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QUEM SOU EU?

Faaala, Pobre Mortal!

Rufino na área! Fico muito feliz que você tenha se interessado pela
minha primeira obra, o Manual Completo do Investidor Iniciante!
Isso me mostra que você está a fim de se preparar melhor para o futuro,
e eu vou fazer de tudo para te ajudar com isso. Em troca, conto com o
seu feedback, para que este livro se torne cada vez melhor, e possa
ajudar milhões de brasileiros a cuidarem melhor do seu dinheiro.

Este livro não está pronto. A ideia é que sempre possamos atualizá-
lo e melhorá-lo, com ainda mais perguntas que forem surgindo. Não foi
feito para uma leitura única. Nosso objetivo é ter um material onde você
possa consultá-lo à medida que surgir uma dúvida que aqui está.

Mas antes de começarmos, chegou a hora de me apresentar. Peço


perdão se você já me conhece das redes sociais, mas eu pretendo contar
uma história bem detalhada, desde a minha infância, pois quero que
você se sinta realmente muito próximo a mim. Isso não vai te ajudar a
investir melhor, mas pode te inspirar. Se achar muito extenso, pula logo
pra parte das perguntas.

Pra começar, como todos já devem saber, meu nome é Lucas


Andrade Rufino. Prefiro que me chamem só de Rufino, já que em minha
vida inteira todos os meus amigos mais próximos me chamaram assim.
Afinal, o nome “Lucas” é o “Enzo” de 1995, né? Pergunte a qualquer
Lucas brasileiro que nasceu na mesma época que eu, e verá que
dificilmente eles eram conhecidos pelo primeiro nome na escola. Por
que será? Se souber o motivo, me conta.
Nasci e fui criado na cidade de Ubá, Zona da Mata mineira, com
cerca de 100 mil habitantes. Acho que minha infância pode se resumir
em duas grandes paixões: a matemática e a leitura, por mais estranho
que isso possa parecer. Será que eu era nerd?

Sempre fui apaixonado por livros. Segundo minha mãe, eu aprendi a


ler com 3 anos de idade. Isso era um absurdo para minha idade, o que
me fez ser avançado na escola. Livros de historinha? Que nada, eu
gostava era de ler dicionário. Quando eu tinha lá meus 4, 5 anos, eu
ficava perguntando palavras para quem passasse para que eu pudesse ler
o significado delas. Uma criança de gostos peculiares, você tem que
concordar comigo.

Essa paixão por leitura foi crescendo muito, a ponto de eu ter até
hoje uma coleção bem grande e variada de livros infanto-juvenis, que
era o que eu lia na época. Sabe a série do Harry Potter? Eu já tinha lido
ela inteira com 10 anos de idade. Li mais umas quatro vezes na minha
adolescência, é minha favorita. Mas todas essas sagas de ficção como O
Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia, Eragon... Se você for da
minha época, deve se lembrar. Foi uma coisa que marcou muito a minha
vida e eu procuro manter esse hábito até hoje sempre lendo muitos
livros, acredito que isso seja essencial para nossa evolução.

Minha segunda paixão era a matemática e a lógica. Sempre tirei as


melhores notas na minha turma nas matérias de exatas, desde novinho.
Minha menor nota em matemática antes de entrar na faculdade foi 95,
no último ano do Ensino Médio. Eu gostava de ficar fazendo aqueles
desafios de lógica que vinham numas revistinhas. Meu pai comprava
aquilo nas bancas pra mim e a gente ficava disputando quem completava
os desafios mais rápido. Isso desde os meus 10-12 anos, adorávamos
fazer isso. Cheguei a jogar xadrez quase profissionalmente, disputava
campeonatos pela minha escola. Fui vice-campeão mineiro de xadrez
quando eu tinha 12 anos. Não preciso dizer mais, acho que já deu pra
entender o tipo de coisa que eu gostava.
Sempre tive também uma veia muito empreendedora. Eu tive uma
criação onde eu ganhava de mesada 30 reais por mês, e tinha que juntar
para comprar meus livros e filmes que eu gostava. Por conta disso, 30
reais era pouco, o que me forçava a criar uma cultura de juntar meu
dinheiro para comprar os brinquedos mais caros, algum vídeo game que
eu queria etc. Eu tinha que buscar formas de ganhar mais dinheiro para
conseguir conquistar esses objetivos mais rapidamente. Eu lembro muito
bem, uma vez que tentei colocar uma barraquinha com todos os meus
livros na porta da minha casa e alugar eles pro pessoal que passava.

Uma ideia boba é claro, ninguém queria alugar, mas eu ficava lá o


dia inteiro na porta de casa, mostrando para os adultos e tentando ganhar
dinheiro dessa forma. Teve uma vez que eu comecei a fazer umas
pulseirinhas de missanga para vender na porta de casa também. E o que
eu mais gostava não era o retorno que dava, porque era mínimo.
Acredito que as relações comerciais me atraiam, mostrar o meu produto
pra alguém e trocar por dinheiro.

O fato de eu ter sido sempre o mais novo em todas as minhas turmas


de escola, creio que contribuiu para que eu fosse precoce em todas as
outras fases, mas ao mesmo tempo me fez um adolescente muito tímido.
Eu fui um cara de poucos amigos até minha pré-adolescência, e tive que
desenvolver muito minhas habilidades de comunicação para conseguir
dar palestras e criar as redes de contatos que tenho hoje.

Eu era muito estudioso em minha infância, o que me fazia sempre


tirar as melhores notas da minha turma, em todas as escolas que passei,
principalmente em matemática e física. Grandes coisas, né? Eu sei que
não, mas tudo isso me fazia acreditar que era acima da média. Todos os
pais, professores, parentes, me faziam achar que meu futuro já estava
garantido, e eu ia me acomodando cada vez mais. “Você vai ser um
engenheiro muito bem sucedido, vai ganhar muito dinheiro!”. Eles
diziam.
Acredito que o ensino como é hoje, faz muito isso com a gente. Os
alunos que se destacam são sempre direcionados a ir para algumas das
seguintes áreas: engenharia, medicina ou direito. E comigo não foi
diferente, eu acreditava que engenharia seria também a minha vocação.
Então, quando eu estava no segundo ano do ensino médio, tinha acabado
de fazer 16 anos, eu prestei vestibular pela primeira vez e fui aprovado
em Engenharia Civil na UFV, que era a Universidade Federal de alto
nível mais próxima de minha cidade natal.

Diziam que eu poderia entrar com recurso para conseguir me formar


mais rápido, mas preferi não ir, não precisava me preocupar em acabar
isso rápido. Nessa época, eu já era muito ligado com meus amigos, todos
me conheciam, eu não queria perder essa fase. Não sei como é na sua
região, mas como Minas não tem mar, nossa vida de balada e álcool
começa aos 14. Com 15 anos, eu e alguns amigos já organizávamos
festas open bar pra 200/300 pessoas. Já dava pra tirar uma graninha, sem
falar na mulherada, né? Mas vamos pular essa parte.

Continuei levando o resto do ensino médio, de bobeira. Afinal, eu


nem precisava estudar que iria passar na faculdade que eu queria, né?
Perceba que eu nunca pensei em fazer outra coisa, sempre foi
Engenharia Civil na UFV. Não fui pra lá por que era o que dava. Eu
escolhi e passei, com 16 anos. Ao contrário da maioria dos jovens
brasileiros, meu terceiro ano do EM foi o ano que menos estudei na
minha vida! Eu tirava as melhores notas da sala mesmo assim, estava
tranquilo! Eu só estava preocupado com qual seria a curtição do final de
semana. Como isso poderia dar errado?

Chegou a hora de fazer o ENEM que valeria de verdade. Minha nota


foi boa como esperado, acima da média entre meus amigos. Mas
adivinha? Não consegui passar nesse mesmo curso, que até então era a
minha única opção. Eu passaria em outras Universidades Federais, mas
queria de qualquer maneira estudar na UFV. Só quem conhece a cidade
sabe o motivo, relacionando à fase em que eu me encontrava.
Entrei lá na UFV em outra engenharia e começou a fase mais louca
da minha vida. A cidade possui 70 mil habitantes, sendo que metade são
estudantes dessa Federal. Dá pra imaginar, né? Na faculdade, no
primeiro período até assustei um pouco com o nível, mas depois das
primeiras provas eu já não estava precisando mais estudar para tirar as
boas notas e passar nas matérias. Passei em todas as matérias sem
precisar fazer todas as provas. Todo mundo me falava: “você tira as
melhores notas mesmo sem estudar, você vai ser um engenheiro bem-
sucedido, vai ganhar muito dinheiro, é só ir à faculdade...”. E eu
acreditava nisso.

Entrei numa fase em que eu bebia de terça a domingo, só segunda-


feira que descansava, pra começar tudo de novo na terça. Não queria
saber de mais nada, além de mulherada e bebida. Lembrando que eu
tinha 17/18 anos. Desperdicei a chance de ir estudar no exterior por
conta da Dilma. Tive a primeira reprovação da minha vida no segundo
período da faculdade, simplesmente por parar de ir às aulas. Aqui, nós
estamos em 2013. Eu percebia que aquilo estava me fazendo mal, mas
não conseguia parar. Ou não queria, na verdade. Um abraço a todos os
amigos que fiz em Viçosa, ficarão para sempre em meu coração.

Eu ainda tinha na cabeça que a minha vocação era a Engenharia


Civil. Então, em 2014, eu resolvi tentar o vestibular mais uma vez,
mesmo sem ter estudado. Mas como eu tive uma base muito boa, ainda
assim consegui tirar a melhor nota dentre todas as provas que eu fiz. Fui
aprovado na UFJF, o que acabou sendo muito bom por ser uma cidade
um pouquinho maior (600 mil hab), o que me ajudou a ter uma visão de
mundo mais ampla.

Era um negócio que eu tinha um pouco de medo, mas eu vi que era


necessário. Lembra que eu disse que eu era muito tímido e apegado às
minhas raízes? Tanto Viçosa quanto Juiz de Fora estão num raio de
100km de minha cidade natal. Por isso nunca pensei em morar em outra
cidade. Apesar de morar sozinho desde meus 17 anos, eu estava sempre
voltando para a casa dos meus pais nos finais de semana. Me mudei para
Juiz de Fora em agosto de 2014, onde moro até o dia de hoje, de onde
estou escrevendo este livro (2019).

Paralelo a essa mudança, mais ou menos na mesma época, eu


comecei a estudar muito sobre a bolsa de valores, com 19 anos,
principalmente por incentivo do meu pai. Ele já tinha se aventurado em
2008-2010, mas não conseguia focar nos estudos, já que sempre foi
empregado e isso demandava muito tempo. Ele dizia que eu poderia
ajudá-lo a investir para o nosso futuro já que, como a maioria das
famílias brasileiras, nós gastávamos tudo que ganhávamos com as
despesas mensais. E foi só começar a estudar que eu fui me
apaixonando, caí de cabeça nesse mundo.

Continuei minha faculdade de engenharia, mas logo eu já não


prestava mais atenção nas aulas. Ficava o dia inteiro pesquisando sobre
investimentos, educação financeira, o mercado, resultados das empresas
listadas... Comecei a perceber que essa era realmente a minha paixão.
Enfim, eu precisava sair da teoria e partir para a ação, como eu sempre
fiz em minha vida. Em pouco tempo, eu já estava comprando minhas
primeiras ações na bolsa.

Comecei a investir em 2015. Não tinha muito dinheiro disponível


naquela época, mas tudo que eu ganhava nos pequenos negócios que eu
fazia e projetos que eu participava, eu investia. Eu peguei um momento
muito bom da bolsa, de retomada de ciclo econômico. Logo surgiram
boatos de impeachment e de mudança de equipe econômica. Junto com
a queda de juros, a bolsa começou a disparar. Em pouco tempo, eu
estava tendo resultados expressivos. Não que eu fosse foda, mas todo
mundo estava tendo resultados bons na época. Eu dei sorte de ter
entrado nesse momento, e essa sorte acabou me incentivando a estudar
cada vez mais.

Já no início de 2016, a vida me surpreendeu com uma porrada. Meu


pai faleceu, com 45 anos. Aparentemente saudável, acabou tendo um
infarto. Isso abalou bastante a nossa família, mas ao mesmo tempo foi
uma oportunidade que eu tive de crescimento pessoal. No meio de todos
aqueles problemas emocionais, que uma morte desse tipo provoca,
surgiu outro problema, que era o financeiro.

Meu pai era o provedor principal da família. Com 20 anos, eu ainda


não tinha uma fonte de renda e minha mãe ganhava um salário mínimo.
Tenho ainda uma irmã, com 17 anos na época e um irmão com 11. Por
mais que meu pai tinha uma consciência de educação financeira, ele não
tinha criado uma reserva financeira para esse tipo de situação.

Porém, para a nossa sorte, surgiu uma luz no fim do túnel. Meu pai
tinha feito um seguro de vida resgatável, pouco tempo antes de falecer.
Esse dinheiro caiu em minhas mãos e eu percebi que era a minha
oportunidade de segurar as pontas e dar a volta por cima. Eu queria
manter minimamente o padrão de vida da minha família que meu pai
conseguia dar. Só que tinha um problema. Esse seguro era equivalente a
menos de 10 vezes o salário do meu pai. Se continuássemos com aquele
padrão de vida, sem ganhar mais dinheiro, isso iria acabar rapidamente.

Percebendo isso, tive que reeducar completamente a minha família,


cortando os gastos na raiz. Em 2 meses, já tínhamos conseguido reduzir
nossas despesas mensais pra cerca de um terço do que era antes, e isso
deu uma folga muito maior pra gente. É aquele primeiro passo, que é o
mais simples, digamos assim. Nós sempre achamos que não dá pra viver
com menos. Não importa qual seja a sua situação financeira, tenho
certeza que você já rolou na sua casa o papo: “aah, não sobra nada pra
investir, não tem como gastar menos do que isso”. Mas engraçado que,
quando as coisas apertam, todo mundo consegue reduzir, né? Seria
muito melhor se todo mundo já se reeducasse financeiramente,
investindo 10% que seja dos gastos, para acumular patrimônio suficiente
para nunca passar por isso, no caso de alguma emergência.

O segundo passo seria aumentar nossos ganhos, ou essa redução não


serviria de muita coisa. Então, no início eu comecei a fazer alguns bicos.
Cheguei a trabalhar de motorista, garçom em festa, organizando
excursões em festivais que eu já iria... Isso me dava uma grana pra
ajudar em casa, mas ainda não resolvia. Então, resolvemos comprar um
comércio na minha cidade, com a intenção de criar uma nova fonte de
renda para minha mãe. Esse comércio, naquele momento, estava indo de
mal a pior. Mas eu percebi uma oportunidade ali.

A antiga gestão não se preocupava muito com o marketing. Mal


tinha uma página no Facebook, que estava parada. Fazia tempo que o
espaço físico não era reformado. O produto e o atendimento tinham
caído de qualidade, apesar de o negócio ser tradicional e muito bem
localizado. Eu percebi que, com poucas mudanças, eu tinha a chance de
realizar um “turn around” naquele negócio e gerar lucros consistentes.
A ideia era fazer com que minha família pudesse andar com as próprias
pernas e eu focaria nos meus próprios projetos.

Começamos em abril de 2017. A ideia era, inicialmente, pegar o


jeito do negócio. E logo nos primeiros meses, prejuízo. Mas eu já tinha
dado all in, né? Não tinha volta. Gastamos mais da metade do que
tínhamos naquele momento para comprar o negócio. Tinha que fazer dar
certo. E foi assim que implementei tudo aquilo que havia planejado, e no
quarto mês, após a reinauguração, as coisas começaram a funcionar. Isso
foi em agosto de 2017, se não me engano, e desde lá não tivemos um
mês sequer de prejuízo. Com isso, minha mãe largou seu emprego e
consegue hoje, tocar essa operação quase sem minha ajuda, o que já é o
suficiente para bancar ela e meus irmãos.

É claro que nada disso adiantaria se eu não soubesse investir bem o


nosso dinheiro. É o terceiro pilar da construção de riqueza: melhorar o
que você faz com o dinheiro que você já tem e com o que sobra entre as
suas receitas e os seus gastos. Desde que esse dinheiro chegou em
minhas mãos, ele nunca ficou parado em bancão, em poupança ou
naqueles fundos horríveis que eles oferecem. Eu já tinha os
conhecimentos necessários para investir melhor. Inicialmente, ficava
tudo em renda fixa, já que vivíamos momentos de incerteza. Mas logo
que as coisas foram se acertando, eu comecei a investir em renda
variável, em alguns fundos multimercados e de ações, e em diversos
produtos que nós vamos mostrar aqui no decorrer desse livro.

Com o tempo, os amigos mais próximos começaram a me pedir


ajuda para investir e cuidar melhor do seu dinheiro como um todo. Foi aí
que eu percebi que o pouco de experiência que eu tinha já seria o
suficiente para ajudar milhares de pessoas. Certo dia, estudando para
uma prova na faculdade, bateu uma luz e surgiu a 1MILHÃOCOM30.
Ter 1 milhão de reais em ativos na bolsa de valores antes dos 30 anos de
idade serviu para mim como meta a ser perseguida desde que meu pai
faleceu. Para mim, nossos problemas seriam bem menores caso já
tivéssemos isso quando ele se foi. Por que não externar essa meta ao
mesmo tempo em que ajudo outras pessoas a conquistarem seus
objetivos?

Criei a página no Instagram em março de 2018, e comecei a produzir


conteúdo sobre finanças pessoais, investimentos e empreendedorismo.
Eu ainda era muito tímido, e isso também serviria para melhorar minhas
habilidades de comunicação, tanto escrita como oral, ao gravar vídeos.
Em poucos meses, começaram a surgir oportunidades de palestras e
cursos. Claro que eu agarrei todas elas e, hoje, subir num palco e falar
em público não é mais uma dificuldade. Centenas de milhares de pobres
mortais já foram impactados, e é só o começo!

Hoje, eu tenho ainda minha princesinha Ísis, que chegou em 2018


pra renovar as energias de minha família! Muito do que conquistei nos
últimos anos foi por causa dela, que me deu um gás ainda maior para
correr atrás dos meus sonhos. Vejo a independência financeira como o
meio que tenho de conseguir curtir todo o crescimento de minha filha
desde novinha, sem nunca ter que trabalhar com algo que eu não goste
ou não veja sentido.
Perceba que existiram três praticas principais que me fizeram virar o
jogo: reduzir os gastos, aumentar as receitas e melhorar os
investimentos. Todos que desejam conquistar a independência financeira
devem focar nesses três pilares da construção de riqueza. Em equilíbrio,
eles o farão chegar lá.

Eu só consegui dar a volta por cima por estar preparado. Preparado


para algo que ainda não sabia o que era. E agora quero te ajudar a se
preparar. Em minha jornada, tive muitas dúvidas. E muitas delas seriam
facilmente resolvidas se eu tivesse acesso a uma obra como esta. Espero
que o Manual Completo do Investidor Iniciante seja um ponto de
virada em sua vida e te prepare para as incertezas do futuro que ainda
está por vir.

Este livro é um compilado com as principais perguntas que me


fazem diariamente. Principalmente no Instagram, onde tudo começou. A
ideia é que você possa ler e reler quando der vontade, consultar se surgir
alguma dúvida pontual. Um livro de cabeceira, um FAQ, chame como
quiser. E mais do que isso, não se esqueça que existe um amigo aqui
deste lado, sempre disponível em todas as redes sociais.
Educação Financeira

1. Como conseguir ser financeiramente independente?

Primeiro, precisamos saber o que é a independência financeira. Este


conceito pode ter um significado diferente para você do que tem para
mim. Pra generalizar, vamos partir do princípio que a independência
financeira é a capacidade de viver o padrão de vida que você sonha, sem
ter a necessidade de trabalhar para isso. Ou seja, seus rendimentos
passivos custeiam todos os seus gastos, te proporcionando liberdade.

Para alcançar essa tão sonhada independência precisamos sempre ter


em mente os 3 pilares da construção de riqueza. Somente com um
equilíbrio entre eles, conseguiremos chegar lá.

1) Diminuir gastos:

É de extrema importância para atingirmos nossa independência


financeira que consigamos poupar parte dos nossos ganhos. Para isso,
precisamos fazer o controle dos nossos gastos e ter um bom
planejamento financeiro. Existem bons aplicativos que podem te ajudar
a melhorar esse pilar financeiro na sua vida, como o Mobills e o
Guiabolso, onde você pode registrar todas as suas movimentações e, no
final do mês, verificar onde pode haver uma diminuição ou corte.

2) Aumentar os ganhos:

Aumentar nossas receitas talvez seja o pilar mais importante para


nos colocar mais perto de nossa independência financeira. Se você ainda
não tem uma fonte de renda considerável, em relação ao seu objetivo,
provavelmente será impossível ou muito mais demorado alcançá-lo.
Aumentar os nossos ganhos serve como um catalisador, uma forma de
trazer nossa independência mais rapidamente. Para isso, temos diversas
opções, como investir em educação (o que agrega em nosso valor), criar
mais fontes de renda, mudar de emprego, começar um novo negócio etc.

3) Melhorar investimentos:

Por fim, mas não menos importante, devemos melhorar nossos


investimentos para que o poder dos juros compostos possa funcionar a
nosso favor. São eles que vão nos possibilitar conseguir a tão sonhada
renda passiva que será capaz de cobrir todos os nossos gastos. Para
melhorarmos nossos investimentos, devemos estudar sobre o assunto
lendo livros, consumindo conteúdo gratuito na internet e fazendo cursos
e mentorias que nos levem a outro nível. Estude o mercado, entenda seu
perfil de risco, invista em ativos que geram valor e você será
recompensado.

O primeiro pilar é primordial para nos manter sempre com os pés no


chão. Independente de quais sejam nossas receitas, temos que ter a
disciplina de manter os gastos sob controle e conseguir poupar todos os
meses. Uma pessoa que ganha 1 milhão de reais por mês, mas gasta 1,1,
é pobre. Também é importante para conseguirmos resultados imediatos.
Você não consegue aumentar sua receita da noite para o dia sem uma
grande preparação e sem depender de diversos fatores externos. Mas
para cortar gastos, só depende de você.

Já o segundo pilar é o mais difícil, mas é o único que pode nos dar
resultados exponenciais. Você pode ser o cara mais controlado do
mundo, e o melhor investidor, mas se não tiver de onde entrar, pelo
menos em um primeiro momento, você não vai conseguir sair da média.

E claro, o terceiro, talvez o mais simples e mais ignorado em nosso


país, que não consegue ver o seu poder. Ninguém nunca vai chegar lá se
não conseguir poupar e investir parte do que ganha, independente de
quanto seja. Perceba que ele é o único que não tem efeito imediato em
nossa vida. Só vemos seus resultados ao longo do tempo. E como é
difícil pensar no longo prazo, não é mesmo? Mas eu duvido que você
encontre uma forma melhor de obter uma verdadeira renda passiva.

2. Quanto preciso ter para conquistar minha independência


financeira?

Isso depende muito dos seus desejos, do padrão de vida que você
quer ter. Quanto você precisa resgatar por mês, a valores atuais, para se
considerar financeiramente independente?

Você pode estar satisfeito com 2 mil reais por mês caindo na sua
conta, desde que este valor cubra os seus custos. Mas pode ser que outra
pessoa precise de 100 mil.

Além disso, calcular quanto de patrimônio acumulado você deve ter


para atingir tal valor mensal é ainda mais complicado, pois depende de
diversos fatores. Onde estará aplicado o seu dinheiro? Será
majoritariamente em renda fixa? Renda variável? Imóveis? Quanto você
terá de rentabilidade mensal? E a inflação e todos os outros fatores
macroeconômicos?

Por conta dessa imprevisibilidade, eu gosto de ser bem conservador


nessa estimativa. Ou seja, já vamos calcular imaginando que o cenário
não será dos melhores, assim como nossa rentabilidade. Para isso,
usaremos a regra dos 300.

Não estou aqui pra dificultar sua vida. Então basta definir o quanto
você quer gastar por mês e multiplicar por 300. Simples assim. Você
precisará ter, a valores atuais, 300 vezes mais do que deseja resgatar
todos os meses. Na verdade, essa conta simples está considerando que
resgataremos, todos os meses, 0,33% do nosso patrimônio total, o que é
uma rentabilidade bem conservadora para se conseguir além da inflação.

Qualquer rentabilidade que você tenha além disso estará aumentando


ainda mais o seu patrimônio. Seus herdeiros agradecem.

Vamos a um exemplo prático: se você considera que precisa ter 3


mil reais de renda passiva mensal, o patrimônio que você precisa
acumular será de, aproximadamente, 900 mil reais (3 mil x 300).

3. Como você define suas metas?

Acho importante criarmos metas muito bem definidas. Para isso


podemos usar uma técnica chamada de SMART, usada para traçar metas
de forma correta, para atingirmos nosso objetivo. Basicamente, o
método diz que todas as metas têm que ser:

1) Específica (Specific):

Ou seja, concretas. Por exemplo: “quero aumentar minhas vendas”


ou “quero ficar rico” são frases muito vagas. Diga que quer aumentar
suas vendas em 30%, ou que quer ter 1 milhão de reais, e estará
cumprindo este fator. O importante é ser direto, e saber aonde quer
chegar.

2) Mensurável (Measurable):

Ou seja, temos que conseguir medir. Isso é essencial para que


possamos acompanhar nosso desempenho em relação às nossas metas.
Já dizia Peter Drucker, “o que pode ser medido, pode ser melhorado”.
Por exemplo: “quero ter o corpo perfeito” é impossível de se medir,
saber se está chegando na sua meta ou se a conquistou. Mas definir
quantos quilos quer pesar, ou quantos centímetros de braço quer ter, já
se torna mensurável.

3) Alcançável (Achievable):

Ou seja, atingível. Todos nós queremos ter resultados incríveis, mas


nossas metas devem estar dentro de uma realidade possível. Você tem
que acreditar na sua meta, ou não valerá de nada. Por exemplo: “quero
lucrar 1 bilhão de dólares em 1 mês” - essa meta é pouco provável de ser
atingida, principalmente se você não for o Jeff Bezos. Seja ambicioso,
mas realista!

4) Relevante (Relevant):

Ou seja, temos que ver sua relevância. Não adianta ficar criando
metas e metas, se elas não vão te incentivar o suficiente, por não
agregarem ao objetivo final. Crie metas que estão condizentes com os
seus princípios, que você entenda o motivo de estar fazendo aquilo. Ou
elas não serão cumpridas.

5) Temporizáveis (Time-Based):

Ou seja, têm que haver um prazo para que sejam cumpridas.


Estabelecer uma meta sem um prazo não faz sentido, além de que a
mesma não será levada a sério da forma que deveria. Por exemplo:
“quero que minha empresa expanda para outra cidade” é uma meta sem
deadline, então você ficaria adiando-a indefinidamente. O correto seria
algo do tipo: “quero que minha empresa abra outra filial em até 2 anos”.
Agora você entende de onde veio “1 milhão com 30”? Essa é uma
meta que coloquei para mim quando tinha meus 20 anos, e é o que veio
me movimentando desde que meu pai faleceu. Mas de onde tirei isso?

Bem, na verdade a meta é: ter um milhão de reais investidos em


ativos financeiros antes de atingir meus 30 anos de idade. Essa é uma
meta bem específica, pois falo de valores. Mensurável, pois o valor em
dinheiro nós conseguimos contar e verificar o quão perto estamos da
meta. Atingível, já que na época, apesar de parecer longe da minha
realidade, eu conseguia ver diversas pessoas menos inteligentes que eu
atingindo valores maiores. Relevante, pois eu entendia que, se meu pai
tivesse conquistado essa mesma meta, nós não teríamos os mesmos
problemas que tivemos e talvez ele até estivesse aqui hoje pra ler este
livro. E temporizável, já que coloquei uma data limite para atingi-la.

Outra dica é criar metas intermediárias, o que ajuda na percepção do


progresso e motivação. E não tem nada de errado se as metas precisarem
serem revistas com o tempo. Nós costumamos ter um pensamento linear,
mas nossa evolução é exponencial. O importante é sempre conseguir se
manter em movimento.

4. Como organizar meu orçamento pessoal?

Existe uma técnica que pode facilitar muito a organização do nosso


orçamento pessoal: o método dos potes, retirado do livro Os Segredos da
Mente Milionária.

Essa estratégia consiste em dividirmos os nossos ganhos em 6


diferentes “potes”. Claro que, depois de ler todo esse e-book, você
nunca mais vai guardar sua grana em potes, né? Isso é só uma analogia
para ficar mais fácil a compreensão. Sendo assim, vamos a eles:
1) Pote das Necessidades Reais:

Daqui, devem-se retirar todos os gastos essenciais, como por


exemplo, os gastos com moradia, saúde e transporte. Segundo T. Harv
Eker devem ser destinados para esse pote 55% dos seus ganhos.
Detalhe: se você não está conseguindo destinar apenas 55% dos seus
gastos para essas necessidades reais, é bem provável que você esteja
vivendo um padrão de vida acima do que as suas receitas permitem.
Considere dar um passo atrás.

2) Pote da Liberdade Financeira:

Esse é o pote onde nunca devemos tocar. O objetivo é que ele gere
frutos (rendimentos) para o resto de nossas vidas, dos nossos filhos,
netos… Esse vai ser o pote da construção do nosso patrimônio, é ele que
é capaz de mudar toda uma geração. T. Harv Eker recomenda que
destinemos pelo menos 10% de nossos ganhos mensais para este pote.
Eu prefiro destinar mais.

3) Pote da Poupança de Longo Prazo:

Não, não devemos aplicar a grana destinada para esse pote na


caderneta de poupança. Esse pote vai servir para aqueles gastos um
pouco mais caros como, por exemplo, a compra de um carro, uma
viagem de final de ano, a reforma da casa… Este montante permite que
realizemos estes sonhos sem precisarmos recorrer a financiamentos, e
ainda aproveitar descontos do pagamento à vista. É recomendado que,
no máximo, 10% das receitas venham para este pote.

4) Pote da Educação:

Esse é um pote muitas vezes ignorado, mas tem uma grande


importância. Devemos sempre nos lembrar de que um dos maiores
ativos que temos é a nossa mente e, se queremos mantê-la afiada, é
fundamental investirmos em educação. De quebra, isso ainda aumenta
nosso valor e, consequentemente, nossas receitas. Aqui também
destinamos, pelo menos, 10% dos nossos ganhos.

5) Pote da Diversão:

Sim, pode comemorar! É essencial que destinemos uma parte de


nossos rendimentos para nossa diversão. O lazer deixa nossa mente e
nosso corpo saudável e disposto a buscar com mais vontade nossos
objetivos, pois uma vida só de trabalho gera péssimos resultados e
infelicidade. Aqui destinamos 10% dos nossos ganhos, todos os meses,
nem mais, nem menos.

6) Pote das Doações:

Esse pote pode não parecer tão importante à primeira vista, mas é
muito significante para nossas vidas. Existe uma característica padrão
em quase todos os grandes bilionários do mundo que é a filantropia.
Exemplos como Warren Buffett, Bill Gates, Mark Zuckerberg, Michael
Bloomberg e por aí vai. Sentir que estamos fazendo a diferença no
mundo faz muito bem para nós, mental e espiritualmente. Isso nos
incentiva a trabalhar ainda mais e, assim, poder ajudar cada vez mais
pessoas. Aqui são destinados 5% dos nossos ganhos.

Lembre-se que essas porcentagens destinadas para cada pote são


apenas as recomendações de T. Harv Eker em seu livro, Os Segredos da
Mente Milionária. O principal é você ter entendido a dinâmica de definir
previamente o seu orçamento mensal. Assim, você pode adaptar à sua
realidade. Eu mesmo destino muito menos do que 55% para o pote das
necessidades reais e muito mais do que 10% para o da liberdade
financeira.
5. Dá pra ficar rico sendo empregado?

Um CEO de uma grande empresa ganha muita grana e é um


empregado. Porém, a riqueza não se resume a somente ter muito
dinheiro. Você precisa ter liberdade de escolher como quer gastar seu
tempo, onde quiser e com quem quiser. Sendo apenas empregado, você
não conseguirá atingir a sua independência financeira.

Mas calma lá! Não estou dizendo que você precisa rasgar sua
carteira de trabalho! Para explicar melhor isso, vou apresentar para
vocês os quadrantes de fluxo de caixa (Cashflow), conceito retirado do
livro Pai Rico, Pai Pobre.

Kiyosaki divide as fontes de criação de receita em quatro


quadrantes:

1) Empregados (E):

No lado esquerdo superior está o quadrante E, dos empregados. Aqui


estão as pessoas que trabalham para alguém e trocam seu tempo por
dinheiro. Elas têm certa carga horária para cumprir e, independente do
que elas fazem com aquelas horas, se produzem mais ou se produzem
menos, recebem a mesma quantia no final do mês. É onde está a maior
parte da população. Apesar de muitos considerarem esta uma posição de
segurança, nós sabemos que, caso estejam somente neste quadrante,
basta uma briga com o patrão que a fonte de renda seca.

2) Autônomos (A):
O lado inferior esquerdo é onde fica o quadrante A, dos autônomos.
As pessoas que se encontram neste quadrante também trocam seu tempo
por dinheiro, com a diferença que trabalham para elas mesmas. Aqui se
encaixam também os profissionais liberais e donos de pequenos
negócios (empresas que ainda dependem de sua presença). Essas
pessoas recebem de acordo com que elas produzem, não têm que
cumprir carga horária nenhuma e seu rendimento mensal pode ser bem
variável. Já têm uma liberdade maior que no quadrante anterior, mas a
receita ainda é diretamente dependente do próprio tempo. Um problema
de saúde que impossibilite o trabalho, pode ser um problema.

3) Donos de Negócios (D):

No lado direito superior, ficam os dos donos de grandes negócios.


Esse quadrante inclui os sócios proprietários que não necessitam ficar o
tempo todo em suas empresas para elas funcionarem. Podem ficar 5
meses de férias, por exemplo, que a grana continua entrando. Estes já
não trocam tempo por dinheiro, eles trocam o tempo de outras pessoas
por dinheiro.

4) Investidores (I):

Enfim, o quadrante do lado direito inferior, onde ficam os


investidores. Aqui fica a galera que não troca nem o tempo dela, nem o
de outras pessoas por dinheiro. Elas trocam dinheiro por mais dinheiro.

Podemos observar que somente as pessoas que se encaixam nos


quadrantes da direita (D ou I) são capazes de atingirem a verdadeira
independência financeira, pois não dependem mais de seu próprio
tempo.

Lembre-se que uma pessoa pode se encontrar em mais de um


quadrante ao mesmo tempo, sendo empregado e investidor, por
exemplo. Então, qualquer um dos 3 primeiros quadrantes pode ser uma
ótima fonte de renda, mas só os 2 últimos podem te proporcionar
liberdade.

Trate-se de passar para o lado direito o quanto antes. Se tornar dono


de um negócio que não precise de você é um trabalho árduo. Mas se
tornar investidor, é tangível para qualquer pessoa. Aproveite-se disso.

6. Qual a vantagem de ter conta em um banco digital?

Geralmente os bancos digitais são mais vantajosos por cobrarem


taxas muito menores do que os bancões que todos conhecem, oferecendo
os mesmos serviços, as vezes até com qualidade superior. Possuem
menos gastos com pessoal e com espaço físico, o que permite essa conta
fechar.

Além disso, pra quem se dá bem com a tecnologia, a menor


burocracia é sempre algo a se ponderar. Quem é que vai a agencias
bancárias hoje em dia? Daqui a uns anos, só veremos em museus.

Sou um apreciador de empresas disruptivas, por sinal. E gosto muito


da ideia de qualquer serviço que nos faça ganhar tempo e dinheiro,
principalmente o primeiro. Chega de empresas engessadas. E esse é
mais um excelente motivo para migrar do seu bancão.

7. Qual a diferença entre juros simples e juros compostos?

No regime de juros simples você recebe ou paga sempre uma


porcentagem em relação ao montante inicial. Vamos a um exemplo
hipotético: João aplicou 10 mil reais durante 5 anos a juros simples de
1% ao mês. Neste caso, João irá receber 100 reais (10.000 x 0,01) todos
os meses, durante 5 anos, o que resultaria num montante final de 16 mil
reais.

Já no regime de juros compostos você recebe ou paga uma


porcentagem em relação ao montante inicial + os juros passados. Neste
mesmo exemplo de João, se ao invés de aplicar em juros simples ele
aplicasse em juros compostos, o resultado ao final dos 5 anos seria de,
aproximadamente, R$18.167,00, 2.167 reais a mais do que no regime de
juros simples. Esse é o poder dos juros compostos.

Essa é uma situação fictícia pois, em qualquer investimento do


mercado financeiro, contará o regime de juros compostos.

E lembrando que esse poder é ainda mais visível quando fazemos


aportes mensais. Só que esse cálculo é um pouco mais complicado e não
é fácil de ser feito na calculadora convencional.

Por isso, para que você consiga simular qualquer investimento, eu


disponibilizo de presente a você a minha planilha O Poder dos Juros
Compostos. Nela, você pode escolher um capital inicial, modificar a
rentabilidade aplicada, o prazo, o tamanho e o aumento dos aportes e,
assim, estimar os resultados que terá no futuro. E é de graça.

Experimente fazer todos os testes que quiser. Só não se esqueça de


mostrar pros amigos e familiares que suas metas são muito mais fáceis
de serem alcançadas do que parece.

8. Qual a melhor opção para começar no mundo dos


investimentos?
Se você ainda está perdido, o primeiro passo é adquirir
CONHECIMENTO! E ai, cada um vai saber o que funciona melhor pra
si mesmo.

Tem gente que consegue aprender sozinho. Hoje em dia, existe


muito material gratuito e de qualidade na internet! Ou, ao menos, a
preço baixo, como este livro. Eu mesmo comecei assim, lá em 2014. O
grande problema é identificar quais as fontes confiáveis, ou não. E isso
acabou me atrasando um pouco.

Há ainda quem prefira investir um pouco mais nisso participando de


cursos e procurando pessoas mais experientes que podem servir como
mentores, o que pode evitar que você cometa os mesmos erros que ele já
cometeu. Porém, o mais importante é entender a necessidade de focar
nisso. Os estudos devem ser sempre constantes, mas o início de uma
jornada pode ser o que irá te transformar num excelente investidor, ou te
afastar da bolsa para sempre.

Assim que estiver seguro, é botar a mão na massa! De nada adianta a


teoria sem a prática. Um erro comum é demorar muito para dar esse
passo, sempre achando que ainda não está preparado. Se este é o seu
caso, comece com um montante baixo, que não irá afetar drasticamente
sua vida caso perca tudo. Depois que começar, verá que é bem mais
simples do que parece.

9. Dá pra ficar rico investindo na bolsa de valores?

Na minha opinião, a bolsa de valores é um dos melhores, se não o


melhor instrumento para nos ajudar a atingir a nossa liberdade
financeira. Basicamente, nós nos tornamos donos de grandes negócios,
sem termos que nos preocupar com as dores de cabeça que isso poderia
gerar! Se você não está feliz com a empresa cuja qual você é sócio, basta
abrir o home broker e desfazer sua posição.
Isso nos permite recebermos parte dos lucros das empresas
regularmente, sem que tenhamos que trocar o nosso tempo por isso. É
uma forma de fazer com que os juros compostos trabalhem para você.
Essa é a verdadeira renda passiva!

Mas lembre-se que não basta investir para chegar lá, este é somente
um dos pilares da construção de riqueza. O dinheiro que irá formar seu
patrimônio tem que vir de algum lugar. Faça dinheiro com seu trabalho e
com seus negócios, e invista parte disso no mercado financeiro, todos os
meses. Poucos que tentam fazer dinheiro na bolsa conseguem
sobreviver. E como sou apenas um pobre mortal, prefiro seguir o
caminho tradicional.

10. Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?

Eu gosto de comparar a renda fixa como sendo o trabalho do agiota,


e a renda variável o trabalho do sócio.

Na renda fixa, você estará emprestando dinheiro a uma instituição


financeira ou ao governo, a fim de que eles te devolvam esse dinheiro
em determinado prazo, corrigido por juros. A rentabilidade acordada
pode ser prefixada ou atrelada a um indicador. Nesse caso, não importa
o que irão fazer com o seu dinheiro. Você só quer receber o combinado
no final.

Já na renda variável, você não tem nenhuma garantia ou estimativa


de quanto irá receber. Você compra parte de determinada empresa/ativo
e se torna sócio dela. Os papeis sofrem alterações de preço a todo o
momento, pois sempre há diferentes pessoas querendo negociá-los no
mercado. Sendo assim, faz toda a diferença o destino do seu dinheiro,
pois se a empresa der lucro e se valorizar, você irá se dar bem, assim
como caso ela quebre, você terá prejuízo.
Reserva de Emergência

11. O que é uma reserva de emergência/colchão de liquidez?

Reserva de emergência ou colchão de liquidez é, como o nome já


diz, uma quantia deixada em alguma aplicação com liquidez diária,
reservada exclusivamente para emergências e imprevistos. Ou seja, esse
dinheiro só pode ser usado para algo realmente importante, urgente e
que não poderia ser previsto como, por exemplo, algum problema de
saúde, perda de emprego, problema nos negócios, morte de um familiar,
acidentes no trânsito etc.

12. Quanto deixar na minha reserva de emergência?

Normalmente, o recomendado fica entre 3 a 9 vezes o valor de seus


gastos mensais. Isso vai depender muito de alguns fatores, como a
segurança que você tem em sua capacidade de gerar renda, o número de
dependentes, a quantidade de fontes de renda, o estado de saúde de seus
familiares etc.

Por exemplo: se você é um funcionário público (cargo onde as


chances de você ser demitido são baixas), está saudável, solteiro e não
possui dependentes, pode ser que 3-4 meses para sua reserva de
emergência sejam o suficiente.

Já se você possui filhos, e sua única fonte de renda é mais arriscada,


como um negócio próprio, de forma que se falir você não terá mais
nenhuma alternativa, é melhor destinar uma quantia maior para seu
colchão de liquidez. Talvez até mesmo 12 meses de reserva.
Não existe regra, e as variáveis são infinitas. Mas uma coisa é fato:
não menospreze a necessidade de construir o seu colchão.

13. O que significa deixar dinheiro em caixa?

Deixar dinheiro em caixa é uma expressão bastante utilizada por


diversos investidores e nada mais é do que deixar um montante de sua
carteira em renda fixa, para que ele possa ser usado posteriormente em
possíveis oportunidades.

Essas oportunidades podem ser uma queda na bolsa (e,


consequentemente, no preço das ações), uma queda no preço do dólar,
das ações estrangeiras, um investimento imobiliário a um preço abaixo
do mercado, possibilidade de negócios… Enfim, qualquer oportunidade
de fazer dinheiro.

Há quem discorde da utilização de uma reserva deste tipo, mas não é


o meu caso. Eu sempre mantenho uma parte maior em renda fixa do que
acho que poderia precisar. Pode me chamar de bobo, mas de uma coisa
eu tenho certeza: você vai se arrepender de não ter guardado dinheiro se
alguma dessas oportunidades chegarem. E elas vão chegar!

14. Onde deixar a minha reserva de emergência? E o meu


dinheiro em caixa, para oportunidades?

Tanto para a nossa reserva de emergência, quanto para a nossa


reserva de oportunidades, ou mesmo capital de giro de nossa empresa,
nós queremos investimentos que nos proporcionem segurança e
liquidez!
Nada de correr muitos riscos com essa grana, e claro que precisamos
tê-la disponível assim que necessitarmos. E claro que também não
queremos volatilidade.

Nós encontramos isso, principalmente, em três investimentos:


Tesouro Selic, CDB de liquidez diária e Fundo DI. O primeiro é o mais
seguro de todos, então, se optar por um dos outros dois, que seja para
conseguir um rendimento maior que 100% da Selic/CDI.

15. Mas eu já tenho seguro desemprego, de vida, de carro, de


casa, de sogra etc., preciso mesmo disso?

Claro que sim, pobre mortal! É muito difícil entendermos quais


realmente são as eventuais emergências. Afinal, se pudéssemos prever,
não seria uma emergência, né? Se você já possui outras formas de se
proteger como essas citadas, o que pode fazer é reduzir o tamanho de
sua reserva. Mas nunca zerá-la!

Já ouviu falar do cisne negro do Taleb? É um conceito retirado do


livro A Lógica do Cisne Negro. Basicamente, a história conta que antes
dos Europeus chegarem à Austrália, eles nunca tinham visto um único
cisne negro. Para eles, portanto, todo e qualquer cisne que existia no
mundo era branco! Porém, existem cisnes negros, o que prova que não
podemos tentar prever o futuro pois só conhecemos parte de um todo!

Não é por que determinada situação nunca aconteceu com você que
ela nunca vai ocorrer. O fato que não podemos ignorar sobre as
emergências é que elas SEMPRE ACONTECEM! Pode acreditar! E eu
já senti isso na pele...
16. Ainda moro com meus pais, preciso fazer meu colchão de
liquidez?

Isso depende do motivo para o qual você está investindo. Se você


ainda é novo, mora com seus pais e está começando a investir somente
para aprender, não é totalmente necessário que você faça sua reserva de
emergência ainda. Inclusive, este foi o meu caso, quando comecei!

Meus pais me bancavam. Eu recebia uma bolsa de 400 reais por mês
num projeto na Universidade e, raramente, conseguia fazer uma grana
extra de alguma forma. Mas queria aprender a investir em ações. Pra que
montar uma reserva de emergência? Qualquer coisa que acontecesse, era
só ligar pro meu pai.

Logo, taquei tudo na bolsa e fui ser feliz! Isso me rendeu muito
aprendizado, e quando toquei num montante maior, eu já estava um
pouco mais experiente.

O colchão de liquidez também pode ser uma boa ideia caso você já
tenha uma grana, mas ainda não está seguro pra fazer investimentos
mais arrojados. Deixa seu dindin quieto ali, e foca nos estudos!

Agora, se você já possui renda, e seu objetivo é começar a formar


seu patrimônio, alcançar sua independência, sair da casa dos pais ou
acelerar algum sonho, é essencial que você monte o seu colchão de
liquidez em primeiro lugar.

Uma boa alternativa para quem ainda está começando e acha que vai
demorar muito tempo para formar sua reserva de emergência é separar
uma parte do aporte de todos os meses para seu colchão de liquidez e
outra parte para começar a aprender outros tipos de investimento.
Assim, você poderá adquirir experiência em várias classes de ativos,
antes mesmo de criar sua reserva.
17. Posso usar o dinheiro do meu colchão de liquidez para
reformar a minha casa, por exemplo?

Tudo pode, mas nem tudo convém! O dinheiro que está no seu
colchão de liquidez é destinado para emergências que não podem ser
previstas!

O primeiro passo é fazer uma avaliação.

Aconteceu algum imprevisto na sua casa, alguma rachadura na


parede, um incêndio, algo que coloque a sua vida em risco ou que seja
essencial para a sobrevivência das pessoas que ali residem? Sim, você
pode usar o dinheiro de sua reserva.

A reforma é algo supérfluo? Uma mudança para deixar a casa mais


bonita, mais aconchegante, ou até mesmo mais valorizada? Então isso
deve entrar no orçamento mensal, não no dinheiro da reserva.

Sempre faça a pergunta: é importante e urgente? Se sim, use. Se não,


pode esperar.

Há uma grande confusão entre estes dois termos, por isso não
devemos agir por impulso.

Reformar sua casa para que ela se valorize é importante? Sim, mas
não deve ser urgente.

Observe que não estou falando para você nunca reformar a sua casa,
nunca deixá-la mais bonita. Apenas estou dizendo que você deve incluir
estes planos no seu orçamento regular, e não retirar o dinheiro da sua
reserva destinada a emergências.

Se for algo previsto ou planejado, devemos fazer outra aplicação,


outra reserva. Sempre é bom destinar parte de nossos aportes também
para os objetivos de médio prazo, como uma viagem em família, a troca
de carro, reforma da casa etc. (vide método dos potes).
Renda Fixa

18. O que é a taxa Selic?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. É


determinada pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) de 45 em 45
dias e utilizada pelo Banco Central como principal instrumento para o
controle da inflação.

Na real, o COPOM determina a meta da Selic, e o Bacen tentará


mantê-la em linha. A verdadeira Selic é a taxa de juros diária utilizada
para empréstimos atrelados a títulos públicos entre diferentes
instituições financeiras.

No mundo dos investimentos, é bastante utilizada como benchmark


e como base de pagamentos de rendimentos (ex: Selic + 1,5% a.a.), e é
ai que mais veremos este termo.

19. Mas como a Selic pode controlar a inflação?

Como eu disse, ela é a taxa básica de juros de nossa economia.


Sendo assim, todos empréstimos e produtos financeiros tenderão a
acompanhar a sua tendência.

Se a Selic cai, fica mais barato para os pobres mortais pegarem


dinheiro emprestado pra fazerem os financiamentos e parcelamentos que
tanto gostam. Por outro lado, se ela sobe, além de ficar mais caro para
tomar dinheiro emprestado, as instituições financeiras também irão
pagar mais para deixarmos nosso dinheiro paradinho lá.
Resumindo:

Selic baixa → fomenta a economia → aumenta a inflação

Selic alta → desacelera a economia → reduz a inflação

É claro que a inflação depende de diversos outros fatores, mas essa é


a ideia básica por traz do controle da Selic pelo COPOM.

20. O que é CDI?

Peço licença para deixarmos os detalhes de lado. Para nós, meros


investidores, podemos considerar quase que CDI = Selic. Também será
utilizada como benchmark e base de pagamentos de rendimentos (ex:
120% CDI) nos produtos bancários.

Mas se você é o chato das definições perfeitas, vamos lá.

CDI significa Certificado de Depósito Interbancário. É a taxa que


lastreia as operações entre os bancos. Parece com a Selic, né? A
diferença é que a Selic é utilizada pelo governo para remunerar os
bancos que fazem estes empréstimos por meio de títulos públicos.

Estes empréstimos diários são feitos para que todos os bancos


sempre fechem o dia com suas contas no positivo, cumprindo assim uma
regra do Banco Central. Afinal, este é o core business dessas
instituições, né? Imagine se elas pudessem se endividar ilimitadamente?

Ao final do dia, se um banco tiver emprestado muito mais dinheiro


do que entrou, ele pode (e deve) pegar emprestado de outros bancos e a
média diária de todas as taxas cobradas por estes empréstimos é o CDI.

Melhor considerar Selic = CDI, né?

21. Quero investir, mas tenho que sacar meu dinheiro em uma
data pré-definida. Qual a melhor opção?

Se já existe uma data preestabelecida e ela não é adiável, você tem


que optar pela renda fixa. Escolha um produto com data de vencimento
anterior ao dia que pretende retirar o dinheiro ou algum produto de
liquidez diária.

É claro que, no geral, quanto mais tempo você puder deixar o seu
dinheiro emprestado, maiores serão as possibilidades de ganhos,
considerando um mesmo nível de risco. Então, entenda suas
necessidades.

22. E o que é liquidez diária?

Liquidez nada mais é do que a facilidade de transformar


determinado ativo em dinheiro líquido. Um imóvel, por exemplo, possui
uma liquidez baixíssima, pois para ele ser transformado em dinheiro,
devemos encontrar um comprador, passar por toda uma burocracia e, só
então, receberemos o din din.

Já a poupança, queridinha do povo brasileiro, possui altíssima


liquidez, já que podemos chegar no banco a qualquer momento, até
mesmo aos domingos, e realizarmos um resgate. Quer dizer, se nenhum
presidente tiver feito o bloqueio dela, né?
Ao alocar seu capital num investimento que tenha liquidez diária,
você consegue resgatar o valor no mesmo dia que fizer a solicitação,
contando que seja um dia útil.

23. O que é um CDB?

A sigla significa Certificado de Depósito Bancário, e é um


investimento de renda fixa emitido pelos bancos. Ou seja, você está
emprestando o seu dinheiro para alguma dessas instituições, e elas
podem fazer o que quiserem com ele. É claro que vocês irão acordar
uma data para devolução, assim como sua remuneração por isso.

Esse tipo de produto financeiro normalmente possui três diversas


formas de remuneração: pós-fixado (ex: 130% CDI), prefixado (ex: 10%
ao ano) e híbrido (ex: IPCA + 5%), sendo o pós-fixado o mais comum.

Ele é encontrado com diferentes prazos, desde CDB’s com liquidez


diária até prazos longos de 5 a 10 anos, sendo que, geralmente, quanto
maior o tempo, maior o prêmio.

24. Como comparar as rentabilidades de uma LCI e um CDB?

Ambos são produtos onde você empresta dinheiro para o banco e


espera ser remunerado por isso. O funcionamento deles, assim como o
risco de ambos, é bem parecido. A principal diferença é que as Letras de
Crédito Imobiliário terão uma isenção fiscal.

Logo, ao comparar um CDB (ou LC, ou RDB, por exemplo) com


uma LCI (ou LCA), você precisa levar em consideração essa isenção.
Sabendo o prazo dos títulos, basta você retirar o IR do CDB e verá
quanto a LCI precisa render para empatar as rentabilidades.

Sendo assim, uma LCI que renda 90% do CDI valerá mais a pena
que um CDB que renda 100% do CDI, já que a alíquota de imposto de
renda, nesse caso, será de 22,5 a 15% da rentabilidade, para o CDB.

25. O que é o FGC? Quais são os produtos protegidos por ele?

O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é uma entidade privada, sem


fins lucrativos, que ressarce em até 250 mil reais por CPF e por
conglomerado financeiro, com limite de 1 milhão de reais em 4 anos, em
caso de liquidação, intervenção ou falência do mesmo.

Além de valores depositados em contas-correntes, os produtos


atualmente protegidos pelo FGC são:

Poupança
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Letra de Câmbio (LC)
Recibo de Depósito Bancário (RDB)
Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
Letra Hipotecária (LH)

26. Qual investimento de liquidez diária recomenda?

São três as principais opções de investimentos com liquidez diária.


Se não quer errar, nós temos o Tesouro Selic, provavelmente o local
mais seguro para deixarmos nosso dinheiro no Brasil. Mas temos
também qualquer CDB de liquidez diária ou fundo de renda fixa D+0,
que sejam emitidos ou administrados por instituições minimamente
seguras.

É claro que, nos dois últimos casos, só gostamos daqueles que


rendem pelo menos 100% do CDI, para valer a pena correr risco um
pouco maior que do Tesouro Selic. Duvido muito encontrar isso em um
bancão.

É claro que os ativos negociados em bolsa, por exemplo, e os outros


títulos públicos, também podem possuir liquidez quase diária. Porém,
são ativos com maior volatilidade, o que deve excluí-los do sentido
dessa pergunta.

27. Mesmo pagando imposto de renda, o tesouro Selic é mais


vantajoso do que a poupança?

Sim. Você sabe como funciona a remuneração da poupança?

Quando a Selic está acima de 8,5% a.a., a poupança remunera 0,5%


ao mês + TR (Taxa Referencial, hoje zerada). Já quando ela está abaixo,
como desde o final de 2017, a poupança rende 70% da Selic + TR.

Isso é feito justamente para que o Tesouro Selic SEMPRE valha


mais a pena do que a poupança, já que a alíquota máxima de IR para
renda fixa é de 22,5% em cima do rendimento.

Lembrando que o Tesouro Selic pode ter uma pequena variação nos
primeiros dias, devido ao spread (diferença entre os valores de compra e
venda do título) e a marcação a mercado. Mas isso fica pra outra hora.
28. Corro algum risco de perder dinheiro no Tesouro Direto?

Sim. Se você vender as suas cotas antes da data de vencimento estará


sujeito à marcação a mercado, que é a variação diária do preço da cota.

O preço das cotas dos títulos públicos varia todos os dias em


detrimento de vários motivos, como a expectativa de juros futuros,
conjuntura econômica etc. Digamos que os títulos do Tesouro,
principalmente o pré-fixado e o IPCA +, têm um comportamento
semelhante à renda variável antes da data do seu vencimento. Claro que
com uma volatilidade muito menor do que a maioria das ações.

Mas você só sofre com essa marcação a mercado se vender seu título
antes da data de vencimento. Caso contrário, receberá o dinheiro
corrigido pelos juros acordados no momento da compra do título.

Perceba que, por conta dessa volatilidade, você também pode ganhar
muita grana se resolver vender o título antes do vencimento. Mas não
recomendo que entre nesse tipo de operação se você é iniciante.

Há também um risco mínimo de calote da dívida interna pelo


governo. Mas, acredite, se chegarmos a esse ponto, teremos muitas
outras preocupações maiores antes disso.

29. Tesouro Selic, IPCA+ ou prefixado, qual é o melhor?

Não tem algum que seja melhor, tudo vai depender dos seus
objetivos.

Se o seu objetivo é formar a sua reserva de emergência, então você


deve optar pelo Tesouro Selic devido à liquidez diária, apesar de
geralmente ter um rendimento menor do que os outros dois.

Agora, se o seu objetivo é realizar um investimento para um prazo


maior, é mais recomendado que você opte pelo prefixado ou pelo
IPCA+. A escolha entre eles vai depender de qual o cenário político-
econômico nos encontramos, quanto cada um está pagando, qual sua
expectativa futura, os prazos de vencimento, dentre vários outros
fatores.

30. Qual o valor mínimo para investir no Tesouro Direto?

O valor mínimo para investir no Tesouro Direto é de 1% do valor da


cota, que varia diariamente, desde que esse valor seja no mínimo 30
reais. Ou seja, com apenas 30 reais você já pode investir no
investimento mais seguro do nosso país.

Qual era sua desculpa mesmo?

31. O que são CRI’s e CRA’s?

São títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras, lastreados em


créditos imobiliários e de agronegócio. Não possuem a proteção do FGC
e, por tanto, são produtos de alto risco. Os atrativos deste investimento
são as altas rentabilidades e a isenção de imposto de renda.

Vamos a um exemplo prático? Uma construtora faz um


empreendimento imobiliário e começa a vender vários apartamentos na
planta. Porém, a galera costuma financiar por décadas, né? Mas a
construtora precisa dessa grana agora. Então ela vende os direitos de
recebimento a uma securitizadora, que emite esses certificados de
recebíveis para que nós, pobres mortais, possamos comprá-los.

32. O que são as debêntures?

As debêntures são títulos de dívida. São produtos de renda fixa,


bastante parecidas com os CDB’s. Também podem ter forma de
remuneração pós-fixada, pré-fixada e híbrida, só que agora você está
emprestando o seu dinheiro para empresas.

É claro que, como o risco é muito maior neste caso, a tendência é


que elas paguem muito mais que os produtos bancários.

Quando uma empresa de capital aberto precisa de recursos, ela pode


emitir ações na bolsa, ou emitir debentures. No segundo caso, ela cria
uma obrigação de pagamento junto ao investidor, mas por outro lado
não perde parte de seu controle e ativos.

Podem ser simples ou conversíveis. As simples não dão direito de


conversão em ações da empresa emissora, já as conversíveis sim.

Ainda podem ser incentivadas ou não. As incentivadas são isentas de


imposto de renda e IOF, as comuns utilizam a tabela de imposto de
renda regressiva, como os outros produtos de renda fixa.
FII’s

33. Qual a melhor opção para ter uma renda mensal, no


mercado financeiro?

Existem ações que pagam dividendos mensais, mas são difíceis de


encontrar. E você poderia criar uma carteira com diferentes ativos, até
mesmo de renda fixa, otimizando a carência destes para conseguir
planejar resgates mensais. Porém, se o foco é a regularidade dos
pagamentos, mais do que a rentabilidade, acredito que a melhor opção
seja construir uma carteira de Fundos de Investimento Imobiliário.

Neste caso, você será dono de diversos imóveis, e estes imóveis irão
te proporcionar um aluguel caindo todos os meses na sua conta, livre de
impostos. A volatilidade é menor do que nas ações, mas ainda assim
você terá uma rentabilidade bem maior que na renda fixa.

34. O que são FII’s?

Assim como as ações são pequenas partes de uma empresa, os


Fundos de Investimento Imobiliário são, no geral, pequenas partes de
imóveis ou direitos a eles relativos. São uma forma de você investir no
mercado imobiliário através do mercado financeiro.

E assim como as ações distribuem seus lucros através dos


dividendos, os FII’s também distribuem seus alugueis recebidos para os
cotistas.

Normalmente são compostos por shoppings centers, galpões


logísticos, lajes corporativas, agências bancárias, edifícios comerciais
etc. Além dos fundos de fundos, que basicamente são fundos de
investimento que investem em outros fundos imobiliários.

35. Melhor investir em imóveis físicos ou FII’s?

Imóveis físicos só são melhores para uma coisa: morar. Se


estivermos falando de investimento, eu prefiro FII’s. Agora, se você tem
um sonho pessoal de ter uma casa própria, aí é tema pra outra discussão.

Um dos motivos da minha preferência pelos FII’s é pelo fato de que


os rendimentos que encontramos em alguns fundos imobiliários
costumam serem maiores do que os rendimentos que obtemos em
imóveis físicos. A média de rendimento de um imóvel é de 0,3% ao
mês, enquanto encontramos facilmente FII’s pagando mais de 0,7% no
mesmo período. Esse maior rendimento encontrado é devido ao fato dos
Fundos serem compostos por imóveis de altíssima qualidade, que
geralmente são alugados por grandes empresas.

Fora a questão do rendimento e da qualidade dos ativos, com os


FII’s você não tem a burocracia nem os gastos que teria com o imóvel
físico, como por exemplo: IPTU, manutenção, regularização, dores de
cabeça com o inquilino, etc. Todos estes custos já estão embutidos na
taxa de administração. Outro grande custo poupado é o imposto de
renda, já que os rendimentos mensais dos FII’s possuem isenção para
pessoa física.

Outra enorme vantagem é a possibilidade de diversificação, já que,


muitas vezes, comprando um único Fundo Imobiliário você estará
adquirindo vários imóveis. Quanto custaria essa diversificação com
imóveis físicos? Fora que você pode adquirir uma cota de um FII por
100-150 reais, enquanto teria que desembolsar centenas de milhares de
reais para adquirir apenas um imóvel.
Por último, uma das maiores vantagens: a liquidez. Há pessoas
comprando e vendendo FII’s na bolsa a todo o momento, o que faz você
conseguir transformar seu investimento em dinheiro com certa
facilidade. Agora, vai tentar achar um comprador e realizar a venda de
um imóvel físico pra você ver!

Perceba que a comparação aqui é para a compra de imóveis para


locação. É claro que você pode ser bem sucedido empreendendo no
setor imobiliário! Mas não é desse tipo de investimento que estamos
falando aqui!

36. Os FII’s são uma boa opção para quem está começando?

Os FII’s são uma excelente opção para quem está começando e ainda
não está acostumado com a alta volatilidade das ações. O preço das
cotas varia, mas muito menos que no mercado acionário.

Outro ponto dos Fundos Imobiliários que pode deixar o investidor


iniciante mais confortável é o fato de ter pagamento de rendimentos
mensais. Ver o dinheiro pingando na conta todo mês pode ser um
incentivo extra.

Além de que o brasileiro já está muito mais familiarizado com o


investimento em imóveis, né?

37. Por que os FII’s tem uma rentabilidade melhor do que


muitos imóveis e até algumas ações, mesmo havendo a
cobrança de algumas taxas?

Porque geralmente os imóveis que compõem a carteira do Fundo são


de altíssima qualidade, assim como seus inquilinos são excelentes
empresas. Seria difícil comprar dezenas de shoppings centers e alugar
todas as suas lojas, se não fosse através de um FII, não é mesmo?

Em relação às ações, o valor de um ou mais imóveis é muito mais


tangível do que o valor de uma empresa. Isso faz com essa classe de
ativos seja muito mais conservadora e, por isso, muitas vezes mais
rentável.

38. Pago IR nos meus investimentos em fundos imobiliários?

Como já foi dito, os rendimentos mensais são isentos de IR para


pessoa física. Você só paga imposto de renda se vender suas cotas e
somente sobre o lucro obtido na venda, assim como nas ações. Esse
imposto atualmente é de 20% sobre o lucro.

Perceba que aqui não há aquela isenção para vendas mensais


menores que R$20.000. Ou seja, qualquer valor que você vender, desde
que não tenha prejuízos para compensar, resulta em tributação.
Ações

39. Como começar a investir em ações?

Se você é realmente iniciante e está perdido, o primeiro passo é


estudar e adquirir conhecimento sobre o funcionamento dos ativos, as
estratégias existentes e qual delas você quer seguir.

Se já está seguro que pode começar, basta escolher qual ativo deseja
comprar. Você pode fazer suas próprias análises, ou também pode
contar com a ajuda de especialistas, como as casas de análise.

Para efetuar a compra, você precisa de uma corretora. Falamos um


pouco mais sobre isso no capítulo sobre corretoras, confere lá. Então,
bastará digitar o ticker do ativo no home broker, escolher a quantidade e
qual o preço você topa pagar, e esperar que alguém do outro lado tope
vendê-la por esse preço a você!

40. Qual o valor mínimo para investir em ações?

O lote padrão para compra é de 100 ações. E existem empresas que


custam menos de 10 reais! Porém, sabia que dá pra comprar também
uma única ação, no mercado fracionário? Isso não era tão viável um
tempo atrás. Porém, agora que existem corretoras que zeraram as taxas
de custódia e corretagem, não existe valor mínimo!

As empresas costumam manter os preços de uma única cota entre 1 e


100 reias, de forma a facilitar a entrada do pequeno investidor. Portanto,
não existem desculpas!
41. Posso perder mais dinheiro do que eu investi, caso a
empresa daquela ação quebre?

Se você não se alavancar, não. O máximo de dinheiro que você pode


perder é o valor que você investiu, caso a empresa quebre. Ninguém
nunca vai bater na porta da sua casa te cobrando alguma dívida daquela
empresa, pode ficar tranquilo.

42. Qual a diferença entre a análise técnica e a análise


fundamentalista?

A análise técnica estuda o papel e o movimento do mercado a partir


de gráficos e, com base nisso, tenta prever o preço futuro dos ativos.
Através de diferentes indicadores, conseguimos ver em qual preço mais
pessoas estão comprando, qual preço mais pessoas estão vendendo, o
volume das operações, e assim definir qual a movimentação mais
provável para aquele papel. É mais utilizada para fazer trade e
estratégias especulativas (curto e médio prazo).

Já a análise fundamentalista estuda os fundamentos das empresas e


suas demonstrações financeiras, verificando se a empresa é sólida, se
gera lucro, qual a sua projeção de crescimento, vantagens competitivas,
etc. Nesse caso, não importa para onde estão indo os preços, o investidor
só quer encontrar bons negócios a um preço justo. É mais utilizada para
o investimento de longo prazo.

43. O que significam as siglas das ações?

As “siglas” são, na verdade, os tickers dos ativos. Normalmente, são


formados por quatro letras e um número. As letras remetem ao nome da
empresa, e não podem ser repetidas por diferentes empresas. Já os
números que as acompanham têm seus diferentes significados. Os mais
comuns, com o que representam, são:

Número 3: Ações ordinárias


Números 4, 5 e 6: Ações preferenciais
Número 11: Units, FII’s ou ETF’s
Número 34: BDR’s

44. Quais informações/indicadores olhar para compra de ações


para o longo prazo e onde eu as encontro?

Cada investidor gosta de olhar para diferentes indicadores. Alguns


exemplos, são: o P/L do papel; P/VP; as margens bruta e líquida; o
payout; P/EBIT; ROE; liquidez corrente; dívida líquida; etc.

Todas essas informações você encontra na área de relação com os


investidores de cada empresa, mas há alguns sites que disponibilizam
essa informação. Eu recomendo o fundamentus.com.br e o
eduardocavalcanti.com.

Porém, eu não gosto de dificultar. O principal para mim é observar o


lucro do negócio. A empresa consegue manter os lucros consistentes, até
mesmo nas crises? Se trata de um setor perene? As dívidas estão
controladas? Quem está no controle da empresa?

Comece a observar que a bolsa de valores está presente no nosso


dia-a-dia. Qual a qualidade do serviço que aquela empresa presta? Uma
empresa lucrativa, mas que não se preocupa com os seus clientes,
dificilmente irá durar no longo prazo.
45. Qual sua opinião sobre o aluguel de ações?

A essa altura, você já deve ter percebido qual a minha filosofia e


quais as minhas estratégias. Sendo assim, alugar as minhas ações para
outras pessoas pode ser interessante, já que vai gerar uma renda extra
(por menor que seja) e eu não pretendo vendê-las no curto prazo.

Já alugar ações de outras pessoas só faz sentido para quem quer


especular com o papel. E como você já sabe, eu prefiro gastar minhas
energias de outra maneira.

46. Como funciona o imposto de renda para ações?

As ações têm isenção de imposto de renda para pessoa física em


vendas abaixo de 20 mil reais por mês. Se você vender mais do que 20
mil reais, o imposto é de 15% sobre o lucro da operação.

É importante ressaltar que a isenção fala do total de suas


movimentações, mesmo se tratando do mesmo ativo ou de ativos
diferentes, sendo uma única movimentação ou não.

No caso do day-trade, não há isenção e o imposto é de 20% sobre o


lucro. Em ambos os casos, os prejuízos podem ser descontados dos
lucros futuros.

No momento em que vos escrevo, os dividendos também são


isentos, apesar de que já há um burburinho no mercado para mais essa
tributação.
Já os juros sobre capital próprio (JCP), outra forma de remuneração
dos acionistas, não são isentos e a alíquota também é de 15%. Mas pode
ficar tranquilo que essa tributação já é retida na fonte.

Este é um assunto um pouco mais complexo, e pode valer a pena


consultar um profissional, assim que suas movimentações se tornarem
relevantes.

47. Qual a quantidade ideal de ações para se ter em carteira?

A diversificação é muito importante para o investidor se proteger. Já


o excesso dela, gera a pulverização da rentabilidade. O ideal é que tenha
em carteira, no máximo, entre 15 e 20 ações. Algo que esteja muito
acima disso, talvez seja mais vantajoso adquirir um ETF, pois depois de
certo número de ativos a sua rentabilidade irá convergir para a média.

De nada adianta também diversificar só por diversificar. Conhecer


os ativos onde está colocando o seu dinheiro é mais importante do que
isso. Vejo a galera acabando de entrar na bolsa, já se preocupando em
encarteirar 10 diferentes ações, sem nem saber por que está fazendo.
Não faz sentido.

E outra: não adianta olharmos somente o número de ações diferentes


que temos em carteira para estarmos protegidos. Temos também que
diversificar os setores, as classes de investimento, as moedas e os
mercados aos quais estamos expostos.

48. Quais setores não podem faltar em uma boa carteira?

O que é “uma boa carteira” é relativo, e o que eu responder aqui terá


um pouco da minha humilde opinião. Eu acho que numa boa carteira de
ações devem existir setores perenes e não cíclicos. Aqui no Brasil,
atualmente, são eles: energia, saúde e financeiro.

49. Qual a diferença entre ações ON, PN e Units?

As ações ordinárias (ON) têm como grande característica o direito a


voto nas assembleias das empresas, proporcional à sua quantidade de
ações. São as mesmas ações que os controladores possuem.

Já as preferenciais (PN) não dão direito a voto, mas possuem alguma


vantagem na distribuição dos dividendos. Caso a empresa venha a falir,
por exemplo, quem possui as PN’s têm a preferência no recebimento de
dividendos. Algumas empresas optam por dar 10% a mais de dividendos
para as preferenciais, ou a garantia de um dividendo fixo ou mínimo.

As Units são como “pacotes” de ações. São formadas por mais de


uma classe de ativos, como por exemplo, uma ação ordinária e duas
preferenciais.

50. Qual a melhor estratégia de investimento?

Sempre vemos uma guerra no mercado financeiro sobre qual


estratégia é a melhor, qual funciona e qual não funciona. Para mim, não
existe a melhor, apenas a que melhor se adapta às suas necessidades.

Experimente o que achar mais interessante, e siga até o final. O que


não pode é ficar pulando de galho em galho, preze pela consistência e
disciplina em qualquer que seja a estratégia. No final das contas, o que
importa é quanto dinheiro você pôs no bolso.
51. Vale a pena investir em empresas estatais?

Historicamente nós sabemos que as estatais muitas vezes deixaram o


lucro de lado para atender a interesses políticos e sociais. Com uma
única canetada, o governo pode prejudicar todos os acionistas, a fim de
agradar a população no curto prazo. Isso sem falar dos diversos casos de
corrupção que nós vemos, cargos sendo distribuídos a torto e a direito,
sem nenhuma avaliação de competência, além do grande desperdício de
caixa.

Falta pele em risco, sabe? Qualquer decisão que pode mudar o jogo
da companhia, não fere o bolso de quem dá as ordens. Uma única
mudança de mandato, pode levar uma empresa do céu ao inferno. Existe
um grande desalinhamento de interesses com o sócio minoritário que eu
prefiro evitar.

Existem boas empresas estatais? Sim. Mas só entro se estiverem bem


baratas.

52. Quando um ativo da minha carteira se valoriza muito devo


realizar o lucro?

Isso depende do motivo de você ter comprado aquela ação. Comprou


porque esperava que ela fosse se valorizar no curto/médio prazo?
Realize o lucro e seja feliz. Investiu na empresa por ver bons
fundamentos e resolveu se tornar sócio? Não faz sentido.

Na minha filosofia de investimentos de longo prazo, que também é a


que a grande parte das pessoas que realmente conseguiram construir
fortunas na bolsa de valores compartilham, eu prefiro não ficar tentando
acertar o momento de entrar ou de sair. Nada contra os traders de
plantão, ok? É uma escolha minha não gastar energias com isso.

Pense comigo: você é dono de uma padaria de onde retira o seu


sustento. Mesmo retirando todos os meses um pró-labore suficiente para
bancar o custo de vida de sua família, seus lucros não param de crescer.
Você vê um grande potencial de crescimento no longo prazo, e já
planeja abrir a próxima loja. Oferecem para comprar seu negócio por 3
vezes mais do que você investiu ali. Você venderia?

Acredito que, se ele realmente está te dando lucros consistentes há


anos e com previsão de crescimento, dificilmente você vai entregar seu
negócio de mão beijada, né? Lembre-se que uma ação é uma empresa! E
você deve trata-la como tal.

53. Qual a diferença entre operar comprado e vendido?

Isso indica se sua estratégia irá se beneficiar com a valorização ou


com a desvalorização de determinado ativo. Se você ganha com a alta,
está comprado. Se você ganha com a queda, está vendido.

Não entendeu ainda? Vamos aos exemplos. Existem diversas


estratégias diferentes para ambas as pontas, ok? Mas vou dizer apenas as
mais simples.

Operar comprado é o que a galera mais faz, naturalmente. Basta


você comprar uma ação e esperar que ela se valorize. Já para operar
vendido, você precisa utilizar alguma estratégia mais elaborada (o que
não significa que é difícil). Uma maneira é você alugar uma ação de
outro investidor e vende-la, assim que estiver com ela em mãos. Dessa
forma, você espera que a ação se desvalorize durante o tempo de
contrato, para que, quando for devolver, você compre por um valor
abaixo do que vendeu, lucrando assim com a diferença.

Lembre-se que, quando você opera comprado, está utilizando uma


estratégia convexa, ou seja, suas perdas são limitadas (uma ação só cai
até o zero) e suas possibilidades de ganhos são ilimitadas (o céu é o
limite!). Ao operar vendido, a situação se inverte, sua estratégia se torna
côncava! Se estiver sem proteção, você pode perder muito mais dinheiro
do que colocou, nesse caso!

Você também pode operar as duas pontas utilizando derivativos, por


exemplo. Mas de qualquer forma, se você está lendo este livro, é bem
provável que isso não seja algo com que você deveria se preocupar.
Foque em fazer o básico, deixe o resto para os profissionais do mercado
(que também não é o meu caso).

54. O que é long & short?

É uma estratégia especulativa onde a pessoa opera vendido em uma


ponta e comprado em outra.

Basicamente, significa vender uma ação que não possui alugando-a


(short) e, com o recurso resultante da venda, comprar uma ação que
você acredita que irá subir (long).

A estratégia é interessante pois, independente da direção que vá o


mercado, você pode ganhar! Basta que o ativo em que você está
comprado performe melhor que o ativo em que você está vendido,
independente se os dois caíram ou subiram.

O investidor ganha em 3 situações: Se a ponta long sobe e a short


cai; Se a ponta short cair mais do que a ponta long; Se a ponta short não
cai, mas a long sobe acima do custo do aluguel da ação short.

Mas mais uma vez, essa é uma estratégia totalmente especulativa.

55. Day-trade vale a pena?

Eu uso como modelo os grandes bilionários da bolsa e nenhum deles


construiu a sua fortuna com day-trade.

Na minha visão, o day-trade tem que virar profissão para dar certo.
Se você estiver disposto a passar o dia na frente de várias telas em um
trabalho muito estressante, lidando com perdas a todo momento, aí é
com você.

Eu acredito que a bolsa de valores não é o lugar ideal para quem


quer fazer dinheiro, mas sim construir patrimônio! Ganha dinheiro com
o negócio e com o trabalho, e acumula na bolsa. Não estou dizendo que
não dá pra fazer disso uma profissão, pelo contrário! Conheço traders
bem sucedidos. Mas são poucos que conseguem, e demanda muito
estudo, trabalho, e resiliência.

Outra visão que eu tenho é que para viver realmente disso ou você já
tem que ter muita grana ou uma outra fonte de renda para te bancar
enquanto aprende. Se não, só lhe resta vender curso ensinando day-
trade. Mas uma coisa é certa: você não vai ganhar rios de dinheiro da
noite para o dia como muitos prometem por aí.

56. O que é o Buy and Hold?


Em tradução literal significa “comprar e segurar” e é exatamente
nisso que consiste essa estratégia. No B&H o investidor tem como
principal pilar comprar ações de empresas que realmente tem interesse,
com a mentalidade de virar sócio daquele negócio, utilizando como base
a análise fundamentalista.

Com isso, o investidor adepto a essa estratégia compra as melhores


empresas e as segura por tempo indeterminado, enquanto elas
continuarem sendo bons negócios. Ou seja, o objetivo é as manter em
carteira para o resto de sua vida, desde que ela não perca seus
fundamentos.

Parece estranho nunca vender uma ação? Mas por que quando se
trata de uma empresa familiar, ou um imóvel, todos pensam em usufruir
da renda que geram, e passar para seus herdeiros o patrimônio que
acumulou durante a vida? A liquidez do mercado financeiro costuma
cegar as pessoas para o que as ações realmente são: empresas!

Lembre-se que uma empresa gera valor. E você, como acionista, irá
se beneficiar dos dividendos que ela distribui, assim como qualquer
outro sócio fundador. Por que vender um negócio que está te dando
lucro? Isso ainda te faz economizar com custos de transações, impostos
e tudo o mais que envolvem a compra e a venda de ativos.

É uma estratégia simples e que me agrada muito! Além de ser


utilizada pelos maiores bilionários da bolsa, nos economiza tempo e dor
de cabeça. Hoje, eu nem me lembro de olhar o quanto minhas ações
estão valendo.

57. O preço da ação importa para o investidor de longo prazo?

Esse é outro assunto polêmico do mercado financeiro. É igual


política, religião e futebol. Não vá me xingar nas redes sociais depois de
ler minha opinião, beleza?

Eu tenho a visão de que o preço sempre importa, mas importa pouco


se você está no início de sua formação patrimonial. A sua capacidade de
aportes e a qualidade dos ativos que está comprando, além do tempo,
fará muito mais diferença no longo prazo! Por isso eu foco mais em
gerar renda, a fim de aumentar meus aportes e acelerar minha
independência financeira.

Por outro lado, digamos que você já possua um patrimônio


relevante, onde os seus aportes já não fazem tanta cosquinha, mas só
agora está entrando no mercado acionário. Neste caso, o preço irá
importar muito! Imagine que você monte sua carteira de uma vez só, no
topo de um bull market? Ver seu patrimônio despencar pode ser algo
que te leve a fazer besteira. E é possível que você não sobreviva pra
contar essa história no próximo.

Sendo assim, entendo que o preço dos ativos terá cada vez mais
relevância à medida que o seu patrimônio total se distancie do quanto
você consegue aportar regularmente. O tempo continua sendo o
principal fator para que os juros compostos possam agir.

58. Recebo os dividendos de quanto em quanto tempo?

Não existe regra, cada empresa terá a sua própria política. Podem
ser, por exemplo, mensais, trimestrais, semestrais ou mesmo irregulares.
Você pode consultar isso no site de RI (relações com investidores) da
empresa em questão.

Esses sites também têm uma ferramenta muito interessante que é o


serviço de mailing. Além de nos avisar quando irá acontecer pagamentos
de dividendos, também nos envia todos os fatos relevantes e novos
relatórios daquela empresa assim que saem. Para ter acesso a este
serviço, basta fazer seu cadastro no site.

59. Qual a diferença entre Small Caps e Blue Chips?

Apesar de haverem divergências nas definições, a grande diferença


está no tamanho das empresas. As Blue Chips são grandes empresas,
chamadas de primeira linha, já consolidadas, com alto valor de mercado,
como por exemplo, Itaú, Bradesco, Ambev, Petrobras, etc. São empresas
mais liquidas e, no caso do Brasil, presentes no Índice Bovespa (IBOV).

Já as Small Caps são as pequenas empresas, com valor de mercado


abaixo de 2 bilhões de dólares como, por exemplo, Banco Inter, MRV,
Grendene, Ferbasa etc. Compõe no Brasil o Índice Small Cap (SMLL).

Por um lado as Blue Chips são empresas mais sólidas e por isso
constituem um investimento teoricamente mais seguro. Por outro, as
Small Caps têm uma possibilidade de valorização muito maior, ou seja,
seu prêmio também pode ser várias vezes maior. Uma Small Cap pode
multiplicar seu valor por 100, enquanto uma Blue Chip tem grande
dificuldade de se multiplicar por 3, por exemplo.
Derivativos

60. O que são as opções?

Uma opção de compra ou venda é um derivativo. Um derivativo é


um contrato que deriva seu preço de outro ativo, que pode ser físico
(café, ouro, soja) ou financeiro (ações, juros, índices).

Resumidamente, as opções são instrumentos que dão direito de


comprar ou vender ativos em uma data futura por um preço
determinado. É como se você estivesse dando (ou recebendo) uma
entrada pela venda de um bem, entende?

Você pode ser o lançador de determinada opção (quem vende) ou


pode ser o titular (quem compra). O lançador recebe um prêmio no
momento do contrato, para ter um dever caso seja exigido. Já o titular
paga um prêmio no momento do contrato para adquirir um direito de
agir.

Existem 2 tipos de opções (cuidado pra não se embolar com as


palavras agora):

Na opção de compra, o titular adquire o direito de comprar certo


ativo, a um preço estabelecido até um prazo limite. Por outro lado, o
lançador assume uma obrigação de vender o ativo nos termos pré-
acordados.

Já na opção de venda, quem compra tem o direito de vender o ativo,


e quem vende tem o dever de comprá-lo, caso seja exercido.
Então você pode: comprar ou vender uma opção de compra e
comprar ou vender uma opção de venda. Ufa!

61. O que é put? E call?

Estes são os nomes dados às opções de venda (put) e às opções de


compra (call).

62. O que é strike?

Strike é o preço final que vai ser pago para a opção ser exercida, no
ato.

63. Você utiliza opções em sua estratégia?

Não. Como já disse várias vezes, prefiro não me preocupar com as


movimentações de curto e médio prazo do mercado financeiro. Não uso
nem para especular, e nem mesmo para “comprar seguros”. A minha
proteção é a diversificação.

Estou certo em fazer isso? Não sei. Mas é o que eu tenho seguido até
aqui. E pelo menos tem me poupado tempo e stress.
Fundos de Investimento

64. Qual sua opinião sobre os fundos de investimento?

Na minha opinião, os fundos de investimento têm seu espaço na


carteira. É a chance que nós temos de ter alguns dos maiores gestores do
mercado financeiro cuidando de nosso dinheiro. Claro, sempre vai
depender do objetivo de cada investidor, mas é um excelente tipo de
investimento, principalmente para quem procura investir de forma
diversificada sem precisar ficar analisando e se preocupando com os
números, relatórios e balanços das empresas.

Ainda tem a vantagem de não ter que se preocupar com toda a


burocracia da tributação de ações e FII’s, por exemplo. Ou de abrir
conta no exterior.

É claro que pagamos caro por isso. Mas basta saber garimpar bem e
você conseguirá encontrar ótimos produtos com taxas justas.

65. Eu posso solicitar o resgate das cotas que eu tenho de um


fundo de investimento a hora que eu quiser?

Sim, você pode solicitar o resgate das suas cotas a hora que quiser,
desde que o mercado esteja aberto. Já a cotização e o tempo que o
dinheiro vai demorar para cair na sua conta vai depender da liquidez do
fundo que você investiu, do tempo de resgate pré-acordado no momento
da aquisição da cota.

A cotização, assim como a liquidação do resgate de um fundo de


investimento vem especificada na lâmina no seguinte formato: D+X,
sendo X o número de dias. A primeira nos mostra a data em que irá ser
definido o quanto você irá resgatar, e a segunda quando o dinheiro cairá
na sua conta.

Num fundo com cotização D+14 e resgate D+15, por exemplo, você
terá seu dinheiro em sua conta 15 dias após a solicitação e será
equivalente à cota de um dia antes desse resgate. Um fundo de liquidez
diária deve ser D+0.

66. O que são os fundos DI?

São os fundos de investimento mais conservadores do mercado.


Buscam oferecer liquidez diária e seguir o CDI. Investem, pelo menos,
95% do seu patrimônio em títulos públicos do Tesouro Direto ou em
títulos privados de baixo risco. Os 5% restantes podem ser alocados em
investimentos que seguem as regras de fundos de curto prazo.

São bem conhecidos pois sempre são uma das primeiras opções que
o gerente te oferece quando você pede uma rentabilidade maior que a
poupança. Mas a verdade é que, a maior parte dos Fundos DI
simplesmente pegam o seu dinheiro e colocam inteiramente no Tesouro
Selic, e cobram uma taxa de administração altíssima por isso, sem
trabalho nenhum.

67. O que são os ETF’s?

ETF é a sigla para Exchange Traded Funds. Também conhecidos


como fundos de índice, são fundos que aplicam todos os seus recursos
em diversas ações negociadas na bolsa de valores. Possuem uma gestão
passiva, e a composição de sua carteira é feita para que seus rendimentos
sejam próximos a algum índice da bolsa. Isso significa que eles não vão
ficar girando a sua carteira, ou fazendo operações mais estruturadas. O
objetivo é somente replicar um índice de algum mercado ou setor da
economia.

Os ETF’s podem ser uma boa alternativa de investimento para os


iniciantes, já que possuem características interessantes como a alta
diversificação (uma vez que é composto por vários ativos), alta liquidez,
gestão passiva, acessibilidade, menor volatilidade. Isso faz com que o
investidor não precise ficar estudando e acompanhando as empresas e
seus números.

Hoje em dia os ETF’s brasileiros não distribuem dividendos. Os


proventos recebidos pelas ações que os compõem são automaticamente
reinvestidos, o que gera uma valorização no valor da cota.

Um exemplo de ETF é o BOVA11, que também é o mais negociado


na bolsa brasileira e tem como objetivo replicar o índice Bovespa, o
IBOV.

O mercado de ETF’s brasileiro ainda está engatinhando. Temos


poucas opções atualmente, e um longo caminho pela frente.

68. Qual a diferença entre um ETF e um fundo de


investimento?

Existem vários tipos de fundos de investimento, como os fundos DI,


fundos de ações, multimercados, etc. e cada um pode investir em
diversas classes de ativos diferentes (claro, sempre respeitando as regras
do fundo). Se tratando de Brasil, a maioria dos ETF’s investe somente
em ações negociadas na bolsa de valores. Então, eles podem ser
melhores comparados a um fundo de investimento em ações.

A principal diferença entre eles é a forma de gestão: os fundos de


investimento têm uma gestão ativa; ou seja, o gestor faz alterações na
carteira do fundo com frequência, sempre mirando em altos retornos. Já
os ETF’s têm uma gestão mais passiva, um giro menor de seus ativos
em carteira e seu maior objetivo é acompanhar o índice de referência.
Por conta disso, as taxas de administração de um ETF costumam ser
bem mais baixas.

Outra grande diferença é no valor da aplicação mínima. Enquanto


nos fundos de investimento esse valor costuma ser pelo menos de mil
reais, nos ETF’s a aplicação mínima é o equivalente ao valor de uma
cota do mesmo. No caso do BOVA11 esse valor é, atualmente, por volta
dos 100 reais.

69. O que é um fundo multimercado?

Ao contrário de fundos de classes específicas, o fundo multimercado


tem a política de mesclar aplicações em vários ativos e mercados, como
renda fixa, ações, moedas, investimento no exterior, derivativos, entre
outros.

Uma forte característica desse tipo de fundo é a alta diversificação.


Por estar exposto a vários mercados, um bom fundo multimercado pode
ser uma excelente opção, principalmente em tempos de recessão
econômica. Pense comigo: se o Brasil entra em uma crise e temos uma
aplicação em um fundo multimercado, que também investe em dólar e
ações estrangeiras, concorda que essa exposição a outros mercados nos
dará certa proteção? Esse é o poder da diversificação.

Apesar de não serem a mesma coisa, podem ser comparados aos


hedge funds americanos.
70. O que é a taxa de performance dos fundos de investimento?

A taxa de performance é uma porcentagem cobrada pelo gestor do


fundo sobre tudo aquilo que superar o benchmark (índice de referência)
daquele fundo, que normalmente será o IBOV ou o CDI, se tratando de
fundos brasileiros.

Vamos dar um exemplo de um fundo de ações. O índice de


referência, provavelmente, será o Ibovespa. Então, se aquele fundo
cobrar taxa de performance de 20%, significa que toda a rentabilidade
que superar o Ibovespa será taxada nessa porcentagem. Se o fundo
rendeu 10% e o IBOV 5% naquele mesmo período, a taxa de
performance será de 20% de 5%, ou seja, 1%.

Essa taxa é cobrada semestralmente.

71. Como escolher um bom fundo de investimento?

A primeira coisa é saber qual tipo de fundo se adequa mais ao seu


objetivo. Se seu objetivo é ter esse dinheiro em menos de 1 ano, pode
ser mais interessante investir em um fundo de curto prazo. Se seu
objetivo não tem prazo ou tem, mas é adiável, pode ser mais interessante
buscar algum fundo multimercado ou de ações para tentar atingir uma
maior rentabilidade.

Após ter bem claro qual seu objetivo e em qual tipo de fundo irá
investir, é importante analisar certas características como:

1) Rentabilidade:

Prefira fundos que tenham um histórico mais longo de rentabilidade,


para ter uma base maior. Mas sempre lembrando que rentabilidade
passada não garante retorno futuro.

2) Risco:

Também é preciso analisar e ponderar qual o risco daquele fundo,


em quais ativos ele investe, o risco daqueles ativos, a saúde da
instituição que administra o fundo, etc. O retorno é compatível com o
risco? O índice Sharpe nos ajuda a analisar isso. Quanto maior, melhor.

3) Liquidez:

Deve-se verificar em quanto tempo você teria o dinheiro na sua


conta após solicitar o resgate, e se esse tempo está dentro das suas
expectativas, de acordo com os objetivos que você definiu no início.

4) Taxas:

Muitas vezes olhamos só para a rentabilidade e acabamos por


esquecer de olhar as taxas que serão cobradas, mas temos que lembrar
que um fundo que performe 15% ao ano, mas cobra de 4% de taxas, será
pior do que um fundo que rende 12% a.a. e que cobre 1% de taxa (este
segundo, provavelmente, tem menos risco). Então, devemos observar
quais são as taxas de administração, se o fundo cobra taxa de
performance, de carregamento, etc.

5) Gestão:

É muito importante analisar também a gestão do fundo. O gestor é


confiável? Tem um bom histórico? A saúde da gestora é boa? A gestão
tem transparência e uma boa relação com os investidores? Quais as
estratégias que aquele fundo de investimento segue? Hoje em dia os
gestores estão cada vez mais próximos do público, o que nos ajuda a
entender como eles pensam.
Previdência privada

72. Quais as vantagens de ter uma previdência privada?

Para entendermos um pouco mais sobre as vantagens que esses


ativos nos oferecem é necessário entendermos o que é a previdência
privada. Seu funcionamento é parecido com o de um fundo de
investimento, com algumas restrições e regras diferentes. Possuem
vantagens tributárias e são oferecidas por seguradoras. Podem ser
divididas em 2 regimes: VGBL e PGBL e, estes, divididos em tributação
progressiva ou regressiva.

Algumas das vantagens que temos ao investir nessa classe de ativos,


são:

1) Chegar boleto na sua casa, e-mail ou débito automático:

A previdência é o único ativo que falamos aqui, que manda um


boleto para que você deposite o dinheiro no seu fundo. Isso pode ser
considerado uma vantagem para algumas pessoas pela facilidade e pelo
sentimento de “obrigação” de pagar aquele valor todo mês, apesar de
que nenhuma previdência pode te obrigar a aportar. Na minha visão, não
é lá uma vantagem caso você tenha um mínimo de educação
financeira… O fundo também pode fazer débito automático em sua
conta, se você permitir.

2) Não há a incidência de come-cotas:

A previdência, como foi dito, é bem parecida com um fundo de


investimento, mas tem a vantagem de não obter essa taxa. Como as
previdências são investimentos focados no longuíssimo prazo, essa pode
ser uma vantagem bastante relevante, já que o valor poupado com o
come-cotas pode ser significante ao final do investimento. Perceba que,
num fundo onde incida essa forma de tributação, o imposto é reduzido
no final. Porém, quando falamos de décadas, essa grana girando juros
compostos por todos esses anos faz uma grande diferença no resgate.

3) Tributação:

Na previdência privada, você consegue até mesmo ser isento de


impostos, dependendo do regime que você escolher! Caso escolha pelo
regime regressivo, a alíquota do IR chega a até 10%, algo que não pode
ser encontrado nos fundos comuns. Ou ainda, caso os seus resgates,
juntamente com sua renda anual, fiquem abaixo da faixa de isenção
salarial (no caso do regime progressivo), você pode não ter que pagar
imposto algum.

4) Incentivos empresariais:

Principalmente no caso de fundos fechados, pode ser que a sua


empresa tenha algum convênio e facilite a sua previdência, em muitos
casos até ajudando com alguma porcentagem do seu aporte todo mês.
Por exemplo, você poderia aportar 100 reais por mês e a sua empresa
colocaria mais R$ 100 no seu fundo, totalizando um aporte mensal de
200 reais.

5) Portabilidade sem incidência de tarifas:

Nos fundos normais, caso queiramos migrar para outro, mesmo que
da mesma classe, nós teremos que vender aquelas cotas e comprar as do
novo fundo. Isso nos gera custos, como o IR que é cobrado no resgate.
Já nos fundos de previdência privada, caso se trate de um mesmo regime
tributário, nós conseguimos fazer a portabilidade de uma instituição para
outra, sem que paguemos o imposto de renda.
6) Sucessão patrimonial:

Só quem já precisou fazer um inventário sabe da importância dessa


vantagem. Caso ocorra uma fatalidade com o portador do fundo, seus
herdeiros conseguem recuperar o capital com muito mais facilidade do
que em outros tipos de investimentos, sem precisar passar por
inventário, que é algo burocrático e que dá muita dor de cabeça, além da
cobrança de altas tarifas e impostos.

7) Possibilidade de restituição do imposto de renda:

Outra grande vantagem é a possibilidade que temos de fazer a


restituição do imposto de renda no caso do nosso plano ser PGBL.

73. O que se atentar para escolher uma boa previdência


privada?

Os fundos de previdência privada parecem de cara serem todos


muito atrativos, devido a essas vantagens apresentadas na questão
acima, mas temos que tomar muito cuidado com as taxas cobradas, que
muitas vezes são as principais vilãs desses fundos, tornando o
investimento neles inviável.

Existem planos de previdência, principalmente das grandes


instituições, que mesmo que a empresa onde você trabalha dobre seus
aportes, o investimento continua sendo ruim, devido às altas taxas
cobradas e péssima alocação de capital.

Lembre-se que, além da taxa de administração comum a todos os


fundos, muitas seguradoras cobram também taxas de carregamento e de
saída que, dependendo de como forem acordadas, podem ter efeito ainda
pior que a primeira.

Outro ponto a se atentar é a saúde financeira (risco) daquela


instituição que gere o fundo, pois devemos lembrar que esse produto não
tem a proteção do FGC. Ou seja, se aquela instituição falir, você pode
perder todo o seu investimento.

Por último, devemos nos atentar ao período de carência daquele


fundo. Sempre temos que investir nesses produtos focando no
longuíssimo prazo e com um dinheiro que não iremos precisar. Podemos
resgatar a qualquer momento o nosso investimento, mas isso costuma
anular todas as vantagens anteriores, caso o período de carência não seja
respeitado.

74. Qual a diferença entre PGBL e VGBL?

O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é um regime em que a


tributação incide somente sobre os rendimentos daquele fundo, como
costuma ser com os outros produtos/ativos financeiros. Ou seja, o capital
que você desembolsou não sofre tributação alguma, apenas o seu ganho.
Ele vai ser vantajoso para as pessoas que fazem a declaração
simplificada ou que sabem que não vão reinvestir as deduções, caso elas
ocorram.

Já o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é um tipo de regime


onde a tributação que incide sobre ele (Imposto de Renda) é sobre o
valor total do montante final que você irá resgatar. Mas em que situação
seria vantajoso escolher um plano com regime PGBL?

Esse regime tem uma vantagem que é a dedução no Imposto de


Renda. Não sei se você já fez alguma declaração anual desse imposto,
mas lá você consegue deduzir alguns gastos, tais como, gastos com
saúde, educação, filhos... e com o plano PGBL. Esse regime será
vantajoso para alguns investidores que fazem a declaração completa,
desde que não ultrapasse 12% das receitas tributáveis. Essa opção só
será vantajosa se você pegar esse valor restituído e reinvestir no próprio
PGBL ou em outra aplicação financeira, para que o poder dos juros
compostos possa trabalhar a seu favor.

75. Qual regime de tributação escolher?

Isso vai depender muito de seus objetivos.

No plano de tributação progressiva, você tem certa porcentagem de


imposto cobrada de acordo com o quanto você teve de renda naquele
ano somado ao quanto você resgatou daquele fundo no mesmo ano. Esse
regime será vantajoso caso você pretenda fazer resgates que, somados à
sua renda anual, totalize menos do que os R$ 22.847,76 para que você
seja isento, ou mesmo menos que R$ 33.919,80 para ter incidência de
apenas 7,5%.

Já no regime de tributação regressiva, quanto mais tempo você


demorar para sacar seu dinheiro daquele fundo, menor será a alíquota
cobrada. Esse plano será mais vantajoso para todos os casos em que sua
renda, somada com seus aportes anuais, totalizem mais do que R$
33.919,80 e que você pretenda deixar o dinheiro aplicado por mais do
que 10 anos.
Pra passar longe

76. O que você acha sobre a poupança?

Apesar da altíssima liquidez deste produto, os bancos penalizam isso


com o tal do aniversário de 30 dias. E a rentabilidade é menor do que a
de produtos até mais seguros, como o Tesouro Selic!

Eu nunca vi o governo confiscar o valor investido em algum fundo!


Você já?

Há quem defenda o contrário, mas, para mim, a caderneta de


poupança não é uma opção.

77. Aconselha aplicação em COE’s?

Tenho certeza que, se você já abriu uma conta em alguma corretora,


já topou com essa sigla, né?

O Certificado de Operações Estruturadas é um produto que monta


uma estratégia utilizando títulos de renda fixa juntamente com
derivativos. A promessa é que una a possibilidade de retorno da renda
variável, com a segurança da renda fixa. É um produto que está se
difundindo muito nos últimos anos e que, por si só, não é ruim. Mas na
prática, não é o que vemos.

Basicamente, você investe um valor mínimo por um prazo pré-


determinado e terá o seu retorno atrelado a algum indicador, ou conjunto
de ativos. Se os ativos, ou índice, se desvalorizarem ou não atingirem
determinada meta, você recebe o seu dinheiro de volta, nominalmente
falando. Mas caso eles se valorizem, você irá receber um acréscimo
equivalente. Ou seja, você tem um teto de perdas, mas também um teto
de ganhos.

O que acontece na prática, é que essas operações são montadas a um


custo muito alto, de forma que, se você resolvesse criar exatamente a
mesma operação por conta própria, teria uma vantagem imensa. Além
disso, vejo muito a utilização de ativos muito conhecidos pelo
investidor, descorrelacionados e/ou que performaram muito bem num
passado recente, o que chama a atenção do leigo. Porém, a instituição
que emite o COE já sabe que as chances de o investidor apenas receber
o seu dinheiro de volta, sem ser corrigido nem mesmo pela inflação, é
muito maior do que de obter as rentabilidades esperadas.

É claro que eu dei somente um exemplo de COE para que você


consiga entender rapidamente, mas existem outros tipos. Só não
encontrei ainda algum que me faça querer investir meu dinheiro nisso.
Pra mim, não passam do novo título de capitalização, que só serve pra
dar dinheiro para quem os vendem. Espero que isso mude.

78. Vi uma empresa que garantia 10% (ou 20, 25, 30...) de
retorno ao mês. É confiável?

Warren Buffett, maior investidor de todos os tempos, tem um


retorno médio de cerca de 1,6% ao mês. Você acha que alguém que
consiga ter mais que isso, sem riscos, iria aparecer te oferecendo a
oportunidade de colocar quaisquer mil reais ali? Vamos ser realistas.
Seria muito mais óbvio essa empresa pegar milhões emprestados num
banco (que por mais altos que sejam os juros, não chegam a tanto) e se
tornar a nova top 1 mundial.

Experimente jogar este valor em minha Calculadora de Juros


Compostos. Você verá que, em poucos anos, você se tornará a pessoa
mais rica do mundo! Será que você acabou de descobrir o segredo dos
bilionários? Claro que não, pobre mortal!

Você acabou de encontrar mais uma pirâmide das brabas! Fique feliz
por não ter colocado seu suado dinheiro ali antes de ter perguntado pro
Rufino. Se já colocou, paciência... Mas é bem provável que você
também aprenda que isso é um erro mas, infelizmente, sentindo na pele.

É possível conseguir retornos de 5, 10% ou até mais que isso no


mês? Sim. Mas não num longo período de tempo e sem correr riscos. E
muito menos GARANTIDO! Então vamos combinar. Qualquer coisa
que te ofereça mais que o dobro do que a taxa básica de juros da
economia, livre de riscos, você já pode ligar o sinal de alerta do Faraó!
Não existe almoço grátis.

79. Como funciona uma pirâmide financeira?

Se trata de um golpe antigo e que provavelmente sempre irá existir,


chamado de Esquema Ponzi. Basicamente existirá alguma promessa de
ganhos muito acima do normal, normalmente justificados por algum
mercado sério, de difícil entendimento e com barreiras de entrada (a
moda agora é criptomoedas e forex) mas que, na verdade, só funcionam
com base nas indicações.

Na verdade, o negócio não gera valor nenhum. Os criminosos


simplesmente pegam o dinheiro de quem está entrando e pagam aqueles
que já estão dentro. Isso vai criando uma bolha, pois as primeiras
pessoas realmente recebem muito, se tornando prova social, chamando
mais amigos pra dentro, o que continua alimentando a pirâmide. Até
que, uma hora, não existem mais tantas pessoas entrantes suficientes
para pagar quem já está lá dentro, e o esquema desaba.
Isso já foi visto até mesmo em grandes fundos de investimento dos
Estados Unidos! E foi neste século, pode acreditar! A história é muito
boa para eu resumir em algumas linhas, então recomendo que veja o
filme “The Wizard of Lies”, que conta a história do provável maior
esquema Ponzi da história, criado por Bernard Madoff.

Já ouvi casos de famílias próximas que se destruíram. E sempre


vemos muitas pessoas retirando a própria vida depois de perderem todas
as suas economias com algum esquema desses. O caso é sério e merece
ser combatido por todos nós. Não basta simplesmente ficar de fora,
temos que alertar as pessoas menos instruídas. E se algum dia algum
amigo te oferecer algo do tipo, de duas, uma: ou ele é ignorante, ou é
mau-caráter. Se ele não quiser sua ajuda, é melhor você se afastar.

80. Marketing multinível é pirâmide?

Vou deixar você responder essa. Observe as pessoas que mais


conseguem crescer dentro da empresa em questão. Se elas conseguiram
isso somente como vendedores dos produtos, tudo bem, não deve ser
pirâmide. Mas se elas só chegaram lá colocando centenas de pessoas
dentro do negócio, criando uma rede de vendedores abaixo dela e
vendendo sonhos aos desavisados, você acaba de encontrar mais uma
magnifica construção egípcia.

Se algum amigo que você não via há tempos veio com papo de que
precisa te fazer uma proposta de negócios, mas que não pode falar
agora, e que você tem o perfil que a empresa dele está procurando, não
precisa nem continuar a conversa. Eu recebo dezenas dessas propostas,
todos os dias, nas minhas redes sociais.

O pior é que não adianta brigar. Eles vão sempre dizer que o produto
inovador que a empresa tem vende muito sim, e que a maior parte dos
ganhos deles vem da venda, e não da indicação. Mas é mentira! Como
um negócio onde não param de entrar vendedores pode ser saudável?
Por melhor que seja o produto, concorda que uma hora terá que saturar?

Por isso, me desculpe se isso te afeta, mas Marketing Multinível é


pirâmide, sim!

Não se iluda.

81. O que acha sobre opções binárias e forex?

Gosto de investir em ativos que geram valor. Tentar acertar direção


do mercado, não é a minha praia. E estes, são mercados altamente
especulativos. Poucas pessoas realmente conseguem ganhar dinheiro
com isso, e eu parto do princípio que eu sou apenas um pobre mortal.
Não quero gastar tempo e energia com isso, será melhor gasto nos meus
negócios.

Você escuta falar muito sobre isso quando está começando a


pesquisar sobre investimentos, pois é algo que realmente atrai o leigo, e
tem muita gente querendo te vender algum produto relacionado a isso.
Os lucros podem ser explosivos (assim como as perdas). E parece ser
muito simples, né? Existem duas opções, se eu acertar eu ganho x, se eu
errar eu perco y.

Além disso, diversas pirâmides financeiras utilizam destes mercados


para justificarem os altíssimos retornos, já que pouca gente entende, e os
mercados realmente existem e movimentam bilhões. Mas não se engane!
Só existe dinheiro fácil pra quem vende que existe dinheiro fácil.
Corretoras

82. Qual a diferença entre bancos e corretoras?

É claro que não é só isso, mas para ficar fácil, eu gosto de comparar
o banco com uma marca, e a corretora com uma prateleira. O banco
possui diversos produtos para você investir, que ele mesmo cria. Porém,
quando você quer investir através dele, ele não te dá as opções dos
concorrentes.

Já a corretora serve de vitrine para as diferentes instituições


financeiras. Ela, por si só, é somente uma intermediadora, onde todos
irão expor os seus produtos para disputar a atenção do investidor.

No Brasil, onde temos um grande monopólio de 5 bancos, estes não


precisam de muito esforço para atraírem o investidor. Eles têm a grande
vantagem de estarem em toda esquina com uma agência, e da falta de
educação financeira do brasileiro médio. Por isso, se você quer investir
bem o seu dinheiro, fuja dos grandes bancos e procure uma corretora
independente.

83. O que analisar ao escolher uma corretora?

Escolher uma corretora é um processo bem simples, mas que


necessita de atenção em alguns detalhes. Para escolher uma corretora
que tenha o melhor custo-benefício para você e seus objetivos, observe
os seguintes pontos:

1) Confiabilidade da instituição.
Qual o histórico daquela empresa? É uma empresa saudável? Tem
muitas reclamações na internet? O que os seus clientes dizem? Essas
perguntas, na verdade, deveriam ser feitas antes de entrar em qualquer
negócio, independente de qual a área de atuação. E com as corretoras
não é diferente, apesar de que seu dinheiro não fica realmente investido
lá.

2) Custos:

Cada vez mais os usuários estão se atentando aos custos e, junto com
o poder da concorrência, jogando os preços das corretoras lá no chão.
Mas, se você está começando com pouca grana, é algo a se observar.
Uma corretagem de 20 reais, por exemplo, representa 1% de um aporte
de 2 mil. O que eu acho um valor muito alto a se pagar. A corretora
cobra um percentual da compra? Piorou. Mas claro que o mais
importante é você ponderar o que você paga e o que você leva.

3) Atendimento:

Este é um ponto que muitas pessoas não dão atenção, mas que eu
acho essencial, principalmente para quem está começando. É normal
cometer erros e ter muitas dúvidas ao entrar no mundo dos
investimentos. E é por isso que, uma corretora que preste um mal
atendimento, pode te afastar pra sempre do mercado financeiro.

4) Variedade dos produtos e serviços oferecidos:

Principalmente quando falamos de fundos de investimento e renda


fixa, é importante observar quais as instituições com as quais aquela
corretora trabalha, e qual a esteira de produtos que ela oferece. Devemos
pesquisar também se ela oferece serviços como relatórios, aplicativo
para mobile, cursos, calculadoras de rendimento, etc.
Não vejo existindo uma corretora perfeita. Normalmente, uma
corretora com ótimos serviços, terá um custo mais caro. Ou a instituição
pode ser boa para determinada classe de ativos, mas nem tanto para
outra. Avalie quais as suas principais necessidades e quanto você está
disposto a pagar, sem que prejudique sua capacidade de aportes.

84. Faz sentido investir em mais de uma corretora?

Depende do motivo. Investir em mais de uma corretora com o


objetivo de usar o melhor de cada uma pode ser uma excelente
estratégia, como por exemplo investir em ações e FII’s por alguma
corretora que tenha taxa de corretagem zerada e em renda fixa em outra
por ter maior variedade de produtos.

Eu mesmo fiz isso por um bom tempo. Só tome cuidado para não
pulverizar tanto seus investimentos de forma que isso dificulte seu
controle.

85. Se a minha corretora quebrar eu perco todo o meu


investimento?

Não. A sua corretora é apenas uma agente de custódia, uma


intermediária de seus investimentos. Na verdade, seus investimentos
estão guardados em uma central de custódia que é responsável pelo
registro, custódia e liquidação dos mesmos. Se a sua corretora falir você
apenas tem que fazer a transferência de agente de custódia.

O único risco de sua corretora quebrar é você perder o dinheiro que


tem em conta naquela instituição, ou seja, o dinheiro que você depositou
e ainda não destinou a nenhum tipo de investimento. Por isso não
recomendo deixar dinheiro parado na sua conta da corretora.
86. Posso fazer a portabilidade dos meus investimentos de uma
corretora para outra?

Sim, você pode transferir seus investimentos de uma corretora para


outra quando quiser. É o mesmo processo que faria se a sua corretora
falisse, você estará solicitando uma transferência de custódia. O único
problema disso tudo é que atualmente é um processo muito burocrático e
que pode ser bem chatinho.

Se quer fazer isso, recomendo entrar em contato com ambas as


corretoras, pois o processo é diferente para cada uma delas. Quando eu
precisei fazer, os únicos custos que tive foram com correios e cartório
(sim, pode acreditar!).
Montagem de Carteira

87. Posso pegar dinheiro emprestado para começar a investir?

Nunca faça isso! Este é um dos maiores erros que o investidor


iniciante pode cometer!

Tentar se alavancar para fazer algum investimento no mercado


financeiro pode ser fatal. E é por isso que eu considero que até mesmo
os mais experientes devem ficar longe disso.

Inclusive, quitar suas dívidas deve ser o primeiro passo, antes de


iniciar a montagem de sua carteira. Dificilmente os juros de sua dívida
serão menores do que a rentabilidade que você conseguirá investindo na
renda fixa. Afinal, a taxa de juros básica da economia é a mesma, né? E
os bancos sempre emprestarão dinheiro mais caro do que você empresta
pra eles (ou pro governo).

Então, se é o seu caso, foque primeiro em controlar suas dívidas.

88. Quais os passos para eu começar a minha carteira do zero?

Depois de quitar as dívidas ou pelo menos controla-las (no caso de


não haver desconto para antecipação do pagamento), o seu foco deve ser
formar o seu colchão de liquidez (tem um capitulo inteiro sobre ele neste
livro).

Com sua reserva de emergência formada, você precisa determinar


seus objetivos de curto, médio e longo prazo, assim como o risco que
você topa correr.
Tendo isso bem definido, ficará mais fácil escolher ao menos a
classe de ativos onde você vai investir. Por exemplo, se você possui um
objetivo de médio prazo com data definida, você deve optar pela renda
fixa ou pelos fundos de investimento. Já se o seu objetivo for a sua
independência financeira, olhe mais para a renda variável.

Sabendo onde quer investir, ficará mais fácil escolher uma corretora
(também temos um capítulo somente sobre isso). Abra conta em quantas
achar necessário. Normalmente, o cadastro é gratuito.

Estude todos os produtos e ativos financeiros para conseguir definir


qual será a alocação ideal. Lembre-se de diversificar seus investimentos
em ativos, classes, países, moedas, etc.

Tenha consistência e disciplina. Reinvista os proventos e deixe que


os juros compostos trabalhem por você.

89. Qual a porcentagem ideal de ações na carteira focada para


o longo prazo?

A porcentagem de ações na carteira depende do perfil de cada


investidor, não existe uma alocação ideal. Mas posso te dizer que, para o
longo prazo, as ações tendem a ter a maior rentabilidade.

Por isso, não acho uma boa ideia ter menos de 20% de sua carteira
previdenciária em ações. Assim como não recomendo que ela seja 100%
em renda variável. Busque o equilíbrio.

Uma boa dica é ir aumentando sua exposição aos poucos pra ver se
aguenta as quedas sem perder as noites de sono (e nem os cabelos).

90. Quais as ferramentas de controle de risco para o holder?

Existem várias estratégias para controle de risco, como usar ordens


de stop gain e stop loss, uso de derivativos como a compra de PUT’s etc.
Mas não acho que sejam coisas que o holder precisa se preocupar.

Como você já sabe que eu gosto de simplificar as coisas, eu prefiro


utilizar apenas uma: a diversificação. Se sua carteira estiver bem
diversificada em ativos, classes de ativos e até mesmo moedas
diferentes, creio que seu risco já estará bem diluído.

91. Vale a pena fazer mais de um aporte por mês?

Se suas fontes de receita são irregulares, não vejo problema em fazer


mais de um aporte por mês (a não ser que o valor seja tão baixo que não
compense as taxas e o trabalho).

Uma das crenças limitantes mais comuns é a de que existe um valor


mínimo que devemos juntar para investir. Hoje em dia, com tantas
corretoras com taxa zero ou quase isso, não há mais motivo para
aguardar. Está com dinheiro dando bobeira na sua conta? Manda logo
pra corretora e faça seus investimentos!
Empreendedorismo

92. Qual o melhor local para guardar o capital de giro da


empresa?

O capital de giro de uma empresa deve ser aplicado nos mesmos


produtos usados para reserva de emergência e para as reservas de
oportunidades.

Uma empresa tem que ter seu capital de giro disponível a todo o
momento. Por isso, ele deve ser destinado a alguma aplicação com
liquidez diária e baixo risco como, por exemplo, o Tesouro Selic ou
CDB’s de liquidez diária de bancos classe A.

93. Vale a pena pegar um empréstimo para tirar a minha


empresa do vermelho?

Depende. Se você conseguir um empréstimo a juros mais baixos do


que suas atuais dívidas, pode sim valer a pena. O que não vale a pena é
renegociar suas dívidas a juros mais altos, com prazo mais longo, para
diminuir o tamanho da parcela. Vejo muita gente fazendo isso, o que
pode dar uma folga no curto prazo, mas na verdade só aumenta o
tamanho do seu problema!

Lembrando que isso varia de caso a caso. Fazer dívidas nunca é algo
bom, mas algumas vezes pode ser necessário. Se você acredita que esse
empréstimo realmente vai mudar os eixos de sua empresa e reerguê-la,
faça uma avaliação de risco e tome a sua decisão.

A vida de um empresário nunca será fácil.


94. A área que eu gosto não dá dinheiro, o que fazer?

Acreditar que alguma coisa “não dá dinheiro” é uma crença


limitante. Te desafio a me falar uma única área de atuação que seja
impossível empreender e fazer dinheiro.

Pode ser que o setor que você goste tenha menos oportunidades
claras e visíveis, mas sempre há espaço para empreender em qualquer
área. Basta saber se a sua paixão vai compensar o esforço que você terá.

Crie algo que inove, solucione problemas e encante as pessoas.


Quando você encontrar algo que ajude os outros, você gosta de fazer e é
bom no que faz, tenho certeza que terá sucesso.

95. Tenho 15 anos, o que me recomenda para ter um futuro de


sucesso?

Sucesso é algo muito relativo. A percepção de sucesso varia de


pessoa para pessoa. Usarei a minha, que é de uma vida abundante em
todas as áreas.

Primeiro recomendo que sempre cuide de sua saúde, de seu corpo e


de sua mente, assim como de seu tempo. Você só terá uma vida. Faça
atividades físicas regulares, adquira o hábito da leitura, trabalhe seu
autoconhecimento, sua inteligência emocional, busque sempre seu
desenvolvimento pessoal.

Recomendo também que comece a investir agora. O dinheiro te


proporciona liberdade. O maior arrependimento de todo investidor é de
não ter começado antes.

Estude mais profundamente sobre algo pelo que você se interessa.


Tenho certeza que, em pouco tempo, surgirão ideias de inovações e você
achará oportunidades de empreender na área.

Cultive boas relações e sempre esteja perto de pessoas fodas e acima


da média, que façam você se sentir bem ao estar do lado delas. Lembre-
se que você é a média das 5 pessoas com quem mais convive; o
ambiente em que você está situado é um fator muito importante para seu
sucesso.

Enfim, tudo se resume a uma busca constante pela abundância.


Abundância na saúde física e mental, abundância profissional, espiritual,
nas relações humanas e nas finanças pessoais.

96. Quero ser empreendedor, devo fazer faculdade de


administração?

Uma faculdade não irá definir se você vai ser um empresário bem
sucedido, seja ela de administração ou de qualquer outra coisa. Se você
gosta da área, ótimo, faça! Com certeza te ajudará em muita coisa.

Mas para empreender é necessário visão, força de vontade,


resiliência e eu poderia ficar falando mais mil e uma coisas desejáveis,
mas a mais importante é a AÇÃO. E nada disso você aprende na escola.

97. Para você, quais são as Top 5 características de um


empreendedor?

Não nessa ordem, mas acho importante todo empreendedor ter:

Resiliência, pra conseguir se manter de pé mesmo depois de todos os


obstáculos que virem a surgir. Saber ouvir vários não’s e, ainda assim,
continuar tentando;

Consistência em suas ações, pois a ação sem direção não vai levar a
lugar nenhum;

Habilidade de liderar pessoas, pois ninguém constrói um império


sozinho. E ninguém vai manter sua equipe motivada por muito tempo se
não tiver a capacidade de liderar;

Inteligência emocional (autoconhecimento) para saber, não


necessariamente onde quer chegar, mas ao menos a direção. Sempre
surgirão dificuldades que o farão pensar em desistir, não é qualquer um
que consegue se manter motivado em qualquer situação;

Paciência, porque nada vem da noite para o dia. Quem pensa que é
fácil, provavelmente vai se dar mal.
E AGORA, ACABOU?

Sim, Pobre Mortal, você acabou de finalizar o meu livro. Mas não,
isso não para por aqui. Como eu disse no início, esta obra estará em
constante melhoramento. Tenho certeza que mais perguntas irão surgir,
além de que minha própria opinião não é imutável. Conto com o seu
feedback para me ajudar. E se gostou, aproveita e deixa suas 5 estrelas lá
no site da Amazon e manda aquele comentário carinhoso! Sou carente
de atenção? Pode ser. Mas também faz com que meu trabalho apareça
para cada vez mais pessoas!

Além disso, quero trocar uma ideia com você! Segue ai embaixo
todas as minhas redes sociais. Faço questão de responder todo mundo!

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E se quer conhecer mais do meu trabalho, meus materiais e meus


treinamentos online acesse o site:
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Te vejo em breve!

Tamo junto!

Rufino

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