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Licensed to Liliane Almeida - Email: lilipatricia@gmail.com
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Samai
A Arte das Curandeiras
1ª Edição 2016
Porto Alegre
ISBN: 978-85-917020-1-5
Impresso no Brasil, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bibliografia
ISBN 978-85-917020-1-5
16-00396 CDD-616.024
Yasunari Kawabata
3. O Samai 59
4. A Lua e as Curandeiras 81
5. Da Pureza e da Sombra 97
ANEXO 188
Co-inspiradoras 220
Curandera 50
Manzanilla 62
Luna 86
Rosa 117
Sol 160
Maíz 182
ma
Poe
Sonhos de ternura 49
A Planta de Poder 61
A Mandala Lunar 88
Sombras 102
Viv
ênci
a
Um Elixir de Pérola 51
tual
Ri
19
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20
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ória
Hist
Tomamos juntas um chá?
Apresentação
“Somos a dor e o que cura a dor.”
Rumi
Este pequeno livro de versos simples, tem um
propósito: convidar as mulheres para escrever sobre
sua linhagem materna. Descobrir no universo simples
de suas avós, mães, irmãs e tias, as medicinas que
sanam as velhas feridas ancestrais e as sabedorias
íntimas, escondidas em histórias e cantos velhos das
nossas casas e quintais.
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lidade, com a humanização medicinal e farmacêuti-
ca, com o trabalho solidário entre mulheres e a es-
cuta atenta e ampla dos novos ritmos e desafios do
nosso tempo.
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elas guardaram em cozinhas e jardins, em tecidos e
histórias, seu saber ardente e simples, sua revolução
silenciosa que caminhou até nós com passos firmes
e bondosos.
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fazendo questões que transcendem as pequenas
experiências cotidianas, é o caminho da curandeira.
Sair do comum, olhar ao outro com iluminada com-
paixão e servir o mundo da luz que está chegando, é
o sentido da curandeira. E seu convite, enquanto ar-
quétipo do sagrado feminino, é para nos deleitar por
este amor pelo Todo, em toda sua expressividade.
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tima e vivida.
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ensinaram o grande valor das mulheres mais velhas
e do misterioso universo andino: coração da terra,
que hoje nos presenteia com sua volta a ocupar o
lugar de luz que lhe pertence na evolução da huma-
nidade.
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do vida à sua curandeira interior, à força livre da me-
dicina que mora no seu ventre e que há tantas luas
espera por você.
27
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os reinos da natureza para mobilizar a vibração das
coisas; fazendo o que alguns chamam de alquimia,
que não é mais que o sagrado entendimento de que a
alma que existe no Todo nos convida a amar, e aceitar
a grandiosidade de cada instante para encher de luz o
lugar das sombras.
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Em algum momento da vida, toda mulher descobre
sua curandeira interna. Essa curandeira é um lugar
da nossa consciência que se mostra em sonhos e de-
vaneios como uma velha senhora de olhos brilhan-
tes e olhar tranquilo, que observa com simplicidade
a vida e que tem remédios para curar todos os males
que entristecem nossa alma.
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A curandeira interior
Desenha ou escreve sobre tua velha senhora
de olhos brilhantes
Viv
ênci
a
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ória
Hist 1. Amanhece nas
Montanhas
Como muitas mulheres da
minha geração, descobri minha
curandeira interna depois de
ser mãe, quando senti um profundo cansaço de ser
aquilo que tinha sido, e decidi, por um chamado do
coração, me dedicar a procurar um caminho mais
sábio e simples de viver.
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tem nas mãos o poder de converter em arte as
coisas comuns. Como meu filho nasceu no Brasil, ela
intuitivamente cruzou o continente, montada num
avião, quebrando todos seus esquemas e formas de
viver para viajar a um país tão diferente
de sua vida na Colômbia, e cuidar de
mim; pois tive um parto muito difícil, que
terminou em uma cesariana inesperada e
muito dolorida para minha alma.
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coração aberto e abundante de mulher mayor2. Sua
presença silente e delicada me iniciou no mistério
de cuidar e permitir ser cuidada.
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Me descobri amando-as, sentindo admiração pela
vida sofrida e corajosa que desafiaram, inclinando-
me ante sua experiência e sanando memórias, feridas
velhas e segredos de família.
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A Linhagem Materna
e Seus Saberes
Uma página em branco para que plasmes os
nomes e a sabedoria de tuas avós.
Viv
ênci
a
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Abuela
S ilenciosa abuela.
Vieja hermosa
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Que de tu pecho florecido bebamos la leche
del amor verdadero
Abuela.
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O Penteo
Cerimônia da Linhagem
Compartilho com vocês essa primeira receita de
Dona Blanquita, simples e doce como seu falar
calmo e sedoso. Uma receita para aqueles tempos
de abismo e sombra, para aqueles dias em que nada
nos consola. E também para aqueles outros em
que sentimos vontade e saudade de nossa linhagem
materna e de estar perto das velhas avós.
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seu ser depois do parto, longas jornadas de ‘penteo’
também acontecem, pois quando passamos o pente
em nossa cabeça, uma mágica clareza nos invade o
pensamento e nos ajeita o coração.
40
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sombras são desmanchadas e diminuídas, e um res-
pirar atento e pausado aparece.
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como as ideias densas e o tempo perdido se desva-
necem.
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2. A jornada da Curandeira Solar
Mesmo que a vida tenha me dado a honra de
nascer em um lugar pouco comum e preenchido de
vitalidade ancestral, segredos botânicos e saberes
profundos, durante toda minha vida eu tinha sido
uma cientista!
43
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44
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nesse tentar compreender a graça dos mistérios que
são sentidos só com a ternura dos instantes, através
dos olhos de fora.
4
Pachamama é o nome que os povos andinos dão a Mãe Terra, ao
princípio vital, feminino e sagrado da existência. Mas, também se re-
fere ao tempo e ao espaço, pois Pachamama traduz “aqui e agora”
(Estermann, 1988). E Como alguma vez me ensinou o querido irmão
da Bolívia Fernando Mamani: “Pachamama é tudo o que podemos
tocar”.
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espiritualidades sutis e luminosas. Curandeiro e
brincalhão, totalmente improvável e fora do padrão,
este velho peregrino das montanhas, me ensina a
desbravar a senda que aproxima o coração de uma
mulher com o corpo sensual da terra que nos con-
tém, e com a consciência livre de qualquer limite,
com a genialidade da alma que nos espera paciente
com sua ternura inesgotável.
5
Para aprofundar os ensinamentos das sendas andinas, visita a família
da Nación Pachamama: www.nacionpachamama.com
46
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e desafiante, o caminho de seda de uma sacerdotisa
solar e o descobrir-me uma ativista sagrada a cada
vez que sinto a dor do outro e da Terra como minha.
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Lucidor o expressa assim:
“E aprende a última lição do curandeiro:
só a ternura pela vida nos faz acessíveis
ao grande mar de energia preciosa que
é Pachamama”. 6
6
Escola Espiritual Mística Andina. “Viver como curandeiros”. Curso:
Peregrino do Coração. Módulo IV. Quinta Lição. www.nacionpacha-
mama.com
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Descobre aqui teus mais amorosos
sonhos de ternura.
Viv
ênci
a
49
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Curandera
C orazón esmeralda, curandera.
Boca en si
De tu cuerpo nacen flores
Tus pies caminan
ma
Poe
Sembrando hierbas aromáticas
Transitas entre los mundos
Tendiendo puentes
Juntando universos
Conviertes la guerra en danza
Tus alpargatas bailan
En las hornillas de maíz y pájaros
Y amas a tu amante con la certeza de la
montaña.
Curandera, blanca, azul, violeta
La luz de tus manos
Escucha el murmullo del silencio
Y te entregas al Samai
Conversando con hormigas y piedras
Confiando en el barro y en la mariposa
50
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Um Elixir de Pérola
Nesta vivência, gostaria de compartilhar com
vocês, amadas comadres, que durante o curso Samai,
que inspirou este livro, trabalhamos com alguns
cristais ou pedras preciosas que são sanadoras da
consciência feminina e suas situações de trauma.
quente.
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usado para curar e potencializar a relação com
nosso segundo chakra; que na sanação do feminino
representa a sensualidade, a fecundidade, a
criatividade e o prazer e disfrute pela vida em todas
as suas manifestações. Também é um elixir que
ajuda as mulheres que não conseguem engravidar
ou para aquelas outras que têm sua gravidez com
dificuldade e fortes desequilíbrios emocionais.
52
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altíssima frequência vibratória, ou seja, energia re-
finada e muito pura.
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possam ser transmitidas à água. A luz solar abre a
informação contida no cristal e verte no processo a
potência criadora da luz, irradiando pureza e energia
vital.
♥ Álcool de cereais;
♥ Água pura;
Ritual Alquímico:
Escolha um local íntimo e especial no bosque, uma
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praia ou jardim. Num dia ensolarado, de preferência
de lua cheia, entre às 10h e 13h organize um pequeno
e florido altar, elevando seus rezos e preces, cantando
ou tocando seu instrumento de poder e acalmando
sua alma como forma de preparo. Coloque no centro
deste altar a tigela embalada no papel celofane laranja
com água pura e a pérola.
55
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pingue 03 gotinhas da tintura mãe, coloque 25 ml de
água e 10 ml de álcool de cereais.
56
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agradecendo sua presença e medicina.
57
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58
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3. O Samai
Para ser inofensiva e entrar na frequência solar das
antigas curandeiras andinas, é necessária a maior
das coragens, a coragem de uma silenciosa guerreira
que se desconstrói todos os dias para fazer surgir
sua alma verdadeira; a que é divertida, risonha, livre
e tem uma força indomável. Aquela para quem a
liberdade verdadeira da alma é o motivo de todos
os passos.
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em tudo o que nos rodeia e começamos, por fim, a
entrar no domínio do Samai, o estado da alma da
curandeira, que nos conduz a amar sem condições
tudo que existe.
60
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A planta que me inspira é a
Camomila.
E, a tua planta de poder, qual é?
Viv
ênci
a
61
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Manzanilla
C anto blanco de rocío
Aromática ternura,
ma
Poe
Te siento
Y lo conviertes en jardín
62
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Tudo quanto existe tem SAMAI,
alento, vida, respiração e deleite. As
velhas histórias de amor dos índios da
minha terra por todas as coisas, falam
do alento das pedras, do Samai que
as habita. As pedras, não são simples
rochas mortas, como pensamos; são seres de alma,
sutilmente acordados, que têm alento, a máxima
expressão de vida e consciência que os habitantes
desta terra têm.
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mundo de burdos olhares, onde aprendemos que só
existe o que se vê com os olhos e se calcula com as
matemáticas.
64
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cem cada vez que uma forte transmutação precisa
ser feita em casa, como se soubessem que as preci-
samos para nos curar.
65
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Assim, querida amiga, a curandeira não convive com
plantas ou cristais porque servem para curar como
instrumentos farmacêuticos, caminha com elas
porque as ama, porque nesta jornada de Samai, elas
são amigas doces, comadres de confiança, e colegas
de cura quando se oferendam docemente para
sanar uma mulher.
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Um Jardim de
Plantinhas Comadres
Sabias que as plantas que mais nos agradam
guardam curas maravilhosas para nossas
doenças?
Viv
ênci
a
67
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“Plantando
borboletas
de ternura?”
Remédios
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Durante muito tempo, pratiquei o Samai, mas,
aprendi realmente o que é o alento, com um evento
mágico, durante a morte de uma das minhas avós e
de uma filha. Até então só sabia que morte e vida
enamoram juntas e são mestras da mesma pulsão,
mas, esses eram vagos sentires vindos de fora.
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segundo. Também não tinha perdido seu perfume
de primavera, e suas bochechas tinham um suave
vermelho pintado.
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vezes, que as avós me falassem nos sonhos e
me dessem conselhos e notícias. Então, a avó se
apresentou essa noite e quando a encontrei silente
ao pé de uma janela iluminada falou para mim
com os olhos no infinito: “Sonhei que um bando
de mulheres nuas, vêm dançando dos céus, mas,
dentre elas uma estrela resplandecente, é Vênus!, a
estrela luminosa”.
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Duas estrelas no infinito céu do amor me ensinando
o espinhoso e iluminado caminho da morte, tão pró-
xima dos nossos úteros, tão viva em nós quanto viva
está nossa vida. Mas, delas falarei em um capítulo
posterior, sobre os filhos perdidos e as tristezas do
ventre.
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Los Guaduales
(Jorge Villamil)
ma
Poe
73
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Sente um pouco este instante único
e fugaz e retrata seu Samai...
Viv
ênci
a
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O Útero e o Mato
Cerimônia da Malaquita
Ah, comadrita! Como é bom tirar o útero do as-
falto e levá-lo a morar no mato. Assim, tão simples,
sem protocolos, nem receitas, nem livros, nem cur-
sos.
tual
com a floresta, entre em
comunhão no templo onde
Ri
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Com a seguinte meditação você poderá estabelecer
um íntimo encontro com sua curandeira interior e
com o mistério da floresta, entrando em uma bela
paisagem verde e luminosa que a levará a descobrir
detalhes desta parte de sua consciência e com quem
poderá dialogar em um estado seguro e tranquilo7.
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característicos de uma floresta, como o
vento batendo nas folhas, sons de pássaros,
insetos e outros animais (...). Perceba
o cheiro da mata, das plantas, da terra
molhada (...) Você pode começar a ver a
luz do sol filtrada pelas folhas das árvores
(...) Continue caminhando cada vez mais ao
fundo e perceba toda a paisagem ao seu
redor. É dia, o sol brilha, o céu está azul,
e você está caminhando por uma trilha
dentro da floresta bem densa, de vegetação
verde exuberante (...) Sinta toda a energia
dessa mata, as cores, os sons e os cheiros.
Caminhe lentamente pela trilha, procurando
perceber o que se passa ao seu redor.
Veja os pássaros nas árvores, as folhas, os
arbustos, e pouco a pouco outras presenças
começam a ser notadas (...)
De repente, você se encontra diante de
uma enorme clareira circular, rodeada por
grandes e majestosas árvores e por um
riacho de águas cristalinas. Do lado oposto
ao de sua entrada nessa clareira está a
maior de todas essas árvores, com o tronco
largo e poderoso,
raízes protuberantes
e folhagem rica e
exuberante.
Sentada ao pé dessa
grande árvore está
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uma índia velha8, de porte nobre, com o pei-
to nu e um cordão em volta do pescoço, de
onde pende uma linda e grande Malaquita,
pousada bem no centro de seu peito.
Você se aproxima dela e a saúda com
respeito e reverência. Olhe nos olhos dela
e sinta sua energia. Ela pede que você
se dirija ao centro da clareira e que seus
amigos invisíveis, seres da floresta formem
um semicírculo atrás de você, sentados
no chão. Alguns animais e outros seres da
floresta também se aproximam, ajudando a
formar um semicírculo.
Você se senta bem no centro e começa a
observar para a mulher. Ela levanta os braços
com as palmas para cima, e nesse momento
todas as folhas das árvores e dos arbustos
começam a emitir uma forte e brilhante luz
verde. Essa luz começa a se dirigir em raios
para as mãos da velha índia, fazendo com
que seu corpo brilhe e formem um globo
transparente de luz verde em torno dela.
Pouco a pouco essa luz vai entrando pelas
palmas das mãos e se concentrando na
Malaquita que está em seu peito. Quando
ela estiver bem concentrada e brilhante
estenda as palmas para a velha e ela fará o
mesmo em sua direção. A luz verde começa
a sair do centro das mãos da índia dirigindo-
8
No texto original o autor fala de um homem índio.
78
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se para o centro de suas mãos e ao mesmo
tempo outro jato de luz sai da Malaquita
para o centro de seu peito, exatamente em
seu chakra cardíaco.
Receba esta energia, sinta a luz preenchen-
do todas as células até formar um globo a
sua volta. Sinta a força que começa a ema-
nar das palmas de suas mãos (...)
Neste momento seu Eu superior aparece
por trás da árvore perto da velha índia, e
você pode se levantar e dirigir até eles, sob
a copa frondosa da árvore circular.
Abrace seu Eu superior, reconhecendo-o e
recebendo-o e abrace a velha senhora índia
agradecendo por essa dádiva.
A índia tira um pedaço de Malaquita
e o entrega a seu Eu superior, que
imediatamente se dirige a você colocando
a pedra em seu chakra cardíaco. Deixe que
essa pedra penetre profundamente, girando
e se fundindo com seu chakra, emitindo
mais luz verde, que se expande fazendo
você sentir a energia da vida, da saúde da
abundância, da atividade e do amor. Sinta
seu coração pulsando forte e vigoroso.
Abrace novamente seu Eu superior e a
velhinha índia amorosa.
Cante, dance, abrace as árvores e comemore!
Terminada a celebração despeça-se
79
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desse lugar de força, e comece a voltar
tranquilamente pelo mesmo caminho da
vinda, sentindo-se mais e mais possuidora
de paz, saúde e vitalidade. Volte ao plano
físico trazendo toda a energia da mata
(DUNCAN, 2006, p. 63-66)
80
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4. A lua e as Curandeiras
Para falar da lua, primeiro tenho que falar da Tia
Maty, Dona velha e misteriosa Maria del Sol. A terceira
abuela desta história. Ela é um ser pequeníssimo e
risonho, um miúdo duende do mato, que nasceu
pintada com a cor preta da bisavó Agripina que era
índia e gostava de rir.
81
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A preciosa abuela, tem uma fé e um amor puro pela
lua. Anda com um Bristol o ano todo. O Bristol é um
calendário lunar que só os mais velhos agricultores
andinos ainda conservam. Dela herdei a sabedoria de
saber “o tempo bom” para curar, semear, descansar
ou empreender viagens. E a sabedoria de acreditar
no quintal como uma farmácia, de acreditar nas
plantas e de usá-las nesses momentos em que a vida
parece obscurecer.
82
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“Uma estrela
no horizonte!
É a brasa do
meu coração!”
Remédios
83
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Conectar com a lua, como a tia Maty, nos permite
ter consciência do tempo maior, aquele que não
está inventado no relógio, mas, sobrevive puro nas
estações, nas épocas de coleta e plantio, nas chuvas
ou secas, na chegada dos pássaros, nos sinais das
flores.
84
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fractal do tempo cósmico, ou seja, uma pequena
manifestação do corpo do Todo.
85
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Luna
C orazón de plata
Te presentaste entera,
Me mostraste tu misterio
Te hiciste mi espejo
Te amo luna
Te celebro
hermanas muertas
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Me recordaste la insistencia de mi sexo
Luna
Abuela cristal
Pájaro plateado
Comadre mía
Luna mía.
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Mandala Lunar
Desenha aqui teu ciclo menstrual.
Relaciona-o com as dimensões: fases da lua, estações,
elementos, direções, arquétipos e tempos agrícolas.
Fogo Dia 1
Menstruação Lua Nova
Outono
Inverno
Minguante Água
Dias 27 a 29 Dias 7 a 9
Óvulo se dissolve Óvulo amadurecendo
Verão
Primavera
Lua cheia
Ar
Dias 13 a 15
Ovulação
88
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Ritual da cama de flores para a
Menarca
Variações deste ritual têm sido usadas por algumas
comunidades andinas para comemorar a menarca,
ou primeiro sangue das mulheres. Geralmente se
faz durante as três noites que dura o primeiro ciclo
lunar feminino e é oferecido pelas mulheres mais
velhas da família ou por uma curandeira experiente.
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Também, pode ser usado pelas mulheres que so-
frem de cólicas frequentes por excesso de frio no
seu corpo, que tem uma relação difícil com sua
menstruação e que não conseguem engravidar.
Nestes casos pode ser feito durante três ciclos de
sangrado (menstruação) contínuos. Pode ser usado
também após um aborto, como ritual de sanação e
encerramento desta situação.
Recomendações:
Este ritual precisa ser feito com cuidado e carinho,
pois é muito poderoso e quente, e muda nossa
temperatura radicalmente. Quando a mulher está
grávida recomendamos que faça o ritual sem usar
a terra, a lã de ovelha, e a artemísia, escolhendo
flores adequadas para sua etapa e muito sutis como
camomila e rosas.
Ingredientes:
♥ Um quilo de terra limpa e fresca (prefe-
rimos terras de locais sagrados ou muito
especiais e limpos energeticamente);
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♥ Flores frescas de sua preferência e in-
tuitivamente escolhidas;
♥ Uma vela;
♥ Caderno de anotações;
Preparação:
Durante a noite do primeiro dia de sua menstruação,
ou na menarca de filhas ou netas, escolha um local
confortável e limpo para dormir sem ser interrompida.
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Coloque um colchão ou colchonete sobre o chão,
com a cabeceira orientada ao leste, e coloque o in-
censo nesta orientação. Limpe e abençoe todos os
ingredientes, integrando-se como eles e sendo grata
e sincera. Peça para as plantas, flores e demais seres
ali presentes, o que deseja visualizar em seus sonhos
e a resposta que precisa ter, sempre com palavras
simples e diretas.
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ficar completamente coberta e protegida por uma
camada de lã circular e fofinha. Sobre a Mandala
coloque o lençol restante cobrindo todo o colchão
com ele.
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tempo meditando e relaxando. Depois, e muito de-
vagar, levante e escreva a pergunta que fez e o que
sentiu ou sonhou durante a noite como resposta.
Abrindo a cama:
Lentamente, retire o lençol e a lã de ovelha que
estará grudada e formando um círculo compacto
sobre a Mandala. Observe o desenho que foi feito na
terra e flores e perceba o que ele lhe diz, sem muita
interpretação, e escreva também no seu caderno de
anotações esse símbolo ou imagem.
94
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da cerimônia, que nasceu das flores, oferendou seu
sangue e que receberá os mais belos ensinamentos
de seu ventre através dos sonhos. Fale docemente
sobre a menstruação para ela, ensine a beleza do
nosso ciclo lunar, conte sobre os mistérios da lua
e a presenteie com histórias de amor e luz sobre o
sagrado feminino.
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96
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5. Da pureza e da sombra
Maria Sabina, uma preciosa curandeira mexicana,
desde criança foi uma mestra na cura com cogumelos
sagrados, “meninos santos” como ela os chamava.
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Pureza, a bendita pureza é um estado da alma de
inocência, de não querer mais do que nosso corpo
pode absorver realmente. A pureza é ter intenção
de orvalho em nossos atos, isto nos dá liberdade
e humildade, pois muitas pessoas pensam que
saber de plantas, curar outros e ser uma mulher
Espírito como Maria Sabina foi, nos coloca em
uma hierarquia, porém, a pureza de coração das
curandeiras sábias, nos lembra que uma curandeira
é uma simples servidora da luz de Pachamama,
uma menina brincando com flores, amando a luz,
escrevendo poemas para a lua, e abraçando suas
avós.
98
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Barbara Ann Brennan, escritora do livro Mãos que
curam (1987), escreve uma linda frase sobre este
assunto: “O outro lado da cura se chama controle”.
Quando a pureza nos falta, e a humildade de nos
reconhecer precisadas de guia e sanação interna não
é ouvida, nos convertemos em supostas curadoras
que desejam curar outras mulheres pelo medo de se
curar a si mesmas.
99
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das curandeiras andinas mais antigas, das Collas, das
Virgens do Sol, simples e ocultas em seu mistério
maravilhoso.
Mujer espíritu
Maria Sabina9
S oy la mujer luna
Soy la mujer que vuela
9
Textos completos em: ESTRADA, Álvaro. Vida de Maria Sabina. La
sabia de los hongos. México. Século XIX Editores, 2005.
100
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Dios
Porque vengo recorriendo los lugares desde su
origen
Soy la mujer de la brisa
Soy la mujer rocío fresco
Soy la mujer del alba
Soy la mujer del crepúsculo
Soy la mujer que brota
Soy la mujer arrancada
Soy la mujer que llora
Soy la mujer que chifla
Soy la mujer que hace sonar
Soy la mujer tamborista, soy la mujer
trompetista
Soy la mujer violinista, soy la mujer que alegra
Porque soy la payasa sagrada
ma
Poe
101
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Desenha e descreve tuas sombras
Viv
ênci
a
102
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Purificação do Útero
Vaporização Vaginal
Receber o vapor de plantas e óleos essenciais em
nossa vagina é uma magnífica experiência de cura e
limpeza energética e física e, também, um delicioso
mimo para nosso corpo e ser.
tual
a dilatação do colo do
útero e para relaxar o
Ri
103
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nosso útero. Durante a gestação não deve ser usada
pois o calor do vapor dilata o colo do útero e pode
gerar contrações.
104
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ou toxinas físicas e emocionais acumu-
ladas.
105
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Ingredientes:
♥ Uma bacia de argila10
Preparação:
Reserve um momento tranquilo e íntimo para o
preparo e a vaporização. Durante a menstruação ou
ciclo pré-menstrual são momentos propícios que
incrementam o efeito.
106
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se faz com água menos quente e com a mulher em
pé de pernas abertas para o preparo em intervalos
breves de 5 minutos.
107
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Fique na sua vaporização até a água ficar morna.
Durante este tempo, que será de uns 15 a 20
minutos, pode rezar e cantar intuitivamente,
entrando em contato com o sagrado saber de sua
vagina, falando com ela, cantando e permitindo uma
preciosa relação de escuta, observando as emoções,
reações, insights e lembranças que vão chegar.
108
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de apetite sexual é necessário repetir o processo
entre 3 e 9 luas consecutivas, dependendo de cada
mulher.
109
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110
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ória
Hist 6. No Coração
A Cerimônia da Rosa
Conheci várias curandeiras, mas,
poucas como a Mama Melusina
Iriarte, uma preciosa herdeira dos
ventos que vive com a consciência
coração muito acordada e que pertence a senda
dos curandeiros andinos solares e a linhagem das
parteiras por vocação, essas mulheres que são
chamadas por outras nas horas em que a vida e a
morte se juntam para ver nascer o alento.
111
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marcam nossa vida sem marcas, sem cicatrizes, sem
abruptos acordares, Melusina é uma dessas mu-
lheres, de quem aprendo sem dor e sem esforço
as mais nobres verdades da senda espiritual, lições
alinhadas com a energia Shakti que se manifesta na
realidade sem dureza ou fadiga.
112
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Conseguimos a força pura do curar com o coração,
concentrando nossa vivência no cardíaco, na
rosa dormida do nosso peito, sempre presente e
respingando energia cristal inesgotável e amorosa.
O coração é sóbrio, atemporal, desinteressado e tem
a capacidade de fazer diagnósticos profundos e viver
os conflitos com neutralidade estelar e compassiva.
113
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Todas as curas que são sentidas com o coração são
de seda, limpas e puras, brilhantes e delicadas, que
acarinham nosso ser e o ser dos outros com o pulsar
da vida.
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consciência perante qualquer ilusão, e total humildade
de reconhecer que não somos nós quem cura, que a
cura não tem um propósito ou final pré-estabelecido,
e que nosso serviço é totalmente dedicado a sanação
desta Santa Terra a quem amamos sem interesses.
115
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Padrão emocional.
Escreve um pouco sobre tuas emoções
repetidas e seu padrão de comportamento.
Viv
ênci
a
116
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Rosa
S ou a rosa
Respiro,
Simplesmente respiro.
ma
Poe
117
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Sanação de Abortos
e Filhos Não Nascidos
tual
Ri
“Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu. Ai! (...)
Vinicius de Moraes
118
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grandioso desta terra, não temos como evitar o
sofrimento. Só podemos vê-lo com coragem e aceitá-
lo como vem, sem a luta do controle racional.
119
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existe muito silêncio e desinformação, devido ao fato
de ser uma prática não legalizada ainda em muitos
países, como o Brasil ou a Colômbia, ou legalizada em
processos específicos de mal formação, abuso sexual
ou risco de morte para a mãe.
120
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tranquilas e filhos saudáveis.
121
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e quebrar o silêncio que muitas mulheres guardam
sobre o assunto. O silêncio parece uma forma
de culpa, um véu que nos impede ter a partilha
amorosa e bem orientada de ressignificar nossa
própria história. É necessário lembrar que não
estamos sozinhas neste caminho de sanar a vibração
do nosso ventre, que é também parte do ventre da
Terra, que sente nossa dor e que como mulher, tem
vivenciado inúmeras perdas de pequenos filhos
amados, o que a converte, mais uma vez, em nossa
parceira e comadre.
122
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seu colo e também acolham ao esposo e aos filhos
vivos.
123
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mais precioso para a recuperação de um aborto, pois
aquece o corpo e permite que o ventre tenha um es-
paço de contenção que o acolha amorosamente. É
recomendado usar ele durante os próximos 40 dias
até que o corpo tome de novo sua antiga forma, e o
útero se restabeleça por completo.
124
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Preparemos juntas esta oferenda simples e bela
para informar ao nosso ser interno e aos pequenos
não nascidos, que estamos dispostas a abrir a ferida,
saná-la com doçura e fechá-la depois com bálsamos
de amor e perdão, sempre dispostas a recomeçar no
mistério cíclico que Pachamama nos oferece.
Ingredientes:
♥ Rosas rosas (sinta intuitivamente o nú-
mero);
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Preparação:
Escolha um lindo e especial lugar no meio da natu-
reza com um riacho ou rio para realizar a oferenda
e limpeza. Sugiro que esteja acompanhada de uma
boa comadre ou curandeira, e compartilhar com ela
as intuições e reflexões.
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parar e sem retornar.
127
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três xícaras diárias durante os 7 dias que a velinha
ficará acesa (a medida é uma colherinha de chá em
uma xícara de água fervendo). Este preparo tem
propriedades de limpar o ventre de registros densos
e histórias antigas, e é preciso tomá-lo para que a
limpeza seja feita em sua totalidade.
128
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experiência. E ao se libertar deste peso, também
sanará sua linhagem, preparando seu ventre
para novas gestações e maternidades, e também
ajudando a Pachamama a se limpar e sanar.
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ória
Hist
130
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7. A Brasa, o Chumbe
e o Manto
Me lembrei de Dona Victoria Arciniegas, uma
velhinha sábia e agradecida amiga de vizinhança,
mulher simples e bondosa que sempre me deu
muitos presentes, especialmente o presente de sua
ternura. Eu a conheço e ela me conhece desde a
infância, e costurou para mim um precioso manto
ritual azul que me acompanha nos momentos de dor
e alegria e nos círculos de mulheres. Este manto está
inspirado nas belas roupas das mulheres da nação
Kamsã no Valle de Sibundoy, sábias e guerreiras que
tem guardado para nós sua sabedoria de teares e
contas.
131
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o quanto pertenço ao local onde nasci, aquele po-
voadinho esquecido e montanhoso, aquele bairro
velho compartido pelas mesmas famílias há dezenas
de anos, observando umas e outras gerações nascer
e ir embora na inclemência do tempo.
132
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meu casulo, testemunha das minhas incontáveis
mortes e ressureições. E suas mãos estão nele, seus
fios e sua velha máquina de costura.
133
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manto é uma experiência de reencontro com nosso
feminino perdido, o manto é um útero, e pode ser
usado no passo das nossas estações entre a menarca
e a menopausa, como uma pequena casa, que nos
envolve e acolhe e onde a lareira do nosso útero
está sempre acesa e luminosa.
134
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Dela, ganhei um chumbe, uma faixa tecida, que a
maior parte de mulheres andinas usam no ventre
como proteção e como honra ao sagrado presente
de ter um útero.
135
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do tecer, do juntar com fios a trama solta da vida. A
curandeira conhece os mistérios de embalar o ventre,
do enchumbar12, tirar o frio polar que entristece os
ovários, que seca nossa úmida sexualidade, nosso
ardor de flama e rio.
12
Esta palavra se refere ao ato de embalar o ventre ou uma criança
recém nascida com uma faixa medicinal tecida.
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Chumbe y Manto
Á ngel cariñoso
Cálida mano de abuela
que enciende la brasa interna de la suavidad.
Tu piel me devuelve
a la ternura frugal del útero materno
Cierras las heridas y arrullas mi ombligo
arrullando la fuerza volcánica del vientre,
que educas para que sea libre y cálido.
137
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Artes manuais
Um pouco sobre teus feitos e teares
Viv
ênci
a
138
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Tecendo uma faixa medicinal ou
Chumbe
Mmmm, amadas comadres, como gosto de
tecidos e lãs! De fios e agulhas! Como tenho dias
de ficar quietinha fazendo algum tecido ou peça
que nunca consigo acabar. Sobretudo no outono,
onde as forças vitais nos convidam naturalmente
ao recolhimento, permito-me tecer, feltrar e bordar,
preparando feitos para passar um gostoso inverno
quentinho!
139
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Assim, nesta cerimônia, vamos fazer um chumbe,
uma faixa ritual para embalar e sanar o ventre e usar
em nossos momentos de maior poder e de maior
fragilidade. Quem é boa no tear pode fazer seu
chumbe nele ou em croché, mas, quem não conhe-
ce estas técnicas pode fazer do seguinte jeito sim-
ples e gostoso.
Ingredientes:
♥ Duas faixas de tecido fofinho e de pre-
tual ferência natural, como feltro não indus-
Ri
♥ Agulha;
140
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Preparação:
Esta elaboração pode levar vários dias ou semanas,
dependendo de sua disponibilidade e entrega.
141
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símbolos vem, todos eles poderão ser costurados,
desenhados ou colados sobre o chumbe antes dele
ser fechado completamente.
142
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8. Princípios básicos da
Medicina Feminina Andina
Já no finalzinho, como fusão de histórias e vozes,
seguindo as inspirações das velhas e das flores,
este breve capítulo nos entrega alguns aspectos
da terapêutica feminina andina. Esta ginecologia
tradicional é bastante antiga e popular, e tem como
propósito que as mulheres compreendam e sintam
que o uso de plantas e curas tem um fundamento
médico e cultural, que é importante conhecer para
não cair no uso inconsciente e instrumentalista das
plantas e curas.
143
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As listagens originais foram recolhidas da sabedoria
das abuelas Blanca e Marina e alimentadas com
inúmeros tratados botânicos e antropológicos que
poderão ser consultados na bibliografia. As análises
e interpretações filosóficas e ginecológicas são
o resultado de pesquisas, entrevistas, múltiplas
experiências e testes. Também de intuições e vivências
na minha trilha como curandeira e mulher, pois
grande parte das artes terapêuticas femininas, é
transmitida e resgatada em sonhos, sincronias e
insights ou visões, o qual faz deste conhecimento
uma mistura de ciência, tradição e intuição.
8.1 A Unidade
Uma curandeira possui conhecimento e habilidades
para acompanhar as pessoas na manutenção ou
recuperação do equilíbrio das forças vitais, geradoras
da saúde e o bem estar físico e emocional.
144
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Cuida também do equilíbrio entre as forças vitais
do ser e as forças vitais da natureza e o cosmos,
pois, sem essa interação; a saúde não seria
possível, nem para o indivíduo nem para o
cosmos, pois, uma rede de relações de um
grande ecossistema vivo e amoroso chamado
Pachamama, são tecidas entre os níveis mais
sutis, pequenos e individuais, e os grandes e
complexos níveis maiores.
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“Só faltava um
pinguinho de luz!”
Remédios
146
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8.2 A Dualidade
Na tradição terapêutica andina, a saúde feminina é
um estado de equilíbrio e unidade a través do balanço
da dualidade entre as forças vitais quentes e frias:
solares Tayta Inti (pai sol) e telúricas Pachamama
(mãe terra). Este aspecto é similar na maior parte
de medicinas tradicionais na América Latina rural.13
147
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determinação, decisão, força, fortaleza, conexão
espiritual e empreendimento.
148
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regem a dimensão fria, e que proporcionam as curas
necessárias quando este princípio se encontra em
desequilíbrio. Veremos uma listagem destas plantas
ou doenças no capítulo “Botica de las Abuelas”.
8. 3 A Trindade
Desta forma, a medicina andina feminina se rege
por um princípio: as mulheres pertencem à natureza
“fria”, “telúrica”, “feminina”, nossa experiência
sensorial e corporal deu para nós essa característica
fantástica: habitamos “o mundo de embaixo”, o “mundo
caverna”, o mundo sagrado e maternal da terra, o que
significa que teremos uma tendência nata a nos
desequilibrar inclinando-nos a esta natureza.
149
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Segundo o sábio conhecimento das curan-
deiras, os momentos em que especialmen-
te podemos perder o equilíbrio das duas
forças vitais é durante os ciclos femininos
(menarca, menstruação, gestação, parto,
pôs parto e menopausa). Por quê?
150
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ser, nossa existência se “esfria”, entra no mundo das
águas (dimensão do frio para o saber andino), ao
nível da temperatura e ao nível das emoções que
percebemos.
151
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como se fossem o mesmo: plantas similares, trata-
mentos análogos, ambientes e sanações parecidas.
152
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lher transite em sua natureza fria e telúrica, mas,
sem esquecer sua contraparte solar e quente.
153
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3. Rituais (cerimônias de harmonização entre as
forças internas do ser e as forças cósmicas que
regem os estados frios ou quentes);
154
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Sanar um útero seco requer de um tempo longo de
voltar ao espírito da lareira, do chumbe, do man-
to, da rosa e da sombra. E impregnar novamente o
ventre com a suavidade do rio, a umidade luminosa
das conchas, e a abertura ao que não pode ser con-
trolado pela razão e sua polar força sobre o corpo
feminino.
155
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Muitos casos como estes, podem acontecer, por
isto, recomendo as mulheres usarem a “botica de las
abuelas” para elas mesmas, identificando suas ten-
dências e plantas que as ajudem, e pedindo orien-
tação as curandeiras ou ginecologistas naturais para
tratar outras pessoas. Lembrando sempre que cada
caso é particular e precisa de um estudo cauteloso
para que esta preciosa medicina não se desvirtue,
e para que o poder das plantas seja usado em sua
máxima expressão.
8.4 A chakana
ória
Hist
A chakana, este mágico símbolo an-
dino milenar, resume o jogo da uni-
dade, dualidade e trindade, e o sentir
que fazemos dela neste livro é só em
função da terapêutica que apresenta-
mos. É importante lembrar que a Chakana contém
uma complexa e maravilhosa linguagem sagrada,
muito delicada. Não é nosso trabalho nesta peque-
na obra desvendar seus mistérios. Só é trazida aqui
pelo precioso ensinamento que nos deu no curso
Samai e sua bela companhia e inspiração.
156
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Seu centro vazio, representa o equilíbrio da saúde
com o Todo. Seu extremo superior representa as
forças solares quentes, celestes,
luminosas, masculinas e secas, e seu
extremo inferior representa as forças
telúricas, lunares, femininas e úmidas.
157
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Recolhemos aqui uma pequena parte deste saber
milenar, para mostrar o profundo saber das curan-
deiras, e a ligação de sua terapêutica com os princí-
pios cósmicos e da vida de Pachamama.
158
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Um mapa de tua saúde segundo a
terapêutica feminina andina.
N esta Chakana desenha teus estados corporais e emocionais
mais comuns. Na parte de cima os estados quentes e solares e
na parte de embaixo os estados frios e telúricos. O centro vazio
da chakana representa teu coração e ventre.
159
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Sol
S ol, mis ojos se cierran
El abismo de la sombra.
Me curas de la noche
Compasivo caminante,
ma
Poe
160
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9. Botica de las Abuelas
“A avó me abraça.
Minha terra resplandece.”
Remédios
161
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A Botica de las Abuelas contém listagens de sin-
tomas e plantas das dimensões quentes e frias da
terapêutica feminina andina. Esta informação pode
ser usada para observar quais são suas tendências e
desequilíbrios energéticos e as plantas que podem
ser usadas para curar.
ória
Hist
162
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9.1 A dimensão quente
Situações, sintomas, emoções
Situações que geram desequilíbrio na dimensão
quente
♥ Choques de temperatura;
163
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Sintomas femininos físicos manifestados no
excesso da dimensão quente
♥ Candidíase;
♥ Problemas urinários;
♥ Gastrites e azias;
♥ Hemorroidas;
♥ Dor de cabeça;
♥ Insônia;
♥ Inflamação do útero;
♥ Infecção pélvica;
164
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Sintomas emocionais femininos apresentados no
excesso da dimensão quente
♥ Raiva;
♥ Inveja;
♥ Autoritarismo;
♥ Estresse;
♥ Impulsividade;
♥ Impaciência;
♥ Competitividade;
♥ Individualismo.
165
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especialmente nas relacionadas ao puerpério, mas,
é preciso evitar seu consumo como chá durante a
amamentação. Tonifica os músculos uterinos após
os abortos espontâneos e o parto (McIntyre, 2011,
p. 136).
166
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minação do excesso de coágulos no sangre mens-
trual e nas hemorragias durante o parto. Também
tem efeito diurético na retenção de líquidos no ciclo
pré-menstrual.
167
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a proteção e limpeza espiritual e energética, a recu-
peração em traumas e abatimentos ou crises. São
usadas como um “rescue remedi” caseiro.
168
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nados com câmbios hormonais na gravidez, puerpé-
rio e durante a menopausa.
169
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OBS: A valeriana, a violeta, a lavanda e a melissa são
do tipo de plantas que as avós andinas chamam de
“mornas”, ou seja, tem uma propriedade curativa
que não é nem fria nem quente, porém, podem au-
xiliar os sintomas das duas dimensões, e nos casos
enumerados, especialmente do excesso das pro-
priedades quentes.
♥ Sono desequilibrado;
170
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Sintomas femininos físicos manifestados no
excesso da dimensão fria
♥ Infertilidade;
♥ Câncer de mama;
♥ Endometriose;
♥ Cólicas;
♥ Dores de barriga;
♥ Intoxicações alimentares;
♥ Inflamação do útero;
♥ Ausência de menstruação;
171
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Sintomas femininos emocionais manifestados no
excesso da dimensão fria
♥ Falta de autoestima;
♥ Controle e perfeccionismo;
♥ Tristeza;
♥ Pena, lástima;
♥ Ausência de perdão;
♥ Falta de entrega;
♥ Medo;
♥ Pânico;
♥ Depressão;
♥ Sentimento de insatisfação;
♥ Autoestima baixa;
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Plantas quentes para sanar o excesso de frio no
corpo e sentir feminino
173
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CAPIM CIDREIRA (Cymbopogon citratus) Pode ser
usado em chás para amenizar o estresse e a insônia.
174
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FOLHA DE LARANJEIRA (Citrus Sinensis) É usada para
problemas nos ossos como artrites, dores e contu-
sões. Durante a menstruação e o puerpério é usada
para restabelecer a temperatura emocional e corpo-
ral da mãe, trazendo aconchego e equilíbrio.
175
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MEL Usada em banhos quentes de purificação e
harmonização. O banho de mel é uma experiência
sensual e belíssima, que aporta harmonia e limpeza
energética ao corpo da mulher. Pode ser usado em
qualquer ciclo feminino.
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PALO SANTO (Bursera Graveolens) é uma árvore que
tem uma madeira perfumada com altas qualidades
energéticas que permitem defumar ambientes e
pessoas com força e tranquilidade ao mesmo tempo.
O palo santo é útil em qualquer situação prévia a
uma cura, um ritual ou a abertura de um círculo de
sanação. Tem sido usado desde tempos milenares
pelas culturas andinas para harmonizar o corpo
físico, emocional e energético. Um fato interessante
é que no mundo andino os galhos só são colhidos
depois de secos, quando caem por eventos naturais
ao solo. Os ávidos mercantilistas se surpreenderam
quando cortaram troncos e galhos para levar as
cidades, porém secos não exalaram seu perfume
medicinal característico.
177
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ÓLEO DE COCO (Cocos nucifera) Não
é uma planta usada na terapêutica
andina, porém foi adotada neste tex-
to pois é um azeite quente e rico em
propriedades afrodisíacas e relaxan-
tes. Igual que o óleo de amêndoas serve como base
de pomadas e óleos de massagem para os sintomas
anteriormente mencionados. E pode ser comido ou
usado no interior da vagina. No universo andino são
usados óleos quentes de gordura animal, para o tra-
tamento de ventres muito frios, frigidez ou inferti-
lidade. O óleo de coco é uma boa opção para estes
tratamentos.
178
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ENDRO (Anethum graveolens) Ameniza cólicas e
dor de barriga nos bebés recém-nascidos. Auxilia na
amamentação e no sono do bebê e da mãe puérpera.
179
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As seguintes plantas tem um especial tratamento
dentro da terapêutica das avós andinas. Seus prin-
cípios ativos não são frios nem quentes, portanto,
podem ser usados dependendo do caso para quase
todos os tratamentos relacionados com o universo
feminino. Se existem dois compadres da nossa saú-
de, casal de curandeiros solares andinos, esses são a
camomila e o milho:
16
Esta dica e algumas das seguintes se encontram no artigo MEDICI-
NA FEMININA INGA, de Clara Giraldo Tafur (2000) Os dados comple-
tos são apresentados na bibliografia.
180
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durante a gravidez para fortalecimento do útero e
também melhora as menstruações irregulares. Tor-
rado e moído em sopa (mmmh...) é indicado no
pós-parto para fortalecer a mãe e aumentar o leite.
Sopa de milho torrado durante o parto é usada para
ajudar como alimento calórico e fortificante. Tam-
bém é oferecido à mãe por algumas parteiras em
possíveis complicações durante o processo de parto.
181
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Maíz
T e levantas
ma
Poe
182
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Bibliografia
ALBERTI, Aurelia. El despertar de las curandeiras.
Lulu Enterprises Incorporated, 2009. ria ó
Hist
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ESTERMANN, Josef. Filosofía Andina. Estudio intercultu-
ral de la sabiduría autóctona andina. Quito. Abya-yala.
1998.
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_______________. Curso Sacerdotisa andina. Escola
Espiritual Mística Andina. Outubro de 2015- Novembro
de 2016. Editorial Pachamama. www.nacionpachamama.
org
185
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JACANAMIJOY TISOY, Benjamín. Chumbe: arte inga. Bo-
gotá: Ministerio del Interior, 2000.
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“As águas doces
gostam de mim!”
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Remédios
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Anexo
A menstruação, a lua e as curandeiras
O presente texto é uma profunda reflexão sobre a
menstruação e sua relação com o tempo e o espaço
ória
cósmico e agrícola. Hist
A menstruação
O ciclo lunar-menstrual, inicia com a
lua nova, ou carinhosamente chama-
da lua “tierna” no Vale de Sibundoy,
“lua da ternura”, por ser ela jovem ou menina. Esse
ciclo traz a oportunidade para o renascimento da
terra e da vida. Plantar sementes, sejam emocionais
ou físicas, é um ato abençoado por essa fase. O mi-
lho, a planta representativa das sociedades andinas
é plantado durante a “tierna”, e, como uma criança
no ventre, esperará nove luas para ser coletado. Essa
lua é uma possibilidade de florescimento, a promes-
sa de uma terra fecunda que recebe as sementes e
as nana com certeza e fortaleza.
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cuidado, coleta e queima da nossa terra profunda,
essa estação traz novamente o início de um ciclo
interminável de vida e morte infinitas, uma outra vez
para começar.
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de sua percepção e clarividência. O fluxo do sangue
gera um parto próprio, um portal, uma mutação.
A barreira entre o consciente e o inconsciente é
quebrada e a mulher pode transitar entre os dois
mundos, achando que o entendimento instintivo
e premonitório é expressado com facilidade em
sonhos, lembranças e insights, permitindo o fluxo das
mudanças, das curas, das purificações. Ao contrário
do que as religiões convencionais acreditam, a
menstruação é um estado de purificação do corpo,
um banho transcendental (GRAY, 2010).
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suficientes.
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Ollco é um princípio fundador associado à lua e à
fertilidade. Ela funda, junto com seu irmão e esposo
Manco Capac, a civilização inca e, os dois, como em
muitos mitos da região andina, vêm da água, chegam
navegando ou emergem das lagoas e rios trazendo
para os povos o início da vida.
A pós-menstruação
Depois da lua nova, o ciclo continua com a lua cres-
cente, fase da energia que começa a ser exteriori-
zada, a ação é manifestada de forma espontânea,
pois inicia uma elevação dos fluidos tanto das águas
oceânicas quanto dos líquidos do corpo.
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para fortalecer o processo ambiental ou corporal é
bem-vindo nesta fase lunar revitalizadora.
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concentração e determinação nas tarefas da vida co-
tidiana, que são retomadas com a maior facilidade.
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ocupando papéis tradicionalmente
masculinos na política e na medicina,
enfrentaram e vivenciaram caminhos
políticos e postos governamentais, e
exploraram suas capacidades de lua
crescente na tomada de importantes
decisões coletivas e próprias dos prin-
cípios da ação, da racionalidade e da exterioridade
(OLIVEIRA, 2006).
A ovulação
Continuando com as fases, com a lua no seu ápice,
começa a mítica lua cheia, usada em muitas culturas
como cenário de cura e de aplicação de medicinas,
oferendas, festas, rituais e terapias. Alcançando a
luminosidade máxima, a lua cheia é um período de
exteriorização dos processos corporais e de muita
intensidade dos percursos mentais. Os momentos
de coleta e fertilidade, a ovulação dentro do ventre
feminino, a grande abundância de partos, reuniões,
encontros e todo tipo de produtividade física e emo-
cional, encontram dentro dessa lua um cenário de
luz e abertura.
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A espontaneidade de sentimentos e desejos aumen-
ta de forma acelerada e os frutos da terra são abun-
dantes nas árvores e plantas. Os sonhos e os proces-
sos de exposição das partes inconscientes da mente
começam a aparecer. Evocações, intuições, imagina-
ções e lembranças são apresentadas e vividas pelo
corpo de forma clara, por essa razão, muitas das
medicinas usadas pelas sobanderas, médicas, xamãs
andinas são vivenciadas dentro dessa fase.
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e, nas mulheres, o choro os fluidos internos, e a ne-
cessidade de contato com fontes naturais de água
é também nessa fase um ato natural e espontâneo.
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com força e energia, amor, harmonia, abertura para
o outro, compaixão, compreensão e criação. Com os
lábios mais vermelhos, desejo de nudez, satisfação
pelo corpo, sentimentos de beleza e sensualidade,
vontade de se ajeitar, usar joias, perfumes e roupas
especiais, as mulheres experimentam sensações
corporais e emocionais muito ativas e externaliza-
das. Experimenta-se uma fácil recepção do outro e
às suas ideias, aos projetos conjuntos, à resolução
de brigas, e à elaboração de planos.
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existência, do samai.
O ciclo pré-menstrual
Finalmente, chega o tempo da lua minguante, com-
pletando um ciclo de 28 dias e quatro fases. O des-
censo da energia começa a acontecer, o magnetis-
mo da lua iluminada decresce e a obscuridade da
noite convida ao recolhimento. As células cerebrais
e os processos cardíacos e sanguíneos sofrem uma
drástica desaceleração, fazendo com que o organis-
mo seja induzido à interiorização (GRAY, 2010).
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fecunda da lua nova. É uma lua em que
o corpo precisa de repouso, silêncio e
tranquilidade, ajudando aos processos
meditativos e reflexivos, uma lua que
convoca para as avaliações do caminho e, como na
terra, as podas dos aspectos negativos ou velhos.
Nessa lua ressurgem as energias da velhice, os pro-
cessos de compreensão de antigas sabedorias e a
conexão com os ancestrais, com o passado, com as
forças que nos precedem.
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esquecidos. O descenso à obscuridade não é fácil,
pois está lotado de vários aspectos, mas tem como
objetivo fazer uma transformação, gerar um câm-
bio, uma troca, uma nova transmutação. O corpo, o
processo hormonal, por meio dos sintomas físicos e
emocionais, está puxando a feminidade para entrar
em um estado profundo de sinceridade, onde algu-
ma mudança deve ser feita, uma pequena morte
tem que começar e para isso o corpo deseja solidão,
silêncio e consciência. A morte e a destruição são
aspectos necessários para o surgimento da vida.
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aspectos que tenta durante o resto do ciclo insisten-
temente ocultar. Eles voltam cíclica e infinitamente
até estarmos dispostas a nos enxergar e mudar.
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comportamentos agressivos ou solitários.
Segundo os estudos de Gray (2010), Faur
(2011) e Penna (1993), esses transtornos
têm como marco histórico o incremento do
tempo de trabalho para as mulheres soma-
do aos deveres cotidianos do cuidado dos filhos, da
casa e da vida pessoal, contexto histórico aumenta-
do durante os últimos trinta anos, em que a mulher
conseguiu entrar no mercado laboral, porém, con-
tinuou dando conta dos deveres maternos e conju-
gais, ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade.
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O problema dos excessivos níveis de “TPM”, assim
como o número indiscriminado de cesarianas, doen-
ças e sintomas associados à menopausa, à gestação
e ao puerpério, tem a ver com a ausência de uma
consciência ativa e propositiva sobre o próprio cor-
po da mulher e seus ciclos vitais, compreendidos de
forma complexa, e com a ausência de um empode-
ramento maior sobre os processos corporais inter-
nos que viraram propriedade, dentro das socieda-
des industrializadas, dos discursos ginecológicos e
obstétricos.
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ções profundas, visualizações, lembranças, explo-
sões criativas são experimentadas, fortes desejos de
mudança, e pensamento pouco lógico.
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Oração das curandeiras
D ANÇAMOS PELA TERRA!
Poe
Pela fé de Maria del Sol
Pela pureza de Maria Sabina
Pela ternura agradecida de Victoria
E pela avó Emerenciana, e sua luta de tear e
memória.
Curandeira Eu sou
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Poemas traduzidos para o português
Avó
Silenciosa avó.
Velha formosa
Devagarinho caminhas na ladeira do mundo
Não te pesam os séculos que converteste em ouro.
Tua sabedoria insiste em meu peito, toca minhas portas,
Despe meus olhos com gargalhadas de flor.
As luas converteram teu pranto em luz de rocio cristal.
Tão jovem avó, cruzas o umbral da noite
Com a certeza de um menino.
Nada te cala, fruta das fogueiras,
Parteira do oceano,
Das musas, curandeira,
Alivias a Deus com tuas ervas,
e com o néctar humilde de teus passos,
embalas seu canto solitário.
Que meu instinto selvagem te liberte
Insistente velhinha de pés nus
Untados de lama aromática.
Que de teu peito florescido
bebamos o leite do amor verdadeiro
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Que teu ventre descomunal nos geste de novo
E que desde tua vagina, cratera alada,
mistério de açucenas e rosas,
nos dê a luz para sempre
na ternura que esperamos,
no suave resplendor de tua primavera antiga,
Avó!
Curandeira
Coração esmeralda, curandeira.
Boca do sim
De teu corpo nascem flores
Teus pés caminham
Semeando ervas aromáticas
Transitas entre os mundos
Tecendo pontes
Juntando universos
Convertes a guerra em dança
Porque tuas alpargatas bailam
Nos fogões de milho e pássaros
Amando teu amante com a clareza da montanha.
Curandeira branca, azul, violeta
A luz de tuas mãos
Escuta o murmúrio do silêncio
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E te entregas ao Samai
Conversando com formigas e pedras
Confiando no barro e na borboleta.
Camomila
Canto branco de orvalho
Suavidade das fadas
Amável pastorzinha dos duendes
Aromática ternura,
Te sinto
Luazinha dos caminhos
Me cuidas desde criança
Teu remédio foi meu leite materno.
Cantas para o medo noturno
Uma canção de ovelhas,
E o convertes em jardim,
Acalentas os recém nascidos em sua luz sideral
E perfumas os mortos em seu ninho telúrico
Mocinha amarela de calor uterino,
Pequeno sol de jardim, fica nesta terra
Fecundando mulheres e acarinhando meninas.
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Os Bambuzais
(Jorge Villamil)
Lua
Coração de prata
Livre sedutora de ciganos
Sagrada concubina dos mares
Durante séculos, te esqueci.
E, de repente, com os fios do meu sangue
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Te apresentaste inteira,
Me mostraste teu mistério
Me devolveste minha nudez dourada
Te fizeste espelho
Inundaste de leite prateada meus peitos
E pariste crianças no meu ventre.
Te amo lua
Te celebro
Minha habitação se ilumina com tua sombra cintilante
O latido de tua boca frondosa devolveu as minhas irmãs
mortas
Fecundando seus úteros secos...
Me desenhaste ao redor de uma fogueira de cantos
antigos
Me recordaste a insistência do meu sexo
Sagradamente sedento do fogo masculino
Lua
Na plenitude sou o fogo que dança,
Derramando água do meu púbis e fertilizando a terra.
Em tua viagem conheci os dentes da morte suave
E nela vivo com prazer.
E em cada final te canto de novo
Avó cristal
Pássaro prateado
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Comadre minha
Lua minha.
Mulher espírito
Maria Sabina17
Sou a mulher lua
Sou a mulher que voa
Sou a mulher Aerólito
Sou a mulher Constelação Huarache
Sou a mulher constelação bastão
Sou a Mulher estrela
Deus
Porque venho percorrendo os lugares desde sua origem
Sou a mulher da brisa
Sou a mulher orvalho fresco
Sou a mulher da aurora
Sou a mulher do crepúsculo
Sou a mulher que brota
Sou a mulher arrancada
Sou a mulher que chora
Sou a mulher que assobia
Sou a mulher que faz soar
17
Textos completos em: ESTRADA, Álvaro. Vida de Maria Sabina. La
sabia de los hongos. México. Siglo XIX editores, 2005
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Sou a mulher tamboeira
Sou a mulher trompetista
Sou a mulher violinista
Sou a mulher que alegra
Porque sou a palhaça sagrada.
Chumbe e Manto
Anjo carinhoso
Calorosa mão de avó
que acende a brasa interna da suavidade.
Tua pele me devolve a ternura frugal do útero materno
Fechas as feridas e embalas meu umbigo
nanando a força vulcânica do ventre,
que educas para que seja livre e quente.
Uma tecelã te forjou com os fios de seus sonhos ao pé
de uma fogueira índia.
As folhas de manjericão e o cheiro do milho apaixonado
te viram nascer em sua casinha do mato.
Um canto andino de montanha te nanou em seu verso.
Até que chegaste para mim, doando a visão
Me permitindo rememorar.
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Sol
Sol, meus olhos se fecham
Em teu estampido de unicórnio dourado.
Gota de ouro eterno que insistes em amar-me
Redondo anjo do tempo
Tua aurora envolve com ternura
O abismo da sombra
Me curas da noite
Compassivo caminhante,
Recado dos deuses.
Velha estrela da minha alma.
Milho
Te levantas
Guerreiro de mil braços
Teu espírito se eleva buscando o beijo dos ventos
Sagrado Falo dos Andes
Teu fruto coronário se assoma entre os séculos
Doando a certeza do pão
A alegria do almoço
Filho do sol, milho.
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Listagem de plantas
(Consulte nas páginas 165 a 170 e 173 a 181.)
ÁGUAS FLORIDAS
CALÊNDULA (Calêndula)
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CIDRÓ (Aloysia Citrodora)
MEL
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ROSA BRANCA (rosa spp)
SAL MARINHO
SÁLVIA (Sálvia)
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Co-inspiradoras
Ilustrações das capas e desenhos manuais:
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Essencial, plenitude feminina natural
Cursos e vivências com Pilar Echeverry Z.
Samai a arte das curandeiras andinas
Uma profunda e sanadora imersão na natureza,
para a reconciliação com nossa linhagem materna, a
exploração da consciência interna da curandeira e o
aprendizado da ginecologia natural andina.
Bonecas terapêuticas
Esta vivência é uma jornada pela ternura e a resig-
nifcação de episódios da nossa infância, a través da
elaboração de uma boneca em lã feltrada que reno-
va nossa memória emocional e corporal.
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movimento. São profundas danças femininas de vá-
rios lugares do mundo, que retornam nossa alegria,
o contato com a intuição, a sensualidade e nossa ca-
pacidade de ser felizes, superando padrões emocio-
nais repetitivos e doentios.
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