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S C H N 0 6 B 6 1 6 N
X Jg ife R
DgêTroNadO
Tradução do original em inglês L u cifer D eth ro n ed —A tru e story
Copyright © 1993 de W illiam Schnoebelen
Todos os direitos reservados pela Danprewan Editora Ltda. Nenhuma parte deste
livro poderá ser reproduzida, gravada em qualquer sistema eletrônico de arquivamen
to de dados, ou transm itida sob qualquer forma (seja mecânica, xerográfica, eletrôni
ca ou qualquer outra), sem a permissão por escrito do detentor ao Copyright.
Primeira edição: janeiro de 2004
SUPERVISÃO EDITORIAL E DE PRODUÇÃO
Robson Vieira Soares
TRADUÇÃO
M ilton Azevedo Andrade
COPIDESQUE E REVISÃO
Josemar de Souza Pinto
Alexandre Emílio Silva Pires
Vicente Gesualdi
PROJETO GRÁFICO
F atim a Agra
DIAGRAMAÇÃO
FA E ditoração
CAPA
Ju lio C arvalho
CDD 235.47
C D U 235.2
1 Entronização....................................................................................9
2 Caça-Fantasmas?...........................................................................19
9 A Infra-Estrutura do Satanismo..............................................121
11 Os Saduceus de H o je................................................................153
ocê não faz idéia do que seja acordar com uma necessidade de
sentir gosto de sangue em sua boca.
Você não pode imaginar o que é dirigir o carro à meia-noite,
pelas ruas molhadas de chuva de uma cidade, torcendo para en
contrar uma mulher solitária com quem possa satisfazer um forte
desejo... e, ao mesmo tempo, com outra parte sua torcendo para
que não a encontre, temendo o que realmente você possa fazer.
Sem dúvida que esse é um pensamento apavorante, até mes
mo ofensivo, para a maioria das pessoas. Tenha paciência comigo,
porém, ao introduzi-lo num mundo por onde poucos têm andado.
Isso lhe dará condições de compreender de onde vim, a fim de
poder avaliar melhor o que Satanás pode fazer às pessoas e, o que é
mais importante, o que Jesus Cristo pode fazer p o r elas.
JEu costumava acordar com uma forte necessidade de sentir
DestronAdo
a ç ã o
encontram-se neste livro — na história real de alguém que foi víti
ma de uma trajetória maligna, da qual não há como escapar, exceto
i z
por meio de Jesus.
Gnt r on
3 1 de ouíubro de 1959
B n l r o n i z A ç i o
coberto por alguma coisa.
Toda a abóbada celeste agora parecia contorcer-se como algo
vivo ou, talvez, como um grupo de coisas vivas. A princípio, o
menino não conseguiu discernir o que estava vendo. Pareciam
muitos cachos de uvas que se sacudiam de dor, suspensos como
se fossem tumores obscenos, escuros, que obscureciam o
firmamento estrelado.
Assim que o menino, boquiaberto foi saindo bem devagar
de sob os galhos daquelas árvores que se espalhavam por todas as
direções, as coisas ficaram um pouco mais nítidas. Cada um da
queles cachos começou a se abrir, aos poucos, tornando-se horri
pilantes. Então ele percebeu o que de fato eram: um bando de
enormes criaturas que se pareciam com morcegos, furando com
suas pequenas garras ossudas o manto aveludado da escuridão
noturna!
Os olhos de tais criaturas, então, se abriram. Apesar de serem
demasiadamente horrorosas, foi desse modo que ele pôde ver, com
maior facilidade, quantas eram. O que viu, deixou-o estarrecido.
Pareciam milhares! Milhares de olhos de um vermelho acentuado
faiscavam naquela massa de seres mórbidos que dele se aproxima
vam. Os olhos que ele via pareciam entorpecer a sua alma.
— Agora você nos pertence.
Estas palavras ressoaram em sua mente como a badalada de
um grande sino.
— Agora você nos pertence.
Um sentimento de terror, não apenas um medo desconfortá
vel, mas um gélid o e horrendo pavor, como um calafrio, percorreu
de cima a baixo toda a sua espinha dorsal. Um estranho poder,
com uma força irresistível, despencou sobre ele, fazendo-o cair
de joelhos.
— Ei, Bill! O que você está fazendo aí?
O ansioso e amistoso grito do seu companheiro, que havia se
afastado um pouco dele, captou de volta sua atenção. Ele olhou
para o amigo, agora muitos metros à sua frente, e arreganhou os
dentes num falso sorriso, nervoso, demonstrando não saber o que
estava acontecendo. Voltou então a olhar para o céu, mas nada viu,
senão estrelas. Era evidente que o seu amigo não havia percebido
nada de anormal.
Desvencilhando-se de todo o seu deprimente terror, e recupe
rando-se da visão assustadora que quase o matou, o garoto correu
então para alcançar seu amigo.
No ano seguinte, ele observou o céu da Rua Três e apenas uma
estrela cadente perturbou o cenário daquela noite. Desde então, a
cada noite de Halloween, com o passar dos anos e avançando em
sua adolescência, olhava para o céu para ver se aquelas horrorosas e
desagradáveis criaturas de olhos vermelhos apareceriam de novo
no céu. Mas nunca voltaram.
Quando chegou à maturidade, ele se tornou cada vez mais
fascinado pelo desconhecido. Passou a estudar a respeito de discos
voadores, fantasmas, casas mal-assombradas, parapsicologia e
Triângulo das Bermudas. Devorava todos os livros sobre esses as
suntos que podia encontrar, para estranheza de seus pais. Todo
ano, saía fielmente a cumprir o seu ritual do Halloween, mas ja
mais voltou a ter uma visão como aquela.
Um encontro bem diferente daquele, no entanto, o esperava,
alguns anos depois. Sua mente já havia sido preparada para encarar
o desconhecido, o extraordinário. Além disso, naquela amaldiçoa
da noite de Halloween, uma porta se abrira totalmente na alma
do menino. Algo pernicioso, asqueroso, destrutivo e maligno vie
ra entronizar-se nele.
Ao ser alguém tocado pelas gélidas asas do submundo, pare
ce que a pessoa — mesmo uma criança -— fica excepcionalmente
sensibilizada por certos momentos e lugares. É quando o véu que
separa o nosso mundo “real” do Mal Supremo parece rasgar-se
levemente, e um horror sem controle penetra em nosso tempo e
espaço.
o
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KH iíielA nder, U Jis c o n s in - 19 65
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Gníroniz
Desde o início de sua adolescência, a cada dois anos, o menino ia
com seus pais a um local de veraneio junto às florestas do norte
de Wisconsin. Eles alugavam uma cabana junto a um lago. Era
um belo lugar.
Certa ocasião, quando lá chegaram, numa noite de verão, o 3-5
menino, agora um adolescente, estava no embarcadouro contem
plando o lago. Era um local relativamente deserto, mas luminárias
brilhavam por toda a margem. O fulgor das estrelas era excepcio
nal. Ele desfrutava da beleza daquela noite e não lhe ocorria pensa
mento algum sobre espíritos ou coisas estranhas. De repente, algo
esquisito começou a acontecer ao seu redor.
As árvores em torno do lago passaram a agitar-se, como que
sacudidas por um forte vento — mas não estava ventando. Muito
admirado e com certo medo, ele olhou para os pinheiros que ba
lançavam de um lado para o outro. Parecia assistir à televisão com
o som desligado! Ele chegou a tapar os ouvidos, testando-os, para
ver se não estava tendo algum problema auditivo.
Até mesmo o ruído noturno dos insetos e dos sapos havia de
saparecido. Não fosse o suave barulho das águas roçando nos pila
res do embarcadouro e o som ocasional de madeira contra madeira
dos barcos presos que batiam nas águas, teria julgado que estivesse
totalmente surdo! Veio-lhe, então, um pensamento de que talvez um
óvni, ou melhor, um disco voador, estivesse sobrevoando. Lera mui
to a respeito do aparecimento desses objetos desconhecidos e sabia
que às vezes, nessas ocasiões, podem acontecer fenômenos meteoro
lógicos estranhos. Podia ser esse o caso que estava ali presenciando,
com a cessação de todos os ruídos da natureza viva. Mas o seu receio
transformou-se rapidamente numa forte excitação quando desviou
o olhar das árvores e o fixou no céu estrelado.
Ele somente havia visto óvnis espetaculares em ilustrações e
filmes. Certa vez, chegou a observar apenas um par de luzes estra
nhas, muito longe, que poderiam ser discos voadores, mas talvez
fossem balões meteorológicos ou algum avião fora da rota. Assim,
naquele momento, o adolescente ficou ansioso e mordeu os lábios
de nervosismo. Isso só poderia ser algo realmente fora de série!
As árvores continuavam sendo agitadas cada vez mais, sem
que se ouvisse ruído algum. Elas o fizeram lembrar-se de filmes a
que assistira cujas árvores agitavam-se com a descida de um heli
cóptero. Continuou com os olhos fixos no céu. Finalmente, algo
como um óvni apareceu, mas diferente de tudo o que ele poderia
jamais ter imaginado.
Devagar, no longínquo horizonte, foi surgindo uma gigantes
ca escuridão. A princípio, parecia uma enorme esfera negra que
eclipsava mais de um terço das estrelas no horizonte. Mas se movia
numa velocidade que seria impossível para algo assim tão grande.
Antes que tivesse tempo para qualquer reação, a esfera de total
escuridão foi seguida por algo ainda maior, que efetivamente veio a
obscurecer a maioria das estrelas no céu. Havia uma conexão entre
os dois fenômenos. De repente, ele se deu conta de que estava
vendo algo extraordinário, uma enorme silhueta de homem!
Mal havia percebido isso quando aquela coisa gigantesca co
meçou a se movimentar por toda a abóbada celeste. Ele via, no
horizonte, aquela sombra vindo em direção à sua cabeça. O rapaz
sentiu-se como uma formiga que vê um homem marchando sobre
o seu formigueiro!
Depois, quase todo o céu ficou escurecido por aquela enorme
mancha negra. O rapaz teve, então, a impressão de ver um par de
olhos vermelhos, o que o fez lembrar-se dos olhos daquele bando
de seres noturnos que lhe apareceram na noite de Halloween, anos
atrás. Isso o inquietou um pouco, mas a imagem durou apenas um
segundo. A silhueta negra deu, então, um enorme passo, desapare
cendo no horizonte atrás do rapaz.
As estrelas voltaram a brilhar da forma normal; não mais esta
vam obscurecidas. As árvores pararam de balançar. Gradualmente,
os sons noturnos do lago voltaram à normalidade, e o rapaz ficou
embasbacado, questionando consigo mesmo a natureza do fenô
G í i í r o n i z A ç l o
meno que acabara de presenciar. Com um arrepio e uma forte sen
sação de náusea, ele retornou à cabana. Como era de esperar, não
comentou nada com seus pais.
Apesar do que lhe aconteceu nesse verão assombrado nas flo
restas do Norte, o rapaz jamais teve outro Halloween como aquele
da visão na Rua Três, tempos atrás.
• • •
(jlra escuro como uma cripta naquele subsolo. Talvez porque esti
véssemos sentados num lugar bem ju n to a uma cripta, no porão,
embaixo do departamento de música da faculdade que eu freqüenta
va. Éramos cinco ou seis estudantes, sentados em círculo no chão,
com as pernas cruzadas, de mãos dadas, no escuro. Invocávamos o
espírito da mulher que estava sepultada do outro lado de duas enor
mes portas de carvalho, naquele subsolo do departamento de música.
O líder do círculo na nossa pequena sessão espírita estava um
ano à minha frente na faculdade e, sem dúvida, havia se desenvol
vido mais do que eu em magia negra. Era Halloween, e nada me
lhor do que comemorá-lo invocando o espírito de alguém que
tinha sido uma das pessoas de maior destaque naquela comuni
dade. A mulher fora sepultada no subsolo do departamento de
música porque seu marido contribuíra não só para a construção
da capela situada acima, como também para a edificação de vários
outros edifícios no campus universitário. Tal como acontecia com
os benfeitores na Idade Média, foi desejo seu que o túmulo da
esposa ficasse instalado sob o altar principal da igreja que ele ha
via construído.
Nosso líder, Dave (não é esse o seu verdadeiro nome), clamou,
em voz grave e bem fúnebre:
— Invocamos o espírito de F... W... . Queremos penetrar o
véu do além e falar com ela.
Nada ouvimos, a não ser o nosso coração batendo um pouco
mais forte do que o normal. Dave continuou:
— O F... , nós a invocamos. Rasgue esse véu e comunique-se
conosco! Isso é tudo o que queremos. Dê-nos um sinal de que há
vida além da morte.
O silêncio que se seguiu criou um ambiente agourento: as tre
vas eram mais tangíveis a cada minuto. De repente, as enormes
portas de carvalho que nos separavam do jazigo começaram a tre
pidar. A princípio, um tanto pausadamente, mas, depois de alguns
segundos, nós, que nos encontrávamos sentados em círculo, ouvi
mos um ruído alto e estrondoso.
Quase nos matamos, debandando, à toda, do porão, naquela
noite fria de Halloween. Lá fora, respiramos bem fundo e fomos a
uma pizzaria para avaliarmos nossa experiência parapsicológica. O
que não sabíamos é que estávamos prestes a receber a lição de que
“com certeza o sen p ecado vai ser descoberto'’.
Eu era encarregado, na faculdade, de atender as pessoas na
biblioteca do departamento de música; possuía, assim, uma cha
ve do local. Foi desse modo que pudemos ir ao subsolo do depar
tamento após o horário normal. Eu tinha de permanecer naquele
departamento boa parte do tempo depois do expediente. Os es
tudantes de música costumavam vir a mim também com ques
tões e problemas.
Na semana seguinte à nossa “sessão espírita”, vários alunos,
que nada sabiam da nossa tentativa de invocar o espírito de uma
pessoa morta — pois mantivemos o caso em segredo entre nós —,
vieram até mim para fazer estranhas indagações, do tipo:
— Quem está tocando piano lá na sala 4?
Tinham ouvido nitidamente o som do piano e chegaram a ir à
sala 4 para verificar quem estava tocando, mas não encontraram
ninguém. Aparentemente, tratava-se sempre da mesma melodia.
Se isso não bastasse, certa noite eu estava na sala do chefe do
departamento fazendo cópias de fitas cassetes para ele quando,
inexplicavelmente, a mesma melodia surgiu nas fitas cassetes que
eu estava copiando, sem qualquer explicação de como isso poderia
ter acontecido. O departamento de música começou, então, a ga
nhar certa “reputação”.
Um dia, um estudante corpulento ao entrar no departa
?
a s
mento, foi imediatamente arremessado para fora por poderosas
ín
mãos invisíveis, com uma força tal que chegou a deslocar os
í a ü í a s
seus ombros.
-
De outra feita, uma freira viu uma mulher de baixa estatura,
a ç a
mas bastante robusta, descendo pelos corredores, trajando um ves
C
tido verde de cetim. Posteriormente, ficamos sabendo que a descri
ção da mulher coincidira com o retrato oficial de F... W... !
Em outra ocasião, ainda, uma aparição atingiu-me em cheio.
Eu tinha o cuidado de nunca ficar nas salas com a luz apagada. Por
experiência, sabia que as pessoas que se aventurassem a entrar no
departamento de música com as luzes todas apagadas, normalmente
sairiam dali com lesões no corpo.
Mas, numa noite, tinha acabado de sair do departamento com
um casal de amigos, quando me dei conta de que havia esquecido
alguma coisa. Voltei ao recinto, estando as luzes apagadas, e nem
me lembrei de acendê-las. Mal havia dado alguns passos no h a ll de
entrada qua.ndo senti uma coisa repugnante agarrar a barriga da
minha perna esquerda, prendendo-a com garras abrasadoras.
Em toda a minha perna que latejava, senti como se a pele
estivesse queimando. Gritei e saí mancando do departamento,
quase chorando de dor. O exame médico constatou que havia
uma lesão do tipo queimadura, aproximadamente do tamanho
de uma mão, na barriga da minha perna. Por várias semanas,
depois desse incidente, tive que andar visivelmente mancando.
Por estranho que pareça, durante cerca de dez anos não cresce
ram pêlos na região afetada.
Um dos episódios mais espantosos, com respeito a essas coisas
assombrosas, ocorreu quando a cidade de Dubuque foi atingida,
certa noite, por forte tempestade. O mau tempo causou a inter
rupção do fornecimento de energia elétrica em todo o câmpus.
Como eu era o encarregado da biblioteca do departamento, o deão
dos alunos me pediu que ficasse vigiando as portas do departa
mento, trancadas. Foi com relutância que acedi, pois tinha ouvido
falar de acontecimentos muito estranhos que ocorreram ali. De
pois de algum tempo, o órgão começou a tocar dentro do departa
mento, mas eu não estava nada disposto a ir investigar o que estava
acontecendo, pois teria de andar pelos corredores totalmente escuros.
Após alguns minutos, o deão desceu com uma lanterna e, muito
bravo, perguntou quem estava tocando o órgão. Respondi-lhe que
as portas estavam trancadas e — o que era mais espantoso — que
o único órgão que havia no departamento de música era um apare
lho elétrico\ Ele me disse que isso era um absurdo, abriu a porta e,
soltando uma imprecação, entrou. Assim que ele penetrou a escu
ridão do departamento, sua lanterna, misteriosamente, se fez em
pedaços em sua mão. Saímos correndo de lá, enquanto o órgão
continuava tocando.
Tal como um contágio, os acontecimentos sobrenaturais fo
ram se espalhando para as outras faculdades locais. Uma jovem,
amiga de um dos rapazes presentes na reunião que detonara todos
esses acontecimentos, e que agora considerávamos ignóbil, teve uma
experiência e tanto. Ela sentiu a presença de (e depois viu) uma
enorme criatura, à semelhança de um lagarto, arrastando-se até a
sua cama, no seu dormitório, enquanto, paralisada, assistia à coi
sa permanecer em cima do seu cobertor durante um período de
tempo que parecia uma eternidade. Sua companheira de quarto,
ao chegar, deparando-se com o intruso, gritou, assustada, e ele
imediatamente desapareceu.
Toda essa agitação causada pelo sobrenatural, no entanto, ser
viu apenas para alimentar o meu interesse pelo ocultismo. Decidi
que, uma vez que eu havia contribuído para a vinda do espírito,
tinha a responsabilidade de mandá-lo de volta para o seu “descan
so”. Comprei, então, um manual de feitiçaria, intitulado A M aior
Chave de Salomão [em Inglês, The Greater Key o f Solomon\, que
continha rituais mágicos de exorcismo. Eu me dispunha a fazer o
que fosse necessário para lançar naquele espírito tudo o que esti
vesse no livro, a fim de fazê-lo parar de vez.
No dia do aniversário da morte da referida mulher, diversos
C a Ç A - f A n l A S H l A S ?
amigos meus reuniram-se do lado de fora do porão da capela. Ali
estavam para ver o que iria acontecer comigo! Eu abri a porta do
departamento de música e, segurando o livro, fui até as terríveis
portas de carvalho. Meu coração disparava como uma britadeira.
Abri as portas que davam para o túmulo e entrei.
O jazigo, em mármore, atingia um metro de altura do piso do
subsolo. Eu já sabia disso, pois tinha feito previamente um reco
nhecimento do local à plena luz do dia. Agora, porém, a única
luz que havia era a da rua, que vinha de um semicírculo de jane
las que circundavam a enorme cripta. Fazia tanto frio no local
que dava para ouvir a minha respiração ofegante. Eu sabia, de
meus estudos, que um frio sobrenatural é sinal de um elevado
grau de atividade paranormal.
Andei, então, em volta do túmulo e comecei a recitar o ritual
de exorcismo do livro, com a voz mais firme e autoritária que eu
conseguia naquelas circunstâncias. Minha voz soava de modo so
brenatural e reverberava no espaço vazio de pedra da cripta, mas
não fui interrompido por outros sons e movimentos.
Do lado de fora, meus amigos aguardavam os acontecimentos
com ansiedade; uma grande parte deles esperava ver-me arremes
sado para fora, pelas janelas, fragmentado em pequenos pedaços,
por ter ousado entrar no túmulo da pobre mulher. Estavam tam
bém de guarda, pela segurança do câmpus.
Lá dentro, finalmente, concluí todo o ritual, um tanto enfa
donho. Então, “conjurei” o espírito a que fosse embora e que nun
ca mais retornasse. Contive minha respiração por um instante, para
ver se algo acontecia.
Nada aconteceu.
Finalmente, num ato de triunfalismo jovem, subi no túmulo e
desafiei a temível F... W... a fazer alguma coisa.
Nada.
Depois de alguns minutos, fechei o livro, deixei calmamente a
cripta, saí e tranquei a porta do departamento de música. Meus
amigos se alegraram quando me viram, mas, no fundo do meu co
ração, eu achava que eles estivessem esperando uma manifestação
visível e espetacular, com raios e luzes saindo do lugar.
Pelo que sei, isso foi o fim das ocorrências paranormais no
departamento de música. Fiquei conhecido como o “exorcista”
da faculdade.
Toda essa minha experiência contribuiu para apoiar ainda mais
minha crença nos poderes da magia e do ocultismo. Minha carreira
como feiticeiro tinha, oficialmente, começado.
D u b u Q u e , I o x it a - 19 7 3
C a -Ç A - f A t l l A S I n A S ?
casa infestada de espíritos malignos e poderosos, situada no alto de
uma colina, de onde se descortinava toda a cidade de Dubuque.
Os proprietários nos relataram a difícil situação que estavam
vivendo, e decidimos ajudá-los. Tínhamos sido recentemente trei
nados e chegado ao nível de alto sacerdócio; assim, achávamos es
tar preparados para enfrentar qualquer tipo de fantasma.
O casal tinha se apavorado, principalmente porque um dos
fantasmas ameaçava as crianças. Elas se queixavam de pesadelos e 25
de verem coisas assustadoras no quarto. O pai, apático e materia
lista, tinha sido acordado numa noite por algo que puxava as
cobertas da sua cama. Viu uma aparição branca pairando no ar,
aos pés da cama. Tinha garras afiadas, que começaram a puxar as
cobertas. Quando ele se levantou da cama para acossá-la, ela des
lizou pelo corredor de um modo tão suave que parecia ter rola
mentos nos pés. O homem a perseguiu passando pelos quartos
das crianças e escada abaixo. O vulto o levou pela grande sala, à
cozinha e, alcançando a porta dos fundos, passou por ela. O ho
mem tentou alcançá-lo, mas, quando abriu a porta, teve um enor
me choque: no lugar do seu quintal, havia um abismo infinito de
estrelas! Ele sentiu o vento da eternidade roçando seu rosto e vol
tou correndo para dentro de casa, tomado de terror. Foi então
que fomos chamados.
Visitamos a casa, discutimos o problema e nos inteiramos do
histórico da mansão. Em seguida, pedimos aos proprietários per-
missão para ver o “coração” da casa. Os ocultistas e os parapsicó-
logos acreditam que as casas mal-assombradas, em sua maioria,
têm um “coração”, ou seja, um centro espiritual do qual provém
toda a ação sobrenatural. Geralmente é um lugar bastante frio.
No caso deles, rapidamente descobrimos que era o quarto princi
pal, o do casal.
Esse quarto era gelado. Dava para sentir a própria respiração.
Os demais cômodos, porém, eram agradáveis e aquecidos. Um gran
de espelho, na porta do closet daquele quarto, não tinha mais uma
ótica perfeita, tornando-se todo ondulado, como um espelho de
parque de diversões, e que tremia assustadoramente quando olhá
vamos para ele.
Prosseguimos, então, com os procedimentos que havíamos
aprendido. Sentamo-nos e fizemos uma pesquisa espiritual naque
le quarto principal da casa. Conseguimos determinar que havia apa
rentemente dois espíritos: o primeiro era de um velho cruel, com
tendências para a pedofilia; o outro era um espírito de mulher bem
mais velha, que era boa. Possivelmente, ela estaria querendo infor
mar os pais, de algum modo, sobre os propósitos daquele outro
espírito para com as crianças. Essa informação nos foi dada por
nossos “espíritos guias”, que também eram seres desencarnados,
mas bons sujeitos (assim pensávamos).
Vimos que a casa estava realmente bastante assombrada, de
modo que decidimos trazer conosco, na noite seguinte, todos os
feiticeiros do nosso grupo. Pedimos-lhes que fizessem círculos de
proteção em torno da família, para que nenhum dos familiares
fosse possuído pelos espíritos em fuga que esperávamos expulsar.
Minha esposa e eu levamos para o andar de cima os dois principais
feiticeiros do nosso grupo (uma mulher e um homem), e ali reali
zamos nossos feitiços de forma a incrementar, por algum tempo,
o poder que achávamos que os nossos bruxos possuíam.
Mas, mesmo com a experiente liderança de minha esposa,
nada estava dando muito certo. Em determinado momento, ela
brandiu ostensivamente o seu punhal de feiticeira e perseguiu
um dos espíritos escada abaixo até a porta dos fundos. Viu-se,
também, diante da abertura de um abismo cheio de estrelas, em
vez do quintal!
Finalmente, num ato de desespero, fez uso do nome que bem
poucos feiticeiros terão coragem de até mesmo pronunciar. Ela gritou:
— Em nome de Jesus Cristo, ordeno que todos os espíritos
saiam daqui!
Foi como se um estrondo sobrenatural atingisse toda a casa, e
imediatamente a opressão desapareceu. Foi como sentir de novo o
sol no rosto depois de uma tempestade.
Como cada um de nós estava trabalhando num quarto dife
rente da casa, eu não tinha ciência do que exatamente Sharon ti
nha feito. Naturalmente, presumi que nossos rituais tinham tido
êxito e nem me preocupei mais com o assunto. Nós dois e os de
mais do grupo fomos, então, para o andar térreo, e o casal proprie
tário nos disse sentir que a casa estava ótima. Naturalmente acharam
ter sido pelos nossos “poderes místicos” altamente desenvolvidos
que a opressão desaparecera.
Mas aquela noite ainda não terminara. Sentamo-nos na sala
de estar para tomar um chá, enquanto nos deliciávamos com o
sabor da nossa vitória, quando de repente um som de um uivo,
horripilante, irrompeu naquela noite. Seguiu-se a ele o barulho de
um forte impacto, como se alguém tivesse dado um tiro de canhão
na porta de entrada. Corremos até a porta e a abrimos. Vimos à
nossa frente o gato da casa, tremendo de forma incontrolável, to
mado de um terrível pavor. Olhando com atenção para a porta,
pareceu-nos que alguém (ou alguma coisa) tinha arremessado o
gato com uma incrível violência contra a porta.
O pobre gato estava tão aterrorizado que tinha se arranhado
todo. A dona da casa nos informou que o bichano era tão bravo
que já tinha até enfrentado cães duas vezes maiores do que ele. Ela,
então, o pegou e, quando o colocou no chão, ele disparou e foi
esconder-se debaixo do sofá, tremendo de medo, e ali permaneceu
por muitos dias.
Uma pequena camada de neve cobria o gramado lá fora, mas
não havia pegadas humanas sobre a neve em parte alguma nas pro
ximidades da entrada da casa, tampouco pegadas do gato. Assim,
concluímos que os espíritos, ao saírem da casa, vingaram-se no
gato da família, arremessando-o contra a porta.
Não obstante esse pequeno incidente, tanto nós como a famí
lia nos sentimos satisfeitos com o final de tudo. Os espíritos nunca
retornaram, e o casal nos enviou um cheque de valor mais que
suficiente para o pagamento de nossos serviços.
Ca ç A - f A n l A s m A S ?
sentia bastante confiante, pois, como parte do meu treinamento
ocultista, havia iniciado meus estudos de preparo para o secerdócio
da Igreja Católica Romana Antiga [Igreja existente nos Estados
Unidos — O ld Roman C atholic Church, que se declara sucessora
da Igreja Católica histórica, não sendo ligada ao Vaticano], e já
recebido o grau menor de ordenação. Significa que eu havia rece
bido a “Santa Ordenação” de exorcista e com ela, supostamente,
o poder de expelir demônios. Considerando todo o nosso treina- 29
mento em magia, nosso poder de grande sacerdote na feitiçaria e
os manuais que consultávamos, achamos que a nossa tarefa seria
extremamente fácil.
Quatro horas depois, no entanto, nossa aluna continuava se
retorcendo, chutando e proferindo pragas malignas contra nós. T í
nhamos colocado um “círculo mágico” em torno dela, dentro dos
limites do nosso templo, e tentado de tudo, para expelir os demô
nios que a atormentavam. Lançamos mão dos rituais de exorcismo
do livro A M aior Chave d e Salomão e dos manuais e textos de bru
xaria de que dispúnhamos. Cheguei até mesmo a ler todo o ritual
católico romano de exorcismo, rezando em nome de Jesus Cristo e
borrifando sobre ela um pouco de águabenta. Mas tudo isso só fez
aumentar sua fúria (dela ou deles).
O dia já ia amanhecer e nos encontrávamos exaustos, mas
não os demônios. Eu havia praticado todo o ritual de exorcismo
duas ou três vezes, assim como outros rituais e atos simbólicos —
mas tudo foi totalmente inútil. Finalmente, minha esposa, Sharon,
suspirou, desesperada, pondo para trás o cabelo que lhe caía so
bre os olhos, e me olhou como quem dissesse: “Neste caso, nada
funciona!”
Sharon, então, pôs as mãos sobre a cabeça da mulher, depois
de já ter feito isso inúmeras vezes, mas agora dizendo:
— Em nome de Jesus Cristo, eu ordeno que todos os demôni
os que estão nesta mulher saiam agora!
A infeliz mulher deu um berro tão forte que por pouco não
levantou o teto da casa. Seu corpo se levantou, arqueando-se, rete-
sado, mas, em seguida, ela desmaiou, caindo inerte no chão como
morta. Pela primeira vez, depois de várias horas, houve silêncio na
quele quarto em penumbra.
Voltei-me para Sharon, um tanto ofendido. Ela sacudiu os
ombros, como que dizendo: “E daí?”, e curvou-se para ajudar a
mulher, que começava a voltar a si, recuperando a consciência.
Meia hora depois, ao nascer do sol, pudemos, então, despedi-la
advertindo-a de que deveria manter-se longe de bares do tipo
daquele que freqüentara.
Contudo, meu ego, como homem, fora atingido. Não conse
guia entender — mesmo que houvesse alguma magia no uso do
nome de Jesus Cristo — por que esse nome funcionara de imedia
to, sem esforço algum, quando Sharon o mencionou, mas não ti
vera efeito algum quando eu o tinha usado, várias vezes, dentro de
um grande e bem elaborado ritual de exorcismo.
ConHe ç A o S e u Inimigo
Inimigo
então pode matar, destruir, roubar e estuprar quem quiser, porque
é ela quem estabelece as regras. Daí decorre a máxima satânica de
Aleister Crowley:
o Seu
Fazer o que tu queres será toda a lei; o amor é a lei, amor
submisso à vontade.1
Co í me ç A
Para eles, o amor tem de subordinar-se à vontade satânica
do senhor de todas as magias. Paradoxalmente, eles sabem, no
entanto, que Satanás é um cruel senhor que impõe tarefas a
seus subordinados. Não é mais aquele rebelde romântico; ago
ra, ele é mais como o chefe supremo de um implacável sindica
to cósmico do crime, que tortura e castiga sem piedade seus
servos. Ele é o Capo d i Capo,2 ao passo que eles (os satanistas
desse alto nível) são seus “afilhados”. Eles acreditam ter tam
bém um grande poder e “prerrogativas especiais”, mas no fun
do sabem que o seu reinado é bastante vulnerável. Um só
movimento errado, e o seu Capo se voltará contra eles e os pu
nirá com extrema severidade.
Foi-lhes ensinada ainda a mentira de que não há alternativas
para as suas vidas, e o Deus do céu jamais os receberá, uma vez que
já praticaram atos demasiadamente perversos e malignos. E que, se
tentarem sair ou desertar para o “outro lado”, serão mortos de um
modo horrível e torturados eternamente no além. Sem dúvida, o
que já viram de torturas e sacrifícios humanos é mais do que sufi
ciente para saberem até que ponto vão os horrendos atos maldosos
que Satanás e seus escravos humanos lhes poderiam fazer.
É muito importante para o cristão que quer ganhar almas com
preender que tais satanistas encontram-se totalmente convencidos
de que “venderam a alma” ao diabo e que Jesus não pode fazer
nada para os salvar. Essa mentira precisa ser primeiramente desfei
ta para que o testemunho do evangelho seja eficiente. Eles acredi
tam que estão fora do alcance da salvação.
Esta é uma das razões pelas quais este livro foi escrito. Quere
mos que todos saibam — os satanistas e os que nunca se envolve
ram com o satanismo — que eu tinha vendido minha alma a
Satanás, mas uma simples oração ao Senhor Jesus Cristo quebrou
esse pacto em apenas um m inuto! Eu e minha esposa somos hoje
cristãos cheios de alegria, vivos e vitoriosos, e já se passaram cerca
de 20 anos desde o dia em que nos desligamos de Satanás e pedi
mos a Jesus Cristo que se tornasse nosso novo Senhor.
Embora por diversas vezes os servos de Satanás tenham nos
perseguido, o Senhor Deus — o Rei de todo o Universo, Jesus
Cristo — sempre chegou um pouco antes do que eles! Temos sido
guardados por Ele o tempo todo, praticamente sem esforço algum.
Ouíro Cristo?
Inimigo
— desde o dia em que foi criado por Deus.
Alguns comentaristas da Bíblia acreditam que ele foi incum
bido do louvor musical aJDeus diante do trono — uma espécie de
regente do coro celestial. Isso explicaria por que hoje Satanás tem
C o n h e ç a o Seu
tanto interesse pela música e a usa com tanta eficácia.
Adicionalmente, Lúcifer é descrito como o “querubim ungido
para proteger”. Ele era o quinto querubim e, assim, parece ter sido
o que protegia o trono do Senhor. Dois pontos são reveladores
aqui. O primeiro, e mais importante, é que Satanás, uma vez ten
do sido ungido, tem uma unção! A Bíblia nunca menciona que ele
tenha perdido essa unção. Na verdade, ele é o único querubim a
respeito de quem é dito ter sido ungido.
O termo hebraico que exprime “aquele que é ungido” é
transliterado como “messias”, cuja palavra grega correspondente
é “cristo”. A expressão “Jesus Cristo”, na verdade, significa “Jesus,
o Messias”, ou “Jesus, o Ungido”. Assim, há pelo menos “outro
cristo”, e este é o diabo! Paulo adverte-nos:
Inimigo
Deus (1 Co 14.29). I
Freqüentemente, as pessoas acham que têm uma “unção de
Deus” e que “o Senhor lhes disse” tais e tais coisas, quando, na
o Seu
verdade, estão sendo enganadas por outra unção.
Em capítulo mais adiante, consideraremos o assunto de como
CoíiHeçA
podemos pôr à prova os espíritos para termos a certeza de que o
que estamos recebendo provém, de fato, do verdadeiro Deus vivo.
Por mais sábio, poderoso e experiente que Satanás seja, ainda as
sim, ele é limitado. E isso faz toda a diferença.
Como ele depende dos demônios, seus servos, para lhe trans
mitirem informações, essa transmissão pode ser afetada por meio
da batalha espiritual intercessória.
Inimigo
ma outra Rocha; não conheço nenhuma. (Is 44.7-8 - NVl)
o Seu
e glória pelos séculos dos séculos. Amém. (1 Tm 1.17)
Col i Heç A
4. Satanás tem, comparativamente, pouco poder.
Pois, por meio dele, Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto
o que se vê como o que não se vê, inclusive todos os poderes
espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio
dele e para ele, Deus criou todo o universo. Antes de tudo.
ele já existia, e, por estarem unidos com ele, todas as coisas
são conservadas em ordem e harmonia (Cl 1.16-17 - b lh )
6. Satanás é egomaníaco.
Inimigo
E por isso que essas áreas são precisamente as que Deus usa
para continuamente frustrar os planos do inimigo. Deus se utili
za da nossa fraqueza, junto com a Sua graça, para derrotar os
o Seu
planos de Satanás. Por não conseguir compreender esses sen
a
timentos, Satanás os considera como sendo as áreas da nature
Co n h e ç
za humana mais difíceis de serem previstas e entendidas. Ele,
a todo momento, é surpreendido pelas obras que o Espírito
Santo tem capacitado simples cristãos a realizar, em submis
são ao Senhor.
43
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não
julgou como usurpaçao o ser igual a Deus; antes, a si mes
mo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se
em semelhança de homens; e, reconhecido em figura hu
mana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até
à morte e morte de cruz. (Fp 2.5-8)
Isto pode parecer óbvio, mas este fato expressa uma diferença
bem maior do que todos os sete fatores anteriores juntos. Há mais
poder numa só gota do sangue de Jesus Cristo do que em todas as
legiões satânicas. Isso deixa Satanás tomado de ódio.
Not AS
O Í I I a I p o r R e e m b o l s o P o s I a I?
G n ire lA Ç A n d o G n e r g iA s
Comecei a celebrar missas satânicas em caráter regular. Sharon e
eu praticávamos muitos dos rituais de Crowley. Tanto meus ami
gos deste mundo como meus espíritos guias diziam que, para que
eu pudesse entrar num satanismo mais sério (além do nível da
Igreja de Satanás), seria necessário realizar duas tarefas aparente
mente paradoxais.
Be: ) t Knouin
TThat baftnd, cow m ítici te ro m o r^ an 4 piwfóUd
Hifficicnt a?í4encc of a tuorfanc^ knouikck,e of
JaU níc T W lo c u j, <mà am U ftlecl tuíttjom of ú )c
JJIaeHArb, CÁnsèopk s r CP. tdy f a _»on
t e -Z l^ of 72£o,ro L In &« JZ t^ ear of
Oar LoM $fttcm 7ta * Bem $ r a n t « l D eciree
of t)je 2 ^ -i 6V>at cuJ-jicVj fo ca11c4 tb í naw
of '7 $ a rL qg ÍÍl.., a n 4 í f 4 a h , Ik e n w d to perforn:
an4 Htttaíu Chat tabícb falb m íibm rcalm
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on4 |bí]o^ophícv of
C ? < C h c d iu rc h of (ÍD^t2a x í > 0
hoftng jxi*ted fcfore the Councj] of IJíne,
Q rder of Í\k Trapezoid, ali Uk
jwuwr* of HÊÜ, 5c \í \S Don£«
f l c A b o u
Que, tendo memorizado e dado suficientes
InocêncÍA
evidências de um conhecimento prático da
Teologia Satânica, e uma imaculada sabedoria da
Magia Negra, Christopher P. Syn * neste
de
dia 21 de março, no ano de Nosso Senhor
Ce r i m ô n Í A
Satanás, foi agraciado com o Grau 2-, referido
com o nome de Feiticeiro , e acha-se
devidamente licenciado para realizar e manter
tudo o que se enquadre no âmbito deste Grau,
de acordo com os princípios e filosofias de 53
A Igreja de Satanás
tendo passado perante o Conselho dos Nove,
pela Ordem do Trapezóide, com todos os
poderes do inferno, assim seja feito.
Ce r i m ô n Í A de InocêncÍA
55
£1 c a b o u
ensinava feitiçaria e quis estudar conosco. Ele disse que, em retri
buição, poderia conseguir que eu estudasse para o sacerdócio na
I.C.R.A. Isso me parecia algo que “tinha caído do céu”, ou ainda,
“do inferno”, e prontamente aceitei a oferta.
Dois anos depois, fui ordenado sacerdote nessa seita, numa missa
muito solene, na Paróquia de São Paulo, em Plainfield, Illinois.5
Além disso, alguns meses depois, um rapaz quis entrar em
nosso “coven”, cujo pai era oficial na Loja Maçônica. Ele pôde,
então, me apoiar em todo o processo de entrar na Maçonaria e
avançar em seus graus.6
Com essas duas conquistas, parecia que só me restava mesmo
“ascender” cada vez mais na hierarquia do Reino das Trevas.
N oI as
Um A I g r e j A S a í â í i í c a s e m o DÍAbo?
d o D i A I) o "
A combinação inicial de um desprezível profissional dos pra-
zeres da carne com sua genialidade incomum e sua condição de
alguém que buscava a magia com seriedade é o que veio caracteri
zar, em grande parte, o desenvolvimento da Igreja de Satanás.
O Vi ngAdor
LaVey começou com um grupo de estudos de magia negra, e
desse grupo foi que se desenvolveu o núcleo central do início da
Igreja de Satanás. Logo depois, escreveu A Bíblia Satânica, não
propriamente como uma “revelação satânica”, mas como uma com
binação bem montada de uma filosofia, um psicodrama e um de
testável equívoco. Com a publicação dessa “Bíblia”, a sua reputação 6i
e a membresia da sua Igreja decolaram como um rojão.
A certa altura, ele fez o circuito das boates com uma apresentação
intitulada “Anton LaVey e suas bruxas topless”. Comprou uma casa na
Rua Califórnia, em San Francisco, e a pintou de preto. Sua decoração
foi feita com o que no mínimo seria considerado de tenebroso mau
gosto. Mesas para café na forma de túmulos, múmias pelos cantos, e
um leão da Núbia, negro, vivo, adulto, que vivia no porão.
LaVey promoveu o primeiro batismo satânico do mundo aberto
ao público, o de sua filha Zeena, que então tinha três anos de ida
de, diante de um altar com uma figura de nu feminino. Dirigiu
também o primeiro funeral satânico, com todas as honras milita
res, no cemitério de Arlington. Serviu ainda como assessor técnico
do filme O B ebê de Rosemary, e chegou mesmo a aparecer no filme,
fazendo o papel do diabo na cena em que Satanás violenta a heroína.
Ele se deu muito bem com os manda-chuvas de Hollywood, o que
em nada nos deve surpreender.
ÍH a s O n d e GslÁ o DÍAbo ?
2. Ética Objetiva:
Baseada nos ensinos do filósofo ateu Ayn Rand de que o ego
ísmo é o maior bem.
DÍAbo”
O homem não necessita de ninguém mais, a não ser de si
mesmo, para salvar-se; e a necessidade de salvação no sentido cris
do
tão é negada: “Eu sou meu próprio redentor!”3
Vi ngAdor
4. Psicoterapia de Reich:
A forma de freudianismo um tanto bizarra de Wilhelm Reich
é baseada na crença do “orgônio”, ou unidade de energia orgásmica
e na idéia de que toda enfermidade é causada pela repressão da
energia sexual. Envolve ainda o uso de “caixas orgônio” especiais e
a liberação de toda inibição sexual. As idéias de Reich estão no
cerne de grande parte dos ensinos e da metodologia de LaVey.
5. Psicodrama Ritual:
A idéia é a de que rituais blasfemos podem ser usados para
fazer com que as pessoas percam as suas inibições e fiquem “liber
tas”, ao escarnecerem, justamente, de tudo o que creiam ser sagra
do. Este era o princípio de LaVey quanto a Satanás ser “adversário”.
Um folheto da Igreja de Satanás, publicado em 1966, ensina
conceitos de Reich:
O homem tem de aprender a fazer a própria vontade por quais
quer meios que ache necessário (...) somente deste modo é que
podemos nos aliviar de frustrações prejudiciais, que, se não
forem aliviadas poderão crescer e causar muitas doenças reais.6
Em seguida ao tremendo sucesso do seu primeiro livro,
LaVey escreveu The C om pleat Witch — or W hat to Do When
Virtue Fails [A Bruxa Completa — ou O Que Fazer Quando a
Virtude Falha], uma espécie de guia do tipo “faça você mesmo”
para a mulher interessada em se tornar uma fatal satanista, e
The Satanic Rituais [Os Rituais Satânicos], um livro que apre
senta, entre outras coisas, uma versão francesa original da Missa
Negra, rituais nazistas, rituais dos Cavaleiros Templários, e até
mesmo rituais baseados nos escritos de horror de H. P. Lovecraft.
Contudo, nenhum desses livros chegou perto do sucesso ou im
pacto da sua B íblia Satânica.
Muito embora LaVey defenda a liberdade sexual e tenha feito
da blasfêmia um ritual, tanto ele como sua filha Zeena nao sao
coerentes, negando as acusações de que promovem o ódio, a vio
lência e a crueldade a animais e a seres humanos. Negam ainda
qualquer envolvimento ou promoção ao uso ilegal de drogas.
Apesar de suas tentativas de garantir uma “boa imagem”, o
maior sucesso de LaVey deixa transparecer alguns de seus mais te
nebrosos segredos. Que a própria Bíblia Satânica, sua obra-prima,
fale por si mesma. Esse livro é bastante popular, chegando até a
ganhar em vendas, durante certo tempo, da própria Bíblia Sagra
da, em vários cam pi universitários, por todos os Estados Unidos. A
“bíblia de Lavey” tem sido encontrada nas mãos de inúmeros “de
linqüentes satanistas” adolescentes e marginais satanistas logo após
haverem cometido crimes hediondos, incluisive assassinatos em
massa. O livro é provavelmente o que mais se aproxima de um
pronunciamento oficial do que é o satanismo, feito por um
satanista contemporâneo. Veja a seguir algumas citações extraí
das de suas “Nove Declarações Satânicas”: uma espécie de “M a
nifesto Satanista” :7
• Satanás representaperm issividade, em vez de abstinência...
• Satanás representa “bondade para aqueles que a merecem”,
em vez de “am or desperdiçado com pessoas ingratas”.
• Satanás representa vingança, em vez de dar a outra face...
• Satanás representa o hom em com o sendo apenas outro anim al,
às vezes melhor, mas muito mais vezes pior em relação aos
que andam com quatro patas, tendo se tornado o mais p ern i
cioso de todos os animais, por causa de seu “divino desenvol
vimento espiritual e intelectual”.
• Satanás representa tudo o que se diz ser pecado, pois todos os peca
dos levam a uma satisfação, seja física, emocional ou mental...
Diabo
UmA R e l i g i à o d e V i o l ê n c Í A e f ü o r l e !
do
Embora LaVey negue que seus satanistas pratiquem sacrifícios de
animais e humanos, a “bíblia” que ele escreveu pinta um quadro
O VingAdor
totalmente diferente. Ali são ensinados ataques por meios espiri
tuais —- assassinatos por meio de maldições. No Ritual de Destrui
ção,8 as palavras não deixam dúvida quanto às suas intenções:
U iiia D e u s A do A m o r A m A l d i ç o A d A
DÍAbo”
Esse programa de televisão, com Zeena tendo a seu lado
Schreck, que com tudo concordava, balançando a cabeça, trouxe à
luz, de modo espantoso, o tenebroso niilismo e desespero que es
do
tão por trás desse satanismo metido a burlesco, de LaVey. O resul
O VingAdor
tado foram tremendas vaias do auditório, que geralmente é bastante
liberal.
LaVey e sua Igreja não devem ser, porém, subestimados. Ele é
um homem muito inteligente e, não há dúvida, um dos feiticeiros
mais talentosos da sua geração. Quanto ao fato de se ele crê ou não
no diabo, isso não se sabe ao certo. Mas não é necessário acreditar 69
num deus ou diabo para ser praticante da magia negra. Basta ter
uma firme disposição de abrir a alma às tenebrosas e gélidas atra
ções malignas de Lúcifer.
Se LaVey já tem como causar tanto dano a uma geração, sem
nem mesmo professar sua crença em Satanás, im agine quão p io r
não seria alguém que realm ente adorasse 0 Velho D emônio...
Noí AS
9 Ibid.
10C a v e n d is h , op. cit., p. 3.205.
h L y o n s, op. cit., p. 108-109.
12La V ey, op. cit., p. 33.
13 Ibid., p. 34.
Lúcifer
7°
N as G n t r A í i H A s d.A B e s l A
O J ü e s s i A S d.A Nova 6 t a
B e s l A
contribui para adquirir união (ioga) com o deus Shiva e com a
deusa Shakti.
da
O caminho da esquerda é predominantemente feminino
a s
h
(Yin), sendo considerado mau por alguns ocultistas, exceto pe
na
los bruxos e satanistas, que consideram tais distinções como
J r
d
cristãs e sexistas. A Tranta da esquerda permite a consumação
6
total do ato sexual pelo homem fazendo uso de outros métodos
Nas
extremamente perversos para, supostamente, alcançar os mes
mos objetivos da ioga.
Acredita-se que, por meio de certos exercícios e treinamento 73
de ordem sexual, pode se alcançar a imortalidade humana, e que
alguns canais do corpo humano podem ser desenvolvidos como
portas de entrada para outras dimensões do tempo e do espaço.
A ioga tântrica é considerada blasfema e maligna pela maioria
dos praticantes da ioga, mas desde o surgimento de Crowley está
sendo ensinada no Ocidente.
O “Mestre” com quem iríamos nos relacionar era ao que su
púnhamos, verdadeiro pioneiro no desenvolvimento da tecnologia
mágica que tinha a ver com aTantra da esquerda. Vamos chamá-lo
de Aquarius. Ele'era, por certo, o homem mais esquisito que eu já
conheci e, possivelm ente, o mais perigoso. Aquarius foi
grandemente recomendado pelo Chefe Exterior da O.T.O. (algo
assim como o seu papa), de modo que fomos assistir a um de seus
seminários em Chicago. Não era como o havíamos imaginado. Era
um sujeito bem forte, meio calvo, de estatura mediana, com uma
barba preta e branca bem cerrada e olhos bastante expressivos.
Sua palestra foi sobre a Arquitetura da Magia e sobre a teoria
da Arqueometria Transespacial. Ele era, usando uma expressão
popular, “da pesada”. Aprendi com ele, naquelas duas horas, mais
do que tinha aprendido em cinco anos de um intensivo estudo do
ocultismo, acho eu. Simpatizou comigo, mas Sharon não gostou
nada dele! Durante os intervalos das várias palestras, ele me procu
rou. Disse que queria me matricular no Mosteiro dos Sete Raios, a
fim de me tornar o arcebispo de Milwaukee.
Naturalmente que a minha atenção voltou-se para isso.
Aquarius era o arcebispo metropolitano da América do Norte da
Igreja Católica Gnóstica. Era também o Mestre do Rito da Maço
naria Egípcia (Mênfis-Mitzraim) e um hierofante do vodu!1
Disse-lhe que eu era sacerdote da Igreja Católica Antiga, e
ele ficou mais impressionado ainda comigo. Explicou-me que os
católicos gnósticos tinham vindo da França para a América via
Haiti e que a sucessão apostólica deles vinha do arcebispo de
Babilônia; já no caso da Igreja Católica Antiga, essa sucessão pro
vinha de Utrecht.
A doutrina de Aquarius era tão complexa que seria necessá
rio um livro inteiro para abordá-la. Grande parte era semelhante
aos ensinos da O.T.O.; às crenças tântricas (sexo, normal e per
vertido, como um ato de adoração e de união com Deus); ao
anglo-catolicismo, à Maçonaria e ao vodu. Basta dizer que eu
aprendi com ele muito mais sobre magia negra do que tudo o
que eu já tinha aprendido da maioria dos outros mestres da feiti
çaria e do ocultismo juntos.
Convidou-me a ir visitá-lo e passar o fim de semana em seu
apartamento, que tinha uma bela vista do lago Michigan. Acei
tei. Sharon, porém, não ficou muito satisfeita com isso! Mas, por
fim, eu disse a ela:
— Para crescer no conhecimento da magia e do poder, eu
sempre quis fazer tudo o que fosse necessário.
Ela sabia disso; e era exatamente isso que não lhe agradava.
VÍA gem de T r e m a o “ U n iv e rs o B"
B e s l A
quanto ao perigo que aquele homem poderia representar.
Aquarius veio buscar-me na estação ferroviária, e tomamos
um ônibus para chegarmos até sua residência. Ele não tinha carro
dA
e recusava-se a dirigir em Chicago, o que me fez pensar que era
GntrAtiHAS
bem mais inteligente do que eu havia suposto.
Seu apartamento era ímpar; ficava no trigésimo andar de um
prédio bem alto e moderno e era totalmente extravagante. Sua de
coração era a mistura de uma mansão de Playboy, H. P. Lovecraft,
Nas
Igreja Ortodoxa Russa e hinduísmo.
Dominando a sala de estar havia uma enorme mesa coberta
com um brocado de cetim. Explicou-me que ali era o altar de sua
celebração da Liturgia Divina, tendo ainda um pano de altar
litúrgico grego, um brocado com relíquias de um santo tecidas so
bre ele. Debaixo achava-se o que me disse ser uma “relíquia santa”
ainda mais importante, alguns metros de um tecido de algodão
que tinha sido da casa de Madame Blavatsky, a matriarca do movi
mento da Nova Era, fundadora da Sociedade Teosófica.
As paredes estavam literalmente cheias de uma arte muito es
tranha, como eu nunca tinha visto. Aquarius sorriu chamando-a
de “pornografia pré-cambriana”. Eu não tinha razão alguma para
duvidar do, que ele dizia. Era de um aspecto rude, primitivo, como
se fora uma pintura a dedo feita por um predador sexual demente.
Havia ainda figuras mais convencionais, como de deuses, de
mônios, extraterrestres e shaktis2 com quem ele trabalhava. Ou
tras eram de furiosos dervixes [religiosos muçulmanos] rodopiando
com um ar totalmente misterioso.
Aquarius me disse acreditar firmemente nos princípios da en
genharia mágica, ensinados pela Igreja Ortodoxa Russa. Eram como
ícones, explicou. Cada um representava um deus ou demônio ou
poder e tudo o que se tinha de fazer para invocar a força ou o
demônio era meditar em frente à pintura. Esclareceu que era como
uma máquina de magia, como se fosse um aparelho para poupar
nosso esforço, e que, sendo ele do signo de Capricórnio, adorava
tudo o que lhe poupasse as energias.
A janela da sua enorme sala de estar estava cheia de plantas,
sendo que nenhuma delas parecia ser..., bem, nenhuma delas pare
cia normal! Mais da metade das espécies eram-me totalmente des
conhecidas, e algumas delas estavam como que querendo saltar do
vaso para atacar as pessoas! Outras tinham uma aparência um tan
to obscena, que nao dá para descrever.
Aquarius preparou o jantar e então trouxe uma garrafa do uís
que Wild Turkey. Agradeci, mas disse-lhe que não bebia. Ele sorriu
com um ar de velhaco e me disse que, se eu quisesse chegar a ser
um patriarca gnóstico e arcebispo, teria que me acostumar com a
bebida.
Eu não estava mentindo. Nunca bebi muito em minha vida.
Qualquer vinho ou licor tinha o mesmo sabor para mim: horrível.
Sentia uma forte aversão sempre que tinha de tomar o vinho da
eucaristia durante a missa, mas, como cria que era o sangue de
Jesus, conseguia suportá-lo. No entanto, meu gentil anfitrião in
sistiu em que eu colaborasse com ele para acabar totalmente com o
conteúdo de sua garrafa de Wild Turkey. Tinha gosto de fluido de
isqueiro, e eu quase vomitei. Resolvi, então, ir bebericando peque
nos goles do uísque, aos poucos, durante algumas horas, enquanto
o ouvia com atenção falar de sua magia bizarra e incomum.
Para Aquarius, a chave do poder de um cientista mágico esta
va na compreensão de todos os ramos da ciência e da filosofia.
Sentia-se satisfeito com os cursos que eu fizera, mas insistiu em
que eu tinha de levar para casa comigo uma cópia da série filosófi
ca de Coppleton e dos Principia M athem atica de Bertrand Russell.
Disse-me que eu teria de me submeter a um teste completo sobre
esse material antes da minha consagração como bispo.
Ele conseguiu acabar com dois terços do conteúdo da garrafa
de uísque, e mesmo assim permaneceu lúcido. Percebendo meu
espanto, explicou que o segredo era ter tantas entidades (espíritos
do vodu) dentro da gente que, ao beber, elas é que ficavam bêba
das, não nós. A maioria das entidades do vodu — assegurou-me
ele — adora a bebida alcoólica, principalmente uísque e rum. Ex
plicou-me ainda que era necessário aplacar a ira das entidades, de
diversas maneiras, se pretendesse ter acesso ao universo B. Eram as
B e s l A
guardiãs da entrada a esse universo.
De acordo com Aquarius, o universo B é um universo alterna
da
tivo em que se aplicam leis totalmente diferentes da física quântica
GnlrAíiHAS
e da matemática. Seria um universo governado por magos mestres
da Atlântida, que haviam fugido da terra para escapar da destrui
ção do “continente perdido”, há milhares de anos.3
A partir do universo B, o praticante da magia que saiba o que
Nas
está fazendo pode ter acesso a outros universos alternativos. E pos
sível ainda trazer energias e até mesmo criaturas do universo B
para o nosso universo, para que (espera-se) nos sirvam. No entan
to, sabe-se que uma parte dessas criaturas é muito perversa, e que
somente fazem alguma coisa quando se lhe dão copiosas doses de
uísque ou rum, sexo e sangue. O objetivo final seria descobrirmos
nosso “próprio” universo, em alguma parte desse intercâmbio
cósmico, para nele reinar como se fôssemos um deus. Tais conceitos
estavam entre os elementos mais elevados do seu sistema de magia.
Então ele me perguntou quando eu estaria disposto a receber
o sacerdócio luciferiano. Eu quase vomitei o que estava bebendo...
e pedi-lhe que me desculpasse, pois não havia entendido.
Ele me explicou, então, que eu teria de me tornar sacerdote de
Lúcifer antes de poder tornar-me bispo católico. Referindo-se à
estrutura, normalmente aceita no ocultismo, que representa a
cabalística árvore da vida, Aquarius mostrou-me que o quinto grau
de sacerdócio era consagrado ao Sol e ao deus que havia sido morto
e que ressuscitou, Osíris ou Jesus. Pertencia ao mundo cabalístico,
ou esfera, de Tiferet. Isso era uma cerimônia elementar de magia
com a qual eu estava bem familiarizado. Pedi-lhe que prosseguisse.
A ÁRVORE DA VIDA:
CAMINHOS ASTRAIS E TARÔ
DestroíiAdo
Coroa
de Kether
“Conhecimen “Sabedoria”
1 3-AImperatriz de Hokmah
to” de cC/á5
Lúcifer
\ Binah > O /
"p
11-Força § /
oo 5-Hierofante
7 -Carruagem «v f X \ cá / £§? /
d / J? /
CO
V .M - 03
‘Força” de Misericórdia’
Geburah de Hesed
78
12-Enforcado
‘Vitória” de
Netzach
“Fundamen
to” de Yesod
21-universo
Explicou, então, que o grau sexto (Adeptus Major) pertencia ao
mundo de Geburah, governado por Marte. Seu sacerdócio era o sa
cerdócio de Lúcifer, seu metal era o ferro, sua pedra preciosa o rubi.
Isto encaixava-se muito bem no que eu já sabia. Se Tiferet
pertencia ao sacerdócio católico, era uma combinação perfeita! O
metal de Tiferet era o ouro, e o seu perfume era o do incenso olíbano.
Tanto o ouro como o olíbano participam de modo predominante
a
na missa e no simbolismo cristão.
B es 1
Quando eu recebesse o grau luciferiano, declarou Aquarius,
a
estaria em condições de ir para o sétimo. Este seria o grau Adeptus
d
Exemptus, ou seja, o episcopado, ou bispado católico romano! Essa
f i n l r A i i B A S
esfera na Árvore da Vida, Hesed, é governada por Júpiter, na
Cabala. Sua ferramenta de magia é o báculo (o bastão episcopal), e
sua pedra, a ametista.
N a s
Eu sabia que, por séculos, a pedra do anel usado pelos bispos
de Roma sempre foi a ametista! Acho que essa tradição vem dos
antigos pontífices pagãos romanos, que usavam um anel de ametista
na mão direita, como talismã, para lhes dar juízo e sobriedade (evi
tando, assim, que se embriagassem).
Sem poder esconder a excitação em que me encontrava, per
guntei-lhe o que implicaria tornar-me um sacerdote luciferiano.
Aquarius sorriu benignamente, com um ar presunçoso de quem
tudo sabe, e disse:
— Você precisa vir para a Luz!
De algum modo eu sabia que algo não estava certo naquela
afirmação.
— Como vou fazer isso? — perguntei, com a voz um tanto
rouca pelo efeito do uísque.
Ele exibiu um sedutor sorriso amarelo e tentou cativar-me,
explicando que eu teria de passar por um arcaico ritual dos
Templários.4 Tive que passar por esse ritual naquela mesma noite.
E melhor não descrever como foi; apenas vou dizer que está rela
cionado com a cúpula clerical e envolvendo vampirismo sexual.
“ H osped A riA I n fe r n o ?
BeslA
que ele tinha deixado comigo uma cópia do Breviário, porque acabei
lendo os Salmos que nele estão, valendo-me da luz da lua, procurando
manter minha mente afastada daquelas figuras arrepiantes e rastejantes,
dA
como também das plantas, que pareciam sussurrar de um modo bas
G n l r A n H A S
tante estranho, na escuridão. As sombras daquela vegetação nao ter
restre, projetadas pelo luar, moviam-se sobre as páginas do meu Breviário
de um modo lascivo que jamais seria efeito de uma brisa, pois era
inverno, e as janelas estavam completamente fechadas!
N as
Nenhum alvorecer foi mais bem-vindo do que aquele. Aquarius
levantou-se cerca de uma hora após raiar o dia e parecia mais estra
nho ainda à luz solar do que quando o vi à noite. Sua pele era 81
pálida, como o ventre de um peixe. Formava um total contraste
com seu cabelo preto e sua barba grisalha.
Sorriu e me perguntou se eu tinha dormido bem.
— Muito bem! — respondi-lhe.
— Ótimo, isso é muito bom! Vou preparar para nós um café e
em seguida vamos cantar laudes [recitativos do Breviário], tomar
uns coquetéis e depois trabalhar no nosso vodu.
O “café da manhã”, para ele, era na verdade um mingau que
parecia ser feito de aveia, mas que tinha um gosto estranho, como
se tivesse pelo menos dois ou três vegetais entorpecentes.
O restante do fim de semana transcorreu daquele mesmo modo
agitado e estranho. Aquarius transbordava de gentileza e hospitali
dade tipicamente européias, para não falar de sua religiosidade con
vencional. Tinha sempre consigo um rosário e insistia em rezarmos
todo o Ofício Divino; contudo, narrava-me histórias de magia e
perversão sexuais com divertido prazer.
Para Aquarius, o vodu não era um sincretismo religioso da
feitiçaria africana com o catolicismo, como a maioria das pessoas
“pensa”, mas sim, uma forma sofisticada de magia que fazia uso da
Matemática e da Física e que ele acreditava ter sua origem no con
tinente perdido da Atlântida. Sugeriu que eu entrasse no primeiro
nível de sua escola de vodu, chamada Culto à Serpente Negra. Tudo
o que eu teria que fazer para receber as lições era enviar-lhe preen
chido um formulário, juntamente com dez dólares por mês. Poste
riormente, quando recebi as lições, fiquei pasmado ao ver que
continham assuntos como magia por masturbação, comer carne
de cadáveres e ter sexo com demônios!
Aquarius observou que eu teria um progresso bem mais rápi
do se tivesse pós-graduação em Matemática. Disse que o propósito
final da magia era metamatemático. Requeria que o seu praticante
viajasse através do tempo e do espaço de modo a produzir e con
trolar universos inteiros.
Finalmente, marcamos o dia em que me tornaria bispo, e pe
guei meu trem de volta para casa.
Quando cheguei, alegrei-me em me encontrar com Sharon, e
ela, em me ver. Contei-lhe tudo o que acontecera naquele fim de
semana, e ela me fez prometer que nunca mais voltaria lá sozinho.
Fui consagrado semanas depois, de acordo com o rito da
Pontificai Romana. Aquarius trajava uma veste ortodoxa russa que
valia cerca de 800 dólares, e eu usava todos os paramentos de um
prelado. Em vez de jurar sujeição ao papa (pelo qual eu não ali
mentava grande entusiasmo), tive que jurar obediência ao papa do
vodu, Hector François Jean-Maine, do Haiti.
Foi necessário que eu fosse a Chicago mais algumas vezes.
Cada vez, era mais estranho que da vez anterior. Tinha que levar
um de meus amigos como segurança. A cada viagem, meu acom
panhante era alvo de vibrações tão estranhas que se recusava a ir
na vez seguinte.
> •.* r t i’f I-. C .\ .4 t **.»i« * . í I*.' *f »*« * '■■+
BeslA
Mas seria a sua hipocrisia menor do que a do padre da univer
sidade onde eu havia estudado, que professava santidade mas bus
dA
cava meios de seduzir estudantes e distorcia os ensinos morais do
cristianismo para adequá-los às necessidades do momento? Aquarius
G nlrA iiH A s
era exatamente o oposto dele. Embora secretamente piedoso, era
publicamente um advogado de Lúcifer!
Para mim, Lúcifer era a chave para todo o problema. Cresci
N as
acreditando que ele era mau, mas, praticamente, todo o sistema de
crenças que eu passei a conhecer desde meus tempos do ensino
médio dizia que, de um modo ou de outro, ele era tão importante,
ou mais até, para a minha salvação, do que Jesus!
Eu tinha que descobrir qual era a minha real posição com
respeito a Jesus e a Lúcifer. Havia em mim um senso bem forte
de que eu queria estar com Jesus. Será que Jesus aprovava Lúcifer,
ou não? Será que Lúcifer era seu pai, ou um irmão mais velho
(como me ensinaram diversas vezes)? Ou será que ele é seu
eterno inimigo?
Se eu tivesse tido condições de acreditar na Bíblia, estaria muito
bem. Mas, àquela altura, eu achava que a Bíblia era menos confiável
do que O Livro da Lei, de Crowley!
Eu nao sabia que o Senhor Deus tinha todo o poder do
universo, e que Satanás já tinha sido vencido. Eu não sabia que
poderia ser totalmente liberto pelo sangue de Cristo. Assim,
tomei duas atitudes.
Em primeiro lugar, lancei-me totalmente no meu sacerdócio.
Isso me deu a ilusão de santidade. Comecei a celebrar a missa
diariamente, sendo bastante zeloso com meu encargo divino. Co
mecei a sentir-me melhor com toda essa “santidade”. Muita coisa
começou a acontecer em minha vida na Igreja Católica Antiga, o
que me foi bastante positivo. Fui designado chanceler da arquidiocese
e consegui, também, uma capela num bairro elegante de Milwaukee.
Era num convento de frades franciscanos, chamado Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro, dirigido pelo padre Daniel, O. F. M. (Daniel
nao é o seu verdadeiro nome).1’ Ele tinha dois irmãos leigos e dirigia
um lar para homens retardados. Começamos a ter a missa dominical
lá; às terças-feiras à noite, tínhamos novena; e nas noites de sextas-
feiras, a Bênção do Sagrado Sacramento.
Tínhamos atraído um grupo relativamente grande de fiéis das
vizinhanças, chegando a 25 ou 30 pessoas, em sua maioria católi
cos confusos ou desiludidos, que gostavam do estilo antigo (ante
rior ao Concilio Vaticano II). Poder ministrar a tais pessoas era
uma fonte de grande satisfação para mim. Eu estava fazendo o que
sempre tinha sonhado fazer desde minha infância!
Achando estar tendo grande desenvolvimento espiritual,
levei minhas preocupações a Deus, pedindo-lhe que me desse
um sinal quanto ao modo como deveria proceder com respeito
a Jesus e a Lúcifer. Ainda mantínhamos nossos “covens” de fei
ticeiros e dávamos aulas em nossos cursos de magia thelêmica;
mas eu realmente queria saber qual era a vontade do Senhor
para mim. Então me pus de joelhos e orei para receber a respos
ta certa.
Não sei o que eu esperava receber: se um raio de luz do céu, ou
se uma voz em meus ouvidos, ou a visita de um mensageiro angelical.
Nada disso aconteceu. O que de fato recebi foi pelo correio, no dia
seguinte. Meu nome estava em muitas listas de correspondência,
por causa da minha participação em numerosos grupos do ocultis
mo. Naquele dia, o carteiro me trouxe uma revista num envelope
marrom. Esse envelope iria levar-me a direções ainda mais profun
das das trevas.
Noí AS
B e s l A
mais perigosas e perversas, envolvendo endemoninhamento da pessoa,
alcoolismo, necromancia e bestialidade. Por trás da fachada de algo
cIa
aparentemente primitivo, esconde-se, na verdade, um terrível e sofisti
Ê B l r A í i H i s
cado sistema de magia que implica o ingresso em outros universos e faz
com que a pessoa se renda à possessão satânica da pior espécie.
Embora originalmente praticado apenas por negros e hispânicos, hoje
N as
em dia muita gente está se envolvendo com ele. Fique longe de qualquer
coisa que tenha a ver com vodu! É a forma mais poderosa de magia negra
e, provavelmente, a mais ousada. Somente Jesus pode libertá-lo dela, se
você recebê-lo em seu coração e fizer dele seu Senhor. 87
2 Shakti é um termo hindu para uma das deusas consortes do deus Shiva.
Usa-se também para descrever suas sacerdotisas, que atuam como prosti
tutas no templo. Este termo significa ainda um ser totalmente demonía
co, do tipo súcubo, essencialmente uma personificação do órgão sexual
feminino e invocado para se fazer sexo astral/demoníaco.
3 A crença em Atlântida é uma doutrina comum do ocultismo. Supõe-se
ter sido um continente que existiu em alguma parte do que é hoje o
Oceano Atlântico, com elevado grau de civilização e tecnologia, tanto do
modo convencional quanto relativamente a magia. Julga-se ter sido
destruída por um cataclismo (um dilúvio ou terremoto) milhares de anos
antes de Cristo, por motivos misteriosos — possivelmente por causa da
sua maldade e ou seu envolvimento com coisas ocultas tão perigosas que
nem se poderia imaginar. E mais um exemplo de um mito pagão que
reflete a verdade do dilúvio de Noé. Muitos dos mestres da Nova Era e
dos espíritos guias de hoje dizem ter vindo da Atlântida, e grande parte
dos ocultistas acredita ter tido pelo menos uma ou duas encarnações
naquele continente — evidentemente!
Para abordar de modo adequado o tema dos Cavaleiros Templários e a
Maçonaria, seria necessário um livro inteiro. Veja meu livro Maçonaria,
do Outro Lado da Luz [Editora Luz e Vida], especialmente o capítulo 15.
Embora haja muita controvérsia sobre sua história, os Templários foram
adotados, de um modo correto ou não, como símbolo tanto da Maçona
ria como do culto a Lúcifer — sendo grande parte desse culto orientado
para o homossexualismo e a blasfêmia. Isso porque os Templários foram
acusados pelo rei da França, Filipe o Belo, e pelo papa (talvez injusta
mente) de pisarem crucifixos, de sodomia, de pederastia e de adorarem
um ídolo chamado Baphomet. Desde 1700, os Templários têm servido
de pretexto para os satanistas, os feiticeiros e (num grau menor) os maçons
desenvolverem o seu simbolismo ritual. Todo tipo de rituais de blasfêmia
tem sido atribuído a eles, e sua reputação de “ocultistas” vem sendo, de
todo modo, ampliada pelos séculos. Muitas sociedades, tanto do culto
luciferiano como da Maçonaria, declaram descender dos Templários e
seguir os “rituais secretos” deles. Tais declarações são altamente suspeitas.
“Completório” ou “Completas” é uma das oito partes devocionais do
Breviário Romano, geralmente cantado ou recitado às 9 horas da noite.
O clero católico e anglicano normalmente eram solicitados a recitar to
das as partes devocionais do Breviário: Matinal, Louvores, Primeiro, Ter
ço, Sexto, Nono, Vesperal e Completas.
O.F.M., que significa Ordem dos Frades Menores, ou Ordem dos Pe
quenos Irmãos, é a ordem franciscana original.
0 Qu e a N o i t e Te m
pa ra BeveUr
O T em plo de Sei
“ To Í I l e g A T i i e r i o n ”
Para que uma parte do que se segue possa fazer sentido, temos que
fazer nova pausa no nosso assunto, para explicar melhor o que disse
mos até agora acerca da posição de Aleister Crowley em tudo isso.
Edward Alexander Crowley nasceu na Inglaterra em 1875.
Seu pai era um próspero fabricante de cerveja que, um dia, teve
um encontro com Cristo e tornou-se uma nova criatura, passando
a fazer parte da membresia de uma denominação austera, a dos
Irmãos de Plymouth. Em decorrência de sua conversão, vendeu o
seu pecaminoso negócio de cervejas, aplicando os proventos no
sustento do seu ministério. A mãe de Edward era também uma
mulher muito piedosa e austera, mas o tanto que ela tinha em fé,
infelizmente, compensou com sua total inabilidade como mãe.
Papai Crowley viajava pelo interior do país como medíocre
pregador de rua, enquanto a mãe ficava com a responsabilidade de
criar o pequeno Edward, que cresceu e acabou tornando-se um
pesadelo chamado “o filho do pregador”.
Ele era, sem dúvida, um menino brilhante e muito precoce,
mas, como acontece com muitas crianças, cheio de demônios
(Pv 22.15). Certa vez, quando tinha seis anos, sua mãe lhe disse,
num ímpeto de raiva, que ele era tão maligno que só podia ser a
“Grande Besta” do livro de Apocalipse. Infelizmente, o pequeno
Crowley tomou aquilo como um reconhecimento de mérito. Re
belou-se violentamente contra toda forma de religião e posterior
mente, quando adulto, batizou um sapo com o nome de “Jesus
Cristo” e crucificou o infeliz batráquio de cabeça para baixo.
Ao concluir seu curso universitário, Edward ligou-se à socie
dade ocultista e maçônica chamada Antiga e Hermética Ordem
do Dourado Alvorecer. Foi nessa época que ele começou a assumir
o modo de se vestir e os maneirismos de um latifundiário escocês
e mudou o seu nome para “Aleister”, que soava melhor entre os
escoceses. E achou muito bom que o seu nome Aleister Crowley
resultasse no número 666 , na numerologia, fosse em língua
hebraica, inglesa ou grega.
Em pouco tempo, Crowley sobressaiu-se totalmente em relação
aos que eram da sua confraria. Acabaram expulsando-o de lá quan
do quis assumir a liderança do grupo. De muitos modos, era o que
se poderia chamar de um homem da Renascença: um sofrível poe
ta, extraordinário alpinista e grande caçador de feras, além de um
jogador de xadrez que disputava ao mesmo tempo oito partidas
com os olhos vendados. Era ainda um disciplinado praticante de
ioga e meditação transcendental. Também tentou escalar o segun
do monte mais alto do mundo, o K-2, e por pouco não foi acusado
de haver causado a morte da maior parte da expedição.
Crowley era dotado de uma personalidade sarcástica e sagaz, e
era viciado em cocaína e heroína. Era um homem extremamente
fanático e anti-semita. Mas, acima de tudo, tornou-se um dos
ocultistas que mais se destacaram no século 19 e, certamente, o
mais influente satanista de sua época. Um proeminente ocultista
descreveu Crowley como “a fina flor (...) de todo o corpo do ocul
tismo no Ocidente e sua literatura” .8 Tudo indica que ele era total
mente endemoninhado, da cabeça aos pés!
Crowley acreditava ter feito o que bem poucos ocultistas ti
nham feito — ter atravessado o “Grande Abismo”, um “buraco
negro” espiritual existente entre o 7a e o 8a graus da magia. Ao
atingir esse ponto, tornou-se um M agister Templi (Mestre do Tem
plo), assumindo o principal título de sua carreira na magia — To
M ega Therion — que em Grego significa “A Grande Besta”.
U m N o vo É o n ?
UmA V i s l o S a I â i i í c a
Michael Aquino parecia aspirar ser tal como Aleister Crowley. En
quanto LaVey fez uso de alguns conceitos e ensinos de Crowley à
medida que se adequavam aos seus interesses, Aquino levou bem a
sério Crowley e sua “pregação”. Com efeito, ele via sua missão como:
(...) destruir a influência da religião convencional sobre as
atividades humanas (...) não no sentido de que queremos
que todos se convertam ao satanismo como religião institu
cional, mas de que queremos acabar com todo esse emara
nhado de medo e superstição que tem-se perpetuado em
todas as crenças formais. O satanismo não deve ser conside
rado como simplesmente mais uma religião; deve ser consi
derado, sim, como uma não-religião.12
Logo a questão quanto a Satanás/Set ser ou não uma entidade
real tornou-se uma discussão fervorosa entre os dois mestres da
magia. Como não entrassem num acordo, Aquino buscou orienta
ção com o próprio Satanás, em 2 1 de junho de 1975. SupÕe-se que
Set se manifestou para Aquino e lhe trouxe uma revelação, que ele
intitulou The Book o fth e Corning Forth by N ight [O Livro do Que
a Noite Tem para Revelar].13 Aquino afirma que um novo tempo
de Set — que teve início em 1904 com o trabalho de Aleister
Crowley — estava próximo de se consumar. Seu livro seria a conti
nuação de Liber Al e prenunciava a “Era de Set” .14 Desse modo,
Aquino declara ter sido ungido por Set para ser o verdadeiro suces
sor de Aleister Crowley, ou seja, a “Segunda Besta”, tanto quanto a
Grande Besta profetizada na Bíblia .15
Aquino procurou desassociar-se de algumas das afirmações mais
sórdidas que há na Bíblia Satânica. Isso foi necessário, especial
mente, no final da década de 1980, quando acusações de abuso
sexual satânico começaram a pipocar por toda parte nos Estados
Unidos. Uma boa política de relações públicas exigia que o Tem
plo de Set fosse desvinculado dessas coisas. Apesar de todos os pro
testos, no entanto, é necessário deixar bem claro que o deus e a
“forma de magia” com os quais Aquino se identifica nao exercem
uma influência nada boa! Ainda neste capítulo será demonstrado
que, na verdade, o Templo de Set é uma instituição bem mais peri
gosa e fatal do que a igreja de LaVey.
U m A I i i v o c a ç ã o a o s D e u s e s dAs T r e v A s
D e i x A r S e i F a I a t p o r Si H l e s m o ?
No Capítulo 1:
No Capítulo 2:
No Capítulo 3:
R C o n v e rs A com um Ip s is s im u s
I , ú c i í e i'
C o n f r A r Í A
livres para irem para o céu ou para o inferno, antes disso éramos
todos forçados a ir para o céu, um lugar terrivelmente enfado
nho!
a
Informou-me, ainda, que o cristianismo fora criado por Sata
com
nás como uma contrapartida de simbiose com o satanismo.
— Os cristãos são as ovelhas, e nós somos os lobos — disse.
L i d A n d o
— Para os cristãos, o ato mais sagrado que podem realizar é morrer
pela fé, como mártires. Vão, então, diretamente para o céu. Para o
satanista, o ato mais sagrado que se pode fazer é assassinar um
cristão; de preferência, jovem e virgem!
Assegurou-me que isso invalidava toda “conversa mole” escri
ta sobre o diabo.
Se o diabo realmente quisesse almas, argumentou, por que
faria com que seus seguidores matassem virgens e bebês, quando
esses são os únicos que certamente vão diretamente para o céu? Se
a intenção do diabo fosse roubar almas de Deus, não seria mais
lógico matar pecadores, velhos, não arrependidos?
Tive de admitir que sim. Era estranho, mas, à medida que eu
ouvia Orion falando, observava sua personalidade se desvanecen
do, e algo escuro, bruto, complexo e incrivelmente poderoso ia
surgindo nele. Era muito mais do que o simples efeito da cerveja.
Ele começava a falar com uma inteligência sobrenatural.
Orion, sem dúvida, estava possesso, e eu quis, então, en
tender o ser que estava falando por meio dele! Senti mais poder
emanando dele do que jamais poderia imaginar. O que estava
dentro de Orion sabia que eu queria obter conhecimento e
sabedoria, mais do que qualquer outra coisa, e isso me atraía
pelo valor que representava.
Estava, porém, chocado com a possibilidade de ter um dia
que lidar com sacrifício humano. Isso ia contra tudo o que eu sem
pre acreditara em minha vida. Mas muito do que agora eu acre
ditava era contrário ao que tinha acreditado antes! Lembrava-me
ainda de que fora derramado sangue na minha iniciação na feiti
çaria: meu próprio sangue! Sabia também que, segundo os costu
mes da Wicca, havia ocasiões especiais em que os próprios bruxos
se ofereciam como sacrifícios voluntários para uma causa maior.
Isso provavelmente acontecera no tempo da Armada Espanhola,
quando a Inglaterra se encontrava em perigo de ser invadida,
assim como durante a batalha da Bretanha, na Segunda Guerra
Mundial.
As afirmações de Orion davam um estranho sentido ao uni
verso distorcido de estilo Crowley que eu havia construído para
mim mesmo. Orion dizia que cristãos e satanistas eram feitos uns
para os outros, tal como ovelhas e lobos. Que muitos cristãos não
teriam outro propósito a não ser oferecer a sua vida num altar a
Satanás! Se não fosse assim, como é que o cristianismo poderia ter
permanecido por tanto tempo? E me perguntou:
— É mau o ato de o lobo matar o carneiro, ao fazer exatamen
te o que ele foi criado para fazer?
Tive que concordar com ele que não. Disse-me, então, que a
cada três meses o corpo de uma jovem — geralmente, uma menina
cristã — aparecia no leito de um rio próximo de sua casa, morta
por meios visivelmente satânicos. E, no entanto, nenhuma provi
dência séria era tomada a esse respeito. Ele me disse que as autori
dades sabiam quem cometia esses crimes, mas não ousavam tocar
nessas pessoas por estarem a par de quão poderosas eram elas. De
fato, muitas das autoridades sao satanistas secretos. E de que outra
forma poderiam chegar à posição de autoridades?
— Encare a realidade, meu irmãozinho — disse-me Orion,
com os olhos brilhando de uma lascívia carnal que tocou muito
além do que seria razoável. — Lúcifer é o Deus deste mundo. Todo
poder e autoridade são dele, para os dar e tomar. Até mesmo o
Nazareno admitiu isso. Se você quiser poder ou dinheiro, tem que
tratar disso com “o Dono” das riquezas e do poder!
Então ele arrotou, enchendo o ar da noite de um cheiro de
cerveja. Era algo bastante ilógico estar falando com aquele ciclis
ta semi-alfabetizado sobre questões tão profundas, vendo-o argu
mentar com uma malignidade tão inspirada. Ele me disse que
tinha todo o dinheiro de que necessitava. Adrian o sustentava
com milhares de dólares, depositados numa conta bancária que
tinha em Wheaton.
— Você tem que parar de bancar o bobo com esse lixo da
Wicca e começar a fazer a vontade do verdadeiro Senhor da Luz!
— disse-me, então. — Você precisa tocar na Fonte da Sabedoria
Imaculada, uma sabedoria que não foi atingida pelas almas huma
nas. Você tem muito potencial para ser desperdiçado com esses
trouxas! Eles estão, de qualquer modo, adorando Satanás, só que
são inocentes demais para perceber isso!
Perguntei-lhe, então, o que esperava que eu fizesse.
Ele riu de mim, já fora de si pela bebida, mas, quando falou,
suas palavras foram muito claras. LTma chama escarlate escura co
meçou a tremular por trás de seus óculos escuros — ou será que era
apenas o reflexo dos faróis de carros distantes?
— Faça um pacto, irmãozinho. Prometa servi-lo, dando-lhe o
seu corpo, a sua alma e o seu espírito para sempre, e tudo o que
você quiser, terá!
Continuou ainda, dizendo:
— Por sete anos, você será escravo de Satanás. Ele tomará
conta de você, com todo o cuidado. Depois desse tempo, nosso
Mestre o matará e o levará para o inferno, para gozar uma eterni
dade de êxtase pleno. Se você for realmente um escravo dedicado,
no entanto, talvez ele o deixe viver, para servi-lo por mais sete anos.
Quem sabe? Isso aconteceu comigo.
Senti-me preso a um gélido horror. De algum modo, eu sabia
que ia dar naquilo. Mas, mesmo assim, tive que perguntar-lhe:
— E o que você me diz de Jesus?
Orion sorriu, ou algo sorriu dentro dele.
— Você ainda não percebeu? Ele próprio teve que passar por
isso. Isso acontece com todos para chegarem a Ipsissimus. Lembre-
se do que ele disse: “Não seja a minha vontade, mas seja feita a tua
vontade.” Com quem você acha que ele estava falando?
— Com o Pai — aventurei-me.
— Certo, mas o pai dele é Satanás! O livro deles até mesmo
diz, em 2 Coríntios 4.4, que Satanás é o deus deste mundo. O
próprio Nazareno disse, em João 12.31, que o nosso Mestre é o
príncipe deste mundo. Você não vê?
Vendo-o citar a Bíblia para mim era ainda mais enervante do que
a sua sagacidade sobrenatural. Disse-lhe que iria pensar seriamente no
assunto, e esse estranho diálogo chegou ao fim, naquela noite.
Depois de ter ele saído, com aqueles seus dois acompanhantes
tão diferentes entre si, analisei nosso diálogo com Sharon. Ela não
gostara de Orion. Nem eu, para ser sincero. Ele jamais seria a mi
nha escolha se tivesse que convidar alguém para lanchar.
Ela observou que, de fato, nosso trabalho na magia não nos
havia proporcionado nenhuma prosperidade material. Eu estava
ainda me desgastando num cansativo emprego que tinha, num
ferro-velho, reciclando peças de motor feitas de alumínio, e ela
trabalhava num hospital, fazendo de tudo para conseguir pagar
nossas contas. Mas a idéia de se fazer um pacto a deixava um tanto
intranqüila. Insisti, porém, em que, se Crowley estava certo, então
Satanás (ou Hórus, ou Lúcifer) seria de fato o verdadeiro Senhor
desta era e deste Universo. Jesus o teve como regente, nos 2.000
anos da Era de Osíris.2 Se esse deus de vingança com cabeça de
falcão é quem governava o Universo, fazia sentido estabelecer com
ele um pacto fundamental.
Tudo dependia de decidir em que acreditaríamos: se na
Bíblia ou no Livro da Lei. A Bíblia tinha sido tão distorcida e
pervertida em minha mente — por causa dos nove anos de inter
pretação ocultista e à “alta crítica da Bíblia” — que me era relati
vamente fácil ver como as Escrituras podiam perfeitamente estar
de acordo com a obra de Crowley.
ÍX1 A n i f e s l a - s e o í l n j o d e L u z
O P a c I o e o “Í I l i l A g r e "
1) Inteiramente envolvidos
4) Espíritas culturais
a. Vodu
O vodu, ou voodoo, também conhecido como obeah ou hoodoo, é
praticado principalmente no Haiti e em outros países do Caribe,
na Louisiana e em outros estados do Sul dos Estados Unidos. Este
culto desenvolveu-se como resultado do tráfico de escravos proce
dentes da África Ocidental, levados para o Caribe. Origina-se da
religião ocultista africana conhecida como Juju, que data de mi
lhares de anos atrás, praticada pela tribo achanti, que era adoradora
de serpentes.
A religião Juju foi então sincretizada com o catolicismo, pro
duzindo o culto a toda uma gama de entidades ou divindades
demoníacas. Essas entidades, em sua maioria, são identificadas
com santos católicos. Por exemplo, imagens de São Patrício sao
usadas para personificar Danballah, o principal deus-serpente,
porque as gravuras católicas geralmente mostram São Patrício ex
pulsando serpentes da Irlanda. Os rituais do vodu geralmente
são executados pelo ogã (sacerdote) ou pela mambo (sacerdoti
sa). Grande parte dos rituais é para que os praticantes sejam in
corporados pela entidade.
b. Candomblé e Umbanda
São praticadas no Brasil. São também um sincretismo do catolicis
mo com as religiões africanas, principalmente de tribos da Nigéria
e do Congo (Nossurubi, Nagê e Malei). Tal como no vodu, os
pais-de-santo (sacerdotes) sincretizaram as entidades africanas
(orixás) com os santos católicos. São quatro os principais compo
nentes do ritual candomblista: adivinhação, sacrifícios (geralmente
de animais), incorporação de espíritos e iniciação. Há uma linha
que é mais voltada para o mal, a quimbanda.
d. Paio Mayombe
• • •
N oI as
R V in d A dos I l u m i n ó i d e s
Turbilhões Primordiais
(Centro Galáctico)
Saturno
“Kerridwen
“Cronos”
Dor
d a
C iledril
"3
Mercúrio Vênus
M7
“Thoth” “Afrodite"
“Hermes” Rhiannon
Terra
“Gaia'’
Deméter'
A C A t e d r A l dA D o r
Not AS
Os S A d u c e u s G s t l o d e V oI í a
V e n d o o DÍAbo em T u d o ?
í H a I C o m " 111 “ Ü I a í ú l s c u I o
N oías
C u m p re
era praticamente vencida pela excitação dos impulsos que agita
vam meu interior.
Orion, com um gesto de camaradagem, bateu de leve no meu
se
joelho e disse:
í i ão
— Não se preocupe, não será de imediato. Temos de fazer
certas coisas antes. Quem sabe começando com algumas oblações
a us a
menores...
C
— De que tipo? — consegui perguntar, mesmo com a boca
sem
totalmente seca.
— Bem, em parte é por isso que estou aqui. Você viu esse cara
íllAldiçÃo
que eu trouxe comigo?
Meneci a cabeça em sinal de assentimento.
— Seu nome não é importante agora. Esse sujeito é um m ehum
[nossa desdenhosa palavra em código significando “mero hum ano”,
isto é, um simples ser humano que me procurou em Chicago. Ele
quer dar um jeito na sua ex-mulher. Pagou-me em “dinheiro vivo”
para fazer um trabalho psíquico contra ela. Parece que ela está lhe 165
causando muitos problemas; tem a custódia dos filhos, mas é um
tanto desequilibrada. Você conhece esse tipo de história.
Ele prosseguiu com a sua trama:
— Disse-me que daria sua alma ao Mestre se conseguíssemos
uma maldadezinha feita à distância. Entende o que eu quero dizer?
— Sim. E qual é o meu papel, nesse caso?
Orion encolheu os ombros.
— Bem, achei que você gostaria de colaborar com suas energias
para essa maldição. Vamos ter que fazer um ritual bem caprichado
de destruição, incluindo o sacrifício de um animal. Então, quando
a “ex” dele apagar, você terá parte do crédito.
— “Crédito”?
— Você sabe como é, irmãozinho. Todo mundo que você ma
tar a serviço de Satanás torna-se um sacrifício para o Mestre. Não
importa se for um esquartejamento num belo acidente de carro a
150 quilômetros de distância daqui, ou alguém levado amarrado a
um altar, se retorcendo todo, com um punhal apontado no pesco
ço. Torna-se carne morta e passa a pertencer ao Mestre para sem
pre. E eu vou permitir que você tenha uma parte da recompensa!
— ele me observou com muito interesse para ver como eu reagia.
— Você já fez trabalhos de maldição antes, nao é mesmo? — apres-
sou-se, então, a perguntar.
— Claro! — respondi.
Num certo sentido, era verdade. Eu tinha me envolvido com
“guerras" de magia, muito freqüentes entre os feiticeiros da nossa
região. Até mesmo os bruxos da linha “branca”, como os da Wicca,
crêem que têm o direito de se defender por meio de magia, quando
atacados. Há uma doutrina bem difundida entre os participantes
da Wicca, conhecida como Lei do Tríplice Retorno. Como feiticei
ro, a pessoa tem o direito (e até o dever) de retornar de modo triplicado
qualquer bem ou mal que lhe tenha sido feito. E a sua forma parti
cular de concepção da doutrina do carma. Assim, nos sentíamos no
direito de nos defender, quando atacados. Se o que fazíamos era ou
nao, realmente, uma maldição, isso era outro assunto.
Além disso, uma ou duas vezes, em meus primeiros anos como
feiticeiro, eu tinha amaldiçoado algumas pessoas que achei que
mereciam isso, sem que tivessem me atacado antes. Uma delas
foi um homem que conheci em Dubuque. Era um hippie, adepto
do uso de drogas e do amor livre. Tinha alcançado grande repu
tação de conseguir muitas garotas, mesmo bem jovens, para fazer
sexo com elas, descartando-as, em seguida, de maneira rude. Di
zia a cada uma delas que as amava e gostaria de casar com elas,
seduzindo-as, para logo em seguida despachá-las como algo des
prezível. Fez isso à irmãzinha de um amigo meu, que freqüentava
um de nossos cursos na W icca. A chei que aquele
“bestalhão”merecia ser punido. Para mim, ele estava pervertendo
mulheres que eram imagens da Deusa-mãe que eu adorava. As
sim, lancei uma maldição sobre ele, tornando-o incapaz de prati
car o sexo.
Pelo que sei, ele ficou daquele jeito pelo menos durante o tempo
p r e
em que moramos em Iowa, ou seja, por alguns anos. Presumo que
C u m
o feitiço já se tenha, a esta altura, desgastado. Mas não é preciso
dizer que lhe causei um grande dano.
se
De outra vez, foi quando ainda estava radiante com o êxito da
n l o
minha magia sobre esse hippie. Antes de eu ter conhecido minha
esposa, havia uma moça que estava treinando para sacerdotisa da
a u s a
Wicca. Tinha conseguido para ela algumas jóias de bruxaria, com
C
pradas numa livraria ocultista de Milwaukee. Era um bem adorna
sem
do colar, um anel e uma pulseira, todos de prata. Seriam suas bigghes,
ou “jóias oficiais” da bruxaria, como se fossem as “jóias da coroa”
i T l A l d i ç A o
do grupo de bruxaria local. Não era nada de muito caro ou requin
tado, mas tinha para mim um grande significado espiritual. Aque
las jóias tinham sido consagradas num Círculo de Deusas da Wicca,
segundo as tradições.
Durante um evento, as jóias foram roubadas da sua pentea
deira, por uma amiga. Tanto ela como eu ficamos muito aborreci
dos e lançamos uma bruxaria. Invocamos a Deusa, para que 167
amaldiçoasse a ladra ou a forçasse a nos devolver as jóias. Dias
depois, a moça, que certamente não tinha mais do que 18 anos,
caiu e rolou pela escada do seu apartamento e ficou paralítica da
cintura para baixo.
Nao nos sentimos nada bem com isso. Então, tomei a resolu
ção de que, dali em diante, não me envolveria mais com maldi
ções. Agora, como satanista, estavam me pedindo para começar a
fazer isso de novo. Desta vez, a vítima seria uma mulher, possivel
mente inocente, cujo único crime era o de ter sido a esposa daque
le cidadão. Isso me incomodou muito, mas eu não tinha como
recusar.
ApOSl ASÍ A?
O K í I u a I de D esI r u i ç Ã o
Cumpre"
houve evidência alguma de que a maldição tivesse tido sucesso; a
pior coisa que aconteceu com a mulher foi um resfriado. Aparente
mente, era o primeiro fracasso de Orion (e, num grau menor, meu
se
também). Fizemos ainda vários rituais adicionais, mas a ex-mulher
n Ao
de Andy demonstrou ser inatingível!
Claro que Andy nunca recebeu seu dinheiro de volta.
Causa
Alguma coisa estava impedindo que as maldições funcionas
sem. Foi nessa época que comecei a ter uma premonição de que
sem
havia poderes que ultrapassavam o poder de Lúcifer. Apenas não
conseguia imaginar que poderes seriam esses.
ç Ao
i
1da
Nol AS
fll
1 Naquela ocasião, eu ainda não sabia que os adventistas não acreditam num
inferno eterno, mas na aniquilação total dos maus. Neste, e em diversos
outros pontos importantes, carecem de uma base bíblica doutrinária. To
davia, pessoalmente, não os considero uma seita, no mesmo sentido dos *73
mórmons ou das testemunhas de Jeová. Muitos dos adventistas que conhe
ci parecem-me novas criaturas em Cristo, apesar de se encontrarem presos
ao seu estranho sistema legalista, que é quase um judaísmo.
R e s p o s l A s a RlguniAs
PergunlAs Difíceis
D i f í c e i s
tão desses abusos. Por outro lado, também, até mesmo nós, os
cristãos, temos a tendência de negar a ocorrência de coisas malig
nas em nossa sociedade. O nosso coração é enganoso, mais do que
P e r g u n l A s
todas as coisas, mais do que a nossa possibilidade d e com preendê-lo
(ver Jr 17.9). Preferimos pensar que as pessoas, em princípio, são
amáveis, boas e íntegras. Infelizmente, porém, afirma a Bíblia, não
as
é nada disso (cf. Rm 3.10,23)
11 lg um
Prevalece, assim, a possibilidade de que o abuso de crianças, a
violência contra mulheres e o satanismo organizado vêm existindo
a
há vários séculos, sem que ninguém estivesse m uito interessado em
R e s p o s l A s
ou vir fa la r a respeito. Não faz muitos anos, se uma jovem viesse a
seu pastor e lhe contasse, por exemplo, que seu pai a tinha molesta
do sexualmente — sendo o pai alguém da liderança da igreja — , a
jovem seria severamente repreendida como mentirosa. Agora, sa
bemos que não há praticamente diferença alguma entre a ocorrên
cia de um incesto em lares cristãos e não-cristãos. Se a Igreja pôde
“perder o trem” nos casos de abuso infantil, por que não poderia
tê-lo perdido no caso do satanismo?
Outra possibilidade, ainda, é que Satanás está realmente p o n
do lenha na fogu eira nos dias de hoje, porque estamos provavel
mente nos últimos dias. Pessoalmente, creio que o Senhor Jesus
Cristo está voltando muito em breve. É uma ocasião, portanto, em
que Satanás se mostra disposto a aumentar o seu ataque sobre as
pessoas, individualmente, sobre as famílias e a sociedade em geral.
Vale observar que, comparativamente, há bem poucas men
ções da atividade demoníaca no Antigo Testamento. Além de inci
dentes isolados com pessoas, como Saul, é uma ocorrência extremamente
rara. No entanto, nos relatos dos evangelhos e no livro de Atos, a
atividade demoníaca literalmente explode em cena. Literalmente
legiões de demônios parece que são liberadas na Judéia e na Galiléia.
Isso tem sido destacado por estudiosos da Bíblia, que especulam
haver Satanás intensificado sua atividade, a partir do momento em
que tomou conhecimento de que Jesus se encontrava na terra.
Pois bem, se esse “ativismo total” satânico ocorreu durante a
primeira vinda do Senhor, não é de esperar que também ocorra
antes e durante a sua segunda vinda? Sabemos que a Bíblia diz que
a atividade demoníaca aumentará nos dias que antecederem o
Arrebatamento e durante o período da Grande Tribulação (lTm
4.1-3; Ap 9.2-11; 16.13). Não será, portanto, esse visível aumento
no satanismo, nos endemoninhamentos e nos rituais satânicos uma
parte de tal fenômeno profético? Em outras palavras, tudo pode
ser, até, algo novo que Satanás esteja fazendo para conseguir o maior
número possível de pessoas, antes da Segunda Vinda do Senhor.
Observemos, também, que as duas explicações podem ser vá
lidas, e uma não exclui a outra. Ambas podem estar corretas. Tanto
o satanismo pode existir há vários séculos (o que é demonstrado
historicamente) quanto, ao mesmo tempo, o diabo pode estar ace
lerando o seu ataque, por entender que pouco tempo lhe resta.
É importante saber, ainda, que, já por alguns anos, cristãos
com discernimento têm estado em oração, pedindo que essas obras
das trevas venham à luz à vista de todos. O pecado precisa ser ex
posto para que o arrependimento possa ocorrer. Esses guerreiros da
oração têm bombardeado os céus com intercessões no sentido de
que as tramas de Satanás sejam reveladas ao mundo, para que as
pessoas tenham conhecimento disso tudo, arrependam-se e vol
tem-se para o Deus vivo.
Por mais contristadores que sejam esses relatos sobre as ativi
dades do satanismo, bem podem significar que o Senhor está le
vantando uma grande e tremenda fervura embaixo da sociedade.
A ironia em tudo isso é que, ao mesmo tempo em que alguns
cristãos têm lutado com muito empenho, fazendo poderosas ora-
■>ções para que sejam expostas as infrutíferas obras das trevas (Ef 5.11),
outros cristãos (nominais e verdadeiros) têm respondido a essas
revelações de dois modos: enterrando a cabeça na areia acadêmica
ou da Psicologia, ou, até mesmo, atacando aqueles que estão ex
pondo à luz os pecados e os crimes dos servos de Satanás.
• Por Que a Igreja Não Tem Discernido Espiritualmente Esse
Problema?
Esta é uma pergunta que se relaciona, em grande parte, com
o conflito cultural a que acabamos de nos referir. O motivo pelo
qual tudo isso passou despercebido no passado é a Igreja ter sido
contaminada por uma atitude racionalista e contrária ao sobre
natural.
Além disso, em termos de posição política, temos que consi
derar que, em dois milênios de cristianismo, por cerca de 1.600
anos a “Igreja” foi unicamente a Igreja Católica Romana, uma ins
tituição não muito dada a ter discernimento espiritual.
Falemos de História por um momento. Do ano de 350 d.C.,
aproximadamente, até os anos de 1500, a Igreja Católica perse
guiu e martirizou autênticos cristãos, que realmente criam na
Bíblia. Assim, a única Igreja que teria alguma condição de agir
contra o satanismo e o abuso ritual estava muito ocupada em quei
mar bruxas (fossem de fato ou tomadas como tais) e em matar
cristãos verdadeiros, crentes na Bíblia.2
Os verdadeiros cristãos formavam um movimento clandesti
no praticamente sem poder político algum. Mesmo que tivessem
discernimento dos perigos do satanismo, eles estavam muito ocu
pados em sobreviver, sem condições de fazer qualquer coisa a res
peito, a nao ser orar.
Sob outro enfoque, a Igreja Católica criou, talvez não inten
cionalmente, um problema. Como muitos sabem, transformou a
questão de caçar adoradores de Satanás numa brincadeira sem
graça, trágica, antibíblica e supersticiosa. Em vez de se guiarem
por meio das Escrituras, os líderes da Igreja Católica (dominicanos,
em sua maioria) apoiavam-se em superstições e em seus próprios
esforços para descobrir os obreiros do diabo. Você era canhoto?
Então, devia ser bruxo! (O termo “sinistro” provém de vocábulo
latino que significa “mão esquerda”!) Você tinha um olho defei
tuoso? Era outro indício! No caso de mulher, se tivesse marcas es
tranhas no corpo, seriam por causa de seus “espíritos familiares”!
Você sofria de epilepsia? Então era bruxo, ou bruxa, com toda a
certeza!
Todo esse lixo supersticioso (e antibíblico) levou a cultura eu
ropéia para os braços do racionalismo e trouxe ao cristianismo (ou
melhor, ao catolicismo) uma péssima imagem! Isso favoreceu to
talmente o jogo do diabo.
Por volta do século 19, a maioria das pessoas do Ocidente,
de qualquer nível de instrução, já tinha visto o suficiente em ma
téria de caça às bruxas e aos endemoninhados. Então, os demô
nios passaram a ser relegados à África, por “estar ainda em grandes
trevas”, e a outros lugares de “nativos supersticio so s e
incivilizados”, que não tinham sido expostos “à maravilhosa luz
da ciência moderna”. As pessoas civilizadas com problemas de
moníacos eram, na m aior parte dos casos, rotuladas como
dementes ou com insanidade mental (apesar de que é difícil com
preender, cientificamente, como a mente — q u e p erten ce a esfera
espiritual, e não física — p o d e fic a r doente!).
Por ter a Igreja Católica Romana dado à Bíblia uma imagem
negativa, as pessoas passaram também a ignorar o testemunho bí
blico sobre a realidade da ação demoníaca. Deste modo, o motivo
por que a Igreja não discerniu e não agiu contra aquelas atrocida
des não se aplica ao período após a Reforma Protestante.
Ainda assim, um cuidadoso estudo da Bíblia mostra-nos que
em nenhuma parte das Escrituras o Senhor promete revelar à sua
Igreja tais obras de iniqüidade. A missão primordial da Igreja é
pregar o evangelho aos perdidos (Mt 28.18-20). Sua missão secun
dária é ministrar as necessidades dos santos, ajudando-os a crescer
até a plenitude de Jesus. Isso, às vezes, implica ministrar a pessoas
na área de libertação da opressão demoníaca.
A Igreja não foi designada para ser uma força policial do tipo
que faz “busca e destruição”. Toda vez que a Igreja saiu em busca
de ímpios e criminosos, e os puniu, os resultados, a longo termo,
foram desastrosos. Como não há evidência bíblica alguma de que
o Senhor deseja que a sua Igreja saia por aí descobrindo grupos
satânicos, como esperar que Ele possa estar conduzindo líderes da
Igreja, de maneira sobrenatural, a expor esses grupos?
D i f í c e i s
Certamente que temos o direito de buscar o discernimento
espiritual para detectar falsos irmãos em nosso meio (1 Co 12.10;
1 Jo 2.18,19; 4.1-4), ou identificar grupos satânicos que pos
P e r g u n l A s
sam estar ameaçando os membros das igrejas locais. Infelizmente,
até hoje, muitas vezes, não se buscou esse discernimento. Na
verdade, o discernimento espiritual total tem sido uma parte,
as
negligenciada do ministério do Espírito Santo na Igreja até os
Al cjum
dias atuais.
Agora que pastores e obreiros cristãos aprenderam a orar e a bus
a
car esse tipo de direção do Espírito, tais coisas vêm sendo expostas!
R e s p o s l A s
Louvado seja o Senhor! Antes, quando os cristãos ignoravam festi
vamente tais perigos, ninguém orava por ajuda ao Espírito Santo.
D i f í c e i s
A condição física da vítima de ser realmente virgem nem sem
pre é requerida, pela impossibilidade de se garantir a virgindade
nestes dias de licenciosidade sexual (especialmente nas hipóteses 2
P e r g u n l A s
e 3 acima). Mas, quando é de fato virgem, é tida como uma oferenda
com atributos excepcionais para a magia, pois Satanás e seus escra
vos têm o maior prazer na profanação da inocência. Com freqüên
cia, há crianças que, criadas dentro do grupo satanista, são mantidas
fllgu m A s
virgens, no sentido técnico da palavra. São sim plesm ente
brutalizadas de outros modos.
Em seguida, na lista dos possíveis candidatos ao sacrifício, acham-
a
se os cristãos, de qualquer idade, especialmente aqueles que no pas
R e s p o s l A s
sado foram servos de Satanás. São mais difíceis de serem obtidos e,
geralmente, requeridos somente nos mais elevados níveis de
satanismo. Tais pessoas — quase sempre adultas — têm de ser se
qüestradas, o que torna esse tipo de sacrifício relativamente raro. E o
que contribui neste sentido é que o Senhor protege seus filhos, e de igs
modo geral os servos de Satanás não podem tocar neles, exceto em
casos bem raros quando o Senhor permite que crentes sejam marti-
rizados para cumprirem seus propósitos, em prol de sua glória.
A última classe de vítimas são adolescentes e adultos que não
se enquadram em nenhuma das categorias anteriores. São os sacri
fícios tidos como de “menor valor”, mas constituem uma solução
melhor do que a de não haver sacrifício algum. E importante com
preender que, em certos rituais, os satanistas acreditam que neces
sitam ter a “energia mágica” de um sacrifício de sangue para
apaziguar a ira do seu m estre. P ortanto, num a situação
desesperadora, podem lançar mão de qualquer ser humano. As pes
soas escolhidas poderão ser:
1. Satanistas do próprio grupo, que tenham deixado de cum
prir, de algum modo, e em grau maior, a vontade do diabo.
2. Aqueles que não têm familiares, ou pessoas de rua, cujo
desaparecimento não deixe pistas para investigação.
3. Pessoas (geralmente mulheres) seqüestradas. Mais uma vez,
isto é pouco freqüente, por causa dos riscos perante as autoridades.
As mulheres são consideradas mais valiosas do que os homens
como vítimas, e os adultos mais jovens são de maior valor do que
os da terceira idade.
Do exposto, então, pode-se concluir que não faltam lugares e
modos pelos quais vítimas de todas as idades possam ser obtidas
para os sacrifícios.
D i f í c e i s
condição de se envolver, a não ser contando com provas muito
boas e evidentes. Tais provas geralmente não existem. E, se eventu
almente descobertas, o grupo satanista pode enviar elementais de
P e r g u íilA s
fogo (demônios) para queimá-las completamente ou consumi-las
de outro modo no local em que se encontrem, antes que o caso
chegue à Justiça.
Além disso, as primeiras pessoas que, numa cidade, os satanis
t l l g u m A S
tas procuram atrair são oficiais de justiça e outros que atuam no
judiciário. Tais pessoas são “convertidas” à confraria pelos mesmos
métodos mencionados anteriormente com respeito aos agentes fu
a
nerários, bem como por meio de ramos inferiores do satanismo,
R e s p o n l A S
como, por exemplo, a Maçonaria.6 A presença dessas pessoas pra
ticamente assegura que aqueles casos jamais sejam julgados.
F a I I a de Sisíem A ?
N oI as
D i f í c e i s
Jeová. Sua única unidade se dá em nível espiritual, uma vez que todos
recebem ordens da mesma fonte — de Satanás e seus demônios. Há
bem poucas ligações entre os vários ramos e muita diversidade no
P e r g u n l A s
modo como alguns dos rituais são feitos, havendo, assim, também,
diferentes formas pelas quais os restos mortais são eliminados, nos di
ferentes grupos.
4 R a sc h k e , p. 1 0 5 .
fllgu m A s
5 Tais filmes “pesados”, produzidos clandestinamente, são vídeos de por
nografia explícita em que pessoas, geralmente mulheres ou crianças, são
sexualmente brutalizadas e em seguida mortas realmente diante das
a
câmeras. Esses filmes são difíceis de serem produzidos e adquiridos, mas
K e s p o s l A S
existem em grande número. Algumas lojas e certos serviços especializa
dos da Internet são usados por pessoas pervertidas para a compra ou
permuta de tais filmes.
6 Veja M açonaria — Do Outro Lado da Luz, op. cit, para mais informa
ções sobre as ligações do satanismo com a Maçonaria. 189
Ten. Larry Jones. Arquivo 18, Boletim #91-3, p. 7-8. CCIN, Inc. P.O.
Box 3696, Boise, ID, USA — 83703-0696.
Os T ú n e i s de Ti j p Ho n
Os T e r r í v e i s S e n H o r e s d o G s p A ç o C ó s m i c o
0 C 1 a m o 1- a C í h u Ihu
Alexandria Pendragon,33°
d 33 c July.13,1980
July,13.1980
Sovereign Grand Inspector Gen.,33°
Illuminatis Primus,
Societe Des Illumines
Northern,U.S.A.
Thaumiel
“Deuses
Gêmeos’’
Satariel
T ijp H o n
Escondido' Escondedores’
de
T ú n e i s
' Golachab Gha agsheblah
‘Inflamantes' n
cc
o
199
Samael A’arab Zaraq
Caluniador Corvo de Dispersão”
Gamaliel
"Traseiro
.Obsceno”
Túneis
de Typhon
Pa i *a D e n t r o d o s T ú n e i s
0 L a (Io G s c u r o do é d e n ?
N o l AS
TijpHon
sangue ou leite humano. Nunca tivemos um.
8 Esse excêntrico jogo de palavras tem um significado mágico. Eqüivale à
soma de 77 7 e tinha para Crowley um profundo sentido em seu sistema
de
de magia.
Túneis
co
o
2°5
Deseriores d.As T r e v A s
“ R F e i l i c e i r A N âo D e i x A r Á s V i v e r ? ”
T e s l e m u n H o s N ão í l l u i l o T í p i c o s
XrevAS
gas ou hábitos sexuais pervertidos, normalmente não é tão severa
mente atingido como os três primeiros.
Tanto rapazes como moças podem sofrer de maus-tratos, mas
( I as
as moças geralmente são vítimas mais freqüentes, por motivos
Deseriores
diversos.
Como mencionado anteriormente, existem amplas varieda
des de satanismo no mundo ocidental. Isto significa que há gran
des variações nos rituais, que, por sua vez, produzem diferenças
significativas no que diz respeito às vítimas. Não obstante, há cer
tas semelhanças que podem ser observadas nas pessoas que passa
ram por ARS, mesmo naqueles posteriormente salvos. Na maioria
dos casos, passaram por:
• Situações em que foram forçados a tomar drogas (narcóti
cos e alucinógenos), submeter-se à hipnose, em parte por motivos
esotéricos ou alquímicos, em parte com o propósito de “desenvol
ver o poder da mente”.
• Freqüentes períodos de um forçado isolamento de seus pais
e/ou de todo contato humano.
• Molestaçao sexual num ritual, para assegurar a posse demo
níaca da criança e perverter para sempre o ato sexual (que o Senhor
criou para ser algo bom) em sua mente e em seu coração. Geral
mente, a criança passa repetidamente por todo tipo possível de
perversão, muitas vezes sob o efeito de drogas alucinógenas.
• Participação forçada em sacrifícios rituais, tanto de animais
como humanos.
• Perversões de eventos bíblicos, em rituais — sendo crucifi
cado, açoitado, sepultado e depois “ressuscitado” pelo sumo sacer
dote satânico.
• Ritos pervertidos de batismo e comunhão, levando a ter
medo de água, de banheiras e banheiros e de pessoas em trajes
clericais. Crianças são “batizadas” com maior freqüência de modo
a quase se afogarem na banheira. As vezes, as pessoas são imersas
em sangue.
• Uso de urina, drogas alucinógenas, sangue, sêmen ou fezes
como elementos, de “comunhão”, “água-benta” ou “óleo de un-
ção”. Isto causa medo de ser ungido e medo do sangue de Jesus.
• Indução forçada à pornografia infantil e à prostituição.
• Rituais de novo nascimento (zombaria à experiência do novo
nascimento cristão), às vezes induzido por meio de alucinógenos,
às vezes de um modo real. Isso significa a criança ser posta dentro
da carcaça costurada de uma vaca, ou égua, morta (ou ainda, mui
to raramente, no ventre de uma mulher grávida morta que teve o
feto removido), ficando lá durante algum tempo. Então, é retirada
através do canal de nascimento e “nasce de novo”, recebendo um
novo nome satânico com o qual é “batizada”.
• Uso de minúsculas agulhas e pinos em áreas sensíveis do
corpo, especialmente naquelas relacionadas com os meridianos da
acupuntura. Uso também de eletroacupuntura e choques elétricos
de alta voltagem.
• Abortos forçados (para jovens adolescentes) ou ser forçada a
matar ritualmente o próprio filho.
• A infame experiência do “buraco negro”, em que uma crian
ça é pendurada pelos pés de cabeça para baixo num profundo e
escuro buraco cheio de coisas detestáveis (gatos mortos,
excrementos, etc.), ficando ali durante um dia ou dois.
• Processo de fragmentação da personalidade, deliberadamente
induzida.
Peço desculpas pelo conteúdo de mau gosto do que acabei de
expor, mas foi necessário, para esclarecer alguns dos problemas que
os sobreviventes do ARS enfrentam. Como se pode constatar, é
um verdadeiro testemunho do poder de Jesus Cristo o fato de que
tais pessoas possam até mesmo desempenhar as atividades mais
simples depois de salvas dessas horríveis experiências — muitas
delas ocorridas em sua infância.
Algumas questões precisam ser esclarecidas, de modo que va
TrevA S
mos dedicar um capítulo ao exame da base racional para uso de
drogas, hipnose e fragmentação da personalidade. Além disso, há
determinados sintomas físicos que podem ocorrer em pessoas que
d as
passaram por esse tipo de abuso. Há muita gente que apresenta
es
esses sintomas sem nunca ter tido qualquer envolvimento com ARS,
D e s e r t o r
mas a presença de mais de um ou dois deles pode ser significativa.
Alguns dos sintomas são bem conhecidos, e outros observamos em
nós mesmos ou em dezenas de pessoas com quem trabalhamos:
1. Fotossensibilidade aguda — não poder olhar para a luz do
sol ou luzes fortes. Também sensibilidade à iluminação fluorescen- 2X5
te e à emissão de microondas.
2 . Anomalias químicas no sangue, incluindo o aparecimento
de raras substâncias químicas nos exames de sangue, sem causa
física conhecida. Também alteração do grupo sanguíneo (algo que
a ciência considera impossível).
3. Epilepsia do lado direito: embora possa ser uma enfermida
de cerebral, pode ser também sinal de a pessoa ter passado por
ARS, tendo, portanto, origem de natureza espiritual.
4. Estranhos tiques nervosos nas mãos e nos dedos — sinais
inconscientes, em que maldições reais estão sendo transmitidas por
meio de “mudras”, isto é, posições místicas na mão e nos dedos
que são uma versão ocultista da linguagem por sinais — em geral,
inteiramente desconhecidas da própria vítima.
5. Peso excessivo ou alimentação desordenada.
6 . Longas falhas na memória da infância. Lembranças de ter
dormido por um longo período de tempo.
7. Dores de cabeça de origem desconhecida.
8. Problemas musculares e doenças genitais. Também disfunção
sexual ocasional.
Uma lista mais completa, que entra em maiores detalhes (para
uso, principalmente, por pastores e conselheiros) é apresentada no
Apêndice II.
ÊpocAs d e P e r i g o
s
Os cristãos (e a maioria das pessoas no mundo secular) têm
Trev.i
“gatilhos” emocionais relativos ao Natal, que lhes trazem lembran
ças, associações e fortes sentimentos. Ao ouvir certo cântico, o “ga
d As
tilho” da pessoa dispara, atiçando sua memória ou despertando
D e s e r t o r e s
reações emocionais. Isso, evidentemente, é totalmente normal e
inocente. Contudo, para o participante do satanismo, é possível
que certas imagens, palavras, músicas ou gestos sejam usados para
reforçar os comandos de esquecimento de certos acontecimentos
dramáticos por que passou. Por exemplo, se a pessoa foi levada a
assistir a uma cerimônia de partida de uma feiticeira num cabo de 2*7
vassoura, num dia de Halloween, poderá receber um “gatilho” que
posteriormente lhe bloqueie a memória do terrível ritual.
Um exemplo ainda mais sinistro seria o de um “gatilho” que
constitui uma palavra. Uma menina, ainda bem jovem, é drogada
e/ou hipnotizada e recebe o comando de que, ao ouvir determina
da palavra, terá de agir de certo modo. Assim, na véspera de uma
festa satânica importante, ela — agora já em idade adulta — rece
be um telefonema. Aquele que fala do outro lado da linha lhe diz
então aquela palavra do “gatilho” (é sempre uma palavra especial
mente escolhida que não de uso normal, possivelmente o nome de
um demônio). Ao ouvir a palavra, a mulher entra num transe pas
sivo, hipnótico, e sem alarde deixa a sua casa e vai para um lugar
onde se encontra com o pessoal do grupo. Estes o levam, então, até
um festim satânico e a forçam a participar de rituais profanos, tra
zendo-a depois de volta para casa. Ela acorda, no dia seguinte, não
se lembrando dos horrores daquela noite (exceto com uma vaga
sensação de ter tido um terrível pesadelo). Mas ficou com nova
camada de malignidade, acrescentada à sua alma, já cheia de senti
mentos de tortura.
Quando retornarmos a este assunto, mostraremos como o
Senhor pode libertar a pessoa dessa prisão. Todavia, se você é um
crente com um chamado para a intercessão, é importante conhecer
as datas em que estas festas satânicas ocorrem, pois lhe servirá de
guia quando orar, e de como fazê-lo, para derrubar as fortalezas
que cercam esses eventos. Também lhe possibilitará saber como
orar pela proteção do seu pastor e de líderes cristãos que venham a
entrar num nível mais acirrado da batalha espiritual, nestes dias
atuais, em que grupos de magia têm penetrado com maior intensi
dade em toda parte.
Outro ponto a considerar é que, além das datas de eventos, o
sobrevivente do ARS tem outros momentos em sua vida em que
poderá ser mais propenso a vulnerabilidade, em que pode vir a ser
alvo do grupo com que tenha se envolvido, pois são dias em que
procurarão fazê-lo voltar a cair na sua malha de manipulação.
Um desses dias, que precisa ser vigiado com muito cuidado, é
o do aniversário da pessoa, ao atingir determinadas idades. Geral
mente, no caso de crianças que sofreram o ARS, o abuso inicia-se
somente por volta do seu quarto aniversário. Por incrível que pare
ça, é porque muitos satanistas acreditam que, antes dessa data,
Deus protege seus filhinhos de um modo especial, não podendo
ser corrompidos.
Na maioria das seitas satânicas, são os seguintes os dias de
aniversário que precisam ser especialmente vigiados:
1 . 0 4“ aniversário — quando os rituais e os abusos normal
mente começam.
2. Aos 13 anos, meninas, e aos 14 anos, meninos (ou no
aniversário de sua puberdade, o que ocorrer primeiro) — é quan
do a criança, se possível, é dedicada outra vez, mediante “noivado”
com Satanás, ou forçada, a menina, a engravidar.
3 . 2 1 2 (7 x 3 ) aniversário — em alguns grupos, é quando a
pessoa é levada de volta ao grupo para maior programação profun
da e doutrinação.
4. 28a (7x4) aniversário — período bastante crítico, especial
mente se a época da puberdade não foi, por alguma razão, objeto
da ação ritualística do grupo. Este aniversário, tradicionalmente,
implica assumir com maturidade o sacerdócio satânico (tanto para
homens como para mulheres). Com freqüência, “gatilhos” pro
fundamente inseridos na pessoa começam a disparar com muita
intensidade. Se a pessoa já está em Cristo, esses dias podem vir a
ser muito estressantes, com muitos pesadelos, impulsos e compor
tamentos anormais.
5. 56- (7x8) aniversário — outro período bastante crítico.
Ocorrem também “gatilhos”. Não havendo orações adequadas e
intervenção pelo poder de Deus, os “gatilhos” poderão levar a pes
soa de volta ao grupo e a situações em que se verá forçada a abusar
de outras pessoas, completando assim o ciclo.
A puberdade é um período extremamente importante para a
criança que sofreu abusos, tanto sob o aspecto emocional como
espiritual. Os feiticeiros acreditam que a puberdade é quando as
habilidades mediúnicas “naturais” de uma criança começam a
alcançar seu pleno poder.
Especialmente para uma jovem, isso é tido como uma oportu
nidade única para que seja explorada até o limite de sua capacida
de, de modo a extraírem dela o máximo grau de benefícios para o
grupo. Assim, é feito um esforço incrível para levar a jovem de
volta ao grupo — pela sua própria vontade, se possível, ou mesmo
contra sua vontade, se necessário.
E claro que nenhuma dessas coisas está rigidamente determi
nada a acontecer, e o ex-participante do grupo que foi salvo por
Cristo poderá frustrar todos esses planos diabólicos. Louvado seja
o Senhor! No entanto, muitas vezes será necessário que haja ora
ção, aconselhamento e ação de libertação, para se livrar totalmente
das amarras de encantamentos, impulsos e gatilhos escondidos no
seu interior. Oração e vigilância são necessárias sempre para aqueles
que deixaram os grupos satânicos — especialmente em certas da
tas do ano e na época de aniversário.
Se os cristãos, com muito amor, ajudarem as pessoas a se livra
rem de suas “cargas”, elas poderão triunfar sobre as trevas que este
jam insistindo se apossar delas e firmarem sua vida no Senhor!
E disso que na verdade elas precisam, e minha oração é no
sentido de que o Corpo de Cristo se faça presente para lhes ofere
D e s l r o n A d o
N o í AS
22°
0 ProfAiio (Jt a a I
como Glastonbury.
Depois da morte de José e seus 12 parceiros, no início do se
gundo século, o Graal teria se perdido. Neste ponto, a lenda se
divide em diferentes versões. Algumas associam a busca do Graal,
que teria acontecido então, com um misterioso Rei Pescador, que
fora ferido e cujo ferimento somente poderia ser curado se o Graal
lhe fosse entregue por um genuíno cavaleiro. Outras versões dizem
que o Graal foi parar nas mãos do semi-místico rei Artur e seus
Cavaleiros daTávola Redonda. Outros ainda o relacionam aos mis
teriosos Cavaleiros Templários e suas cruzadas ao Oriente Médio.
Mais recentemente, alguns estudiosos afirmam que toda a lenda
do Graal não passa de puro paganismo com aparência cristã. J á
havia antecedentes pagãos do Graal, tanto na Inglaterra como em
outros lugares, sendo os mais notáveis as lendas galesas do “angus
tiante Annwyn (expressão galesa que significa Hades, ou inferno)”
e o lendário Caldeirão Negro de Cerridwen (um dos nomes e uma
das faces da deusa da feitiçaria).
C r i s I A o o u pAg Ão?
0 R e i de O u l r o r A e do F u t u r o ?
Q u a I Ê o S e g r e d o do Q i -a a 1?
“ ...Onde a L a í i ç a e o ( J i a a I se U n e m "
N A scido de Novo?
Muitos dos processos pelos quais passamos não dá para serem des
critos aqui por causa das perversidades envolvidas. No entanto,
com o passar dos anos, até mesmo eu comecei a ver algo por trás
do charmoso véu da lenda do Graal do rei Artur. Comecei a perce
ber como todo esse processo era cativante e mortal. Tornou-se um
vício sexual letal. Àquela altura, eu já me envolvera com a magia
do tipo transyuggothiana, e tínhamos acumulado quase todas as
12 correntes para alcançar nossa suposta vida eterna.
O perigo (que eu percebera como algo mais) era que, a cada
“corrente” a que me ligava, adquiria uma “bateria” completa de
“homens fortes” demoníacos. Isso acontecia porque o sexo peca
minoso, fora do casamento, é uma grande brecha pela qual a
opressão demoníaca pode passar de uma pessoa a outra.
A mentira é que aquele que bebe do Graal, consumindo ener
gias sexuais do tantrismo (ioga sexual), tem a vida prolongada.
Quem conseguir ligar completamente as 12 partes desse processo
enigmático terá uma vida eterna. A pessoa torna-se um ser imortal,
um deus vivo sobre a terra.
Foi durante o antepenúltimo desses relacionamentos sexuais
blasfemos que senti algo que quase me levou à beira da loucura
total. Enquanto praticávamos o ritual, senti como se estivesse sen
do levado a outra realidade — um lugar e um espaço no interior de
Sbaron e até além dela.
Encontrei-me ajoelhado numa enorme caverna, cercado por
um círculo de 13 mulheres vestidas com roupas bem estranhas.
Lembravam a maneira de vestir das mulheres da época da coloni
zação da América, só que, em vez de usarem vestidos pretos ou de
cor cinza, com golas, punhos e capelos engomados de cor branca,
usavam, cada qual, um vestido escarlate com um acabamento em
branco. Todas elas demonstravam ser bastante severas e austeras
em sua aparência.
A caverna era cor-de-rosa. No centro, à minha frente, havia
uma rústica fonte de água. A iluminação era difusa e também rósea
e nao provinha de ponto algum. A atmosfera era úmida, pesada e
muito quente. Achava-me diante de uma senhora, sentada num
trono rosa, de uma beleza triste, mas não envelhecida. Suas so
brancelhas eram escuras, e seu cabelo era preto tal como a pena de
um corvo. Apesar das vestes que trajava e do ar parado do ambien
te, nao havia suor algum em sua fronte. Parecia chefiar o grupo.
Ela acenou para que eu me levantasse e fosse à frente.
— Bem-vindo ao Templo do Graal — disse ela, com brandura.
— Onde estou? — balbuciei.
Ela apenas sorriu com um ar benigno, com um sorriso tipo
Mona Lisa.
— Posso perguntar quem é a senhora? — aventurei-me.
— Sou aquela que estava com você desde o começo, e sou
aquilo que se atinge no fim do desejo — disse a mulher.
Reconheci que ela estava citando um dos rituais da Wicca, o
ritual da “Descida da Lua”, palavras da própria Deusa! Senti-me
sem saber o que perguntar, podendo desperdiçar aquela importan
te oportunidade. Procurei, então, colocar minha mente perturbada
nos trilhos e lembrar-me de duas perguntas que, segundo a tradi
ção, deveria fazer sobre o Graal. Meu pânico aumentou, e tudo de
que pude lembrar-me foi perguntar:
— O que é o Graal e a quem ele serve?
A mulher sorriu de novo e afirmou:
— Eu sou o Graal e sirvo ao Rei.
Levantou-se do trono e disse:
— Eu sou Maria Madalena.
— Mas a senhora viveu há 2.000 anos! — mal pude exclamar.
— E estou viva hoje. Jesus disse que todo aquele que comesse
da sua carne e bebesse do seu sangue nunca morreria.
Lembrei-me de ter lido isso em alguma parte dos evangelhos,
então balancei a cabeça, em assentimento.
— Agora, você está a um passo do Graal. Você terá que beber
desse cálice para nascer de novo — declarou ela, apontando com a
mão para a fonte rosada, rudemente lavrada, bem no centro do
templo. — E então você estará em condições de ir para o décimo
segundo nível de poder.
Eu já tinha ouvido falar de nascer de novo, mas não sabia o
que isso significava. Obviamente, pensei que fosse algo que teria
de descobrir por mim mesmo. Com cuidado, então, me virei e
caminhei até a fonte. Sentia o olhar de cada uma das mulheres
daquele lugar fixo em mim. Abaixei-me sobre a fonte e fiquei sur
preso ao ver que a água era quente e tinha a aparência de um caldo
grosso. Esperando estar fazendo o que era certo, tomei um pouco
daquela água. Ela foi doce em minha boca.
Nem bem eu a tinha sorvido, vi que havia sido removido da
quele estranho templo. Senti que me movia rapidamente, passan
do por imensas distâncias, numa escuridão. Foi ficando mais frio.
De repente, e de um modo totalmente abrupto, vi-me sendo lan
çado no piso do templo onde fazíamos nossos rituais, em casa,
encharcado de uma umidade sobrenatural. Sharon imediatamente
encontrava-se ao meu lado, preocupada. Eu estava dando risadinhas,
de um modo incontrolável. O sabor estranho daquele líquido, que
me saciara, estava em meus lábios, e eu me lembrava das últimas
palavras daquela mulher.
Achei que eu tinha nascido de novo e que estava pronto para
colocar a última peça naquele quebra-cabeça!
N o l AS
D e s t r o ü A d o
TrevA S
C o m Si es p e i t o À O i a ç ã o
as
O mais importante na vida de quem quer ganhar vidas para Cristo
D i s s i p A n d o
é... orar! O ganhador de Deus precisa orar para que Deus lhe per
mita ter “encontros marcados”por Ele, ou seja, encontros com pes
soas que já tenham sido preparadas pelo Espírito Santo e estejam
prontas para receber a mensagem de Cristo. Se você tem em mente
alguém que acha ser satanista, precisa começar a orar por tal pessoa
de um modo bastante específico.
Entenda que todos os que não estão salvos são idólatras. Isso não
quer dizer que tal pessoa tenha estátuas de pedra de uma divindade
gorda e agachada diante da qual se curve. Mas significa que, de
fato, todos têm alguma coisa, em sua vida, que é o seu “deus”.
Um dia eu estava testemunhando a um mórmon. Ele estava
pronto a arrepender-se e entregar a sua vida a Cristo, mas teve
medo de fazer isso por conhecer sua esposa e achar que ela se di
vorciaria dele e levaria consigo as crianças. Sua família, por melhor
que fosse, tornara-se seu ídolo. Ela era mais importante para ele do
que fazer o que sabia ser o certo diante de Deus.
Cada ídolo traz consigo um conjunto de crenças. Para um
jovem executivo, seu conjunto de crenças inclui acreditar que tele
fone celular e carros do ano são o segredo de uma vida realizada.
Para quem está numa seita, o que vale é a doutrina da sua seita.
Qualquer falsa doutrina ou idolatria constitui uma fortaleza que
precisa ser espiritualmente derrubada (2 Co 10.4-5), para que pos
sa ocorrer um sério avanço no testemunho.
Geralmente, isso é um problema com sérias conseqüências para
quem está numa seita, porque sua doutrina é efetivamente siste
matizada e bem estudada — e, quase sempre, imposta pelos ou
tros. E tam bém , geralm ente, assum ida com considerável
investimento pessoal. Muitos dos praticantes de uma seita se vêem
como radicalmente diferentes do mundo, num sentido “nobre” e
“separado”, como acontece com as testemunhas-de-jeová ou, de
um modo inteiramente maligno, como os satanistas.
Por ter o satanista dado um passo além dos limites de uma
sociedade normal, há um conteúdo emocional bem maior investi
do em sua decisão. Por causa disso, as fortalezas da sua crença são
mais difíceis de serem demolidas, porque há fortes compromissos
sentimentais envolvidos.
Lembro-me de que, quando fui mórmon, ao ouvir pela pri
meira vez o verd a d eiro evangelho, como lutei com ele!... Meu
primeiro pensamento, ao ouvir o evangelho da graça, foi: “P ode
ser rea lm en te tão f á c i l assim ?' O pensamento deslumbrava-me,
mas ao mesmo tempo me atemorizava. No entanto, meu se
gundo pensamento foi: “O q u e é q u e m inha fa m ília e m eus a m i
gos vão dizer?' Eu tinha feito um estardalhaço para que meus
am igos se tornassem m órm ons, para que aceitassem o
mormonismo como sendo a “única e verdadeira Igreja”. Che
guei até mesmo a fazer com que cinco pessoas se tornassem
mórmons! Eu me encolhia todo só de pensar em ter de ir até
eles para lhes dizer que tinha me enganado redondamente. Essa
luta retardou minha decisão de me render, finalmente, a Cristo,
por uma semana.
V í i i ho N o v o e m O d r e s N o v o s
T r e v A s
cheia de bolhas ou, então, descascar em pouco tempo.
Jesus nos explicou isso, dizendo:
as
Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o
D i s s i p A n d o
vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os
odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos. (Mc 222)
mos fazer foi orar para que alguém mais falasse com ele, algum dia,
de algum modo.
Em outra ocasião, estávamos nos esforçando para que um
ocultista compreendesse o evangelho da salvação. O sujeito literal
238
mente nao conseguia ler Atos 16.31 [“Crê no Senhor Jesus e serás
salvo, tu e tua casa”]. Ele lia o versículo 30 e o versículo 32, mas era
como se Satanás tivesse apagado o texto do versículo 31, para nós
totalmente visível! Paulo não estava brincando quando disse:
T r A í A n d o do Q u e nos I n í e r e s s A
u
D e s l r o n A d o
I r e v A s
do o bom e o mau, tornando-se um deus vivo e egocêntrico. Prati
cam sacrifícios de sangue e, eventualmente, até a morte humana.
as
Você terá que se certificar muito bem disso, ao julgar haver encon
trado um desses. Não são muito comuns!
D i s s i p A n d o
5. “Santos” satânicos: completamente possuídos pelo demô
nio, com certeza já cometeram até sacrifício humano. São os equi
valentes satânicos dos grandes homens de Deus, e extremamente
raros. Se encontrar um deles, provavelmente não o reconhecerá
como tal, exceto mediante o discernimento de espíritos. São astu
tos, carismáticos, habilidosos e muito poderosos. Se você for leva
do a compartilhar Cristo com um deles, todo o poder que ele tem
ficará como nada diante da unção do Espírito Santo. Saiba que
satanistas deste nível já foram salvos!
Quase sempre, você conhecerá apenas satanistas dos dois pri
meiros tipos, e eventualmente os do terceiro. E isto acontecerá ape
nas no caso de você os procurar. Entenda que os satanistas são aves
raras, embora, infelizmente, os dois primeiros níveis estejam cres
cendo entre os jovens.
A segunda parte do diagnóstico deve ser a de procurar saber
como foi que a pessoa se tornou satanista. Perguntar não ofende.
Tal como acontece com os cristãos, os satanistas gostam de com
partilhar como foi que eles se “converteram” ao inimigo. Veja algu
mas das situações mais comuns:
1. Jovens atraídos, geralmente, por promessas de poder.
2 . O ferta de facilidades na prática do sexo e uso de drogas.
3. Desejo de sabedoria oculta ou de sentir-se fascinado pelo
que é misterioso.
Estes três primeiros motivos aplicam-se tanto no caso de feiti
ceiros da magia “branca” (participantes da Wicca, por exemplo),
como de satanistas. As causas a seguir referem-se unicamente aos
convertidos ao satanismo:
D e s l r o n A d o
É trágico dizer que esta quinta razão é mais comum entre cris
tãos (se não genuínos, pelo menos nominais), que se tornaram
satanistas — muitos dos quais quando ainda jovens. Sendo este o
caso, sua tarefa não será fácil.
Q u e s l l o de C o n f i A n ç A
üpocAlipse Tenebroso
Inferno
Por um estranho fato acidental, logo depois do meu encontro com
“Maria Madalena” as terríveis asas negras desse culto vieram bater contra
mim numa Igreja ortodoxa russa da cidade de Chicago.
do
A primeira vez que fui levado para lá foi pelo homem que me
fAlAndo
consagrara como bispo gnóstico na Igreja Católica Romana Antiga
de rito sírio-jacobita. A igreja Católica Gnóstica é uma mistura do
catolicismo romano com a Igreja Ortodoxa e o satanismo de
Crowley. Foi nessa igreja que eu acabei fazendo contato com os
poderes que me levaram mais a fundo no ramo do vampirismo, 247
dentro da confraria.
Um princípio básico que tanto o antigo como o moderno
gnosticismo adotam é o princípio do dualismo (a absoluta necessi
dade do bem e do mal). Fui levado a acreditar que Vlad Drácula
era necessário como um “Cristo” das trevas, um Cristo “antimatéria”
— para usar palavras da Física moderna — , a fim de contrabalan
çar o sacerdócio de luz branca de Jesus.
Era vital, assim, que eu vestisse o manto da ordem do sacerdó
cio de Drácula, tal como eu pensava ter vestido o manto do sacer
dócio de Jesus por meio do catolicismo e da Igreja Ortodoxa.1
Seria a linha final da autoridade apostólica que eu buscava.
Para tanto, teria de receber treinamento e me desenvolver nes
se sacerdócio. Designaram-me um mentor que me ensinou uma
forma de cristianismo incrivelmente distorcida.
Fui ensinado que o Evangelho de João era um documento
secreto com tremendos “segredos gnósticos” nele ocultos e que o
seu autor, o apóstolo, ainda caminha na terra nos dias de hoje,
como um vampiro, com cerca de 2.000 anos, tendo sido iniciado
no vampirismo pelo próprio Jesus! O apostolado de João, embora
enraizado no que hoje é a Maçonaria, teria levado seus devotos a
uma consumação sacramental de sangue e órgãos humanos para
propiciar a vida eterna.
Fui ensinado também que o primeiro Nosferatu (palavra ro-
mânica/valáquia que significa “não-morto” ou “vampiro”) foi
Lázaro, a quem Jesus ressuscitou dos mortos por um poder oculto:
o que se encontra, naturalmente, no Evangelho de João. Seria um
ato intencional de Jesus estabelecer uma linha ininterrupta de “su
cessão apostólica”, procedente de João e Lázaro, mediante um
sacerdócio secreto dentro do próprio sacerdócio. Era esta uma ir
mandade dos vampiros, escondida cuidadosamente dentro do sa
cerdócio ortodoxo por todos esses séculos e desconhecida até mesmo
da maioria dos padres.
Isso explicaria as profundas diferenças entre o evangelho de
João e os outros três. Por que nesse evangelho foi colocada essa
ênfase de os mortos ouvirem a voz de Cristo e ressuscitarem? Que
final misterioso era o dele sugerindo que João viveria até a segunda
vinda do Senhor? A resposta que me deram foi que o evangelho
joanino era um projeto de vida eterna a ser obtida mediante práti
ca do “Sacerdócio de Nosferatu”, isto é, do vampirismo.
O SAíigue É a VidA
U m a V i s i l A d e D i-á c u I a ?
Inferno
transformá-la numa sacerdotisa de Nosferatu. Por fim, a missa ter
minava fazendo com que ardesse em chamas o líquido alcoólico
usado no sacramento (supostamente transubstanciado no sangue
do
do próprio Drácula). Invocávamos, então, Vlad para vir e sorrir
FAl Ando
diante da criação de sua nova “filha”.
Criamos que, após a morte, tanto eu como as mulheres inicia
das ressuscitariam como um Nosferatu de puro sangue. Seriamos
seres imortais que viveríamos por séculos, não mais na condição
251
híbrida de meio-vampiro e meio-homem.
Com a última mulher com quem fizemos essa iniciação, acon
teceu um fato extraordinário, que nos apavorou. Chupamos san
gue um do outro, como sempre fazíamos, mas no final do ritual,
quando eu tinha começado a invocação de Vlad e acendi o cálice
cheio do rum sacramental, ele resplandeceu com um brilho maior
do que um maçarico de acetileno. Não havia nada de especial na
quele rum; era da mesma garrafa que sempre usávamos. Entretan
to, a chama, zunindo, ficou com quase um metro de comprimento
a partir da taça. O local encheu-se de chamas multicoloridas e exó
ticas, como nunca tínhamos visto.
Consegui com dificuldade terminar a invocação. O calor e o
poder naquela sala ficou tão opressivo que quase caímos de joe
lhos. O cálice começou a derreter com o forte calor. Podia sentir o
poder de Drácula sendo derramado sobre mim como se fosse um
sangue fervente e fumegante.
A mulher que estava sendo iniciada sentiu isso também. Pare
cia uma “bênção” especial que nunca fora dada antes. Ela ficou
excitada com aquela experiência fora do comum. E eu iria ver, em
breve, como o que tinha acontecido afetaria de um modo bastante
incomum a minha vida.
C olH en do TempesíAde
D e s l r o n A d o
I n f e r n o
Foi impressionante, pois ela estava tendo tanto prazer naquilo que
não queria parar, mas eu perdi o controle e chupei tanto do seu
sangue que ela ficou inconsciente. Ficou tão pálida e inerte que
do
pensei que a tivesse matado. Felizmente, ela voltou a si e até mes
f i l A n d o
mo afirmou ter tido uma experiência mística durante o tempo em
que ficou “apagada”. Saiu da capela enfraquecida, sem noção algu
ma do que havia acontecido.
Comecei a ficar apavorado! Minhas jornadas noturnas pela
cidade de Milwaukee, no meu serviço de entrega de jornais, cada 253
vez me torturavam mais. Acontecia principalmente quando eu via
uma prostituta, tendo que lutar contra um ímpeto animalesco que
surgia dentro de mim, um forte desejo de que ela ficasse sozinha
para eu cair em cima dela como um leão em cima de uma gazela.
Sabia que era apenas uma questão de tempo para ceder aos
impulsos que agora me dominavam em todo o tempo em que esta
va acordado. Procurava evitar o noticiário, agora, insistente de ca
sos de mulheres que apareciam assassinadas em circunstâncias
misteriosas e sem solução. Cheguei a pensar que tivesse uma dupla
personalidade, e que era eu quem estava lá matando aquelas mu
lheres, à noite. Nunca houve evidência alguma de que isso fosse
verdade — louvado seja o Senhor! No entanto, enquanto a culpa
me atormentava, a máquina monstruosa dentro de mim exultava-
se com a lascívia pelo sangue. Senti que estava amarrado a um ciclo
descendente, que somente poderia terminar com a morte, ou a
loucura ou a prisão.
Foi nesse tempo de desespero que o Senhor Jesus Cristo en
trou em minha vida. Os capítulos finais deste livro vão demonstrar
e testemunhar o fato de que Jesus pode salvar totalmente até mes
mo alguém tão horrendo e desgraçado como eu tinha me tornado!
♦♦♦♦
D e s t r o t i i d o
K r A f f l - G b b i n g <± Ç í a .: U m P ó s - 6 s c r i l o
que de fato há pessoas que o são. Não sei se esses vampiros têm
todos os poderes e habilidades que lhes são atribuídos pelos filmes
de Hollywood e pelo folclore da Europa oriental. Mas é uma reali
dade registrada cientificamente que eles existem, e atualmente há
muitos casos documentados.
254
Não se trata de pessoas que se transformaram em morcegos,
mas sim homens viciados em tomar sangue, porque os casos de
mulheres são raros: elas normalmente se cortam e chupam o seu
próprio sangue. O famoso (na opinião de alguns, o infame) neuro
logista e psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebbing (1840-1902)
foi o autor de uma monumental obra sobre perversão sexual,
Psychopathia Sexualis [Psicopatia Sexual], que contém diversos ca
sos apresentados do que ele chama de “assassinos lascivos”, na ver
dade, casos de vam pirism o.2São registros do que é chamado
“vampirismo clínico”3 ou “síndrome de Renfield” (nome de um
personagem psicopata da famosa obra de ficção Drácula, de Bram
Stoker, o qual é um suposto vampiro a serviço do próprio conde).'1
Outro médico escritor salienta o fato de que o vampirismo é
um fenômeno clínico em que o mito, a fantasia e a realidade se
confundem .’ Uma definição médica do fenômeno pode ser a
seguinte:
O vam pirism o clínico é uma designação extraída do vam pi
ro lendário, sendo uma entidade clínica reconhecível — em
bora rara — , caracterizada por uma compulsão periódica de
tom ar sangue, afinidade com os m ortos e identidade incer
ta. H ipoteticam ente, é a expressão de um m ito arcaico her
dado, sendo o ato de tom ar sangue um ritual que oferece
alívio tem porário.
Desde os tempos antigos, os vampiristas têm dado força
à crença na existência de vam piros sobrenaturais (...). A inda
I n f e r n o
na infância (conform e quatro casos reais posteriorm ente ci
tados), eles se cortam e chupam o seu próprio sangue, ou
ingerem o sangue de um animal, para conseguir superar fo r
do
F a 1 a n d o
te desejo ou devaneio pelo derram am ento de sangue, tudo
isso associado aos m ortos e a uma identidade inconstante.
São pessoas inteligentes, sem casos de patologia m ental ou
social em sua fam ília (...).
O vampirismo pode ser a causa de repetidos e imprevisíveis
255
casos de assaltos e assassinatos e deve ser detectado em crimi
nosos violentos que se mutilam a si mesmos. Não se conhece
um tratamento específico.6
R Ho i a do “ D u e l o "
D ÍA b o
com o outro.
• Todo escriba fazia com que o tamanho médio das letras na
do
cópia fosse o mesmo que o do original.
fldoi-Ador
• Um borrão qualquer de tinta sobre a cópia a invalidava to
talmente, e ela era destruída no fogo. Isso por causa, sobretudo, da
natureza da grafia do hebraico, que consiste de pequenos traços
com a pena, que poderiam ser confundidos com pequenas man
um
chas de tinta.
a
• Não era permitido que o escriba copiasse mais do que
T e s t e m u n H i n d o
uma única palavra por vez; a cada palavra, ele tinha que olhar
para o original.
• O escriba obtinha, também, o valor total numérico da pági
na, somando o valor de cada letra, pois as letras hebraicas represen
tam também números. A soma da página original tinha que ser
igual à da cópia.
Outra prova de que foi Deus quem escreveu a Bíblia é que ela 261
prevê o futuro com 100% de precisão. Diga a seu amigo satanista
que, diferentemente dos médiuns e feiticeiros, como se vê na im
prensa secular, a Bíblia tem centenas de profecias, e o cumprimen
to de cada uma delas já ocorreu, sem falha alguma.
O próprio Deus nos pede que usemos suas profecias como
teste, comparando-O com outros “deuses”:
D Í A b o
centenas de anos antes de Ele ter nascido. Assim, as profecias não
foram escritas posteriormente aos fatos. Destaque ainda para o
do
satanista que a Bíblia é o manuscrito antigo mais bem examinado
d o i- a d o r
e atestado. Isto significa que o número de cópias antigas que temos
das Escrituras para fazer comparações cruzadas são substanciais (mi
lhares, na verdade), e de datas relativamente bem próximas do tempo
ll
em que os eventos foram escritos. Por exemplo, a precisão histórica
um
e a verdade da Bíblia têm uma comprovação muito maior do que,
a
digamos, as obras de Homero (A Ilíada ou A Odisséia). Assim, são
T e s l e m u n H A n d o
os satanistas que têm de apresentar provas, para refutar a veracida
de da Bíblia.
Por outro lado, destaque que os “heróis” deles (LaVey,
Crowley, Aquino, etc.) e os seus “livros sagrados” fizeram bem
poucas profecias, para não dizer nenhuma, e que os registros de
cumprimento delas são absolutamente desanimadores. Por exem
plo, LaVey escreveu em seu livro The S atanic Rituais [Rituais Sa
tânicos] (1972)4 a respeito do avanço da idéia de Jesus Cristo na
cultura ocidental. De acordo com sua predição, no final da déca
da de 1980 Jesus seria apenas uma memória desvanecente de um
conto de fadas na mente da sociedade. Evidentemente, isso não
aconteceu. A Igreja cristã está viva, e muito bem viva, e dezenas
de milhares de novos crentes estão surgindo a cada dia. Jesus não
é apenas uma saudosa lembrança ultrapassada. É a força mais
vital na sociedade de hoje.
Se Satanás fosse esse grande deus, como dizem, por que nem
ele nem seus “profetas” são capazes de predizer com precisão o fu
turo? Por que não dão ao seu povo senão vagos pronunciamentos
públicos de descontentamento, batendo no peito como um
decrépito gorila de idade avançada tentando impressionar alguém?
Por que não lhes dá algo em termos científicos e com números que
possam ser examinados?
O satanista precisa encarar essa questão, se está disposto a exa
minar os fatos com honestidade. Nosso Deus pode predizer o futu
ro com uma precisão absoluta e impressionante. O deus deles não
pode fazer isso. Um a zero para o Deus da Bíblia!
füostre-lH es o SenHor
D ÍA b o
poderá tornar-se um tempo bastante turbulento •— especialmente
quando as crises surgirem — , abalando a fé juvenil. É importante
do
lembrarmos o que temos de fazer:
fldoi-Ador
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quan
do for velho, não se desviará dele. (Pv 22.6)
um
que ela d eve andar, não no caminho em que você quer que ela ande.
a
Seu filho pode estar num caminho que lhe foi aberto pelo Espírito
T e s l e m u n H A n d o
Santo, e pode ser que não seja o que você planejou para ele. Como
pais, temos que ter cuidado para não desempenharmos o papel
que compete ao Espírito Santo, com nossos filhos. Com isso, não
estou dizendo que, se um fdho envolver-se com o que, segundo a
Bíblia, é claramente pecaminoso, temos de deixá-lo desviar-se para
a perdição. No entanto, muitas vezes não é bom usarmos de seve
ridade e ficarmos inflexíveis com coisas relativamente de menor 265
importância sob a perspectiva divina.
Tendo dito tudo isso, e voltando para os satanistas, é importan
te transmitirmos a eles uma autêntica e vital imagem de Jesus Cristo.
Não é preciso “adoçar” a nossa apresentação, porque os satanistas
estão num iminente perigo de irem para o fogo do inferno, e preci
sam conhecer a verdade. É necessário, porém, ter o cuidado de não
enfatizarmos a graça mais do que a lei. Foi o que Paulo fez.
E extremamente importante comunicarmos aos satanistas cinco
aspectos centrais sobre Jesus Cristo:
D ÍA b o
guns satanistas acreditem que ele fosse demente.
Assim, para muitas pessoas, a alternativa é que Jesus foi, e é,
do
quem Ele declarou ser: o Deus Todo-Poderoso!
â d o r A d o r
2. Jesus Deve Ser Glorificado como a Fonte de Todo o Poder
A maioria dos satanistas tem uma imagem de Jesus como um
palerma sem importância, efeminado, que se veste com saias e abraça
um
e acaricia o tempo todo suas ovelhas. Infelizmente, algumas obras
a
de arte cristãs — especialmente as de estilo antiquado e as pinturas
T e s l e m u n H A n d o
católicas — de modo geral reforçam esse pretenso caráter efeminado
do Senhor. É necessário destacar que Jesus trabalhou como carpin
teiro na maior parte da sua vida adulta. Ninguém fica com um
físico delicado lidando com grandes vigas e troncos de madeira e
trabalhando com ferramentas de carpintaria o dia todo.
Outro aspecto que precisa ser enfatizado é o poder sobrenatu
ral de Jesus. Ele acalmou uma forte tempestade num lago, com
uma só palavra. Fez com que demônios ficassem cheios de abjeto
terror, só em entrar num povoado. Ressuscitou mortos! Será que
Satanás (ou um de seus subordinados) pode fazer o mesmo?
Os satanistas, em sua maioria, respeitam o poder, mas apren
deram que Satanás é que é a fonte do poder. Assim, o poder de
Jesus precisa ser enfatizado. Ele disse:
É-me dado todo o poder no céu e na terra. (M t 2 8 .1 8 — rc)
D ÍA b o
uma delas o que pensa a respeito de cálculo integral!
Se o satanista não foi muito longe pela estrada da rebeldia,
do
pode-se mencionar ainda que muitas das leis feitas pelos homens
A d o r A d o r
baseiam-se na sabedoria da Bíblia (veja ainda 1 Co 1.24; Cl 2.2,3;
Pv 8.22-36).
um
4. Jesus Deve Ser Glorificado como Aquele Que nos Amou a
a
Ponto de Morrer por Nós (Rm 5.8)
T e s l e m u n H A n d o
Aqui chegamos a um ponto em que as pessoas não se sentem
bem à vontade, e muitos não querem falar a respeito disso, especi
almente no caso de um satanista. Ele é geralmente agressivo e ego
ísta, considerando isso uma virtude. E por isso que, em muitos
casos, os satanistas nunca viram o amor ágape, altruísta, em ação.
Esclareça que Cristo não rejeita ninguém que vem a Ele, nem
mesmo quem o tenha rejeitado, como no caso do satanista. Ele
sofreu uma terrível e pavorosa execução, morrendo por todos, in
clusive pelos satanistas. Muitos satanistas não receberão esta pala
vra ou até mesmo zombarão dela. No entanto, alguns serão
realmente tocados por ela, e outros serão influenciados, embora
não o demonstrem de imediato.
Diga ao satanista que mesmo que fosse ele a única pessoa no
mundo que necessitasse de salvação, Jesus teria morrido por ele. E
que Ele deu a sua vida mesmo sendo Deus. Mostre que a morte de
Jesus não foi um sacrifício humano para Lúcifer coisa alguma, mas
foi o modo pelo qual Deus nos mostrou quanto Ele nos amou e,
assim, satisfez as exigências de sua perfeita justiça.
Todos esses pontos são praticamente iguais aos que seriam
abordados em qualquer diálogo em que se esteja buscando ganhar
almas. Apenas é preciso enfatizar que os satanistas (como qualquer
outra pessoa) são muito carentes de amor, de um amor não egoísta.
Estão acostumados a não serem amados, e sim manipulados e abu
sados. Este assunto de fato os impressiona. Não tenha medo de
falar com eles sobre isso!
Quer RposlAr?
Embora esta não seja a única maneira de fazer com que um satanista
ou feiticeiro “se renda” a Jesus Cristo, a abordagem descrita a se
guir costuma ser bastante eficaz. E uma abordagem clássica e ba
seia-se na obra de Blaise Pascal, o grande filósofo, cientista e
matemático cristão. A linguagem de programação chamada Pascal
tem esse nome por causa dele. Esta abordagem é chamada de “Aposta
de Pascal”, porque basicamente ela reduz a eternidade a um jogo.
Em última análise, todo mundo faz o jogo de Pascal, quer
saiba disso ou não. Todos nós escolhemos “apostar” em um dentre
dois concorrentes: o disputante chamado “o cristianismo é verdadei
ro” ou seu adversário, “o cristianismo é falso”. Eis como se procede.
D ÍA b o
Diga ao satanista:
“Se o cristianismo for falso, não sendo o único caminho’, e se
do
você seguir seus ensinos e Senhor, o que tem a perder? Seus princí
fldorAdor
pios éticos são admiráveis. Por observar os Dez Mandamentos e as
Bem-Aventuranças, isso não prejudica em nada o seu “carma”, não
é? Você terá uma vida pacífica e alegre, e por fim partirá, até a sua
(suposta) próxima reencarnação. Na pior das hipóteses, o cristia
um
nismo e seus ensinos melhorariam, até, o seu carma.
a
T e s l e m u n H A n d o
“Por outro lado, se o satanismo for falso, e a declaração de
Jesus — que ninguém vai ao Pai a não ser por Ele (Jo 14.6) — é
verdadeira, e você seguir o satanismo, então estará num tremendo
perigo espiritual! Você estará fora da vontade de Deus e adorando
falsos deuses. Então, estará correndo um grande risco!
Enfim, se você seguir o cristianismo e tiver sido enganado,
não perderá quase nada. Mas, se seguir o satanismo, e estiver enga
nado, perderá tudo!”
É um lance que só possui duas alternativas. Mas essas alterna
tivas são, na verdade, a vida ou morte eternas. Se o satanista estiver
errado, passará a eternidade no inferno.
Alguns satanistas poderão querer negar a existência do inferno
ou então dizer que o inferno é uma festa. Apresente-lhe de novo a
pergunta: “Por que você acredita nisso? Qual é a evidência mate
mática e científica de que você dispõe para descartar o que Jesus e
a Bíblia dizem com tanta clareza?”
Outros satanistas vão querer discutir sobre como um Deus
supostamente tão bom pode fazer um lugar assim como o inferno
e mandar pessoas para lá. Mostre que Deus não fez o inferno para
os seres humanos, mas para o diabo e seus anjos (Mt 25.41). Além
disso, deixe claro que as pessoas é que se deixam ir para lá, pois
rejeitam a oferta de vida eterna que Deus lhes oferece de um modo
incrivelmente fácil e de graça. Se Jesus tivesse tornado a salvação
algo muito difícil de alcançar, então as pessoas teriam argumentos
e questionamentos válidos. Mas Ele fez com que a salvação seja tão
fácil que até mesmo uma criancinha do jardim da infância pode
entendê-la. Mostre que, diferentemente de Satanás, Deus não é
esnobe. Ele aceita as pessoas como estão e as salva de seus pecados:
— basta que lhe dêem o seu consentimento.
Esta escolha, quem tem de fazer é o satanista.
Concluindo, esse pode ser um longo processo. A oração con
tribuirá para facilitar a decisão, mas não são muitos os satanistas
que são salvos no primeiro contato. Pelo que me lembro, levei seis
anos, desde o dia em que pela primeira vez fui tocado pela graça e
0 poder de Deus até o dia em que finalmente cheguei à cruz.
E disso que estaremos tratando nos próximos capítulos.
No í AS
“R e A l m e n i e N e A í i d e r t A Ü ”
C onlrABiio
rias vezes.
Então, perdi meu segundo emprego em tempo parcial, que
tinha arrumado, como guarda-noturno. Por incrível que pareça,
eu não sentia mais aqueles opressivos desejos da “metamáquina”
nA
em meu interior, e isso me preocupava também. No fundo, sentia
Descendo
também certo alívio por causa disso. Que conflito!
As contas não pagas começaram a se avolumar, e eu achava
que se tratava de alguma coisa que os demônios tinham feito co
migo, pois a situação piorava a cada dia. Não conseguia, porém,
entender o que estava acontecendo. Assim, como todo bom feiti
275
ceiro, busquei presságios e sinais. Fui ao meu templo e caí de rosto
no chão, clamando a Lúcifer por um sinal. O que tinha feito de
errado? Eu havia assinado o Pacto! Eu tinha levado tantos outros
— muitos, na verdade — a assinarem o Pacto! Eu me esforçara o
máximo para crescer e ser um digno escravo de Satanás. Eu tinha
de saber o que fazer.
Embora tivesse orado a Satanás, quem me respondeu, porém,
foi Deus!
No dia seguinte, veja quem aparece em minha casa: duas mo
ças, discípulas de Orion, muito envolvidas no satanismo e com
discos voadores. Tinham ouvido falar que estávamos interessados
em discos voadores e ligados à magia sexual e quiseram nos conhe
cer. Mas trouxeram consigo algo muito estranho e incomodativo:
três revistas cristãs de histórias em quadrinhos: Anjo d e Luz, En
cantam ento e Sabotagem}. Duas delas abordavam especificamente
Satanás e a Irmandade.
Elas as tinham encontrado em algum lugar e as traziam só
para se divertir. A mais velha das moças passou-me, rindo, as revis
tas dizendo:
— Você precisa ver isso, rapaz. Eles são do tempo de
Neandertal!
Dei uma rápida olhada nas revistas e vi que ela tinha feito uns
sórdidos acréscimos nos desenhos. Eram palavrões e outras anota
ções satíricas nas margens, dentes pintados de preto em algumas
das personagens e também chifres do diabo desenhados em algu
mas figuras de pregadores. Observei brevemente que uma das re
vistas dizia, na última página:
“É: ou Cristo ou Satanás... e somente um tolo escolheria Satanás!”
'‘Deus o ama e deseja que você tenha paz e vida eterna no céu.”
Estas frases eram seguidas por um quadro que continha ins
truções sobre “como receber Jesus Cristo como seu Salvador pesso
al”. Eu simplesmente dei um sorriso de escárnio. Aqueles “bobos”,
que tinham escrito aquelas coisas, nada sabiam quanto a eu j á ter
nascido d e novo p elo m odo verdadeiro e secreto, p o r m eio d e M aria
M adalena:! Que ousadia quererem me atingir com aquele estúpido
“papo-furado”!
Eu não tinha percebido que Deus tinha estendido sua mão do
céu usando devotos discípulos de Satanás para trazerem à minha
vida, justamente, a informação de que necessitava para escapar
daquela terrível espiral pela qual eu caía vertiginosamente. Peguei
as revistas e as joguei dentro de uma gaveta. Eu estava muito ocu
pado — impressionando e entretendo aquelas “fãs” satanistas —
para me preocupar com histórias em quadrinhos do tipo
“Neandertal”.
Então, como se já não tivesse problemas suficientes, recebi
um telefonema, por meio do qual fui informado que o meu
“Ipsissimus — Sumo Sacerdote e Rei da Estrela da Manhã”, da
alta esfera satânica, tinha sofrido um sério acidente num caminhão
e estava em condições críticas. (Ele foi tirado de minha vida por
quase um ano.) O que estava acontecendo comigo?
U toA V oIía GspiriluAl
C onlrimlo
mente rosados, bem apresentados e saudáveis, com camisas brancas,
gravatas e calças escuras. Tinham um distintivo na lapela que os
identificava com o nome e uma posição. Sharon disse:
— Vocês são mórmons, não são?
nA
Eles deram um passo para trás, quase assustados com sua
saudação.
De s c e n d o
— Sim, se-senhora — gaguejou um deles. — Somos missio
nários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A
senhora pode nos dar alguns minutos?
Dissemos-lhes que estávamos para sair, mas que eles pode
riam voltar outra hora, e teríamos prazer em conversar com eles. 277
Os rapazes concordaram conosco de voltarem no dia seguinte, à
tarde. Sharon fechou a porta e, quando eles foram embora, ela
olhou para mim com um estranho olhar. Por que teríamos nós,
ferrenhos feiticeiros, tão prontamente acedido aos missionários
mórmons, que são o cúmulo da retidão e da chatice? Por que Sharon
e eu tão facilmente concordamos em recebê-los no dia seguinte?
Sharon sabia da resistente crise espiritual que eu vinha enfren
tando nas últimas semanas. Ela sabia — como eu também — que
nos fora dito, cerca de seis anos antes, pelo “Grão-Mestre Druida”
(a quem já nos referimos), que se, por acaso, um dia, entrássemos
em séria crise espiritual, nos filiássemos à Igreja Mórmon! Embora
Sharon não simpatizasse muito com os mórmons, aventamos a
possibilidade de que eles teriam a chave para solucionar o nosso
problema.
Esse hierarca druida, de nome Enoque (não é seu verdadeiro
nome), era ligado a membros de alto nível dessa Igreja. Chegou
mesmo a nos mostrar fotografias suas em reuniões com o entáo
profeta da organização, Harold B. Lee. Garantiu-nos que a Igreja
Mórmon fora fundada por feiticeiros como um lugar em que bru
xos como nós poderíamos encontrar abrigo quando estivéssemos
sob ataque .1
Ele nos tinha ensinado que muitas das doutrinas da Wicca e
dos druidas são totalmente idênticas às dos mórmons. Por exem
plo, tanto os referidos feiticeiros quanto os mórmons crêem:
• numa divindade masculina e feminina (deus e deusa);
• na preexistência como filhos espirituais;
• que a pessoa pode evoluir para tornar-se um deus ou uma deusa;
• no casamento para agora e a eternidade;
• em rituais iniciatórios secretos.2
Assim, Enoque explicou-me que poderíamos tornar-nos
mórmons e, ao mesmo tempo, mantermos praticamente todas as
nossas crenças como feiticeiros. Além disso, revelou-nos que os
rituais secretos dessa Igreja seriam uma incrível fonte de poder do
ocultismo. Portanto, parecia que a chegada daqueles missionários
era uma resposta às nossas orações... a Satanás.
Assim, quando os missionários voltaram, sentamo-nos e pa
cientemente prestamos atenção à apresentação que eles fizeram,
com muita encenação, e diversos diagramas ilustrativos. Nós os
surpreendemos por verem quanto já sabíamos da doutrina da Igre
ja dos Santos dos Últimos Dias e, dentro de uma semana, já tínha
mos submetido a eles o nosso pedido para sermos batizados e nos
tornarmos membros de uma igreja mórmon.
Fomos entrevistados e aprovados por um “líder regional”, e
depois informaram-nos por telefone que seriamos batizados den
tro de algumas semanas. Senti uma forte e rara emoção ao receber
aquela notícia, ao desligar o telefone. Parecia-me uma chance de
começar tudo de novo. Os mórmons ensinam que o batismo libera
a pessoa de todos os pecados. Isso significava para nós uma oportu
nidade de limpar tudo e recomeçar zero-quilômetro!
Eu vinha me sentindo muito sujo e ainda me via sendo usado
em minhas experiências com os vampiros e minhas atividades sa
tânicas. Tive para mim que algum tipo de milagre havia aconteci
do, uma vez que minha vontade de tomar sangue tinha acabado
totalmente e meu apetite normal estava retornando. Seria esta, real
mente, a chance para começar tudo de novo?
A impressão que eu tinha era que não havia nada a perder! Se
Enoque estava certo, então eu alcançaria um novo marco em meu
poder luciferiano ao passar pelos rituais no templo mórmon. Isso
seria uma solução para o misterioso esvaziamento que eu vinha
sentindo ultimamente em minhas reservas de poder por meio da
magia. Se Enoque estava enganado, então eu estaria me unindo à
verdadeira Igreja cristã! Aquela altura, eu acreditava que as duas
alternativas seriam possíveis ao mesmo tempo.
Parecia bom demais para ser verdade! Será que de fato, por
meio dos rituais mórmons, eu iria me encontrar com o Jesus que
vinha procurando durante todos aqueles anos? Os rostos sorriden
tes e saudáveis dos missionários comunicaram-me uma paz que eu
não conhecera nos últimos dez anos, uma paz firmada no entendi
mento de que eu estava fazendo a vontade de Deus. Desde que
meus professores universitários detonaram as bases da minha fé na
Bíblia, passara a ter dificuldade em crer, e procurei Jesus nos luga
res mais improváveis de encontrá-lo.
O lugar mais óbvio de todos seria o lugar certo? A instituição
que se chama Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
teria como me dar este Jesus? Naquela noite, quando fui dormir,
orei para que isso acontecesse. Com lágrimas de esperança, orei
com todo o meu coração que assim fosse.
Um So 11 h o IIIaI G niendido
BeirA (Ia L uz
Não há tempo nem espaço neste livro para narrar tudo o que acon
teceu nos meus estranhos cinco anos de aventuras como mórmon.
No entanto, uma vez mais, embora Satanás tenha tentado usar o
mormonismo como nova artimanha espiritual para me enganar e
armar cilada contra mim — , Deus fez uso desse tempo para um
propósito muito mais nobre. Ele o usou para mostrar-me que eu
era pecador.
Os mórmons, como toda gente sabe, não são más pessoas.
Eles, afinal, se esforçam por viver vidas íntegras. Como feiticeiro e
satanista, isso realmente não estava entre os primeiros pontos da
minha lista de prioridades. Como satanista, eu não tinha consci
ência alguma quanto a ser pecador. Com efeito, no dia em que não
cometia um gra n de pecado, achava que tinha sido um mau dia.
Naquele tempo, eu vivia praticando adultério, bebendo sangue e
usando entorpecentes como um demônio, ano após ano!
Quando, porém, me filiei à Igreja dos Santos dos Últimos
Dias, percebi que havia um esquema de regras bem diferente que
eu tinha de observar. Para me qualificar de poder ir ao templo
supersecreto — a que tinham direito apenas alguns poucos
mórmons pertencentes à elite, portadores de cartões de recomen
dação para entrar no templo — , eu sabia que seria entrevistado
sobre a minha guarda de todos os mandamentos.
Tomei a resolução, então, de “entrar na linha”, na minha nova
religião. Uma misteriosa força havia retirado de mim a dependên
cia de sangue. (Agora, olhando para o passado, entendo que deve
ter sido pelas orações daquela moça do banco, a que escrevera no
cheque, por mim.) Paralelamente, meu desejo por maconha e co
caína diminuíra substancialmente. Isso era bom, pois o código
dietético mórmon proíbe toda bebida alcoólica e também drogas,
café, chá e cigarro. Eu nunca fumei, raramente bebia uma bebida
forte e quase nunca tomávamos café ou chá preto (éramos vegeta
rianos, consumindo apenas alimentos naturais).
Com m uita força de vontade (e certamente a ajuda daquela
moça do banco, que orava por mim), consegui largar o vício das
drogas em poucas semanas, após o meu batismo mórmon. Alguns
dos meus outros hábitos pecaminosos eram um pouco mais difí
ceis de vencer. Pela primeira vez na vida, tive que enfrentar o desa
fio de não mentir, não ver pornografia (isso não era nada fácil para
quem havia passado 12 anos cultuando em plena nudez com deze
nas de moças formosas!), não perder as estribeiras, nem tomar o
nome do Senhor em vão.
Pela primeira vez em 12 anos, tive que enfrentar o pecado, em
minha vida, como um inimigo a ser vencido, em vez de tê-lo como
um companheiro com quem “festejar com muita alegria”. Isso não
era nada divertido! Ficar lá com os mórmons ajudava um pouco.
Eram pessoas admiráveis, que não liam revistas do tipo Playboy e
costumavam alertar-me para ter cuidado com o meu linguajar.
Não obstante, por acreditarmos que a Igreja Mórmon era
dirigida por druidas do grau mais elevado, não tínhamos deixado
de praticar a feitiçaria. Com efeito, em 1981, Sharon e eu tivemos
uma entrevista em Salt Lake City com um “apóstolo” da Igreja
(um dos 15 homens de sua cúpula mundial). Por termos podido
dar-lhe algumas “chaves” e “sinais” especiais, que nos tinham sido
passados pelo Mestre Druida, ele se abriu para nós. Solenemente,
assegurou-nos que nossas intuições e informações estavam certas.
Lúcifer é, de fato, o deus adorado no templo mórmon .3
Ele nos advertiu que corríamos certo perigo. Fomos “aconse
lhados”, sob p en a d e m orte, a nunca falar do que fora tratado na
quela reunião com nenhum oficial da Igreja de nível inferior ao de
apóstolo. Também nos deu a entender que, se mudássemos para o
estado de Utah, onde fica a sede da Igreja Mórmon, teríamos, cer
tamente, um lugar na hierarquia. Concluímos, assim, que o
mormonismo não passa de uma feitiçaria “cristianizada”.
Então o que fizemos foi “mormonizar” um pouco nossos gru
pos de feitiçaria e deixamos de nos considerar satanistas. Assumi
mos, porém, que agora éramos luciferianos. Como fazíamos parte
dos poucos mórmons que pertenciam à “elite” do templo ,4 tínha
mos que usar uma veste especial sagrada debaixo da nossa roupa
(na verdade uma veste secreta). Sharon e eu começamos a realizar
nossas reuniões do grupo vestidos com mantos, e não, como fa
zíamos antes, com “vestes celestes” (o termo Wicca para estarmos
nus). Em pouco tempo, sem que disséssemos nada a respeito, o
uso de mantos tornou-se um símbolo de status, tal é o poder de
uma liderança.
Deixamos de beber vinho em nossos sabás. No lugar do vi
nho, passamos a tomar suco de uva. (Isso nos alegrou bastante,
pois, na verdade, detestávamos vinho e outras bebidas alcoólicas...)
Chegamos até a levar alguns de nossos melhores participantes de
nossos grupos a ingressarem na Igreja Mórmon! Outras mudanças
menores também ocorreram.
Quando Sharon e eu nos conhecemos, tínhamos feito um acor
onlrAUiio
do entre nós de que cada um buscaria desenvolver-se na magia à
sua maneira, da forma como se sentisse dirigido para isso. Respei
távamos os princípios um do outro e contávamos com a integrida
de pessoal um do outro para perseverarmos em nossos objetivos e
C
nA
ideais. Desde que entrei no satanismo, por exemplo, Sharon parti
cipou apenas daquelas atividades consideradas absolutamente ne
Descendo
cessárias. Era o caso de rituais em que havia algumas outras
sacerdotisas nos grupos, que invejavam sua posição. Percebeu que
tinha de se envolver um pouco ou ficaria para trás.
Nosso pessoal a considerava quase uma segunda mãe, e havia
entre nós uma união como de uma família. Achavam, porém, que 285
mesmo que ela não demonstrasse interesse por determinada “prá
tica das trevas”, teriam a porta aberta para pessoalmente ingressa
rem naquela corrente de magia. No entanto, ela trabalhava em
outras áreas da feitiçaria e continuamente procurava “trazer luz” às
nossas atividades. Em vez de rituais satânicos, incentivava a pes
quisa na alquimia e em ciências tais como a cristalografia e sua
matemática. Em vez de drogas (um dos oito maiores raios da roda
dos bruxos), instruía a respeito de vegetarianismo, saúde e ioga.
Em vez de dispor os círculos de magia branca com os quatro deu
ses pagãos, como fazíamos, ela passou a invocar os vigias do grupo
com os nomes dos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João. Fa
zendo agora uma retrospectiva do passado, na verdade sua tênue
oposição tornou-se a cada nível sutilmente visível.
Logo depois que isso começou, Sharon passou por uma expe
riência fora do comum. A reunião do círculo do sabá desenvolvia-
se normalmente. O círculo havia sido feito, os vigias estabelecidos,
e, como era uma noite de lua cheia, começamos a fazer a invocação
para trazer até nós a essência da deusa à grande sacerdotisa: “Fa
zendo Descer a Lua”. Não era algo raro de acontecer, mas também
não era comum Sharon “entrar em transe” e incorporar a deusa,
como aconteceu naquela noite. Então, um espírito totalmente novo
veio sobre ela, e ela começou a falar numa linguagem desconheci
da. Tinha assumido o que se chama a “posição de deusa” (uma
postura em pentagrama) para a invocação. De repente, caiu de
joelhos, chorando e falando sobre o quê, não sabíamos! Estávamos
acostumados a esperar que qualquer coisa pudesse acontecer, mas
não foi “qualquer coisa” que aconteceu. Ela (a deusa, pelo que cri
amos) impôs as mãos sobre cada um de nós, abençoando, e em
seguida passou a lavar nossos pés com a água consagrada que tí
nhamos usado para fazer o círculo.
Isso perturbou muitos de nossos iniciantes, porque se tratava
de algo muito próximo de lembranças que eles procuravam esque
cer! Mais da metade deles tinha sido criada no catolicismo e teste
munhado a cerimônia do lava-pés na quinta-feira santa.
Algum tempo depois, Sharon começou a falar de sair total
mente do grupo, tornando-se uma pessoa “normal”: talvez voltan
do a estudar, arranjando um emprego, fazendo uma reviravolta
total em sua vida. Nenhum de nós percebeu que algo muito
incomum havia acontecido. Era agora uma mulher diferente. Es
tava muito confusa, mas, certamente, tinha mudado.
Embora as mudanças parecessem ser para melhor, eu nem
suspeitava que um novo desafio, vindo do céu, em pouco tempo
nos alcançaria.
N oI as
S a I vo p e l A “Í I l o c i n H A ”!
C o m i s s i o n A d o s !
dos. Convidou-me a tomar a decisão de mudar-me também, indo
com ela. O tempo todo, ela estava confiando no Senhor e orava
secretamente para que, uma vez longe dos meus companheiros
do sacerdócio mórmon, pudesse falar seriamente comigo. Sharon
estava “abalando os céus” por minha causa, para que eu percebesse
e
quão distante da verdade o mormonismo realmente se encontrava.
HAlHAdos
Protestei com ela quanto à mudança, dizendo-lhe que eu ti
nha assumido a responsabilidade de ensinar Novo Testamento no
instituto da Igreja Mórmon, mas não teve jeito! Já estava decidida,
C
de modo que eu acabei concordando, embora isso significasse per
R e g e n e r A d o s .
der meu emprego e mudar-me para uma área de Iowa onde pode
ria não ser fácil achar um trabalho.
O que Sharon não sabia é que eu também tinha encontrado
algumas contradições dentro do próprio mormonismo, mas temia
discutir esse assunto com ela. Sabia que ela já via a Igreja Mórmon
com certo descrédito e eu não queria afastá-la ainda mais da Igreja.
Em meu ministério nessa Igreja, conheci muita gente que não
estava sendo ajudada pelo mormonismo e vi que muitos ainda es
tavam vivendo uma vida muito aquém do padrão, não cumprindo
os 4.000 mandamentos ali preceituados.
Além disso, eu fora chamado a ensinar Novo Testamento na
instituição de ensino da Igreja,1 mas havia muitas passagens —
especialmente em Romanos e Gálatas — que me atormentavam.
Todavia, eu não sabia para onde me dirigir. Quando o primeiro
semestre letivo do meu contrato terminou, também me mudei
para Dubuque.
P o d e S e r T ão F á c í I f l s s i m ?
Nossa mudança deve ter sido o que o Espírito Santo estava plane
jando no segundo dia após minha chegada a Dubuque. Coloca
ram um folheto à nossa porta, anunciando um Seminário sobre
Profecias, que seria realizado num parque da cidade. Sabia que não
era um evento mórmon, mas eu havia dedicado muito tempo estu
dando o livro de Apocalipse, principalmente por causa do curso de
Novo Testamento que teria de ministrar. Achei, também, que pos
sivelmente teria ali uma oportunidade de ganhar algumas pessoas
para a Igreja Mórmon. Afinal, eu pertencia a uma Igreja dirigida
por um “profeta vivo”!
Depois de assistir às reuniões algumas noites, comecei a sentir
D e s l r o n A d o
C o m i s s i o n A d o s !
emprego. Tive pouco sucesso, de modo que em todo o meu tempo
livre voltei a trabalhar com um livro que resolvera escrever para
provar a verdade do mormonismo. Essa minha ocupação me fazia
esquecer temporariamente do testemunho que eu tinha acabado
de receber. A palavra, porém, aninhou-se silenciosamente em meu
coração, como uma semente.
e
Concluí vários capítulos do meu livro e dei início a um capí
H A H u d o s
tulo sobre os antecedentes pagãos da Igreja Católica. Então, num
lampejo, lembrei-me daquelas revistas em quadrinhos cristãs, pois
C
mencionavam a Igreja Católica. Eu as li e observei, com grande
R e g e n e r A d o s .
interesse, todas as questões que me seriam úteis ao escrever o capí
tulo sobre o catolicismo. Uma vez mais, porém, senti uma palpita
ção de esperança ao ler a “versão protestante” do evangelho. Parecia
fácil demais! Boa demais para ser verdade!
Verifiquei que poderia fazer um pedido de publicações diver
sas àquela editora, e assim fiz. Quando chegaram os livros, revistas
e folhetos que encomendara, os “devorei” com avidez. Constatei, 293
então, que despertavam certas percepções nada agradáveis em meu
coração. Aqueles livros apresentavam uma doutrina que eu nunca
ouvira antes, exceto com conotação totalm ente depreciativa. O que
eu li foi que uma pessoa pode ser salva apenas por confiar em Jesus
Cristo, e que sacramentos, templos, rituais ocultistas, sacerdócios,
tudo isso é totalmente desnecessário — e até mesmo pernicioso —
para você ter a vida eterna.
Fiquei meditando sobre isso por um bom tempo, mas tive que
parar um pouco com a minha pesquisa. Consegui um trabalho de
vendedor de aspiradores de pó, como autônomo. Durante sema
nas, eu me excedi nesse trabalho, mas não conseguia vender nada,
e estava gastando um bom dinheiro com gasolina, indo por toda
parte da cidade. Enquanto dirigia, porém, tive bastante tempo para
pensar e orar. Passei por zonas rurais, locais de uma natureza fasci
nante naquele início de verão, e orei pedindo por orientação. Pas
sei também em frente de pequenas igrejas do interior e, em vez de
um condescendente escárnio de outrora, olhei atentamente para
elas, como se fossem um tesouro raro que, de algum modo, eu
tinha necessidade.
Secretamente, em meu coração, era aquilo que eu queria. O
sonho que eu tinha tido, quando desci a montanha em direção
àquela igrejinha que cantava o hino evangélico, estava o tempo
todo em minha mente.
Li, então, Romanos com muita ansiedade, comparando-o com
o que os folhetos e os livros me diziam. Vi como tudo era tão
simples. Li e reli várias vezes, e comecei a jejuar e orar para ter
certeza de que esta era, de fato, a verdade.
Quatro dias depois, decidi tentar uma abordagem diferente.
Peguei uma daquelas revistas cristãs em quadrinhos. É que me lem
brei de que, na última página, havia uma oração específica para
receber Jesus como Salvador e Senhor.
Dobrei-me e, ajoelhado ao lado de minha cama, fiz aquela
oração com todo o meu coração. Inclusive dei uma paradinha e
retirei, naquela hora, a vestimenta mórmon que usava por baixo
da roupa, para que nao houvesse nenhuma “interferência espiri
tual” em minha oração. Confessei ao Senhor que eu era de fato
um pecador, talvez o principal dos pecadores (veja Romanos 3.23).
E com sinceridade renunciei os meus pecados e me arrependi
(Lc 13.5), confessando que Jesus Cristo morreu na cruz por meus
pecados e ressuscitou dos mortos para que eu pudesse ter vida
eterna (Rm 10.9,10). Pedi a Jesus que me salvasse de meus peca
dos (Rm 10.13) e passasse a ser o Senhor absoluto da minha vida
(Rm 12.1,2).
Não ouvi nenhum coro celestial cantar naquele momento. Mas
senti, de fato, uma tranqüilidade e uma paz extraordinária vindo
sobre mim; uma paz que até agora flui de meu interior quando
escrevo estas linhas, anos depois! Era uma paz como nunca, mas
nunca mesmo, eu tinha experimentado, em mais de 30 anos de
vida. Antes eu nem mesmo sabia quão vazio estava, até o momen
to em que me enchi desta paz.
Senti-me, então, muito melhor, mas ainda tinha algumas dú
h a m ad os e ComissionAdos!
vidas. Decidi que iria “testar” tudo isso. Primeiro, deixei de lado a
vestimenta de magia mórmon. Sharon estava ainda na Escola de
Enfermagem, de modo que fiquei sozinho com meus pensamen
tos. Senti que precisava conversar com alguém, mas não me veio à
mente o nome de quem quer que fosse que pudesse me compreen
der, a não ser o nome dela.
Naquela noite, conversamos bastante. Sharon estava exultante
de alegria pelo fato de eu ter finalmente encontrado o caminho cer
to. Eu tinha sido salvo pela graça e liberto pelo sangue do Cordeiro.
C
Ao explicar-lhe o que tinha descoberto na Bíblia, nos folhetos e nas
RegenerAdos.
revistas, ela sorriu, demonstrando que se sentia muito feliz. Expli
cou-me, então, que fora desse modo que ela acreditara no princípio,
e que sua experiência, naquele tempo, tinha sido igual à minha. Dis
se-me que vinha em busca dessa fé que ela havia perdido desde que
viu a hipocrisia que há na Igreja Católica, tantos anos atrás.
Ficamos exultantes ao vermos que nós dois, por caminhos in
dependentes, tínhamos chegado às mesmas conclusões. Depois 295
disso, passaram ainda alguns meses para nos desembaraçarmos da
Igreja Mórmon. Mas havia ainda algumas medidas que precisariam
ser tomadas.
D e s í r o n A í i d o o DÍAbo
C o m i s s i o n A d o s !
cidade. Ao me ouvir, ele disse:
— Louvado seja o Senhor! Traga-os com você, que vamos quei
mar tudo!
Sentindo-me de repente atemorizado, sem que houvesse razão
para isso, enchi todo o porta-malas não só com caixas de livros,
mas também punhais, espadas, mantos e incensórios. Dava para
e
C HAi n Ado s
eu quase ouvir sedutores sussurros daquelas caixas, dizendo: “Não
nos queim e. Você não p o d e viver sem nós?1Engolindo um nó na gar
ganta do tamanho de uma bola de golfe, fechei rapidamente o
porta-malas e me pus a caminho.
R e g e n e r A d o s ,
Enquanto me dirigia para a igreja, pude quase sentir terremo
tos acontecendo ao meu redor e a estrada abrindo-se para a minha
passagem. Parecia que um raio poderia cair sobre o carro a qual
quer momento. Fiquei encharcado com o suor frio de um terror
apavorante quando nem mesmo três quadras tinha percorrido. Não
percebi na hora, mas o fato é que estava sob um ataque demonía
co. Felizmente, o pastor estava em seu gabinete orando por mim! 297
Foi com um alívio tão grande, para o qual não tenho palavras,
que finalmente entrei na área de estacionamento da igreja. O pre
gador veio, então, cumprimentar-me. Surpreendi-me ao ver que
ele era um jovem robusto, cheio de entusiasmo, de camisa esporte
e barbado. A idéia que eu tinha feito era a de um fanático vestido
de terno preto, cabelos grisalhos e austero. O jeito de ele se com
portar me foi uma agradável surpresa. Ele realmente estava satisfei
to consigo mesmo. Eu nao sabia que os cristãos tinham permissão
para serem daquele jeito...
Ele me ajudou a tirar tudo aquilo do porta-malas e, em segui
da, levou-me para o seu gabinete e me pediu que sentasse. Depois
de algumas perguntas para certificar-se de que eu de fato tinha
nascido de novo em Cristo, ele começou a responder às minhas
perguntas. Finalmente, senti que estava no caminho certo. Eu ha
via destronado Lúcifer da minha vida e tinha entronizado o
Senhor Jesus Cristo em seu lugar!
Depois de um ano freqüentando aquela igreja, circunstâncias
nos levaram a nos transferir para outra congregação. Lá, o rebanho
era pastoreado por um casal, o pastor e sua esposa, que tinha uma
considerável experiência em aconselhamento espiritual. Discerniram
corretamente que, embora estivéssemos salvos e a caminho da gló
ria, havia ainda algumas fortalezas demoníacas em nós por causa
de todo o mal que havíamos praticado no ocultismo, e com o qual
D e s t r o í i A d o
C o m i s s i o n A d o s !
S ua s a b e d o r ia é perfeita e c o n s o l a d o r a !
S eu a m o r e n c h e r á até m e s m o o c o r a ç ã o m a is v a z io !
J e su s C r is t o é o Senhor!
e
ConclusÃo
s
o
a m a d
Oramos para que este livro seja, antes de tudo, um testemunho do
poder totalmente suficiente e capaz do amor do Senhor Jesus Cristo
h
C
para salvar! E evidente, pela nossa narrativa, que estivemos envol
R e g e n e r A d o s .
vidos com os poderes das trevas num grau bastante elevado. Entre
gamos totalmente a nossa vida ao estudo da “magia negra” por
quase 16 anos.
Mas, por meio de simples orações, o céu desenredou tudo que
o inferno tinha tentado fazer. Se você, leitor, está envolvido com
satanismo, feitiçaria, candomblé ou qualquer tipo de ocultismo ou
espiritismo, tem um desafio à sua frente. 299
O testemunho da Bíblia contra as práticas de feitiçaria e ma
gia é definitivo e bem claro:
Q uanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abominá
veis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e
a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que
arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. (Ap 2 1.8 ).
e ComissionAdos!
senteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com
este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa men
te, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus. (Rm 12 .1,2 )
C HAi nAdos
mantos, imagens e outras quinquilharias, deve destruir tudo isso
no fogo, tão logo seja possível. (Veja Atos 19.19.) Não apenas os
jogue fora, pois outras pessoas poderão encontrar esses objetos e
egenerAdos,
serem enganadas por eles. Se você não tiver como queimá-los, peça
a um pastor da sua localidade que o ajude. Como você viu nesta
narrativa, precisa ser persistente, telefonando para diversas igrejas.
Se você seguiu estes cinco passos, tão simples, para receber
Cristo, é agora um nascido de novo, em Cristo, um fdho de Deus,
tendo a certeza de que Satanás não poderá nunca mais arrebatá-lo
das mãos de Jesus! Você está nas mãos de Alguém infinitamente 3Ó:|
mais poderoso do que o diabo!
Para crescer como cristão, é importante ler a Bíblia Sagrada e
orar. Orar é apenas falar com Deus. É também vital que você en
contre uma igreja em que Jesus Cristo seja exaltado como Senhor e
Deus. Como mencionamos anteriormente, nem todas as igrejas
que se declaram cristãs são verdadeiramente cristãs. Portanto, pro
cure encontrar uma igreja que se enquadre nos seguintes pontos:
1. Creia em um só Deus, eterno e triúno — o Pai, o Filho e o
Espírito Santo — três distintas Pessoas em um só Deus. (Veja
1 João 5.13; Mateus 28.19; Deuteronômio 6.4).
2. Creia que Jesus Cristo é Deus Todo-Poderoso, verdadei
ro Deus e verdadeiro homem, que morreu na cruz para nos sal
var dos nossos pecados e ressuscitou literalmente dos mortos,
no terceiro dia. (Veja 1 Timóteo 3.16; Romanos 10.9-13;
1 Coríntios 15.1-5.)
3. Creia que a salvação não é alcançada por qualquer coisa que
possamos fazer, mas, sim — e apenas — , por pedir a Jesus que
aplique em nós o que já fez na cruz. Para ser verdadeiramente cren
te, uma nova criatura em Cristo, não são necessárias “boas obras”,
nem “ser simplesmente membro de uma igreja”, nem mesmo o
batismo. (Veja Efésios 2.8,9; Gálatas 2.16; 3.10.)
4. Creia que a Bíblia Sagrada nos foi dada pela inspiração de
Deus, e portanto ela não é maculada, mas inteiramente perfeita e
singularmente sem erros. E que ela deve ser o único padrão pelo
qual a conduta, a doutrina e os princípios da igreja sejam aferidos.
(Veja 2 Timóteo 3.16,17; Mateus 5.18; 24.35; Lucas 9.26;
João 6.63.)
Estes são os pontos fundamentais da fé cristã que “não são ne
gociáveis”, e que toda igreja cristã firmada na Bíblia tem de aceitar.
Agora, para todos os crentes, salvos pelo sangue do Cordeiro,
que tiveram uma origem de práticas pecaminosas no ocultismo, na
feitiçaria, no candomblé ou na umbanda, no espiritismo, esoterismo
ou satanismo, o que se segue é especialmente para vocês.
Muitos, mas não todos, os crentes egressos do ocultismo têm
problemas que os impedem de ter um caminhar pleno e vitorioso
com Jesus Cristo. Talvez você tenha problemas em ler a Bíblia ou
orar regularmente. Talvez haja certos pecados que ainda estejam
sendo constantemente praticados, e que você tenha dificuldade
em vencê-los. Ou, quem sabe, há enfermidades ou depressões em
sua vida?
Descobrimos, orando por centenas de pessoas — todos cris
tãos — , que, se você teve ancestrais que participaram de seitas ou
do ocultismo, ou se você mesmo praticou tais coisas, romper com
elas, formalmente, perante o Senhor para ser totalmente liberto
de envolvimentos carnais. Isto não significa que você não seja
salvo e que não esteja a caminho do céu. E claro que você é salvo!
Apenas significa que Satanás está procurando atingi-lo na carne.
Se você achar que esta parte do livro está falando com você —
especialmente se tem uma origem no ocultismo ou na feitiçaria — ,
e ComissionAdos!
o que precisa fazer é dobrar os joelhos diante de nosso Pai e fazer
esta simples oração:
HAi nAdos
está me purificando agora de todo pecado. Mediante esse san
gue, sou justificado, como se nunca tivesse pecado.
CRegenerAdos.
Mediante o sangue de Jesus, sou santificado, tornado santo,
separado para Deus, pois sou membro de uma raça eleita, de
um sacerdócio real, de uma nação santa, de um povo de pro
priedade exclusiva de Deus. Que eu proclame as tuas virtudes,
Senhor Deus, pois tu me chamaste das trevas para a tua mara
vilhosa luz! (1 Pe 2.9). Meu corpo é templo do Espírito Santo,
remido e purificado pelo sangue de Jesus.
...os quais podem achar que ainda têm algum direito sobre
mim ou minha família. Em nome de Jesus, renuncio a esses
espíritos de Satanás e declaro que não têm mais poder algum
sobre mim, pois fui comprado e pago pelo sangue de Jesus
derramado no Calvário.
você foi feiticeiro, bruxo, pai-de-santo ou satanista, ore ainda
C o m i s s i o n A d o s !
vão para o lugar que Jesus Cristo os enviar, pela voz do Espírito
Santo. Ordeno que todos vocês saiam de mim agora, de acor
do com a Palavra de Deus e em nome de Jesus.
Também peço a ti, ó Pai, que feches todas as brechas pelas quais
e
os demônios tiveram acesso a mim, por quaisquer pecados, de
H A m A d o s
todos os modos, e peço-te que seles estas brechas para sempre
com o sangue do Cordeiro, derramado na cruz do Calvário.
Agradeço-te por fazeres isto, no poderoso nome de Jesus.
Cg e n e r A d o s .
(...) esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando
para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristojesus. (Fp 3.13,14)
Nol AS
305
1 O Instituto de Religião Mórmon é um programa educacional religioso
para adultos mantido pela Igreja. Eu fora contratado para lecionar dois
semestres de Novo Testamento em Milwaukee.
O Ca l e n d Á r i o
SaIãíiíco
P esíA S S a í Ai i Í cas 6 s p e c Í A Í s - p A r l e í :
4. Festa de Tahuti:
Em 7 de setembro. Veja também a festa da Besta, abaixo. Ce
lebrada com magia sexual de natureza homossexual.
5. “Crowleyana”:
12 de outubro. Festa do aniversário de Crowley. Forma de
celebração não estabelecida.
F e s í A s S a Iâ i i í c a s 6 s p e c Í A Í s - p A r t e 2 :
5. Festim Satânico:
Em 17 de janeiro ($$)• Requer um sacrifício (do sexo femini
no, entre 7 e 17 anos).
6. São Eischstadt:
Em Ia de março ($). Um animal (geralmente um cachorro) é
esquartejado e sacrificado. Sua carne é consumida como sacramento.
7. Grande Clímax:
Preparação entre 19 e 26 de abril, festa entre 26 e 30 ($$$).
Sacrifícios humano e sexual são requeridos (do sexo feminino, cris
tã, entre 1 e 25 anos).
8. Festim Demoníaco:
Em l 2 de julho. Sacrifícios humano e sexual (moça, entre 7 e
17 anos). Também magia sexual com espíritos demoníacos.
9. Festa da Besta:
Em 7 de setembro, mas apenas a cada 27 anos. O último foi
em 1982; o próximo será em 2009 ( t t ) .1 Sacrifícios humano e
sexual e desmembramento (moça com menos de 21 anos, devendo
ser virgem).
SAtAnico
12. Grande e Alto Clímax:
C A le n d A r io
(qualquer sexo, qualquer idade, desde que seja cristão).
N oIa
O
-
1 Véja M ichelle Remembers [Memórias de Michelle] — Michelle Smith &
I
Lawrence Pazdur, M .D., Congdon & Lattés, 19 8 0 (edição de livro de
êndice
bolso), p. 266. Embora este livro contenha erros, não tendo uma pers
pectiva bíblica adequada (os “rapazes” são todos clérigos e leigos católi- ^
cos), é um livro histórico, o primeiro publicado narrando a história do
sobrevivente de um ARS.
I n d í c i o s de um
Possível Rbu s o
2) Comportamento no banheiro:
• Queixa-se de que está queimando ou que sente dor
em partes íntimas quando está tomando banho.
• Diz aos pais que alguém o(a) despiu ou se mostrou
nu para ele ou ela.
• Diz aos pais que alguém passou a mão em suas partes
íntimas.
• Descreve com precisão atos sexuais com outras pes
soas, ou entre outros adultos, outras crianças, entre
animais.
• Tem medo do banheiro e não quer usar o vaso. Re
cusa-se a tomar banho na frente do pai ou da mãe.
• Preocupação em ter o corpo superlimpo. Troca as
peças íntimas desnecessariamente.
• Medo fora do comum de se afogar no banho de ba
nheira, aceitando só o chuveiro.
• Recusa práticas usuais: não quer ir ao banheiro, não
quer enxugar-se, não quer sair de casa, não quer ir
para a sala.
• Fala de comer excrementos humanos ou faz isso.
m asturbação.
• Pouca ou nenhuma lembrança da infância.
• C o m p o rta m e n to s de a u to m u tila ç ã o ; p e n sa m en to s
de su ic íd io .
L ii c i f e r
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