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Romantismo: um movimento plural ERCURSO meso voqeimo Pw COrigens do Roma .uirfazem parte do Projeto Humanae, desenvolvido pela fos eucpe As fotografias a set Caracteristicas do. graf brasileira Angelica Dass Baseando-seno guia Pantone utiizado como eferéncy Romantismo Sniversal de cores pelos profssionais da industria gréfica, Angélica retratou pessas ‘com 05 mais variados tons de pele para formar um “inventério cromatico +O Romantismo em Portugal + © Romantismo brasileiro nacionalismo, SB ultrarromantismo e | condoreirismo i + Aprosa romanti ire . sornance Sra NE. 384 PANTONE. 322-1 C PANTONE 715C romance regionalistae = EI Sire ave slgum endorego cad neste eB ope, oan ceo oe) ea co or ‘Sens coma a cares PANTONE. 67-5. PANTONE. 51-5 C PANTONE. S165 Shttatanies «cor do tra ‘Afotbarata catioce Angélica Dass vajou por mais de 30 pases buscando Fira cranes creche retratar as mais diferentes tonalidades de pele. tunes dos core atop a : Observe a maneira como as fotografias foram produzidas: a apresentacio do: co or sir nie corer ©." modelos, 0 enquadramento, a cor do fundo, a disposigéo das imagens. 0 qu¢ san 6 ike Macenzicinnincns _ explea as escolhas da fotégrafa? Socogntemcanoeie§ 2. A fotografia & um processo de captacéo de imagens. O que faz desseconjnt? Sms Wi ey we de fotogaiasum objet com valor attco? rosgtes do mages. cosce: 3, Vocé acha que a diversidade de tipos fisicos mostrada nese conjunto d® fotografias pode ser encontrada facilmente em todas as partes do munde? Explique sua esposta cis yall /ytvie nen ou = ee a ee © 4. Noquadro acima, esto reproduzidas seis das inumeras fotografias que ‘compoen compa 2 cure Qrmcan’ —-_-@acervo do Projeto Humanae. Todas elas s80, em sua opiniso, representati=* Jorn saan da populacio brasileira? Por qué? (ee Near muito comum confundir a nacdo de romantismo — substantivo habitualmest® associado ao amor — com 0 movimento literdrio, que, embora tenha como mote palxSes arrebatadoras,abrange muitos outros temas: as grandes causas soci. 0P? triotismo, a morte, o gosto pela morbidez, a religiosidade, 0 sentimento de solidi0® principalmente, as marcas do individualismo e da identidade. Voce pode conhecer mais fotografias do Projeto Hu manae acessando 0 site da artista Angélica Dass em Chttpsilimwwangelicadass com/humanae-project> {acesso em: 25 mar. 2020) Neste capitulo, vocé conhecerd esse movimento de muitas faces, movido PE? energia da juventude, marcado pelo mergulho do artista em seu caos interior atento as particularidades do individuo e de sua nagio. in movimento de muitas faces santicos possuem caracter costests 0 ersticas varadas e uma gra ore Observe a Seg algumas faces da art manta, aaa awpervalorizagio doeu" Ko fomantsmo, a énfase do"eU' isto 0 egocentisme const = idade em relac3o & percepcdo que o hi Rehan ee erst ue 0 homem tinha dele mesmo até enti sepia romantica representou uma verdaderarevolugéo cultura beseada noe Ap eliverdae ed ndvidualdadeO individu passou a sero centro tives consequéncias ointeressed ee foqeteve comoconsedt loartista pelosmistrios de sual ofim das regras (Os romanticos se colocaram frontalmente contra a rigida divisio dos géneros verios proposta por Avstételes em sua Poétia (tal como vimos no Capitulo 2. Jeyaseo3modelosta0cultuados pelos lésscs, foram substitldosplaliberdade srasieae pela originalidade, Os artistas buscavam a forma que melhor expressava axes do corecso. yal do século” e escapismo Omergulho dos romanticos em seu mundo interior resutou no“mal do século unaespéce de culto 20 sofrimento. Par lidar com ele, os artistas riavam situacoes eonals que permitiam escapar do mal-estar por diferentes vias « pela morte, que passa a ser desejada; 1 peleadesio & vida boemia e desregrada; 1 pola descriao de terras exéticas,cistantes de sua frustranterealidade, embusca depovos pitorescos e antigas civilizagdes; + pel recordagéo de uma infanciaidealizada e feliz: 1 pels alusio a forgas ocultas, 8 loucura e a visées fantasmagericas, que se con- trapdem ao mundo real; « pela relacdo sentimental com a natureza, que, personificada, atua como um ‘teflexo do.eu’; + pelo retorno a dade Média, marcada pela religiosidade crist, que se apreser- ‘ava como contraponto ideal 20 mundo greco-atino. AActitica a realidade ‘do muitas as obras romantica ligadas as causas Socials. Os artistas, estimulados 2s deals de liberdade, igualdade e fraternidade (ideais da Revolucao Francesa), ‘endiamideaispatriticose uma sociedade mais usta, NoBrasi ais idelas se tradu- pn porexemplo,naliteratura de Castro Alves, ue inspirou a luta pela libertag0 dos earavzados. Na Franca, figura do her6i honrado e virtuoso € criada como contraponto deus que se deixam corromper.€ 0 cas0 do personagem Jean Valjean, do romance Ormieriveis, de Victor Hugo, que luta por justia apésterficado preso por dezenove 2r03porroubar um po para alimenta a farnilia. S.Abeleza da feiura e 0 fascinio do terror tm consonancia com os artistas barracos e em oposicao aos classicistas ¢ 20s ar ales os rominticos questionaram a nocao cidssica do belo eelevaram 0 grotesco 8 una ategriaextética a ser cultivada, e ndo desprezada. Inspirados pela obra Sobre sare wdc (1792), de Schiller, umn dos principals representantes do romantsre 0 Hemanha, defendiam que ndo & somente o belo que nos fascina, mas tambémotriste, Otero horrendo, o doloros0. Foam os romantcos og responsévels pela populatizacéo do romance G6tio ruinas e monastérios —, fantasmas, Nesseqénero— que tem como cenarios castelos, nanitore nme eae renvec conn. Em obrasinlesas como cassco Frankenstein (1818) de Mary Shelley, o feio toma primero plano. Embora nao estejamos mais vivendo.o“mal do sécu lo" romantico, ha pensadores {que defendem que,em nosso século XXI, € forte o senti mento de mal-estar diante da realidade. Nas palavras do filésofo francés contempord- reo Lipoveteky, nossa 6poca ¢ marcada pela solid0, pelo vazioe pela dificuldade de sentir. Voce concorda com essa andlise? Alguns dos artistas ro- minticos optaram pela vide boémia como forma de mar- car sua incompatibilidade com 0 mundo ao redor. Nesse caso, o mal do século transfere-se da literatura | para aexisténcia rel Qi co "0 wesoale romanteo. co estilo grotesco éaquele ‘que representa igurasfanta siosas,distorcidas einsolitas. Surgiu em antigas decora ‘ees romanas, usadas em ronumentos subterraneos “g 6.Acorlocal a Para 0s romanticos,a beleza residia justamente no que era caracteris com romantica (ou romant’- | g»cor local” do que era retratado, ou seja as particularidades de uma req ae eee eee | code uma paisagem, a descrigéo de costumes ou da lingua de cer {que escreve romances, um ‘genero textual carecterzado | _O comum, o trivial, deveria ser evitado pelos bons autores. Por sar uma narrative longa, Observe esta tela do pintor francés Eugene Delacroix (1798-18 entre outros aspectos. Ro- ‘mantico¢oartistavinculado ‘escolaliterdriaRomantsma. Vietor Hugo, por exemplo, & lum romancista romantico, enquanto Ea de Queirés, | quevocéestudaré no Capit: | 108,¢umomancistarealista, as questoes. W. Acena retratada revela serenidade e espontaneidade, como se captasseun ‘momento da rotina das mulheres argelinas. Como essa atmosfera foi construda? 2. Quais elementos do ambiente yulheres revelams influéncia érabe’ 3. Que elementos pre: de captar aor local ‘Além da oferta den - fos seinteressaramn por areasnao: como forma de escapismo. Eles buscavam fugir do mal-estar, que tinha como um suas causas a incompatibilidade com os valores da sociedade europeia. ROMANTISMO contexto histdrico Ascensao da daburguesiae e dos valores burgueses Declaragao dos Direitos —— do Homem e Declinio dos poderes q 40 Cidadéo do clero eda nobreza > liberais aa (1832- 184 Implementacao e desenvolvimento do liberalismo D. Pedro | abdica do trono lndependéncia l brasileiro e retorna para ‘obras (1822) ortugalem Aaa .#Reinado Jando fi as D. Pedro | x D. Miguel Vale lembrar para a época: + Monarquia conservadora « Aatifindo, eseravisno ¢ economia de exportagio + Publicapto da Revista Nerd, em 1896, como marco do Romantismo no Brasil OF toma-se imperador iodo Regencial D.Pedroll ‘20 Reinado (1840-1889) Ca (© Flomantismo portugus 6 inaugurado em 1825, com a publicagio do poema “Ca mes’, de Almeida Garrett. ‘Seu término se di em 1865, ‘com o advento do Realismo. Por seu engajamento nas lutas liberals, Almeida Garrett e Alexandre Her- culano tiveram de se exilar na Inglaterra e na Franca, respectivamente, onde en- traram em contato com 0 Romantismo, ja em voga naqueles paises. Repontar da alva: amanhecer. Cismador: pensatvo. Transfiguragio: mudanca, Ineéhume: lve, lesa intocads ‘Oquecaracterizauma novels, ‘género cultivado por Camilo Castelo Branco? CO excelente manelo da lingue portuguese cont buiu para a populaidade de Camilo Castelo franco para a seducdo de seus indmeros Tetores do seculo XIX. Em su opin essasestatégas | continuam a seduzir os leito- | resdoséculoXxjcomo oct | Romantismo em Portugal ‘Assim como em outros paises da Europa, naprimeira metade do séculoXIK.Estefoi um tempo conturbade, marcado pr, {que culminaram na queda definitiva do Antigo Regime em Portugal ena aprox, do liberalismo. “Tiveram destaqueno panorama roméntico portugués autores como Almeida Gans, Alexandre Herculano, Joao de Deus e Jilio Dinis. Camilo Castelo Branco € consi, ‘por muitos clticos o maior representante do Romantismo portugués. ‘oRomantismo manifestou-se em Pen, Camilo Castelo Branco: 0 novelista ultrarromantico ‘© que mais chama atengéo em Camilo Castelo Branco é sua impressionante ca, cidade de producéo.0 autor escreveu inémeros romances, poemas Cartas, erase tro,criticaliteréra, textos joralisticos, folhetins,historiografia e contos destacando especialmente nas novelas, género bastante prestigiado durante oRomantism, ‘Uma das obras de Camilo Castelo Branco mais respeitadas pela critica eadmiras, pelo publice é novela Amorde perdigdo (1862),cujo enredo gira em tornode dua, rniias importantes da cidade de Viseu que se odiavam. Leia um fragmento dessancy No espaco de trés meses fez-se maravilhosa mudanca nos costumes de Sins 'As companhias da ralé desprezou-as. Safa de casa raras veres, ou $6, ou com rma mais nova, sua predileta. O campo, as drvores ¢ os sitios mais somos termos eram o seu recreio. Nas daces noites de estio demorava-se por fra a a0 repontar da alva. Aqueles que assim 0 viam admiravam-Ihe o ar cismadore o recolhimento que o sequestrava da vida vulgar. Em casa encerrava-se nose, quarto, e saia quando o chamavam para a mesa. . Rita pasmava da transfiguragS0, e 0 marido, bem convencido dela, 20 de cinco meses, consentiu que seu filho the dirigisse a palavra. ‘Simao Botelho amava. Ai esta uma palavra Unica, explicando o que pared: absurda reforma aos dezessete anos. ‘Amava Simo uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regu ‘mente bonita e bem-nascida, Da janela do seu quarto é que ele a vira pela prinen vez, para amé-la sempre. Nao ficara ela incélume da ferida que fizera no cora do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus ans. CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de perdido. Rio de ane Ediouro; Sio Paulo: Publifolna, 1997. (Biblioteca Fo 6 ew ‘ atl 1nga nos costumes de Simao". 2. OqueD rtamento de Siméo? Jstique sare 3. Que aspectos do texto revelam que Simao foi tomado pela forma de viver romantia! 4. Com base no fj vd sua resposta, 5. Onarrador que az o relato em Amor de perdicao apresenta, 0 Tonge elementos que o identificam com os valores tipicos da classe burguese, princP! leitora das novelas de Camil " a0 recor rendoa fragmentos do textof Na continuidade da novela Amor de perdicdo, o feitor ira deparar com asso" suicidio, idelidade e honra extremas, doencas de amor, degredo. Esses S30 0sing* dientes que popularizaram Amor de perdi uae a idea dev" sentimento amo exc 0 = LIM Eres ‘Acesse a obra na integra e comova-se com o livro que é considerado uma es?" de Romeu e Julieta portugues: (acesso em: 22 mar. 2020) x Mencuur rs e ignificativa da obra do ‘ 1. Parte signif escritor portugués Alexandre Here cosfzeram da idade Média, periodo que osinteresson ene seguit,0s pardgrafos iniciais do conto"A morte do tidatees nee tela 2 dos mouros. i. Isto dizia na sala de armas do castelo de Beja Gongalo Mendes da Maia, a Udador. Afonso Henriques, depots do infeiz sucesso de Badajoz eitas pace com el-rei de Leéo, 0 nomeara fronteiro da cidade de Beja, de pouco tempo de Flandres e Mem Moniz, tio dos quatro Viegas, eee amen lo aes a) Se TEKTO OTETE Jo leitor.O que explica «se conjunto de termos desconhecidos?| 5) Asituacao narrada refere-se a0 context Portugal durante a Idade Média. Qual &esse contexto? 4 Um dos propésitos desse conto é homenagear a figura histricade Gongalo Mendes da Maia, Quas ragos de seu caréter aparecem em destaque no trecho’ Justfique sua resposta, 4) Com base no fragmento e no que voce ja conhece do Romantismo, quais aspec- Oconto de lean rca tem como base un nds popula, segundo 2 a tre Gongalo Mendes do Mal, |s com 91 ons teria ataead, com 3 eeria de un ven um dos mores nimigos mugumanos Su 80 tea tot inespeads que | to inimigo se desorganizou,permiindo aos prtugueses em nme Ler abataiha,Supostament, finela que Goncelo mare sta de vossos anos, Senhor Gongalo | | j | i s Pajens: criados que na idade Me dia, acompanhavam um cavaleiro fem viagem. Ginete murze cavalo preto. Lorigdo de matha de ero: vestmen tamedieval.composta de pequencs andsdemeta quechegava até oreo das coras (usada como armada) Toledana: espada fabricada na dade de Toledo (spanha). Frontaria: fortificagSo situads na fronteia Mouros: muculmanos Udador: querrei, Fronteiro: capitdo em fortiicagoes localizadas na frontera Mancebo: over, mos Encanedide: envelhecido, Seteica:abertrafeita em murathas para que seatiassemflechas contra osinimigos, Barbact: nas foriicagoes militares, muro construido entre a muralna eo fossa Torre da menagem: torre principal de fortifcagdes miltares. \ildos:camponeses medieval ‘Ammeses:armaduras que cobriam tedo@ corpo dos guereros GGuante ferrado: iva de ferro que constituia as armaduras medievais. Lijeas:pedeas de superficie plana Mente pela gorja: que mente de forma escancarada, ‘Adarga: escudo de couro usado pelos mouros Cries) Gries Voce pode ler 0 conto "A morte do Lidador” com pleto em (acesso em: 22 mar. 2020).Caso goste desse tipo de literatura, eia também “A ddamapéde cabra’e"O caste- lo de Faria’ do mesmo autor. A Idade Média nao interessou apenas aos artistas romanticos do, Vejaa transcris $€cUlo yy 0 de uma das cenas finas do filme Coragdo de caval dirigido por Brian Helgeland. Nela, o protagonista William esta preag 2 50, re ser decapitado, e é humilhado pelo povo, quando o principe interven Principe Eduardo: Que dupla nés somos. A\ identidade, Ambos sem sucesso. Seus homens o amam, Se eu ndo souha, nada a seu respeito, isso seria 0 bastante. Mas também segue luta deveria bater em retirada. E esse também 6 um atributo de um « tem-no. [William é solto da guilhotina.] Ele pode parecer ‘mas meus historiadores pessoais descobriram que ele linhagem real. £ a minha palavra. E minha palavra n Agor de origem desceni wo pode ser con se eu puder retribuir a bondade que me dispensou, se ajociha diante do principe.] Pelos poderes. rei Edward, e perante todas as testemunhas presentes, eu o armo cay, William. (0 principe toca com a espada os ombros esquerdo e d © 0 povo ao redor aplaude.] Levani ajuda do principe.] Pode justar? William: Como? Aajoethe-se. fy conferidos a mim pe e, sir William, [William se le Principe Eduardo: Precisa terminar meu torneio. Esté em condigées do petir ou quer continuar desclassificado? William: Estou em condigées, Principe Eduardo: Mandarei avisar seu oponente. Procure o escdo se arena. Sem demora, William: Obrigado, meu senhor. (0 povo ao redo: aplaude novamen CORACAO de cavaleiro, Direcao: Brian Helgelan. Toda Black, Brian Helgeland, Tim Van Rellim Estados Columbia Pictures, 2001. Transcrigdo de legendas (01 S24, Em sua opiniso, o que tor: na histérias como essa ainda atraentes para 0 publico contemporineo? Cena.em que o principe Eduardo (ditt a) Willi tem pé) concede o titulo de sr willam 02 {ci preso porter fingido ser um cavalero em uma jsta bath oncluit: Qual tribute de um cavaeiro ele n80! ») AMBMos de Wiliam evelados pelo principe ma assemelha a Gongalo Mendes da Maia, o herdi do conto de Alexandre Het! €) Segundo a cena, como é a cerimdnia de sagracie. 4) Quais aspectos breve cena? de um cavaleio? da estrutura da sociedade medieval podem ser ob eves’ i romantismo no Brasil nidela de um Brasil plural comecou a ser delineada n, ajo XK ApOS a Independéncia, em 1822, 0 nove pals precenne? metade do jecer-se como NaGSO. Era hora de ressignificar a palagean oe eseSCObII een nbém traziaconsigo a perda ate Inder eum sgtorzados com aatitude libertiria do moviment. viviam em Paris com sass que viviam e 'egaram a pensar. rnorama do pais. Liderados pelo escritor Gon, toromsnticona Europa, estudantes se ong de seu desenvolvimente, © Romantismo lca altemou a abordagem prccaeantnaataa {poesia romani indo Ona oanriane pac ‘aposia feta no Bras durante © Romantismo fl divide pelos erticos cm ts ees primeira geracdo: os poetas nacionalistas Ocescete sentimento de orgulho nacional maniestou-se, requentement, na spresertago da xuberantenatureza brasileira, Além dso, ao buscaruma cores cspoetas romanticos empreenderam um retorno ao passado de nossa nacio, repre sertado pel figura do indigena, simbolo do elemento formador original do Brasil Gongalves Dias: a poesia épica im 1846, Goncalves Dias estreou com Primeiros cantos, apresentando a leitor entre cats temas, poemas indianistas. Nessa verdadeira poesia americana” (nome dado for Gonealves Diasa seu nicleo poético indianista, a paisagem,aslendas eas figuras indignas fundem-se,criando imagens de singular beleza. Leiaum trecho da parte ll do poema"Canto do Piaga’,em que oPiaga (pajé)expoe uma profecia Mm Peas ondas do mar sem limites ‘Oh! quem foi das entranhas das dguas, Bist selva, sem folhas, I vem; (© marinho arcabougo arrancar? Haro troncos, robustos, gigantes; Nossas terras demanda, fareja, ‘Voss mata tals monstros contém. Esse monstro...— o que vem ci buscar? ‘iw mba dos cimos pendente {io sabeis © que o monstro procura? ~Brenha espessa de vario cipé — Nao sabeis a que vem, o que quer? ‘Vem matar yossos bravos guerreires, Vem roubar-vos a filha, a mulher! Dessas brenhas contém vossas matas, Tas equais, mas com folhas: € s6t Vem trazer-vos erueza, impiedade — Dons eruéis do cruel Anfang: ‘Vem quebrar-vos a maga valente, Profanar Manitos, Maracé Negro monstro os sustenta por baixo, Brancas asag abrindo ao tuf Como um bando de cfndidas gareas, (ve nos ares pairando — li vio. «calves, I: BUENO, Alex (org) Goncalves Dia: DIAS, Gon vase Rio de Janeiro: Nova Aguila A palate de Spies | potticos e soudades (1836) {de Goncalves de Magalies dev inicio a0 Romantismo brasileiro, movimento qi perdurouaté 1681, quandoas publicagbes de O mulot, de ‘uso Azevedo, e de Memo- riaspéstumasde BrisCubas. de | Machado de Asis, inaugure ram Realismo-Natualismo. Basta: cerad fechada teal Harts: fortes Embiea: coda cp. Cimos:cumes, pcos Brenha: mata evade [Negro monstro:ocasco das naus rancas ara 2 vlas das nau Marinho areabougo:estrutra das embarcacbes. Anhangé: expt mold. Maga: clava; arma usada para a (efos, -Manitbs: deuses indigenas -Maracés chocalhoindigena usado tem cerienisereligosa. ‘Oque ofilésofo iuminista Rousseau entendia como “bom selvagem"? A faceta lirica de Gongalves Dias ‘Além da facetaindianista, poeta também apresentou tum lado lirica, abordando, ‘em seus versos, a natureza Sssociada 8 presenca de Deus, 0 saudosismo ligado 2 patria ¢ & mulher amado, ‘amor, a solidio ea morte, tentre outros temas. Um dos ppoemas mais conhecidos da lingua portuguesa, “Cangio doexlio’ pertence a essa fa- cetalirica de Goncalves Dias ¢ ( i aN ' Hie See ares acs : Languldartera, suave. Fronte: roto, face, Orvalhacumedece. “Tepido:faco, sem for. Ressonat respira regularmente no future, yllo que ainda no vei, ‘A obra Lira dos vinte anos std dividida em trés partes. Aprimeiraeaterceiratratam, ‘com tragos de Idealizacio e sentimentalismo, do amor € dda mulher, principalmente. A segunda mostra tom sarcis- tico e um apelo mais realista. y Qo pocma oa € oa € oa! © poems tem o objetive de retratar oimpacto sobre os indigenas dy eae dos portugueses. Sy Nas ues primeitas estos, 0 pajé descreve © que VE.O QUE esI8desceveny 1) O que expica a maneira como o pajé entende o que est vendo? {) Qual 60 efeito de sentido produzido pela intereig80 "Oh, que abre strofe, e pelas duas perguntas que a seguer? 2. Aquilo que v comparado com um monstro. O que justifies ‘comparacat 3. Esse poema de Goncalves Dias usa metr ui: 1 b) Leia os versos em vor alta, prstando atencéoa dst (fetes) edtonas (fracas). Qual padrdo voc# observa? feito esse padrio promove no texto? aqua, a (0 tema indigena ganha, com Goncalves que observa o branco,enéo o contrério. ssa vis8o acaba por destacar de um ads gspectos trégicos que envolveram a chegada do europeu ao continente ameriange de outro, as particularidades culturais ea nobreze dos nativos valorizandowos, Segunda geracio: os ultrarromanticos Uma das faces do Romantismo, como j vimos, foi o “mal do século’ Tendo poeta inglés Lord Byron (1788-1824) como seu expoente, essa vertente liter, também chamada de byronismo, caracterizou a segunda fase do movimens romantico no Brasil, apés a década de 1840. Foi cultivada pelos poetas Junquers Freire, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela e teve como principal representa Alvares de Azevedo. Qrocrentow na sostes Avares de Azevedo: 0 cardter romantica 72° Cassie, hore Opaulista Alares de Azevedo (1831-1852) morreu precocementeemconsequnct da tuberculose, e suas obras foram publicadas postumamente. Seguidor dos mdi mos rom&ntios, seus poemas mostram 0 ideal de pureza do amor, com a recut realizagdofsica. O alvo do sentimento é a donzela divinizada, que parece nado sonho, endo da realidade. Leia um dos poemas mais conhecidos da primeira parte da Lira dos vi cipal obra desse poeta, apr Quando & noite no leito perfumado Linguida fronte no sonhar rectinas, No vapor da ilusdo por que te orvalha Pranto de amor as pilpebras divinas? Dorme, 6 anjo de amor! no teusiénco (© meu peito se afoga de ternur. E sinto que o porvir no vale um bei? Eo céu um teu suspiro de ventura! ‘Um beijo divinal que acende as es E, quando eu te contemplo adormecida Que de encantos os olhos ilumins Solto 0 cabelo no suave leito, Por que um suspiro tépido ressona E desmaia suavissimo em teu peito? Virgem do meu amor, o beijo a furto Que pouso em tua face adormecida Nao te lembra no peito os meus amores E a febre do sonhar de minha vida? AZEVEDO, Alvares de. In: BUENO, Alexei (0°9)) ‘obra completa Rio de Janeiro: Cothido a medo, como flor da nite Do teu lébio na rosa purpurins. E um volver de teus olhos transpare Um othar dessa pilpebra sombri Talvez pudessem reviver-me 9am ‘As santas ilusbes de que eu viva! Awvares de Nova Agul JB. Oamor romantico busca a pureza como forma vvez0s, um certo erotismo esté presente 0) Relela as estipfes 1 © 2. 0 que da fantasiosa| ) Quais exprél¥ees Usadas para dent mal so mma 2, Nos poemas ultrarroménticos, o amor dé sentido a existincia, Como essa idela émostrada no verso 15? de enobrecimento, mas, multas ituacdo mostrada uma atmosfera irrea 5, Relea o poema prestando atencéo, especialmente, terceira e sexta estrofes. O que elas sugerem sobre a relagao entre o eu lirico e a moca? Justifique sua resposta, ‘Além dessa representagio de um amor Idealizado e melancélico, a poesia ultrar romantica também explorou a ideia de natureza como refigio, o desejo de morte, a \dealizagdo da inféncia, a espirtualizacio, entre outros temas que revelam um sujelto Inadaptado e isclado. Terceira geraco Em um contexto téo complexo como o dos anos 1800, em que @ campanha aboll- CGonistacortia tos meiosintelectuals, associag6es jocnais, egruposradicaisauxllavam na fuga de escravizados, comecava a perder sentido uma poesia voltads para ou" atormentado dos poetas.Eram outros tempos, ue exigiam outrasliteraturas. a poesia social Ospoetasda terceira geracioroméntica— Castro Alves (que estudaremosa seguir, “Tobias Barreto, Luiz Gama, Pedro Luts, Pedro Calas, entre outros —filaram-se a uma corrente denominada condoreira ou hugoana. A palavra “condorera”estéassociada ‘imagem do condor-dos-andes, passaro que voa multo alte representa aliberdade a América, J4a palavra *hugoana’éreferéncia ao escitor francés Victor Hugo, autor (acessoem: 27 ju. 2020. o ‘Cunhd: do tpl, mulher. lane Potiguara em ceriménia de entrega das medalhas da Ordem do ‘Aguas-furtadas:es- pécie de s6tios hab ‘Morfeu:deus grego 405 sono. Ferro do engomado: ferro de passarroups, Maviosa: delicada, ‘graciosa, Otelo: personagem de famosa tragedia cde mesmo nome do dramaturgo inglés Wiliam Shakespeare. Gioso:cuidadoso; com zelo, Rol:lista relagb. ‘Werther @ Carota:fa ‘mosos personagens do romance ultrarto: ‘mantico de Goethe, Os soffimentos do jovem Werther, que fez muito sucesso na Alemanha 160 século XV Laura e Beatriz: muses famosas dos poetas nnascentistasitalianos Francisco Petrarca e Dante Alighier, res pectivamente, varios povos indigenas? 4) Qual estado de espir 2. A poesia amorosa do Romantismo nao se li 4a) Infra: Por que, na primeira estrofe, o eu lirico da cangao"Chegan, 1505 da cancao dialogay b) Da quarta estrofe em diante, os versos da cang: gam cor Piaga’, de Goncalves Dias (pagina 63). Justifique essa afirmacao, 0 Acangao de Nébrega eo poema de Potiguarasituam 0 encontro brancos e indigenas em diferentes tempos hstoricos.Expique (0 0 eu litico expressa em Brasil” por meio, dda pergunta “Que faco com a minha cara de india?"? hci €) Essa pergunta é repetida cinco vezes no poema. Qual &0efeito expres, introdugdo da apéstrofe, na quinta repetic30? f) A poeta estabelece um dialogo com o romance indianista racer Alencar (pagina 67). Qual metafora ae 49) Iracema eo eu lirco de"Brasi” s30 vi B TOTMaS devo 014 Quais sao as consequéncias dessa violencia para cada uma? 2 afm 0a, Ent os, €558 afm! da eet, Se os identificar 0 papel da mulher indigena jou a representago do amor ideainds Os autores inovaram ora pela representacéo do cémico ora pela erotizacio da muy, Observe como esses tracos aparecem em poemas de Alvares de Azeves Texto Eelal E ela! E elat £ ela! 6 ela! — murmurei tremendo, E.0 eco ao longe murmurou— é ela! Eu a vi minha fada aérea e pura — A minha lavadeira na janelal Dessas dguas-furtadas onde eu moro Eu a vejo estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas; Eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus pasos Ir espiar seu venturoso sono, Ve-la mais bela de Morfeu nos bracos! Como dormi ! que profundo sono! Tinha na mao o ferro do engomado... ‘Como roncava maviosa e pura! Quase caf na rua desmaiado! Afastei a janela, entrei medroso: Palpitava-the o seio adormecido, roubei do seio dela Um bilhete que estava ali metido. Pui beijécla celal Oh! De certo... (pensei) & doce pigna Onde a alma derramou gemtis amores Sao versos dela... que amanha decerto Ela me enviaré cheios de flores ‘Tremi de febre! Venturosa folha! Quem pousasse contigo neste seio! Como Otelo beijando a sua esposa Eu beijei-a a tremer de devaneio E elat 6 ela! —repeti tremendo Mas cantou nesse instante uma cons ‘bri cioso a pigina secreta ‘Oh! meu Deus! era um rol de roupasié Mas se Werther morreu por ver Cart) Dando pao com manteiga as eriancinbis Se achou-a assim mais bela, — eu mates” Sonhando-te a lavar as camisinhas! E ela! é ela! meu amor, minhalma A Laura, a Beatriz que o céu revele E ela! é ela! — murmurei tremendo E 0 eco ao longe suspirou — € elt! AZEVEDO, Alvares de. Lira dos vinte anos, in: BUENO, Alexei (ora) ‘como vimos no Capitulo 5, no se misturavam, de Azevedo: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aa ORomantismo descartava o uso de modelos rigidos de composigao. Note como Alvaresde A= lune préticas poéticas muito diferentes em seu poema: mantém as referéncias 8 idealiza@9 or quem suspira’enamorado’ mas inclu também elementos realistas. Em movimentosantee" ‘do ocortia, Por exemplo, as trés facetas de Gregério de Matos — poesia lirica, satiica €=89" Aalst fos juntos... E depois na sala Partindo eu disse —“Voltareit... Descansa! Fanasona disse-Ihe a tremer co’a fala. Ela, chorando mais que uma crianga, ste...Entreabrit-se um reposteiro. Quando volte... Era o palicio em festal.. pa im cavaleiro Eavozd'Elaedeum homem lina orquestra Reposteiro: Fenda uma mulher sem véus. Preenchiam de amor o azul dos cé cause In Era a pilida Teresa! Entrelt.Ela me olhou branca..surpresa! _ $6P08 jens” Ine disse conservando-a presa, Foia titima ver que eu vi Teresal. ijos murmurou-me: “adeus!” E ela arquejando murmurou-me: “adeus!” SIMPSON, Pablo; MARQUES, Pedro (org.). Antologia da poesia romintic: brasileira, Sao Paulo: Companhia Eaitora Nactonal; Lazuli Editora, 2008. Eelaentre bel que concepséo romantica da mulher apresentam os trés primeiros versos do texto 1? a Por que 0 quarto verso quebra a expectativa do leitor? b)Na teceira quadra, 0 eu litico realiza outra acao tipica nos poemas roménticos. Em seguida, rompe novamente a convencao. Explique essas afirmacSes, ) Da quinta a oitava quadra, os contrastes sio ampliados com a narracao de um episédio ¢ envolvendo um bilhete roubado do seio da amada. Sintetize esse trecho, enfatizando a Sposigao entre os elementos idealizados e os realistas 4) 0 poema’0‘adeus'de Teresa"é composto por quatro diferentes momentos. Como €2rela- Gaventre 0 €ultico ea moga em cada um deles? {Que nuances do comportamento de Teresa séo revelados pelos monésticos, que se repe- temcom pouces modificagées? 4) Afigura de Teresa é muito distinta daquela vista no poema “Quando & noite no leito perfu- mado’ (p8gina 64), de Alvares de Azevedo. Identiique essas diferencas. ‘Veja, agora, a parte XI do poema “Arias pequenas. Para bandolim’, da poeta contempora- nea Hilda Hilst (1930-2004). @ XI Antes que o mundo acabe, Tilio, Te fazes arabe, me fago israelita Deita-te ¢ prova E nos cobrimos de beijos Esse milagre do gosto E de flores iia pe fea na mine Does Antes que o mundo se acabe Enguantoo mando grit ‘Anted qe ecats est BEB Belicoso. E ao meu lado nNoiea deseo, HILST, Hilda. Da poesia, Sie Paulo: Companhia das Letras, 2017 2} Opoema vale-se de imagens que mostram o contraste entre o mundo intimo ¢ o mundo exterior. que caracteriza esse mundo exterior? Que oportunidade é criada pelo intimo? b)Feraoeulirico,o que ¢ o“fim do mundo" 4 Ness poema, a temética do amor gana elementos que nao s40vstos nos poemas de Alvares de Azevedo e de Castro Alves que estudamos. Que diferenca ha na representacao feminina? Hilda Hilst em 1988,

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