Um grupo de leigos da Diocese do Porto escreve uma carta aberta ao Bispo expressando preocupação com as vítimas de abuso sexual, sacerdotes e bem da Igreja. Pedem decisões claras e urgentes sobre 4 casos de sacerdotes enviados ao Vaticano sem medidas cautelares. Exortam o Bispo a retomar o caminho de purificação com justiça.
Um grupo de leigos da Diocese do Porto escreve uma carta aberta ao Bispo expressando preocupação com as vítimas de abuso sexual, sacerdotes e bem da Igreja. Pedem decisões claras e urgentes sobre 4 casos de sacerdotes enviados ao Vaticano sem medidas cautelares. Exortam o Bispo a retomar o caminho de purificação com justiça.
Um grupo de leigos da Diocese do Porto escreve uma carta aberta ao Bispo expressando preocupação com as vítimas de abuso sexual, sacerdotes e bem da Igreja. Pedem decisões claras e urgentes sobre 4 casos de sacerdotes enviados ao Vaticano sem medidas cautelares. Exortam o Bispo a retomar o caminho de purificação com justiça.
Carta aberta a S. Exa. Reverendíssima Senhor D. Manuel Linda, Bispo do Porto
Na sequência do Relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa – Comissão criada pela Conferência Episcopal Portuguesa – temos vivido, como fiéis e como filhos da própria Igreja, preocupados e vigilantes, na ânsia de orientações e decisões do Bispo da nossa Diocese. Preocupam-nos, acima de tudo, as vítimas de abusos – as crianças e demais frágeis: o seu passado doloroso, o respeito pela sua dor presente e o acolhimento que lhes é devido. E queremos que saibam que existe uma Igreja disponível e preocupada com sua dor – e está aqui. Preocupam-nos, também, todos os membros da Igreja, em especial os sacerdotes, porque sabemos (conhecemos bem!) como são maioritariamente portadores da verdade, da justiça e da bondade de Cristo. Preocupa-nos, ainda, o Bem da Igreja: a urgência da purificação a que todos somos chamados e a certeza de que a Igreja, designadamente na nossa Diocese do Porto, deve ser portadora firme e segura dessa predisposição. Temos rezado pelas vítimas, pelos sacerdotes, pelo nosso Bispo. Pedimos, em concreto, que ao nosso Bispo lhe assista, nas decisões que lhe cabe tomar, o discernimento e o critério do próprio Cristo. Nas limitadas circunstâncias que são as nossas – de comuns, mas empenhados fiéis da Diocese do Porto – filial e lealmente fizemos questão de estar próximos do nosso Bispo nestas longas e dolorosas semanas. Conhecemos as orientações da Santa Sé. Soubemos das conclusões e dos alegados suspeitos de abuso no seio da Diocese do Porto. Tomámos conhecimento do afastamento cautelar de 3 sacerdotes. E, na semana passada, ficámos a saber que o nosso Bispo optou por remeter ao Vaticano e ao Ministério Público 4 processos a respeito de outros sacerdotes, sem tomar qualquer decisão cautelar no plano pastoral (seja em que sentido for) e sem partilha de qualquer fundamentação. Interpretamos este momento em absoluta urgência e, sobretudo, como um grito de clareza e transparência dirigido ao nosso Bispo. Não podemos calar a nossa dor e comunhão com o sofrimento das vítimas dos abusos sexuais. E não podemos calar, também, o desconforto pelos sinais que não confirmam a sintonia, nem com a urgência, nem com o consolo da clareza. Com a mesma lealdade filial com que, pessoalmente, nos dirigimos ao nosso Bispo no decurso destas longas semanas, sentimos agora a necessidade de dar nota pública de como não nos animam as não decisões, a falta de sentido de urgência e de clareza. Pelas vítimas, pela Igreja, pelos seus sacerdotes e fiéis, exortamos V. Exa. Reverendíssima a retomar a firmeza do caminho de purificação que, com justiça, se impõe. PS. Somos um grupo de leigos, empenhados, sem organização formal, constituído em comunhão de fé, residentes no Diocese do Porto e que, em unidade com o seu Bispo e com o Papa, se sentem genuinamente preocupados com o tema dos abusos sexuais de crianças e frágeis no seio da Igreja. Contacto: leigosdioceseporto@gmail.com