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ATO III

Cena I
(Soam trombetas. Entram o jovem Príncipe Eduardo e Ricardo)
RICARDO
Bem-vindo, querido primo, soberano dos meus pensamentos.
PRÍNCIPE EDUARDO
Dizei-me, tio Ricardo, onde será a minha morada até ser
coroado?
RICARDO
Onde melhor pareça a Vossa Real pessoa. No entanto se
conselho vos posso dar, um dia ou dois repousará na Torre
Vossa Alteza. Depois, onde quiserdes…
PRÍNCIPE EDUARDO
Não gosto da Torre, não gosto, e nela não dormirei em paz.
RICARDO
Por que razão, que receais?
PRÍNCIPE EDUARDO
Que há-de ser? O fantasma de meu tio Clarence que lá foi
assassinado.
RICARDO
Vossa Graça, não precisa recear os tios que estão mortos.
Nem nenhum que vivo esteja!
PRÍNCIPE EDUARDO
Se vivos estão, espero não precisar de ter medo. Mas vinde,
senhores. Com o coração grave, me dirijo à Torre.
(Sai Príncipe Eduardo)
RICARDO
Ide, que na ocasião mais conforme, provarei que sois
bastardo. Depois no Castelo, me encontrarão em boa
companhia Entre padres e bispos.
BUCKINGHAM
Longa vida a Ricardo, digno Rei de Inglaterra!
TODOS
Viva!
RICARDO
Merece vosso amor a minha gratidão, mas são tantos e
tamanhos os meus defeitos, que antes quisera esconder-me de
minha grandeza.
BUCKINGHAM
Longa vida a Ricardo, digno Rei de Inglaterra!
TODOS
Viva!
RICARDO
Quereis forçar-me a um mundo de tormentos? Não sou feito de
pedra, porém devo ser paciente e suportar o peso.
BUCKINGHAM
Longa vida a Ricardo, digno Rei de Inglaterra!
TODOS
Viva!
BUCKINGHAM
Longa vida a Ricardo, digno Rei de Inglaterra!
TODOS
Viva!
(Saem)

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