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MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
MANUAL DO
MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO – MAJ PM
LUCAS DÃ SANTANA BARRETO - CAP PM
Salvador
2018
AGRADECIMENTOS
Após análise, a Comissão opinou favoravelmente pelo reconhecimento da obra intitulada “Manual do Mo-
tociclista Policial Militar”, de autoria do Maj PM RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO, Mat. 30.218.666-9, e do Cap PM
LUCAS DÃ SANTANA BARRETO, Mat. 30.413.864-6, como Trabalho Técnico-Profissional de interesse da PMBA,
por entender que este satisfaz integralmente as necessidades da Corporação e, seguramente, prestará enorme
contribuição para a sedimentação doutrinária da atividade especializada de motociclismo policial militar no âmbi-
to desta Instituição, com destaque para a louvável iniciativa dos autores, porquanto responsáveis por extinguir a
carência histórica de material didático no que se refere temática abordada pelo manual em apreço.
Assim sendo, RESOLVO:
I - Acatar o parecer da comissão, considerando a obra intitulada “Manual do Motociclista Policial Militar”, de
autoria do Maj PM RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO, Mat. 30.218.666-9, e do Cap PM LUCAS DÃ SANTANA BAR-
RETO, Mat. 30.413.864-6, como Trabalho Técnico-Profissional de interesse da Polícia Militar da Bahia.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Níveis de abordagem policial / 160
Tabela 2 - Posturas em abordagem policial / 160
Tabela 3 - Relação de vantagens e desvantagens no policiamento com motocicletas / 178
Tabela 4 - Silvos de apito que podem ser empregados pelos agentes de trânsito / 199
Tabela 5 - Equipamentos empregados no posto de fiscalização de trânsito / 205
LISTA DE ANEXOS
Anexo A - Controle individual da frota / 236
Anexo B - Controle geral da revisão da frota / 238
Anexo C - Manutenção de primeiro escalão / 240
SUMÁRIO
MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL / 22
REFERÊNCIAS / 234
POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
COMANDO-GERAL
MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL ALUSIVA
AO PREFÁCIO DO MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL-MILITAR
CONHECENDO
A MOTOCICLETA
POLICIAL
A motocicleta é um veículo que dispõe de gran- Para atingir o nosso objetivo, pensou-se ne-
Tais motocicletas são adequadas para ações quer se- ATIVIDADE POLICIAL: STREET2 X ON/OFF ROAD
jam urbanas ou rurais, pois, além de maior rapidez em
deslocamento em relação aos veículos empregados Assevere-se que, qualquer que seja a modali-
no motopatrulhamento convencional, possuem ro- dade de policiamento com motocicletas, deverá ser
bustez e o necessário poder de resposta diante de priorizada a aquisição de motocicletas de on/off road,
ocorrências de maior gravidade. Deve-se, neste caso, em virtude das principais características que favore-
possuir um veículo com autonomia de combustível cem seu emprego no policiamento:
de, no mínimo, 200km.
• Maior resistência mecânica;
1.1.3 Motocicletas de escolta • Maior conforto quanto à posição do motoci-
clista montado, notadamente nas áreas urbanas;
Deve se tratar de veículos com potência em ci- • Linha de visibilidade do motociclista mais pano-
lindradas superior a 600cc, preferencialmente on/off râmica, por se tratar de motocicleta mais elevada;
road, com uso de pneus mistos. Isto se dá em virtude • Sistema de suspensão elevada, facilitando a
de ser necessário, por muitas vezes, escoltas em vias transposição de obstáculos.
que não são asfaltadas ou não possuem boas condi-
ções de rodagem. Entretanto, nada impede que seja
utilizada motocicleta street de alta cilindrada. O em-
prego de tais motocicletas se dá por possuírem um
poder de recuperação durante a realização das es-
coltas, bem como, dotada de robustez, o que facilita a
realização dos bloqueios viários. Figura 1 - Comparativo entre as motocicletas street e on/off road.
Disponível em: www.honda.com.br/motos
4
Conhecido popularmente como “mata-cachorro”. 5
Todo o revestimento na parte inferior do motor na cor prata. 29
1.3.5 Porta tonfa ou bastão 1.3.6 Protetor de manete
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Este dispositivo tem a função precípua de alocar A função principal deste equipamento é proteger
a tonfa ou bastão perseguidor. É de importância es- as mãos do motociclista contra galhos, cipós, barran-
tratégica diante de ocorrências que envolvam neces- cos e em caso de queda da motocicleta. Porém, tam-
sidade de emprego de armas de baixa letalidade em bém acaba protegendo as manetes, pois sem esta
situações de grande aglomeração de pessoas, para proteção elas podem ficar distorcidas e amassadas,
imobilização ou contenção. perdendo sua funcionalidade relacionadas ao cabo
do freio ou da embreagem.
Figura 8 - Porta tonfa empregado na motocicleta policial. Figura 9 - Protetor de manete empregado na motocicleta policial
Fonte: Elaborado pelos autores (2016). Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
30
1.3.7 Dispositivo corta linha “pipa”
EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
UTILIZADOS PELO
MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
Além dos equipamentos que compõem a mo-
36
CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Figura 17 - Modelos admitidos e inadmitidos pelo Conselho Nacional de Trânsito
Fonte: Resolução nº 203 (2006, p. 6).
2.4 BLUSÃO
8
As bulcaneiras douradas são empregadas para oficiais, enquanto
que as prateadas são utilizadas pelos praças, conforme Portaria nº 23-
CG/16, que dispõe acerca do Regulamento de Uniformes da PMBA. Figura 22 - Modelo de fiel empregado no blusão 39
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
2.4.3 Brevês
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
2.4.4 Medalhas
Figura 26 - Modelo de insígnias de postos e graduações utilizadas no blusão Figura 28 - Insígnia utilizada no blusão
Fonte: Elaborado pelos autores (2016). Fonte: Elaborado pelos autores (2016). 41
2.4.6 Braçal 2.5 LUVAS DE PROTEÇÃO
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
O braçal deverá ser disposto no braço esquer- As luvas têm papel fundamental na proteção
do, fixado no passador a unidade a qual o policial dos motociclistas. O corpo humano, ao ser projetado
militar pertence. numa queda de motocicleta, as mãos são as primei-
ras partes a absorverem o impacto pelo próprio ins-
tinto humano de tentar amortecer a queda. As luvas
também facilitam o contato com as manoplas, evitan-
do que haja escorregamento, em virtude de transpi-
ração, ou endurecimento dos dedos, dado às baixas
temperaturas. Qualquer que seja o modelo de luvas,
deve ser em couro, dada a resistência deste tipo de
material.
Existem duas espécies de luvas que são utiliza-
das no motopatrulhamento:
44
CAPÍTULO 2 / EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS PELO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Figura 33 - Inadequação do emprego do coldre de perna no policiamento
com motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
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2.8 RÁDIO TRANSCEPTOR PORTÁTIL 2.9 COLETE REFLETIVO
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
À primeira vista, este equipamento parece não Este item é fundamental por facilitar a visualiza-
ser considerado como de proteção individual. Contu- ção do motociclista policial militar. Nos casos excep-
do, compreende-se que possa ser enquadrado desta cionais de policiamento noturno com o emprego de
maneira, na medida em que propicia a comunicação, motocicletas, deverá se utilizar obrigatoriamente o
em especial em situações que se necessite de apoio colete refletivo.
ou reforço.
Desta maneira, deverá o motociclista policial
militar estar dotado de rádio transceptor portátil, pre-
ferencialmente com microfone afixado na lapela, ou
outro sistema sem fio que possibilite comunicação
eficiente com comandos que interfiram ao mínimo na
atenção do piloto. Caso haja garupa na motocicleta,
este será competente a realizar a comunicação.
47
CAPÍTULO 3
UNIFORME E
EQUIPAMENTOS
ESSENCIAIS E BÁSICOS
DO MOTOCICLISTA
POLICIAL MILITAR
Conforme dito anteriormente, a uniformidade 3.1 UNIFORMES DO MOTOCICLISTA POLICIAL
49
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
50
CAPÍTULO 3 / UNIFORME E EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS E BÁSICOS DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Figura 41 - Ilustração do uniforme operacional com emprego de capacete9
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
9
No policiamento com motocicletas, são empregados capacetes na cor branca, com faixa na cor marrom café na parte
traseira inferior, sendo possível ainda sobreposição de numeração e nome da unidade. Na parte frontal do capacete, acima
da viseira e centralizada, será sobreposto o brasão da Polícia Militar. 51
3.1.2 Uniforme operacional de missões de escolta
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
53
3.2 EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS PARA O MOTO-
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
10
Palavra de origem inglesa que significa “lista de verificações” ou “lis-
54 ta de checagem”.
equipamentos. Salientando, ainda, que com avanços
NOÇÕES DA
MECÂNICA DA
MOTOCICLETA
É de extrema relevância para o motociclista poli- mos hoje somente ocorreu em 1984, quando foi paten-
Figura 49 - Ilustração de principais peças do motor e esquema de funcionamento Figura 50 - Árvore de manivela do motor de motocicleta
58 Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br Disponível em: http://www.hitec-part.com.br
4.1.2 Balancins 4.1.3 Biela
O bloco do motor é uma peça componente do Figura 54 - Bloco do motor de motocicleta com demais componentes13
Disponível em: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-PT
motor, geralmente fundida em alumínio ou ferro, que
irá alojar os cilindros para a realização da combustão
60 interna. 13
A ilustração trata-se de bloco de motor com arrefecimento a ar.
4.1.6 Caixa de câmbio
4.1.10 Válvulas
4.1.9 Pistão
Estas peças são condicionadas a suportar eleva-
É a peça que se movimenta no interior do cilin- das temperaturas e devem fornecer uma perfeita ve-
dro, sendo que é através da biela que será possível dação. Geralmente as válvulas são feitas de uma liga
a transmissão da energia mecânica ao virabrequim, de aço e são de admissão e de escape.
resultado da combustão. Em geral, sua constituição é As válvulas possuem como finalidade impedir
de alumínio, possuindo anéis que garantem a veda- ou permitir a passagem da mistura na admissão para
ção com as paredes do cilindro. o interior do cilindro do motor, ou gases queimados
provenientes da combustão para fora do cilindro,
pelo sistema de escapamento.
62
4.2.1 Acelerador
4.2.2 Filtro de ar
4.2.3 Tanque de combustível
É sabido que para ocorrer a combustão torna-se
necessária a presença de oxigênio. Para que ocorra Recipiente no qual fica acondicionado o com-
uma combustão com qualidade e resulte num melhor bustível. O tanque de combustível deve estar devida-
desempenho do motor, evitando a entrada de impu- mente vedado, devendo-se ter atenção especial ao
rezas, tem-se o filtro de ar. Este item irá promover realizar abastecimento de combustível, verificando
o bloqueio à entrada de partículas, como fuligem e se foi fechado corretamente. Periodicamente deve
areia no processo de combustão. ser esvaziado e limpo, em virtude das impurezas que
Pode-se dizer que este item está intimamente acabam por se impregnar e se sedimentar ao fundo
ligado à economia do consumo e ao bom trabalho do tanque de combustível.
realizado pelo motor.
64
4.3.1 Alternador
4.3.3 Bateria
4.3.4 Bobina de faísca
66
CAPÍTULO 4 / NOÇÕES DA MECÂNICA DA MOTOCICLETA
Figura 68 - Modelo de CDI empregado em motocicletas
Disponível em:http://pt.aliexpress.com
Figura 67 - Modelo de bobina de faísca empregado em motocicletas
Disponível em:https://www.fraida.com.br 4.3.6 Motor de partida
Sabe-se que a movimentação das diversas pe- Como já mencionado no sistema de lubrificação,
ças no interior do motor acaba por ocasionar o des- tem como funções: desenvolver a lubrificação das
gaste destas, em virtude do constante atrito. Assim, peças internas do motor, conduzir as impurezas para
tal circunstância resulta em produção de partículas, ficarem retidas no filtro de óleo, realizando a limpeza,
sujeiras, ou até mesmo na limalha. Estas impurezas e fazer a refrigeração do motor.
podem afetar o bom desempenho do motor. É válido atentar ao manual de instrução da moto-
Sendo assim, o objetivo do filtro de óleo é jus- cicleta, para que se possa verificar a espécie de óleo
tamente reter toda e qualquer impureza trazida pelo lubrificante a ser utilizada, a quantidade, bem como
fluido de óleo, para que possa ocorrer uma lubrifica- qual a quilometragem ou tempo para ser trocado.
ção eficiente. O óleo lubrificante afeta diretamente no desem-
penho da motocicleta.
70
4.4.5 Radiador 4.5 SISTEMA DE ARREFECIMENTO
71
transmissão hidramático, automático ou automatiza-
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
4.6.1 Câmbio
4.6.2 Embreagem
motocicleta numa situação segura de diminuição da outro lado, pelo fato de seu acionamento ser mecâ-
velocidade, sem perda de controle. nico, a regulagem é facilmente perdida, devendo ser
regulado constantemente. Assim, com a regulagem ex-
cessiva ocorre um desgaste natural das lonas.
75
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Disco
co pelos dois lados.
Figura 84 - Ilustração do sistema de freio a disco hidráulico
Disponível em:www.fdr.com.br
77
CAPÍTULO 5
MANUTENÇÃO
PREVENTIVA DA
MOTOCICLETA
A manutenção preventiva e periódica da motoci- De acordo com Pinto e Xavier (2001, p.41), a ma-
Diante do que foi exposto, caberá aos motoci- Antes mesmo de o motociclista policial militar as-
clistas, bem como, aos Setores de Transporte da sumir o serviço, é necessário realizar a manutenção
Unidade, realizarem o controle da quilometragem e em primeiro escalão, com o intuito de verificar possí-
períodos das revisões. É sabido que, quando se re- veis anormalidades no desempenho da motocicleta.
aliza revisões fora dos prazos de quilometragem ou O primeiro escalão de manutenção é indispensável
período, acaba por perder a garantia, o que quer di- para o desenvolvimento do motopatrulhamento efi-
zer que as montadoras não irão ser responsabilizadas ciente. Neste diapasão, como o serviço operacional
por possíveis falhas mecânicas que possivelmente poderá transcorrer com normalidade, o policial militar
venham a ocorrer. Por isso, é fundamental possuir um nesta modalidade de policiamento poderá se depa-
controle rigoroso de toda a frota de motocicletas. rar com ocorrências em que seja necessário ter um
Neste liame, é fundamental que o Setor de Trans- desempenho mais arrojado da motocicleta, e, por tal
porte possua, no mínimo, uma pasta modelo arquivo motivo, este tipo de viatura deve estar com todos os
com as fichas individuais de toda a sua frota de moto- seus mecanismos em pleno e eficaz funcionamento.
cicletas, nominadas por marca/modelo, placa e chas- A importância deste escalão de manutenção
si, compondo todo histórico de revisões, bem como também anula acidentes evitáveis. Assim, tem-se
outras informações, como, por exemplo, de possíveis como um procedimento padrão a realização deste
falhas mecânicas ocorridas, acidentes, entre outras escalão antes de realizar o deslocamento para a ati-
ocorrências que sejam de relevância. Com vistas a vidade operacional.
auxiliar neste controle, tem-se o Anexo A e B como
modelo de planilhas para facilitar e auxiliar no contro-
le das manutenções da motocicleta.
80
5.2.1 O motociclista deve ter os sentidos aguçados
cicleta
sequência dos equipamentos a serem verificados, bem
A utilização da linha do horizonte imaginária sobre como suas especificidades, que devem ser observadas.
a motocicleta é uma técnica bastante útil para que seja
possível realizar uma vistoria rápida e eficaz, antes de 5.2.3 Para-brisas
realizar o deslocamento para a atividade operacional.
Este método tem como escopo que o motociclista crie O primeiro ponto que esta linha imaginária toca será
mentalmente uma linha imaginária horizontal e que neste item. Assim, caberá ao motociclista verificar se o
esta esteja sobre a motocicleta - preferencialmente no para-brisa está com alguma folga, com rachaduras ou
sentido de cima para baixo - para que seja possível ob- trincas. A folga deste equipamento, além de gerar o des-
servar todos os componentes que se deve ter atenção conforto na pilotagem, pois ficará em trepidação durante
ao realizar a vistoria em primeiro escalão. o deslocamento, poderá soltar e se chocar com o mo-
Visando facilitar a Manutenção de Primeiro Esca- tociclista, ocasionando acidentes. O mesmo ocorre com
lão, tem-se o Anexo C, composto dos principais itens trincas e rachaduras no para-brisa, passando de equipa-
a serem vistoriados. Entretanto, cabe também expor a mento de proteção a ocasionador de danos humanos. 81
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
15
Perímetros que não são refletidos pelos espelhos retrovisores,
14
Equipamento geralmente em chapa de aço ou ferro, que vem dada à angulação destes. Assim, um ajuste adequado aos espe-
logo após o assento do garupa, que tem por objetivo servir de su- lhos retrovisores, ampliando a angulação de abertura, pode reduzir
82 porte para fixação do baú ou bauleto. a existência dos pontos cegos.
5.2.6 Antena de corta linha “pipa”
aceleração e a manopla, pois deve haver uma folga cabo de freio devem ser vistoriados. Da mesma forma,
de 3 a 5 mm em geral, embora o ideal seja consultar o o cabo de freio não poderá estar teso, o que ocasionará
manual da motocicleta para obter esta informação com na redução do desempenho da motocicleta, desgaste
precisão. Assim, não poderá o cabo de aceleração se das pastilhas ou sapatas de forma desnecessária. De
encontrar teso nem folgado demais, o que pode difi- outra forma, caso o cabo esteja com folgas excessivas,
cultar a pilotagem, além de resultar em danos. reduzirá drasticamente a eficiência da frenagem.
Antes de se realizar o deslocamento para a ati- Cabe ao motociclista atentar para verificar se a
vidade operacional, esses equipamentos também ergonomia do tanque está ilesa, sem deformidades e
deverão ser testados, pois o sistema luminoso inter- bem afixada no chassi da motocicleta. Além disso, é
mitente não tem somente notoriedade para se poten- necessário observar se tampa está devidamente afi-
cializar a ostensividade, mas serve como sinalização xada, pois, em caso de quedas, ocorrerá a vedação,
extraordinária, evitando acidentes. reduzindo que o motociclista tenha contato direto
Do mesmo modo, os motociclistas policiais milita- com o combustível.
res podem se envolver em ocorrências em que seja
necessário o emprego da sirene, como, por exemplo,
em situações de operações e intervenções no trânsito.
18
A obrigatoriedade legal deste sistema está disposta no art. 29, Figura 99 - Tanque de combustível
inciso VII, alíneas “a” e “b” do Código de Trânsito Brasileiro. Há
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
ainda referência acerca do presente tema nos arts. 189, 190 e 222
da referida legislação.
86
5.2.13 Selim 5.2.14 Freios
Nesse caso, deverá ser observado todo o con- É necessário realizar uma vistoria panorâmica do
junto, ou seja, coroa, corrente e pião, verificando o motor, observando se há anormalidades. Neste item,
desgaste destas peças. Especificamente em relação à basicamente o motociclista terá como responsabilida-
corrente de transmissão, além do desgaste, terá impor- de verificar o nível do óleo, através da vara indicadora,
tância observar a limpeza, sua lubrificação, bem como tendo o cuidado de deixar a motocicleta perpendicular
a folga necessária recomendada pelo fabricante. ao solo e não inclinada, além de observar se há alguma
Esta folga aproxima-se a cerca de 1 (um) centímetro. espécie de vazamento de fluídos, oriundo do motor.
O ideal é que este ajuste seja realizado com o motoci-
clista sentado, para que a corrente de transmissão seja
ajustada, diante dos esforços que ela será submetida.
Cabe ainda destacar o regulador de tensão da cor-
rente, que tem como finalidade manter a corrente estica-
da, evitando a sua saída dos dentes da coroa e pinhão.
90
5.2.20 Descanso
91
CAPÍTULO 6
TÉCNICAS DE
PILOTAGEM
A condução da motocicleta, de per si, já impõe 6.1.1 Chave de ignição
Mecanismo que é capaz de conectar e desco- Comando responsável pela realização da frena-
nectar o motor da caixa de câmbio, permitindo, desta gem da roda dianteira da motocicleta. Posteriormente,
forma, a partida da motocicleta, bem como a inserção será visto que este é o freio que tem a maior importância
das relações de marcha. dentre os demais para realizar a parada da motocicleta.
94
6.1.4 Pedal de câmbio de marcha 6.1.5 Pedal de freio traseiro
95
6.1.6 Manopla de aceleração 6.1.7 Dispositivo desetas indicadoras de direção
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Mecanismo responsável pelo controle da rota- Empregado para realizar sinalização luminosa, com
ção do motor que resultará na movimentação da roda vistas a que os demais veículos que transitam na via te-
traseira, por meio do sistema de comando. O empre- nham conhecimento da manobra que será realizada.
go da manopla de aceleração, alinhada à relação de Este dispositivo é utilizado nos casos de acesso
marchas, resultará na velocidade e força empregada. à outra via, tranposição de faixas ou ultrapassagens.
20
O botão “1” é responsável pelo acionamento dos luminosos dian-
teiros, enquanto o botão “3” acionará os luminosos traseiros. 97
6.1.10 Dispositivo de sirene 6.1.11 Corta corrente
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Sinais sonoros específicos de motocicletas po- Este botão quando acionado é responsável por
liciais utilizadas em atividades operacionais, sendo realizar o desligamento do motor, ou seja, neutraliza o
que seu emprego encontra-se regulamentado no Có- funcionamento mecânico da motocicleta.
digo de Trânsito Brasileiro21. Atualmente as motocicletas possuem sensor de
declividade que serve em casos de quedas.
Ao notar que a inclinação da motocicleta supe-
rou o normal, realiza-se o desligamento do motor.
Contudo, antes das motocicletas possuírem este dis-
positivo, o botão de corta corrente era utilizado, prin-
cipalmente para desligar o motor da motocicleta em
casos de acidentes.
21
Encontra-se especificamente no art. 29, inciso VII do Código de
Trânsito Brasileiro.
22
O botão “2” é responsável pelo acionamento de apenas um to-
que da sirene, enquanto o botão “4” acionará a sirene intermitente Figura 120 - Corta corrente da motocicleta
98 além de realizar a troca do tipo de sirene. Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
6.1.12 Partida Elétrica sário o emprego de uma postura adequada em rela-
ção da motocicleta para esquerda, colocando o pode reduzir em mais de 50% (cinquenta porcento) a
pé esquerdo sobre o solo; distância total de parada e, portanto, evitar acidentes.
6. Colocar a motocicleta, através do câmbio de Deve-se comprender que, ao realizar a frena-
marcha, em ponto neutro; gem, está se exercendo força contrária ao movimen-
7. Liberar a manete de embreagem; to das rodas, predominantemente por meio do atrito.
Contudo, a dosagem da frenagem é essencial para
ser eficiente e não realizar o travamento das rodas,
que fará a motocicleta deslizar pelo solo, continuando
o deslocamento.
Outro aspecto relevante que se deve levar em
consideração, antes mesmo do emprego da frena-
gem, é em relação às condições climáticas, em espe-
cial às chuvas, substâncias sobre a pista (areia, óleo,
entre outros) e às condições da via.
embreagem;
6. Ao realizar a total parada da motocicleta, o mo- É bastante contumaz ocorrer acidentes, em es-
totciclista inclinará a motocicleta levemente para a pecial com motocicletas ao se realizar curvas. Isto se
esquerda, colocando o pé esquerdo sobre o solo. dá principalmente em virtude de não se empregar a
técnica adequada na realização desta manobra.
O primeiro aspecto da realização de curvas em
vias urbanas é que não se deve realizar “curvas ce-
gas”, ou seja, com velocidade e inclinação da mo-
tocicleta excessivas, quase no limite. Há o risco de
se deparar com animais, buracos, outros veículos ou
substâncias escorregadias na via, no interior da curva,
resultando em acidentes.
Existem regras básicas para que se possa reali-
zar uma pilotagem com segurança ao passar por uma
curva. Desta forma, é possível dividir em três fases a
realização de curvas com motocicletas, quais sejam:
6.7.1 Preparação
6.7.2 Execução
6.7.3 Retomada
Ao transitar em vias que possuam aclives, é im- Ao finalizar o aclive, será retomada a aceleração
portante a utilização da marcha adequada em relação e as mudanças de marchas, retornando à velocidade
à sua inclinação. Deste modo, deve-se adotar as se- anterior ao acessar ao aclive.
guintes fases ao se deparar com este tipo de via:
6.8.1 Preparação
6.8.2 Execução
108
6.9 TRANSPONDO DECLIVES força. O recomendável é que se empregue a mesma
6.9.2 Execução
24
Termo empregado para se referir quando a motocicleta não está
com alguma marcha engrenada ou se está pressionando a embre- Figura 131 - Transpondo declives
agem, que anula a atuação do freio motor. Fonte: Elaborado pelos autores (2016). 109
6.10 TRANSPONDO LOMBADAS 6.10.1.3 Retomada
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
6.11.1.1 Preparação
Com a velocidade reduzida, olhará em ambos os Ao transpor o obstáculo, o motociclista erguerá seu
espelhos retrovisores, para observar os demais veí- corpo, mantendo-o ereto, com as pernas ligeiramente
culos que circularm na via. Posteriormente, realizará a flexionadas e pressionadas sobre o tanque do combus-
manobra, a fim de desviar do buraco. tível, e as mãos firmes controlando o guidom, prepara-
das para receber o impacto. A motocicleta deve estar
6.11.1.3 Retomada sempre na posição perpendicular em relação ao solo,
evitando manobras ou mudanças de direção.
Ao superar o citado obstáculo, retomará a acele-
ração e as mudanças de marchas, retornando à velo- 6.11.2.3 Retomada
cidade anterior.
Ao superar o obstáculo, retomará a posição de
6.11.2 Situações imprevisíveis montado, tomando a aceleração e as mudanças de
marchas, a fim de retornar à velocidade anterior.
Entretanto, caso o motociclista se deparar ines-
peradamente com o buraco, e não seja possível des-
viar, deverá adotar as seguintes medidas:
6.11.2.1 Preparação
1. Realizar a redução de marcha, liberando o Assim, para realizar a subida de escadarias, é ne-
quanto antes a embreagem, para evitar que a cessário adotar os seguintes procedimentos:
motocicleta fique “solta”;
2. Utilizar os freios dianteiro e traseiro, confor- 6.13.1.1 Preparação
me a técnica de frenagem. Deve-se lembrar de
que os freios serão acionados de forma gradual, Ao visualizar a escadaria, o motociclista realizará
evitando-se esmagá-los de forma brusca, o que a redução de marcha, empregando a primeira mar-
resultaria no travamento das rodas; cha. A motocicleta deve estar alinhada e perpendicu-
3. A motocicleta deve estar a todo o momento na lar em relação ao solo.
posição perpendicular em relação ao solo, buscan-
do maior aderência entre os pneus e o piso.
113
6.13.1.2 Execução 6.13.2.1 Preparação
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
119
6.15 EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE APRIMORAMENTO serrealizadopara mudança de marchas;
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Figura 139 - Ilustração da pista do slalon duplo Figura 140 - Ilustração da pista do slalon triplo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016). Fonte: Elaborado pelos autores (2016). 121
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
6.15.2.2 Alameda
6.15.2.3 Frenagem
122
A depender do espaço que se possua para a 6.15.2.4 Prancha de equilíbrio
123
6.15.2.5 Labirinto 6.15.2.6 Oito
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Esta pista visa aperfeiçoar o controle da motoci- Este exercício visa aprimorar a realização de cur-
cleta ao se realizar manobras que ensejem mudan- vas longas e abertas, se diferenciando do exercício
ça de direção em espaços reduzidos. Esse exercício de alameda que, de forma contrária, foca na execu-
ção de curvas curtas e fechadas. Pode ser realizado
deve ser realizado em primeira marcha. A distância
incialmente com um espaçamento curto de posicio-
entre os cones será ajustada a depender da desen-
namento dos cones, utilizando-se a primeira marcha.
voltura do motociclista.
Após uma evolução do instruendo, poderá ser
realizado o distanciamento dos cones, empregando-
-se a primeira e segunda marcha da motocicleta, alia-
das às técnicas de redução de marcha, execução da
curva e retomada.
125
CAPÍTULO 7
DOUTRINA DE
POLICIAMENTO COM
MOTOCICLETAS
7.1 PROCEDIMENTOS BÁSICOS ADOTADOS NA de trânsito, haverá o outro para prestar o apoio necessá-
128 esta. Logo, o que se pretende é expor a formação Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
7.1.3 Posicionamento de parada: caracol para che- Esta forma de parada também serve para que o
nos horários de grandes fluxos, além de ser eficiente go período, o motociclista poderá retirar o capacete,
em outras circunstâncias. colocando-o sobre o selim da motocicleta. O capa-
Deste modo, quando houver a necessidade de cete deve ser posicionando no sentido longitudinal.
efetuar pontos base na modalidade de motopatrulha- Neste caso, o motociclista deverá, de imediato, pôr
mento, os motociclistas deverão atentar para que as sua cobertura. Em situações em que ocorram os pon-
motocicletas estejam devidamente alinhadas lateral- tos base à noite, os motociclistas deverão acionar os
mente na formação em linha, tomando-se como base luminosos das motocicletas.
os pneus dianteiros, com os guidons voltados para a
esquerda. Este alinhamento será feito com base na
motocicleta do comandante do comboio.
Figura 153 - Posicionamento de ponto base em canalizações Durante o patrulhamento com o emprego de
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
motocicletas, ou até mesmo ao se realizar um deslo-
camento administrativo para uma missão específica, 131
como, por exemplo, uma escolta, é possível se depa- narão a segurança dos flancos (esquerdo e direito).
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
rar com situações de semáforos fechados, situação Já o cerra-fila será responsável pela segurança da
em que o comandante realizará o gesto de redução retaguarda do comboio.
de velocidade do comboio, sinalizando a parada bre-
ve. Neste caso, as motocicletas realizarão a formação
de coluna por um; contudo, o cerra-fila, que também
é o subcomandante do comboio, irá posicionar trans-
versalmente sua motocicleta.
Durante a parada, os motociclistas poderão em-
punhar a pistola, contudo, sem retirá-las do coldre,
para situação de pronto emprego. Quando o semáfo-
ro estiver aberto, o comandante acionará a buzina de
forma breve, para que o comboio reinicie o desloca-
mento. Assim, cabe aos motociclistas ficarem atentos,
utilizando os espelhos retrovisores, para se certifica- Figura 154 - Parada em semáforo
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
rem que o motociclista à sua retaguarda notou o rei-
nício do deslocamento.
Este procedimento é adotado para paradas em 7.1.6 Jornada de serviço
semáforo se baseia-se na segurança do comboio. Por
tal motivo, é adotada a formação de coluna por um, O ideal é que a jornada de serviço do motociclis-
com vistas a agrupar os motociclistas em uma única ta seja de 06 (seis) horas diárias. Contudo, é admissí-
coluna, dando maior poder de fogo ao efetivo. Cabe- vel uma jornada contínua para o motociclista de até 12
rá ao comandante do comboio fazer a segurança da (doze) horas. Em virtude da modalidade de motopa-
vanguarda, sendo que os demais componentes alter- trulhamento ser bastante desgastante pelas próprias
132
condições que o motociclista se submete ao realizar 7.1.8 Transposição de faixas durante o deslocamento
a dita manobra com maior segurança. Outro aspecto se encontram embarcados numa mesma viatura, essa
intrínseco nesta medida é a manutenção da unidade modalidade, cada componente está montado numa
do comboio durante o deslocamento. motocicleta. Assim, o máximo que pode ocorrer é que
determinada motocicleta possua além do motociclis-
ta, um garupeiro. Mesmo neste modus operandi, é di-
fícil a realização da comunicação.
Neste sentido, na modalidade com emprego de
motocicletas surgiu à necessidade de se uniformi-
zar gestos, para se realizar a comunicação entre os
componentes do comboio. Em geral, estes gestos
são realizados com as mãos e pés e, em sua maioria,
são emanados pelo comandante do comboio, para
conhecimento e cumprimento de determinações. En-
Figura 155 - Procedimento de transposição de faixa de trânsito tretanto, isso não quer dizer que outros componentes
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
do comboio não possam realizá-los, no sentido de
transmitir alguma informação que seja relevante para
7.2 GESTOS UTILIZADOS DURANTE DESLOCA- o comboio, como, por exemplo, a visualização de um
MENTOS obstáculo na pista.
Convém lembrar que todos os gestos proferidos
Uma das peculiaridades na realização do policia- deverão ser repetidos pelos demais componentes do
mento ostensivo na modalidade motopatrulhamento grupamento, para que o motociclista que esteja de
se dá acerca da dificuldade da comunicação entre cerra-fila possa tomar conhecimento da determinação.
os componentes do comboio. Enquanto no patrulha-
134
7.2.1 Formação em coluna por um 7.2.2 Formação em coluna por dois
135
7.2.3 Formação em coluna por três 7.2.4 Animal na pista
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Este gesto será realizado com o braço esquerdo Este gesto será realizado com o braço esquerdo
elevado, representando o numeral “três”. Logo que o elevado, representando o numeral “quatro”, contudo,
comboio tomar conhecimento do gesto, irá realizar com a palma da mão voltada para a retaguarda e tem
imediatamente a formação coluna por três, alinhando como objetivo alertar ao comboio acerca de animal
as colunas. Esta formação é geralmente empregada na via, para que se evitem acidentes.
durante solenidades, desfiles e formaturas.
136
7.2.5 Obstáculos na pista 7.2.6 Pista escorregadia
É gesticulado mantendo-se a palma da mão es- Deve se cerrar o punho esquerdo, fazendo movi-
querda paralela à via, na altura do quadril, realizando mentos no sentido da esquerda para a direita, tocando
movimento de arco no sentido da retaguarda para a na parte externa da coxa esquerda. Este gesto tem como
vanguarda, lembrando a forma de uma lombada. objetivo realizar contato próximo com o motociclista que
está logo à retaguarda de quem o efetuou. Assim, ao ob-
servar esta gesticulação, o motociclista que se encontra
imediatamente à retaguarda avançará e permanecerá
paralelamente à esquerda daquele que realizou ges-
to, mantendo contato verbal. Geralmente este gesto é
empregado para se transmitir informações bastante es-
pecíficas, já que não podem ser atendidas pelos outros
gestos.
Figura 162 - Gesto para indicação de lombadas Figura 163 - Gesto para indicar que deseja manter contato próximo
138 Fonte: Elaborado pelos autores (2016). Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
7.2.9 Reduzir a velocidade 7.2.10 Desligar sirenes
139
7.2.11 Dobrar à esquerda 7.2.12 Dobrar à direita
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
O braço esquerdo deverá ser esticado, paralelo O braço esquerdo ser levantado, sobre as cos-
ao solo, com a palma da mão paralela à linha do hori- tas, formando com o cotovelo o ângulo de noventa
zonte. Este gesto é utilizado para orientar o comboio graus direcionado para a direita. Emprega-se este
a dobrar a esquerda. gesto para orientar o comboio a dobrar para direita.
140
7.3 PRINCIPAIS FORMAÇÕES UTILIZADAS
142
7.3.4 Coluna por três 7.3.5 Em linha
Esta formação terá como base o primeiro moto- É semelhante a formação em cunha, contudo, mu-
ciclista, o qual ficará ao centro e à vanguarda, reali- da-se o sentido do deslocamento, sendo que quem
zando os demais motociclistas o afastamento longi- estará na vanguarda serão os motociclistas das extre-
tudinal e transversal, em ambos os lados, lembrando midades, e o último motociclista será o que estará ao
o formato da simbologia matemática “menor que” (<). centro, ligando-se às alas direita e esquerda, lembran-
Este modelo de formação pode ser empregado do o formato da simbologia matemática “maior que” (>).
em desfiles, escoltas de honra durante solenidades, A formação em cunha invertida é empregada, em ge-
como também em intervenções operacionais em que ral, para desfiles, demonstrações e escoltas de honra.
seja necessária a demonstração do poder de força. Semelhantemente a formação em cunha, a dis-
Cabe lembrar que a distância entre as motocicle- tância entre as motocicletas dependerá da velocida-
tas dependerá da velocidade do deslocamento. de do comboio.
147
CAPÍTULO 8
TÉCNICAS DE ABORDAGEM
NA MODALIDADE DE
MOTOPATRULHAMENTO
8.1 DEFINIÇÃO 8.2 ASPECTOS LEGAIS
Carta, que expõe a respeito dos direitos e garantias, utilizados na prática de crime ou destinados a fim
afirmando que “todos são iguais perante a lei, sem delituoso;
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos e) descobrir objetos necessários à prova de in-
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a fração ou à defesa do réu;
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual- f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas
dade, à segurança (...)”. ao acusado ou em seu poder, quando haja sus-
Neste aspecto, percebe-se que, para se propor- peita de que o conhecimento do seu conteúdo
cionar esta segurança, deve haver intervenções por possa ser útil à elucidação do fato;
meio dos órgãos de segurança pública. Assim, em g) apreender pessoas vítimas de crimes;
caráter preventivo, vislumbrando promover essa se- h) colher qualquer elemento de convicção.
gurança, realizam-se as abordagens. § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando hou-
Por conseguinte, o Código de Processo Penal ver fundada suspeita de que alguém oculte con-
traz no art. 240 o subsídio legal necessário para este sigo arma proibida ou objetos mencionados nas
tipo de atuação: letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. Ainda na sobredita legislação, especificamente
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando no art. 244, é trazido o critério legal, no que se refere
fundadas razões a autorizarem, para: à busca pessoal:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por Art. 244. A busca pessoal independerá de man-
meios criminosos; dado, no caso de prisão ou quando houver fun-
c) apreender instrumentos de falsificação ou de dada suspeita de que a pessoa esteja na posse
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; de arma proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, ou quando a medida
26
Termo de origem latim que significa “cabeça”, ou seja, no campo for determinada no curso de busca domiciliar.
150 jurídico traduz-se como a “cabeça do artigo”.
O Código de Processo Penal traz ainda consigo objetos que estejam com a pessoa revistada e,
de busca pessoal e revista. Assim, nota-se o amparo instituição permanente, organizada com base na
legal para a atuação da Polícia Militar. hierarquia e disciplina militares, compete, entre
Outro conceito bastante relevante no âmbito do outras, as seguintes atividades:
Direito Administrativo que serve de subsídio à Polícia I - polícia ostensiva de segurança, de trânsito ur-
Militar é do poder de polícia tratado pelo Código Tri- bano e rodoviário, de florestas e mananciais e a
butário Nacional. Assim, tal conceito releva, inclusive, relacionada com a prevenção criminal, preserva-
atributos do poder de polícia, tais como a autoexecu- ção e restauração da ordem pública;
toriedade, discricionariedade e coercibilidade:
Expostas tais normas, fica evidente que a realiza-
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da ção de abordagens pela Polícia Militar se trata de um
administração pública que, limitando ou disciplinan- serviço rotineiro, destacando-se particularmente a intitu-
do direito, interesse ou liberdade, regula a prática ladas blitzes27, podendo ocorrer em situações de reforço
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse ou apoio a outras unidades militares ou órgãos públicos.
público concernente à segurança, à higiene, à or- Estas atividades operacionais vislumbram o exer-
dem, aos costumes, à disciplina da produção e do cício do poder de polícia almejando-se a manutenção
mercado, ao exercício de atividades econômicas da ordem pública, podendo ocorrer por meio de lei,
dependentes de concessão ou autorização do Po- convênio ou em situações de interesse público.
der Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à Reside ainda a necessidade, mesmo que de for-
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. ma concisa, de tratar do amparo jurídico do emprego
de algemas. Os arts. 234 e 242 do Código de Proces-
Correlacionando-se a tal temática jurídica, é ne- so Penal Militar trazem:
cessário trazer à baila a Constituição do Estado da
Bahia que regulamenta a função da Polícia Militar no 27
Expressão estrangeira já incorporada à língua portuguesa que
significa operações policiais de abordagens com o objetivo de
152 âmbito estadual, no seu art. 148: combater ilegalidades.
Art. 234. O emprego de força só é permitido selhos da União e das Assembleias Legislativas
tência e de fundado receio de fuga ou de perigo por meio da realização da abordagem policial encon-
à integridade física própria ou alheia, por parte tra-se abarcada na legislação pátria e não poderia ser
do preso ou de terceiros, justificada a excepcio- diferente, na medida em que o desenvolvimento destas
nalidade por escrito, sob pena de responsabili- atividades reflete na promoção da segurança social.
dade disciplinar, civil e penal do agente ou da Assim, superados os aspectos jurídicos que fun-
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato damentam este tipo de atuação, é necessário com-
processual a que se refere, sem prejuízo da res- preender demais conceitos teóricos e práticos que
ponsabilidade civil do Estado”. permeiam a abordagem policial. Somente desta for-
ma poderá ser realizado o citado procedimento pau-
Em que pese o Estatuto da Criança e do Adolescen- tado na técnica e na doutrina.
te não fazer qualquer menção ao emprego de alge-
29
mas em adolescente infrator, fazendo somente alusão à 8.3 DIFERENÇAS ENTRE ABORDAGEM POLICIAL E
proibição de condução em compartimento fechado de BUSCA PESSOAL
veículo policial, conforme o art. 178 da sobredita lei:
Como se vislumbra o aprimoramento técnico, bem
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria como a especialização na atuação operativa, é impor-
de ato infracional não poderá ser conduzido ou tante distinguir estes dois termos, que por muitas vezes
transportado em compartimento fechado de veí- são citados como sinônimos, contudo, são distintos.
culo policial, em condições atentatórias à sua dig-
nidade, ou que impliquem risco à sua integridade 8.3.1 Abordagem policial
física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Pode ser compreendida como o processo de
atuação e intervenção que se busca interceptar al-
154 guém, lastreado em princípios, fases e níveis.
29
Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
8.3.2 Busca pessoal • Rapidez;
• Segurança;
• Surpresa; 155
8.5.2 Busca pessoal pelos princípios que regem esta espécie de atuação,
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
tences. Apoiados sobre as palmas das mãos do meio de sons ou gestos, para que os demais po-
suspeito, o policial militar os inspecionará; liciais militares elevem o seu nível de atenção.
- Posteriormente, caso o suspeito esteja embar-
cado num veículo, também deverá ser realizada 8.6.3 Identificação
a busca pessoal deste, na presença do suspeito,
que já foi realizada a busca pessoal. 1. Depois de realizada a busca pessoal, e tendo
a certeza que existe segurança para tal procedi-
4. Caso seja constada presença de arma de mento, os documentos sempre devem ser apre-
fogo, esta será imediatamente retirada da posse sentados fora de porta documentos ou plásticos
do suspeito, sendo este imobilizado e deitado ao de proteção, a fim de que se possa verificar a sua
solo na posição de decúbito ventral. Será realiza- autenticidade e legibilidade30;
da mais uma busca pessoal, contudo minuciosa, 2. Se for transeunte, deverá ser requerido do-
a fim de verificar se o suspeito não está em pos- cumento de identificação com fotografia, emitido
se de outros elementos ilícitos, além de alertar por órgãos públicos ou oriundo de entidades
por meio de gestos e sons aos outros policiais de classe que possuam fé pública. Temos como
militares, com vistas a elevar o nível de atenção; exemplo, Carteira de Identidade, Carteira Nacio-
5. Em caso de localizar outros elementos ou nal de Habilitação, Carteira de Trabalho, Carteira
substâncias que não seja arma de fogo, porém de Reservista, dentre outros;
se enquadrando como ilícito penal será retirado
da posse do suspeito imediatamente, e realiza-
30
Ao solicitar o documento fora do porta-documentos ou plásticos
de proteção, através do tato é possível verificar a autenticidade.
Por isso, o ideal é unicamente a entrega do documento, facilitando
158 e dando rapidez ao trabalho do policial militar.
Se o condutor não possuir um destes documen-
TIPO DE
NÍVEL DE POSTURA DE
SITUAÇÃO BUSCA
ABORDAGEM SEGURANÇA
PESSOAL
A apostila do Curso de Patrulhamento Tático da
Polícia Militar de Goiás (2002, p. 49) traz quatro níveis SUSPEITA/
1 MINUCIOSA MÁXIMA
CONFIRMADA
de abordagens, os quais devem ser adotados, a de-
pender das circunstâncias: 2 PREVENTIVA LIGEIRA BÁSICA
3 ORDINÁRIA - BÁSICA
Tabela 1 - Níveis de abordagem policial
- Nível I: São aquelas realizadas somente por Uni-
Fonte: Manual Básico de Abordagem Policial (2000).
dade de Área para fins de fiscalização de docu-
mentos.
8.8 TÉCNICAS DE ABORDAGEM POLICIAL NA MO-
- Nível II: São aquelas que durante o patrulha-
DALIDADE DE MOTOPATRULHAMENTO
mento, o indivíduo é abordado por estar em ati-
tude suspeita (arma pronto baixo).
Antes mesmo de adentrar ao que se refere às
- Nível III: São aquelas em que a equipe depa-
técnicas de abordagem policial, é importante trazer à
ra com o indivíduo infrator da lei, nesse caso o
baila o procedimento de posturas e sua relação com
mesmo deve deitar-se no chão para em ser al-
as circunstâncias apresentadas, conforme o Manual
gemado.
Básico de Abordagem Policial (2000, p. 63):
- Nível IV: É aquela em que a equipe depara com
indivíduo infrator da lei empunhando arma de
POSTURA DESCRIÇÃO
fogo e não obedece a determinação legal e efe-
tua disparos contra a equipe (troca de tiro). O policial aponta a arma para o abordado. Todas
Máxima
as armas apontadas para o(s) suspeito(s).
Contudo, tem sido adotado pela Polícia Militar da Arma de porte na mão apontada para baixo em
Relativa posição de segurança. Arma portátil cruzada à
Bahia, como práxis corporativa, o ciclo de níveis do altura do peito.
mandante se posicionará de forma oblíqua (apro- laridade, o indivíduo será liberado, tomando os
ximadamente a 45º), direcionada para o sentido dados do abordado.
da via, com o objetivo de proporcionar anteparo
de proteção;
5. Primeiramente, o comandante realizará a
desmontagem da motocicleta, já realizando o
enquadramento do suspeito e a linha de visada
com a arma em punho, porém com o dedo fora
do gatilho. Por conseguinte, o patrulheiro realiza-
rá a desmontagem, se aproximando do suspeito.
Logo após, o comandante fará a verbalização,
conforme estabelecido nos procedimentos de
abordagem policial;
6. O comandante deve se posicionar de forma
oblíqua diante do suspeito (aproximadamente a
45º em relação ao suspeito), com vistas a rea-
lizar, simultaneamente, a segurança de busca
e segurança externa, enquanto o garupeiro se
aproxima, realizando uma aproximação triangu-
lar, sob a ótica externa; Figura 179 - Abordagem policial à transeuntes com dois motociclistas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
7. O patrulheiro realizará a busca pessoal, ba-
seada nos procedimentos de busca pessoal;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará docu-
162 mentação de identificação do indivíduo;
8.8.1.2 Com dois motociclistas e um garupeiro 5. Enquanto o garupeiro realiza o enquadra-
163
3. O comandante deverá realizar a parada das mo-
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
167
los, quando possível. Devem-se manter os faróis
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
rança externa, enquanto o outro motociclista se 8.8.3.2 Com dois motociclistas e um garupeiro
aproxima, sendo que o comandante realizará o
comando por voz ou gestos; 1. Ao verificar o automóvel em atitude suspeita,
7. O patrulheiro realizará a busca pessoal, ba- o comandante informará os demais componen-
seada nos procedimentos de busca pessoal; tes do comboio;
8. Posteriormente, o patrulheiro solicitará os do- 2. O comandante emitirá a ordem de parada
cumentos de habilitação e do veículo, conforme para o automóvel suspeito, através de gestos e
o procedimento de identificação; sinais sonoros. Neste momento o garupeiro já
170 9. Caso não seja constatada nenhuma irregu- fará o enquadramento e a linha de visada em di-
reção ao veículo suspeito, contudo, com o dedo lizará também o enquadramento do suspeito e
171
tando locais de grande fluxo de pessoas e veícu-
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
ATIVIDADES
OPERACIONAIS
COM EMPREGO DE
MOTOCICLETAS
É notável que a cada dia torna-se mais relevan- Em relação à utilização de motocicleta em policia-
tenção da ordem pública. Contudo, até mesmo diante motopatrulhamento no policiamento convencional,
do policiamento convencional, que é tão contumaz, com vistas a se extrair o que de melhor se tem nesta
necessita-se conhecer as potencialidades que o mo- forma de policiamento.
topatrulhamento pode oferecer, para que se possa
utilizar de uma forma mais adequada e eficiente. 9.1.1 Locais de grande fluxo de trânsito de veículos
É pertinente relembrar que a menor fração de
tropa é com o emprego de, ao menos, duas motoci- Deve-se posicionar de forma estratégica, lastreada
cletas. Neste sentido, o primeiro a se adotar será tra- em primeiro plano na segurança dos motociclistas e, por
zer à baila a relação entre as principais vantagens e conseguinte, no que concerne à ostensividade. Neste
desvantagens para o emprego de policiamento com tipo de local é possível desenvolver um policiamento
motocicletas: preventivo bastante eficiente, pois as vias de trânsito
rápido são utilizadas para evasão após cometimento de
VANTAGENS DESVANTAGENS delitos e, antes mesmo da realização de crimes, é natu-
Grande Mobilidade Sujeição a Intempéries ral que se faça uma leitura por parte dos criminosos de
Tempo resposta bastante
como se encontra o policiamento naquela região.
Risco de Acidente
eficiente Também, o posicionamento de motociclistas em lo-
Facilidade de Estacionamento Pouco Conforto cais de grande fluxo de veículos reflete numa interven-
Menor Custo Maior Preparo de motociclista ção rápida em caso de bloqueio de vias ou acidentes,
Maior amplitude de perímetro Vulnerabilidade promovendo fluidez e evitando maiores transtornos.
Tabela 3 - Relação de vantagens e desvantagens no policiamento com
motocicletas
Fonte: Elaborado pelos autores (2016). 9.1.2 Locais de incidência de congestionamento
terminado evento público. Isto quer dizer que neste ponto base em pontos estratégicos nas proximida-
tipo de policiamento há um foco para o evento em si. des das vias que dão acesso ao local do evento;
Têm-se como exemplo destes eventos especiais as • Motopatrulhamento nas vias que dão acesso
praças desportivas, o carnaval, os shows em espaços ao local do evento, em especial nas situações de
públicos, dentre outros. congestionamento;
Neste âmbito, o emprego da modalidade de mo- • Posicionamento dos motociclistas realizando
topatrulhamento é bastante útil na realização o policia- ponto base próximo ao acesso ao local do evento;
mento ostensivo. Contudo, cabe atentar, conforme já • Posicionamento dos motociclistas realizando
mencionado, que é inapropriada a utilização de moto- ponto base próximo às áreas de transbordo.
cicletas em serviços noturnos, já que durante este perí-
odo eleva-se o risco de acidentes envolvendo viaturas Também nos eventos especiais, é possível a reali-
de duas rodas. Assim, o limite máximo que é possível zação de operações viárias, as quais serão detalhadas
estender o policiamento com motocicletas deve ser em relação aos procedimentos no capítulo de opera-
até a meia-noite, no caso de eventos especiais. ções de trânsito. Contudo, existe a possibilidade das
Por certo pode existir situações excepcionais e seguintes operações viárias em eventos especiais:
bem específicas que possam ultrapassar este limite de
horário, como é o caso dos festejos momescos. Aliás, • Promoção de fluidez da via, especificamente
o evento carnavalesco tem sido a única exceção onde nos gargalos36, filas duplas ou em outras situa-
o motociclista cumpre escala noturna, em virtude da ções que comprometam o fluxo do trânsito;
grande importância que tem tido este evento. • Realização de varreduras;
Em relação ao emprego do motopatrulhamento • Posto de controle de trânsito, também co-
em eventos especiais, no que se refere ao policiamen- nhecido como bloqueio.
to ostensivo, é possível adotar as seguintes variáveis:
Trata-se da designação de ponto de estrangulamento que limita
36
OU CAVALGADAS
Conforme supramencionado, o encerramento da
prova se dá somente com a chegada do último coloca- Também tem sido muito comum o emprego de
do. E, para tanto, quando o último colocado se aproximar motocicletas para realização do policiamento e acom-
da linha de chegada, ou seja, a cerca de 200 (duzentos) panhamento de passeios ciclísticos ou cavalgadas.
metros de distância da chegada, todo grupamento de Isto se dá em razão destes eventos ocorrerem predo-
motociclistas empregado na corrida realizará, em sua minantemente em vias públicas e por ser necessária
retaguarda, a formação em linha ou em cunha. a realização de bloqueios viários, com vistas a evitar
Após a realização da formação, todos os moto- trânsito de veículos no perímetro onde há a concen-
ciclistas empregados no evento acionarão imediata- tração dos participantes do evento. Diante disto, o
mente os dispositivos luminosos e as sirenes, acom- motopatrulhamento revela-se como melhor modali-
panhando o último colocado até a linha de chegada. À dade para desempenhar esta missão.
retaguarda da formação de motociclistas poderá vir a Assim, semelhante ao policiamento em corridas
ambulância empregada no evento. Este procedimento de rua, devem ser adotadas algumas precauções,
tem por objetivo homenagear o último colocado, pois, também dividindo em duas etapas, quais sejam, a
mesmo diante de todas as adversidades, concluiu a fase de planejamento e a fase de execução:
prova, além de realizar um destaque, para que todos
tenham conhecimento da finalização da prova. 9.4.1 Fase de planejamento
Quando o último colocado cruzar a linha de che-
gada, o comandante realizará o comando de formação • Deve-se ter conhecimento do local, data e
de coluna por um. Logo após este comando, será re- horário em que o evento ocorrerá com vistas à
alizado o retorno, no sentido contrário à linha de che- preparação de ordem de serviço;
gada, para se fazer a parada das motocicletas, devi- • Obrigatoriamente, os organizadores deverão
186 damente alinhadas, conforme se preceitua a doutrina. fornecer um mapa, demonstrando os itinerários
do passeio ciclístico ou cavalgada, pontos de pa- 9.4.2 Fase de execução
188
do a varredura, como também os bloqueios das vias a atuação do Estado na promoção da segurança, con-
190
CAPÍTULO 9 / ATIVIDADES OPERACIONAIS COM EMPREGO DE MOTOCICLETAS
9.5.3 Doutrina em procissões, manifestações e
caminhadas
191
CAPÍTULO 10
POLICIAMENTO DE
TRÂNSITO COM
EMPREGO DE
MOTOCICLETAS
10.1 ASPECTOS JURÍDICOS Art. 24. Compete aos órgãos e entidades exe-
Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal”. dimento acerca da atuação do policial militar na esfe-
Entretanto, no quesito fiscalização, o legislador res- ra de trânsito, se apresentam no anexo do Código de
tringiu a competência das Polícias Militares, conforme Trânsito Brasileiro, o qual parece deixar cristalinas as
previsão do art. 23, do Código de Trânsito Brasileiro: afirmações ora demonstradas. Conforme já exposto no
art. 23 do Código de Trânsito Brasileiro, trata-se a Polí-
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Esta- cia Militar como agente do órgão de trânsito. O referido
dos e do Distrito Federal: [...]. anexo traz o seguinte conceito acerca de agente da
III - executar a fiscalização de trânsito, quando autoridade de trânsito: a “pessoa, civil ou policial militar,
e conforme convênio firmado, como agente do credenciada pela autoridade de trânsito para o exer-
órgão ou entidade executivos de trânsito ou exe- cício das atividades de fiscalização, operação, policia-
cutivos rodoviários, concomitantemente com os mento ostensivo de trânsito ou patrulhamento” (Anexo
demais agentes credenciados. I do Código de Trânsito Brasileiro, 1997).
Na análise do referido conceito, são bastante es-
Nesta perspectiva, é patente a competência da clarecedores os diversos desdobramentos que exis-
Polícia Militar de realizar a fiscalização de trânsito. tem acerca da extensão da atuação da Polícia Militar
Todavia, se faz necessário realizar uma interpreta- na seara do trânsito.
ção extensiva, aliando o Código de Trânsito Brasilei- Também trazido à baila pelo Código de Trânsito
ro à Constituição Federal, nesta última em relação à Brasileiro, o conceito de policiamento ostensivo de
competência da Polícia Militar, esculpida no art. 144, trânsito é definido como “função exercida pelas Po-
acerca do policiamento ostensivo e preservação da lícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir
ordem pública. Logo, é possível compreender que o atos relacionados com a segurança pública e de ga-
ato de fiscalizar está intimamente atrelado ao policia- rantir obediência às normas relativas à segurança de
mento ostensivo, e, por conseguinte, com a manuten- trânsito, assegurando a livre circulação e evitando aci-
194 ção da ordem pública. dentes”(Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, 1997).
Nesta vertente, tem-se um conceito bastante • Policiamento ostensivo de trânsito: função
196
10.3 EMPREGO DE MOTOCICLETAS NO POLICIA- • Possibilidade de estacionar em qualquer lo-
O local utilizado e empregado pelos motociclis- Deste modo, antes mesmo de iniciarmos as apre-
tas deve também ter atenção especial quanto à mo- sentações sobre os gestos e sinais sonoros emprega-
bilidade. Isto quer dizer que em caso de necessidade dos, cumpre-nos salientar que durante as intervenções
de deslocamentos rápidos, o local onde as motoci- de trânsito as ordens emanadas pelo policial militar, na
cletas estão estacionadas deverão ser de fácil saída. condição de agente de trânsito, se sobre porão aos de-
mais meios de sinalização da via. Assim, a gesticulação
10.5 GESTOS E SINAIS SONOROS UTILIZADOS NO de “siga”, por exemplo, realizada pelo policial militar pró-
POLICIAMENTO DE TRÂNSITO ximo a um semáforo fechado, terá prevalência. Logo, os
condutores deverão obedecer em ordem de priorida-
Em muitas situações é necessário utilizar-se de de sempre os gestos ou sinais sonoros realizados pelo
gestos e sinais sonoros para que o motociclista pos- agente de trânsito, nesse caso, um policial militar.
sa emanar as ordens necessárias para os condutores. Nesta circunstância, deve o policial militar se po-
198 Contudo, antes de iniciarmos as apresentações sobre sicionar, conforme já abordado, em local que priorita-
riamente preserve sua segurança e, por conseguinte,
cionar em local que possa ser fotografado pelo equi- Quando for necessário
Diminuir a
Um silvo longo fazer diminuir a marcha dos
pamento, a fim de que evite autuações aos veículos marcha
veículos.
que passam naquele momento da intervenção. Tabela 4 - Silvos de apito que podem ser empregados pelos agentes de
trânsito
Abaixo, seguemos gestos e sinais sonoros em-
Fonte: Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro, 1997.
pregados, de acordo com Anexo B do Código de
Trânsito Brasileiro:
Caberá ao policial militar aliar o gesto ao sinal so-
noro, de forma sincronizada, para que haja compre-
ensão maior dos condutores e utilizam a via durante
o momento de intervenção. Evita-se, desse modo, dú-
vidas na compreensão da informação que se deseja
transmitir, reduzindo-se parada desnecessária dos
veículos, o que afeta a fluidez da via.
199
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
Antes mesmo de apresentar as diversas formas 10.8.2 Posto de Fiscalização de Trânsito (PFTran)
de atuação de policiamento ostensivo de trânsito, é
necessário compreender a diferença entre Posto de Em relação ao Posto de Fiscalização de Trânsito
Controle de Trânsito (PCTran), de Posto de Fiscaliza- (PFTran), trata-se de local determinado para realiza-
ção de Trânsito (PFTran). Por vezes, se utiliza esses ção de abordagens, com vistas a realização da fiscali-
dois termos, dando a impressão de serem palavras si- zação de irregularidades atinentes ao trânsito. Assim,
nônimas. Entretanto, existem especificidades nessas esse termo traz a noção das montagens das blitzes
204 modalidades, conforme apresentado a seguir. policiais. Nesse caso, por questões de procedimento
de segurança, será realizada busca pessoal, para a 10.9.1 Equipamentos empregados no posto de fis-
205
10.9.2 Funções no posto de fiscalização de trânsito 10.9.2.4 Seleção
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
206
priorizando o aspecto de segurança. É necessário lem- 10.9.3 Aspectos relevantes no posto de fiscalização
Este tipo de operação deve estar posicionada de Deve ser adequada para o local. É necessário
forma que possa ser visível, demonstrando ostensi- lembrar que a canalização concentra-se em três ob-
vidade. É necessário lembrar que, acima de tudo, a jetivos: dar a visibilidade à operação; reduzir a velo-
execução do Posto de Fiscalização de Trânsito possui cidade dos veículos que transitam na via e direcionar
um caráter preventivo. todos os veículos para uma única faixa, a fim de que
possam ser selecionados.
4. Não causará congestionamento no trecho da Assim, quando se tratar de uma via de trânsito
via escolhida rápido, maior deverá ser a extensão da canalização
para que os condutores tenham espaço mais hábil
A operação deve ser alocada, sem ocasionar para realizar a redução da velocidade. Em geral, são
congestionamento, pois, desta tende a perder a sua empregados cones para realizar a canalização, onde
funcionalidade facilitando, inclusive, a evasão de pes- o posicionamento é fundamental.
soas e veículos em cometimento de delitos ou infra- Isto posto, em vias com fluxos de maior intensi-
ções de trânsito. dade deve-se empregar uma canalização mais dinâ-
mica, com vistas a evitar formação de caixas. Já nos
10.9.3.2 Montagem casos de vias mais desertas, é recomendável utilizar
uma canalização mais sinuosa, como por exemplo, os
Superado o posicionamento do Posto de Fisca- posicionamentos em “ziguezague”.
lização de Trânsito (PFTran), caberá ater-se à monta-
gem, atentando-se aos seguintes aspectos: 2. Posicionamento das seções
veículo serão encaminhadas para a escrituração, já recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá
anotada e identificada a infração. Se por acaso se tra- à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao
tar somente do preenchimento de auto de infração interrogatório do acusado sobre a imputação que
de trânsito, sem medidas administrativas, após a en- lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respecti-
trega desse ao condutor, o veículo será liberado. No vas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
caso de retenção, o veículo somente será liberado
após a regularização. Já no caso de remoção, o veí- 10.9.3.4 Finalização da operação
culo será conduzido para o pátio do órgão de trânsito.
Cumprindo-se o objetivo da operação ou alcan-
6. Situações de flagrante çando o horário, será finalizada a operação, tendo-se
os seguintes cuidados:
Nos casos em que seja constatado o flagrante
delito, o indivíduo deverá ser encaminhado imedia- 1. Controle das documentações e veículos re-
tamente à autoridade policial, conforme preceitua o movidos
Código de Processo Penal, nos arts. 302 e 304:
Ao final, deverá ser realizada a contagem de do-
Art. 302. Considera-se em flagrante delito que: cumentações produzidas no âmbito das infrações de
I - está cometendo a infração penal; trânsito, bem como a quantidade de veículos removi-
II - acaba de cometê-la; dos, além das estatísticas.
III - é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situa- 2. Remoção dos veículos
ção que faça presumir ser autor da infração; [...].
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade compe- Esta poderá ser realizada através de caminhão
210 tente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, guincho e deslocando em comboio, escoltado pelos
motociclistas. No caso de remoção por meio de com- cometida por determinado condutor. O conceito de
condução de motocicleta que podem incidir no reco- com a situação de o condutor com a Carteira Nacio-
lhimento da Carteira Nacional de Habilitação, capitula- nal de Habilitação vencida há mais de 30 (trinta dias)
da no art. 244, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro: que também resulta no recolhimento deste, conforme
o art. 162, inciso V, do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclo-
motor: Art. 162. Dirigir veículo: [...]
I - sem usar capacete de segurança com visei- V - com validade da Carteira Nacional de Habili-
ra ou óculos de proteção e vestuário de acordo tação vencida há mais de trinta dias:
com as normas e especificações aprovadas pelo Infração - gravíssima;
CONTRAN; Penalidade - multa;
II - transportando passageiro sem o capacete de Medida administrativa - recolhimento da Car-
segurança, na forma estabelecida no inciso an- teira Nacional de Habilitação e retenção do
terior, ou fora do assento suplementar colocado veículo até a apresentação de condutor habi-
atrás do condutor ou em carro lateral; litado; [grifo nosso].
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se
apenas em uma roda; 10.9.4.3 Termo de remoção/ retenção/ apreensão
IV - com os faróis apagados; de veículo (TRRAV)
V - transportando criança menor de sete anos ou
que não tenha, nas circunstâncias, condições de Este documento é empregado em situações em
cuidar de sua própria segurança: que a infração de trânsito estabelece como medida
Infração - gravíssima; administrativa a remoção ou retenção do veículo, no
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; momento dos agentes de trânsito no exercício da fis-
Medida administrativa - Recolhimento do do- calização. Deve-se lembrar que a apreensão de veí-
212 cumento de habilitação; [grifo nosso]. culo não competirá ao policial militar na condição de
agente de trânsito, conforme estabelece o art. 269 do que determine dependência física ou psíquica;
213
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
214
10.9.5 Alocação no terreno do posto de fiscalização
ESCOLTA E
SEGURANÇA
11.1 CONCEITO 11.2 ASPECTOS LEGAIS
atuação de motociclistas na condição de batedores, nadas pelo policial militar na condição de agente de
que é o que ocorre nos casos de escolta onde os ve- trânsito, é tipificado como infração de trânsito, conforme
ículos precedidos por estes gozarão de precedência exposto no art. 195 do Código de Trânsito Brasileiro:
em sua passagem.
O inciso subsequente complementa-o ao afirmar Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da
que as viaturas policiais terão livre circulação, estacio- autoridade competente de trânsito ou de seus
namento e parada, situação também que é intrínseca agentes:
no desenvolvimento da escolta. Infração - grave;
Ainda diante dessa messe da legislação de trân- Penalidade - multa.
sito, tem-se o art. 89 que faz alusão ao agente de
trânsito, referente à sua prevalência sobre as demais Ao que tange aos aspectos legais, o Decreto nº
normas de circulação. Por vezes, o motociclista em- 2.243 de 03 de junho de 1997, especificamente em
pregado na escolta realizará intervenções na via, no seu art. 110, elenca as autoridades que teriam direito à
sentido de promover a livre circulação do comboio, intitulada escolta de honra:
abalizando legalmente sua conduta no citado artigo:
Art.. 110. Têm direito à Guarda e à Escolta de Honra:
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de I - o Presidente da República;
prevalência: Il - o Vice-Presidente de República;
I - as ordens do agente de trânsito sobre as nor- III - o Congresso Nacional é o Supremo Tribunal
mas de circulação e outros sinais; Federal nas sessões de abertura e encerramen-
II - as indicações do semáforo sobre os demais to de seus trabalhos;
sinais; IV - Chefe de Estado Estrangeiro, quando de sua
III - as indicações dos sinais sobre as demais nor- chegada à Capital Federal, e os Embaixadores,
218 mas de trânsito. quando da entrega de suas credenciais;
V - os Ministros de Estado e, quando incorpora- esses termos se assemelham, parecendo até serem
11.4.1 A Pé
Realizar a escolta de veículos contendo valores, Além de ter por finalidade estar avançada em
com vistas a facilitar o deslocamento em vias públi- relação ao comboio, com vistas a verificar a fluidez
cas, bem como promover a segurança da menciona- da via, intervindo em possíveis situações que possa
da carga até o seu destino. comprometer o deslocamento da escolta, também 221
tem como função transmitir informações de relevân- 11.6.3 Regulador de velocidade
MANUAL DO MOTOCICLISTA POLICIAL MILITAR
222
11.6.4 Comandante da escolta Assumirá o comando da escolta nas situações
da escolta e, caso este delibere autorizando que o ve- cidade, porém, jamais realizará a parada do comboio.
ículo transponha o comboio, será feito com o acompa- Assim, ao se ter novamente o trânsito livre, o comboio
nhamento de uma motociclista até a saída do comboio. retornará à velocidade definida.
Nesta função, deverá se utilizar prioritariamente
viaturas quatro rodas, o que possibilita um maior blo- 11.7.2 Pontas-de-lança não devem realizam ultra-
queio ao acesso do comboio. No plano ideal deve-se passagem entre si de forma desnecessária
empregar duas viaturas quatro rodas para se limitar
qualquer acesso ao comboio. Este procedimento tem como escopo a promo-
Cabe também salientar que em tal função é pos- ção da segurança dos pontas-de-lança, evitando-se
sível o emprego de viaturas de patrulhamento tático, acidentes, como também promovendo maior eficácia
tendo-se o cuidado de realizar as orientações neces- nos bloqueios viários. Desta maneira, o ponta-de-lan-
sárias para o bom desempenho de tal atividade. ça que estiver à frente bloqueará o próximo ponto vi-
ário. Já o ponta-de-lança à retaguarda desse fechará
11.7 DOUTRINA DE ESCOLTA o ponto subsequente e assim sucessivamente.
Com isso, não se quer dar a ideia que os proce-
11.7.1 O Comboio nunca deve parar
dimentos da escolta fiquem engessados, mas que os
Uma vez iniciado o deslocamento do comboio, pontos sejam fechados, na medida do possível, de
em hipótese alguma poderá parar, pois a parada do forma cíclica.
comboio resulta na extrema vulnerabilidade da es- Portanto, não é necessário que o ponta-de-lança
colta, expondo a segurança de todos que a compõe. de forma afoita ultrapasse outro ponta-de-lança que
Deste modo, o último eixo do último de veículo que já está a sua frente. Deve-se lembrar que os moto-
compõe não poderá parar. ciclistas que exercem essa função se encontram em
Por vezes, será possível se deparar em conges- altas velocidades e por isso deve-se realizar esta ati-
224 tionamentos, onde não houve tempo hábil para des- vidade com técnica e de forma harmônica.
11.7.3 A recuperação pode ser realizada por ambos faixas de trânsito. Nesta situação, caberá ao ponta-de-
rá sair antecipadamente, antes do fecha-comboio já Ao iniciar a escolta, quer sejam com motocicletas
ter neutralizado o acesso do ponto bloqueado, possi- ou automóveis, os luminosos de todas as viaturas deve-
bilitando que veículos possam infiltrar-se no comboio. rão ser acionados. No caso dos veículos quatro rodas,
Também não deverá o ponta-de-lança atrasar que sejam as viaturas empregadas na escolta, como
a sua saída do ponto, pois ficará junto com o lixo40, também os demais veículos que compõe o comboio,
dificultando sua recuperação para realizar o próximo deverão estar com os faróis e pisca-alertas acionados.
fechamento. Seguindo-se este procedimento, a estrutura do
comboio realizará a sinalização necessária por meio
11.7.6 Mudança de itinerário destes luminosos, evidenciando a formação do com-
boio para que os demais veículos que circulam na via
Existem situações que há necessidade da mu-
possam facilitar na prioridade de trânsito.
dança do trajeto, como no caso de uma manifestação
Em relação ao emprego de sirenes intermitentes,
que realiza bloqueio numa das vias em que se passa-
estas jamais poderão ser empregadas pelos pontas-
ria, ou um acidente que ocasionará congestionamen-
de-lança durante a recuperação.
to, entre outras situações.
Caso seja necessária a sinalização por meio so-
Até mesmo durante o deslocamento, é possível
noro, deverá utilizar a buzina de forma discreta. Da
surgirem circunstâncias que haja a necessidade de
mesma forma, o comandante e o subcomandante da
mudar o itinerário. Diante deste caso, caberá ao co-
escolta não deverão utilizar este tipo de sirene, por
mandante da escolta emanar a ordem por meio do
conta do seu posicionamento, ainda mais quando se
rádio transceptor, cientificando-se que todos os com-
tratar de autoridade ou dignitário.
ponentes da escolta tomaram conhecimento da mu-
Retornando-se ao emprego de sirene por parte
dança de itinerário.
do ponta-de-lança, esta deverá ser utilizada quando
40
Termo empregado para conceituar os veículos que ficam à reta- for realizar o bloqueio viário como forma de alertar os
guarda do fecha-comboio, dado à escolta, que impede sua pene-
226 tração no comboio e por isso normalmente se formam caixas.
condutores para realizarem a parada.
11.7.8 O itinerário é sugerido pelo comandante da 11.8 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA ESCOLTA
cará hospedado, locais para o qual se deslocará, substituição, devido a circunstâncias que impos-
horários de saída e chegada; sibilitem um dos motociclistas de serem empre-
4. Catalogar contatos dos responsáveis diretos gados na missão.
pela missão;
5. Outras informações que sejam pertinentes. 11.8.2.3 Viaturas empregadas
11.8.2 Escolha do efetivo e viaturas empregadas Em relação às viaturas, quer sejam de duas ou
quatro rodas, deverá se ter os seguintes cuidados:
11.8.2.1 Escolha do efetivo
1. As viaturas deverão apresentar o bom funcio-
Neste tópico, ao que se refere a escolha do efe- namento mecânico, conforme estabelecido na
tivo a ser empregado na missão, deve-se atentar aos manutenção em primeiro escalão;
seguintes aspectos: 2. Caberá atenção especial à verificação do fun-
cionamento dos rádios de comunicação, sirene
1. Realizar a delegação das funções a serem exe- e luminosos;
cutadas na escolta por cada componente, deta- 3. Realização do abastecimento, como também a
lhando e dirimindo possíveis dúvidas; calibragem dos pneus de todas as viaturas que
2. A escolha do efetivo em relação à função a ser serão empregadas na missão;
exercida, preferencialmente, deve estar relacio- 4. Realizar a lavagem, limpeza e higienização das
nada à afinidade e experiência de atuação; viaturas empregadas na missão;
3. Deverá se especificar o uniforme a ser utiliza- 5. Quando possível, deixar viaturas reservas, obe-
do durante a missão, como também os equipa- decendo aos critérios supramencionados para
mentos individuais; substituição, caso ocorra algum tipo de inoperân-
228 4. Quando possível, possuir motociclistas reser- cia de uma das viaturas empregadas na missão;
6. Em caso de escoltas de chefes de Estado 11.8.3 Logística da escolta
fluxo;
Possuindo todas as informações coletadas na 8. Quando possível, evitar locais que possam
primeira etapa do planejamento da escolta (recebi- expor a riscos desnecessários.
mento da missão), deverá ser realizado um estudo
prévio para a escolha de, no mínimo, dois itinerários. 11.8.5 Reconhecimento dos itinerários
Assim, terá o itinerário oficial que será utilizado caso
não ocorram anormalidades, e outro alternativo, em Após a definição de, no mínimo, dois itinerários
situações que seja necessário a mudança de trajeto. (oficial e alternativo), é necessário reunir todo o efeti-
Neste sentido, ao realizar a escolha de ambos iti- vo que será empregado na escolta, a fim de que pos-
nerários, em ordem de prioridade, é importante levar sa apresentar os itinerários definidos, dirimindo dúvi-
em consideração as seguintes circunstâncias: das, expondo pontos críticos do trajeto, entre outras
especificidades relevantes.
1. Principais vias que podem ser empregadas; Por conseguinte, é necessário realizar o reco-
2. Escolher vias que possuam menor complexi- nhecimento tanto do itinerário oficial, quanto do al-
dade de deslocamento; ternativo, preferencialmente com 48 (quarenta e oito)
3. Distância do trajeto; horas de antecedência do início da escolta como
4. Relação do trajeto com o tempo (quanto tem- todo o efetivo empregado.
po durará para ser cumprido o deslocamento); Durante o reconhecimento, quando for neces-
5. Identificação de pontos críticos do tráfego da sário, deverão ser realizadas paradas com vistas a
via (cruzamentos, retornos, canalizações, entre apresentar explicações acerca de determinados pon-
outros); tos do trajeto que sejam mais complexos ou que pos-
6. Relação entre os horários de deslocamento suam detalhes que se julguem interessantes para os
com a fluidez da via (causa formação de caixa, demais componentes da escolta ter conhecimento.
230 congestionamentos);
11.8.6 Execução da escolta 4. Tendo-se conhecimento dos veículos que irão
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Marca:____________________ Modelo:_______________________
Cor:______________________ Ano de Fabricação:______________
Placa:____________________ CHASSI:_______________________
PERÍODO
ITEM OPERAÇÕES
1000KM Data: 4000KM Data: 8000KM Data: A CADA... KM DATA:
Tanque de tubulações Verificar
Filtro de combustível Limpar
Acelerador Verificar e Ajustar
Filtro de ar Limpar
Vela de ignição
Folga de válvulas Limpar Ajustar
Óleo do motor Trocar
Filtro de tela de óleo Limpar / Trocar
Tensor da corrente de comando Ajustar
Corrente de transmissão Verificar/Ajustar/ Lubrificar
Pneus Verificar/Trocar
Pastilhas/sapatas dos freios Verificar/Trocar
Bateria Verificar/Trocar
Aros e raios das rodas Verificar/Trocar
Rolamentos da coluna de direção Verificar/Ajustar
Parafusos, porcas e fixações Verificar/Reapertar
Ocorrências:
Falhas Mecânicas
Data:____/____/______ Relato:________________________________________________________
______________________________________Acidentes/Danos
Data:____/____/______ Relato:________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Anexo B - Controle geral da revisão da frota
CONTROLE GERAL DE REVISÃO DA FROTA
Revisões
Motocicleta Observações
1000KM Data: 4000KM Data: 8000 km Data: A CADA... KM DATA:
Próxima revisão em: Próxima revisão em: Próxima revisão em: Próxima revisão em:
___/___/__ ___/___/__ ___/___/__ ___/___/__
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Placa/modelo
Anexo C - Manutenção de primeiro escalão
Manutenção de Primeiro Escalão – Data: ____/_____/_______
GH NOME MATRÍCULA
Marca:____________________ Modelo:_______________________
Cor:______________________ Ano de Fabricação:______________
Placa:____________________ CHASSI:_______________________
Outras Observações:
SOBRE OS AUTORES
MAJ PM RICARDO PASSOS CONCEIÇÃO
Pós Graduado em Metodologia do Ensino Superior, 2003, pela Faculdade Batista Brasileira.
Pós Graduado em Relações Públicas com ênfase em Ouvidoria, 2006, pela Universidade do Estado da Bahia.
Pós Graduado em Gestão de Segurança Pública, 2007, pela Universidade do Estado da Bahia.
MAJ PM RICARDO PASSOS Curso de Formação de Examinadores de Trânsito, 1997, pelo DETRAN/BA.
Criador do Grupo de Ações Rápidas e Repressivas do Águia (GARRA) na PMBA, em 2002, primeiro grupo tático com
utilização de motocicletas, na região Norte e Nordeste do Brasil.
CAP PM LUCAS DÃ
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CDU 030.355