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Livro Segurança no trabalho autor Thiago de Oliveira pegatin

PEGATIN, Thiago de Oliveira. Segurança no trabalho e ergonomia. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2020. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 04 set. 2023.
Ruido
4.1.1 Ruido
Os níveis de pressão sonora, ou simplesmente ruido, são descritos, em geral, como ruídos continuo ou intermitente (que não sejam
de impacto) e ruídos de impacto (que apresentam picos de energia acústica inferior a um segundo e intervalos superior a um
segundo). A exposição ao ruido e uma situação frequentemente observada nos ambientes de trabalho, principalmente industriais, por
diversos motivos aglomeração de pessoas, operação de máquinas e equipamentos, movimentação de veículos de carga, entre outros.
Os efeitos da exposição prolongada ao ruido são bem conhecidos, manifestando-se como irritações ou dificuldades de comunicação
nas tarefas e chegando à perda auditiva induzida pelo ruido (Pair), uma condição irreversível. Dependendo do grau de
comprometimento, o indivíduo poderá apresentar distúrbios associados a fala em razão da alteração na percepção de sua voz.
Segundo o Ministério da Saúde, em seu manual técnico sobre doenças relacionadas ao trabalho (Brasil, 2001), a evolução clínica da
Pair compreende quatro estágios de evolução:
Temperatura
4.1.2 Temperatura
A exposição do trabalhador a condições de altas ou baixas temperaturas pode acarretar grandes prejuízos à saúde das pessoas, por
consequência, é um importante fator de risco que deve ser medido e controlado.
A medida da exposição ao calor não é simplesmente obtida com a verificação da temperatura ambiente, ela deve ser avaliada com
base no índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG), que diferencia as medições em ambientes internos e sem carga solar
dos ambientes externos com presença de carga solar.
Antes de quantificar o índice de exposição, é necessário avaliar a tarefa dos trabalhadores para identificar o tipo de trabalho
realizado com relação à taxa metabólica, classificando em trabalho leve, moderado ou pesado, conforme a Tabela 4.2, a seguir.
Ergonomia
Segundo definição da International Ergonomics Association (IEA), reproduzida pela Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo),
Ergonomia (ou Fatores Humanos) é a disciplina científica que trata da compreensão das
interações entre os seres humanos e outros elemen- tos de um sistema, e a profissão que aplica
teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam otimizar o bem-estar humano e a
performance global dos sistemas. (IEA, 2008, p. 1, grifo do original)
Considerada uma área de estudos relativamente complexa por agregar conhecimentos de diversas disciplinas, a ergonomia tem sido
classificada, tradicionalmente, de acordo com os domínios de especialização. A seguir, apresentamos os domínios mais empregados:
 Ergonomia física: dedicada ao estudo das condições biomecânicas, postu- rais, esforços empregados, aspectos
dimensionais, manuseio de cargas e demais condições que podem impactar diretamente as condições físicas do
trabalhador.
 Ergonomia cognitiva/psicossocial: voltada ao entendimento dos processos mentais do trabalho, da aprendizagem e dos
conflitos, do sofrimento no trabalho, das situações que levam ao estresse, entre outros.
 Ergonomia organizacional: estuda como o trabalho é planejado e exe- cutado na organização, incluindo o planejamento
de produção, turnos e horários, efetivo de trabalho, perfil da população trabalhadora e demais variantes.
No Brasil, a ergonomia é regulamentada pela Norma Regulamentadora (NR) 17. Segundo essa norma, cabe aos empregadores
realizar a análise ergonômica do trabalho (AET) para adaptar as condições de trabalho às características psico- fisiológicas dos
trabalhadores (Brasil, 1978m).
AET
A AET é o documento-base para desenvolvimento de diversas ações em ergo- nomia, como gestão em saúde e segurança, programas
preventivos - incluindo ginástica laboral, blitzes posturais, treinamentos e educação, bem como projetos e concepção de novos
postos de trabalho.
Fique atento!
A AET é o documento legal, que consta na NR 17, para a identificação e a avalia- ção de riscos presentes nas diversas situações de
trabalho. Esse documento, ao longo dos anos, ficou conhecido, erroneamente, como laudo ergonômico, fazendo menção aos
documentos de saúde e segurança do trabalho que, rotineiramente, são elaborados nesse formato. Laudo ergonômico é um termo
comercial, que não consta na normativa existente!
Diferentemente da caracterização de limites de exposição, a ergonomia tem como objetivo identificar situações de potencial dano e
transformar as condições de trabalho com base nas atividades das pessoas.
É importante destacar que autores de origem francesa, como François Guérin, Antoine Laville e Alain Wisner, preconizam que as
reais demandas que surgem em ergonomia são decorrentes do distanciamento entre aquilo que é prescrito pela organização (tarefa) e
o que, de fato, acontece na prática cotidiana (atividade). Para que você entenda as diferenças entre trabalho prescrito (ou tarefa) e
trabalho real (atividade), apresentamos um exemplo:
Nr 17
Os parâmetros de conforto da NR 17, descritos no item 17.5.2, são (Brasil, 978m):

⚫ 65 dB para efeito de conforto - curva de avaliação de ruído não superior a 60 dB;

⚫ índice de temperatura efetiva entre 20° e 23°;

⚫ velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;

⚫ umidade relativa do ar não inferior a 40%;


 níveis de iluminamento adequados de acordo com tarefa realizada.

Livro: Introdução a Ergonomia da pratica a teoria Autores: Julia Abrahão, Laerte Sznelwar, alexandre S, Mauricio S, Diana P
Ergonomia
1.2 O QUE É ERGONOMIA?
A palavra ergonomia é composta pelas palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (leis e regras). Esse termo foi adotado pela primeira
vez em 1857, por um cientista polonês, Wojciech Jastrzebowski, em um trabalho intitulado "Ensaios de ergonomia, ou ciência do
trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza".
De forma geral, a ergonomia pode ser entendida como uma disciplina que tem como objetivo transformar o trabalho, em suas
diferentes dimensões, adaptando-o às características e aos limites do ser humano. Nesse sentido, a ergonomia supera a concepção
taylorista de "Homo Economicus", mostra os limites do ponto de vista reducionista em que apenas o "trabalho fisico" é considerado,
revelando a complexi- dade do trabalhar e a multiplicidade de fatores que o compõem.
Ao desenvolvermos uma ação ergonômica, buscamos elementos que nos per- mitam transformar o trabalho, e também, produzir
conhecimentos. Nesta perspec- tiva a ergonomia foi se desenvolvendo, adotando como referência a noção de va- riabilidade, a
distinção entre tarefa e atividade e a regulação das ações associada ao reconhecimento da competência dos trabalhadores.
AET
A análise ergonômica do trabalho ajuda a compreender as formas ou as estratégias utilizadas pelos trabalhadores no confronto com o
trabalho, para minimizar ou limitar as suas condições patogénicas. As novas tecnologias trouxeram benefícios inestimáveis, mas,
também, novas restrições e imposições ao modo de funcionamento dos indivíduos.
Ruido
O primeiro é que é necessário proteger as pessoas dos efeitos deletérios do ruido, um som desagradável que atrapalha ou impede a
ação (IIDA, 2005). Infelizmen te, ainda há muitos trabalhadores expostos a ruidos excessivos que causam surdez profissional e
outros problemas para a saúde. Não é a toa que, até bem pouco tempo, uma das doenças ligadas ao trabalho mais prevalentes era a
perda auditiva, desde as pouco perceptiveis até aquelas nas quais o trabalhador está praticamente surdo.
O segundo diz respeito à necessidade de identificar pelo menos duas dimensões do ruido: enquanto fonte de informações
significativas e o quanto o ruído pode dificultar a percepção das informações significativas para o trabalhador. Um ruído de impacto
pode, por exemplo, confundir a tal ponto a percepção, que desvie a atenção da pessoa sobre a tarefa podendo gerar um acidente.
Portanto, antes de iniciar qualquer ação nas fontes de ruido é necessário que identifiquemos qual o seu significado para o
trabalhador.

Grandjean (1998) define o ruido como um fenômeno fisico vibratório de um meio elástico, audivel com caracteristicas indefinidas
de pressão, e frequência desar monicamente misturadas entre si.
Os ruídos podem ser:
 Contínuos: ruídos com pequenas variações dos níveis - até + 3 dB;
 Intermitentes: ruídos cujo nível varia continuamente de um valor apreciável durante um período de observação - superior
a + 3 dB;
 Impulsivos ou de impacto: ruídos que se apresentam em picos de energia acústica de duração inferior a um segundo.
Não podemos esquecer que um ruido pode ser um indicador preciso sobre o estado do sistema de produção. Ele pode indicar se uma
máquina está funcionando

Iluminação
4.7.2.2 Iluminação de postos de trabalho
A iluminação em ambientes de trabalho deve ser compatível com as exigências das tarefas e com as características da visão humana.
Quando introduzimos esse principio na definição dos postos de trabalho reduzimos o risco de acidentes, a pro- babilidade de erros e,
possivelmente, aumentamos a produtividade.
Apesar da sua importância óbvia, a aparente simplicidade do tema pode levar a uma conclusão falaciosa sobre a melhor forma de
dispor as fontes de luz ou como melhor aproveitar os recursos naturais. A quantidade de iluminação necessária ao trabalho resulta da
articulação da acuidade visual e das exigências da tarefa de forma a evitar o excesso ou a falta de luz. Tais condições extremas
podem causar fadiga visual e reduzir a qualidade do trabalho. É nessa perspectiva que foram criadas as Normas Regulamentadoras
pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. Nós temos uma norma especifica voltada para questões ligadas à ergonomia, que é a NR
17, que, com relação à iluminação, determina:
Temperatura
4.7.3.1 Temperatura: conforto térmico
O organismo humano possui um sistema de termo-regulação que permite man- ter a temperatura constante (LLANEZA ALVAREZ,
2005), tornando-o adaptado para funcionar à temperatura de aproximadamente 37 °C. As condições climáticas comumente não
interferem no sentido de elevar ou reduzir a temperatura interna do corpo humano, a menos que a temperatura do ambiente
ultrapasse limites de maneira que o organismo não seja capaz de manter a homeostase, ou seja, o equilibrio da temperatura: quer
seja baixa ou elevada.
Em ergonomia, interessa analisar a combinação de diferentes elementos do ambiente, a atividade de trabalho e a percepção das
pessoas com relação ao seu tra- balho, como: a temperatura, a umidade, a velocidade do ar e a temperatura radiante. Dessa forma, a
noção de conforto térmico é importante, pois indica o quanto as pessoas estão confortáveis na temperatura do ambiente em que se
encontram.
De acordo com a ISO 7730, um espaço é considerado confortável do ponto de vista térmico quando o número de pessoas que se
sentem desconfortáveis não ultrapassa 10%.
 Llaneza Alvarez (2005) define a zona de conforto térmico entre as temperaturas
de 20 °C a 24 °C, umidade variando entre 40% e 80%, velocidade do ar
moderada (aproximadamente 0,2m/s), com desvios de temperatura não
superiores a 4 °C.
Livro Segurança do trabalho e ergonomia Autor: Silvana bastos Stumm
Ergonomia
Neste capítulo está fundamentado no conceito de Ergonomia.
Importante ressaltar o elo forte existente entre Ergonomia e Organização do Trabalho, tópico que também abordaremos neste
encontro. Como você vem observando desde o início, todos os nossos assuntos estão ligados, pois todos os tópicos englobam saúde
e segurança. A Ergonomia é essencial para os projetos de máquinas, veículos, móveis, para o ambiente de trabalho e mais uma série
de atividades. Contribui muito no conforto laboral, auxiliando na prevenção de doenças que podem resultar em afastamento do
empregado.
Nosso objetivo de hoje é mostrar a aplicabilidade da ergonomia, sua importância para a saúde e bem-estar e a constituição do
sistema homem- máquina. Integrado a esse sistema iremos agregar o ambiente de trabalho. Iniciaremos nossa conversa com a
Introdução à Ergonomia; nosso segundo tópico será sobre Fatores Humanos; na sequência veremos Ergonomia e a Organização do
Trabalho; em seguida, abordaremos Análise Ergonômica do Trabalho; e, por fim, Sistema Homem-Máquina-Ambiente.
Um projeto mal elaborado e o uso indevido de equipamentos e ferramentas causam sérios danos ao trabalhador. A ergonomia
favorece notoriamente a redução de acidentes, de problemas de saúde e de erros, melhorando, evoluindo, dessa forma, para o
trabalho com qualidade.
Ruido
Saiba mais
Dessa forma, sempre que falarmos em ruído, estaremos nos referindo a um som incômodo. Mas para saber de fato se está sendo
prejudicial, é preciso realizar medições, fazer cálculos, consultar a NR 15 do ME e a NHO 01, da Fundacentro. Esse trabalho é
realizado por profissionais da área. Para conhecer, acesse o link a seguir:
Como efeitos na saúde, temos como exemplos a surdez ocupacional, dores de cabeça, dificuldade de sono, zumbido no ouvido e
outras doenças como desequilíbrios psíquicos, doenças degenerativas, doenças cardíacas, hipertensão e outras.
A medição do ruído pode ser realizada por equipamentos conhecidos como medidores de pressão sonora (alguns os chamam de
decibelímetro), e por dosímetro, que são colocados no trabalhador.
Temperatura
Conforme Saliba (2011), quando a temperatura do corpo chega a 35° C, a pressão arterial, a frequência dos batimentos cardíacos e a
taxa de metabolismo diminuem. Ocorrem então os tremores, que são uma tentativa de recuperar o calor do corpo por meio da
atividade muscular.

Livro Introdução a higiene e segurança do trabalho autor Eduardo Moraes Araujo


Ergonomia
A ergonomia é uma ciência que se preocupa com o estudo sistemático e metódico da relação do ser humano com seu trabalho,
buscando uma integração perfeita entre ambas as partes, ou seja, trabalhador e ambiente laboral. O principal objetivo da ergonomia
é averiguar as origens de problemas que possam ser gerados ao profissional no desempenho de seu papel.
Essa área da engenharia de segurança do trabalho tem como. foco o bem-estar do trabalhador.

Livro Ergonomia projeto e produção autor Itiro lida e lia Buarque


Ergonomia
1.1 Definição e objetivos da ergonomia
A ergonomia (ergonomics), também chamada de fatores humanos (human factors), é o estudo da adaptação do trabalho ao ser
humano. O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas os trabalhos executados com máquinas e
equipamentos, utilizados para transformar os materiais, mas também todas as situações em que ocorre o relacionamento entre o ser
humano e uma atividade produtiva de bens ou serviços. Isso envolve não somente o ambiente físico, mas também os aspectos
organizacionais. A ergonomia tem uma atuação bastante ampla, abrangendo as atividades de: a) planejamento e projeto, que ocorrem
antes do trabalho a ser realizado; b) monitoramento, avaliação e correção, que ocorrem durante a execução desse trabalho; e c)
análises posteriores das consequências do trabalho. Tudo isso é necessário para que o trabalho possa atingir os resultados desejados.
Temperatura
Temperatura efetiva
Temperatura efetiva é aquela que produz sensação térmica equivalente à de uma temperatura medida com o ar saturado (100% de
umidade relativa) e praticamente parado (sem vento). Ou seja, uma temperatura efetiva de 25 °C é aquela que mede 25 °C com
umidade de 100% e o ar calmo. Essa temperatura efetiva corresponde, então, a todas as combinações das três variáveis (temperatura
ambiental, umidade relativa do ar e velocidade do ar) que produzem a mesma sensação térmica. Se a umidade diminuir ou a
velocidade do ar aumentar, facilitando a evaporação do suor, a mesma temperatura efetiva pode ser representada por uma
temperatura ambiental maior.
Na prática, a medida da umidade relativa é substituída pelas medidas de duas temperaturas, sendo uma com o bulbo seco e a outra
com o bulbo úmido (envolvendo-se o bulbo do termômetro com um chumaço de algodão molhado). Se o ar estiver saturado, as duas
medidas deverão coincidir. Quanto mais seco for o ar, maiores serão as diferenças entre essas duas temperaturas (Figura 11.3).
Assim, por exemplo, a temperatura efetiva de 25 °C a 100% de umidade relativa coincide com os mesmos 25 °C marcados no bulbo
úmido e no bulbo seco. Se a umidade relativa baixar para 70%, essa temperatura efetiva de 25 °C será equivalente a 23 °C de
temperatura do bulbo úmido e 27 °C no bulbo seco. No outro extremo, com 10% de umidade relativa, essas temperaturas serão,
respectivamente, 15,5 °C e 34 °C.
Aumentando-se a velocidade do ar, as temperaturas do bulbo seco e bulbo úmido, que produzem a mesma temperatura efetiva,
tendem a aumentar também. Assim, uma temperatura efetiva de 25 °C (ar parado) é equivalente à temperatura de 26 °C para o ar se
movendo a 0,5 m/s, e 28 °C para a velocidade do ar de 2,0 m/s. As combinações dessas variáveis (temperatura seca, temperatura
úmida, velocidade do ar) para produzir temperaturas efetivas podem ser encontradas em gráficos chamados de cartas psicométricas
(ver Ruas, 1999).
Observa-se que a temperatura efetiva, medida pelo método dos dois termômetros não considera o efeito da radiação. Em ambientes
onde a radiação for intensa, será necessário substituir o termômetro seco por outro, chamado de termômetro de globo, que tem o
bulbo envolto por uma bola de metal enegrecida. A temperatura efetiva assim obtida chama-se temperatura efetiva corrigida.
Conforto térmico
A primeira condição para o conforto é que haja equilíbrio térmico, ou seja, a soma da quantidade do calor gerado mais aquele ganho
pelo organismo deve ser igual à quantidade do calor perdido para o ambiente. Isso, naturalmente, dentro de determinadas taxas
toleráveis para o organismo. Contudo, esse equilíbrio não é suficiente para se garantir o conforto térmico. O sistema
termorregulador do organismo é capaz de fa-
O conforto térmico depende também das condições ocasionais e preferências individuais, sendo influenciado por fatores como:
vestimenta (isolamento térmico) e intensidade do esforço físico (metabolismo).
Portanto, o conforto térmico não depende apenas da temperatura ambiental. Ele é influenciado também pela umidade relativa e
velocidade do ar. Baixas taxas de umidade relativa (clima seco) e ventos favorecem a evaporação do suor e contribuem para
aumentar a resistência ao calor. Por exemplo, com umidade de 90%, pode-se tolerar uma temperatura de 32 °C com movimento
moderado do ar, entre 0,2 e 0,4 m/s. Se essa umidade abaixar para 20%, a temperatura tolerável já sobe para 38 °C, com a mesma
velocidade do ar.
Umidades abaixo de 40% favorecem a evaporação do suor, mas aumentam o risco de infecções respiratórias. O ar seco provoca
ressecamento e fissuras nas vias respiratórias, por onde penetram as bactérias presentes no ar.
Zonas de conforto térmico
A zona de conforto é delimitada entre as temperaturas efetivas de 20 °C e 24 °C, com umidade relativa de 40% a 80% e uma
velocidade do ar moderada, da ordem de 0,2 m/s (Figura 11.3). As diferenças de temperatura (gradiente térmico) presentes no
mesmo ambiente não devem ser superiores a 4 °C. Essa zona de conforto pode diferir para organismos adaptados ao calor ou ao frio,
além das preferências individuais. Nos países temperados, durante o inverno, com o organismo adaptado ao frio, essa zona de
conforto situa-se entre 18 °C e 22 °C para a mesma taxa de umidade e velocidade do ar. Inversamente, nos países tropicais, durante
o verão, a zona de conforto pode deslocar-se para a faixa de 25 °C a 28 °C.
O conforto térmico no interior de fábricas e escritórios é conseguido mantendo-se a temperatura média da pele em torno de 33°C. Se
a temperatura oscilar muito, mesmo mantendo-se essa média, o conforto tende a diminuir. A norma ISO 9241 recomenda
temperaturas ambientais de 20 °C a 24°C no inverno e 23 °C a 26°C no verão, com umidade relativa oscilando entre 40% e 80%, e
uma velocidade do ar moderada, da ordem de 0,2 m/s. Acima de 24°C, os trabalhadores sentem sonolência e, abaixo de 18 °C,
aqueles envolvidos em trabalho sedentário ou com pouca atividade física começam a sentir tremores. A Legislação Trabalhista
Brasileira (NR15) estabelece os valores de temperatura ambiental para diversas situações de trabalho.

Ventilação
Ventilação
A ventilação é um aspecto importante do conforto térmico. Em ambientes muito quentes, é reconfortante sentir uma leve aragem
junto à pele. A ventilação ajuda a remover, por convecção, o calor gerado pelo corpo. Ao remover o ar saturado próximo da pele,
facilita a evaporação do suor e o resfriamento do corpo. Em ambientes industriais, a ventilação pode ter o objetivo principal de
remover o ar contaminado de aerodispersoides (p. 409). Nesse caso, pode ter diferentes efeitos sobre o conforto, dependendo da
temperatura do ar.
A velocidade do ar é considerada agradável entre 0,1 e 0,2 m/s em trabalhos leves a uma temperatura em torno de 24 °C. Acima de
24 °C, em trabalhos pesados, ou com o ar saturado, a velocidade preferida sobe para 0,2 a 0,5 m/s. A norma NR-17 estabelece a
velocidade máxima de 0,75 m/s para atividades leves. No inverno, essa velocidade deve ser reduzida para 0,15 m/s. Em ambientes
com fontes de calor ou trabalhos pesados, essa velocidade pode subir até 1,50 m/s.
Uma pessoa precisa de uma renovação de doze a quinze metros cúbicos de ar por hora. Em condições de trabalho pesado ou
ambiente com fumantes, essa taxa deve ser dobrada. Para manter a qualidade do ar em ambientes internos é necessário fazer a
renovação equivalente a pelo menos um volume desse ambiente por hora.
Para verificar a qualidade do ar em ambientes internos, deve-se analisar, em primeiro lugar, a temperatura, umidade e velocidade do
ar. Se estes se mostrarem satisfatórios, deve-se medir a concentração do dióxido de carbono. A concentração usual de CO2 é de
0,033%. O aumento dessa taxa indica renovação insuficiente do ar. O organismo é sensível a pequenos aumentos dessa taxa, quando
passa a sentir o ar "abafado".
Pode-se construir um questionário para avaliar a qualidade do ar, listando-se os principais sintomas que caracterizam o desconforto
ou principais tipos de queixas apresentadas pelos trabalhadores (Figura 11.4). Em cada situação específica, pode-se fazer uma lista
de diferentes quesitos. Esse questionário tem o objetivo de elaborar o diagnóstico dos aspectos mais graves, a fim de estabelecer
prioridades para as ações corretivas.
Ruido
11.4 Ruído
Existem diversas conceituações de ruído. Aquela mais usual é a que considera o ruído como um "som indesejável". Esse conceito é
subjetivo, pois um som pode ser desejável para uns, mas indesejável para outros, ou até para a mesma pessoa em ocasiões
diferentes. Uma música pode ser agradável para os que estão em uma festa, mas indesejável para os vizinhos que estão dormindo.
Outra definição, de natureza mais operacional, considera o ruído como um "estímulo auditivo que não contém informações úteis
para a tarefa em execução". Assim, o "bip" intencional de uma máquina ao final de um ciclo de operação pode ser considerado útil
ao operador, porque é um aviso para ele iniciar um novo ciclo, mas pode ser considerado um estorvo pelo seu vizinho, cuja atenção
está concentrada em outra tarefa.
Fisicamente, ruído é uma mistura complexa de diversas vibrações, medido na escala logarítmica, cuja unidade é o decibel (dB).
Como já foi visto na p. 126, o ouvido humano é capaz de perceber uma grande faixa de intensidades sonoras, desde aquelas
próximas de zero até potências 10.000.000.000.000 (1013) vezes superiores, equivalentes a 130 dB (Tabela 11.2). Esse é o ruído
correspondente ao motor do avião a jato, e é praticamente o máximo que o ouvido humano pode suportar sem sofrer danos. Acima
disso, situa-se o limiar da sensação dolorosa, que pode produzir danos ao aparelho auditivo (Figura 4.8, p. 127).
Limites toleráveis de ruído
Os ruídos constituem-se na principal causa de reclamações sobre as condições ambientais. Eles ocorrem tanto no ambiente de
trabalho como no doméstico, sendo alvo de constantes reclamações entre vizinhos. As pessoas apresentam muitas diferenças
individuais quanto à tolerância aos ruídos. Embora os ruídos até 90 dB não provoquem sérios danos aos órgãos auditivos, os ruídos
entre 70 e 90 dB dificultam a conversação e a concentração e podem provocar aumento dos erros e redução do desempenho.
Portanto, em ambientes de trabalho, o ideal é conservar o nível de ruído
ambiental abaixo de 70 dB. Aqueles de 85 dB são considerados os máximos toleráveis para exposições contínuas a ruídos em
ambientes de trabalho (Tabela 11.3).
Tempo de exposição
O ruído
contínuo
de 85 dB é

considerado o máximo tolerável para uma exposição durante oito horas de jornada diária de trabalho, pela norma brasileira NR-15.
Entretanto, existem estudos indicando que ruídos de 80 dB já são prejudiciais. Em consequência, muitas normas estrangeiras já
fixam o limite máximo em 80 dB. Acima desse nível, o tempo de exposição deve ser reduzido, pois começam a surgir riscos para os
trabalhadores expostos a esses ruídos contínuos por muito tempo (Tabela 11.4). Por exemplo, se o ruído chegar a 90 dB, a exposição
deve ser reduzida para 4 h/dia, e a 115 dB, para apenas 7 min/dia. Se a exposição ultrapassar esses limites, deve-se providenciar
algum tipo de equipamento de proteção individual para os ouvidos.

Iluminação
Iluminação e cores são essenciais para o trabalho humano porque grande parte das informações ambientais é captada pela visão. O
correto planejamento da iluminação e das cores contribui para prevenir erros na leitura de instrumentos visuais, aumentar a
satisfação no trabalho e melhorar a produtividade, além de reduzir os erros, a fadiga e os acidentes. Tem também um efeito
subjetivo, pois ambientes bem iluminados e cores "alegres" contribuem para reduzir a monotonia e melhorar o ânimo.
Quase todas as formas de vida (vegetal e animal) dependem da luz solar. Contudo, na vida moderna, o ser humano passou a
depender cada vez mais de luzes e cores produzidas artificialmente, tanto no ambiente profissional como no doméstico. No estudo
das cores, é importante distinguir as diferentes propriedades entre cores dos corantes e cores de luzes. Os corantes tiveram grande
avanço tecnológico na mídia impressa, a partir do desenvolvimento das indústrias química e petroquímica. Contudo, nas últimas
décadas, as cores das luzes estão cada vez mais presentes na vida diária de todos, principalmente nas telas e mostradores de
instrumentos informatizados, que cada vez mais substituem a mídia impressa.
12.3 Planejamento da iluminação
A iluminação dos locais de trabalho deve ser cuidadosamente planejada desde as etapas iniciais de projeto do edifício, fazendo-se
aproveitamento adequado da luz natural e suplementando-a com luz artificial sempre que for necessário.
A luz natural, além de ter boa qualidade, proporciona economia com gastos de energia. Entretanto, a incidência direta da luz solar
deve ser evitada, pois provoca perturbações visuais e, se ela incidir sobre paredes envidraçadas, tende a aquecer o ambiente pelo
"efeito estufa".
A claridade do ambiente é determinada não apenas pela intensidade da luz, mas também pelas distâncias das fontes e pelo índice de
reflexão das paredes, tetos, piso, máquinas e mobiliário.
Um bom sistema de iluminação, com o uso adequado de cores e a criação dos contrastes, pode produzir um ambiente de fábrica ou
escritório agradável, onde as pessoas trabalhem confortavelmente, com pouca fadiga, monotonia e acidentes, e produzam com maior
eficiência.
Luz natural
A luz natural, além de permitir boa visibilidade, produz importantes efeitos fisiológicos. A vitamina D é sintetizada na pele sob a
ação dos raios ultravioleta (UV). Essa vitamina é usada no metabolismo do cálcio. A sua deficiência pode provocar o
enfraquecimento dos ossos, principalmente nas crianças. O problema torna-se mais grave em moradores de locais de clima
temperado, porque apresentam menor taxa de absorção do cálcio durante o inverno.
Há muito já se sabe que a luz solar regula as atividades cíclicas de animais, tais como reprodução e migração. Pesquisas recentes
demonstraram que influem também no humor e comportamento das pessoas. Nos moradores de clima temperado, onde o dia tem
menor duração durante o inverno, constatou-se maior incidência de estados depressivos, caracterizados por aumentos do sono e do
apetite, ansiedade, menor disposição e dificuldades nos relacionamentos sociais. Esses pacientes foram tratados com fototerapia,
expondo-os a uma luz artificial de 2.500 lux, para "prolongar" o dia em até seis horas.
A luz natural também produz efeitos terapêuticos benéficos. Ulrich (1984) apresenta relato de recuperação de pacientes pós-
operatórios em um hospital da Filadélfia (Estados Unidos). Nesse hospital havia duas alas: uma com vista interna e outra com vista
externa, por onde se podia receber luz solar e visualizar uma rua arborizada. Comprovou-se, estatisticamente, que os pacientes com
vista externa apresentavam menor frequência de queixas, exigiam menos medicamentos para aliviar dores e recebiam alta em tempo
menor.
Segurança do trabalho
A segurança no trabalho é um assunto da maior importância, que não interessa apenas aos trabalhadores, mas também às empresas e
à sociedade em geral. Sempre que um trabalhador for acidentado, há sofrimentos pessoais e da família. Provoca despesas à empresa,
ao sistema de saúde e à previdência.
Na análise dos acidentes, muito já se conhece sobre as falhas mecânicas e dos materiais. As engenharias já dispõem de várias
técnicas para dimensionar máquinas e materiais, de acordo com as resistências e solicitações requeridas. Por outro lado, muitos
acidentes têm sido atribuídos a folhas humanos. As descrições dessas falhas geralmente recaem nas categorias de desatenção,
negligências, sono, alcoolismo e outras deficiências do ser humano. Contudo, a ergonomia tem adotado uma visão mais abrangente.
Ela estuda principalmente as interações no sistema humano-máquina-ambiente para descobrir, analisar e corrigir preventivamente as
possíveis falhas desse sistema, visando minimizar a ocorrência dos acidentes.
Neste capítulo será estudado o "erro humano" como causador dos acidentes e as formas de tornar os sistemas mais seguros. A
prevenção de acidentes deve ser objeto de contínua preocupação de todas as empresas e da sociedade em geral.
Livro Segurança no trabalho autor Thiago de Oliveira pegatin
PEGATIN, Thiago de Oliveira. Segurança no trabalho e ergonomia. 1. ed. Curitiba:
Intersaberes, 2020. E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso
em: 04 set. 2023.
Ruido
PEGATIN (2020) define ruído como:
Ruídos continuo ou intermitente (que não sejam de impacto) e ruídos de
impacto (que apresentam picos de energia acústica inferior a um segundo e
intervalos superior a um segundo). A exposição ao ruido e uma situação
frequentemente observada nos ambientes de trabalho, principalmente
industriais, por diversos motivos aglomeração de pessoas, operação de
máquinas e equipamentos, movimentação de veículos de carga, entre outros.

Temperatura
De acordo com (PEGATIN, 2020) A exposição do trabalhador a condições de altas ou
baixas temperaturas pode acarretar grandes prejuízos à saúde das pessoas, por
consequência, é um importante fator de risco que deve ser medido e controlado.
AET
Referente a AET, para (PEGATIN, 2020) é o documento legal, que consta na NR 17,
para a identificação e a avaliação de riscos presentes nas diversas situações de trabalho.
Esse documento, ao longo dos anos, ficou conhecido, erroneamente, como laudo
ergonômico, fazendo menção aos documentos de saúde e segurança do trabalho que,
rotineiramente, são elaborados nesse formato.
Nr 17
Os parâmetros de conforto da NR 17, descritos no item 17.5.2, são (Brasil, 978m):

⚫ 65 dB para efeito de conforto - curva de avaliação de ruído não superior a 60 dB;

⚫ índice de temperatura efetiva entre 20° e 23°;

⚫ velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;

⚫ umidade relativa do ar não inferior a 40%;

níveis de iluminamento adequados de acordo com tarefa realizada


Livro: Introdução a Ergonomia da pratica a teoria Autores: Julia Abrahão, Laerte
Sznelwar, alexandre S, Mauricio S, Diana P
ABRAHÃO, Júlia et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. 1. ed. São Paulo:
Blucher, 2009. E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em:
04 set. 2023.
Ergonomia
De forma geral para (ABRAHÃO, 2009), a ergonomia pode ser definida como:
Uma disciplina que tem como objetivo transformar o trabalho, em suas
diferentes dimensões, adaptando-o às características e aos limites do ser
humano. Nesse sentido, a ergonomia supera a concepção taylorista de "Homo
Economicus", mostra os limites do ponto de vista reducionista em que apenas
o "trabalho físico" é considerado, revelando a complexidade do trabalhar e a
multiplicidade de fatores que o compõem.

AET
A Análise Ergonômica Do Trabalho segundo (ABRAHÃO, 2009):
Ajuda a compreender as formas ou as estratégias utilizadas pelos
trabalhadores no confronto com o trabalho, para minimizar ou limitar as suas
condições patogénicas. As novas tecnologias trouxeram benefícios
inestimáveis, mas, também, novas restrições e imposições ao modo de
funcionamento dos indivíduos.

Ruido
ABRAHÃO, (2009) apud Grandjean (1998) define o ruido como um fenômeno físico
vibratório de um meio elástico, audível com características indefinidas de pressão, e
frequência desarmonicamente misturadas entre si.
Iluminação
A iluminação em ambientes de trabalho deve ser compatível com as exigências das
tarefas e com as características da visão humana. Quando introduzimos esse princípio
na definição dos postos de trabalho reduzimos o risco de acidentes, a probabilidade de
erros e, possivelmente, aumentamos a produtividade.
De acordo com Silva (2009) ao iluminar um local, a funcionalidade é imperativa, pois é possível
ter uma mesma quantidade de luz num espaço com uma lâmpada muito potente e/ou com
varias lâm-padas estrategicamente espalhadas. Todo ambiente deve ser projetado pensando
no melhor aprovei-tamento da luz natural juntamente com a iluminação artificial, pois este
auxilia e melhora a intensida-de de iluminação do ambiente, sendo compatível com as tarefas
que serão executadas no local. SILVA, M. L.. (2009). Iluminação:SimplificandooProjeto.Rio de
Janeiro: Ciência Moderna.

Temperatura
Em ergonomia, interessa analisar a combinação de diferentes elementos do
ambiente, a atividade de trabalho e a percepção das pessoas com relação ao
seu trabalho, como: a temperatura, a umidade, a velocidade do ar e a
temperatura radiante. Dessa forma, a noção de conforto térmico é importante,
pois indica o quanto as pessoas estão confortáveis na temperatura do
ambiente em que se encontram. ABRAHÃO, (2009)

ABRAHÃO, (2009) apud Llaneza Alvarez (2005) define a zona de conforto térmico
entre as temperaturas de 20 °C a 24 °C, umidade variando entre 40% e 80%, velocidade
do ar moderada (aproximadamente 0,2m/s), com desvios de temperatura não superiores
a 4 °C.
Livro Segurança do trabalho e ergonomia Autor: Silvana bastos Stumm
STUMM, Silvana Bastos. Segurança do trabalho e ergonomia. 1. ed. São Paulo:
Contentus, 2020. E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em:
04 set. 2023.
Ruido
Ruido conforme (STUMM, 2020) é um som incômodo […] realizada por equipamentos
conhecidos como medidores de pressão sonora (alguns os chamam de decibelímetro), e
por dosímetro, que são colocados no trabalhador.
Temperatura
(STUMM, 2020) apud Saliba (2011) indica que quando a temperatura do corpo chega a
35° C, a pressão arterial, a frequência dos batimentos cardíacos e a taxa de metabolismo
diminuem. Ocorrem então os tremores, que são uma tentativa de recuperar o calor do
corpo por meio da atividade muscular.

Livro Introdução a higiene e segurança do trabalho autor Eduardo Moraes Araujo


ARAUJO, Eduardo Moraes. Introdução à higiene e à segurança do trabalho. 1. ed.
Curitiba: Intersaberes, 2021. E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br.
Acesso em: 04 set. 2023.
Ergonomia
A ergonomia é uma ciência que se preocupa com o estudo sistemático e
metódico da relação do ser humano com seu trabalho, buscando uma
integração perfeita entre ambas as partes, ou seja, trabalhador e ambiente
laboral. O principal objetivo da ergonomia é averiguar as origens de
problemas que possam ser gerados ao profissional no desempenho de seu
papel. (ARAUJO, 2021).

Livro Ergonomia projeto e produção autor Itiro lida e lia Buarque


IIDA, Itiro; BUARQUE, Lia. Ergonomia: projeto e produção. 3. ed. São Paulo:
Blucher, 2016. E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em:
04 set. 2023.
Ergonomia
A ergonomia (ergonomics), também chamada de fatores humanos (human
factors), é o estudo da adaptação do trabalho ao ser humano. O trabalho aqui
tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas os trabalhos
executados com máquinas e equipamentos, utilizados para transformar os
materiais, mas também todas as situações em que ocorre o relacionamento
entre o ser humano e uma atividade produtiva de bens ou serviços. Isso
envolve não somente o ambiente físico, mas também os aspectos
organizacionais. A ergonomia tem uma atuação bastante ampla, abrangendo
as atividades de: a) planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho a
ser realizado; b) monitoramento, avaliação e correção, que ocorrem durante a
execução desse trabalho; e c) análises posteriores das consequências do
trabalho. Tudo isso é necessário para que o trabalho possa atingir os
resultados desejados. (IIDA; BUARQUE, 2021)
Temperatura, umidade e velocidade
Com relação a temperatura efetiva (IIDA; BUARQUE, 2021) considera como:
Aquela que produz sensação térmica equivalente à de uma temperatura
medida com o ar saturado (100% de umidade relativa) e praticamente parado
(sem vento). Ou seja, uma temperatura efetiva de 25 °C é aquela que mede 25
°C com umidade de 100% e o ar calmo. Essa temperatura efetiva
corresponde, então, a todas as combinações das três variáveis (temperatura
ambiental, umidade relativa do ar e velocidade do ar) que produzem a mesma
sensação térmica. Se a umidade diminuir ou a velocidade do ar aumentar,
facilitando a evaporação do suor, a mesma temperatura efetiva pode ser
representada por uma temperatura ambiental maior.

Referente a medida da umidade relativa para (IIDA; BUARQUE, 2021):


É substituída pelas medidas de duas temperaturas, sendo uma com o bulbo
seco e a outra com o bulbo úmido (envolvendo-se o bulbo do termômetro
com um chumaço de algodão molhado). Se o ar estiver saturado, as duas
medidas deverão coincidir. Quanto mais seco for o ar, maiores serão as
diferenças entre essas duas temperaturas (Figura 11.3). Assim, por exemplo, a
temperatura efetiva de 25 °C a 100% de umidade relativa coincide com os
mesmos 25 °C marcados no bulbo úmido e no bulbo seco. Se a umidade
relativa baixar para 70%, essa temperatura efetiva de 25 °C será equivalente a
23 °C de temperatura do bulbo úmido e 27 °C no bulbo seco. No outro
extremo, com 10% de umidade relativa, essas temperaturas serão,
respectivamente, 15,5 °C e 34 °C.

Aumentando-se a velocidade do ar, as temperaturas do bulbo seco e bulbo úmido, que


produzem a mesma temperatura efetiva, tendem a aumentar também. Assim, uma
temperatura efetiva de 25 °C (ar parado) é equivalente à temperatura de 26 °C para o ar
se movendo a 0,5 m/s, e 28 °C para a velocidade do ar de 2,0 m/s. As combinações
dessas variáveis (temperatura seca, temperatura úmida, velocidade do ar) para produzir
temperaturas efetivas podem ser encontradas em gráficos chamados de cartas
psicométricas (ver Ruas, 1999). (IIDA; BUARQUE, 2021)
Ventilação
Conforme (IIDA; BUARQUE, 2021) a velocidade do ar é:
Considerada agradável entre 0,1 e 0,2 m/s em trabalhos leves a uma
temperatura em torno de 24 °C. Acima de 24 °C, em trabalhos pesados, ou
com o ar saturado, a velocidade preferida sobe para 0,2 a 0,5 m/s. A norma
NR-17 estabelece a velocidade máxima de 0,75 m/s para atividades leves. No
inverno, essa velocidade deve ser reduzida para 0,15 m/s. Em ambientes com
fontes de calor ou trabalhos pesados, essa velocidade pode subir até 1,50 m/s.

Ruido
Para (IIDA; BUARQUE, 2021) o ruído se refere como:

Um conceito subjetivo, pois um som pode ser desejável para uns, mas
indesejável para outros, ou até para a mesma pessoa em ocasiões diferentes.
Uma música pode ser agradável para os que estão em uma festa, mas
indesejável para os vizinhos que estão dormindo[…]. Fisicamente, ruído é
uma mistura complexa de diversas vibrações, medido na escala logarítmica,
cuja unidade é o decibel (dB).

Iluminação
A Iluminação e cores são essenciais para o trabalho humano porque grande
parte das informações ambientais é captada pela visão. O correto
planejamento da iluminação e das cores contribui para prevenir erros na
leitura de instrumentos visuais, aumentar a satisfação no trabalho e melhorar
a produtividade, além de reduzir os erros, a fadiga e os acidentes. [..] A
iluminação dos locais de trabalho deve ser cuidadosamente planejada desde
as etapas iniciais de projeto do edifício, fazendo-se aproveitamento adequado
da luz natural e suplementando-a com luz artificial sempre que for
necessário. (IIDA; BUARQUE, 2021)

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