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servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne com
temor e tremor, na sinceridade do vosso coração como a
C risto, 6não servindo à vista, como para agradar a
homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração
a vontade de Deus. 7Servindo de boa vontade, como ao
Senhor, e não como a homens, 8certos de que cada um,
se fizer algum a coisa boa, receberá issò outra- vez do
Senhor, quer seja servo, quer livre. 9E vós, senhores, de
igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças,
sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos
céus, e que para com ele não há acepção de pessoas.
"Q uanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força
do seu poder. "Revesti-vos de toda a arm adura de Deus,
para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;
"porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e,
sim , contra os p rincipados e potestades, contra os
dominadores deste m undo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes. "Portanto, tomai
toda a arm adura de Deus, para que possais resistir no
dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer
inabaláveis. 14Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a
verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça. "Calçai
os pés com a preparação do evangelho da paz; 16embra-
çando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar
todos os dardos inflamados do maligno. 17Tomai também
o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus; "com (no original: “através de”) toda
oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e
para isto vigiando com toda perseverança e súplica por
todos os santos, 19e também por mim; para que me seja
dada, no ab rir da m inha boca, a palavra, para com
intrepidez fazer conhecido o mistério do evangelho, 20pelo
qual sou embaixador em cadeias, para que em Cristo eu
seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo. 21E para
que saibais tam bém a m eu respeito, e o que faço, de
tudo vos informará Tíquico, o irmão amado, e fiel m i
nistro do Senhor. 22Foi para isso que eu vo-lo enviei,
para que saibais a nosso respeito e ele console os vossos
corações. 23Paz seja com os irmãos, e amor com fé, da
parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. 24A graça
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seja com todos os que am am sinceram ente a nosso
Senhor Jesus Cristo.
Introdução
Lembremo-nos rapidam ente do que Deus nos tem dito em Efésios.
O pensam ento-chave é que D eus planejou que todas as coisas
sejam encabeçadas e somadas em C risto (l.lO ).Para essa fina
lidade, ele nos escolheu, nos predestinou, nos remiu, nos perdoou,
nos desvendou a sua revelação, nos deu o seu Espírito e nos con
cedeu o privilégio de orar. O capítulo 2 sublinha que fomos redi
midos de um a força tão escura, tão baixa, e colocados sobre a
pedra que é Cristo, alicerçando-nos para a edificação de um templo
novo, unido. Esse templo tem todas as características que Deus
deseja do seu lar, porque ele habitará no meio do seu povo (2.22).
O capítulo 3 mostra-nos que, com o propósito de criar este novo
homem, este templo de Deus na terra, ele escolheu homens como
Paulo, o pioneiro, e está nos escolhendo também. O capítulo 4
aborda nossa vocação na igreja e exorta-nos a nos esforçarmos
para m anter a unidade da igreja. Do v. 7 em diante, Paulo nos diz
como Deus está nos equipando e nos preparando para servir dentro
da sua igreja. Depois de toda essa transformação m ental que vimos
no trecho de 4.17-5.21, agora nesta últim a parte do estudo vamos
pensar ainda sobre três ou quatro outras áreas em que este propósito
de Deus precisa ser vivido e encarnado.
Intitulo esta seção, que começa em 5.22 e vai até 6.4, “O
Discipulado de Cristo no L ar”; a seção começando com 6.5, “O
D iscipulado de C risto no Trabalho”; e, finalm ente, a epístola
term in a colocando a nossa vocação nas fileiras da lu ta , nas
fronteiras da batalha contra o mal, contra o próprio poder de
Satanás; e para isso precisaremos de toda a arm adura de Deus.
O apóstolo começa, em 5.15, a exortar os leitores a andarem
cuidadosamente, com sabedoria, remindo o tempo, compreendendo
a vontade de Deus para a vida. Quando isso acontece, o Espírito
começa a ter abertura no coração e se expande no espaço íntimo
que domina. D aí decorre este clímax quanto à nossa vocação, a
necessidade de darmos cada vez mais espaço para que o Espírito
nos encha em todos os aspectos, áreas e responsabilidades de nossa
vida: na mente, na ação, no trabalho, nas viagens, nas palavras;
enfim, em tudo o que chamamos de vida. Já vimos que isso influi
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As mulheres
M ulheres, apoiem seus maridos; tornem-se realmente pessoas que
estão prontas a consumir todas as energias, o tempo e os interesses
para apoiar o marido. Como submissão significa colocar-se debaixo
da missão de outra pessoa, há uma importância prioritária dada
àquele com quem se casa. Se for um casamento no Senhor (e não
é perm itido outro tipo de casamento ao crente), deve-se conhecer,
antes de se comprometer, essa obediência que não tem nada a ver
com a escravatura. E semelhante ao conceito que Cristo desenvolve
em João 15.15, quando disse: “Já não vos cham o servos [ou
escravos], mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto
ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer”. Essa é uma descrição
muito bela da esposa submissa, que consagra a sua vida a apoiar
o marido dentro da missão dele. A razão disso é que o marido é o
cabeça, isto é, aquele que se expõe em sua missão e tem que
enfrentar as resistências do mundo. Então a esposa, no lar, ajuda-o
em tudo para que ele possa vencer. Que ele possa descansar bas
tante em casa; caso contrário, não vai se dar m uito bem lá no
mundo. Que ele possa se alim entar bem, tendo-a como a cozinheira
que todo dia prepara “aquele” banquete (não esbanjando também,
porque talvez gastar demais contrarie a missão do marido). Mas,
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pelo m enos, que ela faça o m elhor possível com aquilo que o
orçamento propicia. Por que se deve fazer isso? Este trecho diz que
nós, como membros de um lar cristão e, ao mesmo tempo, m em
bros da igreja de Cristo, precisam os aceitar o modelo ideal da
igreja, para o aplicarmos no lar, que também é um microcosmo da
igreja. Entendo que o meu lar (minha esposa Patrícia e meus cinco
filhos) é a igreja de Cristo na rua onde moro. Sendo a igreja de
Cristo, eu represento Cristo para a m inha esposa e meus filhos,
como o cabeça desse lar. Ali está o meu sacerdócio; a esposa e os
filhos são os m em bros da igreja que se subm etem e obedecem
com a finalidade de tornar o marido o pai e o herói daquela comu
nidade, como assim fazemos com relação a Cristo. Todos os mi
nutos e até horas de adoração e de louvor que temos oferecido são
para cada vez mais incutir, em nosso coração, que Cristo é o nosso
herói. Nós estamos plenam ente satisfeitos com ele. Não temos
nenhum a crítica a levantar contra ele, pois estamos completamente
engajados na sua missão! O lar se constrói para ser um lar de
alegria e harm onia como uma pequenina igreja, um microcosmo
da igreja de Cristo! E por isso que Paulo dá m uita atenção à respon
sabilidade do marido.
Os maridos
O m arido precisa am ar a esposa. Se a m ulher tem que apoiar,
preparando todas as coisas do lar para que o m arido seja um
sucesso, então o marido tem que dar tudo o que está incluído na
palavra amor para ela e para a família. Assim a esposa é para o
marido a pessoa m ais importante-no mundo. Não se pode comparar
outra pessoa, no m undo, com a esposa. A palavra am ar é a palavra
agape ou agapao; não é a palavra eros nem storge, nem qualquer
outra palavra que possa ser traduzida por “amor”. É que este amor
que o marido deve ter para com a sua mulher, para ser um amor
exemplar, modelado em Cristo, é um amor que m uitas vezes contra
ria as emoções do m arido. M uitas vezes não quero dar a mim
mesmo, como Cristo se deu a si mesmo na cruz, por m inha esposa
ou pelos filhos. Possivelmente não tenho de fato o desejo de san
tificá-la para mim, isto é, de amá-la de modo que ela não possa
ter alegria em nada mais que não seja neste pleno amor que eu lhe
esteja dando. Vê-se que o dever de amar vem a ser uma responsa
bilidade das mais difíceis de cum prir e das mais altas em padrão.
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tem que ser um modelo para a igreja também. No fim deste trecho
(v. 31), o apóstolo Paulo cita uma passagem do Antigo Testamento
(Gn 2.24), onde Deus estipula que o homem deixe seu pai e sua
mãe e se una à sua mulher, e ambos assim passem a ser uma só
carne. Por que Deus mandou essa separação? Por que não fez com
que o novo lar fosse sempre uma extensão direta do lar onde se foi
criado? Em outras palavras, que nos casássemos com os nossos
irmãos ou irmãs (parece um tanto esquisito, mas seria natural).
Nós já estaríamos acostumados com ele (ou ela); saberiamos de
suas m anias, de seus egoísmos, já que fomos forçados a viver
juntos. Vejo isso constantem ente com os meus filhos: são forçados
a viver naquele lar, quer queiram, quer não. Mas chega o dia em
que Deus, querendo m ostrar este modelo de Cristo para com a
igreja, coloca no coração do rapaz, ou da moça, o propósito de
deixar o seu lar e de, voluntariam ente, am ar outra pessoa. A
diferença entre o amor que temos para com os nossos pais e nossos
irmãos, este um amor natural, e o amor para com outra pessoa
está no fato de ser voluntário. E se puderm os entender que este
amor voluntário une pessoas com m uito mais vínculo e menos
egoísmo, com m uito mais alegria do que o amor natural, começa
remos a entender o desejo de Deus para sua igreja e o o seu ideal
para o lar. Para concluir este parágrafo, a m ulher tem uma responsa
bilidade tão simples, tão fácil de aprender. E sim plesm ente se
submeter, simplesmente respeitar (v. 33). São duas coisinhas só!
E é mais fácil ainda para o marido se lem brar do seu dever: ele
tem só uma coisa a fazer: é amar, am ar e amar!
Os filhos
Por que em tantos casos (espero que não seja a maioria) filhos de
crentes se afastam de Deus e, conseqüentemente, estão longe dos
seus pais? Por que será tão difícil discipular um filho, quando é
relativam ente fácil discipular os filhos dos outros? Talvez seja
porque não dam os su ficiente atenção aos q u atro p rim eiro s
versículos deste capítulo 6. Vejamos rapidam ente o que deve
acontecer no lar quanto aos filhos:
Primeiramente, os filhos não têm nenhuma escolha quanto à
obediência e a honra que devem a seus pais: Filhos, obedecei a vossos
pais (6.1). Tenho visto no meu lar que os filhos não fazem isso
autom aticam ente. Não é pelo sim ples am or aos pais que eles
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homens, mas como quem trabalha com coisas que ninguém mais
supervisionará, como no caso de produtos que saem da seção para
serem vendidos; o funcionário sabe que os aparelhos estão perfeita-
mente montados, e sente-se bem com sua consciência, porque de
boa vontade serviu o seu Senhor.
Quanto aos empregadores a palavra é esta: E vós, senhores,
de igual modo (v. 9). A expressão de igual modo significa que temos
de servir àqueles que estão servindo a nós e à nossa indústria ou
projeto. Temos que fazer isto porque o Senhor nos julgará. De
fato, talvez neste mundo estejamos num a alta posição, com respon
sabilidades de liderança e de chefia. Mas no outro m undo não
será assim. Notemos que no m undo vindouro todos estarão nivela
dos. No outro mundo, aquele homem mais simples, analfabeto,
que não sabe fazer quase nada, mas que está trabalhando para
mim, será igual a mim, porque diante do Senhor não há acepção
de pessoas. E devemos cuidar daquele irmão com essa lembrança
de que um dia talvez ele venha a se lem brar (se de fato houver lá
recordação) de como o tratei. Que eu não tenha vergonha de me
encontrar com ele naquele outro mundo!
0 exército de Deus
O últim o parágrafo nos convoca para a guerra. Somos todos
chamados a nos fortalecer na força do poder de Deus. Esta última
palavra não é apenas para mulheres e maridos, chefes e servos,
filhos e pais, mas é para todos: Quanto ao mais, sede fortalecidos no
Senhor e na força do seu poder (v. 10). Novamente sentimos a neces
sidade de o E spírito Santo vir e encher a nossa vida para que
possamos realmente transform ar este m undo para Cristo. Porque,
como percebemos logo no v. 12, este m undo é dominado por forças
destrutivas do mal, que criam miséria, injustiça, enchendo-o de
toda espécie de maldade e crueldade (como certam ente já foi no
caso de Hitler, de Stalin e de tantos outros.). Essas forças, pouco
a pouco, passaram a controlar cada vez mais a mente desses homens
e as suas decisões, de modo que eles se tornaram verdadeiros
anticristos. Essa é a m aneira bíblica de se referir à m ente que
aceita o mal e que cada vez mais vai sendo dom inada por essas
forças que operam de modo satânico nos filhos da desobediência.
Não somos imunes a essas forças do mal, às suas tentações;
o próprio Senhor Jesus Cristo, ao enfrentar a cruz, no Getsêmani,
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a nossa luta não é contra carne e sangue, mas sim contra as forças
demoníacas invisíveis, temos de ficar dependentes da oração. A
única m aneira pela qual podemos nos vestir de toda a armadura
de D eus é orando, com a súplica específica, orando em toda a
oportunidade, no Espírito, e para isso vigiando (alertas, acordados,
ressuscitados dentre os mortos), e com toda a perseverança e súplica
por todos os santos. Paulo, que tanto poder na oração demonstrava,
não teve a ousadia de insinuar que não precisava das orações dos
seus irmãos. O v. 19 mostra que a força da palavra e a coragem
que Paulo necessitava para o b ter sucesso na evangelização
dependiam da oração. Também Paulo estava orando pelos crentes
da Ásia, para que a paz, o am or e a fé fossem fortalecidos por
Deus, o qual oferece a sua graça a todos os que o amam (6'.23, 24).
Concluindo, desde a doxologia dos lugares celestiais até a
vida cotidiana, encontramos a centralidade de Cristo que cria a
unidade na igreja e se manifesta em amor e crescimento. Vivamos
no amor dele enquanto o servimos, amando a todos os que ele ama.
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