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Curso de Engenharia de Produção

Disciplina de Ergonomia
Professor: Cristhian Luiz Ghisleni

Porto Alegre, 2017


Informações Gerais

Essa apostila contém o material que será desenvolvido na disciplina de Ergonomia durante o
semestre.

A programação das aulas, a bibliografia bem como as demais informações pertinentes estão no
Plano de Ensino que está disponível no moodle.

ERGONOMIA

1) Definições:

Ergo: trabalho e nomos: leis.

1857: JASTRZEBOWSKI

Primeira definição - A ergonomia como uma ciência do trabalho requer que entendamos a atividade
humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação.

Internacional Ergonomics Association (IEA):

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das
interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,
princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho
global do sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de
tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as
necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO):

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das
interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,
princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho
global do sistema.

Congresso Internacional de Ergonomia, 1969:

"A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaço de
trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a
compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar
numa melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida".

Kaplan, Robert (1982) - "Campo de conhecimento que ajusta o lugar de trabalho à pessoa"

Murrel, K.F(1965) - A Ergonomia pode ser definida como o estudo científico das relações entre o
homem e o seu ambiente de trabalho.
Wisner, Alain (1972) - A Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao
homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser
utilizados com o máximo de conforto e eficácia (1972).

Resumindo:

“Adaptação do trabalho ao homem”

2) Histórico

 Pré-história – utensílios.

 Antiguidade – riscos físicos e posturas inadequadas (Villeneuve, Idade Média).

 Período moderno - biomecânica e antropometria (Leonardo da Vinci), descrição de doenças


relacionadas ao trabalho (Ramazzini, séc. XVIII), inalação de poeira (Fourcroy, séc. XVIII).

 Em 1857, houve a primeira definição de ergonomia.

 Segunda Guerra Mundial – queda de aviões.

 Em 1947, foi fundada a Ergonomics Reserch Society, na Inglaterra.

 Em 1961, houve o primeiro congresso da IEA em Estocolmo na Suécia.

Brasil

 Anos 60 – na disciplina Projeto de Produto no curso de Engenharia de Produção, Sérgio


Penna Kehl aborda o tópico “O produto e o homem”. Disciplina de “Introdução à
Ergonomia” é oferecida no curso de Psicologia Industrial na USP.

 1970 – disciplina de Ergonomia é oferecida no mestrado em Engenharia de Produção na


UFRJ.

 1973 – disciplina de Ergonomia é oferecida nos cursos de Segurança e Medicina do


Trabalho da Fundacentro.

 1974 – Primeiro Seminário de Ergonomia no Rio de Janeiro.

 1975 – Primeiro curso de especialização em Ergonomia (FGV e COPPE).

 1983 – Fundação da Abergo.

 1991 – Norma Regulamentadora 17.

3) A Ergonomia e a Engenharia de Produção.

Projeto de uma linha de produção, organização do trabalho, leiaute, segurança do trabalho, etc.
Objetivos da Ergonomia:

 Redução dos acidentes de trabalho.


 Redução dos custos decorrentes de incapacidade dos trabalhadores.

 Aumento da produção.

 Melhoramento da qualidade do trabalho.

 Diminuição do absenteísmo.

 Aplicação das normas existentes.

 Diminuição das perdas de matéria-prima.

4) Outras definições importantes

 Ergonomia Americana e Francesa.

 Micro e macroergonomia.

 Ergonomia de correção e de concepção.

 Ergonomia participativa.

 Multidisciplinariedade.

5) Custo/benefícios da Ergonomia

 Tempo de retorno.

 Risco.

 Fatores intangíveis.

6) Observar as atividades da FTEC

1) Biblioteca.

2) Rececionista.

3) Vigilante.

4) Comercial.
Fatores Ambientais

1) Iluminância

Consequências de uma iluminação inadequada

 Maior fadiga visual e geral;


 Maior risco de acidentes;
 Menor produtividade/qualidade;
 Ambiente psicologicamente negativo.

Parâmetros

NR 17 – remete à NBR 5413 (Iluminância de interiores). No entanto a NBR 5413 foi substituída
pela NBR 8995 – Iluminação de ambientes de trabalhos.

Instrução Técnica 224/2014/CGNOR/DSST/SIT – recomenda a utilização da NBR 5413.

Se alguma atividade não estiver listada, usar o valor de atividade similar.


Áreas de trabalho contínuo – valor mínimo de 200 lux.

Aumento de iluminância:

 Contraste é baixo;
 Erros de difícil correção;
 Trabalho visual crítico;
 Alta produtividade ou precisão são importantes;
 Capacidade visual está abaixo da média;

Diminuição de iluminância:

 Tarefa ocasional;
 Velocidade ou precisão não são importantes;
 Contraste é alto;
17.5.3 - Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral
ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1 - A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2 - A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3 - Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os
valores de iluminância estabelecidos na NBR 5.413, norma brasileira registrada no Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
17.5.3.4 - A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no
campo de trabalho em que se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.
17.5.3.5 – Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4 este
será um plano horizontal a 0.75m do piso.

Medidas de controle: troca de lâmpadas e reatores, alteração do leiaute das luminárias, limpeza de
lâmpadas, etc

2) Ruído

Efeitos no organismo: irritabilidade, fadiga nervosa, hipertensão, perda auditiva, etc.

Ruído – é um som indesejável.

Decibel – escala logarítmica. dB (A) – escala compatível com o ouvido humano

NR 15 – 85 dB (A) para 8 horas de trabalho para ruído contínuo. Medido em escala SLOW.
Ruído de impacto: duração inferior a 1 seg, Medido em escala FAST. Limite de 120 dB (C)

Tempo de exposição ao ruído


NR 17 – nas atividades que exijam solicitação e atenção constantes (salas de controle, escritórios,
salas de desenvolvimento ou análise de projetos), deve ser obedecida a NBR 10152 (Níveis de ruído
para conforto acústico). Nas atividades sem equivalência na NBR, mas que exijam também atenção
e solicitação constantes, o nível de ruído aceitável é de 65 dB (A) com curva de avaliação de ruído
(NC) de valor não superior a 60 dB.

NBR 10152 – escolas (bibliotecas): 35 a 45 dB (A), escolas (salas de aula): 40 a 50 dB (A).

Avaliações: medidor de nível de pressão sonora (decibelímetro) ou dosímetro (dose). As avaliações


devem ser efetuadas junto à zona auditiva do trabalhador.

Medidas de controle: controle na fonte (regulação de motores, substituição de correias e


engrenagens, reaperto de estruturas), controle no meio (enclausuramento de máquinas), controle no
homem (limitar a exposição ou adotar EPI).

3) Calor

Efeitos no organismo: câimbras, fadiga física, inchaço de mãos e pés, insolação, etc.

Formas de transmissão do calor: condução, convecção e radiação.

S= M+ C+ R-E

M: calor produzido pelo metabolismo.


C: calor ganho ou perdido por condução e convecção
R: calor ganho ou perdido por radiação.
E: calor perdido por evaporação.
S: calor acumulado no organismo

NR 17 – Atividades que exijam atenção e solicitação constantes:


 Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23oC.
 Velocidade do ar não superior a 0,75m/s
 Umidade relativa do ar não inferior a 40%.

Temperatura efetiva

Envolve três variáveis: temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e velocidade do ar.
Não leva em consideração a temperatura radiante e nem a atividade radiante.

Roteiro:

1) Determinação da temperatura de bulbo seco e úmido através do psicrômetro (aparelho


constituído por dois termômetros idênticos colocados um ao lado do outro. Um dos
termômetros mede a temperatura de bulbo seco e o outro mede a temperatura de bulbo úmido).
Psicrômetro giratório marca Solo Stocks

Psicrômetro digital marca Instrutherm

2) Medir a velocidade do ar através de um termo anemômetro.

Termo Anemômetro digital Instrutemp


3) Lançar as três variáveis no ábaco da temperatura efetiva.

Ábaco para a determinação da temperatura efetiva


Exemplos
1) Em um ambiente de trabalho, a temperatura de bulbo seco medida foi de 30oC, a temperatura de
bulbo úmido foi de 20oC e a velocidade do ar foi de 0,5 m/s.
a) Encontre a temperatura efetiva.
b) Se a velocidade do ar aumentar para 1m/s, qual será a temperatura efetiva?
c) Se a temperatura de bulbo úmido aumentar para 25 oC, qual será a temperatura efetiva?

2) Em um ambiente de trabalho, a temperatura de bulbo seco medida foi de 35oC, a temperatura de


bulbo úmido foi de 27oC e a velocidade do ar foi de 2 m/s. Encontre a temperatura efetiva e
classifique segundo a tabela abaixo

Resposta térmica do corpo, relacionada com a temperatura efetiva (TE), segundo a American
Society of heading, Refrigerating and air conditioning Engineers - ASHRAE, handbook of
fundamentals, (1977), adaptada por COSTA, 1999.

TE Faixa de Conforto
35 – 40 ºC Muito Desconfortável
27 – 34 ºC Desconfortável
26 ºC Ligeiramente Desconfortável
23 – 25 ºC Confortável
20 – 22 ºC Ligeiramente Confortável
15 – 19 ºC Ligeiramente Desconfortável
10 – 14 ºC Desconfortável

Umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar é definida como sendo a relação entre o peso de vapor d’água contido em
um dado volume de ar, e o peso do mesmo que saturaria a mistura à mesma temperatura, em igual
volume de ar.

A 25ºC, o ar retém 22 g de água. Se a temperatura for de 25ºC e um metro cúbico de ar contiver 22


g de água, a umidade relativa será de 100%. Caso contenha 11 g, a umidade relativa será de 50%.
Caso esse mesmo ar contenha 0 g, a umidade relativa será de 0%. Quanto menor a umidade relativa
do ar, maior o resfriamento.
Roteiro

1) Obter a diferença entre a temperatura de bulbo seco e a de bulbo úmido.


2) Lançar a diferença na tabela a seguir, encontrando assim, a umidade relativa do ar.
O cálculo eletrônico pode ser feito em http://home.fuse.net/clymer/water/wet.html (em inglês).

Exemplo:

1) Calcule a umidade relativa do ar dos exemplos 1 e 2.

NR 15 – cálculo do IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo).

Utiliza três temperaturas:

1) Temperatura de globo (tg) – mede a energia radiante. Consta de um termômetro dentro de


uma esfera oca preta de 6”.
2) Temperatura de bulbo seco (tbs) – mede a temperatura normal.
3) Temperatura de bulbo úmido (tbn) – mede a temperatura considerando a umidade relativa do
ar.

Equipamento de medição

Termômetro de globo, bulbo seco e úmido

Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn+ 0,1 tbs+ 0,2 tg
Ambientes externos ou internos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn+ 0,3 tg

Há dois itens a se observar:


1) Local de descanso: no próprio local ou em local mais ameno.
2) Tipo de atividade: leve, moderada ou pesada.

Exemplo 1:

Funcionário trabalhando descansando no próprio local de trabalho e realizando atividade moderada


em um ambiente sem carga solar.
Tbn: 22oC e Tg: 35 oC. IBUTG: 25,9
QUADRO Nº 1

Regime de Trabalho Intermitente com TIPO DE ATIVIDADE


Descanso no Próprio Local de Trabalho
LEVE MODERADA PESADA
(por hora)
Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0
45 minutos trabalho 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos descanso
30 minutos trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho sem a adoção de Acima de Acima de 31,1 Acima de
medidas adequadas de controle 32,2 30,0

Conclusão: com o IBTUG encontrado pode-se trabalhar continuamente no mesmo local sem a
adoção de medidas de controle.

Exemplo 2:

Funcionário carrega forno durante 20 minutos e realiza anotações em local mais ameno durante 40
minutos.

Carregar forno: 440 Kcal/h (tabela da própria NR 15).


IBUTG: 31 oC
Tempo: 20 minutos

Realizar anotações: 150 Kcal/h (tabela da própria NR 15).


IBUTG: 23 oC
Tempo: 40 minutos

Média ponderada do metabolismo (440 x 20) + (150 x 40): 246,6 Kcal/h: 250 Kcal/h.
60

Média ponderada do IBUTG: (31 x 20) + (23 x 40): 25,6 Kcal/h: 25,6 oC
60

Descanso fora do local de trabalho


M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0

Conclusão: com uma atividade de 250 Kcal, o limite do IBUTG é de 28,5 oC. Assim, o limite de
tolerância não foi ultrapassado e não são necessárias medidas de controle.

Medidas de controle a serem adotadas: insuflação de ar fresco, maior circulação de ar no local de


trabalho, limitação de exposição, utilização de barreiras refletoras.

IMPORTANTE: conhecer outros índices de avaliação de calor mais completos, como por exemplo,
PMV e IST

4) Frio:

Efeitos no organismo: ulcerações, síndrome de Raynaud, hipotermia, etc.

NR 15 - especifica que trabalhos em câmaras frigoríficas ou similares que exponham o trabalhador


ao frio, sem proteção, são considerados insalubres, em função do laudo do local. A NR 15 não
especifica, entretanto, como é feita a avaliação para elaboração do laudo.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece o seguinte:

Artigo 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1
(uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20
(vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho
efetivo.
Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do
Trabalho e Emprego, a 15ºC (quinze graus), na quarta zona a 12ºC (doze graus), e nas quinta,
sexta e sétima zonas a 10ºC (dez graus).
Portaria 21/1994 do MTE

5) Vibrações

Efeitos no organismo – náuseas, palidez, suores, dores de cabeça, doença de Raynaud, etc.

Um corpo está em vibração quando descreve um movimento oscilatório em torno de um ponto fixo.
O número de vezes em que o ciclo completo do movimento se repete durante o período de um
segundo é chamado de frequência e, é medido em ciclos por segundo ou Hertz [Hz].

O corpo humano possui frequências naturais de vibração, conforme mostra a figura abaixo.
Frequências naturais do corpo humano

Assim, se a frequência da vibração externa coincide com a frequência natural do corpo humano,
ocorre a ressonância (amplificação do movimento).
Acelerômetro – equipamento que transforma o movimento oscilatório em sinal elétrico.
VCI – vibrações de corpo inteiro.
VMB – vibrações de mãos e braços.

NR 15 – Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional


diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren)
de 5 m/s2.
Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de exposição
ocupacional diária a VCI: a) valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1
m/s2; b) valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.

Medição de vibração

Medidas de controle: reduzir tempo de exposição, ajustar peças com folga, melhorar a suspensão de
veículos, controle médico periódico.
6) Aerodispersóides

São partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar e que, pelo seu diminuto tamanho, podem
permanecer em dispersão por tempo suficiente para serem inaladas pelos trabalhadores.
Limites de tolerância: definidos na NR 15.
Medidas de controle: substituição de substâncias/produtos, adoção de processos de exaustão e/ou
ventilação, medidas administrativas, EPI.

Norma Regulamentadora 17

 Publicada no Diário Oficial em 24/11/90.


 Contém dois anexos:

Anexo 1 – Trabalho dos operadores de Check-Out.


Anexo 2 – Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing.

Diferença entre NR x NBR

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e


descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.

17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma
abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma
Regulamentadora.

AET x Laudo Ergonômico


17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado
inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua
ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de
quatorze anos.

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador
cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves,
deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá
utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios
técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de
cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os
homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre
trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o
esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual
deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com
sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

Artigo 198.

Anexo A - Equação de Niosh.

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.

17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser
planejado ou adaptado para esta posição.

Nota Técnica 60 – estabelece os parâmetros que devem ser levados em consideração no posto de
trabalho sentado ou em pé. Conclusão: alternância de posturas.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,
visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a
distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos


segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos
estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem
ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre
as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do
trabalho a ser executado.

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;

b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

c) borda frontal arredondada;

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise
ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da
perna do trabalhador.

17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados
assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante
as pausas.

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou
mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa
postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;

b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do
papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo


devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação


do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao
trabalhador;

b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo
com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias
olho-tela, olho- teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;

d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo


forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3,
observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do
trabalho.

17.5. Condições ambientais de trabalho.

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento
ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no
INMETRO;

b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados);

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não
apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído
aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor
não superior a 60 dB.

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho,
sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do
tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral
ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os
valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no
campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será
um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.

17.6. Organização do trabalho.

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos


trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:

a) as normas de produção – explícitas ou implícitas, escritas ou não.

b) o modo operatório – atividades realizadas para se atingir o resultado final.

c) a exigência de tempo – o quanto deve ser produzido em um intervalo de tempo. Pressão de


tempo.

d) a determinação do conteúdo de tempo – quais tarefas se gasta mais tempo.

e) o ritmo de trabalho – ritmo imposto pela máquina ou livre.

f) o conteúdo das tarefas – como o trabalho percebe as suas tarefas: estimulantes, monótonas, etc.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros,
dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser
observado o seguinte:

a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de


qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;

b) devem ser incluídas pausas para descanso;

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze)
dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes
na época anterior ao afastamento.

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em


convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos
nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o
automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por
hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão
sobre o teclado;

c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco)
horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras
atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não
exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;

d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada
50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;

e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze)
dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis
inferiores do máximo estabelecido na alínea b e ser ampliado progressivamente.

Antropometria

Anthropos – homem.
Metron – medidas.

“Ciência da medida do tamanho corporal”

Origem – antiguidade (Vitrúvio Século I AC).

Leonardo da Vinci –1490 homem vitruviano.

Belga Quetelet – obra Antropometrie.

Desenvolvimento na década de 40.


Há muitas diferenças corporais??!!

• Raça: europeus e coreanos.

• Adaptação climática: clima quente (tronco mais fino) e clima frio (tronco volumoso).

• Nutrição: europeus idade média (altura de 1,50m), filhos de imigrantes japoneses nos EUA (11 cm
a mais de altura).

• Qualidade de vida: entre 1989 e 1997, a população brasileira cresceu 2 centímetros a mais que os
países vizinhos.

• Sexo e idade: altura decresce com a idade/diferença de altura entre homem e mulher é entre 6% e
7%.

Então, temos que contemplar essas diferenças quando vamos projetar um posto de trabalho.

Temos que projetar para a nossa população!!!

Então, um levantamento antropométrico é o ideal!!!!

Porém, temos que considerar:

 Tamanho da amostra;

 Equipamento de precisão;

 Equipe qualificada;

 Controle de erros;
Além disso, a equipe muda(rotatividade).

Melhor utilizar tabelas antropométricas.

Problema: Não há medidas normalizadas da população brasileira!

Pode-se utilizar tabelas estrangeiras que o erro será menor que 5%

Ajustes através de mock-up.

Roteiro:

1) Escolher a variável antropométrica correta.

Variáveis antropométricas

1 Estatura 19 Largura dos quadris.


2 Altura dos olhos 20 Profundidade do tórax
3 Altura dos ombros 21 Profundidade do abdômen
4 Altura dos cotovelos 22 Comprimento ombro-cotovelo
5 Altura dos quadris 23 Comprimento cotovelo-ponta dos dedos
6 Altura do punho 24 Comprimento do braço
7 Altura da ponta dos dedos 25 Comprimento do ombro-pega
8 Altura do alto da cabeça (pessoa sentada) 26 Profundidade da cabeça
9 Altura dos olhos (pessoa sentada). 27 Largura da cabeça
10 2. Altura dos ombros (pessoa sentada). 28 Comprimento da mão
11 Altura dos cotovelos (pessoa sentada) 29 Largura da mão
12 Espessura das coxas 30 Comprimento do pé
13 Comprimento nádegas-joelho 31 Largura do pé
14 Comprimento nádegas-dobra interna do joelho 32 Envergadura
15 Altura dos joelhos 33 Envergadura dos cotovelos
16 Altura da dobra interna do joelho 34 Altura de pega (em pé)
17 Largura dos ombros (deltóide) 35 Altura de pega (sentado)
18 Largura dos ombros (crista da escápula) 36 Alcance frontal de pega
2) Escolher a tabela antropométrica adequada e o valor adequado.

Percentil – medidas que dividem a amostra em 100 partes

Percentil 95% - abaixo desse valor está 95% da população da tabela.

MEDIDAS DA ANTROPOMETRIA ESTÁTICA MULHERES HOMENS


(cm) 5% 50% 95% 5% 50% 90%

1. CORPO EM PÉ

1.1 ESTATURA, CORPO ERETO 151,0 161,9 172,5 162,9 173,3 184,1

1.2 ALTURA DOS OLHOS, EM PÁ, ERETO 140,2 150,2 159,6 150,9 161,3 172,1

1.3 ALTURA DOS OMBROS, EM PÉ, ERETO 123,4 133,9 143,6 134,9 144,5 154,2

1.4 ALTURA DO COTOVELO, EM PÉ, ERETO 95,7 103,0 110,0 102,1 109,6 117,9

1.5 ALTURA DO CENTRO DA MÃO, BRAÇO 66,4 73,8 80,3 72,8 76,7 82,8
PENDIDO, EM PÉ
1.6 ALTURA DO CENTRO DA MÃO, BRAÇO 174,8 187,0 200,0 191,0 205,1 221,0
ERGUIDO, EM PÉ

1.7 COMPRIMENTO DO BRAÇO, NA HORIZONTAL, 61,6 69,0 76,2 66,2 72.2 78,7
ATÉ O CENTRO DA MÃO

1.8 PROFUNDIDADE DO CORPO, NA ALTURA DO 23,8 28,5 35,7 23,3 27,6 31,8
TÓRAX

1.9 LARGURA DOS OMBROS, EM PÉ 32,3 35,5 38,8 36,7 39,8 42,8

1.10 LARGURA DOS QUADRIS, EM PÉ 31,4 35,8 40,5 31,0 34,4 36,8

2. CORPO SENTADO

2.1 ALTURA DA CABEÇA, A PARTIR DO ASSENTO, 80,5 85,7 91,4 84,9 90,7 96,2
CORPO ERETO

2.2 ALTURA DOS OLHOS, A PARTIR DO ASSENTO, 68,0 73,5 78,5 73,9 79,0 84,4
ERETO

2.3 ALTURA DOS OMBROS, A PARTIR DO 53,8 58,5 63,1 56,1 61,0 65,5
ASSENTO, ERETO

2.4 ALTURA DO COTOVELO, A PARTIR DO 19,1 23,3 27,8 19,3 23,0 28,0
ASSENTO, ERETO

2.5 ALTURA DO JOELHO, SENTADO 46,2 50,2 54,2 49,3 53,5 57,4

2.6 ALTURA POLÍTEA (PARTE INFERIOR DA 35,1 39,5 43,4 39,9 44,2 48,0
COXA )

2.7 COMPRIMENTO DO ANTEBRAÇO, NA 29,2 32,2 36,4 32,7 36,2 38,9


HORIZONTAL ATÉ O CENTRO DA MÃO

2.8 COMPRIMENTO NÁDEGA-POPLÍTEA 42,6 48,4 53,2 45,2 50,0 55,2

2.9 COMPRIMENTO NÁDEGA-JOELHO 53,0 58,7 63,1 55,4 59,9 64,5

2.10 COMPRIMENTO NÁDEGA-PÉ, PERNA 95,5 104,4 112,6 96,4 103,5 112,5
ESTIRADA NA HORIZONTAL

2.11 ALTURA DA PARTE SUPERIOR DAS COXAS 11,8 14,4 17,3 11,7 13,6 15,7

2.12 LARGURA ENTRE COTOVELOS 37,0 45,6 54,4 39,9 45,1 51,2

2.13 LARGURA DOS QUADRIS, SENTADO 34,0 38,7 45,1 32,5 36,2 39,1
3. CABEÇA

3.1 COMPRIMENTO VERTICAL DA CABEÇA 19,5 21,9 24,0 21,3 22,8 24,4

3.2 LARGURA DA CABEÇA, DE FRENTE 13,8 14,9 15,9 14,6 15,6 16,7

3.3 LARGURA DA CABEÇA, DE PERFIL 16,5 18,0 19,4 18,2 19,3 20,8

3.4 DISTÂNCIA ENTRE OS OLHOS 5,0 5,7 6,5 5,7 6,3 6,8

3.5 CIRCUNFERÊNCIA DA CABEÇA 52,0 54,4 57,2 54,8 57,3 59,9

4. MÃOS

4.1 COMPRIMENTO DA MÃO 15,9 17,4 19,0 17,0 18,6 20,1

4.2 LARGURA DA MÃO 8,2 9,2 10,1 9,8 10,7 11,6

4.3 COMPRIMENTO DA PALMA DA MÃO 9,1 10,0 10.8 10,1 10.9 11.7

4.4 LARGURA DA PALMA DA MÃO 7,2 8,0 8,5 7,8 8,5 9,3

4.5 CIRCUNFERÊNCIA DA PALMA 17,6 19,2 20,7 19,5 21,0 22,9

4.6 CIRCUNFERÊNCIA DO PULSO 14,6 16,0 17,7 16,1 17,6 18,9

4.7 CILINDRO DE PEGA MÁXIMA ( DIÂMETRO ) 10,8 13,0 15,7 11,9 13,8 15,4

5. PÉS

5.1 COMPRIMENTO DO PÉ 22,1 24,2 26,4 24,0 26,0 28,1

5.2 LARGURA DO PÉ 9,0 9,7 10,7 9.3 10,0 10,7

5.3 LARGURA DO CALCANHAR 5,6 6,2 7,2 6,0 6,5 7,4

Norma Din 33402

3) Aplicar as medidas ao posto de trabalho.

4) Validar os resultados

Premissas de projeto

1) Não projetar para o homem médio.

O HOMEM MÉDIO NÃO EXISTE!!!

Projetar para os percentis (5 ou 95).


Exemplo: dimensionamento de uma porta.
Temos que acomodar a maioria da população.

Acima dos extremos, verificar o custo benefício.

2) Nunca some ou subtraia medidas.


Exemplo: obter o comprimento do ombro ao cotovelo a partir da diferença da altura do ombro e do
cotovelo.

3) Nunca pular a etapa de validação dos resultados.

4) Tabela antropométrica: a variável só serve para aquela população. Cuidado ao utilizar tabelas
antropométricas muito específicas (forças armadas, por exemplo)

5) Soluções de compromissos: são os ajustes necessários que irão acomodar os usuários extremos
sem prejudicar os demais,

Exemplo:

a) Projetar a altura de uma bancada para martelar uma estrutura porta metálica de 1200mm x
2500mm. OBS: será utilizada por homens

b) Projetar a altura de uma bancada para uma atividade de inspeção visual de chapas metálicas.
OBS: devem ser detectados devem da ordem de milímetros e será utilizada por mulheres.

c) Em uma linha de produção, são encaixadas peças quadradas (50 x 50mm) em um componente
metálico de 150mm x 20mm. Projetar qual deve ser a altura da cadeira, da mesa e qual deve ser a
distância que as peças devem ficar do operário?

d) Em uma atividade de controle de secagem, o funcionário permanece a maior parte do tempo de


pé, observando painéis computadorizados e efetuando os ajustes necessários. Qual deve ser
altura dos terminais de vídeo? OBS: será utilizado por mulheres.

e) Um armário aéreo será utilizado para guardar objetos no setor de manutenção. Qual será a altura
desse armário considerando que o setor de manutenção é composto somente por homens?

f) Uma porta de emergência será instalada no setor de produção de uma empresa em que trabalham
homens e mulheres. Qual deve ser a altura dessa porta?

Biomecânica

Biomecânica – mecânica aplicada aos organismos vivos.


Biomecânica Ocupacional – biomecânica aplicada ao trabalho.
Estuda as interações entre o homem e o trabalho sob o ponto de vista dos movimentos músculo-
esqueléticos envolvidos no trabalho.
Histórico – Aristóteles/Século XV Leonardo da Vinci

Importância para a ergonomia: avaliar as cargas e o impacto destas nas articulações e músculos e
desta forma, projetar as tarefas de trabalho de forma a minimizar as lesões.
Corpo humano

Esqueleto – 208 ossos.

• Cintura escapular (braços) e cintura pélvica (bacia).

• Juntas – ligações entre os ossos. Fixas ou móveis (articulações)

• Ligamentos – mantém no lugar os ossos da articulação.

• Tendões – unem os ossos aos músculos.

• Coluna vertebral – 34 vértebras.


Escoliose- desvio lateral.

Coluna vertebral

• Maior mobilidade: vértebras cervicais e lombares.

• Vértebras torácicas: ligadas às costelas.

• Embaixo: vértebras maiores – peso maior.

Corpo humano é um sistema de alavancas (interfixa, interpotente e inter-resistente)

Assim,

Temos que manter posturas com as articulações em posições neutras.


Evitar determinadas posturas que contrariam alguns princípios biomecânicos.
Manter a carga próxima do corpo.

Evitar rotação de tronco

Evitar inclinação frontal do tronco


Modo correto de levantar a carga

Evitar picos de tensão

Evitar posturas estáticas por muito tempo


Fisiologia

Fisiologia – estuda o funcionamento do organismo.


Fisiologia do trabalho – estuda os fenômenos do corpo humano nas situações de trabalho.
Histórico – Grécia (Século V a.C)/Ramazzini (Século X): doenças dos trabalhadores/Claude
Bernard (Século XIX): fisiologia do sistema nervoso e nutrição.
Evitar ao máximo a atividade muscular estática!

Fadiga

Efeito de um trabalho continuado que provoca uma redução reversível da capacidade do organismo
e uma degradação qualitativa desse trabalho.
Causas: diversos fatores (fisiológicos, psicológicos, fatores ambientais).
A fadiga é uma adaptação do organismo à exigência do trabalho.
Seus efeitos são cumulativos.

Consequências: maior probabilidade de erros e acidentes.

Tipos de fadiga

Fadiga física: pode ser medida, reparável com o descanso e explicada em termos bioquímicos
Fadiga psíquica: difícil de ser medida, não pode ser facilmente reparável e não é facilmente
explicável a um só nível.

Monotonia

Situação pobre em estímulos. Repetição de estímulos com pequena exigência. Trabalho prolongado,
de controle e vigilância
Sintomas: sinais de fadiga, sonolência, falta de disposição e diminuição da atenção.
Pessoas extrovertidas, com alto nível conhecimento são mais propensas à monotonia.

Alargamento do trabalho – inserção de tarefas de complexidade semelhante.


Enriquecimento do trabalho – inserção de atividades que exigem um aumento de responsabilidade.

Pausas

Pausa: interrupção temporária da ação; vagar, descanso.

Tipos:
Pausas fisiológicas: em razão do trabalho executado.

• Pausas furtivas: realizadas entre as lacunas operacionais. Ex: regulagem de máquina, procura de
ferramenta, etc. Ineficaz.

• Pausa organizada: divididas em curtíssima, curta ou longa.

• Curtíssima: dentro do próprio ciclo de trabalho.

• Curta: 3 a 5 minutos de pausa para trabalho leve/10 minutos após 2 horas

• Longa: para tarefas pesadas, pausas de 10 a 60 minutos)

Pausas de repouso: 11 horas entre o final e o início de um turno/24 horas na semana/30 dias anuais.

“Muitas vezes, a empresa não quer fazer pausa, mas o trabalhador, cansado, não produz como
deveria”.

Lembre-se:

Melhor pausas curtas e frequentes do que pausas longas.!!!!

Trabalho em turnos

Ciclo circadiano (circa diem): oscilações nas funções fisiológicas em um ciclo de 24 horas. Ex: rim
produz menos urina à noite/temperatura interna do corpo – mínimo entre 2 e 4 horas.

•Vespertinos e matutinos: vespertinos - menor disposição pela manhã e mais ativos à tarde e à
noite/matutinos - dormem cedo e acordam cedo.

•Trabalho noturno: 20% das pessoas não se adaptam (seleção negativa)/pequeno grupo de adapta
sem problemas (selação positiva). Um grupo maior desenvolve úlcera, cansaço, cefaléia, etc e pode
ir para a categoria de seleção negativa; Outro grupo se adapta mas necessita de reforço (cafeína,
álcool, cigarro).

Recomendações para trabalho noturno

• Providenciar uma boa iluminação.

• Evitar trabalhos monótonos.

• Maior raciocínio – entre 22 e 3 horas.

• Finais de semana com dois dias livre.

• 12 horas de intervalos entre fim e início da jornada.

• 6 horas para trabalhos pesados e 8 horas para trabalhos leves.

Fatores organizacionais
Organização do Trabalho

Regras e normas que determinam a maneira de realizar a produção da empresa.

Artesanal

 Relação homem-produto.

 Relação homem-ferramenta.

 Operário tem autonomia (qualidade, tempo, método de rabalho, quantidade).

 Pressão inexiste.

Taylorista

 Trabalho prescrito e operário especializado;

 Tempos-padrão de desempenho;

 Divisão social do trabalho

 Isolamento do operário;

Fordista

 Sem perspectiva de ascensão na carreira;

 Sem visão global do processo;

 Não regula o seu tempo;

 Trabalho repetitivo somado às condicionantes do tempo: sobrecarga cognitiva, patologias


articulares, efeitos sobre a personalidade

Visão sociotécnica

Integração das demandas sociais às demandas e requisitos do sistema técnico.

Projetos de sistemas de trabalho

 Funcionários devem participar do trabalho.

 Funcionários não podem ser considerados impessoais.

 Não pode se planejar os dois itens (social e técnico) independentemente

Sistema Toyota de Produção

Também denominado produção enxuta. Criado na década de 50 no Japão.


 Trabalhador polivalente, autonomia, flexibilidade, trabalho em equipe.

 Primeira vez que os operários comunicaram à empresa suas dificuldades.

 Próprios trabalhadores resolviam os problemas da linha de produção.

Gestão do conhecimento

Transição (Era Industrial para a do Conhecimento).

Fator humano deixa de ser fator importante para ser o principal fator das organizações.

Trabalhador deixa de ser subordinado e passa a ser visto como associado.

Questões motivacionais
Sugestão: leitura do artigo “A Importância da Aplicação das Teorias de Motivação nos Recursos
Humanos das Organizações”

Melhorias a serem implantadas

 Polivalência.
 Enriquecimento do trabalho.
 Alargamento do trabalho.
 Trabalho em equipe.
Desafio

Conseguir provar, na prática, que a alteração de fatores organizacionais vai gerar melhoria de
aspectos ergonômicos e produtividade a longo prazo.

Ergonomia Cognitiva

Cognição – Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória,
raciocínio, juízo, pensamento e linguagem.

Ergonomia cognitiva – estudar as interações homem-máquina para elaborara sistemas mais seguros
e eficazes

Histórico:

1946 a 1953 – série de conferências reunindo diversos pesquisadores.


1970 – fundados dois centros de pesquisa (Research Group on Human and Advanced Technology –
Inglaterra e Palo Alto Reserch Center – EUA
Para pensar...

 Há atividades somente mentais? Ou somente físicas?

 Porque em atividades predominantemente mentais, há manifestações de ordem física


(cefaléia, dores musculares,etc )?

 Qual é a importância da ergonomia cognitiva em usinas nucleares e plantas químicas?

Escreva aqui o modelo:

Detecção e percepção dos sinais

Como os sinais são percebidos?

Através dos canais sensoriais (visão, audição, tato, olfato, paladar). Seleção do canal depende:

 Tipo de informação.
 Finalidade.
 Localização do receptor.
 Ambiente.

Audição

Esse canal deve ser utilizado nas seguintes situações: alarme e emergência/mensagens simples e
curtas/eventos/pontuais/velocidade é importante.

Visão

Esse canal deve ser utilizado nas seguintes situações: recepção de sinais complexos e
abstratos/mensagens longas/pessoa está em movimento/ambiente não é silencioso/sujeito fixo.

Memória e atenção
Memória – armazenamento de informações para uso posterior
Memória – codificar, armazenar e recuperar
Temos a memória de curto e longo prazo.

Atenção

Todo o processo de codificação e armazenagem das informações na memória passa pela atenção,
que funciona como filtro do sistema.

Atenção contínua (vigilância)

Todo o processo de codificação e armazenagem das informações na memória passa pela atenção,
que funciona como filtro do sistema.
 Elevada carga mental.
 Desempenho cai 20% após meia hora. É pior se: intervalos entre sinais variam muito, pessoa
com estresse físico ou com sono). Melhora com frequência dos sinais, sinais são mais fortes,
são diferentes, etc.

Tomada de decisão

 Resultado das etapas anteriores.

 Depende da qualidade da informação, do ser humano e das condições de trabalho.

 Aspecto mais importante de uma tarefa.

 Modelo mental – representação de uma realidade externa.


Vídeo Three Mile Island.

Interface homem-máquina

Bom projeto da interface - Informação: qual é a finalidade? Como ela será mostrada? -
Simplicidade da informação - Capítulo 8 e 10 (Iida) – Controles e manejos e dispositivos de
informação.

Ambiente de trabalho: fatores ambientais e fatores organizacionais.

Questões básicas:

Como a pessoa está percebendo a informação?/Como a pessoa está processando a informação?

Métodos e técnicas de avaliação ergonômica

NBR 11228-3: 2014: movimentação de cargas leves em alta frequência de repetição.


NBR 11226:2013: avaliação de posturas estáticas no trabalho.

Carga de trabalho - esforço (físico e mental) desprendido pelo trabalhador na execução da sua
atividade.

Métodos subjetivos e objetivos

 Métodos subjetivos: métodos que avaliam de forma indireta a carga de trabalho. Exemplos:
questionários e entrevistas junto ao trabalhador.
 Métodos objetivos: métodos que avaliam de forma direta a carga de trabalho. Exemplos:
medição da frequência cardíaca.
NasaTLX - método desenvolvido pela Nasa para avaliar a carga de trabalho através de escalas
subjetivas.

Frequência Cardíaca - medição da frequência cardíaca através de frequencímetro.

 Vantagem: praticidade (equipe não interfere nas atividades do indivíduo, técnica não
invasiva, captor é um relógio de pulso).
 Aumento dos batimentos: calor, estresse (FC em um treinamento de motorista de Corpo de
Bombeiros foi de 30 em relação ao repouso. Em uma situação de emergência aumentou 50).

• FC repouso – medido com o sujeito sentado.


• FC durante o trabalho

Diferença entre FC durante o trabalho e repouso não pode ultrapassar 35 para os homens e 30 para
as mulheres.

OWAS (Ovako Working Postural Analysing System): Desenvolvido na Finlândia na década de 70 e


inicialmente foi utilizado para analisar posturas na indústria do aço. Foram analisadas 72 posturas
resultantes de diversas combinações do dorso (4 posições), braços (3 posições) e pernas (7
posições).
Classificação das posturas

 Classe 1 – Postura normal, não é exigida nenhuma medida corretiva;


 Classe 2 – Postura levemente prejudicial, sendo necessárias medidas para mudar a postura
em um futuro próximo;
 Classe 3 – Postura prejudicial, sendo necessárias medidas para mudar a postura o mais
rápido possível;
 Classe 4 – Postura extremamente prejudicial, são necessárias medidas imediatas para mudar
as posturas;

Observações diretas (observações) ou indiretas (filmagens)/análise de no mínimo 90


posturas/filmagem – 45 graus.

Winowas – software OWAS (plataforma Windows). Disponível em


http://www.turva.me.tut.fi/owas

Tela do software

RULA (Rapid Upper Limb Assesment): avaliação rápida dos membros superiores

REBA (Rapid Entire Body Assesment): avaliação rápida do corpo inteiro.

OCRA (Occupational Repetitive Action)


Desenvolvido por Enrico Occhipinti e Daniela Colombini (1996)

Objetivo: calcular um índice quantitativo que represente os riscos associados dos membros
superiores e estabelecer um número recomendado de movimentos por minuto, considerando
algumas variáveis como: esforço físico, posturas e pausas.
Ações Técnicas Recomendadas (ATR): 30 x MF (força) x MP (postura) x ME (repetitividade) x
MC (fatores complementares) x MR (recuperação) x MJ (repetitividade no turno)

Avaliação da carga de trabalho mental

Avaliações diretas - medições fisiológicas (eletroencefalograma, tempo de piscada dos olhos,


eletromiografia dos músculos da região da face, medição do nível hormonal)
Avaliações indiretas - Entrevistas estruturadas e não estruturadas, questionário com escala de
pontuação, método da decisão crítica (MDC).

Resumo:

Niosh – levantamento de cargas.


OWAS – avaliação de posturas em trabalho dinâmico.
RULA e REBA – avaliação de posturas em trabalho estático e dinâmico.
OCRA – índice quantitativo que representa o risco de lesões. Considera diversos fatores, como
repetitividade e força.
TOR/TOM – é um instrumento de avaliação do risco ergonômico, de estabelecimento de limites de
tolerância e de gerenciamento de soluções em atividades repetitivas.
Outros: Rodgers, Moore e Garg, etc

Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

Estuda uma situação de trabalho, objetivando avaliar as condições de trabalho (físicas, mentais e
organizacionais) para então sugerir, as alterações (correção ou ajuste) a serem feitas no posto de
trabalho.

NR 17 – subitem 17.1.2 - Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido nesta NR.

A NR 17 é o mínimo a ser seguido

Resumo de uma AET: coletar informações/processar as informações/entregar o relatório.

Há diversos modelos de AET.

Não há receita de bolo.

NR 17 comentada – há um modelo sugerido pelo Mte.


Roteiro básico

1) Motivo de realização da análise ergonômica (fiscalização, exigência de


fornecedores/clientes, exigência da matriz, etc). Também chamada de análise da demanda.
Uma das partes mais importantes da AET.

Objetivo geral: compreender o problema.


É o ponto de partida de toda a análise ergonômica.
• Demanda Gerencial – apresentada, geralmente, por alguém do corpo gerencial e não pelo
“dono” do problema.
• Instrução da demanda – clarificar a finalidade do estudo ergonômico.
Busca de informações para a análise da demanda:
• Consulta a documentos da empresa.
• Indicadores.
• Funcionamento da empresa.
• Entrevistas com gerentes, supervisores e operadores.
• Verificação de problemas semelhantes em empresas do mesmo ramo.
Exemplos:
Exemplo 1. Demanda gerencial - contratação para uma análise ergonômica em toda a empresa.
Durante uma visita técnica, ficou claro que o corpo gerencial desejava conhecer melhor a
ergonomia, mas não a ponto de iniciar um estudo na empresa toda.
Após a análise da demanda – mini treinamento para a diretoria.
Exemplo 2. Demanda – fazer análise ergonômica focando nos problemas físicos do processamento
primário
Visita técnica – elevado número de atestados/péssima relação chefia-empregado.
Após análise da demanda – é bem provável que a forma de gestão dos chefes do setor esteja
causando insatisfação nos subordinados e colaborando para que os trabalhadores se afastem do
trabalho, peçam demissão ou transferência de setor.
2) Análise de documentos e coleta de informações

a) Entrevista com trabalhadores: Entrevista estruturada, semiestruturada ou livre.

Entrevista em grupo ou individual. Entrevista com a população ou amostra.

b) Observação direta dos postos de trabalhos Podem ser utilizadas filmagens e/ou fotografias

c) Análise de documentos: PPRA, PCMSO, absenteísmo, etc.

d) Outros aspectos importantes:


Trabalho prescrito (tarefa): maneira como o trabalho deve ser executado, incluindo formas
de utilizar máquinas e demais instrumentos de trabalho, tempo alocado, normas de
produção, etc. São os aspectos formais e oficiais do trabalho.

Trabalho real (atividade): aquele executado pelo trabalhador.

Distanciamento entre o prescrito e o realizado.

Modo operatório: Modo como as atividades são executadas para se atingir o resultado final
desejado. É o resultado da regulação, pelo trabalhador, entre o que é lhe solicitado (tarefa), com que
fazê-lo (meios de produção) e como fazê-lo.

Análise da tarefa
É o que o trabalhador deve realizar de acordo com padrões estabelecidos e que garantam a
qualidade do produto/serviço.
Inclui a análise de objetivos (produção, qualidade, etc), condições técnicas de trabalhos (materiais,
máquinas, ferramentas, documentos, softwares), condições ambientais (ruído, calor, iluminação,
etc), condições organizacionais (ritmo de trabalho, relações hierárquicas, plano de carreira, etc).
Análise da atividade
É a análise do comportamento do homem no trabalho. É o que o homem efetivamente realiza para
atingir os objetivos de produção.
É a fase onde é realizada a análise das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, face às
condições e aos meios que lhe são colocados à disposição.
Nesta fase, é feita a análise dos comportamentos de trabalho: posturas, ações, gestos, comunicações,
direção do olhar, movimentos, verbalizações, raciocínios, estratégias, resoluções de problemas,
modos operativos, etc.
Tudo que pode ser observado ou inferido das condutas dos indivíduos!!!

3) Tabulação dos dados e elaboração do relatório

Sugestão de modelo de relatório: NR 17 comentada.


 Leva mais tempo que o trabalho de campo.
 Pode haver a necessidade de visitar o posto novamente.
 Deve conter o parecer do profissional.
 Não adianta somente apontar problemas, OBRIGATÓRIO, mostrar as soluções.

4) Validação

Antes da finalização do relatório, recomenda-se efetuar a validação do diagnóstico que será


apresentado.
Motivos:
• Esclarecimento de dúvidas.
• Alguma questão importante pode não ter sido abordada.
• Melhorar a apresentação do trabalho.

A ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO NÃO PODE SER UM


DOCUMENTO DE GAVETA.
Bibliografia

ABNT. NBR 5413: Iluminância de Interiores. São Paulo, 1992.

ABNT. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. São Paulo, 1987.

ABNT. NBR 8995. Iluminação de ambiente de trabalho. Parte 1: Interior. São Paulo, 2013

COSTA, A.C.L. – Noções de Meteorologia ambiental. Material apostilado da disciplina


Meteorologia ambiental, Curso de Meteorologia da UFPA, 2003).
Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Site institucional. Disponível
em http://fisica.ufpr.br. Acesso em 04 de agosto de 2012.

IIda, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2a Ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

FILHO, P. C. M. Disponível em http://acusticavibratrabalho.vilabol.uol.com.br/. Acesso em 05 de


agosto de 2012.

GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia Cognitiva. 2a edição. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2004.


GUIMARÃES, L.B.M. Ergonomia de produto. 5a edição. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2004.
LUTTGARDES, M. A. Apostila do curso de Higiene Ocupacional. Porto Alegre: Proteção Eventos,
2010.
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Norma Regulamentadora 17. Disponível em
http://www.mte.gov.br. Acesso em 02 de janeiro de 2015.
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http://www.mte.gov.br. Acesso em 02 de janeiro de 2015.
PANERO, J. E ZELNIK, M. Dimensionamento humano para espaços interiores. Barcelona:
Gustavo Gili, 2002.

RUAS, A.C. Conforto térmico nos ambientes de trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1999.

SALIBA, T. Manual prático de avaliação e controle de calor: PPRA. 4a Ed. São Paulo: LTr, 2012.

Serviço Social da Indústria (SESI). Departamento Nacional. Técnicas de avaliação de agentes


ambientais: manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007
Vidal, MC e Másculo, FS. Ergonomia - Trabalho Adequado e Eficiente. Ed. Elsevier Campus

Lima, João Ademar de Andrade, Metodologia de Análise Ergonômica. Monografia de


Especialização em Engenharia de Produção. João Pessoa: UFPB, 2003

Portal Ergonomia - http://www.ergonomia.com.br. Acesso em 29 de julho de 2012


Anexo A – Equação de Niosh

Limitações:

 Não pode ser aplicada em tarefas de elevação de objetos com uma só mão, na posição de
sentado ou agachado, ou ainda elevações em espaços confinados que obriguem a posturas
desfavoráveis.
 Não contempla a elevação de pessoas, de objetos muito quentes ou frios, sujos ou
contaminados.
 Assume que a superfície de contato do calçado com o solo tem um coeficiente de fricção
estática, no mínimo, de 0.4 (de preferência 0.5)
 Assume que as tarefas de levantamento e de abaixamento de pesos têm idêntico potencial
para causar lesões lombares.
 Se o ambiente físico for desfavorável (temperatura ou umidade relativa inferiores aos
intervalos 19º a 26ºC ou 35% a 50%).
 Não estão incluídas tarefas que impliquem elevações rápidas de objetos (>15 elev./min)

LPR = 23 x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC

FDH: Fator distância horizontal. É a distância do indivíduo à carga. Representado pela fórmula
25/H. H: distância (cm) da posição das mãos no início do levantamento ao ponto médio sobre uma
linha imaginária ligando os dois tornozelos.
FAV: Fator altura vertical da carga. Representado pela fórmula: [1 – 0,003(V- 75)]. V: distância
vertical das mãos (cm) com relação ao solo no início do levantamento. Se V= 175cm, FAV= 0.
FDVP: Fator distância vertical percorrida desde a origem até o destino. Representado pela
fórmula: (0,82 + 4,5/DC). DC: distância vertical de transporte da carga entre o ponto de saída e o
ponto de chegada. Valor máximo aceitável: 175cm.
FFL: Fator frequência de levantamento. Ver valor na tabela 1.
FRTL: Fator rotação lateral do tronco. Representado pela fórmula (1 - 0,0032A). A: Ângulo de
rotação (assimetria). Se o ângulo for maior que 135o FRTL=0.
FQPC: Fator qualidade da pega da carga. Ver valor na tabela 2.

Índice de levantamento: carga real/LPR.

Índice abaixo de 1: pouca chance de lesão.


Índice entre 1 e 3: risco médio.
Índice acima de 3 : risco alto.
Distância Horizontal

Distância Horizontal Multiplicador


(cm) Horizontal
<=25 1.00
28 0.89
30 0.83
32 0.78
34 0.74
36 0.69
38 0.66
40 0.63
42 0.60
44 0.57
46 0.54
48 0.52
50 0.50
52 0.48
54 0.46
56 0.45
58 0.43
60 0.42
63 0.40
>63 0.00
Distância vertical

Altura (cm) Multiplicador Vertical


0 0,78
10 0,81
20 0.84
30 0,87
40 0,90
50 0,93
60 0,96
70 0,99
80 0,99
90 0,96
100 0,93
110 0,90
120 0,87
130 0,84
140 0,81
150 0,78
160 0,75
170 0,72
175 0,72
>175 0,00

Distância percorrida

Distância vertical (cm) Multiplicador Vertical


<=25 1,00
40 0,93
55 0,90
70 0,88
85 0,87
100 0,87
115 0,86
130 0,86
145 0,85
160 0,85
175 0,85
>175 0,00

Assimetria

Assimetria (cm) Multiplicador


0 1,00
15 0,95
30 0,90
45 0,86
60 0,81
75 0,76
90 0,71
105 0,66
120 0,62
135 0,57
>135 0,00

Tabela1
FREQÜÊNCIA DE LEVANTAMENTO - FFL
DURAÇÃO DA MANUTENÇÃO CONTINUA
FREQÜÊNCIA
<= 8 horas <= 2 horas <= 1 hora
Levantamento(s) V < 75 V >= 75 V < 75 V >= 75 V < 75 V >= 75
por minuto (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm)
0,2 0,85 0,85 0,95 0,95 1,00 1,00
0,5 0,81 0,81 0,92 0,92 0,97 0,97
1 0,75 0,75 0,88 0,88 0,94 0,94
2 0,65 0,65 0,84 0,84 0,91 0,91
3 0,55 0,55 0,79 0,79 0,88 0,88
4 0,45 0,45 0,72 0,72 0,84 0,84
5 0,35 0,35 0,60 0,60 0,80 0,80
6 0,27 0,27 0,50 0,50 0,75 0,75
7 0,22 0,22 0,42 0,42 0,70 0,70
8 0,18 0,18 0,35 0,35 0,60 0,60
9 0,00 0,15 0,30 0,30 0,52 0,52
10 0,00 0,13 0,26 0,26 0,45 0,45
11 0,00 0,00 0,00 0,23 0,41 0,41
12 0,00 0,00 0,00 0,21 0,37 0,37
13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34
14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31
15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28
> 15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fluxograma para determinação da qualidade da pega


Container ou caixa de boa qualidade * b) No caso de uma pega numa caixa,
Comprimento <= 40 cm, esta deve ter uma altura de no mínimo
altura <= 30 cm 7,5 cm, comprimento >=11 cm, forma
superfície de alguma compressibilidade semi-oval, no mínimo 3,2 cm de espaço
não derrapante. para os dedos, a sua superfície deve ser
não derrapante e com algum grau de
Características de uma alça ou pega ótima ** compressibilidade;
a) No caso de uma alça ótima, esta deve ter um
formato cilíndrico, a sua superfície deve ser não c) No caso de caixas ou similar, deve-se
derrapante, o seu diâmetro de 1,8 a 3,7 cm, permitir a possibilidade de dobrar os
comprimento >= 11 cm, e no mínimo 5 cm de dedos próximo de 90º debaixo desta.
espaço para as mãos;

Tabela 2

OBS: consultar antes o fluxograma de qualidade da pega


Anexo B – Método RULA

Pontuação Giro do Punho

1 – se o giro for na metade da amplitude.


2 – se o giro for no final da amplitude.
Pontuação esforço muscular

Acrescente 1 ao escore A ou B, se: A postura é estática (mantida por mais de dez minutos) ou se
existe atividade repetitiva (4 vezes por minuto ou mais).

Pontuação carga

Acrescente a pontuação abaixo ao escore A ou B:

Carga Menor que 2 quilos 2 a 10 quilos 2 a 10 quilos (estático Maior que 10


(intermitente) ou repetitivo) quilos
Acrescentar Zero +1 +2 +3
Pontuação Nível de ação Intervenção
1 ou 2 1 Postura aceitável, desde que não seja
mantida por longos períodos.
3 ou 4 2 É necessário investigar. Podem ser necessárias
mudanças.
5 ou 6 3 É necessário mudar logo
7 4 É necessário investigar e mudar imediatamente.

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