Você está na página 1de 48

ATLETISMO

MATERIAL DE ESTUDO EM SALA

WANDERLEY RODRIGUES SOUTO


soutoprofessor@gmail.com

12/2019
SUMÁRIO

Atletismo .........................................................................................................03

Atletismo no
Brasil.............................................................................................04

Dimensões do atletismo..................................................................................06

1.1. Mini atletismo

As provas do atletismo....................................................................................15

Marcha atlética e corrida.................................................................................15

Salto com vara.................................................................................................25

Salto em altura.................................................................................................29

Salto triplo........................................................................................................32

Salto em distância...........................................................................................33

Lançamento de dardo......................................................................................34

Arremesso peso...............................................................................................37

Lançamento de disco.......................................................................................40

Lançamento de martelo...................................................................................43

Conclusão........................................................................................................47

Referência Bibliográficas.................................................................................48

2
O Atletismo
O Atletismo é chamado de esporte-base, pois sua prática corresponde aos movimentos
naturais do homem. Falar de sua origem, portanto, é contar um pouco da história humana no
planeta. De alguma forma, as competições nasceram das habilidades desenvolvidas por nossos
ancestrais há milhares de anos. Afinal, antes de fabricar suas primeiras flechas, de aprender a
nadar ou de montar em cavalos, o homem já corria, saltava obstáculos e lançava objetos. Era a
dura luta pela sobrevivência. Também a simplicidade das regras explica a universalidade do
Atletismo. Os resultados das competições são dados por medidas de tempo e distância. É
campeão o mais rápido, quem dá o maior salto ou lança mais longe. Quando o homem começou
a contar sua história, primeiro com a pintura rupestre nas cavernas, e depois com a escrita,
apareceram às primeiras referências às competições. Há registros de disputas que remontam há,
pelo menos, cinco mil anos. Na Grécia Antiga, os Jogos esportivos existiam três mil anos atrás, e
quase sempre tinham base religiosa.
Havia quatro Jogos Pan-Helênicos que abrangiam todo o mundo grego: Jogos Olímpicos,
Jogos Píticos, Jogos Nemeus e Jogos Ístmicos. Os mais famosos e importantes eram os Jogos
Olímpicos, realizados na cidade de Olímpia. A primeira edição olímpica registrada é a de 776
a.C., quando uma única prova era disputada: uma corrida de cerca de 200 m, que os gregos
chamavam de stadium. Nesse ano, a vitória foi de Koroebus, representante da cidade de Elis, e
primeiro campeão olímpico conhecido da história. Outras provas atléticas lançamento do disco,
lançamento do dardo, salto em distância e pentatlo entraram em seguida no programa. Bem mais
tarde começaram as disputas de luta e disputas equestres. Durante séculos apenas homens das
cidades gregas competiam. Com a dominação romana, estes também passaram a competir. E o
gosto romano passou a prevalecer. E as provas atléticas perderam a primazia para as lutas e as
disputas equestres. Já em nossa era, com a oficialização do cristianismo como a religião do
Império por Constantino, os Jogos Olímpicos foram considerados uma festa pagã. Nessa época
(século IV D.C.), o prestígio do evento caíra muito. Assim, a história praticamente não registra
reação quando os Jogos foram proibidos por um decreto do imperador Teodósio, em 393 da
nossa era.
O próprio Império Romano vivia seus últimos tempos no Ocidente. Já a prática esportiva,
sem a organização de antes, continuou de maneira esparsa no período medieval. Com o
Renascimento, no século XV, voltou o interesse pela cultura greco-romana. Surgem, então, as
sociedades de ensino e prática esportiva. Mas é apenas no século XIX que o esporte assume um
lugar de destaque na sociedade moderna. A maioria das modalidades – caso do Atletismo –
ganhou seu formato atual na Inglaterra.

3
É nesse ambiente que nasce em 1863, na França Pierre de Fredy – que entrou na história
como Barão de Coubertin. Filho de família rica, ligada às artes, ele tornou-se pedagogo e recebeu
do Governo francês a incumbência de desenvolver um programa para as escolas do país. O
jovem educador teve conhecimento do trabalho de Ernst Curtius e das ideias de Thomas Arnold,
que sugeria: “É preciso instruir e educar, mas sobretudo é importante treinar o corpo e o espírito.”
Coubertin visitou a Inglaterra e os Estados Unidos, em busca de diferentes modelos de ensino.
Antenado à educação e ao esporte, Coubertin viu florescerem as corridas de campo (cross
country) e eventos de pista e campo: corridas, saltos e lançamentos, inclusive com disputas
profissionais. Ele conheceu também organizadores de festivais olímpicos, como William P.
Brookes, na Inglaterra, e Evangelis Zappas, na própria Grécia. Por isso, não surpreende que
tenha se tornado o grande animador pela retomada do Movimento Olímpico.
O Movimento Olímpico e seu principal articulador Pierre de Coubertin chegam a um grande
momento em 1894, quando, com delegados de vários países, é um dos fundadores do Comitê
Olímpico Internacional (COI). O Congresso ainda elegeu Atenas como sede dos Jogos da
Primeira Olimpíada Moderna, e definiu a competição para 1896. A escolha da capital da Grécia
estava carregada de simbolismo, pois a retomada dos Jogos aconteceria na pátria-mãe dos Jogos
Antigos. O encontro de 1894 aconteceu no prédio da Sorbonne, sede da Universidade de Paris.
Coubertin foi escolhido secretário-geral e a presidência ficou para o grego Dimitrios Bikelas.
O mundo evidentemente mudou em 15 séculos, da proibição dos Jogos Antigos por
Teodósio em 393 até 1896, ano da Primeira Olimpíada Moderna. O homem mudou, assim como o
seu jeito de fazer esporte. Uma situação, porém, permaneceu: a hegemonia do Atletismo,
confirmado como o esporte olímpico número 1. Afinal, quase um terço dos 313 atletas que
participaram dos Jogos de Atenas competiu no torneio de Atletismo. Dois fatos destes Jogos de
1896 corroboram a visão sobre a hegemonia dos eventos atléticos: 

1.  Assim como o primeiro campeão conhecido dos Jogos Antigos (Koroebus) era um nome
do Atletismo, também o primeiro campeão de 1896 era um atleta: Jimmy Connolly, dos
Estados Unidos, ganhador do salto triplo (prova que meio século depois daria ao Brasil
suas maiores glórias olímpicas). Mais tarde, Connolly foi um importante jornalista e escritor
premiado em seu país.
2. O primeiro herói olímpico moderno foi o grego Spiridon Louis, campeão da maratona em
1896. A prova entrou no programa em homenagem ao feito do soldado Feidípides, que no
século V aC teria corrido da localidade de Maratona até Atenas, para avisar da vitória
grega sobre os persas. Diz a lenda que Feidípedes caiu morto após avisar: “Vencemos”.

4
Foram nomes do Atletismo, aliás, que dominaram os corações e mentes dos esportistas
que acompanharam as adições dos Jogos antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O
norte-americano (filho de índios) Jim Thorpe ganhou o pentatlo e o decatlo em Estocolmo 1912.
Na premiação ganhou do rei da Suécia o elogio: “O senhor é o maior atleta do mundo”. Acusado
de profissionalismo, Thorpe perdeu suas medalhas, que apenas em 1972 foram devolvidas a seus
descendentes. O finlandês Paavo Nurmi dominou os pódios dos Jogos de Antuérpia 1920, Paris
1924 e Amsterdã 1928. Em sua carreira, ele ganhou nove medalhas de ouro em Olimpíadas e
bateu 29 recordes mundiais em todas as distâncias, dos 1.500 m aos 10.000 m. Finalmente, o
negro Jesse Owens, dos Estados Unidos, ganhou quatro medalhas de ouro nos Jogos de Berlim
1936, desmontando o mito da superioridade ariana.

O Atletismo moderno ganhou muitos adeptos na Inglaterra, seu país de origem, nos
Estados Unidos e na maioria das nações da Europa. Aos poucos, sua pátria chegou a todos os
continentes. No século XIX havia competições regulares, com atletas amadores e profissionais. A
volta dos Jogos, no entanto, fez prevalecer o estatuto amador que dominou o ambiente oficial dos
esportes olímpicos boa parte do século XX.

A fundação da IAAF durante a Olimpíada de Estocolmo, em 1912, por 17 países foi


importante para o desenvolvimento do esporte. As regras do Atletismo foram escritas e as listas
de recordes ganharam credibilidade. Cem anos depois, em 2012, as federações nacionais filiadas
à IAAF eram 212.

De Atenas 1896 a Londres 2012, o número de atletas pulou de 313 para 10 mil. No
Atletismo são com cerca de dois mil participantes. As mulheres estrearam nos Jogos de Amsterdã
1928 e agora milênio passam de 40 % do total. Tudo isso fez o COI decidir que o Atletismo é a
modalidade número 1 dos Jogos e que as Olimpíadas podem ser feitas apenas com ele, nunca
sem ele.

5
O ATLETISMO NO BRASIL

Aldemar Ferreira da Silva. Ft.

No Brasil, o Atletismo começa nas últimas décadas do século 19. Nos anos 1880, o Jornal
do Comércio, do Rio de Janeiro, anunciava resultados de competições na cidade. Nas três
primeiras décadas do século 20, a prática atlética foi consolidada no País. Em 1914, a
Confederação Brasileira de Desportos (CBD) filiou-se à IAAF. Em 1924, o País participou pela
primeira vez do torneio olímpico, ao mandar uma equipe aos Jogos de Paris, na França. No ano
seguinte, em 1925, foi instituído o Campeonato Brasileiro.

Em 1931, a seleção nacional começou a participar dos Campeonatos Sul-Americanos.


Em 1932, Clovis Rapozo (oitavo no salto em distância) e Lúcio de Castro (sexto no salto com
vara) chegaram às finais nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos estados Unidos. Quatro anos
depois, Sylvio de Magalhães Padilha foi o quinto nos 400 m com barreiras nos Jogos de Berlim,
na Alemanha.

Em 1952, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, Adhemar Ferreira da Silva conquistou a


medalha de ouro no salto triplo, em 23 de julho, três dias depois de José Telles da Conceição
ganhar a de bronze no salto em altura. Eram as primeiras das 14 medalhas olímpicas ganhas pelo
Atletismo brasileiro até 2012. Adhemar foi o primeiro dos grandes triplistas brasileiros, a subir ao
pódio olímpico e a estabelecer recordes mundiais na prova. Ele foi bicampeão quatro anos
depois, em Melbourne, na Austrália. Depois, Nelson Prudêncio ganhou prata e bronze, e João
Carlos de Oliveira, duas de bronze.

Os Jogos Pan-Americanos foram disputados pela primeira vez em Buenos Aires, na


Argentina, em 1951. Até a 16ª edição do PAN, realizada em Guadalajara, no México, em 2011, o
Atletismo conquistou para o Brasil nada menos que 160 medalhas: 56 de ouro, 45 de prata e 59
de bronze. O atleta com mais títulos ganhos no PAN é João Carlos de Oliveira, com dois ouros no
triplo e dois no salto em distância, nos Jogos do México em 1975 e de Porto Rico, quatro anos
depois. Claudinei Quirino é um dos grandes destaques da história dos Jogos, com cinco
medalhas conquistadas no total sendo três de ouro, uma de prata e uma de bronze.

6
Claudinei é o único brasileiro a ganhar quatro medalhas em uma mesma edição dos
Jogos: em Winnipeg em 1999, no Canadá, quando ganhou ouro nos 200 m e no 4x100 m, prata
no 4x400 m e bronze nos 100 m. Em Santo Domingo, em 2003, ganhou ouro no 4x100 m,
Maurren Maggi foi a primeira mulher brasileira campeã olímpica em esportes individuais. Venceu
o salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. 

Thiago Braz deu ao Brasil a medalha de ouro no salto com vara nos Jogos do Rio, em
2016, na primeira Olimpíada realizada na América do Sul. 

Claudinei Quirino

Maurren Maggi

7
TRÊS DIMENSÕES DO ATLETISMO

Temos então estas três dimensões:

 Pedagógico: Ensino, aprendizagem, desenvolvimento das formas básicas de


movimento.
 Escolar: Iniciação ao desporto competitivo, ensino, aprendizagem,
desenvolvimento das provas do atletismo.
 Rendimento: Alto nível de desempenho físico, competitivo.

Essas três dimensões estão diretamente ligadas, pois são fases essenciais a qual o
aluno/atleta deve seguir. Pois todas elas se conectam do pedagógico ao escolar do escolar ao
rendimento e vise versa. Dentro da dimensão pedagógica está o mini atletismo, no âmbito escolar
está o atletismo adaptado, crescimento e desenvolvimento, princípios gerais das corridas, saltos,
arremessos e lançamentos. Já no rendimento que são trabalhadas de forma mais efetiva o
desenvolvimento das capacidades físicas dentro de um programa de periodização.

Mini Atletismo

Desde tempos imemoráveis, as crianças têm tido interesse em competir entre si e em


buscar comparar-se com as demais. O Atletismo, com sua variedade de eventos, proporciona
uma excelente oportunidade para este tipo de interação. Já que o Atletismo oferece uma ocasião
especial para esse intercâmbio, os responsáveis pelo nosso desporto tiveram a ideia de
competições totalmente apropriadas para crianças. Após numerosas iniciativas de pesquisas e
estudos sobre a situação atual, o desafio da IAAF (Associação Internacional das Federações de
Atletismo) é de formular um novo conceito de atletismo que é unicamente trabalhado para
desenvolver as necessidades das crianças. O objetivo do “MINI‐ATLETISMO DA IAAF” é
despertar o interesse na prática do Atletismo. Novos eventos e organização inovadora darão
condições às crianças descobrir as atividades básicas: velocidade, corridas de resistência, saltos,
arremessos/lançamentos em qualquer lugar (estádio, playground, ginásio, em qualquer área
disponível ao esporte etc.). E deve ao sempre oferecer estas três vertentes:

 Oferecer às crianças um Atletismo atraente;


 Oferecer às crianças um Atletismo acessível;
 Oferecer às crianças um Atletismo instrutivo.

8
Um grande número de crianças pode estar ativos ao mesmo tempo:

 Experimentam formas básicas e variados de movimentos;


 Não só as crianças mais fortes e velozes contribuem para um bom resultado da
equipe;
 As demandas de habilidades variam segundo as idades e requisitos de
capacidades coordenativas.

O programa incute caráter de aventura.

 Permite uma aproximação ao atletismo (adequado para as crianças).


 Estrutura simples na classificação dos eventos.
 Necessidade de poucos assistentes ou juízes.
 Equipes mistas.
 As demandas de habilidades variam segundo as idades.

Objetivos

Os objetivos contidos nos eventos do “MINI ATLETISMO IAAF” são de interação social é
um fator comprovado de integração de crianças em uma experiência social. Os eventos por
equipe, em que todos contribuem para o jogo, são a oportunidade para que as crianças vivenciem
e aceitem suas diferenças. A simplicidade das regras e a natureza inofensiva dos eventos
oferecidos permitem às crianças desempenhar o papel de árbitros e técnicos das equipes como
um todo. Estas responsabilidades eles realmente tomarão em momentos especiais quando eles
puderem vivenciar a cidadania.

Caráter de aventura

Para serem estimuladas, as crianças precisarão perceber que podem realmente vencer a
prova em que tomarão parte. A fórmula escolhida (equipe, provas, organização) planeja conduzir
a atividade de forma imprevisível até a última atividade. Este é um elemento que conduzirá a
motivação das crianças.

9
Grupos de Idade e programas de atividades do mini atletismo IAAF ocorre com três grupos
etários:

 Grupo I: crianças de 07 e 08 anos de idade.


 Grupo II: crianças de 09 e 10 anos de idade.
 Grupo III: crianças de 11 e 12 anos de idade.

Todas as atividades do grupo I e II se desenvolvem como atividades de equipes. Para o


GRUPO III, as provas são realizadas como provas de revezamentos ou individuais, nas quais os
grupos que competirem será composto de duas partes iguais de uma equipe. Para mudar de uma
configuração de equipe para uma configuração individual das competições de Menores, os grupos
que são compostos de vários membros a partir das duas equipes são formados para competir. A
organização desta mudança significativa é simples. Todas as crianças têm que competir várias
vezes em cada um dos grupos de atividades.

A prova é organizada de acordo com o princípio de turnos, de modo a que todas as


equipes retorne às fases de todos o eventos. Para cada fase, cada membro da equipe tem 1
minuto para competir (10 crianças = 10 minutos). Após as disciplina diferentes dos grupos de
provas (velocidade/corrida/barreiras arremessos/lançamentos e saltos) serem realizados, todas as
equipes juntas tomam parte na atividade de Resistência no final.

10
11
Materiais e equipamentos

Em alguns casos, são necessárias peças especialmente desenvolvidas para a realização


do programa “MINI ATLETISMO IAAF”. Este equipamento pode ser armado facilmente,
transportado sem nenhum problema, montado e desmontado rapidamente. Se este equipamento
não puder ser obtido por qualquer razão, o programa poderá será realizado com materiais locais
produzidos manualmente. O critério mais importante que prevalece é que as propriedades e
características dos materiais definidos para o programa Mini Atletismo da IAAF sejam respeitadas.

Espaço e duração

Os requisitos de espaço para realização do “MINI ATLETISMO IAAF” são simples. Uma
área plana (por exemplo, piso natural, grama ou asfalto de 60m x 40m) é suficiente. A atividade se
desenvolve dentro de um limite de tempo definido e uma estrutura mínima. Especificamente, todo
a atividade (= 9 equipes com 10 membros cada) pode ser realizada em cerca de 2 horas,
incluindo a distribuição oficial dos resultados. Dentro deste programa principal, eventos mais
curtos podem ser conduzidos com a combinação de 6 equipes e 7 provas (3 eventos de corridas,
2 de saltos e 2 de arremessos). Neste caso, a duração da atividade não poderá ser superior a
1h15m, incluindo a cerimônia de premiação.

Festival de Mini Atletismo

12
Provas do Mini Atletismo

13
Sistema de Pontuação

 Equipes empatadas ganham igual pontuação.


 Resultados instantâneos em um quadro móvel.
 Ganha a equipe que somar mais pontos.
 Fácil de calcular.
 Pontos por equipe NÃO INDIVIDUAL.

14
AS PROVAS DO ATLETISMO
MARCHA ATLÉTICA e CORRIDAS

A marcha e a corrida são as formas mais comuns de deslocamento do ser humano. São
considerados movimentos naturais e fazem parte das ações técnicas realizadas na maioria dos
esportes. Atividades fáceis de serem praticadas, não necessitam de equipamentos especiais, não
exigem dos praticantes muitas medidas complementares e são acessíveis a quase todas as
pessoas. As corridas, por serem atividades utilitárias por excelência, de rápido emprego, de fácil
realização e de grandes e profundos efeitos gerais sobre o organismo, são sempre
recomendáveis em se tratando de atividade física de lazer, para a saúde ou como treinamento. A
corrida realizada de forma regular e sistemática é uma das formas de exercício físico que melhor
satisfaz, no geral, as necessidades do organismo. A sua prática melhora as condições de
funcionamento dos sistemas respiratório, cardíaco e circulatório, exercitando um grande número
de músculos. No contexto do Atletismo, a marcha e a corrida são entendidas como práticas
esportivas específicas, apresentando algumas normatizações e técnicas.

Diferenças entre o andar e o correr

Andar: não há interrupção do contato do corpo com o chão – um dos pés está sempre
realizando este contato, havendo, inclusive, um momento de duplo apoio com a superfície. Correr:
nesta ação somente um dos pés estará em contato com o solo, sendo que, em função da
intensidade do impulso, aparece a fase aérea (momento em que os dois pés não têm contato com
o solo). Portanto, a diferença essencial entre a marcha e a corrida é a ausência de um período de
duplo apoio e a presença de um período de vôo no qual nenhum dos pés está em contato com o
solo. Por essa razão, a corrida pode ser descrita como uma sucessão de saltos nos quais o corpo
se apóia alternadamente. Contudo, para se obter uma maior velocidade característica da corrida
deve-se exercer uma força muito maior na direção horizontal. A força vertical também aumenta,
mas não numa proporção tão grande. (RASCH e BURKE, 1987)

Passo e Passada

Os termos passo e passada têm sido usados por diferentes profissionais para dizer a
mesma coisa. Contudo, a passada deve ser entendida como o ciclo do contato do pé até o

15
contato do mesmo pé, ou seja, intervalo entre os sucessivos contatos do mesmo pé. O passo, por
sua vez, é a unidade que consiste de dois contatos consecutivos de pés diferentes, sendo,
portanto, a metade de uma passada.

Padrão de Caminhada

O ciclo de caminhada (ciclo da marcha) é a distância percorrida por dois “toques” do


calcanhar do mesmo pé (passada) e consiste de duas fases básicas: fase de balanço (oscilante) e
fase de apoio. De modo geral, quando uma perna está na fase de balanço, a outra está na fase
de apoio. A fase de balanço inicia-se quando o pé ou os artelhos de uma perna deixam a
superfície de apoio e termina quando o calcanhar ou o pé da mesma perna volta a entrar em
contato com o solo. Nesta fase, a perna se desloca no ar com um movimento similar ao do
pêndulo. A fase de apoio começa quando o calcanhar, primeiramente, entra em contato com o
solo e termina quando os dedos do pé elevam-se da superfície. Além das fases de balanço e de
apoio, em curto período de tempo, no ciclo da caminhada, ambos os pés estão em contato com o
solo. Isso é chamado de período de apoio duplo e constitui uma das principais características que
diferencia a caminhada da corrida.

Marcha Atlética

Prova do Atletismo na qual a progressão é executada de tal modo que o marchador


mantenha sempre um dos pés no solo, não podendo ocorrer a perda do contato com o mesmo. A
perna que avança deve estar reta, isto é, não flexionada no joelho, do primeiro contato com o solo
até a posição vertical. Esta prova é considerada por muitos como a prova mais estressante do
Atletismo devido aos movimentos executados ininterruptamente e às distâncias percorridas. As
provas de marcha atléticas consideradas oficiais são 10 km feminino e 20 e 50 km masculino. De
acordo com a CBAT/IAAF (2002/2003), a marcha atlética é uma progressão de passos
executados de tal modo que o marchador deverá manter um contato contínuo com o solo, não
podendo ocorrer, pelo menos aos olhos humanos, a perda do contato com o mesmo. A perna que
avança deve estar reta, isto é, não flexionada no joelho, desde o primeiro contato com o solo, até
a posição ereta vertical.

Recordes da marcha atlética:

Recorde mundial masculino:

 20km Marcha (rua) 1h17:16 Vladimir Kanaykin 29/09/2007

16
50km Marcha (rua) 3h34:14 Denis Nizhegorodov 11/05/2008

Recorde mundial feminino:

 20km Marcha (rua) 1h25:08 Vera Sokolava 26/02/2011

Recorde brasileiro masculino:

 20km Marcha (rua) 1h19:56 Sérgio Vieira Galdino 14/05/1995

Recorde brasileiro feminino:

 20km Marcha (Rua) 1h33.23 Tânia Regina Spindler 11/05/2008

Os recordes apresentados acima possibilitam concluir que são alcançadas velocidades


médias próximas a 14 km/h.

A Corrida

A corrida pode ser considerada como um prolongamento natural da caminhada. Esta forma
de locomoção humana caracteriza-se pela alternância de uma fase de apoio e uma fase de vôo
ou aérea em cada passo, na qual o corpo fica sem contato com a superfície de apoio. Esta fase
de vôo é o que distingue mais prontamente a caminhada da corrida. Cada passo da corrida
consiste de três fases: apoio (contato), impulso e vôo (recuperação).

Mecânica da corrida

Embora pareça um ato simples, pois todos correm desde pequenos sem que se tenha a
preocupação com o “como” está correndo, a corrida tem princípios mecânicos básicos que,
quando observados, contribuem para um melhor desempenho. O padrão bem desenvolvido da
corrida é fundamental para a participação bem sucedida em muitas atividades esportivas. A fim
de facilitar a análise da mecânica da corrida, serão apresentados alguns de seus movimentos por
partes, ressaltando, porém, que a corrida é uma ação sincronizada de todo o corpo. Apoio
Acontece ao se realizar o contato com o solo, em função do movimento descendente da perna. O
pé dianteiro desce para apoiar-se no solo (sendo o contato do pé feito segundo a velocidade
desenvolvida pelo atleta), ao tempo que se flexiona o joelho ligeiramente (“amortecimento”)
preparando o impulso; enquanto que o joelho oposto avança flexionando-se consideravelmente

17
(também em função da rapidez da ação da corrida), para ultrapassar a perna de apoio e
continuando o movimento para frente durante este período em que a perna de apoio passa a ter a
tarefa do impulso. Em uma corrida de curta distância, na qual a velocidade é intensa, o contato
dos pés com o solo é realizado com a parte anterior do pé por um período de tempo muito curto,
enquanto que, em uma corrida de longa distância, onde a velocidade é muito menor, o contato é
feito com um ligeiro predomínio inicial do calcanhar e, sendo assim, com uma maior duração do
contato. A ação dos braços também modifica seu sentido depois de um momento de máximo
relaxamento em que ambos coincidem nos lados do corpo, enquanto que a cabeça deverá
acompanhar a linha do tronco com o olhar dirigido para frente e ligeiramente para baixo.

Impulso

A fase de impulso ocorre, obviamente, durante o apoio do pé na superfície, sendo esta


organização das fases para fins de análise. Durante o apoio, a perna absorve o impacto do golpe
do pé, sustenta o corpo e mantém a movimentação adiante enquanto acelera o CG, quando a
perna proporciona o impulso para projetar o corpo à frente. A fase de impulso se caracteriza pela
extensão das articulações do tornozelo, joelho e quadril, resultando num período de aplicação de
força contra o solo, para frente e para cima. Ao tempo que a outra perna atua flexionada adiante e
acima, provocando um acréscimo de forças. A máxima extensão da perna de impulso irá coincidir
com a maior elevação da coxa e joelho da perna livre. Os braços se movem compensando o
movimento das pernas e inversamente às mesmas, ou seja, o braço correspondente à perna que
avança vai para trás e vice-versa. Coincidindo o máximo de sua ação com o momento final da
impulsão, de forma que quando o cotovelo se encontra mais atrás, o joelho correspondente
alcança maior elevação. Em sua oscilação (ligeiramente convergente para o peito – linha média
do corpo), forma um ângulo aproximado de 90º entre o braço e o antebraço. A intensidade do
movimento das pernas e braços, assim como a sua amplitude, é diretamente proporcional à
velocidade da corrida.

Fase do vôo

A projeção para frente provocada pelo impulso se manifesta na parábola descrita pelo CG
uma vez terminado o contato com o solo, sendo esta fase de perda de velocidade. Na fase de
vôo, verifica-se o início da recuperação da perna que executou o impulso. O pé de impulso se
eleva para trás, enquanto a outra perna se estende à frente, começando sua descida com uma
tração ativa sobre o solo, à medida que a perna atrasada se flexiona cada vez mais e os braços

18
iniciam seu balanceio em direção contrária. Todo este ciclo pode ser considerado como de
relaxamento durante o vôo e constitui o maior deslocamento.

Ação dos braços na corrida

Os braços na corrida visam, sobretudo, a manutenção do equilíbrio do corpo. Eles são


mantidos durante toda a sua trajetória, flexionados na articulação do cotovelo em um ângulo
próximo a 90º. A movimentação dos braços é feita lateralmente ao tronco, cruzando ligeiramente
o plano frontal, sem ultrapassar consideravelmente o nível dos ombros quando vai à frente, sendo
importante manter as mãos e os punhos sempre descontraídos. Em relação aos movimentos das
pernas, os braços são movimentados alternadamente, isto é, quando a perna direita vai à frente, o
braço esquerdo também vai e vice-versa. Portanto, os braços são usados em oposição às pernas.
Em corridas de fundo não há necessidade de um movimento vigoroso dos braços como nas de
velocidade.

Corrida de Competição

A corrida de competição requer por parte do atleta o domínio de gestos técnicos apurados
com a finalidade de proporcionar um ótimo desempenho em relação aos aspectos mecânicos e
energéticos.

Fatores básicos

A velocidade desenvolvida pelo corredor será considerada tendo como referência a


velocidade média (Vm) e esta dependerá do tempo utilizado para percorrer a distância
estabelecida para a prova. Outra forma de mensurar a Vm é através da frequência e da amplitude
dos passos. Pesquisas demonstraram que as pessoas aumentam a Vm da corrida em função do

19
aumento do comprimento do passo (cp) e do aumento da frequência dos passos (fp). Contudo,
verifica-se que o cp apresenta uma tendência em alcançar um platô em altas velocidades. A fp,
consequentemente, tende a apresentar uma maior contribuição em altas velocidades. Portanto,
em relação a esta análise, pode-se observar que a frequência é, também, um fator determinante
do desempenho do corredor de velocidade. Considerações para a corrida em velocidade elevada
(com esforço máximo) Durante o impulso devem ocorrer uma potente contração dos músculos
extensores do quadril, joelho e tornozelo (flexão plantar), e no seu limite possível, ficando,
portanto, totalmente estendida, isto visando obter um comprimento ótimo do passo. Já na fase de
vôo ou recuperação, o corredor flexiona o joelho para que o calcanhar da perna em recuperação
chegue muito próximo da nádega. A seguir, o joelho é projetado para frente até que a coxa fique
praticamente paralela com a superfície da corrida. Essa posição alta da perna livre é alcançada
normalmente no momento em que o pé de apoio está deixando a superfície. Enquanto o corpo
está no ar, o joelho da perna da frente é estendido, permitindo ao pé descer na direção da
superfície da corrida. O corredor não coloca o pé muito adiante de seu CG a ponto de produzir um
efeito de frenagem. Em relação a este último aspecto, no instante em que o pé tocar o solo, o CG
do corredor deverá estar posicionado acima deste, permitindo que o mesmo execute a ação de
empurrar o solo para trás e não puxar o solo para trás, o que diminuiria o movimento eficiente do
CG para frente (CARNAVAL, 2000). Os braços trabalham com os cotovelos flexionados em 90º e
desenvolvem uma vigorosa ação de “bombeamento” no sentido anteroposterior do corpo, sendo
ligeiramente direcionados para a linha média, porém, sem atravessá-la, favorecendo o momento
(momentum) para frente. Na movimentação anterior, ou seja, na flexão do ombro, a mão atingirá a
altura dos ombros, podendo ultrapassá-lo um pouco, alcançando a altura da boca. Na
movimentação posterior, extensão do ombro, ao estar na posição mais atrasada, a mão atingirá a
altura do quadril. Carnaval (2000) cita que no início de uma prova de velocidade, o atleta inclina
seu tronco muito à frente devido à reação do solo às forças imprimidas por ele no bloco de
partida. À medida que a corrida avança o atleta não tem mais condições de imprimir grandes
forças no solo, como no momento da largada e, por isso, diminui a inclinação do tronco à frente.

20
Quadro sinóptico das características técnicas básicas das corridas

Respiração durante a corrida:

A respiração durante a corrida deverá acontecer naturalmente. Não é necessária qualquer


preocupação adicional com a quantidade de ar a ser inspirado, visto que o nosso organismo
possui mecanismos que controlam a maior ou a menor necessidade de captação de oxigênio.

“Com um exercício mais intenso, o aumento no volume corrente começa a alcançar um


platô com cerca de 60% da capacidade vital; a ventilação minuto aumenta ainda mais através de
aumentos na frequência respiratória. Essas ajustagens se processam inconscientemente. Cada
pessoa desenvolve um ”estilo” de respiração no qual a frequência respiratória e volume corrente
se combinam para proporcionar uma ventilação alveolar eficiente. Qualquer tentativa consciente
de modificar a respiração durante as atividades físicas em geral, como correr, não é benéfica em
termos de desempenho. A manipulação consciente da respiração costuma ser prejudicial para os
ajustes fisiológicos regulados magistralmente e induzidos pelo exercício. Em repouso e durante o

21
exercício, a pessoa sadia deve respirar da maneira que parece mais natural.” (MAcARDLE,
KATCH & KATCH, 1998).

Corridas Oficiais do Atletismo

• 100 m rasos

• 200 m rasos

• 400 m rasos

• 800 m rasos

• 1.000 m rasos

• 1.500 m rasos

• 1 milha (1.609 m)

• 2.000 m rasos

• 3.000 m rasos

• 5.000 m rasos

• 10.000 m rasos

• 100 m com barreiras (fem)

• 110 m com barreiras (masc)

• 400 m com barreiras

• 3.000 m com obstáculos

• Revezamento 4x100 m

• Revezamento 4x400 m

• Maratona (42.195 m)

22
Classificações das Corridas

As corridas classificam-se quanto ao local de realização, à participação


na prova, à característica principal, ao balizamento e ao esforço fisiológico
(extensão do percurso/velocidade na prova).

Característica principal “Natureza” da prova

 Provas rasas – realizadas em pista de Atletismo sem obstáculos.


 Provas com barreiras – realizadas em pista de Atletismo, em raias
marcadas, com 10 barreiras colocadas em cada raia.
 Provas com obstáculos – realizadas em pista de Atletismo com 5
obstáculos artificiais comuns aos corredores.
 Provas de revezamento – realizadas normalmente em grupos de
4 atletas por equipe, todos percorrendo trechos iguais e sendo
realizada a passagem de um bastão entre os integrantes.
Contudo, existem outras formas de revezamento como, por
exemplo, o revezamento medley, onde os atletas correm
distâncias diferentes: 1º.: 100m; 2º.: 200m; 3º.: 300m; e o 4º.:
400m. Esta prova de revezamento é, atualmente, oficial para a
categoria de 16 e 17 anos (menores).

Local de realização

 Corrida de pista Ex: 100m rasos, 110m c/barreiras e 1.500m


rasos.
 Corrida de rua ou campo – Corridas realizadas em estradas e
terrenos variados – corridas de rua, cross country (prova
realizada através de bosques, campos, trilhas, parques,
gramados); o percurso destas provas também são variados:
subidas, declives, areia, poças d’água, etc.
 Corrida “mista” (pista e rua) Ex: maratona olímpica.

23
Participação na prova

 Corrida individual Ex.: 200m rasos, 400m c/barreiras e 5.000m


rasos.
 Corrida coletiva Ex.: revezamentos 4x100m e 4x400m.

Balizamento

 Corrida raiada – Todo o percurso é feito no interior da mesma


raia Ex: 100m rasos e 110m c/barreiras (provas até os 400m).
 Corrida parcialmente raiada – Somente parte do percurso é
realizado no interior de uma mesma raia Ex: 800 m rasos e
revezamento 4x400m.
 Corrida não raiada – Corrida com raia livre Ex.: 1.500m e 5.000m
(provas de 1.500m em diante).

24
SALTO COM VARA

Antigamente, os homens usavam o instrumento para cruzar os canais


com água, o objetivo era à distância ao invés da altura.

No início, os saltadores usavam varas de bambu com uma ponta afiada


na extremidade. Eles competiam sobre a grama, fincando a ponta no solo
(porque os buracos não eram permitidos), saltando sobre a vara e

caindo sobre a grama; Até a década de 60 os atletas eram obrigados a


cair na areia. As varas eram feitas de bambu ou madeira e, posteriormente,
passaram a ser feitas de alumínio. Atualmente, as varas modernas são feitas
de fibra de carbono ou fibra de vidro. Estas mudanças geraram grande
diminuição do peso da vara e maior flexibilidade. A altura começou a aumentar,
devido melhoria da técnica e dos materiais, colchões passaram a ser utilizados
durante a queda. Agora o salto com vara moderna acontece numa pista, com
uma superfície para todo o tipo de clima, com uma caixa de encaixe da vara e
vários colchões no lugar da queda. Esta pista deve ter no mínimo 45 metros de
comprimento.

25
A VARA

É construída com material composto por fibra de carbono ou fibra de


vidro em várias camadas. A vara deve curvar na mesma intensidade,
significando que um saltador mais pesado precisa de uma vara mais rígida do
que o saltador mais leve, a rigidez da vara para o salto deve ser
cuidadosamente ajustada com seu peso. Para diminuir a incidência de lesões e
acidentes no salto com vara, as regras exigem que o saltador utilize uma vara
já avaliada para suportar um peso igual ou acima do seu peso corporal.

A TÉCNICA DO SALTO COM VARA É DIVIDIDA NAS SEGUINTES FASES


TÉCNICAS:

 Empunhadura;
 Corrida de balanço ou de aproximação;
 Encaixe;
 Impulsão e pêndulo;
 Giro e vôo;
 Transposição e queda.

EMPUNHADURDA

O braço esquerdo neste momento encontra-se à frente do atleta e o


cotovelo também formando um ângulo reto, sendo que a palma da mão ficará
voltada para baixo segurando a vara.

26
CORRIDA DE BALANÇO OU APROXIMAÇÃO

Na corrida de aproximação o atleta deverá chegar ao ponto de impulsão


com bastante velocidade e com domínio de seus movimentos para não
interferir na execução das fases subsequentes. Nesta fase, a vara será
transportada do lado direito do corpo do atleta.

ENCAIXE

A posição do corpo e a forma de pegar na vara podem variar de atleta


para atleta. A velocidade máxima, é importante na impulsão com o centro de
gravidade do corpo elevado. Por isso, no início, a vara encontra-se acima da
altura da cabeça, sendo abaixada lentamente nos últimos metros.

ÁREA DE QUEDA

Flexão da vara e fase de enrolamento (pêndulo/impulsão) A fase de


impulsão é o aspecto técnico mais importante do salto. É responsável pela
transferência de energia da corrida (velocidade) para o salto e na sequência o
pêndulo, a elevação e o giro. Consequentemente, a fase de deslocamento, é
uma verdadeira transição entre a corrida e o voo.

ROTAÇÃO (GIRO/ VOO)

Os seguintes movimentos para a transposição da fasquia devem ser


executados rapidamente e habilmente, nos quais as pernas devem permanecer
mais unidas possível. O braço esquerdo deixa de se apoiar na vara e o ombro
direito é projetado com o empurrar do braço direito para cima da altura da mão
direita.

QUEDA TRANSPOSIÇÃO DA FASQUIA (SARRAFO)

Após o largar da vara com a mão direita, os pés passam a fasquia. Então o
corpo adquire uma posição curvada ou angular. Esta posição de navalha
possibilita o deslocamento dos centros de gravidade das diferentes partes do
corpo. A queda dá-se sobre as costas.

27
REGRAS

 O atleta tem direito a 3 (três) saltos;


 Informações do peso dos atletas devem ser previamente
passadas pelos técnicos aos juízes;
 Durante a competição, um funcionário designado irá verificar se a
vara está adequada para cada um das tentativas de
ultrapassagem do sarrafo;
 As varas podem ser previamente marcadas para que facilite e
agilize a prova;
 Ultrapassando a altura estipulada do primeiro salto o atleta
automaticamente terá direito a mais 3 (três ) saltos para
aumentar a sua marca;
 Os atletas podem levar várias varas para o setor de competição e
todas elas devem ser previamente inspecionadas;
 Caso uma das varas quebre durante a competição ela poderá ser
substituída;
 Um atleta também pode utilizar a vara de outro saltador, desde
que os limites de peso e altura sejam respeitados, que ela seja
adequada ao seu peso corporal e que haja consentimento do
atleta dono da mesma;
 Mesmo que o atleta salte o obstáculo e a vara derrubar o sarrafo,
conta como falta;
 O saltador também não pode mudar a posição das mãos na vara
durante seu deslocamento;
 Três dessas faltas o eliminam;
 Obs.: Caso o atleta utilize uma vara irregular, ele será
desclassificado da competição.

A pista deve medir no mínimo 45m, ao fim dela se encontra o obstáculo, uma
barra horizontal de 4,5 m de comprimento, 2,260 kg de peso máximo,
sustentada por duas traves laterais que a elevam e apoiam à determinada
altura, Área de queda (colchão) para salto com vara conforme especificações

28
da CBAt e a IAAF mede: 8,00 x 6,00 x 0,80cm. A vara utilizada para impulso é
de material, comprimento e diâmetro à escolha do atleta; Atualmente, os
saltadores usam vara de fibra de vidro, por sua grande resistência e
flexibilidade, com peso e comprimento que variam em razão das características
físicas do próprio atleta.

SALTO EM ALTURA

ESTILOS DE SALTOS:

 TESOURA: O estilo tesoura é a técnica mais simples e natural


 de se transpor o sarrafo, não permite transpor grandes alturas;
 ROLO VENTRAL: Caracteriza-se pela ultrapassagem do sarrafo
(fasquia) na posição de decúbito ventral.
 FLOP: Caracteriza-se pela ultrapassagem do sarrafo (fasquia) de
costas. A corrida é feita em forma de curva.

29
Vantagens da corrida em curva

A curva permite ao atleta utilizar a Força centrífuga para ganhar mais


elevação. A curva permite ao atleta, iniciar a rotação já durante a corrida, e
assim, concentrar-se exclusivamente no impulso vertical. A rotação não é
gerada durante a corrida, mas sim durante a fase de impulso. A curva pode ser
útil. Para permitir uma posição baixa no final da corrida de impulso, sem o
atleta ter que correr com as pernas flexionadas. A curva também auxilia o atleta
a inclinar-se para o interior do raio do círculo.

OBJETIVOS:

A frequência da passada deve aumentar progressivamente, o centro de


gravidade baixa moderadamente na penúltima passada, o pé de apoio deve ser
muito ativo na penúltima passada. Maximizar a velocidade vertical e iniciar as
rotações necessárias para a transposição do sarrafo.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:

O pé deve fazer um apoio rápido, ativo e em grif, o pé de impulso deve


apontar para a área de queda (colchão). O tempo de apoio do pé no chão,
assim como a flexão da perna de chamada devem ser ambos minimizados.

O joelho da perna livre é lançado para cima até que a coxa esteja
paralela ao chão, GRIF após o impulso, o centro de gravidade segue um
caminho fixo (parábola), para alcançar o pico máximo de altura sobre o sarrafo.

REGRAS

 A altura mínima é determinada pelos juízes;


 O atleta pode decidir a que altura vai iniciar o seu salto;

30
 A fasquia sobe no mínimo entre (2cm a 5cm) entre cada altura, e
depois de definido este intervalo, tem que manter até o final da
prova;
 Para cada altura o atleta dispõe de 3 tentativas;
 Se falhar nas 3 tentativas estará excluído da prova;
 Marca o melhor dos 3 saltos;
 Para fins de desempate, o vencedor será aquele que transpassar
a maior altura com menor número de tentativa;
 Durante a corrida o atleta pode abortar o salto, mas terá um
minuto para voltar a fazer a corrida novamente, caso não
aconteça o salto será invalidado;
 A zona de queda terá um colchão de 5 metros de comprimento e
de largura;
 O salto é considerado nulo quando a fasquia cair dos suportes
por ação do atleta durante o salto.

31
SALTO TRIPLO

É uma especialidade olímpica de atletismo que requer uma combinação


de velocidade e técnica do atleta que o pratica. Os praticantes deste esporte
são chamados de triplistas.

O salto triplo divide-se nas seguintes fases: CORRIDA DE BALANÇO,


HOP, STEP e SALTO. O hop, Step e Salto podem ser divididos cada um em
três fases (chamada, Voo e queda). Na fase da corrida de balanço, o atleta
deve acelerar no sentido de maximizar a sua velocidade. Na fase do HOP, o
saltador deve executar um movimento rápido e horizontal, percorrendo cerca
de 35% da distância total do salto. Na fase do STEP o saltador deve percorrer
cerca de 30% da distância total do salto. O STEP é a fase mais crítica do salto
e a sua duração deve ser igual à do HOP. Na fase do salto, o atleta faz a
chamada com a perna contrária e deve percorrer cerca de 35% da distância
total do salto.

REGRAS

 A ordem de saltos dos atletas é sorteada.


 Assim como no salto em distância, o atleta faz 3 tentativas e lhe
é computado o melhor dos três.
 O primeiro salto deve ser dado de forma que o competidor corra
com o mesmo pé com que foi dada a impulsão; no segundo, ele
deve cair com o outro pé, a partir daí o salto é finalizado.

32
 É considerado falho o salto em que o competidor, enquanto
estiver saltando, tocar o solo com a perna "inativa".
 Conta-se como válido o toque mais próximo da tábua de
impulsão.
 A pista deve ter uma largura mínima de 1,22m e seu
comprimento é ilimitado, devendo ter, no mínimo 40m.
 Caso o atleta dê seu último toque no solo antes do salto após a
linha-limite, esse salto será invalidado.

SALTO EM DISTÂNCIA

O salto em distância é uma prova na qual os atletas devem percorrer


uma raia da pista correndo e saltar, caindo com os dois pés em uma caixa de
areia. O vencedor da prova é o atleta que conseguir saltar a maior distância.
Para validar o seu salto, o atleta, que tem direito a três tentativas, deve dar o
último passo e o salto antes de atingir uma linha branca marcada na raia.

33
Corrida: A atleta acelera pela pista, alcançando a máxima velocidade
antes da região de salto. Salto: A atleta se impulsiona com um pé, com os
braços para cima para alcançar altura. Fase aérea: Corpo estendido para
manter equilíbrio e preparar a aterrissagem. Aterrissagem: Pernas e braços à
frente para alcançar a máxima distância possível.

Regras do Salto em Distância

 A prova tem uma forma de disputa muito simples.


 Cada atleta tem direito a seis tentativas para atingir sua
melhor marca. Uma tentativa é considerada válida quando o competidor
inicia o movimento do salto dando o último passo antes da linha que
limita a área de corrida. Caso o atleta dê seu último toque no solo antes
do salto após a linha-limite, esse salto será invalidado.

Outras causas de invalidação de um salto: caso o atleta toque, com


qualquer parte do corpo, a área posterior à linha de medição localizada na
barra de impulsão; toque o lado da tábua de impulsão; toque o solo fora da
caixa de areia no momento em que cair; caminhe pela caixa de areia após o
salto; dê um salto mortal.

LANÇAMENTO DE DARDO

Desde 1906, essa prática tem sido umas das atrações do atletismo em
olimpíadas, com o objetivo de fazer o lançamento do dardo mais longe possível
onde o dardo tem que cair numa espécie de cone com um vértice de 26 graus.
Arremesso de dardo exige velocidade e ritmo da abordagem, assim como a
força. O dardo é uma arma de lançamento, com ponta de ferro ou pedra
talhada, semelhante a uma lança. A principal diferença entre os dois é que a
lança é mais pesada, com pontas mais largas e afiada, com o objetivo de ferir
um adversário. Já o dardo é mais leve, e utilizado no esporte, com arremessos
de atletas.

34
Com origem na pré-história, esse tipo de atividade foi inicialmente
utilizado na caça e, posteriormente na guerra, como arma de combate. É uma
das provas mais antigas do atletismo, sendo disputada nos Jogos Olímpicos da
velha Grécia. Nos Jogos Olímpicos da era moderna, a primeira menção que se
tem do dardo data de 1886, quando o sueco A.Winger estabeleceu o primeiro
recorde mundial, com a marca de 33.81metros. Em 1906 o lançamento de
dardos foi dado como esporte internacional durante os Jogos de Atenas, com o
vencedor Eric Kleinning, num arremesso de 53,89 metros. Depois surgindo
verdadeiros campeões, como Eino Pentila e Matti Jarnineu. Bud Helder foi o
primeiro norte americano a estabelecer um recorde mundial, em 1953, com
80,41 metros. Ele e seu irmão Dicck em 1952 desenharam um dardo com 27%
de comprimento a mais, com relação ao sueco, o qual dava um maior
deslizamento. Hoje também os soviéticos se destacam, além dos americanos.
Tanto isto é verdade que o dardo foi lançado por um russo há mais de 104,00
metros, um feito realmente fantástico ainda mais se considerando que a marca
dos 100 metros não seria atingida ainda neste século.

O dardo

O dardo tem o formato de lança, feito de metal, com fibra de vidro ou de


fibra de carbono. O peso e a aerodinâmica do dardo masculino foi mudado em
1984 para reduzir na distância. O dardo para mulheres passou por mudanças
semelhantes em 1999. Os dardos atuais para homens pesam 800 gramas e 2,7
metros de comprimento, enquanto para as mulheres pesa 600 gramas e 2,3
metros. O dardo é constituído por três partes, a cabeça, o corpo e uma pega de
corda.

Empunhadura

A empunhadura ou pega é a maneira correta de segurar o dardo. É feita


na extremidade posterior do encordoamento, o que possibilita no lançamento
uma transposição favorável da força atrás do centro de gravidade, enquanto
que dos dedos encontraram uma melhor resistência e apoio.

35
E existem três tipos mais comuns de empunhaduras: Finlandesas,
Empunhadura Americana e Empunhadura em “V” ou tenaz, onde o dardo é
seguro entre o dedo indicador e o médio.

 Finlandesas, nesta, o polegar e as duas primeiras articulações do


dedo médio encontram-se atrás do encordoamento. O indicador
fica estendido ao longo do dardo, na sua parte de baixo.
 Empunhadura Americana, o polegar e o indicador é que
pressionam o dardo, atrás do encordoamento, enquanto que os
demais dedos o envolvem.
 Empunhadura em “V” ou tenaz, onde o dardo é seguro entre o
dedo indicador o médio.

36
REGRAS

ARREMEÇO DE PESO

Há duas técnicas diferentes para o lançamento do peso, a técnica


retilínea e a técnica em rotação, e embora haja muitos pontos comuns entre
essas duas técnicas, elas distinguem-se exatamente pela diferença que existe
no percurso de aceleração do engenho, em linha reta na técnica retilínea e
num percurso circular na técnica em rotação.

Características Técnicas mais importantes

O lançamento do peso pode dividir-se em quatro fases: PREPARAÇÃO,


DESLIZAMENTO, ARREMESSO e RECUPERAÇÃO.

PREPARAÇÃO: O atleta deve segurar o engenho com os três dedos


centrais, servindo o polegar e o mindinho apenas para o equilibrar. O peso é
colocado junto ao pescoço entre a orelha e o queixo e o atleta deve colocar-se
de costas para o sector, numa posição relaxada. O olhar deve estar dirigido
para o local oposto ao sector de queda; O lançador inicia de seguida o
movimento, inclinando o tronco para a frente (ficando quase na posição
horizontal) e equilibrando-se numa só perna (a direita para lançadores destros).

37
DESLIZAMENTO: O lançador flecte a perna de apoio e lança a perna
livre para trás de forma explosiva, ficando a perna de apoio em extensão sobre
o calcanhar que se mantém em contato com o solo durante a maior parte do
deslizamento. O tronco continua inclinado para frente com os ombros paralelos
à antepara, sempre voltados para o ponto de partida. É fundamental que este
deslizamento não se realize de forma brusca ou demasiado rápida. Tem de
haver o cuidado de iniciar o movimento de forma lenta e procurar que o ritmo
seja progressivo.

ARREMESSO: Na primeira parte do arremesso o atleta passa pela


posição de força com o peso do corpo sobre a perna direita (lançadores
destros) que deve estar flectida. Os ombros mantêm-se paralelos à antepara,
mas a linha das ancas já rodou para a esquerda. O olhar mantém-se num
ponto imaginário oposto ao sector de queda. A partir desta posição deve haver
uma rotação da bacia na direção do lançamento, que termina frontalidade para
o sector de queda, ao mesmo tempo em que o lado esquerdo (perna, anca e
braço) resiste, bloqueando o movimento. Após a ação das pernas e do tronco o
movimento termina com uma extensão agressiva do braço lançador, mantendo-
se os pés em contato com o solo até o atleta perder o contato com o engenho.
Através desta sequência de ações dá-se uma transferência da velocidade do
lançador para o engenho.

RECUPERAÇÃO: Esta é uma fase que surge normalmente quando a


velocidade de execução dos atletas é grande e consiste numa troca rápida de
pernas no sentido de estabilizar o atleta e evitar lançamentos nulos. De
salientar que mesmo no alto nível existem atletas que não utilizam esta mesma
recuperação. No seguimento do atrás exposto conclui-se que esta fase não
tem relevância na iniciação ao lançamento do peso.

38
REGRAS

O peso tem de ser lançado do pescoço apenas com uma mão. Na fase
de preparação em que o atleta toma posição no círculo para iniciar o
lançamento, o peso tem de estar colocado junto ao pescoço, entre a orelha e o
queixo e a mão não poderá deslocar-se para baixo dessa posição durante o
ensaio. Durante o lançamento o atleta não pode tocar com qualquer parte do
seu corpo fora do círculo de lançamento ou no cimo da antepara, caso tal
aconteça o ensaio é considerado nulo.

Também será nulo se o peso cair fora do sector de queda ou tocar na


linha que o delimita. Para o ensaio ser validado o atleta tem de abandonar o
círculo em equilíbrio após o peso cair e por trás de uma linha que atravessa o
círculo a meio. A medição do lançamento é feita desde a marca deixada pelo
engenho mais próxima do círculo, até à margem interna da antepara, ao longo
de uma linha reta que passe pelo centro do círculo. Num concurso de
Lançamento do Peso, cada atleta tem três tentativas após as quais, os oito
atletas com melhores marcas têm direito a mais três ensaios pela ordem
inversa da classificação. Após o final do quinto ensaio a ordem de lançamentos
é de novo alterada (ordem inversa à classificação) mas todos os atletas
continuam em concurso. Vence a prova o atleta que obtiver o melhor resultado
em qualquer uma das seis tentativas. Em caso de empate, desempata o
segundo melhor resultado e assim sucessivamente.

39
LANÇAMENTO DE DISCO

O esporte teve origem nas Olimpíadas da Antiguidade, precisamente em


708 AC. Existem várias obras de arte que comprovam o fato, como a estátua
de Discobolo, criada em 455 AC. pelo grego Míron. Provavelmente os primeiros
discos não tinham a forma dos atuais, e eram de pedra. A forma circular do
disco utilizado atualmente, foi sendo aperfeiçoada com o tempo. O lançamento
de disco foi incluído nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 1896.

A diferença principal para as competições atuais é que o lançamento era


estático, até por volta de 1900, quando os nórdicos passaram a girar para fazer
o arremesso. Nessa época o lançamento era feito com as duas mãos. Após a
década de 20, foi criada a regra do arremesso com uma mão apenas, e em
1954, o giro passou a ser obrigatório nas competições.

O disco tem medidas e pesos diferentes para homens e mulheres. Pode


ser de madeira ou outro material adequado, oco ou não, e deve ter as bordas
arredondadas. As medidas dos discos são:

Homens - pesa 2 kg, mede entre 219 e 221 mm de diâmetro e tem de 44


a 46 mm de espessura.
Mulheres - pesa 1 kg, mede entre 180 a 182 mm de diâmetro, e tem de 37 a 39
mm de espessura.

Nas competições, o atleta fica dentro de uma espécie de jaula (é assim


mesmo que é chamada), que nada mais é do que uma rede
de 4m de altura, com uma abertura em um ângulo de 40°. É por essa abertura
que o disco é lançado. O atleta deve, ainda, se manter dentro de um círculo de
2,5m de diâmetro, e não pode pisar na linha que marca essa distância.

40
FASESE DO LANÇAMENTO DE DISCO

EMPUNHADURA OU PEGA: A mão assenta o mais completamente


possível na superfície do disco. As falanges distais apoiam o bordo do
implemento. A vertical do centro de gravidade do disco entre os dedos
indicador e médio. Ligeira flexão do pulso faz o bordo superior do disco toque o
antebraço.

POSIÇÃO INICIAL Em pé na parte posterior do círculo de lançamento


de costas para o sentido do lançamento. Pés afastados na largura dos ombros
com os dedos para fora. Peso do corpo distribuído em ambas as pernas.
Joelhos levemente flexionados. Braço dominante pendente relaxado ao lado do
corpo.

BALANÇO PRELIMINAR Levar o braço dominante ao nível do quadril


ou do ombro esquerdo, deslocando o peso para a perna esquerda. Em seguida
levar, sem quebra de ritmo, o disco bem atrás e à direita para trás do ombro
direito, transferindo o peso para a perna direita descontraidamente. O tronco,
com o braço esquerdo flexionado á frente do peito. Produz-se nessa etapa uma
torção entre os eixos do quadril e do ombro. O calcanhar esquerdo descola-se
do solo.

GIRO Inicialmente, em conjunto e, logo em seguida, separadamente,


corpo e disco são acelerados no interior do círculo. As pernas então se movem
à frente do tronco e do braço que segura o disco, gerando uma torção entre os
eixos do quadril e do ombro pela diferença de aceleração. O giro iniciase com a
polpa plantar do pé esquerdo sobre o solo. Quando a perna esquerda atinge
uma posição de 120º com a linha de lançamento, a perna direita inicia uma
repulsão sobre o solo, passando o peso do corpo para a perna esquerda que
avança no sentido do lançamento. O pé direito é levado para a parte da frente
do círculo de lançamento. Quando o peito vira-se para a direção de
lançamento, o pé esquerdo avança, iniciando a fase aérea. Durante o giro, o
centro de gravidade mantém-se sem elevação e os pés tocam o solo
rapidamente.

41
POSIÇÃO DE LANÇAMENTO Após o giro, o peso do corpo estará
sobre perna direita. O pé direito estará no centro do círculo 100º a 150º com a
direção de lançamento. Pés afastados com o pé esquerdo ainda na parte
posterior do círculo de lançamento na direção de lançamento. O disco
permanece recuado ainda com 270º por percorrer até o lançamento. Linha reta
entre o pé esquerdo, o quadril esquerdo e o ombro esquerdo. A torção iniciada
com o balanço preliminar é mantida até o final da posição de lançamento.

LANÇAMENTO PROPRIAMENTE DITO Inicia-se com a rotação do lado


direito do corpo em volta do pé, do joelho e do quadril. O lado direito do corpo
forma uma alavanca que contrabalança a pressão da perna direita. O peso do
corpo é movido para a perna direita. Quando o eixo do quadril atinge 125º em
relação ao sentido do lançamento, começa a rotação do lado direito que se
transforma em extensão, provocando uma momentânea fase aérea. Peito
voltado para frente no sentido do lançamento e braço direito ainda recuado
inicia um amplo arco de grande raio. A largada do disco com impulsão dos dois
pés á altura dos ombros com as costas da mão viradas para cima, com o dedo
indicador força a rotação do implemento. O eixo de rotação corresponde á linha
do lado esquerdo do corpo.

REVERSÃO Como consequência da extensão dos membros inferiores,


os pés perdem o contato com o solo, permitindo que se inverta a posição dos
pés para permanecer no círculo de lançamento, recuperando o equilíbrio com
auxílio amortecedor da flexão do joelho. ERROS COMUNS Balanço preliminar
muito alto. Durante o giro inclinar o tronco para o centro do círculo. Salto no
giro muito alto ou muito curto. Avanço não retilíneo. Não alcance da posição de
lançamento.

42
LANÇAMENTO DE MARTELO

Segundo conta a história, os primeiros martelos eram de pedra, fixados


por um cabo de madeira rígida e só mais tarde vieram a ser substituídos por
um martelo de ferro. Já no século XIII, o lançamento do martelo era muito
popular na Irlanda e na Escócia.

 O martelo pesa 7,26 kg na prova masculina e 4 kg nos eventos


femininos.
 O martelo utilizado é um equipamento com uma alça em sua
extremidade e uma esfera metálica na outra com um arame no
centro;
 O conjunto bola, arame e alça (pega), formam uma unidade de
comprimento máximo de 1,2 m.

A base de lançamento, é um círculo de 2,135m de diâmetro, geralmente


rodeado por um alambrado para proteção;

 Segurando a alça com as duas mãos e mantendo os pés


imóveis, o atleta faz a bola girar três ou quatro vezes, num círculo
passando a mesma por cima da cabeça e abaixo a linha da cintura;
 Quando o martelo alcança velocidade, o atleta gira sobre si
próprio, duas ou três vezes para acelerar, e em seguida, soltando à
frente, desta forma efetuando o lançamento.

Fases do Lançamento

O lançamento do martelo é sem dúvida uma das provas mais difíceis do


atletismo, o movimento é dividido em três fases:

1. Balanço e Molinete;

2. Giro;

3. Lançamento.

43
BALANÇO e MOLINETE

O movimento é iniciado com o atleta de costas para a trajetória do


lançamento, segurando a manopla com as duas mãos e mantendo os pés
imóveis.

O atleta gira o martelo sobre a sua cabeça (movimento denominado


molinete) a fim de dar velocidade ao implemento.

GIRO

O atleta gira sobre o próprio corpo, mantendo uma trajetória circular já


iniciada do martelo, faz um movimento complexo com os pés, trocando de
calcanhar e ponta do pé, de maneira que o lançador se desloca pelo setor;

LANÇAMENTO

Ao final do último giro, o atleta bloqueia o movimento do seu corpo,


fazendo uma alavanca e lançando o martelo, o lançamento é feito em ângulo
de 90º do ombro, essa puxada final é onde o atleta imprime maior força, e
geralmente onde se conclui a trajetória de direção e ângulo do lançamento.

EMPUNHADURA

Esta empunhadura deve ser firme, mas sem contrações.

O PROCESSO DE REVERSÃO

44
Com a finalidade de não transpor o limite do círculo de lançamento, o
atleta absorve o impacto, através de uma inversão da posição das pernas. A
esquerda é retirada para trás enquanto alguns flexionam a direita. Outros
continuam girando sobre a perna direita, levando o pé esquerdo para o centro
do círculo.

REGRAS

Durante o lançamento o atleta não pode tocar com qualquer parte do


seu corpo fora do círculo de lançamento, caso isso aconteça, o lançamento é
considerado nulo. Também será nulo se o martelo cair fora do setor de queda
ou tocar na linha que o delimita. Não será considerado como falta o fato da
cabeça do martelo tocar no terreno dentro ou fora do círculo, quando o atleta
fizer os molinetes ou os giros.

Para o lançamento ser validado, o atleta tem de abandonar o círculo em


equilíbrio, após o martelo cair, e por trás de uma linha que atravessa o círculo

45
ao meio. A medição do lançamento é feita desde a marca deixada pelo
implemento mais próximo do círculo, até à margem interna do aro que delimita
o círculo, ao longo de uma linha reta que passe pelo centro do círculo.

Numa prova de Lançamento do Martelo, cada atleta tem três tentativas


após as quais, os oito atletas com melhores marcas têm direito a mais três
lançamentos pela ordem inversa da classificação. Após o final do quinto
lançamento a ordem de lançamentos é de novo alterada (ordem inversa à
classificação), mas todos os atletas continuam na prova. Vence a prova o atleta
que obtiver o melhor resultado em qualquer uma das seis tentativas. Em caso
de empate, desempata o segundo melhor resultado e assim sucessivamente.

CONCLUSÃO

46
De acordo com os dados apresentados temos uma visão geral do que é,
e como é composto o atletismo, dentro de suas diversas modalidades.
Observamos também a importância de se trabalhar o atletismo nas fases
iniciais, onde é fundamental obter um ótimo trabalho de consciência corporal e
desenvolvimento motor e através do atletismo e de suas diversas modalidades
contando com um amplo repertorio de movimentos proporciona estas
vivências.

Hoje é comum ver em escolas a pouca ou até mesmo nenhuma forma


de estimulo em prol do atletismo, algo que reflete e muito no mau
desenvolvimento motor das crianças, fica quase como missão ao profissional
de educação física implementar este conteúdo em suas aulas, afim de
beneficiar os alunos que chegaram a vida adulta com uma melhor noção de
lateralidade e coordenação motora global, além de despertar para uns uma
vida de atleta, pois quanto mais cedo o esporte é inserido na vida dos alunos
pode se também identificar possíveis atletas, onde seria de suma importância
para o atual cenário esportivo nacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

47
Associação Internacional de Federações de Atletismo. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Federa
%C3%A7%C3%B5es_de_Atletismo

Atletismo – Arremesso de martelo. Disponível em:


http://esportes.terra.com.br/atenas2004/interna/0,,OI357367-EI2806,00.html

Atletismo para cegos. Disponível em: https://atletismoparacegos.wordpress.com/

Atletismo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atletismo

O atletismo no currículo escolar. Disponível em:


http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/115/
imprime312823.asp

O lançamento de martelo. Disponível em:


http://adect2.no.sapo.pt/artigos/pdf/martelo.pdf

Federação Catarinense de atletismo FCA. Disponível em:


https://www.fcatletismo.org.br/

Confederação brasileira de atletismo CBAT. Disponível em:


http://www.cbat.org.br/novo/

Associação Internacional de Federações de Atletismo IAAF. Disponível em :

https://www.worldathletics.org/

Livro Aplicação de Medidas e Métodos; Carnaval 2000.

48

Você também pode gostar