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PAULO FREIRE
entre saberes, projetos e continentes
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Reitor
José Jackson Coelho Sampaio
Vice-Reitor
Hidelbrando dos Santos Soares
Editora da UECE
Erasmo Miessa Ruiz
Conselho Editorial
Antônio Luciano Pontes Lucili Grangeiro Cortez
Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes Luiz Cruz Lima
Emanuel Angelo da Rocha Fragoso Manfredo Ramos
Francisco Horacio da Silva Frota Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Francisco Josênio Camelo Parente Marcony Silva Cunha
Gisafran Nazareno Mota Jucá Maria do Socorro Ferreira Osterne
José Ferreira Nunes Maria Salete Bessa Jorge
Liduina Farias Almeida da Costa Silvia Maria Nóbrega-Therrien
Conselho Consultivo
Antonio Torres Montenegro | UFPE Maria do Socorro Silva de Aragão | UFC
Eliane P. Zamith Brito | FGV Maria Lírida Callou de Araújo e Mendonça | UNIFOR
Homero Santiago | USP Pierre Salama | Universidade de Paris VIII
Ieda Maria Alves | USP Romeu Gomes | FIOCRUZ
Manuel Domingos Neto | UFF Túlio Batista Franco |UFF
Elaine Ferreira Rezende de Oliveira
Larissa Oliveira e Gabarra
Leandro Proença
Organizadores
Construindo Pontes:
Paulo Freire entre saberes, projetos e continentes
Fortaleza | Ceará
2018
Construindo Pontes: Paulo Freire entre saberes, projetos e
continentes
© 2018 Copyright by Elaine Ferreira Rezende de Oliveira, Larissa Oliveira
e Gabarra e Leandro Proença (Organizadores)
Coordenação Editorial
Erasmo Miessa Ruiz
Projeto Gráfico e Capa
Carlos Alberto Alexandre Dantas
carlosalberto.adantas@gmail.com
Prefácio • 25
Danilo Romeu Streck
Capítulo 1
A educação popular e a pedagogia da margem em uma periferia urbana do Rio
de Janeiro: as ações da Associação Comunitária Projeto Amo Salgueiro a partir
da fala de seus educadores populares • 31
Elaine Ferreira Rezende de Oliveira
Rejane Baptista do Nascimento
Capítulo 2
Movimentos sociais e a luta por creches no Rio de Janeiro: um diálogo com
Paulo Freire e a luta das mulheres no Guarabu • 54
Maria Tereza Goudard Tavares
Jane Chalão Lucchesi
Capítulo 3
Desafios da intervenção acadêmica no planejamento urbano: diálogos
sociológicos com a educação popular em Paulo Freire • 77
Eduardo Gomes Machado
Capítulo 4
O MST e a educação do campo: diálogo com o pensamento freireano • 101
Paulo Roberto de Sousa Silva
Capítulo 5
Educação popular em saúde em tempos de SIDA/AIDS • 125
Roberto Kennedy Gomes Franco
Capítulo 6
Usos e abusos do pensamento freireano em política de alfabetização de jovens e
adultos em contexto neoliberal • 151
Marcia Soares de Alvarenga
Milena Bittencourt Pereira Medeiros
Capítulo 7
Formação contínua de educadores de jovens e adultos numa perspectiva
freireana • 176
Jacqueline Cunha da Serra Freire
Elisangela André da Silva Costa
Elcimar Simão Martins
Sinara Mota Neves de Almeida
Capítulo 8
Gestão por resultados na educação básica: contrapontos à educação para a
liberdade freiriana • 197
Jeannette Filomeno Pouchain Ramos
Virna do Carmo Camarão
Anderson Gonçalves Costa
Capítulo 9
Caminhos e descaminhos teóricos no trabalho de pesquisa com a pequena
infância: contribuições dos estudos sociais da infância e da obra de
Paulo Freire • 223
Heloisa Josiele Santos Carreiro
AFIRMANDO A DESCOLONIZAÇÃO DA MENTE
Capítulo 10
Alfabetização, interculturalidade e questões étnico-raciais no cotidiano escolar:
diálogos com Paulo Freire • 255
Mairce da Silva Araújo
Regina de Fatima de Jesus
Capítulo 11
A desconstrução do “outro” por uma educação libertária: uma experiência de
extensão universitária do ensino de História da África no Ensino
Fundamental II • 280
Larissa Oliveira e Gabarra
Capítulo 12
Téla nón, clóçon nón: Paulo Freire e memórias sobre alfabetização de adultos em
São Tomé e Príncipe no pós-independência • 308
Jacqueline Cunha da Serra Freire
Sinara Mota Neves de Almeida
Elisangela André da Silva Costa
Elcimar Simão Martins
Capítulo 13
Sob o signo de Paulo Freire: considerações acerca do projeto de universidade
popular • 328
Leandro Proença
Capitulo 14
Alguns aspectos da educação popular na Guiné-Bissau: o encontro de Paulo
Freire com a obra de Amílcar Cabral • 349
Glauciana Aparecida de Souza
APRESENTAÇÃO 9
Apresentação
Elaine Ferreira Rezende de Oliveira
Larissa Oliveira e Gabarra
Leandro Proença
E
ste livro é o resultado de uma bonita parceria entre
professores da Faculdade de Formação de Profes-
sores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
FFP-UERJ e professores da Universidade Interna-
cional da Integração Luso Afro-Brasileira do Ceará – UNILAB.
Essa parceria começou tímida, mas com muita vontade de se
tornar um grande espaço de debate sobre Educação a partir
de categorias caras nesse âmbito: raça e classe. O Núcleo de
Pesquisa e Extensão Vozes da Educação da Faculdade de For-
mação de Professores – FFP da UERJ e o grupo de pesquisa
África Contemporânea da UNILAB se encontraram pela pri-
meira vez em 2014. A partir desse encontro e intercâmbio de
professores foi celebrado em 2015 um convênio entre as duas
universidades, com vigência de cinco anos para aprofundar
questões teóricas sobre Educação, Raça e Classe, e construir
ações conjuntas, tais como formação e capacitação de pes-
soal, publicações, participações em bancas de monografias
e dissertações, eventos internacionais e nacionais, além da
criação de um núcleo interinstitucional sobre educação e mo-
vimentos sociais. Para celebrar e consolidar ações oriundas
do convênio foi realizada a I Jornada Paulo Freire, na cidade
de Redenção no Campus da Liberdade da UNILAB.
A Jornada contou com a participação de professoras da
UERJ-FFP, Maria Tereza Goudard Tavares e Elaine Ferreira
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 11
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 13
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 15
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 17
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 19
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 21
ELAINE FERREIRA REZENDE DE OLIVEIRA • LARISSA OLIVEIRA E GABARRA • LEANDRO DE PROENÇA LOPES
APRESENTAÇÃO 23
Prefácio
Danilo Romeu Streck
P
aulo Freire teria dito de si mesmo que se enxer-
gava como um menino conectivo, uma frase que
expressa muito bem algumas de suas característi-
cas mais importantes. O menino é a pessoa curio-
sa que, independentemente do avanço da idade, continua
mantendo a curiosidade, fazendo perguntas inquietantes,
propondo novas questões e recolocando outras já postas. Os
títulos de suas obras indicam como seu pensamento pedagó-
gico se desdobra entre os temas da liberdade, da opressão, da
esperança, da indignação, da autonomia, entre tantos outros.
Já o adjetivo conectivo nos remete ao diálogo como uma mar-
ca de sua proposta de educação. Muito mais do que um méto-
do, o diálogo é para Freire um modo de ser no mundo que se
expressa na aposta da possibilidade de ser mais, da humani-
zação como uma vocação ontológica de homens e mulheres.
Construindo pontes: Paulo Freire entre continentes,
saberes e projetos situa-se dentro do espírito de busca e dia-
logicidade que caracteriza o pensamento freireano. Os textos
do livro testemunham a construção de pontes de diversas na-
turezas e dimensões. Sem a intenção de catalogar todas elas,
menciono algumas que, como leitor privilegiado dos manus-
critos, chamaram minha atenção. O primeiro é o encontro de
pessoas de lugares diferentes que se propõem a conhecer a
sua prática tendo incorporado em sua visão olhares de pes-
soas de outra região geográfica, com outras experiências no
Referências bibliográficas
Capítulo 1
A educação popular e a pedagogia da
margem em uma periferia urbana do
Rio de Janeiro: as ações da Associação
Comunitária Projeto Amo Salgueiro a partir
da fala de seus educadores populares
Elaine Ferreira Rezende de Oliveira
Rejane Baptista do Nascimento
N
o Brasil, a lista das ações e movimentos que fa-
zem parte do que podemos chamar de Educação
Popular é longa – os Círculos de Cultura Popular,
as Ligas Camponesas o Movimento de Educação
de Base e muitos outros escreveram a história de uma práti-
ca educativa que faz da sociedade sua sala de aula, recriando
os papéis de educador e educando, com diferentes métodos
e formas de intervenção no mundo. Nas décadas de 1950 e
1960 a Educação Popular fundou um movimento novo no pa-
norama pedagógico latino-americano e a educação passou a
ser vista como um instrumento de libertação para as classes
subalternizadas (STRECK, 2009). A política populista buscava
adaptar as massas às estruturas sociais e por vezes se utiliza-
va da pressão popular para realizar reformas. Foram criados
espaços de participação que fugiam ao controle e representa-
ram uma tomada de consciência, como ocorreu na experiên-
cia de Angicos, com Paulo Freire (WEFORT, 1980).
A autoestima
Considerações preliminares
Referências bibliográficas
Capítulo 2
Movimentos sociais e a luta por creches no
Rio de Janeiro: um diálogo com Paulo Freire
e a luta das mulheres no Guarabu
Maria Tereza Goudard Tavares
Jane Chalão Lucchesi
Introdução
O
presente artigo tem muitos pretextos: um deles é
inventariar e atualizar a luta de Movimentos So-
ciais por creche, em especial, o movimento de luta
por creches no município do Rio de Janeiro, mais
especificamente na favela do Guarabu, Ilha do Governador.
Outro pretexto diz respeito à nossa participação na Iª Jornada
“Paulo Freire: reconstruindo pontes”, na Universidade de In-
tegração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB),
em março de 2016. Durante três dias, nos foi possível, profes-
sores/as e estudantes, discutir e investigar a contemporanei-
dade do pensamento de Paulo Freire e sua importância para o
aprofundamento de alguns paradoxos da Educação brasileira,
dentre eles a luta das mulheres porcreche.
1 <http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/rio-tem-42-mil-criancas-em-
-filas-para-creches-diz-defensoria-18860470#ixzz42hHCNRgN>
2 <http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/educacao-em-numeros >.
3 As creches comunitárias tiveram sua origem como uma resposta alternativa
Referências bibliográficas
Capítulo 3
Desafios da intervenção acadêmica
no planejamento urbano: diálogos
sociológicos com a educação popular em
Paulo Freire1
Eduardo Gomes Machado
Introdução
O
s campos da produção social do espaço urbano
e do planejamento urbano detêm como elemen-
to específico, que os distingue de outros espaços
sociais, o fato de neles ocorrer o exercício do po-
der e a formação de decisões políticas que impactam a ocupa-
ção, uso, acesso, construção, regulação, posse e propriedade
da terra urbana.2 Nos últimos treze anos vivenciamos uma
inserção etnográfica nesses campos, com destaque para (I) a
revisão do Plano Diretor de Fortaleza, entre 2002 e 2009, (II) a
elaboração do Plano Diretor de Irauçuba e (III) as vivências na
região do Grande Bom Jardim, na região sudoeste de Fortale-
za, envolvendo agentes como o Centro de Defesa da Vida Her-
bert de Sousa (CDVHS) e a Rede de Desenvolvimento Local In-
tegrado e Sustentável do Grande Bom Jardim (NASCIMENTO
E MACHADO, 2008; MACHADO, 2014, 2011, 2008; MACHA-
1 Este artigo origina-se de pesquisas apoiadas pelo Conselho Nacional de De-
senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), assim como de atividades ex-
tensionistas apoiadas pela Unilab – Pró-Reitoria de Extensão, Arte e Cultura.
2 A categoria campo remete a Pierre Bourdieu (2007, 2004ª, 2004b, 2001, 1996, 1989,
Retomando a problematização
Considerações finais
Referências bibliográficas
Capítulo 4
O MST e a educação do campo: diálogo com
o pensamento freireano
Paulo Roberto de Sousa Silva
E
m maio de 1997, Paulo Freire partia deixando co-
nosco o importante legado de uma Educação como
Prática da Liberdade, de uma Pedagogia do Opri-
mido, de uma Pedagogia da Indignação, de uma
Pedagogia da Autonomia, de uma Pedagogia da Esperança.
Numa de suas últimas entrevistas, Freire (1997) dizia
de sua felicidade “por estar vivo, ainda, e ter acompanhado
essa marcha que, como outras marchas históricas, revelam o
ímpeto da vontade amorosa de mudar o mundo, essa marcha
dos chamados sem terras”, em referência à grande Marcha
Nacional por Emprego, Justiça e Reforma Agrária, realizada
em fevereiro daquele ano pelo Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), enquanto denunciava a impunidade
em relação ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em
abril de 1996.
Ainda em 1997, o MST realizava o seu I Encontro Nacio-
nal de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária (I ENE-
RA), e na mesa de abertura o grande educador fora lembrado
e homenageado com a exibição de um vídeo, por ele gravado
no final do ano anterior.
De lá para cá, Freire continua vivo entre nós contri-
buindo com seu pensamento nas elaborações pedagógicas e
nas práticas cotidianas de educadoras e educadores do cam-
Algumas considerações
Referências bibliográficas
Capítulo 5
Educação popular em saúde em tempos de
SIDA/AIDS
Roberto Kennedy Gomes Franco
Palavras iniciais
Nos últimos anos presenciamos um deslocamen-
to inédito de atenção de programas educativos
de AIDS baseados em informação para um novo
conjunto de modelos, enfocando a capacitação
coletiva e a mobilização comunitária, cruciais
para os esforços mais dinâmicos e inovadores
para responder à epidemia. Aproveitando as for-
mulações pedagógicas já clássicas, como as de
Paulo Freire, mais intimamente associadas com
a tradição da educação popular na América La-
tina, temos mudado cada vez mais daquilo que
poderia ser descrito como modelo “bancário” da
prática educacional...
S
ocializamos com o texto alguns resultados de
nossa investigação, efetuada sob a perspectiva do
materialismo histórico-dialético, para a escrita da
Tese de Doutorado intitulada a FACE POBRE DA
AIDS1.
Em síntese, chegamos à conclusão de que na realidade
brasileira, segundo o Boletim Epidemiológico de 2015/2016,
cerca de 58,5% da população sorologicamente positiva para o
HIV têm nível de escolaridade que não chega aos oito anos de
letramento, ou seja, que não concluíram nem o ensino fun-
damental. Por sua vez, os relatos evidenciam que, na maio-
ria das vezes, estas pessoas não sabem e nem entendem ao
menos de que doenças são afetadas. O adoecimento, nesse
sentido, reproduz as contradições de classe da sociabilidade
do Capital. (BOLTANSKI, 2004).
A este respeito, Parker (1993) comenta que a desigual-
dade social, aliada à opressão econômica, política e cultural
e auxiliada pela crescente rejeição e negligência, contribui
para a vulnerabilidade global ante o HIV/AIDS, produzindo os
efeitos mais dramáticos e, principalmente, nas partes mais
pobres e oprimidas do mundo em desenvolvimento, que são
as menos capacitadas a responder de forma eficaz contra o
avanço crescente da epidemia.
De forma complementar à nossa linha de interpretação
histórica, Altman (1995, p. 19- 20) acentua que:
A distinção crucial não é de caráter epidemiológico,
como foi sugerido pelas conceituações iniciais da
OMS, de Padrões I, II e III, mas sim de economia
1 FRANCO, Roberto Kennedy Gomes. A Face Pobre da AIDS. Tese (Doutorado)
– Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Gra-
duação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 26/08/2010.
Considerações finais
Há uma esperança, não importa que nem sempre
audaz, nas esquinas das ruas, no corpo de cada
uma e de cada um de nós. Paulo Freire (2006)
Referências Bibliográficas
Capítulo 6
Usos e abusos do pensamento freireano
em política de alfabetização de jovens e
adultos em contexto neoliberal
Marcia Soares de Alvarenga
Milena Bittencourt Pereira Medeiros
Introdução
N
a oportunidade da realização da Jornada Paulo
Freire, jornada esta pensada e organizada em
2015 pelos grupos de pesquisa da UNILAB e do
Mestrado em Educação – Processos Formati-
vos e Desigualdades Sociais, da Faculdade de Formação de
Professores da UERJ –, entre idas e vindas, pesquisadores e
pesquisadoras têm dado materialidade ao convênio1 inte-
rinstitucional vindo com este selar, em um só turno, tanto o
profícuo diálogo entre os grupos de pesquisa envolvidos nes-
te convênio como, também, a oportunidade de expandirmos
o horizonte do debate acadêmico nas suas interfaces com as
atividades de pesquisa e extensão.
A Jornada Paulo Freire constitui uma oportunidade
deste encontro, sobretudo quando nos perguntamos sobre a
atualidade de Paulo Freire diante de uma conjuntura que nos
convoca a ouvir e ler manifestações geradas por todos os mati-
zes ideológicos da sociedade brasileira que ganharam as ruas
1 Convênio celebrado em março de 2015 entre a UNILAB e a UERJ.
Referências bibliográficas
Capítulo 7
Formação contínua de educadores de
jovens e adultos numa perspectiva
freireana
Jacqueline Cunha da Serra Freire
Elisangela André da Silva Costa
Elcimar Simão Martins
Sinara Mota Neves de Almeida
Introdução
A
história da Educação de Jovens e Adultos (EJA)
no Brasil nos mostra que esta somente se cons-
tituiu como pauta das políticas educacionais
brasileiras a partir da década de 1940, materiali-
zando-se em ações de naturezas diversas que compreendiam
desde a instituição de fundo orçamentário e inclusão na es-
trutura administrativa do Estado até a formulação de campa-
nhas voltadas à escolarização da população jovem e adulta
pouco ou não escolarizada. Tais ações, no entanto, acabaram
por ser marcadas por aspectos como a pontualidade e a des-
continuidade política e pedagógica, traduzindo-se em movi-
mentos contraditórios de avanços e retrocessos orquestrados
por políticas de governo conduzidas por distintos projetos de
sociedade.
A partir deste contexto, os educadores e sociedade ci-
vil organizada foram decisivos para gradativas conquistas na
EJA, a exemplo do reconhecimento desta como um direito,
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
177
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
178 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
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JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
180 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
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JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
182 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
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JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
184 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
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JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
186 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
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JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
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FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
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FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
191
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
192 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
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Considerações finais
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
194 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
Referências bibliográficas
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
195
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
196 CAPÍTULO 7
FORMAÇÃO CONTÍNUA DE EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS NUMA PERSPECTIVA FREIREANA
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA • ELCIMAR SIMÃO MARTINS •
SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 197
FREIRIANA
Capítulo 8
Gestão por resultados na educação básica:
contrapontos à educação para a liberdade
freiriana
Jeannette Filomeno Pouchain Ramos
Virna do Carmo Camarão
Anderson Gonçalves Costa
Introdução
O
modelo gerencialista de educação se tornou uma
tendência que, desde os anos 1990, dita os rumos
dos sistemas educacionais no Brasil, adotando
como meta a melhoria dos indicadores educacio-
nais. A ideia basilar deste debate questiona se o modelo de ges-
tão por resultados na educação vem constituindo um sistema
de aprendizagem nos moldes da educação bancária. A partir
da análise e resultados da pesquisa “GESTÃO POR RESULTADO
NA EDUCAÇÃO: a responsabilização e o regime de colaboração
na promoção do direito à educação no Ceará (1995-2010) 1“, nos
propomos a investigar como esse processo vem se construin-
do. Para tanto, nos referenciamos nas contribuições teórico-
-conceituais de educação emancipadora em Paulo Freire.
A gestão por resultados (GPR) na educação básica ce-
arense mediante o regime de colaboração e os mecanismos
1Financiada pelo CNPq (Edital Universal 14/2013), desenvolvida pelos Grupos
de Pesquisa Educação, Cultura Escolar e Sociedade – EDUCAS/UECE e Educa-
ção, Cultura e Subjetividade – UNILAB.
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
198 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 199
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
200 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 201
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
202 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 203
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
204 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 205
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
206 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 207
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
208 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 209
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
210 GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
FREIRIANA
JEANNETTE FILOMENO POUCHAIN RAMOS • VIRNA DO CARMO CAMARÃO • ANDERSON GONÇALVES COSTA
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR RESULTADOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONTRAPONTOS À EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE 211
FREIRIANA
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Referências bibliográficas
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CAPÍTULO 9
CAMINHOS E DESCAMINHOS TEÓRICOS NO TRABALHO DE PESQUISA COM A PEQUENA INFÂNCIA: 223
CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS SOCIAIS DA INFÂNCIA E DA OBRA DE PAULO FREIRE
Capítulo 9
Caminhos e descaminhos teóricos no
trabalho de pesquisa com a pequena
infância: contribuições dos estudos sociais
da infância e da obra de Paulo Freire
Heloisa Josiele Santos Carreiro
Introdução
O
presente artigo representa um desdobramen-
to reflexivo da tese que defendi em fevereiro de
2013, na Universidade Federal Fluminense, que
teve por título “Rotinas Arquitetadas e Cotidia-
nos Vividos: Tensões e Possibilidades na Educação Infantil”.
A investigação ocorreu no Centro de Educação Infantil (CEI)
Carolina Amorim e envolveu os adultos e as crianças da insti-
tuição em um processo de pesquisa-ação, sobre as interações
desses sujeitos com as rotinas que eram propostas na insti-
tuição.
Para desenvolver o trabalho investigativo, a tese tentou
priorizar as vozes das crianças em seu exercício de pesquisa.
O que nem sempre é comum nos estudos que se desenvolvem
Conclusões provisórias...
Referências bibliográficas
Capítulo 10
Alfabetização, interculturalidade e
questões étnico-raciais no cotidiano
escolar: diálogos com Paulo Freire
Mairce da Silva Araújo
Regina de Fatima de Jesus
I
niciamos nosso artigo trazendo para o diálogo mais
três vozes, além das nossas, que nos inspiraram a re-
fletir sobre profunda imbricação entre o processo de
alfabetização no cotidiano escolar de crianças, jovens
e adultos das classes populares, questões étnico-raciais e os
legados freireanos.
Assim, as vozes de Florens, uma personagem do livro
“A Dádiva”, de Toni Morrison, a primeira mulher negra a ser
distinguida com o Nobel da Literatura; de Esperança Garcia,
4 www.facebook.com/Projeto-Sócio-Cultural-Afrontando.
Referências bibliográficas
Capítulo 11
A desconstrução do “outro” por uma
educação libertária: uma experiência
de extensão universitária do ensino de
História da África no Ensino Fundamental II
Larissa Oliveira e Gabarra
A
o problematizar a implementação da Lei 10.639 e
do Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro
junto a professores da rede e estudantes de histó-
ria, coube assumir que o debate profundo sobre
o tema pode ser feito ao entrar no espectro do pós-colonialis-
mo1, subalterns studies ou decolonialidade2. Como diria Elísio
Macamo (2012), um pequeno toque de maldade pós-colonial
é suficiente para entender que a incorporação do tema Áfri-
ca na proposta do Currículo Mínimo3 não serve se não para
tica à nova proposta de Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2015 para o
Ensino de História. Mas boa parte da crítica presente neste capítulo pode servir
de suporte para a análise dessa proposta nacional. Em 26 fevereiro de 2016,
o GT de História da África da Anpuh Nacional Associação Brasileira de Estu-
dos Africanos (ABE-África) fez uma nota sobre a proposta, e uma das principais
dar migalhas aos porcos. Por outro lado, diante de alguns sé-
culos de discriminação racial contra o negro, seus saberes e
fazeres, como não aceitar e mesmo parabenizar as iniciativas
cujas migalhas abrem brechas nesse sistema universalizante
e por isso mesmo extremamente excludente?
Ainda na trilha da crítica à epistemologia dominante
ocidental, faz-se necessário lembrar que numa narração exis-
tem enunciados implícitos. Esses enunciados só são percebi-
dos se questionado o texto original, a partir do contexto his-
tórico de sua produção e da construção histórica da área de
conhecimento, na qual a narração se configura4. Um currícu-
lo educacional, segundo a Secretária da Educação do Estado
do Rio de Janeiro, é a
referência a todas as nossas escolas, apresentando
as competências e habilidades básicas que devem
estar contidas nos planos de curso e nas aulas. Sua
finalidade é orientar, de forma clara e objetiva, os
itens que não podem faltar no processo de ensino-
-aprendizagem, em cada disciplina, ano de escola-
ridade e bimestre5.
9 Cf.: GUHA, Ranahit. “Las voces de la historia”. In: ____. Las voces de la historia
y otros estúdios subalternos. Barcelona: Critica, 2002.
11 Ser afro-brasileiro não significa sofrer racismo. O ser afro-brasileiro está vin-
culado à concepção da formação histórica e social do Brasil. A questão racial e
consequentemente do racismo tem bases profundas no fenótipo, construído a
partir de teorias como a de Arthur de Gobineau, em Ensaio das Desigualdades
Raciais de 1855 do Darwinismo Social.
12 DAMATTA, Roberto. “Digressão a Fabula das três raças, ou problema do racis-
13Cf.: CANDAU, Vera Maria (Org.). Educação intercultural e cotidiano escolar. Rio
de Janeiro: 7 Letras, 2007; CANDAU, V. M. (Org.). Cultura, linguagem e subjetivi-
dade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
Referências bibliográficas
Capítulo 12
Téla nón, clóçon nón: Paulo Freire e
memórias sobre alfabetização de adultos
em São Tomé e Príncipe no
pós-independência
Jacqueline Cunha da Serra Freire
Sinara Mota Neves de Almeida
Elisangela André da Silva Costa
Elcimar Simão Martins
T
éla nón, clóçon nón: Paulo Freire e memórias sobre
alfabetização de adultos em São Tomé e Príncipe
no pós-independência é inspirado no fragmento
do poema Construir, da poetisa Alda do Espírito
Santo (1978), e busca sintetizar reflexões tecidas a partir de
incursões de pesquisa de campo na ilha de São Tomé, uma
das duas ilhas que compõe o pequeno país insular São Tomé
e Príncipe. Téla nón, clóçon nón significa “nossa terra, nos-
so coração”, em forro1, língua predominante naquela ilha. É
1 Forro é um crioulo de origem portuguesa, que se originou da antiga língua fa-
lada pela população mestiça e livre das cidades. (http://www.linguaportuguesa.
ufrn.br/pt_3.4.e.php. Acesso em 18 de julho de 2016).
JACQUELINE CUNHA DA SERRA FREIRE • SINARA MOTA NEVES DE ALMEIDA • ELISANGELA ANDRÉ DA SILVA COSTA •
ELCIMAR SIMÃO MARTINS
CAPÍTULO 12
TÉLA NÓN, CLÓÇON NÓN: PAULO FREIRE E MEMÓRIAS SOBRE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS EM SÃO 309
TOMÉ E PRÍNCIPE NO PÓS-INDEPENDÊNCIA
2 O ECOSS foi implementado na UNILAB entre 2011 e 2014 com o apoio e finan-
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CAPÍTULO 12
310 TÉLA NÓN, CLÓÇON NÓN: PAULO FREIRE E MEMÓRIAS SOBRE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS EM SÃO
TOMÉ E PRÍNCIPE NO PÓS-INDEPENDÊNCIA
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CAPÍTULO 12
326 TÉLA NÓN, CLÓÇON NÓN: PAULO FREIRE E MEMÓRIAS SOBRE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS EM SÃO
TOMÉ E PRÍNCIPE NO PÓS-INDEPENDÊNCIA
Referências bibliográficas
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CAPÍTULO 12
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TOMÉ E PRÍNCIPE NO PÓS-INDEPENDÊNCIA
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328 CAPÍTULO 13
SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
Capítulo 13
Sob o signo de Paulo Freire: considerações
acerca do projeto de universidade popular
Leandro Proença
E
screvo a partir do meu lugar, dado que seria des-
necessário se o lugar das falas, mais precisamente
o lugar dos corpos que falam2, não fosse também
ideológico; me insiro no contexto de implemen-
tação da Universidade da Integração Internacional da Luso-
fonia Afro-brasileira – Unilab –, criada em 2011, durante o
governo Lula, e que foi um dos pilares de sua política para
a educação superior3. Juntamente com a Universidade da
Integração Internacional Latino-Americana – Unila –, são
universidades construídas a partir de diretrizes como a co-
operação internacional Sul-Sul4 e o atendimento a deman-
1 O caráter dialógico é um aspecto fundamental na pedagogia freireana. Uma
máxima expressa uma de suas ideias sobre o caráter do diálogo: é necessário
dialogar com as diferenças, mas não é possível o diálogo entre antagônicos...
2 Ver ALMEIDA, Danilo Di Manno de. Uma ética para o corpo: cidadania e edu-
LEANDRO PROENÇA
CAPÍTULO 13
SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
329
Não deve ser ignorada a possibilidade de promover esses países a uma condi-
ção de centralidade e domínio.
7 TRAGTENBERG, Maurício. A delinquência acadêmica: o poder sem saber e o
LEANDRO PROENÇA
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SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
Concepção de universidade
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SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
Educação popular
10 Paulo Freire não escreveu muito sobre a universidade; e mesmo que muitas
vezes seja ligado a temas específicos, como educação de jovens e adultos, por
exemplo, ele se dizia mais “guloso”, e procurara pensar a educação enquanto fe-
nômeno social e político, em sua totalidade, a partir de um contraponto sempre
presente: a pedagogia do oprimido; num certo sentido, ou no sentido que vamos
defender aqui, o da educação popular. Quando secretário de Educação em São
Paulo, por exemplo, propôs-se o desafio da “reflexão em torno da relação entre
educação pública e educação popular. Não propõe um pensar sobre a educação
pública em si mesma nem tampouco sobre a popular, isoladamente, mas so-
bre cada uma em relação com a outra. No fundo, o enunciado – Escola pública
e educação popular – implicita uma indagação que possivelmente se poderia
explicitar assim: é possível fazer educação popular na rede pública?” (FREIRE,
Paulo. Política e educação. 7ed. São Paulo: Cortez, 1997).
11 BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação popular. São Paulo: Brasiliense,
2006.
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CAPÍTULO 13
SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
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SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
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Universidade popular
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SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
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SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
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SOB O SIGNO DE PAULO FREIRE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE UNIVERSIDADE POPULAR
Referências bibliográficas
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CAPÍTULO 14
ALGUNS ASPECTOS DA EDUCAÇÃO POPULAR NA GUINÉ-BISSAU: O ENCONTRO DE PAULO FREIRE COM A 349
OBRA DE AMÍLCAR CABRAL
Capitulo 14
Alguns aspectos da educação popular na
Guiné-Bissau: o encontro de Paulo Freire
com a obra de Amílcar Cabral
Glauciana Aparecida de Souza
O
pensamento e a trajetória do educador Paulo
Freire (1921–1997), brasileiro e representante
da educação popular, atravessou fronteiras e foi
à África. O autor começa uma longa viagem para
chegar à Guiné-Bissau, saindo do Brasil, passando por Gene-
bra (Suíça), Tanzânia e finalmente Guiné-Bissau – palco das
ricas e inovadoras experiências que apontaremos neste breve
texto.
O educador Paulo Freire, em seu livro Cartas à Guiné–
Bissau, registros de uma experiência em processo (1978), relata
a experiência do trabalho realizado junto à equipe do Institu-
to de Ação Cultural (IDAC). As cartas são relatórios publica-
dos, endereçados ao Comissariado de Educação da Guiné-Bis-
sau, aos cuidados do engenheiro Mário Cabral e às equipes de
trabalho com as quais trabalhou. O livro relata a experiência
de alfabetização de jovens e adultos ainda em processo e, por
isso, encontramos muitas perguntas.
No livro Cartas à Guiné–Bissau, registros de uma expe-
riência em processo (1978), podemos encontrar relatos dos
diálogos entre educadores, educandos e pensadores africa-
nos que se juntaram ao educador brasileiro que observando,
Referências bibliográficas