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Sistemas de Controle
Aulas de Laboratório
Vilma A. Oliveira
Manoel L. Aguiar
Jerson B. Vargas
A área de controle tem experienciado enormes avanços nas duas últimas décadas tanto em pesquisa quanto em
aplicações. Pode-se observar nos currículos de engenharia uma tendência a dar ênfase a um ensino de controle
mais prático, com mais aulas de laboratório dedicadas a tópicos como modelagem, definição de componentes
de atuação e medição, elaboração de relatórios e desenvolvimento de projetos em grupo de forma a valorizar os
cursos de controle e mostrar aos alunos a importânncia da tecnologia de controle na sociedade. Nesta direção,
um conjunto básico de cursos de controle deveria introduzir o aluno a problemas de controle envolvendo não
só o projeto, mas também especificações para a sua implementação em software/hardware. Na medida que a
aprendizagem deve ser apoiada na conceituação e na experiência com exemplos concretos, a dosagem de teoria
e prática é extremamente importante. Portanto, é fundamental contar com um laboratório bem montado para
a realização de experimentos práticos e com a utilização de aplicativos computacionais para a realização de
simulações.
Este texto floresceu a partir de envolvimento com o ensino de controle na Universidade de São Paulo do
Campus de São Carlos e foi elaborado para ser utilizado nos cursos básicos de controle da habilitação em
Engenharia Elétrica. Os cursos básicos oferecidos nesta Instituição tratam da análise e projeto de sistemas
de controle contínuos e discretos e os cursos de laboratório associados têm por objetivo introduzir o aluno ao
problema de controle na suas diversas etapas como modelagem, análise, projeto e implementação, incluindo o
acionamento e medição de variáveis.
O presente texto cobre desde experimentos simples até experimentos mais avançados com controle digital
·e controle robusto. Os principais circuitos utilizados são fornecidos para permitir a pronta reprodução dos
experimentos em outras instituições de ensino.
O texto é organizado como segue. Inicialmente os Capítulos 1 e 2 apresentam uma introdução aos aplicativos
mais usados no auxílio à análise e projeto de sistemas de controle seguida pelo Capítulo 3 que traz uma introdução
aos circuitos básicos com amplificadores operacionais utilizados em diversas aulas para implementar sistemas
dinâmicos típicos. O texto é então dividido em duas partes. A primeira parte trata da análise de características
de sistemas no domínio do tempo e frequência e da análise de estabilidade e de margens de estabilidade e
finalmente são resumidos os fundamentos de sistemas amostrados e discretização. A segunda parte trata da
modelagem de sistemas e da implementação de controladores analógicos e digitais, considerando um servomotor
CC com tacogerador, um protótipo em escala laboratorial de um sistema de suspensão magnética de uma esfera
com sensores de posição, corrente e fonte de luz, e um sistema térmico com sensores do tipo termoresitores. As
diferentes plantas utilizadas permite abordar a análise e projeto de sistemas com atraso e fase não mínima, caso
do sistema mini-forno e sistema de suspensão magnética, respectivamente.
Agradecemos aos alunos de iniciação científica Maurício dos Santos Pupo, Eduardo Fontoura Costa e Wilson
da Silva Jr pela contribuiç ão ao projeto de construção do protótipo de um sistema de ·suspensão magnética,
sendo que o aluno Eduardo Fontoura Costa também contribuiu com a elaboração do experimento apresentado.
Aos alunos de iniciação científica Evandro Toshio Morita e Alexandre Skishum Framina pela preparação e
implementação de programa na linguagem MATLAB para a simulação e estimação 1paramétrica do servomotor
CC, Willians Jorge Rodrigues pelo projeto e implementação da placa de modulação de largura de pulso utilizada
no acionamento dos servomotores CC, e finalmente a Vinicius da Silva Dalben e Mário Celso Gronela e também
ao Daniel Siqueira pela colaboração na preparação e implementação de experimentos de controle com o Labview,
sendo que o Daniel também colaborou no projeto de controle H 00 apresentado. Aos alunos de pós-graduação
José Roberto Caon pela contribuição na construção do experimento do mini-forno, à Natache Arrifano e Renato
do Nascimento Rosa pela colaboração na documentação dos controladores na plataforma de controladores lógicos
programáveis. Ao técnico de laboratório Alessandro pela assistência dada ao laborat'rio e implementação de
diversos circuitos.
3
Conteúdo
1 Introdução ao MATLAB 11
1.1 Carregando o MATLAB . . . . . 11
1.2 Entrando com Matrizes Simples . 12
1.3 Declaração de Variáveis . . . . . 12
1.4 Obtendo Informações da Área de Trabalho. I:3
1.4.1 Números e Expressões Aritméticas . 14
1.5 Números e Matrizes Complexas 14
1.6 Formato de Saída . . . . . 15
1.7 As Facilidades da Ajuda 15
1.8 Funções . . . . . . . . . . 15
1.9 Operações com Matrizes . 16
1.10 Operações com Conjuntos 18
1.10.1 Operações aritméticas . 18
1.10.2 Operações de Comparação 19
1.11 Manipulação de Vetores e Matrizes 22
1.11.1 Gerando vetores . . . . . . 22
1.11.2 Elementos de matrizes .. 22
1.11.3 Matrizes dentro de matrizes 2:3
1.12 Polinômios . . . . . . . . . 25
1.13 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.1:3.1 Integração numérica . . . . . 27
1.1:3.2 Equações não-lineares e otimização 27
1.13.3 Equações diferenciais . 28
1.14 Gráficos . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.14.1 Gráficos bidimensionais .. 29
1.14.2 Estilos de linha e símbolo . 31
1.14.3- Números complexos . . . . 31
1.14.4 Escala logarítmica, coordenadas polar e gráfico de barras :31
1.14.5 Plotando gráficos tridimensionais e contornos :32
1.14.6 Anotações no gráfico .. 33
1.15 Editando rotinas no MATLAB :33
1.15.1 Arquivos .m . . . 33
1.15.2 Arquivos-script 34
1.1-5.:3 Arquivos-função :34
1.15.4 Funções-função. :35
1.15 ..5 Laço for . . . . 36
1.1-5.6 Laço while .. . :36
1.1-5.7 Declaração if .. 37
1.15.8 Declaração break 37
L 16 Operações com Disco . . . 38
1.16.1 Manipulação do disco 38
1.16.2 Executando programas externos 38
1.16.3 Criando um arquivo de dados . :39
1.16.4 Importando e exportando dados 39
5
6 CONTEÚDO
2 Introdução ao Labview 41
2.1 Aquisição e Processamento de Sinais . . . . . . . 42
2.1.1 Leitura ou conversão de sinais de entrada 42
2.2 Geração de Saídas . . . . . . . . 43
2.2.1 Saída por conversor DJA . . . . . . . . 43
2.2.2 Saída por porta digital . . . . . . . . . . 43
2.:3 Estrutura Ger~1 do Equipamento de Aquisição 44
2.3.1 Características específicas do equipamento utilizado 45
2.4 Tratamento de Sinais Analógicos Entrada e Saída .. 45
2.4.1 Entrada analógica e VIs de leitura analógica. 45
2.5 Saída Analógica e Vl's de Escrita . . . . . . . . . . . 46
I Análise de Sistemas 55
4 Sistemas de la. e 2a. Ordem 57
4.1 Análise de Resposta Transitória . 57
4.1.1 Sistemas de primeira ordem 57
4.1.2 Sistemas de segunda ordem 58
4.2 Análise da Resposta em Freqüência . 61
4.2.1 Sistemas de primeira ordem . 63
4.2.2 Sistemas com pólos e zeros na origem 63
4.2.3 Sistemas de segunda ordem 65
4.3 Roteiro do Experimento . . . . 67
4.3.1 Resposta transitória . . 67
4.3.2 Resposta em freqüência 67
4.4 Roteiro de Relatório . . . . 68
5 Realimentação em Sistemas 69
5.1 Função Sensibilidade . . . . 69
5.2 Efeito de Perturbações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.2.1 Efeito de perturbação em um sistema a malha aberta 71
5.2.2 Efeito de perturbação em um sistema a malha fechada 71
5.:3 Erros de Regime . . . . 72
5.3.1 A ação integral . 72
5.4 Roteiro do Experimento 73
5 ..5 Roteiro de Relatório . . 75
5.5.1 Característica de sistemas de controle a malha aberta 76
5.5.2 Característica de sistemas de controle a malha fechada . 76
CONTEÚDO 7
6 Estabilidade Relativa 77
6.1 Margem de Ganho e Margem de Fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
6.2 Estabilidade de Sistemas de Fase Não-Mínima: Sistema deSuspensão Magnética 78
6.2.1 Equações dinâmicas do sistema de suspensão 80
6.2.2 Representação por variáveis de estado . . . 81
6.2.:3 Representação por função de transferência . 82
6.:3 Compensador Avanço de Fase . . . . . . . . . . 8:3
6.:3.1 Simulação do sistema com o MATLAB . 84
6.4 Roteiro do Experimento 86
6.5 Roteiro do Relatório . . . . . . . . . . . . . . . 87
Introdução ao MATLAB
Este capítulo apresenta o aplicativo computacional MATLAB 1 largamente utilizado nos cursos de controle
(http:/ jwww.mathworks.com). O MATLAB é um produto da Mathworks é o principal aplicativo utilizado nos
cursos de controle para análise, projeto e simulação de sistemas. Integra análise númerica, cálculo, processa-
mento de sinais e visualização e uma linguagem poderosa com problemas e soluções expressas como descritas
matemáticamente ao contrário da programação tradicional. Ainda, o MATLAB possui uma família de aplica-
tivos específicos os chamados "toolboxes", que possuem coleções de funções especializadas para as mais diversas
áreas do conhecimento como otimização, controle robusto, redes neurais, processamento de sinais, entre outras.
As referências Ogata (1997a), UNESP (1999), Hanselman and Littelfield (1997) e Dorf and Bishop (2000) foram
consultadas para a elaboração deste capítulo.
A arquitetura aberta do MATLAB, agregada a uma biblioteca vasta de funções matemáticas e gráficas
disponível, possibilita a criação de novos algoritmos e o desenvolvimento de soluções costomizadas (http:
/ jwww.mathworks.com jproducts).
O aplicativo Simulink, também um produto da Mathworks, roda na plataforma do MATLAB e é usado para
modelar sistemas dinâmicos usando uma plataforma gráfica. V árias opções de ajuda são disponíveis na área de
trabalho do próprio aplicativo.
11
12 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
» variável = expressão
ou simplesmente
» expressão
O sinal "="é a designação da expressão para a variável e » é o "prompt de espera". Ao entrar no MATLAb, »
é o sinal que habilita a Área de Trabalho (AT) do MATLAB para uso. Após a execução de um dado programa,
imediatamente após ao término da entrega da solução, aparece igualmente o sinal de espera. Quando o sinal
"="é omitido de uma operação, o resultado fica designado pela variável genérica "ans" que representa a palavra
"answer" (resposta), automaticamente criada. Por exemplo, a expressão
» 1900/81
produz
ans=
23.4568
Se não desejar que o valor da variável seja exibido, a declaração deve ser seguida de um ponto de vírgula ( ;).
Usando o(;) reduz-se a quantidade de saídas mostradas. Isso influi na velocidade dos cálculos com um aumento
na velocidade de execução. Se a expressão é tão grande que não cabe em apenas uma linha, pode-se continuar
a expressão na próxima linha usando um espaço em branco e três pontos," ... ", ao final das linhas incompletas.
Por exemplo,
» s = 1- 1/2 + 1/3- 1/4 + 1/5- 1/6 + 1/7 ...
- 1/8 + 1/9- l/10 + 1/11 - 1/12 + 1/13;
calcula o resultado da série, atribuindo o somatório à variável s, mas não imprime o resultado na tela. Os
espaços em branco entre os sinais"=", "+"e "-"são opcionais, mas o espaço em branco entre "1/7"e " ... "é
obrigatório. Os nomes de variáveis começam com letras e são seguidos por qualquer número de letras e números
(no máximo 19 caracteres). O MATLAB difere nomes de variáveis escritas em letras maiúsculas e minúsculas.
Todas as funções devem ser escritas em letras minúsculas: inv(A) calcula a inversa de A, mas INV(A) é uma
função indefinida.
No MATLAB há diversas constantes definidas, por exemplo:
pi 1f
» who
obtêm-se uma lista das variáveis armazenadas na AT
Your variables are:
A ans s
mostrando as três variáveis geradas nos exemplos anteriores, incluindo ans. O comando "whos" lista as variáveis
que estão na AT dando informações adicionais a respeito de dimensão e tipo de variáveis bem como capacidade
de memória alocada. Veja o exemplo a seguir.
3 -99 0.00001
9.637458638 1.602E-20 6.06375e23
As expressões são compostas de operadores aritméticos e outros caracteres especiais, de funções e dos nomes das
variáveis. A avaliação das expressões produz matrizes, que são então mostradas na tela e atribuídas às variáveis
para uso futuro. Uma variável após declarada é automaticamente exibida após ser executada através de um
<enter>. A avalição das expressões é feita da direita para a esquerda. A ordem de procedência dos operadores
é a tradicional, mas pode ser alterada pelo uso de parêntesis. Os operadores principais são
+ adição
subtração
* multiplicação
I divisão á direita
\ divisão à esquerda
potenciação
Deve-se notar que existem dois símbolos para a divisão: as expressões 1/4 e 4 \ 1 possuem o mesmo valor
numérico, isto é, 0.25.
1. 7 As Facilidades da Ajuda
O MATLAB possui um comando de ajuda (help) que fornece informações sobre a maior parte dos tópicos.
Digitando
» help
obtêm-se uma lista desses tópicos disponíveis. São todos " toolboxes" do MATLAB. Para obter informações
sobre um tópico específico, digite help tópico. Por exemplo,
» help graph2d
fornece uma lista de todos os comandos relacionados com gráficos bidimensionais, com seus controles de eixos
bem como seus adornos.
Finalmente, para obter informações sobre um comando específico, por exemplo "title", digite:
» help title
e informações mais detalhadas sobre este comando serão exibidas.
1.8 Funções
A "força" do MATLAB reside na disponibilide de um conjunto extenso de funções, pois este possui um grande
número de funções intrínsecas que não podem ser alteradas pelo usuário. Outras funções estão disponíveis em
uma biblioteca externa distribuídas com o programa original, que são na realidade arquivos com a extensão
16 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
".m" criados a partir das funções intrínsecas. A biblioteca externa pode ser constantemente atualizada à medida
que novas aplicações são desenvolvidas. As funções do MATLAB, intrínsecas ou arquivos ".m", podem ser
utilizados apenas no ambiente MATLAB. As categorias gerais de funções matemáticas disponíveis no MATLAB
incluem
• Matemática elementar;
• Funções especiais;
• Matrizes elementares;
• Matrizes especiais;
• Análise de dados;
e Polinômios;
• Integração numérica;
• Processamento de sinais.
e Subtração;
• Multiplicação;
e Divisão a direita;
e Divisão a esquerda;
e Expon_enciação;
e Transposta;
Transposta
O caracter apóstrofo, " ' ", indica a transposta de uma matriz. A declaração
» A = [1 2 3; 4 5 6; 7 8 O]
» B =A'
produz
A=
123
456
780
B=
l47
258
360
1.9. OPERAÇÕES COM MATRIZES 17
e» x = [-1 O 2]'
produz
X=
-1
o
2
Se Z é uma matriz complexa, Z' será o conjugado complexo composto. Para obter simplesmente a transposta
de Z deve-se usar Z.', como mostra o exemplo
» Z = [1 2; 3 4] + [5 6; 7 S]*i
» Z1 = Z'
» Z2 = Z.'
que resulta em
Z=
1.0000 + 5.0000i 2.0000 + 6.0000i
6.0000 + 7.0000i 4.0000 + 8.0000i
Z1 =
1.0000- 5.0000i 3.0000- 7.0000i
2.0000- 6.0000i 4.0000- 8.0000i
Z2 =
1.0000 + 5.0000i 3.0000 + 7.0000i
2.0000 + 6.0000i 4.0000 + 8.0000i
Adição e Subtração
A adição e subtração de matrizes são indicadas, respectivamente, por "+"e "-". As operações são definidas
somente se as matrizes possuem as mesmas dimensões. Por exemplo, a soma com as matrizes mostradas acima,
A + x, não é correta porque A é 3x3 e x é 3xl. Porém,
»C=A+B
é aceitável, e o resultado da soma é
C=
2 6 10
6 10 14
10 14 o
A adição e subtração também são definidas se um dos operadores é um escalar, ou seja, uma matriz l x l.
Neste caso, o escalar é adicionado ou subtraído de todos os elementos do outro operador. Por exemplo:
»y=x-1
resulta em
y=
-2
-1
1
Multiplicação
A multiplicação de matrizes é indicada por "*". A multiplicação x*y é definida somente se a segunda dimensão
de x for igual à primeira dimensão de y. A multiplicação
>> x'* Y
é aceitável, e resulta em
ans =
4
É evidente que o resultado da multiplicação y'*x será o mesmo. Existem dois outros produtos que são trans-
postos um do outro.
» x*y'
ans =
18 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
2 l -l
ooo
-4 -2 2
~ y*x' ans =
2 o -4
1 o -2
-1 o 2
O produto de uma matriz por um vetor é um caso especial do produto entre matrizes. Por exemplo A e x,
~ b = A'x
que resulta em
b=
5
8
-7
Naturalmente, um escalar pode multiplicar ou ser multiplicado por qualquer matriz
~ pi*x
ans =
-:3.1416
o
6.2832
Divisão
Existem dois símbolos para divisão de matrizes no MATLAB "\"e "/". Se A é uma matriz quadrada não
singular, então A \B e B f A correspondem respectivamente à multiplicação à esquerda e à direita da matriz B
pela inversa da matriz A, ou inv(A)*B e B*inv(A)N, mas o resultado é obtido diretamente. Em geral,
X= A\B é a solução de A*X = B
X = Bj A é a solução de X* A = B
Por exemplo, como o vetor b foi definido como A *x, a declaração
~ z = A\b
resulta em
z=
-1
o
2
ans =
279 360 306
684 873 684
7:38 900 441
* multiplicação
.j ou.\ divisão
potenciação
Multiplicação:
»z = x .* y
resulta em
Z=
4 10 18
Divisão:
» Z =X .j y
resulta em
Z=
0.2.5 0.4 0 ..5
» z = x . y resulta em
Z=
4.0000 2 ..5000 2.0000
Exponenciação:
»z=x.Ay
resulta em
Z=
l 32 729
A exponenciação pode usar um escalar:
>> z = x.A
Z=
l4 9
Ou, a base pode ser um escalar
» z = 2. [x y]
A
Z=
2 4 8 16 32 64
As operações de comparação são as operações relacionais e lógicas. As operações lógicas e relacionais retornam
VERDADEIRO e FALSO.
Operações relacionais
As operações relacionais são formadas por operadores relacionais. Os operadores relacionais podem ser usados
para comparar dois vetores de mesmo tamanho, ou um escalar com um vetor (o escalar é comparado a todos
os elementos do vetor). O resultado da operação é retornado em um vetor, onde a i-ésima posição do vetor da
saída é o resultado da comparação das i-ésimas posições dos vetores de entrada( ou do escalar com esta, no caso
de escalar). Os seis operadores relacionais usados para comparação de duas matrizes com as mesmas dimensões
são
20 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
< menor
<= menor ou igual
> maior
>= maior ou igual
igual
diferente
A comparação é feita entre os pares de elementos correspondentes e o resultado é uma matriz composta dos
números um e zero, com o um representando VERDADEIRO e o zero, representando FALSO. Exemplos de
operações relacionais:
»A=1:9
A=
123456789
» B = fiiplr(A)
B=
987654321
» T =(A== B)
T=
oooo 1 oooo
» T =(A>= B)
T=
oooo1 1 1 1 1
»T = (B < 4)
T=
oooooo 1 1 1
»2+2 =4
ans =
o
Usando expressões relacionais:
Podemos combinar expressões matemáticas e relacionais
» disp(A), disp(B)
123456789
9876.54:321
» A = B- 2*(A>5)
A=
98765210-1
» A= A + (A==O)*eps
A=
Columns 1 through 5
9.0000 8.0000 7.0000 6.000 5.0000
Columns 6 through 9
2.0000 1.0000 0.0000 -1.0000
» disp(A(8)==eps)
1
Como evitar divisão por zero:
2. O enfoque anterior evita divisões por zero, mas não é a única maneira de fazer isso. Selecionar compo-
nentes para se fazer cálculo (ou para evitar fazê-lo) é um enfoque muito utlizado no MATLAB.
»X= (-2:2)/2
X=
-1.0000 -0.5000 o 0.5000 1.0000
» Y = ones(size(X))
Y=
111 11
» L = X"-'=0 % vetor lógico para indexar X
L=
1 1 o1 1
» Y(L) = sin(X(L))./X(L)
Y=
0.8415 0.9589 1.0000 0.9589 0.8415
Operações Lógicas
Os operadores lógicos usados para comparação de duas matrizes com as mesmas dimensões são os usuais
& e (and)
ou (or)
não(not)
Conversão de valores
Uma função útil para a conversão é a função logical.
» lookfor logical
... LOGICAL Convert numeric values to logical ... Compare o exemplo abaixo com o subsequente
Exemplo 1:
»C= [1 0 1]
C=
1 o1
» d=logical( c)
d=
1o1
>> d==c ans =
22 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
111
» disp(class(c)), disp(class(d))
double logical
Exemplo 2:
»X= -3:3
X=
-:3-2-10123
» abs(x)>1
ans =
1 1 ooo 1 1
» y=x(abs(x)>1)
y=
-3 -2 2 3
» y=x([1 1 O O O 1 1]) % operação não é legal ??? Subscript indices must either be real positive integers or
logicals.
» y=x(logical([1 1 O O O 1 1]))
y=
-3 -2 2 3
» x(2)
ans =
1.4142
Analogamente em uma matriz, com linha e coluna determinada consigo extrair elementos. Seja
» x=[1 2 :3;4 5 6;7 8 9]
X=
123
4 .56
789
>> x(2,3)
ans =
6
Um elemento individual da matriz pode ser referenciado com índice entre parênteses. Continuando o exemplo,
» x( 6) = abs(x(l))
produz
X=
-1.3000 1.4142 23.0400 o o 1.3000
Note que a dimensão do vetor x é aumentada automaticamente para acomodar o novo elemento e que os ele-
mentos do intervalo indefinido são estabelecidos como zero. Grandes matrizes podem ser construídas a partir
de pequenas matrizes. Por exemplo, pode-se anexar outra linha na matriz A usando
» r= [ lO 11 12]
»A= [A;r]
que resulta em
A=
123
456
7 89
10 11 12
Note que o vetor r não foi listado porque ao seu final foi acrescentado ";". Partes de mtrizes podem ser extraídas
de matrizes usando":". Por exemplo,» A= A(1:3,:); Neste caso o MATLAB seleciona as três primeiras linhas
e todas as colunas da matriz A atuaL Considere um outro exemplo. Dada a matriz A:
A=
12 3
4 56
789
a declaração
» A(3,3) = A(1,3) + A(3,l)
resulta em
A=
12 3
456
7 8 10
»x=A(1,3)
X=
:3
atribui à variável "x" o elemento da la linha e 3a coluna da matriz A. Da mesma forma que é possível atribuir
um elemento de uma matriz (que é um escalar, ou seja, uma matriz 1 x 1), também é possível selecionar pedaços
inteiros da mesma matriz. Por exemplo, seja a matriz A. Selecionar os elementos da 2 a linha e 3a e 4a colunàs.
» A=[l 2 3 4; 5 6 7 8;9 10 11 12;14 83 23 O]
A=
1 2 :3 4
.56 7 8
9 10 11 12
14 8:3 23 o
»A(2,[3 4])
ans =
78
Esta declaração permite selecionar os elementos a23 e a24 da matriz A. Um outro exemplo ainda na matriz A.
Para pegar a parte selecionada:
»A( [1 2 :3], [2 3])
ans =
23
67
10 11
ou ainda um comando equivalente:
» A(1:3,2:3)
ans
23
67
10 11
Esta declaração permite selecionar os elementos da 2a e 3a colunas nas linhas de 1a, 2a e 3a ou pegar os
elementos das colunas 2a e 3a nas linhas de 1 a 3. Usar os dois pontos sozinhos significa todos os elementos da
respectiva linha ou coluna. Seja o exemplo
» A(:3,:)
ans =
9 10 11 12
Este tipo de notação facilita enormemente a criação de programas.
Considere outro exemplo
A=
92 99 11 18 15 67 74 51 58 40
98 80 17 14 16 73 55 57 64 41
14 81 88 20 22 54 56 63 70 47
85 87 19 21 13 60 62 69 71 28
86932512196168755234
17247683904249263365
23158289914830323966
79161395972931384572
10 12 94 96 78 35 37 44 46 53
111810077843643502759
então
» A(1:5,3)
ans =
11
17
88
19
25
Esta declaração permite selecionar as cinco primeiras linhas e terceira coluna ou seja, uma submatriz 5xl.
1.12. POLINÔMIOS 25
Analogamente,
» A(1:5,7:10)
ans =
74515840
55 57 64 41
56 63 70 47
62 69 71 28
68 75 52 34
Esta declaração permite selecionar nas cinco primeiras linhas os elementos das colunas de 7 a 10 ou seja, uma
submatriz 5x4.
Utilizando os dois pontos no lugar de um subscrito denota-se todos elementos da linha ou coluna. Por
exemplo
» A(1:2:5,:)
ans =
92 99 11 18 15 67 74 51 58 40
14818820225456637047
86 93 25 12 19 61 68 75 52 34
Esta declaração permite a selecionar as linhas de 1 a 5 em passos de dois(isto é, linhas 1 3 e 5) e todas as colunas
da matriz A, ou seja, uma submatriz 3xl0.
Muitos efeitos sofisticados são obtidos usando submatrizes em ambos os lados das declarações. Por exemplo,
sendo B uma matriz lOxlO unitária
» B = ones (10)
B=
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
1 111111111
a declaração
» B(1:2:7,6:l0) = A(S:-1:2,1:5)
produz
1 1 1 1 1 86 93 25 12 19
1111111111
1 1 1 1 1 85 87 19 21 13
1111111111
1 1 1 1 1 14 81 88 20 22
1111111111
1 1 1 1 1 98 80 17 14 16
1111111111
1111111111
1111111111
Esta declaração resulta na troca dos elementos das linhas de 1 a 7 em passos de 2 e colunas de 6 a 10 da
matriz B pelos elementos da matriz A correspondentes às colunas de 1 a 5 e linhas de 5 a 2 em passos de -1.
1.12 Polinômios
O MATLAB representa polinômios como vetores de uma linha, contendo os coeficientes ordenados em ordem
decrescente. Por exemplo, o polinômio:
x3- 6x2 -72x- 27
26 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
é representado da forma
»p=[l -6 -72 -27]
p
1 -6 -72 -27
As principais funções associadas a polinômios são as seguintes
o,L--~--~~--~--~---7--~
1.13 Funções
Uma classe de comandos do MATLAB não trabalha com matrizes numéricas, mas com funções matemáticas.
Esses comandos incluem:
e Integração numérica;
As funções matemáticas são representadas no MATLAB por arquivos ".m" .Por exemplo, seja a função humps.m
function y = humps(x)
y = L/((x- .:3). 2 + .01) + L/((x- .9). 2 + .04)- 6;
O gráfico desta função é obtido como segue
» X = -1:0.01:2;
» plot(x,humps(x))
100,---~----~----~--~----~--~
80
40
-~,L--~-0~.5~--~--~0~.5----7---~1.5~--~2
1
~.5 0.55 0.6 0.65 0.7 0.75 0.8 0.65 0.9 0.95 1
Pode-se ver que a função humps(x) apresenta dois "zeros"no intervalo de -1 a 2. A localização do primeiro
"zero" é próxima do ponto x =O,
xzl = fzero('humps',O)
xzl =
-0.1316
e a localização do segundo "zero" é próxima do ponto x= 1,
» xz2=fzero('humps',1)
xz2 =
1.2995
O gráfico da função com os dois "zeros" é obtido como segue
» x = -1:0.01:2 » plot(x, humps(x), xzl, humps(xzl),'*', xz2, humps(xz2), '+'), grid
1.14 Gráficos
A construção de gráficos no MATLAB é mais uma das facilidades do sistema. Através de comandos simples
pode-se obter gráficos bidimensionais ou tridimensionais com qualquer tipo de escala e coordenada. Existe no
MATLAB uma vasta biblioteca de comandos gráficos.
A função básica para desenhar gráficos em duas dimensões é a função plot. Quando esta função recebe um
conjunto de pontos x e y, ela desenha-os em um plano cartesiano. Antes porém o MATLAB criará uma janela
com a figura do gráfico.
30 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
Se Y é um vetor, plot(Y) produz um gráfico linear dos elementos de Y versus o índice dos elementos de Y.
Por exemplo, para plotar os números [0.0, 0.48, 0.84, 1.0, 0.91, 0.6, 0,14], entre com o vetor e execute o comando
plot:
:» y = [0.0, 0.48, 0.84, 1.0, 0.91, 0.6, 0,14];
:» plot(Y)
e o resultado é mostrado na janela gráfica. Se X e Y são vetores com dimensões iguais, o comando plot(X,Y)
Pode-se também plotar múltiplas linhas e apenas um gráfico. Existem duas maneiras, a primeira é usado
apenas dois argumentos, como em plot(X,Y), onde X ejou Y são matrizes. Então:
e Se Y é uma matriz e X um vetor, plot(X,Y) plota sucessivamente as linhas ou colunas de Y versos o vetor
X.
e Se X é uma matriz e Y é um vetor, plot(X,Y) plota sucessivamente as linhas ou colunas de X versos o
vetor Y.
® Se X e Y são matrizes com mesma dimensão, plot(X,Y) plota sucessivamente as colunas de X versos as
colunas de Y.
e Se Y é uma matriz, plot(Y) plota sucessivamente as colunas de Y versos o índice de cada elemento da
linha de Y.
A segunda, e mais fácil, maneira de plotar gráficos com múltiplas linhas é usando o comando plot com múltiplos
argumentos. Sua forma mais geral é
plot(x1, y1, x2, y2, ... ,xn, yn, estilon)
O argumento estilo, está relacionado as cores e tipos de linha e ponto que tais gráficos são desenhados.
1.14. GRÁFICOS 31
:.o
'),;
1?
~
'1-
,, ..
*
...
...
;::;
" .·
Tipos de Linha
Tipos de Ponto
* *************
o 0000000000000
+ ++++++++++++
X xxxxxxxxxxxxxx
Cores
y amarelo
m lilás
c azul claro
r vermelho
g verde
b azul escuro
w branco
k preto
"~~-}~~·
-0~ ----=··>~[9-:·-_L·.: _I
-1
·2 ·2
Por exemplo:
» fplot('sin', [-pipi])
» title('Gráfico da função f(x)=seno(x), -pi < x < pi)
» xlabel('x')
» ylabel('f(x)')
» grid
O gráfico padrão x-y é gerado pela combinação das funções plot, xlabel, ylabel,title e grid. Quando desejar-se
representar gráficos juntos, em uma tela pode-se diferenciá-los usando a função plot com múltiplos argumentos
e múltiplas linhas de caracteres. Pode-se alterar o padrão (default) do tipo de linha.
1.15.1 Arquivos .m
Os comandos do MATLAB são normalmente digitados na janela de comando. Quando uma linha de comandos
é digitada no MATLAB, ele imediatamente a processa e devolve o resultado. Porém, é possível executar
seqüências de comandos, que podem ser guardados em arquivos. Arquivos que contém comandos do MATLAB
são chamados arquivos "m" porque possuem extensão .m. e consistem de uma seqüência de comandos normais
do MATLAB, possibilitando incluir outros arquivos ".m"escritos no formato texto (ASCII). Para editar um
arquivo texto na janela de comando do MATLAB selecione New M-File para criar um novo arquivo ou Open
M-File para editar um arquivo já existente, a partir do menu File. Os arquivos poderr:, também, ser editados
:34 CAPÍTULO 1. INTRODUÇAO AO MATLAB
1.15.2 Arquivos-script
Os arquivos script automatizam uma seqüência de comandos. Quando um script é chamado, o MATLAB sim-
plesmente executa os comandos contidos no arquivo. Scripts são úteis para entrar com matrizes muito extensas
(pois erros de digitação podem ser facilmente corrigidos) e comandos que seriam digitados freqüentemente.O
exemplo abaixo foi escrito do editor de texto M-file, e mostra alguns comandos especiais à serem usados nos
arquivos.
%Plota uma função y = ax2 + bx + c no intervalo -5 < x < 5 clear
aux='s';
while aux== 's',
ele
a=input('a =');
b=input('b =');
c=input('c =');
X=-5:0.1:5;
y=a*x. 2 +b*x+c;
plot(y)
figure(1)
pause
ele
dose
aux=input('Plotar outro? (s/n) ==>','s');
end
% inserir um comentário no texto
Estando este arquivo salvo em um dos diretórios path do MATLAB com uma extensão .m, toda vez que seu
nome for digitado, todas as linhas de comandos acima serão executadas.
Observação 1.1 Para saber o caminho do MATLAB, use o comando path. Com este comando é possível
inclusive alterar o caminho original. Lembre-se de salvar o arquivo com uma extensão . m.
1.15.3 Arquivos-função
O Matlab permite prograr funções. Como os arquivos scripts, os arquivos-função são também arquivos ".m",
mas sua primeira palavra(antes de possíveis comentários) deve ser function e define o nome da função. Uma
function difere de um script já que argumentos podem ser passados para a função, e as variáveis criadas e
manipuladas na função são locais para a mesma. Na primeira linha de um arquivo função deverá aparecer a
palavra function, definirá o nome da função. Seja o exemplo:
function h=pit( a, b)
% pit: cálculo da hipotenusa de um triângulo por meio
%do teorema de Pitágoras. As entradas (argumentos)
% são os lados do triângulo.
h= sqrt(a 2 + b2 );
Salvar este texto como um arquivo pit.m no diretório do MATLAB. Na área de trabalho do Matlab entre com
os lados do triângulo e chame a função pit. A resposta será o valor da hipotenusa. Seja o exemplo:
function y = escal( a, b)
% ESCAL Produto escalar de dois vetores
%
% ESCAL retoma um vetor que é o resultado do produto
1.15. EDITANDO ROTINAS NO MATLAB 35
1.15.4 Funções-função
A função função (function-functions) constitui uma classe especial de funções do MATLAB, que ao invés de
receber variáveis numéricas como argumento (como na Seção 1.15.3) recebem strings que são nomes de funções.
Abaixo algumas funções-função e suas utilidades.
1. criar um vetor "t"do tamanho desejado, criar um vetor v= sin(t). * t. 2 + 8 * t + 1, e usar a função plot
com v e t;
A vantagem da 2a opção é que o MATLAB escolhe pontos suficientemente espaçados para que a curva seja
suave. Por exemplo, seja um arquivo chamado velocid criado no editor M-file
function v=velocid( t)
%
% velocid velocidade de uma partícula num instante t
%
v = sin(t). * t. 2 + 8 * t + 1;
Agora, usar o comando fplot:
» fplot('velocid' ,[0,12])
Da mesma forma, para avaliar o espaço percorrido no mesmo intervalo de tempo (integral da função), ou
quando a partícula está parada (v=O), basta usar as outras funções:
36 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MATLAB
» x=quad('velocid',0,12)
X
453.2952
» t2=fzero('velocid', 10)
t2 =
. 10.:3261
1. A primeira parte (i=1) é realizada uma vez, antes do laço ser inicializado.
2. A segunda parte é o teste ou condição que controla o laço, (i <= 10). Esta condição é avaliada; se
verdadeira, o corpo do laço (v(i)=3*i) é executado.
É comum construções em que conjuntos de laços for são usados principalmente com matrizes:
for i=1:8
for j=1:8,
A(i,j)=i+j;
B(i,j)=i-j;
end
.end
C=A+B;
n =70;
No laço while apenas a condição é testada. Por exemplo na expressão
a= l; b = 15;
while a< b,
ele
a= a+l
b = b-1
pause(l) %pause de 1 segundo
end
disp('fim do laço')
a condição a < b é testada. Se ela for verdadeira o corpo do laço, será executado. Então a condição é retestada,
e se verdadeira o corpo será executado novamente. Quando o teste se tornar falso o laço terminará, e a execução
continuará no comando que segue o laço após o end.
1.15.7 Declaração if
O comando if estabelece caminhos alternativos para a fluência do programa. Sua forma geral é:
if (condição verdadeira)
comandos
else if (condição 2 verdadeira)
comandos
else
comandos
end
A primeira condição é sempre escrita com if, a última com else, e todas as intermediárias com else if.
A seguir, são apresentados exemplos do uso da declaração if no MATLAB.
Exemplo 1:
» a=round(10*rand(1));
»ifa>5
b=3*a;
elseif a< 5;
b=a/3;
else
b=a;
end
Exemplo 2:
for i= 1:5,
for j = 1:5,
if i== j
A(i,j) = 2;
else if abs(i-j) == 1
A(i,j) = -1;
else
A(i,j) = O;
end
end
end
Os valores de i e j variam de 1 a 5, varrendo toda a matriz A. Se (if) i for igual a j, A(i,j )=2, ou se (elseif)
o valor absoluto de i-j for igual a 1, A(i,j)=-1, ou (else) A(i,j)=O, se nenhuma das condições anteriores forem
satisfeitas.
o laço mais interno seja terminado imediatamente. Por exemplo, %modificando a matriz A ele
x = 's';
for i= 1:5,
ifx == 'q',
break
end
j = l;
while j <= 5,
['A('num2str(i)',' num2str(j)') = 'num2str(A(i,j))]
x = input('Modifica? (s-sim, n-não, p-próxima linha, q-sair) =>');
if x = = 's',
A(i,j) = input('Entre com o novo valor de A(i,j) ==>');
j=j+l;
ele
end
ifx == 'n',
j=j+l;
ele
end
if X== 'p',
ele
break
end
ifx == 'q',
ele
break
end
end
end
somente o DOS. No ambiente Windows, entretanto, este comando é desnecessário, mas foi mantido nas versões
do MATLAB para Windows. Para entrar com o caracter de desvio no "prompt"do MATLAB, deve-se colocá-lo
no início do comando do DOS ou Windows que se deseja executar. Por exemplo, para carregar um aplicativo
como o programa Notepad do Windows (Bloco de Notas), sem sair do MATLAB, entre com» ! Notepad
Uma nova janela é aberta, o Notepad é carregado, podendo ser utilizado da maneira usuaL Pode-se usar,
também, qualquer comando implícito do DOS, por exemplo:copy, format, ren, rnkdjr, rmdir, ...
Obviamente, o MATLAB pode também importar (através do comando load) os dados que foram ante-
riormente exportados pelo comando save. Por exemplo, para importar as variáveis x, y e z, anteriormente
exportadas usando o comando save, pode-se fazer:
save load
save x loadx
save arql x y z load arql
save arq2.dat x y z -ascü load arq2.dat/ j save arq3.dat x y z -ascii -double load arq3.dat
Introdução ao Labview
Conversor
o
DIA
o~ 1----_J
5 ~ª' g Processo
i: ·5 ~
g- g f--------, Sensores
a Conversor Y
ND ~~--------------~
Figura 2.1: Configuração básica sistema de controle e componentes com u designando o sinal de controle e y a
saída regulada ou controlada.
41
42 CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AO LABVIEW
Na seqüência é apresentada a arquitetura do sistema de aquisição com o Labview para conexão com o
processo a partir de sensores e atuadores ou amplificadores de potência.
Uma porta de saída digital não temporizada é simplesmente um barramento de dados "bufferizado" disponível
como porta I/0 digital, na qual o sinal digital é convertido bit-a-bit em um nível de tensão de acordo com os
níveis de estado lógico. Neste caso, cada bit de saída irá comutar (ligar ou desligar) o estado de um dispositivo
de saída específico através de relés eletrônicos ou mecânicos. As ações de comando e controle são do tipo
estanque em que o módulo de saída é apenas comutado em estado. O uso da porta de saída digital também é
possível em forma de palavra digital, quando os n-bits da porta comanda um módulo de saída, por exemplo,
um decodificador de segmentos de telas digitais ou conjuntos de leds de sinalização.
Porta digital temporizada é na realidade um dispositivo periférico que é acessado de forma freqüente por
programação, o qual disponibiliza dados em forma digital e que determina o modo de operação deste periférico.
Elementos típicos desta classe são os timers e contadores, os quais devidamente programados executam ou
sintetizam formas de ondas de tensão disponibilizadas nos dispositivos finais de saída. Nos módulos de saída,
estas formas de ondas são amplificadas para comandar módulos de potência, ou ainda são recombinadas para
gerar outros padrões diferentes de formas de onda. Uma aplicação típica é a geração de PWM digital com o uso
de timers programáveis, cujos sinais pulsantes operam diretamente ou através de isoladores ópticos nas bases
de semicondutores de potência.
44 CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AO LABVIEW
Isoladores ópticos
digitais p/ !lO se
20-60
Conexão VO
SC20-50
Familia 6020E
Condicionado-
res de sinal 5B
e módulo 5B41
Figura 2.2: Diagrama de conexões entre a placa 6020E e os módulos de conexão a condicionadores de sinaL
O painel 5B41 da Figura 2.3 é um módulo de conexão no qual estão fixados os condicionadores de sinais da
classe 5B que podem configurar ou adaptar sinais analógicos de entrada e também de saída (portas 14 e 15).
Os elementos 5B são padrões e podem ser simples isoladores até complexos circuitos de conformação de sinais
como amplificadores/ atenuadores incluindo filtragem, etc.
O módulo SC 20-60 é uma placa de isolação óptica bidirecional para a porta I/0 de entrada/saída digitaL
Esta placa disponibiliza as 8 linhas de I/0 individualmente.
Os sinais de saída dos 2 conversores D/ A da placa podem ser acessados via painel de 5B nas portas 14 ejou
15 com devidos elementos 5B ou diretamente no conector de 50 vias disponíveL No caso de acesso no conector,
estes sinais serão obtidos nos pinos 23, 20 e 21 respectivamente AOGND, DACOOUT e DAC10UT, ou seja
o terra ou ponto comum analógico, a saída do D/ A-0 e do D/ A- L Os pontos de acesso entrada/ saída dos 2
timersjcounters são disponibilizados exclusivamente no conector de 50 vias. Estes sinais são obtidos nos pinos
2.4. TRATAMENTO DE SINAIS ANALÓGICOS ENTRADA E SAÍDA 45
45, 43 e 33 respectivamente GPCTRO_OUT, GPCTRLOUT e DGND, ou seja saída do timerl, saída do timer2
e terra digital.
O Labview pode funcionar independente do equipamento de aquisição. Neste caso só é possível a realização
de simulações com a linguagem G do Labview. Para entender as características básicas da linguagem G,
encontra-se disponível na documentação básica do Labview os procedimentos de programação.
Ent:rada/S:úda
Digitai Tiroe:rs
de um ponto em um canal específico e um ponto em vários canais simultâneos. Em seguida tem-se AI Mult
Pt - AI Acquire Waveform e AI Mult Pt - AI Acquire Waveforms respectivamente para aquisição de formas de
onda em um canal ou em vários canais. Dentre estas várias formas, somente algumas delas serão de utilidade
nos experimentos de controle, porém um resumo das suas características é apresentado a seguir.
A diferença entre aquisição de ponto ou forma de onda é que no primeiro caso o A/D irá digitalizar um único
ponto no canal ou canais especificados. No caso de wavejorm o A/D é configurado para adquirir e digitalizar um
conjunto de pontos de uma forma de onda ou sinal qualquer. Neste caso especifica-se um tamanho de memória
correspondente ao número de pontos desejados a uma taxa de amostragem definida. Operacionalmente, o caso
waveform é indicado para aquisição de transitórios muito rápidos e não repetitivos. A operação é semelhante
ao se fazer a captura de uma janela de tempo relativo a um sinal. Portanto não é muito indicado para operação
em ciclo, pois a cada ciclo o A/D irá preencher o conjunto de dados de tamanho especificado antes de passar
à operação seguinte. No caso de necessitar operar em ciclo com freqüências não muito elevadas o sub-VI de
aquisição de pontos em um ou mais canais é o mais indicado.
Na seqüência é indicada a forma de conexão do VI AI One Pt e que pode servir de base para a execução de
outros modos de aquisição (Figura 2.5). A primeira conexão de entrada é a conexão device para configurar a
placa A/D. Se houver várias placas, cada uma delas é numerada de acordo.A segunda conexão refere-se ao canal
de entrada do sinal. Isto corresponde a uma ligação física de um sinal analógico neste canal. O canal padrão é
o canal zero. As duas próximas conexões de entrada high limit e low limit referem-se ao nível de amplitude do
sinal de entrada. Como este valor é pre-estabelecido pelo isolador 5B41, não é necessário utilizar esta ligação.
A conexão de saída denominada sample fornece o valor digitalizado do sinal conectado ao canal estabelecido.
A magnitude do valor lido estará entre os limites estabelecidos pelo isolador. Este valor digitalizado pode então
ser manipulado algebricamente e armazenado num vetor ou simplesmente ser indicado numa tela. Se utiliza-se
uma conexão de saída do tipo forma de onda duas outras entradas devem ser especificadas, o número de amostras
desejadas e a taxa de amostragem. A saída neste caso é um vetor de dimensão estabelecida pelo número de
amostras. Em ambos os casos de aquisição de um ponto e de forma de onda, quando for requerido a aquisição
de mais de um canal, será solicitado a designação dos respectivos canais que não necessitam ser seqüenciais.
Circuitos com amplificadores operacionais são fáceis de serem montados em laboratório e são comumente usados
para realizar uma grande variedade de funções lineares. É freqüentemente chamado Circuito Integrado Linear
Básico (Millman and Halkias, 1996). No decorrer deste texto, diversos experimentos de análise e síntese são
realizados a partir de circuitos com amplificadores operacionais montados em um painel didático como ilustrado
na Figura 3.1. Neste capítulo são apresentados as configurações mais populares de circuitos amplificadores
operacionais. Um estudo mais detalhado deste componente é abordado em disciplinas específicas do currículo
da Engenharia Elétrica. O amplificador operacional é um amplificador diretamente acoplado com alto ganho,
ao qual é acrescentado uma realimentação para controlar sua característica de resposta. As Figuras 3.2 e 3.3
mostram, respectivamente, o diagrama esquemático e o circuito equivalente de um amplificador operacional e a
Tabela 3 relaciona as principais características do amplificador operacional.
47
48 CAPÍTULO 3. CIRCUITOS LINEARES COM AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
Para simular sistemas físicos, sejam eles elétricos, mecânicos, térmicos, etc., os amp. ops. são associados
a elementos externos (Graeme et al., 1971). A Figura :3.4 mostra uma configuração geral de associação dos
amp. ops. com elementos externos. Os elementos externos podem ser quaisquer componentes do tipo R,L,
C, ou mesmo outros elementos ativos como transistores, diodos, etc. Uma equação diferencial relacionando
entrada/saída pode ser obtida a partir da combinação de amp. ops com estes elementos. As configurações mais
utilizadas são descritas a seguir.
Elementos de
realimentação
Elementos
de entrada
Entradas
>--=---J_-oSaida
(:3.1)
Se
(:3.2)
Esta configuração pode ser usada para amplificar o sinal de entrada, ou simplesmente para inverter o sinal de
entrada ei.
3.1. CONFIGURAÇÕES DE CONEXÃO DE AMPLIFICADORES OPERACIONAIS 49
(3.3)
(3.5)
(3.6)
Se
Ra=R, (3.7)
(3.8)
Z 2 -R //2_- Ro
- ° Cs- R Cs + 1 0
Na entrada do operacional existe um terra virtual ou curto-circuito. Assim, a corrente que passa pelo operacional
é desprezíveL Então, a corrente í1 é igual a corrente i2, logo
:.......................:
Ei(s)
E 0 (s)
(3.9)
Se
(3.10)
-1
G(s)
(R 0 Cs + 1)
quando
1, (3.11)
-1
G(s) ~
RoCs
(3.12)
Em simulação analógica de sistemas, a operação de integração pode ser realizada com elementos puramente
passivos, obtendo-se um integrador passivo. A configuração de integradores representa filtros passa-baixas como
ver-se-á no decorrer do curso. A configuração do integrador passivo é mostrada na Figura 3.9a. A relação entre
entrada e saída nesta configuração passiva é análoga à da ativa feita acima. A Figura 3.9b mostra a configuração
de um derivador passivo.
3.2. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO 51
R c
I
~)
o o
w
E;(s)
1/Cs I E,(s) E(s)
o o
(a) (b)
JL
Figura 3.10: Estudo de efeito de carga.
Considere Zal = impedância de saída do bloco 1 e Zi2 = impedância de entrada do bloco 2. Na associação
destes dois blocos em cascata, tem-se dois aspectos a considerar
2. Para a transferência do sinal de um bloco para outro sem distorções ou atenuação, é ideal que Zi2 » Zob
ou Zol ---+ O e Zi2 ---+ oo.
Do ponto de vista de controle, esta segunda situação é a mais desejada. Quando ambos os blocos 1 e 2 são
puramente passivos, o efeito de carga pode ser bastante relevante e o comportamento previsto pode ser muito
diferente do desempenho real. Nestes casos, será necessário isolar os dois blocos. Isto pode ser conseguido,
inserindo-se um amp. op. em configuração de seguidor ou isolador de efeito de carga, entre os blocos 1 e 2. Na
Figura 3.11, pode ser vista a configuração do seguidor e sua ligação entre os blocos.
De acordo com as características dos amp. ops. vistas anteriormente, o bloco 1 "vê" uma impedância infinita,
Za 1 « Zi2 do operacional, e da mesma forma o bloco 2 é antecedido por uma impedância nula, Zi2 » Za do
operacional. Quando um dos blocos for ativo, quase sempre o isolador será dispensável.
sendo
1
G 1(s) = R1C1s + 1 (3.1-5)
1
G 2(s) = R2C2s + 1 (3.16)
52 CAPÍTULO 3. CIRCUITOS LINEARES COM AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
a
eo =e·l
Portanto
(3.17)
onde
(3.18)
(3.19)
Com G12(s) é possível simular o desempenho de um motor de corrente contínua, o qual é um elemento muito
utilizado em servo-sistemas.
~! ~
cl WIV
~
R!
.. ____,, ~
GND GND
(3.20)
Caso considere-se um controlador PID tem-se o circuito da Figura 3.14 . A sua função de transferência é
dada por
Comparador
Referência
Sinal de
Realimentação
Condicionamento
de sinal
Finalmente, o compensador avanço ou atraso de fase pode ser realizado pelo circuito da Figura 3.1.5. A sua
função de transferência é dada por
(3.22)
e.1
6:-----------r----------J_------o
3. Verificar a possibilidade de ocorrência de efeito de carga nos sistemas. Deve-se adicionar um circuito
isolador de efeito de carga entre blocos passivos. Ainda, caso o bloco subseqüente à fonte de alimentação
for passivo, deve-se colocar entre eles um circuito isolador de efeito de carga.
4. Se o aluno não possuir em sua bancada um osciloscópio digital para verificação de respostas ao degrau,
deverá excitar o sistema com um sinal vi(t) na forma de onda quadrada, atendendo o item 2 se necessário,
com uma freqüência de na largura de banda do sistema a fim de que não haja atenuação na saída, uma vez
que os blocos do painel didático possuem em sua maior parte características de filtro passa-baixa. Caso
o aluno disponha em sua bancada de um osciloscópio digital, deve excitar o sistema com um degrau de
amplitude vi(t), verificar igualmente (2) se necessário e, registrar, então, a resposta em uma memória do
osciloscópio.
Parte I
Análise de Sistemas
55
Capítulo 4
O objetivo deste experimento de laboratório é estudar o comportamento dos sistemas de la. e 2a. ordem,
observar, caracterizar e medir índices de desempenho de sistemas de controle, estudar a resposta em freqüência
e transitória dos sistemas de la. e 2a. ordem e relacionar resposta transitória, resposta em freqüência e
localização dos pólos no plano s. A seguir são dadas algumas características gerais dos sistemas de la. e
2a. ordem abordadas nesta aula prática, mais detalhes podem ser encontrados em Dorf and Bishop (2000),
Ogata (1997) e Ftanklin et al. (1990). A ordem de um sistema em consideração é dada pela ordem da equação
diferencial que o representa. Para o estudo de sistemas de la. e 2a. ordem utilizar-se-á circuitos elétricos
montados no painel didático mencionado anteriormente.
X Ax+bu
y ex (4.6)
57
.58 CAPÍTULO 4. SISTEMAS DE lA. E 2A. ORDEM
y(t)
K I
0.865K
I ~
I ,(
~
0.632K
r T 2T
o w o
u(t)
R
c I y(t)
u(s)
1
y(s)
----+-
o I o
RCs+l
x Ax+bu
y ex (4.7)
com
A [- ~] , b = [~]
c 1
onde x representa o estado do sistema; u a entrada ou excitação do sistema e y a saída. A solução x(t) e y(t)
de (4.7) é da forma (Dorf and Bishop, 2000)
VR =Ri (4.10)
:
di
VL=Ldt. (4.11)
Ainda
U=VR+VL+Y (4.12)
4.1. ANÁLISE DE RESPOSTA TRANSITÓRIA 59
u = RCdvc
dt + L.!:_
dt
[cdvc]
dt +y (4.13)
ou
d2 vc dvc
u=LC-d') (4.14)
t- +RC-dt +Y-
R L
A equação diferencial de 2a. ordem que representa o circuito RLC mostrado na Figura 4.3 é descrita em
(4.14)-
y(s)
G(s) (4.15)
u(s)
1
LC
82 + Es+
L
_1_-
LC
Esta função de transferência pode ser colocada sob a forma padrão ou forma canônica de um sistema de 2a.
ordem ~
2 ~
G( ) Wn ,-
(4.16)
s = s 2 + 2Çwns + w~
onde Ç denota a constante de amortecimento e Wn a freqüência naturaL O polinômio característico de G(s) é
dado por
(4.17)
As raízes deste polinômio característico representam os pólos do sistema e podem ser de três tipos: complexas
conjugadas, reais e distintas ou reais e iguais. A cada uma destas situações está associada uma determinada
dinâmica para a saída vc(t) do sistema. Genericamente, as raízes do polinômio característico b.(s) são dadas
por
(4.18)
ou
(4.19)
onde
Wn VÇ2 -
1; Ç ~ 1
Wd= { Wn~;Ç<L
Se Ç > 1, as raízes do polinômio característico são reais e distintas, caracterizando uma resposta dinâmica sobre-
amor.tecida para o sistema. Se Ç = 1, as raízes são reais e iguais, caracterizando uma resposta criticamente
amortecida_ Se O< Ç < 1, as raízes são complexas conjugadas, caracterizando uma resposta sub-amortecida. A
seguir é caracterizada a saída vc(t) em termos da natureza das raízes do polinômio característico do sistema.
60 CAPÍTULO 4. SISTEMAS DE lA. E 2A. ORDEM
-e,-
Para uma entrada degrau unitário tem-se Mp = e v'1 -< 2 + 1.
Representação po:rr variáveis de estado
Considere (4.14). Escolhendo
tem-se
(4.26)
x Ax+bu
Y ex
com
X
[~~ ]
o
[ -:~ ]
1
A = -y; ] ' b = [
R 1
LC
c [ 1 o]
onde x representa o estado do sistema; u é a entrada ou excitação do sistema e y a saída.
o 3 5
Tempo (S)
Figura 4.4: Resposta ao degrau típica de sistemas de segunda ordem para diferentes Ç.
CC
/ tr tp ts
onde
y . _ 1 Im(G(jw))
JG(Jw)\ e cp(w) = tan Re(G(jw))
<P( w) é a defasagem entre u( t) e y( t). A resposta em frequência de um sistema pode ser facilmente interpretada
com base no diagrama de Bode. Trata-se de um par de gráficos que representam o logaritmo do módulo e a
fase da função de transferência, em função da freqüência em escala logaritmica. A principal vantagem de se
usar gráficos logarítmicos é que a multiplicação e divisão dos módulos de pólos e zeros, constituintes da função
de transferência G(s) de um sistema, podem ser convertidos em adição e subtração respectivamente. Este fato
possibilta a construção aproximada da curva de módulo da função de transferência baseada em aproximações
assintóticas dos diferentes fatores básicos que a constituem. Os fatores básicos são: ganho, zeros e pólos na
origem e, zeros e pólos reais e complexos. Para obter a reposta em freqüência, substitui-se s por jw na equação
de G(s ).
Ganho K
A contribuição no módulo é de 20logK. Não há contribuição angular conforme varia-se a freqüência.
Fator (1 + T2 jw)- 1
Equação de módulo
20 log I
1+ vw
~
. I = -20 log + w2T:f- dB -yh (4.29)
A representação logarítmica da resposta em freqüência do fator 11(1 + jwT) pode ser aproximada por duas
assíntotas, uma em OdB na faixa de freqüência O < w < 1IT, e outra com inclinação de -20dB I década para a
faixa de freqüência de 1IT < w < oo.
Equação de fase
(4.30)
Na freqüência zero, o ângulo de fase é 0°. Na freqüência de corte o ângulo de fase é 45°. No infinito, o ângulo
de fase torna-se -90°. A função de transferência estudada tem características de um filtro passa-baixa, ou seja,
nas baixas freqüências o sinal de saída segue fielmente o sinal de entrada e, nas altas freqüências, o sinal de
saída é atenuado tendendo à zero com fase -90°.
Fator (1 + Tl]w)
Equação de módulo
20log[1 +Tôw[ = +20logJ1 +w 2 T'f dB (4.31)
Equação de fase
(4.32)
Neste caso, a inclinação da assíntota de alta freqüência é 20dB I década e o ângulo de fase varia de O a 90°
quando a freqüência varia de O a oo.
A Figura 4. 7 mostra os diagramas de módulo e fase para os fatores acima.
. 1
G(Jw) = - . (4.33)
JW
Equação de módulo
[G(jw)[ = 20log~j~~ = -20logw dB (4.34)
Equação de fase
<jJ(G(jw)) = -90° (4.35)
A curva de módulo é uma linha reta com inclinação de - 20dB I década. A contribuição ângular é de -90° enquanto
a freqüência varia de O a oo.
Zero na origem
G(jw) =jw (4.36)
Equação de módulo
[G(jw)[ = 20log[jw[ = 20logwdB (4.37)
Equação de fase
<P(G(jw)) = 90° (4.38)
A curva de módulo pussui inclinação de 20dB I década. A contribuição ângular é de 90° quando a freqüência
varia de O a oo. A Figura 4.8 mostra os diagramas de módulo e fase de um polo e um zero na origem.
64 CAPÍTULO 4. SISTEMAS DE lA. E 2A. ORDEM
o
3 ..40
-o
-o
:2 -50
'ri----~~-------------,
-10~
<ll
<ll 50 <Jl
<Jl ro
ro u..
u..
_,
to'
w [radls] w [radls]
Figura 4.7: Resposta em freqüência. Diagramas de módulo e fase (T1 1) dos fatores (1 + T2 jw)- 1
(esquerda) e (1 + Túw) (direita).
-4~0':;-_,----~,,,- - - - ,...
, . - - - - , . , ,-------',,
-00
: ; _,1 35 1001-------------1
~ -100
tf ao
-120
-140
-11>0
~o' 10
1
10z
w [radls]
Figura 4.8: Resposta em freqüência de jw. Diagramas de módulo e fase dos fatores j~ (esquerda) e jw (direita).
4.2. ANÁLISE DA RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA 65
. 1
G(Jw) = ~ (4.39)
1 + 2Ç ( ~) + (J :n) -
Equação de módulo
(4.40)
Equação de fase
2Ç'Wwn
~(jw) = - tan- 1 2
(4.41)
1- (:J
Para ilustrar a relação entre resposta em freqüêncià e resposta no domínio do tempo, as Figuras 4.9 e 4.10
mostram a localização dos pólos do sistema no plano s e as correspondentes respostas no domínio do tempo
e freqüência em termos do coeficiente de amortecimento Ç. Nas Figuras 4.9 e 4.10 "*" denota conjugado
complexo.
Resposta Pólos
Sobreamortecida
Criticamente amortecida
Subamortecida
A Figura 4.11 mostra respostas típicas de um sistema de segunda ordem para diversos valores da constante
de amortecimento Ç. Pode-se definir vários índices de desempenho no domínio da freqüência a saber, Mr, Wr,
wb onde Mr é a magnitude de pico de ressonância;
Wr é a freqüência de ressonância;
wb é a largura de faixa, medida quando o ganho do sistema cai 3dB em relação ao valor w---+ O. A Figura 4.12
ilustra a obtenção dos índices de desempenho do caso sub-amortecido. Para sistemas de segunda ordem tem-se
16rl------,-------,------.------~-------,------,
S2,S2'
3 5 !3
Tempo (sec)
Figura 4.10: Respostas ao degrau de sistemas de 2a. ordem com polos como na Figura 4.9.
Figura 4.11: Respostas em freqüência típicas para sistemas de 2a. ordem com polos como na Figura 4.9.
Diagramas de módulo e fase.
4.3. ROTEIRO DO EXPERIMENTO 67
e
Wr = Wn "\fl - 2Ç2 (0 < Ç < 0, 707). (4.43)
Para Ç > O, 707, Mr = 1. Conforme Ç tende a zero, Mr tende a infinito.
20,-------------~-------------,
Mr
10 ----71\
/ i\
o _....------ I \
-'10
-50
2. Utilizando um isolador entre o circuito RLC e a fonte, aplicar um sinal de onda quadrada vi(t) de
amplitude 2V pico a pico com freqüência conveniente ou, aplique um degrau vi(t) de mesma amplitude.
Anote a forma de onda da saída v 0 (t) e meça os índices de desempenho aplicáveis para Ç = 2, 1 e O, 2,
ajustando-se R apropriadamente.
Os itens 3 e 4 abaixo devem ser feitos no MATLAB para facilitar a comparação com os resultados ex-
perimentais correspondentes a serem obtidos nos itens 1 e 2. Utilize os comandos MATLAB: step ou
lsim.
3. Obter a resposta do circuito RC, ao degrau unitário e compará-la ao resultado experimental do item 1.
4. Obter a resposta do circuito RLC, ao degrau unitário e compará-la ao resultado experimental do item 2.
5. Obter as equações de módulo e ângulo de fase do circuito RC da Figura 4.2 para os valores de R e C do
circuito RC. Obter os gráficos da resposta em freqüência G(jw) em dE e if>(w) em grau.
6. Obter as equações de módulo e ângulo de fase do circuito RLC, para os valores de R, L e C dados. Calcule
R para obter Ç = 2. Obter a resposta em freqüência G(jw) em dE e if>(w) em graus.
8. Aplicar uma entrada senoidal vi(t) de amplitude 1V pico a pico no circuito da Figura 4.:3, com um isolador
entre gerador de sinais e o circuito RC, variando f de 10Hz a 5kHz. Esta escolha de faixa de freqüências
deve ser feita a partir de considerações sobre a faixa de operação do circuito RC. Organizar os valores
medidos como na Tabela 4.1, com c e b parâmetros da Figura de Lissajous (vide Apêndice).
9. Aplicar uma entrada senoidal vi(t) de amplitude 1 V pico a pico no circuito da Figura 4.3, com um isolador
entre o gerador e o circuito variando f de 10 Hz a 20 kHz, para Ç = O, 2, ajustando R apropriadamente.
Esta escolha de faixa de freqüências foi feita a partir de considerações sobre a faixa de operação do circuito
RLC. Organizar os valores medidos como na Tabela 4.1, com c e b parâmetros da figura de Lissajous
(vide Apêndice A). Medir Wr e Mr-
Tabela 4.1: Valores experimentais para o diagrama de Bode dos sistemas RC e RLC das Figuras 4.2 e 4.:3.
Freqüência vi(t) V 0 (t) V 0 (t)jvi(t) 20log c= cp=
de Excitação p- p(V) p- p(V) b/a V 0 /Vi bsencp sen- 1cjb
f(Hz) a b
3. Considere o caso sub-amortecido e utilize a bibliografia indicada para avaliar os parâmetros de desempenho.
Calcule os índices de desempenho de acordo com os parâmetros do sistema. Compare os valores calculados
com os valores medidos.
4. Esboce o que representa a resposta do sistema quando Ç =O. Discuta a possibilidade de se obter Ç =O,
no sistema estudado. ·
5. Trace os diagramas de Bode, utilizando os valores teóricos e experimentais para cada valor de R uti-
lizado. Utilizando os parâmetros do sistema estudado, calcule os pólos em cada caso, sobreponha as
assíntotas teóricas ao diagrama de Bode obtido experimentalmente e, finalmente, obtenha os parâmetros
de desempenho no domínio da freqüência, Mr, Wr e Wb, teóricos e experimentais.
7. Avalie a expressão dos pólos do sistema de segunda ordem estudado em (4.18), em função de R, L e C.
8. Encontre as expressões para a saída do sistema y(t), em cada caso estudado, em termos dos parâmetros
utilizados.
Realimentação em Sistemas
O objetivo deste experimento é introduzir sistemas a malha aberta e malha fechada para estudar os efeitos básicos
da realimentação considerando a sensibilidade do sistema a variações paramétricas, perturbações externas e erros
de regime. Um sistema de controle a malha aberta pode ser representado na forma de diagramas de blocos
como mostrado na Figura .5.1. A variável controlada y(t) deve ser mantida dentro de limites pré-determinados.
Adicionando uma realimentação negativa e um comparador ao sistema da Figura 5.1 obtém-se um sistema
de controle a malha fechada ilustrado na Figura 5.2. O sinal de realimentação fornece uma medida do valor
atual da variável controlada y(t). A configuração de malha fechada permite regular o sistema na presença de
perturbações ou na presença de variações em suas próprias características.
r(s) I
---'l>il>! Controlador ----ll>il>!l Planta
y(s)
r(s) y(s)
Controlador
Realimentação
onde o numerador representa a variação percentual na função de transferência a malha fechada, denominada T
69
70 CAPÍTULO 5. REALIMENTAÇÃO EM SISTEMAS
Substituindo,
ôT -G2
ôH lc=const= (l + GH)2
em (5.6) tem-se
-G2 H -GH
SH=-------=----------
2 (5.7)
(1 + GH) Gj (1 + GH) l+GH
Para JG :» li tem-se que
SH rv -1.
Assim, pode-se concluir que y varia proporcionalmente à variação ocorrida em H, o que é indesejável.
A sensibilidade do sistema de malha aberta devido a variações em G pode ser obtida igualando H a zero na
Equação (5.2). A variável y
y=Gr
pode ser diferenciada para dar
Ôy = rôG
e
ôy ôG
y G
Assim,
ôyjy
Se= ôGjG = 1. (5.8)
Pode-se verificar então que o sistema a malha aberta é 100% sensível a variação em G.
Comparando a sensibilidade do sistema de malha aberta dada por (5.8) com a sensibilidade do sistema
de malha fechada dada por (5.5) pode-se concluir que a realimentação reduz a sensibilidade com respeito a
incertezas ou variações nos elementos localizados no ramo direto do sistema.
r + y
G1 _I G2 I
- I !
(5.9)
y (5.10)
Yr
é parte da saída devido a perturbação d. A relação Yr/Yd, que em sistemas de comunicação corresponde à
relação sinal-ruído, pode ser expressa por
Yr r
RPa = - = G1-, H= O. (5.11)
Yd d
Analisando (5.11) que representa a rejeição de perturbação (RP) observa-se que o efeito da perturbação na
saída pode ser reduzido pelo aumento da entrada r, pelo aumento do ganho do controlador G 1 , ou de ambos.
(5.13)
O primeiro termo de (5.13), Yr, representa a parte da saída devido a entrada r e o segundo, Yd, representa
a parte da saída devido a perturbação d.
A razão da rejeição de perturbação para o sistema à malha fechada, dada por
Yr r
RP1 = - = G1 -d, H-=/=- O (5.14)
Yd
é idêntica àquela expressa em (5.11), para o sistema a malha aberta.
Então, como deduzido acima, o uso de sistemas realimentados parece não apresentar vantagem, no tocante
a rejeição de perturbação, sobre os sistemas a malha aberta. Em ambos os casos a RP, (5.11) e (5.14), são
independentes do ganho do processo G2, pois este amplifica os sinais de entrada e saída pelo mesmo valor.
72 CAPÍTULO 5. REALIMENTAÇÃO EM SISTEMAS
Fica aparente em (5.13), que um aumento em G 1 reduz o valor do segundo termo, e quase não tem efeito
algum no primeiro termo. Logo a rejeição de perturbação é melhorada se G 1 e r aumentarem tanto para o
sistema a malha aberta quanto para o sistema a malha fechada. Entretanto, a estrutura de um sistema a malha
fechada pode ser usada para melhorar a razão de rejeição de perturbação.
Observe em (5.2) que o ganho do sistema a malha fechada é reduzido devido ao uso da realimentação
negativa. Baseado nisto G 1 e r podem ser aumentados afim de obter saídas comparáveis e concluir, assim sobre
a melhoria da rejeição de perturbação. Aqui o procedimento dado em Gayakwad and Sokoloff (1988) é utilizado
para comparar a rejeição de perturbação de sistemas a malha aberta com sistemas a malha fechada, quando
o valor da saída do sistema a malha fechada devido a entrada r é igual ou múltiplo da saída de um sistema a
malha aberta.
Suponha que G2 é o mesmo para ambos os sistemas, malha aberta e malha fechada. Se G1 e r são usados
para o sistema em malha aberta, pela consideração feita no parágrafo anterior, K 1r e K2G 1 são usados para
o sistema a malha fechada, onde K 1 e K 2 são constantes positivas maiores do que 1. Equacionando, nestes
termos, a saída devido a r no sistema a malha fechada, tem-se
(5.15)
onde K3 é um múltiplo da saída do sistema a malha aberta. Observe que G 1 G2r é a saída do sistema a malha
aberta.
Usando o 2o. termo de (5.13), que representa a saída do sistema a malha fechada devido a perturbação,
obtém-se
Yr r
RP = - = K1K2G1-d· (5.16)
Yd
Observe que a razão de rejeição de perturbação é agora, multiplicada pelo fator de ganho K 1 K 2 . Se as saídas
do sistema a malha fechada e malha aberta forem feitas iguais, K3 = 1, (5.17) deve ser satisfeita
lk \
K1K2 = 1 + K2Gl G2H. (5.17)
(5.18)
(
e K 1 deve satisfazer a desigualdade
(5.19)
se K2 for positivo. De acordo com (5.16), uma melhoria na rejeiçã() de perturbação de um sistema a malha
fechada sobre o de malha aberta, nomeada
(5.20)
é obtida quando
(5.21)
u(t) y(t)
Integrador
dy
dt =O, Vt > t 0 .
Podemos observar então o seguinte: (a) Se a saída de um integrador for constante em [t1, t2] é porque a
entrada é zero no mesmo intervalo, (b) a saída do integrador varia quando a entrada não for zero.
Tendo em vista as observações 1 e 2 acima, para zerar o erro de regime quando o sistema tiver que seguir
uma referência constante, o controle integral é usado da forma ilustrada na Figura 5.5, em que a entrada do
integrador é o sinal de erro.
d(t)
Figura 5.5: Diagrama esquemático do uso do integrador no problema do servomecanismo. Se Ô sistema for
assintoticamente estável, para r(t) e d(t) constantes o erro e(t) vai para zero e v(t) é constante.
1. O circuito da Figura 5.6 é representado no módulo didático como na Figura 5.7. Ajuste os ganhos
G 1 = G 2 = 1, conecte G 1 e G 2 e aplique Vi= O, 5V, registre V0 em uma tabela para os seguintes casos
Aberta
Fechada
2. Mantenha os ganhos Gl = G2 = L
(a) Com a chave 8 1 fechada e Vd = OV, ajustar Vi até que Vo seja igual ao valor medido em la). Monitore
Vi e V0 no multímetro digitaL Registre o valor de Vi em uma tabela.
5.5. ROTEIRO DE RELATÓRIO 75
R
GI
G2
Vd
(b) Com S1 fechada aplique o valor de Vi recém medido e ajuste Vd = 2V. Registre o valor de V, na
mesma tabela do item a)_
Estabilidade Relativa
O objetivo desta seção é a análise da estabilidade de sistemas via margem de fase e margem de ganho. Utilizamos
no experimento proposto, além de circuitos do painel apresentado no Capítulo 3, um protótipo do sistema de
suspensão magnética de uma esfera de aço.
Em todos os sistemas de controle a malha fechada, é sempre desejável que o mesmo seja estável, e além disso,
também é desejável que tal sistema possua estabilidade relativa adequada. Esta estabilidade relativa significa
que deseja-se que o sistema se mantenha estável para uma determinada faixa de variação dos parâmetros do
sistema. Esta variação de parâmetros, por sua vez, pode ser intencional ou pode ser atribuída a eventuais
deteriorações nestes parâmetros. O termo, estabilidade relativa, indica que deve haver um ponto ou condição
notável, ao qual associa-se uma certa relação, que definirá o grau ou índice de estabilidade. Esta condição
notável pode ser melhor visualizada em função da análise do sistema no domínio da freqüência, através dos
diagramas de Bode, Nyquist ou módulo-Fase. Usamos aqui os diagramas de Bode.
y(s) G(s)
(6.1)
r(s) 1 + G(s)"
Os pólos do sistema a malha fechada são as raízes da equação característica dada pelo denominador da
FTMF, ou seja
1+G(s)=O (6.2)
ou
G(s) = -1 (6.3)
Passando para o domínio da freqüência, s = jw
G(jw) = -1 (6.4)
ou
G(jw) = IG(jw)l L.G(jw) = -1 = 1L.- 180° (6.5)
que pode ser desmembrada em duas equações simples, como
77
78 CAPÍTULO 6. ESTABILIDADE RELATIVA
-50
-100
G(jw)
dB -150
-200
-250
-300
o w
-50
-100
<I>
-150
-ISO
-200
-250
-300
o 2 4 6 8
10 10 10 lO 10
MG = -20logJG(jw,p\ (6.8)
Margem de fase
-50
JGUw)J
dB -100
-ISO
-200
-250
-300
o
-50
--100
-ISO
-180 --·····-··-···-·
-200 MF
-250
-300 '-::,----':;-2----":".----'-;,,....----',
10 10 10 10 10
Figura 6.2: Representação de margens de estabilidade. Sistema instável wc > wrp e MG e MF <O.
50
JG(Jw)l o w
dB
-50
-lOO
-150
-200
-250
-30~ :=::;;:::::::::=:t::+==:::==~
w
~ -50
-100
-150 MF ~
: w$
-180 .........•.•.........•.•....... ·······••·••·•·••·•···········
-200
-250
-300 L--~~-~--~--__l
o 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Figura 6.3: Representação de margens de estabilidade. Sistema estável: wc < wrp e MG e MF >O.
80 CAPÍTULO 6. ESTABILIDADE RELATIVA
semi-plano direito apresentam maior deslocamento de fase. Bode também mostrou que para um sistema de fase
mínima, as característica de módulo e ângulo de fase da resposta em freqüência estão diretamente relacionadas.
Isto significa que se a curva de módulo de um sistema for especificada em toda as freqüências desde zero até
infinito, então a curva do ângulo de fase é unicamente determinada, e vice versa. Se o sistema é de fase não-
mínima essa relação biunívoca não se verifica (Ogata, 1995). Para um sistema de fase mínima quando w = oo,
o ângulo de fase ( cp) é igual a -90( q- p ), onde p e q são os graus dos polinômios do numerador e denominador
da função de transferência, respectivamente. Para o sistema de fase não-mínima, quando w = oo o ângulo
de fase (cjJ) difere de -90(q- p). Em qualquer sistema, a inclinação da curva do log-módulo em w = oo é
igual a -20( q- p )dE f dec. É portanto possível verificar se o sistema é ou não de mínima fase examinando-se a
inclinação da assíntota em alta freqüência da curva de log-módulo e ângulo de fase em w = oo. Se a inclinação
da curva do log-módulo, conforme a freqüência tende ao infinito, for -20(q- p)dBjdec e o ângulo de fase em
w = oo é igual a -90( q- p ), então o sistema é de mínima fase.
Im
Planos
Re
Nesta seção é apresentado um sistema de suspensão magnética de uma esfera, em escala laboratorial, como
mostrado na Figura 6.5 abaixo. É fornecido também uma configuração de controle do tipo avanço de fase. O
sistema de suspensão magnética é um sistema que, além de possuir várias aplicações práticas importantes, como
em rolamentos magnéticos e transportes de alta velocidade, apresenta características de fase não-mínima e é um
sistema instável, constituindo assim um bom exemplo para verificar as características de sistemas e o resultado
da ação de controle.
Bobina
. -Lo i2
f(z,t)= 2a (l+z/a)2 (6.10)
~z
m-d
<> = mg+ f(z,i) (6.11)
t-
. ___,d(__,L(:-'z)-'-i)
V= R t+- (6.12)
dt
onde f(.,.) é a força eletromagnética, i é a corrente da bobina e v é a tensão aplicada; L(.) e R são a indutância
e a resistência da bobina, respectivamente; a é uma constante e Lo= L(O)- L(oo).
As equações dinâmicas do sistema são linearizadas em um ponto de operação (z 0 , i 0 ). Uma vez que z é
mantido em torno de zoa indutância L(.) é aproximada por uma constante L. Definindo ze = z -zo, ie =i- io
eu= v- Rio, as equações linearizadas no ponto de equilíbrio (zo, io) são dadas por
die
u = Rie + Ldi (6.13)
(6.14)
onde
Loio .
k ·- ôfl (6.15)
1 . - ôi (
zo,~o
•"") [a(1 + zo/ a ) ]'
2
x=F(x,v) (6.17)
y=Cx
onde
(6.18)
82 CAPÍTULO 6. ESTABILIDADE RELATIVA
e
C= [ C1 0 0 ] (6.19)
com c 1 o ganho do sensor de posição. Para o projeto de controle linear, (6.18) deve ser linearizada em torno do
ponto de equilíbrio (z 0 , i 0 ) resultando em
xe Axe +Eu
y Cxe (6.20)
onde
A=
[ O
k2/m
o
I
O
o
-k~/m],
-R/L
E~ [ka/L
~ ]
com xe1 = ze, xn = ie, xe3 = ie, ka o ganho do amplificador de potência e k1 and k2 como em (6.15) e (6.16),
respectivamente. O diagrama de simulação do sistema (6.20) é mostrado na Figura 6.7.
Figura 6.7: Diagrama em blocos do sistema de suspensão magnética para a representação espaço de estado.
e
Vé(s) = Rbie(s) +LbU(s)s (6.22)
Através destas equações, obtém-se o diagrama em blocos da Figura 6.8.
(-------·--------·-----·-·-·---····-·-·----,
I
:i
!
i
.
~
;
~ i 1
(s) 1
!
i
1-----~-~~~
i R +Ls ms'
i +
i
i Esfera
~
;
;
;
~;
I
~
l! Bobina .
·--·---·--·-·-·-·--·--·-·---·-·-·-·-·--····-·--·-·-·--·-·-·-·--·--.1
Os valores numéricos dos parâmetros do sistema experimental são mostrados na Tabela 6.1.
6.3. COMPENSADOR AVANÇO DE FASE 83
i
I
Bobina i
~-------------_j
Através do diagrama em blocos, chega-se facilmente a função de transferência de malha fechada FM F rela-
cionada abaixo com q = 1/kt.
z.e(s) -kakl
F MF ( S ) = - - - = 2 (6.23)
P(s) Lbms3 + Rbms - k2Lbs- k2Rb + kaklclGc(s) ·
O denominador ~- .-. :t função corresponde à equação característica Q do sistema, que pode ser reescrita como
Q = 1 + GMA (6.2._-';, na qual GM~ é a função de transferência de malha aberta
(6.24)
Através de simulação, observa-se que um controlador puramente proporcional não estabilizaria, e que um
controlador com apenas um zero seria, teoricamente, suficiente; entretanto, um controlador deste tipo ampli-
ficaria de tal forma os ruídos existentes no sistema, que o controle seria impossível. Portanto, para análise
84 CAPÍTULO 6. ESTABILIDADE RELATIVA
(6.26)
onde kc é o ganho, tp é a constante de tempo relativa ao pólo e tz é a constante de tempo relativa ao zero.
Um dos diagramas obtidos encontra-se na Figura 6.10, na qual pode-se observar os pólos variando num
intervalo de ganho de O a 1 (em passos de 0,05) para um sistema cujo compensador possui tz = O, 05 e tp = O, 003.
Os pólos correspondentes à kc = O são os de malha aberta, confirmando a não estabilidade do sistema sem
compensação. Também observa-se que a faixa de ganho na qual ocorre estabilidade é, aproximadamente,
O, 3 < kc < O, 7.
1m
100,-----~------~------~------r------.
50 ---------"------- --------~---------*
:. *
: ---------
:: I **
or-K~~-Q_.<_K,~=O~----~------~:__K,_=o~,**_.:~,;~oo~'~~-=_0-+Re
**.-,
t I O
*•**
-50 ---------;----------r---------~---------* ---------
:. .: :. ~
..... .... ....
.
-100 L.._----~~----~------~-------L------__j
.
-400 -300 -200 -100 o 100
1m
80,----,-----,----,-----,----.-----hli'"k-.oo--,
+
' ' ' ' '
60 ------~-------r------1-------r------1------- k;õ~--
: : : : : +
40 ------~-------~------~-------~------~------r
' I I I I +
------
'I 'I 'I 'I 'I +
20 ------ -~------- ~------ -~-- ---- -~------ -l- :r~--
k.oo :k=O : :
or-~~~---r----~----r-~~+-~k.~oor-~k~=O~
k=O l + Re
• +
-60
I I I
------~-------c------~-------c------~-------
I
------
,
...
I
...
I I
...
I
Na Figura 6.12, encontram-se as respostas em freqüência de módulo e fase do sistema sem o controlador,
em (a) e (b), e com o controlador em (c) e (d). Pode-se ver, através de (a) e (b), que o sistema necessita de
acréscimo de fase na região relativa à freqüência de corte, o que é conseguido com o compensador em avanço,
como se vê em (d), onde a margem de fase resultante é positiva.
F --~-·
'''"'"' ''"""'
1111111
'''"""
11!1111
1
I
'"""
I"""
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""'" I I I I
-200 -::~~~-~F{!~~::-::~~~-:::~:::
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I 11111!11
I 1"111!1
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.. ......
l l l,j l l t l
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'''""" '''""'
I
I
11111111
10111111
I
I
ltllt"
1111111
e -250
-:: n:::::--: T: r: ~r~:.r-:+r::::- -:-:: :::::
I 1!!11111 t t!O!!"< I 111111!1 I 11111"
(graus) ''"""'
I
I
1!!11111
11111111
''"'""
I tttlllll
I 111111!>
''"""'
I 11111111
I 11111111
.
t
I
'"""
1111111
11 . . 1!1
-300
100 10 1 10 2 10 3
Freq.(Hz) Freq.(Hz)
(a) (b)
M 100r>nrr~r
..~~~m".. ".~
.. '.'.TI ....r.~.T..m..m,..
.. m
0 I l l . . lllf '''"""
t o 11111n '''""'
1 I IIIIH
F
~ -~nlJttllt1ttmtttJj11i
-200
-10: e -250
o : :::::::: : :::::::: : :::::::: : :: ::::~ (graus)
'"'"'" '''"'"' ''"'"'
(dB) '''""" '''""" ''''""
-200 '''""" '''"'"' ''''""' ''''""
-300
100 10° 10 1 10 2 10 3 10 4
Freq.(Hz) Freq.(Hz)
Na Figura 6.13, encontram-se os diagramas de Bode do controlador avanço de fase em (a) e (b), e de um
controlador de ação proporcional-derivativo (de apenas um zero) em (c) e (d). Este último, embora resultasse
em estabilidade através de simulação, apresenta impossibilidade de implementação pelo fato de amplificar a
região de altas freqüências, como se vê em (c), o que tornou o ruído na saída do controlador impraticáveL
Estas características também podem ser associadas ao controlador PID, o qual, sem nenhuma modificação, é
impraticável em tempo contínuo em razão da amplificação do ruído. Por este motivo, opta-se por implementar o
controlador avanço de fase, o qual alia a necessária ação de controle com as condições do sistema, não fornecendo
ganho indesejável em regiões de altas freqüências.
M 20 fTTml
100 r::,::,::,::::,:,::,!!!'"::.::.::,""!."T.'..!T:!'!!:.:..:::.'..!T!Tf,:~ur::::::!:::!:!I!!!!I
M ÓÜrTnmwo~mrTn~"~
; ; ;;;;;;; ; ;: ;;;;;; : : ;;;;;;: : ; ::::~
U~(rTr: :m: ::: : :
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-r rit ~ih trir~- 1i..........
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1
20 -: ::: ~:::-:: ::~~/.:: ~~:- -:-:: ~ ;;: e i i iiiiii[/iiii~ii i iiiiiiii i iiiiiii
(dB)
o ::::::::: :;Y.:~: ::::::::: :::::::: (graus)
0
ft.:~; : ;;;;;;; : ;;;;;;;; : :;;;;;;
10° 101 102 10 3 !0 4 10° 1o1 1o2 1o3 1o4
Freq.(Hz) Freq.(Hz)
(c) (d)
Respostas ao degrau para o sistema com controle avanço de fase são obtidas aplicando-se um degrau de- 0,1
V na entrada de perturbação P(s) (ver Figura 6.9). Algumas das curvas obtidas são apresentadas na Figura
86 CAPÍTULO 6. ESTABILIDADE RELATIVA
6.14. Comparando (c) e (d) observa-se como o aumento no ganho do controlador altera a resposta do sistema,
mudando a dinâmica e a amplitude da resposta, a qual diminuiu.
P 2rx1~0~4---,----,
o .~:-----~
1 -1----------~----------- ç~ 1 ,.J :
T---------,-----------
ç I :
ã I
ã / ~
o i 0 I '
(m) O'-'-"---~-----' (m) O i :
o 0.5 o 0.5
Tempo (s) Tempo (s)
(a):K,=.5 ,r,=0,004 e r,=O.D4
L No MATLAB, para KMAX e KMIN faça o diagrama de Bode do sistema mostrado na Figura 6.15. O
bloco de primeira ordem representa o circuito RC da Figura 4.2 e o bloco de segunda ordem representa o
circuito RLC da Figura 4.3. Escolher o valor da resistência R para dar um coeficiente de amortecimento
Ç =O, 7. Por sua vez, o bloco isolador pode ser um estágio seguidor emissor, como na Figura 3.11. Calcular
as margens de estabilidade e freqüências de cruzamento para as duas situações de ganho K. Utilize os
comandos MATLAB: series, bode, margin.
l ~HI
y(s)
I _1_ I isolanor
Ts +1 1-------"
2. No MATLAB analisar a estabilidade do sistema a malha fechada via lugar das raízes e diagrama de Nyquist
para as duas situações de ganho K. Obter a resposta ao degrau. Quantos pólos existem no simiplano
direito do planos? Utilize os comandos MATLAB: rlocus, nyquist, step ou lsim, pzmap.
5. Verifique o que ocorrerá em termos de estabilidade absoluta e relativa deste sistema com KMAX e KMIN,
se for realizada uma realimentação unitária no sistema da Figura 6.15.
(b) Analisar a estabilidade do sistema com e sem compensador utilizando a função nyquist.
(c) Verificar a resposta no tempo, em ambiente Simulink, do sistema sem e com o controlador de avanço de
fase. Para o caso com controlador considere alguns valores de Kc. Analisar a estabilidade variando-se
o ganho do controlador Kc.
7. Utilizando o protótipo do sistema de suspensão, verificar o comportamento transitório da posição z e do
sinal de controle u variando-se o ganho Kc do controlador.
7. Em que condições um sistema de segunda ordem, tipo RLC, com um ganho K variável (K > O) e
realimentação unitária, torna-se instável? O que isto significa fisicamente? É possível?
8. Por que a situação da Figura 6.1 representa uma condição crítica de estabilidade?
O objetivo deste experimento é estudar as características de sistemas que apresentam pólos na origem e pólos
dominantes. Na primeira parte simula-se um sistema que apresenta um pólo na origem e estuda-se a influência
deste pólo no comportamento do sistema no domínio do tempo e no domínio da freqüência. Em seguida realiza-
se um sistema de 3a. ordem associando um circuito RLC a um integrador ativo do tipo encontrado no painel
mostrado na Figura 3.1.
O termo 1/ s representa o polo na origem, um integrador ideal, que é não realizável na prática. Portanto, deve-se
usar aproximações para obter um integrador como descrito a seguir.
Suponha dois integradores reais e que portanto, apresentam as seguintes funções de transferências
1
Gl(s) = T1s + 1 (7.2)
e
1
G2(s) = y. (7.3)
28 + 1
onde wc1 = 1/T1 e wc 2 = 1/T2 são respectivamente suas freqüências de corte, (como os integradores representam
filtros passa-baixas, wc 1 e wc 1 , representam as freqüências de corte destes filtros). Tomando-se (7.2) e (7.3),
substituindo a variável s pela variável complexa jw e rearranjando-as em funções de wc1 e Wc2 obtém-se
. 1
Gl (JW) = ..,---,---- (7.4)
(jwfwcl + 1)
e
. 1 .
G 2(Jw) = (jwfwc2 + 1) · (7.5)
L Quando w/wc1 « 1 ou w « wc1, IG1 (jw)l ~ 1, ou seja, qualquer sinal senoidal de entrada de freqüência
w « wc1, não altera a saída seja em amplitude ou fase.
89
90 CAPÍTULO 7. ESTUDO DE PÓLOS NA ORIGEM E PÓLOS DOMINANTES
3. Em qualquer outra situação, diferente daquelas em 1 e 2 acima, G 1 (s) deve serdada por (7.2).
Voltando ao caso dos dois integradores, considere sua associação em cascata e ainda, que Wcz >> wc1. Desta
forma, para efeito de análise, se a freqüência w for em torno de Wcz, a condição w » wc1 é satisfeita e, portanto,
pode-se considerar a função de transferência da associação como
(7.6)
A expressão (7.6) representa então um sistema com pólo na origem que deseja-se estudar. No painel mostrado
na Figura 3.1 dispõe-se de dois integradores ativos, que satisfazem a condição Wcz » wc1.
jw
planos
.. o
Ci 1 :
..'
..•
..
'
Os pólos próximos ao eixo imaginário no semiplano esquerdo do plano S resultam em respostas transitórias
que decaem lentamente, enquanto que os pólos distantes dos pólos dominantes resultam em respostas transitórias
que decaem rapidamente. Para caracterizar sistemas com pólos dominantes implementa-se o sistema com a
seguinte função de transferência
(7.7)
(b) Faça um levantamento da resposta em freqüência para K = KMAX , organize os dados de acordo
com a Tabela 7.1 para w dentro da faixa de freqüência de atuação do sistema. Lembre que w » 1/Tl.
(a) Obtenha a resposta transitória ao degrau e anote as respostas obtidas para K = KMrN e K = KMAX·
Verifique como o ganho K altera a dinâmica do sistema.
(b) Atuando no ganho do sistema obtenha na tela do osciloscópio a condição em que o sistema apresenta
uma resposta criticamente amortecida. Meça o valor do ganho K nesta condição.
2. Com relação ao bloco de segunda ordem, calcule o valor de R= RcR para que este sistema (isolado) seja
criticamente amortecido. Com o multírnetro, ajuste este valor de R no potenciômetro.
2. Responda como o ganho K afeta a resposta transitória ao degrau e a resposta em freqüência do sistema
G(s).
4. Obtenha a função de transferência (real e completa) do sistema a malha fechada para o sistema de 2a.
ordem.
92 CAPÍTULO 7. ESTUDO DE PÓLOS NA ORIGEM E PÓLOS DOMINANTES
5. Obtenha os valores de Ç e Wn para o sistema a malha fechada obtido com realimentação unitária.
6. Para que valor do ganho K o sistema realimentado terá uma dinâmica de segunda ordem criticamente
amortecida? Compare este valor de K com o valor de ganho medido no item 2b. Comente sobre a
aproximação usada para a obtenção de pólos na origem.
2. Construa o lugar dos pólos deste sistema de terceira ordem para R variando de RMrN a RMAX·
:3. Identifique para cada caso observado no laboratório quais os pólos dominantes.
4. Nos casos em que houve dominância de pólos, trace a resposta transitória (resposta ao degrau) investi-
gando a precisão, para as funções de transferência, considerando e não considerando a presença do pólo
não dominante. Sobrepor as duas respostas e discutir a aproximação das mesmas. Utilize o aplicativo
MATLAB.
Capítulo 8
Neste capítulo são tratados os sistemas amostrados caracterizando-se a discretização de sistemas e técnicas
de amostragem de sinais e sistemas. A discretização de sistemas permite proceder à análise e projeto de
controladores de sistemas utilizando estruturas digitais, dando origem aos controladores digitais.
A realização de controladores digitais pode ser implementada a partir de micro-computadores, micro-
controladores ou mesmo por microprocessadores. Em geral os microcomputadores são empregados na fase
de desenvolvimento e análise e, uma vez finalizado o projeto, transfere-se a estrutura e lógica de controle para
um hardware composto por microprocessadores ou microcontroladores.
A utilização de micro-computadores para implementação de estruturas de controle teve início já por volta de
1960. Porém computadores dessa época não eram apropriados para aplicação industrial, pois tinham uma ar-
quitetura voltada para gerenciamento de dados, de certa forma lentos e não se dispunha de aplicativos adequados
para a realização de uma estrutura de controle. Já na década de 70 surgiram os chamados microprocessadores
com uma arquitetura digital voltada para um interfaceamento entre o processo a ser controlado (analógico) e
o microprocessador. Desde então, o microprocessador passou a ser um elo integrante da malha de controle.
Na Figura 8.1 é representado um sistema de controle digital com um microcomputador como um elemento da
malha de controle.
Supervisão
ri' Proteção
Alarme
I Microcom-1 .I DIA
A!D Processo
ri putador I I
t J
I
Clock I
I
:i
II Realimentaçao
- IL
Para a implementação de controle digital torna-se necessário a compatibilização dos vários sinais analógicos e
digitais. Na sua forma digital, opera-se com números ou entidades numéricas, os quais podem ser manipulados
como se queira através de aplicativos específicos. Na sua forma analógica os sinais representam grandezas
físicas e contínuas no tempo e que só podem - se necessário - ser processadas por dispositivos ou circuitos
analógicos. A compatibilização destes formas de sinais é realizada pelo bloco A/D para a conversão Analógica-
93
94 CAPÍTULO 8. FUNDAMENTOS DE SISTEMAS AMOSTRADOS E DISCRETIZAÇÃO
Digital e pelo bloco DI A para a conversão Digital-Analógica. Determinados processos ou ações de controle são
inerentemente do tipo digital, não necessitando propriamente de urna conversão. Nesse caso, tais processos são
ditos naturalmente arnostrados.
A integração de um microprocessador na estrutura de controle possibilita a execução de outras tarefas além do
controle propriamente dito, corno supervisão do processo, emissão de relatórios, proteção, alarmes, coordenação,
etc, permitindo a realização de sistemas com um alto grau de automatização. Outra característica muito
importante é o grau de flexibilidade dos sinais digitais. Isto é, um determinado sinal pode ser redirnensionado
para fornecer um melhor rendimento ou desempenho, simplesmente através da reprograrnação do algoritmo de
controle ou de supervisão.
Urna primeira implicação da incorporação do microprocessador na malha de controle é que nos sinais digitais
as operações matemáticas que devem ser realizadas necessitam de um certo tempo para serem processadas pelo
microprocessador. Durante esse período o microprocessador fica "desligado" do ambiente externo analógico.
Desse modo a conexão efetiva entre o microprocessador e o processo é realizada apenas em instantes determinados
e periódicos, de onde surge então o conceito de amostragem ou discretização. Entre dois instantes de amostragem
é realizada conversão AID do sinal a ser processado, o microprocessador processa o algoritmo de controle e
fornece o comando de controle para a conversão DI A. Todo esse processo deve ser sincronizado e repetido a
cada período de amostragem.
._..,.____::>
O processo de amostragem é periódico, com período denominado To, para que se possa estabelecer a descrição
do processo pela transformada Z e por equação a diferença. A saída processada digitalmente será fornecida
ao processo analógico também de forma periódica com o mesmo período T0 , porém atrasada em relação à
amostragem de entrada de um tempo TR que é o tempo necessário ao processo de conversão mais o processamento
pelo algoritmo de controle. Normalmente o tempo do processo de conversão dos dispositivos atuais é muito
pequeno em comparação com To, tal que TR só é devido ao tempo de processamento do algoritmo de controle.
Na Figura 8.2 são indicadas também a forma representativa do sinal ao longo do caminho contendo o processo
e a estrutura de controle digitaL Na parte intermediária os pontos indicam a forma discreta do sinal na forma
discreta. Nesta forma, o sinal se transforma em números que são processados iterativarnente a cada passo do
algoritmo de controle.
na forma discreta apenas poucos pontos do sinal original estão disponíveis. Para que se possa executar uma
estratégia de controle adequada, é necessário que suficiente quantidade de informação esteja disponível nesta
forma discreta. Isto determina que a amostragem do sinal a ser analisado ou controlado deve seguir algumas
regras, de tal forma que este possa ser devidamente reconhecido e interpretado dentro da estrutura digitaL
O processo de amostragem, descrito nas figuras e nos itens anteriores, pode ser representado por um processo
de modulação entre o sinal contínuo e uma portadora periódica como um trem de pulsos de amplitude 1 e
freqüência w 0 . Matematicamente, a modulação é representada pelo produto entre o sinal e a portadora. O sinal
contínuo denotado x(t) é definido em qualquer instante de tempo.
A portadora considera um trem de pulsos unitários de período To dado por
00
onde u(t) é a função degrau unitário. Admitindo h<< To, o sinal p(t) pode ser aproximado por uma seqüência
de impulsos, dada por
00
Teorema 1 Um sinal x(t) com espectro limitado em banda ou seja X(w) =O para lwl :::; ws pode ser recon-
struído a partir dos seus valores amostrados X(kws) se a freqüência de amostragem wo for tal que wo/2 2: ws
ou wo 2: 2ws.
O teorema da amostragem estabelece então que a freqüência de amostragem deve ser pelo menos o dobro a
da freqüência (máxima) do espectro do sinal a ser amostrado.
Para uma análise mais detalhada do aspecto de informação contida no sinal amostrado, empregam-se as
técnicas de análise de Fourier dos sinais envolvidos. Desta forma é possível estabelecer relações matemáticas
que determinam os fundamentos do teorema de amostragem.
freqüências e amostragem sugeridas no roteiro. O painel do VI usado é indicado na Figura 8.3. Na tela superior
será mostrado o sinal real (senóide, onda quadrada ou triangular de 1Hz) adquirido com freqüências entre
10 e 20 Hz. A tela inferior indicará a forma do mesmo sinal, porém amostrado com a freqüência dada pelo
controle "Freq. Amostr.". O sinal proveniente de um gerador de sinais deverá ser conectado ao canal "O" do
LabAcquisition.
1o.o
I
.
i,
I ,I
5.0-~ 1 I
o.o-r-r- : J ;
·5.0-f----------l------;--------L---···--r-- i'
- I I i I '
-lu.o-o 1'o 2o do k 5o 6o -lo 8o so 10o I
s:.n;;i.A.El! · · -~· --~ 1
10.0-·r-,-...,--,---,.---,--,.--....,·-·..,..··-·.-..,--
1
5.0-!-+--+--+-+-+-+-1--l--1--
i
o.o->:--t-+--+--+-+--t--+-1--t--
'
-5.0-fl-+-+-+-l--t--+-il--t--+--
1
·10.0-\ .
o
97
Capítulo 9
O motor de corrente contínua (CC) foi uma das primeiras máquinas idealizadas para converter potência elétrica
em potência mecânica, concebida inicialmente por M. Faraday. Estas máquinas elétricas foram bastante uti-
lizadas e aperfeiçoadas até 1880, quando a principal forma de energia elétrica era em corrente contínua. Com o
a
advento dos sistemas de geração e transmissão de energia elétrica em corrente alternada (60Hz) e invenção
do motor de corrente alternada, tendo baixo custo de manutenção, os motores de corrente contínua passaram a
ter menos importância, de modo que os motores de corrente alternada passaram a ter um uso generalizado em
aplicações eletromecânicas.
Atualmente, entretanto, certas aplicações (tais como: posicionamento, veloCidade variável, tração, alto
torque de partida, etc) fazem o uso de motores de corrente contínua devido às suas características particulares
que justificam o seu alto custo. Sendo o motor de corrente contínua um dispositivo conversor eletromecânico com
características bastantes lineares, ele é um componente importante em sistemas de controle em uso (Krishnan,
2001).
(9.1)
e cuja direção é obtida pela regra da mão esquerda. Se ti, i(t) e l são constantes, o fio de massa M sofrerá um
deslocamento com velocidade v.
Considere agora a nova situação ilustrada na Figura 9.2, onde o fio é substituído por uma espira cujo plano
faz um ângulo e com o plano do fluxo magnético. A espira é de alguma forma pivotada, de modo que ela possa
N s
99
100 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
girar sobre um eixo de simetria da espira. Se uma corrente circula pela espira, então como no caso anterior,
aparecerão agora duas forças como indicadas na Figura 9.2, e de modo que tendem a girar o plano da espira.
Cada uma das forças terá uma intensidade como aquela da expressão (9.1). Se a espira tiver largura d, o torque
(força x distância radial do eixo de rotação) que aparece sobre ela é dado por
Desde que a direção de iJ é sempre perpendicular à direção i(t), a intensidade da força é sempre constante,
porem a intensidade do torque desenvolvido T varia com a variação do ângulo e. Deste modo, devido a ação
das forças F , quando o plano da espira for perpendicular ao plano de iJ, o torque será nulo e o movimento
cessa.
Entretanto, na constituição real do motor de corrente contínua, existem várias espiras em diversos planos
formando um conjunto cilíndrico, o qual através de um dispositivo mecânico (comutador + escovas) alimenta
sempre a espira que está no plano mais próximo da direção paralela ao plano de B. Deste modo, o torque
resultante sobre a estrutura girante é sempre constante seBe i(t) são constantes.
Atualmente a tecnologia de construção de motores de corrente contínua utiliza conexões e distribuições mais
complexas das espiras de modo a otimizar a geração de torque, porém o princípio de operação é o mesmo.
A estrutura cilíndrica que constitui as espiras e o suporte destas espiras irá então ter um movimento de
rotação, e portanto apresenta um momento de inércia J. Sob a ação do torque T teremos uma velocidade de
rotação w(t). Devemos considerar ainda que esta estrutura girante deve estar apoiada em uma estrutura fixa
(rolamentos) de modo a mantê--la sob a região do fluxo magnético. Esta situação caracteriza a existência de um
atrito viscoso que dependerá da velocidade de rotação. Além disso, pode haver também um atrito estático.
Estando a estrutura das espiras em movimento dentro do campo magnético, ocorre outro fenômeno eletro-
magnético, que é o surgimento de uma tensão induzida nas espiras devido ao seu deslocamento dentro do campo
magnético (lei de Faraday). Esta tensão gerada terá sinal oposto ao da tensão que produziu a tensão nas espiras.
A intensidade desta tensão induzida obviamente é proporcional à velocidade de rotação da estrutura girante.
Através dos fundamentos do eletromagnetismo, pode ser determinado que esta tensão induzida é dada por
e= iJ x lv (9.3)
Te
va (t)
~
F Jdffi(t)
dt
(9.5)
Através do diagrama eletromecânico do motor de corrente contínua, Figura 9.3, obtém-se o seguinte equaciona-
mento dinâmico do motor de corrente contínua
O objetivo da primeira parte do curso é obter todos os parâmetros elétricos e mecânicos do motor de corrente
contínua para estabelecer o modelo dinâmico linear para estudos posteriores.
análise do motor de corrente contínua. Apresentamos diversos ensaios requeridos para a determinação dos
parâmetros do motor, e o método de interpolação que necessita de um único ensaio do motor para a determinação
de todos os seus parâmetros.
(9.9)
Para obter a característica v x i, o segundo e o terceiro termos da equação elétrica do motor devem ser nulos,
isto é, a corrente deve ser constante no tempo e o eixo deve estar em repouso. Nestas condições tem-se
(9.10)
Utiliza-se então o esquema da Figura 9.5 para obter Ia e mede-se cada valor de Ia via uma resistência em série
para cada valor de tensão Va aplicado. Em geral despreza-se valores de Va muito pequenos. Construindo um
gráfico de Va por Ia obtém-se Ra, que será a inclinação da curva, ou a média dos vários valores Va/ Ia.
9.2.2 Determinação de La
O circuito elétrico (estático) equivalente é um circuito resistivo-indutivo RaLa, isto é, com o motor em repouso
a equação elétrica passa a ser
(9.11)
ia( S) 1 1 1
=---- (9.12)
Va(s) Ra + sLa Ra 1 +TaS
Va t
ia(t) = -(1- e Ta) (9.13)
Ra
e se t = Ta = ~:, então:
. (
~a Ta
)
= Va (
Ra 1 - e
-1) = Va O
Ra ) 632. (9.14)
Portanto medindo-se o intervalo de tempo que a corrente leva para atingir 63,2% do valor de regime (Va/ Ra),
tem-se o valor de Ta e obtém-se La como
(9.15)
A Figura 9.4 indica o aspecto da resposta transitória de ia(t) e o procedimento gráfico de obtenção de Ta.
9.2. MODELAGEM E DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DO MOTOR CC 103
Va(t)
~ r-----------------
0,632 Va
I Ra
Para realizar este ensaio deve-se acrescentar um resistor externo Rext de valor conhecido para monitorar a
corrente ia(t). Não esqueça de levar em consideração, para o cálculo de La, o valor deste resistor (Figura 9.5)
usando
La
Ta=..,.------ (9.16)
(Ra + Rext).
Observação 9.1 Este resistor não deve ser muito grande pois este irá afetar a constante de tempo a ser medida
(Rext « Hl).
motor em
repouso
(9.17)
medindo-se Va e Ia com um multímetro, e medindo w(t) via um tacômetro de contato digital, avalia-se Ke
através de (9.18).
(9.18)
onde w deve ser em radj s. Deve-se obter várias medidas deVa e w e obtero valor de Ke-
pela fonte ao motor será unicamente para vencer as perdas ôhmicas (no cobre da armadura) mais as perdas
rotacionais (devida ao atrito viscoso B e atrito estático F). Nestas condições, o torque elétrico (Te = Ktla)
desenvolvido pelo motor terá unicamente que vencer o torque resistente estático devido ao atrito.
Para a condição do motor em regime permanente, a equação mecânica de velocidade do motor CC é dada
por
(9.19)
onde Tr é denominado torque resistivo
Bw+F (9.20)
Ktia.
A equação do balanço de energia deve englobar a potência de perdas ôhmicas e a potência de perdas
rotacionais, isto é
(9.23)
logo Ke = Kt supondo que a potência fornecida é igual a perdas ôhmicas mais perdas rotacionais. A partir
dos valores de Ia, w e Va, juntamente com o valor de Ra, calcula-se Tr e com a curva Tr x w, encontra-se
graficamente ou analiticamente por regressão linear os valores de B e F, como indicado na Figura 9.6.
T,.=Bro +F
F
B =tan6
ro(rad/s)
Determinação de J.
Método do transitório mecânico O valor da inércia J, pode ser obtido através do valor da constante de
tempo mecânica do motor CC. Como a equação mecânica do motor é dada por uma equação diferencial de la
ordem, analogamente, esta representa um sistema de 1a ordem. Na desaceleração do motor estão envolvidos
apenas os termos J e B.
O procedimento experimental se faz acionando o motor a uma dada velocidade w 0 e após entrar em regime
permanente, desliga-se o motor, registrando a dinâmica de desaceleração, que então será devida unicamente aos
termos de inércia e de atrito de amortecimento (viscoso). O intervalo de tempo entre w 0 e o repouso tem uma
relação direta com a constante de tempo mecânica procurada. A Figura 9.7 a seguir ilustra este pr:ocedimento
de determinação do momento de inércia J através da constante de tempo mecânica.
O intervalo de tempo (to - t 1 ) equivale ao valor de 1 constante de tempo mecânica. O intervalo de tempo
(to- t2), equivale aproximadamente ao valor de 4 constantes de tempo. Desde que
J
Tb=- (9.24)
B
obtém-se o valor de J, pois o valor de B já é conhecido
J= BTb. (9.25)
9.3. OUTRO MÉTODO DE OBTENÇAO DE PARÂMETROS DE MOTORES CC 10.5
ú)
Wo~.i\
0,368 úlo j '· \
F
Kt= - - - . (9.27)
IaM IN
Concluído este item, todos os parâmetros identificáveis no motor CC estão determinados. A exatidão dos
valores obtidos depende da tolerância dos instrumentos utilizados e das medidas por parte do engenheiro, as
quais devem ser feitas e repetidas minuciosamente. Métodos mais complexos garantem uma exatidão bem
mais elevada, porém requerem instrumental muito mais sofisticado, como osciloscópios de memória digital ou
analisadores programáveis. Alguns destes métodos são vistos a seguir.
como grandeza de saída e admitindo-se a tensão de armadura como grandeza de entrada, chega-se ao mod-
elo matemático representativo do motor CC. Considerando-se ainda a Figura 9.8, em função da magnitude
relativa de um determinado parâmetro em relação aos outros, pode-se obter diferentes configurações de modelo
para o mesmo motor CC, como será visto a seguir.
La Ra
~/VV'-----{)+
campo )'\
constante I)/ e=Ke ü)
va
Jdw
dt
(9.28)
d
Va(t) = Kew(t) + Raia(t) +La dt Ía(t) (9.29)
-
T = Kt%a(t) = J dtd w(t) + Bw(t) +F (9.30)
Dependendo da magnitude relativas dos efeitos de resistência, indutância, inércia, amortecimento e atrito,
vários termos podem ser desconsiderados nas equações (9.29) e (9.30), resultando em oito modelos práticos
caracterizados na Figura 9.9. Pode-se observar que os modelos 1, 2 e 3 são formas menos complexas do modelo
4, o qual configura um sistema de primeira ordem, e que os modelos 5, 6 e 7 são relacionados similarmente ao
modelo 8, o qual configura um sistema de segunda ordem. Por esta razão os procedimentos de determinação
dos parâmetros serão desenvolvidas somente para os modelos mais complexos, já que os modelos mais simples
se encaixam como generalizações dos modelos completos.
Tomando-se como base os modelos apresentados na Figura 9.9, é possível gerar um conjunto de gráficos
representando as respostas transitórias de corrente e velocidade em cada modelo, com relação a uma excitação
de entrada tipo degrau. Para os vários modelos da Figura 9.9, as respostas de corrente e velocidade são indicadas
na Figura 9.10. Portanto, se um motor com excitação independente apresenta uma resposta degrau de corrente,
similar a alguma das mostradas na Figura 9.10, então pode ser classificado quanto a ordem de modelo, bem
como quanto ao número de parâmetros envolvidos. A Figura 9.11 mostra a resposta degrau típica da corrente
e da velocidade referente ao modelo 8, isto é, de um modelo de segunda ordem completo, incluindo-se todos
os parâmetros. Esta figura será referenciada nos itens seguintes que tratam dos procedimentos alternativos de
obtenção de parâmetros.
Como será descrito a seguir, se somente as constantes de tempo do modelo são de interesse, então a resposta
da velocidade é tudo o que se precisa. Duas medidas adicionais (o valor do degrau de tensão e a velocidade
angular final) são requeridas para determinar todos os outros parâmetros. Os 8 tipos de modelos (4 de 1a ordem
e 4 de 2a ordem), mostrados na Figura 9.9 possuem as seguintes funções de transferência para a velocidade
9.3. OUTRO MÉTODO DE OBTENÇÃO DE PARÂMETROS DE MOTORES CC 107
ia(t) ia(t)
modelo 1 (a) modelo 5 (e)
Va
Ra
ia(t)
ia(t)
r;, modelo 2 (b) modelo 6 (f)
Ra
ia(t) ia(t)
Va modelo 7 (g)
modelo 3 (c)
Ra
ia(t)
Ra
Figura 9.10: Respostas de corrente típicas para todos os modelos, com Is a corrente de regime permanente e Id
a corrente em t = td.
108 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
i a (t)
ffis
Is
Modelos 1 e :3
(9.31)
Modelos 2 e 4
(9.32)
Modelos 5 e 7
(9.:33)
Modelos 6 e 8
(9.34)
onde
(9.35)
J
Tb=- (9.36)
B
(9.37)
A partir da análise de modelos feita acima serão descritos os procedimentos de obtenção dos parâmetros
com base nos dados relativos a um ensaio de excitação degrau. O ensaio deve ser realizado de acordo com o
indicado no diagrama da Figura 9.12. O que se necessita é o registro simultâneo do comportamento transitório
da corrente de armadura e da velocidade angular. Na Figura 9.12, este registro é indicado com auxílio de um
osciloscópio de aquisição e memória digital.
Bateria
!2V
Desde que os modelos do motor CC são de primeira ou de segunda ordem, é relativamente fácil obter-se a
resposta degrau teórica e usá-la então como a função de interpolação. Para o algoritmo de interpolação será
escolhida uma função que represente um sistema de segunda ordem, já que uma resposta de primeira ordem
pode ser vista como um caso particular de segunda ordem, com uma das constantes de tempo nula. Esta
função pode ser obtida pela solução do sistema de equações diferenciais (9.6) a (9.8), ou através das funções
de transferência (9.31) a (9.37). Rescrevendo as função transferência dadas em (9.31) a (9.37) em uma forma
compacta, obtém-se
sendo 1/'Y e 1/5, constantes de tempo e Km o ganho global do motor, envolvendo os parâmetros do motor. No
Apêndice B são apresentadas as soluções da resposta transitória da corrente e da velocidade, admitindo-se uma
entrada de excitação do tipo degrau. A forma geral da função de interpolação utilizada no programa "param.m"
é também descrita no Apêndice B, é dada por
(9.39)
(9.40)
verifica-se que .À1 deve ser nula, e ..\2 , .À3 devem corresponder às constantes de tempo do sistema de segunda
ordem. Caso o motor tenha um modelo de primeira ordem, ..\2 ou .À3 devem ser nulas. As constantes Ao,
A1 e A2 que são função dos parâmetros do motor, devem corresponder aos coeficientes q, c2 e c3 da função de
interpolação.
O método de interpolação produz uma aproximação bastante precisa da função proposta com os pontos
medidos do ensaio degrau, e portanto as constante de tempo neste caso retratam melhor o comportamento do
motor. O método dos mínimos quadrados a ser apresentado a seguir, poderá fornecer ainda mais informações
a respeito da solução mais correta.
L Obter o valor de Ra pelos dois métodos indicados e comentar cada método quanto à precisão. Indicar
o procedimento e os resultados na forma de tabela repetindo o método de ohmímetro para 4 valores da
posição do rotor _ Sugestão: aplicar um pulso de tensão na armadura para facilitar a busca de uma posição
110 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
adequada para medir a resistência. Utilizar pelo menos 8 pontos para levantar a característica V x I (eixo
em repouso), considerarando a posição do eixo referente a menor resistência.
2. Obter o valor de La pelo método indicado no corpo da seção. Indicar o procedimento e o resultado, assim
corno a forma de onda obtida no ensaio. Utilize um Rext « 10.
:3. Obter a constante Kt 9 do tacogerador utilizando um encoder óptico. Com auxílio de um osciloscópio medir
a freqüência fornecida nos terminais do encoder, a qual chamamos fe e a tensão de saída do tacogerador
para pelo menos 4 valores deVa. Para um encoder óptico de 1024linhas, a freqüência de urna rotação do
motor é dada por fe/1024. Obter as frequências em rad/ s. Apresentar os valores obtidos corno na Tabela
9.:3 e obter o valor médio para Ktg·
4. Variar Va de 1 a 12V em passos de 1 e obter os dados indicados na Tabela 9.4 para calcular o valor médio
de Ke. Medir juntamente o valor correspondente da tensão do tacogerador (vt 9 ou ft 9 ) para cada valor
de Va. Apresentar os procedimentos, os resultados e também o gráfico de Ke e de Ktg (constante do
tagerador).
5. Obter o valor de B e F pela construção do gráfico de Tr x w, o qual pode ser conseguido com o auxílio da
Tabela 9.4. Apresentar o procedimento, indicar os valores obtidos de Tr na respectiva tabela e o gráfico
de (Tr,w).
6. Obter o valor de J pelo método da resposta transitória. Indicar o gráfico da resposta transitória e o valor
de J.
7. Obter o valor do parâmetro Kt segundo o método indicado utilizando (9.27). Indicar o valor de Ia min·
8. Aplicar um pulso de tensão conectando a chaveS como indicado na montagem dada na Figura 9.12 com
R« 10 e Va = 12V e capturar a corrente e tensão, utilizando o esquema da Figura 9.13 e o instrumento
virtual VI (Natinst, 1996) com um painel corno o ilustrado Figura 9.14. Construir um vetor de tempo
utilizando a taxa de amostragem e número de amostras capturadas. Organizar os valores de tensão e
tempo em um arquivo .dat para utilizar o método de interpolação de curvas.
Observação 9.2 Utili;ar o programa param.m para a identificação dos parâmetros do motor CC via
método de interpolação executável no MATLAB disponível em http:j/ www.sel.eesc.sc.usp.br/lac. O
Apêndice B apresenta a configuração deste programa.
9. Anotar os valores dos parâmetros obtidos pelos dois procedimentos utilizados em urna tabela corno na
Tabela 9.5.
10. Apresentar o diagrama de blocos, o diagrama Sirnulink e a função de transferência dos modelos obtidos
do motor de corrente contínua.
9.4. ROTEIRO DO EXPERIMENTO 111
+SVCC
T 74121
CJ-4
Sinal de trigger
Motor
~)
+SVCC
+15Vcc
GND
~15Vcc
Entrada do
sinal do tacogerador
Dispositivo (1 J
[3] Dig trig A & B:T
. .
Dsg tng A:F [
Gráficos de corrente e tensão
Pretrigger
Canais (O) scans (O)
~~o
Núme~os de pontos
a adquirir (1 000) Trig edge [1 :rising)
;1 •. riiiríg. z' j[
Taxa de varredura
[1 000 pontos/seg} limite de tempo(5 seg)
~
.!!~~,;;..;.]
4. Comentar sobre a precisão dos parâmetros do motor obtidos para cada método utilizado.
s
T
+
v
v -
V':!f
------- r---- - - - - -1---- -- --- - -
ToN T 2T 3T
Supondo que a chave S da Figura 9.15 é operada periodicamente com um período T, de modo que seja
mantida fechada por um período ToN, e aberta por um período ToFF, e T = ToN + Topp, a forma de onda
da tensão instantânea v 0 (t) nos terminais do motor é como mostrada na Figura 9.16.
Da forma de onda da Figura 9.16, é facilmente deduzido que o valor médio VM é dado por:
VM=VToN (9.41)
T
onde ToN/T é o duty cycle.
Observa-se então, que o valor médio pode ser alterado atuando-se em ToN, em T ou em ambos. Atuando-se
sobre T, com ToN fixo, tem-se a estratégia de controle de VM designada por modulação de freqüência dos pulsos
(do inglês, PFM). Porém, atuando-se sobre ToN com T fixo (freqüência fixa), tem-se a estratégia designada
modulação por largura de pulso (PWM).
Considerando-se que a implementação da chave S da Figura 9.15 é feita com dispositivos semicondutores
(tiristores ou transistores), a transição do estado "conduzindo" para o estado "não-conduzindo" (e vice-versa)
não é instantânea, de modo que cada etapa de transição caracteriza uma perda de potência por dissipação no
próprio dispositivo. Neste caso, fica claro que a estratégia PFM implicará globalmente em maior dissipação
de potência de chaveamento para abranger uma grande variação de VM. Já com a estratégia PWM, toda
gama de valores de VM pode ser conseguida com uma única e determinada quantidade de potência dissipada
em transições, definida pela freqüência do PWM. As perdas relacionadas com os semicondutores em estado de
condução serão substancialmente as mesmas. Logo pelas razões aqui mencionadas, a estratégia PWM se mostra
superior à PFM.
onde
J: . _ ToN
u .- T
ao~ó) é o valor médio VM;
Cn (o) são os coeficientes dos harmônicos;
Bn(o) é o ângulo de fase dos harmônico~.
Pela expressão (9.42) acima pode-se assumir que o motor é alimentado por uma componente CC de valor
VM = ao~ó) e mais uma série de componentes senoidais das freqüências dos harmônicos. Uma vez que cada
compone~te harmônico não tem valor médio, nenhuma contribuição de torque existirá devido aos harmônicos,
e o torque efetivo será proporcional ao valor VM.
114 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
Os componentes harmônicos contribuirão somente com perdas do tipo histerese e correntes de Foucault. Há
que se ressaltar que a eficiência global do sistema, mesmo computando-se as perdas devido aos harmônicos, será
muito maior do que a eficiência do sistema com amplificadores lineares.
1. A freqüência de chaveamento fs deve ser alta o suficiente de modo que a indutância La do motor resulte
em uma grande impedância nesta freqüência, desta forma
(9.43)
2. A freqüência de chaveamento fs deve ser alta o suficiente de modo que o servo sistema não responda a
ela. Portanto, se o sistema exibe uma largura de banda fBw, deve-se ter
3. A freqüência fs deve ser maior que todas as freqüências de ressonância da malha de controle
Os três critérios acima sugerem que é sempre desejável um aumento de fs, entretanto existem limitações.
Em resumo, alguns critérios requerem aumento de fs e outros uma diminuição de fs- A seleção final será um
compromisso entre as condições de restrições.
s(t)
s
?TI I
- I 3TI
I I
I I
v 1------i
Vm
------ ------ - - - - - - ----
T 2T 3T t[s]
P1
'ln
~~
Entrada
estabelecer o valor da freqüência de operação desejada de acordo com os critérios de seleção dados na Seção 9.44.
O sinal dente-de-serra pode ser obtido a partir do terminal JPO, como indicado na Figura 9.18 . O terminal
116 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
Vcc
Vcc
Rs
C Alimentação+
Saída
I~~==~Entrada
r Dente de Serr:J
Te=
"Ent JPl-1" indica a localização onde deve ser conectado o sinal a ser comparado com o sinal dente de serra.
O terminal indicado como "Sai JPl-2" fornece o sinal pulsado de acordo com a comparação representada na
Figura 9.17 .
~
lN 4004
TIPUO
+
BCE
Valimentação
JP~C.
. lE
TIP120
1 12V
Os blocos indicados em linhas cheias representam o processo em malha aberta enquanto que os blocos
indicados em linhas tracejadas representam a realimentação para obter uma estrutura de controle a malha
fechada.
Dente de
serra Fonte
alimentação
())
Compen Compa-
sador - rador
-( - Motor
~
I
1. Fixar o módulo PWM em um canto do "protoboard" e realizar as conexões necessárias para a devida
alimentação do módulo. Ver Figura 9.18.
2. Ajustar o potenciômetro P 1 do módulo PWM para estabelecer a freqüência de operação do PWM. Moni-
torar a forma de onda dente-de-serra no pino indicado na Figura 9.18.
4. Conectar o transistor de potência da família TIP 120 e o motor de acordo com o indicado na Figura 9.20,
(para o motor eletrocraft o diodo já está conectado) obedecendo a indicação de polaridade na ligação do
diodo com a fonte externa .
.5. Utilizando diferentes níveis de tensão de entrada no borne Ent JPl-1, verificar o funcionamento do motor.
(9.46)
onde Km é o ganho global do motor e 1/T1 e 1/T2 representam respectivamente dois pólos do sistema relacionados
com as constantes de tempo elétrica e mecânica. Devido às magnitude dos parâmetros inerentes ao motor, estes
dois pólos são reais, distintos e situam-se no semi-plano esquerdo do plano S. A configuração destes pólos no
planoS é como mostrado na Figura 9.22.
jw
planos
Nestas condições, para uma entrada degrau proveniente de uma fonte de tensão ideal, a resposta transitória
da velocidade do motor terá o aspecto de uma resposta sobre-amortecida, onde deverá predominar o transitório
da dinâmica mecânica do motor. Com base na função de transferência da expressão (9.46), a resposta transitória
da velocidade para
Va(s) =-
v (9.47)
s
pode ser expressa por
-t -t
i; Ax-bu
y ex
onde
A ] ,c= [1 O]
com
u=Va.
onde V é a tensão da fonte de alimentação e ToN jT é a relação cíclica dos pulsos de tensão, sendo To período
de chaveamento e ToN a duração do pulso de tensão. A seguir na Figura 9.23 é mostrada a configuração do
sistema com o amplificador chaveado a ser modelado.
r---------------------------------,
I I
I I
I I
l fonte 1
: alimentação
I
I
I
I
I
s(t)
I
I
I
v
I
I
I
/Vl..--1
I
I
I
VJt) I ro(t)
l(ToNIT)V
L
r
I
PWM i( I
I
I
I
0 ......
I I
I I
I I
~----------------------------------1
Para efeito de análise, considera-se toda a região englobada pela linha tracejada como um único bloco,
designado amplificador de potência chaveado. Necessita-se então determinar a função transferência deste bloco
cuja entrada é vc(t) e saída VM = Trv.
Como se sabe, este amplificador irá fornecer em sua saída uma forma de onda pulsada, porém, para o
acionamento do motor de corrente contínua, deve-se analisar o comportamento do valor da componente contínua
desta forma de onda, o qual é exatamente o valor médio da mesma. Desta forma este amplificador pode ser
classificado como um amplificador CC, pois o sinal de entrada vc(t) também é uma tensão contínua. Portanto,
este amplificador deve ter um ganho Ka a ser determinado.
Experimentalmente, pode-se achar o valor desse ganho, através do levantamento de uma tabela de valores
de vc(t) e respectivos valores de VM, sendo
- _ VM
K a- . (9.53)
Vc
Analiticamente, pode-se também deduzir o valor de Ka em função dos parâmetros do amplificador PWM.
Para isto, considerando-se o princípio de funcionamento do PWM, tal como ilustrado na Figura 9.24, onde
120 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
s(t) forma de onda dente de serra com freqüência constante (1/T) e amplitude máxima S, também
constante;
vc(t) =sinal de controle (entrada) sendo Vci um valor qualquer;
v 0 ( t) = forma de onda de saída do PWM;
T = período da onda dente de serra e também da forma de onda de saída do PWM;
ToN =duração ou largura do pulso da forma de onda de saída PWM;
V= amplitude da forma de onda pulsada v 0 (t) ;
v;w =valor médio da forma de onda v 0 (t).
O ganho do amplificador a ser determinado, como se sabe, é a relação entre o valor de saída VM e o valor
de entrada Vci· Sabe-se ainda que VM é dado por: VM = T'i}N V, onde T'i}N é resultante da comparação entre
s(t) e Vc(t).
O valor de Ka pode ser obtido em função dos parâmetros do PWM. Para isto observando que na Figura
9.24 que o triângulo (O-S'- ToN) é semelhante ao triângulo (O-S- T), a seguinte relação pode ser obtida
como
VM = ToNv (9.56)
T
e
VM =V =Ka (9.58)
v;,i s
K- V (9.59)
a-S
onde S é o valor máximo alcançado pela forma de onda "dente de serra". Portanto, para se obter o valor do
ganho Ka do amplificador, basta conhecer os valores de V e S que são parâmetros do PWM.
Quando se opera o PWM com freqüência muito alta Us > 10kHz), os atrasos inerentes ao chaveamento
do transistor e do circuito comparador poderão se tornar bastante significativos. Em caso de não se conseguir
implementar o amplificador de potência com transistores mais rápidos, há que se acrescentar também este atraso
no modelo completo do sistema motor CC e amplificador. Como normalmente a freqüência de modulação do
PWM é elevada, ocorre que o valor de Ta = T /2 poder ser muito pequeno em comparação com a freqüência dos
pólos do motor CC. Neste caso, a função transferência do amplificador chaveado será simplificada para
(9.60)
9.8. SISTEMA DE CONTROLE 121
fonte
alimentação
l v
ú>(t)
Vc VM= Ó V Gm (s)
Ka
Com isso o diagrama de blocos do sistema de controle passa a ser como indicado na Figura 9.25.
A função de transferência em malha aberta passa a ser
(9.61)
v Vo
(9.63)
onde vt8 é a tensão nos terminais do tacogerador a vazio, Ktg é uma constante que depende do tacogerador e
w é a velocidade angular de rotação. Definindo
r-·-·------·-·---·-------····----·---·----~
. I
+ e(s) I
}--~·I K(s)
j
i-' --..;.--j~ Ka Gm(s)
!
! w(s)
..
I
t_ _ _ j
!
G(s)
H(s)
I
:.."'''"""--··-·-..--···--·-·-·'""..~-·--·-·.. '
-·---·-···-----------..;
i Ri.- ro(t)
<»(t) +
Equacionado-se o circuito representado acima, chega-se que à função de transferência entre e0 ( t) e w (t) dada
por
H(s) = ea(s) = KatKtg (9.64)
w(s) Rt9 Cs + 1·
Com relação à Figura 9.27, H(s) é dada por (9.64), e observa-se que H(s) pode atuar como um tipo de
compensação por realimentação. O objetivo agora, é realizar o projeto do controlador K(s). O amplificador
de potência chaveado pode ser simulado usando as bibliotecas do Simulink: "Repeating Sequence" e "Relational
Opemtor", como ilustra a Figura 9.29.
entrada
fechada. Pode-se portanto, utilizar o método do Lugar das Raízes para determinar a função de transferência do
controlador para chegar-se à configuração de pólos e zeros desejada. No segundo caso, as especificações podem
ser em termos de largura de faixa, freqüência de ressonância e margem de fase. O projeto pode ser portanto,
desenvolvido em termos da resposta em freqüência sistema, utilizando-se o diagrama de Bode, diagrama polar ou
o diagrama de Nichols. Assim, compensar é alterar a resposta em frequência ou o lugar das raízes do sistema.
Em adição, existe o método de variáveis de estado, desenvolvido a partir da descrição espaço de estado do
sistema e da mesma forma que nas técnicas de transformação do Lugar das Raízes e Resposta em Freqüência,
o objetivo é obter um compensador para o sistema a malha fechada atender as especificações de projeto.
Analisando-se a função de transferência Gm(s), Figura 9.27, verifica-se que o sistema a ser controlado se
comporta como um sistema de s;egunda ordem. Dado que todos os elementos restantes da malha de controle
quais sejam, o amplificador chaveado e o conjunto tacogerador-filtro possuem respostas mais rápidas que o
motor, podemos desprezar suas constantes de tempo e atraso e representá-los somente por seus ganhos Ka e
Kt 9 , respectivamente.
O método do lugar das raízes (LR) pode ser utilizado para o projeto de controladores. O controlador largamente
utilizado em processos industriais é o controlador de três termos, chamado controlador PID
u(s) Kr
-(-) =K(s)=Kp+-+KDs.
e s s
O controlador fornece um termo proporcional, um termo integrativo e um termo derivativo. Sua função de
transferência é da forma
2
K(s) = KDs + Kps + Kr.
s
Em geral o controlador PID é muito útil para zerar o erro de regime permanente e melhorar a resposta
transitória. A seleção dos três coeficientes do PID é basicamente um problema de busca em um espaço tri-
dimensional. Pontos no espaço de busca correspondem a diferentes escolhas dos termos do PID. O problema é
como relacionar este termos com as especificações das propriedades de robustez desejadas.
O procedimento via o método do lugar das raízes pode ser dividido em três passos.
2. Determine os três termos do PID utilizando as regras de módulo e fase do LR, i.e. IG(s)H(s)ls=sd = 1e
G(s)H(s) ls=sd = -180°;
3. Determine um pré-filtro para cancelar o efeito dos zeros do sistema a malha fechada e obter a função de
transferência desejada, T(s), uma vez que a mesma não possui zeros.
O MATLAB pode ser usado iterativamente com a função rltool para atender a especificação de sobresinal
e tempo de acomodação desejados para uma entrada degrau, numa forma de tentativa e erro para considerar a
faixa de entrada do PWM [O 10V] e efeito dos zeros do PID. O Simulink possui uma função PID que pode ser
utilizada para simular o sistema compensado. Esta função pode ser encontrada em Símulink Extras/Additional
Linear.
O projeto do controlador pode ser também realizado via uma estrutura de controle conhecida como modelo
interno no qual K(s)G(s) contém r(s), permitindo a saída w(t) seguir r(t) assintoticamente (Dorf and Bishop,
2000).
Projeto de um sistema tipo 1 para entrada degrau Para acompanhar uma entrada degrau sem erro
de regime permanente o sistema deve ser do tipo 1, i.e. o sistema contém um integrador. Para exemplificar,
124 CAPÍTULO 9. CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM MOTOR CC
considere o problema de controle de velocidade do motor CC. Defina o estado do motor CC x = [i w]' e escreva
as suas equações
z
Motor e
acionamento
(j)
Taco gerador
onde o erro de seguimento é dado por e= r - w, com E a saída do integrador. Redefina o estado
x ~ ~
[ ] e eaída medida y ~[~] eeaída regulada z ~ w.
Tem-se então o sistema aumentado
-f
[ ko
y
z
=
[~
[O 1 O]x
1
o
1. Utilizando o motor como carga, obter o ganho do amplificador de chaveamento. Lembrar que a fonte
externa é de 12V. Utilize os diagramas das Figuras 9.32 a 9.33 para o acionamento do motor via micro.
Indicar o procedimento e resultados como na Tabela 9.6.
4. Encontrar a FTMA, incluindo o ganho do tacogerador denominado Ktg e o ganho do estágio atenuador
adicionado após o tacogerador denominado Kat·
5. Obter experimentalmente a resposta transitória da corrente de armadura ia(t) e da velocidade w(t) para
um determinado Va = 12V. Verifique a influência do PWM comparando as respostas ao degrau de tensão
obtidas acima com a obtida no item 3 da Seção 9.4. Isto significa analisar o funcionamento do motor com
e sem o PWM.
6. Utilizando a FTMA do item 5, no Simulink obter a velocidade do motor. Incluir o PWM como um ganho.
Fazer uma análise quantitativa do valor de regime de w(t).
7. Ainda no Simulink considerar o sistema a malha fechada com controlador tipo proporcional K(s) = Kp.
Verificar o valor máximo de Kp permitido, considerando a limitação de entrada do PWM (a amplitude
da dente de serra não deve ultrapassar o valor de 10V). Prever no diagrama de simulação um elemento
não-linear do tipo saturação (O- 10V).
8. Indicar o diagrama de blocos do sistema a malha fechada e dar sua função de transferência para Kp = 1
e Kp máximo, explicitando o valor dos pólos do sistema a malha fechada.
9. Projetar um controlador PI, adotando Ç = 0.7, tempo de acomodação (Ts) do sistema controlado como
sendo 50% do mesmo tempo para o processo não controlado e erro de regime nulo. Escolher uma técnica
de projeto e um tipo de controlador tendo como base as especificações dadas e o fato de que se dispõe
apenas da medida da velocidade. Consultar a Seção 9.8.3 e (Franklin et al., 1990; Dorf and Bishop, 2000;
Ogata, 1995). Implementar o sistema de controle em um protoboard.
,
I
- - .... ~0
120
I Pimgem
placa de conectares I
ANALOG 110 B E
c
TIP
120
placa de enm.da analógica I
L-------~ GND
isoladores de s~íd2.
lo o oi
+!SV -!SV GND
GND
Di::po:itiYo
~c=! On/ Off
Pe1fodo (:]
.,
Conl;3dor
~
Froqu8nci.o [H~)
L.att]ur.a do pulso/Parfodo{:t])
~
Tipo de m6d1ç:io
'la~oo6aoooo
v~lido7 timeou!?
Freoqutlnc'-3 do contador
~noooooo I
Figura 9.33: Tela Labview para acionamento do motor e leitura largura de pulso PWM.
9.10. ROTEIRO DO RELATÓRIO 127
11. Realizar a realimentação para acionar o motor com o sistema a malha fechada.
12. Verificar o sinal de erro quando ocorre uma perturbação de torque. Comentar sobre o efeito da reali-
mentação na redução do erro de regime.
13. Obter a resposta transitória da saída do sistem controlado. Medir alguns valores de tempo e velocidade
destacando tempo de pico, tempo de acomodação e o valor de regime da velocidade. Verificar se a
especificação de tempo de acomodação e de erro de regime nulo foram atendidas.
14. Obter o sinal de controle u(t). O sinal de controle deve ser constante em regime permanente.
15. Apresentar a função de transferência do sistema com controlador a malha fechada, explicitando o valor
dos pólos do sistema a malha fechada.
4. Apresentar o experimento realizado e objetivos com um resumo dos procedimentos experimentais realiza-
dos, equipamentos e materiais.
Estabilização de um Sistema de
Suspensão Magnética
Nesta seção é obtém-se os parâmetros do sistema de suspensão magnética apresentado na Seção 6.2. O sistema
de suspensão magnética apresenta características de instabilidade, proporcionando assim uma clara verificação
das características do sistema através de métodos convencionais e do resultado da ação de controle.
d2 z
m-d
t-
') = mg + f(z, i);
- R d(L(z)i)
V- t+ dt .
onde f(.,.) é a força eletromagnética, i é a corrente da bobina, z é a posição da esfera e v é a tensão aplicada;
L(.) e R são a indutância e a resistência da bobina, respectivamente; a é uma constante e Lo= L(O)- L(oo).
O diagrama de simulação do sistema a malha aberta em ambiente Simulink é mostrado na Figura 10.1 com os
parâmetros dados na Tabela 6.1. O modelo linearizado em torno do ponto de operação (zo, io) pode ser obtido
na forma espaço de estado (6.20) ou na forma de funcão de transferência (6.24). Por conveniência, o diagrama
de blocos é repetido a seguir na Figura 10.2.
Bobina e estrutura
A estrutura da bobina é mostrada na Figura 10.3, os valores estão em centímetros. A bobina foi enrolada com
fio de cobre de O, 75 mm de diâmetro, com aproximadamente 2400 voltas e possui núcleo de material magnético.
129
130 CAPÍTULO 10. ESTABILIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE SUSPENSÃO MAGNÉTICA
ka=2.1:k1=0.77:
kf=-0.567 o"-3: c1=1ikf;
L=0.52: m=0.0226:
l0=0.024G: a=6 .72 o"-3:
R/L R=21 : k2=39 .6;
iO=O .57: :zO=O .0046:
~--------------------------------~ ~~--------------------------------~
Out1
Figura 10.1: Diagrama Simulink do sistema em malha aberta para valores nominais dos parâmetros do sistema.
I
I I
L--------------------• Bobina
18,8
.-:h,
l
1'
3,1
1
.,. 3,1_, ,_____.;.. 5,1_,
3,5~
: l 22,o
'12,3__,
.J_l,S
Optou-se por usar como sensor ótico o fototransistor MRD-300, após tentativas de utilização de um fotore-
sistor e um fotodiodo. O fototransistor foi colocado dentro de um tubo PVC dimensionado para alojá-lo com
precisão. Também envolveu-se a câmara do fototransistor em uma capa de latão torneada ligada ao terra do
circuito para proporcionar blindagem. Um tubo também de PVC, foi dimensionado para alojar o emissor de
infravermelho e para ajustar o foco. Este tubo também foi fixado na estrutura de madeira de forma a possuir
grau de liberdade na horizontal para possível ajuste de foco. Sua altura de fixação na estrutura de madeira é a
mesma do fotoreceptor, o fototransistor.
Escolheu-se a posição do sensor dentro da câmara levando em consideração, principalmente, os seguintes
fatores: quanto mais próximo da esfera o sensor estiver, maior será o intervalo de variação de posição no qual
ele atuará, entretanto, quanto mais distante estiver, maior será a amplitude do sinal para uma mesma variação
da posição, melhorando a relação sinal-ruído. A Figura 10.4 ilustra este raciocínio.
A posição escolhida (indicada na Figura 10.5a, com valores em centímetros), foi determinada na prática,
obtendo-se atuação linear do sensor numa faixa de posição de aproximadamente 1,5 mm, correspondendo a uma
variação na saída do sensor de cerca de 2,2 V, com um ruído em torno de 50 m V, o que representa 2,27 % da
variação total na saída do senso r.
r= Jcz l
J ~4,4J
1,5
Il
'----------'
a)
IP)
Fixou-se o sensor ótico, assim como a fonte de luz, em uma estrutura de madeira que se encaixa na estrutura
da bobina. Na estrutura foram fixadas também duas réguas para a medida de posição da esfera, como visto na
Figura 10.5b. O posicionamento vertical do sensor foi determinado na prática procurando-se a maior distância
da bobina sem que a corrente i necessária para estabilizar a esfera (dentro do intervalo em que o senso r atua) não
superasse aproximadamente O, 7 A, o que causaria aquecimento excessivo da bobina. Um diagrama da estrutura
completa é apresentado na Figura 10.6.
A
B I A- bobina
B - extrutura mafeira
C - esfera de aço
D- emissor infra vermelho
E - sensor posição
A Figura 10.7 exibe o esquema completo do sensor de posição, incluindo um amplificador operacional com
a função principal de proporcionar isolamento.
•1:SV
o •1SV
v%
TLD82
221:
221:
Esta configuração foi obtida através de ensaios práticos, testando-se diferentes valores de Rs e observando-se
a variação máxima na tensão 11, quando da incidência ou obstrução total do feixe de luz no sensor. Também
observou-se a influência do ruído no sinal. Assim, obteve-se um sinal 11, com amplitude máxima de aproximada-
mente 2,2 V e um ruído de 50 mV, significando cerca de 2,27% do sinal, como antes descrito.
Sensor de corrente Utilizou-se um sensor de corrente de efeito Hall com circuito de amplificação, NW-SC-50,
que possibilita ajuste de nível e ganho.
Na Figura 10.8 encontra-se o circuito comercial completo. Observação: as tensões +9 V e -9 V foram con-
seguidas, respectivamente, através de um CI 7808 e seu complementar, lembrando que as fontes de alimentação
(do circuito global) trabalham em 15 volts.
Os potenciômetros do circuito foram ajustados de forma que a tensão na saída fosse nula para corrente nula
e apresentasse um ganho de 10 V j A.
Observou-se que o sensor é ideal para a aplicação, pois testes do sensor revelaram as seguintes características:
alta linearidade de resposta (característica de tensão de saída versus corrente), resposta em freqüência elevada
para a aplicação, com freqüência de corte da ordem de 30 kHz e tempo de subida da ordem de poucos micro-
segundos.
10.2. IDENTIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS DO SISTEMA
.-----r<> + 9V
4V7
IM
BC327 680
lOOk
lOOk
0~~--~--!;-~-======~~
..-----~ ..
0.4 +·················t··/··········>~···· -·-+·······················-t··················--1
: ;//_··.·.-.-
. .· -.· +-·····+··0··.=
...."".. ,..................,..............-1
0.1 /
0.0 +---+--:L..--i-----J.---+---+--
0.02 't'
0.00 0.()4 0.06 0.06 0.10 t [s]
Os parâmetros constantes a, k1 e k2 são obtidos a partir doequilíbrio f(z, i) = mg pelo seguinte procedimento
(Oliveira, et al, 1999). Aplica-se inicialmente uma corrente de baixa amplitude nos terminais da bobina a fim
de manter a esfera na base próximo ao ponto de operação, onde é tomado o valor dez, o qual é chamado Zeq·
Com a esfera em Zeq aumenta-se a corrente até que a bola suba em t = teq quando é tomado o valor de i, que
é chamado ieq· A Figura 10.10 ilustra este procedimento. O procedimento é repetido várias vezes e o valor
de ieq é tomado como seu valor médio. Repetindo o mesmo procedimento para diferentes valores de z foram
encontrados novos valores de Zeq e ieq, produzindo a curva ZeqX ieq· Denotando (z~q' i~q) e (z~q' i~q) dois pontos
da curva ZeqX ieq na qual a força f(.,.) é igual a força gravitacional e usando (6.10), pode-se escrever
'112
~eq
(10.1)
onde g é a aceleração devida a gravidade e zo é adotado tal que io não cause excessivo aquecimento na bobina.
Com Lo e a os valores de k 1 e k2 podem ser calculados a partir de (6.15) e (6.16).
i
~ -f(.,.)
mg -f(.,.)= O
Os valores numéricos dos parâmetros do sistema experimental são mostrados na Tabela 6.1.
O ganho e a faixa dos sensores de posição são obtidos a seguir. Primeiro encontra-se a curva característica
do sensor de posição V.::: x z com v;, representando a tensão de saída do sensor e então escolhe-se uma região
linear, fornecendo os intervalos [V';, min Vz max] e [zmin Zmax] como visto na Figura 10.11. Finalmente, o ganho
do sensor de posição denotado como q (6.20), é obtido a partir da derivada da curva característica em zo
a qual fornece c1 = arctan(o:). Note que a montagem do sensor de posição é tal que z = zo corresponde a
V.:::= (Vzmin + V.:::max)/2 como pode ser visto pela Figura 10.11. Note também, que a saída do sistema Yl (6.20)
é igual a V';, - (V.::: min + Vz ma.x) /2.
Para implementar a técnica de controle de realimentação de estado é necessário além de medir Yl também
medir Y2 e Y3- Neste caso a matriz de saída C em (6.20) toma a forma
o
(10.3)
z
Desde que é estimado a partir dez, o valor de c2 (10.3) é igual a c1 . Para medir a corrente, pode-se utilizar un
sensor de efeito Hall, que é quase linear. Assim, o ganho do sensor c3, pode ser caculado pela taxa de variação
da tensão de saída pela variação da corrente na entrada. Similarmente às saídas Yl e Y2 (6.20), a saída Y3 é o
valor do sensor de corrente escalonado.
K a-- VM (10.4)
Ve
D1
1N400
jPulsos = POWJ
24V
[PWM
: +VCC -VCC :
:lca Ilcg
: 2200uF 470uF
:
:
i····················
I Filtros de linha (
·····················
4. Obter o ganho do sensor de posição c1 . Para isto, considere a linearização da curva traçada em iii) em
torno do ponto de equilíbrio zo traçando-se uma reta que passe por este ponto e seja tangente à curva.
5. Determinação da indutância: para a obtenção de L colocar a esfera na posição zo usando um suporte
plástico. Medir a indutância através da resposta de corrente da bobina a um degrau de tensão em seus
terminais através do sensor de corrente. Ajustar P 1 e P2 de forma a ter tensão nula na saída para a
corrente nula e ganho 10V/A. Utilizar uma fonte simétrica para gerar 9V e -9V. Aplique um degrau
de 10V nos terminais da bobina. Monitore pelo osciloscópio os pontos de corrente. Repetir cinco vezes o
procedimento descrito. Indicar os valores obtidos de VjR(A), t(s), T(ms) e L(mH) em forma de tabela.
Considere L como a média dos valores obtidos.
136 CAPÍTULO 10. ESTABILIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE SUSPENSÃO MAGNÉTICA
(a) Aplique nos terminais da bobina uma tensão v contínua tal que a força f exercida sobre a esfera,
mantenha-a próxima ao ponto de operação. Anote o valor dez nomeado Zeq· Para fazer isto mantenha
a esfera na base, ou seja, erguida por um suporte plástico, conforme Figura 10.10.
(b) Aumente gradativamente a tensão v, monitorando sempre a corrente i até que a esfera suba. Neste
instante, anote a corrente. No momento imediatamente anterior à subida da esfera, a força peso
desta se equivale a força de atração exercida pela bobina, Figura 10.10.
(c) Repetir este procedimento duas vezes para a mesma posição z e obter i tomando seu valor médio e,
para diferentes valores dez nas vizinhanças do ponto de equilíbrio zo. Anote os valores de Zeq(mm)
e os valores de Íeq.
(d) Para qualquer par medido (zeq,Íeq), o valor da função f (zeq, Íeq) é igual ao valor da força peso.
Através da equação (10.1) obter os valores de a para todas as seis possíveis combinações entre os
pares da tabela, (z~ª' i~q) e (z:q, i:q)- O valor de a é o seu valor médio
(10.5)
-Vcc
Rs 20KW I
n~
C2 10 nF
R6 lOKW
,-------11
1?2 200KW
C1 lffi' R7 lOKW
para
v PWlvf
4 6
Figura 10.1:3: Configuração do controlador avanço analógico com tz = R 1 C1 e tp = R2C2 e CI's 741 (o valor de
Rs fornece a corrente de equilíbrio).
ka=2.1; k1=0.77;
kf=-0 .000576; c 1= 1!kf;
Controlador L=0.52; m=0.0226;L0=0.0249;
kc=0.45 R=21; k2=39.6;a=6.72e'-3
tz=0.068; í0=0.57; z0=0.0045;
tp-0.002 num=-ka~k1~c1;
R/L den=[L~m R•m -k?L -k2•R];
sys1 =tf(num,den): %sistema linearizado
3. Projetar um controlador de avanço de fase para estabilizar o sistema (escolher uma técnica de projeto) via
MATLAB verificando a estabilidade para uma gama de valores de tz e tp e valores de Kc (obter valores
de Kc correspondentes aos pontos de cruzamento no eixo imaginário no plano complexos).
4. Para os casos considerados acima, obter a resposta em freqüência da malha aberta e as margens de
estabilidade. Incluir resposta sem o controlador.
.5. Obter a resposta a um degrau de perturbação do sistema para diferentes configurações do controlador
avanço de fase.
5. Compare a resposta de posição do sistema de controle simulada e experimentaL Utilizar caracteres para
resultados experimentais e traço contínuo para o resultado da simulação
Capítulo 11
Neste capítulo controladores do tipo PID, tempo mínimo (dead-beat em inglês) e a realimentação de estado na
forma digital incluindo controladores Hoo são tratados. Para a implementação destes são consideradas técnicas
de síntese com o MATLAB/Simulink e o uso do Labview para a fase de execução.
Para a síntese de controladores digitais pode-se utilizar uma abordagem paramétrica ou estrutural. No
primeiro caso, a estrutura e a ordem do controlador são conhecidas e os seus parâmetros são obtidos usando um
critério de otimização ou regras de sintonia. Na abordagem estrutural, tanto a estrutura quanto os parâmetros
do controlador são obtidos. Nesta última classe inclue-se o controle por realimentação de variáveis de estado. Os
controladores paramétricos englobam por sua vez os controladores P, PI, PID, avanço, atraso e avanço-atraso,
por exemplo. A estrutura típica de controladores paramétricos é indicada a seguir na Figura 11.1, onde a
estrutura do controlador aparece em cascata com o processo. Eventualmente o controlador pode ser colocado
no ramo da realimentação.
Processo
r(k) e(k) y(k)
--.o4 H
~
GR(z) DIA
Gp(s) ~
-r· A!D
139
140 CAPÍTULO 11. CONTROLADORES DIGITAIS COM MICROCOMPUTADORES
(11.5)
Por sua vez, a fórmula trapezoidal pode ser obtida a partir do somatório dos trapézios formados nos instantes
de amostragem k e k -1 resultando no somatório das áreas obtidas com o valor médio das amostras multiplicado
pelo valor do período de amostragem T, ou seja
A aproximação (11.6) é também referenciada como aproximação de Thstin ou bilinear. Na sua formulação em
termos da transformada z, vale então a aproximação dada por
u(z) T 1 + z- 1
(11. 7)
e(z) 21- z- 1
Tz+1
2z-1
11.1. SÍNTESE DE CONTROLADORES DIGITAIS NO DOMÍNIO DE TEMPO CONTÍ-NUO 141
z-1
---;y;-x(z ).
Lembrando que a aproximação (11.9) refere-se à derivada no tempo contínuo, no domínio de Laplace esta
equivale a s, ou seja
d
di ---+ S. (11.11)
Assim, para a obtenção da aproximação discreta da derivada pode-se fazer
z-1
s= ---;y;-· (11.12)
(11.13)
sendo T adequadamente escolhido de forma a atender o teorema da amostragem. Portanto, se o controlador for
obtido na sua forma contínua, por exemplo,
(11.14)
(11.15)
O valor do ganho discreto KD equivalente deve ser obtido da condição de regime permanente. Para a devida
correspondência deve-se ter
(11.16)
onde o lado esquerdo de ( 11.17) é igual a y( kT) e o lado direito é igual a y( t) em t = kT. Todos os outros
procedimentos têm forte dependência do período de amostragem. Aplicando a trnasformada Z em ( 11.17)
obtem-se
(11.18)
onde Gh(s) é a função de transferência de um amestrador (em inglês, sample holá) de ordem zero. Um se-
gurador amestrador de ordem zero, como o próprio nome sugere, amostra o sinal e o retém por um período
de amostragem. A Figura 11.2 ilustra o procedimento de amostragem. Na Figura 11.2, o bloco Dj A repre-
senta a conversão digital/ analógica e pode ser realizada com um decodificador e um segurador amostrador. Por
outro lado, a conversão analógica/ digital representada pelo bloco A/D pode ser realizada por um segurador
amestrador, um quantizador e um codificador (Hemerley, 1996).
A função de transferência do segurador amestrador de ordem zero pode ser obtida a partir da transformada
Laplace de um trem de pulso de peso 1 e duração T
obtendo o diagrama da Figura 11.3, com 5(t) designando a função impulso de Dirac.
o(t-kT)
u(kT) u(t) y(t) y(kT)
Sistema
~~ (1-e-Ts)/s L
I
..
(G(s)) ~~
A função de transferência de u(kT) a y(kT) na Figura 11.2 incluindo os componentes A/D e D/ A pode ser
dada por
G(z) (11.21)
(11.22)
11.3. CONTROLADOR DE TEMPO MÍNIMO 143
No caso discreto, supondo um tempo de amostragem pequeno, (11.22) pode ser descrita em forma de uma
l
equação a diferenças, por exemplo, aproximando-se a integral pela fórmula retangular anterior
T k-l T
u(k)=K e(k)+---:-Le(j)+ ;(e(k)-e(k-1)) (11.23)
[ T, j=O
com
(11.25)
TD (11.27)
q2 = K To-
(11.28)
Uma função de transl~rência diferente pode ser encontrada quando se usa a aproximação da integral pelo
método trapezoidal, ou por aplicação de um dos outros procedimentos de discretização descritos anteriormente.
Os controladores PID são utilizados em cascata como indicado na Figura 1LL
O controlador PID digital pode ainda ser obtido através de análise/síntese diretamente no domínio de tempo
discreto. Desta forma parte-se da respectiva forma discretizada do processo a ser controlado e agregando-se a
estrutura do PID, por exemplo, obtém-se a função de transferência em malha fechada. Com base nos requisitos
de projeto tipo, resposta transitória e de regime, estabelece-se procedimentos de ajuste dos parâmetros qo, q1 e
q2 do PID.
Através de solução analítica; deve-se estabelecer 3 condições de desempenho para se obter as 3 parâmetros do
PID. Como em geral as condições de desempenho do processo como um todo não são independentes, a solução
analítica pode ser trabalhosa. Neste ponto, a utilização de ferramentas computacionais de análise/síntese como
o MATLAB é de grande'valia. A função rltool das versões recentes do Matlab permite o estudo e verificação
simultânea de desempenho dé diversas formas e estruturas de controladores. A função rltool utiliza a descrição
do processo/controlador a partir do Lugar das Raízes e também a partir dos Diagramas de Bode, onde se pode
então estipular índices de desempenho em termos da frequência. Esta função opera para descrição do processo
tanto na forma contínua como discreta e ainda permite a conversão de uma descrição para a outra.
Q(z)
1- P(z)
qo + q1z-
1
+ q2z- 2 +-- · + qnz-n
(11.30)
1- P1Z- 1 - P2Z- 2 - · · · - PnZ-n
onde os coeficientes ou parâmetros do controlador são obtidos diretamente da formulação discreta ou discretizada
do processo a ser controlado. Desta forma, se o processo é descrito pela sua função de transferência em z
q1 a1qo P1 = b1qo
q2 a2qo P2 = b2qo
q3 a3qo P3 = ab3qo
qn anqo Pn = bnqo
(11.32)
e
n n
(11.33)
que fornece
1
qo = n = u(O). (11.34)
l:i=1 bi
Substituindo os coeficientes- do controlador tempo mínimo dados em (11.32) na função de transferência
(11.30), esta pode ser rescrita como
A partir de (11.35) obtém-se então a lei de controle digital que denominamos controle TM(n) a ser executada
na estrutura de controle digitaL
2. Através de (11.34), observa-se que a primeira lei de controle TM, u(O) = q0 para k =O, será inversamente
proporcional à soma dos coeficientes bi do processo discretizado.
3. Desde que os coeficientes bi do processo discretizado serão tanto menores quanto menor for o intervalo de
amostragem T, deve-se ter um estreito compromisso na escolha de T para este tipo de controlador.
No caso do controlador TM, adota-se para um processo de ordem n que somente a partir do instante n+ 1 a
saída acompanhe a entrada. controle. Utilizamos a notação controlador TM(n+ 1) para o controlador TM com
esta característica. Por um procedimento analítico equivalente ao realizado na dedução do TM(n), obtém-se
que os parâmetros do TM(n + 1) é dado por
(11.36)
(11.37)
A formulação do controlador TM(n + 1), tal como no caso anterior será descrita por
Q(z-1)
1- P(z- 1 )
qo + q1z- 1 + q2z- 2 + · · · + qnz-n + qn+1z-(n+1)
1- P1Z- 1 - P2Z- 2 - · · · - PnZ-n- Pn+1z-(n+ 1)
qoA(z- 1) (1 - ~)
1- qoB(z- 1)(1-
1
za )
(11.38)
com
1 1
-=1- n .
a qo Li=1 bi
No caso do controlador TM(n+ 1), a primeira ação de controle será imposta por u(O) = q0 . Porém a segunda
ação de controle u(1), para k = 1, pode ser equacionada como sendo
(11.39)
146 CAPÍTULO 11. CONTROLADORES DIGITAIS COM MICROCOMPUTADORES
Caso se exagere na redução da primeira ação de controle em k = O, pode ocorrer que a segunda, em k = 1,
extrapole os níveis desejados, ou se esta não for executável, o desempenho esperado não será atingido. Para se
ter u(1) < u(O), deve-se escolher qo = u(O), tal que
1
u(O) = qo :::; ( _ ) :zn b·. (11.40)
1 a1 i=l ,
com F E Rnxn deseja-se obter uma lei de realimentação de estado da forma u(k) = -Kx(k) para o estado ejou
a saída y(k) atendam a requisitos de desempenho ou de projeto. A representação esquemática em diagrama de
blocos do sistema a malha aberta e do sistema com realimentação de estado são mostradas nas Figuras 11.4 e
11.-5.
r(k)
Figura 11.5: Diagrama de blocos sistema a malha fechada com realimentação de estado.
Para o caso monovariável (SISO de single-input single-output em inglês), o sistema controlado com u(k) =
-Kx(k) tem a representação
A síntese do controlador via realimentação de estado, resume-se então na escolha adequada do ganho de
realimentação K.
11.4. CONTROLE POR REALIMENTAÇÃO DE ESTADO DISCRETO 147
Supondo o caso de um processo SISO (11.42), a forma canônica controlável possui a forma
: 1x(k) + [ ~ 1u(k).
1
x(k + 1) = [ : (11.44)
Com u(k) = -Kx(k) a equação característica para a representação (11.44) pode ser obtida como
(11.45)
Caso o sistema não esteja na forma canônica controlável a obtenção dos ganhos k~s não será tão trivial como
em (11.45). O procedimento envolve a obtenção de uma matriz de transformação de equivalência. Utilizando
o Matlab, este problema é resolvido com o comando acker ou place que resolvem exatamente este problema,
bastando especificar as matrizes F, G e o vetor com os pólos desejados, que chamamos z~is para o sistema
controlado.
OBSERVADOR
DE
ESTADO
REA.LJNlENTAÇÃO DE ESTADO
Considerando o processo descrito por (11.41) e admitindo u(k) e y(k) exatamente conhecidos ou mensuráveis
pode-se definir o erro de observação como
tem-se que a escolha da matriz L do observador deve ser feita tal que o erro de estimação x( k) ---)- O a medida
que k---)- oo.
A partir de (11.41) e (11.49) obtém-se,
Para ter o erro de estimação de estado nulo x(k)---)- O, deve-se garantir que (11.50) seja assintoticamente estável,
ou seja, que as raízes da equação característica
localizem-se no interior do círculo unitário lzil < 1, i= 1, ... , n. Para o par (A, H) observável tem-se que existe
L tal que F - LH seja estável.
Comparando o lado direito de (11.43) com (11.52), observa-se que se substituirmos F por FT, G por HT e K
por LT a obtenção da matriz do observador de estado pode seguir o procedimento de obtenção da matriz de
realimentação de estado K. Com base em (11.47) podemos escrever
Supondo o sistema dado na forma canônica observável, e considerando as substituições F por FT, G por W e
K por LT, segue que
o o .. .
l 1 o .. . O ( -an -- i!n)
O ( -an-1 l!n-1) ] lRn
l!n-1 ]
x(k+1)=:: · .. ... ... x(k) + Gu(k) ... . (11.55)
(11.56)
:~=I~2:>B=~ç;=.__l_'_a_j_c_.·_.·_'i_IF_z_;_'·• P:c~s:
A inserção da ação integrativa irá aumentar a ordem do sistema e do ponto de vista de controle haverá um
estado a mais a ser processado na etapa de projeto do controlador. Com base na Figura 11.7 além da ação
de controle obtida pela realimentação de estado, uma componente adicional da ação de controle é obtida pela
realimentação de saída com ponderação ki. A obtenção deste termo de ganho adicional é conseguida através da
formulação do novo sistema
x(k + 1) ] [ F- GK O ] [ x(k) ]
[ q(k + 1) = -H I q(k) +[ G ]
O u(k) + [ O]
I r(k). (11.60)
Assim, tem-se
x'(k + 1) = F'x'(k) + H'u(k) + G'r(k) (11.61)
com
'(k) = [ x(k) ] . F'= [ F- GK GK ] . H'= [ G ] . G' = [ O ]
X q( k) ' -H I ' o ' I
150 CAPÍTULO 11. CONTROLADORES DIGITAIS COM MICROCOMPUTADORES
11.4.3 Discretização
Como no caso da representação entrada-saída de sistemas podemos obter o sistema espaço de estado discretizado
a partir de um sistema contínuo via um segurador-amostrador
Considerando um conversor Df A segurador amostrador de ordem zero, tem-se
Seja
tE [kT kT+T] (11.65)
pode-se então, escrever a solução das equações discretas como
kT+T
' x(kT+T)=eATx(kT)+
lkT
eA(kT+T-r)Bu(T)dT. (11.66)
Definindo
7) = kT+T -T
tem-se
d7) = -dT.
Para
T---+ kT
tem-se
7)=T
e para
T---+ kT + T
tem-se
7) =O.
Assim, podemos escrever a representação espaço de estado discreta do sistema contínuo
11.5 Controle H 00
Resultados satisfatórios de aplicações de controle robusto têm sido relatados na literatura e muitos livros de
controle já incluem técnicas de controle robusto (Dorf and Bishop, 2000; Paraskevopqulos, 2002). A técnica
de controle robusto é altamente matemática e é um desafio balancear teoria e prática em cursos de graduação.
Como os estudantes são em geral motivados por aplicações em diferentes áreas, nesta seção consideramos a
aplicação de controle Hoc no sistema de suspensão magnética apresentado anteriormente utilizando Matlab e
Labview. É utilizada a análise J.L para verificar a estabilidade e o desempenho das soluções.
11.5. CONTROLE Hoo 151
[;]
(11.69)
(11.70)
za
w z
.•Planta
--------------------------------.
aumentada G(s) • z;
---------------------------------0 y
8'= 1
s (11.75)
1 + KG(l + .6Wu)
De (11.75), S' pode ser feita mais próxima de S adotando-se W3 mais restritiva, de tal forma que IWuTI « 1.
A análise do problema de robustez para descrições mais gerais de perturbações pode ser formulada em uma
abordagem unificada utilizando LFT e o valor singular estruturado (SSV, do inglês), conhecido como fi· O SSV
pode tratar incertezas estruturadas e não estruturadas e seu inverso define a menor perturbação desestabilizante
.6 do sistema (Zhou, 1998). Dada uma matriz de transferência M, o SSV é definido como
1 .
fiL:J.(M) = minlo-(.6.)1 det(I+ML:J.)-0'
{ O se det (I+ M.6) =/=O, V.6 E A
com .6 E A uma matriz de perturbações diagonal em blocos representando incertezas escalares e não estrutu-
radas e 0'(.) o valor singular máximo. Um controlador K garante estabilidade robusta se e somente se o sistema
nominal em malha fechada é estável e
sup fidM) < 1. (11.76)
w
O problema de desempenho robusto pode também ser escrito como um problema de robustez de estabilidade
adicionando-se blocos de incertezas fictícias. Introduzindo um bloco fictício de perturbação .61 associado às
especificações de desempenho, uma estrutura aumentada de incerteza pode ser formada
(11.77)
M1 = [ -=~J *].
A teoria de controle robusto é encontrada em Doyle and Glover (1996) ou Zhou (1998), e o último indica
(11.79)
(11.80)
00
O projeto de controle Hoo permite incluir especificações de desempenho e estabilidade, rejeição de perturbações
e limitações no sinal de controle através das funções de ponderação. Os critérios empregados para a escolha das
funções W 1 , W2 e W 3 são resumidas a seguir. A função W1 é um limitante para a função sensibilidadeS e deve
refletir a rejeição a distúrbios externos, erro de regime e tolerância a variações. Além disso, deve proporcionar
o ganho mínimo da malha em baixas frequências, já que o sistema de suspensão é condicionalmente estável.
Para W1 de primeira ordem, seu pólo deve proporcionar a velocidade desejada. A função W2 deve ter um
ganho suficiente para limitar a entrada de controle para uma faixa aceitável, evitando a saturação do atuador.
Entretanto, um ganho alto pode deteriorar o desempenho, e este compromisso deve ser levado em conta. Deve
atenuar os ruídos de alta freqüência, porém manter aceitável a velocidade da resposta. A função W3 deve
minimizar o pico da função sensibilidade complementar T, reduzindo as oscilações e garantindo a estabilidade,
entretanto é conflitante com W1 , especialmente em baixas frequências. A planta aumentada pode ser obtida
usando a função augtf e o controlador H 00 pode ser então obtido da seguinte forma
»[ss_cp,ss_cl)=hinf(tss_);
»[syscc)=ss(ss_cp );
com tss_ a planta aumentada (11.9) e ss_cl o sistema a malha fechada resultante.
11.5.5 Discretização
A técnica de projeto H= geralmente leva a controladores contínuos de ordem elevada, não sendo viável a
implementação analógica. A partir da representação contínua em espaço de estados é normalmente usada a
transformação de Tustin para a obtenção do controlador na forma de espaço de estados discreta
A transformação Tustin, também chamada de bilinear, preserva a norma H= e apresenta resultados satisfatórios
desde que o tempo de amostragem T seja da ordem de 10 vezes menor que as constantes de tempo do sistema.
Esta transformação é obtida seguindo a relação
1+sT/2 2(z- 1)
z=esT ~-----'-,- ou s = ---',------'::- (11.82)
1- sT/2 T(z + 1)
154 CAPÍTULO 11. CONTROLADORES DIGITAIS COM MICROCOMPUTADORES
A função bilin do Matlab é empregada para realizar a discretização na forma de espaço de estado,
»[syscd] = bilin(syscc,1,'tustin',T);
% T é o tempo de amostragem.
» [Ac,Bc, C c, De, T]=ssdata( syscd)
e a implementação deste pode ser realizada através de registradores de deslocamento, somadores e multipli-
cadores, como na Figura (11.11).
Isolador
o~----------~--L-~-----------~~-c-2--~o
Figura 11.12: Rede passiva de 2a. ordem.
O circuito isolador foi montado com amp. ops. e tem a configuração mostrada na Figura 3.1.5.
Para o devido tratamento de sinais, o circuito real é montado a partir de vários estágios isoladores de
impedância de modo a adequar os sinais ao equipamento de aquisição. Desta forma, lembrar que os sinais
na placa operam na faixa [-15V, 15V]. Todo memorial de cálculo, etapas de projeto e procedimentos experi-
mentais deverão ser descritos na apresentação final. Os tópicos estabelecidos a seguir determinam as etapas
mínimas necessárias e que serão avaliadas. Os procedimentos teóricos poderão ser apenas indicados e resumidos
no relatório de laboratório, porém deverão ser detalhadamente indicados da lista. A seguir são apresentadas
sugestões para os parâmetros da rede e especificações de projeto.
Grupo 01
R1 = 470Kr2, R2= 470Kr2; C1= 2.2!J- F; C2= 2.2!J-F; erro regime caso P 50; % sobresinal no caso PID 4%
controle TM(m) com Te (0.75T)
Grupo 02
R1 = 560Kr2;R2 = 560Kr2; C1 = 2.2~J-F; C2 = 2.2~J-F; erro regime caso P 60%; sobresinal no caso PID 5%; TM
(m + 1) com u(O) TM(m + 1) = 0.7u(O)TM(m)
11.6. ROTEIRO DO EXPERIMENTO 1-55
Grupo 03
R1 = 390KW;R2 = 390KW; C1 = 2.2,uF; C2 = 2.2,uF; erro regime caso P 75% sobresinal no caso PID 6%,
TM(n) com Te (O.ST)
Grupo 04
R1 = 390KD; R2 = 470KD;C1 = 2.2,uF; C2 = 2.2,uF; erro regime caso P 55%; sobresinal no caso PID 4,5%;
TM (m + 1) com u(O)TM(m+ 1) = 0.6u(O)TM(m)
Grupo 05
R1 = 470KD; R2 = 390KD; C1 = 2.2,uF; C2 = 2.2,uF; erro regime caso P 80%; sobresinal no caso PID 5.5 %;
TM (m) com Te (0.7T)
Grupo 06
R1=560KD; R2 = 470KD; C1 = 2.2,uF; C2 = 2.2,uF; erro regime caso P 70%; sobresinal no caso PID 6%;
TM(m + 1) com u(O)T M(m + 1) = O.Su(O)T M(m)
L Descrever o processo descrito na Figura 11.12 por uma função de transferência contínua e também por sua
respectiva representação espaço de estado contínua.Indicar a configuração completa do sistema e valores
dos componentes RC.
Observação 11.1 Na obtenção da representação espaço de estado, respeitar a designação dos estado tal
como indicado em {11.12). Para o caso de formulação por função de transferência, atentar para o estágio
isolador entre os dois capacitares.
2. Elaborar um diagrama de simulação no Simulink com o processo a malha aberta na formulação por função
de transferência e variáveis de estado.
Observação 11.2 Lembrar que o processo na prática não se tornará discreto com o jato de se realizar
um controlador discreto.
3. Investigar uma taxa de amostragem adequada para o processo em malha aberta, gerar os respectivos mod-
elos discretos do processo em formulação por função de transferência e variáveis de estado e implementar
simulações com os modelos discretos e comparar com os modelos contínuos em função de suas resposta ao
degrau.
Observação 11.3 Avaliar no sistema em malha aberta o desempenho dinâmico em termos de tempo de
resposta, sobre-sinal, localização dos pólos e valor de regime.
4. Implementar no Labview um instrumento virtual (VI) que gere um sinal degrau e faça a aquisição da
resposta do sistema em malha aberta semelhante ao estudado no Simulink no item anterior. Apresentar
os resultados de simulação e experimentais. Indicar o VI usado para acionar e medir a resposta no Labview.
Observação 11.4 Na simulação observar que o processo deve ser representado pela sua descrição no
tempo contínuo.
5. Sugere-se que o VI seja implementado com três estágios: inicialização, programa principal e registro de
dados. Como exemplo de um VI com estas características é apresentado na Figura 11.13 um controlador
PID. Os diagramas correspondentes são apresentados nas Figuras 11.14-11.16.
156 CAPÍTULO 11. CONTROLADORES DIGITAIS COM MICROCOMPUTADORES
Período de Amostragem
em Sequndos
ªI!LQQ
Fieferenclãl
31Q,Q_Q~
Figura 1L13: Painel Labview dos três estágios: inicialização, programa principal e registro de dados.
•DDDDODODODO oooooooooooo
lr"•~f'tl'! ;!~~~~c(,jt:llll
L::::.'.•!~: ~ .
•ODDDDODDDOD DOODDOOODDDDi
..
'
!r-ase Final ReQistro de Dados I
l
.~ij
.
11 @]
oooopooooooooopoooooooogooo~
li
Figura 11.16: Diagrama Labview do registro.
2. Investigar teórica e experimentalmente o desempenho com ganhos 5 e 8. Observe que a ação de controle
não pode ultrapassar 10V. Se isso ocorrer, reduza o nível de referência de entrada.
3. Avaliar e realizar um controlador proporcional que reduza o erro do caso ganho=1 de acordo com o
indicado para o seu grupo de estudo. A vali e ainda se a taxa de amostragem inicialmente estabelecida para
a malha aberta ainda é adequada para a malha fechada.
Observação 11.5 Faça os cálculos analíticos inicialmente e avalie os resultados em termos de simulação
no Simulink. Use este procedimento para todos os tópicos seguintes e só passe à fase de preparação de
experimento quando tiver os dados simulados prontos.
Avaliar, já na fase de simulação, se a ação de controle determinada pelo controlador será possível de ser
realizada. As limitação principais são com relação ao módulo D f A que só fornecem valores de saída analógica
entre ±10V. Muito provavelmente as taxas de amostragens irão se alterar em função do tipo de controlador.
Indicar e justificar estes casos. Apresentar sempre o diagrama Simulink utilizado nas simulações. A taxa de
amostragem final deve ser adequada para a resposta do sistema em malha fechada. Avaliar a partir do processo
contínuo em malha fechada ganho=1, qual o desempenho dinâmico em termos de tempo de resposta, sobre-sinal,
coeficiente de amortecimento, localização dos pólos, etc. Estes dados serão necessários para o desempenho em
malha fechada discreto.
1. Obter um controlador PID que proporcione além de erro de regime nulo, um tempo de subida semelhante
daquele em malha fechada ganho =1 e sobre-sinal máximo de acordo como indicado para seu grupo
(( ~ 0.7). Investigue inicialmente no MATLAB com auxilio da função rltool .
2. Verificar o desempenho em termos de simulação através do Simulink e então passe à etapa de execução,
implemetando um VI que execute a lei de controle PID obtida.
Observação 11.6 Avaliar o PID diretamente no plano-z com o comando rltool usando a formulação
discretizada do processo contínuo. Lembrar de verificar se a ação de controle inicial é realizável, ou seja,
qo = u(O) .:::; 10, ou então use excitação degrau inferior a 1.
Observação 11.7 Lembrar sempre que o processo não é naturalmente discreto e deve ser mantido contínuo
nas fases de simulação, ou então os resultados não serão coerentes. Lembrar que neste caso, a taxa de
amostragem deve ser reavaliada para que tal controlador seja realizável. O controle TM só irá funcionar
corretamente se as condiccões iniciais forem coerentes. Neste caso mantenha os dois capacitares da placa
com carga nula até o instante de aplicar o ensaio.
Observação 11.8 Lembrar que para que este controlador opere corretamente, deve se usar a repre-
sentação de estado tal como indicada em (11.12), que representam a tensão nos capacitares, pois estes
são as variáveis de estado medidas.
5. Obter a resposta em freqüência do limitante superior de f.L para o teste de robustez de desempenho. Utilizar
os seguintes passos
»[Af, Bf, Cf, Df]=linmod('MHinf')
»[mu,LOGD]=SSV(Af,Bf,Cf,Df,w,[-1 0;1 3])
onde w é a faixa de freqüência selecionada e [-1 0;1 3] é a descrição dos blocos de incerteza.
6. Testar a robustez de estabilidade usando o bloco de incertezas [-1 O] e a submatriz M 11 , obtida por
» Mll=sel(M,1,1). '
Muitos processos industriais podem ser aproximados por uma função de transferência de primeira ordem mais
tempo morto. Suas respostas caracterizam uma resposta temporal monótona ou essencialmente monótona,
isto é, monótona exceto para uma pequena parte inicial. Tais processos podem ser divididos em duas amplas
classes. A primeira corresponde aos processos estáveis. A dinâmica destes processos é aproximada pela função de
transferência dada em (12.1), com L o tempo morto (ou de atraso), Ta constante de tempo e Kp o ganho estático
do processo. Estes parâmetros podem ser obtidos pelo experimento da resposta ao degrau, por exemplo. Estes
processos são também denominados processos com auto-regulação. A segunda classe corresponde aos processos
com ação integral, e a função de transferência que aproxima esta dinâmica é dada em (12.2). Processos com
pólos ressonantes não apresentam resposta temporal ao degrau essencialmente monótona, por isso não fazem
parte desta classificação.
Deve-se notar que, da maneira posta, as funções de transferência apresentadas em (12.1)-(12.2) possuim
ordem infinita, devido ao termo que modela o atraso de tempo (tempo morto) ser da forma exponencial. Uma
aproximação deste termo pode ser obtida utilizando por exemplo a aproximação de Padé de 2a. ordem para o
tempo morto, como mostrado em (12.3).
Kpe-sL
Gp= Ts+1' (12.1)
G - K qe -sL .
(12.2)
q- s(Tqs + 1)'
-sL L 2 s 2 + 6Ls + 12
(12.3)
e ::::::L2 s 2 -6Ls+12.
Com base na função de transferência em (12.1), alguns números adimensionais são estabelecidos na literatura
para completar a caracterização deste tipo de função de transferência, sendo os dois principais o tempo morto
normalizado e o ganho do processo normalizado, apresentados abaixo. Segundo Khan and Lehman (1996), da
experiência prática tem-se observado que processos com um valor pequeno para o tempo morto normalizado são
"fáceis" de controlar, enquanto que valores grandes do tempo morto indicam processos "difíceis" de controlar.
O tempo morto normalizado denotado e e o ganho do processo normalizado denotado k, podem ser obtidos da
seguinte forma
B= !:._. (12.4)
T'
Gp(O)
k = .,. .IG-:-p--:(J-.W. :. C_R---,),. . ,1 = KpkcR (12.5)
onde kcR é o ganho crítico do processo e wcR é a freqüência crítica (arg[Gp(jwcR)] = -1r).
Para saber-se como é o comportamento deste tipo de função de transferência em relação à freqüência, é
obtida a resposta em freqüência do tempo de atraso.
O módulo do tempo de atraso é igual a unidade para qualquer freqüência
161
162 CAPÍTULO 12. CONTROLE DE TEMPERATURA COM CLP'S
Portanto, o logarítimo do módulo do termo do tempo de atraso é Odb. O ângulo de fase é fase de (e-jwL) =
-wL (radiano) ou -57.:3wL em graus. Assim tem-se que o ângulo de fase varia linearmente com a freqüência.
Esta característica de freqüência de ângulo de fase do atraso de transporte é mostrada no diagrama de Bode da
Figura 12.2.
!\
-300
'\
1\
-400
-500
-600 _, 1
10 10° 10
wl (rad/s)
Assim, a resposta frequencial (diagrama de Bode) da função de transferência dada em (12.1) é da forma da
Figura 12.2.
Figura 12.2: Diagrama de Bode da função de transferência de primeira ordem mais tempo morto para os valores
L= 0.5 e T = 1.
Para completar a caracterização deste tipo de função de transferência é analisado também o diagrama polar
(ou diagrama de Nyquist). O diagrama de Nyquist é o lugar dos vetores IG(jw)l éP, com</> a fase de G(jw)
conforme w (a freqüência angular) varia de zero a infinito. Este tipo de diagrama é importante, pois permite
obter de maneira rápida a estabilidade absoluta do sistema por inspeção. O diagrama de Nyquist da função de
transferência (12.1) pode ser então obtido tomando o módulo e ângulo de fase, e resulta na Figura 12.:3 abaixo.
Figura 12.3: Diagrama de Nyquist da função de transferência de (12.1) para Kp = 0.75, L= 95 e T = 219.
ln;m1s
í764·24BWA
pode ser conectado diretamente ao equipamento de programação, por exemplo um microcomputador, através
de um cabo serial (catálago de referência 1761-CBL-PM02) entre a porta serial do equipamento de programação
e o CLP. A Figura 12.5 ilustra esta conexão.
As especificações dos CLPs variam de acordo com a família de controladores a qual pertencem. Tomando
por exemplo a família 1762-L24BWA segundo a composição de referência ANSI tem-se:
1762 é o número de referência eletrônica;
L é a unidade de base;
24 é o nome das unidades de entrada/saída (E/S);
B é o sinal de entrada: A= 120Vca e B = 24Vcc;
W é o tipo de saída: W =a relé, B = 24Vcc MOSFET a relé e A= 120 a 240Vca TRIAC a relé;
164 CAPÍTULO 12. CONTROLE DE TEMPERATURA COM CLP'S
I RSLogix I
---J:
~
Entradas
analógicas ü ü -o-
I Alimentação
I
nos terminais, calcula-se a temperatura na junta quente. A relação temperatura-milivoltagem pode ser obtida
por meio de tabelas de referência encontradas em manuais. Um sensor deste tipo é mostrado na Figura 12.7.
Características técnicas Tensão de carga: 220/440V-60Hz; Fabricado em diversas correntes; Sinal de co-
mando: 5 a :32Vcc (5 a 15mA DC).
1,4
2 3 4 5 6
tempo (s)
desta faixa. Com isto, consegue-se uma diminuição na freqüência de oscilação da saída, porém se a histerese for
definida com um valor muito elevado, a variação na amplitude da saída será muito grande e outros problemas
podem surgir. Assim o valor da histerese será um compromisso entre precisão desejada e a durabilidade do
elemento atuador.
Os esquemas de controle liga-desliga e liga-desliga com histerese podem ser implementados na forma analogica
ou digital.
u(s) =K (12.7)
e( s) c·
(12.8)
No momento da aplicaçiio prática deste controlador alguns cuidados devem ser tomados para que se obtenha
o desempenho adequado do sistema controlado, sem os quais o efeito final do controlador pode ser degradado
ou mesmo inadequado. Os principais efeitos a serem considerados são a saturação do sinal atuante, a limitação
do ganho do termo derivativo em altas freqüências e a ponderação do sinal de referência por um fator adequado.
Da equação do controlador PID (12.9) observa-se que quando o sinal de erro for muito grande a saída u(t)
do controlador também será, podendo ocasionar uma saturação dos atuadores, fonte de potência ou do próprio
processo. Este sinal excessivo pode provocar um retardo para que a saída alcance o valor desejado da referência,
mantendo o sinal do erro ainda positivo, e aumentando a ação de controle, devido ao efeito da integração do
controlador PID. Quando a saída atingir o valor desejado, a inversão de sinal do erro e(t) poderá demorar a
ter efeito sobre a ação de controle u(t) devido ao grande valor alcançado pelo termo integraL Este efeito é
denominado reset-windup.
Para evitar este fenômeno utiliza-se um esquema denominado anti-reset-windup que pode ser implementado
de diversas maneiras, entre as quais as sugeridas por (Isermann, 1989)
D = KcTds (12.10)
1 + Ífs
com o valor de N situado entre 3 :::; N:::; 20. Usualmente utiliza-se N = 10, sem perda de generalidade. Com
isto o ganho em baixas freqüências é praticamente mantido, mas em altas freqüências é limitado a KcN.
1 rt
u(t) = Kc(e(t) +Ti Jo e(t) + Td
d
y~t )
(t)
(12.11)
l
onde
1
e(t) = Ysp- y(t), Yt(t) = g- 1 [ T
1+W
com Ysp a referência, y(t) a saída, _L- 1 a transformada inversa de Laplace e N = 10.
168 CAPÍTULO 12. CONTROLE DE TEMPERATURA COM CLP'S
Quando a fórmula de sintonia de (Ziegler and Nichols, 1942) é usada para obtenção dos parâmetros PID
muitos sistemas resultam em sobre-sinal excessivo, (Hang et aL, 1991). Assim, a modificação proposta é a
introdução de um fator de ponderação j3 sobre a referência desejada no termo proporcional
u(t) =
1 dyt(t) t
Kc(f3Yr- y(t) +Ti Jo e(t) + Td--;Jt ), O< j3::; L (12.12)
Esta solução é melhor do que a remoção total da referência no termo proporcional como proposto por alguns
autores que pode tornar a resposta do sistema muito lenta, e tem sua eficiência confirmada por um extenso
trabalho de simulações, e como pode ser vista pela resposta mostrada na Figura 12.9.
1,50
( -~egler-NI :hols
1,25 I
I~
o \
8"' 1,00 I
8
o75 I 11 "'f=='
I
p.,
.g'
~ 0,50
I jz;e ler-Nichols Ra nado
·oa
~ 0,25 I/
))
2 4 6 8
tempo (s)
Figura 12.9: Sobre-sinal excessivo na resposta ao degrau para controle PID por Ziegler-Nichols, e redução do
mesmo pela aplicação do fator de ponderação j3 = 0.45 para e-0.4s / (1 + s )2 .
50
% sobre-&lnal
40 -%sub-sinal
%
30
20
Ld 5 10 15
Figura 12.10: Porcentagem de sobre-sinal e sub-sinal para controle PID por Ziegler-Nichols.
que a formula de sintonia de Ziegler-Nichols pode ser refinada em termos deste ganho normalizado. Baseado em
observações empíricas o seguinte critério heurístico para refinar a fórmula de sintonia PID de Ziegler-Nichols
é recomendado: quando k > 2.25, manter as fórmulas de Ziegler-Nichols e aplicar o fator j3 de ponderação no
termo proporcional; quando k < 2.2.5 modificar as fórmulas de Ziegler-Nichols por uma conveniente redução do
tempo integral para melhorar a resposta ao degrau. Os valores do fator j3 são determinados como mostrado
abaixo.
12.2. CONTROLADORES INDUSTRIAIS 169
onde
P(k)
I(k)
D(k)
com r(k) a referência, f3 o fator de ponderação do sinal de referência, y(k) a saída do processo, e(k) o error, I(k)
o termo integral, D(k) o termo derivativo, is o período de amostragem e Num parâmetro de projeto escolhido
para garantir a realizabilidade do controlador PID.
Nos controladores industriais é comum caracterizar o ganho proporcional, Kc , o tempo integral, T;,, e o
tempo derivativo, Td, do controlador PID, de forma a expressarem um significado mais prático aos operadores.
Assim, é usual definir bandas proporcional, integral e derivativa.
Banda proporcional. Kc é apresentado como uma sensibilidade, uma variação percentual da saída do
controlador em relação a sua entrada, a qual é denominada banda proporcional (BP). A relação que traduz
esta sensibilidade para uma variação de 100% na entrada é dada por
~c .
0
BP(%) = (12.14)
A banda proporcional mostra a faixa linear do sinal de controle para uma excursão de O a 100% da saída do
atuador, como mostrado na Figura 12.11.
Saída BP=25%
PWM
100% ---,,:.:,-------,--
1 I
I I
I I
I I I
0% ----i----~---·
I I
I I
50 YsP 80
Saída processo ("C)
u(t) UpJDir.=Td=O
Kce(t)
100
BP [YsP- y(t)]
100
[65- y(t)]; O:::; u(t) :::; 100%
25
com u(t) o sinal de controle aplicado ao atuador da planta.
Banda integral. A ação integral incrementa (ou decrementa) a saída do controlador proporcionalmente ao
valor do erro e ao tempo de existência deste, o que traz a idéia de velocidade de eliminação do erro, e à medida
que o erro diminui esta velocidade também diminui. Como a ação integral adiciona (ou subtrai) um valor fixo à
saída do controlador, após a eliminação do erro, a curva da banda proporcional é reposicionada, eliminando-se
170 CAPÍTULO 12. CONTROLE DE TEMPERATURA COM CLP'S
o erro existente. Devido a este efeito a ação integral também é chamada de ação de reset. A ação integral pode
então ser dada pela banda integral (B I)
BI= ~ic_ (12.15)
Na maioria dos controladores industriais a BI é medida em repetições por minuto. Esta medida indica quantas
vezes por minuto é adicionada (ou subtraída) uma quantidade idêntica à obtida pela ação proporcional para
o erro existente no instante atuaL Para ilustrar esta ação de reset consideremos que para um erro de 20%
em relação à referencia, a ação proporcional provoca na saída do controlador uma variação de 20%. Para um
controlador PI com banda integral de 0,1 rep/min e considerando que o erro permanece constante no tempo
(para efeito de exemplo) a cada minuto o sinal de saída do controlador será incrementado em 10% do erro
existente. Isto causa a reta observada na Figura 12.12 entre os tempos O e 10 minutos, lembrando que no caso
real não se observará uma reta devido ao fato que a medida que o tempo passar o erro decrementará.
100r-----~------~------~----~------,
Saída
80
Processo
( oq 60
40~-----------------------,r---------~
Saída 80
Contro-
lador 60 .........................................................................................,
eq 40 ......................................................................................
20
00 2 4 6 8 10
tempo(min)
Banda derivativa. Analogamente às bandas proporcional e integral, à ação derivativa pode ser associada
uma banda derivativa, BD, que é numericamente igual ao tempo derivativo (medido em minutos). Este tempo
indica a antecipação na correção em relação a ação proporcionaL A Figura 12.13 ilustra a ação derivativa. A
banda derivativa é dada por
(12.16)
O diagrama de simulação em Simulink é apresentado na Figura 12.14.
Para a auto-sintonia dos parâmetros do controlador PID, a escolha dos parâmetros de projeto, como am-
plitude inicial e histerese do relê, foi feita a partir de diversas simulações do experimento a relê. Considerou-se
aspectos práticos como as características do sensor de temperatura e do seu circuito de entrada, o acionamento
do processo, o algoritmo PID implementado em programação e a aplicação de um nível DC à saída do relê para
garantir oscilações simétricas durante o experimento a relê. Para levar em consideração estes aspectos pode-se
utilizar o diagrama mostrado na Figura 12.15.
Implementação digital
Discretização Para implementação da lei de controle contínua do controlador PID na forma digital é necessário
adotar aproximações para os termos integral e derivativo e alguns métodos bastante conhecidos serão apresen-
tados. As formas digitais dos termos proporcional, integral e derivativo são então apresentadas abaixo.
Ação proporcional
12.2. CONTROLADORES INDUSTRIAIS 171
100
Saída
(%)
80
nm~--
60
40
1-----------······· Porporcional
20
o
o 2 4 tempo (s) 6 8 10
C9 ...,
Clock Tempo
Figura 12.14: Diagrama de simulação contendo todos os elementos presentes na malha real do experimento a
relê.
~
Clock Tempo
Figura 12.15: Diagrama de simulação do sistema a malha fechada para contendo todos os elementos presentes
na malha reaL
172 CAPÍTULO 12. CONTROLE DE TEMPERATURA COM CLP'S
e podemos escrever,
di= Kce(t). (12.19)
at n
Aproximando o termo derivativo por uma diferença,
I(k+ 1) -I(k) = Kce(k)
(12.20)
is Ti
que dá a seguinte equação recursiva para o termo integral
Ação derivativa
Como apresentado em Astrom and K.Hagglund (1995), o termo derivativo como dado em (12.10) pode ser
re-arranjado para
(12.22)
Há diversas maneiras de discretizar a derivada, como já mencionado no Capítulo 9. Estas são repetidas a
seguir por conveniência.
Aproximação diferença posterior. Por esta aproximação tem-se
Td D(k + 1)- D(k) D(k) = -K T, y(k)- y(k- 1
N i8 + c d i8 (12.23)
(12.26)
Aproximação bilinear. A aproximação bilinear foi proposta por Thstin e é também chamada aproximação
de Thstin. Com esta aproximação tem-se
2Td - tsN 2KcTdN
D(k) = ?T, ND(k- 1) + T: N (y(k)- y(k- 1)). (12.27)
~ d + is 2 d +is
Observe que todas as aproximações têm a mesma forma, isto é,
D(k) = aiD(k- 1) + bi(y(k)- y(k -1) (12.28)
que diferem nos valores dos coeficientes ai e bi.
As aproximações do termo derivativo discretizado são estáveis apenas quando 1~1 < 1. Na aproximação
(12.24) para valores pequenos de Td tem-se instabilidade, pois esta requer Td > Nts/2. As aproximações de
Thstin e por diferença posterior resultarão em valores negativos para ai se Td for pequeno e a aproximação
exibirá Tinging. Assim apenas a aproximação por diferença anterior dará bons resultados para quaisquer valores
de Td.
Caso um gráfico de fase das aproximações apresentadas acima e (12.10) sejam plotados verifica-se que a
aproximação que mais assemelha-se ao caso contínuo é a aproximação bilinear ou de Thstin.
12.2. CONTROLADORES INDUSTRIAIS 173
Forma incremental O algoritmo PID até agora descrito é denominado algoritmo posicional porque obtém-se
a saída do controlador diretamente. Em certos casos é mais desejada uma forma incrementai da saída. Nesta
forma apenas uma mudança 6.u(k) da saída é calculada em cada instante de amostragem e somada a saída
anterior, u(k- 1). Neste caso, o algoritmo é denominado algoritmo de velocidade.
O incremento das partes proporcional e integral são obtidos de (12.17) e (12.21) e resultam em
6.P(k) = P(k)- P(k -1) = Kc(f3r(k)- y(k)- {3r(k -1) + y(k- 1) (12.30)
e
Kcts
6.I(k) = I(k)- I(k -1) = Ti e(k- 1). (12.31)
b·
D..D(k) = D(k)- D(k -1)-'-(y(k)- 2y(k- 1)- y(k- 2). (12.32)
1- ai
u(k)
CLP P3.5
Resistência Elétrica
(220Vac-74w)
Senso r
(PT100)
Sensor
Mini-Forno
50
40
!;J30
"'
"C
ãi
fll 20
10
a~~~~_L~~~~~~_L~~--~L_~~
Figura 12.17: Efeito do PWM na forma de onda da saída do processo para e- 80sj(430s + 1) e controlador
PID com Kc = 2, 4; Ti= 446, Td = 35 e YsP = 50°C; CT = lOs.
60
50
Figura 12.18: Efeito do PWM na forma de onda da saída do processo para e- 80sj(430s + 1) e controlador
PID com Kc = 2, 4; Ti= 446, Td = 35 e YsP = 50°C; CT = lOOs
12.3. ROTEIRO DO EXPERIMENTO 175
2. Obter Kp, L e T, ganho estático, tempo de atraso e constante de tempo utilizando o lo. método de
Ziegler-Nichols supondo que o mini-forno pode ser representado por um sistema de la. ordem mais um
atraso simples. Obter a função de transferência aproximada.
3. Uma alternativa à determinação Kp, L e T. A partir da resposta ao degrau medir diretamente L, o tempo
de acomodação a 2%, i. e. 4T e o valor de regime de temperatura. Obter a função de transferência
aproximada.
6. Projetar um controlador PID. Considerar um tempo de acomodação menor que 500s. Analisar o desem-
penho do sistema com o PID.
8. Analisar o efeito do PWM na saída do processo. Utilizar o diagrama Simulink da Figura 12.14 para incluir
o PWM. Plotar a saída do mini-forno com controle PID para CT =lOs e CT = lOOs.
Apêndice A
Figuras de Lissajous
Denomina-se figura de Lissajous a composição gráfica de dois sinais senoidais, um na horizontal e outro na
vertical. Pode-se utilizar as figuras de Lissajous para medir defasagem e razão de amplitude entre dois sinais,
utilizando um osciloscópio. O procedimento dado abaixo pode ser utilizado.
Sejam x(t) e y(t) entrada e saída de um sistema, respectivamente, como
x(t) Xsen(wt)
y(t) Ysen(wt+<;i>)
Aplicando-se u(t) e y(t) nas entradas vertical e horizontal do osciloscópio tem-se na tela uma elipse, a figura
de Lissajous como na Figura A.2.
Da Figura A.2 pode-se obter a defasagem<;/> e a razão de amplitude yjx.
x a
177
178 APÊNDICE A. FIGURAS DE LISSAJOUS
y=saída
b
c
x=entrada
1
a
2. Não há necessidade de se usar a mesma escala para medir os valores de "a" e "b".
179
180 APÊNDICE B. PROGRAMA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS DO MOTOR CC
ordem e os valores do ganho global, e das duas constantes de tempo do processo. Como já mencionado, este
procedimento de estimação só fornece o resultado da função transferência final, sem distinguir os valores dos
parâmetros físicos individuais do motor. Uma simulação direta a partir da estimação por interpolação ainda
não está implementada, porém pode ser facilmente realizada via o comando step no ambiente MATLAB, com
o valor do degrau de tensão real e usando a função transferência obtida, ou ainda retornando-se ao Menu de
Simulação. Os parâmetros da função transferência estimada são definidos por: ganho global: Km; constantes
de tempo: gama e delta e estão disponíveis no ambiente MATLAB ao se encerrar o programa param.m na
variável ft_estim.
Após ter iniciado o programa com o comando param, o usuário poderá escolher a opção Simulação via
simulink a qual levará a um outro menu com as opções Simular direto e Simular com visualização do
diagrama de blocos. Admitindo-se que o usuário deseja realizar a simulação direta sem visualizar o diagrama
de blocos, o mesmo deverá entrar com os dados requeridos.
Caso o usuário deseja realizar a simulação observando o diagrama de blocos, após ter escolhido tal opção, ele
deverá entrar com os dados necessários e escolher a opção de menu Iniciar simulação visualizando blocos
no simulink, o qual irá solicitar um intervalo de simulação após o qual poderá ser visto o diagrama de blocos.
Caso não apareçam as telas de saída (Corrente e Velocidade Angular) o usuário deverá clicar duas vezes sobre
os blocos dos mesmos. Para simular basta clicar na opção Simular do menu superior e a seguir Iniciar.
C.l Programação
A seguir apresentam-se os principais tópicos relativos à programação do CLP utilizado (família MicroLogix
1200).
Os principais tópicos a serem ·abordados nesta seção são:
5. Temporizador (arquivo 4)- Armazena o valor acumulado do temporizador e seu bit de estado;
6. Contador (arquivo 5)- Armazena o valor acumulado do contador e seu bit de estado;
181
182 APÊNDICE C. DESCRIÇÃO OPERAÇÃO DE CLPS
Endereçamento
Cada arquivo de dados é identificado por uma letra e um número correspondente ao arquivo (identificador). A
Figura C.1 apresenta o esquema utilizado para a criação de um endereçamento. Os endereços são compostos
por caracteres alfanuméricos separados por delimitadores, que são sinais de grafia, tais como dois pontos (:),
barra (- -) e ponto (.). A Tabela C .1 apresenta notações utilizadas para compor um endereçamento em um
programa de CLP.
Identificador
I Número do slot
t ~ Palavra
V/
Delimitadores
N é o tipo de arquivo
7 é o identificador
: é o delimitador do arquivo
2 é o número do slot
I
T é o tipo de arquivo
4 é o identificador
: é o delimitador do arquivo
7 é o número do slot
. é o delimitador da palavra
ACC é a palavra
N é o tipo de arquivo
4 é o identificador
: é o delimitador do arquivo
C.2. PROGRAMAÇÃO DA LÓGICA À RELÉ (OU CONTATO) 183
2 é a palavra
/ é o delimitador de bit
5 é o bit
1. Carregamento do CLP;
2. Funcionamento normal;
3. Falha na alimentação;
4. Restabelecimento da alimentação.
Carregamento do CLP
Assim que o arquivo de processo é exportado para o CLP, ele é inicialmente armazenado na memória RAM
e em seguida transferido para a memória EPROM, onde é armazenado até que outra exportação seja realizada.
Funcionamento normal
Em funcionamento normal o MicroLogix 1200 permite que os arquivos de processo armazenados na memória
EPROM possam ser visualizados pelo equipamento de programação. Podem ser efetuadas modificações no
programa principal que é disponibilizado na memória RAM, entretanto estas modificações não podem jamais
ser salvas na memória EPROM com o CLP em funcionamento.
Falha de alimentação
Em caso de uma falha na alimentação todos os dados que estavam armazenados na memória RAM e que
ainda não foram salvos na memória EPROM serão perdidos.
Restabelecimento da alimentação
Com o restabelecimento da alimentação os arquivos de programa armazenados na memória EPROM são
automaticamente transferidos para a memória RAM e o CLP volta ao seu funcionamento normal.
h 1 ~l·J------(~~
Saíd~
1
I Entrada I
Figura C.2: Representação de uma linha lógica.
As instruções de saída são executadas pelo CLP quando as condições da linha lógica são verdadeiras, caso
contrário a saída não é executada. Na próxima seção serão apresentados os principais comandos necessários
para desenvolver um pro~ama baseado na lógica a relé.
184 APÊNDICE G DESCRIÇÃO OPERAÇÃO DE CLPS
1. Simbologia da instrução;
2. Tempo de execução típico da instrução;
3. Utilização da instrução.
As instruções de base são funções comandadas por bits. Em uma operação normal o processador pode levar
um bit a 1 ou a O, em função das condições lógicas da linha a contato. As instruções de base são desenvolvidas
com o auxílio dos seguintes arquivos de dados
1. Arquivo de dados de entrada e saída (Il: e 00:): representa as entradas e as saídas utilizadas;
2. Arquivo de dados de estado (S2:);
3. Arquivo de dados binários (B3:);
A Tabela C.5 apresenta o funcionamento do circuito e representa todas as condições possíveis para o circuito
eletromecânico, o estado equivalente para as instruções do programa a relé e o estado resultante da saída.
Contador
O contador é uma instrução que permite a contagem de um período de tempo ou de um número de eventos
a partir do qual um evento poderá ser acionado. Os contadores são instruções compostas por 3 palavras. A
palavra O corresponde ao controle e aos bits de status, a palavra 1 contém o valor pré-selecionado e a palavra 2
contém o valor acumulado. A Tabela C.6 ilustra a distribuição das palavras em um contador.
CU = Bit de habilitar na subida o contador;
CD = Bit de habilitar na descida o contador;
DN =Bit de contagem realizada;
OV = Bit de contagem extrapolada;
UN = Bit de contagem em curso.
Temporizador
O temporizador é uma instrução que permite a execução de um determinado comando a partir de um
tempo pré-estabelecido pelo usuário. Os temporizadores são instruções compostas por 3 palavras. A palavra O
corresponde ao controle e ao status da palavra, a palavra 1 contém o valor pré-selecionado e a palavra 2 contém
o valor acumulado. A Tabela C.7 ilustra a distribuição das palavras emum temporizador.
onde EN = Bit de validação do temporizador;
TT = Bit de temporisação em curso;
DN =Bit de fim.
L Valor acumulado (ACC): corresponde ao tempo gasto desde a última inicialização do temporizador;
2. Valor pré-estabelecido (PRE): este parâmetro especifica o valor que deve ser esperado antes que o proces-
sador leve do estado O a 1 o bit finaL Assim que o valor acumulado torna-se igual ou superior ao valor
pré-estabelecido, o estado do bit final é levado a L Este bit pode ser usado para controlar um dispositivo
de saída.
3. Base de tempo: determina a duração de cada intervalo da base de tempo, pode apresentar valores de lOrns
a 1 s.
onde E é o sinal de erro entre a referência (SP) e a variável de processo (PV), bias pode ser adicionalmente
incorporado a saída do PID para mandar um offset desejado ao processo. Na Tabela C.8 descrevemos os
parâmetros da instrução PID. O termo derivativo (taxa) proporciona um suavizamento por meio de um filtro
passa-baixa. A freqüência de corte deste filtro é 16 vezes maior que a freqüência de canto do termo derivativo.
A Tabela C.9 apresenta o tempo de execução da saída da instrução PID.
Para construção de um programa que utilize a instrução PID para o controle de um processo, precisamos
converter a variável de entrada para a escala de bits que é utilizada internamente no algoritmo da instrução e
conseqüentemente, como a saída da instrução é dada em bits, precisamos fazer a conversão para a unidade ou a
dimensão desejada. Desta forma, é importante o uso da instrução Escala Parâmetro (SCP) também disponível
no CLP.
Yl -yo
Y= ( )(X - Xo) + YO (C.1)
x1 -xo
onde y é a saída, y 1 é a escala máxima da saída, Yo é a escala mínima da saída, x1 é a escala máxima da entrada,
xo é a escala mínima da entrada e x é a entrada.
Para conversão de um sinal analógico referente a uma variável do processo em um sinal digital que pode ser
trabalhado internamente no algoritmo da instrução PID, temos que considerar a resolução do dispositivo CLP,
tomando como exemplo o MicroLogix 1200 a resolução dos módulos analógicos pode ser de 8 ou 15 bits, porém
a conversão será sempre efetuada utilizando uma palavra para armazenar o valor digital da conversão, o que
implica dizer que em um módulo analógico de 8 bits, o sinal digital estará disponível em uma palavra de 16
bits, porém somente 8 bits desta palavra serão utilizados.
No caso dos módulos de sinais analógicos do MicroLogix 1200, a resolução da conversão é sempre em 16
bits para as entradas analógicas e 14 bits para as saídas analógicas e o valor digital correspondente ao sinal
analógico em função da resolução é dado de acordo com a Tabela C.10.
Considerando os canais de saída dos módulos analógicos cuja resolução é de 14 bits, por exemplo, apenas
os bits 2 a 14 serão significativos no valor gerado, o que permite dizer que o valor digital irá variar de 010
até + 3276410 com incrementos de 410, para uma variação máxima do sinal de saída, por exemplo, de O a 21
mA, conforme a Figura C.4. Na Tabela C.11 são apresentadas as faixas de tensão e corrente para os canais de
entrada do módulo analógico e o número de bits significativos para os casos onde a faixa de entrada é menor
que a escala total e a resolução de cada range. A relação entre o sinal de entrada analógica e o valor digital
Tabela C.11: Faixas de tensão e corrente com o número de bits significativos e representação decimal.
Faixa de Tensão e Corrente Representação decimal Número de bits significativo
-10 a+ 10 (Vcc) -32768 a +32767 16 bits
O a +10 (Vcc) O a 32767 15 bits
O a +5 (Vcc) O a 16384 14 bits
1 a +5 (Vcc) 3277 a 16384 13,67 bits
-20 a +20 (mA) -16384 a +16384 15 bits
O a +20 (mA) O a 16384 14 bits
+4 a +20 (mA) 3277 a 16384 13,67 bits
188 APÊNDICE C. DESCRIÇÃO OPERAÇÃO DE CLPS
Sinal Digital
1638010 = 0011111111111100 2
410 = 00000000000001002
CONTROLE MOTOR
OGICA ENVOLVENDO O PID
1:1
-~ -SCP ,-PID ,-SCP 0:1 .o
0000. '-
Sc.alew/P.ar.oanet~J::> - PID - $ca1a wJPaiameter.;:
ln:pul 1:1.0 PID File PD9:0 ln:pu! N7:1
? Process V4l'i.a.'ble N7:0 ?
In:put Min. o Con!ro1 Vari.>hle N7:1 ln:put Min. o
? Setup Saeen ?
Input z.,ra:::. 16384 ln:put M<x. 16384
? ?
Sc<J.dMin. o $calodMin. o
? ?
Sc<J.dMax. 31208 ScalodM"". 31208
? ?
Ou!:put N7:0 Ou!p'l! 0:1.0
? ?
0001
Figura C.5: Linha de comando do programa RS Logix 500 com as instruções SCP e PID.
Este programa recebe um sinal de entrada do módulo analógico Il:O (decimal), que é repassada a instrução
SCP, onde é realizada a conversão para sinal digital (bit), que é então armazenada no endereço N7:0, que pode
ser trabalhada pelo algoritmo da instrução PID. O sinal de controle do PID é um sinal digital (bit), que fica
armazenado no endereço N7:1, que então é repassado à instrução SCP que faz a conversão para sinal analógico
(decimal), podendo, desta forma, ser repassado ao processo. Resumidamente, esta linha de programa recebe
C.3. PROGRAMAÇÃO UTILIZANDO MÓDULOS DE CONTROLE PID 189
uma variável do processo, que é enviada ao controlador PID para ser processada, então um sinal de controle é
obtido para ser enviado ao processo.
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