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Resenha: O Farol das Orcas (El Faro de Las Orcas, 2016), filme dirigido pelo

espanhol Gerardo Olivares, é inspirado no livro “Agustín Corazón Abierto”.

O filme Farol das Orcas, baseado em fatos reais, tem como pano de fundo o
Roberto Bubas, biólogo que trabalha com as orcas no sul da Argentina em um
antigo farol, que tem sua rotina alterada radicalmente, com a chegada de Lola e seu
filho Tristán que é autista, a mãe acredita que a convivência com os animais irá
trazer benefícios para o menino. O ponto principal do filme é retratar o autismo e
sua complexidade, tendo em vista que a medicina, apresenta várias hipóteses sobre
o mesmo. Os sintomas aparecem mais comumente nos primeiros três anos e
persistem por toda a vida. As pessoas com autismo geralmente têm dificuldade em
responder ao som, toque ou outros estímulos sensoriais, com pouca sensibilidade à
dor, mas também são muito sensíveis a outras sensações. Eles também podem ter
comportamentos repetitivos, mas as pessoas com autismo podem não interagir com
outras pessoas, mas terão sua própria maneira de interagir, dependendo de como
sua condição autista está estruturada(GOMÉZ e TÉRAN, 2014). O autismo é
considerado um problema emocional que afeta a comunicação e a interação social,
podendo ser classificado como leve, moderado ou grave, tendo como principais
sintomas a falta de contato visual, expressão facial e comprometimento da
exteriorização emocional(VOLKMAR e MCPARTLAND, 2014). Quando tristan chega
ao local, farol das orcas,passeando na praia ele demonstra medo das ondas do mar,
porém no decorrer do filme demonstra uma evolução e vai perdendo o medo, em
virtude do fascínio que têm pelas orcas, alguns autores têm descrito na literatura
que a interação entre crianças e animais pode desenvolver suas habilidades e
consequentemente a melhorar sua interação social (MUÑOZ e ROMA, 2016). No
filme ainda podemos constatar que existe falta de informação em relação ao
autismo e muitas pessoas desconhecem essa realidade. Desse modo, isso pode
eventualmente acarretar em preconceitos pela simples falta de informação ou
ignorância. É importante ressaltar que o autismo não é uma doença e a pessoa com
transtorno do espectro do autismo pode viver como uma criança normal, mas é
notável estimular seu desenvolvimento e a interação com os animais pode
desenvolver e aproximar o autista para conviver melhor com as pessoas de modo
geral.
Referências:

GOMÉZ, A.M.S.; TETRÁN, N.E. Transtorno de Aprendizagem e Autismo, Ed.1,


São Paulo: Grupo Cultural, 575p., 2014.
MUÑOZ, P.O.L.;ROMA, R.P.S. Terapia assistida por animais e autismo. São
Paulo: Manole.275-287p., 2016.
Volkmar FR, McPartland JC. From Kanner to DSM-5: autism as an evolving
diagnostic concept. Annu Rev Clin Psychol. 2014;10:193-212.

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