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CENTRO UNIVERSITÁRIO E FACULDADE FTEC – CAMPUS ZN

ANÁLISE ERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO


Laboratório de testes e metrologia

Alunos: Gabriel Schuch Pereira


Sidnei dos Santos Barbosa

Cursos: Engenharia de produção


Engenharia Mecânica

Porto Alegre, junho de 2017


1.- APRESENTAÇÃO

Com a intenção de avaliar os conhecimentos dos alunos, solicita-se uma


análise ergonômica de um posto de trabalho de qualquer empresa e ramo de
atuação.

2.- OBJETIVO

O presente trabalho tem por objeto analisar ergonomicamente um posto de


trabalho, bem como avaliar os riscos advindos de agentes ergonômicos e
propor medidas corretivas necessárias para eliminar os mesmos, baseando-se,
principalmente, na NR 17.

3.- ESCOPO

Considerando a extensão do assunto, considerando os conhecimentos


adquiridos na cadeira de Ergonomia, o tempo disponível para realizar a análise,
foi selecionado o posto de trabalho descrito a seguir:
3.1.-Laboratório de ensaios e metrologia: Serão analisados os níveis de
conforto térmico e acústico, as posturas de trabalho e as medidas preventivas
necessárias.

5.- DESCRIÇÃO DA EMPRESA

5.1.- Descrição Geral da Empresa


A unidade onde será realizada a análise ergonômica possui uma fábrica como
área principal do processo, onde encontra-se todos os departamentos
responsáveis pelo produto: Qualidade, Laboratório de Ensaios e Metrologia,
Engenharias, transformação e usinagem, e toda a linha de montagem dos
componentes. No pátio da empresa, está a área de expedição do material,
onde há o tráfego de caminhões e empilhadeiras. No lado oposto da área de
expedição, encontra-se o ambulatório, marketing, RH e o local para o descanso
dos colaboradores.

5.2.- Descrição do posto avaliado.


O posto avaliado encontra-se no interior da fábrica, ao lado das linhas de
montagem e encaixotamento. O posto possui pintura na cor branca, iluminação
artificial feita por lâmpadas fluorescentes, somando 6 luminárias tipo calha com
4 lâmpadas em cada. Piso Paviflex na cor bege totalmente nivelado. A
climatização dá-se por ar condicionado, sendo uma temperatura controlada
entre 20°C e 23°C.
O setor é responsável por fazer inspeções dimensionais de peças, realização
de ensaios que exigem um grau elevado de atenção, realização de inspeção de
aparência do material.

6.- ANÁLISE ERGÔNOMICA DO POSTO DE TRABALHO

6.1.- Posturas de trabalho


O posto avaliado possui solicitação de trabalho em pé, durante os testes
e inspeções, e trabalho sentado em frente ao computador, para avaliação e
digitação de relatórios dos resultados encontrados nos testes realizados.
No trabalho em pé, durante as inspeções, é necessário ter uma grande
atenção e precisão na leitura dos instrumentos de medição, como por exemplo
e paquímetros e micrometros. As inspeções de material são realizadas em
cima de ume desempeno nivelado, com altura de 98,5cm de altura. A altura
encontrada está abaixo do recomendado pela NR 17, que especifica, para
trabalho de precisão para homens, uma altura mínima de 100 a 110 cm de
altura. Outro fator agravante relacionado a altura é o não padrão dos itens,
onde vez será um item grande, que obriga o inspetor subir em alguma
superfície mais alta para realizar a inspeção, criando uma situação de riscos de
queda; e vez será um item pequeno, que fara com que o inspetor se curve para
realizar uma inspeção correta e precisa. O tempo em que o inspetor faz esse
trabalho é de 45 á 60 min diariamente, variando de acordo com o material que
será inspecionado.
Há também as calibrações, que possui uma solicitação de precisão
ainda maior para o inspetor. Nesse caso, o desempeno utilizado para as
calibrações possui uma altura de 93 cm de altura, que também está abaixo do
especificado pela norma, porém, os equipamentos utilizados possuem uma
altura que proporciona um certo conforto para o inspetor. O inspetor fica cerca
de uma hora realizando esse processo de calibração, contabilizando quatro
equipamentos diariamente
Os inspetores trabalham sentados para o registro dos dados
encontrados nas inspeções e calibrações. O laboratório de ensaios e
metrologia possui duas mesas com computadores, e o desempeno utilizado
para as calibrações também é utilizado como mesa com computador.
Nas mesas, propriamente ditas, as cadeiras utilizadas possuem
regulagem de altura e apoio para os braços. Os computadores também
possuem regulagem de altura, possibilitando uma posição adequado para os
olhos e coluna.
Para o desempeno de calibração, quando utilizado como mesa, possui
uma cadeira que possibilita uma regulagem de altura, mas esta não é suficiente
para suprir as necessidades ergonômicas do colaborador em a relação ao
desempeno, devido a este último ser mais alto que a capacidade da cadeira. A
cadeira não possui apoio para os braços, fazendo com que o colaborador fique
com os braços em uma posição desconfortável. O encosto da cadeira está
quebrado, de modo que o inspetor não possui encosto adequado para a
coluna. Em relação às pernas, o colaborador tem de ficar com elas encolhidas,
pois o desempeno não possibilita uma aproximação da cadeira, gerando ainda
mais desconforto para o trabalhador (ANEXO 3)

6.2. Análise de conforto térmico


O posto de trabalho analisado possui uma temperatura controlada entre
20°C e 23°C, e umidade do ar na faixa de 40% a 50%, devido ao serviço de
calibração realizado.
O instrumento utilizado para a obtenção dos dados foi o THERMO-
HYGROMETER CLOCK, da marca Iminipa. Para a temperatura, não foi
possível medir a temperatura efetiva do local, pois não há os equipamentos
adequados para fazer a medidas de bulbo seco, bulbo úmido e velocidade do
ar. O nível de conforto térmico foi avaliado de acordo com o termômetro da sala
e de acordo com conversa com os colaboradores que atuam no posto. Esses,
relataram que se sentem bem quanto a temperatura do local e, quando
necessário, podem fazer alterações no ar condicionado da sala.
A umidade do ar é captada por um coletor, que a mantém controlada
conforme a norma interna da empresa. Esta umidade é registrada no mesmo
termômetro citado anteriormente.

6.3. Análise de iluminância


O posto de trabalho avaliado possui classe de iluminância B (áreas de
trabalho em geral). A definição de classe deu-se pelas atividades de inspeção e
do trabalho em escritório realizados no posto de trabalho. De acordo com o
cálculo luminotécnico, baseando-se nas atividades exercidas, idade dos
colaboradores e local de trabalho, chegou-se a conclusão de utilização de
iluminância média do grupo como parâmetro para a análise.
As definições de classe e grau de iluminância foram obtidos através de
tabelas disponibilizadas pela NBR 5413 (ANEXO 1), como é citado na norma
NR 17. Para a obtenção dos valores medidos no posto de trabalho, foi utilizado
o aplicativo mobile “Medidor de Luz O2 Led” *.
As verificações de iluminancia foram tomadas na altura da
bancada/mesa onde é executada as atividades. O dispositivo mobile foi
colocado em cima das mesas de trabalho onde foram sendo registrados e
analisados diferentes pontos. Cada ponto analisado obteve um valor de
iluminância que foi tabelado e, através de média aritmética, obteve-se o valor
final do valor de iluminância no local de trabalho.
Os valores encontrados foram:
 Desempeno de calibração – foi encontrado o valor final de 36 lux. O
valor recomendado para esse local, utilizando a atividade de escritório
como parâmetro de análise é de 750 lux.
 Desempeno de inspeção – o valor final encontrado foi de 203 lux. O
valor recomendado para esse local, utilizando a atividade de inspeção
como parâmetro de análise, é de 1500 lux.
 Mesas de trabalho – foi encontrado o valor final de 293 lux. O valor
recomendado para esse local, utilizando a atividade de escritório como
parâmetro de analise, é de 750 lux.

De acordo com as informações previstas na norma em comparação com


os valores obtidos, pode-se concluir que o nível de iluminância do posto de
trabalho está abaixo do recomendado pela norma NR 17.

6.4. Análise de conforto acústico


Para a obtenção dos valores de ruído, foi utilizado um decibelímetro da
marca Luthon SL-4001.
As medidas sonoras foram tomadas ao nível dos ouvidos dos
trabalhadores, em condições normais de trabalho. Foram verificados diversos
pontos do local de trabalho. Cada ponto obteve um valor que foi tabelado e,
através de média aritmética, obteve-se o valor final de ruído.
Os valores encontrados foram, em cada local de trabalho, foram:

 Desempeno de calibração: o valor final encontrado foi de 42 dB(A);


 Desempeno de inspeção: valor final encontrado foi de 46 dB(A);
 Mesas de trabalho: valor final encontrado de 45 dB(A).
Os níveis de ruído encontrado estão dentro do recomendado pela
norma, que prevê um nível de ruído recomendado de 65 dB(A).

6.5. Análise de Ergonomia Organizacional


O posto de trabalho avaliado possui um nível de pressão, por parte de
coordenação e supervisão da área muito grande. O posto de trabalho é
responsável por avaliar e, baseado nessa análise, apontar o se o item em
questão está aprovado ou reprovado, de acordo com a especificação fornecida.
Através de conversas com os trabalhadores da área, foi relatado que os
mesmos não recebem oportunidades de crescimento dentro de suas funções,
causando um sentimento de injustiça e estagnação. Em conjunto disto, as
atividades desempenhadas vêm exigindo um nível de conhecimento maior do
que a equipe apresenta e, mesmo se especializando e buscando o
conhecimento solicitado, a equipe obtêm reconhecimento por parte da chefia,
que continua exigindo mais.
Em vista disso, há um nível de estresse alto em um posto de trabalho
que exige concentração. Foi evidenciado que, devido a esse estresse, os
colaboradores executam suas tarefas com mais desatenção e não têm vontade
de melhorara, evoluir.

7. Sugestão de correção dos agentes ergonômicos

7.1.- Posturas de trabalho


Foi verificado que há riscos ergonômicos com relação à postura dos
trabalhadores que necessitam de correção
A principal mudança que deverá ser feita é a compra e instalação de
uma outra mesa de trabalho, substituindo o desempeno de calibração, no
trabalho de escritório. O desempeno não é adequado para o trabalho realizado
atualmente, que pode gerar, futuramente, problemas para a saúde do
colaborador.

7.2.- Iluminância
Foi verificado que os níveis de iluminância no posto de trabalho está
abaixo do recomendado pela norma.
A sugestão é a limpeza das luminárias, substituição das lâmpadas atuais
por novas e mais potentes, bem como a mudança de layout das luminárias,
privilegiando os locais de trabalho relatados com problemas.

8.- Conclusão

O posto avaliado possui diversos agentes ergonômicos prejudiciais à


saúde do colaborador, evidenciados no relatório acima.
Com o artigo proposto, foi possível fazer uma análise de um posto e uma
reflexão sobre nossos próprios hábitos no trabalho. O artigo proporcionou uma
oportunidade de melhorias, muitas vezes ignoradas no dia a dia laboral do
trabalhador. Evidenciando o problema, faz-se possível trazer soluções efetivas,
que resultarão em melhoria de vida ao trabalhador e aumento da produtividade
da empresa.
9.- ANEXOS

ANEXO 1
Tabela de iluminância e cálculo luminotécnico

ANEXO 2
App mobile para medição de luz
ANEXO 3
Postura de trabalho evidenciado no posto de trabalho

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