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PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS

AÉREAS DE TRANSMISSÃO
PAULO ROBERTO LABEGALINI
Professor Adjunto da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá

JOSÉ AYRTON LABEGALINI


Professor Auxiliar da
Escola Federal de Engenharia de lt�jubá

RUBENS DARIO FUCHS


M. Se., Professor Livre�Docente da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá

MÁRCIO TADEU DE ALMEIDA


M. Se., D. Eng., Professor Titular da
Escola Federal de Engenharia de ltajubá

PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS


AÉREAS DE TRANSMISSÃO

2� Edição

��
EDITORA EDCARD BLÜCHER LTDA
Prefácio da primeira edição
Livros, tratando especificamente dos.projetos mecânicos
das linhas aéreas de transmissão, têm sido publiCados em vários
países, principalmente na Europa. Certos aspectos do problema,
estretanto, aparecem somente em algumas publicações das .mais
variadas origens, nem sempre acessíveis a quem delas necessite.
Essa dificuldade ficou patente aos autores, ao receberem o encargo
de preparar um curso, em nível de graduação , -a ser ministrado aos
alunos da Escola Federal de En&enharia de Itajubá, visando.
especificamente ao preparo dos mesmos para essa área da técnica.
Tal fato, levou ao preparo de notas de aulas que servlssem de apoio
© 1992 Editora Edgard Blücher Ltda. aos alunos. Essas notas foram sendo ampliadas, através do enfoque

É proibida a reprodução total ou parcial


de
. '·
novo!? tópicos considerados importantes. Foram igualmente
por quaisquer meios utilizados em cursos de especialização técnica para engenheiros
sem autorização prévia da editora promovidos pela FUPAI, Fundação de Pesquisa e Assessoramento à
Indústria, com larga aprovação de algumas centenas de
EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.
participantes. O presente texto é conseqüência da experiência
01061-970 - CAIXA POSTAL 5450
acumulada durante esse período de prova. Com ele, os autores
END. TELEGRÁFICO: BLÜCHERLIVRO
SÃO PAULO - SP - BRASIL esperam dar aos engenheiros brasileiros uma boa base para o
desenvolvimento de seus trabalhos no setor, tendo-se em vista que o
número e a quilometragem de linhas a serem projetadas e construídas
Impresso no Brasil Printed in Brazil deverão c.rescer exponencialmente, face ao tipo de energia primária
àe que devemos dispor preferencialmente.
Os autores reconhecem que, hoje, uma elevada
porcentagem de projetos de linha é feita inteiramente por meio de
computadores digitais. Isso não invalida o presente texto, pois
�tanto usuários de programas como analistas de projeto, ou
executores de linhas, têm necessidade - e mesmo obrigação de
conhecer os fundamentos que originam tais programas.
E, àqueles que se vêem obrigados a projetar linhas de
transmissão sem terem acesso às citadas máquinas, acreditamos estar
servindo ainda mais.
Prefácio da segunda edição
A presente publicação deve-se principalmente ao
entusiasmo do amigo e colega, engenheiro Amadeu C. Caminha, cujo Esgotada a primeira E:dição sua simples reimpressão
incentivo foi decisivo e a quem os autores apresentam seus c.eria sido o caminho mais fácil, tanto,.para os autores, como também
agradecimentos. para a Editora. Não atenderia, porém, aos interesses dos leitores e
nem aos propósitos dos autores em proporcionar um .texto atualizado
Itajubá, 1981 que abrangesse a evolução registrada nos últimos anos nessa área da
Engenh_aria Elétrica.
A aprovação e registro pela ABNT da norma NBR 5422/85,
em substituição à norma NB 182/72, exigiu substanciais alterações
no texto. Novos tipos de condutores e novos conceitos de
estrututras passaram às práticas construtivas. Isso levou os
autores a repensar-- na E>bra .em- todos os se�s aspectos., inclusive na
ordem da apresentação dos diversos assuntos, resultando numa nova
distribuição da matéria nos capítulos, em geral aplicada em seu
conteúdo.
A continuada experiência em cursos de graduação e de
especiai'ização (estes ministrados principalmente a engenheiros sem
formação específica em sistemas de energia elétrica), mostrou ser
desejável uma introdução conceituando os sistemas comerciais de
energia, corno também um detalhamento maior dos equipamentos e
materiais que constituem as l_inhas elétricas em altas tensões e em
extra-altas tensões. Disso resultou um Cap. 1 aparente�ente
extenso, .�a.s __ qu�, no entanto, contém apenas as informações que
foram consideradas úteis.
•O Cap. 2 aborda com bastante clareza a maneira de se
estimar as forças atuantes sobre as linhas e dá um tratamento mais
atual e objetivo ao cálculo das deformações elásticas e plásticas
dos condutores.
O Cap. 3 aborda a matéria anteriormente coberta pelo
Cap. 1, com alguns novo s enfoques.
No Cap. 4, co mo naquele da primeira edição, é
apresentado um roteiro para a realização de um projeto de cabos de
uma linha. Seus principais aspectos são discutidos, com ênfase para
os itens que exigem tomadas de decisão do s projetistas.
No Cap. 5, as estruturas de sustentação dos cabos são
es tudadas com maior abrangência.
Principais símbolos empregados
O Cap. 6, vibrações nos cabo s, foi completado e
atualizado.
Símbolo Unidade Significado
O Cap. 7 foi quase todo remodelado no estudo das
fundações de estrutruras. A m Vão isolado - distância entre duas es­
Como outra novidade, decidiu-se
apr�sentar alguns truturas genéricas
2 Arca dos perfis da estrutura exposta
A
programas de computadores digitais, para facilitar os,trabalhos de ao vento
cálculos dos projetistas. Optou-se po r uma linguagem compatível com Ae m Vão niv_elaào equivalente a um vão des-
nivelado
a maioria dos microcompútadores e das calculadoras progr·amáveis, o Ar m v:;,.o regulador
"Basic". a m v�o básico para cálc,ulo
a m Dimensão da Caixa da estrutura
Este trabalho teve a colaboração de mui tos, aos quais ª' J m Vão entre as.estruturas i e j de_ um vão
continuo
os aut o res aqui registram seus agradecimento s. Ao Pro f. Robson
acr m Vão crítico de uma linha
Celso Pires, pelo preparo dos programas para o cálcul o dos ac m Vão gravante ou vão de peso
alongamentos permanentes. A Srta. Ilse Mota, pela caprichosa am m VJo médio ou vão de vento
B m L�rgura da base da estrutura
datil o grafia de parte do texto. Ao aluno da EFEI, Robson Pimenta, e 1:/ \ m Dimensão da caixa da estrutura
à Srta. Carla Andréa de Lima Ribeiro pela digitação e a o desenhista t Coeficiente de forma da estrutura
e Constante de integração
Sr. Argemiro do Santo s pela preparação dos desenhos que ilustram o e m Parâmetro da catenária
livro. Ck Coeficiente de Karman
2 Coeficiente de solo
Ct kgf/cm
Itajubá, março de 1992 e m Dimensão da caíxa da estrutura
Do m Distância de· descarga
( 7 9 Q ano da fundação da EFEI) Du Distância igual à tensão nominal da LT
m
DT m Di stância disruptiva
d m Diâmetro nominal d o cabo
de cm/kV Distância dé ··e-scoamento específico
dpr m Distâ ncia do pára-raio ao condutor
E 2 Kódulo de elasticidade do cabo
kgf/mm
E1 2 K?dulo de elasticidade inicial
kgf/mm
Símbolo Unidade Significado Simbolo Unidade Significado
2
Er kgf/mm Módulo de elasticidade final Po kgf Peso da grelha
ep m Espessura do poste pi kgf Peso da cadeia._pe isoladores
F kgf Forças definidas em cada caso PT kgf Peso de terra ',,
FA kgf Força horizontal na estrutura devido P(V) Probabilidade de um vento de velocida­
à mudança de direção dos cabos de V ser igualado
Fv kgf Força de vento resultante transmitida pop, kgf/m Peso por metro linear de cabo
à estrutura (i = 1, 2, 3, 4, ... )
f Hz Freqüência de vibração pr kgf/m Peso virtual de um cabo sob a ação do
f m Flecha de um cabo suspenso vento
fe m Flecha de um vão equivalente qo kgf/m
2
Pressão do vento no cabo
fn Hz Freqüência natural de vibração de um 2
q kgf/m Pressão de vento na estrutura
cabo q Coeficiente de amplificação de vibra­
fs Hz Freqüência de vórtices de Strouhal ção no condutor
fv kgf/m Força do vento por unidade de compri­ q kgf/m Carga distribuída numa grelha
mento R Coeficiente de área líquida de uma gr�
H kgf•s/m Coeficiente de auto-amortecimento do lha
condutp·r Re Número de Reynolds
H m Altura da estrutura rk m Raio de giração do perfil usado na es­
hi J m Desnível ou diferença de_, nível entre trutura
2 2
os suportes i e j s m ou mm Área da seção transversal nominal do
hs m Altura de segurança cabo
I cm 4 Momento de inércia da seção reta do T kgf Tração axial num condutor-força de ci­
condutor salhamento no perfil da estrutura
K Coeficiente de segurança To, kgf Componen·te horizontál de tração axial
KHT; KR; KHc; KLR Fatores de correção para a determina­ num condutor (i = 1, 2, 3, ... )
ção do vento de projeto Tmsx kgf Valor máximo da tração admissível no
Ka Parâmetro de vibração perigosa cabo
K Constante de fluência Tr-up kgf Carga de ruptura
L m Comprimento do cabo Tv s Período de duração da vibração
1 m Comprimento do poste Te s Período de observação da vibração
lr m Comprimento de flambagem t m Profundidade do bloco da fundação
M kgf.m Momento de tombamento t\ s Tempo
Mt kgf.m Momento fletor 'ti oC Temperatura
Mt Momento de torção tmf)n ,e Média das temperaturas mínimas anuais
m kg/m Massa por unidade de comprimento V m/s Velocidade do vento
rn1. , mJ m Distâncias horizontais dos vértices Vmsx kV Tensão elétrica máxima
das curvas aos pontos de suspensão
mais altos Utr m/s Velocidade transversal da onda de vi­
N kgf Esforço normal no perfil da estrutura bração
N1 Número de isoladores V Componente vertical da força axial
n Número de cabos V Velocidade do vento
n1, nJ m Oistã.ncias horizontais dos yértices V Volume de material
das curvas aos pontos de suspensão v,o km/h Velocidade do vento normalizado a 10m
mais baixos de altura e tempo de resposta do anemô
p kgf Carga vertical na fundação metro de 2s
pc kgf Peso do condutor Vp km/h Velocidade do vento de projeto
Símbolo Unidade Significado Símbolo Unidade Significado

km/h Valor médio das velocidades máximas 2


O"l, 2, 3 kgf/cm Tensões no solo
anuais do vento 2
3 O'• kgf/cm Pressão média no solo
cm Módulo de resistência do perfil da es­ 2
O'c kgf/cm Tensão de compressão no solo
trutura 2
Tensão de flexão longitudinal
O'L kgf/cm
X m Distância horizontal de um ponto P 2
O"mSx kgf/cm Tensão máxima
qualquer a um ponto de suspensão de um 2
O'l kgf/mm Taxa de trabalho n�s cabos tensionados
cabo 2
O'R kgf/cm Tensão de ruptura do concreto
y m Amplitude de vibração 2
O't kgf/cm Tensão de flexão transversal
y m Distância vertical de um ponto P qua�
O'v Desvio-padrão para ventos de intensida
quer a um ponto de suspensão de um c�­
de máxima
bo 2
O's kgf/cm Pressão máxima admissível do solo
graus,rad Ângulo vertical entre a força de tra­ 2
O'sh kgf/cm Pressão máxima admissível horizontal
ção axial T com urna horizontal do solo
ex graus,rad Ângulo de vibração
T Período percentual de vibração
ex
ex
graus Ângulo de deflexão da linha
Coeficiente de efetividade do vento so
,. % 2
kgf/cm Tensão de aderência entre concreto-aço
Tt Desvio-padrão das terrtper.aturas mínimas
bre os -cabos plurianuais
1/oC Coefi·c::'iente de expansão térmica linear
'P Índice de fluência
inicial
extr
w rad/s Freqüência circular de vibração
Coeficiente de expansão térmica linear
final
/l lndice de fluência
/3 graus Ângulo de talude
r
' graus
Circulação
Ângulo que um cabo, sob a ação do ven­
to, faz com a vertical - bal_anço da

't, - graus
cadeia
lndice de fluência
Variação de uma grandeza: por ex.,
àt = variação de temperatura
t, mm/mm Elongação total de um cabo
bteq o( Variação de temperatura equivalente a
urna elongação
õ Diferencial
3
li kgf/m Peso específico de um material
Õp mm/mm Elongação de um cabo por mudança do mó
dulo de elasticidade
" mim Variação de comprimento de um cabo
" mm/mm Elongação devido à fluência
Tj Amplitude relativa de vibração
e o( Temperatura na fluência
À m lndice de esbeltez do perfil .metálico
À m Comprimento da onda de vibraç-ão
3
p kg/m Massa especifica do ar
:!: Somatório de uma grandeza: por ex.,
=
:I:F' somatório das.forças
Conteúdo
PREFÁCIO
PRINCIPAIS SÍMBOLOS EMPREGADOS

CAPÍTULO 1- Introdução à transmissão de energia elétrica


por linhas aéreas de transmissão

1. 1 GENERALIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ·7
1.2 TENSÕES DE TRANSMISSÃO - PADRONIZAÇÃO ................... 4
1.3 FORMAS ALTERNATIVAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .. 8
1.3.1 - Transmissão em corrente contínua em AI e TEE .......... g
1.3.1.1 Esquemas de transmissão a CC .. . . . . ·: . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3.1.2 - Vantagens e desvantagens ............................ ;:
1. 3.1.3 - Principais aplicações da tr..ansmissão em CC .......... '::
. /,

. - po l'f'
'� . 3. 2 - T ransm1ssao .
1 as1ca
.
d e or dem superior ............. . lo
1.4 - COMPONENTES DAS LINHAS ÁREAS DE TRANSMISSãO ............. 17
1. 4.1 - Condutores ............................................ J 9
1.4.1.1 - Padronização de dimensões de fios e cabos ........... 23
1. 4. 1. 2 -/J;ipos de cabos para condutores de linhas de
·· transmissão ......................................... 2-r
1.4. 1. 3 Cabos para pára-raios ............................... 32
1.4.1.4 - Capacidade térmica dos cabos - Ampacidade ........... 33
1.4.1.5 - Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões38
1.4.2 - Isoladores e ferragens ............................... . 42
1.4.2.1 - Tipos de isoladores ................................. ��
1.4.2.2 - Características dos isoladores de suspensão ......... n
1.4.2.2.1 - Número de isoladores em uma cadeia de suspensão ... �9
1.4.2.3 - Ferragens e acessórios . , ............................ 51
1. 4. 2.3. 1 - Cadeias de suspensão .............................. 52
1.4.2.3.2 - Cadeias de ancoragem .............................. 57
1.4.2.3.3 - .Emendas dos cabos ................................. 59
l.4.2.3.4 Dispositivos antivibrantes ......................... 67
1.4.2.3.5 Espaçadores para condutores múltiplos .·:':........... 62
1.4.2.3.6 Sinalizacão de advertência ........................ 63
1.4.3 - Estruturas da linhas ..................................64 CAPÍTULO 3 - Estudo do comportamento mecânico dos condutores
1.4.3.1 - Dimensões básicas de um suporte .....................65
1.4.3.1.1 Efeito dos cabos pára-raios ........................66 3. 1 - INTRODUÇÃO ............................................... 152
1.4.3.1.2 Altura das estruturas .......................... . 66 3.2 - COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS - VÃOS ISOLADOS ........ 753
1.4.3.1.3 Distâncias entre partes energizadas e partes 3.2.1 - Suportes a mesma altura ................... . . . . . . . . . . . . . 154
aterradas dos suportes ............................69 3.2.1.l - Equações dos cabos suspensos ................ ····159
1.4.3.1.4 Disposição dos condutores nas estruturas ......... . 72 3.2.2 - Suportes a diferentes alturas ......._ .................... 7 64
1.4.3.1.5 Classificação das estruturas em função das cargas 3.2.2.1 - Comprimentos dos cabos de vãos em desnível ........... )69
atuantes ......................................... . 74 3. 2.2.2 - Flechas em vãos inclinados ........................... 772
1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de 3.3 VÃOS CONTÍNUOS ........................................... 176
resistir .......................................... 77 3.4 EFEITO DAS MUDANÇAS DE DIREÇÃO ..... ...................... 791
1.4.3.1. 7 Materiais estruturais ............................ . 82 3.5 INFLUÊNCIA DE AGENTES EXTERNOS ........................... 793
1. 5 - BIBLIOGRAFIA ........................................... . 84 3.5.1 Efeito do vento sobre os condutores .................... 794
3.5.2 Efeito da variação da temperatura ......................200
3.5.2.1 - Equação da mudança de estado - vão isolado ........ . . . 201
3.5.3 Influência da variação simultânea da temperatura e da
CAPÍTULO 2 - Elementos básicos para os projetos das. linhas carga de vento - vão isolado ...........................206
aéreas de transmissão 3.5.4 Influência da variação das temperaturas e da carga de
vento sobre estruturas em ângulo ...................... . 210
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................8 7 3.5.5 Efeito da variação da temperatura sobre vãos isolados
2.2 - CONSIDERAÇÕES- SOBRE A SEGURANÇA . DAS LINHAS ..............89 desiguais ..................................' ............212
2.3 DETERMINAÇAO DOS ELEMENTOS SOLICITANTES .................92 3.5.5.1 - Efeito da variação da temperatura sobre vãos
2.3.1 Determinação das temperaturas necessárias aos projetos 93 adjacentes desiguais .................................275
2.3.1.1 - Método estatístico ..................................93 3.5.6 - Vãos contínuos - vão regulador ......................... 22 2
2.3.1.2 - Método direto ou gráfico .................e ......... ,96 3.5.7 - Efeito das sobrecargas de vento sobre vãos desiguais ... 227
2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto ....�7 3.6 - BIBLIOGRAFIA .............................................229
2.3.2.1 Efeito da rugosidade dos terrenos ............ . . . . . . 105
2.3.2.2 Velocidade básica de vento ......................... ,06
2.3.2.2.1 - Método estatístico .............................. . 107
2.3.2.2.2 - Método direto ou gráfico ....................... . . 110 CAPÍTULO 4 - Roteiro dos projetos mecânicos dos condutores
2.3.2.3 - Velocidade do vento de projeto ................... . . 111
2.3.2.4 - Velocidade básica com período de retorno qualquer . . 113 4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................. . 231
2.3.2.4.1 - Método estatístico .............................. . 113 4.2 - ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DOS SUPORTES ......................232
2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico ........................ . 113 4.2.1 - Trabalhos topográficos .................. , ............. . 232
2.3.3 - Determinação da pressão do vento .................... . 116 4.2.2 - Fatores que influenciam o projeto ......................236
' '
4 .2 . 2. 1 - Montagem
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO .................... . 117 dos cabos ...................................239
2.5 - FATORES QUE AFETAM AS FLEXAS MÁXIMAS DOS CABOS ....... . . 120 4 .3 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DOS CABOS .....................253
2.5.1 - Temperatura máxima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 4. 3.1 - Elementos básicos ......... ............................ . 254
2.5.2 - Características elásticas dos cabos ............. . . . . . 121 4.3.1.1 Escolha da condição regente do projeto .............. 255
2. 5. 2. 1 Deformações plásticas e modificação no módulo de 4.3.1.2 Vão básico ou vão de projeto .........................260
elasticidade em fios metálicos ................... . . 122 4.3.1.3 Tratamento dos cabos durante a montagem ............ . . 264
2.5.2.2 Diagramas tensões - deformações em cabos .......... . 125 4.3.1.4 Cálculo da curva de locação e confecção do gabarito ..267
2.5.3 - A fluência metalõrgica ............................... 129 4.3.1.5 - Métodos de empregos dos gabaritos ................... . 27 3
2.5.4 � Cálculo dos alongamentos permanentes ...... : ......... . 134 4.3.1.6 - Projeto de distribuição ..............................210
2.5.4.1 - Método convencional ............................... . 135 ,.4 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ...............................
".
212
2.5.4.2 - Métodos recomendados pelo �G-22 do CIGRÉ ......... . . 141 4.4.1 - Enunciado específico ........................· .....': :··.. _,.__ 282
4.�.2 Determinação da velocidade de vento do projeto e forças
2.5.5 Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento
permanente ........................................ . . . 146 resu1. tantes da ação do vento ...........................215
4,4.3 - Dimensões básicas das estruturas .......................286
! S 6 Características térmicas e elásticas dos cabos ....... 749
!,_4_4 - Escolha do vão básico para cálculos .................... 289
4.4.5 - Hipóteses de cálculo e condição regente de projeto..... 290 6.1. 2. 2 - Galopping ou galope........................ ·....... · · 366
4.4.5.1 - Para os cabos condutores ............................. 290 6.1.2.3 - Oscilações de rotação................................ 367
4.4.5.2 - Para os cabos pára-raios................... : ......... 294 6.1.3 - Efeitos das vibrações................................ : .367
4.4.6 - Confecção do gabarito.................................. 296 6.2 - ESTUDO GENERALIZADO DAS OSCILAÇÕES EM LINHAS DE TANSMISS AO
4.4.6.1 - C álculo das flechas para o gabarito.................. 300 COMOVIBR AÇÕES AUTO�EXCITADAS .................... ........ 368
4.4.7 - Tabelas ou curvas de flechamento dos cabos condutores.. 304 1. 6.2.1 - Introdução ao problema......... ·,....................... 368
4.4.7.1 - Tabelas de trações em função das temperaturas ........ 305- 6.3 - ESTUDO DO FENÔMENO DAS VIBRAÇÕES POR,VÔRTICES ............ 374
4.4.7.2 - Tabelas de flechas em função das temperaturas e vãos. 306 6.3.1 - Descrição matemática.............. :............... ..... 374
4.4.8 - Tabelas de flechamento dos cabos pára-raios... ......... 308 6.3. 2 - Origem hidrodinâmica das vibrações eólic.as............. 376
4.5 - BIBLIOGRAFIA............................................. 31 O 6.3.3 - Desenvolvimento da vibração eólica em um vão de linha
de transmissão......................................... 380
6.4 - AUTO- . - CONDUTORES................. ........ 315
AMORTECIMENTOEM 383
CAPÍTULO 5 - Estruturas para linhas de transmissão 6.5 - INTENSIDADE DE VIBRAÇAO..................................
6.6 - CRITÉRIOS DE VIBRAÇÃO PERIGOS A ....................... .... 388
5.1 - INTRODUÇÃO............................................... 31 5 6.6.1 - Prognóstico do nível de vibração.............. ......... 388
5. 1. 1 - Classificação .......................................... 315 ó.6.2 - Critério de vibração perigosa........................... 389
5.1.2 - Materiais estruturais............................ ,..... 376 6.6.3 - Ruptura dos condutores.......':......................... 392
5.2 - ESTRUTURAS TRELIÇADAS EM AÇO GALV ANIZADO ............... .. 318 · 6. 7 - TENSÃO MECÂNICA E DISPOSITIVOS PARA FIXAÇÃO DOS CONDUTORES397
5.2. 1 - Elementos.............................................. 323 6.8 - AMORTECEDORES DEVIBRAÇÃO................. .'............. .401
5. 2. 1.1 - Membros..............................................323 6. 8.1 - Introdução.................................. · ......... ..401
5.2.1.2 - Conectores ou junções./............................. .325 6.8.2 - Tipos de amortecedores................................ . 402
5. 2. 2 - Normas e recomendações ;...................., ............ 3 2 7 6.9 � RESUMO PRÁTICO DE VIBRAÇÕES............................. . 413
5.2.2.1 - Índice de esbeltez ........................ ,........ .. 327 6.9.1 - Introdução............................. ................413
5.2. 2. 2 - Perfilados mínimos........................ :......... , 3 Z8 6.9.2 - Posição do amortecedor no vão.................. ........420
5.2.2.3 - Conectores.......................................... 328 6.9.3 - Modelo matemático de um amortecedor stockbridge ..... ...424
5.2.2.4 - Marcação............................................ 329 6.9.4 - Amortecedor tipo festão ................................ 427
5.2.2.5 - Parafusos .......................................... 329' 6.10 - PROTEÇÃO AO LONGO DE VÃOS DE TRAVESSIAS ................. 429
5.2.2.6 - Proteção â corrosão .................................. 3 29 i 6.11 - VIBRAÇÕES EM SUBVÃOS.................................. .. 430
5 . 2. 2. 7 - Compacidade..........................................3 3 O i 6.12 - RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE VIBRAÇÃO E DEFORMAÇÕES.......... . 432
5.2.2.8 - Esbeltez efetiva.................................... . 331 t 6.13- ESTUDOS SOBRE VIBRAÇÕES NAS LINHAS DE TRANSMISSÃO
5.2.2.9 - Formulârio para compressão........................... 332 ! NO BRASIL .............................................. 436
5.2.2.10 - Ação do vento.......................................3331 6.1.; - BIBLIOGRAFIA.................................. ·. · · · · · · ·.439
5.2.2.11 - Análise dos esforços............................... . 334 f
5.3 - PROJETO.................................................. 335 f CAPÍTULO 7 -Fundações
5.3.1 - D�d�s prelimin�res................................ · ·... 335
5. 3.2 - H1poteses de calculo................................... 338 t.·
7. 1 - INTRODUÇÃO ...................................... ·... · · · · · 443
5. 3.3 - Cálculo dos esforços................................... 340
7.2 - ESFOR ÇOS NAS FUNDAÇÕES............................... .... 444
5.3.4 - Diagramas de carregamento............................. .341 �
7. 2. 1 - Compressão .................................... ·. · · · · · · 445
5.3.5 - Diagramas de utilização............................... . 343 ·
7.2.2 - Tracão ............................................ · · · · .445
5.3.6 - Roteiro para o projeto da estrutura metálica....... ....346
7.2.3 - Fle�ão ............................... ··················446
5. 4 - BIBLIOGRAFIA............................................ 363
7.2.4 - Torção ......................................... ······ ··446
7.2.S - Cisalhamento................................. · ·.. · · · · · ·446
7.2.6 - Empuxo..... : ......................................... · .447
CAPÍTULO 6 - Vibrações e tensões dinâmicas nos cabos 7· 3 - NOÇÕES DE GEOLOGIA............... :........... · · · · · · · · · · ·.449
7.3.1 - Tipos de terrenos de fundações.. .......................44 9
6.1 - INTRODUÇÃO............................................... 364 7.3.2 - Sondagem ........................................ ·.. · · · .45z
6.1. 1 - Comentários iniciais................................... 364 7.4 - MATERIAIS USADOS EM FUNDAÇÕES............................460
6.1.2 - Dimensões e causas das vibrações....................... 366 7.4.1 - Madeira................................................460
- _� ..., ·�-----
7.4.3 - Aço .................................................... 462

1
7.4.4 - Concreto ............................................... 465
7.5 - TIPOS ESTRUTURAIS DE FUNDAÇÕES ................... :........ 466
7.5. 1 Fundações simples ...................................... 46 7
7.5.2 Fundações fracionadas .................................. 467
7.5.3 Fundações de estaiamento ............................... 468
7. 5. 4 Fundações especiais .................................... 468
7.6 - TIPOS CONSTRUTIVOS DE FUNDAÇÕES .......................... 469
7.6.1 Plantio de postes ................·...................... 470 lntroducão à transmissão de
7. 6. 2
7.6. 3
Fundações em grelhas .................................... 4 7 3
Fundações em tubulão ................................... 4 7 5 energia elétrica por linhas
7.6.4
7.6.5
Fundações em sapatas de concreto ...................... . 476
Fundações estaqueadas ................................. 477
aéreas de transmissão
7. 6.6 Ancoragem em rocha ...................................... 4 7 9
7. 7 - EXECUÇÃO ................................................. 480
7. 7. 1 Locação ................................................ 4 8 J 1 . l - GENERAL IDADES
7.7.2 Preparação de terreno .................................. 4 8 J
7.7. 3 Execução ............................................... 482 As primeiras aplicações de caráter econômico de energia
7. 7. 4 Recomposição do terreno ................................ 486
7. 8 - MÉTODOS DE CÁLCULO ....................................... 4 8 7 elétrica datam de 1870, aproximadamente, época em que as máquinas
7.8.1 Método suíço ............... •............................. 490 elétricas (dínamos e motores de corrente contínua) atingiram o
7.8.2 Fundações tracionadas ....· ............................. ..496
7.8.3 Grelhas ................................................. 500 estágio que permitiu seu uso na geração e na utilização da energia
7.8.4 Tubulão .................................... , ........... 5 J 3 elétrica como força motriz em indústrias e nos transportes. A
7.8.5 Stub e cleats .......................................... 524 iluminação pública, com lâmpadas arco voltaico, apresentava-se como
7.9 - BIBLIOGRAFIA ............................................. 527
uma alternativa à iluminação pública a gás. ComR energia primária,
utilizava-se quase exclusivamente máquinas a vapor estacionárias,
ou locomóveis, queimando carvão ou lenha, em pontos próximos ao de
sua utilização.
Somente em 1882 é que foi constituida a primeira
empresa destinada a gerar e vender energia elétrica aos
interessaàos, agora mais facilmente utilizável, em virtude da
invenção da lâmpada incandescente por Thomas A. Edison. Foi o mesmo
Edison o autor do projeto e o responsável pela instalação da usina
da rua Pearl, em N. York, cujos dínamos eram acionados po� máquinas
a vapor. A rede de distribuição subterrânea abrangia uma área de
1600m de raio em torno da usina. A energia fornecida, em 110V de
corrente contínua era· para uso geral, abrangendo inicialmente a
iluminação pública e a residencial, além de umas poucas aplicações
de força motriz. A aceitação foi imediata e o sistema exigiu novas
adições. Isso ·só ·:·.era·.-;possi.vel ... ·,com,· a··-, cons·tr.uç_ão-<de. :· no:vas,:-··_centr,ais.•
2 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão introduçlio à transmissão de energia elétrica por li"nhas aérea s de transmissão
.
3

em virtude das limitações econômicas e técnicas impostas ao 1950 -entrada em serviço de uma linha de 1,000km de
transporte da energia elétrica a distâncias maiores. Esse fato , comprimento, 50Hz e 400kV, na Suécia;
!I ,por si só, constituía-se em importante limitação ao uso da energia 1953 -alcançada a tensão de 345kV nos Estados Unidos;
elétrica, sem atentar para o fato de que o potencial energético 1963 -energizada a primeira linha de SOOkV nos Estados
hidráulico estava fora do alcance, na maioria das vezes, como fonte Unidos;
de energia primária. 1965 -é energizada a primeira linha de 735kV no Canadá;
O emprego da corrente alternada foi desenvolvido na
França, com a invenção dos transformadores, permitindo o transporte A primeira linha de transmissão de que se tem registro
econômico da energia elétrica, em potências maiores e tensões no Brasil, foi construída por volta de 1883, na cidade de
mais elevadas a distâncias maiores, sem prejuízo da eficiência: no Diamantina, Minas Gerais. Tinha por fim transportar a energia
uso para fins de iluminação. Os direitos de uso desse sistema, nos produzida em uma usina hidrelétrica, constituída por duas rodas
·
Estados Unidos, foi adquirido por George Westinghouse em 1885 e d'água e dois dínamos Grame, a- uma distância de 2km,
que, já em início de 1886, instalou uma rede em CA para iluminação aproximadamente. A energia transportada acionava bombas hidráulicas
pública com 150 lâmpadas. em uma mina de diamantes. Consta que era a li�ha . mais longa do
Em maio de 1888, Nioo'la Tesla, na Europa, apresentou um mundo, na época [8].
artigo descrevendo motores de indução e motOres síncronos Uma rápida pesquisa na bibliografia disponível mostrou
bifásicos. o sistema trifásico seguiu-se, lo·go, com o ser difícil um levantamento geral das linhas construídas no Brasil,
desenvol virnento de· geradores síncronos e motores de indução. As suas datas e características, e, no relato que se segue, haverá,
vantagens sobre os sistemas de CC fizeram com que os sistemas de CA por certo, omissões.
passassem a ter um desenvolvimento mui to rápido. Inicialmente eram Em 1901, com a entrada em serviço da central
sistemas monofásicos e, em seguida, sistemas bi e trifásicos. hidrelétrica de Santana do Parnaiba, a então San Paulo Tramway
Líght and Power Co.. Ltd. co_nstruiu as primeiras linhas de seus
Registram-se:
sistemas de 40kV. Em 1914, com a entrada em serviço da usina
1886 -uma linha monofásica com 29,5km e capacidade de hidrelétrica de Itupararanga, a mesma empresa introduziu o padrão
transporte de 2.700HP, para Roma, Itália; 88kV, �ue até hoje mantém e que adotou também para subtransmissão.
1888 -uma linha trifásica, em 11.000V, com um comprimento de Esse padrão de tensão foi, em seguida, adotado pela Companhia
180km na Alemanha; Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana e,
1890 -primeira linha em CA, de 20km, monofásica no estado de através desta, pela USELPA, hoje integrado ao sistema CESP. Ehtr�
Oregon, nos EUA, operando em 3300V; 1945 e 1947, foi construída a primeira linha de 230kV no Brasil,
1907 -já era atingida a tensão de llOKV; com um comprimento aproximado de 330km, destinada a interligar os
1913 -foi construída uma linha em 150kV; sistemas Rio Light e São Paulo Light, operan·do inicialmente em
1923 -foram construídas linhas de 220kV; 170kV, passando em 1950, a operar com 230kV,
1926 -foram construídas linhas com 244kV; Foi também a primeira interligação de dois sistemas
°
1936 -a primeira linha de 287kV entrou em serviço; importantes realiza,do no Brasil [ 6].
5
4 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão elétrica por linhas aért; as de transmissão
Introdução à transmissão de energia

14.30 { MINl 14,30l MINI


Seguiram-se, a partir daí, em rápida sucessão, as
1
linhas de 345kV da CEMIG e FURNAS, 460kV da CESP, as linhas de
\
. SOOkV do sistema de FURNAS e 800kV do sistema de Itaipu.
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Fig. 1.1 · Estruturas das LT de CC de ± 600kV, de Itaipu [7]
:14

1.2 · TENSÕES DE TRANSMISSÃO - PADRONIZAÇÃO

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Edison, ao escolher a tensão 110V para o seu sistema, ;
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praticamente iniciou uma padronização das tensões de energia �o


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elétrica a nível de consumidor. Essa tensão, ainda hoje é usada em
numerosos sistemas rnonofásicos a dois ou três fios. -"�
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Desde logo ficou conhecida a supremacia dos sistemas < ESTAIADAS

polifásicos sobre os sistemas mono e bifásicos. Os geradores e os


motores síncronos são mais compactos do que os mono ou bifásicos,
pela melhor utilização do espaço disponível no induzido. Os motores Fig. 1. 2
6 Projetos mecânicos das linhâS àéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t�ansmissão 7

de indução, por sua vez, além da vantagem acima, também _permitiam Instituiu-se em cada categoria as "classes de tensão".
partidas diretas, com elevado conjugado inicial. Havia ainda a Uma classe de tensão é constituída por um ou mais valores de
vantagem de que os sistemas mono ou bifásicos podiam ser derivados "TENSÃO NOMINAL" e um valor de "TENSÃO MÁXIMA DE OPERAÇÃO EM REGIME
dos mesmos. Nos sistemas convencionais de energia elétrica, a PERMANENTE".
corrente alternada, adotou-se o sistema trifásico para as Para as altas tensões o caráter de padronização
indústrias, reservando-se os sistemas monofásicos para a nacional ainda prevalece, enquanto que para as tensões
distribuição residencial e mesmo rural. extra-elevadas a padronização internacional está estabelecida e
A crescente demanda da energia elétrica exigiu aceita.
constante ampliação das instalações, conseqüentemente a encomenda No Brasil são as seguintes as classes de altas tensões
pelas concessionárias e pelos usuários de novos e mais potente's e extra altas tenSões recomendadas pelo COBEI da ABNT, para
equipamentos, e que, por razões econômicas, deveriam operar com sistemas trifásicos, tensões fase-a-fase.
tensões mais altas, criava sérios problemas para os fabricantes
desse material. Isso fez com que mui to cedo se reconhecesse a TABELA 1.1 - CLASSES DE TENSÃO PARA USO NO BRASIL
necessidade de uma padronização das tensões de operação do
TENSÕES NOMINAIS TENSÕES MÁXIMAS CATEGORIA
equipamento e, conseqüentemente/ das instalações das empresas
concessionárias. A padronização das tensões não podia ser, 33 ou 34,SkV 38kV
altas
evidentemente, individual por fabricante. Adotaram-se j:iaàrões de 62 ou 69kV 72,SkV
tensões
caráter nacional, estendendo-se também a outros países. A 132 ou 138kV 145kV
experiência ditava os valores mais convenientes a cada caso, em 220 ou 230kV 242kV
geral fixados por considerações de ordem tecnológica e econômica. 330 ou 345kV 362kV
tensões
No Brasil, que não desenvolveu sua indústria de SOOkV 550kV e�tra
equipamentos, cada concessionária adotou os padrões dos países de elevadas
750kV 800kV
origem dos diversos fornecedores de equipamento ou das matrizes das
empresas concessionárias de energia elétrica. A unificação das
tensões é recente. A IEC ainda reconhece a classe 3 80 ou 400kV / 420kV, de
Convencionou-se que nos sistemas trifásicos as tensões uso nos sistemas nacionais interligados da Europa.
seriam especificadas por seus valores fase-a-fase, consideradas Estudos realizados na Europa e Estados Unidos (1)
suas tensões nominais. mostraram que, em um mesmo sistema, deve-se evitar a sobreposição
Um esforço em nível internacional, através da IEC de muitos níveis de tensões. Assim, nos Estados Unidos e Canadá, a
-!nternational Eletrotechnical Comission, levou a uma padronização classe de 34SkV foi desenvolvida para ser sobreposta ao sistema de
de te_nsõ_es, que foram agrupadas em três categorias: 138kV, enquanto que a classe de SQOkV foi desenvolvida para ser
Altas Tensões (AT) 600V < U < 300kV sobreposta ao sistema de 161kV e/ou 230kV. Por sua vez, à classe de
Tensões Extra-Elevadas (EAT) 300kV < U < 800kV 34SkV recomenda-se a sobreposição por sistemas de 7SOkV. na Europa,
Tensões Ultra-Elevadas (UAT) U > 800kV a classe de 400kV foi sobreposta aos sistemas de 230kV.
10 Projetos mecânicos das linhas aéreas de tfansmissão Introdução à transmissão de energia elétrica pai linhas aéreas de transmissão 11

contínuas também em linhas aéreas, para transmitir grandes


-Transmissão bipolar
potências a longas distâncias, ou como linhas alimentadoras ou em
Emprega dois condutores métalicos, um para cada um dos
sobreposição aos sistemas de CA, dado seu efeito estabilizador. A
pólos. Em cada um dos seus terminais existem dois conversores
"bibliografia é bastante rica na descrição das instalações em CC
ligados em série no lado de corrente· contínua, e cujos pontos
existentes.
neutros podem ou não ser aterrados. Em casà'- de aterramente de ambos
No Brasil opera uma linha em ± 600kV, 315 0MW e
os neutros, cada um dos pólos pode operar. independentemente do
aproximadamente 800km de extensão, interligando o setor de SOHz de
outro, durante contigências, com aproximadamente metade da potência
Itaipu com o sistema interligado do Sudeste, que opera em 60Hz. Uma
total. Equivale em confiabilidade a uma linha de corrente alternada
linha idêntica e paralela a esta está prevista.
a circuito duplo (Fig. 1.4).
Por volta de 1970, as válvulas a vapor de mercúrio tipo
piscina passaram a ser substituídas por TIRISTORES. Trata-se de
Retificadores Controlados de Silício (SCR), que apresentam inúmeras
POLO l+I
vantagens sobre as válvulas a vapor de mercúrio.

1.3.1.1 - Esquemas de transmissão a CC

A transmissão em CC pode se processar de três modos, a


saber:

- Transmissão monopolar POLO 1-1

Representa a sua forma mais simples, possui apenas um


condutor metálico e emprega o solo como retorno. É também aquela
que requer o menor investimento para as linhas. Apresenta a mesma Fig. 1.4 - Esquema de transmissão a CC bipolar

confiabi 1 idade de uma 1 inha a corrente alternada a um circuito. o


condutor métalico pode ser de polaridade negativa ou positiva,
sendo preferida a polaridade negativa (Fig. 1. 3). - Transmissão rnomopolar

A linha é constituída de dois ou mais condutores de


polaridade, em geral negativa, empregando o solo como
RETIFICADORA POLO - COND. METÁLICO 1 NVE RSOR A
mesma
retorno. No caso de falta de um dos condutor.es, o conversor

inteiro fica ainda disponível para operar com mais da metade da


potência total. Não" havendo restrições quanto à permanência de
Pa.o+- RETO�O PELO sa.o
--�- correntes no solo, este esquema oferece alguma vantagem sobre o
a.'1terior, inclusive de rendimento, por serem menores as perdas
Fig. 1.3 - Esquema de transmissão monopolar
(Fig. 1.5).
12 Introdução à transmissão de energia elétrica porlinhas aéreas ,de transmissão 13
Projetos mecânicos das til1has aéreas de transmissão

d - o solo representa um ótimo condutor para a CC, com


POLO ( - l resistividade praticamente nula. Pode, economicamente,
substituir os condutores metálicos em regime normal ou
durante contigências;
e - a CC não conhece, em regime permanepte, a indutância e a
N capacitância. Destarte, uma mesma intensidade de corrente
POLO l+I
produz, em um condutor idêntico, uma queda de tensão menor
SOLO
do que urna corrente de CA de mesma intensidade. O
POLO(-) condutor possui, à CC, urna resistência-bem menor do que à
CA, pela ausência dos efeitos pelicular e de proximidade,
o que permite urna transmissão mais econômica,
Fig. 1.5 - Esquema de transmissão a CC homopolar
principalmente. a grandes distâncias;

f - a linha de CC somente transmite potências ativas.


1.3.1.2 - Vantagens e desvantagens da transmissão em CC Ocorrendo um curto-circuito em um dos sistemas de CA, a
linha de CC não contribui para aumentar as correntes de
São as seguintes as vantagens oferecidas pela curto circuito;
transmissão a corrente contínua:
g - o controle de fluxo da energia entre dois sistemas
a - torna econômica e tecnicamente viável a transrriissão, a interligados é relativamente fácil, através do controle do
distâncias relativamente grandes, de potências equipamento conversor.
consideráveis por cabos subterrâneos e submarinos, pela
Em contrapartida, há igualmente desvantagens,
ausência da corrente de carga;
citando-se principalmente:
·
b - trata-se de uma ligação ass1'ncrona en t re sis temas, podendo
a - os conversores são muito caros e seu controle tende a ser
portanto interligar sistemas de freqüências diferentes,
\sofisticado;
como também transferir energia de um para outro, sem
b - os conversores requerem muita energia reativa, exigindo a
problemas de estabilidade do sistema interligado, podendo
mesmo aumentá-la; instalação junto a eles de grandes bancos de capacitores
estáticos;
e - para urna mesma potência transferida, uma linha bipolar de
CC, com o mesmo nível de isolamento de uma linha de CA e e - os conversores geram harmônicos, tanto do lado da CC, como

condutores de mesma bitolas, necessita apenas 2/3 da do lado da CA, exigindo a instalação de filtros pa ra

quantidade de cabos e 213 do número de isoladores do que a evitar a sua propagação. Os capacitores usados nos filtros

de CA. Suas dimensões globais serão menores suprem parte da energia reativa aos conversores;
empregando
estruturas mais leves e simples e exigindo faixas de d - a ausência de disjuntores de AT e em EAT para CC limita a
servidão mais estreitas; possibilidade de se constiuir redes multiterminais em CC.
14 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transm;ssão de energia e/êtn"ca por linhas aéreas de transmissão 15

Isso, no estágio atual, restringe a operação das linhas de 1.3.2 - Transmissão polifásica de ordem superior
CC ao sistema ponto-a-ponto.
Já fora verificado, há algum tempo, que o emprego de
1.3.1.3 - Principais aplicações da transmissão em CC um número de fases m3.ior do que três na transmissão de energia
elétrica poderia ser bastante vantajoso em linhas aéreas de
As discussões anteriores, referentes às vantagens e
transmissão.
desvantagens da transmissão CC, sugerem os seguintes casos de
Estas, para serem construídas,·· extgem o estabelecimento
aplicação:
de áreas de segurança, constituídas pelas faixas de servidão, cuja
a - para as linhas em cabos subaquáticos com comprimentos largura é estabelecida pelas normas técnicas em função da classe de
maiores de 35km; tensão da linha e·de suas dimensões. Visa-se, com isso, resguardar
b - para a interligação de sistemas de CA com freqüências a segurança de pessoas e bens. Poder-se-ia dizer que uma 1 inha
diferentes ou quando for desejada uma interligação ocupa no espaço um volume de forma·· prismática de comprimento e
assíncrona; área de seção transversal variável a cada caso, para transmitir a
potência prevista em projeto. Nas linhas trifásiCas, a densidade de
e - para transmitir potênc_ias elevadas através de longas
potência por área de seção transversal da linha é, em geral,
distâncias por linhas aéreas. Isso faz com - que essas
relativamente baixa, o que leva à conclusão de que há um baixo
linhas sej�m associadas a usinas hidrelétricas de grande
fator de utilização das faixas de servidão em uso.
porte situadas em regiões remotas ou a usinas térmicas a
A medida em que a demanda de energia elétrica cresce,
carvão, do tipo boca de mina, quando o transporte de
novas linhas de capacidade de transporte cres_cente são exigidas,
energia elétrica é mais econômico do que o transporte do
levando a se empregar linhas com níveis de tensão mais altos,
combustível a longa distância, para sua geração próxima
conseqüentemente também com dimensões maiores, exigindo um número
aos centros de consumo;
maior de faixas de servidão, de largura maior. Estas se tornam
d - um dos maiores problemas com que se deírontam as mui to difíceis de serem obtidas, ·pelo seu custo elevado ou por
concessionárias em áreas urbanas, é o reforço do suprimen­ causa do impacto visual que as linhas representam na paisagem,
to de energia às suas áreas centrais, pois, em geral, no­ nem sempre bem aceitas pela população. Isso é
vas linhas aéreas estão excluídas, pela impossibilidade de especialmente verdadeiro em zonas suburbanas.
se obter as necessárias faixas de servidão, como também os A elevação da tensão de linhas existentes tem resolvido
cabos subterrâneos em CA sofrem limitação econômica pe­ o caso em algumas instâncias, como também a troca de uma linha a
las distâncias. Neste caso, alimentadores em CC subterrâ­ circuito simples por outra a circuito duplo na mesma faixa.
neos podem ser indicados; exemplo, em Londres. Para este A transmissão por ordem mais elevada de fases� seis,
tipo de aplicação, cabos "criogênicos" desempenharão no nove ou doze fases� oferece uma combinação de vantagens, o que a
futuro um importante papel, pois, pelas suas baixas perdas terna especialmente recomendada para linhas que devem ocupar
e quedas àe tensão em CC, poderão transmitir correntes faixas de servidão estreitas. Elas permitem maiores densidades de
elevadas com baixas tensões. potência· na sua seção transver.sal, menores gradientes de potencial
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão lnuo dução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas ue transmissão 17

nos condutores, portanto, menor atividàde de carona (perdas de


energia, ruídos sonoros e de radiointerferência). Suas· dimensões
�ais reduzidas permitem que sejam também mais estéticas.
As vantagens derivam do menor defasamento existente
entre fases. Por exemplo, num sistema de 345kV, a tensão
fase-terra corresponde a 199kV. Num sistema hexafásico (6 fases),
os mesmos 199kV representam igualmente as tensões fase-fase; no
sistema dodecafásico, aos 199kV fase-terra, teremos apenas 103kV
fase-a fase. O resultado disso é que uma linha menor pode ser
usada para transportar uma potência maior.
A transformação para o sistema hexa ou dodecafásico, a
partir de um sistema trifásico e vice-versa, é possível através de E: ='SEI=-'!:
12 FASES

transformadores. Tem sido usado para a alimentação de pontes


retificadoras industriais há muitos anos e é confiável. A figura Fig. 1.7 Estruturas propostas para linhas
de transmissão polifasicas
1.6 mostra um esquema de conexão/viável, com dois transformadores
trifásicos ou seis monofásicos para se obter· um sistema
hexafásico.
A viabilidade técnica da transmissão por linhas aéreas
de níveis mais elevados de ordem de fases, f;oi verificada em
• linhas experimentais. Já há linhas hexafásiCas operando nos
• Estados Unidos. Outras deverão se seguir, por transformação de
• linhas a circuito duplo trifásicas para o m�do de operação

hexafásica. Prevê-se que as linhas hexa ou dodecafásicas sejam

aceitas no futuro como alternativas para as linhas de tensões

o ultra-ele.vil.das.

••
1.4 - COMPONENTES DAS LINHAS AÉREAS DE TRANS�ISSÃO

Fig. 1.6 - Transformação trifasica-hexafasica O desempenho elétrico das linhas está diretamente
e
� lacionado com as características de seus componentes, como
também de sua configuração geométrica. Temos, de um lado, a.
A Fig. 1. 7 mostra a configuração de estruturas
.-: ., stzportabilidade elétrica de sua estrutura isolante e seu
propostas para linhas de transmissão a seis e a doze fases, ,... r•.
.:.. óesempenho i.écnico, e do outro lado, sua capacidade de suportar as
projetadas para mesmas tensões fase-terra (5].
18 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aére�s de transmissão 19

solicitações me:ânicas a que são submetidas, que devem ser Uma linha de transmissão se compõe das seguintes partes
consideradas corcomitantcmente. E, isso, sem d e scuidar �e um outro principais, que serão analisadas suscintamente (Fig. 1.8):
fator de igual importáncia, que é o econômico. O transporte de cabos condutores de energia e acessórios;
energia elétriCT pelas linhas de transmissão tem, dentro de um - estruturas isolantes;
sistema elétric:, o caráter de ''prestação de serviço". Deverá, - estruturas de ·suporte;
pois, ser efic�te, confiável e econômico. Para se transportar - fundações;
uma determinadc.. quantidade de energia elétrica a uma distância - cabos de guarda ou pára-raios;
preestabelecida há um número muito grande de soluçõe s possíveis, - aterramentos;
em função do g:�ande nú,nero de variáveis associadas a um linha, - acessórios diversos.
como:
- valor d� :ensão de transmissão;
PR
- número, :ipo e bilolas dos cabos condutores por fase;
- número e :ipo dos isoladores e distâncias de segurança;
CONDUTORES
- número a� circuilos trifásicos;
A
- materiair estruturais e t3:iforma dos suportes resistirem aos
esforçot
etc.

De :.:idas as soluções possíveis, apenas uma .,ou poucas ,,,,_ ""v,


I 'FUN DACÕES
satisfazem aos :-equisi los básicos do transporte da energia, ou
seja, o de ::ermitir o "transporte de lkWh na tj,_istância Fig. 1. 8 - Principais elementos das linhas de transmissão
_
especificada, �o menor custo, dentro de parâmetros técnicos
preestabelecidcs:, e com 0. confiabilidade necessária".
Ess� solução é encontrada através dos estudos de 1.4.1 - Condutores
"otimização". ��a tanto. para cada solução aceitável, são feitos
verdadeiros a:.:eprojelos eletromecânicos, que são avaliados A Teoria da Transmissão mostra que os agentes do
tecnicamente. '?ei tos os orçamentos de custos e de perdas de transporte da energia elétrica são os campos elétricos e os campos
energia, por ccmparação é encontrada a solução mais adequada. aag�éticos, para os quais os éondutores constituem ºguias". Sua
De um modo geral, para idênticos parâmetros de escolha e dimensionamento corretos são decisivos na limitação das
desempenho e c:.nfiabilidade, deve ser escolhida a solução para a J)erdas de energia (por efeito Joule ou por Carona), como também
qual a parcele.. .anual dos investimentos feitos, mais os custos de ·para controlar os níveis de radiointerferência.e ruídos acústicos.
manutenção e operação (aqui inçl1:].ídos os_ custos da energia Problemas de natureza mecânica podem igualmente ocorrer, em casos
anualmente perCida) sejam mínimos (ver item 1.4.2). de solicitações excessivas.
To.:::is os fatores intervenientes estão relacionados com As perdas por efeito Joule são controladas pela
os componentes :isicos das linhas. "�.f... Hcolha de condutores com áreas de seções transversais adequadas
20 Projetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão Jntroduç3o à transmissão de energia elétrica por tinhas aéreas,de transmissDo 21

às correntes que deverão conduzir, concomitantemente com a escolha Na figura 1.9 é mostrado o diagrama das forças com que
de materiais com resistividade compatíveis. As côrrentes são estruturas de suporte das linhas absorvem os esforços
as
proporcionais às potências a serem transmitidas e inversamente transmitidos pelos condu�ores.
proporcionais aos níveis de tensão adotados. Já as manifestações T (newton) é a força axial d6.condutor. Ela possui duas
do efeito Carona, que dependem do gradiente de potencial nas componentes, uma força horizontal To [N], absorvida pela estrutura,
imediações dos condutores, aumentam com o nível das tensões e
e uma força vertical P = ªzP que é equilibrada pelo peso do
diminuem com o aumento nos diâmetros dos condutores. Este fator
faz com que, principalmente em níveis de tensões acima de 200kV, condutor na metade do vão "a" [m].
a escolha das dimensões dos condutores obedeça ao critério de
minimização das manifestações do efeito Carona, já que eXiste
consenso entre projetistas de linhas de q_ue não se consegue,
economicamente, sua total eliminação.
Os condutores, corno os demais materiais ernpregadoS em
engenharia, estão sujei tos a falhas. Estas são decorrentes dos
tipos e intensidades das solicitações a que são submetidos e
I .:li ·- -, - 1-z li "" 1 s'/.1.=:111.::: '.!..=:/.'/.= 1/ "'1=
também de sua capacidade de resistir às mesmas. Os condutores das
� "--'���·�·-
�r-��-�-�� .. ���-----i·1
Ãó

linhas aéreas de transmissão, para se manterem suspênsos acima do


-
solo sã9 submetidos a forças axiais. Estas variam com a mudança
Fig. 1.9 - Vão de uma linha aérea de transmissão
das condições ambientais: abaixamentos de temperatura provocam
aumentos nas trações e vice-versa. O vento atmosférico, incidindo
sobre a superfície dos condutores, exerce sobre os mesmos urna A flecha do condutor no vão "a", f [m], pode ser

pressão, que se traduz também em aumento na tração axial. Quando a calculada pela equação abaixo [9], admitindo-se que a curva

tração resultante atingir valores maiores do que a resistência dós assumida pelos cabos seja uma parábola,

condutores à ruptura, esta poderá ocorrer. O vento, por outro = a .p


·' \ f
( 1. 1)
lado, induz nos condutores vibrações de freqüências elevadas, que 8To

podem provocar a sua ruptura por fadiga junto aos seus pontos de na qual p, em newton por metro, representa o peso unitário do
fixação aos isoladores. Quanto maior for a taxa de trabalho à condutor.
tração nos condutores, maiores serão os problemas decorrentes das A menor distância do condutor ao solo é chamada
vibrações. Quanto menor a tração maior será a flecha resultante, •a1 tura de segurança", e é determinada em função da tensão da
como mostra a figura 1.9, exigindo, pois, estruturas mais altas ou linha e da natureza do terreno atravessado, da maneira prescrita
um maior número delas. Outro fator que pode influenciar a escolha ea normas d� pr9c�dimentos (no Brasil, vigora para esse fim a NR
dum tipo de condutor é sua capa�idade de operar com temperaturas 5422 [10]). Na figura 1.9 estâ representada por hs.
mais elevadas, sem perdas acentuadas de resistência mecânica, Os condutores empregados em linhas aéreas de
admitindo maiores densidades de corrente. transmissão são constituídos por cabo�. Estes são obtidos pelo
23
22 Projetos mecânicos das linhas ·aéreas de tranSmissão JntroduçãÜ à transmissão d e energia elétrica por linhas aé� eas d e transmissãO

"encordoamento" de fios metálicos. Sobre um fio de secção


transversal circular são enrolados, em forma espirâl, outros fios
envolvendo-o, formando uma, duas ou mais camadas. - O sentido de
enrolamento de cada uma das camadas é sempre oposto ao da camada
anterior. A camada mais externa é torcida para a direita. Os fios
que compõem um cabo podem ser todos de um mesmo diâmetro, caso
Fig. 1.10 - Diâmetro nominal de um cabo com 3· camadas (37 fios)
mais comum, ou podem possuir diâmetros diferentes em camadas
diferentes. Podem ser de materiais diferentes, desde que

compatíveis eletrolíticamente entre si. 1.4.1.1 - Padronização de dimensões de fios e cabos


Os c·abos com fios de mesmo diâmetro são formados
a variedade de cabos
obedecendo à seguinte lei: O número de diâmetros de fios e
icamnte ilimitado. Logo, uma
2 que podem ser obtidos é prat
n = 3x + 3x + 1 ( 1. 2)
ões teve que ser estabelecida,
padronização de medidas e composiç
número econ�micamente e também
na qual: para restringir essa variedade a um
ação, no entanto, foi feita
n - representa o número,{otal de fios; tecnicamente aceitável. Essa padroniz
séries de dim·ensões. Un:i
x - representa o número de camadas ou capas. nacionalmente, estando em uso diversas
ativa de unificação, o que
Assim: esforço internacional prossegue na tent
- 1 camada, 7 fios já se consegue no âmbito do IEC para
fios e cabos de cobre. No
a p�r AWG (American Wire
Brasil foi adotada a escala hoje conhecid
- 2 camadas, 19 fios
- 3 camadas, 37 fios Gage), pela qual se estabeleceram
inicialrnénte 40 tamanhos
- 4 camadas, 61 fios, etc. padronizados de fios- de cobre, ordenado
s em ordem decrescente de
e entre os diâmetros de
Os cabos são especificados pelo seu diâmetro nominal, a diâmetro e mantendo uma relação constant
etro escolhido foi de
área de sua secção transversal nominal, o número de fios dois tamanhos sucessivos. O maior diâm
de 0000. O
0,01168 - (0,4600 ") e que recebeu a designação
componentes, e pelos metais ou ligas com que são confeccionados. . ' [ml
recebeu o número 3 6.
Diâmetro nominal do cabo é o diâmetro do círculo que menor diâmetro, com 0,000127 [m] - (0,005")
ados. Logo entre dois
tangencia a geratriz externa dos fios componentes da camada Entre 0000 e 36 existem 38 diâmetros padroniz
123 . A relação entre as
externa (Figura 1.10). números consecutivos a relação é igual a 1,
1, 261 . Por outro lado, a
- A área de secção transversal é determinada pela soma das áreas de duas secções transversais é de
o, cujo número de
áreas das secções transversais dos fios componentes. relação entre o diâmetro de um fio com o outr
as áreas de fios
São encontrados em manuais de Engenharia Elétrica e ordem for acrescido de 6, é 2 , e a relação entre
ém igual a 10. A
catálogos de fabricantes. A essas grandezas nominais devemos que diferem da ordem numérica de 10 é tamb
numeração sucessiva é 0000, 000, 00, O, l, 2, 35, 36. A
associar tolerâncias de fabricação e que também são normalizadas.
fios mais finos
Para os diâmetros a tolerância é de ± 1%, conseqüentemente, para as tabela.foi estendida posteriormente para acomodar
áreas de secções transversais, 2%. do que 36 e cabos maiores do que 0000.
po-r linhas aéreas �e transmissão 25
24 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transm;ssão Introdução à transmissão de energia elétrica

uma
A unidade de área adotada para definir a secção Condutividade - O alumínio para condutores apresenta
do cobre usado em cabos, porém,
transversal dos condutores é o CM "Circulá.r Mil", que condutividade cerca de 61Y. daquela
condutividade do alumínio é
corresponde à área de um círculo cujo diâmetro é de um milésimo de devido ao seu baixo peso específico, a
3 2 dade de peso.
polegada, ou seja, 0,506707.10- [mm ]. Assim, o condutor 0000 tem mais do que" o dobro daquela do cobre por·,uni
a
uma secção transversal de 211. 600CM ou 211, 6kCM e o número 36, Resistência mecânica - A do all.Jmi!)-iO é praticamente
pode ser sanado com o
25CM. Para diâmetros maiores do que 0000, abandonou-se a lei' de metade daquela do cobre. Esse inconveniente
s de sua associação
formação da escala, escolhendo-se o tamanho seguinte com 250kCM e uso de condutores de liga de alumínio ou atravé
a partir desse valor, acréscimos constantes de 50 kCM permitiram com o aço, resultando nos cabos de alumínio com alma de aço. O
o-aço ou de
atingir cabos de diâmetros consideráveis. critério de escolha entre cabos de aluminio, alumini
mecânica, não é
Essa escala também foi adotada pelas normas ASTM liga de alumínio; em função de sua resistência
mesmo nas
(American Society for Testing Materials) e pelas da ABNT necessariamente decisivo, pois, na maioria das vezes,
mantidas
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) para fios e cabos de condições de solicitação máxima, as taXas de trabalho são
proteger os
alumínio e de ligas de alumínio, porém com a intercalação de baixas (fatores de segurança de 2,5 a 3), a fim. de
. A
secções transversais diferent7s daquelas da escala dos condutores cabos de ruptura por fadiga provocada pelas vibrações eólicas

de cobre {ver tabelas do Apêtídice no final do livro). ruptura dos cabos por excesso de tração é extremamente rara.
Resistência à corrosão - Tanto os fios de alumínio como os
de suas ligas, ao serem resfriados ao término dos processos de
1.4.1.2 - Tipos de cabos para condutores de linhas de
trefilação, sofrem um processo de oxidação que recobre os fios com
transmissão
um filme de pequena espessura. Este filme'; é bastante duro e
Metais empregados na fabricação de cabos para linhas
estável, protegendo o fio contra futuras agressões externas.
aéreas de transmissão:
Diversas ligas de alumínio são indicadas para ambientes de
COBRE - Apesar de sua elevada condutividade elétrica, menor atmosferas marítimas ou mesmo de atmosferas industriais bastante
apenas do que aquela da prata, o cobre vem sendo cada vez menos agressivas.

usado em linhas aéreas de transmissão, principalmente por razões de Baixo preço - Seu preço por unidade de peso é cerca da

ordem econômica. aetade .,.�b preço de igual quantidade de cobre, donde se conclui que

No Brasil, as normas referentes aos condutores de cobre o investimento necessário em cabos para transportar uma mesma

são NBR 5111, NBR 5159, NBR 5349. No final do livro encontram-se corrente, com o mesmo rendimento em condutor de alumínio, é cerca

as tabelas do apêndice com as caracteristicas de condutores nus, de um quarto daquela necessária à sua realização por condutor de
segundo especificações da ASTM. cobre.

ALUMÍNIO - O alumínio é hoje inteiramente dominante para a A - CABOS DE ALUMÍNIO - São confeccionados com fios de pureza
fabricação de condutores para linhas aéreas de transmissão, tanto .de 99,45% e têmpera dura. . Sua condutividade é de 61% IACS

em sua forma pura, como em liga com outros elementos, ou associados _ International Annealed Copper Standard = Padrão Internacional de

com o aço. As objeções históricas ao seu uso estão inteiramente Cobre Recczido = 100). Sua fabricação obedece no Brasil à norma NBR

superadas.
l.!-�J - Cabos de Alumínio (CA) e Cabos de Aluminio com Alma de Aço
26 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à tr ansmissão de energia elétrica pór linhas aéreas de transmissão 27

(CAA) para fins elétricos. Essa norma é similar às normas No Brasil, os cabos CAA devem ser especificados pela
2
norte-americanas ASTM que regem o assunto. área de sua secção transversal, e m mm e pela sua composição,
No Brasil estes cabos devem ser especificados pela isto é, pelo número de.fios de alumínio e o número de fios de aço
2
área de sua secção transversal em mm e pelo número de fios que os desejado.· Pode-se indi-car também o núrilero de kCM correspondente,
compõem. Pode se usar subsidiariamente o número correspondente à além da classe de galvanização da alma de_ aço. Para esses cabos,
área em CM, da norma ASTM, sem indicação de unidade. As indústrias no Brasil, vigora a NBR-293 já mencionada.

®
produtoras empregam uma palavra código para a sua identificação.

• tl3 •
Cada um dos cabos CA é designado pelo nome de uma flor no idioma
inglês.
®
6 AL.I 1 aço
@ @
7ALl1oço 8ALl1 aço

*
6AL./toço
ALPAC

Exemplos: 54ALl19 Aço


12ALl7Aço
LILAC - cabo composto de 61 fios de alumínio com uma área de 6 AL.17 aço 3 ALl4 aço 4 AL I !, Aço

%9
795kCM ou 4 02,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26, 11mm.

e
ARBUSTUS - cabo composto" de 37 fios de alumínio com uma área
de 795kCH ou 402,83mm 2 . Diâmetro nominal de 26, 07mm.
- TULIP - cabo composto de 19 fios de alumínio com urna área de
336,4kCM ou 170,46mm 2 . Diâmetro nominal de 16, 91mm .' @

-
26 ALl19Aço

• -
26ALl7 Aço
8ALl7Aco

B - CABOS DE ALUMÍNIO COM ALMA DE AÇO (CAA) - São cabos


idealizados para suprir a falta de resistência mecânica à tr�ção
dos cabos de alumínio. Em torno de uma "alma" constiluída por um

\. -
!,QAL 17 Aço
42ALl7 Aç o


21 ALI !>7 Aço
fio ou um cabo constituído por 7, 19 ou mesmo mais fios de aço
galvanizados, são enroladas uma, duas ou mais camadas ou coroas
concêntricas de fios de alumínio do mesmo tipo usado nos cabos de
alumínio (CA). Nos catálogos dos fabricantes desses cabos


54 ALI 7 Aço
encontra-se uma variedade grande de composições, variando a


42ALl19Aço 16 AL li9Aço

e
relação entre as áreas das secções transversais do aço com relação
ao alumínio. A figura 1.11 mostra algumas das composições mais
comuns de cabos CAA.
A galvanização dos fios de aço ·que compõem a,.s �lmas 1_8 AL 119-Ã ço
!>O AL.l19Aço 34 ·ALI 19 Aço
desses cabos, pode ser especificada com 3 categorias de espessuras
de recobrimento pelo zinco: classes A, B e C. Os cabos de Fi g. 1 .• 11 - Composição de cabos alumínio-aço
fabricação normal apresentam espessuras A. (Alcan - Alumínio do Brasil S/A)
Projetos mecânicos das Hnhas aéreas de transmissão Introdução à transmissDo de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão -- 29
28

Nas normas ASTM. a palavra código que identifica cada Consegue-se um aumento de diâmetro da ordem de -.25 % a 30% sobre os
um dos cabos CAA, é o nome de uma ave, também em inglês. cabos convencionais (Fig. 1.17).
C - LIGAS DE ALUMÍNIO - A fim de aumentar a resistência
Êxemplos:
mecânica à ttação e a estabilidade química do alumínio, recorre-se
- PENGUIN - cabos CAA com 1 fio de aço e 6 de alumínio,
correspondente ao número OOOOAWG, com uma área de 125,09 mm 2 e à adição de diversos elementos de liga como\:ferro, cobre, silicio,
diâmetro nominal de 14,41mm. Tração nominal de ruptura 37,167kN. .
manganês, magnésio, zinco, '-.
etc. As suas cornpoSições, os processos
- KINGBIRD - cabo CAA com 1 fio de aço e 18 fios de alumínio, metalúrgicos para sua obtenção e trefilação, ·são normalmente
com uma área de 636kCM de aluminío e área total de 340,25mm 2 e
diâmetro nominal de 23,88mm, tração nominal de ruptura de 69,823 objetos de patentes e são por isso comercializados sob nomes
kN. registrados como ALDREY (Suíça), ALMEC (França), DUCTALEX
- ROOK - cabo CAA com 7 fios de aço e 24 fios de alumínio, com (Suécia), etc. Suas características são variáveis. Urna coisa têm
uma área de 636kCM de alumínio e área total de 340,25mm 2 . e
diâmetro de 24,81mm. Tração nominal de ruptura de 100,812kN. em comum: todos apresentam condutividades menores, de 57 a 59,5
- GROSBEAK - cabo CAA com 7 fios de aço e 26 fios de alumínio, IACS, o que não é de todo urna desvantangem, pois, nos cabos CAA,
com uma área de 636kCM de alumínio e área total de 374,79mm 2 . se considerarmos a área bruta de sua secção transversal ao invés
Tração nominal de ruptura de 135,136kN.
Nos cálculos elétricos, considera-se que os fios de aço apenas daquela do alumínio, sua condutividade é à.e apenas 53%
não participam da condução das ,·corrt;ntes elétricas. Sua função é lACS, conforme a sua composiÇão.
apenas mecânica. C.1 - CABOS DE LIGA DE ALUMÍNIO Empregam fios de liga
Em locais cuja atmosfera, por sua agfessividade, de alumínio, encordoados da forma convencional; designados no
desaconselha o uso do zinco como elemento de proteção do. aço das Brasil por CAL, e fabricados de acordo com as normas ASTM. São
almas do cabo; pode-se empregar fios aluminizados ou fios especificados pelo tipo de liga, sua área em kCM ou rnm2, número de
aço-alumínio ( "alumíníum clad"). No primeiro caso, a camada a fios e seu diâmetro nominal.
revestir o aço é muito fina enquanto que, no segundo, ,o C. 2 - CABOS DE ALUMÍNIO REFORÇADOS COM FIOS DE LIGA DE
revestimento do alumíní.o é espesso, perfazendo cerca de 25% da ALUMÍNIO - No Brasil são designados abreviadamente por CALA. Os
área total do fio. As normas ASTM designam estes cabos como fios de liga de alumínio são usados como alma para os cabos,
ACSR/AW. O isolamento da alma dos cabos do meio ambiente por meio constituindo um cabo central, sobre o qual são enrolados os fios
de graxas apropriadas, aplicadas durante o encordoamento dos de alumíJ;\:ilo. Na primeira camada sobre a alma pode haver fios de
cabos, é também usado para sua proteção. alumínio e de liga. Nas camadas mais externas, há apenas fios de
A fim de reduzir o gradiente de potencial nas _alumínio (Figura 1. 12), dependendo da relação entre o número de
imediações dos condutores das linhas, procura-se aumentar os fios de liga e o de alumínio; designados pela ASTM como cabos

diâmetros dos cabos, sem, no entanto, aumentar a quantidade ·de _ACAR. São especificados pela área total em kCM, diâmetro nominal,
metal condutor. Inicialmente, empregaram-se cabos "ocos 11 de cobre número de fios de alumínio e número de fios de liga.
ou bronze. Foram desenvolvidos em seguida os cabos designados por D - CABOS ESPECIAIS [12, 13, 14] - Conforme já foi mencionado,
ua deis fatores que podem comproineter a vida útil de uma linha é o
CAA expandidos, at� hoje ainda em uso. Neste tipo de cabo, sobre
problema c'1 bm as vibrações nos cabos pelo vento, o que impede o
sua alma de aço, são enroladas uma ou duas camadas de cordões de
fibra ou papel impregnado e, sobre este, as camadas de alumínio. �rego de lrações mais condizentes com a resistência mecânica dos
30 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão 31
/nrroduç ão à transm;ssão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão

-VANTAGENS
- menores perdas de energia, pois sua condutibilidade é de
63% IACS;
- pode-se usar taxas de trabalho cerca de 50% mais elevadas
do que nos cabos. normais, reduzindo as flechas, pois a
energia das vibrações é dissipada por atrito entre os fios
frouxos sobre a alma de aço;
- ótimas propriedades térmicas, podendo operar com
°
temper aturas de até 200 C, sem perda de resistência mecânica
ou incremento nos alongamentos permanentes.

D, 2 - CABOS AUTO-AMORTECIDOS - CAA - SD - São cabos


construídos com fios trape:Zoidais, como mostra a figura 1.13, em
torno de um cabo de aço ou de liga de a lumínio. São construídos
mantendo uma folga entre as camadas ou coroas. Sob a ação do
vento, as vibrações induzidas provocam movimentos relativos a
atritos entre elas, dissipando a energia das vibra ções.
Fig. 1. 12 - Cabos de alumínio com alma de 1 igas de a"lumínio [ 11]

cabos. A penalidade econômica decorrente é bastante elevada, pelo


maior investimento em estruturas. Procurando minimizar o problema,
um número grande de dispositivos foram inventados. Condutores com Fig. 1.13 - Cabos CAA - SD
desempenho mais adequado for&m igualmente desenvolvidos. Estes se
D.3 PAR TORCIDO (Twisted pairl Um condutor
baseiam na sua capacidade de auto-amortecimento das vibrações,
podendo-se, com isso, constru ido com dois cabos convencionais (CA, CAL, CAA, etc)
empregar trações bem mais elevadas,
reduzindo-se as flechas, podendo-se espaçar mais as estruturas, ou enrolados um sobre o outro em forma de espiral de passo longo (±
2,70m), como na figura 1.14, cr·i ando uma superfície irregular
reduzir as suas alturas.
Os principais tipos, em uso nos Estados Unidos há algum exposta no vento, apresentando as seguintes vantagens:
tempo, são: - menor balanço sob a ação do vento;
- menores vibrações e capacidade de dissipação dessa energia
D.1 - CONDUTORES DE ALUMÍNIO SUPORTADOS PELO AÇO - (SSAC por atrito entre os cabos compónentes. Logo, admite-se
- Steel Supported Aluminum Conductor) - De c�nstrução semelhante trações maiores, com flechas menores;
aos cabos CAA, porém empregando fios de alumínio de têmpera mole. - maior superfície de irradiaçãó de ca lor para uma mesma
Após o seu tensionamento, os fios de alumínio deixam de absorver secção transversal de condutor. Logo, maior ampacidade
esforços mecânicos, transferidos inteiramente para o cabo da alma. (ver item 1.4,1.4).
32 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas (le transmissão 33

B - CABOS CAA EXTRA-FORTES - quando se deseja cabos com


r menor atenuação, empregam-se cabos CAA extra-fortes, CAA-EF, que

• .. .. " •
1
1 [ 1 I 1
1 1 1 1 se distinguem por uma menor relação área de alumínio/área de aço.
I
: 1 : I 1 Próprios para uso em li-nhas com pára-rà:ios isolados, quando se
1 1 1 1 1
emprega sistema de ondas portadoras ligado aos para-raios.
C - CABOS AÇO-ALUMÍNIO (Aluminum clad ou Alumo-weld)
confeccionado com fios de aço extra-fortes revestidos ·cte espessa
Fig. 1. 14 - Cabo "par torcido"
camada de alumínio. Indicados para atmosferas agressivas ao aço
galvanizado e também quando se deseja usar os pára-raios com onda
1.4.1.3 - Cabos para pára-raios portadora.

A função principal dos cabos de guarda ou pára-raios


1.4.1.4 - Capacidade térmica dos cabos - AmPacidade
das linhas aéreas de transmissão, é a de interceptar as descargas
atmosféricas e evitar que atinjam os condutores, reduzindo assim
As correntes elétricas, ao percorrem os cabos das
as possibilidades de ocorrerem ,ihterrupções no fornecimento de
linhas aéreas de transmissão, provocam perdas de energia, como
energia pelas linhas. Subsidiáriamente, podem ser, usados como
conseqüência do efeito Joule. Essa energia se manifesta através da
condutores para sistemas de telernedição ou comunicação por onda
geração de calor, provocando o seu aquecimento, que será tanto
portadora. deverão ser isolados dos supor,tes por
Nesse caso,
maior quanto maior for a densidade de corrente nos cabos.
isoladores de baixa tensão disruptiva, e que perdem sua condição
Esse problema deverá ser encarado sÓb dois aspectos: o
isolante sob a ação das sobretensões atmosféricas, para permitir econômico e o técnico. Sob o ponto de vista econômico, é po·ssível
sua condução ao solo, sendo para tanto equipados com
iàentificar para cada linha de transmissão uma densidade de
centelhadores. corrente .que resulte não nas menores perdas e sim num valor
São os seguintes os tipos de cabos empregados, considerado o mais econômico. Para essa corrente, especifica-se as
igualmente eficientes em sua função principal: áreas das,_ secções transversais dos cabos condutores, conforme
. \
A - CORDOALHA DE FIOS DE AÇO, ZINCADA - fabricados e estabeleée\l a lei de Kelvin (1881): "a área de secção mais
especificados no Brasil pela NBR 5908, idêntica à normal ASTM econômica de um condutor para a transmissão de energia será
correspondente. São de dois tipos, distinguindo-se por sua encontrada, comparando-se o valor das perdas anuais de energia em
resistência mecânica forte, alta resistência AR (HS) e extra-forte cada condutor visado com a parcela anual de custo do investimento
EAR (EHS). a ser feito na aquisição dos condutores correspondentes. A solução
A zincagem, em geral a quente, é feita com 3 categorias mais econômica é aquela para a qual as duas parcelas de custos são
de espessura, A, B e C, sendo a primeira a mais comumente usada. iguais 11 [15] (figura 1. 15). Assim posto, o problema está
Sua especificação é feita pelo tipo, classe de simplificado em excesso, pois, a comparação deveria englobar
galvanização e diâmetro nominal - em polegadas ou seu equivalente outros custos além daquele dos condutores, como estruturas,
métrico. isolamentos, compensações etc, resultando, como é feito
Introdução à transm_issão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 35
34 Projetos mecânicos das "linhas àéreas de transmissão

modernamente, em "ESTUDOS DE OTIMIZAÇãO", pelos quais todos os Verificou-se que cerca de 13 fatores podem afetar a temperatura.de

componentes das linhas são escolhidos com os mesmos critérios. um cabo de linha aérea de transmissão. Alguns são denominantes,

Sob o ponto de vista técnico, deve-se considerar o outros de influência praticamente insignificante. A referência [16]

efeito de temperatura elevadas no comportamento mecânico dos é bastante elucidativa a respeito. Um método bastante divulgado é

condutores. De um modo geral, para cada tipo de cabo existe um um método simplificado usado em [11] para 'a,.. elaboração das curvas
de arnpacidade aí publicadas, e aqui transposto para o sistema SI. É
valor limite superior de temperatura para operar em regime
permanente sem que ha ja degradação de sua resistência mecânica, um método aceitável para a maioria das aplicações práticas.
Um cabo a tinge uma tempera lura em regime permanente
acompanhada de aumentos nas taxas de alongamentos permanentes. Por
quando houver equilíbrio entre calor ganho e calor perdido pelo
outro lado, temperaturas mais elevadas podem ser toleradas por
ca bo. Um cabo gânha calor, principalmente, pelo eíeito Joule
curtos intervalos de tempo em condições de emergências. 2
qJ = 1 • r [li/km] e pela radiação solar qs [11/m] e perde calor
As máximas temperaturas de cabos de CA, CAA, CAL, para
° por d ois mecanismos conhecidos: por ·trradiação qr [W/m] e por
operação segura em regime permanente, são fixados entre 70 e 85 C,
° convecção qc [W/m]. A equação do equilíbrio será:
podendo, em contingências curtas, operar com 1Q0 C [11].
A capacidade de con9"ução da corrente de um cabo é
( 1. 2)
denominada AMPACIDADE, e é fixáda como a corrente permissível no
mesmo para que, nas condições ambientais prefixadas, não ultapasse
Da qual obtemos:
e
J 8
M(nimo custo onual
_.::,�..,.--==-��_:::::::_:: [A] (1. 3)

VARIACÃO DO C,LJSTO

z
DA l N STAL ACAO Sendo r [ohm/km] a resistência do condutor à
� temperatura de equilibrio.
o
o
<
N
� Lembrando as leis de transmissão de calor, teremos:
� A
u
BITOLA MAIS CONVENIENTE T )
4 ( To )
4]
BITOLA DOS CONDUTORES
1000 - 1000 [11/m] ( 1. 4)

Fig. 1.15 - Variação do custo anual da perdas e dos


4 º 52
investimentos no transporte da energia q, = 945,6 t-t o )·10- ·[0,32+0,43(45946,8·d·V) ' ] [11/m] ( 1. 5)

o valor máximo de temperatura fixado para regime permanente. Para


qs = 204.d [W/m] Valor médio indicativo em climas
sua determinação, é necessário estabelecer alguns parâmetros temperados ( 1. 6)
ambientais de referência como temperatura do ar, insolação e
velocidade do vento. Nestas valem:

Grande é o número de trabalhos efetuados procurando e - emissividade - varia ·de 0,23 a ·o,90, conforme a cor do

equacionar corretamente o problema, originando outras tantas cabo. Para cabos de alumínio, e =::: 0, 5 é

publicações com os resultados e respectivas ·conclusões. recomendado [11].


36 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas, de transmissão

d [rn] - diâmetro nominal do cabo. Exemplo 1. 2


°
t [ C] - temperatura final do cabo. Uma linha de subtransmissão de 230kV supre de energia
º uma região urbana onde dominam comércio e os services, de forma que
to [ C] - temperatura do .meio ambiente.
a ponta de carga fica deslocada para os horários de maior calor, em
T = (273 + t) [K) - temperatura absoluta final do cabo. virtude do uso intenso da climatização·.- A demanda registrada no
To= (273 + to) [K) - temperatura absoluta do ambiente. receptor da linha, com tensão de 220kV, ê ?e 225MVA, cos�2 = 0, 88 ,
quando a temperatura ambiente é de 36gC, com sol. Observou-se uma
V [m/s) - velocidade do vento (em geral de 0, 6 a 1 , 0m/s) . brisa estimada em 0, 8m/s perpendicular aos cabos.
Qual a temperatura que os cabos GROSBEAK usados nesta
Exemplo 1.1 linha deverão atingir?
Qual a arnpacidade de um cabo CAA DRAKE, considerando-se solução:
to= 35 o C e t =
85 o C, vento de 0,67m/s, coeficiente de reflexão
e= 0,50 e e= 0,23 {cabo novo). A resistência do cabo e de 0', 09 Podemos resolver o problema admitindo três valores ar­
ohm/km. bitrários de temperatura máxima dos cabos e determinar as ampacida­
des correspondentes, que-levamos a um-. grãfico, obtendo a lei deva-
Solução: riação t=f ( I).
Por interpolação e valor da temperatura correspondente,
Fazendo as substituições teremos: a corrente da linha será achada.
Temos:
= 179, 2 ·10 3 ·0,5·0, 02814 [(
���0')'- (���o)'] =
1 8 ,76211/m to= 36oC; d 0, 0 25146m; V 0,8m/s
Admitamos:
4 0 52
= 945, 6 ·50·10- [0,32 + 0,43(45946 ,8·0,02814 ·0, 67 ) ' ) e = 0,5; ti = 40 °C; t2 = 50°C e t3 = 70oC
70,01 811/m R<o = 0,09277nlkm; Rso = 0,1005nlkm; R7o = 0,10455n/km.
204·0,02814 5 , 4056\1/m
Empregando o método usado no exemplo anterior,')._encontraremos res­
pectivamente:
Logo:
l•o = 137A; lso = 453A e l7o = 768A
1) para e= 0,50, com sol e com vento:
3 112 que permitem construir a curva da figura 1 .16. Entrando nesta com:
l = [10 (1 8 ,716 + 70,018 - 5,406)) = 962, 28A
12 225000
= 590A, encontraremos tcabo = 57 gC.
2) sem efeito do sol, com vento e e = 0, 50 : Y3 · 220
l = 993, 0A

Uma informação importante para a confecção dos projetos


da linhas é a temperatura máxima que um condutor pode atingir sob a
ação da corrente na linha em sobreposição às condições ambientais
existentes, pois desta temperatura dependerá o valor da flecha nos
cabos e, conseqüentemente a distância dos condutores ao solo. É,
pois, o problema inverso do anterior: dadas as condições ambientais
o 'ºº 500
e a corrente no cabo, determinar a temperatura que irá atingir. A 300 800 1000 lt A J

metodologia apresentada se presta a esse fim, porém não há solução Fig. 1. 16 !. Determinação da temperatura do cabo em função
direta, podendo-se recorrer a processos iterativos . da corrente do exemplo 1.2.
38 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 39

1.4.1.5 - Condutores para linhas em extra e ultra-altas tensões cabos CAA convencionais de mesma resistência elétrica. A figura
1.17 mostra sua composição.
O aumento progressivo das tensões das linhas de Os condutore� CAA-expandidos têm sido usados com sucesso
transmissão de energia elétrica em CA foi uma decorrência natural em linhas de até 345kV. Seu custo, no entanto, aconselhou a busca de
da necesidade de se transportar economicamente, e também sob outras soluções.
condicões técnicas satisfatórias, potências cada vez maiores a
distâncias igualmente crescentes, principalmente quando a energia E F G
A B
primária disponível é hidráulica.
Para uma mesma potência a transmitir em tensões maiores,
resultam correntes menores, conseqüentemente em perdas meneies por
efeito Joule e, igualmente, numa melhor regulação das tensões. Esse
l'tif
AÇO
6FIÔS 12FIOS
DE
AÇO
DE
AÇO
! �g;oAõLEs \ �2F��!oi�s
DE PAPEL DE PAPEL
1 26F 105
DE AL. 1
32 FIOS
OE AL.

ENCHIMENTO' 1
aumento nos valores das tensões a partir de certo nível exígia, por
outro lado, um aumento no diâmetro dos condutores, afim de
minimizar as conseqüência do "Efeito Corona". O aumento dos
Fig. 1.17 Condutor CAA-expandido de 1187kCM. Diâmetro
diâmetros dos condutores pro'Voca um aumento em seus custos, como nominal de 0,0419m equivalente a um cabo
também daquele das estruturas das linhas que devem.suportá-los. Um CAA de 0,0330m de diâmetro.

aumento do diâmetro dos cabos e sem um acréscimo.da área da secção


transversal útil dos cabos era, pois, desejável. Em 1908 foram apresentados dois trabalhos [18,19] ao AIEE
Em resposta, os fabricantes de condutores desenvolveram por P. H. Thomas, sugerindo o emprego de mais de um condutor por
os cabos ocos de diversas construções, verdadeiros tubos flexíveis fase, montados paralelamente entre si a pequenas distâncias.
Com
fabricados de cobre ou bronze. Seu custo era, no entanto, elevado, isso seria possível uma substancial redução da impedân
cia das
e a sua manipulação no campo durante a montagem das linhas era linhas, em especial de sua reatância, perinitindo uma
substancial
igualmente complexa e dispendiosa, pelo que caíram em desuso, face melhoria em sua regulação. Os condutores utiliza

/\
dos seriam de
a novas soluções que foram propostas [1). fabrica,ção normal existentes no mercado e mantido
s separados entre
Os cabos de alumínio de mesma resistência à CA exigiam Sl no'meio de vãos por espaçadores adequados.
O grau de redução de
uma área de secção transversal cerca de 38% maior do que a do cobre sua reatância indutiva, dependia, verificou
Thomas, do número de
equivalente. Seu diâmetro é cerca de 26% maior e seu peso S.Ubcondutores e do espaçamento entre. eles.
O feixe assim formado,
corresponde a apenas 48% daquele do cabo de cobre equivalente. �omportava-se como se fosse utilizado um
cabo de diâmetro mui to
O desenvolvimento dos cabos CAA, resolvendo o problema de ,.-;- &lto, o que levou-o a conclui
r que os campos magnéticos individuais
baixa resistência mecânica do alumínio, fez aumentar, dos subcondutores se compunh
am para formar um único, semelhante
proporci.onalmente, ainda mais os diâmetros dos cabos de mesma àquele, devido � \lfil _cabo único de grande
diâmetro, suspenso no
resistência elétrica. A possibilidade de se aumentar ainda mais o �ntro e em lugar do feixe. O mesmo
acontece com os campos
diâmetro destes últimos cabos, resultou no desenvolvimento dos elétricos, resultando
num grande aumento na capacitância das linhas
cabos CAA-Expandidos, com diâmetro de até 30% acima daqueles dos . <l'1g. 1.°i8J .
tran�missão
41
gia elétrica por linhas aéreas de
40 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à trarismissão de ener

fig. 1.19 - Condutores multiplos para linhas em EAT.

ia, caracteristica, que


conseqüentemente, a sua potênc _
operação de uma linha;
representa o ponto ideal de
utiva aumenta o limite de
e a redução da reatância ind
Fig. 1.18 - Campo elétrico de condutores multipl o s. dinâmica e transitória
transmissão com estabilidade
[2.20];
descargas
Por questões de estabilidade mecânica, os subcondutores d - os valores sobretensões provocadas por
das
das linhas sã o iguais ao
são montados igualmente espaçado s sobre a periferia de um círculo, atmosféricas nos condutores
propaga em cada uma das
como mostra a figura 1.19. Seu número é variável, desde 2 Por fase, produto da corrente que se
o
do ponto de impacto, pel
prevendo-se o empreg o de até 10 ou 12 nas futuras linhas em TUE direções da linha a partir
surtos ou impedânci a
(1.100 a 1.SOOkV). Devido à necessidade de padronização das valor de sua impedância de 1
culada por ( L/C) 2 cuj o
ferragens asso ciadas, o seu espaçamento entre si· é igualmente natural. Esta p�de ser cal
ndemente reduzido, pelos
padronizado, send o preferido para as linhas em EAT a dis tância de valor, corno se vê, é gra
ndo, portanto, também o
0,40 e 0,457m. Prevê-se o emprego de 0,61m nas linhas de UAT. A condutores múltiplos, reduzi
ensão.
figura 1. 19 mostra as configurações mais comumente usadas nas 1�\or das ondas de sobret
dependem de cabos de
linahs de EAT. os condutores múltiplos não
e empregar qualquer dos
Além da melhoria obtida na regulaçã o das linhas longas, fabricação especial, podendo-s
ricação normal, inclusive os
em virtude da redução do valor da impedância e o aumento das tipos já descritos, e de fab
na mais baratos. O seu
capacitâncias, os seguintes benefícios adicionais podem ser cabos expandidos, o que os tor
nte maior.
mencionados: custo de montagem é leveme
os múltiplos ocorreu a
a menores gradientes de potencial nas superfícies dos A generalização do uso de cab
ficando limitado ao uso
subcondutores, reduzindo com isso as atividades do EFEITO partir do inicio da década de 1950/60, não
linhas em 138 kV ou
CORONA; em linhas de •EAT, havendo grande .números de
lusive no Brasil.
b - redução da impedância característica da linha, aumentando, 220 kV effipregando mais de um cabo por fase, inc
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 43

1.4.2 - Isoladores e ferragens respectivas ferragens. São as seguintes as normas aplicáveis aos

Os condutores das linhas de transmissão, devem ser isoladores das linhas aéreas: NBR 5032, NBR 5049 e NBR 7109
Nas linhas aéreas de transmissão são empregados
isolados eletricamente de seus suportes e do solo, o que nas linhas
aéreas é feito basicamente pelo ar que os envolve, auxiliado por isoladores cônfeccionados com:
porcelana vitrificada
elementos feitos de material dielétrico, denominados isoladores.
- vidro temperado
Dessa estrutura isolante, que é dimensionada em função das
so"lfcrt:âções elétricas a que são submetidas, depende as dimensões material sintético composto.

da parte superior dos suportes. A fabricação de isoladores de porcelana exige urna


tecnologia bastante avançada, a fim de se obter corpos de
As solicitações elétricas das estruturas isolantes
composição homogênêa e compacta, isenta de bolhas de ar em seu
são de origem interna ou externa aos sistemas elétricos das linhas,
interior ou de impurezas que possam comprometer sua rigidez
e se caracterizam pelas sobretensões que podem ocorrer. Estas são
dielétrica. Não devem, por outro lado, ''sofrer deformações durante
classificadas como:
os processos de queima, pois sua eficiência depende grandemente de
a - sobretensões de impulso devidas às descargas atmosféricas;
sua geometria. A fim de tornar sua superfície iJTlper:meável, devem
b - sobretensões intern�s de tipo impulso, _conseqüência de uma
ser revestidos por uma camada de vidro. Ê com esse processo que
alteração brusca éÍ.o "estado do sistema". São des-ignadas
adquirem as cores desejadas. Tradicionalmente, a vitrificação em
sobretensões de manobras (ou chaveamento-);
�or marrom é a mais comum, porém, para torná-los menos visíveis nas
c - sobretensões senoidais de freqüência industrial.
1 inhas, emprega-se a cor cinza azulada, reduzindo o perigo de sua
As primeiras são aquelas que apresentam, de longe,
destruição por vandalismo.
os valores mais elevados, tendo, no entanto, curtíssima duração,
Seu desempenho elétrico é considerado bom. Seu maior
apenas urnas poucas dezenas de microssegundo. As do segundo grupo, f
inconveniente reside em seu preço, que é muito alto, comparado cpm
também de amplitude bastante elevada, tem uma duração bem maior,
o dos isoladores de vidro temperado. Outra objeção que se lhes faz
podendo atingir algumas centenas de microssegundos. As obretensões f

é a dificuldade na identificação de isoladores faltosos por simples
em freqüências industriais têm maior duração, porem a menor {
inspeção c3; distância, pois podem apresentar falhas, como trincas,
amplitude. .'
quase inVisíveis.
Corno a suportabilidade elétrica dos meios isolantes
Os isoladores de vidro temperado têm um custo de
depende não só da amplitude das solicitações,. mas fgualmente
!abricaça-o bem menor , ta nt o p e 1 o custo das mater1as
· · primas, como
de sua du ração, a estrutura isolante pode res istir a valores
muito mais altos de solicitações por descargas atmosféricas, las.bêm dos processos de fabricação. Após a sua formação eles sofrem

Além das solicitações elétricas, os isoladores são ta tratamento térmico que os torna mais resistentes, que porém cria

igualmente solicitados mecanicamente, podendo mesmo ser parte b. seu interior um estado de tensão- tal que, sob a ação de choques

integrante das estrú.turas como na linha ilustrada na figura 1. 45, &ecánicos mais fortes, estilhaça-os inteiramente, não admitindo
trincas. Os isoladores faltosos são fáceis de indentificar à
devendo apresentar, portanto, também resistências mecânicas
compatíveis com os esforços máximos esperados. A norma NBR 5422 dls-tância, por simples �n speção visual. Sua rigidez dielétrica é
· Jtator ào que daqueles de porcelana e sua resistência mecânica,
limita esses esforços a 40% d"a carga de ruptura dos isoladores e
lnuodução à transmissão de energia e/étdca pór linhas aéreas de transmísstio 45
44 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissãc,

igualmente. Suportam bem os choques térmicos a que ficam submetidos


em serviço. Devidos a essas razões. no Brasil, tem sido preferidos
aos de porcelana pela maioria das conc�ssionárias.
Estão sendo introduzidos isoladores sintéticos
compostos. Estes são construídos basicamente por uma peça de "'o
resistência, em geral feita de fibras de vidro ou de carbono,
ligadas por resina do tipo "epoxi", e que pode ser dimensionada para
resistir a esforços muitos elevados. Essa peça, em forma de haste
ou bastão, é revestida pelas "saias" do isolador, manufaturadas por
compostos poliméricos ou borrachas à base de silicone. Podem ser Fig. 1.20 - Isoladores a pino, linha até 69 kV.
manufaturados em uma única peça para as tensões máximas em uso,
sendo mais curtas que uma cadeia de isoladores para o mesmo nível
b - Isoladores tipo "Pilar" ou "Coluna" - são pouco usados no
de isolamentos e muito mais leves, facilitando seu trasnporte e
Brasil em iinhas de tranmissão. São constrUídos cte uµia única peça
montagem. São menos af-etados pelo vandalismo. Seu maior:
em porcelana vidrada e também em vidro temperado, como mostra a
inconveniente ainda residé em seu preço, muito elevado.
figura 1. 2 l.

1.4.2.1 - Tipos de isoladores

Em transmissão de energia elétrica são empregados


três tipos básicos de isoladores.
a - isoladores de pino;
b isoladores tipo pilar ou coluna;
c - isoladores de suspensão.

a - Isoladores de pinos - são fixados às estruturas, através


de um pino de aço. Para tanto, em seu interior possuem um fure
rosqueado, com rosca soberba de filetes redondos
(diâmetros nominais de 25,4 mm e 35,93 mm). Os pinos de aço forja
possuem em sua parte superior uma cabeça de chumbo
mesmo tipo de rosca e sobre a- qual se aparafusa o isolador. ;. 1
·,..". 1. 21 - Isoladores tipo pedestal

conjunto isolador-pino pode ser solicitado


São fabaricados tanto de vidro como de porcelana vidrada. Em sua parte inferior é cimentada uma base de ferro
emprego fica limitado a linhas de classe 66/75 kV, pois p galvanizada, com um furo rosqueado no centro, que serve
'"'
tensões maiores, tornam-se muito grandes- e volumosos. Para tens .,:e _-. sua fixação às estruturas. São igualmente disponíveis,
. •
maiores do que 25 kV, em geral são compostos de várias part .. lcados com materiais sintéticos compostos.

cimentadas entre si. corno mostra a figura 1.20.


46 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
, t••nsmíssão
- .,
/ntroduçao "'' de energia elétrica poi linhas aéreas de transmissão 47
Trabalham à compressão e à flexão, o que limita um
convenien te que O Sl-sterna de engate permita fácil manutenção (por
pouco as intensidades das cargas a que podem resistir.
exemplo, troca de isoladores com linha energizada). Os dois
e - Isoladores de suspensão - são empregados em dois tipos:
sistemas de enga t e em uso, Concha-bola e garfo-olhal, são hoje
- isoladores monocorpo;
padronizados em âmbito internacional"- pela IEC ( International
isoladores de disco.
Eletrotecnical Cornission}. O mesmo acontece-�com os seus diâmetros e
Os isoladores monocorpo são feitos de uma peça longa
0 seu passo, permitindo assim o -intercâmbio, numa· cadeia de
de porcelana ou vidro, com comprimento adequado ao nível de
isoladores, de unidades de diversos fabricantes, mesmo de países
isolamento desejado (até 220kV), podendo-se, para tensões mais
diferentes. A figura 1.23 mostra alguns tipos de isoladores a disco
altas, empregar duas ou mais peças ligadas em cascata, umas às
e as dimensões básicas padronizadas.
outras; de uso restrito a alguns países na Europa. Os isola�ores
compostos (sintéticos) são desse mesmo tipo, fabricados numa só
peça, para qualquer classe de tensão em uso. ,, " ,,
Com o uso de isoladores pendentes tipo monoc�rpo, CAMPÂNULA

que para um mesmo nível de solicitação elétrica são mais curtos do


que uma cadeia de isoladores a disco, há uma redução nas dimensões
globais da estrutura isolante das linhas, por:tanto, de seus
suportes; figura 1.22.

"'
DIÂMETRO PASSO DIÂMETRO PASSO .

o t rn l PI rn :i D trn l P l rn l "'
' ':
0,1 <16
l • 6,.3S[ml 0.175 O, l<IO º· 2�<1
' (0,140)

O• 0,1775[ml C,200 0.1 <10 • 0.2 60 o. 1<16


( º· l 70) '
Fig. 1.22 - Isoladores pendP.ntes monocorpo (Ohio-Brass)
Fig. 1,?i- Isoladores de disco e dimensões normalizadas

Os isoladores de disco são compostos de um corpo


isolante de porcelana ou de vidro, ao qual são cimentadas as
1.4.2.2 - Características dos isoladores de suspensão
ferragens necessárias à sua montagem, como mostra a figura 1.23.
Através dessas ferragens, unidades individuais de isoladores são
Os ísoladores, conforme vimos, são submetidos a
conectadas entre si, formando as cadeias de isoladores. Essas
so licitações por esforços mecânicos e também a solicitações devidas
ferragens são idealizadas a fim de permitir uma grande liberdade de aos intensos campos elétricos existentes nas linahs de TEE.
movimento relativo entre unidades, além de obrigar os isoladores a
As grandezas que_ defi'Il-ém sua capacídad"e de resistir
trabalhar sob tração sob quaisquer condições. Além do ·mais, é
aos esforços mecânicos e que devem ser especificadas pelo
48 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão i Introdução à transm;ssão de energia elétrica por linhas aéreas de transm;ssão 49

comprador, garantidas pelo fabricante, e verificados pelos ensaiosj


normalizados, são:
carga de ruptura;
resistência ao impacto; B
.45

I
resistência aos choques térmicos. /
�/

l
/
As solicitações elétricas podem comprometer a /

suportabilidade dos isoladores de duas maneiras: 1 A


>--' -- A 1
--1

- por perfuração do dielétrico;


- por disrupção superficial.

A perfuração do dielétrico nos isoladores causa sua '


inutilização. Acontece quando o gradiente de potencial transversal�
ultrapassa a rigidez dielétrica do material. Esta é função do tipo;
e da qualidade do material (po,rt:elana de 6 a 6, 5 kV/rnm e o vidro j Fig. 1.24 - Distância de arco e distância de escoamento
temperado em torno de 14 kV/mm) e do tipo do campo - constante oui A - Distância de arco a seco;
alternado. B Distância de arco sob chuva;
A disrupção superficial é função da distância dei C - Distância de escoamento.
escoamento do isolador (Fig. 1.24), ou seja, de sua geometria, dai
tensão aplicada e da condição na superficie dos isoladores seca� A figura 1.25 mostra como variam as tensões
i
l
ou molhada e da existência ou não de depósitos de material disruptivas de impulso e as de freqüência industrial em cadeias de
poluente. Quanto mais intensa a poluição atmosférica da região, isoladores de suspensão de até 20 isoladores.
maior deverá ser a sua distância de escoamento.
O usuário deveria especificar e o fabricante { '''
1·:4.2.2.1 - Número de isoladores em uma cadeia de suspensão
garantir valores mínimos, conforme consta das normas técnicas
correspondentes, podendo ser comprovados por ensaios normalizados, O número de isoladores em uma cadeia varia bastante
para: em linhas de mesma classe de tensão. O critério de escolha
tensões disruptivas a seco e sob chuva, com freqüência baseia-se, não só na tensão nominal das linhas como também no
industrial; nivel ceráunico (número de dias por ano nos quais se registram
descargas atmosféricas na região) · e grau de proteção desejado
- tensão disruptiva sob impulso (onda padrão IEC 1,2 X SOµs;
contra as descar�as.
nos Estados Unidos 1,5 x 40µs), com polaridade positiva e
Nas linhas .em EAT, hoje esse critério mudou
negativa;
ligeiramente e a escolha fez-se, em primeira aproximação, em função
- tensão de perfuração;
- tensão de carona e radiointerferência.
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas (fe transmissão 51
50 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

- sem poluição 2,0 a 2,3


- poluição ligeira 3,2
- poluição intensa 4,5
- 'poluição muito intensa 6,3
; ONDA 1 112
x40µs di [cm] - distâncía de escoamento ·qos ísoladores. Depende de
40C>l---i-- POSITIVA
seu desenho e é obtida dos catálogos de fabricantes.

l--1--+.--I-..L-1-,4---f-+-1
-'- -'
:f p--+-+- --JL -t-+--t
1 200! �
Exemplo 1.3
> .60H:t EFICAZ Qual póderá ser o número de isoladores tipo disco,
:
1000
1 ' 1 SECO
,

::i �_i.._ __i._ �--';>.,,-!,"-t----, em uma cadeia ·de suspensão, sendo os isoladores de 0,254m de
800 � ; 1 , .1' !,:__/1--l---U'-1-+-I diâmetro nominal e o seu passo de 0,146m? A linha de transmissão e
•• da classe de 500/SSOkV, a ser operadà em região de ar limpo.
600
Solução:
Temos: d i = 30 cm de 2,3vm/kV
400
1
Umax = SSOkV
logo: 2,3
ni -24, 34 ou seja, 24 isoladores.
200 30
A decisão final sobre o número de isoladores deve


N' OE UNIDADES NA CADEIA

12 16 20
ser feita através de uma análise do níve� das sobretensões de
manobra e da suportabilidade da cadeia a esse tipo de solicítação.
Fig. 1.25 - Tensões disruptivas a 60Hz e de impulsos Também é usual efetuar-se a prevísão do número de falhas anuais do
em cadeias de isoladores. isolamento das linhas provocados por descargas atmosféricas, a fim
de confirmar a aceitabilídade do número de.isoladores escolhido.

do desenho dos isoladores pela distância especificada de escoamento


1.·. i. 2. 3 - Ferragens e acessórios
e da máxima tensão em regime permanente da linha, em sua classe de
tensão, podendo-se empregar a seguinte equação:
As cadeias de isoladores são completadas por um
ni = ºc'.émcca;;X;;...._:__d=e de peças, que se destinam suportar os cabos e ser
./3 di a

Sendo:
elas e estas, às estruturas. No conjunto, a sua concepção
ni - número ;de isoladores de disco na cadeia de suspensão são de suma importância, mesmo em seus mínimos detalhes,
Urnax [kV] - a tensão máxima de operação da linha em regime afetar a durabilidade.dos cabos ou constítuir-se em fortes
de com a conseqüente radíoínterferência ou
permànente;
;:.._. .
�ere f erência em recepção de TV. Assim, as modernas ferragens e
de [cm/kV] a distância de escoamenteo específica,
ace ssórios são projetados de forma a não possuírem pontas,
sugerindo-se:
52 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétri�a por linhas aéreas de transmissão 53

angulosidades, irregularidades superficiais, nas quais poderão


Nas linhas com cabos de alumínio, é usual o emprego
ocorrer gradientes de potencial superiores aos gradientes
de varetas antivibrantes ou "armar rods" nos pontos de suspensão
iniciadores de eflúvios de carona. Por outro lado, os materiais que
como reforço dos cabos, evitando que seus fios sofram ruptura por
têm contato com os cabos de alumínio ou suas ligas devem ser
ação das vibrações eólicas. Estas constam de um jogo de 10 ou 12
compatíveis eletrolíticamente com os mesmos, para que não ocorra a
varetas de alumínio, cilíndricas àu afiladas em ambas as
sua corrosão galvânica.
extremidades (bicónicas) que são enroladas em forma de espiral em
torno do cabo, no mesmo sentido. que o enrolamento dos fios de sua
1.4.2.3.1 - Cadeias de suspensão
última camada. Com isso, o diâmetro do cabo junto ao grampo de
As cadeias de isoladores devem suportar os suspensão fica aumentado em cerca de 80 a 85%, nos casos das
condutores e transmitir aos suportes todos os esforços recebidos Seu
varetas bicônicas, e em cerca de 70% no caso das paralelas.
destes. Em sua parte superior possuem uma peça de ligação à
comprimento, após a sua aplicaç�o, atinge de 85 a 100 vezes o
estrutura, podendo ser usado um conjunto composto de um conector
diâmetro do cabo aumentado pelas varetas antivibrantes.
bola-gancho e uma manilha ou de um conector bola-garfo e a manilha.
São usadas varetas de dois tipos: as convencionais,
O conector poderá, ou não, p�ssuir facilidades para a montagem do
que para sua colocação exigem ferramentas especiais, cOm as quais é
anel de potencial ou Na parte inferior da cadeia de
nas
feita a torção no próprio local, e as varetas pré-formadas,
isoladores são fixados os cabos condutores, effipregando-se grampos
quais as héiices são moldadas na-fábrica. São fornecidas com 3 a 4
ou pinças de suspensão. Havendo apenas um cabo por fase, haverá uma
varetas cimentadas entre si e que podem ser aplicadas aos cabos com
única pinça, fixada ao isolador inferior da caadei� através de um
as mãos, sem o emprego de ferrametnas.
conector.
Os grampos de suspensão são, de dois tipo:
Havendo mais de um cabo por fase, será usada uma chapa
Convencionais, como mostra a figura 1.26, nos quais
multiplicadora, à qual serão fixadas tantos grampps ou pinças
os cabos, revestidos das varetas antivibrantes, são prensados na
quantos forem os cabos por fase. As chapas são presas às cadeias
calha por urna telha apropriada por meio de grampos. São fixados aos
de isoladores por meio de conectores.
isoladores através de ferragens adequadas.
Dispositivos especiais permitem a colocação dos
Armados, os grampos de suspensão armados são
anéis de potencial ou os anéis anticorona.
col1sti tuídos por um coxim de neoprene que abraça o cabo condutor.
O conjunto de solicitações que atuam sobre os cabos,
Um jogo de varetas antivibrantes pré-formadas é parte integrante do
sejam eles verticais ou horizontais, cria no condutor uma tensão
grampo, e é aplicado sobre o cabo e envolvendo o coxim. Esse
mecânica nos pontos de suspensão; em vir-tude do peso do cabo e da
conjunto é fixado, por duas sapatas de alumínio-liga abraçadas por
sua natural rigidez, aparecem esforços de flexão e cisalhamento
uma cinta com um parafuso de aperto, ao conector que o prende ao
bastante elevados. Ê, pois, necessário que a curvatura inferior da isolador ou placa multiplicadora (Figura 1.27).
calha da pinça se amolde perfeitamente à curvatura natural dos uffia cadeia de isoladores é submetida, em condiçães
cabos e que seu raio seja o mesmo dos cabos, para não ocorrer o de operação em regime permanente, à tensão U (kV) , de fase da
esmagamento dos fios que os compõem, pois sua superfície de apoio linh a. Havendo ni isolado��s. a cada isolador deveria corresponder
fica reduzida. U/ni [kVJ·, teoricamente. Isso não acontece em virtude dos
acoplamentos capacitivos entre ferragens dos isoladores (pinos e
54 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 55

campânulas) com os cabos e as estruturas, cabendo a maior parcela


aos isoladores mais próximos aos cabos, que são, portanto, os mais
solicitados eletricamente. Esse fato, no inícío da transmissão por
altas tensões, em virtude da tecnologia de fabricação de isoladores
ITEM ESPECIFICACÃO ainda incipiente, fazia com que ocorressem defeitos nesses
'
'
,,
ESTRIBO
OLHAL• BOLA C/ PORTA ANEL
isoladores, por perfuração do dielétrico ou a abertura de arco em

'
"
OLHAL•BOLA SI PORTA ANEL
COHCH4-0LHAL C/PORTA ANEL
torno da primeira unidade e que podia se propagar à cadeia inteira.
Verificou-se que, se o primeiro isolador fosse
CONCHA-OLHAL $/PORTA ANEL
• GRAMPO OE SUSPENSÃO MULTI -
envolvido por .um anel metálico com 2 a 3 vezes o diâmetro dos
'
'
ARTICULADO
ANÉIS DE POTENCIAL isoladores, haveria uma melhor distribuição dos potenciais ao
VARETAS ANTI -VIBRANTES
7 VI ROLAS DAS VARETAS
longo das cadeias. Verificou-se tam�ém que, se na parte superior da
© ' ISOLADORES
cadeia fosse montado um anel idêntico, além da melhora da
1
DE DISCO

"ª1'1
distribuição das tensões, haveria também a possibilidade de
protegê-la dos arcos voltaicos que são iniciados pelas sobretensões
devido às descargas atmosféricas (Fig. 1.28)
Fig. 1.26 - Cadeia de suspensão convencional A melhoria da qualidade dos dielétricas e, no caso
dos isoladores de porcelana de seu revestiffiento vítreo, aliada a um
aperfeiçoamento em sua geometria, fizeram com gue esses anéis fossem
considerados dispensáveis para a maioria '·tias linhas, permitindo
inclusive, sem reduzir a distância disruptiva da cadeia necessária
a uma mesma classe de tensão, eliminar um isolador.
Com o advento das transmissões em EAT, foi observada
a formação de eflúvios de carona em pontos das ferragens das
ITEM ESPEC IFLCACÃO
GRAMPO DE SUSP.IARMAOOJ
cade}2í.s de isoladores. A solução imediata encontrada foi através do
CONCJ-U,-OLHAL
uso de "anéis de carona" ("Carona shields"), colocados lateralmente
ESTRIBO às ferragens de suspensão, como mostra a figura 1. 28. o
5 ISOLADORES
desenvolvimento de ferragens à prova de corona fez com que seu uso
aos poucos venha a ser abandonado, como no caso de linhas de
construção mais recente em 345, 500 o u 750kV
As cadeias de isoladores empregadas podem ser do
tipo reto (cadeira "I"), constituidas de uma coluna de isoladores e
aesmo ·duas, montadas· verticalmente (fig. 1.26). O segundo tipo,
conhecido por "cadeia em-:-,.V", é composto de duas colunas de
Fig. 1.27 - Grampo de suspensão armado
1soladore9 montadas de forma a manterem com a vertical um ângulo de
56 Projetos mecânicos das línhas aéreas de transmissão Introdução â transmissão de energia elétrica·porlinhas aéreas de tra�smissão 57

450, aproximadamente, fixadas, em sua parte inferior, a uma chapa


7,0•�·�
2
--�, _
duplicadora que suporta os grampos de suspensão e, na sua parte
superior, cada coluna é fixada à estrutura (fig. 1. 29). Esse tipo
de cadeia · impede o efeito do balanço·. da cadeia de isoladores,
devido à pressão do vento lateralmente· '$Obre os cabos, o que
permite uma redução nas dimensões horizontais das . estruturas. O
�0.48
acréscimo no número de isoladores e das ferragens é compensado pela
. ·--:-
economia no custo dos suportes.

1.4.2.3.2 - Cadeias de ancoragem

São mais solicitadas rrie-canicamente, pois elas devem


suportar todos os esforços transmitidos axialmente pelos cabos em
quaisquer condições de solicitação. São também denominadas cadeias
de retenção. São montadas acompanhando a curvatura dos cabos, que,
Fig. 1.28 - Anéis de carona
junto às estruturas, ficam praticamente na posição horizontal.
Os cabos são presos às cadeias de isoladores
ataravés de grampos de tensão, dimensionados para resistir cerca de
110 a 150% da máxima tração de serviço. São �mpregados dois tipos
básicos de grampos de tensão, ilustrados na fig. 1. 30. Os grampos
de passagem, como o nome diz, permitem a passagem dos cabos neles
fixados, sem cortes dos mesmos. Devido ao sistema de fixação
empregado, não são considerados à prova de carona, portanto, pouco
empregados em linhas com tensão extra-elevadas. O segundo tipo, de
\
uso mais" geral, requer o corte dos cabos, que são fixados aos
mesmos por pressão.
Para cabos monometálicos, constam basicamente de um
ITEM ESPECIFICAÇAO

1 GRAMPOS DE SUSP. ARMADOS tubo de liga de aluminio terminado em um olhal para a sua fixação
às chapas multiplicadoras ou aos concectoresw de ligação com os
'
2 CHAPA MULTIPLICADORA
CONCHA OLHAL
4 MANILHA isoladores. São equipados com chapas de conexão elétrica. O tubo
s terá paredes de espessura suficiente para resistir ao esforço

PROLONGAOOR G ARFC BOLA
MANILHA
7 1 S0LA00RES »ecânico; o diâmetro interno do tubo será igual ao do diâmetro
nominal do cabo, com peque4na. tolerância para mais, permitindo que
Fig. 1. 29 - Cadeia em "V" Seja enfiado �obre o cabo. Empregando-se uma prensa hidráulica com
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhus aéreas de transmissão 59
58

e um ao outro, e uma de alumínio para a fixação dos fios de alumínio e para a


mordentes adequados. 0 conjunto luva-cabo amolda-s
condução (elétrica). Esta reveste a anterior. Ambas são aplicadas a
ficando o cabo retido.
cabos bimetálicos, o
dos grampo será pressão.
No caso
- alma do cabo
campos t o de duas Peças, uma de aço para a re tençao da
1.4.2.3.3 - Emendas dos cabos

Os cabos para as linhas de transmissão são


fornecidos normalmente acondicionados em carretéis (bobinas) de
dimensões padronizadas, adequados aos diversos tipos e bitolas de
cabos e ao seu manuseio no campo, durante a montagem das linhas.
Há, portanto, um limite no comprim�_nto dos cabos que podem ser
fornecidos, sempre inferior ao comprimento das linhas, exigindo
assim a realização de emendas dos mesmos. Essas emendas deverão
lo J assegurar continuidade elétrica ao circuito e também resistir aos
esforços de tração a que ficam submetidos os cabos.
Ancoragem
Ancoragem do do olmo Empregam-se três tipos de emendas para cabos de

\
alumínio A+

r-------; ,'li
A �/

. :,,- 111,-moJ•�
alumínio, aluminio-a;o ou liga:

7
a - Emenda do tipo torção - reservada a cabo:.;: de pequenos
cá§l���������§;'��i�\�\l="":,�,"'.",. m,
Sapato de diâmetros de até cerca de 15mm. Composta de'·' tubos de alumínio de
ligações Condutor porco olhal
secção transversal ovalizada, nos quais são introduzidas as

AGEM 00 AÇO extremidades dos cabos a serem emendados, como mostra a figura
A - PROFUNDIDADE DO FURO NA ANCOR
1. 31. Empregando-se um par de chaves apropriadas, afetua-se a
Condutor Ancoro em de oluminio torção das luvas juntamente com as extremidades dos cabos ..
1

\
Ancoro9em do aço t--�-��-·�V�
OL_AS����--<
�T
I
"l���-�·�V�OL
� T �·�·��-�-1

Conector Fig. 1.31 - Luva de emenda de torção

b - Emenda do tipo compressão - exigem para a sua aplicação um


·:)-'-· compressor mecânico ou hidráulico com capacidade superior a 50 Ton,
1 b)
",·:�;f�_-equipado com matrizes apropriadas. Para cabos de alumínio ou liga

Fig. 1.30 - Grampo de tensão


::z�t-de aluminio,. é empregada uma única luva de alumínio de secção
60 Projetos mectJnicos das linhas aéreas de transmissão /ntroduçá'o à transmissão de energia elétrica por línhas aéreas' de transmissão 61

transversal anular (tubo), na qual são introduzidas as pontas dos 1.4.2.3.4 Dispositivos Antivibrantes
cabos. Empregando-se a pressão, comprime-se o conjunto, em geral
alterando a superfécie externa do tubo de circular para sextavada. Conforme já mencionado anteriormente, um dos
Empregando-se tubos de secção externa ovalizada e furo circular, fatores que limita a utilizaÇ�o dos cabos mecanicamente
estes assumem secção anular após sua compressão. é o fenômeno da fadiga de seu,s fios componentes sob
No caso de cabos CAA, prefere-se usar duas 1 uvas de efeito das vibrações induzidas pelo vento nos mesmos.
compressão, urna para a alma, em geral de aço e outra para o com o emprego de dispositivos capazes de dissipar a energia
alumínio. Ambas terão após a compressão, a mesma forma ou sextavada envolvida, pode-se reduzir substancialmente o perigo,
ou circular. A figura 1. 32 mostra uma luva de compressão e suas da ruptura dos cabos junto aos seus pontos de suspensão,
componentes. podendo-se "mesmo aumentar as trações nos mesmos, reduzindo
B B A+ A A r A+
B :
suas flechas.
1
-�--1-. __...,, � '"1 -----��.\ i Um razoável nümero'cte dispositivos foi inventado

� �*------:lr1 (: � ��
>-- I

. 1
e aplicado ao longo do tempo[9],com result�dos variáveis.
\ AL M A DE
/ . 1 LcoNDUTOR \__ Aç o CONDUTOR Há basicamente três tipos de proteção contra o efeito
LUVA DE ALUMINIO
A - MET�ÓE DO COMPRIMENTO DA LUVA DE AÇO
das vibrações.
B- METADE 00 COMPRIMENTO DA LUVA OE ALUMÍNIO

a) PARTES CONSTITUINTES
a Varetas Anti-Vibrantes ou Armadura s Anti
Vibrantes já descritas em item anterior,
representando reforços dos �abas junto aos pontos
de suspensão;.

b - Amortecedores de Vibrações - há urna gama bastante


b) CONJUNTO COMPRIMI DO
grande de dispositivos conhecid os genericamente por
fig, 1.32 - Luva de emenda de compressão amortecedores de vibrações e que tem por finalidade
absorver e dissipar a energia das vibrações. O
c - Emendas tipo "pré-formados" - são constituídas por jogos tipo mais conhecido e usado é o tipo "STOCKBRIGE"
de varetas pré-formadas semelhantes às varetas antivibrantes. Para ilustrado na figura 1.33. suas dimensões depeàem
cabos CA ou CAL constituem-se por um único jogo de varetas dos diâmetros dos cabos. Seu posicionamento com
aplicadas sobre os cabos a serem emendados. Nos cabos CAA são relação ao grampo de suspensão depende do comprimento
usados três conjuntos de varetas: um conjunto para mendar ·a alma de das ondas das vibrações a serem amortecidas [ 9).
aço, interna, um conjunto para emendar a camada de alumínio,
e - Pontes Anti-Vibrantes ou Festões constituídas
externa, e um conjUnto de varetas para encher o vão entre a emenda
por alças confeccionadas com o próprio cabo e
do aço e aquela do alumínio. Sua résistência mecânica é de 100%
monta das em paralelo com o mesmo, corno mostra
daquela do cabo com o qual é usado. Resistem por aderência às
� figura 1.34.
extremidades dos cabos por elas unidos.
Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de transmissão 63
Projetos mecánicos das Hnhas aéré"as de transmissão
62
COMPRIMENT APLICADO

VARETAS DE LIGA
DE ALUMi'NIO

----
B, Espaçamento entre subcondutores

fi9, ' s
Tipo Stockbr idge. '"---�
Fig. 1.33 Amortecedor
Tubo de alumínio'
ESPACAOOR DUPLO

·-: --·�----..!

0'e!ostõmero
i
Gorro de

\ 0/
\ /.

ESPAÇAMENTO QUÁDRUPLO

ESPACADOR TRIPLO

Fig. 1.35. Espaçadores para Condutores Múltiplos.

Fig. 1.34 Amortecedor Tipo Festã o. 1.4.2.3.6 Sinalização de Advertência

As linhas aéreas de transmissão devem ser equipadas


com dispositivos de sinalização afim de assegurar a sua
'\
segur.ança física e operacional da açã:o de terceiros como
1.4.2.3.5 Espaçaàores para C ondutores Múltiplos
também a segurança destes últimos.
e a capacitância Os critérios mínimos para essa sin a lização estão indicados
Afim de manter constantes a impedância
condições meteorológicas, na norma NBR 7276 de 1982 e constam basicamente de:
dos condutores múltiplos sob quaisquer
paralelos entre si ao a - sinalização de advertência a pedestres, na forma
é preciso que eles se mantenham duma placa afixada aos suportes, em 1 ocais de fácil acesso;
através de espaç adores
longo de toda a linha, Isso é obtido
ao longo dos vãos das
montados a intervalos regulares
material condutor ajudam b - em travessias sobre .yales prof.undos, quando os
linhas. Esses espaçadores, sendo de .cabos ma's
nciais os subcondutores • altos est'iverem a mais de 145m de altura
a dividir as correntes e os pote &obre o fundo dos mesmos, é requerido que nesses cabos
(Figura 1.35).
Projetos mecân;cos das linhas aéreas de transmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 65
64
do suporte. Através do dimencionamento mecânico é que
sejam montadas esferas {na cor vermelha ou laranja) com
determinam os as dimensões adequadas a cada elemento do
diâtnetros mínimos de 500 mm, espaçadas de no mínimo 40
suporte afim de resi.stir aos esforços a que são submetidos.
metros, com a finalidade de advertir aeronaves que p ossam
A f orma 'final dos S·Uportes decorie da "arquitetura" mais
aí trafegar;
adequada aos materias estruturais empregados, escolhidos
com base em considerações de natureza operaci onal (confiabilidade
e - sinalizações sobre rodovias, ferrovias ou dutos.
em serviç o ) e de seu custo.
São empregados esfera s do mesmo tipo nos cabos mais altos,
no mínimo duas por travessia, colocadas nos pontos de
1.4.3,1 Dimensões Básicas de um Suporte
intersecção de linha com o eixo do limite da faixa de
servidão desses obstáculos;
São fixadas de modo assE:.:3urar segura nça e desempenho
aceitável face aos diversos tipos de sobretensões a que
d - sinalização de advertência de estais.
são submetid os. Suas estruturas isolantes def•inem essas
dimensões. Estas, como já mencionamos no Item 1, 4, 2, são

1,4.3 Estruturas das Lirihas constituídas por combinações adequadas de is o ladores e


distâncias de ar·, O número e tipo de isoladores para
Também designadas suportes, desempenham Uma dupla uma determinada classe de tensão, como também as distâncias
função nas linhas aéreas de transmissão: de isolamento são fixadas por critérios de vários. As
normas técnicas, que se preocupam com ,'.-.o fator segurança,
fixam valores mínimos para
distâncias de segurança.
as
a - proporcionam os pontos de fixação dos cabos condutores
·
através de sua estrutura isolante, garantindo as distâncias No Bras ...;l v'gora
... o que e' determinado pe 1 a n orma NBR 5422
de segurança entre condutores energizados, entre êstes de março de 1985 [10], aplicável a linhas com tensões

partes do próprio suporte e entre os condutores e nominais maiores do que 38 kV, e menores do que 800
e
kV. Os demais paiseS possuem seus próprios regulamentos
o solo.
,
a respeito.
As estruturas is olantes das linhas de transmissão
b - amarram, através de suas fundações , as linhas a o
s ão solicitadas, como foi visto (item 1. 4. 2 ) por três
terreno, ao qu a l transmitem as forças resultantes de todas
tipos de sobretensões, além das tensões normais de operação.
as solicitações a que são submetidos os elementos que
Através de seu dimensionamento adequado se procura
compõem o suporte.
reduzir os efeitos das sobretensões no s sistemas elétricos,

O seu dimensionamento deverá atentar, pois, para que podem provocar interrupções no fornecimento de energia,

os dois aspectos, o eiétrico e o mecânico. O dimencionamento cujo número e .durações devem ficar em níveis aceitáveis,
As so bretensões de origem atmos féricas são aquelas
elétrico é resp onsável pela fixação das dimensões mínimas
que podem a"presentar os valores mais elevados e sobre
da s distâncias de segurança, portanto das dimensões básicas
66 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de t;ansmissão 67

as quais não se tem controle algum. Os outros dois


tipos são gerados no próprio sistema. A redução de seus , d PR

f\'
v�lores a níveis razoáveis é em geral economicamente viável. e l,PR

A proteção mais eficiênte das linhas contra as 1 '


b /1
descargas atmosféricas consiste em eyi tar que as mesmas atinjam ' 1 ' :
1
diretamente os cabos condutores, caso em que dificilmente a / 1
1 \
P, 1
\
t'i.rl
estrutura isolante resistirá, facilitando a abertura de um arco 1
' �

/M
voltaico entre condutores e suporte, seguido de uma corrente em 1 AC i
1·'
B
A 1
H
1

li'
:
freqüência industrial para o solo, caracterizando um curto-circuito '
1' I'

:li \
1
f Mk:: 1' 1
de fase à terra. 1;1

l..-�·
1 1

111
,11
1 1 1 1
- •,!'i
••• 1 '
'

1.4.3.1.1 - Efeito dos cabos pára-raios •se !

hs

O emprego de cabos pára�raios adequadamente localizados


com relação aos condutores, como ,já foi mencionado no item 1._4.1.3,
u=" " "'' _,, =
reduz sua exposição direta, evitando que a grande maioria dos raios Fig. 1.36 - Dimensões básicas de uma estrutura
que demandam a linha atinj a os condutores.
São suspensos, ordin ariamente, na parte mais , alta das
estruturas, e sua altura é determinada em função do "ângulo de
cobertura" por eles oferecido. Está comprovado que quanto menor for
esse ângulo, mais eficiente será a proteção, o que, no entanto, PR

1t
aumenta os custos das estruturas. O ângulo de cobertura é definido +40

pelo ângulo que faz um plano vertical que contém os pára-r aios, com < + 30
o plano inclinado que contém os cabos pára-raios e os cabos � + 20 �
condutores, como mostra a figura 1.36. A figura 1.37 mostra os /\ /\ Condutores \
?
o• e:i:ternos
valores mais adequados do ângulo em função das alturas das
estruturas. Normalmente, as flechas dos cabos pára-raios são o -10

menores do que aquelas dos cabos condutores, o que faz com que, no -20
,<
meio do vão-, os ângulos de cobertura sejam menores do que junto às
estruturas. 10 20 30 40 50 60

ALTURA 005 PÂRA- RAIOS EM [mJ

1.4.3.1.2· - Altura das e'strút'uras


Fig, 1.37 - Ângulos de cobertura propostos por Armstrong
Dependem do comprimento das cadeias de isoladores, do � Whitehead [21] para proteção efetiva
Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 69
68 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão

a - distância ,básica, em metros, obtida ·da Tabela n. º 5 da


valor das flechas máximas dos condutores e das alturas de segurança
referida norma. Para a presente finalidade, pode-se usar
necessárias. a = 6,Sm. Para fins de distribuição das estruturas
O comprimento da cadeia de isoladores (11 na figura
sobre os perfis (locação), as demais distâncias deverão
1.36) é função do tipo desta (I ou V), do número de isoladores e
ser observadas, face a cada tipo ·--�e obstáculo (Capítulo
das ferragens que as compõem. O número de isoladores pode ser
4).
determinado da maneira vista em 1.4.2.2.1. As dimensões dos
isoladores e ferragens são obtidas dos catálogos dos respectivos Exemplo 1.4
fabricantes. Qual a altura mínima admitida para os condutores de uma
As flechas máximas (fmax na fig. 1.36) são determinadas linha de 138/145kV sobre terreno agrículturável? E para uma linha
de 500/550kV?
em função do vão médio ao qual a estrutura se destina, pela Eq.
1. 1. A tração a ser usada deve ser calculada para a condição de
Solução:
máxima temperatura, como recomenda a NBR 5422 em seu item 5 2 2, e
Pela equação ( 1. 8) teremos:
como será visto no Capítulo 4.

[
As alturas de segurança .,., hs, mostradas na figura 1.9 e a) 138kV - = 6,5 + 0,01 145
hs - 50 ) [m]
1.36, representam a menor distância admissível entre co_ndutores e o v'3
hs = 6,84m
solo em qualquer momento da vida da linha. São fixadas igualmente

[ ---
pela NBR 5422, em seu item n. 10.2.1.1. Dependedendo da classe de
)
0

b) 550kV - 6,5 + 0,01 550 -


hs 50 1ml
tensão das linhas e da natureza do terreno ou dos obstácu'ios por v'3
ela cruzados, a referida norma apresenta dois métodos de cálculo hs = 9, 18m
dessas distâncias. Um método designado "Convencional" e um método
alternativo, que para sua aplicação depende de uma análise
1. 4. 3.1. 3 - Distância s entre partes energizadas e partes
probabilistica dos valores máximos das sobretensões a que as linhas
aterradas dos suportes
poderão ser submetidas.
Para efeito de dimensionamento da altura básica dos , Trata-se igualmente de distâncias de segurança,
\

l
/
suportes, pode-se empregar a seguinte expressão: portanto têm seus valores mínimos para cada classe de tensão
estabelecidas por normas. Recomenda a NBR 5422/1985:
Du "As distâncias mínimas do suporte devem ser, obrigatoriamente,
hs = a + 0, 01 ( 1. 8)
determinadas em função de estudos que levem em consideração as
para U > 87kV ou D a, para U � 87kV várias solici lações elétricas a que a linha de transmissão será
Sendo: submetida, devidamente coordenadas com as condições de vento que
ocorrem simultaneamente com cada uma das referidas solicitações."
u tensão máxima de operação da linha, valor eficaz, "Caso esteja ·previsto o uso de manutenção em linha viva, todos
fase-fase, em kV; os espaçamentos deverão ser verificados, de forma a garantir a
Du - distância, em metros, numéricamente igual a U; segurança dos el;tricistas envolvidos nessa atividade."
- - ---··

70 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transrpissão 71

referida norma ainda condiciona que todas Exemplo 1.5


as distáncias decorrentes desses estudos devem ser, no mínimo, Qual deverá ser o valor recomendado para a distância de
se gurança mínima num suporte àe uma linha de tensão nominal de 345
iguais àquelas determinadas da maneira exposta em seus itens 10.2.1 kV?
ou, alternativamente, no item 10.2.2.
A figura 1. 38 mostra o modo de se determinar essas
soluçãç:
distáncias em estrutura, empregando cadeia de isoladores pendentes
(tipo I), com liberdade de oscilar movidas pelo vento, no sentido A fim de empregarmos a Eq. 1.9, devembs escolher o tipo
de isolador, determinando o seu passo e a distância de escoamento.
transversal ao do eixo da linha. O cálculo do ângulo de balanço, �. Para saber o seu número, é necessário especificar a distância de
da cadeia de isoladores, será visto nos Capítulos 2 e 4. escoamento específica, d2 .. Admitindo-se ar limpo, pode-se usar
de 2,2cm/kV. Para isoladores tipo "standard", temos di = 30cm e
pi= 14,6cm.
O número de isoladores, pela Eq. 1.7, será:

362·2,2
= 15,33 isoladores
1-'3·30
Adotaremos 15. Pela Eq. 1.9 teremos:
D, = (15 - 1)·14,6 + 30 = 234,4cm
ou
Di ::: 2,35m

Essa distância deverá ser assegurada': estando a cadeia


na posição de balanço máximo. Ficarão, assim, definidas as
distâncias de segurança com a cadeia em repouso, li e Dmin, na
fig. 1.38.
Fig. 1.38 - Determinação da distância de seguranca mínima - Dmhn
O seu comportamento elétrico, face às sobretensões,
deverá se;_;·\verificado analiticamente e possivelmente por ensaio em
laboratório. Deverá ser analisada, igualmente, para efeito de
A distância D1 pode ser determinada, em primeira manutenção em linha viva.
aproximação, tornando-a igual à "distância disruptiva reta da De acordo com a norma citada, essa distância não poderá
cadeia". Designando por nt o número de isoladores na cadeia, Pt o ser menor do que aquela calculada pela expressão (Tab. 4):
seu passo e dt sua distância de escoamento (pi e d1 são obtidos dos D1 = 0,03 + O,OOSDu [m] ( 1. 10)
catálogos dos fabricantes), a distância disruptiva reta de uma
cadeia de isoladores será: Exemplo 1. 9'..
Verificação da aceitabilidade da distância calculada no
D1 (n1 - 1) pi + d1 [m] ( 1. 9) exemplo anterior:
72 73
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Jnrro ,dução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de tran'smissão

Solução: b - disposiç-ão em plano ou lençol vertical - nesta disposição


D1 = 0,03 + 0,005·362m os condutores se encontram em um mesmo plano vertical.
D1 = 1,84m Essa disposiç�o é reservada em linhas a circuitos
Verifica-se, pois, que a distância de 2,35m é aceitá­ simples, quando estas sofrem l'imitações das larguras das
vel, face a norma aplicável.
faixas de tipica�nte,
servidão. É, o caso quando as
linhas devem acompanhar vias públicas. São. empregadas
No caso de serem empregadas cadeias em "V", esta deverá principalmente em linha a dois circuitos trifásicos no
ser considerada em repouso. As distâncias de segurança são mesmo suporte, reduzindo, assim, as larguras das faixas de
estabelecidas pelos mesmos critérios (Fig. 1.39). servidão. Estas linhas são encontradas em todos os níveis
de tensões, até SOOkV. A figura 1.40 mostra esse tipo de
PROLONGAOOR DE
CADEIA disposição;

o; o;

Fig. 1.39 - Contorno mínimo de uma janela com cadeia em "V"


o) CIRCUITO SIMPLES bl CIRCUITO OUPl.0

1.4.3. 1.4 - Disposição dos condutores nas estruturas fig. 1.40 - Disposição vertical dos condutores

É um fator importante na definição das dimensões das


estruturas. São empregadas três disposições básicas dos condutores:
e - disposição triangular neste caso os condutores são
a - disposição em plano ou lençol horizontal - quando todos os dispostos segundo.os vértices ·de um triângulo. Esse tipo
condutores de fase de um mesmo circuito estão em um plano de disposição é encontrado em todos os niveis de tensões,
horizontal. Essa disposição é empregada em todos os níveis mesmo em EAT. em
Resulta alturas
estruturas de
de tensão, de preferência em linhas a circuito simples. É intermediárias entre as duas disposições anteriores. Os
a disposição ·q�e exige estruturas de menor altura, .sendo, �riângulos são normalmente isóceles, e são e�p�egadas tan­
portanto, preferida para linhas em TEE e TUE. As figuras to para linhas a circuitos simples corno para circuitos
1.1, 1.2 e 1.36 ilustfàm essa disposição; duplos� A figura 1.41 exemplifica alguns casos.
74 Projeros mecânicos das linhas aéreas de rransmissão
Introdução à transmissão de energia elétrica por lfnhas aéreas de tr�nsmissão 75

8.80 1 8,80 - peso dos cabos condutores e pára-raios;


pesos dos isoladores, ferragens e acessórios;
7.6� 7.63
o
,,;
peso próprio dos componentes do suporte.

:1 :
'
o Poderão aindà ser solicitadas_ por ·componentes verticais
o
d
dos esforços horizontais (estruturas estaia,�as - item 1. 4. 3. 1. 6. b)

..
'' : ou decorrentes de cargas adicionais de montagem e manutenção .
.1. e : . :
, --""�-4'""��1-'"�:
�:--"-'-
· �-:�:r···
'
• !• A
· 1· 9,00 l 6.00 6.00 1 9,00
1
b - Forças horizontais - apresentam-se em direções diferentes,
o :- ,1

o devido a causas variadas:


d
o,
'
2! b.1 - Forças horizontais em direção transversal aos eixos
das linhas - decorrem da força resultante da pressão
do vento sobre cabos e ,.isoladores, bem como sobre os
elementos dos suportes;
b.2 - Forças horizontais longitudinais - como se verá no
Capítulo 3, para que os cabos se ·mantenham
Fig. 1.41 - Linhas com disposição triangular
suspensos eles desenvolvem forças axiais de tração,
variáveis com as variações de temperatura e com a
pressão do vento e que devem ser suportadas pelas
1.4.3.1.5 - Classificação das estruturas em função das cargas estruturas da linha;
atuantes b.3 - Forças horizontais ao longo das bissetrizes dos
ângulos horizontais- são resultantes das forças de
Os elementos que compõem um suport� devem ser tração longitudinais dos cabos nos sentidos dos dois
dimensionados a fim de resistir, com segurança, às solicitações a alinhamentos que se interceptam.
que são _submetidos. Devem suportar os esforços necessários à
Os suportes podem ser classificados nos seguintes
manutenção dos cabos suspensos, as forças decorrentes da pressão do
tipos, 7\que normalmente integram uma "família de estruturas", ou
vento sobre os cabos e sobre seus próprios elementos, o peso dos
"série de estruturas", para uma linha:
cabos e de seus acessórios, como também as forças decorrentes das
a - tipo " suspensão" ou "alinhamento" são suportes
variações da temperatura desenvolvidas nos cabos e também de
dimensionados para, em condições normais de operação,
mudanças de direção no Seu traçado. Essas forças atuam em direções
resistir aos esforços verticais devido ao peso dos cabos,
diferentes, permitindo um tipo de "especialização" às estruturas,
isoladores e suas ferragens. Poderão, como veremos no
atribuindo-lhes funções específicas.
próximo item, ser solicitados igualmente no sentido
As forças podem ser classificadas em: vertical pelas forças decorrentes do estaiamento. Devem
a - Forças verticais - atuam normalmente no plano vertical e suportar igualmel1.te as forças horizonta1s transversais
são decorrentes de: decorrentes da pressãO·do vento sobre cabos, isoladores e
76 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica Por linhas aéreas de tran'smissão n
sobre seus próprios elementos. Excepcionalmente são d - para 11 ârigulos" são estruturas dimensionadas para
solicitados por forças verticais adicionais, como aquelas suportar, além dos esforços verticais e transversais,
decorrentes da montagem e de manutenção, como também por também as forças decorrentes da resultante das forças de
forças horizontais longitudinais decorrentes da ruptura de tração nos cabos nos dois al1nhamentos que se cruzam
um ou mais cabos. (Capítulo 3). Para ângulos menores. empregam cadeias de
Esse tipo de estruturas é, na maioria das linhas, o mais suspensão e· com·.. ângulos. maiores, de·,.-tensão.• Têm sua_ cabeça 1 ..

freqüentemente empregado, podendo haver em uma mesma linha modificada com relação às demais; a fim de assegurar as
suportes calculados para dois ou mais vãos básicos de distâncias de segurança necessárias. Uma "família" de
referência. São os suportes menos reforçados da linha. estruturas possui freqüentemente mais de um tipo delas;

e - para "transposição" ou "rotação de fases" a fim de se


b - tipo "terminal" ou "ancoragem total" constituem os
assegurar o equilíbrio eletr-9�agnético das linhas, e com
suportes utilizados no início e no fim das linhas,
isso a igualdade das quedas de tensão nas três fases,
cabendo-lhes a responsabilidade de manter os cabos·
efetua-se a transposição de fases [9], o •que exige
esticados. São solicitados unilateralmente pelas mesmas
estruturas especiais. Recomenda-se que em cada trecho de
forças que atuam nos suportes de suspensão e
linha haja pelo menos urna rotação completa, o que nos
adicionalmente pelas forças axiais longitudinais na
níveis mais baixoS de tehsão se consegue com o emprego de
condição de maior intensidade de vento. São os suportes
duas ou três estruturas especiais;
mais solicitados, sendo, portanto os mais reforçados. São
usados com cadeias de isoladores em tensão (de ancoragem), f - para "derivação" - freqüentemente se .efetuam sangrias nas
mesmo em linhas de tensões mais baixas que empregam linhas para alimentar um ramal, sem necessidade de algum
isoladores de pino ou pedestal; pátio de seccionamento e manobras. Nesses casos, uma
estrutura especialmente projetada para esse fim é
e - tipo "ancoragem intermediária" semelhantes ao tipo utilizada.
anterior, porém empregados no meio das linhas, com trações
longitudinais equilibradas à frente e à ré. São menos
reforçados que os anteriores, pois devem resistir 1.4.3.1.6 Classificação dos suportes quanto à forma de
unilateralmente apenas aos esforços decorrentes do resistir
tensionamento dos cabos durante a montagem, ou após a
ruptura de alguns deles, supondo-se ausência de ventos de Os esforços a que os suportes ficam submetidos são
máxima intensidade. São igualmente empregados em pontos de transmitidos ao solo. Essa transferência é feita somente pelos
ângulo relativamente elevados. Muitos projetistas elementos dos suportes, ou por estes auxiliados por tirantes ou
recomendam o uso desse tipo de ,suporte a intervalos estais ancorados no solo. Esse fato serve de critério para
regulares ao longo das linhas, a fim de facilitar traba­ classificar as estruturas em dois grupos, ou seja, estruturas
lhos de retensionamento de cabos quando necessário; autoportante e �estruturas estaiadas.
78 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de tr{lnsmissão 79

a - Estruturas autoportantes são dimensionadas para '.21, 74

transmitir todos os esforços ao solo através de suas fundações. São

1
s
�i
R
de três tipos: s
a.1 - Rígidas - aquelas que, mesmo sob a ação das maiores o

solicitações, não apre�entam


perceptíveis em qualquer direção.
deformações
São, portanto,
e lásticas

as
.• 1024

-%1%- 15.24 ;;
·eJt
A

4,50
••• �
4,50 1

mais reforçadas e volumosas. As figuras 1.lb, 1.2b e


•o
.,,,
1.41b e e mostram estruturas deste tipo.
�l
a.2 - Flexíveis - são aquelas que, sob a ação das
ções de maior intensidade, apresentam deformações sen­
solicita­ º'
º'
.;,
NI -1
-i
síveis, que, por serem elásticas, desaparecem ao ce s­
sar a solicitação. Essas deformações ocorrem no senti­ -
do das forças solicitantes, na forma de flech�s em sua
-..=1-=- w
p arte superior. São t.ípicos deste tipo de suport es, os 7SO KV
138 KV.

postes e os pórticoS articul ados, independentemente do


mat erial com que são confeccionados. Atúam como vigas Fig. 1. 43 - Suportes em pórticos
engastadas no solo. A figura 1.42 mostr.a exemplos
tipicos de postes para diversos níveis de tensão e, a
a.3 - Suportes mistos ou s emi-rígidos são suportes que
figura 1.43, pórtico articulado.
apresentam rigidez em um a das dire'çõ.es principais. São
em ge ral, assimétricas, com dimensões maiores na
'
·oºo ')./ dir eção de sua rigidez, que é, em geral, na direção·
� transversal ao eixo da linha. Exemplos típicos estão
8 ....
' ' na figura 1.43, na forma de pórticos contraventados.
-�
b �\Estruturas estaiadas neste tipo de suportes são
'.v.''
empregados tirantes ou estais para absorver os esforços
horizontais transversais e longitudinais. O emprego de
tirantes é uma prática bastante antiga, principalmente em
23,16 distribuição e em linhas de tensões menores, constituídas
por postes engastados ou pórticos articulados engastados,
a fim de enrijecê-las. Com o advento das linhas em EAT
l 38 KV 345 KV
verificou-se que substancial economia de custo dos
suportes {ver figura �.45) é realizável através de seu
500 KV
Fig. 1.42 - Suportes flexív e is (postes} estaiamento. Ne stas; os estais assumem toda a
Introdução à transmissão de energia e/é,trica por linhas aéreas de traAsmissão 81
s aéreas de transmissão
Projetos mecânicos das linha
80

1
responsabilidade de mantê-las em pé, pois são articuladas
com o maciço de sua fundação, o que exige de quatro a seis
tirantes por suporte, dependendo de seu tipo.
h

RH - RESU"[. TANTE"" OE TODAS

'' AS FORÇAS HORIZONTAIS

'' b) ESTAIAOA CONVENCIONAL


'v 'r OI AUTO - PORTANTE
P = 1.00 p • 0,60

1,.:::- - - - 1=

Fig. 1.44 - Forças atuantes em suporte estaiado

e) SUSPENSÃO TRAPÉZIO dl SUSPENSÃO DELTA


p • 0,34 p • o, 36
um cabo de aço, no rmalmente
Os estais compõem-se de
de Fig. 1.45 - Estruturas estaí adas e com suspensão flexível.
ou EAR (extra-forte). Em locais
galvanizado, do tipo AR (forte) nio
Pesos relativos p(SOOkV) (Ohio-Brass)
empregam-se cabo s aç o -alumí
agressiva ao zinco
atmosfera
transferem ao
(" copperweld"). Os estais
(" alumoweld") ou aço-cobre
, componentes dàs resultantes
solo, através de âncoras adequadas
o mostra a ffgura 1.44.
As
equilibrar, com
horizontais que devem
adas no
as estruturas es t a i adas empreg
figuras 1.l a e 1.lb mostram
pu.
sistema de transmissão de Itai
te recente, que maiores
Verificou-se, em época bastan
adas com o emprego
de estruturas com
economias poderiam ser realiz 5, as
s, como mostra a figura 1.4
susp�nsão flexível, nas quai s
. A
ém suspensas, ,de cabos de aço
cadeias de isoladores são tamb H
o em detalhes.
figura 1.46 mostra essa suspensã
as tem si do boa, dada
A aceitação desse tipo de estrutur
mais, uma
a grande confiabilidade
apresentada, permitindo, além do
das estruturas. •• ••
maior compa ctação nas dimensões •• ••
de supo rte s estaiado
s é
As ma io·res objeções ao sistema Fig. 1.46 - Jogos
ço para os estais nas faixas
de de forças nas es truturas isolantes [221
que estes, além de requererem espa
82 Projetos mecânicos ·das linhas aéreàs de transmissão Introdução à transmissão de energia elérrica por linhas aéreas de rrànsmissão 83

servidão, exigem também terrenos de topografia favorável à As estruturas de aço devem ser protegidas contra a
implantação dos estais. Em terrenos irregulares prefere-se suportes oxidação e corrosão, empregando-se para esse fim vários métodos. O
auto-portantes, que também são preferidos como estruturas de mais freqüente é o uso de galvanização a fogo, através do qual o
ancoragem e terminais, levando na maioria das linhas às soluções aço recebe _.uma camada de· proteção de zinco_ por imersão das peças em
mistas. um banho de zinco fundido. Empregam-se igualmente aços passivados
Alega-se, contra os estais, sua maior vulnerabilidade a como o "COR-TEN" (U.S. STEEL) e o "NIOBRAS" (C.S.N .. ), nos quais a

vandalismos. primeira camada de óxido que se farma é estável, protegendo-o.


Isolamento por pintura é_ também empregado para esse fim, porém com
o inconveniente de exigir renovação periódica.
1.4.3.1.7 - Materiais estruturais
O concreto armado tem-se apresentado como ótima
alternativa para suportes de linhas, ç?m viabilidade econômica para
Em linhas aéreas de transmissão empregam-se, para a
linhas de até SOOkV. Podem ser executadas nas formas autoportante
fabricação de suportes, os seguintes materiais:
ou estaiadas, em forma de postes para os níveis mais· baixos de
a - Metais tensões, e como pórticos articulados ou contraventados em· todos os
a. 1 - aço carbono comum e ,.de alta resistência;
níveis. Pendentes os processos de fabricação, poderão ser obtidas
a.2 alumínio ou liga de alumínio, seções transversais quaisquer, sendo mui to divulgados no Brasil·
b - Concreto armado seções circulares ocas e seções em duplo TEE. Postes de seção
b.1 - com armadura convencional anular são fabricados por processos de centrifugação e por
b.1.1 - concreto vibrado; vibração, enquanto que os de seção qualquer,'· por vibração. Nos
b.1.2 - concreto centrifugado. catálogos dos fabricantes nacionais relacionam-se postes
b.2 - com armadura para pré-tensionamento. componentes das estruturas com comprimentos unitários de até 40m e
resistências nominais de até 5.000kgf. Há experiência acumulada de
c - Madeira
linhas até SOOkV.
c.1 madeira ao natural;
Dado seu grande peso e comprimento, seu uso, por razões
c.2 - madeira imunizada;
on
ec ômié.as, fica restrito, em geral, a locais de fácil acesso por
c.3 - laminados de madeira.
meios de transporte convencionais.
Os metais, particularmente os aços, é que permitem que A madeira é, talvez, o material estrutural mais
se obtenha a maior variedade de tipos e formas de estruturas, desde tradicional para estruturas de linhas, podendo ser empregada para
as treliçadas convencionais até as modernas estruturas tubulares de estruturas de até SOOkV. No Brasil o seu uso está restrito a linhas
chapas dobradas.· de 230kV, na forma de postes ou de pórticos.
As estruturas de aluminio ou de liga ainda sofrem As madeiras adequadas devem apresentar as seguintes
limitações de uso em _virtu_de de seu -cust_o elevado, ficando características:
restritas ao uso em locais em que o custo de transporte, devido ao - ser resistentes ao ataqu� de fungos da podridão;
seu menor peso, o justifique econômicamente. resist!r bem à exposição ao tempo;
84 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão Introdução à transmissão de energia elétrica por linhas aéreas de transmissão 85

- indeformabilidade com a idade; 7 - PEIXOTO, C.A. de O - Sistema de Transmissão de ITAIPÚ Rev.


resistência mecânica satisfatória. Energia Elétrica - Set. 1979 - págs. 24 a 50.
8 - SAVELLI, M.- Do Óleo de Peixe à Lâmpada Incandescente - Diário
Esses requisitos podem ser satisfeitos por madeiras
de São Paulo, 23/08/1960,
"in-natura" ou através de tratamento de imunização com impregnação
9 - FUCHS, R.D, e ALMEIDA M.T, Projet-Qs Mecânicos das Linhas
profunda da madeira em autoclaves com creosoto ou sais de cobre
Aérea de Transmi"ssão - Ed. EFEI /BLÜCHER 1982. - Itajubá/São
(sais de Wollmann). As madeiras que dispensam essa imunização são
Paulo.
hoje de obtenção muito difícil, pois, sendo de crescimento lento ,
10 - ABNT - NBR 5422 - Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão de
não são objeto de reflorestamento. São muito conhecidas as
Energia Elétrica - Mar. 1985
aroeiras, a massaranduba, o óleo vermelho e outras. Há registros de
11 - THE ALUMINÜM ASSOCIATION Aluminum Eletrical, Conductor
suportes de aroeira com mais de 50 anos de serviço.
Handbood - 1ª Ed. 1971 - N. York. Estados Unidos
A imunização se faz ·no Brasil com algumas das mui tas
12 - POFFENBERGER, J.C. e outros - Over Head Conductors in the
variedades de eucaliptos, bastante abundantes em virtude do
United States. Proc. Cigre Open Conference - Rio de Janeiro,
reflorestamento feito com essas essências. Sua vida útil gira em
Agosto 1983
torno de 20 a 25 anoS, dependendo, do local de emprego.
13 - EDITORES New Conductors offer Greater Transmission
Umas, como as ou trás, são empregadas �m suas formas
Efficienty - Transmission and Distribution - Vol. 35, n. 0 10
naturais, sem torneamento para retificação.
- pag. 12 - Outubro 1983 - Cos Cob, Ct - Estados Unidos.
14 - EDITORES - Controlling Conductor Vibration and Galloping
Transmission and Distribution - Vol 36·, n. 0 2 - pag. 16
1.5 - BIBLIOGRAFIA
Fevereiro 1984 - Cos Cob, Ct. Estados Unidos.
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Ed., Livros Técnicos e Científicos Ed. S.A. - Rio de Janeiro, Chapman and Hall Ltd, - 5• Ed, 1964 - Londres.
1979, 16 - STELLA, M.S. - Determinação da Capaci�ade qe Transporte de
2 - STEVENSON, William D. - Elementos da Análise de Sistemas de Corrente de Linhas Aéreas de Transmissão - ESCOLA FEDERAL DE
Potência - 2ª Ed. � Me Graw Hill São Paulo, SP, 1986. \
'ENGENHARIA DE ITAJUBÁ, 1984 - Dissertação de Mestrado,
3 - KIMBARK, Eduard W. - Direct Current Transmission Vol. 1 17 - TANGEM, K.O, e ANDERSON, J,G. EHV Transmission Line
�iley Interscience - N. York, 1971. Reference Book - Cap. 7 - Edison Electric lnstitute 1°
4 - BARNES, H.C, e BARTHOLD, LO, High Phase Order Power Ed, 1968 - N, York,
Transmission-Electra - n° 24, 1973 - pag.153 - Paris, França. 18 - THOMAS, P.H. - Output and Regulation in Long Distance Lines.
5 - STEWART, J. R. e GRANT, I.S. - High Phase Order - Ready for Transactions AIEE, Nova York, 1909 Vol. 28, Parte I,
Application - IEEE. Transactions, pag 101, n. 0 6 - Junho de pags, 615 a 640
1983 - N. York. 19_ - THOMAS, P.H. - Calculation of High Tension Lines - Id. ibid,
6 - SÃO PAUT�O LIGHT S.A. - Departamento Técnico A Interligação pags, 641 a 686,
São Paulo-Rio. Revista do Clube de Engenharia. Rio de 20 - CENTRAL ·STATION ENGINEERS Electrical Transmission and
Janeiro, Jan. 1960. N° 281 - págs. 1-7.
Profetas mecánicos das linhas aéreas de transmissão
86

Distribution Reference Book - Ed Westinghouse - 4ª Ed. 1950


- East Pittsburgh, PA. Estados Unidos.
. 21 - ARMS1RONG, H.R. e WHITEHEAD, E.R. Lightning Stroke
Pathfinder - JEEE Power Apparatus & Systems - Vol. 83, 1964
- Pag. 1223 - N. York, NY - Estados Unidos.
Publ · n• 2778-H -
Elementos básicos parêl os projetos
Tomorrow
22 - OHIO BRASS - Building for
Mansfield, Ohio - Estados Unidos.
das linhas aéreas de transmissão

2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para cada transmissão de energia elétrica entre dois


pontos existem numerosas soluções tecnicamente viáveis; porém,
apenas um número relativamente pequeno é capaz de assegurar um
serviço de padrão ótimo e, ao mesmo tempo, propiciar o transporte
do kWh a um custo mínimo. O estudo de otimização de uma transmissão
visa exatamente identificar essas soluções, e, dentre elas,
escolher aquela mais adequada ao caso parti01lar. Sob o ponto de
vista puramente econômico, a solução mais adequada é aqueia em que
a soma dos custos das perdas de energia, durante a vida útil da
linha mais o custo do investimento, é mínima. Decorre daí que todas
as alternativas possíveis, consideradas aceitáveis sob o ponto de
Vista técnico, devem ser examinadas e comparadas entre si.
A rigor, o trabalho de projeto mecânico se inicia
som.ente após os estudos de otimização, quando a escolha final já
tenha sido feita, com a definição da classe de tensão, tipos de
estrutur as, bitolas e composições dos cabos condutores e
:<;3:!�.,pára-raios, composição das cadeias de isoladores, etc. Para os
são feitos verdadeiros anteprojetos de cada
solução, em que os elementos básicos para os cálculos mecânicos e
�létric_os já são definidos, dada a influência que podem exercer
_
cada uma _das soluções. O projeto definitivo
então, aos parâmetros assim determinados.
nsmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 89
das linhas aéreas de tra
Projetos mecânicos
88 2.2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A SEGURANÇA DAS LINHAS
linha de
por pr oje to mecânico de uma
Entende-se ntes sobre os
naça - o de tod os os esforços atua Sob o ponto de vista da Engenharia, as linhas aéreas de
ermi
transmissão, a det o seu dimensionament
o adequado,
se co mp , ef e tua r transmissão constituem tipos parti'culares de estruturas físicas,
montagem e as
e
elementos de que
õ

de deta lhes constr utivos e de cujos elementos básicos s ão os cabos (condutores e pára-raios) e os
produzir desenho t rabalhos de pro
jeto
s

ç es e in s truç ões. Os ·suportes, que, através das fundações, devem propiciar sua amarração
ifi ca
respectivas espec visões ou fases:
õ

as per mit em que se considerem di ao terreno atravessado, ao qual devem ser adaptadas . Só esse fato
mecânico das linh
já seria suficiente para diferenciá-las da grande maioria de obras
obre os
e da dis tri b uição dos suportes s de Enge nharia, nas quais ocorre o inverso: o terreno é que é
cabos
a - projetos dos escolhido ou adaptado às finalidades pretendidas. Enquanto, na
nos;
perfis dos terre
maioria das obras, as dimensões dos el ementos estruturais são
b - projetos
àos suportes;
õe s. função do comportamento mecânico desejado, face às solicitações
. tos das f u ndaç
c - proJe previstas, o mesmo ocorre apenas parcialmente nas linhas aéreas de
transmissão: a escolha dos tipos e bitolas dos cabos condutores
. s for ças
c abo s con sta da determ1nação da obedece, normalmente, a critérios técnicos e econômicos [1] e,
o projeto dos . ue íicarao
b a aç ão da s solicita_ç ões a .q muito raramente, mecânicos. A escolha dos materiais para os
mos, so
atu antes nos mes co mo dos p�râmetros da
s curvas
em s erv iç o, bem suportes, sua configuração e dimensões básicas dependem tanto das
su bmetidos quando suportes, a fim
de permitir,
ndo usp ens os n os solicitaç ões mecânicas e elétricas, do terreno no qual devem ser
que assumirão qua adequados
s

se esc olh a os pontos maiS implantados, como também de considerações_-, de segurança geral. Esta
que
através destas, do comportamento
sup orte s na linha. o estudo implica, evidentemente, em assegurar um mínimo risco de falhas
implantação dos to no Capítulo 3,
ca bo s su spe ns o s, que será fei es mecânicas, que, além de comprometer a continuidade do transporte da
mecânico dos buição dos suport
ess ár io f err amen tal. A dis tri energia, poderá ameaçar vidas e propriedades.
fornecerá o nec 4. Os
rr enos é ob jetivo do Cápítu lo Na solução de quaisquer problemas de Engenharia de
dos te
0
sobre os perfis 5 e os das
se rão ab orda dos no Capitulo estruturas, projetistas devem iniciar pelas seguintes
tes 05
projetos dos supor
ítulo 7. prc:v\.dências básicas, que constituem as "Hipóteses de Cálculo":
fundações no Cap dest inado a apre
sentar as
n te cap it ulo
o prese dos fatores a - estabelecimento das chamadas hipóteses de carga, através
men dad as para a determinação
metodologias reco dos esforços devi
dos a pressão das quais se procuram fixar os valores das solicitações mecânicas,
ol ici ta çõ es, ou seJa,.
normais e anormais, que poderão incidir sobre as estruturas no
causadores das s nhas e daqueles
ele me nt os componentes das li decorrer de sua vida útil� principalmente daquelas que, por sua
do ·vento sobr e sive,
ão f e itas, inclu
05

var ia çõe s das temperaturas. 5er ento, aaior intensidade ou por sua maior duração, mais solícitam os
d evido às ll . nh as e o seu dimensionam
e a seg ura nç a da s
considerações sobr por tam ento elástico
dos cabos aateriais empregados;
d e fal h a". o com
"
admitindo -se ri. scos óngame ntos) que b - através do conhecimento do comportamento dos materiais a
o as def or ma çõ es permanentes (al -'-+--·serem empregados, face aos tipos de solicitações a que serão
cond utores, bem com e metodologias par
a
a 1 men t e di s cutidos,
igu submetidos, escolher as taxas de trabalho mais adequadas a cada
irão sofrer s erão
resentadas.
predeterminação ap
caso.
Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
90 Projetos mecâilicos das linhas aéreas de transmissão 91

Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes
fenômenos de
� de propriedades, o projetista é limitado, em seu arbítrio para a naturais, também não podem ser previstas com precisão e, para
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e�iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil 'aa obra.
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, urna tendê�cia natural de se superestimàrem as
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicilações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos dé levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e si_mples não o econômicas.
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquela de um de seus elementos estruturais aos esforços
um certo tipo de esforço,. e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
de carga de ruptura. Esse termo, no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como
ao pé da letra: às vezes ele, é.,.associado a valores de solicitações ensina a teoria da Probabilidade.
que provocam deformações permanentes em elementos 'da� estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa de distribuição das
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de uma estrutura pertencente a um lote de
também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas,
essa distribuição pode ser
técnicos usados em obras, aceitam-se tolerâncias de fabricação considerada normal, com um desvio padrão eiitre 5 e 10% [3]. Seja
tanto em suas dimensões físicas finais, quanto em suas fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas
características específicas (peso, resistência especifica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio· para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado,
grandeza e uma tolerância. Esta será tanto menor quanto mais na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:

J�
rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem R P(L) ·fo(L) dL [2. 1)
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de urna estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto posição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima estatística garantida L1", e é definida· pela carga de 90% das
atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
solicitação. Por outro lado, quanto maior for o fator de· -segurança, uma carga igual a L1.
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
custo. da carga L1 ser igualada ou excedida, ou pelo período de retorno T
90 Profetas mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 91

Na maioria dos países, uma vez que a segurança das Por · outro lado, as cargas que atuam sobre as
obras de Engenharia em geral envolve a segurança de seres vivos ou estruturas, principalmente quando decorrentes de fenômenos
de ·propriedades, o projetista é lirni tado, em seu arbítrio para a
naturais, também não . podem ser previstas com precisão e, para
escolha dos elementos acima, pelos "Códigos de Segurança" ou pelas quaisquer valores supostos, e�iste sempre um risco de que os mesmos
"Normas Técnicas", que, para cada tipo de estrutura, procuram sejam ultrapassados durante a vida útil da, obra.
estabelecer condições mínimas de segurança, fixando, em geral, Há, pois, uma tendência natural de se superestimarem as
tanto as hipóteses de carga mínimas, como também as solicitações cargas ou de se superestimarem as resistências das estruturas,
máximas admissíveis nos diversos materiais. São elementos de levando a superdimensionamentos, com conseqüentes penalidades
orientação para o projetista. Sua adoção pura e siffiples não o
econômicas.
exime, no entanto, de responsabilidade profissional. Uma· vez que, tanto a suportabilidade de uma estrutura
Quando um determinado elemento estrutural é submetido a ou aquelade um de seus elementos estruturais aos esforços
um certo tipo de esforço, e se este for suficientemente elevado, mecânicos, podem ser consideradas grandezas estatísticas, como o
poderá ocorrer sua destruição ou ruptura. Esse valor recebe o nome são as forças atuantes, o risco de falha existirá sempre para
de carga de ruptura. Esse termo,. no entanto, não deve ser entendido qualquer combinação de forças atuantes e suportabilidades, como

ao pé da letra: às vezes ele, � associado a valores de solicitações ensina a teoria da probabilidade.


que provocam deformações permanen.tes em elementos à.as estruturas, Seja P(L) a curva cumulativa àe distribuição das
de ordem tal, a provocar o colapso da estrutura inteira. Seu valor suportabilidades de uma estrutura pertencente a um lote de
também não pode ser considerado singular ou absoluto: nos materiais estruturas. No caso das linhas, essa distribuição pode ser
técnicos usados em obras, aceitam-se tolerâncias de fabricação considerada normal, com um desvio padrão en'tre s e 10% [3]. Seja
tanto em suas dimensões físicas finais, quanto em suas fo(L) uma distribuição de valores extremos - velocidades máximas
características específicas (peso, resistência específica à tração anuais dos ventos responsáveis pelas solicitações, e que pode ser
ou compressão, etc). Admite-se, pois, um valor médio para cada descrita pela lei de GUMBELL I. O risco de falha R é representado,
grandeza e uma tolerância. Esta será tanto menor quanto mais na figura 2.1, pela área hachurada. Sua expressão matemática é:

J�
rigorosas forem as especificações de fabricação, de controle de
qualidade e aceitação. Nestas condições, as cargas de ruptura devem R P(L) ·fo(L) dL (2.1)
ser entendidas como grandezas estatísticas, definíveis, por
exemplo, por seu valor médio e pelo desvio padrão ou pela O risco teórico de falha de uma estrutura pode ser
variância. Pode-se, pois, a cada valor de esforço que atua sobre um determinado pela posição relativa das duas curvas P(L) e fo(L). A
elemento estrutural, associar um risco de falha. Este será tanto P<>sição da curva P(L) é determinada pela "suportabilidade
menor quanto maior for a relação carga de ruptura/carga máxima ·estatistica garantida L1", e é definida pela carga de 90% das

atuante. Essa relação determina o fator de segurança, para uma dada ·estruturas de um mesmo lote que devem resistir quando submetidas a
-- "'"��, .Uma carga igual a L1.
solicitação. Pot:'·outro lado, quanto· inaibr for o fator de segurança,
maiores as dimensões dos elementos estruturais e, portanto, seu A posição da curva fo(L) é definida pela probabilidade
custo. carga L1 ser igualada ou excedida, ou pel� periodo de retorno T
92 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmiss ão aementos básicos para os proJetos das hnhas aéreas de transmissão 93

,, p observação
climáticas
meteorológicas na ou em regiões
própria
próximas e semelhantes. E é preciso que estas
região,

informações sejam confiáveis. Tratando-se de fenômenos naturais, os


f0 { L) eventos meteorológicos têm uma natureza completamente aleatória e,
conseqüentemente, só podem ser analisados e quantificados por
processos estatísticos e probabilísticos. Isso requer,
evidentemente, um número grande de registros, feitos também no
decorrer de um grande número de anos.
Para um trabalho seguro, a coleta de dados deveria ser
L
RISCO DE FALHA R
feita por aparelhos· registradores automáticos e contínuos, isenta,
Fig. 2.1 - Risco de falha de uma estrutura portanto, de falhas humanas.
São as seguintes as 'i-nformações meteorológicas
necessárias para o estabelecimento das hipóteses de carga:
de L1. T é igual ao inverso da prob.abilidade da ocorrência de uma
a - Temperaturas
carga L, maior ou igual a L1. Quantb mais fo(L) estiver afastada de
valores das máximas temperaturas anuais;
P(L), menor será o risco de falha.
valores das mínimas temperaturas anuais;
Para cargas de vento, um periodo de retorno de 50 anos,
valores das temperaturas médias anuais, obtidas por taxa
como recomendado pela NBR 5422, conduz a um risco teórico de falha
-2 horária de amostragem.
anual de uma estrutura de cerca de 10 , para um desvio padrão na
suportabilidade das estruturas de 7,5%. b - Velocidades máximas anuais de ventos

A IEC Na impossibilidade de se obterem esses dados nas


[3] sugere que se considere- "classes de
segurança" para as linhas e indica três classes para os riscos
condições desejáveis, como, por exemplo, número suficiente de .anos

teóricos de falha, dependendo de sua importância no sistema. Para


de registros, o projetista poderá recorrer às cartas meteorológicas

falhas sob a ação do vento sugere, respectivamente, os seguintes constantes do anexo A da NBR 5422 [2), que deverá, no entanto, usar
2 3 4 com prucifo�cia. Essas cartas, para facilidade de consulta, foram
riscos anuais 10- , 10- e 10- •
reproduzidas neste capitulo.

2.3.1 - Determinação das temperaturas necessárias aos projetos


2.3 - DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS SOLICITANTES
2.3.1.1 - Método estatístico
As solicitações mecânicas dos cabos das linhas aéreas
de transmissão e, conseqüentemente, também de suas estruturas e A tabela 2.1, anexa, apresenta dados meteorológicos
fundações são, como vimos, decorrentes -das ·variações das condições obtidos em uma estação próxima ao traçado de urna linha. Com os
atmosféricas nas regiões em que se encontram as linhas. Os dados dados registrados em cada um dos anos assinalados, foram
básicos de projeto deveriam, portanto, ser coletados em postos de calculadas:
94 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas ·aéreas de transmissão 95

TABELA 2.1 DADOS METEOROLÓGICOS DE UM POSTO EM REGIÃO DE cálculo, nas diversas condições de solicitações das linhas, corno
IMPLEMENTAÇÃO DE LINHA
recomendam a NBR 5422 [2] e também a JEC [3]:
a - Para a condição de maior duração a temperatura é
Média das Média das Média das Vento em km/h,
ternperat. ternperat. temperat. 10m altura e definida pelo valor das médias plurianuais das temperaturas do ar
ANO mínimas médias máximas 2 segundos - t;
tmin [ •C] diárias tmax [ •C] Rugosidade
t [ •Cl B
b - Temperatura minima - é o menor .-valor de temperatura do ar
1950 +13,78 19,31 28,04 88,3 calculada com uma probabilidade de 2% de ser igualada ou ocorrer um
1951 +12,85 18,45 27,85 64, 1
1952 +15,32 20,32 26,80 76,7 valor menor. Corresponde a um período de retorno de 50 anos.
1953 +10,45 19,36 27,65 - - 60,3 Pode. ser determinada por:
1954 + 8,30 19,03 29,32 68,5
1955 +11,83 18,88 30,01 52,8 tSOmin = fmin - 2,59 O'min -.
1956 +12,45 22,47 26,78 78,0 (2. 2)
1957 +12,52 22,03 25,88 67,9.
1958 +11,45 20,50 26,03 66,5 onde:
1959 +10,22 20,85 26,83 72,9
1960 + 9,85 18, 09 .- 27,93 65,3 lmin - média das temperaturas minimas anuais [oC);
1961 +10,30 18, 98 29,03 75,3
1962 +10,90 17,98 28,88 87,3 Cmin - desvio padrão da distribuição de temperaturas mínimas
1963 + 8,36 16,53 28,03 95,6 anuais.
1964 +12,87 22,45 26,98 100,3
1965 +14,36 23,08 28, 93 78,8 e Temperatura máxima é a maior temperatura do ar,
1966 +15,85 22,88 27,85 66,8
27,08 99,0 deter�inada para uma probabilidade de 2� a ser igualada ou
1967 +12,89 19,97
1968 +11,56 19,45 29,02 76,5 excedida. Corresponde, igualmente a um período de retorno de 50
1969 +10,02 19,58 30,30 79,6
anos.
1970 + 9,95 18,89 30,20 84,7
É calculada por:
Médias lmin = 11,44 t = 19,96 lmax = 28,07 Vmax = 76,42
Desvio tsomax = Imax· + 2, 59 G'max (2. 3)
2,09 1, 74 1,31 12,69
padrão
onde: / \
lmax - média das temperaturas máximas anuais [ o C];
amax - desvio padrão da distribuição de temperaturas máxímas
a - Médías das temperaturas- mínimas diárias - tmin anuais.
b - Médias das temperaturas médias diárias - t
e - Médias das temperaturas máximas diárias - tmax
Exemplo 2.1
Foram calctilados, igualmente, as médias plurianuais e
os desvios padrão corresponde,ntes. Quais os valores, na região da linha para a qual foram
Essas temperaturas permitem que se determine as coletados os dados constantes da tabela 2.1, das temperaturas neces
Sárias à formulação das hipóteses de carga a serem usados em proje=
temperaturas de projeto, para a formulação das usuais hipóteses de to?
96 Projetos mecânicos das 'linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das Hnhas àéreas de transmissão
97

Solução: Temperaturas médias - ilustradas na fig. 2.2;


a - Temperatura da condição de maior duração - e, como vimos, Temperaturas máximas médias - encontram-se na fig 2.3;
o valor da média das temperaturas médias anuais. Para n anos:
Temperaturas máximas - reproduzidas na fig. 2.5;
-- L
1 n
tanual (2.4) Média das temperaturas mínimas - estão na r·1g. 2. 6 .
n i Para o seu uso, deve-se loca'l-.izar a linha nos mapas
de acordo com a tabela: t 19,96•C ou t = 20•C
através de suas coordenadas, a fim de se obter das figuras o s
b Temperatura mínima do ar, com período de retorno de 50
valores das temperaturas correspondentes.
anos:
tSOmin = lmin 2, 59 cr-min (Eq. 2.2)

com os valores da tabela:


tsomin 11,44 - 2,59 · 2,09
Exemplo 2.2
tsomin = + S,97•C ou tsomin = + 6°C
Uma LT deverá ser construída em uma região cujas coorde
e - Temperatura máxima do ar, com período de retorno de 50 nadas aproximadas são 12°5 e 48°W. Quais as temperaturas do ar ne
anos: cessárias à elaboração do projeto?
tsomax 'tmax + 2,59 ,-·'O"max (Eq 2.3)

tsomax 28,07. + 2,59 · 1, 31 Solução:


tsomax 31, 46•C ou tsomax = 3z,,c
a - Temperatura média - da fig. 2.2 - l = 25oC
d - Temperatura coincidente - não havendo registros simultâne b - Temperatura máxima média - da fig. ?·3 - por interpolaç ão
os das temperaturas coincidentes com os ventos de máxima intensid� aproximada - tmax = 31,7oC
de e como n ão foi possível,ainda, estabelecer uma co rrelação entre c - Temperatura mínima - da fig. 2.4 - por interpolação aproxi_
essas duas grandezas para fins de projeto, deve-se usar [2, 3 ] a mada lmin = 9,ScC
temperatura media plurianual das mínimas anuais.
d - Temperatura máxima - da fig. 2.5 - tmax = 40oC
Da tabela:
tmin = 11,44°C OU tmin ll,S0°C e - Média das temperaturas mínimas diárias - da fig. 2.5 -
lmin 19°C
: \

2.3.1.2 - Método direto ou gráfico 2.3.2 - Determinação das velocidades dos ventos de projeto

Com os dados meteorológicos coletados por todo o país, A determinação do efeito do vento sobre estruturas de
foi possível preparar cartas meteorológicas do Brasil, nas quais Engenharia, há muito vem preocupando os
proJe · t·istas dos diversos
fo ram ligados todos os �pontos de igual temperaturas, dando origem ramos e, apesar do grande número de trabal
hos de pesquisas
às curvas "isoter·mais". Essas cartas fo ram apresentadas no Anexo A realizadas ou. em andamento , a palavra ·
cone 1 us1va sobr.e a maneira
da NBR 5422/1985 [2], aqui repro duzidas para facilitar a consulta correta de considerar esse efe to ainda
� não foi dada. No caso das
· linhas de transmissão, em partic
dos leitores: ular nos últimos anos, razoáveis
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissâí, Elementos básicos para os projetos das linhaS aéreas de transmissão 99
98

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,,. Fig. 2.3 - Temperatura máxima média [•C) (NBR 5422/1985)

Fig 2.2 - Temperatura média [,C] (NBR 5422/1985)


Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 101
Projetos 'rnecánicos das linhas aéreas de transmissão
100

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Fig. 2.5 - Temperatura máxima [,CJ (NBR 5422/1985)
Fig. 2.4 - Temperaturas mínimas [,C] (NBR 5422/1985)
Elementos básicos para os projetos das linhas aéieas de transmissão 103
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
102
progressos foram re·alizados, principalmente quando se passou das
pesquisas em túnel de vento para as pesquisas em linhas
especialmente construídas para esse fim em campo aberto.
Verificou-se. que, se certos aspectos relevantes sobre o
comportamento dos ventos forem devidamente ,,considerados, não só
substanciais econom_ias podem ser realizadas, pelo dimensionamento
mais realista das estruturas, como também maior segurança contra
falhas mecânicas podem ser conseguidas.
O trabalho realizado na instalação de Horningsgrinde,
Alemanha Ocidental {4], e pelos grupos de trabalho da Eletricité de
France, do Central Electricity Research Laboratories, da
Inglaterra, e do Centro Degli Ricerca Élettrica, da Itália [5], e
outros, têm contribuído decisivamente para o melhor entendimento
dos ventos em si e de seus efeitos sobre as linhas.
Este último trabalho serviu de base para a elaboração
da publicação "OVERHEAD LINE TOWER LOADING" - Recommendation for
Overhead Lines - do Comitê Técnico n° 11 da IEC ( Interna tional
Electrotechnical Comission) [3]. A NBR 5422/85 [2], por sua vez,
incorporou os procedimentos aí recomendados.
Esses estudos levaram ao reconhecimento de diversos
fatores de importância fundamental na escolha dos chamados ventos
de projeto, a partir dos dados disponíveis, dentre os quais deve-se
notar:

a - a 'i3-ção do vento depende da rugosidade do solo. Quanto


/
maior for essa rugosidade, maior será a turbulência do
vento e menor a sua velocidade;

b - devido à maior turbulência próxima à superfície do solo,


fig. 2.6 - Média d as temperatu ras ml'nimas diárias [°C1
(NBR 5422/1985) sua velocidade aumenta com a altura sobre o solo;

c - os ventos, em geral, apresentam-se na forma de rajadas,


cujas frentes são pouco extensas� apenas algumas cente­
nas de metros� extensão pela qual seus efeitos podem ser
sentidos simultâneamente;
Elementos básicos para os
104 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão projetos das linhas.aéreas
de transmissão
105
d - os diferente obstáculos que se opõem ao vento possuem
V

[:]
tempos de resposta diferentes à sua solicitação. Assim,
sobre um determinado elemento estrutural, ,ventos de
intensidades elevadas de curta duração podem ter efeitos
menores do que outros, menos intensos, porém de maior
-----
V4

duração.

Esses fatores, se devidamente considerados, permitem


maior segurança e economia no dimensionamento das estruturas das
linhas.
A determinação da velocidade dos ventos em determiI1ado
local é feita por aparelhos denominados anemômetros, que, através
de mecanismos vários, informam, continuamente, as velocidades dos
ventos. Os anemógrafos registram essas velocidades continuamehte
2 2
para posterior consulta. Há vár.ias construções de anemômetros, 2 1 2 I
sendo mais comuns as "de conéhas", cuja velocidade de giro é 10 [ ,J
proporcional à velocidade do vento medido.
Suas' i_ndicações ou
Fig. 2. 7 - Efeito dos tempos de integr
registros, por outro lado, apresentam um tempo de resposta às dos ventos aça-o nas ve 1 ocidades
flutuações na velocidade do vento, que é função dessa mesma
velocidade e de seu sistema de medidas. Anemômetros sensíveis têm
tempos de resposta de ordem tal, que indicam velocidades médias de igualmente ser corrig
idos, como também se dev
ventos integradas por períodos de 2s. A figura 2. 7 mostra um da velocidade do ven e ef e tuar a correção
to para os cabos e est
diagrama V = f(t) de uma frente de rajada de vento,. com as várias alturas maiores. ruturas situados a
velocidades e respectivos tempos de integração.
O efeito rugosidade sob
Na figura 2.7, V1, V2, V3, V4 e Vmax são os valores das re as velocidades médias
também s o:pre as veloci . como
, dad es de ventos nas linhas
velocidades parciais da rajada, obtidos por integração em destas t:"êm rugosidades quando os ter renos
diferentes, também requer
intervalos com instrumento cujo tempo de integração é, por exemp lo , em correções.
2s. À V10 correspondem 10s.
2.3.2.1 - Efeito da rugosi
Velocidades de vento são publicadas com diferentes dade dos terrenos
tempos de integração, daí a necessidade de se padronizar a forma de
fazê-lo. Felizmente os dados já obtidos e publicados não são Tanto a ABNT [2]' com
o a IEC [3], classific
terrenos em quatro am os
perdidos, pois é possíve1 convertê-los todos à mesma base de temp o , categorias de rugosidad
. 2.2, que s gue e, des cri tas na Tabela
como veremos. � . A caracterização de
. um terreno em uma des
.categorias e um tan sas
A altura de instalação dos anemôrnetros também foi to subjetiva e se preten
cap
- - az de reconh _ de que o pro jet ist a seJ·a
padronizada em 10m. Dados obtidos em alturas diferente p odeo __ .. ecê-la.
106 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transfl1issão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas .de transmissão 107

TABELA 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TERRENOS DE ACORDO COM SUA convencional a lOm de altura sobre o solo de categoria B, com um
RUGOSIDADE. COEFICIÊNTES DE RUGOSIDADE [2,3].
período de integração de 10 minutos.
CATEGORIA COEFICIENTE Sua determinação obedece igualmente a dois processos:
DE CARACTERÍSTICA DO SOLO DE RUGOSIDADE um método estatístico, a partir de velocidades medidas no campo, e
RUGOSIDADE K,
um método a ser usado na impossibilidade de se,_ empregar o anterior.
Vastas extensões de água a sota Baseia-se nas cartas com curvas "isótacas" publicadas no anexo da
A vento; áreas costeiras planas; de 1, 08
sertos planos. NBR 5422/1985, reproduzidas na figura 2.8.

Terreno aberto com poucos obst�


culos, com várzeas, glebas culti- 1,00
B
vadas com poucas árvores ou edifi 2.3.2.2.1 - Método estatístico
--
cações.
.

Terreno com obstáculos numero- Sejam Vima>: as n velocidades ��.áximas anuais dos ventos,
c SOS e pequenos, como cercas vi- 0,85 obtidas em posto meteorológico, em cada um dos n anos de
vas, árvores e edificações.
observação.

1 D
Areas urbanizadas; ;terrenos com
muitas árvores altas·
0,67 Empregando esses dados, é possível determinar o valor
da velocidade que poderá ser igualada ou excedida uma vez em T
anos, através da expressão [2,3):
Obs: - Linhas que cruzam áreas altamente urbanizadas, devem ser
consideradas localizadas em terrenos de categoria D, pois é
muito difícil a sua real avaliação. P(Y] = 1-exp[-exp[- rr (v-V+0, 45 ·oc,J]] (2.5)

- Em vales que possibilitem a canalização de vento em direção


na qual:
desfavorável para o efeito em questão, deve se adotar para
Kr uma categoria imediatamente anterior a que foi definida 1
P(Y] a probabilidade anual do vento
T é [m/s]
V a
com as características da tabela 2.1.
ser iglialado ou excedido;
- As mudanças previstas nas características da região - é o valor da velocidade do vento com uma
atravessada devem ser levadas em conta na escolha de Kr. probabilidade anual de P(Y);
- Os valores de Kr da tabela correspondem a uma velocidade V [m/s] - é o valor médio da distribuição das n
média sobre 10 minutos (período dé integração de lOmin). velocidades máximas observadas;
medida a 10m de altura sobre o solo. <rv - desvio padrão arnos_tral nas n velocidades.

2.3.2.2 - Velocidade básica de vento � aconselhável que esse método só seja empregado quando
se tenha um número grande de anos de observação: para V, no mínimo
Velocidade básica de vento é uma velocidade calculada 10 anos e, para o cálculo de av, seria aconselhável dispor de 20
para um periodo de retorno de 50 anos, medida de maneira anos de dados.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Bementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 109
108
Exemplo 2.3
A tabela 2.1 fornece os valores das velocidades máximas
anuais de vento càlhidas em um posto meteorológico por meio de ane­

...
mômetro com 2s de resposta, a 10m de altura, em terreno de rugosi­
�· ... dade B .
... Qual o valor da velocidade básica,de vento, ou seja, a
•'--··-1----t velociqade com um período de retorno de 50 anos?

solução:
,�- As velocidades de vento da tabela estão especificadas
em km/h, enquanto que a velocidade básica é em m/s. Poder-se-ia
--··
....
converter os n valo(es ou operar com km/h e fazer a conversão pos­
terior, o que é menos trabalhoso.
Ternos:
1 = 0,02
P(V)
50

"
... - . v
<rv
76,42km/h
= 12,69km/h
Aplicando a equação 2.5 para obter o valor de V:
... To º P(V) 1 - e -e
X

to•... iÍ ·-

... ... Sendo:


X
T[
(V - V+ 00 45 · <rv)
v'6 •<J'v

Temos:
X
= -e -e
... X
-e
1 - P(V) = e
tempo de integração da média: 10min
período de retorno: 50 anos e
X
P(V)]
a 10m de altura
= Ln[l
terreno dé categoria B X =
e Ln[l 0,02]
X
Fig. 2.8 - Velocidade básica do vento [mls1 e - 0,02020
X = 3,90194

T[
[V - 80,1305]
"6·12,69
Projeros mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das lint,as aéreas. de. tran�missão 111
,,o
Exemplo 2.4
Logo:
V= 120,378km/h = 33,358m/s Qual a velocidade básica do vento a ser usada na linha
especificada no exemplo 2.2?
A velocidade rnax1ma de ven t o sera,' pois 33 538m/s
um período de retorno de 50 anos e tempo de integração de� s�
Solução:
p �os Para obter seu valor com um tempo de integração de 10 m�n�­
ar

�� d�vemos determinar na figura 2.9 o fator Kd para_p o ; ele ����� Para as coordenadas 12oS e 48°W, obtemos aproximadamen­
dir' 0 valor acima encontrado. Para terreno de categoria , na 1 _ te 22,8�/s por estimativa entre as curvas de 22 e 24m/s.
seção da abscissa de 2s com a curva B, encontramos Kd = 1, 4 . Logo o
vento bâsico será de:
Vb = 23,956 = 24m/s 2.3.2.3 - Velocidade do vento de projeto

É a velocidade a ser usada na determinação das


'• '·'
1 1 1 1 1
11 1 1 1 i solicitações provocadas pelo · vento sobre os· elementos das linhas.
,., 1 i
1
1 1 1 1 Ela é calculada a partir da velocidade··básica de vento, com as
'
1\

,,, CATEGORIA 00 1 li
1
TERRfNO
correções devidas aos seguintes fatores:
1 1
'·'
' 1
\
1 ' 1 1 1 a - quando a rugosidade do terreno for diferente de "B",
"' 1 _. ' 1 deve-se multiplicar a velocidade básica de vento pelo
,·1 1
'·' . 1 1 1 1 "coeficiente de rugosidade de Kr" referente ao terreno da
�I 1
'·' ii'i-L '-i}
....._ 1 i'-.!: 1 i "._ i \.i I t ! 1
i
1
. linha Kr e obtido da tabela 2.2;

b - os diversos elementos da linha têm tempos de resposta


,., 1 1
! 1 ' diferentes à ação do vento. Assim, por :_exemplo, para a
'· ' i 1 1
! 1 "1-,....... 1 1 ação do vento nos suportes e nas cadeias de isoladores, o
! 1 1i 1 1 1
'· o ��-1 1 período de integração deve ser considerado igual a 2
' segundos, enquanto que sobre os cabos recomenda-se usar
1 I 1 1
o,
1 1
º· • 1 1 11 1 30s. Os coeficientes de conversão Kd são obtidos da figura
10 20 �o 1 2 s 10
2.9;
(__:,__
'�"r"--
, oo -,-��� 1'\
e - para obstáculos cuja altura sobre o solo seja difere
nte de
10 m, deve-se aplicar um fator de correção dado por:
fig, 2.9 - Fatores Kd para conversão de velocidades de
vento com tempos de integração diferentes
l
Kh=[�o] /n (2.6)
2.3.2.2.2 - Método direto ou gráfico na qual:
H(m) é a altura do obstáculo
o valor da velocidade básica do vento pode ser lida n é um fator que depende da rugosidade do terreno
da linha e
diretamente das curvas isótacas constant es da figura 2.8, da mesma do período de integração t, e que pode ser obtid
o da tabela
maneira Como são obtidas as temperaturas. 2,3.
112 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
113
TABELA 2.3 VALORES DE n PPRA A CORREÇÃO DA VELOCIDADE 2.3.2.4 - Velocidade básica com período de
retorno qualquer
DO VENTO EM FUNÇÃO DA ALTURA
O período de retorno de 50
é considerado anos
Categoria n geralmente
do �atisfatório. Desejando-se,
no entanto, aumentar a
terreno t = 2 s t = 30 s segurança da linha, pode-se aumentar o pér:-ío
do de retorno para
12 100, SOO ou mesmo 1000 anos, a critério ,,
A 13 dos proprietários das
linhas. Também neste caso há dois procedimen
11 tos.
B 12

e 10 9,5
2.3.2.4.1 - Método estatístico
D 8,5 8,0
Empregando-se a Equação 2. 5 com valor de P (V)
Portanto, a velocidade de vento de projeto será correspondente, pode-se determinar o vàlor da velocidade básica
determinada por: para o valor de T especificado, como foi mostrado no exemplo 2.3.
Repetindo os cálculos do exemplo com T = SOO anos,
(2.7) P(V) = 0, 002, a velocidade do vento de projeto será V= 132,19km/h
ou 36,72m/s.
Exemplo 2.5

Qual deve ser o valor do vento de projeto para a 2.3.2.4.2 - Método direto ou gráfico
determinação da forca resultante da pressão que o vento exerce
sobre os cabos de uma linha, cuja altura média sobre o so�o é de 18
m, estando a linha em terreno de categoria C. O vento bas1co de pr� Podemos
determinar Vb para um período àe retorno
jeto é de Vb = 20m/s. diferente de 50 anos pela Equação [2]:

Solução:

reção serão:
Devemos empregar a Equação 2.7. Os coeficientes de cor
,;t = � Ln[- Ln[!= -i-))
Kr = 0,85 - Tabela 2.2 para categoria C
"' (2.8)

Kd = 1,30 - t = 30s - Categoria C


na qual:
n = 9,5 - Tabela 2.3 - para t = 30s e categoria C
1/9,
lS
S

Kh = ( 10) = 1,06383 o:: - estimador do fator de escala da .distr�buig' de Gumbel,


que pode ser obtido da figura 2.10 ;
Portanto: f3 - esti}!1ador do fator de p��ição da distr
ibuiçãq _· de Gumbel,
Vp = 0,85·1,30:·1,06383·20m/s obtido da.figura 2.11;
Vp = 23,51m/s T - período de retorno em anos.
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas _de transmissão 115
Projetos mecânicos das linhasãéreas de transmiSSl.(_
114

... ... ... ... .. ..


... ... ... �· ... .
____L •.

- ...
··---o•

.o,..i /
...
...
__ ,..
o.u -- / o

0,0
... .,._

...
n•.

.� ...
.,.
per.iodo de integração da média: lOmin
período de integração da média: lOmin a 10m de altura
a 10m de altura terreno. com ruges.idade B .
terreno com grau de rugosidade B

Fig. 1.22 - Parâmetro . be t a d a d istribuição estatística


Fig 2.10 - Parâmetros alfa da distribuição estatística de Gurnbel. (rnls)
de Gurnbel (rn/sJ-1
Projetos mecânicos das /ii,haS aéieas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aérea·s de transmissão 117

Ela deverá ser implantada em terreno tipo C, com condutores em al­


tura média de 15m, em local de altitude média de 350m, cuja tempe­
Ih:! i· 1"1 localizada
fAH1/1J ''111t •111r- a velocidade de vento básico da linha
'
ratura coincidente é de 19oC,
1Jns 12oS e 40oW com um período de retorno de 500 anos Qual a pressão dinâmica que o vento irá exercer sobre
os seus cond�tores?

sàõ))
Solução:
l'1,J,1 hfnu1ção (2. 8) teremos para a: 0,40 e�= 11: Temos que:
1 2 2
qo = p·Vp [N/m] (Eq. 2 .9)
Ln(- Ln[l - 2
'J 1 ,.. 11 - 0,40 e
Vp Kr·Ki·Kh·Vb [m/s] (Eq. 2.7)
'11 ..._ 26,53m/s sendo:
Kr = 0,85 - terreno cat. C
1 1 11t, 1 crminação da pressão do vento K• 1,30 - tempo de integração 30s - cat. e
15
5
]1/9,
(
--ro- = 1,0436
IJt!lermina-se o valor ,da pressão que o vento exerce

,, "
logo:
11111
•• I r.mento da linha, denominada "pressão ;dinâmica - de
1 tll 1,11,111 1.
,,. Vp = 0,85·1,30·1,0436·22,8 = 26,30m/s

)
11través da expressão:

1 2 2 (2.9) e,
[N/m ]
2 p·VP
�1_,�2_9_3��-
[
1600+64·19-350
p = �1+0,00367·19 1600+64·19+350
,.,, lr,111:

V1, - lm/s] - velocidade do vento do projeto; p = 0,94147kg/m


3

3
,, 1 kg/m ] - massa específica do ar.
Portanto:
A massa específica do ar pode ser determinada por:
'\
1qó z
1
0,94147· (26,3)
2

16000+64·t-ALT 3
" . ��"'"'"'"'=�­
1,293
l +0,00367 · t
[ 16000+64·t+ALT ) [kg/m l (2.10)
qo = 325,60N/m
2

· 1 1 - a temperatura coincidente;
AI 1 1 1111
- a altitude média da implantação da linha.
2.4 - FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CÁLCULO
Exu11\\ilh
,.7
Como foi mencionado no item 2.2, as hipóteses de
A linha localizada a 12oS e 48o�, objeto dos vários e­
Hlllcriores, apresentou uma velocidade básica de 22, Smfs. Cálculo se originam da associação de uma hipótese de carga com uma
,--

118 Projetos mecânicos das linhas aêreas de transmissão Elem entos básicos para os projetos das linhas aéreas de_ transmissão 119

restrição ao uso de materiais, para aquele tipo de solicitação. TABELA 2.4 - CARGAS MÁXIMAS RECOMENDADAS PARA CABOS NA CONDIÇÃO
DE TRABALHO DE MAIOR DURAÇÃO, SEM DISPOSITIVOS
Normas técnicas ou códigos de segurança impõem limites às DE PROTEÇÃO CONTRA VIBRAÇÃO [2]
solicitações, porém a experiência do projetista é também essencial.
Para os projetos dos cabos, como também para os demais TIPOS DE CABOS % CARGA.DE RUPTURA
elementos das linhas, elas devem ser formuladas a partir das mesmas Aço AR 16'·.
solicitações. Aço EAR 14
Aço-Cobre 14
Na prática de projetos de linhas no Brasil é usual a Aço-Aluminio 14
formulação, no mínimo, das seguintes hipóteses de carga ou de CA 21
CAA 20
solicitação, as quais corresponderão às respectivas limitações de
CAL 18
solicitação: CALA 16
CAA-EF 16
1 Hipóteses de carga de maior duração a ela estão
associados os esforços atuantes quando a linha estiver sob ação de
uma temperatura do ar correspondente ao seu valor médio, t, sem Obs: Mesmo com o emprego de armaduras antivibrantes ou
estar sob o efeito de vento. grampos armados, os projetistas de linhas em EAT têm
limitado a tração nos cabos CAA a 18% da sua carga de
2 - Hipótese de carga de flecha mínima - conside·i-a-se a linha
ruptura, com muito bons resultados.
sujeita à menor temperatura que pode ocorrer, como vimos,
geralmente considerando o período de retorno de 50 anos, sem
considerar o efeito do vento. b - "Na hipótese de velocidade máxima de vento, o esforço de
tração axial nos cabos não pode ser superior a 50% da
3 � Hipótese de carga de vento máximo esta condição carga nominal de ruptura dos mesmos".
corresponde àquela que mais solicita os elementos da linha, pois Obs: Na prática, neste caso, limita-se o valor de tração a
considera a linha sob a ação dos ventos de máxima intensidade, com cerca de 35% de sua carga de ruptura.
a tempe·ratura coincidente, que, como vimos, corresponde à média das
c - '.'·�a condição de temperatura mínima, recomenda-se que 0
temperaturas mínimas. /'
esforço de tração axial nos cabos não ultrapasse 33% da
Para cada uma das hipóteses correspondem limitações nas
carga de ruptura dos mesmos".
taxas de trabalho dos materiais nos -diversos elementos das linhas.
Para os cabos condutores e pára-raios, a NBR 5422/1985
estabelece:
Exemplo 2.8
Admitamos que a linha a ser construída na regiao em que
a - "Na condição de trabalho de maior duração, caso não tenham for�m obtidos os dados meteorológicos da Tabela 2.1 deva ser cons
sido adotadas medidas de proteção contra os efeitos da !rui�a com um cab� CAA, de 26Al+.7Fe, cuja área de secção transver=
ale de 468, 5 1mm (Codigo Drake - de 795MCM) . Sua carga nominal
vibração, recomenda-se limitar o esforço de tração nos de rup tura e de 140.235N (14.300kgf).
cabos aos valores máximos indicados na tabela": Quais as hipóteses de ·cálculo?
Projetos mecãnicos das1inhas aéreas de transmissão, Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 121
120

Solução: 2.5.1 - Temperatura máxima

a) Condição de maior duração:


condutores O valor da.temperatura máxima deverá ser determinado em
À temperatura de 20°C, a tração nos cabos
deverá ser de 25.251N (2.574kfg), sem efeito do vento. função dos seguintes fatores:
b) Condição de flecha mínima: a - temperatura máxima média do ar;
À temperatura de +6°C, sem o efeito de vento, a tração
b - efeito da corrente máxima coincidente com a temperatura
axial nos cabos nao deverá exceder 49.082N (5.00Skgf).
máxima do ar;
e) Condição de vento máximo:
A tração axial nos cabos, sob a ação do vento de proje- c - efeito da radiação solar por ocasião da temperatura máxima
to de 23,Slm/s, à temperatura coincidente de +20°C, não poderá do ar;
exceder 46.278N (4.719kgf).
d - admite-Se um fator de redução na forma de uma brisa de até
1,0m/s.
( ·.
2.5 - FATORES QUE AFETAM AS FLECHAS MÁXIMAS DOS CABOS No Capítulo 1, item 1.4.1.4, foi exposto um método que
permite, com precisão suficiênte para o projeto mêcanico,
determinar a temperatura dos cabos para a condição de flecha
o trabalho da dis,tribuição racional das estruturas das
máxima.
linhas sobre o terreno é feito a partir de um pr,ojeto, no qual as
Outros métodos mais ou menos sofisticados são
estruturas são locadas sobre a restituição do perfil longitudinal encontrados na literatura sobre linhas de transmissão [7, 8] e no
da faixa de servidão, desenhado a partir do , levantamento mercado de "software".
topográfico efetuado.
A localização de cada estrutura é feita, em função de
s de
sua própria altura, da topografia do terreno, das altura 2.5.2 - Características elásticas dos cabos
quando
segurança exigidas e da forma da curva que os cabos terão
o
estiverem com sua flecha máxima. Independentemente do process Os alongamentos permanentes que os cabos das linhas
uma
usado, convencional (manual) ou por computador, busca-se sempre podem 5:.ofrer, quando em serviço, decorrem de suas características
. \
ras e
distribuição otimizada e que redunde no menor custo em estrutu elásti:"cas. Seu conhecimento é importante para o cálculo de sua
magnitude.
fundações.
A flecha a ser usada para definir essa curva deverá ser Além de suas dimensões físicas, secção, diâmetro e peso
a maior flecha que poderá ocorrer durante a "vida útil" da linha, unitário, para o estudo do comportamento mecânico dos cabos, é
porém não maior, pois penalizaria o custo da linha. necessário que se conheçam sua carga de ruptura, seu coeficiênte de
O valor da flecha, como será visto,
depende do expansão térmica e seu módulo de elasticidade. Essas grandezas
comprimento desenvolvido do cabo quando suspenso. Este está sujeito .normalmente podem ser obtidas dos catálogos dos fabricantes de
a variações em função de sua , tempe'ratura e também devido ao cabos condutores. Os valo.res, aí indicados são, em geral, os valores
- �-:,-..
-

alongamento permanente que irá sofrer com o decorrer de seu tempo .-'.?--:-· -�ios que seriam obtidos , em um número grande de medições
de uso, como será visto mais adiante. -��"[�-:;-realiza
das em lotes de amostras - de condutores, dev endo-se, pois,
Elementos básicos para os proje
122 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão tos das linhas "aéreas de tf'ôl'rS
missiio
123
com pela curva A"A, passando
esperar variações nesses valores, para mais ou menos, em seguida a descrever a cur
valores maiores que �A. a va AB para
tolerâncias especificadas em normas. Assim, por exemplo, as normas t'e � = �B. O comprimento da amo
essa tensão, acre sei· do d stra é, sob
'ASTM e as da ABNT [10) permitem urna tolerância no peso da ordem de e um valor proporcional a DB'
reduça_ o gradativa da tens - . Uma nova
± 2% e, no diâmetro, da ordem de ± 1%. Essas tolerâncias devem ser ao faz com esSe acréscimo dim
tornando-se proporcional inua também
estendidas às demais características físicas. a OB" ' quando a . t.ensa- o voltar
a ser nula.
Há, portanto, um aum.en.tn..
Os metais empregados na fabricação dos cabos usados nas .. na."-.deformação., ... perma.nente·
sofrida-. pela'
considerados amostra. No entanto, observ
linhas, que, em outras aplicações, podem ser a-se que as retas A.A'' e
paralelas. BB" são
perfeitamente elásticos, neste caso não o podem, pois, .em virtude
da elevada relação comprimento/secção, apresentam, após o seu
[ N/m'.l
primeiro tensionamento, alongamentos residuais de tal -- ordem, 'que I
/E
influenciam os valores das flechas, podendo, conseqüentemente /
comprometer as alturas de segurança das linhas. ;-
f = , t cri

2. 5. 2. 1 - Deformações plást"icas e modificação no módulo de


elasticidade em ·fios metálicos

Os diagramas de tensões deformações obtidas em


ensaios de tração em laboratórios de resistência dos materiais, são
conhecidos dos estudantes de Engenharia. Nesses diagramas,
registram-se, em ordenadas, as tensões aplicadas às amostras de
fios e, em abcissas, os alongamentos unitários medidos. Nos
procedimentos normais, esse teste é conduzido até o limite de
escoamento, ou mesmo à ruptura da amostra. Se, no entanto, o ensaio ALONGAMENTOS ' [mimJ

for interrompido com valor inferior ao de seu limite elástico, a Fig. 2.11 - Diagrama tenso-
es x alongamentos
tração reduzida gradativamente até zero e os valores das tensões e
dos alongamentos igualmente registrados, o diagrama tomará o No plano (a-• e), retas inc
linadas representam os mód
aspecto da figura 2.11. Observamos inicialmente que a amostra, sob elasticidade dos materi ulos de
ai·s. Como demonstrou Hooke:
a ação da tensão, �A. estará com o seu comprimento aurnentadó em um
2'
valor proporcional OA'. Ao retornar ao estado de repouso, seu � = E·e [N/m J ou [Pa]
ou (2. 11)
comprimento terá sofrido um aumento proporcional a OA". O
alongamento A' A" é transitório, representando, portanto, uma E [N/m 2 l ou [Pa]
deformação elástica.
Se a mesma amostra for novamente tracionada, A curva OAB repr.esen ta
a variação do módulo de
elasticidade
verificaremos que, entre � = o e � = �A, ela obedecerá à lei dada quando o fio é tensionado
pe1 a .Primeira vez, sendo

(
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 125
124

constante para os valores baixos da tensão (a-1 < <rA), apresentando Se, ao invés de ter permanecido sob a tensão �A durante

um valor de E para cada valor de <r subseqüente. Ê denominada "curva o tempo t, tivesse ficado durante um intervalo de tempo 2t, 0 seu

inicial" e define os módulos no estado inicial. aumento de comprimento seria proporcional a OE".
representam os módulos de Fica, assim, evidenciado que esses alongamentos
As curvas AA" e BB"
adicionais não são linearmente dependén,tes do tempo. Dependem, além
onamento a determinados valores
elasticidade após o primeiro tensi
disso, do valor da tensão e da temperatura do material.
m o mesmo valor de módulo de
de a-. Como são paralelas, representa
de final, que é constante e Esse fenômeno é conhecido em Metalurgia por fluência,
elasticidade. É o módulo de elasticida
-
ou "creep" po de ser der·1n1."do assim: "fluência é o escoamento ou a
independente do valor máximo de <r.
deformação plástica 'do material, que ocorre com O tempo, sob carga,
Verifica-se que, quando um fio metálico é tracionado
após a deformação inicial, resultante da aplicação da carga".
pela primeira vez, ele sofre uma mudança em seu módulo de
elasticidade, devido ao fenomêno de "encruamento", ou seja, de
2.5.2.2 - Diagrama tensões-deformações em cabos
têmpera por trabalho a frio. Ele é acompanhado de um aumento em seu
comprimento. Esse alongamento depende da natureza do material e do
Se os ensaios forem efetuados em cabos compostos de
valor máximo da tensão a que foi submetido.
fios de mesmo material, os d1·agramas result ant es terão o aspecto
Se uma nova amostra for submetida a um ensaio até um
semelhante ao da figura 2.13.
valor de tensão correspondente a rrA e esta for' mantida constante
Se uma amostra de cabo de comprimento razoável (l >
durante um razoável intervalo de tempo t, observa-se, como mostra a
10m) for tensionado pela primeira vez a uma taxa de trabalho
fig.ura 2.12, que o seu comprimento original é acresciçio de um valor
proporcional a OC'. Se a tensão for reduzida a zero, o comprimento
do condutor terá sofrido um acréscimo proi,orcional a OC", portanto CABOS HOMOGÉNEOS

maior do que OA"; C'C" é igual a A'Ã". ------


,•
1

[ N/m 2 J I 1
cr /
1
/
1
w
� 1
,o�
..
1
/ z
e D E w 1
+----.-----;-;
1 I
1 I
I I
I I

•••
I

,..
[mtm]
e D"

Fig. 2.13 - Diagrama de tensões-alongamentos


Fig. 2.12 - Alongamentos por mudança de módulos de cabos monometálicos
de elasticidade e por fluência
126 Projetos mecânicos das linhas·aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 127

correspondente a crA [MPa}, o cabo se alongará de um valor OA•. Se a c5 - alongamento proporcional ao valor máximo da tensão
tensão for reduzida em segunda a zero, o seu alongamento ficará aplicada, crB. É atribuído à "Acomodação Geométrica",
r�duzido a OA" = eSA' que é permanente. OA' é, pois, composto de composta de:
duas parcelas: uma primeira DA" = c A, que se tornou permanente e
5 a - acomodação dos fios e das caniadas de fios entre si;
urna segunda, A"A', que cessou com a tensão. É, pois, elástica. b os fios que compõem as várias 'camadas cruzam-se com
Se a mesma amostra for tracionada ·novamente, haverá um superfície de contacto mínimas, o que provoca
novo crescimento de A"A' até cr = crA, crescimento esse que se faz de esmagamentos nos pontos de contato;
acordo com a lei de Hooke e crA/Er, sendo Er o módulo de c - o efeito de encruamento dos fios componentes.
elasticidade representado por AA", Prosseguindo o tensionamento até
cc - é um alongamento proporcional ao valor da tensão aplicada
o valor de cr� ser atingido, o comprimento do cabo ficou__acrescido
crA e de duração da tensão crA em horas. Depende ainda de
de A' B' , atingindo o alongamento total o valor de OB' , A redução
outros fatores, igualmente importantes. É a componente
da tensão a zero faz com que o alongamento permanente seja
devido à "Fluência Metalúrgica".
OB"= e OB• terá, pois, as duas componentes c _, permanente, e 58
SB
e crs/Er, que é elástica. Os valores de c5A ou CSB é que são Os cabos não homogêneos, como também os cabos CAA
e
importantes para a determinação da· 'flecha máxima dos cabos. compostos de materiais muito diversos como o alumínio e o aço,
Se uma nova amostra do mesmo cabo fcir tensionada po_ssuem diagramas diferenciados, como mo·stram a figura 2.15 e a
inicialmente ao valor de crs e em seguida sua tensão reduzida a crA, figura 2.16.
como mostra a figura 2.14, e mantido :°esse valor por um det_erminado A curva de tensionamento inicial OA pouco se diferencia
intervalo de tempo de t horas, após o qual a tração será reduzida a daquela dos cabos homogêneos, porém a curva de âistensionamento ABC
zero, obter-se-á o diagrama indicado na referida figura. Observa-se é bastante diferente, pois, há uma nítida mudança no valor do
que O alongamento permanente e possui duas componentes: módulo E final do cabo, com tensões relativamente baixas crB. É a
a' região em que o alumínio e o aço dividem entre si as forças

[MP,] 0'9 ____ --- B

Ei

I
/
I Ef
y

A' e' ALONGAMENTOS


[m I m J
'-..:.•.,_,_..,..___E-'''---1--'�_,
• ALONGAMENTOS

[m'm]
Fig. 2. 14 - Alongamentos permanentes totais em cabos
homogêneos mantidos sob tensão Fig. 1.15 - Diagrama tensões x alongamentos de cabos
Elementos básicos para os projetos das Hnhas aéreas de transmissão 129
128 Projetos mecânicos das /inhaS-aéreas de transmissão

Uma solução inteiramente matemática para o problema até


A o momento ainda não foi possível, dadas as peculiaridades dos
fenômenos causadores e o grande número de fatores que podem afetar
o resultado final. Daí a necessidade ·cte se recorrer a métodos
,o empíricos, baseados em extenso trabalho experimental, principal­
cro__ o'
f
mente para cabos do tipo CAA.

.....
São bastante conhecidos os diagramas Tensões-Deforma­
//
•• ções, obtidos através de ensaios padronizados em amostras de cabos
''
/
e / /
e ALONGAMENTOS no Brasil são preparados de acordo com a norma NBR 7302 de abril
D
,, ,, [mim] de 1982 [23]. Esses diagramas, como mostra a figura 2.17, contêm,
além das curvas correspondentes, também suas equações. Para cada
Fig. 2.16 - Alongamentos totais em cabos CAA composição _dos cabos é elaborado um -.diagrama com as respectivas
equações, com as quais se pode determinar c5. Contêm igualmente
solicitantes. A partir de certo valor da tensão (o-s) os fios de
curvas e equações para a determinação dos alongamentos por fluência
alumínio, que sofreram um alongamento permanente maior do que
cc para durações de tensionamento de 6, 12 e 120 meses. Os
aqueles de aço, deixam de parti-t.ipar na absorção da tração, que
diagramas publicados pela "The Aluminum Association" de N. York são .
fica inteiramente por conta do aço. Este, além do rna'is,_ deve ainda
considerados válidos para cabos fabricados de acordo com as normas
suportar uma sobrecarga devido ao peso do alumínio. O trecho BC
ASTM.
representa o módulo de elasticidade final do aço Ea multiplicado
Antes de se tentar a sua aplicação -?-ireta na solução do
pela relação entre as áreas das secções do aço e do alumínio.
problema da predeterminação dos alongamentos permanentes, convém
Nestes tipos de cabos a fluência se manifesta
fazer algumas considerações de ordem qualitativa referentes à
igualmente, como se verifica na figura 2.16.
fluência.
De uma forma genérica, os alongamentos permanentes
podem ser descritos por uma equação geral do tipo:

e
lol
= cs·(Tmax) + cc[T(t),t,"t} (2.13) 2.5.3 A·\.. Fluência metalúrgica

Valendo:
O fenômeno da fluência começou a preocupar mais
e alongamento permanente total;
lol seriamente os projetistas de linhas de transmissão após o advento
cs - alongamento por acomodação geométrica;
da transmissão em tensões extra-elevadas, devido ao emprego de
cc - alongamento por fluência metalúrgica;
condutores múltiplos, com um número crescente de subcondutores por
Tmax - valor máximo da tração à.xial nos cabosi
fase. Verificou-se que a falta de conhecimentos mais precisos sobre
T(t) - tração axial nos cabos;
o .. assunto poderia acarretar alongamentos desiguais nos diversos.
t - tempos de duração das diferentes trações axiais nos
SUbcondutores. comprometendo a, �onfiguração geométrica do feixe,
cabos
exigindo para seu restabelecimento operações custosas �pós sua
"t - temperatura.
Projetos mecânicos das linhas aéreas de trànsmissão Elementos básicos para os projetps f}a_s linhàs aére_as de transmissão 131
130

ancoragem defint tiva. Processos empíricos eram usados para


o
compensar seus efeitos, com razoável sucesso em linhas com um cabo
por fase.
'
Em anos recentes, trabalhos experimentais de
'
, '' envergadura vêm sendo desenvolvidos, viSando-se, através de maior
experiência, formular leis empiricas sobre a fluência e que levem
, ''
,.,
''' ! ' 1
em consideração todos os fatores que a influenciam. Experiências de
' "'
,,, longa duração foram realizadas por diversas equipes de pesquisa,
'
: . , '
""
'
r-r destacando-se os trabalhos realizados na Universidade do Colorado
'
'li' "
''' ''
' [14], que vieram trazer grande contribuição ao entendimento do
'' ''''' ;.. 1 ! 1 í's'
fenômeno e para seu cálculo. A figura 2.18 apresenta um diagrama de
' '' 2

co
: . l"k-1 ' :: til
.... ' alongamento obtido nesses ensaios em um cabo CAA de 726,39 mm ,
' ' ,_

'' 54 x 19 (Código Pheasant).


'

'�
' '
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'

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E E "' ' ALON8ANEHTO EM PORCENTA8EN

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E
o
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õ �
• -�" '' Fig. 2.18 - Diagrama de alongamentos por mudança de
módulo e por fluência .[2, 14]

1 '''
'' o ,, '
o
Projetos mecánicos das linhas aéreas de 'transmissão Elementos básicos para os projetos das linhàs ·aéreas de transmissão 133
132
submetido a uma tensão Experiências mostraram, outrossim, que a fluência total
Esse cabo foi i n icialment e
tido nas linhas a longo prazo , tende a ser igual aos valores calculados
ten são de ruptura e assim man
correspondente a 25% de sua para a chamada condição de temperatura média anual, sem vento. Nas
eduzi da a um valor corresp onden
te
-durante 16h, quando a tensão foi r te a trações usuais para essa condição, ·. os alongamentos t otais e
-se um alongament o corresponden
a 20% da carga de rup�ura. Mediu indepe ndem da "história" de carregame ni:.'O.. à qual o condutor foi
t ida até serem com
pletadas 2. 160
0,0130%. A nova te nsão foi man submetido. A figura 2.20 ilust ra bem esse fato, estando [14]
da a
O, 0150% foi medi d o. Em segui
horas. Um novo al ongamento de
en t e ate' at1· ng1· r 41
, 6% da tensão de represe ntadas na mesma a curva normal de um determinado cabo CAA,
tensão foi aumentada gradat 1vam
·
· utos , quando foi reduzida
m1n c om tração correspondente a 20 % de sua carga de ruptura, e as
ruptura e assim mantida por 15 da
para ser rete nsionado a 20% curvas referen te s ao me smo condutor submetido temporariamente a
lentamente a valores quase nu1 o s, de
no u um alongament o ··adicional- trações maiores, ·respectivamente 25 a 30% da mesrnà carga.
tensão de ruptura, 0 que ocasio
do foi de O, 038-9-%. Uma ou tra
o,009%. o alo ngamento total medi :
al. o, 1·nvertendo -se as ope rações
amostra foi subme t i da a um e ns 15
· a' traça-o máxima de 41, 6% p o r
ini�iou-se p o r submete r o cabo da
ida a tração para o s mesmos 20%
minutos, reduzind o-se, em segu O
m pel o mesmo intervalo de tempo.
carga de ruptura, mantendo-a assi r
de 0,0410%. A diferença .-em valo
alongamento total medido foi
o que veio a démonstrar uma
absoluto é de cerca de 5%,
a e
ntos por acomodação g�ométric
inte rdependência entre os alongame os
foi e videnciado também em o utr
aqueles devido à fluência, o que
ensaios (fig, 2.19).

.1 • 1.

�A,.,,
Tenslio móiumo ptt1vlsto
Tensõo mox1mo prev,sto

,, /l

u
Fig. 2.20 - Efeito da variação de solicitação sobre a fluência [14]
,, ,,
,, ,,
! /

, .7.
' ! /, Verifica-se que, durante o perí odo de uma hora, em que
maiores f oram mantidas,:·· as taxas de var lação dos
1.
Ten,Óo N:;>rmol
o

,.
e (le fluêne.ic(ED/
• B
alongamentos f o ram co rrespo ndentemen te maiores. Após esse período,

trações nas duas amo stras· foram reduzidas a 20% da carga de
/ Alon9omento to1i;i1
Essa redução provocou não só uma redução na taxa de
dos alongamentos, co mo praticamente estabilizou os cabos
r um periodo razoável: 3h na _amostra que f o i__ submet ida ·ª 25%. da
1/ Al,.ONBAWENTO
'
ALONG.1.MENTO
de ruptura e 12,Sh na a�ostra submetida a 30%. Neste último
verificou-se, inclusive·,· uma "fluência negativa" durante as
das tensões aplicadas
F,1g. 2 . 19 - Influência da seqüência
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão 135
s de transmissão
Projetos inecánicos das linhas aéreá
134
muito divu lgado o p rocesso gráfico desenvol vide por Varney [15].
período de relativa estabilidade,
três primeiras horas. Após esse Outros -autores como JORDAN [l6], desenvolveram métodos
aumentaram novamente, passando os
as taxa s de variação semi-analíticos simplificando ou mesmo linearizando as curvas de
, cerca de 40h após o seu
alongàmentos, nessas duas amostras tensão-deformação. O desenvolvimento de equações a partir das
rama da amostra que foi
primeiro tensionamento acompanhar o diag mesmas, permitiu determinar tanto cs como cc -,P!?r meio de cálculo.
tura.
tensionada a 20% de sua carga de rup Mais recentemente, corno conseqüência dos trabalhos descri tos em
a 25"/. da sua carga
Urna quarta amostra, deixada por 16h [14], novos métodos de cálculo foram desenvolvi· dos e divulgados
de rel a tiva estabilidade por 44
de ruptura, apresentou um período [181. [19] e [20]. Dois métodos serão, pois, descritos e
ém pôde ser observada. Sua
h, em que a "fluência negativa" tamb ilustrados.
1.000h.
curva encontrou as demais após cerca de
Esses estudos permitiram identificar os principais
nto permanente dos cabos das 2.5.4.1 - Método convencional
fatores que infuenciam o alongame
de quantifica-los. Podem ser
linhas de transmissão e a maneira
Determinam-se os alongam�ntos permanentes dos diagramas
classificados em dois grupos:
e da Tabela 2.5. Por conveniência, serão usadas em sua forma
a - Fatores externos original, ou seja, as tensões especificadas em PSI (libras por
se
São parâmetrosindependentes dos condutores e polegadas quadradas) e os a 1 ongamentos em por cento.
cteristicas construtivas e do
originam, no ambiente externo, de cara
a - Alongamento por acomodação geométrica
uso da linha, corno:
Seja, na figura 2.21, a curva inicial �ide um cabo CAA
Tensão mecânica;
e Er sua curva final. Seja �A a tensão na cond1·ça-o de tração máxima.
- Temperatura;
ionamento.
Maquinário e procedimentos de tens
b - Fatores internos O"

São fatores que·envolvem diretamente as


características
[•••] ------,----
O"A
Eel /
C' A

dos cabos, tais como: I •·


- Tipo do materi a l (composição química, estrutura micros- I '
O"• Ef.t. /
pica);
Tipo do condutor (formação· geométrica e
características); \/
I
/
Métodos de fabricação dos condutores. I 1
E•E,E-bl fl

2.5.4 - Cálculos.dos alongame�tos :permanentes •• ••• !?; �.


[ •,]

Alongamentos _vêm sendo- determinados,


permanen��s Fig. 2.21 - Determinação do alongamento permanente por
acomodação geométrica
ão-deformação, sendo
tradicionalmente, a partir dos diagramas·· tens ·,
z '(-----­

.
136 Projetos mec8n1cos das linhas aéreas de· transmissão Elementos básicos
para os projetos
das linhas aéreas
de transmissão
137
Através da equação
correspondente à
determinar o valor de curva DA pode-se
TABELA 2. 5 � EQUAÇÕES DOS ALONGAMENTOS [22] OC = OB + BC e por
pode-se determinar meio da equação de AB
o valor de BC. Porta
OB = e, será obtido nto o alo ngamento permanente
por OB = OC + BC.
pode-se prescindir da Sen do dado o valor de Er,
COMPOSIÇÃO EQUAÇÕES equação corresponde
Al + Fe nt� pois Led
Exemplo 2.9
6 + 1
x, = 3,62E-3 + l,02E-5·Y - 6,52E-ll·Y2 + 4,97E-15 ·Y 3
Xr 8,7245E 6·Y A tração
CAA de 546,04mm 2 de na condição de rnax1mo carregamento
x, _ 3,88E-3 + 1,45E-5·Y - 2,64E-10·Y 2
+ -
l,59E-14·Y
3
+ 7 Fe (Código Car área de secção transversal, compos em um cabo
din to
18 + 1 Xr = 10,135E-6·Y Qual o valor do al?n al 954 MCM) é igual a 49.676N (5.de 54 Al
gamento .Permanente po 066
- r acomodação geométri kgf).
26 + 7
x, = 4,07E 3 + l,28E-5·Y - 1, 18E-10·Y2 + 5,64E 15·Y
3
Solução:
ca?
Xr _ 9,298E-6·Y
2 As equações vál
3_0 + 7
x, _ 2,30E-3 l,12E-5·Y - 6, 54E-ll ·Y + 3 08E-15·Y
3
a - para a curva idas são:
inicial (figura 2.1
Xr = 8,817E-6·Y Xi= 6, 85E-4 7)
+ l, 56E-5·Y - 2,7E..:1
0:y2 + l,14E-14·Y3
2 b para a curva final
1,77E-'S·Y- 4,80E-10·Y + 2,16E-14·Y
3
Xi = 7,03E 4 (figura 2.17), deslo
45 + 7 Xr 10,695E-6·Y O, cada para a origem
- Xr = 10,273E-6·Y

54 + 7
x, - 6,85E-4 + l,56E-5·Y - 2,70E-10·Y2 + 1,14E-14·Y3 Para:
Xf - 10,273E-6·Y 5066
2
� = 546104 = 9,278kgf/mm
54 + 19
x, = -4,76E-4 + 1,34E-5·Y - 1,5E-10·Y 2 + 8,90E-15·Y 3 ou
Xr _ 9,891E-6·Y � = 13. 196PSJ Y
logo:
Alumínio x, = -6,54E-3 + 1,87E-5·Y - 7,69E-10·Y2 + 5,26E-14·Y3
7 fios Xr 18,893E-6·Y x, = 6, 85 -10-• + 1, 56·10-s · (13. 196)
- 2,7-10- 10 ·
Alumínio x, =- -5,60E-3 + 1, 83E-5 · Y 7,22E lO·Y2 + 5,35E 14·Y3 · (13.196) 2 + l,14·
19 fios Xr ll,27E-6·Y X1 O, 1 8571% 10- 11, (13.196)3

Alumínio x, _ -5,31E-3 + 1,-74E-5·Y - 6, 17E-10·Y2 + 5,05E-14·Y 3 �f 10,273· l0- 6 • 03.1


96)
Xr - 11, 74E 6·Y ·' Xr o, 13556%
37 fios
- Portanto, ·o alonga
Alumínio x, _ -3,99E-3 + l,8E-5·Y - 4,4E-10·Y 2 + 4,45E-14·Y3 e,= x, -
mento permanente s
erá igual a:
61 fios Xr ll,83E-6·Y Xr = 0,18571 � 0,1
e, = 0,05015% 3556

Origem das equações, STRESS - STRA!N - CREEP CURVES - T E ALUMIN


H como comurnente é
especificado:­
e, o,0005015m/m
ASSQCIATION
. As lensões Y são em PSI ( libras por polegada
quadrada) es = 501,Smm/km
_3
1 PSI= 6,89476·10 MPa_ NOTA, Para
. -3 _drada), multi transformar [kgf/mm 2J em PSI (libras
2
pl por polegada
= 0,703070·10 kgf/mm 11Pa devem· ser micar o valor dado em kgf/mm2 por 1.42
ultiplicados po-r 145 2,3. Valores
,038 para obtê�los
em PSI.
'( . '
e
.

138
Projetos mecânicos das linha§ aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas ·de transmissão 139
e
b _ Alongamento por fluência A tabela ·2.6 apr esenta as constantes a serem empregadas e
-
Os diagramas tensões-deformaçoes apresentam também três nas equações para o câlculo de OB', que são do tipo para os cabos e
ret9-s, e suas respectivas
equações, destinadas ao cálculo da de uso mais freqüent e : (
fluência. São equações do tipo Y = a· X que portanto, não Ct ::::; K·o- (2,14) e
representam o crescimento exponencial

devendo, portanto, ser interpretadas como "escalas..


dos alongamentos no
de t empo " ' corno
tempo'
e
TABELA 2.6 � CONSTANTES DE FLutNCIA PARA CABOS CAA E CA [21] (
mostra a figura 2.22.
1 e
e
CONDUTORES CONSTANTES "K"

e
�1
TIPOS COMPOSIÇÃO 6 MESES 12 MESES 120 MESES
6
18
+ 1
+ 1
13,676 14,286 15,625 e
\
20,202 ' 21,277 24,691
CAA 26 + 7 15,444 16,502 18,709 (
30
45
+ 7
+ 7
13,953
19, 157
14,424 15,463
e
e
20,619 25,413
54 + 7 16,878 17,762 20,794

e
54 + 19 16,644 17,331 19,716
1
1
1
7 23,095 24,631 30,211
19 23,585 25,510 32,051 (
e
1 •• CA
,,
o�r_���--t;:---fE:_----j�����, 37 23,641 26,178 32,680

'
61 25,316 27,473 34,483
e
. - fluência
1 As tensões a- na equação 2. 14 devem ser usà·das em PSI.
alongamentos serão dados em%.
2 - Multiplicar os valores da tabela por'l0- .
6
Os
e
Fig. 2.22 - Determ1naçao do alongamento por (
3 - Origem, "STRESS - STRAIN - CREEP CURVES" - THE ALUMINUM
ASSOC!ATION, e
Seja -o
a tensa para a qual a fluência em um período
e
e
<J"A

A linha AB, como foi definida na


de t3 horas deva ser Calculado.

e
Exemplo 2. 10, \
rado, pois, sob ação
figura 2.14, represen ta O alongamento cc procu
/ '

cs devido à
Qual o valor do alongamento por fluência do cabo do e­
onent e
de <J"A, o alongamento total e possui comp xemplo anterior, considerando-o operando durante 10 anos com uma (
também tensão correspondente a 18%· de sua tensão de ruptura, ou seja,
,
acomodação geometr1· ca e cc devido à fluência. Verifica-se
.:l•-'C:f''''-10SMPa (2.763kfg/mm 2 ) à temperatura de maior duração? (_
p e la figura, que cc = A''B" = A'B'. Porta
nto, para a sua
e
determinação numérica o procedimento é simples:
El e � = ��. e
a - por meio da equaça- o da curva inicial
determina-se o valpr dê.DA ;
?
Devemos calcular inicialmente o alongamento OA' (figura
seguida OB' p e la equação da fluência.
Para 27.105MPa, temos 145,038-27-105 = 3.931PSLUsando
e
... · a correspondente ao temp (_
o
b - empregando a equação da fl uenc1
e
na e quação da·· curva inicial t emo�:.
t3, determina-se OB; X1 = 6,85E-4+1,56E-5·3931-2,70E�10·(393l}L+l,14E-14·(3931)�
e - 0 alongamento por fluência procu
rado será cc = OB' x, 0,058529% l
(_;
(;'.'
�1 f-
--------- ----

Projetos mecánicos das linh


as aéreas de transmissão Elementos básicos para os projetos das linha$ aéreas de transmissão 141
140
emos calcular: 2.5.4.2 - Métodos recomendados pelo WG-22 do CIGRÉ
Com a equação da fluência pod
1
Xn = 20, 794E-6 , cr = 2 0,794E-6 · 393
Xn = 0,081746% Após a divulgação dos trabalhos de Wood e outros [141,

e 0
� ·
alongamento por fluenc1a, em 10
anos, será:
29 = 0, 02315%
Bradbury · e outros [17), Harvey e Larson [18]. propondo novas

EclO = 0,081746 - 0,0585


maneiras de calcular os alongamentos, Bugsdorf e outros (19] do
( WG-20 do Cigré, estudando os trabalhos anteriores, concluiram por
( ou
CclO = 0,0002315m/m 231, Smm/km
OU CclO = propor dois métodos de trabalho para o cálculo dos alongamentos
,
( ueles .ind·1c ados nas curvas
Para tempos diferentes daq permanentes e que se diferenciam na maneira de se efetuar os
el
( de cc Por interpolação em pap
pode-se determinar outros valores ensaios nos cabos para se obter os diversos parâmetros de fluência.
( Di-log, O primeiro método baseia-se no ensaio dos fios de alumínio ou de

( liga de alumínio com que são fabricados os cabos. O segundo método


c _ Alongamento total depende do ensaio do cabo inteiro. Pêlo primeiro método é possível
e
determinar cs e cc separadamente, enquanto que as equações do
e a interação dos dois
Deacordo com l 14] , dada segundo método só permitem determinar e= cs + cc, sem individua­
e -se a observar a seguinte reg
ra para
alongamentos cs e cc, aconsel� lizar as componentes.
(� a obtenção do alongamento total: Definido como:
e cc e Cs for TTlaior do que
2,
a _ quando a relação entre T - esforço de tração nos cabos [kgf];
e maior dos dois;
deve se cons1'derar O� i'gual ao Trup - carga de ruptura [kgf];
( menor do que dois,
b _ quando a relação entre cc e Cs for t - tempo de duração da tração [h];
da metade do valor do
toma-se o valor do menor, acrescido T - temperatura [oC];
e
e:
2
maior. � - taxa de trabalho à tração em [kgf/mm ];
K, a, �. µ e ó - coeficientes que dependem das caracaterísti­
(
e Exemplo 2.11 cas, dos processos de fabricação, do tipo dos
deve ser usado no
Qual O alongamento total e que cabos, etc.
do cabo cardinal dos Exs. 2.lO
/ \,
e 2.1 1?
Poderemos empregar as seguintes equações:
Solução: a - Para cabos CAA:
0,07058/0, 023212 = 3,041- Logo, de
Temos ·CS/CC = o:
com a recomendação acima, deve-se
adotar: e= Cs + Cc = Ke�·T cr • tµlerõ [mm/km] (2_ 15)

Os coeficientes de fluência, divulgados até o momento,


Ctot 0,07058%
( o relacionados na Tabela 2.7.
ou
( ecoe - 0,0007058m/m ,, b - Para cabos CA, CAL e CALA:
l ou
(2,16)
( ctot = 705,Srnm.lkm
e
(
'( '
142 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Elementos básicos para os proiet . _
- , os das l,.nhas· aéreas de transm1ssao
143 e.
Os coeficientes de fluência correspondentes a essa TABELA 2.8 � COEFICIENTES DA EQUAÇÃO 2.16. CONDUTORES CAL [19] e
equação estão nas Tabelas 2.8, 2.9 e 2.10. e.
Processo industrial (
e - Para cabos CAA: Valores dos coeficientes
para a obtenção (
e = c,+cc = K[ lOO<r ]\</> • t µ
O"rup
[mm/km] (T " 15 •C) (2. 17) d0s fios K </> "' µ e
e
'
Laminação a quente 0, 15 1, 4
A Tabela 2.11 contém os coeficientes de fluência a l, 3 0, 16
serem usados nesta equação. Extrusão ou Properzzi e
(

1
TABELA 2.7 � COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.15. CABOS CAA [19]

Valores dos -coeficientes


e
COMPOSIÇÃO/ Processo indus- e
trial para a
TABELA 2.9 � COEFICIENTES DA EQUAÇAO
NÚMERO DE 2.16. CONDUTORES CA [19]
FIOS m* obtenção dos e
fios K </> "' µ o
e
e
Al Fe Valores
Processo industrial dos

1
coeficientes
Laminação a.quente 1, l 0,018 2,16 0,34 0,21
7 ,71 para a obtenção K e
54 7 Extrusão o\.i
1,6 0,017 1,42 0,38 0,19
Propérzzi
1 dos fios
N• de fios do <::Ondutor "' µ (
Laminação a quente 3,0 0,010 1,89 0, 17 0,11 7 (
19 37 61
48 7 11,37 Extrusão ou
Properzzi e
e
Laminação a quente 0,27 0,28 0 ,26 0,25 .. 1,4 1, 3 o, 16
Extrusão ou
º· 16
'"
Laminação a quente
Properzzi 0, 18 0, 18 0,15 1, 4 1,3
30 7 4,28 Extrusão ou 2,2 0,011 1, 38 0, 18 0,037 0,16 e
Prop_erzzi

Laminação a quente
e
26 7 6, 16 Extrusão ou (
1, 9 0,024 1,38 0,23 0,030
Properzzi � COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.16. (
Laminação a quente 1, 6 0,024 1,88 º· 19 0,077 1 CONDUTORES CALA [19] (
24 7 7,74 Extrusão ou e
e
Properzzi
Processo industrial
Valores dos coeficientes

18 1 18
Laminação a qu�nte
Extrusão ou
par.a a obtenção
dos fios e
e
1, 2 0,023 1,50 0,33 0,13 K· </>
Properzzi µ

º· 16
Laminação a quente
Laminação a quente ,66 0,012 1,88 0,27 e
12 7 1,71 Extrusão ou
Properzzi
Extrusão ou
Properzzi 0,04 + 0,24 1, 4 1,3 0, 16 e
m*
área de alurninio m = área de alumínio e
área de aço área de liga de alum1n10 (
(
(
(
(
-��-­
T
( 144 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Elementos básicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
( 145
TABELA 2.11 COEFICIENTES PARA A EQUAÇÃO 2.17.

.. ,
(
CONDUTORES CAA [19] E• fitr1,tl
(
. e•ticr2 ,tJ
( Processo
industrial
para a K
Valores dos

4>
coeficientes

"'
.,,, E•ff�.tl
E • f ( 0"4, t 1

obtenção e
" "
'
( "'
(
dos fios m :S13 m � 13 m

Laminação
13 m � 13 m 13 m � 13 m 13 m � 13
,,
(. a quente
2,4 0,24 o 1 1, 3 1 O, 16 o, 16
j

('. Extrusão
1
'
(. ou 1, 4 0,24 o 1 1, 3 1 O, -16 0,16
1 .,,
- - DURAC.ÃO DA FLUENCIA HORAS
Properzzi
(
área total do cabo 1eq 3
e m área do aço
( Fig. 2.23 - Variação dos alonga
Informações obtidas junto aos fabricantes de cabos de mentos com
( com a tensão. Redução da flua duração e
alumínio indicaram que no Brasil os vergalhões ("wire-bars") de ência pela
fluência
í alumínio ou de suas ligas são obtidos através do proceSso conhecido
e por "PROPERZZT". Essa informação é importante para a determinação
( das constantes de fluência nas tabelas. Seja a-1 a tensão com que
um cab o foi ancorado em uma
linha. Aplicando-se, por ex
( Um exame das expressões apresentadas mostra uma emplo a Eq. 2. 15 a esse caso, obt

1
curva e em-se a
( variação exponencial de e no tempo. Assim, para cada valor de f( cri• t) da figura 2. 23' par
a um grande . número de
e tensão a- há uma curva e f{t), como mostra a figura 2.23.
Nas linhas de transmissão os cabos são ancorados em
intervalos de tempo 4t. Admita
intervalo 4t. O alongamento
mos que o valor de a-1 atue dur
provocado será c1. Este fará com
ante um
tração seja reduzida, cor que a
suas extremidades por suportes fixos. A tração nos mesmos é respondente a uma nova tensão
curva é e = f (cr2, t) · 0'2' cuja
constante, a menos que ocorram alterações em seus comprimentos. O alongamento c1, na tensão cr2,
alcançado em\ um tempo maio . só seria
Estas podem ter causas externas, como alterações meteorológicas, ou r do que ti.t, ou seja, em teq1
'· de novo intervalo 4t ou . Ao final
internas, como aquelas causadas pelos alongamnetos permanentes. ' seja ao fim de teq1 + 't, o
a 1 ongamento
L.l
Neste caso há uma continuada redução na tensão dos cabos devido ao alcançado será ....... 2. Esse
novo alongamento (c2 _ ..."'l) faz
e continuado aumento em seu comprimento. Essa redução na tensão tens ão se reduza para cr3
e ao final de um novo interv
com que a

e provoca, por sua vez, uma redução na taxa de alongamento. A própria


fluência provoca uma redução nas taxas de alongamentos por
llt, ou Seja em teq2 + ti.t,
Esse alongamento adicional
seja alcançado o alongamento
alo de tempo
total C3.
·I,1 (c3 - c2) provoca nova redução
da tensão
( 1 fluência. As equações para o cálculo dos alongamentos não tomam e aSsim sucessivamente.

Cil,
esse fato em devida consideração, sendo, pois, necessário Tivéssemos aplicado a �quação com
\. t = 24t e
desenvolver uma metodologia, como foi proposto em [ 18, 20 e 2ll. encontraríamos um alonga
mento total de C3' que,
l como mostra a
e.
para a solução do problema. figura, é maior do que c3.

'-·
L
---i -
146 Projetos mecánicos das linhas aéreas de.·t,ansmissão Elementos b_ásicos para os projetos das linhas aéreas de transmissão
147 (
Esse método é bastante trabalhoso. pois o número de
(
Bt = «t· (t2 - ti) = «vbt (2. 18)
intervalos de tempo a serem usados para o cálculo da fluência a 1
e
na qual o:;tf [ °C)- é o coeficiente de expansão térmica do cabo no
longo prazo é muito grande. o valor de �t. que no inicio deve ser (
estado final.
da ordem de uma ou duas horas devido à elevada taxa de (
Para qualquer valor de al<?ngamento permanente e é
alongamentos, pode ser aumentado gradualmente à medida que o
possível encontrar um valor de variação ''de temperatura 6.teq, de
e
cálculo avança. (
forma que se tenha:
o uso de computador digital ·é aconselhável. Incluímos,
(
no final do Capítulo 4, um programa de cálculo em linguagem "Basic" ót = a.tr·ateq = e
(
para computadores pessoais. Nesse capí tule são apresentadas portanto
e
igualmente
alongamentos.
as hipóteses a serem usadas nos cálculos ,dos
bteq = ·�«tf'
-"� [cC] (2.19) e
e
Exemplo 2.12
cálculos
Essa constatação indica ser possível representar nos
das trações e flechas o efeito dos alongamentos e
Qual é O valor do alongamento permanente de um_cabo CAA t
e
de 546, 04mm2, 54Al_ + 7Fe (CDDIGO _.CARDINAL), que permane�era dur� n­ permanentes, na forma de um acréscimo de temperatura à temperatura
te 30 anos (262.800 horas) sob cOndições médias (de maior duraçao) máxima de projeto dos cabos.
de 20oC e tração inicial de 3070kgf?
Exemplo 2.13 e
Solução: {
Admitindo-se que a prev1sao de temperatura máxima dos
Será usada a Eq. 2.15 no programa de computa9or já refe
condutores da linha do Exemplo 2.11, feita da maneira vista no Capí {
rido. Completam os dados de entrada:
tule 1,,. é de 57°C, qual será o valor da temper·atura a ser utiliza=
módulo de elasticidade inicial Et = 5203kgf/mm
2
da para o cálculo da flecha máxima da linha n�· fim de 30 anos?
coeficiente de expansão linear at = 18, 18 .10-6 ºe (
- coeficientes de fluência da tabela 2.7: Solução:
K = 1,6; • = 0,017; « = 1,42; µ = 0, 38 e B = 1, 9 (
Para o cálculo da flecha utiliza-se valor àa
e= 727,25mm/km empregando 663
o resultado obtido foi
o
.(
e
intervalos de tempo que crescem de acordo com a lei: temperatura final. Para
e= 727,25·10-6m/m calculado em 2.12,
bt = INT (1,25 ** 0,8·1)
sabenda/ �ue e
e
na qual I e o número de ordem do calculo anterior.
Se a equação tivesse sido aplicada diretamente, o resul = 19,44·10- 6 como mostra tabela
e
ixtr ºe, a 2.12,
tado seria e= 799 ,534mm/km para as mesmas 262.800 horas, cerca d€ tem-se:
10% maior.
t30 = lmax + 6.teq
(
727,25·10-6 (
2.5.5 - Acréscimo de temperatura equivalente a um alongamento t30 = 57,0 +
19,44·10- 6 ,-�---
permanente
Um aumento da temperatura de um cabo de t1 ° C a t2 ° C
tso = 57,0 + 37,4•C
t30 94,4oC
e
provoca um aumento em seu comprimento, que pode ser calculado pela {_
Portanto, ao final dos ·30 anos, quando a temperatura
expressão: for de 57°C a flecha nos cabos'--será aquela que o cabo teria a 94,4 (
DC se hão tivesse havido fluência.
(
·C.
:,; >\ -�r-� �
.
-· ·-
--�--
1 ·,
- --- --
Projeros mecânicos das linhas aéreas de trBnsmissão
148 Elementos básicos para os profe
t
T
tas das linhas aéreas de

TABELA 2. 12. � CARACTER1S ICAS ELÁSTICAS E 1ÉRMICAS DOS CABOS


transmissão
149
f
Módulo Coef. de exp. térmica
l
Mudança de
"A"

de
(
Tipo compo- Inicial Final
1
elasticidade
/ -
inclinação
do ----
Inicial Final .10-6 1/•C .10-6 1/•C
da curva O-A A

E kgf/mm 2
inicial
;i� ,
s1ção
cabo
kgf/mm
2

�-lí- 1 7031
crA kgf/mni2
2.3,04
Alumi- 7 5343 6180 2.3,04
19 5060 6080 2.3,04
duro 37 492.0 5970 2.3,04
nio

61 4710 5870 2.3,04


�,: Fig. 2.24 - Curvas tensão
deformação linearizadas
E

19680 11, 52.


lm m

1
Aço 7 19330 11. 52.
("':
19 18980 11 , 52.
nizact,, 37 18280 11,52.
galvn.-

2.5.6 - Características tér


6/1 6820 8075; 18,38 19, 10 11,601 micas e elásticas dos
cabos
4781
I
I 6117 7664 18,00 18,90 11,250
Alum1- 2ó/7
II

nlo 4922
I

6609 8086 16,7!;, 18,00 12,750


A tabela 2.12 fornec

com 1 20/7
II e dados característi
1,
5484
usados em transmiss cos de cabos
I ão. Os módulos de

30/19 6609 8086 16,75 18,00 12,750


elasticidade inicia
de
alm:\ II cabos CAA foram lin is dos

5484
I earizados, como mos
tra a figura 2.24

45/7 4500 6575 18, 10 19,00 11,250


empregados nas "Eq e serão
aço II uações de Mudanç

2.812
a de Estado", que

1
I desenvolvidas no Cap serão

54/7 5203 6890 18,18 19,44 9,843


II ítulo 3 e empregada
s nos projetos dos

4148
Os dados desta tab cabos.
l ela permitem, igualm

54/19 l 5203 6890 18, 18 19,44 9,843


Jl alongamento s perman ent e, calcular

4148
entes por acomodaçã
o geométrica, da
em [24], empregando maneira
II as curvas lineariza

, 1 10190 11950 16,92


das.

cob..' ,. 1'
dur,, 1 3
12
outros
9840
9840
10190
11950
11950
11950
16,92
16,92
16,92
Cobr< 9840 11240 16,92
meio outros 9840 10890 16,92
1
Al�a 6/1 2728 2865 11,52 11,52
duro 1 - f'UCHs, R.D. - Tra
nsmissão de Energia
de aço 1 27/7 2612 2714 11,52 11,52
Elétrica em Linhas Aér
- 2� Ed., Livros Téc eas

30/7 3328 3626 11, 52 11,52


nicos e Científicos,

bo CAA\
Editora S.A. - Rio
de ca de J aneiro, 198
? AllNT, NBR 5422 - Projeto de Linh as Aér
0.

54/7 2109 2243 11,52 11,52 eas nsmissão de de Tra


lo pon 54/ 19 2007 2165 11,52 11,52
HoJ:..:- ...,:-:_'·'

derado
Rio de Janeiro,
Energia Elétrica

1985.
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J

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e
\.
e
r-
,
.Estudo do comportamento mecánico dos condutores 153

1
(
( bastante rígidas que devem ser observadas nos projetos e durante a
( construção das línhas aéreas de transmissão, a fim de assegurar
(
altos índices de segurança. Essas normas têm, em geral, força de
lei, e estabelecem critérios -mínimos que devem ser observados pelo
(
projetista, sem eximi-lo de responsabilidade',,. pela sua adoção
(
to
e Estudo do comportamen s
indiscriminada, sem maiores preocupações com sua aplicabilidade ao

mecânico dos condutore


caso particular em estudo. E cada linha deve ser tratada como um
( caso particular. Essas normas especificam as máximas solicilações
( admissíveis nos elementos das linhas, os fatores mínimos de
( segurança, bem como, támbém, indicam quais os esforços solicitantes
( que devem ser considerados em projeto e a_ maneira de calculá-los.
( 3.1 - INTRODUÇÃO As distâncias m"Ínimas entre condutores, solo e estruturas são

e linhas aéreas de transmissão de energia elétrica igualmente especificadas.


No Brasil, os projetos de linhas aéreas de transmissão
s. Uma parte ativa,
As
e t a 1 men t e de duas partes., -distinta
e con sta m fun dam en e de linhas de distribuição estão regulamentados pela ABNT [2]. Nos
a
que, segundo nos ensina
ent ada pel os Cabos condutores;'·

e rep res Estados Unidos, vigora o NESC (National Electric Safety Code); na
campos elét:icos e
[1]' servem de guias aos
teoria eletromagnética Alemanha, as normas DIN e VDE; na Itália, as normas UNI, etc.
e magnéticos, agentes do
transporte de energia; e
uma parte passiva,
uras, que assegura
Sendo os cabos condutores os elementos ativos no
res, ferragens e estrut
( constituída pe 1 os 1. selado Possuem as linhas, transporte da energia e que são mantidos sob teiÍsões elevadas,
e o afastamento dos condu
tores do solo e entre si.
0·entre os quais
devemos mencionar todos os demais elementos da linha de transmissão devem ser
e outros sim , ele men tos acess or10
• · 5

e aterramentos, des
tinados a interceptar e
dimensionados em função dessas tensões, como também em função das
e os cab os pár a-r

descarregar ao solo as
aio s
ondas ôe sobretensão de
origem atmosférica,
solicitações mecânicas que estes transmitem às estruturas. Por essa
razão, é de toda conveniência começarmos o estudo do comportamento
ngiriam os condutores,
provocando falhas
que, de outra forma, ati mecânico dos �pndutores.
ão do serviço.
( üentemen t e, a interrupç
nos isolamentos e, conseq
1
ão
uma 1,inha aérea de transmiss
/

( O projeto mecânico àe
os seus elementos,
dimensionament o de todos
e cuida, pois, não só do solicitações de 3,2 - COMPORTAMENTO DOS CABOS SUSPENSOS - VÃOS ISOLADOS
( ma a ass egu rar seu bom funcionamento face às
de for também de sua
mec ânic a a que são submetidos, como
e ) nat ure za Dos nossos cursos de Mecânica Racional, lembramos que
atravessa.
e amarração ao terreno que por urna corrente de elos iguais, ao ser estendida entre dois pontos
ssão de energia elétrica
Uma vez que a transmi suficientemente elevados para que não se apóie sobre o solo,
e. as - desde
·etnti, rego de tensões . elevad
( linhas aéreas se faz com o e que adquire uma forma característica, e que, por. isso mesmo, recebe o
as de milhares de volts
centenas de volts até centen nome de catenária [do latim catena. (corrente)]. Lembramos, por
a para os seres vivos e para
a
representam real perigo de vid a outro lado, que essa corrente poderá ser substituída por um fio,
( des, existem regras e norm s
integridade fisica de proprieda
1
1

(_
(
l" -·- ;; ,
---- -·---:----i_
154 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutàres
155

e
sem que se altere a forma da curva, se esse fio for bastante A flecha, como veremos, depende do (
vão, da temperatura
flexível e inelástico, possuindo, outrossim, o mesmo peso por metro e do valor da tração aplicada ao cabo
quando de sua fixação em A e !'
B. A altura hs, denominada altura de (
linear que a corrente. Os condutores das linhas áereas de seguranca, é estabelecida por
transmissão, normalmente constituídos por cabos, podem , ser
normas, em função da class_é de tens
a-o da 1·nh
1 · a, do tipo de terrenos
,1
e
considerados suficientemente flexíveis quando os pontos de
e dos acidentes atravessados pelas linh
as. e
suspensão estiverem razoavelmente afastados entre si, de forma a Temos então que:
e
descreverem, quando suspensos, curvas semelhantes a catenárias.
Os pontos de suspensão dos condutores de uma linha
P [kgf/m] é o peso unitário do condutor, e
L [mJ o seu comprimento desenvolvido
, sendo:
e
L > A. (
aérea podem estar a uma mesma altura ou, como ocorre mais
C,
freqüentemente, a alturas diferentes. Estudaremos os dois casos
Consideremos os eixos OX e
OY, aos quais iremos e-·
e
separadamente. relacionar a equação de equilíbrio.
Seja M um ponto qualquer da
3.2.1 - Suportes� mesma altura
curva limitando um comprimento de
condutor OM = s. Esse segmento de
e

condutor estará em equ1·1·b
1 rio
· sob a ação das forças atuantes sobr
e
Consideremos a figura .3·: 1, que representa um condutor ele. Essas forças são representada
s pelo peso ao condutor ps, a
suspenso em dois suportes rígidos, A e B, separados entre si por tração no ponto O, des1gna
· da por To e cuja direção é tangente
à
uma distância A. Essa distância comumente recebe o nome de vão. curva em O, ou seja, horizontal, e
a tração T, cuja direção é a da (
tangente à curva em M, fazendo com
e
Como os pontos A e B estão a uma mesma altura, a curva descri ta a horizontal um ângulo o::•.
pelo condutor será simétrica, e seu ponto mais baixo, o vértice O, Projetando essas forças sobre o e1·xo
e
.OY , teremos:
encontra-se sobre um eixo que passa a meia-distância entre A e B. T · seno::• p . s
[3.1)
A distância OF = f recebe o nome de flecha. Nas linhas (
de transmissão, as alturas de suspensão (H) dos condutores estão
e, sobre o eixo OX,
e
diretamente relacionadas com o valor das flechas e com as T • coso::• = To
e
e
[3. 2)
distâncias dos vértices das curvas ao solo (hs). Se, ao invés de considerarmos um

e
comprimentp\ s da curva, consider segmento de
y armos todo um ramo OB = L/2, o

1-----. -- _µ_ .
'
e
ponto M se deslocará para o pont
o B e a força T passará a ser
tangente à curva em B. Nessas condições,
� ------------- �-------------Is T
tornam (ver fig. 3.2):
as eqs. 3.1 e 3. 2 se
(
F
e
e
f P�
T·seno:: =
1 [3.3)
e
HÍ o
T.•coso:: = To
(3.4)
Uma vez que a força T equilibra as demai
s, ela é
(
representada pela reaça-o da e_s (
trutura ao sistema de forças
Fig. 3. 1 - Condutor suspenso em dois suportes de mesma altura
atuantes: e
l
(_
e
'
,, Estudo do comportamento mecánico dos condutores 157
1
smissão
Unhas aéreas de tran
Projetos mecânicos das

�: 156
Sendo T a força de tração axial no cabo, sua taxa de

e'
T
trabalho (a-) também varia, desde um mínimo,_ junto ao vértice da
curva, a um máximo, junto aos pontos de suspensão.
Por questões de segurança, as diversas normas
�� To estabelecem limitações quanto aos máX:il!los 'esforços de tração

e
( 1
1
"' admissíveis nos cabos condutores. Algumas normas, como a NBR
1 7 5422/85, estabelecem essas limitações em função da carga de ruptura
e
1 ,
1 /
1 ,
dos cabos:

e ---
i/_ ____ _

e
T Tmax = k·Trup (3.9)

e
onde k representa um coeficiente de redução, variável para as
\

e
diversas condições de funcionamento., e que será discutido em
. uantes
F 1g . 3 . 2 _ Forças at detalhes mais adiante.

( Outras normas, como, por exemplo, as DIN, preferem


e a - uma força horizont
al e... const ante To -
Tcosa; estabelecer um valor máximo para as taxas de trabalho admissíveis
( ena = pL/2, por,at nto igual ao em cada típo de condutor [3,4].

e ver t'
ica 1 V= T·s
b urna força u compr1·mento A variação de T em linhas usuais é bastante pequena,
vão, referente ao se
e peso do C ondu tor no,.· serni
principalmente quando os suporte� estão no mesmo nível e os vãos
real. têm valores usuais, pois os ângulos a também são pequenos. Nos
( Da eq. 3. 1, obtemos:
e (3.5)
cálculos despreza-se, então, essa variação.

e T=
To

os:
( 3 1 pela 3.2, terem
se dividirmos a eq. Exemplo 3.1
e (3.6)
Uma linha de transmissão de 138kV deverá ser construída
( com cabÓS de alumínio com alma de aço (CAA), composto de 30 fios
ou de al\lmínio e 7 fios de aço galvanizado, possuindo uma secção de
e ps (3.7) 210,3mm 2 (Especificado nos catálogos de fabricantes norte-ame­
( cc =- arctg To ricanos e canadenses sob o código Oriole, bitola 336400CM; ver o
e ostram que, sendo To
constante, 0
Apêndice e a ref. [S]). Sua carga de ruptura é igual a 7735kgf e
seu peso 0,7816kgf/m. Admitindo o condutor tensionado por uma tra­
e; E ssas exp res sões m
ria ao longo da cur
va, em função da
ção To = 1545kgf, calcular o valor da tração T, nos pontos de sus­

e, T , que va pensão, em vãos de 350m e 1000m.

e,
mesmo não oco rre com
catenária. Ela será
s, do pon to con sid erado ao vértice da
distância T = To. Será máxima Solução:
nto O)' quando então
\C mínima par a IX' = O (no -po
Devemos empregar as eqs. 3.5 e 3.8, admitindo, para e­
t
l, '
em A ou B, quando: feito Coffiparativo, L = A.
\ j pL (3.8) a - Para o vão de 350m:
·-�
_, . <
r a• = ,x = arctg 210
i!
. .1
f
('

158 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão


Estudo do comportamento mecânico dos condutores
159
(\\
(1
pL 0,7816·350 pela eq. 3.8,
o:: = arctg arctg
2· 1545 í

tga PL 2To·tga
" 5,05925• 2To ' A (fazendo L" A) e
p
logo: logo (
T = _T_o_ = ___;1:.;·c:5:..;4::;5__ 1. 551, 0428kgf 2 · 1. 545 · tga e
coso:: cos 5,05925 A = 19.393,95m
o,7816
(
aumento de tração, �T 0,391% Portan�o, com um vão da ordem de 19.400m,
ça_ � To, Junto
. sem que e
ao vert1_ce da parábola, fosse superior a 1545k a tra
b - Para o vão de 1.000m: r gf oU [',
::i��ç�: �: �e 2�% �a :ração de :uptura, o cabo não resistiria 'aos

N = arctg

pL
= arctg
0,7816·1.000
2 · 1545
r�çao Jun o aos apoios, e ocorreria a ruptu
ment e sem cons1 de.rar sobrecargas.
ra, teorica C'
" = 14,19494•
\
e
(
T = ---=---e-�=�
To 1.545 1.593,6592kgf (
e,
cosa:. cos 14,19494 3.2.1.1 Equações dos cabos suspensos

aumento de tração, tT 3,1495%.


Cálculo das flechas (,

que:
Consideremos novamente o sistema da fig. 3.1: vimos e,
Analisando os resultados assim obtidos, (
ver if icarnos que, no primeiro caso, o
perfeitamente desprezível, enquanto que, no segundo caso, já merece
aumento de t,ração é
tgo::• ps
(3.6)
c1
(
sendo
um pouco mais de atenção. Um vão de 350m poderia ser considerado (1
normal em linhas com essa classe de tensão, enquanto que o vão de tga· = dy = z
cix (3.10) (,
1.0D0m seria excepcional em qualquer linha.
e
e
e podemos escrever
Exemplo 3.2 Z - ps
Admitindo que o comprimento desenvolvido dos cabos seja \. -To (3. 11) (
e
/

aproximadamente igual aos vãos horizontais, com que valor de vão o Diferenciando, encontraremos:

e
condutor da .1 inha do exemplo anterior se romperá nos suportes?
dZ = ia ds = io /dx 2 + dy 2
Solução: e
Pela eq. 3.5:
ou
e
To = T · Cosa. :. coso::
To
-T-
dZ p
To dx
(3.12) e

2'
+ 2
para
To= 1.545kgf e T = 7.735kgf(tensão de ruptura do cabo) Integrando a eq 3.12, teremos
(
coso::
1.545
7.735
= 0,199741 ... "= 78,4782• log (± 2 + /1 + z 2 ' ).= ± p
To X (3.13)
e/
rc..:
e

C\
/
(
f----
-

'C '

Projetos mecánicos das linhás aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
( 160 161

é nu l a, Pol's para x = O, Z = O. Da Calculemos agora as expressões para as flechas. Para a


cuja constante de integração
('

eq. J.13 podemos obter catenária, façamos, em 3.16a


(

e + z + Vl + z· = A
e
X =2
,---,, e{pno)x

-(p/To)x
y = f

2+� = e .!
= C1 , [cosh _A_ - 1] (3,16b)
Subtraindo membro a membro 2cL
f

z
( /T O )X
e P - e
-(p/To)x
= senh
( X
l To/p
)
(3,14)
\ Para a parábola, usando o mesmo raciocínio, temos:

(3,18b)
Como Z = dY/dx, Obtemos, por integração
\. Exemplo 3. 3
To cosh·í� ) + e
� To/p Verificar a convergência da série calcular as flechas
da linha descrita no Ex. 3.1.
y e
p

para x º· y = º· coshO = 1, logo, e= - To/p, Portanto solução:


Teremos
To (3,15)
y p
(cosh-
l T�/p J 11 e,
p
=� = 1,545
0,7816 1. 976, 7144

que é a equação da catenária. / Usando o maior valor de x na linha,.que é igual a A/2,


podemos calcular:
Designando Cl = To/p, teremos
X x A
(3, 16a)
2
---=--- 6
4 4

= C1 · [cosh 2d
X
y 4!Ct 384CÍ 46.0SOd

0 termo cosh x/C1 Para efeito comparativo entre os vãos de 350 e 1.00Dm,
encontrar�mos os valores indicados na tabéla, que mostra a rápida
pode ser desenvolvido em série, ficando�·

--+
X -+-X
X +-- +--- (3, 17) convergê�C\a da série. Mostra, outrossim, que o erro que cometemos
= 1 +--
6 n
. ao empregar a equação da parábola do invés da equação da catenária
2 4 X

2d 6!C1
X
4!d
-is-
para calcular a flecha é insignificante: 5,1mm nos vãos de 350m e
cosh
n!cr

o valor de C1 é sempre 337,8mm nos vãos de 1.000m, ou seja, respectivamente, 0,066% e


Nas linhas de transm1ssao 0,53"/. do valor calculado pela equação exata. São erros que podem
, -
reais,
o que faz com que essa ser perfeitamente tolerados em problemas práticos de transmissão.
Ex . 3 . 3 . Nessas
mui to grande' de or dem superior a 1. 000'

Vãos
como mos t ra o
primeiro termos To A
série seja rapl, damente convergente'

condições, é em geral suficiente empregar os d A =C1 A' A• Flechas [m]


2
---
[m]
ois

. - 0 na Eq 3.16a, obteremos: 8C 384d 46080d


da sérié. Fazendo essa sUbs t't
1 u1ça
Eq. 3, 16b Eq,3,18b
p 2

(3,18a) 350 1,976,7144 3919E-6 2,20-6 7,7515 7,7464


.

Y - "'zê,2To 1.000 1. 976, 7144 3.1990E-6


2
o
2

170E-6
x px
63,5741 63,2363
- =
o
que é a equação de uma parábola.
(
(
Projetos mecânicos das
linhas aéreas de transmi
ssão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 163
e
162 Exemplo 3.4 e
Cálculo do comprimento dos
cabos
de uma curva ,·qualquer,
de Quais os valores dos comprimentos dos cabos da linha
descrita no Ex. 3.1, nos vãos de 350m e 1 000m, calcula�os através
e
O comprimento desenvolvido do processo exato, do processo aproximado.
. • e-pe la equaçao da pará- (
lítica, é dado por [61:
acordo com a Geometria Ana bola?
(
(3.19) Solução:
a - Cálculo pelo processo exato. Do Ex. 3.2, C
e 1j
1.976,7144; (' 1,
logo:
r�
De acordo com a Eq 3.14
e
\
A
L = 2C1·senh _ _ (3.21)
· 2C1
e
1

X
dy =
C1
e
dx senh
L = 2 ··1.976, 7144 · senh --ac��Ac,.___
2·1.976,7144
\

e
Como
a1 - Para A 350m, L3so = 350,4573m

e
2 a2 - Para A l.OOOm, L1000 1.010,6977m
cosh �1 = / 1 + senh �1 =

Integrando, encontraremo
s seu comprimento entre o b - Cálculo,pelo processo aproximado:
e
vértice e um ponto de abs
cissa·x: 8f
2
.
(

e
L = A + (3.24)
3f.:"""
.

(3.20)
Lx = C1•senh �
e, Do Ex. 3.3, f3so = 7,7464 e f1000 63, 2363; logo
(
eira, no vão A tere,mos, 8(7, 7464)
2
Considerando a curva int /b1 - L = 35 0 +
(
e
3.350
(3.21)

2
A
2·C1·senh � [m) L3so = 350,4572m
L =

imento em série, obtemo


s: (
)n 1
Efetuando o seu desenvolv L 1.000 + 8(63, 2363 )
b2 - =
3·1.000 (
1 ( A
e
5
A
3
A (3.22)
1 ( ) L1000 = l.010, 6635m
= zcJ� + 3T 2c1 + sT 2c1 + · ·
1 ( ) · nT
e
+ 2c1
L
lZC1
mente . .
nte a uma série rapida Comparando os r esultados ' ": er1f1camos que, se calcular-
e
Mais uma vez estamos fre .\
mos os/comprimento - s ã :
s usando a equ ao
ap os ;ç 1mp�ificada, os erros ser o
e
os, basta considerarmos
enas
- vão de 350 m, e rr o de O ' OO m, ou seJa, 0,
Na maioria dos cas
0006%
convergente. - vão de 1.00 0m ' erro de o ,03420m, ou seja, 0, 00338%.
e
ando:
dois primeiros termos, fic
e - Analisando o comprimento d0 cabo pela equação da parábola
. 3
A A +
3
A p
2
(3.23) (3.18a), vem:
e
e
L A +
24 18
24CÍ x
2
dy
p
e
y =
8b), teremos: 2To dx
Como f = A p/8 To (Eq. 3.1

:J 12
2

" 8f
2 ( 3 .24)
Na Eq. 3.19:
e
L A + 3A [m)
desenvo lvida em
L = 2
[ 1 +
(�]2]
C1
1/ 2
dx e
mento de uma parábola,
que é a equação do compri (
rtura.
função da flecha e d e sua abe (.;
·�1
Estudo do comportamento mecânico dos condutores
164 Projetos mecánicos das linhas aéreas de transmissão 165

( Resolvendo:
(
2 2
L = e, [ 2�, ./(2�1] + 1 + ln [./(2�1] � 1 + 2�,]
A
A,

( e, - L3SO = 350,4567m
i. e·
;:
';
To I

c2 - L1000 = 1.010,5635m
I 1
' 1
O que mostra, que os processos de cálculo aproximado em
h=e
vãos nivelados são plenamente satisfatórios, mesmo porque na mon­ 1 ,/
tagem mecânica não se tem esta precisão. Ve ---
'1 Te
1

( 1

e
-- ---L--
1
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA VÃO NIVELADO To
1
1 fo
1

a - Tração nos apoios: T


To (3.5) •,
- - ·-+-·--
X
CDS CX:

p.L (3.8) fig. 3.3 - Cabo suspenso entre suportes com alturas diferentes
para: a: are t g �
2
b - Flecha: f p.A (3. 18b)
J que pode ser transformada em

e - Comprimento do cabo: L A + (3.24) X1 + X2


h = 2C1 · senh · senh X1 - X2
' 2c, 2c,
\
.i ou, de acordo com a Fig. 3.3

h = 2C1·senh
2�1 . senh �; (3.25)
3.2.2 - Suportes a diferentes alturas 2

Desta equação, podemos obter:


'\... i A Fig. 3.3 mostra um cabo estendido entre dois suportes

�,
A' h h
- = �·cosech A
rígidos.cujas alturas A e B são diferentes entre si, sendo o vão serf\- c1
. 2 = -2C1 . ___l'-�
A � (3.26)
medido na horizontal igual a A. Seja h a diferença de alturas entre senh
(
2C1

r'
( A e B.
Se prolongarmos a curva AB até um ponto B', situado a Resolvendo essa equação, obteremos A'' e,

e\ uma mesma altura que o ponto A, obteremos


chamado vão equivalente, e a catenária correspondente a esse vão.
um vão nivelado Ae, conseqüentemente, o vão equivalente, que, de acordo com a Fig. 3.3
será:
(
De acordo com a Eq. 3.16a, teremos:
(
h = y1 - Y2 = C1 · [ (cosh �� - 1) - (cosh X2 Ae = A + A' (3.27)

\;
Da série do seno,
ou
3

h C1· (cosh
Xl
- cosh --
X2) senh x = X + 3J
X
+ -- +
X
5!
C1
(

e
e
Estudo do·comportamento mecânico dos condutores 167
transmissão
das fi�has aéreas de
Projetos mecânicos
166 Quando A' < Ae/2:
e
então: VB = ( �e - A'lp [kgf]
A'
senh zc,
A' + ...

·Quando A' > Ae/2:
(
co-secante:
Usando a Se'ri·e de
3 VB = V - �e lp [kgf] e
1
cosech x = X -6 + 360
7x +
e
To é constante em qualquer ponto da curva, mas a tração e
então
A 1 A + ,,, axial nos cabos não o será. Seu valor poderá ser encontrado pela e
cosech zc, = A/CH� 12C1
das séries, e
soma vetorial de To com as componentes VA e Vs. Podemos fazer a e
primeiros termos

r r
Os seguinte demonstração:
Usando somen t e (
i,
adas as funções
3.26, teremos elimin

l �-�
Eq.
substituindo na
f
trigonométr icas:
ri= r8 +· vX ou
[ i� =
1
+
(
(
e
j, (3,28)
Zh Então
A' = -A- C1
TA e
e o vão equivalent
e será To e
ZhC1
Ae = A + � [ml Desenvolvendo essa expressão em série binomial, obtemos
e
e
l

ou aproximad ament
e
(3,29)
y
1 -�·-
1 + �-
2 ( To
2 - 1
(
VA '
] + e
Ae A +
ZhTo [m]
2-4 To
e
----;.:p
de suspensão,, A,
Tomando os dois primeiro termos, temos que e
A carga Vertical
no ponto superior

1 + _1_ (Y.!.__l VA 2 e
(trecho AD) 2 To
2 ou TA= To+
e
e
será

1
1 ( 2hTo \p [kgfl
z
1 Ae·p
= z( + Ap J
Note que, da Eq 3.30,
VA
Aep e
ou (3,30)
VA = - -
2 e
Ap hTO
VA = -Z- + ---i::-
[kgf]
Portanto e
, ,
No ponto inferior B •
teremos {trecho
OB)
2 2
e
ri.
VB = lZAe - A
,'\ ;P =r�+
l2
�, _ !h -c,)p Ae p
(
e 1
ou
finalmente, para o ponto mais alto
e 1
VB
Ap hTO
-y--�
[kgf]
(3,31) TA = To + fe·p (3,32)
e
L/
e
r Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 169
l
168
Na eq 3.27:
mais baixo,
Da mesma maneira, para o ponto de suspensão Ae =A+ A' = 800,2568 m
chegamos a Devido a esta pequena alteração na seqüência deste
(3.33)
TB =To+ (fe - h)p exerc1c10, será considerado o resultado obtido pela equação simpli­
ficada 3.29.
e em que
( b .- Forças ax1a1s no cabo
fe = b1 - no suporte superior [Eq 3.32]
\,­ Ae.
é a flecha correspondente ao vão equidistante, TA= To+ fep
(
onde
( Exemplo 3.5 Aep
2
(801,8204 ) 2 · (O, 7816)
no Ex. 3.1, f, = 40,65m
( Dois suportes da linha de 138kV descrita a, num·vão B. To- 8·1.545
ença de altur
estão em alturas diferentes, sendo sua difer as v- e - r tica is e axi \ TA 1.545 + 40,65 .0,7816 = l.576,772kgf.
1 cu 1 ar as forç
( horizontal de 350m, igual a 40m. Ca . alto.
e s A e B, sendo A o ponto mais
ais atuantes nos ponto Uma outra opção de cálculo set"ia usar o teorema de Pitá
goras para calcular a resultante no ponto A:
e so·1uçã o:
TÍ: T� + vi: . ·. TA = I (1545) 2
+ (313,35) 2
C· Dos exemplos anteriores temos
0,7816kgf/m TA l.576,46kgf (valor exato)
To= l.545kgf, e, = 1.976, 7144 e P
( b2 - No suporte inferior [Eq. 3.33):
Teremos:
( TB = To+(fe-h)p = 1.545+(40,65 - 40)·0,7816 1.545,508kgf
a - Forças verticais
a1 - Suporte superior [Eq. 3.30]: ou ainda
hTo 350·0,7816 + 40·1.545 313,3514kgf
VA = Ap t8
e 350 T� = + V� 2
�-2- + �-A� 2 TB = V(l. 545) 2 + (-39, 79 ) = 1545, 5lkgf

e-­
Verifica-se que, junto ao suporte superior, a tração_ no
a2 - Suporte inferior [Eq. 3.31]: cabo é cerca de 1,95% maior ào que To, ou seja, da tração no verti­
e, A hTo _ 350·0, 7816
Va _- -2p- - -A- - 2
40·1.545 = -39, 7914kgf
350
ce da catenária equivalente. Em casos de desníveis muito acentua­
dos, esse fato deverá ser levado em consideração nos cálculos pois
pode redundar em taxas de trabalho acima daquelas estabelecidas
VB é dirigi­
(___ Esse sinal nega t.1vo s1·gn1·r1·ca que a tração pelas normas.
da de baixo para cima e que A< Ae/2.
/\
e
Vejamos, então:
2hTo (3.29)
Ae =A+� 3.2.2.1 Comprimento dos cabos de vãos em des nível
(i
2·40· 1545 801,8204 m
e Ae = 35 o +
e logo,
350·0,7816
i
Consideremos o vão em desnível na Fi_g. 3. 4. Sua equação

( z
Ae /'l referida ao eixo D1X1Y1 pode ser derivada da Eq. 3.16a:

1.,
A= 350 <
e Façamos o cá.leulo exato de Aê: y1 = C1 cosh·��
e,
x,
(,
e A' 2C1 ·arcsenh(
2�1
cosech
2�1 ]
(3.26) Sejam xo e yo as coordenadas do ponto A nesse sistema.
Façamos uma mudança de eixos de coordenadas, de forma que sua
{. A' 450,2568

(
. ·"'< - .·
(.
.,y'
(
e
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores
170 171

1Y B laçamos a diferença L2-B2 , lembrando, ainda, que cosh2x-senh2x = 1; (


'1
1 obtemos e
--t--1
' -8
B
2cí[- 1 +
A-xo
Cosh -- e--
,
xo
cosh � +
A-xo
senh -- e--
, senh C1
XO l (
(
-�-t-·_J_ L_x e
' 2
/
Podemos simplifiéar essa equação utilizando as
conhecidas fórmulas da adição e subtração dos arcos hiperbólicos. e
Obteremos, finalmente e
e
·--x., cosh A J

2 2
L B =. 2cf [- 1 +
C! (3.37)
-

Fig. 3.4 - Vão em desnível Porém er·


e
\,.
A
cosh 2x - 1 e cosh � - 1

origem coinc1· d a com A Teremos o sistema" Ay:{. Sejam x e Y as e


coordenadas de um ponto qua l quer da eU rVª, relativo ao novo sistema
logo
e
de coordenadas. e
A equação da curva que substitui a 3.16a será: e
e
�1
ou
,1
X - XO
- cosh e, (3.34)
y = C1 · (cosh
e, L=
/ (3.38) (
Consi d eremos o Ponto B (A , B).· para esse ponto, a
(;
e
l
equação será:
desenvolvermos em série
e
Se o termo hiperbólico da Eq.
A - xo xo (3.35) 3.37, teremos
B = C1 · (cosh - cosh --
e, C1
4 (
l
2

e
;\2 -
'L B2 = 2d[-1 + 1 + --- +
Seja ds um co�primento elementar do condutor. Teremos A A

e
2d 24CÍ

ds cosh
X - XO
L2 - B2
e, (
e.
e, conseqüentem�nte
r L = /B
2
+ A [1 +
2
_j:{_J (3.39) e
�1
A 12d
L=J O
A - xo
ds = C1 (senh
e,
+ senh
e,
(3.36) (
Para essa equação, empregamos somente dois termos da (
Resolvendo simul t aneamente, 3 . 35 e

elevemos ambas expressões ao quadrado e


3 · 36 , obteremos o s érie ,
parabólica.
e ela representa o comprimento do condutor em forma
e
,.,.-,,_ valor de L. Para tanto,
e; ..... l.
''!-�,� 0-�":-­ (_,
·,
-r­
r-·
e 172 Projetos mecánicoS dr1s linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 173

(
e b - a flexa fo, medida entre uma linha horizontal que passa

e
Calcular o comprimento do condutor- para a situação pelo apoio inferior e o ponto mais baixo da curva do cabo; há
descrita no Ex.3.5, empregando as Eqs. 3.38 e 3.39. situações em que ela é importante, pois define o afastamento dos
e cabos a obstáculos que a linha cruza nesse ponto.

e
Solução:
Ve,.rernos a seguir a forma de deter"'3Tl.iná-las.
São dados: e
e
1.976,7144, A 350m e B = 40m
a - Pela Eq. 3.38:

e
Caso (a)
2 2
e L = / (40)2 + 4(1.976, 7144) ·senh -2-(-1-_9-;-�-�-7-1-44�) O cálculo rigoroso da flecha" fs é muito mais trabalhoso

e logo e será analisado após o exemplo 3.7. Podemos simplificá-lo

e L = 352,73272m (exato) substituindo a catenária pela parábola. Para tanto, façamos o

e
b - Pela Eq. 3.39: d:esenvol vimento em série do segundo membro da Eq, 3.34, da qual

e L = I 2 2
(40) + (350) 1 +
l (350)
2 ) empregaremos apenas os dois primeiros termos. Teremos:

e
12(1.976,7144)
2

portanto
(x - xo)2 _ � = � _ �

e
Y = Ci [
2C12 ZC12J 2C1 C1 (3.40)
L 352,73225m (aproximado)
e Para o ponto B, com a mesma aproximação, y B· logo,

e B
2C1
A
2
Axo
(3.41)
e Vemos que, também nesse caso, ambas a,s equações dão
#
e
resultados inteiramente dentro das tolerâncias normais de problemas
Eliminando xo das Eqs. 3.40 e 3.41, �ncontraremos

e
práticos de engenharia. No caso, a relação B/A é relativamente

'--·
pequena,
relações
porém
B/A
típica de
elevadas, o
linhas
erro
reais.
pode ser
No entanto,
de ordem
em casos de
tal a afetar
-+) (3.42)

�-- _ ____.,-----,
( significantemente os valores das flechas. que é a equação-da-parábo·lã. em üesnível, com origem nas coordenadas

( em A. Com e.ssa equação podemos construir a curva por pontos.


1' \. O coeficiente angular da tangente em um ponto dessa

e 3.2.2.2 - Flecha$ em vãos inclinados parábola é obtido derivando a Eq. 3.42:

e No caso dos vãos inclinados, há duas formas diferentes


de medirmos as flechas, e que podem ser de interesse prático, como
�� = �l -[ 2�1 - !l (3.43)

mostram as figuras 3.3 ou 3.4.


r No. ponto P, correspondente a y = fs, a tangente é paralela à
a - a flecha fs, representada pela maior distância vertical re ta AB; _logo, seu coeficiente angular é igual a B/A. Igualando a
entre a linha que liga os pontos de apoio do cabo e um ponto da Eq. 3. 43 a B/A, obtemos
(__ curva; esta flecha é importante quando o perfil do terreno é mais
X
A
-( ou menos paralelo à linha entre apoios; 2
�'.\
174 Projetos mecânicos das' linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores 175
(
Substituindo esse valor na Eq 3.42, obtemos Havendo interesse, da fig. 3.4:

A' -
I
fs' = fs cos!p (3.50) \

YP = [8C1 � ( 2�1 - ! )] (3.44)

Pela fig. 3.4, podemos verificar que


Exemplo 3.7
/
''
Determinar os valores
situação descrita no Ex. 3.5.
das flechas fs e fo para a
e
e
f, B
2 + YP (3.45)
Solução:
e
Como yp é negativa, temos
a - pelas Eqs: 3.18b ou 3.46, teremos e
fs =
+ -[ 8�: - ;( 2�1 - +)]
\
fs =
A2 p
8To
2
(350) ·0,7816 = 7,7464m
8 · 1. 545 e
(

r- r e
b - pela Eq. 3.49
e, simplificando, obtemos
e
�-
40
fo = fs ( 1
__B
7,7464(1 -
fs (3.46)
fo 0,6556m
4fs 4·7,7464
e
e .·
equação que, como vemos, é idêntica à Eq. 3.18b. Isso nos permite

e
concluir que o valor da flecha máxima em um vão desnivelado tem o
' Observa�:
mesmo valor que a flecha em um vão igual, nivelado.
Como complemento, analisando o cálculo da flecha pela e
Caso (b)
Da fig. 3.4, temos que
catenária, da Eq. 3.34
x-xg xo
e
y = C1 ( cosh -e -,- - cosh ---)
C1 (
(
..,
�fo = f e - B = - B (3.47) com y B para x = A, podemos obter:
(
Porém, da Eq. 3.29
/
xo -z-
A - C1 argsenh e
Ae =A+ 2hTo e

e
que, substituída na anterior, nos dá, levando em conta a Eq. 3.46
=
Usando os valores numéricos:
=-
A 350m, B = 40m e
e
fo fs + T6fs""" - 2
h . h )
(3.48) r
C1 1.976,7144m, chega-se a xo 50,1284m.
Através da equação simplificada (3.41}, xo = - 50,9102m. e
-� C,
Desta forma, fonclui-se que, devido a aproximação dos
e, finalmente, (
resultados, o desenvolvimento feito a partir da Eq. 3.42 é
l
(3.49) satisfatório.
(
l fi
f"
,· -·-�-
as aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condútores 1n
( Projetos mecânicos das linh
176
( lntercalamos n suportes de mesma altura, resultando em n-1 vãos d e
= A/(n+l), como mostra a fig. 3.5. Admitamos ainda
O PARA VÃO DESNIVELADO
comprimento a
RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CAB que os suportes intermediários sejam rígidos e que o cabo possa
superio �:
a - Força axial no suporte deslizar 1-ivremente sobre esses suportes intermediários. Nessas
(
2
Ae·p
2 (3.32) condições, ele/tomará, em cada um dos vãos �ntermediários, a mesma
( TA= To+ 8To forma, isto é, descreverá curvas .iguais ..
e sendo:
2hTo (3.29)
Ae ;:; A+� T T T
T
( � V V

erior:
V
b - Força axial no suporte inf
A 8
r
V
To •o To To
V

pl �tp - hj
V
(3.33)

ll + �
\
( TB = To + V
/
º

c - Comprimento do condutor: /,L---:,',,c;:---,.�/=//-=/�//-- �...,;:/,<'.--//.://-=;;'l--,'/--//=-/.,<:-/,'.=-//--/-:.=-//=-;�-'.:C-//-=-//=//


(-
·" \. B2 + A2 \ (3.39) : "'-- o 1 a ! o o
12C\ j
L A

r 1
()
Fig. 3.5 - Efeito da subdivisão de um vão por n apoios
d - Flecha: intermediári o s igualmente espaçados
li -
(:i.49)

1
fo = fs 4�s

( sendo: divisão do vão afeta os ,Valores das forças


e (3.46)

1
fs verticais e também das forças axiais T. As forças verticais nos
apoios podem ser calculadas por

(1 VA VB pl
-2- " -zpa- (3.51)

e 3.3 _ Vãos contínuos


/ '\ As forças axiais serão, então

em To
vamente pouGo freqüentes
"-

e:.1 os vãos isolados Sa·o relati


TA TB
i
coso:.
tuídos de uma
na realidade, são consti
( linhas de transmissão , que, ser tratados para
1 .. ess ão de um gra nde núm ero de vãos e que não p ode�
suc
i\ de suspensão nao- são rígidos como pa
o:.=- arctg�

:r
(3.52)
isoladamente, p ois os pontos ponto dei,

'
- independentes sob O
s sao
admitirnos e nem os condutore
\_'

- para outro. Sobre cada estrutura intermediária atuarão apenas as


( são transmitidos de_ um vao

{I�ú
vista mecânic o . Os esforços s. forças verticais, uma vez que as comp?nentes horizontais To. das
derar essa -sucessão de vão
Daí a necessidade de se consi trações anulam-se. As forças serão, então,
..
s iguais
Primeiro caso: vãos e altura
imaginemos que, no vã o A, V= pl "pa (3.53)
Retornemos à f.1g. 3 1 e
.....----·· ------- �- --·-(_;.!

' . \ Estudo do comportamento mecânico dos condutores 179


e
178
Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão e
e, portanto, To= STo', donde (
Exemplo 3.8 To
To' = -- (
Imaginemos que o vão isolado de 1.000m, cujas grandezas 5
5
foram calculadas nos exemplos anteriores, seja subdividido em a - Estruturas terminais (
os
vãos iguais de 200m, pelo acréscimo de 4 supartes intermediári a1 - Forças verticais: '·
as
de mesmas alturas que A e B. Quais os esforços que atuam -�o�re 7
estruturas terminais A e B e sobre as estruturas interme d1ar1as . ,_.,,,, p·a 0,7816·200 (
V= -2- 78, 16kgf
2
e

[:
Solução:
Dos exemplos anteriores para o vão d� �-�OOm, a �ração
a2 - Forças axiais:
e
horizontal era To= 1545kgf. Depois da subd1v1sao, precisamos TA TB To'
cos ex e
calcular o novo To da linha. Para isso, podemos usar o raciocínio
que segue. p-a
e
Eq 3.24:
Para O vão isolado, o comprimento do cabo é dado pela \ a= are
tg 2To,
are tg o, 7816.200=
2.1545
14,194º ,
e
5
e
L = A + donde e�
depois de subdividido, teremos A' = A/5 e L' L/5; logo Ta= 1.545/5
= 318, 72kgf e
e
TA
0,9695
L 8 (f' ) b - Estruturas intermediárias
2
A í
A
+
5 b1 - Forças verticais
e
5
35
V= ap 0,7816·200 = 156,32kgf

11:
ou
L
8[25f' )
2 �
b2-Forças ax1a1s
e
A +
3A
As mesmas que nas estruturas terminais. Comparando esses
l
resultados com aqueles obtidos no Ex. 3.1, verificamos que a
i e, portanto, f
2
25f' 2 , donde (

f'
f
subdivisão do vão trouxe não só uma redução nas cargµs verticais,
como era de se esperar, mas também nas cargas axiais, ou seja, da
solicitação nos cabos.
e
5 (
As flechas, por sua vez, ficarão bastante reduzidas,
Para o vão isolado, a flecha do cabó é dada pela Eq. pois ter,emos, nesse caso e
e
\
3.18b: I ,
f' f
pA
f = 8To
2 5
e
= = AIS;
Segundo caso: mesma altur� com vãos desiguais
e
logo,
Depois de subdividido, teremos f' f/5 e A' Vejamos- ·O que- ·ocorre quando. o, vão,. -A é· subdivid.ido-·,·por
estruturas desigualmente espaçadas. Para facilidade de raciocínio e
r consideremo-las, ainda, todas com as mesmas alturas, como mostra a e
fil --. fig. 3. 6._ e
e
f
5 8To

z
As forças horizontais To são constantes e iguais em
ou
pA 2
todas as estruturas e são
', absorvidas pelas estruturas terminais,
enquanto que, nas estruturas intermediárias,. elas anulam-se. As
e{
1 f 8(5To')

1
Projetos mecânicos das linhas aérea
s de transmissão
"· \,
Estudo do comportamento mecânico dos condutores 181
. -,
180

Exemplo 3.9
T, T,
Calcular as forças verticais e ax1a1s nos condutores
v, junto ao ponto de suspensão de uma estrutura que é ladeada de vãos
a1 = 300m e a2 = 500m e cujas estruturas adjacentes estejam na
To
mesma altura. O cabo é o· mesmo dos exemplo� anteriores e a tração
horizontal é de �.545kgf. Obter também as fl�chas.

e
ó'/_-//-"'77..::-/�;'/...-/,:::,,1t=' - /.='/-=-:-;,ê"//.:::;:,',.t:;l/.=-1- .,:
Solução:
( /,(: !:;'/..:;//.-7','-7/-=:7,"!::""/,
a - Pela Eq. 3.54, temos

l
º' a2 0
V = p = 0,7816 ( 3 0;500 J = 312,64kgf
( _____A
1 ( .ª1 ;
·-·de�iguais b - Forças axiais, lado do vão menor (T1)
( Fig. 3.6 - EfeiLo da Subdl. -visão de um vão por n vãos \

e T1 =
To
coso::
are tg 0,.7816 • 300
"
2•1.545 4,3395•
�logo,
proporcionais aos
verticais nas estruturas terminais são
1. 545
forças Ti = 1.549,44kgf
0,9971
semivãos vizinhos
Lado do vão maior (T2)
VA
ª' P e VB
a3
P "= are tg 0,7816·500 = 7,2081•
- 2- - 2- 2· 1. 545
(
enquanto que as verticais que atuam sobre as estruturas
forças
logo, .-,
dos pesos dos cabos dos dois T2 = 1.557,3073kgf
intermediárias são igua is à soma
e - Flechas:
( semivãos vizinhos

V c = V2 + V3 P
la2 a3 �
-2- + -2-J
f1
8To
2
pa1 0,7816·(300)
8 · 1.545
2
5,6913m

2
, f2 = paz 0,7816· (500) 2 = 15,809m
ou genericamente '\
I
8To 8·1.545
Pelos resultados de (b), vemos que os cabos dos lados
(3.54) dos vãos maiores são os mais solicitados junto às estruturas de
V [kgf] suspensão.
Terceiro caso: vãos.� e._ aLt.ur.as. .de.s..iguais. .. _
axiais Ti e TJ serão também diferentes,
As trações
Finalmente, cu mpre-nos analisar o caso mais geral e
maiores.
sendo maiores nos cabos dos lados dos vãos r
também o mais freqüente nas linhas de transmissão; urna sucessão de
buir -se-ão na raz ãi dos
As flechas, por Su a Vez' dl·stri vãos desi�ais e cabos suspensos em alturas diferentes. A fig. 3.7
maiores, ou seja:
quadrados dos vãos. Serão maiores Ilos vãos mostra um trecho tipice de linha de transmissão que atravessa um
terreno acidentado
no qual essa situação normalmente poderia
(3.55)
2
f 1 = fJ
( :� )
""\ caso.
ocorrer. Examinemos caso por-
(
T1
r
182
. tos meca·n,·cos das·;inh
ProJe
as aéreas de transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos cbndutores 183
e
de suspensão dos condutores. Portanto, não colabora com a (
Estrutura terminal A
horizontal To e·a uma
força de
componente da força vertical atuando-sobre a estrutura. Logo: e
t submetida a Uma tração = = (
valor pode ser VE VEr pne [kgf]
ssã o vertical, de cima para baixo, cujo
compre ores: (
Para cada um dos condut As forças axiais no cabo
'· são TED To e TEF,
calculado pela Eq. 3 31
respectivamenÍe, no lado dos vãos ªot e ªor· e
Vao = na·p
culada com o
A essa altura, cabe aqui a introdução de dois conceitos (
(TA) pode ser cal
:\ A força de tração no Cabo bastante importantes para os projetos das linhas: vão médio e vão (
\
auxílio da Eq 3.33 e Oa
é o vértice da catenária
equivalente.
gravante de uma estrutura. e
Estrutura intermediária B
vertic . VBA e Vsc. Como Ae/2 > ªse' 0
ais
- Vão médio de uma estrutura e
Atu am as for ças \
(
e B; logo, É igual à semi-soma dos-vãos adjacentes a ela.
vértice da cat ená ria equ ivalen te está "atrás" do suport
e
e
or:
atuante será, por conC a1 + aJ
Vsc < O. A força vertical am 2
[m] (3.56)

p(m_p· - nb) [kgfl Obs: Também denominado vão de vento (


VBA - VBC
e-
VB = =
em B,
tração'; na suspensão
Os cabos são solicitados por - Vão gravante de uma estrutura
sol ici ta os .cabos do laào do vão AB
ª e pela í
pela for ça TBA, que Ê um vão fictício (ac) que, multiplicado pelo peso
Podem ser (
, que sol ici ta os cabos do lado do vão ªBC
força Tsc unitário d��condutores, indica o valor da força vertical que um
(
e
ta.
calculadas da forma já vis cabo transmite à estrutura que o suporta. íâ.mbém denominado vão de
C
_ Estrutura intermediária ultante
peso.
a força vertical Vc, res (
Atua sobre a estrutura Assim, de acordo com a fig. 3. 7, teremos ·os seguintes
da soma de VcB e Vco, devida
s a cada um dos condutore
s:
e
e
vãos gravantes:
p(mc + nc) [kgf]
Vc = VcB + Vco ªe •
e
estrutura. A, na;
cabos são TBC Tco, -
s ,,eStrutura B, mb nh;
As forças axiais no
estrutura e,
ªca
me + nc; e
respec tivamente, nos vãos ªse e ªcn ·
e
ªcc
estrutura D, ªcn ma + nd = md +
ªoE;
Estrutura intermediária D estrutura E, ªcE = ne. (_
A força vertical sobre a
estrutura é, por condutor:
Um último caso de vãos desiguais com alturas desiguais, e
Vo Voe + VDE p(md + nd) [kgfl
propositalmente não incluído na análise anterior, é aquele e
e
=
cabos são TDCr e TOE,
ilustrado na fig. 3.8. É uma situação que deve ser evitada sempre
As axiais
forças n os
vãos ªcn e ªoE· que possível nas linhas reais, .principalmente na_s de tensões mais (
respectivamente, do lado dos
elevadas. Decorre, em gefal., de falhas na escol?-a do traçado e
, l
Estrutura intermediária E
o vértice da catenária no vão ªoE
coincide com o pontÕ
falta de prática e oTientação adequada dos topógrafos encarregados
e
(
-�-1 -�.-r��a i
_fj__ _

transmissão
Estudo do comportamento mecânico dos condutor&s 185
da;· linhas aéreas de
Projetos mecânicos
( 184
e
(
A

1 J
•,'

11
1,

(
(
-

( \ 1
(
! tj
º1
®
.?1 \ Fig. 3.8 - Situação de arrancamento
( ,i-

e dos trabalhos de exploração,


fixam "pontos obrigatórios" da linha,
reconhecimento e
como, por exemplo,
levantamento, que
vértices
�m entre alinhamentos em locais inadequados.
(
;,
.�m A estrutura B será solicitada, nesse caso, por duas

"w
e
,, forças verticais, VaA e ·vec dirigidas de baixo para cima,

"'�
m
e.
tendendo a ?U�ndê-la:

.,�
e\ "'

Vs = - (VBA + Vac)

Essa situação é conhecida na prática como arrancamento


(3. 57)

( i �m ou e nforcamento. Ela é inadmissível em isoladores pendentes, que,


(1
i .�m sob sua ação, perdem em verticalidade. Com isoladores de pinos,
(
"• poder:\ ser tolerada em pequeno grau, em caso de absoluta
(

..
m
(
'>o"' necessidade. Ocorre, no entanto, em linhas primárias rurais, não

"•
sendo raro observar-se um ou mais isoladores arrancados de seus

.1
e
o

"' pinos e dependurados nos condutores a cerca de 0,5 ou mesmo l,Om

(
-� -- i '"'o acima da cruzeta da estrutura.

e •o·
Exemplo 3.10

�\\ No trecho de linha ilustrado na fig 3.7, foram


as seguintes distâncias:
medidas

e
(. �- 1
b() t aAB 234m;
ase= 175m;
hAB = 15,4�m_;
hsc = 25,30m;
na = 31m;
nb 95m;
mb = 203m.
me = 276m.
:��
j, '

�(
e
e
Projetos mecânicos das 1fnhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecánico dos cof1dutores 187
186

aco 476m; hCD = 14,75m; nc 197m; md = 290m.


Orn.
C2 - estrutura B
VB = paG = 0,7816·108 = 84,41kgf e
hDE 8,20m; nd 152m; m, (
aDE 152m; C3 - estrutura C
n, 214 m; Vc = paG = 0,7816·473 = 369.70kgf (
nos cabos na condição c4 - estrutura D (
A componente horizontal da tração er, Vo = pac = 0,7816·442 345,47Kgf
de 1.020k gf. Obt
de flecha máxima, sem vento, é (
cs - estrutura E
a - vãos médios;
b - vãos gravantes;
estruturas;
VE = paG = 0,7816·214 167,26kgf e
e - cargas verticais sobre as
s junto aos suportes . (
e
d - trações nos cabo
d - Trações nos cabos, junto aos suportes devemos empregar
S0lu9ão: as Eqs. (3.32) · para os suportes superiores e (3.33) para os
e
r.
1 ) ' \ suportes inferiores, calculando, primeiramente os vãos equivalentes
Eq (3.56), teremos:
a - Vãos médios - de acordo com a (3. 29) e as flechas correspondentes aos vãos equival.entes:
(
! '1'
e
1

' f ai - estrutura A d1 - estrutura A - vão equivalente:


aA.B + o = -z
e
234
am = 2
- 117m; 2hab·To
ÁeAB = aab + 2·15,45·1.020
e
aab·p 234 + 406,0üm
234·0,7816
- e strutura B
e
a2 flecha do vão equivalente (3.18b):
aA.B +aBC = 234 + 175 204,Sm;
e
am = 2 2 pAa
2
0,7816·(406)
2
feAB = 15,79m
8· 1. 020
a3 - estrutur a e log o, pela Eq. (3.33) 1
aBC + aCD = 175 + 476 = 325,5m;
am = 2 TA.B =';!!"o + (feA.B - hA.B)p 1.020 +,(15,79 - 15,45)·0,7816 (
e
2
TAB = 1.020,3kgf
a4 - estrutura D
476 + 152 d2 - estrutura B - tração no cabo no vão B-A (3.32) (
am
aco + aDE
2 2
= 314,0m.
TB< = To + fep = 1.020 + 15,79·0,7816 = l.032,34kgf e
b - Vãos gravantes - de acordo com a definiçã
o: tração no vão B-C (
bi - estrutura A
2hbcTo e
e
aG = na = 31m; AeBC abc + 175 + 2·25,30·1.020
abcp 175.0,7816 = 552,34m

e
b2 - estrutura B
ac = mb - nb = 203 - 95 =·108m;
e
2 2
feBC pAeBC 0,7816·(552,34)
b3 - estrutura C 8To 8· 1. 020 29,22m
aG = me + nc = 276 + 197 = 473m; logo,
e
b4 - estrutura D
ac = md + nd = 290 + 152 = 442m;
r
TBC To + (feBC - hBc)p = 1.020 + (29,22-25,30)·0,7816
e
bs - estrutura E
ac =O + ne =O+ 2 14 = 214m.
TBC 1.023,07kgf
e
\. d2 - estrutura C - tração no cabo no vão C-B (3.32} l
ll
c - Cargas verticais Sobre as estr
c1 - estrutura A
uturas - por condutor: TCB =To + feBC·p f 1.020 + 29,22·0,7816 = l.042,82kgf
tração no cabo no vão �-D
/ .,. e
i: VA. = paG = 0,7816·31 = 24, 22kgf l_; 1
·\
(
'----" >'2/ 1
.
:r7.J - < · --------- �---- -f=--::::�, .·::--
'i

'
/-
Estudo do comportamento mecânico dos condutores
189
'
\ mecânic os das .linh
as aéreas de trans
miss ão
Projetos
188 a - Condição de flecha máx ima:
2· 14, 75· l. 200 = 556,88m
L 2hcd·To 476 + 47 6.0,78 16 197•0,7816 22, 8 ·1020 = - 41,06kgf
1 AeCD acd + acdp VeA· = 2 197
2 154·0,7816 19,6•1020 = - 69,63kgf
2 (556, 88)
0 ,7 8 1 6 · = 29,70m Vsc = 154
pAeco 2
feCD 8To
8· l. 020 logo,
VB no,69kgf
logo, 14, 75) : 0 , 7816
1. 020 + (29, 70 -
min
(fe cD - hc d)p =
+ dos
TCD =To ou seja, a est rut ura dev erá absorver em .cada ponto_ de fixação
b de
TCD = l.031, 68kgf cabos , uma força vertical, dirigida de aixo para cima, no total
110,69kgf.
ação no vão D-C
d4 - estrutura D: tr 1043,21kgf
( 020 + 29, 70 ·0, 781
6
b - Condição de flecha mínima:
TDC =To+ f e CO'P = 1.
e tração no vão D-E,
\
VBA
197·0,7816
2
22,8·2120
197·
- 16 8,37kgf

('
'".J

2hde ·TO
2· 8 ,30·1.020 292,80m
= 152 + 152.7 8 16 154·0,7816 29,6·2120 = - 209,63kgf
AeDE = ade +
ade'P Vsc = 2 154

logo,
p·Aede
2 0,7 8 1.6· (292, 8 / 8 ,20 m
feDE .·8 · 1.020 VB - 378kgf
8To max

logo, ,
= 1020 kg f ; A condição de fl echa m1n1ma e, como veremos mais
1020+(B,20-B, 20 )p . 1m da
T + (f.,.-h,.)P = adiante, aquela que ocorre sob tempertturas ambientes m1n as
·.' l nessas ,.co dições que o
região atravessada ....E...e as linhas.
0

1026,4 kgf'.
n
( , 81 6 •8, 2:Ó
ºp= 1020 +0 7
arrancamento é ;máxim�
Tm:: = T0 + f.a.-f-ede
( 1 , ., , i\
2. Forças axiais nos condutores
\ Para se u cál cu 1 o_, empre garemos a Eq.. 3 .33. Para
Exemplo 3.11 apresentam "uma
rtes de uma li nha, A, B, e C, condiç ão aplica' - 1a , devemos calcular os vãos e fl e chas equivale ntes ,
( Três supo na Fig. 3. 8 . Na
o a mo st ra da gf e, na empregando as Eqs. 3. 29 e 3.18b:
condição de arrancamento o horizontal nos cabos é de 1.0ZOklcular as
com
( çã
de flecha máxima,a tra ima, a tração é de 2.120kgf.
Ca
e , nas duas 2he.b·To 2hbc·To
condição de flecha mín x1a1s ncs cabos São dados ,•('eAB = aab + e AeBC abc +
e tra ções a aab·p abc'P
forças de arrancamento s anteriores. /·
mesmo dos exemplo
( condições. O cabo é o
(obtidos graficamente ): a - Condição de flecha máxima:
197m; hab = 22. sm ;
( 2·22,8·1 0 20
aab AeAB = 197 + = 499, 07m
( .
abc 154m; hbc = 19, 6m .
197·0,7 816
2·19, 60 ·1020
(
'l AeBC = 154 + 154•0,7816
486,19m

Solução:
1. Forças verticai.s
tical tr ansmitida indivi
dualmente r b - Condição de flecha mínima
2·22,8·2120 = 824, 84m
A força axial ver = VeA + vec, AeAB 197 + .
ura B é dad a na Eq:'· 3. 57 por Ve 1 97·0,7816,
pelos cabos à estrut o da Eq. 3.31
sendo VBA e Vsc calculáveis por mei 2·19,6i/2120 8 44, 43m
AeBC = 154 +
abc'P 15 4 •0,7816
aab·p hab•To e Vec = 2
2 aab
\
190 Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão Estudo do comportamento mecânico dos condutores

_ y, ..
191
', !
Flechas nos vãos equivalentes
a - Condição de flecha máxima: RESUMO DAS EQUAÇÕES DO CABO PARA
.-� -· VÃOS CONTÍNUOS
O, 7816· (499,07)
2
p(AeAB)
2
23,86m
feAB =
8To 8·1.020 1 - Alturas iguais:
1 1.a - Força vertical num apoio: (
o,7816· (486,19)
1 2
p(AeBC)
2
22,64m V = .P ( ai
; aJ
(
ÍeBC
8To 8·1,� J [3.54)
(
b - Condição de flecha mínima:
1.b - Força axial no lado do vão
To
i:
e
feAB
p(AeAB)
8To
2
0,7816· (824,84)
8·2.120
2
31, 35m
Ti
coso.: " = arctg (�
pai J (3.52) e
1.c - Flecha no vão i: (
!· p(AeBC)
2
0,7816· (844,84)
2
32,86m
f1 p.a1
8To (3.18b)
e
• 8To 8·2.120
feBC
I (
i

t
1
i as máximas, pelo�
2 - Alturas desiguais:
e
e
Obs: as flechas mínimas são maiores do que 2.a - Força vertical num apoio:
f
l.
!"
'
i1
fato de serem as "equivalent�s"

De posse dos valores acima, podemos.calcular as forças


V=± p(m1 ± nJ)
e
e
&..
axiais que atuam nos cabos, junto a estrutura B. Pela Eq. 3,33, 2.b - Força axial no suporte supe
rior (B):
teremos: 2· 2
TBA =To+ Ae p
a - Condição de flecha máxi_ma: 8To
sendo
TBA To+ (feBA - hBA)p = 1.020 + (23,86 - 22,8)•0,7816 2·hBA·To
(
TBA 1. 020, 83kgf aBA•p (

1
!
i e
Tac To+ (feBC - hBC)p 1.020 + (22,64 - 19,6)·0,7816
2.c - Força axial no suporte infe
2
TAB =To+ p ( Ae ·p
8To
rior (A): (
(
Tac = l,022,38kgf
- hAB]
(