18

J fn = ;A -rEo-g' •(6.18) fn = � Y Co·g


A
J . usando a condição de ressonância (6.19), vem:
onde n = 1,2,3,4, ... representa o numero de meias-ondas formadas no
J
cabo, ou seja, o número de ventres.
..
· ) (6.20)
.J Exemplo 6.3
Ué a velocidade do vento que causará ressonância no modo n.
) Para o comprimento de onda mostrado na Fig. 6.48,
.J do p
Para um vão A= 400m Com To= 1.ZOOkgf e um cabo pesan­
0,78kgf/m, calcular fn do cabo para n = 100. usando as E�s. 6. 7 e 6.16, chegaremos em:
,) D
=
0,19·U -1 Co·g
À
) (6.21)
Solução:
)
f
fn = ; -1 Co·g
A

Co = 1.200 = 1.538,5
0,78
100 = 15,4Hz
fn 2·400 -1 1. 538, 5·9,81
��!---T,-

A freqüência para 100 ventres será de 15,4Hz. Fig. 6.48 - Cabo com comprimento de onda calculado pela Eq. 6.21
Vibra ções e tensões dinâmicas nos cabos 421 •")
420 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
)
Exemplo 6. '.'i >
Calcular o comprimento de onda formado em um cabo
)
tenSionado com 1.200kgf; sendo o peso do cabo 0,78kgf/m. Tomar um
vão experimental de 400m, velocidade do vento 20km/h. O diametro )
do cabo é 0,01883m.
1 b1
)
1
Solução: Fig. 6.49 -Colocação do amortecedor Stockbridge no cabo
)
20 )
u 3,6
5,56m/s.
Sabemos da Eq. 6.21 que:
)
D
0/19·U
v Co·g Co
1.200
0,78
1.538,5 º
(6.21) )
À = �...::.,,,-�
O, 19·U
À
0,01883
o, 19·5,56
v 1. 538, 5 · 9, 81 2,2m
Substituindo (6.22) em (6.21), vem
)
Então o comprimento de onda mostrado na Fig. 6.48, será
_de 2,2m, ou seja, cada ventre terá 1,lm. D
., S = 2,24 U y'(;o-g (6.23) )
Observação: A freqüência de Strouhal (dos vórtices), na
condição do exemplo, será: :1
S é a posição de colocação do Stockbridge a partir do grampo de
u
f, = 0,19 -is-= 0,19
5,56 )
0,0 883
� 5 6Hz suspensão. Se usarmos U = 20km/h e g = 9, 81m/s2 a Eq. 6.23
torna-se:
)
)
S = 0,0013·D Yc:o' (6.23.a)

6.9.2 - Posição do amortecedor no vão com Sem [m], D em (mm] e Coem [m]. .)
)
Teoricamente, o ,mortecedor deve ser colocado no ponto Exemplo 6.5
)
do cabo, o qual possui maior amplitude de vibração e o mais próximo C�lcular para o vão do exemplo 6.4:
do grampo de suspensão. Este ponto deve ser obviamente o centro do a - Pos..i�ão do Stockbridge;
primeiro ventre (Fig. 6.49 (a))
b - Qual deve ser a freqüência natural do amortecedor? ' )
)
De acordo com a experiência de membros da CIGRÊ, o
amortecedor, juntamente com o cabo, altera a freqüência natural do
.)
cabo. Em outras palavras, o conjunto possui freqüências naturais a. )
diferentes das do cabo sozinho. Portanto, o ponto (i\/4) não deve s = 2,24 u
D
v Co·g = 2,24· o,�l��
'
3
v 1.538,5·9, 81

ser usado para colocação. A posição recomendada pela CIGRÊ (Fig. s 0,93m a partir do grampo.
6.49 (b))é Outra maneira:
2 <)
S = 0,85 ; = 0, 85 \ �
· = 0,93m
S = 0, 85 [;) = 1, 10 [+) (6.22)
i, )

1
__., '

,J .
.)
Vibrações e tensões dinámicas nos cabos
422 Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão 423

b. A figura abaixo (6.50), mostra um modelo matemático


simplificado do conjunto, cabo e amortecedor. '1
)
.) /

)
J e,
DEFÓEXÃO M t'NIMA
NO CABO

) CABO
)

l'K
) 1') 's
me '2
) -- RESSONÃNCIA DO

) Ai.!ORTECEDOR

) e,

J
AMORTECEDOR

,,
)
f Noturol do Amortecedor 's

) FK= (+ 2
pU D) sen {2Trfst) - Excitação Fig. 6.51 - Resposta em freqüência do conjunto cabo-amortecedor

J Fig. 6.50 - Modelo matemático do conjunto cabo-amortecedor

) Foii::o de
Variando a velocidade do vento, e conseqüentemente a Trobolho
) freqüência de Strouhal fs, teremos para os deslocamentos no cabo
) (ponto de fixação do amortecedor) e na massa do Stockbridge
)
respostas em freqüência conforme a Fig. 6.51 (a) e (b). Na Fig .
. ) 6.50 K, C, M são rigidez, amortecimento e massa (para o cabo-ventre
) e amortecedor) correspondentes ao modo de vibração.
·, Observando a Fig. 6.51, concluímos que, para minimizar a 7fn 1,3 fn
o deslocamento de vibração do cabo próximo ao grampo de suspensão, fNATURAL::;;, 56 Hz
1 ol
' .·! precisamos que o amortecedor ressone, ou seja fs � fn amortecedor 1b J

para ·o ponto de projeto. No exemplo em estudo, o cabo precisa ser


Fig. 6.52 - Resposta em freqüência de um amortecedor
protegido na região de 56Hz, portanto o amortecedor deverá ter Stockbridge e sua faixa de trabalho
freqüência natural próxima de 56Hz, para que ele seja eficiente,
veja Fig. 6.52.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de
transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 425 )
424
)
bridge Chamamos de m a massa de cada contra-peso, J o momento
6.9.3 � Modelo matemático de um amortecedor Stock
de inércia de m em relação ao eixo normal, passando por O (ponto de

eficiência de um amo rtecedor


A Stockbridge pode ser engastamento do cabo), Lo comprimento do cabo, r a distância entre
onde são levantadas o ce ntro de gravidade G e o ponto O, e ·E! a rigidez flexional do
medida através de ensaios de laboratório, )
em freqüência ou energia cabo.
curvas características para a resposta
Eletrobrás - CEPEL, As coordenadas adotadas são y1, deslocamento vertical )
absorvida em um ciclo. O Centro de Pesquisas da
(47]. de O, y2, deslocame nto angular do contrapeso e u deslocame nto )
no Rio de Janeiro, realiza estes tipos de ensaios
a vertical do grampo de suspensão. )
A maioria dos trabalhos publicados [48, 49 , 501 , estuda
a linha de transmissão, onde a Fazendo o bálanço de forças e dos momentos sobre o )
interação entre o amortecedor e

r sobre a linha contrapeso, com o ""auxílio da fig. 6.53 {b) e (c), onde as forças e
determinação da f o rça total exercida pelo amortecedo )
os principais. momentos unitários são os coeficientes de influência de rigid e z, as
e as condlç5es.l'ide instal a ção são os objet )
as no cabo equações de ..movim ento se escrev e m como-� -
Podemos também relacionar as tensões máxim
)
6.52.al, com o deslocamento no grampo de
mensageiro (fig,

}={�}
)
suspensão. [M]{ y1
Y2 }+ rei{ y1 )'2- u
y1 - U
y2
(6.24)
)
Partindo de um model-o simplificado e utilizando uma
ínt e ressantes. !
solução analítica, podemos prever algumas cGnclusões onde:

m11 m; m12 = m21 = - mr; m22 = J )


Modelo matemático [35]
2
k11 4k; k12 = k21 = - ZkL; k22 4/3kL (6.24a) )
A Fig. 6.53 {a) mostra o esquema de um amortecedor )
k = 3EI/L3
simétric o com o cabo perfeitamente elástico e uniforme, seni massa, )
mas com amort ecimento. )
Vários estudos experimentais com cabos [35,51], têm
demonstrado que as forças de amortecimento estão associadas às )
forças 7I,fi.sticas, guardando o mesmo tipo de relação, quer os )
t k12
deslocamentos sejam lineares ou angulares. Essas investigações )
L --0)11.22 mostraram que é possível estabelecer a seguinte relação entre os
. t ,,
y1• O ,Y2' 1
" kij C jj m,J
, ,, segúinte s elementos da matriz de amortecimento e de rigidez:

l
)
/ :\D J'2
1'-,
r Clj = ri kiJ (6.24b)
)

I
L
º) k21
,,1 1
j•11 onde - _j

Y1' l. Y2'0 )
µ 0/n, sendo O o decrem��to logarítmico do amortecedor e
)
fig. 6.53 - Esquema de corpo livre de um amortecedor simétrico n = a freqüência de vibração forçada.
426 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
i- Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 427

Frequências naturais

Para vibrações livres do amortecedor (u O)'


depre zando-se o amortecimento, o mod elo fornece a seguinte equação

1
característica do sistema, desde que adotemos soluções harmônicas A.celerõmetrc A

para os deslocamentos y1 e y2:


MESA
2
det ( [K] - w · [M] ) = O (6.25) VIBRATÓRIA

1
da qual obtemos a expressão para as freqüências naturais do
sistema:

J
Fig. 6.54 - Esquema da experimentação no CEPEL
1 (6.26)
Wl lf'
2
onde: ·usando a Eq. 6. 26, calculainos as freqüências naturais
A [k12 m21 + k21 m12 - {k11 m22 + k22 m11)]/ det [M) do amorteced or:
B det [K]/ det [M] (6.26a) Primeira freqüência natural= 9, lHz
Segunda freqüência natural = 25, 9:tiz.
k!J, mrs são dados por 6.24a.
Pela experimentação da Fig. 6.54, foram encontra dos os
seguintes valores para as freqüências naturais:
Experimentaçã o - CEPEL [47}
Primeira freqüência natural= 9, SHz
Os amortecedores foram ensaiados em um sistema Segunda freqüência natural= 24, SHz
eletrodinâmico que mantém constante, po r realimentação, a amplitude
Os resultados obtidos mo stràram que existe uma boa
de deslocamento U do grampo de suspensão. Os sinais do acelerômetro
correlação entre o modelo matemático e a experimentação.
A, preso à mesa vibratória, e de um transdutor de força localizado
entre a mesa vibratória e o grampo do amortecedor, são comparados
continuamente para a determinação das freqüências de ressonância do 6.9.4 -,Amortecedor tipo festão
I \
sistema, que ocorrem quando o ângulo de fase entre eles for 90°
(Fig. 6. 54). O comprimento de onda mínimo pode também ser usado para
calcular o tamanho do amortecedor, tipo festão ou Bretelli. Pela
Resultados Fig. 6.55, o comprimentos: entr.e...os_ dois ponto�.d� fixação, �s cl:ndo
a Eq. 6.23a, é dado por:
Os valores característicos do amortecedor foram:
2 S' ZS + e = 0,0026·D·v'"'c"' + e (6.27)
m = 2,4kg J = 0,03kg·m
2 onde:
E! = 23N·m L o, 183m
D diâmetro do condutor [mm];
"r = 0,03m
C parâmetro da catenária---= TEDslP [m];
428

e = comprimento do grampo [m};


Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão r�-1 Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos

logo
429

)
)
)

b espaçamento, tomado aproximadamente em torno de 250mm; s o,0013·16,4·v 1977 = o,95m


)
S' = distância entre os pontos de fixação [rnl. S 95cm a partir da boca do grampo.
1
e - Da Eq. 6.27:
s • s S' 25 + e = 0,0026·D·..,rc;' + e •, )
S' o,oo26·16,4·v 1.977 + 0,200 2,08m )
o S' 208cm de fixação a fixação. )
)
)
6.10 - PROTEÇÃO ÂO LONGO DE VÃO DE TRAVESSIAS
)
)
Em vãos acima de 500m de 'Comprimento, um Stockbridge é
Fig. 6.55 - Amortecedor tipo festão )
fixado em cada terminal e, em vãos entre 500 e 1.500m, dois
)
amortecedores com diferentes frequências características são
Exemplo 6. 6 instalados em cada terminal. Em vãos com menos de 500m,
amortecedores são fixados somente em um terminal (veja a Fig. 1
Uma linha de tensão de 138kV será conStrúida com cabós
2
ACSR. O cabo possui uma seção de 210,3mm . Sua carga de ruptura é 6. 46). )
igual a 7.735kgf e seu peso igual a 0,7816kgf/m. Admitindo que o
condutor seja tensionado, à temperatura média anual, com Os tamanhos e pesos dos amortecedores são escolhidos )
TEDS = 1.545kgf, sendo o vão em estudo igual a 400m, e que o considerando-se o diâmetro e a tensão mecânicá nos condutores. Para )
terreno seja aberto e plano, determinar:
condutores de 11 a 35mm de diâmetro, tensionados até 18. OOOkgf, )
a - o número de amortecedores para o vão, usando a Tab. 6.2; usam-se amortecedores pesando de 4, 5 a 10, 5kg. Os amortecedores
b o ponto de fixação do amortecedor pela equação "prática"; J
e - se usados festões para proteção contra vibrações,
determinar a distância entre os pontos de fixação, empregando a
equação prática e sabendo que o comprimento do grampo é 200mm. )
/ \ )
Solução:
J
a - A tensão no condutor, será: )
To 1.545 2
)
se 7,3kgf/mm
cr =-A-= 210,3
Da Tab. 6.2, com as condições topográficas, e tensão )
2
maior que Skgf/mrr. , teremos dois amortecedores para cada grampo. )
b - Usando a Eq. 6.23.a )
S 0,0013·D·..,rc;' (para esse condutor D= 16, 4mm)
__)
To 1.5 45 Fig. 6.56 - Amortecedores Stoç.}cbrid.ge; arranjos para travessia )
e p 0,7816
se 1977 de um grande rio
)
)
ôe)
1
430 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinámicas nos cabos 431

fixados perto de uma torre intermediária de travessia, onde os 6.57), em antifase; na direção predominantemente horizontal. Essas
condutores são suportados por um grampo de suspensão em roldana, vibrações ocorrem, em geral, para ventos com velocidades entre 8 a
' são de um tipo especial chamado de "releasable" zorn/s, com amplitudes na faixa S0-80mm e' frequências de 1 a 2Hz.
l,
)

-) As posições dos amortecedores são calculadas pelas


seguintes fórmulas: para o primeiro amortecedor, '

1c-={)
') �'.. Q 1

J 51 = 0,0013·D·v'c:' (6.28)

�) para o segundo amortecedor, � br� -3

l
') S2 = O, 85 · ( 251 ) ,
.) Fig. 6. 57 - Modo el·iptico de oscilação
logo
J �
Sz = D,0022·D·v'c:'
J (6.29)
No caso de oscilações de subvãos, os recursos de
.) Medidas de verificação foram feitas repetidamente sobre
proteção são disponíveis, embora não se disponha de processo
vãos de travessia de 800 a 1. 500m, e mostraram que essa proteção
) prático para a determinação de sua ocorrência no campo. Isso se dá
introduz um bom amortecimento às ":)!orações.
) em virtude de diversos fatores:
Para travessias em torno de 2. 000m, �om :condutores de
) 50mm de diâmetro e tensionados com 20 a 35t, empregam-se
- a ocorrência de oscilações em posições intermediárias dos
) vãos, dificultando o acesso ao mesmo;
amortecedores gêmeos especiais, pesando de 10 a 20kgf.
J - a inexistência de dispositivos apropriados;
.J a baixa incidência do fenômeno, " exigindo períodos
excessivamente longos de observação.
6.11 - VIBRAÇÕES EM SUBVÃOS
Tais fatores geram a necessidade de testes que Permitem
Os problemas decorrentes da mobilidade dos condutores a avaliação da eficiência de amortecimento do sistema
utilizados nas linhas de transmissão provocaram o desenvolvimento cabos-espaçadores de forma prática.
de acessórios especiais, entre os quais os dispositivos /\ Com relação às vibrações, um feixe de condutores
espaçadores, que mantêm os cabos de cada fase à distância ótima de comporta-se de maneira substancialmente diferente, comparado com um
projeto e melhoram as condições de estabilidade do feixe. A condutor simples. As modificações podem ser classificadas como
vibração nos condutores, provocada pelo vento,. obriga· o uso de segue:
espaçadore-amortecedores, de forma a reduzir a solicitação dos - modificação da resposta do sistema, isto é, modificação do
cabos a níveis convenientes. Especial atenção tem sido dedicada ao amortecimento do sistema, e dos possíveis modos de vibração;
) estudo desses fenômenos e aos danos que causam, como a ruptura de modificação do fluxo de ar ao redor· dos condutores,
J. cabos e até a destruição de componentes das torres [37]. particularmente sobre aqueles protegidos contra o vento; isto
.J Oscilações de subvão ocorrem quando da presença de um resulta em uma modificação da potência de entrada do vento no

J• cabo na esteira de outro. Os cabos assumem movimento elíptico (Fig. sistema.


''
J
L. .J
432 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos
)
433
)
Ambas as modificações tendem a reduzir o nível e a A máxima deformação ocorrida no vão em antinós é, )
duração da vibração. Tem sido relatado que medidas sobre linhas de portanto,
)
transmissão indicam urna redução no nível de vibração de
. Cv
= 2 7l Yo À-2 )
D (6.31)
2

aproximadamente 50%, e uma redução do tempo de vibração de -2-


aproximadamente 20% para feixes de condutores geminados, em
Se admitirmos
'
as extremidades' . do
' cabo rigidamente
)

comparação com condutores simples [38]. Outras investigações )


fixas, a deformação máxima Ci, no final do vão, ocorrerá à
encontraram que o nível máximo de vibração foi de mesma ordem tanto )
distânciaD/2 do eixo do condutor, sendo dada pela expressão
para o simples como para o feixe de condutores geminados, enquanto )
que o número de amplitudes máximas foi menor para o feixe [391.
, Cl
função [ ;,,_ _T_ ) (6. 32)
)

1-
=
Para feixes com mais de dois condutores, a tendência de redução é Cv
1
v'El' )
maior. onde:
ij )
T tensão no condutor;
)
E módulo de elasticidade do condutor;
)
6. 12 - RELACÃO ENTRE NÍVEL DE VIBRAÇÃO E DEFORMAÇÕES momento de inércia do condutor.
J
A função.da Eq. 6.32 é mostrada na Fig. 6.58. Como pode )
A relação entre o nível de vibrações e· às deformações
ser visto, ·para valores de
sobre um condutor sólido, ou barra, é muito simples, sendo J
governada, no vão, apenas pela deformação e, nas extremidades do ).
' À/�] > 35

�l
vão, pela deformação e pelas condições de apoio do vão-. )
Com uma distorção harmônica sobre o condutor, função ( À = 0,166 À� (6.33) )

Yo 2rr )
y(x) - - sen -À- x, e portanto, a máxima deformação no terminal do vão pode ser escrita
2 . )
Cl = 3,27
/ T Yo -1
(6.34) )
a máxima deformação cx1 ocorrida no vão, na distância D/2 do eixo E! -2- À D

do condutor sólido, ou em uma seção reta do condutor, no plano de \ )


onde eia mostra que as deformações e os ângulos de vibração (Yo/Ã)
vibração,é dada por podem ser diretamente relacionados. ,)
Se olharmos agora para um condutor real, veremos que )
cxl 2rr
2
�o À-2 D sen �rr x1 (6.30)
=
seus fios indiv.iduais descrevem uma hélice sobre o eixo do )
onde: condutor. Pode ser, portanto, entendido que, em um cabo vibrante, )
cada seção de um fio, em um comprimento do passo, estará sujeita a _j
x1 = distância entre o primeiro nó e a seção reta; deformações dinâmicas, que não diferirão somente em valores )
Yo amplitude dupla do antinó; absolutos, mas também em sinal. Contudo, os valores das deformações J
D diâmetro do condutor; serão também diferentes nas diferentes camadas do cabo, devido às
)
À= comprimento de onda. suas diferentes distâncias ao plano neutro.
.J
.)'
Projetos mecânicos das linhas Béreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 435
434
fatores de deslizamento, ou escorregamento, e o diâmetro devem ser
••�,--,--,--,--,--,--,--,,-,----,
,, e-"'-"'-"'-"'-t-t +-A-+- apropriados para a camada considerada.
12 '--'--'--4-f-+-+--I'++-
1 Um grande .número de testes experimentais comprova a
1

validade das Eqs. 6.35 e 6.36, tão \;>em·,guanto a relação entre K1 e


o auto-amortecimento do condutor.
\"-,_.'·,
Ev.7
E:i Ei
Tv Os valores de K1 serão afetados pela tensão mecânica no
condutor, pela compactação
. do cabo e também pelo diâmetro do cabo.

'. -�: -71


-i ·+
.., --+-·-· '
- --1
Valores normais nos fios externos estão compreendidos entre O, 7 e
2 0,5, embora K = 1 tenha sido encontrado em grandes cabos de aço.
1; ·t',;! +. ·-:
Os válores do escorregamento dos fios internos não têm
120 140 '60 180
40 60 80 ,oo

,{fi ,{[i sido extensivamente medidos, devido às dificuldades inerentes de


tais testes, porém testes especiais·· de fadiga e amortecimento e
fixa no antinó
Fig. 6.58 _ Deformações na extremidade resultados de medidas tendem a confirmar o fato óbvio de que as

vérsus \4r camadas internas, tendo atrito nos pontos de contato (ambas,
externa e a próxima interna), teriam valores de K1 maiores que a
a

Como as camadastrançadas
.
em -direção
do,· cab o es t-
ao
camada do lado de fora de um condutor.
finito
oposta, cada fio, em um comprimento de passo, terá um número Os valores de K2 na extremidade do vão estão mais
e mais baixas, e a
de pontos de contato com as camadas mais altas afetados pela pressão do grampeamento do que pela tensão no cabó, e
pressão exerCida pelos
carga de tensão estática resultará em uma são geralmente maiores que os valores :de K1. Com grampos
fios da camada superior naquelas da inferior. proporcionais aos tamanhos dos condutores, tomamos um valor prático
as
Como conseqüência de tal distribuição de deformação, de 0,7.
· · o entre
forças tangenc1a1s sera-o desenvolvidas nos pontos de contat Mencionamos anteriormente que as Eqs. 6.30, 6.31 e
devidas
,_ fios, Essas forças são equilibradas pelas forças de atrito 6.35, que relacionam as deformações no vão com um condutor simples,
à pressão radial. são independentes das condições de apoio. As Eqs. 6.32, 6.33, 6.34
Isso, portanto, é facilmente entendido como um ·\
e 6.3'6' são válidas para vãos com extemidades grampeadas
near,
escorregamento entre fios. O fenômeno do deslizamento é não-li rigidamente, o que significa que tanto os deslocamentos verticais
· nas
porém, dentro dos va 1 ores usuais de T À e Yo encontrados como qualquer rotação da extremidade do cabo não são permissiveis.
ações
linhas de transmissão, expressões linearizadas dão a� deform As condições reais de grampeamento diferem um pouco de
reais ocorridas em um condutor com fios individuais; usam-se: um "grampo rígido", resultando em deformções mais baixas e, muitas

Cv K1 2rr 2 -Yo
2-
Ã- 2 D (6.35) vezes, também em valores mais altos de defor.mações.
O estudo do comportamento real do grampeamento está
sendo feito pelo Grupo n. � 2 do CIGRE. Tem-se oPservado que o
.) e, = K2 3,27 � �o À_, D (6.36) deslocamento e a rotação nas,extremidades do vão não são comandadas
J K2 1 são chamados de fatores de deslízamento. Os apenas pela capacidade do grampo de executar tais movimentos, porém
! onde =s 1 e :S
K1
·.�

l. :)
436 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos
)
437
)
que é possível um acoplamento entre os dois vãos adjacentes. Tal
)
acoplamento dependerá das condíções de ressonância do sistema
formado pelos dois vãos e das forças do vento que agem sobre ambos
os vãos. Quando todas essas condições são preenchidas, uma redução )
de aproximadamente 50% nas deformações, relativamente às obtidas )
com um grampo rígido, parece ser possível. )
Embora não haja possibilidade de relacionar diretamente )
o deslocamento e a rotação nas extremidades do vão, é necessário )
mencionar aqui o efeito do aumento da rigidez de fixação com
)
armour rods.
.e",.""" ,••..
c:1, 1 l
OI) o "' ., am
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)
.
"
..... "O J;l, ..
e ,
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t:Estudos analíticos e trabalhos experimentais provaram "O ... «I OIJ
º"
e -
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·- ..
que as deformações reais sobre os fios dos condutores são reduzidas
::, li)::,.,,
u,:: .. ... u ,
- o..., ... �

)
... u li) u
u li) o�
de 20 a 40% em relação àqueles valores, considerando a fiXação
:.=)
. e. e
., ..i e, 'll
- o ......

perfeitamente rígida. A redução, contudo, não é constante para _._OIJ .oO"''-


-"'

u
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todas as freqüências e, para um dado cabo, dependerá do comprimento ,e "'
v.
"CI .e:
'O e
e.o:
o o ,::
u ,:,,..., ..
de onda. ��:: .. ,e
oc ,
)..
- e

Este capítulo trata mais das vibrações eólicas de )


e • "
• e
'- O V >O >1t
o�t"''--'
Q li) 1 "O ll(I
linhas com condutores simples, sendo fácil comprovar ,que, com os )
valores usuais de Yo e À encontrados nessas linhas, )
1

,j
não ocorrerá perigo de fadiga no vão, exceto em casos especiais nas :)
proximidades das junções. Sobre feixes de condutores e, em J
:J
.·-.'
particular, em condutores geminados verticais de três ou quatro
feixes, deformações em grampos espaçadores podem ser um tanto altas ' 1 o XII.. 1
e, 'O i:;I. OI) o .. �)
º"
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..�·�"
e, com espaçadores inconvenientes, podem atingir valores 60% • > ��
u u
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superiores aos de um grampo rígido [40,41,42,43,44 e 45). •E "' «I


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6.13 - ESTUDOS SOBRE VIBRAÇÕES NAS LINHAS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL


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e e • -Qll)Oftl-Ein-0.0
"'- - E'- <1> OIJW.,::,
%"o , '-"'"'...,e e , ..., "'
- )

A Tabela 6.3 apresenta um resumo do que as empresas )


brasileiras estão realizando sobre estudos e pesquisas em vibrações 1 .)
nas linhas aéreas de transmisr-;.o (elaborada pelo CEPEL - 1990). .j
.J
.t:'
)
)
438 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 439

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bei hoher mechanischer b�anspruchung". VDI Forschungsheft, esforços criados por condições de trabalho e peso próprio e o
)
506, 1964. terreno subjacente. Esta estrutura de transição, nada mais é que a
)
45 - SCANLAN, R. e S'wART, R. - "Bending stiffeness and strain ín fundação da obra, que pode ser tão simples quanto a abertura de, uma
)
stranded cables". IEE, 68, CP 4, P\/R. cava para a fixação de um mourão de cerca, ou tão complexa quanto
)
46 - ARRUDA, A. C. F. - Análise de amortecedores para linhas de as fundações de grandes obras de engenharia Civil.
Normalmente, o projeto de - fundação de uma obra de
)
transmissão, Unicamp, 1975.
47 OLIVEIRA, A.R.E. e NETO, A. P. R. "Estudo analítico e engenharia é a última fase do projeto estrutural da mesma. Deve .)
experimental do amortecedor Stockbridge". Proceeding COBEM anteceder ao dimeÚ�ionamento da fundação duas fases de estudos: )
-83, Uberlândia, Cl pp 1-10, 1983. )
1- Cálculo de todas as cargas possíveis de serem suportadas
48 CLAREN, R. e DIANA, G. "Mathematical analysis of )
pela �É\rutura e transmitidas à fundação,
transmission line vibration". IEEE, Tran. Power Apparatus
2- Estudo das características geotécnicas do terreno.
)
and Systems, 88, pp 1741-71, 1969. )
De posse desses pré-requisitos passa-se à escolha do
49 - DEHOTARAD, M.S. - "Transmission line vibration". Journal of J
tipo ideal, dimensionamento e detalhamento da fundação, que
Sound and Vibration, 60 (2), pp 217-37, 1978. )
transmitirá com segurança toda a solicitação ao terreno suporte.
50 - HAGEDORN, P. "On the conputation of damped wind-exi ted )
Assim se procede na construção de uma fábrica, de um
vibration of overhead transmission lines". Journal of
)
edifício, ... de uma LINHA DE TRANSMISSÃO, sendo que para esta
Sound and Vibration 33 (3), pp 253-71, 1982.
última, cada torre ou cada trecho, é caso de um estudo específico,
)
51 - DURVASULA, S. "Vibration of a uniform cantilever beam
pois ao longo de quilômetros de extensão as características
.)
carrying a concentraded mass and moment of inertia at the
geotécnicas do ,ter;reno. -·podem-. ser as - mais.·.var.iadas ,.poss.ív.eis..- )
tip". Report No AE 1335, Indian Institute of Science,
Bangalore, 1965.
J
· r--
444 Projetos mecãnicos daS linhas aéreas de transmissão

Para o cálculo das fundações das torres de uma L. T.,


1 Fundações

determinar o tipo de fundação de cada estrutura, projetá-la e


445
)
)
apenas após o projeto de locação das estruturas, da exata definição detalhá-la. 1
das posições das fundações, é que se tem condições de definir as Cada tipo de solicitação transmite um tipo de esforço )
variáveis do projeto: esforços solici lantes, alturas e tipos de ao terrenó. t responsabilidade da estrut�ra de fundação distribuir )
estruturas, ângulos, travessias, vãos, natureza do terreno e tais solici lações, de forma que os esforços. transmitidos ao terreno )
vegetação, nível do lençol freático, etc. Passa-se então à fase de sejam inferiores aos limites do mesmo.
projeto da mesma. )
TIPOS DE ESFORÇOS DE REAÇÃO DO TERRENO )
)
7.2 - ESFORÇOS NAS FUNDAÇÕES 7.2.1 - Compressão
1: )
)
Todos os esforços provenientes da montagem, sustentação Tem a tendência de causar um afundamento do terreno, e
)
dos condutores e equipamentos eletromecânicos, esforços devidos a conseqüentemente um afundamento da estrutura (Fig. 7.1).
i atuação de fenômenos naturais sobre todas as partes da obra, bem
)
' )
1
como o peso próprio integral;· geram tensões que devem ser
absorvi d.as pelo terreno através das fundaçõs.
Um estudo técnico-econômico determina as linhas gerais )
da L. T.: potência a ser transmitida, classe de tensão,, tipo de J
corrente (CA ou CC), número de circuitos, etc. Conseqüentemente )
tem-se uma predefinição do número e bitola de condutores por fase, )
distâncias de afastamentos, tipos básicos de torres, etc. Fig. 7.1 - Esforço de1compressão e reação do terreno .)
Cabe ao projetista mecânico da L. T. a definição dos )
cabos, dos equipamentos eletromecânicos suspensos e de suspensão, )
7.2.2 - Tração
considerações de fenômenos naturais, sobrecargas acidentais e
/ ·\.
)
condições de montagem e manutenção da L.T .. Como resultado dessas
Tem a tendência de levantar o terreno devido ao )
considerações e cálculos, determina tal projetista as posições e
arrancamento Ça estrutura (Fig. 7.2). )
os esforços a serem absorvidos pelas estruturas suportes da linha.
Cabe ao projetista mecânico das estruturas de t )
)
sustentação da L.T., de posse dos dados anteriores, após consultas ---------- ---------
)
ao projetista das fundações, projetar as torres e definir os
esforços a serem absorvidos.pelas fundações.
)
Cabe ao projetista das fundações considerar os esforços )
que devem absorver, os fenômenos naturais sobre as estruturas das .)
fundações, as características geotécnicas do terreno, e então Fig. 7.2 - Esforço de tração e reação do terreno )
)
446 Projetos mecânicos das linhas
. aéreas de rransm1ssao
·
Fundações 447
7.2.3 - Flexão
7.2.6 - Empuxo

Tem a tendência de bascular a estrutura


e provocar
Em· fundações abaixo do nível freático local, deve-se
compressões diferenciais no t err eno, ou a t·e mesmo uma desco
mpressão
considerar o empuxo sobre a mesma, poLs este tem a tendência de
parcial (Fig. 7.3).
empurrar a fundação para cima, e virt�almente diminuir o peso
próprio (Fig. 7.6).

NT

_______ r
(J

·-·-r NA

t'
Fig. 7.3q- Esforço de flexão e reação do terreno

7.2.4 - Torção

Fig. 7.6 - Ação-do empuxo


Tem a tendência de ,··torcer a es trutura segun
do um eixo
vertical, provocando compressões e descompressões
diferenciadas no
Relação entre solicitações do sistema, x reações do
terreno (Fig. 7.4).
terreno:

A - Cargas ve_rticais - Peso próprio (condutores, cadeias de


isoladores, equ�pamentos eletromecânicos, torres, estruturas de
,-� l fundações), sobrecargas (acidentais, de montagem e de manutenção):

,..� !.
l
·.

Fig. 7.4 - Esforço de torção e reação do terreno


Simétricas quando este conjunto de forças tem uma
,.__ _, / resul lante coincidente com o eixo que passa pelo CG {Centro de

Gravidade) da fundação, provoca no terreno urna compressão uniforme.


7.2.'5 - Cisalhamento \
L ·Assimétrica - quando este conjunto de forças é assimétrico
em relação ao eixo que passa pelo CG da fundação, provoca no
Tem a tendência de arrastar a fundaç
ão, provocando o terreno uma compressão não uniforme, que pode ser interpretada como
deslizamento de camadas·· do terreno (fig. 7. S).
uma flexo-compressão (uma compressão uniforme combinada com uma
flexão).
------��---­
.)
Fo e==] - Empuxo - dependendo da geometria da fundação este esforç o
pode provocar na estrutura da mesma uma descompressão uniforme ou

.J flexo-descompressão.

J Fig. 7.5 - Esforço de cizalhamento do terreno


B Cargas horizontais Tensionamento dos condutores,

) variação de tensões devido a variações de temperaturas, ação de

C)
a ::(.-- .,\
\i _

448 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 449 .]

11
'.J

1
ventos, sobrecargas de montagem, rompimento de condutores, etc. 7.3 - NOÇÕES DE GEOLOGIA
�)
Solicitações que atuam em um plano horizontal e podem ser
Como, praticamente, todas as fundações das estruturas
:;
longitudinais, transversais ou oblíquas em relação à L.T.

1
de características :-_)
de uma L.T. são assentadas em terrenos
J

1
- Vãos alinhados: variáveis, algumas são executadas externam�nte à superfície, outras
,_ - Esforços horizontais simétricos em relação ao plano nas camadas superficiais e outras ainda em camadas profundas do �)
vertical do eixo da linha, mas assimétricos em relação ao plano terreno, sempre com a finalidade de fazer com que o solo suporte :-)
vertical perpendicular ao eixo da linha: provocam um esforço de seja capaz de realmente suportar, sem rompimentos, os esforços
1 )
flexão na fundação, no sentido do eixo da linha. solicitantes da fundação. )
- Esforços horizontais anti-simétricos em relaçãO ao
1-· Ê então, de suma importância, que o projetista das 1 �)
:J
i
eixo da lifha: provocam urr, esforço de torção na fundação, segundo fundações de uma L. T. tenha conhecimeµtos básicos· ·de geolo�ia, que
o eixo vertical da estrutura. saiba identificar os vários tipos de "solo.s", que saiba interpretar \ __)
os resultados de sondagens, etc. Quando a situação for bastante '--)
- Vãos desalinhados:
- Esforços hor:zont�i's simétricos em relação aos planos
específica, consultas a um engenheiro geólogo devem ser feitas. C)
•.)
verticais dos eixos da linha, mas assimétricos em r-elação ao plano
vertical bissetor do àngulo interno da linha: provocam um esforço 7.3.1 - Tipos de terrenos de fundações .)
de flexão lateral na fundação. .)
Esforços horizontais antis·simétricos: provocam
Dependendo das composições mineralógicas e das formas �)
esforços de flexo-torção na fundação, no plano bissetor do ângulo construtivas dos "terrenos", estes recebem várias denominações, (_ .)
cada uma engloba um conjunto específico de características e ()
interno da linha.
propriedades.
- Esforços horizontais assimétricos: provocam esforços '.)
de flexo-torção na fundação, na direção do ângulo interno da linha a - Rochas - são os materiais duros, compactos e consolidaàos, ;)
C - Cargas de arrancamento - São cargas atuantes na vertical, constituídos por uma ou mais espécies de minerais, formando volumes (j
.\
porém no sentido de baixo para cima (ancoragem de estais ou definidos da crosta terrestre. ;J
estruturas no fundo de depressões do terreno): Quando as rochas são constituídas por agregados de um J
Estruturas de �ncoragem: nestas estruturas, e nestas
só tipo de JUineral, dizemos se tratar de rochas simples, (por ,J
condições, os esforços de compressão são substituídos por esforços exemplo: mármore-CaC03, quartizito-Si02). As rochas são ditas )
de tração nas estruturas de fundação, dando a tendência de um compostas quando constituídas por agregados de mais de. um tipo de )
mineral, (por exemplo: granito-quartzo/feldspato/mica)
arrancamento das mesmas. )
Dependendo de suas gêneses, as rochas são classificadas
- Ancoragem de estais: blocos de ancoragem normalmente são )
tracionados segundo os eixos dos estais, como conseqüência em:
.)
- Magmáticas - originadas do resfriamento e consolidação do
transmitem esforços combinados de tração e cisalhamento ao terreno )
magma.
circunvizinho.
J
)
_)

') Fundações 451


,�.--
450 Projetos mecánicos das linh?s aéreas de transmi'ssã o
·i
L)
-Sedimentares - originadas pela cimentação e consolidação de mais ou menos diferenciadas, desde a rocha sã até o produto
\ superficia_l e final de decomposição, o solo residual (Fig. 7. 7).

\
depósitos sedimentares, que por sua vez se originaram do transporte
de produtos de decomposição de outras rochas. Solo residual - é a camada mais superficial do terreno e não

.) - Metamórficas - originadas pelas alterações estruturais e/ou mostra mais nenhuma relação com a rocha Original

1-i mineralógicas de outras rochas sob a ação de temperatura, pressão e - Solo de alteração de rocha - ainda mostra elementos da rocha
grânulos minerais ainda não decompostos, linhas
j) soluções químicas. original,
estruturais, etc.
J) b - Solos - São materiais proveriientes da meteorização de
Blocos de rocha, matacões e pedras são volumes
,') rochas originais, pela ação de agentes físicos, químicos ou
remanescentes da rocha original, que devido à sua maior
biológicos.
resistência, ainda não foram decompostos e sobram imersos nas
Com a degeneração da rocha original, decomposição
..�
?
u camadas superiores de solos.
química ou desagregação mecânica, os produtos finais ou
- Rochà aletrada - guarda aspecto da rocha original (estrutura
intermediários podem ser classificados, de acordo com a
e composição), mas com dureza e resistência inferiores à matriz,
granulometria resultante, em:
:1 Blocos diâmetros superiores a 1 metro
por exemplo o saibro.

i - Matacões - diâmetros entre 1 metro e 25cm.


- Rocha sã - é a própria rocha ainda inalterada.
) - Pedras - diâmetros entre 25cm -e 7, 6cm.
b.2 Solos transportados também chamados de solos

1]
) - Pedregulho ou Cascalho - diâmetros de 7,6 a 0,5cm
sedimentares, são aqueles em que os produtos originados pela.
decomposição da rocha original são transportados e deposi lados "em
- Areia grossa - diâmetros de 5 a 2mm
outros locais, formando depósitos mais fofos -é menos consolidados
- Areia média - diâmetros de 2 a 0,4mm
que os solos' residuais.
- Areia fina - diâmetros de 0,4 a 0,05mm
_Dependendo do meio de transporte, localização
- Silte - diâmetros de 0,05 a 0,005mm
geográfica ou-�omposição, estes solos são chamados de:
c.J - Argila - diâmetros inferiores a 0,005mm
Solo aluvião são sedimentos transportados por cursos
;) Dependendo das posições geográficas dos corpos de d' água e, acumulados ao longo do tempo nos fundos e margens dos
,J solos, estes se classificam em: mesmos.
1' \

'.) b. 1 - Solos residuais - são os solos que se encontram nos


) locais originais das rochas matrizes, isto é, as .rochas foram Solo Residual

) meteorizadas e os produtos não foram transportados. Solo de A!terocã'o Oe


R ocho
) É regra que toda rocha forma um solo residual, a
)
Blocos , Motocões e Pe<lros
composição deste é_ função direta do tipo e composicão mineralógica

) da rocha mãe. Assim os basaltos, filitos e calcários originam solos Flocha I Decomposicõo

) argilosos, o quartizito origina um solo arenoso, um granito origina


Racho Sã

.J um solo arena-argiloso, etc .


Na meteriorização da rocha original, não existe uma Fig. 7 .. 7 - Camadas do solo
suuerfície nítida que separa o solo da rocha. Existem, sim, camadas
i ·"···
Fundações 453
452 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
)
Solos orgânicos solos típicos de bacias planas, 1 do levantamento, quE: pode ser: exploração de petróleo, prospecção )

1 J
de minerais, prospecção de á gua subterrânea ou investigação para
depressões, baixadas marginais de rios e litorâneas, onde os

1 )
grandes projetos de engenharia civil.
sedimentos transportados inclui grande quantidade de matéria
orgânica. t perfurações
Métodos
e
diretos
sondagens
ou
do
mecânicos
terreno,
� efetuados
normalJ!lente se
através
utilizam
de
da
)
- Solos coluviais - são depósitos situados junto a eleva­ )
retirada de amostras, que, se não interpretadas "in loco", devem
ções, escarpas e encostas do relevo, e cuja desagregação mecânica )
ser convenientemente embaladas e transportadas o mais rápido
tem como origem principal as forças gravitacionais. Normalmente são )
possível ao laboratório de mecânica dos solos para a determinação
inconsistentes, permeáveis e sujeitos a deslizamentos. )
de suas características. São usados com finalidades de: extração de
Solos eólicos exemplo típico são as dunas, que se
matéria- prima (ág'ua, petróleo, gás, ... ), ventilação de minas,
)
movimentam sob a ação do vento.
rebaixamento do lençol freático, mapeamento geológico do subsolo,
)
- Solos Joncrecionados - são os solos que, após sedimentados,
com conseqüente determinação das qualidàdes geotécnicas do mesmo. )
são cimentados por infiltrações naturais: soluções alcalinas,
argilosas, compostos ferruginosos, etc.
Quanto às formas de escavação, estes métodos se J
classificam em: )
e - Turfas - são solos comp9stos por grande quantidade de
- Manuais )
materiais carbônicos e orgânicos. D.o estado alv1=:olar, , encontram-se
- Mecânicos )
normalmente em zonas pantanosas, compõem um material .fofo, não
plástico e combustível.
Os métodos manuais consistem na abertura de poços, )
trincheiras ou furos cilíndricos (trado manual), sempre )
d - Betonitas - são argilas de granulometria bastante' fina e
originadas da alteração quimica de cinzas vulcânicas.
identificando no local as camadas rasgadas ou ,furadas e coletando )
amostras a cada metro de profundidade. .)
e - Aterros - são depósitos construídos artificialmente com
Os poços são abertos manualmente (pá e picareta), as
qualquer tipo de solos ou entulhos. )
trincheiras podem fazer uso de escavadeiras mecânicas e rasgam o
. )
solo em grandes extensões.
7.3.2 - Sondagem )
·\
Dos ffiétodos manuais, o mais indicado e usado ncs
J
Uma investigação das qualidades da superfície e
levantam�n.tos para uma L.T. é .o "Irado Manual", Fig. 7.8, que
o •J
subsolo, no local de assentamento de uma carga (obra de
consiste em abrir um furo cilíndrico, com uso de cavadeira rotativa
(trado) de diâmetro variável entre 2,5 ° a 6". O acionamento de um
J
engenharia), é necessária para a determinação das qualidades .)
trado é feito normalmente por 1 ou 2 operários, através de um cabo
geotécnicas do "terreno" suporte das fundações, para um perfeito e )
em T com extensões de 1, 2 ou 3 metros, fe.itas de cano galvanizado
adequado dimensionamento das mesmas.
3/4", e emendados com luvas. O acionamento é fácil, e a cada 5-6
)
Dependendo da finalidade do levantamento, da preci­ )
voltas o trado é retirado para descarga do material escavado,
são, das qualidades e características do terreno, vários métodos .)
quando a profundidade, tipo de material, mudanças de camadas, etc,
são disponíveis:
são anotados. O método não se presta para terrenos compactados, ._)
- Métodos indiretos ou
h:=c:f?-?dns, el"'i TJ'ledidas físicas,
geofísicos - são métodos
e escolhidos em função da finalidade
Variados,
i endurecidos, pedregoso ou quando o terreno é inconsistente (tipo _}
.J
------------------------ 1
454

--- Cabo
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
r Fundações

abundância, quer seja para amolecer o fundo da sondagem, quer seja


455

para transportar o solo escavado na forma de lama, quando então a


sondagem é denominada de 11 sondagem a jato d' água". Neste caso a
- Luva de Emenda
camisa é cravada por p-ercussão e o solo· retirado por desagregação
-Extensão
mecânica sob a ação de jatos de ·água, na foTsma de lama, que reflui
entre o tubo de injeção e a camisa.
Na sondagem a jato d'água, a amostra é retirada
- Cavadeira
cravando no fundo do furo um amestrador padrão, (tubo cilíndrico de
,diâmetro interno de 1" e externo de 1 s;a"), através de um peso
Fig. 7.8 - Irado manual padrão (65 kg), càindo de uma altura padrão (75cm). A- cada 15cm de
penetração, é anotado o número de golpes necessários, até a
areia) e o lençol freático é atingido. Em terrenos ideais, a cravação total de 45cm, quando então o amestrador é retirado e
profundidade de 10-15 metros são atingidas com facilidade. submetido a ensaios de laboratório.
Os resultados das sondagens a trado, descrições Na sondagem S.P.T. (Standard Penetration Test), a
geológicas das camadas, devem ser,Íeitas no campo, ao final de cada amostra é retirada em condições semelhantes·, porém com outros
perfuração, e apresentados em forma de tabelaS ou perfis valores padronizados: peso de 65kg, altura de queda de 75cm, porém
individuais. conta-se apenas o número de golpes necessários para a cravação dos
Existem trados de acionamento mecânico, po�ém mais últimos 30cm do total de 45cm cravados.
equipamentos são necessários, aumentando os custos de sondagem, Em ambos os casos (jato d' água e S.-·P. T.) a contagem do
sendo então preferível optar por métodos mecânicos de percução. número de golpes necessários para cravar os 45cm do amestrador no
Os métodos mecânicos, que se subdividem em "sondagem a material perfurado, nas condições acima descritas, é denominado de
percussão" e "sondagem rotativa", se idéntificam por usarem Índice de Resistência à Penetração ·cr.R.P. ). Este índice, quando
equipamentos mecânicos especificos (brocas, sondas, compressores, atinge valores má�imos preestabelecidos, indica a suspensão dos
etc ... ) e tripés para sustentação e guia das brocas e sondas. Para trabalhos,na sondagem em questão.
, :' \ Um terceiro tipo de sondagem a percussão é denominado
./
__
ambos os casos, o furo inicial da sondagem pode ser feito por trado
.) manual, para vencer as camadas superiores do terreno, próprias para de sondagem Borro, que consiste na contagem do número de golpes de
.j tal equipamento. um .peso de· 60Kg, caido de 75cm, e necessário para cravar
) As camadas duras, compactas, inconsistentes, subiner­ continuamente uma sonda de ponta, sem extração de amostra, com
) sas, etc, são atravessadas à percussão. Já as camadas rochosas são resultados anotados a cada 30cm de cravação.
_/
) vencidas com sondagem rotativa, que por sua vez podem ou não
permitir a recuperação do testemunho (cilindro rochoso realmente
Com base no I.R.P., é possível estimar as pressões
admissíveis pelo terreno, podendo então fazer uso de tais valores
1
!'
escavado). para os dimensionamentos das fundações.
Na sondagem a percussão o furo pode ou não ser Como exemplo ilustrativo, o quadro a seguir mostra
encamisado (revestido por tubo de aço); sempre usa água em valores correlatos para argilas e areias.
. ,/

456 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 457


)
Denomiriação da rocha de acordo com o estado de )
consistência pressão adm.
solo
/compacidade
S.P.T. (kg/cm)
2
alteração:
muito mole - - )
mole < 4 < 10 Grau de Alteração Estado da rocha
argila média 4 a 8 1,0 a 2,0 São Rocha inalterada )
rija 8 a 15 2,0 a 3,5
dura > 15 > 3,5 Ligeiramente alterado - Rocha com manChas alteradas )
fofa < 5 1, O a 1, 5* Medianamente alterada - Faixas alteradas e faixas sãs )
pouco compacta 5 a 10 l, o a 3,0*
areia Muito alterada Material friável, com solo de -)
compacta 10 a 15 2,5 a 5,0*
muito compacta > 25 > 5, O• alteração de rocha )
* Função da granulometria
Regis\ro e apresentação dos dados de sondagem )
As sondagens rotativas, também denominadas de Métodos )
Os dados e resultados dos levantamentos das sondagens
Diretos para Imvestigação de Rochas, permite a retirada de amostras )
devem ser .transcritos e apresentadé:)s em formulários e tabelas
de grandes profundidades, constituindo o mais importante meio de
específicos, que permitem ao projetista das fundações uma rápida .J
exploração superficial.
interpretação.
Para este tipo de sondagem, faz-se necessário o uso de
Estes relatórios de sondagem, Fig. 7.9 e Fig. 7.10, )
todo um equipamento específico: tri"Pé, motor (elétrico, gasolina ou
além de informações de: obra, local, data, responsável, etc.,., )
óleo), bomba d' água, reservatórios de água e de léima, _g_uincho,
)
brocas de diâmetros variados, tubulações, cabeçote, tubos, Lo,;ol SANTANA -s FllULO
)
barrilete, etc .... As brocas, quando em forma de coroa, penmitem a jRESIST. PENETR.t,_c.Ã,
S p. T.

retirada dos testemunhos, que por sua vez dá informações do tipo da


COTA TIPO OE SOLO f'ERAt
�· OE 00'..PES
)
rocha, posições de contatos das camadas, elementos estruturais e
O· 726.::0 A�e,o Mll!dio e 10 20 )O 40 50 60 20 40 60 80 ..,� .)
""'· "' �9í10 Siltoso Media
725.60 Siltoso Arniloso
,,,. ,<.,__r-+-+--t--t---l-t-+-t-t+-t-t-t-H
estados do solo. IA II

Tanto com brocas compactas ou em forma de coroa, a '.)


rocha é desagregada por atrito e o material desbastado é retirado )
na forma de lama, pela injeção de água de refrigeração, injetada )
\

ru-+r-m��
:
pelo eixo da própria broca.
Classificação das rochas em funcão do número de
:::.u-- )
fraturas por metro de testemunho: sa..ooe ALT.
·.·;�"ttj:Jt1j;;=!1$�
... ··:/--+'<'.. "'
:,;.-' --±-+-+--t++++t+t-H-1 )
� � ��
RO� A:
N. º de fraturas Classificação da rocha (Silfl! oreno,i;, com : ::::·
mico e pedre9,IIMS ;;:::- "Q )
"
muito compa:to, • :. :_
1 Ocasionalmente fraturada :::·csr-+-+-+-t---'=H-+H-t-+-t-t-+-1
1)
c:int o l :
)
1 a 5 Pouco fraturada �:{Ú�:i--+-+--,-ir:cc'.-,;",,,., -t-H-t--H-t--HM-1
1

50/i5
)
1
6 a 10 Medianamente fraturada
)
11 a 20 Muito fraturada
)
> 20 Extremamente fraturada Fif. 7. 9 - Exemplo típico de folha de dados de uma
sondagem a percussão ,)
Blocos caóticos Rocha fragmentada
J
)
l�
.) 458 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 459

informam para cada furo executado: as cotas, profundidades, nível Númerà e profundidade dos furos de sondagens
da água, tipo de solo, perfil geológico, granulometria do material
·_) escavado, número de golpes e resistência à penetração (para São itens variáveis em função do tipo da. obra, e muita

.....
sondagem a percussão) ou recuperação do material escavado e economia pode ser fei'ta com reconhecimentos prévios, com
observações superficiais ou consulta a mapas geológicos da região
diâmetros do furo (para sondagem rotativa). '·
a ser estudada.
BARRAGEM DE ILHA SOLTEIRA As sondagens para viabilizar -o projeto de fundações de

-
lcon NA

,.,.
DESCRIÇÃO DO W.TERI Al � RECUPE
2550 7S 'º
uma L.T. adotam normas que diferem daquelas adotadas na construção
de uma barragem, estrada, ou um grande edifício, pois

e.• ;:;': ��t:: diferentemente de uma barragem ou estrada, que se assentam

1
'5
;,-�
- -'./
�h continuamente no terreno, uma L.T, embora seja uma obra de grande

-=
-h,
: ,;,
: --,,.' extensão, assenta-se descontínuamente., no terreno, e as sondagens
- : . .- -- BASALTO VESICUL Afl
são concentradas exatamente nestes pontos.
lill: :":'
-- ;;"' ·�· h
1
Quando uma L. T. atravessa uma região de topografia e
·,'
',, geologia uniformes, os levantamentos são espaçados na média de 4 em
- : ' 220) 4 torres. Por outro lado, em regiões de topografia acidentada, ou
.;,..:,
1-

=
� vv
vv geologia variável, faz-se necessário uma sondagem mais freqüente.
vv
) - vv

=
vv Mas quem realmente dita o número e profundidade da sondagem é. a
-
r= '
vv
vv importância da estrutura em estudo, e esta i�portância é definida
vv
vv
-� - v.v pelos esforços que serão transmitidos ao solo.

11
vv BASALTO
vv As sondagens Borro, por serem de baixo custo, podem ser
.
vv
�- MICROCRISTALINO

1\
vv
vv COMPACTO executadas para }odas as torres de uma L. T. , e quando impe_netrável
v,
� e além de 3 metros rio-. piquete central, deve ser repetida para cada pé
/
v,
V•

1 da estrutura. Normàlmente, considera-se impenetrável quando são


V'
v,
iª-2. " necess�rios 50 golpes ou mais para penetrar 30cm.
Li'->
. '/·
;•,
·
b,.oo

� t::�.
�-<:. ABNT, são
As sondagens S.P. T.,
indicadas para todas
segundo a norma MB-1.211/79 da
as estruturas fim-de-linha,
i
l
BASALTO VESICULAR
!

..
COM ARENITO l
!
� f:&' ancoragens, ângulos e travessias. Para trechos uniformes de terreno
.

j•
V
'

1
1- e topografia, recomenda-se o espaçamento de 5 a 10 torres para o
.

1
62
'"
_i[
\l
� ,:·..: BASALTO VESICULAR
-
levantamento, no entanto, nunca se deve desprezar nas estruturas
:::r •
.....
!55
�);
BASALTO VESICULAR assentadas em aterros, fundos de vales, e encostas íngremes, ou
J:1 � ;�{:

1
Co.< ARENITO
. 1 .':'- . locais com lençol freático a pouca prOfundidade (até 2 metros para

�\
L. T. de tensão inferior a 230kV e 3 metros para L. T. de tensão
Fig, 7.10 - Exemplo tipice de folha de dados de
sondagem rotativa superior a 230kV.
. jli'
e. J
/
1 ".-
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 461
460 . )
As sondagens rotativas são programadas para fundações ataque por bactérias e microorganismos. Embora tenha apenas )
específicas, tais como: grandes travessias, ancoragem e qualidades que a indique para tal uso, seu emprego é altamente

fim-de - linha. Nem sempre são executadas em locais de· afloramento antiecológico, pois trata-se de madeira. só conseguida graças ao )
rochoso ou rochas a pouca profundidade. É comum o uso dos furos de desrnate, mui tas das vezes ilegais, de·\. florestas naturais, pois )
ancoragem de blocos, como dados para a avaliação das qualidades da sendo uma árvore de crescimento lento� não é cultivada em )
rocha existente. reflorestamentos. )
A determinação do nível do lençol freático não é a cota Madeiras não de lei podem, e devem, substituir as de .)
do encontro com a água, mas sim a cota do nível da água medido lei, porém com alguns cuidados. As mais utilizadas nesses casos são
)
depois de um tempo de estabilização de pelo menos 1 hora. A água ,algumas espécies de eucaliptos (citriodora, polipticornius e alba),
·J
espécies de alta resistência mecânica, fibras entrelaçadas,
encontrada deve ser quimicamente analisada para comprovar sua não
)
agressividad@ aos materiais utilizados nas fundações. bastante cerne e pouco albume. Qualquer que seja a espécie, deve
)
ser tratada e impregnada de substâncias químicas que lhe a'"umente as
)
resistências mecânicas e àos ataques bioquímicos e do intemperismo.
)
7.4 - MATERIAIS USADOS EM FUNDAÇÕES A grande vantagem do uso do eucalipto é que, por ser
)
uma árvore de crescimento acelerado, o plantio de espécies
É relativamente pequena a quantidade,.' de màteriais )
adequadas em condições ideais dá retorno relativamente rápido, e
disponíveis e realmente usados na execução das fundações das L.T ..
com possibilidade de se conseguir peças retilíneas com até 20
)
Consta basicamente de : aterro, madeira, aço e concreto.
metros de comprimento e diâmetros variados. Os troncos devem ser
)
Alguns dos materiais são usados na confecção\ de peças
descascados logo após abatidos, os extremos cintados com arame de
estruturais da fundação, é o caso do aço, do concreto armado e até )
aço para evitar rachaduras longitudinais, e então tratados com
mesmo da madeira. Já o aterro e às vezes o próprio concreto são
óleos especiais em autoclaves de alta temperatura.e pressão. Isto .J
usados simplesmente para aumentar o peso sobre a estrutura da
tudo, adequadamente executado, permitirá ao poste ou contraposte .)
fundação.
ser "plantado" no terreno, fazendo do pé a própria fündação da .)
estrutura. )
7.4.1 - Madeira ,'\ Tanto o eucalipto devidamente tratado, quanto as
i
. )
madeiras de lei usadas como estruturas da L. T., têm alta
i
A madeira po�e ser usada nas fundações de uma L. T., resistência ao ataque bioquímico do solo na parte enterrada, esta
.J
1
tanto quando sendo o pé de um poste ou contraposte da linha, -como resistência sempre é proporcional ao índice de umidade do terreno,
)

1
também fazendo papel de âncora nas ancoragens e estaiamentos de chegando a .ser ideal o uso da madeira em regiões pantanosas.
)
estruturas. Um caso de uso de madeira, não comum, mas possível o problema crucial do uso da madeira como
)
para fundações, é usá-la como estacas em regiões pantanosas. estrutura-fundação, é a secção transversal entre elas , pois é o
Para qualquer caso de uso, a madeira deve ser de lei, local mais sujeito tanto ao intemperismo, quanto ao ataque
.J
)

l
por exemplo a aroeira, que é uma madeira bastante dura, densa, bioquímico.
resistente ao intemperismo, fibras entrelaçadas, e de .difícil O uso da madeira como âncora, (toras vulgarmente
0
J
)
462 Projetos mecânicos das /J'}has aéreas de transmissão Fundações 463

denominadas de "morto" - Fig. 7.13), é altamente vantajoso em com base concretada. Nestas condições, é necessãrio que o aço seja
relação ao concreto, ·pois a madeira além de ser de menor densidade, galvanizado ou seja de alta resistência à corrosão.
dispensa cuidados no manuseio, por ter alta resistência ao choque - Stub-cleat - São peças estruturais que ancoram a torre no
mecânico. Estas vantagens são niultiplicadas quando a ancoragem é concreto ·da fundação (fig. 7 .12). São· executados com cantoneiras
executada em terreno úmido ou pantanoso, quando então as condições que devem ser galvanizadas.
de preservação da madeira se tornam ideais.
Estacas de madeira tem vantagens no transporte e
l
manuseio, porém devem ser de uso restrito às fundações de
estruturas de suspensão, devido as dificuldades da transmissão de
esforços diferentes dos de compressão entre estaqueamento' e
sapatas. tiSeu uso deve ser restrito, quando totalmente cravadas
abaixo do' lençol freático e evitado para terrenos secos. Fig. 11 -· Instalação

7.4.2 - Aterro
"
/_ ­

Normalmente executado com o próprio máter::ial escavado


para a execução da fundação, trata-se portanto de material inerte,
que contribui apenas com o peso próprio sobre a estrutura da
fundação, contrapondo assim aos esforços de arrancamento (tração).
Os aterros devem ser feitos em camadas finas, umidecidas,
compactadas e apiloadas. Cleats

Sua aplicação direta se dá nos pés de· postes (madeira,


concreto ou metálicos), no aterro de cavas de sapatas e grelhas
) metálicas, bem como no reaterro de âncoras (madeira ou concreto) e
'1
) blocos de ancoragem.
/
DETALHE
.)
) Fig. 12 - Stub-cleat
\ 7.4.3 - Aço
./ .

Sempre usado como elemento estrutural das. fllildações, o Hastes de âncora: são peças que trabalham à tração e
aço permite várias modalidades de aplicações:
.J que ancoram os cabos de estaiarnento nas âncoras ou blocos de
.- Pé de poste - estruturas· tubulares ou perfiladas usadas como ancoragem. Normalmente são executadas em vergalhões galvanizados,
..) suporte de linha (postes tubulares, treliçados ou mesmo trilhos de providos de rosca, arruela e. _,porca em um dos extremos e olhal no
.. ) linha férrea_) são plantados como postes,. <li.retamente no solo, ou outro (Fig. 7.13).
)

"'-'/. .
464 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 465

Olhal
Peças para ancoragem em rocha: chumbadores, parafusos,
buchas de expansão, etc. . . (Fig. 7. 16), são peças executadas em
aços especiais de alta resistência mecânica e à corrosão, usadas .-),
Ã.ncora exclusivamente na ancoragem direta de ·e.struturas em rocha sã.
Ver9olhÕo )

" ')
Porco
)
1
Fig. 7.13 -Âncora e haste de âncora
Concreto
ou E poxi
1 : ).

Bucho )
Grelha - são estruturas construídas com perfilados de
Pino 1 )
aço galvaniz�do (Fig. 7.14) e servem de suporte aos pés das torres, ChumDodor
••
·1
Sue ho eiponscio
com a finalidade de absorver esforços de tração ou compressão. C-)
.)
DETALHES
'

.J--innnnnnr-
DDDDDD[
Pii dQ estrutura _JLJLJLJLJLJLJL )
Fig. 7.16 - Ancoragem em rocha
)

Gre Ih a 7.4.4 - Concreto


)
Fig. 7.14 - Grelha )
O concreto pode ser amplamel1te usado como peças
estruturais, como mostrado na Fig. 7.17. Pode ser armado, ou \ )
Estacas - Executadas com perfilados de secção reta de
grandes momentos de inércia, aços de alta resistência à corrosão, e simplesmente como ente criador de peso sobre a estrutura da ')
cravadas por percussão, até terrenos mais resistentes do que as fundação, quando então a armadura tem importância secundária e o )
camadas superficiais. Fazem a transição de esforços de tração ou concreto pode mesmo ser ciclópico. )
compressão entre blocos de fundação e terreno profundo e resistente Algii,mas peças de concreto são pré moldadas: caso àos )
/\
(Fig. 7.15) postes, (plantados em buracos reaterrados ou concretados), ou )
estacas (cravadas à percussão), ou ainda âncoras de estaiarnento. 1 )
------- Nivel do Terreno A grande maioria das peças de concreto são fundidas "in 1 )

1
loco", é o caso das peças de concreto das estacas franklin, _)
---- Sapata
estascas strauss, sapatas, blocos de fundação, blocos de ancoragem,

1
)
Para qualquer que seja o material empregado nas
_,_____ Estocas )
fundações, desde que sujeitos ao nivel do lençol freático local, ou
J
ao intemperismo aéreo, cuidados especiais devem ser tomados. Assim:
J
- Estacas de madeira. _ou concreto devem ter preferência em
)
Fig. 7.15 - Estacas regiões pantanosas.
.)
)
466 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundaçõe� 467

técnica. Dependendo das soluções adotadas pelo projetista na


Bloco de concepção do projeto, ou mesmo de imposições do próprio projeto das
Sopa to Fundocõo
fundações das estruturas de uma L.T., elas podem ser divididas nos
seguintes tipos estruturais:
- Fundações simples
Bloco de à n e oro
- Fundações fracionadas
Poste
cineorogem

1
Fundações de estaiamento
1
- Fundações especiais.
Brocas
Tu ou Ião _________,

Esfo tos 7.5.1 - Fundações simples

-;.
São as fundações de estruturas constituídas por postes
Fig. 7.17 - Peças de concreto
(concreto, madeira ou metálicos) únicos ou duplos, ou mesmo por
torres treliçadas, esbeltas, de pequenas dimensões de base. Nesses
- Peças metálicas não devem �ér usadas quando sujeitas a ação casos, cada torre ou poste tem uma estrutura de fundação que é
de marés ou maresias.
única e dimensionada de acordo com carga a suportar e
- A madeira não deve ser utilizada fora do lençol freático
características do terreno (Fig. 7.18).
- O concreto armado, quando usado em locais úmidos, pa.ntanosos

-----IUI - \ -
ou agressivos, deve ter um recobrimento mínimo de 3cm. Pe's d e
_.,..-,/Tcrre .....
- Em peças metálicas de fundação de estruturas de L. T. com ,,.
cabo pára-raio aterrado, deve-se ter precauções extras contra a

\
corrosão galvânica.
- Uma análise química da água do lençol freático, quando
atingido pela fundação, sempre deve ser feíto·para prever possíveis
\ . Se p t1 t t1

agressividades. ,
Plcritiio ele Poste :
�TUDJIÕC

- Enxurradas devem ser desviadas das bases das estruturas,


principalmente dos aterros que funcionam como pesos na� fundações.
Fig. 7 .18 - Fundações simples

7.5 - TIPOS ESTRUTURAIS DE FUNDAÇÕES 7.5.2 - Fundações fracionadas

Raramente a fundação de uma estrutura de uma L.T. tem Quando as torres da L. T. têm grandes dimensões e os
alternativa única de solução. Pode existir uma.solução mais prática afastamentos entre os mon tantes da base são consideráveis,
ou econômica do que outra, mas sempre existe mais que uma solução dependendo. das qualidades do têrreno, é mais econômico e, portanto ,

. . . . - ......... . -·--·----· ------


/
/'',.' ,---
l'r°

i
468 Projetos mecãnicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 469
)
1: indicado, dimensionar as .fundações particularmente para cada apoio )
1 ! Algumas são classificadas de especiais, devido à
no terreno. Assim cada pé da torre tem sua fundação própria, importância da estrutura (travessias, ângulos, fim-de-linha, etc), 1
podendo mesmo ter diferentes formas construtivas entre si para uma
outras tem tal classificação devido às características geológicas -)
mesma torre, e executadas em posições topográficas dependentes da
do local, · outras ainda pelas dificuldades de execução ou mesmo de )
topografia do terreno na base das mesmas.
acesso, ete ... )
Outros tipos de estruturas que forçam o uso de
Por exemplo: l
fundações fracionadas são as estruturas não autoportantes, logo
estaiadas.
- Em uma L. T. com 120 estruturas, das quais apenas 3 são )
Essas estruturas exigem uma
fundação central
executadas em rocha, estas serão classificadas de especiais, pelo )
dimensionada à compressão para os pórticos e fundações isoladas
para as ancoragens dos estais.
menos para para �ssa linha. )
- A fundação da torre da L. T. 230KV que alimenta Belém do )
Pará, executada no meio do Rio' Guamá, é especial pelas )
7.5.3 - Fundações de estaiamento
características do rio, que, além de ter urna corrente de alta )
velocidade, tem marés nos dois sentidos, dependendo da hora local. .l
São fundações destinadas a ancorar os cabos de estais
de estruturas não autoportantes,·- ou absorver esforços laterais em
Outras torres da mesma linha, implantadas nas margens dos rios )
estruturas semi-rígidas em ângulos de uma L.T. (Fig. '7.J.9).
Guamá e Acará, são igualmente classificadas de especiais, por terem )
sido de acessos extremamente_ difíceis, resolvidos com a construção )
de mais de 6.000 metros de passarelas de madeira. )
---.- Esforco horizonfal
)
Cabo de Estai >---Estrutura )
7.6 - TIPOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES )
)
Além de sempre ser possível ter mais de uma alter­
J
____ .,.._ NT nativa na concepção da estrutura de uma fundação, sempre temos
)
também1�'a.is de uma·· forma construtiva para a mesma.
Bloco de Ancoraoem
)
Ao pasSo que o tipo estrutural das fundações tem fortes
.1
Fig. 7.19 - Fundações de a�coragem influências das dimensões e tipos de estruturas adotadas para a )
L.T., o tipo construtivo das fundações é praticamente definido pela
)
geologia local. J
7.5.4 - Fundações especiais )
Basicamente existem os seguintes tipos construtivos de
)
fundações para L.T.:
São fundações que fogem à regra da grande maioria das
"Plantio de postes"
fundações das estruturas de urna L. T., ou mesmo de um trecho da
Fundações em grelhas
linha. )
- Fundações em tubulão
J"
- )
470 Projetos mecânicos das linhas a.éreas de transmissfio
r­ 471

ir
Fundações

Fundações em sapatas de concreto Para esforços compressivos nas bases dos postes,
- Fundações estaqueadas superiores à resistência do terreno, lança-se mão da concretagem

1
- Ancoragem em rocha dos fundos dos furos, que equivale a um aumento da bases dos postes

.) {Fig. 7. 20). Esforços laterais e/ou transversais normalmente são


Assim, para explicar as alternativas construtivas para
i absorvidos por estaiamentos. Sempre que �O�sivel, as fundações de
) uma fundação simples, ela pode ser simplesmente um poste cravado no 1
"postes plantados 11 trabalham exclusivamente à compressão.
) terreno, como pode ser uma única grelha de aço, ou um único tubulão
Alguns casos de impossibilidade do estaiamento direto
) para o engaste do poste, ou uma única sapata de concreto que pode
da estrutura, o uso de um contraposte pode resolver a situação
) ou não ser estaqueada, ou finalmente uma estrutura ancorada numa
, (Fig. 7.21). A fundação de um contraposte segue as mesmas regras da
) superfície de rocha sã. A alternativa escolhida será definid?
fundação de um poste .
. ) principalmente pelas características locais do terreno.
ij
.")

1
J 7.6.1 - "Plantio de postes" :;,,::- - --NT

)
J
1
�Reaterra
t: errônea a idéia de se pensar que "postes" são peças
estruturais apenas para linhas de distribuição. Temos muitos i!li

exemplos de L.T. executadas com posteamento de madeira ou concreto,


por exemplo L.T. de 69 e l38kV da CPFL e de até SOOkV em L.T. nos
Fig. 7.20 - Base concretada
EUA, executadas com postes de madeira .
' )
.

Quando se refere ao "plantio de postes", não significa


)
que cada estrutura da L.T. seja um poste único. Existem L.T.
)
executadas com postes em que alguns ou todas as estruturas são
.J
postes duplos ou mesmo quádruplos. Nestes casos, cada poste
)
componente da estrutura é cravado independentemente no terreno. Es !O,

) Embora os projetos e execução de linhas de distribuição


) e subtransmissão, de tensões inferiores a 34,SkV, já sejam
Cont r'o - Poste

/
) normalizadas e tabeladas, e mesmo considerando-se .que tensões
P os 1 �

-( inferiores conduzem a estruturas e vãos menores, conseqüentemente a Fig. 7.21 - Contra poste
estruturas de fundações menos solicitantes e menos robustas,
\
-_.,J as
fundações das estruturas sempre são executadas com os mesmos Para postes implantados em faixas estreitas ou
materiais, com as mesmas técnicas e cuidados. margeando vias públicas, quando estais laterais são impossivei.s
O plantio de postes, sejam eles de concreto, aço ou mesmo com uso de contrapostes, as fundações devem ser adaptadas
madeira, consiste em engastar os pés dos mesmos em um furo para absorverem esforços l.�terais da estrutura, que tendem ª
"cilíndrico" aberto no terreno. provocar flexões laterais.. ·nas fundações.
472 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 473

Pequenos esforços de flexão são normalmente absorvidos )


pelo terreno. Os limites admissíveis
-FH ')
são funções das

• )
t--- Poste
características dos mesmos.
As formas de capacitar )
as fundações de postes
'
---FH
aos
.
esforços de flexão presentes são: )
- Aumento da profundidade )
L
de engastarnento que
conseqüentemente aumenta as áreas do terreno sujeitas aos esforço + "º''º '"•"'º'
s
l__= Estruturo
)
compressivos (Fig. 7.22).
Morto Inferior .)
)
Fig. 7.24 - Uso de "morto"
)
----�-
)

)
7.6.2 - Fundações em grelhas
)
)
São fundações rasas com profundidades de 2 a 4 metros,
)
cr2
indicadas para · · arg1· 1 osos
terrenos arenosos ou si 1 tosas, porém
Fig. 7.22 - Aumento de profundidade com a profundidade , e com
secos e com resistência crescente
a Ce·u aberto. Executadas em )
possibilidade de serem es Cavados
- Concretagem da base dos postes (Fig. 7.23), que virtualmente · )
perfilados de aço ga 1 van1zado, mater1·a1 idêntico ao da estrutura da
é encarado como um aumento do diâmetro do pé do poste e própria torre, têm a vantagem de serem compradas em conjunto único
)
conseqüentemente da área de contato entre o mesmo e o terreno. - estrutura da torre e da fundação. )
Podem ser construídas na forma de tabuleiro ou grelha J
de onde sai uma perna de comprimento ajustável e na direção do )
- NT
Poste - O---- montante\ da estrutura da torre; ou na forma piramidal, quando a )
Normal
perna, la�ém de ser ".direcionada com o mantante da torre, nasce no )
Concreto-O
vértice da pirâmide )e aponta o centróide da base. No primeiro caso, )
Reações
B.
do
Concret.
terreno
a ·grelha é do tipo ' 11 membro edificado" e, no segundo caso, é o tipo J
Fig. 7.23 - Concretagem da base do poste
"piramidal", (Fig. 7.25). J
Em ambos os casos, os esforços de compressão são
J
transmitidos ao solo pela superficie de contato da grelha com o
- Uso de "mortos" (Fig. 7. 24), peças prismáticas de concreto )
mesmo; os esforços de tração são compensados praticamente pe lo peso
armado ou madeira, enterrados horizontalmente junto ao pé dos .J
do solo sobre a grelha, que pode ser considerado como o peso do
postes, do lado do terreno comprimido, dissipando assim os esforços �)
volume de um tronco de pirâmide,,cuja base menor é a própria grelha
de compressão por uma região maior do terreno. ,)
e a inclinação lateral dada pelo "ângulo de talude" do terreno, que
..)
)
474 Projetos mecânicos das 1/nhas aéreas de transmissão Fundações 475

7.6.3 - Fundações em tubulão

------------ ---NT
Embora existam tubulões de apenas 3 metros de
comprirnen.to, são fundações profundas q{ie_ atingem 10 metros ou mais
de profundidade, até substratos "-,, mais resistentes e
MEMBRO
EDIFICANTE preferencialmente rochosos. São indicados para terrenos argilosos,
L L L L L L L L si ltoses ou arenosos, com resistência crescente com a profundida­
GRELHAS de, e que permitem a escavaçâo a céu aberto. As dimensões

Fig. 7.25 - Grelhas transversais indicadas variam de 70 a 120 centímetros, e o concre­


to utilizado deve ser estrutural (armado).
Normalmente os ·tubulões são usados como fundações
por sua vez está relacionado ao ângulo de atrito para materiais fracionadas, quando estão à razão de um tubulão por pé de torre,
granulosos e aos esforços de coesão para as argilas. com eixos verticais ou alinhados com os montantes da estrutura­
Também para ambos os �asas, a baixa resistência à -escavação mecanizada (fig. 7.27). No entanto, existem casos do uso
compressão do terreno, ou baixa c0�sividade das partículas, podem de tubulão para fundações simples de grandes postes de concreto,
ser compensados por uma concretagem sob ou sobre a grelha_ quando o topo do tubulão tem um furo cilíndrico coaxial, para o
As grelhas normalmente são usadas para fundações engaste, com auxílio de areia ou concreto, do pé do poste.
fracionadas, mas nada impede de serem usadas em fundações \Simples
'.)
de estruturas metálicas esbeltas e de pequenas bases (Fig. 7.26).
) Quando usadas para fundações simples, deverão ser do tipo piramidal
.J e simétrica. A imposição de simetria é para a distribuição
.) uniforme dos esforços sobre
o terreno, já a imposição de ser
,_:) piramidal é para possibilitar a absorção de esforços de flexão sem

)· deformações estruturais das pernas.

TUBULÁO NORMA�
TUBULÃO INCLINADO
.) /
------- - ---- NT
.) Fi. 7.27 - Tubulões

.)
Em todos os casos, os esforços verticais são absorvidos
j
por atrito lateral e por compressão da base do tubulão, os
arrancamentos são vencidos pelo pes_o próprio do tubulão e pelo peso -
L
do tronco de cone de terra, , cuj. a base menor é a própria base do
Fig.7.26 - Fundação simples em grelha tubulão e geratriz inclinada, do ângulo de talude do solo. Para

)
�$: . =•�
c�-f .._. · .· ...
476 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
m ,,
,; �{... )
O fuste da sapata pode ser vertical ou inclinado. Os
qualquer esforço vertical, um alargamento da base aumenta em muito
C,'-

verem esforços de
a capacidade de carga do �ubulão. verticais devem ser mais robustos, para absor
os fustes inclinados
Para terrenos consistentes, a escavação pode ser manual flexão, porém são de execução mais fáceis. Já .-
o, porém devem ser
são dimens·ionados apenas à cornpresão Ôq. traçã
e em terrenos de baixa consi·ste-nci·a, e principalmente com a
que dificulta e ',
presença de água, recomenda-se o uso de camisa, que tem diâmetro alinhados com os montantes das estruturas". fato
onera a construção. )
igual ao do fuste para escavação normal, ou diâmetro da base para
essão da
Os esforços verticais são vencidos pela compr -)
escavação total.
tronco de pirâmide do
Denomina-se escavação normal ·
aque 1a que base ou peso próprio, acrescido do peso do i -)
tem as
s são absorvidos pelo
dimensões do proJ· etc da peça de concre to; denomina-se escavação solo sobre a sapata. Os esforços horizontai )
das à
cisalhamento do terreno, e as sapatas em si dimensiona )
total quando o volume escavado e· bem maior que o volume de
concretagem. � escavação normal é a mínima possível; flexo-compressão ou flexo-tração )
a escavação
total exige forma para a concretagem, e perm1· te escoramento da )
escavação, e exige reaterro posterior. )
7.6.5 - Fund ações estaqueadas
Embora antieconómicos, , ou pelo menos de execução mais )
complicada, os tubulões inclinados sa-o mai·s 1n · d'iça dos que os terrenos de baixa
São fundações indicadas para
verticais para a absorção de esforços horizontais.
es, etc), onde o
resistência (regiões pan.tanosas, alagadiças, mangu
)
uso de tubulões é antieconómico ou impraticável.
7.6.4 - Fundações em sapatas de c oncreto As estacas, normalmente de cqncreto armado pré-
-fabricadas ou moldadas in loco, (de dimensões
mínimas de 30 )
São fundações piramidais de bases normalmente quadradas
centímetros de diâm_etro para as circulares e 25
centímetros de lado )
ou retangulares e com pequenas alturas, ra, transmitem os )
executadas em concreto para as quadradas}, metálicas e até mesmo de madei
armado a uma profundidade máxima de 3 metros (fundacões . rasas1• e em esforços às camadas profundas ào subsolo. )
terrenos de baixa resi· ste·nci' a mecan1ca
· · a compressão, baixa ao nível A transição de esforços entre estrutura e estacas é J
de ser contra-indicado o uso de grelhas. .\ denominado bloco
São indicadas normalfuei-ite feita por um bloco de concreto armado, )
preferencialmente para estruturas de suspensa-o e executadas à razão de fundação. )
de uma sapata por pé de torre (Fig. 7.28) Quando a estaca atinge terrenos de alta resistência )
mecânica, é denominada estaca de ponta, e os esforços de compressão
)
são transmitidos a esses substratos. Em terrenos de baixa
J
resistência, tanto a tração quanto a compressão são absorvidos pelo

!
)
)
-�------
r-=-----.-=:::::,.., atrito lateral da estaca, que são então denominadas de estacas
flutuantes. Nas estacas flutuantes, o complemento aos esforços de
FUS TE NORMAL tração são conseguidos com o,aumento do peso do bloco de fundação.
.
FUSTE INCLINADO
•'-

Esforços horizontais podem ser absorvidos com a


Fig. 7.28 - Sapatas de concreto
-al ··r�
.\ 478 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações 479
�"
!'{

,�
J_j cravação de estacas inclinadas, que é a solução ideal para
\.
Blocos
1( fundações fracionadas estaqueadas (Fig. 7.29).
. "-�

li
'1

·::) i Vigamento

)
:)
E. VERTICAL
Esta C CIS

Fig. 7.31 - Blocos isolados intertravados com vigamento

:!
'
Fig. 7.29 - Estacas
7.6.6- - Ancoragem em rocha
·1

}
.. ) Em locais de afloramentos ou pequenas profundidades de
.��
1
Fundações de grandes estruturas em terrenos de péssima rocha sã ou em decomposição, impossiveis de serem escavados sem
'1
,
. qualidade, são dimensionadas como fundações simples - es_taqueadas. auxílio de explosivos, opta-se pela ancoragem da base da estrutura
Quando as estacas são curtas, os blocos de fundação podem ser diretamente na rocha ou através de um bloco de ancoragem.
substituidos por caixas estaqueadas (Fig. 7.30), cheias de rseaterro No caso de rocha sã aflorante, chµmbadores ou buchas de
.)
compactado, em substituição ao concreto não estrutural. Quando as fixação são instalados em furos abertos por perfuratrizes especiais
.) estacas são profundas e as dimensões do bloco atingem tamanhos (Fig. 7. 32). Qualquer tipo de esforço é transmitido por uma base
.) descomunais e pesos excessivos, estes devem ser substituídos por .um especialmente projetada e absorvido pela rocha. No máximo é feita
) conjunto de vigamento de concreto armado, responsável pelo uma regularização superficial da rocha, com o uso de concreto de
) intertravamento das estacas e formação de uma base para a estrutura alta resistência mecânica.
) (Fig. 7.31).
Base

___ Concreto
;;?7'��-- - --- NT Re9ulor
) :.Z=;: Caixa Rocha
Ei'::::�:'.::��±>/-- Aterro

! Estocas

Fig. 7.32 - Ancoragem em rocha


_)
_) Para rocha sã enterrada, o ideal é o uso de urna treliça
Fig. 7.30 - Caixa estaqueada piramidal, fixa à rocha e reaterrada (Fig. 7.33).
480 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transm;ssão
r=,
�i
Fundações 481

7.7.1 - Locação
�---------Reaterro

A definição dos locais das fundações é feita com a


definição dos posicionamentos das estruturas, durante o projeto
mecânico da linha. '
)

Feita a locação das estruturas, através dos piquetes


centrais das mesmas, passa-se ao levantamento das características
Fig. 7.33 - Ancoragem em rocha enterrada
do terreno nos locais de implantação das torres ao redor do
)
referido piquete, quando então levanta-se planial tirnetricamente o )
local, qualidades do· terreno na superfície e no subsolo, tipo de
P<![a rocha em decomposição, usa-se chumbadores de )
vegetação, existência de rochas ov_ matacões, nível do lençol
grandes comprimentos, que ancoram os blocos de ancoragem, que por )
freático, proximidade de córregos, possibilidades de alagamento ou
sua vez suportam os arranques de espera para os pés das estruturas )
erosão, etc, tudo com a finalidade de fornecer subsídios ao projeto
( Fig. 7.33).
das fundações.
Os dados geológicos definem os tipos estruturais e
)
construtivos das fundações, os dados topográficos definem a )
combinação de pés desnivelados das fundações necessários par2. o
óo Terreno
nivelamento da base da mesma. )
A construção da L. T. inicia-se com·,_ a locação do piquete )
central de cada torre, posição que define o eixo central de cada )
estrutura, que é o próprio eixo vertical da fundação quando se )
trata de uma fundação simples, ("plantio de postes", tubulão único, )
Fig. 7.34 - Bloco de ancoragem em rocha sapata estaqueada ou não, bloco de fundação, etc). Para fundações )
fracionadas ou estaiadas, o piquete central é o centro de radiações J
/ \
de demarcação das várias partes constituintes das obras de )
7.7 - EXECUÇÃO fundações ·;da estrutura da torre.
)
O projeto de uma L.T. inicia-se com a escolha do )

caminharnento da mesma, passa pelo levantamento topográfico, projeto 7.7.2 � Preparação de terreno )
mecânico, sondagem do terreno e arremata-se com o projeto das . )
fur1dações. Após a locação, o terreno deve ser previamente
preparado. Além da construção de acesso ao local da fundaçã9_,
Para a montagem da L.T., as fases percorridas são )
inversas das fases do projeto, pois inicia-se a construção das alguns itens devem ser verificados e executados, tais como:
)
linhas pela execução das fundações. - Limpeza superficial dó :·terreno,
)
Abertura de clareira, quando a vegetação não for rasteira,
)
482 Projetos mecânicos das tinhas fléreas de transmissão Fundações 483

- Remoção de pedras, blocos e matacões superficiais, isto para permitir uma cura parcial do concreto. Em terrenos de boa
- Se for o caso, construção de ensecadeira. consistêncta, pode-se optar por um concreto seco e apiloado, que
imediatamente suporta o. poste e o reaterro.

7.7.3 - Execução O reaterro de pés de postes deve ser feito por camadas
umidecidas,
'sem pedras e apiloado
finas, preferencialmente

É a fase do implante da fundação no terreno, quancto,··­ manualmente.

então, em função do tipo estrutural ou ccnstrutivo , técnicas e Para fundações fracionadas, tomar muito cuidado tanto

cuidados especiais devem ser tomados. no posicionamento quanto no afloramento relativo das fundações,

Para o "plantio de postes" (madeira, concreto ou aço), pois apenas a execução perfeita possibilitará o "encaixe" da base

exige-se apenas a abertura de um furo cilíndrico de diâmetro pouco da estrutura nos stubs da fundação,. e conseqüentemente o

superior às t:ilimensões transversais da base do poste, para facilitar alinhamento e prumo das estruturas (fig. 7.36).

o reaterro compactado. A perfuração do solo pode ser feita poi::­


da Estrutura
cavadeira manual até 2,5 metros de profundidade, ou por escavadeira
mecânica rotativa. A abertura manu<jl, com o auxílio de alavancas,
li
consegue ultrapassar pedras e a fé mesmo matacões �enores, e a
perfuratriz mecânica produz um furo realmente cilíndrico e se

t
necessário com eixo fora da vertical. Quando o. poste é içado Fundações
NT---- -- --L-J-- Desniveladas
mecanicamente (uso de um guindaste), este é descido dentro \do furo
no terreno. Em terreno acidentado, quando o içamento for manual
Fig. 7.36 - Fundações fracionadas desniveladas
(impossibilidade do guindaste se aproximar do local), um rasgo
lateral no furo, vulgarmente denominado de "cachimb.o" e executado
Nas fundações de estaiamento, as hastes de âncora devem
no lado mais alto do terreno, facilita a descida do pé do poste ao
ser instaladas preferencialmente com o eixo na direção defini tiva
fundo do buraco.
dos estais aí ancorados (Fig. 7.37).

.J Se a base do poste for concretada (Fig. 7.35), o

J concreto deve ser executado dias antes do implante da estrutura,

.J
J ! Correta Erro da

.) ,. /
Fig. 7.37 - Posicionamento das hastes de âncora

As grelhas metálicas diretamente enterradas no solo

(reaterro) , além de serem galvanizadas, devem ser pintadas com

-) impermeabilizante {por exemplo neutral) na transição do solo com a


Fig. 7.35 - Concretagem de base de poste atmosfera.
.)

�.• ���·'-�
• '----e-·� -- .-�---,
i.
·'1
-
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 485
484
)
As emendas de estacas, tanto metálicas quanto de
A escavação para tubulões ou blocos pode ser normal ou
concreto armado, devem ser ef e t uad as com peças que garantam a )
total (Fig. 7.38). A escavação normal é aquela que tem as dimensões
transmissibilidade de esforços de compressão e/ou tração. )
de.. projeto da peça de concreto, e a total tem dimensões mínimas
O concreto, quando não est�utural, dispensa maiores )
iguais às dimensões do alargamento da base do tubulão ou bloco.
cuidados, porém quando estrutural, um '"'Tigoroso controle de )
Volume o ser
Reaferrado
qualidade deve ser feito, principalmente quando se usa água local )
)
/
ou em estruturas especiais.
A armação de concretos estruturais deve ser afastada da )
forma ou solo com o uso de pastilhas de concreto amarradas à )
armação, para garântir o recobrimento mínimo da ferragem, evitando )
Escova cão Toto 1
assim futuras corrosões (Fig. 7.40). _)
Esco{iocão N ormol

)
Fig. 7.38 - Escavação normal e total
J
Para a escavação de qua:'lquer tipo de fundação (grelha,
sapata, tubulão, etc), dependendo da naturaza do tei-reno a cava
pode ou não ser escorada, para se prevenir contra possíveis
desmoronamentos, principalmente em épocas de chuva (fig.\ 7. 39).
Quando se trata de cava cilíndrica, caso dos tubulões, o
escoramento pode ser substituído por um encamisamento, que pode ou Fig. 7.40 - Recobrimento
não ser recuperável.

o arrasamento das estacas cravadas pré fabricadas


Escoromen!o
(metálicas ou concreto), ou arranque das estacas fundidas in loco
Escoromen!o Escovocõo
deve ser 1ta1 que garanta um engaste perfeito nas sapatas ou blocos
de fundação (fig. 7.41).

Fig. 7.39 - Escoramento - Btoc o

/
Em caso de se atingir o nível freático, a água deve ser
Arrosomento
� - Arranque

Estoco fundido
Estoco pré�fobr ic·odo
no local
bombeada para possibilitar .a continuidade dos trabalhos.
As estacas de concreto pré-fabricadas devem ser �
verificadas quanto ao alinhamento de seus eixos e quanto ao
fissuramento que possam comprometer a armadura à corrosão. Fig. 7.41 - Arranque e arrasamento
Fundações 487
486 Projetos mecânicos das linh.as aéreas de transmissão

----
As estacas metálicas devem ser encamisadas com concreto
CJ---Torre
numa altura correspondente à faixa de variação do nível da água no

local (fig. 7. 42) .

11-----Estocc Metcilico

------r,,, ------NA. Mâ:dmo Trânsito


----Comiso de concreto
__ - __ - NA Mínimo

Fig. 7. 43 - Proteção com guardirreio

Fig. 7.42 - Encamisamento <J----Trónsifo

7.7.4 - Recomposição do terreno


Trõnsifo

Após a conclusão das obras cjue. devem ficár �nterradas,


----------
o terreno deve ser recomposto.
Fig. 7.44 - Proteção em canteiro central
- Os escoramentos e fôrmas devem ser desmantelados.
- Os reaterras, executados em finas camadas umidecidas e
compactadas manualmente pa:ra pequenos volumes, ou mecânicamente
para grandes volumes.
- As enxurradas devem ser desviadas dos pés das estruturas, �Torre
Police do

principalmente dos aterros.


---=­
Sentido do Flur.o
Em terrenos íngremes, uma vegetação rasteira deve ser
I ·\
replantada.
- Cortes e aterros, se indispensáveis, devem ser protegidos Fig. 7.45 - Paliçamento de proteção
.J com canaletas para o escoamento de águas pluviais .
.) Em locais de trânsito motorizado, os pés das estruturas
) devem ser protegidos de acidentes por elevações, estacas ou
7.8 - l'ltTODOS DE CÁLCULO
,) proteções especiais (Fig. 7.43 e Fig. 7.44).

,) - Tor_res implantadas em ,rios navegáveis ou volumosos devem ser


A preocupação e responsabilidade do projetista das
protegidos por paliçada estaqueada ao redor da base, para evitar
.) nos pés
colisão de embarcações ou de volumes de grande inércia fundações de uma L. T. é: de, _posse dos esforços existentes
.) fornecidos pelo projetista da estrutura, e das
transportados pela fluxo do rio (Fig. 7.45) . das torres
.__)

�-- --
489
Fundações
)
488 Projetos mecânicos das Hnhas aéreas de transmissão
)
qualidades e topografia do solo definidas pelo projeto de Solução: )
icada na
de ven t o transversal apl
locação das estruturas e sondagens, calcular as estruturas de - Fve = 3.280kgf - força )
estrutura a 15m da base
fundações tal que os esforços sejam absorvidos com segurança pelo dutores e equi- )
- FV :::: 2. 780kgf -- car
ga devido ao".._peso dos con
terreno, bem como verificar suas estabilidades para as várias eixo vertical, da estrutura )
pamentos aplicada Segundo o a ação do
alternativas de carregamento.
- FH = 1.800kgf - carga hor
izontal ·lateral devida J
da a 27m da base
O dimensionamento é sempre feito para uma alternativa vento nos condu tores e aplica
izontal longitudinal devida
ao an­ J
de carregamento, preferencialmente a mais solicitante, e verificada - FL:::: 1.480kgf - carga hor ·da bas e J
aplicada a 27m
coramento dos condutores e
para as outras.
J
Para fundações fracionadas, quando cada fundação tem um
Esfor_ços devl.do às cargas
verticais: J
tipo e um módulo de esforço, procura-se uma padronização eÍltre
1: ZFv + P )
todas. Nestes casos o dimensionamento é feito para as condições de Av Bv Cv :::: Dv :::: 4
� )
uma das fundações e as verificações feitas com as condições de Cv :::: Dv 1.320kgf
Av :::: Bv
)
outra, porém sempre procurando os valores mais solicitantes.
transversais:
J
Esforços devido às forças
ZhFT
J
Exemplo 7.1 Br = Dr -Ar -cr - 2b )
Uma torre de altura total de 32 metros, base quadrangu­ BT DT = -Ar -Cr = 9.780kgf J
lar de 5,0 x 5,0 metros, tem peso-próprio de 2.500kgf. Nas coridi­
ções de projeto fica sujeita aos seguintes esforços, confàrme Fig. .)
7.4.6:
Esforços devl.do às forças longit
udinais: J
ZhFL
J
CL = DL = -AL = -BL 2b .)
Eixo Vertical ___,IF11•2.780 Kgf

FH• 1,800Kgf CL = DL = -AL -BL = 3.996kgf J


FL• l, 4 80Kgf /
J
/\ a fundação: .)
F11e' 3,280 Kgf Esforço vertical ·total em cad
80 - 3.996 )
FA Av + Ar + f,.L = 1.320 - 9.7
j p• 2,SOOKgf 27m )
FA = -12.456
'5m )
+ 9.780 - 3. 996
FB' Bv + BT + BL = 1.320
J
---- r)
-7·
/·------1,-�,"----
Eixo
7.104kgf
Trons11ersol ; )
1.320 - 9.780 + 3.996
-- ----;�.---·-.,,'� --
---,,<-
Fc Cv + CT .+ CL
)
c�----.<------,,'O Fc - 4.464kgf
/�/�--""""<'J.C--- .._,,,/' )
Longitudi nol = 1.320 + 9.780 + 3.996
FD = Dv + DT + DL _)
Fig. 7.46 - Exemplo 7.1 FD = 15.096kgf .J
490 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 491
·')
';Ir As quatro fundações serão padronizadas e calculadas F
)
.)
ll
para a compressão de 15. 096kgf e verificadas para o arrancamento
de 12. 456kgf.
O exemplo foi apenas didático, mas na realidade as
') fundações fracionadas de uma mesma torre são padronizadas,

·�
�)
calculadas e verificadas para as condições mais solicitantes de um
conjunto de alternativas de condições de projeto, acidentes e
o

;�
"
situações simuladas. ...L-1---�-':"7:C""' O_

'1 �
J 7.8.1 - Método suíço
•)

.· �
.. Este método permite a verificação da estabilidade de '

l
... ) blocos enterrados e sujei tos a esforços de flexocompressão; foi
.

:
estabelecido pela Comissão para a Revisão das Normas Suiças, cujas Fig. 7. 47 - e entro de rotaça- 0 do bloco segundo a classe do terreno
esperiências chegaram aos resulta<l�s comentados abaixo.

J Um bloco em forma de paralelepípedo, ·. de dimensões


A tabela abaixo dá os valores aproximados dos
axbxt, enterrado, sujei to ao carregamento dado por P (pe_so próprio
·,.) _ erticais, enterrad� a
coeficientes de terreno Ct Sobre as paredes v

'(
mais carregamento da estrutura) e F (força lateral), cO'"nforme a
2 metros de·profundidade
figura abaixo, sob a ação desta última, fica sujeito a um momento

· j·
2
de tombamento, que deve ser vencido pelos momentos resistentes Natureza do terreno Ct (kgf/cm )
' causados por P e pelos esforços de compressão do· fundo e das
',j

Terreno lamacento e turfa leve 0,5 a 1 ,o


paredes do terreno junto ao bloco. Turfa pesada, areia fina da costa 1, O a 1, 5
,J O centro àe rotação do bloco varia em função das Dep. de terra vegetal, areia/cascalho 1,0 a 2,0
.) Argila molhada 2,0 a 3,0
qualidades do terreno (Fig. 7.47). Para terrenos soltos, sem Argila\úmida 4,0 a 5,0
J coesão, como areia, o eixo de rotação do bloco é o próprio centro Argi 1-â seca 6,0 a 8,0
Argila pesada (dura) 10
) de gravidade do mesmo, ponto O. Para terrenos plásticos o eixo de
.) rotação será O', de coordenadas b/4 e 2t/3. Para terrenos bastante Terrenos bem compactados
Terra vegetal e/ argila, areia e pedras 8,0 a 10,0
.)
'

resistentes, o eixo de rotação será o próprio ponto O". Idem, mas com muitas pedras 10,0 a 12,0
.) Comprovou-se que a resístência específica dos solos à Cascalho fino c/ muita areia fina 8,0 a 10,0
Cascalho médio c/ areia fina 10,0 a 12,0
) compressão ao longo das faces verticais varia de maneira Cascalho médio c/ areia grossa 12,0 a 15,0
.J diretamente proporcional à profundidade, que depende da classe do Cascalho grosso c/·muita areia grossa 12,0 a 15,0
Cascalho grosso c/ pouca areia grossa !5,0 a 20,0
�) terreno e do grau de umidade do mesmo, e também de que a Idem p�ra bem compactado 20,0 a 25,0
!
resistência sob o bloco deve ser pelo menos igual à resistência da
'

)
parede à profundidade equivalente. Coeficientes da Comissão sui�a para diversos tipos de terrenos

--�

'-..�,
492 Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão - "--1-·
---Fundações 493
)
estrutura
)
Partindo desses dados, o engenheiro Sulzberger, da _ F _ Resultante das forças laterais atuantes na
)
Comissão Federal Suiça, propôs as seguintes bases: h Altura do centro astático das forças laterais
)
- O bloco em questão pode girar de um ângulo a:, definido por - t - Altura do bloco
tos ')
tga: = O, 01, sem que se tenha de levar em conta a variação do _ p - ·peso do conjunto bloco/estrutura/equipamen
)
coeficiente que caracteriza o terreno; Considerando:
à pro�
J
- O terreno se comporta como um corpo mais ou menos plástico e - Ct coeficiente do solo das pared es laterais
necessário, em kgf,
.)
elástico e, por ele, os deslocamentos do bloco dão origem a reações fundidade t, entendendo-se por tal o esforço
de, uma placa de )
para fazer pene t rar no terreno, a tem de profundida
que são sensivelmente proporcionais;
2
J
icm de área.
- A resistência do terreno é nula na superfície e cresce ')
- Cd - coeficiente do solo no fundo da escavação
proporcionalmente com a profundidade da escavação (Fig. 7.48) de F )
� - « - ângulo que o bloco pode gir.�r por efeito
2
Não se levam em consideração as forças de atrito, pois - � - Pressão máxima sobre o solo em kgf/cm ')
existe indeterminação com relação à grandeza das mesmas. J
Os seguintes valores são determinado?: )
Sobre as bases explanad�s. Sulzberger estabeleceu umas
- Momento de tombamento
fórmulas que se aplicam na deterro'inação das dimensõe� das fundações
dos apoios para a relação hlt>5, que estão submetidas a . um esforço
)
paralelo a um eixo de simetria, e montados em terrenos médios e M
plásticos. .. )
- Pressões do solo )
J
= Ct t tgO'.
h
0-3
3 .)
<J'2 = <J'3
-3-
J
J
\- /-=z:___:C:.:b� '--P_tgae°'-
I �1 b J
)
- Momento da ação lateral do solo )
cn
)
a 3
bt .)
Ml = Ct tg°'
36
Fig. 7.48 - Reações do Terreno J
- Momento das cargas verticais )

1
Para o bloco da figura acima, em que aparecem
)
os empuxos laterais {curvas parabólicas)
base do terreno (forma linear), as letras representam:
e a pressão do bloco na
MZ = Pa (o, 5 - 2
p

2 a b '----
; /. ---c-' Cb tgO'.
,)
J
Projetos mecânicos das linhõ:s aéreas de transmissão Fundações
495
494

A condição de equilíbrio é: 4- Terrenos argilosos


M = Ml + M2 3
M = 0,70P � + l,80bt , '

,--.'
Quando Ml/MZ < 1, a aça-o do terreno e menor que das 5- Terrenos compactos, cascalho conSistente
) cargas verticais, deve-se então introduzir um coeficiente de 3
M = 0,85P � + z:zobt
�) segurança K, tal que:
) 6- Terrenos fortes ou argilosos
Ml + MZ
M=
') K M = 0,85P � + 3,30bt
3

)
O coeficiente K varia entre 1 e 1,5.
) As formulas anteriores podem ser empregadas para a
Sendo o::= arctg 0,01, admitindo-se que M2 0,4Pa e
) verificação global de uma fundação, porém, quando se pretende
'.) Temos a seguinte fórmula para verificar a estabilidade
conhecer a distribuição exata dos esforços sobre as faces do bloco,
) de blocos nas condições descritas:
por exemplo, para pro_ceder à determinação das dimensões de um bloco
.) oco, será preciso empregar a fórmula de Sulzberger, conhecidos,

) 3 como é natural, os coeficientes do terreno.


Ctbt
0,01 + 0,4Pa
.) 36
M = ����������
1, 2 Exemplo 7.2
.)
.) Na sessão do CIGRE de 1954 aparece um estudo do Prof Uma estrutura de concreto de 12 metros de aitura livre
J Berio, relativo às fundações das estruturas segundo o método suiço.
e peso próprio_ de 2.220kgf, suporta em seu extremo a carga verti­
cal de 4.800kgf e uma carga lateral de 320kgf. A estrutura foi
J Nesse estudo, o Prof. Berio trabalhou com a hipótese de blocos de engastada em um bloco _de concreto de 1,2xl,2xl, O m em um terreno
argiloso (Fig. 7. 2). Verificar a_ estabilidade da fundação.
J base quadrada {a = b) e propõe as seguintes fórmulas aproximadas,
) relacionadas às qualidades do solo, para a d et erminação dos
.J momentos resistentes ao tombamento:
·'\. 1 4.SOOKgf
.)
. 1- Terreno de limo ou em presença de água I
' 320 Kgf

Ji M = 0,40P � + 0,50bt3
'-·-)'' h" 12 m

2- Terreno desagregado, terra fina


)I
3
) M = O,SOP � + 0,70bt

) 3- Ordinários ou velhàs planícies


)
) 3
M=0,65P � +1,10bt Fig. 7, 49 - Exemplo 7 .• 2
.)
·...�-
:J ---�-�- -
----�·�'/
497
496 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações )
Experimentos práticos têm mostrado que o peso da terra )
Solução:
levantada com o arrancamento, juntamente com o peso próprio da )
Peso do bloco de fundação ,V= 2.500xlxl,2xl,2 = 3.600kgf
Peso do poste ..................... , ,. , , ... , , , ,. , , 2, 200kgf estrutura da fundação, tem um valor inferior ao do esforço í
Carga axial, , , , , , , , , , , , . , , , , , , . , , ... , ..... , ..... , 4, 800kgf
Carga vertical total na fundação .... , ... ,.,. P = 10.600kgf realmente necessário ao arrancamento. Esta diferença é atribuída )
aos esforços de cisalhamento do solo e ··ao atrito lateral entre )
Cálculo do momento do tombamento M
terreno e superfícies verticais da furidação, prumadas com o )
M = F(h + ; t) = 4.053kgf·m perímetro da base da mesma, (Fig. 7.50) )

O atrito lateral pode ser calculado pela fórmula: )


Cálculo do momento resistente MR
)
MR = 0,70P � + l,80bt
3
= 6.610kgf·m
2 •
Fa = ,y L tg
e
2 )
)
�ij = 1,63 > 1,5 Onde:
)
O bloco de fundação tem estabilidade ao tombamento. õ - peso específico da terra sobre a expansão da base
3 )
( a'1 . 600Kgf/m )
)
y - profundidade da parede vertical prumada com o fundo (m)
)
7.8.2 - Fundações tracionadas L perímetro da superfície de contato
I"1 e - ângulo de atrito ( gera 1 mente 45, )
)
)
t
As componentes verticais das forças de tração\sobre as

j
fundações têm a tendência de arrancá-las do solo. Estas componentes
)
N1\1el do Terreno )
são vencidas pelo peso próprio das fundações, pelo atrito lateral
entre o solo e as superfícies verticais das mesmas e ainda pelo �:-ª=b� .)
L 2 � 2 X / o2+ b2)
peso da terra disposta sobre a expansão da base, que tem a )
tendência de ser levantada juntamente com as estruturas. 1----� 1 ,, 1
z
)
O método por ora descrito, aplica-se para fundações f3•An9ulo de Talude )

/ '\ � Região da fundação sujeito
rasas: grelhas, sapatas, blocos e até mesmo tubulões. Para estas, i ao cone de arrancamento )
usa-se normalmente um alargamento da base com a finalidade de J
aumentar o volume de solo influente na reação ao arrancamento da 1
Con!orno da base maior do )
b2 cone de arrancamento
estrutura. O volume de solo, comprovadamente infuente nas reações )
de arrancamento, consiste no volume incluso entre a superfície )
contorno lateral do cone
externa da fundação e a superfície de um "
tronco de cone (nas de arrancamento
)
fundações de bases circulares), ou tronco· de pirâmíde (para
,2 J
fundações de bases poliédricas), cuja base menor é a própria base
�)
expandida da fundação e inclinação lateral dada pelo ângulo (3,
,/
Fig. 7.50 - Cone de arrancamento e força de atrito
J
ângulo de talude do terreno.
j
- 'fr
CJ 498 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Fundações 499
\, \
Q O peso do concreto da fundação é calculado pela 1 1,
C) :;:
NiVEL DO
_ -- ____________
equação: 1
r---, � -- --
:) - - --S:-
" "- Cone de
1----t<c TERRENO

J
Pc = ãcVc
! "" Arranco men to

C) 1
""·:·,...-�
1
Onde:
o
:) o

õc peso específico do concreto (2.SOOKgf/m)
3
)
Vc = volume do concreto (m
3
)
) 2

)
O peso do volume de terra do cone de arrancamento .é
C)
calculado pela fórmula generalizada:
:J �
J
)
Pt ,vVt ,,(+ h (A1 + A2 + YiuA,) - VcJ

) Onde:
) Fig. 7.51 - Exemplo 7.3
peso específico do solo (= l.600Kgd/m
3
) )

.J Vt volume da terra do cone de arrancamento


Vc volume do concreto da fundação dentro do cone
,) Volume total do concreto:
h profundidade da fundação
.J Vc = 1,4·1,4·0,6 + 1,0·1,0•0,5 + 0,7·0,7·1,0 + 0,5·0, 5 ·0, 35
área da base da fundação (m base menor do cone
2
A1 ) =
.) Vc = 2,2 5 2m
3

área da base maior do cone calculada eIIÍ fun.ção de e


J A2 h (3
Peso total do concreto:
:J Fundações de paredes verticais _sofrem ação apenas das Pc ,cVc = 2.200·2,252
�) forças de atrito lateral, e as terras erguidas com o arracamento 4.960kgf
,) constituem apenas parte do reaterro compactado. Volume da terra do cone de arrancamento:
.) Com considerações feitas acima, sempre 1
= (Vc e - vol concreto no cone)
as e Vt �h (Bl + B2 + .,
V B2· B2 ) - y CC
) considerando um fator de segurança de 1,5, as fundações de grandes
linhas têm sido calculadas com resultados satisfatórios. Bl 11 2 = (1,4 + 1,6 tg30•)
2
= 2,324
2
= 5,40m
2

) 2
B2 = 12
2
= 1, 96m
Vcc = Vc - 1,4·1,4·0,6 = 1,076m3
;)
Exemplo 7. 3 h = (0,5 + ·1,0 + 0,1) = 1,6m
->
Vt +1,6 (5,40 + 1,96 + 2,324xl,96) - 1,076
,) O bloco mostrado abaixo é uma fundação fracionada de uma
torre, cujo montante exerce um arrancamento de 14.SOOkgf, (Fig. Vt = 5,280m
3
) 7.51)
..)
··.. ..)
"=--.
.. 500
l :l.
Projetos mecânicos das
linhas aéreas de tran
Jf
smissão .··_._._····
"�_
Fundações 501
Peso total do cone de
arrancamento:
Pt = ,t·Vt = 1.600·5,2
80
==f=====]= .)

r�1 '
Pt = 8.446kgf )
'
Força de atrito lat .)
eral
Fa = ,t ( :E /L
) tg e
---Perfi� 1..
)
2
e= 45, )
Fa = l.600·tg22,5, [4·
2,2 2 ·1,4 - 2·1,62(1,4 ! )
+ 0,4) -
- 2·1,1 2 ·0,3 - 2·0, 2
i
i J
Fa = ll.371kgf 1 ·0,2)]
)
Somatório das forças )
de oposição ao arranc
amento:
Ft Ü Pc + Pt + Fa =
8.446 + 4.960 + 11.37 )
Ft = 24. 777kgf 1
1 p�· r·f is U )
Verific ação da estabil
idade ao arrancament
' 9
)
Ft o
24. 7 77 _)
T 14.500 = 1, 7 1 > +,s (valor mínimo norm aliz Fig. 7.52 - Esquema de montagem de uma grelha
ad o) )
.)
7.8.3 - Grelhas
j
- Para terrenos pouco consistentes, pode-se 1 ançar mão de uma
camada de concreto sob ou sobre a grelha, para um aumento virt.ual )
Quando as condtções geológica
s indicam o uso da superfície de contato da mesma com ':o solo e conseqüente )
fundações fracionadas de
em grelhas, as mesm )
as são padronizadas diminuição de tensões
cada torre e calcula para
das para si luações 'ex
tremas {Fig. 7. 52). - A grelha é dimensionada para o maior esforço de compressão e J
O dimensionamento das
edificante, quer
pernas, quer seja
membro verificada Para o maior esforço de arrancamento, fazendo uso do )
seja piramidal,
dimensionamento das
segue as mesmas reg
ras do método do cone de arrancamento )
peças das torres e
são dimensionadas à ..,.\ Para os cálculos, parte-se das cargas das estruturas )
e/ou compressão. tração
. No
forn�cidas pelo calculista das mesmas )
presente capítulo
veremos o dimensio - As cargaS devem ser majoradas de um fator K - coeficiente de
grelha em si, quand namento da )
o então. as seguint
es consideraçõe s segurança, variável entre 1,1 e 1,3
feitas: devem ser )
- As características do .solo forneci. d as pelos resul lados das )
- A espessura mínima
dos perfis enterrados
deve ser de 3/16" sondagens e ensaios de laboratório, sa-0 as seguintes:
- A área bruta da
grelha não deve ser
)
m aior que o dobro da
área líquida -rr _ peso especifico do so lo (kgf/m )
3 )
- Não se constdera - 3 .)
a contribuição dos pri 1
-�s _ compressao me'd"a admissível no solo (kgf/m )
da superfície do terr meirçs 30cm de terr
eno a -�sh _ cornp. máxima horiz. admissivel no solo (kgf/m3] )
-�_ângulo de talude. )
)
·1.·r
502
Projetos mecânicos das linh
as aéreas de transmissão
Fundações 503
Como normalmente os fabricantes
já tem gr elhas
padronizadas para atender ao mer - Pressão média sobre o solo (Fig. 7.53) - razão entre
cado, é comum, parti do�
medidas padronizadas e das � se destas
características locais a compressão máxirna·e a área líquida da grelha:
do terreno,
verificar quais as grelhas
que atendem às solicitações
.
- Verificação ao arranc
amento

Pt = ,tVt = �,_E_
' 3 (BC+ bc + Y BC·bc

K =
(Pt + 1, 1P9)
:!:: 1, 5
FT l
Fig. 7.53 - Compressão do solo
Onde:
- h -
brofundidade da grelha (m)
- b, e - dimensões da gre Fci + 1, lPg
a'a :5 crs
lha {m) Al iq
- B, e - dimensões sup
erficiais da base mai
arrancamento, calculada or do cone de
s a, partir d� b, e, h e f3 Onde
- Pg - peso estimado d Fel - força de compressão máxima de acordo com a hipótese i
a grelha' ( kgf)
- Pt - peso da t erra d
o cone de arrancamento 1;1 - fator de majoração do peso da grelha (1,1 � K � 1,3)
- FTi � maior força de
tração de acordo com a - Pressão máxima sobre o solo: como cada fundação tem
hipótese i
- K - fator de segurança
ao arrancamento que absorver esforços horizontais" longitudinais e transver:sais,
- 1, 1 - fator de majora
ção do peso da grelha além dos carregamentos verticais; estas ficam sujeitas a esforços
de flexo-cornpress_ão, que _descomprimem um dos lados da grelha ao
- Verificação ao afunda
mento
mesmo tempo _que s_obrecarregam o lado oposto. Esta tensão máxima
- Cálculo da área líquid
a da grelha - área realme
contato com 0 solo e res nte em pode ser calculada pela expressão geral:
ponsável em compri�í-lo
A11q =
Z1b1b + Z2b2c - ZZ1b1b2 O'm = (crt + O'L + crc)R :5 O'"sh

bc ./ \ Onde:
R = "' 2
Aliq - crt - tensão na base da grelha provocada pelos esforços
Onde horizontais transversais - Ft, (Fig. 7. 54)
- 21 - número de canton - crL - tensão na base da grelha provocada pelos esforços
e1·ras L usadas na grelha
- bl - largura da cant horizontais longitudinais - FL, (Fig. 7. 55)
oneira (cm)
- b - comprimento das can
toneiras (cm) - crc - tensão de compressão· provocada pelas cargas verticais
- Z2 - número de travessas
em U usadas na grelha Fc correspondente à hipótese de carregamento de Ft e FL, (Fig.
- b2 - largura das tra 7.56)
vessas (cm)
- c - comprimento das
travessas
6hFt
R - coeficiente de áre a't
a líquida
bc2

--------�-
· -
- ::
·
505
504 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transrr..'ssão Fundações

- Verificação ao reviramento- os esforços de flexão na


grelha,. que provocam compressão em um dos lados provocam ao mesmo
tempo urna descompressão no lado oposto. Embora o terreno suporte a
compressão máxima da grelha, é conveniente verificar se a mesma não
se levanta do lado descomprimido, ou seja, se a mesma não bascula )
)

t
em torno de um eixo horizontal. Estes esforços de descompressão
devem ser vencidos pelo peso da terra do cone de arrancamento, )
situada na metade descomprimida da grelha (Fig. 7.57). )

1
Fig. 7.54 - Flexo-cornpressão transversal )
/ )
0-L
6hfL " / )
� /
)
]
ML e • h. tg f:J )
e , b

.)
_)
-eii:oL J
Fig. 7.57 - Verificação do reviramento

)
momento resistente devido ao cone de
Fig. 7.55 - Flexo-cornpressão lateral Cálculo de MR )
arrancamento. )
rrc
Fc + l,lPg b J
bc MR = + 2
.J \ )
e/ou FL (forças
Cálculo momento Ma causado por Ft
do )
horizontais no topo do pé da gre
lha )

Ma = :1:Fa•h
J
)
Verificação: KR = � 1,5 )
__
'

J
Até agora foram verificadas apenas a estabilidade do
)
terreno para as várias hipóteses de carregamento do mesmo. Passemos
. .)
Fig. 7.56 - Compressão uniforme agora ao dimensionamento da grelha em si.

- ··----�-----···�--- ------------'
506 Projetos mecânicos das linha$ aéreas de transmissão
51!1
Fundações.

- Dimensionamento das grelhas:


Ml, M2 e M3 são os momentos máximos que ocorrem nos
Dimensionamento das vigas L - cada viga '-L da grelha i-ec�be
perfis L. Tomemos para os 21 perfis L de dimensões b1xt1 (onde t é
das 2 vigas u e a transmite ao terreno, que reage ! 3
uniformemente em cond1· ço-es de s1me
· t r1a.
· A seguinte distribuição de i a espessura do perfil), o momento de resistência w1 (cm ) retirado
da tabela de perfis cantoneiras. Log"o · o momento de resistência
esforços e diagrama de momentos fletores Pº· d em ser considerados, 1
total de ser absorvido pelas 21 cantoneiias será:
(Fig. 7.58):
W1 = Z1·w1
-�

Cargos Lembrando-se que as tensões de flexão máxima para o aço

==i lF=
3
ASTM A36 é de 2.530kgf/cm, chegamos a:
.M1, 2,3

tj
3

tj
= < Z.530kgf/cm
\,/1
j j
(J'

t t j e t t t l j j l I-R•�:
Õo

10
d'�'�:
o
:o
Dimensionamento das vigas D .: . Usando-se 22 perfis U de secção
9
h2xb2xt2, (altura, largura e espessura), temos da tabela de perfis
9

o
b

U o momento de resistência w2, que é capaz de absorver no total


momento de resistência W2
Dío9rorno .de Momentos
W2 = Z2·w2
Fie tores

Como normalmente as grelhas são quadradas, e as pernas


vez
Fig. 7.58 - Diagrama de esforços fixas nos perfis U à distância g dos extremos, q ue por su.a
como
transmitem os esforços às caritoneiras L, podemos considerar
como
Para um melhor aproveitamento dos perfis Lda uma boa aproximação os valores de M1, M2 e M3 dos perfis U,
grelha é
quando Ml M2 sendo aproximadamente iguais aos correspondentes dos perfis L,
M3, e isto ocorre para:
consideração que permite concluir:
g = � crz- n _ o, 2t = �
M1, 2,3 2
< 2.530kgf/cm
\.12
Considerando que todos 05 21 perfis L trabalham
igual-
mente e que - Dimensionamento das pernas - nas grelhas piramidais
os esforços dos pés das estruturas são transmitidos às grelhas pela
Fc + l,lPg

]
q (kgf/m) compressão (ou tração) dos perfis, normalmente cantoneiras em
b
número de 4, que compõem as arestas da pirâmide da grelha,
Teremos:
denominados de pernas da grelha.
- 2
Ml = M2 = q g
M3 = - (Fc + 1,lPg)·b· (Y2 - 1)2 De acordo com a geometria da pirâmide e hipóteses de
2 --
.Jj 8 carregamento, determina-se os esforços F de compressão das pernas
J ou através da expressão:
,)
J M1 M2 = H3" (Fc + 1,lPg)·b
50 F
Fci ·b
4 h'
+ (FLI + Fti) . h'
Za
l-t --:-·------ ---
-�-- --�-�
509 )
l
508 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações

Onde: Hipótese 2:
15.857kgf )
Compressão........... ·
Fc1- força de compressão na hipótese ·i {kgf) Tração.,·············· 11.960kgf )
Esf. longitudinal ..··· 00.724kgf
h' - altura da grelha (m)
Esf. transversal ..···· 00.859kgf )
b - comprimento da perna (m) )
a - vão entre travessas (m) Torre tipo 2
Hipótese 1:
)
FLi - maior força longitudinal na hipótese i (kgf) Compressão ... ·· · · · · · · · 18.658kgf
16.213kgf )
Fti - maior força transversal na hipótese i (kgf) Tração..... ···········
Esf. longitudinal.,··· 00.007kgf )
Esf.transversal...···· 00.309kgf
Escolhe-se uma cantoneira que atenda às solicitações e )
que ao mesmo tempo tenha um índice de esbeltez que impossibilite, a Hipótese Z: )
Compressão .......····· 13.648kgf
flambagem. Tração ..... ··········· 11.239kgf
OL753kgf
J
Esf, longitudinal.· · · ·
< era Esf. transversal .. ···· 01. 792kgf �)
oradas em 10%, como fator
de J
lf Obs.: as cargas já foram maj
rk segurança.
ião de implantação da L.T.
Onde: Características do solo na reg 3
· Ct 1.400kgf/�
F - força de compressão das pernas Peso específico ... ·········· 1,50kgf/m2
· �s
Pressão máxima .... ·········· � l,80kgf/m
Ac - área útil transversal da cantoneira Pressão máx. horizonta l ...... �sh
.·· ··· ··· ··· ··· � 20°
- ua - tensão admissível compatível com a flambagem Ângulo de atrito
- lr - comprimento de flambagem
- rk - raio de giração da secção do perfil (dado de catálogo) Solução:
ível
- À - índice de esbeltez uso de uma grelha dispon
Propos1çao inicial: fazer izadas, con for me
e de dimensões já padron
Se o índice de esbeltez der um valor superior ao indi­ no mercado, de peso 236kgf .)
a fig. 7.59.
J
31
cado por norma, recomenda-se usar um perfil de maior secção reta
(maior raio de giração) ou fazer um contraventamento das pernas, l 1, �� J

ª
\,
diminuindo assim os comprimentos de flambagem. 11-
1� )
.)
Exemplo 7.4
1 ��
1C::: .)
Seja dimensionar uma fundação em grelha padronizada
�. :::] )
para fundações fracionadas de torres de uma mesma família, tal que
1t=
atenda as solicitações das seguintes hipóteses de cálculo:
Torre tipo 1
Hipótese 1:
�\ 1c:=
!
t 9
)
Compressão............ 23.000kgf
Tração................ 19.lOSkgf
Esf. longitudinal..... 00.002kgf "', Fig. 7.59 - Exemplo 7. 4
Esf. transversal ...... 00.517kgf
,1-:
510
Projetos mecânicos das lin,has
aéreas de transmissão
l .,
;,::
li. Fundações 511
'1
1 - verificação do arrancamento
Dimensões do cone de arrancame Pressão média sobre o solo
nto (Fig. 7.60-) Fel + l,lP q 23.001 + l,1·236
era = Aliq
B , C 21.298
1
�ª = l,09kgf/cm < 1,50 = �s ·
�rn (�t + �L + crc) ·R � crsh
6h' ·Ft 6·235· 1792
' . !
�t = 0,298kgf/cm
2 2
bc 206·206
= 6h' ·Fl 6·235·1753
�L = 0,283kgf/cm
2 . 1
b , e cb 206·206 2
13.684 + 1, 1 ·236 = 0,329kgf/cm
· Fc + 1,lPg
Fig. 7.60 - Dimensões do �e
bc 206·206
cone de arrancamento

�m = (0,298 + 0,283 + O, 329) · 1,992 = 1, 79
B e = b + 2h' . tg/3 �m 1,79 > 1,50 = 0:-sh
B e 20 + 2·235·tg20•
B = C Até o momento, comprovamos que o solo aguenta ao carre­
3,77m
gamento transmitido pela grelha adotada. É necessário ·agora verifi­
Volume do cone de arranc car a resistência da própria grelha.
amento
Vt = :r-
h'
(se+ bc + vBC·bcl)
4 - Verificação das dimen�ões da grelha
Vt 20, 54m 3 Verificação da viga L
Peso do cone de arrancame Momento fletor máximo:
nto

r
2 2
g (Fc + 1, 1P 0 ) ._L
Pt = ct ·Vt M1 = -
q·2--- b 2
P = 28.757kgf
(Fc + l,lPg) __l_ �·v'Z -
M1 = ( 1
Verificação: b 2 2
._)
K Pt + 1, lPo
= 28.757 + l,1·236 M1 " (Fc + 1, lP g ) · b
50
= 23.001 + l,1·236 ·20
50
6
.) FTi 19. 105 1,52 > 1,5:verificado \
M1 = 102.574kgf·m
.J 2 - veri�icação quanto ao
) afundamento Da tabela de perfis temos para o perfil L 4,45 (1 3/4)
.
Calculo da área líquida
· ;- da grelha € espessura e= 3 1/16 o momento de resistência w1 = 2.30cm
3

AI 1q Z1b1b + Z2b2b + 2Z1b1b2


Logo:
AI lq = 22·4,45·206 + 2·5
,00·206 _ 2·22·4,45·5,00 w, 22•w1 = 22·2,30
AI 1 q =21.298cm 2
w, 50,60cm
3

Coeficiente de área líq


uida Tensão de flexão:
bc 20·20
R
AI 1q 21. 298 �
M1
111
102.574
50,60
= 2.036kgf/cm
2

R = 1,992
�= 2
2.036kgf/.cm < 2.530kgf/cm = 2valor limite

- - - - . ._. -__
_-_-_-
1
513
512 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações

2 1/2" xS/16"
Verificação das vigas u Da tabela de perfis ternos para o perfil L
Da tabela de perfis temos para o perfil U 1 O , 16 rk = 1,24
2
(10, Skgf/m) o momento de resistência W2 = 37,Scm 3 A = 9,48cm
Logo: Logo:
1/2 = 2·W2 2·37,5 1, 130,4
=
= 3 À
W2 75crn 1,24
À= 105 J
Tensão de flexão: máximas
para este valor de À, na tabela de tensões )
(J'
M1
\.12
102.574
75
temos:
U'a = 1.50lkgf/crn
2 J
U'
2
= l.350kgf/cm < 2.530kgf/cm
2 J
Tensão de flambagem
·.. �)
5 - Dimensionamento das pernas. Fig. 7.61 F 7.233
(J' = J:"' - 9,48
= 763kgf/cm2 �)
U' = 763kgf/crn
2
< 1.501kgf/cm
2
J
)
7.8.4 - Tubulão '.)
._._)
), classifica­
Estas peças de concreto armado (Fig 7.62 J
s na verdade em ·duas
das corno fundações profundas, são construida )
versões.
Fig. 7.61 - Pernas da grelha profundida­ )
Em terrenos de boa consistência, à peqUena
ntes regras: )
de, os tubulões são dimensionados com as segui
absorvidos pela compressão do )
Esforço de compressão das pernas Esforços de compressão
al do mesmo com o )
F = F = Fci ·b
+
FLI + Ft1 ·h' terreno na base do tubulão e pelo atrito later
4h' 2a )
terreno.
\ peso próprio do )
13.648·2,06 ( 1. 753 + 1. 792) ":.. Esforços de arranCamento - absorvidos pelo
�-

F + ·2,35
4·2,35 2·206
concreto e pelo peso do_ volume de terra do cone
de arrancamento .)
F 7.233kfg
ia do terreno )
- Esforços de flexão - absorvidos pela res-isténc
e prfundida­
Índice de esbelt�z Em terrenos de baixa resistência por grand .)
ões são realmente
lf de, alto nível do lençol freático, os tubul )
rk
fundações profundas e dimensionados com as bases
de: J
Como existe um contraventamento pela compressão do
comprimento de flambagem é dado por:
entre as pernas, o - Esforços de compressão - absorvidos j
do mesmo
terreno na base do tubulão e pelo atrito lateral __)
li1 + lr2 133,2 + 127,6
lr =
- Esforços de tração . � absorvidos pelo peso próprio do
2 2 -)
terreno. Em caso de
lr 130,4cm concreto mais o atrito lateral do mesmo com o )
,r
--- ,--. --�- . �.J. ·_.
1
i
�,,
515
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão ..
'J 514 Fundações
ões da
a um conjunto de dimens
solo, do concreto e do aço}, chegar
,=, itir com
'.�

que seja. capaz de transm


peça de concreto - tubulão ---tal
e seja capaz_ de
• J

máximas ao solo, e est


'.) segurança as solicitações
urança.
absorvê-las também com seg
/
.8
� h, f 9
nto
)
9
' Roteiro para dimensioname
das cargas
,W,$7$�- projeto - é a definição
1
��
'.::) Levantamento dos dados do as de
d as Car act erí sti cas do solo e dos rnateri
,::) 1
'
a suportar e
f

"' " ' " construção disponíveis ..

I ,.
) 1
3 ' n

) -t--'--- �----NA _ Cargas na-hipótese i:


.:) ' Fc i _ compressão máxima

"'
transvêrsal
1 Ftt -. esforço horl. zontal
.) ,i/ '
1
fLi - esforço horl·z
ontal longitudinal
'
.) 1
'
.J _ Cargas na hipótese j:
.

1 ' o
'
) Fr J - tração máxima
transversal
) 'Fig. 7.62 - Esquema de um tubulão FtJ _ esforço horizontal
l longitudinal
FLJ - esforço horizonta
)
necessidade pode-se ainda lançar mão de um bloco �e functa 9ão. no Força horizontal máxima:
i)
,) topo do tubulão, com a finalidade de aumento de peso do concreto. 2 2
FTmax = / Ft + FL
.J Em qualquer caso, desde que o tubulão todo ou parte
_ Características do sol
o
.J dele. esteja submerso no nível freátic.o, deve-se c9ns�derar o
'(N - peso específico do
solo

.J esforço. do empuxo sobre o mesmo.


'(S
- peso específico do solo saturado
J Os tubulões podem ser empregados como fundações
tTs - tensão de compressão
simples ou fracionadas. Quando na forma de fracionadas, usa-se um
.) "'\_ tensão de aderência
tubulão por pé de torre e normalmente padronizado.s para uma mesma
.) �_ângulo de talude
.
torre. Nestas condições, os tubulões são dimensionados para a ixo do nível do terreno
,) NA - nível da água aba
hipótese mais solicitante do pé mais desfavorável, e verificados
,) creto:
para a hipótese mais controvertida, mesmo que para outro pé da - Características do con
o
culo do concreto à compressã
.) estrutura. Fc d - resistência de Ca'l
, o
ca do concreto à compressã
.J Os tubulões profundos. não deixam de ser um tipo Fck - tensão característi
,) especia_l de estaca Neste item discutiremos apenas os tubulões rc _ peso específico
.J aço Tipo - CA
rasos. - Caracteristicas do
,) e
O dimensionamento de um tubulão de concreto . consiste Fyk _ tensão de esçoam nto
:..J culo do aço à tração
em: partindo-se dos dados de projeto (_cargas, características do Fyd - resistência de cál
.J
":') ----
517
516 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações

Cálculos
Cargas de cálculo - todas as cargas devem ser majoradas de
l . _)
um fator K1 (K1 = l, 1 a 1, 2).

Ci = K1 · Fci
ti = K1·Fti
d )
TJ K1·FTJ )
Fig. 7.63 - Atrito lateral
tJ = K1 ·FtJ )
LJ K1 ·FLJ
)
-
e ompresao ma'x1·ma do solo (Fig. 7.64)
Dimensionamento à compressão as forças verticais de J
� 4(Fcm - Ra)
compressão (C1 e peso próprio) serão absorvidas pelo atrito lateral
2
)
D \
e compressão do terreno na base do tubulão. Embora o empuxo .alivie · _)
n:
a compressão da base do tubulão, o mesmo não é considerado. )
Volume do concreto )
Ro
Vc = Vci + Vc2 + Vc3 + Vc4

Onde: .)
2
= rrd
(a + h )
--4- 1
cr,
Vc2
rrb 2
(D + d
•2 )
+ D·d• )
----i:z- )
tubulão
Fig. 7.64 - Compressão da base do
Vc3
rrD-
- e
2
forças verticais àe
)
4 Dimensionamento ao arrancamento - as \
as
parte submersa ) , Sa-0 abvsorvid
_)
2 traçã'd;.· (arrancamento e empuxo da
Vc.4
1td , , . pelo peso do vo 1 ume do cone
àe )
-4- g pelo peso propr10 do concreto e
.)
arrancamento.
Peso do concreto .)
Volume de concreto abaixo do NA
Pc = õc•Vc )
Vcs = Vc3 + Vc2 + Vcs
J
'
Carga de compressão máxima
Onde )
Fcm = Ci + Pc
Vcs =
1td
2
(hl - f) para f " h1 .j
-4-
)
Resistência devida ao atrito lateral (Fig. 7.63}: rr· b • 2
+ D
2
+ Dd')
Vc2 = --iz (d .)
Ra = rr·d·h·n rr·D
2
)
Vc3 = e
4
---�-- �-
___f"
519
518 Projetos mecânicos das lin�as aéreas de transmissão Fundações_

Volumé de solo acima do nível da água:


Volume de concreto acima do NA
Vce = Vc - Vcs Vsr = Vs - Vss

Peso do concreto considerando o empuxo (Fig. 7.64)


Peso do solo estabilizante:
Pct = Vcs•'Yc - E +Vce' õa
tJ
Ps = Vss· (ãs - õa) + VsE·'(N"Ca = peso esp. da água

Peso estabilizante total, considerando o empuxo:


�4-, NT

E• Vc:.. ta PE=Ps+Pcr
fo: Peso esp. _Net��aNA
o'çuo Fatot de segurança ao arrancamento:
t
�� - E•Empu<e

m�tíililffl
PE
KA = TJ
S.olo
Resistente
Onde KA " 1 , 5
Fig. 7.65 - Consideração do empuxo
- V�rificação ao reviramento:
1
Volume de solo estabilizante: ! Momento de reviramento:
Vs = Vs1 - Vs2 - VS3 - Vs4 J
M = Ftmax. (li + h)
Onde:

[D2 + (2h·tg$ + D) 2 + D· (2h·tg$ + D)]


Momento resistente lateral

3
+ D· (h3 - h23l1
3
,e [d·hl 3
°
(D + d)· (hz + h1 )
n·D
2 MR -z- + 2
Ys2 - - e
4
Coeficiente de segurança
Ys3 rr·d2
-4- h1
;\ KR = :!. 1, 5
Ys4 = "· b 2 2
� ( D + d + Dd)

Volume de solo abaixo do nível da água: Dimensionamento da ferragem Os tubulões devem ser
segundo as normas do cálculo
dimensionados à flexo-cornpressão,
Vss = Vss - Vs6 - Vs2 - Vs4
estrutural.
Onde:

Yss = rr· (h-f) 2


12 {D + [Z(h - f)•tg$ + d] 2 + D·[Z(h - fl·tg$ Exemplo 7.5

Verificar a estabilidade do tubulão mostrado abaixo


rr·d 2 (Fig. 7.66), para as seguintes hipóteses de cálculo:
YS6 = - - (h1 - f)f " h1
4
. -C _.t.�
521
/1
520 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações ,j

)
a compressão:
Tensão carac. do concre to )
2
1 d • 0,6

Fck = 150kgf/cm
_NT
J
1/ '\ 9 • o, 5
o •0.3
6• o.a
. ecífic
Peso esp o: ··,
,e= 2.200kgf/cm
2
..)
Coeficiente de segurança:

NA
õ*c = 1, 4 )
----- __ y-
)
h• '
hl: 2, 7
características do aço
.)
Tipo de aço -. CA 50
h2•36

)
1
/ij
1
"" 1
b:Q,8

e •0,1
Tensão de escoamento:
Fyk = 5.000kgf/cm
2

Resist. cale. escoamento:


)
)

2 ..J
O ',, 6 Fyk = 5.000 = 4.348kgf/cm
fyD =� 1. 15 ,_ J

)
Coeficiente de segurança:
-__
Fig. 7.66 - Exemplo 7.5
-;r*s 1,15 =
)
Hipótese 1 Cálculo \
Compressão máxima - Fc1 46.789kgf fundações - majoradas de 10%
.j

Esforço transversal - ftl 1 _ cargas de cálcu 1 o nas


08.062kgf
Esforço longitudinal - f11 04.23ó1kgf
FLl=l,1 �ll=04.662kgf
_)
Esforço transv. máx F t max 1 = 09. 108kgf
Hipótese 2 ti= l,l·Fti = 08. 868kgf
Tração máxima - TT2 32.230kgf )
Esforço transversal - ft2 06.052kgf _ 1 • l·Ftmaxl = !0.109kgf
F tmax 1 -
._)
Esforço longitudinal f12 = 02.928kgf T2 = l,l·Fc2 = 35.563kgf
Esforço transv. máx - Ft max 2 = 06. 727kgf ·\ )
/
FL 2 = l,l·FL2 =03.22lkgf
tz = 1,l·Ft2 = 07.395kgf
)
Características do solo
Peso específico ........... õH = 1.400kgf/m3 - 1 , 1 . Ft max 2 = 07. 395kgf
F tmax 2 _
Peso específico saturado .. õs = 1.700kgf/m )
Tensão de compressão...... �s 2kgf/crn
Tensão de aderência ....... Ta
2
2kgf/crn 2 - Dimensionamento à compressão: )
Ângulo de atrito.......... � 20°
NA abaixo do terreno...... f = 2m _ Volume de concreto J
Vc Vc1 + Vc2 + Vc3 + Vc4 ____)
d
2
Característ-icas do concreto
- nd
2 + Vb (D 2 + d2 + Dd') + ,r
e + -4-g
Resist. cálculo a compressão: Vc - 4
(a+h1)

2
,,)
= 150 2 Vc = 2,104m
-- = 107kgf/cm
FCk
1.4
Fco =

l 1
. /
.
"i 522 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Fundações.
,..�,..,,..,
GERÉUCIA DE INFOR�O 1
E DOCUiJEtlTACAO

\ •• V-.JV\ ,i:, BIBLIOTECA

i:
- Peso de concreto CENTRAL
',
' '• Po = ,o•Yo = 2.20 0 •2,104
Po = 4.629kgf ,rb 2 2
)l Vs4 = l2 (D + d + Dd)
Compressão máxima do terreno Vs = 25,118m
3

:) Fom = C1 + Po = 51.468 + 4.629 1


fom 56. 097kfg 1 Volume do solo abaixo do NA
Vss Vs5 - Vs2 - Ys4 - Vs6

:�
- Resistência devido ao atrito lateral ,r (h-t) 2
Ra 7td·h·Ta '
''
VsS
12
{D 2+ [2 (h -f) tg/3 + d] + D[Z(h-fltg/3+d]}
2
Ra 13.949kgf ,rD
'') Vs2 --4-
'\
C

- Compressão máxima do solo ,rb


Q 2
+ d 2 + Dd)'
')
= (D
ffs = �---2,-------
(Fom - Ra)
. Vs4
12
2
,rd
,J

,rD
2
Ys6 =
-4-
(hl - f)
ffs 2,lkgf/cm = �s aceitável 3
Vss = 2,354m
3 - Dimensionamento ao arrancamento - Volume de solo acima do NA
- Volume de concreto abaixo do NA .f
VsE ::: Vs - Vss
Vos Vo 2 + Vc3 + Vcs 3
VsE 22,764m
Vos ,rb 2 2 ,rD
2
,rd
2
=
12 (d' +D +Dd') + e + (h1 -f) Peso do solo estabilizante
) -4- -4-
)
Vos = 1,313m
3
Ps = Vss (ãs - ãa) + VsE·ãs

Volume de concreto acima do NA


Ps = 33. 5 17kgf

Voe Vc - Vcs Peso estabilizante total considerando o empuxo


Vcc 0 ,791m
3 PE Pct + Ps

e_) /\ PE = 36.833kgf
- Peso do concreto considerando o empuxo
) E= Vcs·7a _ Fator de seguranca ao arrancamento
) E = 1. 313kgf Ka = i� = 1,04 < 1, 5
Pot Pc - E
Pet Deve-se voltar e alterar as dimensões iniCiais de D,
3.316kgf
por exemplo para D= 2, 0m.
j Volume de solo estabilizante
4 - Verificação ao reviramento
) Vs = ·Vsl - Ys2 -- -Ys3 - Vs4
Momento de reviramento
2
Ys1 = �� [D +(2h•tg/3+D) 2
+ D (2h·tg/3+D)] M = Ftmax (t, + h).
2
,rD- e M = 33.700kgf·m
Vs2 = --
4
,,!
\. -·.-_'·-'--- ---·--�·--��-"------�.é
-1.
525 ))

1
Fundações
524 Projetos mecânicos das linha� aéreas de. transmissão
aço ASTM 36 galvanizado .')
Estas peças, normalmente em
- Momento resistente lateral adas '1
2
utadas em cantoneiras e posicion

l
(�fl = 2.530kgf/cm ), são exec J
�,e
� [ .
3 3
(D+ d). (h2 +h1 ) s.
MR = a•hl 3 + gem da par te superior das fundaçõe
2 2 com exatidão durante a concreta
"stubs" e "cleats": )
Dados necessári os ao proje.to dos
MR = 52.663kgf
•• Esforços nas fundações: )
- Coeficiente de segurança ao reviramento toconforme a hipótese i J
Fr1 - maior esfor ço de arrancamen
R o conforme a hipótese i
KR = � = 1,56 > 1,5 Fci - mai o r esforço de cornpresã )
- Características do concreto: )
2
�R - (kgf/cm) tensão admissível de
ruptura do concreto
entre concreto e aço
1 )
-ra - (kgf/'Cm ) te-ns_ão de aderência
2
)
7 • 8.5 - "Stub" e "cleats"
iderando o esforço de tração
- Dimensionamento do "stub" - cons )
cantoneira, tal que:
A transição dos esforços ent re estrutura metálica de FTi faz-se uma pré-escolha do perfil )
uma torre e o co ncre to das fundações, sempre é feito por uma peça 1,5 Fn J
metálica, denominada "stub"' que é .engastada no concreto e deixada
crn )
dimensões b1}�t1. Em
na forma de arranque acima d o,· · arrasamento da fundação. Para levará a um perfil L de
Isto )
11 de engastamento do "stub" no )
diminuir o empuxo e melhorar a aderência no concreto, usam-se seguida, determina-se o comprimento
aderência e a área de contato )
reforços metálicos, denominados de "cleats", parafusados nos concreto, considerando a tensão de
"stubs" (Fig. 7.67). entre concreto e aço. )
7 5 F.;_r_,
--º�'-· _ )
11
,?:: ;__. _
(2+./z ),:a )
considerando-pe o esforço de )
- Dimensionamento dos "cleats" -
el de esmagamento do concreto, )
compressão Fci e a tensão admissív
at", tal que: )
determina-se a cantoneira de "cle
o
J \ )
0,75fc!
bz ?:. N·l2·<rR )
)
Onde:
)
N é o número de "cleats"
cleat" )
12 :. b1 é o comprimento de cada
11

perfil L de abas b2. Em


Isto levará à escolha de de um
as
tz da cantoneira, coerente com
)

seguida, ado ta-se a espessura


tal f orma que fique verificada
a )
outras dimensões transversais, de
dos
ante o não dobrament o das abas . /

Fig. 7. 67 - "Stub" e ''cleat" relação prática abaixo, que gar


"cleats". ' ..
/
526 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 527

2
(7,62x7,62 cm) e secção 11,48c m
Onde: Comprimento de engaste:
Ré o raio de concordância da cantoneira O, 75•FTmax "'55,08cm
3,41·1:a·b1
crr1 é a tensão admissível de f-lexão do aço ASTM A36 (2.530)
Caso necessário, o valor de b deve ser revisto. Comprimento adotado= 55,08/0,75 � 75cm

Dimensionamento dos parafusos de fixação dos "cleats" no Dimensionamento dos cleats:


"stub" - considerando-se que todos os N "cleats" sa-0 fixados com o Definição do perfil:
mesmo número "n" de parafusos de aço de alta resistênci�. usando 3 cleats de 12 = 7,5cm em cada face do stub, te
determina-se o diâmetro d·os parafusos, tal que: remos:
O, 75·Fc.max � 2,84cm
ba � N·l2·<rR
d"' /4·K·Fc1 e
n·N·n·v l Perfil adotado:
i
L 1-1/2xl-1/2xl/4" (3,8lx3,81cm)
K•Fc1
n·N·t2·a-c Verificação final:

Onde: b2 "'R + t 2 //aTi'


:JÕ'it "'3,02c
m (R = 1, 43cm)
2
V é a tensão admissível de cisalhamento (1.500Kgf/c m )
Dimensionamento dos parafusos: usando-se dois parafu­
crc é a compressão admissível no aço da cantoneira sos por cleat, e fator de segurança de 1, 5 : ,'_,
Desprezou-se a força de atrito entre os "cleats" e o "stub",
4·K·Fc1
devido ao aperto dos parafusos. = 1,56cm
N·n·r.:·v
Parafusos adotados: parafusos de alta resistência - padrão ame
Exemplo 7.6 ricano - A-325 diametro 5/8" .

.J Dimensionar os stubs de uma torre


<J esforços máximos são:
de uma L. T., cujos /1
7.8 - BIBLIOGRAFIA
1Q FT max = 19. lOSkgf

i
,_)
<J
Fc max = 23. OOOkgf
Usar:
1 - BALLA, A., "Uplift resistance of bulb type foundations for
overhead line foundations". Minutes of the 5th International
1

= 2
·:J O'R 135kgf/cm
"C'a = 10kgf/cm 2 Congress on Soil Mechanics and Foundatiops Wo_rks, Paris,
1

(J'fl = 2.530kgf/cm 2 1961.


hawbannés.
'�) 2 - BARR_AUD, Y., "Fondations de pylônes classiques on

t
o
-Dimensionamento-do perfil do stub:
des
Definição do perfil: Recherches expérimentales". Bulletin sté. frança:lse"
electriciens, (classical and guy anthor fondations,
rc_) 1,5 FTmax
A"' i.!::: 11,33cm 2
�)
Ta experimental research), outubro de 1958.

--- --�-- ----- - - - - --


1
- "_..::_J
ProjeroS mecânicos_ das /inh_as t;éieas_ d� transmfss5o-·-
' . : '
3 - Bl'ARf?, _ ;.:. ,. ".'.C�ntr.ibut_ion à l_' étude âeS ·propr-ietéS rnéchanique·s_
· des�·soí!S ét des m"atériaux--pulV�ffr-Ule_Il(S 11 ··Thê·se· de· D�_çto.rat _ ••.

�n s·ci�nce, Facul té des _-se iene��:_ ·de· Grend.ble, julhbi '.de ·.1-96r:. - ·
·. CONTROLE DE"
4 -� BARRAUD, Y., ·,�. DATÁ O EVOLUÇÃO .'
fonditions sollicités.·� à :---1 ·-ar·racherneri
'-. '· ..
t",. Bt111e1:ir{
·. SOci�·ié'. Fr:-ançaise· d s electri-'Cierl.S, setemb.rq·; l��2.
.,_.
de · 1a
- . -- , ''

e_

5 -� PATERSON, G. ·e UIÜE,: R,L, ·'IFU:11�sç,.-le uplift resisteI)ce tests


on ·rondatiorfs bf ·oyej-·.:heact' linJs toWers-'_'·. · C-IGRE'.;, Paper __nc ··
1
. 203, _ 1964. - .
. -� .• ·. . . . . ,._ . ;_' J 1
6 � MORS, H., ·. "Methods of uplift fondat:itin''cíesfgn'. . .'rpr- ·over head ·
.
.. line tow�.rs". CIGRÉ_, Paper n• · 210; \;64: '. . .

.
7· ;... .'MoNTÉ{�-:s-. , -�"-:C�nt �ibution_---à.�··1\}::tu�� · _ dé': foiida ti'On
0

-
i"Gités·' à' sori
-
l ', àrr�ch·ernent. Phênomen:,- Pia··�-.· �.ile� · �u:� v� r�l �nts;,_·:·i'. Íhé�e.
�e _·spê��ia'l i té, · ·Facul tê· des - Sê'iences de· :cr_eri�_b1� ! _ re·Ver·e f I'."o,
1966 ..
8 - ZOP�Ê:TTI, G.J,; Redes Eléct�icas· de alta Y, baja tensión, (2 o
ed.)-. :Editorial Gús't-ayo G"fii, ·s.-P.....:--Barcfl_ofl,â._.
9 CONPANHIAS!DE;RÚRGICA NACIÓNAÍ., "Catálogo de, produtôs'\
. 10 - · AElNT,' Normas NB 182/72,
t-ransinissão e subtransmissãó .de energia· élétrica"::;
Associação Brasileira de Normás· 1;'éCnicà_s, R�·o tje ·j'��eir.o·.-·,.,
1972.

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