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Medicina Legal
Medicina Legal
O QUE É?
A perícia tem como foco produzir provas com base no PRINCÍPIO DA OBJETIVIDADE
(princípio basilar da medicina legal) e PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE. A junção desses dois
princípios é o que chamamos de VISUM ET REPERTUM – visto e referido (ver e reportar).
Portanto, o papel do perito é apenas ver e reportar sem emitir qualquer juízo de valor.
Não cabe a ele determinar a causa jurídica da morte, devendo dizer apenas qual foi a causa
médico-biológicas da morte.
PERÍCIA MÉDICO-LEGAL
Ex.:
Portanto, a perícia médico legal tem por finalidade provar os fatos de interesse da justiça
fornecendo esclarecimento ao juízo, relativo a questões estranhas ao meio jurídico em diferentes
áreas. Quando os fatos dizem respeito à vida ou à saúde, tem-se a perícia médico-legal.
DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL
CORPO DE DELITO
a) Corpus Criminis: toda coisa ou pessoa sob a qual recai a conduta delitiva.
b) Corpus Instrumentorum: é o instrumento, objetos, meios utilizados pelo agressor para
cometer a prática delitiva.
c) Corpus probatorum: o elemento de convicção – provas, vestígios, resultados ou
manifestações produzidos pelo fato delituoso. Conjunto de todas as provas materiais
de um crime.
O exame do corpo da vítima é apenas uma fase do exame de corpo de delito, que se
divide em:
Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 02 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
(ESSAS DUAS PESSOAS SÃO OS PERITOS NOMEADOS)
PERITOS
Assistentes técnicos também podem atuar no processo, são aqueles contratados pelas
partes do processo, e por esse motivo não estão ligados a Imparcialidade obrigatória aos
peritos oficiais ou nomeados. A função do assistente é acompanhar o perito oficial
podendo elaborar quesitos. As custas desse perito ficam a cargo do demandante.
O exame será feito por 2 pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
PREFERENCIALMENTE na área especifica. Prestarão o compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo.
Por ser dever especial os peritos não podem recursar-se a indicação, exceto nos casos
de suspeição comprovada ou de impedimento previsto em lei.
A perícia é feita por 1 perito OFICIAL ou por 2 peritos NOMEADOS (ad hoc) pelo juiz ou
autoridade policial que possuam diploma de curso superior PREFERENCIALMENTE na
área especifica da perícia.
Sum. 361, STF: “No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito,
considerando-se impedido o que tiver funcionado anteriormente na diligência da
apreensão”.
Essa súmula por ser antiga é inaplicável aos peritos oficiais, no entanto continua válida
para os peritos nomeados.
Na perícia complexa (mais de uma área de conhecimento) poderá ser designado mais de
um perito oficial e mais de um assistente técnico.
a) Autópsia: (exame post mortem de seres humanos) realizada 6h após o óbito, salvo
se os peritos verificarem que pela EVIDENCIA DOS SINAIS DE MORTE, julgar que
pode ser realizado antes daquele prazo, devendo declarar no auto.
Na morte violenta basta a análise externa do cadáver, nos casos que não há
infração penal para apurar, ou as lesões externas permitir chegar à causa da morte.
b) Necropsia: (exame post mortem de qualquer ser – cachorro, cavalo, humano, gato,
boi...) abarca exame interno e externo de um cadáver.
Fenômenos cadavéricos:
a) Notificações
b) Atestados
c) Prontuários (alguns doutrinadores não consideram documento médico-legal)
d) Relatórios
e) Pareceres
f) Depoimento oral
g) Declaração de óbito
1. NOTIFICAÇÃO
Comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes
acerca de determinado fato profissional.
Ex.: doença infectocontagiosa; doenças do trabalho, morte encefálica.
OBS: Uso de drogas e embriaguez não são causas de comunicação compulsória
(notificação).
O código penal tipifica no art. 269 o crime de omissão de notificação de doença. Por
existir norma incriminadora a notificação de doença não vai configurar violação do
dever de sigilo médico e de sigilo pericial.
Hipóteses em que não vai haver quebra de sigilo:
Consentimento por escrito do paciente (periciando);
Justa causa – motivo justo;
Dever legal de revelação do diagnostico (notificação) ;
Em sua própria defesa;
Por requisição judicial ou dos Conselhos Regionais de Medicina .
2. ATESTADO
DOCUMENTO PARTICULAR de declaração de um fato médico verídico e suas
possíveis consequências. Normalmente é feito a pedido do paciente ou responsável.
Qualquer médico pode emitir atestado.
a) Finalidade:
Administrativos: interesse do servidor ou do serviço público.
Judiciários: solicitado pela justiça.
Oficiosos: solicitado por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
b) Conteúdo:
Idôneo: com declarações verdadeiras.
Gracioso (complacente ou de favor): feito a pedido do paciente.
Normalmente o médico não ia dar o atestado ou não ia dar daquela forma.
Por vezes tem conteúdo inverídico.
Imprudente: emitido de forma rápida, descuidada. Ex.: quando o médico
não examina o paciente, mas emite o atestado.
Falso: o médico sabe do caráter inverídico, ilícito, porem mesmo assim
emite o atestado. Tipificado no código penal como Falsidade de Atestado
Médico.
A falsidade neste caso é do conteúdo do atestado (material), o médico tem
que ser verdadeiro.
Obs.: o diagnostico só pode ser revelado no atestado se tiver
autorização do paciente, ainda que o diagnostico seja na forma de CID.
3. PRONTUÁRIO
Documentos padronizados e ordenados onde são registrados todos os cuidados
prestados ao paciente em instituição de saúde ou consultório.
É documento sigiloso podendo manuseá-lo apenas profissionais da saúde.
O prontuário pertence ao paciente, o médico e o hospital têm apenas dever de guarda.
Para a medicina legal a autoridade policial não pode requisitar o prontuário, apenas
com autorização judicial.
4. RELATÓRIO
Documento mais importante para a Medicina Legal. Documento que é feita as
descrições minuciosas de uma perícia, as descrições objetivas.
RELATÓRIO é gênero, tendo com espécies o LAUDO e o AUTO.
LAUDO: relatório redigido pelo próprio perito após a realização do exame.
AUTO: relatório ditado ao escrivão de polícia durante a realização da perícia e
habitualmente perante testemunhas (não é requisito legal a testemunha).
Ex.: auto de Reconhecimento e Exumação.
Componentes do Relatório:
a) Preambulo: parte introdutória
b) Quesitos: perguntas feitas
c) Histórico: história da situação ou do paciente
d) Descrição: (mais importante) onde as lesões e demais informações colhidas são
inseridas – onde o perito coloca tudo que visualizou (ver e reportar).
e) Discussão: desenvolvimento dos pontos abordados
f) Conclusão: apontamentos do perito
g) Resposta aos quesitos: respostas as perguntas
5. PARECER MÉDICO-LEGAL
Elaborado quando houver divergências quanto a interpretação de achados
periciais. É solicitado para esclarecimentos mais aprofundados.
Possui todos os componentes do relatório, menos a “descrição”.
Tendo como partes mais importantes a Discussão e Conclusão.
6. DEPOIMENTO ORAL
Declaração tomada ou não a termo em audiências de instrução e julgamento
sobre os fatos obscuros e conflitantes descritos no relatório da perícia.
Quando houver duvidas no relatório o juiz poderá:
a) Solicitar esclarecimentos do perito por meio de quesitos suplementares (laudo
suplementar);
b) Ouvir o perito em audiência (depoimento oral);
c) Nomear parecerista (parecer).
Quando se fala em determinar a causa morte quer dizer determinar a causa médico-
biológica da morte e não a causa jurídica.
Conceitos importantes:
- Objeto ou Instrumento: coisa material usada pelo agressor para produzir dano.
PERFURANTE
(punctória)
CONTUDENTE CORTANTE
(contusa) (incisiva)
CORTO - CONTUDENTE
(Corto - contusa)
NEGRITO: nome da AÇÃO/MEIO DE INSTRUMENTO
a) AÇÃO PERFURANTE:
Ação realizada por um ponto, com instrumento pontiagudo. A lesão perfurante não
corta o tecido, ele afasta as fibras do tecido por pressão (sangra pouco ou não
sangra pois não há corte, somente secciona – afasta os tecidos sem romper vasos
sanguíneos).
Instrumento de pequeno calibre: Ação perfurante, com lesão e feridas
denominadas punctórias, puntiforme.
Instrumento de médio calibre: quando o instrumento agir no corpo vivo as fibras
da pele irão puxar as bordas da lesão, por isso não será arredondada, mas
sim alongada (oval). – A lesão se chamará Botoeira ou Casa de Botão
(referência a casa de botão da camisa).
REGRAS DA TRAUMATOLOGIA
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