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Costa, 2007 (Educação Matemática)
Costa, 2007 (Educação Matemática)
A Educação Matemática vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões
acadêmicas e profissionais do ensino. Em alguns países, como, por exemplo, na França,
o termo Educação Matemática se opõe ao termo Didática da Matemática. Nesses países
a diferença entre eles está na abrangência. Como nos afirma GODINO (2003) a
Educação Matemática é mais ampla, é vista como uma área geral, enquanto podemos
caracterizar a Didática da Matemática como um campo científico. RICO, SIERRA &
CASTRO (2000 apud GODINO 2003), consideram a Educação Matemática como todo
o sistema de conhecimentos, intuições, planos de formação e finalidades formativas que
conformam uma atividade social complexa e diversificada relativa ao ensino e
aprendizagem da Matemática. Por outro lado, caracterizam a Didática da Matemática
como a disciplina que estuda e investiga os problemas surgidos na Educação
Matemática propondo ações fundadas em teorias que garantam transformações. Neste
trabalho, trataremos ambos os termos como sinônimos.
Como nos lembra D’AMBRÓSIO (2004) somente “(...) a partir das 3 grandes
Revoluções da Modernidade, a Revolução Industrial (1767), a Revolução Americana
(1776) e a Revolução Francesa (1789), as preocupações com a Educação Matemática da
juventude começam a tomar um rumo próprio” (p. 13). Até então, falar sobre o ensino
de Matemática era competência dos matemáticos inseridos nas Universidades. No final
do século XIX, com a necessidade imperativa de formar uma grande quantidade de
professores qualificados para atender à demanda dos sistemas escolares difundidos, as
Universidades começam a ampliar seus programas de formação de professores. A
Educação Matemática como um campo de estudo, então, tem sua origem. A
identificação da Educação Matemática como uma área de extrema importância na
educação ocorre, pois, na transição do século XIX para o século XX. “A consolidação
da Educação Matemática com uma subárea da Matemática e da Educação, de natureza
interdisciplinar, se dá com a fundação, durante o Congresso Internacional de
Matemáticos, realizado em Roma, em 1908, da Comissão Internacional de Instrução
Matemática, conhecida pelas siglas IMUK / ICMI, sob liderança de Felix Klein” (p. 15).
Nas décadas posteriores o número de projetos na área cresceu muito e, assim, foi
criado em 1963 um centro de referência na área, o International Clearinghouse on
Science and Mathematics Curricular Development sob a direção de J. David Lockard.
O primeiro Congresso Internacional em Educação Matemática (ICME) foi realizado em
1969 em Lyon França. O segundo ICME realizou-se em Exter em 1972, e desde então a
cada quatro anos pesquisadores em Educação Matemática de todo o mundo se reúnem
para discutir e trocar suas experiências sob a organização do ICMI. Começa a surgir,
então, um conjunto suficiente de condições propícias para a eclosão da comunidade de
investigação em Educação Matemática.
O surgimento da Educação Matemática no Brasil teve início a partir do
Movimento da Matemática Moderna disseminado em várias partes do mundo, mais
precisamente no final dos anos 70 e início dos 80. Em meado dos anos 80 surge a
Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) e os primeiros programas de
pós-graduação em Educação Matemática.
RICO, SIERRA & CASTRO (2000 apud GODINO 2003) entendem por
Educação Matemática um conjunto de idéias, conhecimentos, processos, atitudes e, em
geral de atividades implicadas na construção, representação, transmissão e valorização
do conhecimento matemático que são realizados intencionalmente, como ocorre nas
escolas. RICO & SIERRA (2000) apontam três sentidos da Educação Matemática:
CRUZ (1998, apud RICO & SIERRA), por sua vez, caracteriza a Educação
Matemática como prática e área de investigação que surge da necessidade de produzir
resultados práticos que ajudem a melhorar o ensino e aprendizagem como um corpo de
conhecimento e produzir um corpo de conhecimento que explique a natureza dos
fenômenos que ocorrem no ensino e aprendizagem da Matemática.
STEINER (1990, apud GODINO 2003) define Educação Matemática como “um
campo com domínios de referência e ação caracterizados por extrema complexidade” ao
admitir uma interpretação da Educação Matemática como uma disciplina científica e
como sistema social interativo que compreende teoria, desenvolvimento e prática.
STEINER representa, mediante um diagrama, a Educação Matemática relacionada com
outro sistema social complexo chamado por ele de Educação Matemática e Ensino e
tratado aqui como Sistemas do Ensino de Matemática. O diagrama apresenta as ciências
relacionadas à Educação Matemática em um primeiro nível e exterior a ele situa todo o
sistema social relacionado com a comunicação da matemática, suas novas áreas de
interesse e as inter-relações entre Educação Matemática e a Educação em Ciências
Experimentais. A atividade da Teorização da Educação Matemática é vista no modelo
de STEINER como um componente da disciplina. Observe o modelo:
HIGGINSON (1980, apud GODINO, 2003) propõe um outro modelo de relação
entre a Educação Matemática e outras disciplinas e considera quatro disciplinas
fundamentais da Educação Matemática: a Matemática que responde o que ensinar, a
Psicologia que explica quando e como ensinar, a Sociologia que mostra a quem e onde
ensinar e a Filosofia que pretende entender o porquê ensinar. O autor enxerga a
Educação Matemática como uma interação entre os quatro diferentes elementos do
tetraedro, ou seja, as disciplinas fundamentais, observe:
GONZALES (1992), por sua vez, defende uma característica autônoma ligada a
uma disciplina específica, no caso a Matemática. Esse autor elabora um diagrama e
coloca a Matemática, a Psicologia e a Pedagogia como disciplinas de maior influência
em Didática da Matemática que Antropologia, Sociologia e Epistemologia:
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Conhecer para refletir e atuar é uma das atitudes que devemos integrar na
prática, e a investigação em Educação Matemática pode dar uma rica contribuição.
Entretanto, os investigadores dessa área não podem, à semelhança dos matemáticos,
transformar-se numa comunidade isolada, elitista e afastada da realidade (afirmações
como essa podem soar gratuitas. É interessante afirmar o que uma área é sem precisar
desqualificar outra ou apoiado em uma crítica que generaliza algo que somente parte da
comunidade acredita ou se comporta assim. Além disso as áreas têm naturezas e objeto
de investigação diferentes e o que vale para uma não vale para outra. Lembre que as
vezes, equivocadamente, somos alvos desse mesmo tipo de crítica à semelhança dos
matemáticos, transformar-se numa comunidade isolada, elitista e afastada da
realidade(afirmações como essa podem soar gratuitas. É interessante afirmar o que uma
área é sem precisar desqualificar outra ou apoiado em uma crítica que generaliza algo
que somente parte da comunidade acredita ou se comporta assim. Além disso as áreas
têm naturezas e objeto de investigação diferentes e o que vale para uma não vale para
outra. Lembre que as vezes, equivocadamente, somos alvos desse mesmo tipo de crítica,
, à semelhança dos matemáticos, transformar-se numa comunidade isolada, elitista e
afastada da realidade(afirmações como essa podem soar gratuitas. É interessante afirmar
o que uma área é sem precisar desqualificar outra ou apoiado em uma crítica que
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generaliza algo que somente parte da comunidade acredita ou se comporta assim. Além
disso as áreas têm naturezas e objeto de investigação diferentes e o que vale para uma
não vale para outra. Lembre que as vezes, equivocadamente, somos alvos desse mesmo
tipo de crítica. As pesquisas em Educação Matemática devem levar em consideração
não só as exigências de natureza científica ou epistemológica, como também as
exigências do campo em que se desenvolve e sobre o qual incide, a escola. Ou seja,
podemos dizer que uma boa investigação deve ter um caráter sistemático e intencional,
deve ser teoricamente sustentada e os seus métodos e resultados publicamente
verificáveis e criticados. Para aumentar a credibilidade das pesquisas da área, é
essencial que suas perspectivas e resultados se tornem audíveis, pois, caso contrário, as
investigações correm o risco de parecerem desnecessárias.
Para finalizar, fica aqui uma definição de Educação Matemática elaborada por
KILPATRICK (1996) que elucida tudo o que foi abordado na presente discussão:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CRUZ,