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ete eR aM ee ES CEM CEC oe Paar ERIE ne TEU SEE SEATA Le) 2] ” Wd cc oO r \o} Oo > [Volume VI Congresso da Associago de Demografia Historica (ADEH) 67 OO RECONSTITUICAO DE PAROQUIAS E FORMACAO DE UMA BASE DE DADOS CENTRAL Maria Norberta Amorim, Antero Ferveira® Fitima Rodrigues**, Pedro Henriques** Maribel Santos ** 1. Introdugio Passadas mais de quatro décadas sobre a eriayo do método de reconstituigio de familias Fleury-Henry. o historiador demgrafo aspiea utilizar bases de dados alargads 2 espagos nacionais em que possa analisar ndo s6 a evolu multissecular da fecundidadk ‘mas também estudar mais aprofundadamente fendmenos de nupcialidade © conseguir aproximagdes validas as variiveis mortalidade ¢ mobilidade. O historiador sem mais aspiraa que essas bases de dads conduzam a uma aborda -m sistematica da reproduio de estatutos ide nascimento, de mobilidades soeiais. ou permitem uma mais completa ientificagio de ras € factos do seu inweresse. Os desenvolvimentos mais recentes das teenologias de informagio justfieam essas axpirag6es, permitindo vislumbrar importantes avangos metodolisicos A partir de uma metodologia de reconstituigdo de familias que havia sido eriada no inicio da década de 1970, a metodologia de reconstituigo de parsquias desenvolvida na Universidade do Minho nos finais dos anos de 1980 e aplicada sobre comunidades ayorianas . tem constituido base de trabalho para algumas dezenas de esiudos demogrificos realizados em Portugal nos dltimos anos, posicionando-se para a caplagdo de desenvolvimentos trazidos pelas teenologias de informagao. A metodologia de reconstituigo de parsquias parte de uma reconstituigdo de familias oreruzamento dos registos de baptizados, casamentos e dbitos (reconstituicio que obedece ‘1 especificidade dos registos paroquiais portugueses em que nao se dispie do apelido de familia como elemento seguro de identificagio), procedendo a desagregagao automitica dos filhos de cada familia num ficheiro de individuos, no qual se anexam 0§ niio naturais com objectivo da formagao de uma base de dados de residentes, se ficheiro de individuos, todos os que nasceram, easaram ou faleceram numa ‘determinada comunidade, constitu uma base de dados paroxuial, em encadeanento genealégivo, passfvel de cruzamento com qualquer tipo de fonte nominativa que aos mesmos individuos se eporte, A integragao da hase de dados paroquial na base de dados central supe um tratamento especitico cujos passos Minho qt * Dep, Historia / NEPS: **Dep, Informdtiea: ***Dep. Sistemas de Informagio. Universidade do Minho Braga, Portugal 58 ‘VI Congreso de la Ascciactin de Demogratia Historica (ADEH) Anzuivos Parequiais (financiado pela EC-T. (Programa Praxis XX1)¢ hoje colabora no projecto Espagos Urbanos € Rurais. Microandlise de comportamentos demograficos, mobilidades geogrifieae social e dinamicas culturais(século XVI a XX) (financiado pela E.C.T. Programa ‘Sapiens 2008), equipa que desenvalve o SEED, Sistema de informatio para Estudo da Evolugio Demogrifica.cujo principal objectivo & proporcionar aos investigadores um ambiente de trabalho integrado, coerente ¢ de facil manuseamento da informagdo, por forma a que estes consigam. elaborar os seus estudos de uma forma eslere e assistida Uma das questdes mais relevantes no momento é a integragio das parsquias numa base de dads tiniea com as virtualidades inerentes em termos de ansilise demogritica e social. A anquitectura do SEED apresenta, entre os seus diversos componentes, 0 Médulo de Consolidaydo de Dados, que permite tundir diversas Bases de Dados Paroquiais (BDP) numa Base de Dados Central (BDC), ambas com a mesma estrutura, a estrutura normal cconcebida para apoiar © Método de Reconstituigo de Pardquias (MRP), embora geridas por sistemas que oferecem capacidades ¢ eficiéncias diferentes. Apesar de a passagem ser ilitada, do ponto de vista téenico (informético), por ambas as bases de dados terem as nas tabelas ¢ ligagdes, a eriagdo desta BDC cria problemas de integraydo do ponto de Vista histGrico e demogrilico que exigem especial cuidado e que serio discutidos nesta comunicasio. Essa passagem das BDPs para a BDC &, obviamente, efectuada por forma a evitar a redundincia ¢ incoeréncia da informagio, Salientamos a importancia de uma camada de interface para inirod muito bem integrada nas téenicas e passos seg adopt da informagio los pelos historiadores demografos que mo MRP, camada essa que além de Facilitar este processo de aquisigdo garanta a sua consolidagio e assegure coeréncia comipletude no seu armarenamento, Tais exigéncias, Imprescindiveis mas complex de dados apropriado. requerem pelo lado da informética a construgo de um modelo 2. Metodologia de Reconsti desenvolvimentos ‘Ao de Paréquias: origem e Em 1971 seria apresentado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, como Uissertugdo de icenciatura, um estudo demogratico de Antigo Regime que viriaa ser publicado dois anos mais tarde pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (Maria Norberta SB, Amorim, Reborda0s ea sua populag0 nos séculos XVI e XVIII, Estudo Demogrifico). A metodologia centio seguida abria o caminho do que hoje designamos por reconstituigao de pardquias. Na altura entendiamos que se consegufssemos idemtificar mais completamente possivel as pessoas que mocriam, terfamos ao nosso aleance um vasto campo de pesquisa (campo que ndo se imitaria& andlise demogrifica, envolvendo uma penetrayo na sociedade do tempo). As dificuldades surgiam. Como conseguir essa identificagio? Como identificar tum falecido adulto com nome ¢ apelide/s com uma crianga baptizada para a qual apenas fot indieado 0 nome proprio? Os registos de dbitos portugueses de Antigo Regime sio parcos em informagdo relativamente a rele familiares, no se tratando de criangas. O/s apelido/ 5 usadofs por altura do dbito nio é/sio necessariamente o/s apelido/s usadors pelo pai ou pela me, nem mesmo o/s usado/S por um ou outfo irmao. Concluimos facilmente que & idemifieagdo em actos anteriores de cada um dos individuos referidos ao ébito sé poderia ser conseguida cruzando todas as informagies disponiveis por uma metodologia que se rmostrasse adequada, passando necessariamente pela reconstituiglo das familias ‘A metodologia de reconstituigio de familias que considerimos adequada (em procedimento independent sem filiayao na metodologia de reconsttuigdo de fama Fleury Henry), parti das fichas de acto relativas ao baptismo (fichas que inclu‘am a informagio ested taoneie VI Congreso da Associagéo de Oemogratia Histérica (ADEH) 59 8 selativa 20 apadrinhamento) Isolados os casos de nascimentos forado casamento, cada egisto ‘de uapismo identificava um agregado conjugal dava abertura a uma ficha de familia, na qual sc iriam eventualmente aerescentando outros filhos naseidos dessa mesma unido, Tratavae «de-um processo de cruzamento de dados em ficheitos manuais que inelufam grupos de peragse, sendo cada Ficheiro (de folhas brancas amoviveis) alfabetado (de forma a faciltar as buscas tendentes aos cruzamentos) pela primera letra do nome proprin dos pais de Fama As folhas brancas eram divididas ao meio, verticalmente, sendo a parte esquerda reservada aos ascendentes a parte dircita reservada aos filhos nascidos da unio em causa No caso dos filhos de familias monoparentais foi elaborado outro ficheito paralelo, segundo @ nome da mie (no foram encontrados casos de filhos nascidos fora do casamento em que fosse relerido apenas o nome do pai), procedimento que se veioa abandonar mais tarde dado © fraco rendimento do proceso. Viria a optar-se por usar, nesta fase, simples fichas de actos ‘com todas as informagdes pertinentes relativas as criangas que haviam sido baptizadas sem indicagdo de filiagao legitima (ilegitimos ¢ expostos) Lrabalho sistematico de encaixe de novos filhos em familias jé idemificadas e de abertura de nova fichas de familias prosseguia até termos abrangid o periodo de observagao ‘que nos haviamos proposto (no caso de Rebordkios foi de sensivelmente dois séculos). Para ‘mais Fécil organizagao da informagao foi usada a cor azul para todos os dados retirados dos assentos de baptizado, Terminada esta etapa procedia-se a0 cruzamento das fichas de acto relativas aos samentos com as fichas de familia abertas pelos baptizaclos. Identiticados os nubentes ‘como e6njuges com fithos, havia que enriquecer a fichs ie familia respectiva com a data de casamento ¢ com a filiagio de cada um dos ednjuges, eventualmente com indicagdes de pnaturalidade ¢ reyidéncia/s anteriorfes, Foi usa a cor verde para todos os dados recolhidos dos registos de casamento, Naturalmente nem todas os casa nentos registados conduziant @ unides fecundas na Paréquia em estado, Alguns casais fixariam residéncia nowtras comunidades, outros casais 'ndo teriam filhos. sem que fosse possivel nesta etapa distinguir uns de outros. Eram entao abertas fichas de familia. com preenchimento da parte esquerda da ficha, seguindo o mesmo ‘esquemma das fichas abertay pelos baptizados, mas agora a cor verde A ctapa sezuinte consistia na identificagio possivel dos defuntos (a partir da recolha tnieial em fichas de acto), cruzando com a informa3o organizaula através do cruzamento dos actos de baptizado e casamento, Trabalho mais ou menos dificil conforme a presenga ou §uuséneia de informagdes sobre ligagdes familiares. Para os individuos adultos, mormente se Solteiros ou vidvos as informaydes sobre ligaydes familiares escassciam e podemos nao ter Possibilidade de chegar 4 idemtificagio. A existéncia de registo sistematico de mortalidade infanto-juvenil e a indicagao de idade aproximada ao ébito ajudavam na montagem dessa ‘enorme paciéncia que é a identificagio de pessoas em perfodo anterior 3 segunda metade do ‘ulo XIX. Se identificagao era conseguida para individuos casados ou viivos ou para os filhos soltciros, era apontada a data do bito na parte da ficha familiar competente, a cor vermelha, ¢ nas fichas de acto respectivas era anotada a idemtiticagdo, As fichas de acto Felativas a defuntos nao identificados ficavam a aguarar futuras operagdes de revisdo. ‘Ao fim deste proceso as fichas de Famflia conteriam toda a informagao pertinente recolhida dos assentos de baptizado ¢ casamento e a informagio considerada segura dos assentos de dbito. Seria altura de atribuir um eédigo acada ficha de familia, passando depois ‘40 cruzamento intergeracional no proprio ficheiro de familias, Para cada e6njuge com indicagdo de fliagao e nascimento caido dentro da observagio (se 0s primeiros registos de baptizados © casamentos sio contempordneos no teremos Possibilidade de encontrar registo de nascimento dos cOnjuges antes de decorrer uma eragio), Foros recolher a data de nascimento constante da familia de origem paraa ficha de familia que o préprio constituiu, apontando naquela a data de casamento e eventualmente a 60 VI Congreso de la Asociacién de Demagratia Histérica (ADEH) de Gbito contidas na sitima, A indicagdo complementar, num e noutro caso, dos respectivos ‘c6digos de fama viria a facilitaro levantamento dosencaleamentos genealigicos, failitando além disso toxlos os processos de revisao. No trabalho de Reboridios o processo culminou pela passagem para as fichas de Gbito de todo 0 percurso vital anterior de cada defunto idemtificado. Ensaio manual da reconstituigao da pardquia, uma tarefa necessariamente muito morosa, que s6 foi possivel repetic posteriormente apds a wilizayo de recursos informaticos. Se a reconstituigio das familias de parSquias rurais transmontanas, mais ou menos isoladas, como Rebordios, Cardanha (Amorim, 1981) ou Poiares (Amorim, 1983-84), niio trazia grandes problemas ao investigador dada a forte endogamia, o mesmo ndo acontecia ‘quando se tratou de reconstituir familias de um conjunto de der paréquias, com niicleo turhano, como foi 0 caso de Guimaraes (Amorim, 1987). intensa mobilidade interparoquial de familias ¢ individuos ¢ o objectivo de um estudo comparativo entre zona urbana e zona rural, conduziam ao eruzamento de toda a informagiio no espago em causa. Optou-se por ‘completar a fichas das Familias méveis na parGquia onde se ders o casamento ou, na ausencia de conhecimento da data de casamento, na pardquia de nascimento do primeiro filho conhecido, com indicagao, caso a caso, da pardquia onde se verificara cada um dos eventos, [Nas pardquias onde posteriores actos familiares se haviam desenrolado procedia-se 40 remetimento para parsquia onde a ficha familiar havia sido enriquecida, _Acxperiéncia sobre Guimaries, com um enorme esforgo de tratamento manual de mais de uma centena de milhar de actos de nascimento, casamento ¢ Sbito para reconsttuir familias e lobter a maior aproximagio possivel aos comportamentos demogritficos diferencias. foi uma cexperigncia importante, mas nai ienta de frustragdes. No eampo da Demogratia Histérica tencontrava-se possibilidade de avaliar de forma adequada comportamentos de nupciatidade € weno da mobitidads # da mortalidade apresentavam-se de difiil aproximagaio, 0 que nfo deixava de compeometer a visio de sintese, Marcanies seriam as frustragiws do historiador, compelido a deixar escapar sem tratamento informagdes sistemas que abririam a uma maior compreensdo da sociedade do tempo, Tratava-sedo fimde um ciclo, com experiéncias no renowiveis, Logoem 1985 auutilizagao, cde computadores pessonise uma hase de dads comercial, dBaselIL. abriam novas perspectivas, podendo-se retomar a ideia original de 1971 ~ a perseguiglo da identificaga0 em sucessivos actos de cada residente na comunidade ou comunidades em estudo. Com 0 auxflio do informstico Luis Lima foi apresentado um primeiro ensaio de desagregagio automatica dos fithos de cada familia num ficheiro de individuos. (Amorim & Lima, 1986), ensaio depois continuado com o auxilio de Cecilia Moreira. que culminaria em artigos de apresentagdo da metodologia (Amorim, 1991) ¢ na claboragio de uma monografia sobre trés comunidades do Sul da Iiha do Pico entre 1680 e 1980, baseada nessa mesma ‘metodologia (Amorim, 1992). Rompia-se a clissica limitagio temporal de Antigo Regime, alargando-se a observagdo avs séculos XIX ¢ XX, ultrapassava-se novamente 0 nivel paroguial para agregar ues comunidades comtiguas, mas o mais importante seria a aproximacao ‘conseguida a fendmenos de observacio essencialmente individual como a mobilidade e mortalidade, o que facilitava a compreensao da interacgio das varidveis demogréficas no crescimento positivo ou negativo da populagio ao longo dos trezentos anos observados. ‘Trabalho pioneito prosseguido nos anos seguintes por importante mlimero de investigadores essencialmente sobre paréquias do Minho mas também sobre algumas outras das Beiras, ‘Tris-os-Montes, Douro Litoral, Alentejo e Algarve e também ainda dos Agores. ‘A teoria por detrds do modelo relacional para construgdo de Sistemas de Informayao€ as actuals potencialidades dos Sistemas de Gestio de Bases de Dados Relacionais faz hoje sentir que se impe uma renovagdo de toda a tecnologia usada nessas abordagens pioneiras didlogo entre a equipa de informatica da UM e os historiadores demégrafos do NEPS, envolvides no referido projecto Praxis XX1, conduziu a nova proposta de um sistema de cundidade dentro ¢ fora do cacament, rao os VI Congresso da Associagao de Demogratia Historica (ADEH) 61 recolha, organizagio, andlise de dados ¢ extiacgo de conhecimento (o jd citado SEED) para apoiar 08 uilizadores da metodologia, Nas proximias secgdes sero apresentadas as duas primeiras camadas do SEED para introdugio, armazenamento e integragao dos dados. Sobre as camadas de andlise e extrac de conhecimento se dard conta em artigos a escrever futuramente, jetodologia de Reconstituigao de Pardquias: recolha e organizagio dedados trabatho de recolha nos arquivos da informagio constante nas fontes parogy reyela-se cativante para o investigador. Conforme vai avangando na sua pesquisa comega a sentir-se idemtificado com os pereursos de vida que recolhe e acompanha como num filme, 0 nascimento, casamento, o nascimento de filhos e,Fatalmente, a morte que sempre chega. A.utilizagio do MRP permite-nos organizara informayao recolhida nestes registos de ‘modo a elaborar, numa primeira fase, um ficheiro com todas as familias que residiram numa ppardiquia no periodo em estudo e, numa segunda fase, a constituigdo de uma base de dados ‘oma informayao recolhida sobre todos oy indi duos residentes. Estes processos encontram. se, desde hi alguns anos, facilitados pela utilizagdo de uma série de ferramentas informaticas existentes no NEPS elaboradas em Dbase III Plus, como referido na seegio anterior. Chegados a este pon (nko sé somos naturalmente tentados a eruzar outras fontes nominais n fiscais, militares, juiciais, et.) com as bases de dados de que dispomos, enriquecendo assim o nosso conhecimento sobre © pereurso de vida dos individuos que estudamos E nesta altura que comegamos a tomar conscigncia das himitag Dbase III Plus. Destacariamos principalmente 0 volumosas & 6 facto de es do trabalho em 4 fentido das pesquisas em bases de dados ser possivel um relacionamento automdtico entre as veins, tabelas, oque eonduzia inevitavelmente a redundincia e inconsisténcia dos dados (a mestna informagdo estava repetida em varias tabelas e, se fosse alterada numa teria de ser manualmente alterada nas restantes). A pripria estrutura da base de dados nao obedecia as regras de ormalizagao de tabelas. 0 que agravava ainda mais o problema, Semtiu-se assim a necessidade de rever a estrutura de dados e de transpor as bases de ddados existentes para outras ferramentas informaticas mais actuais, que possibilitassem a resolugdo dos vérios problemas detectados, Desde os primeiros ensaios tivemos a preocupagio de criar uma estrutura que Dossibilitasse a troca de informagdo com as bases de dados ja existentes. Esteve tamnbe sempre no nosso espirito a eriago de um modelo de imteraegio amigavel com o utilizader, {ue fosse produtivo, ajustando-se o mais possivel ao modo como os dados esto estruturados na fonte e a0s varios passos da Metodologia de Reconstituigio de Parsquias Acontidade fundamental desta base de dados €0 INDIVIDUO. Inicialmente este conceito englobava, de acordo com o MRP, somente 0s individuos com residéncia comprovada na comunidade em estudo, Posteriormente decidiu-se alargar a definigiio desta entidade a todos 6s individuos referidos nas fontes utilizadas (sejam elas paroquiais ou ni). Este alargamento da resposta ao lamento dos historiadores, forgados a desprezar informagio que nao cabia na anterior estrutura de dados, e permite a sua ligagao com 0 Projecto SEED referido no inicio, A jungio da informacao referente a todas as Pessoas nia Entidade Individuo torna ‘evessario estabelecer uma classificagao dos individuos, para assegurar o rigor dos dados Utilizados nos eéleulos demograficos. Esta classificagdo tem a forma que passamos a apresentar: 62 VI Congreso de la Asociacién de Demogratia Histérica (ADEH) |. Individuo naseido na pardquia: 2 Individuo nascido na pardquia com residéneia documentada através de posterior referéncia (por ex. easamento, apadrinhamento, ete.) A. Individao com identificagao presumivelmente completa mas com period de auséncia documentado (emigragao, migragio), ou acto registado no exterior. 4, Individuo com idemtficagdo presumivelmente completa (nascimento, Sito, casamento); 5, Individuo niio idemificado pelo nascimento mas presumivelmente natural da par6quia: 6. Individuo originario do exterior mas com residéncia documentads 1a pardquiss (Todos 0s outros casos sem ligagiio por residéncia “Tealaarestante informa sobre um individu. quer referente Familia que pertenee. quer as familias a que da origem, quer & sus residéncia, ao seu testament ou de qualquer outro tipo {que pretendamos registar, serd armazenada, nas tabelas que forem necessirias, com referéncia a um numero de individuo, Se no futuro, houver necessidaae de introduzirinformaydes na hase de dados, que nio tenham sido previstas na estruturainicial, facilmente criaremos novas tabelas ‘que, associadas a0 niimero de individuo. nos permite alargar a nossa base de dados. A utilizagdo desta solugio vem possibilitar a imegragio das duas fases que desereviamos alrés, pois agora, a0 registarmos toda a informago sobre os individuos, estamos também a reconstituir as familias a que eles pertencem, DB condo com a MRP os passos a seguir na recotha da informayao sera os seguintes: |. Pantindo do re to de baptismo vamos introduzir na have de dados o nome do individuo ua de nascimento. Possuindo referéncias sobre os nomes dos seus progenitores efectuamos uma pesquisa {que nos permitiraidentificar a familia a que pertence indi siduo, Caso essa familia ainda ro exista na base de dados, procederemos a sua eriagdo, introduzindo os progenitores {do individuo em questo na base de dados e eriando a familia correspondente 3. De seguida, utilizando oy registos de casamento, completam- referentes & data ¢ local de casamento € 8 filiagae dos c6xj A. Posteriormente tentar-se-.a idemtficasio dos defuntos registando- toda a informagio pertinente. 5. Em todos estes passos serio introduzidas na base de dados todas as referéneias & individuos, mesmo que nio relacionados dirvctamente com famflias residentes na parduia, tendo sempre em consideragao a classificagaio dos individuos atrds proposta, as informagies e ma base de dados Terminada esta fase de recolha procede-se a uma revistin de todos os dados armazenados ‘de modo a: idemificar individuos que, porescasse de informagies nao foi possvel reconhecer n fases anteriores; ¢ detectar possiveis duplicagées de individuos ou familias. Finalmente procede-se @ marcagio de um Inicio ¢ Fim de Observagiio em todas as fichas de individuos e familias Pensamos que a implementagdo desta estrutura e deste modelo de interacgao no trabalho ‘com as fontes paroquiais, possibilitars ganhos significativos nao s6 a0 nfvel do rendimento do investigador, mas também da seguranga da informagio recolhida na medida em que a aplicaglo fard a validagdo e verificagdo automstica da informagdo estruturante da base de dads. Por outro lado, o facto de dispormos de uma ferramenta que uniformiza a operagio de recolha de dados, € um contributo decisivo para fases posteriores de integragdo das bases de dados particulares de cada investigador numa base central ‘A aplicagao referida encontra-se disponivel na pagina WWW do NEPS, no URL hutp/ ‘sarmento.eng.uminbo. pu—neps, assim como o acesso a zenealogias sistemsticas de parsguias reconstituidas. I Congresso da Associagao de Demogratia Histérica (ADEH) 63 a S— 4, Metodologia de Reconstitui¢dio de Paréquias: Integragao de Dados nente falando pode dizer-se que uma fonte nica de informagio fidvel ¢ actualizada representa, por si s6, um contributo significative na evolugio do sistema de informayio de qualquer organizagiio. Em particular no caso que estamos a tratar estas razdes justificam a criagio de uma base de dados central que tem por objectivo a integragZo de virias bases de dados paroquiais, com a mesma estrututafisica ou nao, Assim e como ponto de partida do projecto do sistema SEED, definiu-se que uma das ‘mais valias do sistema consistiria precisamente na sua capacidade para completar a informagao relativa is diferentes parsquias individuais. Este objectivo requer que sejafeitaa in dos dados dispersos pelas varias BDPs numa BDC, onde se fundem indiv tem diversos locais, Acxisténcia dessa hase de dados central & também, crucial para a posterior aplicago, dos sistemas de andlise de dados e de extracgao de conhecimento que fazer parte do SEED: contudo € também importante assegurar que © investigador no tem de se esforgar em «demasia para carregar a sua BDP particular. Quer isto dizer que pretendemos realizar esse earregamento através de processos de conversa apropriados que 0 efectuem © mais “automaticamente” possivel. Como js foi dito. a estutura da BDC segue o mesmo esquema das BDPs, pois mesmo ‘que se queira usar informagdo comida em bases de dados anteriores 2 normalizagio, a sugestao que damos & converter essa BD antiga para uma BDP e a partir dai considerd-laem citeunstancias idénticas as actus BDs. Todavia, confrontamo-nos agora com dois novos factores de dificuldade: luos que viveram + adimensio da BDC ¢ consideravelmente maior + esta BD serve mutiplosutiizadores. Estas comsideragées implicam a necessidade de recorrer a um SGBD mais robusto e inte que o Access, Dai termos optad pela sua implementagaoem SQL Server v7. (Os dados demograficos de cada uma das parsquias so relativamente estiticos. pois, assim que os historiadores demézrafos colectam toda a informagae relativa aos individuos ide uma determinada ti © momento indicado para se faver a transferéncia da BDP para a BDC. Note-se que. se se efectuarem alteragdes a BDP aps esta transferéncia, €necessrio que sejam feitas as mesmasalterag ’ BDC. pois caso contriio estas ficarda inconsistentes esi 0s daddos nao sofrem mais alteragies. Este © processo de transferéncia ¢ bastante complexo essencialmente por duas rare: + arecursividade, que se reflecte nas relagdes circulares, como referido anteriormente + a detecgio de individuos j existentes nia BD central A primeira € de earacter exclusivamente tno mio sendo por isso aqui discutida. A segunda, merece alguma diseussio pois reflecte o pracesso de idemtiicagio praticado habituakmente Em virtude das movimentagies das pessoas, um mesmo individuo pode existr em ‘arias bases de das locas, ao longo de wéries periods, dai que a sua idemificagdo soja

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