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Resumo
Trata-se da análise e constatação, por meio de diversos casos, de problemas nas edificações
oriundos de incêndios. A análise pericial abrange o estudo e impacto das chamas na estrutura e a
verificação das patologias que aparecem nessas situações. Serão apresentados alguns casos que
servem como parâmetro para estudo, com demonstração das patologias identificadas.
DA ANÁLISE TÉCNICA
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Figura 1: Curvas temperatura-tempo padronizadas pelas principais normas internacionais
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O EFEITO DA TEMPERATURA SOBRE O CONCRETO
Outro efeito nocivo ao concreto, é que por sua baixa condutividade térmica,
criam-se no seu interior “camadas” com temperaturas diferenciadas, principalmente
em relação à camada superficial, em contato direto com o fogo. Entre essas
camadas surgem tensões térmicas, que podem, em alguns casos, ser superiores à
tensão de tração da matriz cimentícia, provocando fissuração e, isto provoca o
aparecimento de “camadas independentes” no interior do concreto, comprometendo
sua monoliticidade.
Quando isto se torna intenso e a duração do fogo é longa (algumas horas),
isto pode provocar o desprendimento de camadas (normalmente as superficiais) do
concreto, sem estilhaçamento de grande magnitude, mas ocorrem nos primeiros
momentos de um incêndio, expondo as armaduras à ação direta do fogo
(“sloughing”).
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Fo tos - a l g uns do s l oc a i s on de ho u ve a pa re nte ―s l ou ghi ng ‖
5
O concreto que ultrapassa a fase do “spalling”, no início do aumento da
temperatura, sofre uma retração volumétrica pela perda de umidade contida.
Simultaneamente os agregados e a ferragem sofrem expansão volumétrica devido
ao aumento da temperatura.
Isto começa a acontecer quando a temperatura ultrapassa os 300ºC. Quando
ela chega aos 400ºC, inicia-se a decomposição dos hidróxidos de cálcio, resultando
em óxido de cálcio puro e água (que vaporiza).
Quando a temperatura chega a cerca de 550ºC a desidratação dos hidróxidos
de cálcio, responsáveis pela passivação das armaduras, é completa.
De modo geral, 2/3 do volume dos concretos é composto por agregados. No
Rio de Janeiro muitos dos agregados usados são ricos em sílica.
Este tipo de agregado, quando submetido a aumentos significativos de
temperatura, provoca no concreto um fenômeno chamado de pipocamento (“pop
out”), que nada mais é do que um “spalling” localizado, e ocorre quando a
temperatura aproxima-se de 600ºC. Isto é consequência do aquecimento dos
agregados que chegam a ter aumento de volume de cerca de 1%.
ALTERAÇÃO DA COR
O concreto dependendo da natureza dos agregados pode mudar de cor em
função da temperatura. Pequenas quantidades de óxido de ferro, hidróxidos ou
óxidos de ferro hidratados são responsáveis por essas alterações na coloração
principalmente dos agregados oriundos de rochas sedimentares, metamórficas e
ígneas. Quando a mudança de cor ocorre, se dá devido, principalmente à presença
de rochas calcárias, que normalmente apresentam uma coloração rósea entre 230
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°C e 300 °C. A tonalidade vai escurecendo gradualmente com a elevação da
temperatura, quando a mesma chega próximo aos 600 °C os agregados podem se
tornar vermelhos amarronzados. Em temperaturas próximas aos 900°C, a coloração
se torna cinza e por último, amarelo-claro.
“5 . 1 . 2 Re si st ê n c ia à co mp r e ssã o d o co n c re t o n a t e mp e ra t u ra ”
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Fi g ura 2 — Fa t or de r e duç ã o da re s i s tê nc i a do c onc re t o e m
fu nç ã o da te m pe r a tu ra – fo n te N B R 1 5 . 2 0 0
No mesmo item é tratada a perda de resistência da ferragem quando
submetida a aumentos significativos de temperatura.
CORROSÃO
Os metais quando submetidos à ação do fogo podem sofrer corrosão. Esse
material raramente é encontrado no estado puro, possui uma combinação de um ou
mais elementos não-metálicos, tais como minérios, que de modo geral possuem
formas oxidadas do metal.
A corrosão é um processo de deterioração de propriedades que ocorre
quando um material reage ao ambiente. Grande parte das ocorrências de corrosão
envolvem reações eletroquímicas
A ação do combate ao incêndio pode ser tão destrutiva ao concreto quanto à
própria ação do fogo. Os resfriamentos e contrações abruptas provocam gretas
(CÁNOVAS (1988)). Em uma estrutura de concreto aquecida próximo a 500 °C, a
ação da água produz uma grande elevação de temperatura em virtude da reação de
reidratação do óxido de cálcio livre no concreto. O aumento da temperatura incide a
novas expansões térmicas, gerando fissuras.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
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em casos de ocorrência. Algumas medidas que podem ser observadas são: escolha
do material de revestimento e acabamento, instalação de escadas de fuga, muitas
vezes são inseridas na fachada da edificação, controle da fumaça e segurança
estrutural
Um projeto completo preventivo contra incêndio, compreende:
- Extintores;
- Preventivo hidráulico;
- Instalações de gás combustível;
- Saídas de emergência com escadas de escape.
- Proteção contra descargas atmosféricas;
- Iluminação de emergência;
- Sistema de alarme e detecção.
DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO
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Fo to: V i s ta ge ra l da e di fi c a ç ã o
Foi realizada a vistoria logo após o incêndio e pode-se verificar que o foco
ocorreu no depósito localizado na sala do 8º andar, visto ser um ambiente fechado,
com muito material inflamável estocado. Por posicionamento inadequado de material
inflamável, este ficou próximo e exposto ao calor de uma luminária e o incêndio se
iniciou. Este compartimento foi o mais afetado.
Os danos identificados na vistoria foram:
No depósito, o rebaixo em gesso estava totalmente danificado assim como o
sistema de ar condicionado central. As esquadrias estavam danificadas e com vidros
quebrados. Algumas paredes, principalmente a de divisa com a sala contígua
apresentava fissuras capilares oriundas do gradiente térmico. A pintura estava
danificada em diversos compartimentos e instalações necessitando de reparos. No
teto do depósito havia um ponto com armadura aparente.
Na sala vizinha do lado interno verificou-se uma fissura inclinada, percorrendo
toda a parede de divisa com a sala onde houve o incêndio.
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Fo to – V i s ta de pa rte da s a l a o nde oc or re u o i nc ê n di o,
i ns t a l a ç õe s da ni f i c a da s .
Fo tos – Ba nhe i ro , re ba i x o e m ge s s o d o te t o e i ns ta l a ç õe s
da ni fi c a da s .
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Fo to – C om pa r ti m e nt o c om s i na i s d o i nc ê n di o.
Fo tos – V i s ta da p a re de de d i vi s a e nt re a s s a l a s
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Fo tos – V i s ta da p a re de de d i vi s a d a s s a l a s , pe l o l a d o i n te rn o da
s a l a f oc o d o i nc ê ndi o. Fi s s u ra s na a l ve na r i a e pi n t u ra t o ta l me nt e
da ni fi c a da .
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Fo tos – Te to da s a l a , re ba i x o de g e s s o da ni fi c a do e i ns ta l a ç õ e s
a fe ta da s .
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No pavimento imediatamente acima da sala onde se iniciou o incêndio,
verificaram-se fissuras horizontais nas paredes e o desprendimento do piso
cerâmico em porcelanato. As esquadrias tiveram os vidros quebrados e sua
estrutura em alumínio anodizado necessitou substituição de algumas peças
danificadas.
Fo to - E s q ua dr i a da ni fi c a da e re t or c i da .
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Fo tos – E s q ua d ri a da ni fi c a da , c om vi dr os q ue b ra d os .
ne c e s s i ta n do s ub s ti tui ç ã o de a l gu ma s pe ç a s .
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CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Segundo publicado nos jornais, suspeita-se que o incêndio foi oriundo
de um curto circuito no compartimento utilizado como depósito, tal como a seguir
transcrito da reportagem no Jornal “O Globo”
“B om be i ro s s us p e i ta m de c ur to -c i rc ui to e m s a l a
P a p é is, p ro d u t o s q u í mico s e ma t e r ia i s u sa d o s e m c iru rg ia s
f a ci l it a r a m a p ro p a g a çã o d o f o g o . O s b o mb e i ro s d is se ra m su sp e i t a r
q u e u m cu rt o -c i r cu it o n u ma sa la q u e g u a rd a va r e mé d i o s t e n h a
p ro vo ca d o o in cê n d io . ”
A análise dos danos edilícios inicia-se pela verificação das peças estruturais.
Uma vez que as peças são revestidas de argamassa e existia, em boa parte
do imóvel, forro falso, o concreto da estrutura não sofreu agressão que modificasse
de maneira significativa suas características, principalmente sua resistência.
O fogo durou cerca de 20 min, isto elevou a temperatura interna nos
locais atingidos a cerca de 800ºC em seu ápice, mas o tempo de atuação foi muito
pequeno, não se apresentando nenhuma das características que indicariam a perda
de resistência ou a modificação significativa em seu módulo de elasticidade, como o
esfarelamento da superfície sob a ação direta do fogo, que calcinaria o concreto, ou
o lascamento (spalling), que ocorre quando o concreto (no caso a laje) fica
submetido à exposição do gradiente térmico de forma contínua, como já
apresentado. Não foram observados nem o esfarinhamento da superfície do
concreto, nem sua laminação progressiva. Outra ocorrência comum nas situações
de incêndio a temperaturas altas é o chamado lascamento explosivo, que também
não foi observado em nenhum dos pontos vistoriados.
Considerando-se que o tempo efetivo de exposição ao fogo direto sobre o
concreto não provocou nenhuma das situações clássicas de início de deterioração,
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considerando-se que, para o sinistro ocorrido, indícios iniciais de lascamento
progressivo ou explosivo seriam identificados, caso, efetivamente, tivessem causado
danos sérios às características e à resistência do concreto, e considerando-se que o
não desprendimento do cobrimento das peças estruturais, o que induz à certeza de
preservação das características físicas das armaduras, pode-se afirmar que não
ocorreram danos estruturais importantes.
As alvenarias existentes no pavimento, imediatamente acima do trecho de
maior incidência de fogo, sofreram os efeitos de carga térmica intensa e
apresentaram fraturas em sua face superior e vertical junto à fachada.
A esquadria de fachada, em alumínio anodizado bronze, foi parcialmente
atingida pelas labaredas e apresenta danos irreversíveis em alguns perfis, que
deverão ser substituídos. Os vidros deste trecho da fachada, que apresentem
trincas, também deverão ser substituídos. Deverá ser feita uma revisão de vedações
e caixilharia em todo o trecho da fachada que sofreu incidência do fogo.
Os demais danos construtivos verificados se constituem de desprendimento
de revestimento cerâmico e destruição parcial de forros nos tetos. A instalação
elétrica, devido à variação de temperatura ocorrida, ficou danificada e necessitou ser
integralmente revista e substituída.
1 0 / 0 6 à s 0 9 h 3 5 - A t u a l i za d a e m 1 0 / 0 6 à s 0 9 h 4 1
I n cê n d io e m p ré d i o d a A v. R io B ra n c o já e st á qu a se co n t ro la d o
Jo rn a l d o B ra si l
V á r ia s e qu ip e s d o Co r p o d e B o m b e iro s p e rm a n e ce m n a
A ve n id a R io B ra n c o , 9 9 , n o Ce n t ro d o R io , o n d e u m p r é d io co m e rc ia l
p e go u f o go p o r vo lt a d a s 7 h d e s t e d o m in go . A s ch a m a s já e st ã o
m e n o re s.
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isso, o combate ao incêndio foi feito por dentro do edifício.
1 0 / 0 6 / 2 0 1 2 0 9 h 0 2 - A t u a l i za d o e m 1 0 / 0 6 / 2 0 1 2 1 0 h 2 6
I n cê n d io e m p ré d io in t e rd it a t re ch o d a A v. Rio B r a n co , d i z
p re f e it u ra
T râ n si t o é d e s via d o p e la A ve n id a P a sso s , se gu n d o Ce n t ro d e
O p e ra çõ e s.
B o m b e iro s co m b a t e m f o go e m e d if íc i o n a A v. R io B ra n c o 9 9 .
Do G 1 R io
A A ve n id a R io B ra n co , n o Ce n t r o d o Rio , e st á i n t e r d it a d a e n t r e
a A ve n i d a P re s id e n t e V a r ga s e a Ru a d o Ro s á r io , d e vid o a u m
in cê n d io e m p ré d i o co m e r c ia l n o im ó ve l d e n ú m e ro 9 9 qu e a co n t e ce
n a m a n h ã d e st e d o m in g o (1 0 ). O t r â n sit o e st á se n d o d e s via d o p e la
A ve n id a P a sso s, se g u n d o in f o rm o u o Ce n t ro d e O p e ra çõ e s d a
P re f e it u ra .
B o m b e iro s d o Q u a rt e l Ce n t ra l co m b a t e m o in cê n d io n o p ré d io
d e sd e a s 6 h 4 5 d e st e d o m in go (1 0 ), co m se i s via t u r a s, se gu n d o a
a sse s so ria d o Co r p o d e B o m b e i ro s .
No t í cia s ve icu la d a s p e lo Jo rn a l d o B ra s il e p e lo G 1
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No p re se n t e ca so , a s p e ça s e st ru t u r a i s t e m d im e n sõ e s m a io re s
qu e a s a t u a is, e m f u n çã o d o s crit é r io s d e d im e n sio n a m e n t o a d o t a d o s
à é p o ca d a co n st r u çã o , o qu e t ra z b e n e f íc io e m re la çã o a o ca so e m
e p í g ra f e .
Um p o n t o a d ic io n a l f a vo rá ve l a o e d if í cio e m a n á l ise é o f a t o d e
qu e n ã o d e ve m t e re m s id o u sa d o s a d it i vo s qu e p e rm i t e m a re d u çã o
d o f a t o r á gu a / ci m e n t o , p ro m o ve n d o co n c re t o s m a i s co m p a c t o s e
m e n o s p e rm e á ve i s (o qu e a u m e n t a a d u ra b i lid a d e d o m a t e ria l a
t e m p e ra t u ra a m b ie n t e ), m a s qu e e m sit u a çõ e s d e in cê n d io a n t e c ip a m
a d e g ra d a çã o d o m a t e ria l.
Co m o o co n c re t o , n o p re se n t e c a so , é a n t i go , o t e o r d e
u m id a d e é m a is b a i xo , n ã o t e n d o s i d o o b se r va d o s m u i t o s lo ca i s o n d e
t e n h a o co rr id o la s ca m e n t o ( “sp a l lin g ”) , p o ré m e xi st e m a l gu n s p o n t o s
o n d e o f e n ô m e n o p a re ce t e r a co n t e c id o .
E m vist a d o qu e s e e n co n t ro u a o lo n go d a s vi st o ria s e f e t u a d a s,
e f u n çã o d a s re c o m e n d a çõ e s t é cn i ca s so b re o a ssu n t o , t a n t o a s
n a cio n a is co m o a s in t e rn a cio n a i s, a va l io u -se o d a n o e st ru t u ra l
o co r r id o p a ra se e st a b e le ce r o m e lh o r p ro ce d im e n t o d e re f o rço .
A a n á l ise d o s e ve n t u a is d a n o s e st r u t u ra is f i co u ci rcu n sc rit a a o
o co r r id o n o 1 5 º p a vim e n t o .
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Foto - Incêndio controlado
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19
1
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15
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17
11 22
6
10
7 4
8 8
9
24
3 23
5
2 6
3
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LEGENDA
Fissura ou dano
laje
pilar
viga
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Fotos - Pavimento após o incêndio
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Fotos 15º pavimento – Cerca de 30 dias após o incêndio
Ne st e ca so lo go a p ó s o in cê n d io f o i a d o t a d a a so l u çã o d e
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re f o rço e st ru t u ra l p o r m e io d e e st ru t u ra m e t á l ica d e s u st e n t a çã o d a
la je d e t e t o , n a re g iã o e f e t i va m e n t e a t in g id a p o r a lt a s t e m p e ra t u ra s.
A lé m d e se re f o rça re m t o d a s a s la je s co m u m a so b re ca p a d e
f e rra ge m e co n c re t o , e xe cu t o u - se u m a m a lh a d e vi ga s m e t á l ica s d e
g ra n d e p o rt e , e m t o d o o p a vim e n t o .
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Fotos: Reforço nas peças estruturais
DANOS ADICIONAIS
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Foto: Procedimento de justaposição por fibras de carbono
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Em vista do que se encontrou ao longo da vistoria efetuada e das
providências que foram tomadas, pode-se afirmar que os eventuais riscos estruturais
estavam afastados.
E sse ca so e sp e c íf ico re f e re -s e a u m ga lp ã o o cu p a d o p o r u m a
E m p re sa d e Co m b u st í ve is e L u b rif ic a n t e s, s it u a d o n a E st r a d a P a d r e
G u i lh e rm e De ca m in a d a , 2 . 7 0 0 – S a n t a C ru z, à s m a r ge n s d a A v.
B ra s i l – R io d e J a n e ir o . O in cê n d i o d e s t ru iu p ra t ica m e n t e t o d o o
ga lp ã o .
27
Av
Brasil
Localização do Galpão
Fotos – Incêndio.
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Fotos – Incêndio.
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Anexo em
obras
Portão automático
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Fotos – Vistas internas do
depósito após o incêndio.
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Cilindro de gás da
empilhadeira
Fotos – Empilhadeira.
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Fotos– Instalações elétricas após incêndio.
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Foto – Extintores de incêndio encontrados no galpão.
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Fotos – Tambores de óleo
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Foto – Estrutura deteriorada pelo calor.
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Tendo em vista o estado de destruição, a intensidade do fogo e a duração
do incêndio (foram necessárias mais de quatro horas para a extinção inicial do fogo),
os indícios que poderiam conduzir a uma conclusão sobre as possíveis causas para
o ocorrido não estão disponíveis.
Desta forma, é inconclusiva a origem do fogo, o que está corroborado
pela Certidão de Ocorrência emitida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Rio de Janeiro – 13º GBM Campo Grande.
A duração do incêndio e a temperatura alcançada são fundamentais para
se determinar a capacidade da estrutura de permanecer em condições de
estabilidade.
Os danos estruturais oriundos de um incêndio são determinados por
expressões que relacionam o crescimento da temperatura dos gases quentes do
compartimento, com o tempo de duração do incêndio. A curva-padrão de materiais
celulósicos (ISO 834 e ASTM E 119) é mundialmente difundida por meio de códigos
normativos.
Os compartimentos com predominância de materiais inflamáveis são
avaliados adotando curvas padronizadas para materiais hidrocarbonetos tais como
UL 1709 (E.U.A.), “H” – hydrocarbon curve (União Europeia), RWS (Países Baixos) e
RABT (Alemanha e Japão).
A relação temperatura X tempo de duração pode ser inferida, para
incêndios como o ocorrido tanto na fase de aquecimento, como na fase do
resfriamento, com ventilação limitada e sem dispositivos de combate automático ao
fogo, pela Norma ASTM E119-00a, indicando que a temperatura no local chegou a
cerca de 1.100º C. Esta temperatura atuando pelo tempo de duração do incêndio
leva a resistência do concreto a ficar desprezível.
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Em decorrência da intensidade do fogo e da duração do incêndio (os
bombeiros levaram mais de quatro horas para conter as chamas), a estrutura do
galpão ficou totalmente comprometida, irrecuperável, com risco de colapso dos
pilares e vigas remanescentes, razão pela qual terá que ser integralmente
reconstruída, conforme se observa das fotos a seguir:
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Fotos– Deterioração de um dos pilares e do funcionamento estrutural com
perda da ligação viga x pilar
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Em casos de incêndio recomenda-se a verificação do tempo de exposição e
da temperatura, visto que até 100 °C o concreto armado mantém suas
características. Entre 300 e 400 °C as fissuras superficiais tornam-se visíveis, porém
internamente a integridade fica mantida.
Acima dos 600 °C há perda total de resistência do concreto, perdendo sua
atividade estrutural.
Aquecimentos de longa duração podem comprometer permanentemente as
armaduras, principalmente em temperaturas acima de 500 °C.
Recomenda-se que medidas de proteção sejam adotadas, tanto passivas
quanto ativas, com estudo da prevenção de casos de incêndio desde o projeto até a
execução e principalmente na manutenção das edificações.
BIBLIOGRAFIA
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Couri, Gilberto Adib – Patologia das Edificações – Apostila – Pós Graduação
em Engenharia Civil – Universidade Federal Fluminense - 2006
Verçoza, Ênio José – Patologia das Edificações – Editora Sabra, 1991
CÁNOVAS, Manuel Fernández. Patologia e Terapia do Concreto Armado. Ed.
PINI. São Paulo, 1988
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