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Requisitos essenciais para o armazenamento da

informação
As aplicações armazenam e recuperam informações, o que requer a leitura e
gravação de grandes volumes de dados em discos rígidos e pen drives, além de
permitir o acesso simultâneo de múltiplos processos. Tanenbaum (2003)
descreve três requisitos para o armazenamento de informações a longo prazo:
grande capacidade de armazenamento, sobrevivência à conclusão do processo
que a usa e acesso concorrente. Os arquivos são um mecanismo de abstração
que permitem o armazenamento e leitura de dados. O sistema de arquivos
gerencia os arquivos no sistema operacional e deve ser fácil de usar para os
usuários. Cada sistema operacional possui seu próprio sistema de arquivos.

Nomeação de arquivos

Ao criar um arquivo, um nome é atribuído a ele, permitindo que outros


processos o acessem mesmo após o processo original ter sido encerrado. As
regras de nomeação de arquivos variam de acordo com o sistema operacional,
mas geralmente são compostas por entre uma e oito letras. Alguns sistemas de
arquivos aceitam caracteres especiais e nomes mais longos. O sistema de
arquivos Unix diferencia letras maiúsculas e minúsculas em nomes de arquivos,
enquanto o sistema de arquivos do Windows não. A identificação do arquivo é
composta por duas partes separadas por um ponto, sendo que a parte após o
ponto é a extensão do arquivo, que identifica o conteúdo do arquivo.

O quadro a seguir apresenta algumas extensões de arquivos.


Estrutura dos arquivos
Os arquivos podem ser estruturados de diferentes formas, sendo as três mais
comuns: sequência estruturada de bytes, sequência de registros de
comprimento fixo e árvore de registros. A sequência estruturada de bytes é
flexível, permitindo que os usuários nomeiem e insiram o conteúdo que
desejarem. A sequência de registro de comprimento fixo é uma sequência de
registros de tamanho fixo, cada um com uma estrutura interna. Já a árvore de
registros é formada por uma árvore de registros, não necessariamente do
mesmo tamanho, e é ordenada pelo campo-chave para permitir uma busca mais
rápida por uma chave específica. A estrutura escolhida depende do tipo de
informação que será armazenada e do uso que será dado ao arquivo.

Arquivos: tipos, acesso, atributos e operações

Tipos de arquivos
Existem diferentes tipos de arquivos suportados pelos sistemas operacionais,
como arquivos regulares, diretórios, arquivos especiais de caracteres e especiais
de blocos. Os arquivos regulares contêm informações do usuário e são
classificados em arquivos ASCII, que contêm linhas de texto, e arquivos binários,
que possuem uma estrutura interna conhecida pelos programas que os usam.
Os arquivos de diretórios mantêm a estrutura dos sistemas de arquivos,
enquanto os arquivos especiais de caracteres e blocos são usados para modelar
dispositivos de E/S, como terminais, impressoras e discos.

Acesso aos arquivos

Arquivos podem ser acessados de diferentes maneiras, dependendo de sua


organização. O acesso sequencial é realizado em ordem de registro gravado e é
feito avançando o ponteiro do arquivo para o próximo registro. O acesso direto,
que surgiu com o uso de discos magnéticos, permite a leitura/gravação de
registros específicos por meio de seu número, sem restrições quanto à ordem. Esse
método é possível apenas para arquivos de registros de tamanho fixo. O acesso
indexado ou por chave é um método mais sofisticado, em que uma área de índice
contém ponteiros para os registros e é acessado por meio de uma chave
especificada pela aplicação.

Atributos dos arquivos

Atributos são informações de controle de cada arquivo e incluem o tamanho do


arquivo, proteção, identificação do criador e data de criação. Alguns atributos
não podem ser modificados, enquanto outros podem ser alterados pelo sistema
operacional ou pelo usuário, como a proteção do arquivo e a senha de acesso.

Observe no quadro alguns atributos dos sistemas de arquivos:

Operações com arquivos

Sistemas de arquivos diferentes oferecem operações distintas para armazenar e


recuperar informações. As principais operações com arquivos são:

 create: cria um arquivo sem dados e define alguns atributos.


 delete: deleta um arquivo quando ele não é mais necessário, liberando espaço de
memória.
 open: um processo deve abrir um arquivo antes de usá-lo, permitindo que o
sistema busque e coloque na memória principal os atributos e a lista de
endereços do disco, agilizando o acesso as informações.
 close: fecha um arquivo e libera espaço na memória.
 read: leitura dos dados do arquivo.
 write: grava os dados no arquivo.
Sistemas de Arquivos – Linux e Windows
Linux

O sistema de arquivos do Linux é baseado em uma estrutura de diretório hierárquica,


com o diretório raiz representado por (/). Os sistemas de arquivos suportados pelas
distribuições do Linux são EXT2, EXT3, EXT4 e ReiserFS. EXT3 e ReiserFS são os mais
usados. O registro no diário é um recurso que gerencia a manipulação de arquivos e
ambos os sistemas têm suporte para registro no diário. Além desses, o Linux também
oferece suporte a outros sistemas de arquivos, como SWAP e XFS.

Windows

Os sistemas de arquivos do Windows são FAT16, FAT32 e NTFS. FAT significa Tabela
de Alocação de Arquivos. O FAT16 usa endereços de memória de 16 bits e não suporta
discos maiores que 2 GB, enquanto o FAT32 usa endereços de memória de 32 bits,
mas não reconhece arquivos maiores que 4 GB. NTFS é o sistema de arquivos atual do
Windows, que é seguro, suporta discos maiores e implementa permissões de acesso a
arquivos. O ReFS (Resilient File System) foi criado a partir do Windows 8 para verificar
e corrigir dados automaticamente e lidar com grandes volumes de dados.

Sistemas de diretórios

Estrutura de diretórios

A estrutura de diretórios é a organização lógica dos arquivos em disco, cada


entrada possui atributos de localização, nome, dono e organização. No Linux,
todos os diretórios e pastas são considerados arquivos.

Diretórios Simples

Um sistema de diretório simples consiste em manter todos os arquivos em um


único diretório raiz. Isso era comum em computadores pessoais antigos e tem a
vantagem de ser simples e permitir fácil acesso aos arquivos. A figura ilustra um
exemplo de sistema de diretório simples com quatro arquivos pertencentes a três
usuários diferentes.

Sistemas de Diretório Hierárquico

Em sistemas multiusuário, pode ocorrer conflitos com nomes de arquivos iguais


escolhidos por diferentes usuários, e, portanto, é necessário dar um diretório
privado para cada usuário. Isso evita que os nomes escolhidos por um usuário
interfiram nos nomes escolhidos por outro, permitindo que existam arquivos
com o mesmo nome em dois ou mais diretórios. Esse esquema é chamado de
sistema de diretórios em dois níveis, em que cada usuário possui seu diretório
privado. O sistema, ao conhecer o usuário, sabe em qual diretório procurar o
arquivo.
O sistema de diretórios em dois níveis é utilizado para evitar conflitos de nomes
entre usuários, mas não é adequado para usuários com muitos arquivos. Para
resolver essa questão, é necessário uma hierarquia geral ou árvore de diretórios
(folder tree) que permite que os usuários tenham tantos diretórios quanto
precisarem para agrupar seus arquivos. A estrutura de diretórios hierárquicos é
comum em sistemas de arquivos modernos, permitindo uma melhor
organização do trabalho.

Nomes de Caminhos dos Diretórios

Segundo Tanenbaum (2003), quando o sistema de arquivos é organizado por meio de


uma árvore de diretórios, é necessário definir uma forma de especificar o nome dos
arquivos. Para isso, são usados dois métodos: nome de caminho absoluto e nome de
caminho relativo.
Nome de caminho absoluto

O método nome de caminho absoluto é formado pelo caminho entre o diretório-raiz e


o arquivo. Os nomes de caminhos absolutos sempre iniciam no diretório-raiz e são
únicos. Como exemplo, o caminho /usuário/meus_documentos/atividades.txt significa
que dentro do diretório-raiz há um diretório chamado “usuário”, dentro do diretório
“usuário” existe um subdiretório chamado “meus_documentos” e dentro do
subdiretório “meus_ documentos” existe um arquivo chamado “atividades.txt”.

No Windows, os componentes do caminho são separados por \. No Unix, são


separados por /.
Nome de caminho relativo

O método nome de caminho relativo é usado em conjunto com o conceito de diretório


atual ou diretório de trabalho. Desta forma, é possível que o usuário designe um
diretório como o diretório atual de trabalho, em que todos os nomes de caminhos não
comecem no diretório-raiz.

Como exemplo, se o diretório atual for /usuário/meus_ documentos/, o arquivo cujo


caminho absoluto for /usuário/ meus_documentos/atividades pode ser referenciado
apenas como atividades.

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